agosto 2011 nº220

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1 18 ANOS ANO 19 Nº 220 R$ 7,00 SÃO PAULO, AGOSTO DE 2011 JUDICIÁRIO volume de processos e de recursos está emperrando a Justiça. Nas últimas três dé- cadas, só no Supremo Tribunal Federal o nú- mero de processos subiu 647% e o de julgamentos 1.044%. Em 2011 já fo- ram realizados 39 mil julgamentos e recebidos 27 mil processos. Essa é uma das razões pelas quais o presiden- te do STF, ministro Cezar Peluso, pro- pôs a edição de uma emenda constitu- cional para restringir o excesso de re- cursos. Segundo ele, a “Constituição diz que ninguém será considerado cul- pado até o trânsito em julgado da sen- tença”. Aliás, o juiz aposentado Jorge Hage, atual ministro da Controladoria Geral da União, classifica o Brasil como “campeão mundial de recursos”. Se- gundo ele, os “processos hoje são in- termináveis” principalmente “quando se trata de condenar réus poderosos ou endinheirados”. Como revela Percival de Souza Percival de Souza Percival de Souza Percival de Souza Percival de Souza, nas páginas 29 páginas 29 páginas 29 páginas 29 páginas 29 e 30 e 30 e 30 e 30 e 30, “advogados seletos, cujos ser- viços são altamente valorizados” e que possuem clientes “de mais posse” são os grandes críticos das ideias do presidente do STF. O professor da FGV, Aloísio Araújo, baseado em pesquisas, diz que de aproximadamente 1,2 mi- lhão de processos em trâmite no STF de 1988 a 2009, 86% haviam sido pre- viamente julgados em pelo menos duas instâncias. O Congresso, de acor- do com Percival de Souza, tem tam- bém uma “montanha de processos pendentes”, que acabam não sendo transformados em lei para reduzir esse estado de coisas. Uma lei é aprovada para cada 10 propostas examinadas. A solução é administrar por medidas provisórias. Nos últimos presidentes da República, a média de edição de MPs chegou a uma por se- mana. No atual governo, uma a cada duas semanas. Nessa “batida”, os processos vão se acumulando e alguns esperam até uma década para serem apreciados. Porque a Justiça está parando TRIBUNAIS Internet Horário de atendimento orário de atendimento orário de atendimento orário de atendimento orário de atendimento dos tribunais dos tribunais dos tribunais dos tribunais dos tribunais não terá mudanças não terá mudanças não terá mudanças não terá mudanças não terá mudanças Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 EXAME DE ORDEM Internet O O O O O 4º unificado 4º unificado 4º unificado 4º unificado 4º unificado e as faculdades e as faculdades e as faculdades e as faculdades e as faculdades que não aprovam que não aprovam que não aprovam que não aprovam que não aprovam Página 26 Página 26 Página 26 Página 26 Página 26 CADERNO DE LIVROS Augusto Canut Pierpaolo Cruz Bottini ierpaolo Cruz Bottini ierpaolo Cruz Bottini ierpaolo Cruz Bottini ierpaolo Cruz Bottini e a reforma e a reforma e a reforma e a reforma e a reforma do Judiciário do Judiciário do Judiciário do Judiciário do Judiciário MULHER Divulgação Lei “Maria da Penha” Lei “Maria da Penha” Lei “Maria da Penha” Lei “Maria da Penha” Lei “Maria da Penha” completa cinco anos, completa cinco anos, completa cinco anos, completa cinco anos, completa cinco anos, mas violência continua mas violência continua mas violência continua mas violência continua mas violência continua Página 20 Página 20 Página 20 Página 20 Página 20 TURISMO DIREITO COMERCIAL Um novo tipo de m novo tipo de m novo tipo de m novo tipo de m novo tipo de empresa pode empresa pode empresa pode empresa pode empresa pode ser criada: Eireli ser criada: Eireli ser criada: Eireli ser criada: Eireli ser criada: Eireli Uma nova opção ma nova opção ma nova opção ma nova opção ma nova opção de de de de de resort resort resort resort resort no no no no no litoral cearense litoral cearense litoral cearense litoral cearense litoral cearense Página 38 Página 38 Página 38 Página 38 Página 38 Página 21 Página 21 Página 21 Página 21 Página 21 O

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Agosto 2011 nº220

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Page 1: Agosto 2011 nº220

1AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

18ANOS

ANO 19Nº 220

R$ 7,00SÃO PAULO, AGOSTO DE 2011

JUDICIÁRIO

volume de processose de recursos estáemperrando a Justiça.Nas últimas três dé-cadas, só no SupremoTribunal Federal o nú-

mero de processos subiu 647% e o dejulgamentos 1.044%. Em 2011 já fo-ram realizados 39 mil julgamentos erecebidos 27 mil processos. Essa éuma das razões pelas quais o presiden-te do STF, ministro Cezar Peluso, pro-pôs a edição de uma emenda constitu-

cional para restringir o excesso de re-cursos. Segundo ele, a “Constituiçãodiz que ninguém será considerado cul-pado até o trânsito em julgado da sen-tença”. Aliás, o juiz aposentado JorgeHage, atual ministro da ControladoriaGeral da União, classifica o Brasil como“campeão mundial de recursos”. Se-gundo ele, os “processos hoje são in-termináveis” principalmente “quandose trata de condenar réus poderososou endinheirados”. Como revelaPercival de SouzaPercival de SouzaPercival de SouzaPercival de SouzaPercival de Souza, nas páginas 29páginas 29páginas 29páginas 29páginas 29

e 30e 30e 30e 30e 30, “advogados seletos, cujos ser-viços são altamente valorizados” eque possuem clientes “de mais posse”são os grandes críticos das ideias dopresidente do STF. O professor da FGV,Aloísio Araújo, baseado em pesquisas,diz que de aproximadamente 1,2 mi-lhão de processos em trâmite no STFde 1988 a 2009, 86% haviam sido pre-viamente julgados em pelo menosduas instâncias. O Congresso, de acor-do com Percival de Souza, tem tam-bém uma “montanha de processos

pendentes”, que acabam não sendotransformados em lei para reduziresse estado de coisas. Uma lei éaprovada para cada 10 propostasexaminadas. A solução é administrarpor medidas provisórias. Nos últimospresidentes da República, a média deedição de MPs chegou a uma por se-mana. No atual governo, uma a cadaduas semanas.

Nessa “batida”, os processos vão seacumulando e alguns esperam atéuma década para serem apreciados.

Porque a Justiça está parando

TRIBUNAIS

Internet

HHHHHorário de atendimentoorário de atendimentoorário de atendimentoorário de atendimentoorário de atendimentodos tribunaisdos tribunaisdos tribunaisdos tribunaisdos tribunais

não terá mudançasnão terá mudançasnão terá mudançasnão terá mudançasnão terá mudançasPágina 3Página 3Página 3Página 3Página 3

EXAME DE ORDEM

Internet

O O O O O 4º unificado4º unificado4º unificado4º unificado4º unificado e as faculdades e as faculdades e as faculdades e as faculdades e as faculdades

que não aprovamque não aprovamque não aprovamque não aprovamque não aprovamPágina 26Página 26Página 26Página 26Página 26

CADERNO DE LIVROS

Augusto Canut

PPPPPierpaolo Cruz Bottiniierpaolo Cruz Bottiniierpaolo Cruz Bottiniierpaolo Cruz Bottiniierpaolo Cruz Bottinie a reformae a reformae a reformae a reformae a reforma

do Judiciáriodo Judiciáriodo Judiciáriodo Judiciáriodo Judiciário

MULHER

Divulgação

Lei “Maria da Penha”Lei “Maria da Penha”Lei “Maria da Penha”Lei “Maria da Penha”Lei “Maria da Penha”completa cinco anos,completa cinco anos,completa cinco anos,completa cinco anos,completa cinco anos,

mas violência continuamas violência continuamas violência continuamas violência continuamas violência continuaPágina 20Página 20Página 20Página 20Página 20

TURISMO DIREITO COMERCIAL

UUUUUm novo tipo dem novo tipo dem novo tipo dem novo tipo dem novo tipo deempresa podeempresa podeempresa podeempresa podeempresa podeser criada: Eireliser criada: Eireliser criada: Eireliser criada: Eireliser criada: Eireli

UUUUUma nova opçãoma nova opçãoma nova opçãoma nova opçãoma nova opçãodedededede resort resort resort resort resort nonononono

litoral cearenselitoral cearenselitoral cearenselitoral cearenselitoral cearensePágina 38Página 38Página 38Página 38Página 38 Página 21Página 21Página 21Página 21Página 21

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2AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Diretor-responsávelMilton Rondas (MTb - 9.179)

[email protected]

Editor-chefeFran Augusti - [email protected]

Diretor de MarketingMoacyr Castanho - [email protected]

Editoração Eletrônica, Composição e ArteEditora Jurídica MMM Ltda.

[email protected]ão

FolhaGráficaTiragem: 50.000

PUBLICAÇÃO MENSAL DAEDITORA JURÍDICA MMM LTDA.

Rua Maracá, 669

Vila Guarani – CEP 04313-210São Paulo – SP

Tel./fax: (0xx11) 5011-22615011-4545 / 5011-7071 5011-8052 / 5011-8118

home page:home page:home page:home page:home page: www.tribunadodireito.com.br

AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE EXCLUSIVARESPONSABILIDADE DOS AUTORES

DA REDAÇÃODOS LEITORES

Poesias — “Parabénspelo ‘Tribuna do Direito’e pelo trabalho desenvol-

vido pela equipe e colaboradores nestes 18anos garantindo sua qualidade e idoneidadeao transmitir os diferentes patamares emque o Direito é exercido. Li sobre o enviode poesias e gostaria de saber da possibili-dade de enviar um texto para avaliação afim de que possa transmitir a um maiornúmero de profissionais as experiênciasque tenho tido como coordenadora da Co-missão do Meio Ambiente da 125ª subse-ção de Santana e o acompanhamento jurí-dico que ora está sendo desenvolvido juntoà comunidade quanto à implantação dasobras do trecho Norte do Rodoanel MárioCovas e suas consequências.” M. CristinaGreco Coordenadora da 125ª subseção deSantana – OAB-SP (mensagem enviadapelo site www.tribunadodireito.com.br).

+++++N.da R. Foi respondido, por e-mail, à co-

ordenadora que ela poderá enviar o texto eo que o aproveitamento vai depender do es-paço destinado à redação e da lista de cola-borações que está à espera de divulgação.

Idosos — “Peço licençapara registrar o meuapoio ao manifesto assi-

nado pelo professor, procurador do Estadode São Paulo e ex-diplomata do Brasil,Eduardo Lobo Botelho Gualazzi que, nacoluna ‘Dos Leitores’ de julho, critica oabandono e o descumprimento da lei peloJudiciário (que deveria ser o exemplo documprimento às leis), no tocante ao julga-mento de processos aos atingidos pelo ar-tigo 1.211 do CPC. Eu (76 anos), sou umdeles desde 1994 e até agora, nada, ape-sar do pedido de preferência nos autos.”Guerino Saugo.B

+++++

CONCILIAÇÃO

A hora de ouro

FLORISBELA MEYKNECHT*

*Advogada, conciliadora e mestranda (Prolam/USP).

objetivo é duplo: pacifi-car os conflitos e promo-ver a agilização da pres-tação jurisdicional. Osnúmeros falam por si,mas o número áureo

(PHI) fala mais alto, indica na Matemáti-ca uma constante de desenvolvimento,uma progressão continuada que se mul-tiplica e que transmite, subliminarmente,bem estar ao observador. Não seria ou-sadia aplicar este conceito ao atual está-gio da conciliação. Método alternativo desolução de conflitos adotado pelo Tribu-nal de Justiça de São Paulo desde 2004,que permitiu às partes solicitar audiênciade conciliação em segunda instância.

Em 2006 o Movimento Nacional“Conciliar é Legal”, coordenado peloConselho Nacional de Justiça (CNJ),declarou o dia 8 de dezembro, Dia daJustiça, também como Dia da Concili-ação, realizando mutirões. Desde 2009,a Semana Nacional de Conciliação —Meta 2, objetiva o julgamento dos pro-cessos distribuídos até 31/12/2005.Pela Resolução 106/10 o CNJ deter-minou, para aferição do merecimentopara promoção, que se privilegie osmagistrados cujo índice de conciliaçãoseja superior aos das sentenças profe-ridas. Como reflexo da Resolução 125/10, do CNJ, a conciliação frutificouainda mais em São Paulo. Durante o mêsde março de 2011 ocorreu o MovimentoTJ Conciliando SP e, por iniciativa dapresidência de Direito Privado do TJ-SP,foi criado o Centro Judiciário de Solu-ção de Conflitos em 2ª Instância e Cida-dania, onde 93 conciliadores atuam vo-

luntariamente, assistidos por três deze-nas de funcionários, expandida esta açãopara as comarcas de Campinas e San-tos. As partes e seus advogados podemsolicitar, a qualquer tempo, o agenda-mento de audiência pelo correio eletrô-nico [email protected]. Asestatísticas apuradas pela diretoria doCentro, que administra com diligentemaestria muitas variáveis, apontam parao sucesso da iniciativa em percentuaisrelevantes. E no mês de maio último oTJ-SP apresentou perante o Conjur daFiesp seu projeto para a criação de umCentro de Resolução de Conflitos, aoscuidados do Núcleo Permanente deMétodos Consensuais de Solução deConflitos, formado por renomados juris-tas, com foco na conciliação e na medi-ação, como contemplado no Projeto doNovo CPC, que terá sua sede num pré-dio de 2.100 m2 oferecido pela Secreta-ria de Justiça do Estado. Bem antes dis-so, o Setor de Conciliação de 1ª Instân-cia do Fórum João Mendes Júnior vematuando com muito empenho, sendocerto que nos JEC (Juizados EspeciaisCíveis) se inicia com a audiência deconciliação. Além disso, é possível fazerConciliação Pré-Processual na Rua daGlória, 346, na Avenida Rebouças, 1.206,e na Rua Vergueiro, 831. Vale mencio-nar que a iniciativa pioneira ocorreu naJustiça do Trabalho com a criação dasComissões de Conciliação Prévia pelaL. 9.958/00, com mais de 1.230 instala-das. Por sua vez, a Faculdade de Direitoda USP implantou um Núcleo de Estudosde Mecanismos de Solução de Conflitos(Nemesc), indicando que a formação doprofissional de Direito está ocorrendotambém nesta direção. Finalmente, indis-pensável a colaboração dos advogados,atendendo ao chamado do Judiciário,levando seus clientes às audiências oucomparecendo com poderes para transi-gir. Com essa união de esforços os núme-ros crescem cada vez mais. Podemosentão afirmar que, definitivamente, che-gou a hora de ouro da conciliação.B

O

empre que usamos este espaço para criticar a situação atual,e quase sempre comparando-se com situações de antiga-mente, somos chamados de “retrógrados” e adjetivos seme-lhantes. Só que não há como negar. Que antigamente, ounos “tempos de antanho”, isso não acontecia também é puraverdade. O “nariz de cera”, como gostam os puristas, é para

citar a informação divulgada pelo, nada mais nada menos, Conselho Federal daOrdem dos Advogados do Brasil, de que das 610 Escolas de Direito no País, 90 (éisso mesmo, 90) não tiveram nenhum bacharel aprovado no Exame de Ordem dedezembro de 2010, correspondente ao terceiro Exame Unificado da Ordem.

Como os leitores poderão ler na página14página14página14página14página14, os índices de reprovação estãocrescendo. Para se ter uma ideia, São Paulo, considerado um dos “pilares” daFederação, aprovou apenas 11,2% dos candidatos e isso sem contar, o que éimpossível, os que conseguiram passar para a próxima fase na base do“chutômetro”. Que alguma coisa está errada,não resta dúvida. De quem é aculpa? Afinal, os pais estão enviando seus filhos para as faculdades para quê? Eestão pagando, muitas vezes bem caro, para isso. O País vai formar o quê?Será feito alguma coisa? São perguntas sem respostas imediatas, mas queterão reflexos em um futuro bem próximo. A tese de que o Exame de Ordemdeveria ser estendido para outros cursos, ganha cada vez mais adeptos, emfunção do baixo nível de formação em todas as categorias profissionais. É o fim.Criar exames, como os utilizados para bacharéis em Direito, para fiscalizar aformação de profissionais de outras categorias, pois o que tem de formando in-competente é uma grandeza. Antigamente não havia? Lógico que sim, mas aproporção era bem menor. Hoje, profissionais que deveriam estar no mercado,enobrecendo as profissões, estão jogando-as no limbo. Como diria um conhecidojornalista: “É uma vergonha.”B

Fran Augusti

Uma vergonha!

S

AASP 4

À Margem da Lei 37

Conciliação 2

Cruzadas 39

Cursos/Seminários 27

Da Redação 2

Direito Comercial 21

Direito Eleitoral 22

Direito de Família 27

Direito Imobiliário 6

Direito Tributário 28

Dos Leitores 2

Ementas 24

Ensino Jurídico 32

Gente do Direito 27

Hic et Nunc 12

Lazer 37 a 39

Legislação 26

Nos Tribunais 3

Notas 15

Paulo Bomfim 39

Poesias 39

Seguros 8 e 25

Trabalho 31 e 33 a 36

Mais os Cadernos de Livros e de Jurisprudência

40 páginas

Page 3: Agosto 2011 nº220

3AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

NOS TRIBUNAIS

presidente em exercí-cio do STF, ministroLuiz Fux, suspendeu,liminarmente, a Reso-lução nº 130 de 28/4/2011 do CNJ, que de-

terminou a unificação do horário defuncionamento dos TJs em todo oPaís. Pela norma, que entraria em vi-gor em 4 de julho, os tribunais deveri-am funcionar de segunda a sexta-feiradas 9 às 18 horas. Por enquanto os tri-bunais continuam trabalhando nos ho-rários que já funcionavam. A decisãodo ministro foi tomada em razão daAção Direta de Inconstitucionalidade(ADIN nº 4.598) ajuizada pela AMB (As-sociação dos Magistrados Brasileiros),que deve ser julgada somente estemês em função do recesso de julho.

O ministro Luiz Fux disse que aliminar discute o horário de atendimentoao público e não a jornada de trabalho.“Como ocorre com os empregados debancos, por exemplo, juízes e servidoresdo Poder Judiciário também trabalham

Suspensa a unificação de horários

quando o atendimento não é aberto aopúblico. Jornada de trabalho e horário deatendimento ao público são temas quenão podem ser confundidos”, explicou.

A Resolução nº 130 do CNJ atendeuma antiga reivindicação da OAB,que reclamava sobre os diferenteshorários de funcionamento dos tribu-nais brasileiros. Segundo o presiden-te nacional da entidade, Ophir Ca-valcanti, se prevalecer a regra atual,em que alguns tribunais trabalhamseis horas, e outros sete ou oito, oPaís terá cidadãos recebendo trata-mento diferente de outros, o quefere o princípio da isonomia.

Internet

ONa falta de uma norma regulamen-

tar, cada tribunal adota o horário quelhe convém. O TJ-SP, por exemplo, fun-ciona a partir das 9 horas no atendi-

mento aos advogados, e só abre para opúblico das 12h30 às 19 horas. O TJ-RJ fun-ciona das 11 às 18 horas; o TJ-MG, das 7 às18 horas, e o TJ-RS, das 9 às 19 horas.B

ConsignadoO presidente do STJ, Ari Par-gendler, suspendeu liminar queobrigava o Estado do Rio Grandedo Norte a conceder aos servi-

dores públicos empréstimo consignado emfolha de pagamento por meio de várias insti-tuições bancárias. A Associação Brasileirade Bancos havia impetrado mandado de se-gurança contra o Decreto-Lei 21.399/09,que limita a concessão dos empréstimos aosbancos oficiais. A reivindicação foi atendidapelo TJ-RN e negada no STJ. (SS 2354)

Fungíveis e consumíveisNão cabe ação de depósitoquando o contrato é para merca-doria fungível e consumível.Com essa decisão, a Quarta

Turma do STJ reverteu decisão do TJ-MS,que deu ao Banco do Brasil o direito de rea-ver cargas de soja que faziam parte de esto-que regulador vinculado a empréstimo dogoverno federal (EGF) feito a Cooagri (Co-operativa Agropecuária e Industrial). O EGF

é uma linha de crédito voltada para armaze-nagem de produtos agrícolas administradapelo Banco do Brasil. A Cooagri alegou noSTJ, com sucesso, não haver obrigação derestituir a própria mercadoria, mas apenasde qualidade idêntica, por se tratar de bemfungível e consumível. (RESP 551956 //625437)

FordA Associação Brasileira dos ex-Distribuidores Ford (Abedif)não pode mais usar o nome daFord Motor Company Brasil em

sua designação. Com esse entendimento, aSegunda Seção do STJ derrubou decisão daTerceira Turma favorável à entidade. O mi-nistro Sidnei Beneti discordou do relator,ministro Massami Uyeda, afirmando nãohaver precedentes. Segundo ele, a Lei9.279/96 garante o registro de marcas derenome para uso exclusivo dos titulares.Para ele, houve “indisfarçável tentativa deapropriação da marca” conhecida em todo omundo. (Eresp 758597)B

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4AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

AASP

Associação dos Ad-vogados de SãoPaulo (AASP) con-vida a comunidadejurídica para as co-memorações do Dia

do Advogado, dia 11 de agosto (datada criação dos cursos jurídicos no Bra-sil), a serem realizadas durante a Se-mana Cultural Solidária, que acontece-rá de 8 a 12 na sede da entidade (RuaÁlvares Penteado, 151, Centro).

A Semana Cultural Solidária conta-rá com diversas atrações, como apeça de teatro “Como monitorar umhomem”, no dia 8; lançamento da Re-vista do Advogado nº 112, com o tema“Família e Sucessões”, também no dia8; cursos de atualização profissionaldurante toda a semana (Arbitragem,Recursos Cíveis, Direito Trabalhista,Direito Cível e Constitucional); alémde bazar, exposição de pinturas, foto-grafias e livros; sessões de cinema;quick massage; e show com a cantoraMarina Lima, no dia 12.

Foi firmada, também, parceria com

Semana Cultural comemora o 11 de Agostoo Centro Cultural do Banco do Brasil,onde serão realizados diversos eventosda Semana Cultural Solidária para opúblico infantil, na sede do CCBB (RuaÁlvares Penteado, 112, São Paulo)

Os eventos da Semana Cultural in-serem-se em um projeto de tornar asede social da AASP, no centro da capi-tal paulista, cada vez mais em um es-paço de convivência e lazer.

Durante a Semana Cultural Solidá-ria, que tem como patrocinador mas-ter a Editora Maranata e apoiadoresculturais a Andes — Distribuidora deLivros e a São Paulo Convention Bu-reau, estarão à disposição dos partici-pantes na entrada da sede da entida-de caixas para coleta de brinquedos,roupas e alimentos não perecíveis, queserão doados para pessoas carentes(Associação Vida Jovem, Abrigo V eLar do Idoso Vivência Feliz).

Informações sobre a programaçãoda Semana Cultural Solidária podemser obtidas pelo telefone (0xx11)3291-9200 ou em www.aasp.org.br/semanacultural.B

A

AASP homenageiaAASP homenageiaAASP homenageiaAASP homenageiaAASP homenageiafamília de associadofamília de associadofamília de associadofamília de associadofamília de associado

César Viegas

Conselho Diretor da AASP prestouhomenagem póstuma ao ex-associado

Alberto Cardoso de Mello Filho, em re-conhecimento à doação feita por ele à asso-ciação. O homenageado foi representado noato pelo sobrinho, Dr. Alberto Eduardo Car-doso de Mello, a quem foi entregue placacom os seguintes dizeres: “À família doDr. Alberto Cardoso de Mello Filho (inmemoriam) a homenagem da Associa-ção dos Advogados de São Paulo pelonobre gesto de benemerência à Entida-

O Conselho Diretor prestou homenagem póstuma ao advogado Alberto Cardosode Mello Filho

de, em favor da luta incansável em proldos advogados do Brasil.”

Para o presidente da AASP, Arystóbulode Oliveira Freitas, o gesto do dr. AlbertoCardoso de Mello Filho é exemplo de reco-nhecimento à associação pelo que ela temfeito em prol da Advocacia. “Foi uma gran-de honra recebermos este ato de beneme-rência. Esse tipo de doação representa umapoio a tudo que a AASP tem feito pelaAdvocacia e contribui para o bem coletivoe fortalece a entidade”, afirmou.B

esde o dia 1º os associados po-dem acessar pelo site da AASP

os serviços oferecidos pela Arisp(como obtenção de certidão de matrí-cula de imóvel ou de registro de pactoantenupcial, em papel ou eletrônica,sistema de visualização de matrícula— matrícula online —, visualizaçãoeletrônica de matrícula imobiliária, con-sulta eletrônica para localização de bensimóveis e outros direitos registradosnos cartórios da Capital e do interior do

OTTTTTem início parceria com Arispem início parceria com Arispem início parceria com Arispem início parceria com Arispem início parceria com Arisp

Estado de São Paulo e de outras locali-dades que venham a integrar os qua-dros da Arisp, através do CPF ou CNPJ). Poderão também acessar o bancode dados eletrônico da Kollemata, quereúne jurisprudência registral enotarial da Corregedoria Geral da Jus-tiça de São Paulo e do Conselho Su-perior da Magistratura do Estado deSão Paulo. Tudo isso com a vantagemde utilizar os serviços sem precisar sedeslocar até o cartório.B

D

s associados receberam em ju-lho um trabalho produzido pelo

Centro de Estudos e Pesquisas em Di-reito da AASP, com o título “Gravaçãode audiência e o artigo 417 do Códigode Processo Civil”. O estudo publicadofoi coordenado pela conselheira CibelePinheiro Marçal Cruz e Tucci e teve aparticipação dos convidados HeitorVitor Mendonça Fralino Sica, HeloisaEstelita, Luís Carlos Moro, Luís Gui-lherme Aidar Bondioli e Sidnei Amen-doeira Júnior, que analisaram e deba-teram o tema do direito de gravar au-diências, cujas conclusões estão ex-postas na referida publicação. O Cen-

Centro de Estudostro de Estudos ePesquisas daAASP tem por ob-jetivo analisar,estudar e deba-ter com profundi-dade temas jurídi-cos complexosque chegam aoConselho Diretor,para posterior deli-beração e elabora-ção de trabalhos como este recebido pe-los associados. A próxima edição trataráde outro tema bastante importante paraa Advocacia: ITCMD.B

Om continuidade à campanha lançadapela AASP “Honorários não são gor-

jeta”, cujo objetivo é reverter a redução e aínfima fixação de verbas sucumbenciais, oDepartamento Cultural da entidade promo-verá, de 22 a 25, o curso “Honorários Advo-cactícios”. O evento contará com a participa-ção de advogados, juristas, juízes e desem-bargadores, entre eles os presidentes da As-sociação dos Magistrados Brasileiros(AMB), Henrique Nelson Calandra, e daAssociação Paulista dos Magistrados (Apa-magis), Paulo Dimas de Bellis Mascaretti.Para participar do curso, os interessados de-vem levar um quilo de alimento (arroz, feijão,macarrão, leite em pó ou açúcar), a ser entre-gue no primeiro dia de aula. O curso será re-alizado na sede da AASP (Rua Álvares Pente-ado, 151) e as palestras terão início às 19 ho-ras. Informações pelo telefone (0xx11) 3291-9200 ou em www.aasp.org.br.

Campanha “Honorários não são gorjeta” continua

Os temas e os palestrantesOs temas e os palestrantesOs temas e os palestrantesOs temas e os palestrantesOs temas e os palestrantes

Dia 22, segunda-feira: “A problemática dafixação dos honorários advocatícios, processo deconhecimento”, por Arystóbulo de Oliveira Frei-tas, presidente da AASP, e desembargadorHenrique Nelson Calandra, presidente da AMB.

Dia 23 – terça-feira: “A problemática dafixação dos honorários advocatícios na execu-ção e no processo cautelar”, com Cássio Scar-pinella Bueno e o desembargador Paulo Dimasde Bellis Mascaretti, presidente da Apamagis.

Dia 24, quarta-feira: “Execução de ver-ba honorária: um martírio para os advoga-dos” com José Rogério Cruz e Tucci e o juizPaulo César Neves Jr.

Dia 25, quinta-feira: ”Cabimento dos ho-norários advocatícios e competência da Jus-tiça do Trabalho para apreciar ação de co-brança”, com Luís Carlos Moro e o juiz Gui-lherme Guimarães Feliciano.B

E

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5AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Page 6: Agosto 2011 nº220

6AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

DIREITO IMOBILIÁRIO

NELSON KOJRANSKI*

uito embora o artigo 29da Lei do Inquilinatotenha constituído umainovação quando desua edição, nos idosde 1991, tem razão

Gildo dos Santos ao alertar que “o disposi-tivo tem a mesma inspiração daquele cons-tante do Código Civil, segundo o qual aproposta obriga o proponente (artigo 1.080)”.Com efeito, o atual artigo 427 do CódigoCivil, que reproduziu aquele, estabelece que“a proposta de contrato obriga o proponen-te”, desde que não contenha ressalvasexcludentes, como, por exemplo, a quealerta: “dependente de confirmação doproponente”. Se contiver a expressão “nãovale como proposta”, no meu entender, nãose trata de proposta, mas sim de mera son-dagem de mercado do produto anunciado,pública ou particularmente.

A estrutura jurídica da proposta, no di-reito pátrio (artigos 1.080 a 1.086 do CCde 1916 e artigos 427 a 433 do CC de 2002)serviu à formação do arcabouço desse ins-tituto, ao longo das várias leis do inquilina-to, a partir da Lei nº 3.912, de 3/7/1961,que inaugurou o direito de preferência dolocatário . A atual Lei nº 8.245/91 impõeao locador rigorosa observância a seus pre-ceitos, a começar do caráter negocial pre-conizado pelo artigo 27, que deve ser sérioe se manter estável, como adverte Clovis.

De fato, o citado artigo 29 impõeseriedade na apresentação da propostaao locatário, sob pena de eventual “pos-terior desistência do locador” acarretar“a responsabilidade pelos prejuízosocasionados, inclusive lucros cessan-tes.” Hoje, à luz dos vetores da “funçãosocial do contrato” (artigo 421) e, prin-cipalmente dos “princípios de probida-

O arrependimento do locador de má-féde e boa-fé” (artigo 422), a responsa-bilidade de ressarcimento fortificaramsobremaneira o referido artigo da Lei dasLocações. O locador somente “se safa-rá de uma indenização se provar casofortuito ou força maior”, como ensinaSílvio de Salvo Venosa. Por isso, a ló-gica do comportamento do locador, naprática do comércio imobiliário, reco-menda que, antes de notificar o locatá-rio, já tenha efetivo pretendente à aqui-sição, consubstanciada em proposta ouopção de compra, ou mesmo um com-promisso particular de venda e compra,condicionado ao direito de preempçãodo inquilino. Fica, assim, assegurada afixação do preço e até do candidato àaquisição, se o locatário deixar de exer-cer o seu direito de preferência. Mas, seo locatário aceitar a proposta, o locadorterá de desistir do compromisso de ven-da e compra, condicionalmente pactua-do com terceiro. E se o locador desistirda venda ao locatário, em cumprimentoà proposta por este aceita, responderápor perdas e danos, a teor do previsto noartigo 29, pouco importando se o contra-to de locação se encontra, ou não, regis-trado em cartório imobiliário.

Por mais repulsivo que se revele amá-fé do locador, ao se arrepender de-savergonhadamente da proposta, apóster sido aceita pelo locatário, a puniçãolegal não pode ultrapassar a linha daindenização “pelos prejuízos ocasiona-dos”. Não prevê o texto legal outrasanção. Nem cabe aos tribunais inven-tar penalidades mais significativas, comoocorreu em Minas Gerais. Ali o locador,depois de o locatário aceitar a propos-ta, não somente se arrependeu, comoainda lhe assestou ação de despejo pordenúncia vazia. A Corte mineira, sensi-bilizada com a gritante má-fé do loca-dor, acolheu a apelação do locatário ejulgou improcedente a ação de despe-jo. Isto porque, como é bem sabido, se

decretado fosse o despejo, verificar-se-ia a ruptura da locação e consequentedesocupação do imóvel, permitindo queo artigo 27 da Lei do Inquilinato deixas-se de incidir. Vale dizer, deixaria deimperar o direito de preferência pelolocatário. A decisão, porém, ainda quemoralmente compreensível, foi além:entendeu de conferir ao locatário o di-reito de compelir o locador de lhe ven-der o imóvel, pelo preço ofertado, aexemplo da hipótese prevista no artigo33, que lhe serviu de inspiração.

Ocorre que, no caso em comento, olocador não vendeu a terceiro. Não foi,portanto, preterido o direito de preferên-cia do locatário. O locador não vendeuo imóvel a ninguém. Escorado no artigo57, optou por extinguir a locação, como que, simultaneamente, também extin-guiu o direito de preempção. A partir daí,livrou-se do artigo 27, mas não do artigo29, eis que subsistiu a responsabilidadepelos prejuízos causados.

Em sede de Recurso Especial (nº

1.193.992-MG), que teve como relatoraa ministra Nancy Andrighi, ficou assen-tado que a “lei optou, portanto, em nãoconferir ao locatário, diante do arrepen-dimento do locador, a possibilidade deexigir a outorga da escritura definitiva decompra e venda. Assim, aceita a propos-ta pelo inquilino, o locador não está obri-gado a vender o imóvel ao locatário, masa desistência do negócio o sujeita a re-parar os danos sofridos”.

De fato, como ainda vem destacadonesse julgado, o direito potestativo con-ferido ao locador de denunciar a loca-ção subsiste intocável, seja qual for ograu de má-fé do locador. E o direito deadjudicação previsto no artigo 33 nãotem o condão de ampliar a hipótese neleprevista, seja qual for a gravidade daafronta aos princípios estatuídos nosartigos 421 e 422 do Código Civil.B

M

*Advogado e ex-presidente do Instituto dos Advo-gados de São Paulo (Iasp).

vedada a exigência de certidões imobi-liárias de proprietários de imóveis vizi-

nhos como requisito para processamento deação de usucapião. Com esse entendimento, aTerceira Turma do STJ reformou decisão doTJ-MG, que anulou um processo pela faltadas certidões. Os ministros entenderam terhavido violação do artigo 942 do CPC, queconsidera desnecessária a juntada dos docu-mentos, bastando a citação dos proprietários.

Cândida Pereira da Costa (autora origi-nal) ajuizou ação de usucapião contra o Cen-tro Redentor Filial do Bairro Vera Cruz, emBelo Horizonte, cujo objeto é um imóvel de441,54 m². O TJ-MG anulou o processodesde a citação, porque a autora não teria“feito prova da propriedade dos imóveis vizi-

Usucapião: propriedades de vizinhosnhos mediante a juntada de certidão do re-gistro imobiliário em nome deles”.

Jaqueline Campos Pereira e esposo, su-cessores de Cândida Pereira, recorreram aoSTJ. O ministro-relator, Sidney Beneti, disseque o artigo 942 do CPC prevê a juntadada documentação relativa ao imóvel objetodo usucapião e não as certidões referentesaos adjacentes. Observou, ainda, que deacordo com os autos todos os donos dos imó-veis limítrofes foram citados pessoalmente enão contestaram o pedido da autora. Ressal-tou que, diante do juízo de primeiro grau, fi-cou demonstrado que os litigantes mantêmposse ininterrupta e pacífica do imóvel hámais de 30 anos, onde realizaram benfeitori-as. (RESP 952125)B

É

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7AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

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8AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

SEGUROS -1

Antonio PenteadoMendonça*

iscos declináveis sãoaqueles que, por umarazão ou outra, umaseguradora considerapassíveis de não se-rem aceitos por ela. A

base da sua não aceitação é a Cons-tituição Federal que desobriga a con-tratação de negócio que não seja in-teressante para uma das partes.

Para entender como este direitofunciona na prática é através de doisexemplos simples, um envolvendo se-guradora de vida e, outro, seguradorade riscos patrimoniais.

Uma seguradora especializada emseguros de vida não tem razão paraassumir um risco de incêndio. Estetipo de seguro está fora de sua áreade sua expertise, não havendo ra-zão para sua aceitação por não serfoco da companhia.

Da mesma forma, não tem razãopara uma seguradora especializada emriscos patrimoniais emitir apólices deseguro de vida em grupo. Seu negó-

Riscos declináveiscio é outro, com outra base estatísti-ca, outra política de resseguros, outrotipo de técnico.

Nenhuma das duas empresas ci-tadas nos exemplos tem a tecnologianecessária para mergulhar em searaalheia. Também não tem massa denegócio em ramo que lhe é estranhopara justificar seu interesse no risco.

Durante quase 70 anos o Brasilteve o monopólio do resseguro pau-tando o setor. Por força dele, atémeados da década de 1980 quemdefinia as regras para a atividadeseguradora era o Instituto de Resse-guros do Brasil (IRB), que determi-nava inclusive as condições e taxasde todas as apólices emitidas no ter-ritório nacional, através da imposi-ção de tarifas únicas obrigatórias paratodas as seguradoras.

Como as apólices brasileiras ti-nham coberturas pouco abrangen-tes e custavam caro, o índice de si-nistralidade do mercado nacional,refletido no contrato de cessão de

R

resseguro do IRB era muito mais bai-xo do que os resultados internacio-nais. Isto permitiu que ele mantives-se durante décadas um dos maiorescontratos automáticos de cessão deresseguro do mundo, o que lhe davacapacidade para aceitar riscos bonse riscos ruins, que eram colocadosnum mesmo pacote, com os riscosruins bancados pelos riscos bons.

Com base nas condições tarifáriasimpostas por ele ao mercado, pelas quaisos riscos eram taxados levando em contauma série de fatores de ordem interna eexterna ao segurado e da baixa sinistra-lidade da carteira de incêndio nacional,era possível ao IRB aceitar, por um preçobastante acessível, riscos que de outraforma exigiriam uma série de medidas im-portantes para melhorar a sua segurança,para não falar no preço mais alto.

Isso não significa dizer que na épocado monopólio todo e qualquer proposta deseguro fosse aceita. Como sempre acon-tece, tem situações que não são passí-veis de serem negociadas e que, no caso,não permitiam a emissão de uma apólice.

Mas, além dos exemplos acima, nosquais os riscos foram declinados por-que as seguradoras não operam na-quelas determinadas carteiras, depoisda abertura do resseguro passaram aacontecer casos em que o seguro nãoé aceito com fundamento na falta deinteresse comercial, que pode ser re-sumido, de novo, em dois exemplossimples.

O primeiro é a dificuldade para coloca-ção de seguros All Risks para joias. Faz 30anos que poucas seguradoras os aceitam.Da mesma forma, nos últimos 20 anos oseguro de transporte rodoviário de cargapassou a ser risco declinável para a imen-sa maioria das seguradoras, por conta daalta sinistralidade de roubo.

Mas além deles, neste momento, ou-tros riscos aceitos no passado estão sen-do recusados. Fábricas de colchões emóveis, indústrias têxteis, químicas, su-permercados e outros estão encontrandodificuldades para a colocação de seusseguros, o que não ocorria até poucos anosatrás, por conta do monopólio do IRB.

A razão alegada é a alta sinistralida-de, que compromete o resultado das se-guradoras e dificulta a negociação deseus contratos de resseguros. E isto éverdade, se mantidos os critérios atuais.

O problema é que parte destes segu-ros é obrigatória por lei e hoje o empre-sário não consegue contratá-los. Pararesolver a situação basta serem adota-dos novos critérios de aceitação de ris-cos, o que é perfeitamente possível.Assim, o ideal é uma solução de merca-do, já que uma eventual decisão judicialpode ser extremamente danosa para to-dos, em virtude da falta de conhecimen-to técnico do magistrado a respeito dofuncionamento do setor de seguros.B

*Advogado, sócio de Penteado Mendonça Advoca-cia e presidente da Academia Paulista de Letras.

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9AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

INFORME PUBLICITÁRIO

Foi julgada improcedente a ação civilpública ajuizada pelo Ministério PúblicoFederal contra 10 advogados de Jales porsuposta cobrança abusiva de honoráriosem ações previdenciárias que tramitamna Justiça Federal daquela localidade.

Na sentença, a juíza federal substitu-ta, Karina Lizie Holler, afirma que “nãocompete ao Ministério Público Federalimiscuir-se nas relações contratuais en-tabuladas entre o causídico e seu clien-te. A pretendida ingerência no conteú-do dos contratos de prestação de servi-ço representa uma séria ofensa ao prin-cípio da autonomia da vontade, não ha-vendo amparo legal para que se impeçaa população de contratar profissionalsuspeito de abusos, para se limitar oconteúdo da avença ou ainda para seimpedir o cumprimento de cláusulas con-tratuais previamente acordadas.”

“A decisão foi acertada, bem fundamen-tada e tecnicamente primorosa, porquan-to cristaliza juridicamente o entendimen-to que a OAB SP tem defendido desde oinício, quer sobre a autonomia da vontadedas partes contratarem; quer sobre o as-pecto de que esse tema (honorários) é da

Justiça FJustiça FJustiça FJustiça FJustiça Federal rederal rederal rederal rederal rejeita ação do MPFejeita ação do MPFejeita ação do MPFejeita ação do MPFejeita ação do MPFcontra cobrança de honorários em Jalescontra cobrança de honorários em Jalescontra cobrança de honorários em Jalescontra cobrança de honorários em Jalescontra cobrança de honorários em Jales

competência exclusiva da Ordem dos Ad-vogados do Brasil”, afirmou o presidenteda OAB SP, Luiz Flávio Borges D’Urso.

Para o vice-presidente da OAB SP,Marcos da Costa, a extinção do proces-so, sem julgamento de mérito, é uma vi-tória da legalidade: “Foge da esfera deatuação do procurador federal em Jalespromover medidas visando estabelecerparâmetros para a cobrança de honorá-rios advocatícios, que devem ser livre-mente pactuados entre o advogado e ocliente, como prevê o artigo 22, pará-grafo 2º, do Estatuto da Advocacia.”

Marcos da Costa destaca, ainda, quenos casos de comprovado abuso de co-brança de honorários, a questão passaa ser da competência exclusiva do Tribu-nal de Ética e Disciplina da OAB, paraanalisar a conduta ético-disciplinar doadvogado no exercício profissional e pro-ceder a punição, se for o caso. “Isso foireconhecido pela juíza, ao afirmar nasentença que “ se abusos existem, tocaao órgão de classe da categoria sua fis-calização, devendo aquele que se sintaprejudicado levar sua irresignação ao co-nhecimento daquela.”

A OAB SP promoveu desagravo para a diretoria de Jales e para conselheiro local

Divulgação

A OAB SP divulgou nota pública, em julho, parabenizando o corregedor-geralda Advocacia da União, Ademar Passo Veia, pela edição da Orientação Normativaque reconhece a obrigatoriedade de todos os advogados da União, procuradoresda Fazenda Nacional, procuradores federais e integrantes do quadro suplementarda Advocacia-Geral da União de inscrição nos quadros da OAB.

Segundo a OAB SP, a “decisão reflete comando constitucional e constituiverdadeiro paradigma a ser seguido por todas as carreiras da AdvocaciaPública, que inclui os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procura-

AAAAAGU torna obrigatória inscrição na OrGU torna obrigatória inscrição na OrGU torna obrigatória inscrição na OrGU torna obrigatória inscrição na OrGU torna obrigatória inscrição na Ordemdemdemdemdemdoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Con-sultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e dasrespectivas entidades de administração indireta e fundacional”.

Ainda na nota, a seccional afirma que sempre reconheceu “a importância do advoga-do público, que realiza um incansável trabalho na defesa da moralidade administrativa edo patrimônio público, zelando pela aplicação da lei, de forma independente” e que paracumprir missão tão desafiadora “sempre se valeram das garantias estabelecidas noartigo 133 da Constituição Federal e no Estatuto da Advocacia (8.906/94)”.

Homenagem ao desembargador CaldeiraHomenagem ao desembargador CaldeiraHomenagem ao desembargador CaldeiraHomenagem ao desembargador CaldeiraHomenagem ao desembargador Caldeira

Prestes a se aposentar, o desembar-gador João Cláudio Caldeira recebeudurante sua última sessão de julgamen-to, no dia 28 de julho, uma homenagemdo presidente da OAB SP, Luiz FlávioBorges D’Urso, e do conselheiro natoda OAB, José Roberto Batochio.

D’Urso entregou ao desembargadoruma Láurea de Homenagem pelos rele-vantes serviços prestados ao Judiciá-rio, lembrando que ao deixar o tribunalnão encerra sua contribuição para a Jus-tiça, uma vez que integrará os quadrosda OAB como advogado.

Cai o aumento do ISS paraCai o aumento do ISS paraCai o aumento do ISS paraCai o aumento do ISS paraCai o aumento do ISS parasociedades de advogadossociedades de advogadossociedades de advogadossociedades de advogadossociedades de advogados

Após a reação da OAB SP e de todaAdvocacia, conseguiu-se aprovar umsubstitutivo ao PL 144/11, afastandoassim o aumento do ISS para as socie-dades uniprofissionais, incluindo as so-ciedades de advogados. Essa vitória sedeu com a aprovação, no dia 1 de julho,na Câmara Municipal, do substitutivo ebarrou um reajuste que poderia chegara 5% do faturamento das sociedades.

Segundo o presidente da OAB SP,Luiz Flávio Borges D’Urso, a Ordemreagiu prontamente a esse aumento,ao lado de outras entidades, taiscomo o Cesa (Centro de Estudos dasSociedades de Advogados), e enviouoficio ao prefeito Gilberto Kassab eao presidente da Câmara Municipal,José Police Neto, em maio, além deter realizado reuniões com ambospara tratar da questão ISS. Vários re-presentantes da OAB SP e da Advo-cacia também fizeram gestões quelevaram à rejeição do aumento do ISSpara as sociedades de advogados.

“Essa é mais uma vitória da Ad-vocacia e do bom senso, pois criacondições de uma justiça tributáriaque se aproxima da nossa realidade,

evitando aumento desproporcional,que oneraria sobremaneira as socie-dades de advogados que atuam emSão Paulo”, comentou D’Urso.

O substitutivo é de autoria da lide-rança do governo e foi um dos quatrotextos apresentados em plenário. Nosubstitutivo, foi incluído, com pequenasalterações, a adição do parágrafo rei-vindicado pela OAB SP ao artigo 15 daLei 13.701/03. “§ 9º. Os incisos VI eVII do § 2º e os §§ 7º e 8º deste artigonão se aplicam às sociedades unipro-fissionais em relação às quais seja ve-dado pela legislação específica a formaou características mercantis e a realiza-ção de quaisquer atos de comércio.”

“O prefeito e os vereadores mos-traram sensibilidade com a solicitaçãoda Ordem, sendo que a decisão irábeneficiar cerca de 10 mil sociedadesde advogados e um universo de 100mil advogados, que atuam na capitalpaulistana. Dessa forma, também, a le-gislação municipal não contraria o arti-go 16, da Lei 8.906/94, que estabele-ce que as sociedades de Advocacia nãopodem apresentar forma ou caracte-rísticas mercantis”, explica D’Urso.

Divulgação

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10AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

INFORME PUBLICITÁRIO

Comemorações do mês do advogadoComemorações do mês do advogadoComemorações do mês do advogadoComemorações do mês do advogadoComemorações do mês do advogadoDivulgação

Para o presidente D’Urso, o Dia 11 de Agosto deve ser celebrado pela Advocacia

Comandante militar doComandante militar doComandante militar doComandante militar doComandante militar dosudeste visita Osudeste visita Osudeste visita Osudeste visita Osudeste visita OAB SPAB SPAB SPAB SPAB SP

Durante reunião do Conselho Sec-cional, realizada no dia 18 de julho, opresidente da OAB SP, Luiz FlávioBorges D’Urso, recebeu o comandan-te militar do Sudeste, general Adhe-mar da Costa Machado Filho, a quementregou a medalha comemorativa dos80 anos da OAB.

O presidente da OAB SP e o gene-ral Adhemar Machado ressaltaram sernecessário que haja no Brasil a conver-gência de forças em prol da democra-cia, como a OAB e as Forças Armadas,para se construir um País justo, corre-to e que valorize seu potencial.

“Estamos aqui referenciando ummomento da nossa história. Cada vezque procuramos entender esses epi-sódios de maneira isenta, tiramos en-sinamentos. O Brasil vive um momentosingular. Somos o País com a quintaextensão territorial do mundo, quedaqui a pouco tempo será a quintaeconomia mundial. E que só saberáse valorizar se houver uma conver-gência das forças vivas na nossa so-ciedade”, afirmou o general.

O militar deu exemplos do trabalho

do Exército, como a participação de1.600 homens do Comando Militar doSudeste na força de pacificação emcomunidades do Rio de Janeiro, aconstrução de parte da rodovia BR-101 entre Recife e Natal, do aeropor-to de Natal e de trecho de uma pistano aeroporto de Guarulhos. O militardisse ainda que a missão de paz noHaiti receberá em agosto 810 homensdo Vale do Paraíba, no 15º contingen-te brasileiro enviado ao País.

O comandante afirmou que ficoumuito orgulhoso com a homenagem.“Tive o privilégio de conhecer nossopresidente D’Urso em uma visita decortesia que ele me fez. Ali, senti queestava diante de uma pessoa especi-al, pelo seu entendimento da vida, vi-são de futuro. A OAB realmente é umainstituição que contribui para melhorado Brasil”, disse.

O presidente da OAB SP disseque vê muita semelhança entre o tra-balho do Exército e o da Ordem e res-saltou a importância de a instituiçãoparticipar das atividades realizadaspela entidade de advogados.

A OAB SP e a Caasp realizam estemês uma série de eventos para co-memorar o mês do advogado. Alémdos tradicionais “Baile do Advogado”,“Romaria a Aparecida” e “Jornada Ju-rídica”, a programação inclui examespreventivos de saúde de advogadospasseio ciclístico e venda de livros.

“O mês de agosto deve ser dedi-cado a celebrar nossa profissão, im-prescindível à Justiça e à cidadania,participando da série de atividadesque a OAB SP e a Caixa disponibili-zam para os colegas. Também é umaoportunidade para nos confraternizar-mos e saudarmos mais uma vez o dia11 de agosto”, afirma o presidenteda OAB SP, Luiz Flávio BorgesD’Urso.

A programação:A programação:A programação:A programação:A programação:Jornada jurídica — Jornada jurídica — Jornada jurídica — Jornada jurídica — Jornada jurídica — Promovida

pelo Departamento de Cultura e Even-tos, reunirá 30 palestras entre os dias1 e 12 . Em cada dia acontecerão trêspalestras, sempre às 9h30, 15 e 19horas, sobre variados e atuais temasdo Direito. A inscrição deve ser feitapessoalmente na Praça da Sé, 385, oupelo link http://www2.oabsp.org.br/asp/cultura.asp mediante a doação deuma lata ou um pacote de leite inte-gral em pó 400 g para cada palestra.

Ato inter-religiosoAto inter-religiosoAto inter-religiosoAto inter-religiosoAto inter-religioso — No dia 11,a catedral da Sé realiza, às 16 horas,a celebração em ação de graças pelodia do advogado. Representantes dediferentes religiões dirão suas men-sagens à Advocacia.

Baile do Advogado — Baile do Advogado — Baile do Advogado — Baile do Advogado — Baile do Advogado — O tradi-cional “Baile do Advogado” ocorre nodia 20, às 22 horas, no Expo BarraFunda (Rua Tagipuru, 1.000). Os con-vites custam R$ 70,00 e estão à ven-da nas sedes da OAB SP (Praça daSé, 385) e da Caasp (Rua Benjamin Cons-tant, 75), ou na loja virtual da Caixa deAssistência (www.caaspshop.com.br). Afesta será animada novamente pelaBanda Santa Maria. Informações pe-los telefones 3291-8181/8132/8133/8128/8328.

Romaria a AparecidaRomaria a AparecidaRomaria a AparecidaRomaria a AparecidaRomaria a Aparecida — A 10ªromaria dos advogados a Aparecidaocorre no dia 27. As inscrições, quecustam R$ 40, devem ser feitas nosetor de atendimento da Ordem (Pra-ça da Sé, 385), por R$ 40,00, e in-

cluem passagens de ida e volta, ca-miseta alusiva ao evento e participa-ção em sorteio de brindes. O eventoé promovido pelo Departamento deCultura e Eventos da Ordem, comapoio da Caasp e da subsecção deAparecida, e integra o calendário reli-gioso da cidade.

16ª corrida do centro histó-16ª corrida do centro histó-16ª corrida do centro histó-16ª corrida do centro histó-16ª corrida do centro histó-rico — rico — rico — rico — rico — A 16ª corrida do centro his-tórico de São Paulo ocorre no dia 7,em parceria com a Corpore (Corre-dores Paulistas Reunidos). A larga-da será na Rua Líbero Badaró, pas-sando por locais históricos como oteatro municipal, mosteiro de SãoBento, catedral da Sé e pátio docolégio. As inscrições custam R$55,00 e podem ser feitas no Depar-tamento de Esportes e Lazer da Ca-asp (Rua Benjamin Constant, 75, 9ºandar, centro, São Paulo), ou pelosite www.caaasp.org.br/Esportes.Informações pelo telefone (0xx11)3292-4573.

Avaliações de saúde — Avaliações de saúde — Avaliações de saúde — Avaliações de saúde — Avaliações de saúde — Entre8 e 12 e de 15 a 19, das 9 às 18horas, os inscritos na Ordem pode-rão passar por exames gratuitos, nasede da Caasp, de colesterol, gli-cemia, pressão arterial, teste paradetecção do vírus HCV (causador dahepatite C) e avaliações oftalmoló-gicas preventivas de glaucoma e ca-tarata, com resultados emitidos nahora.Os exames e orientações se-rão realizados no auditório “WalterMaria Laudísio”, na sede da Caasp(Rua Benjamin Constant, 75).

1º passeio ciclístico dos advo-1º passeio ciclístico dos advo-1º passeio ciclístico dos advo-1º passeio ciclístico dos advo-1º passeio ciclístico dos advo-gadosgadosgadosgadosgados — O 1º passeio ciclístico dosadvogados será realizado no dia 14, emparceria com o Clube dos Amigos daBike, e percorrerá vias históricas da ca-pital paulista, em trajeto similar ao dacorrida do centro histórico de São Paulo,mas com a largada na Praça da Sé. Asinscrições custam R$ 20,00 e devem serfeitas no site de esportes da Caasp(www.caasp.org.br/Esportes). Informa-ções pelo telefone (0xx11) 3292-4573.

Saldão de LivrosSaldão de LivrosSaldão de LivrosSaldão de LivrosSaldão de Livros — Além de exa-mes médicos, a Caasp oferecerá, nomês do advogado, 3 mil volumes deobras jurídicas com descontos de até60%, de modo parcelado, em trêsvezes no cheque e até cinco no car-tão de crédito.

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11AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

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12AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

indo efeito meramente devolutivo ao recursoespecial (STJ) e ao extraordinário (STF).”Este, entende Pargendler, o punctum saliens:“A proposta Peluso é uma solução radical.Teria de haver uma válvula de escape paraque as circunstâncias excepcionais fossem mi-nimizadas. Sei apontar o ponto fraco. Mas nãosei melhorar a proposta.”

Válvula presaO ministro Marco Aurélio Mello, do STF,

considera a proposta “extravagante”, por-que o presidente da mais alta Corte de Justi-ça do País “não conversou antes com os mi-nistros — e isso nunca aconteceu”. Mello enten-de que a proposta Peluso “mitiga” o acesso aoSTF e ao STJ e cria uma “anomalia” ao permitira execução de decisões a nível de segunda instân-cia quando ainda cabem recursos. A Carta Mag-na entra nessa história de maneira irreversível,entende Mello: “A Constituição define o que é coi-sa julgada. É quando não se tem mais recursos con-tra um pronunciamento judicial.” Fora do linguajarjurídico, o legislador vai precisar definir se pimentanos olhos dos outros seria apenas um colírio.

Válvula travadaJaneiro-junho de 2011: o STJ recebeu

143,4 mil processos, ou 49% a mais do queo registrado no mesmo período do ano pas-sado. O presidente da Corte, Ari Pargendler,mostrou-se surpreso: imaginava que o volu-me de ações seria sensivelmente reduzido emdecorrência da aplicação do rito de recursosrepetitivos. “Posso dizer que o grau de umacivilização se mede pela evolução de seu pro-cesso, porque a ideia é a de que ninguém podeser condenado injustamente. Um processo ruimleva a decisões erradas”, filosofa o ministro.

HIC ET NUNC

PERCIVAL DE SOUZA*

*Especial para o “Tribuna”.

A válvula da PEC

RASILIA – O tema saiu de um verdadeiro “racha” na esfera dos operadores doDireito e foi parar no Senado. A ideia nasceu com o presidente do STF, Cezar

Peluso — a proposta de Emenda Constitucional nº 15, de 2011, a PEC dos recursos. Oprojeto original foi apresentado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Provocoudiscussões, contestações, aplausos, elogios, debates técnicos, aulas de Direito e críticasdeselegantes. Antes do recesso parlamentar, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), queintegra a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, apresentou um substitutivo. Otexto sugerido será debatido neste mês. Na origem, o projeto pretendia que fossemutilizadas ações rescisórias para questionar decisões de Cortes superiores nos casos detrânsito em julgado. O senador Nunes acredita que esse ponto consumiria muito tempona adequação da legislação processual, até porque seu rito específico exige produção deprovas e citação das partes. Na proposta de Nunes, os ministros poderiam suspenderdecisões consideradas sem embasamento e se definiria mais especificamente o conceitode “trânsito em julgado”. Segundo o senador Nunes, a ideia é “criar uma válvula paratratar de casos aberrantes, em que haja absurdos jurídicos nos julgamentos ordinários”.Ele ressalva que, pela sua proposta, admitir ou não recursos seria decisão colegiada, enão apenas de um ministro, como acontece na prática atual.

B

grande entre qualidade e efetividade. Se sequer um Judiciário com qualidade, perde emrapidez. Se se quer apenas rapidez, entãofaz-se como em alguns países, onde primeirose corta a mão e vê depois se a pessoa furtouou não.” A proposta do ministro Peluso: quehaja um “trânsito em julgado” tão logo ana-lisado o recurso na segunda instância. “Osistema brasileiro foi feito para isso, atribu-

Válvula abertaO presidente do STJ, Ari Pargendler,

está dividido: acha positiva a sugestão de Pe-luso, mas a considera radical: “Os juízes seri-am obrigados a descumprir a Constituição.”Ele entende que “alguma coisa deve ser fei-ta”. Mas admite: “Há uma tensão muito

Contas do crimeO crime organizado está sendo enfrentado,

nos embates diretos, somente pelos policiaismilitares da Rota, os homens do 1º Batalhão deChoque da Polícia Militar. Numa chácara deluxo em Itatiba, apreendeu-se um livro-caixa.Mídia e Polícia estão evitando mencionar a siglaPCC, o Primeiro Comando da Capital. Fala-segenericamente em “crime organizado”. A cau-tela não passa de um eufemismo. O livro-caixa foimontado por um estudante de contabilidade, fi-nanciado pelo crime estruturado, do mesmomodo como se investe na formação de futurosdoutores do crime, patrocinando cursos de Direi-to. Os tentáculos da bandidagem continuam indolonge. Pior: ela deixou de ser polvo e converteu-se na mitológica hidra de muitas cabeças. É issoque traduz comandar o crime “dentro e fora dospresídios”, limpando o dinheiro imundo.

Eureka bélico Os criminosos fazem festa nos fóruns que

armazenam candidamente armas de fogo apre-endidas. Roubam e furtam quando bem enten-dem. Como quem deveria zelar por isso prefereo sono plácido, o CNJ baixou uma resoluçãopara dar destino às 800 mil armas e muniçõesarmazenadas pelos tribunais de todo o Brasil,como parte de processos criminais onde sãoconsideradas como prova. O CNJ determina:“Assim que possível”, as armas devem ser enca-minhadas ao Exército, para destruição ou doa-ção, na forma da lei que regula os produtos con-trolados. Eureka! Solução, ainda que tardia:devem ser providenciados laudos periciais parainstruir cada processo. Pronto.B

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14AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

DIREITO PENAL -1

o dia 4 de julho en-trou em vigor a Lei n°12.403/2011, cujoprojeto tramitou pordez anos no Con-gresso Nacional, al-

terando o Código de Processo Penal noque tange à prisão processual e criandoas medidas cautelares alternativas.

Houve algumas críticas de que aca-baria a prisão e aumentaria a impunida-de, mas isso não é verdade. A lei nãoaltera a prisão condenatória. Apresentaapenas novas medidas de garantia paramelhor andamento do processo penal,na tentativa de modernizá-lo. Assim, criaregras de proteção da ordem pública eda aplicação da lei com instrumentosdiferentes da prisão.

A preocupação é daqueles que atri-buem condição de sinônimo entre Direi-to criminal e prisão. Para eles, não háDireito Penal sem cárcere, muito me-nos processo sem restrição da liberda-de. Direito Penal não é prisão! Nemprocesso penal. Que fique bem claro isto.

A lei muda as regras da prisão pro-cessual, ou seja, trata dos casos doschamados presos provisórios. E criamedidas alternativas para esta situação.

Anotações sobre a Lei 12.403/11

JOÃO IBAIXE JR*

Prisão processual, só para relembrar, éa que ocorre no curso do processo cri-minal, de natureza cautelar e provisó-ria; não é condenação, mas sim medidade prevenção para a manutenção daordem pública.

Agora fica evidenciada e expressa aregra da liberdade do acusado enquan-to perdurar a acusação judicial. A pri-são e as medidas cautelares são exce-ções, vale dizer para ressaltar, situaçõesque não podem e nem devem ocorrerem todos os casos, logo, não podem seraplicadas a bel prazer do promotor oudo juiz. A liberdade vem primeiro; se foro caso, aplicam-se medidas de restri-ção e, por último, a prisão preventiva.

São dez as medidas cautelares pre-vistas – algumas até já existiam – po-dendo ser aplicadas em conjunto, se foro caso: a) comparecimento em juízo; b)proibição de frequentar lugares; c) proi-bição de contatar pessoas; d) proibiçãode sair da comarca (já existia); e) reco-lhimento domiciliar no período noturnoe em certos dias; f) suspensão de exer-cício de função; g) internação provisó-ria de acusado inimputável ou semi-imputável; h) fiança (já existia); i) mo-nitoração eletrônica (já existia) e; j)prisão domiciliar (já existia, mas era malutilizada).

Todavia, apesar do tempo de trami-tação, como destacado acima, governoe Judiciário não implantaram ao longodeste período medidas estruturais paraadequada aplicação da lei. Isto é umabsurdo e um ponto de ataque para osque defendem a prisão.

Mas já se está acostumado a isso: osdefensores da prisão indiscriminada

pregam sempre que há necessidade demudar a lei para se resolver os proble-mas; quando esta é alterada, falam queas estruturas são insuficientes paraatender a nova demanda normativa.

Porém, não se deve ser ingênuo: umadas consequências da lei é a diminui-ção do universo dos presos provisórios.O projeto tornou-se lei somente agora –durante um momento em que o Congres-so discute a reforma integral do proces-so penal. Por quê? Porque o problemados presos provisórios se agravou. Istoé fato, mas não é uma característicanegativa da lei.

O foco principal é, ao contrário, mui-tíssimo benéfico, pois irá provocar mu-dança de cultura para a análise das ga-rantias processuais. A mentalidade amédio prazo terá de ser alterada, pois alei vai exigir critérios novos de pondera-ção para se trabalhar com o processopenal. A acusação criminal é algo muitosério e possivelmente a reforma impedi-rá a banalização da prisão. Eis a esperan-ça que a Lei 12.403/11 autoriza a crer.B

*Advogado e presidente do Ceadjus (Centro deEstudos Avançados em Direito e Justiça).N

Quinta Turma do STJ rejeitou recur-so de dois policiais contra decisão da

8ª Vara Federal do Rio de Janeiro (posteri-ormente confirmada pelo TRF-2), determi-nando que ambos sejam julgados pelo Tribu-nal do Júri por extorsão mediante sequestroe duplo homicídio qualificado. Os ministrosrefutaram os argumentos da defesa e con-cordaram com o acórdão do TRF-2, segundoo qual “compete à Justiça Federal o julga-mento de crimes praticados por agentes po-liciais federais fora do exercício de suas fun-ções”. Eles haviam empreendido uma inves-tigação paralela, “fazendo uso de viaturaoficial e identificando-se como policiais aoabordarem suas vítimas”.

Os policiais federais FMK e MPSR fo-ram, inicialmente, pronunciados por ex-torsão pelo sequestro de PE e MF, sus-peitos de roubo de cheques que somavamR$ 600 mil. Durante o cativeiro, ele teri-am sido pressionados (mediante ameaçade morte) para que apontassem o tercei-ro membro da quadrilha, que possivel-mente estaria com os valores. Coagidos,apontaram o comerciante MM como de-tentor dos cheques. Este, procurado pelospoliciais, negou participação no delito, efoi morto. Em seguida, os policiais tam-bém atiraram em RC (que estava ao ladodo comerciante na hora do crime), a fimde assegurar a impunidade do primeiro

Vara Federal deve processar policiaishomicídio. Diante da condenação em pri-meira instância e dos recursos negados,FMK e MPSR recorreram ao STJ. A de-fesa alegou que os crimes de extorsãomediante sequestro não estariam confi-gurados. Desmentiu, ainda, a intenção dosréus de tentar obter vantagem econômi-ca, mas o STJ rejeitou os argumentos.

Pesou na decisão o fato de os policiaister usado o aparato da Polícia Federal (via-tura, uniformes, identidades e armas) parainiciar a investigação paralela. Outro agra-vante é que FMK e MPSR teriam feito umacordo prévio com as vítimas do furto de re-ceberem como recompensa uma porcenta-gem do valor total, caso localizassem os che-ques e os devolvessem. Já em relação à au-toria do crime doloso contra o comercianteMM e RC, a Justiça do Rio de Janeiro con-cluiu que os laudos de exame cadavérico,“indicam terem sido as mortes das vítimasocasionadas por disparos de armas defogo”, e que os depoimentos apontaram oenvolvimento dos acusados.

Para o ministro-relator, Napoleão NunesMaia Filho, a conduta de policiais federais(vestindo farda, portando distintivo da cor-poração, identidades e armas e viatura ofici-al), que mesmo fora do exercício funcionalpraticam crimes contra pessoas alheias àAdministração Pública, fere o interesse daUnião. (RESP 1102270)B

A

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NOTAS

In memoriamFaleceram dia 3 de julho, aos 78anos, o advogado e poeta Mário Cha-mie; dia 9, aos 28 anos, em acidenteautomobilístico, a advogada Carolina

Menezes Cintra Santo; dia 10, aos 86 anos, oadvogado Rubens Ferrari; dia 12, aos 70 anos, odesembargador do TJ-MS, Horácio VanderleiNascimento Pithan; e aos 80 anos, o advogadoKamel Miguel Nahas; dia 13, aos 71 anos, o de-sembargador aposentado do TJ-PR, Paulo Ro-berto Accioly da Costa; e o procurador do Iperj,João Carvalho Sayão; dia 17, aos 93 anos, o de-sembargador aposentado do TJ-PB, Arthur Virgiliode Moura; dia 18, o desembargador Alberto Mari-no Junior; dia 19, em São Paulo, aos 30 anos, a ad-vogada Vanessa Nespoli, em acidente em buffet in-fantil; dia 24, aos 77 anos, em Brasília, o juristaLeon Frejda Szklarowsky; ; ; ; ; e aos 58 anos, no Rio deJaneiro, o juiz Manoel Alves de Santana; dia 27, oadvogado Roberto Penteado Masagão; dia 28, emSão Paulo, aos 55 anos, assassinado, o advogadoCarlos Alberto Fidalgo Tavares.

CNJ Foram aprovadas as indicações deJosé Roberto Neves Amorim, JoséLúcio Munhoz e do advogado Adil-son Gurgel para o Conselho Nacio-

nal de Justiça, biênio 2011-2013, e para oConselho Nacional do Ministério Publico(CNMP) respectivamente.

Lobo & de Rizzo AdvogadosRecebeu o prêmio “Silver Award2011”, concedido pela Internati-onal Legal Alliance Summit aosescritórios de Advocacia mais

prestigiados do mundo.

Machado Meyer no Rio de JaneiroO escritório Machado, Meyer, Sen-dacz e Opice Advogados tem novoendereço no Rio de Janeiro desde11 de julho: Torre Rio Sul ( Rua

Lauro Müller nº 116, 17º ), Botafogo,CEP22.290-160.

ProcuradoriaA sabatina do procurador-geralda Republica, Roberto Gurgel,pela Comissão de Justiça do Se-nado, que deverá ser reconduzi-

do para um segundo mandato pela presiden-te Dilma Roussef, deve acontecer só estemês. Inicialmente, a sabatina estava previs-ta para o dias 22 de julho, quando terminouo primeiro mandato.

Procuradoria JudicialEstão abertas até o dia 16 as ins-crições, só pelo site pge.sp.gov.br,para o concurso de estagiários daProcuradoria Judicial de São Pau-

lo. Poderão participar estudantes de Di-reito em faculdade oficial ou reconhecida,que estejam no 4º (7º ou 8º semestres)ou 5º (9º ou 10º semestres) anos em2011. O estágio terá carga horária de 20horas semanais e duração máxima dedois anos. A bolsa é de R$ 700,00 maisR$ 6,00 de auxílio transporte por diatrabalhado. A prova será dia 19, das 14às 16 horas, no auditório do Centro deEstudos da Procuradoria Geral do Esta-do (Rua Pamplona, nº 227, 3º andar,Bela Vista, São Paulo). Informaçõespelo telefone (0xx11) 3372-6497 ouem pge.sp.gov.br

RevistaA Malhei-ros Edito-res está lan-çando os

n°s 54 e 55 da “Re-vista Trimestral deDireito Público”, ór-gão do Instituto de Direito AdministrativoPaulista (Idap). Apresentam doutrina, pare-ceres, estudos e comentários, jurisprudênciaselecionada. Informações pelos telefones(0xx11) 3289-0811 e 3078-7205.

Revista Superior de JustiçaA Escola Superior deJustiça, em parceriacom a Editora Leud,está lançando o pri-

meiro volume da Revista Superi-or de Justiça, com temas relacio-nados à Filosofia e ao Direito. Asedições contemplarão alternadas áreas doDireito, entre elas a Criminologia, DireitoPenal, Civil, Empresarial, Administrativo,Constitucional, Trabalhista, Comercial, Tri-butário e Família.

Segurança PúblicaO Ministério da Justiça estabe-leceu, dia 6 de julho, em Portu-gal, parceria com a Universida-de de Lisboa para desenvolvi-

mento de pesquisas sobre segurança pú-blica. O acordo foi assinado pelo diretor-geral do Departamento Penitenciário Na-cional, Augusto Rossini, durante o 1ºCongresso Internacional de SegurançaPública e Privada.

STJFo i ad i ada , t ambém, pa raeste mês a sabatina para es-colha de dois indicados paraministros do STJ. Foi conce-

dida vista coletiva à mensagem presi-dencial com a indicação dos desembar-gadores Marco Aurélio Belizze Olivei-ra e Marco Aurélio Gastaldo Buzzi pa-ra o tribunal.

Prêmio Innovare —Prêmio Innovare —Prêmio Innovare —Prêmio Innovare —Prêmio Innovare — O Prêmio Innovare/2011 recebeu este ano mais de 370 inscri-ções. O resultado será divulgado em dezem-bro, em Brasília.

Remanejamentos —Remanejamentos —Remanejamentos —Remanejamentos —Remanejamentos — O ministro Fran-cisco Falcão assumiu a direção da revistado STJ no lugar do recém-aposentadoHamilton Carvalhido. O ministro JoãoOtávio de Noronha, escolhido para apresidência da Turma Nacional de Unifi-cação e direção do Centro de EstudosJudiciário, passa, também, a ocupar avaga de corregedor-geral do Conselho deJustiça Federal (CJF) deixada por Fal-cão. Os ministros Teori Zavascki e Cas-tro Meira são os novos membros efeti-vos do CJF.

TSTNovas Varas —Novas Varas —Novas Varas —Novas Varas —Novas Varas — A Comissão deConstituição, Justiça e Cidada-nia do Senado aprovou três pro-jetos do TST que criam 24 Va-

ras do Trabalho, que serão distribuídasentre a 6ª, 18ª e 20ª Região, respectiva-mente PE, GO e SE. O TRT-23 (MS) tam-bém ganhou mais cinco Varas: CampoNovo dos Parecis, Juara, Sinop, Tangaráda Serra e Várzea Grande.B

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16AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Horizontais Verticais

1) Política; 2) RR; Ri; Local; 3) Onerar;Nona; 4) CA; IR: Adido; 5) Ur; Tarde; 6)Pá; IA; ADN; 7) Aterro; Proa; 8) Ar;Cam; 9) Inutilizado.

1) Procura; 2) Ornar; Tan; 3) Peru: 4)Irritar; 5) Tiara; Rei: 6) Rio: 7) CL; ADA;CI; 8) Aonde; Paz; 9) Cói; Arma; 10)Bandido; 11) Lao; Nato.B

Soluções das Cruzadas

EXAME DE ORDEM

redução do número dequestões, de 100 para80, no primeiro Examede Ordem Unificado de2011 promovido pelaFGV no dia 17 de julho

levou boa parte dos candidatos à euforia. Oclima de “já passei” era visível em algunsbacharéis que realizaram a prova objetiva noprédio da Universidade Mackenzie em SãoPaulo. Valter José Santos Cunha, formadopela Faculdade Taboão da Serra, disse estarmais aliviado com a diminuição das questões.Para ele, a prova foi “bem mais fácil e me-nos cansativa”. A veterana Alessandra Con-ceição Lopes, formada pela Unip (que sesubmeteu ao Exame pela décima vez), disseque apesar das questões complexas foi pos-sível realizar a prova em menos tempo.Nanci Heidrich Silva, que fez a prova pelaquarta vez, classificou o grau de dificuldadecomo “intermediário” e aprovou a reduçãodas questões. Já o bacharel pela Uninove,Tiago Donizete, considerou a prova “bemmais fácil que as anteriores”, embora o graude dificuldade “permaneça”. Pelo menos

Redução de questões entusiasma candidatosProva prática será dia 21; 90 faculdades não aprovaram ninguém no último Exame de 2010Prova prática será dia 21; 90 faculdades não aprovaram ninguém no último Exame de 2010Prova prática será dia 21; 90 faculdades não aprovaram ninguém no último Exame de 2010Prova prática será dia 21; 90 faculdades não aprovaram ninguém no último Exame de 2010Prova prática será dia 21; 90 faculdades não aprovaram ninguém no último Exame de 2010

60% dos candidatos tiveram opiniãoidêntica.

Outros 30%, mais cautelosos, preferi-ram não fazer prognósticos quanto à possi-bilidade de aprovação. Eduardo Di Lácio,bacharel pela Universidade Mogi das Cru-zes, disse que o fato de a prova ter sido ela-borada com 80 questões não muda as proba-bilidades de ser reprovado. “A situação con-tinua inalterada, pois os organizadores exi-gem pelo menos 50% de acertos na prova”,alertou. Para Débora Cristina Oliveira, estu-dante do último ano de Direito da Uninove, onúmero de questões não interferiu no de-sempenho. “Parece que a prova foi simplifi-cada, mas na realidade as questões forammais extensas, os enunciados longos e asrespostas quase idênticas”, afirmou. Os10% restantes classificaram a prova comocomplexa e cansativa.

O primeiro Exame de Ordem Unificadode 2011 contou com mais de 120 mil inscri-tos, sendo 27.630 no Estado de São Paulo e9.970 na Capital. O resultado da primeirafase deve sair no dia 8 e a prova prático-profissional está marcada para o dia 21.B

Recorde em reproRecorde em reproRecorde em reproRecorde em reproRecorde em reprovaçãovaçãovaçãovaçãovação

O Exame de Ordem tornou-se totalmenteunificado a partir do último exame de 2009,com a adesão do Estado de Minas Gerais,época em que 83.524 candidatos se inscre-veram em todo o País. O índice de aprovaçãofoi de 16,50%. A partir daí, aumentou-se onúmero de examinandos, mas o percentualde aprovados foi inversamente proporcional.O mapa de desempenho dos candidatos em2010 mostra que na primeira edição95.764 bacharéis se inscreveram, sendoaprovados 14,03%; o segundo exame teve106.825 candidatos e apenas 13,43% habi-litados; e o terceiro contou com 106.825inscrições e 12% de aprovação.

O Conselho Federal da OAB, que continuaatribuindo o baixo desempenho à má quali-dade de ensino nas universidades, divulgouuma lista com nomes de 90 instituições quenão tiveram um aluno sequer aprovado noúltimo exame, de 2010: Faculdade Raimun-do Marinho (AL); Faculdade de Macapá eInstituto de Ensino e Cultura do Amapá(AP); Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira,Faculdade de Tecnologia Empresarial, Fa-culdade do Sul e Faculdade Maurício deNassau de Salvador, Faculdade Metropoli-tana de Camaçari; Faculdade Nobre de Fei-ra de Santana, Faculdade São Salvador, Fa-culdade São Tomaz de Aquino, FaculdadeSocial da Bahia e Instituto Salvador de Ensi-no e Cultura (BA); Faculdade Luciano Fei-jão e Instituto Ceará de Ensino e Cultura(CE); Faculdade de Administração EscolaSuperior Professor Paulo Martins e Facul-dade Fortium e Faculdades Integradas Uni-cesp (DF); Faculdade de Castelo, Faculdadede Direito de Guarapari, Faculdade do Espí-rito Santo, Faculdades Integradas NorteCapixaba, Instituto de Ensino Superior eFormação Avançada de Vitória e InstitutoVitória de Ensino e Cultura; Faculdade Betel

A

de Goianésia, Faculdade de Caldas Novas eFaculdade Raízes; Faculdade São José(MA); Faculdade da Cidade de Santa Luzia,Faculdade de Ciências Gerenciais Alves For-tes, Faculdade de Ciências Sociais Aplicadasde Extrema, Faculdade de Minas-BH, Facul-dade de Talentos Humanos, Faculdade Pitá-goras de Betim, Faculdade São Francisco dePiumhi, Instituto de Ensino Superior JoãoAlfredo de Andrade, e Instituto Superior deEducação do Alto São Francisco (MG); Fa-culdades Integradas de Paranaíba, InstitutoCampo Grande de Ensino Superior e Institu-to Mato Grosso do Sul de Educação e Cultu-ra (MS); Faculdade de Ciências Sociais eHumanas Sobral Pinto e Faculdade Para ODesenvolvimento do Estado e do PantanalMato-Grossense (MT); Escola SuperiorMadre Celeste (PA) e Instituto de EnsinoSuperior do Pará (PA); Faculdade Potiguarda Paraíba e Faculdade Reinaldo Ramos(PB); Faculdade de Ciências Humanas eSociais de Igarassu e Focca - Faculdade deOlinda (PE); Christus Faculdade do Piauí,Faculdade de Tecnologia do Piauí e Institu-to de Educação Superior Raimundo Sá(PI); Faculdade Arthur Thomas, Faculdadede Ensino Superior de Marechal CândidoRondon, Faculdade de Ensino Superior DomBosco, Faculdade de Pato Branco, Faculda-des Integradas do Vale do Ivaí, FaculdadeNacional de Educação e Ensino Superior doParaná, Instituto de Ciências Sociais do Pa-raná, Instituto de Ensino e Cultura do Para-ná, Instituto de Ensino Superior de Foz doIguaçu, e Instituto Foz do Iguaçu de Ensinoe Cultura (PR); Faculdade Gama e Souza,Faculdade Paraíso e Faculdade São José(RJ); Faculdade de Ciências, Cultura e Ex-tensão do Rio Grande do Norte e InstitutoNatalense de Ensino e Cultura (RN); Facul-dade Palotina (RS); Centro de Educação

Superior de Blumenau e Faculdade Expo-nencial (SC); Instituto Sergipe de EnsinoSuperior (SE); Centro Universitário Barãode Mauá, Centro Universitário Central Pau-lista, Faculdade Anhaguera de Jundiaí, Fa-culdade Anhanguera de Osasco, FaculdadeBertioga, Faculdade Campo Limpo Paulista,Faculdade Carlos Drummond de Andrade,Faculdade Cidade Luz, Faculdade da Aldeiade Carapicuíba, Faculdade de Americana,Faculdade de Presidente Prudente, Facul-dade do Guarujá, Faculdade Iteana de Ibi-tinga, Faculdade Politécnica de Campinas,Faculdade Savonitti, Faculdade Unidade deSuzano e União das Escolas do Grupo Faimide Educação (SP); Faculdade Serra do Car-mo, Instituto Palmas de Ensino Superior eUniversidade do Tocantins (TO).

Algumas instituições, com índice de re-provação de 100%, só tiveram um candidatoinscrito no último Exame de 2010. São oscasos das Faculdades Arnaldo Horácio Fer-reira do Sul e Nobre de Feira de Santana(BA); Integradas Unicesp (DF); Exponenci-al (SC); Pitágoras de Betim e Instituto deEducação Superior do Alto São Francisco(MG), Instituto de Ensino e Cultura (PR);Universidade Tocantins (TO), entre outras.

O presidente nacional da Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante,afirmou que até o final do ano será divulga-do o “Selo OAB”, publicação com nomes dasinstituições de ensino que apresentaram osmelhores índices de qualidade no ensino do

Direito no País. Está sendo feito um cruza-mento dos dados do Exame Nacional de De-sempenho de Estudantes (Enade) e dos últi-mos resultados do Exame de Ordem Unifi-cado. Segundo ele, o objetivo “não é des-qualificar qualquer faculdade”.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais (Inep) suspendeu as avali-ações de renovação e reconhecimento do cur-so de Direito da PUC-SP, Faculdade Unimede Ciências Jurídicas (BA), Faculdade Divinó-polis (MG), e da Faculdade de Americana(SP), por suspeitar que dois avaliadores teri-am falsificado os diplomas de mestrado edoutorado em Direito. Ambos trabalhavamna Faculdade Paraíso (FAP), e em São Gon-çalo (RJ). O título de mestre é uma das exi-gências do Inep para o exercício da função.

A professora Cláudia Griboski, diretorade avaliação da Educação Superior, disseque “os dirigentes das instituições foramcomunicados da impugnação dos processose que receberão nova avaliação in loco, noinício do segundo semestre letivo”. Segun-do ela, a denúncia foi feita por um docenteda Faculdade Paraíso, em junho. Disse quea universidade expedidora dos diplomas semanifestou informando que os docentesnunca foram alunos da pós-graduação(mestrado e doutorado). “O Inep tomou asprovidências para a exclusão dos docentes(do sistema) e para a realização da novaavaliação, visando evitar qualquer prejuízoàs instituições”, finalizou.B

Selo de qualidade

Cancelada avaliação de quatro cursos

Augusto Canuto/Arquivo

Os bacharéis consideraram a prova mais fácil do que as anteriores

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DIREITO PENAL -2

Lei 11.340, conheci-da como “Lei Mariada Penha” completacinco anos. Sancio-nada pelo então pre-sidente Lula em 7

de agosto de 2006, a norma criou me-canismos com objetivo de coibir a vio-lência doméstica contra a mulher. Ape-sar dos avanços, os casos de agres-sões persistem em todo o País. Umapesquisa recente da Fundação PerseuAbramo (em parceria com o Sesc),mostra que, a cada dois minutos, cincomulheres são agredidas no Brasil. Foiconstatado que em um ano, de feve-reiro de 2010 a fevereiro de 2011, 1,3milhão de mulheres sofreram algumtipo de agressão. Dos 1.181 homensentrevistados, 8% disseram ter agre-dido a companheira, e 15% dessesafirmaram que bateriam novamente.

Já o “Mapa da Violência” de autoriade Julio Jacobo Waiselfisz, diretor doInstituto Sangari, e publicado em maiode 2011, apurou que a cada duas ho-ras uma mulher é assassinada no País.Os principais agressores são parceiros,ex-parceiros ou homens que foramrejeitados por elas. Um estudo enco-mendado pelo Instituto Avon à Ipsos(empresa de pesquisa e marketing)revelou que dos 1.800 entrevistados,59% conhecem uma mulher que jásofreu violência em casa; 27% dasmulheres pesquisadas disseram tersofrido agressões e apenas 15% ad-mitiram ter agredido.

Onde estão as falhas: no silênciodas vítimas, na omissão da polícia ouna elasticidade da aplicação da lei? A“Lei Maria da Penha” talvez “custe apegar” totalmente, em uma sociedadecom resquícios do machismo e da au-toridade patriarcal. O ciclo da violência(onde o patrão xinga o empregado,que chega em casa e bate na mulher;a agredida surra o filho, e a criançachuta o cachorro que morde o própriorabo), ainda persiste nos lares emque a figura masculina é a provedora,e a feminina é dependente, e por issodeve ser obediente.

Embora rigorosa, a “Lei Maria daPenha” deixa algumas brechas quebeneficiam o agressor. O artigo 16,por exemplo, permite que a vítima re-

“Lei Maria da Penha”: cinco anos, mas aviolência contra a mulher continua

tire a queixa, bastando pedir a retra-tação em juízo da representação feitacontra o companheiro. O artigo dispõeque, nas ações penais públicas, condi-cionadas à representação da ofendida,“só será admitida a renúncia à repre-sentação perante o juiz, em audiênciaespecialmente designada com tal fina-lidade, antes do recebimento da de-núncia e ouvido o Ministério Público”.

Maria da Penha Maia Fernandes(que inspirou a lei e ficou paraplégicaem função de violência doméstica),ressalta que “não deveria haver a pos-sibilidade de a mulher desistir daação”. Segundo ela, “o casal pode atéquerer se reconciliar, mas o Estadotem obrigação de proteger a mulherque foi procurar ajuda”, e explica, que“quando uma mulher chega a umadelegacia já está sofrendo violênciadoméstica e já acreditou nas promes-sas do agressor que, por inúmerasvezes, pediu perdão e prometeu quenão a agrediria mais”. De acordo coma bioquímica, “essa mulher já viven-ciou por diversas vezes o ciclo da vio-lência doméstica, e o Estado tem decumprir o papel, que é o de penalizara quem cometeu um crime”.

Quem é MariaQuem é MariaQuem é MariaQuem é MariaQuem é Mariada Penhada Penhada Penhada Penhada Penha

A farmacêutica e bio-química Maria da PenhaMaia Fernandes, naturalde Fortaleza (CE), co-nheceu o professor uni-versitário Marco AntonioHeredia Viveiros duranteo curso de mestrado naUSP em 1975, e ficou ca-sada com ele durantesete anos. Vítima de vio-lência tentou várias ve-zes a separação, que erarechaçada com agressi-vidade e ameaças. Em1983, ele tentou matá-laduas vezes. Na primeira,atirou enquanto ela dor-mia o que resultou naparaplegia. Na segunda,tentou eletrocutá-la. “Naépoca não existia delega-cia especializada ou equi-pamento social para meapoiar ou acolher. A pri-meira delegacia da mu-lher só foi inaugurada em

São Paulo em 1985 e em Fortaleza em1986”, recorda.

Foi mantida em cárcere privado,depois de ter ficado quatro meses in-ternada em hospital. O professor nãopermitia que ela recebesse visitas nemmesmo dos parentes, mas com ajudada família conseguiu autorização judi-cial para sair de casa. Desde então, osdois se encontravam apenas nos tri-bunais. Oito anos depois ele foi conde-nado a 11 anos de prisão, mas saiu dofórum em liberdade, em função do re-curso da defesa. Em 1994, Maria daPenha escreveu o livro Sobrevivi. Pos-so Contar, onde relatou toda a “viacrucis” que passou. Em 1997, Herediafoi novamente a julgado, e mais umavez ficou em liberdade em função dorecurso.

O fato chegou à Comissão Intera-mericana dos Direitos Humanos daOrganização dos Estados Americanos.A bioquímica lembrou que a denúnciaresultou na “condenação” do Brasilpelo Comitê Interamericano da OEAque elaborou nove recomendações,uma delas obrigando o País a elaborarleis mais rígidas de proteção às mu-lheres vítimas de violência doméstica,

e punição aos agressores. Assim sur-giu a Lei 11.340/2006, aprovada, porunanimidade, pelo Congresso e sanci-onada pelo então presidente LuizInácio Lula da Silva, que a batizou de“Lei Maria da Penha”. Foi uma re-paração simbólica do País à mulherque lutou 19 anos e seis mesespara punir o agressor. Atualmente,ela preside o Instituto Maria da Pe-nha (IMP) e viaja pelo Brasil fazen-do palestras e divulgando a lei quetem o nome dela.

Políticas públicasPolíticas públicasPolíticas públicasPolíticas públicasPolíticas públicasA Secretaria de Políticas para as

Mulheres, órgão subordinado ao go-verno federal, divulgou no mês passa-do (durante encontro com as gestorasestaduais do “Pacto Nacional peloEnfrentamento à Violência contra aMulher”) os dados mais recentes so-bre a rede de serviços de atendimentoà mulher. Segundo a subsecretáriaAparecida Gonçalves, houve um inves-timento de R$ 73,9 milhões na cons-trução, reforma e reaparelhamentodos serviços. Nos últimos quatro anosaumentou de 110 para 190 os Centrosde Referência; de 53 para 72 as CasasAbrigo; de 338 para 466 as DelegaciasEspecializadas de Atendimento à Mu-lher; de 47 para 93 os Juizados e asVaras adaptadas. Foram criadas 57Defensorias especializadas; 21 Promo-torias especializadas; 12 Serviços deResponsabilização e Educação doAgressor e 21 “Promotorias-Núcleosde Gênero” no Ministério Público.

De acordo com Aparecida, houvecapacitação das equipes que atuam narede de enfrentamento à violência con-tra a mulher. Afirmou que, nesse perí-odo, 41.980 profissionais vinculados àrede participaram de algum tipo deformação: além de outras 529.710pessoas ligadas à segurança pública;2.017 técnicos e gestores do serviçomunicipal de saúde; 7.864 psicólogos,assistentes sociais e advogados dosCentros de Referencia e AssistênciaSocial (Cras) e dos Centros de Refe-rência Especializados de AssistênciaSocial (Creas). A subsecretária ressal-tou que o resultado foi positivo, já queMinistérios como o da Justiça e daSaúde “alocaram recursos específicospara o enfrentamento à violência noPlano Plurianual 2012-2016”.B

ARAQUEL SANTOS

Maria da Penha Maia Fernandes, que inspirou a lei

Divulgação

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“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorreao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”

Contra o sigilo eternoContra o sigilo eterno

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS ANO 16 - Nº 196

AGOSTO DE 2011

PIERPAOLO CRUZ BOTTINI

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

EUNICE NUNES, especial para o "Tribuna"

dvogado criminalistae professor de Direi-to Penal da Faculda-de de Direito da Uni-versidade de São Pau-lo (Fadusp), Pierpaolo

Cruz Bottini, foi, aos 29 anos, secretá-rio de Reforma do Judiciário do Minis-tério da Justiça no primeiro governoLula, quando foi aprovada a EmendaConstitucional 45 e mais um pacote de26 projetos de lei que alteraram a le-gislação processual. Atualmente, é di-retor da seção brasileira da Associa-ção Internacional de Direito Penal emembro da Comissão Julgadora do“Prêmio Innovare”. Já integrou tam-

bém o Conselho Nacional de PolíticaCriminal e Penitenciária e é autor delivros na área de Direito Penal comoCrimes de Perigo Abstrato e Princípioda Precaução na Sociedade de Risco eco-autor e coordenador das obras Re-forma do Judiciário e Nova Execuçãode Títulos Judiciais.

Bottini declara-se contra o sigiloeterno e defende a abertura de todosos arquivos do Estado, ainda que, porrazões de segurança nacional, se man-tenham um determinado tempo emsegredo. Considera perigoso as gera-ções mais novas não saberem exata-mente o que se passou no período daditadura militar, “porque isso faz com

que volte um discurso conservador,moralizante e desmoralizador”.

Sobre a Lei da Ficha Limpa, classi-fica-a de paternalista, “porque, no fun-do, significa dizer que as pessoas nãopodem votar neste ou naquele candi-dato e é preciso que cada um decidapor si em quem quer votar”. “Se o su-jeito foi condenado, é preciso criar pro-gramas que façam essa informaçãochegar aos eleitores. Agora, dizer quenão pode votar naquele candidato,não”, diz.

Considera a nova Lei das Cautela-res, “madura”, que foi bem debatida edemorou quase 11 anos para ser apro-vada. “Dá mais instrumentos ao juiz

para colocar ordem no processo penal.Quer dizer, quando alguém começa atumultuar o processo penal, por exem-plo, quando o réu começa a ameaçartestemunha, queimar prova, nessemomento o juiz precisa assegurar aordem no processo penal e pode daruma cautelar. Até então o juiz tinhaduas possibilidades: ou dava uma pri-são preventiva ou não fazia nada. Coma nova lei, o juiz tem uma série de op-ções: prisão domiciliar, monitoramen-to eletrônico, proibição de frequentardeterminados lugares etc. Dá ao juizmais meios, sem precisar usar semprea medida mais agressiva, que é a pri-são”, explica.

Fotos Augusto Canuto

A

“Se o sujeito foi condenado, é preciso que essa informação chegue aos eleitores”

“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorre“Um em cada dez habitantes no Brasil recorreao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”ao Judiciário para resolver conflitos”

Tribuna do Direito — Passa-Tribuna do Direito — Passa-Tribuna do Direito — Passa-Tribuna do Direito — Passa-Tribuna do Direito — Passa-dos quase cinco anos da passa-dos quase cinco anos da passa-dos quase cinco anos da passa-dos quase cinco anos da passa-dos quase cinco anos da passa-gem pela Secretaria de Reformagem pela Secretaria de Reformagem pela Secretaria de Reformagem pela Secretaria de Reformagem pela Secretaria de Reformado Judiciário, qual o balanço quedo Judiciário, qual o balanço quedo Judiciário, qual o balanço quedo Judiciário, qual o balanço quedo Judiciário, qual o balanço queo senhor faz? A reforma empre-o senhor faz? A reforma empre-o senhor faz? A reforma empre-o senhor faz? A reforma empre-o senhor faz? A reforma empre-endida está dando certo?endida está dando certo?endida está dando certo?endida está dando certo?endida está dando certo?

Pierpaolo Cruz Bottini —Pierpaolo Cruz Bottini —Pierpaolo Cruz Bottini —Pierpaolo Cruz Bottini —Pierpaolo Cruz Bottini — A ideiaera, primeiramente, atacar a morosi-dade do Judiciário. Vendo as estatísti-cas da época, verificamos que não erapor falta de juiz, nem por falta de es-trutura, tampouco porque os juízes fos-sem desidiosos. Não, eles têm umaprodução bastante boa, em média,de quatro sentenças por dia. Se nãome engano, tinha-se sete ou oito juí-zes para cada 100 mil habitantes egastava-se 3,5% do orçamento pú-blico com o sistema judicial, gastoque se equiparava aos dos países de-senvolvidos. Se havia juízes e elesjulgavam, e se havia dinheiro, o pro-blema era o número de litígios: umem cada dez habitantes no Brasilrecorre ao Judiciário para resolverconflitos. Em São Paulo, essa razãoé menor ainda, de um em cada cincohabitantes.

TD—O Estado contribui bas-TD—O Estado contribui bas-TD—O Estado contribui bas-TD—O Estado contribui bas-TD—O Estado contribui bas-tante para esse quadro, já que étante para esse quadro, já que étante para esse quadro, já que étante para esse quadro, já que étante para esse quadro, já que éconsiderado o maior litigante deconsiderado o maior litigante deconsiderado o maior litigante deconsiderado o maior litigante deconsiderado o maior litigante detodos?todos?todos?todos?todos?

Bottini —Bottini —Bottini —Bottini —Bottini — Sim. O Poder Público,seja como autor, seja como réu, é oque mais usa o Judiciário. Grandes con-cessionárias de serviços públicos tam-

bém. Outro problema, alémde entrar coisa demais no Ju-diciário, é que demora muitopara sair, porque se tem umproblema de gestão sério.Uma saída era tentar diminuira litigiosidade. Como? A sú-mula vinculante adquiriu im-portância, embora o Minis-tério da Justiça fosse con-tra ela no início. A repercus-são geral do recurso extra-ordinário também era algoque poderia contribuir paradiminuir a litigiosidade. Ten-tar reformar o processo paraincentivar o uso do proces-so coletivo e tentar combi-nar com a AGU (AdvocaciaGeral da União) e outros ór-gãos de litigância judicial doEstado medidas para baixara litigiosidade. Não é umaquestão simples, porque

não dá para o Estado simplesmenteparar de recorrer nas ações em queele é parte, sob pena de gerar umacrise fiscal.

A

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AGOSTO DE 20112TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuaise, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”

“Estatisticamente, no STF e no STJ o número de processos caiu muito, cerca de 60%”

TD — Há casos em que o Es-TD — Há casos em que o Es-TD — Há casos em que o Es-TD — Há casos em que o Es-TD — Há casos em que o Es-tado já sabe que vai perder, quetado já sabe que vai perder, quetado já sabe que vai perder, quetado já sabe que vai perder, quetado já sabe que vai perder, quejá há jurisprudência consolidada,já há jurisprudência consolidada,já há jurisprudência consolidada,já há jurisprudência consolidada,já há jurisprudência consolidada,então para quê gastar tempo, di-então para quê gastar tempo, di-então para quê gastar tempo, di-então para quê gastar tempo, di-então para quê gastar tempo, di-nheiro e recursos humanos?nheiro e recursos humanos?nheiro e recursos humanos?nheiro e recursos humanos?nheiro e recursos humanos?

Bottini —Bottini —Bottini —Bottini —Bottini — O grande problema éque ainda havia muitos esqueletos,que, felizmente, já estão sendo re-solvidos. Um grande esqueleto, mes-mo que já tenha consolidado a juris-prudência, se o Estado pára de re-correr e começa a pagar tudo o quedeve de uma vez, gera uma enormecrise. Essa hipótese foi descartada.Começou-se a pensar em outros jei-tos. Um deles foi identificar casos quegeraram um número muito grande deprocessos, mas não tinham um gran-de impacto fiscal. Montou-se um gru-po que congregava, além da Secre-taria, a Justiça Federal e o INSS, quechamamos de GTPrev, cujo objetivofoi achar esses processos e tentarresolvê-los. Achou-se nove tipos deações que envolviam muita gente,não exigiam um grande desembolsopor parte do Estado e faziam muitadiferença na vida das pessoas. A Ad-vocacia Geral da União (AGU) concor-dou e baixou uma súmula adminis-trativa que determinava não recor-rer naqueles casos. Creio que comessa medida conseguiu-se encerraralgo em torno de 300 mil processos.

TD — Voltando à reforma doTD — Voltando à reforma doTD — Voltando à reforma doTD — Voltando à reforma doTD — Voltando à reforma doJudiciário...Judiciário...Judiciário...Judiciário...Judiciário...

Bottini —Bottini —Bottini —Bottini —Bottini — Sim, queria-se redu-zir a litigiosidade. Essas medidas sim-ples deram alguns bons resultadosnesse sentido. Fez-se a reforma cons-titucional e a reforma processual(esta contou com 26 projetos de lei),ambas com o objetivo de diminuir onúmero de processos. Depois, que-ria-se fazer uma reforma no proces-so mesmo para diminuir o tempo detramitação dos processos. Naquelemomento, precisou-se refletir, pois,em geral, quando se pensa em refor-mar o processo para andar mais rá-pido, a solução imediata é cortar onúmero de recursos. Mas essa é umasolução que, primeiro, gera uma cri-se institucional, segundo, é inútil. Porquê? Porque qualquer recurso queseja cortado vai virar mandado de se-gurança, logo, não se corta recursonenhum. O que se decidiu foi simpli-ficar os atos processuais e, principal-mente no processo civil, onerar o re-curso. O sujeito que quer recorrer cor-re um risco, porque se perder vai-lhecustar mais caro. E, por fim, havia oproblema da gestão, que exigia a mo-dernização do Judiciário. Esse era umponto fundamental que era chamadode reforma silenciosa do Judiciário,

porque, às vezes, uma simples alte-ração de procedimento tem mais efei-to do que uma emenda constitucio-nal. Um exemplo para mim impac-tante, foi a penhora on-line. A pe-nhora on-line foi ideia de um funcio-nário do Banco Central, cujo nomeera João Goulart, que era quem re-cebia do Judiciário os pedidos de pe-nhora das contas dos devedores. Oprocesso era todo manual, em pa-pel, e demorava uns seis meses. Elesugeriu fazer tudo por e-mail. To-dos concordaram, e surgiu o Bacen-Jud. O que demorava seis mesespassou a demorar 24 horas. E nãoprecisou mudar uma lei. Percebeu-se que o importante era começar aidentificar essas boas práticas e pas-sar a reproduzi-las. Foi quando sur-giu a idéia do “Prêmio Innovare”. Foiassim que surgiu também a penhoraon-line de veículos e começou a serdesenvolvida a penhora on-line deimóveis.

TD — Quais foram ou estãoTD — Quais foram ou estãoTD — Quais foram ou estãoTD — Quais foram ou estãoTD — Quais foram ou estãosendo os resultados?sendo os resultados?sendo os resultados?sendo os resultados?sendo os resultados?

Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Estatisticamente, noSTF e no STJ o número de proces-sos caiu muito, cerca de 60%, resul-tado da súmula vinculante, da reper-cussão geral, da vedação dos recur-sos repetitivos, medidas que tiverammuito impacto. Onde não se conse-guiu muita melhora foi no primeiroe segundo graus. Alguma coisa nãofuncionou e é preciso estudar me-lhor, com mais calma. A reforma le-gislativa foi importante. Tem-se umprocesso de execução civil mais rá-pido. Tem-se um processo penalmais rápido também. No júri, o casoPimenta Neves, por exemplo, hoje,não demoraria todo o tempo que de-morou. Alguns conseguiu-se desa-tar, mas ainda se tem excesso delitigiosidade que não se consegue re-solver no primeiro e segundo graus,tanto na Justiça Federal quanto naestadual. Tem-se problemas com aexecução fiscal. Embora tenha-seimplementado algumas medidas im-portantes, o impacto não foi tão sig-nificativo quanto nos tribunais supe-riores. O processo de reforma temde avaliar com mais cuidado a pri-meira e a segunda instâncias. En-tender, por exemplo, por que os Jui-zados Especiais estão cada vez de-morando mais.

“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuais“O que se decidiu foi simplificar os atos processuaise, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”e, principalmente no processo civil, onerar o recurso”

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3AGOSTO DE 2011

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessagrande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”

“É que se tem uma cultura de litigância. E não são só os advogados”

TD — Por que estão “entupi-TD — Por que estão “entupi-TD — Por que estão “entupi-TD — Por que estão “entupi-TD — Por que estão “entupi-dos”. Há cada vez mais pessoasdos”. Há cada vez mais pessoasdos”. Há cada vez mais pessoasdos”. Há cada vez mais pessoasdos”. Há cada vez mais pessoasrecorrendo a eles.recorrendo a eles.recorrendo a eles.recorrendo a eles.recorrendo a eles.

Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — É um problema do Ju-diciário ou é um problema das agênci-as reguladoras? Estão “entupidos” doquê? São problemas, em sua maioria,de telefonia, de planos de saúde, defornecimento de energia elétrica. Nãoé nenhuma crítica a uma agência re-guladora especifica, mas há, por exem-plo, toneladas de reclamações de em-presas de telefonia. É preciso repen-sar esse modelo de regulação, porqueisso é tudo concessão de serviço públi-co. Talvez haja um problema de estru-turação dessas agências e o resultadorecai sobre o Judiciário. Uma Anatelprecisava olhar para os Juizados Es-peciais e tentar entender porque é queo maior número de reclamações é detelefonia. É mais um problema de re-gulação econômica, cuja consequênciaé um caos Judiciário. Se o setor for bemregulamentado, se as questões queestão levando as pessoas ao Judiciárioforem resolvidas, diminui brutalmenteo número de processos judiciais. Quan-do o INSS reconhece um direito, mi-lhares de ações deixam de existir, de-safogando a Justiça. A redução dessalitigiosidade não passa por uma refor-ma processual do Judiciário, passa por

“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessa“É preciso procurar descobrir a origem dessagrande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”grande litigiosidade e trabalhar para reduzi-la”

uma reforma de outros setores. É pre-ciso olhar cada vez mais essa relaçãoentre Judiciário e economia, porque ofuncionamento do sistema econômicoimpacta o sistema judicial.

TD — Os esqueletos dos pla-TD — Os esqueletos dos pla-TD — Os esqueletos dos pla-TD — Os esqueletos dos pla-TD — Os esqueletos dos pla-

nos econômicos da década de 90nos econômicos da década de 90nos econômicos da década de 90nos econômicos da década de 90nos econômicos da década de 90comprovam essa tese.comprovam essa tese.comprovam essa tese.comprovam essa tese.comprovam essa tese.

Bottini —Bottini —Bottini —Bottini —Bottini — Exatamente. Se se co-meçar a preocupar com essa parte, seavançará na solução da crise judicial,porque parte dela não tem relação como funcionamento do Judiciário nem com

o sistema processual. É preciso procu-rar descobrir a origem dessa grandelitigiosidade e trabalhar para reduzi-la,até para dar espaço para outros tiposde demandas.

TD — E outros meios de solu-TD — E outros meios de solu-TD — E outros meios de solu-TD — E outros meios de solu-TD — E outros meios de solu-ção de conflitos, como mediação,ção de conflitos, como mediação,ção de conflitos, como mediação,ção de conflitos, como mediação,ção de conflitos, como mediação,conciliação e arbitragem?conciliação e arbitragem?conciliação e arbitragem?conciliação e arbitragem?conciliação e arbitragem?

Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Quando me refiro aacesso à Justiça não me refiro só aoJudiciário, mas em acesso a qualquermeio legítimo de solução de conflitos.Um líder comunitário pode, por exem-plo, fazer mediação, que não tem pro-blema nenhum. A Defensoria Públicapode fazer. Esses meios extrajudi-ciais de solução de conflitos são fun-damentais. É preciso desenvolvê-los. É que se tem uma cultura de li-tigância. E não são só os advoga-dos. A sociedade toda. Há um proje-to de lei sobre mediação na Câmarados Deputados muito interessante,que prevê que toda a ação cível an-tes de ir para um juiz passe por ummediador, que tem 90 dias para ten-tar uma mediação. Se não conseguir,vai tramitar normalmente no Judici-ário. Fizeram isso na Argentina e oíndice de solução das controvérsiasfoi altíssimo. É uma forma de reduziro excesso de litigiosidade.

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AGOSTO DE 20114TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar oprocesso físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar o“Não adianta só transformar oprocesso físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”processo físico em eletrônico”

TD — Qual a opinião do senhorTD — Qual a opinião do senhorTD — Qual a opinião do senhorTD — Qual a opinião do senhorTD — Qual a opinião do senhorsobre o processo eletrônico?sobre o processo eletrônico?sobre o processo eletrônico?sobre o processo eletrônico?sobre o processo eletrônico?

Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Certamente vai ajudar.Mas não adianta só transformar o pro-cesso físico em eletrônico com todosos problemas e as burocracias que eletem. A ideia é informatizar, mas tam-bém transformar os procedimentos.Diz-se que o processo demora muitotempo, mas se se medir onde é que oprocesso fica mais tempo verifica-seque não é na mesa do juiz nem na mãodos advogados ou do Ministério Públi-co. É em uma prateleira do cartório es-perando documentos, uma precató-ria, alguma coisa. O que é preciso infor-matizar, às vezes, não é nem o proces-so, mas a comunicação do Judiciário comoutros órgãos. O INSS, por exemplo,tem de estar conectado com os cartóri-os para receber certidões de óbito porvia eletrônica. O juiz tem de estar co-nectado com a Justiça Eleitoral paraque, quando for perguntado o endereçodo réu, ele tenha acesso imediato. Digi-

talizar o processo não faz tanta dife-rença, o que vai fazer diferença é con-seguir a comunicação eletrônica entreo Judiciário e os outros órgãos. Aí seterá a verdadeira reforma do Estado.

TD — O “Prêmio Innovare” temTD — O “Prêmio Innovare” temTD — O “Prêmio Innovare” temTD — O “Prêmio Innovare” temTD — O “Prêmio Innovare” temtrazido boas contribuições?trazido boas contribuições?trazido boas contribuições?trazido boas contribuições?trazido boas contribuições?

Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Sou suspeito porquesou jurado, mas tem mostrado coi-sas interessantes. As práticas quevemos são impressionantes. Lembro-me, por exemplo, de um alvará deprisão e de soltura eletrônico, que eraexpedido para todos os presídios ele-tronicamente, e era a diferença en-tre o sujeito sair em dez minutos daprisão ou em 24 horas. Para quem

está preso faz uma enorme diferen-ça. Lembro-me também de um juiza-do fluvial em Rondônia ou Roraima,em que o juiz ia de barco atender aspessoas. São pequenas práticas, masque têm uma repercussão importan-te na vida das pessoas.

TD — Qual a avaliação do se-TD — Qual a avaliação do se-TD — Qual a avaliação do se-TD — Qual a avaliação do se-TD — Qual a avaliação do se-nhor sobre a atuação do CNJ?nhor sobre a atuação do CNJ?nhor sobre a atuação do CNJ?nhor sobre a atuação do CNJ?nhor sobre a atuação do CNJ?

Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — Bottini — O CNJ está na ado-lescência, está se firmando, mas aatuação é fundamental. O CNJ trou-xe o Judiciário para o foco. Agora,sabe-se o que está acontecendo noJudiciário e todos os setores podemdiscutir o que lá se passa. E isso éinteressante, porque até à Constitui-

ção de 1988, quem é que discutia oJudiciário? Era juiz, advogado, pro-motor. Com o passar do tempo, oJudiciário foi assumindo muitas fun-ções políticas e a partir do momentoem que as pessoas passaram a verno Judiciário um formulador de polí-ticas públicas, começaram a quererdiscutir o Poder Judiciário e este, porsua vez, deparou-se com uma críticanova para ele, que é a crítica políti-ca. Antes as pessoas se manifestavamna frente do Legislativo e do Executivoe, agora, manifestam-se diante do Su-premo. Ou seja, o Judiciário virou umagente político, o que não quer dizer queas decisões sejam políticas, apenas quetêm consequências políticas, e as pes-soas perceberam isso. O Judiciário pas-sa por uma fase de transformação e oCNJ contribui para isso. O fato de eleestar chamando a atenção, de estar in-comodando alguns setores do Judiciá-rio, significa que está funcionando, por-que ele nasceu para incomodar.

paulistano PierpaoloCruz Bottini foi o pri-meiro da família a se-guir carreira jurídica.“Não há uma pessoaque tenha exercido

alguma influência, nada. Não conhe-cia nenhum advogado, nenhum juiz,nenhum promotor. A opção pelo Di-reito foi um susto, na verdade. Esta-va no 3º colegial sem saber o que fa-zer, não era nem de longe o melhoraluno da classe, apenas gostava deler, de escrever e não tinha nenhumaaptidão para Matemática nem paraFísica”, relata.

Passou no vestibular para a Facul-dade de Direito da Universidade de SãoPaulo em 1994 e o ambiente da “velhae sempre nova academia” imediatamen-te o seduziu: “Encontrei um mundo com-pletamente novo. Foi um choque, masno bom sentido. De repente, estava ládiscutindo grandes temas, totalmenteentusiasmado. Passei a ficar o dia todona escola e o envolvimento com a polí-tica estudantil foi inevitável.”

A vivência acadêmica foi de talsorte marcante que, hoje, Bottini, pro-fessor de Direito Penal na mesmaescola em que se graduou e pós-gra-duou, recomenda aos alunos que,além de assistir aulas, frequentem opátio, o Centro Acadêmico, a Acade-mia de Letras, o Coral, o grupo deteatro, enfim, aproveitem tudo o quea faculdade oferece.

O Direito Penal logo o fisgou. “Asaulas eram instigantes. O professorAntônio Luís Chaves Camargo, alémde engraçado, tinha um jeito peculiar

de dar aulas, que muitos não gosta-vam, mas que provocava o aluno e medava vontade de ir atrás, de estudar,de entender a matéria”, conta.

Ao terminar a faculdade, emboratenha pensado em montar um escritó-rio, acabou se envolvendo na campa-nha de uma candidata a deputada es-tadual, ao mesmo tempo em que es-tudava para o concurso do mestrado.Não passou, a candidata foi eleita e,em 1999, Bottini tornou-se assessorjurídico da parlamentar, ao mesmo tem-po em que abriu um pequeno escritó-rio e continuou estudando para ingres-sar no mestrado. Da segunda vez emque se candidatou foi aprovado e, em2002, obteve o título de mestre. To-mou gosto e logo engatou o doutora-do, que terminou em 2006.

Entre um e outro título, aconteceua eleição do presidente Luiz Inácio Lulada Silva, a deputada para a qual tra-balhava foi reeleita e ele foi convidadopara compor a equipe do Ministério da

Justiça. Aceitou. Fechou o pequenoescritório e foi para Brasília trabalharcom Sérgio Renault, secretário de Re-forma do Judiciário. “No começo, en-frentamos muita resistência por partedo Judiciário. Mas tivemos sorte, por-que no ano seguinte assumiu a presi-dência do Supremo Tribunal Federal oministro Nelson Jobim e do SuperiorTribunal de Justiça o ministro EdsonVidigal, ambos defensores da reforma.Também na Câmara e no Senado aconjuntura foi favorável, o que facili-tou o trabalho”, relembra.

A reforma deu-se em várias fases.Primeiro, a elaboração e aprovação daEmenda Constitucional 45, que, entreoutras coisas, criou o Conselho Nacio-nal de Justiça (CNJ). Depois, a criaçãode uma série de leis processuais paraagilizar o processo judicial. “Quando aEmenda Constitucional 45 foi aprovada,era preciso implementar as mudançaspara passar para uma segunda fase. Parafazer isso, promoveu-se o Primeiro Pac-

to Republicano para construir o CNJ eaprovar 26 projetos de lei que consti-tuíam a reforma processual”, relata.

Em 2005, sobreveio a crise do“mensalão”, Sérgio Renault foi paraa Casa Civil assessorar a então mi-nistra Dilma Roussef e Bottini foi al-çado ao posto de secretário de Re-forma do Judiciário, cuja principal mis-são foi fazer aprovar todos os proje-tos de lei de reformas processuais.

Quando terminou o primeiro man-dato do presidente Lula, Pierpaoloquis voltar a advogar. Montou umasociedade com um colega de faculda-de para atuar em Brasília e São Pau-lo. Nesse meio tempo, abriu um con-curso para professor da Faculdade deDireito da USP, ele passou e, desde2008, integra o quadro de docentes doDepartamento de Direito Penal, Cri-minologia e Medicina Forense.

Está casado com a psicóloga Lua-na desde 2005, de quem incorporouo sobrenome Cruz. “Para convencero sujeito do cartório que eu ia adotaro nome dela foi uma confusão, por-que a lei tinha acabado de ser apro-vada. Outra dificuldade foi alterar ocertificado de reservista militar”, re-vela. Nas horas vagas, Bottini gostade estar com os amigos, seja numamesa de bar, num restaurante ou derecebê-los em sua casa, ocasiões emque costuma aventurar-se na cozinha.Fora isso, lê o que lhe cai na mão –atualmente, está debruçado sobre OApanhador no Campo de Centeio. Vaiao cinema e costuma frequentar ascasas da família em Ubatuba e emCampos do Jordão. (EN)

Opção pelo Direito foi “um susto”O

Reunião de trabalho quando era secretário da Reforma do Judiciário

Álbum de Família

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ANO 16 - Nº 196

AGOSTO DE 2011

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

*Advogado em São Paulo e mestre em Direito pela PUC-SP;jurisdrops.blogspot.com

CLITO FORNACIARI JÚNIOR*

AResponsabilidade por ilícito praticado por menor

regra básica no campo daresponsabilidade civil im-plica carrear ao autor deato ilícito a responsabilida-de de reparar os danos ex-perimentados pela vítima.É expresso, nesse sentido,o artigo 927 do Código

Civil, como também o fazia o artigo 159 do códi-go antigo. Todavia, muitas vezes, essa previsãonão atende aos anseios de se ressarcir efetivamen-te a parte lesada, estabelecendo-se, então, “re-gras de reforço” dessa responsabilidade, aumen-tando com isso as possibilidades de recebimentoda indenização, como se verifica no artigo 932 doCódigo Civil, que contempla como “também res-ponsáveis” certas pessoas que não atuaram ilici-tamente, apesar de guardarem algum vínculo como praticante da ilicitude ou com o acontecimentoem si. Cria-se entre o autor do ilícito e esses ter-ceiros, a quem a responsabilidade se estende, umvínculo de solidariedade (artigo 942, parágrafoúnico, do CC), de modo a não excluir a respon-sabilização do próprio causador dos danos.

Essas hipóteses de responsabilidade de terceirosdevem ser consideradas indiretas, pois, efetivamen-te, cuida-se de responsabilidade sem culpa pelofato em si mesmo, em que pese possa existir algu-ma outra sorte de culpa em relação ao causador dosdanos. Há, ainda, quem define a situação comocaso de “presunção de culpa” (conforme Mário Ju-lio de Almeida Costa, Direito das Obrigações,Almedina, 10ª edição, 2006, nº 51.3.2, página584), transferindo a questão tão só para o âmbitoprobatório, de vez que dispensa a vítima de de-monstrar a culpa de quem é demandado para res-ponder pelo prejuízo. Tal não parece solucionar oproblema, pois, obviamente, não se dispensa olesado de provar a culpa do causador do ato ilícitopara ter, então, a possibilidade de buscar o ressar-cimento também em face do terceiro.

Entre as situações abrangidas por esse reforço deresponsabilidade está a do ilícito cometido pormenores, prevendo o inciso I do artigo 932 doCódigo Civil que “são também responsáveis pelareparação civil os pais, pelos filhos menores queestiverem sob sua autoridade e em sua companhia”.

Não foi reproduzido no código atual o quanto,antes, era ditado pelo artigo 156 do CódigoBevilaqua, que previa que o menor, relativamen-te incapaz, “equipara-se ao maior, quanto às obri-gações resultantes de atos ilícitos, em que forculpado”. Essa disposição não excluía, como co-locava Washington de Barros Monteiro, a aplica-ção da regra da responsabilidade dos pais, queantes se colocava no artigo 1.521, I (conformeCurso de Direito Civil, Saraiva, 1º volume, 8ª edi-ção, 1971, página 282). Seu objetivo era permitirfosse o próprio menor demandado, sem, contu-

do, restringir a satisfação da indenização a ele, poiso então artigo 1.521 não distinguia entre o abso-luta e o relativamente incapaz, de modo que ospais persistiam sendo, ainda, responsáveis.

Atualmente, também quanto ao menor, se prevêa responsabilidade dele próprio “se as pessoas porele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ounão dispuserem de meios suficientes” (artigo 928 doCC). Essa previsão, ao contrário do que pareceenfatizado, reforça a responsabilidade dos pais, co-locando a do menor como subsidiária, no sentido dedever arcar com o pagamento da indenização se ospais não tiverem obrigação de fazê-lo ou não pos-suírem recursos suficientes para tanto, com o que serompe com a solidariedade que se coloca no pará-grafo único do artigo 942 do Código Civil. Assim,demandados, em princípio, deveriam ser os pais, mascom possibilidade de se alcançar o menor na exclu-são ou impossibilidade desses.

O inciso que transfere a responsabilidade aospais acrescenta que tanto se dá se os filhos “esti-verem sob sua autoridade e em sua companhia”,pressupondo, desse modo, uma situação de nor-malidade que nem sempre se verifica, fazendo comque se traga à tona a consideração de casais se-parados, em relação aos quais a guarda foi deferidaa um só dos genitores. O TJ-SP, sem maioresquestionamentos, firmou que “não basta que o paidetenha o pátrio poder do filho menor, sendo neces-sário que o tenha sob sua responsabilidade e em suacompanhia”, imputando, então, responsabilidade pre-sumida à mãe, que tinha, no caso, a guarda do me-nor (Apelação Cível nº 0084229-78.2009.8.26.0000,relator Renato Sartorelli, julgado em 29/6/2011). Di-ferentemente entendeu o STJ, colocando a responsa-bilidade como princípio inerente ao pátrio poder, demodo que “ambos os genitores, inclusive aquele quenão detém a guarda, são responsáveis pelos atos ilí-citos praticados pelos filhos menores, salvo se com-provarem que não concorreram com culpa para a ocor-rência do dano” (RESP 777.327, relator MassamiUyeda, julgado em 17/11/2009).

Mostra-se melhor a posição do STJ, pois a guardanão afeta o pátrio poder, a que se liga a dita autori-dade e companhia. É evidente que, mesmo sem aguarda, se mantém a autoridade paterna e a simplesvisitação do pai ao filho marca-se como companhia,mesmo porque as relações entre esses não são afe-

tadas pela separação ou divórcio, subsistindo obri-gações para os pais que vão além da guarda.

Importante, contudo, é que essa responsabi-lidade dos pais, consoante também reconheci-do pela decisão do STJ, decorre de uma presun-ção juris tantum de culpa in vigilando, de modoa poder ser afastada mediante prova em contrá-rio, tanto de um genitor em relação ao outro,como também de ambos em relação ao lesadopelo ilícito praticado pelo menor. Pode demons-trar-se, nesse sentido, que não houve falta devigilância em relação ao menor ou, então, queo mesmo estava submetido à responsabilidadede outra pessoa, como seria a escola, por exem-plo. Nesse caso, a responsabilidade transfere-se a quem tinha o dever de vigilância ou, en-tão, resta no próprio menor, nos limites de suapossibilidade econômica, aplicando-se, então, opreceito contido no artigo 928 do Código Civil.

A exclusão da responsabilidade de um só dospais não se admite apenas a partir da não-guar-da, mas sim em razão de atos concretos de umdeles que colabore ou aumente o risco que já exis-te. Evidente que há situações onde a falta come-tida pelo menor poderia ser evitada se houvesseuma atuação mais efetiva de quem, no exato mo-mento do fato, estivesse com ele. O pai que en-trega a condução de um veículo ao filho não ha-bilitado, que com ele se encontrava em uma via-gem; a mãe que descuida do filho que apanha umapedra e a atira atingindo outra pessoa. Nesses ca-sos, não há dúvida que a responsabilidade restrin-ge-se a quem com o menor estava. Contudo, nemtodos os fatos permitem igual e simples avaliação,pois muitas vezes o ilícito decorre de condutas an-teriores permitidas e lícitas dos pais, como se pas-sa, por exemplo, quando o menor apanha, às es-condidas, a chave do carro dos pais e sai a dirigir.

Na decisão do STJ, a responsabilidade foi carreadaunicamente à genitora, excluindo-se a do pai, dadoque o menor cometeu um homicídio, usando armaadquirida pela mãe e mantida em casa, sem maiorescuidados. A atuação materna aumentou os riscosque acabaram concretizando-se, de modo a ter idoum pouco além da simples culpa in vigilando.

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AGOSTO DE 2011

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

782STJ e STF

AgRg no REsp 1167646/RS — Agravo re-gimental no recurso especial: 2009/0226843-7.Relator(a): ministro Haroldo Rodrigues (desem-bargador-convocado do TJ-CE). Órgão julgador:Sexta Turma. Data do julgamento: 27/4/2010.Data da publicação/fonte: DJE: 7/6/2010. Emen-ta: Penal. Casa de prostituição. Tolerância oudesuso. Tipicidade. 1. Esta Corte firmou compre-ensão de que a tolerância pela sociedade ou odesuso não geram a atipicidade da conduta re-lativa à pratica do crime do artigo 229 do CódigoPenal. 2. Precedentes. 3. Agravo regimental a quese nega provimento. Acórdão: Vistos, relatados ediscutidos estes autos, acordam os ministros da Sex-ta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na con-formidade dos votos e das notas taquigráficas aseguir, por unanimidade, negar provimento ao agra-vo regimental, nos termos do voto do sr. ministro-relator. A sra. ministra Maria Thereza de Assis Mourae o sr. ministro Celso Limongi (desembargador-con-vocado do TJ-SP) votaram com o sr. ministro-relator. Ausente, justificadamente, o sr. ministro OgFernandes. Presidiu o julgamento a sra. ministraMaria Thereza de Assis Moura.

HC 99400/RJ — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Cármen Lúcia. Julgamento: 27/4/2010. Órgão julgador: Primeira Turma. Publica-ção: DJE: 096. Divulg.: 27/5/2010. Public.: 28/5/2010. Ement. Vol. 02403-03 PP-01046.Ementa: Habeas corpus. Execução penal. De-creto de expulsão de estrangeiro. Pedido de li-vramento condicional. Inadmissibilidade. Ordemdenegada. 1. É firme a jurisprudência deste Su-premo Tribunal no sentido de que o decreto deexpulsão, de cumprimento subordinado à préviaexecução da pena imposta no País, constituiempecilho ao livramento condicional do estran-geiro condenado. 2. A análise dos requisitos paraconcessão do benefício de livramento condicio-nal ultrapassa os limites estreitos do procedimen-to sumário e documental do habeas corpus. 3.Ordem denegada. Decisão: A Turma indeferiu opedido de habeas corpus, nos termos do voto darelatora. Unânime. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 27/4/2010.

HC 96407/RS — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Dias Toffoli. Julgamento: 6/4/2010.Órgão julgador: Primeira Turma. Publicação: DJE:096. Divulg. 27/5/2010. Public.: 28/5/2010.Ement.: Vol.: 02403-02 PP-00830. Ementa:Habeas corpus. Constitucional e processual pe-nal. Desentranhamento das provas coligidas eapreendidas no escritório de Advocacia do paci-ente. Extensão da empresa investigada. Man-dado de busca e apreensão expedido por auto-ridade judicial competente. Possibilidade. 1. Res-

tou demonstrado nos autos que o escritóriode Advocacia onde foram encontrados os do-cumentos que ora se pretende o desen-tranhamento era utilizado pelo paciente, tam-bém, para o gerenciamento dos seus negócioscomerciais. O sucesso da busca no escritório deAdvocacia comprova que, de fato, aquele lo-cal era utilizado como sede de negócios outros,além das atividades advocatícias. 2. É adequa-da a conduta dos policiais federais que esta-vam autorizados a cumprir os mandados debusca e apreensão, expedidos por autoridadejudicial competente, “nas sedes das empresas”,com a finalidade de coletar provas relativas aoscrimes investigados no inquérito. 3. Habeascorpus denegado. Decisão: A Turma indeferiuo pedido de habeas corpus, nos termos do votodo relator. Unânime. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 6/4/2010.

HC 96200/PR — Habeas corpus.Relator(a): min. Marco Aurélio. Julgamento:4/5/2010. Órgão julgador: Primeira Turma.Publicação: DJE: 096. Divulg.: 27/5/2010.Public.: 28/5/2010. Ement. Vol. 02403-02 PP-00796.Ementa: Crime contra a ordem tribu-tária. Negativa em fornecer documento obri-gatório. Prescindibilidade de processo adminis-trativo. O crime previsto no inciso V do artigo1º da Lei nº 8.137/90 — “negar ou deixar defornecer, quando obrigatório, nota fiscal oudocumento equivalente, relativa a venda demercadoria ou prestação de serviço, efetiva-mente realizada, ou fornecê-la em desacordocom a legislação” — prescinde do processoadministrativo-fiscal e a instauração deste nãoafasta a possibilidade de imediata persecuçãocriminal. Decisão: A Turma indeferiu o pedidode habeas corpus, nos termos do voto dorelator. Unânime. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 4/5/2010.

HC 101292/SP— Habeas corpus.Relator(a): min. Ricardo Lewandowski. Julga-mento: 27/4/2010. Órgão julgador: PrimeiraTurma. Publicação: DJE: 091. Divulg.: 20/5/2010. Public.: 21/5/2010. Ement.: Vol.:02402-05 PP-01008. Ementa: Processualpenal. Execução penal. Habeas corpus. Arti-go 112 da Lei 7.210/1984, com a redaçãodada pela Lei 10.792/2003. Progressão deregime. Requisitos subjetivos. Exame crimino-lógico. Possibilidade. Reforma de decisão queconcede a progressão. Previsão legal. Reexamedo conjunto fático-probatório. Vedação. Or-dem denegada. Jurisprudência do STF. I - Aalteração do artigo 112 da Lei de ExecuçõesPenais pela Lei 10.792/2003 não proibiu a re-

alização do exame criminológico. Precedentes.II - O artigo 197 da LEP prevê o recurso de agra-vo, com efeito devolutivo, contra as decisõesproferidas pelo juiz da execução criminal. III - Aanálise quanto ao preenchimento do requisitosubjetivo previsto no artigo 112 da LEP deman-daria o reexame do conjunto fático-probatório,o que é vedado em sede de habeas corpus. IV- Ordem denegada. Decisão: Por maioria devotos, a Turma indeferiu o pedido de habeascorpus, nos termos do voto do relator, vencidoo ministro Marco Aurélio que concedia a ordem.Presidência do ministro Ricardo Lewandowski.1ª Turma, 27/4/2010.

HC 102155/SC — Habeas corpus.Relator(a): min. Ayres Britto. Julgamento: 27/4/2010. Órgão julgador: Primeira Turma. Publi-cação: DJE: 091. Divulg.: 20/5/2010. Public.:21/5/2010. Ement.: vol.: 02402-05 PP-01069.Ementa: Processo penal. Devido processo legal.Ampla defesa. Advogado constituído. Publica-ção da pauta de julgamento. Imprensa Oficial.Desnecessidade de intimação pessoal. § 1º doartigo 370 do Código de Processo Penal. Ordemindeferida. 1. O § 1º do artigo 370 do Códigode Processo Penal estabelece que o advogadoconstituído é intimado da sessão de julgamen-to do recurso de apelação, e respectiva deci-são, pela Imprensa Oficial (§ 1º: “A intimaçãodo defensor constituído, do advogado do que-relante e do assistente far-se-á por publicaçãono órgão incumbido da publicidade dos atosjudiciais da comarca, incluindo, sob pena denulidade, o nome do acusado.”). A prerrogati-va da intimação pessoal do Ministério Público,do Defensor Público e do defensor nomeadopelo juízo (dativo) não é aplicável ao advogadoparticular (§ 4º do artigo 370 do CPP). 2. Naconcreta situação dos autos, o advogado cons-tituído pelo paciente foi regularmente comuni-cado da pauta de julgamentos, por meio daImprensa Oficial. Imprensa que também vei-culou o resultado do acórdão proferido pelo Tri-bunal de Justiça de Santa Catarina no bojo daapelação defensiva. Publicações que exibiramos nomes tanto do acusado quanto do respec-tivo patrono. Motivo pelo qual não há que sefalar em ofensa à garantia constitucional daampla defesa (inciso LV do artigo 5º da CF/88).3. Ordem indeferida. Decisão: A Turma indefe-riu o pedido de habeas corpus, nos termos dovoto do relator. Unânime. Presidência do minis-tro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 27/4/2010.

HC 98898/SP — Habeas corpus. Re-lator(a): min. Ricardo Lewandowski. Julgamen-to: 20/4/2010. Órgão julgador: Primeira Turma.

Publicação: DJE: 091. Divulg. 20/5/2010.Public.: 21/5/2010. Ement.: Vol.: 02402-04 PP-00778. Ementa: Penal e processual penal.Habeas corpus. Crime de violação de direitoautoral. Venda de CD’s “piratas”. Alegação deatipicidade da conduta por força do princípio daadequação social. Improcedência. Normaincriminadora em plena vigência. Ordemdenegada. I - A conduta do paciente amolda-se perfeitamente ao tipo penal previsto no ar-tigo 184, § 2º, do Código Penal. II - Não ilide aincidência da norma incriminadora a circunstân-cia de que a sociedade alegadamente aceita eaté estimula a prática do delito ao adquirir os pro-dutos objeto originados de contrafação. III - Nãose pode considerar socialmente tolerável umaconduta que causa enormes prejuízos ao Fisco pelaburla do pagamento de impostos, à indústriafonográfica nacional e aos comerciantes regular-mente estabelecidos. IV - Ordem denegada.Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeascorpus, nos termos do voto do relator. Unânime.Falou o dr. Rafael Munerati, Defensor Público doEstado de São Paulo, pelo paciente. Não partici-pou, justificadamente, deste julgamento, o mi-nistro Ayres Britto. Presidência do ministro RicardoLewandowski. 1ª Turma, 20/4/2010.

HC 102486/MS — Habeas corpus.Relator(a): min. Cármen Lúcia. Julgamento: 6/4/2010. Órgão julgador: Primeira Turma. Publi-cação: DJE: 091. Divulg. 20/5/2010. Public. 21/5/2010. Emen.: Vol.: 02402-05 PP-01094.Ementa: Habeas corpus. Constitucional. Penal.Concurso de atenuante e agravante. Alegaçãode que a confissão espontânea é circunstânciapreponderante. Pedido de compensação coma reincidência: impossibilidade. Precedentes. 1.Pedido de compensação, na segunda fase daimposição de pena ao réu, da agravante dareincidência com a atenuante da confissão es-pontânea. 2. A reincidência é uma circunstân-cia agravante que prepondera sobre as atenu-antes, com exceção daquelas que resultam dosmotivos determinantes do crime ou da perso-nalidade do agente, o que não é o caso daconfissão espontânea. Precedentes. 3. A confis-são espontânea é ato posterior ao cometimentodo crime e não tem nenhuma relação com ele,mas, tão somente, com o interesse pessoal e aconveniência do réu durante o desenvolvimentodo processo penal, motivo pelo qual não se incluino caráter subjetivo dos motivos determinantesdo crime ou na personalidade do agente. 4. Or-dem denegada. Decisão: A Turma indeferiu opedido de habeas corpus, nos termos do voto darelatora. Unânime. Presidência do ministro RicardoLewandowski. 1ª Turma, 6/4/2010.

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783AGOSTO DE 2011

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

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AGOSTO DE 2011

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

784STJ e STF

Jurisprudência extraída do Boletim deJurisprudência da Procuradoria de JustiçaCriminal do Ministério Público do Estado deSão Paulo, coordenada pelos procuradoresde Justiça Júlio César de Toledo Piza (secre-tário executivo), Fernando José Marques(vice-secretário executivo) e pelos promo-tores de Justiça Antonio Ozório Leme deBarros e José Roberto Sígolo.

RHC 101278/RJ — Recurso ordinário emhabeas corpus. Relator(a): min. Cármen Lúcia.Julgamento: 27/4/2010. Órgão julgador: Pri-meira Turma. Publicação: DJE: 091. Divul,: 20/5/2010. Public.: 21/5/2010. Ement.: Vol.:02402-05 PP-00999. Ementa: Recurso ordiná-rio em habeas corpus. Controvérsia referente àaplicação da causa de diminuição prevista noartigo 33, § 4º, da Lei 11.343/06 aos crimescometidos na vigência da Lei 6.368/76. Impos-sibilidade. Precedentes. Fixação do regimeprisional mais gravoso com base na quantidadede droga e apreensão de objetos relacionadosao tráfico: possibilidade. Recurso ao qual se negaprovimento. 1. O entendimento deste SupremoTribunal é no sentido de que não é possível apli-car a causa de diminuição prevista no artigo 33,§ 4º, da Lei 11.343/06 à pena-base relativa àcondenação por crime cometido na vigência daLei 6.368/76, sob pena de se estar criando umanova lei que conteria o mais benéfico dessas le-gislações. Precedentes. 2. Não há ilegalidade nafixação do regime prisional mais gravoso consi-derando-se o acentuado grau de reprova-bilidadeda conduta, não havendo, portanto, como sereconhecer o constrangimento, notadamentequando existem nos autos elementos concretos,e não meras conjecturas, que apontam a quan-tidade de droga e a apreensão de “inúmerosobjetos utilizados para o tráfico” como circuns-tâncias suficientes para elevação da pena-basecom fundamento na culpabilidade. Precedentes.3. Recurso ao qual se nega provimento. Deci-são: A Turma negou provimento ao recurso or-dinário em habeas corpus, nos termos do votoda relatora. Unânime. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 27/4/2010.

HC 94789/RJ — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Eros Grau. Julgamento: 27/4/2010.Órgão julgador: Segunda Turma. Publicação:DJE: 091. Divulg. 20/5/2010. Public. 21/5/2010.Ement.: vol-02402-04 pp-00709. Ementa:Habeas corpus. Penal e processual penal. Cri-me de tortura. Trancamento da ação penal, porausência de justa causa. Excepcionalidade.Omissão. Relevância causal. Dever de agir.Trânsito em julgado da condenação. 1. Otrancamento da ação penal por ausência dejusta causa é medida excepcional, justificando-se quando despontar, fora de dúvida, atipicidadeda conduta, causa extintiva da punibilidade ouausência de indícios de autoria, o que não ocorreno caso sob exame. 2. Crime de tortura prati-cado pela companheira do paciente contra suafilha. Omissão do paciente, que vivia em socie-dade conjugal de fato com a corré. Relevânciacausal. Dever de agir, senão de direito ao me-nos de fato. 3. Ação penal, ademais, transitadaem julgado. Ordem indeferida. Decisão: A Tur-

ma, por votação unânime, indeferiu o pedidode habeas corpus, nos termos do voto do relator.Ausentes, justificadamente, o senhor ministroGilmar Mendes.

HC 93598/SP —Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Eros Grau. Julgamento: 27/4/2010.Órgão julgador: Segunda Turma. Publicação:DJE: 091. Divulg. 20/5/2010. Public.: 21/5/2010.Ement.: Vol.: 02402-03 PP-00645. Ementa:Habeas corpus. Penal e processual penal. Inqui-rição de testemunhas no juízo deprecado. Re-quisição de réu preso. Desnecessidade. A ausên-cia de requisição de réu preso para acompanhara oitiva de testemunha no juízo deprecado nãoconsubstancia constrangimento ilegal. Havendociência da expedição da carta precatória, comono caso se deu, cabe ao paciente ou a seu de-fensor acompanhar o andamento do feito nojuízo deprecado. Ordem denegada. Decisão: ATurma, por votação majoritária, indeferiu o pe-dido de habeas corpus, nos termos do voto dorelator, vencido o presidente que o deferia. Au-sentes, justificadamente, o senhor ministroGilmar Mendes e, licenciado, o senhor ministroJoaquim Barbosa. 2ª Turma, 27/4/2010.

HC 93881/SP — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Eros Grau. Julgamento: 27/4/2010.Órgão julgador: Segunda Turma. Publicação:DJE: 091. Divulg.: 20/5/2010. Public.: 21/5/2010. Ement.: Vol.: 02402-03 PP-00661.Ementa: Habeas corpus. Penal e processualpenal. Inquirição de testemunhas no juízo depre-cado. Requisição de réu preso. Desnecessidade.Documentos juntados após as alegações finais.Inexistência de prejuízo. Súmula 523/STF. 1. Aausência de requisição de réu preso para acom-panhar a oitiva de testemunha no juízo depreca-do não consubstancia constrangimento ilegal. Ha-vendo ciência da expedição da carta precatória,como no caso se deu, cabe ao paciente ou a seudefensor acompanhar o andamento do feito nojuízo deprecado. 2. A Súmula n. 523/STF estabe-lece que “no processo penal, a falta da defesa cons-titui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só oanulará se houver prova de prejuízo para o réu”.Além de os documentos juntados após as alega-ções finais serem do conhecimento da defesa, por-quanto extraídos de outra ação penal em queatuara, não há demonstração da ocorrência deprejuízo. Ordem indeferida. Decisão: A Turma, porvotação majoritária, indeferiu o pedido de habeascorpus, nos termos do voto do relator, vencido opresidente que o deferia. Ausentes, justifica-damente, o senhor ministro Gilmar Mendes e, li-cenciado, o senhor ministro Joaquim Barbosa. 2ªTurma, 27/4/2010.

HC 99044/SP — Habeas corpus.

Relator(a): min. Ellen Gracie. Julgamento: 27/4/2010. Órgão julgador: Segunda Turma. Pu-blicação: DJE: 091. Divulg.: 20/5/2010. Public.:21/5/2010. Ement.: Vol.: 02402-04 PP-00793.Ementa: Habeas corpus. Direito Penal. Mausantecedentes. Reincidência. Violação ao prin-cípio do non bis in idem. Inexistência. Conde-nações distintas. Ordem denegada. 1. Alega-se que a valoração dos maus antecedentes eda reincidência na mesma condenação afron-tariam o princípio do non bis in idem. 2. A juris-prudência deste tribunal é pacífica no sentidode que o bis in idem na fixação da pena somen-te se configura quando o mesmo fato — a mes-ma condenação definitiva anterior — é consi-derado como signo de maus antecedentes (cir-cunstância judicial do artigo 59 do Código Pe-nal) e como fator de reincidência (agravantegenérica do artigo 61 também do Código Pe-nal). Precedentes. 3. Nada impede que conde-nações distintas dêem ensejo a valorações dis-tintas, porquanto oriundas de fatos distintos. 4.Não se verifica constrangimento ilegal a ser sa-nado, pois o paciente possui mais de uma con-denação definitiva, sendo possível utilizar umapara considerar negativos os antecedentes e aoutra como agravante da reincidência, inexistin-do bis in idem. 5. Habeas corpus denegado.Decisão: A Turma, por votação unânime, indefe-riu o pedido de habeas corpus, nos termos do votoda relatora. Ausentes, justificadamente, o senhorministro Gilmar Mendes e, licenciado, o senhorministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 27/4/2010.

HC 101049/RS — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Ellen Gracie. Julgamento: 4/5/2010.Órgão julgador: Segunda Turma. Publicação:DJE: 091. Divulg.: 20/5/2010. Public.: 21/5/2010. Ement.: Vol.: 02402-05 PP-00968.Ementa: Habeas corpus. Direito Penal. Crimecontinuado. Necessidade de presença dos ele-mentos objetivos e subjetivos. Reiteração habi-tual. Descaracterização. Ordem denegada. 1.Para a caracterização do crime continuado faz-se necessária a presença tanto dos elementosobjetivos quanto subjetivos. 2. Constatada areiteração habitual, em que as condutas crimi-nosas são autônomas e isoladas, deve ser apli-cada a regra do concurso material de crimes. 3.A continuidade delitiva, por implicar verdadeirobenefício àqueles delinquentes que, nas mes-mas circunstâncias de tempo, modo e lugar deexecução, praticam crimes da mesma espécie,deve ser aplicada somente aos acusados querealmente se mostrarem dignos de receber abenesse. 4. Habeas corpus denegado. Decisão:A Turma, à unanimidade, indeferiu o pedido dehabeas corpus, nos termos do voto da relatora.Ausente, licenciado, o senhor ministro JoaquimBarbosa. 2ª Turma, 4/5/2010.

HC 101915/RS — Habeas corpus. Re-lator(a): min. Ellen Gracie. Julgamento: 4/5/2010. Órgão julgador: Segunda Turma. Publi-cação: DJE: 091. Divulg.: 20/5/2010. Public.:21/5/2010. Ement.: Vol.: 02402-05 PP-01042.Ementa: Direito Penal. Habeas corpus. Execu-ção da pena. Fuga do estabelecimentoprisional. Falta grave. Recontagem do prazopara concessão de benefícios previstos na Lei deExecuções Penais. Possibilidade. Denegação. 1.O tema em debate neste habeas corpus se re-laciona à possibilidade de recontagem do re-quisito temporal para obtenção de benefíciosprevistos na LEP, quando houver a prática defalta grave pelo apenado. 2. Orientação pre-dominante no Supremo Tribunal Federal nosentido de que o cometimento de falta grave,durante a execução da pena privativa de liber-dade, implica a regressão de regime e a neces-sidade de reinício da contagem do prazo paraobtenção da progressão no regime de cumpri-mento da pena (RHC 85.605, rel. min. GilmarMendes, DJ 14/10/2005). 3. Em tese, se o réuque cumpre pena privativa de liberdade emregime menos severo, ao praticar falta grave,pode ser transferido para regime prisional maisgravoso (regressão prisional), logicamente é dosistema jurídico que o réu que cumpre penacorporal em regime fechado (o mais gravoso)deve ter reiniciada a contagem do prazo de 1/6, levando-se em conta o tempo ainda rema-nescente de cumprimento da pena. 4. O côm-puto do novo período aquisitivo do direito à pro-gressão de regime, considerando-se o lapso tem-poral remanescente de pena, terá início na datado cometimento da última falta grave pelo apenadoou, no caso de fuga do estabelecimento prisional,de sua recaptura. 5. A recontagem e o novo termoinicial da contagem do prazo para a concessão debenefícios, tal como na progressão de regime, de-correm de interpretação sistemática das regras le-gais existentes, não havendo violação ao princípioda legalidade. Precedente. 6. Habeas corpusdenegado. Decisão: A Turma, à unanimidade, de-negou a ordem de habeas corpus, nos termos do vo-to da relatora. Ausentes, justificadamente, o senhorministro Gilmar Mendes e, licenciado, o senhorministro Joaquim Barbosa. 2ª Turma, 4/5/2010.

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5AGOSTO DE 2011

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

MALHEIROS EDITORES

EstadoEstadoEstadoEstadoEstado e Contrato e Contrato e Contrato e Contrato e Contrato —————Supremacia do IntSupremacia do IntSupremacia do IntSupremacia do IntSupremacia do InteresseeresseeresseeresseeressePúblico “Versus” IgualdadePúblico “Versus” IgualdadePúblico “Versus” IgualdadePúblico “Versus” IgualdadePúblico “Versus” Igualdade

José Guilherme José Guilherme José Guilherme José Guilherme José Guilherme GiacomuzziGiacomuzziGiacomuzziGiacomuzziGiacomuzzi

A obra é a tradução, feita pelo próprioautor e com algumas adaptações aotexto original, da sua tese de dou-toramento defendida em julho de2007 na GWU Law School. Apresen-ta quatro capítulos: raízes da “exor-bitância no direito dos contratos ad-ministrativos nos Estados Unidos,França e Brasil; contratos adminis-trativos no contexto dos direitos nor-te-americano, francês e brasileiro;responsabilidade do Estado por atossoberanos; a extinção do contratoadministrativo por interesse público.

Fundamentos deFundamentos deFundamentos deFundamentos deFundamentos deDireito PúblicoDireito PúblicoDireito PúblicoDireito PúblicoDireito Público

Carlos Ari SundfeldCarlos Ari SundfeldCarlos Ari SundfeldCarlos Ari SundfeldCarlos Ari Sundfeld

5ª edição, 2ª tiragem. Apresenta duaspartes: poder político e direito (re-gulação jurídica do poder político,evolução histórica da regulação dopoder político, o Estado Social e De-mocrático de Direito, o sujeito Esta-do, atividades do Estado, uma intro-dução ao direito processual, o que éDireito Administrativo?, equilíbrioentre autoridade e liberdade); o direitopúblico (direito e ciência jurídica, adicotomia direito público x direitoprivado, os princípios no direito,princípios gerais do direito público).

Repetição do Tributo Indireto:Repetição do Tributo Indireto:Repetição do Tributo Indireto:Repetição do Tributo Indireto:Repetição do Tributo Indireto:Incoerências e ContradiçõesIncoerências e ContradiçõesIncoerências e ContradiçõesIncoerências e ContradiçõesIncoerências e Contradições

Hugo de Brito MachadoHugo de Brito MachadoHugo de Brito MachadoHugo de Brito MachadoHugo de Brito MachadoSegundoSegundoSegundoSegundoSegundo

Alguns temas analisados: colocaçãodo problema; o que são tributos indi-retos?; quem é, pela jurisprudência,considerado parte legítima para dis-cutir os termos da relação jurídicatributária, quando esta se refere atributo indireto?; tributos indiretose imunidades subjetivas; tributosindiretos e apropriação indébita; tri-butos indiretos e inadimplência doconsumidor; tributos indiretos, ve-dação ao confisco e capacidade contri-butiva; tributos indiretos e tributa-ção do faturamento; etc.

A Constitucionalização doA Constitucionalização doA Constitucionalização doA Constitucionalização doA Constitucionalização doDireito Direito Direito Direito Direito — — — — — Os DireitosOs DireitosOs DireitosOs DireitosOs DireitosFundamentais nasFundamentais nasFundamentais nasFundamentais nasFundamentais nasRelações Entre ParticularesRelações Entre ParticularesRelações Entre ParticularesRelações Entre ParticularesRelações Entre ParticularesVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da Silva

1ª edição, 3ª tiragem. Apresenta no-ve capítulos: introdução; a distinçãoentre regras e princípios; constitu-cionalização: teorias, formas e a-tores; conceitos-chaves na vincula-ção dos particulares a direitos funda-mentais; modelos de relação entredireitos fundamentais e relações entreparticulares; concepções de consti-tuição e de direitos fundamentais;um modelo adequado; considera-ções finais; conclusão. O autor é ti-tular de Direito Constitucional e Di-reitos Fundamentais na USP.

Locação Locação Locação Locação Locação ————— Reforma Reforma Reforma Reforma Reformada Lei 8.245/1991da Lei 8.245/1991da Lei 8.245/1991da Lei 8.245/1991da Lei 8.245/1991

Paulo Restiffe Neto ePaulo Restiffe Neto ePaulo Restiffe Neto ePaulo Restiffe Neto ePaulo Restiffe Neto ePaulo Sérgio RestiffePaulo Sérgio RestiffePaulo Sérgio RestiffePaulo Sérgio RestiffePaulo Sérgio Restiffe

2ª edição, revista e complementada.Esta obra complementa o livro Loca-ção – Questões Processuais e Subs-tanciais, dos mesmos autores, abor-dando de modo conciso as questõesrelevantes e as inúmeras inovaçõesda Lei 12.112/2009, Lei da Reformado Inquilinato, que alterou a Lei8.245/1991, para aperfeiçoar as re-gras de direito substancial e os pro-cedimentos sobre locação de imóvelurbano, no sentido também de darmais segurança ao locador e celeri-dade aos processos.

LANÇAMENTOLANÇAMENTO LANÇAMENTO

Do Estado LiberalDo Estado LiberalDo Estado LiberalDo Estado LiberalDo Estado Liberalao Estado Socialao Estado Socialao Estado Socialao Estado Socialao Estado Social

Paulo BonavidesPaulo BonavidesPaulo BonavidesPaulo BonavidesPaulo Bonavides

10ª edição. Apresenta oito capítulos:das origens do liberalismo ao adven-to do Estado social; o Estado liberale a separação de Poderes; o pensa-mento político de Kant; o pensa-mento político de Hegel; a liberdadeantiga e a liberdade moderna; asbases ideológicas do Estado social; oEstado social e a democracia; etc. Oautor é doutor honoris causa da Uni-versidade de Lisboa e da UniversidadeInca Garcilaso de La Veja, professoremérito da Faculdade de Direito daUniversidade Federal do Ceará.

Direitos Fundamentais Direitos Fundamentais Direitos Fundamentais Direitos Fundamentais Direitos Fundamentais —————Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Restrições e EficáciaRestrições e EficáciaRestrições e EficáciaRestrições e EficáciaRestrições e Eficácia

Virgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da Silva

2ª edição, 2ª tiragem. Da ColeçãoTeoria & Direito Público. Apresentasete capítulos: introdução (delimi-tação do tema, esclarecimento quasedesnecessário, método, desenvolvi-mento do trabalho, tese); ponto departida: a teoria dos princípios; osuporte fático dos direitos funda-mentais; restrições a direitos funda-mentais; eficácia das normas cons-titucionais; etc. O autor é professortitular de Direito Constitucional eDireitos Fundamentais na Fa-culdade de Direito da USP.

Curso de Direito TributárioCurso de Direito TributárioCurso de Direito TributárioCurso de Direito TributárioCurso de Direito Tributário

Hugo de Brito MachadoHugo de Brito MachadoHugo de Brito MachadoHugo de Brito MachadoHugo de Brito Machado

32ª edição, revista, atualizada eampliada. Partindo de uma espéciede “Teoria Geral” do Direito Tributário— com seus conceitos fundamentaise suas normas gerais — o autor exa-mina os seus fundamentos, expostoscom ideias muito precisas e objetivas.Em seguida, examina o STN, estu-dando sistematicamente seus insti-tutos e regras gerais (a partir daConstituição e do CTN) para, a seguir,analisar cada figura impositiva sobos aspectos da competência, função,fato gerador, base de cálculo, etc.

Direitos HumanosDireitos HumanosDireitos HumanosDireitos HumanosDireitos HumanosContemporâneosContemporâneosContemporâneosContemporâneosContemporâneos

Carlos WeisCarlos WeisCarlos WeisCarlos WeisCarlos Weis

2ª edição, 2ª tiragem. Apresenta seiscapítulos: introdução; o direito inter-nacional dos direitos humanos e aCF de 1988; classificação e conteúdodos direitos humanos; o sistema in-ternacional de proteção e promoçãodos direitos humanos; caracterís-ticas dos direitos humanos; os direi-tos humanos e os interesses transin-dividuais. O autor é mestre em Direitopela USP, defensor público e membroe ex-presidente do Conselho da Co-munidade da Vara das ExecuçõesCriminais de São Paulo.

O Novo Direito SocietárioO Novo Direito SocietárioO Novo Direito SocietárioO Novo Direito SocietárioO Novo Direito Societário

Calixto Salomão FilhoCalixto Salomão FilhoCalixto Salomão FilhoCalixto Salomão FilhoCalixto Salomão Filho

4ª edição. Apresenta três partes:nova função (direito empresarialpúblico, interesse social: a nova con-cepção, análise estruturalista doDireito Societário); nova estrutura(diluição de controle, conflito de in-teresses: novas esperanças, acordode acionistas como instância daestrutura societária, golden share:utilidade e limites, alienação de con-trole: o vaivém da disciplina e seusproblemas, informação completa,Direito Societário e mercado de ca-pitais); nova responsabilidade.

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AGOSTO DE 20116LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Tribunal do Júri Tribunal do Júri Tribunal do Júri Tribunal do Júri Tribunal do Júri ————— Aspectos Aspectos Aspectos Aspectos AspectosConstitucionais eConstitucionais eConstitucionais eConstitucionais eConstitucionais eProcedimnentaisProcedimnentaisProcedimnentaisProcedimnentaisProcedimnentaisAndré MauroAndré MauroAndré MauroAndré MauroAndré MauroLacerda AzevedoLacerda AzevedoLacerda AzevedoLacerda AzevedoLacerda Azevedo

Atualizado de acordo com a Lei n°11.689/08. Alguns temas abordados:Tribunal do Júri: origem e evoluçãoda instituição popular; origem e cons-tituição do júri; o desenvolvimentodo júri no direito comparado; o júrina Inglaterra; o júri nos Estados Uni-dos; o Tribunal do Júri no Brasil; Bra-sil Império; Primeira República; oEstado Novo; a redemocratização de1946; a ditadura militar e seus re-flexos no júri; a Constituição de 1988e a consolidação do Estado Democrá-tico de Direito no Brasil; etc.

BiodireitoBiodireitoBiodireitoBiodireitoBiodireito — — — — — A ProteçãoA ProteçãoA ProteçãoA ProteçãoA ProteçãoJurídica do Embrião —Jurídica do Embrião —Jurídica do Embrião —Jurídica do Embrião —Jurídica do Embrião — In Vitro In Vitro In Vitro In Vitro In Vitro

Carolina Valença FerrazCarolina Valença FerrazCarolina Valença FerrazCarolina Valença FerrazCarolina Valença Ferraz

Apresenta cinco capítulos: da per-sonalidade jurídica do embrião (asteorias sobre a condição jurídica doembrião no direito brasileiro, o em-brião humano como sujeito de di-reitos — uma análise da personali-dade civil do embrião, etc.); a proteçãoconstitucional da pessoa humanaem situação de laboratório; direitospessoais do embrião in vitro (no-ções gerais, os direitos da persona-lidade, etc.); o embrião in vitro e seusdireitos patrimoniais; sugestões delege ferenda.

Curso de Iniciação aoCurso de Iniciação aoCurso de Iniciação aoCurso de Iniciação aoCurso de Iniciação aoDireito de EmpresaDireito de EmpresaDireito de EmpresaDireito de EmpresaDireito de Empresa

Armando Luiz RovaiArmando Luiz RovaiArmando Luiz RovaiArmando Luiz RovaiArmando Luiz Rovai

2ª edição. O trabalho foi dividido emsete capítulos que abordam os princi-pais elementos do Direito de Empresa,segundo o enfoque do CC de 2002. Deacordo com o autor, o título tambémabordará os fatores econômicos eglobalizantes incidentes na esferaempresarial. Os tópicos abordadosvão de Direito de Empresa; operacio-nalidades comuns no dia a dia socie-tário; contratos mercantis; joint ven-ture; títulos de crédito; conhecendomelhor as regras da recuperação ju-dicial, extrajudicial e falência; etc.

ControvérsiasControvérsiasControvérsiasControvérsiasControvérsiasJurídicoJurídicoJurídicoJurídicoJurídico-----ContábeisContábeisContábeisContábeisContábeisRoberto Quiroga MosqueraRoberto Quiroga MosqueraRoberto Quiroga MosqueraRoberto Quiroga MosqueraRoberto Quiroga Mosquerae Alexsandro Broedel Lopese Alexsandro Broedel Lopese Alexsandro Broedel Lopese Alexsandro Broedel Lopese Alexsandro Broedel Lopes(coordenadores)(coordenadores)(coordenadores)(coordenadores)(coordenadores)

2° volume. Alguns temas examina-dos: a “política de balanço” e o novoordenamento contábil brasileiro dascompanhias abertas; os efeitos tribu-tários decorrentes das novas regrascontábeis de depreciação; encerramen-to do ano fiscal de 2010 (IRPJ/CSLL nocontexto dos IFRS); as novas normasde convergência contábil e seus refle-xos para os contribuintes; o ágio e aintertextualidade normativa; as inter-relações entre a contabilidade e o Di-reito: atender ao RTT significa obterneutralidade tributária?; etc.

Previdência do ServidorPrevidência do ServidorPrevidência do ServidorPrevidência do ServidorPrevidência do ServidorPúblicoPúblicoPúblicoPúblicoPúblico — — — — — Regime Próprio Regime Próprio Regime Próprio Regime Próprio Regime Próprioe COMPREVe COMPREVe COMPREVe COMPREVe COMPREV

Nelson Nery CostaNelson Nery CostaNelson Nery CostaNelson Nery CostaNelson Nery Costa

Apresenta oito capítulos: desenvolvi-mento do Direito à Previdência (cida-dania civil e política, cidadania socialno século XIX, cidadania social noséculo XX, cidadania e bem-estar so-cial, desenvolvimento da Previdên-cia Social); Direito Previdenciário bra-sileiro; fontes do Direito Previdenciá-rio; Previdência Social e regime pró-prio; benefícios do Regime Próprio dePrevidência Social (RPPS); custeio doRegime Próprio de Previdência Social(RPPS); Compensação Previdenciária(COMPREV); etc.

EDITORA VERBATIM EDITORAEDITORA DIALÉTICA GZ EDITORA CAMPUS/ELSEVIER

LANÇAMENTO LANÇAMENTO LANÇAMENTO LANÇAMENTO

Ações ConstitucionaisAções ConstitucionaisAções ConstitucionaisAções ConstitucionaisAções Constitucionais

Daniel AmorimDaniel AmorimDaniel AmorimDaniel AmorimDaniel AmorimAssumpção NevesAssumpção NevesAssumpção NevesAssumpção NevesAssumpção Neves

Temas abordados: ação direta deinconstitucionalidade; ação diretade inconstitucionalidade por omis-são; ação declaratória de constitu-cionalidade; arguição de descumpri-mento de preceito fundamental;mandado de injunção; mandado desegurança; ação popular; reclamaçãoconstitucional; habeas data. O autoré mestre e doutor em Direito Pro-cessual Civil pela USP, professor deProcesso Civil dos cursos Fórum (Riode Janeiro), Supremo (Belo Horizonte),Praetorium e LFG (São Paulo).

Direito do Trabalho paraDireito do Trabalho paraDireito do Trabalho paraDireito do Trabalho paraDireito do Trabalho paraExames e ConcursosExames e ConcursosExames e ConcursosExames e ConcursosExames e Concursos

Rafael Tonassi SoutoRafael Tonassi SoutoRafael Tonassi SoutoRafael Tonassi SoutoRafael Tonassi Souto

Apresenta 15 capítulos: introduçãoao Direito do Trabalho; relação detrabalho e relação de emprego; em-pregador; contrato de trabalho; sa-lário e remuneração; jornada de tra-balho; férias; alteração do contratode trabalho; suspensão e interrupçãodo contrato de trabalho; extinção docontrato de trabalho; aviso prévio;estabilidade no emprego; prescrição;proteção ao trabalho da mulher;direito coletivo do trabalho. O autoré graduado em Ciências Jurídicas eSociais pela Universidade Gama Filho.

Direito PenalDireito PenalDireito PenalDireito PenalDireito PenalEsquematizadoEsquematizadoEsquematizadoEsquematizadoEsquematizado

Cleber MassonCleber MassonCleber MassonCleber MassonCleber Masson

Volume 3: Parte Especial (artigos 213a 359-H). Aborda detalhadamente osTítulos VI (crimes contra a dignida-de sexual), VII (crimes contra a famí-lia), VIII (crimes contra a incolumida-de pública), IX (crimes contra a pazpública), X (crimes contra a fé pública)e XI (crime contra a administraçãopública) da Parte Especial do CódigoPenal, já com os reflexos introduzi-dos pela Lei 12.403/2011, responsá-vel pela alteração do CPP no tocanteà prisão processual, fiança, liberdadeprovisória e demais medidas cautelares.

Novas Regras da Prisão eNovas Regras da Prisão eNovas Regras da Prisão eNovas Regras da Prisão eNovas Regras da Prisão eMedidas Cautelares Medidas Cautelares Medidas Cautelares Medidas Cautelares Medidas Cautelares —————Comentários à Lei 12.403/Comentários à Lei 12.403/Comentários à Lei 12.403/Comentários à Lei 12.403/Comentários à Lei 12.403/20112011201120112011Débora Faria GarciaDébora Faria GarciaDébora Faria GarciaDébora Faria GarciaDébora Faria Garcia

A Lei 12.403, de 4 de maio de 2011,introduziu significativas mudançasna prisão processual. Este livro trazcomentários comparativos da novaredação dos artigos e responde im-portantes questionamentos, dentreeles: como ficou o conjunto de artigosdo sistema processual penal quecuida da prisão?, como foram regula-mentadas as questões da prisão emflagrante, da prisão preventiva, dafiança, da liberdade provisória?,como ficou a questão da prisão espe-cial?. A autora é advogada criminal.

Processo Civil Processo Civil Processo Civil Processo Civil Processo Civil —————Estudo DidáticoEstudo DidáticoEstudo DidáticoEstudo DidáticoEstudo Didático

Fernanda TartuceFernanda TartuceFernanda TartuceFernanda TartuceFernanda Tartuce

Apresenta seis capítulos: princípiosinformativos do processo civil; ins-titutos fundamentais do processocivil; processo de conhecimento; cum-primento de sentença e processo deexecução; antecipação de tutela eprocesso cautelar; procedimentos es-peciais. Apresenta questões ao finaldos capítulos e quadros sinóticos. Aautora é mestre e doutora em DireitoProcessual pela Universidade de SãoPaulo, professora e subcoordenado-ra em cursos de especialização emDireito Civil e Processual Civil.

GEN/MÉTODO

LANÇAMENTO LANÇAMENTO LANÇAMENTO LANÇAMENTO LANÇAMENTO

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7AGOSTO DE 2011

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

Curso de Direito FinanceiroCurso de Direito FinanceiroCurso de Direito FinanceiroCurso de Direito FinanceiroCurso de Direito Financeiro

Regis FernandesRegis FernandesRegis FernandesRegis FernandesRegis Fernandesde Oliveirade Oliveirade Oliveirade Oliveirade Oliveira

4ª edição, revista, atualizada e am-pliada. De acordo com a EC 62/2009(Precatório) e a Lei 12.351/2010 (Pré-Sal). Alguns temas abordados: o Es-tado; federalismo fiscal e pacto fede-rativo; formas de atividade da ad-ministração; as necessidades públi-cas e a atividade financeira do Esta-do; história e desenvolvimento daatividade financeira; Ciência dasFinanças e Direito Financeiro; nor-mas gerais de Direito Financeiro; re-gime constitucional do Direito Fi-nanceiro; entrada e receita; etc.

Juizados Especiais EstaduaisJuizados Especiais EstaduaisJuizados Especiais EstaduaisJuizados Especiais EstaduaisJuizados Especiais EstaduaisCíveis e CriminaisCíveis e CriminaisCíveis e CriminaisCíveis e CriminaisCíveis e CriminaisFernando da CostaFernando da CostaFernando da CostaFernando da CostaFernando da CostaTourinho Neto eTourinho Neto eTourinho Neto eTourinho Neto eTourinho Neto eJoel Dias Figueira JúniorJoel Dias Figueira JúniorJoel Dias Figueira JúniorJoel Dias Figueira JúniorJoel Dias Figueira Júnior

7ª edição. Os autores mantiveramos fluxogramas facilitadores da vi-sualização dos procedimentos civise criminais dos Juizados Especiaisestaduais e, no tocante aos anexoslegislativos, incluíram a Lei 12.153/2009, que dispõe acerca dos JuizadosEspeciais da Fazenda Pública, OProvimento 7/2010, da Corregedoriado Conselho Nacional de Justiça,definidor das medidas de aprimo-ramento relacionados ao Sistemados Juizados Especiais e a Resolução12/2009, editada pelo STJ.

Direito ConstitucionalDireito ConstitucionalDireito ConstitucionalDireito ConstitucionalDireito Constitucional

Regina Maria MacedoRegina Maria MacedoRegina Maria MacedoRegina Maria MacedoRegina Maria MacedoNery FerrariNery FerrariNery FerrariNery FerrariNery Ferrari

Apresenta 21 capítulos: conceito deConstituição; supremacia constitucio-nal; constitucionalismo e sua evolu-ção; classificação das Constituições;interpretação constitucional; as nor-mas constitucionais e a sua aplicabi-lidade; sistema constitucional; PoderConstituinte e Poder Reformador; or-ganização do Estado; organização dosPoderes no Estado brasileiro; defesa doEstado e das instituições democráticas;o Sistema Constitucional Tributário;finanças públicas e orçamento; ordemeconômica e financeira; etc.

LANÇAMENTO

Chega de Perder DinheiroChega de Perder DinheiroChega de Perder DinheiroChega de Perder DinheiroChega de Perder Dinheiroem Negociaçõesem Negociaçõesem Negociaçõesem Negociaçõesem Negociações

Rubens Filinto da Silva eRubens Filinto da Silva eRubens Filinto da Silva eRubens Filinto da Silva eRubens Filinto da Silva eLuis Henrique BoaventuraLuis Henrique BoaventuraLuis Henrique BoaventuraLuis Henrique BoaventuraLuis Henrique Boaventura

Prefácio do advogado Danny Fabrí-cio Cabral Gomes. Os autores ensi-nam métodos práticos que contem-plam cada cenário possível em umanegociação. Temas abordados: pre-paração e planejamento; postura enecessidades; comportamento e ati-tudes; linguagem corporal; persua-são e influência; a crítica; lidandocom pessoas difíceis; a arte da guerrana negociação; use o “jiu-jitsu” danegociação; negociando em equipe;táticas e antídotos; encerrando a ne-gociação.

Prática de Contratos ePrática de Contratos ePrática de Contratos ePrática de Contratos ePrática de Contratos eInstrumentos ParticularesInstrumentos ParticularesInstrumentos ParticularesInstrumentos ParticularesInstrumentos ParticularesAntonio Celso PinheiroAntonio Celso PinheiroAntonio Celso PinheiroAntonio Celso PinheiroAntonio Celso PinheiroFranco e Celina Raposo doFranco e Celina Raposo doFranco e Celina Raposo doFranco e Celina Raposo doFranco e Celina Raposo doAmaral Pinheiro FrancoAmaral Pinheiro FrancoAmaral Pinheiro FrancoAmaral Pinheiro FrancoAmaral Pinheiro Franco

4ª edição, revista, atualizada e am-pliada. Apresenta 22 capítulos: a-cordos e compromisso; arbitragem;condomínio; contratos e arrendamen-to; contratos de cessão de direitos;contratos de compra e venda; con-tratos de distribuição; contratos deempréstimo; contratos de fiança; con-tratos de fornecimento; contratos edistratos de locação; contratos deparceria; contratos de penhor; con-tratos de prestação de serviços;mandatos; pagamento; propriedadeindustrial e intelectual; etc.

Individualização da PenaIndividualização da PenaIndividualização da PenaIndividualização da PenaIndividualização da Pena

Guilherme de Souza NucciGuilherme de Souza NucciGuilherme de Souza NucciGuilherme de Souza NucciGuilherme de Souza Nucci

4ª edição. Contém tópico com crité-rios específicos para a fixação dapena-base e jurisprudência atua-lizada. Temas abordados: princípiosde Direito Penal; princípio da indi-vidualização da pena; conceito decrime; pena; legislação comparada;aplicação da pena; fase primária,segundo o método trifásico; fasesecundária: regimes de cumprimen-to da pena privativa de liberdade;fase terciária: penas alternativas esuspensão condicional do cumpri-mento; etc.

PRODUÇÃO INDEPENDENTE

LANÇAMENTO

Piero CalamandreiPiero CalamandreiPiero CalamandreiPiero CalamandreiPiero Calamandrei Vida e Obra Vida e Obra Vida e Obra Vida e Obra Vida e Obra ————— Contribuição para o Estudo do Processo Civil Contribuição para o Estudo do Processo Civil Contribuição para o Estudo do Processo Civil Contribuição para o Estudo do Processo Civil Contribuição para o Estudo do Processo Civil

José Rogério Cruz e TucciJosé Rogério Cruz e TucciJosé Rogério Cruz e TucciJosé Rogério Cruz e TucciJosé Rogério Cruz e Tucci

LANÇAMENTO

“Enfim, com a maturidade profissio-nal haurida em mais de 30 anos deexercício da Advocacia contencio-sa, complementada pela experiên-cia docente, imagino ter chegado omomento de realizar um antigoprojeto, qual seja o de escrever umestudo bio-bibliográfico, em verná-culo, sobre a vida e obra do grandehomem que foi Piero Calamandrei”,afirma Tucci. A obra apresenta seiscapítulos: introdução: por queCalamandrei?; o homem; o advoga-do (perfil profissional, aperfeiçoa-mento do exercício da Advocacia,elogio); o jurista (carreira acadê-mica, Calamandrei e o processocivil — características marcantesda obra de Calamandrei, Constitui-ção e processo civil, princípios pro-cessuais, instituições de direitoprocessual civil, prova, sentença,

ação de regresso incidental, cassa-ção civil, procedimento monitório,tutelar cautelar —, breve históricodo Codice di Procedura Civile de 1940– antecedentes — expressa manifes-tação de Calamandrei, participaçãode Calamandrei na elaboração doCPC, aprovação e entrada em vigor doCPC —, bibliografia de Calamandrei

sobre processo civil e Advocacia); opolítico (engajamento político,Franco Calamandrei e a angústiapaterna); sobre Calamandrei.Segundo Tucci, a razão de se sentircativado pela obra do famoso ju-rista é o seu declarado amor ecrença na justiça, justiça que emer-ge do foro, mais precisamente doconstante e diuturno diálogo tra-vado entre os seus principaisprotagonistas, ou seja, entre ad-vogados e juízes. “O maior e maispreservado conselho que meu paime deu, sob a ótica da deontologiaforense, foi o de que o advogado,no exercício da profissão, não devese indispor com os juízes. Assimcomo os juízes devem respeitar osacerdócio do advogado, este temo dever moral de acatar os acertose os erros dos magistrados.”

EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

EDITORA PILLARES

O Benefício Assistencial aO Benefício Assistencial aO Benefício Assistencial aO Benefício Assistencial aO Benefício Assistencial aIdosos e Portadores deIdosos e Portadores deIdosos e Portadores deIdosos e Portadores deIdosos e Portadores deDeficiênciaDeficiênciaDeficiênciaDeficiênciaDeficiência

Wagner de Oliveira PierottiWagner de Oliveira PierottiWagner de Oliveira PierottiWagner de Oliveira PierottiWagner de Oliveira Pierotti

Apresenta 12 capítulos: assistênciasocial: considerações preliminares;a origem e evolução da assistênciasocial; a assistência social na Consti-tuição Federal de 1988: a eficácia e a-plicabilidade de suas normas; o Be-nefício da Prestação Continuada e aextinta Renda Mensal Vitalícia;conceito de família para fins de per-cepção do benefício assistencial; aanálise da constitucionalidade peloSTF da garantia de um salário mí-nimo aos idosos e portadores de defi-ciência; etc.

LANÇAMENTO

EDITORA LEUD

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AGOSTO DE 20118LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

EDITORA SARAIVA

Exame da OABExame da OABExame da OABExame da OABExame da OABUnificado 1ª FaseUnificado 1ª FaseUnificado 1ª FaseUnificado 1ª FaseUnificado 1ª FaseAna Flávia Messa e RicardoAna Flávia Messa e RicardoAna Flávia Messa e RicardoAna Flávia Messa e RicardoAna Flávia Messa e RicardoAntonio AndreucciAntonio AndreucciAntonio AndreucciAntonio AndreucciAntonio Andreucci(coordenadores)(coordenadores)(coordenadores)(coordenadores)(coordenadores)

Atualizado com a Lei 12.403/2011,que altera o CPP. A apresentação emvolume único fornece as necessáriaspraticidade e portabilidade, reunindotodas as disciplinas exigidas pelasprovas do Exame da OAB. Os capítu-los foram elaborados com foco nasprovas unificadas da OAB, propician-do aos estudantes e bacharéis em Di-reito acesso rápido e fácil a uma fon-te de informações segura e atualiza-da. Os autores abordam os assuntosmais importantes da doutrina e juris-prudência.

Contabilidade GeralContabilidade GeralContabilidade GeralContabilidade GeralContabilidade GeralEsquematizadoEsquematizadoEsquematizadoEsquematizadoEsquematizado

Eugenio MontotoEugenio MontotoEugenio MontotoEugenio MontotoEugenio Montoto

Da Coleção Esquematizado, coorde-nada pelo professor Pedro Lenza.O li-vro foi escrito tanto para quem nãoconhece Contabilidade, quanto paraaqueles que já estudaram ou preci-sam se aprofundar e se atualizar emtodas as modificações feitas na Con-tabilidade pela Lei 11.638/2007, pelaMedida Provisória 449/2008 e pelaLei 11.941/2009, além das dezenasde pronunciamentos técnicos emiti-dos pelo CPC e aprovados pelo CFCque se tornaram as Normas Brasilei-ras Técnicas de Contabilidade.

LANÇAMENTO

Reorganizações Empresariais:Reorganizações Empresariais:Reorganizações Empresariais:Reorganizações Empresariais:Reorganizações Empresariais:Aspectos Societários eAspectos Societários eAspectos Societários eAspectos Societários eAspectos Societários eTributáriosTributáriosTributáriosTributáriosTributáriosRoberta N. Prado e DanielRoberta N. Prado e DanielRoberta N. Prado e DanielRoberta N. Prado e DanielRoberta N. Prado e DanielM. Peixoto (coordenadores)M. Peixoto (coordenadores)M. Peixoto (coordenadores)M. Peixoto (coordenadores)M. Peixoto (coordenadores)

Da Série GVlaw. Alguns temas abor-dados: o estabelecimento empresa-rial: noção, elementos e efeitos decor-rentes da sua negociação; responsa-bilidade tributária nos negócios ju-rídicos relativos ao estabelecimen-to empresarial; alteração de objetosocial e direito de recesso na aliena-ção de ativos empresariais; o trata-mento tributário do ágio e dos prejuí-zos fiscais acumulados nas reestru-turações societárias; incorporaçãode sociedade, de ações e fusão; opera-ção de cisão sob a ótica tributária; etc.

Reforma do CódigoReforma do CódigoReforma do CódigoReforma do CódigoReforma do Códigode Processo Penalde Processo Penalde Processo Penalde Processo Penalde Processo Penal

Edilson Mougenot BonfimEdilson Mougenot BonfimEdilson Mougenot BonfimEdilson Mougenot BonfimEdilson Mougenot Bonfim

O autor comenta a Lei n° 12.403, de4 de maio de 2011, aprovada peloCongresso Nacional, que traz inova-ções sobre a prisão. Embora seja u-ma exigência amarga, a prisão é mo-dernamente concebida como mal ne-cessário e imprescindível. Nesse sen-tido já preconizava Cesare Beccaria:“Ao mal do crime, o mal da pena.” Es-sa lei aborda ainda três outros as-pectos fundamentais para a efetivi-dade da tutela jurisdicional: a fiança,a liberdade provisória e as medidascautelares.

Direito Civil —Direito Civil —Direito Civil —Direito Civil —Direito Civil —Responsabilidade CivilResponsabilidade CivilResponsabilidade CivilResponsabilidade CivilResponsabilidade Civil

Arnoldo Wald e BrunnoArnoldo Wald e BrunnoArnoldo Wald e BrunnoArnoldo Wald e BrunnoArnoldo Wald e BrunnoPandori GiancoliPandori GiancoliPandori GiancoliPandori GiancoliPandori Giancoli

Volume 7 da Coleção Direito Civil, deArnoldo Wald. Apresenta 21 capítu-los: a responsabilidade civil no séculoXXI; conceito da responsabilidade ci-vil; evolução histórica da responsa-bilidade civil; funções da responsa-bilidade civil; dimensões da respon-sabilidade civil; elementos constitu-tivos da responsabilidade civil; condu-ta do agente; dano; nexo de causa-lidade; dolo e culpa; risco; indeniza-ção: formas de reparação e quantifi-cação dos danos; liquidação do danono Código Civil; etc.

Direito Civil — ContratosDireito Civil — ContratosDireito Civil — ContratosDireito Civil — ContratosDireito Civil — Contratos

Paulo LôboPaulo LôboPaulo LôboPaulo LôboPaulo Lôbo

A obra, estruturada em 23 capítulos,apresenta um estudo completo da teoriageral dos contratos e dos principais con-tratos civis contemporâneos. Os assun-tos são tratados com fundamentaçãoconstante na Constituição, no Código Ci-vil, no direito do consumidor, na legis-lação especial, na jurisprudência dos tri-bunais superiores e na doutrina estran-geira especializada. Alguns temas abor-dados: concepção, âmbito e evolução docontrato; constitucionalização do con-trato; princípios do contrato; classes egrupos de contratos; etc.

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Provas no Processo Penal —Provas no Processo Penal —Provas no Processo Penal —Provas no Processo Penal —Provas no Processo Penal —Estudo ComparadoEstudo ComparadoEstudo ComparadoEstudo ComparadoEstudo ComparadoAntonio S.Fernandes, JoséAntonio S.Fernandes, JoséAntonio S.Fernandes, JoséAntonio S.Fernandes, JoséAntonio S.Fernandes, JoséR. G. de Almeida e MaurícioR. G. de Almeida e MaurícioR. G. de Almeida e MaurícioR. G. de Almeida e MaurícioR. G. de Almeida e MaurícioZ. de Moraes (coordenadores)Z. de Moraes (coordenadores)Z. de Moraes (coordenadores)Z. de Moraes (coordenadores)Z. de Moraes (coordenadores)

Alguns temas abordados: tipicidadee sucedâneos de prova; a disciplinada prova no Direito Processual Penalbrasileiro; a disciplina da prova noprocesso penal argentino; o sistemaprobatório no Código de Processo Pe-nal chileno; a disciplina da prova noCódigo de Processo Penal mexicano;a disciplina da prova no Código deProcesso Penal italiano; a utilizaçãode novas tecnologias no processo pe-nal espanhol: reflexões sobre tipici-dade e atipicidade em matéria proba-tória; etc.

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Hermenêutica JurídicaHermenêutica JurídicaHermenêutica JurídicaHermenêutica JurídicaHermenêutica JurídicaAmbientalAmbientalAmbientalAmbientalAmbiental

Germana ParenteGermana ParenteGermana ParenteGermana ParenteGermana ParenteNeiva BelchiorNeiva BelchiorNeiva BelchiorNeiva BelchiorNeiva Belchior

Alguns temas abordados: históricoda proteção jurídica do meio ambien-te (a definição do meio ambiente,meio ambiente no Direito Internacio-nal, etc.); evolução do Estado, meioambiente e direitos fundamentais; oEstado de Direito Ambiental e a Cons-tituição Federal de 1988; fundamen-tos filosóficos da hermenêutica e anecessidade de uma nova relaçãoentre o homem e o meio ambiente pa-ra a construção de uma pré-compreen-são ambiental; uma proposta de her-menêutica jurídica ambiental.

MiniCódigo de DefesaMiniCódigo de DefesaMiniCódigo de DefesaMiniCódigo de DefesaMiniCódigo de Defesado Consumidor Anotadodo Consumidor Anotadodo Consumidor Anotadodo Consumidor Anotadodo Consumidor AnotadoFábio V. Figueiredo,Fábio V. Figueiredo,Fábio V. Figueiredo,Fábio V. Figueiredo,Fábio V. Figueiredo,Simone D. C. Figueiredo eSimone D. C. Figueiredo eSimone D. C. Figueiredo eSimone D. C. Figueiredo eSimone D. C. Figueiredo eGeorgios AlexandridisGeorgios AlexandridisGeorgios AlexandridisGeorgios AlexandridisGeorgios Alexandridis

O livro surgiu de um trabalho de pes-quisa realizado pelos autores sobreo direito do consumidor, fruto dosestudos pós-graduados em nível demestrado, que, inicialmente, fez ren-der um pequeno texto de anotaçõesao CDC. Com o tempo, as pequenasnotas foram aumentando. Não demo-rou muito para surgir um convite deedição de um código anotado quefosse acessível aos estudantes e pro-fissionais e, devido à qualidade apre-sentada, o texto foi escolhido para inte-grar a Coleção da Editora Saraiva.

LANÇAMENTOLANÇAMENTO

Manual de ProcessoManual de ProcessoManual de ProcessoManual de ProcessoManual de Processodo Trabalhodo Trabalhodo Trabalhodo Trabalhodo Trabalho

Leone PereiraLeone PereiraLeone PereiraLeone PereiraLeone Pereira

Alguns temas abordados: história doDireito Processual do Trabalho bra-sileiro; conceito, finalidades, natu-reza jurídica, autonomia, herme-nêutica e fontes do Direito Processualdo Trabalho; princípios do DireitoProcessual do Trabalho; organizaçãoda Justiça do Trabalho; Comissão deConciliação Prévia — CCP; MinistérioPúblico do Trabalho; jurisdição ecompetência da Justiça do Trabalho;partes e procuradores; intervençãode terceiros no processo do trabalho;atos processuais; etc.

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21AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

DIREITO COMERCIAL

presidente Dilma Rous-sef assinou em 11 dejulho a Lei nº 12.441/11, que acrescentouo inciso VI ao artigo44, o artigo 1.033 ao

livro II da parte especial e alterou oparágrafo único do artigo 1.033, todosda Lei 10.406, de 10/1/2002 (CódigoCivil) instituindo a Empresa Individualde Responsabilidade Limitada (Eireli).

A nova lei, baseada no projeto de leiaprovado pelo Senado em 16 de junho,permite que os brasileiros possam abrirempresas individuais, sem necessidadede comprometer os bens pessoaispara, por exemplo, pagamento de dívi-da. A nova lei entra em vigor 180 diasapós a publicação, o que fará que osbrasileiros só possam abrir esse tipode empresa dentro de seis meses.

Cada pessoa só poderá constituiruma empresa individual (após o nomeempresarial deverá vir, obrigatoria-mente, a expressão “Eireli”) que deveter capital social equivalente a, no mí-nimo, cem salários mínimos, ou, R$

Nova lei cria novo tipo de empresa: Eireli54.500,00 em valores atuais.

A empresa individual será uma novamodalidade de pessoa jurídica de Direi-to Privado. Hoje, o Código Civil legislaapenas sobre o microempreendedor in-dividual, que, ao contrário da propostaatual, responde com o patrimônio pes-soal por eventuais compromissos de-corrente da atividade empresarial. Atu-almente, a responsabilidade limitada érestrita às sociedades formadas porduas ou mais pessoas. O artigo 980Aestabelece que as novas empresas in-dividuais limitadas seguirão as regrasdas sociedades limitadas.

Para alguns especialistas, o novodocumento representa um incentivo àformalidade e ao empreendedorismo,criando-se mais segurança jurídica.

A presidente vetou o parágrafo 4ºque estabelecia que o patrimônio socialda empresa não se confundiria com opatrimônio pessoal. Segundo o Ministé-rio do Trabalho, a redação poderia gerardivergência, pois o Código Civil prevê hi-póteses específicas de “desconsideraçãoda personalidade jurídica”.B

AInternet

Para especialistas, nova lei incentivará o empreendedorismo

uplicatas sem aceite (assinatura do deve-dor) podem ser executadas. Com esse en-

tendimento, a Quarta Turma do STJ manteve deci-são do TJ-MG que considerou válidos os títulos decobrança emitidos pela Rádio Belo Horizonte Ltda.por serviços radiofônicos prestados à prefeitura deSanta Luzia, município a 27 km da capital mineira.

O município alegou não ter havido licita-ção para a contratação dos serviços e que adívida não poderia ser cobrada por falta de

Duplicata sem assinatura pode ser executadaaceite nas duplicatas. Sustentou não ter fica-do comprovada a realização dos serviços. Orelator, ministro Aldir Passarinho Junior,rechaçou os argumentos e afirmou que asirregularidades nas contratações devem seratribuídas à prefeitura.

Para o ministro, o município não pode usu-fruir um serviço e depois recusar o pagamen-to sob o argumento de que o procedimentonão observou a lei. (RESP 631684).B

D

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22AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

DIREITO ELEITORAL

A Lei Complementar n° 135 de 4/6/2010 ("Lei da FichaLimpa") e os princípios da administração pública

VIRGINIA DE SYLOS SUTHERLAND*

Lei Complementar n.º135 de 4/6/2010 é ori-ginada de um projetode lei de iniciativa po-pular, cujo objetivo,dentre outros, é o de

impedir que os políticos condenados naJustiça, pelos crimes descritos em seuartigo 2º, possam concorrer às eleições.

No dia 23 de março de 2011, a vali-dade da lei para as eleições de 2010 foiderrubada por seis votos a cinco noSupremo Tribunal Federal. A maioria dosministros decidiu que, ao estabelecernovos critérios de inelegibilidades, a leiinterferiu claramente no processo elei-toral e, assim, feriu o artigo 16 da Cons-tituição Federal, que diz: “A lei que al-terar o processo eleitoral entrará emvigor na data de sua publicação, não seaplicando à eleição que ocorra até umano da data de sua vigência.”

A decisão da não aplicação da leibeneficiou diretamente vários candida-tos, cuja elegibilidade havia sido barra-

da em decorrência da tramitação deprocessos na Justiça. A “Lei da FichaLimpa” passa a valer apenas a partir daseleições municipais de 2012, e será defato aplicada apenas se passar em umanova votação para decidir sobre suaconstitucionalidade.

A iniciativa popular, representativa dademocracia direta, foi responsável pelapropositura de um direito novo, o qual setraduziu na referida lei. Tal iniciativa écondicionada aos seguintes requisitos:1)Primeiramente há um requisito numérico,na medida em que o projeto de lei deveser subscrito por, no mínimo, um por cen-to do eleitorado nacional; e 2) Requisitoespacial: tal porcentagem deve estar dis-tribuída em, pelo menos, cinco Estados;com não menos de três décimos por cen-to dos eleitores de cada um deles.

Este anseio popular se coaduna como mandamento constitucional no que serefere aos princípios básicos da admi-nistração pública, os quais se consubs-tanciam em regras de observância per-manente e obrigatória para o bom admi-nistrador, como o princípio da legalida-de, moralidade, impessoalidade, publi-cidade e eficiência.

Cabe aqui destacar que a CartaMagna de 1988 foi a primeira a abrigar,expressamente, o princípio da moralida-de no caput do artigo 37, levando-nos aconcluir que um ato imoral é um atoinconstitucional, cabendo ao PoderJudiciário atuar no sentido de sua re-pressão através da Lei n.º 8429/92 (Leida Improbidade Administrativa).

Nas palavras do ilustre professor HelyLopes Meirelles: “ (...) o agente admi-nistrativo, como ser humano dotado dacapacidade de atuar, deve, necessari-amente, distinguir o bem do mal, o ho-nesto do desonesto. E, ao atuar, nãopoderá desprezar o elemento ético desua conduta.”

Assim sendo, são por esses padrõesque devem se pautar todos os atos eatividades administrativas de todo aque-le que exerce o poder público, constitu-indo-se, por assim dizer, os sustentácu-los da atividade pública.

Em um Estado Constitucional Demo-crático, a Constituição Federal tambémvincula o legislador, na medida em quenem toda norma existente é sempre eplenamente válida. Isso porque, vive-mos uma evolução de uma democraciaformal/legalista para uma democraciamaterial/substancial, a qual se baseia,dentre outros pontos, na maior valoriza-ção de princípios do que de regras, ouseja, pratica-se mais a ponderação doque a mera subsunção entre a norma eo fato concreto, com base no princípioda proporcionalidade

Uma análise formal do artigo 16 daConstituição Federal deixa clara a ve-dação da aplicação imediata de uma leique altere o processo eleitoral. Comefeito, como a publicação da nova leiocorreu em período anterior a um anodas eleições de outubro, ficou a dúvidaquanto à aplicabilidade de seus coman-dos já para as eleições de 2010, restan-do, por fim, o entendimento no sentido

de que o referido comando legal passa-ria a valer apenas a partir das eleiçõesmunicipais de 2012.

Por outro lado, em uma análise fun-dada na ponderação do caso concretodiante da norma escrita/formal, o pro-pósito da lei ao impedir que os políticoscondenados na Justiça possam concor-rer às eleições, homenageia o princípiobasilar da razoabilidade, o qual deter-mina a adequação entre meio e fim,sendo vedada a imposição de obriga-ções, restrições e sanções em medidasuperior àquelas necessárias ao aten-dimento do interesse público.

Entretanto, não parece nem um pou-co excessiva a imposição de inelegibi-lidade ao político condenado na Justiçapor atos criminosos, sobretudo no quediz respeito à improbidade administrati-va, uma vez que tal fato acaba pordemonstrar um total desprezo do elemen-to ético no exercício do mandato.

O entendimento no sentido de que alei será aplicada somente nas eleiçõesde 2012, retrata a face de uma demo-cracia puramente formal e legalista quesuprime completamente a finalidade danorma, a sua substância mais preciosa,que é o resguardo da probidade e damoralidade administrativas no exercíciodo mandato, como se ética e moralida-de (conceitos atemporais), tivessemmomento certo para serem exigidas.B

*Advogada em São Paulo.

A

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23AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

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24AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

EMENTAS

Ementas do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP.

EEEEEXERCÍCIOXERCÍCIOXERCÍCIOXERCÍCIOXERCÍCIO PROFISSIONALPROFISSIONALPROFISSIONALPROFISSIONALPROFISSIONAL. D. D. D. D. DISPOISPOISPOISPOISPO-----NIBILIZAÇÃONIBILIZAÇÃONIBILIZAÇÃONIBILIZAÇÃONIBILIZAÇÃO DEDEDEDEDE SERVIÇOSSERVIÇOSSERVIÇOSSERVIÇOSSERVIÇOS ADVOCATÍADVOCATÍADVOCATÍADVOCATÍADVOCATÍ-----CIOSCIOSCIOSCIOSCIOS PORPORPORPORPOR COMPANHIASCOMPANHIASCOMPANHIASCOMPANHIASCOMPANHIAS SEGURADOSEGURADOSEGURADOSEGURADOSEGURADO-----RASRASRASRASRAS. I. I. I. I. INDICAÇÃONDICAÇÃONDICAÇÃONDICAÇÃONDICAÇÃO DEDEDEDEDE ADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOS PORPORPORPORPOR

COMPANHIASCOMPANHIASCOMPANHIASCOMPANHIASCOMPANHIAS SEGURADORASSEGURADORASSEGURADORASSEGURADORASSEGURADORAS EMEMEMEMEM LISTASLISTASLISTASLISTASLISTAS OUOUOUOUOU MANUAISMANUAISMANUAISMANUAISMANUAIS

DEDEDEDEDE SEGURADOSSEGURADOSSEGURADOSSEGURADOSSEGURADOS. V. V. V. V. VEDAÇÃOEDAÇÃOEDAÇÃOEDAÇÃOEDAÇÃO ÉTICAÉTICAÉTICAÉTICAÉTICA. A. A. A. A. ATENTADOTENTADOTENTADOTENTADOTENTADO ÀÀÀÀÀ LIBERLIBERLIBERLIBERLIBER-----DADEDADEDADEDADEDADE DEDEDEDEDE CONTRATARCONTRATARCONTRATARCONTRATARCONTRATAR. I. I. I. I. INFRAÇÃONFRAÇÃONFRAÇÃONFRAÇÃONFRAÇÃO DISCIPLINARDISCIPLINARDISCIPLINARDISCIPLINARDISCIPLINAR PORPORPORPORPOR CAPCAPCAPCAPCAP-----TAÇÃOTAÇÃOTAÇÃOTAÇÃOTAÇÃO DEDEDEDEDE CAUSACAUSACAUSACAUSACAUSA EEEEE CLIENTELACLIENTELACLIENTELACLIENTELACLIENTELA – – – – – CONCORRÊNCIACONCORRÊNCIACONCORRÊNCIACONCORRÊNCIACONCORRÊNCIA DESDESDESDESDES-----LEALLEALLEALLEALLEAL. P. P. P. P. POSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADE REALREALREALREALREAL DEDEDEDEDE SURGIMENTOSURGIMENTOSURGIMENTOSURGIMENTOSURGIMENTO DEDEDEDEDE CONCONCONCONCON-----FLITOFLITOFLITOFLITOFLITO DEDEDEDEDE INTERESSESINTERESSESINTERESSESINTERESSESINTERESSES. I. I. I. I. INDEVIDANDEVIDANDEVIDANDEVIDANDEVIDA OFERTAOFERTAOFERTAOFERTAOFERTA DEDEDEDEDE SERVIÇOSSERVIÇOSSERVIÇOSSERVIÇOSSERVIÇOS

JURÍDICOSJURÍDICOSJURÍDICOSJURÍDICOSJURÍDICOS PORPORPORPORPOR SOCIEDADESOCIEDADESOCIEDADESOCIEDADESOCIEDADE NÃONÃONÃONÃONÃO INSCRINSCRINSCRINSCRINSCRITAAAAA NANANANANA OABOABOABOABOAB — — — — —De conformidade com as reiteradas decisõesdeste tribunal, infringe a ética profissional aprevisão de assistência jurídica em contra-tos de seguro ou mesmo a simples divulga-ção de lista de advogados vinculados, cre-denciados ou indicados pelas companhias se-guradoras, para a defesa dos interesses dossegurados. Inteligência dos artigos 1º, § 3º,16, 34, inc. III e IV, do EOAB combinadoscom artigos 16, 25 a 27 do CED e artigo 4º,letra “f”, do Provimento 94/2000 do Conse-lho Federal da OAB. Oferta de prestação deserviços por sociedade estranha à Advocaciaimplica mercantilização da profissão. Preju-ízo, de outra parte, à livre concorrência ou àlivre iniciativa. Artigo 20 da Lei 8.884/94.Conflito de interesses e intromissão indevida nodireito do segurado de nomear seu patrono emevidente abalo da natureza intuito personae daatividade do advogado. Sistema normativo éticoque não conflita ou contradiz normas de outrossubsistemas. Calibração necessária para a solu-ção das consultas submetidas ao tribunal. Pre-cedentes E - 3.128/2005, E - 3.220/2005, E -3.419/2007, E- 1.634/98; E- 1.779/98; E-2.134/00; E- 2.438/01 e E- 2.622/02. Proc.E-3.988/2011, v.u., em 19/5/2011, do parecere ementa do rel. dr. Pedro Paulo Wendel Gas-parini, rev. dr. Cláudio Felippe Zalaf, presiden-te dr. Carlos José Santos da Silva.

PPPPPUBLICAÇÃOUBLICAÇÃOUBLICAÇÃOUBLICAÇÃOUBLICAÇÃO EMEMEMEMEM JORNALJORNALJORNALJORNALJORNAL DEDEDEDEDE ARTIGOSARTIGOSARTIGOSARTIGOSARTIGOS

JURÍDICOSJURÍDICOSJURÍDICOSJURÍDICOSJURÍDICOS EEEEE PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO EMEMEMEMEM PROPROPROPROPRO-----GRAMASGRAMASGRAMASGRAMASGRAMAS DEDEDEDEDE RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO EEEEE TELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃO. . . . . POSPOSPOSPOSPOS-----SIBILIDADESIBILIDADESIBILIDADESIBILIDADESIBILIDADE DESDEDESDEDESDEDESDEDESDE QUEQUEQUEQUEQUE COMCOMCOMCOMCOM OBJETIOBJETIOBJETIOBJETIOBJETI-----

VOSVOSVOSVOSVOS ILUSTRATIVOSILUSTRATIVOSILUSTRATIVOSILUSTRATIVOSILUSTRATIVOS, , , , , EDUCACIONAISEDUCACIONAISEDUCACIONAISEDUCACIONAISEDUCACIONAIS EEEEE INSTRUTIVOSINSTRUTIVOSINSTRUTIVOSINSTRUTIVOSINSTRUTIVOS.....AAAAARTIGOSRTIGOSRTIGOSRTIGOSRTIGOS 32, 33 32, 33 32, 33 32, 33 32, 33 EEEEE 34 34 34 34 34 DODODODODO CÓDIGOCÓDIGOCÓDIGOCÓDIGOCÓDIGO DEDEDEDEDE ÉTICAÉTICAÉTICAÉTICAÉTICA EEEEE DISCIDISCIDISCIDISCIDISCI-----PLINAPLINAPLINAPLINAPLINA EEEEE ARTIGOSARTIGOSARTIGOSARTIGOSARTIGOS 7º 7º 7º 7º 7º EEEEE 8º 8º 8º 8º 8º DODODODODO PROVIMENTOPROVIMENTOPROVIMENTOPROVIMENTOPROVIMENTO NNNNNº 94/º 94/º 94/º 94/º 94/2000 2000 2000 2000 2000 DODODODODO C C C C CONSELHOONSELHOONSELHOONSELHOONSELHO F F F F FEDERALEDERALEDERALEDERALEDERAL DADADADADA OABOABOABOABOAB. M. M. M. M. MENÇÃOENÇÃOENÇÃOENÇÃOENÇÃO

AOAOAOAOAO NOMENOMENOMENOMENOME EEEEE ESPECIALIDADESPECIALIDADESPECIALIDADESPECIALIDADESPECIALIDADE. P. P. P. P. POSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADE. E. E. E. E. EXPOSIXPOSIXPOSIXPOSIXPOSI-----ÇÃOÇÃOÇÃOÇÃOÇÃO EMEMEMEMEM TELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃO EEEEE RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO, , , , , OUOUOUOUOU FOTOGRAFIAFOTOGRAFIAFOTOGRAFIAFOTOGRAFIAFOTOGRAFIA EMEMEMEMEM CASOCASOCASOCASOCASO

DADADADADA MÍDIAMÍDIAMÍDIAMÍDIAMÍDIA IMPRESSAIMPRESSAIMPRESSAIMPRESSAIMPRESSA. P. P. P. P. POSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADE QUANDOQUANDOQUANDOQUANDOQUANDO FORFORFORFORFOR ESESESESES-----PORÁDICOPORÁDICOPORÁDICOPORÁDICOPORÁDICO. N. N. N. N. NOOOOO CASOCASOCASOCASOCASO DEDEDEDEDE PUBLICAÇÕESPUBLICAÇÕESPUBLICAÇÕESPUBLICAÇÕESPUBLICAÇÕES, , , , , AAAAA INSERÇÃOINSERÇÃOINSERÇÃOINSERÇÃOINSERÇÃO DEDEDEDEDE

FOTOFOTOFOTOFOTOFOTO DEVEDEVEDEVEDEVEDEVE SERSERSERSERSER EVITADAEVITADAEVITADAEVITADAEVITADA PORPORPORPORPOR REPRESENTARREPRESENTARREPRESENTARREPRESENTARREPRESENTAR EXCESSIVAEXCESSIVAEXCESSIVAEXCESSIVAEXCESSIVA

PROMOÇÃOPROMOÇÃOPROMOÇÃOPROMOÇÃOPROMOÇÃO PESSOALPESSOALPESSOALPESSOALPESSOAL DODODODODO ADVOGADOADVOGADOADVOGADOADVOGADOADVOGADO. D. D. D. D. DOOOOO MESMOMESMOMESMOMESMOMESMO MODOMODOMODOMODOMODO,,,,,AAAAA PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO EMEMEMEMEM PROGRAMASPROGRAMASPROGRAMASPROGRAMASPROGRAMAS DEDEDEDEDE RÁDIORÁDIORÁDIORÁDIORÁDIO EEEEE TELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃOTELEVISÃO

AMIÚDEAMIÚDEAMIÚDEAMIÚDEAMIÚDE TAMBÉMTAMBÉMTAMBÉMTAMBÉMTAMBÉM CONSTITUICONSTITUICONSTITUICONSTITUICONSTITUI EXCESSIVAEXCESSIVAEXCESSIVAEXCESSIVAEXCESSIVA PROMOÇÃOPROMOÇÃOPROMOÇÃOPROMOÇÃOPROMOÇÃO

PESSOALPESSOALPESSOALPESSOALPESSOAL, , , , , DEVENDODEVENDODEVENDODEVENDODEVENDO, , , , , PORPORPORPORPOR ISSOISSOISSOISSOISSO, , , , , SERSERSERSERSER IGUALMENTEIGUALMENTEIGUALMENTEIGUALMENTEIGUALMENTE EVIEVIEVIEVIEVI-----TADATADATADATADATADA, , , , , TOMANDOTOMANDOTOMANDOTOMANDOTOMANDO-----SESESESESE AAAAA CAUTELACAUTELACAUTELACAUTELACAUTELA DEDEDEDEDE NÃONÃONÃONÃONÃO DIVULGARDIVULGARDIVULGARDIVULGARDIVULGAR

SEUSSEUSSEUSSEUSSEUS DADOSDADOSDADOSDADOSDADOS DE CONTATOCONTATOCONTATOCONTATOCONTATO — — — — — Não comete infraçãoética o advogado que tem artigos de suaautoria publicados semanalmente em jornalde circulação local, desde que ausente propó-sito de promoção pessoal ou profissional e decaptação de clientela. O procedimento corretopara os advogados publicarem artigos em jor-nais de circulação local é aquele previsto nosartigos 32, 33 e 34 do CED e nos artigos 7ºe 8º do Provimento nº 94/2000 do ConselhoFederal da OAB, que podem ser resumidosnos seguintes princípios: I) o objetivo da ma-nifestação deve ser exclusivamente ilustrati-vo, educacional ou instrutivo (artigo); II) porconseguinte, não pode encerrar propagandaou promoção pessoal do advogado; III) deveo advogado abster-se de analisar caso concre-to ou responder a consulta específica (pare-cer em sentido estrito); e respeitados o sigiloe o segredo profissionais. A exposição emprograma de rádio ou televisão ou a inserçãode fotografia do profissional que assina o ar-tigo há de ser admitida apenas quando for es-porádica. Apresentações televisivas ou emrádio, ou em publicações semanais; a exposi-ção do advogado ou de sua foto devem serevitadas por representar excessiva promoçãopessoal do advogado, tomando-se a cautela denão divulgar seus dados de contato. Proc. E-3.996/2011 , v.u., em 19/5/2011, do parecere ementa da rel. drª Beatriz M. A. CamargoKestener, rev. dr. Fábio Plantulli, presidentedr. Carlos José Santos da Silva.

CCCCCONSULTAONSULTAONSULTAONSULTAONSULTA QUEQUEQUEQUEQUE VERSAVERSAVERSAVERSAVERSA SOBRESOBRESOBRESOBRESOBRE CASOCASOCASOCASOCASO

CONCRETOCONCRETOCONCRETOCONCRETOCONCRETO EEEEE COMPORTAMANTOCOMPORTAMANTOCOMPORTAMANTOCOMPORTAMANTOCOMPORTAMANTO DEDEDEDEDE

TERCEIROSTERCEIROSTERCEIROSTERCEIROSTERCEIROS MESMOMESMOMESMOMESMOMESMO QUEQUEQUEQUEQUE SEJAMSEJAMSEJAMSEJAMSEJAM ADVOADVOADVOADVOADVO-----GADOSGADOSGADOSGADOSGADOS. N. N. N. N. NÃOÃOÃOÃOÃO CONHECIMENTOCONHECIMENTOCONHECIMENTOCONHECIMENTOCONHECIMENTO — — — — — A

Primeira Turma do Tribunal de Ética e Dis-ciplina da Ordem dos Advogados do Brasil -

seção de SP, também conhecida como Tur-ma de Ética Profissional, é competente paraorientar e aconselhar sobre ética profissio-nal, e responde as consultas em tese visandoorientar e aconselhar os inscritos na Ordem,admitidas as exceções previstas, em face dedúvidas a respeito da conduta ética relativa-mente ao exercício da Advocacia. A TurmaDeontológica não responde consultas so-bre casos concretos e nem sobre com-portamento de terceiros com finalidadede servir de base parta representaçãodisciplinar. (Resolução 01/92 deste so-dalício, artigo 49º do CED e artigo 3º doRegimento Interno da secional). Proc.E-4.000/2011, v.m., em 19/5/2011, doparecer e ementa do julgador dr. LuizAntronio Gambelli, vencido o rel. dr.José Eduardo Haddad, com declaraçãode voto divergente do julgador dr. FlávioPereira Lima, presidente dr. Carlos JoséSantos da Silva.

EEEEEXERCÍCIOXERCÍCIOXERCÍCIOXERCÍCIOXERCÍCIO DADADADADA A A A A ADVOCACIADVOCACIADVOCACIADVOCACIADVOCACIA. I. I. I. I. IMPEDIMPEDIMPEDIMPEDIMPEDI-----MENTOMENTOMENTOMENTOMENTO. I. I. I. I. INCOMPATIBILIDADENCOMPATIBILIDADENCOMPATIBILIDADENCOMPATIBILIDADENCOMPATIBILIDADE. V. V. V. V. VEREAEREAEREAEREAEREA-----DORDORDORDORDOR. P. P. P. P. PRESIDENTERESIDENTERESIDENTERESIDENTERESIDENTE. V. V. V. V. VICEICEICEICEICE-----PRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTE

OUOUOUOUOU QUALQUERQUALQUERQUALQUERQUALQUERQUALQUER CARGOCARGOCARGOCARGOCARGO DADADADADA MESAMESAMESAMESAMESA, , , , , QUERQUERQUERQUERQUER

SEJASEJASEJASEJASEJA MUNICIPALMUNICIPALMUNICIPALMUNICIPALMUNICIPAL, , , , , ESTADUALESTADUALESTADUALESTADUALESTADUAL OUOUOUOUOU FEDERALFEDERALFEDERALFEDERALFEDERAL — — — — — Uma vezeleito vereador, está o advogado impedido, par-cialmente (EAOAB- artigo 30, II), de exercer aAdvocacia contra ou em prol das pessoas, em-presas e entidades enumeradas no inciso II, po-rém livre, em termos do exercício da Advocacia,nas demais situações ou casos, respeitados sem-pre os limites éticos do respectivo CED. Porém,vereador eleito presidente ou vice-presidente daCâmara, corpo legislativo do município, ocupacargo na mesa diretiva do poder legislativo (mu-nicipal) e, compreensivelmente, transmuda a situ-ação, no tocante ao exercício da profissão, paraum caso de incompatibilidade, vedando-se, emabsoluto, sem qualquer ressalva ou exceção, oexercício da Advocacia, enquanto perdurar a si-tuação ou status político-legislativo, que engen-dra tal incompatibilidade (EAOAB- 28), ondenão se distinguem ou excepcionam níveis ou espé-cies de poder. Qualquer poder ao legislativo dosvários níveis da União desencadeia a incompati-bilidade a advogados componentes das respecti-vas mesas, inclusive aos seus substitutos legais emesmo que temporariamente não exerçam fun-ções. Ao tomar posse, deve tomar a cautela depromover as providências cabíveis e necessáriaspara garantir a seus clientes a segurança na de-fesa de direitos e causas patrocinadas, seja subs-tabelecendo sem reserva, no impedimento, seja,na incompatibilidade, renunciando ao patronato,observando-se o lapso temporal de 10 dias previs-to no artigo 5º, §3º, do Estatuto, se o caso. Na in-cidência de impedimento ou da incompatibilidade,ainda que temporária, deve o advogado comunicar

à Ordem para que sejam feitas as devidas anotações.Precedentes E- 2.599/02; E-3.085/04, E-3.160/05; E-3.228/05 e E-3.449/07.Proc. E-4.003/2011, v.u., em 19/5/2011, do parecer e ementa dorel. dr. João Luiz Lopes, rev. dr. Flávio Pereira Lima,presidente dr. Carlos José Santos da Silva.

HHHHHONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOS ADVOCATÍCIOSADVOCATÍCIOSADVOCATÍCIOSADVOCATÍCIOSADVOCATÍCIOS. S. S. S. S. SUCUMUCUMUCUMUCUMUCUM-----BÊNCIABÊNCIABÊNCIABÊNCIABÊNCIA DEVIDADEVIDADEVIDADEVIDADEVIDA EMEMEMEMEM SENTENÇASENTENÇASENTENÇASENTENÇASENTENÇA DEDEDEDEDE

AÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO COLETIVACOLETIVACOLETIVACOLETIVACOLETIVA. S. S. S. S. SUBSTITUIÇÃOUBSTITUIÇÃOUBSTITUIÇÃOUBSTITUIÇÃOUBSTITUIÇÃO PROPROPROPROPRO-----CESSUALCESSUALCESSUALCESSUALCESSUAL. D. D. D. D. DESISTÊNCIAESISTÊNCIAESISTÊNCIAESISTÊNCIAESISTÊNCIA DODODODODO RECURSORECURSORECURSORECURSORECURSO

INTERPOSTOINTERPOSTOINTERPOSTOINTERPOSTOINTERPOSTO PELOPELOPELOPELOPELO MUNICÍPIOMUNICÍPIOMUNICÍPIOMUNICÍPIOMUNICÍPIO VENCIDOVENCIDOVENCIDOVENCIDOVENCIDO NANANANANA DECISÃODECISÃODECISÃODECISÃODECISÃO.....AAAAACORDOCORDOCORDOCORDOCORDO PONDOPONDOPONDOPONDOPONDO FIMFIMFIMFIMFIM AAAAA AÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO COLETIVACOLETIVACOLETIVACOLETIVACOLETIVA PREVENDOPREVENDOPREVENDOPREVENDOPREVENDO QUEQUEQUEQUEQUE

OOOOO PAGAMENTOPAGAMENTOPAGAMENTOPAGAMENTOPAGAMENTO DADADADADA VERBAVERBAVERBAVERBAVERBA ADVOCATÍCIAADVOCATÍCIAADVOCATÍCIAADVOCATÍCIAADVOCATÍCIA SERIASERIASERIASERIASERIA DEDEDEDEDE RESRESRESRESRES-----PONSABILIDADEPONSABILIDADEPONSABILIDADEPONSABILIDADEPONSABILIDADE DODODODODO MUNICÍPIOMUNICÍPIOMUNICÍPIOMUNICÍPIOMUNICÍPIO. L. L. L. L. LEIEIEIEIEI MUNICIPALMUNICIPALMUNICIPALMUNICIPALMUNICIPAL ALTEALTEALTEALTEALTE-----RANDORANDORANDORANDORANDO AAAAA DESTINAÇÃODESTINAÇÃODESTINAÇÃODESTINAÇÃODESTINAÇÃO DOSDOSDOSDOSDOS VALORESVALORESVALORESVALORESVALORES ACORDADOSACORDADOSACORDADOSACORDADOSACORDADOS ( ( ( ( (PRINPRINPRINPRINPRIN-----CIPALCIPALCIPALCIPALCIPAL EEEEE SUCUMBÊNCIASUCUMBÊNCIASUCUMBÊNCIASUCUMBÊNCIASUCUMBÊNCIA) ) ) ) ) PARAPARAPARAPARAPARA RECLAMANTESRECLAMANTESRECLAMANTESRECLAMANTESRECLAMANTES CONTRACONTRACONTRACONTRACONTRA-----RIANDORIANDORIANDORIANDORIANDO OUTRAOUTRAOUTRAOUTRAOUTRA LEILEILEILEILEI MUNICIPALMUNICIPALMUNICIPALMUNICIPALMUNICIPAL QUEQUEQUEQUEQUE DETERMINAVADETERMINAVADETERMINAVADETERMINAVADETERMINAVA OOOOOCONTRÁRIOCONTRÁRIOCONTRÁRIOCONTRÁRIOCONTRÁRIO. A. A. A. A. AFRONTAFRONTAFRONTAFRONTAFRONTA ÀÀÀÀÀ LEILEILEILEILEI 5.584/70 5.584/70 5.584/70 5.584/70 5.584/70 CUJOSCUJOSCUJOSCUJOSCUJOS HONOHONOHONOHONOHONO-----RÁRIOSRÁRIOSRÁRIOSRÁRIOSRÁRIOS DEVEMDEVEMDEVEMDEVEMDEVEM SEMPRESEMPRESEMPRESEMPRESEMPRE REVERTERREVERTERREVERTERREVERTERREVERTER AOAOAOAOAO SINDICATOSINDICATOSINDICATOSINDICATOSINDICATO EMEMEMEMEM

FACEFACEFACEFACEFACE DADADADADA ASSISTÊNCIASASSISTÊNCIASASSISTÊNCIASASSISTÊNCIASASSISTÊNCIAS. V. V. V. V. VALORESALORESALORESALORESALORES DODODODODO ACORDOACORDOACORDOACORDOACORDO PAGOSPAGOSPAGOSPAGOSPAGOS

AOSAOSAOSAOSAOS RECLAMANTESRECLAMANTESRECLAMANTESRECLAMANTESRECLAMANTES NANANANANA FORMAFORMAFORMAFORMAFORMA PREVISTAPREVISTAPREVISTAPREVISTAPREVISTA PORPORPORPORPOR LEILEILEILEILEI MUNIMUNIMUNIMUNIMUNI-----CIPALCIPALCIPALCIPALCIPAL COMCOMCOMCOMCOM RETENÇÃORETENÇÃORETENÇÃORETENÇÃORETENÇÃO DEDEDEDEDE 20% 20% 20% 20% 20% PARAPARAPARAPARAPARA OSOSOSOSOS ADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOS

DODODODODO SINDICATOSINDICATOSINDICATOSINDICATOSINDICATO ÉÉÉÉÉ MANOBRAMANOBRAMANOBRAMANOBRAMANOBRA ANTIÉTICAANTIÉTICAANTIÉTICAANTIÉTICAANTIÉTICA EEEEE VIOLAVIOLAVIOLAVIOLAVIOLA OOOOO PRINPRINPRINPRINPRIN-----CÍPIOCÍPIOCÍPIOCÍPIOCÍPIO DADADADADA LEGALIDADELEGALIDADELEGALIDADELEGALIDADELEGALIDADE. V. V. V. V. VIOLAÇÃOIOLAÇÃOIOLAÇÃOIOLAÇÃOIOLAÇÃO ÀSÀSÀSÀSÀS LEISLEISLEISLEISLEIS NNNNNºººººSSSSS 8.906/ 8.906/ 8.906/ 8.906/ 8.906/1994 1994 1994 1994 1994 EEEEE 5.584/70 —5.584/70 —5.584/70 —5.584/70 —5.584/70 — No processo do trabalho,os honorários advocatícios serão devidos, nostermos da Lei nº 5.584/70, quando houver aexistência, concomitantemente, da assistência dosindicato e da percepção de salário inferior dobrodo mínimo legal dos substituídos ou da impossibi-lidade dos substituídos pleitearem em juízo semque haja o comprometimento do próprio sustentoou da família. Estes honorários revertem semprea favor do sindicato classista. Honorários advoca-tícios contratados e descontados dos valores re-cebidos pelo cliente nas ações trabalhistas prece-dem de contrato formal e de o cliente-emprega-do não estar assistido pelo seu sindicato classista,caso em que, se estiver assistido pelo sindicato,nenhum valor deverá ser pago ao advogado quejá o possui do sindicato contratante. Qualquer ma-nobra legal municipal que tenha por objetivo alte-rar a destinação dos honorários advocatíciosafronta violentamente a Lei nº 8.906 de 4/7/1994 e adentra no vasto campo da antieticidadesem contar com o desrespeito ao princípio da lega-lidade, básico no sistema democrático. Honoráriosadvocatícios devido aos advogados que atuam nes-tas causas somente devem ser pagos na esfera tra-balhista quando eles forem constituídos pelos em-pregados e não quando estão “assistidos” pelo sin-dicato de sua classe, caso em que eles revertem afavor do sindicato. Qualquer manobra para disfar-çar estes conceitos é inócua. Proc. E-4.006/2011,v.u., em 19/5/2011, do parecer e ementa do rel. dr.Cláudio Felippe Zalaf, rev. dr. Luiz Antonio Gambe-lli, presidente dr. Carlos José Santos da Silva.B

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25AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

SEGUROS -2

rescreve em um ano odireito de ajuizar açãopedindo indenizaçãopor danos morais erestituição de valorespagos pelo segurado

que tenha participado de seguro de vida emgrupo e teve o contrato cancelado unilate-ralmente. Fundamentada nesta decisão, aQuarta Turma do STJ acatou recurso daCaixa Seguradora S.A. contra acórdão doTJ-PB, que havia afastado a prescrição.

O associado recebeu comunicado em outu-bro de 2001, informando que a apólice se-ria cancelada e substituída. Com o rompi-mento unilateral do contrato, ajuizou açãoem agosto de 2003, visando indenização pordanos morais e materiais. O pedido foi nega-do em primeira instância por prescrição de

Prazo para ação por dano moral é de um anoprazo. O TJ-PB reverteu a decisão.

A seguradora recorreu ao STJ, alegandoque o autor teria sido empregado da CEF eque aderiu ao seguro de vida em grupo ofe-recido por convênio entre a Caixa e a Fede-ração Nacional das Associações do Pessoalda Caixa Econômica Federal (Fenae). Sus-tentou que o contrato terminara em setem-bro de 2001, e que uma das cláusulas pre-via a suspensão, desde que houvesse comu-nicação prévia de, no mínimo, 30 dias.

Os ministros entenderam não se tratar deação de reparação de danos, já que o autorsabia que, pela vontade da seguradora, o con-trato não seria prorrogado após outubro de2001. A Turma decidiu aplicar a Súmula 101do STJ, que prevê o prazo de um ano para osegurado entrar com ação de indenizaçãocontra a seguradora. (RESP 759221)B

P

A Quarta Turma do TST confirmoudecisão do TRT-12 (SC), assegu-

rando a um empregado da Zero HoraEditora Jornalística S.A. a manuten-ção do plano de saúde, mesmo depoisda suspensão do contrato de trabalho.Os ministros concordaram com oacórdão do tribunal catarinense, se-gundo o qual o direito do trabalhadorde obter assistência médico-hospitalar

Empregado afastadocontinua com plano

digna se sobrepõe ao direito do em-pregador de cancelar, unilateralmente,o convênio, justamente no momentoem que o empregado mais necessita.

O trabalhador, portador de HIV etrombose, ficou afastado desde 2005.Dois anos depois, a empresa cancelouo plano de saúde. O funcionário acionoua Justiça, pedindo o restabelecimentodo convênio. Na contestação, a empre-sa alegou, entre outras coisas, que oempregado, beneficiário da Previdên-cia, estaria assistido pelo sistema pú-blico de saúde. A justificativa foi rejeita-da pelo TRT-12, o que motivou a “ZeroHora” a recorrer ao TST, sob o argu-mento de violação do artigo 60 da Lei8.213/91.

A ministra-relatora, Kátia Maga-lhães Arruda, explicou que a lei assina-lada pela empregadora não trata dapossibilidade de cancelamento do be-nefício no caso de suspensão do con-trato de trabalho. A Turma decidiu,por unanimidade, negar provimentoao recurso da editora. (RR-404800-93.2007.5.12.0036)B

Unimed de Campo Grande (MS) foicondenada a pagar indenização de

R$ 15 mil por danos morais a uma seguradaque teve negado o pedido de cobertura parao exame de “radioterapia conformacional”,prescrita para câncer de mama. A TerceiraTurma do STJ majorou de R$ 6 mil para R$15 mil a reparação fixada pelo juízo de pri-meiro grau e confirmada pelo TJ-MS.

A segurada e o marido alegaram ter soli-

Unimed deve indenizarcitado a autorização para o tratamento, masque a empresa informou que só poderia co-brir a despesa de radioterapia convencional.Segundo o casal, a terapia só foi realizadamediante o pagamento de R$ 6.205,02, ob-tido por meio de empréstimo. Em primeirainstância, a Unimed foi condenada a pagarR$ 6 mil por danos morais ao casal. Na ape-lação, o TJ-MS manteve o valor, o que gerourecurso ao STJ. (RESP 1200691)B

A

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26AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

JUAREZ DE OLIVEIRA Advogado em São Paulo.

[email protected]

AAAAACORDOSCORDOSCORDOSCORDOSCORDOS, C, C, C, C, CONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕES EEEEE T T T T TRATADOSRATADOSRATADOSRATADOSRATADOS — Decre-to nº 7.518, de 8/7/2011 (“DOU” de 11/7/2011), dispõe sobre a execução no territó-rio nacional da Resolução 1.975 (2011),adotada pelo Conselho de Segurança dasNações Unidas, em 30/3/2011, que, entreoutras determinações, conclama as partesenvolvidas na crise política pós-eleitoral naCosta do Marfim a reconhecer a eleição dosr. Alassane Dramane Ouattara, insta o sr.Laurent Gbagbo a afastar-se do processopolítico, reitera a firme condenação de todaviolência praticada contra a população civilno país e estabelece regime de sanções con-tra indivíduos especificados.

Decreto nº 7.517, de 8/7/2011 (“DOU”de 11/7/2011), promulga o acordo entre ogoverno da República Federativa do Brasil eo governo da República do Senegal sobre oExercício de Atividades Remuneradas porparte de dependentes do Pessoal Diplomáti-co, Consular, Administrativo e Técnico, fir-mado em Brasília, em 9/6/2005.

Decreto nº 7.516, de 8/7/2011 (“DOU”de 11/7/2011), promulga o acordo entre ogoverno da República Federativa do Brasil eo governo da República de Botsuana sobre oExercício de Atividade Remunerada porparte de dependentes do Pessoal Diplomáti-co, Consular, Militar, Administrativo e Téc-nico, firmado em Brasília, em 5/5/2009.

Decreto nº 7.506, de 27/6/2011 (“DOU” de28/6/2011), promulga o Acordo por Notas Re-versais entre o governo da República Federati-va do Brasil e o governo da República do Para-guai sobre as Bases Financeiras do anexo “C”do Tratado de Itaipu, firmado em 1/9/2009.

Decreto nº 7.503, de 24/6/2011 (“DOU”de 27/6/2011), promulga o Convênio deSanto Domingo (Ata de Registro dos Estatu-tos da Organização de Educação Ibero-ame-ricana (OEI), assinado em 31/10/1957.

Decreto nº 7.502, de 24/6/2011(“DOU” de 27/6/2011), dispõe sobre aexecução do 80º protocolo adicional aoAcordo de Complementação Econômica nº18 (80PA-ACE18), assinado entre os go-vernos da República Argentina, da Repúbli-ca Federativa do Brasil, da República doParaguai e da República Oriental do Uru-guai, de 18/2/2011.

AAAAASSISTÊNCIASSISTÊNCIASSISTÊNCIASSISTÊNCIASSISTÊNCIA S S S S SOCIALOCIALOCIALOCIALOCIAL — Lei nº 12.435, de 6/

7/2011 (“DOU” de 7/7/2011), altera a Leinº 8.742, de 7/12/1993, que dispõe sobre aorganização da assistência social.

CCCCCÓDIGOÓDIGOÓDIGOÓDIGOÓDIGO B B B B BRASILEIRORASILEIRORASILEIRORASILEIRORASILEIRO DEDEDEDEDE A A A A AERONÁUTICAERONÁUTICAERONÁUTICAERONÁUTICAERONÁUTICA —Lei nº

12.432, de 29/6/2011 (“DOU” de 30/6/2011), estabelece a competência da JustiçaMilitar para julgamento dos crimes pratica-dos no contexto do artigo 303 da Lei nº7.565, de 19/12/1986 (Código Brasileirode Aeronáutica), alterando o parágrafo úni-co do artigo 9º do Decreto-Lei nº 1.001, de21/10/1969 (Código Penal Militar).

CCCCCÓDIGOÓDIGOÓDIGOÓDIGOÓDIGO C C C C CIVILIVILIVILIVILIVIL —Lei nº 12.441, de 11/7/

2011 (“DOU” de 12/7/2011), altera a Leinº 10.406, de 10/1/2002, para permitir aconstituição de empresa individual de res-ponsabilidade limitada.

Lei nº 12.424, de 16/6/2011 (“DOU”de 17/6/2011), acrescenta o artigo 1.240-A à Lei nº 10.406, de 10/1/2002.

CCCCCONSOLIDAÇÃOONSOLIDAÇÃOONSOLIDAÇÃOONSOLIDAÇÃOONSOLIDAÇÃO DASDASDASDASDAS L L L L LEISEISEISEISEIS DODODODODO T T T T TRABALHORABALHORABALHORABALHORABALHO —Lei nº12.440, de 7/7/2011 (“DOU” de 8/7/2011),acrescenta Título VII-A à Consolidação dasLeis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº5.452, de 1/5/1943, para instituir a CertidãoNegativa de Débitos Trabalhistas, e altera aLei nº 8.666, de 21/6/1993.

Lei nº 12.437, de 6/7/2011 (“DOU” de 7/7/2011), acrescenta parágrafo ao artigo 791da Consolidação das Leis do Trabalho, aprova-da pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1/5/1943.

EEEEENERGIANERGIANERGIANERGIANERGIA E E E E ELÉTRICALÉTRICALÉTRICALÉTRICALÉTRICA — Decreto nº 7.523, de

8/7/2011 (“DOU” de 11/7/2011), regula-menta o artigo 21-C da Lei nº 10.848, de 15/3/2004, para dispor sobre a autorização demudança de combustível de usinas termelétri-cas que tenham celebrado Contrato de Comer-cialização de Energia Elétrica no Ambiente

CCCCCÓDIGOÓDIGOÓDIGOÓDIGOÓDIGO P P P P PENALENALENALENALENAL M M M M MILITARILITARILITARILITARILITAR— Lei nº 12.432,de 29/6/2011 (“DOU” de 30/6/2011),altera o parágrafo único do artigo do De-creto-Lei nº 1.001, de 21/10/969 (CódigoPenal Militar).

Regulado (Ccear), e dá outras providências.Decreto nº 7.521, de 8/7/2011 (“DOU”

de 11/7/2011), dá nova redação aos artigos24, 36 e 40 do Decreto nº 5.163, de 30/7/2004, que regulamenta a comercializaçãode energia elétrica, o processo de outorgade concessões e de autorizações de geraçãode energia elétrica e dá outras providências.

Decreto nº 7.520, de 8/7/2011 (“DOU”de 11/7/2011), institui o Programa Nacionalde Universalização do Acesso e Uso da Ener-gia Elétrica – “Luz para Todos”, para o perío-do de 2011 a 2014, e dá outras providências.

EEEEESTADOSSTADOSSTADOSSTADOSSTADOS, D, D, D, D, DISTRITOISTRITOISTRITOISTRITOISTRITO F F F F FEDERALEDERALEDERALEDERALEDERAL EEEEE M M M M MUNICÍPIOSUNICÍPIOSUNICÍPIOSUNICÍPIOSUNICÍPIOS —

Decreto nº 7.507, de 27/6/2011 (“DOU”de 28/6/2011), dispõe sobre a movimenta-ção de recursos federais transferidos a Esta-dos, Distrito Federal e municípios, em decor-rência das leis citadas.

IIIIIMPOSTOMPOSTOMPOSTOMPOSTOMPOSTO DEDEDEDEDE R R R R RENDAENDAENDAENDAENDA — Lei nº 12.431, de

24/6/2011 (“DOU” de 27/6/2011), dispõesobre a incidência do Imposto sobre a Rendanas operações que especifica; altera as Leisnºs 11.478, de 29/5/2007, 6.404, de 15/12/1976, 9.430, de 27/12/1996, 12.350,de 20/12/2010, 11.196, de 21/11/2005,8.248, de 23/10/1991, 9.648, de 27/5/1998, 11.943, de 28/5/2009, 9.808, de20/7/1999, 10.260, de 12/7/2001, 11.096,de 13/1/2005, 11.180, de 23/9/2005,11.128, de 28/6/2005, 11.909, de 4/3/2009, 11.371, de 28/11/2006, 12.249, de11/6/2010, 10.150, de 21/12/2000,10.312, de 27/11/2001, e 12.058, de 13/10/2009, e o Decreto-Lei n º 288, de 28/2/1967, institui o Regime Especial de In-centivos para o Desenvolvimento de Usi-nas Nucleares (Renuclear); dispõe sobremedidas tributárias relacionadas ao Pla-no Nacional de Banda Larga; altera a le-gislação relativa à isenção do Adicional aoFrete para Renovação da Marinha Mer-cante (Afrmm); dispõe sobre a extinçãodo Fundo Nacional de Desenvolvimento; edá outras providências.

LLLLLEIEIEIEIEI DEDEDEDEDE E E E E EXECUÇÃOXECUÇÃOXECUÇÃOXECUÇÃOXECUÇÃO P P P P PENALENALENALENALENAL — Lei nº 12.433,

de 29/6/2011 (“DOU” de 30/6/2011), alte-ra a Lei nº 7.210, de 11/7/1984 (Lei deExecução Penal), para dispor sobre a re-misssão de parte do tempo de execução dapena por estudo ou por trabalho.

LLLLLEIEIEIEIEI DEDEDEDEDE R R R R REGISTROSEGISTROSEGISTROSEGISTROSEGISTROS P P P P PÚBLICOSÚBLICOSÚBLICOSÚBLICOSÚBLICOS— Lei nº

12.424, de 16/6/2011 (“DOU” de 17/6/2011), altera os artigos 167, 176, 205,

213, 221, 235, 237-A e 290-A da Lei nº6.015, de 31/12/1973, que dispõe sobreregistros públicos, acrescentando os artigos195-A e 195-B e o capítulo XII do título V,com os artigos 288-A, 288-B, 288-C, 288-D, 288-E, 288-F e 288-G.

LLLLLEIEIEIEIEI DODODODODO C C C C CONDOMÍNIOONDOMÍNIOONDOMÍNIOONDOMÍNIOONDOMÍNIO — Lei n° 12.424, de 16/6/2011 (“DOU” de 17/6/2011), altera os arti-gos 31 e 32 da Lei nº 4.591, de 16/12/1964.

LLLLLEIEIEIEIEI DODODODODO P P P P PARCELAMENTOARCELAMENTOARCELAMENTOARCELAMENTOARCELAMENTO DODODODODO S S S S SOLOOLOOLOOLOOLO — Lei nº

12.424, de 16/6/2011 (“DOU” de 17/6/2011), altera o parágrafo único do artigo22 da Lei nº 6.766, de 19/12/1979.

MMMMMOTOCICLISTASOTOCICLISTASOTOCICLISTASOTOCICLISTASOTOCICLISTAS P P P P PROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAIS— Lei nº

12.436, de 6/7/2011 (“DOU” de 7/7/2011), veda o emprego de práticas que esti-mulem o aumento de velocidade por motoci-clistas profissionais.

OOOOORGANIZAÇÃORGANIZAÇÃORGANIZAÇÃORGANIZAÇÃORGANIZAÇÃO J J J J JUDICIÁRIAUDICIÁRIAUDICIÁRIAUDICIÁRIAUDICIÁRIA DODODODODO D D D D DISTRITOISTRITOISTRITOISTRITOISTRITO F F F F FEDERALEDERALEDERALEDERALEDERAL

EEEEE T T T T TERRITÓRIERRITÓRIERRITÓRIERRITÓRIERRITÓRIOS — — — — — Lei nº 12.434, de 30/6/2011 (“DOU” de 1/7/2011), altera a orga-nização judiciária do Distrito Federal e dosTerritórios, estabelecida pela Lei nº 11.697,de 13/6/2008.

PPPPPOBREZAOBREZAOBREZAOBREZAOBREZA R R R R RURALURALURALURALURAL — Decreto nº 7.501, de 24/

6/2011 (“DOU” de 27/6/2011), altera o De-creto nº 6.672, de 2/12/2008, que trata doSubprograma de Combate à Pobreza Rural,instituído no âmbito do Programa Nacional deReforma Agrária, e dá outras providências.

PPPPPOLÍCIASOLÍCIASOLÍCIASOLÍCIASOLÍCIAS M M M M MILITARESILITARESILITARESILITARESILITARES EEEEE C C C C CORPOSORPOSORPOSORPOSORPOS DEDEDEDEDE B B B B BOMBEIROSOMBEIROSOMBEIROSOMBEIROSOMBEIROS

MMMMMILITARILITARILITARILITARILITARES — — — — —Decreto nº 7.522, de 8/7/2011(“DOU” de 11/7/2011), altera o artigo 21do regulamento para as Polícias Militares eCorpos de Bombeiros Militares (R-200),aprovado pelo Decreto nº 88.777, de 30/9/1983, para caracterizar como exercício defunção de natureza policial-militar ou de in-teresse policial-militar ou de bombeiro-mili-tar o exercício de cargo ou função no Minis-tério da Fazenda e no Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão.

PPPPPREVIDÊNCIAREVIDÊNCIAREVIDÊNCIAREVIDÊNCIAREVIDÊNCIA S S S S SOCIALOCIALOCIALOCIALOCIAL — Lei nº 12.438, de 6/

7/2011 (“DOU” de 7/7/2011), altera a Leinº 8.689, de 27/7/1993, que dispõe sobre aextinção do Instituto Nacional de AssistênciaMédica da Previdência Social (Inamps) e dáoutras providências, para que a prestaçãode contas dos gestores do Sistema Único deSaúde (SUS) ao Poder Legislativo estenda-se à esfera federal de governo.B

Internet

Page 39: Agosto 2011 nº220

27AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

CURSOS SEMINÁRIOSDDDDDIREITOIREITOIREITOIREITOIREITO DEDEDEDEDE F F F F FAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIA — — — — — O Instituto Brasilei-

ro de Direito da Família de São Paulo (Ib-dfam-SP) promove, de 18 a 20 no teatroFrei Caneca, em São Paulo, o IV CongressoPaulista de Direito da Família, Relações Fa-miliares: Reflexos Pessoais e Patrimoniais,com discussão da união estável homoafetiva,da alienação parental e da separação debens no casamento depois dos 70 anos.

DDDDDIREITOIREITOIREITOIREITOIREITO E E E E EMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIALMPRESARIAL — — — — — Instituto dos Advo-gados Brasileiros (IAB) realiza dias 2 e 9,no auditório do Centro Cultural do IAB (RuaTeixeira de Freitas, nº 5, 3º andar,Rio deJaneiro), o seminário de “Direito Empresa-rial”. Informações pelos telefones (0x21)2252-4538 ou (0xx21) 2509-4951 e em

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DDDDDIREITOIREITOIREITOIREITOIREITO T T T T TRIBUTÁRIORIBUTÁRIORIBUTÁRIORIBUTÁRIORIBUTÁRIO— O escritório Miguel Silva&Yamashita Advogados promove dias 14,15 e16 de setembro, das 8 às 18 horas, em São Pau-lo, o “Encontro Tributário 2011”, ”, ”, ”, ”, com a coor-denação do tributarista Miguel Silva. Informa-ções pelo telefone (0xx11) 3284-3092 ou [email protected]

MBA —A Universidade Municipal de SãoCaetano do Sul (Uscs) está com inscriçõesabertas para os cursos de MBA e Especiali-zação em Direito. As aulas serão ministradasno campus II (Rua Santo Antonio,50, Cen-tro). Informações pelos telefone (0xx11)4239-3255/3256.B

GENTE DO DIREITO

Alexandre Atiê MuradÉ o novo integrante do escritório Mello,

Rached & Dabus Advogados.

Aline Guerino EstevesTomou posse como juíza do TRT-2.

Francesco Conti É o novo desembargador do TJ-RS.

Luiz Gustavo Meira MoserAdvogado passou a integrar o Centro de

Arbitragem e Mediação da OMPI.

Marco DeluigiÉ o novo sócio do Castro, Barros, Sobral, Gomes.

Néviton de Oliveira Batista GuedesE o novo desembargador do TRF-1.B

DIREITO DE FAMÍLIA

Terceira Turma do TSTdeterminou que umamenina de nove anospermaneça com ospais adotivos, mesmocom a constatação de

que a mãe biológica foi obrigada a entre-gar a filha para adoção. Para a maioriados ministros, o que deve prevalecer é ointeresse da criança, que desde o nasci-mento está com a família adotiva que“supre as necessidades materiais eafetivas para uma vida digna”.

A criança, fruto de uma relação incestu-osa entre o padrasto e uma menor, foi en-tregue para adoção logo que nasceu. Umcasal recebeu a guarda provisória da re-cém-nascida. Quatro meses depois, a mãebiológica, arrependida, disse ter sido obri-gada pelo pai a entregar a criança, decla-ração que levou o MPF a pedir o cancela-mento do processo de adoção. Na época, aseção de adoção da Vara da Infância e daJuventude emitiu laudo informando que amãe biológica “parecia empenhada a umaaproximação física e efetiva com a filhadurante as visitas”, e acrescentando quea criança desfrutava de “todo carinho eatenção” dos pais adotivos.

Criança fica com pais adotivosO juiz de primeiro grau entendeu que

a mãe biológica não tinha condiçõesmateriais e psicológicas para cuidar dafilha da forma como ela vinha sendotratada pelos adotantes. Na apelação,o TJ-DF reverteu a decisão por consi-derar que a mãe foi coagida a entregara criança. Entendeu que o longo perío-do em que a menina permaneceu coma família adotiva não poderia predomi-nar sobre o direito de a mãe criar filha.

No STJ, a ministra-relatora, NancyAndrighi, disse que os direitos dos paisadotivos e da mãe biológica não deveri-am prevalecer sobre do direito da crian-ça. Alertou que a entrega da menina àmãe biológica custaria “a sofrida necessi-dade de readaptação”. Segundo a minis-tra, não se deve ignorar o sofrimento damãe biológica, nem os direitos que lhe sãoinerentes (frutos da maternidade), “po-rém, nem aquele nem estes são esteiossuficientes para se fragmentar a famíliade fato da menina e colocá-la em verda-deiro limbo emocional, afastando-a dasúnicas referências de amor, solidariedade,conforto, autoridade, em suma, desligan-do-a da que sempre foi a família”. (Pro-cesso em segredo de Justiça)B

A

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Page 40: Agosto 2011 nº220

28AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

DIREITO TRIBUTÁRIO

EC nº 62/2009: institucionalização da sanção política?

s fiscos em seu deside-rato para aumentar a ar-recadação, sob o mantoda presunção de legali-dade de seus atos, sem-pre buscaram, e ainda

buscam, “ameaçar” os contribuintescom providências coercitivas para en-tregar dinheiro aos cofres públicos. Mas,sempre havia a Constituição Federal, es-pecialmente a de 1988 que veio com afunção de conter os excessos do poder.

No Poder Judiciário a preocupaçãocom esses subterfúgios, de nítida natu-reza coercitiva indireta, sempre foi in-tensa e também repelida, tanto que oSupremo Tribunal Federal editou nadamenos do que três súmulas para deixarmuito claro que no Estado Democráticode Direito não tem espaço a utilizaçãode subterfúgios arrecadatórios indiretosem detrimento do exercício regular daatividade econômica e do devido pro-cesso legal. As súmulas do STF são asde nos 70, 323 e 547.Essas súmulas re-montam a problemas suportados peloscontribuintes já na vigência da CF-1967(Emenda Constitucional – EC-1969),

CAMILA CAMPOS VERGUEIRO CATUNDA*

mas seu conteúdo permanece atual,tanto que reiteradamente o STF se pau-ta nos valores traduzidos nos casosconcretos que implicaram à sua ediçãopara afastar as sanções políticas insti-tuídas para incrementar a arrecadação.

Como exemplo dessa constante ori-entação que se perpetua no STF, temosa declaração de inconstitucionalidade,nas Ações Diretas de Inconstitucionali-dade nº 173 e 394 (julgadas em 25/9/2008), dos dispositivos da Lei Federalnº 7.711/1988 que condicionavam a 1)transferência de domicílio para o exte-rior; 2) o registro/arquivamento do con-trato social, da alteração ou do distratono registro público competente; 3) o re-gistro em Cartório de Imóveis; e 4) aoperação de empréstimo e financiamen-to com instituições financeiras, à pro-va, pelo contribuinte, de sua regulari-dade fiscal promovida por meio de cer-tidão (a CND). Ao julgar essas ADins,o STF afastou o que denominou de san-ção política, isto é, aquela restrição nãorazoável ou desproporcional promovidapelo poder público que restringe o exer-cício de atividade econômica/profissio-nal lícita, utilizada como forma de indu-ção ou coação ao pagamento de tributos.

Ainda exemplifica essa orientação, ojulgamento proferido pelo STF na AC2156 REF-MC que, mais uma vez, repu-diou medida que determinava a inclusãodo nome de devedores em cadastros deinadimplentes por reputá-la restritiva aoexercício de direitos e violadora do prin-cípio da plenitude de defesa.

Apesar da clareza dos valores queessa orientação reiterada do STF vem

O

garantindo, especialmente o que asse-gura o devido processo legal, no finalde 2009 os contribuintes foram surpre-endidos com a publicação da EC nº 62que alterou o artigo 100 da CF-1988, oqual fixa as regras para pagamento dedívidas das fazendas públicas decorren-tes de condenação judicial, ou seja, doprecatório. Essa EC foi divulgada, pelamídia, como a “emenda do calote”, poisabriu espaço, mais uma vez, para aprorrogação do prazo de pagamento dosdébitos pelos entes públicos. Mais umavez, porque esse dispositivo constituci-onal já havia sido alterado pelas ECsnºs 20/1998, 30/2000 e 37/2002.

Dessa nova alteração merece des-taque não só a prorrogação do prazo depagamento das dívidas públicas, mas,também, o fato dela ter autorizado que,antes mesmo da expedição do precató-rio, seja abatido do crédito nele cons-tante, mediante compensação, o valorde débitos constituídos contra o credororiginal da Fazenda Pública devedora,inclusive de parcelas vincendas de par-celamentos, sequer dando oportunida-de ao contribuinte de demonstrar suadiscordância à promoção dessa com-pensação. E o devido processo legal? Foifeito tabula rasa pelo poder reformador.

Resta, então, a orientação do STF,que indica que restrições desse quilateterão um só destino: a inconstitucionali-dade. Sob pena do poder reformador terinstitucionalizado a sanção política.B

*Advogada em São Paulo.

contribuinte que, por conta pró-pria, corrige o pagamento de tri-

buto em atraso, tem direito ao benefí-cio da “denúncia espontânea” e nãopode ser punido com multa moratória.A decisão é da Primeira Turma do STJ,proferida no âmbito dos recursosrepetitivos e deve orientar processosidênticos em todo o País.

O Banco Pecúnia corrigiu os débitosrelativos ao Imposto de Renda da Pes-soa Jurídica e Contribuição Social sobreo Lucro. Comunicou ao Fisco a existên-cia de diferenças a maior, e quitou-asantes de qualquer procedimento admi-nistrativo da Receita Federal.

O TRF-3 negou ao banco os benefí-cios da “denuncia espontânea”, pre-visto no artigo 138 do Código Tributá-rio Nacional (CTN), o que gerou o re-curso ao STJ. Para o tribunal, a em-presa não teria direito ao benefício, jáque se referia a tributos não-pagos naépoca oportuna e não-discutidos judi-cialmente pelo contribuinte.

No STJ, o relator, ministro LuizFux, disse não ter havido declaraçãoprévia e pagamento em atraso, masuma confissão de dívida do Banco Pe-cúnia, seguida do pagamento integral,o que configura “denúncia espon-tânea”.(RESP 1149022)B

Correção espontâneade débito evita multa

O

CONCURSO

studantes que estejam cur-sando, a partir do segundo

ano, faculdade de Direito reco-nhecida pelo MEC podem partici-par do V Concurso Nacional deMonografia promovido pelo Comi-tê de Ensino Jurídico e Relaçõescom Faculdades do Cesa – Cen-tro de Estudos das Sociedades deAdvogados. Segundo os coorde-nadores, Décio Policastro (Araújoe Policastro Advogados) e JulianaAbrusio (Opice Blum AdvogadosAssociados), o tema será “As for-mações adicionais que o advoga-do deve ter” e as inscrições po-dem ser feitas de 1° de setembroa 17 de outubro.

O regulamento está disponível nowebsite www.cesa.org.br. A ins-crição será feita mediante a apre-sentação da monografia com cópiaimpressa em envelope lacrado,juntamente com cópia eletrônicaem CD (por portador, ou por cor-reio com aviso de recebimento),na sede do Cesa (Rua Boa Vista,254, 4° andar, sala 413, CEP01014-907, São Paulo).

Os três primeiros classificadosreceberão IPADs oferecidos peloCesa e pelo Sinsa (Sindicato dasSociedades de Advogados dos Esta-dos de São Paulo e Rio de Janeiro).Todos os inscritos receberão certi-ficados de participação.B

Monografia do Cesa

E

PENHORA

FGTS pode ser penhorado para paga-mento de pensão alimentícia. Esse é o

entendimento da Terceira Turma do STJ, ao darprovimento ao recurso de uma mulher contradecisão da Justiça gaúcha, que havia negado apenhora de valores do FGTS do ex-parceiro.

A mãe ajuizou ação reivindicando a pen-

FGTS pode ser penhoradosão. Mesmo com a penhora dos bens do paida criança, o apurado não seria suficientepara quitação do débito. A mulher requereu apenhora do saldo do FGTS dele. O pedido foirecusado em primeira instância, decisão con-firmada pelo TJ-RS. A mulher recorreu aoSTJ, com sucesso. (RESP 1083061).B

O

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29AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

JUDICIÁRIO

RASÍLIA - Encontrar e ter acesso à distribuição da Justiça,angústia e esperança de todo brasileiro, é um desafio quaseindecifrável quando se conhece por dentro a estrutura do Po-der Judiciário. Agora revelados, novos dados catalogados peloConselho Nacional de Justiça (CNJ), que é o órgão de controleexterno do próprio Judiciário, assumem o formato de raios-x

institucional e automático motivo para preocupações. É o DNA togado.Não se trata de mero discurso, ou de estigmatizante defesa de tese, e nem

de academicismo hermético. Sob o invólucro da mais pura realidade, a revela-ção exige mais profundidade na hora de serem analisados os problemas queafligem o Judiciário, repleto de mantras e carmas, contaminada defesa dostatus quo e empecilhos sem fim para reverter a situação que deixa o cidadãodistante de tudo o que ele espera em termos de — diante de qualquer causa —ver como se assinala, expõe e fundamenta quem tem razão num processo e,principalmente, por quais motivos. Diante disso, não há meias-palavras e nemespaço para retóricas ocas: o Judiciário está emperrado.

Os números são insofismáveis: nas três últimas décadas, só na mais altaCorte, o Supremo Tribunal Federal, o número de processos protocolados subiuassustadores 647% e o de julgamentos, 1.044%. Em 1980, isso quis dizer 9,5mil processos protocolados e 9 mil julgamentos. Só em 2010 foram realizados103 mil julgamentos e recebidos 71 mil processos. Em 2011 já foram realizados39 mil julgamentos e recebidos 27 mil processos. Os detalhes são impressio-nantes: em 2009, foram abertos cerca de 8 milhões de processos no juízo deprimeira instância em todo o Brasil. Ainda em 2009, a segunda instância em ní-

PERCIVAL DE SOUZA, especial para o "Tribuna"

Processos emperram a Justiçavel nacional assinalou 1,78 milhões de processos. O País chegou a 9,38 milhõesde processos, dispondo para enfrentar essa montanha de feitos de aproxima-dos 14 mil magistrados estaduais. A equivalência: 670 novos processos paracada juiz apreciar. Juízes que são, nos Estados, 13.735, segundo a Associaçãodos Magistrados Brasileiros. Acrescentem-se mais 1.492 magistrados federais,conforme a Associação de Juízes Federais.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, está inco-modado. Formulou uma proposta de emenda constitucional para restringir o ex-cesso de recursos, e transformou-se em alvo de críticas e polêmicas (ver ver ver ver ver “Hic etNunc” na página 12na página 12na página 12na página 12na página 12). Mas não desiste: “Não se tem uma cláusula constitucio-nal que estabeleça a presunção de inocência. A Constituição diz que ninguém seráconsiderado culpado até o trânsito em julgado da sentença. A garantia é de tra-tamento digno do réu enquanto a sentença não é definida. Que o réu seja tomadocomo alguém com uma série de garantias enquanto a sua culpa não é definida.”Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, Peluso chegou a ser mais enfático aorepelir as críticas recebidas. Quem é contrário à sua proposta? Ele mesmo res-ponde: “Advogados seletos, cujos serviços são altamente valorizados. Os clientessão pessoas de mais posse e acho normal que eles possam ver certo incômodopara os interesses profissionais. A grande maioria dos advogados só tem a ga-nhar. Não se pode imaginar que o Brasil, como único País do mundo com quatroinstâncias, seja também o único com um sistema de garantias individuais. Amaioria dos países tem duas instâncias e dá garantias. Não é o excesso de instân-cias que protege as garantias individuais. Senão ter-se-ia que partir do pressupos-to de que o Brasil é o único País com essa proteção.”

B

Page 42: Agosto 2011 nº220

30AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

JUDICIÁRIO

RASÍLIA – Em apoio ao presidentedo STF, o juiz aposentado Jorge

Hage, atual ministro-chefe da Controlado-ria- Geral da União, faz uma distinção entreos recursos e as ações autônomas de impug-nação, no Brasil, muitos recursos e reduzi-das ações. Para ele, o Brasil é “campeãomundial em recursos”, considerando que “éóbvio que após uma decisão de segunda ins-tância (tribunais), já tendo sido possível ouso de inúmeros apelos, muito mais razoá-vel seria cumprir-se a decisão e depois, sefosse o caso, usar uma ação autônoma paraimpugnar a decisão final”. Hage não econo-miza palavras: “Os processos hoje são inter-mináveis quando se trata de condenar réuspoderosos ou endinheirados.” Argumentaque “o índice de decisões criminais no STFé baixíssimo, o que mostra o acerto das deci-sões dos tribunais de segundo grau”. Eledeseja que o Brasil aproxime o sistema judi-ciário dos padrões de países em que “as ga-rantias processuais não são biombos para aimpunidade”.

Nesse sentido, há mais firulas jurídicas noar. O processo do “mensalão”, no qual polí-ticos são acusados de cobrar propina paraaprovar projetos de interesse do Executivo,é um dos últimos exemplos das manobras deprocrastinação. Os ministros do STF se pre-param para enfrentá-la. O relator do pro-cesso, aberto há quatro anos, ministro Joa-quim Barbosa, espera que o julgamento dosréus possa ser marcado até março de 2012.O processo tem 213 volumes, com 45 mil pá-ginas, mais 484 apensos, centenas de docu-mentos e depoimentos de mais de 600 tes-temunhas. O temor é que se na reta finaldois deputados federais renunciarem aomandato (João Paulo Cunha (PT-SP) e Val-demar Costa Neto (PR-SP)) o processo po-deria ser mandado de volta para a primeirainstância do Judiciário. Isso porque eles sãoos dois únicos acusados entre os 38 réus,entre eles o ex-ministro-chefe da Casa Civil,José Dirceu, e o publicitário mineiro MarcosValério, que continuam com direito a foroespecial. Estão entre os acusados, entre ou-tros, o ex-deputado José Genoino, hoje as-sessor especial do Ministério da Defesa e oex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira(que fez acordo com o Ministério Publico,prestando serviços comunitários em trocada exclusão do processo). Um dos réus, de-putado José Janene (PP-PR), já faleceu. Aatual composição do STF é diferente. Doisministros não estão mais lá. O parâmetro éo caso do deputado João Cunha Lima(PSDB-PB). Ele era acusado de tentativade homicídio contra o desafeto político Tarcí-sio Buriti, alvejado a tiros dentro de um res-taurante em João Pessoa, em 1995. Renun-ciando ao mandato, Cunha Lima conseguiuque o processo retornasse para uma VaraCriminal da Paraíba, por decisão dos outrossete ministros, onde foi rapidamente consi-derado prescrito. Segundo o presidente Pe-luso “estabelecer tal precedente (renúncia emudança de foro) levaria a praticar atos inú-teis, quando esta Corte tem, a seu cargo,problemas gravíssimos que não encontramsoluções rápidas e tão céleres quanto se de-seja”. Se houver nova renúncia, de JoãoPaulo Cunha ou Valdemar Costa Neto, nocaso do “mensalão”, o assunto será debati-

Um festival de recursos

do em sessão plenária do STF. A rigor, as leis deveriam ajudar. Mas es-

tão emperrando a máquina judiciária: nadécada 2000-2010, foram criadas no Brasil75.517 leis, entre legislações ordinárias ecomplementares, tanto na esfera estadualcomo na federal. São 6.865 leis a cada ano,na kafkiana média de 18/dia; 68.956 sãoestaduais e 6.561 federais. Existe um incrí-vel ranking de leis: primeiro classificado,Minas Gerais (6.038); segundo, Bahia(4.467); terceiro, Santa Catarina (4.114),seguindo-se São Paulo (4.111) e Rio de Ja-neiro (2.554). Não entram nessa conta asleis municipais. Conforme a Confederação Na-cional dos Municípios, o Brasil possui 5.500câmaras municipais, com 55 mil vereadores.No folclore legislativo, entre outros destaques,estão a criação da Semana do Bebê, a pérolado “Dia da Joia Folheada” (a ser comemoradoem toda última terça-feira de agosto) e a pre-tensão de tornar obrigatórias partidas de fu-tebol feminino nas preliminares das decisõesde campeonatos estaduais.

A consequência desse folclore interminá-vel é a arguição de inconstitucionalidade dasleis. O remédio é a ação direta de inconstitu-cionalidade (Adin). O STF julgou 2.752 de-las durante a última década, todas relativasa leis federais e estaduais. Desde que entrouem vigor a nova Carta Magna, em 1988, oSTF considerou inconstitucionais 20,5%das Adins julgadas. Nos Estados, apenas oTJ-SP julgou, no ano passado, 338 Adinsque vislumbravam entraves constitucionaisem leis estaduais e municipais. No Rio deJaneiro, 80% das leis, na média, que che-gam à chefia do Executivo não passam pelaProcuradoria Geral do Estado.

Mas, existe também o “faz-de-conta” for-çado das leis arcaicas. É o caso do artigo 59da Lei de Contravenções Penais, editada em1941 e em vigor até hoje. O artigo prevê a prisão simples, de 15 dias a quatro meses, dequem se entrega “habitualmente à ociosida-de, sendo válido para o trabalho, sem terrenda que lhe assegure meios bastantes desubsistência, ou prover à própria subsistênciamediante ocupação lícita”.

A previsão contravencional do artigo 58(de quatro meses a um ano de detenção paraexploradores do jogo do bicho) tornou-se ridí-cula com a proliferação de bingos e máquinascaça-níqueis, bem como a defasada multa de

“dois a 20 mil cruzeiros”.Por todas essas e várias outras razões, o

presidente do STF pretende, agora, dar outraguinada no cotidiano da Corte: pegar uma“carona” na prática das reuniões (fechadas)do Banco Central, usar como modelo o estiloadotado pela Suprema Corte dos EstadosUnidos e implantar um sistema de reuniõesprévias entre os ministros, sem transmissãopela TV, para evitar que divergências motivemásperas discussões transmitidas ao vivo. Pelu-so diz que quer facilitar a vida dos colegas:reuniões prévias, acredita, fariam com quetodos soubessem antecipadamente da posiçãodos colegas e até evitariam pedidos de vista.

O diretor da Escola de Direito da Funda-ção Getúlio Vargas, Joaquim Falcão, quetambém já fez parte do Conselho Nacional deJustiça, não vê problemas na nova proposta:“Não são reuniões decisórias fechadas. Adecisão será pública, mas a troca de ideias éque se pode fazer de modo mais privado.”Falcão, porém, é a favor de “renovação deideias” entre os ministros. Por isso, é favorá-vel ao projeto do ex-deputado federal FlávioDino (PC do B), que propõe mandato de até12 anos para os integrantes da Corte.

Sobre a diminuição de recursos propostapor Cezar Peluso, o professor da FGV e doInstituto Nacional de Matemática Pura eAplicada Aloísio Araújo recolheu dados depesquisa do Centro Estatístico da Escola deDireito da FGV, constastando que de aproxi-mados 1,2 milhão de processos em trâmitepelo STF de 1988 a 2009, 86% haviam sidopreviamente julgados em pelo menos duasinstâncias. No Brasil, argumenta Aloísio Ara-ujo, “durante o período militar o direito dedefesa e de garantias individuais foi enfra-quecido, e por isso foram punidos muitos ino-centes. Por oposição, após a democratização,foi-se em sentido contrário. Embora isto fos-se desejável, errou-se na dose. E, como con-sequência, está se deixando de punir os cul-pados”. O economista raciocina sobre outrodado do STF, segundo o qual de 5.300 casoscriminais julgados em 2009 e 2010, apenasnove foram favoráveis aos réus. Para Araújo,“a celeridade da Justiça inibe crimes contra apessoa física, contra o patrimônio e contra oprocesso eleitoral”. Ou como diria Cezar Pe-luso: “Em um único caso houve a efetiva refor-ma do mérito da condenação. A remoção dosmitos permitirá a continuidade do debate.”

B

RASÍLIA - O Congresso é uma espé-cie de “Caixa de Pandora”: há uma

montanha, difícil de ser escalada, de projetospendentes. Mesmo que os 513 deputados e81 senadores decidissem enfrentar o desafiodos projetos que podem virar lei, sem apre-sentar nenhum novo, o ritmo dos trabalhosindica que se gastaria um século nas sessõesde votação. Existem mais de 30 mil projetosem tramitação. Na média dos resultados dosdebates e da conversão em lei, uma lei éaprovada após exame de cada dez propostas.Quem chega à Casa de Leis fica assustado comessa constatação, como o novato senadorPedro Taques (PDT-MT), para quem “oprocesso legislativo é do século 19”. A teoriade Montesquieu (a repartição tripartite dosPoderes) é driblada em Brasília, onde fica ní-tido que o Executivo dá as cartas, o Legislati-vo titubeia e vacila, o Judiciário avança nasbrechas deixadas. Exemplos clássicos: o pre-sidente da República tem poder de veto mes-mo com aprovação de projeto pelo Legislati-

vo. O prazo para isso é de 15 dias. Outro pra-zo é de um mês para o Congresso decidir se oveto presidencial é mantido ou não. 2.180 ca-sos de vetos presidenciais aguardam que osparlamentares se manifestem. Alguns espe-ram há uma década pela apreciação.

Nos vazios, o Supremo Tribunal Fede-ral tem sido mais do que guardião da Cons-tituição. É seu intérprete, como se poderáver por ocasião do julgamento do processodo “mensalão”. A média de edição de me-didas provisórias pelos presidentes da Re-pública chegou a uma por semana, desde1989. No governo Dilma Roussef, a médiadiminuiu para uma a cada duas semanas.Já chegam a 1.127, teoricamente em trâ-mite, 52 delas estão nessa situação hámais de dez anos. Esta é situação de umCongresso que tem 17 códigos, espinhadorsal do ordenamento jurídico brasileiro,repletos de defasagens e simultâneos estu-dos para mudar e melhorar, alguns esté-reis ou bizantinos. (PSPSPSPSPS)B

“Caixa de Pandora”

B

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31AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

TRABALHO - 1

mpresas que quiserem partici-par de licitações, serem con-tratadas pela AdministraçãoPública, ou pleitear incentivosfiscais terão de apresentar aCertidão Negativa de Débitos

Trabalhistas (CNDT), a partir de janeiro do anoque vem. A exigência está prevista na lei sancio-nada pela presidente Dilma Russeff e deve serinserida na CLT. A norma também altera a Leidas Licitações nº 8.666/1993 e inclui a certidãona documentação que comprova a regularidadefiscal das empresas.

A tentativa de veto da Confederação Nacionalda Indústria, sob o argumento de que a exigência“aumentará a burocracia e os custos para as em-presas e poderá comprometer os processos de

Certidão de débito será obrigatóriacompras do governo”, não prosperou. Dias antes, opresidente da entidade, Robson Braga de Andrade,insistiu em dizer que “a medida é inadequada e pre-judica especialmente as micros e as pequenas em-presas que fornecem ao governo”. Para o empre-sário, a certidão não evitará a inadimplência dosdébitos trabalhistas, “mas representará outro en-trave para as empresas brasileiras”.

Já o presidente do TST, ministro João OresteDelazen, considerou a medida importante, emfunção do grande número de processos que seencontram em fase de execução. Para ele, coma criação da CNDT, a tendência é que o volumede ações seja reduzido. De acordo com o minis-tro, o TST está apto para avaliar a existência dedébitos e expedir as certidões em tempo hábil,gratuitamente, por meio eletrônico.B

E

Primeira Turma do TST manteve de-cisão da Justiça do Trabalho paulis-

ta, que condenou a NET Sorocaba Ltda. apagar indenização de R$ 10 mil por danosmorais a uma ex-funcionária que foi obriga-da pelo supervisor a fazer flexão de braços,como forma de punição. A empresa recorreuà Corte visando destrancar o recurso de re-vista no TRT-15 (Campinas-SP), mas os mi-nistros entenderam que o objetivo seria o“revolvimento de fatos e provas”, o que é

Flexão de braços gera dano moralvedado pela Súmula 126 do TST.

A trabalhadora alegou que o coordena-dor comercial Carlos Roberto de Castro Ju-nior repreendia os empregados que cometi-am faltas insignificantes, obrigando-os a fa-zer flexões de braços na frente dos colegas.Sustentou ter recebido a pena por não terrespondido em segundos um e-mail enviadopor ele. No TST, a NET tentou inverter oônus da prova, sem sucesso. (AIRR – 5365-47.2010.5.15.0000)B

A

In itinereA Segunda Turma do TST revogou de-

cisão do TRT-9 (PR) obrigando a Coope-rativa Agropecuária dos Cafeicultores dePorecatu (Cofercatu) a pagar a um em-pregado 40 minutos extras por dia, rela-tivos a horas in itinere (tempo gasto noitinerário até o local de trabalho). Os mi-nistros entenderam que a distância dedois quilômetros entre a rodovia e a desti-laria, onde o empregado trabalhava, erade fácil acesso, sem necessidade de a em-presa fornecer meio de transporte. (RR-206600-6.2005.5.09.0562)

PrescriçãoA Oitava Turma do TST acatou recurso

de um ex-mecânico da Acesita S.A. (MG)que, em 1979, sofreu queimaduras de ter-

Internetceiro grau ao manusear um equipamento ge-rador de hidrogênio, mas acionou a Justiçasomente 20 anos após o acidente. O ex-em-pregado deverá receber indenização de R$60 mil. Já a SDI-2, em julgamento de umacausa idêntica, manteve decisão do TRT-10(DF-TO) que considerou prescrita ação ajui-zada por um ex-empregado da CooperativaMista Rural do Vale do Javaés, oito anosapós o acidente. O empregado teve a pernaesmagada e parte amputada em acidente nolaboratório em 1993. Foi dispensado semjusta causa em 2000, e interpôs ação em2001. (RR-42100-52-2006.5.03.0033;RO-15400-41.2009.5.10.0000)

Contribuição sindicalA Seção Especializada em Dissídios

Coletivos (SDC), do TST, deu provimen-to ao recurso do MPT-4 (RS) contraacordo feito pelo Sindicato dos Traba-lhadores nas Indústrias de Alimentaçãode Dom Pedrito (RS), homologado noTRT-4, que permitia a cobrança da con-tribuição sindical equivalente a dois diasdos salários de todos os empregados dacategoria, inclusive dos não-sindicaliza-dos. Para o relator, ministro WalmirOliveira da Costa, o sindicato não podedesrespeitar o princípio constitucionalda livre associação e sindicalização. (RO-213000-38.2009.5.04.0000)B

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32AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

ENSINO JURÍDICO

A relevância do ensino do Inglês jurídiconos cursos de graduação em Direito

TARLEI LEMOS PEREIRA*

*Advogado em São Paulo.

aro amigo leitor: se vocêé operador do Direitodesde a época em quebastava ter bons conhe-cimentos de Latim e Por-tuguês jurídico e desco-

nhece presentemente o significado de pa-lavras e expressões simples tais como lo-ckout, dumping, smog, contempt of court,good will of trade e mergers and aquisi-tions, comece a ficar preocupado.

É que o mundo globalizado trouxeconsigo a imposição, quer você queira,quer não, de uma mudança de menta-lidade, mais aberta e atenta às diretri-zes internacionais, passando-se, obvi-amente, pelo aprendizado e uso da de-nominada “língua franca”, ou seja, oInglês. Apresso-me, contudo, a escla-recer que não sou professor de Inglês,nem estou vendendo nenhum curso deInglês para brasileiros. Quero, apenas,chamar atenção para a importância doensino do Inglês jurídico nos cursos degraduação em Direito, pois os alunos dehoje certamente dele precisarão quan-do vierem a exercer a nobre profissão,na qualidade de advogados, promoto-res de Justiça ou juízes de Direito.

Não desconheço que algumas uni-versidades vêm disponibilizando cursosde línguas ao corpo discente, porémsempre fora da grade normal de aulas,como se fosse uma atividade à margemou meramente complementar do ensinodo Direito e não parte essencial dele. Oresultado, como não poderia deixar de

ser, é que parcela considerável do alu-nato tem certa dificuldade em compre-ender textos elementares de DireitoComercial, Civil, Processual, Constitu-cional etc., justamente pela falta dedomínio de uma língua estrangeira, no-tadamente Inglês.

A situação é ainda pior quando sepretende ingressar na pós-graduação,pois se exige dos alunos a realização deuma prova de “tradução” em línguaestrangeira, geralmente versando textojurídico, que pode ou não coincidir coma área do Direito que se almeja cursar.Mas, como se sabe, nem todos quedominam um idioma alienígena têm aespecífica habilidade de “traduzir” tex-tos, assim como nem todos são “intér-pretes” de idioma estrangeiro. De todomodo, não estou aqui a avaliar a ade-quação das provas de ingresso na pós-graduação, tarefa que, aliás, não mecabe, mas sim a expor minha ideia deque o Inglês jurídico deveria ser ensina-do nos cursos de graduação em Direito,como disciplina obrigatória.

Acha que estou exagerando? Entãoveja, a seguir, alguns exemplos: É forade dúvida que o Direito Comercial é oque mais exige o conhecimento do in-glês jurídico. Cite-se, v.g., o Curso deDireito Comercial do professor FábioUlhoa Coelho, publicado pela Saraiva,ou, se preferirem, o Curso de DireitoComercial do professor Haroldo Malhei-ros Duclerc Verçosa, publicado pelaMalheiros: em ambas as obras citadasé bastante comum nos depararmos comexpressões tais como leasing, insidertrading (tipper e tippee), standard ofloyalty, leakage, commercial paper, mor-tgage, piercing the corporate veil, holding,incoterms (cost and freight, free on board,free carrier, free alongside ship et al.),joint venture, franchising, intellectualproperty, tenant mix, royalties, publicity,Uniform Commercial Code, Chapter 11(reorganization), factoring, Americandepositary receipts, golden share, blur-

ring, tarnishment, pipeline, World TradeOrganization e muitas outras.

No Direito Civil, pode-se colherexemplos como a diferenciação entrecivil law e common law, act of God,umbrella clause, hedging, engineeringetc. Já no Direito Processual, vê-sefrequentemente due process of law, al-ternative dispute resolution, due dili-gence, class action, plea bargain e crossexamination. Em Direito Constitucional,a conhecidíssima expressão checks andbalances, human rights e impeachment.No ECA, best interest of the child, e naseara penal white-collar crime.

Notem que não estou sugerindo, nemdefendendo, a adoção de anglicismosno Direito brasileiro. Ao contrário, acre-dito que quanto mais simples for o textojurídico sob o prisma da linguagem ado-tada, melhor e mais fácil será a compre-ensão por parte da comunidade acadê-mica, principalmente dos estudantes.Entretanto, muitas vezes palavras e ex-pressões são mais conhecidas na lín-

gua original inglesa, v.g., impeachment,e-commerce, tenant mix, insider trading,golden share etc.

Nunca me esqueço que nos idos de1990, quando ingressei em meu primei-ro escritório de Advocacia para estagi-ar, perguntaram-me se eu me sentiahabilitado a fazer due diligence e eusimplesmente não sabia o que respon-der, pelo então completo desconheci-mento do inglês jurídico. Nem mesmoimaginava o quanto era importante pre-encher diariamente a tal time sheet!

De lá para cá, conscientizei-me daabsoluta relevância do aprendizado dalegalese (juridiquês), o que me motivaa sugerir que, doravante, passe a serobrigatoriamente lecionado o Inglês ju-rídico nos cursos de graduação das fa-culdades de Direito de todo o País, oque será de imensa valia aos futurosprofissionais.B

CCOMUNICAÇÕES

“Pegadinha” acaba em indenização“brincadeira” de mau gosto (monta-da pela equipe do programa “Pânico

na TV”), de jogar baratas vivas em uma mu-lher, custou caro à TV Ômega Ltda. (RedeTV!). A emissora foi condenada a pagar re-paração à vítima da “pegadinha”, MarianaZ. T. Gomes, atingida quando trafegava emuma rua na Capital paulista. Embora tenhaexecrado a suposta brincadeira, a QuartaTurma do STJ reduziu a indenização de 500salários mínimos (cerca de R$ 272.500,00)para R$ 100 mil (englobando os danos mo-rais e o uso indevido de imagem), por consi-derar o valor razoável, já que não ocorreulesão física ou morte.

O TJ-SP havia rejeitado o recurso daemissora por entender que “o terror querepercutiu na atividade psíquica da vítima,

não se confunde com mera brincadeira”.Considerou, ainda, que o uso não autorizadoda imagem não poderia ser desvirtuado porse tratar de filmagem em local público, nempelo uso de ‘mosaicos’ (artifício utilizadopela TV para tentar impedir a identificaçãoda pessoa quando a imagem é exibida).Para o tribunal, a punição deve ser exem-plar, para que o ofensor não reincida na con-duta. O valor da reparação foi fixado em 500salários mínimos.

No STJ, o ministro-relator, Aldir Passari-nho Junior, considerou as afirmações da vítima,que teria ficado impedida de trabalhar um perí-odo “sob o impacto do terror repentino”. O mi-nistro disse que mesmo a emissora tendo utili-zado o recurso de ‘mosaico’, “o constrangimen-to não se desfaz”. (RESP 1095385)B

A

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33AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

TRABALHO - 2

Pleno do TST alterou a re-dação da Súmula 7474747474 e in-seriu o item III, segundo oqual “a vedação à produ-ção de prova posteriorpela parte confessa somen-

te a ela se aplica, não afetando o exercício,pelo magistrado, do poder/dever de conduziro processo”. O vocábulo “pena” foi excluídodo item I. O TST deu nova redação às Súmu-las 8585858585 com acréscimo do item V: “As dispo-sições contidas nesta súmula não se aplicamao regime compensatório na modalidade“banco de horas”, que somente pode serinstituído por negociação coletiva”. 219219219219219(item II): “É cabível a condenação ao paga-mento de honorários advocatícios em açãorescisória no processo trabalhista”. 291291291291291:“A supressão total ou parcial, pelo empre-gador, de serviço suplementar prestado comhabitualidade, durante pelo menos um ano,assegura ao empregado o direito à indeniza-ção correspondente ao valor de um mês dashoras suprimidas, total ou parcialmente,para cada ano ou fração igual ou superior aseis meses de prestação de serviço acima dajornada normal. O cálculo observará a médiadas horas suplementares nos 12 meses an-teriores à mudança, multiplicada pelo valorda hora extra do dia da supressão”. 327327327327327:“A pretensão a diferenças de complementa-

TST altera súmulas e divulga novas

ção de aposentadoria sujeita-se à prescriçãoparcial e quinquenal, salvo se o pretenso di-reito decorrer de verbas não recebidas nocurso da relação de emprego e já alcança-das pela prescrição, à época da propositurada ação”. 331331331331331 (item IV): “O inadimple-mento das obrigações trabalhistas, por par-te do empregador, implica a responsabilida-de subsidiária do tomador de serviços quantoàquelas obrigações, desde que haja partici-pado da relação processual e conste tambémdo título executivo judicial”. Foram acres-centados os itens: V – “Os entes integrantesda administração pública direta e indiretarespondem subsidiariamente, nas mesmascondições do item IV, caso evidenciada a suaconduta culposa no cumprimento das obriga-ções da Lei n. 8.666/93, especialmente na

fiscalização do cumprimento das obrigaçõescontratuais e legais da prestadora de servi-ço como empregadora. A aludida responsabi-lidade não decorre de mero inadimplementodas obrigações trabalhistas assumidas pelaempresa regularmente contratada”, e VI:“A responsabilidade subsidiária do tomadorde serviços abrange todas as verbas decor-rentes da condenação”; 364364364364364: “Tem direitoao adicional de periculosidade o empregadoexposto permanentemente ou que, de formaintermitente, sujeita-se a condições de risco.Indevido, apenas, quando o contato dá-se deforma eventual, assim considerado o fortui-to, ou que, sendo habitual, dá-se por tempoextremamente reduzido”. Foi cancelado oitem II; 369369369369369 (item II): “O artigo 522 daCLT foi recepcionado pela Constituição Fede-ral de 1988. Fica limitada, assim, a estabilida-de a que alude o artigo 543, § 3º, da CLT, asete dirigentes sindicais e igual número de su-plentes”. 387387387387387 (item IV): “A autorização parautilização do fac-símile, constante do artigo 1da Lei n.º 9.800/1999, somente alcança as hi-póteses em que o documento é dirigido direta-mente ao órgão jurisdicional, não se aplicandoà transmissão ocorrida entre particulares”.

O TST editou, também, novas súmulas ecancelou a 349349349349349, que trata do acordo de com-pensação de horário em atividade insalubre.As novas súmulas: 425425425425425: “O jus postulandi

das partes, estabelecido no artigo 791 daCLT, limita-se às Varas do Trabalho e aostribunais regionais do Trabalho, não alcan-çando a ação rescisória, a ação cautelar, omandado de segurança e os recursos decompetência do TST”. 426426426426426: “Nos dissídiosindividuais o depósito recursal será efetivadomediante a utilização da Guia de Recolhimentodo FGTS e Informações à Previdência Social– Gfip, nos termos dos §§ 4º e 5º do artigo899 da CLT, admitido o depósito judicial, rea-lizado na sede do juízo e à disposição deste, nahipótese de relação de trabalho não submetidaao regime do FGTS”. 427427427427427: “Havendo pedidoexpresso de que as intimações e publicaçõessejam realizadas exclusivamente em nome dedeterminado advogado, a comunicação emnome de outro profissional constituído nos au-tos é nula, salvo se constatada a inexistênciade prejuízo”. 428428428428428: “O uso de aparelho de in-tercomunicação, a exemplo de BIP, “pager”ou aparelho celular, pelo empregado, por sisó, não caracteriza o regime de sobreaviso,uma vez que o empregado não permanece emsua residência aguardando, a qualquer mo-mento, convocação para o serviço”. 429429429429429:“Considera-se à disposição do empregador, naforma do artigo 4º da CLT, o tempo necessárioao deslocamento do trabalhador entre a porta-ria da empresa e o local de trabalho, desde quesupere o limite de 10 minutos diários”.B

Internet

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34AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

TRABALHO - 3

os 250 mil advoga-dos inscritos naOAB, apenas 52 milpossuem certifica-ção digital, sistemaque permite assina-

tura nos atos processuais em formatoeletrônico. O documento possui nome,número (denominado chave pública), eoutros dados que identificam os signa-tários. A ferramenta tornou-se indis-pensável para atuação do profissionalno processo pela internet, e garanteautenticidade e confidencialidade às in-formações. De acordo com o presiden-te do TST, ministro João OrestesDalazen, o número reduzido de advo-gados que usam o documento eletrôni-co é preocupante. Ele teme que opouco interesse na obtenção dacertificação digital possa “se constituirum grave problema na implantação doProcesso Judicial Eletrônico (PJe), nãoapenas na Justiça do Trabalho”.

O PJe foi anunciado em junho, du-

Baixo índice de certificado digital preocupa TSTBaixo índice de certificado digital preocupa TSTBaixo índice de certificado digital preocupa TSTBaixo índice de certificado digital preocupa TSTBaixo índice de certificado digital preocupa TSTrante a 129ª sessão do CNJ e contoucom adesão de 50 tribunais. De acor-do com o ministro Delazen, a implan-tação do processo eletrônico na Justi-ça do Trabalho tem sido marcada poraltos e baixos, e com adversidadesalheia à vontade da instituição. “Nãonos falta coragem para implantar oprocesso eletrônico”, explicou. Segun-do o ministro, a Justiça trabalhista secomprometeu a implantar o sistemaem todas as unidades. Para isso, 50servidores trabalham exclusivamentena adaptação do PJe. Anunciou, ainda,a formação de um grupo de trabalhopara avaliar os impactos da automaçãonos tribunais. De acordo com o presi-dente do TST, “o cronograma elabora-do, seguido à risca até aqui, prevê aimplantação do PJe na fase de conheci-mento em primeiro grau, em Vara doTrabalho piloto, impreterivelmente até5 de dezembro de 2011”. A expectativaé desenvolver também o PJe para oprocesso em segundo grau.B

D

Quinta Turma do TST ratificou sen-tença do TRT-17 (ES), obrigando a

Cia. Vale do Rio Doce a pagar indenizaçãode R$ 800 mil, por dano moral coletivo,por ter obrigado as empresas contratadas(ou terceirizadas) a dispensar ou não admi-tir funcionários que haviam ajuizado açãotrabalhista contra ela. A denúncia partiu doMPT-17 (ES), que pediu a condenação da

VVVVVale do Rio Doce é condenadaale do Rio Doce é condenadaale do Rio Doce é condenadaale do Rio Doce é condenadaale do Rio Doce é condenadapor criar “lista suja”por criar “lista suja”por criar “lista suja”por criar “lista suja”por criar “lista suja”

Vale pela criação da “lista suja”. A condutadiscriminatória foi constatada em primeirainstância e a condenação mantida peloTRT-17. Para o tribunal capixaba, a em-presa praticou ato lesivo contra os traba-lhadores. A companhia recorreu ao TST,sem êxito. O valor da reparação será rever-tido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador.(RR-103600-95.2006.5.17.0012)B

A

IndenizaçãoA Justiça do Trabalho pode julgar ação

com pedido de indenização por dano moralem função da conduta do sindicato durantegreve. O entendimento da Sexta Turma doTRT, fundamentado na EC nº 25/2004 (quedá novas atribuições à Justiça trabalhista),foi proferido em ação movida por emprega-dos do setor público-educacional contra oSindicato dos Trabalhadores em Educaçãoda Rede Pública de Ensino do Estado deSanta Catarina (Sinte-SC). Eles pleiteiam in-denização por danos a terceiros, alegandoconstrangimento ilegal e cárcere privado, porpermanecerem impedidos de sair da secreta-ria por várias horas durante uma greve. Aentidade foi condenada em primeira instân-cia, mas na apelação o TRT-12 declarou-seincompetente para julgar a ação e encami-nhou o processo para a Justiça comum. A Tur-ma, com entendimento oposto, determinou oretorno dos autos para julgamento do recur-so. (RR-333000-76.2008.5.12-0001)

ReintegraçãoA Sexta Turma do TST manteve decisão

do TRT-4 (RS), obrigando a Cia. Riogran-dense de Saneamento (Corsan) a reintegrarum empregado aprovado em primeiro lugarem concurso público e demitido como inapto.Foi constatado que durante o período pro-batório o trabalhador era o único responsá-vel pela estação de tratamento de água eesgoto de Caçapava (RS), executando tare-fas complexas, pertinentes a cargos superi-ores. Além disso, o segundo colocado no con-curso é filho do gerente da Corsan, que teriaparticipado da avaliação. (RR-44300-51.2001.5.04.0721)

Estabilidade IA garantia de emprego de um ano para

empregados acidentados ou com doençaprofissional, após o retorno da licença, deveser estendida aos trabalhadores admitidospor contrato de experiência. Com esse en-tendimento, a Sexta Turma do TST, refor-mou decisão do TRT-15 (Campinas-SP) edeterminou que Moreti Orsi Distribuidor deArgamassas pague indenização a um ex-em-pregado, dispensado no período de estabili-dade provisória, após ter sofrido acidente de

trabalho. (RR-87940-85.2007.5.15.0043)

IntrajornadaO intervalo intrajornada não pode ser

inferior à uma hora. A decisão é da QuintaTurma do TST, que mandou a Mahle Com-ponentes de Motores do Brasil pagar ho-ras extras a um ex-empregado que teve ointervalo de descanso e refeição reduzidospara 30 minutos diários, por norma coleti-va. O juízo de primeiro grau havia conside-rado inválido o acordo coletivo e condenoua empresa a pagar uma hora extra diáriaao trabalhador. A empresa recorreu aoTRT-3 que reformou a sentença. O empre-gado apelou ao TST, com sucesso. (RR-61900-74.2009.5.03.0061)

DeficienteA Oitava Turma do TST rejeitou recurso

de uma trabalhadora, que pedia a condena-ção da Empresa Brasileira de Correios eTelégrafos (ECT) como responsável subsidi-ária pelo pagamento de verbas rescisórias.Ela alegou ser portadora de deficiência audi-tiva, trabalhou na ECT, e ajuizou ação para

recebimento das verbas trabalhistas, inicial-mente com êxito. No recurso, o TRT-12(SC) isentou a ECT do pagamento. No STJ,os ministros entenderam que a trabalhado-ra, em conluio com o antigo presidente daassociação, declarou-se indevidamente por-tadora de deficiência para obter o emprego.Para a Turma, a falta cometida foi mais gra-ve do que qualquer ingerência da empresana condução do convênio. (AIRR-230840-50.2003.5.12.0032)

Estabilidade IIEstabilidade IIEstabilidade IIEstabilidade IIEstabilidade IIA Seção I, Especializada em Dissídios

Individuais (SDI-1), julgou improcedentepedido de reintegração de um funcionáriodo Banco Santander-Banespa que atuoucomo delegado sindical. Os ministros aplica-ram a OJ 369, segundo a qual, “delegadosindical não é beneficiário da estabilidadeprovisória prevista na Constituição”. (E-RR-34500-19.2004.5.22.0001)

VantagemEmpregadora que manteve o pagamen-

to de vantagem estabelecida em convençãocoletiva de trabalho após o fim da vigênciado acordo tem de considerar o benefíciocomo parte do contrato de trabalho no atoda dispensa. O entendimento é da SextaTurma do TST, ao ratificar decisão doTRT-1 (RJ), obrigando a Barcas S.A.Transportes Marítimos a incorporar os va-lores ao salário de um ex-funcionário.(RR-276300-88.1998.5.01.0243)

Extra-petitaA Seção II, Especializada em Dissídios

Individuais (SDI-2), determinou que oTRT-9 (PR) reexamine a decisão quecondenou o Funbep (Fundo de PensãoMultipatrocinado) a devolver a um ex-em-pregado do Banco do Estado do Paraná(Banestado) os valores descontados a tí-tulo de assistência médica. Os ministrosacataram o argumento de julgamento ex-tra-petita (concessão além do que foi pe-dido na inicial). A SDI entendeu que tra-balhador não pleiteou o ressarcimentodos valores, e sequer alegou que os des-contos não poderiam ser efetuados peloFunbep sem a autorização e por escrito.Apenas sustentou que os descontos con-trariam aLei nº 6.435/77 e ao regula-mento do plano de benefícios. (ROAR-115200-92.2008.5.09.0909)B

InsalubridadeInsalubridadeInsalubridadeInsalubridadeInsalubridadeA Quinta Turma do TST manteve deci-

são da Justiça Trabalhista gaúcha quecondenou a JRP Serviços de Administra-ção de Feiras e Exposições Ltda. (presta-dora de serviços) e o município de PortoAlegre, como responsável subsidiário, apagar adicional de insalubridade no graumáximo e demais verbas a uma funcioná-ria terceirizada. Ela havia sido contratadapara serviços de limpeza e de portaria,mas realizava higienização de sanitáriose coleta de lixo em posto de saúde. (RR-161700-90.2003.5.04.0018)

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36AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

TRABALHO - 4

Subseção Especi-alizada em DissídiosIndividuais (SDI-1)do TST rejeitou, porunanimidade, recur-

so da Telesp (Telecomunicações deSão Paulo) contra decisão do TRT-2(SP) que a obrigou a pagar as diferen-ças do adicional de periculosidade aum funcionário que trabalhou comopreparador de linhas e aparelhos, fun-ção que lhe dava o direito parcial aobenefício. Os ministros levaram emconsideração a Súmula 364, que nãopermite a fixação do adicional depericulosidade inferior ao determinadopor lei, mesmo que a redução seja re-sultante de acordo coletivo.

A Telesp já havia recorrido ao TST,alegando que o trabalhador não faziajus ao pagamento integral do adicionalem razão do acordo coletivo firmadopelo sindicato da categoria. A Primeira

Periculosidade não pode ser alterado por acordo coletivoTurma rejeitou o recurso, por conside-rar inválida a cláusula coletiva que es-tipula o pagamento de adicional depericulosidade proporcional ao tempode exposição.

A companhia apelou novamente,desta vez à SDI-1, alegando que oacórdão do TRT-2 violava o item IIda Súmula 364. A empresa só nãosabia que a Resolução 174, de 25 demaio deste ano, extinguiu o item IIda Súmula 364, suprimindo o acordocoletivo. O item I determina que temdireito ao adicional de periculosidadeo empregado exposto permanente-mente ou que, de forma intermitente,sujeita-se a condições de riscos, oque é “indevido, apenas, quando ocontato dá-se de forma eventual, as-sim considerado o fortuito”, ou que“sendo habitual, dá-se por tempo ex-tremamente reduzido”. (RR - 114900-64.2003.5.02.0016)B

A

Segunda Turma do STJ determinouque o TJ-SP reexamine recurso do

município de São Paulo contra decisão queanulou o pagamento de indenização decor-rente da desapropriação de um terreno doBanco do Estado do Rio de Janeiro (Ba-nerj), na Avenida Paulista. Os ministros en-tenderam ser necessária a reanálise, combase no parágrafo 1º do artigo 28 do Decre-to-Lei n. 3.365/1941, estabelecendo que“estará sujeita ao duplo grau de jurisdição asentença que condenar a Fazenda em quan-tia superior ao dobro da oferecida”.

O Banerj ajuizou ação visando o paga-mento de indenização pela desapropriaçãodireta do terreno de mais de 5.000 m², paraimplantação de um parque. O juiz de primei-ro grau desconsiderou o laudo do perito ofi-cial e acolheu o elaborado pelo assistentetécnico do município, que apontou o valor deaproximadamente R$ 10,9 milhões. O Po-der Público recorreu em relação aos juros ehonorários. O banco apelou, pedindo a majo-ração da indenização para R$ 52,8 milhões.

Desapropriação milionáriaO TJ-SP julgou prejudicados os recursos

por entender que o magistrado teria afasta-do a perícia oficial por ela não ter identificadoum único valor indenizatório. No julgamentosurgiram cinco valores diferentes para a inde-nização, o que levou o tribunal paulista a en-tender que o correto seria a elaboração denovo laudo técnico. O município opôs embar-gos, sem sucesso, sustentando que o valoratualizado da oferta, à época da sentença, foide R$ 6,7 milhões, enquanto que a condena-ção ficou em R$ 10,9 milhões.

No STJ, o município alegou, entre outrascoisas, ter havido omissão no acórdão do TJ-SP, e que o acórdão teria afrontado o artigo436 do CPC, por não ter o juiz tomado deci-sões por laudos técnicos. O ministro-relator,Herman Benjamim, disse ter havido omissão,porque a Corte paulista decidiu, sem tratar doreexame necessário e do agravamento da si-tuação do município. Segundo ele, o municí-pio tem direito à manifestação jurisdicionalsobre “todos os pontos relevantes para a so-lução da demanda”. (RESP 1204231)B

A

SeguroA Sétima Turma do TST acatou parte do re-

curso do Banco J.P. Morgan S.A. contra acór-dão do TRT-1 (RJ), que mandou incluir o segu-ro de vida no salário de um trabalhador. O rela-tor, ministro Pedro Paulo Manus, disse que adecisão do TRT violou o artigo 458 da CLT, quenão considera como salário seguros de vida e de

SobreavisoO uso de bip e telefone celular para lo-

calizar empregado não demonstra restri-ção à liberdade de locomoção. Com esseentendimento, a Quinta Turma do TSTrevogou decisão do TRT-9 (PR), que ha-via determinado que a Bungue Alimentospagasse horas de sobreaviso a um ex-funcionário. Para a Turma, o celular seequipara ao bip e não implica em situaçãode sobreaviso, caracterizada pela perma-nência do empregado na residênciaaguardando a chamada do empregadorpara prestar serviço a qualquer momento.(RR-488700-23.2007.5.09.0661)

acidentes pessoais. A Turma, no entanto, man-teve o pagamento da diferença da gratificaçãorescisória, observando o princípio da isonomia,já que os colegas do trabalhador haviam recebi-do até sete salários e ele apenas três. (RR-135300-72.1993.5.01.0018)

Acordo coletivoA Seção I, Especializada em Dissídios Indi-

viduais (SDI-1), concedeu a uma ex-funcioná-ria da Empresa Energética de Mato Grossodo Sul S.A. (Enersul) o direito à indenizaçãopor demissão sem justa causa. A indenizaçãodeve ser calculada com base na maior remune-ração dos 12 meses anteriores ao término docontrato de trabalho, e multiplicada pelo nú-mero de anos de serviço. O benefício foi incor-porado definitivamente ao contrato de traba-lho por acordo coletivo, mas o TRT-24 (MS)negou a indenização. A decisão foi mantidapela Quarta Turma do TST e modificada pelaSDI. (RR-783296-70.2001.5.24.5555)

IndenizaçãoA Oitava Turma do TST reverteu decisão

do TRT-3 (MG) obrigando a Prosegur BrasilS.A. Transportadora de Valores e Segurançaa pagar indenização de R$ 5 mil por danosmorais a um ex-funcionário por tê-lo acusado,injustamente, em boletim de ocorrência, deconivência em furto ocorrido no imóvel de umcliente. A relatora, ministra Maria CristinaPeduzzi, disse que o boletim de ocorrênciaregistrado pela empresa na delegacia nãoacarretou dano ao trabalhador. Acrescentouque a descaracterização da justa causa pordecisão judicial, por si só não permite a co-brança de indenização por danos morais.(RR-6000-16.2009.5.03.0091)

Horas extrasA Sétima Turma do TST rejeitou agravo de

um motorista de ônibus da Util União Transpor-tes Interestadual de Luxo contra acórdão doTRT-1 (RJ), que considerou válido o acordocoletivo suprindo o direito à horas extras noscasos em que o funcionário fosse destacadopara viagens turísticas. Em contrapartida, elereceberia “diárias de viagens”. O empregadohavia pedido, sem sucesso, a revogação do acor-do. (AIRR-44140-48.2007.5.01.0026)B

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37AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

GLADSTON MAMEDE*

LAZER

À MARGEM DA LEI

omo em uma das últi-mas colunas apresen-tei uma lista de gran-des vinhos com valoracima de R$ 100,00,deixei esta para um

desafio de economia: grandes vinhosabaixo desse valor.

Peñalolen, cabernet sauvig-non, 2008, 14% de álcool,Vale do Maipo, Chile (R$80,00). Rubi escuro, com re-flexos violetas, evolui positi-

vamente quando decantado por maisde uma hora. Aromas de terra molhada,goiaba, groselha, amoras, couro, em-butidos e chocolate. Encorpado, cre-moso, equilibrando fruta farta e adequa-da exposição à madeira, dando-lhe boaestrutura e alguma complexidade. Ta-ninos presentes, mas redondos. Finalde boca longo, com notas amargas quese equilibram com carnes vermelhas.

Priavino, 2006, 14,5% de álcool,Dolcetto D’Alba, Piemonte, Itá-lia (R$ 90,00). Violeta escuro,com aromas de chocolate, café eameixas em calda, evoluindopara mentol, aniz, pimentão, cou-

ro, tostados, amora, casca de jabutica-ba. Encorpado, adstringente, combinataninos possantes com fruta exuberante;a madeira é notável, criando um vinho forte,robusto, caldaloso, com final de boca lon-go. Imperdível para quem aprecia “vinhosmasculinos”.

Luca, malbec, 2008, 14% deálcool, Vale do Uco, Men-doza, Argentina (R$ 95,00).Rubi azulado, quase negro,com aromas de terra, cho-

colate ao leite, café forte, pé-de-mo-leque, couro, tostados, mentol, aniz egroselha. Encorpado, cremoso, com frutafarta, taninos potentes, mas sem perdera elegância e a harmonia, inclusive na

Menos de R$ 100,00exposição ao carvalho francês. No-tas de bombom de morango e geléiade amoras. Ótima persistência.Deve-se experimentar. Vendido pelaVinci (www.vincivinhos.com.br)

Château Hostens-Picant,2004, 13,5% de álcool, Sain-te-Foy Bordeaux, França (R$98,00). Um corte de caber-net franc (20%), cabernet sau-

vignon (10%), merlot (70%), com co-loração rubi violácea, quase roxo. Aro-mas de chocolate, chá preto, carne decaça, couro, paio e framboeza, sobreum discreto mentol. Encorpado, muitoadstringente, mas com fruta tímida,ofuscada pela profusão de taninos.Ideal para quem aprecia vinhos bemsecos e rascantes, que “pegam” na lín-gua. Persistência média.

Clos des Andes, reserva, 2006,14% de álcool, Mendoza, Argenti-na (R$ 99,00). Rubi escuro, comreflexos violetas, tem frutas ver-melhas no aroma, com mentol, al-caçuz, húmus, couro tratado, pre-sunto cru e capuccino. Encorpa-

do, com fruta exuberante e taninos emabundância, embora redondos. Um vi-nho elegante, com boa estrutura ealguma complexidade. Notas de maçãmadura, framboesa e café expresso,sobre uma base herbácea. Retrogostodelicioso e prolongado. Sugere-se ex-perimentar. Vendido pela World Wine:[email protected]

C

DICA: Mais do que a qualidade, épreciso atentar para o tipo de vinhode cada um, havendo grandes varia-ções de corpo, fruta, madeira etc. Porisso, não são atribuidas notas, masbusca-se descrever as qualidades.

*Advogado em Belo Horizonte (MG)[email protected]

O

A diferença entremandado e mandatoe a decisão do juiz*

CASTRO EUGENIO LIPORONI

leigo não faz muitadiferença entre umapalavra e outra. Mes-mo entre os lidadoresdo Direito, há momen-to em que as palavras

são usadas sem muita precisão, toma-da uma pela outra.

Mandado é ordem judicial. Manda-do de segurança, mandado de busca eapreensão, mandado de penhora. Cum-prem-no os oficiais de Justiça, em nomee por ordem da autoridade judicial.Nascem do poder institucional conferi-do ao juiz de decidir e impor a sua vonta-de, ou melhor, a vontade expressa da lei.

Mandato é procuração, é represen-tação, é outorga de poderes para alguémagir em nome de outrem por conta erisco do mandante. O advogado ao re-ceber uma procuração, recebe manda-to. Do mesmo modo o deputado recebeum mandato político, está recebendo dopovo poderes para representá-lo.

Em um processo cujo autor gozavados benefícios da justiça gratuita, o ad-vogado pediu, como era praxe na co-marca, que o juiz oficiasse ao jornal par-ticular local, pedindo a publicação deeditais que se faziam necessários.

Contrariando o que costumeiramen-te era feito, o juiz prolatou despacho quepor sua síntese e correição apesar deinusitado ficou registrado como defini-ção exata das atribuições judiciárias con-feridas ao magistrado

-O juiz não pede, manda. Quandonão pode mandar, não pede. Indefiro.B

*Extraído do livro Causas&Causos.

Teoria Pluriversalista do Direito Interna-cional, Editora WMFMartins Fontes, Ander-son Vichinkeski Teixeira. Da Coleção Biblio-teca Jurídica WMF. Para o professor eméri-to de Filosofia do Direito da Universidade deFlorença, Danilo Zolo, o livro merece ser lidoe discutido, seja pela inquestionável atualida-de dos problemas que enfrenta, seja pelas in-teressantes propostas que introduz, seja, en-fim, pelas questões que suscita e que, inevita-velmente, restam abertas. “A obra abordaos problemas que dizem respeito às relaçõespolíticas internacionais, à função do Direito edas instituições internacionais e supranacio-

LITERATURA

nais, em particular, ao temadas condições político-jurídicaspara a realização de uma ordemmundial que supere a atual de-sordem global”, afirma. O au-tor é doutor em Teoria e Histó-ria do Direito pela Universida-de de Florença, tendo realizadoestágio doutoral na Faculdade

de Filosofia da Universidade de Paris Descar-tes-Sorbonne. É pós-doutorado em Direitona Universidade de Florença, professor ad-junto da Universidade Luterana do Brasil,consultor e advogado.B

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38AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Um novo resort no litoral cearense

LAZER

TURISMOTURISMO ROTEIROS E INDICAÇÕES DE MARIA MAZZA ([email protected])

uem se deslocar até o Cea-rá, tem outras opções alémdo Beach Park. Um deles éum dos mais novos resortsdo País: o Dom Pedro Lagu-na Beach Villas & Golf Re-

sort, na praia de Marambaia, em Aquiraz, acerca de 35 quilômetros de Fortaleza. É ummagnifico 5 estrelas de frente para o mar,em meio a jardins e lagos artificiais.

Primeiro hotel construído no complexo tu-rístico-imobiliário Aquiraz Riviera, o Dom Pe-dro Laguna - Beach Villas & Golf Resort es-tende-se por uma lagoa com 15 mil metrosquadrados e tem uma frente de 200 metrosde mar. Pertence à organização Great Hotelsof The World, que tem os mais luxuosos hotéise resorts do mundo. O novo resort abriga oprimeiro campo de golfe do Estado do Ceará .

O resort tem 22 water villas — um quar-to e salão com amplo terraço sobre a lagoaequipadas com mini-cozinhas (micro-ondas efrigobar), TV LCD e DVD, ar condicionado,acesso a internet wireless, telefone, cofre,fechadura eletrônica de segurança, rou-pões, banheiro completo com secador de ca-belo e espelho de aumentar, sala de estarcom sofá cama. Os hóspedes podem circularpelo hotel de barco ou carro elétrico. O roomservice chega por barco e pode-se almoçarou jantar em terraço privado, em cima da la-goa. O regime de hospedagem é de meia-pensão, com café da manhã e jantar incluí-dos. Os 32 apartamentos de luxo, com ter-raço, também estão equipados com TV LCDe DVD, ar condicionado, telefone, acesso ainternet wireless, frigobar, cofre, fechadu-ras eletrônicas de segurança, roupões, ba-nheiro completo com secador e espelho deaumento. A energia elétrica é de 220V. Oresort tem, ainda, a water villas presidencial,com dois quartos, com banheiro completo, sa-lão e amplo terraço sobre a lagoa, tambémequipadas com mini-cozinhas (micro-ondas efrigobar), TV LCD e DVD, ar condicionado,acesso a internet wireless, telefone, cofre, fe-chadura eletrônica de segurança, roupões, ba-nheiro completo com secador de cabelo e espe-lho de aumento, sala de estar com sofá-cama.

E mais 8 Royal Villas, seis delas com pisci-na privada em frente da praia, dois quartos,banheiro completo, salão e amplo terraço eduas com piscina privada em frente da piscina,dois quartos, com banheiro completo, salão,amplo terraço. Ambas equipadas com minicozinhas (microondas e frigobar), TV LCD eDVD, ar condicionado, acesso a internet wire-less, telefone,cofre, fechadura eletrônica desegurança, roupões e banheiro completo.

Na área gastronômica, o resort possuidois restaurantes: o “White”, que é o princi-pal, onde é servido o café da manhã e o “AlFresco”, na praia, com serviço de refeiçõesligeiras, snacks e pizzas. As terças, quintas esextas-feiras no restaurante principal sãooferecidos pratos das cozinhas italiana, portu-guesa e nordestina, respectivamente. Aos sá-bados, a tradicional feijoada junto à piscina e,no almoço aos domingos, churrasco.

Isso além do Room Service, que funciona24 horas. O resort possui piscina junto àpraia, academia de ginástica e clube de cri-anças, com equipe de animação.

Um novo resort no litoral cearense

RoteiroO “pacote” inclui transporte aéreo ida e volta (via Fortaleza); sete noites de hospeda-

gem com meia pensão; traslados de chegada e saída e bolsa de viagem, e custa R$2.325,00 por pessoa em apartamento duplo, mais taxas de embarque. Duas crianças até12 anos (incompletos) terão hospedagens gratuitas, desde que fiquem acomodadas nomesmo apartamento dos pais. Informações com a Luxtravel (0xx11) 3017-5656.B

a praia, no bairro Art Déco, emSouth Beach, uma opção de hospe-

dagem é o Loews Miami Beach Hotel, auma quadra do calçadão para pedestresda Lincoln Road. O hotel tem acesso semfio à internet nas áreas comuns, e um busi-ness center com fax, fotocópia e impres-são. As comodidades recreativas incluempiscina descoberta com cascata, duas ba-nheiras de hidromassagem, serviço de bare vista para o mar, fitness center, com au-las de pilates, spinning e ioga. Pode-seusar o “Elemis Spa” com 24 tratamentos,saunas a vapor, banheiras de hidromassa-gem e um lounge para relaxamento, semfalar no programa Very Important Teens(para adolescentes) e atividades recreati-vas supervisionadas para crianças. Acei-ta-se animais de estimação. O hoteldispõe de apartamentos para não-fu-mantes . Abriga o restaurante “OEmeril’s Miami Beach” com o menu deculinária estilo New Orleans. Aos do-mingos à tarde, pode-se degustar umbrunch no “Emeril’s Jazz Brunch”.Quem optar pelo bar, vai ter o moderno“Hemisphere Lounge” com mais de350 variedades de Martini, ou decidir-se pelo “Preston’s”, de frente para o mar eque prepara pratos tradicionais americanos.

O valor do apto. duplo para duaspessoas custa a partir de USD 319,00+ taxas. O Loews Miami Bech Hotel ficano 1.601 da Collins Avenue, em MiamiBeach, telefone (305) 604-1601.B

Loews Miami Beach

N

Divulgação

QQ Divulgação

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39AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

PAULO BOMFIM

C R U Z A D A S

M. AMY

LAZER

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ntigamente certas re-dações eram verda-deiras escolas de jor-nalismo.Que lições vivas fo-ram ministradas por

certos secretários. Conviver com Amé-rico Bologna, Olímpio de Sá, NaborCayres de Brito e Hermínio Sarccheta,um dos privilégios de minha geração.

A “Gazeta” era uma verdadeira aca-demia de letras, onde Correia Júnior,Judas Isgorogota, Gumercindo Fleury,José Silveira, Roberto Fontes Gomes,Erwin Theodor, Antonio Constantinogravitavam em torno das figuras de PedroMonteleone e Miguel Arco e Flexa.

Na “A Gazeta Esportiva’, Carlos JoelNelli, carismaticamente transmitia à suaequipe um entusiasmo contagiante, quepersonifico na figura inesquecível deHelcio Carvalho de Castro, redator eprofessor da escola de jornalismo sonha-da por Casper Líbero e inicialmente di-rigida por figuras do quilate de SouzaFilho, Luiz Silveira, José Pedro Galvãode Souza e Silveira Peixoto.

Na “Rádio Gazeta” comandada porItá Ferraz, Fernandes Soares e eu apre-sentávamos a “Hora do Livro”.

Nos “Diários Associados”, a perso-nalidade fascinante de Assis Chateau-briand imprimia aos jornais, à “TV Tupi”e às rádios a marca de sua genialidade,o timbre de figura saída de painel ondeespadas renascentistas cruzavam comclavinotes bandoleiros.

Na “TV Tupi”, Lima Duarte, Dionísio

Antigamente

Azevedo, Macedo Neto e eu formáva-mos quarteto inseparável, oriundo develhas madrugadas. Na ocasião euapresentava o “Mappin Movietoni” “omais completo noticioso de televisão”.Anunciando os produtos do Mappin,Lolita Rodrigues brilhava com o mesmocharme com que apresentava com seumarido Airton Rodrigues “O Clube dosArtistas” e o “Almoço com as Estrelas”.

Posteriormente, o “Mappin Movieto-ni” passou para o “Canal 5, Organiza-ção Victor Costa”, e futuramente “Glo-bo”. Ali tive a alegria de conviver comHebe Camargo, Xênia, Branca Ribeiro,Cacilda Lanuza, Yara Lins, Lurdes Ro-cha, Walter Foster e o Chacrinha.

Vida vertiginosamente vivida que meleva a registrar com a mesma paixão estecorrer de lembranças.B

AHorizontais

1 – (Ciênc. Pol.) Relati-vo ao Estado e ao governo.

2 – Sigla do Estado deRoraima; (Dir. Comp.) Lé-gua japonesa, equivalente a3.927 metros; (Dir. doTrab.) Relativa a certo lugar.

3 – (Dir. Civ.) Imporencargos; Uma das horas,em que os romanos dividi-am o dia e que era corres-pondente as três horas.

4 – Símbolo químico doCálcio: Imposto de Renda(Sigla); (Dir. Adm.) Funcionário contratadonão pertencente ao quadro efetivo.

5 – Berço de Abrahão; Além do prazo, oque é feito com atraso.

6 – (Dir. Agr.) Utensílio usado em trabalhosagrícolas; Instituto Agronômico (Sigla);(Med.Leg.) É analisado no teste de paternidade.

7 – (Dir.Civ.) Terraplenagem; (Dir. Ma-rít.) Parte dianteira do navio.

8 – (Dir. Civ.) Mistura gasosa, inodora,transparente, que envolve a Terra; Segundofilho de Noé.

9 –(Dir. Civ .) Danificado.

Verticais

1 – Nas linguagem jurídica, pesquisa, busca.

2 – Decorar, engrandecer; Bronzeado,em Inglês.

3 – (Dir.Agr.) Ave galinácea.

4 – (Teor. Geer. do Dir.)Tornar irrito ou nulo.

5 – (Dir. Can.) Mitra usada pelo papa emgrande solenidades; (Dir.Comp.) Aquele quegoverna um Estado monárquico.

6- (Dir. Civ.) Corrente natural de água doce.

7 –Símbolo químico do Cloro; Agência deDesenvolvimento da Amazônia (Sigla); Co-missão de Inquérito (Sigla).

8 – (Adv.) A que lugar; Na linguagem ju-rídica, tranquilidade, calma.

9 – (Dir. Marit.) Pequeno lugar de aga-salho que se dá no navio a cada marinheiro;(Dir. Mil.) Instrumento usado pelo homempara ataque ou defesa.

10 –(Dir. Pen.) Malfeitor.

11 – O Tse, filósofo chinês; (Dir. Pen.).Congênito, hereditário.B

Soluções na página 16Soluções na página 16Soluções na página 16Soluções na página 16Soluções na página 16

POESIAS

P ara nascer, quase morri,Mas vivi, e venci.

Para viver, por um triz, quase morri,Mas vivi, e venci.

Para crescer, passei fome,Por um triz, não morri, e venci.

Quando menino, comecei aprender aamar,

E muito sofri.

Na adolescência amei,Mas era um amor infantil, sonhador,E descobri que não sabia amar,Sofri.

Tive alguns amores, mas perdi,E sofri.

Entre elas um me impressionou,Mas tal qual as outra, a perdi.

Percival Mayorga(Advogado)

LuteiLutei pelo amor de uma quase

cabocla,Mas ela não me entendia, sempre

sumia, e eu a perdi.

Mas um dia, quase ao anoitecer,Conheci o verdadeiro amor da minha

vida,Sorrindo, estendi minha mão,Ela correspondeu no seu traje azul,

pensei,Agora venci.

Lutei para conquistá-la,Consegui,Com ele me casei, faz 51 anos,Sou feliz, pois a luta, me fez o que

hoje sou,Feliz em seus braços.

Dou-me por vencedor,Pois a conquistei,E feliz estou nesta hora,Que, a morte começa a me sorrir.B

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40AGOSTO DE 2011 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO