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Jornal Regional de Barretos www.redebrasilatual.com.br BARRETOS nº 19 Junho de 2013 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Passeata reúne 500 pessoas no Centro, para alertar sobre o problema Pág. 6 VIOLÊNCIA ABUSO INFANTIL Barretense é convocado para a Seleção Brasileira e receberá Bolsa-Atleta Pág. 7 ESPORTE LUTA OLÍMPICA Confirmados os shows de Chitãozinho e Xororó, Naldo e Aline Barros Pág. 2 AGENDA FESTA DO PEÃO EDUCAÇÃO Plano Nacional da Educação estipula erradicação dos 14 milhões de analfabetos até 2020 Pág. 4-5 ANALFABETISMO AINDA É UM DESAFIO Evento debate saúde do trabalhador, assédio moral e metas abusivas TRABALHO CHEGA DE PRESSÃO

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Jornal Regional de Barretos

www.redebrasilatual.com.br barretos

nº 19 Junho de 2013

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatual

Passeata reúne 500 pessoas no Centro, para alertar sobre o problema

Pág. 6

VIOLÊNCIA

abuso infantil

Barretense é convocado para a Seleção Brasileira e receberá Bolsa-Atleta

Pág. 7

esPOrte

luta olímpica

Confirmados os shows de Chitãozinho e Xororó, Naldo e Aline Barros

Pág. 2

AGeNDA

festa do peão

eDuCAçãO

Plano Nacional da Educação estipula erradicação dos 14 milhões de analfabetos até 2020

Pág. 4-5

ANALfAbetIsmO AINDA é um DesAfIO

Evento debate saúde do trabalhador, assédio moral e metas abusivas

trAbALHO

CHeGA De PressãO

2 Barretos

expediente Rede brasil atual – barretoseditora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador edição Enio Lourenço Redação Aquino José e Lauany Rosa Revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800tiragem: 6 mil exemplares distribuição Gratuita

Programação da festa do Peão

Competições de rodeio

Evento recebe Chitãozinho e Xororó, Naldo e Aline Barros

De 15 A 25 De AGOstO

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jOrNAL ON-LINe

eDItOrIAL

No último mês, a saúde do trabalhador foi tema de um de-bate organizado por sindicatos e entidades da região. O even-to convidou especialistas da área, para discutir as violências patronais cometidas contra todas as categorias, em especial a dos bancários, que apresenta índices elevados de adoecimento e morte em decorrência da pressão em forma de metas estabe-lecidas pelos banqueiros – que todos os anos batem recordes de lucros. O assédio moral, a ineficiência de várias gestões da Prefeitura de Barretos em implantar o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e o depoimento emocio-nante de uma professora são temas da matéria da página 3.

Já nas páginas centrais desta edição apresentamos uma reportagem sobre uma dívida histórica do Brasil: o analfa-betismo. Hoje temos mais de 14 milhões de pessoas que não sabem ler. Apesar da considerável redução dos números nos últimos 40 anos – no período da ditadura civil-militar (64-85) mais de 33% da população era analfabeta –, diferentes programas de alfabetização se sucedem e não mostram total eficácia, se comparados à experiência do patrono da educa-ção brasileira, Paulo Freire, quando em 1963 coordenou uma equipe que alfabetizou 300 trabalhadores rurais em 40 aulas de uma hora cada. A pretensão de um país sem miséria deve ser indissociável do dever de um país sem analfabetos. O in-divíduo só irá transcender a condição de oprimido se tiver acesso às ferramentas que possibilitem a sua autonomia.

A agenda da Festa do Peão de Barretos foi divulgada e tem a música sertaneja como a principal atração na varieda-de de shows. Mas como tem sido nos últimos anos, o even-to também terá espaço para música eletrônica, axé, gospel e pop nos dois palcos princi-pais: Estádio e Esplanada.

O destaque neste ano são os shows que unem artistas distintos tocando em parceria. Na abertura da Festa, no dia 15 de agosto, se apresentarão revelações da música serta-neja como Israel & Rodolfo, Lucas Lucco, Gabriel Gava, George Henrique & Rodrigo, Henrique & Diego, Trio Bra-vana e Henrique & Juliano. Os cantores farão a sua apre-sentação habitual, mas rece-berão convidados nas últimas duas músicas.

No dia 16, Cristiano Araú-jo e Zé Ricardo & Thiago re-tomarão os festejos com suas canções sertanejas. Em segui-da, no palco do Estádio, o des-taque será a música eletrônica do Projeto BPM e o duo de

DJs cariocas Felguk. No palco Esplanada acontecerá o show de axé do baiano Tomate.

Já no dia 17, também no palco Esplanada e no trio elétrico, estarão os maiores destaques do evento: Jorge & Mateus, Naldo, Israel Novaes, Guilherme & Santiago, Maria Cecília & Rodolfo, Matheus & Kauan, Léo Verão & Daniel Freitas, Humberto & Ronaldo e Gusttavo Lima (no mesmo dia, os dois últimos também fazem shows no palco do Es-tádio).

No dia 18, o show benefi-cente em prol do Hospital de Câncer de Barretos reunirá João Bosco & Vinicius, Kléo

Dibah & Rafael e Michel Teló. O dia 19 será dedicado à músi-ca gospel com André Valadão e Aline Barros.

Outros shows anunciados para a semana são: Belo (dia 20), Gian & Giovani e Ama-do Batista (dia 21), Thaeme & Thiago, Fernando & Soro-caba e Marcos & Belutti (dia 22), Luan Santana, Munhoz & Mariano e César Menotti & Fabiano (dia 23).

No dia 24, o show dos “Embaixadores” (que repre-sentam o evento em 2013) trará as duplas Chitãozinho & Xororó e Bruno & Marro-ne tocando juntas no palco do Estádio. No palco Esplanada, Paula Fernandes e Rio Negro & Solimões darão o tom.

Além dos shows anunciados, mais de 100 atrações integrarão a programação da Festa. Além do palco Estádio, Esplanada e trio elétrico, o evento contará ainda com os palcos Nativa, Berrantão e Raízes Sertanejas. Os organizadores esperam rece-ber cerca de 900 mil pessoas em 11 dias de festa.

A Festa do Peão de Bar-retos sediará novamente as principais competições de rodeio do país. De 15 a 18 de agosto acontecerão as disputas das provas de team penning, três tambores e a final da Copa Brahma Bar-

retos. Já entre os dias 19 e 21, o evento promove o campeonato Top Brasil Rodeio entre os Es-tados brasileiros. Os times de montarias em touros disputam vagas para o Barretos Inter-national Rodeo, de 22 a 25 de agosto – neste campeonato

haverá provas de team pen-ning, três tambores femini-no, cutiano, sela americana, bareback e montarias em touros. O torneio interna-cional entre equipes reunirá competidores do México e dos Estados Unidos.

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3Barretos

saúde do trabalhador preocupa sindicatos e entidades

Assédio moral

Professora desabafa no debate

Evento discutiu assédio moral, metas abusivas e adoecimento que pode levar à morte

trAbALHO

A saúde do trabalhador preocupa sindicatos e entida-des de Barretos e região. O assunto foi tema de debate, no dia 9 de maio, durante a Se-mana do Trabalhador, no Ins-tituto Superior de Educação de Barretos (ISEB). O evento foi organizado pelo Sindica-to dos Bancários de Barretos, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev/SP), Instituto João Falcão, Projeto Conhe-cer, Sindicato dos Trabalha-dores Rurais, Escola Estadual

Federação dos Bancários da Central Única dos Trabalha-dores (Fetec/CUT-SP), Adma Gomes, “a violência organiza-cional é imposta pela empresa na forma de metas. Estas, mui-tas vezes, geram adoecimento físico e mental dos trabalha-dores”. Ela, que também é professora da rede pública es-tadual de ensino, lembrou que a categoria bancária lançou a campanha “Menos meta, mais saúde”, como uma forma de combater os abusos patronais. “Muitos trabalhadores adoe-cem e morrem devido a doen-

ças relacionadas ao trabalho e isso jamais é divulgado.”

Para Marco Antônio Pe-reira, presidente do Sindicato dos Bancários de Barretos, esses problemas enfrentados pela categoria se agravaram com as fusões e incorporações bancárias. “A alta rotativida-de de funcionários no sistema financeiro com a implantação de metas abusivas contribui para o assédio moral. Somen-te a partir de ações judiciais é que banqueiros e sindicatos conseguiram fazer um acordo coletivo.”

Prof.ª Paulina Nunes de Mo-rais e Paróquia da Catedral.

Segundo a diretora de Saú-de e Condições de Trabalho da

No debate, a advogada do Sindicato dos Bancários de Barretos, Bruna Carnaz, esclareceu que o assédio moral aos trabalhadores se caracteriza por violência psi-cológica e comportamentos abusivos reiterados. “O assé-dio moral acontece quando o trabalhador é ofendido, me-nosprezado, constrangido, e passa a se sentir sem valor, magoado, revoltado, pertur-bado, traído, envergonhado, indignado e com raiva.”

A advogada lembrou que o assédio moral pode par-tir de chefes e superiores, assim como de outros su-

bordinados. Contudo, Carnaz diferenciou o assédio moral da agressão verbal sofrida es-poradicamente pela maioria dos trabalhadores. “Se o chefe grita, perde um pouco a pa-ciência, isso é uma agressão verbal.” E complementa: “As

mulheres podem, ainda, ser vítimas de assédio sexual, que também é diferente”. A advogada defendeu a soli-dariedade entre os trabalha-dores como forma de fazer cessar o assédio moral den-tro das empresas.

O trabalhador exposto constantemente a situações humilhantes deve procurar o sindicato de sua categoria e relatar o ocorrido com algu-ma testemunha. Também é possível recorrer ao Minis-tério do Trabalho e Empre-go, ao Ministério Público e à Justiça do Trabalho para pleitear uma indenização.

O diretor do Sinsprev/SP, Cláudio Machado, acredita que não há vontade política das prefeituras na criação dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). “Existe uma lei específica sobre a saúde do trabalhador e recursos pú-blicos disponíveis, mas os Centros não são implanta-dos, como ocorreu na última gestão municipal de Barre-tos.” Para ele, o grande de-safio do município é debater a implantação do Cerest.

Machado ainda recorda que a saúde do trabalhador é constantemente negada,

embora esteja prevista nos princípios do Sistema Úni-co de Saúde (SUS) – mes-mo destacando que a rede pública de saúde não está totalmente preparada para atender o volume de casos referentes ao adoecimento do trabalhador.

Cerest é lei

A professora Sabrina Paiva Lopes pediu a palavra para fazer um desabafo. “Há assédio moral, de forma abusiva, por parte de diretores das escolas.” Segundo

a educadora, os casos não são de-nunciados em virtude de muitos professores serem celetistas (e não terem os mesmo direitos). Sabrina também revelou que nas escolas

da cidade os professores sofrem “bullying” (violência psicológica ou física explícita) por parte dos alunos. “A pior coisa que tem é ser assediado dentro de uma esco-

la e servir de chacota não só para colegas, mas também para alunos e achar que está tudo bem. Sofre-mos com a violência nas escolas” – lamentou.

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Analfabetismo, uma dívida histórica do brasil

“estou aprendendo. Não passo mais vergonha” – desabafa um recém-alfabetizado

14 milhões de pessoas não sabem ler, uma das mais altas taxas da América Latina Por Cida de Oliveira

eDuCAçãO

Abril de 1963. Na pre-sença do ex-presidente João Goulart chegava ao fim uma campanha vitoriosa na cidade de Angicos, a 170 km de Na-tal, no Sertão do Rio Grande do Norte: 300 trabalhadores rurais foram alfabetizados em 40 aulas, de uma hora cada uma, sob a luz de lampiões a querosene. Quinze universitá-rios os ensinaram a ler, escre-ver e fazer contas. A coorde-nação chefiada pelo educador pernambucano Paulo Freire (1921-1997) constatou 70% de aproveitamento nos testes de alfabetização e 87% no de politização. O êxito da expe-riência atraiu o interesse da imprensa mundial.

Abril de 1964. O golpe militar extinguiu o progra-

ma nacional de alfabetização inspirado em Angicos, que começaria em um mês. Com a prisão e exílio de Freire, considerado subversivo e ig-norante pelos militares, o re-gime abortava o projeto que

derrubaria as taxas de anal-fabetismo e, três anos depois, lançou o Movimento Brasilei-ro de Alfabetização (Mobral), que passou a receber verbas em 1970, quando a taxa de analfabetismo era de 33,6%.

Sua proposta pedagógica era ensinar minimamente a escri-ta, a leitura e cálculos básicos e pretendia erradicar o analfa-betismo em dez anos.

Depois de reduzir em 2,7% a taxa de analfabetismo, o

programa foi extinto em 1985 pelo presidente Sarney, que criou a Fundação Educar. Em 1989, Fernando Collor ins-tituiu o Programa Nacional de Alfabetização, que visava alcançar 21 milhões de pes-soas em dez anos, em espe-cial as mais jovens. Depois, Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) reduziu a taxa de 16,6%, em 1994, para 13,6%, em 2000, mas, ao contrário do que prometeu, não investiu mais no setor nem democra-tizou o acesso a cursos equi-valentes às quatro séries finais do ensino fundamental para a população de 15 a 30 anos. Em 2003, o presidente Lula criou o programa Brasil Alfabetiza-do, que já beneficiou mais de 12 milhões de pessoas.

Passados 50 anos da ex-periência de Angicos, 8,6% dos brasileiros de mais de 15 anos – 60% dos quais têm mais de 50 anos – não sabem ler nem escrever. O percentual é menos da metade dos 20% de 1990. “Apesar da queda signifi-cativa, são 14 milhões de analfabetos, o maior nú-mero absoluto da América Latina” – diz Roberto Ca-telli Júnior, coordenador do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da ONG Ação Educativa.

A posição do país em relação a seus vizinhos re-sulta de seu passado escra-

vocrata, em que a maioria da população não tinha direito à cidadania, com economia ba-seada na agricultura para ex-portação, sem investimentos em educação. Já as colônias espanholas tinham até univer-sidades. No início do século 20, apenas a minoria da popu-lação do Brasil, diferentemen-te da Argentina, sabia ler e escrever. O atraso aprofundou as desigualdades. “Não pode-mos erradicar o analfabetismo como se erradica uma doença, mas podemos reduzi-lo a um nível bem menor” – diz Ca-telli.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica-

da (Ipea) de 2010 mostra que a baixa inserção de jovens e adultos em programas de al-fabetização e sua ineficiência entre a população de mais de 65 anos explicam a lenta redu-ção. Desigualdades diversas também. O Nordeste tem 52% dos analfabetos brasileiros. São 6,8 milhões de pessoas, 71% das quais estão na zona rural. A taxa média de analfa-betismo é de 16,9%, quase o dobro da média nacional.

Maria Edilma Batista Mi-randa é professora do EJA do Jardim Silvina, em São Ber-nardo do Campo. Com 15 anos de experiência, ela diz que são muitas as histórias de transfor-

mação pela educação. “Encon-tro ex-alunos que conseguiram emprego, foram promovidos, tiraram carteira de motoris-ta; têm hoje uma vida melhor. Uma aluna, cujo marido a cha-mava de burra, hoje sustenta a família com seu trabalho” – conta. Uma de suas alunas é Alice Maria da Silva, 67 anos, pernambucana de Garanhuns, que passou grande parte da vida sem saber escrever o nome. “Segurei um lápis pela primeira vez aqui” – diz, referindo-se à turma que, como ela, alfabeti-za-se. Os resultados já apare-cem. Há pouco tempo trocou seus documentos. No lugar das digitais, assinou o nome. Nasci-

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“estou aprendendo. Não passo mais vergonha” – desabafa um recém-alfabetizado

A ideia é que o problema acabe até 2020

Criador de ‘cascavéis’

O Plano Nacional de Educação (PNE) determina que até 2020 seja erradica-do o analfabetismo absolu-to e reduzido pela metade o analfabetismo funcional – em que a pessoa conse-gue ler, mas não compreen-de bem o texto. “É urgente rever o modelo e construir uma política nacional de educação de jovens e adul-tos. Não vejo nenhuma ini-ciativa capaz de fazer com que os 85 milhões de brasi-leiros com 15 anos ou mais avancem na conclusão da educação básica” – diz Ca-telli.

Para o educador, os re-sultados do programa fe-deral Brasil Alfabetizado, que destina recursos para atender mais de 1 milhão de pessoas por ano, estão

Patrono da educação brasi-leira, Paulo Freire apresentou as bases teóricas de seu siste-ma de alfabetização de adul-tos em 1958. Em 1962, Freire foi procurado por autoridades potiguares para coordenar a campanha educacional em Angicos. O projeto começou em janeiro – e terminou em abril –, na presença fardada do comandante da Região Militar do Recife, o general Humber-to de Alencar Castelo Branco. Segundo historiadores, ele te-ria dito ao secretário de Edu-cação potiguar: “Meu jovem, você está engordando casca-véis nesses sertões”.

Com o golpe de 1964, Freire foi preso e acabou sen-do procurado por soldados do

quartel que queriam que seus parentes fossem alfabetizados. “Estou aqui justamente por al-fabetizar” – justificou o educa-dor, que, aos 43 anos, foi para o exílio e só voltou ao Brasil em 1979. Nesse intervalo, o mundo o descobriu. E também obras como Ação Cultural para a Liberdade, finalizada em Harvard em 1970, e a clás-sica Pedagogia do Oprimido. Para saber mais: <www.angi cos50anos.paulofreire.org>.

balho pesado, mal remu-nerado por falta de estudo. Recentemente, a empresa onde trabalha o mandou para a escola. “Estou apren-dendo. Não passo mais ver-gonha” – diz. A seu lado, a colega Joana Batista Ma-galhães, 55 anos, não dei-xa de sonhar: “Novela fica pra outra hora. Aqui é mais divertido e aprendo”. Na infância pouco ia à escola, por ser longe. Quando teve escola perto, estava casada e o marido não a deixava ir. “Meu sonho é fazer um cur-so técnico de Enfermagem e lutar por um lugar na fa-culdade.”

aquém do esperado. Segundo Catelli, há problemas além do analfabetismo a serem supera-dos: os educadores e os leigos têm deficiências na formação, há uso político do programa e falta um sistema de avalia-ção no qual os resultados se-jam discutidos. “O principal problema, porém, é não se efetivar como política públi-ca integrada às Secretarias de Educação dos municípios, permitindo a continuidade dos estudos” – aponta.

“Sinto falta de uma políti-ca mais ofensiva do governo e do envolvimento da socieda-de na cobrança do pagamento dessa dívida histórica com os milhões de analfabetos” – diz Luiz Marine José do Nasci-mento, membro da coordena-ção pedagógica do Instituto Paulo Freire. Em parceria com

a Petrobras, a Federação Úni-ca dos Petroleiros (FUP), sin-dicatos, movimentos sociais e prefeituras, a entidade executa o programa Mova Brasil. “Até o Mobral era mais agressivo que as políticas atuais no sen-tido de envolver a sociedade.”

Marine cobra também as universidades, que não ofe-

recem cursos de licenciatura para a alfabetização de adul-tos. E defende ainda medidas de combate à elevada evasão nos cursos para adultos, a mo-dernização da metodologia empregada em sala de aula e alternativas para problemas estruturais que desanimam o aluno, como aulas próximas

da moradia desses estudan-tes, em horários flexíveis. “Não existe Brasil sem mi-séria enquanto houver o analfabetismo.”

Coordenadora do núcleo Rio de Janeiro do Mova Brasil, do Instituto Paulo Freire, Geanne Campos, conhece as dificuldades do setor e tenta contorná-las. Para atrair mais alunos, ela cria turmas em horários al-ternativos, em locais próxi-mos das pessoas. Contra a evasão, faz parcerias com cursos profissionalizantes e entidades da economia so-lidária e incubadoras, para estimular a renda dos edu-candos. “O trabalho vale a pena quando a gente vê os alunos trabalhando, estu-dando, exercendo seus di-reitos, sua cidadania.”

dos e criados em Poções (BA), os irmãos Geivaldo e Jorgival-do Ferreira Souza, de 30 e 28 anos, não tinham onde estudar perto de casa, num sítio afasta-do da cidade. Como ajudavam na roça da família, frequenta-ram uma sala de aula bem mais tarde. Hoje ambos trabalham na construção civil no ABC Pau-lista, querem estudar, melhorar de emprego e de vida.

História semelhante viveu Luiz Deoclecio Pereira. Na in-fância, por causa do trabalho na roça, no interior do Ceará, não frequentou a escola. Aos 17 anos, temeu não conseguir estudar e aprender. O tempo passou e Luiz sempre no tra-

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morre mestre GamelaViolonista barretense teve entre seus pupilos Cássia Eller e Dado Villa-Lobos

mÚsICA

No dia 16 de maio, em Anápolis (GO), o barreten-se Sidney Barros, popu-larmente conhecido como Mestre Gamela, aos 70 anos, faleceu em decor-rência de uma infecção generalizada. O artista era

considerado o maior violo-nista brasileiro. Mestre Ga-mela era autodidata e apren-deu a tocar o instrumento aos 17 anos. Inspirado em João Gilberto e Luís Bonfá, ele desenvolveu um método próprio de ensino de violão

solo, que iniciou diversos artistas. Dentre seus pupi-los estão Cássia Eller, Zélia Duncan, Rosa Passos e Dado Villa-Lobos. Com as orques-tras de São José do Rio Preto que integrou na juventude, Sidney acompanhou nomes

consagrados da música brasileira como Agosti-nho dos Santos, Baden Powell, Carlos Galhardo, Ivon Cury, Cauby Peixoto, Dalva de Oliveira, Maysa, Nelson Gonçalves, entre outros.d

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ferrovia é tema de concurso literárioALAB quer estimular produção textual de jovens estudantes

LIterAturA

A Academia de Letras e Artes de Barretos (ALAB) lançou o concurso literário com o tema “Ferrovia – pelos trilhos de aço chegou o de-senvolvimento de Barretos”. O concurso visa estimular o interesse dos estudantes pela redação e refletir sobre a im-

portância da ferrovia na histó-ria do município.

A disputa é aberta aos alu-nos do 3º ano do ensino funda-mental I e ao 3º ano do ensino médio de todas as escolas. Os trabalhos devem ser entregues até o dia 28 de junho. Os ven-cedores serão anunciados no

Passeata alerta para abuso e exploração infantilManifestação reuniu cerca 500 pessoas no centro; coordenadora do Creas explica função do órgão

VIOLÊNCIA

No dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abu-so e à Exploração Infantil, en-tidades sociais e do poder pú-blico, Tiro de Guerra, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros,

Denúncias de violações aos direitos humanos podem

ser feitas através dos seguintes telefones:

Creas: 3322-1206

Conselho tutelar: 3322-9906

Delegacia da mulher: 3322-8327

Polícia militar: 190

Disque Denúncia Nacional: 100

Creas oferece serviços espe-cializados e continuados às famílias e indivíduos em si-tuação de ameaça ou violação de direitos. O equipamento dispõe de uma equipe mul-

tidisciplinar formada por assistentes sociais, psicólo-gos, advogados e educado-res que atuam na proteção de crianças e adolescentes” – conclui.

Conselho Tutelar e população em geral organizaram uma pas-seata que alertou para o abuso e a exploração infantil. O ato reuniu aproximadamente 500 pessoas no Centro da cidade.

A secretária municipal de assistência social, Regina Célia de Souza Beretta, enfa-tizou durante a marcha que a exploração sexual de crianças e adolescentes é crime e deve ser denunciada.

Já a coordenadora do Cen-tro de Referência Especializa-do de Assistência Social (Cre-as), Ângela Aparecida Ferrari, afirmou que o problema do abuso de menores existe na cidade e explicou a função do órgão para a população: “O

dia 1º de agosto e a festa de premiação ocorrerá no dia 10, em local a ser definido. Os autores das três melhores re-dações em cada categoria rece-berão um tablet e os segundos colocados receberão uma caixa de som para computador com entrada USB. d

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barretenses são destaques na luta olímpicaResultado credenciou atletas a participarem do Programa Bolsa-Atleta

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Congresso debate saúde dos animais no esporteEvento propõe intercâmbio do conhecimento acadêmico com a prática esportiva

rODeIO

No dia 10 de junho, o Cen-tro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (Uni-feb) sediará o primeiro Con-gresso Internacional de Bem–Estar em Animais de Esporte, das modalidades Equestre e

Grupo de Fomento e Estudo da Bovinocultura (FEBOVI) – rea-lizador do evento – e professora do Unifeb, Maira Mattar, o ob-jetivo é “transferir os conheci-mentos gerados em estudos e pesquisas acadêmicas para o

desenvolvimento dos esportes”. Ela também afirma que o evento vai servir para o debate de ações que vão desde a criação dos ani-mais até o seu manejo durante a prática esportiva.

O Congresso tem a colabo-

ração do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecolo-gia Animal, de Jaboticabal, e o apoio dos cursos de Agronomia e Zootecnia do Unifeb e do gru-po Os Independentes. O evento é gratuito e aberto ao público.

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ADPm sai na frenteForam duas vitórias e um empate

futebOL AmADOr

A Associação Desportiva da Polícia Militar (ADPM) é apontada pelos adversários como a favorita ao título da Série A do Campeonato Amador Varzeano, da Liga Barretense de Futebol.

Em três jogos, a agremia-

ção venceu duas partidas e obteve um empate. Foram nove gols marcados e apenas dois sofridos. Vô, Rubinho, Alex Leite e Messias divi-dem a artilharia da equipe com dois gols cada um. Ce-sinha anotou o outro tento.

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O atleta Lincoln Puig, de 18 anos, da Academia Motta, conquistou as medalhas de prata no estilo greco-romano (categoria 84 kg) e bronze no estilo livre, no Campeona-to Brasileiro Júnior de Luta Olímpica, disputado no Rio de Janeiro, nos dias 10 e 11 de maio.

O resultado de Puig lhe

Rodeio. Convidados do Bra-sil, do Canadá e dos Estados Unidos se somarão aos pro-fessores, profissionais e re-presentantes de instituições de defesa e proteção animal.

Segundo a coordenadora do

rendeu a convocação para in-tegrar a Seleção Brasileira, que irá disputar o Pan-Ame-ricano de Luta Olímpica, em julho, no Chile. O lutador também recebeu um convite profissional para representar a equipe do Serviço Social da Indústria (SESI) de Osasco (SP). Assim, poderá se dedi-car integralmente ao esporte.

O atleta Luciano da Costa Jú-nior, de 18 anos, também inte-grante da equipe Motta, con-quistou a medalha de bronze no estilo livre (até 120 kg). Em 2014, Lincoln e Luciano terão direito ao benefício do Programa Bolsa-Atleta e serão os primeiros barretenses a re-ceber o incentivo do Governo Federal.

jovens são destaque no caratêAtletas recebem a convocação para a seleção paulista

Arte mArCIAL

No dia 18 de maio, Maria Luísa Kassuya, 13, conquis-tou o tricampeonato estadual individual de caratê (cate-goria até 40 kg), realizado em Louveira. No masculino, na categoria infanto-juvenil (13 a 14 anos), Cristiano de Souza foi o vice-campeão. As conquistas no torneio paulis-ta possibilitaram a convoca-ção dos atletas da Associação Impacto-Departamento de Esporte e Lazer (DEL) para a Seleção Paulista, que vai disputar a etapa classificató-

ria do Campeonato Brasileiro Caratê – no mês de julho, em Joinville, envolvendo os Esta-dos de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Nos últimos seis anos, tivemos 12 atletas convoca-dos para a Seleção Paulista e conquistamos quatro títulos

brasileiros por equipe. Isso demonstra a qualidade, o ta-lento e o potencial dos alu-nos” – afirma Silvio Ricardo Rodrigues, diretor técnico da Associação Impacto-DEL.

As aulas de Caratê acon-tecem no Projeto Cavalgan-do para o Futuro, no Bairro Cristiano Carvalho, às se-gundas e quartas-feiras, às 19 horas. No Rochão, os treinamentos são às terças e quintas-feiras, às 19 horas. Crianças a partir dos cinco anos podem se inscrever.

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fOtO síNtese – PrOtestO CONtrA A COrruPçãO

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PALAVrAs CruzADAsPALAVrAs CruzADAs

respostas

PALAVrAs CruzADAs

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As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Horizontal – 1. Alongada 2. Muito bom, de muito valor; Energia Atômica; Ou, em inglês 3. Indivíduo de classe social inferior 4. Islamismo 5. Nome de certas flores coloridas, cultivadas como ornamentais; Produto de microeletrônica usado como sinalizador de avisos 6. Cabelo escuro entremeado de fios brancos 7. Arte, em inglês; Sigla do Paraná 8. The European Patent Network; Indolência, falta absoluta de energia 9. Capital do Cantão e mais ensolarada localidade suíça; Pôr toda a sua confiança em, fiar-se 10. Pessoa ou coisa divertida; Premiado seriado de televisão americano criado por Michael Crichton 11. Solitário; Exprime surpresa ou admiração; Serve para voar.Vertical – 1. Lusitanos 2. Via; Sigla de Roraima; 3,1416 3. Nascidos em Ormuz 4. Liga Oficial Pokémon; Escola Superior de Redes; Negação 5. Sigla do Espírito Santo; Convenção, assembleia; Relações Públicas 6. Matogrosso, cantor brasileiro; Sigla de Alagoas; Nome de um Estado do Norte do Brasil 7. Varredor de rua; Contiguidade de duas vogais pertencentes a sílabas diferentes 8. Capital da Noruega; A ti 9. Primeira nota musical; Fonema correspondente à letra L; Pequeno prato sobre o qual se assenta a xícara 10. Vestimenta metálica usada pelos guerreiros durante as batalhas; Deus do Sol do antigo Egito.

Palavras cruzadas

PROLONgADAOuROEAORRAMPEIROMTuSISLAuRzEALEDgRISALhOuuARTIPREPNAPATIASIONATERESARROERSOOPAASA

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