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www.espm.br/centraldecases AGREGAÇÃO DE VALOR NO CACAU: O caso da Cacau Show Preparado por Dra. Maria Flávia de Figueiredo Tavares da ESPM-SP 1 , com a participação da aluna Tatiana Badan Fischer, do Curso de Comunicação Social. Recomendado para as disciplinas de: de Marketing no Agronegócio. RESUMO Neste case será abordada a questão da agregação de valor no agronegócio e foi escolhida a em- presa Cacau Show, por ser uma empresa de sucesso no setor, que atua e tem como estratégia principal a diferenciação por preços, mas está investindo em uma linha de produção de chocola- te de origem, focando na qualidade do cacau e também na sustentabilidade socioambiental. A escolha do tema foi baseada na constatação de que vem aumentando o consumo desse tipo de alimento no mundo e no Brasil e pretende-se discutir esta importante questão: o consumo de ali- mentos orgânicos, éticos e com certificação é uma tendência no setor agroindustrial. Na primeira parte será feita uma contextualização do mercado, principais empresas e será mostrado, depois, como ocorre a diferenciação do cacau. PALAVRAS-CHAVE Agronegócio, agregação de valor, cacau. ABSTRACT This work is the question of added value in agribusiness and the company was chosen Cocoa Show, to be a successful one in the industry that operates and which has as its main strategy to differentiate by price, but is investing in a production line for chocolate of origin, focusing on quality of cocoa and also in social and environmental sustainability. The choice of topic was based on the finding that has increased the consumption of such foods in the world and in Brazil and intends to discuss this important issue: the consumption of organic food, ethical and certification is a trend in the agroindustrial sector. The first part will be a market context, key companies and will then be shown as is the differentiation of cocoa. KEYWORDS Agribusiness, added value, cocoa 1 Este caso foi escrito inteiramente a partir de informações cedidas pela empresa e outras fontes mencionadas no tópico “Referências”. Não é intenção das autoras avaliar ou julgar o movimento estratégico da empresa em questão. Este texto é destinado exclusivamente ao estudo e discussão acadêmica, sendo vedada a sua utilização ou reprodução em qualquer outra forma. A violação aos direitos autorais sujeitará o infrator às penalidades da Lei. Direitos Reservados ESPM.

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Page 1: AGREGAÇÃO DE VALOR NO CACAU: O caso da Cacau Show · 2016. 11. 21. · trial do cacau) está crescendo. 38% da produção mundial de cacau produzido no mundo é processado na União

www.espm.br/centraldecases

AGREGAÇÃO DE VALOR NO CACAU:O caso da Cacau Show

Preparado por Dra. Maria Flávia de Figueiredo Tavares da ESPM-SP1, com a participação da aluna Tatiana Badan Fischer, do Curso de Comunicação Social.

Recomendado para as disciplinas de: de Marketing no Agronegócio.

RESUMONeste case será abordada a questão da agregação de valor no agronegócio e foi escolhida a em-presa Cacau Show, por ser uma empresa de sucesso no setor, que atua e tem como estratégia principal a diferenciação por preços, mas está investindo em uma linha de produção de chocola-te de origem, focando na qualidade do cacau e também na sustentabilidade socioambiental. A escolha do tema foi baseada na constatação de que vem aumentando o consumo desse tipo de alimento no mundo e no Brasil e pretende-se discutir esta importante questão: o consumo de ali-mentos orgânicos, éticos e com certificação é uma tendência no setor agroindustrial. Na primeira parte será feita uma contextualização do mercado, principais empresas e será mostrado, depois, como ocorre a diferenciação do cacau.

PALAVRAS-CHAVEAgronegócio, agregação de valor, cacau.

ABSTRACTThis work is the question of added value in agribusiness and the company was chosen Cocoa Show, to be a successful one in the industry that operates and which has as its main strategy to differentiate by price, but is investing in a production line for chocolate of origin, focusing on quality of cocoa and also in social and environmental sustainability. The choice of topic was based on the finding that has increased the consumption of such foods in the world and in Brazil and intends to discuss this important issue: the consumption of organic food, ethical and certification is a trend in the agroindustrial sector. The first part will be a market context, key companies and will then be shown as is the differentiation of cocoa.

KEYWORDSAgribusiness, added value, cocoa

1 Este caso foi escrito inteiramente a partir de informações cedidas pela empresa e outras fontes mencionadas no tópico “Referências”. Não é intenção das autoras avaliar ou julgar o movimento estratégico da empresa em questão. Este texto é destinado exclusivamente ao estudo e discussão acadêmica, sendo vedada a sua utilização ou reprodução em qualquer outra forma. A violação aos direitos autorais sujeitará o infrator às penalidades da Lei. Direitos Reservados ESPM.

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INTRODUÇÃO O cacau é considerado uma bebida sagrada para os povos indígenas da América e pas-sou a ter importância comercial no Brasil dos fins do século XVII. Embora tenha sido cultivado inicialmente no norte do País, o cacau só ganhou força depois de ser introduzido no sul da Bahia, onde encontrou as condições naturais favoráveis para se expandir. Até hoje, a região (responsá-vel por 91% da produção brasileira) é o principal polo de produção da cacauicultura, setor cuja trajetória teve importante participação na economia e na política brasileira das últimas décadas. Desde o início do século XX até os dias atuais a produção mundial de cacau aumentou de 115.000 toneladas para 3.500.000 toneladas, sendo que o valor comercial corresponde a aproximadamente US$ 7,5 bilhões. As exportações brasileiras de cacau e seus derivados em 2007 (janeiro a abril) foram de 21.054 milhões de toneladas (US$ 82.644.516,00), e em 2006 foram de 77.664 milhões de toneladas (US$ 218.426.770). Em abril de 2009 foram importadas 6.023 toneladas de cacau e 2.105 toneladas de sólidos (torta e pó de cacau), no total FOB de US$ 17.865 mil e 674 toneladas de chocolate valendo US$ 3.931 mil FOB (SECEX, 2009). Atualmente, os oito maiores produtores de cacau são: Costa do Marfim (mais de 40%), Gana (cerca de 15%), Indonésia (14%), Nigéria (5%), Brasil (4%), Camarões (4%), Equador (3%) e Malásia (2%); outros países produzem os 9% restantes. O cacau produzido em Gana tem sido por muito tempo usado como padrão para a classificação básica do cacau. O Brasil foi líder na produção de cacau até o ano de 1900, e a partir de 1910 passou a ser o 2º produtor sendo que a liderança passou para Gana. No final da década de 80 a doença vassoura-de-bruxa passou a atacar as plantações de cacau na Bahia, e a partir de 1994 a produ-ção brasileira começou a diminuir mais rapidamente, até atingir o seu nível mais baixo na safra 1999/2000 com 123.000 toneladas. Esse valor representa 36% da sua média de produção nos 15 anos anteriores ao surgimento da doença. Durante esse período a Costa do Marfim e a Indonésia foram aumentando a sua parti-cipação no mercado, e o Brasil nos últimos anos está recuperando-se de maneira lenta, sendo que as safras da Bahia não são constantes, alternando-se entre altas e baixas. Mas, os outros Estados produtores como o Pará, Espírito Santo, Rondônia e Amazonas mantiveram os seus ní-veis de produção constantes. As Figuras 1 e 2 a seguir mostram a produção mundial e brasileira de amêndoas de cacau.

Figura 1-Produção de amêndoas de cacau (mil toneladas)1.

2005/06 2006/07 2007/08

África 2.649 2.336 2.644

Camarões 172 169 182

Costa do Marfim 1.408 1229 1.365

Gana 740 614 759

Nigéria 200 190 200

Outros 129 134 138

América do Sul 450 409 455

Brasil 162 126 170

Equador 114 115 113

Outros 174 168 172

Asia e Oceania 669 633 585

Indonésia 560 530 480

Outros 109 103 105

Total Mundial 3.768 3.378 3.684

1 Fonte: ICCO Quartely Bulletin of Cocoa Statistics, Vol. XXXIV, n.4.

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1974/75 1978/79 1982/83 1986/87 1990/91 1994/95 1998/99 2002/03 2006/07

Figura 2- Produção Brasileira de Cacau em Amêndoas. Fonte: QUARTERLY BULLETIN OF COCOA STATISTICS.

A crise na cacauicultura baiana é causada por vários fatores: o surgimento da doen-ça vassoura-de-bruxa, que diminuiu a produtividade dos pomares, a ocorrência de três secas seguidas e o aumento da produção mundial de cacau, que derrubou os preços no mercado internacional. Aliado a esses fatos, nesse período o Governo Brasileiro instituiu novas regras na economia, enxugando o crédito financeiro, e cortou o crédito dos produtores, que atualmente encontram-se endividados e sem condições de investirem na sua produção.

EXPORTAÇÕES Na década de 70 o cacau e seus derivados tinham grande importância nas exportações bra-sileiras, sendo que naquela época os preços mundiais estavam elevados e o volume exportado era representativo, com uma receita anual de aproximadamente US$ 1 bilhão. Mas, nos anos seguintes os preços internacionais começaram a cair e reduziram o montante de exportação para cerca de US$ 300 a 350 milhões anuais, e em 1999 estes valores caíram para aproximadamente US$ 100 milhões anuais. Nos últimos anos, o volume exportado vem aumentando. No ano de 2006 o montante das exportações de cacau e derivados foi de cerca de US$ 218 milhões, devido a uma pequena alta dos preços e pela elevação das quantidades exportadas pela indústria processadora. A Figura 3, a seguir, mostra a exportação brasileira de cacau e seus produtos derivados.

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Amêndoa de Cacau* Manteiga de Cacau** Cacau em Pó*** Pasta de Cacau****

Figura 3- Exportações Brasileiras de Cacau e Derivados (2000-2007). Fonte: SECEX (2007).

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* Cacau inteiro ou partido em bruto, ou torrado. ** Manteiga, gordura e óleo de cacau. *** Ca-cau em pó, sem adição de açúcar. **** Pasta de cacau, não desengordurada.

CONSUMO O consumo mundial, medido pelos dados das moagens (pelo processamento indus-trial do cacau) está crescendo. 38% da produção mundial de cacau produzido no mundo é processado na União Europeia, Estados Unidos e Costa do Marfim. Os países produtores estão processando aproximadamente 37% da produção mundial, mas o consumo nesses países ain-da é baixo, não chegando a 9% da produção mundial. O Brasil consumia na década de 70 aproximadamente 25.000 a 30.000 toneladas por ano, e em 2006 foram consumidas cerca de 120.000 toneladas anuais, representando 80 a 85% da produção interna. Cerca de 95% do cacau produzido mundialmente é utilizado para a pro-dução de chocolates e outros alimentos contendo cacau, como bebidas achocolatadas, sorve-tes, pudins, etc. O restante da produção é direcionada para a indústria de cosméticos e para a indústria farmacêutica, que passou a utilizar recentemente as substâncias químicas presentes no chocolate para fabricar medicamentos, indicados para tratamentos relacionados ao sistema cardiovascular. As figuras 4 e 5 a seguir mostram o consumo de chocolates no Brasil e no mundo.

Figura 4-Brasil-Consumo Aparente* de Chocolates (toneladas). Fonte: MDIC/ABICAB(* ) Consumo aparente= produção+importação-exportação.

Figura 5- Consumo de chocolate (kg) per capita. Principais países. Fonte: ICCO Quartely Bulle-tin of Cocoa Statistics.

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COMERCIALIZAÇÃO Como o cacau é negociado no Brasil? A cadeia produtiva do cacau está organizada de maneira geral da seguinte forma: fornecedores de insumos; produção agrícola; comercialização, relacionada com a compra e venda de amêndoas secas e transporte até as indústrias de transformação; processamen-to e industrialização; comercialização e distribuição dos produtos resultantes da industria-lização das amêndoas do cacau. A maioria das indústrias de transformação do cacau está localizada na Bahia e se caracteriza pela produção em grande escala, padronização do processo produtivo e conse-quentemente do produto final. O capital inicial é elevado, constituindo-se em uma barreira à entrada de novas indústrias no mercado. O parque industrial de transformação de amêndoas de cacau na Bahia é dominado por grandes empresas. Atualmente, atuam na região grandes empresas como a Cargill Cacau Ltda., Archer Daniels Midland Company, Barry Callebaut Brasil S/A, caracterizando um mercado oligopsônico . Porém, o capital nacional não está presente no processo de transformação do cacau na região. Em São Paulo está localizada a Indeca, a única empresa localizada fora da região produtora e que possui capital nacional.

3.1 Principais empresas processadoras de amêndoas de cacau

Cargill A Cargill é fornecedora internacional de produtos e serviços nos setores de alimenta-ção, agricultura e gestão de riscos. Possui 142 mil funcionários em 61 países,está presente no Brasil há 40 anos e sua sede está localizada em São Paulo. A empresa possui unidades indus-triais e escritórios em 180 municípios brasileiros, empregando 23 mil funcionários. Possui uma unidade processadora de amêndoas em Ilhéus (Bahia) e possui no seu portfólio de produtos manteiga e pós derivados de cacau e líquor de cacau, sendo líder na produção de derivados de cacau no mercado brasileiro, comercializando para os mercados interno e externo. É a maior processadora de cacau da América Latina. Possui filiais de compra de cacau estrategicamente localizadas nas principais áreas produtoras do Brasil, classificando e armazenando os produtos. A área de trading localiza-se em São Paulo, no escritório central.

Archer Daniels Midland Company A ADM é líder mundial em processamento agrícola e tecnologia de fermentação, sen-do um dos maiores processadores de soja, milho, trigo e cacau do mundo. Com sede em Deca-tur (Illinois), a empresa possui mais de 26 mil funcionários e mais de 240 fábricas de processa-mento. É a segunda maior processadora de cacau e do mundo, e possui centros de pesquisa em Decatur (Illinois), Milkwakee (Wisconsin) e em Koogaan (Holanda). Iniciou suas atividades no Brasil em setembro de 1997 (a fábrica está localizada na Bahia). A empresa fornece misturas personalizadas de cacau em pó, manteigas, líquores e coberturas de chocolates para pequenas e grandes empresas, e possui as marcas Ambrosia®, De Zaan® e Merckens®.

Barry Callebaut A Barry Callebaut, sediada em Zurique, é a líder mundial na produção de cacau e cho-colate de alta qualidade, está presente em 26 países e opera cerca de 40 instalações industriais, empregando cerca de 7.000 funcionários. As vendas anuais da empresa em 2007/08 foram de 4,4 bilhões de dólares e atende a toda a indústria alimentícia, desde produtores industriais de alimentos até os usuários profissionais de chocolate (como chocolateiros, confeiteiros e

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padeiros) até os varejistas globais. A Barry-Callebaut iniciou a importação de chocolate para o Brasil em 1994, em 1999 adquiriu a Chadler (que passou a se chamar Barry Callebaut Brasil S/A) incluindo uma fábrica de cacau em Ilhéus (BA). Em 2 de abril de 2009 a Barry Callebaut Brasil S/A e a Bunge Alimentos (subsidiária da Bunge Limited) assinaram um contrato de distribuição exclusiva dos chocolates e coberturas feitas pela Barry Callebaut no Brasil, para o segmento de food service.

Indeca A INDECA, Indústria e Comércio de Cacau, foi fundada em 1969 e está localizada em Embu (São Paulo) e tem como atividade principal a moagem de amêndoas de cacau, extraindo delas a manteiga de cacau, líquor de cacau, torta e pó de cacau. Os seus produtos são forne-cidos para grandes fabricantes de chocolates, balas, doces e alimentos matinais e uma parte de sua produção é exportada para países da América do Norte e Mercosul. A INDECA é a única empresa do ramo que possui capital nacional.

3.2 Preços Os preços do cacau na Costa do Marfim, principal país produtor, são voláteis devido à instabilidade política. O país se encontra dividido entre um governo oficial, no Sul, e milícias armadas, na região norte. Os embates políticos acabam pressionando os preços na ICE Futu-res, em Nova York. A Indonésia é o segundo país produtor mundial de cacau e o Brasil importa cerca de 210 mil toneladas de cacau, sendo 2/3 da Indonésia e 1/3 da Costa do Marfim. Na ICE Futures e na LIFFE (Londres) ocorrem as negociações futuras do cacau, a Figura 6 a seguir mostra a evolução dos preços na ICE Futures. O contrato futuro de cacau (CC) listado na bolsa prevê a entrega de 10 toneladas métricas de amêndoas de cacau (22.046 libras), é calculado em dólares por tonelada métrica e a flutuação mínima de preço (tick) é de um dólar por tonelada métrica (cada tick equivalendo a US$ 10/contrato). A classificação de cada lote de cacau ocorre por meio de amostragem e é realizada por profissionais licenciados pela Bolsa, e o preço pode ser ajustado quando há imperfeições em relação aos padrões estabelecidos. O contrato permite a entrega de amêndoas de qualquer país ou clima, incluindo sa-fras novas ou mesmo desconhecidas, mas as amêndoas precisam estar dentro dos padrões estipulados para defeitos, contagem e tamanho, além de outros fatores básicos. A Bolsa fez a classificação dos cultivares em três grupos: Grupo A, para entrega com um prêmio de US$ 160 por tonelada (incluindo as principais safras de Gana, da Nigéria, e da Costa do Marfim, entre outras); Grupo B, para entrega com um prêmio de US$ 80 por tonelada (incluindo Bahia, Arriba e Venezuela, entre outros); Grupo C, para entrega pelo valor nominal (incluindo Sanchez, Haiti, Malásia e todos os demais). A Bolsa determina os pontos de entrega, licencia armazéns especí-ficos e classifica o cacau para entrega conforme o contrato.

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Figura 6- New York-ICE FUTURES- Preços Médios do Cacau (2º posição). Fonte: ICE FUTURES, BARRY CALLEBAUT.

DIFERENCIAÇÃO NA CADEIA PRODUTIVA DO CACAU As estratégias de negócios estão relacionadas com a posição da empresa no setor em comparação às empresas concorrentes e, ao posicionar-se, a empresa precisa decidir se as medidas que deseja implementar possibilitarão desempenhar as suas atividades de manei-ra diferente da de seus rivais (Porter, 1985). De acordo com o mesmo autor, as empresas em posições favoráveis possuirão uma vantagem competitiva em relação às suas concorrentes, e uma organização que possui um posicionamento inadequado terá dificuldades competitivas e encontrará dificuldades para manter as suas vantagens competitivas. De acordo com Porter (1985), as empresas podem escolher quatro estratégias genéri-cas para estabelecer e explorar uma vantagem competitiva, dentro de um alcance competitivo específico: liderança em custos, diferenciação, liderança em custos focada e diferenciação fo-cada. No presente trabalho abordaremos a estratégia de diferenciação, a estratégia de lideran-ça em custos e, a seguir, são mostradas as suas definições: •Estratégiadeliderançaemcustos:éumconjuntointegradodeaçõesquepretendemproduzir ou fornecer bens ou serviços ao menor custo possível, tomando como base a concorrên-cia. •Estratégiadediferenciação:éumconjuntointegradodeaçõesqueobjetivamproduzirou fornecer bens ou serviços que sejam diferentes, tendo como base a percepção do cliente.

Estratégia de Negócio da Cacau Show A empresa Cacau Show trabalha com a estratégia integrada de liderança/diferencia-ção em custos. Isso significa uma busca contínua para melhor explorar as vantagens competiti-vas compostas tanto pelo ambiente externo à empresa, suas ameaças e oportunidades, como pelas habilidades e competências internas da empresa. Dessa forma, a Cacau Show apresenta suas duas grandes linhas de produtos: seu por-tfólio mais antigo e tradicional de chocolates artesanais, posicionados com preços acessíveis e distribuídos de forma intensa em suas lojas; e uma nova linha de produtos posicionados com a proposta de agregar diferenciais como denominações de origem, buscando também trabalhar com composições de chocolates orgânicos. Essa nova iniciativa de linha de produtos “de origem” teria como interlocutores as classes sociais A-B, validando a busca da empresa pela produção de bens aos quais estejam atreladas importantes qualidades e diferenciais, na perspectiva do públi-

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co-alvo. Neste sentido, a Cacau Show caminha para a estratégia de negócio de diferenciação.

Produção de cacau diferenciado A estrutura de mercado do cacau historicamente o tornou um produto commodity. A pro-dução de cacau sempre foi dominada por grandes produtores e é feita em grande escala, mas a pro-dução de cacau de origem é uma forma de diversificação da produção, pois o cacau deixou de ser homogêneo e passou a ser diferenciado como, por exemplo, o cacau orgânico e o produzido em locais especiais. De acordo com Saes (2006), os pequenos produtores encontram na estrutura de produção diferenciada uma forma de concorrer no mercado global porque eles podem oferecer produtos para nichos diversos de mercado. A concorrência ocorre não pelo preço, mas pela diferenciação de produ-tos. Os preços do cacau são formados em Nova York e Londres, mas esses preços são cí-clicos e voláteis e o mercado torna os produtores extremamente vulneráveis. No segmento de cacau especial o mercado tem se tornado próspero, os consumidores estão demandando produtos feitos à base desse tipo de cacau. A estratégia de diferenciação de cacau foi adotada de maneira independente por grupo de produtores (ex.: Cabruca, no Pará), que se aliam ou não às firmas processadoras. Se houver esse tipo de relacionamento, é preciso observar se os contratos com produtores possuem a intenção de garantir a sustentabilidade socioambiental.

4.1 Cacau de Terroir De acordo com o Dicionário Le Nouveau Petit Robert (edição 1994), citado em Tonietto (2007), terroir designa “uma extensão limitada de terra considerada do ponto de vista de suas aptidões agrícolas”. Atualmente o termo terroir está muito relacionado ao vinho e ele exprime a interação entre o meio natural e os fatores humanos. Um dos principais aspectos do terroir é o de não abranger somente aspectos do meio natural (clima, solo, relevo), mas também considerar os fatores humanos da produção. É preciso também escolher as variedades, os aspectos agronômicos e as questões relacionadas à elaboração dos produtos (Tonietto, 2007). Utilizando para o cacau a definição deste autor para o terroir no vinho, ”...o ter-roir por meio dos vinhos se opõe a tudo o que é padronização e é convergente ao natural, ao que tem origem, ao que é original, ao típico, ao que tem caráter distintivo e ao que é característico.”O cacau de terroir agrega valor, origem, diferenciação e originalidade dos pro-dutos. O cacau fino geralmente é cultivado em pequenas quantidades e necessita de cui-dados especiais, como um longo e controlado período de fermentação e horários especí-ficos para a secagem das sementes ao sol. Esses processos são responsáveis por parte dos seus aromas, desenvolvidos na torra. Além de tudo isso é preciso considerar o patrimônio genético dos frutos, o clima e o terreno. Existe uma busca por plantações especiais de cacau e cada solo confere características diferentes ao mesmo tipo de semente. A seguir, são mostradas as variedades de cacau: Forastero - É cultivado desde quando os espanhóis e portugueses chegaram à Bacia Amazônica e ao Equador. É a variedade mais produtiva e resistente a doenças e possui sabor amargo. Esta variedade é a mais popular e representa cerca de 80% da produção mundial de cacau. Foi levada no fim do século XVII aos países da África Ocidental. É produzido em São Tomé, Java, Sumatra e Papua-Nova Guiné, na Ásia. Criollo - Esta variedade remete aos astecas. Os seus grãos possuem um raro e delicado

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sabor e abasteceram as fábricas europeias de chocolate até o século XVII, mas depois quase desapareceram e atualmente são cultivadas em regiões da Venezuela, Jamaica, Trinidad e ou-tras pequenas ilhas do Caribe. Trinitário - Esta variedade surgiu quando foi feita a introdução do forastero após um acidente natural que acabou com as plantações de criollo na ilha de Trinidad, no Caribe. O cacau trinitário surgiu com o cruzamento do forastero com o criollo remanescente e combi-na características das duas variedades. Atualmente, o cacau trinitário é cultivado em países onde se cultivava o criollo, no México, na Colômbia, na Venezuela e, mais recentemente, em áreas do sudeste asiático. Os cacaus especiais respondem por menos de 1% da produção mundial e são mais caros que o cacau commodity. Como não existe um selo D.O.C (Denominação de Origem Con-trolada), as empresas de chocolate criaram as suas próprias denominações. Em 1990, a Barry Callebaut lançou o selo Origine, sendo o cacau da Tanzânia o mais procurado. A empresa Val-rhona criou o nome Grand Cru de Terroir para uma de suas linhas, sendo o Manjari (feito com cacau de Madasgacar 64%) famoso pela acidez acentuada.

4.2 Descrição do cacau de origem A empresa Barry Callebaut fornece callets (pequenas pastilhas de chocolate para transformadores) de diversos terroirs e a seguir estão descritos os sabores e aromas de cada região. As porcentagens referem-se à quantidade de líquor de cacau no chocolate.

Américas Santo Domingo (67% cacau) - É cultivado nas terras escuras da ilha e tem sabor rico e intenso, com notas de frutas. Grenade (60% cacau) - Nativo da ilha de Granada, o cacau da variedade criollo é cultivado desde o século XVII. A produção representa menos de 0,1% do total mundial, mas é altamente demandado pela sua excelente qualidade. Possui um gosto sutil e refina-do, com aroma de ervas e flores. México (72,2%) - Escuro, com sabor intenso e frutado. Arriba (39%) - Corpo intenso, aroma de frutas e especiarias. Equador (70,1%) - Aroma de frutas vermelhas, grama seca e flores tropicais. Peru (64,1%) - Da variedade criollo, encorpado e leve amargor com notas de pera e avelã. Venezuela (66,1%) - Escuro, alto teor, com acidez de frutas e aroma de uva.

África São Tomé e Príncipe (70% cacau) - O cacau forastero da ilha africana tem origem bra-sileira, apresenta sabor distinto e uma mistura de aromas sutis de flores e ervas. Tanzânia (73% cacau) - Somente 0,12% da produção mundial de cacau é originada da Tanzânia, isso ocorre devido à raridade da variedade local, possui um toque sutil de baunilha Togo (73%) - Um chocolate raro e amargo, é rico em aromas e toques de baunilha. Madagascar (63%) - Mescla das três variedades com predominância do forastero e possui aromas de temperos e sabores de frutas. Gana (60,4%) - É equilibrado, com notas refrescantes de frutas vermelhas e toques aromáticos de castanhas e especiarias.

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Ásia Papua-Nova Guiné (32%) - As variedades criollo e forastero originaram esse cacau, que possui gosto de caramelo e ligeiro toque ácido. Java (35%) - No final do século XIX surgiram as plantações para fins comerciais no leste de Java e atualmente o cacau dessa região é uma variedade conhecida como nobre, devido ao sabor, com toques de caramelo, noz e baunilha.

5 CACAU SHOW

5.1 Histórico da empresa Alexandre Tadeu da Costa, fundador da Cacau Show, deu início em 1988 aos negó-cios da empresa revendendo chocolates de uma indústria fornecedora. Na primeira páscoa da Cacau Show, foram vendidos, entre outros produtos da pequena empresa que nascia, dois mil ovos de 50 gramas. Quando ainda era estudante, com 17 anos, deparou-se com seu primeiro grande desafio no ramo dos chocolates: a indústria fornecedora informou-lhe da impossibi-lidade de produzir ovos na gramatura desejada. A solução encontrada por Alexandre, para cumprir a venda direta feita das duas mil unidades, foi fabricar com a ajuda de uma produtora artesanal, Creusa Trentin, em casa, a quantidade necessária de ovos de páscoa. Essa venda gerou o primeiro capital inicial da empresa, avaliado então em US$ 500,00 e com esse investi-mento a empresa deu início às suas atividades, no bairro da Casa Verde, em São Paulo. O mercado de chocolates artesanais foi julgado por Alexandre como pouco explora-do na época. Desse modo, a empresa preencheu um espaço de mercado carente de ofertas com forças competitivas diferenciadas.

Figura 7: Alexandre Tadeu junto aos frutos de cacau

Visando a não dependência de uma demanda sazonal única ao ano, como é o caso da Páscoa, Alexandre buscou desenvolver outros produtos além daqueles oferecidos no perí-odo. Buscou como alternativa um novo produto com baixo custo e sedutor aos olhos e bocas dos compradores; tendo assim seu lucro obtido em volume vendido e não por altos preços unitários e assim foi desenvolvido o Cerejão. O primeiro produto da Cacau Show, vendido ao longo do ano, contava com um recheio mais barato do que a massa de chocolate. Dessa forma o produto era oferecido ao mercado consumidor com um valor acessível. A distribuição do produto foi realizada em padarias e mercadinhos do próprio bairro onde era instalada a então sede da empresa: na Casa Verde. Era o próprio Alexandre quem levava

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os potes com os bombons para os balcões dos estabelecimentos e aguardava então, na fila, para ser atendido. Uma etiqueta com letras em vermelho indicava o preço tentador dos bombons Cerejão. O tempo de o jovem ser atendido pelo dono do estabelecimento era suficiente para que diversas unidades fossem vendidas aos fregueses. A compra por impulso era quase ine-vitável e assim Alexandre começou a criar seus primeiros canais de distribuição. Para a manu-tenção e até expansão de sua clientela na venda direta, ele buscou alternativas como amostras gratuitas deixadas nas casas, acompanhadas de catálogos e uma cartinha apresentando seu produto. Na carta comunicava que estaria ali no próximo dia, caso houvesse interesse na com-pra de outras unidades do bombom.

“Filosofia da Cacau Show”:

“Aqui fabricamos muito mais do que chocolates. O que produzimos são peque-nas demonstrações de carinho que fazem as pessoas se sentirem lembradas e amadas.”

“Esforçamo-nos ao máximo para que o maior número de pessoas possa fazer um doce gesto capaz de provocar sorrisos, abraços e beijos.” (Costa, 2008)

5.2 Análise da empresa

Público – Alvo O objetivo da empresa hoje é transcender o perfil de consumidores, buscando am-pliar os pontos de contato entre diversos públicos. Atualmente pode ser considerado como heavy users dos produtos Cacau Show um grupo formado em sua maior parte pela classe B, parte pela classe C e menor parcela formada pela classe A. Porém o lançamento de novas linhas com produtos mais sofisticados pode vir a gerar apelos mais direcionados para a classe A-B. Nesta concepção de público alvo, temos hoje o consumo distribuído por hábitos de com-pra nas seguintes categorias (Figura 8): 1. Dia-a-Dia: O consumo mais frequente dos produtos Cacau Show, diários ou ao menos rotinei-ros. 2. Presentes: são as compras realizadas com o propósito de presentear alguém ou a si mesmo, em função de situações especiais quando comparadas ao cotidiano. Na venda direta, porém, havia a possibilidade de postergação de pagamento, o que revelava um prazo maior de recebimento para a Cacau Show. Com isso, era quase inviável a manutenção de estoques e com pequeno capital de giro, acabava por repor os materiais na medida em que os pagamentos eram feitos. A Cacau Show, com dois anos de sua abertura, fechou contrato com a primeira gran-de rede nacional de varejo, as Lojas Brasileiras, e em 1990 passou a fornecer chocolates para a rede. Nesse mesmo período a Cacau Show ingressava na Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados (Abicab). A Associação é responsável por agregar as principais empresas e indústrias brasileiras do setor, promovendo produtos, trabalhando em conjunto a agências regulamentadoras (com ações como controle de padrões de qualidade, por exemplo), entre outras atividades.

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Figura 9 - Consumo de produtos Cacau Show distribuído por hábitos de compra Fonte: Cacau Show.

Participação de mercado É estimada a participação de mercado da Cacau Show em 55-60% das lojas no Brasil que comercializam chocolates finos.

Identidade da marca A empresa Cacau Show busca um posicionamento tradicional perante os seus consu-midores, expondo sempre características inovadoras em seus produtos e conservando, ainda assim, sua essência artesanal tradicional.

Posicionamento de marca• Pontosdeparidade- Consumo de chocolate baseado em apelos emocionais;- Qualidade necessária percebida pelos heavy users.

• Pontosdediferença- Preço acessível a diferentes classes de consumidores; - Distribuição intensa dos produtos, expostos nas diversas lojas da rede no País;- Qualidade quando comparado às outras marcas posicionadas com a mesma faixa de preço;- Inovação na linha de produtos mantendo caráter artesanal e único.

Imagem: Pode-se dizer que o público recebe a Cacau Show como ofertas acessíveis de chocolates, que conservam qualidade e ainda assim apresentam novidades de produtos. Essa percepção pode ser confirmada pela grande expansão que a rede teve de suas lojas franqueadas nos últimos anos.

Relacionamento com fornecedores Os fornecedores da Cacau Show concentram-se no Estado do Pará, da Bahia, assim como no interior do Estado de São Paulo. Para os chocolates certificados, a empresa faz o con-trole para que os fornecedores utilizados sempre sejam previamente certificados, garantindo a origem do produto adquirido. Equipes da empresa realizam visitas constantes às plantações para que seja mantido o controle da produção.

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“A Fantástica Fábrica de Chocolates”Local: Estrada Velha de ItuTerreno total: 73 mil metros quadradosInvestimento inicial: R$ 15 milhões Inauguração: final do ano de 2006, prédio de 17 mil metros quadrados.Lojas: mais de 650, localizadas em mais de 300 cidades brasileiras. Hoje a Cacau Show é con-siderada a maior rede de chocolates finos do mundo, tendo ultrapassado no ano de 2008 a empresa Rocky Mountain, de origem norte-americana.

Figura 2: Fábrica da Cacau Show.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Desbravadora de um nicho de mercado com crescente potencial de demanda, a em-presa Cacau Show apresenta um posicionamento estratégico diferenciado no seu segmento de mercado, o que proporciona à marca elevado diferencial competitivo. Hoje a empresa busca inovações em sua linha de produtos, visando atender às emer-gentes tendências de mercado, que têm como base o consumo ético e responsável. A denomi-nação de origem seria assim não somente uma estratégia para diferenciar uma nova linha de produtos, como também uma alternativa para agregar valor a esta, acompanhando as mudan-ças culturais dos consumidores atuais. É notório o processo evolutivo da Cacau Show. Uma empresa que teve sua ori-gem com uma fábrica familiar, no bairro da Casa Verde, em São Paulo e hoje é distribuída intensamente pelo Brasil inteiro.

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Questões para discussão 1. Como, você acredita, será feita a estratégia de posicionamento dos produtos certi-ficados de origem da Cacau Show?

a. Traçar perfis deste público segmentado, fazendo uso do modelo 4Cs;

b. considerando o modelo de avaliação de marca BAV, realizar a análise da marca Cacau Show, tendo em vista as informações disponíveis no estudo de caso.

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