afo e orÇamento pÚblico para tribunais – fcc teoria e exercÍcios – aula 4

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AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 4 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 1 AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS – FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 4 Prof. ERICK MOURA Olá pessoal, Bom revê-los aqui para mais um encontro. Espero que tenham gostado da aula anterior. Nessa aula vamos abordar os seguintes tópicos para a disciplina de AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC: => Processo orçamentário => Métodos, técnicas e instrumentos do Orçamento Público. => Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público. => Noções de Execução Orçamentária e Financeira. Eventualmente irei inserir alguns temas relacionados para que possamos cercar o assunto da melhor forma possível, assim como questões de outras Bancas que se aproximam da técnica da FCC, ok ? Todos prontos? Ok pessoal, mas antes, uma pequena introdução com a evolução histórica do Orçamento. INTRODUÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA Vamos a um breve resumo histórico sobre os orçamentos públicos. Fareoms isso, pois se observa que ultimamente as bancas de prova têm colocado questões com o enfoque histórico. Houve necessidade de se organizar um orçamento desde que os governos, entre outras atribuições, se constituíram como arrecadadores de receitas para fazerem frente às exigências demandadas, muitas vezes em benefício próprio. No entanto, sabe-se que, historicamente, o marco jurídico do orçamento público foi o artigo 12 da conhecida Magna Carta de 1215, outorgada pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra.

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AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS – FCC

TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 4

Prof. ERICK MOURA

Olá pessoal,

Bom revê-los aqui para mais um encontro.

Espero que tenham gostado da aula anterior.

Nessa aula vamos abordar os seguintes tópicos para a disciplina de AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC:

=> Processo orçamentário

=> Métodos, técnicas e instrumentos do Orçamento Público.

=> Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público.

=> Noções de Execução Orçamentária e Financeira.

Eventualmente irei inserir alguns temas relacionados para que possamos cercar o assunto da melhor forma possível, assim como questões de outras Bancas que se aproximam da técnica da FCC, ok ?

Todos prontos?

Ok pessoal, mas antes, uma pequena introdução com a evolução histórica do Orçamento.

INTRODUÇÃO

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Vamos a um breve resumo histórico sobre os orçamentos públicos. Fareoms isso, pois se observa que ultimamente as bancas de prova têm colocado questões com o enfoque histórico.

Houve necessidade de se organizar um orçamento desde que os governos, entre outras atribuições, se constituíram como arrecadadores de receitas para fazerem frente às exigências demandadas, muitas vezes em benefício próprio.

No entanto, sabe-se que, historicamente, o marco jurídico do orçamento público foi o artigo 12 da conhecida Magna Carta de 1215, outorgada pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra.

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Tal artigo dizia assim:

“Não lançaremos taxas ou tributos sem o consentimento do Conselho Geral do Reino, a não ser para resgate da nossa pessoa, para armar cavaleiro o nosso filho mais velho e para celebrar, mas uma única vez o casamento da nossa filha mais velha; e esses tributos não excederão limites mais razoáveis. De igual maneira se procederá quanto aos impostos da cidade de Londres.”

Neste embrião, percebe-se que já havia certa preocupação em limitar o poder discricionário do Rei, por meio do Conselho Comum ou Conselho Geral do Reino. Em termos de matéria tributária, percebe-se que o enfoque ainda se dava no controle das receitas públicas.

Isso é a essência do que vemos hoje: o Governo apresenta o orçamento e os parlamentares aprovam, emendam ou rejeitam a proposta.

Esse tipo de controle político do Legislativo sobre o Executivo, implica em deixar nas mãos dos representantes do povo a discussão principal:

O que a sociedade quer desembolsar para atender as necessidades do governo ?

Ainda na Inglaterra, depois do conflito entre o Rei Carlos II e o Parlamento na chamada “Revolução Gloriosa” surge o “Bill of Rights” ou a Declaração de Direitos de 1689.

Este documento, em seu item 4, veio reforçar o que fora pactuado em 1215 pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra, senão vejamos:

“é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.”

Neste mesmo “Bill of Rights”, estabeleceu-se a distinção entre as finanças do Estado (no caso, o Reino inglês) e as finanças da Coroa.

As primeiras passaram a serem organizadas, para o período de uma ano, na chamada “Lista Civil” sob aprovação do Parlamento.

Legal, Erick, mas onde entram as despesas públicas nesse assunto ?

É verdade que até aqui não há uma concepção completa sobre o orçamento público, pois só colocamos o assunto sob o enfoque das receitas.

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No entanto, em 1822, o Chanceler do Erário da Inglaterra apresentou ao Parlamento uma exposição que FIXAVA A RECEITA E A DESPESA.

Segundo a doutrina, temos aí o marco inicial do orçamento público desenvolvido em sua plenitude. É também o primeiro registro histórico sobre a autorização/controle sobre as despesas públicas.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL

Em 1808, com a abertura dos portos no Brasil, foi preciso disciplinar a cobrança de tributos alfandegários. Assim se criou o regime de contabilidade e o Erário Público ou Tesouro.

Mas somente com a Constituição de 1824 é que surge a obrigatoriedade para a elaboração de orçamentos formais por parte do governo.

Observem quanto que o art. 172 dessa Carta representou um preceito avançado para a época:

“Art. 172. O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido dos outros Ministros os orçamentos relativos ás despezas das suas Repartições, apresentará na Camara dos Deputados annualmente, logo que esta estiver reunida, um Balanço geral da receita e despeza do Thesouro Nacional do anno antecedente, e igualmente o orçamento geral de todas as despezas publicas do anno futuro, e da importancia de todas as contribuições, e rendas publicas.”

Não decorem o texto negritado. Apenas assimilem que o destaque se fez com o intuito de se observarem os pontos relevantes para nosso estudo.

Alguns doutrinadores consideram a Lei de 14/12/1827 como a primeira lei orçamentária brasileira, mas que apresentava muitas deficiências de comunicação, em razão das longas distâncias entre as províncias.

Desta forma, a maior parte dos autores considera o Decreto Legislativo de 15/12/1830 como o precursor das Leis Orçamentárias no Brasil. Neste, se FIXAVA A DESPESA e se ORÇAVA A RECEITA das províncias imperiais para o período de 01/01/1831 a 30/06/1832.

Com a Constituição Republicana de 1891, ocorreram algumas alterações relevantes. A primeira delas se refere à elaboração do orçamento

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que passou a ser competência privativa do Congresso Nacional, com a iniciativa da Câmara dos Deputados.

Nela também se legitimou a necessidade de Tomada de Contas do Poder Executivo, além do surgimento de um Tribunal de Contas, em auxílio ao Congresso, com roupagem de controle. E, ainda, os Estados e Municípios ganharam autonomia até mesmo no aspecto orçamentário.

Com o passar do tempo, o costume demonstrou que o Executivo precisava auxiliar o Congresso na elaboração do orçamento. Em 1922, sob a aprovação do Legislativo, surge o Código de Contabilidade da União.

Tal peça técnica organizou vários procedimentos de natureza contábil, patrimonial, financeiro e orçamentário, além de legitimar o que acontecia na prática: o Poder Executivo passava ao Legislativo os subsídios, as informações e os dados para elaborar o orçamento.

Com a Revolução de 1930, surge a Carta outorgada de 1934 que destacou o orçamento em um espaço particular. Esta Constituição Republicana colocou o Executivo encarregado pela elaboração do projeto de lei orçamentária.

Ela também colocou o Legislativo livre para propor emendas à proposta do Executivo e isso fez com que ambos os poderes participassem em conjunto do processo de elaboração.

Com o Estado Novo, decreta-se uma nova Constituição em 1937 que, em seu texto, manteve destaque ao tema orçamentário. Pelo caráter ditatorial do regime, tirou-se a autonomia dos Estados e Municípios.

Na prática, durante a égide desta Carta, o orçamento se elaborava por um departamento administrativo ligado à Presidência da República. Por fim, o Chefe do Poder Executivo decretava o orçamento para colocá-lo em execução.

Com o advento da Constituição de 1946, o orçamento retorna ao tipo misto, assim como era a de 1934. Em um momento de redemocratização, esse novo ordenamento permitiu que o Executivo elaborasse e encaminhasse o projeto de lei orçamentária para que o Legislativo pudesse discuti-lo e votá-lo.

Ela também destacou o papel do Tribunal de Contas e permitiu que as emendas parlamentares dessem um tom de co-participação entre os poderes. Nela surgem as primeiras referências aos princípios orçamentários.

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Na Constituição autoritária de 1967, que fora outorgada, deu-se destaque à matéria orçamentária com inclusão de novos princípios e regras quanto à fiscalização e elaboração do orçamento.

No entanto, esta Carta limitou o poder de proposta de alteração por parte dos legisladores. Desta forma, não havia possibilidade de rejeição pelo Legislativo, nem de possível proposição de emendas durante a fase de elaboração da proposta.

Com isso, o Congresso Nacional tinha função meramente de aprovação da proposta do Executivo, pois não havia como começar um período orçamentário sem um orçamento aprovado.

Apesar do enrijecimento do regime militar, a Emenda Constitucional n° 1, de 1969, considerada por muitos autores como uma nova Carta, manteve as limitações impostas ao Legislativo na promulgada de 1967.

Na Carta Cidadã de 1988, recuperaram-se as prerrogativas retiradas pelo regime militar. Incorporaram-se novos conceitos e regras, bem como se consagraram normas e princípios tradicionais da matéria orçamentária.

Houve a devolução ao Congresso da possibilidade de emenda nas despesas públicas, após o encaminhamento da proposta do Executivo. Também merece destaque o fato de se deixar clara a diversidade organizacional da Administração Pública. Isso fez com que se ampliasse o universo de aplicação de receitas e despesas no orçamento público brasileiro.

Outra novidade na Carta atual foi prescrever ao Executivo para que, ano a ano, se encaminhe projeto de lei de diretrizes orçamentárias ao Legislativo, com o intuito de orientar a elaboração da lei do orçamento, entre outras determinações.

Ao longo dos anos, as Constituições brasileiras apresentaram os seguintes tipos de orçamento: Tipo misto (1934 e 1946), Tipo Executivo (1937, 1967 e 1969) e Tipo Legislativo (1891 e 1988).

No aspecto infraconstitucional, merecem destaque a Lei n° 4.320/1964, o Decreto-Lei n° 200/1967 e a Lei Complementar n° 101/2000, mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Não se preocupem que essas normas serão inseridas em nosso curso, conforme o tema que iremos abordar.

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Não podíamos perder essa oportunidade de conhecermos a evolução histórica do Orçamento, pois as técnicas ou métodos ou instrumentos do Orçamento Público decorrem dessas evoluções pelas quais passou o tema

Aproveitamos essa introdução para destacar que o tópico relativo ao Processo Orçamentário foi abordado inicialmente quando estávamos nos tópicos regimes orçamentários, elaboração, acompanhamento e fiscalização.

Veremos também que durante essa aula prepararemos os conceitos essenciais sobre a próxima aula, quando iremos abordar as Considerações sobre a Execução Orçamentária e Financeira.

Desta forma, o tópico Processo Orçamentário está diluído ao longo do curso de forma a ficar mais adequado à didática que adotamos.

Bem, agora vamos adiante !

AULA 4

ROTEIRO DA AULA – TÓPICOS

1 - Métodos, técnicas e instrumentos do Orçamento Público.

2 - Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público.

3 - Noções de Execução Orçamentária e Financeira.

4 - Revisão em Tópicos e Palavras-Chave.

5 – Questões de Prova.

1 – Métodos, técnicas e instrumentos do Orçamento Público.

1.1 – ORÇAMENTO PÚBLICO – MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS

Conforme apresentamos no tópico sobre a evolução histórica, percebe-se que o orçamento público evoluiu ao longo do tempo. Isto decorreu da maior atenção que se deu à economia como um todo, bem como no aumento do tamanho da participação dos governos na vida do país.

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Em termos conceituais, existem dois gêneros de orçamento: o TRADICIONAL e o MODERNO.

O ORÇAMENTO TRADICIONAL tem como função principal o controle político e destaque nos aspectos contábil e financeiro, pois tal controle decorre desses aspectos.

De acordo com alguns doutrinadores, o orçamento público apresenta algumas características. Estas variam sob os enfoques administrativo, técnico, jurídico, político, econômico, financeiro, contábil, etc.

Desses aspectos, o mais relevante é o jurídico, que se divide em 3 elementos:

o cunho material da lei orçamentária;

demonstrar a diferença entre o cunho autorizativo ou impositivo do orçamento;

confirmar se se criam direitos subjetivos na lei do orçamento.

A maioria da doutrina converge no sentido de que a Lei do Orçamento é uma Lei formal, pois passa por um processo legislativo específico.

Como vimos em aula passada, a Lei do Orçamento é uma Lei cuja natureza jurídica é de efeitos concretos. Desta forma, ela não é Lei Material, pois não tem caráter genérico e abstrato como é o caso do Código Civil.

Não podemos esquecer que o projeto de lei é de iniciativa do Poder Executivo, passa pelo Poder Legislativo e volta para sanção, a fim de se tornar Lei do Orçamento.

Sob outro aspecto, a maior parte dos doutrinadores defende que a lei orçamentária é ato-administrativo ou ato-condição.

Entende-se por ato-condição aquele que em nada amplia o que contém a lei e que não dá base para se obrigar a obter receita ou a realizar gastos. Assim, o orçamento é apenas indicativo, ou seja, um rumo a se seguir.

Vamos fazer um “alongamento” em Direito Constitucional e rever um assunto.

Para atacarmos atos administrativos, temos o Mandado de Segurança. Já para Leis de natureza jurídica MATERIAL, ou seja, com caráter abstrato e genérico, utilizamos as ADINs, ok ?

A LOA é predominantemente uma lei de efeitos concretos, mas o PPA e a LDO possuem alguns aspectos de Lei Material.

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Desta forma, temos que ficar atentos a esse aspecto e verificarmos o comando da questão, antes de respondermos na prova.

Queremos dizer que é possível recair uma ADIN sobre as leis orçamentárias, desde que o objeto impugnado da lei tenha caráter abstrato e genérico, apesar delas possuírem natureza predominante de lei de efeitos concretos.

Vamos seguir adiante.

Das corrente que temos, ora se discute o caráter autorizativo, ora o impositivo.

No Brasil, o pensamento dominante é a de que as autorizações que constam na lei do orçamento são fronteiras que o administrador ou gestor público possui para a obediência quanto à aplicação dos recursos em prol da sociedade.

Mas há outros autores que defendem que somente uma lei poderia desautorizar um gasto, já que uma lei o autorizou. Assim, seria necessário outro “processo legislativo inverso” para desabonar o que se autorizou anteriormente.

A doutrina, na parte final do aspecto jurídico do orçamento, define que a lei orçamentária não gera direitos subjetivos para os que sejam seus destinatários. Assim, não há como se socorrer ao Judiciário se determinada autorização no orçamento não se cumprir.

E para a prova ?

É importante estar atento ao comando da questão. Poderíamos assentar o seguinte, quanto ao aspecto jurídico do ORÇAMENTO TRADICIONAL:

A Lei Orçamentária é:

• Lei Formal;

• Ato-Condição; e

• Não cria Direitos Subjetivos.

Interessante destacar que o ORÇAMENTO TRADICIONAL definiu o Orçamento Público como a “Lei dos Meios”, termo muito usado nas provas de concursos.

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Erick, mas por que esse nome ?

É que o orçamento possui um caráter de inventário dos “meios” que os governos possuem para poderem alcançar suas tarefas. Em outras palavras, é como se utilizam os meios para se atingirem os devidos fins.

E o ORÇAMENTO MODERNO ?

Os Estados evoluíram de tal forma que passaram a intervir no sistema para corrigir distorções e impulsionar programas de desenvolvimento.

Como o orçamento era disposto em uma pauta de autorizações, o modelo tradicional não acompanhava essa nova função do Estado.

Assim, alguns países desenvolveram a linha do ORÇAMENTO MODERNO. Sua função principal passou a ser a de um instrumento de administração.

Surge então o conceito do Orçamento de Desempenho. Nele se apresentam:

• intenções e objetivos para os quais os créditos se fazem necessários;

• os custos dos programas propostos para o alcance dos respectivos objetivos; e

• informações quantitativas que possam mensurar as realizações e a efetividade de cada programa.

No ORÇAMENTO MODERNO, dá-se muita importância ao aspecto econômico do país, pois o orçamento passou a ser constantemente usado como instrumento da política fiscal dos governos.

Em síntese, age-se para que se estabilizem ou se ampliem os índices da atividade econômica de um país.

E como se integrar planejamento e orçamento ?

Com o surgimento, na década de 1960, do que se chamou de PPBS, sigla de Program-Planning-Budgeting System, que se traduz em Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento.

O PPBS trabalha com três elementos: Planejamento, Programação e Orçamentação.

Estes constituem os procedimentos pelos quais os objetivos e os recursos, e suas inter-relações, são considerados, a fim de se obter um

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programa de ação coerente e compreensível para toda a Administração do governo.

Apesar da semente de idéias, o PPBS fracassou, mas não significou um retrocesso ao Orçamento Tradicional, nem abalou o conceito de orçamento moderno.

Para os governos ficou a idéia de que se a fase for expansionista, o planejamento ganha importância. Se a fase é de contração, dá-se ênfase para o controle. Reparem que este aspecto deve compor qualquer processo orçamentário, mas em épocas de retração, ele ganha maior importância.

O conceito de Orçamento Base-Zero – OBZ surge nos EUA. Ele foca na avaliação e na tomada de decisões sobre as despesas. Desta forma, o OBZ não significa uma técnica de organizar ou apresentar o orçamento público pura e simplesmente.

No início da década de 1990, surge o Novo Orçamento de Desempenho em que se dá importância aos resultados alcançados sob os aspectos econômicos e sociais.

Nesta técnica, também se dá ênfase na responsabilização dos agentes. Vejamos os 2 elementos básicos desta técnica:

a) a compreensão de programa e o delineamento da estrutura programática; e

b) os mecanismos de mensuração de custos.

Após essa explanação, vamos nos deter em 4 tipos ou técnicas de orçamento mais cobradas nas provas de concurso, conforme resumimos nos quadros a seguir.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO TRADICIONAL

• “versão refeita” do orçamento do ano anterior;

• ocasiona diversos vícios administrativos;

• a alocação de recursos tem como referência as demandas financeiras das unidades administrativas;

• dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos;

• inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas;

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• alocam-se recursos para se obterem os meios;

• foco nos aspectos contábeis da gestão e no controle externo das despesas;

• despesas se classificam sob os aspectos institucional e por elementos;

• não se medem os resultados;

• objetivo do controle: avaliação da probidade dos agentes públicos e da legalidade ao seu cumprir o orçamento;

• direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas;

• aumentam-se os gastos em relação ao orçamento anterior.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO DE DESEMPENHO

• busca identificar as realizações do governo, no que é feito;

• é uma evolução do Orçamento Tradicional;

• as despesas se classificam de acordo com funções, atividades e projetos;

• foco na realização, no processo, no objetivo;

• instrumentalizar a ação gerencial dos governos;

• apresenta:

informações quantitativas que mensuram o que fora realizado e o esforço para realizar cada programa.

a ligação e os objetivos para a utilização dos recursos necessários.

o esforço/dispêndio dos programas para alcançar os objetivos estabelecidos.

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CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO BASE-ZERO – OBZ

• justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas;

• revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária;

• cada unidade da Administração Pública deve justificar anualmente por que deve gastar os recursos que estão sendo pleiteados;

• benefícios:

melhoria do processo orçamentário;

aperfeiçoamentos posteriores; e

desenvolvimento de pessoal.

só precisa justificar o aumento que estão pedindo em relação à dotação do ano anterior;

o que já se gasta geralmente é aceito como necessário;

a não existência de direitos adquiridos da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no orçamento anterior, cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no exercício corrente.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO-PROGRAMA

• o objetivo da classificação econômica deste tipo de orçamento-programa é indicar a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital;

• constitui um dos instrumentos do planejamento governamental;

• o objetivo da classificação funcional no orçamento-programa é indicar a ação do governo que se pretende implantar com o recurso;

• o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a eficácia das atividades;

• integra-se ao processo administrativo e de planejamento;

• alocam-se recursos para o atingimento de metas e objetivos;

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• tomam-se decisões baseadas na avaliação de todas as alternativas disponíveis;

• enfatizam-se, nas decisões, os custos dos programas, incluídos os que passam do exercício financeiro;

• despesas se classificam sob o aspecto funcional-programático;

• possui indicadores e padrões de medição dos esforços, bem como dos resultados;

• quantificam-se metas e objetivos;

• permite uma relação entre o fator de produção (insumo) e o produto;

• estudam-se alternativas para o alcance dos objetivos dos programas;

• há acompanhamento físico-financeiro e avaliação de resultados;

• atribuem-se responsabilidades ao gestor público;

• objetivo do controle: avaliar a eficência, eficácia e efetividade das ações de governo.

CAIU NA PROVA !

79 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É característica do orçamento base-zero:

a) ênfase no acréscimo de gastos em relação ao orçamento anterior.

b) decisões considerando as necessidades financeiras das unidades operacionais.

c) justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas.

d) dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos.

e) inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

A questão queria verificar os aspectos que caracterizam o OBZ ou Orçamento Base-Zero.

Os itens “a”, “b”, “d” e “e” são características que predominam no Orçamento Tradicional.

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O item “c”, resposta da questão, é a essência do OBZ, pois é uma inovação doutrinária trazida pelos autores. Observa-se que se dá ênfase na avaliação e na tomada de decisões sobre as despesas.

80 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O tipo de orçamento cujas principais características são a decisão de alocações de recursos baseada no volume de necessidades financeiras das unidades administrativas e o controle da legalidade do cumprimento do disposto na lei orçamentária anual é o orçamento:

a) tradicional.

b) base-zero.

c) programa.

d) de desempenho.

e) pragmático.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Como vimos em nossos quadros, o ORÇAMENTO TRADICIONAL possui, PREDOMINANTEMENTE, as características citadas na questão.

Por fim, cabe ressaltar que não existe o orçamento pragmático. Isso foi criação da Banca !

81 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O objetivo da classificação econômica no orçamento-programa é indicar:

a) o tipo de receita que financiará o gasto.

b) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.

c) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.

d) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.

e) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

Temos aqui uma questão que se baseou em nossos quadros e em nossa Aula Demonstrativa.

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Cabe aqui citarmos quais são as despesas correntes e quais são as despesas de capital, segundo a Lei nº 4.320/64.

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

Podemos defini-las inicialmente assim:

• Despesas Orçamentárias Correntes

São as que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

• Despesas Orçamentárias de Capital

São aquelas que contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Bem de capital: é aquele que, em síntese, serve para a produção de outro bem.

82 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) É característica da técnica de elaboração orçamentária denominada orçamento base-zero:

a) dissociação dos processos de planejamento e programação.

b) revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária.

c) ênfase aos aspectos contábeis da gestão e controle externo dos gastos.

d) avaliação da integridade dos agentes governamentais e legalidade no cumprimento do orçamento.

e) direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas.

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Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (b).

Vamos comentar os demais itens, com o resumo a seguir.

ITEM ORÇAMENTO

(a) TRADICIONAL

(b) BASE-ZERO

(c) TRADICIONAL

(d) TRADICIONAL

(e) TRADICIONAL

83 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) Em relação ao orçamento-programa, é correto afirmar que:

a) seu único critério de classificação de despesas são as unidades administrativas.

b) é totalmente dissociado do processo de planejamento.

c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.

d) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades orçamentárias.

e) constitui um dos instrumentos do planejamento governamental.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Mais uma questão em que todos os itens se referem ao ORÇAMENTO TRADICIONAL, exceto o item (e) que é a síntese de um ORÇAMENTO-PROGRAMA.

O ORÇAMENTO-PROGRAMA se constitui em um dos instrumentos do planejamento governamental, cujo módulo integrador é o PROGRAMA.

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84 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) O tipo de orçamento cuja principal característica é a não existência de direitos adquiridos da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no orçamento anterior, cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no exercício corrente é o orçamento:

a) tradicional.

b) financeiro.

c) de desempenho.

d) pragmático.

e) base zero.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Observem que essa técnica trouxe como uma de suas inovações a necessidade de se justificarem todas as atividades que a se desenvolverem no exercício corrente.

Por ser uma inovação em relação ao Orçamento Tradicional, a técnica do OBZ apresentou como principal característica a não existência de direitos adquiridos da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no orçamento anterior.

85 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) Em relação ao orçamento-programa, é correto afirmar que:

a) é totalmente dissociado do processo de planejamento.

b) seu único critério de classificação de despesas são as unidades administrativas.

c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.

d) o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a eficácia das atividades.

e) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades orçamentárias.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

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Os itens (a), (b), (c) e (e) são características que predominam no ORÇAMENTO TRADICIONAL.

Assim, no item (d) temos que o ORÇAMENTO-PROGRAMA preconiza, entre outras características, que o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a eficácia das atividades.

Desta forma, o ORÇAMENTO-PROGRAMA inovou ao adicionar a eficiência, a eficácia, a efetividade e a economicidade das atividades ao caráter tradicionalista que apenas avaliava a integridade dos agentes governamentais, bem como a legalidade no cumprimento do orçamento.

86 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – TJ-PA/2009) Os movimentos de transformação do Estado e, mais especificamente, da administração pública, inevitavelmente, foram acompanhados por mudanças significativas na concepção do orçamento público, cuja trajetória evolutiva evidencia que em cada momento histórico foi enfatizada uma de suas funções ou instrumentalidades: controle, gerência ou planejamento. O orçamento-programa reflete a concepção moderna do orçamento público e se caracteriza:

a) pela utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados.

b) por sua estrutura dar ênfase aos aspectos contábeis de gestão.

c) por usar como principais critérios de classificação das despesas unidades administrativas e elementos.

d) por estar dissociado dos processos de planejamento e programação das ações públicas.

e) pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades das unidades organizacionais.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (a).

Como dissemos antes, ao pregar pela inovações decorrentes da evolução dos orçamentos, a técnica do ORÇAMENTO-PROGRAMA estabeleceu como uma de suas características a eficiência, a eficácia, a efetividade e a economicidade das atividades.

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Só para lembrarmos:

• ECONOMICIDADE:

Menor custo, com qualidade

• EFICIÊNCIA:

Gastar bem

Controle de desperdícios

Aprimoramento de práticas administrativas e operacionais

• EFICÁCIA:

Atingir os objetivos e metas programados

• EFETIVIDADE:

Impacto quantitativo e qualitativo gerado na comunidade e se as suas necessidades foram satisfeitas

Continuidade dos resultados alcançados

Avaliação custo/benefício(grau de sucesso do programa)

Ainda nessa questão, o item (b) se refere ao ORÇAMENTO TRADICIONAL.

Os itens (c), (d), e (e) estão incorretos, pois apresentam, respectivamente, as seguintes imprecisões em relação ao ORÇAMENTO TRADICIONAL:

• por usar como principais critérios de classificação das despesas os aspectos institucional e por elementos.

• por estar dissociado dos processos de planejamento e programação dos recursos públicos.

• pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades financeiras das unidades administrativas.

87 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA – TJ-PA/2009) Analise as informações abaixo em relação ao orçamento público.

I. No orçamento tradicional, a decisão da alocação dos recursos toma por base as necessidades financeiras das unidades organizacionais.

II. O principal objetivo do orçamento-programa é permitir que o Poder Legislativo autorize e controle adequadamente a receita e o gasto público.

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III. No orçamento base zero, os gestores das unidades orçamentárias somente precisam justificar os acréscimos e os decréscimos dos gastos realizados no exercício anterior.

IV. Uma das características do orçamento-programa é a ênfase dada aos objetivos do planejamento governamental e as metas que se pretende alcançar com a alocação dos recursos públicos.

É correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (d).

O erro do item I está na parte final do texto, pois, no Orçamento Tradicional, a base é nas necessidades financeiras das UNIDADES ADMINISTRATIVAS. Em AFO, não existe o termo que consta na questão, até porque em Administração Geral, os significados são diferentes.

O item III, estaria correto se dissesse que “no orçamento base zero, os gestores das unidades orçamentárias somente precisam justificar os acréscimos dos gastos realizados no exercício anterior.”

1.2 – ORÇAMENTO-PROGRAMA – PRINCIPAIS CONCEITOS ASSOCIADOS: PROGRAMA – AÇÕES – PROJETOS – ATIVIDADES – OPERAÇÕES ESPECIAIS

Para não perder a oportunidade, vamos rever e ampliar esses conceitos, a fim de nos preparamos para o tema final dessa aula.

Vamos sintetizar os principais conceitos associados ao ORÇAMENTO-PROGRAMA.

Programa

• instrumento de organização da atuação do Governo o qual une um conjunto de ações de forma a se concretizar um objetivo comum estabelecido previamente.

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• é por indicadores disciplinados em um plano, com o intuito de solucionar um problema ou para atender uma demanda ou necessidade estabelecida pela sociedade.

• é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento, pois conferem certa integração desde a origem. Assim, o plano termina no programa e o orçamento começa no programa.

• as ações são instrumentos de realização dos programas.

• organizar as ações governamentais em programas, tem como objetivo propiciar mais racionalidade e eficiência.

• amplia a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade.

• eleva a transparência na aplicação dos recursos públicos.

Problema

• situação não desejável declarada como evitável, por alguma autoridade.

• alguma necessidade que a sociedade identifica e que, no momento, não está sendo atendida.

• formula-se em condição negativa, evitando-se enunciar a ausência de alguma solução específica.

Objetivo do programa

• expressa o resultado que se almeja, ou seja, a mudança na situação a qual o programa se propôs modificar.

• deve-se expressar de modo conciso, sem generalidades.

• passa a ideia do que é pretendido de forma determinante, categórica e firme.

Exemplo:

Programa - Acesso à Alimentação

Objetivo: Garantir à população em situação de insegurança alimentar o acesso à alimentação digna, regular e adequada à nutrição e manutenção da saúde humana.

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Público-alvo

• segmento específico da sociedade a que se destina o programa e que se beneficia legítima e diretamente com sua execução.

• grupos de pessoas, instituições, comunidades ou setores os quais se atingirão diretamente pelos resultados do programa.

• é importante defini-lo, a fim de se identificar e focar as ações que devem compor o programa.

Exemplo:

Programa - Acesso à Alimentação

Público Alvo: Famílias com renda familiar per capita menor ou igual a ½ salário mínimo.

Indicador

• instrumento para medir o desempenho do programa.

• deve ser:

aferível;

coerente com o objetivo definido;

flexível à contribuição das principais ações;

apurável a posteriori.

• A depender da situação, permite medir a eficácia, eficiência ou efetividade atingida com a execução do programa.

• é obrigatória a existência de haver ao menos um indicador, para cada um dos programas finalísticos.

• em relação aos programas de apoio às políticas e áreas especiais, é facultada a presença de indicadores.

Exemplo:

Objetivo: "Reduzir o analfabetismo no País"

Indicador: "Taxa de analfabetismo" (relação percentual entre a população não-alfabetizada e a população total).

• O indicador possui os seguintes atributos:

Denominação

Unidade de medida

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Índice de referência

Índices esperados ao longo do PPA

Índice ao final do programa (só em casos de programas temporários)

Fonte

Periodicidade

Base geográfica

Fórmula de cálculo.

Ação

• são operações que resultam produtos, ou seja, bens ou serviços, a fim de contribuir para o atendimento do objetivo de um programa.

• também são ações, nesse contexto, as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, etc, bem como os financiamentos.

• de acordo com a situação, as ações orçamentárias se classificam em:

Atividade: instrumento de programação utilizado com o intuito de alcançar o objetivo de um programa. Envolve um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente e que resulta em um produto ou um serviço necessário à manutenção da ação de Governo.

Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde”.

Projeto: instrumento de programação utilizado com o intuito de alcançar o objetivo de um programa. Envolve um conjunto de operações, limitadas no tempo, cujo resultado é um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo.

Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”.

Operação Especial: são despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de

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governo, das quais não resulta um produto, nem gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Produto

• serviço ou bem resultante da ação, destinado a um público-alvo.

• investimento para a produção de um serviço ou bem.

• cada ação deve ter um único produto.

• em situações especiais, expressa a quantidade de beneficiários atendidos pela ação.

Exemplos: "Servidor treinado" e "Estrada construída".

CAIU NA PROVA !

88 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O instrumento de ação governamental que é utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, necessárias à manutenção da referida ação, é denominado:

a) subfunção.

b) função.

c) operação especial.

d) projeto.

e) atividade.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

Acabamos de comentar os itens (c), (d) e (e).

Muito cuidado apenas para não confundir os conceitos de “POA”.

Em relação às Operações Especiais, não há como confundir o conceito, ou seja, estas “não servem para nada”, pois não resulta um produto, nem gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Exemplo: a ação "Contribuição à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO".

Segue um mnemônico para não confundirmos o “PoA”.

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P = PARA (do verbo parar)

PROJETO • limitadas no

tempo (que Param no tempo)

• exPansão ou o aPerfeiçoamento da ação

A

= AINDA NÃO PARA (do verbo

parar)

ATIVIDADE

• modo contínuo e permanente (que Ainda não param no tempo)

• à mAnutenção da ação

Os itens (a) e (b) se referem à Classificação Funcional da Despesa, que se divide por funções e subfunções.

Esta classificação busca responder a pergunta “em que área de ação governamental a despesa será realizada ?”

Cada atividade, projeto e operação especial identificarão a função e a subfunção às quais se vinculam.

Trata-se de uma classificação independente dos programas.

A classificação funcional vigente instituiu-se pela Portaria nº 42/1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão.

Este documento normativo se compõe de uma lista de funções e subfunções prefixadas que orientam a agregação dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo.

Por fim, essa Portaria permite a consolidação nacional dos gastos do setor público, pois é de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.

Vamos adiante com nossa aula...

Função

• é o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público.

• relaciona-se com a missão institucional do órgão.

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• deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão.

Exemplo: cultura, educação, saúde, defesa => guardam relação com os respectivos Ministérios.

Subfunção

• representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.

• as subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas na Portaria nº 42/1999.

• as ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica.

• PRINCÍPIO DA MATRICIALIDADE (não é um princípio orçamentário): é a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer subfunção, mas não na relação entre ação e subfunção.

• assim, em regra, a programação de um órgão se classifica em uma única função, ao passo que a subfunção é alocada de acordo com a especificidade de cada ação.

• há exceção à essa matricialidade, conforme encontramos, por exemplo, na função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas, pois elas só poderão ser utilizadas de forma conjugada.

89 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O objetivo da classificação funcional no orçamento-programa é indicar:

a) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.

b) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.

c) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.

d) o tipo de receita que financiará o gasto.

e) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (e).

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Como vimos em questão anterior, o objetivo desta classificação é, em síntese, responder a pergunta “em que área de ação governamental a despesa será realizada ?”, ou seja, em que ação o governo pretende implantar o recurso.

2 – Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público.

Ao longo de nosso curso, estamos a tratar das principais normas legais aplicadas ao Orçamento Público.

Nesse momento, vamos dar uma ampliada nas demais normas, onde incluiremos portarias e outros atos normativos, mas que produzem efeitos em matéria de Orçamento Público.

Erick, mas tenho que decorar isso tudo ?

Não é necessário. Estamos a trabalhar as legislações mais recorrentes em prova, e só colocamos essa coletânea completa para eventuais consultas, ok ?

• CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – Seção II – DOS ORÇAMENTOS, Artigos 165 a 169.

• LEIS COMPLEMENTARES:

Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000

Lei de Responsabilidade Fiscal – Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Lei nº 4320, de 17 de Março de 1964

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

ATENÇÃO !

• A Lei nº 4320/64 também tem matéria e forma de Lei Ordinária.

• A Lei nº 4320/64 não atende na sua plenitude o dispositivo previsto no art. 165, § 9º, da CF/88.

• As Bancas gostam de dizer DE FORMA ERRADA que a Lei nº 4320/64 não é de aplicação a todos os entes da Federação.

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Observe que ela estabelece Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

• LEIS ORDINÁRIAS:

PPAs, LDOs, LOAs e LCAs.

Lei nº 10.180 de 6 de fevereiro de 2001.

Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967.

Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências.

• DECRETOS:

Decretos anuais que dispõem sobre a programação orçamentária e financeira e estabelecem o cronograma mensal de desembolso do Poder Executivo para o exercício financeiro

Exemplo: Decreto nº 6.752, de 28 de janeiro de 2009

Decreto nº 93.872/86

Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá outras providências.

Decreto nº 3.590/2000

Dispõe sobre o Sistema de Administração Financeira Federal e dá outras providências.

• PORTARIAS ESPECÍFICAS DO MPOG E MIN. DA FAZENDA:

Portaria SOF nº 9, de 27 de junho de 2001

Dispõe sobre a classificação orçamentária por natureza de receita.

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Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001

Dispõe sobre normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios e dá outras providências.

Portaria SOF nº 1, de 19 de fevereiro de 2001

Dispõe sobre a classificação orçamentária por fontes de recursos.

Portaria MOG nº 42, de 14 de abril de 1999

Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1o do art. 2o e § 2o do art. 8o, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras providências.

• MANUAIS

Manual Técnico do Orçamento – MTO

Manual de Despesa Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008.)

Manual de Receita Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008.)

Manual de Procedimentos das Receitas Públicas da Secretaria do Tesouro Nacional - 4ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 2, de 2007.)

Manual de Demonstrativos Fiscais - 2ª Edição (Portaria STN nº 462, de 2009.)

Manual de Contabilidade Aplicada no Setor Público - 2ª (Portaria Conjunta STN/SOF nº 2, de 2009.)

Como é que estamos ? Vamos adiante....

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3 – Noções de Execução Orçamentária e Financeira.

3.1 – A PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA E O ESTABELECIMENTO DO CRONOGRAMA MENSAL DE DESEMBOLSO DO PODER EXECUTIVO PARA UM EXERCÍCIO FINANCEIRO.

Vamos começar pelos assuntos polêmicos que constam no art. 47, da Lei nº 4.320/64, mas que devem ser interpretados de acordo com o art. 8º da LRF.

Vejamos os textos legais:

“Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestraisda despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.”

“Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programaçãofinanceira e o cronograma de execução mensal de desembolso.”

As primeiras considerações que faremos se referem ao veto à alínea c do inciso I do art. 4o, da LRF. Como há essa “lacuna” (na verdade não existe “partes em branco” na Lei, mas sim vetos), o que ocorre na prática é a previsão que cada LDO faz anualmente.

Destacamos em negrito os pontos polêmicos. Observem que o texto da LRF é o que está em vigor. O que temos visto é que algumas Bancas fazem questões literais do art. 47, da Lei nº 4.320/64.

No entanto, questões mais comuns trocam os prazos e os termos, ou seja, alguma coisa parecida com:

“Imediatamente após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a LDO, os Poderes estabelecerão a programaçãofinanceira e o cronograma de execução trimestral de desembolso.”

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Vamos aos erros:

1. é até trinta dias após a publicação (e não promulgação);

2. é o PODER EXECUTIVO que estabelece a programação financeira e o cronograma de desembolso;

3. o cronograma de desembolso é mensal.

Afinal, quais os objetivos de se fixarem cotas mensais de desembolso:

assegurar às unidades orçamentárias em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho;

manter, durante o exercício, na medida do possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.

Interessante destaque ao art. 85 da Lei nº 4.320/64 quando estabelece, entre outras atribuições, que os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária.

Erick, mas por que você falou isso ?

É o que veremos no tópico seguinte.

3.2 – O DECRETO DE PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

3.2.1 – INTRODUÇÃO

A Administração Pública buscou, ao longo dos tempos, realizar a programação orçamentária e financeira, assim como a execução das suas despesas.

Isso se fez em atendimento aos dispositivos previstos em lei que estabeleceram metas fiscais, bem como maior controle em cima dos gastos públicos. O objetivo principal se deu tanto para equilibrar os orçamentos como para indicar transparência dos compromissos governamentais com a dívida pública.

Assim, deve-se ter o pronto conhecimento e correção das discrepâncias entre receita e despesas primárias, assim como deve-se monitorar o cumprimento das metas de superávit primário.

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Superávit primário, em resumo, é o quanto de receita a União, os Estados, os Municípios e as empresas estatais economizam, sem computarmos os gastos com os juros da dívida.

Lembrar que juros da dívida são gastos financeiros. Já Superávit Primário é a diferença positiva entre as Receitas NÃO-FINANCEIRAS e as Despesas NÃO-FINANCEIRAS.

RP = RÑF – DÑF

Onde: RP => RESULTADO PRIMÁRIO

RÑF => RECEITAS NÃO-FINANCEIRAS

DÑF => DESPESAS NÃO-FINANCEIRAS

A Lei nº 4.320/64 evidenciou previamente a preocupação do legislador quanto ao fiel cumprimento do equilíbrio entre receitas e despesas no orçamento.

Desta forma, ao estipular cotas para a execução da despesa, ela permitiu que o Poder Executivo se organizasse, a fim de se prevenirem eventuais oscilações que aconteceriam ao longo de um exercício financeiro.

No ano 2000, a LRF incorporou a necessidade de se estabelecerem metas de resultado fiscal. Ainda, em razão de possíveis descompassos entre receitas e despesas, estabeleceu mecanismos, com o intuito de equilibrar o orçamento em tempo hábil e não prejudicar o desempenho do governo nas esferas federal, estadual e municipal.

Por fim, as LDOs complementam a LRF e a Lei nº 4.320/64, em especial quanto à determinação do controle fiscal e dos recursos disponibilizados.

Elas estabelecem, entre outras características:

• qual será a base de contenção;

• as despesas que não são passíveis de contingenciamento;

• demonstrativos das metas de resultado primário e sua periodicidade.

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3.2.2 – ESTRUTURA E OBJETIVOS DO DECRETO DE PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

O Decreto de Programação Orçamentária e Financeira ou “Decreto de Contingenciamento” é o instrumento que o Governo Federal utiliza para se limitarem os gastos.

Os valores autorizados para movimentação e empenho, assim como para pagamentos ao decorrer de um exercício financeiro são detalhados por meio de uma Portaria Interministerial.

Os principais assuntos que o Decreto traz são os seguintes:

• Programação e Execução Orçamentária;

• Execução Financeira;

• Operações de Crédito;

• Competência para alterações de limites;

• Despesas com Pessoal;

• Vedações, Esclarecimentos e Informações; e

• Metas Fiscais.

Não podemos nos esquecer de que esses assuntos que o Decreto traz são interdependentes.

Por fim, seus objetivos são:

estabelecimento de normas específicas de execução orçamentária e financeira para um exercício financeiro;

estabelecimento de um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos financeiros relativos ao Governo Federal;

cumprimento da Legislação Orçamentária (Lei 4.320/1964 e LRF); e

assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro, assim como proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

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3.3 – A LIMITAÇÃO DE EMPENHO.

Falamos no início do curso que as fases ou estágios da despesa são o “FELP”: FIXAÇÃO – EMPENHO – LIQUIDAÇÃO – PAGAMENTO.

Então, como estamos a tratar de programação orçamentária e financeira, iremos destacar o que se preconiza no art. 9º, §§ 1º e 2º, da LRF.

Em relação a esse assunto, devemos relembrar o art. 165, § 3º, da CF/88 que tratou do Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO:

“O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.”

Assim, com o RREO de parâmetro, o Governo verifica se, ao final de cada bimestre, a realização da receita comportará ou não o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais – AMF.

Se ocorrerem problemas com essas metas, os Poderes e o Ministério Público promovem limitação de empenho e de movimentação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos na LDO.

Observemos que são 2 atitudes:

• limitar o empenho;

• limitar a movimentação financeira.

Dessa forma, podem existir créditos disponíveis para a Unidade Gestora, mas os valores não podem ser movimentados financeiramente quando ocorrer alguma limitação.

Em outro viés, também não pode ser feito empenho de qualquer espécie de despesa.

IMPORTANTE !

• A limitação se faz por ato próprio e nos valores necessários, nos 30 dias seguintes.

• Se for restabelecida a previsão de receita, mesmo que em valores parciais, ou seja, em razão da tendência de arrecadação

as dotações cujos empenhos foram limitados serão recompostas de forma proporcional às reduções realizadas pela limitação anterior

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• Não podem ser limitadas as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive as relacionadas ao pagamento do serviço da dívida,bem como as ressalvas que a LDO estabelecerá.

3.4 – A NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO PELO GOVERNO FEDERAL.

Monitora-se continuamente o cumprimento das metas fiscais e ocorre ao longo de todo o processo de elaboração e execução orçamentária.

Desta forma, faz-se necessário calcular a NECESSIDADE DE FINANCIMANTO PELO GOVERNO FEDERAL, a fim de se ter um parâmetro que evidencie a trajetória dos principais itens de receita e despesa primárias, ou seja, sem considerar os juros.

Repercute-se em todo processo alocativo do Governo, quando ocorrem fatos supervenientes que implicam alteração dos valores estimados previamente. Assim, de forma usual, demanda-se uma revisão dos limites orçamentários da programação da despesa.

Se ocorrer uma redução da receita estimada em determinado momento, faz-se necessário um rearranjo da despesa, para que não se comprometam as metas previamente assumidas na LDO

O cálculo das Necessidades de Financiamento serve como rumo para acompanhamento dos principais agregados de receita e despesa públicas primárias, ao longo do ciclo orçamentário.

Em síntese, o que limita a fixação do nível das demais despesas públicas são os seguintes fatores:

• meta de resultado primário;

• previsão das receitas contabilizadas; e

• as estimativas das despesas primárias obrigatórias (ou despesas compulsórias).

3.5 – AS ALTERAÇÕES NA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

A flexibilidade é uma das principais características do ORÇAMENTO-PROGRAMA.

Assim, ao longo de um exercício financeiro, necessita-se acompanhar a arrecadação das receitas primárias, além de se verificar o nível

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de execução das despesas primárias, de forma a se monitorar o processo de cumprimento das metas de superávit primário.

Se esse acompanhamento indicar o não cumprimento das metas fixadas, o Governo providencia a redução dos limites orçamentários e financeiros, pois isso evita extrapolar as metas.

No caso de já existir alguma limitação de empenho logo após a sanção da LOA ou ao final de determinado bimestre, os limites estabelecidos pelo Decreto serão recompostos na mesma proporção dos cortes efetivados por Poder e pelo Ministério Público, conforme disposto no art. 9º, § 1º, da LRF.

No entanto, os Órgãos Setoriais podem solicitar a flexibilização dos limites orçamentários no decorrer do exercício, com o intuito de atender às suas programações.

As solicitações enviadas pelos Órgãos Setoriais devem conter todas as informações indispensáveis para a análise do pedido de aumento de limite.

Além disso, o Poder Executivo analisa o cenário fiscal no exercício corrente e verifica se é viável ou não o atendimento à solicitação.

3.6 – CONSIDERAÇÕES RELEVANTES.

Como vemos em nosso dia-a-dia, o cumprimento das metas de superávit primário é uma preocupação constante da área econômica do Governo.

É uma política que visa minimizar os efeitos negativos da dívida pública, além de racionalizar os gastos públicos.

Essa atuação governamental propicia a melhoria constante das condições macroeconômicas, além de aumentar a credibilidade e a segurança. Assim, criam-se condições favoráveis para atração de investidores internos e externos.

Destaque especial para a Secretaria de Orçamento Federal – SOF cujo papel é essencial nesse cenário. É a SOF que gerencia os recursos orçamentários de maneira eqüitativa

Desta forma, ela destina os recursos aos diversos órgãos governamentais, com o intuito de possibilitar as realizações essenciais de cada Pasta e na busca de se atingirem as metas estabelecidas.

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3.7 – A DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

Para executarmos o orçamento, é preciso realizar a DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

Ela consiste em 2 planos, com as seguintes ideias:

• DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA => descentralizam-se CRÉDITOS

• DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA => descentralizam-se RECURSOS FINANCEIROS ($)

Devemos atentar que pelo Princípio da Segregação de Funções, os órgão e pessoas responsáveis por cada um desses “PLANOS” são distintos, ou seja, não podem acumular suas funções.

Teceremos comentários sobre os conceitos de ÓRGÃO SETORIAL, UNIDADE ORÇAMENTÁRIA, UNIDADE ADMINISTRATIVA e UNIDADE GESTORA.

3.7.1 – ÓRGÃO SETORIAL

Desempenha o papel de articulador no seu âmbito ao atuar de forma vertical no processo decisório, além de integrar os produtos gerados no nível subsetorial, que são coordenados pelas unidades orçamentárias.

3.7.2 – UNIDADE ORÇAMENTÁRIA - UO

Coordena o processo de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, assim como integra e articula o trabalho das unidades administrativas componentes.

É de suma importância a consistência da proposta do órgão, no que se refere a metas, valores e justificativas que fundamentam a programação.

As UOs são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada da despesa por programa, ação orçamentária e subtítulo.

3.7.3 – UNIDADE ADMINISTRATIVA - UA

É a componente da estrutura da Administração Pública.

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3.7.4 – UNIDADE GESTORA - UG

É a que efetivamente realiza o gasto, ou seja, a que executa a despesa orçamentária.

CAIU NA PROVA !

90 - (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Assinale a opção que indica uma exceção aos objetivos do decreto de programação financeira, no âmbito federal.

a) Cumprir a Legislação Orçamentária.

b) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o exercício.

c) Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à disposição das unidades orçamentárias.

d) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal.

e) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

Comentários:

O gabarito da questão é a alternativa (c).

O Decreto de Programação financeira, no âmbito federal, possui os seguintes objetivos:

estabelecimento de normas específicas de execução orçamentária e financeira para um exercício financeiro;

estabelecimento de um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos financeiros relativos ao Governo Federal;

cumprimento da Legislação Orçamentária (Lei 4.320/1964 e LC nº 101/2000 – LRF); e

assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro, assim como proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

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Assim, o item (c) peca pelo fato de que a limitação do volume de recursos destinados a investimentos colocados à disposição das unidades orçamentárias implica em uma “paralisia” do Estado.

O que se prega no Decreto, entre outros aspectos, é que se assegure o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo de um exercício financeiro, além de proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

Chegou a hora de nossa revisão !

4 – Revisão em Tópicos e Palavras-Chave.

A partir deste momento vamos rever os principais tópicos desta aula, por meio de quadros ou colocação de tópicos e palavras-chave.

• marco jurídico do orçamento público foi o artigo 12 da conhecida Magna Carta de 1215, outorgada pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra;

• Constituições brasileiras apresentaram os seguintes tipos de orçamento: Tipo misto (1934 e 1946), Tipo Executivo (1937, 1967 e 1969) e Tipo Legislativo (1891 e 1988);

• aspecto jurídico do ORÇAMENTO TRADICIONAL:

A Lei Orçamentária é:

• Lei Formal;

• Ato-Condição; e

• Não cria Direitos Subjetivos.

• ORÇAMENTO MODERNO => função principal => instrumento de administração => importância ao aspecto econômico do país => instrumento da política fiscal dos governos • Orçamento de Desempenho => apresentam:

• intenções e objetivos para os quais os créditos se fazem necessários;

• os custos dos programas propostos para o alcance dos respectivos objetivos; e

• informações quantitativas que possam mensurar as realizações e a efetividade de cada programa.

• Orçamento Base-Zero – OBZ => avaliação e na tomada de decisões sobre as despesas.

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CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO TRADICIONAL

• “versão refeita” do orçamento do ano anterior;

• ocasiona diversos vícios administrativos;

• a alocação de recursos tem como referência as demandas financeiras das unidades administrativas;

• dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos;

• inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas;

• alocam-se recursos para se obterem os meios;

• foco nos aspectos contábeis da gestão e no controle externo das despesas;

• despesas se classificam sob os aspectos institucional e por elementos;

• não se medem os resultados;

• objetivo do controle: avaliação da probidade dos agentes públicos e da legalidade ao seu cumprir o orçamento;

• direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas;

• aumentam-se os gastos em relação ao orçamento anterior.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO DE DESEMPENHO

• busca identificar as realizações do governo, no que é feito;

• é uma evolução do Orçamento Tradicional;

• as despesas se classificam de acordo com funções, atividades e projetos;

• foco na realização, no processo, no objetivo;

• instrumentalizar a ação gerencial dos governos;

• apresenta:

informações quantitativas que mensuram o que fora realizado e o esforço para realizar cada programa.

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a ligação e os objetivos para a utilização dos recursos necessários.

o esforço/dispêndio dos programas para alcançar os objetivos estabelecidos.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO BASE-ZERO – OBZ

• justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas;

• revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária;

• cada unidade da Administração Pública deve justificar anualmente por que deve gastar os recursos que estão sendo pleiteados;

• benefícios:

melhoria do processo orçamentário;

aperfeiçoamentos posteriores; e

desenvolvimento de pessoal.

só precisa justificar o aumento que estão pedindo em relação à dotação do ano anterior;

o que já se gasta geralmente é aceito como necessário;

a não existência de direitos adquiridos da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no orçamento anterior, cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no exercício corrente.

CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO-PROGRAMA

• o objetivo da classificação econômica deste tipo de orçamento-programa é indicar a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital;

• constitui um dos instrumentos do planejamento governamental;

• o objetivo da classificação funcional no orçamento-programa é

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indicar a ação do governo que se pretende implantar com o recurso;

• o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a eficácia das atividades;

• integra-se ao processo administrativo e de planejamento;

• alocam-se recursos para o atingimento de metas e objetivos;

• tomam-se decisões baseadas na avaliação de todas as alternativas disponíveis;

• enfatizam-se, nas decisões, os custos dos programas, incluídos os que passam do exercício financeiro;

• despesas se classificam sob o aspecto funcional-programático;

• possui indicadores e padrões de medição dos esforços, bem como dos resultados;

• quantificam-se metas e objetivos;

• permite uma relação entre o fator de produção (insumo) e o produto;

• estudam-se alternativas para o alcance dos objetivos dos programas;

• há acompanhamento físico-financeiro e avaliação de resultados;

• atribuem-se responsabilidades ao gestor público;

• objetivo do controle: avaliar a eficência, eficácia e efetividade das ações de governo.

DESPESAS CORRENTES X DESPESAS DE CAPITAL

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

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• Despesas Orçamentárias Correntes

Não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

• Despesas Orçamentárias de Capital

Contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Bem de capital: serve para a produção de outro bem.

Programa

• instrumento de organização da atuação do Governo o qual une um conjunto de ações de forma a se concretizar um objetivo comum estabelecido previamente.

Problema

• situação não desejável declarada como evitável, por alguma autoridade.

• alguma necessidade que a sociedade identifica e que, no momento, não está sendo atendida.

Objetivo do programa

• expressa o resultado que se almeja, ou seja, a mudança na situação a qual o programa se propôs modificar.

Indicador

• instrumento de medição do desempenho do programa.

• deve ser:

aferível;

coerente com o objetivo definido;

flexível à contribuição das principais ações;

apurável a posteriori.

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• atributos:

Denominação

Unidade de medida

Índice de referência

Índices esperados ao longo do PPA

Índice ao final do programa (só em casos de programas temporários)

Fonte

Periodicidade

Base geográfica

Fórmula de cálculo.

Ação

• são operações que resultam produtos, ou seja, bens ou serviços, a fim de contribuir para o atendimento do objetivo de um programa.

• se classificam em:

Atividade => Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde”.

Projeto => Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”.

Operação Especial.

P = PARA (do verbo parar)

PROJETO • limitadas no

tempo (que Param no tempo)

• exPansão ou o aPerfeiçoamento da ação

A

= AINDA NÃO PARA (do verbo

parar)

ATIVIDADE

• modo contínuo e permanente (que Ainda não param no tempo)

• à mAnutenção da ação

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Produto

• serviço ou bem resultante da ação, destinado a um público-alvo.

Classificação Funcional da Despesa

Função

• é o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público.

Subfunção

• evidencia cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.

• PRINCÍPIO DA MATRICIALIDADE (não é um princípio orçamentário) => conexão entre função e subfunção => combinam qualquer função com qualquer subfunção => MAS não na relação entre ação e subfunção.

Portaria nº 42/1999 => consolidação nacional dos gastos do setor público => é obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.

ATENÇÃO !

• A Lei nº 4320/64 também tem matéria e forma de Lei Ordinária.

• A Lei nº 4320/64 não atende na sua plenitude o dispositivo previsto no art. 165, § 9º, da CF/88.

• As Bancas gostam de dizer DE FORMA ERRADA que a Lei nº 4320/64 não é de aplicação a todos os entes da Federação. Observe que ela estabelece Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

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PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA E O ESTABELECIMENTO DO CRONOGRAMA MENSAL DE DESEMBOLSO DO PODER EXECUTIVO PARA UM EXERCÍCIO FINANCEIRO.

Até trinta dias após a publicação dos orçamentos => Poder Executivo estabelecerá => programação financeira + o cronograma de execução mensal de desembolso.

Objetivos para se fixarem as cotas mensais de desembolso:

1) assegurar às unidades orçamentárias em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho;

2) manter, durante o exercício, na medida do possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.

• serviços de contabilidade => acompanhamento da execução orçamentária.

RP = RÑF – DÑF

Onde: RP => RESULTADO PRIMÁRIO

RÑF => RECEITAS NÃO-FINANCEIRAS

DÑF => DESPESAS NÃO-FINANCEIRAS

• Decreto de Programação Orçamentária e Financeira ou “Decreto de Contingenciamento” => instrumento que o Governo Federal utiliza para se limitarem os gastos.

• Objetivos do Decreto de Contingenciamento:

estabelecimento de normas específicas de execução orçamentária e financeira para um exercício financeiro;

estabelecimento de um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos financeiros relativos ao Governo Federal;

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cumprimento da Legislação Orçamentária (Lei 4.320/1964 e LRF); e

assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro, assim como proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

• Se ocorrerem problemas com as metas => Poderes e o Ministério Público => limitação de empenho e de movimentação financeira => critérios da LDO.

• 2 atitudes:

limitar o empenho;

limitar a movimentação financeira.

IMPORTANTE !

• A limitação se faz por ato próprio e nos valores necessários, nos 30 dias seguintes.

• Se for restabelecida a previsão de receita, mesmo que em valores parciais, ou seja, em razão da tendência de arrecadação

as dotações cujos empenhos foram limitados serão recompostas de forma proporcional às reduções realizadas pela limitação anterior.

• Não podem ser limitadas as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive as relacionadas ao pagamento do serviço da dívida,bem como as ressalvas que a LDO estabelecerá.

• Necessidades de Financiamento do Governo => rumo para acompanhamento dos principais agregados de receita e despesa públicas primárias.

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• fatores que limitam a fixação do nível das despesas públicas:

• meta de resultado primário;

• previsão das receitas contabilizadas; e

• as estimativas das despesas primárias obrigatórias (ou despesas compulsórias).

• No entanto => Órgãos Setoriais podem solicitar a flexibilização dos limites orçamentários no decorrer do exercício, com o intuito de atender às suas programações.

• DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.

• DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA => descentralizam-se CRÉDITOS

• DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA => descentralizam-se RECURSOS FINANCEIROS ($)

• ÓRGÃO SETORIAL => articulador => integrar os produtos gerados no nível subsetorial.

• UNIDADE ORÇAMENTÁRIA – UO

• Coordena a elaboração da proposta orçamentária;

• integra e articula o trabalho das unidades administrativas componentes.

• apresenta a programação orçamentária detalhada da despesa por programa, ação orçamentária e subtítulo.

• UNIDADE ADMINISTRATIVA – UA => componente da estrutura da Administração Pública.

• UNIDADE GESTORA – UG => efetivamente realiza o gasto => executa a despesa orçamentária.

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5 – QUESTÕES DESTA AULA

79 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É característica do orçamento base-zero:

a) ênfase no acréscimo de gastos em relação ao orçamento anterior.

b) decisões considerando as necessidades financeiras das unidades operacionais.

c) justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas.

d) dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos.

e) inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas.

80 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O tipo de orçamento cujas principais características são a decisão de alocações de recursos baseada no volume de necessidades financeiras das unidades administrativas e o controle da legalidade do cumprimento do disposto na lei orçamentária anual é o orçamento:

a) tradicional.

b) base-zero.

c) programa.

d) de desempenho.

e) pragmático.

81 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O objetivo da classificação econômica no orçamento-programa é indicar:

a) o tipo de receita que financiará o gasto.

b) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.

c) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.

d) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.

e) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.

82 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) É característica da técnica de elaboração orçamentária denominada orçamento base-zero:

a) dissociação dos processos de planejamento e programação.

b) revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária.

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c) ênfase aos aspectos contábeis da gestão e controle externo dos gastos.

d) avaliação da integridade dos agentes governamentais e legalidade no cumprimento do orçamento.

e) direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas.

83 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) Em relação ao orçamento-programa, é correto afirmar que:

a) seu único critério de classificação de despesas são as unidades administrativas.

b) é totalmente dissociado do processo de planejamento.

c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.

d) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades orçamentárias.

e) constitui um dos instrumentos do planejamento governamental.

84 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) O tipo de orçamento cuja principal característica é a não existência de direitos adquiridos da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no orçamento anterior, cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no exercício corrente é o orçamento:

a) tradicional.

b) financeiro.

c) de desempenho.

d) pragmático.

e) base zero.

85 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) Em relação ao orçamento-programa, é correto afirmar que:

a) é totalmente dissociado do processo de planejamento.

b) seu único critério de classificação de despesas são as unidades administrativas.

c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.

d) o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a eficácia das atividades.

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e) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades orçamentárias.

86 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – TJ-PA/2009) Os movimentos de transformação do Estado e, mais especificamente, da administração pública, inevitavelmente, foram acompanhados por mudanças significativas na concepção do orçamento público, cuja trajetória evolutiva evidencia que em cada momento histórico foi enfatizada uma de suas funções ou instrumentalidades: controle, gerência ou planejamento. O orçamento-programa reflete a concepção moderna do orçamento público e se caracteriza:

a) pela utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados.

b) por sua estrutura dar ênfase aos aspectos contábeis de gestão.

c) por usar como principais critérios de classificação das despesas unidades administrativas e elementos.

d) por estar dissociado dos processos de planejamento e programação das ações públicas.

e) pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades das unidades organizacionais.

87 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA – TJ-PA/2009) Analise as informações abaixo em relação ao orçamento público.

I. No orçamento tradicional, a decisão da alocação dos recursos toma por base as necessidades financeiras das unidades organizacionais.

II. O principal objetivo do orçamento-programa é permitir que o Poder Legislativo autorize e controle adequadamente a receita e o gasto público.

III. No orçamento base zero, os gestores das unidades orçamentárias somente precisam justificar os acréscimos e os decréscimos dos gastos realizados no exercício anterior.

IV. Uma das características do orçamento-programa é a ênfase dada aos objetivos do planejamento governamental e as metas que se pretende alcançar com a alocação dos recursos públicos.

É correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.

b) I e IV.

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c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

88 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O instrumento de ação governamental que é utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, necessárias à manutenção da referida ação, é denominado:

a) subfunção.

b) função.

c) operação especial.

d) projeto.

e) atividade.

89 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O objetivo da classificação funcional no orçamento-programa é indicar:

a) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.

b) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.

c) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.

d) o tipo de receita que financiará o gasto.

e) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.

90 - (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Assinale a opção que indica uma exceção aos objetivos do decreto de programação financeira, no âmbito federal.

a) Cumprir a Legislação Orçamentária.

b) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o exercício.

c) Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à disposição das unidades orçamentárias.

d) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal.

e) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

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CARTÃO RESPOSTA

79 80 81 82 83

84 85 86 87 88

89 90

DESEMPENHO

VALOR %

ACERTOS

EQUÍVOCOS

TOTAL RESPONDIDO

GABARITO

79 – C 80 – A 81 – C 82 – B 83 – E

84 – E 85 – D 86 – A 87 – D 88 – E

89 – E 90 – C

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

A) MANUAIS

- Manual Técnico do Orçamento – MTO;

- Manual de Despesa Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008.);

- Manual de Receita Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3, de 2008.);

- Manual de Procedimentos das Receitas Públicas da Secretaria do Tesouro Nacional - 4ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 2, de 2007.);

- Manual de Demonstrativos Fiscais - 2ª Edição (Portaria STN nº 462, de 2009.);

- Manual de Contabilidade Aplicada no Setor Público - 2ª (Portaria Conjunta STN/SOF nº 2, de 2009.);

B) LIVROS

- ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA PARA CONCURSOS – AFO – DIREITO FINANCEIRO SIMPLIFICADO – Fábio Furtado – Editora Ferreira – 1ª Edição;

- ORÇAMENTO PÚBLICO – James Giacomoni – Editora Atlas – 14ª Edição;

- AFO & FINANÇAS PÚBLICAS - Antônio D’Ávila Jr. – Editora FDK– 1ª Edição;

- GESTÃO DE FINANÇAS PÚBLICAS – Claudiano Albuquerque, Márcio Medeiros e Paulo Henrique Feijó – Editora Gestão Pública - 2ª Edição.

- LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL COMENTADA. Flávio Cruz. Editora Atlas.

- COMENTÁRIOS À LEI nº 4320. Flávio Cruz. Editora Atlas.

- FUNDAMENTOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO. Fernando Lima Gama Júnior. Editora Campus Concursos – 1ª Edição;

- DIREITO FINANCEIRO E ORÇAMETO PÚBLICO. Sérgio Jund. Editora Campus Concursos – 2ª Edição.

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C) LEGISLAÇÃO

- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

- Lei nº 4.320/64 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

- Decreto-Lei nº 200/67 - Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências.

- Decreto nº 93.872/86 - Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá outras providências.

- Lei complementar nº 101/01 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

- Portaria MPOG nº 42/1999 - Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º e § 2º do art. 8º, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras providências.

- Decreto nº 3.590/2000 - Dispõe sobre o Sistema de Administração Financeira Federal e dá outras providências.

- Lei nº 10.180/2001 - Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

- Portaria Interministerial STN/MPOG nº 163/2001 - Dispõe sobre normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências.

Prezadas(os) colegas Concurseiras(os), chega ao fim esta nossa AULA 4.

Gostaram ?

Espero que tenham gostado e coloco-me à disposição para eventuais dúvidas e sugestões, pois elas serão de muita valia para nosso trabalho em conjunto.

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Lembrem-se de que com o corpo e a mente em equilíbrio, o sucesso chegará em breve!

Coloco-me à disposição para debatermos qualquer dúvida em nosso fórum ou no email [email protected]

Mãos à obra e saudações a todos.

Bons estudos !

Erick Moura