agroecologia manejo de pragas e doenças

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    Agricu

    lturaFamilia

    r,A

    groecologiaeMercado

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    EXPEDIENTE

    Projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado

    Desenvolvimento Sustentvel da Agricultura Familiarno Nordeste

    Representante da Fundao Konrad Adenauer Fortaleza:Anja Czymmeck

    Coordenadora Geral:Angela Kster

    Coordenador tcnico:Jaime Ferr Mart

    Coordenadora administrativa:Pollyana Vieira

    Equipe tcnica:Narciso Ferreira Mota e Pollyanna Quemel

    Elaborao de textos:Jaime Ferr Mart, Angela Kster e Pollyanna Quemel

    Reviso e edio de texto:Maristela Crispim

    Reviso Tcnica:

    Jaime Ferr MartProjeto grco, capa e ilustraes:Fernando Lima

    Fotos:Arquivo Fundao Konrad Adenauer (exceto quandodisposto em contrrio)

    Jornalista responsvel:Maristela Crispim (CE0095JP)

    Todos os direitos para a utilizao desta cartilha solivres. Qualquer parte poder ser utilizada ou reprodu-

    zida, desde que se mantenham todos os crditos e seuuso seja exclusivamente sem ns lucrativos.

    Disponvel para download em www.agroecologia.inf.br

    Esta publicao foi realizada com apoio da Unio Europia(UE).O seu contedo no expressa necessariamente a opinio da UEou da Fundao Konrad Adenauer.

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    O Brasil ganhou uma posio nada louvvel no ranking internacional do consumode agrotxicos. Com cerca de 700 milhes de toneladas de veneno aplicados por ano,cou em primeiro lugar, superando os Estados Unidos, em 2008, pela primeira vez.Os pesticidas e fertilizantes qumicos persistem por muito tempo na natureza, con-taminando os alimentos, o solo e a gua, com consequncias ainda desconhecidas

    para a sade humana e a vida na Terra.No faltam alertas sobre os riscos desses produtos qumicos para os(as)

    agricultores(as), trabalhadores(as) rurais e os consumidores. Como consequncia, ademanda por alimentos orgnicos produzidos sem veneno e sem agredir a nature-za vem crescendo.

    Mas os agroecossistemas foram desequilibrados com o uso indiscriminado dosagrotxicos, que no matam somente os insetos ou microorganismos consideradospragas, mas tambm os inimigos naturais, que mantm o equilbrio das populaes,por meio do controle biolgico. As plantas enfraquecem e ningum sabe dizer, quaissero as consequncias das modicaes genticas que pretendem deixar as plantasmais resistentes aos prprios venenos aplicados para matar tudo ao seu redor, menosa planta cultivada. Assim tambm eliminada a vida nos solos, que cam doentes eno conseguem mais gerar plantas saudveis e resistentes. Ao nal so as pragasque cam cada vez mais resistentes contra os diversos produtos qumicos.

    A soluo do problema dessas pragas pode estar em no usar mais veneno.Para isso mais do que necessrio investir no desenvolvimento e na divulgao dasalternativas do manejo ecolgico, que inicia com a preveno, atravs do equilbrionutricional do solo, da diversicao da produo nos agroecossistemas, do controlebiolgico atravs do equilbrio natural entre as espcies e da plantao e aplicaode plantas que afastam ou atraem os insetos e microorganismos dos cultivos, antes

    de tratar infestaes e doenas com remdios naturais. preciso produzir em sistemas integrados e diversicados em pequenas e me-

    dias propriedades. Isso signica uma mudana de paradigma, proposta pela Agroe-cologia, que se constri no dilogo dos conhecimentos das diferentes cincias com ossaberes dos povos campesinos e agricultores tradicionais.

    Esta cartilha tem o objetivo de disponibilizar informaes sobre algumas das tan-tas alternativas de manejo ecolgico, com receitas j aprovadas por agricultores(as)familiares, mas que precisam ser experimentadas em cada caso - com o registro dosseus efeitos - para avanar no seu desenvolvimento, ajudando a natureza a reencon-trar o seu equilbrio para que ela possa continuar a produo dos nossos alimentos

    de forma saudvel.

    APRESENTAO

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    Projeto Agricultura familiar, Agroecologia e Mercado

    O Projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado (AFAM), co-nanciado pelaUnio Europia (UE) de 2006 a 2011, tem como objetivo promover a melhoria da quali-dade de vida, soberania alimentar e empoderamento da populao no semi-rido do Nor-deste do Brasil, por meio do fortalecimento da agricultura familiar ecolgica e sustentvel.

    Trabalha, para tanto, o fortalecimento da organizao social e da qualicaode agricultores familiares, na produo, planejamento, gesto e comercializao de

    produtos agroecolgicos, promovendo uma maior participao de mulheres e jovens.No Estado do Cear, o projeto est contribuindo para a criao e fortalecimento de

    redes de agricultores(as) familiares ecolgicos(as) nas regies do Vale do Curu e Ara-tiau, no Serto Central e no Macio de Baturit, em parceria com as organizaes no-governamentais (ONGs) Ncleo de Iniciativas Comunitrias (NIC), Instituto SESEMAR eAgncia do Desenvolvimento Econmico Local (ADEL). O Centro de Cincias Agrrias daUniversidade Federal do Cear (CCA-UFC) parceiro no apoio cientco ao projeto, queconta tambm com a colaborao de outros parceiros locais e estaduais.

    Alm disso, existem articulaes com redes e entidades em outros Estados doNordeste, promovendo a troca de experincias e construo de estratgias para

    avanar na difuso da proposta agroecolgica.

    e-mail: [email protected]

    homepage: http://www.agroecologia.inf.br

    Fundao Konrad Adenauer

    A Fundao Konrad Adenauer uma fundao poltica da Repblica Federal da

    Alemanha que, naquele pas e no plano internacional, vem trabalhando em prol dosdireitos humanos, da democracia representativa, do Estado de Direito, da economiasocial de mercado, da justia social e do desenvolvimento sustentvel. Os principaiscampos de atuao da Fundao so a formao poltica, o desenvolvimento de pes-quisas aplicadas, o incentivo participao poltica e social e a colaborao com asorganizaes civis e os meios de comunicao.

    No Brasil, realiza seu programa de cooperao por meio de um escritrio no Riode Janeiro e de uma Representao em Fortaleza, para o Nordeste e Norte do Pas,sempre em conjunto com parceiros locais. Com suas publicaes, pretende contribuirpara a ampliao do debate pblico sobre temas de importncia nacional e interna-cional.

    Nas publicaes da Fundao Konrad Adenauer, os trabalhos tm uma metodolo-gia cientca e tratam de temas da atualidade, principalmente nos campos das cin-cias sociais, polticas, econmicas, jurdicas e ambientais. As opinies externadas nascontribuies desta publicao so de exclusiva responsabilidade de seus autores.

    e-mail: [email protected]: http://www.kas.de/brasil

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    Captulo 1O surgimento daspragas e doenas

    Captulo 2O fortalecimento dasdefesas naturais nosagroecossistemas

    Captulo 3Tcnicas para controlar

    e repelir insetos

    Captulo 4Diagnstico e tratamentode plantas e animais

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    SUMRIO

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    Apreocupao com as chamadas pragassempre existiu na histria da humanida-de, desde que iniciou a domesticao deplantas e animais. Os insetos que atacam as planta-es foram considerados uma praga na viso dosagricultores. Este conceito humano se desenvolveudesde os tempos bblicos at hoje.

    Qualquer organismo que em algum momentopossa causar dano aos cultivos, animais ou pro-priedade, considerado uma praga, desde os micro-organismos, como fungos, bactrias e nematides,at os mais evoludos mamferos. Este dano a re-duo do rendimento e/ou da qualidade do produtonuma medida que no mais aceitvel para o pro-dutor.

    Cerca 60% da fauna identicada at hoje nomundo so insetos. Estima-se que 67 mil espciesde organismos chamados de nocivos ataquem os

    cultivos agrcolas em diferentes partes do mundo,dessas somente 5 % so considerados como pragasprincipais.

    As formigas e cupins, por exemplo, so consi-derados pragas em muitos lugares do mundo, masrepresentam 20% da biomassa animal total da Terrae tm um papel decisivo na reciclagem e na cadeiaalimentar dos sistemas orestais, portanto so im-portantes para o funcionamento dos ecossistemas.

    Por outro lado, existem muitas espcies de for-

    migas predadoras, que controlam o aumento deoutros insetos, e esta funo utilizada por mui-tas culturas campesinas, que levam formigueiros ssuas plantaes.

    Portanto, no manejo ecolgico, o conceito depraga no existe, somente organismos que ocu-pam diferentes posies nos ecossistemas. As suaspopulaes se regulam conforme a abundncia dealimentos e a existncia de seus inimigos. O aumen-to de uma das populaes uma resposta da natu-reza a algum desequilbrio no sistema.

    Uma monocultura, por exemplo, no natural,mas introduzida pelo homem, causando um desequi-lbrio no ecossistema. A Natureza, portanto, encon-tra mecanismos, para atacar a invaso de plantas de

    Quais so os insetos ou parasitas ob-servados na sua propriedade e que soimportantes para o equilbrio?

    Predadores so inimigos naturais deoutras espcies e se alimentam de suaspresas, como joaninhas, besouros, lar-vas, percevejos, vespas e formigas.

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    O surgimento daspragas e doenas

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    Exemplo de monocultura

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    uma s espcie e tenta voltar sua condio natural,que a diversidade, com o equilbrio biolgico.

    Alguns insetos predadores ou parasitas controlamo crescimento da populao de outros insetos, ca-ros, nematides, fungos, bactrias e vrus. Esse ins-

    trumento da natureza se chama controle biolgico.Quando combatemos as pragas sem tentar

    entender as causas pode acontecer em breve umamesma situao com efeitos agravantes, em decor-rncia de uma alterao no equilbrio ecolgico.

    As causas do surgimento de uma praga sonumerosas, complexas e relacionadas com diferen-tes fatores. H algumas dcadas foram provocadasprincipalmente pelas profundas mudanas na agri-cultura. A chamada Revoluo Verde promoveu

    prticas como o monocultivo em grande escala, ouso intensivo de fertilizantes qumicos e de agrotxi-cos, como tambm a introduo de plantas exticas,hbridas ou transgnicas na substituio de varieda-des nativas.

    Foi iniciado um ciclo vicioso: a concentrao dasterras com as monoculturas extensivas aumentou aprobabilidade de ataques por organismos que dani-cam as plantaes. A aplicao de agrotxicos nomata somente estes organismos, mas tambm seus

    inimigos naturais. As pragas muitas vezes camresistentes contra as substncias qumicas e assim preciso aplicar cada vez uma quantidade e diversida-de maior de agrotxicos. Nas plantas eles podem di-minuir a respirao, a transpirao e a fotossntese,prejudicando a resistncia delas. No solo, os adubosqumicos e os agrotxicos interferem no equilbriodos microorganismos e prejudicam a disponibilidadede nutrientes para as plantas. Alm disso, esses pro-dutos matam minhocas, besouros e outros peque-nos organismos bencos para a agricultura, como

    Em xodo 10:13 10:15, segundo li-

    vro do Antigo Testamento, so des-critas as dez pragas que caram so-bre os egpcios, trazendo a eleiode Moiss por Deus para encabeara sada dos israelitas do Egito. O oi-tavo suplcio egpcio era a praga dosgafanhotos: Estendeu, pois, Moisso seu bordo sobre a terra do Egito,e o Senhor trouxe sobre a terra umvento oriental todo aquele dia e todaaquela noite; quando amanheceu, o

    vento oriental tinha trazido os gafa-nhotos. E subiram os gafanhotos portoda a terra do Egito e pousaram so-bre todo o seu territrio; eram mui-to numerosos; antes destes, nuncahouve tais gafanhotos, nem depoisdeles viro outros assim. Porque co-briram a superfcie de toda a terra, demodo que a terra se escureceu; de-voraram toda a erva da terra e todofruto das rvores que deixara a chuva

    de pedras; e no restou nada verdenas rvores, nem na erva do campo,em toda a terra do Egito. (SociedadeBblica do Brasil, 1993) Esta histriabblica reflete como antigamente serelacionavam questes ticas ao fe-nmeno das pragas na agricultura,de maneira que se acreditava que aspragas eram um castigo pela falta demoral entre os homens.

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    Feira Agroecolgica de Consumidores Responsveis no BairroBenca, Fortaleza

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    as abelhas. J em 1962, Rachel Carson observavano seu famoso livro Primavera Silenciosa o sumiodos pssaros nos Estados Unidos e alertava sobreos perigos da contaminao da gua e do solo queameaam o futuro da vida na Terra.

    As consequncias do uso dos agrotxicos soinmeras: alm de contaminarem o solo e a guaa sade dos (das) agricultores (as), trabalhadores(as) rurais e consumidores colocada em risco. Es-tes riscos variam de acordo com o tempo e a dose daexposio a diferentes produtos. Assim, os efeitospodem ser agudos ou crnicos, causando intoxica-es, dores de cabea, alergias, nuseas e vmitos.

    Alertados pelos crescentes casos de doenasprovocados pelo uso de venenos na produo de ali-

    mentos, entre estas o cncer, cada vez mais consu-midores esto procurando por alimentos saudveis,produzidos sem a utilizao de agrotxicos e fertili-zantes qumicos. A demanda por alimentos orgni-cos alta e vem crescendo rapidamente. Uma pes-quisa feita pela Market Analysis mostrou que cercade 17% dos consumidores urbanos brasileiros joptaram pelos produtos orgnicos, embora o mer-cado ainda seja abastecido por apenas 2% do totalde produtores agrcolas do pas. So mais de 3,5milhes de brasileiros consumindo produtos orgni-

    cos entre uma e cinco vezes por semana, segundoa pesquisa, realizada nas nove principais capitais dopas, na faixa etria entre 18 a 69 anos.

    Os fertilizantes qumicos geralmentecontm metais pesados, como o cd-mio. Estes metais so ingeridos juntoaos alimentos, no so eliminados e searmazenam no corpo. O cdmio pro-voca principalmente distrbios gas-trointestinais. O mercrio, utilizado emfungicidas, se concentra em diversaspartes do corpo como pele, cabelo,glndulas sudorparas e salivares, tire-ide, sistema digestivo, pulmes, pn-creas, fgado, rins, aparelho reprodu-

    tivo e crebro, provocando inmerosproblemas de sade.

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    Fonte: Clara I. Nicholls, Miguel Altieri

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    O Brasil o maior consumidor de agro-txicos do mundo, s em 2009 utilizoumais de 1 bilho de litros de produtosno pas, inclusive venenos j proibidosem vrios pases da Unio Europia,

    nos Estados Unidos e outros pases.Fonte: www.brazildefato.com.br

    A produo orgnica de alimentos atravs domanejo ecolgico no s uma alternativa, masuma necessidade para desenvolver modelos de agri-culturas sustentveis e corrigir os efeitos negativosdo modelo de agricultura convencional. Por muito

    tempo as culturas tradicionais praticaram o retor-no da matria orgnica ao solo, o uso de adubaoverde, a rotao e o consrcio de culturas. Portanto importante desenvolver alternativas, no para ocombate, mas o manejo ecolgico dos agroecossis-temas, atravs da integrao dos sistemas produti-vos nas propriedades, mantendo a biodiversidade danatureza.

    A Agroecologia procura, nesse sentido, estabe-lecer um equilbrio natural que vai alm do manejoecolgico integrando objetivos ambientais, sociais eeconmicos, propondo estratgias para o desenvol-vimento rural sustentvel.

    O papel da Agroecologia na satisfao dos objetivos sociais, ambientaise econmicos do desenvolvimento rural sustentvel em reas rurais

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    Prevenir melhor que remediar e para evi-tar as pragas e doenas nos plantios pri-meiramente importante fazer um manejopreventivo, visando o fortalecimento das defesasinternas dos agroecossistemas contra o ataque poralguma espcie indesejada.

    O objetivo desenhar um conjunto de sistemasde produo integrados dentro da propriedade eem seu entorno que imita a estrutura e o funciona-mento dos ecossistemas para manter ou estabele-cer o equilbrio natural. Esse equilbrio se consegueatravs do plantio de espcies consorciadas, quese complementam respeitando seus ciclos, criandointeraes positivas, dando preferncia s plantasnativas mais resistentes e adaptadas s condieslocais.

    Um primeiro passo importante o cuidado como solo para que este que saudvel e alimente bem

    as plantas, que assim cam mais resistentes. Comoexplica a pesquisadora em solos, Ana Primavesi, aplanta no ca doente pelo parasita, mas pela de-cincia nutricional. O parasita somente tenta matara planta inadequada para a vida. Quando a planta atacada por insetos, caros, nematides ou micro-organismos (fungos, bactrias ou vrus) , portanto,um sinal de uma decincia de nutrientes, candodisponvel na seiva o alimento de que eles preci-sam. Este alimento constitudo, principalmente,por aminocidos, que so substncias simples e

    se dissolvem facilmente (solveis). Quer dizer, umvegetal saudvel, bem alimentado em qualidade equantidade, dicilmente ser atacado por "pragas"e "doenas".

    Para que o solo esteja saudvel, cheio de nu-trientes e microorganismos importante:

    1. a cobertura vegetal para a conservao dosolo e da gua,

    2. a adubao peridica com matria orgnica,3. as rotaes de cultivos e

    4. a adubao verde com leguminosas e gram-neas.

    Como o solo o bem mais preciosodo nosso planeta, ele deveria recebertoda ateno, cuidado e amor; masatualmente, tenta-se somente explo-r-lo para ganhar dinheiro rapidamen-te e depois abandon-lo

    Ana Primavesi

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    O fortalecimento dasdefesas naturais nosagroecossistemas

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    Outro passo relevante o controle biolgico,atravs do equilbrio natural da biodiversidade entre

    pragas e predadores, criando um habitat para osinimigos naturais. As cadeias alimentares possuemtrs nveis trcos: do nvel das plantas cultivadas,

    que servem de alimento para os herbvoros, que aosegundo nvel servem de alimento para os organis-mos carnvoros, que no terceiro nvel trco atuamcomo reguladores das populaes dos herbvoros,conhecidos como inimigos, ou melhor, amigosnaturais.

    Quando existe um equilbrio entre as espcies,nenhuma chega a ser uma praga, portanto, pre-cisa-se manter o equilbrio do ecossistema, atravsda preservao de um habitat favorvel, como ma-tas, bosques, rvores, pomares, onde estas esp-cies conseguem viver. importante manter algumasplantas, que servem de abrigo e local de reproduodos insetos amigos. O sorgo, por exemplo, favore-ce a reproduo do percevejo (Orius insidiosus), quese alimenta de lagartas, caros e tripes da cebola.

    Existem, tambm, espcies de formigas preda-doras, que controlam o aumento de outros insetose por sua vez, so controladas por aves ou lagartos.

    Exemplos de controle biolgico:

    Joaninhas: so pequenos e tm colorao va-riada. Elas predam cochonilhas, pulges, caros,mosca branca e ovos de lagarta do algodo.

    Sapos e rs: alimentam-se de insetos, larvas,gafanhotos e mariposas.

    Lagartixas: predam mosquitos e outros insetosdomsticos.

    Vespas: controlam pulges das cucurbitceas,broca de tomate, ovos de cochonilha, mandarov damandioca, entre outros.

    Andorinhas: alimentam-se por dia de umaquantidade de insetos que equivale metade de seuprprio peso.

    Os fungos, vruse bactriastambm so ini-migos naturais que atacam determinadas pragas.Exemplo: Baculovirus anticarsia um parasita queinfecta a lagarta da soja.

    Crotalria - crotalria juncea(leguminosa) como preveno da

    Dengue:

    O cultivo da crotalria atrai liblulas,que so predadores naturais de mos-quitos, inclusive do transmissor da den-gue, Aedes aegypti, diminuindo dessaforma a populao do mosquito. Almdisso, ela tem grande potencial de fixarnitrognio, sendo muito usada comoadubo verde em rotao com diversasculturas e no enriquecimento do solo.

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    Lagartixas so predadores de mos-quitos e outros insetos domsticos

    Fonte: Clara I. Nicholls, Miguel Altieri

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    Fatores que promovem a biodiversidade:

    Uso de sementes crioulas

    Uso de espcies nativas

    Manejo e conservao dos solos

    Agroorestas Policultivos

    Biomassa animal

    Biomassa de plantas

    Controle biolgico

    Pilares da Sade dos agroecossistemas

    BiofertilizantesOs biofertilizantes enriquecidos* so uma alter-

    nativa aos fertilizantes ou adubos qumicos e ajudama manter a planta equilibrada e mais resistente s

    pragas.

    Os resduos animais e vegetais fermentadostm uma atividade ainda no totalmente conhecida.Alm dos minerais propriamente ditos, so capazesde fornecer planta substncias torreguladoras,alm de vrios outros aminocidos que melhoram ataxa e a ecincia da fotossntese.

    O ideal que sejam produzidos nas proprieda-des agroecolgicas, j que no so vendidas nosmercados e o preparo de baixo custo.

    *Outros nomes para os biofertilizantesso: calda sulfoclcica, calda bordalesa,super-magro, gororoba e de biolocal(Sul da Bahia), biogeo (Sergipe e Ala-goas), super-tar (Pernambuco), biol emuitos outros.

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    Preparando obiofertilizante Super-magro

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    Preparos e aplicaes

    Existem vrios biofertilizantes, desde o maissimples, que leva apenas esterco e gua, ao maiscompleto que leva calcrios, cinzas ou qualquer ou-tra fonte de complemento de mineral, que so exa-

    tamente os enriquecidos.No h mistrio no preparo desses produtos,

    mas h certos cuidados a serem tomados: o estercodeve ser fresco, devido nessa condio ser mais ricoem microrganismos e nitrognio. A gua deve ser amais pura possvel. O recipiente com o produto nodeve receber luz direta do sol. E a adio dos com-postos enriquecedores deve ser lenta.

    O fator mais importante a temperatura. Parao biofertilizante com esterco a melhor temperatura

    38 C. No Nordeste possvel obter o produtoem menos tempo, at em 14 dias, considerando asregies mais quentes. E depois de pronto o odor agradvel e se percebe uma separao da parte s-lida e da lquida e no tem prazo de validade desdeque seja bem guardado.

    Biofertilizante enriquecidoSUPER-MAGRO:Ele foi feito inicialmente para a cultura da ma,no municpio de Ip (RS), mas j usado com su-

    cesso tambm para beterraba, morango, tomate,milho e uva, dentre outras.

    Ingredientes:30 Kg de esterco fresco de gado; 2,0 Kg desulfato de zinco; 2,0 Kg de sulfato de magnsio; 0,3 Kg desulfato de mangans; 0,3 Kg de sulfato de cobre; 0,3 Kgde sulfato de ferro; 0,05 Kg de sulfato de cobalto; 0,1 Kgde molibdato de sdio; 1,5 Kg de brax; 2,0 Kg de cloretode clcio; 2,6 Kg de fosfato natural, 1,3 Kg de cinza; 27litros de leite (pode ser soro de leite); 18 litros de meladode cana (ou 36 de caldo de cana).

    Preparo:primeiro misturar todos os minerais. Ento, te-mos 12,45 Kg desta mistura. No primeiro dia, num reci-piente de 250 litros, colocar 30 litros de esterco, 60 litrosde gua, 3 litros de leite e 2 litros de melado de cana.Misturar bem e deixar fermentar, sem contato com solou chuva. Nos dias 4, 7, 10, 13,16, 19 e 22 acrescentar1 Kg desta mistura junto com 3 litros de leite e 2 litrosdo melado, a cada vez. Assim, sucessivamente, at o dia25, quando se coloca o resto da mistura (1,95 Kg), maiso leite e o melado. Esperar de 10 a 15 dias e o produtoestar pronto para ser peneirado e utilizado. Durante oprocesso necessrio observar se a fermentao est

    acontecendo. O produto deve ter um cheiro agradvelde melado e ser facilmente peneirado. Este biofertilizan-te enriquecido tambm pode ser utilizado junto com ascaldas bordalesa e sulfoclcica, principalmente para ocontrole de doenas causadas por fungos.

    No esquea na hora da aplicao debiofertilizantes o uso do Equipamentode proteo individual (EPI) para no seexpor s substncias e aplicar em ho-rrios de baixa insolao de manh oufim da tarde. Na aplicao com pulve-rizador, este deve ser previamente fil-trado, impedindo o seu entupimento.Pode ser usada como filtro uma tela denylon.

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    Urina de vacaA urina animal contm fenis, hormnios e mi-

    lhares de substncias com quantias de nutrientesbem superiores ao esterco, aumentando o sistema

    de defesa das plantas, ao mesmo tempo em que ser-ve como adubo para as hortalias.

    Biofertilizante de Urina de vaca

    Preparo:aps a coleta, a urina deve ser armazenada du-rante o perodo mnimo de 3 dias, em vasilhames bemfechados que podem ser as garrafas plsticas de 2 litros,para que a uria da urina se transforme em amnia. Depoismisturar um copo da urina em 20 litros de gua.

    Uso: pulverizar sobre a planta a cada 15 dias, para au-

    mentar a resistncia. Serve para o tomate, quiabo, jil edemais olercolas. No caso da alface, aplicar no solo duasvezes durante o ciclo da planta.

    Como colher?na hora da retirada do leite, a vaca geral-mente urina, momento em que a urina deve ser recolhidaem um balde.

    Como guardar?Em recipientes fechados, a urina poderpermanecer por at um ano sem perder a ao.

    Biofertilizante de Urina de vaca enriquecida:

    Ingredientes:100 g de farinha de trigo; 20 litros de gua;50 g de sabo neutro; 200 ml de urina de vaca.

    Preparo:Dissolver a farinha de trigo em 1 litro de gua.Dissolver tambm as 50 g de sabo neutro em 1 litro degua quente. Em seguida adicionar os 18 litros de guarestantes s duas caldas previamente coadas e por ltimoadicionar os 200 ml de urina de vaca. Pulverizar molhan-do bem todas as folhas da lavoura nas horas mais frescasdo dia.

    Inidicaes para o uso de biofertilizantescom Urina de Vaca em algumas culturas:

    Quiabo, Jil e BeringelaIngredientes: 100 litros de gua; 1 litro de urina

    Perodo de aplicao: pulverizar de 15 em 15 dias.

    Tomate, Pimento, Pepino,Feijo de vagem, alface e couve

    Ingredientes:100 litros de gua; 1/2 litro de urina (500 ml)

    Perodo de aplicao: uma vez por semana.

    Abacaxi

    Ingredientes:para at os 4 meses de idade 100 litros degua; 1 litro de urina

    Perodo de aplicao: uma vez por ms

    A partir dos 4 meses at antes da induo e florao: 100litros de gua; 2,5 litros de urina.

    Por causa do cheiro forte, atua comorepelente de insetos, principalmentepara combater ataques de moscas, pul-ges e lagartas.

    Ateno: suspender a aplicao antesda induo da florao e s retornar aaplicao aps o avermelhamento.

    A urina de vaca dever ser aplicadasegundo as dosagens recomendadas.Ela pode queimar as plantas, se malutilizada.Em pulverizao a urina aplicada damesma maneira que o produtor pul-veriza as plantas.

    Seguir os intervalos de aplicao.No necessrio usar espalhante ade-sivo. A urina de vaca possui alto poderde penetrao nas plantas.

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    Biofertilizante produzido pelo agricultorJoaquim Pinto, Comunidade Sabonete,

    Apuiars

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    Coco, Acerola, limo, laranja, tangerina,banana, pinha, jabuticaba, goiaba e graviola

    1 Aplicao:via solo

    Plantas pequenas: 100 litros de gua; 1/2 litro de urina

    Plantas mdias: 100 litros de gua; 1 litro de urina2 Aplicao:via folha

    Plantas pequenas: 100 litros de gua; 1 litro de urina

    Plantas grandes: 100 litros de gua; 5 litros de urina

    3 Aplicao em diante a partir de 30 dias da 2 aplicao

    100 litros de gua; 1 litro de urina

    Perodo de aplicao: a cada 30 dias.

    Bioferilizante com esterco para200 litros (Preparo em 10 dias)Ingredientes:40 kg de esterco fresco de gado; 10 kg deesterco fresco de aves; 2 latas de 20 litros de diferentesfolhas verdes; 30 litros de leite ou soro de leite (sem sal);18 litros de garapa; 10 kg de cinza; 4 quilos de farinha deosso; 1 kg de calcrio dolomtico.

    Preparo:Completar com gua e mexer bem, esperandode 7 a 10 dias para coar e usar. Usar 2 litros da soluo em

    100 litros de gua, para tratamento foliar e 20 litros em100 litros de gua para adubar o solo.

    Caldas naturaisAs caldas so produtos que contm substncias

    orgnicas e minerais que exercem uma ao ben-ca sobre o metabolismo das plantas. Essas subs-tncias so as cinzas, leite ou soro de leite diludos,gua de vermicomposto, enxofre, caldas bordalesa e

    sulfoclcica, esterco lquido fermentado, enriquecidocom macro e micronutrientes. As mais usadas sobordalesa, sulfoclcica e viosa.

    Calda Bordalesa

    Ingredientes:200 g de sulfato de cobre; 200 g de cal vir-gem; 20 litros de gua limpa

    Preparo: Colocar num recipiente contendo 10 litrosdgua as 200 g de sulfato de cobre bem modo. Este deveser colocado dentro de um saco de pano ralo, amarradoem uma vara atravessada sobre o recipiente, de modo aapenas mergulhar na gua. Geralmente aps uma hora, osulfato de cobre estar todo dissolvido. Noutro recipiente,com capacidade superior a 20 litros, coloque em pequenasquantidades os 200 g de cal virgem at formar uma pastaconsistente. Aps juntar gua at completar 10 litros.

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    Logo aps despeje a calda contendo o sulfato de cobresobre a calda contendo a cal ou ento em um terceirorecipiente de capacidade superior a 20 litros, juntam-seas duas solues simultaneamente, sempre em pequenaquantidade, agitando-se bastante a mistura, enquantovai sendo preparada.

    Para verificar se a calda apresenta o pH desejvel, que o neutro, mergulhar na soluo uma lmina de canivetebem limpa, deixando meio minuto. Se ao retirar observarformao de ferrugem sobre a mesma, o pH ainda estcido. Ento se coloca mais um pouco da soluo de guae cal, at que no mais se processe a reao de ferrugem.

    A aplicao deve ser feita no mesmo dia do preparo.

    Casos especiaisDosagens para 20 litros de gua.

    Calda Biofertilizante

    A calda biofertilizante demonstrou excelenteefeito no aumento da resistncia s pragas e mols-tias e como adubo foliar para inmeras plantas. Oprocesso de produo bastante simples, sendo vi-vel sua produo na propriedade, desde que tenhaesterco de gado disponvel.

    Ingredientes: 10 litros de esterco fresco; 3 litros de ester-co de galinha; 500 gramas de acar e gua.

    Preparo: Num recipiente plstico de 20 litros colocarmeia lata (10 litros) de esterco de curral, o esterco de ga-linha e o acar. Completar com gua, evitando trans-bordar, fechar bem e deixar 5 dias. Na aplicao, a caldapronta deve ser diluda na proporo de 1 litro desta para10 litros de gua.

    Cultura Sulfato deCobreCal

    Virgem

    Abobrinha, Alface, chicria,caqui, morango, pepino 100g 100g

    Couve, repolho 500g 500g

    Cucurbitceas 60g 60g

    Observao: Nas plantas novas, deve serusada a metade da quantidade de sul-fato de cobre e de cal virgem. Pulverizarpreferencialmente em horrios frescos.Se usar cal hidratada ao invs de cal vir-gem, a dosagem deve ser 1,8 maior.A calda bordalesa pode ser misturada

    com inseticidas como o extrato de fumo,extrato de confrei e outros extratos.

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    Plantas repelentes e atrativas

    As plantas tm a capacidade de interagir como meio onde se encontram, estabelecendorelaes com as outras plantas, microrga-

    nismos, insetos, e outros organismos que existem. Asinteraes podem ser positivas ou negativas de acordocom as caractersticas de cada espcie, pois h plantasque criam mecanismos de convivncia com alguns fun-

    gos e bactrias especcas que em certos casos podemmatar a planta. Em geral essas reaes dependem doequilbrio do agroecossistema.

    Para manter este equilbrio podem ser usadasplantas repelentes ou atrativas ou mesmo plantasarmadilhas, que tem mostrado timos resultados naproteo das plantaes sem prejudicar a sade ou omeio ambiente.

    Plantas repelentes ou atrativas em geral so aque-las com odor emitido pelas razes, folhas e ores, que

    afastam ou atraem formigas, lesmas, gafanhotos, ves-pas, besouros e outros evitando ataques s culturas.Elas podem ser colocadas, por exemplo, ao redor dasplantaes, entre duas culturas principais ou at mes-mo alternando as leiras de plantas. As plantas atrati-vas podem ser usadas como armadilhas para atrair osinfestantes e no atacar a cultura principal. Por exem-plo, no caso de formigas na cultura da mandioca podeser plantada batata-doce, preferida pelas formigas,deixando a mandioca intacta. Com as plantas podemser preparados compostos ou extratos que podem serpulverizados nas plantaes.

    Algumas plantas so medicinais e podem ser usa-das para chs no tratamento de doenas na famliaconforme orientao mdica.

    Plantas repelentes:cravo-de-defunto, alho, alhopor, hortel-pimenta, alfavaca, salsa, cebola, manje-rico, organo, arruda, citronela, gernio, rosa, malva,

    jasmin, hortel, camomila, crisntemo, urtiga, louro,cebola, abbora, mamona, fumo, eucalipto, mastruz,nim (neem), espirradeira, alamanda, ata, cardo santoe outras.

    Plantas atrativas:girassol, capim-santo, caruru,papoula, cavalinha, cravo de defunto, fumo, alecrim,malva, confrei, dentre outras.

    Experimente: tomilho junto de repolhorepele a lagarta das folhas.

    Ca

    ptulo3

    Tcnicas para controlare repelir insetos

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    Horta orgnica de produtores daADAO, Guaraciara do Nort

    Girasol na Horta dos Jovens,Comunidade Escalvado, Itapipoca

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    Plantas para a proteo dashortas e suas funesPara a proteo de hortas orgnicas importan-

    te plantar ao redor dos canteiros, ou bem prximasa eles vrias plantas repelentes e atrativas.

    f Alfavaca:O cheiro repele moscas e mosquitos.No deve, porm, ser plantada perto da arruda

    f Alho: Eciente como repelente de pragas do tomate

    f Alecrim: Afasta a borboleta-da-couve e a mos-ca-da-cenoura

    f Anis:Repelente de traas

    f Capuchinha: Repele nematides e insetos

    f Citronela: repelente de insetos, inclusive per-nilongos, como oAedes aegypti

    f Coentro: Controla pulges e caros

    f Cravo-de-defunto: Protege dos nematides(atrativa)

    f Gernio: Repelente natural de insetos. semprebom t-los em seu jardim, embelezam e protegem

    f Girassol:Excelente repelente de insetos, atravsde suas folhas e ores e atrai insetos polinizadores

    f Hortel: O cheiro repele lepidpteros, como aborboleta-da-couve, formigas e ratos. Pode serplantada, ainda, como bordadura de lavouras

    f Manjerico:Repelente de moscas e mosquitos

    f Mastruo:Repele afdeos e outros insetos

    f Slvia:Repele a mariposa do repolho

    f Tagetes: Repelente natural de muitos insetos eprotege contra os nematides

    f Tomilho:Afasta a borboleta-da-couvef Urtiga: Repele o percevejo do tomate. Experi-

    mente tambm plantar ao redor a cebolinha, alavanda e a manjerona.

    No caso de ataques na horta experi-mente a pulverizao de ch das fo-lhas dessas plantas !

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    Plantas repelentes e seu usoAlho (Allium sativum L.)

    um bom repelente de insetos, bactrias, fun-

    gos e nematides, indicado para o plantio ou o usode preparo. No use sobre feijes, pois o alho inibeseu crescimento.

    Ingredientes:4 dentes de alho; 10 litros de gua

    Preparo: Esmagar 4 dentes de alho em um litro de guae deixar curtir por 12 dias. Diluir em 10 litros de gua eaplicar sobre a planta. Para o caso dos dentes de alho quesero usados para plantio, imergir os mesmos na soluodurante alguns minutos.

    Angico (Piptadenia spp)

    A rvore adaptada terrenos secos, recomen-dada para a recuperao ambiental, crescendo mui-to bem em solos pobres e degradados. As folhas evagens ajudam para afastar pulges, lagartas, for-migas e moscas sem prejudicar as plantas.

    Ch de angico

    Ingredientes:100 g de folhas de angico, 1 litro de gua

    Preparo: deixar as folhas de angico de molho na guapor cerca de 10 dias, misturando diariamente. Coe o che guarde em uma garrafa tampada. Quando for utilizar

    em pulverizaes, dilua uma parte do extrato em 10 par-tes de gua.

    Arruda (Ruta graveolens)

    As folhas de arruda so timas para combateros pulges e ajudam a manter os ctricos saudveis, repelente de insetos, formigas e ratos.

    Calda de arruda

    Ingredientes: 100 g de folhas secas e 1 litro de gua.

    Preparo: picar as folhas, ferver durante 5 minutos e

    aguardar 24 horas. Depois coar e misturar a 20 litros degua. Pulverizar nas plantas e locais onde aparecem for-migas.

    Cebola (Allium cepa L.)

    A cebola controla lagartas em beterrabas, bro-ca, ferrugens, pulges e vaquinhas. No tomateirofunciona como fungicida.

    Calda de cebola

    Ingredientes: 1 kg de cebola ou cebolinha verde; 10 li-tros de gua.

    Preparo:Cortar a cebola ou a cebolinha verde e misturarem 10 litros de gua, deixando o preparado curtir duran-te 10 dias. No caso da cebolinha verde, deixe curtir por 7dias. Para pulverizar as plantas, utilizar 1 litro da misturapara 3 litros de gua.

    ATENO: A arruda no deve ser inge-rida, pois altamente txica; mulheresgrvidas tambm no devem us-la,pois abortiva; causa confuso men-tal, convulses e dores violentas nosintestinos.

    Armazenamento de gros

    Folhas de louro, dentes de alho, sal efolhas de eucalipto so indicados parao controle de pragas de gros arma-zenados. Devem ser misturados aosgros e guardados. No caso do eu-calipto, usar variedade citriodora emcamadas alternadas. Controla carun-chos, gorgulhos e traas de gros demilho, feijo, arroz, trigo, soja, farelosem geral e batata.

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    Cebola com alho

    Ingredientes:3 cebolas; 5 dentes de alho; 10 litros de gua.

    Preparo: Moer a cebola e o alho e misturar em 5 litrosde gua. Espremer para retirar o suco, coar e misturar aorestante da gua. Pulverizar uma vez por semana. No to-

    mateiro funciona como fungicida.Coentro (Coriandrum sativum)

    O coentro serve para afastar caros e pulges.Ingredientes:folhas de coentro; 2 litros de gua

    Preparo:Cozinhar as folhas de coentro em 2 litros de gua.Para pulverizar sobre as plantas, acrescentar mais gua, po-dendo a quantidade ser alterada em funo dos resultados.

    Cravo-de-defunto (Tagetes minuta)ou Cravorana (Tagetes sp )silvestre

    As plantas inteiras, principalmente no oresci-mento, so repelentes de insetos e nematides (nosolo). Usadas em bordadura das culturas ou em pul-verizaes na forma de extratos alcolicos, atuamtanto por ao direta contra as pragas, quanto por

    disfarce das culturas pelo seu forte odor.Calda de Cravo-de-defunto

    Ingredientes: 1 kg de folhas de talo de cravo-de-defunto;10 litros de gua

    Preparo:Misturar as folhas de talo de cravo-de-defunto

    na gua. Levar ao fogo e deixar ferver durante meia horaou ento deixar de molho os talos e folhas picados pordois dias. Coar e pulverizar o preparado sobre as plantas.

    Losna (Artemisia absinthium L.)

    Plante a losna em vasos e coloque-os prximosda horta, no a plante no canteiro, pois ela incom-patvel com diversas plantas. indicada para afastarlagartas e lesmas.

    Ingredientes :folhas secas de losna e gua.

    Preparo: derramar um litro de gua fervente sobre 30 g

    de folhas secas e deixar em infuso por 10 minutos. Diluirem 10 litros de gua e pulverizar sobre as plantas.

    Pimenta malagueta (Capsicum frutescens)

    uma das pimentas mais famosas do Brasil e umaplanta repelente por excelncia e tem boa ecinciaconcentrada e misturada com outros defensivos natu-rais, no combate a pulges, vaquinhas, grilos e lagartas.

    Pimenta com sabo

    Ingredientes: 500 g de pimenta vermelha (malagueta);4litros de gua; 5 colheres (sopa) de sabo de coco em p.

    Preparo:bater as pimentas em um liquidificador com 2 litrosde gua at a macerao total. Coar o preparado e misturarcom 5 colheres (sopa) de sabo de coco em p, acrescentan-do ento os 2 litros de gua restantes. Aplicao: pulverizarsobre as plantas atacadas. Aguardar 12 dias para colher.

    O tempo da carncia entre a aplicaoe a colheita no mnimo de 12 diaspara evitar frutos com fortes odores.

    Uso de defensivos naturais parao controle de pragas e doenasem hortas orgnicas no sertode Pernambuco

    Agricultores e agricultoras do Ser-to Central de Pernambuco discuti-ram os principais produtos naturaisutilizados na regio no controle depragas e doenas. Eles lembram queesses produtos, apesar de serem na-turais, devem ser aplicados semprena quantidade, na frequncia certa, equando necessrio. Eles aconselhamque sempre que houver uma nova

    receita, deve-se verificar o modo deusar e a concentrao do produto, tes-tando numa pequena parte da hortaat comprovar o efeito da dosagemsem comprometer a produo. Porfim, eles lembram que mesmo nosendo agrotxico, um defensivo na-tural um produto ativo e tem queesperar pelo menos dois dias aps aaplicao para colher as hortalias.Entre os produtos mais usados no Ser-to Central de Pernambuco esto: fari-nha de trigo, fumo, nim (neem), alho,urina de vaca e angico.

    Fonte: CECOR

    Centro de Educao Comunitria Rural

    www.agroecologiaemrede.org.br

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    Armadilha de Garrafa PET InstitutoSerta, Gloria de Coit - PE

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    Pragas e manejoMoscas das frutas

    As larvas das moscas da famlia Tephritidaeata-cam a polpa dos frutos de diversas culturas e cau-

    sam prejuzos ao se desenvolver no interior dos fru-tos, causa um desbalano hormonal, o que causa,por sua vez, amadurecimento desuniforme e culmi-na com necrose na regio afetada e queda precocedo fruto.

    Extrato de cavalinha (Equisetum arvense L.)

    Planta perene com usos medicinais. Devido aoseu princpio ativo ser muito forte usada como de-fensivo natural, que alm das moscas da fruta afastapulges, caros, brocas e formigas. Pode ser utiliza-da como ornamental e plantada em reas brejosas.

    Cuidado:podem causar intoxicaes aos animais.

    Ingredientes:100 a 300 g de cavalinha seca ou 1 a 1,5 kgde folhas verdes; 10 litros de gua.

    Preparo: Ferver a cavalinha seca ou verde nos 10 litrosde gua. Para aplicar nas plantas, coar e diluir 5 litros dasoluo em 95 de gua. Pode ser usado puro quandoaplicado ao solo.

    Armadilhas para moscas das frutas

    As armadilhas podem ser colocadas em pontosestratgicos da propriedade, o que funciona princi-palmente com moscas, que atacam as fruteiras.

    Mistura para tiras de lonaIngredientes:80 g de breu modo; 50 g de leo de rcino.

    Preparo e uso:misturar todos os ingredientes, levar aofogo durante 5 minutos para derreter o breu, no deixarferver. Passar a cola resultante em tiras de lona amarela.Pendurar as tiras na bordadura dos locais em que se de-seja combater os insetos. Serve para 8 dias.

    Garrafa caa-moscaPreparo: Numa garrafa de plstico so feitas diversas ja-nelas com 2 cm no sentido horizontal e 5 cm na verticalna parte mediana. A garrafa, fechada na parte superior,para evitar a entrada de gua da chuva, pendurada naplanta a uma altura de 1,50 cm, do lado que o sol nasce,na proporo de uma garrafa para cada dez plantas dopomar.

    Exemplos de iscas para serem colocadas nas garrafas:

    2 partes de gua + uma parte de vinagre de vinho ou

    suco de uva ou suco de outra fruta.Uma parte de gua + uma parte de suco de frutas ma-duras.

    70 gramas acar mascavo ou suco de frutas maduras + 1litro de gua + uma colher de caf de vinagre.

    O exemplo da mosca negra

    A mosca negra est atacando na Pa-raba plantaes de laranja, mas tam-bm afeta outros frutos, como rom,

    caju, graviola, amora, maracuj, gen-gibre, goiaba, mamo e sapoti. Ape-sar da larga proliferao, a estratgiade ao do Governo do Estado estcentrada no uso de agrotxicos emgrande escala. Os agricultores tmsido incentivados a aplicarem agro-txicos em seus cultivos, como osneonicotinoides (classe de inseticida qual pertence o Provado, marca deagrotxico comercializada no Brasil)*.

    Na regio da Borborema, as famliastradicionalmente produzem frutasem sistemas altamente diversifica-dos, onde a prpria natureza se en-carregou de equilibrar as populaesde insetos e pragas. A grande maio-ria das famlias da regio nunca usouagrotxicos.

    * Informao obtida a partir de

    matria publicada em 2008 pela

    Environment News Service (ENS).

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    Moscas brancas

    fcil de identicar por uma revoada de mins-culos insetos brancos. Costuma localizar-se na parteinferior das folhas, onde libera um lquido pegajosoque deixa a folhagem viscosa e favorece o ataque de

    fungos. Alimentam-se da seiva da planta. As larvasdeste inseto, praticamente imperceptveis, tambmse alojam na parte inferior das folhas e, em poucotempo, causam grande infestao.

    O uso de plantas repelentes, como cravo-de-de-funto, hortel, calndula, arruda ou alho, costumamdar bons resultados. indicado plantar gergelim nosaceiros dos cultivos ou em consrcios que atraem asmoscas. Tambm a calda de fumo mostra efeitos.Em caso de pequenas quantidades retire as folhasatacadas e elimine-as.

    FormigasAs rvores, espcies invasoras e pastagens podem

    ser atacadas por formigas, assim como quase todas asplantas cultivadas. As cortadeiras so as que mais cau-sam estragos. Elas cortam as folhas para lev-las aoformigueiro, onde servem de nutrio para os fungos,seus verdadeiros alimentos.

    Os danos econmicos so signicativos:f 1 formigueiro adulto pode recolher 1.000 Kg de fo-

    lha e talos por ano;

    f 1 formigueiro de 10 m2pode matar 37 rvores, oque representa 8 m2de madeira/alqueire/ano;

    f 10 formigueiros considerados velhos consomemat 21 Kg de capim/dia o que equivale a um boi eprovoca uma reduo de 50 % da capacidade depasto; nas culturas j ocorre reduo de produoa partir de 10 % de perda de rea foliar.

    As prticas de controle para formigas devem serutilizadas em conjunto com a vizinhana para terbons resultados. Converse com seu vizinho e discuta

    os benefcios do controle natural para a sua rea epara a comunidade toda.

    O ideal manter o equilbrio e restabelecer abiodiversidade porque as formigas so grandes reci-cladoras e tm funes importantes no ecossistema.Podem ser colocadas plantas atraentes, como leuce-na, mandioca, batata-doce, cana-de-acar, gerge-lim e feijo-de-porco; ou plantas repelentes, comohortel, salsa, cenoura e mamona.

    Produtos repelentes:

    Agave Piteira ou Sisal(Agave sisalana Perrine)Ingredientes:5 folhas mdias, 5 litros de gua.

    Preparo: deixar de molho por 2 dias 5 folhas mdias emodas de Agave e 5 litros gua. Aplicar 2 litros desta so-

    Espalhar sementes de gergelim em tor-no dos canteiros e sobre o formigueiro,intoxica o fungo do qual as formigas sealimentam e ajuda a eliminar o ninhodas formigas.Outras possibilidades so a colocaode casca de ovo moda, carvo vegetalmodo, farinha de ossos, sal, cinza ouvinagre nos formigueiros.

    Para rvores frutferas, pode-se usar umpano embebido com suco de pimenta-malagueta amarrado ao tronco.

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    luo no olheiro principal do formigueiro e tapar os de-mais para que as formigas no fujam.

    Angico (Piptadenia spp.)Ingredientes: 1 Kg de folhas de angico; 10 litros de gua

    Preparo: deixar de molho as folhas de angico em 10 li-tros de gua, por 8 dias. Aplicar proporo de 1 litro destasoluo por metro quadrado de formigueiro.

    Cal virgemIngredientes:2 Kg de cal virgem; 10 litros de gua quente.

    Aplicar sobre os principais olheiros das formigas

    ManipueiraIngredientes:2 litros de manipueira

    Preparo: Aplicar no olho do formigueiro, repetindo acada 5 dias.

    Manejo de plantas espontneasAs plantas que surgem espontaneamente so mui-

    tas vezes chamadas de plantas daninhas, mato oumesmo pragas. No manejo agroecolgico, as plantasdiferentes da cultura so chamadas de espontneasporque surgem sem serem plantadas, mas isso nosignica que sejam prejudiciais cultura.

    Mesmo podendo causar perdas s culturas pelacompetio por gua, luz e nutrientes, ao invs deeliminar as plantas espontneas at mesmo apli-cando herbicidas deve-se conviver com elas. Cadauma dessas plantas tem seu papel de proteger asuperfcie do solo, estocar nutrientes e hospedar in-setos polinizadores.

    H plantas mais problemticas nos ciclos de di-ferentes culturas, sendo preciso avaliar o dano eco-nmico para planejar as estratgias de manejo.

    Se for necessria a eliminao seletiva, ou ocontrole dessas plantas podem ser usadas as se-guintes tcnicas de manejo:

    f Cobertura do solocom plantas vivas ou secasimpedem o desenvolvimento de plantas espon-tneas

    f No revolver o solopara manter as sementesdas plantas espontneas na superfcie do solo,sem condies adequadas sua germinao.

    f Controle mecnico atravs de capinas, manuaisou mecnicas, ou melhor, ainda, atravs de roa-das a partir do momento em que as plantas es-

    pontneas atingem o ponto de dano econmico.

    Cobertura do solo

    Cobertura do solo com palha de arroz

    Cobertura do solo praticada peloagricultor Joaquim Pinto, Comunidade

    Sabonete, Apuiars

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    Anote toda e qualquer praga e/ou doenanova que conseguir controlar com a recei-ta que voc estiver utilizando e recomen-de aos seus vizinhos!

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    Defensivos Naturais

    Quando nas reas de produo j houver aincidncia de doenas e surgimento daspragas necessrio passar ao manejo

    reativo, ou seja, agir de forma especca para con-ter os danos nas plantaes enquanto se reconstituio equilbrio biolgico do agroecossistema.

    No manejo ecolgico so usados os defensivosnaturais, tambm chamados de alternativos,por serem uma alternativa aos agrotxicos. So pro-dutos preparados a partir de substncias no pre-

    judiciais sade humana e ao meio ambiente, quefavorecem a produo de alimentos mais saudveispara o consumidor nal.

    Antes do surgimento de agrotxicos, os agricul-tores preparavam e utilizavam os produtos a par-tir de materiais disponveis nas suas propriedades eproximidades. Com o surgimento da indstria agro-txica estes conhecimentos esto se perdendo, masainda so existentes nas comunidades campesinastradicionais e em alguns setores acadmicos.

    Pertencem a esse grupo as formulaes que tmcomo caractersticas principais baixa ou nenhumatoxicidade ao homem e natureza, a ecincia nocombate aos insetos e microrganismos nocivos, o nofavorecimento ocorrncia de formas de resistnciadesses toparasitas, boa disponibilidade e custo re-duzido. Esto includos na categoria os agentes debiocontrole, os diversos biofertilizantes lquidos, ascaldas, os feromnios, os extratos de plantas e le-os. Os defensivos naturais estimulam o metabolismodas plantas, fazendo-as reagir quando pulverizadossobre elas, aumentando a resistncia aos ataques.

    Aconselha-se utilizar as receitas dentro das reco-mendaes, mas existem casos em que interessan-te experimentar com doses diferentes e misturas deingredientes, observando e, se possvel, registrandoe divulgando os resultados.

    Insetos e fungos no so a verdadeiracausa da doena das plantas. Eles s ata-cam plantas ruins ou plantas cultivadasincorretamente

    Sir Albert Howard

    Ca

    ptulo4

    Diagnstico e tratamentode plantas e animais

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    ATENO: Todo extrato ou preparado um produto concentrado e a sua pre-parao ou aplicao requer cuidados

    especficos para o manuseio. Consulteum agrnomo ou tcnico agrcola ca-pacitado.

    Instrues bsicas para aplicaode defensivos naturais

    f Se houver necessidade de interveno para con-trole da praga e/ou doena, utilizar produtos commenor efeito sobre os inimigos naturais das pragas

    f Nunca misture duas ou mais receitas na mesmaaplicao e d um intervalo de um ou mais diasentre as aplicaes de receitas diferentes

    f Mantenha o produto que foi preparado afastadode crianas e animais domsticos

    f Mantenha o produto afastado de alimentos oude rao animal, pois embora alternativo podemocorrer reaes indesejadas em caso de aciden-tes, visto que so substncias concentradas

    f Mantenha afastado das reas de preparo e apli-cao: crianas, animais domsticos e pessoasdesprotegidas, nos casos dos defensivos maisfortes, como a pimenta e fumo

    f No utilize equipamentos com vazamentos

    f No desentupa bicos, orifcios, vlvulas dos pul-verizadores com a boca, pois sempre cam res-duos e podem causar alguma irritao

    f No aplicar defensivos naturais quando houverventos fortes, nem aplicar contra o sentido do

    vento e aplicar nas horas mais frias do diaf No prepare defensivos que envolvam produtos

    mais fortes com as mos desprotegidas e no seesquea de se proteger usando os equipamen-tos de proteo individual (EPIs)

    Diagnstico de doenas e pragas1 Identicao do organismoque causa o maior dano cultura

    A observao do sistema vai alm das culturas.Ele tem que ser analisado como um todo e com fre-quncia, para identicar a presena de todos os ele-mentos novos do ecossistema e os danos que este-

    jam causando. Podem ser adotadas as prticas queincentivem a reproduo de seus principais inimigosnaturais. O bicudo, por exemplo, o inseto mais im-portante no elenco de organismos que prejudicam acultura do algodo. Na cultura da banana, os princi-pais organismos so fungos, responsveis pelo malda sigatoka e pelo mal do panam.

    2- Amostragem da populaodos organismos prejudiciais

    A presena das pragas precisa ser monitoradaatravs da contagem de ovos, larvas e organismos

    Tomateiro com decincianutricional

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    adultos (no caso de insetos), ou da vistoria das plan-tas (% de dano em caso de doenas fngicas, bacte-rianas ou virticas). Esta uma atividade obrigatriapara saber quando se precisa agir e como promovero equilbrio ecolgico de todo o sistema de produo.

    3- Escolher e utilizar as prticas de controleMesmo promovendo o equilbrio alguns insetos

    e organismos podem ser persistentes. Quando exis-tem ameaas destes organismos necessrio adotarprticas curativas. Estas consistem na aplicao de

    remdios para as plantas, que tanto combatem asdoenas como fortalecem tambm o sistema imuno-lgico das plantas.

    Tratamento de DoenasAs doenas nas plantas so provocadas geralmente

    pelas bactrias, fungos, nematides ou vrus e, normal-mente, no so visveis a olho nu durante o tempo deincubao. No se deve proceder um controle qualquerno sistema de produo sem saber com que tipo depraga e doena se est lidando.

    Para fazer um diagnstico da doena o mais fcil comparar os sintomas com fotograas ou descri-es de publicaes, quando no for possvel consul-tar um extensionista ou agrnomo experiente. Em

    caso de dvidas melhor enviar o material a umlaboratrio de Fitopatologia de universidades ou ins-tituies de pesquisa. Entre em contato antes parase informar sobre os critrios de encaminhamentode material.

    Seguem alguns dos principais agentes que podematacar os cultivos diretamente ou indiretamente, ser-vindo de vetores de outras doenas, especialmente emhortas, acompanhados das receitas para o tratamento.

    Fungos:so vegetais sem clorola que causam

    diversas doenas como a antracnose, que queima asfolhas e causa apodrecimento de frutos, muito co-mum nas mangueiras, cajueiros e mamoeiros, porexemplo. Causam tambm as conhecidas ferrugens,formando pequenas manchas nas folhas. impor-tante remover sempre que possvel as folhas infecta-das e aplicar uma calda a base de cobre. A maisindicada a calda bordalesa (Veja captulo 2).

    Uma preveno a neutralizao da acidez dosolo com calcrio. Uma dica de aplicao : 1 kg paracovas de 80 cm x 80 cm x 80 cm ou 300 g por m2.

    Bactrias:se disseminam rapidamente e cau-sam a famosa murcha bacteriana, levando a planta morte. A planta parece estar sofrendo por falta degua e, mesmo regada, continua murcha e morre.

    ATENO: a mudana de coloraonas folhas de plantas pode no sercausada por uma doena, mas peloexcesso ou falta de gua, excesso oufalta de nutrientes. importante man-ter o solo bem drenado. Solo excessi-vamente mido ideal para a propa-gao de todo tipo de doena.

    Fungos

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    Nesse caso so as bactrias agindo. So de difcilcontrole e toda planta precisa ser eliminada imedia-tamente. Outra dica: fazer rotao de cultura diver-sicando a produo e utilizando manejo adequado.

    Uma bacteriose pode inviabilizar algumas culturas

    por longos perodos em solos infestados. Por exem-plo, a Ralstonia solanacearum, que causa murcha nostomateiros permanece no solo por muito tempo.

    Alguns gneros de bactrias e seus sintomas

    Vrus:so transmitidos por insetos sugadores,como pulges, por exemplo, e tambm por semen-tes e mudas contaminadas ou ferramentas no hi-gienizadas. Eles causam manchas amareladas entre

    as nervuras das plantas. A soluo fortalecer osolo para aumentar sua fertilidade, tornando a plan-ta mais vigorosa e eliminando os insetos transmis-sores do vrus.

    Nematides: so parentes das lombrigas eatacam pelo solo. As plantas afetadas apresentamrazes grossas e cheias de fendas. Num ataque in-tenso, provocam a morte da planta. Sua dissemi-nao altamente dependente do homem, seja pormeio de mudas contaminadas, deslocamento de

    equipamentos de reas contaminadas para reassadias, ou por meio da irrigao. Eles causam nostecidos das plantas danos mecnicos pelos seus mo-vimentos e retiram nutrientes para seu sustento. Asplantas cam enfraquecidas e suscetveis ao ataquede outros organismos, como fungos e bactrias. Oplantio de cravo-de-defunto na rea infestada ajudano controle, tambm o uso da manipueira tem apre-sentado bons resultados.

    Algumas das doenas mais

    comuns nas reas de produoMldio:Os sintomas iniciam-se com uma des-

    colorao nas folhas que evolui para uma manchaalongada no sentido do comprimento das mesmas.

    Bactria Sintomas Principais culturas

    Clavibacter Murcha e cancro Tomate e pimento

    Curtobacterium Murcha Feijo de vagem e ervilha

    Erwinia Podrido mole Cenoura, repolho, hortalias

    Pseudomonas Mancha foliar, podrido mole Alho, cebola e curcubitceas

    Ralstonia Murcha Solanceas

    Xanthomonas Mancha foliarSolanceas,Brssicas e outras

    Nematides

    Bactrias

    Fonte: Produo orgnicade hortalias. EMBRAPA

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    Com o avano da doena, hastes orais e folhas po-dem quebrar e/ou secar.

    Odio:Ataca muito os cultivos irrigados por go-tejamento. Ocorrem manchas claras na superfciesuperior das folhas. Sob condies favorveis do-

    ena, estas manchas tornam-se necrticas ou commuitas pontuaes negras, com formato pouco de-nido. A parte inferior da folha ca recoberta com es-truturas esbranquiadas do fungo. Entretanto, podeocorrer clorose e necrose sem que se perceba clara-mente o p branco, dicultando o diagnstico dadoena. Folhas muito atacadas podem cair, mas osfrutos no so atacados pela doena.

    Antracnose:Causa leses em frutos, em campoou aps a colheita. mais problemtica em cultivosde vero, quando ocorrem temperatura e umidadealtas. Inicia-se com pequenas reas redondas e de-primidas, que crescem rapidamente e podem atingirtodo fruto. Sob alta umidade, o centro das leses carecoberto por uma camada cor-de-rosa, formada poresporos do fungo. Os frutos atacados no caem.

    Ferrugem: Ocorre nas folhas com pequenaspstulas elpticas, a princpio recobertas pela cut-cula. Nesta fase, a planta apresenta-se com folhassecas e depauperadas e a produo j est compro-metida, devido ao pequeno tamanho dos bulbos pro-

    duzidos.Tombamento:O tombamento afeta muitas cul-

    turas. Sua preferncia por plantas jovens e ocorreem sementeiras, em copinhos, em bandejas ou emmudas recm transplantadas. As mudas cam escu-ras ou apodrecem na base do caule, provocando otombamento da planta. Sob leve presso, o topo daplanta se desprende sem que a raiz seja arrancada.

    Fumagina:Consequncia da infestao de pul-ges, moscas brancas ou cochonilhas, que secretam

    substncia adocicada na superfcie de folhas e fru-tos, onde se desenvolve um fungo de cor escura.Este fungo no infecta nenhum rgo da planta, masd um aspecto estranho e desagradvel e pode afe-tar a capacidade de fotossntese.

    Murcha ou fusariose:Ataca os vasos lenhososa partir das razes causando murcha generalizada emorte rpida das plantas. A doena se inicia pelasextremidades do ramo e neste momento, antes dageneralizao da murcha, as razes j se encontramapodrecidas.

    Nematide das galhas: As plantas afetadasapresentam desenvolvimento abaixo do normal, ama-relecimento das folhas e murchamento. Estes sintomasse devem formao de galhas (engrossamentos) e

    Fumagina

    Antracnose

    Sintomas do odio nas folhas

    Fonte:Embrapa

    Fonte:UFRGS

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    apodrecimento das razes, que perdem a capacidadenormal de absorver gua e nutrientes do solo.

    Mela: Afeta toda a parte area da planta e apre-senta basicamente dois tipos de sintomas. O primeiroaparece nas folhas como pequenas manchas aquosas,arredondadas, de cor mais clara que a parte sadia, ro-deadas por bordos de cor castanho-avermelhada. medida que a infeco progride, ocorre uma intensaproduo de miclio de cor castanho-clara, em ambasas faces das folha, formando uma teia miclica.

    Receitas para o tratamento de doenasgua de cinza e cal

    Ingredientes: 5 kg de cal hidratada vulcnica (sem re-

    sduos de fixadores ou de cinza a); 5 kg de cinza vegetal(cinza de caca de arroz ou de madeira); 100 litros de gua.

    Preparo:misturar os produtos e agitar pelo menos 3 a 4vezes no perodo mnimo de 1 hora. Aps este perodo agua pode ser usada ou armazenada para uso posterior.Efetiva no controle de doenas, principalmente se asso-ciada calda sulfoclcica ou biofertilizantes.

    Extrato de alho (Allium sativum)Controle de Mldio e ferrugemIngredientes: 4 dentes de alho; 1 litro de guaPreparo: amassar os dentes de alho em um litro de gua

    e deixar em repouso por 12 dias. Aps este perodo, diluira soluo em 9 litros de gua, filtrar e pulverizar sobre asplantas. Excelente tambm no controle de nematides.

    Bicarbonato de sdioControle de OdioIngredientes: 100g de bicarbonato; 10 litros de gua.Preparo: misturar o bicarbonato para os 10 litros de guae pulverizar.

    Extrato de camomila (Alatricaria comomila L.)Controle de doenas causadas por fungosIngredientes:100 gramas de flores de camomila; 1 litro

    de gua.Preparo: bater no liquidificador as flores com a gua.Deixar de molho por 12 horas, coar e em seguida dilu-loem 20 litros de gua e pulverizar semanalmente.

    Mamoeiro (Carica papaya)Controle de mldio e ferrugem do cafeeiroIngredientes:700 gramas de folhas picadas; 1 litro de gua.Preparo:bater no liquidificador as folhas picadas com agua. Deixar de molho por 12 horas, coar e em seguidadiluir em 20 litros de gua. Para aumentar a aderncia eampliar ao contra pragas, acrescentar 100 g de sabo

    comum previamente diludo em 1 litro de gua.Suco de limo (Citrus limon)

    Ingredientes: 5 limes; 10 litros de guaPreparo: fazer o suco de limo e pulverizar sobre as plan-tas, repetindo a cada 14 dias.

    Estou usando fumo com sabo, pas-sando nas folhas onde tem fungo etive bons resultados.

    Antnio Norberto Mesquita,

    Comunidade Carnaba, Barreira

    Plantas de feijo comum apresentandosintomas de mela

    Fonte:Em

    brapa

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    Diagnstico e tratamento de pragasNo tratamento com defensivos naturais tambm

    necessrio tomar cuidado para no prejudicar osinimigos naturais. Por isso importante observar as

    dosagens das receitas e sua aplicao.Seguem alguns dos principais insetos e animais

    que podem atacar os cultivos diretamente ou indire-tamente, acompanhados das receitas para o trata-mento.

    Cochonilhas: So minsculos insetos sugado-res, geralmente marrons ou amarelos, que se encon-tram na parte inferior das folhas e nas fendas. Elessugam a seiva da planta e liberam uma substnciaaucarada e vm por isso sempre acompanhados de

    formiguinhas, o que facilita o aparecimento de fuma-gina, deixando as folhas pretas. Tambm facilitam oataque de fungos. As joaninhas so suas predadorasnaturais, alm de algumas vespas. A aplicao defumo com sabo pode trazer bons resultados.

    Macerado de samambaia (Nephrolepis polypodium)Ingredientes: 500 g de folhas frescas de samambaia; 1litro de gua.Preparo:colocar as folhas na gua e deixar em repousopor um dia. Depois ferver por meia hora. Aplicar diluindo1 litro da soluo em 10 de gua.

    Soluo de sabo e leo mineralIngredientes: 200g de sabo neutro; meio litro de leomineral; meio litro de guaPreparo: derreter o sabo na gua quente e misturar aoleo mineral. Depois de pronto usar 200 ml da mistura em20 de gua e pulverizar. Repetir a cada 15 dias.

    Pulges:Insetos sugadores de multiplicao mui-to rpida, com colorao variada. Eles atacam brotosnovos na parte inferior das folhas e nos caules, pro-duzindo uma substncia aucarada deixando a planta

    mais susceptvel a outras pragas. Esses insetos so umsinal de manejo errado de adubao, por isso precisoevitar adubo fresco (no curtido) e adubao excessi-vamente nitrogenada (por exemplo, muita uria). In-festa quando o solo pobre em matria orgnica.

    As joaninhas so predadoras naturais e comemos ovos. As ores de cenoura atraem um tipo demosca que devora os pulges. s vezes um bom jatodgua, quando a planta rme, elimina os pulges.Pode se aplicar calda de fumo ou macerado de urti-

    ga. Se forem poucas plantas doentes, pode se pas-sar uma mistura de gua e lcool em partes iguaisnas plantas afetadas. Tambm pode ser usado pre-paro de arruda, alamanda ou coentro para pulverizaras folhas doentes.

    Pulgo

    Cochonilha

    Joaninha

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    Lagartas atacando uma planta

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    Chorumo de urtiga (Urtica urens L)Ingredientes: 4 kg de urtiga diica; 60 litros de gua.Preparo:fermentar por 60 dias e diluir 1 litro da calda em 20litros de gua. Esta receita tambm nutritiva para as plantas.

    Preparado de babosa (Aloe vera)

    Ingredientes: 1 balde de babosa; 1 balde de gua.Preparo: picar toda a babosa e misturar com a gua, dei-xando curtir por 24 horas. Para pulverizar a planta usar 1litro da calda para 5 de gua. Aps a aplicao deixar aplanta descansar por 8 dias.

    Preparado de folhas e talos de tomateiro(Lycopersicon esculentum)Ingredientes: 1/2 kg de folhas e talos de tomateiro; 1 li-tro de lcool (deixar o lcool em repouso por alguns dias)Preparo: picar as folhas e talos do tomateiro, misturarcom o lcool e deixar em repouso por alguns dias. Depoisdo repouso, coar o produto. No momento do uso diluir

    um copo do extrato em 10 litros de gua e pulverizar so-bre as plantas.

    caros: So primos das aranhas, sugadorese invisveis a olho nu. Sua presena notvel pelapresena de teias na parte inferior das folhas, embrotaes novas, em ores e frutos. Eles diminuemo ritmo de crescimento e podem matar a planta.Deve-se manter a umidade na planta, pois os ca-ros no gostam de umidade, ou retirar as partesatacadas. Repelentes so cravo-de-defunto, coentro

    e alho. A calda de fumo tambm ajuda no controle.Soro de leiteIngrediente, preparo e uso: misturar 1 copo de leiteazedo em 1 litro de gua e pulverizar. Quando pulveri-zado sobre as plantas, provoca o ressecamento e matao caro.

    Lagartas: So devoradoras das folhas. Muitasvezes podem ser catadas com as mos (utilizar lu-vas adequadas). Cuidado com as lagartas de fogo,aquelas adultas com plos vistosos, mas urtican-tes. A lagarta-rosca de colorao parda e corta

    as plantas rente ao solo. Ficam enroladas para seproteger e so encontradas quando esto a uns 10cm de profundidade, ao redor da planta.

    gua de cinzaIngredientes:2 kg de cinza; 10 litros de guaPreparo: dissolver a cinza na gua, agitando bem. Deixardescansar por 1 dia. Coar em saco de estopa para evitarentupimento do pulverizador ou regador e aplicar.

    Vaquinhas: Insetos de cor verde com listrasamareladas, que se alimentam das folhas das plan-

    tas prejudicando seu crescimento.Pimenta (Capsicum spp.)

    Ingredientes: 500g de pimenta vermelha; 4 litros degua; 5 colheres de sopa de sabo de coco em pPreparo: bater as pimentas em um liquidificador com 2

    Lembre que sem lagartas no terborboletas, que so belas e tm suafuno no ecossistema.

    caro

    caro

    Vaquinha

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    litros de gua at a triturao total. Coar o preparado emisturar o sabo de coco em p, acrescentando ento os2 litros restantes. Pulverizar sobre as plantas atacadas.

    Cebola (Allium cepa L.)Ingredientes:1 kg de cebola; 10 litros de gua

    Preparo: cortar a cebola e misturar na gua e deixar curtirpor 10 dias. Utilizar 1 litro para pulverizar as plantas.

    Lesmas e caracis:Moluscos que deixam umrastro brilhante e se alimentam das folhas. Duranteo dia se escondem debaixo de tbuas, tijolos, peda-os de madeira ou qualquer outro entulho deixadona rea de horta, o que deve ser, portanto, evitado.

    Tatuzinho:Os bichos-de-conta, tatuzinhos-de-jardim ou tatu-bolinha contam com mais de 3.000espcies. So pequenos animais de corpo comprido,

    normalmente acizentado ou rosado, que vivem emlocais midos, debaixo das pedras ou dos detritosvegetais de que se alimentam. Eles atacam as hor-talias e se alimentam de razes, porm no trazemgrandes prejuzos s hortalias.

    Chuchu (Sechium edule Schnartz)Ingredientes: Chuchu; salPreparo:colocar dentro de latas rasas o chuchu em pe-daos e depois adicionar o sal. bastante atrativo paralesmas e caracis, possibilitando seu controle mecnico.

    Cerveja com gua aucarada

    Colocar noite perto das plantas atacadas um prato rasocom a mistura de cerveja e gua aucarada. Na manhseguinte as lesmas estaro dentro do prato. Possibilita ocontrole mecnico, uma vez que esta associao apresen-ta-se bastante atrativa.

    UrtigaIngredientes: 500g de urtiga; 1 litro de gua.Preparo: esmagar bem e deixar descansar por dois dias.Pulverizar as plantas a cada 15 dias, diludo a 10%, (100 mIem 1 litro de gua ou 1 litro para 10 litros de gua).

    Observao: tomar muito cuidado em manejar a urtiga,

    pois possui substncias que causam irritao na pele.

    Percevejos:Conhecido tambm como maria fe-dida ou fede-fede pelo odor desagradvel que exa-lam, algumas espcies sugam as plantas, outras soextremamente bencas, sendo predadoras de ou-tras pragas, como lagartas. Portanto, algumas es-pcies devem ser conhecidas e protegidas. Entreas malcas esto os barbeiros, transmissores dadoena de chagas. Primeiro devem ser removidosmanualmente, se no surtir efeito, a calda de fumo

    pode funcionar como repelente.Chorumo de gramneas

    Ingredientes: 10 kg de capim navalha; 100 litros de gua.Preparo: deixar fermentar por 30 dias e diluir em 50% degua para a aplicao em seguida.

    Dica: colocar em torno da rea quese deseja proteger uma faixa de uns15 cm de cal virgem, que adere aocorpo destes moluscos, ao passarem,matando-os.

    Dica: Juntar sacos velhos (trapos), embeb-los com gua aucarada ou salmoura fracaou leite. Na manh seguinte recolher os sa-cos e eliminar as lesmas, caracis ou tatuzi-nhos, com gua fervente.

    Percevejo

    ...ah.Casa prpria

    muitomelhor!

    fria!!Eu vou sairdaqui e

    rapidinho!!

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    Prensa da mandioca

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    Receitas de uso geralManipueira: O subproduto da fabricao da fa-

    rinha de mandioca (Manihot esculenta Crantz) umsuco leitoso, extrado da mandioca ralada. A ma-nipueira praticamente desprezada, sem qualqueraproveitamento econmico, e quando despejadasem tratamento prejudica o meio ambiente (toxi-dez). Pode ser usado como fertilizante natural ecomo inseticida, que revelou extraordinria ecin-cia no caso de nematides, caros, insetos, fungose formigas.

    Recomendaes de usoPreparo do solo

    Para prevenir os canteiros de infeces, regar usando 4

    litros de manipueira por metro quadrado, 15 dias antesdo plantio.

    Adubo foliar

    Uma parte de manipueira para quatro partes de gua -seis pulverizaes foliares, em intervalos semanais.

    caros, pulges, lagartas

    Uma parte de manipueira para duas partes de gua nomnimo, trs pulverizaes foliares, em intervalos sema-nais.

    Insetos

    Uma parte de manipueira para uma parte de gua - trspulverizaes foliares, em intervalos semanais.

    Carrapatos

    Uma parte de manipueira, uma parte de leo de mamo-na, para duas partes de gua, em 3 aplicaes a interva-los semanais em animais.

    Fungos controle de odios e ferrugens

    100 ml de manipueira anteriormente diluda em igual vo-lume de gua + 1g de farinha de trigo.

    Formigas

    Utilizar 2 litros de manipueira no formigueiro para cadaolheiro, repetindo a cada 5 dias.

    Nematides formadores de galhas (Meloidogyne spp)

    1 litro de manipueira diluda em igual volume de guapara 6 litros de solo infestado. Deixar o solo em repousono mnimo por 8 dias e revolv-lo para plantio.

    Nim (neem) (Azadirachta indica):O nim uma planta que pertence famlia Meliaceae, deorigem asitica, muito resistente e de rpido cres-cimento, alcanando normalmente de 10 a 15 mde altura e produzindo uma madeira avermelhada,dura e resistente.

    Importada para o Brasil, mostrou alta ecciano combate a diversas pragas e doenas que ata-

    ATENO: o nim no uma planta na-tiva e suspeita de provocar a inferti-lidade em pssaros, que comem suassementes, alm de ter razes profun-

    das, que consomem bastante gua. prefervel usar as plantas nativas como angico ou aroeira e evitar aproliferao do nim.

    Manipueira

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    cam plantas e animais e pode controlar at 200 tiposde insetos e pragas pelo contedo de azadirachtinada planta, um princpio ativo efetivo para traas, la-gartas, pulges, gafanhotos, etc.

    leo de nim

    Dosagem de 0,5% (0,5 litro em 100 litros de gua) pulveri-zado sobre as folhagens e frutos.

    Sementes

    Ingredientes: 50 g de sementes descarnadas; 1 litro degua.Preparo e uso:ralar as sementes secas e descarnadas, ra-ladas e imersas na gua.Diluir um litro do produto em 10 litros de gua e pulve-rizar.

    Folhas

    250g de folhas verdes de nim so batidas no liquificadorou picadas manualmente e diludas em 2 litros de gua. Opreparado fica 12 horas armazenado. Antes da aplicaodeve ser diludo em 20 litros de gua.

    Farinha de trigo: Pode dar resultados no con-trole de caros, pulges e lagartas em hortas. Apli-car em dias quentes e secos, de manha em cobertu-ra total nas folhas. Ela envolve os insetos com umapelcula e eles caem com o vento.

    Aplicao: diluir 1 colher de sopa em 1 litro de gua epulverizar nas folhas atacadas, repetindo depois de 2 se-

    manas.Fumo (Nicotiana tabacum):A nicotina conti-

    da no fumo um excelente inseticida contra pulges,tripes e outros organismos. Usada como coberturado solo pode prevenir o ataque de lesmas, caracis elagartas cortadeiras. Pode prejudicar, porm, insetosbencos ao solo, como as minhocas. O fumo emp sobre os vegetais um defensivo contra pragasde corpo mole, como lesmas e outras, sendo menostxico se empregado nesta forma.

    A calda pronta pode ser acrescida de sabo ecal hidratada, melhorando a sua atividade e persis-tncia na folha. Quando a nicotina exposta ao sol,diminui sua ao em poucos dias. A nicotina bem di-luda apresenta baixo risco para o homem e animaisde sangue quente e 24 horas depois de pulverizada,torna-se inativa.

    Atenof A colheita das plantas tratadas e seu consumo

    deve ser feito somente oito dias aps a aplicaodo fumo.

    f No deve ser empregado o fumo em plantas da fa-mlia da batata ou tomate (Solanaceae).

    f O tratamento com concentraes acima do reco-mendado pode causar danos para muitas plantas.

    Eu fiz uma mistura de nim, sabo ebabosa, que funcionou bem para afas-

    tar as lagartas da minha horta.

    Maria de Lourdes Legrio,

    Comunidade Recreio, Quixeramobim

  • 8/13/2019 agroecologia manejo de pragas e doenas

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    Preparos do curso de agentes multipli-cadores dos Vales do Curu e Aracatiau

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    f Em elevada concentrao txica para o ser hu-mano e pode prejudicar insetos bencos ao solo,como as minhocas.

    f Seu uso na agricultura orgnica restrito e preci-sam se observar os critrios da certicao.

    Calda de fumo com saboControle de lagartas e pulgesem plantas frutferas e hortalias.Ingredientes: 200 g de fumo de corda; 100 g de saboem barra ou caseiro; 20 litros de gua.Preparo:picar o fumo, colocar numa vasilha e cobrir comgua, deixando descansar um dia, com o vasilhame bemfechado. Coar o fumo lquido, que depois deve ser mistu-rado em 5 litros de gua. Agora a vez de o sabo ser dis-solvido em 5 litros de gua. Misturar ambos nos 10 litrosde gua restante. Aps a aplicao repetir 5 dias depois,caso haja necessidade.

    Calda de fumo com pimenta malaguetaIngredientes: 100 g de fumo de corda, 10 l de gua, 20 gde pimenta vermelha (malagueta), 1 l de lcool, 50 g desabo neutro.Preparo: ferver os 10 litros de gua, retirar do fogo, adi-cionar 100 g de fumo picado, deixar esfriar (a nicotina vaise dissolver na gua quente). Esse extrato deve ser guar-dado em um recipiente por at 30 dias. Macerar as 20 gde pimenta e colocar em vidro ou garrafa com tampa,

    junto com 1 litro de lcool e deixar descansando uma se-mana antes de usar. Este preparo pode ser armazenadopor alguns meses, se estiver bem tampado. Dissolver 50

    g do sabo neutro em 1 litro de gua quente. Na hora deusar, colocar 1 litro do extrato de fumo junto com copode extrato de pimenta, juntando com a soluo do sa-bo. Colocar tudo em um pulverizador costal de 20 litros.Agitar a mistura e completar com gua.

    Sabo neutro (no detergente) temefeito inseticida e quando acrescenta-do em outros defensivos naturais podeaumentar a sua efetividade. O sabosozinho tem bom efeito sobre muitosinsetos de corpo mole como: pulgo,lagartas e mosca branca.

    Calda de fumo com sabo

  • 8/13/2019 agroecologia manejo de pragas e doenas

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    Manejo e tratamento de animaisO manejo e o tratamento na pecuria se baseiam

    em diversas medidas preventivas que tornam os ani-mais mais sadios, diminuindo o risco de contrarem

    doenas. As alternativas para o tratamento de ani-mais so a homeopatia veterinria, a Fitoterapia ea utilizao de microorganismos bencos. Seguemalgumas indicaes de receitas, mas recomendvelconsultar seu veterinrio sobre estes tratamentos al-ternativos.

    VerminosesJerimum

    Torrar as sementes ao forno, moer e fornecer de 30 a 50gramas por dia, durante cinco dias. Neste tratamento man-ter animais presos por 6 horas antes e aps fornecer o pro-

    duto. Em seguida soltar em piquetes livres de vermes.

    SarnaGordura com p de espirradeira

    250g de gordura de porco e 150g do p da extremidade daespirradeira. De uma espirradeira com flores cortar as par-tes mais altas e deixar secar. Depois triturar at adquirir op. Mistura os dois ingredientes, deixando repousar por 4horas. Aplicar o produto nos animais nas regies afetadas.

    CarrapatosErva cidreira

    Fazer infuso da erva cidreira, como um ch e colocar nabomba. Completar os 20 litros e pulverizar nos animais.

    Fumo e cal virgem

    5 kg de fumo de corda, 250g de cal virgem e 20 litros degua. Aquecer e deixar repousar por 24 horas o fumo decorda picado na gua. Depois coar e manter esta mistu-ra em recipiente fechado e protegido da luz. Para o usopegar 1 litro dessa mistura para 20 a 50 litros de gua eacrescentar aos poucos 250 g de cal virgem. Pulverizar acalda nos animais. Controla tambm berne e previne con-tra bicheiras.

    Manipueira com mamona

    Uma parte de manipueira e uma parte de leo de mamo-na para duas partes de gua. Fazer pulverizaes, comtrs aplicaes nos animais a intervalos semanais.

    Parasitas e moscasAlho

    3 cabeas de alho, 1 colher grande de sabo picado eparafina lquida. Amassar bem as cabeas de alho mistu-rando em parafina lquida. Diluir este preparado para 10litros de gua adicionada ao sabo. Pulverize logo em se-guida nos animais como repelente.

    ATENO: plantas como a espirra-deira ou manipueira so txicas para

    animais no manuseio incorreto. Nadvida procure sempre informaescom seu veterinrio a respeito.

    O princpio bsico da Homeopatia autilizao de medicamentos dinami-zados que so preparados a partir desubstncias animais, vegetais, mine-

    rais ou tecidos doentes. Na dinmicadessa preparao, a matria oriundadessas substncias impregna as mo-lculas da gua e do lcool (ou a-car) utilizado, deixando em tais mo-lculas suas impresses energticas,sem alterar sua forma qumica.

    A Fitoterapia o estudo das plan-

    tas medicinais e suas aplicaes nacura de doenas. Phyton = vegetale Therapia = tratamento (grego). Otratamento feito com extratos deplantas com o uso de suco, cera, leo,estrato, exsudato, tintura, macerados,entre outros. Por isso os fitoterpicosso medicamentosindustrializados,tratados por umalegislao especfi-

    ca. Vale mencionarque uma plantamedicinal no um fitoterpico.

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    PLANTASMEDICINAIS

    NOMECIENTFICO

    UTILIZAO ANIMAIS PARTE DA PLANTA

    Alecrim do campo Baccharis

    dracunculifoli

    Antisepsia de bereBovinos e capri-

    nos

    Folhas

    Alho Allium sativum Ggo oucoriza Aves Bulbos

    Aroeira do serto Myracrodruon

    urundeuva

    Cicatrizante,Antiinamatrio

    Todas as es-pcies

    Folhas

    Babosa Aloe veraCicatrizante;

    antiinamatrioTodas as es-

    pciesParte gelatinosa

    Bananeira Musa sapinetum Verminose Caprinos eovinos

    Folhas

    Batata de Purga Operculina ham-

    iltonii

    Anti-helmntico ouverminoses

    Bovinos, capri-nos e ovinos

    Tubrculos

    Eucalipto Eucapyptus

    globulus

    Afeces dotrato respiratrio;

    expectorante

    Todas as es-pcies

    Folhas

    Juc Caesalpinia frrea

    Cicatrizante;antiinamatrio;

    anticptico;ceratoconjuntivite

    infecciosa

    Caprinos e

    ovinosCasca

    Mamona Ricinus communisEctima contagioso ou

    boqueiraCaprinos e

    ovinosAzeite

    Nim indiano Azadirachta indica

    Ectoparasitas(carrapatos, moscas,

    piolhos);endoparasitas(verminoses)

    Bovinos, capri-nos e ovinos

    Folhas

    Pimentamalagueta

    Capsicum

    frutescens

    Mal do casco(Podo dermatite)

    Caprinos eovino

    Fruto

    Pinho roxo Jatropha

    gossypiifoliaFerimentos

    Bovinos, capri-nos, ovinos,

    avesFolhas

    Mamoeiro Carica papaya VerminoseCaprinos e

    ovinosFolhas

    Jurema Preta Mimosa tenuiora MastiteBovinos, capri-nos e ovinos

    Folhas e Sementes

    Fonte: Segundo e Silva/Bayle 2009

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    Anotaes

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