agrotóxicos e educação ambiental: formando multiplicadores...

25
Agrotóxicos e Educação Ambiental: Formando multiplicadores a favor da minimização dos riscos ao ambiente e à saúde * Érika Sá Viana ** Gabriela Tatagiba-Araujo *** RESUMO Com intuito de difundir a importância da utilização correta de agrotóxicos a partir da consciência sobre o instrumento da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 e sua regulamentação pelo Decreto nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002, alunos do 6º e 9º anos do Ensino Fundamental de uma escola rural do município de Campos dos Goytacazes-RJ foram submetidos a questionários, ciclo de palestras e dinâmica de grupo, de forma a se tornarem multiplicadores. Por avaliação qualitativa, através da frequência de resposta, verificou-se que a palavra “doenças” é a mais utilizada com relação aos agrotóxicos e que previamente estes já identificam alguns riscos de intoxicação ou contaminação, porém mais de 70% não sabiam que havia uma Lei específica neste caso. Os alunos demonstraram aprender sobre os riscos que o uso indevido de agrotóxicos traz à saúde e ao ambiente, bem como das implicações judiciais geradas pelo não cumprimento da Lei dos Agrotóxicos. Palavras-chave: Agrotóxicos. Legislação. Educação Ambiental. * Este artigo constitui-se no Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-graduação Lato Sensu em Educação Ambiental, pelos autores cursada no Instituto Federal Fluminense, Câmpus Campos-Centro, nos anos de 2014/2016, desenvolvido sob a orientação da Prof. MSc. Cristiano Peixoto Maciel. ** Graduada em Zootecnia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/ Campos dos Goytacazes. E-mail: [email protected] *** Graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/ Campos dos Goytacazes. E-mail: [email protected]

Upload: duongkien

Post on 07-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Agrotóxicos e Educação Ambiental:

Formando multiplicadores a favor da minimização dos

riscos ao ambiente e à saúde *

Érika Sá Viana**

Gabriela Tatagiba-Araujo***

RESUMO

Com intuito de difundir a importância da utilização correta de agrotóxicos a

partir da consciência sobre o instrumento da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 e sua

regulamentação pelo Decreto nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002, alunos do 6º e 9º anos do

Ensino Fundamental de uma escola rural do município de Campos dos Goytacazes-RJ foram

submetidos a questionários, ciclo de palestras e dinâmica de grupo, de forma a se tornarem

multiplicadores. Por avaliação qualitativa, através da frequência de resposta, verificou-se que

a palavra “doenças” é a mais utilizada com relação aos agrotóxicos e que previamente estes já

identificam alguns riscos de intoxicação ou contaminação, porém mais de 70% não sabiam

que havia uma Lei específica neste caso. Os alunos demonstraram aprender sobre os riscos

que o uso indevido de agrotóxicos traz à saúde e ao ambiente, bem como das implicações

judiciais geradas pelo não cumprimento da Lei dos Agrotóxicos.

Palavras-chave: Agrotóxicos. Legislação. Educação Ambiental.

* Este artigo constitui-se no Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-graduação Lato Sensu em Educação

Ambiental, pelos autores cursada no Instituto Federal Fluminense, Câmpus Campos-Centro, nos anos de

2014/2016, desenvolvido sob a orientação da Prof. MSc. Cristiano Peixoto Maciel. **

Graduada em Zootecnia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/ Campos dos

Goytacazes. E-mail: [email protected] ***

Graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro/ Campos dos

Goytacazes. E-mail: [email protected]

2

1 INTRODUÇÃO

O termo agrotóxico, segundo a Lei Federal nº 7.802, de 11/07/1989, regulamentada

através do Decreto nº 4.074, de 04/01/02, no seu Artigo 2º, Inciso I, é definido como o

conjunto dos produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao

uso nos setores de produção, armazenamento, beneficiamento de produtos agrícolas, nas

pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas.

O termo “agrotóxico” substituiu “defensivo agrícola” no Brasil após grande

mobilização da sociedade civil organizada, que desejava denominar de forma mais clara os

venenos agrícolas (SIQUEIRA e KRUSE, 2008). Desta forma, a terminologia coloca em

evidência a toxicidade desses produtos para o meio ambiente e saúde humana (FRANZ e

LINK, 2011). Mudança necessária, visto que o uso indevido e inadequado de agrotóxicos é

responsável pelos altos índices de intoxicações aguda e contaminação de alimentos.

BEDOR et al. (2009) lista as principais causas relacionadas com a intoxicação por

agrotóxicos como: falta de treinamento; desuso de Equipamento de Proteção Individual (EPI);

falta do Receituário Agronômico; uso excessivo do produto; uso de produtos proibidos;

presença de crianças e adolescentes em áreas de aplicação; falta de fiscalização e ausência de

assistência técnica.

Neste sentido, a Educação Ambiental desempenha um papel muito importante na

capacitação de estudantes de zona rural para atuarem como multiplicadores, pois estes

convivem direta ou indiretamente com a agricultura, na maioria das vezes trabalham na

plantação e na colheita, porém não tem o hábito de questionar a forma pela qual estas são

realizadas (GREGOLIS et al., 2012).

A formação de jovens multiplicadores atua como instrumento pedagógico do

desenvolvimento, tanto local, como regional de forma integrada e sustentável, enquanto a

escola representa espaço estratégico e privilegiado para promover a Educação Ambiental.

Porém, desenvolver questões ambientais em escolas é um processo lento, entre outros fatores

devido à resistência das partes envolvidas, educadores, direção e alunos, em substituir hábitos

e conceitos adquiridos em uma sociedade desenvolvimentista, porém despreocupada com os

resíduos do seu processo (BIANCHI e MELO, 2009).

Desta forma, o presente trabalho buscou difundir a importância da utilização correta

de agrotóxicos a partir do conhecimento da Lei dos Agrotóxicos através da sensibilização de

3

alunos de escolas rurais sobre os riscos da utilização indevida de agrotóxicos e sua orientação

quanto à utilização desses produtos, com menor agressão ao ambiente e à saúde.

2 METODOLOGIA

2.1 Local de Estudo

O projeto foi realizado em uma Escola Municipal, localizada no Distrito de

Travessão, bairro Jacarandá, município de Campos dos Goytacazes/RJ. A escola possui seis

turmas de Ensino Fundamental e é considerada uma escola rural, com a maioria de seus

alunos pertencentes ao Assentamento Zumbi dos Palmares.

O projeto foi executado entre novembro e dezembro de 2015, no turno da tarde, com

alunos do 6º (24 alunos) e 9º anos (21 alunos), turmas escolhidas pela direção da escola.

2.2 Atividades Desempenhadas

As atividades foram divididas em quatro fases de execução do projeto: (1) aplicação

de questionário pré-conceitual; (2) ciclo de palestras; (3) aplicação de questionário pós-

conceitual e questionário complementar; (4) dinâmica de grupo.

Fases 1 e 3: Aplicação de Questionários

Questionários com perguntas abertas e fechadas foram utilizados para coleta de

dados (Anexo 6.1). Inicialmente, um questionário (pré-conceitual) foi aplicado para traçar o

perfil de conhecimento do público com o tema de trabalho “Agrotóxicos e seus Riscos”, o que

serviu de auxílio na preparação das palestras. Ao final da capacitação, o mesmo questionário

(pós-conceitual) foi aplicado para verificar se ocorreu aquisição de conhecimento pelo

público. Outro questionário (complementar) foi realizado ao final do projeto, com perguntas

adicionais que se fizeram necessárias para a melhor compreensão do perfil dos alunos e

auxílio na avaliação dos resultados (Anexo 6.2).

4

Fase 2: Ciclo de Palestras

Palestras de sensibilização foram realizadas, com linguagem adequada ao público

alvo, para orientar crianças a utilizarem e descartarem conscientemente os agrotóxicos e,

assim, agir como multiplicadores.

A sensibilização foi realizada através da condução de palestras e exposição de vídeos

que trataram de temas como:

- o que são Agrotóxicos;

- os Agrotóxicos e a Saúde (intoxicação, doenças, resíduos de produtos em alimentos, EPI) –

exposição da reportagem “O impacto do uso de agrotóxicos à saúde” (Profissão Repórter);

- os Agrotóxicos e o Meio Ambiente (contaminação ambiental, descarte de embalagens,

logística reversa, tríplice lavagem, fracionamento, descrição de rótulos) – exposição do vídeo

“Uso correto e seguro de defensivos agrícolas: disseminando boas práticas agrícolas”

(ANDEF);

- a Lei dos Agrotóxicos e suas implicações judiciais – exposição do vídeo “Uso de

agrotóxicos no Brasil” (Caminhos da Reportagem - TV Brasil).

A capacitação foi realizada em dois momentos distintos: (1) através de exposição

prática do EPI, explicando seu funcionamento e utilização; (2) investigação manual de rótulos

de produtos agrotóxicos.

Fase 4: Dinâmica de Grupo

Com todos os alunos reunidos, no último dia de encontro, propôs-se a realização do

“Jogo dos Agrotóxicos” (Anexo 6.3), um jogo de tabuleiro em tamanho real, onde os

obstáculos encontrados são questões que resumem todo o conhecimento adquirido durante o

projeto, para verificar de forma lúdica se o objetivo foi cumprido.

No jogo, um aluno representante de cada grupo se comportou como peça do tabuleiro,

podendo a qualquer momento buscar auxílio de seus companheiros para responder às questões

atingidas, porém só o representante tinha a palavra final de resposta. Cada casa presente no

tabuleiro continha as informações e regras (punições e recompensas) a serem seguidas e

através do manuseio de um dado, que somente o representante utilizava, as casas eram

avançadas. No decorrer do jogo, dois mediadores (as autoras deste trabalho) orientavam os

grupos em suas dúvidas e agiam como juízes.

5

2.3 Análise de Dados

Para avaliar as fases 1 e 3 as respostas foram mensuradas por porcentagem, através

da frequência de ocorrência. As fases 2 e 4 foram avaliadas por descrição de comportamentos

e comentários através de registro em diário.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A escola demonstrou resistência de colaboração nas primeiras fases do projeto,

dificultando o acesso às turmas, tanto quanto à disponibilidade de horário como quanto à

presença de alunos em sala, que por vezes prolongavam o intervalo ou se abstinham de entrar

em sala. O apoio real foi verificado somente na última fase do projeto.

Os alunos do 6º ano que participaram do projeto possuíam faixa etária entre 11 a 16

anos, sendo sua maioria representada por crianças de 13 anos (40,9%), enquanto alunos do 9º

ano possuíam idade entre 14 a 17 anos, em sua maioria com 15 anos (50%).

Houve evasão de alunos durante as fases de execução do projeto (Tab.1), sendo

verificados como motivos desta: a falta de interesse pelo assunto, a falta de concordância com

os fatos mostrados, falta de apoio por educadores e direção, e o período em que o projeto foi

executado (últimas semanas do ano letivo).

Tabela 1: Frequência de alunos do 6º e 9º anos de Escola Municipal da Zona Rural de

Campos dos Goytacazes/RJ durante a execução do projeto. (1): avaliação pré-projeto e ciclo

de palestras. (2): avaliação pós-projeto. (3): dinâmica de grupo.

TURMA FASE 1 FASE 2 FASE 3

6º ano 100% 58,3% 75%

9º ano 85,7% 23,8% 28,6%

Alunos do 6º ano relataram que a professora de ciências já havia trabalhado o tema

“O veneno está na mesa”, que trata da contaminação dos alimentos por agrotóxicos. Isso

explica o maior comprometimento desses alunos com o projeto, pois a barreira do

desconhecido já havia sido rompida anteriormente por uma pessoa do convívio deles, da qual

eles têm confiança.

6

Alunos do 9º ano, já mais amadurecidos, se demonstraram desconfiados. Nos

primeiros contatos questionavam “o que sabem sobre isso?” e resmungavam dizendo “nem

são da roça”; “não sabem de nada”. Após a primeira fase, um dos alunos e outros que não

haviam participado influenciou a maioria a não mais participar do projeto. Sendo o aluno

participante, o mesmo que demonstrou utilizar agrotóxicos sem EPI em sua propriedade.

3.1 Fases 1 e 3 - Questionários

3.1.1 Questionários Pré-conceituais e Pós-conceituais

Inicialmente, a turma de 6º ano elencou como “as cinco palavras que vem em sua

cabeça quando falamos Agrotóxico”: (1) doenças; (2) plantas/ veneno/ poluição; (3)

contaminação/verduras; (4) alimentos/ frutas; (5) terra/ morte. Demonstrando-se pouco menos

confusos da segunda vez em que foi solicitado o mesmo: (1) doenças; (2) poluição; (3) morte;

(4) proibido; (5) perigo/ frutas. A turma do 9º ano, por sua vez, elencou as seguintes palavras

no questionário pré-conceitual: (1) contaminação; (2) doenças; (3) saúde; (4) alimentos; (5)

veneno/ morte/ solo/ poluição/ tóxico. Enquanto no pós-conceitual essas foram: (1) doenças;

(2) morte; (3) veneno; (4) tóxico; (5) perigoso.

A palavra “doenças” sempre lidera o ranking de relação a agrotóxicos tanto para

crianças do 6º como para crianças do 9º ano, o que evidencia a preocupação e consciência

prévia de que os agrotóxicos prejudicam a saúde. Além disso, a palavra “morte” também é

citada por ambas as turmas. Logo, os alunos compreenderam o termo, visto que segundo

FRANZ e LINK (2011), a terminologia “agrotóxico” coloca em evidência a toxicidade desses

produtos para o meio ambiente e saúde humana.

Os riscos de intoxicação devido ao uso inadequado de agrotóxicos não aparecem

somente durante a aplicação desses produtos nas lavouras, mas também podem ser causados

através dos resíduos deixados pelo descarte indevido das embalagens, que contêm resíduos

químicos que colocam em risco a população e o meio-ambiente (LARANJEIRA JÚNIOR et

al, 2013).

Ao questionar “o que deve ser feito com as embalagens vazias de agrotóxicos”,

observa-se que alunos do 6º ano não sabiam ao certo o que fazer e que a maioria (36%)

achava que “queimar” era o correto, porém, após as palestras, a resposta indicada foi a certa,

segundo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, “devolver na loja onde foi comprado o

7

produto” (78,6%). Já os alunos do 9º ano, desde o questionário pré-conceitual, escolheram em

maioria a resposta correta (Tab.2).

Tabela 2: Frequência de escolha entre quatro opções de resposta para a pergunta “O que deve

ser feito com as embalagens vazias de agrotóxicos?” realizada em questionários pré-

conceituais e pós-conceituais para turma do 6º e 9º anos de Escola Municipal da Zona Rural

de Campos dos Goytacazes/RJ.

O que deve ser feito com as embalagens vazias de agrotóxicos?

Opções de resposta Frequência de Respostas (%)

6º ano 9º ano

Pré Pós Pré Pós

Reutilizar 12 0 16,7 20

Jogar fora junto com lixo comum 20 0 11,1 0

Devolver na loja onde foi comprado 24 78,6 44,4 80

Queimar 36 7,1 22,2 0

Não Responderam 8 14,3 5,6 0

Os alunos foram capazes de entender sobre a necessidade de realizar a tríplice

lavagem para que a logística reversa possa ser empregada e para que os riscos de

contaminação sejam minimizados. Visto que é normal entre produtores rurais menos

instruídos, encontrar embalagens de agroquímicos deixados em meio à lavoura, bem como

recipientes como latas de agrotóxicos sendo utilizadas para armazenar alimentos, como

verificado por MACIEL et al (2011) no município de Varre-Sai/ RJ.

Na abordagem sobre aplicação de agrotóxicos, pediu-se para dizer “o que você

entende sobre EPI”. Previamente, somente duas crianças do 6º ano e uma do 9º ano souberam

explicar algo sobre o significado de EPI: “roupa individual que você usa para aplicar

agrotóxico”; “usar proteção na frente”; “roupa que utiliza para aplicar agrotóxico”. Porém,

posteriormente às palestras, 78,5% da turma do 6º ano demonstraram a aquisição deste

conceito e, destas, 57,1% conseguiram aprender o significado da sigla, utilizando

“Equipamento de Proteção Individual” em sua resposta, assim como 100% da turma do 9º

ano.

Quando o assunto foi o local de armazenamento de agrotóxicos, os alunos

demonstraram bom senso na escolha da resposta. Inicialmente, 72% dos alunos de 6º ano e

66,7% dos alunos de 9º ano optaram por “armazenamento em armário fora de casa” e, após

abordar o assunto, 78,6% do 6º ano e 80% do 9º ano continuaram a responder corretamente,

além disso, é interessante notar que eles nunca optaram por “armário de alimentos” (Tab.3).

8

As respostas descritas em “outros” também demonstram aquisição de conhecimento quando

se avalia respostas pré e pós-conceituais (Quad.1).

Tabela 3: Frequência de escolha entre quatro opções de resposta, em questionários pré e pós-

conceituais, para a pergunta “Em que local você guardaria um produto agrotóxico?” realizada

em turma do 6º e 9º anos de Escola Municipal da Zona Rural de Campos dos Goytacazes/RJ.

Em que local você guardaria um produto agrotóxico?

Opções de resposta Frequência de Respostas (%)

6º ano 9º ano

Pré Pós Pré Pós

Armário de alimentos 0 0 0 0

Armário de materiais de limpeza 8 0 5,6 0

Armário fora de casa 72 78,5 66,7 80

Outros 20 21,5 27,7 20

Quadro 1: Respostas utilizadas por alunos do 6º ano de Escola Municipal da Zona Rural de

Campos dos Goytacazes/RJ para a pergunta “Em que local você guardaria um produto

agrotóxico?” ao optarem pela opção “outros”.

Em que local você guardaria um produto agrotóxico?

6º ano

Pré-conceitual

“Armário trancado com cadeado.”

“Em lugar próprio.”

“Em lugar alto.”

“Local sem animal e criança.”

Pós-conceitual

“Em local onde só tenha veneno.”

“Num local seguro.”

9º ano

Pré-conceitual

“Garagem, local alto.”

“Armário do banheiro.”

“Galpão ou lugar reservado fora de casa.”

“Em cima de um armário.”

Pós-conceitual

“Protegido de chuva e fora do alcance de crianças e animais.”

“Local reservado para os produtos.”

9

Para evitar acidentes e contaminações, os cuidados com esses produtos devem ser

observados em todas as etapas (BEDOR et al., 2007), o que inclui seu armazenamento, que

deve ser realizado em local próprio, fora de casa, ao abrigo do sol e chuva, em ambiente

aerado, suspenso ao solo e fora do alcance de crianças e animais, o que foi compreendido

pelos alunos (Quad.1).

BEDOR et al. (2009), lista como fator de intoxicação a não utilização do Receituário

Agronômico. Os alunos demonstraram bom senso quanto a este aspecto ao sinalizarem que a

receita de um especialista é necessária para se comprar agrotóxico, no entanto, também

optaram, mesmo após as palestras por indicação de vendedor e autoconhecimento, o que

demonstra restrição quanto à credibilidade de se obter o receituário, provavelmente devido a

exemplos familiares.

Neste sentido, alunos do 6º ano demonstraram incerteza quanto ao “o que é

necessário para se comprar um produto agrotóxico?”, com a maioria dividida entre “receita de

um especialista” e “autoconhecimento” (32%), porém com grande parte da turma optando

também por “indicação de um vendedor” (28%). As palestras modificam este cenário à

medida que metade dos alunos responde corretamente “receita de um especialista”. Contudo,

para alunos do 9º ano houve decisão superior a 60% indicando a resposta correta (Tab.4).

Tabela 4: Frequência de escolha entre quatro opções de resposta para a pergunta “O que é

necessário para se comprar um produto agrotóxico?” realizada em questionários pré e pós-

conceituais para turma do 6º e 9º anos de Escola Municipal da Zona Rural de Campos dos

Goytacazes/RJ.

O que é necessário para se comprar um produto agrotóxico?

Opções de resposta Frequência de Respostas (%)

6º ano 9º ano

Pré Pós Pré Pós

Indicação de um conhecido 8 0 5,6 0

Receita de um especialista 32 50 61 80

Indicação de um vendedor 28 28,6 16,7 0

Autoconhecimento 32 21,4 16,7 20

Questionou-se sobre o conhecimento sobre a Lei dos Agrotóxicos, se eles sabiam que

existe uma Lei para isto, e 72% dos alunos do 6º ano e 72,2% dos alunos do 9º ano disseram

não ter conhecimento, resultado este que caiu para 14,3% para alunos do 6º ano após o

projeto, o que pode representar alunos que não participaram da palestra específica sobre o

10

assunto, visto que 100% dos alunos do 9º ano manifestaram aquisição desta informação ao

fim do projeto. Contudo, novamente uma informação se faz bastante clara. Ao perguntar se o

uso inadequado de agrotóxicos pode causar alguma doença, mesmo antes das palestras 88%

da turma de 6º ano e 100% da turma de 9º ano dizem acreditar que sim e, após as palestras, o

resultado se mantém para o 9º ano e aumenta para 92,9% no 6º ano, sendo 7,1%

representativo de um aluno que não respondeu à pergunta.

Alguns sintomas ou doenças que podem ser ocasionados por agrotóxicos foram

listados, para que os alunos pudessem selecionar aquele(s) que acreditam ser causados

(Tab.5).

Tabela 5: Frequência de escolha para tipo de doenças ou sintomas que “O uso inadequado de

agrotóxico pode causar” realizada em questionários pré e pós-conceituais para turma do 6º e

9º anos de Escola Municipal da Zona Rural de Campos dos Goytacazes/RJ.

O uso inadequado de agrotóxico pode causar alguma doença?

Opções de resposta Frequência de Respostas (%)

6º ano 9º ano

Pré Pós Pré Pós

Doença de pele 8 0 11,1 0

Doença respiratória 16 0 11,1 0

Irritação da vista 4 0 5,6 0

Dor de estômago e de cabeça 8 7,1 5,6 0

Câncer 4 7,1 22,2 0

Todas as alternativas 56 78,7 44,4 100

Não responderam 4 7,1 0 0

Com relação aos riscos para o meio ambiente, perguntou-se “quais os riscos que o

uso inadequado de agrotóxicos pode causar ao meio ambiente?”. Mais de 60% das turmas

disseram que todas as alternativas apresentadas de contaminação do meio ambiente podem

ocorrer, porém, mesmo quando apresentaram dúvida o 6º ano nunca selecionou a opção

“contaminação da água”, enquanto o 9º ano nunca selecionou “contaminação do ar”. No

entanto, as opções “contaminação da vegetação” e “contaminação dos animais” foram

selecionadas conjuntamente pela turma do 6º ano (Tab.6). Tal seleção múltipla, mesmo que

superficialmente, transparece a preocupação com a contaminação de vegetais e animais, que

pode já ter sido experimentada por eles.

Por fim, foi solicitado que os alunos desenhassem “o que você entende por

agrotóxicos” (Anexo 6.4), onde observa-se que há contato com a realidade de aplicação destes

produtos, pois há desenhos de aplicação aérea, aplicação por pulverizador costal, aplicação a

11

lanço, aplicador com EPI, caveiras, embalagens, entre outros. Sendo que entre os desenhos

pós-conceituais, 57,1% do 6º ano representam caveiras e 60% do 9º ano representam caveiras

ou pictograma contendo caveira (Anexo 6.4), indicando que a maioria apreendeu sobre os

riscos e cuidados ao se utilizar produtos agrotóxicos. Porém, há desenhos representando

adubo como agrotóxico, o que demonstra que a necessidade de explicar melhor sobre quais

produtos agrícolas são classificados como agrotóxicos.

Tabela 6: Frequência de escolha para tipo de doenças ou sintomas que “O uso inadequado de

agrotóxico pode causar” realizada em questionários pré e pós-conceituais para turma do 6º e

9º anos de Escola Municipal da Zona Rural de Campos dos Goytacazes/RJ.

Quais os riscos que o uso inadequado de agrotóxicos pode causar ao meio

ambiente?

Opções de resposta Frequência de Respostas (%)

6º ano 9º ano

Pré Pós Pré Pós

Contaminação do solo 8 0 11,1 0

Contaminação do ar 8 0 0 0

Contaminação da água 0 0 5,6 0

Contaminação da vegetação 8 0 5,6 0

Contaminação dos animais 0 0 11,1 0

Todas as alternativas 60 78,6 66,6 100

Responderam vegetação e animais 8 14,3 0 0

Responderam solo, vegetação e animais 4 0 0 0

Não responderam 4 7,1 0 0

Questionário Complementar

A aplicação de um questionário extra se demonstrou necessário para traçar o perfil

dos alunos e, desta forma, suas respostas e comportamento durante o projeto fossem melhores

compreendidos.

Inicialmente solicitamos que citassem cinco culturas agrícolas que já plantaram ou

sabem plantar. Alunos do 6º ano citaram: (1) aipim; (2) milho; (3) tomate; (4) alface/ abacaxi;

(5) maracujá. Alunos do 9º ano citaram: (1) feijão; (2) abacaxi; (3) aipim/ milho/ cana; (4)

maracujá; (5) abóbora. Esta informação explica o porquê de relacionarem “frutas”, “verduras”

e “alimentos” quando pensam na palavra “agrotóxico”, além de ajudar a entender alguns

desenhos.

Depois pedimos para citarem produtos agrícolas que conhecem. No total, somente

quatro alunos citaram “agrotóxicos”, “Roundup®”, “tarjas de embalagens agrotóxicos”, sendo

12

a maior parte das respostas composta por “milho para papa” e “adubo para planta

desenvolver”. O que revela que a maioria dos alunos que participaram da Fase 3 do projeto

não têm contato direto com produtos agrotóxicos.

Quando perguntamos “você utiliza ou já utilizou algum agrotóxico?”, somente dois

alunos do 6º ano responderam que sim: “próprio para colheita”. No entanto, alunos do 6º e 9º

ano que haviam relatado utilizar Roundup® não participaram desta fase do projeto.

Perguntou-se também “você já sentiu algum tipo de mal estar após aplicar, manusear,

ou estar próximo de locais onde foram aplicados agrotóxicos?”. Mais de 75% dos alunos

responderam que não, mas cinco alunos no total relataram sentir dores de cabeça fortes ou

irritação na vista. O que pode ser explicado através de outro questionamento realizado “você

sabe de alguém que utiliza agrotóxicos?”. Neste caso, mais de 80% relataram que sim, sendo

mais de 60% parentes próximos das crianças (pai, tio, primo, avós) (Fig.1).

SOARES et al. (2003) afirma que o agricultor desprotegido possui mais de 70% de

chance de intoxicação e PERES et al. (2004) lista como principais sintomas de intoxicação:

dores de cabeça, dor de barriga e tonteira.

Figura 1: Porcentagem de alunos do 6º e 9º anos de Escola Municipal da Zona Rural de

Campos dos Goytacazes/RJ que conhecem pessoas que utilizam agrotóxicos.

Como em questionários anteriores os alunos demonstraram se preocupar com a

relação dos agrotóxicos com a saúde, perguntou-se “você tem medo de adoecer ou de que

alguém próximo a você adoeça por utilizar agrotóxico?”: 87,5% de todos os alunos

responderam “sim”.

62,5%

20,8%

16,7%

Pessoas que utilizam Agrotóxicos

parentes

conhecidos

não conhece

13

3.2 Fase 2 - Ciclo de Palestras

3.2.1 Agrotóxicos e Saúde

Realizamos uma palestra de abertura, em uma linguagem adequada aos alunos,

introduzindo o tema “Agrotóxicos” e, devido ao tempo disponibilizado pelo colégio,

abordamos o tema “ Agrotóxicos e Saúde”. Ao final das palestras e apresentação de vídeos,

houve uma parte prática e dinâmica sobre utilização de Equipamento de Proteção Individual

(EPI).

As palestras e vídeos sensibilizaram os alunos para os riscos à saúde. O vídeo

mostrou reportagens próximas à sua realidade, como Cariacica e Domingos Martins, ambas

cidades do estado do Espírito Santo, o que os deixou mais atentos à dinâmica do que é, pra

que serve e como se utilizar o EPI, devido aos problemas de saúde relatados. Neste momento,

os alunos se ofereceram para vestir o equipamento (Fig.2) e surgiram muitas questões sobre a

importância de se proteger.

Figura 2: Capacitação de alunos de 6º e 9º anos de Escola Municipal da Zona Rural de

Campos dos Goytacazes/RJ, quanto à utilização correta do Equipamento de Proteção

Individual (EPI) realizado pelas pós-graduandas.

Três alunos relataram utilizar Roundup® em sua propriedade, porém sem a proteção

necessária, utilizando somente camisa comprida, bermuda e chinelo, o que vai contra as

indicações do próprio produto. Os alunos compreendiam a utilização deste agrotóxico, pois

disseram que “não mata só mato, mata tudo”. Mesmo assim, confessaram não trocar de roupa

14

nem tomar banho após a aplicação, mas sim que “às vezes a gente sai direto e vai comer” ou

“muitas vezes encontrava as meninas depois”.

Os alunos reclamaram que o equipamento é muito quente e que a máscara dificulta a

respiração. Mas a maioria entendeu o porquê do equipamento ser desconfortável, pois não

permite que o agrotóxico penetre pela roupa nem pela máscara.

As mesmas reclamações também são de trabalhadores rurais, que dizem que EPI é

desconfortável, que dificulta a locomoção e causa excessivo calor (Soares et al, 2003). De

forma que mesmo os agricultores que utilizam nem sempre o empregam adequadamente, ou o

fazem em partes (Silva et al, 2001; Castro et al, 2011), acreditando estarem seguros.

3.2.2 Agrotóxicos e Meio Ambiente

Nesta etapa, também através de palestras e vídeos, demonstraram-se os riscos dos

agrotóxicos ao meio ambiente, assim como a importância de proceder à utilização correta

destes, desde sua aquisição até sua destinação final.

Os alunos foram capazes de entender o porquê de não queimar ou reutilizar

embalagens de agrotóxicos, assim como a importância de não se abandonar estas embalagens

na lavoura após o uso. Compreenderam que os resíduos que vão para o solo, podem nos

prejudicar direta ou indiretamente, contaminando o meio ambiente.

Como parte prática, embalagens de agrotóxicos foram disponibilizadas, todas lacradas

e embaladas em sacos plásticos, sem nenhum risco para quem as manuseasse, para que os

alunos pudessem explorar seu rótulo e informações, e aprender sobre os pictogramas, assim

puderam observar a descrição de qual equipamento de proteção utilizar, qual o risco ao meio

ambiente, como preparar a embalagem para descarte e a relacionar a cor da tarja das

embalagens com seu potencial tóxico.

Alunos se espantaram ao perceber que tinham em casa produtos com tarja vermelha

(extremamente tóxicos): “tenho vermelho e amarelo em casa”; “não sabia que vermelho era

isso”; “tem um grandão vermelho em casa”. Outros se assustaram ao descobrir que

Roundup® tem de várias categorias de toxicidade (cores).

3.2.3 Agrotóxicos e sua Legislação vigente

Por fim, apresentou-se a “Legislação dos Agrotóxicos” e outras Leis pertinentes para

os alunos, focando em artigos de interesse e relevância para eles:

15

- Lei de Agrotóxicos, art. 6º: competirá aos usuários a devolução das embalagens vazias dos

produtos ao estabelecimento onde foram adquiridos no prazo de até um ano após a compra; o

fracionamento e a reembalagem só poderão ser feitos pelo fabricante ou estabelecimento

credenciado e em local e condições autorizados por órgão competente; art. 13º: venda deverá

ser realizada por receituário emitido por profissional habilitado; art. 17º: risco de apreensão

do produto ou alimentos contaminados.

- Decreto nº 4.074/02, art. 65º: a receita deve ser específica para cada cultura ou problema e

ainda conter as informações pertinentes;

- Lei de Resíduos Sólidos (Lei nº 12305/10), art. 20º, inc. V: estão sujeitos à elaboração de

plano de gerenciamento de resíduos sólidos os responsáveis por atividades agrossilvopastoris,

se exigido pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa; art. 33º, inc. I: são

obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos

produtos após uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza

urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importados, distribuidores e

comerciantes de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja

embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de

resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do

Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas.

- Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), art. 54º: causar poluição de qualquer natureza

em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem

mortandade de animais ou a destruição significativa da flora; art. 56º: criminaliza o ato de

produzir, embalar, processar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar,

armazenar, guardar, ter em depósito, ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva

à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis

ou nos seus regulamentos.

Os alunos demonstraram-se preocupados quando foram expostas as penas e multas

sujeitas para quem descumpra a Lei. Um aluno mencionou “vou avisar meu avô”. Porém,

mesmo após apresentar que segundo a Lei crianças não podem manusear nem aplicar

agrotóxicos, alguns achavam que não se aplicava a eles, afinal, “não sou criança”.

Após a palestra, um vídeo mostrando como a fiscalização age em favor da Lei foi

apresentado.

16

3.3 Fase 4 - Dinâmica de grupo

Ao aplicar o Jogo dos Agrotóxicos (Fig. 3) para as turmas do 6º e 9º ano, foi

solicitado que se dividissem em três grupos e se autonomeassem. Sem que fosse solicitado

que o fizessem dentro do tema “Agrotóxicos”, dois dos três grupos escolheram nomes

temáticos: (1) os reis do ano; (2) Roundup®; (3) contra agrotóxicos.

O grupo “contra agrotóxicos” foi o vencedor, contudo todos os grupos demonstraram

conhecimento no jogo, respondendo corretamente todas as perguntas encontradas em seus

obstáculos. Nesta fase, perante às questões submetidas em jogo, os alunos não apresentaram

dúvidas conceituais.

Figura 3: Jogo dos Agrotóxicos em tamanho real montado em Escola Municipal da Zona

Rural de Campos dos Goytacazes/RJ e seção de premiação simbólica aos grupos participantes

de alunos do 6º e 9º anos realizada pelas pós-graduandas.

4. SUGESTÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

As escolas, principalmente, as rurais, devem dar mais apoio a projetos que orientem

as crianças no campo, quanto aos riscos dos agrotóxicos ao ambiente e à saúde.

Alunos mais novos, do 6º ano, se demonstraram mais interessados no projeto, apesar

de menos maduros. Porém, em geral, todos os alunos demonstram consciência quanto aos

riscos que os agrotóxicos trazem à saúde e ao meio ambiente.

17

As turmas foram capazes de compreender a importância do manuseio, aplicação e

descarte correto de agrotóxicos e demonstraram curiosidade excessiva quanto à utilização de

Roundup®, que pela falta de tempo disponível, não pode ser plenamente abordado.

Os alunos adquiriram consciência que há uma Lei que regulamenta a utilização dos

Agrotóxicos e de quais são as consequências para quem não a respeitar.

Os alunos já tinham consciência de que o uso inadequado de agrotóxicos pode vir a

causar algumas doenças, porém com o trabalho eles aprenderam outros riscos e de que

maneira evitá-los.

Para projetos posteriores, são deixadas as seguintes ideias como sugestões:

- criação de palestras para assentados da região com material e dados do atual

trabalho;

- elaboração de informativos sobre o tema agrotóxicos e folders específicos sobre

Roundup®;

- elaboração de uma cartilha dos agrotóxicos para serem entregues a alunos e pais de

Escolas de Zona Rural.

5. REFERÊNCIAS

ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal. Uso correto e seguro de defensivos

agrícolas: disseminando boas práticas agrícolas. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=34KyBksAHto. Acesso em: nov.2015.

BEDOR, C.N.G.; RAMOS, L.O.; PEREIRA, P.J.; RÊGO, M.A.V.; PAVÃO, A.C.;

AUGUSTO, L.G.S. Vulnerabilidades e situações de riscos relacionados ao uso de agrotóxicos

na fruticultura irrigada. Revista Brasileira de Epidemiologia, 12 (1), 39-49 p., 2009.

BEDOR, C.N.G.; RAMOS, L.O.; RÊGO, M.A.V.; PAVÃO, A.C.; AUGUSTO, L.G.S.

Avaliação e reflexão da comercialização e utilização de agrotóxicos na região do sub médio

do vale do São Francisco. Revista Baiana de Saúde Pública, 31, 68-76 p., 2007.

BIANCHI, C.; MELO, W. Desenvolvimento de um projeto de ação pedagógica para

conscientização ambiental com alunos de 9º ano do Ensino Fundamental. Revista Electrónica

de Enseñanza de las Ciencias, 8 (3), 976-1003 p., 2009.

BRASIL, 1989. Lei n.0 7.802. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a

embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda

comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens,

o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências. De 11 de julho de 1989.

18

BRASIL, 1998. Lei n.0 9.605. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de

condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. De 12 de fevereiro

de 1998.

BRASIL, 2002. Decreto-Lei n.0 4074. Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989,

que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o

transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a

importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a

classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins,

e dá outras providências. De 04 de janeiro de 2002

BRASIL, 2010. Lei n.0 12305. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº

9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. De 02 de agosto de 2010.

CAMINHOS DA REPORTAGEM – TV Brasil. Uso de agrotóxicos no Brasil. Reportagem

exibida em 24 de maio de 2011. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=zBdWxBFNDis. Acesso em: nov.2015.

CASTRO, M. G. G. M.; FERREIRA, A. P.; MATTOS, I. E. Uso de agrotóxicos em

assentamentos de reforma agrária no Município de Russas (Ceará, Brasil): um estudo de caso.

Epidemiologia e Serviços de Saúde, 20 (2) 2011.

FRANZ, A.; LINK, D. Um olhar sobre a utilização de agrotóxicos no município de Novo

Barreiro/RS, através do projeto de educação ambiental, aplicado nas séries finas do ensino

fundamental na Escola Municipal de Ensino Fundamental Zeferino Brasil. Monografias

Ambientais, 4 (4): 672-695 p., 2011.

GREGOLIS, T. B. L.; PINTO, W. J.; PERES, F. Percepção de riscos do uso de agrotóxicos

por trabalhadores da agricultura familiar do município de Rio Branco, Revista Brasileira de

Saúde Ocupacional, 37 (125), 99-113 p., 2012.

LARANJEIRA JÚNIOR, A.L.R., EVANGELISTA JÚNIOR, W.S., SOUZA, L.P., XAVIER

JÚNIOR, O.S., NETO, A.L., PEREIRA, D.L., SANTOS, D.C.A. Diagnóstico do uso de

agrotóxico na agricultura familiar na região de Serra Talhada-PE. XIII JORNADA DE

ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 3p. Disponível em:

http://www.eventosufrpe.com.br/2013/cd/resumos/R0202-1.pdf. Acesso em jan.2016.

MACIEL, C.P. Formas de gestão e educação ambiental em uma unidade de produção

agrícola: o caso do sítio Panorama no município de Varre Sai–RJ. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Ambiental) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense –

Campos dos Goytacazes-RJ, 101 p. 2011

PERES, F. Percepção das condições de trabalho em uma tradicional comunidade agrícola em

Boa Esperança, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Revista Saúde Pública, 20 (4), 1.059-

1.068 p., 2004.

PROFISSÃO REPÓRTER – Rede Globo de Televisão. O impacto do uso de agrotóxicos à

saúde. Reportagem exibida em 03 de novembro de 2015. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=_7QtkIEoexs. Acesso em: nov.2015.

19

SILVA, J. J. O.; ALVES, S. R.; MEYER, A.; PEREZ, F.; SARCINELLI, P. N.; MATTOS,

R.; C. C., MOREIRA, J. C. Influência de fatores socioeconômicos na contaminação por

agrotóxicos. Revista Saúde Pública, 35 (2), 130-135 p., 2001.

SIQUEIRA, S.L.; KRUSE, L.H.M. Agrotóxicos e saúde humana: contribuição dos

profissionais do campo da saúde. Revista Escola de Enfermagem da USP, 42 (3), 573-579 p.,

2008.

SOARES, W.; ALMEIDA, R.M.V.R.; MORO, S. Trabalho rural e fatores de risco associados

ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 19 (4),

1117-1127 p., 2003.

20

6. ANEXOS

21

6.1 Questionário pré e pós-conceitual

Aluno:______________________________________________________________________

Idade: _______________________________ Ano: ________________________________

1) Cite cinco palavras que vem em sua cabeça quando falamos “Agrotóxico”.

______________________________ _________________________________

______________________________ _________________________________

______________________________

2) O que deve ser feito com as embalagens vazias de agrotóxicos?

a. Reutilizar c. Devolver na loja onde foi comprado

b. Jogar fora com lixo comum d. Queimar

3) Diga o que você entende da sigla EPI.

_____________________________________________________________________

4) Em que local você guardaria um produto agrotóxico?

a. Armário de alimentos c. Armário fora de casa

b. Armário de materiais de limpeza d. Outros.

5) O que é necessário para se comprar um produto agrotóxico?

a. Indicação de um conhecido c. Indicação de um vendedor

b. Receita de um especialista d. Autoconhecimento

6) Você sabia que existe uma lei específica para os agrotóxicos? ( ) sim ( ) não

7) Na sua opinião, o uso inadequado de agrotóxicos pode causar alguma doença? Se sim,

qual(s) doença(s) poderiam causar?

( ) sim ( ) não

a. Doença de pele d. Dor de estômago e de cabeça

b. Doença respiratória e. Câncer

c. Irritação da vista f. Todas as alternativas

8) Quais os riscos que o uso inadequado de agrotóxicos pode causar ao meio ambiente?

a. Contaminação do solo d. Contaminação da vegetação

b. Contaminação do ar e. Contaminação dos animais

c. Contaminação da água f. Todas as alternativas

9) Faça um desenho que represente o que você entende por agrotóxicos.

22

6.2 Questionário complementar

Aluno:______________________________________________________________________

Idade: _______________________________ Ano: ________________________________

1) Liste cinco culturas agrícolas que já plantou ou sabe plantar.

______________________________ _________________________________

______________________________ _________________________________

______________________________

2) Cite produtos agrícolas que conhece dizendo para que são utilizados.

_____________________________________________________________________

3) Você utiliza ou já utilizou algum agrotóxico? ( ) sim ( ) não

4) Você sabe de alguém que utiliza agrotóxicos? Quem? ( ) sim ( ) não

_____________________________________________________________________

5) Você já sentiu algum tipo de mal estar após aplicar, manusear ou estar próximo de

locais onde foram aplicados agrotóxicos? O que sentiu? ( ) sim ( ) não

_____________________________________________________________________

6) Você tem medo de adoecer ou de que alguém próximo a você adoeça por utilizar

agrotóxicos? ( ) sim ( ) não

23

6.3 Jogo dos Agrotóxicos

24

6.4 Desenhos de alunos de 6º e 9º anos sobre o que entendem por Agrotóxicos.

Pré-conceitual: 6º ano

Pós-conceitual: 6º ano

25

Pré-conceitual: 9º ano

Pós-conceitual: 9º ano