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AGO 61 IX/3

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SUMÁRIO

Editorial Fidelidade à nossa promessa

Para sua biblioteca Paróquia, comunidade missionária O mistério da Igreja

A educação do sentido apostólico da equipe

11 Concílio do Vaticano

Em oração com a Igreja

O sacerdócio dos fiéis

Oração para a próxima reunião

O que vai pelas Equipes Bilhete do Centro Diretor Encontros Regionais A contribuição mensal Comemoração de Páscoa Retiro em Florianópolis Conferência do Pe . Charboneau, esc Exemplos a seguir Testemunhos Vida do Movimento Alegrêmo-nos com êles Deus chamou a sí Curso de Cultura Religiosa Calendário

Anexo aos Responsóveis

Com aprovação eclesióstica

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EDITORIAL

FIDELIDADE À NOSSA PROMESSA

Vocês estão certamente lembrados da promessa que fizemos ao Papa, por ocasião de nossa peregrinação, de rezar em nossos lares, com nossos filhos, por tôdas as suas intenções e muito particularmente pelo Concílio a respeito do qual êle tem dito incessantemente, desde que o anunciou, que nada lhe é mais caro.

O P. Caffarel que foi a Roma para a grande audiência em que o Papa abriu solenemente a fase preparatória do 2.° Concílio do Vaticano, esperava voltar a tempo para lhes escrever sôbrc êste importante assunto. Mas foi obrigado a se demorar mais na Cidade Eterna; assim, pensamos que, na falta de um artigo, o melhor meio de chamar sua atenção para o Concílio seria repro­duzir para vocês alguns trechos do discurso de João XXIII sôbre êsse assunto.

O Papa nos confia que sua decisão de convocar um concílio teve por origem uma inspiração do Senhor.

I I

Consideramos como uma inspiração do Altíssimo o j)'ensamento que, ' desde o início de Nosso Pontifi­cado, apresentou-se a Nosso espírito como uma flôr de inesperada primavera, de convocar um Concílio

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ecumênico. Efetivamente, dessa solene assembléia de bispos em torno do Pontífice romano, a Igreja, es· pôsa amada do Cristo, pode adquirir, nêsses tem­os agitados, um esplendor novo e mais extenso: e para aquêles que, embora se gloriem do nome de cristão, encontram-se todavia separados desta Sé apostólica, brilhe de novo a esperança de que, ou­vindo a voz do Pastor divino, venham para a única Igreja do Cristo ( Motu Proprio de 5 de junho de 1960).

A finalidade dessas audiências solenes, nos diz êle, é de:

Promover o aumento da fé católica, uma renovação salutar da vida moral do povo cristão e a adaptação da disciplina eclesiástica às necessidades e métodos de nosso tempo. Isto, dizíamos nós, constituirá sem dúvida nenhuma, um maravilhoso espetáculo de ver­dade, de unidade e de caridade, cuja visão será também para aquêles que se encontram s119arados desta Sé apostólica, Nós o esperamos, um suave conv-ite para buscar e encontrar essa unidade pela qual Jesus Cristo dirigiu a seu Pai celeste uma ora­!;ão tão ardente (Ad Petri Cathedram , 29 de junho de 1959 ) .

Sua iniciativa, diz êle, foi acolhida com entusiasmo:

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Grande é a consolação. Ela se acha mesmo aumen ­tada pela graça do Espírito Santo que Nos faz sa­borear a feliz resposta , já chegada a Nós de todos os cantos da terra , à Nossa primeira sondagem a respeito da oportunidade, da orientação, do conteú­do do Concílio ecumênico, e das vantagens e espe· ranças que sua celebração trará para o bem de todo o povo cristão.

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Óir-se-ia verdad.eiramente que Pauió e Barnabé, rfcof de sua experiência das condições de vida das dife­rentes Igrejas visitadas por êles, voltaram para o meio de nós, aqui na cidade de Pedro, a Jerusalém terrestre, e continuam a nos alegrar pelas informa­ções mais seguras e promissoras, facientes gaudium magnum omnibus fratribus (Atos, 15,3) (Alocu­ção na festa de Pentecostes, 5 de junho de 1960 ),.

Desde o início, êle se acha dominado· pela esperança de que êsse concílio preparará uma volta de nossos irmãos separados à Igreja.

Nós entendemos preparar o Concílio, procurando aquilo que é mais necessário para ressoldar e revi­ficar a organização da Igreja católica. Em seguida, depois de ter realizado essa pesada tarefa, elimi­nando aquilo que, da parte do homem , p·oderia cons­tituir obstáculo, apresentaremos a Igreja em todo seu esplendor "sem mancha e sem ruga", e diremos a nossos irmãos separados: ortodoxos, protestantes, etc .

. . . Vêde, irmãos, isto é a Igreja de Cristo. Nós nos esforçamos por lhe sermos fié"is, por pedirmos ao Senhor a graça de que ela permaneça como ~le de­sejou que ela fôsse. Vinde, vinde: êste é o ca­minho do encontro, da volta; vinde tomar ou reto­mar vosso lugar que, para muitos dentre vos, é o mesmo de vossos Pais ( 9 de agôsto, 1 959) .

Mas o sucesso do Concílio depende mais ainda do Espírito do que dos esforços humanos, donde a necessidade que se impõe a todo povo cristão de preparar os caminhos para a intervenção do Espírito por uma vida mais intensa de oração, de purificação, de caridade.

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O sucesso do futuro Concílio, muito mais do que da atividade humana, depende de orações ardentes e comuns. Por isso convidamos a elas, de todo cora­çõo, aquêles que, embora não pertencendo a êste rebanho, respeitam entretanto a Deus e o homem, e se esforçam com boa vontade por obedecer a seus mandamentos.

A casa paterna (a Igreja) será tanto mais atraente para aquêles que estão no êrro, quanto aquêles quo permaneceram em seu seio, e que esperam poder aí abraçar se us irmãos separados, melhor refletirem a pura lu::r das virtudes evangélicas ( Encíclica Ad Petri Cathedram, 29 de junho de 1959).

Por ocasião do mês de Maria, êle recomenllava particularmente re::rar à Santíssima Vi rgem na intenção do Conc ílio:

Declaramos solenemente que temos grande confian­ça nas orações que os fiéis , com um coração in­cendiado de amor, dirigem a Mãe de Deus. E como o mês de maio (dedicado à Vi rgem Santa em vir­tude de un1a tradição enr3i::rada) é assinalado por orações especia is e cerimônias religiosas , Nós de­c idimos exortar todo p·ovo cristão a implorar a Mãe de Deus nê_ue período, para o bom êxito de uma raeli::raçõo de importância considerável. Com efeito, como Nós já anunciamos publicamente, Nossa inten­ção é de reunir um Concílio ecumênico para tratar de questões que interessam mais à Igreja universal. Estamos profundamente convencidos de que, para atingir uma finalidade tão importante, os recu rsos humanos, sejam quais forem, são de pouco valor, mas que podem ter, pelo contrário, uma grande efi­cácia, as orações fervorosas e insistentes dos fiéis (Aiocuçõo da radioaifusão, 27 de abril de 1959).

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Casais das Equipes de Nossa Senhora, faremo1 questão de estar presentes pelo pensamento e pela oração na preparação dêsse Concílio do qual Carlos Malik, presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas, dizia: "Com suas possibilidades ilimitadas, o Concílio poderia perfeitamente ser o mais importante aconteci­mento do século XX e mesmo de vários séculos."

O LEIGO HOMEM DE ORAÇÃO

(correção do noto introdut6rio publicado à pg. li , de nosso último Corto Mensal)

Conferencio pronunciado no Reunião Reg ional dos Responsá · veis dos EQUIPES DE NOSSA SENHORA, no dia 11 de mor~o ele 1961, no Colégio Santa Cruz, pelo Revmo. Sr. Pe. Pedro Paulo Koop, MSC:, Pá roco da Paróquia de Santa Terezlnho, e Assistente da Equipe de Nossa Senhora do Perpétuo So· corro, de Bourú.

Desculpem - principalmente Pe. Pau lo ..•

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P ARA SUA BIBLIOTECA

PARóQUIA. COMUNIDADE MISSIONÁRIA

Michonneau

A gir

De tal maneira mudaram as condições de vida e, sorrateira ou abertamente alastrou-se a descristianização, que a Paró­quia, ponto por excelência de reunião dos fiéis e foco de irra­diação da vida religiosa, parece frequentemente, na sua es­trutura tradicional, inteiramente obsoleta e inoperante.

Paróqwia, oonLttnidade missionária propõe uma noção de paró­quia que abrange não apenas o meio paroquial, e minoria que habitualmente frequenta a igreja, mas o conjunto todo do bairro, católicos e não-católicos. que constitui o campo de evangelização. Dentro desta perspectiva missionária, propõe uma série de pequenas reformas que talvez valham pouco, cada uma de per si, mas cujo conjunto se torna capaz de revitalizar a paróquia, tirando-a de uma situação de rotina e esclerose. Sem fa.lar no estilo mesmo da igreja, despojada de um grande número de elementos supérfluos que só servem para enfeiá-la ou para distrair do essencial, as reformas se propõem em três campos principais: o problemcL do dinheiro, a vida Lõtúrgica, a atividade dos leigos.

A presente obra, fruto de experiência, poderá abrir-nos os olhos para a nossa própria realidade e apontar-nos caminhos que caberá à inteligência e à generosidade de cada um adaptar e aplicar ao seu meio, tornando a paróquia uma

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comunidade viva, capaz de inculcar uma religião de exigên­cias espirituais e não apenas canônicas e de formar um corpo vigoroso que alime.1te seus membros com uma espl­l'itualidade de que serão portadores em volta de si.

O MISTÉRIO DA IGREJA

Humberto Clérissac, O. P.

Sal

Na revolução ~atóliPa francesa operada no início do século a figura do Pe. Clérissac ocupa um lugar de grande relêvo. Jacques Maritain, editor fran-cês da presente obra, nos dá na Introdução uma pequena e comovente biografia do grande Dominicano. Salientemos alguns traços característicos .

"O Padre Clérissac sempre foi um homem reservado a Deus. Para êle Deus era realmente tudo. êle também et·a objeto da eleição divina".

"Amava a verdade, amava a Igreja tõda a sua alma. Aos que se dirigiam a êle pedia-lhe tuna plena adesão ao Mistério ela Igreja. A razão e a fé , dizia o Pe. Clérissac, necessitam da ajuda da tEOrnura viva da caridade, pois sõmente ela pode ensinar à alma o que é ve1·dadeiramente a Espôsn de Jesus Cristo".

E Raisa Maritan em As Grandes Amizades: "A fisionomia intelectual e moral do Pe. Clérissac aparece no Mistério dct Jg1·eja bem delineada ... Livt·o pequeno, inacabado, mas um dos mais belos consagrados a êsse mistério e que se tornou clássico na França" .

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a educação do sentido apostólico

na equipe

O esquema abaixo carresponde à exposição feita por Georges Frilet, responsável do Setor de Manelha, nos Dias de Estudos do! Responsáveis realizado em Paris em novembro último. Enquadra-se no grande tema geral desenvolvido naqueles Dias: "O Sacerdócio dos leigos".

Reunímo-nos em nome de Cristo, portanto ~le aí está presente.

Está presente com a dupla preocupação sacerdotal: louvor ao Pai intercessão por aqueles que ignoram o Pai.

A palestra anterior mostrou Jesus Cristo associado a equipe a seu louvor.

Esta, procurará mostrar Jesus Cristo associado a equipe a sua missão apostólica.

Trata-se ·r >is de ver de que modo a reunião mensal, por suas várias atividades,

pode fazer adquirir o sentido apostólico e dar um impulso missionário aos que nela tomam parte.

I- Uma festa leva sempre a nos lembrarmos dos ausentes.

A reunião mensal é realmente uma festa em honra do Senhor, como nô-lo disse o Pe. Jacquemin, quando é o eco, numa pequena comunidade, da grande festa celeste e da gren-

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de Jestu da .tgrcja da t.erm. Se realmente assin, Iõr, nao po­deremos deixar de pensar em todos aqueles que Deus, por in­termédio de seu Filho, convocou para participar da Festa, e que ainda não receber·am a mensagem (Gomo numa festa fa­miliar, sempre se pensa no filho distante ... ) . Mas, de certo modo, antes mesmo de pensar neles, pensar..se-á em Deus, no Pai que está privado da presença de sws filhos.

II - A refeição

Tôda refeição deveria nos levar a pensar naqueles que não têm pão e, mais ainda, naqueles que se acham privados dêstes alimentos que são a palavra de Deus e a Eucaristia, de que o pão material é símbolo. Recordêmo-nos da velha tradição cristã: o lugar do pobre, nas refeições festivas.

III - A oração

Ouvimos Cristo falar do amor do Pai que quer que o mun-­do todo seja salvo.

A oração é, antes de falar a Deus, ouvir Deus. Ora, o que Cristo, Palavra de Deus, revela, é o grande an­

ceio de Deus, de unir no amor Trinitário, todo11 os homens salvos. A oração da equipe deve permitir que tomemos sempre mais consciência desta verdade.

A~sociâmo-nos ao Cristo que ora e sofre pelo mundo codo. O Pai, por Jesus Cristo, tendo revelado o que se pode chamar a sua grande preocupação, os filhos adotam esta preocupação, voltam-se pelo pensamento para os não-crentes do mundo imenso e para as necessidades. Tomam con ciência que o Cris­to p1·esente no meio deles e aquele mesmo que a Epistola aos Hebreus nO"s mostra vivo e incessamente intercedendo pelos homens. Associando-se à sna intetcesF;ão.

Mas é p1·eciw notar que, da mesma maneira que Cristo, não é suficiente orar em nome dos outros, mas também ofe-

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reccr-se a Deus, por Cristo, com Cristo, no Cristo. A oração na reunião da equipe deve ser oferenda de nós mesmos, pelo mundo a ser salvo.

IV Controle e "mise en commun"

O "controle" que fazemos, sôbre as obrigações, tendo por finalidade intensificar a vida sobrenatural dos indivíduos e dos casais, acha-se indiretamente ordenada em função do apos ­tolado, poi.<: que êste é neces_arJamente o transbordar de uma plenitude.

A "mi,;;e en con'!IDun" é o meio mais direta:nente orde­nado à pTocura da vocação apostólica de cada um e de cada casal. A presença do conselheiro espiritual é um precioso auxílio nêste sentido.

E' ordenada igualmente ao apoio das atividades apos­tólicas de cada um.

Convém notar que procreação e educação do > filhos cons­tituem a primeira cooperação do casal; à obra apostólica do Cristo.

Notar ainda que os casais devem compreender que têm um apostolado específico a exercer. que é uma fecundidade e,p:­ritual, e que, para um grande número, deve se exercer no pro­prio lar, que e célula da Igreja. No lar, os outros devem en­contrar Cristo e a sua Igreja .

V - A troca àe idéias

E' o momento em que os casai> descobrem Deus e o sen plano magnífico. Seria grave se não sentissem a necessidade de levar os outros a participarem daquilo que aprend€m ( O

que damos, florece, o que guardamos apodrece, diz o ditado> . E ' certamente esta a razão pela qual, nas cinco pErguntas clássicas que são anexadas aos temos de estudo há a seguiut~; : De que modo pensam vocês transmitir aos filhos e às pessô:u; que os cercam, estas verdades melhor compreendidas?

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li CONCÍLIO DO VATICANO

A Igreja Católica estó vivendo um dos grandes mo­mentos de sua história, preparando para breve o Concílio Ec<J ­mênico, 11 do Vaticano.

O Pe . Caffarel, fundador e Assistente internacional das E.N .S., foi chamado a participar de uma das Comissões prepara­tórias do Concílio, a do Apostolado dos Leigos. Por seu inter­médio as Equipes do mundo inteiro foram consultadas, convida­das a dar sua opinião sôbre vórios assuntos que interessam ao; trabalhos dessa Comissão.

Pareceu-nos assim oportuno trazer ao conhecimento do> cquipist·as alguns dados sôbre o que têm sido, de um modo ge­ral, na história da Igreja, os Concilios Ecumênicos e o que de ­verá ser, o que se espera especialmente do 11 Vaticano, ten­tando um balanço do que jó foi ou estó sendo feito para pre­parar sua inauguração,

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O que é um Concílio Ecumênico

r Um Concílio Ecumênico é "uma Assembléia de prelados

reunidos" para discutir e decidir sôbre questões que interessam à vida da Igreja" (Conf. Catholicisme, hier aujourd'hui demain). Segundo as determinações atuais do Direito Canônico, para que um Concílio seja considerado Ecumênico é preciso que tenha sido convocado, presidido e aprovado pelo Papa. Não pode portanto existir independentemente do Papa e participa de sua infalibi­lidade.

Dentre os 20 Concílios Ecumênicos do passado , apenas 5 se preocuparam especialmente com problemas de ordem doutri­nai, entre os quais o de Trento ( 1 545-63, contra a Reforma protestante) e o primeiro do Vaticano ( 1869-70, interrompido pela unificação da Itália e no qual foi definido o Dágma da Infalibilidade Papal) . Os restantes foram marcados pela preocu­pação de "fortalecer ou de dirigir as consciências perturbadas diante de acontecimentos de caráter religioso ou político, em di ­versos países e circunstâncias ... " (Alocução de João XXIII em novembro de 1960). E' nessa última categoria que se inclue o 11 Vaticano.

O Il Vaticano

A 25 de janeiro de 1959, João XXIII comunicava solene­mente ao Sacro Colégio, em Consistório secreto, a notícia qui'! iria em breve causar surpresa e emoção em todo o mundo: sua intenção de convocar u~ concílio ecumênico: o 11 Vaticano.

Na festa de Pentecostes do mesmo ano ( 17 de maio) o Papa inaugurava a fase ante-preparatória, nomeando uma co­missão sob suja direção se fariam consultas aos bispados de todo

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o mundo, às Universidades Católicas e Ordens religiosas. Especia­listas reun1dos num Secretariado recebiam todo o material dessas consultas organizando-o em fichários.

De um ano para cá o Concílio se encontra em sua fase pre­paratória, inaugurada em Pentecostes de 1960 (5 de junho). O Papa nomeou 1 O Comissões encarregadas de estudar, baseando-se no material obtido na fase ante-preparatória, os assuntos que poderão ser tratados no Concílio, e sua organização. Além des­sas Comissões foram criados dois Secretariados e uma Comissão Central. Assim, pe la simples enumeração dessas Comissões, po­de-se ter uma idé ia dos assuntos que serão examinados no Con­cílio, embora não se exclua a introdução de outros novos, como de novas Comissões. São as seguintes as Comissões e os lSecre­tariados:

1) Comissão Teolóoica - Cardeal Ottaviani 2) Comissão dos Bispos e govêrno das Dioceses - Car­

deal Mimmi 3) Comissão para a disciplina do clero e do povo cristão

- Cardeal Ciriaci 4) Comissão dos religiosos -Cardeal Valeri 51 Comissão pela disciplina dos Sacramentos Cardeal

Masella 6) Comissão de liturgia - Cardeal G. Cicognani 7) Comissão dos estudos e seminários - Cardeal Pizzardo 8) Comissão pela Igreja Oriental - Cardeal A. Cicognani 9) Comissão pelas Missões - Cardeal Agagianian

1 0) Comissão do Apostolado dos Leigos - Cardeal Cento Secretariado para os meios modernos de difusão de

pensamento - Mons . O'Connor Secretariado pela União dos Cristãos - Cardeal Bea.

Cada uma dessas Comissões conta ainda com um secretário e variado número de membros e consultores escolhidos entre os maiores especialistas mundiais nêsses assuntos.

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Quando o Concílio foi anunciado pela primeira vez, a idéia que predominou em vários meios religiosos foi de que sua prin­cipal finalidade seria promover a unidade entre os cristãos se­parados, isto é, o ecumenismo.

De fato, o Papa tem acentuado repetidas vêzes como essa questão lhe é cara e quanto deseja uma aproximação entre os irmãos separados. Mas fixou também claramente de que modo os trabalhos do Concílio poderão preparar o caminho para essa unidade.

Assim, definindo o fim p>rincipal do Concílio, João XXIII diz que será "promover o desenvolvimento da fé católica, a renova­ção da vida cristã dos fiéis e adaptação da disciplina eclesi-:ís­tica às condições de nosso tempo." Através de tudo isso a Igreja poderá ser apresentada como ela deve ser, como Cristo a pen­sou, tornando-se assim: "admirável espetáculo de verdade, uni­dade e caridade ... " o que constituirá "para os que se acham separados desta Sé Apostólica um suave convite para buscar a en­contrar a unidade" (Ad Petri Cathedram - 3-7-59) . ~ ....

As perspectivas abertas pelo Concílio são imensas, tanto pela variedade de assuntos que poderão ser tratados (o Papa deixou bem claro que tudo poderá ser abordado, com tôda a liberdade) como pela participação de todo o mundo católico (nunca se registrou num Concílio tanta diversidade de tendên­

cias, de nacionalidades, etc.) .

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o o q u e v a 1 • ~ :i p e 1 a s ü o e q u p e s :: z ~

Caros amigos

Às 23 ,50 hs. do dia 11 de fevereiro, um homem sàsinho está à espera, em frente à Igreja de Notre-Dame de Paris, no marco O das estradas da França.

Um minuto após, outro homem chega e, a seguir, um casal. . . depois outros, sós ou dois a dois . À meia noite, já são 28. Um sacerdote está no meio deles. Depois de um rápido apêrto de mãos, o padre dirige-lhes a palavra, lhes lembra a finalidade e o sentido da peregrinação que vão 1ntc1ar, dá al­gumas orientações para as orações e instruções diversas. Entoam uma oração em comum e iniciam a marcha .

Às cin_ço da manhã, após duas rápidas paradas para um pouco de repouso, os peregrinos chegam a uma estação. Já fi­zeram 20 quilômetros a pé. Diante da estação, mais quarenta peregrinos os esperam e todos retomam a caminhada. Às sete horas entram em procissão na Basílica de Nossa Senhora de Longpont. São agora perto de 1 00 e vão ouvir a Missa.

Todos os anos, desde 1945, as equipes da região de Paris organizam uma peregrinação noturna nesta mesma basílica, em honra à festa da Purificação de Nossa Senhorij. Esta peregrinação

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tem um objetivo bem determinado de "reparação". Lembrêmo­-nos dos dizeres dos Estatutos :

Querem que o seu amor, santificado pelo sacramento do matrimônio, seja um louvor a Deus, um testemu­nho aos homens . . • uma reparação doa pecados con­tra o casamento.

Sabemos também que em Bordéos os equipistas se sucede­ram durante uma noite tôda de adoração como preparação para a quaresma (na noite que precede a quarta-feira de cinzasl, naquela mesma intenção.

Estas manifestações são a prova de que as equipes não es­quecem as linhas tão importantes da primeira parte dos Esta­tutos, a respeito das quais nunca será demais insistir.

Seria para desejar que cada um dos pensamentos contidos no preâmbulo, suscitasse iniciativas como estas que acabamos de mencionar e que têm a vantagem de pôr em destaque a idéia que as palavras encerram. Qual o Setor, qual a equipe ou o casal que poderá nos dar uma "ilustração" de uma ou outra das frases seguintes:

Querem viver para Cristo, com Cristo, pelo Cristo . .. A fie se dão sem condições ... Reconhecem-nO como chefe e senhor de seu lar ... Fazem de seu Evangelho o Estatuto de sua família ..• Querem ser em tôda a parte os missionários do Cristo •.• Devotados à Igreja, querem estar sempre prontos a responder aos a pêlos de seu bispo e dos sacerdotes ..• Querem ser competentes na sua profissão ... Querem fazer de tôdas as suas atividade$ uma cola­boração à obra de Deus e um serviço prestado aos homens ...

Cabe agora aos casais "darem t"ratos à bola" e movimenta­rem-se. . . para maior glória de Deus!

Creiam-nos fraternalmente unidos na oração.

O Cento Vtrdor

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ENCONTROS REGIONAIS

Conforme noticiamos, teremos nos dias 1 2- 1 3 de agôsto, em Campinas, Jaú, Ribeirãct Preto, Santos e São João da Bôa Vista, Dias de Estudos locais, para tôdas as Equipes do Interior do Es­tado de São Paulo. Todos os equipistas estão convidados e convocados ... Sendo esta a primeira vez que faremos tal experiência, contamos com o apóio, o irtcentivo, a presença, e principalmente - asl orações de todos. Abaixo resumimos os locais dos Encontros, respectivas cidades participantes, Casais Coordenadores e Assistentes - além destes últimos, participarão também, vários casais de São Paulo e de outras cidades.

Campinas:

Jaú:

Ribeirão Preto:

Equipes de Araras e Campinas Casal Coordenador: Pérola e Cícero Magalhães Rua Sampainho, 329 - Tel. 5830 Assistente: Con. Pedro Rodrigues Bran­co, o praem

Equioes de Araçatuba, Baurú, Botuca­tú, Conchas, Jaú, Lins, Marília, Peder­neiras e São Carlos. Casal Coordenador: Inês e O'rozimbo Lourenço Costa AI. Cor. Joaquim de Oliveira Matosi­nho, 220 - Tel. 757 Assistente: Pe. Estanislau de Oliveira Lima, salv.

Equipes de Ribeirão Preto. Casal Coordenador: Norma e Geraldo Duarte Faculdade de Medicina - Tel. 5362 -r. 81 Assistente Mons. Benedito Ulhôa Vieira

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Santos: Equipes de Santos Casal Coordenador: Teresinha e Nel· son Manoel do Rego Av. Siqueira Campos, 647 -Tel. 43357 Assistente: Pe. Alcuino Derks, aa

São João da Bôa Vista: Equipes de Águas da Prata, Caconde, Casa Branca, Guaxupé, Mococa, São João da Boa Vista e Vargem Grande do Sul Casal Coordenador: Nilde e Clóvis La­ranjeiras Alencar Rua 14 de Julho, 4 - Tel. 2202 Assistente: Pe. Pedro Paulo Koop, msc

A CONTRIBUIÇÃO MENSAL

E' tempo de se pensar em nossa contribuição mensal para êste sequndo semestre. Antes das indicações práticas é necessário dar o espírito dessil obrigação. Sôbre êste ponto damos a palavra a dois de nossos eauipistas: "As Equipes de Nossa Senhora são escola de vida cristã. F.:' oreciso colocar-se num plano elevado para falar-se da contri­buição, assim como tudo em nossa vida de equipe, deve ser visto sob êsse plano. Os problemas fiTJanceiros, não deveriam nos chocar, nem serem passados em silêncio na equipe." "Ao entrar nas Equioes, nós escolhemos uma maneira de pro­gredir no amor de Deus. Isto vai "nos custar alqo", e é bem normal que nos custe também um pouco de dinheiro, e que nós auxiliemos a progredir o Movimento do qual recebemos tanto no plano espiritual." Instruções 204, 208 e outras, aumento brutal das tarifas postais (só em Cartas Mensais expedimos mensalmente mais de 1 .000 ... ), compra prox1ma de um Adressograt, prospectos de esclareci­mento, impressão tipográfica da Carta Mensal e outros impres-

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sos ora mimeografados, nova sede para a Secretaria, etc., etc ... - tudo isso nos leva a redigir esta nota, e a solicitar a atuali­zação das contribuições mensais. Segundo nossa disponibilidade em dinheiro, saúde, tempo, pode­remos dar diferentes serviços, mas no fundo há sempre esta ne­cessária e pequena obrigação, que nos faz a todos participar da vida do Movimento: contribuir com o produto de um dia de trabalho, por ano - ou seja 1 I 365 de nossa renda anual. Mas é preciso que todo êsse dia seja ofertado ao Movimento: por "produto" deve-se entender, além da parte material, os méri­tos adquiridos, os trabalhos executados, as orações feitas ... E' necessário ser mais simples diante das questões de dinheiro e no tratá-las em equipe.

COMEMORAÇÃO DE PÁSCOA

Completando as notícias publicadas na Carta Mensal anterior, aqui relatamos o que houve em Campinas, Santos e Jaú. Em Campinas, reuniram-se 14 casais, 30 crianças e 3 assistentes para uma Missa Vespertina, precedida de alocução pelo Pe. Es­tanislau de Oliveira Lima, que traçou um paralelo entre a festa da Páscoa judaica e a nossa. Em seguida, foi feita por todos a renovação das promessas do Batismo, segundo o ritual da Vi­gília Pascal. Esperava-se que S.Excia. Dom Paulo de Tarso Cam­pos, DD. Arcebispo de Campinas, celebrasse a Missa, entretanto foi impedido à última hora, o que representou grande pesar para os equipistas. Logo após a Santa Missa, reuniram-se os casais numa mesa ao ar livre; no centro da qual havia uma grande vela, da qual saíam fitas vermelhas que iam terminar nas bordas da mesa, em outras velinhas menores. Ao ascende-se a vela central, Pe. Lúcio entoou o Lumen Christi, ao qual todos res­ponderam: Deo Gratias! Outras duas vêzes, em tons gradativa­mente mais altos, foi repetido o canto, enquanto as velinhas, que significavam os cristãos que se uniam a Cristo eram acesas. Sin­gela cerimônia paralitúrgica que foi apreciada por todos. As Equipes de Santos realizaram nêsse dia a Crisma dos filhos dos equipistas. Após a Missa, houve café, mêsa de doces e um

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pequeno programa organizado por Glória Velloso com o Coral formado pelas crianças; Coral que já contribuiu para o êxito da celebração do Natal. Reuniram-se em Jaú, casais das 5 equipes numa propriedade agrí .. cola no Bairro do Banharão. Após a celebração na Capela, com grande afluência de moradores do local , da Missa Dialogada com Cânticos e Comunhão da maioria dos presentes, Cun . Pedro fêz uma bela meditação sôbre a Páscoa . Seguiu -se uma parte social, com a partilha entre os equipistas dos farnéis trazidos e uma parte esportiva, em que a equipe das Equipes foi batida pelos locais (isto, diga-se de passagem, depois que José Luiz, o Gil mar da Equipe, contundindo-se, deixou a meta) .

RETIRO EM FLORIANóPOLIS

No dia 29 de abril seguiu rumo à Vila Fátima no Morro das Pe­dras, mais uma turma de 16 casais para efetuar seu retiro anual , de lá voltando no di:a 2 de maio. O pregador foi o Revmo. Pe. Francisco de Sales Bianchini, que durante todos aqueles dias manteve prêsa nossa atenção às sud~

palavras animadoras, amigas e entusiastas, ajudândo-nos em nossa reforma interior. Os dias foram maravilhosos sob todos os aspectos. Como se não nas bastassem as missas dialogadas, as conferências e medita­ções tão substanciosas, as orações em comum mais nos aproxi­mando uns dos outros, as trocas de idéias que a nosso ver ja­mais prejudicaram o silêncio tão importante ao bom êxito de um retiro, Nosso !Senhor nos presenteia com uma natureza sem par. Para os que conhecem a Casa de Retiros podem bem ava­liar o que foram os dias de um azul safira límpido, o sol ra ­dioso e a lua que nascia do oceano e nêle se espelhava horas a fio, deixando uma esteira prateada que nos deixava estáticos a olhar, perdendo a noção do tempo. Tudo isto servia para nos aproximar cada vez mais do Criador de tôdas as coisas e não houve quem não voltasse de lá, revi .. ficado, renovado, transformado. Não cessamos de agradecer a Nosso Senho·r os dias do retiro e

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damos graças também ao nosso movimento das Equipes de Nos­sa Senhora que nos proporcionou um pouco de céu aqui na terra.

CONFER!NCIAS DO PE. EUC!NIO CHARBONNEAU, CSC

Sexta-feira, dia 14 de abril, a convite dos equipistas de Jaú, Pe. Eugênio Chabonneau pronunciou uma palestra no auditório dd emissôra local, com estrondoso sucesso. O auditório, que é doi) bom tamanho, estava lotado por uma assistência que se entusias­mou com o conferencista. Nos dias seguintes, ouviam-se comen­tários, e o casal encarregado chegou a receber telefonemas pe· dindo novas palestras. Estão pois os companheiros de Jaú, pen­sando em programar mais uma ou duas palestras após o retiro que o pe. Charbonneau iró pregar em São Carlos para as equi­pes da região e simpatizantes. Também em Ribeirão Preto os equipistas tiveram a oportunidade de ouvir Pe. Charboneau, que pregou dia 16 de abril, um re­colhimento para as equipes daquela cidade, deixando em todos profunda impressão, pela "segurança, franqueza e otimismo co­tagiante" com que abordou os mais delicados assuntos. Foram, no período da manhã, duas conferências sôbre o Amor Conjugal, se .. parados por um intervalo de 40 minutos para meditação. Como o colégio não podia fornecer o almôço, todos levaram lanches e ao redor de uma mesa ao ar livre tomaram a refeição, num am­biente bastante alegre. À tarde, dever de sentar-se, círculos, úl­tima prática e Missa com Comunhão Pascal dos equipistas.

EXEMPLOS A SECUIR

Relataremos aqui como algumas equipes, numa preocupação pelos mais desfavorecidos, a qual deveria ser a de todo o cristão, vêm se dedicando a um apostolado social em equipe. Em Campinas, os equipistas visitaram uma família que sem estar totalmente na miséria, passa grandes necessidades e não esmola. O chefe da família acha-se imobilizado numa cadeira de rodas. Além da espôsa, já idosa, residem na mesma casa três filhos do casal: uma viúva e dois rapazes e ainda quatro crianças (filhos da viúva). Foram levados alguns mantimentos e roupas, uma

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cama beliche e travesseiros (as crianças dormiam tôdas numa só cama). Procurou-se persuadir um dos filhos do casal (que é ajudante de pedreiro) a frequentar um curso noturno em uma escola profissional, para que pudesse elevar seu padrão de vida, e ao outro se aconselhou procurar uma escola noturna, a fim de continuar o curso primário que havia interrompido. Foi conse­guida assistência dentária à viúva; foram fornecidas sementes de hortaliça para que os rapazes organizassem no quintal uma pequena horta. Não foi esquecido de se verificar se a família cumpria os preceitos religiosos; procurou-se dar importância a essa parte de orientação e assistência espiritual, do que somente à ajuda material. (Não poderíamos, também nós, servir assim de padrinhos a ai ·· guma família? Se não conhecemos nenhuma, em São Paulo a O.A.F. - Organização de Auxílio Fraterno - poderá indicar­-nos muitas ... ) Em Mococa, numa equipe novíssima, um casal conquistou o As­abrigo para menores, com oficina de trabalhos manuais e ensino sistente e os companheiros para que o ajudassem a criar um primário. A equipe tôda empenhou-se também na fundação de um Banco da Providência, que aceita mantimentos, roupas, mó­veis, etc., para serem distribuídos às famílias necessitadas. ( Po­deríamos lembrar-nos também de que muita coisa que estó "so­brando" em nossa casa poderia ser útil - e até de uma utili­dade vital - a um nosso irmão. Lembra-nos e incutir essa idéia em membros de nossa família, nos nossos amigos, vizinhos, etc. São Paulo também já tem o seu Banco da Providência or­ganizado pelo O.A.F. - Rua do Riachuelo, 342, ljs. 1 e 6 -tels. 33-4795 e 37-5745 - é só levar as coisas para lá ... l

TESTEMUNHOS

- êles rezam por nós "A primeira reunião da equipe foi excelente. Quiséramos poder transmitir nêste relatório cada uma das orações que foram feitas, impregnadas de simplicidade e de verdade, sâbre o tema se­guinte: Ajudai-nos Senhor, a nos amarmos fraternalmente. De-

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pois, o Assistente nos disse a sua alegria em ver que todos os casais tinham participado da oração."

O Casal Pilôto que envia êste relatório, acrescenta o que segue, que provàvelmente tem alguma relação com o que acaba de nos dizer:

"Tínhamos recebido, na manhã da reunião, as seguintes linhas enviadas do Mosteiro próximo, onde tínhamos pedido orações nesta intenção: Podem contar com a oração fervorosa de Dom Abade e dos monges nossos visinhos, a quem, amanhã cedo eu recomendarei a nova equipe e os seus casais, Esta unidade que se reali:u entre o século e os aue o deixaram é tão fecund"'"

Antes de um retiro, de um Dia de Fstudos , de uma reunião importante, quando estamos em dificuldades. ou abatidos, pensamos nós em pedir o auxílio da oração dos contempla­tivos?

- a refeição em comum Para equipes numerosas, a refeição constitui muitas vêzes um problema, pois raras são as casas onde cabem 17 pessôas à mesa. Para remediar os inconvenientes do prato nos joelhos, um eoui­pista de Ribeirão Preto imaginou e mandou fazer bandeiinnhas individuais, de madeira compensada. Cobertas com uma toalhinha de plóstico, recebem prato, copo, talheres. pão e guardanapo .. O casal hospedeiro da reunião seguinte leva, após a reunião, a pilha de bandeiinhas, que vão assim de casa em casa.

- o contrôle Em equipes com muitos casais a partilha leva bastante tempo e um responsóvel ,após calcular que fazia 102 perguntas e rece­bia 102 respostas, pensou numa maneira de aproveitar melhor êste tempo. Todos preenchem uns cartõesinhos e sõmente se ma­nifestam aquêles que tiverem um auxílio a pedir, uma sugestão a dar, um caso para contar. Em cada reunião salienta-se somente o ponto que apareceu mais fraco no contrôle do mês anterior.

uma imagem de Nossa Senhora "Tivemos a idéia de oferecer à equipe uma imagem de Nossa

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Senhora Auxiliadora sob cuja especial proteção havíamo-nos co­locado. O nosso intuito é de que a mesma fique um mês com o casal em cujo lar se realizará a reunião, estabelecendo-se um rodísio. Poder-se-ia mesmo combinar que durante êste tempo a oração em família, seria feita , aos pés de Nossa Senhora, prepa ­rando espiritualmente a próxima reunião, e de colocá-la em des­t aque durante a parte de oraçõ.o na reunião da Equipe."

VIDA DO MOVIMENTO

Compromisso Foram as seguintes as. equipes que fizeram o seu compromisso - Espanha: Barcelona 16 !26/2)

- França: Chambéry 1 !9/ 4) , Gournay-en-Bray 1 ( 1 0/3), Lion 7 !18 / 12), Maisons-laffite 1 (4 / 3), Perpignan 1 (6/4), Pont­-Mousson 1 !14/ 4), Rosny-sous-Bois 1 !16/ 3) Portugal: Lisboa 12 !28 / 12)- Suiça: Lausane 1 (8 / 1). Filiação Com alegria comunicamos a Filiação das seguintes

equipes - Alemanha: Mulhei.m-Dumpten 1 Brasil: Araras 1, São Paulo 29 - Congo: Jadoville 1 - Espa­nha: Madri 3, Valência 1, 2, 3, 4, Sevilha 6, 7 - França: An­necy 7 , Auch 6, Besançon 1 , Caudebec-en-Caux 1 , Clermont· -Ferrand 5, Dcuil-la-Barre 1, Fresnes 3, Jouy-en-Josas 1, La Courneuve 3, Le Haver 6, Lille 14, Rennes 5, 6, Sainr-Amand 1, Saint-Jean-de-Maurienne 1, Saint-Maur 2, Saint-Nazaire 1, Ver­dun-sur-Garone 1 - Inglaterra: Cheltenham 2 - Portugal: Aveiro 2. As equipes brasileiras que se filiaram foram:

Araras 1 - Equipe Na. Sa. do Patrocínio Assistente: Pe. Derivai Lanza C. R. : lvone e Edgard Eder Lopes São Paulo 29 - Equipe Na. Sa. da Salete Assistente : Pe. Virgílio Dalagnol, ms CR. : Maria de Lourdes e João Vicente Cavenaghi

ALEG.R~MO-NOS COM ~LES

1960 27 / 5 Maria Cybele Cybele e Ayamó Djalma Caldas

Equipe Na.Sa. Stella Matutina - S. Paulo

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2017 Luciano

10/11 Eduardo

12/11 Ricardo Luiz

13/11 Haydée Beatriz

13/11 Francisco

8/12 Luiz Antonio

12/12 Alain

1961

1/2 Maria do Carmo

25/2 Marcelo

14/3 Maria Cecília

25/3 José

3/4 Simone

6/4 Maria Beatriz

27/4 Geraldo

3/5 Maria de Fátima

20/5 Francis Regis

27/5 Marcelo

Sônia e Luciano Souza Lima Equipe Na.Sa. Stella Matutina - S. Paulo Maria Laura e Dróusio Lopes Camargo Equipe NaSa. Rain. do Mundo-Cam11·:nas Sômia e Osmar Tortorella Equipe Na.Sa. Stella Matutina - S. Paulo Sílvia e Fábio Junqueira de Paiva Equipe Na.Sa. Stella Matutina - S. Paulo Ana Véra e Gilberto Menezes Equipe Na.Sa. da Esperança - Rib. Preto Lais e Luiz Barbosa

Equipe Na.Sa. P. Socorro - S.J.B. Vista Gabrielle e Louis Destezet Equipe Na. Sa. da Alegria - S. Paulo

Carmen e Jan Wiegerinck Equipe Na. Sa. da Alegria - S. Paulo Diva e Darcy B. dos Santos Equifle Na.Sa. do Desterro - Florianóp. Selma e Alberto Sugai Equipe Na.Sa. Stella Matutina - S. Paulo Maria Helena e Jorge D. B. P. de Mello Equipe Na.~a. Rainha do Lar - Santos Maria de Lourdes e Pedro Cruz Equipe Na.Sa. de Fátima - Florianópolis Cecília e Aldo Sinisgali Equipe Na. Sa. de N'anré - São Paulo I rany e Nereu do Valle Pereira

Equipe Na.Sa. do Desterro-Florianópolis Nilde e Clovis Laranjeiras de Alencar

Equipe Na.Sa. P. Socorro - S.J.B. Vista Elisa Maria e José Rubens Ceschin Equipe Na.Sa. P. Socorro - S.J.B. Vista Maria Helena e Rafael Silveira Equipe em formação - Araçatuba

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3 / 6

17 / 6

17 / 6

8/7

Luz Otàvio Maristela e Dante Giorgi Equipe Na.Sa. da Esperança - S. Paulo

Maria Beatriz Nilza e Antonio Cavalcanti Equipe Na.Sa. da Boa Viagem - S. Paulo

Guilherme Alberto lsa e Newton Cavàlieri Equipe Na.Sa. da Boa Viagem - S. Paulo

Paulo Celina e Moacir Pinheiro Monteiro Equipe NaSa. da Vitória - · São Paulo

DEU CHAMOU A SI' Edouard Bayle de Jesse, a 7 de março, da Equipe Grenoble 11 Mariette Hastert, a 24 de dezembro, da Equipe Luxemburgo 3. Xavier Comar a 1.0 de abril, menino de 8 anos, filho de Elise e Pierre, antigos membros da Equipe Dirigente Internacional.

CURSO DE CULTURA RELIGIOSA

Reinício dia 8 de agôsto Como no primeiro sémesfre, as aulas serão proferidas tôdas as tercas-feiras, às 20,30 hs., na Faculdade de Filosofia Sedes Sa­pie-;,tiae, à rua Marquês de Paranagu6, 111. Mais informac:;ões pelos telefones: 8-8033 e 8-3040.

CALENDÁRIO

ago 12-13

18-20 set 7

10 out 20-22 nov 17-19

dez 3 3-9

10 17

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Encontros Regionais em - Campinas, Jaú, Ri­beirão Preto, Santos e São João da Boa Vista. Retiro em Baruerí - Frei Luis Maria Sartori,ofm Peregrinação Recolhimento Retiro em Baruerí-Pe. Eugênio Charboneau,csc Ret. em Baruerí - Mons. Benedito Ulhôa Vieira

·,Reuniões de Balanço das Equipes Recolhimento Reunião de Balanço das Equipes de Setor e das Equipes de Coordenação REun;ão de Balanço da Região. Reunião de Balanço da Região.

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em oração com a íÇJreja

Vários casais das Equipes se inscreveram para uma hora mensal de oração noturna. Foram pedidos voluntários, volun. tários s.e apresentaram. Mas houve também algumas críticas ... Para esclarecer melhor o sentido da oração noturna, publi­camos hoje um pequeno histór'co dêsse costume, recomen­dândo-a à meditação dos casais.

no antillo testamento

Se a oração noturna é uma oração tipicamente cristã e mesmo "católica", ela já era conhecida no Antigo Testamento. Indicações muito precisas dêss.e fato são encontradas, prin­cipalmente nos salmos. Durante a noite me vem a lembrança de teu, Nome, SenhOr. ( sl. 188,55) . Quando penso em ti, em met' leito, durante as vigílias, medito em ti. (sl. 63,7). Que de dia possa Jcwé envia?· sua graça e de noite, que sett canto ?'eze comigo ao Deus de minha vida ( sl. 42-43,9) . Et' pensava nos dias •le outrora, le·mbrava-me de anos se­culares; murmurava de noite em mett coração, meditava e meu espírito indagava. (sl. 77,7). Vwnos, bendizei a Javé todos os se?·vos de Javé; oficiando nn casct de Javé, no pó,rtico da casa de nosso Deus. Levantai as mãos paTa o santu.ário, bendizei a Javé dt~rante as noites. (s.l. 133) .

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A propó.~ito ài'>sse salmo, a Bíblia de Jerusalem anota: "Apêlo à oração ou ao diálogo ltúrgíco entre os ministros do templo e os peregrinos, talvez no decorrer de uma cerimônia noturna inaugurando a festa dos Tabernáculos". O Antigo Testamento teria portanto conhecido, ao lado da oração no­turna individual, ofícios litúrgic'os celebrados à noite.

cristo e seus apostolos

Cristo se insere nessa tradição de uma oração noturna e o evangelho assinala que antes de chamar os apóstolos, passou a noite tôda em oração (Lc. 6,12). Sabe-se por outro lad" que sua agonia foi uma longa oração noturna e que pediu a seus Apóstolos que vigiassem e orassem com êle. Reco­mendação que fizera com frequência anteriormente: "Perma­necei acordados e orai". E' de se notar a aproximação bas­t,.nte frequente entre a oração e a vigília . E' para responder a êsse convite de seu Mestre que Paulo e Silas na prisão, pelo meio da noite rezam e cantam louvo­res de Deus {Atos, 16,25). O hino de matinas que os sacer­dotes dizem na quarta-feira fundamenta a obrigação da ora­ção noturna na ordem do Profeta e no exemplo de S. Paulo : De noite, elevemos nossos corações e nossas mãos (alusão ao sl. 133) como o Profeta nos pede que façamos e como Paulo nô-lo convida pelo exemplo. São Paulo confessará que reza de dia e de noite (!Tess., 3,10) e no seu retrato dã verdadeira viúva dirá que é aquela que põe em Detts tôda sua esp~rança e passa noite e dia em oração (I Tim. 5.5)

a tradição da igreja

E' incontestável que os primeiros cristãos tenham pratiêado a oração noturna . E' mesmo na oração noturna que o Bre­viário tem sua origem. Os testemunhos abundam. Plínio o

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Moço, em sua carta a Trajano, por volta do ano 110, fala dos cristãos que têm. costume de se reunir em dtia fixo, antes do amanhece1·, para cantar seus louvores ao Cristo, corno a u1n Deus.

Tertuliano, no começo do século III, previne uma mulher que deseja se casar com um pagão: Que marido pagão gos­to.rá de ver sua esposa cristã deixá-lo para ir, quando for necessário. a reuniões noturnas'! Quem, enfim, na ocasião das jestctS pascais, tolerará qt{e ela se attSente por t6da a noite ?

A tradição apostólica cujo texto remonta sem dúvida ao século III tem um capítulo inteiro sôbre as horas de ora­ção: Que todos os fiéis homens e mulhe1·es, desde que des­pertem de seu sono pela manhã, antes de começar a jazer S>eja o que for lavem as 1nãos e rezem a Deus, ern segt~ida que se ocupem de settS negócios. . . ,reza igt~lrnente antes que teu corpo se repouse. Pelo meio da noite, levanta-te, lave as meios com água e reza. Se tua mulher estiver presente, rezai juntos. Se entretanto ela ainda não tiver fé, retira-te num outro quarto para rezar, depois volta para tua cama. São Jerônimo numa carta a Laeta, carta que escreveu por volta do ano 400 para dar a essa dama conselhos sôbre a educação de sua filha, diz: Dai-lhe, para formá-la,, uma goveTnante conhecida pela pnTeza de sua fé, de seus cos­tumes, e por stm TeseTva. Ela se acostuma1·á, cont set~ exem­plo, a se levanta?· à noite para a oração e canto dos salmos, u cantar hinos p~la manhã, a se manter alerta oomo uma guerreira de Cristo nas horas de te1·cia sexta, noa; da mesma jonna a cclebraT o sacrifício vespertino no momento ern que se acende a lâmpuda (origem •le nossas vésperas). Assim se passm·á o dia -e a noite ct sw·preenderá nésse piedoso labor. A leitm·a sucedeTá à 01·ação, a oração... à leitu1·a.

Esse texto de São Jerônimo, como o outro da Tradição apostólica, é uma prova evidente de que a oração noturna

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era um hábito entre os cristãos. Fala-se dela como de uma cousa natural. Esse costume da oração noturna se conservou na Igreja; as grandes ordens monásticas cantam ainda hoje Matinas durante a noite e duas de nossas grandes festas se celebram à noite .

por que rezar á noite

Por que a oração noturna? Por que os primeiros cristãos lhe davam tanta importância? A resposta a essa pergunta vai nos tornar possivel precisar a "mistica" dessa oração des-tacando as grandes linhas de seu significado profundo . -=:

Os grandes acontecimentos de nossa redenção tiveram luga1· à noite. Foi à noite que os hebreus foram arrancados da escravidão do Egito pela mão tôda-poderosa de Iavé e os judeus deverão celebrar todos os anos essa noite memorável: é a festa do Cordeiro Pascal . E' no meio da noite que o Filho de Deus vem ao mundo . E' no término da noite que Ele ressuscita e o Exultet canta essa noite bemaventurada que, só ela, soube o tempo e a hora da ressurreição. Os primeiros cristãos foram portanto levados como que natu-

7 ralmente a celebrar êsses acontecimentos na mesma hora ~ em que tiveram lugar, isto é, à noite. .!

O Senhor veio ao mundo de noite, ressuscitou no término de uma noite . Será ainda de noite, ou mais exatamente no fim da noite, que Ele voltará. Pelo menos é o que pensavam os primeiros cristãos, ao que parece . Eram convidados a isso por numerosas alusões do próprio Cristo: Lc'. 12,39; Mat. 24,43; a parábola das virgens prudentes; por um texto de São Paulo aos tessalonicenses (I, 5, 1-2) . Eram convidados a isso pelo frequente a pêlo de seu Mestre a vigiar e orar. Reunindo-se à noite de sábado para celebrar, na manhã de domingo, a Ressurreição, punham-se ao mesmo tempo em

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expectativa c l·m oração. (são as nossas ma tinas) . De ma­nhã, ao nascer do sol, símbolo do Cristo ressuscitado, acla­mavam Cristo triunfante (são as nossas laudes). Pensavam que talvez o Cristo voltasse e sua espera não era vã pois o Senhor se tornava presente pelo sacramento da Eucaristia que celebravam. A oração noturna deve ser comemorativa dos grandes acon­tecimentos de nossa Recl'enc;:ão e espera da Pa1usia. Ela deve ser meditação da Palavra de Deus que nos revela os desígnios do Pai. Deve ser acolhimento do Deus que vem e que não cessa de vir ao nosso mundo. A noite é aliás o momento mais propício para essa medi­tação e essa oração de acolhimento, pois é a hora do silên­cio. E' êsse momento em que tudo repousa, êsse momento em que, mergulhada na sombra, a criação inteira se cala. Pondo-se em oração durante a noite, os cristãos exprimiam o simbolismo profundo dêsse tempo que é um tempo de silêncio. Deus é silêncio, diziam os Padres da Igreja e a Imitação de Cristo nos lembra que Deu-s tu:i.o está no barulho. Tempo de silêncio, a noite se torna sinal do Deus que vem, sinal do encontro de Deus com o homem. Qumulo um silêncio cheio de calma envolvin tJôdas as causas e que n noite cheya11a no meio de seu rápido tntjeto, do alto dos céus tua Palavra t<.•lo -poderosa se precipitava do trôno real ( Sab. 18, 14-15). Esse texto é aplicado pela liturgia ao nascimento do Cristo (Introito da missa do domingo depois de Natal). Foi no mais profundo silêncio da noite que Deus fez sua entrada no mundo . E' do mesmo modo, isto é, no silêncio que Ele con­tinua a vir cada dia e só as almas silenciosas e viyilantes o sabem receber. Nosso mundo desconhece e não sabe mais viver êsse sentido sagrado da noite. Transformou a noite em ruído e êsse mo­mento que deveria ser sinal de Deus, em um tempo de diver­timcr,to e evasão. A oração noturna do cristão se torna assim um ato de reparação em união com Cristo qne está em agonin até o fim dos tempos.

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l{ecebemos de uma equlpista o seguinte testemunho, que nos alegramos de poder apresentar aqui:

"Tendo um casal nosso companheiro de equipe nos pedido êste mês para trocar nossa hora de adoração com a sua (porque não estariam juntos naquela noite), pusemos nosso despertado1· para as 2hs., depois de ter deitado tarde, quando hab1tualmente, "só entramos em função" às 3hs., depois de termos 1do cêdo para a cama, tendo antecipadamente pre­VIsto isso. Sinto-me feliz por ter feito essa experiência. No primeiro sono assim intel'I'ompido, o que predominou incialmente foi a preguiça, uma vontade bem mais forte do que de costume de ficar na cama . Vencida essa preguiça, veio o receio: Contanto que et' não durmct de joelhos!, depois o orgulho: Tenho me1·ecimento em me •esforçar assim, uma vez qne ainda é mais difíoil do que de costume! Graças a Deus, começaramos o "Veni Sancte Spiritus". Depois (para o mês do Rosário) , um trecho bem curto, preparado na véspera, de uma oração à Nossa Senhora . .f'or fim, o terço, recitado bem devagar e entre cada dezena, uma medi-

i• taçao silenciosa (parecera-nos que, em matéria de palavras, as do terço eram suficientes). A medida que desfiavamos o terço, eu tomava mais consciência da oportunidade que tínhamos de estar a postos, um pouco contra a nossa von­tade, e não por causa de nossos méritos. Oportunidade dêsse silêncio noturno, muito mais completo, mais propício à oração que qualquer momento do dia, mesmo diante do Santíssimo Sacramento. Oportumdade e honra de sermos admitidos a falar com Deus, ouvi-lo ao mesmo tempo que outros amigos desconhecidos das Equipes que faziam na mesma hora o mesmo esforço. Oportunidade e honra, a graça que Deus nos enviava nêsse silêncio noturno, enquanto nossas orações se diri~Pam a Ele, áo Cristo e sua Mãe, por aqueles que sofriam naquela noite, pelos doentes cuja angústia é maior precisamente à noite,

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por todos aqueles a quem alguma responsablliua<le impede de dormir, e cuja vida impede de rezar, por todas as misérias físicas e morais, mais duras de suportar durante a noite para quem não pensa em oferecê-las ao Senhor. E essa oração noturna terminou-se assim naturalmente em uma fervorosa ação de graças por êsse favor, essa honra que o Senhor nos fazia convidando-nos assim, através das Equipes, para de noite, em horas fixas, nos revezarmos em sua adoração".

E para concluir, apenas mais alguns dados práticos sôbre a oração noturna :

como fazer - os casais voluntários devem escolher um dia det>errninado dornês e nêsse dia uma hora entre a meia-noite e 6 horas da manhã. Por exemplo: dia 20, das 2 às 3 horas.

onde fazer - no próprio quarto de dormir, na sala, junto à uma imagem, de joelhos, de pé, etc., enfim no local e da maneira que mais aprouver ao casal. O que importa é o espírito e a intenção em que se faz essa hora de oração.

que orar - o Santo Rosário, as Completas, orações pessoais, leituras dos Evangelhos, meditações, etc.; o que melhor cor­responder ao desejo e à personalidade própria de cada casal. Pode-se mesmo, de antemão, estruturar um pequeno programa para essa hora de oração: leituras, meditações em silêncio, têrço e orações pessoais; apresentar intenções pela Igreja, pelas Equipes do mundo todo, pelas de nosso país, pela nossa Equipe, pelas nossas necessidades atuais - por exemplo.

testemmthos - os casais voluntários não só devem comu­nicar nrgente e diretctmente ao Secretariado, o dia e a hora escolhidos, como enviar à Carta Mensal testemunhos sôbre experiências e frutos colhidos nêsse ato de adoração noturna.

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O SACERDÓCIO DOS FIÉIS

No in ício dêste semestre, em que aconselharemos o aprofunda ­mento da doutrina do sace rdócio dos fi é is, convé m aj udó- los a conhece r me lho r a grande realidade que estas pa lavras encer· ram . Eis porque aconselhamos a meditação dos textos abai xo c itados . Os que quiserem ir ma is longe , pode rão le r o liv ro exce lente do pe. J . M . d 'Ambrié res , s j., de onde fo ram êles t ir?dos ledi tôra Téq u i, Cal. Présence du ca tho licismel.

Se lavé nã o hesitou em dar o nome d<O reino de sacudotcs (Êxodo XIX , 6) à sua nação escolhida , êste título se adap·~J muito melhor ao povo cristão! Sim, reino de sacerdotes, no qua l todos os fiéis participam, de certo modo, do sacerdócio de seu Rei Pontífice, Jesus Cristo!

Nos batizados esta participação sacerdotal é coisa real. O edi­fício espiritual, o sacerdócio santo, destinado a oferecer sacri­fícios esp)rituais através de Jesus Cristo (I Pe 11 ,5) não é uma simples metáfora no estilo de São Pedro!

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São Paulo, nas suas epístolas, faz alusão à corajosa colabora­ção de homens e mulheres que o ajudaram no seu ministério, trabalhando na penetração do Evangelho em todos os meios até mesmo no palácio dos Césares ( Filip IV, 4). Santo Agos­tinho lembra aos leigos seus devêres de chefes nêstes têrmos: Na medida de vossas responsabilidades, sêde ministros do Se• nhor, vivendo segundo a justiça, dando esmolas, pregando seu nome e sua doutrina a todos aquêles que vos puderem ouvir. Que todo pai de família reconheça que seu próprio nome o obriga a testemunhar aos seus uma afeição paterna. Que por Jesus Cristo e pela vida eterna, êle os advirta, instrua, enco­raje e corrija, empregando quando necessário, a doçura ou a severidade. Assim, em sua casa, êle realizará de certa forma uma função sacerdotal e episcopal. (Tract in Joan, LI, 12) •

A instituição do sacerdócio trata, em primeiro lugar, do culto . Ainda nêsse particular, sem invadir as funções reservadas ao clero, o laicato desempenha um papel complementar de grande importância. O cristão participa da religião de seu Divino Mes­tre, primeiro pelo culto particular, pelas homenagens que êle presta espontaneamente a Deus, no santuário de sua alma. @le se associa ainda à religião de seu Salvador obrigatória e mais eficazmente por uma participação na liturgia, nas cerimônias da Igreja, nos sacramentos. Assim, é êle o ministro da graça no sacramento do matrimônio e êste fato salienta seu caráter sacerdotal. seu poder nõo apenas de receber as coisas santas mas de distribuí-las em certas condições.

tlc concorre ainda para o sacrifício do altar, por sua ajuda material à cerimônia e mais ainda, por sua colaboração espiri­tual que lhe permite oferecer a divina hóstia pelas mãos do sacerdote e juntamel)te com êle.

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fie exerce enfim, uma mediação sacerdotal unindo suas preces às orações do Corpo Místico, trabalhando e sofrendo com êle, completando, como diz São Paulo, o que faltou à paixão de Jesus Cristo. Gloriosa participação de seu divino sacerdócio! Que numa paróquia, uma falange de almas sacerdotais colabore com o vigário da igreja, com as escolas, com ae obras sociais, para fazer penetrar o fermento evangélico na massa inerte das almas descristianizadas e nós veremos concretizar-se a visão de Eze­quiel: a caridade reintegrará novamente os cadáveres desseca­dos da sociedade dividida; a fé os revestirá na vontade co­mum de construir um mundo melhor sob o signo da Cruz. Os povos retornarão às suas Igrejas, há tempo, abandonadas. Será uma nova festa de Pentecostes. Mas como suscitar estas almas sacerdotais, sem instruí-las sôbre a dignidade de sua missão, sôbre a esperança que nelas depositam a Igreja e seu Divino Chefe? Como preparar os militantes a levarem o testemunho evangélico aos povos que se paganizam, sem despertá-los para a vida interior que ultrapassa o naturalismo da ação, sem im­pregná-los de espírito de sacrtfício pela causa católica , sem impregná- los de uma mística missioná ria?

Que os vigários sigam o exemplo de São Leão que , por oca­sião de sua elevação ao pontificado declarava aos seus ouvin­tes que aquela festa era também a dêles porque todos, de certa forma, participavam do sacerdócio de Jesus Cristo: "Todos os que são regenerados em Cristo, a Cruz os marca com uma dignidade real: a unção do Espírito Santo os consagra sacerdo­tes. Assim, ao lado do trabalho especial de meu ministério, que todos os cristãos amadurecidos espiritualmente compreendam que êles pertencem a uma ra,a real e a um corpo aacerdotal.

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Nada mais real que uma alma, senhora de seu corpo na sub­missão a Deus! Nada mais sacerdotal que dedicar-se a Deus pela pureza de sua consciência e oferecer-Lhe hóstias imacula­

das no altar de seu cora!;ão!"

o culto do lar

A oração conjugal

A oração conjugal é a hora privilegiada para o marido e a mulher escutarem juntos a Deus que lhes fala, isto é, hora para abrir a Bíblia , ler, meditar, guardar a palavra de Deus. Mas, depois de terem escutado a Deus que lhes fala para ex­pnmlr seu amor, é preciso que os esposos juntos, respondam a Deus. Esta resposta tanto pode emprestar as palavras da Igreja com tôdas as suas orações litúrgicas, como pode ser aquela oração espontânea pessoal de um homem e de uma mulher que, antes de seu repouso, pedem a Deus um pelo outro, um com o outro, um diante do outro. Lembrêmo-nos do belo exem­plo que nos oferece o Livro de Tobias: Tobias levantou-se da cama e disse a Sara - " De pé, irmã, é preciso que rezemos os dois a Nosso Senhor para obter sua graça e sua proteção". Ela se levantou e êles se puseram a rezar. Um casal que não se exercita nesta oração conjugal faz pensar num padre que organizasse obras múltiplas na paróquia, deixando de lado a celebração da missa .

O culto do casal, cujo tempo forte é a oração conjugal não se limita apenas àquele momento. E' no decurso de tôda a sua vida que o casal deve escutar o que Deus lhe diz através das pessoas e dos acontecimentos e responder-Lhe com uma vida interior de louvor e adesão. E' no decurso de tôda a sua exis-

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·Mnd a q uê ô casai deve abri r-se aos dons de !5eus, ao Deus que se dó , e, e m troca, deve saber ofe rece r-Lhe alguma coisa e sobretudo, ofe rece r-se a ~le. E' assim que o casal viverá o "semper o rare", o culto cont ínuo que Cristo pede a todos cs Seus filhos.

Consagração do mundo

Há uma pági na de Claudel que todo casa l cristão deve ria me­d itar. Ela expri me adm iràvel mente o que se chama espi rituali ­dade "sacerdotal" da comunidade familiar, esta or ientação pro­funda e constante através da qua l tôdas as atividades se trans­formam em cul to do Deus vivo.

Como seria belo se todos os homens ao mesmo tempo tivessem ';·;,

consciência daqu ilo que fa zem conjunt amente, sob o olhar de alguém que os observa com atenção, do auxílio que se prestam reciprocamente, da cerimônia para a qual colaboram, da oferen -da imensa que constitue a simples elevação de seus olhos ao

céu : há qualquer coisa de semelhante a isso na vida benedi -tina. A vida do monge não é somente o psalmodear no côro,

elevando ao Criador os louvores que Lhe são devidos por cada

parte do dia; é a vida mesma, banal e cotidiana, o despertar, o jardim, o trabalho, as refeições em comum, quase tão solenes

quanto a missa; aquelas roupas de que cuidam, aquela lâmpada

que ace ndem , são grandes símbolos para êles: o doente que

tratam, a visita que bate à porta. Se os homens tivessem um

pouco mais de consciência daquilo que fazem em conjunto o

dia todo e em cada instante que passa, êles teriam o senti-

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mento de estarem como na tgreja, parHdP'anJo do câro sem la~

lhar. Como êles todos se amam sem o saber e como seria belo se o percebessem. O que fazem sem o saber, eu queria que fizes­sem conscientemente ! Assim, nada mais haveria de profano, tudo, seria santo, tudo seria consagrado a Deus."

Poderíamos dizer que há também algo de semelhante a isso na vida de todo casal que tem consciência de sua vocação sacerdo­tal. E' nêstes lares que se aplica a fórmula "consagração do mundo", usada por Pio XII, no 11 Congresso do Apostolado dos Leigos. Sim, é o mundo inteiro que rodeia e que pressiona o casa l, o mundo inteiro que nêste casal, e por meio dêste casa l é consag rado a Deus: voltado para Deus, levado até Deus.

(Resumo de notas tomados durante o conferência feito pelo Pe. Cof­forel no Encontro dos Responsáveis: O lar, "comunidade sacerdotal").

"Os leigos se encontram nos primeiros filas da vida da Igreja . . . lles devem ter a consciência sempre mais escla­recida não sõmente de pertencer à Igreja mas de ser a Igreja."

Pio XII

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I

ORAÇÃO PARA A PRóX IMA REUNIÃO

Com a Assunção no céu em corpo e alma,Ma ria, depois de dupla sepa ração - vida pública e morte - reencontrou definitiva­mente seu Fil ho ressuscitado. Uma vez desfe ito o véu da fé, pela sua entrada na glória, Maria descobriu no coração de Deus, todo o seu poder e g randeza, bem como todo alca nce de sua missão de mãe e mediadora de todos os homens. A visão de Deus, fê-la conhecer a cada um de seus filhos em particular, com tôdas as suas carências e fraquezas, melhor que os outros santos e amá-los, inclusive com o seu coração de carne ressuscitado. ~ste caráter sensível do amor de Maria para nós é uma conso­lação para os nossos corações que vibram, também, com as mes­mas cordas sensíveis do seu.

MEDITAÇÃO - Texto para Oração Pessoal

Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança saltou no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta vo:z: : "Bendita és tu entre as mulhe res e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois, assim que a vo:z: de tua saudação che ­gou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de a legria no meu seio. Bemaventurada és tu que crêste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!"

E Maria d isse : "A minha alma glorifica o Senhor , e o meu es­pírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a hu ­mildade da sua serva. Eis que doravante me proclamarão bema­venturada tôdas as gerações, porque fê:z: em mim grandes coisas o Todo Pode roso, e Santo é o Seu nome. E a sua misericórdia se estende, de geração em geração sôbre todos aquêles que o temem."

!S. Lucas, I, 41-50)

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ORAÇÃO LITúRGICA

O' Virgem excelsa, concebida do Espírito do Criador, predestinada para traser no ventre o Filho do AJtís­simo.

Sois vós ~ Mulher anunciada ao• demônios como sua eterna inimiga : Só vós sois cheia de graça na vossa Conceição Imaculada.

Em vosso ventre concebeis a vida, e, fornecendo uma carne à Vítima divina destinada a ser imolada, re­parais a vida perdida por Adão.

Preço devido ao pecado, a morte vencida vos aban ­dona : e , associada ao vosso divino Filho, sois em corpo levada ao Céu .

Fulgurante de tão grande glória, é elevada tôda na­turesa chamada a atingir em vós o cume de todo o esplendor.

O' Rainha triunfante, sôbre nós, os desterrados, volvei: os vossos olhos, para que, tendo-vos por guia, alcan­cemos a felis pátria do Céu.

Glória Vos seja dada, ó Jesus, que da Virgem Mãe nascestes, ao Pai e ao Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.

Amém.

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