afropoemas, afroescola laboratório urbano, nov 2015

6
AFRO POEMAS nov 2015 AfroEscola Laboratório Urbano Avenida Atlântica, 904 Valparaíso, Santo André, SP CEP 09060 001 www.oficinativa.org AfroEscola Laboratório Urbano

Upload: oficinativa

Post on 11-Apr-2017

190 views

Category:

Education


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: AfroPoemas, AfroEscola Laboratório Urbano, nov 2015

AFROPOEMAS

nov 2015AfroEscolaLaboratório Urbano

Avenida Atlântica, 904Valparaíso, Santo André, SP

CEP 09060 001

www.oficinativa.org

AfroEscola Laboratório Urbano

Page 2: AfroPoemas, AfroEscola Laboratório Urbano, nov 2015

iniciativa, organização:- Odé Amorim (AfroEscola Laboratório Urbano, OFICINATIVA), [email protected], 11 4425 4458- Claudia Silva (coordenadora de projetos Biblioteca do CEU 3 Pontes), [email protected], 11 3397 6432- Madeline Cecim (Bibliotecária do CEU 3 Pontes, [email protected])

Ano de vários e significativos passos adiante, por mais dignidades,

liberdades, criatividades, comunidades. E mais consciências

e mais ciências sempre!!!

AfroAbraços

Odé Amorim

Texto da primeira publicação AfroPoemas, em novembro de 2011 (ainda atual):

“É crescente a necessidade de falar sobre temáticas sociais que ainda hoje são nós pessoais e coletivos na constituição psicológica de nossa nação. E se conseguimos fazê-lo por caminhos artísticos / poéticos, acreditamos que tais debates e reflexões podem experimentar processos e resultados impressionantes. Essa foi justamente a proposta do concurso solidário AfroPoemas e agora apresentamos a publicação que nos dá muito orgulho. E certamente vontade de fazer outras...”

Page 3: AfroPoemas, AfroEscola Laboratório Urbano, nov 2015

Eu era de lá!Sim eu era!Tinha minha famíliaminha esposa, mulher, muito bela e fortee minha filha, linda dos olhos pretinhos feito jabuticaba!Eu era feliz lá!

Mas um dia eles chegaram com redes, chicotes, porretes e me prenderam me jogaram em um barco grande!com vários como eu, reis, príncipes e guerreiros

Foram dias navegando, com fome, sede, medomuitos não aguentaram e foram lançados no mardescanso com Iemanjá!

Até que chegamosvários homens como eu mas com a pele cor de algodãogritavam, batiam, me levaram para uma casa!

Nessa casa trabalhei muitos anossempre com muita Saudade de lá!Até que um dia me libertaramdisseram que uma tal de princesafoi bondosa o bastante pra isso

E me deixaram numa terra que não era minhacom um povo que não era o meue uma religião que não era a minhamas a Saudade essa sim era minhamas toda vez que me lembro da minha filhaolho para a noite e lembro dos seus olhinhospretinhos como jabuticaba.

Pedro Augusto Souza da Cunha

África em todos os sentidosna dança do som do tamborno sabor da pimentano perfume do dendê com seu aroma e corna memóriacom seus cantos cheios de ensinamentosnas histórias das princesasnegras e guerreirasque os livros não contam...Gosto do cheio forte e marcante do negrosou uma mulher de cor pardacabelos cacheados que carregona minha essênciao gosto e a paixão por Áfricaprincipalmente o paladar

Obrigada Mãe África!

Maria Dias

AfroPoemas 2015 # 3 AfroPoemas 2015 # 10

Page 4: AfroPoemas, AfroEscola Laboratório Urbano, nov 2015

Negra Virtuosa, seu coração é de ouroseu amor é do tamanho do universo

falo para você, tu és guerreiratu és princesa vencendo batalhastu és negra, na luta pela liberdade

e na escravidão não se calou

És filha da África – tens seus valorescom sabedoria venceu

Negra que não fugiu da lutacom atitude lutouvenceu e salvou

Viva Zacimba Gaba!

Fábio Pererê

A ALMA DA RAÇA HUMANA

Assim como eu, você nasceu do ventre da patroanão é tramóiaé paranóia do pensamento do negro

Assim como o negro precisa nanaro branco precisa ninir,despertar para a vidaé como nascer da noite

Claudia Pererê

AfroPoemas 2014 # 9 AfroPoemas 2015 # 4

Page 5: AfroPoemas, AfroEscola Laboratório Urbano, nov 2015

Eu venho de um quilombo distante...

Lá o berimbau é o rei e o atabaque ressoa nos quatro cantos da terra

Eu venho de um quilombo distanteonde as mulheres usam pérolas nos cabelos e as crianças brincam livremente,

Lá não existe opressão, e é a fruta pão que nos alimenta, lá os homens lutam pela liberdade e semeiam a terra

Eu venho de um quilombo distante, onde as folhas sagradas nutrem o húmus da vida,

Lá os corpos vibram felicidade e dançam com agogôs, gonguês e xequerês

Ah! Minha Aruanda querida, que saudades do seu rio sereno,das suas águas abundantes e suas músicas de pazQue soe o seu canto através do tempo!

Infinitamente viva!!!

Mariana Aguiar

Tinha calombo na cacunda da vovócatinga branca, mironga em meu xodóquibungo sacana não permite xaxaxázabumba e quitute, moleque faz saravá

Oh Calungasamba é bom mas faz fuçarOh Calungadá cafuné pra cochilar

Odé

AfroPoemas 2015 # 5 AfroPoemas 2015 # 8

Calunga tá me chamandopatota para brincar

reco-reco tá tocandopra todo Ibeji dançar

OdéIohanaAisha

Page 6: AfroPoemas, AfroEscola Laboratório Urbano, nov 2015

Como una flor,la Reina Carabalí baila la Conga

contra la esclavitud,los Orishas tocaban tambor

la Jirafa y el Elefantecantan sus derechos por la liberación

mientras gritan ASÉ!el Hipopotamo y el León

criação coletiva no Festival de AfroContaçãode Histórias HADITHI NJOO

Fiesta del Fuego, julho de 2013,em Santiago de Cuba

AFROmaisEscolhendo os excluídosdeixando entrar os incluídosnossos olhos, cabelos e cora mistura que a alma faz por amorsaber que “eu” não sou “eu” sópois cada conhecido se mistura ao meu suoro respeito e a tolerância mudará tudofazendo com que mude nosso mundosou poucos, sou você e sou muitosnascendo todos os diastodos os dias morremospois somos a soma de todas pessoas que conhecemos

Negro, lindo negrocheiro, sabores, olhar profundoforte, negro fortesorte, que sorte a minha

Conhecer históriaa minha históriaatravés de tinegro, lindo negro

Juliana de Favari Stangorlini

AfroPoemas 2015 # 7 AfroPoemas 2015 # 6

Vesti meu abadá, distribui AXÉe toquei meu agogô

Ganhei um cafuné, agradeci com acarajée recebi mojubá

Oxalá meu amigo criolo, pra todos nós saravá

Mesmo com caxumba e dor na cacundacom Olodum fui brincar

criação coletiva com professoras na assessoria lei 10.639 em Ribeirão Pires, 3 de agosto de 2015

Martin