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África Antiga: Egito e Núbia Prof. Juliana

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África Antiga: Egito e NúbiaProf. Juliana

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Civilização Egípcia• As civilizações egípcia e núbia floresceram nas

margens do Rio Nilo. • Por volta de 5000 a.C, os habitantes das margens do

Rio Nilo aprenderam a canalizar a água e deram início as atividades de agricultura e pastoreio em volta de suas aldeias.

• Com base na observação da natureza criaram um calendário com três estações de 4 meses: o período das cheias, da semeadura e da colheita.

• No mês de julho, as cheias inundavam as terras nas margens do Rio Nilo, e quando as águas retornavam ao leito, deixavam a terra coberta de húmus (matéria orgânica), funcionando como adubo natural para o cultivo.

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Os nomos• Por meio de disputas e/ou alianças para conseguir terra

e poder, as aldeias às margens do Rio Nilo foram se agrupando em nomos, unidades administrativas chefiadas por nomarcas.

• A divisão do território por nomos permanece por toda a história do Egito Antigo.

• Com o tempo , lutas e alianças entre os nomarcas acabaram gerando dois grandes reinos: O Alto Egito (localizado no sul) e o Baixo Egito (localizado no Norte).

• Esses reinos permaneceram separados até por volta 3100 a.C, quando segundo a tradição, um personagem chamado Menés, Rei do Alto Egito, conquistou o Baixo Egito e fundou o Império Egípcio.

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• Menés se tornou o primeiro imperador faraó (modo como os antigos egípcios chamavam o Rei) e o fundador da Primeira Dinastia (sucessão de reis da mesma família).

• A história política do Império Egípcio é dividida em três períodos, entremeados por períodos de enfraquecimento do poder dos faraós.

• Esse enfraquecimento geralmente decorria de desorganização do Estado, de revoltas contra impostos abusivos e de lutas internas entre os nomarcas

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Antigo Império• Durante esse período o Império Egípcio esteve

dividido em 42 nomos, administrados por nomarcas que deviam obediência aos faraós reinantes.

• Inicialmente a capital era Tinis. A partir da terceira dinastia passou a ser Mênfis, cidade construída no delta do Rio Nilo, especialmente para este fim.

• O Antigo Império foi um período de relativa estabilidade econômica e política, parte da riqueza proveniente dos impostos recolhidos foi usada para construir as colossais pirâmides na cidade de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos (nome de poderosos faraós do Antigo Império).

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Médio Império• Por volta de 2040 a.C, os governantes da cidade

de Tebas tomaram o poder e reunificaram o Egito, dando início ao Médio Império, um período de grande brilho da civilização egípcia.

• Os faraós desse período incentivaram a atividade econômica, intensificando seu comércio com a Núbia, região situada ao sul, rica em minerais e habitadas por povos negros.

• Durante o Médio Império, o governo egípcio ordenou a construção de um palácio – o Labirinto – e o Lago Méris, um enorme reservatório.

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• Depois, disputas pelo poder entre os próprios egípcios enfraqueceram o Estado, facilitando a penetração dos hicsos, um povo da Ásia Central, que invadiu o Egito por volta de 1570 a.C e o dominou por cerca de 170 anos.

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O Novo Império• O Novo Império se iniciou com a vitória sobre os

hicsos e a reunificação do Egito. • Após construir um poderoso exército formado de

infantaria e cavalaria e apoiado por carros de guerra, os egípcios conquistaram o Reino de Kush, na Núbia, ao sul, a Fenícia, a Palestina e a Síria, a nordeste e estenderam seus domínios até o Rio Eufrates, na Mesopotâmia, a leste.

• A partir daí, o Egito estabeleceu um grande comércio com todas essas regiões e com a Ilha de Creta.

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• O controle sobre rotas comerciais e povos rendeu aos egípcios riquezas enormes, como testemunham os templos de Luxor e Karnac, erguidos na cidade de Tebas, capital do Egito na época.

• As revoltas da maioria da população egípcia contra os impostos abusivos e o trabalho forçado, bem como as disputas internas e a reação dos povos dominados, levaram ao enfraquecimento do Estado que, em 525 a.C foi conquistado pelos persas.

• Desde então, foi dominado por vários outros povos: gregos e romanos, na Antiguidade, árabes muçulmanos, na Idade Média, e britânicos, no século XIX. Somente em 1922, o Egito voltou a ser independente.

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A vida social• Na sociedade egípcia, o indivíduo geralmente

nascia e morria dentro do mesmo grupo social. • Era uma sociedade rigidamente estratificada e

com pouca mobilidade social.• O faraó era considerado por todos um Deus vivo.

Era a maior autoridade administrativa, religiosa e militar do império.

• Era também dono de quase todas as terras, possuía muitos funcionários, e recebia enormes quantidades de impostos.

• Sua figura era tão respeitada que os súditos não poderiam se referir a ele pelo nome, chamando-o de Faraó, que quer dizer “casa-real”.

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Estátua do faraó Ramsés

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• Abaixo dos faraós estavam os altos funcionários e os sacerdotes. Entre os altos funcionários estavam o vizir e os escribas.

• O vizir supervisionava a polícia, a justiça e a cobrança de impostos.

• Já os escribas registravam os impostos arrecadados, as áreas cultivadas, o volume da colheita, os rebanhos.

• Os sacerdotes por sua vez, constituíam um grupo poderoso e rico, sua riqueza vinha das terras que possuíam, e das oferendas feitas aos deuses nos templos sob sua responsabilidade, tinham além disso, milhares de trabalhadores a seu serviço.

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• Artesãos, comerciantes e militares: Os artesãos egípcios faziam e colocariam o vidro (acredita-se que os egípcios foram inventores do vidro); Além disso trabalhavam com couro, bronze, papiro, etc.

• Com as conquistas e expansão do Império aumentaram muito o número de clientes.

• Camponeses e Escravos: Os camponeses – chamados de felás – constituíam a maior parte da população e viviam pobremente. Trabalhavam nas propriedades dos sacerdotes, dos altos funcionários, e a qualquer momento poderiam ser convocados para trabalhar na construção de obras públicas. Lhes sobrava muito pouco por que tinham que entregar impostos altíssimos para o Estado.

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• Os escravos eram obtidos nas guerras de conquistas e utilizados em serviços pesados como trabalho nas pedreiras, nas minas e na construção de grandes obras, como as pirâmides.

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Religião• Os antigos egípcios eram politeístas –

acreditavam em vários deuses que tinham forma humana (Osíris), humana e animal (Hórus, homem com cabeça de falcão), ou somente forma animal (Anúbis, que tinha a feição de um chacal).

• Desde muito tempo, os antigos egípcios cultuavam o sol como o nome de Rá.

• Quando a capital do império foi transferida para Tebas, Rá foi identificado como deus tebano Amon, surgindo então Amom-Rá, que os egípcios passaram a ver como o “rei dos deuses” e criador do Universo.

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• Enquanto Amon-Rá era o mais cultuado oficialmente, Osíris era o mais popular dos deuses egípcios.

• Os egípcios acreditavam que ao morrer, todo indivíduo deveria comparecer ao Tribunal de Osíris, para ser julgado. Lá, em um dos pratos da balança devia ser posto o coração do morto, e no outro, uma pena.

• Se o coração tivesse peso igual ou menor que o da pena, o indivíduo seria salvo por Osíris, e iria para os Campos da Paz, onde conviveria com outras almas iluminadas.

• Caso contrário, iria para uma espécie de purgatório, ou tornar-se-ia uma alma perdida.

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• A transformação do corpo de um morto em múmia dependia das posses; os mais pobres geralmente enterravam seus mortos na areia do deserto.

• Já os ricos, eram mumificados por técnicos especializados nesse ofício.

• Depois disso a múmia era colocada dentro de vários sarcófagos, um maior do que o outro, e conduzida ao túmulo, junto dele os egípcios deixavam uma variedade de objetos: alimentos, cadeiras, armas, estátuas e joias – considerados necessários ao morto.

• Além disso deixavam textos que o morto deveria usar para pedir sua absolvição a Osíris. Posteriormente, esses textos foram reunidos em um conjunto único: O livro dos mortos.

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Múmia do faraó Ramsés

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Arte monumental• Os antigos egípcios praticaram uma arte

monumental, solene e marcada pela religiosidade.• Destacam-se na arquitetura as pirâmides de

Gizé, os tempos religiosos como os de Abu-Simbel.

• No campo da escultura, predominavam as estátuas rígidas, solene e de rosto sereno e braços cruzados sobre o peito ou estendidos.

• Os escultores egípcios acreditavam que além de conservar o corpo do morto, ainda deveriam imortalizá-lo através da escultura fiel a suas características físicas.

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Pintura• Já os pintores egípcios retratavam em suas

pinturas diversos aspectos da vida social. • Suas pinturas obedeciam a regras rígidas, entre

as quais a regra da frontalidade.• Pela regra de frontalidade, os olhos e tronco são

mostrados sempre de frente para o observador, enquanto a cabeça, as pernas e os pés aparecem de perfil.

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Ciências• As ciências egípcias buscaram resolver problemas

práticos, como calcular uma área de construção, prever a periodicidade das cheias do Nilo, e encontrar a cura para uma doença.

• Na Matemática, os egípcios aprenderam a operar com as três das quatro operações fundamentais: Soma, subtração e divisão, embora não tivessem símbolo para o zero, foram os inventores do sistema decimal.

• Na Medicina, dominaram conhecimentos de anatomia humana, reconheceram a importância do coração e seu relacionamento com outros órgãos, desenvolveram técnicas de como tratar fraturas, anestesiar o paciente, realizar pequenas cirurgias, por exemplo, de catarata.

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• No campo da Astronomia, a principal realização foi a criação de um calendário solar de 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias, mais cinco dias de festa.

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A civilização Núbia• A África também foi berço de civilizações antigas,

entre as quais estão a Egípcia, e a Núbia• A Núbia floresceu ao sul do Egito, entre a primeira

e a sexta catarata do Rio Nilo. • A Núbia foi um importante elo entre os povos da

África Central e os do mar mediterrâneo.

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O Reino de Kush• No interior do território da Núbia, formou-se o

Reino de Kush. Conforme provas arqueológicas, a história de Kush está estreitamente ligada a do Egito.

• Um grande número de produtos egípcios encontrados em terras núbias, e vice-versa.

• Por volta de 1530 a. C o Reino de Kush fo conquistado pelos egipcios.

• Mais tarde, ocorreu o contrário, os cuxitas conquistaram o Egito, dando início a XXV Dinastia, conhecida também como Dinastia dos Faraós Negros, que reinou de 730 a.C até 657 a. C

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A FORMAÇÃO DO REINO• Os cuxitas também construíam diques para

represar água do Nilo e canais para levar água a lugares mais distantes.

• O desenvolvimento da agricultura, da pecuária e a formação de aldeias desencadearam um processo de formação do Reino de Kush.

• Apesar de ter grande contato com o Egito, o Reino de Kush preservou a sua originalidade: • O Sistema de Escolha do Rei• O papel das Rainhas-Mães• A Estabilidade e a longa duração de suas dinastias.

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A Escolha do Rei• Enquanto no Egito, o filho sucedia o pai no direito

ao trono, em Kush, o rei era escolhido de modo peculiar.

• Inicialmente, os lideres das comunidades elegiam aquele que consideravam mais preparado para exercer a liderança.

• Depois, lançando sementes ao chão, perguntavam aos deuses da cidade se concordavam com a escolha, e pelo desenho que se formava ficavam sabendo da resposta.

• Essa consulta ao deus legitimava a escolha • O escolhido era homenageado com uma procissão

que terminava com a festa de coroação do novo rei.

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• O rei tinha uma guarda permanente para protegê-lo, e era auxiliado por um grupo de altos funcionários, como o chefe do tesourou, o escriba-mor e o comandante militar.

• No Reino de Kush os militares eram valorizados, o que era de se esperar tendo o poderoso Egito como vizinho.

• Em caso de necessidade, todos os homens eram convocados para a Guerra, e eram frequentemente convocados, seja para defender fronteiras ou para conquistar riquezas.

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A Candace: O Papel da Rainha-Mãe• No império Cuxita, as mulheres ocupavam posições

políticas de destaque, tendo ascendência inclusive sobre o clero.

• Denominada Senhora de Kush, a mãe do Rei adotava a nora, tendo assim grande poder e influência sobre o governo do filho.

• Algumas delas chegaram a assumir o governo do Estado com o título de Candace, Kandake, ou rainhas-mães reinantes.

• Duas delas, Amanirenas e Amanishaketo destacaram-se no enfrentamento ao Império Romano.

• Amanishaketo conseguiu um acordo com o imperador Romano Otávio Augusto, que isentava os cuxitas de pagamento de impostos aos romanos.

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Representação de uma candace no carnaval Brasileiro.

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Estabilidade Dinástica• Segundo o historiador africano Joseph Ki-Zerbo, os

fatores que contribuíram para a estabilidade política e longevidade desse Reino foram: o sistema de escolha do rei; o controle da monarquia cuxita sobre as riquezas minerais existentes no subsolo; e a marcante participação da mulher na política.

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O fim do Reino de Kush• Por volta do século III d.C o Reino de Kush foi

empobrecendo, as pirâmides de seus Reis tornando-se mais rústicas e menores, e ocorreu um enfraquecimento do comércio exterior.

• No ano de 330, o Reino de Kush foi conquistado por outro reino africano, denominado Axum, localizado ao Norte da Etiópia.

• A civilização axumita da época já havia se convertido ao cristianismo, por influência dos romanos quando estes ocuparam o Nordeste da África.

• Isso explica por que a Etiópia é considerada o país cristão mais antigo da África Subsaariana.

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A história da África é tão importante quanto a história dos demais continentes. No entanto, arqueólogos e historiadores se dedicaram somente ao Egito esquecendo centenas de outras possibilidades. Por isso, a história da Àfrica ainda é um cenário a ser pesquisado.Infelizmente, fanatismos religiosos, guerras, depredações e falta de interesse das autoridades mundiais, estão fazendo com que a maioria do patrimônio histórico se perca.