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CURSO ON-LINE - AFO P/ ANALISTA-TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 6 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA 1. INTRODUÇÃO Olá amigos! Como é bom estar aqui! É a nossa última aula juntos e a antepenúltima do curso. Espero de vocês animação e força de vontade nos estudos! Sei que não é fácil conciliar a vida cotidiana com a gama de matérias que se tem que estudar para um concurso. No final este sacrifício seu e de todos que estão a seu redor será muito recompensador. Todos nós já somos privilegiados simplesmente porque sabemos ler e porque temos objetivos na vida. E, por meio do estudo de cada aula, estamos subindo mais um degrau para alcançá-los. “Estou agradecido. Primeiro porque nunca fui roubado antes. Segundo porque, apesar de terem levado minha carteira, eles não me tiraram a vida. Terceiro, porque, apesar de terem levado tudo, não perdi muita coisa. E, quarto, porque não fui eu quem roubei”. (Matthew Henr) Nesta aula trataremos da execução da receita e da despesa orçamentária. Na primeira parte da aula falaremos dos estágios da receita e da despesa. Na segunda parte trataremos dos temas conta única do tesouro nacional; programação orçamentária e financeira; contingenciamento e limite de empenho e de movimentação financeira; descentralização de créditos orçamentários e recursos financeiros. Como introdução trataremos das etapas da receita e da despesa. Para melhor compreensão do processo orçamentário, o novo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público divide a gestão da receita orçamentária e da despesa orçamentária em três etapas cada. Etapas da receita orçamentária: Planejamento: Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes da LRF. Execução: A Lei 4.320/64 estabelece como estágios da execução da receita orçamentária o lançamento, a arrecadação e o recolhimento.

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CURSO ON-LINE - AFO P/ ANALISTA-TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES

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AULA 6

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

1. INTRODUÇÃO

Olá amigos! Como é bom estar aqui!

É a nossa última aula juntos e a antepenúltima do curso. Espero de vocês animação e força de vontade nos estudos! Sei que não é fácil conciliar a vida cotidiana com a gama de matérias que se tem que estudar para um concurso. No final este sacrifício seu e de todos que estão a seu redor será muito recompensador. Todos nós já somos privilegiados simplesmente porque sabemos ler e porque temos objetivos na vida. E, por meio do estudo de cada aula, estamos subindo mais um degrau para alcançá-los.

“Estou agradecido. Primeiro porque nunca fui roubado antes. Segundo porque, apesar de terem levado minha carteira, eles não me tiraram a vida. Terceiro, porque, apesar de terem levado tudo, não perdi muita coisa. E, quarto, porque não fui eu quem roubei”. (Matthew Henr)

Nesta aula trataremos da execução da receita e da despesa orçamentária. Na primeira parte da aula falaremos dos estágios da receita e da despesa. Na segunda parte trataremos dos temas conta única do tesouro nacional; programação orçamentária e financeira; contingenciamento e limite de empenho e de movimentação financeira; descentralização de créditos orçamentários e recursos financeiros. Como introdução trataremos das etapas da receita e da despesa.

Para melhor compreensão do processo orçamentário, o novo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público divide a gestão da receita orçamentária e da despesa orçamentária em três etapas cada.

Etapas da receita orçamentária: • Planejamento: Compreende a previsão de arrecadação da receita

orçamentária constante da LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes da LRF.

• Execução: A Lei 4.320/64 estabelece como estágios da execução da receita orçamentária o lançamento, a arrecadação e o recolhimento.

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• Controle e avaliação: Esta fase compreende a fiscalização realizada pela própria administração, pelos órgãos de controle e pela sociedade. O controle do desempenho da arrecadação deve ser realizado em consonância com a previsão da receita, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

Etapas da despesa orçamentária: • Planejamento e Contratação: abrange, via de regra, a fixação da despesa

orçamentária, a descentralização/movimentação de créditos, a programação orçamentária e financeira, o processo de licitação e a formalização do contrato.

• Execução: é a etapa em que os atos e fatos são praticados na Administração Pública para implementação da ação governamental, e na qual ocorre o processo de operacionalização objetiva e concreta de uma política pública. A Lei 4.320/64 estabelece como estágios da execução da despesa orçamentária o empenho, a liquidação e o pagamento.

• Controle e Avaliação: como na receita, compreende a fiscalização realizada pelos órgãos de controle e pela sociedade.

Verá que os estágios da receita e despesa estão compreendidos em suas etapas.

Caiu na prova: (ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização - 2006) Para o Governo operacionalizar o processo de alocação de recursos da gestão pública ele se utiliza do ciclo da gestão, que se divide em etapas. A etapa em que os atos e fatos são praticados na Administração Pública para implementação da ação governamental, e na qual ocorre o processo de operacionalização objetiva e concreta de uma política pública denomina-se: a) planejamento. b) execução. c) programação. d) orçamentação. e) controle. Logo, a etapa em que os atos e fatos são praticados na Administração Pública para implementação da ação governamental, e na qual ocorre o processo de operacionalização objetiva e concreta de uma política pública denomina-se execução. Resposta: Letra B

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2. ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA

2.1 Introdução

Ao longo do exercício financeiro, concomitantemente, as receitas são arrecadadas e as despesas são executadas. Nesta parte da aula, teremos a oportunidade de estudar como ocorre a realização de receitas e despesas, por meio dos denominados estágios da receita e da despesa pública.

O estágio da receita orçamentária é cada passo identificado que evidencia o comportamento da receita e facilita o conhecimento e a gestão dos ingressos de recursos. Os estágios da receita orçamentária são os seguintes:

• Previsão; • Lançamento; • Arrecadação; • Recolhimento.

O comportamento dos estágios da receita orçamentária é dependente da ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos e obedece à ordem acima. Esses estágios são estabelecidos levando-se em consideração um modelo de orçamento existente no país e a tecnologia utilizada. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a previsão e termina com o recolhimento.

A Lei nº 4.320/64 traz ainda alguns dispositivos importantes relacionados aos estágios da Receita Pública: Segundo o art. 51, nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra. De acordo com o art. 54, não será admitida a compensação da observação de recolher rendas ou receitas com direito creditório contra a Fazenda Pública. Exemplo: se o contribuinte tem um valor a receber da Prefeitura porque ganhou uma ação judicial contra ela, não pode compensar deixando de pagar o IPTU.

2.2 Previsão

A previsão (ou planejamento) se configura por meio da estimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, resultante de metodologia de projeção de receitas orçamentárias.

Segundo a LRF: Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da

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projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

Logo, são parâmetros para previsão de receitas os efeitos das alterações na legislação, como a alteração de alíquotas, as desonerações fiscais e a concessão de créditos tributários. Devem ser considerados, ainda, a variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante.

2.3 Lançamento

O art. 53 da Lei 4320/64 define o lançamento da receita como o ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

De forma mais completa, o lançamento, segundo o art. 142 do Código Tributário Nacional, é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao registro contábil do direito a receber da fazenda pública em contrapartida a uma variação ativa, em contas do sistema patrimonial, o que representa o registro da receita por competência.

Segundo a Lei 4320/64: Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

O que se desprende desse artigo é que algumas receitas não percorrem o estágio do lançamento. São tipicamente objetos de lançamentos os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

O lançamento é ato indispensável para que o fisco possa exigir do contribuinte o seu direito de receber os valores correspondentes às exações por ele devidas, não possuindo, entretanto, o condão de constituir o crédito tributário.

Para continuar com os tipos de lançamentos, devemos saber que compõem a obrigação tributária nascida com a ocorrência do fato gerador o sujeito ativo e o sujeito passivo. O sujeito ativo será a pessoa jurídica, normalmente de direito público, titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária (tributo ou penalidade) ou a prestação não-pecuniária positiva ou negativa. Já a pessoa natural ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o cumprimento da

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prestação pecuniária (tributo ou penalidade) ou a prestação não pecuniária positiva ou negativa, denomina-se sujeito passivo.

Existem três tipos de lançamento tributário: lançamento por declaração, lançamento por homologação e lançamento de ofício.

• Lançamento por declaração ou misto: compreende a espontaneidade do sujeito passivo em declarar corretamente. Esse tipo de lançamento enseja para o sujeito passivo um papel fundamental, de grande importância. É o próprio contribuinte que deverá apurar o valor devido. Segundo Amaro, para que isso ocorra, é necessário que o contribuinte majore os fatos ocorridos afim de que o agente fazendário, a vista das informações contidas na declaração, efetive documentadamente, o ato de lançamento, do qual deve dar ciência ao sujeito passivo, a fim de tornar exigível o tributo. As informações do sujeito passivo servirão de base para a quantificação do montante devido. Exemplos: imposto de exportação e imposto de renda.

• Lançamento por homologação ou autolançamento: No lançamento por homologação, o pagamento e as informações prestadas pelo contribuinte são realizados sem qualquer exame prévio da autoridade administrativa. Segundo Amaro, cuida-se aqui de tributos que, por sua natureza (multiplicidade de fatos geradores, de caráter instantâneo) têm o recolhimento exigido do devedor independentemente de prévia manifestação do sujeito ativo, vale dizer, sem que o sujeito ativo deva lançar para tornar exigível a prestação tributária. Ex: ICMS e IPI.

• Lançamento de ofício ou direto: Como regra, o lançamento de ofício é adequado aos tributos que têm como fato gerador uma situação cujos dados constam dos cadastros fiscais, de modo que basta à autoridade administrativa a consulta a aqueles registros para que se tenha às mãos dados fáticos necessários à realização do lançamento. Desta forma, é efetuado pela administração sem a participação do contribuinte. Ex: IPTU.

Caiu na prova: (CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) No que concerne a estágios da receita, o lançamento de ofício é efetuado pela administração sem a participação do contribuinte.

Como regra, o lançamento de ofício é adequado aos tributos que têm como fato gerador uma situação cujos dados constam dos cadastros fiscais, de modo que basta à autoridade administrativa a consulta a aqueles registros para que se tenha às mãos dados fáticos necessários à realização do lançamento. Desta forma, é efetuado pela administração sem a participação do contribuinte. Ex: IPTU. Resposta: Certa.

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2.4 Arrecadação

Falaremos agora da arrecadação. Do ponto de vista orçamentário, o reconhecimento da receita orçamentária ocorre no momento da arrecadação. Tal situação decorre da aplicação da Lei nº 4.320/64, que em seu art. 35 dispõe que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas. O regime adotado para reconhecimento das receitas decorre do enfoque orçamentário dessa lei, com o objetivo de evitar o risco de que a execução das despesas orçamentárias ultrapasse a arrecadação efetivada.

A arrecadação é a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. Eles atuam como depositários, ora descontando e retendo tributos sobre rendimento pagos, ora cobrando de seus clientes e consumidores tributos sobre bens e serviços fornecidos. Assim, os contribuintes quitam seus débitos tributários mediante pagamento aos agentes arrecadadores, em geral instituições financeiras autorizadas, já que não têm acesso direto ao Tesouro Público.

Segundo o art. 55 da Lei 4320/64, os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem, em uma única via, os quais devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data e a assinatura do agente arrecadador.

2.5 Recolhimento

O recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente.

O recolhimento ao Tesouro é realizado pelos próprios agentes ou bancos arrecadadores. Essa ordem é bastante nítida, pois os agentes arrecadadores podem ser bancos ou caixas avançados do próprio ente. A arrecadação consiste na entrega do recurso ao agente ou banco arrecadador pelo contribuinte ou devedor. Já o recolhimento consiste no depósito em conta do Tesouro, aberta especificamente para esse fim, pelos caixas ou bancos arrecadadores. Dependendo da sistematização dos processos dos estágios da arrecadação e do recolhimento, no momento da classificação da receita deverão ser compatibilizadas as arrecadações classificadas com o recolhimento efetivado.

Caiu na prova: (FCC - Analista do MP/SE – Contabilidade – 2009) Considere as afirmativas a seguir.

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I. Recolhimento é a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. II. Arrecadação é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira. III. Planejamento compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual −LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal −LRF. Está correto o que se afirma APENAS em: (A) III. (B) I. (C) I e III. (D) II. (E) II e III.

I) Errado. Arrecadação é a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. II) Errado. O recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente. III) Correto. A previsão (ou planejamento) se configura por meio da estimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual –LOA, resultante de metodologia de projeção de receitas orçamentárias, observada as disposições constantes na LRF, como aquelas já estudadas do art. 12.

Logo, apenas o item III está correto. Resposta: Letra A

3. ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA

3.1 Introdução

Ao longo do exercício financeiro, ao mesmo tempo, as receitas são arrecadadas e as despesas são executadas. Assim como ocorre com as receitas, cujos estágios já estudamos, para que se execute uma despesa do Poder Público ela deve passar por estágios de execução, os quais devem ser seguidos com rigor.

Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de execução orçamentária e de programação financeira da União, estabelecidas para o exercício, e lançadas as informações orçamentárias, fornecidas pela Secretaria de Orçamento Federal, no SIAFI, por intermédio da geração automática do documento Nota de Dotação –

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ND, cria-se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da execução orçamentária propriamente dita.

A doutrina majoritária considera que os estágios da despesa são fixação (ou programação), empenho, liquidação e pagamento. São eles que estudaremos nos próximos itens.

3.2 Fixação ou Programação

Já vimos que a doutrina majoritária considera que os estágios da despesa são fixação (ou programação), empenho, liquidação e pagamento.

Acrescento que há praticamente consenso que empenho, liquidação e pagamento são estágios da execução da despesa. Atualmente se encontra em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo esses estágios, já que, após o recebimento do crédito orçamentário e antes do seu comprometimento para a realização da despesa, existe uma fase geralmente demorada de licitação obrigatória junto a fornecedores de bens e serviços que impõe a necessidade de se assegurar o crédito até o término do processo licitatório.

A fixação da despesa é estabelecida na Lei Orçamentária Anual. É a dotação inicial da LOA que, segundo o princípio do equilíbrio, visa assegurar que as despesas não serão superiores à previsão das receitas.

A legislação não permite a inversão de qualquer estágio. O que pode ocorrer é exceção quanto ao estágio da programação, como acontece com as despesas realizadas através da abertura de créditos extraordinários. Este tipo de despesa não passa pelo estágio da programação, em virtude de sua imprevisibilidade e urgência.

A licitação é considerada por parte da doutrina como estágio da despesa. A licitação é o procedimento administrativo que tem por objetivo verificar, entre vários fornecedores habilitados, quem oferece condições mais vantajosas para a aquisição de bem ou serviço.

A licitação é regra para a Administração Pública. No entanto, a lei apresenta exceções a esta regra. São as situações onde ela é inexigível, dispensável ou dispensada, conforme a Lei 8.666/93, estudada pelo Direito Administrativo.

3.3 Empenho

3.3.1 Conceitos e Modalidades de Empenho

Executar o orçamento é realizar as despesas públicas nele previstas e apenas essas, pois, para que qualquer utilização de recursos públicos seja efetuada, a

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primeira condição é que esse gasto tenha sido legal, oficialmente previsto e autorizado pelo Congresso Nacional, e que sejam seguidos à risca os três estágios da execução das despesas previstos na Lei 4320/64: empenho, liquidação e pagamento.

Portanto, o orçamento é um instrumento de verificação prévia do emprego do dinheiro público. Passa pela aprovação dos representantes da população, já que, segundo o art. 166 da CF/88, os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa. Segundo o art. 58 da Lei 4320/64, o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. Por exemplo, se o crédito é de R$ 100.000,00; o empenho não poderá ser superior a esse valor. Assim, o empenho precede a realização da despesa e está restrito ao limite do crédito orçamentário. O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a realizar, por força do compromisso assumido. Se na mesma dotação de R$ 100.000,00 for empenhado R$ 40.000,00; este valor será deduzido do total. Assim, restará o valor de R$ 60.000,00 para novos empenhos nessa dotação.

As despesas só podem ser realizadas mediante prévio empenho, consoante a Lei 4320/64, a qual veda a realização de despesa sem prévio empenho: Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. § 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho.

O Decreto 93.872/86 dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente, bem como trata dos estágios da despesa. Reforça em seu art. 24 que é vedada a realização de despesa sem prévio empenho e acrescenta que, em caso de urgência caracterizada na legislação em vigor, admitir-se-á que o ato do empenho seja contemporâneo à realização da despesa.

Atenção: O que pode ser dispensado é a nota de empenho e nunca o empenho. Em caso de urgência caracterizada na legislação em vigor, admitir-se-á que o ato do empenho seja contemporâneo à realização da despesa.

A nota de empenho (NE) é a materialização do empenho. É um documento extraído para cada empenho, o qual indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação

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própria. Na União é elaborado no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI e impresso após o empenho da despesa. É a emissão da nota de empenho que poderá ser dispensada em casos especiais previstos na legislação específica. Por exemplo, as NEs são dispensadas em despesas com sentenças judiciais, pessoal e encargos sociais, juros e encargos da dívida, etc.

Os empenhos são classificados consoantes sua natureza e finalidade. São modalidades de empenho:

• Empenho ordinário: para as despesas com montante previamenteconhecido e cujo pagamento deve ocorrer de uma só vez.

• Empenho global: para atender às despesas com montante também definido. A especificidade é que tal modalidade é permitida para atender despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento. São exemplos os aluguéis, salários, prestação de serviços, etc.

• Empenho por estimativa: a característica desta modalidade é a existência de despesa cujo montante não se possa determinar. Normalmente possui base não homogênea, ou seja, o valor sempre varia. São exemplos as contas de água, luz e telefone; diárias, gratificações, etc.

Caso o empenho se revele insuficiente para atender a um determinado compromisso ao longo do exercício financeiro, existe a possibilidade de a Unidade emitente reforçar o empenho. Assim, o novo valor do empenho passa a ser o valor inicial mais o valor do reforço.

3.3.2 Anulação de empenho

O empenho deverá ser parcialmente anulado no decorrer do exercício quando seu valor exceder o montante da despesa realizada. Deverá ser totalmenteanulado quando o serviço contratado não tiver sido prestado, o material encomendado não tiver sido entregue, ou o empenho tiver sido emitido incorretamente. A anulação também é realizada por meio de nota de empenho.

Segundo o art. 35 do Decreto 93.872/86, o empenho de despesa não liquidadaserá considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida; II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor; III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior.

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E também consoante o referido Decreto: Art. 28 A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à respectiva dotação, pela qual ficará automaticamente desonerado o limite de saques da unidade gestora.

Logo, a redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total. A importância correspondente será revertida à respectiva dotação orçamentária.

3.3.3 Outras considerações sobre empenho

O empenho não poderá exceder o saldo disponível de dotação orçamentária, nem o cronograma de pagamento o limite de saques fixado, evidenciados pela contabilidade, cujos registros serão acessíveis às respectivas unidades gestoras em tempo oportuno.

As despesas relativas a contratos ou convênios de vigência plurianual serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte a ser executada no referido exercício. Segundo o Decreto 93.872/86: Art. 27. As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada.

Interessante conhecer também o art. 59 da Lei 4320/64, o qual dispõe que é vedado aos Municípios, no último mês do mandato do prefeito, assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para execução depois do término do mandato do Prefeito. No entanto, tal dispositivo não se aplica nos casos comprovados de calamidade pública.

Caiu na prova: (FCC – ACE - TCE/AM – 2008) Quanto ao estágio de empenho da despesa, considere: I. A nota de empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. II. A realização de despesa sem prévio empenho é permitida quando não se pode determinar o montante exato da despesa. III. A redução ou cancelamento no exercício financeiro de compromisso que caracterizou o empenho implicará sua anulação parcial ou total, revertendo o valor à respectiva dotação. IV. A realização de empenho global é permitida para os casos de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento.

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V. As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, III e IV. (C) I, II e V. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V.

I) Errado. O empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Já a nota de empenho é o documento que materializa o empenho. II) Errado. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. Quando não se pode determinar o montante exato da despesa, procede-se ao empenho por estimativa. III) Correto. Segundo o art. 28 do Decreto 93.872/86, a redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à respectiva dotação, pela qual ficará automaticamente desonerado o limite de saques da unidade gestora. IV) Correto. Conforme o § 3º do art. 60 da Lei 4320/64, é permitido o empenho global de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento. V) Correto. É o art. 27 do Decreto 93.872/86: “as despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada”.

Logo, estão corretos os itens III, IV e V. Resposta: Letra E

3.4 Liquidação

Segundo o art. 63 da Lei 4320/64, a liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Assim, a despesa deve passar pelo processo de verificação do direito adquirido do credor denominado liquidação, antes de ser paga. Esse procedimento tem como objetivo verificar a importância exata a pagar e a quem se deve pagar, para extinguir a obrigação. A liquidação também é realizada no SIAFI, por meio da Nota de Liquidação (NL).

A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar: • A origem e o objeto do que se deve pagar; • A importância exata a pagar; e • A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

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Durante o exercício financeiro, a Secretaria do Tesouro Nacional considera despesa aquela que já foi liquidada. No entanto, toda aquela que foi empenhada e não anulada no fim do exercício financeiro (31/12) será considerada despesa nas demonstrações contábeis.

As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base: • O contrato, ajuste ou acordo respectivo; • A nota de empenho; e • Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva dos

serviços.

É certo que antes deve ser criada a obrigação de pagamento que constitui ato praticado por autoridade competente para tal fim. Já sabemos que o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Estando a despesa legalmente empenhada, nem assim o Estado se vê obrigado a efetuar o pagamento, uma vez que o implemento de condição poderá estar concluído ou não. A Lei 4320/64 determina que o pagamento de qualquer despesa pública, seja ela de que importância for, passe pelo crivo da liquidação. É nesse segundo estágio da execução da despesa que será cobrada a prestação dos serviços ou a entrega dos bens, ou ainda, a realização da obra, evitando, dessa forma, o pagamento sem o implemento de condição.

Segundo a Lei 4320/64: Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

Somente após a apuração do direito adquirido pelo credor, tendo por base os documentos comprobatórios do respectivo crédito ou da completa habilitação da entidade beneficiada, a Unidade Gestora providenciará o imediato pagamento da despesa. Assim, nenhuma despesa poderá ser paga sem estar devidamente liquidada.

Caiu na prova: (ESAF – AFC/STN – Contábil – Financeiro - 2005) A liquidação da despesa de que trata o art. 36 do Decreto nº 93.872/96 tem por finalidade, entre outras: a) estimar o montante da despesa quando o empenho não for ordinário. b) definir a importância exata a pagar. c) deduzir o valor da despesa da dotação autorizada. d) informar ao credor o compromisso da administração em realizar a aquisição. e) comprometer recursos com o credor.

A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar: • A origem e o objeto do que se deve pagar;

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• A importância exata a pagar; e • A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

Logo, definir a importância exata a pagar é uma das finalidades da liquidação da despesa. Resposta: Letra B

3.5 Pagamento

O pagamento consiste na entrega de recursos ao credor equivalente à dívida líquida, mediante ordem bancária no SIAFI. É a última fase da despesa. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação. Desta forma, nenhuma despesa poderá ser paga sem estar devidamente liquidada. O art. 64 da Lei 4320/64 define ainda a ordem de pagamento, a qual é o despacho exarado por autoridade competente determinando que a despesa seja paga. Ou seja, é a assinatura do Gestor Público determinando o pagamento.

Atenção: Ordem de pagamento é o despacho determinando o pagamento da despesa. Já a Ordem Bancária é o documento emitido por meio do SIAFI transferindo o numerário para a conta do credor.

Quanto ao pagamento antecipado de fornecimento de bens, execução de obra ou prestação de serviço, o Decreto 93.872/86 determina: Art. 38. Não será permitido o pagamento antecipado de fornecimento de materiais, execução de obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade pública, admitindo-se, todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou garantias, o pagamento de parcela contratual na vigência do respectivo contrato, convênio, acordo ou ajuste, segundo a forma de pagamento nele estabelecida, prevista no edital de licitação ou nos instrumentos formais de adjudicação direta.

Caiu na prova: (CESPE– Analista Ambiental- Administração e Planejamento– MMA- 2008) Na vigência de um convênio ou contrato, é permitido o pagamento antecipado de fornecimento de bens, execução de obra ou prestação de serviço, desde que esse procedimento possibilite abreviar o prazo de execução do respectivo convênio ou contrato.

O Decreto 93.872/86 determina que não será permitido o pagamento antecipado de fornecimento de materiais, execução de obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade pública, admitindo-se, todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou garantias, o pagamento de parcela contratual na vigência do respectivo contrato, convênio, acordo ou ajuste, segundo a forma de pagamento

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nele estabelecida, prevista no edital de licitação ou nos instrumentos formais de adjudicação direta.

Logo, a possibilidade de abreviar o prazo de execução do respectivo convênio ou contrato não é exceção para que ocorra o pagamento antecipado. Resposta: Errada.

4. CONTA ÚNICA

Vimos na aula atinente aos princípios orçamentários que o princípio da Unidade de Caixa respalda a Conta única do Tesouro. Vamos aprofundar no tema Conta Única do Tesouro.

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

O art. 164 da CF/88 determina o destino das disponibilidades: § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

A LRF traz uma observação importante ao princípio da unidade de caixa, pois em seu artigo 43 estabelece que as disponibilidades de caixa relativas à Previdência Social deverão ser separadas das demais disponibilidades do ente público:

§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.

A Conta Única do Tesouro Nacional é mantida junto ao Banco Central do Brasil e sua operacionalização será efetuada por intermédio do Banco do Brasil, ou, excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda. A Instrução Normativa STN nº 4, de 31 de julho de 1998, regulamenta o assunto. Note:

Art. 1º A Conta Única do Tesouro Nacional, MANTIDA no Banco Central do Brasil, tem por finalidade acolher as disponibilidades financeiras da União a serem movimentadas pelas Unidades Gestoras - UG da Administração Federal,

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Direta e Indireta e outras entidades integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, na modalidade “on-line”. Art. 2º A OPERACIONALIZAÇÃO da Conta Única do Tesouro Nacional será efetuada por intermédio do Banco do Brasil S/A, ou, excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda.

O SIAFI é o principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal. É um sistema informatizado que processa e controla, por meio de terminais instalados em todo o território nacional, a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública Direta federal, das autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União.

O sistema pode ser utilizado pelas Entidades Públicas Federais, Estaduais e Municipais apenas para receberem, pela Conta Única do Governo Federal, suas receitas (taxas de água, energia elétrica, telefone, etc) dos Órgãos que utilizam o sistema. Entidades de caráter privado também podem utilizar o SIAFI, desde que autorizadas pela STN. No entanto, essa utilização depende da celebração de convênio ou assinatura de termo de cooperação técnica entre os interessados e a STN, que é o órgão gestor do SIAFI.

Muitas são as facilidades que o SIAFI oferece a toda Administração Pública que dele faz uso, mas podemos dizer, a título de simplificação, que essas facilidades foram desenvolvidas para registrar as informações pertinentes às três tarefas básicas da gestão pública federal dos recursos arrecadados legalmente da sociedade: execução orçamentária; execução financeira; e elaboração das demonstrações contábeis, consolidadas no Balanço Geral da União.

Dessa forma, a Conta Única, implantada em setembro de 1988, representou uma mudança radical no controle de caixa do Tesouro Nacional, em virtude da racionalização na movimentação dos recursos financeiros no âmbito do Governo Federal. Com ela, todas as Unidades Gestoras on-line do SIAFI passaram a ter os seus saldos bancários registrados e controlados pelo sistema, sem contas escriturais no Banco do Brasil. Assim, a Conta Única é uma conta mantida junto ao Banco Central do Brasil, operacionalizada via SIAFI pelo Banco do Brasil, destinada a acolher, em conformidade com o disposto no artigo 164 da Constituição Federal, as disponibilidades financeiras da União que se encontram à disposição das Unidades Gestoras on-line, nos limites financeiros previamente definidos.

É movimentada pelas Unidades Gestoras - UG da Administração Pública Federal, inclusive Fundos, Autarquias, Fundações, e outras entidades integrantes

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do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, na modalidade “on-line”. A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por meio de Ordem Bancária - OB, Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF, Guia da Previdência Social - GPS, Documento de Receita de Estados e/ou Municípios - DAR, Guia do Salário Educação - GSE, Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social - GFIP, Nota de Sistema - NS ou Nota de Lançamento - NL, de acordo com as respectivas finalidades.

O SIAFI consolidará, diariamente, as Ordens Bancárias emitidas, de acordo com a respectiva finalidade, gerando a “Relação de Ordens Bancárias Intra-SIAFI-RT” e a “Relação de Ordens Bancárias Externas – RE”. Destaca-se a Ordem Bancária de Cartão, a qual é utilizada para registro de saque, efetuado pelo portador do Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF ou também chamado Cartão Corporativo), em moeda corrente, observado o limite estipulado pelo Ordenador de Despesas; e a Ordem Bancária de Sistema – OBS, utilizada para cancelamento de Ordem Bancária pelo agente financeiro com devolução dos recursos correspondentes, bem como pela STN para regularização das remessas não efetivadas.

A Guia de Recolhimento de Receitas da União – GRU é o documento padronizado para registrar os ingressos de valores na Conta Única. Deverão ser recolhidas por GRU as taxas (custas judiciais, emissão de passaporte etc.), aluguéis de imóveis públicos, serviços administrativos e educacionais (inscrição de vestibular/concursos, expedição de certificados), receitas de multas (da Polícia Rodoviária Federal, do Código Eleitoral, do Serviço Militar etc.) e outras.

Excetuam-se do recolhimento por meio da GRU as receitas do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, recolhidas mediante a Guia de Previdência Social – GPS, e as receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN, recolhidas por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF.

A GPS é o documento que permite registrar o recolhimento das contribuições para a Seguridade Social por meio de transferências de recursos intra-SIAFI entre a UG recolhedora e a Conta Única do Tesouro Nacional. Já o DARF é o documento que registra a arrecadação de tributos e demais receitas diretamente na Conta Única do Tesouro Nacional, sem trânsito pela rede bancária, ou seja, por meio de transferências de recursos intra-SIAFI. O DARF eletrônico nada mais é que o instrumento de registro dessas informações no SIAFI.

Segundo o art. 43 da Instrução Normativa n° 4, de 13 de agosto de 2002, ficam instituídas as seguintes modalidades de aplicação financeira na Conta Única do Tesouro Nacional, mediante registro específico no SIAFI: aplicação financeira

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diária e aplicação financeira a prazo fixo, sendo esta efetuada mediante entendimentos prévios e a critério do órgão central de programação financeira.

Ainda consoante a referida Portaria: Art. 44. As aplicações financeiras definidas no art. 43 poderão ser efetuadas: I - no caso de aplicações financeiras diárias, pelas autarquias, fundos e fundações públicas que contarem com autorização legislativa específica, não se admitindo aplicações por parte de entidades não integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social; e II - no caso de aplicações financeiras a prazo fixo, pelas autarquias, fundos, fundações públicas e os órgãos da Administração Pública Federal direta, integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.

Caiu na prova: (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) - Sobre o tema ‘Conta Única do Tesouro Nacional’, assinale a opção correta. a) É mantida no Banco Central do Brasil e tem por finalidade acolher as disponibilidades financeiras da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. b) Sua operacionalização é efetuada, exclusivamente, por intermédio do Banco do Brasil S/A. c) É movimentada pelas Unidades Gestoras da Administração Pública Federal integrantes do SIAFI, inclusive na modalidade “off-line”. d) As Ordens Bancárias contra ela emitidas são consolidadas diariamente no âmbito do SIDOR, de acordo com a respectiva finalidade. e) A movimentação de seus recursos é efetuada, entre outros, por meio da Guia da Previdência Social (GPS) e da Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social (GFIP).

a) Errada. A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no Banco Central do Brasil, tem por finalidade acolher as disponibilidades financeiras da União a serem movimentadas pelas Unidades Gestoras - UG da Administração Pública Federal, inclusive Fundos, Autarquias, Fundações, e outras entidades integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, na modalidade on-line. b) Errada. A operacionalização da Conta Única do Tesouro Nacional será efetuada por intermédio do Banco do Brasil S/A, ou por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda. c) Errada. É movimentada pelas Unidades Gestoras - UG da Administração Pública Federal, inclusive Fundos, Autarquias, Fundações, e outras entidades integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, na modalidade “on-line”. d) Errada. O SIAFI consolidará, diariamente, as Ordens Bancárias emitidas, de acordo com a respectiva finalidade, gerando a “Relação de Ordens Bancárias Intra-SIAFI-RT” e a “Relação de Ordens Bancárias Externas – RE”.

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e) Correta. A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por meio de Ordem Bancária - OB, Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF, Guia da Previdência Social - GPS, Documento de Receita de Estados e/ou Municípios - DAR, Guia do Salário Educação - GSE, Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social - GFIP, Nota de Sistema - NS ou Nota de Lançamento - NL, de acordo com as respectivas finalidades. Resposta: Letra E

5. PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

A programação orçamentária e financeira consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando o ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação.

Compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros, assegurando a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do SIAFI, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação vigente.

NA LRF: Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

Logo após a sanção presidencial à Lei Orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo mediante decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal por órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

O Sistema de Administração Financeira Federal visa ao equilíbrio financeiro do Governo Federal, dentro dos limites da receita e despesa públicas. Compreende as atividades de programação financeira da União, de administração de direitos e haveres, garantias e obrigações de responsabilidade do Tesouro Nacional e de orientação técnico-normativa referente à execução orçamentária e financeira. Integram o Sistema de Administração Financeira Federal a Secretaria do Tesouro Nacional, como órgão central; e os órgãos setoriais, que são as unidades de programação financeira dos Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República. Os órgãos setoriais ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados.

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Segundo o art. 12 da Lei 10.180/01, compete às unidades responsáveis pelas atividades do Sistema de Administração Financeira Federal: I - zelar pelo equilíbrio financeiro do Tesouro Nacional; II - administrar os haveres financeiros e mobiliários do Tesouro Nacional; III - elaborar a programação financeira do Tesouro Nacional, gerenciar a Conta Única do Tesouro Nacional e subsidiar a formulação da política de financiamento da despesa pública; IV - gerir a dívida pública mobiliária federal e a dívida externa de responsabilidade do Tesouro Nacional; V - controlar a dívida decorrente de operações de crédito de responsabilidade, direta e indireta, do Tesouro Nacional; VI - administrar as operações de crédito sob a responsabilidade do Tesouro Nacional; VII - manter controle dos compromissos que onerem, direta ou indiretamente, a União junto a entidades ou organismos internacionais; VIII - editar normas sobre a programação financeira e a execução orçamentária e financeira, bem como promover o acompanhamento, a sistematização e a padronização da execução da despesa pública; IX - promover a integração com os demais Poderes e esferas de governo em assuntos de administração e programação financeira. Subordinam-se tecnicamente à Secretaria do Tesouro Nacional os representantes do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais, ou órgãos equivalentes das entidades da administração indireta, controladas direta ou indiretamente pela União. Tais representantes deverão ser, preferencialmente, servidores integrantes da carreira Finanças e Controle que não estejam em exercício nas áreas de controle interno no ministério ou órgão equivalente ao qual a entidade esteja vinculada.

Assim, a Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a Secretaria do Tesouro Nacional o órgão central, contando ainda com a participação das Subsecretarias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou equivalentes, os chamados órgãos setoriais de programação financeira - OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. Às Unidades Gestoras Executoras cabem a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento.

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6. LIMITAÇÃO DE EMPENHO E DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA

É o previsto de maneira explícita no caput do art. 9º da LRF:

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

O contingenciamento é uma forma de prevenção para que se mantenha o equilíbrio de fato entre despesas e receitas, alicerce da responsabilidade da gestão fiscal. O contingenciamento ocorre quando há frustração de receita, definida como a ausência de realização de qualquer item de receita previsto na LOA.

Se houver frustração da receita estimada no orçamento, deverá ser estabelecida limitação de empenho e movimentação financeira, com objetivo de atingir os resultados previstos na LDO e impedir a assunção de compromissos sem respaldo financeiro, o que acarretaria uma busca de socorro no mercado financeiro, situação que implica em encargos elevados.

Analisando o art. 9°, não há a possibilidade de contingenciamento por outro motivo que não seja a frustração de receita. O Gestor público só tem permissão legal para proceder à limitação de empenho quando a realização da receita (e não a execução da despesa) comprometer as metas fiscais, como o superavit primário. Outra observação é que além do Poder Executivo, há a extensão da limitação de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público.

Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias. No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão mista referida na Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

Cabe ressaltar que em relação o § 3° do art. 9° foi proposta uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) perante o Supremo Tribunal Federal, o qual suspendeu liminarmente a eficácia deste dispositivo:

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§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Assim, atualmente, devido à ADIN, o Poder Executivo não é autorizado a limitar os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público caso estes não promovam a limitação no prazo estabelecido no caput do art. 9°. Há a extensão da limitação de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, mas ela deve ser efetuada por ato próprio.

7. DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Com a publicação da Lei Orçamentária Anual – LOA, o seu consequente lançamento no SIAFI e o detalhamento dos créditos autorizados, inicia-se a sua movimentação entre as Unidades Gestoras, para que se viabilize a execução orçamentária propriamente dita, já que só após o recebimento do crédito é que as Unidades Gestores estão em condições de efetuar a realização das despesas públicas.

As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômica, para que outras unidades administrativas possam executar a despesa orçamentária. As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com transferências e transposição, pois não modifica o valor da programação ou de suas dotações orçamentárias (créditos adicionais); tampouco altera a unidade orçamentária (classificação institucional) detentora do crédito orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais (transferência/transposição).

Quando a descentralização envolver unidades gestoras de um mesmo órgão tem-se a descentralização interna, também chamada de provisão. Se, porventura, ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente, ter-se-á uma descentralização externa, também denominada de destaque. Na descentralização, as dotações serão empregadas obrigatória e integralmente na consecução do objetivo previsto pelo programa de trabalho pertinente, respeitada fielmente a classificação funcional e a estrutura programática. Portanto, a única diferença é que a execução da despesa orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade.

A descentralização de crédito externa dependerá de celebração de convênio ou instrumento congênere, disciplinando a consecução do objetivo colimado e as relações e obrigações das partes.

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Assim, a movimentação de créditos, a que chamamos habitualmente de Descentralização de Créditos, consiste na transferência, de uma Unidade Gestora para outra, do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido consignados no Orçamento ou lhe venham a ser transferidos posteriormente. A descentralização pode ser interna, se realizada entre Unidades Gestoras do mesmo órgão (provisão); ou externa, se efetuada entre órgãos distintos (destaque).

Já a movimentação de recursos financeiros oriundos do Orçamento da União, entre as Unidades Gestoras que compõem o Sistema de Programação Financeira, se dá sob a forma de liberação de cotas, repasses, sub-repasses para o pagamento de despesas e por meio de concessão de limite de saque à Conta Única do Tesouro.

A primeira fase da movimentação dos recursos é a liberação de Cota e deve ser realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Assim, cota é o montante de recursos colocados à disposição dos Órgãos Setoriais de Programação Financeira – OSPF pela Coordenação-Geral de Programação Financeira – COFIN/STN mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional.

A segunda fase é a liberação de Repasse ou Sub-repasse. Repasse é a movimentação de recursos realizada pelos OSPF para as unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre esses; e sub-repasse é a liberação de recursos dos OSPF para as unidades sob sua jurisdição e entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade.

A descentralização de recursos é realizada no SIAFI por meio da Nota de Programação Financeira (NPF), que é o documento utilizado para registrar e contabilizar as etapas da programação financeira. Assim, a NPF é o documento que permite registrar os valores constantes da Proposta de Programação Financeira (PPF) e a Programação Financeira Aprovada (PFA), envolvendo a COFIN/STN e os OSPF. A partir daí, com recursos em caixa, ou seja, com disponibilidades financeiras, as unidades podem dar início à fase de pagamento de suas despesas.

QUADRO DESCENTRALIZAÇÃO

Destaque: Descentralização externa de créditos, pois é efetuada entre órgãos distintos.

Provisão: Descentralização interna de créditos, pois é realizada entre UGs do mesmo órgão.

Cota: é o montante de recursos colocados à disposição dos OSPF pela COFIN/STN.

Repasse: é a movimentação “externa” de recursos, pois é realizada pelos OSPF para as

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unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como

entre esses.

Sub-repasse: é a liberação “interna” de recursos dos OSPF para as unidades sob sua

jurisdição e entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade.

Caiu na prova: (CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) O destaque, que é a descentralização das disponibilidades financeiras vinculadas ao orçamento, compete aos órgãos setoriais de programação financeira, que transferem tais disponibilidades para outro órgão ou ministério.

O Repasse é a movimentação de recursos (disponibilidades financeiras) realizada pelos OSPF para as unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre esses. Resposta: Errada.

EXERCÍCIOS

1) (ESAF – Técnico de Nível Superior/SPU – MPOG – 2006) A Programação Financeira, conjunto de atividades cujo objetivo é ajustar o ritmo de execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros, é realizada em três níveis distintos: o primeiro, pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão central do sistema; o segundo, pelas Subsecretarias de Planejamento, Orçamento e Administração ou equivalentes, os chamados Órgãos Setoriais de Programação Financeira (OSPF) e, por fim, pelas Unidades Gestoras Executoras (UGE). Nesse contexto, compete ao Tesouro Nacional: a) a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o lançamento, a arrecadação e o recolhimento. b) estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários à sua execução. c) a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. d) a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento. e) elaborar, isoladamente, o projeto de lei do orçamento anual.

Compete ao Tesouro Nacional estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários a sua execução. Aos órgãos setoriais competem a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central.

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Às Unidades Gestoras Executoras cabem a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento. Resposta: Letra B

2) (FCC – ACE - TCE/CE – 2008) Observadas as normas técnicas e legais, as previsões de receita considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante, e serão acompanhadas, além do demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da: (A) projeção para as receitas obtidas com serviços de terceiros. (B) metodologia de cálculo do impacto dos resultados nominal e primário que possam afetar as receitas. (C) projeção da estimativa do impacto orçamentário e financeiro do exercício em que entrar em vigor. (D) demonstração da composição das dívidas ativas decorrentes de financiamentos e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. (E) projeção para os dois seguintes exercícios àqueles a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

Segundo a LRF: Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. Resposta: Letra E

3) (CESPE – Analista Administrativo – ANAC – 2009) Ao se realizar a execução orçamentária da despesa, deve haver, no momento da liquidação, a baixa do crédito disponível de acordo com sua a destinação.

Segundo o Decreto 93.872/86: Art. 25. O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a realizar, por força do compromisso assumido.

Logo, no momento do empenho é que deve ocorrer a dedução do crédito disponível da dotação, de acordo com sua destinação. Resposta: Errada.

4) (ESAF – AFC/STN – Econômico – Financeiro - 2005) De acordo com as Finanças Públicas, afirma-se que os estágios da receita pública representam as fases percorridas pela receita na execução orçamentária. Aponte a opção correta que diz respeito ao ato pelo agente, pelo qual os agentes arrecadadores entregam diretamente ao tesouro público o produto da arrecadação.

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a) lançamento b) recolhimento c) previsão d) declaração e) arrecadação

Atenção: A diferença entre arrecadação e recolhimento é muito cobrada em provas. A arrecadação consiste na entrega do recurso ao agente ou banco arrecadador pelo contribuinte ou devedor. Já o recolhimento consiste no depósito em conta do Tesouro do produto da arrecadação, aberta especificamente para esse fim, pelos caixas ou bancos arrecadadores.

Logo, o ato o qual os agentes arrecadadores entregam diretamente ao tesouro público o produto da arrecadação denomina-se recolhimento. Resposta: Letra B

5) (CESPE – Agente – Polícia Federal – 2009) O estágio de execução da receita classificado como arrecadação ocorre com a transferência dos valores devidos pelos contribuintes ou devedores à conta específica do Tesouro.

A arrecadação consiste na entrega do recurso ao agente ou banco arrecadador pelo contribuinte ou devedor. O recolhimento é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente. Resposta: Errada.

6) (FGV – Auditor Substituto de Conselheiro – TCM/RJ - 2008) Em relação à despesa pública, assinale a afirmativa incorreta. (A) Liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. (B) Empenho de despesa é ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. (C) Despesas de capital são voltadas para a manutenção de serviços já criados ou para a realização de obras de conservação de bens imóveis. (D) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após regular liquidação. (E) É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

Questão totalmente baseada na Lei 4320/64, interessante para revermos diversos dispositivos:

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a) Correta. Segundo o art. 63, a liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. b) Correta. Conforme o art. 58, o empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. c) É a incorreta. Segundo o § 1º do art. 12, classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. d) Correta. Consoante o art. 62, o pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação. e) Correta. De acordo com o art. 60, é vedada a realização de despesa sem prévio empenho. Resposta: Letra C

7) (ESAF – AFCE – TCU – 2006) Assinale a opção que aponta a correta correlação entre as colunas: 1) lançamento 2) arrecadação 3) recolhimento 4) empenho 5) liquidação 6) pagamento ( ) ato emanado de autoridade competente que cria para o estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição. ( ) momento em que os contribuintes comparecem perante aos agentes arrecadadores a fim de liquidarem suas obrigações para com o estado. ( ) emissão do cheque ou ordem bancária em favor do credor. ( ) verificação do implemento de condição, ou seja, verificação objetiva do cumprimento contratual. ( ) relação individualizada dos contribuintes, discriminando a espécie, o valor e o vencimento do imposto de cada um. ( ) ato pelo qual os agentes arrecadadores entregam diariamente ao Tesouro público o produto da arrecadação. a) 1 - 3 - 6 - 5 - 4 - 2 b) 4 - 3 - 6 - 5 - 1 - 2 c) 1 - 3 - 5 - 6 - 4 - 2 d) 4 - 2 - 6 - 5 - 1 - 3 e) 5 - 2 - 3 - 1 - 4 - 6

(4) empenho: ato emanado de autoridade competente que cria para o estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição. (2) arrecadação: momento em que os contribuintes comparecem perante aos agentes arrecadadores a fim de liquidarem suas obrigações para com o estado.

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(6) pagamento: emissão do cheque ou ordem bancária em favor do credor. (5) liquidação: verificação do implemento de condição, ou seja, verificação objetiva do cumprimento contratual. (1) lançamento: relação individualizada dos contribuintes, discriminando a espécie, o valor e o vencimento do imposto de cada um. (3) recolhimento: ato pelo qual os agentes arrecadadores entregam diariamente ao Tesouro público o produto da arrecadação.

Logo, a ordem é 4 - 2 - 6 - 5 - 1 - 3. Resposta: Letra D

(CESPE – Analista – SERPRO – 2008) Com a publicação da LOA, o seu consequente lançamento no SIAFI e o detalhamento dos créditos autorizados, inicia-se a sua movimentação entre as unidades gestoras. Acerca da movimentação de créditos orçamentários e recursos financeiros, julgue os seguintes itens. 8) São operações descentralizadoras de créditos orçamentários a cota, o repasse e o sub-repasse.

A cota, o repasse e o sub-repasse são operações descentralizadoras de recursos. A primeira fase da movimentação dos recursos é a liberação de Cota. É o montante de recursos colocados à disposição dos Órgãos Setoriais de Programação Financeira – OSPF pela Coordenação-Geral de Programação Financeira – COFIN/STN mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional. A segunda fase é a liberação de Repasse ou Sub-repasse. O Repasse é a movimentação de recursos realizada pelos OSPF para as unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre esses; e sub-repasse é a liberação de recursos dos OSPF para as unidades sob sua jurisdição e entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade. Resposta: Errada.

9) A movimentação de recursos financeiros deve ser realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado pela Secretaria de Orçamento Federal.

A movimentação dos recursos deve ser realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Resposta: Errada.

10) (ESAF – AFC/CGU - 2008) São consideradas etapas da execução orçamentária e financeira, os ingressos de recursos na conta única do Tesouro e as descentralizações de créditos e recursos entre as unidades integrantes do SIAFI .

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No que diz respeito ao assunto, julgue os itens que se seguem e marque, com V para os verdadeiros e F para os falsos, a opção que corresponde à seqüência correta. I. A unidade gestora que recebe créditos orçamentários por descentralização, sob a forma de destaque, receberá os recursos financeiros sob a forma de repasse. II. A unidade gestora que descentralizou créditos orçamentários por meio de provisão receberá os recursos financeiros sob a forma de sub-repasse. III. A descentralização de recursos é realizada no SIAFI por meio da Nota de Programação Financeira, que é o documento utilizado para registrar e contabilizar as etapas da programação financeira. IV. A Guia de Recolhimento da União – GRU é documento utilizado para efetuar todo e qualquer depósito na conta única do Tesouro, excetuadas as receitas recolhidas mediante a Guia de Previdência Social – GPS e por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF. V. A Secretaria do Tesouro Nacional permite que autarquias, fundos e fundações públicas que contarem com autorização legislativa específica efetuem aplicações financeiras diárias na conta única. a) F,V,F,F,V b) V,V,V,V,V c) F,F,F,F,F d) V,V,V,V,F e) V,F,V,V,V

I) Correto. A unidade gestora que recebe créditos orçamentários por descentralização externa (destaque), que é a efetuada entre órgãos distintos, receberá os recursos financeiros sob a forma de repasse, que é a movimentação de recursos realizada pelos OSPF para as unidades de outros órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre esses.

II) Errado. A unidade gestora que descentralizou créditos orçamentários (OSPF), seja por provisão ou destaque, receberá os recursos financeiros sob a forma de cota, que é o montante de recursos colocados à disposição dos OSPF pela COFIN/STN mediante movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional.

III) Correto. A descentralização de recursos é realizada no SIAFI por meio da Nota de Programação Financeira (NPF), que é o documento utilizado para registrar e contabilizar as etapas da programação financeira. Assim, a NPF é o documento que permite registrar os valores constantes da Proposta de Programação Financeira (PPF) e a Programação Financeira Aprovada (PFA), envolvendo a COFIN/STN e os OSPF. A partir daí, com recursos em caixa, ou seja, com disponibilidades financeiras, as unidades podem dar início à fase de pagamento de suas despesas.

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IV) Correto. A Guia de Recolhimento de Receitas da União – GRU é o documento padronizado para registrar os ingressos de valores na Conta Única. Deverão ser recolhidas por GRU as taxas (custas judiciais, emissão de passaporte etc.), aluguéis de imóveis públicos, serviços administrativos e educacionais (inscrição de vestibular/concursos, expedição de certificados), receitas de multas (da Polícia Rodoviária Federal, do Código Eleitoral, do Serviço Militar etc.) e outras.

Excetuam-se do recolhimento por meio da GRU as receitas do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, recolhidas mediante a Guia de Previdência Social – GPS, e as receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN, recolhidas por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF.

A GPS é o documento permite registrar o recolhimento das contribuições para a Seguridade Social por meio de transferências de recursos intra-SIAFI entre a UG recolhedora e a Conta Única do Tesouro Nacional. Já o DARF é o documento que registra a arrecadação de tributos e demais receitas diretamente na Conta Única do Tesouro Nacional, sem trânsito pela rede bancária, ou seja, por meio de transferências de recursos intra-SIAFI. O DARF eletrônico nada mais é que o instrumento de registro dessas informações no SIAFI.

V) Correto. Segundo o art. 43 da Instrução Normativa n° 4, de 13 de agosto de 2002, ficam instituídas as seguintes modalidades de aplicação financeira na Conta Única do Tesouro Nacional, mediante registro específico no SIAFI: aplicação financeira diária e aplicação financeira a prazo fixo, sendo esta efetuada mediante entendimentos prévios e a critério do órgão central de programação financeira.

Ainda consoante a referida Portaria: Art. 44. As aplicações financeiras definidas no art. 43 poderão ser efetuadas: I - no caso de aplicações financeiras diárias, pelas autarquias, fundos e fundações públicas que contarem com autorização legislativa específica, não se admitindo aplicações por parte de entidades não integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social; e II - no caso de aplicações financeiras a prazo fixo, pelas autarquias, fundos, fundações públicas e os órgãos da Administração Pública Federal direta, integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.

Logo, a sequencia correta é V,F,V,V,V. Resposta: Letra E

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E assim terminamos nossa última aula juntos. E você que chegou aqui, já é um vitorioso, pela persistência e força de vontade.

Segui estritamente o edital nessas sete aulas (0 a 6), aprofundando nos temas de acordo com o que vem sendo cobrado nas provas. Apesar de ser a primeira vez de AFO no concurso para Analista Tributário, a ESAF e outras bancas vêm exigindo mais que um conhecimento superficial, como pode ter constatado nas questões apresentadas, nos diversos concursos.

Agradeço sinceramente os elogios, as críticas e as sugestões. É dessa forma que o professor aprimora seu trabalho, enfatizando o que está dando certo e melhorando o que não está bom.

Segue o nosso último memento. Espero sinceramente que tenha gostado da iniciativa e que seja realmente útil!

Estará em boas mãos nas duas últimas aulas com o Prof. Francisco Mariotti. Desejo a você um ótimo prosseguimento nos estudos e uma excelente prova! Lembro que estarei com você até o fim de semana da prova no fórum e sempre que necessitar no e-mail [email protected].

Forte abraço!

Sérgio Mendes

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MEMENTO AULA 6

ESTÁGIOS DA RECEITA:

PREVISÃO

Configura-se por meio da estimativa de arrecadação da receita, constante da LOA, resultante de

metodologia de projeção de receitas orçamentárias.

As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais e considerarão: os efeitos das

alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer

outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos,

da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas

utilizadas.

LANÇAMENTO

É o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação

correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o

sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Tipos de lançamento:

• Lançamento por declaração: compreende a espontaneidade do sujeito passivo em declarar

corretamente.

• Lançamento por homologação: o pagamento e as informações prestadas pelo contribuinte

são realizados sem qualquer exame prévio da autoridade administrativa.

• Lançamento de ofício: Como regra é adequado aos tributos que têm como fato gerador uma

situação cujos dados constam dos cadastros fiscais, de modo que basta à autoridade

administrativa a consulta a aqueles registros para que se tenha às mãos dados fáticos

necessários à realização do lançamento.

Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao registro contábil do direito a receber

da fazenda pública em contrapartida a uma variação ativa, em contas do sistema patrimonial, o que

representa o registro da receita por competência.

ARRECADAÇÃO

É a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou bancos

autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro.

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Do ponto de vista orçamentário, o reconhecimento da receita orçamentária ocorre no momento da

arrecadação.

RECOLHIMENTO

É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela

administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando o Princípio da

Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente.

ESTÁGIOS DA DESPESA:

FIXAÇÃO (PROGRAMAÇÃO)

É a dotação inicial da LOA que, segundo o princípio do equilíbrio, visa assegurar que as despesas não

serão superiores à previsão das receitas.

Não é estágio da execução da despesa.

EMPENHO

É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente

ou não de implemento de condição. É materializado pela Nota de Empenho (NE) no SIAFI.

É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a realizar, por força do

compromisso assumido.

O que pode ser dispensado é a nota de empenho e nunca o empenho.

A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o empenho,

implicará sua anulação parcial ou total. A importância correspondente será revertida à respectiva

dotação orçamentária.

Modalidades de empenho:

• Ordinário: valor definido e pagamento de uma única vez

• Global: valor definido e pagamento parcelado

• Por estimativa: valor indefinido e pagamento parcelado

LIQUIDAÇÃO

Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos

comprobatórios do respectivo crédito. É realizada no SIAFI por meio da Nota de Liquidação (NL).

Terá por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo; a nota de empenho e os comprovantes da

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entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar:

• A origem e o objeto do que se deve pagar;

• A importância exata a pagar; e

• A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação

PAGAMENTO

Consiste na entrega de recursos ao credor equivalente à dívida líquida, mediante OB no SIAFI.

A Ordem de pagamento é o despacho determinando o pagamento da despesa.

Já a Ordem Bancária (OB) é o documento emitido por meio do SIAFI transferindo o numerário para

a conta do credor.

O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

CONTA ÚNICA

A Conta Única do Tesouro Nacional é mantida junto ao Banco Central do Brasil e sua

operacionalização será efetuada por intermédio do Banco do Brasil via SIAFI, ou, excepcionalmente,

por outros agentes financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda.

As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do

Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele

controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

As disponibilidades de caixa relativas à Previdência Social deverão ser separadas das demais

disponibilidades do ente público.

É movimentada pelas UGs da Administração Pública Federal, inclusive Fundos, Autarquias,

Fundações, e outras entidades integrantes do SIAFI, na modalidade “on-line”.

A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por meio de OB, DARF, GPS, DAR,

GSE, GFIP, NS ou NL, de acordo com as respectivas finalidades.

O SIAFI é um sistema informatizado que processa e controla, por meio de terminais instalados em

todo o território nacional, a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da

Administração Pública Direta federal, das autarquias, fundações e empresas públicas federais e das

sociedades de economia mista que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento

da Seguridade Social da União.

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PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Consiste na compatibilização do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando o

ajuste da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação.

Logo após a sanção presidencial à LOA aprovada pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo

mediante decreto estabelece em até trinta dias a programação financeira e o cronograma de

desembolso mensal por órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostas na LDO.

A Programação Financeira se realiza em três níveis distintos, sendo a STN o órgão central, contando

ainda com a participação das Subsecretárias de Planejamento, Orçamento e Administração (ou

equivalentes, os chamados OSPF) e as Unidades Gestoras Executoras (UGE).

Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o

cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,

os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30

dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios da LDO.

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Descentralização de Créditos

Transferência de uma UG para outra do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido

consignados no Orçamento ou lhe venham a ser transferidos posteriormente.

Destaque: Descentralização externa de créditos, pois é efetuada entre órgãos distintos.

Provisão: Descentralização interna de créditos, pois é realizada entre UGs do mesmo órgão.

Descentralização de Recursos

Cota: é o montante de recursos colocados à disposição dos OSPF pela COFIN/STN mediante

movimentação intra-SIAFI dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional.

Repasse: é a movimentação “externa” de recursos realizada pelos OSPF para as unidades de outros

órgãos ou ministérios e entidades da Administração Indireta, bem como entre esses.

Sub-repasse: é a liberação “interna” de recursos dos OSPF para as unidades sob sua jurisdição e

entre as unidades de um mesmo órgão, ministério ou entidade.

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

I) QUESTÕES APRESENTADAS DURANTE A AULA

1) (ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização - 2006) Para o Governo operacionalizar o processo de alocação de recursos da gestão pública ele se utiliza do ciclo da gestão, que se divide em etapas. A etapa em que os atos e fatos são praticados na Administração Pública para implementação da ação governamental, e na qual ocorre o processo de operacionalização objetiva e concreta de uma política pública denomina-se: a) planejamento. b) execução. c) programação. d) orçamentação. e) controle.

2) (CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) No que concerne a estágios da receita, o lançamento de ofício é efetuado pela administração sem a participação do contribuinte.

3) (FCC - Analista do MP/SE – Contabilidade – 2009) Considere as afirmativas a seguir. I. Recolhimento é a entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores, aos agentes ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. II. Arrecadação é a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira. III. Planejamento compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual −LOA, resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal −LRF. Está correto o que se afirma APENAS em: (A) III. (B) I. (C) I e III. (D) II. (E) II e III.

4) (FCC – ACE - TCE/AM – 2008) Quanto ao estágio de empenho da despesa, considere: I. A nota de empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

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II. A realização de despesa sem prévio empenho é permitida quando não se pode determinar o montante exato da despesa. III. A redução ou cancelamento no exercício financeiro de compromisso que caracterizou o empenho implicará sua anulação parcial ou total, revertendo o valor à respectiva dotação. IV. A realização de empenho global é permitida para os casos de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento. V. As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, III e IV. (C) I, II e V. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V.

5) (ESAF – AFC/STN – Contábil – Financeiro - 2005) A liquidação da despesa de que trata o art. 36 do Decreto nº 93.872/96 tem por finalidade, entre outras: a) estimar o montante da despesa quando o empenho não for ordinário. b) definir a importância exata a pagar. c) deduzir o valor da despesa da dotação autorizada. d) informar ao credor o compromisso da administração em realizar a aquisição. e) comprometer recursos com o credor.

6) (CESPE– Analista Ambiental- Administração e Planejamento– MMA- 2008) Na vigência de um convênio ou contrato, é permitido o pagamento antecipado de fornecimento de bens, execução de obra ou prestação de serviço, desde que esse procedimento possibilite abreviar o prazo de execução do respectivo convênio ou contrato.

7) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) - Sobre o tema ‘Conta Única do Tesouro Nacional’, assinale a opção correta. a) É mantida no Banco Central do Brasil e tem por finalidade acolher as disponibilidades financeiras da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. b) Sua operacionalização é efetuada, exclusivamente, por intermédio do Banco do Brasil S/A. c) É movimentada pelas Unidades Gestoras da Administração Pública Federal integrantes do SIAFI, inclusive na modalidade “off-line”. d) As Ordens Bancárias contra ela emitidas são consolidadas diariamente no âmbito do SIDOR, de acordo com a respectiva finalidade. e) A movimentação de seus recursos é efetuada, entre outros, por meio da Guia da Previdência Social (GPS) e da Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social (GFIP).

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8) (CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) O destaque, que é a descentralização das disponibilidades financeiras vinculadas ao orçamento, compete aos órgãos setoriais de programação financeira, que transferem tais disponibilidades para outro órgão ou ministério.

II) QUESTÕES APRESENTADAS NOS EXERCÍCIOS

1) (ESAF – Técnico de Nível Superior/SPU – MPOG – 2006) A Programação Financeira, conjunto de atividades cujo objetivo é ajustar o ritmo de execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros, é realizada em três níveis distintos: o primeiro, pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão central do sistema; o segundo, pelas Subsecretarias de Planejamento, Orçamento e Administração ou equivalentes, os chamados Órgãos Setoriais de Programação Financeira (OSPF) e, por fim, pelas Unidades Gestoras Executoras (UGE). Nesse contexto, compete ao Tesouro Nacional: a) a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o lançamento, a arrecadação e o recolhimento. b) estabelecer as diretrizes para a elaboração e formulação da programação financeira mensal e anual, bem como a adoção dos procedimentos necessários à sua execução. c) a consolidação das propostas de programação financeira dos órgãos vinculados (UGE) e a descentralização dos recursos financeiros recebidos do órgão central. d) a realização da despesa pública nas suas três etapas, ou seja: o empenho, a liquidação e o pagamento. e) elaborar, isoladamente, o projeto de lei do orçamento anual.

2) (FCC – ACE - TCE/CE – 2008) Observadas as normas técnicas e legais, as previsões de receita considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante, e serão acompanhadas, além do demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da: (A) projeção para as receitas obtidas com serviços de terceiros. (B) metodologia de cálculo do impacto dos resultados nominal e primário que possam afetar as receitas. (C) projeção da estimativa do impacto orçamentário e financeiro do exercício em que entrar em vigor. (D) demonstração da composição das dívidas ativas decorrentes de financiamentos e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. (E) projeção para os dois seguintes exercícios àqueles a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

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3) (CESPE – Analista Administrativo – ANAC – 2009) Ao se realizar a execução orçamentária da despesa, deve haver, no momento da liquidação, a baixa do crédito disponível de acordo com sua a destinação.

4) (ESAF – AFC/STN – Econômico – Financeiro - 2005) De acordo com as Finanças Públicas, afirma-se que os estágios da receita pública representam as fases percorridas pela receita na execução orçamentária. Aponte a opção correta que diz respeito ao ato pelo agente, pelo qual os agentes arrecadadores entregam diretamente ao tesouro público o produto da arrecadação. a) lançamento b) recolhimento c) previsão d) declaração e) arrecadação

5) (CESPE – Agente – Polícia Federal – 2009) O estágio de execução da receita classificado como arrecadação ocorre com a transferência dos valores devidos pelos contribuintes ou devedores à conta específica do Tesouro.

6) (FGV – Auditor Substituto de Conselheiro – TCM/RJ - 2008) Em relação à despesa pública, assinale a afirmativa incorreta. (A) Liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. (B) Empenho de despesa é ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. (C) Despesas de capital são voltadas para a manutenção de serviços já criados ou para a realização de obras de conservação de bens imóveis. (D) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após regular liquidação. (E) É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

7) (ESAF – AFCE – TCU – 2006) Assinale a opção que aponta a correta correlação entre as colunas: 1) lançamento 2) arrecadação 3) recolhimento 4) empenho 5) liquidação 6) pagamento ( ) ato emanado de autoridade competente que cria para o estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição. ( ) momento em que os contribuintes comparecem perante aos agentes arrecadadores a fim de liquidarem suas obrigações para com o estado. ( ) emissão do cheque ou ordem bancária em favor do credor.

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( ) verificação do implemento de condição, ou seja, verificação objetiva do cumprimento contratual. ( ) relação individualizada dos contribuintes, discriminando a espécie, o valor e o vencimento do imposto de cada um. ( ) ato pelo qual os agentes arrecadadores entregam diariamente ao Tesouro público o produto da arrecadação. a) 1 - 3 - 6 - 5 - 4 - 2 b) 4 - 3 - 6 - 5 - 1 - 2 c) 1 - 3 - 5 - 6 - 4 - 2 d) 4 - 2 - 6 - 5 - 1 - 3 e) 5 - 2 - 3 - 1 - 4 - 6

(CESPE – Analista – SERPRO – 2008) Com a publicação da LOA, o seu consequente lançamento no SIAFI e o detalhamento dos créditos autorizados, inicia-se a sua movimentação entre as unidades gestoras. Acerca da movimentação de créditos orçamentários e recursos financeiros, julgue os seguintes itens. 8) São operações descentralizadoras de créditos orçamentários a cota, o repasse e o sub-repasse. 9) A movimentação de recursos financeiros deve ser realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado pela Secretaria de Orçamento Federal.

10) (ESAF – AFC/CGU - 2008) São consideradas etapas da execução orçamentária e financeira, os ingressos de recursos na conta única do Tesouro e as descentralizações de créditos e recursos entre as unidades integrantes do SIAFI . No que diz respeito ao assunto, julgue os itens que se seguem e marque, com V para os verdadeiros e F para os falsos, a opção que corresponde à seqüência correta. I. A unidade gestora que recebe créditos orçamentários por descentralização, sob a forma de destaque, receberá os recursos financeiros sob a forma de repasse. II. A unidade gestora que descentralizou créditos orçamentários por meio de provisão receberá os recursos financeiros sob a forma de sub-repasse. III. A descentralização de recursos é realizada no SIAFI por meio da Nota de Programação Financeira, que é o documento utilizado para registrar e contabilizar as etapas da programação financeira. IV. A Guia de Recolhimento da União – GRU é documento utilizado para efetuar todo e qualquer depósito na conta única do Tesouro, excetuadas as receitas recolhidas mediante a Guia de Previdência Social – GPS e por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF. V. A Secretaria do Tesouro Nacional permite que autarquias, fundos e fundações públicas que contarem com autorização legislativa específica efetuem aplicações financeiras diárias na conta única. a) F,V,F,F,V

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b) V,V,V,V,V c) F,F,F,F,F d) V,V,V,V,F e) V,F,V,V,V

GABARITO I 1 2 3 4 5 6 7 8 B C A E B E E E

GABARITO II 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B E E B E C D E E E