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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE - CPRH AGENDA 21: PIRAPAMA PLANO DE INVESTIMENTO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIRAPAMA P U B L I C A Ç Õ E S PROJETO PIRAPAMA DFID Recife, 2000

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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE - CPRH

AGENDA 21: PIRAPAMA

PLANO DE INVESTIMENTO PARA A BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO PIRAPAMA

P U B L I C A Ç Õ E S PROJETO PIRAPAMA

DFID Recife, 2000

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PLANO DE INVESTIMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

PIRAPAMA

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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Governador: Jarbas de Andrade Vasconcelos

SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE

Secretário: Cláudio José Marinho Lúcio Secretária Adjunta: Alexandrina Sobreira Moura

COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE - CPRH

Presidente: Edrise Aires Fragoso Diretor Administrativo e Financeiro: Hubert Hirschle Filho

Diretor de Recursos Hídricos e Florestais: Aldir Pitt M. Pimentel Diretor de Controle Ambiental: Geraldo Miranda Cavalcante

Diretora de Planejamento e Integração: Berenice Andrade Lima

Cooperação Técnica Brasil - Reino Unido PROJETO PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL

DA BACIA DO PIRAPAMA Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH / Department for

International Development - DFID/Environmental Resources Management - ERM Coordenadores: Ana Maria Cardoso de Freitas Gama (CPRH) e Amim Melville

Gajraj/Tim Smith(DFID/ERM) Telefone: (081)3267 1800

Fax: (081) 3268-1008 e-mail: [email protected]

[email protected]

Instituições participantes do Projeto Pirapama:

Secretaria de Recursos Hídricos - SRH

Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco - ITEP

Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife - FIDEM

Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária -SPRRA Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho Prefeitura Municipal da Escada

Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes Prefeitura Municipal do Moreno

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AGENDA 21:PIRAPAMA

PLANO DE INVESTIMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO PIRAPAMA

Consultor: José Carrera Fernandez

P U B L I C A Ç Õ E S PPRROOJJEETTOO PPIIRRAAPPAAMMAA

DFID

Recife, 2000

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Copyright © 2000 by CPRH É permitida a reprodução parcial da presente obra, desde que citada a fonte

Conselho Editorial da CPRH: Evângela Azevedo de Andrade, Francicleide Palhano de Oliveira e Madalena Barbosa de Albuquerque

Consultor:

José Carrera Fernandez

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PIRAPAMA

Titulares Integrantes:

Ronaldo Câmara Cavalcanti (SECTMA), Ana Maria C. de Freitas Gama (CPRH), Álvaro José Menezes Costa (COMPESA), Vera Maria Martins Marques (FIDEM)

Elias Vital Nascimento (SEIN) José Alberto Brito Ferreira (SPRRA) Guilherme José Robalino de Oliveira Cavalcanti (Secretaria de Saúde) Simone Rosa (SRH) Lúcio Monteiro (PM Cabo de Santo Agostinho)

Ubirajara Paz (PM Moreno) Verônica Maria B.da Silva (Secretaria de Educação) José Severino Ribeiro de Lima (PM Vitória) Valéria Maria Hirschle Galindo (PM Jaboatão dos Guararapes)

Ivaldo Vasconcelos Pedroza (FIEPE) Isaías Ferreira de Almeida (PM Escada) Manoel Bento Dias Filho (PM Escada) Maurison da Costa Gomes (PM Ipojuca)

Riccardo Rosso (ASSIMPRA) Efigênia Maria de Oliveira (Centro das Mulheres do Cabo/ONG) Severino Nunes Ferreira (Ass. dos Pequenos Produtores Terra, Trabalho e Liberdade)

Josefa Ferreira da Silva (Colônia de Pescadores Z-8) Virgílio Antonio P. Gondim (Ass. Fornecedores de Cana /PE) Mariano Domingues Freire (Ass. Pequenos Agricultores do Engenho Matapagipe)

José Arnaldo da Silva (Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho) Gildo Espósito Lima (Ass. Comercial de Vitória) Maria do Carmo Sobral (UFPE) Elizete Ferreira da Silva (Ass. de Moradores de Pirapama)

Alberes Felix de Souza (Câmara Municipal de Moreno) José Geraldo Ribeiro da Silva (Câmara Municipal da Escada) Valdeci Maria Manoel da Silva (Ass. de Mulheres de Escada)

IMPRESSO NO BRASIL

Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH

Rua Santana, 367, Casa Forte, Recife - PE

Pabx (081) 3267 1800 Fax (081) 3268 1008 e-mail: [email protected]

2000

Gd Companhia Pernambucana do Meio Ambiente/Comitê da

Bacia do Pirapama

Agenda 21: Bacia do Pirapama-Plano de Investimento. Recife -

CPRH/DFID, 2000 p.

ISBN:

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................1

2. O PLANO DE INVESTIMENTO ..........................................................................................................3

2.1. ESTRATÉGIA 1: MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA .......................................................... 7

2.1.1. Programa 1.1: Dinamização das Atividades Econômicas ....................................................... 7

2.1.1.1. Projeto 1.1.1: Desenvolvimento da Agricultura Diversificada e de Tecnologias

Sustentáveis........................................................................................................................ 7

2.1.1.2. Projeto 1.1.2: Desenvolvimento da Micro e Pequena Empresa e do Trabalho Artesanal11

2.1.1.3. Projeto 1.1.3: Desenvolvimento de Organizações Auto Gerenciadas para Produção e

Comercialização................................................................................................................ 15

2.1.1.4. Projeto 1.1.4: Oportunização do Emprego e Renda para a População Urbana Carente 18

2.1.1.5. Projeto 1.1.5: Desenvolvimento do Ecoturismo na Área da Bacia................................... 21

2.1.1.6. Projeto 1.1.6: Desenvolvimento de Atividades Econômicas Exercidas pelas Mulheres.. 25

2.1.1.7. Projeto 1.1.7: Desenvolvimento Sustentável da Pesca Artesanal ................................... 29

2.1.2. Programa 1.2: Melhoria das Condições Sócio-Ambientais em Áreas Carentes ................... 34

2.1.2.1. Projeto 1.2.1: Controle, Tratamento e Prevenção de Esquistossomose ......................... 34

2.1.2.2. Projeto 1.2.2: Implantação de Mecanismos de Vigilância Ambiental Comunitária .......... 38

2.1.2.3. Projeto 1.2.3: Melhoria das Condições de Saneamento Ambiental Comunitária em Áreas

Carentes............................................................................................................................ 42

2.1.2.4. Projeto 1.2.4: Melhoria do Perfil Sócio-Econômico das Comunidades Assentadas em

Áreas de Recuperação Ambiental .................................................................................... 46

2.2. ESTRATÉGIA 2: FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL.......................................... 51

2.2.1. Programa 2.1: Desenvolvimento Institucional........................................................................ 51

2.2.1.1. Projeto 2.1.1: Adequação da Estrutura Institucional para Implementação do PDS......... 51

2.2.1.2. Projeto 2.1.2: Melhoria do Controle Ambiental nas Administrações Municipais .............. 56

2.2.1.3. Projeto 2.1.3: Desenvolvimento do Processo Participativo no Orçamento Municipal ..... 59

2.2.1.4. Projeto 2.1.4: Criação e Implementação de Instrumentos de Incentivo para a Gestão

Ambiental .......................................................................................................................... 62

2.2.1.5. Projeto 2.1.5: Estímulo ao Desenvolvimento da Agenda 21 Local para os Diversos

Municípios ......................................................................................................................... 66

2.2.1.6. Projeto 2.1.6: Criação, Reestruturação e Fortalecimento de CONDEMA’s ..................... 69

2.2.2. Programa 2.2: Comunicação ao Público e Desenvolvimento de um Sistema de Informação

Ambiental ...................................................................................................................................... 73

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2.2.2.1. Projeto 2.2.1: Consulta e Comunicação do Plano de Desenvolvimento Social aos

Diversos Agentes Envolvidos ........................................................................................... 73

2.2.2.2. Projeto 2.2.2: Desenvolvimento e Implantação de um Sistema de Informações

Ambientais ........................................................................................................................ 76

2.2.2.3. Projeto 2.2.3: Monitoramento e Avaliação da Qualidade Ambiental na Área da Bacia ... 80

2.2.3. Programa 2.3: Educação Ambiental e Incentivo à Participação ............................................ 83

2.2.3.1. Projeto 2.3.1: Ações Sistemáticas de Educação Ambiental e Formação de “Foruns”

(Fora) Locais ..................................................................................................................... 83

2.2.3.2. Projeto 2.3.2: Fortalecimento das Organizações Comunitárias ....................................... 87

2.2.3.3. Projeto 2.3.3: Fomento às Empresas para Adoção de Políticas Internas de

Gerenciamento Ambiental ................................................................................................ 91

2.3. Estratégia 3: Melhoria do Meio Ambiente Natural .................................................................... 95

2.3.1. Programa 3.1: Proteção da Cobertura Vegetal e de Áreas de Sensibilidade Ambiental ...... 95

2.3.1.1. Projeto 3.1.1: Criação, Regulamentação e Implementação de Espaços Protegidos ...... 95

2.3.1.2. Projeto 3.1.2: Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas ........................... 98

2.3.2. Programa 3.2: Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo ................................................. 102

2.3.2.1. Projeto 3.2.1: Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo............................................... 102

2.3.2.2. Projeto 3.2.2: Requalificação dos Sítios Históricos........................................................ 107

2.3.2.3. Projeto 3.2.3: Parque Metropolitano Lagoa Olho D’água............................................... 112

2.3.2.4. Projeto 3.2.4: Disciplinamento da Extração Mineral....................................................... 118

2.3.2.5. Projeto 3.2.5: Elaboração de Estudos, Implantação e Supervisão de Obras para Melhoria

do Sistema de Drenagem Urbana .................................................................................. 123

2.3.3. Programa 3.3: Controle da Poluição .................................................................................... 128

2.3.3.1. Projeto 3.3.1: Modelagem Matemática da Fertirrigação e do Seu Impacto sobre a

Qualidade das Águas...................................................................................................... 128

2.3.3.2. Projeto 3.3.2: Controle do Lançamento de Efluentes Industriais aos Corpos D’água ... 131

2.3.3.3. Projeto 3.3.3: Uso de Agrotóxicos e de seus Efeitos sobre os Recursos Hídricos........ 135

2.3.3.4. Projeto 3.3.4: Implantação e Recuperação de Sistemas de Tratamento de Esgoto

Sanitário .......................................................................................................................... 139

2.3.3.5. Projeto 3.3.5: Desativação de Lixões e Recuperação de Áreas Degradadas ............... 144

2.3.3.6. Projeto 3.3.6: Reestruturação e Implantação dos Sistemas de Coleta, Tratamento e

Destinação Final de Resíduos Sólidos ........................................................................... 148

2.4. ESTRATÉGIA 4: CONTROLE DE USO DAS ÁGUAS NA BACIA.......................................... 152

2.4.1. Programa 4.1: Gerenciamento do Uso Múltiplo dos Recursos Hídricos ............................. 152

2.4.1.1. Projeto 4.1.1: Implantação da Cobrança Pelo Uso Da Água ......................................... 152

2.4.1.2. Projeto 4.1.2: Normatização de Critérios para Outorga de Direito de Uso da Água...... 155

2.4.1.3. Projeto 4.1.3: Mediação dos Conflitos de Uso da Água................................................. 158

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2.4.1.4. Projeto 4.1.4: Reenquadramento da Bacia do Rio Pirapama ........................................ 161

2.4.2. Programa 4.2: Monitoramento e Informação Hidrológico .................................................... 164

2.4.2.1. Projeto 4.2.1: Instalação e Operação das Estações Hidrométricas e Monitoramento de

Sub-Bacias...................................................................................................................... 164

2.4.2.2. Projeto 4.2.2: Monitoramento do Rio Pirapama – Estações Laisa 1, Cacho 1 e

Matapagipe ..................................................................................................................... 167

2.4.2.3. Projeto 4.2.3: Monitoramento da Qualidade da Água do Rio Pirapama ........................ 170

2.4.2.4. Projeto 4.2.4: Avaliação das Alternativas à Jusante da Barragem Principal do Pirapama

........................................................................................................................................ 173

2.4.2.5. Projeto 4.2.5: Implantação de Sistema de Informações de Recursos Hídricos............. 176

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1. INTRODUÇÃO

Este Plano de Investimento para a Bacia Hidrográfica do Rio Pirapama dá

continuidade ao esforço empreendido inicialmente com a elaboração do projeto

de “Planejamento e Gerenciamento Ambiental da Bacia do Pirapama”, e tem

por objetivo principal contribuir para construção da Agenda 21 na bacia do

Pirapama. Ao apresentar um plano abrangente de investimentos para a bacia,

consonante com os princípios e conceitos da Agenda 21 Global, este trabalho

contribui para consolidar as várias ações do plano de desenvolvimento

sustentável para a bacia hidrográfica do rio Pirapama.

Independentemente da forma de gestão e da entidade gestora, o órgão gestor

terá que resolver o problema de alocar recursos escassos, disponibilizados

através de um orçamento financeiro apertado, de modo a maximizar o

benefício social. Este plano de investimento permite que o setor público,

através dos vários órgãos dos governos municipal, estadual e federal que

atuam nessa área, possa orientar suas ações no sentido de que seja otimizada

a utilização de seus recursos escassos, contribuindo assim para melhorar a

qualidade de vida da sociedade como um todo.

Os custos dos projetos considerados nesse Plano de Investimento para a Bacia

Hidrográfica do Rio Pirapama foram avaliados com base em informações

técnicas de investimentos e custos de operação e de manutenção incorridos

nas várias fases de implementação desses projetos. Face ao caráter preliminar

deste Plano, tais custos foram avaliados tomando-se por base os preços de

mercado, sem haver uma preocupação específica com os preços sociais.

Deve-se lembrar que em uma economia “ideal”, na qual os mercados operam

livremente, em condições de concorrência perfeita, com pleno emprego e

perfeita mobilidade dos recursos, o preço de mercado seria um bom indicador

do valor dos bens para a sociedade. No entanto, essas condições ideais são

raramente verificadas na prática, devido, por exemplo, a economias de escala,

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interferências nos mercados (tais como impostos, subsídios e

regulamentações), interdependência de ações entre agentes (estabelecidas por

bens públicos e externalidades tecnológicas), imobilidade dos recursos, custos

de transação e informação incompleta. Nesse sentido, o sistema de preços de

mercado passa a não ser um bom indicador dos custos para a sociedade, uma

vez que estes preços contêm uma série de distorções, em relação às

condições ideais de equilíbrio.

Nessas circunstâncias, a avaliação dos investimentos baseada em preços de

mercado poderá levar a economia a alocar os seus recursos ineficientemente,

de modo que os agentes envolvidos poderiam ser levados a utilizar mais

intensivamente os recursos sub-avaliados pelo mercado ou sub-utilizar os

recursos super-avaliados pelo mesmo mercado. Isso posto, seria conveniente

introduzir mecanismos de correção das divergências entre os preços de

mercado e os preços sociais, de modo a reduzir o uso de recursos sub-

avaliados pelo mercado e estimular o uso daqueles recursos super-avaliados, o

que só seria conseguido através da adoção de preços sociais. Procedimento

esse que deverá ser feito posteriormente, quando da avaliação social dos

projetos propostos, corrigindo-se o perfil de custos para levar em consideração

os custos realmente incorridos pela sociedade, o que significa avaliar os custos

do projeto aos preços sociais e não aos preços de mercado.

O Plano de Investimento para a Bacia Hidrográfica do Rio Pirapama, detalhado

a seguir, contém as principais estratégias de ação da Agenda 21 para a bacia

hidrográfica do rio Pirapama e foi concebido como instrumento preliminar para

orientar as ações do Governo do Estado no sentido de buscar junto aos

organismos nacionais e internacionais os recursos necessários para

implementar os vários projetos.

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3

2. O PLANO DE INVESTIMENTO

Conforme pode ser visto nos QUADRO 2.0.1 e 2.0.2, este Plano de

Investimento para a Bacia Hidrográfica do Rio Pirapama está fundamentado

em quatro grandes estratégias de ações, de acordo com o documento inicial do

Plano de Desenvolvimento Sustentável, que são: (1) melhoria da qualidade de

vida; (2) fortalecimento do sistema de gestão ambiental; (3) melhoria da

qualidade do meio ambiente natural: e (4) controle de uso das águas. Cada

uma dessas estratégias está subdividida em programas, que vão desde a

dinamização das atividades econômicas, até o monitoramento e informação

hidrológico. Os programas, por sua vez, contemplam uma gama de projetos de

investimento, articulados entre si com o objetivo de consolidar o

desenvolvimento sustentável para a bacia hidrográfica do rio Pirapama, dentro

do contexto e dos princípios da Agenda 21.

Com algumas poucas exceções, este Plano de Investimento para a Bacia

Hidrográfica do Rio Pirapama segue a estratégia de investimento contida na

Agenda 21 para a bacia do Pirapama. Alguns projetos específicos foram

adicionados para ampliar a abrangência e o escopo das ações. Como pode ser

visto nos QUADROS 2.0.1 e 2.0.2, as intervenções e investimentos

adicionadas estão agrupadas de acordo com as várias estratégias e programas

concebidas originalmente através do Planejamento e Gerenciamento Ambiental

da Bacia do Pirapama.

Este Plano faz um levantamento preliminar e abrangente dos recursos

necessários para efetivamente implementar os projetos aqui propostos, através

da avaliação e da estimativa dos seus principais componentes de custo e

investimento requeridos. Essas estimativas de custos estão apresentadas nos

seus respectivos cronogramas físico e financeiro.

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4

QUADRO 2.0.1: PLANO DE INVESTIMENTO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIRAPAMA

1. MELHORIA DA QUALIDADE

DE VIDA

2. FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE

GESTÃO AMBIENTAL

1.1 DINAMIZAÇÃO DAS

ATIVIDADES

ECONÔMICAS

1.2 MELHORIA DAS

CONDIÇÕES SÓCIO-

AMBIENTAIS

2.1 DESENVOLVIMENTO

INSTITUCIONAL

2.2 COMUNICAÇÃO E

SISTEMA DE

INFORMAÇÃO

2.3 EDUCAÇÀO

AMBIENTAL

PARTICIPATIVA

1. Desenvolvimento da

agricultura diversificada

e de tecnologias

sustentáveis

1. Contratação, tratamento

e prevenção de

esquistossomose

1. Adequação da estrutura

institucional para

implementação do PDS

1. Consulta e

comunicação do

plano de

desenvolvimento

sustentável

1. Ações sistemáticas de

educação ambiental

2. Desenvolvimento da

micro e pequena

empresa e do trabalho

artesanal

2. Implantação de

mecanismos de

vigilância ambiental

comunitária

2. Melhoria do controle

ambiental municipal

2. Desenvolvimento e

implantação de sist.

de informações

ambientais

2. Fortalecimento das

organizações

comunitárias

3. Desenvolvimento de

organizações

autogerenciadas

3. Melhoria das condições

de saneamento

ambiental comunitária

3. Desenvolvimento do

processo participativo

municipal

3. Monitoramento e

avaliação da

qualidade ambiental

3. Adoção de sistemas

de gerenciamento

ambiental para

empresas

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5

4. Oportunização do

emprego e renda p/

população urbana

4. Melhoria de

comunidades

assentadas

4. Criação de instrumentos

de gestão ambiental

5. Desenvolvimento do eco-

turismo na área da

bacia

5. Estímulo da Agenda 21

nos municípios

6. Desenvolvimento de

atividades exercidas

pelas mulheres

6. Criação, reestruturação

e fortalecimento de

COMDEMA's

7. Desenvolvimento

sustentável da pesca

artesanal

QUADRO 2.0.2: PLANO DE INVESTIMENTO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIRAPAMA

3. MELHORIA DA QUALIDADE DO MEIO

AMBIENTAL NATURAL

4. CONTROLE DE USO DAS

ÁGUAS

3.1 PROTEÇÃO DE CO-

BERTURA VEGETAL E

ÁREAS INSTÁVEIS

3.2 ORDENAMENTO

DO USO E

OCUPAÇÃO DO

SOLO

3.3 CONTROLE DA

POLUIÇÃO

4.1 GERENCIAMENTO

DO USO MÚLTIPLO DOS

RECURSOS HÍDRICOS

4.2 MONITORAMENTO E

INFORMAÇÃO

HIDROLÓGICO

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6

1. Criação,

regulamentação e

implementação de

espaços de proteção

ambiental

1. Zoneamento do uso

e ocupação do solo

1. Modelagem

matemática da

fertirrigação sobre a

qualidade das águas

1. Implementação da

cobrança pelo uso da

água

1. Operação de estações

hidrométricas e

monitoramento de sub-

bacias

2. Reflorestamento e

recuperação de áreas

degradadas

2. Requalificação de

sítios históricos

2. Controle do

lançamento de

efluentes industriais

2. Normatização de

critérios p/outorga de

uso da água

2. Campanha especial de

monitoramento

hidrológico

3. Parque

metropolitano da

Lagoa Olho d'Água

3. Controle de uso de

agroquímicos sobre

os RH

3. Mediação de conflitos

de uso da água

3. Campanha sistemática

de monitoramento de

qualidade

4. Disciplinamento da

extração mineral

4. Implantação e

recuperação de

sistemas

esgotamento sanitário

4. Reenquadramento do

rio Pirapama

4. Avaliação das

alterações à jusante da

barragem

5. Obras para melhoria

do sistema de

drenagem

5. Desativação de lixões

e recuperação de

áreas degradadas

6. Reestruturação de

sistemas de limpeza

urbana

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2.1. ESTRATÉGIA 1: MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA

Esta estratégia pretende contribuir para a melhoria da qualidade de vida da

população na área da bacia do Pirapama, e está fundamentada em dois

programas básicos, os quais visam promover a dinamização das atividades

econômicas e melhorar as condições sócio-ambientais em áreas carentes.

2.1.1. PROGRAMA 1.1: DINAMIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS

Este programa se fundamenta no fato de que é o ser humano o centro de todo

o questionamento e o ponto de partida para o desenvolvimento econômico

sustentável. Assim, os sete projetos incluídos neste programa objetivam

promover a dinamização das atividades socioeconômicas para a melhoria das

condições de vida da população da bacia do Pirapama, com base no fomento à

diversificação agrícola, no desenvolvimento da pesca artesanal e no

ecoturismo, na valorização dos pequenos empreendimentos, no aprimoramento

de organizações autogerenciadas, e no desenvolvimento de atividades

femininas. A implementação dos sete projetos propostos nesse programa

demandará recursos da ordem de R$ 2.300.084,04, em termos de valor

presente.

2.1.1.1. Projeto 1.1.1: Desenvolvimento da Agricultura Diversificada e de

Tecnologias Sustentáveis

A expansão da produção de cana-de-açúcar, principalmente após a

implantação do PROALCOOL, no final da década de 1970, provocou a

aceleração do desmatamento das áreas remanescentes da Mata Atlântica na

área da bacia do Pirapama. A retirada da vegetação natural e as práticas de

preparo da terra para o plantio, em condições de elevada pluviosidade, tem

contribuído para erosão do solo e parcial assoreamento da extensa rede de

drenagem. Além dos efluentes industriais e esgotamentos sanitários, a poluição

proveniente do uso indiscriminado de agrotóxicos, pesticidas e herbicidas, a

lavagem da cana-de-açúcar (antes do processo de moagem), e principalmente

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8

a fertirrigação por vinhoto, têm agravada ainda mais os problemas relacionados

à contaminação dos recursos hídricos da região.

Com a crise da cana-de-açúcar instalada com o enfraquecimento

do programa brasileiro do álcool, que agora se agrava ainda mais em função

da grande competitividade observada na economia nacional do produto, é

necessário uma restruturação do sistema de produção de modo a absorver a

mão-de-obra liberada pelo declínio da agroindústria sucro-alcooleira, e possa

ofereça melhores condições de vida a essas comunidades. Para isso, faz-se

necessário a adoção de uma política de produção diversificada, compatível

com as potencialidades e restrições de uso e ocupação do solo, priorizando-se

variedades menos exigentes em fertilizantes químicos e mais adaptados aos

ecossistemas locais. Este projeto visa, portanto, promover o desenvolvimento

sustentável da agropecuária dessa região, com adoção de práticas de

conservação dos recursos naturais.

Este projeto deverá ser implementado em um ano e demandará

recursos da ordem de R$ 295.480,50, em termos de valor presente,

desagregados da seguinte forma: (1) R$ 1.962,58 para elaboração do termo de

referência; (2) R$ 41.027,63 para cobrir os custos com consultoria (estudo de

viabilidade econômica para diversificação da produção agrícola); (3) R$

100.582,33 para custear o desenvolvimento da pesquisa científica e

tecnológica voltada a diversificação agropecuária; (4) R$ 92.756,19 para

fornecer assistência técnica aos produtores; (5) R$ 37.102,48 destinados a

criação e orientação de mercados para os novos produtos agropecuários; e (6)

R$ 22.049,29 para custear a articulação para criação e expansão de novas

linhas de crédito e custeio dos novos produtos. O QUADRO 1.1.1 contém o

cronograma físico e financeiro desse projeto.

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QUADRO 1.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA

DIVERSIFICADA E DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência 2.000,00 1.962,58

2. Consultoria (estudo de viabilidade

econômica para diversificação da produção

agrícola)

4.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

41.027,63

3. Desenvolvimento da pesquisa científica e

tecnológica voltada a diversificação

agropecuária

30.000,00

30.000,00

30.000,00

15.000,00

100.582,33

4. Assistência técnica aos produtores 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 92.756,19

5. Criação e orientação de mercados para os

novos produtos agropecuários

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

37.102,48

6. Articular a criação e expansão de novas

linhas de crédito para o custeio dos novos

produtos

6.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

22.049,29

TOTAL (R$) 36.000,00 66.000,00 72.000,00 57.000,00 42.000,00 42.000,00 295.480,50

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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11

2.1.1.2. Projeto 1.1.2: Desenvolvimento da Micro e Pequena Empresa e do

Trabalho Artesanal

Uma característica marcante da região da bacia do Pirapama é que

uma parcela bastante significativa da PEA está engajada em atividades informais,

onde predominam as atividades autônomas (tais como encanador, eletricista,

costureira), comércio ambulante, oficinas de reparos em bens duráveis, pequeno

comércio fixo, pequeno fabrico, entre outros. Parcela significativa desse mercado

informal é absorvida por essas empresas de micro e pequeno portes. Segundo os

novos critérios, a micro empresa é aquela que tem faturamento bruto anual de até

R$ 700 mil, enquanto que a pequena empresa é aquela com faturamento bruto

entre R$ 700 mil e R$ 6,125 milhões.

No subconjunto de pequenas empresas atuando nas atividades

comerciais, constata-se uma diversificação relativamente ampla, mas

predominam o varejo das mercadorias em geral (30,0%), armarinhos (16,0%) e as

padarias e confeitarias (14,05%). Em seguida aparece o pequeno comércio de

vestuário, de material de construção, de produtos medicinais, de bebidas, etc. As

micro empresas de serviços constituem-se de restaurantes, bares, lanchonetes e

churrascarias, vindo em seguida os salões de beleza (cabeleireiros e barbeiros), e

de forma bastante fragmentada, as atividades como abate e frigorificação de

bovinos e aves, oficinas de reparos e manutenção (de máquinas e aparelhos,

motores, veículos, eletrodomésticos), ensino e outros. No subconjunto de

empresas de pequeno fabrico destacam-se a fabricação de esquadrias, portões e

portas (24,0%), as confecções de roupas (14,0%), as serralharias e carpintarias

(13,0%), a preparação de aves e animais para conserva (13,0%), a fabricação de

móveis de madeira (9,0%) e de metal (6,0%), entre outros.

A criação de um ambiente favorável à formação das micro e

pequenas empresas e o incentivo ao trabalho artesanal torna-se assim um

elemento importante para a geração de emprego e renda, bem como para o

crescimento de vínculos de empregos formais com maior qualidade nas relações

de trabalho. Este projeto objetiva, portanto, promover o desenvolvimento

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sustentável da pequena e média produção, privilegiando o aproveitamento de

matérias-primas locais e recicláveis.

Um dos grandes problemas que as micro e pequenas empresas

enfrentam, quando finalizam seus projetos, é conseguir um financiamento de

porte em bancos oficiais ou outras instituições. Tentando minimizar esse

problema, este projeto prevê a mobilização e articulação interinstitucional, bem

como a elaboração de um instrumento legislativo de financiamento às micro e

pequenas empresas.

Este projeto prevê também investimentos em novas metodologias e

tecnologias para assessoria técnica na área industrial, cujo custo foi estimado

tomando-se por base a compra de uma van equipada com laboratório no valor de

R$ 340.000,00, bem como R$ 8.000,00 mensais para cobrir os custos com a

equipe técnica, composta de um engenheiro sênior e um técnico, e R$ 5.000,00

por mês para cobrir os custos de operação e manutenção.

O projeto proposto prevê ainda a criação de um balcão de

assessoramento técnico em áreas como informática e finanças, incubadora de

base tecnológica, além de ajudar na intermediação para obtenção de

financiamentos. O custo mensal previsto para esse balcão é de cerca de R$

24.000,00, estimado com base em uma equipe técnica composta de dois

economistas sênior, um engenheiro sênior e três técnicos.

Este projeto terá duração de um ano e o custo total está estimado

em R$ 785.128,79, em termos de valor presente, desagregados da seguinte

forma: (1) R$ 4.906,45 para a elaboração de protocolo de intenções envolvendo a

participação de agentes públicos e privados; (2) R$ 5.832,65 para elaboração de

seminários para discussão das propostas; (3) R$ 10.238,55 destinados a cobrir os

custos com mobilização e articulação interinstitucional para financiamento; (4) R$

14.699,52 para custear o estudo legal e instrumento legislativo de financiamento

às pequenas e micro empresas; (5) R$ 479.734,88 para investimentos em novas

metodologias e tecnologias de operação de credito popular; (6) R$ 269.716,74

para a criação de um balcão para ajudar a implantar as micro e pequenas

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13

empresas. O QUADRO 1.1.2 mostra o cronograma físico e financeiro deste

projeto.

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QUADRO 1.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE MICRO E PEQUENA

EMPRESAS E DO TRABALHO ARTESANAL

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções envolvendo

a participação de agentes públicos e privados

5.000,00

4.906,45

2. Discussão das propostas (seminários) 3.000,00 3.000,00 5.832,65

3. Mobilização e articulação interinstitucional para

financiamento

3.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

10.238,55

4. Estudo legal e instrumento legislativo de

financiamento às pequenas e micro empresas

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

14.699,52

5. Investimentos em novas metodologias e

tecnologias de operação de credito popular

366.000,00

26.000,00

26.000,00

26.000,00

26.000,00

26.000,00

479.734,88

6. Criação de um balcão para ajudar a implantar as

micro e pequenas empresas

48.000,00

48.000,00

48.000,00

48.000,00

48.000,00

48.000,00

269.716,74

TOTAL (R$) 422.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00 785.128,79

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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2.1.1.3. Projeto 1.1.3: Desenvolvimento de Organizações Auto Gerenciadas

para Produção e Comercialização

Na perspectiva econômica de ocupação do espaço e utilização dos

recursos naturais na região da bacia do Pirapama, a pequena agricultura irrigada

se apresenta como a atividade de maior potencial para o desenvolvimento dessa

região, na medida que amplia as possibilidades de geração de emprego e renda a

uma parcela significativa da população rural.

No entanto, os pequenos produtores rurais têm enfrentado algumas

dificuldades, principalmente por não possuírem os equipamentos necessários

para o armazenamento da sua produção. Isso tem forçado os pequenos

agricultores a procurar os intermediários, os quais pagam preços muito baixos

pela produção e retiram desses pequenos produtores a articulação com o

mercado, reduzindo assim o lucro dos agricultores e enfraquecendo essa

importante atividade econômica.

Este projeto objetiva ampliar as inter-relações pessoais dentro do

próprio processo produtivo e promover a organização cooperativista de pequenos

produtores e sua integração aos objetivos do desenvolvimento sustentável.

O QUADRO 1.1.3 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual tem previsão de implementação de um ano. O valor presente dos

custos totais desse projeto é da ordem de R$ 178.446,70, dos quais (1) R$

12.537,80 são para a elaboração de protocolo de intenções envolvendo a

participação de agentes públicos e privados; (2) R$ 8.667,39 para cobrir custos

com a elaboração de seminários para discussão das propostas e alternativas; (3)

R$ 51.284,54 para apoio logístico à organização cooperativa; (4) R$ 64.929,33

destinados ao custeio da criação e desenvolvimento de mecanismos de

comercialização e articulação com o mercado formal; e (5) R$ 41.027,63 para

cobrir os custos com o desenvolvimento de mecanismos legais e institucionais de

captação de recursos nacionais e internacionais.

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QUADRO 1.1.3 CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE ORGANIZAÇÕES AUTO

GERENCIADAS PARA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções

envolvendo a participação de agentes públicos e

privados

5.000,00

4.000,00

4.000,00

12.537,80

2. Discussão das propostas e alternativas

(seminários)

3.000,00 3.000,00 3.000,00 8.667,39

3. Apoio logístico à organização cooperativa 5.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 51.284,54

4. Criação e desenvolvimento de mecanismos de

comercialização e articulação com o mercado

formal

14.000,00

14.000,00

14.000,00

14.000,00

14.000,00

64.929,33

5. Desenvolvimento de mecanismos legais e

institucionais de captação de recursos nacionais

e internacionais

4.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

41.027,63

TOTAL (R$) 17.000,00 39.000,00 39.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 178.446,70

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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2.1.1.4. Projeto 1.1.4: Oportunização do Emprego e Renda para a População

Urbana Carente

De acordo com o diagnóstico sócio-econômico elaborado para a

região da bacia do Pirapama, a maioria da sua população urbana comanda baixos

rendimentos, levando essas pessoas a viverem abaixo da linha da pobreza. Esse

quadro não é específico apenas dessa região, mas é, de certa forma, o retrato

característico da sociedade brasileira, principalmente a nordestina, a qual

experimenta desigualdades de oportunidades, causadas principalmente por altas

taxas de crescimento da população urbana - principalmente nas camadas de mais

baixa renda, crescentes déficits na infra-estrutura e nos serviços urbanos, e

insuficiência de empregos no setor formal.

As altas taxas de urbanização, resultantes principalmente do fluxo

imigratório de trabalhadores rurais para as cidades, causam uma inadequação

entre a demanda e a oferta de equipamentos e serviços urbanos. Essa

inadequação é identificada tanto pela acumulação ao longo do tempo de déficits

quanto pela incapacidade do setor público em definir prioridades e alocar recursos

em projetos de maior amplitude social. A crise urbana que via de regra tem

afetado o Estado de Pernambuco como um todo, tem-se apresentado de forma

mais contundente nos municípios integrantes da bacia hidrográfica do rio

Pirapama.

Observou-se que a baixa escolaridade, a má distribuição de renda, a

falta de oportunidades de trabalho e a pobreza são fenômenos generalizados,

ocorrendo tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas. No entanto, dado o padrão

concentrado, bem como os sintomas externos de miséria, de desconforto e de

insalubridade, que se verificam nas favelas, a pobreza urbana torna-se mais óbvia

do que a rural. É exatamente nessas áreas urbanas onde o setor informal de

trabalho se apresenta de forma mais intensiva e concentrada. Isso se explica, de

um lado, pela natureza dispersa do mercado consumidor e de trabalho nas zonas

rurais. A economia urbana, por outro lado, quando comparada com a rural,

apresenta características mais acentuadas de aglomeração, de integração intra-

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setorial, menores barreiras à entrada de novos agentes produtivos, além de maior

grau de monetarização.

Minimizar os atuais padrões de pobreza e os processos de exclusão

e fragmentação social, através da oportunização do emprego e da renda para a

população urbana carente fazem parte das recomendações para reverter esse

quadro. Diante desse quadro justifica-se a viabilização de um projeto que vise

promover o acesso da população urbana de baixa renda aos programas de

capacitação profissional e aos meios de produção, minimizando assim as

desigualdades de renda.

Este projeto terá duração de um ano e demandará recursos da

ordem de R$ 234.907,19, em termos de valor presente, os quais estão

desagregados da seguinte forma: (1) R$ 4.906,45 para custear a elaboração de

protocolo de intenções, envolvendo a participação de agentes públicos e privados;

(2) R$ 127.968,93 destinados à criação e/ou desenvolvimento de programas

municipais de capacitação do trabalhador; (3) R$ 46.378,10 para cobrir os gastos

com o programa de cadastramento de trabalhadores; e (4) R$ 55.653,72 com

vistas a cobrir os custos com a criação de programas municipais de contratação

de trabalhadores temporários.

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QUADRO 1.1.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE OPORTUNIZAÇÃO DO EMPREGO E RENDA PARA

A POPULAÇÃO URBANA CARENTE

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções

envolvendo a participação de agentes públicos

e privados

5.000,00

4.906,45

2. Criação e/ou desenvolvimento de programas

municipais de capacitação do trabalhador

35.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

127.968,93

3. Programa de cadastramento de

trabalhadores

10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 46.378,10

4. Criação de programa, na esfera municipal,

de contratação de trabalhadores temporários

12.000,00

12.000,00

12.000,00

12.000,00

12.000,00

55.653,72

TOTAL (R$) 40.000,00 47.000,00 47.000,00 47.000,00 47.000,00 22.000,00 234.907,19

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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2.1.1.5. Projeto 1.1.5: Desenvolvimento do Ecoturismo na Área da Bacia

A atividade do turismo na região da bacia hidrográfica do rio

Pirapama tem cada vez mais contribuído para a geração de emprego e renda,

tanto que vem merecendo uma maior atenção do poder público e do

empresariado de modo geral. São muitos os atrativos turísticos dessa região,

especialmente as praias aprazíveis de Gaibu, Calhetas, Paiva, Xaréu, Suape e

Itapoama, favorecidas que são pelo elevado índice de insolação, bem como pela

riqueza cultural e pela gastronomia regional. Ademais, as ocorrências geológicas

(rochas vulcânicas - correlacionados com outras ocorrências no continente

africano - em Itapoama), os sítios e os monumentos históricos no município do

Cabo de Santo Agostinho, os antigos engenhos e casas grandes do período

colonial, e a reserva biológica de Suape, são fortes atrativos dessa região. No

entanto, os investimentos públicos e privados em infra-estrutura não têm sido

suficientes para desenvolver essa atividade e atrair assim um maior fluxo turístico

para essa área.

Implantar um plano de ecoturismo na bacia do Pirapama, com

integração e estruturação institucional e a participação de todos segmentos da

sociedade, é uma forma alternativa de turismo, através da qual propriedades

inseridas em áreas de potenciais naturais e culturais, tais como fazendas,

engenhos, sítios, assentamentos, entre outros, passam a oferecer diversos tipos

de serviços turísticos, tais como hospedagem, alimentação, passeios, vendas de

produtos locais, além da oportunidade para os visitantes desfrutarem diferentes

ambientes em estrito contato com a natureza e os costumes típicos locais.

Este projeto objetiva, pois, promover o desenvolvimento do turismo

ecológico na área de abrangência da bacia do Pirapama, oferecendo alternativas

de implementação de atividades turísticas e contribuindo para a conservação das

características naturais de grande potencial ambiental, com benefícios para todas

as comunidades locais.

O QUADRO 1.1.5 mostra o cronograma físico e financeiro deste

projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos da ordem de R$

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403.498,08, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1)

R$ 1.962,58 para elaboração do termo de referência; (2) R$ 30.530,88 para

custear consultoria no sentido de definir os dispositivos legais, plano de

responsabilidades e zoneamento; (3) R$ 14.979,81 destinados a cobrir os custos

com a implementação da regulamentação do ecoturismo (plano de criação de

reservas naturais); (4) R$ 18.374,41 para a capacitação e conscientização

ambiental e cultural; (5) R$ 11.024,64 para cobrir os gastos com a implementação

do plano de incentivo à criação de reservas naturais privadas; (6) R$ 280.954,94

para investimentos em infra-estrutura, sinalização e segurança; e (7) R$

45.670,83 para custear a implantação e divulgação do circuito.

Vale ressaltar que esse projeto será complementado com o projeto

de requalificação dos sítios históricos (Projeto 3.2.2), o qual prevê a recuperação

e a conservação de monumentos e sítios histórico-culturais e a sua utilização

turística através da criação de um circuito ecológico-turístico que, devido ao

acentuado estado de depredação do vasto patrimônio, contempla investimentos

para recuperação de monumentos e sítios históricos e a melhoria da infra-

estrutura para facilitar o circuito do ecoturismo.

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QUADRO 1.1.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO

ECOTURISMO NA ÁREA DA BACIA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência 2.000,00 1.962,58

2. Consultoria (dispositivos legais, plano de

responsabilidades e zoneamento)

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

30.530,88

3. Implementação da regulamentação do

ecoturismo (plano de criação de reservas

naturais)

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

14.979,81

4. Capacitação e conscientização ambiental e

cultural 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 18.374,41

5. Implementação do plano de incentivo à

criação de reservas naturais privadas

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

11.024,64

6. Infra-estrutura, sinalização e segurança 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 280.954,94

7. Implantação e divulgação do circuito 20.000,00 20.000,00 10.000,00 45.670,83

TOTAL (R$) 60.000,00 62.000,00 70.000,00 90.000,00 82.000,00 68.000,00 403.498,08

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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25

2.1.1.6. Projeto 1.1.6: Desenvolvimento de Atividades Econômicas Exercidas

pelas Mulheres

A dependência e a naturalização das diferenças sociais existentes nas

relações do gênero marcam decisivamente a contribuição da mulher no mercado de

trabalho e no âmbito doméstico. A mulher ainda ocupa majoritariamente o espaço

privado (da casa, da família, do trabalho doméstico), deixando ao homem as tarefas

consideradas do espaço público. O trabalho da mulher é em geral exercido sob

forma de trabalho doméstico, caracterizando-se por relações de emprego informal,

pagamento por produção e, em muitos casos, o pagamento é sob a forma de auxílio

não remunerado.

Tentar capacitar as mulheres para um trabalho associativo pode

significar uma alternativa viável para amenizar a pobreza das mulheres, na medida

que pode romper o seu isolamento social, tornando seu trabalho mais competitivo no

mercado. O treinamento da mulher para a gestão e administração de negócios, com

o conhecimento de estratégias de marketing, de modo que possam identificar o que

oferecer ao mercado, pode ser uma alternativa viável para que a mulher possa

oferecer seus serviços e produtos. A capacitação para a gestão e o treinamento para

o enfrentamento do mercado, faz com que a mulher ganhe um maior domínio sobre

a sua produção e serviços. O objetivo deste projeto é exatamente capacitar as

mulheres para a gestão coletiva, formando associações e/ou cooperativas de

trabalho e produção, prestadoras de serviços e unidades produtivas familiares.

Considera-se que a micro empresa é o lugar apropriado para

consolidar o envolvimento do trabalho feminino fora da família, sem que a mulher

seja impedida de continuar o seu trabalho no seio da família, principalmente o

cuidado com as crianças, as quais necessitam de um ambiente saudável para

crescer. A implicação disso é que a mulher contribuiria para a formação da renda

familiar, além de poder expandir novos negócios através dos contatos pessoais. A

micro empresa pode vir a ser uma atividade importante para as mulheres com

poucas oportunidades de emprego, principalmente, aquelas, mais maduras, que já

cumpriram suas nobres obrigações de mãe.

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26

Este projeto prevê ações no sentido de fornecer às mulheres

treinamento na área de gerenciamento, através de cursos abordando tópicos

relacionados com o desenvolvimento empresarial da mulher, tais como organização

da produção, análise de custo e formação de preço, técnicas de mercado e o desafio

de iniciar novos negócios.

O QUADRO 1.1.6 contém o cronograma físico e financeiro desse

projeto, que deverá ser implementado em um ano, e demandará recursos da ordem

de R$ 156.134,52, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma:

(1) R$ 4.906,45 para elaboração de protocolo de intenções, envolvendo a

participação de agentes públicos e privados; (2) R$ 74.742,23 para custear a criação

de programa municipal de capacitação da mulher para a gestão coletiva,

incentivando a criação de associações e/ou cooperativas de trabalho e produção; (3)

R$ 32.464,67 para cobrir os custos com o desenvolvimento de programa

multidisciplinar de capacitação das mulheres para o trabalho e/ou produção; (4) R$

32.464,67 para a criação de programa, na esfera municipal, de programa de

contratação de trabalhadoras temporários; e (5) R$ 11.556,51 destinados a viabilizar

recursos dos programas federais e internacionais para financiar projetos nessa área.

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27

QUADRO 1.1.6: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE

ATIVIDADES ECONÔMICAS EXERCIDAS PELAS MULHERES

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções envolvendo

a participação de agentes públicos e privados

5.000,00

4.906,45

2. Criação de programa municipal de capacitação da

mulher para a gestão coletiva, incentivando a

criação de associações e/ou cooperativas de

trabalho e produção

10.000,00

14.000,00

14.000,00

14.000,00

14.000,00

14.000,00

74.742,23

3. Desenvolvimento de programa multidisciplinar de

capacitação das mulheres para o trabalho e/ou

produção

7.000,00

7.000,00

7.000,00

7.000,00

7.000,00

32.464,67

4. Criação de programa, na esfera municipal, de

programa de contratação de trabalhadoras

temporários

7.000,00

7.000,00

7.000,00

7.000,00

7.000,00

32.464,67

5. Viabilização de recursos dos programas federais

e internacionais para financiar projetos nessa área

4.000,00

4.000,00

4.000,00

11.556,51

TOTAL (R$) 19.000,00 32.000,00 32.000,00 28.000,00 28.000,00 28.000,00 156.134,52

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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28

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29

2.1.1.7. Projeto 1.1.7: Desenvolvimento Sustentável da Pesca Artesanal

A pesca artesanal na área da bacia do Pirapama é uma atividade de

grande significado sócio-econômico, pois além de contribuir para economia da

região é fundamental para o sustento de inúmeras famílias que ai residem e

dependem exclusivamente dessa atividade. A atividade pesqueira na bacia do

Pirapama está localizada na Arca do Cajá, ao longo do rio Jaboatão, na lagoa Olho

d’Água, Ponte dos Carvalhos, Manguezal, e no encontro dos rios Porto de Galinha e

Suape.

A produção de pescado na região do Pirapama vem decrescendo em

função da poluição de suas águas, causada principalmente por despejos de

efluentes industriais e esgotamentos sanitários e descarte de resíduos sólidos em

locais não apropriados, bem como da pesca predatória, que diminui a

disponibilidade de pescado no rio. Além das dificuldades ligadas a produção e

comercialização, os aterros e desmatamentos nas áreas de manguezais agravam

ainda mais esses problemas.

Estima-se que a população pesqueira em toda a área da bacia do

Pirapama seja de cerca de 6.000 pescadores. Estudos realizados com a população

pesqueira nessa área revelaram que essas pessoas vivem em moradias precárias,

construídas com palhas de coqueiros, tábuas e plásticos, e contam com

inadequados serviços de saneamento básico. Grande parte dessa população é

analfabeta e aufere uma renda extremamente baixa, com média variando de 1 a 2

salários mínimos. Problemas tais como dificuldades de armazenamento do pescado

e ausência de articulação com o mercado, contribuem para agravar esse quadro

sócio-econômico. Como a maior parte dessa população vive exclusivamente da

pesca, problema maior se verifica na época de reprodução do pescado, quando os

pescadores são forçados a paralisar seu trabalho.

A dinamização da pesca artesanal depende fundamentalmente da

solução desses problemas, que deverá ser perseguida através de uma maior

organização dos pescadores em torno dos seus órgãos representativos, federação,

associações e colônias, objetivando com isso obter apoio e parcerias que possam

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30

garantir serviços sociais básicos, de infra-estrutura, de programas de educação

ambiental, de orientação técnicas e de linhas de créditos e financiamento. Assim,

para que se alcance o efetivo desenvolvimento sustentável, faz-se necessário o

fortalecimento de práticas de associativismo, como instrumento de participação

popular, para maior articulação entre a comunidade e as instituições públicas e civis

de proteção ambiental.

Este projeto visa promover o desenvolvimento sustentável da pesca

artesanal, buscando a conservação do potencial pesqueiro da região, uma maior

participação das comunidades locais, e uma melhor capacitação dos pescadores,

como forma de consolidar o gerenciamento sócio ambiental dessa atividade.

A estimativa de custo desse projeto foi feita tomando-se por base uma

equipe de trabalho de três profissionais, conforme especificada no quadro abaixo.

Os encargos sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha

salarial.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Subtotal - - - 11.000,00

Encargos sociais

(100%)

- - - 11.000,00

TOTAL - - - 22.000,00

O QUADRO 1.1.7 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de dois anos e demandará recursos (valor presente) da

ordem de R$ 246.491,26, distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 2.943,87 para

custear a elaboração do termo de referência e protocolo de intenções; (2) R$

140.612,91 destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias de pesca e

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31

assistência técnica aos pescadores; (3) R$ 17.228,02 para custear a criação de

associações e/ou cooperativas de pesca e beneficiamento do pescado; (4) R$

19.081,80 visando cobrir os gastos com a criação de mercados para o pescado e

orientação para a comercialização; (5) R$ 14.175,35 para a articular a criação e

expansão de novas linhas de crédito para o custeio da produção; e (6) R$ 46.779,17

destinados a mobilizar e conscientizar os pescadores sobre a importância do meio

ambiente; e (7) R$ 5.670,14 para cobrir os gastos com a mobilização das instituições

públicas e privadas no processo de gestão participativa e financiamento da pesca.

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32

QUADRO 1.1.7: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DA PESCA ARTESANAL

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência e

protocolo de intenções

3.000,00

2.943,87

2. Desenvolvimento de novas tecnologias de

pesca e assistência técnica aos pescadores

20.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

36.000,00

36.000,00

140.612,91

3. Criação de associações e/ou cooperativas

de pesca e beneficiamento do pescado

6.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

17.228,02

4. Criação de mercados para o pescado e

orientação para a comercialização

3.000,00

3.000,00

3.000,00

19.081,80

5. Articular a criação e expansão de novas

linhas de crédito para o custeio da produção

5.000,00

5.000,00

5.000,00

14.175,35

6. Mobilizar e conscientizar os pescadores

sobre a importância do meio ambiente

15.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

46.779,17

7. Mobilização das instituições publicas e

privadas no processo de gestão participativa e

financiamento da pesca

2.000,00

2.000,00

2.000,00

5.670,14

TOTAL (R$) 44.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 246.491,26

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33

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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34

2.1.2. PROGRAMA 1.2: MELHORIA DAS CONDIÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS EM ÁREAS

CARENTES

Os projetos incluídos neste programa buscam a efetiva participação

da população visando promover a melhoria das condições sócio-ambientais em

áreas carentes mediante o controle direto da esquistossomose, ações de

saneamento básico, e mecanismos de vigilância ambiental comunitária. A

implementação dos quatro projetos vislumbrados nesse programa exigirá

recursos de aproximadamente R$ 8.244.472,17, em termos de valor presente.

2.1.2.1. Projeto 1.2.1: Controle, Tratamento e Prevenção de

Esquistossomose

Pesquisas realizadas pela Fundação Nacional de Saúde (FNS)

comprovam que a esquistossomose tem sido a doença de veiculação hídrica de

maior incidência na área da bacia do Pirapama. Os resultados dessa pesquisa

são preocupantes, pois revelam que os índices dessa doença nos aglomerados

do município do Cabo de Santo Agostinho superam os 25%, que é o índice

considerado crítico pela FNS. No Engenho Mupami, o índice registrado dessa

doença foi de 73,8%; em Escada, o menor índice chegou a 57,1% no Engenho

Criméia; no município de Moreno, o Engenho Caraúna apresentou índice da

ordem de 58,6; em Vitória de Santo Antão os índices variaram de 28,6%, no Sítio

Boa Vista das Pacas, a 51,1%, no Engenho Cachoeirinha; em Ipojuca as taxas

são preocupantes: 50,2% na fazenda Esmeralda, 55,5% no Povoado de Mauá, e

61,3% no Engenho Relógio.

Em 1996 foram realizadas no Estado de Pernambuco 154.853

copolcospias, das quais 26.445 apresentaram positividade, o que significa um

índice de incidência médio de 17%. A taxa de mortalidade por esquistossomose

em Pernambuco, em 1995, foi de 2,9 óbitos por 100.000 habitantes, o que

significa um percentual 7,4 vezes maior que a taxa de mortalidade por

esquistossomose no país, que foi de 0,39 habitantes no mesmo ano. O número

de internações por esquistossomose em Pernambuco, em 1996, representou

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35

18,6% das internações por esquistossomose no Brasil e 33,2% das internações

no Nordeste;

Este projeto tem por objetivo promover a melhoria das condições de

saúde pública na área da bacia do Pirapama, controlando, tratando e prevenindo

a esquistossomose. O QUADRO 1.2.1 mostra o cronograma físico e financeiro

desse projeto, o qual terá duração de dois anos (ou oito trimestres) e demandará

recursos, em termos de valor presente, da ordem de R$ 7.562.954,00,

distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 16.389,34 para custear a seleção e

treinamento de agentes de saúde pública para controle da doença; (2) R$

178.102,00 destinados a cobrir os custos com a coleta e exame de amostras para

diagnóstico da doença; (3) R$ 211.716,97 para implementar ações de controle da

esquistossomose nas áreas endêmicas da bacia; (4) R$ 6.860.360,69 para

custear os gastos com encaminhamento e tratamento de pacientes portadores de

esquistossomose; (5) R$ 144.255,82 destinados à pesquisa e tratamento dos

mananciais de importância epidemiológica; e (6) R$ 152.129,18 para cobrir os

custos com a construção e melhoria de instalações sanitárias domiciliares nas

localidades mais afetadas.

O custo total anual durante o primeiro ano com o tratamento da

doença foi avaliado em R$ 5.088.542,00, ou seja, R$ 1.272.135,50 por trimestre.

O custo com o tratamento para o segundo ano foi estimado admitindo-se uma

redução de 50% na incidência. Esse valor foi estimado tomando-se uma

permanência hospitalar média de 7 dias, uma incidência média de 17% da

população rural residente na área da bacia, que foi estimada em cerca de 380 mil

habitantes. O custo unitário da esquistossomose adotado foi de R$ 78,77, com

base na tabela de procedimentos hospitalares SIH/SAI-SUS (1997), ou seja: (a)

custos com serviços hospitalares de R$ 54,63; (b) custos com serviços

profissionais de R$ 16,92; e (c) custos com serviço auxiliar de diagnóstico e

terapia.

A equipe de trabalho para atuar nessas comunidades carentes e

implementar esse projeto é composta de 12 profissionais, conforme especificado

no quadro abaixo, o qual mostra os custos médios com cada membro da equipe

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36

técnica. Considerou-se para efeito de cálculo do custo com pessoal um acréscimo

de 100% da folha salarial, a título de encargos sociais.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Médico 4.000,00 160 01 4.000,00

Agente de saúde 500,00 160 10 5.000,00

Subtotal 15.000,00 - - 13.000,00

Encargos sociais

(100%)

- - - 13.000,00

TOTAL - - - 26.000,00

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37

QUADRO 1.2.1 CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CONTROLE, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE

ESQUISTOSSOMOSE

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Seleção e treinamento de agentes de

saúde pública para controle da doença

12.000,00

5.000,00

16.389,34

2. Coleta e exame de amostras para

diagnóstico da doença

10.000,00

15.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

178.102,00

3. Implementar ações de controle da

esquistossomose nas áreas endêmicas

da bacia

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

211.716,97

4. Encaminhar e tratar pacientes

portadores de esquistossomose

1.272.135,50

1.272.135,50

1.272.135,50

1.272.135,50

636.067,75

636.067,75

636.067,75

636.067,75

6.860.360,69

5. Pesquisar e tratar coleções hídricas de

importância epidemiológica

26.000,00

28.000,00

18.000,00

18.000,00

18.000,00

18.000,00

18.000,00

18.000,00

144.255,82

6. Construir e melhorar instalações

sanitárias domiciliares nas localidades

mais afetadas

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

152.129,18

TOTAL (R$) 1.350.135,50 1.375.135,50 1.375.135,50 1.375.135,50 739.067,75 739.067,75 739.067,75 739.067,75 7.562.954,00

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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38

2.1.2.2. Projeto 1.2.2: Implantação de Mecanismos de Vigilância Ambiental

Comunitária

A região da bacia do Pirapama caracteriza-se por seu potencial

paisagístico com a presença de grandes áreas verdes. No entanto, nas áreas

urbanas o verde é escasso e o lançamento de efluentes industriais e esgotamentos

sanitários diretamente nos mananciais contribuem para a poluição dos recursos

hídricos. Ademais, a precariedade dos serviços de abastecimento de água, coleta e

destinação final do lixo, e a inexistência de tratamento dos esgotos são responsáveis

pela maioria das doenças de veiculação hídrica, acarretando assim problemas sérios

de saúde pública, fato agravado pela falta de consciência e prática em educação

ambiental da população.

Este projeto tem por objetivo promover a efetiva participação da

comunidade, formando uma consciência ambiental no sentido de assegurar a prática

da vigilância ambiental, denunciando a ocorrência de ações degradadoras, visando

contribuir para melhoria das condições de saúde pública. O projeto prevê a formação

de parcerias com as instituições federais, municipais e estaduais para o

desenvolvimento de ações efetivas de despoluição do rio, bem como a formulação

de um conjunto de estratégias governamentais de caráter mais amplo, visando

estabelecer sanções e incentivos a todos os segmentos da sociedade.

O projeto de implantação de mecanismos de vigilância ambiental

comunitária na área da bacia do rio Pirapama terá duração de um ano e, como pode

ser observado no QUADRO 1.2.2, demandará recursos da ordem de R$ 276.943,06,

em termos de valor presente.

O cronograma físico e financeiro do projeto (QUADRO 1.2.2) foi

construído de acordo com os principais elementos de custo, cujos valores atuais

foram: (1) R$ 4.906,45 para custear a elaboração de um protocolo de intenções e

um conjunto de estratégias governamentais de caráter mais amplo; (2) R$ 46.560,01

para cobrir os gastos com a busca de parcerias de instituições federais, estaduais e

municipais para o desenvolvimento de ações de despoluição do Pirapama: (3) R$

79.380,04 para custear a campanha de mobilização e conscientização ambiental da

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39

população: (4) R$ 89.905,58 para o desenvolvimento e manutenção de um banco de

dados em saúde pública; e (5) R$ 56.190,99 para cobrir os gastos com a campanha

de comprometimento dos órgãos governamentais para aplicação da legislação

ambiental.

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40

QUADRO 1.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE MECANISMOS DE VIGILÂNCIA

AMBIENTAL COMUNITÁRIA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de um protocolo de intenções e um

conjunto de estratégias governamentais de caráter

mais amplo

5.000,00

4.906,45

2. Buscar parcerias com instituições federais,

estaduais e municipais para o desenvolvimento de

ações de despoluição do Pirapama

7.000,00

14.000,00

14.000,00

14.000,00

46.560,01

3. Campanha de mobilização e conscientização

ambiental da população

10.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

79.380,04

4. Desenvolvimento e manutenção de um banco de

dados em saúde pública

16.000,00

16.000,00

16.000,00

16.000,00

16.000,00

16.000,00

89.905,58

5. Campanha de comprometimento dos órgãos

governamentais para aplicação da legislação

ambiental

10.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

56.190,99

TOTAL (R$) 48.000,00 55.000,00 55.000,00 55.000,00 41.000,00 41.000,00 276.943,06

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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42

2.1.2.3. Projeto 1.2.3: Melhoria das Condições de Saneamento Ambiental

Comunitária em Áreas Carentes

O diagnóstico ambiental realizado anteriormente na região da bacia do

Pirapama revelou um quadro grave e extremamente preocupante em termos de

condições de vida para as populações carentes, principalmente aquelas que habitam

as áreas urbanas. Essas comunidades carentes experimentam condições precárias,

tanto em termos de habitação quanto em termos de serviços na área de saneamento

básico, tais como, abastecimento de água, coleta de resíduos sólidos e esgotamento

sanitário. A deficiência dos serviços de abastecimento de água e esgotamento

sanitário são responsáveis por altas taxas de mortalidade infantil e grande incidência

e proliferação de doenças de veiculação hídrica nessa região. Objetivando reverter

esse quadro, este projeto visa melhorar a qualidade de vida em áreas carentes

mediante a implantação e melhoria dos serviços públicos na área de saneamento

básico (água, esgoto e lixo), bem como a melhoria das condições de habitação.

Este projeto prevê a articulação com o poder público municipal

buscando a viabilização e intersetorialização das ações prioritárias nas áreas de

saneamento básico, saúde pública, educação sanitária-ambiental e desenvolvimento

urbano nas áreas carentes, assim como uma maior integração das comunidades em

todas as etapas dos projetos nessas áreas. Estas ações objetivam melhorar a

qualidade de vida dessas comunidades, viabilizando uma mudança de

comportamento dessa população na área de saúde pública, bem como diminuir a

degradação ambiental nessas áreas.

O custo total desse projeto foi estimado tomando-se por referência uma

equipe de trabalho formada por três profissionais, conforme especificada no quadro

abaixo. Os encargos sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100%

da folha salarial.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

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43

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Sub-total - - - 11.000,00

Encargos sociais

(100%)

- - - 11.000,00

TOTAL - - - 22.000,00

O QUADRO 1.2.3 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos (valor presente) da

ordem de R$ 123.620,17, distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 9.812,89 para

custear o levantamento de dados e hierarquização das prioridades em termos de

demandas; (2) R$ 37.371,11 destinados a custear a articulação com o poder

municipal no sentido de viabilizar as ações prioritárias; (3) R$ 30.770,73 para

garantir a intersetorialização das ações e dos programas de saúde, saneamento

básico e desenvolvimento urbano; (4) R$ 22.476,40 visando cobrir os gastos com a

integração das comunidades em todas as etapas dos projetos de saneamento; e (5)

R$ 23.189,05 para viabilizar o desenvolvimento de programas de educação sanitária

e ambiental.

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44

QUADRO 1.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE SANEAMENTO

AMBIENTAL COMUNITÁRIA EM ÁREAS CARENTES

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Levantamento de dados e hierarquização das

demandas prioritárias

10.000,00

9.812,89

2. Articulação com o poder municipal a viabilização

de ações prioritárias

5.000,00

7.000,00

7.000,00

7.000,00

7.000,00

7.000,00

37.371,11

3. Garantir a intersetorialização das ações e dos

programas de saúde, saneamento básico e

desenvolvimento urbano

3.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

30.770,73

4. Integração das comunidades em todas as etapas

dos projetos de saneamento

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

22.476,40

5. Desenvolvimento de programas de educação

sanitária e ambiental

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

23.189,05

TOTAL (R$) 22.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 123.620,17

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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46

2.1.2.4. Projeto 1.2.4: Melhoria do Perfil Sócio-Econômico das Comunidades

Assentadas em Áreas de Recuperação Ambiental

Levantamento realizado em assentamentos oficiais na área da bacia do

Pirapama (nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e em Moreno) constatou que

a área média desses assentamentos era de 502,55 ha, com lotes que variavam de

2,97 ha a 37,85 ha. Os assentamentos pesquisados foram: Engenho Arariba de

Baixo (1995), Engenho Arariba da Pedra (1996), Engenho Potosi (1993), Engenho

Pimentel ((1997), Engenho Paris (1973), Engenho Tapugi de Cima (1973), Engenho

Tapugi de Baixo (1973), Engenho Bom Tom (1976), e Engenho Furna (1973).

Constatou-se que o perfil sócio-econômico desses assentamentos é

problemático. Tais assentamentos apresentam uma diversidade de atividades

econômicas, que vão desde a criação de animais de pequenos porte, da pecuária,

passando pela agricultura, aqüicultura, cana-de-açúcar, até a fruticultura. No

entanto, essa diversificação em pouco alterou a qualidade de vida dos assentados

no que tange ao acúmulo de problemas e pobreza. A energia elétrica não está

disponível nesses assentamentos e inexistem estradas para escoamento da

produção. Em conseqüência, o nível de renda do conjunto da população assentada

é extremamente baixo.

A inserção da população local no mercado de trabalho é fundamental

para modificar esse quadro e melhorar a qualidade de vida nos assentamentos. No

entanto, o quadro que se apresenta é preocupante, visto que grande parte do

contingente de pessoas assentadas é formada de inativos aposentados e cerca de

60% das pessoas economicamente ativas ganham até 1 salário mínimo.

A infra-estrutura desses acampamentos é precária. Não existem

serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e energia

elétrica. A situação se agrava porque o nível de saúde da população assentada é

precário e apresenta altas taxas de mortalidade infantil. Essa situação é o reflexo da

ineficiência estrutural e gerencial do próprio setor público de saúde, que pode ser

percebida pelo paralelismo de ações, inadequação dos serviços às necessidades

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47

mais gerais de saúde da população, desperdício de recursos, tímida integração

programática interinstitucional e sub-utilização dos serviços instalados.

As condições dos assentamentos em termos de educação são

precárias, com um alto índice de analfabetismo. A inexistência de escolas nos

assentamentos, o grave problema do trabalho do menor na roça - o que impede sua

presença nas salas de aula, e a falta de merenda escolar - forte atrativo para a

presença da criança na escola, são fortes indicadores desse quadro preocupante.

Este projeto visa suprir informações para as ações integradas de

desenvolvimento sócio-econômico das comunidades agrícolas e participação na

recuperação ambiental. Estão previstas ações no sentido de subsidiar projetos de

conservação em áreas de sensibilidade ambiental, bem como na área de saúde do

trabalhador rural. Este projeto prevê ainda ações no sentido de sensibilizar e

incorporar o sistema bancário público e privado para que ofereçam crédito a essas

comunidades, simplificando os procedimentos burocráticos para o acesso ao

mesmo, aumentando a oferta de créditos populares para iniciativas que promovam a

sustentabilidade, como por exemplo, iniciativas de reciclagem, mutirões de

reflorestamento, adoção de novas tecnologias, entre outros.

O custo total desse projeto foi estimado tomando-se por base uma

equipe de trabalho formada por três profissionais de nível superior e dois técnicos,

conforme especificada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram estimados de

acordo com o percentual de 100% da folha salarial.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Técnico 500,00 160 02 1.000,00

Subtotal - - - 12.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 12.000,00

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48

TOTAL - - - 24.000,00

Este projeto terá duração de um ano e demandará recursos da ordem

de R$ 280.954,94 (valor presente), conforme pode ser visto no QUADRO 1.2.4

(cronograma físico e financeiro), distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 4.906,45

para custear a elaboração de protocolo de intenções e conjunto de estratégias de

sustentabilidade ambiental; (2) R$ 79.380,04 destinados a cobrir os gastos com o

subsídio a implantação de projetos de conservação e preservação ambiental em

áreas de assentamentos; (3) R$ 140.477,47 para custear a assistência técnica e

desenvolvimento de novas tecnologias aos pequenos produtores rurais; (4) R$

28.095,49 visando custear a articulação com o sistema bancário no sentido de

expandir e criar novas linhas de crédito popular para iniciativas que promovam a

sustentabilidade ambiental; e (5) R$ 28.095,49 para cobrir os gastos com a

articulação dos órgãos públicos estaduais e federais com o poder municipal no

sentido de viabilizar ações prioritárias.

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QUADRO 1.2.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MELHORIA DO PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DAS

COMUNIDADES ASSENTADAS EM ÁREAS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções e

conjunto de estratégias de sustentabilidade

ambiental

5.000,00

4.906,45

2. Subsídio a implantação de projetos de

conservação e sustentabilidade ambiental em

áreas de assentamentos

10.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

79.380,04

3. Assistência técnica e desenvolvimento de

novas tecnologias aos pequenos produtores

rurais

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

140.477,47

4. Articular com o sistema bancário a expansão

de novas linhas de crédito popular para

iniciativas que promovam a sustentabilidade

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

28.095,49

5. Articular os órgãos públicos estaduais e

federais com o poder municipal no sentido de

viabilizar ações prioritárias

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

28.095,49

TOTAL (R$) 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 280.954,94

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50

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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51

2.2. ESTRATÉGIA 2: FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL

A estratégia de fortalecimento institucional à gestão ambiental está

fundamentada em três programas básicos, que visam promover a melhoria do

desempenho institucional, desenvolver um sistema eficiente de informações -

comunicando adequadamente o plano de ação ao público, e empreender ações de

educação ambiental e de incentivo à participação.

2.2.1. PROGRAMA 2.1: DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Os seis projetos deste programa visam promover a integração

interinstitucional, adequando as estruturas organizacionais, suprindo os órgãos a

nível material e técnico, e promovendo a capacitação de pessoal, de modo a suprir

a escassez de recursos humanos e materiais para a implementação do Plano de

Desenvolvimento Social para a bacia do Pirapama. Os recursos demandados por

esses seis projetos são da ordem de R$ 1.533.703,54, em termos de valor presente.

2.2.1.1. Projeto 2.1.1: Adequação da Estrutura Institucional para

Implementação do PDS

A inadequação da estrutura institucional é um fator que estabelece

limites para o desenvolvimento e implantação do Plano de Desenvolvimento

Sustentável na região da bacia do Pirapama. Este projeto visa definir a matriz

institucional e a estrutura organizacional ótimas, adequando a estrutura dos

diversos órgãos envolvidos, de modo a melhorar o desempenho e a capacidade

operacional dos mesmos na área de gerenciamento ambiental.

As principais ações nessa área são: (a) conhecimento da matriz

institucional e identificação das respectivas competências dos diversos órgãos nas

esferas municipal, estadual e federal que atuam nesse processo; (b) articulação e

integração entre as diversas instituições envolvidas, visando a sustentabilidade

organizacional; (c) redimensionamento da infra-estrutura municipal para

consolidação do PDS; (d) capacitação técnica para os agentes envolvidos (tanto a

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52

nível estadual quanto municipal); (e) adequação do equipamento e otimização dos

recursos disponíveis; e (f) implantação e monitoramento do PDS.

A estimativa de custo desse projeto foi feita tomando-se por base uma

equipe de trabalho composta de três profissionais, entre os quais um consultor,

conforme especificada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram estimados de

acordo com o percentual de 100% da folha salarial (excetuando-se o custo com

consultoria).

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Consultor 4.000,00 80 01 4.000,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Sub-total - - - 11.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 7.000,00

TOTAL - - - 18.000,00

O QUADRO 2.1.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de dois anos e demandará recursos (valor presente) da

ordem de R$ 365.208,85, distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 3.888,26 para

custear a elaboração do termo de referência (definição da matriz institucional e

definição da estrutura organizacional); (2) R$ 80.798,53 destinados à contratação

de consultoria; (3) R$ 74.162,64 para custear a revisão e consolidação do sistema

gerencial ambiental; (4) R$ 49.321,42 visando cobrir os gastos com o treinamento

da equipe técnica das instituições envolvidas; (5) R$ 51.402,56 para viabilizar a

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53

adequação do equipamento; e (6) R$ 105.635,43 destinados aos custos com a

implantação e monitoramento do PDS.

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54

QUADRO 2.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA INSTITUCIONAL

PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PDS

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência

(definição da matriz institucional e

definição da estrutura organizacional)

4.000,00

3.888,26

2. Contratação de consultoria 8.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 80.798,53

3. Revisão e consolidação do sistema

gerencial ambiental

14.000,00

28.000,00

20.000,00

20.000,00

74.162,64

4. Capacitação técnica para as

instituições envolvidas

14.000,00

14.000,00

14.000,00

14.000,00

49.321,42

5. Adequação do equipamento 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 51.402,56

6. Implantação e monitoramento do PDS 8.000,00 8.000,00 28.000,00 42.000,00 42.000,00 105.635,43

TOTAL (R$) 12.000,00 26.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 365.208,85

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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56

2.2.1.2. Projeto 2.1.2: Melhoria do Controle Ambiental nas Administrações

Municipais

Segundo o princípio de descentralização da gestão ambiental,

delineado através da legislação brasileira nesse campo, cabe aos municípios

proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de sua forma e

preservar as florestas. No entanto, esse processo de descentralização da gestão

ambiental é longo e complexo, tendo em vista a existência de tantos fatores

adversos provindos do próprio meio ambiente, bem como do universo cultural

humano.

Com o estado preocupante do meio ambiente na região da bacia do

Pirapama é necessário uma maior intervenção das administrações municipais, no

sentido de minorar os problemas ambientais existentes. Este projeto visa alcançar a

ação dos municípios integrantes da bacia do Pirapama no processo de gestão

ambiental, no sentido de promover o desenvolvimento de mecanismos e

procedimentos para melhoria do controle da ocupação e uso do solo, bem como

para o controle das atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente.

Nesse sentido, o projeto promoverá ações de modo que os municípios possam criar,

implantar e operar seus sistemas de meio ambiente, contribuindo assim para o

desenvolvimento sustentável desses municípios.

Especificamente, este projeto prevê ações no sentido de identificar e

avaliar as principais questões ambientais que afetam a bacia do Pirapama, bem

como a elaboração de proposta para atuação integrada da sociedade com a política

do município e a criação de núcleos municipais de meio ambiente. O levantamento

do custo com essas ações foi feito com base em uma equipe de trabalho de dois

profissionais, cujo custo mensal foi de R$ 14.000,00, incluindo-se aí a contribuição

social.

O projeto prevê ações no sentido de identificar instrumentos legais e

econômicos para fortalecimento da legislação ambiental, cujo custo foi computado a

partir da contratação de um consultor, com carga horária mensal de 80 horas, ao

custo unitário de R$ 50,00, durante sete meses. O projeto prevê também a

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57

capacitação de técnicos, através de cursos de especialização, e a criação de

equipes de fiscalização, a nível municipal, de modo a implementar uma fiscalização

descentralizada. O custo com os cursos de capacitação de técnicos foi avaliado com

base na carga horária mensal de 120 horas, ao custo unitário de R$ 50,00 a hora

aula.

Este projeto terá duração de um ano e, conforme demonstrado no

cronograma físico e financeiro deste projeto (QUADRO 2.1.2), o valor presente dos

custos totais desse projeto está estimado em R$ 225.856,15, desagregados da

seguinte forma: R$ 11.628,58 para custear a identificação e avaliação dos principais

questões ambientais; R$ 41.027,63 para a elaboração de proposta para atuação

integrada da sociedade com a política do município; R$ 61.541,45 para cobrir os

gastos com a criação de núcleos municipais de meio ambiente; R$ 26.605,72

destinados a custear a consultoria para identificação de instrumentos legais e

econômicos para fortalecimento da legislação ambiental; R$ 55.653,72 para cobrir

os gastos com os cursos de capacitação de técnicos; e R$ 29.399,05 para a criação

de equipes de fiscalização e implementação da fiscalização descentralizada.

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58

QUADRO 2.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MELHORIA DO CONTROLE AMBIENTAL NAS

ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Identificação e avaliação dos principais questões

ambientais

4.000,00 8.000,00 11.628,58

2. Elaboração de proposta para atuação integrada da

sociedade com a política do município

4.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

41.027,63

3. Criação de Núcleos Municipais de Meio Ambiente 6.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 61.541,45

4. Identificação de instrumentos legais e econômicos

para fortalecimento da legislação ambiental

4.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

26.605,72

5. Capacitação de técnicos 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 55.653,72

6. Criação de equipes de fiscalização e implementação

da fiscalização descentralizada

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

29.399,05

TOTAL (R$) 18.000,00 48.000,00 48.000,00 48.000,00 40.000,00 40.000,00 225.856,15

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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59

2.2.1.3. Projeto 2.1.3: Desenvolvimento do Processo Participativo no

Orçamento Municipal

As profundas alterações e transformações da sociedade e do Estado

que se processaram ao longo dessa década produziram um novo desenho

institucional descentralizado e uma moderna concepção de finanças públicas, a qual

tem se materializado através de gastos sociais com maiores benefícios sociais

líquidos. Ademais, a própria dinâmica do desenvolvimento sustentável para a bacia

do Pirapama exige uma maior descentralização política e administrativa, com forte

participação popular nas decisões políticas e sociais. Nesse sentido, faz-se

necessário um processo de criatividade que busque desenhar novos formatos e

instrumentos de gestão nos campos institucional, legal e operacional de políticas e

programas sociais.

A gestão descentralizada pressupõe que tudo quanto poder ser

decidido em níveis hierárquicos mais baixos de governo, no nível municipal e no

âmbito da própria bacia hidrográfica, não deve ser decidido em escalões mais altos.

A gestão participativa, por outro lado, pressupõe que todas as decisões que

puderem ser fruto de amplos debates não devem ser tomadas de forma isolada e

por poucos. Segundo esse princípio, a gestão deve se dar de forma que as decisões

sejam descentralizadas e com a participação de todos os interessados. Igualdade de

oportunidade deve ser dada aos cidadãos, aos representantes de organismos de

classe, de organizações não governamentais, às universidades, aos técnicos,

pesquisadores, ao cidadão comum e a todos os demais contribuintes, acionistas que

são da coisa pública.

As decisões de investimentos, programas e ações a serem tomadas no

âmbito do município, quando resultam da participação de todos os interessados,

após amplo debate, ganham respaldo popular. Assim, por contar com a participação

de todos, a gestão descentralizada e participativa é capaz de reduzir e até mesmo

eliminar eventuais situações de descontentamento por parte da sociedade, dado que

tais decisões foram tomadas respeitando-se o direito de cada segmento social

influenciar o próprio processo de tomada de decisões.

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60

Este projeto visa conscientizar a sociedade civil para que esta

desenvolva novos processos de gestão, democratizando as ações e decisões, com

uma maior participação popular no orçamento municipal. Com isso espera-se

conseguir o respaldo popular e legitimidade social, viabilizar assim políticas e

programas sociais que apresentem os maiores benefícios sociais líquidos.

A implementação desse projeto terá duração de um ano e, como pode

ser observado no cronograma físico e financeiro deste projeto (QUADRO 2.1.2), o

valor presente dos custos totais desse projeto está estimado em R$ 166.407,11,

desagregados da seguinte forma: (1) R$ 4.906,45 para custear a elaboração de

protocolo de intenções; (2) R$ 19.153,87 para captação de recursos para formação

de fundos para o desenvolvimento do meio ambiente; (3) R$ 36.762,88 para cobrir

os gastos com a disseminação dos objetivos institucionais e princípios do sistema

orçamentário; (4) R$ 69.567,14 destinados a custear a reordenação funcional e

espacial da infra-estrutura e da gestão; (5) R$ 27.826,86 para cobrir os gastos com o

projeto de instrumento legislativo; e (6) R$ 8.189,91 destinados aos gastos com o

encaminhamento do projeto através do poder executivo estadual e municipal.

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61

QUADRO 2.1.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO

PARTICIPATIVO NO ORÇAMENTO MUNICIPAL

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções 5.000,00 4.906,45

2. Captação de recursos para formação de fundos

para o desenvolvimento do meio ambiente

6.000,00

6.000,00

4.000,00

4.000,00

19.153,87

3. Disseminação dos objetivos institucionais e

princípios do sistema orçamentário

8.000,00

8.000,00

8.000,00

5.000,00

5.000,00

5.000,00

36.762,88

4. Reordenação funcional e espacial da infra-

estrutura e da gestão

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

69.567,14

5. Projeto de instrumento legislativo 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 27.826,86

6. Encaminhamento do projeto através do poder

executivo estadual e municipal

3.000,00

3.000,00

3.000,00

8.189,91

TOTAL (R$) 19.000,00 35.000,00 33.000,00 33.000,00 29.000,00 29.000,00 166.407,11

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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62

2.2.1.4. Projeto 2.1.4: Criação e Implementação de Instrumentos de Incentivo

para a Gestão Ambiental

A busca do desenvolvimento regional que preserve os recursos

naturais e a capacidade de carga de ecossistemas para as gerações futuras é um

desafio que exige a adoção de uma política tributária ecológica, a qual vislumbra

uma série de instrumentos fiscais inseridos no contexto de uma política ambiental,

tais como (i) a eliminação de benefícios fiscais com efeitos ecológicos negativos; (ii)

fortalecimento de benefícios fiscais e tributos existentes; (iii) incorporação ao sistema

tributário vigente de incentivos para práticas ambientais saudáveis; e (iv) introdução

de novos tributos ecológicos. Podem constituir-se instrumentos com essa finalidade:

(a) isenção ou redução de taxas e impostos sobre o uso da terra; (b) redução ou

conversão de multas, em benefício de ações de conservação ou de recuperação

ambiental; (c) concessão de certificados em reconhecimento ao bom desempenho

de determinada organização ou de sua contribuição à melhoria do meio ambiente

(Série ISO 14.000, ISO 9.000, selo verde, certificados do órgão ambiental, etc.); (d)

adoção de “ICM ecológico”; e (e) agilização na concessão de licenças ambientais;

entre outros.

A gestão ambiental pode ter sua eficácia significativamente ampliada

pelo emprego de instrumentos que estimulem as partes envolvidas ao cumprimento

da legislação vigente e adoção de diretrizes de política ambiental. A maioria desses

instrumentos são direcionados aos próprios usuários dos recursos naturais, mas

outros são específicos aos municípios. Esse é o caso do ICM ecológico que,

objetivando preservar o meio ambiente, incentiva e compensa os municípios onde se

localizam mananciais para abastecimento público e unidades de conservação

ambiental. Independentemente das partes e dos agentes envolvidos, todos esses

instrumentos têm objetivos comuns, ao buscarem reduzir os efeitos degradadores

dos agentes e das atividades econômicas.

Assim, tomando por base uma prévia identificação e espacialização

das questões ambientais na área da bacia do Pirapama e do conhecimento dos

diversos atores envolvidos, este projeto prevê o desenvolvimento e a utilização de

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63

instrumentos de política ambiental, de modo a fundamentar uma revisão criteriosa

da legislação vigente. O principal objetivo deste projeto é, portanto, formular

propostas de políticas com a aplicação de instrumentos legislativos de incentivo ao

meio ambiente. Para dar objetividade às políticas e aos instrumentos propostos, é

fundamental uma articulação interinstitucional e uma maior mobilização das

comunidades, no sentido de formar parcerias e acordos entre as partes envolvidas e

os órgãos de controle ambiental.

A implementação desse projeto terá duração de um ano. Os custos

desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de trabalho composta de

três profissionais de nível superior e um de nível técnico, cujos salários estão

especificados no quadro abaixo. Vale ressaltar que os encargos sociais foram

estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial (excetuando-se o

custo com o consultor). De acordo com o cronograma físico e financeiro desse

projeto (QUADRO 2.1.4), o valor presente do custo total desse projeto é da ordem

de R$ 191.049,36.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador/consultor 4.000,00 80 01 4.000,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Técnico 500,00 160 01 500,00

Subtotal - - - 10.500,00

Encargos sociais (100%) - - - 6.500,00

TOTAL - - - 17.000,00

O custo total foi desagregado da seguinte forma: (1) R$ 5.887,73 para

a elaboração do protocolo de intenções e contratação de consultor; (2) R$ 48.333,46

para custear a análise da legislação e instrumentos e/ou políticas de gestão

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64

ambiental; (3) R$ 17.010,42 para cobrir os custos com a articulação e mobilização

institucional dos agentes envolvidos para formação de parcerias; (4) R$ 55.769,22

destinados ao desenvolvimento e implementação de novas políticas ambientais (ICM

ecológico, certificados de reconhecimento de proteção ambiental e isenção ou

redução de taxas e/ou impostos para incentivo à conservação ambiental); e (5) R$

64.048,51 para cobrir os custos com a elaboração e encaminhamento de

instrumento legislativo.

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65

QUADRO 2.1.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE

INSTRUMENTOS DE INCENTIVO PARA A GESTÃO AMBIENTAL

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções 6.000,00 5.887,73

2. Análise da legislação e instrumentos e/ou

políticas de gestão ambiental

20.000,00

20.000,00

10.000,00

48.333,46

3. Articulação e mobilização institucional dos

agentes envolvidos para formação de parcerias

6.000,00

6.000,00

6.000,00

17.010,42

4. Desenvolvimento e implementação de novas

políticas ambientais (ICM ecológico, certificados

de reconhecimento de proteção ambiental e

isenção ou redução de taxas e/ou impostos

para incentivo à conservação ambiental)

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

14.000,00

14.000,00

55.769,22

5. Elaboração e encaminhamento de

instrumento legislativo

10.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

64.048,51

TOTAL (R$) 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 191.049,36

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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66

2.2.1.5. Projeto 2.1.5: Estímulo ao Desenvolvimento da Agenda 21 Local para

os Diversos Municípios

Dando continuidade ao esforço empreendido com a Agenda 21 global,

este projeto busca promover a elaboração da Agenda 21 para os municípios

integrantes da bacia do Pirapama. Especificamente, este projeto objetiva induzir a

utilização racional dos recursos naturais e melhorar as condições de vida dessas

populações, através do incentivo à participação comunitária e de uma maior

conscientização ambiental dessas comunidades.

Este projeto prevê a identificação de lideranças locais, estimulando as

comunidades e a população de um modo geral a participar no sentido legitimar

ações que ampliem a conscientização ambiental. O projeto buscará o apoio das

prefeituras e buscará incentivar a formação de parcerias entre grupos de interesse

nas várias comunidades existentes (pescadores, pequenos agricultores, mulheres,

etc.) para que seja criado, em cada município, o fórum da Agenda 21 local.

Os custos desse projeto foram divididos em dois componentes:

material e pessoal. Os custos com material foram dimensionados para efetivar a

divulgação da Agenda 21 global, enquanto que os custos com pessoal foram

avaliados com base em uma equipe de trabalho composta de três profissionais de

nível superior, conforme especificada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram

estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Subtotal - - - 10.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 10.000,00

TOTAL - - - 20.000,00

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67

De acordo com o cronograma físico e financeiro deste projeto

(QUADRO 2.1.5), o qual demandará um ano para ser executado, o valor presente do

custo total desse projeto é da ordem de R$ 267.305,09. O custo total foi

desagregado e computado da seguinte forma: (1) R$ 7.850,31 para custear o

levantamento de informações e elaboração de protocolo de intenções; (2) R$

67.429,19 para cobrir os custos com a formação de grupos multidisciplinares para

discussão das várias Agendas locais (3) R$ 54.301,53 para os gastos com a

identificação de lideranças locais e levantamento de problemas e necessidades

ambientais; (4) R$ 28.597,26 destinados a custear a busca de parcerias para o

desenvolvimento ambiental (instituições públicas e privadas); (5) R$ 42.541,14 para

os custos com material de divulgação da Agenda 21 global; e (6) R$ 66.585,66

destinados a estimular a população local no sentido de legitimar ações para melhoria

das próprias comunidades.

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QUADRO 2.1.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO DA AGENDA

21 LOCAL PARA OS DIVERSOS MUNICÍPIOS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Levantamento de informações e elaboração de

protocolo de intenções

8.000,00

7.850,31

2. Formação de grupos multidisciplinares para

discussão das várias Agendas locais

12.000,00

12.000,00

12.000,00

12.000,00

12.000,00

12.000,00

67.429,19

3. Identificação de lideranças locais e levantamento

de problemas e necessidades ambientais

12.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

54.301,53

4. Busca de parcerias para o desenvolvimento

ambiental (instituições públicas e privadas, a

indústria e o comércio)

5.000,00

5.000,00

5.000,00

8.000,00

8.000,00

28.597,26

5. Material para divulgação da Agenda 21 global 10.000,00 10.000,00 10.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 42.541,14

6. Estimular a população local no sentido de

legitimar ações para melhoria das comunidades

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

20.000,00

20.000,00

66.585,66

TOTAL (R$) 50.000,00 50.000,00 50.000,00 45.000,00 45.000,00 45.000,00 267.305,09

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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69

2.2.1.6. Projeto 2.1.6: Criação, Reestruturação e Fortalecimento de CONDEMA’s

Considerando que o município é a esfera de governo capaz de

controlar qualquer agressão ambiental de forma mais eficiente, complementarmente

à ação da União e do Estado, e diante da necessidade de descentralização

administrativa e a implantação da Agenda 21 nos municípios, é fundamental que os

mesmos criem seus Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente

(COMDEMA’s).

O COMDEMA é um organismo na esfera municipal, que desempenha

complementarmente à ação dos governos federal e estadual um conjunto de

funções de ordem institucional e operacional, visando promover a política ambiental

do município e assegurando a participação dos diversos setores da comunidade na

tutela do meio ambiente, em benefício da qualidade de vida das próprias

comunidades.

Os COMDEMA’s atuam em duas vertentes: institucional e operacional.

Na vertente institucional, os COMDEMA’s objetivam (i) assessorar os municípios em

questões referentes ao conhecimento e a proteção do patrimônio ambiental (natural,

étnico e cultural); (ii) Apoiar os poderes públicos municipais no sentido de reforçar

ações conjuntas em favor da manutenção do equilíbrio ecológico regional; (iii)

orientar os municípios quanto à identificação, prevenção e controle das atividades

potencialmente agressivas ao meio ambiente; e (iv) colaborar em programas

intersetoriais de combate a quaisquer agentes que ameacem o bem-estar e a saúde

da comunidade.

Na vertente operacional os COMDEMA’s visam (i) propor as normas e

recomendações que subsidiem o desenvolvimento de planos, programas e projetos

municipais, intermunicipais e intersetoriais, objetivando proteger o meio ambiente,

em complemento e consonância com os dispositivos legais, estaduais e federais; (ii)

promover e colaborar em programas educativos que concorram para melhorar o

conhecimento do patrimônio ambiental, assim como a compreensão social dos

problemas ambientais; (iii) colaborar em campanhas relativas ao saneamento

básico, do combate a vetores de enfermidades, assim como ao controle da poluição

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70

e de qualquer outra agressão ambiental; (iv) zelar pelo conhecimento e cumprimento

das leis, normas e diretrizes municipais, estaduais e federais de defesa do meio

ambiente, assim como pela divulgação de dados e informações ambientais que

fundamentem a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de

preservação da qualidade ambiental do equilíbrio ecológico; (v) promover

desenvolvimento de programas de capacitação e treinamento, para a formação de

pessoal técnico e voluntário, que possa ser mobilizado em situação de emergência;

(vi) manter um acompanhamento vigilante e permanente do patrimônio ambiental,

localizando e identificando todas as atividades empresariais públicas ou privadas

que possam ameaçá-lo; (vii) advertir quanto às conseqüências de ações de

degradação do meio ambiente e suas implicações, dada a legislação em vigor,

particularmente à obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados; (viii)

opinar sobre o licenciamento de atividades que, direta ou indiretamente, causem a

degradação da qualidade ambiental; (ix) identificar e acompanhar a dinâmica de

áreas críticas ambientais, propondo medidas de recuperação e controle que

concorram para a eliminação e/ou redução da degradação ambiental; (x) incentivar a

criação local de ONG’s ambientalistas, procurando manter intercâmbio permanente

com essas e outras organizações similares; e (xi) acionar, quando necessário,

organismos federais (IBAMA) e estaduais (CONSEMA, Secretarias e Órgãos de

Meio Ambiente, entre outros) para que sejam implementadas medidas de proteção

ambiental.

Este projeto terá duração de um ano e os custos totais foram

estimados em R$ 317.876,98, desagregado em dois componentes: (i) custos com a

estrutura física e material, cujo valor atual foi de R$ 70.636,63, conforme mostra o

cronograma físico e financeiro do projeto (QUADRO 2.1.6); e (ii) custos com pessoal,

estimada com base em uma equipe de trabalho de três profissionais, especificada

no quadro abaixo, cujo valor atual foi de R$ 247.240,35. Os encargos sociais foram

estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

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71

Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Subtotal - - - 11.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 11.000,00

TOTAL - - - 22.000,00

Conforme pode ser observado no cronograma físico e financeiro desse

projeto (QUADRO 2.1.6), as atividades de promoção e organização da sociedade

civil, através da sua representação nos conselhos municipais, demandarão recursos

da ordem de R$ 247.240,35, especificados da seguinte forma: R$ 3.925,16 para a

elaboração do protocolo de intenções; R$ 135.571,02 para cobrir os gastos com a

articulação e busca de representação do poder público e da comunidade; R$

18.819,87 para custear a realização de eventos e debates; e R$ 88.924,29 para

elaboração do instrumento legislativo municipal.

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QUADRO 2.1.6: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CRIAÇÃO, REESTRUTURAÇÃO E

FORTALECIMENTO DE COMDEMA’s

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de protocolo de intenções 4.000,00 3.925,16

2. Articulação, mobilização e busca de

representação do poder público e da comunidade

20.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

135.571,02

3. Estrutura física e material dos COMDEMA’s 15.000,00 15.000,00 15.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 70.636,63

4. Realização de eventos e debates 5.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 18.819,87

5. Elaboração de instrumento legislativo municipal 15.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 88.924,29

TOTAL (R$) 59.000,00 59.000,00 59.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 317.876,98

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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73

2.2.2. PROGRAMA 2.2: COMUNICAÇÃO AO PÚBLICO E DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA

DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL

Os três projetos incluídos neste programa objetivam registrar,

sistematizar, disponibilizar e prover informações ambientais, bem como apoiar o

monitoramento e estimular potenciais parcerias para a implementação das diversas

ações do Plano de Desenvolvimento Social (PDS) na região da bacia do rio

Pirapama. Estima-se que serão necessários recursos de aproximadamente R$

629.217,40 (em termos de valor presente) para implementar esses três projetos.

2.2.2.1. Projeto 2.2.1: Consulta e Comunicação do Plano de Desenvolvimento

Social aos Diversos Agentes Envolvidos

Este projeto visa apoiar as atividades técnicas, políticas e institucionais

do Plano de Desenvolvimento Social, atuando como instrumento estratégico no

processo de gerenciamento ambiental da bacia, ao tempo em que leva informação a

todos os municípios, escolas, imprensa, indústrias e cidadãos da área de

abrangência do projeto. O principal objetivo desse projeto é manter o publico

informado sobre o estado do meio ambiente, identificando problemas e

estabelecendo estratégias e ações para implementação do PDS. A comunicação

cumpre também o seu papel de buscar a efetiva participação e engajamento das

partes envolvidas, estreitando a relação com os usuários da bacia.

Além de apoiar o comitê do PDS com informações técnicas, apoio

organizacional, informação, assessoria e edição de documentos em reuniões, este

projeto prevê o desenvolvimento e implantação de atividades de educação ambiental

formal, dirigida às escolas de ensino fundamental, bem como a informal ou pública,

dirigida às comunidades e às indústrias localizadas nos municípios integrantes da

bacia. Está previsto também o desenvolvimento e implantação de atividades de

educação sanitária para as várias comunidades, enfocando temas associados a

coleta e disposição final de resíduos domésticos, destinação adequada para esgoto

sanitário e práticas sanitárias saudáveis, que envolvam qualidade de vida, saúde e

higiene pessoal.

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74

Este projeto deverá realizar exposições e divulgação de informações

dirigidas ao público e aos técnicos que atuam nessa área; preparação de palestras,

debates, seminários, mesas-redondas, demonstrações e visitas a campo; produção

de material informativo, tais como boletins, folders, vídeos, revistas de imprensa,

arquivos fotográficos e de vídeos, entre outros.

O QUADRO 2.2.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos da ordem de R$

241.867,31 (valor presente), distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 11.775,47 para

custear a elaboração de versão simplificada do diagnóstico ambiental e do PDS; (2)

R$ 115.519,62 destinados a cobrir os custos com a elaboração de material

informativo; (3) R$ 97.765,99 para realização de eventos e debates; e (4) R$

16.806,22 para custear os gastos com articulações interinstitucionais, envolvendo os

governos municipais e os vários órgãos estatais.

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75

QUADRO 2.2.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CONSULTA E COMUNICAÇÃO DO PLANO DE

DESENVOLVIMENTO SOCIAL AOS DIVERSOS AGENTES ENVOLVIDOS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de versão simplificada do

diagnóstico ambiental e do PDS

12.000,00

11.775,47

2. Elaboração de material informativo 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 115.519,62

3. Realização de eventos e debates 10.000,00 25.000,00 10.000,00 25.000,00 10.000,00 25.000,00 97.765,99

4. Articulação interinstitucional envolvendo

os governos municipais e os órgãos estatais

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

16.806,22

TOTAL (R$) 25.000,00 53.000,00 38.000,00 53.000,00 38.000,00 53.000,00 241.867,31

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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76

2.2.2.2. Projeto 2.2.2: Desenvolvimento e Implantação de um Sistema de

Informações Ambientais

A diversidade de órgãos atuando na região do Pirapama, aliada às

transferências de responsabilidade ambientais das múltiplas instituições que aí

operam, acabam por repercutir negativamente na sistematização das informações,

bem como dificultam a transferência e utilização das mesmas. Verifica-se, portanto,

a necessidade da implantação de um sistema de informações ambientais, com a

característica de universalização, tanto no que se refere à natureza dos dados,

quanto no que diz respeito à origem das organizações que os produzem, objetivando

reunir, organizar e cruzar as informações geradas pelos diversos estudos e

programas na área da bacia do Pirapama, que seja acessível a todos os setores

interessados no planejamento, gestão ou uso dos recursos naturais.

O sistema de informações proposto se constitui de uma base de dados,

informatizada, obtida a partir da coleta, tratamento, armazenamento e recuperação

de dados sobre o meio ambiente. Podem fazem parte desse sistema toda e qualquer

informação referenciada em mapas sobre coordenadas geográficas de pontos de

captação, lançamento, obras hidráulicas e dados hidrometeorológicos; lançamentos

de cargas poluidoras e registros e medições de qualidade das águas; modelos

calibrados para a bacia e de simulação em reservatórios; entre outros.

Este projeto visa, portanto, gerar, registrar, sistematizar e disponibilizar

informações atualizadas sobre a qualidade ambiental na bacia do Pirapama -

através da formação de um banco de dados informatizado, objetivando subsidiar as

decisões de forma a consolidar o Plano de Desenvolvimento Sustentável da Bacia

do Pirapama, assim como servirá de base para fundamentar outros projetos e até

representar um modelo que possa ser aplicado em realidades afins.

O QUADRO 2.2.2 contém o cronograma físico/financeiro desse projeto,

que terá a duração de dois anos, e demandará recursos da ordem de R$

208.083,72, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1) R$

2.916,20 para cobrir os custos com a elaboração do termo de referência e

contratação de consultorias; (2) R$ 28.354,92 para custear o desenvolvimento de

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77

uma rede de coleta de dados sobre valores ecológicos e outros valores ambientais

do sistema hídrico; (3) R$ 72.483,99 destinado ao custeio do desenvolvimento de

sistema de coleta sistemática de informações sobre usos e capacidade de carga de

captação e rejeição; (4) R$ 37.975,34 para custear o estabelecimento de um suporte

informático para armazenamento e processamento da informação; (5) R$ 24.609,68

destinados a cobrir os gastos com o estabelecimento de um sistema de difusão de

informação; e (6) R$ 41.743,59 para cobrir os custos com a formação profissional

dos agentes envolvidos nas várias fases da informação.

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78

QUADRO 2.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE UM

SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBIENTAIS

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência e

contratação de consultorias

3.000,00

2.916,20

2. Desenvolvimento de uma rede de

coleta de dados sobre valores ecológicos

e outros valores ambientais

10.000,00

10.000,00

10.000,00

28.354,92

3. Desenvolvimento de sistema de coleta

sistemática de informações sobre usos e

capacidade de carga de captação e

rejeição

20.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

72.483,99

4. Estabelecimento de um suporte

informático para armazenamento e

processamento da informação

15.000,00

15.000,00

15.000,00

37.975,34

5. Estabelecimento de sistema de difusão

de informação

10.000,00

10.000,00

10.000,00

24.609,68

6. Formação profissional dos agentes

envolvidos nas várias fases da informação

12.000,00

12.000,00

12.000,00

12.000,00

41.743,59

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79

TOTAL (R$) 13.000,00 42.000,00 30.000,00 32.000,00 35.000,00 37.000,00 25.000,00 22.000,00 208.083,72

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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80

2.2.2.3. Projeto 2.2.3: Monitoramento e Avaliação da Qualidade Ambiental na

Área da Bacia

A degradação ambiental que atinge grande parte da bacia do rio

Pirapama é o principal fator que dificulta o desenvolvimento e a implantação do

Plano de Desenvolvimento Sustentável na região. O projeto de monitoramento e

avaliação da qualidade ambiental na área da bacia do Pirapama tem por objetivo

principal permitir o acompanhamento dos indicadores de qualidade ambiental,

monitorando os processos erosivos e assoreamentos agravados em face da

ocupação industrial, urbana, agrícola e mineira, bem como o acompanhamento

periódico da poluição hídrica decorrente dos esgotamentos sanitários e efluentes

industriais e dos resíduos sólidos urbanos e industriais.

As principais ações previstas neste plano são: (a) levantamento de

dados bibliográficos, climatológicos e cartográficos, bem como os aspectos sócio-

econômicos, hidrológicos, geológicos, geomorfológicos, pedológicos e de vegetação,

relevo e uso dos solos da região; (b) formação de um banco de dados com as

informações ambientais; (c) elaboração de normas técnicas e legais de abrangência

municipal que possibilite um efetivo monitoramento ambiental; (d)

redimensionamento da infra-estrutura física dos municípios que permita uma

avaliação ambiental mais efetiva; (e) treinamento de um corpo técnico de

monitoramento, tanto a nível estadual quanto municipal; e (f) articulação eficiente

entre os diferentes órgãos municipais e estaduais para o monitoramento. Além

dessas ações principais são também previstas outras ações secundárias, tais como

produção de materiais educativos, comunicação social e educação ambiental junto

as comunidades locais e populações ribeirinhas.

A estimativa de custo desse projeto foi feita tomando-se por base uma

equipe de trabalho de quatro profissionais, especificada no quadro abaixo. Os

encargos sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha

salarial.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

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81

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Técnico 500,00 160 02 1.000,00

Subtotal - - - 7.500,00

Encargos sociais (100%) - - - 7.500,00

TOTAL - - - 15.000,00

O QUADRO 2.2.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos da ordem de R$

179.266,37 (valor presente), distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 44.816,59 para

monitorar, avaliar e adequar ações de controle ambiental; (2) R$ 89.633,19

destinados a cobrir os custos com a coleta e análise de amostras; (3) R$ 13.915,08

para custear a tabulação das informações e publicação de relatórios e indicadores

de qualidade ambiental; (4) R$ 14.095,29 para cobrir os gastos com o treinamento

da equipe de monitoramento; e (5) R$ 16.806,22 para viabilizar a participação

interinstitucional no monitoramento.

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82

QUADRO 2.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE

AMBIENTAL NA ÁREA DA BACIA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Monitorar, avaliar e adequar ações de controle

ambiental

8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 44.816,59

2. Coleta e análise de amostras 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 89.633,19

3. Tabulação das informações e publicação de

relatórios e indicadores de qualidade ambiental

5.000,00

5.000,00

5.000,00

13.915,08

4. Treinamento da equipe de monitoramento 5.000,00 5.000,00 5.000,00 14.095,29

5. Viabilizar a participação interinstitucional no

monitoramento

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

16.806,22

TOTAL (R$) 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 179.266,37

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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83

2.2.3. PROGRAMA 2.3: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO

Os projetos contidos neste programa objetivam despertar a consciência

ambiental das comunidades, bem como mobilizar a sociedade no sentido desta

participar mais ativamente do esforço de preservação do meio ambiente, através de

ações que visem criar agentes multiplicadores, ampliar a educação ambiental nas

comunidades, e divulgar informações para os diversos agentes envolvidos.

Conforme pode ser observado a seguir, os três projetos vislumbrados nesse

programa demandarão recursos da ordem de R$ 832.472,43, em termos de valor

presente.

2.2.3.1. Projeto 2.3.1: Ações Sistemáticas de Educação Ambiental e Formação

de “Foruns” (Fora) Locais

O diagnóstico sócio-econômico da região da bacia hidrográfica do rio

Pirapama realizado pelo Projeto Pirapama evidenciou um quadro preocupante de

pobreza e falta de oportunidades de desenvolvimento para a grande maioria das

comunidades nessa região. Problemas tais como baixa escolaridade e falta de

informação a respeito de práticas saudáveis na área de saneamento básico são

fortes determinantes das condições precárias de vida dessas populações. Para

agravar esse quadro estão, ainda, os péssimos serviços públicos de abastecimento

de água potável, esgotamento sanitário e limpeza urbana, os quais não conseguem

atender as demandas dessas comunidades por tais serviços básicos.

Um projeto de educação ambiental com a participação ativa e integrada

dos diversos segmentos sociais, por certo contribuirá para a redução de riscos

ambientais e a melhoria das condições de vida da população. Este projeto objetiva,

portanto, desenvolver ações sistemáticas de educação ambiental para os diversos

projetos e formar agentes multiplicadores que atuem junto aos diferentes setores da

sociedade.

O QUADRO 2.3.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de um ano. Uma inspeção desse quadro revela que o

valor presente dos custos totais desse projeto está estimado em R$ 253.529,88, dos

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84

quais R$ 7.632,72 são para cobrir os custos com o desenvolvimento de parcerias no

sentido de implementar processos de gestão compartilhada; R$ 22.476,40 para

custear a mobilização e orientação da população para a consciência ecológica nas

diversas ações do PDS; R$ 51.284,54 destinados ao fortalecimento de organizações

comunitárias locais para o gerenciamento ambiental; R$ 102.569,08 visando cobrir

as despesas com a realização de treinamentos, cursos e oficinas de agentes

multiplicadores para trabalhar nas escolas e nas várias comunidades; e R$

69.567,14 destinados a cobrir os gastos com as campanhas e eventos de educação

ambiental.

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QUADRO 2.3.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE AÇÕES SISTEMÁTICAS DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL E FORMAÇÃO DE “FORUNS” (FORA) LOCAIS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Desenvolver parcerias para implementar

processos de gestão compartilhada

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

7.632,72

2. Mobilização e orientação da população

para a consciência ecológica nas diversas

ações do PDS

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

22.476,40

3. Fortalecimento de organizações

comunitárias locais para o gerenciamento

ambiental

5.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

51.284,54

4. Realização de treinamentos, cursos e

oficinas de agentes multiplicadores para

trabalhar nas escolas e nas várias

comunidades

10.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

102.569,08

5. Promoção de campanhas e eventos de

educação ambiental

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

69.567,14

TOTAL (R$) 21.000,00 51.000,00 51.000,00 51.000,00 49.000,00 49.000,00 253.529,88

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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87

2.2.3.2. Projeto 2.3.2: Fortalecimento das Organizações Comunitárias

A cana-de-açúcar é sem sombra de dúvidas o principal produto

agrícola da região da bacia do Pirapama, a qual é produzida em todos os municípios

integrantes dessa bacia, com grande representatividade em termos de área

plantada. Apesar desse predomínio da cana-de-açúcar, o que de certa forma serve

de suporte para a indústria açucareira e do álcool, o setor primário na região da

bacia do Pirapama absorve apenas 3% da população ocupada. O setor terciário

participa com 40% de toda a mão-de-obra empregada nessa região. No entanto, é a

indústria o setor mais importante em termos de absorção de emprego na área da

bacia do Pirapama, a qual é responsável por cerca de 52% dos postos de trabalho.

As condições socioeconômicas das comunidades rurais que dependem

das plantações de cana-de-açúcar para a sua sobrevivência são extremamente

precárias. A situação econômica é preocupante, pois grande parte dessa população

vive abaixo da linha da pobreza. A maior parte do trabalho agrícola é informal e

sazonal, havendo um claro “período de fome” que vai de março a agosto, período

durante o qual o governo estadual estabelece algumas medidas paliativas, mas

temporárias. Os salários são extremamente baixos e há problemas decorrentes das

relações informais de trabalho. Essas pessoas dependem, via de regra, dos

proprietários das plantações de cana, no tocante à moradia e ao uso da terra.

A atividade industrial é, de fato, a mais importante da bacia do rio

Pirapama. Existem na área da bacia 24 grandes indústrias, as quais produzem

produtos químicos básicos, gases industriais, materiais cerâmicos, caldeiraria,

açúcar e álcool, entre outros. Essa atividade vem sendo estimulada com a definição

de novos projetos de implantação de distritos industriais nos municípios de Escada e

Vitória de Santo Antão, além dos novos empreendimentos industriais no Complexo

Portuário e Industrial de SUAPE, no município do Cabo de Santo Agostinho. No

entanto, o baixo grau de escolaridade dessa população comanda baixos salários, o

que contribui para agravar as condições sociais e ambientais dessa região.

Além do mais, os estudos efetuados na bacia do Pirapama dão conta

que as águas da bacia do rio Pirapama já apresentam altos índices de poluentes,

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88

dentre eles o fósforo total, cujos níveis encontrados (de até 0,15 mg/l) estão bem

acima dos índices permitidos pela Resolução No 20 do CONAMA, que é de 0,025

para águas de Classe 2. Os fatores que mais contribuem para a poluição da bacia

são a fertirrigação com vinhaça, as descargas diretas de vinhaça nos cursos d’água

de usinas de açúcar e destilarias, os efluentes industriais (principalmente da

indústria química), o uso de fertilizantes, pesticidas e herbicidas, e os próprios

esgotos sanitários. As áreas industriais, especialmente em torno do Cabo de Santo

Agostinho, já apresentam dificuldades ambientais significativas. Os pescadores que

pescam a jusante do Cabo têm-se manifestado junto à CPRH, preocupados com o

impacto negativo da poluição sobre o produto da pesca na desembocadura do rio.

Os índices de coliformes fecais são também elevados ao longo da

bacia do Pirapama, comprometendo assim a qualidade de suas águas. A disposição

inadequada dos resíduos sólidos urbanos e industriais em lixões, bem como os

efluentes industriais e os esgotamentos sanitários sem tratamento adequado estão

provocando danos ambientais, contaminando os recursos hídricos da bacia do

Pirapama. Os lixões e o alto potencial poluidor do setor agro-industrial, aliado à falta

de sistemas públicos de esgotamento sanitário nos municípios que integram a bacia

do Pirapama, põem em cheque a qualidade de seus recursos hídricos.

Com exceção do município de Vitória de Santo Antão, o qual apresenta

26% da sua população atendida por rede de esgoto, os sistemas públicos de

esgotamento dos demais municípios limitam-se a conjuntos habitacionais ou vilas

populares, de modo que a grande maioria da população é desprovida de sistemas

de coleta, transporte e tratamento de esgotos, utilizando-se, via de regra, de

sistemas individuais de esgotos sanitários, quando não são lançados a céu aberto.

Os serviços de abastecimento de água na RMR vêm sofrendo algum

racionamento nos últimos anos, o que tem comprometido a regularidade do

atendimento à população, principalmente nas épocas de prolongada estiagem. Os

sistemas de abastecimento de água de outros municípios integrantes da bacia que

não fazem parte da RMR, como Pombos, Escada e Vitória de Santo Antão, já estão

também enfrentando problemas para atender as crescentes demandas por água

potável.

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89

Em síntese, o diagnóstico ambiental na área da bacia hidrográfica do

rio Pirapama mostrou que as condições de saúde pública nessa região são

precárias, com uma grande incidência de doenças de veiculação hídrica, como a

diarréia infecciosa, a cólera, a esquistossomose, a leptospirose. A oferta de serviços

na área de saneamento básico, quando esta existe, é precária tanto em termos

quantitativo quanto qualitativo, contribuindo para o agravamento das condições de

saúde pública nessas comunidades e estabelecendo um quadro social alarmante.

Este projeto visa atuar preliminarmente no sentido de promover e

fortalecer as organizações comunitárias no sentido de despertar nas comunidades a

consciência ecológica e uma maior participação das mesmas na gestão ambiental.

Além do mais e complementarmente, este projeto objetiva mobilizar e estimular a

população no sentido da sua organização com vistas a uma maior participação

comunitária em todas as etapas do processo de elaboração do Plano de

Desenvolvimento Sustentável nessas comunidades.

Este projeto terá duração de um ano e, conforme pode ser observado

no seu cronograma físico e financeiro (QUADRO 2.3.2), o valor presente dos custos

totais desse projeto está estimado em R$ 230.558,43, dos quais R$ 39.602,33 são

para cobrir os custos com a mobilização dos vários segmentos sociais da população;

R$ 37.102,48 para custear a realização de treinamentos e cursos para os agentes

comunitários; e R$ 153.853,63 para apoio material às organizações comunitárias

locais para o gerenciamento ambiental.

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90

QUADRO 2.3.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS

ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Mobilização dos vários segmentos sociais da

população

12.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 39.602,33

2. Realização de treinamentos e cursos para os

agentes comunitários

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

8.000,00

37.102,48

3. Apoio material a organizações comunitárias locais

para o gerenciamento ambiental

15.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

30.000,00

153.853,63

TOTAL (R$) 27.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 404.000,00 44.000,00 230.558,43

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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91

2.2.3.3. Projeto 2.3.3: Fomento às Empresas para Adoção de Políticas Internas

de Gerenciamento Ambiental

A globalização tem se mostrado um importante fator indutor de

eficiência produtiva por parte das empresas, visto que, ao buscarem se adequar às

exigências do mercado, elas reduzem os seus custos e melhoram a sua

competitividade. Nesse contexto, os países industrializados vêm utilizando

instrumentos comerciais para garantir não apenas o fluxo da balança comercial, mas

também a melhoria da performance de suas empresas. Um desses instrumentos é a

certificação das Normas ISO, particularmente a série 14.000 que trata da qualidade

ambiental. Nesse sentido, as empresa têm sido incentivadas a investir na

implantação de sistemas de gerenciamento ambiental, com o objetivo de alcançar a

certificação ISO 14.000, permitindo assim que elas se lancem no mercado

internacional. Ademais, o surgimento da lei de crimes ambientais, veio reforçar de

forma contundente a necessidade do enquadramento das empresas às normas

ambientais vigentes, sob pena das conseqüências cabíveis na área do direito penal.

Este projeto objetiva contribuir para uma mudança no comportamento

degradador das empresas instaladas na área da bacia do Pirapama, induzindo-as a

adotarem práticas que otimizem tanto o consumo de recursos naturais (matérias-

prima e energia) quanto a produção de resíduos, através da implantação de um

sistema de gestão ambiental, nos moldes da ISO 14.000.

O custo total desse projeto é basicamente determinado pelo seu

componente de custo com pessoal, o qual foi estimado com base em uma equipe de

trabalho composta por seis profissionais, um coordenador, dois engenheiros sênior,

um economista sênior e dois técnicos. Os salários da equipe técnica e os custos

com pessoal estão detalhados no quadro abaixo. Os encargos sociais foram

estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

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92

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 02 7.000,00

Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Técnico 500,00 160 02 1.000,00

Subtotal - - - 15.500,00

Encargos sociais (100%) - - - 15.500,00

TOTAL - - - 31.000,00

Este projeto terá duração de um ano e consumirá recursos da ordem

de R$ 348.384,12, em termos de valor presente, conforme pode ser visto no

cronograma físico e financeiro do QUADRO 4.2.1. O custo total foi desagregado em

componentes da seguinte forma: (1) R$ 21.588,36 para cobrir os custos com a

preparação e definição do universo de trabalho, protocolo de intenções e termos de

referência; (2) R$ 52.876,13 para identificação e encaminhamento dos problemas

comuns; (3) R$ 38.163,60 para cobrir os custos com o diagnóstico ambiental nas

áreas afetadas pelas indústrias; (4) R$ 82.953,42 para custear a implementação de

programas de capacitação técnica para as indústrias envolvidas no gerenciamento

ambiental; (5) R$ 60.912,27 para criação de modelos com instrumentos operacionais

para o desenvolvimento dos sistemas de gerenciamento ambiental; (6) R$ 56.005,82

para elaboração de modelos com instrumentos econômicos que incentivem a

adoção de prática do gerenciamento ambiental; e (7) R$ 35.884,53 para custear o

estudo de avaliação dos resultados.

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QUADRO 2.3.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE FOMENTO ÀS EMPRESAS PARA ADOÇÃO DE

POLÍTICAS INTERNAS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Definição do universo de trabalho, protocolo de

intenções e termos de referência

22.000,00

21.588,36

2. Identificação e encaminhamento dos problemas

comuns

15.000,00 20.000,00 20.000,00 52.876,13

3. Diagnóstico ambiental 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 38.163,60

4. Programas de capacitação técnica nas empresas 12.000,00 12.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 82.953,42

5. Elaboração de modelos com instrumentos

operacionais

10.000,00 10.000,00 10.000,00 15.000,00 15.000,00 5.000,00 60.912,27

6. Elaboração de modelos com instrumentos

econômicos

5.000,00 10.000,00 10.000,00 15.000,00 15.000,00 5.000,00 56.005,82

7. Avaliação dos resultados 10.000,00 30.000,00 35.884,53

TOTAL (R$) 62.000,00 62.000,00 62.000,00 62.000,00 62.000,00 62.000,00 348.384,12

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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95

2.3. ESTRATÉGIA 3: MELHORIA DO MEIO AMBIENTE NATURAL

Os programas previstos nesta estratégia objetivam proteger a

cobertura vegetal e as áreas de instabilidade e sensibilidade ambiental, promover o

ordenamento racional e o disciplinamento do uso e ocupação do solo, bem como

desenvolver e ampliar o controle da poluição na bacia do Pirapama.

2.3.1. PROGRAMA 3.1: PROTEÇÃO DA COBERTURA VEGETAL E DE ÁREAS DE

SENSIBILIDADE AMBIENTAL

Este programa contempla a implementação de dois projetos, cujos

custos totais são de R$ 433.360,98, em termos de valor presente, e tem por objetivo

maior proteger e recuperar remanescentes de mata atlântica, manguezais e

vegetação protetora de mananciais.

2.3.1.1. Projeto 3.1.1: Criação, Regulamentação e Implementação de Espaços

Protegidos

O QUADRO 3.1.1 mostra o cronograma físico/financeiro desse projeto,

que tem duração prevista de um ano para sua implementação, e apresenta um custo

total estimado em cerca de R$ 109.666,68 (valor atual), dos quais R$ 5.778,26 são

para cobrir os custos com o levantamento das propostas de espaços de proteção

ambiental, durante os seis primeiros meses (ou três bimestres), conforme mostrado

no QUADRO 3.1.1. Estima-se ainda recursos de R$ 8.667,39, em termos de valor

atual, para custear as despesas com a discussão das propostas através de

seminários e consultas aos agentes envolvidos nesse projeto, conforme detalhado

no Documento 1 da Agenda 21. Está previsto, ainda, recursos da ordem de R$

14.182,06 (valor atual) para cobrir os gastos com a mobilização das prefeituras para

a questão da proteção ambiental e a articulação interinstitucional destas com os

órgãos estaduais e federais, em termos de planejamento e fiscalização, visando a

proteção dos ecossistemas.

Este projeto prevê também o estudo descritivo de áreas de

preservação ambiental, principalmente as sete reservas ecológicas (definidas na Lei

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Estadual no. 9.989/87), bem como aquelas situadas na área costeira (com

remanescentes da mata atlântica, manguezais, matas de restinga, áreas alagáveis e

praias, entre a foz do rio Massangana e a foz do rio Jaboatão). Estes estudos

demandarão recursos da ordem de R$ 14.445,64 (valor presente). Estima-se que

serão necessários R$14.699,52 para fazer face aos custos com o zoneamento

dessas áreas e R$ 36.748,81 para o respectivo plano de manejo, ambos em termos

de valor presente. O projeto contempla ainda recursos de cerca de R$ 15.144,99

(valor presente) para cobrir custos com a elaboração de projetos de instrumento

legislativo para posterior apreciação na Câmara de Deputados.

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QUADRO 3.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CRIAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E

IMPLEMENTAÇÃO DE ESPAÇOS PROTEGIDOS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)*

1. Levantamento das propostas de espaços de

proteção ambiental

2.000,00

2.000,00

2.000,00

5.778,26

2. Discussão das propostas através de seminários

e consultas aos atores envolvidos

3.000,00

3.000,00

3.000,00

8.667,39

3. Mobilização e articulação interinstitucional 5.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 14.182,06

4. Estudo descritivo de áreas de preservação

ambiental

5.000,00 5.000,00 5.000,00 14.445,64

5. Zoneamento 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 14.699,52

6. Plano de manejo 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 36.748,81

7. Projeto de instrumento legislativo 5.000,00 3.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 15.144,99

TOTAL (R$) 20.000,00 15.000,00 28.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00 109.666,68

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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2.3.1.2. Projeto 3.1.2: Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas

Este projeto prevê o reflorestamento e a recuperação de áreas sob

proteção ambiental (Matas de Camaçari, Zumbi, Duas Lagoas, Contraçude, Gurjaú,

Bom Jardim, Serra do Cotovelo, Serra do Cumaru, e Serra do Urucu), as matas de

Escada (Alegria e Cidadão) e matas dos municípios de Pombos e Vitória. O projeto

contempla ainda a restauração da vegetação ciliar em vários trechos dos rios

Pirapama e Gurjaú, bem como nas margens do reservatório do sistema Gurjaú.

O referido projeto terá duração total de dois anos (ou oito trimestres) e

o valor atual do custo total previsto para esse projeto é de cerca de R$ 323.694,30,

conforme pode ser visto na última célula do QUADRO 3.1.2. O valor atual do custo

total está composto dos seguintes componentes: (1) R$ 20.168,99 para cobrir os

gastos com o levantamento sócio-econômico das comunidades envolvidas com a

degradação das matas; (2) R$ 25.286,29 para custear a campanha de mobilização e

conscientização da população sobre a conservação ambiental; (3) R$ 16.935,98

para construção de parcerias integrando órgãos públicos e privados, proprietários de

terra e a comunidade em geral, visando a preservação do meio ambiente; (4) R$

43.136,04 para financiar a construção de viveiros e produção de mudas; (5) R$

208.180,36 para custear todo o processo de replantio e/ou recuperação de áreas

degradadas, em um total de 162 hectares; e (6) R$ 9.986,65 para fazer face ao

custo com o monitoramento e o acompanhamento de alterações no meio ambiente.

O QUADRO 3.1.2 mostra também o cronograma físico desse projeto.

A estimativa do custo total com as mudas foi obtida admitindo-se que a

construção dos viveiros demandará recursos da ordem de R$ 9.600,00, logo no

primeiro trimestre. Quanto ao custo com mudas, estimou-se que deverão ser

produzidas cerca de 18.000 mudas por mês (o eqüivalente a 54.000 mudas por

trimestre). Na estimativa de custo com a recuperação das áreas degradadas admitiu-

se o requerimento técnico (para o replantio) de aproximadamente 2.000 mudas por

hectare, com espaçamento de 2 a 3 metros. Nessa estimativa vislumbrou-se o

replantio com mudas de espécies nativas da região, abrangendo uma área de

aproximadamente 9 hectares por mês (ou 27 hectares por trimestre). Assim,

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99

tomando-se o custo unitário de R$ 0,10 por muda produzida nesses viveiros, obtém-

se um custo trimestral de cerca de R$ 5.400,00.

A justificativa para a preservação das formações vegetais da região é a

garantia da estabilidade das áreas de drenagem, evitando a perda de solo para os

corpos d’água através de processos erosivos e o conseqüente assoreamento dos

mesmos. Além de oferecer condições de vida para a avifauna da região, as matas

ciliares podem dar importante contribuição ao processo de regularização do regime

hidrológico dos cursos d’água, aumentando seu volume e a quantidade das águas

da bacia hidrográfica.

Admitiu-se, por hipótese, o replantio de uma área de 27 hectares por

trimestre, durante seis semestres, o que perfaz um total de 162 hectares. Assim,

tomando-se o custo unitário de R$ 1.500,00 por hectare replantado, estima-se que o

custo com a recuperação das áreas degradadas seja da ordem de R$ 40.500,00 por

trimestre, conforme pode ser visto na penúltima linha do QUADRO 3.1.2.

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100

QUADRO 3.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE REFLORESTAMENTO E

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VALOR

ATUAL (R$)*

1. Levantamento sócio-econômico das

comunidades envolvidas com a

degradação das matas

12.000,00

9.000,00

20.168,99

2. Campanha de mobilização e

conscientização da população sobre a

conservação ambiental

9.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

25.286,29

3. Construção de parcerias integrando

órgãos públicos e privados, proprietários

de terra e a comunidade em geral

6.000,00

6.000,00

3.000,00

3.000,00

16.935,98

4. Construção de viveiros de mudas 15.000,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 43.136,04

5. Replantio e/ou recuperação de áreas

degradadas (total de 162 hectares)

40.500,00

40.500,00

40.500,00

40.500,00

40.500,00

40.500,00

208.180,36

6. Monitoramento e acompanhamento

de alterações

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

9.986,65

TOTAL (R$) 42.000,00 26.400,00 54.900,00 54.900,00 48.900,00 48.900,00 48.900,00 43.500,00 323.694,30

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101

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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102

2.3.2. PROGRAMA 3.2: ORDENAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Os cinco projetos deste programa objetivam disciplinar e regulamentar

a ocupação e uso do solo, bem como a exploração dos recursos minerais, de modo

a melhorar a qualidade do meio ambiente na área da bacia do Pirapama. Os

projetos vislumbrados nesse programa demandarão recursos da ordem de R$

48.646.272,02, em termos de valor presente.

2.3.2.1. Projeto 3.2.1: Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo

A ocupação urbana de forma desordenada constitui-se em um

problema grave que assume grandes proporções na área da bacia do Pirapama,

principalmente no entorno da bacia que inclui a lagoa Olho D'água, Ponte dos

Carvalhos, a faixa costeira e a área industrial de Suape. Os problemas mais graves

nessas áreas são a ocupação urbana irregular e a favelização, cujas habitações não

dispõem dos principais serviços de saneamento básico. As conseqüências dessa

expansão habitacional e ocupação urbana desordenada são os desmatamentos e a

poluição de canais e lagoas por resíduos sólidos, as quais ameaçam o

desenvolvimento sustentável dessa região, onde se destacam as potencialidades na

área de turismo e lazer.

Visando minimizar esses problemas, este projeto prevê o

disciplinamento do uso e ocupação do solo urbano e rural de toda bacia, o qual

envolve um complexo de interesses e legislações existentes, relativos a diversos

setores institucionais, incluindo não só os próprios municípios integrantes, como

também, os órgãos metropolitanos e estaduais. Assim, o principal objetivo desse

projeto é, portanto, promover a melhoria da qualidade dessa região, verificando os

espaços de características próprias que poderão ser valorizados pelo zoneamento.

Conforme pode ser visto no quadro abaixo, os custos médios com a

equipe técnica para execução desse projeto foram avaliados tomando-se por base o

valor médio de R$ 50,00 por hora de consultoria técnica (coordenação de trabalhos

e estudos), bem como considerou-se o salário médio de R$ 3.500,00 para prestação

de serviço de engenheiro, arquiteto, economista, em jornada mensal de trabalho de

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103

160 horas. O salário para prestação de serviço do pessoal técnico foi considerado

em R$ 500,00, com igual jornada de trabalho. Considerou-se para efeito de cálculo

do custo com pessoal um acréscimo de 100% da folha salarial, a título de encargos

sociais.

Estima-se serem necessários recursos da ordem de R$ 17.334,77, em

termos de valor atual distribuídos em três parcelas bimestrais de R$ 6.000,00, para

custear a contratação de serviços para executar as tarefas de identificação de

problemas específicos e o levantamento dos condicionantes e restrições ambientais

nas áreas críticas, servindo assim para fundamentar um conjunto de medidas e

ações que qualifiquem essa região. No levantamento de custos está previsto um

valor atual de R$ 34.669,54 (em três parcelas bimestrais de R$ 12.000,00) para

custear os serviços de identificação de alternativas viáveis de uso do solo rural, R$

28.891,29 (desagregado em três parcelas bimestrais de R$ 10.000,00) para

identificar e disponibilizar áreas para expansão urbana, e R$ 52.004,32 (em três

parcelas iguais de R$ 18.000,00 por bimestre) para custear os estudos de

otimização dos espaços industriais, tanto os já consolidados quanto aqueles em

expansão.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Arquiteto 3.500,00 160 01 3.500,00

Engenheiro 3.500,00 160 01 3.500,00

Economista 3.500,00 160 01 3.500,00

Técnico 500,00 160 01 500,00

Subtotal 15.000,00 - - 15.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 15.000,00

TOTAL - - - 30.000,00

Objetivando implantar espaços de lazer nas áreas urbanas, o projeto

contempla ainda a urbanização de uma área total de 4 hectares, implementada nos

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104

quatro últimos bimestres, ao custo unitário de R$ 35.000,00 por hectare urbanizado,

o que significa um custo bimensal de aproximadamente R$ 35.000,00, cujo valor

atual é de cerca de R$ 128.620,84.

Estão previstos ainda recursos da ordem de R$ 28.891,29 (em valor

atual), disponibilizados em três parcelas bimestrais e iguais de R$ 10.000,00 para

cobrir os custos com a compatibilização de ações e zoneamentos diversos. No

levantamento dos custos contempla-se, também, recursos da ordem de R$

11.556,51, em três parcelas iguais de R$ 4.000,00 por bimestre, para fazer face aos

custos com o envolvimento interinstitucional de órgãos públicos e privados no

sentido de implementar uma política mais efetiva e permanente de fiscalização do

uso e da ocupação do solo.

O QUADRO 3.2.1 mostra o cronograma físico/financeiro desse projeto,

o qual está previsto para ser implementado em um prazo de um ano. Conforme pode

ser visto na última célula desse quadro, o custo total (em valor atual) do zoneamento

do uso e ocupação do solo na bacia do Pirapama está estimado em R$ 301.968,57,

desagregado por seus componentes acima especificados.

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QUADRO 3.2.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE ZONEAMENTO

DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Identificação de problemas, condicionantes e

restrições ambientais em áreas críticas já

identificadas

6.000,00

6.000,00

6.000,00

17.334,77

2. Identificação de alternativas viáveis de uso

do solo rural sob o ponto de vista econômico e

ambiental

12.000,00

12.000,00

12.000,00

34.669,54

3. Identificação de áreas disponíveis e

adequadas à expansão urbana visando atender

as necessidades básicas de infra-estrutura

10.000,00

10.000,00

10.000,00

28.891,29

4. Otimização dos espaços industriais já

consolidados e os em expansão

18.000,00

18.000,00

18.000,00

52.004,32

5. Implantação de espaços de lazer em áreas

urbanas

35.000,00 35.000,00 35.000,00 35.000,00 128.620,84

6. Compatibilização de ações e zoneamentos

diversos

10.000,00 10.000,00 10.000,00 28.891,29

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106

7. Envolvimento interinstitucional de órgãos

públicos e privados para uma política mais

efetiva e permanente de fiscalização de uso e

ocupação do solo

4.000,00

4.000,00

4.000,00

11.556,51

TOTAL (R$) 60.000,00 60.000,00 95.000,00 35.000,00 35.000,00 35.000,00 301.968,57

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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107

2.3.2.2. Projeto 3.2.2: Requalificação dos Sítios Históricos

O diagnóstico ambiental da bacia do Pirapama identificou um número

bastante significativo de pontos com potencialidades para o ecoturismo, entre os

quais encontram-se as sedes de engenhos com suas características capelas e

casas grandes, de grande valor histórico e cultural, representativos do período do

ciclo da monocultura da cana-de-açúcar, que integram a paisagem características da

região e interagem com as plantações nativas, resquícios de mata atlântica e outros

elementos naturais. No entanto, esse vasto patrimônio encontra-se em acentuado

estado de depredação, conseqüência direta da atual crise do setor sucro-alcooleiro.

Este projeto visa requalificar os sítios históricos, promovendo a

recuperação e a conservação de monumentos e sítios histórico-culturais e a sua

utilização turística através da criação de um circuito ecológico-turístico.

Os custos desse projeto foram agrupados em três categorias: (a)

custos com a equipe de trabalho necessária para fazer os levantamentos e

avaliações necessárias; e (b) custos de melhoria da infra-estrutura para facilitar o

circuito do ecoturismo; e (c) custos com recuperação de monumentos e sítios

históricos. Estima-se que serão necessários recursos totais da ordem de R$

4.465.330,13, em termos de valor presente, dos quais R$ 202.287,56 destinam-se a

cobrir os custos com a equipe de trabalho; R$ 2.183.976,03 para custear a melhoria

da infra-estrutura; e (c) R$ 2.079.066,54 para cobrir os custos com recuperação de

monumentos e sítios históricos.

A equipe de trabalho para fazer os levantamentos e avaliações dos

sítios históricos e elaboração e implantação do roteiro turístico será composta de

três profissionais, cujos custos médios podem ser observados no quadro abaixo.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Arquiteto Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

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108

Subtotal - - - 9.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 9.000,00

TOTAL - - - 18.000,00

O custo da infra-estrutura foi estimado com base na construção e

melhoria de 30 km de malha viária e acessos, implementados em três bimestres, ao

custo unitário de R$ 80.000 por km. O custo bimestral com material de construção foi

estimado em R$ 296.000,00, o que representa 80% do custo total (R$ 370.000,00

por bimestre). A equipe de restauração será composta de um coordenador, dois

engenheiros, dois mestres de obra, quatro pedreiros, dois carpinteiros, dois pintores

e dez serventes, cujos custos unitários podem ser observados no quadro abaixo,

cujo valor bimensal é de cerca de R$ 74.000,00.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro 3.500,00 160 02 7.000,00

Mestre de obra 1.200,00 160 02 2.400,00

Pedreiro 450,00 160 04 1.800,00

Carpinteiro 450,00 160 02 900,00

Pintor 450,00 160 02 900,00

Servente 150,00 160 10 1.500,00

Subtotal - - - 18.500,00

Encargos sociais (100%) - - - 18.500,00

TOTAL - - - 37.000,00

O QUADRO 3.2.2 mostra o cronograma físico e financeiro do projeto.

Os custos (valor presente) foram distribuídos de acordo com os seguintes

componentes: (1) R$ 23.113,03 para cobrir os gastos com o levantamento fundiário

dos sítios históricos, identificação dos acervos atrativos e potencialidades

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109

paisagísticas e culturais; (2) R$ 39.492,85 para custear a avaliação da situação atual

dos sítios, estado de conservação, grau de descaracterização e melhoria das

condições de acesso; (3) R$ 2.198.421,67 para a identificação e construção de

equipamentos de infra-estrutura necessários ao desenvolvimento da atividade; (4)

R$ 2.079.066,54 para cobrir os custos com a intervenção, restauração e

recuperação das edificações; (5) R$ 41.745,34 para cobrir os gastos com a

elaboração e implantação de um roteiro turístico; e (6) R$ 83.490,69 para a definição

e implementação de programa de conscientização e preservação dos valores

culturais identificados.

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110

QUADRO 3.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE

REQUALIFICAÇÃO DOS SÍTIOS HISTÓRICOS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Levantamento fundiário dos sítios históricos,

identificação dos acervos atrativos e potencialidades

paisagísticas e culturais

8.000,00

8.000,00

8.000,00

23.113,03

2. Avaliação da situação atual dos sítios, estado de

conservação, grau de descaracterização e condições

de acesso

8.000,00

8.000,00

8.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

39.492,85

3. Identificação e construção de equipamentos de

infra-estrutura necessários ao desenvolvimento da

atividade

5.000,00

5.000,00

5.000,00

800.000,00

800.000,00

800.000,00

2.198.421,67

4. Intervenção, restauração e recuperação das

edificações e infra-estrutura

370.000,00

370.000,00

370.000,00

370.000,00

370.000,00

370.000,00

2.079.066,54

5. Elaboração e implantação de um roteiro turístico 5.000,00 5.000,00 5.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 41.745,34

6. Definição e implementação de programa de

conscientização e preservação dos valores culturais

identificados

10.000,00

10.000,00

10.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

83.490,69

TOTAL (R$) 406.000,00 406.000,00 406.000,00 1.206.000,00 1.206.000,00 1.206.000,00 4.465.330,13

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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111

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112

2.3.2.3. Projeto 3.2.3: Parque Metropolitano Lagoa Olho D’água

A lagoa Olho D’Água está situada em uma micro-bacia com 3.350

hectares, próximo ao estuário dos rios Jaboatão e Pirapama, mas considerada área

do entorno da bacia devido a influência deste curso d’água sobre o rio Pirapama.

Com 375 hectares de espelho de água, a lagoa Olho D’Água é considerada uma

área de grande beleza cênica. No entanto, a ocupação urbana desordenada e/ou

irregular tem contribuído para o acentuado processo de degradação dessa lagoa,

resultado direto dos aterros indiscriminados, que tem provocado o seu

assoreamento, e dos despejos de esgotos domésticos e industriais, os quais são um

constante foco de contaminação.

Este projeto visa implementar medidas de recuperação ambiental no

Parque Metropolitano Lagoa Olho D’Água, com os seguintes objetivos específicos:

(i) beneficiar as comunidades locais e estimular as atividades turísticas culturais e de

lazer, (ii) eliminar os focos de contaminação de doenças transmissíveis pelo contato

com as águas servidas; (iii) promover a implantação de atividades adequadas ao

uso do parque; (iv) estimular o desenvolvimento de atividades artísticas e de

pesquisa; e (iv) ampliar e melhor a infra-estrutura de saneamento básico e a sua

acessibilidade.

Este projeto prevê alguns estudos preliminares e a elaboração de um

relatório técnico, que deverá conter as diretrizes para a implantação do plano de

recomposição ambiental, onde são contemplados os seguintes itens: (i) limpeza e

dragagem da lagoa, com a retirada das macrófitas e do excesso de terra; (ii)

identificação e retirada das fontes de poluição; (iii) implantação de matas ciliares; (iv)

tratamento paisagístico; e (v) urbanização, entre outros. O QUADRO 3.2.3 mostra o

cronograma físico/financeiro do projeto Parque Metropolitano Lagoa Olho D’Água,

cujo custo total (em valor atual) é de R$ 2.765.804,50. A seguir encontra-se o

levantamento de custos e o seu detalhamento por componente.

Estima-se que será necessário um valor atual de ordem de R$

86.263,95, em duas parcelas trimestrais de R$ 45.000,00, nos dois primeiros

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113

trimestres, para custear a elaboração dos estudos preliminares e do projeto

executivo.

Estima-se que será necessário um valor atual de R$ 9.720,65 para

cobrir os custos com o cadastramento das habitações em áreas de risco ou em

áreas não apropriadas. O custo total com a elaboração e implementação de um

programa de regularização das habitações foi estabelecido de acordo com o quadro

abaixo, cujo valor atual foi de R$ 310.076,32, cuja ação se estende por seis

trimestres. Os custos médios com a equipe técnica para execução desse projeto

foram avaliados tomando-se por base o valor médio de R$ 50,00 por hora de

consultoria técnica (coordenação de trabalhos e estudos), bem como considerou-se

o salário médio de R$ 2.500,00 para prestação de serviço de engenheiro júnior e

economista júnior, em jornada mensal de trabalho de 160 horas. O salário para

prestação de serviço do pessoal técnico foi considerado em R$ 500,00, com igual

jornada de trabalho. Considerou-se para efeito de cálculo do custo com pessoal um

acréscimo de 100% da folha salarial, a título de encargos sociais.

Estima-se um valor atual da ordem de R$ 26.037,47, para cobrir os

custos com a elaboração e implantação de um modelo de gestão para o Parque

Metropolitano Lagoa Olho D’Água.

Os custos com a implantação de instrumentos legais e de programa de

fiscalização permanente foram também avaliados com base no quadro abaixo e uma

equipe semelhante, cujo valor atual é da ordem de R$ 240.639,20, de acordo com o

cronograma físico/financeiro do QUADRO 3.2.3.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Técnico 500,00 160 01 500,00

Subtotal - - - 9.500,00

Encargos sociais (100%) - - - 9.500,00

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114

TOTAL - - - 19.000,00

São estimados recursos da ordem de R$ 516.588,95, em termos de

valor atual, para cobrir os custos com a elaboração e implementação de um

programa de limpeza e despoluição da lagoa (retirada das macrófitas e do excesso

de terra), justificados da seguinte forma: (a) R$ 30.000,00 para o projeto básico, logo

no primeiro trimestre; (b) R$ 85.000,00 trimestrais para dragagem por sucção e

recalque do material orgânico depositado nas áreas mais críticas de seu entorno,

implementado à razão de 2.500 m2 por trimestre, em um total de seis trimestres, ao

custo unitário de R$ 34,00 por m2; e (c) R$ 11.400,00 trimestrais para escavação

mecânica de 12.000 m3, implementado à razão de 3.000 m3 por trimestre, ao custo

médio de R$ 3,80 por m3.

Com base na proposta de zoneamento para essa lagoa, estima-se um

custo de R$ 1.331.019,05 (valor atual) para implantação e melhoria de 20 km de

malha viária e acessos, implementados em dois trimestres, ao custo unitário de R$

80.000 por km.

O crescimento urbano verificado nessa área tem contribuído para a

degradação do meio ambiente, através de desmatamentos, descapeamentos e a

deposição de solo de obras civis. O custo previsto, em termos de valor atual, para

recuperação dessas áreas degradas e áreas verdes existentes é da ordem de R$

87.384,35. Estima-se que serão replantados 60 hectares de mudas, à razão de 10

hectares por trimestre, ao custo unitário de R$ 1.5000,00 por hectare. Como serão

necessárias 2.000 mudas por hectare reflorestado, acrescenta-se ainda o custo com

a produção de mudas, que é da ordem de R$ 0,10 por unidade, de modo que o

custo trimestral será igual a 10 x (R$ 1.500,00 + 2.000,00 x R$ 0,10) = R$

17.000,00.

Quanto a elaboração de projeto de urbanização e tratamento

paisagístico, o qual prevê a implantação de equipamentos, infra-estrutura e

mobiliário urbano, a estimativa de custo é de cerca de R$ 158.074,56, dos quais R$

30.000,00 são para cobrir o custo com o projeto paisagístico; R$ 15.000,00

trimestrais, durante cinco trimestres, para a implantação desse projeto em uma área

total de 5 hectares, ao custo unitário de R$ 15.000,00 por hectare; R$ 20.000,00

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115

trimestrais, em um total de três, para obras de infra-estrutura; e R$ 30.000,00 para

mobiliário urbano.

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116

QUADRO 3.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO PARQUE

METROPOLITANO LAGOA ALHO D’ÁGUA

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração dos estudos preliminares e do projeto

executivo

45.000,00

45.000,00

86.263,95

2. Cadastramento das habitações em áreas de risco

ou em áreas não apropriadas

10.000,00

9.720,65

3. Elaboração e implementação de um programa de

regularização das habitações

57.000,00

57.000,00

57.000,00

57.000,00

57.000,00

57.000,00

310.076,32

4. Elaboração e implantação de um modelo de

gestão para o Parque

30.000,00

26.037,47

5. Implantação de instrumentos legais e de

programa de fiscalização permanente

57.000,00

57.000,00

57.000,00

57.000,00

57.000,00

240.639,20

6. Elaboração e implementação de um programa de

despoluição da lagoa

30.000,00

85.000,00

85.000,00

85.000,00

96.400,00

96.400,00

96.400,00

11.400,00

516.588,95

7. Implantação e melhoria da malha viária e acessos

com base na proposta de zoneamento

800.000,00

800.000,00

1.331.019,05

8. Recuperação das áreas degradadas e das áreas

verdes existentes

17.000,00

17.000,00

17.000,00

17.000,00

17.000,00

17.000,00

87.384,35

9. Elaboração de projeto paisagístico com

implantação de equipamentos, infra-estrutura e

mobiliário urbano

30.000,00

15.000,00

15.000,00

15.000,00

35.000,00

20.000,00

20.000,00

30.000,00

158.074,56

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117

TOTAL (R$) 172.000,00 202.000,00 174.000,00 231.000,00 292.400,00 1.047.400,00 990.400,00 115.400,00 2.765.804,50

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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118

2.3.2.4. Projeto 3.2.4: Disciplinamento da Extração Mineral

Na região da bacia do Pirapama foram identificadas duas principais

formas de exploração mineral: a extração de caulim, na faixa costeira, entre as

praias de Gaibú e do Paiva e a extração de areia, nos terraços costeiros (engenho

Ilha) e estuário do Pirapama. Apesar de ter seu controle previsto em instrumentos

legislativos e depender de licenciamento ambiental da CPRH, essa atividade vem

causando evidente degradação ambiental. A extração de areia fina no engenho Ilha

vem produzindo extensas crateras sem que se tenha tomado qualquer providência

para restaurar a superfície do solo. A extração de caulim em áreas próximas às

praias Enseada dos Corais, Itapoama e Paiva e nas matas de Zumbi, Duas Lagoas

e Camaçari, além de também produzir extensas crateras vem causando a destruição

da vegetação, inclusive de Mata Atlântica, Além desses aspectos, há evidências,

constatadas através dos estudos realizados pelo Projeto Pirapama, de que essas

áreas abrigam zona de recarga do aqüífero Algodoais, manancial subterrâneo da

maior importância para o abastecimento da faixa costeira (Candeias, Piedade e Boa

Viagem).

O controle da atividade de extração mineral e proteção das referidas

áreas de valor ecológico, paisagístico e hidrológico requer o efetivo cumprimento da

legislação. Para isso são necessárias medidas que busquem a mobilização

institucional, envolvendo o município e os órgãos estaduais (CPRH e FIDEM) e

federais (DNPM e IBAMA), além da constituição de instrumentos de planejamento

tais como, zoneamento ambiental e mapeamento geológico, bem como o

estabelecimento de instrumentos normativos e acordos pactuados entre os diversos

órgãos e partes envolvidas. Este projeto tem por objetivo controlar e disciplinar a

extração mineral visando proteger ecossistemas e áreas sensíveis, bem como

recuperar áreas degradadas por essa atividade.

A equipe de trabalho será composta de três profissionais, cujos custos

médios podem ser observados no quadro abaixo.

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119

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Subtotal - - - 9.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 9.000,00

TOTAL - - - 18.000,00

Deverão ser selecionadas na área da bacia algumas áreas críticas,

resultantes dessa atividade mineral, para sua recuperação ambiental, utilizando-se

técnicas de reafeiçoamento dos terrenos e reflorestamento, com a participação

efetiva das comunidades locais afetadas, objetivando reintegrar essas áreas ao meio

ambiente natural. Na recuperação dessas áreas degradas, estima-se que serão

necessários movimentar um volume total de terra da ordem de 20.000 m3,

implementados a uma taxa de 5.000 m3 por bimestre, ao custo médio de R$ 15,00

por m3 de terra movimentada, o que representa um custo bimensal de R$ 75.000,00.

São previstos ainda o replantio de mudas e a urbanização em uma área total de

aproximadamente 40 hectares, implementada à razão de 10 hectares por bimestre,

ao custo unitário de R$ 2.500,00 por hectare replantado e urbanizado, o que

significa um custo de R$ 25.000,00 por bimestre.

O QUADRO 3.2.4 mostra o cronograma físico e financeiro do projeto, o

qual demandará um ano para ser implementado e recursos da ordem de R$

569.775,68 (em termos de valor presente), dos quais: (1) R$ 57.782,57 são

destinados a elaboração de diagnóstico detalhado das áreas atuais de exploração

mineral e dos impactos dessa atividade sobre o meio ambiente; (2) R$ 386.930,30

para implementar medidas e ações de preservação ambiental (reflorestamento) e

estudo dos possíveis impactos sobre a atividade econômica das novas medidas a

serem implementadas; (3) R$ 22.476,40 destinados ao levantamento dos

procedimentos e práticas de controle adotadas pelo Estado e pelos Municípios; (4)

R$ 36.748,81 para cobrir os custos com a implementação de novos procedimentos

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120

para licenciamento, controle e fiscalização; (5) R$ 11.238,20 para custear a

elaboração de convênios e acordos entre os vários agentes para conservação das

áreas potencialmente exploráveis; e (6) R$ 54.599,40 para o monitoramento das

alterações ambientais.

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121

QUADRO 3.2.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE

DISCIPLINAMENTO DA EXTRAÇÃO MINERAL

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração de diagnóstico detalhado das áreas

atuais de exploração mineral e dos impactos dessa

atividade sobre o meio ambiente

20.000,00

20.000,00

20.000,00

57.782,57

2. Implementação de medidas e ações de

preservação ambiental (reflorestamento) e estudo

dos possíveis impactos sobre a atividade econômica

das novas medidas a serem implementadas

10.000,00

10.000,00

100.000,00

100.000,00

100.000,00

100.000,00

386.930,30

3. Levantamento dos procedimentos e práticas de

controle adotadas pelo Estado e Municípios

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

22.476,40

4. Implementação de novos procedimentos para

licenciamento, controle e fiscalização

10.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

36.748,81

5. Elaboração de convênios e acordos entre os vários

agentes para conservação das áreas potencialmente

exploráveis

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

11.238,20

6. Monitoramento das alterações ambientais 20.000,00 20.000,00 20.000,00 54.599,40

TOTAL (R$) 36.000,00 36.000,00 136.000,00 136.000,00 136.000,00 136.000,00 569.775,68

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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122

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123

2.3.2.5. Projeto 3.2.5: Elaboração de Estudos, Implantação e Supervisão de

Obras para Melhoria do Sistema de Drenagem Urbana

Este projeto busca caracterizar as intervenções necessárias para

solucionar os problemas de drenagem urbana em áreas críticas, estimando os

custos para viabilizar tais intervenções, objetivando minimizar os impactos e os

efeitos negativos de alagamentos e inundações para as comunidades.

As propostas de intervenções nas áreas urbanas da bacia do

Pirapama, para serem precisas, devem ser estabelecidas e dimensionadas de

acordo com modelos hidráulicos, bem como levar em consideração a importância,

natureza e finalidade das obras, as características da região, os fatores sócio-

econômicos e os riscos decorrentes de inundações.

O nível de detalhamento exigido nesta etapa dos estudos e planos de

investimento permite estabelecer certas estimativas de custo de acordo com as

seguintes ações ou atividades: (a) elaboração de estudos e projetos; (b) implantação

de obras do sistema de drenagem urbana; e (c) gerenciamento e supervisão de

obras. Os critérios e valores médios utilizados para estimativas de custo podem ser

vistos no quadro abaixo.

DISCRIMINAÇÃO VALOR (R$)

PROJETOS

• Projeto básico Avaliado caso a caso (mínimo

de R$ 15.000,00)

• Projeto executivo Avaliado caso a caso (mínimo

de R$ 30.000,00)

IMPLANTAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA REDE DE DRENAGEM

• Vários itens Conforme BOLETIM EMOP

• Dragagem manual 138.000,00/km

• Dragagem mecânica 83.500,00/km

• Dragagem sucção e recalque 136.000,00/km

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124

• Canalização em galeria 4.000.000,00/km

• Canalização em muros de concreto 2.500.000,00/km

• Limpeza de galerias 6.000,00/km

• Escavação mecânica de vala escorada até 1,5 m de

profundidade

4,70/m3

• Escavação mecânica de vala não escorada até 1,5 m de

profundidade

3,80/m3

• Fornecimento e assentamento de tubo CA-1 36,50/m

GERENCIAMENTO E SUPERVISÃO DE OBRAS 4% do valor da obra

O QUADRO 3.2.5 mostra o cronograma físico/financeiro do projeto de

elaboração de estudos, implantação e supervisão de obras para melhoria do sistema

de drenagem urbana na bacia do Pirapama, o qual tem previsão de ser

implementado em dois anos (ou oito trimestres). O valor presente dos custos totais

desse projeto é da ordem de R$ 40.543.393,14, dos quais R$ 486.032,71 são para

cobrir custos de projetos (básico e executivo), R$ 37.578.596,02 para a implantação

de obras do sistema de drenagem urbana, e R$ 1.540.667,71 para as despesas de

gerenciamento e supervisão de obras.

No levantamento dos custos de implantação de obras do sistema de

drenagem urbana, na alínea de movimento de terra, considerou-se um volume de

escavação mecânica de 30.000 m3 de vala escorada - implementados à razão de

10.000 m3 por trimestre, a partir do terceiro trimestre, e 15.000 m3 de vala não

escorada, executados à razão de 5.000 m3 por trimestre, começando já no segundo

trimestre. Os custos unitários utilizados para determinação desses custos foram,

respectivamente, R$ 4,70 e R$ 3,80 por m3, os quais constam no quadro acima.

Quanto à limpeza de galerias, estimou-se uma extensão de

aproximadamente 3.000 metros, implementados à razão de 1.000 metros por

trimestre, a partir do terceiro trimestre, ao custo médio de R$ 6,00 por metro.

Estimou-se ainda 6.000 metros de dragagem manual, executados à razão de 1.500

metros por trimestre, ao preço unitário de R$ 138,00 por metro.

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125

Estão sendo considerados também 1.500 metros de canalização em

galeria, executados à razão de 300 metros por trimestre, ao preço médio de R$

4.000,00 por metro, 7.000 metros de canalização em muro de concreto,

implementados à razão de 1.000 metros por trimestre, ao custo unitário de R$

2.500,00 por metro, bem como 30.000 metros de fornecimento e assentamento de

tubo CA-1, assentados à razão de 5.000 metros por trimestre, ao custo unitário de

R$ 36,50 por metro.

Finalmente, considerou-se no levantamento de custos o percentual

usual de 4% sobre o valor dos custos de implantação de obras do sistema de

drenagem, para cobrir os custos com o gerenciamento e supervisão das obras.

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126

QUADRO 3.2.5: ELABORAÇÃO DE ESTUDOS, IMPLANTAÇÃO E SUPERVISÃO DE OBRAS PARA MELHORIA DO SISTEMA

DE DRENAGEM URBANA

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Projeto básico 250.000,00 243.016,36

2. Projeto executivo 250.000,00 243.016,36

3. Movimento de terra (vala

escorada) 47.000,00 47.000,00 47.000,00 125.926,54

4. Movimento de terra (vala não

escorada)

19.000,00

19.000,00

19.000,00

52.369,39

5. Limpeza de galerias 6.000.000,00 6.000.000,00 6.000.000,00 16.075.729,10

6. Dragagem manual 207.000,00 207.000,00 207.000,00 207.000,00 750.209,27

7. Canalização em galeria 1.200.000,00 1.200.000,00 1.200.000,00 1.200.000,00 1.200.000,00 5.361.444,08

8. Canalização em muro de

concreto 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 15.212.917,64

9. Fornecimento e assentamento

de tubo (CA-1)

182.500,00

182.500,00

182.500,00

182.500,00

182.500,00

182.500,00

938.096,70

10. Gerenciamento e supervisão

de obras

157.040,00

406.220,00

406.220,00

405.460,00

155.300,00

107.300,00

107.300,00

1.540.667,71

TOTAL (R$) 500.000,00 4.083.040,00 10.561.720,00 10.561.720,00 10.541.960,00 4.037.800,00 2.789.800,00 2.789.800,00 40.543.393,14

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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128

2.3.3. PROGRAMA 3.3: CONTROLE DA POLUIÇÃO

Os projetos vislumbrados neste programa objetivam reduzir os efeitos

degradadores da atividade industrial e agropecuária, bem como a disposição

inadequada de resíduos sólidos urbanos e industriais. Os recursos necessários para

implementar todos esses seis projetos estão estimados em cerca de R$

72.065.576,63, em termos de valor presente.

2.3.3.1. Projeto 3.3.1: Modelagem Matemática da Fertirrigação e do Seu Impacto

sobre a Qualidade das Águas

O principal objetivo da modelagem matemática da fertirrigação é

conhecer os impactos dessa prática sobre a qualidade das águas, permitindo assim

reduzir a poluição hídrica. Este projeto busca estudar o processo de fertirrigação

como destino final da vinhaça, com diferentes taxas de aplicação no solo, que seja

compatível com o uso preponderante da água da bacia (que é o abastecimento da

RMR), possibilitando assim a avaliação da capacidade de retenção de nutrientes no

solo, bem como prever a possibilidade de eutrofização no reservatório do Pirapama.

Estima-se que serão necessários recursos da ordem de R$ 94.193,71,

em termos de valor atual, para custear esse projeto, dos quais R$ 2.916,20 são para

elaboração do termo de referência e efetivação do convênio/contrato; R$ 32.415,69

para levantamento de informações; R$ 21.947,30 para cobrir os custos com a

calibração e simulação do modelo de retenção de nutrientes no solo para diferentes

taxas de aplicação; R$ 24.956,61 para a calibração e simulação do modelo de

eutrofização do reservatório; e R$ 11.957,91 para a preparação do relatório final. O

QUADRO 3.3.1 mostra o cronograma físico/financeiro desse projeto, o qual terá

duração de dois anos.

O quadro abaixo mostra os valores médios com a equipe técnica

tomados por base para avaliar os custos desse projeto. O custo do consultor foi

avaliado tomando-se por base o valor médio de R$ 50,00 por hora de consultoria

técnica. Considerou-se para efeito de cálculo do custo com pessoal um acréscimo

de 100% da folha salarial, exceto consultor, a título de encargos sociais.

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129

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Consultor 4.000,00 80 01 4.000,00

Técnico 500,00 160 01 500,00

Subtotal 15.000,00 - - 4.500,00

Encargos sociais (100%) - - - 500,00

TOTAL - - - 5.000,00

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130

QUADRO 3.3.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MODELAGEM MATEMÁTICA DA FERTIRRIGAÇÃO

E DO SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DAS ÁGUAS

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência e

efetivação do convênio/contratação

3.000,00

2.916,20

2. Levantamento de informações 15.000,00 15.000,00 5.000,00 32.415,69

3. Calibração e simulação do modelo de

retenção de nutrientes no solo para

diferentes taxas de aplicação

10.000,00

15.000,00

21.947,30

4. Calibração e simulação do modelo de

eutrofização do reservatório

15.000,00

15.000,00

24.956,61

5. Preparação do relatório final 15.000,00 11.957,91

TOTAL (R$) 3.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 94.193,71

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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131

2.3.3.2. Projeto 3.3.2: Controle do Lançamento de Efluentes Industriais aos

Corpos D’água

O lançamento de efluentes industriais sem um rigoroso tratamento tem

contribuído significativamente para a poluição dos mananciais da bacia do

Pirapama, problema esse que tem se apresentado de forma mais grave nos

períodos de estiagem. Ademais, a utilização da bacia do Pirapama como fonte de

abastecimento humano e industrial requer um controle criterioso sobre o lançamento

de efluentes industriais nesses corpos de água. Faz-se necessário, portanto,

desenvolver mecanismos de controle das fontes poluidoras existentes na bacia, bem

como formular políticas para contenção e redução dos atuais níveis de poluição.

A existência de um programa de monitoramento e a disponibilidade de

informações consistentes sobre as características das indústrias constituem-se

elementos fundamentais para a gestão da poluição industrial, pois permite controlar

de forma mais eficiente os efeitos sobre os recursos hídricos. Este projeto visa

montar um quadro de referência para o lançamento de efluentes industriais e os

efeitos sobre os recursos hídricos, de modo que permita avaliar permanente,

controlar e melhor a qualidade ambiental da bacia do Pirapama.

Este projeto terá duração de um ano e está dividido em cinco ações

básicas, conforme pode ser visto no cronograma físico/financeiro do QUADRO 3.3.2,

as quais demandarão em conjunto recursos da ordem de R$ 441.860,38, em termos

de valor presente. A seguir detalha-se as principais atividades desse projeto.

Uma atividade prevista nesse projeto é a realização de pesquisa

industrial em duas fases: (i) análise dos cadastros industriais existentes e/ou

utilização do cadastro a ser implantado; e (ii) pesquisa das principais indústrias,

atualização (se necessário) de questionário apropriado à atividade industrial, vazões

captadas, sistemas de tratamento e deposição de efluentes líquidos, medições de

vazão dos efluentes continuadamente em períodos de 8-24 horas, coleta de

amostras e análise físico-químicas e biológicas e localização dos principais pontos

de lançamento direto nos corpos hídricos.

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132

Outra atividade de fundamental importância prevista neste projeto é a

criação de um banco de dados que consolide as informações geradas pela

pesquisa, faça uma revisão do sistema de cadastro das indústrias existentes na

bacia, incorporando a matriz de poluição gerada, e proceda a atualização contínua

de eventuais alterações dos dados cadastrais, com inclusão de novas indústrias e

informações.

Devem constar ainda: (i) análise das metodologias hoje utilizadas; (ii)

preparação de um cadastro das atividades industriais poluidoras; (iii) elaboração de

uma proposta para reformulação e uniformização de metodologias e critérios (onde

couber). Ao final dessa etapa, está previsto um relatório final com o detalhamento do

plano de controle de efluentes líquidos, visando melhorar a eficiência da CPRH no

controle da poluição industrial através do licenciamento e fiscalização.

Na seqüência, deve-se buscar a adequação dos efluentes industriais

através de alternativas técnicas de tratamento por modalidade industrial e custos de

tratamento por faixa de vazão e tipologia. Deve-se ainda definir um sistema

estratégico de controle envolvendo a CPRH e a Secretaria de Recursos Hídricos,

com adequação do sistema de comando e controle e indução de instrumentos

econômicos, embasados em estudos criteriosos, que considerem a disposição e a

capacidade de pagamento, e sejam definidos em função dos custos de redução da

poluição industrial.

Paralelamente à fase de preparação do relatório final, com o

detalhamento do plano de controle de efluentes industrias, está previsto a realização

de reuniões com os representantes das indústrias e órgãos ambientais.

Finalmente, consta a fase de acompanhamento dos sistemas de

controle, atualização e alimentação da matriz de poluição e do modelo de qualidade

da água, com dados de cadastro, outorga, programa de monitoramento e

autocontrole e recalibragem dos modelos implantados.

Os custos médios com a equipe técnica necessária para implementar

esse projeto foram avaliados de acordo com o quadro abaixo. São previstos

recursos de aproximadamente R$ 50.000,00, logo no primeiro bimestre, para

compra de equipamentos, e R$ 60.000,00 para análises laboratoriais, em cinco

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133

parcelas, sendo que a primeira no valor de R$ 20.000,00 e as outras quatro de R$

10.000,00, nos bimestres subseqüentes.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Químico 3.500,00 160 01 3.500,00

Técnico 500,00 160 02 1.000,00

Subtotal 15.000,00 - - 14.500,00

Encargos sociais (100%) - - - 14.500,00

TOTAL - - - 29.000,00

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134

QUADRO 3.3.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CONTROLE DO LANÇAMENTO DE EFLUENTES

INDUSTRIAIS AOS CORPOS D’ÁGUA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Levantar informações e coletar amostras em

pontos estratégicos

110.000,00

40.000,00

35.000,00

35.000,00

25.000,00

234.730,97

2. Elaboração de plano de melhoria da eficiência da

CPRH no controle da poluição industrial através do

licenciamento e fiscalização

20.000,00

20.000,00

25.000,00

25.000,00

25.000,00

108.434,95

3. Elaboração de plano de melhoria do

monitoramento qualitativo e quantitativo das águas

com modelagem matemática e desenvolvimento de

padrões e indicadores de qualidade

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

10.000,00

13.000,00

32.155,04

4. Programa de conscientização das empresas

poluidoras a adotarem sistemas de gerenciamento

ambiental e controle da poluição

3.000,00

3.000,00

3.000,00

3.000,00

5.000,00

20.000,00

33.855,63

5. Mobilização das prefeituras e da sociedade e

divulgação de informação sobre a situação da

qualidade da água na bacia

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

3.000,00

25.000,00

32.683,79

TOTAL (R$) 138.000,00 68.000,00 68.000,00 68.000,00 68.000,00 58.000,00 441.860,38

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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135

2.3.3.3. Projeto 3.3.3: Uso de Agrotóxicos e de seus Efeitos sobre os Recursos

Hídricos

Os efeitos e os impactos do uso indiscriminado de agroquímicos sobre

a saúde e o meio ambiente é uma questão que vem preocupando cada vez mais a

sociedade. O uso abusivo de agroquímicos na horticultura e principalmente na

lavoura de cana-de-açúcar no Estado de Pernambuco vem sendo freqüentemente

denunciado. A complexidade desse problema exige soluções alternativas custosas,

que por sua vez demandam diagnósticos integrados, abrangendo aspectos

biológicos-sociais, políticos, econômicos e sócio-ambientais.

Estima-se que a implementação deste projeto terá duração de um ano

(ou seis bimestres), o qual visa aprofundar o estudo e o conhecimento sobre o efeito

dos agrotóxicos sobre os recursos hídricos, objetivando constituir-se em um

indicativo para a racionalização do seu uso e o monitoramento dos resíduos

agrotóxicos na bacia do Pirapama, de modo a reduzir a poluição hídrica e do solo,

bem como prevenir a eutrofização de reservatórios.

Conforme pode ser observado no cronograma físico e financeiro

(QUADRO 3.3.3), este projeto demandará recursos da ordem de R$ 100.793,09, em

termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1) R$ 2.943,87 para

cobrir os gastos com a elaboração do termo de referência e efetivação do

convênio/contratação; (2) R$ 17.334,77 para cobrir os custos com a definição das

estações de coleta e do número de amostras, bem como a coleta das amostras; (3)

R$ 28.350,71 para custear a análise de resíduos de agrotóxicos e interpretação dos

resultados; (4) R$ 11.238,20 destinados a cobrir os gastos com a integração dos

órgãos de assistência técnica rural com a comunidade local; (5) R$ 7.210,96 para

custear a implementação de um monitoramento de resíduos de agroquímicos; (6) R$

22.476,40 para integrar o projeto de educação ambiental à questão dos agrotóxicos;

e (7) R$ 11.238,20 para fazer face aos custos de mobilizar as instituições

responsáveis para intensificar a fiscalização nos pontos de venda e uso de

agroquímicos.

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136

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137

QUADRO 3.3.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE USO DE AGROTÓXICOS E SEUS

EFEITOS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração do Termo de Referência e

efetivação do convênio/contratação

3.000,00

2.943,87

2. Definição das estações de coleta e do número

de amostras e coleta das amostras

6.000,00

6.000,00

6.000,00

17.334,77

3. Análise de resíduos de agrotóxicos e

interpretação de dados com mapeamento

10.000,00

10.000,00

10.000,00

28.350,71

4. Integração dos órgãos de assistência técnica

rural com a comunidade local

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

11.238,20

5. Implantação de um monitoramento de

resíduos de agroquímicos

4.000,00

4.000,00

7.210,96

6. Integrar o projeto de educação ambiental à

"questão" dos agrotóxicos

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

4.000,00

22.476,40

7. Mobilizar as instituições responsáveis para

intensificar a fiscalização nos pontos de venda e

uso de agroquímicos

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

11.238,20

TOTAL (R$) 17.000,00 24.000,00 24.000,00 18.000,00 12.000,00 12.000,00 100.793,09

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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139

2.3.3.4. Projeto 3.3.4: Implantação e Recuperação de Sistemas de Tratamento

de Esgoto Sanitário

O QUADRO 3.3.4 mostra os principais componentes de custo e os

respectivos valores atuais dos projetos de implantação e recuperação dos seis

sistemas de esgotamento sanitário previstos para a área da bacia hidrográfica do rio

Pirapama (ou seja, sistemas Pirapama, Parque Industrial do cabo, Garapu,

Charnequinha, Parque Pirapama e Charneca), beneficiando na sua totalidade uma

população de 120.000 habitantes. O custo total (em termos de valor atual) previsto

para a construção e recuperação desses sistemas de esgotamento sanitário é da

ordem de R$ 46.211.689,42, e a completa implementação desses projetos

demandará um período de dois anos. Esse valor engloba os custos relativos a

implantação de obras desses seis sistemas de esgotamento sanitário, os custos

(agregados) relativos a elaboração de estudos e projetos, gerenciamento de projetos

e supervisão de obras, bem como os custos iniciais de manutenção e operação dos

sistemas.

As estimativas referentes à coleta, transporte e destino final dos

esgotos sanitários são elementos importantes para a determinação dos custos dos

sistemas, mas que dependem de uma série de informações técnicas e modelos, não

disponíveis a esse nível de detalhamento. O levantamento dos custos de

recuperação e implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários foi feito

de forma aproximada, em função da população a ser beneficiada pelos sistemas de

esgotamento sanitário propostos. Os valores unitários utilizados nesta avaliação são

valores médios, resultantes de outros projetos semelhantes em outras bacias

hidrográficas.

No levantamento dos custos de serviços de projetos de sistemas de

esgotamento sanitário optou-se por integrar em uma única rubrica de custo,

denominada de estudos e projetos, todos os serviços necessários a definição dos

elementos para execução de obras, incluindo estudos de concepções alternativas e

escolha da mais adequada, anteprojeto, topografia e geotecnia, bem como o

detalhamento a nível executivo. Tomou-se o custo unitário de R$ 150.000,00 para

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140

contratação desses estudos e projetos, em um total de seis, valor esse que parece

ser razoável tendo em vista tratar-se de localidades de pequeno e médio porte. O

valor atual dos custos com estudos e projetos desses seis sistemas de esgotamento

sanitário é de cerca de R$ 862.639,47.

O custo com a rede convencional dos sistemas de esgotamento

sanitário propostos foram avaliados tomando-se por referência o custo unitário de

R$ 90,00 por habitante beneficiado, perfazendo um total de R$ 10.800.000,00,

distribuídos igualmente nos dois primeiros trimestres de R$ 5.400.000,00, o que

representa um valor atual de cerca de R$ 10.351.673,66. O custo da rede

condominial foi estabelecido tomando-se por base o custo médio de R$ 40,00 por

habitante. Assim, tomando-se a população beneficiada estimada, que foi de 120.000

habitantes, o custo total dessa rubrica é de aproximadamente R$ 4.800.000,00,

distribuídos igualmente nos dois trimestres seguintes de R$ 2.400.000,00,

representando um valor atual de R$ 4.472.224,01. O custo da rede coletora foi

estimado com base no custo unitário de R$ 120,00 por habitante beneficiado, o que

corresponde ao total de R$ 14.400.000,00, em duas parcelas iguais trimestrais de

R$ 7.200.000,00, conforme mostrado no QUADRO 3.3.4, de modo que o valor atual

será de cerca de R$ 13.041.882,93.

O grau de tratamento recomendado para os sistemas de esgotamento

sanitário propostos deverá ser o secundário. No entanto, em casos específicos de

localidades turísticas situadas em zonas litorâneas ou localidades com população

expressiva situadas a montante de captações para abastecimento público, poderá

ser necessário a redução de organismos patogênicos mediante a adoção de lagoas

de maturação, levando-se em conta a capacidade de diluição do corpo receptor.

Quanto ao tipo de tratamento a ser empregado, adotou-se os digestores

anaeróbicos de fluxo ascendente (para populações até 30.000 habitantes) e lagoas

de estabilização em série, sendo uma anaeróbica e outra facultativa (para

populações acima de 30.000 habitantes), por serem estes capazes de garantir a

eficiência desejada com custos compatíveis com a realidade sócio-econômica do

Estado. O custo médio com estações de tratamento adotado para esses casos foi de

R$ 30,00 por habitante, o que representa um custo total de R$ 3.600.000,00,

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141

distribuídos em duas parcelas trimestrais de R$ 1.800,000,00. Portanto, como pode

ser visto no QUADRO 3.3.4, o valor atual previsto para o custo com estações de

tratamento de esgotos será de R$ 3.169.390,86.

A quantidade de elevatórias em um sistema depende principalmente

das condições topográficas locais, de modo que uma estimativa de custos segura

depende da disponibilidade de cartografia que permita definir as bacias de

esgotamento e, conseqüentemente, a concepção de macro-esgotamento e provável

número e características das elevatórias. Considerando-se que não é objeto deste

plano desenvolver estudos no nível de concepção dos sistemas de esgotamento

sanitário, adotou-se como critério para estimativa de custo para essa rubrica o custo

médio de projetos em outras localidades, o qual é de cerca de R$ 90,00 por

habitante beneficiado. Assim, considerando-se a população beneficiada de 120.000

habitantes, então o custo com estações elevatórias e linhas de recalque será da

ordem de R$ 10.800.000,00, também distribuídos em duas parcelas trimestrais de

R$ 5.400.000,00 (veja-se QUADRO 3.3.4), o que representa um valor atual de R$

9.242.565,77.

A estimativa do número de ligações domiciliares de esgoto em cada

localidade, que seja mais próxima da realidade quanto possível nesta fase do

projeto, deve ser igual ao número atual de ligações domiciliares ao sistema público

de abastecimento de água. Para efeito de cálculo, tomou-se o custo unitário da

ligação domiciliar igual a R$ 30,00 por habitante, o que é equivalente a R$ 125,00

por domicílio, adotando-se o tamanho médio do domicílio de 5 pessoas. Assim, o

valor atual do custo de ligações domiciliares foi de cerca de R$ 2.495.660,72, o que

corresponde a duas parcelas trimestrais de R$ 1.500.000,00, conforme mostra o

cronograma físico/financeiro - QUADRO 3.3.4.

No levantamento dos custos de gerenciamento e supervisão de obras,

adotou-se o percentual médio usual de 4% sobre o total dos custos das rubricas de

2 – 7 do cronograma físico e financeiro desse projeto, conforme pode ser visto no

QUADRO 3.3.4. Assim, o valor atual desse componente de custo foi avaliado em

cerca de R$ 1.710.935,92.

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142

O custo de manutenção e operação dos sistemas de esgotamento

sanitário foi avaliado tomando-se por base o percentual médio de 5% sobre o custo

total das rubricas de 2 – 7 do cronograma físico e financeiro desse projeto, conforme

pode ser visto no QUADRO 3.3.4, o que representa um valor trimestral de R$

592.500,00.

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143

QUADRO 3.3.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE SISTEMAS

DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Estudos e projetos 450.000,00 450.000,00 862.639,47

2. Rede convencional 5.400.000,00 5.400.000,00 10.351.673,66

3. Rede condominial 2.400.000,00 2.400.000,00 4.472.224,01

4. Rede coletora 7.200.000,00 7.200.000,00 13.041.882,93

5. Estação de tratamento de esgotos (ETE) 1.800.000,00 1.800.000,00 3.169.390,86

6. Estação elevatória e linha de recalque 5.400.000,00 5.400.000,00 9.242.565,77

7. Ligações domiciliares 1.500.000,00 1.500.000,00 2.495.660,72

8. Gerenciamento e supervisão de obras 216.000,00 312.000,00 384.000,00 360.000,00 288.000,00 276.000,00 60.000,00 1.710.935,92

9. Manutenção e operação 592.500,00 592.500,00 864.716,10

TOTAL (R$) 5.916.000,00 8.412.000,00 9.984.000,00 9.360.000,00 7.488.000,00 7.176.000,00 2.152.500,00 592.500,00 46.211.689,42

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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144

2.3.3.5. Projeto 3.3.5: Desativação de Lixões e Recuperação de Áreas

Degradadas

A destinação final de forma não apropriada dos resíduos sólidos

urbanos é um dos principais problemas ambientais na bacia do Pirapama. A prática

comum é a disposição inadequada do lixo, sem uma preparação prévia e correta do

solo (impermeabilização e colocação de drenos para recolher o líquido percolado), a

ausência de tratamento do chorume e, em alguns casos, falta de áreas de

empréstimo próximo ao local de disposição, com volume suficiente e material

adequado, para servir de cobertura para o lixo depositado.

A destinação incorreta do lixo nessas áreas causa uma série de

problemas, entre os quais destacam-se: proliferação de vetores biológicos, que

agravam o quadro de saúde pública; aumento dos níveis de matéria orgânica nos

cursos d’água, deteriorando sua qualidade; interferência no equilíbrio dinâmico do

transporte de sedimentos, atuando como armadura que envolve o sedimento no

fundo do rio e impedindo seu transporte; e modificação do curso normal do rio,

provocando solapamento das margens e obstrução dos cursos d’água, aumentando

assim os riscos de inundações.

Os lixões e as áreas degradadas oferecem condições para abrigo,

alimentação, reprodução e proliferação de vetores biológicos (moscas, baratas,

mosquitos e ratos), responsáveis pela transmissão de várias doenças, tais como

diarréias infecciosas, amebíase, febre tifóide e paratifóide, helmintoses e outras

parasitoses, peste bubônica, leptospirose, dentre outras.

Outro problema comum associado a essas áreas de disposição

inadequada de resíduos sólidos é a poluição do lençol freático e dos recursos

hídricos superficiais. Como não existe monitoramento de qualidade da água nessas

áreas não se sabe qual a real contribuição desses lixões para a degradação da

qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

Em levantamento anterior na área da bacia do Pirapama, foram

registradas sete áreas degradadas por resíduos sólidos, sendo duas ativas (o aterro

sanitário da Estrada Preta, utilizado atualmente pela Prefeitura do Cabo de Santo

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Agostinho e o lixão clandestino de Santa Rosa I) e cinco inativas (Prazeres, Engº

Santa Amélia, Santa Rosa II, Rodovia PE-28 e SESI/BR-101). O lixão de Prazeres e

o aterro sanitário do município do Cabo de Santo Agostinho, devido a possibilidade

eminente de contaminação dos mananciais do Jaboatão e do Pirapama,

respectivamente, devem ser considerados prioritários.

O objetivo básico desta intervenção é elevar o padrão sócio-econômico

da região, melhorando as condições sanitárias, a saúde pública e a qualidade

ambiental para a comunidade dessas áreas, bem como integrar tais áreas de aterro

a paisagem natural de forma harmônica. Os benefícios sociais oriundos do projeto

de desativação e recuperação desses lixões são grandes, visto que algumas dessas

áreas estão sendo perigosamente ocupadas pela população local e outras servem

ainda de depósito de lixo clandestino, a exemplo do antigo lixão de Prazeres, bem

como o SESI/BR-101, o qual vem sendo aterrado sem qualquer tratamento.

Estima-se que esse projeto seja implementado em dois anos. O valor

presente do custo total com a desativação de lixões e a recuperação de áreas

degradadas pela disposição não apropriada de resíduos sólidos foi estimado em

cerca de R$ 1.998.870,34, conforme pode ser visto no QUADRO 3.3.5. O mesmo

quadro mostra que, deste total, R$ 670.941,81 refere-se aos custos agregados com

serviços (estudos e projetos), R$ 1.189.793,96 para cobrir os custos com a

movimentação de terra, R$ 74.899,87 para o replantio e urbanização das áreas

degradas, e R$ 63.234,69 a título de gerenciamento e supervisão de obras.

Para a estimativa dos custos com estudos e projetos de recuperação

dessas áreas, em um total de sete, adotou-se o custo unitário de R$ 100.000,00,

valor médio utilizado de outros projetos, totalizando um valor de R$ 700.000,00,

distribuídos em duas parcelas iguais trimestrais de R$ 350.000, conforme pode ser

visto no cronograma físico/financeiro (QUADRO 3.3.5).

Na recuperação dessas áreas degradas, estima-se um volume total de

terra a ser movimentado da ordem de 90.000 m3, implementados a uma taxa de

15.000 m3 por trimestre. Tomando-se por base o custo médio de R$ 15,00 por m3 de

terra movimentado, então o custo total com a movimentação de terra foi estimado

em cerca de R$ 225.000,00 por trimestre.

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146

Estima-se que será necessário o replantio de mudas e a urbanização

em uma área total de aproximadamente 36 hectares, implementada à razão de 9

hectares por trimestre (três hectares por mês). Adotando-se o custo unitário de R$

2.500,00 por hectare replantado e urbanizado, então, o custo total com o replantio e

urbanização será da ordem de R$ 22.500,00 por trimestre.

O custo com o gerenciamento e a supervisão das obras foi estimado

com base no percentual usual de 4% sobre o total dos itens de custo (2) e (3), cujos

valores trimestrais podem ser visualizados no cronograma físico/financeiro do

referido projeto - QUADRO 3.3.5.

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QUADRO 3.3.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESATIVAÇÃO DE LIXÕES E RECUPERAÇÃO DE

ÁREAS DEGRADADAS

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Estudos e projetos 350.000,00 350.000,00 670.941,81

2. Movimento de terra 225.000,00 225.000,00 225.000,00 225.000,00 225.000,00 225.000,00 1.189.793,96

3. Replantio e urbanização 22.500,00 22.500,00 22.500,00 22.500,00 74.899,87

4. Gerenciamento e supervisão 11.250,00 11.250,00 11.250,00 12.375,00 12.375,00 12.375,00 1.125,00 63.234,69

TOTAL (R$) 350.000,00 586.250,00 236.250,00 236.250,00 259.875,00 259.875,00 259.875,00 23.625,00 1.998.870,34

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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148

2.3.3.6. Projeto 3.3.6: Reestruturação e Implantação dos Sistemas de Coleta,

Tratamento e Destinação Final de Resíduos Sólidos

Os serviços de limpeza urbana são geridos pelas prefeituras

municipais. Nos municípios menores esses serviços são realizados pelo pessoal da

própria prefeitura, mas nos municípios maiores são complementados com a

terceirização de empresas prestadoras desse serviço.

Em geral, os serviços de coleta de lixo não cobrem a totalidade das

áreas urbanas ou são realizados com freqüência insatisfatória, sobretudo nas áreas

urbanizadas situadas às margens dos rios e canais. Essa situação acarreta o

acúmulo de lixo em logradouros e em áreas de bota-fora que se formam em terrenos

baldios e leitos de rios. Grande parte desse material é carreado para os cursos

d’água pelas chuvas e inundações.

A situação dos sistemas de limpeza urbana é crítica em praticamente

todos os municípios e não se restringe apenas à bacia hidrográfica do Pirapama, e

deve-se principalmente a situação financeira deficitária dos municípios, que ficam

impossibilitados de realizarem os investimentos necessários para a solução dos

problemas relacionados à coleta irregular e a disposição inadequada dos resíduos

sólidos.

Para reverter esse quadro são necessários investimentos no sistema

de coleta. Dotando os municípios de equipamentos adequados para a melhoria do

recolhimento e aumento das áreas atendidas; investimentos na destinação final,

para equacionamento dos problemas associados à disposição inadequada do lixo;

investimentos em capacitação institucional e aprimoramento dos recursos humanos

envolvidos com a limpeza urbana; e implementação de um sistema de cobrança de

taxa de limpeza urbana que assegure os recursos necessários para a manutenção e

operação dos sistemas.

No entanto, não se pode atribuir todos esses problemas de acúmulo de

lixo nas cidades exclusivamente a deficiência no sistema de coleta, tratamento e

disposição final. Existem fatores de natureza cultural que devem ser considerados

para uma maior eficiência do sistema de limpeza urbana. É necessário que se

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realize campanhas de esclarecimento, de maneira que a população adquira

consciência de que os problemas relacionados à disposição incorreta do lixo estão

relacionados à sua qualidade de vida, fazendo com que as pessoas adquiram

hábitos corretos de manipulação de seus resíduos sólidos.

Este projeto terá duração de um ano e o seu principal objetivo é reduzir

a poluição por resíduos sólidos na área da bacia do rio Pirapama, a partir da

reestruturação dos sistemas de limpeza urbana, principalmente os municípios de

Jaboatão dos Guararapes e do Cabo de Santo Agostinho, adequando-os às

modernas técnicas de coleta, tratamento e disposição final. Este projeto objetiva,

ainda, viabilizar e implantar o subsistema de Suape, o qual prevê a implantação de

um aterro sanitário e uma cooperativa de catadores, para atender os municípios do

Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, bem como ampliar o seu atendimento, para

receber também resíduos industriais (Classes I, II e III). Essa ampliação de

finalidade tem por objetivo permitir que o Complexo Industrial e Portuário - Suape

possa viabilizar a implantação de novas plantas indústrias, permitindo uma solução

adequada e eficiente para a destinação final de seus efluentes sólidos. Essa

proposta consiste na implantação de uma central de tratamento integrado de

resíduos sólidos urbanos e industriais, com aterro sanitário celular, aterro industrial,

unidade de tratamento de resíduos líquidos e semi-líquidos, entre outros.

O levantamento dos custos foi feito tomando-se por base as seguintes

ações ou atividades: (a) elaboração de estudos e projetos para sistemas de coleta e

disposição final de resíduos sólidos, subdivididos em (1) estudos de impactos

ambientais, (2) planos diretores de limpeza urbana, e (3) projetos executivos; (b)

Implantação de sistemas de coleta e disposição final de resíduos sólidos urbanos e

industrial, desagregados em (4) equipamentos (caminhões compactadores), (5)

serviço de coleta, (6) implantação de aterros, e (7) custo de operação dos aterros; e

(c) gerenciamento de projetos e supervisão de obras, item (8) do cronograma

físico/financeiro desse projeto.

Conforme pode ser visto no QUADRO 3.3.6 (cronograma

físico/financeiro do projeto), o valor presente dos custos totais desse projeto está

estimado em R$ 23.218.169,69, dos quais R$ 598.586,38 são para cobrir os custos

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150

com os estudos de impactos ambientais; R$ 664.420,59 para os planos diretores de

limpeza urbana dos municípios integrantes da bacia; R$ 1.540.685,43 para custear a

elaboração dos projetos executivos; R$ 1.889.822,37 para a aquisição de

equipamentos (10 caminhões compactadores de 15 m3); R$ 4.193.643,48

destinados a custear os serviços de coleta; R$ 13.214.614,37 para implantação do

aterro sanitário de Suape e de outros menores; R$ 587.812,50 para custear a

operação dos aterros; e R$ 528.584,57 destinados aos custos com o gerenciamento

e supervisão de obras.

O custo com elaboração de estudos e projetos para sistemas de coleta

e disposição final de resíduos sólidos foi estimado com base na população dos

municípios beneficiados e no quadro de custos a seguir. A população dos municípios

utilizada para cálculo foi a seguinte: Cabo de Santo Agostinho (140.764 hab.),

Ipojuca (45.424 hab.), Jaboatão dos Guararapes (529.966 hab.), Moreno (39.902

hab.), Vitória de Santo Antão (110.888 hab.), Pombos (21.673 hab.), e Escada

(57.374 hab.).

POPULAÇÃO IMPACTOS

AMBIENTAIS

PLANOS

DIRETORES

PROJETOS

EXECUTIVOS

Até 25.000 habitantes 40.000,00 60.000,00 100.000,00

De 25.000 a 100.000 habitantes 70.000,00 90.000,00 200.000,00

Acima de 100.000 habitantes 120.000,00 120.000,00 300.000,00

Na estimativa de custo do equipamento, tomou-se o custo unitário do

caminhão compactador de 15 m3 de cerca de R$ 200.000,00. Para avaliar o custo de

coleta de lixo, tomou-se a produção média de lixo de cerca de 0,77 kg/hab. x dia,

bem como adotou-se o custo médio de R$ 35,00 por tonelada de lixo coletado.

Estimou-se que a população total beneficiada nessa primeira etapa seria de

aproximadamente 950.000 habitantes.

Para disposição final dos resíduos sólidos urbanos considerou-se a

técnica de aterro sanitário. O custo unitário de implantação do aterro foi estimado em

R$ 5,00 por habitante, enquanto que utilizou-se o custo médio de operação do aterro

de R$ 15,00 por tonelada de lixo coletado. O gerenciamento e supervisão de obras

foram estimados em 4% do custo de implantação do aterro.

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QUADRO 3.3.6: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DOS

SISTEMAS DE COLETA, TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Estudos de impactos ambientais 610.000,00 598.586,38

2. Planos diretores de limpeza urbana 690.000,00 664.420,59

3. Projetos executivos 1.600.000,00 1.540.685,43

4. Equipamentos (10 caminhões

compactadores de 15 m3)

2.000.000,00

1.889.822,37

5. Serviço de coleta 1.536.150,00 1.536.150,00 1.536.150,00 4.193.643,48

6. Implantação de aterros 4.750.000,00 4.750.000,00 4.750.000,00 13.214.614,37

7. Custo de operação dos aterros 658.350,00 587.812,50

8. Gerenciamento e supervisão de obras 190.000,00 190.000,00 190.000,00 528.584,57

TOTAL (R$) 450.000,00 900.000,00 6.940.000,00 6.476.150,00 6.476.150,00 2.194.500,00 23.218.169,69

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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152

2.4. ESTRATÉGIA 4: CONTROLE DE USO DAS ÁGUAS NA BACIA

Os programas contidos nesta estratégia objetivam assegurar aos vários

usuários da água na bacia do rio Pirapama as condições necessárias para a

utilização múltipla dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade compatíveis

com as suas finalidades específicas.

2.4.1. PROGRAMA 4.1: GERENCIAMENTO DO USO MÚLTIPLO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Este programa contempla um conjunto de quatro projetos

complementares visando otimizar a gestão dos recursos hídricos da bacia do

Pirapama, através do desenvolvimento de ações no sentido de buscar a

conservação, controle e racionalização do consumo, minimizando os conflitos entre

os múltiplos usuários do sistema, garantindo que o rio Pirapama cumpra suas

funções social, econômica e ambiental. Os recursos necessários para implementar

esses quatro projetos foram estimados em cerca de R$ 434.522,59 (valor presente).

2.4.1.1. Projeto 4.1.1: Implantação da Cobrança Pelo Uso Da Água

Apesar de estar sempre se renovando, a água é um recurso natural

escasso, principalmente para aqueles mananciais com altas demandas, como é o

caso da bacia do Pirapama, a qual já não dispõe de capacidade para atender às

crescentes derivações, a não ser que sejam investidos grandes volumes de recursos

públicos para a construção de barramentos de regularização e sistemas de

transposição de águas de outras bacias adjacentes. Além disso, a poluição dos

recursos hídricos já é um problema sério, que pode se tornar ainda pior, se a

implementação da cobrança pelo uso da água não for rapidamente implementada.

Estima-se que o projeto de implementação da cobrança pelo uso da

água demandará um prazo de um ano e exigirá recursos, cujo valor presente é da

ordem de R$ 83.090,24, dos quais: (1) R$ 2.943,87 são para elaboração do termo

de referência; (2) R$ 7.776,87 para cobrir os custos com o levantamento de

informações e definição de prioridades de uso; (3) R$ 9.629,28 para elaboração de

convênio e contratação de consultor; (4) R$ 22.049,29 para financiar os gastos com

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153

a regularização da outorga de direito de uso aos usuários da água, através da

ampliação e atualização do cadastro existente; (5) R$ 13.649,85 para a definição de

critérios e formas de cobrança pelo uso da água; e (6) R$ 27.041,08 para cobrir os

custos com a implementação da cobrança propriamente dita e o apoio jurídico,

através do estabelecimento de rotinas de cobrança, treinamento de pessoal e

preparação de documentos.

O QUADRO 4.1.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto. O desembolso mensal foi estimado tomando-se por base o custo do

consultor, cujo valor médio adotado foi de R$ 50,00 por hora de consultoria técnica,

com uma carga horária mensal de 80 horas.

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154

QUADRO 4.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA

COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência 3.000,00 2.943,87

2. Levantamento de informações e definição de

prioridades de uso

4.000,00

4.000,00

7.776,87

3. Convênio/contratação 10.000,00 9.629,28

4. Regularização da outorga de direito de uso

aos usuários da água

6.000,00

6.000,00

6.000,00

6.000,00

22.049,29

5. Definição dos critérios de cobrança pelo uso

da água, dos usuários sujeitos a cobrança e as

formas de cobrança

5.000,00

5.000,00

5.000,00

13.649,85

6. Implementação da cobrança e apoio jurídico 15.000,00 15.000,00 27.041,08

TOTAL (R$) 7.000,00 14.000,00 6.000,00 11.000,00 26.000,00 26.000,00 83.090,24

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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155

2.4.1.2. Projeto 4.1.2: Normatização de Critérios para Outorga de Direito de Uso

da Água

Este projeto visa estabelecer critérios para alocar de forma racional os

recursos hídricos através dos seus múltiplos usuários, em consonância com a

disponibilidade desses recursos na bacia hidrográfica, prevenindo assim conflitos

entre os diversos usuários do sistema hídrico.

A implementação desse projeto prevê a coleta de informações sobre

modalidade de uso, quantidade demandada e qualidade requerida, bem como

informações socioeconômicas do usuário e/ou da sua atividade. Essas informações

devem estar de acordo com aquelas contidas no cadastro de usuários da água, o

qual em última instância é um banco de dados geo-referenciado que pode ser

sistematicamente atualizado. Essas informações são de fundamental importância,

pois além de serem o monitoramento das próprias demandas, elas servem de base

para as decisões de outorga a serem tomadas no âmbito da bacia.

Está previsto, ainda, no escopo desse projeto a preparação de

documentos de informação ao público (normas e procedimentos básicos)

relativamente aos requerimentos e critérios de licenciamento, bem como o

estabelecimento de um suporte informático para a atividade de licenciamento,

articulando o nível institucional com o nível local, de forma a facilitar o julgamento

dos pleitos de outorga.

O projeto prevê também o reforço do suporte técnico às atividades de

licenciamento e à realização de ações de formação para os agentes envolvidos, bem

como o reforço da capacidade logística de fiscalização e formação profissional dos

agentes. Consta também o estabelecimento de um sistema de auditoria interna de

forma a assegurar um desempenho eficaz e critérios tecnicamente sustentados.

Estima-se que este projeto poderá ser implementado em um ano e

demandará recursos da ordem de R$ 116.809,74, em termos de valor presente,

desagregados da seguinte forma: (1) recursos de R$ 2.943,87 destinados a

elaboração do termo de referência; (2) R$ 19.442,18 para custear o levantamento de

informações e a definição de prioridades de uso, segundo o princípio dos usos

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156

múltiplos; (3) R$ 9.629,28 para elaboração de convênio com a contratação de um

consultor; (4) R$ 44.098,57 destinados especificamente para a preparação do

manual de outorga; (5) R$ 22.321,43 para cobrir os custos com a regularização da

outorga de direito de uso aos vários usuários da água; e (6) R$ 18.374,41 com a

finalidade de propiciar o apoio jurídico necessário em todo o processo de

implementação do instrumento de outorga de direito de uso da água.

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157

QUADRO 4.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE NORMATIZAÇÃO DE CRITÉRIOS

PARA OUTORGA DE DIREITO DE USO DA ÁGUA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência 3.000,00 2.943,87

2. Levantamento de informações e definição de

prioridades de uso

10.000,00

10.000,00

19.442,18

3. Convênio/contratação 10.000,00 9.629,28

4. Preparação do manual de outorga 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 44.098,57

5. Regularização da outorga de direito de uso

aos usuários da água

25.000,00

22.321,43

6. Apoio jurídico 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 18.374,41

TOTAL (R$) 13.000,00 20.000,00 17.000,00 17.000,00 17.000,00 42.000,00 116.809,74

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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158

2.4.1.3. Projeto 4.1.3: Mediação dos Conflitos de Uso da Água

Os recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Pirapama têm sido

utilizados para as seguintes e múltiplas modalidades de uso: (i) abastecimento

humano; (ii) abastecimento industrial; (iii) abastecimento animal; (iv) diluição de

efluentes industriais; (v) diluição de esgotamentos sanitários; (vi) irrigação; (vii)

fertirrigação; (viii) geração de energia elétrica, através de duas pequenas centrais

hidrelétricas (PCH), a de Cachoeira Tapada, localizada no engenho de mesmo

nome, e a do Cotonifício José Rufino; e (ix) preservação da vida aquática (demanda

ecológica). Ainda que não se configure um uso econômico imediato da água, a

demanda de água para preservação de ecossistemas constitui-se hoje um uso muito

especial para que a água permaneça na composição do cenário físico, onde cumpre

um papel bem definido e necessário para garantir a preservação da fauna e da flora

aquática da bacia do rio Pirapama.

Estima-se que os usos consuntivos e não consuntivo dos recursos

hídricos na bacia hidrográfica do rio Pirapama demandarão uma vazão de

aproximadamente 9,55 m3/s, bem como exigirão uma demanda por água suficiente

para diluição de uma carga orgânica correspondente a 256.840 kgDBO/dia. De

acordo com estudos já elaborados, a bacia do Pirapama será fonte importante de

suprimento de água bruta para o plano de expansão do abastecimento urbano da

RMR, que será viabilizada através da construção da Barragem Principal. Estima-se

que após a construção da barragem Principal, a demanda por água nessa finalidade

de uso será de 5,13 m3/s.

Com a construção da barragem Principal, estima-se que será liberada

pela Barragem Principal na calha do rio uma vazão total de 1,2 m3/s, cujos recursos

hídricos poderão ser utilizados para o uso não consuntivo de geração de energia

elétrica na PCH do Cotonifício José Rufino. Assim, descontados os 0,4 m3/s do

abastecimento industrial à jusante da barragem, obtém-se uma descarga

permanente à jusante de 0,80 m3/s, para o equilíbrio ecológico do estuário, como

forma de preservar a fauna e flora da bacia do rio Pirapama.

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159

Assim, para que o rio Pirapama possa atender de forma satisfatória a

todos os usos, faz-se necessário um severo controle das captações de água de

todos os usuários da bacia, de forma a adequar as demandas com as

disponibilidades do rio e ao equilíbrio ecológico. Portanto, este projeto tem por

objetivo adequar as múltiplas demandas pelo uso da água às disponibilidades

hídricas, levando-se em consideração o equilíbrio ecológico de todo o sistema de

bacia.

O QUADRO 4.1.3 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de um ano. O grosso do custo desse projeto é com a

contratação de um consultor, cujo valor médio adotado foi de R$ 50,00 por hora de

consultoria técnica, com uma carga horária mensal de 80 horas. Estima-se que

serão necessários recursos da ordem de R$ 99.764,24 (valor atual) para fazer face

aos custos totais desse projeto, dos quais: (1) R$ 2.943,87 são para elaboração do

termo de referência; (2) R$ 9.721,09 destinados ao levantamento de informações e

definição de prioridades de uso; (3) R$ 33.884,78 para contratação de consultor; (4)

R$ 37.449,52 para mediação, negociação e implementação de medidas

conciliatórias; e (5) R$ 16.071,43 para preparação do relatório final.

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160

QUADRO 4.1.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MEDIAÇÃO DOS

CONFLITOS DE USO DA ÁGUA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência 3.000,00 2.943,87

2. Levantamento de informações e definição de

prioridades de uso

5.000,00

5.000,00

9.721,09

3. Convênio/contratação 4.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 33.884,78

4. Mediação, negociação e implementação de

medidas conciliatórias

10.000,00

10.000,00

10.000,00

10.000,00

37.449,52

5. Relatório final 18.000,00 16.071,43

TOTAL (R$) 12.000,00 23.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00 99.764,24

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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161

2.4.1.4. Projeto 4.1.4: Reenquadramento da Bacia do Rio Pirapama

O reenquadramento de bacias hidrográficas é considerado como um

instrumento indispensável de gestão ambiental que - ao definir classes de qualidade

a serem alcançadas para suas águas, em função de seus usos atuais e futuros -

objetiva orientar as ações e investimentos futuros nessas bacias, de modo a atender

os anseios da sociedade, em termos da qualidade de seus recursos hídricos, bem

como promover o desenvolvimento sustentável dessas regiões.

Os planos de ampliação da utilização dos recursos hídricos da bacia

hidrográfica do rio Pirapama para abastecimento de água da Região Metropolitana

de Recife e o próprio desenvolvimento agrícola da região, condicionam o

enquadramento das águas desses mananciais a níveis rigorosos de qualidade

necessários para atender esses usuários e os anseios da sociedade. Este projeto

objetiva, portanto, definir classes de qualidade a serem alcançadas para as águas

da bacia do Pirapama em função das finalidades de uso a que se destinam, de

acordo com a legislação vigente (Resolução No. 20 do CONAMA).

O custo desse projeto com pessoal foi estimado tomando-se por base

uma equipe formada por um consultor, cujo valor médio adotado foi de R$ 50,00 por

hora de consultoria técnica, com uma carga horária mensal de 80 horas; um

engenheiro sênior, com salário mensal e encargos sociais de R$ 7.000,00; e um

técnico com salário mensal mais encargos sociais de R$ 1.000,00, ambos

cumprindo uma jornada de trabalho mensal de 160 horas.

O QUADRO 4.1.4 mostra o cronograma físico e financeiro desse

projeto, o qual terá duração de um ano. O custo total desse projeto foi orçado em R$

134.858,37, em termos de valor presente, o qual pode ser decomposto da seguinte

forma: (1) R$ 22.186,48 para diagnóstico da qualidade da água e elaboração do

termo de referência; (2) R$ 9.721,09 destinados ao levantamento de usos da água e

definição dos trechos para o reenquadramento; (3) R$ 9.721,09 para cobrir os

custos com o levantamento de informações e definição de prioridades de uso; (4) R$

32.958,23 para o plano de ação para o reenquadramento; (5) R$ 27.714,82 utilizado

para custear a elaboração de proposta de reenquadramento; (6) R$ 14.699,52 para

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162

elaboração do anteprojeto do Decreto Estadual; e (7) R$ 17.857,14 para cobrir os

custos com a elaboração do relatório final.

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163

QUADRO 4.1.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE

REENQUADRAMENTO DO RIO PIRAPAMA

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Diagnóstico da qualidade da água e

elaboração do termo de referência

9.000,00

7.000,00

7.000,00

22.186,48

2. Levantamento de usos da água e definição

dos trechos para o reenquadramento

5.000,00

5.000,00

9.721,09

3. Levantamento de informações e definição de

prioridades de uso

5.000,00

5.000,00

9.721,09

4. Plano de ação para o reenquadramento 5.000,00 7.000,00 7.000,00 8.000,00 8.000,00 32.958,23

5. Elaboração de proposta de

reenquadramento

6.000,00 12.000,00 12.000,00 27.714,82

6. Elaboração do anteprojeto do Decreto

Estadual

4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 14.699,52

7. Relatório final 20.000,00 17.857,14

TOTAL (R$) 24.000,00 24.000,00 24.000,00 24.000,00 24.000,00 24.000,00 134.858,37

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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164

2.4.2. PROGRAMA 4.2: MONITORAMENTO E INFORMAÇÃO HIDROLÓGICO

O conjunto de cinco projetos que compõem este programa tem por

objetivo suprir os vários órgãos do Estado e a sociedade como um todo, através da

divulgação ao público externo, com informações e dados hidrológicos qualitativos e

quantitativos a respeito do rio Pirapama e seus afluentes. Os recursos necessários

para implementar esses cinco projetos estão estimados em cerca de R$

1.578.261,55 (em termos de valor presente).

2.4.2.1. Projeto 4.2.1: Instalação e Operação das Estações Hidrométricas e

Monitoramento de Sub-Bacias

O principal objetivo do projeto de instalação e operação das estações

hidrométricas e monitoramento de sub-bacias é constituir uma base de dados

históricos sobre o sistema fluvial para estudos e acompanhamento das alterações

sobre as condições hidrológicas e ambientais da bacia.

Os custos desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de

trabalho, conforme dimensionada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram

estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial. O custo total

desse estudo (valor presente), o qual demandará dois anos para a sua

complementação, é da ordem de R$ 349.012,39, de acordo com o cronograma

físico/financeiro do QUADRO 4.2.1.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Técnico 500,00 160 03 1.500,00

Subtotal - - - 9.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 9.000,00

TOTAL - - - 18.000,00

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165

O custo total desse projeto foi desagregado e computado de acordo

com os seguintes componentes: (1) R$ 2.916,20 para elaboração do termo de

referência e celebração de convênio e/ou consultoria; (2) R$ 34.505,58 para custear

o levantamento das informações, coleta de dados e análise laboratoriais; (3) R$

130.471,18 para a instalação de estações fluviométricas; (4) R$ 138.070,97

destinados ao planejamento de medições mensais e coleta de amostras para análise

de qualidade da água, bem como avaliação, manipulação e tratamento estatístico

dos dados; e (5) R$ 43.048,47 para a implementação de um sistema de

monitoramento periódico.

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QUADRO 4.2.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE INSTALAÇÃO E OPERAÇÃO DAS ESTAÇÕES

HIDROMÉTRICAS E MONITORAMENTO DE SUB-BACIAS

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência e

celebração de convênio e/ou consultoria

3.000,00

2.916,20

2. Levantamento de informações 18.000,00 18.000,00 34.505,58

3. Instalação de estações fluviométricas 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 130.471,18

4. Planejamento de medições mensais e

coleta de amostras para análise de qualidade

da água

18.000,00

18.000,00

18.000,00

54.000,00

54.000,00

138.070,97

5. Implementação do monitoramento

periódico

54.000,00 43.048,47

TOTAL (R$) 21.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 349.012,39

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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167

2.4.2.2. Projeto 4.2.2: Monitoramento do Rio Pirapama – Estações Laisa 1,

Cacho 1 e Matapagipe

Este projeto consiste em implementar uma série de procedimentos e

práticas de monitoramento, visando avaliar alterações da vazão e da qualidade da

água nas estações Laísa 1, Cacho 1 e Matapagipe, ao longo do rio Pirapama,

objetivando subsidiar as ações de preservação desse manancial. Com duração de

um ano, este projeto busca aprofundar o conhecimento dos níveis de nutrientes

causados pela fertirrigação, verificando sua correlação com os períodos de safra e

entre-safra das indústrias sucroalcooleiras e com os dados quantitativos de água, de

forma a prevenir os processos de eutrofização na futura barragem.

O valor presente dos custos totais desse projeto foi estimado em cerca

de R$ 264.523,10, desagregado da seguinte forma: (1) R$ 44.809,49 é para cobrir

os custos com o levantamento de informações e definição do levantamento

amostral; (2) R$ 122.161,47 para custear a coleta e análise de amostras; (3) R$

54.068,94 para a avaliação, manipulação e tratamento estatístico dos dados; (4) R$

9.452,48 destinados a custear os gastos com reuniões da equipe de técnicos das

instituições envolvidas (COMPESA, CPRH, ITEP, e SECTMA/COBH); e (5) R$

34.030,72 para a preparação do relatório final.

Os custos de mão-de-obra foram estimados tomando-se por base uma

equipe de trabalho de três pessoas, conforme especificada no quadro abaixo. Outros

custos computados nesse projeto foram transporte da equipe e material para

exames laboratoriais. O QUADRO 4.2.2 mostra o cronograma físico e financeiro

desse projeto.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00

Técnico 500,00 160 03 1.500,00

Subtotal - - - 8.000,00

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168

Encargos sociais (100%) - - - 8.000,00

TOTAL - - - 16.000,00

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169

QUADRO 4.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MONITORAMENTO DO RIO

PIRAPAMA – ESTAÇÕES LAISA 1, CACHO 1 E MATAPAGIPE

(TEMPO EM BIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)

1. Levantamento de informações e definição do

levantamento amostral

30.000,00

14.000,00

2.000,00

44.809,49

2. Coleta e análise de amostras 10.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00 122.161,47

3. Avaliação, manipulação e tratamento estatístico dos

dados

6.000,00

18.000,00

20.000,00

14.000,00

54.068,94

4. Reunião com a equipe (COMPESA, CPRH, ITEP,

SECTMA/COBH)

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00

9.452,48

5. Relatório final 6.000,00 32.000,00 34.030,72

TOTAL (R$) 42.000,00 52.000,00 52.000,00 52.000,00 52.000,00 32.000,00 264.523,10

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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170

2.4.2.3. Projeto 4.2.3: Monitoramento da Qualidade da Água do Rio Pirapama

O crescimento econômico verificado na região do Pirapama e a

conseqüente degradação do meio ambiente fazem com que seja imprescindível um

monitoramento periódico da qualidade de seus recursos hídricos. Este projeto visa

estabelecer as diretrizes para que se exerça um controle sistemático sobre a

qualidade das águas na bacia hidrográfica do Pirapama, contribuindo para preservar

a múltipla funcionalidade de seus recursos hídricos, mas principalmente garantindo a

qualidade necessária para a sua utilização no abastecimento público.

Os custos desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de

trabalho, conforme dimensionada no quadro abaixo. Vale ressaltar que os encargos

sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial. O

valor presente do custo total desse projeto é da ordem de R$ 422.717,85, e

demandará dois anos para a sua completa implementação, conforme pode ser visto

no cronograma físico e financeiro do QUADRO 4.2.3.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE

CUSTO/MÊS

R$

Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Biólogo Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Técnico 500,00 160 02 1.000,00

Subtotal - - - 12.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 12.000,00

TOTAL - - - 24.000,00

Os custos totais foram agrupados em cinco componentes, de acordo

com o QUADRO 4.2.3, ou seja: (1) R$ 2.916,20 para a elaboração do termo de

referência e contratação de consultor; (2) R$ 46.007,44 para custear o levantamento

das informações existentes, coleta de dados e análise laboratoriais; (3) R$

132.301,62 para reativação e instalação de estações; (4) R$ 182.429,37 destinados

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171

ao planejamento de medições mensais e coleta de amostras para análise de

qualidade da água; e (5) R$ 59.063,22 para a implementação e avaliação periódica

do programa de monitoramento do rio.

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172

QUADRO 4.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MONITORAMENTO DA

QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO PIRAPAMA

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência e

celebração de convênio e/ou contratação de

consultoria

3.000,00

2.916,20

2. Levantamento de informações existentes 24.000,00 24.000,00 46.007,44

3. Reativação e instalação de estações 48.000,00 48.000,00 48.000,00 132.301,62

4. Planejamento de medições mensais e coleta

de amostras para análise de qualidade da

água

24.000,00

24.000,00

24.000,00

48.000,00

48.000,00

48.000,00

182.429,37

5. Implementação e avaliação periódica do

programa de monitoramento do rio

24.000,00

24.000,00

24.000,00

59.063,22

TOTAL (R$) 27.000,00 72.000,00 72.000,00 72.000,00 24.000,00 72.000,00 72.000,00 72.000,00 422.717,85

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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173

2.4.2.4. Projeto 4.2.4: Avaliação das Alternativas à Jusante da Barragem

Principal do Pirapama

Com a construção da barragem Principal e a sua entrada em operação,

o rio Pirapama terá à jusante dessa barragem sua vazão significativamente

diminuída, de modo que será necessário assegurar numa vazão permanente na

barragem de pelo menos 0,8 m3/s para manutenção ecológica na área estuarina

desse manancial. Este projeto tem por objetivo investigar os impactos ambientais e

as condições na área do estuário após a construção dessa barragem.

Com uma duração prevista de três anos, este projeto visa estudar as

condições ambientais dessa área, através de uma série de ações, tais como

medição de vazão e qualidade da água à jusante da barragem no Pirapama e seus

principais afluentes; calibração de modelo matemático de qualidade de água no

trecho à jusante da barragem; e simulação das condições futuras no estuário, após

construção da barragem e descarga permanente de 0,8 m3/s.

Os custos desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de

trabalho, conforme dimensionada no quadro abaixo. Vale ressaltar que os encargos

sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial

(excetuando-se o custo com o consultor). O custo total desse estudo (valor

presente), o qual demandará dois anos para a sua complementação, é da ordem de

R$ 320.143,07, de acordo com o cronograma físico/financeiro do QUADRO 4.2.4.

PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS

R$ HORA/MÊS QUANTIDADE CUSTO/MÊS

R$

Coordenador/consultor 4.000,00 80 01 4.000,00

Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Biólogo Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00

Técnico 500,00 160 02 1.000,00

Subtotal - - - 12.000,00

Encargos sociais (100%) - - - 8.000,00

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174

TOTAL - - - 20.000,00

Os custos totais foram desagregados e computados da seguinte forma:

(1) R$ 2.916,20 para a elaboração do termo de referência e contratação de

consultor; (2) R$ 152.376,60 para custear o levantamento das informações, coleta

de dados e análise laboratoriais; (3) R$ 81.163,14 para a campanha de medições de

vazão e da qualidade das águas; (4) R$ 14.086,18 destinados à avaliação,

manipulação e tratamento estatístico dos dados; (5) R$ 63.223,40 para a calibração

e simulação dos modelos utilizados nos estudos; e (6) R$ 6.377,55 para a

preparação do relatório final.

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175

QUADRO 4.2.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS À JUSANTE DA

BARRAGEM PRINCIPAL DO PIRAPAMA

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração do Termo de Referência e

contratação de consultor

3.000,00

2.916,20

2. Levantamento de informações (coleta

de amostras)

28.000,00

48.000,00

48.000,00

40.000,00

152.376,60

3. Campanha de medições de vazão e da

qualidade

20.000,00

20.000,00

20.000,00

30.000,00

81.163,14

4. Avaliação, manipulação e tratamento

estatístico dos dados

8.000,00

8.000,00

14.086,18

5. Calibração e simulação dos modelos 38.000,00 38.000,00 63.223,40

6. Relatório final 8.000,00 6.377,55

TOTAL (R$) 31.000,00 68.000,00 68.000,00 68.000,00 38.000,00 38.000,00 38.000,00 8.000,00 320.143,07

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.

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176

2.4.2.5. Projeto 4.2.5: Implantação de Sistema de Informações de Recursos

Hídricos

A diversidade de órgãos atuando na região do Pirapama, aliada às

transferências de responsabilidade das múltiplas instituições que aí operam, acabam

por repercutir negativamente na sistematização das informações, bem como

dificultam a transferência e utilização das mesmas. Verifica-se, portanto, a

necessidade da implantação de um sistema de informações de recursos hídricos,

com a característica de universalização, tanto no que se refere à natureza dos

dados, quanto no que diz respeito à origem das organizações que os produzem,

objetivando reunir, organizar e cruzar as informações geradas pelos diversos

estudos e programas na área da bacia do Pirapama, que seja acessível a todos os

interessados em planejamento, gestão ou uso dos recursos hídricos.

O sistema de informações sobre recursos hídricos se constitui de uma

base de dados, informatizada, obtida a partir da coleta, tratamento, armazenamento

e recuperação de dados sobre recursos hídricos, fatores intervenientes no ciclo

hidrológico e qualidade das águas. Esse sistema de informações é um importante

instrumento de gestão, através do qual disponibiliza-se todos os índices e

informações capazes de subsidiar, a qualquer instante, as decisões de investimento,

projetos e ações no setor, bem como permitem implementar e efetuar os

instrumentos de outorga e cobrança pelo uso da água. O sistema de informações

sobre recursos hídricos integrará todas as informações dos diversos órgãos

estaduais e federais que lidem com águas superficiais ou subterrâneas, inclusive

sobre as obras de recursos hídricos no âmbito do setor.

Podem fazem parte desse sistema toda e qualquer informação

referenciada em mapas sobre coordenadas geográficas de pontos de captação,

lançamento, obras hidráulicas e dados hidrometeorológicos; cadastros de usuários

dos recursos hídricos e de qualidade da água; de modelos chuva-deflúvio ou outros

modelos calibrados para a bacia e de simulação de operação de reservatórios; entre

outros. Dados sobre os balanços hídricos, levantados através do confronto entre as

disponibilidades e as demandas por água e alternativas para o aumento da oferta de

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177

água aos múltiplos usuários, tais como, obras de regularização, reversão de bacia,

uso de águas subterrâneas, lançamentos de cargas poluidoras e medições de

qualidade das águas, são informações importantes que visam subsidiar a análise de

pleitos de outorga e implementar o instrumento de cobrança pelo uso dos recursos

hídricos.

O QUADRO 4.2.5 contém o cronograma físico/financeiro desse projeto,

que terá a duração de dois anos, e demandará recursos da ordem de R$

221.865,14, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1) R$

2.916,20 para elaboração do termo de referência e contratação de consultorias; (2)

R$ 28.354,92 para desenvolvimento de uma rede de coleta de dados sobre valores

ecológicos e outros valores ambientais do sistema hídrico; (3) R$ 13.781,42 para

desenvolvimento de sistema de informações e indicadores de apoio ao

gerenciamento dos recursos hídricos; (4) R$ 72.483,99 para desenvolvimento de

sistema de coleta sistemática de informações sobre usos e capacidade de carga de

captação e rejeição; (5) R$ 37.975,34 para estabelecimento de um suporte

informático para armazenamento e processamento da informação; (6) R$ 24.609,68

para estabelecimento de sistema de difusão de informação por tipo de uso; e (7) R$

41.743,59 para formação profissional dos agentes envolvidos nas várias fases da

informação.

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178

QUADRO 4.2.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES

DE RECURSOS HÍDRICOS

(TEMPO EM TRIMESTRE)

AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)

1. Elaboração do termo de referência e

contratação de consultorias

3.000,00

2.916,20

2. Desenvolvimento de uma rede de

coleta de dados sobre valores ecológicos

e outros valores ambientais do sistema

hídrico

10.000,00

10.000,00

10.000,00

28.354,92

3. Desenvolvimento de sistema de

informações e indicadores de apoio ao

gerenciamento dos recursos hídricos

5.000,00

5.000,00

5.000,00

13.781,42

4. Desenvolvimento de sistema de coleta

sistemática de informações sobre usos e

capacidade de carga de captação e

rejeição

20.000,00

20.000,00

20.000,00

20.000,00

72.483,99

5. Estabelecimento de um suporte

informático para armazenamento e

processamento da informação

15.000,00

15.000,00

15.000,00

37.975,34

6. Estabelecimento de sistema de difusão

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179

de informação por tipo de usuário 10.000,00 10.000,00 10.000,00 24.609,68

7. Formação profissional dos agentes

envolvidos nas várias fases da informação

12.000,00

12.000,00

12.000,00

12.000,00

41.743,59

TOTAL (R$) 13.000,00 47.000,00 35.000,00 37.000,00 35.000,00 37.000,00 25.000,00 22.000,00 221.865,14

* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.