agricultura_sustentavel_
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Agricultura Sustentvel
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Ministro do Meio AmbienteJos Sarney Filho
Secretrio-ExecutivoJos Carlos Carvalho
Diretora do Departamento de Articulao Institucional e Agenda 21Regina Elena Crespo Gualda
residente do Instituto !rasileiro do Meio Ambiente e dos "ecursos #aturais"enovveisMarlia Marreco Cerqueira
$omisso de ol%ticas de Desenvolvimento Sustentvel e da Agenda 21 #acional
Jos Carlos Carvalho& Secretrio-Executivo do Minist'rio do Meio AmbienteRegina Elena Crespo Gualda & Suplente
Jos Paulo Silveira & Secretrio de lane(amento e Avaliao do Minist'rio de)ramento e *estoAriel Garces Pares Suplente
Carlos Arico Pacheco& Secretrio-Executivo do Minist'rio da $i+ncia e ,ecnologia!ui" Carlos Joels& Suplente
!us Felipe de Sei#as Corr$a& Secretrio-*eral do Minist'rio das "elaes ExterioresAn%&nio Jos Guerreiro& Suplente
'ilar Evangelis%a Faria& Secretrio de $oordenao da $.mara de ol%ticas SociaisCl(udia de )or*a Maciel& Suplente
Ru*ens +arry )orn& /0rum !rasileiro de )#*s e Movimentos Sociais para o MeioAmbiente e DesenvolvimentoMuriel Saragoussi& Suplente
Jo,o !ui" da Silva Ferreira& $oordenador-Executivo do Movimento )nda AulGuilhere Fi-"a& Suplente
Fli# de )ulh.es & $onselo Empresarial !rasileiro para o DesenvolvimentoSustentvelFernando Aleida& Suplente
Gus%avo Al*er%o )oucharde% da Fonseca& Departamento de 3oologia da 4/M*Ro*er%o )rand,o Cavalcan%i
& SuplenteAsp(sia Caargo& /undao *et5lio 6argas
Consrcio Museu Emlio Goeldi
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Museu araense Em%lio *oeldi & eter Mann de ,oledo Diretor4S7")$AM & rograma de 0s-*raduao em $i+ncia Ambiental & 8os' Eli da 6eiga& residenteATECH Fundao Aplicaes de Tecnologias Crticas Tarcsio Takashi uta !iretor"Superintendente
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Ministrio do Meio AmbienteInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenovveisConsrcio Museu Emlio Goeldi
Agricultura Sustentvel
Braslia2000
Esta obra 9oi realiada com o apoio do rograma das #aes 4nidas para oDesenvolvimento & #4D ro(eto !"A7:;7
Elaborao do Texto
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$ons0rcio Museu Em%lio *oeldiMinist'rio do Meio Ambiente7ro(eto 1-!"A7:;7
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EGuipe T4cnica
M,-,.T/!,00ME,0#M%,E-TEMaria do Caro de !ia )e"erra $oordenao-*eralMarcia Maria Facchina'%or Ale#andre )i%%encour% Sucupira
A)I)H)*JS,I$)/age% Sadallah /asserAndr !ui" Rodrigues !us%osa da Cos%a
*"4)DEA$)MA#KAME#,)& )",A"IA#@ LL DE21 DESE,EM!")DE1::?'%or Ale#andre )i%%encour% Sucupira MMA+enrique Jos da Cos%a Moreira MMAJoare" Moreira Filho MMAPaulo !3 '3 )orges Minist'rio da Agricultura
C0-.1!C,0M2.E2EM34,0G0E4,M4SE4A"AE#SEEMJHI)*)EHDIPe%er Mann de 4oledo Diretor da l%der do $ons0rcio5a Clia Guiar,esRegina 6liveira da Silva
4S7")$AM")*"AMADES-*"AD4ANO)EM$IP#$IAAM!IE#,AHJos Eli da 'eiga $oordenador ,emticoEduardo M3 EhlersRicardo A*raovay
$)#S4H,)"ES$)HA!)"AD)"ESCl(udia RoanoGerson !us )i%%encour%Jandira MacielPedro 7*ira%an Escorel de A"evedo
A,E$K /4#DANO)AHI$ANQESDE,E$#)H)*IAS$"J,I$ASMaria de !ourdes 8aoi $oordenadora de Hog%sticaCarlos Al*er%o 90ria $onsultor "edao9enis +3 /oiyaaGiuliano Marcon!-cia Fernandes dos ReisPedro )ara /e%o
"E6ISO)DE,ER,)5sa*el A3 R3 63 Cas%ro1agner Jos Gon:alves
A)I)ADMI#IS,"A,I6)Adriana Correia de Ma%os Figueiredo5nes GoesGiulliana !ee Ci%%i
$)#,"I!4INQESAl;redo +oaAiloor )aiardi
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Clay%on CapanholaJos Maria Guson Ferra"Jean Marc 'on 9er 1eidJean Pierre !eroy
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Apresentao
A $on9er+ncia das #aes 4nidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
realiada no "io de 8aneiro em 1::2 aprovou um documento denominado Agenda
21 ue estabelece um pacto pela mudana do padro de desenvolvimento global parao pr0ximo s'culo> ) resgate do termo TAgendaU teve como prop0sito a Gxao de
9ato em documento de compromissos ue expressem o dese(o de mudanas das
naes do atual modelo de civiliao para outro em ue predomine o euil%brio
ambiental e a (ustia social> )s pa%ses signatrios assumiram o desaGo de incorporar
em suas pol%ticas metas ue os colouem a camino do desenvolvimento sustentvel>
A Agenda 21 consolidou a id'ia de ue o desenvolvimento e a conservao do
meio ambiente devem constituir um binVmio indissol5vel ue promova a ruptura do
antigo padro de crescimento econVmico tornando compat%veis duas grandes
aspiraes desse Gnal de s'culoC o direito ao desenvolvimento sobretudo para os
pa%ses ue permanecem em patamares insatis9at0rios de renda e de riuea e odireito ao usu9ruto da vida em ambiente saudvel pelas 9uturas geraes> Essa
ruptura ' capa de permitir a reconduo da sociedade industrial rumo ao novo
paradigma do desenvolvimento sustentvel ue exige a reinterpretao do conceito
de progresso cu(a avaliao deve ser principalmente e9etuada por indicadores de
desenvolvimento umano e no apenas pelos %ndices ue constituem os atuais
Sistemas de $ontas #acionais como por exemplo o roduto Interno !ruto & I!>
A Agenda 21 resultante da $on9er+ncia no deixa d5vidas de ue os governos
t+m a prerrogativa e a responsabilidade de deslancar e de 9acilitar processos de
construo das agendas 21 nacionais e locais> A convocao para as Agendas
entretanto depende da mobiliao de todos os segmentos da sociedade sendo ademocracia participativa a via pol%tica para a mudana esperada>
Assim mais do ue um documento a Agenda 21 !rasileira ' um processo de
plane(amento participativo ue diagnostica e analisa a situao do a%s das "egies
dos Estados e dos Munic%pios para em seguida plane(ar seu 9uturo de 9orma
sustentvel>
Ao instalar a $omisso Interministerial de ol%ticas de Desenvolvimento
Sustentvel e da Agenda 21 o residente /ernando Kenriue $ardoso sinaliou
claramente sua determinao em redeGnir o modelo de desenvolvimento do !rasil
ue passa a ser 9undamentado pelo conceito de sustentabilidade social e ambiental
de acordo com as potencialidades e vulnerabilidades dos recursos de ue dispe o
a%s>
ara a construo da Agenda 21 !rasileira adotou-se por metodologia a seleo
de reas temticas ue reWetem a complexidade de nossa problemtica s0cio-
ambiental e a proposio de instrumentos ue induam o desenvolvimento
sustentvel devendo a $omisso coordenar e acompanar sua implementao>
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/oram escolidos como temas centrais da AgendaC ) 5 #gricultura
.ustent"el6 7 5 Cidades .ustent"eis6 8 5 ,n9ra:estutura e ,ntegrao
!egional6 ' 5 Gesto dos !ecursos -aturais6 ; 5 !eduo das esigualdades
.ociais e * 5 Ci
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Resumo
I Introdu!"o ##
II Marco conceitual #$
III %ia&nstico '(
III Estrat&ias (
I) %iretri*es e a!+es visando
a sustentabilidade (#) Ane,os -$
)I Re.er/cias Biblio&rcas '#
)II 1ista de articiantes do seminrio 3
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Resumo
M#!C0C0-CE,T2#4
A id'ia de uma Zagricultura sustentvel[ revela antes de tudo a crescente
insatis9ao com o s%a%us quo da agricultura moderna> Indica o dese(o social de
sistemas produtivos ue simultaneamente conservem os recursos naturais e9orneam produtos mais saudveis sem comprometer os n%veis tecnol0gicos (
alcanados de segurana alimentar> "esulta de emergentes presses sociais por uma
agricultura ue no pre(udiue o meio ambiente e a sa5de>
#o debate p5blico internacional a id'ia de Zagricultura sustentvel[ tem uma
presena muito mais importante do ue ualuer outra ue le se(a euivalente> or
exemplo no discusso sobre o ue poderia vir a ser uma Zind5stria sustentvel[>
#o mximo pode-se perceber a emerg+ncia de um debate sobre a sustentabilidade
do consumo ainda muito restrito a peuenos c%rculos de especialistas> \ual seria
ento a rao desse destaue ue a Zagricultura sustentvel[ mereceu na agenda das
organiaes internacionais mesmo constituindo uma atividade tanto mais Zresidual[
uanto mais avana o processo de desenvolvimento]
A resposta baseia-se em 9ato ue no deveria ser to esuecido como vem
ocorrendo> Apesar de seus 1< mil anos a agricultura permanece sendo a atividade
umana ue mais intimamente relaciona a sociedade com a naturea> or mais ue se
este(a vivendo na Zaurora de uma nova era[ & rotulada de p0s-industrial p0s-moderna
ou p0s-escasse & a verdade ' ue a umanidade continua muito longe de encontrar
uma 9onte da energia necessria X vida ue dispense o consumo das plantas e dos
animais como ocorre 2 miles de anos> )u se(a por mais ue vena a ser
revolucionada a es9era da produo alimentar essa import.ncia singular daagricultura manter-se- at' ue sur(a uma alternativa X trans9ormao biol0gica de
energia solar em nutriente>
Al'm disso em contraste com outros processos produtivos a interveno
umana na agricultura no ' realiada com o prop0sito de trans9ormar mat'ria-
prima> #ela o trabalo umano visa regular as condies ambientais sob as uais as
plantas e os animais crescem e se reproduem pois nesse processo um momento
de trans9ormao ue se realia por din.micas org.nico-naturais e no pela
aplicao do trabalo umano>
#os 5ltimos duentos anos ouve uma 9orte crena na capacidade do
industrialismo realiar a misso ist0rica de transcender o carter limitado econdicionado das 9ormas anteriores de interao da sociedade com a naturea> \uase
todos os grandes pensadores dos s'culos RIR e RR mostraram-se muito otimistas
sobre a possibilidade do industrialismo superar os camados Zlimites naturais[> #o
entanto so (ustamente esses limites naturais ue ap0s dois s'culos de rpido
crescimento urbano-industrial exigem a superao de prticas agr%colas ue a
sociedade tende a considerar vulnerveis e nocivas em demasia>
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or outro lado ualuer avaliao de desempeno das naes mais avanadas
durante a segunda metade do s'c> RR ser 9orosamente levada a constatar ue a
agricultura garantiu Xs suas populaes um in'dito grau de segurana alimentar> /oi
s0 nos 5ltimos trinta ou uarenta anos ue amplos contingentes umanos de alguns
pa%ses da Am'rica do #orte Europa e Heste Asitico tiveram acesso a uma
verdadeira abund.ncia alimentar> A tal ponto ue o(e em dia essas sociedadesde9rontam-se com os problemas de sa5de causados por dietas plet0ricas enuanto o
resto do mundo continua a conviver com a degenerao provocada pela 9ome>
Simultaneamente tamb'm tem sido nos pa%ses adiantados onde mais cresce a
consci+ncia sobre as distores ambientais de seus sistemas de produo e consumo
de alimentos> Ampla gama de mani9estaes sociais permite perceber uma
ascendente preocupao com a salubridade alimentar ue tende a estar cada ve
mais ligada X conservao dos recursos naturais explorados> E as presses
decorrentes ( reuerem novos m'todos de produo ue venam a reduir os
impactos ambientais adversos e assegurar altos n%veis de purea e no-toxicidade
dos alimentos> ^ esse em 5ltima inst.ncia o desaGo social embutido na expressoZagricultura sustentvel[>
/oi nesse contexto ue se 9ortaleceram a partir dos anos 1:= Em alguns ambientes mais are(ados como o acad+mico esses
Zalternativos[ eram apenas considerados Z9olcl0ricos[> Mas essa mesma coalio agora
admite com certo embarao ue a agricultura precisa mesmo ser sustentvel> Isto
no uer dier contudo ue vrios segmentos do es%a*lishen%agroburocracia e
agroneg0cio tenam deixado de menosprear os ambientalistas> A principaldi9erena ' ue se tornou imposs%vel desualiGcar a preocupao com a sa5de e com
os recursos naturais como aconteceu at' meados dos anos 1:? Agora os ideais
ecol0gicos dos Zalternativos[ so ao contrrio enaltecidos e apenas o Zirrealismo de
suas propostas[ ' recusado>
Essa crescente legitimao das preocupaes agroambientais to 9eromente
combatidas nas d'cadas de 1:B< e 1:?
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gen'rica de 9cil adoo> As atuais solues (ulgadas Zsustentveis[ no se mostram
to multiplicveis so bem espec%Gcas aos ecossistemas e muito exigentes em
conecimento agroecol0gico> "aros so os exemplos de tais prticas ue podem ser
seguidas em larga escala por um grande n5mero de agricultores>
Em ve de uma Zsuper revoluo verde[ ' muito mais provvel ue a
legitimao de propostas Zalternativas[ vena a ser paralela a um oscilante decl%nio do
padro atual da agricultura moderna_ em especial porue o aumento da demanda
internacional por alimentos continuar a incitar as elites dos pa%ses desenvolvidos a
insistir na lina da Zrevoluo verde[ em unidades geoambientais de excepcional
potencial de uso e de alt%ssima capacidade exportadora> Em reas 9avorveis X
manuteno do padro tecnol0gico da segunda metade do s'c> RR ' muito provvel
ue a resist+ncia se prolongue por longo tempo mesmo na ip0tese de um decl%nio do
apoio governamental> Simultaneamente tendem a aumentar as presses sociais por
alimentos saudveis e respeito X naturea> ,ais presses por certo a(udaro os
agricultores e pesuisadores convencionais a complementar os movimentos de
agricultura alternativa org.nico biodin.mico natural e biol0gico na busca desolues Zsustentveis[>
Assim ' muito mais apropriada a id'ia de um processo de legitimao das
prticas Zalternativas[ concomitante a um lento decl%nio do padro Zrevoluo verde[>
Isto ' em ve de uma revoluo & como supem alguns & estamos diante de um
processo de transio agroambiental> Esse processo em 9uturo long%nuo at' poder
incluir uma 9ase de mudanas suGcientemente aceleradas para ue vena a ser
caracteriada como uma nova revoluo> Entretanto no ' o ue est acontecendo
neste Gnal de s'culo>
or Gm ' necessria uma 5ltima advert+ncia sobre a acepo do ad(etivoZsustentvel[ ue vem se generaliando desde a d'cada passada e ue 9oi consagrado
na $on9er+ncia das #aes 4nidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento &
$#4MAD em 1::2 no "io de 8aneiro conecida como E$)-:2> Sustentabilidade
signiGca preservao do capital ambiental o9erecido pela naturea deGnido como os
poss%veis usos ou 9unes de nosso entorno 9%sico ver Kueting e "ei(nders1::?> As
diGculdades de aplicao prtica dessa deGnio e os problemas de sua vinculao X
id'ia de Zdesenvolvimento[ devem ser vistos como novos desaGos te0ricos e no como
expedientes ue possam diluir seu valor eur%stico e seu pro9undo sentido 'tico>
,#G-1.T,C0MA4AA4!>/45CAE9ASF!6RES4ASECAMP6SMER5956/A5S
#as regies Sul e Sudeste do pa%s sobressaem uatro extensos ecossistemas
cu(o con(unto pode ser camado de Mata Atl.ntica /lorestas e $ampos Meridionais
a saberC 1> a !egio das >lorestas Estacionais .emidecduas_ 2> a !egio dos
Pin?eirais oudas >lorestas de #raucrias_ > o Ecossistema do Extremo .ul_ ;>
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e a !egio Costeira e da !egio da >loresta #tl@ntica > A explorao agr%cola
desses ecossistemas intensiGcou-se a partir das 5ltimas d'cadas do s'c> R6III e in%cio
do RIR> #esse per%odo o plantio se dava sobre as cinas das Worestas rec'm-
ueimadas e dispensava o trabalo de arao do solo de capina e a utiliao de
9ertiliantes u%micos ou org.nicos> ) rendimento do solo nessas circunst.ncias era
muito alto durante dois ou tr+s anos ao Gnal dos uais se deixava em pousio a rearec'm-ueimada> Sobre essas reas crescia uma vegetao de capoeira ue iria
preencer num 9uturo mais ou menos distante a mesma 9uno da mata originalC
sobre suas cinas emergiriam lavouras durante mais dois ou tr+s anos> Mas o
aumento da presso populacional e da demanda de mercado acelerou o ritmo das
rotaes de terras e aos pousios longos de mais de de anos sucediam-se per%odos
in9eriores de descanso dos uais apenas uma vegetao arbustiva nascia>
,ornavam-se cada ve mais n%tidos os limites desses sistemas produtivos onde a
recuperao dos solos dependia 9undamentalmente da rotao de terras> A partir do
Gnal da d'cada de 1:= ) processo de
moderniao 9oi 9avorecido pelo cr'dito agr%cola subsidiado e por vultosos
investimentos p5blicos nos campos da pesuisa e do ensino agronVmico>
$olaboraram ainda a meloria dos preos agr%colas no mercado internacional e a
9ase ascendente da economia brasileira conecida por Zmilagre[> #os primeiros anos
o padro moderno propiciou surpreendentes aumentos de produo em uase todas
as culturas> Mas a eu9oria das grandes sa9ras logo 9oi abalada pelos problemassocioambientais ue at' o(e caracteriam a agricultura praticada nesses
ecossistemas>
)utra particularidade marcante deste Gnal de s'c> RR ' o avano do
agroneg0cio agri*usiness em uase todo o complexo regional Sul-Sudeste> A
produo de so(a de cana-de-a5car de laran(a de ca9' de milo al'm das aves e
dos su%nos Gguram entre os exemplos mais emblemticos desse processoC no s0
pelas mudanas ue trouxeram X paisagem agr%cola mas tamb'm por sua 9ort%ssima
depend+ncia de insumos u%micos mec.nicos e gen'ticos de origem industrial bem
como pelo destino igualmente industrial de boa parte da produo> Esses mesmos
Zgigantes[ do agroneg0cio Gguram ainda entre os maiores Zconsumidores[ de recursosnaturais dos ecossistemas das duas regies e em certos casos promovem estragos
ambientais de propores da mesma 9orma grandiosas como veremos a seguir>
PR6)!EMASE)7SCA9ES6!7?@ES
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A devastao da cobertura Worestal e o mane(o inadeuado dos solos levam X
degradao de sua estrutura 9%sica e em conse`+cia 9acilitam os processos de
eroso> )s solos erodidos exigem mais 9ertiliantes ue nem sempre conseguem
suprir de modo adeuado as necessidades nutricionais das plantas tornando-as
assim mais suscet%veis ao ataue de pragas e doenas> Dessa 9orma os agricultores
passam a aplicar doses crescentes de agrot0xicos produtos ue eliminam tamb'm osinimigos naturais das pragas 9acilitando a proli9erao de insetos caros 9ungos e
bact'rias em especial nos sistemas monoculturais> Al'm disso diGcilmente os
agrot0xicos conseguem eliminar toda a populao de pragas permitindo ue os
indiv%duos sobreviventes se tornem resistentes a esses produtos> Esse ciclo bastante
comum na agricultura moderna vem provocando desde o Gnal dos anos sessentas
uma s'rie de impactos aos agroecossistemas Mata Atl.ntica e das /lorestas e
$ampos Meridionais>
Ao mesmo tempo desde meados dos anos oitentas ampliam-se as prticas ue
procuram aliar a conservao ambiental e a produo de alimentos em larga escala>
Instituies oGciais de pesuisa e de extenso e um importante con(unto deorganiaes no-governamentais buscam 9ormas de reduir as prticas predadoras>
As Zsa%das[ mais convincentes prov+m das vertentes alternativasC a org.nica a
biodin.mica a ecol0gica entre outras> Existem evid+ncias suGcientes para se aGrmar
ue os princ%pios de9endidos por essas vertentes somados X pesuisa agropecuria
sero a base de um padro sustentvel ainda ue insigniGcantes em volume de
produo>
9evas%a:,o das ores%as da diversidade de espcies
A Woresta tropical atl.ntica & um dos mais importantes ecossistemas das regiesSul e Sudeste em particular no tocante X diversidade gen'tica & corre risco de
extino> A devastao desse patrimVnio gen'tico tem implicaes incalculveis para
a agricultura para a silvicultura para a pesca para o turismo entre outras
atividades econVmicas> #o caso da agricultura so pouco estudados os impactos
relacionados X reduo da biodiversidade mas ' 0bvio ue compromete a
identiGcao de esp'cies de plantas potencialmente cultivveis se(a para Gns
comest%veis medicinais ou industriais por exemplo> )utros problemas mais imediatos
soC en9rauecimento da estabilidade dos agroecossistemas devido a deseuil%brios
provocados pela eliminao de inimigos naturais de pragas e a reduo dos recursos
%dricos>/rente a esses problemas o est%mulo X diversiGcao dos sistemas produtivos
goa de plena unanimidade entre aueles ue se preocupam com a sustentabilidade
da agricultura> rovavelmente o padro sustentvel substituir em larga escala os
sistemas simpliGcados ou monoculturais por outros sistemas ue permitam integrar
a produo animal e vegetal> ^ claro ue essa possibilidade no deve ser apontada
como uma Zreceita[ generaliada> Existem vrios meios de se promover a
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de9erenciao de um agroecossistema e o desaGo portanto ' conecer no apenas
suas caracter%sticas mas tamb'm as 9ormas mais apropriadas de torn-los>
#o caso espec%Gco do setor produtor de gros uma das Zsa%das[ para a
sustentabilidade parece ser a diversiGcao das propriedades por meio das rotaes
de culturas e da integrao da produo animal e vegetal> As rotaes so um
excelente meio de se manter a estabilidade de um agroecossistema pois reduem o
risco de in9estao de pragas e de certas doenas e aproveitam de 9orma mais
eGciente os recursos dispon%veis & gua nutrientes lu entre outros> Aliadas ao
retorno de mat'ria org.nica ao solo as rotaes contribuem para manter sua
estrutura 9%sica a(udam a reduir a eroso e em conse`+ncia meloram a
9ertilidade dos solos> A combinao desses 9atores leva invariavelmente a aumentos
de produtividade das lavouras>
)utra 9orma de diversiGcao dos sistemas produtivos ' a agrosilvicultura ou
ZagroWorestao[ ue consiste em um sistema de mane(o Worestal ue concilia a
produo agr%cola e a manuteno das esp'cies nativas> Esses sistemas v+m sendo
desenvolvidos na 3ona da Mata de Minas *erais e em reas de Woresta atl.ntica em
ernambuco no Esp%rito Santo e na !aia> #a costa do $acau e na costa do Dend+
ambas na !aia vrios sistemas agroWorestais ue combinam a produo de
cacau seringueira coueiro e dend+> #a Woresta de araucrias no centro-sul do
aran o cultivo de erva-mate sob auele sistema tem demonstrado vantagens
econVmicas e ambientais em relao aos sistemas de cultivo convencionais> Em uase
todas as experi+ncias observa-se o aumento de mat'ria org.nica nos solos a reduo
da eroso e o aumento da diversidade de esp'cies> Mas apesar das vantagens a
possibilidade de disseminao em larga escala dessas experi+ncias ainda esbarra na
escasse de in9ormaes sobre sua viabilidade econVmica e na maior exig+ncia em
conecimentos ecol0gicos e em capacidade gerencial se comparados aos sistemasmais simpliGcados>
A conservao da biodiversidade de um agroecossistema est associada de
9orma intensa X manuteno dos seus recursos gen'ticos> #esse sentido uma das
experi+ncias mais bem-sucedidas ' a da "ede Sementes iniciada em 1:: !asicamente essa iniciativa visa o
resgate de variedades vegetais adaptadas Xs condies eda9oclimticas locais> !usca
ainda reduir os custos de produo e a depend+ncia dos agricultores 9amiliares por
insumos industriais> Destaca-se tamb'm o trabalo da "ede #acional de $onservao
de "ecursos *en'ticos promovido pelo $entro de esuisa de "ecursos *en'ticos e
!iotecnologia & $E#A"*E#> Desde 1:B; essa rede promove atividades de coleta e
de conservao de germoplasma> ) ob(etivo ' garantir a conservao e#Bsi%ue in si%u
nas regies de origem e (unto Xs comunidades de agricultores ou populaes
ind%genas> A rede soma o(e 2B Zbancos[ ue armaenam cerca de 2
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Solos erodidos e epo*recidos
A eroso dos solos decorre 9undamentalmente da passagem abrupta de reas de
Worestas e pastagens naturais para sistemas agr%colas de monoculturas cont%nuas
associadas a uma mecaniao intensiva e desordenada> ^ agravada de 9orma intensa
pela aus+ncia de cobertura do solo no per%odo entre os cultivos de inverno e de vero
e pela 9alta de prticas de conservao como as curvas de n%vel e o terraceamento> A
ocorr+ncia mais comum ' a da eroso laminar ue ao contrrio da eroso em sulcos
ou das vossorocas ' pouco percept%vel aos olos dos agricultores mas tra e9eitos
altamente destrutivos aos rendimentos das lavouras>
Apesar das diverg+ncias uem aGrme ue no !rasil para cada tonelada de
gros produida por m'todos convencionais de preparo de solos uma arao de disco
e duas ou mais gradagens 1 ) Instituto AgronVmico de $ampinas
estima ue cada ectare cultivado no pa%s perde em m'dia 2Lt de solo por ano> Isto
signiGca uma perda anual de cerca de 1 bilo de toneladas de terra ouaproximadamente 1cm da camada superGcial do solo>
) material erodido ' carregado para corpos d[gua provocando o assoreamento
de rios de vreas e de represas o ue diminui a disponibilidade de gua para os
agroecossistemas e para o consumo umano> Em vrios estados a 9alta d[gua ( ' um
problema grave> #as represas o assoreamento redu em < a ; #as propriedades ue adotam o
plantio direto a manuteno da cobertura morta contribui para a conservao da
estrutura dos solos reduindo a eroso em at' : Institutos de pesuisa e organiaes no-governamentais esto buscando
alternativas ue permitam reduir ou excluir o uso desses produtos> A Empresa de
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esuisa Agropecuria & EA*"I de Santa $atarina testou e di9undiu sistemas de
plantio rotacionais com adubos verdes ue 9ormam sobre o solo uma camada espessa
de cobertura morta impedindo o crescimento de plantas daninas> ara o corte e
9ormao da cobertura morta utilia-se o Zrolo-9aca[ de trao animal desenvolvido e
testado pelo Instituto AgronVmico do aran & IAA"> Mas as pesuisas sobre o
plantio direto sem erbicidas esto apenas comeando>
)utra prtica importante para a conservao e meloria dos solos ' a adubao
verde isto ' a incorporao de vegetais 9rescos X terra pre9erencialmente plantas
leguminosas por sua capacidade de Gxar nitrog+nio atmos9'rico e por apresentar
sistema radicular ramiGcado e pro9undo> Desde meados dos anos oitentas
proli9eraram os estudos sobre os e9eitos da adubao verde nas condies 9%sicas
nutricionais e microbiol0gicas dos solos e na variao de produtividade> #o Sul do
pa%s ' cada ve maior o n5mero de agricultores ue utilia a adubao verde como
cobertura dos solos durante o inverno assim como nos canaviais e laran(ais no
Estado de So aulo>
^ verdade ue a simples adoo desta ou dauela prtica de conservao do
solos no ' um atestado de sustentabilidade agr%cola> As organiaes no-
governamentais propem a substituio total ou parcial da 9ertiliao u%mica por
outros m'todos de incorporao de nutrientes e de mat'ria org.nica aos solos>
Dentre esses destaca-se o uso de Zbio9ertiliantes[ para a adubao 9oliar como o
Zsuper-magro[ desenvolvido pelo agricultor Delvino Magro ligado ao $entro
Ecol0gico de Ip+> #esse munic%pio os Zagricultores ecol0gicos[ conseguiram banir as
aplicaes de agrot0xicos nas plantas 9rut%9eras mantendo os mesmos n%veis de
produtividade> De acordo com dados da Empresa de Assist+ncia ,'cnica e Extenso
"ural & EMA,E" nos parreirais conven-cionais & banados por trinta a L aplicaes
de agrot0xicos & o custo de produo por ectare cega a " L> ) desaGo ' garantir ue esse insumo
cegue ao produtor sem res%duos de metais pesados ou outros contaminantes
ambientais> A trans9ormao do lixo urbano em 9ertiliantes para a agricultura
en9renta dilemas semelantesC de um lado a possibilidade de se reciclar um material
abundante e muito rico em nutrientes de outro os riscos de contaminao por
subst.ncias nocivas X sa5de> Em peuena escala iniciativas de trans9ormao do lixo
org.nico em adubo agr%cola t+m apresentado resultados satis9at0rios e bastante
promissores>
/inalmente merecem destaue os avanos nas pesuisas sobre a Gxao
biol0gica de nitrog+nio nas lavouras da cana-de-a5car> So bem conecidos os
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processos de Gxao de nitrog+nio atmos9'rico por bact'rias do g+nero Rhi"o*iu
presentes em n0dulos ue aderem aos sistemas radiculares das plantas leguminosas>
S0 no cultivo da so(a essas bact'rias so responsveis por uma economia anual de
4S 1= biles em 9ertiliantes nitrogenados> Ko(e sabe-se ue a cultura da cana-
de-a5car tamb'm se beneGcia amplamente da Gxao biol0gica de nitrog+nio /!#_
dos cerca de 2B A sustentabilidade da
agricultura est atrelada ao mane(o do agroecossistema e no simplesmente X
substituio de algumas prticas agr%colas> )s agricultores ue seguem esse
princ%pio utiliam inoculantes no preparo do solo propiciando a reproduo natural
de microrganismos necessrios na Gxao biol0gica de nitrog+nio>
Agro%0#icosD usos e con%aina:.es
#o ' de se espantar ue em torno dos agrot0xicos se desenvolvam as maisacesas pol+micas uando se trata da relao entre agricultura e meio ambiente> )s
gastos mundiais nesse segmento passaram de 4S 2< biles em 1:? para 4S
;1 biles em 1::?> #este per%odo 9oi na Am'rica Hatina ue as vendas mais
cresceram> S0 no !rasil entre 1:=; e 1::1 o consumo de agrot0xicos aumentou
2B=2 9rente a um aumento de B= da rea plantada> Mas 9oi na 5ltima d'cada do
s'culo ue o consumo disparouC em 1::
#o Sul e no Sudeste as lavouras ue se destacam no consumo de agrot0xicos
soC a so(a a canade-a5car o milo o ca9' os citros o arro irrigado e o algodo>#essas lavouras o volume aplicado por ectare ' relativamente baixo entretanto o
consumo global ' bastante elevado> K tamb'm o grupo das culturas menos
expressivas em rea plantada mas ue empregam doses alt%ssimas de agrot0xicos
por ectare_ ' o caso do 9umo da batata do tomate da uva do morango e de outras
esp'cies 9rut%colas e ort%colas> Al'm dos deseuil%brios ecol0gicos o uso abusivo de
agrot0xicos provoca a contaminao dos alimentos dos recursos %dricos dos solos
dos trabaladores rurais e das cadeias alimentares>
) mane(o sustentvel do agroecossistema redu de 9orma radical a incid+ncia
de pragas e de doenas nas lavouras> Mas uando as medidas Zcurativas[ se 9aem
necessrias ( se dispe de um con(unto de prticas ue permitem reduir oueliminar o uso de agrot0xicos no combate Xs pragas e doenas> Destacam-se entre
essas o controle biol0gico e o mane(o integrado de pragas> Existem ainda
alternativas menos disseminadas como o uso de produtos Zcaseiros[ de baixa
toxicidade o emprego de armadilas para insetos e na orticultura a utiliao de
plantas alelopticas>
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As t'cnicas de controle biol0gico visam 9avorecer o aumento das populaes de
inimigos naturais das pragas aproveitando-se dos limites de toler.ncia das plantas> 8
se dispe de alternativas comprovadamente eGcaes para o controle de pragas das
principais lavouras do Sul e do Sudeste a maioria delas desenvolvidas por centros da
EM!"AA> 4m ponto pol+mico ' a poss%vel depend+ncia dos agricultores perante as
empresas Zprodutoras[ de inimigos naturais repetindo o ue ( ocorre com osagrot0xicos> ara reduir essa depend+ncia uma alternativa ' propiciar as condies
para o desenvolvimento dos inimigos naturais no pr0prio agroecossistema ou se(a
conservar parte da vegetao nativa e banir o uso de agrot0xicos>
Al'm do est%mulo ao controle biol0gico cresce no !rasil o mane(o integrado de
pragas MI> ,rata-se de uma prtica ue combina m'todos u%micos 9%sicos e
biol0gicos para reduir populaes de pragas e minimiar seus danos econVmicos> )
ue se prope ' um r%gido acompanamento da lavoura a Gm de determinar o
momento a partir do ual os agrot0xicos devem ser usados> ortanto sero realiadas
aplicaes mais espec%Gcas diminuindo o n5mero de produtos e do seu emprego>
Apesar das vantagens econVmicas e ambientais o MI ' condenado por muitosde9ensores de um padro mais sustentvel pois no elimina totalmente o uso de
agrot0xicos nem inter9ere nas causas das doenas e dos ataues de pragas>
6u%ros poluen%es da (gua e do ar
#as regies canavieiras um problema grav%ssimo ' o da contaminao pelo
vinoto> $ada litro de lcool produido d origem a 1< ou mais litros de vinoto> Em
1::? a produo pode ter cegado a 1;< biles de litros> arte desse subproduto '
aproveitada como 9ertiliante economiando-se cerca de 4S ?< por ectare>
,odavia se aplicado em excesso pode provocar a saliniao dos solos devido aoselevados teores de s0dio e potssio_ a contaminao da gua provocando a morte de
peixes e de outros animais silvestres_ e o deseuil%brio da microbiota do solo>
,alve o caso mais gritante de contaminao das guas no !rasil se(a o
veriGcado no Sul por conta da suinocultura> )s problemas ambientais provocados
pelo despe(o nos rios de de(etos su%nos no so uma decorr+ncia direta do aumento
do rebano e sim de sua concentrao e dos m'todos de criao atuais> Entre 1:?L e
1::? t'cnicos de Santa $atarina realiaram 1?> So essas as duas principais
alternativas de controle da poluio das guas por de(etos de su%nos> Dentre as
ind5strias a posio dominante ' a de criar bioesterueiras ou nas concentraes
maiores lagoas de tratamento> #esses casos ( existem meios de se reduir o
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problema dos odores e de conservar a ualidade da gua> A outra opo seria
estimular as criaes menores e reverter o processo crescente de concentrao da
produo de su%nos>
) uadro dos principais impactos ambientais provocados pela agricultura no
dom%nio da Mata Atl.ntica das /lorestas e $ampos Meridionais se completa com a
poluio atmos9'rica causada pela ueima dos canaviais> Essa prtica & empregada
em aproximadamente L miles de ectares & libera gs carbVnico oVnio gases de
nitrog+nio e de enxo9re al'm da indese(vel 9uligem da pala ueimada> A ueima da
cana-de-a5car lana na atmos9era =;? miles de toneladas de gs carbVnico por
ano_ parte desses gases ' reabsorvida pelos canaviais nos processos de 9otoss%ntese e
o restante polui a atmos9era contribuindo para o camado Ze9eito estu9a[> 8 o oVnio
no se dispersa com 9acilidade pre(udicando o sistema respirat0rio dos seres vivos e
o crescimento das plantas>
4m passo importante para a reduo desses problemas 9oi a regulamentao do
Decreto no;2> #as reas em ue a coleita ' mecanivel a proibio ocorrer em
oito anos a contar da data do Decreto e nas demais reas as ueimadas sero
proibidas em uine anos> Essas restries v+m sendo criticadas pelas entidades de
classe ue apontam al'm das desvantagens econVmicas a ueda do rendimento do
trabalo> $ontudo muitos discordam desses argumentos sustentando ue o corte
mec.nico ' 2L mais econVmico> ara os ambientalistas o corte mecaniado '
pre9er%vel Xs ueimadas pois al'm de evitar a poluio atmos9'rica a coleita
mec.nica tem como sub-produto a pala picada ue pode ser usada como cobertura
morta do solo> A grande uesto ' ue milares de postos de trabalo sero
eliminados & cada coleitadeira substitui o trabalo de oitenta omens7dia & e 9rente a
este problema no solues X vista>
SEM5BR596CAA45/GA
Mais de 27 da populao pobre concentra-se em reas rurais no #ordeste
sendo imposs%vel imaginar ualuer soluo para to pro9unda caga social ue no
dependa da atividade agropecuria inclusive em ecossistemas de extrema
9ragilidade como os ue cobrem a depresso sertane(a a capada Diamantina ou o
planalto da !orborema>
) crescimento econVmico da regio tem sido muito signiGcativo mas seu ponto
9racocontinua sendo um problema ecolgico abitualmente denominado a seca>E no evidentemente uma dimenso do subdesenvolvimento da regio
relacionada a esse ponto 9raco de 9orma direta do ue a agropecuria> \ualuer
ao integrada ue vise o aumento da produtividade agr%cola dever en9rentar o
problema do gerenciamento dos recursos %dricos na grande manca semi-rida ue
abrange B
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A geograGa convencional divide o #ordeste brasileiro em onasC Hitor.nea
Agreste e Serto sendo ue as duas 5ltimas 9ormam essencialmente a regio semi-
rida> Entretanto cada um desses dom%nios climticos envolve muitas unidades de
paisagem ue por sua ve cegam a ser compostas por deenas de unidades
geoambientais 4*> or outro lado a anlise ist0rica do espao rural centrada nos
processos de integrao dos mercados e de intensiGcao da produo agropecuriatamb'm revela imensa diversidade de sistemas de produo inseridos em deenas de
sistemas agrrios como mostrou o Honeaen%o agroecol0gico do /ordes%e
publicado pela EM!"AA em novembro de 1::>
^ imposs%vel exagerar a import.ncia desse detalado diagn0stico do uadro
natural e agrossocioeconVmico da regio #ordeste como base de ualuer proposta
de interveno no meio rural nordestino> At' porue as 9ormas mais sustentveis de
explorao da naturea sempre esto relacionadas X especiGcidades locais e no X
90rmulas gen'ricas ue poderiam ser di9undidas em Zpacotes tecnol0gicos[ do tipo
revoluo verde> Mas a necessidade de se evitar 90rmulas simpliGcadoras e de buscar
solues diversiGcadas no pode levar a uma diluio da principal caracter%sticaagroecol0gica da regio #ordesteC o 9enVmeno Zseca[> AGnal o ue mais distingue o
#ordeste dos demais complexos regionais brasileiros ' sua vulnerabilidade climtica
e pluvial>
or outro lado nos 5ltimos trinta anos ouve 9orte alterao da realidade
nordestina ue deu origem a Zp0los[ ou Zmancas[ de dinamismo econVmico ue
mant+m ligaes ainda pouco estudadas com a agropecuria mais tradicional da
regio> /oi assim superado o d'bil crescimento econVmico ue caracteriou durante
a maior parte do s'c> RR o ambiente da regio sem ue tena sido alterada
entretanto sua principal marcaC a extrema pobrea da maioria de nordestinos> ^ ue
9ora das tais Zmancas[ Ta resist+ncia X mudana permanece sendo a marca principaldo ambiente socioeconVmicoC as onas cacaueiras canavieiras e o serto semi-rido
so as principais e ist0ricas reas com tal caracter%stica> \uando ocorre a
moderniao ' restrita seletiva o ue a(uda a manter um padro dominantemente
tradicional>U ver Ara5(o1::B p>1B>
#o se deve esuecer ue 9oi a pr0pria integrao produtiva do #ordeste ao
restante da economia nacional ue criou e consolidou os p0los os complexos e as
reas din.micas dentro de um contexto mais geral no ual essas reas coexistem
com grandes sub-regies estagnadas como o semi-rido> EnGm apesar da enorme
diversidade dos agroecossistemas nordestinos o ue mais importa ' a coincid+ncia
entre a 9ragilidade social e a limitao agroecol0gica do con(unto das unidadesgeoambientais ue 9ormam o Z#ordeste seco[> /ora dele as condicionantes das
atividades agropecurias tendem a ser semelantes Xs ue predominam em outros
contextos do pa%s se(am de Worestas campos ou cerrados>
PR6)!EMASES6!7?@ES
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#o Dom%nio do Semi-rido caatinga uma numerosa populao luta para
conviver com as diGculdades naturais adaptando seus modos de vida Xs imposies
de um meio ambiente extremamente ostil> $ria estrat'gias de sobreviv+ncia
apoiadas em conecimento emp%rico acumulado ao longo de muitas geraes e
coloca a seca no centro de sua estrat'gia econVmica e de vida para minimiar o risco
de perdas e de 9racasso na produo dos meios de subsist+ncia>
aralelamente as iniciativas para en9rentar a problemtica dos recursos
%dricos t+m-se baseado na construo de grandes reservat0rios de gua sem
considerar muitas vees as condies de aproveitamento dos pr0prios usurios>
Essas solues implicam na centraliao das o9ertas em geral alocadas pr0ximas a
grandes 9aendas tornando necessrios portanto custosos sistemas de distribuio>
A pr0pria localiao dos audes resultou de decises pol%ticas orientadas por
motivaes ue contrariavam os mais rudimentares crit'rios agroecol0gicos>
) pro9essor Aldo "ebouas aGrma aver n%tida pre9er+ncia pelos pro(etos mais
caros e 9otog+nicos de barramento dos rios 1::B al'm de constatar o indis9arvel
desconecimento ou preconceito com relao Xs guas subterr.neas cu(os pro(etos
demandam investimentos mais modestos> E so (ustamente esses ue podem ser
implantados de 9orma gradual X medida ue cresam as demandas> #o dom%nio das
rocas cristalinas a soluo %drica deve se basear no uso eGciente de audes pois
nesse contexto as guas subterr.neas Gcam restritas Xs onas de 9raturas e mancas
aluviais tendo portanto alcance apenas complementar> ,odavia os dom%nios
sedimentares reservam cerca de ; biles de metros c5bicos de gua doce
subterr.nea com cerca de 2< biles explorveis por ano ao abrigo das secas
peri0dicas ue assolam a regio semi-rida>
A eGci+ncia idrol0gica dos audes ' estimada em 17L do volume estocado
devido a altas taxas de perda por evaporao mas ' preciso ter em conta ue essas
perdas elevadas esto associadas X 9alta de uso m5ltiplo e plane(ado dos
reservat0rios> Al'm disso a evaporao intensa engendra processos de salinao
c%clica das guas estocadas em grande parte devido X 9alta de crit'rios de uso e de
proteo da ualidade> Esses crit'rios deveriam ter guiado a localiao do
barramento suas caracter%sticas geom'tricas e construtivas em especial a altura da
barragem e a instalao de dispositivos de descarga de 9undo ue uando operados
de 9orma adeuada extraem os volumes de gua saliniada acumulados nos
reservat0rios no Gm dos per%odos de estiagem criando espao para o armaenamento
de gua nova gerada pelo per%odo invernoso> ) mesmo esuema operacional poderia
trans9ormar gua de poo saliniada em gua doce mediante bombeamentoprogramado para o Gm do per%odo de seca ver "ebouas 1::B>
Em s%ntese antes de se buscar mais gua para agravar as 9ormas de
desperd%cio de recursos %dricos e Gnanceiros ( constatadas ' absolutamente
necessrio 9aer com ue os audes & em especial os grandes como )r0s e !anabui5
& entrem em sintonia com o gerenciamento integrado das respectivas bacias
idrogrGcas en9atia o pro9essor "ebouas>
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)utro grande problema ' evitar ue as experi+ncias de irrigao nordestinas
virem simples enclaves em ve de se tornarem verdadeiras turbinas de dinamismo
regional> ,rabalo realiado por uma euipe de pesuisadores do Instituto de
Economia da 4#I$AM no Gnal dos anos oitentas coordenado pelo pro9essor 8os'
*raiano da Silva ( camava a ateno para o 9ato de ue a pol%tica de irrigao do
#ordeste no podia seuer ser considerada uma pol%tica de desenvolvimento decertas reas do semi-rido pois no incorporava as demandas sociais das populaes
envolvidas> Ao contrrio um 9orte vi's produtivista 9aia dos pro(etos de irrigao
intervenes pontuais ue ignoram o ue se passa Zdo outro lado de l da cerca[>
4ma das sadasapontadas para a superao da secacontinua sendo a pol+mica
proposta de transposio de guas do rio So /ranciscoC o lano de Desenvolvimento
Sustentvel da !acia do "io So /rancisco e do Semi-rido #ordestino da
$ompania de Desenvolvimento do 6ale do So /rancisco & $)DE6AS/> Esse plano
ue interligaria as principais bacias idrogrGcas nordestinas com as guas do So
/rancisco tamb'm integraria os principais audes alterando a atual sistemtica de
gerenciamento desses reservat0rios ampliando a sua capacidade de regulariao devaes e reduindo as perdas por evaporao pelo e9eito sin'rgico da operao>
Al'm de ser ob(eto de um s'rio conWito pol%tico entre as elites regionais o
pro(eto de transposio esbarra na desconGana de cientistas sindicalistas e ativistas
agroambientais principalmente porue no est baseado em estudos sistemticos de
avaliao de seus poss%veis impactos> TKaveria pre(u%os para a 9auna Wora e para os
( existentes pro(etos de irrigao da $odevas9U con9orme o relat0rio parcial
$4,7$ontag ver Ruos do desenvolvien%o rural no Cen%roB6es%e>>>> TAl'm de
s'rios danos ecol0gicos ue este pro(eto certamente acarretar diGcilmente
ameniar a problemtica da 9alta d[gua no sertoU de acordo com o 9iagn0s%ico
a*ien%al da agricul%ura *rasileira1::B pargra9o 1
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controle leiteiro ue visa a identiGcao dos melores animais_ L> cabrito mamo
sistema de produo para o abate de caprinos precoces ue aproveita os macos do
sistema de leite_ => tecnologias de carne processos de cortes padroniados ue
agregam valor Xs carnes e reduem o desperd%cio>
) grande desaGo da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura ' estabelecer
simultaneamente a agroind5stria da carne da pele e do leite eliminando gargalos
identiGcveis> ara tanto ' 9undamental ue se apoie o processo de reestruturao
econVmica das unidades 9amiliares de produo> #esse sentido a pesuisa
agropecuria ( realiou trabalos de meloramento gen'tico mane(o e controle
sanitrio adaptados Xs circunst.ncias dos produtores 9amiliares> ,amb'm 9oram
desenvolvidos sistemas de alimentao de bovinos X base de mane(o integrado de
caatinga capim-*uIe% e leucena al'm de sistemas de raleamento da caatinga
enriuecida com leguminosas e 9orrageiras> #a produo vegetal 9oram lanadas
variedades de 9ei(o precoce com ciclo de produo curto permitindo boa coleita
mesmo em 9ace da instabilidade de cuvas_ variedades de sorgo e mileto com pouca
exig+ncia %drica para alimentao umana e animal_ novos cultivares de mandioca
precoces e resistentes assim como variedades de gergelim e amendoim mais
produtivas e duradouras> )utra rea da pesuisa agropecuria mais voltada X
agricultura 9amiliar ue merece destaue ' a da peuena agroindustrialiao
mediante o desenvolvimento deC 1> mini9bricas para processamento de castana de
ca(u e de ped5nculo_ 2> secadores de 9rutas peixes e gros movidos a energia solar
el'trica ou a gs_ > casas de 9arina meloradas>
,odavia o ambiente de pesuisa ensino e assist+ncia t'cnica integral ue os
agricultores 9amiliares do serto nordestino necessitam para vencer os obstculos
impostos por um meio natural to ostil no pode resultar apenas das atividades dos:= cientistas ue trabalam nas 1; unidades nordestinas do sistema EM!"AA>
ortanto o Zterceiro setor[ ter um papel crucial na construo desse estrat'gico
ambiente de pesuisa ensino e assist+ncia t'cnica integral sendo de 9undamental
import.ncia dar mais ateno a iniciativas ue ( esto abrindo esse camino com
aes de desenvolvimento local no:con"encionais> Duas opes Zno-
convencionais[ soC a utiliao da cobertura vegetal dos solos como captadora das
guas de cuva e aproveitamento dos leitos dos rios secos como reservat0rios
9reticos opes ue esto presentes na proposta Z!ase 3ero[ e no trabalo da )#*
$AA,I#*A>
%ase Aero !3' a noo com a ual o engeneiro mec.nico 8os' Artur adilacombate a eroso dos solos o esgotamento dos recursos %dricos a perda da
biodiversidade entre outros impactos ambientais> ,rata-se de um esuema ue visa a
gesto 0tima dos recursos %dricos de uma microbacia cu(o princ%pio bsico '
promover o aproveitamento mximo do con(unto das guas das cuvas associadas a
todos os demais 9enVmenos 9%sicos u%micos e biol0gicos ue desencadeiam durante
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a precipitao escoamento e evapotranspirao em 9avor de cada sistema produtivo
deGnido por microbacia idrogrGca ao longo de um ou de vrios anos>
Essa noo vem sendo desenvolvida por adila em A9ogados da Ingaeira E
na /aenda $aro de =L A
inovao bsica surgiu em 1:?: uando depois de muitos anos de insucesso o
engeneiro descobriu ue seus barramentos precisavam ser constru%dos em 9orma de
arcos romanos deitados> \uatro anos depois percebeu ue seria melor construi-los
exclusivamente com pedras secas sem utiliao de argamassas aglomerantes
dispostas de modo inteligente 9ormando o corpo das obras e dispensando a
escavao para 9undaes estruturais> /oi assim ue em 1::= o engeneiro obteve
uma Tdinamiao da disponibilidade de gua para abastecimento obtida a partir da
implementao de barramentos encadeados em s'rie com a implementao de
singelos sistemas gravitacionais de captao redes de conduo armaenamento
intermedirio e distribuio da gua com uma conse`ente revoluo nos mane(os
da alimentao dos animaisU ver adila1:::>
)utro exemplo importante ' o da)#*$AA,I#*A6 criada no ano de 1:?= em
)uricuri E com a misso de Tampliar a capacidade de conviv+ncia com o semi-
rido trabalando o agroecossistema 9amiliarU> Seu es9oro inicial se concentrou no
desenvolvimento de um sistema de produo adeuado X realidade dos agricultores
9amiliares do Serto de Araripe e aos poucos 9oram implementadas tamb'm aes
de disseminao e um trabalo educativo pela Escola "ural de )uricuri> )s principais
instrumentos de disseminao adotados pelo $AA,I#*A so o cr'dito alternativo
o9erecido aos produtores com retorno em euivalente-produto e o programa
Alimento por ,rabalo especialmente aproveitado nas obras de captao e utiliao
racional de gua>Sob o prisma tecnol0gico o $AA,I#*A concentrou seus es9oros em duas
linasC 1> reserva local de gua para diminuir as longas e rduas caminadas e
permitir o desenvolvimento de atividades agro-pecurias_ 2> produo de alimento
suGciente para a sustentao da 9am%lia> )u se(a o Zcarro-ce9e[ da atuao inicial do
centro 9oi camado ZbinVmio gua7segurana alimentar[ da 9am%lia sertane(a> \uanto
Xs tecnologias geradas so en9atiadas auelas relacionadas aos recursos %dricos
cister-na de placas barreiro-trinceira e barragens subterr.neas com a viabiliao
da criao de cabras cangas cercas mais econVmicas ampliao do suporte
9orrageiro meloria gen'tica entre outras com a apicultura e com a produo local
de sementes e mudas>
or Gm cabe registrar ue outras duas )#*s da "ede ,A & Esplar e AS-,A &
tamb'm v+m en9rentando a problemtica dos recursos %dricos mediante programas
demonstrativos baseados na melor gesto e mane(o da gua localmente> /oram
identiGcadas e sistematiadas vrias propostas t'cnicas e de gesto racional
adaptadas aos agricultores 9amiliares do Serto>
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/696M/5696SCERRA96S
)s cerrados ocupam 17; do territ0rio brasileiro pouco mais de 2 Desse total 1LL miles esto no planalto $entral e ?? miles de
ectares no #ordeste dos uais a maior parte
) cerrado ' o segundo maior bioma brasileiro depois da AmaVnia e concentra
nada menos ue 17 da biodiversidade nacional e L da Wora e da 9auna mundiais> A
Wora do cerrado ' considerada a mais rica savana do mundo e estima-se ue entre ;
a B> De 9ato ' m%nima a proporo de latossolo roxo e
de terra roxa estruturadaC pouco mais de L do total> A pesuisa cient%Gca
entretanto tornou os latossolos & ue no $entro-)este ocupam :< miles de
ectares & a rea mais prop%cia para as culturas de grosC os solos so pro9undos
bem drenados com inclinaes normalmente menores ue > )s latossolos so
reputados reas privilegiadas de expanso da agricultura especialiada em gros
pela 9acilidade ue o9erecem X mecaniao> Mas ' importante no perder de vista
ue o crescimento dessas culturas supe a adaptao do solo e do regime %drico a
plantas cu(as exig+ncias no podem ser satis9eitas pelos recursos dispon%veisC maisue isso tanto a mecaniao como o uso em larga escala de 9ertiliantes u%micos
de agrot0xicos e da irrigao contribuem de modo decisivo para empobrecer a
diversidade gen'tica desses ambientes> Apesar disso nas reas de latossolo os
especialistas consideram poss%vel a sustentabilidade da agricultura e da pecuria
desde ue se(am adotadas t'cnicas elementares de mane(o e de rotao de culturas
visando o combate X eroso> ) plantio direto & cu(a adoo vem aumentando
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signiGcativamente no cerrado do $entro-)este cegando o(e a miles de
ectares & tem a% um papel decisivo> A rotao de culturas & sobretudo em reas de
pecuria como ser visto adiante & ' um dos principais meios para recuperar
pastagens degradadas e aumentar a o9erta de gros sem a abertura e a degradao
de novas reas>
A precipitao anual no cerrado do $entro-)este varia de ?U ver Assad e
Assad 1:::> 8 as plantas ue dominam a paisagem da agricultura especialiada em
gros supem a presena de gua nas camadas superGciais do solo> TIsto signiGca
ue a substituio da vegetao de cerrado por reas muito extensas cultivadas com
plantas >>> ue utiliam mais gua durante o ano condu a algum tipo de impacto na
disponibilidade de guaU ver Assad e Assad 1:::> ^ interessante 9risar tamb'm ue
os recursos %dricos so regulados e armaenados por uma imensa mala %drica ue
( se ressente dos e9eitos destrutivos das prticas dominantes de especialiao
agr%cola>
) destino do cerrado & a integridade de seus ecossistemas naturais e a
continuidade da explorao das super9%cies ( incorporadas pela agropecuria &
depende de decises a serem tomadas proximamenteC a acelerao do ritmo daocupao umana est relacionada de 9orma direta com pol%ticas p5blicas ue
encaram o cerrado antes de tudo como uma 9ronteira agr%cola> Ao mesmo tempo
emerge & na populao e nos representantes pol%ticos locais em geral assim como
nas instituies de pesuisa e em organiaes da sociedade civil & a consci+ncia de
ue a produo indi9erenciada de coodi%iestem papel relevante ue no esgota
as possibilidades de desenvolvimento o9erecidas pelo cerrado> Sero examinados aui
alguns dados bsicos sobre a ocupao e a utiliao dauelas reas os mais
signiGcativos impactos ambientais de 9orma ue a sociedade tome conecimento do
dilema a ser en9rentado com relao a esse bioma>
Dos 2
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em 1:B< e as pastagens ?B miles> Ko(e :< miles de ectares so utiliados
como pastagens naturais e 1< miles so reas no aproveitadas no interior de
estabelecimentos agropecurios> Apenas B dos cerrados ainda no 9oram
submetidos a algum tipo de explorao intensiva ou extensiva ver Assad e Assad
1:::>
Al'm de seu uso para a agropecuria o cerrado o9erece um imenso potencial
leneiro ue tem 9avorecido a destruio da vegetao nativa para a produo de
carvo vegetalC TA explorao agr%cola no $errado reuer a retirada de rvores tocos
e ra%es da vegetao nativa ue so enleirados e ueimados> 4ma prtica comum '
vender a lena produida no desmatamento para a produo de carvo vegetal o ue
redu os custos com o desmatamento>>>A rentabilidade de uma parcela da ind5stria
sider5rgica mineira reside no baixo custo do carvo vegetalU ver 9e gr,o e gr,o o
cerrado perde o espa:o 1::L p>L2>
) 9ato de o cerrado ser uma ZWoresta de cabea para baixo[ a(uda a explicar a
aus+ncia de campanas p5blicas voltadas para sua preservao> ,amb'm ao cerradono 9oi concedida a ualiGcao de patrimVnio nacional como X AmaVnia X mata
atl.ntica ao antanal e aos sistemas costeiros pela $onstituio brasileira de 1:??>
Assim enuanto 12 da AmaVnia tem sua rea protegida na 9orma de unidades de
conservao no cerrado esse total no atinge 2> Al'm disso na AmaVnia as
unidades de conservao possuem rea superior a 1
^ verdade ue sobretudo no interior dos 1< miles de ectares de reas de
lavoura algumas mudanas recentes t+m contribu%do para aumentar a resili+ncia de
um sistema tanto mais 9rgil uanto menos adaptado Xs condies ambientais> ^
assim ue nos 5ltimos cinco anos graas em grande parte ao trabalo da extensorural e da associao Amigos da ,erra a rea de plantio direto & prtica uase
desconecida at' ento & cegou a miles de ectares minimiando a exposio
da terra nua al'm de contribuir para a reduo da eroso> ) plantio direto soino
entretanto pouco vai a(udar na resoluo dos grandes problemas ambientais
provocados pela agropecuria no cerrado> 6e(amos a uesto mais de perto>
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#ada menos ue ? ara ue se tena id'ia do pre(u%o econVmico a% embutido
al'm da depredao dos recursos naturais conv'm lembrar ue considerando
apenas a 9ase de engorda de bovinos a produtividade de carne em uma pastagem
degradada gira em torno de 2 arrobas7a7ano enuanto ue numa pastagem em bom
estado pode-se atingir 1= arrobas7a7ano>Em situaes de degradao de pastagens os solos apresentam Tsinais de
desertiGcao sobretudo em solos areno-uartosos >>> "avinas e voorocas comeam
a 9aer parte de uma paisagem outrora omog+nea das gram%neas dominantes>>>com
a escasse de 9orragens as reas de pasto comeam a se estender para dentro das
matas de galeria das veredas e dos covoais a9etando o sistema %drico dos cerrados>
Em algumas regies pode-se observar o secamento de riacos e ribeires no per%odo
das secas o ue tem levado muitos pecuaristas ao recurso da construo de audes
de reserva de guaU ver Sii et al 1::B p>1;:> A situao das reas de lavoura no
' nem de longe to catastr0Gca e no indicaes de reduo generaliada no
rendimento do solo> Ainda assim no podem ser ignorados considerveis impactosambientais negativos das lavouras>
Mas ' importante 9risar ue com a adoo do plantio direto e de 9ormas
adeuadas de mane(o do solo esses problemas de eroso podem ser uase
inteiramente eliminados das reas de latossolos do $entro-)este> ) mesmo
entretanto no pode ser dito de sua vora necessidade de gua> Apenas no Estado de
*ois ( so mais de ?< mil ectares irrigados uem 9ale em mais de 1 ;-L> Segundo
estudo do ff/ 1::L 1< miles de metros c5bicos de gua das cuvas deixam de
alimentar as nascentes porue escorrem nas super9%cies cultivadas>
)utro problema s'rio ue se mani9esta nas reas de cerrado mais prop%cias X
prtica da agricultura ' a intensidade de uso de 9ertiliantes u%micos sobretudo
agrot0xicos> A simpliGcao do ambiente natural necessria X produo de gros em
larga escala tem levado ao aumento da resist+ncia das pragas e doenas e portanto
ao uso de doses crescentes de agrot0xicos> Se na regio Sul ( so precrias asin9ormaes a respeito da contaminao de recursos naturais por agrot0xicos no
cerrado pode-se dier no ualuer dado consistente sobre o tema> Mesmo no
plantio direto embora a(a uma reduo no emprego de agrot0xicos relativamente
aos m'todos convencionais ' grande o uso de erbicidas>
#as reas pouco adeuadas ao desenvolvimento de lavouras os problemas da
especialiao na cultura de gros t+m aparecido de maneira rpida e catastr0Gca> As
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super9%cies ocupadas pela so(a em areias uartosas da capada baiana viram os
rendimentos do produto cair de 2>
/696M/569ASF!6RES4ASAMAHK/5CASA AmaVnia possui basicamente uatro tipos de cobertura vegetalC 1> Boresta
densa ue abrange ;: da super9%cie regional_ 2> Boresta aberta com 2B_ >
cerrado ue ocupa 1B da rea total_ ;> e os campos naturais abrangendo em
torno de B da regio> $erca de ?? dos solos da AmaVnia so de baixa 9ertilidade
mas mesmo assim os solos 9'rteis somam aproximadamente L< miles de ectares>
#o con(unto a AmaVnia ' a maior reserva de diversidade biol0gica no mundo>
$ont'm 17L da gua doce dispon%vel e 17 das Worestas lati9oliadas> Estima-se ue aregio det'm pelo menos a metade de todas as esp'cies vivas do planeta> 8 9oram
identiGcadas em torno de =< mil esp'cies vegetais 2L miles de esp'cies de
artr0podes 2>
Mas esse enorme manancial de biodiversidade tem sido alvo de intensa
destruio> ) Wuxo migrat0rio para a AmaVnia aliado X aus+ncia de uma pol%tica
agr%cola so incompat%veis com a necessidade de preservao e conservao dosrecursos Worestais> A entrada de peuenos produtores e de posseiros est 9ortemente
associada ao processo de extrao madeireira> Entretanto no est%mulo ao
aproveitamento das reas ( desmatadas e ao mane(o Worestal como alternativa de
explorao sustentvel da regio>
So tamb'm preocupantes os e9eitos potenciais das novas obras propostas pelo
governo 9ederal no .mbito do programa !rasil em Ao ue prev+ a execuo de
pro(etos de gerao de energia pavimentao de estradas e implantao de sistemas
idrovirios> Esses sistemas vo se constituir em vias de exportao para o $aribe e o
ac%Gco integrando a AmaVnia X 6eneuela Xs *uianas ao eru e X !ol%via e
servindo tamb'm para o escoamento da produo agr%cola do $entro-)este>
\ualuer proposta de explorao sustentvel para a regio deve ter como alvo a
manuteno da Woresta e dos bens e servios nela dispon%veis> 4ma das atividades
bsicas para a subsist+ncia do omem na AmaVnia ' a pesca ue gera mais de
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poucas as reas onde a pesca comercial ' permitida> "egulariada e adeuadamente
mane(ada poderia exercer um papel importante na economia da regio>
#a terra Grme pratica-se a agricultura itinerante m'todo tradicional de rotao
do cultivo utiliado por %ndios e caboclos e adotado por migrantes vindos de outras
regies> redominam a pecuria bovina as culturas perenes as culturas anuais
mecaniadas e a orticultura> #a vrea as populaes ribeirinas tamb'mdesenvolvem cultivos anuais sobressaindo o do arro mecaniado a orticultura as
culturas de Gbras e a criao de bovinos e bubalinos>
) desenvolvimento da agricultura na regio passou por diversas 9ases
determinadas pelas pol%ticas governamentais ue desde a d'cada de 1: A regio 9oi
vista istoricamente como um Zvaio demogrGco[ e uma rea de grande estagnao
econVmica> At' o in%cio dos anos cin`entas as pol%ticas p5blicas privilegiavam os
setores comerciais tradicionais de produo extrativista voltada X exportao> At' a
d'cada de 1:= Esses sistemas na maioria dos
casos eram euilibrados em termos ambientais>
#as d'cadas de 1:=< e 1:B< os planos de desenvolvimento da AmaVnia 9oram
direcionados para 9avorecer a implantao dos Zgrandes pro(etos[ por meio de
subs%dios e incentivos Gscais governamentais> Entre as conse`+ncias desse processo
destacam-seC a concentrao 9undiria e o aumento dos conWitos no campo_ a
acelerao do desmatamento_ a desorganiao do espao social e cultural das
comunidades locais_ os deseuil%brios ecol0gicos causados pelas idroel'tricas e pela
poluio dos rios por merc5rio_ a pauperiao da populao rural e o incao das
cidades>
A novidade nos 5ltimos anos da d'cada de 1::< 9oi a entrada da so(a ocupando
em especial reas de cerrado no noroeste de Mato *rosso> A AmaVnia Hegal (
produ mais de 17L da so(a do pa%s absorvendo reas dos Estados do Marano
,ocantins Mato *rosso e "ondVnia> 6iabiliada pelas tecnologias geradas pela
EM!"AA e pelas experi+ncias dos pr0prios produtores a so(a vem avanando em
direo X Woresta amaVnica desde o in%cio da d'cada de 1:? ) interesse recente
por essa cultura nos Estados do Amaonas "oraima e ar no se prende Xs reas de
cerrado mas tamb'm Xs reas desmatadas de Woresta densa constitu%das
predominantemente por pastagens degradadas>
\uanto aos cultivos permanentes a lavoura de ca9' prevalece na regio #orte
centraliada no Estado de "ondVnia> A do cacau incentivada pelo ")$A$A4
concentrou-se nos Estados de "ondVnia e ar a partir da d'cada de 1:B As lavouras de bananas tamb'm ocupam grande
extenso de rea voltada exclusivamente para o mercado local e de subsist+ncia> A
cultura de dend+ teve rpida expanso na 5ltima d'cada em particular no Estado do
ar ue se tornou o primeiro produtor nacional_ esse estado ' tamb'm o maior
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produtor de pimenta-do-reino> ) guaran produto de origem extrativa do Estado do
Amaonas domesticado na d'cada de 1:B 4ma cultura em 9ranca expanso nos Estados do ar
"ondVnia Acre e Amaonas ' a do cupuau cu(a rea plantada uando atingir a
idade de coleita poder abastecer todo o mercado nacional> )utras culturas perenes
ue tiveram bom desenvolvimento 9oram a do maracu( cu(a rea plantada na regio#orte atinge 17 do total nacional e a do urucum> A cultura da laran(a teve 9orte
expanso no nordeste paraense suprimindo as importaes de laran(a do Sul e do
#ordeste do pa%s pela metade> or Gm destacam-se as tentativas de introduo de
novas atividades como a Gbra de curau na regio de Santar'm e de pimenta longa
no nordeste paraense e no Estado do Acre>
)utros produtos extrativos em 9ranco crescimento devido aos estoues
dispon%veis so o palmito e o 9ruto do aa%> A castana-do-brasil ue em 1:B2
representava 2? do valor das exportaes do Estado do ar em 1::L passou a
signiGcar menos de 1 correspondendo a pouco mais de 4S 2< miles> A extrao
da borraca de seringais nativos segue em processo de decad+ncia_ 9oi ultrapassadaem 1:: A situao ' mais estvel nas reservas extrativistas mas a
proporo de seringueiros nas reservas ' m%nima>
A expanso da criao de bovinos deu-se em especial pela disponibilidade de
terras para 9ormao de pastos plantados e de pastos naturais_ pelas pol%ticas de
incentivos Gscais na d'cada de 1:B A
conse`+ncia de tal expanso 9oi a ueimada e o desmatamento de Worestas densas
para a introduo de pastagens> Em 1::; o rebano bovino da regio #orte
representava 11 do rebano nacional_ incluindo o Estado de Mato *rosso esse
n5mero sobe para 2 A pecuria na regio tamb'm se destaca pela criao debubalinos introduidos na ila de Mara(0 em 1??2>
Deve-se mencionar ainda a 9orte participao da atividade extrativista no perGl
agroecol0gico da AmaVnia destacando-se a extrao madeireira ue constitui o
terceiro produto na pauta de exportaes paraenses> Da regio amaVnica so
extra%dos praticamente ? Ko(e estima-se ue 1 milo de ectares so exploradospara extrao madeireira dos uais uma 9rao m%nima ' ento submetida ao mane(o
Worestal>
De maneira geral a agricultura praticada na AmaVnia tem evolu%do mais pelo
aumento da rea plantada & devido ao processo de ocupao e avano da 9ronteira
agr%cola & do ue por incrementos de produtividade> Atualmente a agricultura tende
X diversiGcao com cultivos perenes> Entretanto a produtividade no apresenta
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sinais de crescimento para a grande maioria das culturas temporrias e permanentes
tanto devido ao elevado custo dos insumos agr%colas como pela baixa capacidade de
gesto dos produtores>
PR6)!EMASES6!7?@ESA sustentabilidade da agricultura 9amiliar na AmaVnia ' a9etada
principalmente pela estrutura 9undiria e pelos aspectos relacionados X integrao
ao mercado X tecnologia ao conecimento produtivo Xs pol%ticas de cr'dito e ao
mercado de trabalo> /orados por diversas restries os agricultores orientam sua
produo pelo curto prao adotando monocultivos e prticas inadeuadas de mane(o
uso do 9ogo diminuio do tempo de pousio das capoeira> Assim o desenvolvimento
recente da agricultura amaVnica est longe de ser 9onte geradora de renda e de
trabalo compat%vel com suas necessidades sociais e com a reposio das condies
naturais da produo>
A agricultura tradicional vem se desenvolvendo na AmaVnia a partir dosnutrientes liberados com a ueima da biomassa> Entretanto ( se sabe ue o 9ogo
ocasiona perda cont%nua dos nutrientes minerais e da mat'ria org.nica do solo> )utro
e9eito ' a perda irrevers%vel de cerca de =L das esp'cies arb0reas nativas ue no
conseguem regenerar-se em ambientes degradados> A reduo do tempo de pousio
entre dois ciclos de cultivo leva a uma progressiva diminuio do potencial de
produo de biomassa na capoeira e em conse`+ncia do ac5mulo de nutrientes
tend+ncia mais acentuada em solos preparados mecanicamente> )utro grande
problema ue a9eta a agricultura 9amiliar ' a 9alta de organiao social diGcultando
iniciativas coletivas de produo o beneGciamento e comercialiao de seus
produtos>#o caso da agricultura de bases empresariais a situao mais preocupante ' a
expanso da monocultura da so(a em reas de cerrado e em reas degradadas da
AmaVnia> As conse`+ncias ambientais desse cultivo na regio ainda so
desconecidas> A gerao de empregos ' baixa a demanda de insumos externos '
alta e em "ondVnia ao ue se sabe o desempeno agronVmico da so(a no est
sendo satis9at0rio con9orme anlise da EM!"AA local> )s resultados sociais desse
processo soC a desarticulao das outras atividades produtivas e o aumento da
concentrao de terras e de renda>
) mane(o Worestal pode ser um aliado importante na busca da sustentabilidade
mas exige acompanamento permanente por per%odo ue varia de trinta a uarenta
anos com s'rios riscos de inc+ndios Worestais e de invases> ) procedimento de
mane(o ue prope divises de reas em vinte ou trinta tales con9orme exig+ncia
do I!AMA torna-se t'cnica e economicamente invivel uando as reas so
peuenas ou dependendo da dimenso das serrarias> ) mane(o como vem sendo
conduido tem sido mais um pretexto para (ustiGcar a extrao madeireira do ue
uma alternativa econVmica adeuada>
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Diante desses problemas ( se dispe de um con(unto de alternativas como
veremos abaixo ue apontam poss%veis caminos rumo X agricultura sustentvel> A
base de um novo padro na AmaVnia dever ser a diversiGcao de cultivos e
adaptao Xs condies tropicais sendo necessrio considerar a variedade de
situaes e plane(ar uma associao de instrumentos voltada X produo agr%cola X
preservao ambiental e Xs condies sociais para cada grupo de produtores>
Sis%eas Agroores%ais
)s sistemas agroWorestais SA/s representam alternativa de produo para as
propriedades 9amiliares na regio amaVnica principalmente no ue se re9ere X
conservao Worestal X diversiGcao de produtos e X gerao de renda> So tamb'm
indicados para recuperao de reas degradadas por propiciar controle de eroso
melorias do solo contribuindo ainda para manuteno de sua umidade>
#a AmaVnia existem diversos SA/s em atividade desenvolvidos por
comunidades ind%genas caboclas e ribeirinas especialmente para Gns desubsist+ncia> $om a busca de alternativas de uso da terra na regio tem crescido a
import.ncia dos SA/s e a demanda por esp'cies de m5ltiplos prop0sitos> So vrios
os produtos utiliados em sistemas agroWorestaisC entre palmeiras aa% bacaba
pupuna babau e dend+ castana-do-brasil e vrias 9rutas como cupuau
acerola guaran e banana> A introduo de esp'cies rboreas e arbustivas para
explorao madeireira e para uso m5ltiplo tamb'm est sendo aproveitada nesses
sistemas>
Recursos Gen%icosA agricultura tradicional na AmaVnia ' de 9undamental import.ncia para a
conservao dos recursos gen'ticos das esp'cies oler%colas 9rut%9eras Worestais e
medicinais> )s agricultores tradicionais so os 5nicos ue ainda o(e cultivam e
mant+m a variabilidade gen'tica das ortalias no-convencionais de mandioca e de
milo> #o se pode deixar de levar isso em conta ao se discutir pol%ticas de
conservao in si%uda diversidade gen'tica na regio> A estrat'gia mais importante
para o produtor tradicional ' manter a sustentabilidade do seu sistema produtivo e
garantir a estabilidade dos n%veis de biodiversidade> ) controle e o mane(o da seleo
so os meios mais prticos e e9etivos de administrar recursos gen'ticos ue suportam
a estabilidade produtiva a longo prao>#este sentido o Instituto #acional de esuisas da AmaVnia&I#A est
implementando um Sistema de reservao e 4so EconVmico de "ecursos *en'ticos
6egetais in si%u na regio do Alto Solimes onde a preservao da variabilidade
gen'tica no local ' vinculada ao seu uso para Gns de meloramento a ser praticado
pelos produtores tradicionais> Essa iniciativa possibilita Xs comunidades tradicionais
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usu9ru%rem de um recurso ( dispon%vel sem modiGcar as 9ormas de produo
adotadas>
Redu:,o de 9esa%aen%o e Lueiadas
) uso do 9ogo na agricultura est estritamente relacionado ao preparo da reapara plantio agr%cola e X implantao e limpea de pastagens> Entretanto muitas
vees 9oge ao controle e provoca enormes pre(u%os econVmicos e ambientais> As
ueimadas acidentais 9oram responsveis pela metade da rea arrasada pelo 9ogo na
AmaVnia em 1::; e 1::L> ,entativas de preveno t+m-se mostrado promissoras
como no caso da $omunidade Agr%cola Del "ei no leste amaVnico onde est em
vigor o regulamento de ueimadas_ estabelece ue os membros da comunidade
so obrigados a 9aer aceiros antes de usar o 9ogo para reparo de suas roas e a
avisar os viinos uando esto plane(ando ueimar prevendo ainda indeniaes
por perdas so9ridas a serem pagas por uem provocou o 9ogo>
$om relao X pesuisa agronVmica o ro(eto SKI/,-$apoeira desenvolvidopela EM!"AA7*,3 apontou caminos alternativos ao sistema tradicionalC preparo
da terra sem ueima e enriuecimento da capoeira> A substituio da prtica da
ueima pela triturao da vegetao evita ue os nutrientes acumulados se(am
perdidos pelo uso do 9ogo> #este sentido 9oi desenvolvido pelo Instituto de
Agroengenaria da 4niversidade de *ttingen Alemana uma muina trituradora
de capoeira & ,"I,4$A em 9ase de testes e adaptao em estabelecimentos
produtores na regio !ragantina munic%pio de Igarap'-Au A>
Mane2o e Cer%ica:,o Flores%al
"eservas extrativistas 9oram criadas a partir de 1::< e instituiu-se um modelo
de unidade legal de conservao e utiliao da Woresta ue constitui exemplo para a
sustentabilidade ambiental de atividades produtivas na AmaVnia> Atualmente
existem 11 reservas e assentamentos extrativistas a9etando
Ko(e essas reservas buscam novos modelos de sustentabilidade e de organiao
empresarial visando a verticaliao da produo de ltex como o couro vegetal
exportado para a Europa e a extrao do 0leo da castana-do-brasil e 9ormas de
associao como a Associao dos Extrativistas da AmaVnia & A,EA composta por
brasileiros bolivianos e peruanos com vistas ao mercado internacional>
#o Estado do Acre vem sendo desenvolvida a prtica do Zneo-extrativismo[ ue
compreende a explorao agr%cola e pecuria adaptadas Xs peculiaridades naturais e
culturais da regio tendo como principais oportunidades de produoC os sistemas
agroWorestais a pecuria leiteira a piscicultura a criao de peuenos animais e a
reestruturao e moderniao do extrativismo tradicional> Esse conceito en9atia
tamb'm a explorao intensiva dos produtos Worestais no-ma-deireiros por exemplo
a castana-do-!rasil ue em uma experi+ncia no Estado do Acre est recebendo o
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selo amaVnico estrat'gia de ar=e%ingpara produtos da regio> ) 0leo da castana
em outra tentativa no Estado do Amap est servindo de insumo para a 9abricao de
creme e loo idratantes>
A exig+ncia de consumidores do emis9'rio norte por produtos ue no
estimulem o desmatamento levou X 9ormao do /orest Stehardsip $ouncil-S$ ue
regulamenta a explorao de produtos extrativistas> #o !rasil o $onselo !rasileiro
de Mane(o /lorestal & /S$-!" ' composto por setores econVmicos empresarial
social e ambiental e ' secretariado pelo /undo Mundial para a #aturea o ff/>
Atualmente esse conselo est preparando os padres de certiGcao em Worestas de
terra Grme na AmaVnia>
#o campo do mane(o comunitrio destaca-se a experi+ncia do pro(eto *urup
por interm'dio da /ASE com apoio do Sindicato dos ,rabaladores "urais ue
integra diversos componentes visando o mane(o e o processamento certiGcado dos
recursos Worestais madeira aa% e palmito agr%colas mandioca banana e
pesueiros peixe e camaro> ) pro(eto envolve vinte comunidades ribeirinas do
munic%pio de *urup A ue em 1::= Gnaliaram a construo da primeira 9brica
de palmito em conserva do !rasil cu(a produo alcana 2 A explorao Worestal sustentvel do palmito de aa% pelas comunidades de
*urup tem a(udado na deGnio e incorporao de princ%pios crit'rios e
indicadores de certiGcao Worestal de produtos no-madeireiros (unto ao $onselo
de Mane(o /lorestal>
6rgani"a:,o Social
As 9ormas de organiao dos produtores 9amiliares na AmaVnia soC cantino
e caixa agr%cola organiao da agricultura 9amiliar_ cooperativa sociedade civilcomercial_ associao sociedade civil sem Gns lucrativos_ cooperativa extrativista
organiao de produtos agrega valores principalmente X castana_ Sindicato dos
,rabaladores "urais com base municipal representao mais 9orte nas regies de
extrativismo>
) 9ortalecimento da agricultura 9amiliar na AmaVnia assim como em outros
agroecossistemas est intensamente atrelado a avanos no campo da educao no
obstante mais de ; #a
busca de alternativas educacionais para o meio rural destaca-se a experi+ncia
realiada pelo $entro Agropecurio da 4niversidade /ederal do ar de apoio ao
rograma $asa /amiliar "ural na ,ransamaVnica> #essa inciativa a criana divideseu tempo entre a escola e o lote agr%cola aprendendo e discutindo problemas reais
relacionados X produo e X gesto da propriedade> 8 os sindicatos rurais v+m
realiando treinamentos e cursos proGssionaliantes nas reas de 9ruticultura
piscicultura e ind5stria caseira em con(unto com entidades como o Servio #acional
de Aprendiagem "ural & SE#A" e diversas )#*s>
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E.T!#T/G,#.As estrat'gias ue conduiro X agricultura sustentvel s0 sero viveis se
induirem os agentes sociais mais din.micos a uma articulao em .mbito local da
ual resultem sinergias> Em caso contrrio por melor ue possam parecer essas
estrat'gias no alteraro o s%a%us quo> #o aver perspectiva sustentvel para a
agropecuria sem uma dinamiao end0gena ue camine nessa direo> Seria uma
perigosa iluso acreditar ue a superao dos obstculos X sustentabilidade pudesse
vir de 9ora por melor ue 9ossem as pol%ticas decorrentes das estrat'gias propostas
pela Agenda 21 !rasileira> #o menos absurdo seria imaginar ue tal superao
pudesse resultar de algum tipo de ao isolada desta ou dauela organiao p5blica
ou privada>
Enuanto no surgirem inovaes de .mbito local de nada valero longas listas
de ob(etivos linas de ao propostas de pol%tica e 9ormas de gesto> As experi+ncias
mais avanadas indicam claramente ue tais inovaes costumam ser impulsionadas
pela elaborao de diagn0sticos micro7mesorregionais por organiaes de pesuisa
de extenso e de educao popular capaes de mobiliar e articular cooperativasassociaes enGm os agentes sociais locais mais din.micos>
/696M/569AMA4AA4!>/45CAE9ASF!6RES4ASECAMP6SMER5956/A5S
A proposta estrat'gica da Agenda 21 !rasileira para o complexo regional da
mata atl.ntica e das Worestas e campos meridionais baseia-se no desenvolvimento de
pactos territoriaisorientados para a promoo da agricultura sustentvel> A base
desses pactos ' a criao ou o 9ortalecimento de mecanismos participativos de
plane(amento e de gesto ambiental tendo como unidade territorial pre9erencial asbacias idrogrGcas> A elaborao das Agendas 21 locais e regionais pode servir de
ponto de partida para o desenvolvimento desses pactos>
Essa proposta parte do princ%pio de ue em primeiro lugar a transio para um
novo padro agr%cola no depende simplesmente da deGnio de um con(unto de
prticas menos pre(udiciais ao ambiente e mais eGcientes do ponto de vista
energ'tico> Embora dese(vel a generaliao de algumas experi+ncias levaria na
melor das ip0teses X 9ormao de alguns Zaruip'lagos[ de propriedades mais
sustentveis mas no necessariamente a uma agricultura sustentvel como pretende
a Agenda 21 !rasileira>
Em segundo lugar ue se levar em conta ue o anseio de uma agriculturasustentvel (amais ser atingido por meio de aes isoladas deste ou dauele setor>
As solues para os problemas ue caracteriam a agropecuria brasileira desde a
d'cada de 1:=< passam por um amplo processo de negociao entre governo setor
privado e organiaes civis inclusive de consumidores> #o se trata obviamente de
9or(ar converg+ncias entre esses setores mas sim de articular es9oros em reas de
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interesse comum & sa5de educao conservao ambiental & e de estabelecer
compromissos com aes coletivas> ^ isso o ue se entende por pacto>
Se encarada sob o .ngulo territorial e no setorial essa estrat'gia permite a
aproximao entre a agricultura sustentvel e atividades no agr%colas ue v+m se
tornando cada ve mais importantes na gerao de empregos e de renda> Em 1::B
das cerca de 1; miles de pessoas residentes no meio rural ; miles exerciamatividades no agr%colas tais como prestao de servios com destaue para
empregos dom'sticos servios sociais ensino de primeiro grau com'rcio de
mercadorias ind5stria de trans9ormao e da construo civil>
#o Dom%nio da Mata Atl.ntica e das /lorestas e $ampos Meridionais essa
proposta estrat'gica no parte da Zestaca ero[> Ao contrrio a crescente
institucionaliao dos mecanismos de participao da sociedade nas discusses e na
execuo de pol%ticas p5blicas & desde a $onstituio de 1:?? & resultou em um
amplo con(unto de experi+ncias bem-sucedidas> Durante os anos noventas a regio
Sul assistiu X proli9erao de comit+s de gesto de microbacias idrogrGcas em
torno dos uais centenas de milares de agricultores se organiaram e orientaramsuas condutas a valores bem di9erentes daueles ue na d'cada de 1:= #esses processos a participao ativa dos agricultores nas
etapas de diagn0stico de plane(amento execuo e avaliao so ingredientes
imprescind%veis> ara isso ( se dispe de propostas metodol0gicas valiosas como o
Diagn0stico "pido e articipativo de Agroecossistemas D"A> Esse m'todo 9oi
desenvolvido pela Assessoria e Servios a ro(etos em Agricultura Alternativa & AS-,A e vem sendo utiliado com sucesso por deenas de )#*s e 0rgos p5blicos
como a EMA,E"7"S>
,odavia a adeso e a participao dos agricultores em iniciativas desse tipo no
se dar por acaso principalmente em regies onde predomina a mis'ria> A proposta
estrat'gica da Agenda 21 !rasileira est portanto muito atrelada a avanos nas
condies de vida do amplo contingente de agricultores 9amiliares em todo o pa%s> )
9ortalecimento desse tipo de agricultura passa por uma s'rie de mudanas
estruturais pol%tica agr%cola condies de vida por exemplo ue vo bem al'm da
discusso sobre a sustentabilidade agr%cola> #esse sentido destaca-se o papel
estrat'gico do acesso X educao tanto ao ensino bsico como o acesso X 9ormaoproGssional> ^ muito provvel ue os sistemas sustentveis substituam o uso abusivo
de insumos industriais e de energia 90ssil pelo emprego elevado de conecimento em
particular o conecimento ecol0gico>
Mas a participao ativa das organiaes sociais do campo & diretamente
ligada ao 9ortalecimento da agricultura 9amiliar & no ' com certea o 5nico
ingrediente necessrio ao desenvolvimento de pactos territoriais voltados X
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7/24/2019 Agricultura_Sustentavel_
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agricultura sustentvel> #esses processos ' 9undamental a gerao de novos
conecimentos e tecnologias ue contribuam para a sustentabilidade da agricultura>
Isso implica revisar as agendas das instituies estatais de pesuisa agropecuria
procurando incluir outros temas ue vo desde o mane(o sustentvel dos sistemas
produtivos at' o plane(amento ambiental baseado em oneamentos agroecol0gicos>
^ certo ue a pesuisa no dever se ocupar da 9ormulao de um Zpacote[ bemdeGnido de tecnologias Zlimpas[ pois disso no depende a agricultura sustentvel>
Mas tamb'm ' cada ve mais certo ue a diversiGcao dos sistemas produtivos
dever estar na mira de ualuer instituio de pesuisa ue pretenda estar em dia
com as demandas do novo padro> Ko(e sabe-se ue uanto maior o n5mero de
esp'cies presentes em um determinado ecossistema maior ser o n5mero de
interaes tr0Gcas entre os seus componentes e conse`entemente a estabilidade
tender a aumentar> )u se(a a estabilidade ' 9uno direta da diversidade>
A Agenda 21 !rasileira considera 9undamental ue se promova a substituio
progressiva dos sistemas agr%colas muito simpliGcados como as monoculturas por
sistemas diversiGcados sobretudo os rotacionais ue integrem a produo animal e
vegetal> Esses sistemas t+m demonstrado uma s'rie de vantagens agronVmicas e
econVmicas e esto em con9ormidade com os anseios mximos da agricultura
sustentvel garantir a segurana alimentar e a conservao dos recursos naturais>
rovvel base do padro sustentvel os sistemas diversiGcados sero muito
mais ex