agentes quÍmicos aulas

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A FUNDACENTRO classifica as substncias qumicas em sete grupos, em funo da ao nociva ao organismo do trabalhador. Grupo I - Substncias de ao generalizada sobre o organismo: correspondem aos agentes qumicos cujos efeitos, no organismo dos trabalhadores, dependem da quantidade de substncias absorvidas, estando representados pela maioria das substncias relacionadas no Quadro 1 do Anexo 1 da NR 15, aos quais se aplica o limite de tolerncia mdia ponderada (ex.: cloro, chumbo, dixido de carbono, monxido de carbono e nitroetano).

Grupo II - Substncia de ao generalizada sobre o organismo, podendo ser absorvida, tambm por via cutnea : correspondem aos agentes qumicos que, alm de exporem os trabalhadores, atravs das vias respiratria, tambm exigem a proteo individual para os membros superiores e outras partes do corpo possveis de propiciarem a absoro cutnea do agente qumico (ex.: anilina, benzeno, bromofrmio, fenol, percloretileno, tetracloreto de carbono e tolueno).

Grupo III - Substncias de efeito extremamente rpido: correspondem aos agentes qumicos que tm indicados limites valor teto, os quais no podem ser ultrapassados, em momento algum durante a jornada de trabalho (ex.: cido clordico, dixido de enxofre e formaldedo).

Grupo IV - Substncias de efeitos extremamente rpidos, podendo ser absorvidas, tambm por via cutnea: correspondem a apenas quatro substncias: lcool n-butlico, m-butilamona, monoetil hidrazina e sulfato de dimetila, as quais, alm de apresentarem limite de tolerncia valor teto, que no pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho, podem ser absorvidas pela pele, exigindo necessariamente, a utilizao do equipamento de proteo individual (EPI).

Grupo V - Asfixiantes simples: so representados por alguns gases em altas concentraes no ar, atuam no sentido de deslocar o oxignio do ar, sem provocar efeitos fisiolgicos importantes. Entende-se por asfixia o bloqueio dos processos tissulares, pela falta de oxignio (ex.: acetileno, argnio, hlio, hidrognio, metano).

Grupo VI - Poeiras: so substncias qumicas slidas provenientes da segregao mecnica das substncias no estado slido; podem ser altamente nocivas, dependendo da sua dimenso, podendo causar pneumoconiose . A NR 15, em seu Anexo 12, prev trs agentes: asbestos (amianto), mangans e seus compostos e slica livre

Grupo VII - Substncias cancergenas: correspondem quelas que cientificamente comprovado, podem causar cncer ao trabalhador ou induzir cncer em animais, sob determinadas condies experimentais (ex.: cloreto de vinila, asbestos,benzidina, betanaftalina, 4 nitrodifenil, 4-aminodifenil e, ultimamente, o benzeno).

Guerra qumica - um tipo de guerra no convencional, baseada no uso de propriedades txicas de substncias qumicas para fins de destruio em massa - seja com finalidades tticas (limitadas ao campo de batalha), seja com fins estratgicos (incluindo a retaguarda e vias de suprimento do inimigo). As armas qumicas diferem de armas convencionais ou nucleares porque seus efeitos destrutivos no so principalmente decorrentes da fora explosiva. A categoria de armas qumicas pode incluir, alm das armas qumicas propriamente ditas, tambm aquelas que utilizam prevalentemente venenos de origem biolgica. Quanto a isto, h controvrsias. De todo modo, o uso ofensivo de organismos vivos (como o antrax) em geral considerado como guerra biolgica, para efeito dos acordos internacionais sobre armamentos.

Antes de mais nada importante destacar a diferena conceitual entre gs e vapor, porque, na prtica, com certeza voc no fala "gs de gasolina"ou "gs de gua", e sim "vapor de gasolina" e "vapor dgua". Desta forma, importante apresentar as seguintes definies:

gs: estado fsico de uma substncia que,em condies normais de temperatura e presso (25C e 760 mmHg), encontra-se no estado gasoso; vapor: a fase gasosa de uma substncia que, em condies normais, encontra-se no estado slido ou lquido.

Fisiologicamente, do ponto de vista de sua ao sobre o organismo, os gases e vapores podem ser classificados em: irritantes, anestsicos e asfixiantes. Embora se saiba que um mesmo agente qumico pode ser, simultaneamente, irritante, anestsico e asfixiante, o seu enquadramento em apenas um desses grupos considera o maior efeito nocivo. A seguir, so apresentadas as seguintes definies:

Gases e Vapores Irritantes: So substncias que produzem inflamao nos tecidos vivos, quando entram em contato direto, podendo ser subdivididas em primrias e secundrias.

Irritantes primrios so aquelas substncias que concentram sua ao irritante ao organismo. - ao sobre as vias respiratrias superiores de substncias de alta solubilidade em gua, localizando sua ao sobre as vias respiratrias superiores (ex.cido sulfrico,amnia e soda custica);

- ao sobre os brnquios de substncias com moderada solubilidade em gua que, quando inaladas, penetram mais profundamente no sistema respiratrio concentrando seu ataque nos brnquios (ex.: anidrido sulfuroso e cloro); - ao sobre os pulmes substncias que apresentam baixa solubilidade em gua, alcanando os alvolos pulmonares (ex.: oznio, xidos nitrosos e fosgnio).

- Irritantes atpicos so substncias que, apesar da baixa solubilidade ocasionam ao irritante tambm nas vias respiratrias, (ex.: acrolena e gases lacrimognios).

Irritantes secundrios so aquelas substncias que, apesar de possurem efeito irritante, tm uma ao txica generalizada sobre o organismo (ex.: gs sulfrdico).

b. Gases e Vapores Anestsicos: So aquelas substncias que, devido sua ao sobre o istema nervoso central, apresentam efeitos anestsicos; algumas destas substncias, transferidas dos pulmes para a corrente sangunea e, a partir da, para os outros rgos internos, podem penetrar atravs da pele.

Os gases e vapores anestsicos podem ser classificados em: Anestsico primrio: so aquelas substncias que no produzem outro efeito alm da anestesia, mesmo que o trabalhador seja submetido a exposies repetidas, em baixas concentraes (ex.: aldedos, cetonas, steres e os hidrocarbonetos alifticos butano, propano, eteno e outros).

Anestsico de efeitos sobre as vsceras: so aquelas substncias que podem acarretar danos ao fgado e aos rins dos trabalhadores expostos (hidrocarbonetos clorados tricloroetileno, tetracloreto de carbono e percloroetileno).

Anestsico de ao sobre o sistema formador do sangue: so substncias que se acumulam, preferencialmente, nos tecidos graxos, medula ssea e sistema nervoso (ex.: benzeno, tolueno e xileno). Vale ressaltar que o benzeno a substncia com maior ao nociva; sua exposio prolongada, mesmo a baixas concentraes, pode ocasionar anemia, leucemia e cncer.

Anestsico de ao sobre o sistema nervoso: so substncias que, devido sua alta solubilidade em gua, apresentam eliminao lenta pelo organismo; da, a sua manifestao mais acentuada no sistema nervoso (ex.: lcool etlico e metlico).

Anestsico de ao sobre o sangue e o sistema circulatrio: so substncias, em especial aquelas pertencentes ao grupo dos nitrocompostos de carbono, que, em decorrncia de sua utilizao industrial, podem ocasionar alterao na hemoglobina do sangue (ex.: nitrotolueno, nitrito de etila, nitrobenzeno e anilina).

A NR 15 trata de uma categoria de agente qumicos de suma importncia, dentro do aspecto da higiene ocupacional, que so os aerodispersodes. Estes contaminantes so sistemas diversos, cujo meio de disperso gasoso e cuja fase dispersa consiste de partculas slidas ou lquidas. A classificao mais aceita aquela que diferencia aqueles formados por disperso e por condensao, distinguindo os sistemas, de acordo com a fase dispersa, slida ou lquida.

Os aerodispersodes formados por disperso, ou seja, como resultado da desintegrao mecnica da matria (pulverizao ou atomatizao de slidos ou lquidos ou transferncia de p para o estado de suspenso, atravs da ao de correntes de ar ou vibrao), so, na maioria dos casos, constitudos por partculas mais grosseiras do que aquelas que constituem os formados por condensao; alm disto, contm partculas com uma maior variao de tamanho.

Os aerodispersides de condensao so formados pela condensao de vapores superfaturados ou pela reao entre gases, que leva a um produto no voltil. Nestes aerodispersides, as partculas slidas so freqentemente, agregados frouxos, provenientes da coagulao de uma grande nmero de partculas primrias de forma esfrica ou cristalina regular. Por outro lado, nos aerodispersides por disperso, a fase slida consiste de partculas individuais ou agregados de formas complementares irregulares (fragmentos)

Nos aerodispersides cuja dispersa lquida, as partculas so esfricas, e, quando colidem, podem se fundir, produzindo uma nica partcula esfrica. Para diferenciar os diversos aerodispersides, so utilizados os seguintes termos:

Poeiras: aerodispersides formados por disperso e constitudos por partculas slidas, geralmente com dimetros maiores que 1 micron Ex.: poeiras de slica, asbesto (amianto), algodo.

Nvoa: aerodispersides constitudos por partculas lquidas independentemente da origem e do tamanho das partculas. Ex.: nvoa de cido sulfrico, tinta.

Fumos: aerodispersides formados por condensao, sublimao ou reao qumica, e constitudos por partculas slidas, geralmente com dimetros menores que 1 micro. Ex.: fumos metlicos.

Fumaas: aerodispersodes resultantes da combusto incompleta de materiais orgnicos, so constitudas, geralmente, por partculas com dimetros inferiores a 1 micron.

CRITERIOS DE AVALIACAO E LIMITES DE EXPOSICAO PARA AGENTES QUIMICOS O reconhecimento e avaliacao dos agentes ambientais devem ser feitas atraves de metodos cientificos e objetivos cujos resultados possam ser comparados com valores preestabelecidos. Entretanto, varios agentes ainda nao possuem tais metodos sendo ainda avaliados pelo sentimento do avaliador

Unidades de Medida Em higiene ocupacional, concentracoes de agentes quimicos sao expressas em termos volumetricos e massa. As unidades adotadas sao: .. Parte Por Milhao (PPM) = partes do contaminante por milhao de partes de ar; .. Porcentagem (%) = Volume de contaminante em relacao ao volume total de ar; .. Miligrama por Metro Cubico (Mg/M3) = Massa de contaminante, em miligrama, por metro cubico de ar.

Dependendo do meio adotado para amostragem e analise, da forma como sao expressos os resultados e da unidade de medida adotada como padrao para comparacao com os limites de exposicao, eventualmente, e necessario fazer a conversao para a unidade de referencia. Para conversao, e necessario lembrar que os valores padrao, normalmente, so expressos para condicoes de temperatura de 25 C e pressao atmosferica de 760 mmHg. Assim, para conversao de PPM para %, ou viceversa, como a relacao e de volume para volume, nao e necessario nenhum ajuste previo, ou seja:

. PPM para % = PPM x 100 / 1.000.000 = % . % para PPM = % x 1.000.000 / 100 = PPM Ja, para conversao de PPM ou % para Mg/m3, ou vice versa, como a relacao e de massa por volume, e necessario ajustar o volume, em funcao do peso molecular do contaminante.

Para tanto, e necessario lembrar que 1 (um) grama-mol de qualquer gas perfeito ocupa um volume de 22,4 litros, a uma temperatura de 0 (zero) C e pressao atmosferica de 760 mmHg. Para a condicao padrao de temperatura de 25 C e pressao atmosferica de 760 mmHg, o valor do Mol e de 24,45 litros, que equivale aos seguintes ajustes:

Conversao da temperatura de C (Celsius) para K (Kelvin) = C + 273 .. Correcao do volume de 1 (um) grama-mol de gas a 0 (zero) C ou 273 K para 25 C ou 298 K, que sera = ((25 + 273) x 22,4) / 273 = 24,45 = Mol Assim, para conversao dos valores de concentracao nas diferentes unidades que normalmente sao utilizadas em higiene ocupacional, o procedimento e o seguinte:

.. PPM = (Mg/m3 x Mol) / Pm .. PPM = (% x 1.000.000) / 100 .. Mg/m3 = PPM x (Pm / Mol) .. Mg/m3 = (% x 1.000.000) / 100 x (Pm / Mol) .. % = (PPM x 100) / 1.000.000 .. % = ((Mg/m3 x Mol) / Pm) x 100) / 1.000.000

0nde: PPM = Parte Por Milhao (volume/volume) Mg/m3 = Miligrama por Metro Cubico (massa/volume) Pm = Peso Molecular da Substancia Mol = Volume ocupado por 1 (um) gramamol de um gas, a 760 mmHg e 25 C

Limites de Exposicao E um valor generico, podendo englobar todos os limites, dentre eles o limite de curta exposicao, limite de tolerancia, valor teto etc, nao tendo portanto um valor absoluto e englobando os seguintes valores:

Limite de Tolerancia E o valor limite da concentracao do agente dentro do qual a maioria dos trabalhadores poderia permanecer exposta 8 horas diarias e 48 horas semanais durante toda a vida laboral, sem apresentar nenhum sintoma de doencas. Para o calculo da concentracao dos agentes quimicos, a legislacao brasileira admite a possibilidade de amostragem continua e/ou instantanea.

Para o caso da continua os valores serao ponderados, em funcao do tempo de amostragem. Para o caso da amostragem instantanea, a exigencia e de no minimo 10 amostragens com intervalo de 20 minutos entre cada uma e o resultado expresso como a media aritmetica das 10 amostragens. Nenhum dos resultados pode ultrapassar o valor maximo.

Valor Teto E o valor estabelecido na legislacao brasileira que nao pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este valor e igual ao limite de tolerancia.

Valor Maximo E o valor estabelecido na legislacao brasileira e que nao pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este valor e calculado como segue: valor maximo = LT X FD onde:

LT = limite de tolerancia do agente quimico FD = fator de desvio, segundo o quadro abaixo LT (ppm ou mg/m3) FD

A tabela de fator de desvio (FD) acima apresenta valores altos para limites de tolerancia baixos e baixos para limites altos. Apesar de parecer paradoxal, a inversao nos valores tem as seguintes justificativas: .. Diferencas muito pequenas em valore muito baixos sao de dificil controle, uma vez que as concentracoes apresenta grand variabilidade num mesmo ambiente no decorrer da jornada; Um indice crescente elevaria exageradamente os valores de tolerancia altos.

Limite de Curta Exposicao E o valor estabelecido na legislacao americana que indica o limite a que um trabalhador pode ficar exposto durante 15 minutos a intervalos superiores a 60 minutos e nao podendo ultrapassar 4 exposicoes numa jornada diaria. Em ingles este valor e conhecido como gSTEL h (short term exposure limit).

TLV - Threshold Limit Value E o termo americano que tem o mesmo significado que o nosso glimite de tolerancia com a excecao de que o TLV e para 8 horas/dia, 40 horas/semana e o gLT h brasileiro e para 8 horas diarias e 48 horas semanais.

TLV - TWA - Threshold Limit Value Time Weighted Average E o termo americano que expressa o limite de tolerancia ponderado no tempo, que e a media ponderada de todas as exposicoes durante a jornada, calculada em funcao do tempo de exposicao a cada nivel.

onde: C1, C2..Cn = concentracao em cada exposicao (ppm ou mg/m3) t1, t2.... tn = tempo de duracao da exposicao ao dado nivel (min ou hora) tt = tempo de duracao da jornada (min ou hora) Deve ser lembrado que nenhuma concentracao Ch pode ultrapassar o valor STEL, assim como nao pode ser ultrapassado o numero de 4 exposicoes ao valor STEL durante a jornada.

Os valores de TLV . TWA, constantes nas tabelas da NIOSH1, OSHA2 e ACGIH3, sao referentes as condicoes de 8 horas diarias e 40 semanais. Por esta razao, quando transpostos para o Brasil devem ser corrigidos para as condicoes da jornadareal. Do mesmo modo, os valores de Limite de Tolerancia constantes da NR 15 . Anexo 11 sao dados para 8 horas diarias e 48 semanais. Sempre que a jornada diaria ou semanal do trabalhador for diferente deste padrao o TLV . TWA e o Limite de Tolerancia devem ser corrigidos.

Uma formula simples para correcao destes valores que e muito utilizada e a descrita no metodo de Brief e Scala e que e apresentada a seguir.

Onde: FC = fator de correcao diario ou semanal Hpd = duracao da jornada diaria padrao, em horas, para a qual foi estabelecido o limite de tolerancia . USA e Brasil = 8 horas Hd = duracao da jornada de trabalho diario real, em horas 24 = Numero total de horas do dia Hps = duracao da jornada semanal padrao, em horas, para a qual foi estabelecido o limite de tolerancia . USA = 40 horas; Brasil = 48 horas Hs = duracao da jornada de trabalho semanal real, em horas 168 = numero total de horas da semana

Para qualquer avaliacao de agente quimico em que for utilizado o Fator de Correcao FC e indispensavel que a correcao seja destacada no relatorio, tanto no capitulo referente a metodologia aplicada na avaliacao quanto na tabela de resultados da area em questao. A seguir sao apresentadas 2 tabelas que ilustram uma situacao de avaliacao com jornada normal e outra com jornada aumentada, em que foi aplicado o fator de correcao.