agricultura ecológica - princípios básicos

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Principios básicos da agricultura ecológica

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  • Centro Ecolgico

    Apresentao

    1. Sol, gua e Nutrientes

    2. Indicadores Biolgicos

    3. Controle Biolgico - Predadores e Parasitas

    4. Controle Fisiolgico - Trofobiose

    5. Solo

    6. Adubos Orgnicos6.1 Adubos Verdes/ Ervas6.2 Estercos6.3 Composto6.4 Vermicomposto6.5 Biofertilizantes Enriquecidos6.5.1 Biofertilizantes Enriquecidos Lquidos6.5.2 Biofertilizantes Slidos, Adubos fermentados tipo Bokashi

    7. Caldas Nutricionais e Fitoprotetoras7.1 Calda Bordalesa7.2 Calda Cprica EEC7.3 Calda Sufoclcica

    8. Manejo de Videira, Pessegueiro e Tomateiro:Experincia na Regio da Serra Gacha8.1 Cultura de Videira8.1.1 Ecologia8.1.2 Localizao do Parreiral8.1.3 Variedades8.2 Cultura do Pessegueiro8.2.1 Localizao e Escolha do Terreno8.2.2 Manejo de Solo e Adubao8.2.3Tratos Culturais8.2.4 Manejo de Insetos e Doenas8.3 Cultura do Tomateiro8.3.1 Variedades8.3.2 Manejo de Solo e Adubao8.3.3 Tratos Culturais: Conduo e espaamento8.3.4 Manejo de Insetos e Doenas

    9. Concluso

    10. Bibliografia

    01

    02

    03

    04

    04

    09

    17

    2325262931333841

    45454547

    515151515160606062626666666869

    71

    71

  • O Centro Ecolgico uma ONG que atua desde1985 estimulando a produo e o consumo deprodutos ecolgicos.

    Acreditamos que desta forma estamoscontribuindo para uma outra sociedade, maisjusta, fraterna e respeitosa com o meio-ambiente.

    O manejo ecolgico dos sistemas produtivos o principal eixo de trabalho do CentroEcolgico, onde inclumos um fortecomponente de resgate e manejo dabiodiversidade agrcola e alimentar.

    Para alm do aspecto tcnico-produtivo,tambm trabalhamos com o estmulo organizao de produtores e consumidores,

    CENTRO?ECOLGICO

    formao de novas redes de produo econsumo, capacitao de tcnicos emagricultura ecolgica, formulao de polticaspblicas para uma agricultura sustentvel e luta contra a utilizao de transgnicos.

    O Centro Ecolgico concentra hoje sua atuaoem duas regies agroecolgicas distintas:

    A Serra Gacha e o Litoral Norte do RS e Sul deSC. Cada uma destas regies possuicaractersticas scio-ambientais diferenciadas,o que tem contribudo para alimentar umesforo permanente de reflexo sobre osprincpios da agricultura ecolgica e sua formade operac iona l izao em contex tosespecficos.

    LITORAL NORTE

    664 0220

    Rua Padre Jorge s/ n95.568-970 Dom Pedro deAlcntara RSFone/fax: 0xx(51)e.mail: [email protected]

    IP-SERRA

    504 55 73

    Caixa Postal 2195.240-000 Ip RSFone/fax: 0xx (54)e.mail: [email protected]

    Temos?dois?escritrios??disposio?para?quaisquer?informaes:

    1

  • O presente texto foi organizado a partir de duascartilhas j existentes: Trofobiose - NovosCaminhos para uma Agricultura Sadia,publicado em conjunto pelo Centro Ecolgico epela Fundao Gaia, e BiofertilizantesEnriquecidos, redigida pela equipe do CentroEcolgico. A estes textos se somaram outrosmateriais, elaborados para uso nos cursos deformao que o Centro Ecolgico realiza.

    O que aqui nos propomos instrumentalizaragr icu l to ras , agr icu l to res e demaisinteressados na prtica da AgriculturaEcolgica.

    Nele iremos abordar alguns elementos bsicospara que o nosso entendimento sobre aagricultura e seus processos possa serorientado com bases mais sustentveis.

    Um conhecido romancista francs disse certafe i ta que "a verdadei ra v iagem dodescobrimento no consiste em vislumbrarnovas paisagens, mas sim em ter novos olhos".Disto se tratam estes apontamentos. Apaisagem a mesma: solo, sol, chuva,nutrientes, plantas, insetos, fungos. O que aquipropomos um novo olhar, um novo enfoque.No apenas sol e gua, mas energia queincide em nosso agroecossistema. No maispragas, mas indicadores de manejo. No maisinos, ou ervas daninhas, mas plantas que nosfalam da sucesso vegetal e possuem acapacidade de repor matria orgnica emnossos solos.

    Ao escrevermos um texto de cunho tcnico noqueremos reduzir a Agricultura Ecolgicaapenas aos seus aspectos produtivos.Queremos, sim, enfatizar a importncia de nos(in)formarmos para efetuarmos as escolhasque nos levaro a construir a sociedade maisjusta e harmnica que desejamos.

    Sabemos todos que muitas de nossasescolhas, mesmo as mais simples, possuemum cunho poltico, colaboram no desenho deuma determinada forma de organizao social.Assim, escolher entre a uria e o biofertilizantepara fornecer o nitrognio que meu cultivonecessita uma deciso que vai alm dotcnico-agronmico e abarca tambmdimenses ambientais e polticas. E nestelivreto abordamos os princpios bsicos que nospermitem optar por tecnologias limpas, baratase independentes do complexo industrial quehoje comprime a agricultura.

    Muito se tem dito que estamos hoje em umaencruzilhada civilizatria. O caminho queiremos tomar nesta encruzilhada depende denossas opes cotidianas. Devemos assumirnossas responsabilidades na construo de ummundo mais justo, tanto social quantoambientalmente. Aqui, modestamente, desde oponto de vista tcnico-agronmico, esperamosestar contribuindo para isto.

    APRESENTAO

    2

  • 1. SOL, GUA E NUTRIENTES

    Existe na China um provrbio muito antigo quediz: "A Agricultura a arte de cultivar o sol".Esta uma maneira diferente de se referir a umdos processos bsicos responsveis pelamanuteno da vida no planeta: a fotossntese.

    um processo to presente no dia a dia daagricultura que quase no paramos para refletirna sua importncia.Todas as plantas tm a capacidade detransformar a energia da luz do sol em energiapara a sua sobrevivncia, bem como para asobrevivncia de todos os seres que vivem naTerra. A fotossntese o processo pelo qual asplantas produzem matria orgnica a partir desubstncias que esto no ar. Para fazer isto, aparte verde da planta aproveita a energia queest na luz do sol. E como a luz do sol umrecurso natural, renovvel e abundante, deveser utilizado da maneira mais intensa possvel.

    Para aumentar a capacidade das plantas deaproveitar a luz do sol, elas tm que tercondies timas de funcionamento. O que soestas condies timas vamos ver maisadiante. Tambm temos que investir napossibilidade de outras espcies trabalharemcaptando a energia de sol. Esta energia,captada na forma de matria orgnica e deminerais, ser colocada disposio de nossocultivo comercial.

    A adubao verde, por exemplo, isto. Todasas vantagens da adubao verde tm origem nacapacidade que as plantas tm de capturarenergia da luz do sol.

    - E o que a fotossntese?

    - Como se pode utilizar ao mximo a luzdo sol?

    - Na prtica, o que isto?

    Outro exemplo quando deixamos que avegetao que vem por si no nosso pomar sedesenvolva. No preciso ter medo dacompetio das ervas daninhas ou inos.A partir da germinao de uma sementequalquer comea a funcionar uma verdadeirafbrica de adubo, onde o combustvel barato eabundante, e o resultado s traz riqueza. possvel aproveitar o carbono e oxignio queesto no ar e o hidrognio que est na gua.A planta tambm faz parcerias com a vida quetem no solo, melhorando a absoro denitrognio e de outros minerais, bem como possvel aumentar o teor de matria orgnicado solo, etc...

    Para que este processo acontea, outra formade energia que deve estar presente a gua.Nos ecossistemas onde a gua e o sol chegamem grande quantidade, como o caso no sul doBrasil, muito importante manter o solo cobertopor plantas. Elas sero as responsveis porfazer com que esta energia gere vida e nodestruio. Todos sabemos os malefcios que osol e a chuva podem causar a um solodescoberto.Toda a forma de energia gera trabalho ou geradestruio. A energia do sol e da gua podetanto fazer nosso cultivo crescer (trabalho)quanto provocar eroso e compactao no solo(destruio). Por excelncia, a planta captura aenergia do sol e a da gua.

    Claro que no. Ela tambm precisa denutrientes para o seu desenvolvimento.Nutrientes que so encontrados no ar, na guae no solo. O que vem do ar e da gua chega aser 95-98% da planta (oxignio, carbono,hidrognio, nitrognio e enxofre).S 2-5% vm do solo.

    - Precisa de alguma outra forma deenergia?

    - E isso basta para uma planta crescer?

    3

    RECURSOS?NATURAIS

  • Estes trs fatores diretos, sol, gua e nutrientesformam o que se chama de trio ambientalbsico.

    A partir destes trs, h outros fatores indiretosque influenciam o desenvolvimento dasplantas. Entre eles esto a latitude (se mais aosul ou mais ao norte do Brasil, por exemplo), aaltitude (se na baixada ou na serra), anebulosidade, os ventos, a umidade do ar, aquantidade de ar no solo, etc...

    O jeito mais eficiente tendo bastante vida nosolo. Quanto mais vida, mais fertilidade. Quantomais fertilidade, maior garantia de sade paraas plantas. E quanto mais sade, maiorprodutividade.

    Assim, um princpio bsico em agriculturaecolgica de que o solo um organismo vivo.Todo o manejo que se fizer neste organismosolo tem que ser para aumentar esta vida.Deixando o solo coberto o maior tempo possvelo agricultor estar aproveitando a energia, fartae de graa, que chega na sua propriedade. Comisso pode evitar ter que recorrer energia dopetrleo, comprada na forma de adubo qumico(NPK).

    - Como se pode aproveitar da melhorforma possvel estes recursos naturais - osol, a gua e os nutrientes?

    2. INDICADORES BIOLGICOS

    A combinao dos fatores ambientais com aao do homem determina quais as plantas (aflora) e quais os animais (a fauna) que voexistir numa rea. Assim, estas espciesvegetais ou animais so indicadoras dascondies daquele ambiente.

    Como a prpria palavra j diz, um indicador estmostrando alguma coisa. Podemos aprender aler na natureza o que ela est querendo nosmostrar. E ela d vrias pistas pra gente. squerer enxergar.Algumas das pistas so as doenas e aspragas. O que elas esto indicando? Isto vamosver mais adiante, mas, com certeza, noaparecem s porque deu vontade nelas.Outra pista so as ervas invasoras.

    As plantas podem e devem ser vistas como umrecurso natural barato e amplamente disponvelpara os agricultores. Tanto aquelas que sosemeadas pelos agricultores quanto as quenascem espontaneamente. necessrioentendermos o papel que a vegetao"espontnea" desempenha em nosso solo,para que deixemos de enxergar um ino ou ervadaninha e passemos a considerar como umrecurso, que est nossa disposio. E que,com um manejo adequado, se torna bastantetil.

    Em um ecossistema natural todo ser vivo, sejaele vegetal ou animal, tem um papel adesempenhar (um servio a prestar) para acomunidade da qual faz parte. Alm de,obviamente, contribuir para a manuteno de

    - Para que serve um indicador?

    - Porque as ervas invasoras so, ao mesmotempo, plantas indicadoras?

    4

    Componentes (volume)

    Nitrognio

    Oxignio

    Gs?Carbnico

    Hidrognio

    Total

    Porcentagem (%)

    78,110

    20,953

    0,033

    0,00005

    99,09605

    COMPOSIO DA ATMOSFERA

  • modificando. As espcies de plantas iro sesucedendo umas s outras com um objetivobem definido: permitir que a vida se instale cadavez mais neste ambiente. Cada planta, ouconjunto de plantas, alm de nos informar oestgio de maturidade em que este ambiente seencontra (por isto plantas indicadoras), preparaas condies para que este processo tenhacontinuidade, permitindo o surgimento deoutras espcies que traro suas contribuies aesta "caminhada".

    Um solo dominado por gramneas estolonferascomo a milh ( ), porexemplo, encontra-se numa fase que apresentaestrutura fsica deficiente, ou seja, no umsolo solto. medida que as plantas e,especialmente, suas razes se decompem, huma incorporao significativa de matriaorgnica no solo, melhoradora da estrutura.

    Um outro exemplo, j clssico, o da nabia( ), que uma ervaindicadora de falta de disponibilidade de boro emangans no solo. Ela tem uma maiorcapacidade de extrair estes minerais do solo,quando comparada maioria das outrasplantas. Sendo assim, seu papel na sucessovegetal o de tornar estes elementosdisponveis quando encerra seu ciclo, para quea sucesso possa seguir seu curso at chegar vegetao clmax.

    A guanxuma ( ), indicadora desolo compactado e que possui uma raizpivotante agressiva, capaz de fazer exatamenteo trabalho de descompactao.

    Assim, as ervas ao mesmo tempo em queindicam um problema, so a prpria soluonatural para superar determinada situao.

    - Na prtica, como que se v isto?

    Digitaria sanguinalis

    Raphanus raphanistrum

    Sida rombifolia

    sua prpria espcie. a anlise de qual papelque determinada espcie vegetal desempenha,no nicho ecolgico no qual momentaneamenteest se sobressaindo, que nos leva ao conceitode plantas indicadoras. Se as encararmoscomo daninhas e buscarmos sua erradicao,estaremos perdendo uma preciosa fonte deinformaes, que nos auxiliariam nas tomadasde deciso em relao ao nosso manejo. Se, aocontrrio, as vemos como indicadoras,poderemos utilizar no s as informaes queela nos trazem, como tambm manejarmos suapresena. Desta forma permitiremos que elascumpram sua funo para a comunidadevegetal da qual fazem parte.

    Na verdade, o chamado ino apenas umaplanta que desponta no local e no momento queno nos interessa. Mesmo uma planta de milhoou feijo pode se comportar como ino emalgumas ocasies. O que importa, ento, no elimin-los, mas sim manej-los para queapaream em momentos que nos tragam maisbenefcios do que prejuzos.

    Para entender bem a funo que os inos tm acumprir, importante compreender o conceitode sucesso vegetal.

    Desde quando uma rocha comea a sedesmanchar para se tornar solo, surge umacolonizao de plantas que ir acompanhartodo o processo de "envelhecimento" destesolo, at que ele atinja seu mximo grau dedesenvolvimento, quando ento estarco lon i zado pe la vege tao c l max ,caracterstica do ambiente, formando umafloresta. Durante todo este processo de"envelhecimento" do conjunto solo-planta, acolonizao vegetal estar continuamente se

    - D para explicar melhor a funo daservas?

    5

  • Afinal, a forma que a natureza tem de seproteger de nossas agresses ao solo colocarplantas cada vez mais difceis de seremerradicadas.

    Se capinarmos insistentemente um solo ondeaparecem predominantemente beldroegas,iro aparecer guanxumas.

    Se seguirmos com um manejo de eliminar asplantas, possivelmente aparecer milh.

    Sempre vem uma planta com maior capacidadede proteger o solo, e conseqentemente, maisdifcil de ser erradicada.

    Alm destas vantagens especficas e quedizem respeito ao papel que a planta tem adesempenhar na sucesso vegetal, todas asplantas tm capacidade de aproveitar parte daenergia do sol e da chuva que caem em nossaterra, ou em nosso agroecossistema.

    Assim, se um "ino", em determinado momentoe local no est competindo com a cultura, eainda auxilia no aproveitamento da energia queincide gratuitamente em nossas terras,estamos tendo mais benefcios do queprejuzos com sua presena e no h porquepensar na sua erradicao.

    Portanto o controle das ervas feito no por suaeliminao sistemtica por meios mecnicos,mas sim atravs das mudanas na qualidade doambiente - no caso o solo - que propiciam oaparecimento de espcies menos agressivas emenos competidoras com a cultura comercial.

    J tem gente estudando o que as plantas socapazes de nos dizer a respeito do solo aondeaparecem, como as que esto na lista a seguir.

    Dentre as muitas evidncias prticas quefundamentam este concei to, uma particularmente interessante. Quando umagricultor abandona um solo para pousio, ocomum que este esteja degradado, em maiorou menor grau. Nestas circunstncias podemosencontrar uma vegetao dominante de, porexemplo, milh e guanxuma. Passados trs ouquatro anos deste abandono, no ser maispossvel ver estas duas espcies sobre o solo.Pode nos dar a impresso de que se acabaramas sementes. Porm, quando o agricultor,depois de 10, 15 ou 30 anos, voltar a cultivareste solo, usando prticas como fogo e arao,em 2 ou 3 anos, a guanxuma e a milh voltam apredominar.

    Em outras palavras, uma determinada espcieno depende da quantidade de sementes quetm no solo para aparecer com maior ou menorintensidade. So os fatores do solo e do clima(fatores edafoclimticos) que determinam qualespcie ir predominar naquele momento. Osolo possui um banco de sementes e so ascondies de umidade, vento, luminosidade,disponibilidade de nutrientes, etc, que iropropiciar o surgimento desta ou daquelaespcie.

    impossvel que o agricultor consiga atingir seuobjetivo de deixar sua lavoura limpa ou"desinada". Solo que no vem vegetao umdeserto e isto ns no queremos para nossasterras. medida em que tentamos limpar aterra estamos, na verdade, impedindo que osolo avance em seu processo de sucessovegetal e, com isto, dando as condiesnecessrias para que plantas cada vez maisdifceis de serem manejadas apaream.

    - Ento, como que fica a capina?

    6

  • 7PLANTAS?INDICADORAS

    Azedinha

    Amendoim?brabo

    Beldroega

    Capim?arroz

    Cabelo?de?porco

    Capim?amoroso?oucarrapicho

    Caraguat

    Carqueja

    Caruru

    Cravo?brabo

    Dente?de?leo

    Fazendeiro?oupico?branco

    Guanxuma?ou?malva

    Lngua?de?vaca

    Maria?mole?ou?berneira

    Mamona

    Nabisco?ou?nabo?brabo

    Papu

    Pico?preto

    Tiririca

    Samambaia

    Urtiga

    Oxalis?oxyptera

    Euphorbia?heterophylla

    Portulaca?oleracea

    Echinochloa?crusgallii

    Carex?ssp

    Cenchrus?ciliatus

    Eryngium?ciliatum

    Baccharis?spp

    Amaranthus?ssp

    Tagetes?minuta

    Taraxum?officinalis

    Galinsoga?parviflora

    Sida?ssp

    Rumex?ssp

    Senecio?brasiliensis

    Ricinus?communis

    Raphanus raphanistrum

    Brachiaria?plantaginea

    Bidens?pilosa

    Cyperus?rotundus

    Pteridium?aquilinum

    Urtiga?urens

    NOME NOME CIENTFICO O QUE INDICAM

    Solo?argiloso,?pH?baixo,?falta?de?clcioe/ou?molibdnio.

    Desequilbrio?de?nitrognio?c/?cobre,ausncia?de?molibdnio.

    Solo?bem?estruturado,?com?umidadee matria?orgnica.

    Solo?anaerbico,?com?nutrientesreduzidos?a?substncias?txicas.

    Solo?muito?exausto,?com?nvel?declcio extremamente?baixo.

    Solo?depauperado?e?muito?duro,pobre em?clcio.

    Planta?de?pastagens?degradadase?com hmus?cido.

    Solos?que?retm?gua?estagnada?naestao?chuvosa,?pobres?em?molibdnio.

    Presena?de?nitrognio?livre(matria orgnica).

    Solo?infestado?de?nematides.

    Presena?de?boro.

    Solos?cultivados?com?nitrognio suficiente,faltando?cobre?ou?outros?micronutrientes.

    Solos?muito?compactados.

    Excesso?de?nitrognio?livre,?terra?fresca.

    Camada?estagnante?em?40?a?50?cm?deprofundidade,?falta?potssio.

    Solo?arejado,?deficiente?em?potssio.

    Solos?carentes?em?boro?e?mangans.

    Solo?com laje?superficial?e?falta?de?zinco.

    Solos?de?mdia?fertilidade.

    Solos?cidos,?adensados,?mal?drenados,possvel?deficincia?de?magnsio.

    Excesso?de?alumnio?txico.

    Excesso?de?nitrognio?livre,?carnciaem?cobre.

    * Adaptado?de Ana?Primavesi,?in Agricultura?Sustentvel,?Nobel;?So?Paulo?-1992.

  • 3. CONTROLE BIOLGICO -PREDADORES E PARASITAS

    Na agricultura, se chama de equilbrio biolgicoo controle que predadores e parasitas fazem nocrescimento da populao dos insetos, caros,nematides, fungos, bactrias e vrus.

    Podemos citar, como exemplos, os casos de:

    - ("praga"), que comido pela(predador).

    - ("praga"), que infectada pelo(parasita).

    Esse equilbrio importante para manter, numnvel que no cause dano econmico, aspopulaes de insetos e doenas que podemser prejudiciais.

    H muitas espcies que so predadoras ouparasitas das pragas e doenas que atacam oscultivos agrcolas.

    So insetos, caros, nematides, fungos,bactrias e vrus.Animais maiores tambm so muitssimoimportantes, entre eles: aves, morcegos, tatus,cobras, rs, sapos e aranhas.

    At os dias de hoje, os controles biolgicosvendidos pelas empresas multinacionais, comoo (nome comercialDIPEL) e o , so organismosencontrados na natureza, que foramselecionados e reproduzidos em laboratrios.

    Agora, com as possibilidades geradas pelaengenharia gentica, se abre uma outraperspectiva.

    pulgo joaninha

    lagarta-da-sojaBaculovirus

    Bacillus thuringiensisBaculovirus

    O controle biolgico do futuro corre o risco deser seres vivos criados ou manipuladosgeneticamente pelo homem, capazes de sereproduzirem, totalmente alheios ao ambientenatural e, portanto, fora do sistema de auto-regulao desenvolvido com a evoluo dasespcies, durante milhares de anos.

    D bem para imaginar as conseqncias desterisco de perda de controle!

    No, existem outros fatores que podemdeterminar um aumento descontrolado dessaspopulaes de pragas e doenas.

    Vrias das correntes que trabalham comagricultura sem o uso de qumicos atribuemsuas experincias de no terem problemas de"pragas ou doenas" ao equilbrio daspopulaes de predadores e parasitas.

    E, quando os problemas eventualmenteocorrem, so controlados com "venenosnaturais", como fumo, piretro, etc... S h umasubstituio do agente que controla o distrbio.

    Ao invs de um qumico sinttico se usa umproduto natural. como se mudssemos o queest dentro do pacote, sem mudar o pacote.

    Mas, no controle de pragas e doenas, tambm muito importante o que acontece por dentroda planta. A isto damos o nome de controle

    .

    - apenas a morte dos inimigos naturaisque causa o aumento de "pragas" e"doenas" nas lavouras?

    fisiolgico

    8

  • Essas plantas maltratadas tm, na sua seiva, osprodutos livres que os insetos e doenasprecisam para se alimentar e viver.

    Podemos trocar o nome de pragas e doenaspara .Insetos, caros, nematides, fungos, bactriase vrus so a conseqncia e no a causa doproblema. Lembram que j falamos disto naparte de indicadores biolgicos?

    Uma regra geral que plantas tratadas commatria orgnica so bem menos atacadas porinsetos e doenas.

    Mas h outras coisas. Todos os fatores queinterferem no nvel do metabolismo da planta,ou seja, no seu funcionamento interno, podemdiminuir ou aumentar sua resistncia. Paratratar bem, temos que ter um manejo queaumente a resistncia.

    Vamos listar estes fatores e depois olhar cadaum com mais detalhe.

    indicadores biolgicos de mau manejo

    - E como que se pode tratar bem asplantas?

    a.?Espcie?ou?variedade?de?plantab.?Idade?da?plantac.?Solod.?Climae. Adubos?orgnicosf. Adubos?minerais?de?baixa?solubilidadeg. Tratamentos?nutricionaish. Tratos?culturais?-?capina,?podasi.?Enxertiaj. Adubos?qumicosk. Agrotxicos

    (gentica)(ou?idade?da?parte?da?planta)

    (luz,?temperatura,?umidade,?vento)

    (NPK)

    4. CONTROLE FISIOLGICO -TROFOBIOSE

    O assunto bastante complexo, mas o seuprincpio simples e de fcil compreenso.

    A palavra foi usada pelopesquisador francs Francis Chaboussou paradar nome a sua idia de que no qualquerplanta que atacada por pragas e doenas.Ou seja, a planta precisa servir de alimentoadequado praga ou doena para ser atacada.

    Trofobiose parece um palavro. Mas no !

    - quer dizer alimento- quer dizer existncia de vida

    Portanto, quer dizer: todo equalquer ser vivo s sobrevive se houveralimento adequado disponvel para ele.

    Em outras palavras: A planta ou parte da plantacultivada s ser atacada por um inseto, caro,nematide ou microorganismo (fungos oubactrias), quando tiver na sua seiva,exatamente o alimento que eles precisam. Estealimento constitudo, principalmente, por

    , que so substncias simples ese desmancham facilmente (solveis). Paraque a planta tenha uma quantidade maior deaminocidos, basta trat-la de maneira errada.

    Quer dizer, um vegetal saudvel, bemalimentado, dificilmente ser atacado por"pragas" e "doenas". As ditas "pragas" e"doenas" numa planta sadia.

    As pragas e doenas s atacam as plantas queforam maltratadas de alguma forma.

    Trofobiose

    TrofoBiose

    trofobiose

    aminocidos

    morrem de fome

    - Como funciona o controle fisiolgico?

    9

    FATORES QUE INTERFEREM NOMETABOLISMO DA PLANTA

  • Depois de ser praticamente desmanchado, oalimento, j na forma de aminocidos, vai para ointestino, absorvido no sangue e vai ser usadopara construir outras protenas, como pele,cabelos, unhas, etc...

    O homem tem uma diversidade muito grande deenzimas que o fazem capaz de digerirdiferentes alimentos.

    Mas, por exemplo, no tem enzimas queconseguem digerir feno ou serragem. Istosignifica que se comer tanto feno quantoserragem, vai encher o estmago, mas morrerde fome.

    Agora so i , ,, , e que esto

    se alimentando.

    Estes seres, ao contrrio do homem,

    , o que reduz sua possibilidade deaproveitar completamente molculas grandes(complexas) como as protenas.

    Eles s so capazes de cortar algumas argolasdas correntes ou retirar alguns tijolos dasparedes.

    Portanto, para terem uma nutrio satisfatria,

    como, por exemplo,aminocidos. Seno, acontece o mesmo queno homem quando ingere feno ou serragem -

    .

    Uma protena composta por uma seqnciade aminocidos. As plantas vivas juntamaminocidos para formar as protenas.

    Segunda: nsetos nematidescaros fungos bactrias vrus

    tm umavariedade muito pequena de enzimasdigestivas

    eles devem encontrar o alimento j na suaforma simples

    morrem de fome

    - Por que estes fatores interferem naresistncia?

    - Mas o que as protenas e os aminocidostm a ver com a resistncia das plantas aoataque de insetos, caros, nematides oudoenas?

    Todos esses fatores esto ligados formao(sntese) de protenas - ou decomposio delas - a .

    Para se entender melhor, podemos imaginarque cada como uma corrente e osaminocidos so as argolas que formam estacorrente. Ou, que cada como aparede de uma construo e osso os seus tijolos.

    Para melhor entendimento, vamos compararduas situaes:

    Um homem alimenta-se com umpedao de carne, que composto basicamentede protenas e gorduras.

    O primeiro passo mastigar, para triturar emisturar com a saliva e, assim, iniciar oprocesso de digesto.

    A seguir, o lquido do estmago ficaencarregado de continuar o trabalho dedecompor estas protenas.

    Tanto na saliva quanto no estmago, quem seencarrega de fazer a digesto so as .Elas so como ferramentas de muitosdiferentes tipos, capazes de separar as argolasdas correntes de protenas ou destruir a massaque une os tijolos das paredes da construo.

    proteossnteseprotelise

    protena

    protenaaminocidos

    Primeira:

    enzimas

    10

  • aminocido1

    23

    4 5 6

    11

    Para?que?os?aminocidos?se?juntem?e?formem?protenasso?necessrias?as?enzimas.

    As?enzimas?precisam?de?uma?nutrio?balanceada?e?completa?para?atuarem.

    A seiva?transporta?protenas?e?aminocidos,?acares?e?nitratospara?os?pontos?de?crescimento?da?planta.

    Porm,?o?uso?de?agrotxicos,?a?adubao?desequilibrada?e?a?falta?de?boascondies?para?planta?atrapalham?este?mecanismo.

    aminocido

    aminocido

    1

    2

    Protenas Nitrato e Acares

    SEIVA

    Quando?isto?acontece,?a?seiva?fica?carregada?de?aminocidos?livres,?acares?e?nitratos.Este?so?os?alimentos?preferenciais?de?fungos,?bactrias,?caros?e?nematides.

    SEIVA

    SEIVA

    TROFOBIOSE

  • Como resultado, teremos uma determinadaplanta que s parece ser, mas que na realidadeno e que, portanto, no funciona como deve.Como j vimos, a proteossntese depende demuitos fatores que influenciam o metabolismodas plantas, ou seja, a sua resistncia.

    Por outro lado, a protelise ou decomposiodas protenas provoca um excesso desubstncias solveis na seiva, fazendo comque a planta torne-se um alimento adequadopara insetos, caros, nematides, fungos,bactrias e vrus.

    A a da planta ao local decultivo (que determina a maior capacidade deabsorver nutrientes pelas razes e maiorcapacidade de fotossntese das folhas, porexemplo) aumenta o seu poder deproteossntese. Se a variedade no for bemadaptada, o funcionamento da planta ficaprejudicado. o que acontece quando secultivam espcies mais de frio j perto do vero.Ou espcies da baixada cultivadas na serra.

    Plantas na fase de tm,naturalmente, maior atividade de protelise.Durante seu ciclo, a planta armazena reservaspara os perodos de necessidade, como ocaso da poca de reproduo. Nesta fase asprotenas da reserva so decompostas, paraque possam se deslocar e formar as brotaese flores novas. um perodo em que,naturalmente, a planta vai estar mais sensvel efrgil.

    - Vamos ver mais em detalhe os fatoresque influenciam a proteossntese ou aprotelise das plantas?

    a. Espcie ou variedade da planta

    adaptao gentic

    b. Idade da planta ou de parte da planta

    brotao e florao

    - Mas, o que determina que uma plantatenha maior ou menor quantidade desubstncias simples, como os aminocidos,circulando na seiva?

    Isto est relacionado com a formao deprotenas - quanto mais intensa for aproteossntese, menor ser a sobra deaminocidos livres, acares e mineraissolveis. Alm disto, a formao eficiente deprotenas aumenta o nvel de respirao e defotossntese da planta, melhorando todo ofuncionamento da planta.

    Vamos fazer outra comparao, para entendermelhor o que a formao das protenas - aproteossntese.

    Podemos imaginar, por exemplo, que a planta uma unidade montadora de carros.

    Para montar um carro necessrio estaremdisponveis nas esteiras de montagem, entreoutras coisas: 5 rodas, 5 pneus, 3 bancos, 1motor, 1 suspenso, 1 direo, 1 pra-brisadianteiro e um traseiro, e assim por diante. Sefaltarem algumas das peas ou se, porexemplo, a esteira que leva rodas tivervelocidade muito mais rpida do que a que levao motor, o carro ter alguns tipos de peassobrando e outras faltando. O produto final ficaparecendo um carro, mas na verdade seufunc ionamento e compos io estoprejudicados. No so como deveriam ser!

    Assim, podemos comparar as peas paramontar o carro aos minerais que a plantanecessita para seu funcionamento. Se faltaremalguns minerais ou se a absoro fordesequilibrada (rpida demais, no caso deadubos qu m icos so lve i s /NPK) , ofuncionamento da montadora fica prejudicado -a proteossntese fica prejudicada.

    12

  • Umidade

    e.Adubos orgnicos

    f.Adubos minerais de baixa solubilidade

    g. Tratamentos nutricionais

    Falta ou excesso de umidade causamdesequilbrios nas plantas, ou seja, pioram ofuncionamento da montadora, diminuindo aproteossntese ou provocando a protelise. Agua um dos fatores que movimentam aentrada de nutrientes nas plantas.

    A matria orgnica aplicada ao solo aumenta aproteossntese nas plantas, pelos seuscompostos orgnicos e pela sua diversidadeem macro e micronutrientes. Esse fator vai serdetalhado adiante, pela sua importnciafundamental.

    Esses produtos, como fosfatos naturais,calcrio e restos de minerao, em quantidadesmoderadas, aumentam a proteossntese nasplantas.

    Isto ocorre porque se tornam gradativamentedisponveis para a absoro pelas razes eestimulam o seu crescimento, aumentando asua capacidade de buscar gua e nutrientes dosolo. Eles no prejudicam a macro e microvidado solo, ao contrrio dos adubos qumicossolveis concentrados.

    Esses produtos, como cinzas, biofertilizantes esoro de leite exercem uma ao benfica sobreo metabolismo das plantas, aumentando aproteossntese. Isto ocorre devido ssubstncias orgnicas e diversidade demicronutrientes que eles tm.

    Vamos falar bem mais deste assunto, na partede biofertilizantes enriquecidos.

    Nas tambm h decomposionormal das protenas, para que os produtos eminerais possam se deslocar e seremreaproveitados para as folhas mais novas.Conseqentemente, folhas velhas so maisatacadas que as maduras.

    As tambm so maissensveis do que as maduras. A carga denutrientes que elas recebem muito grande e o"motor" para aproveitar o que chega ainda insuficiente, acumulando substncias solveisque servem de alimento a pragas e doenas.Um bom exemplo disso um p de laranjeira.As folhas bem de baixo, mais velhas, em geralapresentam mais doenas. As do meio, soverde-escuras, saudveis enquanto as bemjovens, em geral, so atacadas por pulges.

    A de um solo, que dada porcondies fsicas adequadas (solo solto), boadiversidade de nutrientes e muita atividade dosmicrorganismos, aumenta o poder de absoroe de escolha de alimentos pelas plantas,favorecendo a proteossntese.Ao contrrio, solos fracos, muito trabalhados,gastos, compactados, diminuem a capacidadedas plantas de escolher e de absorvernutrientes, prejudicando a proteossntese efacilitando o acmulo de substncias solveis.Este aspecto to importante que vamos falarde novo sobre ele, mais adiante

    A falta de sol diminui a atividade defotossntese, prejudicando a sntese deprotenas. Portanto, quando h vrios diasnublados, podemos esperar problemas nasplantas.

    folhas velhas

    folhas bem jovens

    c. Solo

    boa fertilidade

    d. Clima

    Luminosidade

    13

  • etc) ou por outros organismos que esto livresno solo. E atrapalham a liberao de fsforo emuitos outros minerais, que feita pelasmicorrizas. As micorrizas so fungos benficosque esto nas razes das plantas.

    Tanto as bactrias quanto as micorrizas queesto nas razes das plantas fazem uma troca.Elas recebem comida da planta (carboidratos) edo em troca o nitrognio, o fsforo, o boro, ozinco, o mangans, e muitos outros minerais.

    A aplicao de agrotxicos diminui aproteossntese de duas formas. A primeira, deforma direta, pelo seu efeito sobre a planta. Asegunda, de forma indireta, pelo seu efeitosobre o solo.

    Todos os agrotxicos so capazes de entrar naplanta pelas folhas, razes, frutos, sementes,galhos ou troncos.

    Eles podem diminuir a respirao, atranspirao e a fotossntese da planta,afetando a proteossntese, prejudicando aresistncia das plantas.

    Como os adubos qumicos, os agrotxicostambm destroem a vida til do solo,prejudicando a disponibilidade de nutrientespara as plantas. Esses produtos matamminhocas, besouros e outros pequenosorganismos altamente benficos para aagricultura.

    Os agrotxicos aumentam o poder de ao ereproduo de insetos que sobrevivem a umapulverizao, alm de aumentar a resistnciagentica desses insetos contra o veneno.Destroem, tambm, os chamados inimigosnaturais (os controles biolgicos).

    k.Agrotxicos

    h. Tratos Culturais

    com corte derazes podas mal feitas

    i. Enxertia

    j.Adubos qumicos (NPK)

    bactrias (

    Capinas, lavraes e gradeaese , prejudicam o

    metabolismo normal das plantas, que tm quecurar o estrago, aumentando a protelise.Como no caso da brotao e florao, a plantatem que decompor suas reservas, levar at oferimento e refazer as estruturas que foramdanificadas pelo corte da capina ou da poda.

    Onde o porta-enxerto e o enxerto se encostam,naturalmente se forma um filtro para osnutrientes que esto na seiva da planta. Istoquer dizer que nem tudo o que a raiz absorvechega at copa. Tm coisas que ficam retidaspelo caminho.

    Em plantas enxertadas, nem sempre basta osolo estar timo. s vezes precisocompensar este filtro com pulverizaesfoliares peridicas.

    Esses produtos, como uria, NPK, cloreto depotssio e superfosfatos, diminuem ap r o t e o s s n t e s e , p o r q u e a l t e r a m ofuncionamento das plantas. Eles tm produtostxicos na sua frmula e tm concentraesexageradas de nutrientes, que causamproblemas no crescimento das plantas.

    Os adubos qumicos solveis, que so cidos esalinos, destroem a vida til do solo,prejudicando todos os processos de retirada denutrientes tais como o fsforo, clcio, potssio,nitrognio e outros. Tambm acabam com afixao do nitrognio do ar, que feita pelas

    das razes dasleguminosas (feijo, soja, trevo, vagem, ervilha,

    Rhizobium)

    14

  • Fungicidas como Zineb, Maneb e Dithanecausam viroses (doenas) e provocam ataquede caros em vrias plantas, depois dotratamento.

    Alm disto, qualquer fungicida mata asmicorrizas.

    Todos os grandes problemas com insetos emicroorganismos nas lavouras comearamaps a inveno e utilizao dos agrotxicos eadubos concentrados.

    Antes disso, as plantaes, em todo o mundo,eram muito mais sadias. A agricultura moderna,ao invs de ajudar o funcionamento da planta,s atrapalha.

    PLANTA SADIA(EQUILIBRADA)

    PROTENASCOMPLEXAS

    AMINOCIDOSSOLVEIS

    PLANTA DOENTE(DESEQUILIBRADA)

    Uri

    a

    agro

    txi

    co

    NPK

    15

  • - Como se pode ajudar o bomfuncionamento das plantas para protege-las de ataques?

    - Por que a matria orgnica melhora aresistncia das plantas?

    Vimos antes que plantas tratadas com matriaorgnica so bem menos atacadas por insetose doenas.

    A adubao do solo com matria orgnica amelhor mane i ra de se est imu lar aproteossntese nas plantas e, com isso,aumentar a sua resistncia ao ataqued e i n s e t o s , c a r o s , n e m a t i d e s emicroorganismos.

    a. A matria orgnica melhora a resistncia dasplantas porque aumenta bastante a capacidadedo solo em armazenar gua, diminuindo osefeitos das secas. (desenho acima)

    Restos Vegetais

    Em solo grumoso asrazes desenvolvem-se melhor e a guafica bem distribuida,c o n s e r v a n d o atemperatura do soloamena (24 C) ,mesmo sob sol forte.

    Em solo compactadoe x i s t e m m e n o srazes e a gua nose inflitra deixando aplanta exposta atemperatura de at56 C.

    b. A matria orgnica melhora a resistncia dasplantas porque aumenta a populao deminhocas, besouros, fungos benficos,bactrias benficas e vrios outros organismosteis, que esto livres no solo.

    Fonte:?Guia?Rural Abril?(1996)

    16

    homognea

  • proteossntese aumenta. Os micronutrientesso fundamentais para a proteossntese, tantopor fazerem parte das enzimas quanto porserem ativadores delas. E as enzimas so asferramentas que regulam o metabolismo daplanta.

    f. A matria orgnica melhora a resistncia dasplantas porque fundamental na estruturaodo solo, devido formao de grumos. Istoaumenta a penetrao das razes e aquantidade de ar no solo.

    g. A matria orgnica melhora a resistncia dasplantas porque existem nela substncias decrescimento, que aumentam a respirao e afotossntese nas plantas (os fitohormnios).

    O solo o recurso natural mais mo para sermanejado pelo homem, tanto no sentido demelhorar quanto de degradar. J vimos que emagricultura ecolgica o solo encarado comoum organismo vivo.Como qualquer outro organismo vivo, o solonecessita de alimentao em quantidade,qualidade e regularidade adequadas. E deestabilidade para poder desempenhar suasatividades da forma mais eficiente possvel. Avida do solo traduzida por milhares de seresvivos de inmeras espcies, que significamcentenas de quilos por hectare. em partedesconhecida e pouco valorizada, porque aviso atual de solos praticamente baseada emseus aspectos qumicos.A intensidade da atividade biolgica do solo fator determinante na sua fertilidade. Temosque dar alimento ao solo para que ele possaalimentar as plantas. Portanto, podemosinc lus i ve fa la r em fe r t i l i zao dosmicroorganismos. Este grupo de seres vivos dosolo de uma diversidade extraordinria.

    5. SOLO

    c. A matria orgnica melhora a resistncia dasplantas porque aumenta a populao dosorganismos teis que vivem associados srazes das plantas.

    Entre estes organismos esto as bactriasfixadoras de nitrognio ( ) que vivemajudando e sendo ajudadas (em simbiose)pelas plantas chamadas leguminosas (queproduzem vagens, como a soja e feijo). Elasrecebem comida (carboidratos) das plantas e,em troca do o nitrognio.

    Outro tipo de organismos so as micorrizas( quer dizer fungo, e quer dizer raiz).So, portanto, fungos que vivem grudados nasrazes e so capazes de liberar vrios mineraisdo solo, fazendo com que as plantas possamus-los.Apresena de micorrizas, por exemplo,pode aumentar o crescimento das razes dasplantas e a absoro de nutrientes, bem como aresistncia ao estresse hdrico. J forammedidos no caf ( ) aumentos deat 300% na absoro de zinco, de cobre e demangans. E, na soja ( ),incrementos de 700% na absoro de zinco,300% na de cobre e 200% na de mangans.Elas recebem comida (carboidratos) dasplantas e, em troca liberam no solo muitosoutros nutrientes.

    d. A matria orgnica melhora a resistncia dasplantas porque aumenta significativamente acapacidade das razes de absorver minerais dosolo, quando se compara aos solos que noforam tratados com ela.

    e. A matria orgnica melhora a resistncia dasplantas porque possui, na sua constituio, osmacro e micronutrientes em quantidades bemequilibradas, que as plantas absorvemconforme sua necessidade, escolhendo aqualidade e a quantidade. Com isso, o nvel de

    Rhizobium

    Coffea arabica

    Glycine max

    mico riza

    17

  • - possvel produzir sem adubos qumicos(NPK)?

    Quando se fala em produzir sem adubosqumicos, diversas questes aparecem comfreqncia:

    - h fornecimento suficiente de nitrognio,fsforo, potssio e de outros nutrientesnecessrios?- qual quantidade deve ser usada? Com quefreqncia? - possvel ter resultados emgrandes reas?- comprar a matria orgnica de fora dapropriedade no tambm uma forma dedependncia e de desequilbrio energtico?

    Na realidade, quando secamos uma planta atque vire cinza, vemos que a maior parte delavem do sol, do ar, e da gua. Apenas de 2 a 5%vm de material retirado do solo, mas da queelas obtm a grande diversidade dos elementosimportantes para sua resistncia a ataque depragas e doenas. Tambm no se podeesquecer que quase metade das plantas so asrazes, que em sua grande maioriapermanecem no solo, incorporando matriaorgnica numa profundidade que nenhumequipamento agrcola consegue fazer.

    Um exemplo bem prtico do que falamos antes o caso da produo de 100.000 quilos debatatas. O que realmente sai do solo mnimo,se comparado ao total produzido.

    A vida do solo - sua atividade biolgica, juntocom a vegetao, formam um conjunto queprocessa sem parar os recursos naturaisbsicos disponveis: sol, gua e nutrientes. um reciclar permanente de carbono, dehidrognio, de oxignio e de nitrognio,somados aos minerais encontrados nadecomposio da rocha-matriz do solo.

    A decomposio do material orgnico ocorreem diferentes nveis, feita por diferentes gruposde seres vivos, que num primeiro momentotrituram o material, para posteriormentefazerem a decomposio.A quantidade e o nmero de espcies quehabitam o solo, variam muito de regio pararegio, de acordo com o clima e o manejo feito.

    Um pesquisador chamado Janick mediu osseres vivos (a flora e pedofauna) de um soloagrcola, em clima frio (temperado), nosprimeiros 30 cm de profundidade. Ele obteve asseguintes quantidades mdias de quilos emcada hectare:

    - Que tipos de microorganismos vivem nosolo?

    Bactrias 500?a?1000?Kg

    1500?a?2000?Kg

    800?a?1500?Kg

    200?a?400?Kg

    250?a?300?Kg

    25?a?50?Kg

    (+?ou?-)?800?Kg

    4075 a 6050 Kg

    Fungos

    Actinomicetos

    Protozorios

    gua 95?500??Kg

    4?450?Kg

    50?Kg

    100 000 Kg

    Fotossntese

    Minerais?do?solo

    TOTAL

    Algas

    Nematides

    Minhocas,?outrosvermes?e?insetos

    TOTAL

    PESO MDIO DOS ORGANISMOS VIVOS NO SOLO

    INSUMOS NECESSRIOS PARA PRODUZIR100 TONELADAS DE BATATAS

    18

  • Se necessrio, o fsforo pode ser usado comocorrretivo nos primeiros anos da conversopara agricultura ecolgica, at que a atividadebiolgica do organismo vivo solo estejaadequada. As principais fontes de fsforoutilizadas podem ser o fosfato natural de Araxou a farinha de ossos. O importante que tenhaa menor solubilidade possvel.

    Os micronutrientes dependem basicamente daao dos microrganismos do solo para setornarem assimilveis pelas plantas.

    Por isso, as carncias de micronutrientes soto freqentes na agricultura moderna. Ossolos assim cultivados j quase no recebemmatria orgnica, que o alimento dosmicroorganismos. E recebem muitosagrotxicos, que os matam.Caso haja necessidade de complementao deminerais, as cinzas, o p de basalto, o fosfatonatural, o calcrio e a farinha de ossos podemser usados como fonte.

    importante entender que o solo capaz defornecer muitos destes micronutrientes. Masisto tem relao direta com a intensidade daatividade biolgica que depende, por sua vez,da disponibilidade de matria orgnica.

    Pouca gente tem idia de quantos nutrientesdiferentes a planta precisa para poder funcionarbem. Lembram daquele exemplo da planta servista como uma montadora de carro? Se faltamou sobram peas (nutrientes) o funcionamentono vai ser o melhor que a planta pode ter.

    - O que acontece no caso dosmicronutrientes?

    - Falando em diversidade, de quantosminerais diferentes formada umaplanta?

    - Como se faz para ter nitrgniosuficiente para a cultura?

    - E como se lida com o problema daaparente falta de fsforo?

    A natureza tem vrios mecanismos de repor onitrognio para as formas de vida quedependem dele e para o solo. A questo,novamente, parar as atividades que diminuemou eliminam a eficincia destes mecanismos deauto-regulao. E estimular o aproveitamentodo nitrognio que est disponvel no ar(atmosfera).

    H estudos que falam na quantidade de 7t/ha/ano de microrganismos mortos no solo, oque resulta numa quantia de 100 kg denitrognio orgnico/ha/ano, 40% dos quaisseriam assimilveis pelas plantas.Em regies com chuvas, o efeito dos raioscontribui com at 50 kg de nitrognio/ha/ano. Aestes valores se soma a fixao do nitrognioatmosfrico pelos fixadores de vida livre no soloou associados s razes, que pode chegar a 400kg de nitrognio/ha/ano. Por estas razes nose observam deficincias de nitrognio emsistemas naturais ou na agricultura que segue derrubada de matas.

    Em geral, o fsforo contido no solo est poucodisponvel para as plantas, por estarimobilizado. Mesmo quando se adiciona fosfatosolubilizado (superfosfatos) ao solo, uma boaparte dele fica numa forma que a planta nopode assimilar. Mas, o mais importante no esta quantidade disponvel em si, e sim o fluxode reposio que o solo capaz de ter.A, fundamental o trabalho das micorrizas e deoutros arganismos do solo. Outra vez, oprocesso depende da matria orgnica,especialmente de adubos verdes. E de no seusar produtos txicos.

    19

  • A tabela seguinte apresenta o contedo mdiode elementos qumicos (nutrientes) quecompem as plantas, segundo um russochamado Vinogrdov.

    1.?Oxignio

    2.?Carbono

    3.?Hidrognio

    4.?Clcio

    5.?Potssio

    6.?Nitrognio

    7.?Silcio

    8.?Magnsio

    9.?Fsforo

    10.?Enxofre

    11. Alumnio

    70

    18

    10

    0,3

    0,3

    0,3

    0,15

    0,07

    0,07

    0,05

    0,02

    14.?Cloro

    15.?Mangans

    16.?Cromo

    17.?Rubdio

    18.?Zinco

    0,01

    1?x?10-3

    5?x?10-4

    5?x?10-4

    3?x?10-4

    12.?Sdio

    13.?Ferro

    0,02

    0,02

    27.?Nquel

    28. Arsnico

    29.?Cobalto

    30.?Flor

    31.?Ltio

    32.?Iodo

    33.?Chumbo

    34.?Cdmio

    35.?Csio

    36.?Selnio

    37.?Mercrio

    38.?Rdio

    5?x?10-5

    3?x?10-5

    2?x?10-5

    1?x?10-5

    1?x?10-5

    1?x?10-5

    n?x?10-5

    1?x?10-6

    n?x?10-6

    1?x?10-7

    n?x?10-7

    n?x?10-419.?Molibdnio

    20.?Cobre

    21. Titnio

    22.?Vandio

    23.?Boro

    24.?Brio

    25.?Estrncio

    26.?Zircnio

    3?x?10-4

    2?x?10-4

    1?x?10-4

    1?x?10-4

    1?x?10-4

    n?x?10-4

    n?x?10-4

    n?x?10-4

    CONTEDO MDIO DE ELEMENTOS QUMICOS DAS PLANTAS EM % DE MATRIA VERDE

    20

  • CLCIO

    BORO

    COBRE

    MAGNSIO

    MANGANS

    MOLIBDNIO

    FSFORO+

    MOLIBDNIO

    ZINCO

    parreiratomatetomateiromorangofeijoeiro

    cochonilhaspodrido?apicalvirose?"vira-cabea"podridomosca-branca?( )vrus?dourado

    Bemisa?tabaci

    cevadatrigo

    girassolcouve-flormilho

    batatamelanciabatata-doce

    .

    .

    mldio?( )ferrugem?( e )mldio?( )mldio?( )lagarta?do?cartucho?( )podrido-seca-da-espiga?( )sarna?( )

    sarna?( )

    Erysiphe?graminisPuccinia?graminis?tritici Puccinia??glumarum

    Erysiphe?cichoracearumBotrytis?sp.

    Spodoptera?sp.Diploida?zea

    Streptomyces?scabieioidium

    Streptomyces?scabiei

    arroztrigocafeeiro

    brusone?( )ferrugem?( )ferrugem?( )

    Piricularia?oryzaePuccinia?graminis?triticiHemileia?vastatrix

    tomateiroaccia

    infeces?bacterianasbesouro?serrador?( )Oncideres?impluviata

    aveiatrigo

    infeces?bacterianasferrugem?( )Puccinia?graminis?tritici

    algodoeiro lagarta?rosada?( )Platyedra?gossypiella

    alfafa baixa?resistncia

    seringueiramilho

    Oidium?hevea Phytophthora?sp.Elasmopalpus?lignosellus

    ebroca?do?colmo?( )

    DEFICINCIA DE CULTURA DOENA OU INSETO QUE APARECE

    Como podemos ver, quando se aduba com NPK(nitrognio, fsforo e potssio), mais um poucode correo com calcrio (que tem clcio emagnsio) e um ou outro micronutriente, aindafalta muita coisa para se poder dizer que aplanta est bem alimentada.

    E da, surgem muitos dos problemas de pragas

    e doenas dos quais j falamos.

    Do mesmo modo que as ervas so indicadorasdo tipo de solo, as doenas e insetos mostramdificuldades que as plantas esto tendo.

    Na tabela a seguir vemos problemasassociados carncia de nutrientes.

    (Ana?Maria?Primavesi?-?Curso?de?solos?/?1989?e?manejo?Ecolgico?de?Pragas?e?Doenas)

    21

  • - E o que a anlise do solo nos diz, emagricultura ecolgica?

    Em agricultura ecolgica, o resultado da anlisequmica de um solo no nos diz, corretamente,a disponibilidade de nutrientes neste solo.

    que o solo um organismo vivo, com ciclos deatividade biolgicos e qumicos bastanteintensos e acelerados. Ou seja, ele varia noespao e no tempo. Quando retiramos umaamostra e analisamos, estamos trabalhandocom solo isolado de todos os componentesqumicos e biolgicos que o estavaminfluenciando. como se tirssemos umafotografia de um carro em movimento. Temosapenas um retrato, bastante fora de foco, deuma realidade extremamente dinmica.

    As anlises do um retrato, por baixo, daquantidade real de minerais presentes em umdeterminado solo, tanto no que se refere diversidade quanto s quantidades.Normalmente, se mede as quantidades denutrientes no levando em considerao o que liberado pela prpria matria orgnica ouatravs da atividade biolgica do solo. Os testesrevelam apenas o que est imediatamentedisponvel para a planta. E os componentes nodisponveis ou insolveis so em muitssimamaior quantidade. esta riqueza de nutrientesque imobilizada pelos fertilizantes qumicos,mas tornada disponvel pelos fertilizantesorgnicos, devido atividade biolgica quedesencadeiam.

    Como um exemplo prtico, um trabalhorealizado no Chile, procurou determinarextratores de fsforo para anlises de solos emlaboratrios. Foram testados dois extratores. Oprimeiro, atravs de um mtodo qumicochamado Bray Kurtz. E o segundo, por ummtodo biolgico, empregando apenas uma

    das espcies comuns de fungo de solo, o

    As anlises, feitas em solos de origemvulcnica, deram aos seguintes resultados:

    Aspergillus niger.

    Solo

    Arrayn A 3,3 708

    50

    726

    606

    3,1

    3,8

    4,3

    A

    A

    A

    Callipuli

    Temuco

    Padre?las?Casas

    Horizonteppm de PBray?Kurtz

    ppm de PAspergillus?niger

    No resultado desta anlise, se um tcnico v umteor de fsforo de 3,3 ou 4,3 ppm, elerecomenda imediatamente a adio de adubofosfatado. Agora, se o resultado, no mesmosolo, for 708 ou 606 ppm, ento a situao outra, ainda mais quando se pensa num solobiologicamente ativo onde, alm do

    , agem inmeras espcies capazes detornar os minerais disponveis para as plantas.

    Ela se chama rizosfera - o local em torno dasrazes. Numa camada muitas vezes nosuperior a 30cm se encontra 80% da atividadebiolgica de um solo, em climas como o nosso. medida que nos aprofundamos no solo,diminui o oxignio e, conseqentemente, asformas de vida que decompem (oxidam) amatria orgnica e que mantm o fluxo cclico econstante dos nutrientes. As razes grandes,que extraem a gua, aprofundam-se no solo e,ao final do ciclo de vida da planta, enterramgrandes quantidades de carbono, deixandonovos canais abertos para que as plantas quecrescerem a seguir tenham mais facilidade emexpandir suas razes.

    Aspergillusniger

    - Como esta parte do solo onde as razesse concentram?

    22

  • - preciso corrigir o solo?

    A sociedade atual tem exigncias que nemsempre so compatveis com o ecossistema emque vivem as comunidades de seres humanos.Aproduo agrcola , claramente, um exemplodisto: o homem moderno quer consumirprodutos cuja poca ou local de cultivo no socompatveis com a sua demanda. Surge entoa necessidade de se introduzir artifcios nomanejo do agrossistema.Um destes artifcios o uso dos chamados"corretivos de solo", que permitem cultivarterras consideradas inadequadas maioria dasvariedades atuais de plantas cultivadas. Narealidade o que chamamos de correo tornaro solo adaptado cultura que queremos. E noadaptar o cultivo ao solo, como seria maisracional do ponto de vista ecolgico. Esteprocedimento, se pensarmos em termosglobais, compromete a sustentabilidade dosistema, j que implica em trazer material norenovvel de algum outro local, que se traduznum gasto maior de energia.

    Nas nossas condies, no Sul do Brasil, desolos naturalmente bastante cidos, quando sefala em "correo" basicamente se pensa emcalcrio, para neutralizar o alumnio.Precisamos fornecer o clcio, que tem nocalcrio, para os cultivos, mas no se trata dedetonar o solo, adicionando toneladas porhectare, que eleva o pH mas traz uma brutalmortalidade aos microrganismos do solo. Naagricultura ecolgica, a elevao do pH, a fimde reduzir a toxicidade do alumnio e tornar osoutros minerais mais disponveis para asplantas, conseguida atravs da incorporaode matria orgnica fresca ao sistema agrcola,especialmente na forma de adubos verdes. Amatria orgnica to especial que se o solo foralcalino (pH maior que 7), ela baixa o pH at aneutralidade.

    Quer dizer, torna o solo adequado para asplantas desenvolverem bem, no pH 6 a 7.

    O calcrio, portanto, utilizado em pequenasdoses, de cerca de 300 a 800 kg por ha/ano,quando necessrio, como fonte de clcio para aplanta.

    Os efeitos da adio de matria orgnica aossolos so positivos em praticamente todos osaspectos. Para ficar melhor de entender, se dizque um solo tem trs tipos de caractersticas(propriedades) diferentes, as fsicas, asqumicas e as biolgicas.

    As propriedades fsicas so aquelas quedeterminam, por exemplo, se o solo solto,aerado, ou se compactado. Se a gua penetrabem ou se escorre, quando chove.

    ;

    6. ADUBOS ORGNICOS

    - E o que so as propriedades fsicas?

    Efeitos da matria orgnica sobre aspropriedades fsicas do solo

    01.?Diminui?a?densidade;02.?Melhora?a?estrutura?-??um?agente

    cimentante;03. Torna?o?solo?mais?frivel;04. Aumenta?a?capacidade?de?reteno

    de?gua;05. Aumenta?a?infiltrao?da?gua;06.?Facilita?a?drenagem;07. Aumenta?a?circulao?de?ar?no?solo;08.?Reduz?a?variao?da?temperatura

    do?solo;09. Amortiza?o?impacto?direto?das?gotas

    de?chuva;10. Aumenta?a?absoro?de?nutrientes;11. Aumenta?a?superfcie?especfica.

    23

  • - O que so propriedades qumicas?

    As propriedades qumicas do solo mostram aacidez (pH), a quantidade e diversidade denutrientes, se a planta pode absorver bem estesminerais, etc.

    Efeitos da matria orgnica sobre aspropriedades qumicas do solo

    01. Aumenta?a?capacidade?de?trocacatinica;

    02. Aumenta?disponibilidade?de?nutrientes;03. Aumenta?a?adsoro?de?ctions;04.?Eleva?ou?diminui?o?pH;05.?Complexa?o?alumnio?txico;06.?Controla?a?presena?de?elementos

    txicos?como?ferro,?mangans?emetais?pesados,?pela?capacidadede?fixar,?quelar?ou?complexarestes?elementos;

    07.?Recupera?solos?salinos;08. Aumenta?o?poder?tampo?do?solo;09.?Fixa?o?nitrognio?do?ar;10.?Fornece?substncias?estimulantes

    de?crescimento.

    Efeitos da matria orgnica sobre aspropriedades biolgicas do solo

    01. Aumenta?a?atividade?demicroorganismos;

    02. Aumenta?a?atividade?de?micorrizas;03. Aumenta?a?atividade?das?bactrias

    04. Aumenta?a?atividade?de?minhocas.Rhizobium;

    24

    - E o que so as propriedades biolgicas?

    As propriedades biolgicas do solo tm a vercom a vida que existe nele.

    A adio de matria orgnica ao solo a chavepara ativar todo o sistema. Um dos princpiosbsicos da agricultura ecolgica queadubamos o solo, para o solo poder adubarnossos cultivos.

    A fim de poder manter a diversidade daspopulaes de microrganismos, a regra geral 1) garantir a melhor cobertura possvel,e v i t a n d o s o l o p e l a d o e 2 ) u m arotao/sucesso variada de cultivos/ervas.

  • 6.1.?ADUBOS?VERDES?/?ERVAS

    A forma mais eficiente de adio de matriaorgnica ao solo, do ponto de vista energtico ede uso dos recursos naturais, a adubaoverde: com uma pequena semente, sol, gua,ar e solo h produo de uma quantidadeenorme de massa verde. Ela est tanto nasuperfcie quanto incorporada de formaprofunda no perfil do solo, a partir dadecomposio das razes.

    Uma srie de plantas, semeadas ou queaparecem por si podem adicionar materialorgnico ao solo, trazendo grandes vantagens.

    Na foto ao lado uma plantao de ervilhaca eaveia preta. A seguir tabela com as principaisplantas usadas como adubao verde e decobertura.

    25

    Espcie Kg sementes / ha Produo de Kg dematria seca / ha

    Nitrognio naBiomassa (Kg / ha)

    Aveia?preta

    Aveia?preta?+?ervilhaca

    Centeio

    Ervilhaca

    Nabo?forrageiro

    Crotalaria?juncea

    Feijo?de?porco

    Feijo?guandu

    Mucuna?preta

    Milheto

    75

    50?/?30

    70

    80

    15?-?20

    40

    150?-?180

    50

    60?-?80

    60

    4.600

    5.000

    8.480

    3500

    3500

    9.933

    7.100

    13.788

    7.287

    9.939

    70

    -

    68

    106

    106

    60

    180

    250

    210

    -

    Plantas usadas como adubao verde e de cobertura

    Fonte: Adaptado?de ASPTA,1992.

  • - Tm alguns exemplos prticos de adubosverdes?

    6.2. ESTERCOS

    No Rio Grande do Sul, por exemplo, podemosno inverno cultivar aveia preta ( )e ervilhacas ( ), que so roadas eincorporadas muito superf ic ia lmente,preparando para a cultura de vero. Se forusado o sistema de cultivo mnimo ou, no casode pomares, o material deixado em cobertura.

    No vero, so usadas as espcies adventcias,como pico ( ), guanxuma (

    ) e carur ( ), por exemplo.Ou se faz consrcios, caso do milho commucuna-preta ( ) oufeijo mido ( ), ou decucurbitceas (morangas e abboras) comguand ( ).

    No caso de adubao verde para olercolas, osagricultores optam por aplicar em torno 60 % daadubao, principalmente os estercos, sobre aadubao verde com o objetivo de promover ummaior desenvolvimento da adubao verde ecom isso realizando uma espcie de"compostagem" a campo do prprio esterco.Deste modo, aps o manejo da adubao verdeela disponibiliza de forma gradual os nutrientespara a cultura, esta prtica tem sido maisutilizada na cultura do tomate. Mas ela tambmpode ser empregada no manejo da fertilidadeem plantas perenes, como o caso dasfrutferas.

    O esterco a fonte de matria orgnica maislembrada quando se fala em adubos orgnicos. um dos recursos naturais que o agricultor tema sua disposio e sua utilizao deve ser amais otimizada possvel.

    Avena strigosaVicia spp.

    Bidens pillosa Sidaspp. Amaranthus spp.

    Sthizolobium atterinumVigna unguiculata

    Cajanus cajan

    H diferentes maneiras de se utilizar o esterco.So as condies e a realidade de cadapropriedade, solo e cultura que iro determinarqual a mais adequada a cada caso. O queobservamos que geralmente os agricultoresno tm dado a devida importncia ao seuaproveitamento, desperdiando uma preciosafonte de energia, que depois ter que serreposta na forma de adubo industrializado.

    Os estercos so utilizados na forma lquida ouslida. Fresco ou pr-digerido, como compostoou vermicomposto. A melhor opo vaidepender do tipo do esterco, das instalaes eequipamentos do agricultor e do cultivo em quevai ser empregado.

    Existem diferenas entre os estercos,dependendo de sua origem e da alimentaofornecida aos animais. Um animal adulto retmcerca de 25% do que come. Este dado mostra ai m p o r t n c i a d a a l i m e n t a o p a r adeterminarmos a maior ou menor riqueza doesterco.

    Cada esterco possui algumas caractersticasprprias, e estas informaes nos auxiliam aotimizar seu aproveitamento.

    O de gado, mais rico em fibras, interessantepara hortalias que possam sofrer "doenas desolo" porque ajuda a desenvolver uma floramicrobiana no solo, antagonista a estes fungos.Estudos indicam que quando a matriaorgnica fornecida ao solo rica em celulose(como o caso do esterco de gado) h ummaior desenvolvimento de fungos como

    e , queso antagonistas a , e

    .

    - Que diferena h entre os estercos?

    Trichoderma viride Streptomyces sppFusarium Rizoctonia

    Phytophtora

    26

  • O esterco de porco relativamente rico emzinco. O esterco de aves - muito rico emnitrognio prontamente assimilvel - podetrazer problemas para as culturas maissensveis e sempre recomendado fazer algumtipo de pr-decomposio.

    Por esta tabela algumas contas interessantespodem ser feitas.

    Por exemplo, chega-se concluso que umavaca pode fornecer vinte sacos da formulaoNPK 8-2-9 por ano. Se considerarmos que estaformulao tem baixo teor de fsforo, podemosacrescentar 4 sacos de fosfato natural e, ento,teremos um adubo frmula 8-7-9.

    Ainda nesta linha de raciocnio, um cavalo nosdaria vinte sacos de um adubo NPK 6-2-4 e umporco, dois sacos de uma formulao 7-5-6,por ano.S por estas contas j seria muito vantajosoutilizar ao mximo o esterco que dispomos napropriedade.

    Mas no podemos repetir o equvoco de muitose valorizar o esterco apenas pelo seu teor deNPK. Micronutrientes, cidos orgnicos,aminocidos, e todas as vantagens j citadaspara a matria orgnica so to ou maisimportantes que seu teor de NPK.

    A utilizao do esterco tem uma relao diretacom a temperatura do ambiente e com o nvelde atividade da vida de um solo.

    Isto vale tanto para as quantidades quanto paraa forma como este esterco pode ser utilizado.Se temos um ambiente com altas temperaturase um solo com boa atividade biolgica, no hnecessidade de que este esterco passe por umprocesso de decomposio antes de ir ao solo.

    Estas condies so suficientes para permitiruma digesto deste material no prprio solo,antes que ele tenha contato com as razes dasplantas.

    - Como usar o esterco?

    27

    Materiais fertilizantes contidos no esterco e na urina de algumas espcies(em?kg?/?cabea?/?ano)

    Componente Eqinos Bovinos Sunos Ovinos

    gua 5?785 13?145 1?324 541

    Matria?Seca 1?715 2?039 176 199

    Total 7 500 15 184 1 500 740

    Nitrognio 58 78,9 7,5 6,7

    Fsforo?(P2O5) 23 20,6 5,3 4,3

    Potssio??(K20) 40 93,6 5,7 6,2

    Clcio?e?Magnsio(CaO?+?MgO)

    30 35,9 3,0 8,8

  • Se, por outro lado, estamos sob baixastemperaturas e com uma terra sem vida, ento interessante que o esterco seja previamentedecomposto, antes de ir ao campo. Assim,adicionaremos terra no s um produto maisestabilizado como tambm inocularemosmicrorganismos teis para sua recuperao.

    Entre os extremos, temos vrios nveis degraduao. Solos vivos em baixa temperatura.Solos em recuperao. Temperaturasintermedirias. So diferentes realidades queno permitem ter uma receita nica. Oimportante refletirmos sobre estes princpios etermos condies de encontrar a melhorsoluo para a nossa realidade.

    A seguir vamos ver algumas maneiras de semanejar o esterco, para obter dele o melhorresultado possvel.

    Como foi dito acima, o uso do esterco frescodepende basicamente do nvel de vida que estpresente em um solo. Depende de qual vai ser acapacidade deste solo de digerir e colocar disposio de nosso cultivo um adubo dequalidade.De qualquer maneira, no se espalha estercofresco sobre o solo nu, mas sim sobre avegetao que tem nele antes do preparo.Depois, roar a vegetao, esperar murchar einiciar o preparo do solo. Ocorre com o esterco oque chamamos de compostagem de superfcie.

    O esterco lquido pode ter tido um processo defermentao aerbica (na presena deoxignio) ou anaerbica (na ausncia deoxignio).

    - D para usar o esterco ao natural?

    - Como se prepara e se usa o estercolquido?

    H duas maneiras de fazer uma fermentaoaerbica. Uma forando a incorporao de arno lquido, remexendo ou por ventilao. Outra construindo um tanque com uma grandesuperfcie em relao ao volume, paraaumentar o contato da mistura com o ar.

    Aqui, iremos nos referir ao biofertilizante comosendo or iundo de uma fermentaoanaerbica. Ainda que, a nvel prtico sempreteremos os dois tipos de bactrias atuando aom e s m o t e m p o , c o m u m a e v e n t u a lpredominncia de uma sobre a outra, emfuno da maior ou menor presena de ar. Nopodemos esquecer que estas reaesacontecem em escalas microscpicas emicrostios que podem se apresentar com maisou menos ar do que o resto do ambiente.

    Os biofertilizantes podem ser feitos comqualquer tipo de matria orgnica fresca. Namaioria das vezes se utiliza esterco, mastambm pode-se usar somente restos vegetais.O esterco bovino o que apresenta mais fcilfermentao, por j vir inoculado com umabactria decompositora muito eficiente. Embiofertilizantes feitos com este material seutiliza uma parte de esterco para 1,5 a 2 partesde gua, em uma mistura homognea.Dependendo do tipo de manejo que o agricultorfor dar a este fermentado, conveniente se terum tanque de mistura antes do material sercolocado no tanque de fermentao.

    No caso de utilizarmos outro tipo de esterco oumaterial vegetal interessante adicionarmosum pouco de esterco de gado para inocularmosnossa mistura com estas bactrias eficientes.

    Em todos os casos, convenienteacrescentarmos soro de leite ou caldo de canapara darmos condies da bactria sedesenvolver com maior velocidade.

    28

  • No h limites de tamanho do tanque onde sefaz o biofertilizante.

    O biofertilizante pode ser enriquecido comalguns minerais, oriundos de cinzas ou rochasfinamente modas. Estes minerais iro, alm demelhorar o produto final, favorecer a umafermentao mais eficiente.

    Podem ser utilizados tanto no solo, trazendotodas as vantagens que j foram enumeradaspara a matr ia orgnica, como empulverizaes foliares, diludos de 2 a 10%.Neste ltimo caso so muito eficientes para ocontrole de diversas enfermidades, porpropiciar a planta um funcionamento maisharmnico e equilibrado.

    Utilizadas no solo, as quantidades variammuito, mas como referncia indicamos de 10 a20 metros cbicos por hectare.

    A famlia Bernardi, em Ip, RS, utiliza umaadubao de cobertura em tomate com aseguinte formulao, feita num tonel de 200litros:

    - 100 litros de gua

    - 70 litros de esterco

    - 5 kg de esterco fresco de galinha poedeira

    - 1 kg de acar

    Depois de misturado tudo de uma s vez, seespera uma semana. usado a 50%, colocadono solo com regador sem crivo, junto aos ps detomate. O acar serve como energia inicial,para melhor desenvolvimento da florabacteriana, e o esterco de galinha entra paraaumentar o teor de nitrognio.

    - Como se pode preparar esterco lquidopara fazer adubao de cobertura?

    .

    .

    .

    .

    .

    .

    6.3 COMPOSTO

    - O que precisa para montar uma pilha decomposto?

    Composto orgnico o nome que geralmentese d ao adubo obtido a partir de palhadas,restos de culturas, estercos, lixo domstico ouqualquer outra fonte de matria orgnica,tratada da maneira especial.

    Grande e sofisticado ou pequeno e simples, oprincpio bsico do composto a transformaodos restos orgnicos por microrganismos(bactr ias , ac t inomicetos , fungos eprotozorios), dando como produto final umamatria orgnica mais digerida ou estabilizada.Esta estabi l izao traz vantagens edesvantagens, como veremos adiante.

    Precisa, basicamente, de trs ingredientes:

    a.

    Materiais muito pobres emnitrognio e ricos em carbono, como a casca dearroz, por exemplo, levam muito tempo para sedecompor. Materiais com muito nitrognio epouco carbono, como folhas verdes, sedecompem mais rapidamente, mas h umaperda considervel deste nutriente. Naproduo do composto, procura-se misturar oresduo pobre com o rico em nitrognio, paraque tenhamos uma decomposio rpida e compouca perda de nitrognio.

    b. Por se tratar de uma atividade feitapor microrganismos, necessrio que omaterial seja umedecido. A gua deve ser namedida certa. Seu excesso pode provocar umalavagem do material, empobrecendo-o, alm dediminuir a oxigenao e aumentar o tempo dedecomposio.

    Matria orgnica adequada (relaomdia de 30 partes de carbono para 1 partede nitrognio).

    gua.

    29

  • c. Para que a decomposioacontea conforme o desejado necessrioque ocorra na presena de ar.

    feito em camadas, como uma torta. Temos acamada de bolo, mais grossa, que o materialpobre em nitrognio. O recheio, numa camadafina, que o material rico em nitrognio (estercoou folhas verdes). Outra camada de bolo, maisuma de recheio, outro bolo. E, finalmente, acobertura, feita tambm com material pobre emnitrognio.

    A primeira camada deve ter cerca de 1,5 metrosde largura, e o comprimento ser determinadopela quantidade de material disponvel. A alturafinal ser de, no mximo, 2 metros. Aps estaprimeira camada, de cerca de 30 cm, coloca-seoutra de material rico em nitrognio, de mais oumenos 5 cm. Aps cada camada deve-semolhar o material, evitando que a gua escorra.Assim, sucessivamente, at atingirmos a alturadesejada.Se o material j vier misturado, como no caso decama de curral ou de cama de frango de corte, amontagem feita com o objetivo de molharuniformemente o material. No caso de materiaisque "assentam" muito, ou seja, no permitemuma boa circulao de ar, sugerimos que sejammesclados com outro material que evite estacompactao, como samambaia ou vassouras.

    O composto pode tambm ser enriquecido comadubos minerais, como cinzas, calcrios ouqualquer outra rocha moda. A cada camada depalha, se polvilha algum destes adubos, com oobjetivo de melhorarmos tanto a decomposioquanto o produto final.

    Oxignio.

    - Como se constri a pilha do composto?

    - O que mais se pode adicionar aocomposto?

    Para que o adubo no iniba a decomposio domaterial deve ser usado moderadamente. Nomximo, 10 kg por m3 de pilha inicial docomposto.

    A ltima camada deve ser de material pobre emnitrognio para que este no se perca de voltapara o ar. Se adicionamos, ainda, uma finacamada de fosfato natural, as perdas denitrognio se reduzem a quase nada.

    Muitos recomendam que se revire o compostoduas ou trs vezes, para que o produto final sejamais estvel e para que as temperaturasexcessivas durante a decomposio noprovoquem perdas do nitrognio. No nossoentender, esta prtica torna o composto muitocaro, pela quantidade de mo-de-obra,inviabilizando-o para a maioria dos agricultores.Por este motivo acreditamos que uma pilha bemmontada o suficiente para termos uma boarelao entre custo e benefcio, na produodeste adubo.

    - Precisa revirar a pilha de composto?

    30

  • O Dr. Vanderlei Caetano, da Embrapa dePelotas, desenvolveu um tipo decompostagem que alm de rpida, exigepouca mo-de-obra.Esta compostagem consiste em fazer comque se desenvolvam microorganismosnativos incorporados ao composto.Inicialmente, coletamos uma parte devolume de material em decomposio(apodrecendo) na mata da propriedade.Aps, misturamos com nove (9) partes deestercos. Estes estercos podem ser dequalquer animal, j compostados ou no.Em seguida umedecemos a palha comgua com acar a 3%, at ficar mida osuficiente para no escorrer gua porentre os dedos e tambm manter a misturaunida. Cobrimos a pilha, sombra, comuma lona preta. Devemos monitorar aunidade todos os dias e, se necessrio,acrescentar mais gua. Depois de umasemana abrimos a pilha e verificamos deformou mofo, como de um formigueiro.Formou-se, o composto est pronto.Aindapodemos usar dez (10) partes formadaspara acrescentar em mais 90 partes deesterco, refazendo todo o processo. Eassim por diante.

    mais comum a utilizao da minhocacaliforniana ( ), assim chamadaporque foram os agricultores deste estadonorte-americano que comearam a cri-lacomercialmente. Ela vermelha e tambm conhecida como minhoca de esterco. A suavantagem que tem capacidade de sealimentar do esterco ou outro material orgnicofresco. Com isto, sua presena aceleraconsideravelmente a formao do "hmus" deminhoca.

    Cada minhoca um verme macho e fmea(hermafrodita) que no fecunda a si mesmo.Depois de cruzarem colocam ovos na forma decasulo, que eclodem entre 20 e 30 dias,liberando at 20 vermes por casulo. Em um msj podem reproduzir, possuindo um tempo devida de um a dois anos. Elas soltam um lquidopela sua pele que garante a estabilidade dasparedes dos canais que abrem no solo,enquanto se alimentam tanto de restos vegetaisquanto animais. As partculas so engolidas emodas no tubo digestivo. Havendo terra juntocom a matria orgnica os grozinhos de areiairo ajudar a triturar o alimento.

    O esterco da minhoca, tambm chamado decoprlitos, constitudo de agregados de terra ematria orgnica. mais rico em nutrientes queo solo onde se encontra e, por estar em estadomais avanado de decomposio, maisfacilmente assimilado pelas razes.

    Para se montar um minhocrio, com o objetivode produzir vermicomposto para ser utilizadopelo prprio agricultor, deve se partir do materialmais simples possvel. No mximo algumastbuas velhas que servem para escorar omaterial, evitando que este se espalhe muito.

    Eisenia foetida

    - Como se faz um minhocrio?6.4. VERMICOMPOSTO

    Vermicompostagem o processo no qual seutilizam as minhocas para digerir a matriaorgnica, originando um adubo mais estvel.Existem dois grupos de minhocas que podemser utilizadas com esta finalidade, e que podemser reconhecidas pela cor: as vermelhas ou asacinzentadas.

    31

  • As dimenses devem ser de no mximo doismetros de largura por 40 cm de altura. Ocomprimento pode variar em funo dadisponibilidade do material.

    Para comear oportuno preparar um bomambiente para que a minhoca se reproduzacom facilidade - a maternidade. Em um canteirode dez metros de comprimento por exemplo,coloca-se no primeiro metro, em camadas,esterco, restos vegetais verdes e secos, umpouco de lixo orgnico, molhando cada umadestas camadas. Por ltimo coloca-se palhaseca, espera alguns dias para aquecer ecomear a esfriar e, ento, se espalham asminhocas.

    A cobertura de palha importante porque aminhoca no gosta de luz, e precisa serprotegida da incidncia direta do sol. Aps vintedias, se comea a colocar mais matriaorgnica, sempre no sentido do comprimentodo canteiro, de maneira que as minhocassempre tero alimento sua disposio. Elasse alimentaro, deixaro para trs seu esterco emigraro adiante em busca de mais comida.Com isto podemos utilizar o vermicomposto queficou para trs.

    O "hmus" facilmente reconhecido pelo seubom aspecto e odor: como "terra de mato".Para o uso cotidiano do agricultor no necessrio secar ou peneirar. O material podeser levado ao campo ainda que no estejacompletamente digerido pelas minhocas. Oagricultor no deve se preocupar se algumasminhocas forem levadas juntamente com omaterial. Como seu objetivo no o decomercializar minhocas, s ter benefcios comesta "fuga".

    - Como se usa o vermicomposto?

    O agricultor Glson Freitas, de Morrinhos do Sul,RS, que produzia mudas em bandejas,substituiu o substrato comercial por hmus purode minhoca. Glson adverte que o hmus temque ter excelente qualidade. Assim sendo, oportuno secar o material sombra e peneir-lo, para que tenha uma granulao fina e sejafcil de ser manejado. Se a muda apresentardeficincia de nitrognio, podemos utilizar umbiofertillizante em cobertura.

    Os agricultores de So Loureno do Sul, RS,tm utilizado duas a trs toneladas de hmuspor hectare, no sulco de plantio da batata,associado adubao organo-mineral.

    Tanto o composto quanto o vermicompostopossuem suas desvantagens. Alm da mo-de-obra de preparar e espalhar, outradesvantagem o fato de que o material sedecompe fora do local de uso, fazendo comque a vida (a micro e mesofauna) que neles sedesenvolveu tenha pouca possibilidade desobrevivncia quando so adicionados ao solo.

    Ultimamente tem se falado muito da"compostagem no local" ou "compostagem desuperfcie". Ou seja, se coloca o esterco sobrerestos de cultura ou sobre adubao verde, eestes materiais iro se decompor no solo,favorecendo uma evoluo conjunta dosmicrorganismos decompositores com o prpriosolo. Para que isto acontea importante queeste seja um solo vivo, que j venha sendomanejado com base na agricultura ecolgica. Avida, ou em outras palavras a micro e mesofauna dos solos que propiciar que estematerial seja digerido, com todas as vantagensque isto acarreta.

    - Quais so as desvantagens do compostoe do vermicomposto?

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  • Aqui, como em vrios outros momentos, adeciso sobre qual a melhor alternativacaber ao agricultor, analisando a sua realidadee qual a tcnica que se encaixa melhor para assuas necessidades.

    Como entendemos que os biofertilizantesenriquecidos so a melhor alternativa paraalcanarmos um suplemento alimentar quemantenha a planta equilibrada, a partir de agorafalaremos especificamente de seu preparo.

    O esterco fermentado tem uma atividade aindano totalmente conhecida. Alm dos mineraispropriamente ditos, ele capaz de fornecer planta substncias fitorreguladoras, tais comocido indol-actico, giberelinas, citoquininas,alm de vrios outros aminocidos quemelhoram a taxa e a eficincia da fotossntese.

    Muito se questiona sobre a necessidade detrabalhar com pulverizaes foliares emagricultura ecolgica. Para esclarecer estaquesto interessante pensar no que afilosfera. Filosfera a rea da superfcie de umafolha. Est demonstrado que ao redor de umafolha, na filosfera, acontecem uma srie dereaes bioqumicas, bem como convivemdezenas de microrganismos. Estas reaesacabam por liberar nutrientes importantes,tanto minerais quanto orgnicos, diretamentepara as plantas.A anlise dos ecossistemas de florestas temmostrado que a gua da chuva que escorredesde as camadas superiores da vegetao muito rica em nutrientes, tanto de elementosqumicos quanto em formas mais complexas,como aminocidos, enzimas, acares, cidoshmicos, hormnios vegetais, etc

    6.5 BIOFERTILIZANTES ENRIQUECIDOS

    - Como ocorre a ao destes tratamentos?

    Ao alcanar o solo, o que no tiver sidoabsorvido pela vida nas diferentes camadasdas plantas, o ser pela imensa atividade narizosfera.

    As pulverizaes foliares, na agriculturaecolgica, tentam imitar este recurso que anatureza desenvolveu para partilhar o alimentoentre as diversas plantas.

    Nos ltimos anos, o uso de biofertilizantes temse ampliado, particularmente aquelesenriquecidos com diferentes tipos de minerais.A nomenclatura utilizada tem sido bem criativa.No Sul do Brasil chamam de Super-Magro,Gororoba e de Biolocal; em Sergipe e Alagoas, conhecido como Biogeo; em Pernambuco Super-Tar; tem tambm o Biol e muitos outrosnomes.

    A inteno na formulao do biofertilizanteenriquecido que o agricultor possa entender oprocesso e fabricar na sua propriedade. Poristo, se procura utilizar materiais facilmenteacessveis e de baixo custo, fazendo umatransferncia de poder dos cientistas para osagricultores. Normalmente, o que acontececom as descobertas cientficas que elas ficamnos prprios centros de pesquisas ou setransformam em mercadorias de grande valorpara as multinacionais e empresas deagroqumicos. Formulaes caseiras debiofertilizantes enriquecidos tm exatamente omrito de serem facilmente apropriadas ereproduzidas pelos agricultores.

    Pensamos e observamos que estesbiofertilizantes so uma tecnologia bemavanada, que realmente mostrar seus efeitosquanto mais os agricultores inovarem eadaptarem seu uso e fabricao s suasnecessidades.

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  • Apesar de estar baseado em slidos e pioneirosconhecimentos cientficos, grande parte do queest escrito aqui fruto de uma experimentaoparticipativa e segue a inteno de servir comoestimulador de novas experincias por partedos agricultores .

    Ento vamos por partes. Esta palavra tem, noincio, bio e, depois, fertilizante. Fertilizante todoagricultor sabe o que , chama normalmente deadubo. Tem adubos de origem orgnica(esterco, cama de avirio, etc.) outros deorigem industrial, chamado de adubo qumicoou NPK . E o incio bio, uma palavra grega quesignifica vida.

    Nos livros encontramos que biofertilizante oproduto resultante da fermentao da matriaorgnica na ausncia total de oxignio. Aquiestamos trabalhando com uma definio maisampliada, que envolve tambm a fermentaona presena de ar.De forma simplificada podemos dizer quebiofertilizante um fertilizante vivo. A vida queele tem vem de pequenos organismos, quetecnicamente chamam-se microrganismos(organismos microscpicos). Todo agricultorconhece e usa microrganismos, pois so osresponsveis pela fermentao.

    - Afinal, o que este tal de biofertilizante ?

    Quando se faz picles, iogurte, chucrute, vinho,cerveja, miss, shoyu e um tanto de outrascoisas, so os microrganismos os responsveispor estes processos. Como j mencionamos, afermentao pode ocorrer com ou sem apresena de oxignio.

    Na verdade os biofertilizantes so antigos comoa prpria humanidade, porm os fundamentoscientficos de seu uso so bastante recentes.

    Sim, existem inmeros biofertilizantes. Pode-sepensar nos biofertilizantes feitos apenas comesterco e gua, ou ainda com qualquer tipo dematerial verde fermentado na gua. Existemtambm os biofertilizantes que alm da matriaorgnica e gua so enriquecidos com algunsminerais como calcrios, cinzas, ou qualqueroutra fonte complementar de minerais. Estesltimos so os que iremos tratar aqui echamaremos de biofertilizantes enriquecidos.Diante da diversidade cultural do Brasil e osdiferentes tipos de solos e cultivos bempositivo que cada regio adapte as formulaese denomine estes de uma forma criativa.

    Os biofertilizantes so lquidos e podem serusados no solo ou em pulverizaes foliares,aplicado com pulverizador.

    Ento, como dissemos, para fazermos umbiofertilizante precisamos de microrganismos(leveduras, bactrias e fungos), um alimentopara estes microrganismos se desenvolverem egua. Nesta fermentao, o microrganismotransforma uma parcela do produto numa parteconstituinte dele mesmo.

    - E x i s t e m d i f e r e n t e s t i p o s d ebiofertilizantes ?

    - Mas o que preciso para fazer esteBiofertilizante Enriquecido ?

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  • Um material que a maior parte dos agricultorestem em abundncia o esterco. O de bovino, oude outro ruminante, particularmenteinteressante porque j vem inoculado com osmicroorganismos necessrios para afermentao. Alm disto, quando o pasto passapela digesto do bovino, o animal no retiratodos os compostos, restando ainda muitacoisa til para o uso da planta. Isto a maior partedos agricultores sabe, pois uma planta comesterco tende a ser mais viosa do que outrasem nada.

    Porm, se um solo tem uma carncia de ummineral, como por exemplo ferro, o estercodeste animal tende a ser pobre em ferro. Ento,se pegarmos o esterco e utilizarmos comoadubo a nossa planta poder ficar com carnciade ferro.A idia de enriquecer o biofertilizante ,entre outras coisas, exatamente pararompermos com este ciclo de carncias. Nestecaso devemos, alm de gua e matriaorgnica, colocar ferro, e deixar fermentar pelosmicrorganismos. Assim teremos, ao final desteprocesso, um biofertilizante capaz de matar afome da planta.

    Isso mesmo e tem mais. Sabemos que a plantatem capacidade de absorver substncias tantopelas folhas, quanto pelas razes. E muitasvezes um solo pode at ter determinado adubo,mas a planta no consegue absorv-lo pelasrazes. Nestes casos a soluo mais barata eeficiente pode estar em aplicarmos por via foliar.Este tipo de aplicao o que denominamos debiofertilizante foliar. Apesar do esterco ser defcil acesso, na maior parte das propriedadesagrcolas do Sul do Brasil, podem ser utilizadostambm outros materiais como: resduo desissal, soro de leite, torta de cacau, aguaps,plantas aquticas, restos de pescado, bagaode cana etc. O importante que se utilizematerial existente em abundncia e baixo custona regio.

    - No mais fcil usar o esterco sem fazeresta fermentao ?

    Mais fcil at pode ser, mas no maiseficiente. Primeiro, como dissemos, atravs dafermentao podemos enriquecer estebiofertilizante com minerais que faltam no solo eque so exigidos pela cultura.

    Alm disso, a fermentao faz com que ocorrauma srie de transformaes qumicas ebiolgicas. Ih, agora ficou complicado.

    Isto tudo faz parte do ciclo de vida da natureza,cada parte importante para que a outra sedesenvolva - isto pode ser chamado de escalada evoluo.

    Vamos pensar juntos. Quando o esterco davaca cai no cho, ele no absorvidodiretamente pelas plantas. O que acontece que este esterco decomposto por diversosmicrorganismos e, junto com os minerais erochas do solo, faz com que sejam liberadosnutrientes para a planta. Esta planta, com a luzdo sol, a gua, o ar e os nutrientes do solocresce e produz comida para os animais (vaca,ovelha, cabra, etc) e estes, por sua vez, podemalimentar outros animais. um ciclo, comotantos outros na natureza. Na fermentaotransformamos produtos que no poderiam sercomidos pelas plantas como produtosfacilmente assimilados.

    Por exemplo, ns no temos capacidade de"pastar" pois nosso organismo no assimila acelulose (que um dos principais componentesdo pasto). Porm, a vaca consegue digerir opasto devido aos microrganismos que tem emseu rmen. Por isso, que aqueles que comemcarne de certa forma comem pasto, tendo avaca como intermediria.

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  • Quer dizer que este tal de biofertilizantealimenta a planta ?

    - Ento este biofertilizante como umagrotxico ?

    Sim, mas no s isso. Uma das importantespropriedades descobertas a respeito dobiofertilizante que ele protege a planta, agecomo um defensivo. Esta defesa pode serocasionada por diversos fatores. Um deles que a planta melhor nutrida tem maiorresistncia, como nos explica a Trofobiose. Seuma planta tem a sua disposio tudo o quenecessita, na quantidade e momento corretos,tem todas as condies de se defender, por sis, de algum ataque de insetos, caros, fungos,etc. Por outro lado, como o biofertilizante umproduto vivo, os microrganismos dobiofertilizante podem entrar em luta com os queesto atacando a planta e destru-los ouparalis-los.

    No. Ele at pode produzir um efeito parecidocom o agrotxico, acabando com o ataque deinsetos ou a doena que a planta tem, porm asua ao e seus efeitos so muito superiores.

    Primeiro, o biofertilizante atua fortalecendo aplanta, enquanto o agrotxico enfraquece aplanta, podendo contaminar o solo, osalimentos e o prprio agricultor.

    O agrotxico age exterminando os seres vivos,enquanto o biofertilizante estimula a vida,atuando mais na resistncia da planta, nopermitindo que o equilbrio biolgico sejaafetado.

    Outra diferena importante o custo: obiofertilizante diminui, e muito, o custo deproduo.

    Alm destes fatores, o biofertilizante tem emsua composio uma srie de componentesqumicos (como, por exemplo, boro, magnsio,zinco, mangans, enxofre e nitrognio),aminocidos, vitaminas e hormnios, todoscomponentes importantes para o crescimentovegetal, enquanto a maioria dos agrotxicostm ao apenas txica.

    No tem grandes mistrios, basta compreenderos princpios anteriores e tomar algunscuidados. Se for fazer um biofertilizante comesterco este deve ser fresco, pois mais ricoem microrganismos e nitrognio. A gua a serutilizada deve ser a mais pura possvel. gua dosistema de abastecimento pblico comtratamento de cloro e flor no aconselhvel.

    O recipiente onde feita a fermentao nodeve receber luz direta do sol, pois este podedestruir parte dos componentes destebiofertilizante, nem gua da chuva que podedilu-lo mais do que o desejvel.

    A adio dos compostos no biofertilizante, deveser de forma lenta. Se fosse possvel, seriaaconselhvel colocar com um conta gotas,porm isto invivel devido o tempo e o custo.Alentido na adio dos compostos paraperturbar o mnimo possvel a fermentao.

    Depende. Um dos fatores importantes para estafermentao a temperatura. Para obiofert i l izante com esterco a melhortemperatura 38?C, que a temperatura dapana (rmen) dos herbvoros seja coelho,camelo, vaca ou veado. No Nordeste, temregies que em 14 dias podemos ter o produto

    - Quais os cuidados necessrios para fazero biofertilizante ?

    - Quanto tempo leva para ficar pronto ?

    o

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  • pronto. Em regies onde a temperatura mdiado dia de 18?C pode levar at 90 dias.Quando a fermentao estiver pronta o produtoapresenta um odor agradvel e uma separaoda parte slida e da lquida.

    No tem prazo de validade. O importante guardarmos preferencialmente em umrecipiente de inox, madeira ou vidro. Noconvm fechar hermeticam