agroindústrias em alegrete-rs, e o licenciamento ambiental
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Critérios do Licenciamento AmbientalTRANSCRIPT
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FARROUPILHA-CAMPUS ALEGRETE
CARLOS EDUARDO DO CARMO MOTA
AGROINDÚSTRIAS EM ALEGRETE/RS E O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
ALEGRETE
2011
Trabalho apresentado como requisito para obtenção do titulo de Tecnólogo em Agroindústria, do Curso Superior de Tecnologia em Agroindústria do Instituto Federal Farroupilha-Campus Alegrete.
Orientador: Prof. EBTT. Lauren Morais da Silva
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FARROUPILHA-CAMPUS ALEGRETE
O Orientador, Prof. Lauren Morais da Silva e o Estagiário, Carlos Eduardo do
Carmo Mota, abaixo assinados, cientificam-se do teor do Relatório de Atividades de
Estágio, do curso Superior de Tecnologia em Agroindústria.
RELATÓRIO DE ATIVIDADES
DE ESTÁGIO
Elaborado por
Carlos Eduardo do Carmo Mota
Como requisito parcial para obtenção do título de
Tecnólogo em Agroindústria
Laurem Morais da Silva
(Orientador)
Carlos Eduardo do Carmo Mota
(Estagiário)
ALEGRETE 2011
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1 Estagiário
1.1 Nome: Carlos Eduardo do Carmo Mota
1.2 Curso: Superior de Tecnologia em Agroindústria
1.3 Turma: 601
1.4 Endereço: Rua Plínio Brasil Milano nº. 290, Ibirapuitã
1.5 Alegrete/RS
1.6 CEP: 97546-180
1.7 Telefone: (55) 96813342
1.8 E-mail: [email protected]
2 Empresa
2.1 Nome: Prefeitura Municipal de Alegrete
2.2 Endereço: Rua Major João Cezimbra Jaques nº. 200, Cidade Alta
2.3 Cidade: Alegrete/RS
2.4 CEP: 97540-000
2.5 Telefone: (55) 3961-1678
2.6 E-mail: [email protected]
3 Estágio
3.1 Área de realização: Secretaria Municipal do Meio Ambiente
3.2 Coordenador do Curso: Fernanda Ortolan
3.3 Professor Orientador no Instituto Federal Farroupilha – Campus Alegrete: Lauren
Morais da Silva
3.4 Supervisor de Estágio na Empresa: Júlio Cesar Rech Anhaia
3.5 Carga Horária Total: 366 horas
3.6 Data início e término: 23 de fevereiro de 2010 a 19 de agosto de 2010
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Centro administrativo municipal…………………………………..….. 21
Figura 2: Corpo técnico da SEMMAM…………………….…..………………… 22
Figura 3: Organograma da SEMMAM…………………………………………... 22
Figura 4: Fábrica de massas alimentícias 1…………………….……………... 24
Figura 5: Fábrica de massas alimentícias 2…………………………………… 25
Figura 6: Utensílios acondicionados de forma irregular…..…........................ 25
Figura 7: Abatedouro sem tratamento de efluentes……….….………………. 28
Figura 8: Depósito temporário não impermeabizado………….………………. 29
Figura 9: Disposição de resíduos de forma irregular 1………………..……… 29
Figura10: Disposição de resíduos de forma irregular 2………….……………. 30
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Subclasses: Fabricação de Produtos Alimentícios….…………………....11
TABELA 2: Atividades que necessitam de licenciamento ambiental municipal.........12
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LISTA DE ABREVIATURAS
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.
CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente.
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente.
FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental.
SEMMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica.
LP - Licença Prévia.
LI – Licença de Instalação.
LO – Licença de Operação.
LU – Licença Única.
PMA – Prefeitura Municipal de Alegrete.
MPE – Ministério Público Estadual.
JECRIM – Juizado Especial Criminal.
CONFEA – Conselho Federal de Arquitetura e Agronomia.
PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente.
EIA – Estudo de Impacto Ambiental.
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental.
AIA – Avaliação de Impacto Ambiental.
PATRAM – Patrulha Ambiental.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 9
1 TRABALHOS REALIZADOS DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO. 10
1.1 TRABALHOS ADMINISTRATIVOS............................................................ 10
1.2 TRABALHOS DE CAMPO.......................................................................... 10
2 DEFINIÇÃO DE AGROINDÚSTRIA........................................................... 11
2.1 AGROINDÚSTRIAS QUE NECESSITAM DE LICENCIAMENTO.............. 11
2.2 AGROINDÚSTRIAS LICENCIADAS NO MUNICÍPIO DE ALEGRETE...... 12
2.3 O QUE É O LICENCIAMENTO AMBIENTAL.............................................. 13
2.3.1 Licença Prévia............................................................................................ 14
2.3.2 Licença de Instalação................................................................................. 15
2.3.3 Licença de Operação.................................................................................. 15
2.3.4 Licença Única............................................................................................. 15
2.3.5 Prazo legal para o Licenciamento............................................................... 17
2.3.6 Renovação da Licença Ambiental.............................................................. 17
3 COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO............................................ 17
4 A RESPONSABILIDADE PELA AGROINDÚSTRIA................................... 18
5 SANSÕES IMPOSTAS NO DESCUMPRIMENTO DAS LICENÇAS
AMBENTAIS................................................................................................
19
5.1 IMPACTOS CAUSADOS PELA AGROINDÚSTRIA................................... 20
6 ATIVIDADES REALIZADAS NA SEMMAM................................................ 21
6.1 COMPOSIÇÃO DOS SERVIDORES DA SEMMAM................................... 21
6.2 ORGANOGRAMA DA SEMMAM................................................................ 22
6.3 CRITÉRIOS DO LICENCIAMENTO DE PADARIAS................................... 23
6.3.1 Atividades realizadas em Padarias no Município de Alegrete..................... 24
6.4 CRITÉRIOS DO LICENCIAMENTO DE ABATEDOUROS......................... 26
6.4.1 Atividades realizadas em Abatedouros....................................................... 27
7 PROCEDIMENTOS REALIZADOS NA FISCALIZAÇÃO DE
AGROINDÚSTRIAS NO MUNICÍPIO DE ALEGRETE...............................
30
8
7.1 PROCEDIMENTOS EM AGROINDÚSTRIAS DEVIDAMENTE
LICENCIADAS.............................................................................................
31
7.2
7.2.1
PROCEDIMENTOS EM AGROINDÚSTRIAS NÃO
LICENCIADAS.............................................................................................
Lavratura de Termo Circunstanciado..........................................................
31
31
7.2.2 Responsabilidade Administrativa................................................................ 32
7.2.3 Responsabilização Civil da Agroindústria................................................... 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 35
APÊNDICES A........................................................................................................ 37
APÊNDICES B........................................................................................................ 39
APÊNDICES C....................................................................................................... 43
ANEXO A................................................................................................................ 49
ANEXO B................................................................................................................ 56
LIST
A DE FIGURAS
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INTRODUÇÃO
Tendo como base o estágio curricular estabelecido pelo Curso Superior de
Tecnologia em Agroindústria do Instituto Federal Farroupilha-Campus Alegrete,
foram realizadas as atividades na Prefeitura Municipal de Alegrete (PMA), junto à
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM), situada no Centro
Administrativo na Rua Major João Cezimbra Jaques nº 200, bairro Cidade Alta, no
município de Alegrete – RS – Brasil, no período de 23 de fevereiro de 2010 a 19 de
agosto de 2010, totalizando (trezentos e sessenta e seis horas).
O intuito de realizar o estágio Curricular Supervisionado foi de explanar,
divulgar e esclarecer a problemática encontrada nas agroindústrias do município de
Alegrete referente ao Licenciamento Ambiental que resultam em impactos no meio
ambiente e sansões impostas, fiscalizando e auxiliando a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente na aplicação das normas técnicas exigidas pela legislação ambiental
em vigor.
O município de Alegrete possui diversas Agroindústrias sendo o foco do meu
estágio os abatedouros e as padarias.
A capacitação profissional dos futuros Tecnólogos é de suma importância,
sua atividade fim disporá de atribuições próprias e responsabilidades técnicas sobre
a agroindústria onde atuará sendo necessária à anotação de responsabilidade
técnica (ART) ao qual o profissional se filiará ao um conselho regional referente à
sua profissão.
Portanto, cada uma das colocações supramencionadas serve como fontes de
consulta, instrumento de apoio ao público no licenciamento da agroindústria,
destacando as problemáticas constatadas no período de aprendizagem que foi
proporcionada na SEMMAM.
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1 TRABALHOS REALIZADOS DURANTE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO Durante o estágio foram realizadas atividades administrativas referentes ao
licenciamento de Agroindústrias do município, atividades fiscalizatórias de campo em
padarias, abatedouros e demais empreendimentos agroindustriais tão como
participação de reuniões junto aos conselhos municipais, criação de cartilhas e
banners no apoio à comunidade, conforme apêndices “A” e “B”.
1.1 TRABALHOS ADMINISTRATIVOS
Foram realizados diversos trabalhos administrativos de aprendizagem na
SEMMAM junto ao setor de licenciamento, nos processos de renovação e de
solicitação de licenças, esclarecimentos para o público e orientações sobre os
procedimentos licenciatórios oriundos de cada atividade agroindustrial.
Na Prefeitura Municipal de Alegrete existe um protocolo geral localizado no
antigo prédio sede da Prefeitura situado na Praça Getúlio Vargas centro da Cidade e
outro protocolo junto ao novo Centro Administrativo, é o meio de entrada de toda a
documentação necessária para o licenciamento.
A entrada da documentação é o início das fases do licenciamento, posterior
será emitido um documento com código de barras para o pagamento das taxas
cabíveis e logo enseguida realizada a vistoria no local do empreendimento para
finalmente emitir a licença de operação conforme modelos no Anexo “A”.
1.2 TRABALHOS DE CAMPO
As atividades de campo são parte integrante do licenciamento, desde o início
da solicitação da licença através do protocolo geral da Prefeitura Municipal de
Alegrete, até a vistoria realizada para averiguar a possibilidade da emissão da
licença ambiental, conforme anexo “A”.
As vistorias realizadas visam verificar se foi cumprido tudo aquilo que é
exposto nos formulários, e observar se as atividades não descumprem algum fator
de interesse do bem comum, a sadia qualidade de vida.
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2 DEFINIÇÃO DE AGROINDÚSTRIA
Segundo a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a definição de agroindústria é o
empreendimento que utiliza produtos e subprodutos de matéria-prima de origem
agrícola.
São indústrias que se especializam em transformação e processamento de
matérias-primas de origem agropecuárias, tanto vegetais como animais.
TABELA 1-Subclasses Seção C Indústrias de Transformação Divisão 10 Fabricação de Produtos Alimentícios
Esta divisão contém os seguintes grupos: 101 abate e fabricação de produtos de carne 102 preservação do pescado e fabricação de produtos do
pescado
103 fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
104 fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais 105 Laticínios 106 moagem, fabricação de produtos amiláceos e de
alimentos para animais
107 fabricação e refino de açúcar 108 torrefação e moagem de café 109 fabricação de outros produtos alimentícios 110 preservação do pescado e fabricação de produtos do
pescado
FONTE: CNAE-Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão-Governo Federal.
2.1 AGROINDÚSTRIAS QUE NECESSITAM DE LICENCIAMENTO
Toda atividade potencialmente poluidora necessita de prévio licenciamento
ambiental para que sejam executadas suas atividades.
As atividades agroindustriais são utilizadoras de recursos naturais para o
perfeito funcionamento das operações desenvolvidas, devido a este quesito, tornam-
se empreendimentos potencialmente poluidores, definidos os recursos naturais
como “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o
mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora” (Lei
Federal 6.938, 1981, art. 3º Inc. V).
A Resolução nº 102/1995 do Conselho Estadual do Meio Ambiente lista em
seu anexo único as atividades que necessitam de licenciamento ambiental no
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Estado do Rio Grande do Sul, delegando aos municípios o licenciamento dentro das
atribuições necessárias para o licenciamento.
TABELA 2: Atividades que necessitam de licenciamento ambiental municipal
Atividade Unidade de medida Porte Fabricação de doces em pasta, cristalizados, em barra
Área Útil (m2) <=2.000
Fabricação de sorvetes/ bolose tortas geladas/ coberturas
Área Útil (m2) <=2.000
Fabricação de massas alimentícias (inclusive pães),bolachas e biscoitos
Área Útil (m2) <=2.000
Matadouro de bovinos, ovinos e suínos ou vice-verso com fabricação de embutidos ou industrialização de carnes
Área Útil (m2) <= 250
Fabricação de derivados de origem animal e frigoríficos sem abate
Área Útil (m2) <=2.000
Fabricação de embutidos Área Útil (m2) <=2.000 Preparação de conservas de Carne
Área Útil (m2) <=2.000
Beneficiamento e industrialização de leite e seus derivados
Área Útil (m2) <= 250
Fabricação de queijos Área Útil (m2) <= 250 Posto de resfriamento de leite Área Útil (m2) <=2.000 Fabricação de sorvetes/ bolos e tortas geladas/ coberturas
Área Útil (m2) <=2.000
FONTE: Adaptado Resolução Consema nº 102, 2005, anexo CD.
2.2 AGROINDÚSTRIAS LICENCIADAS NO MUNICÍPIO DE ALEGRETE
O município do Alegrete possui diversas agroindústrias em atividade, porém
existe uma estimativa de que metade das agroindústrias não possuem licença
ambiental, ou não protocolaram o pedido de renovação.
O gráfico abaixo evidencia as Agroindústrias licenciadas no âmbito municipal.
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Fonte: Sistema de Gestão Ambiental da SEMMAM de Alegrete no dia 22 de março de 2011.
As atividades de fabricação de massas alimentícias (inclusive pães, bolachas
e biscoitos), são as agroindústrias mais licenciadas no município de Alegrete sendo
o restante, possui um número bem menor de licenças de operação expedidas.
2.3 O QUE É O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Conforme FARIAS (2010, P. 26): “o licenciamento ambiental deve ser
compreendido como processo administrativo no decorrer ou ao final do qual a
licença ambiental poderá ou não ser concedida”.
O poder público instituído de atribuições que são conferidas através de
normas e legislações específicas, é responsável de realizar o licenciamento
ambiental, dos empreendimentos que poluem ou degradam o meio ambiente.
Podemos definir o licenciamento como o que segue:
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. (Resolução Conama nº 237, 1997, art. 1º Inciso I).
18
12
1 1
padaria posto resfriamento de leite
fabricação de sorvete fabricação de embutidos
fabricação de conservas de carne
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Atividades
Nº
de L
icen
ças
de O
pera
ção
Agroindústrias licenciadas no município de Alegrete
14
A obrigação do poder público em licenciar as atividades que degradam ou
podem vir a degradar o meio ambiente encontram-se elencadas no inciso V do § 1º
do artigo 225 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o qual deixa
claro a responsabilidade e obrigação dos órgãos públicos em exercer o
licenciamento e controle das atividades agroindustriais que utilizam recursos
naturais.
Ao deparar-se com o licenciamento de uma agroindústria, atividade utilizadora
de recursos naturais considerada potencialmente poluidora conforme define a Lei
Federal 6.938 de 1981, Política Nacional do Meio Ambiente em seu artigo:
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente. (Lei Federal 6.938, 1981, art. 10).
Sendo assim definidos como recursos ambientais “a atmosfera, as águas
interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o
subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora (Lei Federal 6.938, 1981, Art. 3º
Inciso V)”.
Nos dispostos da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente de nº
237 de 19 de dezembro de 1997, são instituídas diversas licenças, uma para cada
fase do projeto agroindustrial, dentre elas existem a Licença Prévia, licença de
instalação, licença de operação e também a licença única objetivando destaque
especial.
2.3.1 Licença Prévia
É concedida antes do planejamento da atividade e aprova a localização da
agroindústria, não eximindo o zoneamento ambiental municipal. Limita-se a
estabelecer critérios para ser cumpridos em fases posteriores a sua implementação.
Nesta fase inicia-se o processo de verificação do local adequado para que a
agroindústria possa instalar-se, sendo assim uma das mais importantes fases do
licenciamento ambiental.
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É necessário salientar que nesta fase, o empreendedor manifesta sua
intenção de realizar a atividade agroindustrial, não devendo construir ou fazer
funcionar a atividade fim, aguardando as próximas licenças.
Sendo um projeto de grande porte, nesta fase é obrigatória a exigência de
estudo de impacto ambiental e um relatório de impacto ambiental, não descartando
a possibilidade da realização de audiência pública para saber se há necessidade de
estudo de impacto de vizinhança.
A lei municipal definirá os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo prévia de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal. (Lei Federal 10.257, 2001, art. 36).
2.3.2 Licença de Instalação
Esta licença autoriza a instalação da agroindústria de acordo com os projetos
realizados anteriores, necessários na fase da licença prévia.
A construção das instalações iniciar-se-ão com a obtenção desta licença
ambiental.
2.3.3 Licença de Operação
Depois de seguir todos os critérios e fases do licenciamento, será expedida a
licença de operação, autorizando a realização das atividades de funcionamento da
agroindústria, estabelecendo condições e restrições para que o empreendimento
possa funcionar.
É importante salientar que cada licença citada independe das outras, podendo
o poder público autorizar o licenciamento em uma fase e negar em outra fase.
2.3.4 Licença Única
Esta licença foi criada para aquelas atividades que já existiam e procuram a
regularização ambiental.
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Podemos dizer que a licença única classifica-se como licença de
regularização, pois o estabelecimento já está em funcionamento e procura a
adequação necessária para funcionar.
Para as pequenas agroindústrias, é importante destacar a resolução do
Conama nº 385 de 27 de dezembro de 2006.
Para efeito desta Resolução, agroindústria de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental é todo o estabelecimento que: I - tenha área construída de até 250 m²; § 1o Os abatedouros não deverão ultrapassar a seguinte capacidade máxima diária de abate: I - animais de grande porte: até 03 animais/dia; II - animais de médio porte: até 10 animais/dia; III - animais de pequeno porte: até 500 animais/dia. § 2o Para estabelecimentos que processem pescados, a capacidade máxima de processamento não poderá ultrapassar 1.500 kg de pescados por dia. (Resolução Conama nº 385, 2006, art. 2º).
A referida resolução foi criada especialmente para aquelas agroindústrias de
pequeno porte, com intuito de diminuir o processo de licenciamento, adotando mais
rapidez e eficiência, sendo uma grande referência para a agilidade no processo de
licenciamento agroindustrial, incentivando o pequeno empreendedor.
Considerando a necessidade de estabelecer procedimentos que agilizem o licenciamento ambiental de agroindústrias de pequeno porte e baixo impacto ambiental; Considerando que agroindústrias de pequeno porte e baixo impacto ambiental produzem reduzido volume de efluentes; Considerando que os resíduos gerados por estas agroindústrias podem ser, em muitos casos, aproveitados como alimento para os animais e/ou como composto orgânico na produção de matéria prima, bem como fonte alternativa de renda; Considerando que a agroindústria de pequeno porte é um importante instrumento para geração de trabalho e renda; Considerando os termos do art. 12, §§ 2o e 3o, da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997; Considerando os parâmetros estabelecidos pela legislação sanitária vigente, resolve: Art. 1º Estabelecer procedimentos a serem adotados para o licenciamento ambiental de agroindústrias de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental. (Resolução Conama nº 385, 2006, art. 1º).
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2.3.5 Prazo Legal para o Licenciamento
Muitos empreendedores questionam a demora para que o licenciamento
agroindustrial seja efetivado. As causas e problemas que acarretam na morosidade
do poder público em licenciar empreendimentos são muitas, principalmente
financeira.
Com base nas reclamações diárias ocorridas, é justo mencionar a resolução
do CONAMA nº 237 do ano de 1997, estabelecendo prazos legais para que o órgão
responsável licencie o empreendimento.
Artigo 14 – O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. (Resolução Conama nº 237, 1997, art. 14 caput).
2.3.6 Renovação da Licença Ambiental
No processo de renovação da licença ambiental, deve se dada a devida
atenção na data de entrada do pedido de renovação.
Ao protocolar o pedido de renovação, observando o período que o poder
público tem para licenciar, é de suma importância saber o que segue.
§4º – A renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. (Resolução Conama nº 237, 1997, art. 18, inciso III § 4º).
3 A COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO
A competência para realizar o licenciamento ambiental, é da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, respeitando suas atribuições.
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No caso do licenciamento municipal, considera-se competente para o
licenciamento agroindustrial de impacto local, como prevê a resolução nº 102, de
1995 do Conselho Estadual do Meio Ambiente.
Art. 1º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União e do Estado, quando couber, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades relacionadas no Anexo Único, parte integrante desta Resolução, onde, também, estão fixados os respectivos portes, que lhes caracterizam como de impacto local. (Resolução Consema nº 102, 2005, art. 1º).
O tamanho da área útil construída da Agroindústria define o porte do
empreendimento, definindo o impacto ambiental. Sendo assim, uma agroindústria de
área útil de até 250 m2 de edificação, será competência Municipal para efetivar seu
licenciamento.
Se porventura esta Agroindústria vier a aumentar suas instalações e sua área
construída ultrapassar as especificações contidas no anexo único da referida
resolução, a competência retornará ao Estado, deixando de ser atribuição Municipal.
4 A RESPONSABILIDADE PELA AGROINDÚSTRIA
Todo Tecnólogo em Agroindústria, dotado das funções que lhes são
atribuídas em sua formação acadêmica possui a responsabilidade técnica pela
agroindústria ao qual é responsável.
O título de Tecnólogo em Agroindústria habilita o profissional a confeccionar
laudos, pareceres dentro de suas limitações e reservas de mercado. Ao inserir-se no
mercado de trabalho o Tecnólogo em Agroindústria devidamente registrado no
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da sua região, pode
emitir anotação de responsabilidade técnica, mais conhecida como ART.
O licenciamento ambiental de agroindústrias poderá ser feito pelo Tecnólogo
em Agroindústria, respeitando suas competências e atribuições abaixo citadas.
Através do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, é
regulada as atribuições gerais dos Tecnólogos em sua resolução nº 313 de 26 de
setembro de 1986.
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Art. 3º - As atribuições dos Tecnólogos, em suas diversas modalidades, para efeito do exercício profissional, e da sua fiscalização, respeitados os limites de sua formação, consistem em: 1) elaboração de orçamento; 2) padronização, mensuração e controle de qualidade; 3) condução de trabalho técnico; 4) condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; 5) execução de instalação, montagem e reparo; 6) operação e manutenção de equipamento e instalação; 7) execução de desenho técnico. Parágrafo único - Compete, ainda, aos Tecnólogos em suas diversas modalidades, sob a supervisão e direção de Engenheiros, Arquitetos ou Engenheiros Agrônomos: 1) execução de obra e serviço técnico; 2) fiscalização de obra e serviço técnico; 3) produção técnica especializada.
Art. 4º - Quando enquadradas, exclusivamente, no desempenho das atividades referidas no Art. 3º e seu parágrafo único, poderão os Tecnólogos exercer as seguintes atividades: 1) vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; 2) desempenho de cargo e função técnica; 3) ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica, extensão. Parágrafo único - O Tecnólogo poderá responsabilizar-se, tecnicamente, por pessoa jurídica, desde que o objetivo social desta seja compatível com suas atribuições. (Resolução Confea nº 313, 1986, art. 3º e 4º).
5 SANSÕES IMPOSTAS NO DESCUMPRIMENTO DAS LICENÇAS AMBIENTAIS
A responsabilidade pelo funcionamento da agroindústria é de todos os
envolvidos no processo produtivo: seus colaboradores, responsáveis técnicos e
proprietários.
A lei dos Crimes Ambientais deixa clara a responsabilidade pela atividade fim.
Art. 2º. Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la. Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. (Lei Federal nº 9.605, 1998, arts. 2º e 3º).
20
Sendo assim, todos envolvidos no processo produtivo da agroindústria
poderão ser responsabilizados pela ação ou omissão, que implique em delitos contra
o meio ambiente.
O simples descumprimento de uma condição ou restrição imposta na licença
de operação pode causar sérios transtornos para a agroindústria. Transtornos que
vão de multa e responsabilização criminal, cível e administrativa, nas três esferas,
como o embargo e suspensão das atividades e até mesmo a interdição da
agroindústria.
Segundo COPOLA (2008, P. 36): “as pessoas jurídicas tanto de direito
privado, quanto de direito público, são responsáveis por crimes praticados contra o
meio ambiente”. Caracteriza-se que uma agroindústria de instituição pública ou da
iniciativa privada, respondem igualmente em crimes previstos na legislação vigente.
A suspensão das atividades agroindustriais será decretada se constatado o
dano ao meio ambiente. O termo de liberação de empreendimento será lavrado
quando a autoridade ambiental constatar a adequação necessária foi realizado ou foi
regularizada sua situação.
5.1 IMPACTOS CAUSADOS PELA AGROINDÚSTRIA
Os produtos e serviços de uma organização, quando interagem com o meio
ambiente, podem ser vistos num aspecto ambiental de forma positiva e de forma
negativa, isto é a interferência causada no meio ambiente, ou seja, impacto
ambiental.
Os impactos ambientais podem caracterizar-se de forma positiva no sentido
da prestação de serviços a comunidade, criação de novas tecnologias e vagas de
emprego.
De outro lado existem os impactos negativos causados pela agroindústria, tais como:
utilização de recursos finitos de forma inadequada, poluição hídrica, atmosférica e de
resíduos sólidos.
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6 ATIVIDADES REALIZADAS NA SEMMAM
No decorrer do estágio foram realizadas atividades referentes ao
licenciamento de agroindústrias no município de Alegrete, sendo padarias,
abatedouros, e demais atividades, sempre voltando para a atividade agroindustrial,
sendo criado o termo de Referência Ambiental que é um instrumento importante de
auxílio ao licenciamento ambiental, conforme Apêndice “C”.
Os serviços realizados para o licenciamento começam a partir da entrada do
protocolo de solicitação das licenças até o trabalho de campo que resulta em
vistorias realizadas no local.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente localiza-se no Centro Administrativo
do município de Alegrete conforme figura 1:
Figura 1: Centro Administrativo Municipal.
6.1 COMPOSIÇÃO DOS SERVIDORES DA SEMMAM
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente é composta por um Secretário,
nomeado pelo prefeito do município ao qual é responsável por toda secretaria, um
Diretor Geral, também nomeado pelo prefeito municipal, um diretor de Fiscalização,
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cargo efetivo, uma Bióloga, um Técnico Agrícola, dois fiscais ambientais um
motorista e dois agentes administrativos.
Figura 2: Corpo Técnico da SEMMAM.
6.2 ORGANOGRAMA DA SEMMAM
Quadro de funcionários que compõem o efetivo orgânico da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, evidenciado conforme organograma abaixo,
especificando as funções e atribuições de cada servidor conforme figura 3.
Figura 3: Organograma da SEMMAM
SECRETÁRIO
DIRETOR DE FISCALIZAÇÃO
FISCAIS
CORPO TÉCNICO
LICENCIAMENTO
TÉCNICOS ADNINISTRATIVOS
ORGANIZACIONAL
DIRETOR GERAL
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6.3 CRITÉRIOS DO LICENCIAMENTO DE PADARIAS
No âmbito municipal como citado, foram desenvolvidas atividades em
padarias de até 2.000 m2, o qual é enquadrado como fabricação de massas
alimentícias (inclusive pães), bolachas e biscoitos onde todos estes
empreendimentos são chamados de padarias.
Para dar início ao licenciamento destas atividades devem-se providenciar os
seguintes documentos:
a. Preenchimento do formulário da atividade disponível no site da Prefeitura
Municipal ou disponível junto à SEMMAN;
b. Cópia da matrícula do registro de imóveis, podendo ser o contrato de compra
e venda, contrato de arrendamento ou posse da área do projeto;
c. Certidão de Zoneamento junto a Secretaria de Infraestrutura, informando se o
empreendimento está em zona urbana/rural e se há restrições;
d. Cópia do CPF e RG do requerente e CNPJ da empresa se houver;
e. Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) dos Bombeiros;
f. Certidão de registro no Cadastro Florestal/RS, se não utilizar forno a gás e
sim matéria-prima de origem florestal;
g. Comprovante periódico de controle de vetores;
h. Comprovante de pagamento dos custos dos serviços de licenciamento
ambiental.
i. Anotação de Responsabilidade Técnica (Tecnólogo em Agroindústria).
Providenciado estes requisitos, será dado início no licenciamento ambiental,
após entrada de todos os documentos via protocolo geral na PMA e posterior será
realizada a vistoria no local a finalização do processo ao qual será emitida a Licença
de Operação para a atividade dando publicidade ao licenciamento.
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6.3.1 Atividades realizadas em padarias no município de Alegrete
Nestas atividades foram verificadas as condições das instalações conforme
roteiro de fiscalização e licenciamento, observadas as características de cada
agroindústria.
Observou se era solicitada uma licença de regularização ou de instalação do
empreendimento, caso sendo licença de regularização poderia ser dado o
indeferimento do estabelecimento se estivesse em desacordo com o plano diretor
municipal.
As instalações das padarias em sua maioria estavam dentro dos padrões
cobrados tanto nas legislações ambientais tão como de segurança alimentar.
Figura 4: fábrica de massas alimentícias 1.
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Figura 5: Fábrica de massas alimentícias 2.
Em algumas padarias vistoriadas foi constatado que obedeciam todas as
legislações ambientais necessárias, consideradas aptas a exercer a atividade fim,
porém existiam algumas desconformidades sanitárias ao qual foram orientada
referente às normas previstas.
Figura 6: Utensílios acondicionados de forma irregular.
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6.4 CRITÉRIOS DO LICENCIAMENTO DE ABATEDOUROS
Os abatedouros são agroindústrias importantíssimas na região da fronteira-
oeste. Estão diretamente ligados a produção primária do pequeno produtor rural.
Neste ínterim, é necessário que os abatedouros estejam preparados para
recepção da produção primária e adequados à legislação ambiental, devido seu
grande volume de efluentes gerados.
As atribuições municipais para realizar o licenciamento de abatedouros
começam com a avaliação da área de utilização da plataforma do estabelecimento,
não podendo ser maior que 250 m2 de edificações, não contabilizando os currais de
recepção e a área de terra da propriedade.
Posterior a análise do tamanho as área útil do estabelecimento o
empreendedor iniciará o processo de licenciamento conforme os quesitos abaixo
relacionados:
a. Preenchimento do formulário da atividade disponível no site da
Prefeitura Municipal ou disponível junto à SEMMAN;
b. Cópia da matrícula do registro de imóveis, podendo ser o contrato de
compra e venda, contrato de arrendamento ou posse da área do projeto;
c. Certidão de Zoneamento junto a Secretaria de Infraestrutura,
informando se o empreendimento está em zona urbana/rural e se há restrições;
d. Cópia do CPF e RG do requerente e CNPJ da empresa se houver;
e. Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) dos
Bombeiros;
f. Certidão de registro no Cadastro Florestal/RS;
g. Comprovante periódico de controle de vetores;
h. Croqui de acesso à propriedade, localizando a área da atividade;
i. Planta da propriedade, indicando a área da atividade, recursos
hídricos, e se houver Área de Preservação Permanente;
j. Memorial descritivo do projeto, contendo informações sobre as
construções, descrição do cronograma das atividades;
k. Laudo biológico (fauna e flora), contendo a caracterização das
formações vegetais ocorrentes se houver;
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l. Na hipótese da totalidade ou parte da área a ser instalada a atividade,
e estar ocupada for floresta secundária em estágio inicial de regeneração natural
(capoeira), deverão ser feitos levantamentos quali-quantitativo e a autorização para
o descapoeiramento emitida pela SEMMAM;
m. No caso de haver sítios arqueológicos, paleontológicos, históricos
culturais ou Área de Proteção Ambiental (APA), deverá ser apresentada a anuência
de ambos;
n. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos, e efluentes;
o. Cópia da ART do técnico responsável pelo projeto;
p. Cópia da ART do técnico responsável pelos laudos técnicos;
q. Outorga do uso da água emitida pelo Departamento de Recursos
Hídricos do Estado (DRH/SEMA);
r. Comprovante de pagamento dos custos dos serviços de licenciamento
ambiental.
6.4.1 Atividades realizadas em abatedouros
Em atividades de vistorias realizadas em abatedouros foi possível trabalhar
em conjunto com outros órgãos ambientais, na fiscalização e proteção ambiental.
O 2º Grupo de Polícia Ambiental da Brigada Militar atuou em conjunto com a
SEMMAN na atividade de fiscalização em abatedouros no município de Alegrete no
período do estágio curricular obrigatório.
Além de fazer cumprir a legislação ambiental vigente, era possível observar o
cumprimento dos dispositivos legais previstos para atividades potencialmente
poluidoras sem licença expedida pelo órgão ambiental competente.
Os abatedouros sem licença ou em desacordo eram autuados e notificados
para sua adequação, e em alguns casos era realizado o embargo e suspensão das
atividades até a regularização conforme preconiza a legislação ambiental.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º: I - advertência; II - multa simples; III - multa diária; IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos,
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petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; V - destruição ou inutilização do produto; VI - suspensão de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade; (Lei Federal nº 9.605, 1998, art.. 72).
O embargo e suspensão das atividades previsto em lei é uma maneira de
forçar a adequação das atividades para que sejam utilizados os recursos ambientais
disponíveis de uma forma racional e em harmonia com o uso sustentável de
matérias-primas usadas nos abatedouros.
Conforme a figura abaixo é possível observar um abatedouro fiscalizado sem
estação de tratamento de efluentes eficaz, resultando em poluição ambiental,
inclusive sem um plano de gerenciamento de resíduos necessário para a emissão da
licença de operação.
Figura 7: Abatedouro sem tratamento de efluentes.
Nos abatedouros eram observados os depósitos temporários de resíduos,
muitas vezes sem impermeabilidade necessária, os efluentes percolados no solo de
uma maneira sem eficiência.
Cabe salientar que na devida licença ambiental são impostas condições e
restrições para o bom funcionamento da Agroindústria.
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Figura 8: Depósito temporário não impermeabilizado.
Em alguns abatedouros era possível visualizar o grande acúmulo de resíduos
no interior do estabelecimento, dando uma impressão de desorganização e falha no
gerenciamento de resíduos, onde muitas vezes não havia planilhas de controle e
gerenciamento de resíduos.
Figura 9: Disposição de resíduos de forma irregular 1.
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Figura 10: Disposição de resíduos de forma irregular 2.
O gerenciamento de resíduos pode ser considerado um pré-tratamento de
efluentes. Grande parte dos efluentes gerados nos abatedouros são descartados e
direcionados, diretamente para as estações de tratamentos, com isso aumentando
de forma considerável a carga orgânica das lagoas de tratamento de efluentes.
Os abatedouros são atividades que consomem grandes quantidades de água
no processo industrial, tendo um melhor tratamento com o gerenciamento de
resíduos antes do direcionamento das estações de tratamento.
7 PROCEDIMENTOS REALIZADOS NA FISCALIZAÇÃO DE AGROINDÚSTRIAS NO MUNICÍPIO DE ALEGRETE
Nas atividades da SEMMAN, eram agendadas operações de fiscalização em
conjunto com órgãos municipais e estaduais de fiscalização.
Pelo menos uma vez por semana eram realizadas fiscalizações em conjunto
com a PATRAM para verificar as situações que se encontravam as atividades
agroindustriais.
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A atuação em conjunto resultava em uma eficaz fiscalização, tendo
direcionamento diferente conforme a situação encontrada da agroindústria.
7.1 PROCEDIMENTOS EM AGROINDÚSTRIAS DEVIDAMENTE LICENCIADAS
Ao constatar que a agroindústria cumpriu com todas as normas pertinentes a
legislação ambiental em vigor, posterior a vistoria realizada nas instalações,
verificação das condições e restrições impostas, era solicitada cópia da LO para
arquivar, comprovando a fiscalização realizada no dia.
7.2 PROCEDIMENTOS EM AGROINDÚSTRIAS NÃO LICENCIADAS
Em vistoria no estabelecimento agroindustrial, após solicitação das licenças
ambientais, caso verificado que o empreendimento não era possuidor das mesmas,
e realizada vistoria detalhada no local eram confeccionados vários documentos no
local da infração ambiental.
7.2.1 Lavratura de Termo Circunstanciado
Ao deparar-se com um empreendimento potencialmente poluidor sem LO,
perante a legislação ambiental em vigor, considera-se que o estabelecimento está
praticando o crime ambiental, ou seja, segundo COPOLA (2008, P. 160): “toda obra
ou serviço potencialmente poluidor depende de prévio licenciamento ou prévia
autorização da autoridade competente para o seu devido e regular funcionamento”.
A lavratura do termo circunstanciado tem amparo legal no artigo 60 da Lei dos
Crimes Ambientais.
Art. 60: Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. (Lei Federal nº 9.605, 1998, art.. 60).
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O termo circunstanciado trata-se de uma prisão em flagrante para os crimes
de menor potencial ofensivo, com pena de até dois anos, sendo lavrado no local e
liberada a parte autora do fato o responsável pela infração ambiental, se
responsabilizando do comparecimento em data e hora marcadas, para a audiência
no Juizado Especial Criminal.
7.2.2 Responsabilização Administrativa
Sendo realizada a autuação ambiental, será comunicada a autoridade
administrativa, encaminhada cópia de toda documentação para a autoridade
administrativa responsável pela agroindústria autuada, podendo ser a própria
SEMMAM, a FEPAM ou até mesmo o IBAMA.
A autuação administrativa é realizada por uma junta de julgamento de
recursos administrativos, no caso municipal o Conselho do Meio Ambiente.
A parte administrativa nada mais é do que a multa lavrada pelo delito
ambiental.
Segundo TRENNEPOHL (2009, P. 53): “pode ocorrer à lavratura de autos de
infração sem a presença e a assinatura do infrator, tanto por estar o mesmo ausente
ou por evadir-se do local da autuação”.
O valor aplicado na multa administrativa da atividade potencialmente
poluidora sem licença expedida pelo órgão competente é evidenciada no Decreto
Federal nº 6.514, 2008.
Art. 66. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a licença obtida ou contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).
7.2.3 Responsabilização Civil da Agroindústria
A responsabilização civil pela infração ambiental trata-se da reparação do
dano causado no meio ambiente.
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Uma cópia de toda documentação é remetida ao Ministério Público Estadual,
que posterior o infrator será intimado para comparecer em audiência com o promotor
de justiça ao qual poderá propor um Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental,
podendo deduzir até 90% do valor da reparação do dano causado.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho oportunizou aprimorar os conhecimentos teóricos e
práticos e a aplicação dos mesmos através das visitas fiscalizatória aos
estabelecimentos agroindustriais do município de Alegrete.
Foi possível observar que na maioria dos estabelecimentos visitados, grande
parte alegam o desconhecimento da legislação ambiental em vigor, por isso foi
direcionado o estágio com intuito de divulgar e detectar os problemas no processo
de licenciamento.
Também com os demais trabalhos realizados pode-se perceber que na
fiscalização das atividades agroindustriais foi possível ver que existe uma falha de
comunicação de fácil correção junto ao protocolo municipal, que o empreendedor ao
protocolar o pedido de solicitação de alvará de localização municipal, não é
informado se é necessária à licença ambiental.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEI FEDERAL nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, (Política Nacional do Meio
Ambiente). Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, de 5 de outubro de
1988, (Carta Magma).
LEI FEDERAL nº 10.257 de 10 de julho de 2001, (Estatuto das Cidades).
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais
da política urbana e dá outras providências.
LEI FEDERAL nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, (Lei dos Crimes Ambientais).
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
DECRETO FEDERAL nº 6.514 de 22 de julho de 2008, (Dispõe sobre as infrações e
sanções administrativas ao meio ambiente). Estabelece o processo administrativo
federal para apuração destas infrações, e dá outras providências.
RESOLUÇÃO CONSEMA nº 102 de 24 de maio de 2005, Dispõe sobre os critérios
para o exercício da competência do Licenciamento Ambiental Municipal no âmbito
do Estado do Rio Grande do Sul.
RESOLUÇÃO CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997, Dispõe sobre
licenciamento ambiental; competência da União, Estados e Municípios; listagem de
atividades sujeitas ao licenciamento; Estudos Ambientais, Estudo de Impacto
Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.
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RESOLUÇÃO CONAMA nº 385 de 27 de dezembro de 2006, Estabelece
procedimentos a serem adotados para o licenciamento ambiental de agroindústrias
de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental.
RESOLUÇÃO DO CONFEA nº 313 de 26 de setembro de 1086, Dispõe sobre o
exercício profissional dos Tecnólogos das áreas submetidas à regulamentação e
fiscalização instituídas pela Lei nº 5.194, de 24 DEZ 1966, e dá outras providências.
CNAE, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Disponível em
<http://www.cnae.ibge.gov.br/divisao.asp?coddivisao=10&CodSecao=C&TabelaB
usca=CNAE_200@CNAE 2.0@0@cnae@0>. Acesso em: 09 set. 2010.
FARIAS. Licenciamento Ambiental. 2. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2010. 214 p.
COPOLA. A Lei dos Crimes Ambientais comentada artigo por artigo. 1. Ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008. 223 p.
TRENNEPOHL. Infrações contra o meio ambiente: Multas, sansões e processo
administrativo. 2. Ed. Belo Horizonte: Fórum, 2009. 520 p.