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Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico ADASA Técnico de Regulação de Serviços Públicos A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos. DZ005-N9

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Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico

ADASATécnico de Regulação de Serviços Públicos

A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior, para que o aluno antecipe seus estudos.

DZ005-N9

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Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você

conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo [email protected].

www.novaconcursos.com.br

[email protected]

OBRAAgência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico

Técnico de Regulação de Serviços Públicos

Atualizada até 11/2019

AUTORESLíngua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco

Raciocínio Lógico-Matemático - Profº Bruno Chieregatti e João de Sá BrasilAtualidades - Profº Heitor Ferreira

Microinformática - Profº Ovidio Lopes da Cruz NettoNoções de Direito Administrativo - Profº Fernando Zantedeschi

Legislação Aplicada aos Servidores da ADASA - Profº Fernando ZantedeschiConhecimentos Específicos - Profº Fernando Zantedeschi e Profª Silvana Guimarães

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃOLeandro Filho

DIAGRAMAÇÃOThais Regis

Renato Vilela

CAPAJoel Ferreira dos Santos

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APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão, interpretação e reescrita de textos e de fragmentos de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas, discursivas e argumentativas............................................................................................................. 01Tipologia textual................................................................................................................................................................................................. 10Coesão e coerência........................................................................................................................................................................................... 11Ortografia oficial................................................................................................................................................................................................ 16Acentuação gráfica............................................................................................................................................................................................ 21Pontuação............................................................................................................................................................................................................. 24Formação, classe e emprego de palavras................................................................................................................................................. 27Significação de palavras.................................................................................................................................................................................. 69Coordenação e subordinação....................................................................................................................................................................... 73Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................................... 83Regência nominal e verbal.............................................................................................................................................................................. 91Emprego do sinal indicativo de crase......................................................................................................................................................... 97

RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Fundamentos de matemática. Princípios de contagem...................................................................................................................... 01Conjuntos numéricos: números naturais, inteiros, racionais e reais. Operações com conjuntos....................................... 11Fatoração e números primos, máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum................................................................... 30Razões e proporções: grandezas diretamente proporcionais; grandezas inversamente proporcionais......................... 33Porcentagem e regras de três simples e compostas............................................................................................................................ 36

ATUALIDADES

Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecologia, tecnologia, energia, política, economia, sociedade, relações internacionais, educação, saúde, segurança e artes e literatura e suas vinculações históricas................................................................................................................................................. 01Atualidades e contextos históricos, geográficos, sociais, políticos, econômicos e culturais referentes ao Distrito Federal................................................................................................................................................................................................................... 25

MICROINFORMÁTICA

Sistema Operacional Windows XP.................................................................................................................................................................. 01Microsoft Word 2003. Microsoft Excel 2003. Microsoft PowerPoint 2003..................................................................................... 07Conceitos, serviços e tecnologias relacionados à internet e a correio eletrônico. Internet Explorer 6 e Outlook Express 6..................................................................................................................................................................................................................

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Noções relativas a softwares livres. Noções de hardware e de software para o ambiente de microinformática.......... 50

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SUMÁRIO

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Direito Administrativo: conceito, fontes, princípios............................................................................................................................... 01Conceito de Estado, elementos, poderes e organização......................................................................................................................... 01Governo e Administração Pública: conceitos.......................................................................................................................................... 01Administração Pública: natureza, elementos, poderes e organização, natureza, fins e princípios; administração direta e indireta; planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência, controle; da administração do Distrito Federal............................................................................................................................................................... 04Agentes públicos: espécies e classificação; direitos, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos.... 18Atos administrativos: conceito e requisitos; atributos; invalidação; classificação; espécies................................................. 22Poderes administrativos: poder vinculado, poder discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia...................................................................................................................................................................... 29Do uso e do abuso do poder........................................................................................................................................................................... 29Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos. Delegação: concessão, permissão, autorização.............................................................................................................................................................. 33Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado................................................................................................................................................................. 44

LEGISLAÇÃO APLICADA AOS SERVIDORES DA ADASA

Lei Federal no 8.078/ 1.990 - Código de Defesa do Consumidor e suas alterações..................................................... 01Lei Distrital no 4.285/2.008 - Reestruturação da ADASA......................................................................................................... 06Lei Orgânica do Distrito Federal e suas alterações.................................................................................................................... 12Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, recepcionada no GDF pela Lei nº 197, de 4 de dezembro de 1991... 31

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Noções de arquivamento e procedimentos administrativos........................................................................................................... 01Noções de administração financeira, de recursos humanos e de material................................................................................... 18Noções de cidadania........................................................................................................................................................................................ 74Constituição da República Federativa do Brasil: organização do Estado, direitos e garantias fundamentais, organização dos Poderes, serviço público, direitos do consumidor............................................................................................. 76Noções de orçamento público................................................................................................................................................................... 123Licitação pública: modalidades, dispensa, inexigibilidade e legislação pertinente. Contratos e compras no serviço público e legislação pertinente. Convênios e legislação pertinente................................................................................................ 124

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LÍNGUA PORTUGUESA

ÍNDICE

Compreensão, interpretação e reescrita de textos e de fragmentos de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas, discursivas e argumentativas............................................................................................................. 01Tipologia textual................................................................................................................................................................................................. 10Coesão e coerência........................................................................................................................................................................................... 11Ortografia oficial................................................................................................................................................................................................ 16Acentuação gráfica............................................................................................................................................................................................ 21Pontuação............................................................................................................................................................................................................. 24Formação, classe e emprego de palavras................................................................................................................................................. 27Significação de palavras.................................................................................................................................................................................. 69Coordenação e subordinação....................................................................................................................................................................... 73Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................................... 83Regência nominal e verbal.............................................................................................................................................................................. 91Emprego do sinal indicativo de crase......................................................................................................................................................... 97

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COMPREENSÃO, INTERPRETAÇÃO E REESCRITA DE TEXTOS E DE FRAGMENTOS DE TEXTOS, COM DOMÍNIO DAS RELAÇÕES MORFOSSINTÁTICAS, SEMÂNTICAS, DISCURSIVAS E ARGUMENTATIVAS

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.

Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamentações), as argumentações (ou explicações), que levam ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, em uma prova, o candidato deve:• Identificar os elementos fundamentais de uma

argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

• Comparar as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.

• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade.

• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. • Parafrasear = reescrever o texto com outras

palavras.

Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: conhecimento histórico-

literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; capacidade de raciocínio.

Interpretar/Compreender

Interpretar significa:Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.Através do texto, infere-se que...

É possível deduzir que...O autor permite concluir que...Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significaEntendimento, atenção ao que realmente está escrito.O texto diz que...É sugerido pelo autor que...De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...O narrador afirma...

Erros de interpretação • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do

contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.

• Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desenvolvido.

• Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errar a questão.

Observação: Muitos pensam que existem a ótica do

escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.

Coesão e Coerência

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.

São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase.

qual (neutro) idem ao anterior.quem (pessoa)cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois

o objeto possuído. como (modo)onde (lugar)quando (tempo)quanto (montante)

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Exemplo:Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria

aparecer o demonstrativo O). Dicas para melhorar a interpretação de textos

• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as questões.

• Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura.

• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias.

• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão).

• Volte ao texto quantas vezes precisar.• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre

as do autor. • Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor

compreensão.• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de

cada questão.• O autor defende ideias e você deve percebê-las.• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo

geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas relações.

• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante.

• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as demais questões!

• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.

• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto.

SITESDisponível em: <http://www.tudosobreconcursos.

com/materiais/portugues/como-interpretar-textos>Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09-

dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas>

Disponível em: <http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um.html>

Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm>

REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE ESTRU-TURAS

“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmente devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a experiência de vida antecedem o ato de escrever.

Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é necessário saber ordenar as ideias em frases bem estruturadas. Logo, não basta conhecer bem um determinado assunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores.

O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistura”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produzirem um sentido evidente para os receptores das nossas mensagens. Observe:

1. A desemprego globalização no Brasil e no na está Latina América causando.

2. A globalização está causando desemprego no Brasil e na América Latina.

Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma

frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de “uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de língua portuguesa inteirados da situação econômica e cultural do mundo atual.

A Ordem dos Termos na Frase

Leia novamente a frase contida no item 2. Note que ela é organizada de maneira clara para produzir sentido. Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramaticalmente tal frase, tudo depende da necessidade ou da vontade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões e intercalações em nossas frases, conforme a nossa vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, podemos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está causando desemprego.

Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,

apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que, para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.

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Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o que mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem organizadas aos nossos leitores.

O básico para a organização sintática das frases é a ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal ordem da seguinte maneira:

SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+ CIRCUNSTÂNCIAS

A globalização + está causando+ desemprego + no Brasil nos dias de hoje.

Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem

todas contêm todos estes elementos, portanto cabem algumas observações:

A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) normalmente são representadas por adjuntos adverbiais de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quando queremos recordar algo ou narrar uma história, existe a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:

“No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”

Observações:Tais construções não estão erradas, mas rompem com

a ordem direta;É preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas

frases que não têm sujeito, somente predicado. Por exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. São quatro horas agora;

Outras frases são construídas com verbos intransitivos, que não têm complemento:

O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ adjunto adverbial)

A globalização nasceu no século XX. (idem)Há ainda frases nominais que não possuem verbos:

cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos existentes nelas.

Levando em consideração a ordem direta, podemos

estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:Se os termos estão colocados na ordem direta não

haverá a necessidade de vírgulas. A frase 2 é um exemplo disto:

A globalização está causando desemprego no Brasil e na América Latina.

Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração

por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a regra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja:

A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” causam desemprego…

(três núcleos do sujeito)

A globalização causa desemprego no Brasil, na América Latina e na África.

(três adjuntos adverbiais) A globalização está causando desemprego, insatisfação

e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. (três complementos verbais)

B) Em princípio, não devemos, na ordem direta,

separar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar com vírgula os termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção:

O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre

os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em outras palavras: quando intercalamos expressões e frases entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com vírgulas. Vejamos:

A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX, causa desemprego no Brasil.

Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito e o verbo.

Outros exemplos:A globalização, que é um fenômeno econômico e

cultural, está causando desemprego no Brasil e na América Latina.

Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.As orações adjetivas explicativas desempenham

frequentemente um papel semelhante ao do aposto explicativo, por isto são também isoladas por vírgula.

A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…

Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu complemento.

A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,

no Brasil…Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não

pertence ao assunto: globalização, da frase principal, tal oração é apenas um comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos).

Observação:A simples negação em uma frase não exige vírgula:

A globalização não causou desemprego no Brasil e na América Latina.

C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,

tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra n.º 3 da colocação da vírgula.

No Brasil e na América Latina, a globalização está causando desemprego…

No fim do século XX, a globalização causou desemprego no Brasil…

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Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramática, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:

Quando o século XX estava terminando, a globalização começou a causar desemprego.

Enquanto os países portadores de alta tecnologia desenvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países pobres.

Durante o século XX, a Globalização causou desemprego no Brasil.

Observação: Quanto à equivalência e transformação de estruturas,

um exemplo muito comum cobrado em provas é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passagem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a mudança de tempos verbais.

SITEDisponível em: <http://ricardovigna.wordpress.

com/2009/02/02/estudos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/>

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística – AOCP-2015)

O verão em que aprendi a boiarQuando achamos que tudo já aconteceu, novas capacidades fazem de nós pessoas diferentes do que éramos

IVAN MARTINS

Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acredito em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto especial.Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transformou. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A cidade, minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia insuspeitada.Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me parece, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou inteiramente.Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra descoberta temporã.Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes, num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom

da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia Brava, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente consegui boiar.Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso e esforço, vocês que não mais se surpreendem com a sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas vocês se esqueceram de como tudo isso é bom.Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e isso, curiosamente, não é fácil.Essa experiência me sugeriu algumas considerações sobre a vida em geral.Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente, de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre incorporando novidades que nos transformam. Somos geneticamente elaborados para lidar com o novo, mas não só. Também somos profundamente modificados por ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como pedras.Suspeito que isso tenha importância também para os relacionamentos.Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro, em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria frustração e a nossa fúria, em permitir que o parceiro floresça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso, sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não apenas no sentido sexual. Penso em estar mais tranquilo na companhia do outro e de si mesmo, no mundo.Assim como boiar, essas coisas são simples, mas precisam ser aprendidas.Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tempo, relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de forma relaxada e consciente um grande amor.Na minha experiência, esse aprendizado não se fez rapidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coisas do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.

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Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis.Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de melhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo.O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se pode tentar boiar.

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html

De acordo com o texto, quando o autor afirma que “Todos os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de

a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo.

b) ser necessário agir com mais cautela nos relacionamentos amorosos para que eles não se desfaçam.

c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam vividos intensamente.

d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amorosas.

e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode acontecer.

Resposta: Letra AAo texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de melhorar = sempre há tempo para boiar (aprender).Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e menos medo = correta.Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos relacionamentos amorosos para que eles não se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver intensamente.Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos objetivo nos relacionamentos.Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações amorosas = incorreta – ser mais emoção.Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos, porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando, não pensando em algo ruim.

2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018) Observe a charge a seguir:

A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking, destacando o fato de o cientista:

a) ter alcançado o céu após sua morte;b) mostrar determinação no combate à doença;c) ser comparado a cientistas famosos;d) ser reconhecido como uma mente brilhante;e) localizar seus interesses nos estudos de Física.

Resposta: Letra DEm “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorretoEm “b”: mostrar determinação no combate à doença; = incorretoEm “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorretoEm “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. = incorretoUsemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que estávamos esperando”.

3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)

Lastro e o Sistema Bancário [...]Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas economias seguramente guardadas.Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e principalmente de valores em contas bancárias, já não tendo nenhuma riqueza material para representar, é criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de

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uma decisão administrativa, e assim entra na economia. Essa explicação permaneceu controversa e escondida por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do Bank of England de 2014. Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é criado assim, inventado em canetaços a partir da concessão de empréstimos. O que torna tudo mais estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao banco, ele inventa números em uma tabela com meu nome e pede que eu devolva uma quantidade maior do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta de outras pessoas. Esse é o dinheiro que vai ser usado para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei. Assim, o sistema monetário atual funciona com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante porque é gerada pela simples manipulação de bancos de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e poder sem precedentes: um mundo onde o patrimônio de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos. [...]

Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-dinheiro/

Acessado em 20/03/2018

De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema bancário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de

a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.b) proteger os bens dos clientes de bancos.c) impedir que os bancos fossem à falência.d) permitir o empréstimo de mais dinheiroe) preservar as economias das pessoas.

Resposta: Letra DAo texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram conta de que ninguém estava interessado em trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que realmente tinham em ouro nos cofres.Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = incorretaEm “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = incorretaEm “c”, impedir que os bancos fossem à falência = incorretaEm “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro = corretaEm “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta

4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) A leitura do texto permite a compreensão de que

a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário.

c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.

Resposta: Letra AEm “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos = corretaEm “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário = nem todoEm “c”, quem pede um empréstimo deve a outros clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros clientesEm “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes endividados = desde que não paguem a dívida

5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge abaixo, publicada no momento da intervenção nas atividades de segurança do Rio de Janeiro, em março de 2018.

Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a seguinte informação:

a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes cometidos no Rio;

b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-feita;

c) a linguagem do personagem mostra intimidade com o interlocutor;

d) a presença do orelhão indica o atraso do local da charge;

e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a presença do Exército.

Resposta: Letra D

NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a seguinte informação:Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos crimes cometidos no Rio = inferência correta

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Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-feita = inferência corretaEm “c”, a linguagem do personagem mostra intimidade com o interlocutor = inferência corretaEm “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local da charge = incorretaEm “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam a presença do Exército = inferência correta

6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe a charge abaixo.

No caso da charge, a crítica feita à internet é:

a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; b) a falta de exercícios físicos nas crianças;c) o risco de contatos perigosos;d) o abandono dos estudos regulares; e) a falta de contato entre membros da família.

Resposta: Letra AEm “a”: a criação de uma dependência tecnológica excessiva; Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = incorretoEm “c”: o risco de contatos perigosos; = incorretoEm “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorretoEm “e”: a falta de contato entre membros da família. = incorretoAtravés da fala do garoto chegamos à resposta: dependência tecnológica - expressa em sua fala.

7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse termo denota, além da agressão física, diversos tipos de imposição sobre a vida civil, como a repressão política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e do pensamento de determinados indivíduos e, ainda, o desgaste causado pelas condições de trabalho e condições econômicas”. A manchete jornalística abaixo que NÃO se enquadra em nenhum tipo de violência citado nesse segmento é:

a) Presa por mensagem racista na internet; b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana; c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico; d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia; e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.

Resposta: Letra CEm “a”: Presa por mensagem racista na internet = como a repressão política, familiar ou de gêneroEm “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico = não consta na Manchete acima Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia = como a repressão política, familiar ou de gênero Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo = o desgaste causado pelas condições de trabalho

8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)

Oportunismo à Direita e à EsquerdaNuma democracia, é livre a expressão, estão garantidos o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme estabelecido na legislação.É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do barateamento do combustível.Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimitado pelo estado democrático de direito, defendido pelos diversos instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc.A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo funcionando, do qual depende a sobrevivência física da população. Isso não pode ser esquecido e serve de alerta para que as autoridades desenvolvam planos de contingência.

O Globo, 31/05/2018.

“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é

a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento.b) garantir-se o direito de reunião e de greve.c) lastrear leis e regras na Constituição.d) punirem-se os responsáveis por excessos.e) concluírem-se as investigações sobre a greve.

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Resposta: Letra DEm “a”: manter-se o direito de livre expressão do pensamento. = incorretoEm “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = incorretoEm “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorretoEm “d”: punirem-se os responsáveis por excessos.Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. = incorretoAo texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa acontecer... = precisa acontecer a punição dos excessos.

9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – CESPE-2018)

Texto CG1A1AAAA paz não pode ser garantida apenas pelos acordos políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, independentemente de idade, sexo, estrato social, crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo pacificado, um mundo sob a égide de uma cultura da paz.Mas, o que significa “cultura da paz”?Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e os adultos da compreensão de princípios como liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e coletiva, da violência que tem sido percebida na sociedade, em seus mais variados contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam impostas do exterior.Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado em sentido negativo, quando se traduz em um estado de não guerra, em ausência de conflito, em passividade e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, condenada a um vazio, a uma não existência palpável, difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da não violência para resolver conflitos, a prática do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática frente à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação planejada e o movimento constante da instalação de justiça.Uma cultura de paz exige esforço para modificar o pensamento e a ação das pessoas para que se promova a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso, a ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de palavras e conceitos que anunciem os valores humanos que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A violência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio social. É hora de começarmos a convocar a presença da paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencialmente

violentos e reconstruir a paz e a confiança entre pessoas originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho por todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros de comunicação e associações.Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento sustentado e o respeito pelos direitos humanos, reforçando as instituições democráticas, promovendo a liberdade de expressão, preservando a diversidade cultural e o ambiente.É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento — direitos humanos — democracia” que podemos vislumbrar a educação para a paz.Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações).

De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos “gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser concebidos comoa) obstáculos para a construção da cultura da paz.b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.c) irrelevantes na construção da cultura da paz.d) etapas para a construção da cultura da paz.e) consequências da construção da cultura da paz.

Resposta: Letra DEm “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz. = incorretoEm “b”: dispensáveis para a construção da cultura da paz. = incorretoEm “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz. = incorretoEm “d”: etapas para a construção da cultura da paz.Em “e”: consequências da construção da cultura da paz. = incorretoAo texto: Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas para construção da paz.

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10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018)

O humor da tira é conseguido através de uma quebra de expectativa, que é:

a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;c) a falta de muitas figurinhas no álbum;d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho;e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.

Resposta: Letra BEm “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = incorretoEm “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = incorretoEm “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; = incorretoEm “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o contrário. = incorretoO humor está no fato de o álbum ser sobre um tema incomum: assuntos sociais.

11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – VUNESP-2015) Leia a tira.

(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)

Com sua fala, a personagem revela quea) a violência era comum no passado.

b) as pessoas lutam contra a violência.c) a violência está banalizada.d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra CEm “a”: a violência era comum no passado. = incorretoEm “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorretoEm “c”: a violência está banalizada.Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. = incorretoInfelizmente, a personagem revela que a violência está banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR [INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)

É correto associar o humor da charge ao fato de que

a) os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de completo confinamento.

b) os dois personagens estão muito bem informados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos.

c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com a aparência.

d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles nos presídios.

e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se encontram.

Resposta: Letra EEm “a”: os personagens têm uma autoestima elevada e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de completo confinamento. = incorretoEm “b”: os dois personagens estão muito bem informados sobre a economia, o que não condiz com a imagem de criminosos. = incorretoEm “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos personagens, pois eles demonstram preocupação com a aparência. = incorretoEm “d”: o aumento dos preços de cosméticos não surpreende os personagens, que estão acostumados a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto

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Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes para os personagens, dada a condição em que se encontram.Pela condição em que as personagens se encontram, o aumento no preço dos cosméticos não os afeta.

13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018)

Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com as figurinhas da CopaGilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018

A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos jornaleiros estão levando seus estoques para casa quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha espalhados por mensagens de celular.

Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa adequada é:

a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos;

b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;

c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que vendem as figurinhas da Copa;

d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa nas bancas de jornais;

e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo principal dos ladrões.

Resposta: Letra BEm “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = incorretoEm “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à carteira como alvo de desejo dos assaltantes;Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que vendem as figurinhas da Copa; = incorretoEm “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa nas bancas de jornais; = incorretoEm “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no alvo principal dos ladrões. = incorretoO título do texto já nos dá a resposta: além do celular e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também passaram a ser alvo dos assaltantes.

TIPOLOGIA TEXTUAL

TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL

A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito.

É de fundamental importância sabermos classificar os textos com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.

Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação.

As tipologias textuais se caracterizam pelos aspectos de ordem linguística

Os tipos textuais designam uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição. São observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.

A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demarcados no tempo do universo narrado, como também de advérbios, como é o caso de an-tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-sa, resolveram...

B) Textos descritivos – como o próprio nome indica, descrevem características tanto físicas quanto psi-cológicas acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...”

C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-zões de ela acontecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício.

D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalidade na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.

E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar-cam-se pelo predomínio de operadores argumen-tativos, revelados por uma carga ideológica cons-

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

ÍNDICE

Fundamentos de matemática. Princípios de contagem...................................................................................................................... 01Conjuntos numéricos: números naturais, inteiros, racionais e reais. Operações com conjuntos....................................... 11Fatoração e números primos, máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum................................................................... 30Razões e proporções: grandezas diretamente proporcionais; grandezas inversamente proporcionais......................... 33Porcentagem e regras de três simples e compostas............................................................................................................................ 36

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FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA. PRINCÍPIOS DE CONTAGEM

ANÁLISE COMBINATÓRIA

A análise combinatória surgiu na matemática para re-solver um problema que pode parecer banal no começo, mas é de suma relevância no dia a dia: “Aprender a con-tar”. O leitor pode achar que é uma brincadeira, já que aprendemos a contar quando ainda somos pequenos. Porém, vamos provar para vocês que “contar” pode se tornar complicado.

Imagine o seguinte problema: Você possui 3 camise-tas (vermelha, preta e verde) e 2 bermudas (azul e verde). Quantas maneiras distintas você pode se vestir?

A resolução é simples, primeiro você veste a bermuda azul e varia as três camisetas:

Depois, você veste a bermuda verde e varia as três camisetas:

Como são 3 casos para cada bermuda, temos um to-tal de 6 possibilidades.

Até este ponto, o leitor acha que contagem é fácil, mas agora, vamos “complicar” um pouco.

Imagine que agora você tenha 5 camisetas diferentes, 3 bermudas diferentes, além de 3 tênis diferentes, quan-tas maneiras distintas você poderá se vestir?

É possível resolver este problema com o procedimen-to anterior mas levará um bom tempo para contar todas as soluções. Mas, se nós queremos apenas a quantidade total, sem a necessidade de listá-las, será que não tem um meio mais fácil?

A resposta é sim e você verá a seguir.

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PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO

O princípio fundamental da contagem permite quan-tificar situações ou casos de uma determinada situação ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti-ca de “contar” a quantidade de “coisas”.

A base deste princípio se dá pela separação de ca-sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul-tiplicação de todos estes números é feita para achar a quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir irá ilustrar isso.

“ João foi almoçar em um restaurante no centro da cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti-pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas ele pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de cada alimento? ”

Resolução: O princípio da contagem depende forte-mente de uma organização do problema. A sugestão é sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis-tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer 4 traços:

Agora, preencheremos a quantidade de possibilida-des de cada caso:

Finalmente, multiplicamos os números:

Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se montar um prato.

Agora que aprendeu o princípio multiplicativo, você consegue resolver o exemplo das camisetas, bermudas e tênis da seção anterior?

Se temos 5 camisetas, 3 bermudas e 3 tênis distintos, a quantidade de jeitos de se vestir será 5𝑥3𝑥3 = 45 .

Os problemas de princípio multiplicativo são simples quando os grupos são fáceis de se identificar e se retira apenas 1 elemento de cada grupo. Agora, vamos apro-fundar um pouco mais, considerando que podemos tirar mais de um elemento por grupo. Veja o exemplo do res-taurante novamente, mas com uma pergunta diferente:

“João foi almoçar em um restaurante no centro da cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti-pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e 5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas ele pode fazer um pedido, pegando 1 salada, 1 carne, 1 bebida e 2 sobremesas diferentes? ”

Resolução: Agora, a montagem do problema ganha uma atenção especial pois não iremos retirar apenas 1 elemento do grupo sobremesa, e sim 2. Neste caso, a montagem fica desta maneira:

Temos que adicionar uma linha, referente a segunda sobremesa e diferenciar da primeira, já que o enunciado fala que são sobremesas diferentes. Em relação aos valo-res a serem colocados, os grupos salada, carne e bebida seguem a mesma linha do exercício anterior, tirando 1 elemento de cada, logo:

Para a primeira sobremesa, temos a 5 disponíveis, logo:

Já para a segunda sobremesa, devemos ficar atentos ao enunciado pois ele trata as mesmas como diferentes, ou seja, a que foi retirada anteriormente não pode entrar na contagem, assim, ao invés de 5 possibilidades, a se-gunda sobremesa terá 4, logo:

Com tudo organizado, basta aplicar o princípio mul-tiplicativo:

Ou seja, 720 maneiras de se montar um prato.Outra variação dos problemas de princípio multipli-

cativo são os que possuem alguma restrição, ou seja, al-guns casos devem ser descartados por não atenderem algum critério dado no enunciado. Veja o exemplo:

“Uma empresa de propaganda pretende criar panfle-tos coloridos para divulgar certo produto. O papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou roxo, en-quanto o texto é escrito no panfleto em preto, vermelho ou branco. De quantos modos distintos é possível esco-lher uma cor para o fundo e uma cor para o texto se, por uma questão de contraste, as cores do fundo e do texto não podem ser iguais? ”

Resolução: O problema parece seguir o mesmo pa-drão do princípio multiplicativo, onde se separa os gru-pos e faz a multiplicação. Porém temos uma restrição onde não podemos ter papel e letra do texto iguais. Para resolver este problema a estratégia é simples: Calcula--se o total de casos, sem restrições, depois quantifica a quantidade de casos que não podem ser contabilizados e realiza-se a subtração. Veja como fica:

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Sem restrições, temos 18 possibilidades. Olhando as cores dos papéis e dos textos, percebe-se que não se pode escolher o papel preto com o texto preto e o papel vermelho e o texto vermelho, o que totaliza 2 restrições. Logo, o número de casos possíveis será o total subtraído das restrições: 18-2=16.

FATORIAL

Antes de definirmos casos particulares de contagem, iremos definir uma operação matemática que será uti-lizada nas próximas seções: o fatorial. Define-se o sinal de fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja, “!“. Assim, quando encontrarmos 2! Significa que estaremos calcu-lando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fato-rial está apresentada a seguir:

n! = n ⋅ n − 1 ⋅ n − 2 ⋅ n − 3 … 3 ⋅ 2 ⋅ 1

Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo produto deste número e seus antecessores, até se chegar ao número 1. Vejam os exemplos abaixo:

3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6

5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120

Assim, basta ir multiplicando os números até se che-gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam muito rápido, veja quanto é 10!:

10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 3628800

Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar-mos com valores tão altos, as operações com fatoriais são normalmente feitas por último, procurando fazer o maior número de simplificações possíveis. Observe este exemplo:

Calcule 10!7! =

10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 17 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1

Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10! separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro. Pela definição de fatorial, temos o seguinte:

10!7! =

10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 17 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1

Observe que o denominador pode ser inteiramente cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa é uma particularidade interessante e facilitará demais a simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-to de 3 termos:

10!7! =

10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 17 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 = 720

Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato-riais desde o começo!

Para casos onde temos mais de um fatorial no deno-minador, a estratégia é mesma e a dica é simplificar o fatorial do numerador com o maior fatorial que temos no denominador. Veja o exemplo:

Calcule 8!5! 3! =

8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 15 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3!

Vamos abrir os fatoriais de 8 e 5:8!

5! 3! =8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1

5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3!

Simplificamos os termos comuns e ficamos com:8!

5! 3! =8 ⋅ 7 ⋅ 6

3! =8 ⋅ 7 ⋅ 63 ⋅ 2 ⋅ 1 = 8 ⋅ 7 = 56

Essa estratégia será muito utilizada quando abordar-mos as seções seguintes, que envolvem fatorial em suas operações.

PERMUTAÇÃO

Permutação sem repetições de elementos

As permutações são definidas como situações onde o número de elementos é igual ao número de posições em que podemos posicioná-los. Considere o exemplo onde temos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es-sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de P as pessoas e C as cadeiras:

Em problemas onde o número de elementos é igual ao número de posições, sempre teremos uma permuta-ção. A fórmula da permutação, considerando que não há repetição de elementos é a seguinte:

Pn = n!

Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições, basta eu calcular o fatorial de 5:

P5 = 5! = 120

Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei-ras diferentes na fileira de cadeiras.

Observe que a fórmula geral da permutação é utiliza-da quando não há repetição de elementos, mas e quan-do temos elementos repetidos? A seção seguinte tratará disso.

Permutações com repetição de elementos

A fórmula da permutação com repetição terá uma complementação, para desconsiderar casos repetidos que serão contados 2 ou mais vezes se utilizarmos a fór-mula sem repetição.

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O exemplo mais comum destes casos é o que chama-mos de Anagramas. Os anagramas são permutações das letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira-mente um exemplo sem repetição, veja quantos anagra-mas podemos formar com o nome BRUNO:

Montando a esquematização:

Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas correspondentes e neste caso, é um problema de permu-tação sem repetição como já foi visto:

P5 = 5! = 120

Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala-vra BRUNO. Agora, vamos olhar o mesmo problema, mas com a palavra MARIANA. Ela possui 7 letras, logo tere-mos 7 posições:

Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que acontece quando montarmos um anagrama qualquer da palavra:

Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da permutação da seguinte forma:

Pna =n!a!

Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7 letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:

P73 =7!3! =

7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 13 ⋅ 2 ⋅ 1 = 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 = 840

Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas pos-síveis.

Outro exemplo para deixar este conceito bem claro, é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-plo, vamos calcular os anagramas da palavra TALITA:

Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A” também repete duas vezes. Na fórmula da permutação com repetição, faremos duas divisões:

Pna,b =

n!a! b!

Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo, a correção é feita dividindo pelas repetições de cada um. Como ambos repetem duas vezes:

P62,2 =

6!2! 2! =

6.5.4.3.2.12.1 .2.1 =

6.5.4.32.1 =

3602 = 180

Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.Esse mesmo tipo de problema pode ser feito com nú-

meros e segue o mesmo princípio.

PERMUTAÇÃO CIRCULAR

A permutação circular é um caso bem especifico e normalmente suas questões são diferenciais entre os candidatos em concursos públicos. Para entender melhor o conceito, observe o exemplo a seguir: Suponha que 5 amigos, A,B,C,D,E vão se sentar em uma mesa circular de 5 lugares conforme esquema a seguir. De quantas ma-neiras eles poderão se dispor na mesa?

A primeira vista, o leitor interpreta que este é um pro-blema de permutação sem repetição, já que o número de elementos é igual ao número de posições e simples-mente calcula o número de possibilidades utilizando a fórmula P5=120.

Mas este resultado está INCORRETO. Vamos utilizar como exemplo a configuração mais simples, colocando os elementos em ordem alfabética na direção horária:

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Agora, vamos colocar cada elemento na sua cadeira a esquerda, desta maneira:

Finalmente, vamos repetir esse processo mais 3 vezes:

Cada um destes casos está contabilizado dentre os 120 casos que calculou-se anteriormente. Mas agora observe bem cada uma destas 5 configurações: O ele-mento A tem sempre a sua esquerda o elemento B e a sua direita o elemento E, não importa a configuração que esteja. Da mesma forma podemos ver os mesmos pa-drões para os elementos B,C,D e E, ou seja, em casos de meras rotações nas posições, a disposição dos elementos é a mesma, tornando-as disposições repetidas. Isso vale para qualquer uma disposição destes 5 elementos, assim, como temos 5 repetições, temos que dividir o valor total de 120 por 5, chegando a resposta correta de 24 possi-bilidades.

Em outras palavras, na permutação circular, o número de configurações distintas é dado por:

PnC = n − 1 !Onde “C” indica que a permutação é circular.

COMBINAÇÃO SIMPLES

A combinação simples, juntamente com o arranjo simples, se difere da permutação por serem casos onde o número de elementos é maior que o número de posi-ções para serem ocupadas, ou seja, restarão elementos que não serão posicionados.

Assim, não se pode aplicar simplesmente a formula 𝑃𝑛 = 𝑛! . Porém, é possível a partir dela, deduzir a fór-

mula da combinação. Vamos considerar um problema onde temos n elementos distintos para se posicionar em n posições:

Agora, se posicionarmos p elementos nas p posi-ções, sobrará n-p elementos para fora. Na combinação simples, a disposição dos elementos não importa e por isso as configurações repetidas devem ser descartadas. Lembrando o problema de permutação com repetição, teremos portanto dois casos para descartar: Os n-p ele-mentos que não foram posicionados e os p elementos que estão posicionados, assim:

𝑷𝒏𝒑,𝒏−𝒑 = 𝑪𝒏,𝒑 =

𝒏!𝒑! 𝒏 − 𝒑 !

Logo, a combinação simples nada mais é do que uma permutação com elementos repetidos. Para facilitar, bas-ta ter em mente que em casos onde o número de ele-mentos é maior que o número de posições e a ordem da disposição dos elementos não importa, o problema deve ser atacado como uma combinação.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (BANRISUL – ESCRITURÁRIO - FCC, 2019). Ana e Beatriz são as únicas mulheres que fazem parte de um grupo de 7 pessoas. O número de comissões de 3 pes-soas que poderão ser formadas com essas 7 pessoas, de maneira que Ana e Beatriz não estejam juntas em qual-quer comissão formada, é igual a

a) 20b) 15c) 30d) 18e) 25

Resposta: Letra C. Problema envolvendo restrição onde a estratégia é a mesma, calculando o total de possibilidades e subtraindo a quantidade de ca-sos restritos. O total de comissões de 3 pessoas que

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podem ser formadas a partir de um número de 7 é C7,3 =

7!3! 7 − 3 ! = 35 . Os casos que não podem são

as comissões formadas por Ana, Beatriz e mais uma pessoa dentre as 5 possíveis, ou seja, 5 grupos. Logo: 35-5=30.

ARRANJO SIMPLES

O arranjo simples segue a mesma linha de pensa-mento que a combinação simples, onde a quantidade de elementos a serem dispostos é maior que o número de posições possíveis. Entretanto, a diferença entre com-binação e arranjo se dá na questão da disposição dos elementos nas posições. Enquanto na combinação a or-dem da disposição dos elementos não importa, para o arranjo ela é considerada e isso muda completamente o resultado.

Partindo da mesma dedução que a combinação, em um grupo de n elementos, vamos posicioná-lo em p po-sições:

A diferença agora é que a única parte onde a ordem não importa é nos n-p elementos que sobraram. Assim, a permutação com repetição fica:

𝑃𝑛𝑛−𝑝 = 𝐴𝑛,𝑝 =

𝑛!𝑛 − 𝑝 !

Outra abordagem é considerar que o problema de Arranjo é simplesmente um problema de combinação, permutando os elementos que foram posicionados, logo:

𝐴𝑛,𝑝 = 𝐶𝑛,𝑝 � 𝑃𝑝 =𝑛!

𝑝! 𝑛 − 𝑝 ! � 𝑝! =𝑛!

𝑛 − 𝑝 !

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (UNESP-SP – VESTIBULAR – VUNESP, 2009). Uma rede de supermercados fornece a seus clientes um car-tão de crédito cuja identificação é formada por 3 letras distintas (dentre 26), seguidas de 4 algarismos distintos. Uma determinada cidade receberá os cartões que têm L como terceira letra, o último algarismo é zero e o penúl-timo é 1. A quantidade total de cartões distintos ofere-cidos por tal rede de supermercados para essa cidade é:

a) 33600b) 37800c) 43200

d) 58500e) 67600

Resposta: Letra A. Como são algarismos e letras dis-tintas, temos que ter atenção na hora de avaliar quan-tas possibilidades terão em cada grupo. Na parte das, como L já é a terceira, a primeira letra terá 25 possibi-lidades e a segunda 24. Nos algarismos, como temos 1 e 0 preenchendo as últimas casas, restam outras duas, que terão 8 e 7 possibilidades respectivamente. Assim: 𝑁 = 25𝑥24𝑥8𝑥7 = 33600

2. (ESFCEX – PROFESSOR – ESFCEX, 2006). Para 𝑛 ≥ 2, a expressão 𝑛 − 2 !. 1− 1

𝑛 vale:

a) 𝑛!b) 𝑛 − 1 !

c) 𝑛 + 1 !

d) 𝑛 ⋅ 𝑛 + 1 !

e) 𝑛 − 2 !

Resposta: Letra A. manipulando o parênteses, che-ga-se a 𝑛 − 1

𝑛 , onde o “n” do denominador é cancelado usando n2. Resta, portanto 𝑛. 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 que rear-ranjando fica 𝑛 ⋅ 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 = 𝑛 ⋅ 𝑛 − 1 ⋅ 𝑛 − 2 ! = 𝑛!

3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). Na sequência cres-cente de todos os números obtidos, permutando-se os algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a :

a) 94ªb) 95ªc) 96ªd) 97ªe) 98ª

Resposta: Letra B. Deve-se contar todos os números anteriores a 78312. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4 es-paços, ou seja 4! = 24 números; iniciando com 2 _ _ _ _ temos outros 24 números, assim como iniciando com 3_ _ _ _. Depois temos os números iniciados com “71_ _ _” que são 6 (3!), assim como os iniciados em “72_ _ _” e “73_ _ _”. Depois aparece o iniciado com “781_ _” que são 2 números, assim como o “782 _ _”. O próximo já será o 78312. Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94. Logo, ele será o 95° número

4. (PUC-RS – TODOS OS CARGOS – PUC-RS, 2008) O número de Anagramas da palavra CONJUNTO que co-meçam com C e terminam por T é:

a) 15b) 30c) 180d) 360e) 720

Resposta: Letra C. Trata-se de um problema de per-mutação com repetição, além de termos restrições em algumas posições. Como as letras C e T estão travadas na primeira e última posições, sobram as 6 posições

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entre as duas. Dessas 6 posições, temos que colocar as letras O,N,J,U,N,O, onde temos a letra O repetindo duas vezes e a letra N repetindo duas vezes também. Calculando a permutação: 6!

2! 2! = 180 .

5. (OBM – OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA – OBM, 2014).Um grupo de 6 crianças decide brincar de ciranda e para isso elas devem das às mãos umas às outras e formar uma roda. Dentre elas estão Aline, Bianca e Carla. De quantas maneiras esta roda pode ser formada sabendo que estas três são muito amigas e decidiram ficar sempre juntas?

a) 6b) 12c) 18d) 24e) 36

Resposta: Letra E. Atenção a este problema pois ele não envolve apenas permutação circular. Quando se tem a restrição que as amigas devem ficar juntas, podemos considera-la um grupo só, restando assim 4 elementos (outras 3 pessoas mais o grupo) para 4 posições. Sendo uma permutação circular, calcula-se P4C = 4− 1 ! = 3! = 6 . Porém, o grupo das três amigas pode permutar internamente, já que a restrição diz apenas que elas devem estar juntas e não especifica uma ordem. Assim, as 3 amigas permutam 3 posições no grupo, chegando a 𝑃3 = 3! = 6. Multiplicando os resultados pelo principio multiplicativo, chega-se a 36.

6. (AGU – TÉCNICO - IDECAN, 2019).Considerando os algarismos 1, 2, 3, 5, 7 e 9, quantos nú-meros pares podem-se formar com 5 algarismos diferen-tes?

a) 720b) 120c) 240d) 1e) 0

Resposta: Letra B. Como o número de 5 algarismos deve ser par, então a posição das unidades só poderá ser ocupada pelo número 2. Nas outras 4 posições, temos 5 algarismos distintos para posicionar e a or-dem é relevante uma vez que trocando um algaris-mo de posição, o número final é diferente. Assim:

𝐴5,4 =5!

5 − 4 ! = 120.

PROBABILIDADE

No estudo de probabilidades em todos os casos es-tudados serão considerados experimentos aleatórios, ou seja, experimentos no qual o resultado não seja conhe-cido previamente. Diz-se que o resultado é imprevisível. Há alguns exemplos clássicos como o lançamento de um

dado (qualquer número pode ser o resultado), retirada da carta de um baralho completo, lançamento de uma moeda (cara e coroa), entre tantos outros exemplos.

Para iniciar o estudo de probabilidades é necessário definir alguns conceitos fundamentais que serão utiliza-dos em todos os tópicos desse capítulo. São eles: espaço amostral e evento.

Espaço amostral

O espaço amostral é definido como o conjunto uni-verso de um experimento aleatório qualquer. Em resu-mo, é um conjunto que contém todas as possibilidades de um experimento. Por exemplo, em um lançamento de uma moeda há duas possibilidades, apenas: cara ou co-roa. Portanto, o espaço amostral do lançamento de uma moeda contém dois elementos (cara e coroa). O espaço amostral é denotado pela letra S, e o número de elemen-tos por n(S). Assim, nesse caso do lançamento de uma moeda tem-se que: S={Cara, Coroa} e n(S)=2.

Considerando um outro exemplo, o lançamento de um dado não viciado (ou seja, no lançamento todo nú-mero tem a mesma chance de ser o resultado), o espaço amostral é: S={1, 2, 3, 4, 5, 6} e, portanto, n(S)=6.

Evento

Evento é um subconjunto do espaço amostral, ou seja, é uma das possibilidades do experimento aleatório. Considere o primeiro exemplo da seção anterior, o lança-mento de uma moeda. Após o lançamento há duas pos-sibilidades: cara e coroa (espaço amostral). Diz-se, então, que “sair cara” é um evento do experimento aleatório “lançar uma moeda”. Já no lançamento de um dado, “sair 3” é um evento desse experimento. Assim como “sair 4”, e todos os outros números.

Geralmente, em um exercício de concurso público o objetivo é encontrar a probabilidade da ocorrência de um evento. Se o exercício pede para calcular a proba-bilidade de “sair 5 em um lançamento de um dado”, o evento desejado será “sair 5”.

O evento é denotado por E e o número de eventos possíveis é denotado por n(E). Seguindo no exemplo do lançamento de um dado, deseja-se saber a probabilida-de de “sair um número par”. Os eventos possíveis são E={2, 4, 6} e, portanto, há três possibilidades para esse evento. Logo, n(E)=3.

Probabilidade de um Evento Qualquer

A probabilidade da ocorrência de um evento qual-quer representa a chance de ocorrência desse evento. Seja um evento E, contido em um espaço amostral S. A probabilidade de ocorrência de E é definida por:

𝑃 𝐸 =𝑛 𝐸𝑛 𝑆

É possível ver a aplicação dessa fórmula em situações simples. Considere o lançamento de um dado não vicia-do. Calculam-se as seguintes probabilidades:

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a) probabilidade do resultado do lançamento ser igual a 5

b) probabilidade do resultado do lançamento ser um número ímpar

Solução:Para ambos os casos, o espaço amostral é S={1, 2, 3,

4, 5, 6} e, consequentemente, n(S)=6. No item a), para o evento (resultado do lançamento ser igual a 5) há so-mente uma possibilidade. Portanto, E={5} e, n(E)=1. As-sim, nesse caso, a probabilidade do resultado do lança-mento ser igual a 5 é:

𝑃 𝐸 =𝑛 𝐸𝑛 𝑆 =

16 = 0,166 … = 16,67%

Já no item b), para o evento (resultado do lançamento ser um número ímpar) há três possibilidades, E={1, 3, 5} e, n(E)=3. Assim, nesse caso, a probabilidade do resulta-do do lançamento ser igual a 5 é:

𝑃 𝐸 =𝑛 𝐸𝑛 𝑆 =

36 = 0,5 = 50%

FIQUE ATENTO!A resposta de uma probabilidade pode ser dada tanto na forma de uma fração ou de uma porcentagem.

Veja um outro exemplo.Considere um baralho completo (52 cartas, 13 de

cada naipe – paus, espadas, ouros e copas). Desse bara-lho será sorteada uma carta qualquer. Calcule as seguin-tes probabilidades:

a) probabilidade da carta sorteada ser o número 6Solução:O espaço amostral corresponde a todas as cartas do

baralho (não serão todas escritas aqui para não poluir o texto). Ou seja, n(S)=52, que é o total de cartas do baralho. Já o evento (carta ser igual ao número 6), pode ter quatro possibilidades pois em um baralho completo há 4 cartas de cada número ou letra, sendo uma de cada naipe,, n(E)=4. Logo, a probabilidade pedida é igual a:

𝑃 𝐸 =𝑛 𝐸𝑛 𝑆 =

452 =

113

b) a probabilidade da carta sorteada ser uma letraSolução:No baralho há cartas com números e letras, sendo

elas J, Q e K (valete, rainha e rei, respectivamen-te). Para cada naipe há três cartas que são letras e como há quatro naipes no baralho, o total de cartas que são letras é igual a 4 � 3 = 12 . Assim, n(E)=12 e a probabilidade pedida é igual a:

𝑃 𝐸 =𝑛 𝐸𝑛 𝑆 =

1252 =

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Probabilidade de eventos independentes

Eventos são independentes quando a ocorrência de um não interfere na chance do outro ocorrer. Por exem-plo, ao lançar um dado não viciado duas vezes consecu-tivas, o resultado do primeiro lançamento não interfere em nada o resultado do segundo lançamento. Assim, dois lançamentos de um mesmo dado são eventos in-dependentes.

Aqui tem origem o cálculo de probabilidades de eventos independentes e a regra para esse cálculo é conhecida por “regra do produto”. Sejam dois eventos independentes A e B. A probabilidade da ocorrência de ambos é denotada por 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝑃 𝐴 � 𝑃 𝐵 e o seu cálculo é dado por:

𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝑃 𝐴 � 𝑃 𝐵

FIQUE ATENTO!Geralmente utiliza-se essa regra quando no enunciado há o conectivo “e”, quando se deseja calcular a probabilidade de que am-bos os eventos ocorram.

A seguir um exemplo.Considere um dado não viciado. Qual a probabilidade

de que, em dois lançamentos consecutivos, os dois nú-meros sejam pares?

SoluçãoO enunciado deseja calcular a probabilidade de que o

primeiro número seja par e o segundo, também (note o destaque no conectivo “e”). Assim, são considerados os dois eventos:

A: resultado do lançamento ser um número parB: resultado do lançamento ser um número par

Nesse caso, ambos os eventos são iguais então basta calcular a probabilidade de um deles para utilizar a re-gra do produto. Vale destacar que não necessariamente as probabilidades dos eventos independentes serão as mesmas, afinal não é sempre que os eventos serão iguais.

Como já visto em exemplos anteriores, o espaço amostral no lançamento de um dado é S={1, 2, 3, 4 ,5, 6} e n(S)=6. Já para o evento “resultado ser par”, tem-se A={2, 4, 6} e, portanto, n(A)=3. Logo, a probabilidade da ocorrência do evento A (e consequentemente do even-to B) é igual a: 𝑃 𝐴 =

𝑛 𝐴𝑛 𝑆 =

36 =

12 . Agora, aplica-se a

regra do produto, para calcular a probabilidade de que ambos os eventos ocorram:

𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝑃 𝐴 � 𝑃 𝐵 =12 �

12 =

14 = 0,25 = 25%

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A seguir, um outro exemplo.Considere uma urna com 4 bolas verdes e 5 bolas

amarelas. Uma pessoa irá retirar duas bolas dessa urna, sem reposição, ou seja, após retirada a bola não retorna para a urna. Calcule a probabilidade de, em um mesmo sorteio, ambas as bolas sorteadas serem amarelas.

SoluçãoProblemas com sorteio de objetos são comuns. Aqui

é sempre importante saber se há ou não reposição entre um sorteio e outro pois isso afeta diretamente o cálcu-lo. Nesse caso não há reposição e, portanto, o espaço amostral muda para cada evento. O exercício deseja sa-ber a probabilidade de que a primeira bola seja amarela e a segunda, também. Para o primeiro sorteio, há 9 bolas na urna e, portanto, n(S)=9. O total de bolas amarelas é igual a 5. Logo, a probabilidade de, no primeiro sorteio, a bola sorteada ser amarela é igual a 𝑃 𝐴 =

𝑛 𝐴𝑛 𝑆 =

59 . Para

o segundo sorteio, como não há reposição, há 8 bolas na urna sendo 4 delas amarelas. Assim, o espaço amos-tral desse evento é igual a n(S)=8 e o total de possibili-dades para o evento é igual a n(B)=4. A probabilidade de uma bola sorteada no segundo sorteio ser amarela é: 𝑃 𝐵 = 4

8. .

Assim, a probabilidade de que ambas as bolas sortea-das sejam amarelas é igual a:

𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝑃 𝐴 � 𝑃 𝐵 =59 �

48 =

2072 =

518

PROBABILIDADE COM UNIÃO E INTERSECÇÃO DE EVENTOS

Nesse caso, serão considerados dois eventos e de um mesmo espaço amostral . É possível que entre es-ses eventos haja algum elemento em comum ou não. A probabilidade de ocorrer a união desses dois eventos é calculada por:

𝑃 𝐴 ∪𝐵 = 𝑃 𝐴 + 𝑃 𝐵 − 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵

FIQUE ATENTO!Geralmente utiliza-se essa regra quando no enunciado há o conectivo “ou”, quando de-seja-se calcular a probabilidade de ocorra um evento ou o outro.

A seguir um exemplo.Considere um baralho completo. Qual é a probabili-

dade de, ao sortear uma carta, essa carta ser um valete ou um ás?

Solução:Os eventos considerados são os seguintes:A: carta ser um valeteB: carta ser um ás

Nesse caso, os eventos não possuem elementos em comum pois é impossível que a carta sorteada seja, ao mesmo tempo, um valete e um ás. Assim, na fórmula apresentada acima, o último termo é nulo, 𝑃 𝐴 ∩𝐵 = 0 . Portanto a probabilidade pedida será, simplesmente:

𝑃 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝑃 𝐴 + 𝑃(𝐵)

Em um baralho de 52 cartas (n(S)=52), há 4 valetes (n(A)=4) e 4 ases (n(B)=4). Assim, a probabilidade de cada um dos eventos será igual a:

𝑃 𝐴 = 𝑛 𝐴𝑛 𝑆 = 4

52 = 113 e 𝑃 𝐵 = 𝑛 𝐵

𝑛 𝑆 = 452 = 1

13

Portanto, a probabilidade pedida será igual a:

𝑃 𝐴 ∪ 𝐵 =1

13 +1

13 =2

13

Agora, um outro exemplo.Considere um baralho completo. Qual é a probabili-

dade de, ao sortear uma carta, essa carta ser um rei ou uma carta de espada?

Os eventos considerados são os seguintes:A: carta ser um reiB: carta ser de espadas

Analogamente ao exemplo anterior, em um baralho de 52 cartas (n(S)=52), há 4 reis (n(A)=4) e 13 cartas de espadas (n(B)=13). Assim, a probabilidade de cada um dos eventos será igual a:

𝑃 𝐴 = 𝑛 𝐴𝑛 𝑆 = 4

52 = 113 e 𝑃 𝐵 = 𝑛 𝐵

𝑛 𝑆 = 1352 = 1

4

Mas nesse caso, os eventos têm um elemento em co-mum pois, ao sortear uma carta é possível que ela seja ao mesmo tempo um rei de espadas e, portanto, pertence aos dois eventos simultaneamente. Nesse caso, o tercei-ro termo da expressão para o cálculo da probabilidade com união de eventos, não é nulo e deve ser calculado. Nesse caso, como há somente um rei de espadas em 52 cartas, a probabilidade da ocorrência simultânea entre os

eventos A e B é igual a 𝑃 𝐴 ∩𝐵 =1

52 . Assim, a proba-bilidade de carta sorteada ser um rei ou uma carta de espadas é igual a:

𝑃 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝑃 𝐴 + 𝑃 𝐵 − 𝑃 𝐴 ∩𝐵 =1

13 +14 −

152 =

1652 =

413

PROBABILIDADE CONDICIONAL

Entende-se por probabilidade condicional a probabi-lidade da ocorrência de um evento, sabendo-se que um outro evento dependente já ocorreu. Sejam os eventos A e B, a probabilidade do evento A ocorrer sabendo-se da ocorrência de B é denotada por P(A|B) e lê-se “proba-bilidade de A dado B”. O cálculo dessa probabilidade é dado por:

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10

RACI

OCÍ

NIO

GIC

O- M

ATEM

ÁTIC

O

𝑃 𝐴 𝐵⁄ =𝑃 𝐴 ∩𝐵𝑃 𝐵

Um problema que envolve o cálculo de uma proba-bilidade condicional pode ser resolvido com o auxílio do Diagrama de Venn. A seguir, um exemplo:

Em uma equipe, todos são formados em administra-ção, porém cada um tem uma especialização diferente. Dos 20 membros da equipe, 12 possuem especialização em marketing, 8 possuem especialização em finanças e 2 possuem ambas as especializações. Calcule a probabili-dade de um membro da equipe que possui a especializa-ção em finanças também possuir em marketing.

Solução:É um problema de probabilidade condicional pois de-

seja-se saber a probabilidade de um membro da equipe possuir a especialização em marketing sabendo que ele possui especialização em finanças. Para auxiliar, monta--se o diagrama de Venn do problema:

Sejam os eventosA: ter especialização em marketingB: ter especialização em finanças

A probabilidade de que um membro possua ambas a especializações é dada por:

𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 =2

20 =1

10

A probabilidade de que ele tenha especialização em finanças é igual a

𝑃 𝐵 =8

20 =25

Assim, a probabilidade de um membro ter especiali-zação em marketing sabendo que ele possui especializa-ção em finanças é dada por:

𝑃 𝐴 𝐵⁄ =𝑃 𝐴 ∩ 𝐵𝑃 𝐵 =

1 10⁄2 5⁄ =

110 �

52 =

520 =

14

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (AL-RO – ASSISTENTE LEGISLATIVO – FGV, 2018). Em uma caixa há 4 cartões amarelos e 6 cartões verme-lhos. Foram retirados, aleatoriamente, 2 cartões da caixa. A probabilidade de os dois cartões retirados serem ver-melhos é de

a) 1/2b) 1/3c) 1/4d) 1/5e) 1/6

Resposta: Letra B. Os sorteios, de cada um dos car-tões, são eventos independentes. Como não haverá reposição, após o sorteio do primeiro cartão vermelho restarão 5 cartões na caixa. A probabilidade pedida é igual a 𝑃 = 6

10 �59 = 30

90 = 13.

2. (UPE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IAUPE, 2017). Uma loja pretende dar um brinde aos dois primei-ros clientes do dia. Qual a probabilidade de esses clientes serem do mesmo sexo?

a) 25%b) 5%c) 100%d) 20%e) 50%

Resposta: Letra E. Há duas possibilidades nesse caso: ou ambas as clientes são mulheres ou ambos são homens. A probabilidade de um cliente ser homem ou mulher é de 50%, ou .Assim, a probabilidade de ambas serem mulheres é 𝑃 =

12 �

12 =

14 , que é a mes-

ma probabilidade de ambos serem homens. Como não é possível que um cliente seja homem e mulher ao mesmo tempo, a probabilidade pedida é igual a 𝑃 = 𝑃 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 + 𝑃 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 → 𝑃 = 1

4 + 14 = 2

4 = 12 → 𝑃 = 0,5 = 50%..

𝑃 = 𝑃 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 + 𝑃 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 → 𝑃 = 14 + 1

4 = 24 = 1

2 → 𝑃 = 0,5 = 50%.

3. (CÂMARA DE CURRAIS NOVOS – AGENTE – COM-PERVE, 2017). Em uma pesquisa realizada com 1.100 moradores da cidade de Currais Novos, identificou-se que 650 consomem queijo manteiga e 600 consomem queijo coalho. Sabendo que nesse grupo de moradores existem aqueles que consomem os dois tipos de quei-jos e que todos os pesquisados consomem pelo menos um dos tipos, ao se escolher aleatoriamente um morador que gosta de queijo manteiga, a probabilidade de que ele também consuma queijo coalho é de

a) 3/22b) 3/13c) 3/10d) 3/25

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ATUALIDADES

ÍNDICE

Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: desenvolvimento sustentável, ecologia, tecnologia, energia, política, economia, sociedade, relações internacionais, educação, saúde, segurança e artes e literatura e suas vinculações históricas................................................................................................................................................. 01Atualidades e contextos históricos, geográficos, sociais, políticos, econômicos e culturais referentes ao Distrito Federal................................................................................................................................................................................................................... 25

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1

ATUA

LDIA

DES

DOMÍNIO DE TÓPICOS ATUAIS E RELEVANTES DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO: DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL, ECOLOGIA, TECNOLOGIA, ENERGIA, POLÍTICA, ECONOMIA,

SOCIEDADE, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA E ARTES

E LITERATURA E SUAS VINCULAÇÕES HISTÓRICAS.

PANORAMA GERAL

Ao pensarmos em atualidades, devemos sempre bus-car uma contextualização do assunto abordado, uma vez que as bases históricas que levaram o homem aos re-feridos eventos são vitais para compreender os estudos sobre as atualidades do Brasil e no Mundo Deste modo, é preciso analisar as relações sociais, políticas, econômicas e culturais. Entretanto, é necessário lembrar que muitos conteúdos passaram por idas e vindas, logo, é importan-tíssimo você averiguar os acontecimentos e suas permu-tações.

Para prestar qualquer tipo de concurso que tenha em seu edital o tema atualidades, é necessário estar bem in-formado, afinal, as bancas examinadoras estão trazendo temas cada vez mais atuais. Assim, busque atualização sobre os temas, pois pode ocorrer uma tramitação bem próxima a sua prova e as bancas gostam de cobrar ex-ceções.

FACILITANDO O ESTUDO

Quando for começar seus estudos sobre atualidades, é preciso ter um pouco mais de atenção. Existem mui-tas variações entre os conteúdos referentes ao Brasil e o Mundo e é muito comum os eventos dialogarem entre si.

Quando for iniciar seus estudos, organize de forma cronológica cada um dos eventos. Isso vai facilitar sua compreensão em de todos os eventos abordados. Entre-tanto, além dessa periodização, alguns outros aspectos podem facilitar seus estudos. Desta forma, muita atenção aos tópicos a seguir:

• Evitar análises em cima de suas próprias ideologias;• Realizar atualizações é vital para fixar atualidades;• Buscar um panorama pré e pós-evento; • Fazer relações entre eventos; • Construir esquematizações.

FIQUE ATENTO!Em conteúdos recorrentes nas mídias nacio-nais em 2019, muitos foram os eventos ga-nharam repercussão, porém, alguns temas ganham mais ênfase. Abordaremos os mais intensos em esfera nacional.

QUESTÕES POLÍTICAS

JAIR BOLSONARO FOI EMPOSSADO NOSSO NOVO PRESIDENTE

O mês de janeiro de 2019, teve seu início com a posse do novo Presidente da república, Jair Bolsonaro. Bolso-naro, foi o 38° presidente do Brasil e executará o man-dando entre 2019 e 2022. Vale lembrar que o Presidente foi eleito com a maior diferença percentual de votos des-de 2010.

Bolsonaro chegou à Presidência conquistando 55,13% dos votos válidos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A última vez em que essa diferença foi maior acon-teceu em 2010, quando Dilma Rousseff (PT) superou José Serra (PSDB), conquistando 56,05%.

O presidente discursou por cerca de 10 minutos em sua posse e ressaltou pontos mais radicais da retórica que o elegeu presidente, como o porte de armas, o com-bate ao “socialismo” e “ideologias que destroem nossas famílias” e prometeu acabar com o “viés ideológico” das relações internacionais do Brasil. Ademais, o Presidente afirmou que sua missão é livrar o país da corrupção e da submissão ideológica.

Entre os diversos fatores inéditos, destacam-se as no-vas regras sobre financiamento de campanha e o uso de meios digitais e redes sociais, principalmente, em relação à disseminação e controle de fake news.

Se em primeira análise esse contexto pode passar a mensagem de que o papel da comunicação na campa-nha foi diminuído, principalmente pela redução nas ver-bas e tempo de TV, para muitos analistas o marketing político sai fortalecido do processo ao utilizar poucos ativos tradicionais da comunicação, justamente por ter ajudado a construir a candidatura de Bolsonaro.

Assim, impossibilitado de ir às ruas após um ataque ocorrido em 6 de setembro, Jair Bol-sonaro fez entradas ao vivo pelo YouTube e outras mídias sociais. Essas estratégias polí-ticas realizadas pelo PSL e Bolsonaro fizeram com que o marketing ganhasse projeção e apoio da população. Fato esse que fez dele o 38° Presidente do Brasil.

#FicaDica

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (NOVA CONCURSOS – 2019) A eleição de Jair Bolso-naro entrou para a História política do Brasil, pois rece-beu um dos menores percentuais de votos das últimas eleições do Brasil. O que mostra que ele não tem uma boa popularidade. A partir das ideias expressas no fragmento textual acima, a respeito da eleição do Jair Bolsonaro, julgue o item.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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ATUA

LDIA

DES

Resposta: Errado. O item está incorreto, pois Bolso-naro chegou à Presidência conquistando 55,13% dos votos válidos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A última vez em que essa diferença foi maior aconteceu em 2010, quando Dilma Rousseff (PT) su-perou José Serra (PSDB), conquistando 56,05%. Des-ta forma, ele conseguiu uma porcentagem maior que outras eleições anteriores dos últimos anos.

JUAN GUAIDÓ COMO PRESIDENTE INTERINO NA VENEZUELA

Maduro havia se reelegido em maio do ano passado presidente do país, em uma votação com denúncias de fraudes a favor do governo, boicotado pela oposição e não reconhecida pelos EUA, União Europeia e Brasil. En-tão Guaidó assumiu o posto até a organização de novas eleições.

Ainda em janeiro, Juan Guaidó chegou a ser preso pela polícia política do país mas foi rapidamente sol-to. Além dele, jornalistas também foram detidos perto da sede presidencial. Dois deles, que são venezuelanos, fo-ram liberados após 10 horas. Os profissionais cobriam a vigília em defesa do presidente Nicolás Maduro, convo-cada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e que não teve muita adesão.

Maduro cedeu entrevistas afirmando estar disposto a conversar com Guaidó sobre o impasse no que diz res-peito à Presidência do país e criticou o que chamou de interferência estrangeira sobre o cargo de maior impor-tância do país. Mas a ideia de novas eleições é totalmen-te rechaçada por Maduro.

FIQUE ATENTO!Janeiro foi marcado por inúmeros conflitos na Venezuela. O deputado Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Ve-nezuela, se declarou presidente interino do país, um dia após o então presidente Ni-colás Maduro tomar posse para iniciar o novo mandato.

A RENÚNCIA POLÍTICA DO DEPUTADO FEDERAL JEAN WYLLYS

Logo no início de 2019, o Deputado Federal Jean Wyllys, do PSOL-RJ, que foi reeleito pela terceira vez consecutiva com 24.295 votos, comunicou que decidiu abrir mão do seu mandato e viver fora do Brasil, por estar recebendo ameaças de morte. A decisão foi anunciada em carta ao PSOL. Ele citou no comunicado o assassinato da vereadora Marielle Franco e relatou o aumento nas ameaças que recebe.

Sendo assim, entre as provas já enviadas pelo de-putado à Comissão Interamericana estão avisos de “sua hora vai chegar. Falta pouco “viadinho”. Sai fora do Brasil enquanto dá tempo. Lixo escroto”. Portanto, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lamentou a decisão do

deputado federal e afirmou que a Polícia Federal abriu inquéritos ao longo de 2017 e 2018 para apurar as ofen-sas e ameaças contra o parlamentar.

MINISTRO BEBIANO FOI DEMITIDO

No dia 18 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) demitiu o ministro da Secretaria-geral da Presidên-cia, Gustavo Bebiano. O cargo foi assumido pelo secretá-rio-executivo da pasta, general Floriano Peixoto.

A demissão ocorreu depois que reportagens da Fo-lha de São Paulo apresentaram que Bebiano, quando era presidente do PSL, durante a campanha eleitoral teria autorizado o repasse de verbas do fundo partidário para uma candidata “laranja”, em Pernambuco, com o suposto apoio de Luciano Bivar, atual presidente da sigla.

VENEZUELA VOLTA À CENA

A crise na Venezuela teve novos episódios no mês de maio. Ainda no final de abril, Juan Guaidó afirmou ter apoio de militares e pediu para que a população fosse às ruas contra o governo de Nicolás Maduro. Parte da po-pulação atendeu o pedido, mas foi contida pela Guarda Nacional da Venezuela, que inclusive atropelou manifes-tantes.

O clima na Venezuela ficou mais tenso ao ponto de serem veiculadas notícias sobre uma suposta interven-ção dos Estados Unidos, com o apoio do Brasil e outros países. O Governo de Maduro, que conta com o apoio da Rússia, acusa os EUA de tentar roubar as reservas de petróleo. No meio dessa disputa, a crise humanitária na Venezuela se acentua.

No final de maio, representantes de Maduro e Guaidó se encontram na Noruega para dialogarem sobre uma possível saída para a situação. O primeiro encontro ter-minou com nenhum acordo.

Após o anúncio do governo da Venezuela, a prefeitura de Pacaraima, no estado de Rorai-ma, confirmou, na tarde de sexta-feira, dia 11 de maio, a reabertura da fronteira com o país vizinho, que começou a vigorar por volta do meio-dia. O tráfego de carros era intenso na BR 174, rodovia federal que dá acesso à Venezuela. Deste modo, a preocu-pação agora é com o aumento de fluxo de venezuelanos.

#FicaDica

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (BRASIL ESCOLA) Sobre a chegada e o recebimento dos imigrantes venezuelanos por parte do Brasil, assinale a alternativa incorreta:

a) O Brasil não tem capacidade de absorver o número de imigrantes que aqui se estabeleceram, visto que já foi ultrapassada a marca de 4% de imigrantes em solo brasileiro.

b) O estado de Roraima é a porta de entrada dos imi-grantes no Brasil e é, por isso, o estado mais afetado pelo intenso fluxo de venezuelanos que lá se instala-ram.

c) Muitos conflitos e ataques aos venezuelanos já foram registrados no Brasil, configurando xenofobia (aversão ou discriminação à pessoa estrangeira).

d) Faltam, por parte do governo brasileiro, políticas in-tegradoras que acolham os imigrantes e os insiram à sociedade.

Resposta: Letra A. O Brasil possui capacidade para absorver o número de imigrantes venezuelanos, visto que representam apenas 1% da população do Bra-sil, número abaixo da média mundial de 3%. Porém, o estado de Roraima não possui essa capacidade de absorção, fato que tem gerado sobrecarga em seus serviços públicos.

2. (BRASIL ESCOLA) Assinale a opção que apresenta o estado brasileiro mais afetado pela imigração venezue-lana:

a) Acreb) Roraimac) Rondôniad) Amazonas

Resposta: Letra B. Roraima é o estado brasileiro fron-teiriço mais afetado pela imigração venezuelana, visto que é o local de entrada dos imigrantes em território brasileiro.

BOLSONARO PUBLICA CONTEÚDO SEXUAL EM REDE SOCIAL

O presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo com conteúdo sexual e escatológico em sua conta no Twitter, em 5 de março, ligando a publicação ao que conside-rou como retrato do Carnaval brasileiro com a seguinte opinião “É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”.

A publicação e a relação que o presidente fez de um ato isolado com o Carnaval foram fatos que gera-ram diferentes reações nas redes sociais. Grande parte da população pediu o impeachment de Bolsonaro pela exposição do conteúdo em uma rede oficial, enquanto apoiadores defenderam a postura do presidente.

RENÚNCIA DA PRIMEIRA-MINISTRA DO REINO UNIDO

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou que renunciará no dia 7 de junho. A decisão foi tomada por não conseguir conduzir o Reino Unido para fora da União Europeia, três anos após do referendo sobre o Brexit. Antes de May, seu antecessor, David Ca-meron, renunciou por não concordar com a saída.

A maioria dos britânicos votou pela saída do Reino Unido da União Europeia, em um referendo marcado por manipulação de dados na internet. No entanto, empresas temem que a saída abalaria a economia do país, que hoje é a quinta maior do mundo. O Parlamento britânico tam-bém é contra a saída. O Partido Conservador, que apoiou o Brexit, terá que definir um substituto para May e en-contrar uma solução para a situação. Até a antecipação das eleições é cogitada.

A primeira-ministra da Grã-Bretanha, Theresa May, é considerada por muitos uma nova “Dama de Ferro”, que terá pela frente o desafio conduzir a saída do Reino Uni-do da União Europeia, e unir um partido e um país pro-fundamente divididos pelo Brexit. A tarefa é gigantesca, mas Theresa May, segunda mulher a assumir o poder após Margaret Thatcher, acabou por se destacar como a única capaz de gerar consenso, provocando tranquilida-de graças à sua competência e seriedade.

Entretanto, apesar de ser eurocética por convicção, decidiu manter-se fiel ao primeiro-ministro David Came-ron, que renunciou, e defender a permanência do país na União Europeia (UE). Mas, se ela se limitou a advogar pela causa o mínimo necessário, continuou, por outro lado, a insistir sobre a necessidade de reduzir a imigra-ção, um tema caro aos que defendem a saída do país do bloco dos 28, tornando-se alguém bem vista para ambos os grupos.

Portanto, na manhã do 07 de junho de 2019, deixou a liderança do Partido Conservador, Theresa May dei-xou seu cargo de líder do partido, por conta das com-plicações referentes ao Brexit. Entretanto, ela permane-ce, como primeira-ministra do Reino Unido até que seu sucessor seja eleito, o que deve acontecer na segunda quinzena de julho.

Deste modo, membros de seu se inscreveram para concorrer à liderança e, consequentemente, ao cargo de premiê, já que o Partido Conservador ocupa a maioria na Câmara dos Comuns.

Deste modo, o ex-chanceler britânico Boris Johnson e o atual, Jeremy Hunt, serão os dois candidatos entre os quais os membros do Partido Conservador britânico ele-gerão o sucessor da primeira-ministra Theresa May, anun-ciou o partido na quinta-feira dia 20 de junho de 2019.

Johnson, grande favorito na corrida pela li-derança do partido e pelo posto de chefe de governo, obteve 160 votos dos 313 deputa-dos que deveriam decidir os dois finalistas. Hunt conquistou 77 apoios e o ministro do Meio Ambiente, Michael Gove, foi eliminado com 75 votos.

#FicaDica

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A INSTABILIDADE NO MEC, DEMISSÕES E POLÊ-MICAS

Os primeiros meses do Ministério da Educação (MEC) sob comando do ministro Ricardo Vélez Rodríguez estão sendo marcados por demissões em sua equipe, instabili-dade, além de idas e vindas em tomadas de decisões. En-tre as baixas do mês de março estiveram o presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues; Tania Leme de Almeida, secretária de Educação Básica; Luiz Antônio Tozi, secretá-rio-executivo; Lolene Lima, secretária-executiva escolhi-da para o lugar de Tozi; Ricardo Roquetti, assessor.

O Inep suspendeu a avaliação da alfabetização para este ano, transferindo a análise para 2021. A decisão pe-gou de surpresa a secretária de Educação Básica, Tania Leme de Almeida, que pediu demissão após alegar que não foi consultada sobre a medida. No dia seguinte, Vé-lez revogou a portaria e manteve a avaliação para 2019, além de alegar desconhecimento prévio da suspensão, fato que resultou na demissão do presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues.

Ainda no Inep, uma comissão inédita foi nomeada para analisar questões do Banco Nacional de Itens do Enem. A medida foi vista por educadores como censura. No entanto, como o presidente do Inep foi demitido, não se sabe se a comissão vai, de fato, funcionar.

NOVA “GUERRA FRIA”

A guerra comercial entre Estados Unidos e China, que também está sendo chamada de Nova Guerra Fria, ganhou novos capítulos em maio. Donald Trump aprovou medidas para dificultar negócios entre a gigante chinesa de tecnolo-gia Huawei e empresas americanas. Os dois países travam uma “guerra” pelo controle de dados. A Huawei lidera a adoção da tecnologia 5G no mundo e promete revolucio-nar as conexões de internet. É também uma das maiores fabricantes de smartphones do planeta. No entanto, ela de-pende de componentes de tecnologia americana.

A Guerra Fria foi uma disputa pela superioridade mun-dial entre Estados Unidos e União Soviética após a Segun-da Guerra Mundial (1939-1945). É chamada de Guerra Fria por ser uma intensa guerra econômica, diplomática e ideo-lógica travada pela conquista de zonas de influência.

A disputa dividiu o mundo em blocos de influência das duas superpotências e provocou uma corrida arma-mentista que se estendeu por 40 anos. Com sistemas econômicos e políticos diferentes, EUA e URSS colocaram o mundo sob a ameaça de uma guerra nuclear, criando armas com potência suficiente para explodir o planeta inteiro. Os EUA assumiram a liderança do chamado mun-do capitalista livre e a URSS, do mundo comunista.

FIQUE ATENTO!Contudo, não caia em pegadinhas! Mes-mo com essa formatação bipolar, o mundo econômico mundial reside em uma esfera Unimultipolar, no qual temos vários polos econômicos, embora os EUA tenha o pre-domínio militar frente aos demais país mun-diais.

CRISE NO GOVERNO BOLSONARO

Além das manifestações, o Governo também enfren-ta pressão pela aprovação da Reforma da Previdência, queda do PIB - Produto Interno Bruto e investigação de corrupção envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente.

O MP – Ministério Público, apontou indícios de um esquema no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual, para desviar recursos públicos. A suspeita é de que Flávio desviava dinheiro por meio de transações imobiliárias. Sendo assim, a investigação já alcança 3 imóveis. O ex-assessor de Flávio, Fabrício Quei-roz, também está sendo investigado.

Ademais, o PIB do país caiu 0,2% de janeiro a mar-ço em relação ao último trimestre de 2018. Foi o primeiro resultado negativo desde o final de 2016. Os números contrariam a expectativa que se deu com a eleição de Jair Bolsonaro. Com isso, a projeção do PIB para 2019 segue caindo e, atualmente, está em 1,23%. O Governo não consegue encontrar soluções para criar empregos e fazer a economia crescer. Além disso, a Reforma Traba-lhista promovida no Governo Temer também não gerou empregos.

G-20 no Japão

Entre os dias 28 e 29 de junho, as 19 principais econo-mias do mundo se reuniram no Japão para a 14ª Reunião de Cúpula do G-20. No pronunciando final, alguns líderes dos países participantes pronunciaram a favor do livre--comércio, em uma clara mensagem ao protecionismo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

Desta forma, os representantes do G-20 também fecharam um pacto contra mudan-ças climáticas, o 19+1. O Estados Unidos, que saiu do Acordo de paris, se recusou a assinar o pacto. Outros temas discutidos foram os crimes e terrorismo digitais, desi-gualdade de gênero e sistemas de impostos. Portanto, um inédito acordo de livre-comér-cio também fechado entre a União Europeia e o Mercosul. Para fechar o acordo, o Brasil teve que afirmar que não sairá do Acordo de Paris.

#FicaDica

FOI ANUNCIADO UMA TRÉGUA ENTRE CHINA E EUA AO FINAL DE REUNIÃO DO G-20 NO JAPÃO

No final do encontro do G-20, os presidentes dos Es-tados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, con-cordaram em Osaka, no Japão, em retomar negociações comerciais após uma reunião bilateral, que ocorreu no último dia do encontro de cúpula do G-20, grupo dos países mais ricos, mais a União Europeia.

Donald Trump afirmou: “Tivemos uma reunião muito boa com o presidente chinês Xi. Eu diria que excelente”. A agência de notícias chinesa Xinhua informou que as

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negociações, interrompidas em maio, serão retomadas e que Washington desistiu da ameaça de impor novas tarifas de importação que teriam afetado 500 bilhões de dólares em produtos chineses importados.

Deste modo, Trump disse: “Estamos de volta aos tri-lhos e vamos ver o que acontece”, depois de uma reunião de 80 minutos com o presidente chinês.

Sendo assim, a trégua é similar a uma que foi decla-rada pelos dois presidentes na cúpula do G-20 do ano passado em Buenos Aires, embora meses depois a guer-ra comercial tenha recomeçado. Trump disse que, em-bora não pretenda suspender as tarifas de importação existentes, ele vai evitar impor novas cobranças em bens chineses adicionais.

“Estamos segurando as tarifas e eles comprarão pro-dutos agrícolas”, disse, sem dar detalhes sobre compras futuras de produtos agrícolas pela China. “Se chegarmos a um acordo, será um evento muito histórico”, afirmou.

Portanto, o presidente dos Estados Unidos não esta-beleceu um cronograma para o que chamou de acordo complexo, mas disse que não estava com pressa. “Quero fazer direito”, disse.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou novos contornos neste mês. As duas maiores economias do mundo voltaram a subir as tarifas de im-portação, levando mais uma onda de preocupação aos principais mercados financeiros mundiais.

Deste modo, o temor é de que a guerra comercial prejudique ainda mais o desempenho da atividade eco-nômica global. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que mundo deve crescer 3,3% neste ano, mar-cando mais uma desaceleração. Em 2018, a economia global cresceu 3,6%. Há dois anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do mundo avançou 3,8%.

FIQUE ATENTO!O estopim para a nova rodada da guerra comercial ocorreu em 5 de maio, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os EUA iriam aumentar para 25% as tarifas de importação sore US$200 bilhões em produtos chineses. Logo, a res-posta da China veio com o anúncio de que o governo chinês planeja impor tarifas sobre US$60 bilhões em produtos dos EUA.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

O ECLIPSE LUNAR

No mês de janeiro de 2019, contou com o 1º fenôme-no astronômico do ano: o eclipse lunar, que teve início durante a madrugada e pôde ser visto por aqueles que o aguardavam. A fase da umbra, quando a sombra do Sol começa a ser observada na Lua, teve início à 01h33 e às 03h12, o satélite atingiu a fase total máxima.

PRIMEIRA IMAGEM REAL DE UM BURACO NEGRO

A primeira imagem de um buraco negro no univer-so foi divulgada no dia 10 de abril. A descoberta foi do telescópio Event Horizon, que é uma colaboração inter-nacional responsável por criar uma espécie de telescó-pio virtual que combinava comprimentos de onda de diversos telescópios pelo globo. Foram envolvidos 200 pesquisadores e oito telescópios de rádio interligados durante todo o projeto com o objetivo de capturar a ima-gem do buraco negro.

Considera-se como um buraco negro uma região do espaço que exibe efeitos gravitacionais tão fortes de suc-ção que impossibilitam que qualquer coisa possa escapar de dentro dele. Por muitas vezes os buracos negros eram retratados em imagens ou animações, mas esta foi a pri-meira vez que uma imagem real foi captada.

BRASILEIRO FAZ DOIS PARAPLÉGICOS ANDAREM

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis liderou uma pesquisa que levou dois paraplégicos a caminharem. O fei-to foi conseguido por meio de um novo dispositivo de es-timulação muscular e de uma interface cérebro-máquina.

O brasileiro Miguel Nicolelis elaborou os estudos a partir de várias abordagens que combinaram o desen-volvimento de um novo dispositivo de estimulação mus-cular e uma interface cérebro-máquina. Com o trabalho, os dois pacientes que apresentavam paraplegia crônica “foram capazes de caminhar com segurança apoiados em 70% do peso do próprio corpo, acumulando ao todo 4.580 passos”, como explicam os cientistas no estudo.

Durante a apresentação, Nicolelis aprovei-tou a oportunidade para fazer uma crítica aos cortes nas universidades federais brasi-leiras. “Aqui novamente as imagens de um feito histórico da balbúrdia da ciência brasi-leira!”, referindo-se à declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

#FicaDica

QUESTÕES SOCIAIS

BRASIL SAINDO DO PACTO DE MIGRAÇÃO

O novo governo de Jair Bolsonaro comunicou, por meio do Ministério de Relações Internacionais, a saída do Brasil do Pacto Global para a Migração da Organização das Nações Unidas (ONU). O país tinha aderido em de-zembro, no final do governo de Michel Temer. Conhecido como Pacto Global de Migração da ONU, é o conjunto de diretrizes visando a colaboração em questões migra-tórias, permitindo que os signatários continuem respon-sáveis por suas próprias políticas de imigração, mas au-mentem a cooperação internacional a cerca deste tema.

Participaram da negociação no âmbito da ONU 193 países. Contudo, 164 assinaram o documento, incluindo o Brasil, mas o governo Bolsonaro anunciou sua retirada do pacto. Também recusaram os EUA, Hungria, Itália, Po-lônia, Chile e Austrália.

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FIQUE ATENTO!O Pacto Global para Migração Segura, Or-denada e Regular (GCM), conhecido como Pacto Global de Migração da ONU, é basica-mente um conjunto de diretrizes que bus-cam a colaboração em questões migratórias. Não vinculante (sem caráter de lei), permite que os signatários continuem responsáveis por suas próprias políticas de imigração, mas aumentem a cooperação internacional sobre o tema.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2019) As Nações Unidas aprovaram o Pacto Global sobre refugiados. Ao todo, 181 países votaram a favor do documento, enquanto Estados Unidos e Hungria foram contrários. Coordenado pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), com sede em Genebra, o Pacto Global sobre refugiados, aprovado ontem (17 de dezembro), procura promover a resposta internacional adequada aos fluxos em massa e situações prolongadas de refugiados.

Agência Brasil. Adaptado.

a) Garantir aos refugiados os direitos de ampla cidadania nos países que os acolheram, incluindo direitos polí-ticos e sociais.

b) Ajudar a criar condições nos países de origem para o regresso dos refugiados, garantidas as circunstâncias de segurança e dignidade.

c) Concentrar o maior número possível de refugiados em poucos países, para melhor atender às suas deman-das.

d) Dar aos refugiados o mínimo necessário para a so-brevivência, de forma a não incentivar novos fluxos migratórios.

e) Conter os refugiados nos países do entorno do país de origem, com o objetivo de facilitar o retorno assim que possível.

Resposta: Letra B. O Pacto Global para Migração Se-gura, Ordenada e Regular (GCM), conhecido como Pacto Global de Migração da ONU, é basicamente um conjunto de diretrizes visando a colaboração em questões migratórias. Não vinculante (sem caráter de lei), permite que os signatários continuem responsá-veis por suas próprias políticas de imigração, mas au-mentem a cooperação internacional sobre o tema.

MENINO VESTE AZUL E MENINA VESTE ROSA

O mandato começou com a redução de ministérios, declarações incômodas por parte da ministra Damares Alves e do antigo ministro da Educação Ricardo Velez, este último que já foi demitido. Damares assumiu o car-go de ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, e

causou polêmica ao afirmar em vídeo que circulou pe-las redes sociais que “menino veste azul e menina veste rosa”.

Desta forma, a declaração causou revolta e mobilizou as redes sociais. Muitos pensamentos foram contrários ao da ministra, inclusive, muitas celebridades tomaram partido repudiando a afirmação, afinal, esse discurso foi extremamente preconceituoso.

Damares é educadora, advogada e evangélica, em seu discurso de posse também usou os dizeres: “o Esta-do é laico, mas está ministra é terrivelmente cristã”. Essa fala também gerou bastante revolta na população, além de uma grande repercussão internacional.

O Brasil é oficialmente um Estado Laico, pois a Consti-tuição Brasileira e outras legislações preveem a liberdade de crença religiosa aos cidadãos, além de proteção e res-peito às manifestações religiosas.

Sendo assim, no artigo 5º da Constituição Brasileira (1988) está escrito:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de cren-ça, sendo assegurado o livre exercício dos cultos re-ligiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”

Entretanto, a laicidade do Estado pressupõe a não intervenção da Igreja no Estado, contudo, um aspecto que contraria essa postura é o ensino religioso nas es-colas públicas brasileiras. Nos países que não são laicos (teocráticos), a religião exerce o seu controle político na definição das ações governativas. Nos países teocráticos, o sistema de governo está sujeito a uma religião oficial. Alguns exemplos de nações teocráticas são: Vaticano (Igreja Católica), Irã (República Islâmica) e Israel (Estado Judeu).

FIQUE ATENTO!Existe também o conceito de Estado Confes-sional, em que o Estado reconhece uma de-terminada religião como sendo a oficial da nação. Apesar disso, não se deve confundir Estado Teocrático com Estado Confessional. No primeiro caso, é a religião que define o rumo do país. Já no segundo, a religião não é tão importante como no primeiro, mas ainda assim tem muito mais influência do que em um Estado laico.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (BRASIL ESCOLA) A respeito do conceito de “Estado laico”, avalie as proposições a seguir e assinale a alterna-tiva incorreta.

a) O posicionamento de um Estado frente às manifesta-ções religiosas é o que caracteriza um Estado como laico ou religioso.

b) O conceito de Estado laico subentende a neutralidade desse Estado em matéria confessional.

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c) A base do Estado laico é a não adoção de nenhuma religião como oficial e a manutenção de equidistância entre os cultos.

d) O acolhimento de todas as religiões e credos, sem nenhuma distinção, por parte do Estado caracteriza-o como laico.

e) A neutralidade do Estado laico não significa aversão às religiões. Há estados considerados laicos que incenti-vam a religiosidade, embora não a adotem.

Resposta: Letra D. A marca do Estado laico é o dis-tanciamento e a neutralidade em relação às religiões. A laicidade é ferida quando o Estado acolhe uma ou todas as religiões existentes no território sob o domí-nio desse Estado.

2. (BRASIL ESCOLA – 2019) Faça a correspondência cor-retamente:

(1) Estado laico(2) Estado religioso(3) Estado ateu

a) ( ) Pode ocorrer de forma orgânica ou subjetiva.b) ( ) Rejeita todos os credos em favor da “não crença.”.c) ( ) É também conhecido como Estado Secular.

Avalie as afirmações acima e marque a opção que corres-ponda, na devida ordem, ao acerto de cada uma:

a) 1, 2, 3b) 1, 3, 2c) 2, 1, 3d) 2, 3, 1e) 3, 1, 2

Resposta: Letra D. O Estado laico, também conhecido como Estado Secular, distingue-se do ateu, uma vez que no segundo é professado o ateísmo e, em muitos casos, há imposição da “não crença”. O Estado laico, ao contrário, mantém distanciamento e neutralidade em relação a quaisquer manifestações de crença ou “não crença”.

QUESTÃO INDÍGENA NO BRASIL É UM CASO À PARTE

A demarcação de terras estabelece as condições ideais de justiça e sustentabilidade social, além de impe-dir invasões e valorizar a cultura dos povos indígenas no Brasil. Também é importante por combater o desfloresta-mento e contribuir na preservação das espécies da fauna e da flora local. A Funai (Fundação Nacional do Índio), era a responsável por essas funções de identificação, delimi-tação e demarcação de terras indígenas.

No entanto, em 2019, já nos primeiros dias do gover-no de Jair Bolsonaro, as principais funções do órgão fo-ram esvaziadas e passadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Posteriormente, o presidente defendeu a exploração mineral e agrícola dentro das re-

servas indígenas e anunciou, ainda, que esse órgão agora está submetido ao Ministério da Mulher, Família e Direi-tos Humanos, e não mais ao Ministério da Justiça.

Portanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, agora, é responsável por gerenciar a política indigenista no Brasil.

A História dos Indígenas no Brasil antecede o proces-so de colonização. Assim, os povos indígenas têm muito a ensinar sobre uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza. No Brasil, após mais de quatro séculos de expropriação, tortura e escorraçamento, esse povo al-cançou o direito de habitar áreas demarcadas e protegi-das por lei. Assim, hoje temos as chamadas de Terras ou Reservas Indígenas.

Para o índio, a terra onde ele mora é mais do que simplesmente um meio de subsistência ou recurso natural. Ela, de fato, representa um recurso sociocultural, sendo necessária para o suporte da sua cultura e modo vida. É por esse motivo que a Constituição Fede-ral, no artigo 231, coloca tais reservas como Bens da União, ou seja, essas terras são ina-lienáveis e intransferíveis, além de serem de uso exclusivo dessa etnia.

#FicaDica

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (UFU – 2015) A questão da demarcação de terras in-dígenas tem ao longo do tempo suscitado diversos con-flitos. Mais recentemente, observou-se a possibilidade de modificar os critérios de demarcação, pois, conforme seus críticos, os regulamentos vigentes possibilitariam a ação de “indígenas civilizados”, ou seja, aqueles que supostamente teriam perdido sua identidade indígena e que agora a reivindicavam com o intuito de obter terras. No centro desse debate, encontra-se a definição do que é ser indígena, enfim, a definição dos critérios definido-res de uma etnia.

Para os estudos antropológicos atuais, define-se uma et-nia por meio da

a) Identificação da presença de traços fenotípicos co-muns a uma população, atrelados ao cultivo de uma tradição cultural.

b) Ocupação territorial de um país específico e pela per-sistência de traços culturais tradicionais.

c) Identificação de uma concepção, partilhada por uma população, da existência de uma trajetória histórica comum que funda uma identidade.

d) Identificação de traços raciais comuns a uma popula-ção, aliados a elementos culturais específicos.

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Resposta: Letra C. A etnia, ou grupo étnico, divide uma uniformidade cultural, com as mesmas tradições, conhecimentos, técnicas, habilidades, língua e com-portamento.

2. (BRASIL ESCOLA) Sobre a demarcação de terras indí-genas no Brasil, assinale V para as proposições verdadei-ras e F para as proposições falsas.

( ) I. A Constituição Federal define terras indígenas como qualquer área habitada pelos índios nas quais são rea-lizadas suas atividades produtivas e há preservação de suas culturas e tradições.( ) II. Áreas indígenas no Brasil são propriedades da Fu-nai.( ) III. As áreas indígenas são de livre acesso e, para adentrá-las, é preciso apenas notificar a Funai caso não seja um membro da comunidade.( ) IV. No Brasil, existem aproximadamente 544 terras indígenas, segundo a Funai, estando a maior parte na Amazônia Legal.

Assinale a alternativa correta:

a) F, V, F, V.b) F, V, F, F.c) V, F, F, V.d) V, V, F, F.

Resposta: Letra C. I. Verdadeira.II. Falsa. É de propriedade da União e controlada pela Funai.III. Falsa. Não sendo membro da comunidade, o aces-so só é permitido com autorização legal da Funai, por-tanto, o acesso irrestrito é vedado.IV. Verdadeira.

DEBATES EM TORNO DA POSSE DE ARMAS

Logo no início de seu mandato, o Presidente também assinou o polêmico decreto que flexibiliza a posse e a comercialização de armas de fogo no país. Esta era uma das suas promessas de campanha.

Deste modo, o direito à posse refere-se à autorização para manter uma arma de fogo em casa ou no local de trabalho, desde que o dono da arma seja o responsável legal pelo estabelecimento. Já para andar com a arma de fogo na rua, é preciso ter direito ao porte. Neste caso, as regras são mais rigorosas e não foram tratadas no de-creto.

FIQUE ATENTO!Mediante a uma provável derrota no Con-gresso, o Presidente Jair Bolsonaro, revogou na terça-feira, dia 25 de junho, dois decretos que facilitavam o direito ao porte e à pos-se de armas de fogo no Brasil. Entretanto, o Presidente não desistiu, dos pontos mais polêmicos do pacote pró-armas, uma de suas principais promessas de campanha. Para aprová-los, Bolsonaro resolveu enviar ainda um PL - Projeto de Lei ao Congres-so que altera o Estatuto do Desarmamento sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o sistema nacional de armas e a definição de crimes. Portanto, todas essas medidas só passarão a valer caso sejam aprovadas tanto por de-putados como senadores. No entanto, os detalhes do PL não foram revelados ainda.

CRISE NA VENEZUELA

A crise na Venezuela tomou proporções ainda maio-res no mês de fevereiro. A população está com fome pela escassez de alimentos, o sistema de saúde é quase inexistente, faltam medicamentos, a criminalidade só au-menta e cidadãos continuam fugindo do país.

Uma reportagem do Estadão mostra que mais de 1,1 milhão de venezuelanos deixaram o país para irem à Co-lômbia. A publicação apresenta ainda que 280 mil foram ao Peru, 99 mil ao Equador e 57 mil para o estado de Roraima, no Brasil.

No dia 21 de janeiro, o presidente Nicolás Maduro optou por fechar a fronteira da Venezuela com o Bra-sil para evitar ajuda humanitária. O político tomou essa decisão depois de a oposição venezuelana iniciar uma operação de entrega de mantimentos enviados pelos Es-tados Unidos com ajuda brasileira e colombiana.

Dois dias depois, a oposição venezuelana tentou li-berar a entrada de 900 toneladas de ajuda humanitária enviada pelos EUA ao país. Maduro rejeitou a oferta e anunciou que receberia outras 300 toneladas enviadas pela Rússia.

Atualmente, 14 países apoiam Maduro e 52 a Juan Guiadó, que é do partido Popular e se declarou presiden-te interino da Venezuela, gesto reconhecido por cerca de 50 países, entre eles Brasil, Colômbia e EUA.

No dia 26 de janeiro, o Grupo de Lima, formado por 14 países da América Latina, para tentar resolver o confli-to da Venezuela, reuniu-se na capital do Peru. O vice-pre-sidente Hamilton Mourão representou o Brasil.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, já havia dito no ano passado que não descartaria a possi-bilidade de intervenção militar na Venezuela. No dia 25 de fevereiro, na reunião do Grupo de Lima, o vice-presi-dente dos EUA, Mike Pence, reforçou a ameaça de ação militar de Trump. Também no final de fevereiro, um ex--diretor do FBI afirmou que Trump só está interessado no petróleo da Venezuela.

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

O processo de Reforma da previdência ganhou des-dobramentos no dia 20 de fevereiro. O presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, sua prin-cipal promessa de governo.

A proposta reestabelece idades mínimas de aposen-tadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres e fixa um mínimo de 20 anos de contribuição. O objetivo, segundo o governo, é conter o rombo nas contas públi-cas.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Na madrugada do dia 17 de fevereiro, Elaine Capar-roz, de 55 anos, no Rio de Janeiro, foi espancada durante quatro horas por um rapaz que conheceu na internet. A mulher ficou desfigurada e teve que ser encaminhada ao hospital em caráter de emergência. Uma pesquisa do Fó-rum Brasileiro de Segurança Pública divulgada no dia 26 de fevereiro mostrou que mais de 16 milhões de mulhe-res brasileiras sofreram algum tipo de violência em 2018. O levantamento conclui que 536 mulheres são agredidas por hora.

O CASO MARIELLE FRANCO GANHA NOVOS DES-DOBRAMENTOS

No dia 12 de março, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois suspeitos do assassinato da vereadora Ma-rielle Franco (PSOL) e do motorista, Anderson Gomes. O policial reformado Ronnie Lessa é apontado como o ati-rador, enquanto o ex-PM Élvio Vieira de Queiroz estaria dirigindo o carro usado no duplo homicídio. A prisão foi feita dois dias antes do assassinato completar um ano.

Ronnie Lessa morava em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, o mesmo do presidente Jair Bolsonaro. Na casa de um amigo de Lessa, a Polícia encontrou 117 fuzis para montagem. O Conselho de Controle de Ativi-dades Financeiros (Coaf) também encontrou um depósi-to de R$ 100 mil na conta de Lessa, dias depois do aten-tado contra Marielle.

Portanto, Lessa e Queiroz foram transferidos para o presídio federal de segurança máxima no Rio Grande do Norte. Apesar da prisão, ainda não se sabe quem man-dou matar Marielle Franco. A maior suspeita recai sobre milícias, como mostra reportagem da Revista Piauí.

FIQUE ATENTO!Marielle Franco, negra, lésbica, mãe, veio da favela da Maré, estudou e se tornou Soció-loga com mestrado em Administração Pú-blica. Foi eleita Vereadora da Câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL, com 46.502 votos e foi também Presidente da Comissão da Mu-lher da Câmara. Porém, no dia 14/03/2018 foi assassinada em um atentado ao carro onde estava. Foram desferidos 13 tiros so-bre veículo em que estava ela e o motorista, Anderson Pedro Gomes.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (NOVA CONCURSOS – 2019) Marielle Franco, verea-dora do município do Rio de Janeiro, foi morta junto com seu motorista depois que saiu de uma reunião. Muito en-volvida com causas sociais, a vereadora pertencia a que partido:

a) PSC. b) PSOL.c) PT.d) PT do B.e) PC do B.

Resposta: Letra B. A vereadora Marielle Franco era pertencente ao PSOL-RJ. No dia em que dois suspei-tos de terem matado a vereadora e o motorista An-derson Pedro Gomes foram presos no Rio de Janei-ro, deputados federais do PSOL pediram respostas para a motivação do crime e sobre mandantes, que na próxima quinta-feira dia 14 de março de 2019, com-pleta um ano.

ALUSÕES COMEMORATIVAS AO REGIME MILITAR ESTREMECEM O GOVERNO DE BOLSONARO

O Presidente Jair Bolsonaro pediu ao Ministério da Defesa (repassando aos quarteis) que o aniversário de 55 anos do Golpe Militar fosse comemorado em 31 de março. A celebração da data foi suspensa em 2011 por Dilma Rou-ssef, ex-presidente que foi torturada durante a ditadura. A declaração de Bolsonaro gerou diferentes reações e culmi-naram na hashtag #DitaduraNuncaMais, termo que deixou o assunto entre os temas mais comentados do Twitter.

Com isso, em 28 de março, Bolsonaro mudou seu dis-curso e suavizou a declaração, afirmando que o intuito é “rememorar” a data, vendo o que deu certo e o que foi errado, usando isso a favor do Brasil, no futuro.

Porém, um vídeo comemorando o início da Ditadura Militar foi divulgado no domingo, 31 de março, por meio do WhatsApp oficial do Palácio do Planalto. O material não teve a autoria revelada, mas o Palácio confirmou que o número utilizado para distribuição pertence à Secreta-ria de Comunicação da Presidência.

A Ditadura Militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31 de março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado, caracterizado por personagens afi-nados com uma revolução instituiu no país uma ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares na época justificaram o golpe sob a alegação de que havia uma ameaça comunista no país.

#FicaDica

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DESABAMENTO DE PRÉDIOS EM MUZEMA

No dia 12 de abril, dois prédios localizados na comu-nidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, de-sabaram deixando 24 mortos. Um prédio possuía cinco andares e outro apenas três, com quatro apartamentos cada.

De acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, os pré-dios eram irregulares e ficavam em área de milícias, difi-cultando a chegada de fiscais. Em 2018, a construção já havia sido interditada. Porém, mesmo com a construção não autorizada pelos órgãos fiscalizadores e com a re-gião sendo uma Área de Proteção Ambiental (APA), ela continuou.

Desta forma, a última vítima, Adilma Ramos Rodri-gues, de 35 anos, faleceu no dia 22. Ela era casada com o pastor Cláudio Rodrigues, de 40 anos, que foi a primeira vítima do desabamento. A prefeitura informou que 16 prédios vizinhos aos que desabaram vão ser demolidos e que a ação será cuidadosa para não prejudicar os prédios que ainda estão ocupados ao lado.

Assim como ocorrido no Rio de Janeiro em abril de 2019, em São Paulo, ocorreu um de-sabamento de um marco da arquitetura mo-dernista, o edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou em um incêndio de grandes proporções no Centro de São Paulo, na ma-drugada do dia 1 de maio de 2018. Havia sido tombado em 1992 por ser considerado “bem de interesse histórico, arquitetônico e paisagístico”, o que garantia “a preservação de suas características externas”, e estava ocupado irregularmente.

#FicaDica

PAI E FILHA SALVADORENHOS MORREM AFOGA-DOS EM TRAVESSIA PARA OS EUA E FOTO PROVOCA COMOÇÃO

Mais uma triste morte de imigrantes voltou a aconte-cer, um migrante salvadorenho e sua filha de quase dois anos morreram afogados enquanto atravessavam o rio Grande na cidade de Matamoros, no estado mexicano de Tamaulipas. Eles tentavam chegar à cidade texana Bro-wnsville (EUA).

Deste modo, os corpos foram encontrados na segun-da-feira, 24 de junho, no lado mexicano da fronteira. As fotos que mostram a criança com o bracinho apoiado no pescoço do pai provocaram forte comoção no país. A família salvadorenha aguardava na cidade mexicana de Matamoros a oportunidade de solicitar asilo nos Estados Unidos. Na tarde de domingo, o cozinheiro Óscar Mar-tínez Ramírez, de 25 anos, decidiu que faria a travessia do rio.

A mulher dele e mãe da menina, Tania Vanessa Ávalos, contou ao jornal mexicano “La Jornada” que ele pegou a pequena Valeria nos braços, fez a travessia e a deixou em terra firme em segurança. Porém, ele voltou para ajudar a mulher.

Desta forma, ao ver o pai se afastar, a criança se jo-gou na água. Ele voltou e conseguiu segurá-la, mas não resistiu à forte correnteza. A mãe viu o momento em que os dois submergiram.

Assim sendo, as buscas duraram cerca de 12 horas e os corpos foram encontrados a cerca de 500 metros do local onde foram vistos pela última vez. Pai e filha foram encontrados juntos, unidos pela camisa preta que Óscar Alberto vestia. Valeria estava com o braço em volta do pescoço do pai.

FIQUE ATENTO!A foto do pai e filha lembra a do menino sírio Alan Kurdi, encontrado morto em uma praia da Turquia, em setembro de 2015, en-quanto tentava fugir da guerra civil no seu país. O deputado democrata Joaquin Castro, do Texas, ficou emocionado ao falar sobre a fotografia em Washington e disse esperar que o caso faça diferença no debate dos le-gisladores e do público americano sobre a questão da imigração.

FUTEBOL FEMININO EM DESTAQUE, COPA DO MUNDO NA FRANÇA

O mês de junho foi marcado pelo início da Copa do Mundo de futebol Feminino. Diferentemente de outras edições do campeonato internacional, houve grandes re-cordes de audiência.

Deste modo, a Copa do Mundo de Futebol Feminino, na França reúne 24 seleções e este ano teve maior visi-bilidade, principalmente pelo fato da jogadora da sele-ção brasileira, Marta, considerada a melhor jogadora do mundo por alguns anos consecutivos, ter levantando a bandeira de maior valorização do futebol feminino e sa-lários iguais assim como acontece com os jogadores do sexo masculino.

Infelizmente, o Brasil foi eliminado pelas donas da casa nas oitavas de final, mas em um grande jogo, onde as o time feminino defendeu com muita honra a nossa seleção.

Diferentemente da maioria dos atletas do universo do futebol, na chuteira da Marta, o que se vê, no lugar da logomarca de um patrocinador, é o símbolo do movi-mento “Go equal”, que luta por equidade de gênero A atleta está sem patrocínio desde julho do ano passado, quando seu contrato com a Puma acabou. Marta se recu-sou a renová-lo pelo valor oferecido, entretanto não foi divulgado quanto.

Deste modo, a discrepância entre o que jogadoras e jogadores recebem ficou evidente em um levantamen-to feito este ano pela revista “France Football”, uma das mais renomadas da área, sobre os maiores salários do futebol mundial.

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MICROINFORMÁTICA

ÍNDICE

Sistema Operacional Windows XP.................................................................................................................................................................. 01Microsoft Word 2003. Microsoft Excel 2003. Microsoft PowerPoint 2003..................................................................................... 07Conceitos, serviços e tecnologias relacionados à internet e a correio eletrônico. Internet Explorer 6 e Outlook Express 6..................................................................................................................................................................................................................

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Noções relativas a softwares livres. Noções de hardware e de software para o ambiente de microinformática.......... 50

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MIC

ROIN

FORM

ÁTIC

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SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS XP

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sis-tema operacional bastante completo e confiável, por isso pode-se dizer que ele foi uma versão muito bem suce-dida, importante mencionar que o encerramento do seu suporte foi em abril de 2014.

Figura 8: Tela de login do Windows XP

Figura 9: Desktop do Windows XP

Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassa-da que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em 2000, e é considerado por muitos o principal respon-sável em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lançamento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção por trazer uma nova interface gráfica e elimi-nar os problemas de estabilidade encontrados no ME.

A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, e barras quadradas foram substituídas por uma interface colorida, com padrão azul, e botões mais arre-dondados e visíveis. Outra grande novidade foi o botão

iniciar, que ficou maior, com mais atalhos e possibilida-des de fixar programas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7.

Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, foram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de apresentar um papel de parede padrão que viria a se tornar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de tarefas e evitar que houvesse mudanças das configu-rações no espaço.

O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, além de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home Edition era voltada para o uso doméstico e trazia ferra-mentas mais simples para o usuário comum. Já a edição Professional tinha como público empresas e usuários com conhecimentos avançados. Houve ainda uma ver-são Media Center Edition, mas esta nunca foi colocada à venda e era entregue somente sob encomenda.

Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar que acabou com etapas burocráticas de instalação, não exigindo que o computador fosse desligado ao re-mover um dispositivo externo, como um pendrive.

Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o consumo de energia para a utilização em dispositivos móveis como notebook e tablets, e incluiu a possibilida-de de inicializar a máquina mais rapidamente e hibernar.

Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e DSL, melhorando a alternância entre contas de usuá-rios, permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcionalidade de assistência remota, o que possibilitou que pessoas conectadas à Internet pudessem assumir o controle da máquina para realizar suporte técnico ou au-xiliar uma tarefa.

Quanto as atualizações e até mesmo o encerramento do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs. O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adicionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibili-dade de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com corre-ções de segurança e melhoras no desempenho.

No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o su-porte ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualiza-ções ou correções de segurança para o sistema.

Comparando o Windows XP com o Windows 7

EstabilidadeO Windows 7 é muito mais estável do que o Windows

XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória, iso-lando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera normalmente do travamento utilizando um driver padrão de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.

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MIC

ROIN

FORM

ÁTIC

A

O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade. Ele monitora constantemente o computador, salvando informações importantes quando há alguma falha de aplicativo ou do Windows, e com isso o usuário tem um panorama geral que permite concluir que aplicativo ou driver está causando problemas. Isso é possível pois ele monitora a data de instalação de drivers e programas, execução de aplicativos, updates do Windows, travamen-to de programas, e tudo mais que possa afetar a estabili-dade do sistema operacional - e com isso é fácil concluir quando um novo programa ou driver está causando pro-blemas no sistema operacional. O Monitor de Confiabi-lidade também tem a opção de verificar soluções para todos os problemas listados.

Além disso, o Windows 7 também vem com a opção de restauração de sistema e drivers, permitindo que você retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este apresente algum problema.

Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre algum problema em disco ou na partição do Windows XP, por exemplo, o sistema operacional ten-ta corrigi-lo (às vezes durante horas) via chkdsk no pró-ximo boot. O NTFS do Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-correção) e o problema é reparado imediatamente sem que o usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) - algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windows 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.

UsabilidadeO Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com no-

vidades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes. Entre elas estão:

- Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o usuário sem incomodá-lo

- Pesquisa integrada ao sistema operacional- Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o

seu uso em rede local- Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral

da tela, esta é automaticamente expandida e ocu-pa metade da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima)

- Aero Peek, que torna as janelas transparentes para você visualizar ou acessar rapidamente o desktop

- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com que todas as demais sejam automaticamente mi-nimizadas

Essas melhorias na usabilidade não devem ser des-consideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem economizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma vantagem para o Windows 7 na comparação Win-dows 7 x Windows XP.

SegurançaHá um mundo de diferença entra a segurança do

Windows XP e a do Windows 7. Embora algumas pes-soas achem que basta instalar um navegador atual para se manter seguro na web, nada mais ilusório: estes mes-mos navegadores não conseguem proteger o usuário se

eles estão sendo executados em um sistema operacional com capacidade de proteção limitada. O navegador não impede ataques remotos nem ataques que utilizam vul-nerabilidades existentes no sistema operacional.

Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são mui-to menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no Windows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções adicionais que diminuem o poder de ação dos malwares. Entre elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tecnologias que bloqueiam e impedem ataques externos por vias desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Microsoft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser utilizado por qualquer pessoa que tenha Windows Original, protegendo-a contra malwares.

Hardware e performanceAtualmente muitos computadores e notebooks vêm

com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não aproveita isso.

Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam” até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente utilizáveis, isto é, o mercado lançou programas e perifé-ricos que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para o Windows XP.

Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, praticamente ninguém a usa pois não há drivers para pe-riféricos nem programas que aproveitam o seu potencial.

E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB de memória se aplica à soma da memória RAM + memória da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI + tudo mais que esteja instalado no compu-tador que utilize memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de memória, obviamente).

Isso significa que se você utiliza uma poderosa pla-ca de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente co-mum) no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória RAM independentemente da quantidade de memória RAM instalada no computador. E quanto me-nos memória RAM, menos performance o computador terá. A solução é utilizar um sistema operacional comple-to de 64-bits como o Windows 7.

Custo BenefícioO Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para

hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos do Windows XP são inferiores até mesmo aos smart-phones mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?

O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar todo potencial das tecnologias atuais: processadores multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-gundo do supercomputador mais rápido do planeta de 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias que utilizamos atualmente e que seriam consideradas coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-do.

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Na prática não existem motivos razoáveis para um computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows 7.Windows

O Windows assim como tudo que envolve a informá-tica passa por uma atualização constante, os concursos públicos em seus editais acabam variando em suas ver-sões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do Windows quanto do Linux.

O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por programadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são considerados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas quando o computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro a ser instalado na máquina.

Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algu-mas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para uti-lizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hard-ware, temos que instalar o SO.

Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais programas, como os softwares aplicativos e utilitários.

O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge-rencia os demais programas.

A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do com-putador trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.

Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendido na permuta de pro-cessos para dentro e para fora da memória, pelo arma-zenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Conceitos GERAIS de organização e de gerenciamen-to de informações; arquivos, pastas e programas.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar arquivos, ícones ou outras pastas.

Arquivos – são registros digitais criados e salvos por meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-vamos no computador, estamos criando um arquivo.

Ícones – são imagens representativas associadas a programas, arquivos, pastas ou atalhos.

Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

1. Criação de pastas (diretórios)

Figura 64: Criação de pastas

Clicando com o botão direito do mouse em um espaço vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos encontrar a opção pasta.Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mouse, temos então uma forma prática de criar uma pasta.

#FicaDica

Figura 65: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.

Figura 66: Tela da pasta criada

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Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

2. Área de trabalho:

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir-va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar início ou continuidade ao trabalho.

Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 68: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, pro-gramas que fazem parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém opções que nos per-mitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no com-putador.

Por meio do botão Iniciar, também podemos:- desligar o computador, procedimento que encerra

o Sistema Operacional corretamente, e desliga efe-tivamente a máquina;

- colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do computador;

- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-ticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua instalação, durante congelamento de telas ou travamentos da máqui-na.

- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com um clique no botão Iniciar.

2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessados com facilidade.

3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idioma que está sendo usada pelo teclado.

4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são configurados para entrar em ação quando o computador é iniciado. Muitos deles ficam em exe-cução o tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus que monitoram constantemente o sistema para verificar se não há invasões ou vírus tentando ser executados.

5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com o botão esquerdo do mouse nesse íco-ne, acessamos as Propriedades de data e hora.

Figura 70: Propriedades de data e hora

Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e especificar se o relógio do computador está sincronizado automaticamente com um servidor de horário na Inter-net. Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe,

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que vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser trocada. Esse horário também é sincro-nizado com o mesmo horário do SETUP.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o que desejarmos.

Figura 71: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode ser feita com um clique com o botão direito do mouse sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

#FicaDica

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li-xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que foi se-lecionado será permanentemente excluído. Outra forma de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shif-t+Delete.

A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro cantos da tela para proporcionar melhor visualização de outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e

com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado (canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não está marcada.

Figura 72: Bloqueio da Barra de TarefasPropriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:

Por meio do clique com o botão direito do mouse na bar-ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar”.

Figura 73: Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar

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Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:- Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela

seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão esquerdo do mouse pressionado.

- Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior aproveitamento da área da tela pelos pro-gramas abertos, e a exibe quando o mouse é posi-cionado no canto inferior do monitor.

Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a aparência e comportamento de links e menus do menu Iniciar.

Figura 21: Barra de Ferramentas

3. Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-rar configurações do Windows, como aparência, idioma, configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele é possível personalizar o computador às necessidades do usuário.

Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-tramos as seguintes opções:

- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sistema e da segurança”, permite a realização de backups e restauração das configurações do sis-tema e de arquivos. Possui ferramentas que per-mitem a atualização do Sistema Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM instalada no computador e a velocidade do processador. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall para tornar o computador mais protegido.

- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibili-ta configurações de rede e Internet. É possível tam-bém definir preferências para compartilhamento de arquivos e computadores.

- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover hardwares como impressoras, por exemplo. Tam-bém permite alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente, configurar modo de eco-nomia de energia e atualizar drives de dispositivos instalados.

- Programas: através desta opção, podemos realizar a desinstalação de programas ou recursos do Win-dows.

- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-ramos senhas, criamos contas de usuários, deter-minamos configurações de acesso.

- Aparência: permite a configuração da aparência da área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu iniciar e barra de tarefas.

- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de números e moedas.

- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o com-putador às necessidades visuais, auditivas e moto-ras do usuário.

3.1. Computador

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Computador. A janela a seguir será aberta:

Figura 76: ComputadorObserve que é possível visualizarmos as unidades de

disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos também informações como o nome do computa-dor, a quantidade de memória e o processador instalado na máquina.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No Windows, não há possibilidade de o usuário interagir com o sistema operacional por meio de uma tela de computador sensível ao toque.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. As versões mais recentes do Windows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade de que a tela seja sensível ao toque.

2. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da qual se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo estão as opções: tamanho e os seus atributos.

3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere que um usuário de login joao_jose esteja usando o Windows Explorer para navegar no sistema de arquivos de um computador com ambiente Windows 7. Considere ainda que, enquanto um conjunto de arquivos e pastas é apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do Windows Explorer, as seguintes informações: Bibliotecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável que tais ar-quivos e pastas estejam contidos no diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem em outro diretório, se forem feitas configurações customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em português o diretório dos documentos do usuário continua sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a afirmação de que o diretório seria “C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta. O item considera o comportamento padrão do sistema operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente a este sistema software. A premissa de que a informação fosse apresentada na barra de ferramentas não compromete o entendimento da questão.”

MICROSOFT WORD 2003. MICROSOFT EXCEL 2003. MICROSOFT POWERPOINT 2003

Prezado candidato, confeira a seguir todo o conteúdo referente ao Office, criando as relações do 2003 com o restante dos serviços.

Word 2003

As versões do Microsoft Word era quase sempre a mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003 foi a última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa mais vol-tada para a parte de formatação de texto, e as demais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra a figura 28.

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Figura 28: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis, que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.

Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, fo-ram: InfoPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e ícones do Windows XP.

Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequen-temente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao costume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobre-posto etc.), deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido em grandes painéis.

Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface. A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

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Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.

As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um co-mando ou exibem um menu de comandos.

#FicaDica

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

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Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do grupo, contendo mais opções de formatação.

As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-

da, direita, centralizada, decimal e barra.Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar

o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua. Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-

jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como

explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o

restante do parágrafo selecionado.Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-

mos a tecla Tab.

Figura 9: Réguas4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e selecionar textos e objetos no documento.

Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no botão Localizar Próxima.

A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que dese-jamos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.

Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada

em minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra maiúscula.

- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemploQualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ÍNDICE

Direito Administrativo: conceito, fontes, princípios............................................................................................................................... 01Conceito de Estado, elementos, poderes e organização......................................................................................................................... 01Governo e Administração Pública: conceitos.......................................................................................................................................... 01Administração Pública: natureza, elementos, poderes e organização, natureza, fins e princípios; administração direta e indireta; planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência, controle; da administração do Distrito Federal............................................................................................................................................................... 04Agentes públicos: espécies e classificação; direitos, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos.... 18Atos administrativos: conceito e requisitos; atributos; invalidação; classificação; espécies................................................. 22Poderes administrativos: poder vinculado, poder discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia...................................................................................................................................................................... 29Do uso e do abuso do poder........................................................................................................................................................................... 29Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos. Delegação: concessão, permissão, autorização.............................................................................................................................................................. 33Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado................................................................................................................................................................. 44

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DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES, PRINCÍPIOS. CONCEITO DE ESTADO, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO. GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS.

Estado: conceito, elementos e natureza

“O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado. Do ponto de vista sociológico, é corpora-ção territorial dotada de um poder de mando originário; sob o aspecto político, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com potestade superior de ação, de mando e de coerção; sob o prisma constitucional, é pes-soa jurídica territorial soberana; na conceituação do nos-so Código Civil, é pessoa jurídica de Direito Público Inter-no (art. 14, I). Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do Direito Público como no do Di-reito Privado, mantendo sempre sua única personalidade de Direito Público, pois a teoria da dupla personalidade do Estado acha-se definitivamente superada. O Estado é constituído de três elementos originários e indissociá-veis: Povo, Território e Governo soberano. Povo é o com-ponente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. Não há nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse poder absoluto, indivisível e incontrastável de orga-nizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através dos denominados Poderes de Estado. Os Poderes de Estado, na clássica tripartição de Montes-quieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo, o Executivo e o judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). A organização do Estado é ma-téria constitucional no que concerne à divisão política do território nacional, a estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, aos direitos e garantias dos governados. Após as disposi-ções constitucionais que moldam a organização política do Estado soberano, surgem, através da legislação com-plementar e ordinária, e organização administrativa das entidades estatais, de suas autarquias e entidades pa-raestatais instituídas para a execução desconcentrada e descentralizada de serviços públicos e outras atividades de interesse coletivo, objeto do Direito Administrativo e das modernas técnicas de administração”1.

1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Pau-lo: Malheiros, 1993.

#FicaDicaConceito de EstadoConceito sociológico: corporação territorial que possui um poder de mando originário.Conceito político: comunidade de homens situada num território, com poder superior de ação, de mando e de coerção.Conceito constitucional: pessoa jurídica territorial soberana.Conceito civil: pessoa jurídica de Direito Público Interno.

Em termos históricos, o Estado Moderno passou por fases que implicaram na definição de três modelos es-tatais.

Inicialmente, o Estado se erige na forma de um Es-tado Absoluto, no qual o poder é exercido por um so-berano de forma ilimitada. No decorrer das Revoluções que despontaram na Europa – Gloriosa e Francesa – e na própria América – Independência Norte-americana, sur-gem demandas por um modelo de Estado que interferis-se menos na vida do indivíduo, permitindo o exercício de liberdades individuais e do direito de propriedade, além de outros direitos civis, bem como a participação popular na tomada de decisões, na forma de direitos políticos: nasce o modelo do Estado Liberal.

Num momento posterior, quando se experimentaram os reflexos da revolução industrial e do pós-guerra, bem como da própria reestruturação dos modelos econômi-cos capitalista e socialista, surgem demandas classistas na busca da retomada da intervenção do Estado na eco-nomia e nas relações trabalhistas, assegurando equilíbrio na exploração econômica por parte daqueles que deti-nham o poder econômico: surge então o Estado Social.

Adiante, especialmente após a crise de 1929 e o fim da 2a Guerra Mundial, surge a necessidade de coadunar tais ideais, focando não apenas no indivíduo, mas tam-bém nas demandas coletivas da sociedade: surge o Esta-do Democrático de Direito, uma resposta concomitante à frieza liberal quanto ao indivíduo e ao déficit demo-crático do Estado Social, intensificando-se a participação popular no poder.

#FicaDicaModelos de EstadoEstado Liberal – não intervencionista, liberdades negativas, direitos individuais.Estado Social – intervencionista, bem-estar social, liberdades positivas, direitos sociais.Estado Democrático de Direito – intervencionista moderado, participação popular intensificada, abertura e transparência da Administração.

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Com efeito, o Estado é uma organização dotada de personalidade jurídica que é composta por povo, território e soberania. Logo, possui homens situados em determinada localização e sobre eles e em nome deles exerce poder. É dotado de personalidade jurídica, isto é, possui a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres. Nestes moldes, o Estado tem natureza de pessoa jurídica de direito público.

Destaca-se o artigo 41 do Código Civil:Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:I - a União;II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;III - os Municípios; IV - as autarquias;V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Nestes moldes, o Estado é pessoa jurídica de direito público interno. Mas há características peculiares distintivas que fazem com que afirmá-lo apenas como pessoa jurídica de direito público interno seja correto, mas não suficiente. Pela peculiaridade da função que desempenha, o Estado é verdadeira pessoa administrativa, eis que concentra para si o exercício das atividades de administração pública.

A expressão pessoa administrativa também pode ser colocada em sentido estrito, segundo o qual seriam pessoas administrativas aquelas pessoas jurídicas que integram a administração pública sem dispor de autonomia política (capacidade de auto-organização). Em contraponto, pessoas políticas seriam as pessoas jurídicas de direito público interno – União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

#FicaDicaElementos do Estado: povo + território + soberaniaNatureza: pessoa jurídica de direito público / pessoa administrativaFim: proteção do interesse coletivo

Estado, Governo e Administração: conceitos, aspectos organizacionais

Trata-se de pessoa jurídica, e não física, porque o Estado não é uma pessoa natural determinada, mas uma estrutura organizada e administrada por pessoas que ocupam cargos, empregos e funções em seu quadro.

Logo, pode-se dizer que o Estado é uma ficção, eis que não existe em si, mas sim como uma estrutura organizada pelos próprios homens.

É de direito público porque administra interesses que pertencem a toda sociedade e a ela respondem por desvios na conduta administrativa, de modo que se sujeita a um regime jurídico próprio, que é objeto de estudo do direito administrativo.

Em face da organização do Estado, e pelo fato deste assumir funções primordiais à coletividade, no interesse desta, fez-se necessário criar e aperfeiçoar um sistema jurídico que fosse capaz de regrar e viabilizar a execução de tais fun-ções, buscando atingir da melhor maneira possível o interesse público visado.

Tal papel é atribuído à Administração, que no âmbito executivo tem sua função máxima exercida pelo Governo.A execução de funções exclusivamente administrativas constitui, assim, o objeto do Direito Administrativo, ramo do

Direito Público. A função administrativa é toda atividade desenvolvida pela Administração (Estado) representando os interesses de terceiros, ou seja, os interesses da coletividade.

Devido à natureza desses interesses, são conferidos à Administração direitos e obrigações que não se estendem aos particulares. Logo, a Administração encontra-se numa posição de superioridade em relação a estes.

Importante, neste ponto, frisar a diferença entre as formas de gestão quando se está diante da execução do inte-resse público – situação do Estado e da Administração – e quando se está diante de interesse privado. A gestão pública sempre deve assumir a feição de permitir ao cidadão exercer seus direitos e deveres em sociedade, enquanto que na gestão privada caberá a priorização de atendimento ao cliente.

Não obstante, se, por um lado, o Estado é uno, até mesmo por se legitimar na soberania popular; por outro lado, é necessária a divisão de funções das atividades estatais de maneira equilibrada, o que se faz pela divisão de Poderes, a qual resta assegurada no artigo 2º da Constituição Federal.

A função típica de administrar – gerir a coisa pública e aplicar a lei – é do Poder Executivo; cabendo ao Poder Legis-lativo a função típica de legislar e ao Poder Judiciário a função típica de julgar. Em situações específicas, será possível que no exercício de funções atípicas o Legislativo e o Judiciário exerçam administração.

#FicaDicaEstado – Público – Zela pelo coletivoGestão pública deve ser diferente da gestão privada devido ao interesse especial protegido – a coletividade.

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Administração pública: sentidos amplo e estrito

Conceito Sentido amplo Sentido estrito

Subjetivo, orgânico ou formal Órgãos governamentais e administrativos Apenas órgãos administrativos

Objetivo, material ou funcional Funções políticas e administrativas Apenas funções administrativas

Por sua vez, conceituando-se administração pública, “em sentido objetivo, material ou funcional, a administração pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos”; ao passo que “em sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-se definir Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado”2. Logo, o sentido objetivo volta-se à atividade administrativa em si, ao passo que o sentido subjetivo se concentra nos órgãos que a exercem.

Em ambos casos, a distinção do sentido amplo para o restrito está nas espécies de atividades e órgãos que são abrangidos. No sentido amplo, inserem-se as atividades desempenhadas pelos órgãos de alto escalão no âmbito go-vernamental, no exercício de funções essencialmente políticas; além das atividades tipicamente administrativas desem-penhadas pelos diversos órgãos que compõem a administração executando seus fins de interesse público. No sentido estrito, excluem-se as atividades políticas, abrangendo-se apenas atividades administrativas.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – CESPE/2018). Tendo em vista as convergências e diver-gências entre a gestão pública e a gestão privada, julgue o item que se segue.Tanto na gestão pública quanto na gestão privada é lícito fazer tudo que a lei não proíbe.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Na gestão privada vigora o princípio da legalidade amplo, o que significa que o particular pode fazer tudo que a lei não proíba. Já na gestão pública, devido aos interesses perseguidos pelo Estado, vigora o princípio da legalidade estrito, o que implica que o Administrador apenas pode fazer aquilo que a lei expressamente permite.

2. (SEDF - CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGO 2 - CESPE/2017) Acerca de administração pública, organização do Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir.Não há exclusividade no exercício de suas funções típicas pelos poderes de Estado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Dentro dos três Poderes típicos do Estado – Executivo, Legislativo e Judiciário, existem funções tí-picas, isto é, o Executivo administra, o Legislativo legisla, o Judiciário julga. Em casos excepcionais é possível observar o exercício de funções atípicas dentro de cada um dos Poderes.

3. (AGU - ADVOGADO DA UNIÃO - CESPE/2004). Acerca do conceito de administração pública, da teoria do órgão da pessoa jurídica aplicada ao direito administrativo, da concentração e da desconcentração de competências e dos atos e fatos da administração pública, julgue os itens a seguir.A administração pública, em seu sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos com a finalidade de realizar as opções políticas e os objetivos do governo e, em seu sentido material, é o conjunto de funções necessárias ao serviço público em geral.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. O sentido formal abrange apenas os órgãos administrativos, ou ainda, os órgãos governamentais e administrativos; o sentido material abrange as funções administrativas e num sentido amplo mesmo as funções políticas.

2 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: NATUREZA, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO,

NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS; ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA;

PLANEJAMENTO, COORDENAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA, CONTROLE; DA

ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL.

CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública é uma expressão que pode comportar pelo menos dois sentidos: na sua acepção subjetiva e formal, a Administração Pública confunde-se com a pessoa de seus agentes, órgãos, e entidades públi-cas que exercem a função administrativa. Já na acepção objetiva e material da palavra, podemos definir a admi-nistração pública (alguns doutrinadores preferem colo-car a palavra em letras minúsculas para distinguir melhor suas concepções), como a atividade estatal de promover concretamente o interesse público.

Também podemos dividir, na acepção material, em administração pública lato sensu e stricto sensu. Em sen-tido amplo, abrange não somente a função administrati-va, como também a função política, incluindo-se nela os órgãos governamentais. Em sentido estrito, administra-ção pública envolve apenas a função administrativa em si.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CÂMARA DE BELO HORIZONTE-MG – CON-SULTOR LEGISLATIVO – CONSULPLAN – 2018) Quanto aos fundamentos do direito administrativo, assinale a afirmativa correta.

a) Dentre as prerrogativas advindas do regime jurídico--administrativo, destaca-se o dever de prestar contas ao cidadão.

b) As prerrogativas públicas decorrem do princípio da indisponibilidade, enquanto as sujeições decorrem da supremacia do interesse público.

c) Dentre as sujeições advindas do regime jurídico-ad-ministrativo, destacam-se o poder de polícia e a inter-venção do estado na propriedade.

d) O regime jurídico-administrativo sustenta-se nos pila-res da supremacia do interesse público e da indisponi-bilidade dos interesses e bens públicos.

Resposta: Letra D. A supremacia do interesse públi-co e a indisponibilidade dos bens públicos são mui-tas vezes denominadas “pedras de toque” do Direito Administrativo pelos doutrinadores, pois são basilares para fundamentá-lo. A supremacia do interesse públi-co gera as prerrogativas públicas, enquanto a indispo-nibilidade gera as sujeições. Lembre-se que o poder de polícia e a intervenção do Estado na propriedade são prerrogativas da Administração Pública, e não su-jeições.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os princípios que regem a atividade da Administração Pública são vastos, podendo estar explícitos em norma posi-tivada, ou até mesmo implícitos, porém denotados segundo a interpretação das normas jurídicas. Além disso, os prin-cípios administrativos podem ser constitucionais, ou infra-constitucionais.

1. Princípios constitucionais

São os princípios previstos no Texto Constitucional, mais especificamente no caput do artigo. 37. Segundo o dispositivo:

“A administração pública (observe que o texto legal não fez questão de colocar a expressão em letras maiúsculas, embora esteja claramente dissertando sobre a entidade que exerce a função administrativa) direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obe-decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”

Assim, esquematicamente, temos os princípios constitu-cionais da:

a) Legalidade: fruto da própria noção de Estado de Direito, as atividades do gestor público estão sub-missas a forma da lei. A legalidade promove maior segurança jurídica para os administrados, na me-dida em que proíbe que a Administração Pública pratique atos abusivos. Ao contrário dos particu-lares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, a Administração só pode realizar o que lhe é expressamente autorizado por lei.

b) Impessoalidade: a atividade da Administração Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado haver qualquer forma de tratamento diferenciado entre os administrados. Há uma forte relação entre a impessoalidade e a finalidade pública, pois quem age por interesse próprio não condiz com a finali-dade do interesse público.

c) Moralidade: a Administração impõe a seus agen-tes o dever de zelar por uma “boa-administração”, buscando atuar com base nos valores da moral co-mum, isso é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A moralidade não é somente um princípio, mas também requisito de validade dos atos adminis-trativos.

d) Publicidade: a publicação dos atos da Adminis-tração promove maior transparência e garante eficácia erga omnes. Além disso, também diz res-peito ao direito fundamental que toda pessoa tem de obter acesso a informações de seu interesse pe-los órgãos estatais, salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco a vida dos particulares ou o próprio Estado, ou ainda que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos.

e) Eficiência: Implementado pela reforma adminis-trativa promovida pela Emenda Constitucional nº 19 de 1988, a eficiência se traduz na tarefa da Ad-ministração de alcançar os seus resultados de uma forma célere, promovendo melhor produtividade

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e rendimento, evitando gastos desnecessários no exercício de suas funções. A eficiência fez com que a Administração brasileira adquirisse caráter ger-encial, tendo maior preocupação na execução de serviços com perfeição ao invés de se preocupar com procedimentos e outras burocracias. A adoção da eficiência, todavia, não permite à Administração agir fora da lei, não se sobrepõe ao princípio da legalidade.

2. Princípios infraconstitucionais

Os princípios administrativos não se esgotam no âm-bito constitucional. Existem outros princípios cuja previsão não está disposta na Carta Magna, e sim na legislação in-fraconstitucional. É o caso do disposto no caput do artigo 2º da Lei nº 9.784/1999: “A Administração Pública obe-decerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, fina-lidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, mo-ralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”.

Convém, então, detalhar esses princípios de origem legal.

2.1 Princípio da autotutela

Alguns concursos utilizam também o nome “princí-pio da sindicabilidade” para designar a autotutela, que diz respeito ao controle interno que a Administração Pública exerce sobre os seus próprios atos. Isso signifi-ca que, havendo algum ato administrativo ilícito ou que seja inconveniente e contrário ao interesse público, não é necessária a intervenção judicial para que a própria Ad-ministração anule ou revogue esses atos.

Anulação é o procedimento que tem por ob-jetivo retirar um ato ilícito, por ser considera-do uma afronta a lei. A anulação possui efeito retroativo, ataca a validade do ato até o mo-mento da sua concepção (eficácia ex tunc). A revogação, por sua vez, é a forma de desfazer um ato válido, perfeito e legítimo, mas que por trazer certa inconveniência, não é mais útil ou oportuno. Não tem efeito retroativo, não podendo atingir as situações advindas antes da revogação (eficácia ex nunc).

#FicaDica

Não havendo necessidade de recorrer ao Poder Judi-ciário, quis o legislador que a Administração possa, dessa forma, promover maior celeridade na recomposição da ordem jurídica afetada pelo ato ilícito, e garantir maior proteção ao interesse público contra os atos inconve-nientes.

Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus próprios atos, quan-do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. A distinção feita pelo legislador é bastante oportuna: ele enfatiza a natureza vinculada do

ato anulatório, e a discricionariedade do ato revogatório. A Administração pode revogar os atos inconvenientes, mas tem o dever de anular os atos ilegais.

A autotutela também tem previsão em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346:

“A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”.

Súmula nº 473:

“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respei-tados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

A utilização do verbo “poder” nas duas súmulas está incorreta: o certo seria dizer que a Administração deve anular os seus próprios atos.

2.2 Princípio da supremacia do interesse público

Esse princípio advém da própria autotutela adminis-trativa. Diz respeito a atuação estatal que, quando age em vista de algum interesse imediato, o seu fim último deve ser sempre almejar o interesse público, que é a vontade de toda população brasileira, no seu coletivo. Para atin-gir os seus objetivos, a supremacia do interesse público garante diversas prerrogativas à Administração, de modo a facilitar a sua atuação, sobrepondo-se ao interesse dos particulares.

O interesse privado, por mais que seja protegido e tenha garantias jurídicas (sobretudo os direitos funda-mentais individuais, dispostos nos incisos do art. 5º da CF/1988), deve se submeter ao interesse coletivo. Exem-plificando: por mais que o direito à propriedade privada (interesse privado) deva ser protegido e amparado pela legislação, isso não impede que o Poder Público possa proibir a construção projetada em terreno onde se situa um prédio tombado. A preservação daquele local, como patrimônio histórico, é de interesse público.

2.3 Princípio da motivação

Também pode constar em outras obras como “princí-pio da obrigatória motivação”. Trata-se de uma técnica de controle dos atos administrativos, o qual impõe à Admi-nistração o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que justificam a prática daquele ato. A fundamen-tação da prática dos atos administrativos será sempre por escrito. Possui previsão no art. 50 da Lei nº 9.784/1999: “Os atos administrativos deverão ser motivados, com indi-cação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando (...)”; e também no art. 2º, par. único, VII, da mesma Lei: “Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão”. A motivação é uma decorrência natural do princípio da legalidade, pois a prática de um ato administrativo fundamentado, mas que não esteja previsto em lei, seria algo ilógico.

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Convém estabelecer a diferença entre motivo e mo-tivação. Motivo é o ato que autoriza a prática da medida administrativa, portanto, antecede o ato administrativo. A motivação, por sua vez, é o fundamento escrito, de fato ou de direito, que justifica a prática da referida medida. Exem-plo: na hipótese de alguém sofrer uma multa por ultrapas-sar limite de velocidade, a infração é o motivo (ultrapassa-gem do limite máximo de velocidade); já o documento de notificação da multa é a motivação. A multa seria, então, o ato administrativo em questão.

Quanto ao momento correto para sua apresentação, entende-se que a motivação pode ocorrer simultanea-mente, ou em um instante posterior a prática do ato (em respeito ao princípio da eficiência). A motivação intempes-tiva, isso é, aquela dada em um momento demasiadamen-te posterior, é causa de nulidade do ato administrativo.

2.4 Princípio da finalidade

Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único, II, da Lei nº 9.784/1999. “Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei”. O princípio da finalidade muito se assemelha ao da primazia do interesse público. O primeiro impõe que o Adminis-trador sempre aja em prol de uma finalidade específica, prevista em lei. Já o princípio da supremacia do interesse público diz respeito à sobreposição do interesse da co-letividade em relação ao interesse privado. A finalidade disposta em lei pode, por exemplo, ser justamente a pro-teção ao interesse público.

Com isso, fica bastante clara a ideia de que todo ato, além de ser devidamente motivado, possui um fim espe-cífico, com a devida previsão legal. O desvio de finalidade, ou desvio de poder, são defeitos que tornam nulo o ato praticado pelo Poder Público.

2.5 Princípio da razoabilidade

Agir com razoabilidade é decorrência da própria noção de competência. Todo poder tem suas correspondentes limitações. O Estado deve realizar suas funções com coe-rência, equilíbrio e bom senso. Não basta apenas atender à finalidade prevista na lei, mas é de igual importância o como ela será atingida. É uma decorrência lógica do prin-cípio da legalidade.

Dessa forma, os atos imoderados, abusivos, irracionais e incoerentes, são incompatíveis com o interesse públi-co, podendo ser anulados pelo Poder Judiciário ou pela própria entidade administrativa que praticou tal medida. Em termos práticos, a razoabilidade (ou falta dela) é mais aparente quando tenta coibir o excesso pelo exercício do poder disciplinar ou poder de polícia. Poder disciplinar traduz-se na prática de atos de controle exercidos contra seus próprios agentes, isso é, de destinação interna. Poder de polícia é o conjunto de atos praticados pelo Estado que tem por escopo limitar e condicionar o exercício de direi-tos individuais e o direito à propriedade privada.

2.6 Princípio da proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade tem similitudes com o princípio da razoabilidade. Há muitos autores, inclusive, que preferem unir os dois princípios em uma nomencla-tura só. De fato, a Administração Pública deve atentar-se a exageros no exercício de suas funções. A proporciona-lidade é um aspecto da razoabilidade voltado a controlar a justa medida na prática de atos administrativos. Busca evitar extremos e/ou exageros, pois podem ferir o inte-resse público.

Segundo o art. 2º, par. único, VI, da Lei nº 9.784/1999, deve o Administrador agir com “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente neces-sárias ao atendimento do interesse público”. Na prática, a proporcionalidade também encontra sua aplicação no exercício do poder disciplinar e do poder de polícia.

Esses não são os únicos princípios que regem as rela-ções da Administração Pública. Porém, escolhemos trazer com mais detalhes os princípios que julgamos ser mais característicos da Administração. Isso não quer dizer que outros princípios não possam ser estudados ou aplicados a esse ramo jurídico. A Administração também está sub-missa ao princípio da responsabilidade, ao princípio da segurança jurídica, ao princípio do contraditório e ampla defesa, ao princípio da isonomia, entre outros.

EXERCÍCIO COMENTADO1. (PC-PI – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – NUCEPE – 2018) A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalida-de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Aponte a alternativa incorreta.

a) A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo indeterminado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.

b) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

c) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

d) O direito de greve será exercido nos termos e nos limi-tes definidos em lei específica.

e) A lei reservará percentual dos cargos e empregos pú-blicos para as pessoas com deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

Resposta: Letra A. O erro encontra-se na palavra “in-determinado”: se a necessidade excepcional é tempo-rária, então o correto seria dizer que a contratação é por tempo determinado. O candidato deve estar bas-tante atento e fazer uma leitura minuciosa de cada alternativa para não cair nesse tipo de “pegadinha” muito comum em questões de múltipla escolha.

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Centralização, descentralização, concentração e desconcentração

Em linhas gerais, descentralização significa transferir a execução de um serviço público para terceiros que não se confundem com a Administração direta; centralização significa situar na Administração direta atividades que, em tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora dela; desconcentração significa transferir a execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da própria Administração; concentração significa manter a execução central ao chefe do Executivo em vez de atri-bui-la a outra autoridade da Administração direta.

Passemos a esmiuçar estes conceitos:

Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do Executivo, do poder de delegar certas atribuições que são de sua competência privativa. Neste sentido, o pre-visto na CF:

Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Re-pública poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Neste sentido:

Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos pú-blicos federais, na forma da lei; (apenas o provimen-to é delegável, não a extinção)

Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem opções de delegar parte de suas atribuições privativas para os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da Re-pública ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar com relação de hierarquia cada uma destas essencialidades dentro da estrutura organizada do Es-tado. Reforça-se, desconcentrar significa delegar com hierarquia, pois há uma relação de subordinação den-tro de uma estrutura centralizada, isto é, os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República e o Advogado--Geral da União respondem diretamente ao Presidente da República e, por isso, não possuem plena discricio-nariedade na prática dos atos administrativos que lhe foram delegados.

Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições privativas da Administração pública direta no âmbito mais central possível, isto é, diretamente pelo chefe do Poder Executivo, seja porque não são atribuições delegá-veis, seja porque se optou por não delegar.

Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da República:I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;VIII - celebrar tratados, convenções e atos interna-cionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;X - decretar e executar a intervenção federal;XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con-gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão le-gislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên-cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma-das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exér-cito e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territó-rios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Mi-nistros do Tribunal de Contas da União;XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangei-ra, autorizado pelo Congresso Nacional ou referenda-do por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;XXI - conferir condecorações e distinções honorífi-cas;XXII - permitir, nos casos previstos em lei complemen-tar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Consti-tuição;

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XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão le-gislativa, as contas referentes ao exercício anterior;XXV - prover e extinguir os cargos públicos fede-rais, na forma da lei;XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

Descentralizar envolve a delegação de interesses es-tatais para fora da estrutura da Administração direta, o que é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja, a atos administrativos que somente possam ser praticados pela Administração direta porque se referem a interesses estatais diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é uma delegação sem relação de hie-rarquia, pois é uma delegação de um ente para outro (não há subordinação nem mesmo quanto ao chefe do Executivo, há apenas uma espécie de tutela ou supervi-são por parte dos Ministérios – se trata de vínculo e não de subordinação).

Basicamente, se está diante de um conjunto de pes-soas jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para prestarem serviços de interesse do Estado. Possuem pa-trimônio próprio e são unidades orçamentárias autôno-mas. Ainda, exercem em nome próprio direitos e obriga-ções, respondendo pessoalmente por seus atos e danos.

Existem duas formas pelas quais o Estado pode efe-tuar a descentralização administrativa: outorga e dele-gação.

A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado serviço público e é conferida, em regra, por prazo indeter-minado. Isso é o que acontece quanto às entidades da Ad-ministração Indireta prestadoras de serviços públicos. Nes-te sentido, o Estado descentraliza a prestação dos serviços, outorgando-os a outras entidades criadas para prestá-los, as quais podem tomar a forma de autarquias, empresas pú-blicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

A delegação ocorre quando o Estado transfere, por con-trato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, para que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado. A delegação é geralmente efetivada por prazo determina-do. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de concessão ou nos atos de permissão, pelos quais o Estado transfere aos concessionários e aos permissionários apenas a execução temporária de determinado serviço.

Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis-tração direta o desempenho de funções administrativas de interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser atri-buídos a entes de fora da Administração por outorga ou delegação.

#FicaDicaTodos envolvem transferência na execução de serviços:Descentralização – da Administração para terceiros;Centralização – de terceiros para a Administração;Desconcentração – de um órgão central para outro na Administração;Concentração – de um órgão na Administração para o órgão central.Descentralização e centralização são movimentos externos, desconcentração e concentração são movimentos internos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS1. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVI-ÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Conforme o Decreto nº 7.556/2011, o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidade promover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência social, assegurando agilidade e comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social.Considerando essa informação, julgue o item seguinte acer-ca da administração direta e indireta.Os institutos da desconcentração e da descentralização, essenciais à organização e repartição de competências da administração pública podem ser exemplificados, res-pectivamente, pela relação entre o MPS e a União e pela vinculação entre o INSS e o MPS.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. A desconcentração é um processo de delegação de tarefas a outro órgão público que perten-ce à administração direta, por exemplo, a Presidência da República confere competências a um Ministério – é o caso da relação entre o MPS – Ministério da Previdência Social e a União. A descentralização é um processo de delegação externo, transferindo-se competências a uma entidade que não faz parte da administração direta, por exemplo, de um Ministério para uma autarquia ou fun-dação pública – é o caso da relação entre o MPS – Mi-nistério da Previdência Social e o INSS, autarquia federal.

2. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – SERVI-ÇO SOCIAL – CESPE – 2016) Conforme o Decreto nº 7.556/2011, o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidade promover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência social, assegurando agilidade e como-didade aos seus usuários e ampliação do controle social.Considerando essa informação, julgue o item seguinte, acerca da administração direta e indireta.O INSS integra a administração direta do governo fede-ral, uma vez que esse instituto é uma autarquia federal vinculada ao MPS.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Errado.lNa qualidade de autarquia federal, o INSS pertence à administração indireta. O Decreto--lei nº 200/1.967 ao caracterizar autarquia consignou ser ela “o serviço autônomo, criado por lei, com perso-nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, ges-tão administrativa e financeira descentralizada”. Sen-do autônomo, não poderia estar vinculado à adminis-tração direta.

3. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CES-PE – 2010) A respeito da administração pública, julgue os itens subsequentes.O INSS está inserido na administração direta do Estado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O INSS é uma autarquia federal e, como tal, pertence à administração indireta federal (art. 4º, II, a, Decreto-Lei nº 200/1967).

4. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – CESPE – 2010) Acerca da organização administrativa da União, julgue os itens que se seguem.Às autarquias não deve ser outorgado serviço público típico.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Uma das características da autar-quia é o desempenho de serviço típico do Estado. Neste sentido, atividades próprias do Estado como é o caso de fiscalização, regulação e exercício do poder de polícia, ou mesmo previdência ou assistência social (a exemplo do INSS), podem ser desempenhadas por autarquia.

5. (PGM - AM - PROCURADOR DO MUNICÍPIO - CESPE/2018) Acerca dos instrumentos jurídicos que podem ser celebrados pela administração pública para a realização de serviços públicos, julgue o item a seguir. A União poderá celebrar convênio com consórcio públi-co constituído por municípios para viabilizar a descen-tralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas na área da educação fundamental.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Pelo instrumento utilizado – convê-nio ou consórcio público – já cabe determinar que se trata de um movimento externo (descentralização ou centralização). Se for de dentro da Administração para fora, é descentralização, pois sai da autoridade central da Administração para um terceiro. Assim, o exemplo descreve corretamente a descentralização.

6. (STM - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINIS-TRATIVA - CESPE/2018) A respeito dos princípios da administração pública, de noções de organização admi-nistrativa e da administração direta e indireta, julgue o item que se segue.A descentralização administrativa consiste na distribui-ção interna de competências agrupadas em unidades individualizadas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Quando a distribuição se dá de forma interna, fala-se em concentração (de um órgão fragmentário para o central) ou em desconcentração (de um órgão central para unidades individualizadas, como é o caso do exemplo). A descentralização é um movimento externo, de dentro da Administração para terceiro, externo à estrutura administrativa.

7. (CGM DE JOÃO PESSOA/PB - CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGOS: 1, 2 E 3 - CESPE/2018) A res-peito da organização e dos poderes da administração pública, julgue o próximo item. A criação de secretaria municipal de defesa do meio am-biente por prefeito municipal configura caso de descon-centração administrativa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. A secretaria municipal seria um ór-gão interno que desempenharia atribuições que pode-riam ser exercidas pelo órgão central, a prefeitura. No caso, para melhor desempenhar as funções, a Prefeitu-ra transferiu o exercício de funções para a Secretaria, um movimento interno, caracterizando desconcentra-ção.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

Administração Direta

Administração Pública direta é aquela formada pelos entes integrantes da federação e seus respectivos ór-gãos. Os entes políticos são a União, os Estados, o Dis-trito Federal e os Municípios. À exceção da União, que é dotada de soberania, todos os demais são dotados de autonomia.

Dispõe o Decreto nº 200/1967:

Art. 4° A Administração Federal compreende:I - A Administração Direta, que se constitui dos servi-ços integrados na estrutura administrativa da Presi-dência da República e dos Ministérios.

A administração direta é formada por um conjunto de núcleos de competências administrativas, os quais já fo-ram tidos como representantes do poder central (teoria da representação) e como mandatários do poder central (teoria do mandato).

Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, segundo a qual os órgãos e agentes são apenas núcleos administrativos criados e extintos exclusivamente por lei,

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LEGISLAÇÃO APLICADA AOS SERVIDORES DA ADASA

ÍNDICE

Lei Federal no 8.078/ 1.990 - Código de Defesa do Consumidor e suas alterações..................................................... 01Lei Distrital no 4.285/2.008 - Reestruturação da ADASA......................................................................................................... 06Lei Orgânica do Distrito Federal e suas alterações.................................................................................................................... 12Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, recepcionada no GDF pela Lei nº 197, de 4 de dezembro de 1991... 31

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LEI FEDERAL NO 8.078/ 1.990 - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E SUAS ALTERAÇÕES

LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que ad-quire ou utiliza produto ou serviço como destinatário fi-nal.

Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-ções de consumo.

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de pro-dução, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de na-tureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumi-dores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e har-monia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;II - ação governamental no sentido de proteger efeti-vamente o consumidor:a) por iniciativa direta;b) por incentivos à criação e desenvolvimento de asso-ciações representativas;c) pela presença do Estado no mercado de consumo;d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimen-to econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;IV - educação e informação de fornecedores e consu-midores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alter-nativos de solução de conflitos de consumo;VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a con-corrência desleal e utilização indevida de inventos e

criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes ins-trumentos, entre outros:

I - manutenção de assistência jurídica, integral e gra-tuita para o consumidor carente;II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimen-to das Associações de Defesa do Consumidor.São direitos básicos do consumidor:I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;II - a educação e divulgação sobre o consumo adequa-do dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;III - a informação adequada e clara sobre os diferen-tes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abu-siva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;V - a modificação das cláusulas contratuais que esta-beleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem ex-cessivamente onerosas;VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patri-moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, as-segurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pro-cesso civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi-cos em geral.

Os direitos aqui estudados não excluem outros de-correntes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil é signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades adminis-trativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equi-dade.

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O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

- a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

- a restituição imediata da quantia paga, monetaria-mente atualizada, sem prejuízo de eventuais per-das e danos;

- o abatimento proporcional do preço.

A reexecução dos serviços poderá ser confiada a ter-ceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.

No fornecimento de serviços que tenham por obje-tivo a reparação de qualquer produto será considerada implícita a obrigação do fornecedor de empregar com-ponentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.

Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, conces-sionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurí-dicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos cau-sados, na forma prevista no Código de Defesa do Con-sumidor.

A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qua-lidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.

A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração con-tratual do fornecedor.

É vedada a estipulação contratual de cláusula que im-possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.

Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.

Sendo o dano causado por componente ou peça in-corporada ao produto ou serviço, são responsáveis soli-dários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.

O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:

- trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;

- noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi-ço e de produtos duráveis.

Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.

Obstam a decadência:- a reclamação comprovadamente formulada pelo

consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;

- a instauração de inquérito civil, até seu encerramen-to.

Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini-cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pe-los danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conheci-mento do dano e de sua autoria.

O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou con-trato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerra-mento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsá-veis pelas obrigações decorrentes do Código de Defesa do Consumido.

As sociedades consorciadas são solidariamente res-ponsáveis pelas obrigações decorrentes do Código de Defesa do Consumidor.

As sociedades coligadas só responderão por culpa.Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídi-

ca sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

Vamos estudar agora as práticas comerciais.Toda informação ou publicidade, suficientemente

precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de co-municação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicu-lar ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas caracterís-ticas, qualidades, quantidade, composição, preço, garan-tia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e seguran-ça dos consumidores.

Em caso de oferta ou venda por telefone ou reem-bolso postal, deve constar o nome do fabricante e ende-reço na embalagem, publicidade e em todos os impres-sos utilizados na transação comercial.

É proibida a publicidade de bens e serviços por tele-fone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina.

O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou represen-tantes autônomos.

Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum-primento à oferta, apresentação ou publicidade, o con-sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

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- exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter-mos da oferta, apresentação ou publicidade;

- aceitar outro produto ou prestação de serviço equi-valente;

- rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetaria-mente atualizada, e a perdas e danos.

A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.

O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e cien-tíficos que dão sustentação à mensagem.

É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.É enganosa qualquer modalidade de informação ou

comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcial-mente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a res-peito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

Para os efeitos do Código de Defesa do Consumidor, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.

O ônus da prova da veracidade e correção da infor-mação ou comunicação publicitária cabe a quem as pa-trocina.

Sobre as práticas abusivas, é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

- condicionar o fornecimento de produto ou de ser-viço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

- recusar atendimento às demandas dos consumido-res, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;

- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;

- prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consu-midor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci-mento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

- exigir do consumidor vantagem manifestamente ex-cessiva;

- executar serviços sem a prévia elaboração de or-çamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

- repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

- colocar, no mercado de consumo, qualquer produ-to ou serviço em desacordo com as normas ex-pedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrolo-gia, Normalização e Qualidade Industrial (Conme-tro);

- recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los me-diante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;

- elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser-viços;

- deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo ini-cial a seu exclusivo critério;

- aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do le-gal ou contratualmente estabelecido;

- permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de consumi-dores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.

O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.

Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-mento pelo consumidor.

Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado me-diante livre negociação das partes.

O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

No caso de fornecimento de produtos ou de servi-ços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites ofi-ciais sob pena de não o fazendo, responderem pela resti-tuição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras san-ções cabíveis.

No que se refere a cobrança de dívida, o Código de Defesa do Consumidor diz que, na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

O consumidor cobrado em quantia indevida tem di-reito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pes-soas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço cor-respondente.

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O consumidor terá acesso às informações existen-tes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.

Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negati-vas referentes a período superior a cinco anos.

A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-soais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata cor-reção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das in-formações incorretas.

Os bancos de dados e cadastros relativos a consumi-dores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

Consumada a prescrição relativa à cobrança de débi-tos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respecti-vos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informa-ções que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

Todas essas informações devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com de-ficiência, mediante solicitação do consumidor.

Os órgãos públicos de defesa do consumidor mante-rão cadastros atualizados de reclamações fundamenta-das contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado.

O Código de Defesa do Consumidor trata também dos contratos.

Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redi-gidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

As cláusulas contratuais serão interpretadas de ma-neira mais favorável ao consumidor.

As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica.

O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebi-mento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.

A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.

O termo de garantia ou equivalente deve ser padro-nizado e esclarecer, de maneira adequada em que con-siste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamen-

te preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.

Cuidado com as cláusulas abusivas!São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas

contratuais relativas ao fornecimento de produtos e ser-viços que:

- impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

- subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos no Código de Defesa do Consumidor;

- transfiram responsabilidades a terceiros;- estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abu-

sivas, que coloquem o consumidor em desvan-tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;

- estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;

- determinem a utilização compulsória de arbitragem;- imponham representante para concluir ou realizar

outro negócio jurídico pelo consumidor;- deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o

contrato, embora obrigando o consumidor;- permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,

variação do preço de maneira unilateral;- autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unila-

teralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

- obriguem o consumidor a ressarcir os custos de co-brança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;

- autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;

- infrinjam ou possibilitem a violação de normas am-bientais;

- estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;

- possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.

Presume-se exagerada, entre outros casos, a vanta-gem que:

- ofende os princípios fundamentais do sistema jurí-dico a que pertence;

- restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

- se mostra excessivamente onerosa para o consu-midor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circuns-tâncias peculiares ao caso.

A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, ape-sar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

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É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláu-sula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

No fornecimento de produtos ou serviços que envol-va outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisi-tos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:

- preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;

- montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;

- acréscimos legalmente previstos;- número e periodicidade das prestações;- soma total a pagar, com e sem financiamento.

As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superior a dois por cento do valor da prestação.

É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução pro-porcional dos juros e demais acréscimos.

Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó-veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os pre-juízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.

Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional.

Os contratos de adesão também são protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor.

Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabe-lecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modi-ficar substancialmente seu conteúdo.

A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.

Nos contratos de adesão admite-se cláusula reso-lutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.

Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.

As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permi-tindo sua imediata e fácil compreensão.

E quais são as sanções administrativas previstas no Código de Defesa do Consumidor?

A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-pios fiscalizarão e controlarão a produção, industrializa-ção, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem--estar do consumidor, baixando as normas que se fize-rem necessárias.

Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanen-tes para elaboração, revisão e atualização das normas de proteção ao consumidor, sendo obrigatória a participa-ção dos consumidores e fornecedores.

Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.

As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções ad-ministrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

- multa;- apreensão do produto;- inutilização do produto;- cassação do registro do produto junto ao órgão

competente;- proibição de fabricação do produto;- suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;- suspensão temporária de atividade;- revogação de concessão ou permissão de uso;- cassação de licença do estabelecimento ou de ati-

vidade;- interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de

obra ou de atividade;- intervenção administrativa;- imposição de contrapropaganda.As sanções previstas serão aplicadas pela autoridade

administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida caute-lar, antecedente ou incidente de procedimento adminis-trativo.

A pena de multa, graduada de acordo com a gravi-dade da infração, a vantagem auferida e a condição eco-nômica do fornecedor, será aplicada mediante procedi-mento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou munici-pais de proteção ao consumidor nos demais casos.

A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que ve-nha a substituí-lo.

As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do re-gistro do produto e revogação da concessão ou permis-são de uso serão aplicadas pela administração, mediante

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procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.

As penas de cassação de alvará de licença, de interdi-ção e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.

A pena de cassação da concessão será aplicada à con-cessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.

A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da ati-vidade.

Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposi-ção de penalidade administrativa, não haverá reincidên-cia até o trânsito em julgado da sentença.

A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva.

A contrapropaganda será divulgada pelo responsá-vel da mesma forma, frequência e dimensão e, preferen-cialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade en-ganosa ou abusiva.

LEI DISTRITAL NO 4.285/2.008 - REESTRUTURAÇÃO DA ADASA

A Lei Distrital nº 4.285, de 20 de dezembro de 2011, é a lei que Reestrutura a Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA/DF, dispõe sobre recursos hídricos e serviços públicos no Distrito Federal.

Conhecer o texto da referida legislação é essencial para qualquer concursando que deseja atuar no Distri-to Federal. Uma leitura da referida lei, na sua íntegra, é altamente recomendada. Porém, vamos apenas indicar os principais pontos e matérias abordadas pela lei, em tópicos.

ADASA: ESTRUTURAÇÃO, NATUREZA JURÍDICA E FINALIDADE BÁSICA

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Sanea-mento Básico do Distrito Federal – ADASA, é autarquia dotada de regime especial e personalidade jurídica de direito público, com autonomia patrimonial, administra-tiva e financeira, prazo de duração indeterminado, sede e foro em Brasília (artigo 1º, § 1º).

A ADASA difere-se das demais autarquias pelo fato de que possui regime especial, caracterizado sobretudo por mandato fixo e não coincidente de seus diretores, independência decisória, diretoria organizada em forma de colegiado, instância administrativa final.

Tem como missão institucional a regulação dos usos das águas e dos serviços públicos desse ente federado, com intuito de promover a gestão sustentável dos re-cursos hídricos e a qualidade dos serviços de energia e saneamento básico em benefício de sua sociedade.

Sua área de competência abrange, nos termos do ar-tigo 5º: I - recursos hídricos, compreendidos os diversos usos da água; II – saneamento básico, entendido como o conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; d) drenagem e manejo de águas plu-viais urbanas; III – gás canalizado; IV – as de competência originária federal em: a) serviços e instalações de energia elétrica; b) petróleo e seus derivados, biocombustíveis, álcool combustível, gás veicular e distribuição de lubri-ficantes.

O artigo 6º, por sua vez, dispõe sobre os objetivos fundamentais da ADASA:

I) preservar os objetivos da Política de Recursos Hídri-cos do Distrito Federal, instituída pela Lei nº 2.725, de 13 de junho de 2001, que são: a) assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibi-lidade de água, em padrões de qualidade e quan-tidade adequados aos respectivos usos; b) promo-ver a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, com vista ao desenvolvimento humano sustentável; c) implementar a prevenção e a defe-sa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos re-cursos naturais; d) buscar o aumento das disponi-bilidades líquidas de recursos hídricos;

II) estimular a eficiência econômica dos serviços e as-segurar a modicidade tarifária para os usuários ou consumidores, com eqüidade social;

III) buscar a universalização, a sustentabilidade téc-nico-econômica dos serviços e sua continuidade;

IV) proteger a qualidade e controlar os padrões dos serviços;

V) estabelecer canais para atender eventuais queixas dos usuários, consumidores ou prestadores de ser-viços e dirimir conflitos entre esses e deles com a própria Agência;

VI) estimular a inovação, a padronização tecnológica e a compatibilização dos equipamentos;

VII) estimular a operação eficiente e a alocação eficaz de investimentos;

VIII) minimizar os custos de intervenção regulatória com a máxima transparência das decisões toma-das;

IV) zelar pelo cumprimento da legislação de defesa da concorrência, monitorando e acompanhando as práticas de mercado dos agentes prestadores dos serviços públicos;

X) promover a participação do cidadão no processo decisório da Agência.

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COMPETÊNCIAS DA ADASA:

A referida Lei Distrital divide as atribuições da ADASA em competências gerais e competências especiais.

As competências gerais estão dispostas no arti-go 7º, costumam ser exigidas a memorização de alguns dispositivos, in verbis:

Art. 7º Compete à ADASA:I – cumprir e zelar pelo fiel cumprimento da legislação e dos contratos, atos e termos de delegação de servi-ços, bem como instruir concessionários, permissioná-rios, autorizados, demais prestadores de serviços, usu-ários e consumidores sobre seus direitos e obrigações regulamentares e contratuais;II – exercer o poder de polícia em relação à prestação dos serviços regulados, na forma das leis, regulamen-tos, contratos, atos e termos administrativos pertinen-tes;III – expedir normas, resoluções, instruções, portarias, firmar termos de ajustamento de conduta, por inicia-tiva própria ou quando instada por conflito de inte-resses;IV – expedir os atos regulatórios da legislação superior relacionada às suas áreas de competência;V – celebrar os contratos de concessão e permissão outorgadas na forma da lei, bem como outorgar au-torização, licença e demais atos e termos administra-tivos necessários aos usos de recursos hídricos e aos serviços, em conformidade com a legislação vigente;VI – fiscalizar os serviços regulados, especialmente quanto a seus aspectos técnicos, econômicos, finan-ceiros, contábeis, jurídicos e ambientais, nos limites estabelecidos em normas legais e regulamentares ; VII – promover a qualidade e a eficiência dos serviços, bem como estimular a expansão dos respectivos siste-mas, visando ao atendimento das necessidades atuais e emergentes e à universalização dos serviços aos usu-ários ou consumidores;VIII – estabelecer os padrões de qualidade para a pres-tação dos serviços regulados, observado o disposto nas normas legais e regulamentares pertinentes;IX – emitir normas objetivando a melhoria da presta-ção dos serviços, a redução dos seus custos, a seguran-ça de suas instalações e o atendimento aos usuários ou consumidores;X – analisar os custos e o desempenho econômico--financeiro relacionado com a prestação dos serviços regulados, para verificação da modicidade das tarifas e estruturas tarifárias;XI – regulamentar, fixar e fiscalizar as tarifas dos servi-ços públicos regulados, bem como oferecer propostas e contribuições sobre pedidos de fixação, revisão ou reajuste de tarifas dos serviços públicos de competên-cia que lhe tenham sido delegados;XII – fiscalizar as instalações físicas dos prestadores dos serviços objetivando verificar o estado de con-servação e operacionalização delas para atendimen-to dos padrões de qualidade definidos, identificando eventuais desconformidades e estabelecendo as medi-das corretivas necessárias;

XIII – corrigir os efeitos da competição imperfeita e proteger os usuários contra o abuso de poder econô-mico que vise à dominação dos serviços, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros;XIV – dirimir administrativamente, decidindo com for-ça terminativa, nos limites de sua competência, con-flitos de interesse decorrentes da legislação aplicável ou de contratos ou termos de delegação de serviços;XV – dirimir conflitos entre os prestadores dos serviços públicos e entre esses e os usuários ou consumidores dos serviços;XVI – convocar audiência pública para tratar de as-suntos de relevante interesse público relacionados com os usos de recursos hídricos e a prestação de ser-viços de sua competência reguladora;XVII – emitir atos prévios e editais, realizar e homolo-gar licitações, adjudicar o resultado aos vencedores e eventualmente anular o certame por interesse público, com o objetivo de satisfazer requisitos legais na outor-ga de serviços públicos;XVIII – celebrar convênio ou contrato visando à as-sunção de atividades de regulação sobre a prestação de serviço público constitucionalmente atribuído à União, Estados e Municípios;XIX – apurar infrações a normas legais e a contratos e termos de concessão, permissão, autorização, licen-ça, entre outros, e aplicar as respectivas penalidades aos prestadores de serviços públicos e a usuários ou consumidores, na forma das normas legais, contratos, atos e termos, bem como acompanhar o recolhimento das multas;XX – disciplinar de forma complementar os procedi-mentos relativos à imputação de sanções e penalida-des que objetivem dar eficácia à fiscalização dos ser-viços, inclusive determinando a inscrição das multas não pagas e legalmente atribuídas no rol da dívida ativa própria da Agência;XXI – intervir na forma da lei ou recomendar à au-toridade competente que proceda à intervenção nos serviços públicos delegados;XXII – recomendar à autoridade competente a extin-ção ou rescisão dos contratos de concessão e permis-são e revogar atos e termos administrativos, quando o interesse público assim o exigir, nos casos previstos nesta e demais leis, na forma do contrato quando houver; XXIII – declarar de utilidade pública os bens neces-sários à execução do serviço público regulado, pro-movendo as desapropriações mediante outorga de poderes aos prestadores dos serviços, sendo destes a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;XXIV – declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, os bens necessários à execução do serviço público regu-lado, promovendo-a mediante outorga de poderes aos prestadores dos serviços, sendo destes a responsabili-dade pelas indenizações cabíveis;XXV – contratar com entidades públicas ou privadas serviços técnicos, vistorias, perícias, auditorias e quais-quer outros necessários ao desenvolvimento de suas atividades, inclusive as de suporte à fiscalização;

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XXVI – representar o Distrito Federal junto a organis-mos nacionais e internacionais sobre assuntos corre-latos de sua competência;XXVII – participar do intercâmbio com entidades na-cionais e internacionais relacionadas a assuntos de sua competência;XXVIII – celebrar convênios e contratos com órgãos e entidades internacionais, federais, estaduais, distritais e municipais e com pessoas jurídicas de direito privado sobre assuntos de sua competência;XXIX – assegurar o cumprimento de suas decisões administrativas por parte dos agentes prestadores de serviços, usuários e consumidores, inclusive mediante imposição de penalidades previstas nas leis, regula-mentos, contratos ou atos de outorga;XXX – propor ao Poder Executivo a instituição, por meio de lei, de subsídios tarifários aos consumidores de baixa renda, em serviços públicos de sua compe-tência;XXXI – exercer outras funções correlatas à sua finali-dade básica a serem dispostas no regimento interno.

Para bem realizar suas competências, a ADASA deverá articular-se junto aos órgãos e entidades de defesa da concorrência, sobretudo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, assim como àqueles de defe-sa do consumidor, especialmente o Procon/DF.

As competências especiais são, como o próprio nome diz, mais específicas, voltadas a uma matéria determina-da.

As competências sobre recursos hídricos estão dis-postas no artigo 8º, dentre as quais destaca-se: I – dis-ciplinar, em caráter normativo, a implementação, opera-cionalização, controle e avaliação dos instrumentos da política de recursos hídricos; II – outorgar o direito de uso de recursos hídricos, observado o disposto na legislação e nos planos distritais de recursos hídricos; III – regula-mentar, fiscalizar e controlar com poder de polícia o uso qualitativo e quantitativo dos recursos hídricos; (...)VI – elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho de Recursos Hídricos do Distrito Federal, das faixas de valores a serem cobrados pelo uso qualitativo e quantitativo dos recursos hídricos, com base nos meca-nismos e quantidades sugeridos pelo respectivo comitê de bacia hidrográfica, se houver, e estabelecer os valores específicos nos momentos das respectivas outorgas; VII – planejar e promover ações destinadas a prevenir ou mi-nimizar os efeitos das secas e inundações, em articulação com os órgãos de defesa civil e com a Agência Nacional de Águas – ANA; (...) IX – realizar e promover a elabora-ção de estudos para subsidiar a aplicação de recursos financeiros do Distrito Federal em obras e serviços de re-gularização de cursos de água e de controle de poluição hídrica, em consonância com o estabelecido nos planos distritais de recursos hídricos e naqueles das respectivas bacias hidrográficas; X – arrecadar e despender no que for próprio os recursos advindos da cobrança pelo uso de recursos hídricos, na forma prevista nos arts. 19 a 21 da Lei nº 2.725, de 13 de junho de 2001; (...)XIV – instalar, operar e manter a rede hidrometeorológica do Distrito Federal, promover e coordenar suas atividades, em har-monia e cooperação com os órgãos e entidades públicas

e privadas que a compõem ou a utilizem, e integrá-la à rede hidrometeorológica nacional; XV – organizar, im-plantar e gerir o Sistema de Informação de Recursos Hí-dricos do Distrito Federal – SIR, integrando-o ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos; entre outras.

No que diz respeito aos serviços de saneamento básico, compete à ADASA, segundo o artigo 9º: I – dis-ciplinar, em caráter normativo, a implementação, ope-racionalização, controle e avaliação dos instrumentos da política de saneamento básico do Distrito Federal; II – acompanhar e contribuir para a elaboração dos planos de saneamento básico do Distrito Federal e do Plano Na-cional de Saneamento Básico – PNSB; III – realizar ou pro-mover a elaboração de estudos para subsidiar a aplica-ção de recursos financeiros do Distrito Federal em obras e serviços de controle de poluição hídrica; IV – contribuir para a elaboração da política pública de saneamento bá-sico do Distrito Federal; V – adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclu-sive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água; VI – disponibilizar esta-tísticas, indicadores e outras informações relevantes para a caracterização da demanda e da oferta de serviços de saneamento básico; VII – organizar, implantar e coorde-nar o sistema de informações sobre os serviços de sa-neamento básico no Distrito Federal, em articulação com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento; e VIII – participar do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico – SINISA.

As competências para serviço de gás canalizado estão dispostas no artigo 10, dentre as quais destaca-se: I – exercer a regulamentação, fiscalização, ouvidoria, diri-mição de conflitos e sanção administrativa na prestação dos serviços, com amplo e irrestrito acesso aos dados e informações técnicas, econômicas, contábeis, financeiras e quaisquer outras relativas à distribuição de gás canali-zado; II – celebrar e rescindir contratos de concessão de serviços de distribuição de gás canalizado; III – elaborar e aplicar metodologias que proporcionem a modicidade das tarifas de distribuição de gás canalizado; e IV – esta-belecer e controlar as tarifas e acompanhar preços dos serviços de distribuição de gás canalizado.

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL

1. Composição e estrutura

Em relação a estrutura, a ADASA é composto pelos seguintes órgãos (artigo 15): I – Diretoria Colegiada; II – Ouvidor; III – Secretaria Geral; IV – Serviço Jurídico; V – Superintendências.

A ADASA é dirigida pela Diretoria Colegiada, com-posta de quatro diretores com solidariedade de res-ponsabilidades, sendo um deles o Diretor Presidente, nomeados pelo Governador do Distrito Federal, com mandatos não coincidentes de cinco anos, admitida uma única recondução. Os diretores terão seus nomes pre-viamente indicados pelo Governador do Distrito Federal para a argüição pública e aprovação da Câmara Legisla-tiva do Distrito Federal, inclusive no caso de recondução (artigo 16 e § 1º).

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A Diretoria possui atribuições próprias, dispostas no artigo 17, dentre elas destacamos: I – cumprir e fazer cumprir as normas legais e regulamentares relativas às áreas de competência da Agência; II – solucionar, como instância administrativa recursal, litígios relacionados ao uso dos recursos hídricos de domínio do Distrito Federal, ouvidos os respectivos comitês de bacias, quando hou-ver, e arbitrar os litígios propostos pelos interessados; III – examinar e decidir como instância administrativa final os demais assuntos relacionados às áreas de competên-cia da Agência, bem como os que dispuserem de forma especial esta Lei e o regimento interno, salvo nos casos de delegação de competências de outros entes federa-dos se assim dispuser o convênio ou contrato; IV – solu-cionar, como instância administrativa final, conflitos rela-cionados às áreas de competência originária da Agência e de competência delegada por outros entes federados se assim dispuser o convênio ou contrato, ouvidos os res-pectivos envolvidos, e arbitrar os litígios propostos pelos interessados; V – aprovar previamente atos de caráter normativo em matérias de competência da ADASA; (...) XII – elaborar proposta de orçamento anual da ADASA e enviá-la ao órgão competente do Governo do Distrito Federal; e XIII – exercer a última instância administrativa quanto a penalidades aplicadas pela fiscalização a admi-nistrados e quanto a recursos sobre matérias de natureza interna, inclusive sanções disciplinares a servidores da autarquia.

A ADASA terá um Ouvidor, que atuará junto à Dire-toria Colegiada sem subordinação hierárquica e exercerá as suas atribuições sem acumulação com outras funções, com mandato de dois anos, admitida uma recondução.

Compete ao Ouvidor, nos termos do artigo 25: I – zelar pela qualidade dos serviços prestados aos usuá-rios e consumidores de serviços públicos das áreas de competência da Agência; II – zelar pela qualidade das atividades da Agência executadas em relação aos agen-tes prestadores de serviços públicos, a seus usuários e consumidores e a administrados de modo geral, inclusive aos usuários de recursos hídricos; III – zelar pela solução das reclamações dos usuários, inclusive de recursos hí-dricos, consumidores e administrados, no que se refere aos serviços públicos e demais assuntos decorrentes das competências da ADASA; IV – apurar e solucionar as re-clamações dos usuários, inclusive de recursos hídricos, e dos consumidores de serviços públicos de competência da Agência, bem como dos administrados, quanto às pe-nalidades aplicadas por sua fiscalização; e V – conciliar os conflitos e litígios existentes de toda ordem entre usuá-rios, consumidores, administrados e prestadores de ser-viços públicos de competência da autarquia, assim como encaminhar a solução aceita pelos envolvidos.

O Ouvidor terá acesso a todos os processos da Agên-cia e contará com o apoio administrativo de que neces-sitar, cabendo-lhe também produzir, semestralmente e quando julgar oportuno, relatórios sobre a atuação da Agência.

A ADASA também conta com uma Secretaria Geral, a qual compete prestar apoio técnico e administrativo à Diretoria Colegiada na organização, condução e relatoria das reuniões e audiências e consultas públicas de incum-

bência deste órgão colegiado, incluindo a elaboração do relatório anual de prestação de contas das atividades da Agência (artigo 26).

A referida Lei também faz maiores menções aos Ser-viços Jurídicos em seu artigo 27, que possui a função de consultoria jurídica e a representação judicial da Agên-cia, devendo sua atuação estar em conformidade com as orientações normativas da Procuradoria-Geral do Distri-to Federal.

2. Controle social e de gestão

Por ser uma pessoa jurídica de direito público, a ADA-SA também tem os deveres de prestar contas e possuir recursos para o controle dos atos que ela mesma pratica.

Para propiciar a devida transparência, as decisões da Diretoria Colegiada da ADASA deverão ser submetidas a acompanhamento permanente dos segmentos orga-nizados da sociedade civil, por meio de realização prévia de audiências públicas, sempre que matérias relevantes de interesse público de sua competência estiverem por ser decididas, por iniciativa própria ou mediante requeri-mento de entidades interessadas e requerimento popu-lar (artigo 28).

As tomada de decisão, as minutas e propostas de al-terações de normas legais, de atos normativos e de deci-sões da Diretoria Colegiada cuja matéria seja de interesse geral dos agentes econômicos, dos usuários ou consu-midores de serviços públicos e dos usuários de recursos hídricos poderão ser analisadas mediante requerimento de consultas públicas.

3. Patrimônio e receitas

O controle financeiro da ADASA também é relevan-te, uma vez que ela obedece a princípios orçamentários, sempre buscando um equilíbrio entre as receitas e as despesas. Compõem o patrimônio da ADASA os bens e direitos de sua propriedade e os que lhe forem conferi-dos, ou que venha a adquirir ou incorporar.

Os recursos provenientes de receitas da ADASA fica-rão à disposição da autarquia na conta corrente específi-ca de sua titularidade, aberta em banco estatal, enquanto não forem destinados para as respectivas programações (art. 34).

As receitas da ADASA estão dispostas nos incisos do artigo 33, in verbis:

Art. 33. Constituem receitas da ADASA:I – os recursos oriundos da cobrança da Taxa de Fisca-lização dos Usos dos Recursos Hídricos – TFU, de do-mínio do Distrito Federal, ou de domínios da União, ou de Estados delegados ao Distrito Federal, criada pela Lei Complementar nº 711, de 13 de setembro de 2005;II – 10% (dez por cento) dos recursos financeiros de-correntes da cobrança pelo uso de recursos hídricos que seja de sua competência outorgar;III – os recursos oriundos da cobrança da Taxa de Fis-calização sobre Serviços Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário – TFS, no Distrito Federal, criada pela Lei Complementar nº 711, de 13 de setembro de 2005;

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IV – os recursos que lhe forem transferidos em decor-rência de dotações ordinárias e créditos adicionais no orçamento anual do Distrito Federal e de outros entes federados, inclusive da União;V – os recursos que lhe forem transferidos em decor-rência de dotações ordinárias e créditos adicionais no orçamento anual do Distrito Federal e de outros entes federados, inclusive da União, relacionados à regula-ção do serviço público de drenagem urbana e manejo de águas pluviais;VI – os recursos recebidos pelo Distrito Federal relati-vos aos royalties de Itaipu e à compensação financeira pela inundação de áreas para aproveitamentos hidre-létricos;VII – os recursos oriundos de 3% (três por cento) da arrecadação anual da Taxa de Limpeza Pública – TLP, instituída pela Lei nº 6.945, de 14 de setembro de 1981, com as alterações seguintes;VIII – os recursos arrecadados anualmente da taxa de fiscalização dos serviços de distribuição de gás cana-lizado no Distrito Federal, nos termos de lei comple-mentar;IX – os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entes federados, órgãos, entidades, organismos ou empresas nacionais ou in-ternacionais;X – as doações, legados e outros recursos que lhe fo-rem destinados;XI – o produto da venda de publicações, material téc-nico, dados e informações, inclusive para fins de licita-ção pública ou concurso público;XII – o produto resultante da arrecadação de multas aplicadas pela ADASA em decorrência de ações de fis-calização dos usos de recursos hídricos e de serviços de sua competência originária ou que lhe forem delega-dos nos termos do contrato ou convênio de delegação de atividades;XIII – os valores apurados com a venda de bens mó-veis e imóveis legalmente desafetados, ou aluguel ou arrendamento de bens móveis e imóveis de sua pro-priedade;XIV – o produto da alienação de bens, objetos e ins-trumentos utilizados na prática de infrações, o patri-mônio dos infratores, apreendidos em decorrência do exercício de poder de polícia e incorporados ao patri-mônio da autarquia, nos termos de decisão judicial.

A ADASA poderá abrir conta corrente em banco es-tatal necessária às movimentações financeiras de suas operações institucionais, inclusive para receber valores e créditos oriundos de contratos e convênios de delegação de atividades (art. 36, § 1º).

A ADASA elaborará o orçamento anual em confor-midade com as normas gerais da Administração Pública do Distrito Federal, a ser incluída no projeto de lei orça-mentária anual do Distrito Federal.

DO REGIME DE PESSOAL E CARGOS

Por ser uma autarquia de regime especial, a ADASA é composta por servidores públicos, titulares de cargos públicos, possuindo um regime próprio que distingue-se do regime celetista, seguido pelos empregados em uma relação de trabalho.

Para a realização de sua finalidade básica e compe-tências institucionais, a ADASA contará com força de trabalho baseada no quadro permanente de pessoal próprio, constituído do quadro de pessoal efetivo de ní-vel superior e nível médio especializado, regulamentado por lei específica, e do quadro de comissionados, ambos regidos pelo Regime Único dos Servidores Públicos do Distrito Federal (artigo 36).

O artigo 37 também prevê cargos comissionados para lotação máxima e exercício exclusivo na estrutura administrativa da ADASA. Além dos cargos comissiona-dos de Diretor Presidente, de Diretor e de Ouvidor – CD –, os cargos de Gestor Executivo – CGE – e de Assessoria – CA – são privativos de profissional com formação de nível superior.

A referida Lei da ADASA não dispõe de regras com-plexas ou distintas a respeito de seus servidores, pois como visto, seus servidores seguem o regime único dos servidores públicos do distrito federal, disposto pela Lei Complementar nº 840/2011. Uma leitura do referido Es-tatuto é recomendada.

DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E RECURSOS HÍDRICOS

1. Cobrança pelo uso de recursos hídricos

A ADASA presta serviços públicos atinentes a utiliza-ção de recursos hídricos e outras atividades. Tais serviços precisam ser regulamentados.

O artigo 38 dispõe que ficam sujeitos à outorga os seguintes usos, quando promoverem alteração quanti-tativa ou qualitativa do regime hídrico de corpo de água de domínio do Distrito Federal ou delegado a ele: I – construção de barramentos, açudes e diques; II – des-vio de corpo de água; III – implantação de estruturas de recreação às margens ou nos leitos; IV – construção de estrutura de efluentes em corpos de água; V – transpo-sição de nível e de bacias; VI – construção de estrutura rodoviária ou ferroviária sobre corpos de água, durante a execução da obra; VII – edificação de estruturas de re-tificação, canalização e obras de drenagem, dragagem e outras modificações de curso, leito ou margens dos cor-pos de água.

A Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos – CBRH será calculada em função da modalidade e proporcional ao porte das intervenções nos recursos hídricos, aos vo-lumes de captações, derivações e extrações de água, dos lançamentos de esgotos e demais resíduos, tratados ou não, em corpos de água de domínio do Distrito Federal ou delegados a este, e será recolhida pelo titular do uso de recursos hídricos de domínio do Distrito Federal.

Os usuários de recursos hídricos do Distrito Federal, incluído o prestador de serviços públicos de abasteci-mento de água e esgotamento sanitário, deverão forne-cer previamente e a cada ano, na forma prevista em nor-ma a ser expedida pela ADASA, os dados e informações de valores e volumes anuais médios, devidamente discri-minados, relativos a captações, derivações e extrações de água, lançamentos de efluentes, intervenções nos corpos de água e outros dados que venham a ser necessários para a Agência reguladora realizar os cálculos dos valo-res da TFU e da CBRH.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DE REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

ÍNDICE

Noções de arquivamento e procedimentos administrativos........................................................................................................... 01Noções de administração financeira, de recursos humanos e de material................................................................................... 18Noções de cidadania........................................................................................................................................................................................ 74Constituição da República Federativa do Brasil: organização do Estado, direitos e garantias fundamentais, organização dos Poderes, serviço público, direitos do consumidor............................................................................................. 76Noções de orçamento público................................................................................................................................................................... 123Licitação pública: modalidades, dispensa, inexigibilidade e legislação pertinente. Contratos e compras no serviço público e legislação pertinente. Convênios e legislação pertinente................................................................................................ 124

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NOÇÕES DE ARQUIVAMENTO E PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA

Para iniciar nosso estudo, vamos, primeiramente, fazer uma distinção entre três conceitos que frequentemente se confundem.

1.Arquivística: princípios e conceitos

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos de arquivos.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá sobre arquivo:

“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”

Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo. “Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica,

pública ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus sucessores, para fins de prova ou informação”, CONARQ.

“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite, 1986).

“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).

De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o acervo.

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A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes. Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou por uma família no exercício das suas atividades ou das suas funções.

Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros, como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da arquivologia. São eles:

- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influen-ciou sua produção.

- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua im-parcialidade explica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.

- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, por-tanto, apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de conceitos distintos.

O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

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2. Arquivos Públicos

Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:

“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.

Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:

“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.

§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.”

Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.

3. Arquivos Privados

De acordo com a mesma Lei citada acima: “Consideram-se arquivos privados os conjuntos

de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.”

Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz respeito à pessoa jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois os órgãos que compõe a administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público.

Exemplos:• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de tra-

balhos, etc.• Comercial: companhias, empresas, etc.

A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, pro-fissional com formação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele pode trabalhar em insti-tuições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais etc.

Ao arquivista compete gerenciar a informação, cui-dar da gestão documental, conservação, preservação e disseminação da informação contida nos documentos, assim como pela preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em última instância, da sociedade como um todo.

Também é função do arquivista recuperar informações ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.

4. Gestão da informação e documentos

Um documento (do latim documentum, derivado de docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretu-do gráfico, que comprove a existência de um fato, a exa-tidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídi-co, documentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor probatório.

Documento arquivístico: Informação registrada, inde-pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebi-da no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.

Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma tarefa de considerável importância para as organi-zações atuais, sejam essas privadas ou públicas, tarefa essa que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de Documentos, importante ferramenta que auxilia na gestão e no processo decisório.

A gestão de documentos representa um conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.

Através da Gestão Documental é possível definir qual a politica arquivistica adotada, através da qual, se constitui o patrimônio arquivistico. Outro aspecto importante da gestão documental é definir os responsáveis pelo processo arquivistico.

A Gestão de Documentos é ainda responsável pela implantação do programa de gestão, que envolve ações como as de acesso, preservação, conservação de arquivo, entre outras atividades.

Por assegurar que a informação produzida terá gestão adequada, sua confidencialidade garantida e com possibilidade de ser rastreada, a Gestão de Documentos favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO, processos esses que para determinadas organizações são de extrema importância ser adquirido.

Outras vantagens de se adotar a gestão de documentos é a racionalização de espaço para guarda de documentos e o controle deste a produção até arquivamento final dessas informações.

A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do Gerenciamento Eletrônico de Documentos deve ser efetiva visando à garantia no processo de atualização da documentação, interrupção no processo de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de perda do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que permitam acesso à informação pela internet e intranet.

A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informação e preservação dos documentos.

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5. Diagnóstico

Como diagnóstico entendemos a análise das infor-mações básicas (quantidade, localização, estado físico, condições de armazenamento, grau de crescimento, fre-quência de consulta e outros) sobre os arquivos, a fim de implantar sistemas e estabelecer programas de transfe-rência, recolhimento, microfilmagem, conservação e de-mais atividades”.

É uma etapa que antecede a aplicação de um progra-ma de gestão de documentos, representando uma ferra-menta que é capaz de retratar determinado contexto da situação em que se encontra um conjunto de documen-tos, considerando volume, gênero, natureza dos docu-mentos, suporte, espécie, tipologia, nível de conservação e período cronológico.

É preciso ter critérios que ajudem a selecionar o mé-todo mais apropriado à realidade pretendida, reconhecer o melhor momento para sua aplicação, enfim, é preciso estudar os diferentes métodos a ponto de sentir-se se-guro para fazer a escolha, pois “o talento do pesquisador consiste em adequar os métodos às necessidades dos objetos” (LOPES, 1997, p. 45).

É o instrumento norteador da implantação da política arquivística institucional

O diagnóstico nos permite dois tipos de levantamento, sendo o institucional e o documental.

Institucional

- Tempo histórico de existência- Tamanho e diversidade dos acervos acumulados- Variação e abrangência das atividades presentes e

passadas- Número de pessoas vinculadas e as características

estruturais- Uso de tecnologia da informação variadas, de redes

de computadores, digitalização, microfilmagem, etc.

Documental

- Quantidades dos documentos, expressas de acordo com regras aceitas universalmente (metragem li-near, em unidades ou bits)

- Características diplomáticas – tipologias documen-tais – que os individualizam

- Conteúdos informacionais genéricos, expressos de modo sintético e hierárquico

- Unidades físicas de arquivamento, isto é, a movela-ria e embalagens utilizadas

- Modo original de arquivamento – classificação, ava-liação e descrição – mesmo que empírico e basea-do no senso comum

- Existência e modo de uso de tecnologias da infor-mação

- Características das instalações e situação dos acer-vos no que se refere à preservação

Para realizar o diagnóstico respeita-se cinco ETAPAS essenciais:

1. Pesquisa da legislação e histórico do órgão;2. Elaboração de roteiros de entrevistas/questionários;3. Visitas para aplicação de entrevistas/questionários;4. Análise dos dados coletados;5. Elaboração de diretrizes.

De uma forma geral, realizar um diagnóstico de arquivo significa fazer uso de informações gerais sobre quem o produziu, informações essas que são conseguidas por meio de questionários, entrevistas e relatos fornecidos pelo arquivista.

O Diagnóstico pode ser de três tipos, como veremos a seguir.

5.1. Diagnóstico Estratégico

Também denominado de análise do ambiente, tem por objetivo mapear o maior número possível de variáveis que de alguma forma afetam direta ou indiretamente uma organização.

De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004) o diagnóstico estratégico se subdivide em duas modalidades:

a) diagnóstico estratégico interno: situação frente ás dinâmicas ambientais, relacionando as suas forças e fraquezas, criando as condições para a formu-lação de estratégias que representam o melhor ajustamento do elemento no ambiente em que se situa;

b) Diagnóstico estratégico externo: procura antecipar oportunidades e ameaças para a concretização da visão, da missão e dos objetivos.

5.2. Diagnótico Físico Ambiental

Deve ser feito com base no relatório do estado de conservação e no mapeamento de danos no ambiente, buscando identificar as causas da degradação neles registrados.

5.3. Diagnóstico Organizacional

É voltado para conhecer os Recursos humanos, físicos e materiais do arquivo, sem aprofundar em questões físico-ambiental de conservação, nem apegar-se as questões de fluxo.

O diagnóstico se apresenta, portanto, como uma necessária ferramenta para a gestão documental, pois, fornece informações estruturadas para o provimento das ações no decorrer do processo de gerenciamento arquivístico, tendo como principais dados a serem coletados a estrutura, as funções, as atividades e, por conseguinte, ao fluxo de informações que permeiam a organização, absorvendo assim, a complexidade e a diversidade de documentos e de informações existentes dentro destas.

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6. Arquivos correntes, intermediários e permanentes

O arquivo também pode ser classificado quanto à sua evolução ou frequência de uso, onde temos aqui três tipos arquivisticos que correspondem cada um a uma fase/idade do arquivo, conforme a Teoria das Três Idades:

Arquivo Corrente - Valor Primário - Representa Fase ObrigatóriaArquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda destinoArquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação definitiva

Vejamos:

7. Protocolo

Composto por: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado

de forma eficaz, é o que chamamos de protocolo.O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento,

registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso. A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coordenadas

de forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento de produção de documentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.

Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são registrados assim que chegam à organização.

A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole ou problemas decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:

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Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou recolhimento.

8. Avaliação de documentos

As funções de classificação e avaliação são essenciais para a gestão dos documentos, pois permitem que as informações sejam organizadas racionalmente – facili-tando a sua recuperação – e, quando não investidas de valor administrativo, histórico ou cultural, sejam adequa-damente eliminadas.

De acordo com Lopes (1997), a classificação pode ser descrita como a sequência de operações que, de acordo com as estruturas organizacionais, funções e atividades de uma organização, visam a distribuir os documentos em classes e subclasses. Bernandes e Delatorre (2008) descreve que entre os objetivos e benefícios da classi-ficação, destacam-se: a recuperação do contexto origi-nal de produção de documentos, visibilidade às funções, subfunções e atividades do organismo produtor, contro-le de trâmites, atribuição de códigos numéricos, além de fornecer subsídios para a avaliação dos documentos.

A avaliação de documentos, fase posterior à classi-ficação, cumpre a função de descartar o que não seja de interesse para as atividades das organizações, como, também, para a sociedade em geral, que busca informa-ções para conhecer seu meio, seu passado e constituir uma identidade. Frente a isso, os critérios de avaliação devem ser pautados na visão crítica dos possíveis usos da informação arquivística. Bernardes e Delatorre (2008) explicam que existem documentos que jamais podem ser eliminados, pois comprovam fatos e atos fundamen-tais para nossa existência civil e para nossa vida pessoal. Ao mesmo tempo, não é possível e nem desejável que todos os documentos sejam preservados, afinal, docu-mentos que cumprem uma função importante durante determinado tempo, posteriormente, perdem o seu valor original, devendo ser eliminados, para que não dificultem o acesso a outros documentos com valor informativo e probatório relevantes.

Os principais instrumentos que possibilitam a classi-ficação e avaliação de documentos são, respectivamen-te, o plano de classificação e a tabela de temporalidade. Ambos devem ser constituídos com referência aos pre-ceitos arquivísticos (de organicidade, coerência, adapta-bilidade, etc.), adequando-se ao contexto de produção informacional. A construção de um plano de classificação é observada por Gonçalves (1998), na qual:

Definir atividades-fim e atividades-meio e relacioná--las a funções mais abrangentes já significa reunir ele-mentos para a classificação dos documentos. A reunião lógica de funções e atividades, com a percepção de sua maior ou menor autonomia ou subordinação interna, per-mitirá a elaboração do plano de classificação(GONÇAL-VES, 1998, p. 22).

O estabelecimento das classes e subclasses de um plano de classificação pode ser por três critérios: fun-cional, no qual as classes correspondem à função dos documentos; estrutural, de acordo com a estrutura or-ganizacional de determinada instituição; e, por assunto, referente aos conteúdos registrados nos documentos. A

definição de qual método é o mais adequado, por con-senso, torna-se uma definição do arquivista, que deve analisar o contexto de produção documental em que atua, partindo da premissa de conseguir adequar o ins-trumento no ambiente organizacional, como elemento associado às atividades administrativas, como acrescenta Gonçalves (1998, p. 23), “a elaboração do plano não pode estar desconectada da preocupação com sua aplicação”.

Enquanto isso, a tabela de temporalidade de do-cumentos é definida por Bernardes e Delatorre (1998) como um instrumento aprovado por autoridade compe-tente, que regula a destinação final dos documentos, de-finindo prazos para a guarda dos documentos em função de seus valores administrativos, legais e fiscais, determi-nando os prazos para sua transferência, recolhimento ou eliminação. A tabela de temporalidade pode ser conside-rada o principal instrumento do processo de avaliação de documentos, proporcionando, como resultados práticos, a inexistência de massas documentais acumuladas e o descarte de informações supérfluas.

Por ser um processo que requer procedimentos legais (inclusive atendendo prazos definidos em lei para execu-ção de determinadas tarefas do processo), a avaliação de documentos requer atenção redobrada pelos arquivistas, para que sua efetivação não seja comprometida.

Os instrumentos que servem de referência são o Có-digo de Classificação, Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-Meio da Administração Pública e a Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo Relativos às Ati-vidades-Fim das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).

Segundo o Arquivo Nacional (2001), a adoção desses instrumentos, além de possibilitar o controle e a rápida recuperação de informações, orienta as atividades de ra-cionalização da produção e fluxo documentais, avaliação e destinação dos documentos, aumentando a eficácia dos serviços arquivísticos da administração pública em todas as esferas.

Portanto, o desenvolvimento da gestão de documen-tos e informações interfere na qualidade das informações utilizadas pelas organizações e, para atingir esse objeti-vo, as adoções de instrumentos voltados à classificação e avaliação tornam-se indispensáveis.

Resumidamente, a avaliação documental, que tem base na teoria das Três Idades, é uma atividade essen-cial do ciclo de vida documental arquivístico, na medida em que define quais documentos serão preservados para fins administrativos ou de pesquisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos in-termediário e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que apresentam para a administração que os ge-rou e para a sociedade.

Suas principais vantagens são:- Redução da massa documental.- Agilidade na recuperação de documentos e infor-

mações.- A conservação dos documentos de guarda perma-

nente.- A racionalização da produção e do fluxo dos docu-

mentos de arquivo.

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- A eliminação dos documentos desprovidos de va-lor, gerando ganho de espaço físico.

- A otimização dos gastos com recursos humanos, materiais e financeiros.

- Incremento à pesquisa.- Garantia da constituição do patrimônio arquivístico.

8.1. Sistemas de classificação de documentos de arquivo

O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.

Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:

- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, ado-tando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetua-rá a ordenação da documentação;

- A sua construção deve estar de acordo com as atri-buições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando a estrutura das en-tidades de onde provém a correspondência;

- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;

- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se entender conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.

Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desempenhadas pelo órgão.

A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes características:

De acordo com a entidade criadora• PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de

âmbito federal ou estadual ou municipal.• INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou

relacionados à instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, sociedades e associações.

• COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e companhias.

• FAMILIAR ou PESSOAL- arquivo organizado por grupos familiares ou pessoas individualmente.

De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo de vida de um arquivo)

• ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a documentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser mantido em local de fácil acesso para facilitar a consulta.

• ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de ser usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situação idêntica àquela que os gerou.

• ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se encontram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados somente por causa de seu valor histórico, informativo para comprovar algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça como os fatos evoluíram.

De acordo com a extensão da atençãoOs arquivos se dividem em:• ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos

operacionais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.

• ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os documentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a estrutura de uma instituição.

De acordo com a natureza de seus documentos• ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de

variadas formas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas (fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, controle e conservação.

• ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determinado assunto ou setor/departamento específico.

De acordo com a natureza do assunto• OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não

prejudicam a administração• SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é

limitado, com divulgação restrita

De acordo com a espécie• ADMINISTRATIVO: Referente às atividades

puramente ad ministrativas;• JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; • CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e

orienta ção jurídica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas para evitar a esfera judicial.

De acordo com o grau de sigilo• RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação

não-autorizada possa comprometer planos, operações ou ob jetivos neles previstos;

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• SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, instalações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a assuntos diplomáticos e de inteligência e a pla nos ou detalhes, programas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado;

• ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à so berania e à integridade territorial nacionais, a plano ou ope-rações militares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico e tec nológico de interesse da defesa nacional e a programas eco nômicos, cujo conhecimento não autorizado possa acar retar dano excepcionalmente grave à segurança da so ciedade e do Estado.

8.2 Arquivamento e ordenação de documentos

O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no arquivo.

Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades competentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu destino para arquivamento, após receber despacho final.

O arquivamento é a guarda dos documentos no local estabelecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente.

O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.

As operações para arquivamento são:

1) Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;2) Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir um código conforme o assunto;3) Ordenar os documentos na ordem sequencial;4) Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que

tratam do mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;5) Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar uma pasta para cada código, evitando a classificação

“diversos”;6) Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de acordo com a ordem estabelecida – cronológica,

alfabética, geográfica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não exista o original manter uma única cópia;

7) Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em caixa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu conteúdo e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.

8) Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os documentos/processos estão armazenados.

Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizontal e a vertical.- Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário.

É indicado para arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras nos mesmos.

- Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos documentos.

Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo, devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas.

Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade ou não de recuperação da informação sem o uso de instrumentos.

Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para localizar um documento em um arquivo.

Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos alfabético e geográfico.

Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos.

A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classificados dentre de um mesmo assunto.Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e categorizada previamente para posterior

arquivamento.Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos documentos, podendo ser:

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9. Tabela de temporalidade

Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.

É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores (primário/administrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.

Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na instituição.

Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e atividades desempenhadas pela instituição.

Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.

Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação da aposentadoria; e até quitação da dívida.

Os prazos são preferencialmente em ANOSOs prazos são determinados pelas: NormasPrecauçãoInformações recaptulativasFrequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

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10

CON

HEC

IMEN

TOS

ESPE

CÍFI

COS

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.

A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

10. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivos

Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados procedimentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação.

FIQUE ATENTO!Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas, como dispositivos externos de gravação, porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança, a facilidade de acesso.

Armazenamento

1. Áreas de armazenamento

1.1. Áreas Externas

A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-se, por exemplo: