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O impacto económico da política de segurança e saúde no trabalho nos Estados-Membros da União Europeia Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho

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O impacto económico

da política de segurança

e saúde no trabalho nos

Estados-Membros da

União Europeia

Agência Europeiapara a Segurançae a Saúde no Trabalho

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Agência Europeiapara a Segurançae a Saúde no Trabalho

O impacto económicoda política de segurançae saúde no trabalho nosEstados-Membros daUnião Europeia

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Membros da Rede Temática sobre as Prioridades e os Programas Nacionais

Áustria: Ernst Piller Bélgica: Luc van HammeDinamarca: Jens Jensen Finlândia: Lars-Mikael BjurströmFrança: Françoise MurilloAlemanha: Ulrich Riese e Karl KuhnGrécia: Matina PissimissiIrlanda: Sylvia WoodItália: Maria Castriotta e Rita BisegnaLuxemburgo: Robert KloppPaíses Baixos: Rob Triemstra e Virginia HõelPortugal: António FonsecaEspanha: Margarita Lezcano Núñez e Teófilo Serrano Beltrán Suécia: Bertil Remaeus e Elisabet DelangReino Unido: Jeanie Cruickshank

Presidente: Hans-Horst KonkolewskyGestor do projecto: Martin den HeldAssistentes do projecto: Dagmar Radler e Usua UribeFoi concedida assistência ao projecto pelo NIA-TNO (Países Baixos)

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ÍNDICEPagina

Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Parte 1. Considerações relativas aos custos e benefícios das medidas de SST2. Importância das avaliações de custos e de benefícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143. Impacto das análises “custosbenefícios” a nível do processo de decisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164. Objectivos das análises “custosbenefícios” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Parte 2. Impacto económico da política de segurança e saúde no trabalho5. Métodos e conteúdo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 266. Custos dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287. Instrumentos à disposição das empresas para avaliarem os custos e os benefícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Parte 3. Utilização de incentivos financeiros8. Subvenções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389. Sanções pecuniárias como medidas de cumprimento da legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4210. Incentivos existentes no âmbito dos sistemas de seguro social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4611. Selecção dos contratantes com base em critérios relacionados com a SST . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Parte 4. Nível europeu12. Iniciativas a nível europeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

Parte 5. Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

AnexosAnexo I: Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66Anexo II. Abreviaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

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RESUMO

Introdução

O presente relatório sobre o impacto económico dapolítica de segurança e saúde no trabalho nosEstados-Membros da União Europeia sintetiza osresultados do segundo maior projecto de informaçãorealizado sob os auspícios da Agência desde a suaentrada em funcionamento em Setembro de 1996. Oobjectivo do projecto consiste em fornecer umaperspectiva sobre a forma como os factoreseconómicos influenciam as políticas de segurança esaúde no trabalho dos Estados-Membros.

As conclusões do projecto realizado indicam que aavaliação “custos-benefícios” das medidas de SSTtem vindo a adquirir uma importância crescente namaior parte dos Estados-Membros da UniãoEuropeia. Ao mesmo tempo, deve igualmentereconhecerse que na maior parte dos Estados-Membros se salienta a importância dos aspectoséticos no âmbito da formulação das políticas de SST.

Considerações relativas aos custos eaos benefícios das medidas de SST

Em alguns Estados-Membros, a avaliação do impactoeconómico da política de SST constitui uma dasinformações sistematicamente integradas no processode decisão política. No entanto, a influência dasavaliações económicas sobre o processo de decisão

varia de Estado-Membro para Estado-Membro. De umaforma geral, as análises “custosbenefícios” (ACB)influenciam as soluções adoptadas no âmbito da buscade consensos com os parceiros sociais, embora algunsEstados-Membros salientem de forma clara que asmesmas não constituem o principal factor de decisão.De qualquer forma, as informações resultantes dasavaliações económicas facilitam, aparentemente, aobtenção de compromissos viáveis. Esta metodologiafunciona como teste qualitativo sistemático daeficiência das medidas previstas.

Impacto económico da política desegurança e saúde no trabalho

Para se poder dispor de informações sobre os efeitosdas medidas adoptadas (tais como a adopção de novosregulamentos ou a alteração dos existentes), é correnteem muitos Estados-Membros a realização de umaavaliação antes da adopção da legislação em causa(avaliação ex ante). Nalguns Estados-Membros, estaavaliação ex ante é realizada de uma forma sistemática,sendo nalguns deles, obrigatória. O âmbito dasavaliações varia de país para país e, eventualmente, emfunção da natureza e da gravidade do problema emcausa. A avaliação de outro tipo de medidas, tais comoas campanhas, é muito menos frequente.

As medidas podem igualmente ser avaliadasposteriormente (avaliação ex post), consistindo,neste caso, o objectivo em testar a efectividade e aeficiência das mesmas. Os resultados das ACBrealizadas posteriormente podem ser utilizados para

adaptar as medidas em causa. Normalmente, asavaliações incidem sobre a legislação, sendo poucosos países que realizam avaliações ex post de outrostipos de medidas.

No âmbito das avaliações ex ante e também dasavaliações ex post, não é fácil determinar osbenefícios. Uma das dificuldades reside no facto deos benefícios em termos de prevenção só se tornaremvisíveis a longo prazo. De uma forma geral, podeafirmarse que este tipo de avaliação é difícil devido àfalta de dados fiáveis e à dificuldade em isolar osfactores relevantes.

Para além das abordagens acima referidas, éigualmente possível avaliar o desempenho dossistemas de segurança e saúde no trabalho dosEstados-Membros, por exemplo, através do recurso aindicadores de eficiência económica.

Embora esta possibilidade exista, este tipo deavaliação não é muito comum. Na maior parte dosEstados-Membros não existem instrumentos deavaliação da eficiência económica dos sistemas desegurança e saúde no trabalho.

A fim de se poder avaliar o impacto económico dasmedidas de SST, é necessário precisar os conceitossubjacentes de “custos” e de “benefícios”. Normal-mente, distinguemse de forma clara os custos daaplicação de medidas de SST (custos da prevenção) eos benefícios resultantes da mesma. As metodologiasadoptadas variam de país para país e, eventualmente,em função da natureza da medida em causa. A

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diminuição dos custos resultantes de doenças é umadas categorias recorrentemente considerada naavaliação dos benefícios. A redução dos custos comcuidados de saúde e com a reabilitação é analisada commenos frequência. De uma forma global, a experiênciaem matéria de quantificação dos efeitos sobre aprodutividade e sobre a qualidade dos produtos élimitada.

Na maior parte dos Estados-Membros, os organismospúblicos e privadas de segurança social publicamestatísticas anuais sobre o número de acidentes detrabalho e sobre os efeitos negativos dos mesmos emtermos de saúde. Normalmente, existem igualmentedados estatísticos sobre o número de dias de trabalhoperdidos e de pensões concedidas em resultado deacidentes de trabalho e de doenças profissionais. Emalguns Estados-Membros, as informações disponíveispodem ser mais completas. Embora estas estatísticasnão permitam normalmente determinar todos os custosrelacionados com as doenças profissionais, as mesmassão frequentemente utilizadas para calcular esses custosem termos de percentagem do Produto Interno Bruto.

Alguns Estados-Membros avaliam eles próprios oscustos das doenças profissionais em termos depercentagem do Produto Interno Bruto, variandoestas percentagens entre 2,6 e 3,8%. Para efeitos dopresente projecto, as estimativas relativas aos outrosEstados-Membros foram baseadas nos dados sobreos custos e nas estatísticas disponíveis, situandoseas percentagens entre 0,4% e 4%. Deve salientarseque, devido às diferenças entre os métodos de cálculodas percentagens acima referidas, as comparações

entre os Estados-Membros e a comparação dosdesmpenhos não são, por enquanto, possíveis.

Para as empresas, é mais importante determinar se osinvestimentos em medidas de SST contribuem parareduzir os seus custos. A maior parte dos Estados-Membros dispõem ou estão a criar instrumentos quepermitirão ajudar as empresas a procederem a estetipo de avaliações. Estes instrumentos são muitasvezes desenvolvidos com o apoio das administraçõesnacionais e das empresas seguradoras.

Relativamente às pequenas e médias empresas, foidetectado um problema específico, que reside nofacto de a maior parte delas não disporem dosrecursos financeiros e humanos que lhes permitamaplicar estes métodos de forma adequada. As grandesempresas dispõem, muitas vezes, dos recursosnecessários para desenvolverem elas próprias estesmétodos ou para contratarem empresas deconsultadoria para este fim.

Por último, deve reconhecerse que não existem, anível dos Estados-Membros, dados quantitativossobre o grau de utilização dos instrumentos deavaliação do impacto dos riscos e das medidas deSST.

Utilização de incentivos financeiros

São por vezes concedidos incentivos financeirosdirectos com o objectivo de promover a adopção de

medidas de prevenção, podendo distinguirse trêscategorias:

— subvenções;

— sanções financeiras e administrativas a título demedidas coercitivas;

— incentivos no âmbito dos sistemas de segurançasocial.

Os subsídios directos às empresas são por vezesutilizados para reduzir os custos suportados pelosempregadores quando investem em medidaspreventivas de SST e, logo, para promover odesenvolvimento, a aquisição e alienação ou aaplicação das mesmas. Os resultados dos inquéritosrealizados demonstram que, em muitos Estados-Membros, são concedidos incentivos financeirosatravés da compensação dos custos de assistênciatécnica ou da criação de programas de subsídios. Atéao momento, as medidas fiscais têm sidorelativamente pouco utilizadas. No entanto, de umaforma global, podem afirmarse que existem namaioria dos Estados-Membros incentivos aodesenvolvimento, aquisição ou alienação deprodutos, de métodos de produção e de organizaçãodo trabalho e de máquinas seguras e saudáveis

Concluiuse igualmente que os efeitos deste tipo deincentivos financeiros apenas são avaliados nalgunsEstados-Membros. No que se refere ao futuro destesdispositivos de subvenção, parecem existirtendências diferenciadas a nível da Europa: emalguns Estados-Membros, as subvenções estão a ser

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postas em causa, ao passo que noutros estão a serintroduzidas novas medidas neste domínio.

Outro tipo de incentivos financeiros utilizados paraconvencer as empresas a adoptarem medidas de SSTconsiste na imposição de multas (por via judicial) oucoimas (a cargo das inspecções de trabalho), a títulode medidas coercitivas. Os Estados-Membrosdispõem de sistemas aperfeiçoados de imposição desanções pecuniárias às empresas. No entanto, asprimeiras parecem ser relativamente pouco utilizadas.O principal objectivo destas medidas coercivasconsiste em assegurar o cumprimento da legislaçãoaplicável.

Alguns Estados-Membros indicaram que o nível dasmultas era demasiado baixo para poderem ter umefeito dissuasor, pelo que estavam a ser tomadasmedidas no sentido de reforçar as mesmas. Alémdisso, parece estar a aumentar o interesse pelaimposição de coimas pela própria administração, emvez do recurso à via judicial ou em paralelo a essa via.

Os sistemas de seguro, quer sejam geridos pelasadministrações públicas, pelos parceiros sociais ou porentidades privadas, podem desempenhar um papelimportante na melhoria da segurança e saúde notrabalho, uma vez que têm um interesse directo emreduzir o número de acidentes de trabalho e de doençasprofissionais. Este tipo de seguro é frequentementeobrigatório, o que não quer dizer necessariamente queo mesmo esteja integrado nos sistemas nacionais desegurança social. Em alguns Estados-Membros aresponsabilidade por esses seguros está cometida a

empresas seguradoras privadas, sob a supervisão deorganismos públicos (semipúblicos)

A cobrança de prémios constitui um incentivofinanceiro à adopção de medidas preventivas a níveldas empresas. Num pequeno número de Estados-Membros, os sistemas de segurança socialobrigatórios comportam incentivos financeiros denatureza diversa. O mais comum consiste nadiferenciação dos prémios de seguro de acidentes detrabalho e doenças profissionais. De uma forma geral,estes Estados-Membros não prevêem alteraçõesradicais no nível ou na natureza destes incentivos,embora seja visível uma tendência no sentido doaumento da diferenciação dos prémios.

O seguro de acidentes de trabalho e doençasprofissionais não é feito apenas no âmbito desistemas de segurança social obrigatórios, mastambém através de sistemas voluntários de seguroprivados. Também aqui o elemento mais comum é adiferenciação dos prémios. No entanto, aspossibilidades de melhorar as condições de saúde esegurança através de incentivos financeiros noâmbito dos seguros privados são limitadas,nomeadamente no que se refere às pequenas emédias empresas, relativamente às quais o custo doseguro está sobretudo associado às expectativas depedidos de indemnização a nível sectorial, mais doque à avaliação da efectividade das medidas demelhoria das condições de saúde e segurançaadoptadas por cada empresa.

Uma outra abordagem diferente e inovadora depromoção da saúde e segurança no trabalho nasempresas consiste na selecção, pelos organismospúblicos, na sua capacidade de entidades privadas,de adjudicatários ou de fornecedores de produtos,bens ou serviços com base no seu desempenho nodomínio da saúde e segurança no trabalho. Por vezes,estas práticas têm uma natureza excessivamentelegalista. Por exemplo, os organismos de direitopúblico podem exigir aos adjudicatários o respeitopelas disposições em vigor em matéria de SST oupode ser proibida a conclusão de contratos comempresas que tenham sido condenadas porinfracções neste domínio. Os organismos podemmesmo exigir às empresas adjudicatárias quecumpram níveis de SST mais elevados do que osprevistos na regulamentação ou ponham em práticamedidas específicas com o objectivo de facilitar aaplicação concreta das normas de saúde e segurançano trabalho (por exemplo, programas de formação,campanhas, etc.).

Iniciativas a nível europeu

O último tema tratado no âmbito do presente inquéritorelacionase com a pergunta dirigida aos Estados-Membros sobre as iniciativas a levar a cabo a nívelcomunitário relativamente aos aspectos económicosda saúde e segurança no trabalho. Os Estados-Membros referiram sobretudo a necessidade dointercâmbio de informações sobre a forma como asautoridade nacionais avaliam os custos e osbenefícios. No que se refere aos desenvolvimentos

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metodológicos a nível nacional, muitos Estados-Membros consideram que é necessário definir umametodologia que permita avaliar o impacto daaplicação das directivas da UE, com recurso afactores comuns que permitam comparações.

O desenvolvimento de metodologias ou deinstrumentos a utilizar a nível das empresas foisugerido por alguns Estados-Membros, enquantooutros salientaram a importância da definição demodelos de análise “custosbenefícios” simples, quepossam ser utilizados diariamente pelas PME.

A disseminação de informações sobre os incentivosfinanceiros é apoiada pela maior parte dos Estados-Membros. Outros sugerem que se aprofunde ainvestigação sobre a comprovação empírica daefectividade dos sistemas de incentivos baseados nosseguros.

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1.

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INTRODUÇÃO

Uma das principais missões da Agência Europeiapara a Segurança e Saúde no Trabalho consiste empromover o intercâmbio de informações entre osEstados-Membros da União Europeia. Um dosinstrumentos importantes neste contexto é arealização de projectos de informação sobre temasespecíficos. O presente relatório sobre o impactoeconómico da segurança e saúde e no trabalhosintetiza os resultados do segundo maior projecto deinformação realizado sob os auspícios da Agênciadesde a sua entrada em funcionamento, em Setembrode 1996.

O relatório baseiase nas respostas a um questionárioelaborado em cooperação com representantes de todosos Estados-Membros da União Europeia, ao qual todosesses Estados responderam. As respostas tiveram emconta os pontos de vista dos parceiros sociais e deoutras organizações consultadas. O texto completo dasrespostas pode ser consultado no website da Agência.

O objectivo do projecto consistiu em fornecer umaperspectiva sobre a forma como os factoreseconómicos influenciam a formulação de políticas desegurança e saúde no trabalho dos Estados-Membros. Por outro lado, o relatório constituirá abase para a definição das actividades futuras nestaárea.

O tema da avaliação dos custos e dos benefícios dasegurança e saúde no trabalho tem despertado muitointeresse ao longo dos últimos anos. Em 1997,

durante a Presidência holandesa da União Europeia,realizouse uma grande conferência internacionalsobre este tema. Por outro lado, no decurso dareunião do Luxemburgo do Comité Consultivo para aSegurança e a Saúde no Trabalho do Luxemburgo foitratado um assunto relacionado com este, tendo sidocriado um grupo ad hoc “Avaliação Socioeconóomicada Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho”que deverá preparar um relatório a apresentar aoComité. Além disso, foi tomada em consideração arealização prevista do projecto SHAPE, financiadopela Comissão Europeia, a fim de evitar duplicações.

Este projecto levado a cabo pela Agência e pela suarede teve em consideração os resultados daconferência e os trabalhos do Comité Consultivo,embora se pretendesse, ao mesmo tempo, alargar otema, por vários motivos. Em primeiro lugar, devereconhecerse que a SST não pode ser reduzida a umassunto meramente técnico sobre os custos e osbenefícios. Estes constituem apenas umacontribuição que facilita a discussão sobre asmedidas da adoptar. Em segundo lugar, existemoutros assuntos de natureza económica pertinentesem matéria de segurança e saúde no trabalho, comopor exemplo, o papel dos incentivos financeiros(subsídios e sanções financeiras) e o papel potencialdas organizações de seguros nacionais e outras .

O objectivo do presente projecto consiste em fornecerinformações sobre a forma como os factores denatureza económica influenciam a formulação daspolíticas de SST a nível nacional. Estes factores são

muito diversos, sendo analisados, no presenterelatório, os seguintes:

— as considerações relacionadas com os custos eos benefícios das medidas de SST, abrangendoquestões como a da importância atribuída aosmesmos nos Estados-Membros e a do impactodas ACB no desenvolvimento das políticas;procurase aprofundar os conhecimentos sobre autilização actual deste tipo de análise no âmbitodo desenvolvimento das políticas de SST (antes edepois de adoptadas as medidas em causa);

— em segundo lugar, são abordados os conteúdos(ou elementos) das ACB; além disso, o relatóriofornece, uma perspectiva geral das práticasnacionais em matéria de avaliação do impactoeconómico da segurança e saúde no trabalho,nomeadamente dos custos dos riscos para asaúde relacionados com o trabalho; procuraseigualmente recolher informações sobre o grau deutilização das ACB a nível das empresas;

— em terceiro lugar, o relatório fornece umaperspectiva geral sobre a forma como sãoaplicados outros incentivos financeiros, taiscomo os subsídios, as sanções financeiras porincumprimento das normas e os incentivosexistentes no âmbito dos sistemas de seguro; sãoigualmente fornecidas informações sobreexemplos de boas práticas utilizadas nosEstados-Membros, consistentes na selecção deadjudicatários em função do seu desempenho emtermos de SST;

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Parte 1. CONSIDERAÇÕES RELATIVAS AOS CUSTOSE BENEFÍCIOS DAS MEDIDAS DE SST

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2.IMPORTÂNCIA DASAVALIAÇÕES DE CUSTOS E DEBENEFÍCIOSA melhoria das condições de segurança e saúde notrabalho tem uma longa tradição na Europa. Asmedidas adoptadas a nível nacional e europeuconduziram a níveis de protecção dos trabalhadoresrelativamente elevados. Os aspectos económicosassociados à aplicação destas novas medidas são, deuma forma geral, tidos em consideração, embora,muitas vezes, de forma implícita.

A avaliação dos custos e dos benefícios das medidasde SST desperta hoje em dia um interesseconsiderável, considerando muitos Estados-Membros que se trata de um tema essencial,enquanto que, noutros, o interesse pelo mesmo temvindo a aumentar. Poucos Estados-Membrosindicaram tratarse de um assunto secundário ou seminteresse.

Alguns países procuram aumentar o nível deconsciencialização pública sobre os benefícios dasegurança e saúde no trabalho, por exemplo, atravésde campanhas tendentes a demonstrar junto dasempresas a importância das boas práticas nestedomínio (Reino Unido). Nalguns países, a informaçãosobre as avaliações de custos e benefícios é objectode uma ampla divulgação, devendo salientarse ointeresse manifestado pelos empregadores emconhecerem os instrumentos de avaliação dos custose dos benefícios a nível das empresas. Nalgunspaíses (Finlândia e Dinamarca), este interesse é

encorajado pelas administrações nacionais, queapoiam o desenvolvimento deste tipo deinstrumentos.

Este interesse crescente não é surpreendente, umavez que os investimentos em medidas de SSTpressupõem a reafectação de recursos humanos efinanceiros a nível das empresas, nacional einternacional, o que faz com que os aspectosrelacionados com os custos e os benefícios sejamimportantes. Um dos elementos de complexidadeneste domínio reside no facto de as medidasadoptadas a nível das empresas ou do conjunto dasociedade não produzirem efeitos imediatamentevisíveis.

No âmbito dos debates com os parceiros sociaissobre as acções a levar a cabo nesta área, o tema doscustos e dos benefícios é frequentemente suscitado,nomeadamente os custos previstos e o impacto sobreas pequenas e médias empresas.

A importância atribuída às ACB na maior parte dospaíses da União Europeia não põe em causa arelevância das considerações de natureza ética. Nemsempre se deve esperar que a rentabilidadeeconómica das medidas adoptadas exceda os custos,uma vez que, nalguns casos, os riscos sociais são detal ordem que a acção em causa deve, de qualquerforma, ser levada a cabo.

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Alemanha➥ a avaliação “custos-benefícios” é

considerada um tema muitoimportante

➥ a evidência das vantagensfinanceiras das medidas de SST serácada vez mais importante para asempresas e para a economianacional

Finlândia➥ o interesse é crescente; centrando-se

na importância das condições detrabalho para a economia nacional

➥ a administração de SST promove odebate através do desenvolvimento demodelos a utilizar pelas empresas

➥ o impacto económico do bem-estarpsicológico e da ergonomia suscitoudiscussões sobre a SST

Luxemburgo➥ existe um interesse crescente na

avaliação dos custos da SST (masnão dos benefícios)

Áustria➥ não se trata de uma prioridade

explícita➥ normalmente os benefícios não são

muito tidos em consideração➥ no âmbito do debate político é

normalmente tratado o tema doscustos previstos para as PME

➥ as avaliações dos custos têm umaimportância crescente

França➥ o tema tem vindo a adquirir uma

importância cada vez maior a nívelnacional

➥ as análises “custos-benefícios” sãoconsideradas importantes paraencorajar os parceiros sociais e asempresas a melhorarem a SST,tornado visíveis todos os custos e osbenefícios da mesma

Países Baixos➥ a avaliação “custos-benefícios” está a

tornar-se um tema cada vez maisimportante, devendo esta tendênciamanter-se (por exemplo, investigação,disseminação da informação, etc.)

➥ a importância do tema é dupla:– as considerações de “custos-

benefícios” podem encorajar asempresas a melhorarem ascondições de SST

– a introdução de elementos demercado poderá contribuir para aredução da legislaçãopormenorizada, uma vez que ointeresse dos empregadoresaumentará

Bélgica➥ trata-se de um tema essencial e que

se tornará politicamente importanteno futuro

➥ os recursos financeiros sãoescassos, pelo que é necessáriodemonstrar se os custos dasmedidas se justificam

Grécia➥ a avaliação “custos-benefícios” é um

tema cada vez mais importante➥ prevê-se que os resultados das

avaliações “custos-benefícios”contribuam no futuro para motivascada vez mais os empregadores amelhorarem as condições detrabalho

Portugal➥ as avaliações de custos são

importantes uma vez que estesrepresentam um encargo quer para osistema de segurança social, querpara as empresas, podendo afectar acompetitividade

➥ não se presta a devida atenção aosbenefícios no âmbito dos debates

Dinamarca➥ há dois tipos de custos que

despertam interesse: os custosglobais das doenças para asociedade e os custos das novasdisposições para as empresas

➥ os custos resultantes para asempresas das alterações introduzidasna Lei sobre as Condições deTrabalho foram debatidas nos meiosde comunicação social

➥ o interesse dos parceiros sociais nãodeverá aumentar nem diminuir

Irlanda➥ só agora o tema começa a despertar

maior interesso no público,centrandose a atenção em questõesjurídicas e morais

➥ da perspectiva dos empregadores, háque dar grande atenção àimportância de ACB adequadas dequestões de SST

Reino Unido➥ é provável que continue a ser um

tema importante➥ as análises “custos-benefícios” de

propostas de legislação sãoefectuadas de forma sistemática

➥ realizam-se entre 15 e 35 avaliaçõespor ano

Espanha➥ este tema não desperta a atenção do

público; predominam os argumentosde natureza jurídica e moral

➥ do ponto de vista dos empregadores,o interesse por instrumentos deavaliação económica é considerável

Itália➥ o tema está a tornar-se cada vez mais

importante➥ foram financiados trabalhos de

investigação sobre o impacto dalegislação da UE sobre as PME(predominantes em Itália)

Suécia➥ as autoridades SST têm um interesse

cada vez maior em informar opúblico sobre a utilidade de melhoraras condições de trabalho através dasACB

➥ os empregadores estão interessadosem modelos de avaliação “custos-benefícios”

Pergunta

15

A avaliação “custos-benefícios” das medidas de segurança e saúde no trabalho constitui umtema de discussão importante neste momento? Quais as expectativas para o futuro?A avaliação “custos-benefícios” das medidas de segurança e saúde no trabalho constitui umtema de discussão importante neste momento? Quais as expectativas para o futuro?

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3.IMPACTO DAS ANÁLISES“CUSTOSBENEFÍCIOS” ANÍVEL DO PROCESSO DEDECISÃO

Tal como foi referido no Capítulo 2, o interesse pelasanálises “custosbenefícios” tem vindo a aumentar.Outra questão interessante consiste em saber se asACB têm um impacto real sobre o processo dedecisão e em que medida o influenciam. A pertinênciada avaliação do impacto económico apenas pode serapreciada na medida em que influencia o processo dedecisão política.

No âmbito das iniciativas lançadas nos Estados-Membros com vista à adopção de nova legislação ouà revisão da existente, são normalmente tidos emconta os pontos de vista expressos por aqueles queserão afectados, fazendo os aspectos económicosparte das discussões com os parceiros sociais nestaárea.

Nalguns Estados-Membros (Dinamarca, ReinoUnido), a avaliação do impacto económico constituium dos elementos de informação sistematicamentepresentes no âmbito do processo de decisão política.No entanto, a forma como estas avaliaçõesinfluenciam o processo varia de Estado-Membro paraEstado-Membro. De uma forma geral, nos casos emque a procura do consenso com os parceiros sociaisconstitui um elemento importante deste processo(Dinamarca, Espanha), as ACB influenciamnormalmente as soluções adoptadas.

No entanto, alguns Estados-Membros (Dinamarca)referiram que as análises de custos e benefícios nãoconstituem o factor mais importante neste âmbito,parecendo que, ao fornecerem informações maispormenorizadas, estas facilitam a obtenção deconsensos viáveis. A metodologia de avaliação doscustos e dos benefícios serve como teste dequalidade no âmbito do qual se reconsidera aefectividade da medida em causa.

Nalguns Estados-Membros (Países Baixos), asavaliações do impacto económico têm por objectivoespecífico contribuir para a melhoria da efectividadeda legislação e evitar a imposição de encargosfinanceiros adicionais desnecessários. O recurso amétodos de avaliação permite melhorar o equilíbriosocioeconómico da legislação, uma vez que asconsequências económicas da mesma são tidas emconsideração de forma sistemática.

Até ao momento, temse partido do princípio de que asanálises “custosbenefícios” apenas são susceptíveisde influenciarem o processo de decisão se se utilizarmetodologias formalizadas. No entanto, mesmo seeste não for o caso, o impacto destas avaliações podeser substancial (França).

Além disso, a maior parte dos Estados-Membrosconsidera que as análises “custosbenefícios”continuarão a constituir um elemento importante noâmbito do desenvolvimento de políticas, podendomesmo a sua importância vir a aumentar.

Pode concluirse que, na maior parte dos Estados-Membros, as considerações de natureza económica

desempenham, de uma forma ou de outra, um papelsignificativo no âmbito dos debates sobre novasmedidas ou de nova legislação de SST. As análises“custosbenefícios” desempenham frequentementeum papel importante no âmbito do processo deelaboração de nova legislação, nomeadamente da“afinação” das propostas finais nesta matéria. Noentanto, dever igualmente referirse que nada indicaque a legislação adoptada se baseia apenas emconsiderações de natureza económica.

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Alemanha➥ os resultados terão impacto na

medida que as novas disposiçõeslegais em matéria de STT estejamredigidas de forma a favorecer aflexibilidade e a justificação doscustos no seio das empresas eassegurem, ao mesmo tempo, umelevado nível de eficiência do pontode vista dos trabalhadores

Finlândia➥ a influência e a qualidade das

avaliações depende dasnecessidades dos responsáveispolíticos

➥ na melhor das hipóteses, asavaliações influenciam o processo deelaboração das propostas, que sãofrequentemente discutidas com osparceiros sociais, sendo os factoreseconómicos debatidos nestecontexto; as ACB separadas não sãonecessariamente importantes

➥ a importância das ACB deveráprovavelmente aumentar

Luxemburgo➥ a avaliação “custos-benefícios” tem

um impacto limitado no âmbito doprocesso de definição de políticas

Áustria➥ devido ao rigor orçamental, prevê-se

que venha a se adoptada umaabordagem restritiva relativamente atodas as medidas que possamsobrecarregar o orçamento público

➥ as avaliações dos custos tornar-se-ão cada vez mais importantes

França➥ embora não formalizadas, as

avaliações do impacto económicodesempenham um papel importante,embora seja dada prioridade aosaspectos humanos e sociais

➥ a consulta dos parceiros sociais,através da qual estes emitempareceres sobre o impacto humano,social e financeiro das medidasprevistas, é obrigatória

➥ a avaliação do impacto económicodeverá desenvolver-se

Países Baixos➥ os resultados das ACB podem

influenciar o processo de decisão,sobretudo se permitirem uma tomadaem consideração mais sistemáticadas consequências económicas dasmedidas previstas, o que conduziaum melhor equilíbriosocioeconómico

➥ as ACB tornarseão cada vez maisimportantes no futuro

Bélgica➥ as ACB não constituem um factor

determinante no âmbito do processode decisão, sendo dada prioridade aconsiderações de ordem moral e aonível de consciencialização pública

➥ as ACB têm por objectivo convenceros empregadores a adoptarempolíticas de SST, bem como queestas não põem em causa a suacompetitividade; dirigem-se tambémaos responsáveis políticos,apresentando a prevenção como uminvestimento

Grécia➥ não afectam o processo de decisão

no sentido de conduzir ou evitar aadopção de legislação, mas, emmuitos casos, influenciamsignificativamente o grau deexigência de determinadasdisposições ou outras iniciativas

➥ prevê-se um aumento do seuimpacto no futuro

Portugal➥ a evolução das normas de SST é

objecto de discussão entre o governoe os parceiros sociais, sendo tidosem consideração os aspectoseconómicos e sociais

Dinamarca➥ os custos para as empresas são um

factor importante no âmbito doprocesso de decisão política

➥ as alegações de que os custos sãoexcessivos devem ser especificadas,o que facilita a obtenção de acordosentre os parceiros sociais

➥ o processo traduz-se num teste dequalidade das propostas

➥ não se prevêem alterações no futuro

Irlanda➥ neste momento, as ACB não fazem

parte oficialmente do processo dedecisão, embora o impactoeconómico das medidas influencie aformulação de medidas políticas

➥ prevê-se que um maior rigoranalítico seja necessário nestedomínio no futuro

Reino Unido➥ a avaliação “custos-benefícios” é

uma das informações tidas emconsideração no âmbito do processode decisão sobre propostaslegislativas

➥ não se prevêem alterações

Espanha➥ ao procurar-se o consenso com os

parceiros sociais, as avaliaçõesinfluenciam normalmente assoluções adoptadas

➥ não se prevê que os critérios denatureza económica venham a tornar-se determinantes no domínio da SST

➥ existe a preocupação de melhorar aqualidade das normas legais, interalia através da avaliação dorespectivo impacto económico

Itália➥ avaliação “custos-benefícios” das

medidas de SST está a tornar-secada vez mais importante, tendo anecessidades destas avaliações sidorecentemente salientada peloParlamento italiano

➥ os ministérios do Trabalho e daSaúde desejam identificar critérioshomogéneos a fim de racionalizar autilização dos recursos públicos

Suécia➥ os custos influenciam até certo ponto

as decisões➥ as avaliações “custos-benefícios”

deverão tornar-se mais importantesno futuro

Pergunta

17

Em que medida os resultados das avaliações “custos-benefícios” influenciam as decisõesfinais sobre nova legislação e outras iniciativas? Estas avaliações irão tornar-se maisimportantes no futuro?

Em que medida os resultados das avaliações “custos-benefícios” influenciam as decisõesfinais sobre nova legislação e outras iniciativas? Estas avaliações irão tornar-se maisimportantes no futuro?

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4.

18

OBJECTIVOS DAS ANÁLISES“CUSTOSBENEFÍCIOS”Como se pode concluir do que ficou dito noscapítulos 2 e 3, as considerações de naturezaeconómica assumem uma importância cada vezmaior no âmbito da adopção de medidas de melhoriada segurança e saúde no trabalho, nomeadamenteaquando da adopção de nova legislação ou da revisãoda existente. No presente capítulo são referidos osdiferentes tipos de análises “custosbenefícios”, asaber:

— estimativas prévias à introdução de medidas SST;

— estimativas posteriores à introdução de medidasSST;

— indicadores da eficiência económica dossistemas de segurança e saúde no trabalho.

4.1. Estimativas de custosbenefíciosprévias à introdução de medidasSST

É frequente em muitos Estados-Membros procedersea uma avaliação antes da adopção de nova legislaçãoou da revisão da existente (avaliação ex ante) a fim derecolher informações sobre os efeitos das medidas(novas disposições ou disposições alteradas).

Nalguns Estados-Membros (Reino Unido,Dinamarca), esta avaliação ex ante do impactoconstitui uma rotina, sendo mesmo, nalguns casos,

obrigatória. Em diversos países, a participação dosparceiros sociais faz parte deste processo, podendoos custos e os benefícios das medidas em causaserem incluídos nas consultas com os mesmos.

Existem diferenças entre os Estados-Membros no quese refere à avaliação de determinados tipos de novalegislação. Por exemplo, na Dinamarca, atransposição de directivas da UE não é objecto deavaliações, ao contrário do que se passa noutrosEstados-Membros. De uma forma geral, ascampanhas e outras medidas deste tipo são menosavaliadas.

O alcance das avaliações varia de país para país e, porvezes, consoante a natureza das medidas em causa ea gravidade do problema.

As avaliações do impacto económico de novosregulamentos ou iniciativas em matéria de SSTpodem ser realizadas a nível nacional, sectorial oudas empresas. Na maior parte dos Estados-Membros,estas avaliações centramse nos custos e benefícios anível nacional, sendo calculados os custosresultantes das medidas previstas para as autoridadesou para a economia nacional. Nalguns Estados-Membros (Finlândia, Reino Unido), é feita umaanálise por sector económico ou indústria. Asconsequências das medidas para as empresas apenassão avaliadas nalguns países, embora, nalgunsEstados-Membros (Alemanha, Finlândia, ReinoUnido), o impacto sobre as PME estejaexpressamente incluído no processo de avaliação exante.

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Alemanha➥ a necessidade e a efectividade das

medidas são avaliadas através de umcatálogo de factores que inclui, emparticular, os custos e os benefíciospara as PME

➥ os efeitos das disposições em termosde custos têm de ser justificados, umavez que afectam as administrações eas empresas

➥ a avaliação “custos-benefícios” dasmedidas de SST não é sistemática

➥ estão a ser desenvolvidos métodos deavaliação

Finlândia➥ as novas disposições legais são

obrigatoriamente avaliadas no âmbitodo processo de adopção das mesmas;os efeitos secundários sobre ascampanhas não são avaliados deforma sistemática

➥ as avaliações incidem sobre aeconomia nacional e as finançaspúblicas, embora devamfrequentemente ser tidas emconsideração as avaliações a nívelsectorial e/ou das empresas

➥ o objectivo consiste em reforçar asACB

Luxemburgo➥ não são realizadas avaliações ex ante

Áustria➥ a avaliação das consequências

financeiras para os orçamentosfederal e das autoridades regionais éobrigatória

➥ os custos das disposições de SSTpara o sector privado não sãocalculados

➥ não se prevêem alterações

França➥ a avaliação do impacto das novas

disposições é agora obrigatória,sempre que possível, excepto nocaso de disposições com efeitoslimitados

➥ as avaliações são difíceis➥ as campanhas são objecto de uma

avaliação ex ante com o objectivo deidentificar as necessidades dosgrupos-alvo; os aspectoseconómicos são incluídos nestasavaliações

Países Baixos➥ as novas disposições e a alteração

das existentes são avaliadas deacordo com processos obrigatórios,mas estas avaliações apenas sãoprofundas se forem previstos custoselevados

➥ realizaram-se duas vezes avaliaçõesex ante a nível nacional

Bélgica➥ não se efectua nenhuma avaliação

“custos-benefícios” das medidas aexecutar pelas inspecções técnica emédica

➥ quando é obrigatório avaliar oscustos, estas avaliações centram-senos efeitos sobre os empregadoresou sobre os sectores em causa

Grécia➥ antes da adopção de nova legislação,

devem ser avaliadas asconsequências financeiras da mesmapara o orçamento estatal

➥ são normalmente avaliados outrosaspectos relacionados com os custose os benefícios no decurso dosdebates no âmbito do SYAE

➥ os custos das medidas nãolegislativas (campanhas,publicações, formação, etc.) não sãonormalmente avaliados

Portugal➥ as avaliações não são sistemáticas,

dependendo dos objectivos➥ normalmente são incluídos nas

avaliações os benefícios previstos➥ são avaliados os custos para as

administrações

Dinamarca➥ a avaliação dos custos

socioeconómicos é obrigatória desde1981

➥ as orientações e as campanhas nãosão avaliadas de forma sistemática enão se procede a qualquer avaliaçãorelativamente a directivas da UE

➥ as avaliações são levadas a cabo emcooperação com os parceiros sociais

Irlanda➥ não são realizadas avaliações ex ant➥ esperase que as ACB se tornem um

instrumento mais comum à medidaque as metodologias nesta área sedesenvolvam

Reino Unido➥ a avaliação “custos-benefícios” é

feita de forma sistemática no âmbitodo processo de adopção delegislação

➥ as avaliações referem-se ao conjuntoda sociedade, mas apresentamsempre separadamente os custospara a indústria, podendo serprecisadas, por exemplo, por sector

Espanha➥ é obrigatória a avaliação do impacto

económico das disposiçõeslegislativas, através de uma checklist

➥ a adopção das medidas de SST rege-se por um processo no âmbito doqual são discutidos os respectivoscustos

Itália➥ não são realizadas avaliações ex ante

Suécia➥ as avaliações são, desde há muito

tempo, sistemáticas e obrigatórias➥ as avaliações de custos são feitas a

nível nacional

Pergunta

19

As administrações nacionais competentes em matéria de segurança e saúde avaliam oscustos e/ou benefícios das medidas antes da adopção das mesmas? De forma sistemática?Prevêem-se alterações no futuro neste domínio?

As administrações nacionais competentes em matéria de segurança e saúde avaliam oscustos e/ou benefícios das medidas antes da adopção das mesmas? De forma sistemática?Prevêem-se alterações no futuro neste domínio?

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20

4.2. Estimativa dos custos ebenefícios após a adopção dasmedidas

Foram colocadas perguntas aos Estados-Membrossobre as avaliações económicas posteriores àadopção das medidas. O objectivo das avaliações expost pode consistir em testar, com base nosresultados das mesmas, a efectividade das medidasem causa. Normalmente, este tipo de avaliações épraticado relativamente a medidas legislativas, sendooutros tipos avaliados desta forma apenas nalguns,poucos, países (na Dinamarca, relativamente àscampanhas). Os resultados das ACB ex post podemser utilizados para adaptar as medidas em causa.

Nalguns Estados-Membros (França, Bélgica, PaísesBaixos), a efectividade das normas SST éacompanhada através dos dados fornecidos pelasinspecções de trabalho, concentrandose, osindicadores, contudo, nos efeitos em termos desegurança e saúde, mais do que nos efeitos denatureza económica.

Nalguns Estados-Membros (Espanha, Finlândia,Alemanha), as avaliações são feitas apenas emdeterminadas circunstâncias ou através de testes. NoReino Unido, são feitas avaliações ex postrelativamente a todas as medidas legislativasimportantes.

Tal como acontece com as avaliações ex ante, é difícilavaliar ex post os benefícios, residindo um dosproblemas no facto de os efeitos económicospositivos apenas se tornarem visíveis passado algum

tempo. De uma forma geral, pode afirmarse que estetipo de avaliações é difícil devido à falta de dados, quedificulta a verificação dos resultados da medida emcausa por comparação com as previsões iniciais.

Globalmente, pode concluirse que as comparaçõesexpressas entre os objectivos e os resultados dasmedidas apenas são feitas de forma sistemáticanalguns, poucos, países (Países Baixos, ReinoUnido).

No que se refere às perspectivas futuras, a maior partedos países não tenciona, aparentemente, realizaravaliações ex post de forma sistemática.

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Alemanha➥ a avaliação após a aplicação das

medidas apenas se realiza nalgunscasos, não sendo, de uma formageral, fornecidas estimativas sobreas implicações financeiras

Finlândia➥ normalmente, não se realizam

avaliações ex post➥ não existe tradição nem intenção de

realizar este tipo de avaliações➥ se esta prática for introduzida,

poderá generalizar-se no futuro

Luxemburgo➥ até ao momento, não se têm

realizado avaliações ex post➥ estão previstas avaliações de 4

exemplos em 1998

Áustria➥ não são realizadas avaliações depois

da adopção de medidas, não seprevendo alterações neste domínio

França➥ devido à dificuldade da avaliação e

ao facto de as medidas de SST nãoterem objectivos económicos, asavaliações ex post não são muitonumerosas

➥ embora não exista nenhum modelo,a Inspecção de Trabalho forneceinformações quantitativas equalitativas; as estatísticas deacidentes de trabalho contêminformações sobre os efeitosmacroeconómicos dos mesmos

Países Baixos➥ foram, por duas vezes, recolhidos

dados sobre os custos dosinvestimentos de medidas de SST,numa base experimental

Bélgica➥ a Inspecção do Trabalho regista as

acções levadas a cabo em aplicaçãodas medidas; quando seinspeccionam as condições desegurança, os custos de pessoal sãotidos em consideração

➥ o método é aplicado a nível nacional,sectorial e de empresa

Grécia➥ não se realizam avaliações

sistemáticas➥ as reacções dos membros do SYAE

após a aplicação das medidas podemser consideradas como umaavaliação indirecta das mesmas

Portugal➥ normalmente, é elaborado um

balanço entre os objectivos previstose os resultados alcançados

➥ as avaliações têm em consideraçãoos dados estatísticos (a nívelnacional, sectorial e de empresa), onúmero de trabalhadores e aparticipação dos parceiros sociais

➥ os parceiros sociais participam nasavaliações

Dinamarca➥ as avaliações ex post não são

realizadas de forma sistemática, masefectuaram-se na década de 80algumas avaliações dos benefícios

➥ as campanhas são avaliadas, massobretudo em termos de nível decumprimento ou de exposição

Irlanda➥ não são realizadas avaliações ex post➥ esperase que as ACB se tornem um

instrumento mais comum à medidaque as metodologias nesta área sedesenvolvam

Reino Unido➥ todas as disposições significativas

são avaliadas a fim de verificar seatingiram os objectivos e de detectarproblemas imprevistos

➥ as avaliações incidem igualmentesobre os custos e os benefícios reaispor comparação com os previstos,embora esta comparação não possaser muito precisa

Espanha➥ não são realizadas avaliações ex

post, mas foram efectuadas algumasavaliações experimentais

➥ está prevista a elaboração de umametodologia de avaliação a nívelnacional e sectorial

Itália➥ não são realizadas avaliações ex post

Suécia➥ não são realizadas de forma

sistemática avaliações ex post

Pergunta

21

As administrações nacionais competentes em matéria de segurança e saúde avaliam os custose/ou benefícios das medidas depois da adopção das mesmas? De forma sistemática?Prevêem-se alterações no futuro neste domínio?

As administrações nacionais competentes em matéria de segurança e saúde avaliam os custose/ou benefícios das medidas depois da adopção das mesmas? De forma sistemática?Prevêem-se alterações no futuro neste domínio?

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22

4.3. Avaliação da eficiênciaeconómica dos sistemas nacionaisde segurança e saúde no trabalho

Até ao momento, a nossa atenção temse centrado nosdiferentes tipos de avaliação da legislação e de outrasmedidas. Para além desta abordagem, é igualmentepossível avaliar os resultados dos sistemas desegurança e saúde no trabalho dos Estados-Membros, por exemplo, através do recurso aindicadores de eficiência económica. Foi pedido aosEstados-Membros que fornecessem informaçõessobre os instrumentos utilizados neste contexto.

Alguns Estados-Membros (Luxemburgo, Finlândia,Grécia, Dinamarca) referiram que os dadosquantitativos e qualitativos recolhidos pelasinspecções de trabalho ou constantes das estatísticasde acidentes de trabalho e doenças profissionaispodem fornecer algumas indicações sobre asconsequências macroeconómicas.

Nos Países Baixos, um indicador utilizado é o rácioentre os custos da prevenção e os custos das medidascorrectivas (por ex.:, custos de acidentes de trabalhoe de doenças profissionais).

Na Alemanha, está a ser desenvolvido um conjunto deindicadores de eficiência específicos e umametodologia de medida dos mesmos. Estametodologia tem uma base ampla, relacionandose,por exemplo, com o número de problemas de saúdepor unidade de produção.

De uma forma geral, pode concluirse que este tipo deavaliação não tem recebido, até ao momento, muitaatenção nos Estados-Membros da União Europeia, amaior parte dos quais não dispõe de instrumentos deavaliação da eficiência económica dos sistemas desegurança e saúde no trabalho.

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Alemanha➥ foram desenvolvidos alguns

instrumentos de avaliação macro-económica e microeconómica

➥ os métodos têm uma base ampla,uma vez que is indicadores sereferem, por exemplo, ao número deproblemas de saúde ocorridos porunidade de produção

Finlândia➥ este tipo de instrumentos não existe,

mas a eficiência das medidas podededuzir-se a partir das estatísticas deacidentes e de doenças, bem comodas respostas a questionários

➥ estão a ser desenvolvidos métodosde avaliação da eficiência dasadministrações

Luxemburgo➥ este tipo de instrumentos não existe ➥ a eficiência das medidas pode

deduzir-se de forma indicativa apartir das estatísticas de acidentes ede doenças

Áustria➥ este tipo de instrumentos não existe

França➥ não existem instrumentos

específicos deste tipo, mas aeficiência das medidas pode deduzir-se a partir das estatísticas deacidentes e de doenças

Países Baixos➥ o rácio custos da prevenção/ custos

da correcção pode ser consideradocomo um indicador de eficiência anível nacional; foi realizada umatentativa de avaliar este rácio, mas osdados disponíveis para se obter umaindicação fiável desse rácio sãoinsuficientes

➥ é importante melhorar a fiabilidadedas avaliações no futuro

Bélgica➥ este tipo de instrumentos não existe

Grécia➥ este tipo de instrumentos não existe ➥ os relatórios das inspecções de

trabalho permitem extrair dadosindicativos

Portugal➥ este tipo de instrumentos não existe

Dinamarca➥ este tipo de instrumento não existe”

Irlanda➥ este tipo de instrumentos não existe

Reino Unido➥ as avaliações dos custos dos

acidentes e das doenças podem serconsiderados como um indicadorindirecto

Espanha➥ se por eficiência se entende o rácio

“custos-benefícios”, não foramrealizadas quaisquer avaliações

Itália➥ este tipo de instrumentos não existe

Suécia➥ este tipo de instrumentos não existe,

estando a ser feitas tentativas paracalcular a eficiência da administração

➥ a administração SST deve apresentartodos os anos ao Governo umrelatório dos efeitos e daprodutividade

Pergunta

23

Existem instrumentos de medida da eficiência económica dos sistemas nacionais de segurança e saúde no trabalho? Em que medida estes instrumentos têm em conta a produçãoeconómica?

Existem instrumentos de medida da eficiência económica dos sistemas nacionais de segurança e saúde no trabalho? Em que medida estes instrumentos têm em conta a produçãoeconómica?

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Parte 2. IMPACTO ECONÓMICO DA POLÍTICA DESEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

25

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5.MÉTODOS E CONTEÚDOExistem métodos que podem ajudar a efectuar análisessistemáticas “custosbenefícios” ex ante e ex post. Numapequena parte dos Estados-Membros existem métodosespecíficos e formalizados de avaliação do impactoeconómico de novas medidas. O método utilizadodepende da natureza do problema e do impactoeconómico potencial da medida em causa. Embora amaior parte dos Estados-Membros não disponha demétodos específicos e formalizados, muitos delesreferem que as actuais práticas de desenvolvimento depolíticas incluem frequentemente uma abordagemestruturada, por exemplo, através da utilização de listasde controlo, um catálogo ou procedimentos de consulta.

Foi pedido aos Estados-Membros que indicassemquais os elementos específicos dos métodos deavaliação “custosbenefícios” da prevenção dasegurança e saúde no trabalho que utilizavam. Maisespecificamente, a pergunta centravase na inclusão deaspectos sociais e de outra natureza, tais como amelhoria da qualidade dos produtos e o aumento dacompetitividade.

No âmbito da avaliação do impacto económico dasmedidas, devem ser distinguidos os conceitos decustos e de benefícios. De uma forma geral, costumafazer-se uma distinção clara entre os custos daaplicação das medidas de SST (custos da prevenção)e os benefícios extraídos após esta aplicação. Osbenefícios podem consistir em vários elementos Aabordagem utilizada na avaliação dos custos dasmedidas varia de país para país e, eventualmente, deacordo com a natureza da medida em causa. Por

exemplo, nos custos da prevenção são geralmenteincluídos os seguintes aspectos:

— investimentos em tecnologias e em equipamentode produção (por parte dos empregadores);

— custos dos serviços externos;— custos do tempo de trabalho adicional;— encargos adicionais por trabalhador (por

exemplo, com vigilância médica adicional).

A avaliação dos benefícios revelase particularmentedifícil. Alguns Estados-Membros (Espanha,Luxemburgo, Países Baixos) fazemno calculando oscustos das doenças que puderam ser evitados. Naprática, os benefícios traduzemse sobretudo na reduçãodos custos das baixas por doença. Nalguns países, éigualmente tida em consideração a redução dos custosdos cuidados de saúde e de reabilitação. No ReinoUnido, são (indirectamente) incluídos nestas avaliaçõesvalores quantificados do sofrimento físico e psíquico.

Globalmente, a experiência no domínio daquantificação dos efeitos sobre a produtividade esobre a qualidade dos produtos é limitada, o que fazcom que os efeitos das novas disposições sobre acompetitividade das empresas não sejam incluídosnas avaliações do impacto económico das mesmas.Nalguns países (Suécia, França, Países Baixos), sãolevados a cabo estudos de casos ou estudosretrospectivos, mas parece que não é fácil traduzir osresultados dos mesmos numa metodologia comvalidade geral. No Reino Unido, concluiuse que oscustos directos impostos às empresas podem serutilizados como um dos indicadores dos efeitos acurto prazo sobre a competitividade.

Todos os métodos calculam a redução directa doscustos para a sociedade ou para as empresas. Osefeitos indirectos ou “secundários” sobre o emprego,o bemestar a nível nacional ou a competitividadenacional não são normalmente incluídos.

Os Estados-Membros referiram muitos problemassurgidos no âmbito da avaliação dos benefícios dasmedidas de prevenção:

— vários países referiram que o alcance dasavaliações do impacto económico éfrequentemente limitado pela inexistência dedados fiáveis;

— é difícil isolar os factores pertinentes;— os benefícios da prevenção podem tornarse

visíveis apenas a longo prazo;— é difícil quantificar o valor da vida humana em

termos monetários, embora os Estados-Membros tenham referido que este deve ser umdos factores a ter em conta;

— é igualmente difícil e nem sempre é desejávelquantificar em termos financeiros os prejuízospara a saúde.

Os países que têm uma longa experiência em matériade avaliações do impacto económico referiram que ametodologia que utilizam não deverá ser alterada numfuturo imediato, a não ser que surjam novos dados. Ainvestigação não deverá conduzir à alteração dosprocedimentos actualmente utilizados. Nalguns,poucos, Estados-Membros (Bélgica, Países Baixos),esta abordagem é muito recente, pelo que não deveráser alterada num futuro imediato. Alguns dosEstados-Membros que não dispõem de metodologias

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Alemanha➥ não existe nenhuma metodologia

específica

Finlândia➥ os métodos utilizados dependem dos

assuntos em causa; os princípiosestão descritos num manual

➥ normalmente, são incluídos todos osaspectos, mas a decisão sobre oscustos e os benefícios (monetários) aincluir é tomada caso a caso

➥ o valor da vida humana nem sempreé expresso em termos monetários

Luxemburgo➥ não existe nenhuma metodologia

formalizada➥ os benefícios consistem nos custos

das doenças que foi possível evitar➥ o objectivo consiste em assegurar

que os custos se transformem embenefícios

Áustria➥ não existe de momento nenhuma

metodologia formalizada

França➥ não existem métodos específicos➥ a ausência de metodologias

específicas fica a dever-se àdificuldade em isolar os factoresrelevantes, que é acentuada pelacomplexidade do sistema francês

➥ a transposição de sistemas de outrospaíses não parece fácil de aplicar

Países Baixos➥ depende da natureza das disposições

legais em causa; as avaliaçõesestandardizadas centram-se nosefeitos primários

➥ os custos de doença e os custosmédicos não são normalmenteincluídos

➥ os custos do absentismo e daincapacidade são incluídos

➥ o aumento da produtividade é umfactor utilizado apenas no âmbito deestudos de casos

Bélgica➥ não existe nenhuma metodologia

formalizada➥ as metodologias centram-se nos

custos directos para osempregadores e para os sectores,bem como na avaliação dos custosrelativamente ao número detrabalhadores envolvidos e portrabalhador

➥ os benefícios não são tidos emconsideração

Grécia➥ abordagem macro-económica

(custos sociais, indicadoreseconómicos gerais)

➥ está prevista a elaboração de ummétodo sistemático baseado naexperiência a nível nacional e da UE

Portugal➥ embora não exista nenhuma

metodologia específica, a avaliaçãodos benefícios das medidas abrangediferentes aspectos, tais como oaumento da esperança de vida, aqualidade de vida, a diminuição daincidência das doenças, adiminuição das despesas públicas ea diminuição dos custos para asempresas e o aumento daprodutividade e da qualidade

Dinamarca➥ são realizadas avaliações➥ custos: equipamento, equipamento

substituível ou serviços externos,custos de substituição dos produtos,conservação e energia, tempo detrabalho adicional

➥ benefícios: diminuição dos custosdos cuidados de saúde e dereabilitação, das baixas por doença,das reformas antecipadas e damortalidade

➥ apenas efeitos primários

Irlanda➥ não existe nenhuma metodologia

específica

Reino Unido➥ a abordagem é ampla, mas o seu

alcance é limitado pelos dadosdisponíveis

➥ custos médicos incluídos,indemnizações excluídas (uma vezque o valor monetário da dor e dosofrimento são incluídos)

➥ os custos directos para as empresaspodem ser considerados como umindicador do impacto a curto prazosobre a base de custos da indústria esobre a competitividade

➥ os efeitos secundários (por exemplo,o desemprego) não são incluídos

Espanha➥ não existe nenhum método

estandardizado➥ por ocasião da discussão de nova

legislação com os parceiros sociais,os custos sociais são tidos emconsideração em termos qualitativos

➥ os benefícios quantitativos,considerados a redução dos custosresultantes de acidentes detrabalhos, ão igualmente tidos emconsideração

Itália➥ não existe nenhuma metodologia

específica

Suécia➥ os custos sociais são tidos em

consideração➥ foram feitas tentativas para avaliar o

valor da vida humana em termosmonetários

Pergunta

27

As administrações nacionais de SST utilizam metodologias específicas para avaliarem oscustos e os benefícios das medidas? Os custos sociais, a competitividade, o ambiente e aqualidade dos produtos são noções incluídas no conceito de benefícios?

As administrações nacionais de SST utilizam metodologias específicas para avaliarem oscustos e os benefícios das medidas? Os custos sociais, a competitividade, o ambiente e aqualidade dos produtos são noções incluídas no conceito de benefícios?

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28

6.CUSTOS DOS ACIDENTES DETRABALHO E DAS DOENÇASPROFISSIONAIS

6.1. Existência de avaliações

Um elemento muito importante da avaliação doimpacto económico das medidas de segurança esaúde no trabalho consiste na avaliação dos custostotais dos acidentes de trabalho e das doençasprofissionais. Realizaramse muitas tentativas deavaliação destes custos em muitos Estados-Membros.

São utilizadas duas abordagens no âmbito daavaliação dos custos dos acidentes de trabalho e dasdoenças profissionais. A primeira consiste emcalcular os custos financeiros totais do seguro socialde acidentes profissionais e doenças profissionais. Asegunda, envolve uma avaliação dos custossocioeconómicos, no âmbito da qual são calculadosos efeitos monetários a nível da sociedade.

Na maior parte dos Estados-Membros, as organizaçõespúblicas ou privadas de seguro de saúde publicamestatísticas anuais sobre o número de acidentesprofissionais e de riscos sanitários. Além disso, oscustos das indeminizações são resumidos no montantetotal anual pago em consequência das mesmas.

Além disso, na maior parte dos Estados-Membros sãopublicadas estatísticas sobre o número de dias detrabalho perdidos e de pensões por incapacidade

concedidas em resultado de acidentes de trabalho edoenças profissionais. Os custos dos cuidados desaúde estão, igualmente disponíveis com frequência.Além disso, estas estatísticas estão muitas vezesrepartidas por categorias de diagnósticos e porcategorias de trabalhadores ou segmentos dasmesmas (por exemplo, os trabalhadores da indústria).

No entanto, a imagem fornecida por estas estatísticas éfrequentemente incompleta, referindo a maior partedos Estados-Membros que as mesmas padecem deuma subavaliação dos custos. Nalguns casos, isto ficaa deverse ao facto de os empregadores ou ostrabalhadores não comunicarem os acidentes àsautoridades. Outros Estados-Membros referiram queos números publicados não abrangem todos ossectores industriais. Por último, alguns Estados-Membros referiram que os números relativos aosseguros de saúde incluem apenas um número limitadode riscos de SST. Estas carências de informaçãodificultam as comparações entre as estatísticas dosdiferentes Estados-Membros.

Além disso, deve salientarse que as estatísticasnacionais e sectoriais não referem os custos totaisdas doenças profissionais para a sociedade.

A fim de colmatar a diferença entre os custos referidosnas estatísticas oficiais e os custos socioeconómicospara a sociedade, foram realizados estudos nalgunsEstados-Membros (Itália, Países Baixos, Reino Unido,Luxemburgo e Finlândia), no âmbito dos quais setentou traçar uma imagem completa da realidade. Estasavaliações incluíram os custos para as empresas, oscustos para as vítimas e para os respectivos

enquadramentos sociais, as despesas com a prevençãoe outros custos indirectos, tais como os relativos aosserviços médicos, à segurança social e aos sistemas deseguro. No Reino Unido, é mesmo incluído noscálculos um montante que reflecte a dor e o sofrimentofísico e psíquico associados a estes riscos. A conclusãofinal destes estudos consistiu em que os custos dosriscos de SST para a sociedade são provavelmente maiselevados do que o deixam entender as estatísticas.

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Alemanha➥ o BAUA publica avaliações

periódicas dos custos resultantes deriscos para a saúde relacionadoscom o trabalho, com base no númerode dias de trabalho perdidos; estescustos podem ser especificados ecalculados em função do tipo dedoença; os cálculos exactos sãodocumentados pelo“Berufsgenossenschaften”

Finlândia➥ em 1994, o Departamento de SST

efectuou um cálculo dos custos dosacidentes de trabalho e das doençasprofissionais suportados pelaeconomia nacional em 1992

➥ foram realizados alguns estudos deinvestigação, cálculos práticos eestudos de casos sobre o impactoeconómico dos riscos de SST a níveldas empresas

Luxemburgo➥ as avaliações são realizadas pela

Associação das Seguradoras deAcidentes (AAA)

➥ calcula-se que o valor dos danoscausados às vítimas, às empresas e àeconomia nacional seja quatro vezessuperior aos custos suportados pelaAAA

Áustria➥ as entidades seguradoras podem

determinar os custos dostratamentos médicos resultantes deacidentes, das medidas dereabilitação, das pensões e doabsentismo

➥ realizaram-se trabalhos deinvestigação académica sobre oimpacto dos acidentes de trabalho noconjunto da economia

França➥ A CNAM realizou algumas avaliações➥ um relatório recentemente publicado

refere um montante de cerca de 0,2mil milhões de ecus (1,2 mil milhõesde FF)

➥ ignora-se a dimensão real doscustos dos acidentes de trabalho edas doenças profissionais nãoidentificadas como tal, que sãosuportados pelo sistema público desegurança social

Países Baixos➥ as avaliações têm por base 5

factores: baixas por doença einvalidez, custos dos cuidadosmédicos, acções de prevençãolevadas a cabo por terceiros e pelasempresas e outros tipos de custos

➥ os custos da prevenção não excedem20% dos custos totais

➥ os custos das baixas por doença einvalidez podem ser distribuídos porcategorias de diagnóstico

Bélgica➥ os custos das doenças resultantes de

riscos SST apenas podem serestimados

➥ os custos directos são geralmenteexpressos em termos do impactosocial dos danos sofridos

➥ as despesas são distribuídas porsector NACE, por tipo de doençaprofissional e por tipo de agentequímico, físico ou biológico

Grécia➥ estas avaliações são normalmente

realizadas pelos organismos deseguro social

➥ os custos sociais dos acidentes edas doenças são incluídos noorçamento social nacional anual

Portugal➥ são calculados os custos directos

resultantes de acidentes e os custosdas pensões de segurança social pordoenças profissionais

➥ os números são subestimados,devido a insuficiente comunicaçãode acidentes de trabalho e dedoenças profissionais

➥ é igualmente importante ter em contaas estimativas de custos resultantesdo absentismo

Dinamarca➥ o DWES publica estimativas dos

custos resultantes de acidentes detrabalho e de doenças profissionaisdesde 1994

➥ estas estimativas incluem os custossocioeconómicos e as despesaspúblicas (custos financeiros) comdoenças profissionais

Irlanda➥ a federação dos seguros publica

estatísticas anuais sobre o número eos custos dos pedidos deindemnização apresentados pelosempregadores

➥ os custos dos pedidos deindemnização são resumidos nomontante total pago e da evoluçãodas reservas técnicas durante operíodo em causa

➥ os números e os custos não sãorepartidos por tipo de risco deacidente ou de doença

Reino Unido➥ o HSE publica estimativas sobre os

custos totais resultantes de acidentesde trabalho e de doençasprofissionais e suportados pelosempregadores, pela economia e pelasociedade

➥ este estudo quantifica os custossuportados por todas as partes,incluindo os empregadores, osserviços médicos, os sistemas desegurança e de seguro social e asvítimas

➥ é incluindo um montante imputável àdor e ao sofrimento moral e físico davítima

Espanha➥ os custos directos dos acidentes de

trabalho e das doenças profissionaissão calculados através da análise dascontas da segurança social,incluindo dos custos dasincapacidades, dos cuidados desaúde e dos medicamentos e daspensões de sobrevivência

➥ os custos indirectos são avaliadosatravés da análise da diversos dados,tais como o número de dias detrabalho perdidos em resultado deacidentes de trabalho e de doençasprofissionais

Itália➥ o INAIL calcula os custos totais dos

acidentes de trabalho e das doençasprofissionais, incluindo os encargosde seguro, os encargos indirectos dasempresas, as despesas comprevenção, a proporção dos danossuportada pelas vítimas e os custoseconómicos suportados peloorçamento público

➥ são tidos em consideração os custosdirectos e indirectos de patologiasmúltiplas (condições de vida e detrabalho)

Suécia➥ foram realizadas algumas avaliações

a nível nacional, sectorial e deempresa sobre os custos de algunsriscos profissionais específicos

Pergunta

29

Em que medida se têm realizado avaliações dos custos das doenças profissionais?Em que medida se têm realizado avaliações dos custos das doenças profissionais?

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30

6.2. Resultados das avaliações

Os Estados-Membros foram também inquiridossobre os resultados das estimativas dos custos dosriscos profissionais.

A maior parte dos Estados-Membros conseguiufornecer algumas indicações sobres estes custos,calculados nas respectivas moedas ou em ecus. Noquadro seguinte, os resultados são apresentados emecus (às taxas de câmbio de 1995).

Um grupo de países conseguiu fornecer estimativas doscustos dos acidentes de trabalho e doenças profis-sionais, em termos de percentagem do respectivoProduto Interno Bruto (PIB). As percentagensindicadas variam entre 2,6% e 3,8%, sendo tida emconsideração uma grande variedade de factores decustos. A percentagem do Reino Unido está estimadaentre 1% e 2% se se excluírem os custos da dor e dosofrimento moral e físico.

Outro grupo de Estados-Membros apresentou dadosrelativos a determinadas categorias de custos. Porconseguinte, estas estimativas basearamse, paraefeitos do presente projecto, nas informações sobreos custos totais em percentagem do PIB. Estaspercentagens variam entre 0,4% e 4,0%.

Deve salientarse que, relativamente a ambos osgrupos de países, é difícil, de momento, proceder acomparações estritas entre diferentes Estados-Membros. As informações fornecidas não sãoacompanhadas de indicações suficientes sobre aforma como os cálculos foram feitos, sobre os dados

utilizados e sobre os factores de custos incluídos eexcluídos.

Os métodos de cálculo variam muito, nãoconsentindo, por isso, comparações estritas entre osEstados-Membros. No entanto, acreditase que agama de informações fornecidas sobre os custos dosriscos profissionais permite obter uma ideiaaproximada dos custos reais dos mesmos.

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Alemanha➥ o montante total dos dias de trabalho

perdidos em resultado deincapacidade para o trabalho reflecteas perdas de produção imputáveis àmão-de-obra, tendo atingido 45 milmilhões de ecus em 1995

Finlândia➥ as avaliações económicas relativas

ao ano de 1994 apontam para cercade 3,1 mil milhões de ecus, o querepresenta quase 3,8% do PIB; oscustos podem ser repartidos porcategorias de diagnóstico

➥ as avaliações mais recentes feitaspelo ministério indicam que oscustos têm vindo a diminuir,enquanto que o PIB está a aumentar

Luxemburgo➥ os custos resultantes de acidentes de

trabalho e doenças profissionaisascenderam a 86 milhões de ecus

➥ os prejuízos globais são estimadosentre 172 e 344 milhões de ecus(entre 1,3% e 2,5% do PIB)

Áustria➥ uma organização de trabalhadores

avalia as perdas económicasresultantes de acidentes de trabalhoem pelo menos 2,2 mil milhões deecus por ano e as perdas dasempresas em cerca de 0,4 milmilhões de ecus

➥ estimativa indirecta: 1,4% do PIB

França➥ apenas existem resultados relativos

aos custos suportados pelasseguradoras

➥ as estatísticas disponíveis abrangemapenas os trabalhadores do sectorprivado

➥ os custos resultantes de acidentes detrabalho e de doenças profissionaissuportados pelas seguradorasascendem a cerca de 7 mil milhõesde ecus (44 mil milhões de francosfranceses)

➥ estimativa indirecta: 0,6% do PIB

Países Baixos➥ os custos totais dos riscos de saúde

relacionados com o trabalho são decerca de 7,5 mil milhões de ecus(2,6% do PIB)

➥ custos das baixas por doença einvalidez: 4,9 mil milhões de ecus;custos dos cuidados de saúde: 0,6 milmilhões de ecus; custos das acções deprevenção: 1,6 mil milhões de ecus;outros custos: 0,5 mil milhões de ecus

➥ não existem estimativas dos custossuportados pelos empregadores,pelos trabalhadores e pela sociedade

Bélgica➥ os custos directos dos acidentes de

trabalho ascendem a 750 milhões deecus, incluindo os custos indirectosnum valor de 3 mil milhões de ecus

➥ os custos directos das doençasprofissionais ascendem a 375milhões de ecus e os das baixas pordoença a 250 milhões de ecus (total:625 milhões de ecus)

➥ estimativa indirecta: 2,3% do PIB

Grécia➥ as estimativas anuais variam➥ não é possível estabelecer uma

relação directa com a saúde e asegurança no trabalho devido àinterferência de outros factores

Portugal➥ os custos directos resultantes de

acidentes de trabalho ascendem a0,3 mil milhões de ecus e os custossuportados pela segurança social emindemnizações por doençasprofissionais a 30 milhões de ecus

➥ estimativa indirecta: 0,4% do PIB

Dinamarca➥ o montante total dos custos sociais

dos acidentes de trabalho e dasdoenças profissionais é de 3 milmilhões de ecus por ano (númerosde 1992), o que representa 2,7% doPIB

Irlanda➥ custos resultantes dos pedidos de

indemnização por acidentes detrabalho ou doenças profissionaisem 1996: 184 milhões de ecus

➥ estimativa indirecta: 0,4% do PIB

Reino Unido➥ em 1990, os custos foram os

seguintes:– para os empregadores: entre 6,3 e

12,6 mil milhões de ecus;– para as vítimas e famílias: 6,3 mil

milhões de ecus;– para a economia: entre 8,4 e 16,8

mil milhões de ecus (entre 1 e 2%do PIB)

– montante adicional relativo à dor eao sofrimento: entre 15,4 e 22,4mil milhões de ecus

➥ estimativa indirecta: 1,1% do PIB2

Espanha➥ as estimativas mais recentes sobre

os custos totais dos acidentes detrabalho e das doenças profissionaisapontam para um pouco menos de3% do PIB

➥ estes custos têm vindo a diminuir deforma constante desde 1992

Itália➥ o custo total dos acidentes de

trabalho e das doenças profissionaispara as finanças públicasascenderam, em 1996, a 28 milmilhões de ecus (4,6 mil milhõespara estas últimas e o restante paraos primeiros)

➥ estimativa indirecta: 3,2% do PIB

Suécia➥ os custos totais anuais dos acidentes

comunicados é de 7,2 mil milhõesde ecus (entre 3 e 4% do PIB)

➥ outra avaliação aponta para custosanuais resultantes de doençasalérgicas das vias respiratóriassuperiores no montante de cerca de0,6 mil milhões de ecus

➥ estimativa indirecta: 4,0% do PIB

Pergunta

31

Quais são os resultados destas avaliações?1Quais são os resultados destas avaliações?1

1 Taxa de câmbio e PIB do ano mencionado pelos Estados-Membros. Nos casos em que não foi mencionado um ano, 1995 foi utilizado como ano de referência (fonte: EUROSTAT, “Facts and Figures”, 1997).2 Estimativa reduzida: dor e sofrimento físico e moral excluídos

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7.

32

INSTRUMENTOS ÀDISPOSIÇÃO DAS EMPRESASPARA AVALIAREM OS CUSTOSE OS BENEFÍCIOS

7.1. Instrumentos à disposição dasempresas

No capítulo 6 foram referidas as avaliações doscustos dos riscos profissionais em termos depercentagem do PIB. As empresas têm dificuldade emtrabalhar com este tipo de conceito. Para elas é maisimportante saberem se a adopção de medidas SSTespecíficas contribuirá para reduzir os seus custos oupara lhes dar uma vantagem competitiva, porexemplo, devido à redução do número de baixas pordoença ou de acidentes de trabalho. Para este efeito,são necessários instrumentos que ajudem asempresas a abordar estas questões.

Pode concluirse do quadro seguinte que, na maiorparte dos Estados-Membros, existem ou estão a serdesenvolvidos instrumentos capazes de ajudar aempresas a avaliarem os custos e os benefícios destetipo de medidas. Estes instrumentos sãofrequentemente desenvolvidos com o apoio dasadministrações nacionais ou dos fundos de seguro.

Na maior parte dos Estados-Membros as companhiasde seguros privadas ou públicas comunicam àsempresas os números relativos às mesmas. A partirdestas informações, as empresas podem calcular os

riscos de SST. Este tipo de abordagem éparticularmente útil para as grandes empresas,devido às sua natureza global. As estimativas decustos das pequenas e médias empresas não sãomuitas vezes fiáveis, uma vez que um grande númerode acidentes ou de doenças em comparação com onúmero de trabalhadores pode ter um impacto muitogrande em termos relativos.

A partir das estatísticas que lhes são comunicadas pelascompanhias de seguros, as empresas podem calcularos benefícios dos investimentos em acções deprevenção. No entanto, este método não faz parte dapolítica nacional da maior parte dos Estados-Membros,embora os governos, as companhias de seguros e asorganizações de empregadores e de trabalhadoresconsiderem que o mesmo é positivo.

Também aqui existe um problema relativamente àspequenas e médias empresas, a maior parte das quaisnão dispõe dos recursos financeiros e humanosnecessários para poder aplicar estes métodos deforma adequada. Nalguns Estados-Membros(Áustria, Finlândia) estão a ser desenvolvidosmétodos acessíveis e de fácil aplicação. As grandesempresas têm, em muitos casos, recursos suficientespara desenvolverem elas próprias estes métodos oupara contratarem consultores privados para esteefeito.

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Alemanha➥ foram desenvolvidos e testados

instrumentos de ACB de medidas deSST tomadas pelas empresas (porexemplo, aumento da eficiênciaeconómica, acompanhamentomicroeconómico, procedimentos deacompanhamento da eficiência doconjunto do sistema de SST, etc.)

Finlândia➥ são colocados à disposição das

empresas diferentes tipos deinstrumentos

➥ os instrumentos elaborados peloministério incluem a avaliação doscustos das baixas por doença, dosacidentes, da substituição do pessoale das pensões por incapacidade

➥ existem também modelos para tratardos efeitos sobre a produtividade

Luxemburgo➥ não existem modelos à escala

nacional➥ os modelos utilizados pelas

empresas irão ser avaliados em 1998

Áustria➥ o “Wirtschaftsförderungsinstitut”

publicou, em 1996, uma brochuracom uma disquete que ensina osempregadores a elaborarem ACBrelativas a medidas de SST

➥ O AUVA oferece às empresas umprograma de avaliação dos custosdos acidentes, tendo igualmentedesenvolvido um modelo de análise“custos-benefícios” de casosespecíficos

França➥ não existe em França um método

geral, mas foram recentementedesenvolvidos instrumentos deavaliação, em particular para aspequenas e médias empresas

➥ o sistema de segurança socialpermite às grandes empresasavaliarem indirectamente o impactodas medidas de SST

Países Baixos➥ foi desenvolvido um modelo de

avaliação dos custos e de prevençãodas baixas por doença

➥ foi desenvolvido um modelo demicrossimulação dos riscos de SSTcom e sem medidas de prevenção,que inclui diversos factores, taiscomo o aumento da produtividade

Bélgica➥ um os instrumentos utilizados para

avaliar o impacto das medidasbaseia-se na contabilidade geral eanalítica e na análise das contasanuais das empresas

Grécia➥ as empresas dispõem dos seus

próprios métodos de avaliação doimpacto das medidas

Portugal➥ as empresas com mais de 100

trabalhadores são obrigadas por leia elaborarem um balanço socialanual e a enviarem-no ao Ministériodo Trabalho

➥ o balanço social deve incluir dadossobre os acidentes de trabalho, asdoenças profissionais, o absentismo, as despesas em equipamento deprotecção, bem como os custossociais directos e indirectos

Dinamarca➥ foram publicados modelos centrados

em elementos de fácil quantificação,tais como as baixas por doença, oscustos da substituição do pessoal,os custos das acções de prevenção eos custos dos programas deeducação ou de formação nodomínio da segurança

Irlanda➥ as empresas podem avaliar o

impacto das medida de segurança esaúde no trabalho analisando aevolução anual dos pedidos deindemnização e dos custos

➥ este método suscita problemasquando ocorre um acidente graveque distorce os números da empresa

Reino Unido➥ foi publicada uma brochura

destinada às pequenas empresas eum manual mais pormenorizado quedescreve alguns métodos deavaliação dos custos dos acidentes edas doenças

➥ o Conselho dos Sindicatos publicouigualmente livros sobre os custosdas doenças dos músculos e dacoluna vertebral

Espanha➥ as empresas espanholas, sobretudo

as grandes, utilizam diferentesmétodos que envolvem normalmenteuma comparação entre os custos dasmedidas de prevenção e os custosresultantes de acidentes de trabalho

➥ os custos das medidas de prevençãosão facilmente identificáveis nascontas das empresas, incluindo nãosó os investimentos como tambémas despesas com pessoal desegurança, com serviços deconsultadoria externa, comformação, etc.

Itália➥ não existem modelos à escala

nacional➥ o acompanhamento contínuo e

profundo da evolução dos custos éconsiderado fundamental

Suécia➥ foram desenvolvidos alguns

instrumentos para este fim, porexemplo, pela Universidade deEstocolmo e pelo Conselho Misto daSegurança Industrial

Pergunta

33

Que instrumentos existem à disposição das empresas para avaliarem elas próprias o impactodas medidas de segurança e saúde no trabalho?Que instrumentos existem à disposição das empresas para avaliarem elas próprias o impactodas medidas de segurança e saúde no trabalho?

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34

7.2. Utilização dos instrumentos

Não existem dados quantitativos a nível dos Estados-Membros sobre o grau de utilização destesinstrumentos no âmbito da avaliação do impacto dosriscos e das medidas SST. No entanto, váriosEstados-Membros indicaram que a utilização destesinstrumentos tem vindo a aumentar. Esta impressãobaseiase sobretudo no facto de terem sidodesenvolvidos ao longo dos últimos anos nos paísesem causa instrumentos de avaliação“custosbenefícios”.

Um dos problemas detectados consiste na falta derecursos nas pequenas e médias empresas. Noentanto, reconhecese que, a nível das grandesempresas, sobretudo das indústrias de alto risco,estes métodos são utilizados de uma forma maisestruturada.

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Alemanha➥ a fim de promover a utilização e a

aplicação dos instrumentos, estáprevista a apresentação dos mesmosna Exposição Alemã sobre SST eatravés da distribuição de software

➥ estes instrumentos apenas sãoutilizados e testados por grandesempresas ou no âmbito de projectosde investigação ou de programassubvencionados

Finlândia➥ não existem informações precisas

sobre o número de utilizadores dosdiferentes modelos existentes

➥ algumas grandes empresasdesenvolveram métodos próprios

➥ o interesse pela economia da SSTtem vindo a aumentar, o mesmoacontecendo com a utilização e onúmero de instrumentos existentes

➥ o objectivo dos modelos consiste emaumentar a produtividade global enão apenas em reduzir os custos dasempresas

Luxemburgo➥ as grandes empresas utilizam os

seus próprios métodos

Áustria➥ a brochura publicada pelo

“Wirtschaftsförderungsinstitut” foibem recebida pelas grandesempresas e tem sido utilizada

➥ de uma forma geral, as pequenas emédias empresas utilizam menoseste instrumento, devido à escassezdos seus recursos humanos e emtermos de tempo disponível

França➥ devido à alteração das regras de

seguro da CNAM, foi desenvolvidoum instrumento de avaliaçãoindirecta do impacto das medidas deSST; no entanto, apenas as grandesempresas beneficiam deste modelo

Países Baixos➥ o modelo de avaliação dos custos e

de prevenção das baixas por doençaé utilizado por profissionais, porexemplo, dos serviços de segurançae saúde no trabalho

Bélgica➥ o instrumento utilizado para avaliar o

impacto das medidas baseia-se nacontabilidade geral e analítica e naanálise das contas anuais dasempresas

Grécia➥ as empresas solicitaram por diversas

vezes a assistência de universidadesou de instituições científicas

Portugal➥ as grandes empresas com mais de

100 trabalhadores (cerca de 2 000,empregando cerca de 800 000trabalhadores) são obrigadas por leia elaborar um balanço social anual ea enviá-lo ao Ministério do Trabalho

Dinamarca➥ a utilização da “contabilidade SST”

tem vindo a aumentar ao longo dosúltimos 5 anos, sobretudo por partedos municípios e das instituições dopoder local

➥ no que se refere ao sector privado,algumas das maiores empresasdinamarquesas incluíramindicadores de SST na sua“contabilidade ambiental” anual

Irlanda➥ muitas grandes empresas avaliam as

medidas de SST no âmbito dos eusprocedimentos de controlo doscustos

Reino Unido➥ as empresas das indústrias de alto

risco utilizam técnicas sofisticadaspara analisar quais as medidas desegurança que vale a penaadoptarem

➥ estas empresas adquiriramconhecimentos especializadossubstanciais nos domínios daavaliação financeira e da avaliaçãoquantificada dos riscos

➥ a experiência do HSE aponta nosentido da crescente utilização deavaliações de segurança nasindústrias de alto risco

Espanha➥ a principal preocupação das

empresas reside em conhecerem aevolução dos custos, o que significaque é necessário utilizar sempre osmesmos métodos de avaliação; adiminuição dos custos resultante daintrodução de medidas de prevençãoapenas pode ser avaliada se omesmo método for utilizado ao longodos anos

Itália➥ as grandes empresas utilizam os

seus próprios métodos ou inspiram-se nas experiências de outros países

Suécia➥ os instrumentos são utilizados até

certo ponto➥ estão a ser feitas tentativas para criar

iniciativas para avaliar o impacto dasmedidas SST

Pergunta

35

Qual o grau de utilização por parte das empresas dos instrumentos de avaliação do impactodas medidas de segurança e saúde no trabalho?Qual o grau de utilização por parte das empresas dos instrumentos de avaliação do impactodas medidas de segurança e saúde no trabalho?

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37

Parte 3. UTILIZAÇÃO DE INCENTIVOS FINANCEIROS

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8.

38

SUBVENÇÕESAté ao momento, a nossa atenção tem sidoconcentrada em considerações relativas aos custos eaos benefícios de medidas SST e à avaliação dorespectivo impacto económico. Outro tema diferentedeste é o da aplicação directa de incentivosfinanceiros com o objectivo de promover a adopçãode medidas de prevenção. Podem distinguirse trêsgrandes categorias de incentivos financeiros:

— subvenções;

— sanções ou multas com medidas de coerção;

— incentivos criados no âmbito dos sistemas deseguro social.

8.1. Prevalência das subvenções

As subvenções directas às empresas podem serutilizadas para reduzir os custos dos investimentos emmedidas de prevenção de SST, contribuindo parafomentar o desenvolvimento, a alienação ou a aquisiçãodeste tipo de medidas. A criação e a aplicação deregimes de subvenção podem ser organizadas:

— directamente pelas autoridades nacionais;

— pelas instituições nacionais de SST, etc.;

— através de fundos criados pelas autoridadespúblicas ou pelas entidades seguradoras.

Nos Países Baixos e em Portugal, existem medidasfiscais específicas com o objectivo de encorajar os

investimentos em SST. Os objectivos destesincentivos consistem, por exemplo, em promover aadopção de medidas de melhoria das condições doslocais de trabalho, o desenvolvimento de soluçõestécnicas e de níveis de protecção mais elevados e, deuma forma mais indirecta, a modernização dasempresas, a utilização de tecnologias seguras elimpas e o uso de tecnologias e de equipamento detrabalho de baixo risco.

Na maior parte dos Estados-Membros (França,Alemanha), existe uma grande variedade deactividades subvencionadas pelos institutosnacionais e por outras organizações intermediárias.Entre estas actividades incluemse a prestação deinformação, a concessão de assistência técnica, aorganização de actividades de formação e a realizaçãode acções de promoção do cumprimento dasdisposições em vigor.

Em alguns Estados-Membros existem fundo com amissão de apoiar uma grande variedade de acções deprevenção Nalguns casos (Dinamarca), existemprogramas destinados a facilitar a eliminação decondições de trabalho negativas. Noutros países(Espanha), são concedidos incentivos específicosdestinados a promover o desenvolvimento da SSTnas pequenas e médias empresas.

Pode concluirse que os incentivos são normalmenteconcedidos através da redução dos custos do apoiotécnico ou da criação de programas de subvenções.Até ao momento, as medidas de natureza fiscal nãotêm sido muito utilizadas. No entanto, globalmente,existem na maior pare dos Estados-Membros,

incentivos positivos com o objectivo de assegurar odesenvolvimento, a alienação ou a aquisição deprodutos, de métodos de produção, de formas deorganização do trabalho, de máquinas e de outrosmeios seguros e saudáveis.

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Alemanha➥ em diversos “Länder”, existem

programas especiais no domínio dasegurança e saúde no trabalho, noâmbito dos quais são financiadosprojectos-piloto a realizar em PME

➥ ao promoverem a utilização detecnologias, de equipamentos detrabalho e/ou de métodos deorganização do trabalho de baixorisco, estes projectos contribuempara a melhoria da SST e daeficiência económica das empresas

Finlândia➥ existem diferentes tipos de

subvenções, sendo a instituiçãofinanceira mais activa neste domínioa TSR, que e fundo de investigaçãosobre o emprego público e aagricultura; o Ministério doComércio e Indústria tambémconcede subvenções

➥ as empresas são apoiadas através deprogramas de promoção da vidaprofissional e da produtividade

➥ o TDC financia o desenvolvimento demétodos de produção

Luxemburgo➥ a AAA organiza actividades de

formação

Áustria➥ os organismos de seguro obrigatório

de acidentes não podem concedersubvenções ou outros patrocíniosdeste tipo

França➥ as CRAM e a ANACT (organismos do

Ministério do Trabalho) concedemdois tipos de assistência técnica

➥ as CRAM concedem igualmenteassistência financeira sob a forma dereembolsos, de subvenções e deempréstimos

➥ o FACT subvenciona acçõesinovadoras

➥ o apoio prestado pelas CRAM e pelaANACT tem vindo a aumentarligeiramente ao longo dos últimosanos

Países Baixos➥ as empresas agrícolas beneficiaram

de um apoio financeiro temporáriopara investimentos em SST em 1996e 1997

➥ uma lei fiscal recente (FARBO)encoraja as empresas a investiremem determinados aspectos da SST

Bélgica➥ a promoção da segurança e saúde no

trabalho não é subvencionada➥ no início da década de 80, existia um

fundo para a humanização dotrabalho que financiava projectos nasempresas que iam mais além dasimples aplicação dos regulamentos;no entanto, este projecto foiabandonado

Grécia➥ existe uma política de apoio aos

investimentos destinados a melhoraras condições de segurança e saúdeno trabalho, através de recursosnacionais e comunitários

Portugal➥ existem benefícios fiscais para as

empresas que realizareminvestimentos enumerados na lei; até1999, apoio à modernização dasempresas a partir do QuadroComunitário de Apoio

Dinamarca➥ o “Fundo do Trabalho Monótono e

Repetitivo” apoia projectos dedesenvolvimento com o objectivo deeliminar ou reduzir este tipo detrabalho, que é prejudicial à saúde

➥ existem várias dotações financeirasno âmbito dos exercícios 1996-2000, abrangendo a recuperação e areabilitação de trabalhadores, oenriquecimento do trabalho e odesenvolvimento da organização

Irlanda➥ não existem subvenções➥ existe uma série de programas de

estado que visam a melhoria daqualidade de gestão e dos métodosde trabalho em empresas comimpacto na SST

Reino Unido➥ não existem no Reino Unido

programas de subvenções deste tipo

Espanha➥ A Lei sobre a Prevenção dos Riscos

Profissionais prevê a criação de umafundação de promoção da SST

➥ esta lei permite a concessão deincentivos financeiros às PME quepromovam melhorias na SST

➥ algumas comunidades autónomassubvencionam igualmenteprogramas específicos, prevendo-sea continuação dos mesmos no futuro

Itália➥ existem algumas medidas a nível

regional➥ estes programas incluem medidas

específicas de apoio aodesenvolvimento da segurança esaúde no trabalho, à utilização detecnologias limpas e seguras e depromoção da formação profissional

Suécia➥ na Suécia, são consagrados recursos

substanciais à melhoria dascondições de vida e de trabalho

➥ quer o antigo Fundo para a Melhoriadas Condições de Trabalho, quer oantigo Fundo para a Melhoria dasCondições de Vida dispõem derecursos consideráveis (este últimotem um orçamento de 11 mil milhõesde coroas suecas, financiando 25000 projectos)

Pergunta

39

Que subvenções ao investimento existem destinadas a promover o desenvolvimento, a alien-ação ou a aquisição de produtos de segurança e saúde, de métodos de produção, de organiza-ção do trabalho, de máquinas, etc.?

Que subvenções ao investimento existem destinadas a promover o desenvolvimento, a alien-ação ou a aquisição de produtos de segurança e saúde, de métodos de produção, de organiza-ção do trabalho, de máquinas, etc.?

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40

8.2. Impacto das subvenções eevolução futura

As subvenções à promoção dos investimentos emmedidas tendentes a melhorar a segurança a saúde notrabalho existem na maior parte dos Estados-Membros. Nalguns deles, estas disposiçõesfinanceiras são relativamente recentes, enquanto queoutros têm uma longa tradição de subvenção demedidas de prevenção SST.

Os resultados destes inquérito demonstraram que osefeitos das medidas levadas a cabo em resultado dassubvenções são avaliados de forma ocasionalnalguns, poucos, Estados-Membros (Alemanha,Países Baixos e Dinamarca). Nalguns países, osprojectos subvencionados são relativamenterecentes, pelo que ainda não foram objecto dequalquer avaliação. Nos países nos quais estesprojectos estão em curso há mais tempo, concluiuseque os mesmos tinham um efeito positivo, porexemplo, em termos de melhoria das condições detrabalho e da situação dos trabalhadores, bem comode desenvolvimento de novos produtos com base emtecnologias e equipamentos de trabalho com menosriscos.

No que se refere ao futuro deste tipo de disposições,parecem existir diferentes tendências na Europa.Nalguns Estados-Membros, as subvenções estão aser postas em causa, enquanto que noutros(Finlândia, Países Baixos, Espanha), estão a serintroduzidas novas medidas neste domínio.

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Alemanha➥ melhoria da SST➥ a melhoria dos métodos de produção

e o desenvolvimento de novosprodutos contribuiu para amanutenção de postos de trabalho

➥ a decisão sobre a continuação dosprogramas cabe aos “Länder”

➥ prevê-se que o apoio financeirovenha a diminuir

Finlândia➥ a maior parte das subvenções tem

um impacto significativo nascomunidades laborais envolvidas

➥ o objectivo de algumas subvençõesconsiste em disseminar a experiênciaadquirida no âmbito destes projectos

➥ o montante das subvençõesconcedidas às empresas foiaumentado recentemente

➥ o acento tónico é frequentementecolocado em projectos com impactoem termos de bem-estar dostrabalhadores

Luxemburgo➥ não existe apoio financeiro➥ não foi feita a avaliação dos

resultados

Áustria

França➥ foi facilitada a adopção de medidas

pelas empresas com o objectivo demelhorar as condições de trabalhoatravés da modernização organizativae técnica

Países Baixos➥ as medidas adoptadas são

relativamente recentes, pelo queainda não se conhece o seu impacto

➥ no passado, as subvençõestecnológicas promoveram odesenvolvimento de novas máquinasprotectoras da SST

➥ os incentivos fiscais e as subvençõesàs melhorias tecnológicas deverãocontinuar

Bélgica

Grécia➥ resposta significativa por parte das

empresas com resultados positivosem termos de SST

➥ os projectos de subvenção irãocontinua

Portugal

Dinamarca➥ os dispositivos são muito recentes e

ainda não foram avaliados➥ as dotações têm um carácter

temporário e não foram concebidascomo medidas permanentes

Irlanda➥ não existe um programa específico

de subvenções➥ uma modernização geral dos

métodos de trabalho, dasinstalações, etc., melhorou a SSTnas empresas

Reino Unido➥ não aplicável

Espanha➥ a fundação para a melhoria da

segurança e saúde no trabalho aindanão foi criada, pelo que não épossível avaliar o impacto dasmedidas

➥ algumas comunidades autónomastencionam prosseguir o apoiofinanceiro no futuro

Itália➥ ainda não avaliado➥ provavelmente estas medidas serão

reforçadas pelo Ministério daIndústria

Suécia➥ os resultados têm sido positivos

Pergunta

41

Qual tem sido o impacto destas medidas? Este apoio financeiro deverá prosseguir no futuroou irá ser alterado?Qual tem sido o impacto destas medidas? Este apoio financeiro deverá prosseguir no futuroou irá ser alterado?

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9.SANÇÕES PECUNIÁRIASCOMO MEDIDAS DECUMPRIMENTO DALEGISLAÇÃO

No capitulo 8, as subvenções foram definidas comoum instrumento financeiro susceptível de promover aadopção de medidas de SST. Outro tipo de incentivofinanceiro susceptível de persuadir as empresas aintroduzirem medidas de SST são as multas (paraefeitos do presente relatório, apenas as decretadaspor via judicial) e as coimas (uma sanção pecuniáriaimposta directamente pelas inspecções), a título demedidas coercivas.

9.1. Multas e coimas

Existem duas formas de aplicar sanções pecuniárias.As autoridades de aplicação da lei podem apresentarprocessos em tribunal por infracções à lei. Noentanto, as autoridades têm uma atitude “conser-vadora” relativamente a este tipo de instrumentos,uma vez que envolvem alguma incerteza sobre asprobabilidades de sucesso e sobre o temponecessário para resolver o assunto. Para além disso,parecem existir diversos níveis de multas porviolação da lei. Alguns Estados-Membros aderem aoprincípio segundo a qual a violação da lei não deveser rentável, o que leva a ter em conta, no âmbito dasentença, a poupança feita pelo empregador.

Outra abordagem consiste em conferir às própriasadministrações a competência para imporem coimas,o que pode conduzir a uma utilização mais intensivadeste tipo de instrumentos. Se a situação de infracçãofor corrigida e se forem adoptadas as medidasadequadas, as coimas podem ser reduzidas oumesmo anuladas. No entanto, as coimas podem sermais elevadas no caso de reincidência. A forma comoestas coimas administrativas são impostas varia deEstado-Membro para Estado-Membro.

Conclui-se das respostas fornecidas pelos Estados-Membros e resumidas no quadro seguinte que estesdispõem de sistemas consolidados de imposição desanções pecuniárias às empresas. Deve, contudo,salientar-se que isto não significa que não existamoutros meios de assegurar o cumprimento da lei. Assanções pecuniárias são aparentemente aplicadas deforma moderada, consistindo o principal objectivodas mesmas em assegurar o cumprimento da lei porparte das empresas. As multas e as coimas sãoutilizadas num pequeno número de casos e, de umaforma geral, apenas depois de terem falhado osesforços das inspecções de trabalho no sentido deencorajar o cumprimento da lei.

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Alemanha➥ no âmbito da aplicação das

injunções das autoridades de SST,podem ser aplicadas coimasadministrativas ou penas de prisão

➥ em determinados casos, é possível oarresto de produtos ilegais

Finlândia➥ as sanções por infracções laborais

estão previstas no Código Penal➥ as penas vão desde a multa diária até

à prisão, com a duração máxima de 1ano. As infracções às regras desegurança são também passíveis desanções pecuniárias

➥ a administração de SST pode aplicarmultas administrativas condicionaiscomo forma de impor o cumprimentodas regras de SST

Luxemburgo➥ as coimas são da competência da

AAA (no montante máximo de10 000 ecus)

➥ pode se decretado um aumento de100% dos prémios de seguro,durante um período com a duraçãomáxima de 5 anos

➥ as medidas administrativas sãofrequentemente aplicadas pelosinspectores do trabalho a fim deencorajar a observância da lei

Áustria➥ existem sanções em caso de violação

das disposições por parte dosempregadores e dos trabalhadores

➥ existem também sanções aplicáveis aresponsáveis por centros desegurança ou por centros médicosde empresa

➥ as sanções são mais elevadas emcaso de reincidência (com indicaçãodo respectivo montante)

França➥ as multas são da competência dos

tribunais, dependendo o seumontante da gravidade da infracção edo número de trabalhadores emsituação de risco

➥ as coimas, tais como a suspensão dalaboração, têm igualmente umimpacto financeiro significativo,sendo mais frequentes no sector daconstrução civil

Países Baixos➥ a violação da legislação é passível de

sanções, sendo as sançõespecuniárias aplicadas em caso deviolações graves

➥ na maior parte dos casos, chega-se aacordo sobre as melhorias a operar,são feitas advertências ou emitidasinjunções, sendo raros os casos deaplicação de sanções pecuniárias(2 000, num montante total de 1,4 a2,3 milhões de ecus)

Bélgica➥ a acção da Inspecção do Trabalho

pode conduzir à aplicação de coimasadministrativas

➥ as sanções penais são dacompetência dos tribunais, que fixamo montante das multas

➥ quando o ministério público nãodeduz acusação, pode ser aplicadauma coima administrativa

Grécia➥ a lei prevê sanções penais e

administrativas; as sançõesadministrativas (coimas esuspensão da laboração) sãoaplicadas pela inspecção dotrabalho, sobretudo nas actividadesde alto risco (nomeadamenteconstrução civil e construção naval);as sanções penais (normalmente,penas de prisão) são impostas pelostribunais

Portugal➥ a observância da lei pode ser

assegurada através de formação oude sanções

➥ as sanções variam de acordo com agravidade da infracção

➥ quando existe um risco elevado, osinspectores do trabalho poderordenar a suspensão da laboração

Dinamarca➥ em 1996, o DWES recomendou às

autoridades a dedução de acusaçãocontra 447 empresas ou indivíduos

➥ a sanção proposta depende dosriscos em causa e da gravidade dainfracção; o princípio básico consisteem que a violação da lei não podeser rentável

➥ a sanção normalmente proposta é decerca de 1 300 ecus

Irlanda➥ as sanções pecuniárias raramente

são aplicadas (35 casos em 1996)➥ os inspectores de trabalho também

podem ordenar a suspensão de umtrabalho em particular, o que pode terum impacto financeiro significativo

➥ as partes lesadas podem pedircompensação financeira através dostribunais civis

Reino Unido➥ as sanções pecuniárias são as

sanções mais frequentementeaplicadas pelos tribunais, emboraexistam sanções de outros tipos

➥ as vítimas de acidentes de trabalhoou de doenças profissionais podemigualmente obter indemnizações porvia judicial

Espanha➥ A Lei sobre a Prevenção dos Riscos

Profissionais classifica as infracçõesde acordo com a natureza daobrigação

➥ as coimas podem ser aplicadas a trêsníveis

➥ em 1997, foram aplicadas mais de22 000 sanções pecuniárias, nomontante total de 43 milhões de ecus

Itália➥ são emitidas injunções aos

infractores, sendo as mesmascomunicadas ao ministério público;se a violação cessar, podem seraplicadas coimas administrativas quepodem ser reduzidas ao mínimolegal

➥ em 1996, cerca 15 000 coimas deum total de 38 000 infracções foramaplicadas por este procedimento

Suécia➥ algumas disposições legais são

passíveis de sanções ➥ os tribunais civis são competentes

para julgarem estas infracções, quesão passíveis de coimas ou de penasde prisão

➥ a maior parte das injunções dosinspectores podem ser impostascoercivamente

Pergunta

43

Em que medida as sanções pecuniárias são utilizadas como meio de cumprimento da legislação?Em que medida as sanções pecuniárias são utilizadas como meio de cumprimento da legislação?

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44

9.2. Efeitos das sanções pecuniáriase evolução futura

A aplicação de sanções pecuniárias constitui um dosinstrumentos à disposição das autoridades paraencorajarem a adopção de medidas de melhoria dasegurança e saúde no trabalho. Apesar de existiremsistemas de sancionamento desenvolvidos, osconhecimentos sobre o impacto preciso deste tipo demedidas são limitados, desconhecendo a maior partedos Estados-Membros os efeitos precisos dassanções financeiras impostas.

Alguns Estados-Membros referiram que o nível dassanções pecuniárias existentes é demasiadamentebaixo para que as mesmas possam ser consideradasdissuasórias (Irlanda) ou que a sua aplicação pelostribunais é incerta e demora tempo, o que as tornaineficientes (Países Baixos). Outros Estados-Membros (Finlândia, Luxemburgo) alegaram que oimpacto mais forte não resulta, aparentemente, dasanção pecuniária em si mesma, mas sim dapublicidade que rodeia os processos judiciais.

Alguns Estados-Membros referiram que este tipo demedidas têm tido um impacto positivo sobre asituação de SST. Além disso, parece verificar-se umatendência no sentido do reforço das sançõesfinanceiras (nos Países Baixos, em França, no ReinoUnido). Outros Estados-Membros (Bélgica, Espanhae Dinamarca) não têm intenção de reforçar estassanções, uma vez que alteraram recentemente asdisposições legais concernentes.

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Alemanha➥ em consequência destas medidas, a

maior parte das empresas respeitama lei

➥ estas medidas contribuem para oelevado grau de observância dasdisposições de SST por parte dasempresa alemãs

Finlândia➥ os julgamentos são geralmente

eficazes devido sobretudo àpublicidade

➥ as sanções impostas pelaadministração de SST tornam asactividades desta mais efectivas

➥ a revisão do Código Penal édemasiado recente para poder seravaliada

➥ está prevista uma alteração quepermitirá a aplicação directa dascoimas

Luxemburgo➥ os efeitos das multas e das coimas

são limitados mas positivos➥ a má publicidade resultante de um

processo no tribunal é eficaz➥ a jurisprudência em matéria de

sanções poderá ser alterada

Áustria➥ nos últimos anos, tem-se verificado

uma diminuição do número deinfracções às disposições de SST

➥ não está prevista a alteração dasnormas sancionadoras, emboraalguns sectores o reclamem

França➥ estas medidas têm um efeito

dissuasor➥ algumas sanções penais foram

recentemente reforçadas➥ não está prevista a alteração dos

procedimentos

Países Baixos➥ está prevista a introdução de uma

coima administrativa no âmbito darevisão da Lei sobre as Condições deTrabalho, o que permitirá aosinspectores de trabalho aplicaremdirectamente multas aosempregadores

Bélgica➥ não é conhecido o efeito destas

medidas junto dos empregadores➥ a nova lei sobre o bemestar dos

trabalhadores no local de trabalho(de 1996) veio reforçar as sançõespenais, que abrangem agora oempregador, os seus agentes ourepresentantes, qualquer empresaexterna, os supervisores do projecto,os clientes e os subcontratantes,incluindo os independentes

Grécia➥ pensa-se que as sanções pecuniárias

contribuíram de forma determinantepara a aplicação da lei por parte dosempregadores

➥ estas sanções continuarão a seraplicadas, sendo os respectivosmontantes revistos cada 4 ou 5 anos(a última revisão ocorreu em 1994)

Portugal➥ as sanções encorajam a prevenção

dos riscos e a melhoria dascondições de segurança e saúde

➥ está prevista a actualização dassanções definidas em legislaçãomuito antiga

Dinamarca➥ não existem dados quantitativos ➥ as disposições em matéria de

infracção foram alargadas em 1997➥ o principal objectivo da alteração

consiste em aumentar o nível geraldas sanções

Irlanda➥ mesmo nos casos em que são

aplicadas, as sanções pecuniáriassão geralmente baixas e nãodissuasórias

➥ parece ser convicção geral que estassanções deveriam ser reforçadas deforma a tornarem-se dissuasórias

Reino Unido➥ não foram realizadas avaliações➥ não está previsto o aumento do

montante máximo das coimas, masvários ministros manifestaram odesejo de verem aumentado o nívelactual das mesmas dentro doslimites em vigor

Espanha➥ o impacto das coimas administrativas

não foi objecto de uma avaliaçãoindependente de outros factores

➥ a Lei sobre a Prevenção dos RiscosProfissionais entrou em vigor em1119, pelo que não é provável que osmontantes máximos das coimasvenham a ser alterados num futuropróximo

Itália➥ tradicionalmente, as coimas têm sido

efectivas como instrumentopsicológico de dissuasão, mas esteefeito não pode ser quantificado

Suécia➥ não foi feita até ao momento

qualquer avaliação

Pergunta

45

Qual tem sido o impacto destas medidas? Estão previstas alterações na incidência destassanções ou no nível das mesmas?Qual tem sido o impacto destas medidas? Estão previstas alterações na incidência destassanções ou no nível das mesmas?

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10.INCENTIVOS EXISTENTES NOÂMBITO DOS SISTEMAS DESEGURO SOCIALAté ao momento, não foi feita qualquer referênciaexpressa ao papel potencial dos sistemas de segurosocial (incluindo da segurança social) no âmbito dasegurança e saúde no trabalho. A nossa atenção centrou-se sobretudo no papel desempenhado pelas medidasdirectas tomadas pelas autoridades nacionais ouregionais. Deve salientar-se, contudo, que os sistemas deseguro social (quer sejam geridos pelas administraçõespúblicas, quer pelos parceiros sociais quer, ainda, porentidades privadas), podem desempenhar um papelimportante na promoção da melhoria da segurança esaúde no trabalho, sobretudo porque os mesmos têm uminteresse directo em reduzir o número de acidentes detrabalho e de doenças profissionais.

Neste contexto, foi solicitado aos Estados-Membrosque descrevessem de forma sumária as principaiscaracterísticas dos respectivos sistemas de segurosocial relacionadas com a SST e que indicassem emque medida estes sistemas contêm incentivosfinanceiros à adopção de medidas de melhoria daSST. Além disso, os Estados-Membros foraminquiridos sobre eventuais alterações planeadas noque se refere ao nível deste tipo de incentivos.

10.1. Principais características dossistemas de seguro social

Os sistemas de seguro social dos Estados-Membrosda União Europeia abrangem as consequênciasfinanceiras dos acidentes de trabalho e das doenças

profissionais para os trabalhadores. O seguro socialde acidentes de trabalho e doenças profissionais é, namaior parte dos casos, obrigatório. Isto não significanecessariamente que o seguro de acidentes detrabalho faça parte do sistema nacional de segurosocial. Nalguns Estados-Membros, as entidadesresponsáveis por este tipo de seguro são ascompanhias de seguros privadas sob a supervisãopública (semipública). Alguns Estados-Membros têmsistemas de seguro diferentes para os acidentes detrabalho e para as doenças profissionais.

Nalguns Estados-Membros (Reino Unido), ostrabalhadores vítimas de acidente de trabalho podemobter uma indemnização através da via judicial seconseguirem demonstrar negligência por parte doempregador no cumprimento das suas obrigações emmatéria de protecção dos trabalhadores.

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Alemanha➥ Os Fundos de Seguro de Acidentes

são empresas de direito públicogeridas pelos parceiros sociais

➥ o seguro de acidentes estáestruturado por sectores económicos

➥ os objectivos consistem naprevenção de acidentes de trabalho,das doenças profissionais e dosriscos profissionais, bem como notratamento das consequências dosmesmos

Finlândia➥ o sistema de seguro de acidentes é

obrigatório e de origem legal➥ o seguro de acidentes está a cargo

de empresas seguradoras privadas,sob supervisão pública

➥ o seguro cobre os trabalhadores; oempregador e os membros da suafamília não estão, normalmenteabrangidos por um sistema deseguro obrigatório (à excepção dosagricultores)

Luxemburgo➥ o seguro é gerido pela Associação

do Seguros de Acidentes (AAA), umorganismo governamental

➥ o sistema é obrigatório e de origemlegal

➥ o seguro cobre apenas ostrabalhadores

➥ o seguro cobre os acidentes detrabalho e as doenças profissionais

Áustria➥ obrigatório por força de lei➥ abrange apenas prestações mínimas➥ o seguro de acidentes cobre os

cuidados preventivos e curativos eindemnizações

França➥ os riscos de lesões profissionais

(acidentes e doenças) estãocobertos pelo sistema de segurançasocial

➥ a maior parte dos trabalhadoresestão seguros na CNAM

➥ o seguro compensa as vítimas e fixaas taxas das contribuições a pagarpelas empresas

Países Baixos➥ o sistema social de seguros não

distingue entre doença e invalidez porcausas relacionadas com o trabalhoou por outras causas

➥ os seguros de incapacidade dostrabalhadores cobrem doenças eincapacidade para os casos de doençapor um período superior a um ano

➥ os empregadores têm de suportar oscustos das baixas por doença duranteo primeiro ano

➥ os custos médicos são cobertos porsistemas de seguro públicos ouprivados, em função dos rendimentosauferidos

Bélgica➥ sistema dualista: as doenças

profissionais estão cobertas pelasegurança social e os acidentes detrabalho por seguros privados

➥ o fundo de doenças profissionaistem por objectivo assegurar oscuidados curativos e asindemnizações

➥ as indemnizações são pagas e oscustos do tratamento reembolsadosse se provar a exposição; se adoença não constar da lista oficial, avítima tem de provar a origemlaboral da mesma

Grécia➥ sistemas públicos de segurança

social com carácter obrigatório

Portugal➥ sistema de seguros privados de

acidentes coordenado pelo Institutode Seguros de Portugal

Dinamarca➥ o principal incentivo financeiro

consiste na obrigação imposta aosempregadores de suportarem oscustos das duas primeiras semanasde baixa por doença (no sectorprivado) ou todo o período de baixa(no sector público)

➥ o sistema obrigatório de seguro deacidentes de trabalho, a cargo dosempregadores, é de natureza privada

➥ o seguro obrigatório de doençasprofissionais, a cargo do empregador,é gerido por um organismo deresseguros

Irlanda➥ existe um sistema de seguro social

obrigatório, para o qual contribuemempregadores e empregados

➥ os empregados vítimas de acidentesde trabalho ou de doençasprofissionais podem beneficiar decertos subsídios da segurançasocial

Reino Unido➥ para além das prestações gerais por

incapacidade, os trabalhadores comincapacidades resultantes deacidentes de trabalho ou dedeterminadas doenças profissionaistêm direito a prestações específicas

➥ os sistema de seguro é obrigatório,devendo os empregadorestransferirem a sua responsabilidadepela reparação das lesões oudoenças sofridas ou contraídas notrabalho

Espanha➥ o sistema obrigatório está integrado

na segurança social➥ normalmente, o seguro é garantido

pela Associação Mútua deAcidentes de Trabalho e DoençasProfissionais (uma associaçãopatronal independente criada para agestão comum daresponsabilidade); nalguns casos, oseguro é gerido por um organismode segurança social

➥ cobertura dos cuidados preventivose curativos e das indemnizações

Itália➥ o seguro é obrigatório e cobre todos

os acidentes de trabalho e as doençasidentificadas como de origemprofissional

➥ o seguro é gerido pelo INAIL, que seencontra sob a tutela do Ministério doTrabalho

➥ as doenças profissionais estãocobertas pelo sistema de segurançasocial, através do Centro Nacional deProtecção contra os RiscosProfissionais, que é financiado atravésde contribuições dos empregadores

Suécia➥ o seguro contra acidentes de

trabalho é obrigatório para todos osempregados e é financiado atravésdas contribuições das entidadespatronais

➥ o seguro é coordenado com asegurança de saúde geral

Pergunta

47

Descrição sucinta do sistema de seguro social de acidentes de trabalho e de doenças profis-sionaisDescrição sucinta do sistema de seguro social de acidentes de trabalho e de doenças profis-sionais

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10.2. Incentivos no âmbito dossistemas de seguro social

Os sistemas de seguro social que abrangem oscustos dos acidentes de trabalho e das doençasprofissionais dispõem de recursos financeirossubstanciais angariados através das contribuiçõesdos empregadores e dos trabalhadores.

O aumento dos prémios de seguro constitui umincentivo financeiro susceptível de encorajar asempresas a adoptarem medidas de prevenção. Numpequeno número de Estados-Membros da UniãoEuropeia, existe uma grande variedade de incentivosfinanceiros obrigatórios no âmbito dos sistemas deseguro social. O mais comum consiste nadiferenciação dos prémios de seguro de acidentes detrabalho e doenças profissionais ou dascontribuições para a segurança social.

A diferenciação dos prémios ou das contribuiçõesdepende normalmente, até certo ponto, docomportamento ou dos resultados obtidos pelaempresa no domínio da segurança e saúde notrabalho. Os indicadores utilizados para determinaros prémios variam. A diferenciação dos prémios podeser relacionada com o nível de risco nos diferentessectores de actividade ou com o nível de risco ou ascondições de trabalho existentes em cada empresa.Este último indicador é utilizado relativamente agrandes empresas. Nalguns países, o montante dosprémios depende do grau de cumprimento dasdisposições legais, ao passo que noutros, o factordecisivo é o grau de aplicação das medidasadequadas de segurança e saúde no trabalho.

Os sistemas de seguro social de alguns Estados-Membros prevêem, para além da diferenciação deprémios ou de contribuições acima referida, outrosinstrumentos tendentes a encorajar as empresas amelhorarem as condições de segurança e saúde notrabalho, entre os quais os seguintes:

— adiantamentos ou subvenções destinados afinanciar medidas de prevenção;

— compensação parcial dos empregadores peloscustos associados aos serviços de medicina notrabalho;

— obrigação de pagar os custos dos períodos defaltas relacionados com doenças;

— pedido de reembolso dos custos em caso denegligência grave por parte do empregador.

De uma forma geral, os Estados-Membros nãoprevêem alterações radicais no nível ou na naturezadestes incentivos. No entanto, parece verificar-se umatendência no sentido do aprofundamento dadiferenciação dos prémios de seguro de acidentes detrabalho e doenças profissionais. Na Suécia, aintrodução de incentivos financeiros está a darorigem a um debate público.

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Alemanha➥ as contribuições reflectem as

diferenças de cobertura e de custosdas acções de prevenção dosacidentes organizadas nas empresas

➥ existem dispositivos adicionais decobrança de contribuiçõessuplementares ou de concessão dedescontos à empresa segurada, emfunção dos esforços desenvolvidospor esta em matéria de SST

➥ os incentivos são revistosperiodicamente a adaptados aosriscos

Finlândia➥ os empregadores são compensados

pelos custos dos serviços demedicina no trabalho

➥ os sistemas de seguro de acidentesincluem incentivos concedidos àsgrandes empresas e sistemas detarifação especiais no âmbito dosquais os prémios são calculados emfunção do número de acidentes

Luxemburgo➥ não existem incentivos➥ a cobrança de prémios em função

dos riscos de cada sector constituiuma forma de incentivo financeiro

➥ está a ser discutida a possibilidadede orientar mais as contribuiçõesem favor das empresas

Áustria➥ as instituições de segurança social

podem exigir ao empregador oreembolso das prestações desegurança social pagas emresultado de acidentes de trabalhoou doenças profissionais ocorridosou contraídas em condições degrave negligência ou provocadosvoluntariamente por parte deste

➥ não estão previstas alterações

França➥ as CRAM concedem incentivos

financeiros às PME sob a forma deadiantamentos ou de subvenções

➥ não estão previstas alteraçõessubstanciais

➥ as grandes empresas podembeneficiar de reembolsos dascontribuições de seguro pagas seadoptarem medidas de melhoria daSST

Países Baixos➥ os empregadores suportam no

mínimo 70% dos salários durante oprimeiro ano de baixa por doença,mas podem segurar-se contra estaresponsabilidade; os prémiosbaseiamse no nível das baixas pordoença

➥ passado o primeiro ano de baixa, asituação de doença e deincapacidade passa a estar cobertapela Lei sobre as Prestações porIncapacidade; as contribuiçõesbaseiam-se no número detrabalhadores que saíram daempresa por incapacidade nosúltimos 5 anos

Bélgica➥ O Fundo das Doenças Profissionais

não contém quaisquer incentivosfinanceiros

➥ não estão previstas alterações nofuncionamento do Fundo ou napolítica de prevenção, mas amodulação das contribuições deacordo com os esforços dasempresas no domínio da prevençãopoderá vir a ser encarada

Grécia➥ a contribuição de riscos

profissionais paga ao IKA pelosempregadores está relacionada comos níveis de SST na empresa

➥ este incentivo não tem produzidograndes resultados até ao momento

➥ estão a ser estudados novos tiposde inventivos

Portugal➥ não existem no âmbito dos sistemas

de segurança social portuguesesincentivos financeiros com vista àpromoção da segurança e saúde notrabalho

Dinamarca➥ não existem incentivos financeiros

específicos no âmbito dos sistemasde seguro social e de prestaçõessociais

➥ o incentivo financeiro maisimportante consiste em que osempregadores suportam os custosda falta por doença nas primeirasduas semanas (no privado) oudurante todo o período de doença(no público)

➥ não estão previstas alterações

Irlanda➥ não existem incentivos específicos

no âmbito dos sistemas de segurosocial

Reino Unido➥ não existem incentivos financeiros

no âmbito do sistema de segurançasocial; as indemnizações são pagaspelo Estado a partir do orçamentogeral

Espanha➥ os prémios de seguro poderão ser

reduzidos até 10% se foremadoptadas medidas preventivasefectivas ou aumentados até 20% seas empresas não respeitarem assuas obrigações

➥ o montante das prestações pode seraumentado entre 30% e 50% se alesão ou a doença for consequênciado incumprimento por parte doempregador

➥ estão previstas alterações em 1998

Itália➥ os prémios pagos pelos

empregadores ao INAIL é calculadocom base no montante total dossalários e uma taxa variável emfunção dos riscos específicos

➥ o INAIL criou 3 tipos de incentivos:diferenciação das contribuições,prémios das PME e prémios nosector da construção

➥ a diferenciação das contribuiçõesdepende da plena aplicação dasdisposições em matéria deprevenção

Suécia➥ não existem incentivos financeiros

no âmbito dos sistemas de segurosocial

➥ os incentivos financeirosconstituem tema de debate

Pergunta

49

Que incentivos financeiros existem nos sistemas de seguro social com o objectivo de melho-rar a segurança e saúde no trabalho? Estão previstas alterações na incidência ou no níveldesses incentivos?

Que incentivos financeiros existem nos sistemas de seguro social com o objectivo de melho-rar a segurança e saúde no trabalho? Estão previstas alterações na incidência ou no níveldesses incentivos?

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50

10.3. Sistemas de seguro privado

Os Estados-Membros da União Europeia têm não sósistemas de seguro social obrigatório, mas tambémsistemas de seguro privado voluntário, que incluemincentivos financeiros destinados a encorajar asempresas a melhorarem o nível da segurança e saúdeno trabalho. Os incentivos mais importantesutilizados no âmbito dos seguros privados são osseguintes:

— diferenciação dos prémios de seguro dos custosrelacionados, por exemplo, com as baixas pordoença ou para tratamento médico resultantes deacidente de trabalho ou doença profissional;

— diferenciação dos prémios de seguro contrapedidos de indemnização intentados pelostrabalhadores contra os empregadores emresultado de acidente de trabalho ou doençaprofissional.

O alcance dos incentivos financeiros à melhoria dasegurança e saúde no trabalho existentes no âmbitodos seguros privados é limitado. Na maior parte doscasos, sobretudo relativamente às pequenas e médiasempresas, os custos do seguro estão relacionadoscom o nível dos pedidos de indemnização no sectorem causa, mais do que com uma avaliação daefectividade das medidas de segurança e saúde notrabalho tomadas por cada empresa.

As seguradoras privadas têm mais possibilidades deoferecer incentivos às grandes empresas quedispõem de sistemas de gestão do risco por elasreconhecidos. No entanto, relativamente às pequenas

empresas, os prémios de seguro baseiam-se apenasnos riscos, não tendo praticamente em consideraçãoos esforços desenvolvidos pelas empresas nodomínio da prevenção. Além disso, estando o custodos seguros dependente do mercado, os incentivosligados aos resultados em termos de segurança esaúde são muitas vezes anulados pelas flutuaçõesdos custos resultantes das condições do mercado.

Embora se verifique uma tendência nalguns Estados-Membros no sentido da flexibilização dos prémios deseguro, não se prevêem grandes alterações no nívelou na incidência dos incentivos financeiros existentesno âmbito dos sistemas de seguro privados.

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Alemanha➥ as empresas são obrigadas a

inscreverem-se no sistemaobrigatório de seguro de acidentes;os sistemas privados não contêmincentivos financeiros com vista àmelhoria das condições desegurança e saúde a nível dasempresas

Finlândia➥ os sistemas de seguro privado não

contêm variáveis relacionadas coma SST

➥ não estão previstas alterações numfuturo próximo

Luxemburgo➥ as empresas estão legalmente

obrigadas a filiarem-se na AAA➥ não existem sistemas de seguro

privados

Áustria➥ não se sabe se existem incentivos

financeiros no âmbito dos sistemasde seguro privado orientados emfunção das medidas de segurança esaúde no trabalho

França➥ os riscos de lesões laborais

(acidentes e doenças) estãocobertos pelo sistema nacional desegurança social e não por sistemasde seguro privados

Países Baixos➥ as seguradoras fixam o prémio de

seguro contra o pagamento dasbaixas por doença por parte dasempresas

➥ as empresas podem optar porpagarem elas próprias os períodosde baixa ou por transferirem apenasuma parte dessa responsabilidade

➥ não estão previstas alterações

Bélgica➥ os resultados positivos em termos

de acidentes são tidos em contapelas seguradoras, podendo osprémios ser aumentados até 15%

➥ os prémios pagos pelas pequenasempresas não variam muito

➥ verifica-se uma tendência nosentido de se ter em conta os riscose os esforços de prevenção dasempresas

Grécia➥ as seguradoras privadas têm

geralmente em conta a forma comoas empresas seguradas tratam dasquestões de SST, bem como osresultados relacionados com oobjecto do seguro (por exemplo, aevolução do número de acidentes)

➥ não existem informações sobre aevolução futura

Portugal➥ está prevista para 1998 a graduação

dos prémios em função do risco deacidentes de trabalho em cadaempresa

➥ os prémios serão avaliadosrelativamente à actividadeprosseguida e às condições deprevenção existentes no local detrabalho

Dinamarca

Irlanda➥ existem incentivos financeiros, uma

vez que o nível dos prémios estáligado aos custos dos pedidos deindemnização

➥ oi desenvolvido um sistemapilotono qual certas novas PME queacordem em realizar um cursoaprovado de SST e, ulteriormente,instaurem um sistema de gestão dasegurança adequado, têm direito aprémios mais baixos

Reino Unido➥ os incentivos financeiros no âmbito

dos sistemas de seguro são muitolimitados

➥ os custos dos seguros estãorelacionados com a experiência depedidos de indemnização geral ousectorial, sobretudo no que se refereàs pequenas empresas

Espanha➥ os riscos de acidentes de trabalho e

doenças profissionais não sãocobertos por seguros privados

Itália➥ não existem incentivos financeiros

ou descontos dos prémios➥ os prémios são fixados com base

nos riscos concretos cobertos➥ a adopção de medidas de segurança

e saúde pode influenciar a fixaçãode prémios mais favoráveis

Suécia➥ não existem incentivos financeiros➥ os sistemas de seguros privados

não apresentam elementos queafectam a segurança e a saúde

Pergunta

51

Que incentivos financeiros existem nos sistemas de seguro social com o objectivo de melho-rar a segurança e saúde no trabalho? Estão previstas alterações na incidência ou no níveldestes incentivos?

Que incentivos financeiros existem nos sistemas de seguro social com o objectivo de melho-rar a segurança e saúde no trabalho? Estão previstas alterações na incidência ou no níveldestes incentivos?

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52

11.SELECÇÃO DOSCONTRATANTES COM BASEEM CRITÉRIOSRELACIONADOS COM A SST

Uma abordagem nova e, de certa forma, diferente dapromoção da segurança e saúde a nível das empresasconsiste em seleccionar os contratantes ou osfornecedores de serviços com base no seudesempenho na área da segurança e saúde notrabalho. No âmbito do presente projecto, foiperguntado aos Estados-Membros se os organismosde direito público (a nível nacional, regional e local),ao celebrarem contratos com empresas privadas,seleccionam essas empresas com base em critériosrelacionados com a SST.

Os resultados do presente inquérito indicam quemuitos Estados-Membros possuem algumaexperiência nesta área.

Nalguns casos, é adoptada uma abordagem legalista,de acordo com a qual as autoridades exigem que oscontratantes respeitem a legislação de SST. NalgunsEstados-Membros (Espanha), existe legislaçãoespecífica que proíbe às autoridades a adjudicação decontratos a entidades que tenham sido condenadaspela prática de infracções em matéria de segurança esaúde no trabalho. Outras vezes, as especificaçõesconstantes dos contratos públicos contêm umaobrigação de observância das normas em matéria desegurança e saúde durante o período de execução dosmesmos. Noutros Estados-Membros, é deixado à

discrição ou à iniciativa das organizações públicasem causa a tomada em consideração ou não dodesempenho dos contratantes nesta área.

Na sua qualidade de pessoas colectivas, osorganismos de direito público podem exigir, comoacontece nos Países Baixos, o cumprimento denormas de SST para além das prescrições mínimaslegais ou solicitar a adopção de medidas de apoio àaplicação prática de políticas de SST no local detrabalho (por exemplo, a realização de programas oude campanhas de informação).

A tomada em consideração do desempenho doscontratantes na área da segurança e saúde no trabalhopode revelar-se importante por várias razões.

Em primeiro lugar, os organismos de direito público(a nível nacional ou local, na sua qualidade depessoas colectivas, subcontratam por vezes grandesquantidades de trabalhos. Os contratos entre osorganismos de direito público e as empresas privadaspodem ter uma dimensão substancial ou preverem arealização de um trabalho ou a prestação de umserviço bastante especializado. Por este motivo, estescontratos podem funcionar como incentivos àadopção de boas práticas em matéria de segurança esaúde no trabalho no âmbito de determinadossectores. Em segundo lugar, a adjudicação decontratos a “boas” empresas pode funcionar comoexemplo de boas práticas para outras empresas.

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Alemanha➥ os contratos adjudicados pelas

autoridades públicas contêmcondições prévias obrigatóriasrelativas ao cumprimento dasdisposições legais, incluindo emmatéria de SST

Finlândia➥ não é corrente a imposição de

condições deste tipo

Luxemburgo➥ a AAA exige o cumprimento por

parte dos contratantes das suaspróprias regras de prevenção deacidentes

➥ as grandes empresas impõem osseus padrões de SST aos seuscontratantes

Áustria➥ nalguns casos específicos, os

contratantes são obrigados arespeitar as disposições desegurança e saúde no trabalhoaplicáveis

França➥ os contratantes devem respeitar as

disposições em vigor,nomeadamente em matéria desegurança e saúde.

Países Baixos➥ existem vários exemplos de

imposição aos adjudicatários decontratos de fornecimento de bensou de serviços por parte dasautoridades públicas, na suaqualidade de organizações privadas,de condições relativas aocumprimento das normas desegurança e saúde (por exemplo, nosector dos serviços de limpeza)

Bélgica➥ a aquisição de equipamentos de

trabalho e de equipamentos deprotecção individual e/ou colectivano sector público regese porprocedimentos de concurso públicoespecíficos

➥ a entidade adjudicante é obrigada erejeitar candidatos que saibapossuírem um passado negativo naárea da segurança e saúde notrabalho

Grécia➥ todas as autoridades impõem

condições relativas à SST➥ os contratos são executados de

forma estrita no caso da aquisiçãode bens ou serviços sujeitos adeterminadas exigências ou níveismínimos legais (por exemplo, osequipamentos de construção civil,etc.)

Portugal➥ todas as autoridades são obrigadas

a respeitar a legislação em matériade obras públicas e de fornecimentode bens ou serviços

➥ no que se refere aos produtos, deveser garantido o respeito pelasespecificações técnicas desegurança de acordo com asnormas europeias e nacionais

Dinamarca➥ as orientações de política de

aquisições por parte dasautoridades estatais e locaisincluem variáveis relacionadas coma SST, nomeadamente no que serefere à segurança dos produtos

➥ não existem dados quantitativossobre as condições impostas

Irlanda➥ algumas autoridades solicitam uma

cópia da declaração de segurançado fornecedor antes de adquirirembens ou serviços

Reino Unido➥ todas as empresas e também as

autoridades locais têm certasresponsabilidades pelos actos doscontratantes ao abrigo da legislaçãode segurança e saúde; a formacomo as autoridades procuraminfluenciar os contratantes nestaárea depende, em larga medida,delas próprias

Espanha➥ as administrações públicas estão

impedidas de adjudicar contratos aqualquer entidade que tenha sidocondenada pela prática deinfracções às normas de SST; asespecificações relativas aosconcursos públicos contêmobrigações de cumprimento dasdisposições em matéria de SSTdurante o período de execução doscontratos

➥ os produtos vendidos àsadministrações públicas devemrespeitar as especificações desegurança

Itália➥ a legislação em vigor obriga a que

os avisos de concurso refiram quedevem ser respeitadas asdisposições de segurança, deacordo com as directivas da UE

➥ Foi criada recentemente umaassociação nacional (o ITACA) como objectivo de definir e dedesenvolver procedimentosadministrativos transparentes e dequalidade elevada no âmbito dosconcursos públicos

Suécia➥ não é habitual a imposição de

condições deste tipo

Pergunta

53

Em que medida os organismos de direito público seleccionam empresas para contratos deobras, fornecimentos e serviços com base em critérios relacionados com a segurança e saúdeno trabalho?

Em que medida os organismos de direito público seleccionam empresas para contratos deobras, fornecimentos e serviços com base em critérios relacionados com a segurança e saúdeno trabalho?

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55

Parte 4. NÍVEL EUROPEU

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56

12.INICIATIVAS A NÍVELEUROPEU

Foi perguntado aos Estados-Membros quais asiniciativas que poderão ser levadas a cabo a níveleuropeu relativamente aos aspectos económicos dasegurança e saúde no trabalho.

Na opinião da maior parte dos Estados-Membros, énecessário proceder ao intercâmbio de informaçõessobre as avaliações “custosbenefícios” das medidastomadas pelas administrações nacionais. Esteintercâmbio é considerado útil e, na opinião dealguns países, deveria ser reforçado. Foi referida emparticular a avaliação económica das directivas daUE, a informação a nível macroeconómico e arealização de estudos sobre medidas específicas.

No que se refere ao desenvolvimento metodológico anível nacional, muitos Estados-Membros consideramque é necessário definir uma metodologia quepermita a avaliação do impacto da aplicação dasdirectivas da UE, com recurso a factores comuns quepermitam fazer comparações. A Finlândiarecomendou o reforço da harmonização dasestatísticas dos Estados-Membros, tais como asrelativas à quantificação da incidência das doençasprofissionais. Estes dados foram mencionados comoconstituindo condições prévias básicas para aanálise económica subsequente e para a avaliação“custosbenefícios” das directivas da UE em vigor e denovas propostas que venham a ser apresentadas. Demomento, a comparação entre as estatísticas a níveleuropeu é difícil e complexa.

O desenvolvimento de metodologias ou deinstrumentos a utilizar a nível das empresas foisugerido por alguns países. Alguns Estados-Membros (Itália, Países Baixos), salientaram aimportância dos modelos simples de análise“custosbenefícios”, susceptíveis de serem utilizadostambém pelas PME na diaadia. Estes métodossimples e práticos deveriam abranger outrosbenefícios para além da redução das baixas pordoença, tais com a produtividade, a qualidade dosprodutos ou dos serviços e a competitividade. Osmétodos e instrumentos a utilizar nesta área seriammenos influenciados pela legislação nacional epoderiam ser disseminados mais facilmente. A Gréciasugeriu a participação dos parceiros sociais nasactividades futuras sobre os aspectos económicos alevar a cabo a nível europeu, a fim de permitir ter emconta as suas próprias informações, pontos de vista eexperiências.

Para além do desenvolvimento metodológico (a nívelnacional e das empresas), foram feitas inúmerasoutras sugestões de iniciativas a tomar a níveleuropeu, tais como:

— a avaliação das medidas em termos deprodutividade e competitividade;

— a definição de orientações sobre indicadoreshomogéneos e a melhoria da comparabilidade;

— a criação de uma base de dados de medidas, doscustos e da efectividade;

— a realização de projectospiloto e de trabalhos deinvestigação;

— o intercâmbio de métodos e exemplos bemsucedidos.

A disseminação de informações sobre os incentivosfinanceiros é apoiada pela maior parte dos Estados-Membros, alguns dos quais sugeriram que seaprofunde a investigação e a disseminação dosconhecimentos empíricos sobre a efectividade dossistemas de incentivos baseados em seguros.

O projecto SHAPE irá igualmente colocar àdisposição de todos informações relevantes sobre asmetodologias. Este projecto, financiado pelaComissão Europeia, tem por objectivo desenvolver etestar metodologias de avaliação “custosbenefícios”das medidas de segurança e saúde no trabalho.

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57

QUADRO. RESUMO DAS INICIATIVAS A NÍVEL EUROPEU SUGERIDAS PELOS ESTADOS-MEMBROS

AT BE DK FI FR DE GR IR IT LU NL PT ES SE GB

Avaliação do impacto das directivas da UEe sua divulgação JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ

Disseminação das avaliações e dados existentes a nível nacional JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ

Desenvolvimento e teste de metodologias (a nível macroeconómico) JJ JJ JJ JJ JJ JJ

Harmonização de dados e reforço da comparabilidade dos mesmos JJ JJ JJ JJ JJ

Desenvolvimento e comparação de métodos e de instrumentos e utilizar pelas empresas JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ

Disseminação das boas práticas, projectospiloto e bases de dados JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ JJ

Informação sobre estudos de casos e divulgação dos mesmos junto das PME JJ JJ

Avaliação dos benefícios, efeitos sobre a produtividade e a qualidade JJ JJ JJ JJ JJ JJ

Indicadores de efectividade e de eficiência JJ JJ

Incentivos financeiros JJ JJ JJ JJ JJ

Projectos de investigaçãos JJ JJ JJ JJ

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Alemanha➥ os intercâmbios de informações

sobre estes assuntos deverão serreforçados

Finlândia➥ todas as avaliações de impacto

deveriam ser divulgadas

Luxemburgo➥ o projecto SHAPE do NIA TNO

encomendado pela DG V poderá serutilizado para este fim

Áustria➥ este tipo de avaliações não é

possível, uma vez que conduziria,no mínimo, à disseminação deinformações incorrectas; ointercâmbio de informações nãoparece necessário

França➥ o intercâmbio de informações entre

as administrações nacionais poderáser útil (sobre inquéritosestatísticos, experiênciasmetodológicas, etc.)

Países Baixos➥ a disseminação de informações

sobre estudos de casos pareceparticularmente útil; as informaçõesteriam um valor puramenteeducativo; a recolha de materialsuficiente é extremamentedispendiosa, pelo que oconhecimento de exemplos daexperiência a nível internacionalpoderá ser útil

Bélgica

Grécia➥ disseminação e intercâmbio de

informações entre asadministrações nacionais, comexemplos e comentários (através dedocumentos, da Internet ou devisitas de estudo)

➥ recolha de dados, de pontos devista e de sugestões dos parceirossociais e das organizações desegurança social

Portugal➥ as iniciativas que contribuam para o

intercâmbio e a disseminação deinformações sobre as avaliações“custosbenefícios” são muitoimportantes, quer para asadministrações, quer para asempresas

Dinamarca➥ a Comissão Europeia poderia

divulgar os documentos deavaliação final do impacto dasdirectivas da UE

Irlanda➥ parece existir pouca informação

disponível sobre as avaliações“custosbenefícios”; talvez sedevesse financiar trabalhos deinvestigação

Reino Unido➥ a informação sobre estudos

específicos com a objectivo deavaliar os custos e os benefíciosdas medidas poderá ser útil

➥ a experiência sobre metodologias eresultados deveria ser melhordivulgada

➥ as actividades sobre os custos dosbaixos níveis de segurança e saúdedeveriam centrar-se no curto emédio prazo e na disseminação dosestudos realizados a nível nacional

Espanha➥ promoção do intercâmbio de

informações e de experiências entreas administrações nacionais sobreas avaliações “custosbenefícios”das medidas públicas

Itália➥ disseminação de informações junto

das PME, utilizando linguagemsimples, sobretudo através da rededa Agência Europeia, mas tambémdirectamente, através do INAIL, dascâmaras de comércio e dosInfocentros

Suécia➥ disseminação de estimativas e

dados a nível nacional➥ mais informação e análise do

impacto dos incentivos económicossobre a SST

➥ maior intercâmbio de experiênciasutilizando diferentes métodos e

Pergunta

58

Que iniciativas poderão ser realizadas a nível europeu no domínio do intercâmbio de infor-mações sobre as avaliações “custosbenefícios” das medidas tomadas pelas administraçõesnacionais?

Que iniciativas poderão ser realizadas a nível europeu no domínio do intercâmbio de infor-mações sobre as avaliações “custosbenefícios” das medidas tomadas pelas administraçõesnacionais?

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Alemanha➥ comparação e avaliação crítica dos

instrumentos adequados (porexemplo, através da criação de umarede de informação adequada)

➥ os esforços a nível europeu deverãocentrar-se prioritariamente nametodologia de avaliação“custosbenefícios” das medidasSST e na descrição das respectivasvantagens

Finlândia➥ a harmonização das estatísticas é

uma condição prévia dacomparabilidade; as avaliaçõeseconómicas e os respectivoscomentários deveriam serfacilmente acessíveis

➥ deverão ser avaliados edesenvolvidos a nível europeumétodos de avaliação“custosbenefícios” das medidas deSST

➥ os métodos bem sucedidosdeveriam ser divulgados

Luxemburgo➥ criar estatísticas da UE sobre a

natureza e a localização das lesões➥ avaliar as baixas por doença➥ custos da SST por comparação com

as horas de trabalho recuperadas(tempo de trabalho - perdas combaixas por doença)

Áustria➥ as avaliações deste tipo a nível

europeu poderão ser úteis➥ o significado deste tipo de

avaliações é limitado➥ as consequências concretas deverão

ser clarificadas antes da realizaçãodas avaliações “custosbenefícios”

➥ as novas metodologias não deverãoconduzir ao aumento do volume detrabalho

França➥ recomenda-se o recurso a grupos

de peritos a fim de desenvolver umametodologia de avaliação“custosbenefícios” da segurança esaúde no trabalho, no âmbito doComité Consultivo para aSegurança e Saúde no Trabalho, doLuxemburgo

➥ sugere-se a realização deprojectospiloto em empresas a fimde testar as metodologias deavaliação “custosbenefícios”

Países Baixos➥ a recolha de avaliações periódicas

sobre o custo e a efectividade anível das empresas relativamenteaos diferentes tipos de riscosprofissionais e aos diferentessectores industriais é conveniente

➥ base de dados sobre as medidas,os custos e a efectividaderelativamente a determinados riscos

Bélgica➥ deverá ser dada prioridade à

avaliação da forma como estasmedidas afectam a competitividade,os níveis de emprego, aprodutividade e a qualidade dosprodutos

Grécia➥ disseminação e intercâmbio de

informações entre asadministrações nacionais, comexemplos e comentários (através dedocumentos, da Internet ou devisitas de estudo)

Portugal➥ deverá ser dada uma atenção

especial à definição dos parâmetrosde avaliação dos benefícios

Dinamarca

➥ o trabalho futuro deverá centrar-sena quantificação da incidência dasdoenças profissionais

➥ a nível das empresas, é necessárioelaborar outras componentes dos“benefícios” para além das relativasàs baixas por doença

➥ é necessário elaborar métodospráticos e simples, que incluam aprodutividade e a qualidade dosprodutos e dos serviços nasavaliações a nível das empresas

Irlanda➥ parece existir pouca informação

disponível sobre as avaliações“custosbenefícios”; talvez sedevesse financiar trabalhos deinvestigação

Reino Unido➥ actualmente as avaliações de

estatísticas a nível europeu seriamprovavelmente difíceis e exigiriamrecursos substanciais; seriaparticularmente útil aprofundar otrabalho sobre a avaliação“custosbenefícios” da legislação daUE em vigor ou de novas propostasque venham a ser apresentadas

Espanha➥ desenvolvimento de métodos que

permitam comparar as avaliaçõesdo impacto das directivas da UE,através da utilização de factorescomuns que facilitem essascomparações

Itália➥ elaboração de orientações sobre a

identificação de indicadoreshomogéneos a utilizar no âmbitodas avaliações “custosbenefícios”

Suécia➥ a Suécia pode fornecer informações

sobre o desenvolvimento e autilização de diferentes métodos deavaliação “custosbenefícios”

➥ a Suécia pode fornecer informaçõessobre a aplicação destes métodosem diferentes domínios

Pergunta

59

Que iniciativas poderão ser realizadas a nível europeu nos domínios da avaliação dos custosde baixos níveis de SST e do desenvolvimento de metodologias de avaliação “custosbenefí-cios”?

Que iniciativas poderão ser realizadas a nível europeu nos domínios da avaliação dos custosde baixos níveis de SST e do desenvolvimento de metodologias de avaliação “custosbenefí-cios”?

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Alemanha➥ deveria considerar-se a hipótese de

desenvolver indicadores globais deeficiência económica; para este fim,a informação sobre segurança esaúde deveria ser combinada cadavez mais com informaçõeseconómicas (por exemplo, a relaçãoentre os períodos de incapacidadepara o trabalho e a produção

Finlândia➥ investigação sobre os incentivos

praticados actualmente;aprofundamento e alargamento doestudo sobre a importância dosmesmos

➥ estudos comparativos sobre oimpacto económico dos diferentestipos de medidas

➥ estudo sobre a interacção entre ascondições de trabalho e aprodutividade, a realizar em regimede cooperação

Luxemburgo➥ o actual projecto SHAPE é

importante➥ disseminação de informação através

da Agência

Áustria➥ a recolha, tratamento e

disseminação de informações destetipo poderia ser levada a cabo pelaAgência

França➥ aberta ao desenvolvimento de

projectos europeus, tais como oprojecto SHAPE, com base nasavaliações debatidas no âmbito doComité Consultivo do Luxemburgo

Países Baixos

Bélgica➥ atitude positiva relativamente a uma

iniciativa a nível europeu nestedomínio

Grécia➥ disseminação e intercâmbio de

informações entre asadministrações nacionais, comexemplos e comentários (através dedocumentos, da Internet ou devisitas de estudo)

Portugal

Dinamarca➥ reforço da informação sobre a

comprovação empírica daefectividade dos sistemas deincentivos baseados em seguros

Irlanda➥ parece existir pouca informação

disponível sobre as avaliações“custosbenefícios”; talvez sedevesse financiar trabalhos deinvestigação

Reino Unido➥ os trabalhos sobre os incentivos

financeiros deverão ter em conta otrabalho realizado pela FundaçãoEuropeia, a fim de evitarduplicações

➥ definição de metodologias simples,destinadas a empresas que têm detomar decisões diariamente,sobretudo as PME: o projectoSHAPE poderá vir a fornecerinformações úteis

Espanha➥ promoção da disseminação de

informações sobre as práticas dasempresas no domínio da avaliaçãodo impacto das medidas deprevenção nos resultadosfinanceiros

Itália➥ identificação de todas as fontes de

financiamento europeias queapoiam directa ou indirectamente odesenvolvimento da segurança esaúde no trabalho (investigação,educação, fundos estruturais)

Suécia➥ partilha dos resultados dos estudos

sobre incentivos financeiros erespectivo impacto na SST

PerguntaQuais as iniciativas viáveis no domínio da informação sobre a utilização de incentivos finan-ceiros ou de outros instrumentos deste tipo?Quais as iniciativas viáveis no domínio da informação sobre a utilização de incentivos finan-ceiros ou de outros instrumentos deste tipo?

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Parte 5. CONCLUSÕES

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CONCLUSÕES

Considerações relativas aos custos ebenefícios das medidas de SST

1. O impacto económico e, mais concretamente, aavaliação “custosbenefícios” da segurança esaúde no trabalho, tornou-se um tema importantena maior parte dos Estados-Membros da UniãoEuropeia, estando a aumentar o interesse sobreeste tema.

2. A nível dos Estados-Membros, são utilizadosdiferentes incentivos financeiros e instrumentosno âmbito da política de segurança e saúde notrabalho. As avaliações “custosbenefícios”constituem o instrumento mais divulgado. Noentanto, há outros instrumentos importantes, taiscomo as subvenções e as sanções financeiras.

3. Nalguns Estados-Membros, a avaliação doimpacto económico é um dos elementos deinformação sistematicamente utilizados no âmbitodo processo de decisão política. No entanto, ainfluência destas avaliações sobre o processo dedecisão varia de Estado-Membro para Estado-Membro.

4. Embora as ACB (análises custosbenefícios) sejamconsideradas, na maior parte dos Estados-Membros, como uma componente importante doprocesso de decisão sobre novas medidas, asconsiderações de natureza ética parecem ser aindapredominantes nesta área.

Impacto económico da política desegurança e saúde no trabalho

5. Em muitos Estados-Membros, as avaliações“custosbenefícios” são realizadas de formasistemática antes da adopção das medidas. Outrotipo de medidas (tais como campanhas, etc.) sãoavaliadas com muito menos frequência.

6. Apenas nalguns Estados-Membros se realizamACB após a aplicação de uma medida de SST.

7. A forma como as avaliações são realizadas variade país para país e, eventualmente, em função danatureza e da gravidade do problema em causa Aavaliação dos benefícios é particularmente difícil.Os aspectos sociais são normalmente incluídos,pelos menos parcialmente.

8. Os Estados-Membros referiram existirem muitasdificuldades no âmbito da avaliação dosbenefícios, nomeadamente a falta de dados fiáveis,a dificuldade em isolar os factores relevantes e afacto de os benefícios apenas se tornarem visíveispassado algum tempo.

9. Alguns Estados-Membros avaliam os custos dasdoenças profissionais em termos de percentagemdo Produto Interno Bruto, variando estaspercentagens comunicadas entre 2,6% e 3,8%(com base numa ampla gama de factores).Relativamente a outros Estados-Membros asestimativas foram baseadas nos dados sobre oscustos em proporção do OIB, situandose aspercentagens entre 0,4% e 4%.

10. Os métodos de avaliação dos custos das doençasprofissionais em termos de percentagem do PIBvariam muito, de forma que não é possível fazercomparações entre Estados-Membros. Noentanto, as indicações fornecidas sobre oscustos dos riscos profissionais permitem ter umaideia aproximada dos custos em causa.

11. Para as empresas, é mais importante determinarse os investimentos em medidas de SSTcontribuem para reduzir os seus custos. A maiorparte dos Estados-Membros dispõem ou estão acriar instrumentos que permitirão ajudar asempresas a procederem a este tipo de avaliações.As pequenas e médias empresas não dispõemmuitas vezes dos recursos financeiros ehumanos que lhes permitam aplicar estesmétodos de forma adequada.

Utilização de incentivos financeiros

12. Na maior parte dos Estados-Membros, existemsubvenções com o objectivo de promover odesenvolvimento, a aquisição e a venda deprodutos, de métodos de produção, de métodosde organização do trabalho e de máquinasseguras e saudáveis. No entanto, apenasnalguns, poucos, desses Estados-Membros sãoavaliados os efeitos das medidas subsidiadas.

13. No que se refere ao futuro dos dispositivos desubvenção, parecem verificar-se tendênciasdistintas na Europa: nalguns Estados-Membros,estas subvenções estão a ser postas em causa,

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enquanto que noutros estão a ser tomadas novasmedidas neste domínio.

14. Os Estados-Membros possuem sistemasdesenvolvidos de aplicação de multas e decoimas administrativas às empresas. No entanto,estas sanções são aparentemente aplicadas deuma forma moderada. O cumprimento da legis-lação em vigor constitui o principal objectivodestes meios de coerção.

15. Alguns Estados-Membros referiram que o níveldas sanções pecuniárias é demasiado baixo, nãoproduzindo efeitos dissuasórios, pelo que estãoa ser tomadas medidas no sentido de reforçar asmesmas. Além disso, as administrações parecemestar cada vez mais interessadas pela utilizaçãode coimas administrativas, em substituição ouparalelamente à via judicial.

16. Num pequeno número de Estados-Membros,existem incentivos financeiros no âmbito dossistemas obrigatórios se seguro de acidentes detrabalho e doenças profissionais. Estesincentivos de diversos tipos, sendo o maiscorrente a diferenciação dos prémios.

17. As pequenas empresas são particularmenteprejudicadas pelo facto de os incentivosfinanceiros relacionados com a política defixação dos prémios de seguro estaremnormalmente ligados à experiência de pedidosde indemnização a nível de cada sector, mais doque à avaliação da efectividade dos dispositivos

de segurança e saúde existentes em cadaempresa.

18. Tem sido adoptada uma abordagem nova ediferente da promoção da segurança e saúde anível das empresas, que consiste no facto de osorganismos públicos, na sua qualidade depessoas colectivas, seleccionarem osadjudicatários ou os fornecedores de produtosou serviços com base no seu desempenho naárea da segurança e saúde no trabalho.

19. Muitos Estados-Membros consideramnecessário o intercâmbio de informações sobreas avaliações “custosbenefícios” das medidas,salientando a importância da definição de umametodologia que permita avaliar o impacto dasdirectivas de UE.

Iniciativas a nível europeu

20. Foi sugerido o desenvolvimento de instrumentosa utilizar a nível das empresas, tendo os Estados-Membros salientado a importância dos modelossimples de avaliação “custosbenefícios”,susceptíveis de serem utilizados pelas PME nodiaadia.

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ANEXOS

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I.

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DEFINIÇÕES1

Absentismo

Ausência temporária do trabalho devido a doença oua outros motivos.

Coimas administrativas

Sanções pecuniarias aplicadas directamente por umserviço de inspecção

Benefícios

Os benefícios de uma actividade ou de uma políticapodem ser avaliados apurando a diferença entre oscustos de correcção totais antes e depois da adopçãodas medidas em causa e acrescentando o valormonetário de outras melhorias imputáveis ao projectoou à política em causa.

Avaliação “custo-benefícios” (ACB)

Uma técnica de avaliação dos custos e dos benefíciostotais, expressos numa unidade monetária, a nível dasociedade ou de um projecto específico. As ACBcomparam os custos e os benefícios da prevenção(por exemplo, a redução dos custos de correcção,mais os ganhos adicionais)

Custos das doenças (COI)

Método de cálculo de custos imputáveis a doenças.

A análise COI quantifica a dimensão do problema,enquanto que os outros métodos são utilizados para seescolher entre diferentes soluções. As análises COI

podem abranger os custos financeiros e os custossocioeconómicos, de acordo com o seu objecto. Numametodologia de “custos das doenças”, os “custos” sãoos recursos utilizados que podem ser associados comresultados específicos em termos de saúde.

Custos

Valor monetário dos recursos utilizados. NO âmbitodo presente projecto, a expressão “custos deprevenção” é utilizada para designar a utilização derecursos para acções de prevenção e a expressão“custos de correcção” para descreverasconsequências dos acidentes e das doenças.

Reforma antecipada

Todo o abandono com carácter permanente da visaactiva antes da idade ”normal” de reforma (definida nalei ou nos costumes nacionais). Como indicador desaúde, a reforma antecipada é frequentementeutilizada para designar os beneficiários de pensõespor incapacidade.

Custos financeiros

Despesas (expressas em termos monetários) de umaagente económico (por exemplo, uma empresa, umindivíduo, o sector público). Os custos financeirosincluem as transferências entre agentes, ao contráriodo que se passa com os custos sociais.

Sanções pecuniárias

Sanções decretadas por uma autoridade judicial oupor um serviço de inspecção

Custo humano

Termo utilizado nas avaliações socioeconómicas paradescrever o valor da qualidade de vida (que inclui asaúde mental e física), em si mesma. As expressões”dor e sofrimento” e “esperança de vida saudável”podem também ser utilizadas para descrever omesmo fenómeno. Os custos humanos podem serquantificados através de métodos de cálculo dadisposição de pagar.

Reabilitação não médica

Despesas feitas com o objectivo de criaroportunidades para os deficientes para realizaremactividades normais, tais como readaptação notrabalho ou em casa ou a reabilitação profissional.

Acidente de trabalho

Evento súbito causado por circunstâncias externas erelacionadas com o trabalho. O acidente pode ter osseguintes efeitos: doença ou lesão, danos materiais,na fábrica, em produtos ou no ambiente, perdas deprodução e responsabilidade civil.

Doenças profissionais

Doenças contraídas por trabalhadores que sedemonstra ou presume terem sido causadas porcondições de trabalho desfavoráveis. As doençasprofissionais são oficialmente reconhecidas pelasautoridades ou pelas entidades seguradoras,enquanto que as doenças relacionadas com otrabalho o não são.

1 O presente anexo baseia-se em parte no relatório da Fundação Europeia intitulado “Um modelo de avaliação dos custos dos factores de stress a nível nacional”.

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Custos de oportunidade (de acidentes detrabalho ou doenças profissionais)

Oportunidades de negócio perdidas (encomendas,vendas, etc.) e que provavelmente não o teriam sidode o acidente ou a doença não tivessem ocorrido

Perda de produção

Método utilizado para determinar o valor monetáriodo tempo de trabalho perdido em resultado dedoença. O valor de uma unidade de trabalho (hora,semana, ano, etc.) é considerado como a produçãomarginal do trabalhador.

Período de pagamento

Indicador simples utilizado nas avaliações“custosbenefícios” para comparar fluxos demontantes monetários (receitas e despesas)relacionados com projectos, investimentos oupolíticas. Este indicador não tem em conta o efeitotempo

Incapacidade permanente

Pessoas com uma incapacidade para o trabalho emresultado de doença. A incapacidade pode ser parcial,pelo que esta expressão pode referir-se quer apessoas que se tenham retirado prematuramente davida activa por motivos de saúde, quer trabalhadorescom doenças crónicas ou lesões.

Rotação do pessoal

A substituição de trabalhadores numa situação deestabilidade dos efectivos, ou seja, excluindo os

efeitos do aumento dos postos de trabalho ou dediminuição da dimensão da empresa, e excluindovariações puramente sazonais no nível de emprego.Na maior parte dos casos, mede-se pelo número detrabalhadores que abandonam o posto de trabalho empercentagem dos efectivos totais.

Como variável “segurança e saúde”, a taxa desubstituição deverá ser comparada com a taxa“normal” ou com uma meta realista da empresa. Umarotação excessiva do pessoal é considerada um custopara a empresa.

Produtividade

Volume de produção põe unidade de input. Aprodutividade do trabalho (produção por hora) é amais utilizada nas comparações internacionais, mas aprodutividade do capital (medida através das taxas deutilização do capital) também pode ser medida. Aprodutividade pode ser medida em unidades e emvalores monetários.

Rentabilidade do investimento

Indicador utilizado nas avaliações “custosbenefícios”(sobretudo a nível das empresas) para comparar osfluxos de montantes monetários (receitas e despesas)relacionados com projectos, investimentos oupolíticas. Este indicador tem em conta o efeito tempo.

Custos socioeconómicos

No âmbito dos custos da doença, os custossocioeconómicos consistem nas perda totais de bem-estar que constituem os efeitos não desejados

secundários dos processos económicos(externalidades). Os custos socioeconómicos podemincluir os custos de correcção do sistema de saúde,as perdas de produção potenciais no mercado detrabalho ou na produção familiar e os custoshumanos. Se os custos socioeconómicos puderemser evitados, podem ser utilizados para quantificar osbenefícios no âmbito de uma análise“custosbenefícios”

Disposição de pagar (WTP)

Método de avaliação de bens que não têm um valor demercado, utilizados sobretudo para avaliar bensambientais, se segurança e saúde. Se estiverinformada dos riscos e das suas consequências, amaior parte dos estudos indicam que a populaçãoestá disposta a pagar mais para reduzir esses riscos,por comparação com as perdas financeiras directasque provavelmente sofrerão. A WTP é avaliada atravésde entrevistas e de questionários (“avaliaçãocontingente”).

Doenças relacionadas com o trabalho

Doenças que são (parcialmente) causadas pelascondições de trabalho.

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II.ABREVIATURASAAA Association d’Assurance contre les

Accidents (associação de seguros doLuxemburgo)

ACB Avaliação “custos-benefícios”

ANACT Agence nationale pour l’améliorationdes conditions de travail (AgênciaNacional para a Melhoria dasCondições de Trabalho – França)

AUVA Allgemeine Unfallsversicherungs-anstalt (instituição austríaca de segurosde acidentes de trabalho)

BAUA Bundesanstalt fur Arbeitsschutz undArbeitsmedizin (Instituto FederalAlemão de Segurança e Saúde noTrabalho)

CNAM Caisse nationale d´assurance demaladie (caixa nacional francesa deseguro de doença)

CRAM Caisses regionaux d´assurance demaladie (caixas regionais francesas deseguro de doença)

DWES Serviço dinamarquês de condições detrabalho

ECU European Currency Unit (unidade deconta europeia)

EUROSTAT Statistical Office of the EuropeanCommunities (Serviço Estatístico dasComunidades Europeias)

FACT Fondation d’amélioration desconditions de travail (Ministério doTrabalho francês, Fundação para aMelhoria das Condições de Trabalho)

HSE Health and Safety Executive (UK)(Instituto de Segurança e Saúde –Reino Unido)

IKA Instituição de segurança social (Grécia)

INAIL Istituto nazionale per l’Assicurazionecontro gli Infortuni sul Lavoro (InstitutoNacional de Seguro de Acidentes deTrabalho - Itália)

ITACA Istituto per la Trasparenza,l’Aggiornamento e la Certificazione dedegli Appalti (Instituto para aTransparência, actualização ecertificação de contratos)

NACE Nomenclature générale des activitéséconomiques dans les CE(Nomenclatura geral das actividadeseconómicas na CE)

NIA-TNO Países Baixos - Instituto das Condiçõesde Trabalho/Países Baixos Organizaçãopara a Investigação Científica Aplicada

PIB Produto interno bruto

PME Pequenas e médias empresas

SHAPE Safety & Health and Performance andEnterprises (Segurança e saúde –Desempenho e Empresas)

SST Segurança e Saúde no Trabalho

SYAE Conselho de segurança e saúde notrabalho (Grécia)

TDC Technological Development Centre(Centro de DesenvolvimentoTecnológico)

TSR Tyosuoselurahasto (instituto finlandêsdas condições de trabalho)

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European Agency for Safety and Health at WorkGran Vía, 33. 48009 Bilbao - SpainTel.: 94 - 479 43 60Fax: 94 - 479 43 83http: // www.eu-osha.ese-mail: [email protected]

AS

-11-97-689-PT-C

ISBN 92-828-4172-3

9 789282 841723

Novem

ber 98