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Advogado publicista, estudioso do direito sumular. Articulista convidado das editoras LEX e COAD. Autor catalogado na Rede Virtual de

Bibliotecas – Congresso Nacional – RVBI, com trabalhos publicados em diversos periódicos e revistas jurídicas nacionais.

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Agradecimento

Um especial agradecimento ao querido amigo

Lafayete Josué Petter, Procurador Regional da República da Quarta Região, em cujo gabinete tive o privilégio de atuar ao longo de quase três anos de intenso aprendizado, desfrutando da companhia de um agente ministerial altamente qualificado e operoso, além de ser humano de rara sensibilidade, grande

incentivador deste trabalho.

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Prefácio

Segundo o modelo adotado pelo Estado Democrático de Direito brasileiro, a base do ordenamento jurídico é a lei, norma geral elaborada pelo legislador para validade futura. Nem sempre foi assim. No pensamento clássico, a lei não era a fonte principal do Direito. Embora a lei tenha coexistido com o direito, este consistia, sobretudo, num conjunto de soluções obtidas através da atividade prudencial a cargo dos grandes juristas, a partir de um patrimônio axiológico comum. Tal situação perdurou até a idade moderna. É só a partir de então que a lei positiva passa a ocupar o lugar central nas fontes do direito com todas as conseqüências que daí se podem retirar1. O direito, entretanto, como produto cultural, está submetido a novas reflexões e orientações, daí falar-se em evolução e mutablilidade, a despeito da cristalização da fórmula adotada pelo legislador. Dizer o direito é uma atividade eminentemente interpretativa.

Atualmente, vive-se um período efervescente da história, com aceleração de mudanças. Avanços tecnológicos em todas as áreas do conhecimento propagam-se sobre o pensamento e mesmo sobre os operadores do direito, impondo questionamentos constantes, o abandono de posições ultrapassadas e determinando a evolução da própria jurisprudência, que já não se contém em formulações literais prescritivas de ontem, mas implica em uma auspiciosa e renovada atividade exegética manipulada nos tribunais, no limite, importando mesmo em uma verdadeira mutação constitucional.

Cortes Judiciárias, ao decidirem, projetam efeitos para o passado e para o futuro. Para o passado, ao darem solução às lides que a eles são apresentadas. Para o futuro, pois ao realizarem a apuração axiológica do conteúdo verbal dos preceitos normativos (interpretação/aplicação do direito), acabam por descobrir, completar e desenvolver o direito, atividade por todos percebida, caracterizando autêntica fonte do direito. Ao julgar-se, protegem-se interesses subjetivos das partes. A súmula, mormente a vinculante, estabelece pauta geral e abstrata de conduta, orientando a todos com relação às conseqüências jurídicas do seu agir. Daí dizer-se que a jurisprudência, por motivos lógicos e epistemológicos integra o rol das fontes do Direito.

1 MONCADA. Luís S. Cabral. Ensaio sobre a lei. Coimbra: Coimbra Editora, 2002, p. 7.

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Neste sentido, a jurisprudência sumulada, evidenciando o que de mais sedimentado e refletido ocorre nos tribunais na sua missão de dar o direito a quem lhe cabe. Por estas razões, registre-se a boa nova do mercado editorial, trazendo a lume um livro que disseca as súmulas! As leis são duráveis, porém não devem ser imutáveis. Daí a pertinência dos contornos interpretativos, lapidação do formulismo da lei exercida em sede judicial. Daí dizer-se que a lei é vocacionada para incidir sobre os fatos da vida (subjunção) enquanto a súmula (não a vinculante) é de incidência virtual, por conter uma interpretação/aplicação do direito já sedimentado, com base na interpretação/aplicação da legislação encetada pelo positivador derradeiro da lei, o magistrado.

A súmula confere uma nota de uniformidade – segurança jurídica – a uma quaestio juris que pode estar sendo decidida de modo muito diverso, pois é da natureza humana a diversidade de opiniões, idéias, valores e visão de mundo. Claro, o debate, mesmo acalorado, é sempre saudável, revelador de pontos de vista diversos, oxigenando a discussão, mas o ideal de segurança jurídica nos prescreve um limite, havendo o direito – não os fatos – de um dia (tão logo quanto possível) estabilizarem-se. Destarte, a jurisprudência sumulada favorece o aprimoramento do exercício da função jurisdicional.

A súmula dá publicidade ao direito! Mas cumpre sempre anotar que a justiça do caso concreto, sempre necessitará de uma aproximação com os fatos, na atividade probatória, tarefa não cumprida no lançamento de enunciados pelos tribunais. Por fim, diga-se que o direito sumular encontra legitimidade também nos princípios constitucionais de igualdade – decisões iguais para casos iguais, legalidade – obediência de todos ao governo das leis (ou o que elas dizem) e não ao governo dos homens –, e democracia – que remete à supremacia do Poder Legislativo na formulação das leis. Sim, respeito ao princípio democrático pois, com a edição dos enunciados, ao estabilizar a jurisprudência num certo sentido oportuniza-se ao Legislativo, caso assim queira, a mudança de rota, na confecção de nova normatividade, desejo que pode passar despercebido acaso estejamos em situação de difusa jurisprudência, com muitos sentidos, mesmo diante de um mesmo texto legal.

Daí a enorme importância desta obra. Fruto de minudente trabalho, elaborado ao longo de dedicado período, em que o autor analisou, um por um, os 1.141 verbetes editados pelo STF e STJ, confrontando-os com a ordem constitucional e a legislação ordinária em vigor, e com a própria evolução jurisprudencial ocorrida, tendo o cuidado de trazer interpretação atualizada de ambas as Cortes na aplicação de seus próprios enunciados.

Obra de fôlego, que por certo muito útil será para todos aqueles que postulam perante à Justiça ou lá exercem o seu mister, mas também de valor inestimável para os que pretendem realizar um estudo abrangente e panorâmico,

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sem perda de profundidade, sobre o atual estado da jurisprudência brasileira, o que toca aos apaixonados pelo Direito e mesmo aos candidatos de concursos públicos.

Por isso, muito me honra prefaciar o presente manual, indicando-o à leitura e como fonte direta de consulta a todos quantos dele puderem ter acesso. Como já se disse, a obra que é feita sem a ajuda do tempo, logo tenderá a ser esquecida. Ao contrário, se o tempo foi seu aliado na sua concepção, e estou certo desta característica no presente lume, ela estará destinada à longevidade, sendo sempre útil, permanecendo entre aqueles que vivenciam o Direito nas suas lutas de todos os dias.

LAFAYETE JOSUÉ PETTER Procurador Regional da República. Mestre em Direito.

Professor de Direito Econômico e Financeiro da Escola Superior do Ministério Público da União e da

Escola da Magistratura Federal do Rio Grande do Sul. Membro da Fundação Brasileira de Direito Econômico.

http://lafayetepetter.com

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Índice Prefácio . ..................................................................................................... 7

Introdução ..................................................................................................13

STF – Supremo Tribunal Federal

-----– Súmula vinculante ..........................................................................15

-----– Súmula da jurisprudência dominante .............................................27

STJ – Superior Tribunal de Justiça

-----– Súmula da jurisprudência dominante ............................................232

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Introdução

Diante do realce conferido pela Emenda Constitucional nº 45/2004 ao papel estabilizador da jurisprudência sumular, especialmente a do STF, é inarredável o perfeito domínio dessa matéria por todos os profissionais do Direito, seja na hora de postular, de recorrer, de opinar ou de decidir, e, ainda, na preparação para certames públicos relacionados às carreiras jurídicas e afins, já que boa parte das questões se refere, direta ou indiretamente, às súmulas.

A importância das súmulas, como instrumento de celeridade e segurança jurídica é inegavelmente crescente. Além da vinculante, regulada pela Lei 11.417/2006, são inúmeras as disposições legais que hoje privilegiam a jurisprudência sumulada.

O Código de Processo Civil dispõe que haverá repercussão geral sempre que o recurso extraordinário impugnar decisão contrária à súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal (art. 543-A, § 3º). É o que se poderia denominar de repercussão geral legal.

No primeiro grau, o juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal (CPC, art. 518, § 1º).

Nos tribunais, se o acórdão recorrido estiver em confronto com a súmula ou jurisprudência dominante do STJ, o relator poderá conhecer do agravo para dar provimento ao próprio recurso especial (CPC, art, 544, § 3º).

Ainda, o relator negará seguimento a recurso em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do STF, ou de tribunal superior, ou poderá dar-lhe provimento se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula desses tribunais (CPC, art. 557 e § 1º-A)

As próprias sentenças proferidas contra a Fazenda Pública, que como regra geral estão sujeitas ao reexame necessário, deixam de estar, quando fundadas em jurisprudência do plenário do STF ou em súmula desse tribunal ou do tribunal superior competente. (CPC, art. 475, § 3º)

No âmbito trabalhista não é diferente. Cabe recurso de revista para o Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso

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ordinário, pelos tribunais regionais, em dissídio individual, quando derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte. E, nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido o referido recurso por contrariedade à súmula do TST e violação direta da Constituição da República. (CPC, art. 896, ’a’ e § 6º).

Tudo a indicar a também inegável importância de que as súmulas estejam atualizadas, sob risco de inadequada aplicação de enunciados incompatíveis com a ordem constitucional e legal vigente.

Observando em particular a Súmula do STF, insta indagar: dentre tantos enunciados editados até a presente data, mais de trezentos datados de 1963, muitos deles aludindo a precedentes julgados na década de 50, quais permanecem aplicáveis na atualidade? Que verbetes editados sob a égide de legislação posteriormente revogada se mantêm incólumes, por preconizarem orientação compatível com as leis vigentes? Que verbetes mereceriam revisão ou mesmo cancelamento, por ditarem entendimento contrário à Constituição ou à legislação infraconstitucional?

A busca de respostas a tais questionamentos, entre outros, levou à elaboração do presente trabalho.

Os 752 verbetes editados pelo STF (incluindo os vinculantes) e os 389 pelo STJ, foram objeto de anotações e informações relativas às mais recentes aplicações, com transcrição de ementas ou excertos relevantes do inteiro teor dos respectivos acórdãos, com fundamentada indicação dos enunciados que merecem revisão ou cancelamento, e daqueles sem aplicabilidade.

É um trabalho que não se esgota nesta edição, portanto, críticas e sugestões serão bem-vindas.

O Autor

www.thompsonflores.com.br

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Súmula vinculante do STF Após enunciados seguem notas e recentes aplicações no STF, STJ ou TST

1. Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que,

sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela lei complementar nº 110/2001.

►No encaminhamento da proposta de edição da presente súmula a Ministra ELLEN GRACIE sublinhou que “a aprovação, nesta Corte, de súmula que vincule, no tema, os demais órgãos do Poder Judiciário, especialmente os juizados especiais federais e respectivas turmas recursais de todo o País, justifica-se pelo efeito multiplicador que possui demanda dessa natureza, havendo cálculos, neste sentido, que estimam em trinta e dois milhões o número de correntistas do Fundo que aderiram ao acordo previsto no art. 6º da LC nº 110/01. Tratando-se de decisão financeiramente mais vantajosa ao fundiário aderente, que dá a ele o direito de correção integral do saldo do FGTS pelos índices reconhecidos no julgamento do RE nº 226.855-RS, não é difícil prever a possibilidade de ocorrência de uma explosão numérica, em todo o território nacional, de ações e recursos sobre essa mesma questão jurídica, já integralmente examinada e julgada pelo Plenário desta Corte em duas oportunidades: em sede cautelar, na AC nº 272, julgamento em 06.10.04 e, no mérito, no citado RE nº 418.918, julgado em 30.03.05, ambos de minha relatoria;” ●STF RE 574382-SC2 (DJe 26.08.2008); STJ REsp 998189-MG3 (DJe 18.09.2008)

2 “Anote-se, primeiramente, que o acórdão recorrido, conforme expresso na certidão de fl. 166, foi publicado em 30/4/07, não sendo exigível, conforme decidido na Questão de Ordem no AI 664.567, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07, a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário. Por outro lado, o inconformismo não merece prosperar. No tocante ao objeto do presente feito, cuida-se de questão diversa daquela examinada por esta Corte na ocasião do julgamento do RE nº 418.918, Pleno, Relatora a Ministra Ellen Gracie, RTJ 195/321, e consolidada na Súmula Vinculante nº 1 desta Corte, que assim dispõe, in verbis: ‘Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela lei complementar 110/2001.’ No julgamento do mencionado recurso extraordinário, foi declarada a inconstitucionalidade do Enunciado nº 21 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, que afastava a aplicação do acordo firmado por trabalhadores com a ora agravante, nos termos da Lei Complementar nº 110/2001, por vício de consentimento. Naquele caso específico, a validade do acordo, celebrado antes do ajuizamento da ação judicial, foi afastada pelo Tribunal local de ofício e sem que fossem analisadas as peculiaridades do caso concreto. Nos presentes autos, por sua vez, a nulidade do acordo foi suscitada pelo recorrido na

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Súmula vinculante do STF

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2. É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive de bingos.

►Votou contra a edição da presente súmula o Ministro MARCO AURÉLIO, por entender, em síntese, “que não se tem, no inciso XX do artigo 22 da Constituição Federal, a competência exclusiva da União para legislar sobre loterias, o que acabaria por colocar as diversas loterias estaduais na clandestinidade”. Ao desaprovar o enunciado frisou que não se estava a tratar apenas da espécie ‘bingo’, mas do gênero loteria. ●STF Rcl 4056-SC (DJe 27.11.2008); STJ RMS 17929-PR4 (DJ 04.10.2007)

3. Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o

impugnação aos embargos à execução. Além disso, o acórdão atacado examinou as particularidades do caso, concluindo que, em razão da inexistência de cláusula de renúncia, não restou evidenciada no termo de adesão a vontade do ora agravado em desistir do pleito na esfera judicial. O acórdão proferido pelo Tribunal local, como já mencionado, afastou os termos do acordo ao fundamento de que as partes deixaram de observar as hipóteses legais da norma civil, tendo o ato se efetivado fora dos autos e sem conter cláusula de renúncia da ação judicial. Este fundamento de ordem infraconstitucional, suficiente à manutenção do acórdão recorrido, encontra-se precluso, haja vista que o Superior Tribunal de Justiça não conheceu do recurso especial interposto paralelamente ao extraordinário (fls. 187/188). Incidência da Súmula nº 283 desta Corte. Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso extraordinário.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 3 “1. Há muito a jurisprudência desta Corte tem reconhecido a validade e a eficácia do Termo de Adesão firmado nos termos da Lei Complementar 110/2001, dado o caráter especial da citada norma em relação às disposições dos Códigos Civil e de Processo Civil. 2. Em perfeita sintonia com esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante n.º 01, em razão da qual deve prevalecer, até prova em contrário, a vontade livre e consciente manifestada pela parte no referido Termo de Adesão. 3. Recurso especial provido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 4 “5. O Supremo Tribunal Federal, com fundamento no art. 103-A da Constituição Federal, aprovou a Súmula Vinculante 2/STF (‘É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias’), a qual impõe o seu cumprimento em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 6. ‘A autorização concedida pelo Estado do Paraná, através da Resolução n. 27/2002, a qual foi revogada pelo Decreto n. 1046/2003 era inconstitucional, na medida em que falece aos Estados competência para legislar sobre sistemas de consórcio e de sorteio, em que se insere o concurso de prognóstico na modalidade lotérica (bingo). É que, a despeito do art. 22, parágrafo único, da Constituição Federal dispor que lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas atinentes ao tema, tal lei não foi editada’ (excerto da ementa do RMS 18.915/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 19.12.2005, p. 209).” Relatora Ministra DENISE ARRUDA

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Súmula vinculante do STF

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interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

►Discordou da redação aprovada o Ministro MARCO AURÉLIO, ao argumento de que “como está, teremos apenas excetuada a situação concreta - e ela alcança realmente um ato complexo - de concessão inicial, e não aquela situação em que, aperfeiçoado o ato com a homologação pelo Tribunal de Contas da União, surge a alteração desse mesmo ato como que se reiniciando o ato complexo aludido.” ●STF MS-MC 27722-DF5 (DJe 19.11.2008); STJ RMS 024709-ES6 (DJe 11.09.2008)

5 “2. O caso é de liminar. Colho das informações prestadas nos MS nºs 25.935 e 27.698, por força dos quais este writ foi-me distribuído por prevenção, que o Acórdão nº 814/2005 foi exarado em sede de inspeção, realizada na Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com o objetivo de apurar eventual pagamento indevido das gratificações, de forma cumulativa, a inativos e pensionistas, no âmbito do Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos - SIAPE. Determinou, então, a autoridade, em caráter geral, a expressivo rol de órgãos públicos, dentre os quais o Ministério da Saúde, que suspendessem o pagamento da GADF, cumulativamente com a VPNI, oriunda de parcelas de décimos ou quintos e vencimento da FG - Função Gratificada ou similares. Desse comando, foram excetuados, nos termos do item “9.2”, (1) os inativos que já tivessem suas aposentadorias registradas pelo TCU, (2) aqueles cujos atos foram julgados ilegais, mas que estivessem pendentes de recurso com efeito suspensivo, e, finalmente, (3) os que contassem com decisão judicial posterior à apreciação do ato. Já o rol dos nomes dos destinatários da ordem, como o impetrante, consta do corpo do Acórdão (itens “9.1.1” a “9.1.20”). E do item “10” do voto condutor da decisão extrai-se a inaplicabilidade da Súmula/TCU nº 106, já que a questão da boa-fé, que isentaria de restituição dos valores percebidos indevidamente, estará sujeita a análise de cada caso, no momento do registro. Daí se tiram logo, neste juízo prévio e sumário, ao menos duas coisas que vêm sendo reiteradas pela jurisprudência desta Corte. A primeira, que o Acórdão do TCU tem caráter impositivo, razão por que excluo do processo, por ilegitimidade passiva ad causam, desde logo, o Secretário de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Administração e do Patrimônio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e a Secretária de Recursos Humanos da Fundação Universidade de Brasília, enquanto meros executores do ato coator (cf. MS nº 21.519, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, Rel. p/ Acórdão, Min. MOREIRA ALVES, DJ de 29/08/97; MS nº 24.001, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 20/09/02, e MS nº 25.426, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 30/06/05, e MS nº 25.568, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 08/1105). A segunda - e esta só razão basta para o deferimento da liminar -, que ao impetrante se negara o devido processo legal, na medida em que lhe não foram assegurados o contraditório e a ampla defesa, como cumpre também em processo administrativo (cf. RE nº 158.543, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 06/10/95; MS nº 24.268, Pleno, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Rel. p/ ac. Min. GILMAR MENDES, DJ de17/09/2004; e MS nº 20.999, Pleno, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 21/03/90), como está agora consagrado na súmula vinculante nº 3. 3. Do exposto, observadas e anotadas as exclusões já dispostas, defiro a liminar, para suspender, até decisão final deste mandado de segurança, os efeitos do Acórdão nº 814/2005 do TCU. Comunique-se, com urgência, aos órgãos responsáveis pelo cumprimento da decisão. Após, à PGR.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 6 “Busca o impetrante, ora recorrente, a reforma do v. Acórdão recorrido, que denegou a segurança pleiteada sob duplo fundamento: a) a concessão de aposentadoria especial na forma prevista no § 4º do art. 40 da Constituição Federal (com redação dada pela Emenda

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Súmula vinculante do STF

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4. Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.

► O presente verbete foi aprovado por unanimidade, em julgamento reputado histórico pelo Ministro Presidente GILMAR MENDES, que sublinhou, quanto ao alcance da decisão, a imediata repercussão “sobre quinhentos e oitenta processos no Supremo Tribunal Federal e, no âmbito do TST, pelas informações provisórias, algo em torno de dois mil, quatrocentos e cinco processos.” ●STF Rcl-MC 6831-PR (DJe 09.12.2008); TST RR 689.2005-RS7 (DJ 19.12.2008)

Constitucional nº 20/98) depende de regulamentação a ser operada por meio de Lei Complementar; b) a Lei Complementar nº 51/85 não foi recepcionada pela Constituição Federal (com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98). Sobre o tema, nesta c. Corte firmou-se o entendimento no sentido de que a eficácia do § 4º do art. 40 da Constituição Federal (com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98), no que tange à aposentadoria especial, depende de regulamentação por Lei Complementar, não tendo, por essa razão, aplicabilidade imediata. Nesse sentido, colaciono precedentes desta c. Corte: ‘DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR. APOSENTADORIA ESPECIAL. ART. 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, COM REDAÇÃO DADA PELA EC 20/98. LEI COMPLEMENTAR. AUSÊNCIA. TRIBUNAL DE CONTAS. CONTROLE EXTERNO. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. DESNECESSIDADE. SÚMULA VINCULANTE 3/STF. RECURSO IMPROVIDO. 1. ‘Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.’ Súmula Vinculante 3/STF. 2. A concessão da aposentadoria especial prevista no art. 40, § 4º, da Constituição Federal, com redação dada pela EC 20/98, depende da edição de lei complementar que estabeleça seus critérios. Precedentes. 3. Recurso ordinário improvido.’ (grifamos) (RMS 21.176/PR, 5ª Turma, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJU de 01.10.2007)” Relator Ministro FELIX FISCHER 7 “1. Comprovada a divergência de teses quanto à base de cálculo do adicional de insalubridade, merece ser destrancado o apelo patronal. 2. Agravo de instrumento a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. SALÁRIO MÍNIMO. ARTIGO 192 DA CLT. NÃO-RECEPÇÃO. SÚMULA VINCULANTE Nº 4 DO STF. EFEITOS PROTRAÍDOS. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, fundando-se no disposto no art. 27 da Lei nº 9.868/99 e na doutrina constitucional alemã, permite que ao ser declarada a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, por razões de segurança jurídica, estabeleça-se a restrição de sua eficácia para momento outro protraído no tempo (ADI 2.240/BA, Relator o eminente Ministro Gilmar Mendes, DJ de 03/8/2007). Ante a superveniência da edição da Súmula Vinculante nº 4 do STF, a vedar a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, e impedir que o Poder Judiciário proceda a sua substituição, tem-se que o disposto no artigo 192 da CLT, não obstante em dissonância com o referido verbete sumular, tenha seus efeitos mantidos até que seja editada norma legal dispondo em outro sentido ou até que as categorias interessadas se componham em negociação coletiva. 2. Recurso de revista conhecido e provido.” Relator Ministro GUILHERME AUGUSTO CAPUTO BASTOS

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5. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

►O Conselho Federal da OAB, mediante a Pet 4385-DF, ajuizada em agosto de 2008, pleiteia o cancelamento desta súmula. O pedido questiona a inexistência de reiteradas decisões no sentido do enunciado, e, no mérito, sustenta sua desconformidade com os princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, sublinhando que a demissão do servidor estável só pode ocorrer em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo em que lhe sejam possibilitadas as garantias constitucionais. ●STF AI 722194-DF (DJe 29.10.2008); STJ EDcl-RMS 21719-DF8 (DJe 13.10.2008)

6. Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

●STF RE 545215-MG (DJe 04.11.2008) e RE 574678-MG (DJe 01.08.2008)

7. A norma do §3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional nº 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar.

►A presente súmula foi aprovada com o mesmo teor do enunciado nº 648, a despeito da ressalva suscitada pelo Ministro MARCO AURÉLIO: “Porque diz respeito à interpretação de um artigo que não figura mais no cenário jurídico. Ou seja, o artigo 192 da CF no que impunha a taxa de 12% quanto aos juros reais foi alvo de uma emenda constitucional, a Emenda nº 40, que suprimiu essa disposição. Indaga-se: qual seria o objetivo de transformar-se esse verbete em vinculante, se apenas temos - se é que temos - casos residuais?”. ●STF AI-AgR 723563-MS (DJe 12.11.2008) e RE 558399-SC (DJe 16.10.2008)

8 “1. Os embargos de declaração são cabíveis quando o provimento jurisdicional padecer de omissão, contradição ou obscuridade, consoante dispõe o art. 535, I e II, do CPC, bem como para sanar a ocorrência de erro material. 2. A incidência da Súmula Vinculante n.º 5, da Excelsa Corte, in casu, mostra-se inarredável, ainda que a mesma tenha sido editada após o julgamento do recurso em mandado de segurança em foco. É que, ao sumular o tema, o egrégio Supremo Tribunal Federal, de uma forma ou de outra, declarou a constitucionalidade de normas que regem o processo administrativo ao assentar que a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição. 3. A declaração de constitucionalidade de dispositivos que orquestram o processo administrativo disciplinar confere eficácia ex tunc à Súmula Vinculante n.º 5, com arrimo no art. 4º, da Lei 11.417/2006. 4. Embargos de declaração acolhidos, com atribuição de efeito infringente aos mesmos, a fim de negar provimento ao recurso em mandado de segurança.” Relator Ministro BENEDITO GONÇALVES

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8. São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.

►Os créditos não-tributários inscritos em dívida ativa, tais como, multa eleitoral, multa penal, multa trabalhista, contratos, entre outros, não estão compreendidos no teor do presente verbete, proposto pelo Ministro CEZAR PELUSO, dada à expressa referência a “crédito tributário”. ●STF RE 595049-SC (DJe 04.12.2008); STJ AgR-Ag 972949-RS9 (DJe 03.09.2008)

9. O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.

►Por ocasião da aprovação do enunciado o Ministro CARLOS BRITTO enfatizou que o conceito de falta grave permanecia em aberto e que o Plenário não estava “fechando nenhum compromisso com o conceito de falta grave”, e, ainda, que “a perda dos dias remidos pode se dar por forma proporcional à gravidade da falta”, ou seja, que o Plenário do STF não estava dizendo “que se perde tudo, que os dias remidos serão totalmente perdidos a partir da constatação de falta grave”. O Ministro Presidente GILMAR MENDES aduziu que “só está-se dizendo da previsão da perda dos dias” e “de qualquer forma, submetida a controle judicial devido”. Nada obstante, tal entendimento não está devidamente difundido e assimilado, tanto assim que em recente julgamento levado a efeito pelo STJ (v. nota de rodapé) a perda imposta dos dias remidos foi total, tão-só em virtude da ocorrência de falta grave, sem qualquer proporcionalidade. ●STF Rcl-MC 7245-SP10 (DJe 10.12.2008); STJ REsp 1066508-RS11 (31.10.2008)

9 “1. O entendimento jurisprudencial consagrado no Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação cujo pagamento ocorreu antecipadamente, o prazo decadencial de que dispõe o Fisco para constituir o crédito tributário é de cinco anos, contados a partir do fato gerador. Todavia, se não houver o pagamento antecipado, incide a regra do art. 173, I, do Código Tributário Nacional. 2. A Corte Especial, no julgamento do AI no REsp 616.348/MG, houve por bem declarar a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei 8.212/91, que definia o prazo decenal para o lançamento das contribuições sociais devidas à Previdência Social. 3. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 8, que assim dispõe: ‘São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.’” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 10 “DECISÃO: Trata-se de reclamação, ajuizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, na qual se sustenta que o acórdão proferido pela 7ª Câmara de Direito Criminal do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no julgamento do Agravo em Execução Penal nº

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10. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

►O enunciado tem o fim precípuo de coibir a declaração “escamoteada” de inconstitucionalidade da lei, em que o órgão fracionário a afasta, para aplicar a Constituição Federal, sem submeter a questão, via incidente, ao órgão especial ou plenário do tribunal. Não alcança situações em que, em processo subjetivo, já houve declaração de inconstitucionalidade da lei pelo STF ou pelo órgão especial do próprio tribunal, hipóteses que a própria lei ressalva (art. 481, § único, CPC). ●STF AI 734074-MG12 (DJe 15/12/2008); STJ REsp 1080656-SP13 (DJe 18/12/2008)

11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por

993.08.037075-3 (fls. 40/46), teria transgredido o enunciado constante da Súmula Vinculante nº 9/STF, que possui o seguinte teor: [...] Sendo esse o contexto, passo a apreciar o pedido de medida liminar. E, ao fazê-lo, observo que os elementos produzidos na presente sede reclamatória parecem evidenciar a alegada transgressão ao enunciado da Súmula Vinculante nº 9/STF, revelando-se suficientes para justificar, na espécie, o acolhimento da pretensão cautelar deduzida pelo reclamante.” Relator Ministro CELSO DE MELLO 11 “Como foi editada a Súmula Vinculante nº 9/STF, in verbis: ‘o disposto no artigo 127 da lei nº 7.210/1984 (lei de execução penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58’, ressalvo o meu posicionamento, pois nada mais nos resta que acompanhar as suas decisões já consolidadas. Ante o exposto, nos termos do artigo 557, § 1º- A, do Código de Processo Civil, c/c o artigo 3º do Código de Processo Penal, conheço do recurso especial e dou-lhe provimento para determinar a perda total dos dias remidos pelo apenado, em razão da prática de falta grave.” Relatora Ministra JANE SILVA 12 “Ressalte-se que, durante os debates, fixou-se entendimento de que a afronta ao art. 97 da Constituição persiste mesmo que o Tribunal a quo tenha, por meio do pleno ou de seu órgão especial, declarado, após a interposição do recurso extraordinário sob julgamento, a inconstitucionalidade do dispositivo afastado. Nessa hipótese, a decisão atacada também será cassada, mas apenas para aplicação, pelo relator ou pelo órgão fracionário, do precedente firmado pelo pleno ou pelo órgão especial competente para a declaração de inconstitucionalidade.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 13 “Por fim, ao julgar o REsp 796064-RJ, Rel. Min. Luiz Fux, a Primeira Seção do STJ reviu a jurisprudência anterior e firmou o entendimento de que enquanto não declaradas inconstitucionais as Leis 9.032/1995 e 9.129/1995, em controle difuso ou concentrado, sua observância é inafastável pelo Poder Judiciário (Súmula Vinculante 10/STF), razão pela qual a compensação do indébito tributário, ainda que decorrente da declaração de inconstitucionalidade da exação, submete-se às limitações erigidas pelos diplomas legais que regem a compensação tributária. Diante do exposto, nos termos do art. 557, § 1º-A, do CPC, dou parcial provimento ao Recurso Especial.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN

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parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

►Merece revisão. Há problemas de ordem formal e material em relação ao verbete. Além de inexistirem reiteradas decisões no sentido do enunciado, ele não interpreta certa norma sobre a qual haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica, assim afastando-se dos expressos pressupostos constitucionais. Na verdade o STF, diante da omissão legislativa em fixar normas de utilização de algemas, editou espécie de ato normativo, impondo obrigação (fundamentação por escrito) e fixando responsabilidades (inclusive penal). Ainda, sem sopesar os princípios da razoabilidade e do prejuízo, preconiza a nulidade da prisão ou do ato processual, independentemente de resultar prejuízo para a defesa. ►Ora tramita no STF a PSV 13-DF (reautuação da Pet 4428-DF), mediante a qual a COBRAPOL-Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis pede o cancelamento da súmula, ao fundamento de que preconiza a violação do princípio da isonomia. ►Quando da aprovação do verbete, o Procurador-Geral da República, ANTÔNIO FERNANDO SOUZA, ponderou que “a concretude dessa norma exigirá também do Judiciário, em todas as instâncias, até pelas conseqüências que gera, e uma delas é extremamente grave, não digo a nulidade da prisão, mas a nulidade do ato processual e a sua eventual conseqüência no próprio processo penal, além dessas cautelas e ressalvas que devem ser impostas a quem vai cumprir o comando e quem vai viver aquele momento de conflituosidade e, também, o julgador, os entendimentos jurisprudenciais que se formam, para que tal compreensão não dê margem a uma anulação reiterada de processos em que possa ter havido até uma participação dolosa da pessoa submetida à constrição. A preocupação do Ministério Público é no sentido de que essa ponderação se faça com o mesmo rigor da aplicação desse enunciado, porque, se há hipótese de descumprimento, de violação - não do comando constitucional, na verdade, mas do enunciado da súmula -, ela também não pode gerar uma situação de desestabilização do trabalho do Estado quando age nessa função importante de manter a segurança e de dar apoio à atuação jurisdicional de persecução penal. A preocupação do Ministério Público é esta: vamos agir, devemos agir,

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mas todo o Judiciário deve estar consciente de que, como pode haver o desvio de um lado, pode também o agente colaborar nesse sentido.” ►Fortalecendo as ponderações do PGR, o Ministro CEZAR PELUSO acentuou que “a interpretação dos casos concretos deve ser feita sempre em favor do agente e da autoridade do Estado. Isto é, só vamos reconhecer ilícito, quando este fique claro, como caso em que se aplicam as algemas sem nenhum risco, com o só propósito de expor o preso à execração pública, ou de lhe impor, longe do público, constrangimento absolutamente desnecessário. Nos casos de dúvida, a interpretação tem sempre de ser a favor do agente do Estado, porque realmente é situação perigosa a de conduzir preso. Não se trata de ato anódino.” ●STF Rcl-MC 6919-SP14 (DJe 26.11.2008) e Rcl 6963-SP (DJe 14.11.2008)

12. A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.

►Conquanto não tenha sido consignado no texto, o enunciado é aplicável a partir de sua publicação, consoante observou a Ministra CÁRMEN LÚCIA, daí não estarem autorizados eventuais pedidos de restituição de taxas anteriormente pagas. ●STF RE 536753-MG15 (DJe 19.09.2008) e AI 707939-MG (DJe 05.09.2008)

14 “Quanto ao pedido de liminar anulação da assentada do dia 12.09.2008, em que o Reclamante permaneceu algemado perante a autoridade Reclamada, não vislumbro o necessário fumus boni juris, tendo em vista a existência de fundamentação escrita para o emprego das algemas no caso concreto. Consta dos autos que ‘consultada a escolta armada que faz a segurança do acusado e de terceiros, foi dada a informação de que a segurança das pessoas presentes estaria comprometida caso o acusado fosse desalgemado, razão pela qual foi deferida a colocação das algemas para a frente’ (fls. 50). A autoridade Reclamada ressaltou, ainda, que ‘na sala de audiência, além do juiz, Promotor, Defesa, do Secretário, havia as testemunhas, quatro pessoas representando a Assistência de acusação e ainda vários parentes do réu e da vítima’. Por fim, ressalto que o precedente determinante da elaboração da Súmula Vinculante n° 11 foi o HC n° 91.952, que dizia respeito ao emprego de algemas em sessão de julgamento do Tribunal do Júri, considerando-se a influência que referida constrição poderia produzir sobre o veredicto dos jurados. Do exposto, conheço parcialmente da Reclamação e, na parte conhecida, indefiro a liminar.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 15 “2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 205, 206, inc. IV, e 208, inc. VII, da Constituição da República. Argumenta que “contribuição para o fundo de bolsas não é cobrada a título de contraprestação pelo ensino público de nível superior, e, nem poderia, mas, sim, para tornar efetivo o dispositivo constitucional que impõe à sociedade a promoção e incentivo da educação” (fl. 120). Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO. 3. Razão de direito não assiste à Recorrente. 4. Em 13 de agosto de 2008, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 500.171, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski, o Plenário deste Supremo Tribunal Federal, por maioria, declarou a inconstitucionalidade da cobrança de taxa de matrícula pelas

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13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

●STF Rcl 6940-MG16 (DJe 14.11.2008); STJ SS 001867-MG17 (DJe 13.10.2008)

universidades públicas. Naquela assentada o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, editou a Súmula com efeito vinculante n. 12, com o seguinte teor: [...].” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 16 “1. Verifico, inicialmente, que há óbice processual para o conhecimento da presente reclamação, dado que o ora reclamante, Ministério Público do Estado de Minas Gerais, não tem legitimidade ativa ad causam, uma vez que incumbe somente ao Ministério Público Federal, representado pelo Procurador-Geral da República, deduzir, em defesa da ordem jurídica, pretensão originária perante o Supremo Tribunal Federal, nos termos dos artigos 103, § 1º, da Constituição Federal, 156 do RISTF e 46 da Lei Complementar 75/1993. É que os nobres Promotores de Justiça Alam Baena Bertolla dos Santos, Vinícius de Souza Chaves e Carolina Marques Andrade, que assinam a petição inicial em nome do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, objetivam o cumprimento do que dispõe a Súmula Vinculante nº 13, ou seja, atuam em defesa da ordem jurídico-constitucional. Assevere-se, ademais, que a Presidência da República vetou o inciso X do artigo 25 e o inciso IV do artigo 29 da Lei 8.625/1993, que atribuíam aos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados competência para ocupar a tribuna nas sessões do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça para formular requerimentos, realizar sustentação oral e responder a eventuais perguntas dos Ministros (DOU de 15.02.1993). Ressalte-se, finalmente, que a própria Procuradoria-Geral da República, em parecer lavrado pelo Procurador-Geral da República em exercício, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, consignou nos autos da Reclamação 4.453/SE, verbis: “(...) 6. É que, não obstante tenha o Supremo Tribunal Federal ampliado o conceito de parte interessada, reconhecendo legitimidade ativa a todos que comprovem prejuízo oriundo de decisões do Poder Judiciário ou da Administração Pública, as funções do Ministério Público junto ao Supremo Tribunal Federal são exercidas com exclusividade pelo Procurador-Geral da República, conforme preceituam o texto constitucional (art. 103, § 1º) e a legislação complementar específica (LC nº 75/93, art. 46). (...)” 2. Ante o exposto, com fundamento nos princípios constitucionais da unidade e da indivisibilidade do Ministério Público (art. 127, § 1º, da Constituição Federal), manifeste-se o senhor Procurador-Geral da República, ratificando ou não o pedido formulado pelos referidos Promotores de Justiça.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 17 “A dificuldade reside no fato de ser a mencionada pessoa parente de 3º grau (sobrinho) de Juiz de Direito com jurisdição na Comarca de Poços de Caldas/MG. Por se tratar de medida de caráter excepcional, a análise do pedido de suspensão de liminar deve-se ater aos estritos termos do art. 4º da Lei nº 4.348/64, reproduzidos no art. 271 do RISTJ. Assim, a liminar será deferida apenas na hipótese de risco de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. Os requisitos para o deferimento do presente pedido estão presentes à luz da Súmula Vinculante nº 13/STF, aprovada, recentemente, na sessão plenária de 21.8.2008 e publicada em 29.8.2008,

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14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

►“O Tribunal, por maioria, acolheu proposta de súmula vinculante formulada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, e, em seguida, aprovou o Enunciado da Súmula Vinculante 14 nos seguintes termos: ‘É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa’. Na espécie, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, com fundamento no art. 103-A, § 2º, da CF, e no art. 3º, V, da Lei 11.417/2006, propunha a edição de enunciado de súmula vinculante que tratasse do acesso, pelo advogado do investigado, aos autos do inquérito policial sigiloso, e sugeria a aprovação do seguinte texto: ‘O advogado constituído pelo investigado, ressalvadas as diligências em andamento, tem o direito de examinar os autos de inquérito policial, ainda que estes tramitem sob sigilo’. Preliminarmente, o Tribunal, por maioria, rejeitou questão suscitada pela Min. ELLEN GRACIE, e seguida pelo Min. JOAQUIM BARBOSA, no sentido de se reconhecer não ser conveniente e oportuna a edição de súmula vinculante, ao fundamento de o tema tratado não ter tanta abrangência, no momento, a exigir da Corte um absoluto posicionamento sobre ele. Considerou-se estarem preenchidos os requisitos do art. 103-A da CF, e de ser oportuna e conveniente a edição da súmula vinculante haja vista estar-se diante de tema relativo a direitos fundamentais. Ressaltou-se, ademais, já haver diversos precedentes da Corte sobre o assunto. No mérito, entendeu-se que a jurisprudência do Supremo tem garantido a amplitude do direito de defesa, o exercício do contraditório e o devido processo legal (CF, art. 5º, LIV e LV) mesmo que em sede de inquéritos policiais e/ou

segundo a qual "a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal". A vedação objeto da súmula reproduzida, que, frise-se, vincula toda a administração pública direita ou indireta, atinge o ato de nomeação permitido pela decisão liminar ora impugnada. Por outro lado, o nepotismo agride a credibilidade do Poder Judiciário, a autoridade e a solidez das próprias instituições perante a população, causando risco de grave lesão à ordem e à administração públicas. Ante o exposto, defiro o pedido de suspensão da liminar deferida no Mandado de Segurança nº 1.0000.08.475927-3/000 - TJMG.” Ministro Presidente CESAR ASFOR ROCHA

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processos originários, cujos conteúdos devam ser mantidos sob sigilo. Asseverou-se, por outro lado, que a redação sugerida pelo requerente já excluiria da determinação contida na súmula as diligências em andamento, a evitar qualquer óbice à efetividade da atividade investigatória. Precedentes citados: [...]” (Informativo STF 534) ●STF PSV 1-DF (DJe 12.02.2009); Rcl 8225-SC18 (DJe 29.05.2009)

15. O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.

●STF PSV 7-DF (aprovada em 25.05.2009) 16. Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição,

referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. ●STF PSV 8-DF (aprovada em 25.05.2009)

18 “Busca-se, em síntese, na presente sede processual, “o acesso amplo e irrestrito aos materiais já colhidos pela polícia judiciária, que resultaram na prisão preventiva do Reclamante e atualmente encontram-se em poder da 1ª Vara Criminal de Itajaí/SC” (fls. 03v - grifei). Sendo esse o contexto, passo a apreciar o pedido de medida liminar. E, ao fazê-lo, observo que os elementos produzidos na presente sede reclamatória parecem evidenciar a alegada transgressão ao enunciado da Súmula Vinculante nº 14/STF, revelando-se suficientes para justificar, na espécie, o acolhimento da pretensão cautelar deduzida pelo reclamante. Com efeito, e como tenho salientado em muitas decisões proferidas no Supremo Tribunal Federal, o presente caso põe em evidência, uma vez mais, situação impregnada de alto relevo jurídico-constitucional, consideradas as graves implicações que resultam de injustas restrições impostas ao exercício, em plenitude, do direito de defesa e à prática, pelo Advogado, das prerrogativas profissionais que lhe são inerentes (Lei nº 8.906/94, art. 7º, incisos XIII e XIV).” Ministro Relator Celso de Mello (grifos no original)

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Súmula do Supremo Tribunal Federal - STF Após enunciados seguem notas e recentes aplicações no STF e STJ

1. É vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasileira, ou que

tenha filho brasileiro, dependente da economia paterna. ●STF HC 79749-SP 19 (DJ 11.11.1999); STJ HC 43604-DF 20 (DJ 29.08.2005).

2. Concede-se liberdade vigiada ao extraditando que estiver preso por prazo superior a sessenta dias.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à expressa vedação da Lei 6815/80, cujo art. 84, § único, dispõe: “A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue”. ●STF Ext-QO-QO 783-ME (DJ 14.11.2003)

19 “7. A Lei nº 6.815/80 preceitua que caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão ou de sua revogação (art. 66). Contudo, o mesmo diploma legal dispõe que não se procederá à expulsão quando o estrangeiro tiver filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente (artigo 75, inciso II, alínea ‘b’).” Relator Ministro MAURÍCIO CORRÊA 20 “4. Deveras, é assente na Corte que: ‘A vedação a que se expulse estrangeiro que tem filho brasileiro atende, não apenas o imperativo de manter a convivência entre pai e filho, mas um outro de maior relevo, qual seja, do de manter o pai ao alcance da cobrança de alimentos. Retirar o pai do território brasileiro é dificultar extremamente eventual cobrança de alimentos, pelo filho.‘ (HC 22446/RJ, 1ª Seção, Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 31.03.2003). 5. Nesse sentido, a leitura principiológica da Súmula n.º 01 do E. STF e da Lei n.º 6.815/80, exsurgente em ambiente ideologicamente diverso daquele que norteou a Carta Magna de 1988. 6. Deveras, a Corte, a partir do HC 38.946/DF, julgado em 11.05.2005, publicado em 27.06.2005, exteriorizou: ‘Quando do julgamento do HC nº 31449/DF, o eminente Ministro Teori Albino Zavascki, inaugurou uma interpretação mais ampliativa ao tema em face da legislação superveniente (Constituição Federal e ECA), concluindo pela proibição do afastamento de estrangeiro, não apenas quanto à questão de ordem material e econômica, mas sobretudo ante a prevalência do interesse da criança em dispor da assistência afetiva e moral, assim dispondo: ‘A norma transcrita foi introduzida pela Lei 6.964, de 09/12/81 e deve ser interpretada em consonância com a legislação superveniente, especialmente com a CF/88, a Lei 8.069 (ECA), de 13.07.90, bem como, as convenções internacionais recepcionadas por nosso ordenamento jurídico. A partir dessas inovações legislativas, a infância e a juventude passaram a contar com proteção integral, que as insere como prioridade absoluta, garantindo, entre outros, o direito à identidade, à convivência familiar e comunitária, à assistência pelos pais’. Ainda que existência de filho brasileiro havido posteriormente ao ato delituoso e ao decreto expulsório, como no caso em exame, em face da nova interpretação mais avançada acerca do tema, importa em reconhecer a preservação da tutela do interesse da criança, tudo em consonância com o que dispõe o ECA e a Constituição Federal. Restringir-se à limitação temporal do § 1º do art. 75 do Estatuto do Estrangeiro é fazer tabula rasa do ordenamento jurídico vigente em que se pauta pela preservação do interesse não apenas econômico, mas, sobretudo, afetivo da criança." Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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3. A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à Justiça do estado.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao que preceitua a CF/88, art. 27, § 1º: “Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às forças armadas”. A tese que sustenta o verbete foi dada por superada no julgamento do RE 456679-DF. ●STF RE 456679-DF21 (DJ 07.04.2006)

4. Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado ministro de Estado.

►Cancelada no julgamento do Inq 104-RS (DJ 26.08.1981). 5. A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo.

►Merece cancelamento. Não subsiste conforme ADI 1438-DF (DJ 08.11.2002).

6. A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.

►Vide súmulas 346 e 473. ●STF MS-Agr23219-RS22 (DJ 18.08.2005); STJ RMS 6777-PI 23 (DJ 11.09.2001)

7. Sem prejuízo de recurso para o Congresso, não é exeqüível contrato administrativo a que Tribunal de Contas houver negado registro.

21 “Com o advento da Constituição de 1988 (art. 27, § 1º), que tornou aplicáveis, sem restrições, aos membros das Assembléias Legislativas dos Estados e do Distrito Federal, as normas sobre imunidades parlamentares dos integrantes do Congresso Nacional, ficou superada a tese da Súmula 3/STF [...], que tem por suporte necessário que o reconhecimento aos deputados estaduais das imunidades dos congressistas não derivava necessariamente da Constituição Federal, mas decorreria de decisão autônoma do constituinte local.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 22 “3. O Presidente da República prescinde do assentimento do Tribunal de Contas da União para exercer sua competência disciplinar. Precedente [MS n. 20.882, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ 23.09.94]. 4. Não obstante o caráter contributivo de que se reveste o benefício previdenciário, o Tribunal tem confirmado a aplicabilidade da pena de cassação de aposentadoria.” Relator Ministro EROS GRAUS 23 “I - A aposentadoria é ato complexo. Só se aperfeiçoa com a homologação do Tribunal de Contas. Em sendo assim, a Administração pode rever os proventos do servidor, desde que os novos cálculos sejam novamente submetidos ao Órgão fiscalizador, nos exatos termos da Súmula 6 do Pretório Excelso.” Relator Ministro GILSON DIPP

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Súmula do STF

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►Merece cancelamento. Orientação contrária ao que dispõe a Lei Orgânica do TCU (nº 8443/92), que não prevê controle prévio de contratos administrativos.

8. Diretor de sociedade de economia mista pode ser destituído no curso do mandato.

►Sobre a matéria, dispõe a Lei 6404/76, art. 142: “Compete ao conselho de administração: [...] II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto; art. 143: “A diretoria será composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração, ou, se inexistente, pela assembléia-geral, devendo o estatuto estabelecer: [...]”.

9. Para o acesso de auditores ao Superior Tribunal Militar só concorrem os de segunda instância.

►O enunciado é compatível com o que estatui a Lei 8457/92. 10. Tempo de serviço militar conta-se para efeito de disponibilidade e

aposentadoria do servidor público estadual. 11. A vitaliciedade não impede a extinção do cargo, ficando o funcionário

em disponibilidade, com todos os vencimentos. ►Merece cancelamento. Enunciado incompatível com a ordem constitucional vigente (art. 41, § 3º, CF/88): “Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.”

12. A vitaliciedade do professor catedrático não impede o desdobramento da cátedra.

►Sem aplicabilidade. 13. A equiparação de extranumerário a funcionário efetivo, determinada

pela Lei 2.284, de 09/08/1954, não envolve reestruturação, não compreendendo, portanto, os vencimentos.

►Sem aplicabilidade. 14. Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade,

inscrição em concurso para cargo público. ►Merece cancelamento. Não subsiste conforme julgamento do RE 74355-RJ (DJ 11.09.1974); vide súmula 683.

15. Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.

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►Sobre o tema escreveu o autor “Expectativa de direito: um nada jurídico”.24 ●STF RMS 22975-DF 25 (DJ 09.11.2006); STJ RMS 20718-SP 26 (DJ 03.03.2008).

16. Funcionário nomeado por concurso tem direito a posse. ●STF RE 353461-TO27 (DJ 14/02/2005); STJ AgRg-MS 15941-PI28 (DJ 06.03.2006).

17. A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita antes da posse.

►Merece revisão. A orientação é incompatível com a ordem constitucional vigente. “O prazo para tomar posse existe em favor do nomeado, e não do Estado” Min. MOREIRA ALVES, no julgamento do MS 20.781-DF. ●STF MS 20.781-DF (DJ 16.10.1992); STJ RMS 3682-SC (DJ 15.03.1999).

18. Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor publico.

●STF MS 23401-DF (DJ 12.04.2002); STJ RMS 12613-MG (DJ 03.04.2006).

24 Publicado in Revista JUS NAVIGANDI, Teresina, ano 11, n. 1369, 1 abr. 2007. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9675> 25 “O direito do candidato aprovado em concurso público de provas, ou de provas e títulos, ostenta duas dimensões: 1) o implícito direito de ser recrutado segundo a ordem descendente de classificação de todos os aprovados (concurso é sistema de mérito pessoal) e durante o prazo de validade do respectivo edital de convocação (que é de 2 anos, prorrogável, apenas uma vez, por igual período); 2) o explícito direito de precedência que os candidatos aprovados em concurso anterior têm sobre os candidatos aprovados em concurso imediatamente posterior, contanto que não-escoado o prazo daquele primeiro certame; ou seja, desde que ainda vigente o prazo inicial ou o prazo de prorrogação da primeira competição pública de provas, ou de provas e títulos. Mas ambos os direitos, acrescente-se, de existência condicionada ao querer discricionário da administração estatal quanto à conveniência e oportunidade do chamamento daqueles candidatos tidos por aprovados.” Relator Ministro GILMAR MENDES 26 “... o candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas em edital, possui direito líquido e certo à nomeação e à posse. 2. A partir da veiculação, pelo instrumento convocatório, da necessidade de a Administração prover determinado número de vagas, a nomeação e posse, que seriam, a princípio, atos discricionários, de acordo com a necessidade do serviço público, tornam-se vinculados, gerando, em contrapartida, direito subjetivo para o candidato aprovado dentro do número de vagas previstas em edital.” Relator Ministro PAULO MEDINA 27 “... a habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigida no momento da posse, e não quando da inscrição, como sustenta o Estado do Tocantins. Nesse sentido, cito os RE 184.425, 2ª Turma, rel. Min. Carlos Velloso, unânime, DJ de 12/06/1998 e RE 392.976, 1ª Turma, rel. Min. Sepúlveda Pertence, unânime, DJ de 08/10/2004.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 28 “1. Resta incontroverso no constructo doutrinário e jurisprudencial que o candidato aprovado em concurso público, após nomeado, possui direito à posse, na letra do enunciado nº 16 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO

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19. É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em que se fundou a primeira.

●STF RMS-AgR 24308-DF (DJ 25.04.2003); STJ MS 7034-DF (DJ 22.10.2007).

20. É necessário processo administrativo, com ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por concurso.

●STF AI 584911-ES (DJ 11.05.2006); STJ RMS 21284-MT (DJ 24.09.2007).

21. Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.

►Vide CF/88, art. 41 e Lei 8112/90, arts. 20, 21 e 22. ●STF RE 584338-SE (DJe 26.05.2008); STJ RMS 21284-MT (DJ 24.09.2007).

22. O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo.

●STF RE 460124-MG (DJ 10.10.2005); STJ Ag 955361-RS (DJ 12.12.2007).

23. Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada.

►Dec-lei 3365/41, art. 26, § 1º: “Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, quando feitas com autorização do expropriante.” ●STF RE 107876-SP (DJ 18.10.1991); STJ REsp 571-SP (DJ 12.03.1990).

24. Funcionário interino substituto é demissível, mesmo antes de cessar a causa da substituição.

►Sem aplicabilidade. Dispôs o Dec-lei 200/67, art. 102: “É proibida a nomeação em caráter interino por incompatível com a exigência de prévia habilitação em concurso para provimento dos cargos públicos, revogadas tôdas as disposições em contrário.”

25. A nomeação a termo não impede a livre demissão pelo Presidente da República, de ocupante de cargo dirigente de autarquia.

●STF RE 111594-PB (DJ 23.10.1987); STF ADI 1949-RS (DJ 25.11.2005).

26. Os servidores do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários não podem acumular a sua gratificação bienal com o

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adicional de tempo de serviço previsto no Estatuto dos Funcionários Civis da União.

►Vide Lei 3780/60. ●STF AI 599523-RJ (DJ 09.04.2007); STJ REsp 775997-RJ (DJ 16.11.2005).

27. Os servidores públicos não têm vencimentos irredutíveis, prerrogativa dos membros do Poder Judiciário e dos que lhes são equiparados.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à CF/88, cujo art. 37, inciso XV, dispõe: “O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”.

28. O estabelecimento bancário é responsável pelo pagamento de cheque falso, ressalvadas as hipóteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista.

●STF RE 105787-MG 29 (DJ 30.08.1985); STJ Ag 666278-RS (DJ 14.10.2005).

29. Gratificação devida a servidores do “Sistema Fazendário” não se estende aos dos Tribunais de Contas.

►Sem aplicabilidade. 30. Servidores de coletorias não têm direito a percentagem pela cobrança

de contribuições destinadas a Petrobrás. ►Sem aplicabilidade;

31. Para aplicação da Lei 1.741, de 22/11/1952, soma-se o tempo de serviço ininterrupto em mais de um cargo em comissão.

►Sem aplicabilidade; 32. Para aplicação da Lei 1.741, de 22/11/1952, soma-se o tempo de

serviço ininterrupto em cargo em comissão e em função gratificada. ►Sem aplicabilidade;

33. A Lei 1.741, de 22/11/1952, é aplicável às autarquias federais. ►Sem aplicabilidade;

34. No estado de São Paulo, funcionário eleito vereador fica licenciado por toda a duração do mandato.

►Sem aplicabilidade. A matéria é regulada na Constituição Federal, art. 38, inciso III, e LC 25/75.

29 “Cheque adulterado. Em princípio, há responsabilidade do estabelecimento bancário pelo seu pagamento. Todavia, havendo culpa recíproca do banco e do correntista, partilha-se o prejuízo. Este o exato alcance da súmula 28.” Relator Ministro DJACI FALCÃO

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35. Em caso de acidente do trabalho ou de transporte, a concubina tem direito de ser indenizada pela morte do amásio, se entre eles não havia impedimento para o matrimônio.

●STF RE 46757-GB (DJ 30.11.1966); STJ Ag 740030-RJ (DJ 04.09.2006).

36. Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria compulsória, em razão da idade.

►Enunciado compatível com a atual Constituição Federal que em seu art. 40, inciso II, dispõe que o servidor, vitalício ou não, será aposentado “compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição”.

37. Não tem direito de se aposentar pelo Tesouro Nacional o servidor que não satisfizer as condições estabelecidas na legislação do serviço público federal, ainda que aposentado pela respectiva instituição previdenciária, com direito em tese, a duas aposentadorias.

●STF RE 106717-RS (DJ 19.08.1994); STJ REsp 250479-BA (DJ 18.03.2003).

38. Reclassificação posterior à aposentadoria não aproveita ao servidor aposentado.

►O enunciado em tela é incompatível com a CF/88 no período de vigência do art. 40, § 4º, em sua redação original, bem como na redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998 (§ 8º), contudo, passou a ter compatibilidade com a redação conferida ao referido art. 40 pela Emenda Constitucional 41/2003. ●STF RE 140033-MG (DJ 31.03.2006); STJ Ag 753649-MS (DJ 12.05.2006).

39. À falta de lei, funcionário em disponibilidade não pode exigir, judicialmente, o seu aproveitamento, que fica subordinado ao critério de conveniência da administração.

●STF RE 723396-BA (DJ 03.03.1972); TRF2 AC 108852-RJ (DJ 12.04.2005).

40. A elevação da entrância da comarca não promove automaticamente o juiz, mas não interrompe o exercício de suas funções na mesma comarca.

41. Juízes preparadores ou substitutos não têm direito aos vencimentos da atividade fora dos períodos de exercício.

►Sem aplicabilidade; 42. É legítima a equiparação de juízes do Tribunal de Contas, em direitos e

garantias, aos membros do Poder Judiciário. ►Sem aplicabilidade; v. arts. 73, § 3º e 75, CF/88.

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43. Não contraria a Constituição Federal o art. 61 da Constituição de São Paulo, que equiparou os vencimentos do Ministério Público aos da magistratura.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à CF/88, cujo art. 37, XIII, veda expressamente a equiparação remuneratória.

44. O exercício do cargo pelo prazo determinado na Lei 1.341, de 30/01/1951, art. 91, dá preferência para a nomeação interina de Procurador da República.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma.

45. A estabilidade dos substitutos do Ministério Público Militar não confere direito aos vencimentos da atividade fora dos períodos de exercício.

►Sem aplicabilidade. 46. Desmembramento de serventia de Justiça não viola o princípio de

vitaliciedade do serventuário. ►Conforme previsto na Lei 8935/94, art. 29.

47. Reitor de universidade não é livremente demissível pelo Presidente da República durante o prazo de sua investidura.

►Sobre mandato, v. Lei 5540/68, art. 16, c/ redação conforme Lei 9.192/95.

48. É legítimo o rodízio de docentes livres na substituição do professor catedrático.

►Sem aplicabilidade. O Dec-lei 464/69, art. 10, dispôs que “Os cargos de professor catedrático transformam-se, para todos os efeitos, inclusive denominação, nos que correspondam ao nível final da carreira docente, em cada sistema de ensino.”

49. A cláusula de inalienabilidade inclui a incomunicabilidade dos bens. ►O enunciado é aplicável tão-somente se a incomunicabilidade não foi ressalvada pelo testador, segundo decidiu o Pleno do STF. ●STF RE 55355-RJ (DJ 20.11.1972); STJ REsp 50008-SP (DJ 17.12.1998).

50. A lei pode estabelecer condições para a demissão de extranumerário. ►Sem aplicabilidade. A Lei 3780/60, art. 22, dispôs: “Extinguem-se com esta lei as atuais categorias de extranumerários, ou pessoal a êles equiparado, e desaparecem, de igual modo, cargos e carreiras da organização vigente, na medida em que se proceda a implantação do novo sistema de classificação.”

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51. Militar não tem direito a mais de duas promoções na passagem para a inatividade, ainda que por motivos diversos.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à Lei 6880/80, cujo art. 62 assim dispõe: “Não haverá promoção de militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou reforma.”

52. A promoção de militar, vinculada a inatividade, pode ser feita, quando couber, a posto inexistente no quadro.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à Lei 6880/80, art. 152. 53. A promoção de professor militar, vinculada a sua reforma, pode ser

feita, quando couber, a posto inexistente no quadro. ►Merece cancelamento. Orientação contrária à Lei 6880/80, cujo art. 62 assim dispõe: “Não haverá promoção de militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou reforma.”

54. Reserva ativa do magistério militar não confere vantagens da inatividade.

►Sem aplicabilidade. 55. Militar da reserva está sujeito à pena disciplinar.

►A Lei 7524/86, art. 1º, dispõe: “Respeitados os limites estabelecidos na lei civil, é facultado ao militar inativo, independentemente das disposições constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar livremente sobre assunto político, e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público.” ►Vide Dec. 92092/85.

56. Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar. ►Segundo precedente do STF o enunciado em tela não é aplicável quando a legislação que rege o regime disciplinar do militar prevê a possibilidade da aplicação de sanção disciplinar a militar reformado. ●STF RHC 61246-RJ (DJ 25.11.83); STJ RMS 19493-MA (DJ 23.10.2006)

57. Militar inativo não tem direito ao uso do uniforme fora dos casos previstos em lei ou regulamento.

58. É válida a exigência de média superior a quatro para aprovação em estabelecimento de ensino superior, consoante o respectivo regimento.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da Lei 5540/68 e Dec-lei 464/69.

59. Imigrante pode trazer, sem licença prévia, automóvel que lhe pertença desde mais de seis meses antes do seu embarque para o Brasil.

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►Merece cancelamento. Não subsiste em face do Dec-lei 37/66 e Dec. 4543/02.

60. Não pode o estrangeiro trazer automóvel, quando não comprovada a transferência definitiva de sua residência para o Brasil.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face do Dec-lei 37/66 e Dec. 4543/02.

61. Brasileiro domiciliado no estrangeiro, que se transfere definitivamente para o Brasil, pode trazer automóvel licenciado em seu nome há mais de seis meses.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face do Dec-lei 37/66. 62. Não basta a simples estada no estrangeiro por mais de seis meses, para

dar direito a trazida de automóvel com fundamento em transferência de residência.

► Merece cancelamento. Não subsiste em face do Dec-lei 37/66. 63. É indispensável, para trazida de automóvel, a prova do licenciamento

há mais de seis meses no país de origem. ►Merece cancelamento. Não subsiste em face do Dec-lei 37/66 e Dec. 4543/02.

64. É permitido trazer do estrangeiro como bagagem, objetos de uso pessoal e doméstico, desde que por sua quantidade e natureza, não induzam finalidade comercial.

►Matéria regulada pelo Dec-lei 37/66, art. 13; Dec-lei 2120/84, art. 1º e IN-SRF 117/98, art. 6º, III.

65. A cláusula de aluguel progressivo anterior à Lei 3494, de 19/12/1958, continua em vigor em caso de prorrogação legal ou convencional da locação.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da revogação da lei referida.

66. É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro.

►Enunciado compatível com o vigente princípio da anterioridade tributária.

67. É inconstitucional a cobrança do tributo que houver sido criado ou aumentado no mesmo exercício financeiro.

►Enunciado compatível com o vigente princípio da anterioridade tributária.

68. É legítima a cobrança, pelos municípios, no exercício de 1961, de tributo estadual regularmente criado ou aumentado, e que lhes foi transferido pela Emenda Constitucional 5, de 21/11/1961.

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Súmula do STF

37

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma constitucional a que se refere o enunciado.

69. A constituição estadual não pode estabelecer limite para o aumento de tributos municipais.

●STF RE 16803-SC (DJ 08.06.1967). 70. É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo

para cobrança de tributo. ►Vide súmulas 323 e 547. ●STF ADI 395-SP (DJe 17.08.2007); STJ RMS 24990-SE (DJ 30.04.2008).

71. Embora pago indevidamente não cabe restituição de tributo indireto. ►Merece cancelamento. Não subsiste em face da Lei 5172/66, art. 166. ►Vide súmula 546.

72. No julgamento de questão constitucional, vinculada à decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não estão impedidos os ministros do Supremo Tribunal Federal que ali tenham funcionado no mesmo processo, ou no processo originário.

►Merece cancelamento. A orientação não é consentânea com o princípio da imparcialidade, ferindo o inciso III, do art. 134 do CPC. Projeto de Lei 4.597/09 protocolado na Câmara dos Deputados no dia 4 de março de 2009 propõe a inclusão de § 4º no art. 281 do Código Eleitoral, nestes termos: “É defeso ao ministro do Supremo Tribunal Federal exercer as suas funções em processo que conheceu enquanto integrante do TSE, tendo-lhe proferido decisão de qualquer natureza”. O art. 277 do Regimento Interno do STF apenas sugere que os ministros “devem ser excluídos, se possível, da distribuição”. ●STF ADI-MC 2321-DF (DJ 10.06.2005); RE-ED 102076-RJ (DJ 23.06.1989).

73. A imunidade das autarquias, implicitamente contida no art. 31, v, “a”, da Constituição Federal, abrange tributos estaduais e municipais.

►Merece cancelamento. A CF/88, art. 150, inciso VI, veda, estritamente, a instituição de impostos. O § 2º, dita: “A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.”

74. O imóvel transcrito em nome de autarquia, embora objeto de promessa de venda a particulares, continua imune de impostos locais.

►Merece cancelamento. Não subsiste diante da Lei 5172/66 (CTN), art. 34, conforme julgamento do RE 69781-SP (DJ 05.03.1971). ►Vide súmulas 73 e 583.

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Súmula do STF

38

75. Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o imposto de transmissão “inter vivos”, que é encargo do comprador.

●STF RE 74091 (DJ 15.06.1973). 76. As sociedades de economia mista não estão protegidas pela imunidade

fiscal do art. 31, v, “a”, Constituição Federal. ►Vide Dec-lei 6016/43, art. 1º, § 3º e Dec-lei 200/67, art. 5º, III. ●STF RE-ED 28341 (DJ 17.11.1969); STJ Ag 253409 (DJ 14.10.1999).

77. Está isenta de impostos federais a aquisição de bens pela Rede Ferroviária Federal.

►Sem aplicabilidade. O Decreto 3277/99 tratou da dissolução, liquidação e extinção do órgão.

78. Estão isentas de impostos locais as empresas de energia elétrica, no que respeita as suas atividades especificas.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à CF/88, cujo art. 151, III, veda isenção de tributos de competência alheia.

79. O Banco do Brasil não tem isenção de tributos locais. ►Sem aplicabilidade.

80. Para a retomada de prédio situado fora do domicílio do locador exige-se a prova da necessidade.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da Lei 8245/91. Vide súmula 483.

81. As cooperativas não gozam de isenção de impostos locais, com fundamento na Constituição e nas leis federais.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da Lei 5764/71. ►Vide STJ REsp 903699-RJ30 (DJ 22.02.2008).

82. São inconstitucionais os impostos de cessão e a taxa sobre inscrição de promessa de venda de imóvel, substitutivos do imposto de transmissão, por incidirem sobre ato que não transfere o domínio.

►Sem aplicabilidade.

30 “1. A cooperativa, pela Lei 5.764/71, tem isenção de tributos quanto aos atos cooperativos, entendendo-se como tais os praticados com vista à sua finalidade. 2. Cooperativa que tem como objetivo ‘a prestação direta de serviços aos seus cooperados, na defesa dos seus interesses, na melhoria econômica e social, na orientação e gerenciamento das atividades executadas a terceiros pelos seus cooperados, buscando aproximar o seu sócio-cooperado de fontes de trabalho, para que este possa executá-lo, de acordo com a competência e a capacidade de cada um. 3. Prestação de serviços pelos cooperados a terceiros que se enquadra no objeto social da cooperativa e, por isso, caracteriza-se como ato cooperativo, estando isento do PIS e da COFINS.” Relatora Ministra ELIANA CALMON

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Súmula do STF

39

83. Os ágios de importação incluem-se no valor dos artigos importados para incidência do imposto de consumo.

►Sem aplicabilidade. 84. Não estão isentos do imposto de consumo os produtos importados

pelas cooperativas. ►Sem aplicabilidade.

85. Não estão sujeitos ao imposto de consumo os bens de uso pessoal e doméstico trazidos, como bagagem, do exterior.

►Sem aplicabilidade. 86. Não está sujeito ao imposto de consumo automóvel usado, trazido do

exterior pelo proprietário. ►Sem aplicabilidade.

87. Somente no que não colidirem com a Lei 3.244, de 14/08/1957, são aplicáveis acordos tarifários anteriores.

►Sem aplicabilidade. 88. É válida a majoração da tarifa alfandegária, resultante da Lei 3.244, de

14/08/57, que modificou o acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comércio (GATT), aprovado pela Lei 313, de 30/07/48.

►Sem aplicabilidade. 89. Estão isentas do imposto de importação frutas importadas da

Argentina, do Chile, da Espanha e de Portugal, enquanto vigentes os respectivos acordos comerciais.

►Sem aplicabilidade. 90. É legítima a lei local que faça incidir o imposto de indústrias e

profissões com base no movimento econômico do contribuinte. ►Sem aplicabilidade.

91. A incidência do imposto único não isenta o comerciante de combustíveis do imposto de indústrias e profissões.

►Sem aplicabilidade. 92. É constitucional o art. 100, i, da Lei 4.563, de 20/02/1957, do

município de Recife, que faz variar o imposto de licença em função do aumento do capital do contribuinte.

►Sem aplicabilidade. 93. Não está isenta do imposto de renda a atividade profissional do

arquiteto. ►Enunciado compatível com a ordem constitucional vigente.

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Súmula do STF

40

94. É competente a autoridade alfandegária para o desconto, na fonte, do imposto de renda correspondente as comissões dos despachantes Aduaneiros.

►Sem aplicabilidade. O Dec-lei 366/68, art. 4º, assim dispôs: “É vedada a nomeação de despachantes aduaneiros e seus ajudantes, tornando-se extintos, conseqüentemente, os respectivos concursos. § 1º Os atuais despachantes aduaneiros passam à condição de profissionais liberais, sendo-lhes facultado o exercício ou participação, em quaisquer outras atividades relacionadas com a livre iniciativa. § 2º Os despachantes aduaneiros poderão, livremente, contratar seus honorários, os quais, em nenhuma hipótese, poderão ser recolhidos por intermédio das repartições aduaneiras.”

95. Para cálculo do imposto de lucro extraordinário, incluem-se no capital as reservas do ano-base, apuradas em balanço.

►Sem aplicabilidade. 96. O imposto de lucro imobiliário incide sobre a venda de imóvel da

meação do cônjuge sobrevivente, ainda que aberta a sucessão antes da vigência da Lei 3470, de 28/11/58.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

97. É devida a alíquota anterior do imposto de lucro imobiliário, quando a promessa de venda houver sido celebrada antes da vigência da lei que a tiver elevado.

►Sem aplicabilidade. 98. Sendo o imóvel alienado na vigência da Lei 3470, de 28/11/1958,

ainda que adquirido por herança, usucapião ou a título gratuito, é devido o imposto de lucro imobiliário.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

99. Não é devido o imposto de lucro imobiliário, quando a alienação de imóvel adquirido por herança, ou a título gratuito, tiver sido anterior à vigência da Lei 3470, de 28/11/1958.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

100. Não é devido o imposto de lucro imobiliário, quando a alienação de imóvel, adquirido por usucapião, tiver sido anterior à vigência da Lei 3470, de 28/11/1958.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

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Súmula do STF

41

101. O mandado de segurança não substitui a ação popular. ●STF MS 26197-DF (DJ 25.10.2006)31; STJ MS 11399-DF (DJ 12.02.2007).

102. É devido o imposto federal do selo pela incorporação de reservas, em reavaliação de ativo, ainda que realizada antes da vigência da Lei 3519, de 30/12/1958.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

103. É devido o imposto federal do selo na simples reavaliação de ativo, realizada posteriormente à vigência da Lei 3519, de 30/12/1958.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

104. Não é devido o imposto federal do selo na simples reavaliação de ativo anterior à vigência da Lei 3519, de 30/12/1958.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

105. Salvo se tiver havido premeditação, o suicídio do segurado no período contratual de carência não exime o segurador do pagamento do seguro.

►Vide Código Civil, art. 798, e súmula 61 do STJ. ●STF 100485-SP (DJ 18.10.1993); STJ AgRg-Ag 868283-MG32 (DJ 27/11/2007)

31 “Não obstante o relevo dos objetivos visados pelo impetrante, impende assinalar que o mandado de segurança não pode ser utilizado como sucedâneo de ação popular, consoante esta Suprema Corte tem advertido em sucessivos julgamentos (RTJ 116/71, Rel. Min. DJACI FALCÃO - RTJ 172/495-496, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, v.g.), valendo referir, por necessário, a existência, neste Tribunal, da Súmula 101, cujo enunciado tem o seguinte conteúdo: ‘O mandado de segurança não substitui a ação popular’. Não se questiona o direito do impetrante, como cidadão, de ajuizar ação popular, pois a Constituição da República lhe atribui legitimação para tanto (CF, art. 5º, LXXIII). Mesmo em tal situação, contudo, não competiria, ao Supremo Tribunal Federal, processar e julgar, em sede originária, a ação popular, ainda que ajuizada em face do próprio Presidente da República: ‘A COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - CUJOS FUNDAMENTOS REPOUSAM NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - SUBMETE-SE A REGIME DE DIREITO ESTRITO’. O regime de direito estrito, a que se submete a definição dessa competência institucional, tem levado o Supremo Tribunal Federal, por efeito da taxatividade do rol constante da Carta Política, a afastar, do âmbito de suas atribuições jurisdicionais originárias, o processo e o julgamento de causas de natureza civil que não se acham inscritas no texto constitucional (ações populares, ações civis públicas, ações cautelares, ações ordinárias, ações declaratórias e medidas cautelares), mesmo que instauradas contra o Presidente da República ou contra qualquer das autoridades, que, em matéria penal (CF, art. 102, I, b e c), dispõem de prerrogativa de foro perante a Corte Suprema ou que, em sede de mandado de segurança, estão sujeitas à jurisdição imediata do Tribunal (CF, art. 102, I, d). Precedentes”. Relator Ministro CELSO DE MELLO 32 “1. O suicídio não premeditado ou involuntário encontra-se abrangido pelo conceito de acidente pessoal, sendo que é ônus que compete à seguradora a prova da premeditação do

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Súmula do STF

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106. É legítima a cobrança de selo sobre registro de automóveis, na conformidade da legislação estadual.

►Sem aplicabilidade. 107. É inconstitucional o imposto de selo de 3%, “ad valorem”, do Paraná,

quanto aos produtos remetidos para fora do estado. ►Sem aplicabilidade.

108. É legítima a incidência do imposto de transmissão “inter vivos” sobre o valor do imóvel ao tempo da alienação, e não da promessa, na conformidade da legislação local.

►Merece cancelamento. O fato gerador é o registro da transmissão. ●STF AI522048-DF33 (DJ 05.04.2006); STJ REsp 863893-PR34

109. É devida a multa prevista no art. 15, parágrafo 6, da Lei 1.300, de 28/12/1950, ainda que a desocupação do imóvel tenha resultado da notificação e não haja sido proposta ação de despejo.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma legal a que se refere o enunciado.

110. O imposto de transmissão “inter vivos” não incide sobre a construção, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre o que tiver sido construído ao tempo da alienação do terreno.

►Sem aplicabilidade.

segurado no evento, pelo que se considerada abusiva a cláusula excludente de responsabilidade para os referidos casos de suicídio não premeditado. Súmula 61/STJ. 2. ‘Salvo se tiver havido premeditação, o suicídio do segurado no período contratual de carência não exime o segurador do pagamento do seguro.’ Súmula 105/STF.” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA 33 “No julgamento da Rp nº 1.121, o Plenário desta Corte assentou que ‘o compromisso de compra e venda, no sistema jurídico brasileiro, não transmite direitos reais nem configura cessão de direitos à aquisição deles, razão por que é inconstitucional a lei que o tenha como fato gerador de imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos.’ (DJ 13.04.84). Nesse mesmo sentido, monocraticamente, AI 457.177, Rel. Joaquim Barbosa, DJ 26.06.05”. Relator Ministro GILMAR MENDES 34 “I - O fato gerador do ITBI só se aperfeiçoa com o registro da transmissão do bem imóvel. Precedentes: AgRg no Ag nº 448.245/DF, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 09/12/2002, REsp nº 253.364/DF, Rel. Min. HUMBERTO GOMES DE BARROS, DJ de 16/04/2001 e RMS nº 10.650/DF, Rel. Min. FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJ de 04/09/2000. Além disso, já se decidiu no âmbito desta Corte que o cálculo daquele imposto ‘há de ser feito com base no valor alcançado pelos bens na arrematação, e não pelo valor da avaliação judicial’ (REsp. n.º 2.525/PR, Rel. Min. ARMANDO ROLEMBERG, DJ de 25/6/1990, p. 6027). Tendo em vista que a arrematação corresponde à aquisição do bem vendido judicialmente, é de se considerar como valor venal do imóvel aquele atingido em hasta pública. Este, portanto, é o que deve servir de base de cálculo do ITBI”. Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO

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Súmula do STF

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111. É legítima a incidência do imposto de transmissão “inter vivos” sobre a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir a finalidade da sua desapropriação.

►Incidência legítima somente se houver previsão na legislação municipal.

112. O imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

●STF RE 95590-RJ (DJ 05.11.1982); STJ AgRg-Ag 721031-SP (DJ 20.02.2006).

113. O imposto de transmissão “causa mortis” é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação.

►Sem aplicabilidade. A súmula 113 (1963) é anterior à lei da correção monetária (1964), tendo assentado entendimento que visava evitar distorções prejudiciais ao Fisco, objetivo que resultou atendido com a aplicação da correção monetária, como se colhe do julgamento do RE 98589-RJ (DJ 11.11.83). ●STJ REsp 15071-RJ35 (DJ 10.10.1994);

114. O imposto de transmissão “causa mortis” não é exigível antes da homologação do cálculo.

►A matéria é regulada no Código de Processo Civil, arts. 1003 e seguintes.

115. Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o imposto de transmissão “causa mortis”.

►Honorários advocatícios não se inserem dentre as hipóteses que configuram fato gerador do tributo.

116. Em desquite ou inventário, é legítima a cobrança do chamado imposto de reposição, quando houver desigualdade nos valores partilhados.

►O princípio é válido para hipóteses de aquisição onerosa de quinhão (ITDI), excesso de meação gratuita (ITD), e excesso de meação onerosa (ITDI), desde que haja legislação estadual ou municipal prevendo o respectivo fato gerador.

117. A lei estadual pode fazer variar a alíquota do imposto de vendas e consignações em razão da espécie do produto.

►Sem aplicabilidade.

35 “TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO ‘CAUSA MORTIS’. BASE DE CÁLCULO. I – Embora a Súmula 113 do STF estabeleça que o referido imposto é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação, a jurisprudência posterior daquela Corte assentou ser possível a fixação de tal momento na data da transmissão dos bens. Precedentes desta Corte e do STF. II – Recurso não conhecido.” Relator Ministro JOSÉ DE JESUS FILHO

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Súmula do STF

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118. Estão sujeitas ao imposto de vendas e consignações as transações sobre minerais, que ainda não estão compreendidos na legislação federal sobre o imposto único.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da Lei 4425/64 (também revogada), conforme julgamento RE 70138-GB (DJ 30.09.1970).

119. É devido o imposto de vendas e consignações sobre a venda de cafés ao Instituto Brasileiro do Café, embora o lote, originariamente, se destinasse a exportação.

►Sem aplicabilidade. 120. Parede de tijolos de vidro translúcido pode ser levantada a menos de

metro e meio do prédio vizinho, não importando servidão sobre ele. ►O Código Civil no artigo 1302, § único, assim dispõe: “Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo o tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade.” ●STJ REsp 1749-ES (DJ 28.05.1990).

121. É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada.

►Vide ADI-2.31636 (julgamento em curso); Código Civil, art. 591, que permite a capitalização anual de juros; súmula 596, que excepciona as instituições financeiras; e súmula 93 do STJ, que reconhece a validade do pacto de capitalização mensal de juros sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial. ●STF RE 607402-RS (DJe 12.11.2007); STJ REsp 855700-RJ37 (24.04.2008)

36 Em 05.11.2008, após os votos da Ministra CÁRMEN LÚCIA e do Ministro MENEZES DIREITO, indeferindo a medida cautelar, e os votos dos Ministros MARCO AURÉLIO e CARLOS BRITTO, deferindo-a, o julgamento foi suspenso para retomada com quorum completo; Boletim STF nº 413 (dez/2005): “Retomado o julgamento de medida liminar em ação direta ajuizada pelo Partido Liberal - PL contra o art. 5º, caput, e parágrafo único da Medida Provisória 2.170-36/2001, que admitem, nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano — v. Informativo 262. O Min. Carlos Velloso, em voto-vista, acompanhou o voto do relator, Min. Sydney Sanches, que deferiu o pedido de suspensão cautelar dos dispositivos impugnados por aparente falta do requisito de urgência, objetivamente considerada, para a edição de medida provisória e pela ocorrência do periculum in mora inverso, sobretudo com a vigência indefinida da referida MP desde o advento da EC 32/2001, com a possível demora do julgamento do mérito da ação. Após, o julgamento foi adiado em virtude do pedido de vista do Min. Nelson Jobim.” 37 “3. ‘A capitalização de juros, em qualquer periodicidade, é vedada nos contratos regidos pelo Sistema Financeiro da Habitação, ainda que haja previsão contratual expressa, porquanto inexistente qualquer previsão legal, incidindo, pois, o enunciado 121 da Súmula do Supremo Tribunal Federal’ (AgRg no REsp 630.238/RS, 3ª Turma, Rel. Min. Castro Filho, DJ de 12.6.2006)”. Relatora Ministra DENISE ARRUDA

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Súmula do STF

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122. O enfiteuta pode purgar a mora enquanto não decretado o comisso por sentença.

►Vide Código Civil, art. 2.038; CC/16, arts. 692, II e 959, e súmula 169. ●STF AI 35466-GB (DJ 09.02.1968); STJ EAR 480-RJ38 (DJ 09.10.1990).

123. Sendo a locação regida pelo Decreto 24150, de 20/4/1934, o locatário não tem o direito à purgação da mora prevista na Lei 1300, de 28/12/1950.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à Lei 8245/91, a qual regula inteiramente a matéria e prevê a purgação de mora em seu art. 62, inciso II.

124. É inconstitucional o adicional do imposto de vendas e consignações cobrado pelo Estado do Espírito Santo sobre cafés da cota de expurgo entregues ao Instituto Brasileiro do Café.

►Sem aplicabilidade. 125. Não é devido o imposto de vendas e consignações sobre a parcela do

imposto de consumo que onera a primeira venda realizada pelo produtor.

►Sem aplicabilidade. 126. É inconstitucional a chamada taxa de aguardente, do Instituto do

Açúcar e do Álcool. ►Sem aplicabilidade.

127. É indevida a taxa de armazenagem, posteriormente aos primeiros trinta dias, quando não exigível o imposto de consumo, cuja cobrança tenha motivado a retenção da mercadoria.

►Sem aplicabilidade. 128. É indevida a taxa de assistência médica hospitalar das instituições de

previdência social. ►Sem aplicabilidade.

129. Na conformidade da legislação local, É legítima a cobrança de taxa de calçamento.

►Sem aplicabilidade.

38 “TERRENO DE MARINHA. AFORAMENTO. COMISSO. I- Ao aforamento de terreno de Marinha aplica-se a norma caducária do art. 101, par-2, do Decreto-Lei nº 9760/46. II- As Súmulas nº 122 e 169 do Supremo Tribunal Federal dizem com o aforamento do Código Civil; não, com o especial de que trata o Decreto-lei mencionado. III- Embargos infringente rejeitados. Unânime.” Relator Ministro FONTES DE ALENCAR

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Súmula do STF

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130. A taxa de despacho aduaneiro (art. 66 da Lei 3.244, de 14 08 1957) continua a ser exigível após o Dec. Legisl. 14, de 25/08/60, que aprovou alterações introduzidas no acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comércio (GATT).

►Sem aplicabilidade. 131. A taxa de despacho aduaneiro (art. 66 da Lei 3.244, de 14/08/57)

continua a ser exigível após o dec. Legislativo 14, de 25 08 60, mesmo para as mercadorias incluídas na vigente lista do acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comércio (GATT).

►Sem aplicabilidade. 132. Não é devida a taxa de previdência social na importação de amianto

bruto ou em fibra. ►Sem aplicabilidade.

133. Não é devida a taxa de despacho aduaneiro na importação de fertilizantes e inseticidas.

►Sem aplicabilidade. 134. A isenção fiscal para a importação de frutas da Argentina compreende

a taxa de despacho aduaneiro e a taxa de previdência social. ►Sem aplicabilidade.

135. É inconstitucional a taxa de eletrificação de Pernambuco. ►Sem aplicabilidade.

136. É constitucional a taxa de estatística da Bahia. ►Sem aplicabilidade.

137. A taxa de fiscalização da exportação incide sobre a bonificação cambial concedida ao exportador.

►Sem aplicabilidade. 138. É inconstitucional a taxa contra fogo, do estado de Minas Gerais,

incidente sobre prêmio de seguro contra fogo. ►Sem aplicabilidade.

139. É indevida a cobrança do imposto de transação a que se refere a Lei 899, de 1957, art. 58, inciso IV, letra “e”, do antigo Distrito Federal.

►Sem aplicabilidade. 140. Na importação de lubrificantes, é devida a taxa de previdência social.

►Sem aplicabilidade. 141. Não incide a taxa de previdência social sobre combustíveis.

►Sem aplicabilidade. 142. Não é devida a taxa de previdência social sobre mercadorias isentas do

imposto de importação. ►Sem aplicabilidade.

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Súmula do STF

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143. Na forma da lei estadual, é devido o imposto de vendas e consignações na exportação de café pelo estado da Guanabara, embora proveniente de outro estado.

►Sem aplicabilidade. 144. É inconstitucional a incidência da taxa de recuperação econômica do

estado de Minas Gerais sobre contrato sujeito ao imposto federal do selo.

►Sem aplicabilidade. 145. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna

impossível a sua consumação. ●STF HC 85490-RJ (DJ 02.02.2007); STJ HC 81020-SP (DJ 21.02.2008).

146. A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não há recurso da acusação.

►Vide súmula 604. ●STF AI-QO 250678-MG39 (DJ 04.02.2000); STJ REsp 887455-SP40 (DJ 07.11.2006).

147. A prescrição de crime falimentar começa a correr da data em que deveria estar encerrada a falência ou do trânsito em julgado da sentença que a encerrar ou que julgar cumprida a concordata.

►Merece revisão. Delitos falimentares prescrevem em dois anos. A nova lei que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária - Lei 11.101/2005 – dispõe em seu art. 182: “A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial. Parágrafo único. A decretação da falência do

39 “Prescrição: pena concretizada na sentença em um ano de detenção convertida em multa, sem recurso da acusação: prescrição consumada em dois anos a contar da sentença pois não lhe interrompe o curso do prazo o acórdão que apenas confirma a condenação de primeiro grau: declaração de extinção da punibilidade na pendência do agravo interposto do indeferimento de recurso extraordinário da defesa.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 40 “Ao que se tem dos autos, ocorre, na espécie, a prescrição da pretensão punitiva. É que, entre a data da sentença condenatória, 7 de agosto de 1997 (fl. 524), inimpugnada pelo Ministério Público, e a presente data, decorreu tempo superior a 8 anos, realizando-se, pois, o tempo da prescrição da pretensão punitiva estatal, à luz do artigo 109, inciso IV, combinado com o artigo 110, parágrafo 1º, ambos do Código Penal, eis que a pena definitivamente aplicada foi de 2 anos e 8 meses de reclusão. Pelo exposto, declaro a extinção da punibilidade do crime, com fundamento no artigo 109, inciso IV, combinado com o artigo 110, parágrafo 1º, ambos do Código Penal, julgando, por conseqüência, prejudicado o recurso especial.” Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO

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Súmula do STF

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devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial.” ►Vide súmula 592. ●STF Ext 927-FR (DJ 15.02.2005); STJ RHC 19658-RS41 (DJ 24.04.2007).

148. É legítimo o aumento de tarifas portuárias por ato do Ministro da Viação e Obras Públicas.

●STF RE237982-SP42 (DJ 29.05.2006); STJ AgRg-Ag 808439-SP43 (DJ 11.12.2006)

149. É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança.

►O Código Civil dispõe que a ação de petição de herança prescreve em dez anos (art. 205); que não corre a prescrição contra os absolutamente incapazes (art. 198, inc. I); e trata das disposições quanto à petição de herança no art. 1824 e ss.; v. Lei de Investigação de Paternidade (nº 8560/92). ●STF AC 275-SP (DJ 01/06/2004); STJ REsp 745884-RS44 (DJ 24.11.2005).

41 “V - A prescrição, nos delitos falimentares, ocorre em 02 anos, sendo que o prazo prescricional começa a correr da data do trânsito em julgado da sentença que encerrar a quebra ou de quando deveria estar encerrada a falência, devendo ser considerados, também, os marcos interruptivos previstos em lei. Entendimento das Súmulas 147 e 592 do STF. VI - Evidenciada a extinção da pretensão punitiva, pela prescrição retroativa, pois entre a data em que a falência deveria ter sido encerrada e o momento do recebimento da denúncia foi ultrapassado o prazo de dois anos, necessário para a caracterização do instituto. VII - Deve ser decretada extinta a punibilidade estatal, em face da prescrição da pretensão punitiva, determinando-se o trancamento da ação penal. VIII Recurso provido, nos termos do voto do Relator.” Relator Ministro GILSON DIPP 42 “4. Este Tribunal firmou entendimento no sentido de que a matéria não está reservada ao sistema tributário previsto na Constituição do Brasil, vez ‘que a chamada taxa de armazenagem constitui tarifa portuária ou preço público, sendo legítimo o seu aumento por ato do Ministro dos Transportes (Súmula 148)’ [RE n. 95.521, Relator o Ministro Soares Muñoz, DJ de 26.02.92].” Relator Ministro EROS GRAU 43 “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL. TAP. PREÇO PÚBLICO. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA. 1. ‘É legítima a fixação por meio de portaria ministerial da Taxa de Armazenagem Portuária, sem que isso represente qualquer ofensa ao princípio da legalidade’. Precedente: REsp 115.783/SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJU 13.12.04. 2. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 44 “Sobre o tema trazido a debate a jurisprudência do STJ cristalizou o seguinte raciocínio: i) o cancelamento da paternidade constante do registro civil é decorrência lógica e jurídica da eventual procedência do pedido de reconhecimento da nova paternidade; ii) a regra que impõe ao investigante o prazo de quatro anos para impugnar o reconhecimento da paternidade constante do registro civil só é aplicável ao filho natural que pretende afastar a paternidade por mero ato de vontade, a fim de desconstituir o reconhecimento da filiação, sem buscar constituir

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Súmula do STF

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150. Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. ●STF RE 107878-SP (DJ 01.08.1986); STJ EDcl-Ag 883743-SP (DJ 22.10.2007).

151. Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou perda de carga transportada por navio.

●STF RE 90265 (DJ 11.12.1978); STJ Ag 82560-SP (DJ 30.05.2000). 152. A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem

consentimento dos demais, prescreve em quatro anos, a contar da abertura da sucessão.

►Cancelada pela súmula 494. 153. Simples protesto cambiário não interrompe a prescrição.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao Código Civil, que preconiza no art. 202: “A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: [...] III – por protesto cambial;”

154. Simples vistoria não interrompe a prescrição. ►O CPC vigente excepciona a seguinte hipótese: cautelar de antecipação de prova interrompe a prescrição quando medida preparatória de outra ação (RSTJ 152/392). ●STF RE 105838-SP (DJ 02.08.1985.); STJ REsp 202564-RJ45 (DJ 01.10.2001).

155. É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha.

►V. súmula 273 do STJ. ●STF HC 88751-RJ (DJ 07.12.2006); STJ HC 82212-PE46 (DJ 10.12.2007).

156. É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório.

●STF HC 89200-RJ47 (DJ 15.09.2006); STJ HC 44021-MG48 (DJ 19.06.2006).

nova relação; iii) a decadência, assim, não atinge o direito do filho que pleiteie a investigação de paternidade e a anulação do registro, com base na falsidade deste.” Relatora Ministra NANCI ANDRIGHI 45 “II - Na sistemática do Código de Processo Civil de 1973, a cautelar de antecipação de prova interrompe a prescrição quando se tratar de medida preparatória de outra ação, tornando inaplicável, nesses casos, o verbete sumular nº 154/STF, editado sob a égide do CPC/1939.” Relator Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA 46 “1. A falta de intimação do patrono do réu à oitiva de testemunha por meio de carta precatória, desde que nomeado defensor dativo à realização do ato, constitui nulidade relativa (Súmula 155/STF), motivo pelo qual deve ser suscitada até as alegações finais (art. 571, inciso II, do CPP), sob pena de preclusão.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES

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Súmula do STF

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157. É necessária prévia autorização do Presidente da República para desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica.

►No mesmo sentido do enunciado dispõe o Dec-lei 3365/41, cujo parágrafo 3º do art. 2º, introduzido pelo Dec-lei 856/69, dita: “§ 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições e emprêsas cujo funcionamento dependa de autorização do Govêrno Federal e se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da República.” ●STF RE 172816-RJ (DJ 13.05.1994).

158. Salvo estipulação contratual averbada no registro imobiliário, não responde o adquirente pelas benfeitorias do locatário.

►Merece cancelamento. A exigência de averbação no registro imobiliário não se coaduna com o que dispõe tanto o Código Civil (art. 578), quanto a Lei 8245/91, cujo art. 35 preconiza: “Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.”

159. Cobrança excessiva, mas de boa fé, não dá lugar às sanções do art. 1.531 [atual art. 940] do Código Civil.

●STF RE 101956-RJ (DJ 18.04.1986); STJ REsp 843992-SP (DJ 15.10.2007).

160. É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.

●STF HC 85609-MS49 (DJ 20.04.2006); STJ HC 93631-SC50 (DJ 14.04.2008).

47 “1. A omissão de quesito relativo à defesa é nulidade absoluta (Súmula 156), portanto, em tese, não preclusa pela falta de argüição na sessão do Júri. 2. No caso, contudo, não ocorreu nulidade: se a tese da prática de homicídio culposo não foi abordada pela defesa do paciente, não poderia o magistrado submeter tal questão à apreciação do Conselho de Sentença (C.Pr.Penal, art. 484)” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 48 “1. No Júri, os quesitos devem ser redigidos em proposições simples e bem definidas, para que possam ser respondidos com suficiente clareza (art. 484, VI, do CPP). Portanto, é nulo o julgamento, quando os quesitos forem apresentados com má redação, ou ainda com redação complexa, a ponto de dificultarem o entendimento dos Jurados.” Relator Ministro GILSON DIPP 49 “I - O efeito devolutivo dos recursos manejados contra as sentenças proferidas pelo Tribunal do Júri há de ser analisado em sua dimensão mais restritiva, devido à soberania dos veredictos desse Conselho de Sentença (alínea "c" do inciso XXXVIII do art. 5º da Constituição Federal). II - Naqueles casos em que a peça de interposição recursal é vaga, genérica, os limites de atuação da Corte de segunda instância hão de ser dimensionados pelas razões de apelação, desde que

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Súmula do STF

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161. Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não indenizar. ►O atual Código Civil dispõe nesse sentido no art. 734, que dita: “O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade”. O Decreto 2681/12, que regula a responsabilidade civil das ferrovias trata da matéria no art. 12. ●STF RE 109516-SP (DJ 11.03.1988); STJ Ag 669395-PR (DJ 01.08.2006).

162. É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem aos das circunstâncias agravantes.

●STF HC 76237-MG51 (DJ 25.09.1998); STJ Ag 760154-SP (DJ 29.06.2006).

163. Salvo contra a Fazenda Pública, sendo a obrigação ilíquida, contam-se os juros moratórios desde a citação inicial para a ação.

►A primeira parte do enunciado não subsiste ante o advento da Lei 4414/64, conforme o julgamento do RE 109156-SP (DJ 07.08.1987). ►A parte final do verbete não destoa do disposto no vigente Código Civil: “Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.” ●STF ACO 412-SP (DJ 25.10.2002); STJ EREsp 564711-RS52 (DJ 22.08.2007).

164. No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.

●STF AI 591043-SP (DJe 06.5.2008); STJ REsp 713145-PE53 (DJ 03.03.2008)

tempestivamente apresentadas. III - É ilegítima a atuação do Tribunal de segunda instância que, baseado em proposição estranha à peça recursal-acusatória, declara nulidades desfavoráveis ao acusado.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 50 “I - Não cabe ao e. Tribunal a quo reconhecer, de ofício, nulidade não invocada no recurso da acusação, ainda que ela seja de caráter absoluto, devendo ficar limitado à matéria impugnada pelo recorrente, sob pena de infringência ao princípio da non reformatio in pejus.” Relator Ministro FÉLIX FISCHER 51 “II. Júri: quesitos da legítima defesa: excesso culposo ou doloso: acolhido o entendimento de que, negada a moderação da defesa, se deve indagar ao Júri tanto do excesso doloso quanto do excesso culposo, a orientação da Súmula 162 tenderia a indicar a precedência do quesito referente à qualificação culposa do excesso, mais favorável à defesa.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 52 “COMERCIAL. APURAÇÃO DE HAVERES. JUROS DE MORA. Na ação de apuração de haveres resultante de dissolução parcial da sociedade, os juros incidentes sobre o montante da condenação fluem a partir da citação inicial. Embargos de divergência conhecidos e providos.” Relator Ministro ARI PARGENDLER 53 “3. Os juros compensatórios fundam-se no fato do desapossamento do imóvel e não na sua produtividade, consoante o teor das Súmulas n.ºs 12, 69, 113, 114, do STJ e 164 e

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Súmula do STF

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165. A venda realizada diretamente pelo mandante ao mandatário não é atingida pela nulidade do art. 1.133, II [atual art. 497, I], do Código Civil.

●STF RE 97519-RJ (DJ 10.12.1982); STJ REsp 431395-ES (DJ 24.02.2003).

166. É inadmissível o arrependimento no compromisso de compra e venda sujeito ao regime do Decreto-lei 58, de 10/12/1937.

►Dita o art. 22 do Decreto-lei 58/37, com redação dada pela Lei 6014/73: “Os contratos, sem cláusula de arrependimento, de compromisso de compra e venda e cessão de direitos de imóveis não loteados, cujo preço tenha sido pago no ato de sua constituição ou deva sê-lo em uma, ou mais prestações, desde que, inscritos a qualquer tempo, atribuem aos compromissos direito real oponível a terceiros, e lhes conferem o direito de adjudicação compulsória nos termos dos artigos 16 desta lei, 640 e 641 do Código de Processo Civil.” ►Dispõe a Lei 6.766/79, atual Lei de Parcelamento de Solo Urbano: “Art. 25 - São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros.” ►O vigente Código Civil preceitua: “Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.” E, “Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.” ●STF MS-Agr 24908-DF (DJe 29.06.2008); STJ REsp 8202-SP (DJ 03.06.1991)

167. Não se aplica o regime do Decreto-lei 58, de 10/12/1937, ao compromisso de compra e venda não inscrito no registro imobiliário, salvo se o promitente vendedor se obrigou a efetuar o registro.

►No STF permanece o entendimento de que é indispensável o registro imobiliário, já o STJ entende dispensável tal requisito;

345, do STF. Precedentes: EREsp 519365/SP, DJ 27.11.2006; ERESP 453.823/MA, DJ de 17.05.2004, RESP 692773/MG, desta relatoria, DJ de 29.08.2005.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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►Vide nota súmula 166 e súmula STJ 239. ●STF MS 23645-MS (DJ 15.03.2002); STJ REsp 30-DF54 (DJ 18.09.1989)

168. Para os efeitos do Decreto-lei 58, de 10/12/1937, admite-se a inscrição imobiliária do compromisso de compra e venda no curso da ação.

►Vide nota súmula 166. ●STF MS-AgR 24908-DF (DJe 29.06.2008);

169. Depende de sentença a aplicação da pena de comisso. ►A pena de comisso (perda do domínio útil por inadimplemento das obrigações do enfiteuta), por tratar de direito real incidente sobre imóvel, depende de sentença, indispensável para fins do cancelamento do gravame junto ao registro público; vide súmula 122. ●STF RE 102436-RJ (DJ 11.08.1985); STJ EAR 480-RJ (DJ 09.10.1990)

170. É resgatável a enfiteuse instituída anteriormente a vigência do Código Civil.

►O Código Civil, art. 2038, assim dispõe: “Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior. Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916, e leis posteriores. § 1º. Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso: I – cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bens aforados, sobre o valor das construções ou plantações; II – constituir subenfiteuse. § 2º. A enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos regula-se por lei especial.” ►V. DL nº 9760/46 - enfiteuse de terrenos de marinha e outros da União. ●STF RE 81745-RJ (DJ 02.04.1982).

171. Não se admite, na locação em curso, de prazo determinado, a majoração de encargos a que se refere a Lei 3.844, de 15.12.1960.

►Sem aplicabilidade. Lei revogada. 172. Não se admite, na locação em curso, de prazo determinado, o

reajustamento de aluguel a que se refere a Lei 3.085, de 29.12.1956. ►Sem aplicabilidade. Lei revogada.

54 “PROMESSA DE VENDA DE IMÓVEL - INSTRUMENTO PARTICULAR – ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. DECRETO-LEI 58/37 - LEI 6766/79. A promessa de venda gera efeitos obrigacionais não dependendo, para sua eficácia e validade, de ser formalizada em instrumento público. O direito à adjudicação compulsória é de caráter pessoal, restrito aos contratantes, não se condicionando a obligatio faciendi à inscrição no registro de imóveis.” Relator Ministro EDUARDO RIBEIRO

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Súmula do STF

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173. Em caso de obstáculo judicial admite-se a purga da mora, pelo locatário, além do prazo legal.

►Merece revisão. A ‘purga da mora’ passou a denominar-se na atual Lei do Inquilinato (Lei 8245/91) ‘emenda da mora’, consoante dispõe o art. 62, inciso III e § único: “autorizada a emenda da mora e efetuado o depósito judicial até quinze dias após a intimação do deferimento, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o depósito no prazo de dez dias, contados da ciência dessa manifestação; Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já houver utilizado essa faculdade por duas vezes nos doze meses imediatamente anteriores à propositura da ação.”

174. Para a retomada do imóvel alugado, não é necessária a comprovação dos requisitos legais na notificação prévia.

►Sem aplicabilidade. Matéria regulada na Lei 8.245/91, cujo art. 6º, dispõe: “O locatário poderá denunciar a locação por prazo indeterminado mediante aviso por escrito ao locador, com antecedência mínima de trinta dias. Parágrafo único. Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia correspondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes quando da resilição.”

175. Admite-se a retomada de imóvel alugado para uso de filho que vai contrair matrimônio.

►Sem aplicabilidade. Matéria regulada na Lei 8.245/91, cujo art. 47, dispõe: “Quando ajustada verbalmente ou por escrito e com prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: [...] III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio;”

176. O promitente comprador, nas condições previstas na Lei 1.300, de 28.12.1950, pode retomar o imóvel locado.

►Sem aplicabilidade. A Lei 1300/50 foi revogada, contudo, o princípio permanece válido à luz da atual Lei do Inquilinato (nº 8245/91), cujo art. 8º assim dispõe: “Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. § 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à

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Súmula do STF

55

matrícula do mesmo. § 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo-se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação.”

177. O cessionário do promitente comprador, nas mesmas condições deste, pode retomar o imóvel locado.

►Sem aplicabilidade. Vide nota da súmula 176. 178. Não excederá de cinco anos a renovação judicial de contrato de

locação fundada no Dec. 24.150, de 20/04/1934. ►Sem aplicabilidade. Decreto revogado pela Lei do Inquilinato.

179. O aluguel arbitrado judicialmente nos termos da Lei 3.085, de 29.12.1956, art. 6º, vigora a partir da data do laudo pericial.

►Sem aplicabilidade. Decreto revogado pela Lei do Inquilinato, que dispõe no inciso II, do art. 68: “ao designar a audiência de instrução e julgamento, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos fornecidos pelo autor ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, não excedente a oitenta por cento do pedido, que será devido desde a citação;” E, ainda, no art. 69: “O aluguel fixado na sentença retroage à citação, e as diferenças devidas durante a ação de revisão, descontados os alugueres provisórios satisfeitos, serão pagas corrigidas, exigíveis a partir do trânsito em julgado da decisão que fixar o novo aluguel.”

180. Na ação revisional do art. 31 do Dec. 24.150, de 20/04/1934, o aluguel arbitrado vigora a partir do laudo pericial.

►Sem aplicabilidade. Vide nota da súmula 179. 181. Na retomada, para construção mais útil, de imóvel sujeito ao Dec.

24.150, de 20/04/1934, é sempre devida indenização para despesas de mudança do locatário.

►Sem aplicabilidade. Decreto revogado pela Lei do Inquilinato (nº 8245/91).

182. Não impede o reajustamento do débito pecuário, nos termos da Lei 1.002, de 24/12/1949, a falta de cancelamento da renúncia à moratória da Lei 209, de 02/01/1948.

►Sem aplicabilidade. 183. Não se incluem no reajustamento pecuário dívidas estranhas a

atividade agropecuária. ►Sem aplicabilidade.

184. Não se incluem no reajustamento pecuário dívidas contraídas posteriormente a 19/12/46.

►Sem aplicabilidade.

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Súmula do STF

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185. Em processo de reajustamento pecuário, não responde a União pelos honorários do advogado do credor ou do devedor.

►Sem aplicabilidade. Sobre a matéria o atual CPC, art. 20, dispõe: “A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.”

186. Não infringe a lei a tolerância da quebra de 1% no transporte por estrada de ferro, prevista no regulamento de transportes.

►Sem aplicabilidade. 187. A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o

passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.

►Salvo se a ação do terceiro caracterizar ‘fortuito externo’, como o que joga pedra em ônibus, com culpa exclusiva sua, e fere passageiro, segundo consolidado na jurisprudência; súmula nos termos do art. 735 do atual CC. ●STF RE 114544-RJ55 (07.04.1989); STJ REsp 469867-SP56 (DJ 14.11.2005).

55 “CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PEDRA ARREMESSADA EM ÔNIBUS. FERIMENTO EM PASSAGEIRO. Não é de se ter o acórdão recorrido como em divergência com o enunciado da Súmula 187, se o ato de terceiro, arremesso de pedra, que provocou o ferimento no passageiro, é de ser equiparado a caso fortuito ou força maior, para o transportador, se foram observadas as exigências, para o transporte, impostas para que houvesse a concessão pública, a par do que não há nada que prove – e nem isso foi alegado – que no trecho do trajeto em que ocorreu o evento eram freqüentes atentados de tal natureza. A imprevisibilidade exonera de responsabilidade civil a transportadora.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO 56 “AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL. EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO. FATO DE TERCEIRO. PENSÃO. DANO MORAL. PRECEDENTES DA CORTE. 1. Cuida o caso de saber se a culpa do terceiro motorista do caminhão, que empurrou o carro para baixo do ônibus e fez com que este atropelasse os pedestres, causando-lhes morte e ferimentos severos, exclui o dever de indenizar da empresa transportadora. O princípio geral é o de que o fato culposo de terceiro, nessas circunstâncias, vincula-se ao risco da empresa de transporte, que como prestadora de serviço público responde pelo dano em decorrência, exatamente, do risco da sua atividade, preservado o direito de regresso. Tal não ocorreria se o caso fosse, realmente, fato doloso de terceiro. A jurisprudência tem admitido claramente que, mesmo ausente a ilicitude, a responsabilidade existe, ao fundamento de que o fato de terceiro que exonera a responsabilidade é aquele que com o transporte não guarde conexidade. Se o acidente ocorre enquanto trafegava o ônibus, provocado por outros veículos, não se pode dizer que ocorreu fato de terceiro estranho ou sem conexidade com o transporte. E sendo assim, o fato de terceiro não exclui o nexo causal, obrigando-se a prestadora de serviço público a ressarcir as vítimas, preservado o seu direito de regresso contra o terceiro causador do acidente. É uma orientação firme e benfazeja baseada no dever de segurança vinculado ao risco da atividade, que a moderna responsabilidade civil, dos tempos do novo milênio, deve consolidar.” Relator Ministro MENEZES DIREITO

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Súmula do STF

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188. O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite previsto no contrato de seguro.

►No mesmo sentido, dispõe o atual Código Civil no art. 786, caput: “Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.” ●STF RE 104655-PE (DJ 17.02.1989); STJ Ag 589318-PR57 (14.04.2005).

189. Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.

►No simultâneo, o avalista que paga o total da obrigação, além do direito de regresso contra o emitente, pode demandar os demais co-avalistas pela respectiva quota-parte. No aval sucessivo, o avalista posterior avaliza tão-só o anterior (aval em preto). ●STF RE 92674-SP (DJ 29.05.1981).

190. O não pagamento de título vencido há mais de trinta dias, sem protesto, não impede a concordata preventiva.

►Sem aplicabilidade. A nova Lei de Falências (nº 11101/2005) dispõe sobre a recuperação judicial e extrajudicial do empresário e da sociedade empresária, que substituem a figura da concorda preventiva.

191. Inclui-se no crédito habilitado em falência a multa fiscal simplesmente moratória.

►Merece cancelamento. Não subsiste conforme RE 79625-SP (DJ 16.06.1976), no qual restou assente: “A partir do Código Tributário Nacional, Lei nº 5.172, de 25.10.966, não há como se distinguir entre multa moratória e administrativa. Para a indenização da mora são previstos juros e correção monetária.” ►Vide súmulas 192 e 565.

192. Não se inclui no crédito habilitado em falência a multa fiscal com efeito de pena administrativa.

►Enunciado aplicável aos processos regidos pela Lei 7661/45. ●STF AI 559287-RS (DJ 16.05.2006);

57 “A leitura do trecho acima nos mostra que o tribunal a quo, ao dar provimento ao recurso para, cassando a sentença recorrida, condenar o réu ao pagamento à autora da quantia por ela desembolsada em razão de acidente de trânsito envolvendo segurado seu, o fez com base no termo de acordo realizado entre o recorrente e o segurado, bem como nas circunstâncias fáticas da causa, no sentido de que a quitação em valor incompatível com os prejuízos de grande monta e de fácil identificação, abrangera apenas o valor da franquia, que nada tem a ver com o direito da seguradora ao ressarcimento integral das despesas efetuadas por decorrência de sub-rogação convencional, tendo inteira aplicação ao caso o enunciado nº 188, da Súmula do STF.” Relator Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO

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Súmula do STF

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193. Para a restituição prevista no art. 76, parágrafo 2º, da Lei de falências, conta-se o prazo de quinze dias da entrega da coisa e não da sua remessa.

►O enunciado é compatível com o regramento ditado pela nova Lei de Falências (nº 11101/2005), cujo § único do art. 85 dispõe: “O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.” ►Vide súmulas 417 e 495, e 36 e 133 do STJ.

194. É competente o Ministro do Trabalho para a especificação das atividades insalubres.

►Súmula conforme atualmente disposto no art. 190 da Consolidação das Leis do Trabalho, na redação dada pela Lei nº 6.514/77: “O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.” ●STF RE 100370-RS (DJ 14.10.1983).

195. Contrato de Trabalho para obra certa, ou de prazo determinado, transforma-se em contrato de prazo indeterminado, quando prorrogado por mais de quatro anos.

►A Consolidação das Leis do Trabalho dispõe sobre o assunto nos seguintes artigos, com redação dada pelo Decreto-lei nº 229/67: “Art. 443 - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. § 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência.”; “Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art. 451. Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90 (noventa) dias”; “Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais

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Súmula do STF

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de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo.”; “Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos.”. ►Na Administração Pública há regime especial, instituído pela Lei nº 8.745/93, que dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal. Em seu artigo 4º fixa prazos máximos para tais contratações, que variam de seis meses a quatro anos; no parágrafo único, admite prorrogação em determinadas hipóteses, desde que o prazo total não exceda de dois a seis anos, conforme os seis incisos elencados.

196. Ainda que exerça atividade rural, o empregado de empresa industrial ou comercial é classificado de acordo com a categoria do empregador.

●STF AI-AgR 438003-SP (DJ 19.09.2003); TRF3 AC 9103014471-258 (DJ 12.07.2006).

197. O empregado com representação sindical só pode ser despedido mediante inquérito em que se apure falta grave.

►A CF/88, art. 8º, inciso VIII, assenta a garantia. A CLT trata da matéria no art. 543, e dispõe sobre o referido inquérito nos arts. 853 a 855.

198. As ausências motivadas por acidente do trabalho não são descontáveis do período aquisitivo das férias.

►A CLT dispõe sobre a matéria no art. 131 e seu inciso III, com redações dadas, respectivamente, pelo Decreto-lei nº 1.535/77 e pela Lei nº 8.726/93: “Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado: [...] III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133”; Dispõe o referido inciso: “tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.”

199. O salário das férias do empregado horista corresponde à média do período aquisitivo, não podendo ser inferior ao mínimo.

58 “1. Empregado de empresa agroindustrial e agrocomercial, nos termos do que dispunha o artigo 6º, § 4º, do Decreto nº 89.312/84, era considerado segurado obrigatório da previdência social urbana, independentemente de quais eram as atribuições do segurado no exercício do trabalho. Incidência também da Súmula 196 do STF, que dispõe: "Ainda que exerça atividade rural, o empregado da empresa industrial ou comercial é classificado de acordo com a categoria do empregador." Relator Desembargador Federal GALVÃO BUENO

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►A CLT assim dispõe sobre a matéria: “Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona.”; e parágrafo 1º do art. 142 (incluído pelo Decreto-lei nº 1535/77): “Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias.”

200. Não é inconstitucional a Lei 1.530, de 26.12.51, que manda incluir na indenização por despedida injusta parcela correspondente a férias proporcionais.

►Sem aplicabilidade. A CLT dispõe sobre a matéria nos seguintes artigos, com redação dada pelo Decreto-lei nº 1535/77, que, no ponto, derrogou a Lei 1530/51: “Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido. § ú - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.”; “Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior.”

201. O vendedor pracista, remunerado mediante comissão, não tem direito ao repouso semanal remunerado.

►Sem aplicabilidade. O verbete é contrário ao entendimento do enunciado 27 da Súmula do TST que, interpretando a lei de regência, no exercício de sua competência uniformizadora das normas infraconstitucionais trabalhistas, assentou: “Comissionista. É devida a remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista.”

202. Na equiparação de salário, em caso de trabalho igual, toma-se em conta o tempo de serviço na função, e não no emprego.

►A CLT dispõe sobre a matéria no artigo 461, § 1º, com redação dada pela Lei nº 1723/52: “Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou

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idade. § 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.”

203. Não está sujeita à vacância de sessenta dias a vigência de novos níveis de salário mínimo.

►Sem aplicabilidade. 204. Tem direito o trabalhador substituto, ou de reserva, ao salário mínimo no

dia em que fica à disposição do empregador sem ser aproveitado na função específica; se aproveitado, recebe o salário contratual.

►Merece cancelamento. A matéria – trabalho temporário urbano – presentemente está disciplinada na Lei 6019/74, que regula a intermediação de mão-de-obra em tal hipótese. Na administração pública o Decreto Lei 200/66 dispõe sobre a necessidade transitória de substituição e acréscimo extraordinário de serviço.

205. Tem direito a salário integral o menor não sujeito a aprendizagem metódica.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à norma constitucional que proíbe a diferenciação de salários por motivo de idade (art. 7º, inciso XXX), e do parágrafo 2º do art. 428 da CLT, introduzido pela Lei 10097/2000, que dita: “Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora”. O enunciado é no mesmo sentido do cancelado verbete 134 da Súmula do TST, que preconizava: "Ao menor não aprendiz é devido o salário mínimo integral".

206. É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo.

●STF HC 71683-SP (DJ 24.11.1995); STJ HC 071070-SP (DJ 01.12.2006).

207. As gratificações habituais, inclusive a de natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salário.

●STF RE 460999-DF (DJ 17.10.2005); STJ REsp 868134-PE59 (DJ 12.12.2006)

208. O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva de “habeas-corpus”.

●STF RE 387974 EDv-DF60 (DJe 18.02.2008); STJ AgRg no HC 72726-SP (DJ 27.02.2007).

59 “2. Com o advento da Lei n. 8.620, de 5 de janeiro de 1993, a tributação em separado da gratificação natalina passou a ter determinação legal expressa.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS

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209. O salário-produção, como outras modalidades de salário-prêmio, é devido, desde que verificada a condição a que estiver subordinado, e não pode ser suprimido unilateralmente pelo empregador, quando pago com habitualidade.

►Sem aplicabilidade. A CLT dispõe sobre a matéria no artigo 457, § 1º, com redação dada pela Lei nº 1999/53: “Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.”

210. O assistente do Ministério Público pode recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos casos dos arts. 584, parágrafo 1º e 598 do Código de Processo Penal.

►Vide súmula 208. ●STF HC-MC-AgR 92257-SC61 (DJe 16.10.2007); STJ REsp 828418-AL62 (DJ 23.04.2007)

60 “Na hipótese dos autos, o que se tem é um crime contra a honra de funcionário público cometido propter officium. Nesses casos, conforme entendimento consolidado nesta Corte a partir do julgamento do INQ nº 726-AgR, Tribunal Pleno, Relator para acórdão o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 29/4/94, admite-se que a ação penal seja promovida alternativamente pelo Ministério Público mediante representação ou pelo próprio ofendido mediante queixa. Com fundamento nessa circunstância especial é que, na hipótese vertente, o acórdão embargado afastou a incidência da Súmula nº 208/STF.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 61 “6. A orientação contrária à intervenção do assistente no habeas-corpus, tem por base (a exemplo das Súmulas 208 e 210), a premissa de ser taxativa a menção no Código às suas faculdades processuais. É o que deixa claro o acórdão do saudoso Ministro Luiz Gallotti, no HC 48.335 (RTJ 56/693), invocado pelo em. Ministro Moreira Alves, no HC nº. 65.781, de 1º.3.88, agora lembrado pelo Relator, também para negar intervenção no processo de habeas-corpus ao assistente, não, ao querelante. 7. Na mesma linha, é que parece situar-se o exato pensamento de Frederico Marques. Não, data venia, na passagem pouco clara, transcrita no voto do Relator, mas em outra (Elementos Dir. Proc. Penal, 1965, IV/428) quando, depois de acatar a orientação da Súm. 208 - segundo a qual ‘O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, da decisão concessiva de habeas-corpus’ - aduz, no entanto, que o mesmo recurso extraordinário contra o deferimento do habeas-corpus ‘'pode ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, se for o caso’. E explica: ‘O querelante, nos casos de ''habeas-corpus'' pertinentes a crimes de ação exclusivamente privada pode intervir no processo, tal como o Ministério Público, nos crimes de ação pública’. 8. Aliás, o Tribunal já admitiu recurso extraordinário do querelante contra o deferimento de habeas-corpus ao querelado (RE 116.089, Sydney Sanches).” Relatora Ministra CÁRMEM LÚCIA 62 “1. O assistente de acusação tem legitimidade para recorrer quando o Ministério Público abstiver-se de fazê-lo, como na hipótese dos autos, ou ainda, quando o seu recurso for

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211. Contra a decisão proferida sobre o agravo no auto do processo, por ocasião do julgamento da apelação, não se admitem embargos infringentes ou de nulidade.

►Conquanto abolido o ‘agravo no auto do processo’, é patente a similitude da extinta figura com o atual ‘agravo retido’, daí subsistir o espírito da súmula no que tange aos embargos infringentes. Segundo consignado no RE 91097-MG: “a Súmula 211 foi construída no pressuposto de que o agravo no auto do processo versasse, apenas, sobre matéria de legitimidade ad processum, porque não se compreende que, no agravo no auto do processo (nesse caso agravo retido, acrescentamos), se possa decidir matéria de legitimidade ad causam, que envolve mérito.” ►A súmula 255 do STJ (compatível com o verbete em comento, bem como com o entendimento acima transcrito) preconiza: “Cabem embargos infringentes contra acórdão, proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matéria de mérito.” ●STF RE 91097-MG63 (DJ 21.05.1982); STJ REsp 62292-RJ (DJ 07.10.1996).

212. Tem direito ao adicional de serviço perigoso o empregado de posto de revenda de combustível líquido.

►A CLT trata da matéria no artigo 193, § 1º, com redação dada pela Lei nº 6514/77: “Art. 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.” ►O enunciado nº 39 da Súmula do TST dispõe no mesmo sentido: “Periculosidade. Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade”.

213. É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.

►Conquanto editada sob a égide da Constituição de 1946 o espírito da súmula subsiste, vez que a ressalva do art. 73, caput, da CLT (“Salvo

parcial, não abrangendo a totalidade das questões discutidas. Precedentes desta Corte.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 63 “INTERPRETAÇÃO DO ART-530 DO CPC E DA SÚMULA 211. Sempre que o Tribunal, ao julgar agravo retido, decidir matéria de mérito, cabíveis são os embargos infringentes, desde que não unânime a decisão, máxime em ação rescisória.” Relator Ministro CORDEIRO GUERRA

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nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna”), também não prevalece ante ao que preconiza a CF/88 em seu art. 7º, IX, CF/88: "remuneração do trabalho noturno superior à do diurno". Daí reconhecer-se que o adicional noturno tem status constitucional. ●STF RE 43576-GB (DJ 28.09.1966); STJ Ag 812263-DF (DJ 07.11.2006).

214. A duração legal da hora de serviço noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem suplementar, que não dispensa o salário adicional.

215. Conta-se a favor de empregado readmitido o tempo de serviço anterior, salvo se houver sido despedido por falta grave ou tiver recebido a indenização legal.

►Sobre a matéria, dispõe a CLT no art. 453, com redação dada pela Lei nº 6204/75: “No tempo de serviço do empregado, quando readmitido, serão computados os períodos, ainda que não contínuos, em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo se houver sido despedido por falta grave, recebido indenização legal ou se aposentado espontaneamente.” ●STF AI 34609 (DJ 19.05.1965); STJ Ag 770539-SP (DJ 23.06.2006).

216. Para decretação da absolvição de instância pela paralisação do processo por mais de trinta dias, é necessário que o autor, previamente intimado, não promova o andamento da causa.

►O Código de Processo Civil assim regula a matéria: “Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: [...] III - quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; [...] § 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e III, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.” ●STF RE 69879-GO (DJ 24.06.1975); STJ REsp 677406-CE (DJ 09.11.2004)

217. Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a contar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo.

►Não há mais prazo-limite para fins de reversão da aposentadoria por invalidez. Trata-se de benefício provisório (Lei 8213/91, art.42). Segundo

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jurisprudência firmada no âmbito do STJ a aplicação do enunciado é restrita aos benefícios iniciados antes da Lei 3807/60 (LOPS). ● STJ REsp 244420-PB64 (DJ 27.04.2005)

218. É competente o juízo da Fazenda Nacional da capital do Estado, e não o da situação da coisa, para a desapropriação promovida por empresa de energia elétrica, se a União Federal intervêm como assistente.

●STF CJ 5021-SE (DJ 14.11.1969); STJ REsp 143752-SP65 (DJ 17.12.1999).

219. Para a indenização devida a empregado que tinha direito a ser readmitido, e não foi, levam-se em conta as vantagens advindas a sua categoria no período do afastamento.

►Sobre a matéria dispõe a CLT no art. 475, com redação dada pela Lei nº 4824/65: “O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de

64 “Trata-se de entendimento pacificado no âmbito desta Casa que, havendo a cessação da lesão ou doença que ocasionou o benefício da aposentadoria por invalidez e a sua conseqüente recuperação, poderá a autarquia cancelar o benefício, sem que isto resulte em ofensa ao enunciado da Súmula 217 do STF. Nesse sentido: ‘RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CESSAÇÃO. SÚMULA 217/STF. INAPLICABILIDADE. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, não há falar em manutenção do benefício, mesmo que decorrido prazo superior a cinco anos de sua concessão. Inaplicabilidade da Súmula nº 217/STF, cuja aplicação é restrita aos benefícios concedidos antes da Lei 3.807/60 (LOPS). Recurso não conhecido.’ (RESP 164.212/PB, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJ de 05/06/2000); ‘PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CESSAÇÃO. SÚMULA 217 - STF. Constatada em exame médico a reaquisição da total capacidade de trabalho do beneficiário menor de 55 anos, o benefício merece ser cancelado, não se lhe aplicando a parte final da Súmula 217 - STF, cuja aplicação é restrita aos benefícios iniciados antes da Lei 3.807/60 (LOPS). Recurso conhecido em parte, mas desprovido.’ (RESP 187.648/PB, Rel. Min. Gilson Dipp, DJ de 13/09/1999)” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA 65 “Com razão a recorrente, pois a jurisprudência desta colenda Corte consolidou seu entendimento no sentido de que, nas ações expropriatórias movidas por concessionárias de energia elétrica, expressa é a falta de interesse da União em integrar o pólo ativo da lide e competente é a Justiça Estadual para processar e julgar o feito. Nesta linha de entendimento, configura-se os seguintes precedentes: REsp n.º204.249/SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJ 31/5/93; REsp n.º 129.058/SP, rel. Min. Peçanha Martins, DJ 13/09/99; REsp n.º 186.076/SP, rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJ 30/8/99; Ag n.º 257.127/SP, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ 11/11/99; REsp n.º 185.724/SP, rel. Min. José Delgado, DJ 22/3/99, dentre outros, este último assim ementado: ‘PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA ESTADUAL. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA (ELETROPAULO). INTERESSE DA UNIÃO FEDERAL. 1. A União Federal afirma o seu completo desinteresse em ação de desapropriação movida por concessionária de energia elétrica, pelo que há de ser reconhecida sua ilegitimidade para figurar na ação em debate. 2. O simples fato de a empresa expropriante ser concessionária de serviço público federal não desloca a competência para julgar as ações, por ela movidas, para a Justiça Federal’ (CC 4.429-SP, Rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 31/05/93).” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO

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previdência social para a efetivação do benefício. § 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.”

220. A indenização devida a empregado estável, que não é readmitido ao cessar sua aposentadoria, deve ser paga em dobro.

►Vide nota acima. 221. A transferência de estabelecimento, ou a sua extinção parcial, por

motivo que não seja de força maior, não justifica a transferência de empregado estável.

►A regra geral da transferência de empregados encontra-se no art. 469 da CLT: “Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço. § 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado. § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.” ►Quanto à indenização devida ao empregado estável, na extinção da empresa sem ocorrência de motivo de força maior, dispõe a CLT: “Art. 497 - Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de motivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro. Art. 498 - Em caso de fechamento do estabelecimento, filial ou agência, ou supressão necessária de atividade, sem ocorrência de motivo de força maior, é assegurado aos empregados estáveis, que ali exerçam suas funções, direito à indenização, na forma do artigo anterior.”

222. O princípio da identidade física do juiz não é aplicável às juntas de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho.

►Merece cancelamento. Conquanto vazado nos mesmos termos do enunciado nº 136 da Súmula do TST, ambas as disposições sumulares

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foram editadas tendo em conta à impossibilidade lógica da aplicação do princípio, vez que o órgão judicante trabalhista de primeiro grau era colegiado. Afastado o óbice, desde a vigência da Emenda Constitucional nº 25/1999, não subsiste fundamento para a não-aplicação do princípio insculpido no art. 132 do Código de Processo Civil, aplicável ao processo do trabalho a teor do art. 769 da CLT, aliás, exatamente como dispõe o verbete nº 217 do extinto TRF. ►O TRT da 4ª Região, ao que consta de forma pioneira, trata da vinculação do juiz no Provimento nº 213/200166, alterado pelo de nº 216/2003.

223. Concedida isenção de custas ao empregado, por elas não responde o sindicato que o representa em juízo.

►A matéria está regulada, no mesmo sentido, no parágrafo 1º do art. 790-A da CLT, com redação dada pela Lei 10537/2002: “Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas.”

224. Os juros da mora, nas reclamações trabalhistas, são contados desde a notificação inicial.

►Merece cancelamento. Os juros devem ser contados do ajuizamento da ação trabalhista, conf. art. 883 da CLT e art. 39 da Lei 8137/91.

225. Não é absoluto o valor probatório das anotações da Carteira Profissional. ►Vide CLT, artigos 40 e 456, e o Decreto-lei 926/69, que instituiu a Carteira de Trabalho e Previdência social, em substituição das carteiras: Profissional, de Trabalho do Menor, e, Profissional do Trabalhador Rural. ●STF RE 48359-SP (DJ 18.10.1962); STJ REsp 495237-CE67 (DJ 24.11.2003)

66 “Art. 6º - Cabe ao juiz que encerrar a instrução prolatar a sentença, mesmo quando adiada a audiência para apresentação de razões finais e/ou formalização da segunda proposta de conciliação. § 1º Reaberta a instrução para diligências relevantes ou indispensáveis à formação do convencimento, fica vinculado o magistrado que a reabriu. § 2º Devolvidos os autos ao primeiro grau para novo julgamento do processo ou ampliação do julgado, por força de anulação ou reforma da sentença em grau superior, fica vinculado ao feito o magistrado que o tiver proferido, ressalvados, além das hipóteses de morte, aposentadoria ou exoneração, os casos de promoção e remoção, bem como os de eventuais convocações para o Tribunal ou permuta para outro Regional. Em tais hipóteses, o julgamento caberá ao juiz que estiver no exercício da titularidade da unidade judiciária na data do recebimento dos autos pela secretaria. Art. 7º - As informações solicitadas em mandados de segurança, habeas corpus e reclamações correicionais serão prestadas, sempre que possível, pelo juiz no exercício da titularidade da unidade judiciária, ainda que o ato atacado promane de outro magistrado afastado da jurisdição por qualquer motivo, mormente quando devidamente fundamentado.”

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226. Na ação de desquite, os alimentos são devidos desde a inicial e não da data da decisão que os concede.

►Enunciado conforme o disposto na Lei 5478/68, parágrafo 2º do art. 13: “Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação.” ●STF AI 28115-SP (DJ 16.11.1962); STJ REsp 297555-RJ68 (DJ 04.06.2004)

227. A concordata do empregador não impede a execução de crédito nem a reclamação de empregado na Justiça do Trabalho.

►Sem aplicabilidade. A nova Lei de Falências (nº 11101/2005), que dispõe sobre a recuperação judicial e extrajudicial do empresário e da sociedade empresária, figuras substitutas da concordata preventiva, em seu art. 6º assim dispõe: “A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. [...] § 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. [...] § 4º Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial. § 5º Aplica-se o disposto no § 2º deste artigo à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o §

67 “1. As anotações feita na Carteira de Trabalho e Previdência Social gozam de presunção juris tantum, consoante preconiza o Enunciado n.º 12 do Tribunal Superior do Trabalho e da Súmula n.º 225 do Supremo Tribunal Federal.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 68 “Segundo a regra do art. 13, parágrafo 2º, da Lei nº 5.478, de 25.7.1968, ‘em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à datada citação’. Pouco ou nada importa que a ação de modificação de cláusula na separação judicial não esteja contemplada no caput do referido preceito legal. O princípio é o de que, reconhecido o direito do autor aos alimentos, são eles devidos a contar da citação. É que, a despeito de tratar-se de pedido de modificação de cláusula, possui ele também conteúdo declaratório, isto é, que o alimentando se acha necessitado desde a propositura da ação. Do contrário, não estará sendo alcançado o escopo da lei, que é o de proteger aquele que carece de prover a sua subsistência. Essa é a linha jurisprudencial de há muito adotada por este Tribunal Superior, hoje cristalizada na Súmula nº 277, relativa ao termo inicial dos alimentos na ação de investigação de paternidade.” Relator Ministro BARROS MONTEIRO

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4º deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores.”

228. Não é provisória a execução na pendência de recurso extraordinário, ou de agravo destinado a fazê-lo admitir.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao que dispõe o Código de Processo Civil em seu art. 587, com redação dada pela Lei nº 11382/2006: “É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739).” No julgamento da Pet 1243 MC-BA é referido que a súmula está revogada. ●STF Pet 1243 MC-BA69 (DJ 04.02.97).

229. A indenização acidentária não exclui a do direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à Lei 6367/76, que não exclui a culpa leve. ●STF RE-SP 177038 (DJ 09.06.2004); STJ REsp 750317-SC70 (DJ 16.08.2006)

230. A prescrição da ação de acidente do trabalho conta-se do exame pericial que comprovar a enfermidade ou verificar a natureza da incapacidade.

►Merece revisão. É a violação do direito que faz nascer para o titular a pretensão que se extingue, pela prescrição, no prazo legal, consoante dispõe o art. 189 do Código Civil. O termo inicial do prazo prescricional é a data da violação, ou seja, a data em que deixou de ser concedido o benefício a que fazia jus o segurado ou beneficiário. Como tal violação prolonga-se no tempo, renovando-se a cada pagamento não efetuado (prestação de trato sucessivo), a prescrição atinge apenas a

69 “Por isso mesmo, o Pleno do Supremo Tribunal Federal - ao repudiar a aplicação da Súmula 228, que está revogada - proclamou que, ‘Em face do novo CPC, é provisória a execução de sentença enquanto pende o julgamento do recurso extraordinário’ (RTJ 78/638).” Relator Ministro CELSO DE MELLO 70 “Por fim, a Súmula 229/STF não prevalece em nosso ordenamento jurídico, após a edição da Lei n.º 6.367/76. Nesse sentido: ‘(...) Segundo entendimento do Tribunal, a partir da edição da Lei n. 6.367/76 passou a não mais prevalecer o enunciado n. 229 da súmula/STF. Assim, possível ao empregado lesado, comprovando dolo ou culpa - ainda que leve - da empregadora, como reconhecido na espécie, exigir-lhe indenização de direito comum’ (REsp 219.840/SÁLVIO); ‘(...) Na forma de precedentes da Corte, desde a Lei n° 6.367/76 não existe dispositivo de lei federal a exigir a condenação apenas em caso de configuração da culpa grave’ (REsp 293.587/DIREITO). E ainda: REsp 579.198/CASTRO FILHO; REsp 125.948/BARROS MONTEIRO; AgRg no Ag 432.063/NANCY e REsp 535.647/CASTRO FILHO.” Relator Ministro LUIZ FUX

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pretensão às prestações vencidas antes do qüinqüênio que antecedeu à propositura da ação. O exame pericial que comprova a enfermidade ou atesta incapacidade do titular constitui o reconhecimento do direito à percepção do benefício. ●STF RE-QO 113810-RJ (DJ 23.06.1989); STJ REsp 449090-PR (DJ 28.10.2003)

231. O revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno.

●STF AC-MC 776-MT (DJ 01.06.2005); STJ Ag 967800-PR (DJ 05.03.2008).

232. Em caso de acidente do trabalho, são devidas diárias até doze meses, as quais não se confundem com a indenização acidentária, nem com o auxílio-enfermidade.

►Sem aplicabilidade. Súmula editada sob a égide do revogado Dec. 7036/44.

233. Salvo em caso de divergência qualificada (Lei 623, de 1949), não cabe recurso de embargos contra decisão que nega provimento a agravo ou não conhece de recurso extraordinário, ainda que por maioria de votos.

►Sem aplicabilidade; vide RISTF arts. 330 e seguintes. 234. São devidos honorários de advogado em ação de acidente do trabalho

julgada procedente. ►Vide súmula 110 do STJ; ●STF AI 493585-SP71 (DJ 10.11.2004); STJ REsp 537252-RJ (DJ 18.11.2003)

235. É competente para a ação de acidente do trabalho a Justiça Cível comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja parte autarquia seguradora.

►Merece ser mantida. Conquanto predomine o entendimento de que não subsiste em face da Emenda Constitucional 45/2004, conforme julgamento do CC 7204-MG72 (DJ 09.12.2005); vide s. 501 e 736 e STJ 15.

71 “[...] Ação indenizatória proposta pelo Ministério Público, no interesse do acidentado, contra o INPS. Honorários advocatícios devidos pelo réu, vencido na causa. Conhecimento e provimento do recurso extraordinário, para esse fim, recolhida, porém, a verba respectiva aos cofres públicos estaduais, no caso. Súmula nº 234. Precedentes.’ (RE nº 105.566 - SP, Rel. Exmo. Sr. Min. Sydney Sanches, RTJ de 17.12.85). Pelo exposto, somos pelo não conhecimento do presente recurso extraordinário.' Nego seguimento ao RE.’ No mesmo sentido, a Primeira Turma, ao julgar o RE 106.158/SP, DJ de 30.8.85, Relator o Ministro Oscar Corrêa, assim decidiu: ‘HONORÁRIOS DE ADVOGADO EM AÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO. SÚMULA 234. OS HONORÁRIOS DE ADVOGADO COMPÕEM A INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE, POUCO IMPORTANDO QUE A CAUSA TENHA SIDO PATROCINADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. PRECEDENTES DA CORTE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO’." Forte nos precedentes citados, nego seguimento ao agravo (art. 557, caput, do CPC).” Relator Ministro CARLOS VELLOSO.

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236. Em ação de acidente do trabalho, a autarquia seguradora não tem isenção de custas.

►Enunciado conforme verbete 178 da Súmula do STJ. 237. O usucapião pode ser argüido em defesa.

●STF AI 244279-RS (DJ 06.09.99); STJ REsp 612227-SC73 (DJ 01.02.2007)

238. Em caso de acidente do trabalho, a multa pelo retardamento da liquidação é exigível do segurador sub-rogado, ainda que autarquia.

►Sem aplicabilidade. Súmula editada na vigência do Decreto-lei 70436/44, revogado pela Lei 6367/76.

239. Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.

●STF AC 180-RN74 (DJ 02.08.2004); STJ REsp 649784-SP75 (DJ 06.03.2006)

72 “3. Nada obstante, como imperativo de política judiciária -- haja vista o significativo número de ações que já tramitaram e ainda tramitam nas instâncias ordinárias, bem como o relevante interesse social em causa --, o Plenário decidiu, por maioria, que o marco temporal da competência da Justiça trabalhista é o advento da EC 45/04. Emenda que explicitou a competência da Justiça Laboral na matéria em apreço. 4. A nova orientação alcança os processos em trâmite pela Justiça comum estadual, desde que pendentes de julgamento de mérito. É dizer: as ações que tramitam perante a Justiça comum dos Estados, com sentença de mérito anterior à promulgação da EC 45/04, lá continuam até o trânsito em julgado e correspondente execução. Quanto àquelas cujo mérito ainda não foi apreciado, hão de ser remetidas à Justiça do Trabalho, no estado em que se encontram, com total aproveitamento dos atos praticados até então. A medida se impõe, em razão das características que distinguem a Justiça comum estadual e a Justiça do Trabalho, cujos sistemas recursais, órgãos e instâncias não guardam exata correlação.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 73 “3. É de ver-se que, somente em sede de embargos declaratórios opostos contra o v. acórdão, pretenderam os recorrentes invocar, em seu favor, a prescrição aquisitiva, de que fala a Súmula 237 do STF, com fulcro nos arts. 303, do CPC e 162 do CC. Dessa forma, não foi utilizada a via adequada para tanto, uma vez que a ocorrência da usucapião, enseja a interposição de ação própria (941 do CPC), ou, como exceção à regra, admite-se que esta possa ser arguida em defesa em ação, em qualquer tipo de ação. Em relação à alegação de que poderia ser argüida em qualquer tempo, observa-se que tal prescrição é a extintiva. Assim, faz-se necessário diferenciar esses dois institutos, sendo o usucapião modalidade de aquisição de propriedade, se situando na parte especial, livro II (Direito das Coisas) do Código Civil de 1916, ao passo que a prescrição extintiva fora colocada na parte geral. Sobre esse tema, o magistério de Clóvis Beviláqua, verbis: ‘O Código denominou usucapião à prescrição aquisitiva, para evitar confusões, provenientes de certos cânones, que formam o tecido dos dois institutos: prescrição propriamente dita ou libertatória, e o usucapião ou prescrição aquisitiva” (in Código Civil dos Estados Unidos do Brasil Comentado10ª ed, vl. 3, p. 71-72). A prescrição aquisitiva, ou usucapião, de que fala a súmula 273, só pode ser argüida até a defesa, o que não aconteceu. Nesse sentido: ‘A usucapião, quando articulada como matéria de defesa, só pode ser deduzida utilmente na contestação, e não posteriormente’ (in JTJ 198/157, 210/74, RTFR 120/192, apud THEOTÔNIO NEGRÃO, "Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor", ed. Saraiva, São Paulo, 2005, nota 19c ao art. 100, p. 413).” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA

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Súmula do STF

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240. O depósito para recorrer, em ação de acidente do trabalho, é exigível do segurador sub-rogado, ainda que autarquia.

►Merece cancelamento. Norma legal inspiradora revogada. 241. A contribuição previdenciária incide sobre o abono incorporado ao

salário. ►Dispõe a CLT em seu art. 457, § 1º, com redação dada pela Lei 1999/53: “Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.”, e a LOAS (Lei 3907/60), no art. 76, com redação dada pela Lei 5890/73: “Entende-se por salário-de-contribuição: l - a remuneração efetivamente percebida, a qualquer título, para os segurados referidos nos itens I e Il do artigo 5º (empregados e titulares de firma individual, respectivamente) até o limite de 20 (vinte) vezes o maior salário-mínimo vigente no País;”

242. O agravo no auto do processo deve ser apreciado, no julgamento da apelação, ainda que o agravante não tenha apelado.

►Merece cancelamento. Extinto o agravo no auto do processo. 243. Em caso de dupla aposentadoria os proventos a cargo do IAPFESP não

são equiparáveis aos pagos pelo tesouro nacional, mas calculados a base da média salarial nos últimos doze meses de serviço.

►Merece cancelamento. Legislação inspiradora revogada. 244. A importação de máquinas de costura está isenta do imposto de

consumo. ►Merece cancelamento. Imposto extinto.

245. A imunidade parlamentar não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa.

74 “Dessa forma, a Juíza Federal da 4ª Vara da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte considerou aplicável ao caso a Súmula nº 239, segundo a qual a decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores (fls. 65/66). Destaco que tal entendimento foi confirmado pelo Tribunal Federal da 5ª Região ao negar provimento à apelação interposta, com a observação de que ‘a decisão obstaculizadora da incidência da Lei 7.689/88, obtida pelo recorrente originariamente, não tem o condão de imunizá-lo permanentemente para o futuro, bastando para tanto sobrevenha modificação no estado de fato ou de direito, como ocorreu’ (fls. 78). Ressalto que o Plenário desta Corte tem-se manifestado pela constitucionalidade da Lei no 7.689, de 1988, exceção feita aos arts. 8º e 9º (RREE 146733, 138284, 150755 e 150764).” Relator Ministro GILMAR MENDES 75 “II - O Tribunal de origem entendeu ser aplicável à espécie o verbete sumular nº 239 do STF (...) III - A sentença prolatada na referida ação reconheceu serem indevidos os valores recolhidos nos exercícios apontados ante a ausência de prova do efetivo exercício do poder de polícia, omitindo-se, entretanto, de versar sobre a legalidade ou constitucionalidade do tributo em si.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO

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Súmula do STF

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►Sobre a matéria, conquanto sem fazer referência explícita ao enunciado em tela, colhe-se do Inq-QO 1720-RJ (DJ 14-12-2001): “EMENTA: STF: competência penal originária por prerrogativa de função: atração, por conexão ou continência, do processo contra co-réus do dignitário, que, entretanto, não é absoluta, admitindo-se a separação, entre outras razões, se necessária para obviar o risco de extinção da punibilidade pela prescrição, cujo curso só se suspende em relação ao titular da imunidade parlamentar, desde a data do pedido de licença prévia: jurisprudência do Supremo Tribunal.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE

246. Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos.

●STF RHC 64272-SP (DJ 14.11.1986); STJ RHC 21210-SP76 (DJ 03.09.2007)

247. O Relator não admitirá os embargos da Lei 623, de 19.2.49, nem deles conhecerá o Supremo Tribunal Federal, quando houver jurisprudência firme do plenário no mesmo sentido da decisão embargada.

►Enunciado em conformidade com o RISTF, art. 332: “Não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver firmada no sentido da decisão embargada, salvo o disposto no art. 103 (revisão de jurisprudência).”; V. súmula 168 do STJ. ●STF RE-AgR-ED-EDv-Agr 433257-SC (DJ 16.02.2007); STJ EREsp 329653-PE (DJ 25.08.2003).

248. É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal, para mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.

►Enunciado em conformidade com o disposto na CF/88, art. 102, I, alínea ‘d’.

249. É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória quando, embora não tendo conhecido do recurso extraordinário, ou havendo negado provimento ao agravo, tiver apreciado a questão federal controvertida.

►Vide súmula 515. ●STF Rcl 2314-PR77 (DJ 09.06.2006); STJ REsp 875009-RS78 (DJ 07.02.2007)

76 “II - De acordo com o magistério jurisprudencial, se os dados, objetivamente, indicam que o cheque não foi emitido para pagamento à vista, não há que se perquirir acerca do ilícito penal insculpido no art. 171, § 2º, inciso VI do C. Penal. Sem fraude a matéria deixa de ter interesse penal (Súmula nº 246-STF).” Relator Ministro FÉLIX FISCHER 77 “Reclamação. 2. Ação Rescisória processada perante o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, com alegada usurpação de competência do Supremo Tribunal Federal. 3. Questão

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Súmula do STF

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250. A intervenção da União desloca o processo do juízo cível comum para o fazendário.

►Sem aplicabilidade. 251. Responde a Rede Ferroviária Federal S.A. perante o foro comum e não

perante o Juízo Especial da Fazenda Nacional, a menos que a União intervenha na causa.

►Vide súmulas 517 do STF e 42 do STJ. ●STF CC 6208-RJ (DJ 15.02.1980); STJ CC 40145-SP79 (DJ 28.02.2005).

252. Na ação rescisória, não estão impedidos juízes que participaram do julgamento rescindendo.

●STF AI 26178-SE (DJ 01.06.1962); STJ EDcl no RMS 14865-RJ80 (24.02.2003).

federal enfrentada na decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento. 4. Aplicação da Súmula 249 do STF. 5. Procedência da ação.” Relator Ministro GILMAR MENDES 78 “O STJ vem se manifestando no sentido de que a propositura equivocada da ação rescisória perante juízo que não foi o prolator da última decisão de mérito acarreta sua extinção, sem julgamento do mérito, sendo inaplicável à espécie o teor do art. 113, § 2º do CPC. Nesse sentido, colho os seguintes julgados de ambas as Turmas de Direito Público: [...] PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RESCISÓRIA. PROPOSITURA NO TRIBUNAL A QUO. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DESTE STJ. EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. ART. 113, § 2º, DO CPC. REMESSA AO TRIBUNAL COMPETENTE. IMPOSSIBILIDADE. I - Verificou-se que a decisão proferida pelo em. Ministro Milton Luiz Pereira, nos autos do AG nº 282.029/PR, apesar de negar provimento ao recurso, efetivamente adentrara na questão federal controvertida, sendo, portanto, de competência desta Corte Superior o exame de ação rescisória daquele julgado. Incidência do enunciado sumular nº 249 do STF.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 79 “Dispõe a Súmula 42 do STJ: ‘Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.’ Assim é que a Primeira Seção firmou posicionamento no sentido que nas hipóteses em que a União intervir como assistente ou oponente, as ações das sociedades de economia mista deverão ser ajuizadas perante a Justiça Federal, nos termos do Enunciado 517 da Súmula do STF ("As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente."). Portanto, a simples ''federalização'' da sociedade de economia mista não atrai a competência da Justiça Federal. Por outro lado, especificamente sobre as ações em que é parte a Rede Ferroviária Federal S/A, assentou o Pretório Excelso que: ‘Súmula 251. Responde a Rede Ferroviária Federal S.A. perante o foro comum e não perante o juízo especial da Fazenda Nacional, a menos que a União intervenha na causa’." Relator Ministro LUIZ FUX 80 “É assente na Súmula 252 do STF que não estão impedidos para o recurso os juízes que compuseram o órgão prolator da decisão recorrida, em face da natureza subjetivamente complexa da decisão. Ubi eadem ratio ibi eadem dispositio. Não há impedimento do relator que compôs órgão fracionário que julgou o originário mandado de segurança cuja execução do provimento desafiou outro writ ora submetido à cognição do Tribunal através de recurso ordinário.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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253. Nos embargos da Lei 623, de 19.02.1949, no Supremo Tribunal Federal, a divergência somente será acolhida, se tiver sido indicada na petição de recurso extraordinário.

►Sem aplicabilidade. 254. Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido

inicial ou a condenação. ►Enunciado conforme CPC, art. 293: “Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.” ●STF RE 162890-SC81 (DJ 19.09.1997); STJ REsp 543476-RN (DJ 21.03.2006)

255. Sendo líquida a obrigação, os juros moratórios, contra a Fazenda Pública, incluídas as autarquias, são contados do trânsito em julgado da sentença de liquidação.

►Merece cancelamento. Não subsiste desde o advento da Lei 4414/64, conforme RE 74244-PR.

256. É dispensável pedido expresso para condenação do réu em honorários, com fundamento nos arts. 63 ou 64 do Código de Processo Civil.

●STF RE-ED 372396-MS82 (23.09.2003); STJ EDcl-REsp 85303-SP (DJ 06.12.2006)

257. São cabíveis honorários de advogado na ação regressiva do segurador contra o causador do dano.

258. É admissível reconvenção em ação declaratória. 259. Para produzir efeito em juízo não é necessária a inscrição, no registro

público, de documentos de procedência estrangeira, autenticados por via consular.

●STF AI-AgR 124962-GO (DJ 17.03.1989); STJ AgRg-Ag 770872 (DJ 24.10.2006)

81 “Mesmo não tendo constado da decisão condenatória a incidência de juros moratórios, a inclusão pode ser feita de ofício em qualquer momento da execução (Súmula 254).” Relator Ministro ILMAR GALVÃO 82 “É que não há necessidade de pedido explícito de inversão dos ônus de sucumbência na petição do recurso extraordinário, conforme orientação da Súmula 256 deste Tribunal. Nesse sentido o STF fixou orientação: ‘DECISÃO QUE PROVEU RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROCLAMANDO QUE A REGRA DO ART. 192, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO É DE EFICÁCIA PLENA E DETERMINANDO A INVERSÃO, NO PONTO, DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. ALEGADA APRECIAÇÃO, POR PARTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DE QUESTÃO NÃO SUSCITADA PELOS RECORRENTES, RELATIVA À REDISTRIBUIÇÃO DOS MENCIONADOS ÔNUS. Não havendo necessidade de pedido expresso para condenação em custas e honorários advocatícios, descabida a pretensão dos agravantes de manutenção da distribuição de ônus fixada pelo Tribunal a quo. Agravo regimental desprovido.’ (AGRRE 281.744, ILMAR, DJU de 04.5.2001)” Relator Ministro NELSON JOBIM

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Súmula do STF

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260. O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os litigantes.

●STF RE 100498-SP (DJ 16.03.1984); STJ Ag 540716-SP (DJ 19.12.2003).

261. Para a ação de indenização, em caso de avaria, é dispensável que a vistoria se faça judicialmente.

●STF RE 108950-RS (DJ 26.06.1992); STJ REsp 813548-RS (DJ 17.03.2006)

262. Não cabe medida possessória liminar para liberação alfandegária de automóvel.

►Enunciado conforme o disposto na vigente Lei 2770/56. 263. O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião.

►Desde que esteja no exercício da posse quando da propositura da ação, segundo entendimento predominante no STJ. ●STF RE 98801-ES (DJ 06.09.1984); STJ Ag 642675-MG (DJ 07.06.2005).

264. Verifica-se a prescrição intercorrente pela paralisação da ação rescisória por mais de cinco anos.

►Merece revisão. Na vigência do atual CPC, o prazo foi reduzido para dois anos, conforme RE 103363-PR. ●STF RE 103363-PR83 (DJ 30.08.1985); STJ AR 3200-SP84 (DJ 28.11.2005)

265. Na apuração de haveres, não prevalece o balanço não aprovado pelo sócio falecido ou que se retirou.

● STJ Ag 958820-SP (DJ 18.04.2008); STJ REsp 130617-AM85 (DJ 14. 11.2005).

83 “AÇÃO RESCISÓRIA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. SÚMULA 264. - A circunstância de o atual Código de Processo Civil ter especificado melhor que a legislação anterior qual seja a natureza jurídica do prazo para propor ação rescisória, no sentido de que não é de prescrição mas de decadência, não tornou superada a Súmula 264, segundo a qual se verifica a prescrição intercorrente pela paralisação da ação rescisória por mais de cinco anos, prazo agora reduzido para dois. Recurso Extraordinário conhecido e provido.“ Relator Ministro SOARES MUNOZ 84 “Importante ressaltar a ocorrência da prescrição intercorrente, eis que, nos termos do Enunciado nº. 264 da Súmula do STF, a presente Ação Rescisória esteve paralisada por mais de cinco anos, pois foi proposta perante tribunal incompetente para o julgamento do feito, o que, in casu, caracteriza erro grosseiro, haja vista a patente competência do STJ. Em razão disto (erro grosseiro), não aproveita ao INSS a alegação de demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.” Relator Ministro FELIX FISCHER 85 “III. Afastado o sócio minoritário por desavenças com os demais, admite-se que a apuração dos haveres se faça pelo levantamento concreto do patrimônio empresarial, incluído o fundo de comércio, e não, exclusivamente, com base no último balanço patrimonial aprovado antes da ruptura social.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR

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Súmula do STF

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266. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. ►Mitigada (distinguishing) no MS 26595 MC - DF86 (DJ 18.05.2007). ●STF MS 26281 MC-DF87 (DJ 01.02.2007); STJ MC 12246-DF88 (DJ 24.10.2006)

86 “Impõe-se, todavia, num primeiro momento, tecer algumas considerações a respeito do cabimento do presente mandado de segurança, impetrado contra Resolução que possui, indiscutivelmente, natureza eminentemente normativa, por ser dotado dos atributos de generalidade, abstração e impessoalidade. Não se desconhece a orientação do Supremo Tribunal Federal, cristalizada na Súmula 266, no sentido do não-cabimento de mandado de segurança contra lei ou ato normativo em tese, uma vez que ineptos para provocar lesão a direito líquido e certo. Segundo esse entendimento, a concretização de ato administrativo com base na lei poderá viabilizar a impugnação, com pedido de declaração de inconstitucionalidade da norma questionada. Embora seja uma medida compreensível no contexto do sistema difuso, é certo que o sistema de proteção jurídica sofreu profunda alteração com o advento da Constituição de 1988. Assim, é de se indagar se ainda subsistem razões para a mantença dessa orientação restritiva, pelo menos em relação àquelas leis das quais decorrem efeitos diretos e imediatos para as diversas posições jurídicas. No âmbito da Corte Constitucional alemã tem-se mitigado o significado do princípio da subsidiariedade aplicável ao recurso constitucional (Verfassungsbeschwerde) para admitir a impugnação de leis que afetem posições jurídicas de forma direta, desde que não se afigure razoável aguardar a exaustão das instâncias. Reconhece-se, por outro lado, que leis que alteram a denominação de cargos ou proíbem o exercício de uma profissão no futuro são dotadas de eficácia imediata e mostram-se aptas para afetar direito subjetivo e, por isso, podem ser impugnadas diretamente. Assim, em tais casos, afigura-se razoável a superação da súmula referida ou, pelo menos, que se adote um distinguishing para afirmar que as leis que afetam posições jurídicas de forma imediata poderão ser impugnadas em mandado de segurança. Entendo ser exatamente o caso dos presentes autos. Nele, tem-se um ato normativo que, ao dirigir expressa proibição aos membros do Parquet, alcançou, de maneira direta e imediata, a posição jurídica do impetrante, promotor de justiça e ocupante do cargo de Secretário de Estado do Poder Executivo amapaense. Mostra-se inteiramente supérfluo o aguardo de novo ato administrativo para que a impugnação se viabilize, uma vez que a Resolução contestada, por si só, tem força suficiente para impor ao impetrante as vedações nela contidas.” Relatora Ministra CARMEM LÚCIA 87 “Vê-se, portanto, que os preceitos inscritos em tal diploma normativo traduzem ato em tese, cujo coeficiente de normatividade e de generalidade abstrata impedem, na linha de diretriz jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal Federal (Súmula 266), a válida utilização do remédio constitucional do mandado de segurança: ‘Não se revelam sindicáveis, pela via jurídico-processual do mandado de segurança, os atos em tese, assim considerados aqueles (...) que dispõem sobre situações gerais e impessoais, que têm alcance genérico e que disciplinam hipóteses neles abstratamente previstas. Precedentes. Súmula 266/STF.’ (RTJ 180/942-943, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Cumpre enfatizar, neste ponto, que normas em tese - assim entendidos os preceitos estatais qualificados em função do tríplice atributo da generalidade, impessoalidade e abstração - não se expõem ao controle jurisdicional pela via do mandado de segurança, cuja utilização deverá recair, unicamente, sobre os atos destinados a dar aplicação concreta ao que se contiver nas leis, em seus equivalentes constitucionais ou, como na espécie, em regramentos administrativos de conteúdo normativo, consoante adverte o magistério da doutrina (HELY LOPES MEIRELLES, "Mandado de Segurança", p. 40/41, 28ª ed., 2005, atualizada por Arnoldo Wald e Gilmar Ferreira Mendes, Malheiros; ALFREDO BUZAID, "Do Mandado de Segurança", vol. I/126-129, itens ns. 5/6, 1989, Saraiva; CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, "Manual do Mandado de Segurança", p. 41/43, 3ª ed., 1999, Renovar;

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Súmula do STF

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267. Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.

►Merece revisão. A garantia fundamental do mandado de segurança (art. 5º, LXIX) é norma constitucional de eficácia plena. O legislador constituinte não deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas anunciados. Deflui que disposições legais restritivas ao manejo do remédio constitucional anteriores à CF/88, não foram recepcionadas, orientações jurisprudenciais restritivas não subsistem, e quaisquer delas, posteriores às CF/88, são inconstitucionais, como, s.m.j., é o art. 5º do novel diploma regente (Lei 12016 de 07/08/2009). ►Na vigência da atual Constituição da República a regra válida para fins de aferição do cabimento do valioso instrumento de liberdade civil e política é dada pela própria Constituição: cabe mandado de segurança sempre que autoridade pública, ou agente delegado, praticar ato reputado ilegal ou abusivo de poder, e não for hipótese de habeas corpus ou habeas data. ●STF MS-AgR 26913-DF (02.02.2007); STJ RMS 23310-AM (DJ 15.02.2007).

268. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.

►Merece revisão. A Constituição Federal não impõe tal restrição. Sentença judicial, transitada em julgado ou não, é ato praticado por autoridade pública, portanto, conforme dita a CF/88, se for ilegal, não

FRANCISCO ANTONIO DE OLIVEIRA, "Mandado de Segurança e Controle Jurisdicional", p. 28/29, item n. 2.1.1, 2ª ed., 1996, RT).” Relator Ministro CELSO DE MELLO 88 “Lecionando sobre o tema, ao comentar a Súmula 261 [sic] do STF, Roberto Rosas: ‘266. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. A Constituição dá o mandado de segurança para proteger direito líquido e certo ameaçado por ilegalidade ou abuso de poder da autoridade. Portanto, o ato negativo ou comissivo constituir-se-á em oportunidade para a impetração. Se a lei é constitucional, necessário se faz aguardar o ato da autoridade eivado de ilegalidade ou abuso de poder. Se é inconstitucional, o caminho é a representação, e não o mandado de segurança (RTJ 43/359, 46/1, 47/654, 41/334, 54/71 e 62/774). O Tribunal de Justiça concedeu segurança para corrigir injustiças da lei em tese (RTJ 71/918). Ocorre, no entanto, que, em certos casos, a lei inquinada ofende direito subjetivo, líquido e certo; logo, cabe o mandado de segurança contra essa lei em tese (RTJ 43/359, 46/1, 110/77, 109/925, 108/81 e 47/654; RE 81.847, RTJ 90/518). Não cabe o mandado de segurança quando o decreto revela-se ato normativo, ou com efeito normativo. Ao contrário, se é ato administrativo, com efeitos concretos, é possível o mandado de segurança (MS 21.125, RTJ 138/756) (Carlos Alberto Menezes Direito, Manual do Mandado de Segurança, 3a ed., p. 32)’.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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sendo hipótese de habeas corpus, é passível de ataque por mandado de segurança. Vide nota à súmula 267. ►Neste sentido: “Mandado de segurança. Ato jurisdicional. Terceiro. Inaplicabilidade do entendimento que exige seja interposto recurso, exista risco de dano irreparável ou se trate de decisão teratológica. Tais exigências aplicam-se a quem é parte e, em princípio, deve valer-se dos recursos previstos nas leis de processo. Fraude de execução não reconhecida. Mandado de segurança concedido.” Relator Ministro NILSON NAVES (RMS 8232-SP, DJ 19.03.2000) ●STF MS-AgR 25831-DF (09.02.2007); STJ RMS 20191-AM (DJ 05.05.2006).

269. O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. ●STF RMS-AgR 25129-DF (DJ 16.02.2007); STJ REsp 892343-SP (DJ 29.11.2006).

270. Não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento da Lei 3.780, de 12 de julho de 1960, que envolva exame de prova ou de situação funcional complexa.

►Merece cancelamento. Na vigência da atual Constituição da República a regra válida para fins de aferição do cabimento do valioso instrumento de liberdade civil e política é dada pela própria Constituição: cabe mandado de segurança sempre que autoridade pública, ou agente delegado, praticar ato reputado ilegal ou abusivo de poder, e não for hipótese de habeas corpus ou habeas data. ●STF RE 332250-RS89 (DJ 18.10.2004); STJ 448282-RS90 (DJ 20.10.2003).

271. Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.

●STF RE 439868-PE (DJ 30.11.2005); STJ Ag 838554-SP91 (DJ 15.02.2007)

89 “4. Incabível recurso extraordinário para reapreciar reclassificação de cargos, decidida em mandado de segurança. Súmula 270.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 90 “1. O mandado de segurança não é a via adequada para a verificação controvertida acerca do enquadramento da empresa recorrida como contribuinte do tributo previsto no artigo 31 da lei 8212/91 com a redação dada pela lei 9711/98, porquanto representa questões de fato que demanda dilação probatória. Aplicação analógica da Súmula nº 270 do STF: isto porque havendo necessidade de avaliação da atividade da empresa à luz do contrato e das atividades fáticas, não há direito líquido e certo.” Relator Ministro LUIZ FUX 91 “O acórdão recorrido está em consonância com o entendimento desta Corte, firmado no sentido de que a impetração do mandado de segurança, com o fim de se impugnar ato administrativo que ilegalmente indeferiu a concessão da conversão em pecúnia de período de

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Súmula do STF

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272. Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão denegatória de mandado de segurança.

►Vide súmula 281. ●STF RE 57771-MG (DJ 24.06.1966); STJ Ag 792385-SP92 (DJ 02.02.2007)

273. Nos embargos da Lei 623, de 19/02/1949, a divergência sobre questão prejudicial ou preliminar, suscitada após a interposição do recurso extraordinário, ou do agravo, somente será acolhida se o acórdão-padrão for anterior à decisão embargada.

►Vide súmula 598 e RE-ED 233766-RS93 (DJ 04.09.2000), conquanto não mencione expressamente o verbete 273.

274. É inconstitucional a taxa de serviço contra fogo cobrada pelo Estado de Pernambuco.

►Cancelada pela súmula 549. 275. Está sujeita a recurso “ex officio” sentença concessiva de

reajustamento pecuário anterior à vigência da Lei 2.804, de 25 de junho de 1956.

►Sem aplicabilidade. 276. Não cabe recurso de revista em ação executiva fiscal.

►Sem aplicabilidade. 277. São cabíveis embargos, em favor da Fazenda Pública, em ação

executiva Fiscal, não sendo unânime a decisão. ►Merece cancelamento. Não subsiste desde a vigência do Código de Processo Civil atual, conforme o julgamento do recurso extraordinário abaixo: ● STF RE 91444-SP (DJ 27.02.1981).

licença-prêmio não gozadas pelo Recorrido, não se apresenta como substituto de ação de cobrança.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 92 “2. Merece ser mantida a decisão agravada. Com efeito, cuidando-se de acórdão denegatório de mandado de segurança de competência originária de Tribunal de Justiça, sua impugnação deve ser veiculada por meio de recurso ordinário, nos termos da previsão do art. 105, II, b, da Constituição. A interposição de recurso especial, no lugar do cabível recurso ordinário, constitui erro grosseiro, inviabilizando o recebimento do recurso com base no princípio da fungibilidade.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 93 5. Por outro lado, o fato de a matéria estar submetida ao crivo do Tribunal Pleno não autoriza a admissão desses embargos nem a determinação para que esses sejam sobrestados. Para caracterizar a divergência, a decisão embargada há de ser posterior ao entendimento contido no aresto trazido como paradigma (EVRE nº 170.386, Sydney Sanches, DJU de 03.4.98). Desse modo, a eventual procedência dos extraordinários afetados ao Plenário desta Corte não tem o condão de subverter os fundamentos da decisão embargada. Ante o exposto, com base no artigo 21, § 1º, e 335 do RISTF, não admito os embargos de divergência. Relator Ministro MAURÍCIO CORRÊA

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Súmula do STF

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278. São cabíveis embargos em ação executiva fiscal contra decisão reformatória da de primeira instância, ainda que unânime.

►Merece cancelamento. A orientação não se coaduna com o Código de Processo Civil, cujo art. 530 assim preceitua: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.”

279. Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. ►Cabe RE para impugnar a inexata valoração da prova. ●STF AI-AgR 548648-SP (DJ 16.02.2007); STJ RE-Edcl-AgRg-CC 055636 (DJ 01.09.2006)

280. Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário. ●STF AI-AgR 576770-RS (DJ 09.02.2007); STJ REsp 591239-RS94 (DJ 02.02.2007).

281. É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.

●STF RE-AgR 449775-ES95 (DJ 16.02.2007); STJ AgRg-EDcl-REsp 848452-SP96 (DJ 05.02.2007).

282. É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada.

►Vide súmula 356. ●STF AI 586564-SC97 (DJ 14.02.2007); STJ REsp 853622-RS (DJ 15.02.2007).

94 “2. O recurso especial não é a via adequada para apreciar alegada violação de dispositivo de Atos das Disposições Constitucionais Transitórias de Constituição Estadual, por não se estar diante do conceito de "lei federal" abrangido pelo art. 105, III, "a", da CF. Incidência do enunciado 280 do STF.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 95 “EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NÃO CONHECE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SÚMULA 281 DO STF. I - Recurso extraordinário interposto contra decisão monocrática que não conhece dos embargos de declaração, sendo ainda cabível o recurso de agravo previsto no art. 557, § 1º, do CPC. Ante a ausência de decisão de única ou última instância, incide o óbice da Súmula 281 do STF. II - Agravo não provido.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 96 “Cabe agravo interno contra a decisão unipessoal após o julgamento colegiado de embargos declaratórios, pois a oposição de embargos interrompe o prazo para interposição de outros recursos (CPC, Art. 538). Não cabe recurso especial interposto após acórdão de embargos declaratórios dirigidos a decisão unipessoal. Incidência da Súmula 281/STF.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 97 “Conforme asseverou a decisão agravada, além de ausente o indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal), a ofensa à Constituição, se ocorresse, seria indireta ou reflexa, que não enseja reexame em recurso extraordinário. Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE

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Súmula do STF

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283. É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.

●STF RE-AgR 477977-MT (DJ 09.02.2007); STJ AgRg-REsp 870024-RS (DJ 01.02.2007).

284. É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.

●STF RMS-AgR 25954-DF (DJ 09.02.2007); STJ REsp 504766-SC98 (DJ 06.02.2007).

285. Não sendo razoável a argüição de inconstitucionalidade, não se conhece do recurso extraordinário fundado na letra "c" do art. 101, i, da Constituição.

►O princípio vale para o atual art. 102, III, alínea ‘c’, da CF. ●STF AI 152784-RS99 (DJ 20.08.99); STJ Ag 609777-RJ100 (DJ 07.10.2004).

286. Não se conhece do recurso extraordinário fundado em divergência jurisprudencial, quando a orientação do plenário do Supremo Tribunal Federal já se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.

►Merece cancelamento. Vide súmula 83 do STJ. ●STF RE 304024-RJ (DJ 25.11.2004); STJ HC 59746-RJ (DJ 13.11.2006).

287. Nega-se provimento do agravo quando a deficiência na sua fundamentação, ou na do recurso extraordinário, não permitir a exata compreensão da controvérsia.

●STF AI 407427-SP101 (DJ 20.06.2006); STJ RE-Ag 544264-RJ (DJ 23.06.2006).

98 “1. Alegação genérica de ofensa a lei federal não é suficiente para delimitar a controvérsia, sendo necessária a especificação do dispositivo legal considerado violado (Súmula n. 284 do STF).” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 99 "Súmula 285 - Não sendo razoável a argüição de inconstitucionalidade, não se conhece do recurso extraordinário fundamento na letra 'c' do artigo 102, III, da Constituição Federal." Relator Ministro NELSON JOBIM 100 “Não existe a menor relação entre os fundamentos do Recorrente e a norma processual por ele destacada, carecendo o recurso especial de mínima razoabilidade. Aplicável, por simetria, o óbice da Súmula 285 do STF.” Relator Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO 101 “2. Inviável o recurso. Era ônus da parte ora agravante impugnar todos os fundamentos constitucionais do acórdão recorrido para demonstrar a admissibilidade do recurso. Dele não se desincumbiu, pois as razões do recurso extraordinário constituem cópia fiel das deduzidas no recurso especial, no qual só se argüia matéria infraconstitucional. E, como tal, é inepto o recurso extraordinário e inviável o agravo, nos termos da súmula 287.” Relator Ministro CEZAR PELUSO

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Súmula do STF

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288. Nega-se provimento a agravo para subida de recurso extraordinário, quando faltar no traslado o despacho agravado, a decisão recorrida, a petição de recurso extraordinário ou qualquer peça essencial a compreensão da controvérsia.

►Trata-se de orientação de cunho processual aplicável no âmbito do STF. A Suprema Corte já assentou que “o verbete de nº 288 só tem pertinência aos agravos interpostos para apreciação por esta Corte, não devendo ser observado, ou mesmo ser tido como inspiração, quando o referido recurso é oposto contra decisão de juiz de primeiro grau para o competente Tribunal de segundo grau” (conf. AI-AgR 133580-PR). ►Vide súmula 639 e súmula 223 do STJ; ●STF AI-AgR 703500-SC102 (DJe 26.09.2008); STJ Ag 1052134-SP103 (DJe 18.08.2008).

289. O provimento do agravo, por uma das turmas do Supremo Tribunal Federal, ainda que sem ressalva, não prejudica a questão do cabimento do recurso extraordinário.

►Tanto o STF quanto o STJ admitem agravo regimental da decisão que determina a subida de recurso, diante da ausência de pressuposto formal. ► Vide súmulas 300 e 599. ●STF AI-AgR 266450-MG104 (DJ 07.10.2005); STJ AgRg-Ag 870089-SP105 (DJe 15.09.2008).

290. Nos embargos da Lei 623, de 19.02.1949, a prova de divergência far-se-á por certidão, ou mediante indicação do “Diário da Justiça” ou de repertório de jurisprudência autorizado, que a tenha publicado, com a

102 “É imperioso advertir ser ônus da parte agravante promover a integral e oportuna formação do instrumento, sendo vedado posterior aditamento, que permita a cognição do recurso.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 103 “1. A ausência no agravo de instrumento de peça de colação obrigatória (cópias da decisão agravada e da certidão da respectiva intimação) acarreta o seu não conhecimento, não havendo lugar para a conversão em diligência, seja nas instâncias ordinárias, seja na instância especial.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES 104 “EMENTA: RECURSO. Agravo de regimental. Interposição contra decisão que provê agravo de instrumento regular, para subida do extraordinário. Inexistência de preclusão e de prejuízo. Agravo não conhecido. Aplicação da súmula 289. Da decisão que provê agravo de instrumento para subida e melhor exame do recurso extraordinário, não cabe agravo regimental, salvo quando se afirme incognoscível o agravo de instrumento.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 105 “1. A jurisprudência consolidada nesta Corte é no sentido de que não cabe agravo regimental contra decisão que dá provimento a agravo de instrumento para determinar a subida do recurso especial, nos termos do art. 258, § 2.º, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, salvo se a insurgência se referir aos requisitos formais do recurso, o que não é a hipótese dos autos.” Relatora Ministra LAURITA VAZ

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Súmula do STF

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transcrição do trecho que configure a divergência, mencionadas as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

►Vide: art. 330 e ss. do RISTF; súmulas 247 e 353; CPC, art. 541, § ú., com redação dada pela Lei 11341/2006, admitindo a utilização da mídia eletrônica. ●STF RE-EDv-AgR 212502-SP (DJ 17.12.2004); STJ EREsp 649061-SP106 (DJ 15.02.2007).

291. No recurso extraordinário pela letra “d” do art. 101, número III, da Constituição, a prova do dissídio jurisprudencial far-se-á por certidão, ou mediante indicação do “diário da justiça” ou de repertório de jurisprudência autorizado, com a transcrição do trecho que configure a divergência, mencionadas as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

►O princípio vale para o atual art. 105, III, alínea ‘c’; vide nota à súmula 290. ●STF RE-AgR 359106-PR107 (DJ 06.08.2004); STJ REsp 878931-RS (DJ 13.02.2007).

292. Interposto o recurso extraordinário por mais de um dos fundamentos indicados no art. 101, III, da Constituição, a admissão apenas por um deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer dos outros.

►O princípio vale para o atual art. 102, III; vide súmula 528. ●STF AI 529425-DF108 (DJ 01.12.2005); STJ Ag 705156-SP (27.09.2005).

106 “Não havendo similitude fática, a embargante não logrou transcrever os trechos dos acórdãos que configurariam o dissídio, mencionando as circunstâncias que identificariam ou assemelhariam os casos confrontados, nos termos do art. 255, § 2º, do RI/STJ. Caracteriza-se a divergência jurisprudencial quando, da realização do cotejo analítico entre os acórdãos paradigma e recorrido, verifica-se a adoção de soluções diversas a litígios semelhantes.” Relator Ministro HERMANN BENJAMIN 107 EMENTA: 1. Motivação dos julgados (CF., art. 93, IX): validade da decisão que se cinge à invocação de jurisprudência pacífica corroborada posteriormente em enunciado de Súmula: inexistência de violação à exigência constitucional. 2. Recurso extraordinário: fundamentação deficiente: necessidade de que a sua interposição enuncie e discuta os fundamentos da decisão recorrida. Se a decisão recorrida se limita, à guisa de motivação, à invocação de Súmula da jurisprudência do próprio ou de outro Tribunal, é necessário que o RE se dirija contra a fundamentação dos precedentes em que se alicerça o enunciado e junte cópia deles, ou pelo menos - se se cuida de tribunal de jurisdição nacional e a exemplo do que se exigia ao tempo do RE por dissídio de julgados (Súmula 291) - que indique o repertório de jurisprudência autorizado que os tenha publicado; é que os fundamentos dos precedentes incluídos na referência da Súmula aplicada se consideram acolhidos, como razão de decidir, pela decisão recorrida. Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 108 “Não obstante tenha o tribunal a quo admitido parcialmente o recurso extraordinário, é certo que não fica o Supremo Tribunal Federal impedido de apreciar integralmente as questões constitucionais postas no recurso, sem necessidade de interposição de agravo de instrumento. Incidem, na espécie, as Súmulas 292 e 528-STF.” Relator Ministro CARLOS VELLOSO

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293. São inadmissíveis embargos infringentes contra decisão em matéria constitucional submetida ao plenário dos tribunais.

●STF AI 457177-DF (DJ 23.06.2005); STJ Ag 753601-RS (DJ 18.04.2006).

294. São inadmissíveis embargos infringentes contra decisão do Supremo Tribunal Federal em mandado de segurança.

►Vide súmula 597 do STF e 169 do STJ. 295. São inadmissíveis embargos infringentes contra decisão unânime do

Supremo Tribunal Federal em ação rescisória. ►Enunciado conforme o disposto no art. 333 do RISTF. Quanto à matéria, o atual CPC assim dispõe no art. 530: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.”

296. São inadmissíveis embargos infringentes sobre matéria não ventilada, pela turma, no julgamento do recurso extraordinário.

►Sem aplicabilidade, por ausência de lógica, frente ao atual sistema. 297. Oficiais e praças das milícias dos estados no exercício de função

policial civil não são considerados militares para efeitos penais, sendo competente a Justiça comum para julgar os crimes cometidos por ou contra eles.

►Merece cancelamento. Enunciado incompatível com o art. 125, § 4º da CF/88, que assim dispõe: “Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.”

298. O legislador ordinário só pode sujeitar civis à Justiça Militar, em tempo de paz, nos crimes contra a segurança externa do país ou às instituições militares.

►Sem aplicabilidade. Vide art. 124, CF/88. 299. O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo processo

de mandado de segurança, ou de “habeas-corpus”, serão julgados conjuntamente pelo Tribunal Pleno.

►Sem aplicabilidade. ●STF HC 88247-RJ109 (DJ 22.03.2006);

109 “O recurso ordinário a que aludem o art. 310 RISTF e Súmula 299 é aquele único, admitido pelo art. 102, contra decisões de única instância denegatórias de 'habeas corpus', quando

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300. São incabíveis os embargos da Lei 623, de 19.02.1949, contra provimento de agravo para subida de recurso extraordinário.

►Não discrepa do disposto no art. 530 do CPC, assim como foi referido na nota à súmula 295.

301. Por crime de responsabilidade, o procedimento penal contra Prefeito Municipal fica condicionado ao seu afastamento do cargo por “impeachment”, ou a cessação do exercício por outro motivo.

►Cancelada, no julgamento do HC 49038-AM (RTJ 61/619), ante o advento do Decreto 201/67, que não dispõe obrigatório o afastamento do prefeito.

302. Está isenta da taxa de previdência social a importação de petróleo bruto.

►Sem aplicabilidade. 303. Não é devido o imposto federal de selo em contrato firmado com

autarquia anteriormente à vigência da Emenda Constitucional número 5, de 21 de novembro de 1961.

►Sem aplicabilidade. 304. Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa

julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria. ►Dispõe a Lei 12016/2009, art. 19: “A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.” ●STF RMS 22367-DF (DJ 02.08.1996); STJ AR 1220-SP110 (DJe 28.05.2008).

305. Acordo de desquite ratificado por ambos os cônjuges não é retratável unilateralmente.

►Merece revisão. Sobre a matéria dispõe o Código de Processo Civil, art. 1.122: “Apresentada a petição ao juiz, este verificará se ela preenche os requisitos exigidos nos dois artigos antecedentes; em seguida, ouvirá os cônjuges sobre os motivos da separação consensual, esclarecendo-lhes as conseqüências da manifestação de vontade. § 1º - Convencendo-se o juiz de que ambos, livremente e sem hesitações, desejam a separação consensual, mandará reduzir a termo as

emanadas de Tribunais Superiores, jamais, de Turma do Supremo Tribunal Federal." Relator Ministro CELSO DE MELLO 110 “5. Em mandado de segurança, se a sentença denegatória apreciou o mérito da causa, há coisa julgada sobre a matéria, não podendo a mesma questão ser reapreciada em ação ordinária. Não-aplicação da Súmula 304/STF. Precedentes.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

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Súmula do STF

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declarações e, depois de ouvir o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o homologará; em caso contrário, marcar-lhes-á dia e hora, com 15 (quinze) a 30 (trinta) dias de intervalo, para que voltem a fim de ratificar o pedido de separação consensual. § 2º - Se qualquer dos cônjuges não comparecer à audiência designada ou não ratificar o pedido, o juiz mandará autuar a petição e documentos e arquivar o processo.”

306. As taxas de recuperação econômica e de assistência hospitalar de Minas Gerais são legítimas, quando incidem sobre matéria tributável pelo Estado.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma.

307. É devido o adicional de serviço insalubre, calculado à base do salário mínimo da região, ainda que a remuneração contratual seja superior ao salário mínimo acrescido da taxa de insalubridade.

►Merece cancelamento. Sobre o tema foi editada, em 09/05/2008, a súmula vinculante nº 4: “Salvo os casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial”. ►Conforme a súmula nº 228 do TST, com redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em 26.06.2008, “A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.” ►A súmula 228 do TST foi suspensa pelo STF em 15/07/2008, na Rcl 6266. ●STF AI-AgR 610243-ES111 (DJe 19.09.2008); STJ REsp 53498-RS (DJ 18.03.2002).

308. A taxa de despacho aduaneiro, sendo adicional do imposto de importação, não incide sobre borracha importada com isenção daquele imposto.

►Sem aplicabilidade.

111 ”ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE CÁLCULO - SALÁRIO MÍNIMO. Mesmo em se tratando de adicional de insalubridade, descabe considerar o salário mínimo como base de cálculo - Verbete Vinculante nº 4 da Súmula do Supremo. AGRAVO - REFORMA - ALCANCE. Afasta-se a observância do verbete vinculante quando conclusão diversa acarreta o prejuízo do recorrente.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO.

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309. A taxa de despacho aduaneiro, sendo adicional do imposto de importação, não está compreendida na isenção do imposto de consumo para automóvel usado trazido do exterior pelo proprietário.

►Sem aplicabilidade. 310. Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com

efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir.

●STF MS-AgR 24388-DF (DJ 19.09.2003); STJ REsp 752058-PR112 (DJ 13.09.2005)

311. No típico acidente do trabalho, a existência de ação judicial não exclui a multa pelo retardamento da liquidação.

►Merece cancelamento. Não subsiste em face da transitoriedade da norma.

312. Músico integrante de orquestra da empresa, com atuação permanente e vínculo de subordinação, está sujeito à legislação geral do trabalho, e não à especial dos artistas.

►Sem aplicabilidade. 313. Provada a identidade entre o trabalho diurno e o noturno, é devido o

adicional, quanto a este, sem a limitação do art. 73, parágrafo 3º, da CLT, independentemente da natureza da atividade do empregador.

►Vide súmulas 207, 213, 214 e 402. 314. Na composição do dano por acidente do trabalho, ou de transporte, não

é contrário à lei tomar para base da indenização o salário do tempo da perícia ou da sentença.

►Merece cancelamento. Súmula editada sob a égide do revogado Decreto 7036/44. Matéria atualmente regulada pela Lei 8213/91, art. 86, que dispõe: “§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento do salário-de-benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.”

315. Indispensável o traslado das razões da revista, para julgamento, pelo Tribunal Superior do Trabalho, do agravo para sua admissão.

►Segundo a súmula 272 do TST: “Não se conhece do agravo para subida de recurso de revista, quando faltarem no traslado o despacho agravado, a decisão recorrida, a petição de recurso de revista, a

112 “1. Uma vez intimados, através de publicação, que recai em sexta-feira, o prazo para o oferecimento dos embargos de declaração tem seu início na segunda-feira subseqüente, nos termos do artigo 184, §2º do CPC e súmula 310 do STF.” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA

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procuração subscrita pelo agravante, ou qualquer peça essencial à compreensão da controvérsia.

316. A simples adesão à greve não constitui falta grave. ●STF RE-AgR 252876-MG (DJ 19.05.2000); TRF2 AGTREO 1400-RJ (DJ 04/09/2002)

317. São improcedentes os embargos declaratórios, quando não pedida a declaração do julgado anterior, em que se verificou a omissão.

●STF AI 702992-PA (DJe 25.08.2008); STJ EDcl-EDcl-REsp 738928-SP113 (DJ 19.12.2005).

318. É legítima a cobrança, em 1962, pela municipalidade de São Paulo, do imposto de indústrias e profissões, consoante às leis 5.917 e 5.919, de 1961 (aumento anterior à vigência do orçamento e incidência do tributo sobre o movimento econômico do contribuinte).

►Sem aplicabilidade. 319. O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em

“habeas-corpus” ou mandado de segurança, é de cinco dias. ►Merece revisão, tendo em vista que o prazo para recurso ordinário em mandado de segurança (ação civil) é de quinze dias, ex vi do art. 508 do CPC. Quanto ao prazo para recurso ordinário em habeas corpus o enunciado está compatível com o disposto no art. 30, da Lei 8038/90, que estabelece prazo de cinco dias. ●STF RHC 81453-SP (DJ 11.04.2003); STJ HC 12626-RJ114 (DJ 23.02.2001).

320. A apelação despachada pelo juiz no prazo legal não fica prejudicada pela demora da juntada, por culpa do cartório.

►Merece cancelamento. Não se coaduna com o disposto no parágrafo único do art. 506 do CPC, com redação dada pela Lei 11.576/2006: “No prazo para a interposição do recurso, a petição será protocolada em cartório ou segundo a norma de organização judiciária, ressalvado o disposto no § 2º do art. 525 desta Lei.”

113 “1. Os embargos de declaração servem para sanar suposto vício no qual tenha incorrido o último julgamento (decisão ora embargada), e não outro anterior. Inteligência da Súmula n. 317 do Excelso Pretório.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 114 “Não há se cogitar, outrossim, eventual fungibilidade do recurso. Como bem assinalado pela Subprocuradora-Geral da República, Julieta E. Fajardo Cavalcanti de Albuquerque, "para que aplicável fosse o citado princípio, haveria a interposição de ter ocorrido no prazo estabelecido para o recurso adequado, o que não aconteceu, já que é de 5 (cinco) dias o lapso temporal previsto para a interposição do recurso ordinário (art. 310 do RISTF e Súmula 319 do STF) e o extraordinário foi interposto em 16/11 da decisão publicada em 30/10/2000." Ministro Vice-Presidente NILSON NAVES

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321. A constituição estadual pode estabelecer a irredutibilidade dos vencimentos do Ministério Público.

►Merece cancelamento; conforme Rp 1428-RO (RTJ 128/565). 322. Não terá seguimento pedido ou recurso dirigido ao Supremo Tribunal

Federal, quando manifestamente incabível, ou apresentado fora do prazo, ou quando for evidente a incompetência do tribunal.

●STF HC 86577ED-ES (DJe 06/10/2008); Ag 776155-MG115 (DJ 21.09.2006).

323. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.

►Vide súmulas 70 e 547, no mesmo sentido. 324. A imunidade do art. 31, V, da Constituição Federal não compreende as

taxas. ●STF RE 574259-MG116 (DJ 16.09.2008).

325. As emendas ao regimento do Supremo Tribunal Federal, sobre julgamento de questão constitucional, aplicam-se aos pedidos ajuizados e aos recursos interpostos anteriormente a sua aprovação.

►Sem aplicabilidade. 326. É legítima a incidência do imposto de transmissão “inter vivos” sobre a

transferência do domínio útil. ►Sobre a matéria, esclarece o Prof. SÉRGIO KARKACHE: “A Constituição, no art. 156, II expressamente delegou competência aos Municípios para instituir impostos sobre a transmissão de imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia. No Código Civil de 1916, a enfiteuse (no qual está inserido o conceito de domínio útil) era prevista como um dos direitos reais (CC/1916, art. 674). O atual Código Civil (Lei 10.406/2002, art. 1225) não prevê expressamente a

115 “Na origem, considerou-se intempestivo o especial nos termos desta decisão: ‘Os réus desta ação de despejo - julgada procedente – interpõem recurso especial, que não pode ser admitido, todavia, face à sua intempestividade (Súmula nº 322 do STF).’ [...] Sucede que a Corte Especial firmou entendimento segundo o qual à interposição de recurso independe da publicação do acórdão’ (REsp-399.695, Ministro Hamilton Carvalhido, DJ de 20.6.05).” Relator Ministro NILSON NAVES 116 “5. Quanto à Taxa de Iluminação Pública, este Tribunal editou a Súmula 670, disciplinando a matéria nos seguintes termos: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.” 6. No que se refere à Taxa de Coleta de Resíduos Urbanos, este Supremo Tribunal Federal decidiu ser legítima a cobrança dessa taxa. Nesse sentido: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TAXA DE COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. 1. É legítima a taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos. Tributo cobrado pelo exercício de serviço divisível e específico. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 411.251-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJ 28.9.2007).” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA

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enfiteuse como direito real, isto porque, em seu artigo 2038, proibiu a constituição de novas enfiteuses, reconhecendo validade, contudo, às já existentes, às quais mandou aplicar as disposições do CC/1916. Assim, a enfiteuse (para as ainda existentes) continuam classificadas como direitos reais sobre imóveis, sendo, portanto, válido ao CTN (art. 35, I) definir o domínio útil como fato gerador.” ●STF RE-ED 37375-SP; STJ AgRg-EDcl-Ag 717187-DF117 (DJ 23.03.2006).

327. O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente. ►Enunciado em consonância com o direito pátrio, que não se coaduna com a lide perpétua, ainda que na peculiar área trabalhista; ►Vide súmula 150 do STF (prescreve a execução no mesmo prazo da ação); ►Vide súmula 114 do TST, que além de contrariar frontalmente o entendimento do STF, afronta o que preconiza a própria CLT no § 1º do art. 884: “A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida”; ►Quanto à matéria, observa VALENTIN CARRION que paralisada “a ação no processo de cognição ou no da execução por culpa do autor, por mais de dois anos, opera-se a chamada prescrição intercorrente; mesmo que caiba ao juiz velar pelo andamento do processo (CLT, art. 765), a parte não perde, por isso, a iniciativa; sugerir que o juiz prossiga à revelia do autor, quando este não cumpre os atos que lhe forem determinados, é como remédio que trata o enfermo. Pretender a inexistência da prescrição intercorrente é o mesmo que criar a ‘lide perpétua’ (Russomano, Comentários à CLT), o que não se coaduna com o direito brasileiro”. (Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, Saraiva, 24a edição, 1999, p. 80). ►Sobre o tema escreveu o autor “A inconstitucional perpetuidade das execuções trabalhistas”, publicado na ADV Advocacia Dinâmica – v. 27, n. 38, set. 2007, São Paulo: COAD, p. 774-773.118 ●STF RE 55374-SP119 (DJ 08.09.1965).

117 “1. ‘O fato gerador do imposto de transmissão de bens imóveis ocorre com a transferência efetiva da propriedade ou do domínio útil, na conformidade da Lei Civil, com o registro no cartório imobiliário’ (RMS 10.650/DF, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJU de 04.09.2000).” Relator MINISTRO CASTRO MEIRA 118 Artigo também publicado na Revista eletrônica CONJUR, disponível em: <http://www.conjur.com.br/2007-abr-24/prescricao_intercorrente_cidadao_vira_reu_eterno > 119 “Prescrição da execução de juros moratórios pelo decurso do biênio previsto no art. 11 da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso não conhecido, na conformidade da súmula nº 150

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328. É legítima a incidência do imposto de transmissão “inter vivos” sobre a doação de imóvel.

►Merece revisão. Sobre o tema, esclarece a doutrina que: "A Constituição de 1988 alterou substancialmente o sistema do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), antiga sisa, cuja competência para a instituição pertencia apenas aos Estados e ao Distrito Federal. A CF/1988 dividiu o tributo entre os Estados e os Municípios e acrescentou competências novas ao imposto. Por isso, com a nova ordem constitucional, os arts. 35 a 42 do CTN devem ser estudados em conjunto com os arts. 155, I e §1º, I a IV, e 156, II e §2º, I e II, da CF/1988, para entendimento do atual sistema. Os Municípios ficaram com a competência para instituir o Imposto sobre a Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como a cessão de direitos a sua aquisição. Os Estados e o Distrito Federal ficaram com o poder para instituir os impostos sobre a transmissão causa mortis e a doação, de quaisquer bens ou direitos." (ODMIR FERNANDES e outros. Código Tributário Nacional Comentado. 2ª edição, ISBN 8520323383, Ed. Revista dos Tribunais-SP, p. 110/111).

329. O imposto de transmissão “inter vivos” não incide sobre a transferência de ações de sociedade imobiliária.

►O princípio contido no enunciado é compatível com as disposições da vigente Constituição Federal: “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; (...) § 2º - O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;”

330. O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de mandado de segurança contra atos dos tribunais de justiça dos estados.

●STF RE MS-AgR 25509-SP120 (DJ 24.03.2006). que diz: Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação. E súmula 327: O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente.” Relator Ministro HERMES LIMA 120 EMENTA: 1. Supremo Tribunal: mandado de segurança: competência originária: incidência da Súmula 330 ("O STF não é competente para conhecer de mandado de segurança contra atos

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331. É legítima a incidência do imposto de transmissão "causa mortis" no inventário por morte presumida.

►As legislações estaduais em regra dispõem que o imposto incide na sucessão provisória, garantindo o direito de restituição corrigido monetariamente caso apareça o ausente. Vide CC, arts. 26 a 39, e CPC, arts. 1159 a 1169.

332. É legítima a incidência do imposto de vendas e consignações sobre a parcela do preço correspondente aos ágios cambiais.

►Sem aplicabilidade. 333. Está sujeita ao imposto de vendas e consignações a venda realizada por

invernista não qualificado como pequeno produtor. ►Sem aplicabilidade.

334. É legítima a cobrança, ao empreiteiro, do imposto de vendas e consignações, sobre o valor dos materiais empregados, quando a empreitada não for apenas de lavor.

►Sem aplicabilidade. 335. É válida a cláusula de eleição do foro para os processos oriundos do

contrato. ►Sobre a matéria dispõe o CPC: “Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.” ►Também: “Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. § 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico; § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.” ●STJ Ag 724933-RS121 (DJ 15.12.2005); REsp 887704-DF122 (DJ 24.09.2007).

dos Tribunais de Justiça dos Estados"). 2. Supremo Tribunal: competência originária (CF, art. 102, I, n): inexistência. Salvo interesse direto ou indireto de toda a magistratura ou impedimento da maioria dos desembargadores, não basta a firmar a competência do Supremo Tribunal, nos termos do art. 102, I, n, da Constituição Federal, que o ato administrativo impugnado emane de outro Tribunal”. Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 121 “O STJ já proclamou que o foro de eleição previsto em contrato de adesão não tem validade quando se trata de contrato de representação comercial, pois há disposição legal expressa fixando a competência do foro do domicílio do representante.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI

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336. A imunidade da autarquia financiadora, quanto ao contrato de financiamento, não se estende a compra e venda entre particulares, embora constantes os dois atos de um só instrumento.

►Sobre a matéria dispõe a CF/88: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (...) § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.” ●STF RE 93932-MG (DJ 30.11.1984).

337. A controvérsia entre o empregador e o segurador não suspende o pagamento devido ao empregado por acidente do trabalho.

►Sem aplicabilidade. ►O Ministério da Previdência Social através da Lei n. 11.430/06, regulamentado pelo Decreto n. 6.042/07, alterou significativamente as relações de trabalho quanto à responsabilidade das empresas nas doenças e nos acidentes de trabalho. Através dessa e de outras legislações complementares, foi criado o Nexo Técnico Epidemiológico-NTEP e o Fator Acidentário de Prevenção-FAP e com isso o reenquadramento na tributação do Seguro de Acidentes do Trabalho-SAT de cada empresa. O novo sistema de cobrança entra em vigor em janeiro de 2010.

338. Não cabe ação rescisória no âmbito da Justiça do Trabalho. ►Merece cancelamento. A orientação é incompatível com a expressa previsão contida na CLT, art. 836 (na redação dada pela Lei nº 11.495/2007): “É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor”.

122 “3. Em razão da legitimidade ad causam da União e por não estar em discussão o contrato de concessão, não há como aplicar a cláusula de eleição de foro.” Relator Ministro CASTRO MEIRA

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339. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.

►Merece revisão. O § 4º, do art. 41, da Lei 8112/90 – concebido em observância à norma programática insculpida no § 1º, do art. 39, da CF (na redação original) – dispõe: “É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.” Deflui que o equacionamento de situações funcionais em que há, em tese, violação à isonomia de vencimentos configura-se típica função jurisdicional. Nesse sentido: “Verificada a situação de desigualdade em que se encontram os servidores-impetrantes, tal em relação a ocupantes de cargos iguais ou assemelhados de outros tribunais, portanto desigualdade entre iguais, cabe ao Poder Judiciário dirimir a questão, assegurando, em conseqüência, a isonomia de vencimentos.” Ministro NILSON NAVES, MS 997-DF (DJ 20/04/1992). Ademais, nem mesmo a lei pode excluir da apreciação do Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV, CF). ●STF AI 703658-RO (DJe 18.06.2008); STJ RMS 18975-MS123 (DJ 20.11.2006).

340. Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

●STF RE 273604-SP124 (DJ 31.08.2000); STF RE 341584-SC (DJe 11/03/2008)

341. É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto.

●STF AI-AgR 448104-PA (DJ 03.04.2006); STJ Ag 597550-RS (DJ 07.02.2007).

123 “2. Viola o princípio da isonomia a lei que estabelece que servidores ocupantes do mesmo cargo e que exercem as mesmas funções tenham piso salarial diferenciado de acordo com o grau de escolaridade, mormente quando já previsto pagamento de adicional para os titulares de nível superior. 3. É inaplicável a Súmula 339/STF na hipótese, pois não se está estendendo vantagens concedidas a determinado cargo para outro com atribuições semelhantes, mas reconhecendo o direito de servidores ocupantes do mesmo cargo possuírem igual vencimento básico.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 124 “V- A Súmula 340 do C. Supremo Tribunal Federal delimita o tempo a partir do qual não se adquirem tais bens por usucapião, dando pela imprescritibilidade aquisitiva, desde o advento do Código Civil. Contrario sensu, se a prescrição aquisitiva operou-se antes da vigência do Código Civil, impõe-se o reconhecimento do usucapião, mesmo que sobre bens dominiais.” Relator Ministro NÉRI DA SILVEIRA

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342. Cabe agravo no auto do processo, e não agravo de petição, do despacho que não admite a reconvenção.

►As figuras são do antigo CPC, contudo, segundo a doutrina e jurisprudência, da decisão que não admite a reconvenção o recurso cabível é o agravo e não a apelação, visto tratar-se de decisão que não põe fim ao processo. Nesse sentido colhe-se do REsp 797476-DF (DJ 13.10.2006), Relatora a Ministra LAURITA VAZ: “Com efeito, conforme entendimento adotado por esta Corte Superior de Justiça, a decisão que exclui uma das partes do processo tem natureza interlocutória, e não de sentença, desafiando, portanto, o recurso de agravo; e não o de apelação. Nessas condições, se não existe dúvida objetiva acerca do recurso cabível, não se admite a aplicação do princípio da fungibilidade recursal. A propósito, confiram-se os seguintes precedentes: [...] I - Contra a ‘sentença’ que põe fim à ação declaratória incidental, cabe agravo de instrumento se a ação versar, como no caso, questão prejudicial ao julgamento da principal e for julgada anteriormente a esta, liminarmente ou não, dada a natureza de decisão interlocutória. II - Ocorrendo extinção apenas parcial do processo (v.g., quando indeferida a declaratória incidental, a reconvenção ou excluído um dos litisconsortes), o recurso próprio é o agravo. (REsp 323.405/RJ, 4ª T., Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 04/02/2002.)”

343. Não cabe ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.

►Contudo, segundo entendimento adotado no julgamento de embargos declaratórios no RE 328.812-1 (06/03/2008), nas hipóteses em que o STF fixa a correta interpretação de uma norma infraconstitucional, ajustando seu texto à ordem constitucional, cabe ação rescisória sempre que uma decisão, mesmo que definitiva e irrecorrível, contrariar essa interpretação do Supremo, ainda que a interpretação da corte seja definida em momento posterior à sentença transitada em julgado. Da ementa do julgado, relatado pelo Ministro GILMAR MENDES, colhe-se que “A manutenção de decisões das instâncias ordinárias divergentes da interpretação constitucional revela-se afrontosa à força normativa da Constituição e ao princípio da máxima efetividade da norma constitucional.” Ademais, segundo o Ministro CEZAR PELUSO, a Súmula 343, que não permite a admissão de ação rescisória em situações de interpretação controvertida de leis infraconstitucionais, poderia até mesmo ser cancelada, pois “Não pode existir na sociedade interpretações disformes da mesma norma”.

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●STF RE-AgR 393879-RS (DJ 02.02.2007); STJ REsp 900622125 (DJ 16.02.2007).

344. Sentença de primeira instância concessiva de “habeas-corpus”, em caso de crime praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, está sujeita a recurso “ex officio”.

►Enunciado conforme o disposto no Código de Processo Penal, art. 574: “Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que conceder habeas corpus [...]” ●STF RE-ED 49316-GB (DJ 13.10.1965); STJ REsp 781985-TO (DJ 04.04.2006).

345. Na chamada desapropriação indireta, os juros compensatórios são devidos a partir da perícia, desde que tenha atribuído valor atual ao imóvel.

►Merece cancelamento. Conforme julgamento do RE-ED 52441-SP (DJ 06.06.1970), os juros devem incidir desde a efetiva ocupação do imóvel. ►Vide súmulas 164 e 618, e súmulas 69 e 114 do STJ. ●STF RE 74803-SP126 (DJ 04.03.1977); STJ REsp 764605-MA127 (DJ 14.02.2007).

346. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

►Vide súmulas 6 e 473.

125 “Efetivamente, a questão em debate produziu entre os Tribunais diversas interpretações em face da abundância de legislações envolvidas, apresentando, por isso mesmo, interpretação controvertida, o que justificaria de per si a incidência do referido enunciado sumular. Ademais, a alegação de que o proferimento do Excelso Pretório, no RE nº 226.855-7, Rel. Min. MOREIRA ALVES, RTJ 174:916-1006, tratando a matéria em debate como constitucional, a meu ver, não impede a incidência da referida súmula 343/STF. É que em momento algum houve a declaração de inconstitucionalidade de lei por parte da Corte Suprema, visto que analisou-se o certame quanto à existência ou não de direito adquirido a índices de correção monetária. Vigora neste Tribunal Superior o entendimento de que, em casos como tais, somente há de ser afastada a incidência da Súmula 343/STF se porventura houver no acórdão rescindendo a aplicação de lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Excelso Pretório por meio de controle concentrado de constitucionalidade. A presente balda não se subsume, pois, a esta excepcionalidade.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 126 “DESAPROPRIAÇÃO. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os juros compensatórios são devidos desde a ocupação do imóvel, não mais prevalecendo o princípio enunciado na súmula 345. Poderá apurar-se em execução, a data da efetiva ocupação. Recurso Extraordinário conhecido e provido.” Relator Ministro ELOY DA ROCHA 127 “ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO DIRETA. JUROS COMPENSATÓRIOS. PERCENTUAL. INCIDÊNCIA A PARTIR DA IMISSÃO NA POSSE DO IMÓVEL. SÚMULA Nº 618/STF. ART. 15-A, DO DECRETO-LEI N° 3.365/41.” Relator Ministro LUIZ FUX

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●STF AI-AgR 539806-SC (15.02.2007); STJ AgRg-Ag 594386-RS128 (DJ 29.08.2005).

347. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

►Subsistência da súmula em vias de ser apreciada pelo Pleno, em face de desconformidade com a vigente Constituição (v. MS 25888-DF). ●STF MC 25888-DF129 (DJ 22.03.2006); STJ Ag 343168-PB (DJ 06.12.2000).

348. É constitucional a criação de taxa de construção, conservação e melhoramento de estradas.

►Sem aplicabilidade. 349. A prescrição atinge somente as prestações de mais de dois anos,

reclamadas com fundamento em decisão normativa da Justiça do Trabalho, ou em convenção coletiva de trabalho, quando não estiver em causa a própria validade de tais atos.

128 “1. A jurisprudência tanto desta Corte quanto do Supremo Tribunal Federal orientava-se no sentido de que a Administração Pública tinha o poder-dever de anular seus atos viciados a qualquer tempo. 2. Com o advento da Lei n.º 9.784/99, o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 3. Sendo o ato que concedeu a pensão à ora Agravante anterior à Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999, o prazo qüinqüenal para sua anulação começa a contar a partir da vigência do mencionado regramento.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 129 “Não me impressiona o teor da Súmula n° 347 desta Corte, segundo o qual ‘o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público’. A referida regra sumular foi aprovada na Sessão Plenária de 13.12.1963, num contexto constitucional totalmente diferente do atual. Até o advento da Emenda Constitucional n° 16, de 1965, que introduziu em nosso sistema o controle abstrato de normas, admitia-se como legítima a recusa, por parte de órgãos não-jurisdicionais, à aplicação da lei considerada inconstitucional. No entanto, é preciso levar em conta que o texto constitucional de 1988 introduziu uma mudança radical no nosso sistema de controle de constitucionalidade. Em escritos doutrinários, tenho enfatizado que a ampla legitimação conferida ao controle abstrato, com a inevitável possibilidade de se submeter qualquer questão constitucional ao Supremo Tribunal Federal, operou uma mudança substancial no modelo de controle de constitucionalidade até então vigente no Brasil. Parece quase intuitivo que, ao ampliar, de forma significativa, o círculo de entes e órgãos legitimados a provocar o Supremo Tribunal Federal, no processo de controle abstrato de normas, acabou o constituinte por restringir, de maneira radical, a amplitude do controle difuso de constitucionalidade. A amplitude do direito de propositura faz com que até mesmo pleitos tipicamente individuais sejam submetidos ao Supremo Tribunal Federal mediante ação direta de inconstitucionalidade. Assim, o processo de controle abstrato de normas cumpre entre nós uma dupla função: atua tanto como instrumento de defesa da ordem objetiva, quanto como instrumento de defesa de posições subjetivas. Assim, a própria evolução do sistema de controle de constitucionalidade no Brasil, verificada desde então, está a demonstrar a necessidade de se reavaliar a subsistência da Súmula 347 em face da ordem constitucional instaurada com a Constituição de 1988.” Relator Ministro GILMAR MENDES

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Súmula do STF

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►Merece cancelamento. A orientação apresenta-se incompatível com a nova redação dada pela EC 28/2000 ao inciso XXIX, do art. 7º da CF/88: “ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.” ►Vide súmula 308 do TST.

350. O imposto de indústrias e profissões não é exigível de empregado, por falta de autonomia na sua atividade profissional.

►Sem aplicabilidade. 351. É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação

em que o juiz exerce a sua jurisdição. ●STF RHC 82101-RJ130 (DJ 15.10.2002); STJ HC 78137-SP (DJe 23/06/2008).

352. Não é nulo o processo penal por falta de nomeação de curador ao réu menor que teve a assistência de defensor dativo.

●STF RE HC 74176-SP131 (DJ 25.10.1996); STJ RHC 14132-RS132 (DJ 16.03.2003).

353. São incabíveis os embargos da Lei 623, de 19.02.49, com fundamento em divergência entre decisões da mesma turma do Supremo Tribunal Federal.

●STF RE 285590-SP133 (DJ 19.12.2001); STJ EREsp 511637-SP (DJ 30.10.2006).

130 “EMENTA: - Recurso de ‘habeas corpus’. - Inexistência, no caso, da nulidade da citação por não observância da súmula 351 desta Corte. - O revel não pode insurgir-se contra o fato de não ter sido requisitado para as audiências de instrução já realizadas, nem pretender sua renovação, sob a alegação de que, após a decretação da revelia, veio a ser preso por outra causa, noutra comarca, sobretudo se o Juiz do processo (em que revel) não foi informado da prisão. Precedentes do STF: HC 72.671. - Não há nulidade pela circunstância de, em face de a tese da defesa ser da ocorrência de homicídio culposo, se haver formulado quesito sobre a negativa de dolo, ao invés de se indagar se o réu agiu culposamente. Precedentes do STF: HC 73.579. Recurso a que se nega provimento.” Relator Ministro MOREIRA ALVES 131 “1. Não é nulo o processo, por falta de nomeação, para o interrogatório, de curador ao réu menor de 21 anos de idade, quando este tem advogado constituído ou defensor dativo, que o assistiu em todas as fases do processo (Súmula 352; CPP, arts. 194 e 564, III, c) Precedentes.” Relator Ministro MAURÍCIO CORRÊA 132 “1. Não houve, in casu, desrespeito a qualquer das formalidades essenciais à lavratura do auto de prisão em flagrante, porquanto a autoridade policial, em obediência ao disposto no art. 262 do Código de Processo Penal, nomeou-lhe defensor dativo para prestar-lhe assistência e conferir validade ao ato procedimental. Hipótese de aplicação da Súmula n.º 352 do STF.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 133 “Há ainda contrariedade à Súmula 353. Está no precedente: ‘Se o acórdão-padrão, utilizado para demonstrar o dissídio jurisprudencial, for da própria Turma de que emanou a decisão

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354. Em caso de embargos infringentes parciais, é definitiva a parte da decisão embargada em que não houve divergência na votação.

►Sem aplicabilidade em relação ao Processo Civil. O art. 530 do CPC, com redação dada pela Lei 10352/2001, dispõe: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.” ●STF RE-AgR 443304-DF (DJe 30.08.2007); STJ REsp 641257-RJ134 (DJe 23.06.2008).

355. Em caso de embargos infringentes parciais, é tardio o recurso extraordinário interposto após o julgamento dos embargos, quanto à parte da decisão embargada que não fora por eles abrangida.

►Sem aplicabilidade em relação ao Processo Civil. Dispõe o Código de Processo Civil, art. 498, com redação dada pela Lei 10352/2001: “Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou recurso especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos.” ►O enunciado permanece válido em relação ao processo penal e ao processo penal militar, que mantêm disciplina própria, não alcançada pela regra do art. 498 do Código de Processo Civil. ●STF AI-QO 432884-RO135 (DJ 16.09.2005); STJ REsp 552533-SC136 (23.03.2004).

impugnada, os embargos de divergência revelar-se-ão incabíveis (Súmula 353), exceto numa única e singular hipótese: se, não obstante tratando-se da mesma Turma, esta possuir, quando do novo pronunciamento jurisdicional, composição majoritária diversa daquela que produziu o paradigma invocado. Precedentes.’ (ERE 111582, CELSO, DJ 27/10/94).” Relator Ministro NELSON JOBIM 134 “Antes das alterações impostas ao art. 498 do CPC pela Lei nº 10.352/01, o sistema então vigente fazia fluir simultaneamente os prazos para os embargos infringentes e o recurso especial ou extraordinário, nas hipóteses em que apenas parte da decisão fosse suscetível daqueles embargos.” Relatora para o acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI 135 “EMENTA: Recurso extraordinário criminal: intempestividade: interposição após o julgamento de embargos infringentes, quanto à parte da decisão recorrida por eles não abrangida: entendimento que a Súmula 355 documentou e que, em matéria criminal, não foi modificado pela L. 10.352/01, que alterou o art. 498 do C. Pr. Civil: precedente (AI 197.032-QO, Pertence, RTJ 167/1030).” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 136 “Acrescento que a nova redação dada ao artigo 498 do Código de Processo Civil pela Lei nº 10.352/2001, publicada no DOU de 27/12/2001, não se aplica ao caso em exame, pois a referida lei só entrou em vigor a partir de 28/03/2002.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO

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356. O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do pré-questionamento.

●STF AI-ED 439920-SP137 (DJ 03.02.2006); STJ AgRg-Ag 813687-SC138 (DJ 05.02.2007)

357. É lícita a convenção pela qual o locador renuncia, durante a vigência do contrato, a ação revisional do art. 31 do Decreto 24.150, de 20/4/34.

►O enunciado não discrepa da atual lei de regência (Lei do Inquilinato, nº 8245/91).

358. O servidor público em disponibilidade tem direito aos vencimentos integrais do cargo.

►Merece cancelamento. A orientação discrepa frontalmente do que dispõe o parágrafo 3º do art. 41139 da Constituição, com a redação introduzida pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998, verbis: § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

359. Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos necessários.

►Enunciado com nova redação, suprimida a parte final (“inclusive a apresentação do requerimento, quando a inatividade for voluntária.”), em decisão tomada no julgamento do RE-ED 72509-PR (DJ 30.03.1973). ►Sobre a matéria, tem-se que: “a contagem recíproca de tempo de serviço na administração pública e na atividade privada para fins de adicionais é regulada de acordo com a lei vigente quando de sua prestação: incidência, mutatis mutandis, da súmula 359.” (AI-AgR-AgR 600210-MG); ainda,

137 “EMENTA: I. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. II. Recurso extraordinário, embargos de declaração e prequestionamento: a recusa do órgão julgador em suprir omissão apontada pela parte através da oposição pertinente de embargos declaratórios não impede que a matéria omitida seja examinada pelo STF, como decorre a contrario sensu da Súmula 356.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 138 “1 - O prequestionamento constitui exigência inafastável do recurso especial, impondo-se como requisito imprescindível ao seu conhecimento. Não examinada a matéria objeto do especial pela instância a quo, e não tendo sido opostos os embargos declaratórios para tal fim, ainda que se trate de matéria de ordem pública, incide o enunciado da Súmula 356 do STF. Precedentes.” Relator Ministro JORGE SCARTEZZINI 139 CF/88 - Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

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►“direito adquirido à contagem especial de tempo de serviço prestado em condições insalubres, vinculado ao regime geral da previdência, antes de sua transformação em estatutário, para fins de aposentadoria: incidência, mutatis mutandis, da súmula 359.” (RE-AgR 306933-PR); ►“Correta a decisão que aplicou ao caso a garantia constitucional do direito adquirido, pois o cômputo do tempo de serviço e os seus efeitos jurídicos - já incluída a conversão questionada - regem-se pela lei vigente quando da sua prestação: incide mutatis mutandis a súmula 359.” (RE 463299-PB); ►“esse princípio é aplicável, mutatis mutandis, também às pensões por morte” (RE 474418-MG); ►“aposentadoria: os proventos regulam-se pela lei vigente ao tempo da reunião dos requisitos da inatividade, ainda quando só requerida na vigência da lei posterior menos favorável” (RE-AgR 473394-CE); ►“Não pode o servidor invocar a garantia do direito adquirido para reivindicar a percepção de proventos segundo o sistema vigorante ao tempo da inativação. A súmula 359 trata da reunião dos requisitos necessários para regular os proventos da inatividade, e não de ulteriores revisões do valor do estipêndio.” (RE-AgR 460765-DF) ●STF RE 451836-MG140 (DJ 13.10.2006); STJ AgRg-Ag 935603-SC (DJe 19.05.2008).

360. Não há prazo de decadência para a representação de inconstitucionalidade prevista no art. 8º, parágrafo único, da Constituição Federal.

●STF ADI-MC 1247-PA141 (DJ 08.09.1995); STJ REsp 604754-MG (DJ 27.05.2004).

361. No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o que tiver funcionando anteriormente na diligência de apreensão.

►Princípio expressamente reafirmado na redação dada ao art. 159 do Código de Processo Penal pela Lei 8862/94: “Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais. § 1o Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de

140 “2. Aposentadoria: a apresentação do requerimento não é pressuposto de aquisição do direito à aposentadoria, que se dá com a reunião dos seus requisitos substanciais.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 141 “O ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade não esta sujeito à observância de qualquer prazo de natureza prescricional ou de caráter decadencial, eis que atos inconstitucionais jamais se convalidam pelo mero decurso do tempo. Súmula 360. Precedentes do STF.” Relator Ministro CELSO DE MELLO

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preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.” ►Em relação aos laudos anteriores à vigência da Lei 8862/94: "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal está sedimentada no sentido de entender válida a perícia quando realizada por um único perito oficial. A exigência de dois peritos pressupõe a hipótese prevista no § 1º do artigo 159 do Código de Processo Penal." STF HC 73148-SP (DJ 12.04.1996) ►Doutrina e jurisprudência reconhecem que a nulidade preconizada no enunciado é de natureza relativa: “não pode, contudo, a defesa alegar a nulidade da perícia feita por perito único e não integrante da instituição oficial de criminalística, se, ciente de sua designação, sem protesto, ofereceu quesitos e discutiu as conclusões do laudo: dever de lealdade consagrado no art. 565 CPrPenal.” STF HC 75793-RS (DJ 08.05.1998) ●STF HC 74521-SP142 (DJ 04.04.1997); STJ REsp 699927-RS143 (DJ 15.06.2005)

362. A condição de ter o clube sede própria para a prática de jogo lícito não o obriga a ser proprietário do imóvel em que tem sede.

►Enunciado decorrente da interpretação dada ao Decreto 50776/61 (não-revogado expressamente), cujo art. 1º, inciso I, assim dispõe: “As sociedades, clubes e demais entidades recreativas sociais, culturais, literárias, beneficentes, esportivas e congêneres, que mantenham ou pretendam manter em suas sedes sociais, secções de jogos carteados lícitos, devidamente autorizados pelas autoridades competentes de cada unidade da Federação. Poderão obter o devido licenciamento para o funcionamento dessas secções se obedecidas as leis, decretos e regulamentos que regem suas atividades, preencherem os seguintes itens: I - Estiverem instaladas em sede própria;”

363. A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o ato.

142 “4. Enquanto vigorou com sua redação originária o art. 159 do Código de Processo Penal, a Súmula 361 do S.T.F. somente se referiu aos peritos não-oficiais, pois sua jurisprudência posterior considerou válido o laudo assinado por um só perito oficial.” Relator Ministro SYDNEI SANCHES 143 “Dessarte, constatado que os peritos não possuem a qualificação exigida, há que se negar reconhecimento à qualificadora de rompimento de obstáculo, fundada em laudo pericial produzido por pessoas que não atendem ao requisito exigido no art. 159, § 1º do CP.” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA

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►Enunciado em consonância com o disposto no Código de Processo Civil, art. 100: “É competente o foro: [...] IV – do lugar: [...] b) onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu;” ►Vide súmula 206 do STJ. ●STF RE AI-AgR 129364-RS144 (DJ 24.02.1989); STJ Ag 783996-RS145 (DJ 01.02.2007).

364. Enquanto o estado da Guanabara não tiver tribunal militar de segunda instância, o Tribunal de Justiça é competente para julgar os recursos das decisões da auditoria da polícia militar.

►Sem aplicabilidade. 365. Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.

►O princípio vale para o atual art. 5º, inciso LXXII, da CF: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;” ●STF Pet 3654-DF146 (DJ 12.05.2006); STJ REsp 8685-PR (DJ 17.06.1991)

366. Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.

●STF HC 68734-DF147 (DJ 29.11.1991); STJ HC 14491-SP148 (DJ 07.06.2004)

144 “COMPETÊNCIA. Na ação de indenização por dano à carga transportada por via marítima, se a ré não tem agência onde se verificou o prejuízo, a competência é do Juízo onde fica a sua sede. Inexistência de dissídio com a súmula 363. Agravo Regimental improvido.” Relator Ministro CARLOS MADEIRA 145 “O Superior Tribunal de Justiça já se pronunciou acerca da validade de citação de pessoa jurídica feita na pessoa de gerente sem poderes de representação, quando a ação se refira a negócios da respectiva agência ou sucursal em que o mesmo exerce suas funções (RSTJ 97/219, STJ 705/226).” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 146 “DECISÃO: Cuida-se de ação popular contra o Presidente da República, o Presidente do Senado Federal e o Presidente da Câmara dos Deputados, visando à condenação destas autoridades no ressarcimento ao erário de verbas públicas pretensamente desviadas. Não compete, porém, ao Supremo Tribunal o conhecimento originário de ação popular contra autoridade alguma, ainda as de maior hierarquia (art. 102, I, da Constituição). Ademais, incide na hipótese o disposto na Súmula 365: 'Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular'.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 147 “HABEAS CORPUS. Citação editalícia. Art. 365, do CPP. Incompetência do Juízo. A falta de publicação do edital na imprensa, não sendo esta oficial, não invalida a citação. Afixação do edital: certidão. Efetivado o ato, sua omissão constitui simples irregularidade, incapaz de acarretar nulidade. E suficiente na citação editalícia a indicação do dispositivo da lei penal.

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367. Concede-se liberdade ao extraditando que não for retirado do país no prazo do art. 16 do Decreto-Lei 394, de 28.04.38.

►Merece revisão. Matéria regulada pela Lei 6815/80, arts. 87 e 86 (prazo de 60 dias).

368. Não há embargos infringentes no processo de reclamação. ►Quando da edição do enunciado em tela a reclamação ostentava índole administrativo-correicional e previsão estritamente regimental. Atualmente o instituto tem previsão constitucional, no art. 102, inciso I, alínea l (STF), e art. 105, inciso I, alínea f (STJ), ambos da CF/88, e está legalmente regulada nos arts. 13 a 18, da Lei nº 8038/90. Segue inadmitindo-se a interposição de embargos infringentes. ►Segundo constou do voto proferido pela Ministra ELLEN GRACIE, no julgamento da ADI 2212-CE (DJ 14.11.2003): “a natureza jurídica da reclamação não é a de um recurso, de uma ação e nem de um incidente processual. Situa-se no âmbito do direito constitucional de petição previsto no art. 5º, inc. XXXIV da CF. Em consequência, a sua adoção pelo Estado-membro, pela via legislativa local, não implica em invasão da competência privativa da União para legislar sobre direito processual (art. 22, I da CF).” ►Vide súmula 734. ●STF Rcl 4708-GO (DJ 23.11.2006).

369. Julgados do mesmo tribunal não servem para fundamentar o recurso extraordinário por divergência jurisprudencial.

►Merece cancelamento. Vide súmula 13 do STJ. 370. Julgada improcedente a ação renovatória da locação, terá o locatário,

para desocupar o imóvel, o prazo de seis meses, acrescido de tantos meses quantos forem os anos da ocupação, até o limite total de dezoito meses.

►Merece cancelamento, devido à revogação da Lei 1300/50 pela Lei 4494/64, conforme julgamento do RE 65137-RJ (DJ 24.10.1969).

371. Ferroviário, que foi admitido como servidor autárquico, não tem direito a dupla aposentadoria.

Súmula 366. Precedentes. Alegação de incompetência improcedente. HC indeferido.” Relator Ministro CÉLIO BORJA 148 “1. Não se verifica violação ao princípio da ampla defesa se da intimação editalícia de Réu revel consta a transcrição da parte dispositiva da sentença condenatória ou o breve sumário dos fatos. Ciente da infração penal pela qual foi condenado, o réu poderá exercitar, sem prejuízo, o seu direito recursal, mormente se foi assistido, em toda a fase de conhecimento, por defensor constituído, com a apresentação, inclusive, de defesa técnica. Aplicação analógica da Súmula n.º 366 do STF.” Relatora Ministra LAURITA VAZ

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●STF RE 115372-DF (DJ 14.10.1988); STJ REsp 727025-CE149 (DJ 14.09.2005)

372. A Lei 2.752, de 10.04.1956, sobre dupla aposentadoria, aproveita, quando couber, a servidores aposentados antes de sua publicação.

●STF 62699-RO (DJ 28.06.1968); STJ Ag 390007-RO (30.08.2001). 373. Servidor nomeado após aprovação no curso de capacitação policial,

instituído na polícia do Distrito Federal, em 1941, preenche o requisito da nomeação por concurso a que se referem as Leis 705, de 16.5.49, e 1.639, de 14.7.52.

►Sem aplicabilidade. 374. Na retomada para construção mais útil, não é necessário que a obra

tenha sido ordenada pela autoridade pública. ►Enunciado não discrepa do disposto na LI (nº 8245/91).

375. Não renovada a locação regida pelo Decreto 24.150, de 20.4.34, aplica-se o direito comum e não a legislação especial do inquilinato.

►Sem aplicabilidade. Decreto revogado pela Lei nº 8245/91. 376. Na renovação de locação, regida pelo Decreto 24.150 de 20/04/1934, o

prazo do novo contrato conta-se da transcrição da decisão exeqüenda no registro de títulos e documentos; começa, porém, da terminação do contrato anterior, se esta tiver ocorrido antes do registro.

►Sem aplicabilidade. Decreto revogado pela Lei nº 8245/91. 377. No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na

constância do casamento. ►Merece cancelamento, tendo em conta o advento no atual Código Civil que revogou o art. 259 do CC/16 que a respaldava. ●STJ Ag 810212-ES150 (DJ 15.12.2006); STJ EREsp 404088-RS151 (DJ 28.05.2007)

149 “Cabe ressaltar que o presente caso não se amolda a Sumula 371 do STF, tendo em vista o enunciado da Lei Complementar 39 de 1979 e que o ferroviário integrou quadro suplementar extinto na jurisdição do Ministério da Viação e Obras Públicas, não optando, portanto, pelo regime da CLT.” Relator Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA 150 “De fato, constata-se que os recorrentes colacionam diversos julgados favoráveis à aplicação do enunciado da Súmula 377/STF. Entretanto, nenhum desses precedentes se refere à sucessão aberta após o advento do CC/02, principal fundamento utilizado nas instâncias ordinárias para afastar a aplicação da referida Súmula.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 151 “A cláusula do pacto antenupcial que exclui a comunicação dos aquestos impede o reconhecimento de uma sociedade de fato entre marido e mulher para o efeito de dividir os bens adquiridos depois do casamento. Precedentes. Se houve um condomínio entre recorrente e recorrido no momento da aquisição dos bens, esse se desfez quando o recorrido decidiu - por vontade própria – indicar nos registros legais pertinentes à recorrente como única proprietária. Tudo o que está em nome da recorrente - independentemente da origem do dinheiro utilizado na

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378. Na indenização por desapropriação incluem-se honorários do advogado do expropriado.

►Vide súmulas 617 do STF e 141 do STJ. ●STF RE 69370-SP (DJ 16.10.1970); STJ REsp 36147-SP (DJ 09.05.1994)

379. No acordo de desquite não se admite renúncia aos alimentos, que poderão ser pleiteados ulteriormente, verificados os pressupostos legais.

►Enunciado concebido sob a égide do Código de Civil de 1916. Após a instituição do divórcio no Brasil, sofreu interpretação restritiva, excluindo o pedido posterior feito pela mulher com bens ou rendas que lhe assegurassem a subsistência. Com a entrada em vigor do Cânone Civil atual, a princípio pareceu que não subsistiria controvérsia, eis que o art. 1707 convalida expressamente o entendimento sumulado: “Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.”; e, ainda, o art. 1704, que dispõe: “Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial.” Nada obstante a matéria ainda suscita controvérsia. Basta ver, além da jurisprudência do próprio STJ, o enunciado nº 263, aprovado na III Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal em dezembro de 2004: “O art. 1.707 do Código Civil não impede seja reconhecida válida e eficaz a renúncia manifestada por ocasião do divórcio (direto ou indireto) ou da dissolução da “união estável”. A irrenunciabilidade do direito a alimentos somente é admitida enquanto subsista vínculo de Direito de Família.” ●STF RE 111388-SP152 (DJ 07.04.1989); STJ AgRg-Ag 668207-MG153 (DJ 03.10.2005); REsp 578511-SP154 (DJ 18.04.2005); Ag 803866-MG155 (DJ 27.10.2006).

aquisição - pertence exclusivamente a ela, assim como todos os bens que se encontrarem em nome do recorrido, a ele pertencem com exclusividade. Essa é a lógica do regime por eles escolhido!” Relator p/ acórdão Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 152 “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DE ALIMENTOS. DESISTÊNCIA DA AÇÃO E DO DIREITO SOBRE O QUAL SE FUNDA A AÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RENUNCIA AO DIREITO A ALIMENTOS (ART. 404, CÓDIGO CIVIL; ART. 23, LEI N. 5.478/68). PEDIDO DEFERIDO, EM PARTE, PARA HOMOLOGAR APENAS A DESISTÊNCIA DA AÇÃO (ART. 267, VIII, CPC) E DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.” Relator Ministro CÉLIO BORJA 153 “1. A mulher que recusa os alimentos na separação judicial pode pleiteá-los futuramente, desde que comprove a sua dependência econômica. 2. Não demonstrada a dependência

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380. Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.

►“Não se aplicam às uniões livres dissolvidas antes de 13.05.96 (data da publicação) as disposições contidas na Lei 9.278/96, principalmente no concernente à presunção de se formar o patrimônio com o esforço comum igualitário, pois aquelas situações jurídicas já se achavam consolidadas antes da vigência do diploma normativo. A partilha do patrimônio deve, pois, observar a contribuição de cada um dos concubinos para a aquisição dos bens, não significando, necessariamente, meação.” (REsp 174051-RJ, DJ 01.07.2002, Relator Ministro CASTRO MEIRA) ●STF RE 227604-SP (DJ 20.02.2002); STJ REsp 623566-RO156 (DJ 10.10.2005)

381. Não se homologa sentença de divórcio obtida por procuração, em país de que os cônjuges não eram nacionais.

●STF SE 2687-BO157 (DJ 01.04.1981); STJ SEC 832-EX158 (DJ 01.08.2005).

econômica, impõe-se na improcedência do pedido para a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 154 “4 - Quanto aos demais aspectos, esta Corte tem entendimento pacífico no sentido de ‘ser admissível a renúncia ou dispensa de alimentos por parte da mulher se esta possuir bens ou rendas que lhe garantam a subsistência, até porque alimentos irrenunciáveis, assim o são em razão do parentesco (iure sanguinis) que é qualificação permanente e os direitos que dela resultam nem sempre podem ser afastados por convenção ou acordo.’ (v.g. Resp 95.267/DF, Rel. Min. WALDEMAR ZVEITER, DJ de 25/02/1998). Destarte, nenhum reparo merece o acórdão impugnado, mesmo porque em conformidade com a jurisprudência desta Corte.” Relator Ministro JORGE SCARTEZZINI 155 “Ademais, ainda que transposto o referido óbice, verifica-se que a pretensão recursal esbarra na Súmula 83 do STJ, vez o acórdão recorrido se alinha com o posicionamento firmado nesta Corte Superior. Neste sentido: [...] ‘Direito civil e processual civil. Família. Recurso especial. Separação judicial. Acordo homologado. Cláusula de renúncia a alimentos. Posterior ajuizamento de ação de alimentos por ex-cônjuge. Carência de ação. Ilegitimidade ativa. - A cláusula de renúncia a alimentos, constante em acordo de separação devidamente homologado, é válida e eficaz, não permitindo ao ex-cônjuge que renunciou, a pretensão de ser pensionado ou voltar a pleitear o encargo. - Deve ser reconhecida a carência da ação, por ilegitimidade ativa do ex-cônjuge para postular em juízo o que anteriormente renunciara expressamente. Recurso especial conhecido e provido.” (REsp 701.902/SP, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJU de 03.10.2005 p. 249)” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR 156 “I. Comprovada a participação direta e indireta da mulher na consolidação do patrimônio do casal enquanto perdurou a união estável, cujo término ocorreu antes da vigência da Lei nº 9.278/1996, faz jus à partilha dos bens, adquiridos durante a vida em comum, nos termos da Súmula n. 380 do STF.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR 157 "Antes do advento da Emenda Constitucional, nº 9, semelhante sentença enfrentaria o óbice fluente da incompetência do juízo, vez que, em exceção à regra válida para as demais sentenças

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Súmula do STF

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382. A vida em comum sob o mesmo teto “more uxorio”, não é indispensável à caracterização do concubinato.

●STF RE 115504-RS (DJ 06.05.1988); STJ REsp 474581-MG159 (DJ 29.09.2003)

383. A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida a quem de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.

●STF ACO 493-MT (DJ 21.08.1998); STJ REsp 673399-RS160 (DJ 12.09.2005)

384. A demissão de extranumerário do Serviço Público Federal, equiparado a funcionário de provimento efetivo para efeito de estabilidade, é da competência do Presidente da República.

►Sem aplicabilidade. 385. Oficial das Forças Armadas só pode ser reformado, em tempo de paz,

por decisão de tribunal militar permanente, ressalvada a situação especial dos atingidos pelo art. 177 da Constituição de 1937.

►Sem aplicabilidade.

de caráter civil, as de divórcio se haviam por refratárias à eleição do foro. Impunha-se, com efeito, que o domicílio ou a nacionalidade previnculassem as partes, ou quando menos uma delas, ao foro processante. Tal restrição, de origem estritamente pretoriana, fundava-se no ânimo de coibir a fraude à lei, sob a forma de evasão ao foro natural, acaso inábil para a decretação do divórcio absoluto. Não por que fosse expressivo o número de nações adotantes do matrimônio indissolúvel, mas precisamente por ser o Brasil uma das poucas que guardavam semelhante postura. Não encontra a Procuradoria-Geral, ante nossa ordem jurídica presente, razão lógica para pugnar pela sobrevivência da aludida exceção. Por isso, na espécie, vê a submissão expressa de ambas as partes ao foro dominicano como fundamento legítimo de sua competência, e opina, atenta à nova redação do art. 7º, § 6º, da Lei de Introdução ao Código Civil, pela homologação irrestrita." Relator Ministro XAVIER DE ALBUQUERQUE 158 “Não há de prevalecer a sentença estrangeira, quando existente provimento da Justiça brasileira sobre o mesmo tema, sob pena de ofensa ao princípio da soberania nacional. Precedentes do STF. Pedido de homologação parcialmente deferido, com a exclusão das cláusulas 7 e 9 do acordo celebrado entre as partes, concernentes ao regime de visitação e ao sustento da filha.” Relator Ministro BARROS MONTEIRO 159 “1. Comprovada exaustivamente nas instâncias ordinárias que a autora e seu falecido companheiro mantiveram uma união pública, contínua e duradoura por 32 (trinta e dois) anos, não se pode afastar a configuração da existência de verdadeira união estável, não relevando, nas circunstâncias dos autos, o fato de não morarem sob o mesmo teto.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 160 “5. Nada obstante, como bem assentado no aresto recorrido: ‘mesmo que se considerasse a interrupção incorrida como demarcadora da contagem do prazo por metade, como dizem os doutrinadores, ter-se-á reduzido o prazo para menos de cinco anos, porque, como se viu, o prazo de dois anos e meio somente pode ser contado, se no momento da interrupção, já houve outro tanto ou mais decorrido, já que, a teor da Súmula 383 do Supremo Tribunal Federal, recomeça a correr, mas não fica reduzido aquém de cinco anos’.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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386. Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido direito autoral, não exigível quando a orquestra for de amadores.

►Merece revisão. Conquanto o art. 68 da atual Lei 9610/98 não faça mais distinção entre artista remunerado e não-remunerado, o art. 46, inciso VI, ressalva: “a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro;”

387. A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

●STF AI 384407-SP (DJ 02.09.2004); STJ REsp 871576-MG161 (DJ 30.11.2006)

388. O casamento da ofendida com quem não seja o ofensor faz cessar a qualidade do seu representante legal, e a ação penal só pode prosseguir por iniciativa da própria ofendida, observados os prazos legais de decadência e perempção.

►Cancelada, no julgamento do HC 53777-MG (RTJ 83/735) 389. Salvo limite legal, a fixação de honorários de advogado, em

complemento da condenação, depende das circunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário.

►Após CF/88, a orientação aplica-se ao recurso especial. ●STF AI-AgR 117710-SP (DJ 29.05.1987); STJ REsp 1005532-SP162 (DJe 20.08.2008)

161 “Verificam-se, ainda, vícios formais quanto aos títulos. Extrai-se do acórdão: ‘Quanto à Nota Promissória, compulsando os autos da Execução, constata-se que a mesma não contém a data de sua emissão, estando o espaço destinado a este campo em branco. Não se pode olvidar que, a teor da Súmula n.º 387 do STF 'a cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto'. Entretanto, não cuidou o Banco/exeqüente de completá-la antes de ajuizar a devida ação executiva, motivo pelo qual, não pode valer, agora, como título executivo extrajudicial, já que lhe falta um dos requisitos essenciais’.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 162 “3. Quanto ao valor dos honorários advocatícios, conforme dispõe o art. 20, § 4º, do CPC, nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou em que for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, que levará em conta fatores primordialmente factuais, quais sejam, o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. Assim sendo, a despeito de nessas hipóteses não estar o juiz adstrito aos limites indicados no § 3º do referido artigo (mínimo de 10% e máximo de 20%), porquanto a alusão feita pelo § 4º do art. 20 do CPC é concernente às alíneas do § 3º, tão-somente, e não ao seu caput - o que possibilitaria a fixação de honorários em valores inferiores ou superiores aos que resultaria da observância dos limites do § 3º, antes referidos -, é de se observar que qualquer juízo sobre a adequada aplicação, pelo acórdão recorrido,

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Súmula do STF

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390. A exibição judicial de livros comerciais pode ser requerida como medida preventiva.

►Enunciado consentâneo com o disposto no art. 844 do CPC: “Tem lugar, como procedimento preparatório, a exibição judicial: [...] III – da escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivo, nos casos expressos em lei.” ●STF RE 115222-BA (DJ 24.02.1989).

391. O confinante certo deve ser citado pessoalmente para a ação de usucapião.

►O enunciado não discrepa do disposto no Código de Processo Civil, cujo art. 942, com redação dada pela Lei nº 8951/94, dita: “O autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imóvel, requererá a citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observado quanto ao prazo o disposto no inciso IV do art. 232.”

392. O prazo para recorrer de acórdão concessivo de segurança conta-se da publicação oficial de suas conclusões, e não da anterior ciência à autoridade para cumprimento da decisão.

►Vide súmula 310. ●STF AI 26601-PE (DJ 14.11.1963); STJ REsp 881781-MG (DJ 30/10/2006).

393. Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-se a prisão.

►Contudo, quanto à execução da pena, não é suspensa. ●STF HC 73799-SP163 (DJ 01.07.1996); STJ HC 36313-PE (DJ 03.11.2004)

dos critérios de eqüidade, previstos no art. 20, § 3º, do CPC, impõe, necessariamente, exame dos fatos e das provas dos autos, o que não se comporta no âmbito do recurso especial, atraindo a incidência da Súmula 7/STJ. Aliás, sobre a matéria, referindo-se a recurso extraordinário, o STF expediu a Súmula 389, aqui aplicável por analogia: "salvo limite legal, a fixação de honorários de advogado, em complemento da condenação, depende das circunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário". Sobre o tema, há copiosa jurisprudência neste STJ, como se pode ver nos seguintes julgados: REsp 851962/DF, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJ de 25.06.2007; AgRg no REsp 739853/RS, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 21.06.2007; REsp 911757/SP, 2ª Turma, Min. João Otávio de Noronha, DJ de 10.05.2007 e AgRg no AG 833476/SP, 3ª Turma, Min. Nancy Andrighi, DJ de 16.04.2007.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 163 “A pretensão de aguardar-se em liberdade o julgamento de revisão criminal não encontra apoio na lei processual penal e nem na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que se posiciona no sentido de que o ajuizamento de revisão criminal não obsta a execução da

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Súmula do STF

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394. Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício.

►Cancelada no julgamento do Inq-QO 687-SP164 (DJ 09.11.2001); vide súmula 451.

395. Não se conhece de recurso de “habeas corpus” cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.

●STF HC 83768-RJ (DJ 30.04.2004); STF HC 19951-MG (DJ 03.02.2003).

396. Para a ação penal por ofensa a honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao desempenho de função pública, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que já tenha cessado o exercício funcional do ofendido.

►Não prevalece a parte final do enunciado (“ainda que já tenha cessado o exercício funcional do ofendido”), pelas razões que levaram ao cancelamento da súmula 394. ●STF AP-QO-QO 313-DF (DJ 09.11.2001).

397. O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.

●STF HC 81525-DF (DJ 01.02.2002). 398. O Supremo Tribunal Federal não é competente para processar e julgar,

originariamente, deputado ou senador acusado de crime. ►Merece cancelamento; vide Pet 1649-DF165 (DJ 05.02.1999).

sentença penal condenatória irrecorrível, de modo a permitir ao réu aguardar solto o julgamento do pedido.” Relator Ministro ILMAR GALVÃO 164 “2. A tese consubstanciada nessa Súmula não se refletiu na Constituição de 1988, ao menos às expressas, pois, no art. 102, I, "b", estabeleceu competência originária do Supremo Tribunal Federal, para processar e julgar "os membros do Congresso Nacional", nos crimes comuns. Continua a norma constitucional não contemplando os ex-membros do Congresso Nacional, assim como não contempla o ex-Presidente, o ex-Vice-Presidente, o ex-Procurador-Geral da República, nem os ex-Ministros de Estado (art. 102, I, "b" e "c"). Em outras palavras, a Constituição não é explícita em atribuir tal prerrogativa de foro às autoridades e mandatários, que, por qualquer razão, deixaram o exercício do cargo ou do mandato. Dir-se-á que a tese da Súmula 394 permanece válida, pois, com ela, ao menos de forma indireta, também se protege o exercício do cargo ou do mandato, se durante ele o delito foi praticado e o acusado não mais o exerce. Não se pode negar a relevância dessa argumentação, que, por tantos anos, foi aceita pelo Tribunal. Mas também não se pode, por outro lado, deixar de admitir que a prerrogativa de foro visa a garantir o exercício do cargo ou do mandato, e não a proteger quem o exerce. Menos ainda quem deixa de exercê-lo”. Relator Ministro SYDNEI SANCHES

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Súmula do STF

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399. Não cabe recurso extraordinário, por violação de lei federal, quando a ofensa alegada for a regimento de tribunal.”

●STF RE 359009-RJ (DJ 30.06.2006); STJ AgRg-Ag 641363-RS166 (DJ 13.02.2006)

400. Decisão que deu razoável interpretação a lei, ainda que não seja a melhor, não autoriza recurso extraordinário pela letra “a” do art. 101, III, da Constituição Federal.

►O princípio do enunciado aplica-se à letra ‘a’, III, do art. 102, da CF/88: “julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição;”. O verbete não se aplica à temas de substancial índole constitucional. Por analogia, é aplicável ao recurso especial (art. 105, III, ‘a’, CF). ●STF AI 163521-RJ167 (DJ 25.11.2004); STJ AgRg-Ag 826956-RJ (DJ 16.03.2007)

401. Não se conhece do recurso de revista, nem dos embargos de divergência, do processo trabalhista, quando houver jurisprudência firme do Tribunal Superior do Trabalho no mesmo sentido da decisão impugnada, salvo se houver colisão com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

►Sem aplicabilidade. 165 “Como se sabe, os membros do Congresso Nacional dispõem de prerrogativa de foro, perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns. Essa prerrogativa de foro lhes é concedida ratione muneris, com fundamento em estrito critério de ordem funcional, não se tratando, portanto, de privilégio de caráter pessoal, consoante adverte a jurisprudência desta Corte (RTJ 90/950). Na realidade, e para efeito dos atos inerentes à persecução penal, é a Suprema Corte, nos crimes comuns, o juiz natural dos Deputados Federais e Senadores da República (CF, art. 102, I, b). A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal, bem por isso, e tendo presente o postulado da naturalidade do juízo (CF, art. 5º, LIII, c/c o art. 102, I, b), firmou-se no sentido de definir, de maneira ampla, a locução constitucional crimes comuns, em ordem a abranger, nesse conceito, todas as modalidades de infração penal, inclusive os crimes dolosos contra a vida, os delitos eleitorais e, até mesmo, as próprias contravenções penais (RTJ 33/590 - RTJ 63/1 - RTJ 91/423 - RTJ 148/689 - RTJ 150/688), restando revogada, em conseqüência, a Súmula 398 desta Corte que foi enunciada sob a égide da Constituição de 1946.” Relator Ministro CELSO DE MELLO 166 “1. É cediço na Corte que o Recurso Especial não é o meio hábil a aferir violação de norma contida em Regimento Interno de Tribunal, porquanto tal diploma não se enquadra no conceito de norma federal, arrastando a incidência da Súmula n.º 399 do STF.” Relator Ministro LUIZ FUX 167 “Ademais, o acórdão recorrido decidiu pela aplicabilidade do § 2º do art. 17 do ADCT a partir de uma interpretação razoável da lei local, ou seja, entendendo que, se nos termos do Estatuto dos Funcionários Civis conta-se o tempo de estágio experimental para efeito de estabilidade, não há impedimento para que seja considerado em relação ao lícito exercício cumulativo de cargos. Dessa forma, o recurso extraordinário esbarra no óbice da Súmula 400.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA

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402. Vigia noturno tem direito a salário adicional. ►Vide súmulas 213, 214 e 313.

403. É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, a contar da suspensão, por falta grave, de empregado estável.

►Inobservado o prazo, o empregado suspenso tem direito à pronta reintegração. ►Segundo o escólio do Juiz do Trabalho paulista, HÉLCIO LUIZ ADORNO JR: “Sendo uma faculdade do empregador, que normalmente será exercida, porque implicará no afastamento do empregado de suas funções até a decisão final do inquérito, a suspensão não deve ser entendida como antecedente necessário ao ajuizamento da ação. O empregador pode optar por não suspender o dirigente sindical, hipótese na qual não há prazo legal previamente definido para a instauração do inquérito. Neste caso, não se aplica o mencionado prazo de trinta dias, mas o ajuizamento da ação deve ser feito o quanto antes, para que não se materialize a figura do ‘perdão tácito’.”

404. Não contrariam a Constituição os arts. 3º, 22 e 27 da Lei 3.244, de 14.08.1957, que definem as atribuições do Conselho de Política Aduaneira quanto à tarifa flexível.”

►Sem aplicabilidade. 405. Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do

agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.

►Merece revisão. HELI LOPES MEIRELLES discorda do enunciado em tela mediante a seguinte argumentação: “Sendo a medida liminar uma providência cautelar, de preservação do direito invocado pelo impetrante, é concedida por fundamentos diversos e independentes da decisão de mérito. Por isso mesmo não basta que o juiz se manifeste sobre o mérito, denegando o mandado, para que fique automaticamente invalidada a medida liminar. É preciso que o julgador a revogue explicitamente, para que cessem os seus efeitos. O só fato de denegar a segurança não importa em afirmar a desnecessidade da liminar, porque ela visa a preservar os danos irreversíveis para o impetrante e esta possibilidade pode subsistir até que a sentença passe em julgado, negando o direito pleiteado. Enquanto pende recurso, a sentença denegatória é reformável e, como tal, nenhum efeito produz em relação à suspensão provisória do ato. O que sustenta ou invalida a liminar, a nosso ver, é o pronunciamento autônomo do juiz sobre a sua persistência ou insubsistência”. ► Avançando nessa linha, decisão unânime da 5ª Turma do STJ afastou a incidência da súmula 7 da Corte Superior, que veda a análise

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Súmula do STF

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fática, e restabeleceu os efeitos de liminar concedida em 1ª instância, que fora expressamente cassada por ocasião da prolação de sentença denegatória. A ementa transcrita em nota de rodapé espelha julgamento de verdadeiro Tribunal da Cidadania, fazendo preponderar o direito material do cidadão (seu acautelamento) em detrimento de formalismo e de entendimento jurisprudencial vocacionado a causação de danos irreversíveis. ●STF Rcl 4797-PA168 (DJ 13.12.2006); STJ REsp 973855-DF169 (DJe 09.12.2008)

406. O estudante ou professor bolsista e o servidor público em missão de estudo satisfazem a condição da mudança de residência para o efeito de trazer automóvel do exterior, atendidos os demais requisitos legais.

►Sem aplicabilidade. Matéria regulada pelo Dec-lei 37/66 e Dec. 4543/02.

407. Não tem direito ao terço de campanha o militar que não participou de operações de guerra, embora servisse na “zona de guerra”.

►Sem aplicabilidade. 408. Os servidores fazendários não têm direito a percentagem pela

arrecadação de Receita Federal destinada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico.

►Sem aplicabilidade.

168 “11. Resulta da provisoriedade característica de toda medida liminar a cessação de sua eficácia com a prolação da decisão definitiva em sentido contrário, no processo em que deferida, a exemplo do que assentado, com relação ao mandado de segurança, na "Súmula 405. Denegado o mandado de segurança pela sentença (...), fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária." 12. Essa eficácia elisiva dos efeitos da liminar, própria da decisão definitiva do processo, independe do trânsito em julgado dessa última e, se proferida por Tribunal, até mesmo da publicação do acórdão.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 169 “1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de ser inviável, em sede de recurso especial, a verificação da existência ou não do fumus boni iuris e do periculum in mora, necessários para a concessão de efeito suspensivo a recurso de apelação interposto contra sentença que denegou mandado de segurança, em face da incidência da Súmula 7/STJ. 2. Tal entendimento, contudo, deve ser mitigado na hipótese dos autos, diante da especificidade do caso concreto, em que o recorrente insurge-se contra a Resolução 10, de 6/7/05, do Conselho Superior da Defensoria Pública da União, que o proibiu de exercer a advocacia fora das atribuições legais do cargo de Defensor Público. 3. Com efeito, considerando-se que o recorrente, desde 2/10/92, por força de aprovação em concurso público, assumiu o cargo de Advogado de Ofício da Justiça Militar Federal, passando a integrar, a partir de 6/7/01, a carreira da Defensoria Pública da União, exercendo, por todo esse período, a advocacia privada, deve ser mantida a liminar anteriormente concedida em primeira instância a fim de suspender, até final julgamento do seu recurso de apelação, a referida resolução do Conselho Superior da Defensoria Pública da União. 4. Recurso especial conhecido e provido.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA

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409. Ao retomante, que tenha mais de um prédio alugado, cabe optar entre eles, salvo abuso de direito.

►Enunciado não discrepa da lei de regência (Lei 8245/91). 410. Se o locador, utilizando prédio próprio para residência ou atividade

comercial, pede o imóvel locado para uso próprio, diverso do que tem o por ele ocupado, não está obrigado a provar a necessidade, que se presume.

►Enunciado não discrepa da atual Lei do Inquilinato (nº 8245/91), cujo art. 47 assim dispõe: “Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: [...] III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; [...] § 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente demonstrada, se: a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando, com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado na mesma localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel anteriormente; b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel próprio.”

411. O locatário autorizado a ceder à locação pode sublocar o imóvel. ►O princípio do enunciado está em conformidade com disposto na Lei do Inquilinato (nº 8245/91), cujo art. 13 assim dispõe: “A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. § 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua oposição. § 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição.” ●STF RE 50083-GB (DJ 18.07.1963).

412. No compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui indenização maior a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo.

●STF RE 117037-DF (DJ 02.12..1998); STJ Ag 647243-RJ (DJ 12.08.2005)

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Súmula do STF

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413. O compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, dá direito a execução compulsória, quando reunidos os requisitos legais.

►No STF permanece o entendimento de que é indispensável o registro imobiliário, já o STJ entende dispensável tal requisito (v. súmula 239/STJ); ►Dispõe a Lei 6766/79, art. 25: “São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros.”; ●STF RE 108548-SP170 (DJ 27.06.1986) e MS 23645-MS171 (DJ 15.03.2002); STJ REsp 450353-MG172 (DJ 03.10.2002).

414. Não se distingue a visão direta da oblíqua na proibição de abrir janela, ou fazer terraço, eirado, ou varanda, a menos de metro e meio do prédio de outrem.

►Merece cancelamento, contrária ao disposto no §1º, art. 1301, CC/02. ●STF RE 100037-RS173 (DJ 18.11.1983); Ag 438629-GO174 (DJ 30.08.2002).

170 “AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. A inscrição no registro de imóveis é requisito indispensável à adjudicação compulsória de imóvel prometido à venda por compromisso particular. Jurisprudência do Supremo Tribunal consubstanciada nas súmulas 167 e 413. Recurso Extraordinário conhecido e provido.” Relator Ministro CARLOS MADEIRA 171 “II. - É essencial a transcrição no registro público do contrato particular de venda do imóvel para o fim de excluí-lo do decreto expropriatório.” Relator Ministro CARLOS VELLOSO 172 “No tocante à apontada ofensa aos arts. 15 e 16 do Decreto-lei 58/37, a questão posta a desate pelo recorrente cinge-se em aferir a necessidade de inscrição do compromisso de compra e venda no registro de imóveis para o exercício do direito à adjudicação compulsória. O tema já restou apreciado por este Tribunal. Resta assente o entendimento no sentido de que, para a postulação da adjudicação compulsória de um imóvel, é prescindível a inscrição do compromisso de compra e venda no registro de imóveis.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 173 “DIREITO DE CONSTRUIR. PRIVACIDADE. ART-573 DO CÓDIGO CIVIL. SÚMULA 414. Não se exclui da proibição legal a abertura de janela perpendicular à linha divisória, permitindo a visão oblíqua do imóvel vizinho, a menos de metro e meio de distância.” Relator Ministro FRANCISCO REZEK 174 “Por fim, o v. aresto recorrido encontra respaldo na jurisprudência desta Casa, como se observa no seguinte julgado, in verbis: "DIREITO DE VIZINHANÇA. Terraço. Ação demolitória. Contra a construção do terraço a menos de metro e meio do terreno vizinho (art. 573 do CC), cabia ação de nunciação de obra nova até o momento de sua conclusão, entendendo-se como tal aquela a que faltem apenas trabalhos secundários. Uma vez concluída a obra (faltava apenas a pintura), cabível a ação demolitória, com prazo decadencial de ano e dia (art. 576 do CCivil), que se iniciou a partir da conclusão e não se interrompeu com a notificação administrativa. Recurso conhecido e provido" (REsp 311.507/AL, DJ de 05/11/2001, Relator Ministro Ruy Rosado de Aguiar).” Relator Ministro BARROS MONTEIRO

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Súmula do STF

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415. Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito a proteção possessória.

●STF AI-AgR 111965-SP (DJ 24.10.1986); STJ REsp 430509-RJ (DJ 19.12.2005)

416. Pela demora no pagamento do preço da desapropriação não cabe indenização complementar além dos juros.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à redação conferida pela Lei 6.306/75 ao § 2° do Dec-lei 3.365/41: “Decorrido prazo superior a um ano, a partir da avaliação, o juiz ou Tribunal, antes da decisão final, determinará a correção monetária do valor apurado, conforme índice que será fixado, trimestralmente, pela Secretaria de Planejamento da Presidência da República”; vide art. 404, CC.

417. Pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do falido, recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a disponibilidade.

►Vide súmulas 193 e 495. ●STF RE 115331-RJ (DJ 17.06.1988); STJ REsp 730824-RS175 (DJ 21.09.2006).

418. O empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita a exigência constitucional da prévia autorização orçamentária.

►Merece cancelamento, conforme julgamento do RE 111954-PR (DJ 24.06.1988).

419. Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.

►Vide súmula 645. ●STF RE 188592-SP176 (DJ 09.11.2005); STJ REsp 216665-AL (DJ 11.03.2002)

175 “1. As contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos empregados, pelo falido, e não repassadas aos cofres previdenciários, devem ser restituídas antes do pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista, porque se trata de bens que não integram o patrimônio do falido, incidindo a Súmula 417, do STF, à espécie. (REsp 284276/PR, Relator Ministro Garcia Vieira, DJ de 11.06.2001; REsp 506096/RS, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ de 15.12.2003; REsp 557373/RS, Relator Ministro Francisco Falcão, DJ de 28.04.2004; AGA 498749/RS, desta relatoria, DJ de 24.11.2003; REsp 90068/SP, Relator Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 15.12.97; REsp 511356/RS, Relator Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ de 04.04.2005). 2. Precedentes do Supremo Tribunal Federal acerca da aplicabilidade da Súmula 417/STF: RE 93355/MG, DJ de 27.03.1981, Relator Ministro Cordeiro Guerra; RE 91367/RS, DJ de 28.09.1979, Relator Ministro Rafael Mayer; RE 89345/PR, DJ de 19.04.1979, Relator Ministro Moreira Alves; RE 88828/RS, DJ de 01.06.1979, Relator Ministro Rafael Mayer; e RE 86069/MG, DJ de 29.09.1978, Relator Ministro Soares Munoz.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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420. Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.

●STF SEC 5066-EU (DJ 27.09.1996). 421. Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado

com brasileira ou ter filho brasileiro. ●STF ExT 1024-RFA (DJ 23.03.2007); STF ExT 820-IT177 (DJ 09.09.2002).

422. A absolvição criminal não prejudica a medida de segurança, quando couber, ainda que importe privação da liberdade.

►Enunciado conforme art. 753 do Código de Processo Penal. 423. Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso “ex-

officio”, que se considera interposto “ex-lege”. ●STF RE-AgR 243527-RJ (DJ 18.10.2002); STJ RHC 17143-SC (DJ 17/12/2007).

424. Transita em julgado o despacho saneador de que não houve recurso, excluídas as questões deixadas, explícita ou implicitamente, para a sentença.

176 “A jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que os municípios têm competência para regular o horário do comércio local (Súmula 419). Essa competência não afronta os princípios da isonomia, da livre concorrência, da defesa do consumidor, da livre iniciativa, da liberdade de trabalho e da busca ao pleno emprego e alcança farmácias e estabelecimentos comerciais não situados em shopping centers, além de incluir o poder de estabelecer e fiscalizar horários de funcionamento e escalas de plantão, desde que não sejam infringidas leis estaduais e federais (cf. RE 321.796-AgR, DJ 29.11.2002; AI 274.969-AgR, DJ 26.10.2001; RE 274.028, DJ 10.08.2001; RE 203.358-AgR, DJ 29.08.1997, e RE 174.645, DJ 27.02.1998, v.g.)”. Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 177 “A superveniência da nova ordem constitucional, notadamente no ponto em que esta dispôs sobre a tutela da família, não afetou a validade da formulação contida na Súmula 421/STF, que continua em regime de plena vigência'. (RTJ 161/409, Rel. Min. CELSO DE MELLO) 'A circunstância de o extraditando ser casado com brasileira e possuir filho brasileiro não impede a extradição (Súmula 421), nem, tampouco, o fato de desenvolver atividade lícita no Brasil (Extr 579).' (RTJ 164/416-417, Rel. Min. ILMAR GALVÃO) A razão subjacente ao entendimento jurisprudencial e à formulação sumular em causa restou claramente evidenciada em preciso voto proferido pelo eminente Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, quando do julgamento da Ext nº 510 - República Portuguesa (RTJ 139/470, 472-473), ocasião em que se acentuou, depois de reconhecida a possibilidade de superpor-se, o interesse do filho brasileiro, ao juízo de conveniência peculiar aos institutos da expulsão e da deportação, que: 'Na extradição, ao contrário, sempre se reputou irrelevante a circunstância, porque se trata de medida de cooperação internacional à repressão de um comportamento criminoso. Aí, no campo da repressão penal, a paternidade do estrangeiro de filho brasileiro não impede a sua extradição, assim, como, no foro interno, ter filho menor e dependente não impede a condenação do brasileiro, embora também importe a sua segregação da família, com evidente prejuízo à assistência devida ao menor.” Relator Ministro NELSON JOBIM

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Súmula do STF

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►Inaplicável às hipóteses previstas no art. 267, § 3º, do CPC (matérias de ordem pública), conforme julgamento do RE 104469-DF (DJ 31.05.1985). ●STF AR-AgR 1538-MG (DJ 01.06.2001); STJ REsp 261651-PR178 (DJ 23.05.2005).

425. O agravo despachado no prazo legal não fica prejudicado pela demora da juntada, por culpa do cartório; nem o agravo entregue em cartório no prazo legal, embora despachado tardiamente.

►Merece cancelamento. Não se coaduna com o disposto no parágrafo único do art. 506 do CPC, com redação dada pela Lei 11.576/2006: “No prazo para a interposição do recurso, a petição será protocolada em cartório ou segundo a norma de organização judiciária, ressalvado o disposto no § 2º do art. 525 desta Lei.”

426. A falta do termo específico não prejudica o agravo no auto do processo, quando oportuna a interposição por petição ou no termo da audiência.

►Merece cancelamento, a exemplo da súmula 427. 427. A falta de petição de interposição não prejudica o agravo no auto do

processo tomado por termo. ►Merece cancelamento, conforme RE 66447-MG (DJ 20.02.1970).

428. Não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, embora despachada tardiamente.

►Merece cancelamento. Não subsiste diante do disposto no parágrafo único do art. 506 do CPC, com redação dada pela Lei 11.576/2006: “No prazo para a interposição do recurso, a petição será protocolada em cartório ou segundo a norma de organização judiciária, ressalvado o disposto no § 2º do art. 525 desta Lei.”

429. A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

►De registrar que o efeito suspensivo é ineficaz em relação à decisão omissiva. ●STF MS 22062-DF (15.09.2005).

430. Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.

●STF MS 23340-MG (DJ 14.06.2005); STJ EDcl nos EDcl-AgRg-REsp 890593-AM (DJe 18/08/2008)

178 “Conforme precedentes desta Corte, as questões de ordem pública apreciadas apenas em 1º grau de jurisdição, por ocasião do despacho saneador, não se tornam preclusas em razão da ausência de recurso contra esta decisão, motivo pelo qual podem ser suscitadas na apelação, devendo ser apreciadas pelo tribunal. E assim é porque, em sendo de ordem pública, são de interesse geral, falam por si mesmas, não se incluindo na esfera da disponibilidade das partes. Recurso provido.” Relator Ministro CASTRO FILHO

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Súmula do STF

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431. É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em “habeas-corpus”.

●STF HC 81160-PR179 (DJ 01.02.2002); STJ HC 47525-SP (DJ 07/02/2008)

432. Não cabe recurso extraordinário com fundamento no art. 101, III, “d”, da Constituição Federal, quando a divergência alegada for entre decisões da Justiça do Trabalho.

►Merece cancelamento, diante da ausência de previsão constitucional de recurso extraordinário por divergência de decisões.

433. É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista.

►A orientação alude a um princípio válido para todos os tribunais, que são originariamente competentes para julgarem mandados de segurança contra seus próprios atos, consoante estabelece a Lei Orgânica da Magistratura (LC 35/79): “Art. 21 - Compete aos Tribunais, privativamente: [...] VI - julgar, originariamente, os mandados de segurança contra seus atos, os dos respectivos Presidentes e os de suas Câmaras, Turmas ou Seções.“ ►Vide súmula 624.

434. A controvérsia entre seguradores indicados pelo empregador na ação de acidente do trabalho não suspende o pagamento devido ao acidentado.

►Sem aplicabilidade; vide súmula 337. 435. O imposto de transmissão “causa mortis” pela transferência de ações é

devido ao estado em que tem sede a companhia. ►Merece cancelamento. Conquanto o princípio subjacente ao enunciado seja consentâneo com a legislação infraconstitucional vigente, eis que é na sede da companhia que se conservam os livros de registro, indispensáveis à averbação da transferência das ações, o enunciado discrepa do disposto no art. 115, § 1º, II, da CF/88. ►Dispõe a Lei das S/A (nº 6404/76), com redação dada pela Lei 10303/2001, em seu art. 31: “A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de ‘Registro de Ações Nominativas’ ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações.” Dita o §

179 “Advogado que, por petição, requer seja avisado da data do julgamento, para comparecer à sessão. Pedido que não ventilou desejo de fazer sustentação oral. Ausência de nulidade. Art. 664 do CPP e Súmula 431 do STF.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE

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Súmula do STF

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2º do artigo em tela: “A transferência das ações nominativas em virtude de transmissão por sucessão universal ou legado, de arrematação, adjudicação ou outro ato judicial, ou por qualquer outro título, somente se fará mediante averbação no livro de ‘Registro de Ações Nominativas’, à vista de documento hábil, que ficará em poder da companhia.”

436. É válida a Lei 4.093, de 24.10.1959, do Paraná, que revogou a isenção concedida às cooperativas por lei anterior.

►Sem aplicabilidade. 437. Está isenta da taxa de despacho aduaneiro a importação de

equipamento para a indústria automobilística, segundo plano aprovado, no prazo legal, pelo órgão competente.

►Sem aplicabilidade. 438. É legítima a cobrança, em 1962, da taxa de educação e saúde, de Santa

Catarina, adicional do Imposto de Vendas e Consignações. ►Sem aplicabilidade.

439. Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.

●STF MS 23168 MC-DF (DJ 16.06.1998); STJ AgRg na SS 1425-AL (DJ 29.08.2005)

440. Os benefícios da legislação federal de serviços de guerra não são exigíveis dos estados, sem que a lei estadual assim disponha.

►Sem aplicabilidade. 441. O militar, que passa a inatividade com proventos integrais, não tem

direito as cotas trigésimas a que se refere o Código de Vencimentos e Vantagens dos Militares.

►Sem aplicabilidade. 442. A inscrição do contrato de locação no registro de imóveis, para a

validade da cláusula de vigência contra o adquirente do imóvel, ou perante terceiros, dispensa a transcrição no registro de títulos e documentos.

►Enunciado conforme o disposto no Código Civil, art. 576: “Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro. § 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel. § 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja

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Súmula do STF

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obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.” ●STF RE 42481-BA (DJ 01.10.1962); STJ REsp 2832-RJ (DJ 17.09.1990).

443. A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre, quando não tiver sido negado, antes daquele prazo, o próprio direito reclamado, ou a situação jurídica de que ele resulta.

►A violação do direito faz nascer para o titular a pretensão que se extingue, pela prescrição, nos prazos legais, consoante dispõe o art. 189 do Código Civil. O termo inicial do prazo prescricional é a data da violação. Se ela prolonga-se no tempo, refletindo-se em cada pagamento (prestação de trato sucessivo devida pela Fazenda Pública), a prescrição atinge apenas a pretensão às prestações vencidas antes do qüinqüênio que antecedeu à propositura da ação. ●STF RE 361592-RJ (DJ 05.05.2006); STJ REsp 883114-PE180 (DJ 14.12.2006).

444. Na retomada para construção mais útil, de imóvel sujeito ao Decreto 24.150, de 20/04/1934, a indenização se limita às despesas de mudança.

►Merece cancelamento, orientação contrária ao disposto no § 3º do art. 52, da Lei 8245/91: “O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar.”

445. A Lei 2.437, de 07/03/1955, que reduz prazo prescricional, é aplicável às prescrições em curso na data de sua vigência (01/01/56), salvo quanto aos processos então pendentes.

►Sem aplicabilidade. A lei mencionada promoveu alterações no revogado Código Civil de 1916.

446. Contrato de exploração de jazida ou pedreira não está sujeito ao Decreto 24.150, de 20/04/34.

180 “5. A prescrição pressupõe lesão e inércia do titular na propositura da ação, e se inaugura com o inadimplemento da obrigação. Tratando-se de obrigação de trato sucessivo, a violação do direito ocorre de forma contínua. Dessa forma, o prazo prescricional é renovado em cada prestação periódica não-cumprida, podendo cada parcela ser fulminada isoladamente pelo decurso do tempo, sem, contudo, prejudicar as posteriores. Entendimento das súmulas 85 do STJ e 443 do STF.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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►Sem aplicabilidade. Decreto revogado pela Lei do Inquilinato (nº 8245/91).

447. É válida a disposição testamentária em favor de filho adulterino do testador com sua concubina.

►Merece cancelamento, diante da expressa vedação constitucional ao uso de designação discriminatória, insculpida no § 6º, do art. 227, da CF: “§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.” ►A matéria está regulada no art. 1803 do CC: “É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador”.

448. O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público.

►Enunciado revisado no julgamento do HC 50417-SP (DJ 05.09.1973). ●STF HC 69439-RJ181 (DJ 27.11.1992); STJ REsp 22809-RJ182 (DJ 28.09.1992)

449. O valor da causa, na consignatória de aluguel, corresponde a uma anuidade.

►O princípio permanece válido à luz da atual Lei do Inquilinato (nº 8245/91), cujo art. 58, e seu inciso III, assim dispõe: “Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar-se-á o seguinte: [...] III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento;” ●STF AI 40000-PR (DJ 17.05.1968); STJ REsp 33044-ES (DJ 21.11.1994)

181 “DISTINÇÃO QUANDO O ASSISTENTE ESTÁ HABILITADO OU NÃO NO PROCESSO. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, ART. 598 E PARÁGRAFO ÚNICO. Se o assistente está habilitado no processo, o prazo para recorrer é de cinco dias, não se aplicando à hipótese o parágrafo único do art. 598 do Código de Processo Penal, devendo ser intimado da sentença. Se o assistente não estiver habilitado no processo, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 598 do Código de Processo Penal, sendo o prazo para interposição do recurso de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.” Relator Ministro NÉRI DA SILVEIRA 182 “RECURSO DE APELAÇÃO. ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO. PRAZO PARA RECORRER (ART.598 DO CPP). Não obstante jurisprudência recente, a partir do HC 59.668-STF, que distingue entre assistente habilitado, ou não, na concessão de prazos diferenciados de quinze dias ou de cinco dias para apelação, deve-se modificar esse entendimento, concedendo-se ao assistente, em qualquer hipótese, o prazo do art. 598, já que a lei não distingue e, por outro lado, pode haver dificuldades de constatação imediata da omissão do Ministério Público ensejadora do recurso substitutivo.” Relator Ministro ASSIS TOLEDO

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Súmula do STF

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450. São devidos honorários de advogado sempre que vencedor o beneficiário de justiça gratuita.

►Exceto quanto o beneficiário estiver representado pela Defensoria Pública em lide contra a Fazenda, consoante sedimentada jurisprudência. ●STF RE 99474-SP (DJ 02.03.1984); STJ REsp 469662-RS183 (DJ 23.06.2003)

451. A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional.

●STF AI-AgR 460264-DF (DJ 21.11.2006); STJ AgRg-Apn 253-DF184 (DJ 07.11.2005)

452. Oficiais e praças do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara respondem perante a Justiça comum por crime anterior a Lei 427, de 11.10.1948.

►Sem aplicabilidade. 453. Não se aplicam a segunda instância o art. 384 e parágrafo único do

Código de Processo Penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa.

●STF HC 83924–SP185 (DJ 11.11.2005); STJ HC 22126-SP186 (DJ 16.05.2005)

183 “A Defensoria Pública é órgão do Estado, por isso que não pode recolher honorários sucumbenciais decorrentes de condenação contra a fazenda em causa patrocinada por Defensor Público. Confusão. Aplicação do art. 1.049 do Código Civil.” Relator Ministro LUIZ FUX 184 “1. O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar Desembargador aposentado, se os delitos que lhe são imputados não se relacionam com "atos administrativos do agente", afastando-se, assim, a regra de exceção prevista no § 1º do artigo 84 do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei nº 10.628/2002.” Relator Ministro PAULO GALOTTI 185 “Habeas corpus. 2. Art. 28 do Código de Processo Penal. 3. O Procurador-Geral de Justiça manifestou-se pela ocorrência, em tese, dos crimes de tráfico de drogas e de falso testemunho, excluindo o crime de denunciação caluniosa. 4. Denúncia oferecida por estar incurso o paciente no art. 342, § 1º do Código Penal. 5. Absolvição em primeiro grau. 6. Condenação em segundo grau pelo crime do art. 339, caput do Código Penal. Ausência de congruência entre a denúncia e a condenação. 7. Aplicação da Súmula 453. 8. A exclusão pelo Procurador-Geral de Justiça do delito de denunciação caluniosa equivale ao arquivamento. Incidência da Súmula 524. 9. Concessão da ordem para declarar nulo o acórdão que condenou o paciente.” Relator Ministro GILMAR MENDES 186 “Se a inicial da acusação que imputa delito de tráfico ilícito de entorpecentes na forma tentada e o Ministério Público apela nesses estritos termos, o Tribunal, ao condenar por tráfico na forma consumada, em concurso com a associação para o tráfico, julga fora do pedido.” Relator Ministro PAULO MEDINA

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Súmula do STF

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454. Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário.

►Vide enunciado nº 5 do STJ, em termos análogos, aplicável a recurso especial. No tocante à apreciação da aplicação ou não de cláusula limitativa ou extintiva da obrigação de indenizar, o STJ há muito tem decidido pela sua possibilidade em sede de recurso especial, deixando de aplicar o enunciado. ●STF AI 728312-RJ (DJe 17.10.2008); STJ Ag-REsp 762913-RS (DJ 04.06.2007)

455. Da decisão que se seguir ao julgamento de constitucionalidade pelo tribunal pleno, são inadmissíveis embargos infringentes quanto à matéria constitucional.

►O enunciado foi concebido tendo em conta a argüição incidental de inconstitucionalidade e está em conformidade com o art. 530 do CPC que, taxativamente, dispõe quanto às hipóteses de cabimento dos embargos infringentes. No mesmo sentido dispõe a LADin, art. 26: “A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.”; vide súmula 293. ●STF ADI-EI 1591-RS (DJ 12.09.2003)

456. O Supremo Tribunal Federal, conhecendo do recurso extraordinário, julgará a causa, aplicando o direito à espécie.

►Desde que não implique supressão de instância. ●STF RE 590386-GO (DJe 23.09.2008); STJ REsp 799780-DF187 (DJ 08.06.2007); STJ EDcl-EDcl-REsp 920334-SP (DJe 12.08.2008)

457. O Tribunal Superior do Trabalho, conhecendo da revista, julgará a causa, aplicando o direito à espécie.

►O enunciado repete o princípio inspirador do verbete nº 456. 458. O processo da execução trabalhista não exclui a remição pelo

executado. 459. No cálculo da indenização por despedida injusta, incluem-se os

adicionais, ou gratificações, que, pela habitualidade, se tenham incorporado ao salário.

187 “2. A mais recente posição doutrinária admite sejam reconhecidas nulidades absolutas ex officio, por ser matéria de ordem pública. Assim, se ultrapassado o juízo de conhecimento, por outros fundamentos, abre-se a via do especial (Súmula 456/STF). Relatora Ministra ELIANA CALMON

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Súmula do STF

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460. Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência Social.

461. É duplo, e não triplo, o pagamento do salário nos dias destinados a descanso.

►Enunciado nos termos da Lei 605/49, em vigor. 462. No cálculo da indenização por despedida injusta inclui-se, quando

devido, o repouso semanal remunerado. ►Merece revisão. Descabe a ressalva “quando devido”(CF/88, art.7º)

463. Para efeito de indenização e estabilidade, conta-se o tempo em que o empregado esteve afastado, em serviço militar obrigatório, mesmo anteriormente a Lei 4.072, de 01/06/62.

►A lei referida no enunciado introduziu o parágrafo único no art. 4º da CLT, que segue vigente, nos seguintes termos: “Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar ...(VETADO)... e por motivo de acidente de trabalho.”

464. No cálculo da indenização por acidente do trabalho inclui-se, quando devido, o repouso semanal remunerado.

►Merece revisão. Descabe a ressalva “quando devido” (CF/88, art.7º) 465. O regime de manutenção de salário, aplicável ao IAPM e ao IAPETC,

exclui a indenização tarifada na lei de acidentes do trabalho, mas não o benefício previdenciário.

►Sem aplicabilidade. 466. Não é inconstitucional a inclusão de sócios e administradores de

sociedades e titulares de firmas individuais como contribuintes obrigatórios da Previdência Social.

467. A base do cálculo das contribuições previdenciárias, anteriormente à vigência da lei orgânica da Previdência Social, e o salário mínimo mensal, observados os limites da Lei 2.755, de 1956.

►Sem aplicabilidade. 468. Após a Emenda Constitucional 5, de 21/11/1961, em contrato firmado

com a União, estado, município ou autarquia, é devido o imposto federal de selo pelo contratante não protegido pela imunidade, ainda que haja repercussão do ônus tributário sobre o patrimônio daquelas entidades.

►Sem aplicabilidade.

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Súmula do STF

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469. A multa de cem por cento, para o caso de mercadoria importada irregularmente, é calculada a base do custo de câmbio da categoria correspondente.

►Sem aplicabilidade. 470. O Imposto de Transmissão “inter vivos” não incide sobre a construção,

ou parte dela, realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, mas sobre o valor do que tiver sido construído antes da promessa de venda.

►Sem aplicabilidade. 471. As empresas aeroviárias não estão isentas do imposto de indústrias e

profissões. ►Sem aplicabilidade.

472. A condenação do autor em honorários de advogado, com fundamento no art. 64 do Código de Processo Civil, depende de reconvenção.

►Merece cancelamento. A orientação é incompatível com as disposições do vigente Código de Processo Civil.

473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

►Vide súmulas 6 e 346. ●STF AI 614610-RS188 (DJe 03.11.2008); STJ RMS 22141-RS189 (DJe 18.09.2008)

474. Não há direito líquido e certo, amparado pelo mandado de segurança, quando se escuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

475. A Lei 4.686, de 21/06/1965, tem aplicação imediata aos processos em curso, inclusive em grau de recurso extraordinário.

►O princípio subjacente à orientação é consentâneo com a CF/88, que preconiza valor atual e justo na desapropriação. No Decreto-lei 3365/4

188 “A jurisprudência deste Supremo Tribunal é no sentido de que, no exercício da autotutela, a Administração Pública pode rever seus próprios atos quando eivados de ilegalidade, prescindindo, nesses casos, de instauração do processo administrativo (Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal).” Relatora Ministra CARMEM LÚCIA 189 “1. Constatando a Administração o equívoco na análise de todos os títulos apresentados, é seu dever exercer o poder de autotutela para reavaliar os atos eivados de nulidade, adequando e vinculando publicamente a análise dos títulos de todos os candidatos aos estritos limites do Edital. Se assim procedeu, não existe ilegalidade ou violação do devido processo legal.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS

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Súmula do STF

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que dispõe sobre desapropriações por utilidade pública, o parágrafo segundo do art. 26, com redação dada pela Lei 6306/78, dita: “§ 2º Decorrido prazo superior a um ano a partir da avaliação, o Juiz ou Tribunal, antes da decisão final, determinará a correção monetária do valor apurado, conforme índice que será fixado, trimestralmente, pela Secretaria de Planejamento da Presidência da República.”

476. Desapropriadas as ações de uma sociedade, o poder desapropriante, imitido na posse, pode exercer, desde logo, todos os direitos inerentes aos respectivos títulos.

477. As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos estados, autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.

►Do REsp 680860-PR, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO NORONHA (DJ 12.02.2008) colhe-se: “O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 52.331, definiu que as terras devolutas situadas na faixa de fronteira, tidas como zona indispensável à defesa do País até o limite de 150 Km, são de domínio da União. (...) 3. As terras devolutas tidas por indispensáveis à defesa nacional, assim consideradas as situadas na faixa de fronteira, não podem ser transferidas pelos Estados-Membros a particulares sob pena de caracterizar venda a non domino, uma vez que se trata de terras dominicais da União, conforme entendimento manifestado pelo STF no julgamento do RE n. 52.331.”

478. O provimento em cargos de juízes substitutos do trabalho deve ser feito, independentemente de lista tríplice, na ordem de classificação dos candidatos. ►Sem aplicabilidade.

479. As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.

●STF RE 331086-PR190 (DJe 31.10.2008); STJ REsp 686318-SP191 (DJe 16.06.2008)

190 “Desapropriação. Terreno reservado. Súmula nº 479 da Suprema Corte. 1. A área de terreno reservado, como assentado pela Suprema Corte na Súmula nº 479, é insuscetível de indenização. 2. Recurso extraordinário conhecido e provido.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 191 “1. Os terrenos reservados nas margens das correntes públicas, como o caso dos rios navegáveis, são, na forma do art. 11 do Código de Águas, bens públicos dominiais, salvo se por algum título legítimo não pertencerem ao domínio particular. 2. As margens dos rios navegáveis, posto públicas, reclamam que o título que legitima a propriedade particular provenha do Poder Público, por isso que os terrenos marginais presumem-se de domínio público, podendo, excepcionalmente, integrar o domínio de particulares, desde que objeto de concessão

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Súmula do STF

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480. Pertencem ao domínio e administração da União, nos termos dos Artigos 4, IV, e 186, da Constituição Federal de 1967, as terras ocupadas por silvícolas.

►Orientação consentânea com o disposto nos arts. 20, XI e 231 da CF/88; vide súmula 650.

481. Se a locação compreende, além do imóvel, fundo de comércio, com instalações e pertences, como no caso de teatros, cinemas e hotéis, não se aplicam ao retomante as restrições do artigo 8º, “e”, parágrafo único, do Decreto 24.150, de 20/04/1934.

►Orientação consentânea com o disposto na Lei do Inquilinato (nº 8245/91): “Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: (...) II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. § 1º - Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences.” ●STJ REsp 594637-SP192 (DJ 29/05/2006).

legítima, expressamente emanada de autoridade competente. 3. Os rios que banham mais de um Estado, como é o caso do Rio Paraná, são bens da União, assim como o são os terrenos marginais e as praias fluviais, por força da Constituição Federal, art. 20, III, por isso que afigura-se incabível a indenização pretendida. 4. Aplicação da Súmula 479/STF, verbis: "As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização." 5. "São de propriedade da União quando marginais de águas doces sitas em terras de domínio federal ou das que banhem mais de um Estado, sirvam de limite com outros países ou, ainda, se estendam a território estrangeiro ou dele provenham (art. 20, III, da Constituição). Por seguirem o destino dos rios, são de propriedade dos Estados quando não forem marginais de rios federais. Em tempos houve quem, erroneamente, sustentasse que sobre eles não havia propriedade pública, mas apenas servidão pública. Hoje a matéria é pacificada, havendo súmula do STF (nº 479) reconhecendo o caráter público de tais bens, ao confirmar acórdão do TJSP no qual a matéria fora exaustivamente aclarada pelo relator, Des. O. A. Bandeira de Mello, o qual, em trabalhos teóricos anteriores, já havia examinado ex professo o assunto. De resto, hoje, no art. 20, VII, da Constituição, a questão está expressamente resolvida. Os terrenos reservados são bens públicos dominicais (art. 11 do Código de Águas)." (Celso Antonio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, Malheiros, 2002, p. 778). 6. A dúvida existente acerca do domínio da área imóvel desapropriada justifica a suspensão do levantamento do valor depositado. 7. Recurso Especial provido.” Relator Ministro LUIZ FUX 192 “1. É firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que, nos termos do art. 52, § 3º, da Lei 8.245/91, é assegurado ao locatário o direito de ressarcimento por eventuais danos causados pelo locador que, utilizando-se indevidamente da prerrogativa legal insculpida no art. 52, II, da Lei do Inquilinato, empregando-a como subterfúgio especulativo, confere ao imóvel destinação diversa daquela declarada na ação renovatória. 2. O art. 52, § 1º, da Lei 8.245/91 não versa sobre hipótese autônoma a autorizar a retomada do imóvel, devendo

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Súmula do STF

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482. O locatário, que não for sucessor ou cessionário do que o precedeu na locação, não pode somar os prazos concedidos a este, para pedir a renovação do contrato, nos termos do Decreto 24.150/34.

►Orientação consentânea com o disposto na Lei do Inquilinato (nº 8245/91): “Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. § 1º - O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.”

483. É dispensável a prova da necessidade, na retomada do prédio situado em localidade para onde o proprietário pretende transferir residência, salvo se mantiver, também, a anterior, quando dita prova será exigida.

►A retomada nas locações residenciais está regulada na Lei do Inquilinato (nº 8245/91) nos artigos 46 e 47: “Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a trinta meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso. § 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel alugado por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantidas as demais cláusulas e condições do contrato. § 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a qualquer tempo, concedido o prazo de trinta dias para desocupação. Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e com o prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: I - Nos casos do art. 9º193; II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário é relacionada com o seu emprego; III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso

ser interpretada em consonância com o inciso II do mesmo dispositivo legal.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES 193 Lei do Inquilinato (nº 8645/91): “Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: I - por mútuo acordo; II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual; III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos; IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-las.”

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Súmula do STF

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residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento; V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. § 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente demonstrada, se: a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupando, com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado na mesma localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imóvel anteriormente; b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em imóvel próprio. § 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo.”

484. Pode, legitimamente, o proprietário pedir o prédio para a residência do filho, ainda que solteiro, de acordo com o art. 11, III, da Lei 4494, de 25/11/1964.

►Vide nota à súmula 483. 485. Nas locações regidas pelo Decreto 24.150, de 20 de abril de 1934, a

presunção de sinceridade do retomante é relativa, podendo ser ilidida pelo locatário.

►Vide nota à súmula 481. 486. Admite-se a retomada para sociedade da qual o locador, ou seu

cônjuge, seja sócio, com participação predominante no capital social. ►Vide nota à súmula 481.

487. Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada.

►Merece revisão. A posse só pode ser deferida a quem provar que a exercia e foi esbulhado, mesmo que o esbulhador seja o titular do domínio. Se a disputa é baseada estritamente em prova de domínio a ação cabível é a reivindicatória, de cunho petitório, não a ação possessória.

488. A preferência a que se refere o artigo 9º da Lei 3.912, de 03.07.1961, constitui direito pessoal. Sua violação resolve-se em perdas e danos.

►Dispõe a Lei 8245/91: “Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado,

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Súmula do STF

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em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar-lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca. (...) Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel.” ●STF RE 108006-PA (DJ 11.03.1988); STJ Ag 252158-RJ194 (DJ 28.08.2000)

489. A compra e venda de automóvel não prevalece contra terceiros, de boa-fé, se o contrato não foi transcrito no Registro de Títulos e Documentos.

●STF RE 514966-DF195 (DJe 29.04.2008); STJ REsp 226856-PB (DJ 21.02.2000)

194 “1 - O locatário preterido pode pleitear perdas e danos, não se fazendo necessário o registro do Contrato de Locação, devendo, entretanto, ser produzidas provas testemunhais, documentais ou periciais. Cabe ao locador, nos termos do art. 27, da Lei nº 8.245/91, dar ciência ao locatário de sua intenção de venda, facultando-lhe o direito de exercer sua preferência. No caso sub judice, como não o fez, conforme já esposado pelo Colendo Supremo Tribunal Federal (Súmula 488), ao considerar o direito de preferência de natureza pessoal, recomenda-se a composição em perdas e danos. 2- Todavia, para obter para si o imóvel, no prazo máximo de seis meses do registro de venda no órgão competente, é necessário que o locatário tenha feito a prévia averbação do seu instrumento de locação junto ao Cartório de Registro de Imóveis, com antecedência mínima de trinta dias da referida data de venda deste, bem como deposite, initio litis, o valor do mesmo, mais despesas de transferência. Não foi o que aconteceu nestes autos, onde não houve nem o registro, nem o citado depósito. A r. decisão monocrática atendeu corretamente pedido alternativo de perdas e danos e negou a pretensão de adjudicação do imóvel. 3 - Precedentes (Ag.Reg. em AG nº 18.719/RJ, REsp nºs 13.718/SP e 130.008/SP).” Relator Ministro JORGE SCARTEZZINI 195 “É que o acórdão recorrido está em dissonância com a jurisprudência desta Corte, consoante se observa do julgamento do RE 159.925-AgR/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, cuja ementa segue transcrita: “RESPONSABILIDADE CIVIL. VEÍCULO REGISTRADO PELO DETRAN, MAS QUE TEVE QUE SER RESTITUÍDO POR SE ENCONTRAR ALIENADO FIDUCIARIAMENTE. Não se pode impor ao Estado o dever de ressarcir o prejuízo, conferindo-se ao certificado de registro do veículo, que é apenas título de propriedade, o efeito legitimador da transação, e dispensando-se o adquirente de diligenciar, a respeito, no cartório competente, quanto à legitimidade do título do vendedor (Súmula 489). Fora dos parâmetros da causalidade não é possível impor ao Poder Público o dever de indenizar sob o argumento de falha no sistema de registro. (...) Saliento, por fim, que no caso dos autos o registro do veículo no Detran/DF ocorreu após a consumação do evento que deu causa ao prejuízo suportado pelo autor. Assim, ainda que a vistoria identificasse qualquer irregularidade, esta seria pré-existente e atribuível a terceiro que não ostenta a qualidade de agente público. Ademais, caberia ao adquirente do veículo diligenciar quanto à legitimidade do título do alienante. Isso posto, nos termos do art. 557, § 1º-A, do CPC, conheço do recurso

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Súmula do STF

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490. A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade civil deve ser calculada com base no salário mínimo vigente ao tempo da sentença e ajustar-se-á às variações ulteriores.

●STF AI-AgR 57790-GO196 (DJe 20.11.2008); STJ AgRg-Ag 816398-RJ197 (DJ 28.08.2008)

491. É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado.

●STF AI 570456-PR (DJ 23.03.2006); STJ REsp 674586-SC (DJ 02.05.2006)

492. A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado.

►Conforme entendimento consolidado no STJ o verbete não se aplica às empresas arrendadoras de veículos. ●STF AI 694153-SC (DJe 02.05.2008); STJ AgRg-Ag 909245-SP198 (DJe 07.05.2008)

493. O valor da indenização, se consistente em prestações periódicas e sucessivas, compreenderá, para que se mantenha inalterável na sua fixação, parcelas compensatórias do Imposto de Renda, incidente sobre os juros do capital gravado ou caucionado, nos termos dos Artigos 911 e 912 do Código de Processo Civil.

►Sem aplicabilidade ►Vide súmula STJ 313.

494. A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, prescreve em vinte anos, contados da data do ato, revogada a Súmula 152.

extraordinário e dou-lhe provimento, invertidos os ônus da sucumbência.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 196 “EMENTA: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Morte de preso no interior de estabelecimento prisional. 3. Indenização por danos morais e materiais. Cabimento. 4. Responsabilidade objetiva do Estado. Art. 37, § 6º, da Constituição Federal. Teoria do risco administrativo. Missão do Estado de zelar pela integridade física do preso. 5. Pensão fixada. Hipótese excepcional em que se permite a vinculação ao salário mínimo. Precedentes. 6. Agravo regimental a que se nega provimento.” Relator Ministro GILMAR MENDES 197 “A pensão fixada a título de indenização por ato ilícito em número de salários mínimos também deve ser corrigida monetariamente, não sendo lícito afirmar que ela apenas será reajustada com a alteração do valor do próprio salário mínimo.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 198 “Com efeito, esta Corte julgou caso idêntico ao dos autos em que ficou decidido, por unanimidade, que a empresa de arrendamento mercantil é, objetivamente, parte ilegítima para figurar no pólo passivo da demanda causada pelo uso indevido do bem pelo arrendatário, porquanto é o possuidor direto da coisa, descabendo à empresa arrendatária a fiscalização pela utilização irregular do bem.” Relator Ministro JOSÉ DELGADO

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Súmula do STF

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►Merece cancelamento. A orientação é contrária à expressa disposição do atual Código Civil que estabelece prazo prescricional de dois (2) anos. Registre-se que a definição a respeito da nulidade ou da anulabilidade da venda direta de ascendente a descendente é questão controvertida no âmbito do CC/16, havendo precedentes nos dois sentidos. O atual Código Civil dispõe com clareza: “Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido”, e, quanto à prescrição, “Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.”

495. A restituição em dinheiro da coisa vendida a crédito, entregue nos quinze dias anteriores ao pedido de falência ou de concordata, cabe, quando, ainda que consumida ou transformada, não faça o devedor prova de haver sido alienada a terceiro.

►Quanto à matéria, dispõe a Lei 11.101/2005: “Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I - se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II - da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III - dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. (...) Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.”

496. São válidos, porque salvaguardados pelas disposições constitucionais transitórias da Constituição Federal de 1967, os decretos-leis expedidos entre 24 de janeiro e 15 de março de 1967.

●STF HC 69850-RS (DJ 27.05.1994); STJ REsp 1408-MS (DJ 03.12.1990)

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Súmula do STF

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497. Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

●STF HC 92841-MS199 (DJe 03.04.2008); HC 78087-SP200 (DJe 30.06.2008).

498. Compete à Justiça dos Estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.

●STF RE 119011-BA (DJ 06.12.1991); STJ RHC 21624-SP (DJe 21.03.2008)

499. Não obsta a concessão do “sursis” condenação anterior à pena de multa.

●STF RHC 61684-SP (DJ 13.04.1984); TRF3 HC 29259-SP (DJ 04.12.2007)

500. Não cabe a ação cominatória para compelir-se o réu a cumprir obrigação de dar.

►Merece revisão. Atualmente o entendimento aplica-se tão-só às obrigações de pagar quantia. ►FREDIE DIDIER JR., em ‘Notas sobre o novo art. 287, CPC, e a sua compatibilização com a tutela específica prevista nos arts. 461 e 461-A, CPC’, leciona: “Urge lembrar que a tutela jurisdicional dos direitos a uma prestação (direitos que têm por objeto o cumprimento de uma prestação pelo sujeito passivo, concernente em um fazer, não-fazer ou dar) pode operar-se por uma daquelas três técnicas. Agora, somente o direito a prestação pecuniária está submetido à técnica condenatória (certificação com posterior execução); os demais podem ser tutelados por técnicas de cognição com força executiva: mandamental, que pressupõe ‘colaboração do sujeito passivo’, após coerção indireta do

199 “(...) de acordo com o art. 109 do Código Penal, há de se verificar o prazo da prescrição segundo a pena aplicada, não se computando o acréscimo decorrente da continuação (Súmula n. 497 do Supremo Tribunal Federal): se, como na espécie vertente, a pena imposta a cada um dos delitos foi de dois anos e seis meses, haverá, em tese, duas possibilidades: tratando-se de prescrição da pretensão punitiva, ela ocorrerá em oito anos (Código Penal, art. 109, inc. IV); cuidando-se, diversamente, de prescrição da pretensão executória, aplica-se, ao prazo normal de oito anos, o aumento de um terço a que se refere o caput do art. 110 do Código Penal, verificando-se a prescrição depois de transcorridos dez anos e oito meses.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 200 “2. Excluído o acréscimo pela continuidade delitiva, a prescrição da pretensão punitiva estatal deve ser calculada sobre a pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses, sendo seu lapso temporal de oito anos, nos termos do art. 109, inciso IV, do Código Penal. 3. Não havendo transcorrido o lapso temporal exigido entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia, ou entre este marco e a publicação da sentença condenatória, não há como reconhecer extinta a punibilidade pela prescrição.” Relatora Ministra LAURITA VAZ

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Súmula do STF

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Estado-juiz, e executiva em sentido lato, que dispensa o ‘auxílio’ do obrigado, valendo-se o Poder Judiciário de medidas de coerção direta”. ●STF RHC 61684-SP (DJ 13.04.1984); TRF3 AC 282975-SP201 (DJ 08.02.2006)

501. Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

►Merece ser mantida. Conquanto predomine o entendimento que se aplica somente às ações acidentárias instauradas contra o INSS, em relação às quais subsiste a competência da Justiça comum estadual. ►Vide súmulas 235 e 736, e STJ 15. ●STF AI 711948-RJ202 (DJe 13.05.2008); AgRg no Ag 693098-DF203 (DJe 23.09.2008)

502. Na aplicação do artigo 839, do Código de Processo Civil, com a redação da Lei 4.290, de 5/12/1963, a relação do valor da causa e salário mínimo vigente na capital do Estado, ou do Território, para o efeito de alçada, deve ser considerada na data do ajuizamento do pedido.

►Sem aplicabilidade.

201 “Obrigação de pagar é obrigação de dar, não de fazer, de forma que são inaplicáveis os artigos 632 e 644 do Código de Processo Civil. Descabida a determinação de pagamento no prazo de 30 dias e a cominação de multa pecuniária em caso de descumprimento. Aplicação da Súmula 500 do STF.” Relator Juiz Federal ANDRÉ NABARRETE 202 “Impende salientar, neste ponto, por oportuno, que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o CC 7.204/MG, Rel. Min. CARLOS BRITTO, reformulou sua anterior orientação jurisprudencial, para reconhecer, “a partir da Emenda Constitucional nº 45/2004”, a competência da Justiça do Trabalho “para o julgamento das ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho”, desde que ajuizadas contra o empregador, pois, tratando-se de causa acidentária instaurada contra o próprio INSS, continuará a subsistir, íntegra, a competência do Poder Judiciário do Estado-membro, nos termos da Súmula 501/STF, por efeito de expressa exclusão, em tal hipótese, da competência da Justiça Federal (CF, art. 109, I, “in fine”).” Relator Ministro CELSO DE MELLO 203 “I - A Segunda Seção desta Corte, ao apreciar o CC n° 51.712/SP, Rel. Min. Barros Monteiro, deliberou acerca do estágio processual delimitador da respectiva incidência da nova norma constitucional de competência, considerando-se a "eficácia imediata, mas, salvo disposição expressa, não retroativa" (CC nº 6.967-7/RJ, Rel. Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE). Naquela oportunidade, fixou-se que ‘o marco definidor da competência ou não da Justiça obreira é a sentença proferida na causa. Se já foi ela prolatada pelo Juiz de Direito por onde tramitava, a competência permanece na Justiça comum estadual, cabendo o eventual recurso à Corte de segundo grau correspondente. Se ainda não proferida a decisão, o feito deve, desde logo, ser remetido à Justiça do Trabalho’.” Relator Ministro SIDNEI BENETI

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Súmula do STF

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503. A dúvida, suscitada por particular, sobre o direito de tributar, manifestado por dois estados, não configura litígio da competência originária do Supremo Tribunal Federal.

●STF ACO-QO 487-RS204 (DJ 01.03.2002). 504. Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, o processo e o

julgamento das causas fundadas em contrato de seguro marítimo. ►Merece cancelamento. Orientação incompatível com a competência da Justiça Federal (isso desde a Emenda Constitucional nº7/77).

505. Salvo quando contrariarem a constituição, não cabe recurso para o Supremo Tribunal Federal, de quaisquer decisões da Justiça do Trabalho, inclusive dos presidentes de seus tribunais.

●STF AI 683120-SP (DJe 05.12.2007). 506. Do agravo a que se refere o art. 4º da Lei 4.348, de 26/06/1964, cabe,

somente, do despacho do presidente do Supremo Tribunal Federal que defere a suspensão da liminar, em mandado de segurança, não do que a “denega”.

►Merece cancelamento, conforme julgamento do AgRg-AgRg-AgRg-SS 1945-AL (DJ 01.08.2003), cuja ementa é a seguinte: "Suspensão de Segurança. Agravo Regimental. 2. Completa reformulação da legislação, quanto à suspensão das liminares nos diversos processos, até mesmo na ação civil pública e na ação popular. 3. Disciplina assimétrica na legislação do mandado de segurança. Recorribilidade, tão-somente, da decisão que nega o pedido de suspensão em mandado de segurança. Súmula 506. 4. Configuração de lacuna de regulação superveniente. Necessidade de sua colmatação. Extensão da disciplina prevista na Lei nº 8.437, de 1992, à hipótese de indeferimento do pedido de suspensão em mandado de segurança. 5. Admissibilidade do agravo nas decisões que deferem ou indeferem a suspensão de segurança. Questão de ordem resolvida no sentido do conhecimento do agravo. Revogação da Súmula 506. 6. No mérito, em face a grave lesão causada à economia pública, o agravo foi provido, para deferir a suspensão de segurança."

507. A ampliação dos prazos a que se refere o artigo 32 do Código de Processo Civil aplica-se aos executivos fiscais.

►Atual art. 188 do CPC.

204 “COMPETÊNCIA - CAUSAS E CONFLITOS ENTRE A UNIÃO E OS ESTADOS, A UNIÃO E O DISTRITO FEDERAL, OU ENTRE UNS E OUTROS - ASSISTÊNCIA SIMPLES. Revelando-se a hipótese como configuradora de assistência simples, descabe cogitar da incidência do disposto na alínea "f" do inciso I do artigo 102 da Constituição Federal. Precedente: Ação Cível Originária nº 521-1/PA, relatada pelo ministro Sydney Sanches, Diário da Justiça de 16 de agosto de 1999.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO

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Súmula do STF

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508. Compete à Justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S.A.

●STF HC 69881-SP (DJ 06.10.2006); STJ CC 43891-RS (DJ 06.06.2005)

509. A Lei 4.632, de 18.5.65, que alterou o artigo 64 do Código de Processo Civil, aplica-se aos processos em andamento, nas instâncias ordinárias.

►Sem aplicabilidade. 510. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada,

contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. ●STF MS 27497-DF205 (DJe 16.09.2008); STJ AgRg-RMS 24116-AM206 (DJe 02.06.2008)

511. Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas entre autarquias federais e entidades públicas locais, inclusive mandados de segurança, ressalvada a ação fiscal, nos termos da Constituição Federal de 1967, art. 119, parágrafo 3.

205 “3. Preliminarmente, não vislumbro, no presente caso, a legitimidade passiva do Procurador-Geral da República, eis que o ato contra o qual se insurge o impetrante foi assinado pelo Secretário-Geral do Ministério Público da União (fl. 21). Ademais, segundo o item XIV, número 1, do Edital 18/2006 (fl. 17), a homologação do resultado final do concurso público em questão é ato de sua competência, não do PGR. Evidencia-se, portanto, no caso, a ilegitimidade passiva ad causam da autoridade apontada como coatora, Procurador-Geral da República, certo que compete a esta Corte apreciar, apenas e tão-somente, os mandados de segurança impetrados contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, d, da Constituição Federal. Ao apreciar o Mandado de Segurança 26.985-MC/DF, também relativo ao concurso público disciplinado pelo Edital nº 18/2006, caso semelhante ao presente, o eminente Ministro Celso de Mello, em decisão amplamente fundamentada na doutrina e na jurisprudência desta Suprema Corte, asseverou que a norma de competência originária inscrita no art. 102, I, d, da Constituição Federal não contempla, em seu rol taxativo, a figura do Secretário-Geral do Ministério Público da União (DJ 23.11.2007). Incide, na espécie, a Súmula STF nº 510, verbis: “Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.” Nesse sentido foi a decisão por mim proferida no Mandado de Segurança 27.043/DF, DJ 07.02.2008.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 206 “I – No caso, cabe ao Centro de Seleção e Promoção de Eventos (CESPE) elaborar as questões da prova do concurso e julgar os respectivos recursos administrativos. II – Insurgindo-se o mandado de segurança contra ato de atribuição do CESPE/FUB (conteúdo de questão de concurso em contraste com normas do edital), o e. Desembargador Presidente da Comissão do Concurso não deve figurar como autoridade coatora. III – Além da manifestação acerca do mérito do mandamus por parte da autoridade apontada coatora, exige-se, para fins de aplicação da “teoria da encampação”, vínculo hierárquico imediato entre aquela autoridade e a que deveria, efetivamente, ter figurado no feito. IV – In casu, não existe relação de hierarquia entre o e. Desembargador Presidente da Comissão do Concurso e o CESPE/FUB. Agravo regimental desprovido.” Relator Ministro FELIX FISCHER

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Súmula do STF

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●STF MS-QO 25624-SP207 (DJ 10.08.2006); STJ CC 68584-SP208 (DJ 16.04.2007)

512. Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.

►Merece revisão, conquanto o novel diploma regente (Lei 12016/2009) tenha mantido a disposição: “Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.” ►A Comissão Nacional de Legislação da Ordem dos Advogados do Brasil aprovou, em 19.10.2008, proposta de projeto de lei de autoria do advogado MARCO ANTONIO INNOCENTI (OAB-SP), prevendo honorários de sucumbência na fase de liquidação de mandado de segurança concedido a servidor público. A proposição fundamenta-se no fato de que a sentença proferida em mandado de segurança concessiva de vantagens ou de diferenças remuneratórias postuladas por servidores públicos é dotada também de conteúdo condenatório, apto a desencadear a liquidação e execução das vantagens patrimoniais vencidas a partir do ajuizamento do writ, conforme previsto na Lei nº 5.021/66. Portanto, conquanto se entenda incabível a condenação em honorários advocatícios em mandado de segurança, são devidos, quanto ao remanescente conteúdo condenatório da respectiva sentença, devendo incidir sobre os efeitos patrimoniais apurados na forma da Lei nº 5.021/66, em decorrência da aplicação da regra geral disposta no art. 20 do Código de Processo Civil. ●STF RE 577873-MG (DJe 12/12/2008); STJ MS 12389-DF (DJe 04.08.2008)

513. A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de

207 “EMENTA: Supremo Tribunal Federal: competência originária: mandado de segurança em que autarquia federal (OAB) controverte com Estado-membro, pelo órgão mais alto de um dos seus poderes, o Tribunal de Justiça, sobre suas respectivas atribuições constitucionais (questão relativa ao "quinto constitucional"): controvérsia jurídica relevante sobre demarcação dos âmbitos materiais de competência de entes que compõem a Federação, que atrai a competência originária do Supremo Tribunal (CF, art. 102, I, f); precedentes”. Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 208 “1. A competência para julgamento de mandado de segurança impetrado por autarquia federal é da Justiça Federal (art. 109, I, da CF), mesmo que a autoridade coatora seja autoridade estadual. Aplicação do princípio federativo da prevalência do órgão judiciário da União sobre o do Estado-membro (Súmula 511/STF). 2. Conflito conhecido e declarada a competência do Juízo da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Taubaté - SP, o suscitado.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI

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Súmula do STF

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inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmaras, grupos ou turmas) que completa o julgamento do feito.

●STF AO 299-SC (DJ 14.06.1996); STJ AI-REsp 215881-PR209 (DJ 18.04.2001)

514. Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos.

●STF AR-AgR 1583-RJ (DJ 14.10.2005); STJ AR 3202-CE (DJe 06.08.2008)

515. A competência para a ação rescisória não é do Supremo Tribunal Federal, quando a questão federal, apreciada no recurso extraordinário ou no Agravo de Instrumento, seja diversa da que foi suscitada no pedido rescisório.

●STF RE-AgR 388835-SP (DJe 27.03.2008); STJ AR 775-RJ (DJ 25.06.2007)

516. O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça estadual.

●STF RE 554753-SC (DJe 27.09.2007); STJ CC 95723-RS210 (DJe 22.09.2008)

209 “Recurso especial (julgamento). Inconstitucionalidade (prejudicial). Argüição/procedimento (Regimento, art. 200 e Cód. de Pr. Civil, arts. 480 a 482). Competências constitucionais (distribuição). Incidente (caso em que lhe falta cabimento). 1. No julgamento do recurso especial, uma vez acolhida a argüição, a Turma remeterá o feito à Corte Especial. 2. Compete à Corte Especial julgar a prejudicial de inconstitucionalidade. 3. Do julgamento, porém, não poderá tirar proveito o autor do recurso especial (recorrente). Caso a declaração venha a beneficiar o recorrente, ao incidente faltará cabimento. 4. É que, no exercício da competência prevista no inciso III do art. 105 da Constituição, em princípio o Superior não dispõe do contencioso constitucional. Tê-lo-á em restritas hipóteses. 5. Em tal competência, o que é do Superior é toda a jurisdição infraconstitucional (o direito comum). 6. Já no exercício das competências previstas nos incisos I e II do art. 105, livremente o Superior também desfruta do contencioso constitucional. 7. No exercício da competência do inciso III, é lícito ao Superior previamente declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo, desde que a declaração não seja a favor do recorrente; a favor do recorrido, sim. 8. Caso em que a inconstitucionalidade, se declarada, não aproveitaria ao recorrido. Por sinal, nem ao recorrente, que interesse algum tinha na declaração, tanto que se defendera com outros fatos e outros fundamentos. Daí, em caso que tal, tratar-se-ia, também, de declaração de inconstitucionalidade em tese. 9. Preliminar de não-cabimento, acolhida por maioria de votos.” Relator p/ acórdão Ministro NILSON NAVES 210 “1. Está assentado no STJ o entendimento de que a nova competência introduzida pela EC 45/04 abrange as demandas visando à cobrança da contribuição sindical (art. 114, III, da CF/88). 2. Não se incluem nessa competência as causas movidas pelo SENAI contra empregador objetivando a cobrança de contribuição social geral, por não possuir, o autor, natureza jurídica de sindicato e sim de entidade paraestatal. 3. É o que prevê a Súmula 516/STF, aplicável ao presente conflito, por analogia: "O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual." 4. Conflito conhecido e declarada a competência do Juízo de Direito da 4ª Vara Cível da Comarca de Canoas - RS, o suscitado.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI

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Súmula do STF

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517. As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.

●STF RE-AgR 400291-SP211 (DJe 14.08.2008); STJ 518. A intervenção da União, em feito já julgado pela segunda instância e

pendente de embargos, não desloca o processo para o tribunal federal de recursos.

●STF RE 383025-PR212 (DJ 01.03.2006); STJ CC 39435-MG (DJ 13.10.2003)

519. Aplica-se aos executivos fiscais o princípio da sucumbência a que se refere o art. 64 do Código de Processo Civil.

●STF RE 106819-DF (DJ 10.04.1987); STJ REsp 794664-SP (DJ 13.02.2006)

520. Não exige a lei que, para requerer o exame a que se refere o art. 777 do Código de Processo Penal, tenha o sentenciado cumprido mais de metade do prazo da medida de segurança imposta.

►O enunciado está conformidade com os termos do art. 97, § 1º, do Código Penal, e do art. 176 da Lei de Execução Penal (nº 7210/84). ●STF HC 58460-RJ (DJ 06.03.1981); STJ REsp 820330-RS (DJe 07.04.2008)

211 “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INGRESSO DA UNIÃO. INOCORRÊNCIA. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM. 1. A jurisprudência do Supremo é firme no sentido de que "as sociedades de economia mista só têm foro na Justiça federal, quando a União intervém como assistente ou opoente" [Súmula 517]. 2. Não tendo a União requerido seu ingresso na causa para sustentar eventual interesse no feito, não há que se falar em incompetência da Justiça estadual para conhecer da demanda. Daí a legitimidade do Ministério Público estadual para atuar na causa, não do Ministério Público Federal. Agravo regimental a que se nega provimento.” Relator Ministro EROS GRAU 212 “DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário em que é discutido o deslocamento da competência para a Justiça federal quanto à ação cujo mérito já tenha sido julgado em primeira instância e na qual se dê a substituição de ente privado por empresa pública. 2. O Verbete n. 518 da Súmula da Corte estabelece que "A intervenção da União, em feito já julgado pela segunda instância e pendente de embargos, não desloca o processo para o Tribunal Federal de Recursos". 3. A jurisprudência da Corte alinha-se no seguinte sentido: "Competência. Ingressando a União Federal ou suas Autarquias, como recorrentes, após o julgamento do primeiro grau da justiça comum, compete ao Tribunal Federal de Recursos o julgamento em Segundo Grau da causa. Entendimento da Súmula 518 e jurisprudência do STF. Recurso extraordinário conhecido e provido" [RE n. 86.278, Relator o Ministro Cordeiro Guerra, DJ de 29.12.1977]. 4. A Caixa Econômica Federal ingressou no feito após a prolação da sentença pelo juízo estadual. Antes, portanto, do julgamento da causa em segundo grau de jurisdição, razão pela qual a competência para processar e julgar a ação deve ser deslocada para a Justiça Federal. Dou provimento ao recurso extraordinário com fundamento no disposto no art. 557, § 1º, do CPC.” Ministro Relator EROS GRAU

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Súmula do STF

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521. O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.

►Segundo entendimento firmado tanto no STF quanto no STJ, o enunciado é inaplicável na hipótese de cheque emitido como garantia de dívida, conhecido como ‘cheque pré-datado’. V. súmulas STJ 48 e 244. ●STF HC 67495-MG (DJ 18.08.1989); STJ CC 59536-RJ213 (DJe 22.04.2008)

522. Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Federal, compete à Justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.

●STF HC 85059-MS214 (DJ 29.04.2005); STJ HC 97155-SP215 (DJ 09.06.2008).

213 “Da análise dos autos, verifica-se que a cártula a que se refere o inquérito policial em questão foi emitida como garantia de futuro pagamento, conforme se infere da fotocópia juntada à fl. 13, desvirtuando a natureza de ordem de pagamento à vista que é inerente ao cheque, configurando-se situação distinta daquela prevista no enunciado da Súmula n.º 521 do Pretório Excelso, o que demonstra a sua inaplicabilidade.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 214 “EMENTA: I. Competência para o processo de crime de tráfico internacional de entorpecente apreendido no interior de aeronave que pousou em Município que não é sede de Vara da Justiça Federal: Alegada competência da Justiça estadual (art. 27 da L. 6.368/76): nulidade relativa: preclusão: Precedente. Conforme o decidido no HC 70.627, 1ª T., Sydney Sanches, DJ 18.11.94, é federal a jurisdição exercida por Juiz estadual na hipótese do art. 27 da L. 6.368/76. Corrobora a tese o disposto no art. 108, II, da Constituição, segundo o qual cabe aos Tribunais Regionais Federais ‘julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição’. É territorial, portanto, o critério para saber se ao Juiz federal ou estadual, na hipótese do art. 27 da L. 6.368/76, cabe o ‘exercício de competência federal"; e, por isso, se nulidade houvesse seria ela relativa, sanada à falta de argüição oportuna. II. Competência da Justiça Federal: crime praticado a bordo de navios ou aeronaves (art. 109, IX, da Constituição): Precedente (HC 80.730, Jobim, DJ 22.3.02). É da jurisprudência do STF que, para o fim de determinação de competência, a incidência do art. 109, IX, da Constituição, independe da espécie do crime cometido "a bordo de navios ou aeronaves’, cuja persecução, só por isso, incumbe por força da norma constitucional à Justiça Federal.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 215 “9. Evidenciando-se a existência de indícios dando conta de que o suposto tráfico possua natureza transnacional, a competência para o processamento e julgamento da ação penal é da Justiça Federal. Precedentes. 10. A estreita via do habeas corpus, carente de dilação probatória, não comporta o exame de questões que demandem o profundo revolvimento do conjunto fático-probatório colhido nos autos do inquérito policial instaurado contra o paciente, bem como da ação penal que sobreveio. Precedentes. 11. Quando incerto o local em que teria sido praticado o último ato de execução, a competência se firma pela prevenção. 12. Evidenciando-se que o primeiro Juízo a tomar conhecimento do feito foi o da Subseção Judiciária de Araraquara - SP, perante o qual foi requerida a quebra do sigilo telefônico dos investigados, ele se mostra

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Súmula do STF

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523. No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

►O enunciado seria mais claro se preconizasse que tanto a falta de defesa quanto a defesa deficiente que causa prejuízo ao réu configuram hipótese de nulidade absoluta, ou seja, espécie insanável de nulidade que pode ser argüida a qualquer tempo ou grau de jurisdição. ●STF HC 96864 MC-SP216 (DJe 04.12.2008); STJ 108135-MG (DJ 22.09.2008).

524. Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

●STF Pet 4407-SP217 (DJe 27.11.2008); STJ HC 41958-SP (DJe 19.05.2008).

prevento para conhecer da ação penal. 13. Pedido parcialmente prejudicado e, no restante, denegada a ordem. Relatora Ministra JANE SILVA 216 “2. Veja-se que o Processo Penal, em tema de nulidades, é regido pelo preceito fundamental pas de nullité sans grief, consagrado pelo legislador no art. 563 do CPP e pela jurisprudência na Súmula 523/STF; assim, não deve ser declarada nulidade quando não resultar prejuízo comprovado para a parte que a alega. Isso porque, o processo não é um fim em si mesmo, merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exercício da ampla defesa e do contraditório, não se trata de impor ao réu a produção de prova diabólica, qual seria de demonstrar, de forma objetiva, o prejuízo sofrido, mas o caso é de relevar que a instrução processual se desenvolveu em ambiente de segurança jurídica, assegurando-se ao réu o pleno exercício do direito de defesa, aliás, exercido por meio de profissional de alto merecimento.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 217 “Os efeitos da homologação do arquivamento são ditados pelas razões que o motivem, como também já o esclareceu a Corte, em voto da Min. ELLEN GRACIE, na decisão do INQ nº 2.028-BA (Relator p/ ac. Min. JOAQUIM BARBOSA, j. em 28.04.2004): “O Supremo Tribunal Federal tem feito distinção entre hipóteses em que o dominus litis deixa de oferecer a denúncia por considerar insuficientes os elementos constantes do apuratório, daquelas outras em que entenda os fatos suficientemente elucidados, mas conclua por sua atipicidade penal. Nos primeiros, será sempre lícito reabrir as investigações, desde que novos fatos e provas se possam agregar à apuração e a decisão homologatória do arquivamento a tanto não constitui empecilho, posto que não faz coisa julgada material. Diz-se mesmo que o pedido de arquivamento por falta de adequada determinação dos fatos ou de sua autoria é irrecusável pelo judiciário. Se o promotor afirma que não tem convicção a respeito da materialidade ou autoria dos fatos apresentados, ao juiz só cabe aceitar essa afirmação e deferir o arquivamento. Ne procedat judex ex officio. Se, posteriormente, a promotoria alcançar provas novas, que esclareçam circunstâncias antes obscuras e lhe permitam, então, afirmar a opinio delecti, o inquérito será desarquivado para regular desenvolvimento da ação penal. Totalmente outro é o caso em que a conclusão da promotoria é a de que os fatos apurados não constituem crime. Aí, a decisão deferitória tem conteúdo jurisdicional material e, por isso, ao transitar em julgado toma caráter de definitividade, nada importando que erros de fato ou de direito tenham determinado o pedido do Ministério Público e o pronunciamento judicial que o chancelou. Se o promotor afirma que os fatos são penalmente irrelevantes, o juiz que referenda tal pronunciamento livra os indiciados de novamente se verem processar pela mesma causa. Ne bis in idem. Tal decisão faz coisa julgada material”. Relator Ministro CESAR PELUSO

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Súmula do STF

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525. A medida de segurança não será aplicada em segunda instância, quando só o réu tenha recorrido.

►Verbete concebido na vigência do sistema duplo binário, abandonado na reforma de 1984, que preconiza a aplicação cumulativa de pena e segurança. Subsiste quanto a vedar a reformatio in pejus. ●STF HC 69568-SP218 (DJ 27.11.1992); STJ REsp 1732-RS219 (DJ 20.03.1990)

526. Subsiste a competência do Supremo Tribunal Federal para conhecer e julgar a apelação, nos crimes da Lei de Segurança Nacional, se houve sentença antes da vigência do AI nº 2.

►Sem aplicabilidade. 527. Após a vigência do Ato Institucional 6, que deu nova redação ao art.

114, III, da Constituição Federal de 1967, não cabe recurso extraordinário das decisões do juiz singular.

►Merece cancelamento, orientação não-consentânea com a CF/88; v. 640.

528. Se a decisão contiver partes autônomas, a admissão parcial, pelo presidente do Tribunal “a quo”, de recurso extraordinário que, sobre qualquer delas se manifestar, não limitará a apreciação de todas pelo Supremo Tribunal Federal, independentemente de interposição de agravo de instrumento.

►Enunciado conforme súmula 292. ●STF AI 529425-DF (DJ 01.12.2005); REsp 979530-MT220 (DJe 11.04.2008)

218 "HABEAS-CORPUS". Homicídio. Réu semi-imputável. Conversão, pelo Tribunal de Justiça, da pena privativa de liberdade em medida de segurança, quando só o réu tenha apelado. ‘Reformatio in pejus’. Súmula 525. Atualmente, a medida de segurança não e aplicável aos imputáveis, estando reservada aos inimputáveis, art. 97 do CP, e aos semi-imputáveis, art. 98 do CP, mas, neste caso, em substituição a pena privativa de liberdade reduzida, art. 26, par. único, do CP. Desta forma, a Súmula 525 subsiste, apenas, no seu princípio subjacente, de vedar a ‘reformatio in pejus’ no caso especifico da medida de segurança. É possível, em casos especiais como o presente, que o Tribunal, ao julgar apelação exclusiva do réu, substitua a pena privativa de liberdade aplicada ao semi-imputável por medida de segurança, no interesse do próprio paciente, mas de forma que o período mínimo de internação não exceda ao que foi fixado na sentença para a pena privativa de liberdade. "Habeas-corpus" conhecido e indeferido. "Habeas-corpus" concedido de oficio para, confirmando a conversão da pena em medida de segurança, limitar esta ao prazo mínimo a que foi condenado o paciente, ou seja, a dois anos e quatro meses, considerando-se o período da prisão preventiva e a cláusula final do par 1. do art. 97 do Código Penal.” Relator Ministro PAULO BROSSARD 219 “3. No sistema da nova parte geral do Código Penal é possível a substituição da pena pela medida de segurança do art. 98 do CP, em sede de apelação, ainda quando esta seja apenas da defesa, não se aplicando a súmula 525-STF, elaborada quando vigente o sistema duplo binário”. Relator Ministro DIAS TRINDADE

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Súmula do STF

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529. Subsiste a responsabilidade do empregador pela indenização decorrente de acidente do trabalho, quando o segurador, por haver entrado em liquidação, ou por outro motivo, não se encontrar em condições financeiras, de efetuar, na forma da lei, o pagamento que o seguro obrigatório visava garantir.

►Sem aplicabilidade. 530. A legislação anterior ao art. 4º da Lei 4.749, de 12.08.1965, a

contribuição para a Previdência Social não estava sujeita ao limite estabelecido no art. 69 da Lei 3.807, de 26 de agosto de 1960, sobre o 13º salário a que se refere o art. 3º da Lei 4.281, de 08.11.1963.

►Sem aplicabilidade. 531. É inconstitucional o Decreto 51.668, de 17/01/1963, que estabeleceu

salário profissional para trabalhadores de transportes marítimos, fluviais e lacustres.

►Sem aplicabilidade. 532. É constitucional a Lei 5.043, de 21 06 1966, que concedeu remissão

das dívidas fiscais oriundas da falta de oportuno pagamento de selo nos contratos particulares com a caixa econômica e outras entidades autárquicas.

►Sem aplicabilidade. 533. Nas operações denominadas “crediários”, com emissão de vales ou

certificados para compras e nas quais, pelo financiamento, se cobram, em separado, juros, selos e outras despesas, incluir-se-á tudo no custo da mercadoria e sobre esse preço global calcular-se-á o imposto de vendas e consignações.

►Sem aplicabilidade. 534. O Imposto de Importação sobre o extrato alcoólico de malte, como

matéria-prima para fabricação de “whisky”, incide a base de 60%, desde que desembarcado antes do Decreto-Lei 398, de 30/12/1968.

►Sem aplicabilidade. 535. Na importação, a granel, de combustíveis líquidos é admissível a

diferença de peso, para mais, ate 4%, motivada pelas variações previstas no Decreto-Lei 1.028, de 04/01/1939, art. 1.

►Sem aplicabilidade.

220 “A admissão parcial do recurso especial não obsta a análise de toda a matéria nele aduzida, independentemente da interposição de agravo de instrumento. Aplicação analógica da Súmula nº 528 do STF”. Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI

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Súmula do STF

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536. São objetivamente imunes ao Imposto Sobre Circulação de Mercadorias os “produtos industrializados”, em geral, destinados a exportação, além de outros, com a mesma destinação, cuja isenção a lei determinar.

►Sem aplicabilidade. Vide art. 155, § 2º, X, da CF/88. 537. É inconstitucional a exigência de imposto estadual do selo, quando

feita nos atos e instrumentos tributados ou regulados por lei federal, ressalvado o disposto no art. 15, parágrafo 5º, da Constituição Federal de 1946.

►Sem aplicabilidade. 538. A avaliação judicial para o efeito do cálculo das benfeitorias dedutíveis

do imposto sobre lucro imobiliário independe do limite a que se refere a Lei 3.470, de 28.11.1958, art. 8º, parágrafo único.

►Sem aplicabilidade. 539. É constitucional a lei do município que reduz o Imposto Predial

Urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro.

►O enunciado é consentâneo com a competência constitucional conferida aos municípios.

540. No preço da mercadoria sujeita ao imposto de vendas e consignações, não se incluem as despesas de frete e carreto.

►Sem aplicabilidade. 541. O imposto sobre vendas e consignações não incide sobre a venda

ocasional de veículos e equipamentos usados, que não se insere na atividade profissional do vendedor, e não é realizada com o fim de lucro, sem caráter, pois, de comercialidade.

►O enunciado permanece válido se considerado ao invés do extinto IVC o atual ICMS.

542. Não é inconstitucional a multa instituída pelo estado-membro, como sanção pelo retardamento do início ou da ultimação do inventário.

►O enunciado permanece válido. O vigente Código Civil, no art. 1796, fixa o prazo de trinta dias para instauração do inventário, contudo não estabelece sanção para hipótese de descumprimento, daí a possibilidade dos estados instituírem a multa cabível.

543. A Lei 2.975, de 27/11/1965, revogou, apenas, as isenções de caráter geral, relativas ao imposto único sobre combustíveis, não as especiais, por outras leis concedidas.

►Sem aplicabilidade.

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Súmula do STF

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544. Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.

●STF AI 591766-RS (DJ 11.09.2006); STJ AgRg-REsp 1009378-SP221 (DJe 08.05.2008)

545. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.

●STF RE 405943-RS222 (09.03.2007); STJ REsp 783196-RS (DJe 06.08.2008)

546. Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte “de jure” não recuperou do contribuinte “de facto” o “quantum” respectivo.

●STF 575795-SP223 (DJe 04.12.2008); AgRg-Ag 921868-SP224 (DJe 15.09.2008)

221 “II- A isenção concedida por prazo determinado e sob condições onerosas não pode ser revogada a qualquer tempo. Inteligência da Súmula nº 544 do Pretório Excelso. Precedentes: REsp. n.º 553.093/PE, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ 19/12/2003; e REsp. n.º 390.733/DF, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 17/2/2003.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 222 “Na ADI 800, o Min. Ilmar Galvão apreciou o Decreto nº 34.417, de 24.07.92, do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, que instituiu e autorizou a cobrança de pedágio em rodovia estadual. Alegava-se na época afronta aos princípios da legalidade e da anterioridade. Nos termos da referida decisão, entendeu-se que a cobrança materializava mero preço público, e que por isso não se sujeitava aos princípios invocados, o que tornava carente de plausibilidade a tese de inconstitucionalidade então invocada. Parece-me que as circunstâncias fáticas se assemelham. É recorrente no Estado do Rio Grande do Sul a confecção de leis estaduais autorizando o Poder Executivo a conceder os serviços de operação, exploração, conservação, manutenção, melhoramentos e ampliação de rodovias integrantes do sistema rodoviário daquela unidade da federação. Há previsão de tarifas, fixadas mediante critérios de eqüidade entre a prestação do serviço adequado e o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, mediante reajuste anual, bem como de regime de revisão que apure e corrija eventuais distorções na estrutura de custos dos serviços ou fontes acessórias de receitas, objetivando-se a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Pode-se retomar a Súmula 545, cujo verbete nos dá conta de que "preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu". O regime tarifário das rodovias pedagiadas independe de autorização orçamentária, nada obstante sejam compulsórias, porquanto o recolhimento dos valores nos postos de cobrança é a condição para que se transite. E há autorização constitucional para a referida limitação do tráfego de pessoas, nos termos do art. 150, V, da CF/88. O regime contratual empregado, que qualifica celeridade e eficiência na prestação do serviço desejado, encontra justificação na decisão de Ilmar Galvão, acima identificada, e aqui aplicada.” Relator Ministro GILMAR MENDES 223 “3. Tenho que o apelo extremo não merece acolhida. É que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 183.906-6, firmou orientação no sentido da inconstitucionalidade da Lei nº 6.556/89, que majorou o percentual do ICMS no Estado de São Paulo, de 17% para 18%, destinando a diferença à Caixa Econômica Estadual, para financiamento de programas

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Súmula do STF

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547. Não é lícito a autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.

►Vide súmulas 70 e 323. ●STF AI 533761-RS225 (DJe 23.09.2008); STJ REsp 719779-CE226 (DJe 22.08.2008)

548. É inconstitucional o Decreto-Lei 643, de 19.6.47, artigo 4º, do Paraná, na parte que exige selo proporcional sobre atos e instrumentos regulados por lei federal.

►Sem aplicabilidade. 549. A taxa de bombeiros do estado de Pernambuco é constitucional,

revogada a Súmula 274. ►Sem aplicabilidade.

550. A isenção concedida pelo Art. 2º da lei 1.815, de 1953, às empresas de navegação aérea não compreende a taxa de melhoramento de portos, instituída pela Lei 3.421, de 1958.

►Sem aplicabilidade. 551. É inconstitucional a taxa de urbanização da Lei 2.320, de 20.12.1961,

instituída pelo município de Porto Alegre, porque seu fato gerador é o mesmo da transmissão imobiliária.

►Sem aplicabilidade.

habitacionais de interesse popular. No entanto, conforme se depreende do aresto impugnado, a recorrente, contribuinte de direito, não logrou comprovar que o tributo pago indevidamente não foi repassado ao contribuinte de fato, nos termos da Súmula 546 desta colenda Corte.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 224 “1. A prova da ausência de repercussão do encargo financeiro, consoante o teor do art. 166, do CTN, é exigida tão-somente em relação às hipóteses de repetição do indébito, não podendo ser imposta em sede de embargos à execução, nos quais se discute a legalidade do crédito tributário, pretendendo a parte o não pagamento ou a redução do montante executado. Precedente: REsp 825466 / SP, Ministro LUIZ FUX, DJ 18.04.2007.” Relator Ministro LUIZ FUX 225 “6. A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido da impossibilidade de constrangimento do contribuinte para adimplir obrigações fiscais eventualmente em atraso. O fato de não se mostrarem absolutos os direitos e garantias individuais definidos na Constituição da República não significa que o Agravante possa obstruir o exercício da atividade empresarial ou profissional da Agravada, impondo-lhe meios indiretos de coerção para ajustar a relação tributária.” Ministra Relatora CÁRMEN LÚCIA 226 “3. Em razão do deslinde da controvérsia ter-se erigido, unicamente, sobre preceito de natureza constitucional, impõe-se a negativa de trânsito ao especial. Ao emitir o seu pronunciamento, a Corte Regional declarou que não pode a autoridade fiscal negar-se a fornecer selos de controle, indispensáveis ao exercício da atividade do sujeito passivo, por motivo da existência de débito tributário deste, pois importa ofensa ao direito que a Constituição assegura a todos de exercer livremente qualquer atividade econômica (CF/88, art. 170, parágrafo único).” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES

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Súmula do STF

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552. Com a regulamentação do art. 15, da Lei 5.316/67, pelo Decreto 71.037/72, tornou-se exeqüível a exigência da exaustão da via administrativa antes do início da ação de acidente do trabalho.

►Merece cancelamento, desde o advento da Lei 6367/76, conforme julgamento do RE 91742.

553. O adicional ao frete para renovação da marinha mercante (AFRMM) é contribuição para fiscal, não sendo abrangido pela imunidade prevista na letra “d”, inciso III, do art. 19, da Constituição Federal.

●STF RE 177137-RS227 (DJ 18.04.1997); STJ 144293-SP (DJ 03.11.1997)

554. O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.

●STF HC 94777-RS228 (DJe 18.09.2008); STJ HC 93893-SP229 (DJe 340.06.2008)

227 “Adicional ao frete para renovação da marinha mercante - AFRMM - é uma contribuição parafiscal ou especial, contribuição de intervenção no domínio econômico, terceiro gênero tributário, distinta do imposto e da taxa. (C.F., art. 149). II. - O AFRMM não é incompatível com a norma do art. 155, § 2º, IX, DA Constituição. Irrelevância, sob o aspecto tributário, da alegação no sentido de que o Fundo da Marinha Mercante teria sido extinto, na forma do disposto no art. 36, ADCT. III. - Recurso extraordinário não conhecido.” Relator Ministro CARLOS VELLOSO 228 “1. Inviável a pretendida aplicação analógica do art. 34 da Lei 9.249/95, obstada pelos princípios da legalidade e da especialidade, sendo certo que a analogia pressupõe uma lacuna involuntária. 2. A Súmula nº 554 do Supremo Tribunal Federal não se aplica ao crime de estelionato na sua forma fundamental: "Tratando-se de crime de estelionato, previsto no art. 171, 'caput', não tem aplicação a Súmula 554-STF" (HC nº 72.944/SP, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ 8/3/96). A orientação contida na Súmula nº 554 é restrita ao estelionato na modalidade de emissão de cheques sem suficiente provisão de fundo, prevista no art. 171, § 2°, inc. VI, do Código Penal (Informativo n° 53 do STF). 3. A reparação do dano antes da denúncia é tão-somente uma causa de redução da pena, nos termos do art. 16 do Código Penal, e não uma causa de excludente de culpabilidade. 4. Não cabe acolher a prescrição da pena de multa considerando que mesmo no estelionato privilegiado (art. 171, § 1º, do CP) possível é a aplicação de pena de detenção em substituição à de reclusão ou a diminuição de um a dois terços (art. 155, § 2º, do CP). Entendendo o Juiz de aplicar a pena de multa, então, poderá no mesmo ato conhecer a prescrição. 5. Habeas corpus denegado. Ordem concedida de ofício para que o Juízo aprecie a impetração com base no art. 171, § 1º, do Código Penal.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 229 “Cheque/estelionato (Cód. Penal, art. 171, § 2º, VI). Dívida (pagamento). Ação (não-prosseguimento). Punibilidade (extinção). Insignificância (caso). 1. A ação penal não há de ir para a frente em caso que tal, mesmo que o pagamento do cheque se tenha verificado após o recebimento da denúncia. 2. Ainda em caso tal, bem como em casos assemelhados, é lícito entender que se extingue a punibilidade pelo pagamento da dívida (por exemplo, RHC-21.489). 3. Segundo o Relator, lícito ainda é se invoque o princípio da insignificância diante da reparação do dano, de modo que se exclua da tipicidade penal fatos penalmente insignificantes. 4. Habeas corpus deferido – extinção da ação penal.” Relator Ministro NILSON NAVES

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Súmula do STF

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555. É competente o tribunal de justiça para julgar conflito de jurisdição entre Juiz de direito do estado e a Justiça Militar local.

►Merece revisão; inaplicável se houver tribunal militar estadual; vide julgamento do CJ 6195. ►Sobre conflito de competência dispõe a CF/88, art. 102, I, ‘o’: [STF] “os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal”; art. 105, I, ‘d’: [STJ] os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; art. 108, I, ‘e’: [TRFs] os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; art. 114, ‘V’: [TST] os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’.

556. É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.

●STF RE-AgR 400291-SP230 (DJe 14.08.2008); CC 94482-PA231 (DJe 16.06.2008)

557. É competente a Justiça Federal para julgar as causas em que são partes a Cobal e a Cibrazem.

►O entendimento é aplicável às empresas públicas (art. 109, I, CF). 558. É constitucional o art. 27, do Decreto-Lei 898, de 29.09.1969.

►Sem aplicabilidade

230 “1. A jurisprudência do Supremo é firme no sentido de que "as sociedades de economia mista só têm foro na Justiça federal, quando a União intervém como assistente ou opoente" [Súmula 517]. 2. Não tendo a União requerido seu ingresso na causa para sustentar eventual interesse no feito, não há que se falar em incompetência da Justiça estadual para conhecer da demanda. Daí a legitimidade do Ministério Público estadual para atuar na causa, não do Ministério Público Federal. Agravo regimental a que se nega provimento.” Relator Ministro EROS GRAU 231 “1. A competência para o julgamento de mandado de segurança é estabelecida em razão da função ou da categoria funcional da autoridade indicada como coatora. No caso dos autos, a autoridade tida como coatora é o Diretor-Gerente de Recursos Humanos da Petróleo Brasileiro S.A., sociedade de economia mista. 2. "No que se refere a mandado de segurança, compete à Justiça Federal processá-lo e julgá-lo quando a autoridade apontada como coatora for autoridade federal, considerando-se como tal também o agente de entidade particular investido de delegação pela União. Nesse último caso, é logicamente inconcebível hipótese de competência estadual, já que, de duas uma: ou o ato é de autoridade (caso em que se tratará de autoridade federal delegada, sujeita à competência federal), ou o ato é de particular, e não ato de autoridade (caso em que o mandado de segurança será incabível), e só quem pode decidir a respeito é o juiz federal (súmula 60/TFR)" (CC 37.900/RN, Rel.Min. Teori Albino Zavascki, DJU de 19.12.03).” Relator Ministro CASTRO MEIRA

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Súmula do STF

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559. O Decreto-Lei 730, de 5.8.69, revogou a exigência de homologação, pelo Ministro da Fazenda, das resoluções do conselho de política aduaneira.

►Sem aplicabilidade. 560. A extinção de punibilidade, pelo pagamento do tributo devido,

estende-se ao crime de contrabando ou descaminho, por força do art. 18, parágrafo 2º, do Decreto-Lei 157-67.

►Merece cancelamento. ►A propósito, do Inquérito 25959-RR (DJe 12.08.2008), Relator o Ministro JOAQUIM BARBOSA, colhe-se o seguinte escólio: “13. No que se refere ao argumento da pendência do processo administrativo-fiscal, deve-se notar que não é cabível, nesse ponto, a irrestrita igualdade de tratamento do delito de descaminho com os demais delitos fiscais. 14. Com efeito, o bem jurídico tutelado com a incriminação do descaminho não é apenas a ordem tributária, mas também a Administração Pública em sentido amplo, o que o diferencia dos demais crimes fiscais. Não se protege apenas o interesse arrecadatório do Estado, haja vista que relacionados ao descaminho encontram-se fatos geradores de tributos extra-fiscais, cuja principal função é regulatória, como o Imposto de Importação e o Imposto de Exportação. 15. Assim, a própria soberania estatal é violada com a prática do crime em tela, além de eventual afronta ao interesse do mercado interno e da indústria nacional. Nesse sentido, os Tribunais Regionais Federais já deixaram assentado com relação ao objeto jurídico do crime de descaminho que: vislumbra-se a proteção da indústria nacional (TRF2, AC 9402012281/ES, Chalu Barbosa, 1ª T., u., 6.4.94). o bem jurídico tutelado pela norma não se resume no pagamento do tributo, mas também diz respeito à garantia da administração pública, quanto à entrada e saída de mercadorias do território nacional, o que está intimamente ligado à política de desenvolvimento econômico do país (TRF3, RCCR200261810048319/SP, Ramza Tartuce, 5ª T., u., 5.4.04). 16. Dessa forma, o crime de descaminho sempre teve um tratamento diferenciado dos demais delitos fiscais por expressa opção legislativa, em atenção às peculiaridades do bem jurídico protegido. 17. Decerto, o art. 1° da Lei n° 6.910/81 já afastava do delito de descaminho a extinção da punibilidade pelo pagamento do tributo devido antes do início da ação fiscal, afastando, assim, a incidência do art. 2° da Lei n° 4.729/65, o que provocou o cancelamento da Súmula 560 do Supremo Tribunal Federal. Na mesma linha, a Lei n° 10.684/03 especifica os crimes alcançados por esta, não incluindo no mesmo tratamento o crime em questão. 18. Acrescente-se que o fato dos bens terem sido adquiridos no mercado interno não afasta a tipicidade, pois no caso sob

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Súmula do STF

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análise a aquisição ocorreu na Zona Franca de Manaus, e a saída de bens desta região para outro ponto do território nacional é equiparada à importação pelo Decreto-lei n° 288/67.”

561. Em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo pagamento da indenização, devendo proceder-se a atualização do cálculo, ainda que por mais de uma vez.

●STF 114139-SP232 (DJ 01.06.2001); STJ REsp 654484-AL (DJ 24.05.2005)

562. Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices de correção monetária.

●STF RE 188882-SP233 (DJ 15.05.2006); STJ AgRg-REsp 905603-RJ234 (DJe 29.09.2008)

232 “Conheço, pois dos embargos e, deles conhecendo, os recebo pelas razões constantes do voto proferido pelo saudoso Ministro Cordeiro Guerra, no julgamento do RE 106.788, onde se lê: ‘Subsiste, apenas, a impugnação à aplicação da Lei 6.899/81 à espécie, propugnando o recorrente o cálculo da correção monetária segundo a norma do art. 26, § 2º, do Decreto-lei 3.365/41. Realmente, de acordo com esse dispositivo, somente decorrido prazo superior a um ano, a partir da avaliação, será determinada a correção monetária do valor apurado (J. Cretella Júnior – Comentários às Leis de Desapropriação, 2ª ed., nº 140, pág. 144). A nova Lei nº 6.899, de 8.4.81, dispõe, em seu art. 1º: ‘A correção monetária incide sobre qualquer débito resultante de decisão judicial, inclusive sobre custas e honorários advocatícios.’ E o art. 5º revoga as disposições em contrário. Realmente, a Lei 6.899/81, não revoga expressamente o art. 26, § 2º, do Decreto-lei 3.365/41, porém com ele é incompatível, pois regula inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, no pertinente a correção monetária. Por outro lado, na aplicação da lei, que tem efeito imediato e geral, art. 6º da LICC, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum, art. 5º da LICC. Ora, quando a lei estabelece a correção monetária a partir de um ano da data do laudo, visava a justa indenização prevista na Constituição. No processo crônico, evolutivo e alarmante da inflação nacional, nada mais justo que se abrevie a correção monetária da indenização fixada, judicialmente. Por isso, entendo legítima a aplicação da Lei 6.899/81, a partir de sua vigência, também aos processos de desapropriação, dando-se a correção monetária a partir do laudo,e não após a dilação de um ano, por entender revogado o artigo 26, § 2º, do Decreto-lei 3.365/41, pelo art. 1º c/c o art. 5º da Lei 6.899/81’.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 233 “2. Inconsistente o recurso. Quanto à incidência de correção monetária sobre o pagamento dos "gatilhos salariais", o recurso esbarra na jurisprudência da Corte, conforme decisão do RE nº 134.230, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, 2ª Turma, DJ de 16.08.1991, e assim ementado: "CONSTITUCIONAL. FUNCIONÁRIO. VENCIMENTOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NO ART. 5º, II, DA C.F.. I. Ao mandar incidir correção monetária sobre verbas salariais, ao argumento de se tratar de dívida de valor, de se conter ilicitude no atraso (Súmula 562), como do caráter alimentar de que se reveste esse crédito, não violou o acórdão o art. 5º, II, da Constituição, mas simplesmente fez valer o direito no caso concreto, o que é próprio da função jurisdicional. II. R.E. não conhecido." (No mesmo sentido, RE nº 135.101, Rel. Min. ILMAR GALVÃO, 1ª Turma, DJ de 12.06.1992). No tocante à prioridade de restituição dos créditos de natureza alimentícia, o acórdão impugnado decidiu em consonância com orientação já sumulada pelo Supremo Tribunal Federal: "Súmula 655: A exceção prevista no art. 100, ‘caput’, da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a

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Súmula do STF

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563. O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único, do art. 187, do Código tributário Nacional, é compatível com o disposto no art. 9, inciso I, da Constituição Federal.

●STF AI 440765-SP235 (DJ 15.02.2006); STJ REsp 450770-RS236 (DJ 17.02.2003)

expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza". Relator Ministro CESAR PELUSO 234 “5. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso em caso de responsabilidade extracontratual (Súmula 54/STJ). Precedentes: REsp 771926/SC, DJ 23.04.2007; REsp 771926/SC, DJ 23.04.2007; REsp 489439/RJ, DJ 18.08.2006; REsp 768992/PB, DJ 28.06.2006. 6. Os juros hão de ser calculados, a partir do evento danoso (Súmula 54/STJ) à base de 0,5% ao mês, ex vi artigo 1.062 do Código Civil de 1916 até a entrada em vigor do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2001). 7. A partir da vigência do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2001) os juros moratórios deverão observar a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional (artigo 406). Taxa esta que, como de sabença, é a SELIC, nos expressos termos da Lei nº 9.250/95, inaplicável, in casu, em face do princípio processual Ne Reformatio in Pejus. Precedentes: REsp 688536/PA, DJ 18.12.2006; REsp 830189/PR, DJ 07.12.2006; REsp 813.056/PE, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16.10.2007, DJ 29.10.2007; REsp 947.523/PE, DJ 17.09.2007;REsp 856296/SP DJ 04.12.2006; AgRg no Ag 766853/MG, DJ 16.10.2006. 8. Deveras, é cediço na Corte que o fato gerador do direito a juros moratórios não é o ajuizamento da ação, tampouco a condenação judicial, mas, sim, o inadimplemento da obrigação. 9. Desta feita, tratando-se de fato gerador que se protrai no tempo, a definição legal dos juros de mora deve observância ao princípio do direito intertemporal segundo o qual tempus regit actum. 10. Consectariamente, aplica-se à mora relativa ao período anterior à vigência do novo Código Civil as disposições insertas no revogado Código Civil de 1916, regendo-se o período posterior pelo diploma civil superveniente (REsp 745825/RS, DJ 20.02.2006). 11. A correção monetária independe de pedido expresso da parte interessada, não constituindo um plus que se acrescenta ao crédito, mas um minus que se evita, vale dizer: a correção monetária plena é mecanismo mediante o qual se busca a recomposição da efetiva desvalorização da moeda, a fim de se preservar o poder aquisitivo original. 12. A jurisprudência do STF, cristalizada na Súmula 562, é no sentido de que: ‘Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, dos índices de correção monetária.’ 13. Outrossim, a correção monetária incide a partir do prejuízo (Súmula 43/STJ: 'Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.')” Relator Ministro LUIZ FUX 235 “1. Correto o acórdão regional ao considerar aplicável ao caso a Súmula STF nº 563, cujo teor é o seguinte: "O concurso de preferência, a que se refere o parágrafo único do artigo 187 do Código Tributário Nacional, é compatível com o disposto no artigo 9º, inciso I, da Constituição Federal". O entendimento referido é aplicável, mutatis mutandis, ao caso dos autos, pois a vedação estabelecida pelo art. 19, III, da Constituição Federal (correspondente àquela do art. 9º, I, da EC nº 1/69) não atinge as preferências estabelecidas por lei em favor da União Federal, como ocorre no caso do art. 53 da Lei 8.212/91.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 236 “2. A Corte Especial concluiu, por maioria, que o produto arrecadado com a alienação de bem penhorado em Execução Fiscal, antes da decretação da quebra, deve ser entregue ao juízo universal da falência. (REsp 188.418/RS, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 27/05/2002) 3. O juízo da falência é indivisível e competente para todas as ações e reclamações sobre bens, interesses e negócios da massa falida, ressalvada a cobrança judicial

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Súmula do STF

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564. A ausência de fundamentação do despacho de recebimento de denúncia por crime falimentar enseja nulidade processual, salvo se já houver sentença condenatória.

●STF HC 85714 MC-MG237 (DJ 14.04.2005); STJ HC 57345-PE238 (DJ 12.06.2006)

do crédito tributário, que não se sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento. 4. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho. (Arts. 186 e 187, do CTN c.c. art. 7º, da Lei de Falências e art. 29, da Lei de Execução Fiscal). 5. O Concurso de Credores caracteriza-se como um incidente da fase de pagamento, no qual os créditos são verificados, classificados e implementados. Desta sorte, remeter o produto da expropriação da execução fiscal ao juízo universal significa submeter o erário ao concurso de credores em juízo alhures, violando a norma complementar federal. 6. Ressalva do entendimento do relator no sentido de que a exegese escorreita que preserva tanto as prerrogativas do Estado quanto o privilégio dos créditos necessarium vitae, como soem ser os trabalhistas e derivados de ações acidentárias, recomenda que, informado o juízo fazendário fiscal pelo juízo falimentar acerca dos créditos preferenciais, constituídos ou a constituir, reserve a parcela necessária a esse implemento e só após proceda ao pagamento das preferências tributárias, remetendo a sobra ao juízo da falência.” Relator Ministro LUIZ FUX 237 “Muito embora seja meu entendimento que, "como proposta de modelo de sentença condenatória, a denúncia, ou a queixa, fixa o núcleo substantivo da causa, governa o rumo de toda a instrução e, como objeto de resposta, delimita o campo do iudicium, como capítulo último da sentença, porque é ao redor da denúncia, ou da queixa, que se estrutura e desenvolve todo o processo, do seu início ao trânsito em julgado do provimento jurisdicional, seja em que instância for" (Voto-vista no HC nº 83.301, Rel. Min. MARCO AURÉLIO), e que, por isso, como ato lingüístico que predetermina o conteúdo da ação penal e os rumos do processo, até quanto às variáveis dos procedimentos, e, portanto, a amplitude do exercício da defesa, "a narração deficiente ou omissa, que impeça ou dificulte o exercício da defesa, é causa de nulidade absoluta, não podendo ser sanada porque infringe os princípios constitucionais", não vislumbro, no presente caso e em mero juízo delibatório, seja inepta a inicial. A denúncia é capaz de responder à questão: pela prática de qual conduta típica está sendo acusado o paciente? E a resposta encontra-se às fls. 77: por ter, no período de agosto de 1994 a julho de 1998, fraudado a administração tributária inserindo elementos inexatos em livro fiscal com o que reduziu o montante a pagar a título de ICMS. Vê-se, portanto, que está fixado o núcleo substantivo da causa, daí não estar presente o requisito do fumus boni iuris. Outra questão seria aquela relativa à presença, ou não, da justa causa, isto é, de elementos indiciários que dêem suporte à imputação dos fatos ao paciente, mas não é disso que se trata. 3. Isto posto, indefiro a liminar. Dispensadas as informações da autoridade apontada como coatora, remetam-se os autos à PGR.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 238 “I. Não obstante o entendimento deste Tribunal, no sentido de que, nos crimes societários, em que a autoria nem sempre se mostra claramente comprovada, a fumaça do bom direito deve ser abrandada, isso não significa que o órgão acusatório possa deixar de estabelecer qualquer vínculo entre o denunciado e a empreitada criminosa a ele imputada. II. A inexistência absoluta de elementos hábeis a descrever a relação entre os fatos delituosos e a autoria ofende o princípio constitucional da ampla defesa, tornando inepta a denúncia. III. Não se constata o atendimento aos requisitos do art. 41 do CPP, pois os fatos delituosos não se encontram devidamente expostos, com suas circunstâncias, de modo a permitir o exercício da ampla defesa. IV. A peça acusatória apenas delineou a participação do Síndico da massa falida na empreitada criminosa, não tendo individualizado as condutas praticadas pelos pacientes, além

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Súmula do STF

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565. Multa fiscal moratória constitui pena administrativa não se incluindo no crédito habilitado em falência.

►Enunciado aplicável aos processos regidos pela Lei 7661/45. ●STF AI-AgR 562459-MG239 (DJe 28.06.2007); STJ REsp 686016-SP240 (DJe 16.0.2008)

566. Enquanto pendente, o pedido de readaptação fundado em desvio funcional não gera direitos para o servidor, relativamente ao cargo pleiteado.

►Sem aplicabilidade. 567. A Constituição, ao assegurar, no parágrafo 3º, do art. 102, a contagem

integral do tempo de serviço público federal, estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade não proíbe a União, aos Estados e aos Municípios mandarem contar, mediante lei, para efeito diverso, tempo de serviço prestado a outra pessoa de direito público interno.

●STF RE 234908-SP241 (DJ 28.02.2005); STJ Ag 1058664-SP (DJe 09.09.2008)

de não ter demonstrado a relação dos sócios da empresa com os fatos. V. No que tange ao crime de receptação, o Ministério Público não atribuiu aos réus qualquer conduta que denotasse a prática de tal delito, posto que não foram sequer elencados os bens supostamente receptados pelos acusados. VI. Deve ser determinada a anulação da ação penal instaurada contra os pacientes. VII. Ordem concedida, nos termos do voto do Relator, julgando-se prejudicado o argumento relativo à ausência de fundamentação do despacho que recebeu a inicial acusatória.” Relator Ministro GILSON DIPP 239 “A jurisprudência da Corte é no sentido de que a multa referida no art. 23, III da antiga lei de falências tem natureza administrativa. Aplica-se, ao caso, portanto, a Súmula 565/STF. Agravo regimental a que se nega provimento.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 240 “1. Esta Corte possui entendimento pacificado no sentido de que a decretação posterior da falência de empresa concordatária no curso do processo executivo, faz incidir os enunciados das Súmulas 192 e 565 do STF, a fim de excluir as multas e os juros moratórios no valor da execução.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 241 “DECIDO. Em parecer da lavra do Dr. Paulo de Tarso Braz Lucas, manifestou-se a Procuradoria Geral da República pelo conhecimento e provimento parcial do recurso extraordinário - nos termos do voto vencido -, pelas razões seguintes (f. 151/152): "Tratando-se na espécie de pretensão atinente à contagem de tempo de serviço prestado a outras pessoas jurídicas de direito público (ao Município de Santo André e à União), mostra-se manifestamente impertinente, como fundamento para a improcedência da ação, a remissão do E. Tribunal a quo ao art. 202, § 2º, da CF/88, assecuratória, para efeito de aposentadoria, da "contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada rural e urbana". A aplicação indevida de determinado dispositivo a hipótese que não lhe é própria caracteriza a sua vulneração." Na verdade, se fosse o caso de se aplicar a Constituição em vigor, a norma de regência passível de consideração, embora não para os fins pretendidos pelo E. Tribunal a quo, seria o § 3º do art. 40 da CF/88. E posta a questão nesses termos tampouco seria possível não acolher a pretensão do recorrente com base nela, bastando nesse sentido trazer à colação o aresto proferido no RE nº 179.181-SP (Rel. Exmo. Sr. Min. Moreira Alves, DJ de 29.11.96), com ementa do seguinte teor: Servidor público estadual. Contagem de tempo de

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Súmula do STF

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568. A identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido identificado civilmente.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à CF, art. 5º, LVIII, que determina que o civilmente identificado não seja submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. ►Matéria regulada pela Lei 10054/2000.

569. É inconstitucional a discriminação de alíquotas do Imposto de Circulação de Mercadorias nas operações interestaduais, em razão de o destinatário ser, ou não, contribuinte.

►Merece cancelamento. Sobre a matéria dispõe a CF: “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;” ●STF RE 115757-PR (DJ 25.05.90); STJ 276469-SP (DJ 14.08.2001)

570. O Imposto de Circulação de Mercadorias não incide sobre a importação de bens de capital.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao que dispõe a CF: “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) IX - incidirá também: a) sobre a entrada de bem ou

serviço prestado a outra pessoa de direito público interno para todos os efeitos. Alegação de ofensa ao § 3º do artigo 40 da atual Constituição. - Tendo em vista que o § 3º do artigo 40 da atual Constituição tem os mesmos sentido e alcance do § 3º do artigo 102 da Emenda Constitucional n° 1/69, continua em vigor o enunciado da súmula 567 desta Corte. - Inexistência, portanto, da alegada ofensa do § 3º do artigo 40 da Constituição de 1988. Recurso extraordinário não conhecido A Súmula 567-STF tem o seguinte enunciado: "A Constituição, ao assegurar, no § 3º do art. 102, a contagem integral do tempo de serviço público federal, estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade, não proíbe à União, aos Estados e aos municípios mandarem contar, mediante lei, para efeito diverso, tempo de serviço prestado a outra pessoa de direito público interno." De resto, também foi vulnerado o art. 5º, inciso XXXVI da CF/88, pois é certo que os proventos da aposentadoria regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o servidor reuniu os requisitos necessários à sua concessão (v. Súmula 359-STF)." Corretos os fundamentos do parecer ministerial, que adoto para, com fundamento no art. 557, § 1º-A, do C. Pr. Civil, conhecer e dar provimento ao recurso extraordinário.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE

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Súmula do STF

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mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;”

571. O comprador de café ao IBC, ainda que sem expedição de nota fiscal, habilita-se, quando da comercialização do produto, ao crédito do ICM que incidiu sobre a operação anterior.

►Enunciado consentâneo com a característica da não-cumulatividade inerente ao ICMS. ●STF RE-AgR 118049-SP (DJ 18.05.2001); STJ AgRg-Ag 398229-SP (DJ 23.06.2003)

572. No cálculo do Imposto de Circulação de Mercadorias devido na saída de mercadorias para o exterior, não se incluem fretes pagos a terceiros, seguros e despesas de embarque.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao que determina a Lei Complementar 87/2003 (Lei Kandir): “Art. 13. A base de cálculo do imposto é: (...) § 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo: (...) II - o valor correspondente a: a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição; b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado.”

573. Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato.

●STF AI 605950-MG242 (DJ 09.10.2006); STJ REsp 791491-MG (DJ 19.09.2006)

242 “Decido. No julgamento do RE 158.834, 23.10.2002, Pleno, do qual fui relator, o em. Ministro Marco Aurélio ressaltou em seu voto: ‘... jamais esta Corte potencializou o vocábulo 'saída', isto para definir o enquadramento dos casos concretos, nos fatos geradores de que cuida o Decreto-Lei nº 406/68. Sempre perquiriu a natureza, em si, do ato jurídico que a estaria a motivar, apegando-se à circunstância de o texto constitucional referir-se ao tributo como alusivo a operações relativas à circulação de mercadorias. É certo que, nem sempre, faz-se indispensável a existência de uma compra e venda mercantil, havendo atos jurídicos relevantes para efeitos da incidência do tributo. Nem por isso caminhou no sentido de assentar o deslocamento físico como suficiente, por si só, a atrair a incidência do tributo. A saída apenas física de um certo bem não é de molde a motivar a cobrança do imposto de circulação de mercadorias. Requer-se, como consta do próprio texto constitucional, a existência de uma operação que faça circular algo passível de ser definido como mercadoria, pressupondo, portanto, como aliás ressaltado por Aliomar Baleeiro em 'Direito Tributário Brasileiro', a transferência de domínio. No particular, levou em conta o saudoso Ministro que o sentido

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Súmula do STF

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574. Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em restaurante ou estabelecimento similar.

►O enunciado alude ao princípio da legalidade tributária, insculpido no art. 150, inciso I, da CF (“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”), ou seja, só se legitima a cobrança de tributo quando houver previsão legal, jamais por decreto ou outro instrumento infralegal, e, em particular, que a lei defina não apenas o respectivo fato gerador, mas também a sua base de cálculo, o que não ocorria nos estados em relação à prestação de serviços de alimentação, o que levou à edição da súmula. Diante da restrição legal e jurisprudencial, os estados passaram a definir a base de cálculo, em regra estabelecendo o valor total do serviço (aí incluído supostas mercadorias), e assim passaram a “regularmente” cobrar o ICMS, inclusive com respaldo da súmula 163 do STJ. Ocorre que na prestação de serviços de alimentação não há circulação de mercadorias. ●STF AI 406831-MG (DJ 24.08.2005); STJ REsp 130350-PE (DJ 28.02.2000)

575. A mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida à similar nacional.

jurídico de operação direciona a negócio jurídico, devendo a circulação exigida estar ligada a deslocamento de mercadoria, ou seja, de bem móvel em comércio. Por isso mesmo, este Plenário, julgando o recurso extraordinário nº 70.538, originário da Guanabara, relatado pelo Ministro Thompson Flores, concluiu pela exclusão do imposto sobre equipamentos como bombas de gasolina saídas, é certo, do estabelecimento comercial, em comodato, por não se ter, na espécie, etapa do processo de circulação a integrar o complexo de sucessivas transferências do produtor ao consumidor (Revista Trimestral de Jurisprudência nº 58/665). A jurisprudência sedimentou-se em tal sentido, afastando, portanto, a potencialização, ao arrepio da Carta, no que exige a ocorrência de uma operação a revelar circulação de mercadoria, do fato de o Decreto-Lei aludir, genericamente, à saída de mercadoria. Compõe a Súmula desta Corte o verbete de nº 573 que tem o seguinte teor: 'Não constitui fato gerador do ICM a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato.' Em síntese, a simples saída física de um bem que não está no comércio propriamente dito não encerra, necessariamente, os fatos jurídicos indispensáveis à imposição do tributo - a existência de uma operação que implique, no que cercada de objetividade, verdadeira circulação de mercadorias, a que Aliomar Baleeiro, sem temperamento, colou a transferência de domínio.’ Fiquei vencido naquela oportunidade, no entanto, as premissas da tese vencedora do em. Ministro Marco Aurélio são plenamente aplicáveis ao caso. Nego provimento ao agravo.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE

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●STF AI-AgR 223336-RJ243 (DJe 27.11.2008); STJ REsp 302190-RJ244 (DJe 25.04.2008)

576. É lícita a cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias sobre produtos importados sob o regime da alíquota “zero”.

●STF RE 350446-PR245 (DJ 06.06.2003); STJ REsp 660192-SP246 (DJ 02.08.2007)

243 “A decisão agravada está em conformidade com o entendimento firmado pelo Plenário desta Corte no julgamento do RE 229.096 (rel. orig. min. Ilmar Galvão, rel. p/ acórdão min. Cármen Lúcia, Pleno, DJ de 11.04.2008), no qual foi dado provimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão que entendera não-recepcionada pela Constituição Federal de 1988 a isenção de ICMS relativa à mercadoria importada de país signatário do GATT, quando isento o similar nacional. Entendeu a Corte que a limitação prevista no art. 151, III, da Constituição (isenção heterônoma) não se aplica às hipóteses em que a União atua como sujeito de direito na ordem internacional. Agravo regimental a que se nega provimento.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 244 “2. Para a melhor solução da controvérsia em exame deve-se registrar que a isenção do ICMS sobre a entrada do bacalhau no Brasil é condicionada ao fato de o produto similar (peixe seco e salgado) gozar do mesmo benefício. É uma condição genérica. Peixe seco e salgado é espécie do gênero pescado. Enquanto existir isenção do ICMS para pescado, não pode o bacalhau, nas operações internas, deixar de gozar desse favor. No particular, as disposições do Tratado deverão prevalecer, por serem consideradas como normas federais. Em conclusão: a) o objetivo dos convênios interestaduais sobre ICMS é evitar a guerra fiscal; b) a concessão da isenção de ICM nas operações internas de determinado produto só pode ser concedida pelos Estados após celebração de convênio específico para tal fim e ratificação pelo Poder Legislativo Estadual mediante decreto legislativo; c) a extinção de isenção do ICMS sobre operações internas de produtos específicos só pode ocorrer após ser aprovada em convênio formado pelos Estados e ratificada pelo Poder Legislativo estadual por via do decreto legislativo; d) o reconhecimento de isenção de ICMS condicionado, de modo geral, por tratado internacional, produzirá efeitos enquanto todos os Estados, por via do convênio ratificado pelo Poder Legislativo, não extirparem a condição genérica estabelecida para o gozo do benefício fiscal; e) a celebração de Convênio Interestadual, por si só, não tem força de revogar tratado internacional, salvo se, em se tratando de isenção condicionada, esta for totalmente extirpada por consenso dos Estados e com aprovação legislativa. 3. Cumpre-se anotar, todavia, que a expiração do Convênio 60/91, em 30/04/1999, colocou termo final à autorização para os Estados concederem isenção do ICMS sobre as negociações internas com pescado, condição que, em decorrência, deve ser também aplicada à mercadoria similar estrangeira oriunda de país signatário do GATT.” Relator p/ acórdão Ministro JOSÉ DELGADO 245 “Se o contribuinte do IPI pode creditar o valor dos insumos adquiridos sob o regime de isenção, inexiste razão para deixar de reconhecer-lhe o mesmo direito na aquisição de insumos favorecidos pela alíquota zero, pois nada extrema, na prática, as referidas figuras desonerativas, notadamente quando se trata de aplicar o princípio da não-cumulatividade. A isenção e a alíquota zero em um dos elos da cadeia produtiva desapareceriam quando da operação subseqüente, se não admitido o crédito. Recurso não conhecido.” Relator Ministro NELSON JOBIM 246 “O Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 92.146/SP (2ª Turma, Rel. Min. Cordeiro Guerra, DJ de 16.5.1980), ainda na vigência da Constituição anterior, apreciando a legitimidade de incidência do IPI no caso de produto importado à alíquota zero, entendeu que: ‘Inexistindo imposto a pagar, nem por isso deixa de ocorrer o desembaraço aduaneiro, e o IPI é exigível com base no preço normal do produto - art. 20, I, do CTN.’ Esse entendimento foi baseado na Súmula 576/STF, que tem a seguinte redação: ‘É lícita a cobrança do imposto de circulação de mercadorias sobre produtos importados sob o regime da alíquota 'zero'.’ Conclui-se, portanto,

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577. Na importação de mercadorias do exterior, o fato gerador do Imposto de Circulação de Mercadorias ocorre no momento de sua entrada no estabelecimento do importador.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao que determina a CF, que antecipou o momento do fato gerador, que se dá no desembaraço aduaneiro: “Art. 155. (...) IX - incidirá também: a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;” (v. súmula 661)

578. Não podem os estados, a título de ressarcimento de despesas, reduzir a parcela de 20% do produto da arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias, atribuídas aos municípios pelo art. 23, parágrafo 8, da Constituição Federal.

►Dispõe a CF: “Art. 158. Pertencem aos Municípios: (...) IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.” ●STF RE 572762-SC247 (DJe 04.09.2008); STJ REsp 331845-MG248 (DJ 28.02.2007)

que até nas hipóteses de produtos sujeitos à alíquota zero na importação (que não é a hipótese dos autos, ressalte-se), é devida a incidência do IPI, porquanto seu fato gerador, no caso de mercadorias importadas, é o desembaraço aduaneiro (art. 46, I, do CTN).” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 247 “A parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da Carta Magna pertence de pleno direito aos Municípios. II - O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual. III - Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de repartição de receitas tributárias. IV - Recurso extraordinário desprovido.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 248 “- O Valor Adicionado Fiscal - VAF, é o indicador utilizado pelos Estados para o cálculo do repasse de receita do ICMS e do IPI aos municípios. Corresponde ao valor acrescentado nas operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços realizadas no território do município em determinado ano civil, e se encontra regido pela Lei Complementar 63/90, que é suficientemente clara quanto à forma de apuração, consoante metodologia prevista no art. 3º. - É ilegal a alteração na forma de apuração do VAF, introduzida pela Resolução n. 2945/98 da Secretaria da Fazenda do Estado de Minas Gerais, dada a manifesta contrariedade à Lei Complementar n. 63/90, ao Decreto Estadual n. 38.414/97 e ao princípio da hierarquia das leis. - Recurso especial conhecido, mas improvido.” Relator Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS

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Súmula do STF

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579. A cal virgem e a hidratada estão sujeitas ao Imposto de Circulação de Mercadorias.

►Sem aplicabilidade 580. A isenção prevista no art. 13, parágrafo único, do Decreto-Lei 43/66,

restringe-se aos filmes cinematográficos. ►Sem aplicabilidade.

581. A exigência de transporte em navio de bandeira brasileira, para efeito de isenção tributária, legitimou-se com o advento do Decreto-Lei 666, de 02.07.69.

●STF RE 93024-SP (DJ 13.03.1981); STJ REsp 254382-SC (DJ 14.08.2000)

582. É constitucional a resolução 640/69, do Conselho de Política aduaneira, que reduziu a alíquota do Imposto de Importação para a soda cáustica, destinada a zona de difícil distribuição e abastecimento.

►Sem aplicabilidade. 583. Promitente-comprador de imóvel residencial transcrito em nome de

autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. ►Os contribuintes do IPTU são os definidos no art. 34 do CTN. Entre estes não figura “promitente-comprador”. Na verdade, o entendimento subjacente ao enunciado consolidou que o promitente comprador quando estiver na posse do imóvel, ou no gozo do domínio útil, assume posição de contribuinte do IPTU, pois tais hipóteses configuram fato gerador do tributo. ●STF RE 93932-MG (DJ 30.11.1984).

584. Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.

►Merece cancelamento. Orientação contrária à expressa determinação legal do Código Tributário Nacional, insculpida no caput do art. 144: “O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. O fato gerador do imposto de renda completa-se em 31 de dezembro do ano-base, e, segundo o CTN, é a lei em vigor nesta data que rege o lançamento que ocorrerá no ano subseqüente, ano do exercício financeiro. ●STF RE 372046-SC (DJ 23.03.2006); STJ EREsp 326810-DF249 (DJ 25.08.2004)

249 “1. O regime jurídico da lei tributária e sua eficácia temporal encarta-se na regra mater de que a legislação tributária, conceito mais amplo do que lei fiscal, aplica-se aos fatos geradores

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Súmula do STF

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585. Não incide o Imposto de Renda sobre a remessa de divisas para pagamento de serviços prestados no exterior, por empresa que não opera no Brasil.

►Merece cancelamento, desde a vigência do Decreto-lei 1418/75, conforme julgamento do RE 103566-SP

586. Incide Imposto de Renda sobre os juros remetidos para o exterior, com base em contrato de mútuo.

►Exigência prevista no art. 11 do Decreto-lei nº 401/68, ainda vigente. ●STF RE 84517-SP (DJ 03.07.1981); STJ REsp 10322-SP (DJ 22.11.1993)

587. Incide Imposto de Renda sobre o pagamento de serviços técnicos contratados no exterior e prestados no Brasil.

►Enunciado conforme o art. 43 do Código Tributário Nacional. 588. O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e

taxas de desconto, cobrados pelos estabelecimentos bancários. ►Merece revisão. Entendimento muito apreciado pelos banqueiros, eis que tem assegurado a não-tributação pelo ISS de diversos serviços não alcançados pelo imposto federal IOF, perfeitamente enquadráveis na moldura do DL 406/68.

futuros e pendentes, nunca pretéritos (art. 105 do CTN). Em conseqüência, há retroação apenas da lex mitior, naquelas hipóteses legalmente previstas. ‘A IN-SRF n. 20, de 21.02.90, que revogou a IN n. 198, de 29.12.1988, alterou o cálculo do lucro da exploração, sobre o qual incide o imposto de renda ao estabelecer que deverá ser apurado o lucro após a dedução da contribuição social. O fato gerador do imposto de renda é complexivo, e se consumou ao final do ano-base de 1989. Não se pode admitir que a Instrução Normativa n. 20, de 21 de fevereiro de 1990, retroaja para impor gravame ao contribuinte. Se existia critério para apuração do lucro de exploração em 31.12.1989, este deverá prevalecer, já que o lançamento do imposto remete-se à legislação vigente quando da ocorrência do fato gerador, nos termos do artigo 144 do CTN.’ 2. Editada após a ocorrência do fato gerador do Imposto de Renda referente ao ano-base de 1989, exercício de 1990, a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº 20/90, não ostenta a mesma o condão de retroagir, estabelecendo novos critérios de apuração do lucro da exploração, menos benéficos que aqueles previstos no diploma legal então vigente. 3. A contribuição social devida pelas empresas e calculada com base no lucro, referente ao ano de 1989 deve reportar-se ao fato gerador ocorrido neste mesmo período ânuo, apurado em dezembro, quando então encontrava-se vigente a IN 198/88. 4. Isto porque o princípio da anterioridade da lei tributária aplica-se às normas em sentido amplo, incluindo as instruções normativas, que são normas complementares à legislação tributária, a teor do que preceitua o artigo 100, I, do CTN. A Instrução Normativa nº 20/90 aumentou a carga tributária, pois alterou a forma de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro. Dessarte, não pode ser aplicada, em face do princípio da anterioridade, para modificar a forma de cálculo do imposto de renda do ano-base de 1989.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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589. É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do Imposto Predial e Territorial Urbano em função do número de imóveis do contribuinte.

●STF RE 234605-RJ (DJ 01.12.2000) 590. Calcula-se o imposto de transmissão “causa mortis” sobre o saldo

credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor.

●STJ REsp 177453-MG250 (DJ 03.04.2001). 591. A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao

produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados. ►Quanto à imunidade recíproca em relação aos impostos indiretos tem predominado o entendimento jurisprudencial no sentido de que só verifica-se a imunidade nos casos em que o ente imune seja o contribuinte de direito, ou seja, quando ele próprio preste serviços ou circule mercadorias. ●STF AV 2024 MC-RS (DJe 24.10.2008); STJ RMS 19711-SC251 (DJ 09.03.2007)

592. Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no Código Penal.

►Vide nota à súmula 147. ●STF HC 72563-SP (DJ 24.11.1995); STJ HC 88000-SP252 (DJe 23.06.2008)

250 “1. No direito brasileiro somente a transcrição transfere juridicamente a propriedade. A promessa particular de compra e venda não transfere o domínio senão quando devidamente registrada. 2. O imposto de transmissão mortis causa, entretanto, findo o enfoque eminentemente civil, grava o benefício econômico deixado aos herdeiros, guiando-se pelo critério do fenômeno econômico. 3. Imóvel vendido por compromisso de compra e venda não registrado, com pagamento do preço fixado pelo de cujus, não gera imposto de transmissão mortis causa. 4. Recurso especial provido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 251 “2. A imunidade recíproca ou intergovernamental recíproca decorre da essência do sistema federativo pátrio. Por certo, depreende-se da Constituição da República que os entes de Direito Público, quais sejam, União, Estados, Distrito Federal e Municípios não podem instituir impostos sobre diversas entidades, serviços ou renda uns dos outros. (Art. 150, inciso VI, alínea "a", da CF). 3. Na hipótese dos autos, o ICMS não incide sobre o patrimônio a renda ou os serviços do Município, mas, incide sobre o fornecimento dos serviços de energia elétrica e de telefonia por ele consumidos, descaracterizando, por conseguinte, a suposta imunidade recíproca do art. 150, inciso VI, alínea "a", da Constituição da República. Recurso em mandado de segurança improvido.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 252 “Com efeito, os crimes falimentares praticados antes do advento da Lei 11.101/05 prescrevem em 2 (dois) anos, nos termos do art. 199 do Decreto-Lei 7.661/45. Acerca da prescrição nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas previstas no Código Penal, conforme o enunciado sumular n.º 592 do Supremo Tribunal Federal” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA

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593. Incide o percentual do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sobre a parcela da remuneração correspondente a horas extraordinárias de trabalho.

594. Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.

●STF HC 75697-DF253 (DJ 19.09.2003); STJ HC 82661-RR254 (DJe 25.08.2008)

595. É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do Imposto Territorial Rural.

●STF RE 293536-SE255 (DJ 17.05.2002); STJ REsp 179802-SP256 (DJ 09.05.2005)

596. As disposições do Decreto 22.626 de 1933 não se aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas, que integram o Sistema Financeiro Nacional.

●STF RE 503024-RS257 (DJe 12.03.2008); STJ AgRg-Ag 861231-DF258 (DJe 11.09.2008)

253 “O direito de queixa poderá ser exercido tanto pela ofendida como pelo seu representante legal. Na hipótese de omissão ou de renúncia deste, a ofendida, ao completar 18 (dezoito) anos, poderá exercer esse direito de queixa, sendo que, nesse caso, o prazo decadencial começará a fluir a partir da data em que ela atingir a maioridade penal.” Relator Ministro CARLOS VELLOSO 254 “1. Se a retratação da representação foi tida pela inferior instância como viciada, não é, na estreita via do writ, que se poderá rediscutir sua fidedignidade. Presente representação válida nos autos da ação para os fins de oferecimento da denúncia, não se reconhece a ocorrência de decadência, ainda mais se considerado o teor da Súmula n. 594 do Pretório Excelso.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 255 “3. Entendimento firmado pelo STF no sentido de que a base de cálculo é ‘própria de imposto e não de taxa por serviços específicos e divisíveis postos à disposição do seu contribuinte’ e ‘não tendo o município - uma vez que, em matéria de impostos, a competência é da União - competência para criar tributos outros que não os que a Constituição lhe atribui, o imposto dissimulado pela taxa é inconstitucional’ (RE 121.617).” Relator Ministro NÉRI DA SILVEIRA 256 “3. O ITR tem como fator gerador a propriedade rural e como base de cálculo o valor da terra nua, enquanto a Taxa de Construção, Conservação e Melhoramentos de Estradas de Rodagem tem como fato gerador a prestação de serviços de conservação e como base de cálculo o custo do serviço dividido entre os proprietários de imóvel rural segundo fórmula adotada por pontos de utilização dos serviços, o que afasta a possibilidade de identificação com o imposto e a eventual ofensa ao art. 77 do CTN.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 257 “Aos juros remuneratórios, conforme orientação da Segunda Seção desta Corte, não incide a limitação a 12% ao ano, prevista no Decreto nº 26.626/33, salvo hipóteses legais específicas, estando as instituições financeiras, integrantes do Sistema Financeiro Nacional, sob a égide da Lei nº 4.595/64. Desta forma, cabe ao Conselho Monetário Nacional limitar tais encargos, aplicando-se o Enunciado Sumular 596/STF. Ressalte-se, ademais, que este entendimento não foi alterado após a vigência do CDC, cujas normas também se aplicam aos contratos firmados

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Súmula do STF

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597. Não cabem embargos infringentes de acórdão que, em mandado de segurança decidiu, por maioria de votos, a apelação.

►O novel diploma regente (Lei 12016 de 7 de agosto de 2009) dispôs nesse sentido, convalidando o verbete: “Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.” ►Mesmo tendo sido editado à luz do Código de Processo Civil de 1973, o entendimento é contrário à norma processual geral, e só agora passou a contar com respaldo na lei especial. Dispõe o art. 530 do CPC: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.” ►A partir do momento em que passou a ser possível o recurso de apelação da sentença em mandado de segurança (inexistente no sistema do Código anterior, que previa apenas o agravo de petição), deixou de existir óbice à interposição de embargos de divergência da decisão não unânime que reformava a sentença de mérito. Afinal, não há qualquer diferença substancial entre apelação em mandado de segurança e em outras ações. ●STF AI 714208-DF259 (DJe 07.08.2008); STJ AgRg-EDcl-Ag 961150-RS (DJ 15.09.2008)

598. Nos embargos de divergência não servem como padrão de discordância os mesmos paradigmas invocados para demonstrá-la, mas

por instituições bancárias. Deveras, a fim de se harmonizarem referidos diplomas legais, aquele órgão julgador consagrou a manutenção dos juros no percentual avençado pelas partes, desde que não reste sobejamente demonstrada a exorbitância do encargo (v.g. AgRg REsp nº 590.573/SC, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, DJU 25.05.2004).” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 258 “IV- A Segunda Seção desta Corte Superior, quando do julgamento do EREsp nº 415.588/SC, da relatoria do Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, firmou posicionamento no sentido de que o artigo 6º, alínea "e", da Lei nº 4.380/64, não estabelece a limitação da taxa de juros, apenas dispõe sobre as condições para a aplicação do reajuste previsto no artigo 5º da mesma lei; provocando, dessarte, a incidência da Súmula 596 do Supremo Tribunal Federal.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 259 “5. Inicialmente, cumpre afastar o fundamento da decisão agravada de que o recurso extraordinário não teria sido interposto de decisão de última instância. O recurso extraordinário foi interposto contra decisão não unânime que reformou, em grau de apelação, a sentença de mérito proferida em mandado de segurança. A teor da Súmula 597 do Supremo Tribunal Federal não são cabíveis embargos infringentes de acórdão que, em mandado de segurança, decide, por maioria de votos, a apelação.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA

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Súmula do STF

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repelidos como não dissidentes no julgamento do recurso extraordinário.

►Enunciado absorvido pelo Regimento Interno, cujo parágrafo único do art. 331 assim dispõe: “Não serve para comprovar divergência acórdão já invocado para demonstrá-la, mas repelido como não dissidente no julgamento do recurso extraordinário.” ●STF RE-EDv-QO 318469-DF (DJ 11.10.2002); STJ AgRg-EREsp 766591-PR (DJ 23.10.2006)

599. São incabíveis embargos de divergência de decisão de turma, em agravo regimental.

►Cancelada, em face do novo entendimento do STF quanto ao alcance do art. 546 do CPC; ►Antes mesmo, o STJ já houvera deixado assente no julgamento do EREsp 133451-SP: “A aplicação da Súmula n. 599 do STF merece temperamentos. São cabíveis os embargos de divergência contra acórdão proferido em agravo regimental, se julgado o mérito do recurso especial em agravo de instrumento ou interposto o mesmo contra decisão monocrática do Relator em recurso especial.” V. súmulas STJ 315 e 316. ●STF AgR-EDv-AgR-RE 515718-RN (DJe 19/11/2008); STJ AgRg-EDcl-Pet 5634-RS260 (DJe 14.08.2008)

600. Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.

●STF RE 101345-MG (DJ 13.02.1987); STJ REsp 182639-MS261 (DJ 29.11.1999)

260 “2. Incabíveis embargos de divergência contra acórdão proferido em sede de agravo regimental que impugna agravo de instrumento que, por não ter ultrapassado o juízo de admissibilidade, não apreciou o mérito do recurso especial. Arts. 546, I, do CPC e 266, caput, do RISTJ. Incidência da Súmula n. 315/STJ. 3. O cancelamento da Súmula n. 599 pelo Supremo Tribunal Federal veio ao encontro do entendimento já consolidado no Superior Tribunal de Justiça. 4. O art. 557, caput, do CPC confere ao Ministro Relator competência para, em juízo provisório, decidir monocraticamente o mérito do recurso. 5. Não cabe ao STJ intervir em matéria de competência do STF, tampouco para prequestionar questão constitucional, sob pena de violar a rígida distribuição de competência recursal disposta na Lei Maior.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 261 “I - O prazo de prescrição da ação para cobrança do cheque é de seis meses, contados da expiração do prazo de apresentação e não da data de sua emissão. II - Eventual ocorrência da exceção prevista no § 3º do art. 47 do CPC, exige dilação probatória. Não se pode afirmar sua ocorrência, apenas porque o cheque foi cobrado ao sacado, após o prazo de apresentação. III - Afastada a prescrição da ação cambiária, reconhecida de ofício em segundo grau de jurisdição, mister o retorno dos autos à instância de origem para que o Tribunal aprecie a apelação da

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Súmula do STF

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601. Os artigos 3º, 11 e 55 da Lei Complementar nº 40/81 (Lei Orgânica do Ministério Público) não revogaram a legislação anterior que atribui a iniciativa para a ação penal pública, no processo sumário, ao juiz ou a autoridade policial, mediante portaria ou auto de prisão em flagrante.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao dispõe a CF, que atribuiu ao Ministério Público a função de “promover, privativamente, a ação penal pública na forma da lei”.

602. Nas causas criminais, o prazo de interposição de recurso extraordinário é de 10 (dez) dias.

►Merece cancelamento. Enunciado concebido sob a égide da revogada Lei 3396/58. O atual prazo legal para interposição do recurso extraordinário em matéria criminal é de 15 (quinze) dias, conforme estabelecido na Lei 8038/90 (art. 26), disposição não alcançada pela Lei 8950/94, cujas alterações introduzidas referem-se ao processo civil.

603. A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do tribunal do júri.

●STF HC 84355-SP (DJ 22.10.2004); STJ HC 21961-RJ262 (DJ 01.09.2003)

604. A prescrição pela pena em concreto é somente da pretensão executória da pena privativa de liberdade.

►Merece cancelamento. Orientação não-consentânea com os ditames do Código Penal pós-reforma de 1984. A matéria é tratada no art. 110, § 1º, do CP, que se refere à prescrição da pretensão punitiva ao dispor: “A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada.”; conf. súmula 186 do TFR. ●STF RE 105181-SP (DJ 28.06.1985).

605. Não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida. ►Merece cancelamento. Após a reforma de l984 o Código Penal passou a admitir a continuidade delitiva em tal hipótese, conforme art. 71.

parte, sob pena de supressão de instância. IV - Recurso conhecido e provido.” Relator Ministro WALDEMAR ZVEITER 262 “1. A hipótese dos autos retrata o delito de latrocínio, pois para a sua configuração é fundamental que a violência tenha sido exercida para o fim da subtração ou para garantir, depois dessa, a impunidade do crime ou a detenção da coisa subtraída, tal como ocorreu no caso vertente. O objeto jurídico tutelado, nesses casos, é o patrimônio e a integridade física, não havendo que se falar, portanto, em competência do Júri Popular. 2. Nos termos da Súmula 603 do STF, ‘A competência para o processo e julgamento do latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri’.” Relator Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA

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Súmula do STF

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●STF HC 93367-RJ263 (DJe 17.04.2008); STJ HC 63758-RS264 (DJ 12.03.2007)

606. Não cabe “habeas corpus” originário para o tribunal pleno de decisão de turma, ou do plenário, proferida em “habeas corpus” ou no respectivo recurso.

►A atual composição do STF reafirmou a plena validade do enunciado, conquanto admita a possibilidade de decisão monocrática ser impugnada por HC. Em caso recente, reconhecido pelo Pleno como excepcional, foi deferida, de ofício, liminar em habeas contra acórdão de Turma, tendo como pano de fundo a novel jurisprudência firmada no sentido da invalidade da prisão de depositário judicial infiel. ●STF HC-MC 93962-DF265 (DJe 16.05.2008) e HC-QO 94307-RS266 (DJe 21.05.2008)

607. Na ação penal regida pela Lei n. 4611/65, a denúncia, como substitutivo da portaria, não interrompe a prescrição.

►Sem aplicabilidade. Lei revogada. 608. No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é

pública incondicionada.

263 “Paciente condenado por três homicídios praticados em vinte e seis de janeiro no mesmo local e nas mesmas circunstâncias. Satisfeitos os requisitos do artigo 71 do Código Penal, impõe-se seja aplicada a regra concernente à continuidade delitiva, e não a que se refere ao concurso material. Ordem concedida.” Relator Ministro EROS GRAU 264 “1. Não há confundir continuidade delitiva, em que o agente pratica mais de uma ação ou omissão típica, com concurso formal de crimes, no qual o agente pratica uma única ação ou omissão violando diversas disposições legais. 2. Com a reforma na parte geral do Código Penal ocorrida em 1984, restou prejudicado o Enunciado nº 605 da Súmula do STF. Precedentes.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 265 “DECISÃO: O presente “habeas corpus”, com pedido de medida liminar, foi impetrado contra decisão, que, emanada de eminente Ministro desta Corte, negou seguimento a outro processo de “habeas corpus” também instaurado perante este Supremo Tribunal Federal. Impõe-se analisar, preliminarmente, se se revela cabível, ou não, a utilização de outra ação de “habeas corpus” contra decisão monocrática proferida, em igual sede processual, por qualquer dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. E, ao proceder a tal exame, entendo viável a presente impetração, considerando, para tanto, que esta Suprema Corte, fazendo (a necessária) distinção entre julgamento colegiado de Turma e decisão singular do Relator” Relator Ministro CELSO DE MELLO 266 “EMENTA: PRISÃO CIVIL. Depositário judicial infiel. Inadmissibilidade reconhecida pela maioria em julgamentos pendentes do RE nº 466.343 e outros, no Plenário. Razoabilidade jurídica da pretensão. Liberdade deferida de ofício, em habeas corpus contra acórdão de Turma, até a conclusão daqueles. Caso excepcional. Defere-se, de ofício, liminar em habeas corpus contra acórdão que, de Turma do Supremo, não reconheceu constrangimento ilegal em decreto de prisão da paciente, a título de infidelidade como depositária judicial.” Relator Ministro CEZAR PELUSO

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Súmula do STF

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●STF HC 88985-RJ (DJ 02.08.2006); STJ HC 52889-SP267 (DJe 26.05.2008)

609. É pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal. ►O Ministro MARCO AURÉLIO deixou assente (HC 84942-SP): “Descabe o empréstimo linear de eficácia ao referido verbete da Súmula desta Corte, que versa sobre instituto próprio, ou seja, a natureza pública da ação penal, quanto ao crime de sonegação fiscal, longe ficando de encerrar, considerado o vocábulo ‘incondicionada’, o efeito de ensejar a persecução, ainda que se esteja discutindo a existência, ou não, da sonegação fiscal em processo administrativo que tem a eficácia, segundo o Código Tributário Nacional, de suspender a exigibilidade do tributo.” ●STF HC 84942-SP268 (DJ 15.04.2005); STJ Apn 449-AM269 (DJ 06.12.2007)

610. Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.

●STF HC 77240-SP270 (DJ 30.06.2000); STJ HC 46254-SP271 (DJ 05.06.2006).

267 “1. O fato de a vítima levar ao conhecimento do Judiciário os constrangimentos sexuais sofridos na prisão é suficiente para provocar o Estado a promover as diligências necessárias à respectiva apuração. 2. Rever as conclusões da Corte a quo sobre a dinâmica dos fatos ocorridos, alicerçadas no que fora produzido na instrução criminal, implica dilação probatória, inviável, como cediço, em sede de habeas corpus. 3. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que o atentado violento ao pudor praticado mediante violência real é crime objeto de ação pública incondicionada. Incidência, por analogia, da Súmula 608/STF. 4. Tratando-se de ação pública incondicionada, resta prejudicada a questão relativa à miserabilidade da vítima, para fins de aplicação do art. 225, § 2º, do Código Penal. 5. Ordem parcialmente conhecida e, nessa extensão, denegada.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES 268 “De acordo com o Verbete nº 609 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, é incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal, longe ficando de autorizar a persecução, quando suspensa, pelo processo administrativo fiscal, a exigibilidade do tributo.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO 269 “O lançamento definitivo do crédito tributário é condição objetiva de punibilidade nos crimes contra a ordem tributária.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 270 “Não há crime de latrocínio quando a subtração dos bens da vítima se realiza, mas o homicídio não se consuma. Conduta que tipifica roubo com resultado lesão corporal grave, devendo a pena ser dosada com observância da primeira parte do § 3º do artigo 157 do Código Penal. A sentença e o acórdão que extrapolaram tais parâmetros devem ser anulados apenas na parte em que fixaram a pena. Habeas deferido em parte.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO 271 “I. Hipótese na qual o paciente foi condenado pela prática de latrocínio, apesar da subtração dos bens não ter se consumado. II. Se a intenção do agente é de realizar a subtração, com emprego de violência ou grave ameaça, tendo acarretado o resultado morte – como no presente caso –, o fato do réu não ter obtido a posse mansa e tranqüila dos bens não ocasiona óbice à configuração do latrocínio consumado. III. Precedentes do STF e do STJ. Incidência da Súmula n.º 610/STF. IV. Ordem denegada.” Relator Ministro GILSON DIPP

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Súmula do STF

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611. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.

●STF RE 534384-RS272 (DJe 27.11.2008); STJ HC 89681-SP273 (DJe 15.09.2008)

612. Ao trabalhador rural não se aplicam, por analogia, os benefícios previstos na Lei n. 6367, de 19.10.76.

►Merece cancelamento. Enunciado contrário ao que preceitua o art. 7ª da Constituição da República, que não faz distinção entre trabalhadores rurícolas e urbanos para fins de proteção previdenciária.

613. Os dependentes de trabalhador rural não têm direito a pensão previdenciária, se o óbito ocorreu anteriormente à vigência da Lei Complementar n. 11/71.

►Sem aplicabilidade. 614. Somente o procurador-geral da justiça tem legitimidade para propor

ação direta interventiva por inconstitucionalidade de lei municipal. ►Merece cancelamento. Orientação contrária ao art. 125, § 2º, CF/88.

272 “2. PENA. Criminal. Prisão. Regime de cumprimento. Fase de execução. Aplicação de lei superveniente mais benigna. Admissibilidade. Existência de coisa julgada material. Irrelevância. Eficácia operante sob cláusula rebus sic stantibus. Crime hediondo. Progressão de regime. Direito reconhecido. Aplicação da Lei nº 11.464/2007, que deu nova redação ao art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90, tido por inconstitucional. Declaração de inconstitucionalidade que beneficia o réu. Precedentes. HC concedido de ofício. Inteligência do art. 5º, XLVI, da CF, e 65 e seguintes da LEP, e da súmula 611. O trânsito em julgado de sentença penal condenatória não obsta à aplicação, no processo de execução, de lei superveniente mais benigna sobre o regime de cumprimento da pena, nem a fortiori à eficácia imediata de declaração de inconstitucionalidade que do mesmo modo beneficie o condenado.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 273 “1. A norma de direito processual penal é de aplicação imediata e, em princípio, não retroage. Recebida a denúncia antes da vigência da Lei n.º 10.409/2002, não há que se falar em inobservância do rito nela estabelecido. 2. Evidenciado o trânsito em julgado da condenação antes da publicação da Lei n.º 11.343/06, compete ao Juiz da execução "aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado", nos termos do art. 66, inciso I, da Lei de Execuções Penais. 3. Diante da declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal do § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90, e após a publicação da Lei n.º 11.464/07, resta afastado do ordenamento jurídico o regime integralmente fechado antes imposto aos condenados por crimes hediondos. 4. Fixada a pena-base no mínimo legal e inexistindo circunstâncias judiciais válidas desfavoráveis ao réu - que cometeu o crime antes da entrada em vigor da Lei n.º 11.464/07 -, não é possível infligir regime prisional mais gravoso apenas com base na gravidade genérica do delito. Inteligência do art. 33, §§ 2.º e 3.º, c.c. o art. 59, ambos do Código Penal. Incidência das Súmulas n.º 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal. 5. Afastado o óbice à progressão de regime consubstanciado no caráter especial dos rigores do regime integralmente fechado, não subsiste qualquer empecilho ao pleito de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. 6. Ordem parcialmente conhecida e, nesta parte, concedida para fixar o regime aberto para o cumprimento da pena reclusiva imposta ao Paciente, mediante condições a serem estabelecidas pelo Juízo das Execuções Penais, o qual também deverá decidir sobre o deferimento da substituição das penas, nos exatos termos do art. 44 do Código Penal, e analisar a possibilidade de aplicação retroativa do art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/06.” Relatora Ministra LAURITA VAZ

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Súmula do STF

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615. O princípio constitucional da anualidade (§ 29 do art. 153 da CF) não se aplica a revogação de isenção do ICM.

►Merece revisão. Não apenas pela imprecisão terminológica, ao ter nominado de princípio da anualidade (orçamentária) o preceito contido no § 29 do art. 153 da CF/69, cuja redação dada pela Emenda Constitucional 8/77 tratou do princípio da anterioridade (tributária), mas, sobretudo, porque ainda que a revogação da isenção incida sobre impostos não expressamente ressalvados no art. 104, III, do CTN (patrimônio e renda), se ele estiver constitucionalmente submetido ao princípio da anterioridade, a imediata cobrança pós-revogação da isenção implica em oblíqua violação ao referido princípio constitucional.

616. É permitida a cumulação da multa contratual com os honorários de advogado, após o advento do Código de Processo Civil vigente.

►O STJ tem adotado o entendimento em seus julgados. ●STJ REsp 900680-SP (DJe 14/04/2008); STJ REsp 123150-RS (DJ 23.10.2000)

617. A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.

●STF RE-AgR 527971-RN (DJe 21.06.2007); REsp 922998-PR274 (DJe 11.09.2008)

274 “7. No que tange aos honorários advocatícios na desapropriação direta, determinava o § 1º do art. 27 do Decreto-lei 3.365/41, na redação dada pela Lei 2.786/56, apenas que "a sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço oferecido, condenará o desapropriante a pagar honorários de advogado, sobre o valor da diferença ". Essa a base de cálculo prevista também na Súmula 617/STF [...] Com o advento da Medida Provisória 1.997-37, de 11.04.2000, o mencionado art. 27, § 1º, passou a ter a seguinte redação, mantida pela MP 2.183-54, de 28.06.2001: Art. 27. (omissis) 1º A sentença que fixa o valor da indenização quando este for superior ao preço oferecido, condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observando o disposto no § 4º do art. 20 do Código do Processo Civil, não podendo os honorários ultrapassar R$151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais). Introduziram-se, com isso, limites percentuais distintos daqueles postos no § 3º do art. 20 do CPC, mantendo-se a referência ao seu § 4º, que prevê a "apreciação eqüitativa do juiz". No que diz respeito à aplicação dessas normas no tempo, independentemente de seu caráter material ou processual, há de se observar o princípio de direito intertemporal de que a lei nova aplica-se aos fatos geradores futuros. Ora, o fato gerador do direito a honorários é a sucumbência, evento processual que ocorre, não com a propositura da demanda, mas com o trânsito em julgado da sentença. Há de se dar guarida, conseqüentemente, à orientação jurisprudencial segundo a qual "a sucumbência rege-se pela lei vigente à data da sentença que a impõe" (RESP 542.056/SP, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 22.03.2004; no mesmo sentido, os julgados RESP 487.570/SP, 1ª Turma, Min. Francisco Falcão, DJ de 31.05.2004; RESP 439.014/RJ, 2ª Turma, Min. Franciulli Netto, DJ de 08.09.2003). Assim, na fixação dos honorários advocatícios, em desapropriação

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Súmula do STF

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618. Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano.

●STF RE 591539-SP275 (DJe 21.11.2008); STJ REsp 1017892-SC276 (DJe 10.09.2008)

619. A prisão do depositário judicial pode ser decretada no próprio processo em que se constitui o encargo, independentemente da propositura de ação de depósito.

►Cancelada no julgamento do HC 87585-TO (DJe 12.12.2008). Por unanimidade, os ministros concederam o habeas corpus e, por maioria, deram à Emenda Constitucional 45/04 a interpretação de que os tratados internacionais de Direitos Humanos têm força supralegal, mas

direta, devem prevalecer as regras do art. 27 do DL 3.365/41, com a redação dada pela MP 1.997-37, de 11.04.2000, sempre que a decisão for proferida após essa data.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 275 “2. Consistente o recurso. É que o acórdão recorrido está em aberta desconformidade com o entendimento assentado pelo Plenário da Corte no julgamento da ADI nº 2.332-MC (Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ de 2.4.2004), em que deferiu liminar para suspender dispositivo (art. 15-A, caput, do Decreto-Lei nº 3.365-1941, introduzido pelo art. 1º da Medida Provisória nº 2.027-43, de 27.9.2000) que pretendia a redução dos juros compensatórios de 12% para 6%, objetivando preservar a construção pretoriana que fixou o referido percentual com base no princípio constitucional da justa e prévia indenização (art. 5º, XXIV, da CF), ratificando os termos da súmula 618 deste Tribunal.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 276 “2. ‘O novo proprietário de imóvel rural sub-roga-se em todos os direitos do proprietário original, inclusive no direito à eventual indenização devida pelo Estado, pouco importando que a alienação do bem tenha se dado após ocorrência de desapossamento indireto pelo Poder Público (REsp 132.193/MG, REsp 149.528/SP, REsp 191.759/MG, REsp 142.696/MG).” (REsp 442.360/SP, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 24.3.2003). 3. A Primeira Seção desta Corte, na assentada do dia 8.2.2006, encerrou o julgamento do REsp 437.577/SP, de relatoria do eminente Ministro Castro Meira, adotando o entendimento, à luz do princípio tempus regit actum, de que: (a) as alterações promovidas pela MP 1.577/97, sucessivamente reeditada, não alcançam as situações já ocorridas ao tempo de sua vigência; (b) para as situações posteriores à vigência das referidas medidas provisórias devem prevalecer as novas regras ali definidas, até a publicação do acórdão proferido no julgamento da MC na ADI 2.332-2/DF (13.9.2001), que suspendeu, entre outras coisas, a eficácia da expressão "de até seis por cento ao ano", contida no art. 15-A do Decreto-Lei 3.365/41. 4. Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel, nos exatos termos da Súmula 69/STJ. A data da imissão na posse, no caso da desapropriação direta, ou a ocupação, na indireta, deverá, portanto, ser posterior à vigência da MP 1.577/97 para que as novas regras ali definidas, em relação aos juros compensatórios, sejam aplicáveis. 5. Embora ajuizada a ação de indenização por desapropriação indireta em dezembro/1999, a indevida ocupação ocorreu em 1982, não devendo incidir, na hipótese, o novo percentual dos juros compensatórios de que trata o art. 15-A do Decreto-Lei 3.365/41, inserido por intermédio das mencionadas medidas provisórias. 6. Afastada a aplicação das referidas MPs, incidem os juros compensatórios no patamar de doze por cento (12%) ao ano, a teor do disposto na Súmula 618/STF, assim redigida: ‘Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano’." Relatora Ministra DENISE ARRUDA

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Súmula do STF

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infraconstitucional. Para o Ministro CELSO DE MELLO haveria diferença entre o depositário legal — o que assina um contrato se comprometendo a guardar o bem — e o depositário judicial — o que aceita a ordem judicial para fazê-lo. Por essa razão o depositário judicial não estaria imune à prisão. Já para o Ministro CEZAR PELUSO, a ofensa aos direitos humanos com a prisão é a mesma para qualquer depositário e, por isso, ambos deveriam ter a mesma prerrogativa, entendimento que prevaleceu. O novo entendimento já passou a ser adotado no âmbito do STJ. ●STF HC-MC 96772-SP (01.12.2008); STJ AgRg-Ag 956653-RS (DJe 01.12.2008)

620. A sentença proferida contra autarquias não está sujeita a reexame necessário, salvo quando sucumbente em execução de dívida ativa.

►Merece cancelamento. Orientação contrária ao que dispõe o art. 475 do Código de Processo Civil: “Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). § 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. § 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. § 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente.” ►A aplicabilidade do enunciado restou prejudicada desde a edição da Medida Provisória nº 1.561/97, posteriormente convertida na Lei nº 9.469/97, que dispôs no sentido de que as sentenças proferidas contra as autarquias estavam sujeitas ao reexame necessário, aí incluídas as relativas às ações acidentárias. (conf. REsp 514296-SP, Relator Ministro PAULO GALLOTTI, DJ 30.10.2006).

621. Não enseja embargos de terceiro à penhora a promessa de compra e venda não inscrita no registro de imóveis.

►Merece cancelamento. A matéria é de ordem estritamente infraconstitucional tendo sido avaliada pelo STJ que veio a editar o enunciado nº 84 em sentido contrário.

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Súmula do STF

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●STF AI-AgR 663290-DF277 (DJe 19.06.2008); STJ REsp 468276-CE278 (DJe 23.09.2008)

622. Não cabe agravo regimental contra decisão do relator que concede ou indefere liminar em mandado de segurança.

►Primeira súmula editada sob a nova competência definida na CF/88. ►Merece cancelamento. O verbete é contrário ao que dispõe a novel lei de regência (nº 12016 de 7 de agosto de 2009): “Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento. Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.” ►Mesmo antes da nova LMS o enunciado discrepava do disposto no artigo 39 da Lei 8038/90, que prevê agravo contra decisões de relator que cause gravame à parte, e do próprio art. 317 do Regimento Interno do STF com previsão em igual sentido. ●STF MS 24449-DF (DJe 24.04.2008); STJ AgRg-MS 12403-DF279 (DJ 30.04.2007)

623. Não gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal para conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, “n”, da Constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação administrativa do tribunal de origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.

●STF Pet-TA 4130-MA280 (DJ 13.09.2007).

277 “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. CABIMENTO DE EMBARGOS DE TERCEIRO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. COMPETÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 278 “1. "É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro" Súmula 84/STJ. 2. O mesmo entendimento pode ser aplicado à compra e venda não registrada. Precedentes. 3. O julgamento antecipado da lide, sem dilação probatória requerida pelo autor quanto à posse, caracteriza cerceamento de defesa se o magistrado, no ponto, conclui pela insuficiência das provas. 4. Não se conhece de recurso especial pela divergência se o paradigma consiste em verbete sumular.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 279 “1. Segundo compreensão firmada pela Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, não se conhece de agravo regimental manejado contra decisão que aprecia pedido de liminar em mandado de segurança” Relator Ministro PAULO GALLOTTI 280 “Portanto, na linha do precedente indicado, a mera existência de ação que discuta a validade da incidência do tributo sobre benefício pago a magistrado é insuficiente para que se reconheça o exclusivo interesse da magistratura (art. 102, I, n, da Constituição - primeira parte). Tal circunstância autorizaria a devolução dos autos à Justiça Comum estadual, para dar prosseguimento ao exame da pretensão dos autores, se o interesse exclusivo da magistratura

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Súmula do STF

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624. Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.

●STF MS-MC 27712-DF (DJe 04.12.2008); STJ RMS 19588-RS (DJ 13.12.2005)

625. Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.

►O enunciado consagra o entendimento de que a complexidade da questão de direito é irrelevante para fins de mandado de segurança. Recentes aplicações no âmbito do STF e do STJ (v. notas de rodapé) sublinham que se os fatos articulados estão devidamente comprovados, ou se em relação aos mesmos não há controvérsia que imponha dilação probatória, não há empecilho à concessão da segurança. Contudo, verifica-se nos precedentes inspiradores do verbete e em diversos julgados em que é invocado (inclusive recentes), equivocado entendimento quanto ao alcance da expressão “direito líquido e certo” constante no art. 5º, LXIX, da Constituição Federal. No MS 21188-DF, v.g., o Ministro CARLOS MÁRIO VELLOSO pontificou: “direito líquido e certo, que autoriza o ajuizamento do mandado de segurança, diz respeito aos fatos. Se os fatos estão comprovados, de plano, está satisfeito o requisito que autoriza o ajuizamento do mandado de segurança”, como se fora mero pressuposto processual. Conquanto tal entendimento reste consolidado é imperativa sua revisão. A prova pré-constituída dos fatos articulados é o que configura pressuposto processual. Se o direito invocado é ou não líquido e certo, ou seja, se a segurança é ou não de ser concedida, isso constitui o julgamento de mérito do mandamus. Basta ver que há inúmeros mandados de segurança em que a questão suscitada é estritamente de direito, ou seja, o Judiciário decide se o ato impugnado é ou não ilegal, portanto, se

fosse a única razão a fundamentar o deslocamento da competência ao Supremo Tribunal Federal. Contudo, a decisão que remeteu os autos ao Supremo Tribunal Federal alude também a precedente do Plenário do TJ/MA, em que, ao se examinar questão análoga (Imposto de Renda - incidência sobre a diferença resultante da conversão da URV em Real), alude-se ao impedimento ou ao interesse direto de mais da metade dos membros do Tribunal local (EDcl 07190/2006 no acórdão 058258/2005 no AgR 39.431/2005). A orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal é no sentido da necessidade de manifestação formal e expressa dos componentes dos tribunais, para que seja reconhecida a subsunção do caso à segunda parte do art. 102, I, n, da Constituição (cf. Súmula 623/STF; a AO 1.045-QO, rel. min. Carlos Britto, Pleno, DJ de 10.09.2004; o MS 21,338-AgR, rel. min. Néri da Silveira, Primeira Turma, DJ de 28.02.1992 e o MS 21.193-AgR, rel. min. Celso de Mello, Pleno, DJ de 02.04.1993, v.g.). Do exposto, determino a remessa dos autos ao Tribunal de origem, para que possa examinar formalmente, se entender necessário, a alegada suspeição ou impedimento de mais da metade de seus integrantes.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA

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Súmula do STF

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violou ou não direito líquido e certo do impetrante, sem perquirir quanto a fatos. ●STF RMS 26199-DF281 (DJe 03.05.2007); STJ 10760-DF282 (DJ 17.09.2007)

626. A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.

►Segundo ELTON VENTURI: “Na verdade, como se pode extrair da Súmula 626 do STF, inicialmente o tribunal encarregado de apreciar originariamente o pedido de suspensão pode determinar restrições temporais à suspensão deferida, ou mesmo condicionar sua vigência conforme lhe pareça conveniente, claro, sempre tendo por escopo a preservação dos interesses públicos resguardados com a utilização do incidente. Vale dizer, a ultra-atividade da suspensão não ocorre necessariamente em todos os casos, nem implica falta de competência dos tribunais superiores para se manifestarem sobre a necessidade ou viabilidade de a suspensão perdurar na pendência de recurso especial e ou extraordinário” ●STF Rcl-MC 6821-PI283 (DJe 19.11.2008); STJ AgRg-SLS 162-PE284 (DJ 04.10.2006)

281 “19. No ponto, cabe lembrar que, a teor da Súmula 625/STF, ‘controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança’. Logo, a contrario sensu, a controvérsia sobre matéria de fato – quando necessária ao desfecho da causa – representa, sim, empecilho ao deferimento da ordem requestada. Sendo este, patentemente, o caso dos autos. 20. Ante o exposto, não demonstradas a certeza e liquidez do direito invocado na impetração, nego provimento ao recurso ordinário para manter o acórdão recorrido, tal como proferido.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 282 “No que se refere à inadequação da via eleita, também não assiste razão à d. Autoridade coatora. É que os impetrantes trouxeram aos autos toda a documentação necessária para a comprovação dos fatos articulados no mandamus. A complexidade da quaestio não inviabiliza, como sabido, o manejo do mandado de segurança (Súmula 625/STF).” Relator Ministro FÉLIX FISCHER 283 “A decisão desta Presidência na SS nº 3.392-PI suspendeu os efeitos da decisão liminar no mandado de segurança ora impugnado, para impedir a manutenção da impetrante nos quadros daquele Tribunal, até julgamento final do writ. O regramento do regime de contracautela contido nas leis nº 4.348/64, 8.437/92 e 9.494/97 não deixa dúvidas de que o pedido de suspensão se estende até o trânsito em julgado da ação principal. A súmula 626 desta Corte assim dispõe: “A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.” Não há

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Súmula do STF

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627. No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.

►No MS-QO 25624-SP, relator o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE (DJ 10.08.2006), o STF decidiu que é originariamente competente para julgar “mandado de segurança em que autarquia federal (OAB) controverte com Estado-membro, pelo órgão mais alto de um dos seus poderes, o Tribunal de Justiça, sobre suas respectivas atribuições constitucionais (questão relativa ao "quinto constitucional"): controvérsia jurídica relevante sobre demarcação dos âmbitos materiais de competência de entes que compõem a Federação, que atrai a competência originária do Supremo Tribunal (CF, art. 102, I, f); precedentes”. No MS-QO 26438-DF, relator o Ministro JOAQUIM BARBOSA (DJe 27.03.2008), o STF entendeu inaplicável o referido precedente, decidindo que “II. Ainda que a nomeação de magistrados pelo quinto constitucional seja ato complexo, a impetração é dirigida contra ato do Tribunal Regional do Trabalho. Ilegitimidade passiva do Presidente da República. Circunstância especial do caso, configurada pela retirada, pela própria Ordem dos Advogados do Brasil, da lista rejeitada pelo Tribunal Regional do Trabalho. Questão de ordem resolvida determinando-se a remessa da impetração ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, para que decida como entender de direito.” ●STF AR 2027-DF (DJe 11.02.2008) e Rcl 5298-PE (DJ 01.08.2007)

na decisão da SS nº 3.392-PI determinação em contrário à essa regra geral. Assim, a suspensão de segurança nº 3.392-PI deve vigorar até o trânsito em julgado do mandado de segurança, conforme pacificado entendimento desta Corte, do qual se destaca a Reclamação nº 718-9/PA, rel. Celso de Mello, Pleno, DJ 3.10.2003: “[...] A eficácia da decisão do Presidente do Supremo Tribunal Federal, proferida no exercício do poder de contracautela (Lei nº 4.348/64, art. 4º), não obstante inicialmente limitada à suspensão de liminar mandamental, também paralisa, por efeito da prospectividade que lhe é inerente, todas as conseqüências jurídicas decorrentes da ulterior concessão do mandado de segurança, desde que o conteúdo daquele provimento liminar revele-se idêntico ao do acórdão que deferiu o "writ" constitucional. Esse efeito prospectivo - que inibe a produção da carga eficacial resultante do deferimento do mandado de segurança - perdurará até que sobrevenha o trânsito em julgado do acórdão que concedeu a ordem mandamental. Precedente.” Relator Ministro Presidente GILMAR MENDES 284 “Conquanto o § 9º do art. 4º da Lei nº 8.437/92 disponha expressamente que “a suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito na ação principal”, nada obsta a que o Presidente delimite tempo inferior àquele estabelecido na legislação. Tal dispositivo, portanto, só é de ser aplicado no silêncio da decisão quanto à duração de seus efeitos. Isso porque não é lídimo exigir do magistrado que conceda à suspensão ultra-atividade além do que entende pertinente ao caso concreto. É nesse espírito a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, sumulada no verbete nº 626.” Relator Ministro BARROS MONTEIRO

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Súmula do STF

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628. Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é parte legítima para impugnar a validade da nomeação de concorrente.

629. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

►O enunciado está em conformidade com o disposto na novel lei de regência (nº 12016 de 7 de gosto de 2009), cujo artigo 21 assim dispõe: “O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.” ●STF RE 193503-SP285 (DJe 23.08.2007); STJ RMS 20762-RJ286 (DJe 11.09.2008)

285 “EMENTA: PROCESSO CIVIL. SINDICATO. ART. 8º, III DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEGITIMIDADE. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DEFESA DE DIREITOS E INTERESSES COLETIVOS OU INDIVIDUAIS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. O artigo 8º, III da Constituição Federal estabelece a legitimidade extraordinária dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam. Essa legitimidade extraordinária é ampla, abrangendo a liquidação e a execução d os créditos reconhecidos aos trabalhadores. Por se tratar de típica hipótese de substituição processual, é desnecessária qualquer autorização dos substituídos. Recurso conhecido e provido.” Relator Ministro CARLOS VELLOSO 286 “1. A legitimação ativa para a impetração de mandamus, conferida pela letra "b" do inciso LXX do art. 5º da Constituição Federal, dispensa autorização individual ou assemblear, à luz da Súmula 629 do STF, que assim dispõe: "A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes". 2. Deveras, impende destacar o entendimento do STF, consagrado na Súmula 630, no sentido de que "a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria". 3. Os sindicatos ostentam legitimatio ad causam extraordinária para a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria que representa, como dispõe o art. 8º, III, da CF, encerrando a figura da "substituição processual", instituto implícito no art. 5º, LXX da Carta Constitucional, que conferiu essa legitimidade ativa a diversas entidades para agir em juízo na defesa do direito de seus filiados. 4. Assente a autorização legal revela-se desnecessária a autorização expressa do titular do direito subjetivo. Precedente da Corte Especial:AgRg nos EREsp 497.600/RS, CORTE ESPECIAL, DJ 16.04.2007. 5. In casu, a despeito de a entidade de classe possuir legitimidade ativa para a impetração do mandado de segurança coletivo ab origine, o mencionado mandamus não denota condições de procedibilidade, ante a ilegitimidade passiva da autoridade apontada coatora, máxime porque a fiscalização de veículos utilizados no transporte alternativo remunerado de passageiros e a eventual aplicação de sanções administrativas, notadamente a apreensão de veículos e o condicionamento da liberação dos mesmos ao pagamento de multas,

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Súmula do STF

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630. A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

►Vide anotações à súmula 629. 631. Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não

promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

►Merece revisão. A despeito da uníssona doutrina e jurisprudência, é tecnicamente inviável a formação de litisconsórcio passivo em mandado de segurança, por tratar-se de ação judicial atípica, sem réu, menos ainda, pluralidade de réus. Mesmo na hipótese de ato coator complexo não se forma litisconsórcio: os impetrados não são réus, não são citados para contestar, prestam apenas informações. Tampouco os órgãos aos quais estejam vinculados os impetrados são réus, já que também não são citados, não contestam a ação mandamental; tão-só, conforme impõe o sistema, cabe a tais órgãos, por suas representações judiciais, acompanhar e interpor eventuais recursos ou pedidos de suspensão de liminar. É estreme de dúvida que litisconsórcio passivo necessário só se dá entre réus (art. 47, CPC). ►O controverso entendimento decorreu da interpretação do art. 19 da revogada Lei 1.533/51, que dispunha: “Aplicam-se ao processo do mandado de segurança os artigos do Código de Processo Civil que regulam o litisconsórcio”, norma voltada à possibilidade de diversas pessoas prejudicadas por um mesmo ato ilegal, comissivo ou omissivo, praticado por autoridade, formarem litisconsórcio ativo para fins de impugnação de tal ato, hipótese em que deverão ser aplicadas as disposições do CPC pertinentes ao referido instituto. A regra foi reproduzida na atual LMS (n° 12016 de 7 de agosto de 2009): “Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.” ►Aqueles que deixarão de se beneficiar do ato ilegal, em sendo concedida a ordem, caracterizam-se como terceiros interessados (art. 50, CPC), e como tal poderiam, em tese, ingressar na lide como assistentes simples, contudo o rito sumário e especial do mandamus não admite tal intervenção. Além do que, assistência cabe em relação a autor e réu, e impetrados não são réus.

são atividades que não se inserem no âmbito de competência do Secretário de Estado de Transporte do Estado do Rio de Janeiro, ao revés, incumbem aos agentes do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro, Autarquia Estadual criada pela Lei Estadual 1221/87, com personalidade jurídica própria.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STF

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►Sobre o tema escreveu o autor “O inconcebível litisconsórcio passivo em mandado de segurança”, publicado na Revista JUSTILEX, Brasília, Ano 6, n. 66, junho 2007, p. 35-36.287 ●STF AR 2027-DF (DJe 11.02.2008); STJ RMS 20780-RJ288 (DJ 17.09.2007)

632. É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança.

►Merece revisão. A garantia constitucional, fundamental, do mandado de segurança é norma de eficácia plena, ou seja, não-passível de restrição por lei, não obstante o STF tenha declarado constitucional a restrição contida no art. 18 da revogada lei de regência, que limita em 120 dias o prazo para o manejo do remédio constitucional. Limitação mantida na novel LMS (nº 12016 de 7 de agosto de 2009), cujo artigo 23 dispõe: “O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.” ►Projeto de Lei do Senado Federal (PLS 368/2007) de autoria do Senador MARCO MACIEL, aprovado em decisão terminativa pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em 03.12.2008, contém a seguinte ementa: “Revoga o art. 18 da Lei 1.533, de 31 de dezembro de 1951, extinguindo o prazo decadencial para propositura do mandado de segurança”. Do teor do projeto colhe-se: “O direito inerente à impetração do mandado de segurança decorre, mutatis mutandis, de fundamento de semelhante ético e jurídico que sustenta o habeas corpus. Ambos são direitos individuais, de natureza inalienável e, portanto, passíveis de serem exercidos, com a exigência do respeito inarredável, a qualquer tempo e momento, como reação a ataques injustos. Como é inconcebível a determinação de prazo ao exercício de pedidos de habeas corpus, assim também deve ser, em prol da segurança jurídica do cidadão, e, consequentemente, da sociedade, em relação a mandados de segurança. Por isso, assinala a doutrina que, se, ‘mesmo após o transcurso do prazo assinado pela lei ordinária, a natureza do direito tutelado pelo writ constitucional não se modifica,

287 Artigo também publicado na Revista eletrônica JUS NAVIGANDI, disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9930.> 288 “I - Necessidade de que os candidatos nomeados no certame em decorrência da nova classificação sejam citados para integrar a lide, posto que a eventual concessão da segurança implicará necessariamente invasão da esfera jurídica destes. Litisconsórcio necessário. (Precedentes). II – Tal aspecto decorre de imposição legal (art. 47, CPC), cuja inobservância conduz à nulidade absoluta. Recurso ordinário parcialmente provido para, anulando-se o processo a partir das informações, determinar a intimação do impetrante a fim de que promova a citação dos litisconsortes passivos necessários.” Relator Ministro FÉLIX FISCHER

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nem tampouco o ato estatal impugnado perde a sua qualificação de ilegal ou abusivo, dúvida não há que o art. 18 da Lei 1.533/51 efetivamente restringiu o direito de impetração do Mandado de Segurança. E mais do que isso, retirou do titular do direito certo e líquido ofendido por ato abusivo ou ilegal de autoridade pública, o direito de obter um provimento jurisdicional breve e in natura, sujeitando-o a um procedimento lento, que somente lhe proporcionará, no dizer de Ovídio A. Baptista da Silva, um precário e aleatório sucedâneo indenizatório’ (Cláudio Teixeira da Silva, ob. cit., p. 20/21). Trata-se de prazo criado pelo arbítrio do legislador ordinário, injustificável cientificamente, e que, por tudo que foi exposto, não merece permanecer vigente no nosso ordenamento jurídico, devendo ser extinto mediante lei ordinária revogadora daquele preceito.” ●STF MS 27277-DF289 (DJe 09.06.2008); STJ AgRg-REsp 569184-RJ290 (DJ 09.11.2006)

633. É incabível a condenação em verba honorária nos recursos extraordinários interpostos em processo trabalhista, exceto nas hipóteses previstas na Lei 5.584/70.

►Sem aplicabilidade. 634. Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar

para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem.

►O STF que já aplicava o verbete com temperamento, em nome da proteção judicial efetiva, conforme julgamento da AC-MC 509-AP (DJ 08.04.2005), atualmente está encaminhando a revisão da orientação. ●STF Rcl 7249-DF291 (DJe 09.12.2008); STJ AgRg-MC9442-RS292 (DJe 01.09.2008)

289 “Desse modo, observa-se que operou, na espécie, em virtude da consumação da decadência, a extinção do direito de impetrar, em tempo oportuno, mandado de segurança contra o ato em causa. Ressalte-se ainda que o preceito inscrito no art. 18 da Lei 1.533/1951 - que delimita o âmbito temporal de impetração do mandado de segurança - não ostenta qualquer eiva de inconstitucionalidade. Nesse sentido, a Súmula 632 [...]” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 290 “2. De acordo com a Súmula 632/STF, "é constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança". Outrossim, consoante já proclamou a Quarta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, "o prazo de decadência para a propositura de mandado de segurança não se suspende ou interrompe pela superveniência de férias forenses" (RMS 10.138/CE, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ de 15.3.1999, p. 225).” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 291 “11. Recentemente a discussão sobre o tema foi reaberta --- Sessão Plenária de 12 de novembro de 2008, julgamento na Ação Cautelar n. 2.177, Relatora a Ministra ELLEN GRACIE. O Plenário está revendo seu entendimento e há indicação de que somente caberá ao Supremo a análise das medidas cautelares, destinadas a dar efeito suspensivo aos recursos

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Súmula do STF

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635. Cabe ao Presidente do Tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade.

►Em vias de revisão; vide anotação à súmula 634 636. Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio

constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.

extraordinários, nas hipóteses em que os processos tenham sido remetidos ao STF. Informativo 528: “Ressaltou-se que, após o reconhecimento da repercussão geral pelo Plenário Virtual, os Tribunais a quo devem sobrestar os recursos extraordinários que versem sobre a mesma matéria até o pronunciamento definitivo do Supremo, nos termos do § 1º do art. 543-B do CPC, e que o art. 328-A do Regimento Interno do Supremo estabelece que ‘o Tribunal de origem não emitirá juízo de admissibilidade sobre os recursos extraordinários já sobrestados.’. Considerou-se, entretanto, que a determinação do art. 328-A não implica o esgotamento, por si só, da competência do Tribunal a quo. Aduziu-se, no ponto, que o § 3º do art. 543-B do CPC preconiza que, depois do julgamento de ‘mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se.’. Concluiu-se ser, dessa forma, inconteste que, mesmo após o reconhecimento da repercussão geral, a jurisdição do Tribunal a quo ainda não se encontra exaurida, e que a jurisdição do Supremo somente se inicia com a manutenção, pela instância ordinária, da decisão contrária ao entendimento fixado nesta Corte, em face do disposto no § 4º do art. 543-B do CPC. Em seguida, resolvendo outra questão de ordem, suscitada pelo Min. Cezar Peluso, o Tribunal deliberou avançar para estender a orientação também às demais hipóteses possíveis de ocorrerem, tendo em conta estar-se diante de instituto novo. Vencido o Min. Marco Aurélio, que, salientando não ser o Supremo órgão consultivo, entendia, quanto à questão de ordem levantada pelo Min. Cezar Peluso, que o julgamento deveria ficar restrito às balizas do processo, no que foi acompanhado pela Min. Cármen Lúcia, e, quanto à questão de fundo, só reconhecia a competência do tribunal local quanto a recurso ainda não admitido na origem, como se dera no caso. O Tribunal, por fim, considerou a observação feita pelo Min. Celso de Mello no sentido de que, se o recurso, apesar de sobrestado, estiver no Supremo, o seu relator, ante a natureza de urgência da tutela cautelar, a fim de não frustrar o princípio da efetividade do processo, poderá decidir. AC 2177 QO-MC/PE, rel. Min. Ellen Gracie, 12.11.2008”. 11. Por ora persiste o entendimento do Colegiado segundo o qual cabe a esta Corte analisar os pressupostos para a concessão de medida cautelares após a decisão do Tribunal de origem que admite o processamento do recurso extraordinário. Além disso, como observou o Ministro CELSO DE MELLO, é possível ao STF examinar a pretensão cautelar em casos de urgência, embora os autos do recurso extraordinário não se encontrem fisicamente nesta Corte. Presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, defiro a medida liminar para suspender os efeitos da decisão proferida na Ação Cautelar n. 199699-2008-000-00-00-0, em trâmite perante o Tribunal Superior do Trabalho, até o julgamento final desta reclamação.” Relator Ministro EROS GRAU 292 “1. Não compete a este Tribunal Superior o exame de medida cautelar ajuizada com vistas a obter efeito suspensivo a recurso especial que ainda não sofreu juízo de admissibilidade pelo Tribunal a quo, uma vez que se aplica, por analogia, os verbetes nº 634 e 635 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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●STF HC-MC 96864-SP293 (DJe 04.12.2008); STJ AgRg-REsp 896420-RS294 (DJe 25.08.2008)

637. Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município.

●STF RE578165-SP295 (DJe 30.06.2008); STJ AgRg-Ag 674051-SP296 (DJ 20.02.2008)

638. A controvérsia sobre a incidência, ou não, de correção monetária em operações de crédito rural é de natureza infraconstitucional, não viabilizando recurso extraordinário.

►Vide súmula 636.

293 “15. Ainda que se considere absoluta a nulidade advinda da inobservância do art. 38 da Lei 10.409/2002, o próprio Supremo Tribunal Federal, como bem anotou a eminente Ministra ELLEN GRACIE no julgado acima citado, acolhe o entendimento de que o princípio geral norteador das nulidades em Processo Penal – pas de nullitè sans grief - é igualmente aplicável em casos de nulidade absoluta. Cite-se, ainda, do Pretório Excelso: 1. Recurso extraordinário: Descabimento: Acórdão recorrido que, para afastar as nulidades argüidas, limitou-se a interpretar e aplicar a legislação ordinária pertinente (C.Pr.Penal, arts. 475; 563; e 578, VIII), a cujo reexame não se presta o RE: incidência, mutatis mutandis, do princípio da Súmula 636. 2. Nulidades processuais: ausência de prejuízo: pas de nullitè sans grief. É da jurisprudência do Supremo Tribunal que não se adstringe ao das nulidades relativas o domínio do princípio fundamental da disciplina das nulidades processuais - o velho pas de nullitè sans grief -, corolário da natureza instrumental do processo, donde - sempre que possível – ser exigida a prova do prejuízo, ainda que se trate de nulidade absoluta (HHCC 81.510, Pertence, 1T., DJ 12.4.02; HC 74.671, VELLOSO, 2ª T., DJ 11.4.97). 3. Júri: proibição de produção ou leitura de documento no plenário do Júri: nulidade que, além de relativa, não se configura quando o documento impugnado não chegou a ser lido em plenário: precedentes. (AI-AgRg 559.632/MG, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, 1ªT, DJU 03.02.2006).” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 294 “1. Esta Corte, para fins de prequestionamento, não exige a menção expressa aos dispositivos legais tidos por violados, impondo-se, contudo, que o tema trazido ao conhecimento do Superior Tribunal de Justiça tenha sido efetivamente apreciado pelo acórdão recorrido sob o enfoque do artigo de lei supostamente malferido. 2. No caso, o fato de o Tribunal local ter afastado a aplicação do § 4º do art. 155 do Código Penal, bem como divergido da Súmula nº 231/STJ, deixou patente a utilidade da via especial. 3. De outra parte, a hipótese não comporta a aplicação da Súmula 126/STJ, uma vez que não há questão constitucional autônoma no acórdão hostilizado capaz de autorizar a interposição de recurso extraordinário, pois a alegada ofensa aos princípios da proporcionalidade e da isonomia, se ocorrente, seria reflexa ou indireta, atraindo a incidência, mutatis mutandis, do enunciado nº 636 do Supremo Tribunal Federal.” Relator Ministro PAULO GALLOTTI 295 “2. Inadmissível o recurso. A decisão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em município não tem natureza jurisdicional, mas, sim, político-administrativa, e, pois, contra ela, não cabe recurso extraordinário, nos termos do artigo 102, III, da Constituição da República (súmula 637).” Relator Ministro CEZAR PELUSO 296 “1. É entendimento assente no âmbito deste Tribunal que não cabe recurso especial contra decisão que decretou a intervenção estadual em Município, dado o seu caráter político-administrativo.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS

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639. Aplica-se a Súmula 288 quando não constarem do traslado do agravo de instrumento as cópias das peças necessárias à verificação da tempestividade do recurso extraordinário não admitido pela decisão agravada.

●STF AI 633998-RS297 (DJe 21.10.2008); STJ AgRg-Ag 991286-MG298 (DJe 22.09.2008)

640. É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.

●STF AI 50246-RS (DJe 29.09.2008); STJ RMS 15540-SP299 (DJ 03.10.2005)

641. Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido.

●STF AI-Agr 665581-SP (DJe 30.04.2008); STJ EDcl-AgRg-Ag 970324-RJ300 (DJe 05.08.2008)

642. Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa municipal.

►Orientação conforme a Constituição.

297 “7. Inicialmente, o carimbo de protocolo não está legível na petição de recurso extraordinário juntada pelo Agravante (fl. 119). Diante disso, sendo inviável aferir a tempestividade do recurso extraordinário, deve ser negado seguimento ao presente agravo de instrumento (Súmula 288 do Supremo Tribunal Federal)..” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 298 “1. De acordo com o art. 544, § 1o. do CPC e com as Súmulas 288 e 639 do STF, não se permite o trânsito do Agravo cujo instrumento não contém todas as peças obrigatórias e essenciais à compreensão da controvérsia. Precedentes. 2. Na hipótese, ausente cópia da procuração outorgada ao advogado dos agravantes.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 299 “Com efeito, das sentenças de primeiro grau proferidas em execuções fiscais de pequeno valor, só se admitirão, a teor do art. 34 da Lei n. 6.830/80, embargos infringentes e de declaração. Mantido o decisório mesmo após a oposição desses últimos recursos, cabível a interposição de recurso extraordinário para a apreciação de eventual violação à Constituição. Nesse sentido, por sinal, o enunciado da Súmula n. 640/STF ("É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível ou criminal."). Diante disso, afigura-se-me aplicável, na espécie, o óbice previsto na Súmula n. 267/STF ("Não cabe mandado de segurança contra ato passível de recurso ou correição."). É certo que, em hipóteses nas quais o ato impugnado encontra-se revestido de manifesta ilegalidade ou teratologia, é permitida, a teor da orientação jurisprudencial desta Corte, sua impugnação na via do mandamus . Ocorre, entretanto, que tal circunstância não se evidencia nos autos, sobretudo diante da orientação desta Corte de que se pode extinguir a execução sem julgamento do mérito nas hipóteses em que o débito inscrito como Dívida Ativa da União seja inferior a 1.000 UFIR's.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 300 “Ainda que participem do processo litisconsortes com procuradores distintos, o prazo em dobro previsto no art. 191 do CPC não se aplica para atacar a decisão do Tribunal de origem que nega seguimento ao recurso especial, tendo em vista que os demais litisconsortes não têm interesse e legitimidade para recorrer da parte da decisão que não lhes diz respeito. Precedentes. Embargos rejeitados.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI

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643. O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.

●STJ REsp 138583-SC301 (DJ 03.10.1998) 644. Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a

apresentação de instrumento de mandato para representá-la em juízo. ●STF AI-AgR 587083-ES (DJe 29.11.2007)

645. É competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

●STF ADI-MC 3731-PI302 (DJe 10.10.2007); STJ REsp 292329-SP303 (DJe 16.12.2008)

646. Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

301 “2. O Ministério Público tem legitimidade ativa para propor ação civil pública para impedir a cobrança antecipada e a utilização de índice ilegal no reajuste das mensalidades escolares, havendo, nessa hipótese, interesse coletivo definido no art. 81, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 302 “EMENTAS: 1. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Impugnação de resolução do Poder Executivo estadual. Disciplina do horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, consumo e assuntos análogos. Ato normativo autônomo. Conteúdo de lei ordinária em sentido material. Admissibilidade do pedido de controle abstrato. Precedentes. Pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade, o ato normativo subalterno cujo conteúdo seja de lei ordinária em sentido material e, como tal, goze de autonomia nomológica. 2. INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Resolução nº 12.000-001, do Secretário de Segurança do Estado do Piauí. Disciplina do horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, consumo e assuntos análogos. Inadmissibilidade. Aparência de ofensa aos arts. 30, I, e 24, V e VI, da CF. Usurpação de competências legislativas do Município e da União. Liminar concedida com efeito ex nunc. Aparenta inconstitucionalidade a resolução de autoridade estadual que, sob pretexto do exercício do poder de polícia, discipline horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, matéria de consumo e assuntos análogos.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 303 “Esclareço, por oportuno, que a tese em si já se encontra resolvida no STF desde o julgamento do RE 237.965-SP, que por unanimidade, acolheu o voto-condutor do Ministro Moreira Alves, publicado no DJ 31.3.2000, no qual se afirmava que a fixação de horário de funcionamento para farmácias é matéria de competência municipal, não procedendo, portanto, as alegações de violação aos princípios constitucionais da isonomia, da livre iniciativa, da livre concorrência, da liberdade de trabalho, da busca do pleno emprego e ao direito do consumidor. Com esse entendimento: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - RECURSO ESPECIAL - ESTABELECIMENTO.FARMACÊUTICO HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO - REGULAMENTAÇÃO POR ATO DE MUNICÍPIO - MATÉRIA DE ÍNDOLE CONSTITUCIONAL, PACIFICADA NO ÂMBITO DO STF, QUE CONCLUIU PELA VALIDEZ DA AÇÃO NORMATIVA MUNICIPAL - RECURSO NÃO-CONHECIDO. (REsp 309.752/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 14.06.2007). Diante do exposto, nos termos do art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao Recurso Especial.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN

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►Sobre a matéria assim manifestou-se o Subprocurador-Geral da República RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS, em parecer transcrito na decisão que extinguiu o processo, julgando prejudicado o RE 524501-RS: “1. A princípio seria o caso de prover o recurso, porquanto a Lei Municipal n. 8.705/01 impede a instalação de um novo bingo a menos de 1.000 metros de outro já existente, contrariando o Enunciado n. 646 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, editado em observância ao princípio da livre concorrência. 2. Todavia, a partir da revogação da Lei n. 9.615/98 (Lei Pelé) pela Lei n. 9.981/00, a atividade dos bingos tornou-se novamente proibida, estando elencada, inclusive, na Lei de Contravenções Penais (art. 50 do Decreto-Lei 3.688/41) por constituir modalidade de jogo de azar, não havendo como invocar-se ofensa à garantia constitucional da livre concorrência. 3. A edição da Lei n. 9.981/00, revogando a norma que permitia o funcionamento dos bingos, torna insubsistente a discussão quanto à possibilidade, ou não, da instalação de bingo em determinada área nas proximidades de outro estabelecimento do mesmo ramo. 4. Parecer pelo não conhecimento do recurso extraordinário por estar prejudicado em virtude da edição de norma revogando a anterior que permitia a atividade das recorrentes.” ●STF RE 524501-RS (DJe 27.06.2008)

647. Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal.

●STJ RMS 18624-DF304 (DJ 21.02.2005) 648. A norma do § 3º do art. 192 da Constituição, revogada pela EC

40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicabilidade condicionada à edição de lei complementar.

►No julgamento de questão de ordem no RE 582650-BA (DJe 14.08.2008), o Tribunal acolheu a questão de ordem proposta pela Ministra ELLEN GRACIE, para: a) definir procedimento próprio para exame de repercussão geral nos casos de questões constitucionais que formam a jurisprudência dominante nesta Corte; b) reconhecer a

304 “I - A pretensão deduzida no recurso visa à correção da vantagem vencimental denominada "etapa alimentação", dos integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, nos valores assegurados na Lei Distrital 1.406/97. II - Não há direito líquido e certo a ser resguardado. O Supremo Tribunal Federal ao julgar a ADI 2988-DF, declarou a inconstitucionalidade, por vício de iniciativa e invasão da competência legislativa da União (art. 21, XVI da Constituição Federal), do diploma legal no qual se funda o pedido. III - Legalidade do valor fixado pelo Governador do Distrito Federal, nos Decretos 22.560/2001 e 23.390/2002 para a verba remuneratória questionada. Competência que decorre do poder regulamentar conferido pela Medida Provisória 2218/2001, convertida na Lei Federal 10.486/2002.” Relator Ministro GILSON DIPP

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existência de repercussão geral quanto às questões que envolvem a auto-aplicabilidade do artigo 192, § 3º da CF/88, na redação vigente anteriormente à EC 40/2003, e a possibilidade de limitação dos juros a 12% ao ano; c) fixar que essa questão constitucional tem jurisprudência dominante nesta Corte; d) negar distribuição ao recurso extraordinário para que nele sejam adotados os procedimentos previstos no artigo 543-B, § 3º, do Código de Processo Civil, e autorizar que se negue a distribuição aos recursos que chegarem ao Supremo Tribunal Federal sobre o mesmo tema; e) aprovar como súmula vinculante o texto do verbete número 648 da Súmula do Tribunal. Resultou na súmula vinculante nº 7. ●STF AI 731757-RS305 (DJe 04.12.2008); AI 649215-AI 649215-RS306 (DJe 30.10.2008)

649. É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.

►Merece cancelamento, considerando o majoritário entendimento adotado pelo Plenário do STF por ocasião do julgamento da ADI 3367-DF, reconhecendo a constitucionalidade da criação do Conselho Nacional de Justiça-CNJ na forma preconizada pela Emenda Constitucional nº 45/2004. ●STF ADI 3367-DF (DJ 17.03.2006)

650. Os incisos I e IX do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.

●STF AI 586419-SP307 (DJe 26.11.2008).

305 “DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, III, “a”, da Constituição do Brasil. 2. Alega-se, no extraordinário, violação do disposto no artigo 192, § 3º, da CB/88. 3. O presente recurso não merece provimento. O acórdão recorrido está fundamentado por normas de índole infraconstitucional [Lei de Usura, Código de Defesa do Consumidor e Código Civil], sem a utilização do já revogado art. 192, § 3º, da Constituição como razão de decidir, configurando-se, assim, inócuo o recurso extraordinário interposto com o objetivo de afastar a limitação dos juros remuneratórios em 12% ao ano, amparada na Súmula n. 648 do STF. Nego seguimento ao agravo com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF.” Relator Ministro EROS GRAU 306 “Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se ofensa ao § 3º do art. 192 da mesma Carta, redação anterior à EC 40/2003. O agravo não merece acolhida. Assim é porque o acórdão recorrido está em consonância a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que, no julgamento da ADI 4/DF, decidiu que o § 3º do art. 192 da CF/88, revogado pela EC 40/2003, dependia, para sua plena eficácia, da edição da Lei Complementar mencionada no caput do referido artigo. Incide, no caso, a Súmula 648 do STF. Isso posto, nego seguimento ao recurso.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

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651. A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a EC 32/98, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.

●TRF3 AC 200703990445270-SP308 (DJF3 15.05.2008) 652. Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da

Desapropriação por utilidade pública). ►Dispõe a referida norma legal: “Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na posse dos bens; § 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito: a) do preço oferecido, se este for superior a 20 (vinte) vezes o valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao imposto predial; b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto predial e sendo menor o preço oferecido; c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do imposto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior; d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.” ●STF RE 185804-SP (DJ 24.11.2005); STJ REsp 837862-RS (DJe 16.06.2008)

653. No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembléia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre

307 “7. Quanto à matéria objeto do recurso, este Supremo Tribunal Federal firmou entendimento representado pelo Enunciado da Súmula n. 650, segundo o qual “Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto”. Logo, não havendo interesse da União, não há que se falar em competência da Justiça Federal. Nesse sentido, os seguintes julgados: AI 307.401-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Primeira Turma, DJ 29.4.2005; AI 417.770-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 7.11.2003; e RE 335.887, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 26.4.2002. 8. Não há, pois, divergência entre a decisão agravada e a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal. 9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 308 “I - Admissível, no período anterior à vigência da EC 32/98, a reedição de Medida Provisória, mantida a eficácia de lei nessa série desde a primeira delas. Entendimento da Súmula 651 do STF. II - A contribuição nos moldes instituídos pela MP 560/94 e suas reedições, por se tratar de contribuição social, só poderia ser cobrada a partir do decurso de noventa dias de que trata a Constituição, ficando restabelecida, portanto, a alíquota de 6%, instituída pelo Decreto 90.817/85.” Relatora Desembargadora Federal CECÍLIA MELLO

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Súmula do STF

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auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.

●STF MS 27339-DF309 (DJe 02.06.2008) e Rcl-MC-AgR 3177-MG (DJe 14.02.2008)

654. A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

►O princípio expresso na súmula é de validade inconteste, assentando que a garantia do direito adquirido não é invocável pela entidade estatal ou por suas autarquias para subtrair-se à eficácia retroativa da lei por ela própria editada. Até o final do ano de 2006 era aplicada pelo STF em garantia do direito fundamental do cidadão. Após o julgamento do Recurso Extraordinário nº 415454-SC (08.02.2007), em que o Plenário do STF, por sua maioria, dando uma guinada em sua firme jurisprudência, decidiu que “A Lei no 9.032/1995 [que elevou de 80% para 100% do salário-de-contribuição a renda mensal da pensão por morte] somente pode ser aplicada às concessões ocorridas a partir de sua entrada em vigor”, o enunciado passou a figurar nas decisões da Suprema Corte sempre associado a sua “impertinente invocação” pelos segurados. De anotar que a jurisprudência há muito consolidada no STF é no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, ou seja, a modificação introduzida pela lei nova se aplica de imediato. Em relação à Lei 9032/95, que introduziu modificação no Regime Geral da Previdência Social (benéfica aos segurados) o histórico entendimento não imperou plenamente. ●STF RE-AgR 461904-SC310 (DJe 28.08.2008); STJ RMS 2083-PE311 (DJ 01.10.2007)

309 “Como se observa, está assente neste Supremo Tribunal Federal que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas possui fisionomia institucional própria, que não se confunde com a do Ministério Público comum, sejam os dos Estados, seja o da União, o que impede a atuação, ainda que transitória, de Procuradores de Justiça perante os Tribunais de Contas. Tratando-se de realidade institucional que decorre diretamente da Constituição (arts. 75 e 130), não poderia ser ela, evidentemente, alterada pela Lei Estadual (RS) nº 11.313/99 ou pelas ditas prerrogativas legais do Procurador-Geral de Justiça.” Ministro Relator MENEZES DIREITO 310 “A Lei nº 9.032/95, por não veicular qualquer cláusula autorizadora de sua aplicação retroativa, torna impertinente a invocação da Súmula 654/STF.” Relator Ministro CELSO DE MELLO 311 “1. A anulação da pena aplicada ao integrante da Polícia Militar do Estado de Pernambuco pode ocorrer em qualquer tempo e em qualquer circunstância, nos termos da art. 40, § 2º, inc. I, da Lei Estadual 11.817/00. Por conseguinte, o interessado tem o direito líquido e certo de ver instaurado o processo de revisão correspondente. 2. "A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado" (Súmula 654/STF).” Ministro Relator ARNALDO ESTEVES LIMA

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Súmula do STF

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655. A exceção prevista no art. 100, “caput”, da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.

●STF STA 253-MA312 (DJe 05.12.2008); STJ Rcl 2249-RS313 (DJ 01.02.2008)

312 “Num juízo mínimo de delibação da controvérsia, apreende-se que o expediente de bloqueio adotado na decisão impugnada contraria, em princípio, o regime constitucional de pagamento de créditos alimentares por precatório, pois constringe antecipadamente o ente público em suas finanças, bem como pretere outros credores alimentares do Estado do Maranhão. Nesse sentido, vislumbro grave lesão à ordem pública, na acepção de ordem jurídico-constitucional. Acrescente-se, ainda, que, em casos semelhantes (SS 751-AgR/BA, rel. Min. Octavio Gallotti, DJ 6.10.1995; SS 1.170/CE, rel. Min. Celso de Mello, DJ 13.2.1997), vislumbrou-se, na efetivação do seqüestro cautelar de recursos públicos, a ocorrência de grave lesão à economia pública, na medida em que esse ato de constrição patrimonial reveste-se de conseqüências extremamente prejudiciais à regular prestação dos serviços básicos, cuja execução incumbe, primariamente, ao Poder Público. Ademais, vislumbro grave lesão à economia pública quanto à determinação judicial de imediata inclusão e atualização de vantagens nos proventos dos autores. Ao compulsar os autos, verifica-se que os autores alegam que houve a concessão de vantagens aos servidores públicos em atividade pelas leis estaduais mencionadas. Assim, os autores (inativos) buscam a extensão das referidas vantagens, sob o fundamento de direito adquirido à isonomia. O advento de novas regras que modifiquem o regime jurídico remuneratório dos servidores em atividade, com instituição legal de novas vantagens, convola-se em nova situação fática e jurídica. A extensão aos autores servidores inativos, a título de direito adquirido à isonomia, quanto a novas vantagens e vencimentos instituídos por lei posterior, importa concretamente em novo encargo a ser custeado pelo Estado do Maranhão. Portanto, a decisão impugnada implica o aumento de vencimentos e vantagens, até então inexistentes à época da aposentadoria dos autores. Assim, mesmo que a decisão impugnada que concedeu a tutela antecipada tenha exercido um juízo interpretativo mínimo acerca do novo regime jurídico estabelecido para estender o direito à isonomia à nova situação pleiteada, isto não afasta a implicação concreta de majoração de vencimentos e vantagens, diante de nova gratificação legal. Portanto, não prevalece o entendimento implícito da decisão impugnada, quanto à inexistência de majoração de vencimentos e vantagens dos autores, com afastamento da regra do art. 1º da Lei nº 9.494/97 c/c art. 5º, caput, da Lei nº 4.348/64. Ainda que a decisão impugnada não tenha feito menção expressa à extensão/aumento de vencimentos e vantagens, tal decisão implica concretamente na concessão de novas vantagens que sequer existiam à época da aposentadoria dos autores. Está demonstrada, assim, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução orçamentária estadual. Nesse sentido, também está presente a probabilidade de concretização do denominado “efeito multiplicador” (SS-AgR 1.836/RJ, rel. Carlos Velloso, Plenário, DJ 11.10.2001), ante a possibilidade de multiplicação de medidas liminares em demandas que contenham o mesmo objeto. Finalmente, ressalta-se que os argumentos relacionados à existência de direito adquirido à isonomia (em face dos dispositivos constitucionais anteriores à emenda nº 20/98 e nº 41/03), a ensejar a imediata extensão de aumento de vencimentos e vantagens, não são objeto de análise em profundidade no pedido de suspensão, porque dizem respeito ao mérito da ação principal (SS 1.918-AgR/DF, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 30.4.2004). Ante o exposto, defiro o pedido de suspensão de tutela antecipada, para sustar os efeitos da decisão impugnada (1) tanto quanto ao bloqueio dos valores não pagos dos últimos cinco anos, (2) quanto à determinação de imediata atualização e

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Súmula do STF

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656. É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão “inter vivos” de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

●STF RE-AgR 452146-PE314 (DJe 29.04.2008); STJ REsp 1080081-SP315 (DJe 07.10.2008)

657. A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

●STF RE 524262-RJ316 (DJ 20.03.2007); STJ Ag 954517-PE (DJ 07.12.2007)

pagamento de novas vantagens aos autores, nos autos da ação de rito ordinário nº 24.563/2007.” Relator Ministro Presidente GILMAR MENDES 313 “2. A circunstância de se tratar de crédito de natureza alimentícia, porquanto se cuida de vencimentos de servidores públicos, não afasta o regime constitucional do precatório, mas tão-somente o rigor da ordem cronológica a que se refere o caput do art. 100 da Constituição Federal. Deve ser observada, na hipótese, a ordem especial, consoante orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 314 “6. Egrégia Corte, é firme a Jurisprudência desta Casa que o IPTU é um imposto real - inobstante as divergências encontradas na Doutrina. Sendo real, é lançado em função do valor da matéria tributável. Já os impostos pessoais, além de lançados com base no valor da matéria tributável (óbvio), possuem característica que os distingue: observam as condições pessoais do contribuinte. No presente caso [ITBI] a Lei Estadual n° 10.260/89 (com a redação dada pela Lei Estadual n° 11.413/96) não se atém exclusivamente na matéria tributável ou na base de cálculo para a fixação do imposto, o que implicaria em simples proporcionalidade em função dos valores do patrimônio do de cujus.” Tendo em vista que a controvérsia requer um melhor exame por esta Corte, reconsidero a decisão agravada e, desde logo, determino que se abra vista ao Exmo. Sr. Dr. Procurador-Geral da República.” Relator Ministro GILMAR MENDES 315 “Decido: Tenho que a súplica do recorrente não merece guarida, ante a impossibilidade da apreciação da matéria pela via do recurso especial, porquanto a tese discutida no v. acórdão hostilizado é de cunho eminentemente constitucional, cabendo, portanto, ao Pretório Excelso o seu exame, sob pena de usurpação daquela competência. Trata-se, no caso em tela, acerca da repristinação da norma anterior, em decorrência da declaração de inconstitucionalidade em controle difuso. O Pretório Excelso já se pronunciou acerca da aplicação do efeito repristinatório no controle difuso, com efeito apenas entre as partes. Destaco o seguinte precedente: ‘ITBI: progressividade: L. 11.154/91, do Município de São Paulo: inconstitucionalidade. A inconstitucionalidade, reconhecida pelo STF (RE 234.105), do sistema de alíquotas progressivas do ITBI do Município de São Paulo (L. 11.154/91, art. 10, II), atinge esse sistema como um todo, devendo o imposto ser calculado, não pela menor das alíquotas progressivas, mas na forma da legislação anterior, cuja eficácia, em relação às partes, se restabelece com o trânsito em julgado da decisão proferida neste feito’. (RE 260.670-7-SP, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 26/05/2000, grifo nosso) Nesse diapasão, entendo não haver infração à legislação infraconstitucional, apenas inaplicação de efeitos, em decisão declaratória de inconstitucionalidade em controle difuso, que só poderá ser apreciada pela via do recurso extraordinário. E mesmo que tivesse apontado a norma revogada, não poderia ser apreciado, uma vez que se trata de norma local. Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO ao presente recurso especial, com fulcro no art. 557, caput, do Código de Processo Civil.” Relator Ministro FRANCISCO GALVÃO

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Súmula do STF

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658. São constitucionais os arts. 7º da Lei 7.787/89 e 1º da Lei 7.894/89 e da Lei 8.147/90, que majoraram a alíquota do Finsocial, quando devida a contribuição por empresas dedicadas exclusivamente à prestação de serviços.

●STF AI-AgR 236416-MG317 (DJ 03.04.2006)

316 “DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região e assim ementado: ‘CONSTITUCIONAL - TRIBUTÁRIO - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DO ART. 150, IN. VI, "D" DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA CR/88 - ALCANCE - PUBLICAÇÃO ACOMPANHADA DE MATERIAL EDUCATIVO A ELA CORRELATO. I. A imunidade tributária prevista no art. 150, inc. VI, "d" da CR/88 destina-se a facilitar, através da redução do preço final do produto, o acesso da população à cultura, à informação e à educação, e, também que se cumpram, sem embaraços, o exercício da liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, como se consagra no inc. IX do art. 5º da CR/88. II. O material educativo que acompanha a publicação facilita o aprendizado, estimulando a divulgação do saber, ao se colocar em prática os conhecimentos obtidos na teoria. III. Por ter sido ajuizada na Justiça Federal a presente ação, apenas cabe apreciar os tributos de competência da União. IV. Apelação improvida.’ (fl. 170) Sustenta a recorrente, com base no art. 102, III, a, violação ao art. 150, IV, d, da Constituição Federal. 2. Consistente o recurso. O acórdão recorrido está em desconformidade com a orientação sumulada desta Corte, no sentido de que a imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Carta Magna, alcança tão somente os filmes e papéis tidos por necessários à publicação de livros, jornais e periódicos, tais como o papel fotográfico, inclusive o destinado a fotocomposição por laser, os filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas, e o papel para telefoto (súmula 657). 3. Ante o exposto, nos termos do art. 557, § 1º-A, do CPC, dou provimento ao recurso extraordinário, para julgar improcedente a ação. Publique-se. Int.. Brasília, 13 de fevereiro de 2007.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 317 “1. Trata-se de agravo regimental de decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento de decisão que não admitira recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional com fundamento no art. 102, III, b, da Constituição Federal, ao argumento de que não houve declaração de inconstitucionalidade de tratado ou lei federal no acórdão recorrido. Sustenta a agravante, em síntese, que o julgador a quo decidiu com base em precedentes do Plenário desta Casa, o que dispensaria a existência de declaração de inconstitucionalidade pelo Plenário do Tribunal a quo, certo que o acórdão recorrido, ao adotar a posição fixada em precedente do Supremo Tribunal Federal, afastou a aplicação de normas federais, o que equivaleria à declaração de inconstitucionalidade. 2. Do exame dos autos, verifico que o paradigma a que alude o acórdão recorrido (RE 150.764/PE, red. para o acórdão o Min. Marco Aurélio, Plenário, maioria, DJ de 02.4.93) afastou as majorações de alíquota do Finsocial levadas a efeito pelas Leis 7.787/89, 7.894/89 e 8.147/90. Desnecessária, assim, a submissão da questão da constitucionalidade ao Plenário do Tribunal a quo, porquanto seus órgãos parciais podem acolher a declaração de inconstitucionalidade realizada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, para fundamentar suas decisões em casos concretos posteriores (RE 191.905/SC, RE 192.218/BA e RE 433.101-AgR/SP, rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, unânimes, DJ de 29.8.97, 05.9.97 e 03.02.2006), razão pela qual reconsidero a negativa de seguimento inserida na decisão agravada e prossigo no exame do agravo de instrumento. 3. No mérito, vislumbro que o julgador regional incorreu em equívoco ao asseverar a inconstitucionalidade das majorações de alíquota do Finsocial também para as empresas exclusivamente prestadoras de serviços. É que, conforme assentado pelo Plenário desta Corte no julgamento do RE 187.436/RS (rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, maioria, DJ de 31.10.97), tais dispositivos, não obstante tenham sido declarados inconstitucionais para as empresas de

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Súmula do STF

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659. É legítima a cobrança da Cofins, do PIS e do Finsocial sobre as operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

●STF AI 577140-DF (DJe 05.06.2008); STJ REsp 888834-RJ318 (DJ 30.08.2007)

660. Não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do imposto.

►O verbete tem aplicação restrita ao período anterior à Emenda Constitucional 33/2001, que deu nova redação à alínea ‘a’, inciso IX, § 2º, do art. 155 (ICMS incidirá também): “a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;” ●STF AI 730634-MG (DJe 26.11.2008); STJ REsp 507885-RJ319 (DJ 07.02.2007)

661. Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.

venda de mercadorias em decorrência da inconstitucionalidade do art. 9º da Lei 7.689/88, remanescem válidos para as empresas exclusivamente prestadoras de serviço, as quais se submetiam à regência do art. 28 da Lei 7.738/89. A questão foi sumulada (Súmula STF nº 658). 4. Ante o exposto, com fundamento no art. 544, § 4º, do Código de Processo Civil, conhecendo do agravo de instrumento, dou provimento ao recurso extraordinário. Invertam-se os ônus da sucumbência.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 318 “1. Não há ofensa a coisa julgada. Neste mandado de segurança foi requerida a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 7.689/88 de forma mais extensa, enquanto no writ antecessor o pronunciamento judicial limitou-se à declaração de inconstitucionalidade da exação, no período-base de 1989. 2. ‘Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores’ (Súmula 239 do STF). Precedente. 3. ‘(...) a declaração incidental de inconstitucionalidade da Lei que institui a cobrança de tributo, proferida em sede de ação mandamental, não integra o dispositivo da sentença, não sendo alcançada pelo efeito preclusivo da coisa julgada’ (REsp nº 599.764/GO, Relator Ministro Luiz Fux, DJU de 01.07.04, p.00185). 4. Recurso especial improvido. (REsp 591227/DF, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ 15.08.2005 p. 246). Tais as razões expendidas, com esteio no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil c/c o artigo 34, XVIII, do RISTJ, e artigo 38 da Lei nº 8.038/90, NEGO SEGUIMENTO ao presente recurso especial.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 319 “1. O Supremo Tribunal Federal consolidou jurisprudência no sentido da inexigibilidade do ICMS na importação de bem por pessoa física ou por entidade prestadora de serviço, uma vez que o fato gerador do tributo é operação de natureza mercantil ou assemelhada. Tal entendimento tem aplicação nas hipóteses em que a importação foi realizada antes do advento da Emenda Constitucional n. 33/2001. 2. Em decorrência do entendimento firmado pelo STF acerca da matéria, inclusive com a edição da Súmula n. 660, restou mitigada a aplicação das Súmulas n. 155 e 198 do STJ.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA

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Súmula do STF

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●STF RE 575667-SP (DJe 05.09.2008); STJ REsp981321-SP (DJe 15.09.2008)

662. É legítima a incidência do ICMS na comercialização de exemplares de obras cinematográficas, gravados em fitas de videocassete.

►Vide súmula STJ 135. ●STF AI-AgR-Ed 215253-SP (DJ 12.05.2006)

663. Os §§ 1º e 3º do art. 9º do DL 406/68 foram recebidos pela Constituição.

●STF AI 729765-RS (DJe 30.10.2008); STJ AgRg-REsp 1003813-SP320 (DJe 19.09.2008)

664. É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei 8.033/90, que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros - IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança.

●STF AI 654794-SP (DJe 15.09.2008); STJ REsp 1016218-SP321 (DJe 07.03.2008)

320 “1. A controvérsia limita-se a saber se a recorrente faz jus ao privilégio fiscal previsto no Decreto-Lei n. 406/68, estando assentado na instância ordinária sua natureza empresarial. 2. As sociedades de profissionais liberais, malgrado formadas exclusivamente por médicos, constituíram-se formalmente como sociedades empresariais, de modo que a simples presença deles não representa elemento hábil a desfigurar a natureza comercial da atividade exercida. 3. Conquanto o corpo de sócios seja formado exclusivamente por médicos, as sociedades constituídas sob a modalidade "limitadas" desempenham atividade empresarial, uma vez que, nos contratos sociais, há, inclusive, disposição de como devem ser distribuídos os dividendos. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 321 “O egrégio STF proclamou a inconstitucionalidade do inciso V do art. 1º da Lei n. 8.033/1990, que instituiu a incidência do IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança – Súmula n. 664 do STF. "É INCONSTITUCIONAL O INCISO V DO ART. 1º DA LEI 8033/1990, QUE INSTITUIU A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS - IOF SOBRE SAQUES EFETUADOS EM CADERNETA DE POUPANÇA." DA PRESCRIÇÃO Quanto ao termo a quo da prescrição, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos embargos de divergência no REsp 435.835/SC em 24.3.2004, adotou o entendimento segundo o qual, para as hipóteses de devolução de tributos sujeitos à homologação, declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, a prescrição do direito de pleitear a restituição ocorre após expirado o prazo de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita. Por conseguinte, o acórdão recorrido encontra-se em desacordo com a jurisprudência pacífica do STJ, quanto à prescrição do direito de pleitear a restituição ou a compensação de tributos declarados inconstitucionais. Na hipótese dos autos, frise-se que a ação foi proposta em 18.5.1995 (fl. 2), portanto o marco prescricional para a repetição de indébito ocorre a partir de 10 (dez) anos que antecedem a propositura da ação, isto é, as parcelas anteriores ao período decenal (18.5.1985), caso existam, estarão prescritas. Dessarte, na hipótese em exame, em que a ação foi ajuizada anteriormente ao início da vigência da Lei Complementar n. 18/2005, aplica-se o prazo prescricional de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita, tal como decidido na decisão agravada. Por fim, quanto à análise de dispositivos constitucionais, nos moldes pretendidos pela agravante, refoge da competência atribuída a este Tribunal, consoante se depreende do artigo 105,

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Súmula do STF

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665. É constitucional a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários instituída pela Lei 7.940/89.

●STJ REsp 801919-RS322 (DJe 21.08.2008) inciso III, da Carta Política. DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE Frise-se que o STJ, por intermédio da sua Corte Especial, no julgamento da AI no EREsp n. 644.736/PE, declarou a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º da Lei Complementar n. 118/2005, a qual estabelece aplicação retroativa de seu art. 3º, porquanto ofende os princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, conforme a ementa seguinte: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO, NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. LC 118/2005: NATUREZA MODIFICATIVA (E NÃO SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA) DO SEU ARTIGO 3º. INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART. 4º, NA PARTE QUE DETERMINA A APLICAÇÃO RETROATIVA. 1. Sobre o tema relacionado com a prescrição da ação de repetição de indébito tributário, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) é no sentido de que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita - do lançamento. Segundo entende o Tribunal, para que o crédito se considere extinto, não basta o pagamento: é indispensável a homologação do lançamento, hipótese de extinção albergada pelo art. 156, VII, do CTN. Assim, somente a partir dessa homologação é que teria início o prazo previsto no art. 168, I. E, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo, na verdade, de dez anos a contar do fato gerador. 2. Esse entendimento, embora não tenha a adesão uniforme da doutrina e nem de todos os juízes, é o que legitimamente define o conteúdo e o sentido das normas que disciplinam a matéria, já que se trata do entendimento emanado do órgão do Poder Judiciário que tem a atribuição constitucional de interpretá-las. 3. O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar esses mesmos enunciados, conferiu-lhes, na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo Judiciário. Ainda que defensável a 'interpretação' dada, não há como negar que a Lei inovou no plano normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto pelo STJ, intérprete e guardião da legislação federal. 4. Assim, tratando-se de preceito normativo modificativo, e não simplesmente interpretativo, o art. 3º da LC 118/2005 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. 5. O artigo 4º, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicação retroativa do seu art. 3º, para alcançar inclusive fatos passados, ofende o princípio constitucional da autonomia e independência dos poderes (CF, art. 2º) e o da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI). 6. Argüição de inconstitucionalidade acolhida. (AI nos EREsp 644.736/PE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 27.8.2007.) Ante o exposto, com fundamento do art. 557, caput, do CPC, nego provimento ao recurso especial.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 322 “O apelo não comporta juízo positivo de admissibilidade. A recorrente não infirmou o fundamento do acórdão recorrido, que deu provimento em parte à apelação da parte autora por entender que a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários somente pode ser cobrada se o auditor independente, inscrito em seus quadros, tiver realizado a atividade sujeita ao Poder de Polícia da CVM, não sendo suficiente a mera inscrição, porque o fato gerador do tributo é o exercício do Poder de Polícia, que não é exercitado, efetiva ou potencialmente, se não há atividade alguma a ser sindicada. A recorrente se limitou, no apelo, a transcrever o disposto nos arts. 2º e 3º da Lei 7.940/89, que fixa o fato gerador da taxa e os seus contribuintes. A argumentação da recorrente, de que o fato gerador da taxa é o exercício do poder de polícia conferido à CVM, não desborda do que assentou o acórdão recorrido, como se comprova do seguinte fragmento que transcrevo: [...] A

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Súmula do STF

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666. A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

●STF AI 720757-SP323 (DJe 19.08.2008) 667. Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária

calculada sem limite sobre o valor da causa. ●STF AC-MC 262-SP (DJ 03.06.2004); STJ 011654-SP324 (DJ 29.06.2006)

668. É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.

recorrente deveria ter combatido o fundamento do acórdão recorrido de que a simples inscrição na CVM não é o bastante para a cobrança da referida taxa. Não o fazendo, o recurso não tem condições para ser admitido, em face da deficiência de sua fundamentação. Incide, na espécie, a Súmula 284/STF. Ante o exposto, não conheço do recurso especial.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 323 “2. Não se confundem a contribuição confederativa, prevista no art. 8º, IV, 1 ª parte da Constituição e a contribuição assistencial estipulada em convenção coletiva ou sentença normativa, de que não cuidou a Lei Fundamental, sequer implicitamente, em nenhum dos preceitos aventados (CF, art. 8º, III, IV e VI e art. 7º, XXVI). 3. É, pois, de alçada infraconstitucional a questão de saber se o desconto em folha da contribuição assistencial se funda no art. 462 CLT e independe da vontade do trabalhador ou ao contrário, no art. 545 CLT, caso em que, como se firmou na jurisprudência, a ele se pode opor o empregado.” 3. No que diz respeito à contribuição confederativa, este Tribunal fixou entendimento de que somente é compulsória aos filiados da entidade de representação profissional [Súmula n. 666 do STF]. Nego seguimento ao agravo com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF.” Relator Ministro EROS GRAU 324 “DECIDO: Dos pedidos para atribuição de efeito suspensivo, exige-se um mínimo de aparência de bom direito (fumus boni iuris) e perigo na demora (periculum in mora), que estão, direta e simultaneamente, ligados à possibilidade de êxito do recurso especial e à necessidade de urgência da prestação recursal. Apesar da negativa de seguimento ao recurso especial, houve agravo de instrumento, o que não impossibilita a outorga de efeito suspensivo ao recurso especial, que pode ter plausibilidade jurídica e urgência mesmo não tendo sido admitido na origem. A pretensão do requerente tem aparência de bom direito, porque escorada na Súmula 667/STF: "Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa". Além disso, há nova lei de custas no Estado de São Paulo, que prevê valor infinitamente menor do que o exigido pela norma anterior. A determinação de cumprimento do acórdão recorrido para o recolhimento da diferença da taxa judiciária (fl. 757) - com a possibilidade de extinção da ação de cobrança - revela o perigo na demora. Atento à posição do STF, quanto aos pedidos de efeito suspensivo em recurso extraordinário, passo a adotar o entendimento de que o pedido de efeito suspensivo não possui natureza jurídica própria de ação autônoma cautelar, tratando-se de incidente, que se exaure com o acolhimento ou rejeição do pedido (sujeito a recurso), dispensando a necessidade de citação e, em conseqüência, de condenação honorária. Nesse sentido: Pet 2.498/VELLOSO e Pet 2.466/CELSO DE MELLO, dentre outros. No STJ, veja-se: AgRg na MC 5947/JOSÉ ARNALDO. Defiro o pedido de efeito suspensivo, sustando, provisoriamente, os efeitos do acórdão recorrido.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS

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Súmula do STF

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►Vide súmula 589. ●STF RE 499426-PR325 (DJe 26.11.2008); STJ REsp 729862-RJ326 (DJe 07.11.2008)

669. Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

●STF RE 589826-PR327 (DJe 26.09.2008); STJ Ag 872218-SP (DJ 29.05.2007)

670. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

●STF AI-AgR 677590-RJ328 (DJe 03.11.2008); STJ 1088468-PT329 (DJe 11.11.2008)

325 “4. Tenho que recurso merece parcial acolhida. É que o Supremo Tribunal Federal já firmou o entendimento de que a progressividade do IPTU só é admissível para a finalidade “extra-fiscal”, ou seja, quando o objetivo é assegurar a função social da propriedade. Reproduzo, a propósito, o teor da Súmula 668 desta colenda Corte: [...] 5. Nesse mesmo sentido, menciono os seguintes precedentes, ambos alusivos ao IPTU do Município de Curitiba: REs 416.205-AgR, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes; e 428.675-AgR, sob a relatoria do ministro Cezar Peluso. 6. Por outro lado, esta colenda Corte entende constitucional a taxa de coleta de lixo. Precedentes: REs 505.645, sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski, 532.940, da relatoria do ministro Eros Grau, 555.857, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, e 570.816, sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia, e 241.790, sob a relatoria do ministro Sepúlveda Pertence, assim redigida: “Taxa de coleta de lixo: lei local que, na determinação da base de cálculo, leva em conta a área do imóvel do contribuinte: aplicação ao caso do entendimento firmado no julgamento plenário do RE 232.393, 12.8.1999, Velloso, no qual foi assentada a constitucionalidade de lei similar.” Isso posto, e frente ao § 1º-A do art. 557 do CPC, dou parcial provimento ao recurso. O que faço tão-somente para reconhecer a inconstitucionalidade da alíquota progressiva do IPTU, instituída anteriormente ao advento da EC nº 29/2000.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 326 “Decido. Discute-se a legitimidade da cobrança da tarifa progressiva de IPTU pelo Município do Rio de Janeiro. O Tribunal de origem decidiu que a progressividade da alíquota somente pode ser admitida com a finalidade de assegurar o cumprimento da função social da propriedade. Garante-se, contudo, a exigibilidade do tributo na parte que não exceder à alíquota mínima. Por seu turno, o recorrente, inconformado, afirma que "a 16ª CC do TJ/RJ não poderia declarar a inconstitucionalidade do art. 67 da Lei 691/84 e concomitantemente determinar a aplicação de qualquer alíquota nele prevista" (fl. 367). A irresignação, todavia, não merece prosperar porque a matéria relativa à inconstitucionalidade de lei municipal que instituiu a alíquota progressiva de IPTU foi dirimida à luz da interpretação de dispositivos da Constituição Federal. Aplica-se, na espécie, o enunciado da Súmula 668/STF: [...]. Dessa maneira, o reexame da questão debatida no presente apelo implicaria usurpação da competência do Pretório Excelso para interpretar os comandos constitucionais.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN 327 “Não merece prosperar a irresignação dos recorrentes, na medida em que o acórdão proferido pelo Tribunal de origem está em sintonia com a jurisprudência desta Corte, que firmou entendimento no sentido de que a alteração do prazo para recolhimento das contribuições sociais, por não gerar criação ou majoração de tributo, não ofende o Princípio da Anterioridade Tributária.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 328 “Taxas [iluminação, coleta de lixo e limpeza] que, de qualquer modo, no entendimento deste Relator, tem por fato gerador prestação de serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e

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Súmula do STF

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671. Os servidores públicos e os trabalhadores em geral têm direito, no que concerne à URP de abril/maio de 1988, apenas ao valor correspondente a 7/30 de 16,19% sobre os vencimentos e salários pertinentes aos meses de abril e maio de 1988, não cumulativamente, devidamente corrigido até o efetivo pagamento.

●STF AI-AgR 443536-DF (DJ 04.08.2006) e RE-ED-Edv-AgR 148705-PR (19.05.2006)

672. O reajuste de 28,86%, concedido aos servidores militares pelas Leis 8.662/93 e 8.627/93, estende-se aos servidores civis do Poder

insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, não tendo de ser custeado senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. Não-conhecimento do recurso da Municipalidade. Conhecimento e provimento do recurso da contribuinte. E, no tocante à taxa de iluminação pública, o Pleno aprovou o Verbete nº 670 da Súmula, com a seguinte redação: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. A respeito do pedido de aplicação da teoria da limitação temporal dos efeitos, observem a ordem natural das coisas. Assentada a inconstitucionalidade de certa lei local, fica esta fulminada desde a própria entrada no cenário jurídico. Concluir que os efeitos da declaração de um fato anteriormente existente – o conflito da norma com a Constituição Federal – apenas surgem com a respectiva formalização implica o enriquecimento ilícito do Município, porquanto contará com receita ilegítima, em flagrante prejuízo ao contribuinte. Mais do que isso, haverá a potencialização do desequilíbrio no embate Estado (gênero)/cidadão. Daí a impossibilidade de se entender pelo desrespeito ao Diploma Maior no que a Corte de origem refutou o pleito do Município de fixação de termo inicial das conseqüências da inconstitucionalidade a partir da data em que proclamada. 4. Conheço do agravo e o desprovejo.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO 329 “Decido. Tenho que a presente pretensão não merece guarida. Inicialmente, observo que a questão relativa à legalidade da exação em discussão não foi debatida pelo aresto recorrido, que se limitou a tratar da desnecessidade da juntada dos comprovantes de pagamento e da possibilidade de decisão monocrática, padecendo do necessário prequestionamento, portanto, os artigos 77 e 80 do CTN. Incidência da súmula 282/STF. Ademais, a ilegalidade de referida exação já foi até sumulada pelo STF (Súmula 670/STF). Quanto à questão de fundo, o Tribunal de Justiça do Paraná entende que, para o ajuizamento de ação de repetição de indébito, basta comprovar a qualidade de contribuinte, sendo exigíveis os comprovantes de pagamento somente na liquidação da sentença. A Primeira Turma deste Tribunal, por seu turno, refutou a tese esposada pelo recorrente de que a demanda deveria ser extinta sem resolução de mérito, por ausência de pressuposto processual, declarando que ela é válida, mas a condenação de restituição do indébito somente alcançaria a parte do pedido autoral em que se apóia na comprovação documental de pagamento do tributo. Todavia, a Primeira Seção desta Corte, nos EREsp. nº 953.369/PR e 918.636/PR, Rela. p/ acórdão Ministra ELIANA CALMON, julgados no dia 13.02.2008, firmou o entendimento no sentido de que haveria que se considerar a peculiaridade da demanda. Com efeito, tratando-se de ação de repetição de indébito de taxa de iluminação pública no Município de Londrina, observa-se que a demanda possui um aspecto social, manifestado pela pouca renda da população envolvida, que não pode ser desconsiderado. Destarte, neste caso, basta ao autor fazer prova da sua condição de contribuinte para ver sua pretensão atendida, tendo em conta o posicionamento do Supremo Tribunal Federal de inconstitucionalidade da exação, postergando-se para a fase de liquidação de sentença a quantificação do valor a ser restituído.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO

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Súmula do STF

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Executivo, observadas as eventuais compensações decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos pelos mesmos diplomas legais.

●STF RE-AgR 480361-SP330 (DJe 12.08.2008); STJ AgRg-REsp 1030810-RJ331 (DJe 25.08.2008)

673. O art. 125, § 4º, da Constituição, não impede a perda da graduação de militar mediante procedimento administrativo.

●STF AI-AgR 538543-MG332 (DJ 03.20.2006); STJ AgRg-RMS 22708-PE (12.03.2007)

674. A anistia prevista no art. 8º do ADCT não alcança os militares expulsos com base em legislação disciplinar ordinária, ainda que em razão de atos praticados por motivação política.

●STF AI 477933-SP333 (DJ 17.05.2007); STJ REsp 1073943-RJ (DJe 21.08.2008)

330 “2. Consistente o recurso. Não subsiste, deveras, o fundamento da decisão agravada. À hipótese, aplica-se, mutatis mutandis, a súmula 672: “O reajuste de 28,86%, concedido aos servidores militares pelas Leis nº 8622/1993 e 8627/1993, estende-se aos servidores civis do Poder Executivo, observadas as eventuais compensações decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos pelos mesmos diplomas legais.” 3. Do exposto, atendo ao agravo regimental e reconsidero a decisão de fl. 203, e com fundamento no art. 557, § 1º-A, do CPC, conheço do recurso extraordinário e dou-lhe parcial provimento para determinar a compensação entre os 28,86% pleiteados e o valor eventualmente pago a título de revisão geral de vencimentos.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 331 “2. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento segundo o qual incumbe à União a comprovação da efetiva implantação do reajuste de 28,86%, uma vez que esta possui o ônus de comprovar o adimplemento da obrigação objeto da execução, nos termos do art. 333, II, do CPC. 3. Do valor devido a título do reajuste de 28,86% não poderão ser compensados ou deduzidos eventuais aumentos concedidos aos servidores públicos em decorrência de evolução funcional. Inteligência do enunciado da Súmula 672/STF. Precedentes do STJ.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 332 “3. A competência conferida à Justiça Militar pelo art. 125, § 4º, da Constituição refere-se à perda de graduação como pena acessória criminal e não à sanção disciplinar administrativa. Súmula STF nº 673. 4. Agravo regimental improvido.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 333 “No julgamento do RE 123.511, Moreira, RTJ 139/297, ao acompanhar a jurisprudência do Tribunal no sentido de que a anistia concedida pelos arts. 4º da EC 25/85 e 8º do ADCT/88 só se aplica aos militares punidos por ato de exceção, institucionais ou complementares, e não aos expulsos, disciplinarmente, com base na legislação comum, ressaltei que: "... na instância ordinária, constituiu fato incontroverso que se tratou de punição por fatos de índole manifesta, notória e historicamente políticos. Como tive oportunidade de acentuar, em diversos precedentes da Turma, verdadeiramente lamento não encontrar base, quer na Emenda Constitucional 26, quer no superveniente Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 88, para manter a decisão recorrida. Continuo convencido de que a exclusão da anistia dos praças expulsos por motivação política, apenas porque, não sendo eles titulares de estabilidade, a punição não se precisou fundar em atos institucionais, bastando-lhe a legislação disciplinar, é patentemente iníqua. Mas a iniqüidade foi, entretanto, decisão consciente e inequívoca do Constituinte em ambos os diplomas, e não vejo, tratando-se de normas constitucionais, como nos seja dado corrigi-la." Esse

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675. Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição.

●STF AI-AgR 656944-MG (DJe 23.08.2007) e AI-AgR 468155-SP334 (DJ 21.05.2004)

676. A garantia da estabilidade provisória prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT, também se aplica ao suplente do cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA).

●STF AI-AgR 468155-SP (DJ 21.05.2004); STJ RE-EREsp-258890-RS (DJ 06.09.2004)

677. Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela observância do princípio da unicidade.

●STF ADI-MC 4130-DF335 (DJe 10.09.2008) entendimento foi consubstanciado na Súmula 674, verbis: [...] Provejo o agravo, que converto em recurso extraordinário (art. 544, §§ 3º e 4º, do C.Pr.Civil) e, desde logo, lhe dou provimento (art. 557, § 1º-A, do C.Pr.Civil), sem prejuízo de que o recorrido postule a anistia nos termos da superveniente L. 10.559/02 e determino a inversão dos ônus da sucumbência; fixados os honorários - salvo concessão de justiça gratuita - em 5% do valor da causa.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 334 “(1) A expressão 'ininterrupto' aplica-se a turnos, pois são eles que podem ser ininterruptos. Intraturno não há interrupção, mas suspensão ou, como nominado pela CLT, intervalo. A ininterrupção do texto constitucional diz com turnos entre si. Nada com as suspensões ou intervalos intraturnos. (2) São os turnos que devem ser ininterruptos e não o trabalho da empresa. Circunscreve-se a expressão "turno" aos segmentos das 24 horas, pelo que se tem como irrelevante a paralisação coletiva do trabalho aos domingos. O trabalhador, por texto constitucional, tem direito ao repouso semanal remunerado. Se a empresa, tendo em vista as condições operacionais de suas máquinas, pode paralisar no domingo, cumpre uma obrigação constitucional. Preferencialmente no domingo, diz a Constituição. (3) Consideram-se os intervalos, que são obrigações legais, como irrelevantes quanto à obrigação de ser o turno de 6:00 horas, quando (a) forem os turnos ininterruptos entre si, (b) houver revezamento e (c) não houver negociação coletiva da qual decorra situação diversa. Não é a duração do intervalo - se de 0:15 minutos, de uma ou de duas horas - que determina a duração da jornada. É o inverso. É a duração da jornada que determina o tamanho do intervalo: se de 0:15 minutos, de uma hora ou mais. (4). Recurso não conhecido." (RE 205.815, PLENO,DJ 02-10-98)” Relator NELSON JOBIM 335 “‘A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao interpretar a norma inscrita no art. 8º, I, da Carta Política - e tendo presentes as várias posições assumidas pelo magistério doutrinário (uma, que sustenta a suficiência do registro da entidade sindical no Registro Civil das Pessoas Jurídicas; outra, que se satisfaz com o registro personificador no Ministério do Trabalho e a última, que exige o duplo registro: no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, para efeito de aquisição da personalidade meramente civil, e no Ministério do Trabalho, para obtenção da personalidade sindical) -, firmou orientação no sentido de que não ofende o texto da Constituição a exigência de registro sindical no Ministério do Trabalho, órgão este que, sem prejuízo de regime diverso passível de instituição pelo legislador comum, ainda continua a ser o órgão estatal incumbido de atribuição normativa para proceder a efetivação do ato registral. Precedente: RTJ 147/868, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE. O registro sindical qualifica-se

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678. São inconstitucionais os incisos I e III do art. 7º da Lei 8.162/91, que afastam, para efeito de anuênio e de licença-prêmio, a contagem do tempo de serviço regido pela CLT dos servidores que passaram a submeter-se ao Regime Jurídico Único.

●STJ AR 945-PR336 (DJe 06.05.2008) 679. A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto

de convenção coletiva. ●STF AI 633998-RS337 (DJe 21.10.2008)

como ato administrativo essencialmente vinculado, devendo ser praticado pelo Ministro do Trabalho, mediante resolução fundamentada, sempre que, respeitado o postulado da unicidade sindical e observada a exigência de regularidade, autenticidade e representação, a entidade sindical interessada preencher, integralmente, os requisitos fixados pelo ordenamento positivo e por este considerados como necessários a formação dos organismos sindicais. CONFEDERAÇÃO SINDICAL - MODELO NORMATIVO. O sistema confederativo, peculiar a organização sindical brasileira, foi mantido em seus lineamentos essenciais e em sua estrutura básica pela Constituição promulgada em 1988. A norma inscrita no art. 535 da CLT - que foi integralmente recepcionada pela nova ordem constitucional - impõe, para efeito de configuração jurídico-legal das Confederações sindicais, que estas se organizem com o mínimo de três (3) Federações sindicais. Precedente: RTJ 137/82, Rel. Min. MOREIRA ALVES. O desatendimento dessa exigência legal mínima por qualquer Confederação importa em descaracterização de sua natureza sindical. Circunstância ocorrente na espécie. Conseqüente reconhecimento da ilegitimidade ativa ad causam da Autora’.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 336 “1. O Supremo Tribunal Federal e este Superior Tribunal de Justiça firmaram entendimento no sentido de que é válido o aproveitamento do tempo de serviço prestado pelos agentes públicos federais contratados pela CLT anteriormente à passagem ao regime jurídico único, para efeito de anuênios, por força do que dispõem os arts. 67 e 100 da Lei nº 8.112/90. 2. "A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme quanto ao cabimento da ação rescisória fundada no inciso V do artigo 485 do Código de Processo Civil, sempre que a decisão rescindenda encontrar suporte em norma declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, hipótese que exclui a incidência do enunciado nº 343 da Súmula do Pretório Excelso." (AR 1.287/RN, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJ 11/12/2006). 3. Pedido julgado procedente” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 337 “‘O Estado-membro não dispõe de legitimidade para interpor recurso em sede de controle normativo abstrato, ainda que a ação direta de inconstitucionalidade tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador, a quem assiste a prerrogativa legal de recorrer contra as decisões proferidas pelo Relator da causa (Lei nº 9.868/99, art. 4º, parágrafo único) ou, excepcionalmente, contra aquelas emanadas do próprio Plenário do Supremo Tribunal Federal (Lei nº 9.868/99, art. 26). NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. - Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva.' Não há, pois, o que prover quanto às alegações da parte agravante. 9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA

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Súmula do STF

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680. O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.

●STF RE 563271-SP338 (DJe 26.06.2008); STJ Ag 977880-RS339 (DJe 12.02.2008)

681. É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

●STF AI 633998-RS (DJe 21.10.2008); STJ REsp 627999-RJ (15.08.2005)

682. Não ofende a Constituição a correção monetária no pagamento com atraso dos vencimentos de servidores públicos.

●STF AO 1157-PI (DJ 16.03.2007); STJ REsp 415020-SP340 (DJe 29.08.2005)

683. O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

●STF AI 720259-MA (DJ 22.10.2008); STJ AgRg-RMS 23704-RO341 (DJe 04.08.2008)

338 “2. O acórdão recorrido reconheceu o vício de iniciativa da lei impugnada. Este fundamento não foi impugnado pelo recorrente, circunstância que inviabiliza o seguimento do extraordinário. Incide, no caso, a Súmula n. 283 do Supremo, segundo a qual “é inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles”. 3. Ademais, a orientação pacífica de ambas as Turmas deste Tribunal é no sentido de que o direito ao vale-refeição e ao auxílio-alimentação não se estende aos inativos e pensionistas, vez que se trata de verba indenizatória destinada a cobrir os custos de refeição devida exclusivamente ao servidor que se encontrar no exercício de suas funções, não se incorporando à remuneração nem aos proventos de aposentadoria.” Relator Ministro EROS GRAU 339 “‘Não se aplica aqui a Súmula n. 680 do STF, mencionada nas contra-razões pela Fundação porque se trata de parcelas distintas: O auxílio cesta alimentação buscado pela autora é parcela com caráter remuneratório; o auxílio alimentação de que trata a Súmula decorre do Programa de Amparo ao Trabalhador (PAT), e consiste em tíquetes para custeio de sua alimentação diária, obrigação da empregadora em fornecer alimentação ao trabalhador. Os abonos únicos, por sua vez, também possuem caráter remuneratório, pois nada mais são do que uma forma de reajuste salarial concedido aos ativos devendo ser, por isso, estendido aos inativos, porque assim foi estabelecido desde quando as caixinhas auxiliares da aposentadoria pública foram criadas.’ (fls. 166/166 vº). Para verificar a natureza do "abono único" e o cabimento da sua extensão aos inativos, seria necessário o exame do acordo coletivo que o instituiu e do estatuto, o que ensejaria o revolvimento de provas. Incidem as Súmulas 5 e 7.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 340 “2. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu no sentido de que, nos casos em que a Administração efetua pagamentos com atraso, o prazo prescricional para a cobrança da correção monetária devida tem como termo inicial a data do efetivo pagamento.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA

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Súmula do STF

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684. É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.

●STJ HD 91-DF342 (DJ 14.03.2007) 685. É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao

servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.

●STF MS-MC 27673-DF343 (DJe 09.12.2008); STJ RMS 21414-SP344 (DJe 04.08.2008)

341 “1. É constitucional e legal a disposição editalícia que fixa limites de idade mínimo e máximo para ingresso nas carreiras militares, em razão da atividade peculiar exercida por seus integrantes, desde que tal limitação esteja prevista em lei. Aplicação do enunciado da Súmula 683/STF. 2. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 342 “1. "O 'habeas data' configura remédio jurídico-processual, de natureza constitucional, que se destina a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em seu tríplice aspecto: (a) direito de acesso aos registros existentes; (b) direito de retificação dos registros errôneos e (c) direito de complementação dos registros insuficientes ou incompletos. – Trata-se de relevante instrumento de ativação da jurisdição constitucional das liberdades, que representa, no plano institucional, a mais expressiva reação jurídica do Estado às situações que lesem, efetiva ou potencialmente, os direitos fundamentais da pessoa, quaisquer que sejam as dimensões em que estes se projetem” (HD 75/DF, Rel. Ministro CELSO DE MELLO, Informativo STF 446, de 1º/11/2006). 2. A exceção ao direito às informações, inscrita na parte final do inciso XXXIII do art. 5º da Constituição Federal, contida na expressão "ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado", não deve preponderar sobre a regra albergada na primeira parte de tal preceito. Isso porque, embora a Lei 5.821/72, no parágrafo único de seu art. 26, classifique a documentação como sendo sigilosa, tanto quanto o faz o Decreto 1.319/94, não resulta de tais normas nada que indique estar a se prevenir risco à segurança da sociedade e do Estado, pressupostos indispensáveis à incidência da restrição constitucional em apreço, opondo-se ao particular, no caso o impetrante, o legítimo e natural direito de conhecer os respectivos documentos, que lastrearam, ainda que em parte, e, assim digo, porque deve existir, também, certo subjetivismo na avaliação, a negativa de sua matrícula em curso da Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica – ECEMAR, como alegado. 3. A publicidade constitui regra essencial, como resulta da Lei Fundamental, art. 5º, LX, quanto aos atos processuais; 37, caput, quanto aos princípios a serem observados pela Administração; seu § 1º, quanto à chamada publicidade institucional: 93, IX e X, quanto às decisões judiciais, inclusive administrativas, além de jurisprudência, inclusive a Súmula 684/STF, em sua compreensão. No caso, não há justificativa razoável a determinar a incidência da exceção (sigilo), em detrimento da regra. Aplicação, ademais, do princípio da razoabilidade ou proporcionalidade, como bem ponderado pelo órgão do Ministério Público Federal. 4. Ordem concedida.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 343 “MANDADO DE SEGURANÇA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS SEM CONCURSO PÚBLICO: APOSENTADORIAS IRREGULARES. DECISÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA DETERMINANDO EXONERAÇÃO E RETORNO ÀS ATIVIDADES. ALEGADA OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. LIMINAR DEFERIDA. VISTA AO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA. [...] 9. Conforme já ressaltei, em outra oportunidade, quanto à investidura em cargo público, “é matéria constitucionalmente tratada, condicionando-se a sua ocorrência válida à prévia aprovação em concurso público de provas e títulos sem qualquer nódoa, ressalvadas apenas as hipóteses previstas na Lei Fundamental. Mesmo para os

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Súmula do STF

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cargos nos quais o provimento seja comissionado, aquele Diploma Magno definiu alguns critérios intransponíveis para o legislador infraconstitucional. Qualquer ato de nomeação a configurar o provimento ou a investidura em descumprimento ao quanto constitucionalmente estabelecido configura vício jurídico inconvalidável. Cuidando-se de investidura de quem não disponha dos requisitos constitucional e legalmente definidos, tem-se a sua nulidade. Decorrendo ela, como em geral ocorre, de ato de nomeação ou de contratação em desacordo com o regramento jurídico, tem-se a nulidade igual desse cometimento, impondo-se, em conseqüência, a punição da autoridade que tenha dado causa ou praticado o ato maculado pela eiva de inconstitucionalidade ou de ilegalidade. A nulidade da investidura é ato do agente, até porque ele é comportamento do particular nomeado ou contratado, o qual tem pleno conhecimento de que se faz cúmplice da autoridade que tenha praticado o ato que ensejou o ingresso irregular no serviço público” (ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Princípios Constitucionais dos Servidores Públicos. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 220). Ademais, é pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto à indispensabilidade do concurso público, processo administrativo que “concretiza a igualdade de oportunidades administrativas e a impessoalidade na seleção do servidor, impedindo-se tanto a pessoalidade quanto a imoralidade administrativa” (Ob. citada, p. 201). Essa matéria, inclusive, é objeto da Súmula 685 do Supremo Tribunal Federal: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido". 10. Por outro lado, tem-se o argumento dos Impetrantes que informam que “em momento algum foram citados ou intimados para se defenderem” (fl. 18). As informações solicitadas ao Conselho Nacional de Justiça não esclareceram quanto a esse ponto (fls. 3255-3258). À época do julgamento dos procedimentos de controle administrativo, ou seja, 27.5.2008, o Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça dispunha: “Art. 98. O Relator determinará a oitiva da autoridade que praticou o ato impugnado e, por edital, dos eventuais beneficiários de seus efeitos, no prazo de quinze dias”. 11. Em 23.10.2008, no julgamento do Mandado de Segurança n. 25.962, Rel. Min. Marco Aurélio, o Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do artigo 98 do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça, sem pronúncia da nulidade do procedimento administrativo. Naquele julgamento “Entendeu-se que o art. 98 do [Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça], ao estabelecer que a intimação de partes interessadas em processos administrativos seja feita por edital, fixado em mural no átrio do Supremo, ofende o disposto no art. 5º, LV, da [Constituição da República], que assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, o direito ao contraditório e à ampla defesa. Ressaltou-se que, veiculada a classificação dos candidatos mediante edital, os impetrantes passaram a ter situação jurídica constituída que somente poderia ser afastada, presente o regular processo administrativo, se cientificados do pleito de irresignação de certos candidatos, para, querendo, oferecerem impugnação. Aduziu-se que, conhecidos os beneficiários do ato, deveria ocorrer a ciência respectiva, não podendo esta se verificar de forma ficta, ou seja, por edital. Esclareceu-se que os beneficiários do ato não teriam sequer conhecimento da existência do processo no CNJ, não lhes competindo acompanhar a vida administrativa deste último, inclusive o que lançado em edital cuja veiculação se mostrou estritamente interna. Assentou-se que se deveria conferir a eficácia própria ao art. 100 do [Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça] a preceituar a aplicabilidade, no que couber, da Lei 9.784/99 que prevê a necessária intimação dos interessados (artigos 3º, II; 26, §§ 3º e 4º, e 28)” (Informativo n. 525, pendente de publicação o inteiro teor do acórdão). 12. Na espécie dos autos, têm-se 194 servidores que alegam que, “em sua enorme maioria (....), jamais foram citados ou intimados para se defenderem” (fl. 3293) nos procedimentos administrativos do Conselho Nacional de Justiça e que continuam no desempenho de suas atividades no Tribunal de Justiça de Goiás. Nesse momento, dar concretude ao que decidido pelo Conselho Nacional de Justiça significaria

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contribuir para as dificuldades que o Poder Judiciário vivencia, como um todo, no desempenho de suas atribuições, com possibilidade de prejuízo à continuidade da prestação do serviço público de solução de conflitos. Nem se pode alegar que a manutenção, ainda que temporária, dos Impetrantes no desempenho de suas atribuições poderia ensejar a nulidade desses atos, porque o Supremo Tribunal Federal já se manifestou quanto à importância e à necessidade de se “(...) fazer preservar, em respeito aos postulados da confiança e da boa-fé dos cidadãos, da segurança jurídica e da aparência do Direito, a integridade dos atos praticados pelo funcionário de fato: ‘A declaração de insubsistência da nomeação de magistrado que haja participado de julgamento não implica a nulidade deste. Milita, a favor da administração pública, a presunção de legitimidade dos respectivos atos, sendo o magistrado considerado como servidor público de fato.’ (HC 71.834/RR, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma). Na realidade, a jurisprudência desta Corte Suprema tem advertido, no exame da controvérsia pertinente ao denominado servidor de fato, que, ‘Ainda que declarada a inconstitucionalidade da lei que permitiu a investidura de agentes do Executivo nas funções de Oficiais de Justiça, são válidos os atos por eles praticados’ (RDA 126/216, Rel. Min. ALIOMAR BALEEIRO - grifei). Esse entendimento jurisprudencial - é importante assinalar - nada mais reflete senão a orientação da doutrina (...), que reconhece, com fundamento na teoria da investidura aparente, ‘a legitimidade dos atos praticados por funcionários de fato’ (...)" (MS 26.914-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, DJ 17.10.2007). [...] 15. Pelo exposto, defiro a medida liminar, nos termos do art. 7º, inc. II, da Lei n. 1.533/1951, para determinar a suspensão dos efeitos da decisão do Conselho Nacional de Justiça nos Procedimentos de Controle Administrativo ns. 200710000014437, 200710000012131 e 200810000003262, até o julgamento final do presente Mandado de Segurança. Esta decisão tem natureza precária, e, como é óbvio e próprio destas medidas, não antecipa o julgamento final a se efetivar em tempo processualmente próprio, não se podendo alegar, a qualquer tempo, direito dela decorrente. O que por ela se garante é, única e exclusivamente, a persistência momentânea e precária das condições atuais dos servidores, que poderão ter a submissão, às inteiras, do que decidido pelo Egrégio Conselho Nacional de Justiça. É contrário ao direito brasileiro supor-se que a persistência da liminar gere direito, que não exista neste momento de seu deferimento. Nem se imagine que, a partir desta decisão, se credencie quem quer que seja a afirmar que a sua segurança jurídica decorrente da permanência no status funcional atual lhe adviria desta decisão. A questão está posta a exame deste Supremo Tribunal exatamente porque entendeu o digno órgão, aqui tido como coator, suscitado dúvidas que geraram a decisão agora questionada. De outra parte, essa decisão não significa a suspensão dos procedimentos para levantamento dos dados a serem apurados pelo Tribunal de Justiça de Goiás, nos termos do que solicitado pelo seu Presidente, em cumprimento à decisão do Conselho Nacional de Justiça.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 344 “I - É possível à Administração Municipal, a míngua de regulamentação específica no âmbito municipal, adotar a Lei Estadual nº 10.177/98, que dispõe sobre o procedimento administrativo na esfera estadual. II - Entendimento pacificado no âmbito do c. Superior Tribunal de Justiça de que o artigo 54 da Lei nº 9.784/99 não tem aplicação retroativa (princípio da irretroatividade das leis). Esse mesmo raciocínio deve ser aplicado ao artigo 10, I, da Lei Estadual nº 10.177/98, que fixa prazo decadencial de 10 (dez) anos para a Administração Pública rever os seus próprios atos. Na espécie, considerada a data de edição das referidas leis e o ato do e. Tribunal de Contas Municipal que determinou a revisão das aposentadorias, publicado no Diário Oficial do Município em 8/8/2003, de todo modo, não teria se verificado a decadência. III - É legal o ato administrativo que, com base em determinação do e. Tribunal de Contas Municipal, suspende o pagamento de parcela dos proventos de aposentadoria, incorporada já na vigência da Constituição Federal, em desacordo com o texto constitucional. In casu, servidores ascenderam a carreira de nível mais elevado ao daquele cargo em que ingressaram, em ofensa clara ao princípio do concurso público (art. 37, II, CF; Súmula 685/STF) IV - Ademais, verifica-se na

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686. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

●STF RE 584900-MG345 (DJe 24.09.2008); STJ Ag 1055768-PA (03.10.2008)

687. A revisão de que trata o art. 58 do ADCT não se aplica aos benefícios previdenciários concedidos após a promulgação da Constituição de 1988.

●STF RE-AgR 467212-RJ (DJe 30.10.2008); STJ Ag 687962-RJ (DJe 09.12.2008)

688. É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.

●STF AI-Agr 648023-SP (DJe 18.09.2008); STJ AgRg-REsp 895589-SC346 (DJe 19.09.2008)

689. O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo federal do seu domicílio ou nas varas federais da Capital do Estado-Membro.

►Segundo o entendimento predominante dos juízes federais reunidos no V FONAJEF (agosto/2008), o fenômeno da interiorização da Justiça

hipótese a possibilidade de a reparação ao erário tornar-se onerosa, senão impossível, uma vez que os proventos continuariam a ser percebidos de boa-fé pelo servidor (art. 60 da Lei Estadual nº 10.177/98). V - Ressalte-se, ainda, que, apesar da suspensão imediata do pagamento, no mesmo ato, foi oportunizado o contraditório aos recorrentes. Recurso ordinário parcialmente conhecido e, nessa extensão, desprovido.” Relator Ministro FELIX FISCHER 345 “6 . Correto o entendimento do Tribunal mineiro ao enfatizar ‘a importância do exame psicológico na formação de soldados, pois decerto que o conhecimento do perfil psicológico dos mesmos interessa a toda a sociedade, que clama por uma segurança efetiva realizada por policiais preparados ao desempenho da função’ (fl. 292). O relatório da Apelação Cível recorrida é expresso ao mencionar excerto do edital que prevê exames psicológicos e descreve que estes ‘serão realizados sob a responsabilidade e orientação do Centro de Recrutamento e Seleção (CRS), de acordo com as normas e parâmetros aplicáveis’ (fl. 291). Dessa forma, ainda que previsto o exame psicotécnico em lei , os candidatos ao concurso público devem, antecipadamente, conhecer um grau mínimo de objetividade a ser aplicada , e não ‘normas e parâmetros aplicáveis’, que trazem grau de generalidade que não se admite no conjunto de métodos psicológicos a aferir a sanidade mental de candidato a concurso público, sob pena de afronta ao princípio da publicidade (art. 37, caput , da Constituição da República).” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 346 “1. É firme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido da inexigibilidade da contribuição previdenciária sobre os valores percebidos pelos servidores públicos a título de função comissionada. 2. Definida a natureza jurídica da gratificação natalina como sendo de caráter salarial, sua integração ao salário de contribuição para efeitos previdenciários é legal, não se podendo, pois, eximir-se da obrigação tributária em questão. 3. "A verba decorrente de horas extraordinárias, inclusive quando viabilizada por acordo coletivo, tem caráter remuneratório e configura acréscimo patrimonial, incidindo, pois, Imposto de Renda." (EREsp 695.499/RJ, DJ 29.9.2007, Rel. Min. Herman Benjamin). Agravo regimental parcialmente provido.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS

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Súmula do STF

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Federal ultrapassou o entendimento preconizado nesse verbete. Entendem presente burla ao princípio do Juiz Natural o segurado ter a faculdade de escolher o juiz. Por tal razão, foi aprovado o cancelamento do enunciado nº 23 que preconizava: “Nas ações de natureza previdenciária e assistencial, a competência é concorrente entre o Juizado Especial Federal da Subseção Judiciária e o da sede da Seção Judiciária (art. 109, § 3º, da CF/88 e Súmula 689 do STF).” ●STF RE-AgR 341756-RS (DJ 01.07.2005); STJ CC87962-RJ347 (DJe 29.04.2008)

690. Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de “habeas corpus” contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais.

►Merece cancelamento, diante da reformulação jurisprudencial ocorrida no julgamento do HC 86834-SP (DJ 09.03.2007), quando ficou assentado que compete aos Tribunais de Justiça estaduais, e não ao Supremo Tribunal Federal, o julgamento das ações de habeas corpus impetradas contra atos decisórios das Turmas Recursais integrantes do sistema dos Juizados Especiais. ●STF HC 94313-MG348 (DJe 22.04.2008); STJ HC 77798-RJ (DJ 25.06.2007)

691. Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de “habeas corpus” impetrado contra decisão do relator que, em “habeas corpus” requerido a tribunal superior, indefere a liminar.

►Merece cancelamento. Ser ou não liminar monocrática não altera o fato de que pode tratar-se de ilegal decisão restritiva do direito de liberdade, garantia fundamental do cidadão que deve preponderar. Ademais, segundo bem observado pelo Ministro CEZAR PELUSO, o

347 “1. O segurado pode ajuizar ação contra a Instituição Previdenciária perante o Juízo Federal do seu domicílio ou em qualquer das Varas Federais da Capital do Estado-Membro, a teor da Súmula 689/STF. 2. Nessa hipótese, trata-se de competência territorial relativa, que não pode, portanto, ser declinada de ofício, nos termos do art. 112 e 114 do CPC e do enunciado da Súmula 33/STJ. 3. Conflito de Competência conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da 35ª Vara da Seção Judiciária do Rio de Janeiro para processar e julgar a presente demanda, não obstante o parecer do MPF.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 348 “Ocorre que o Supremo Tribunal Federal não é competente para processar e julgar habeas corpus impetrado contra ato da autoridade indicada como coatora, não tendo o paciente foro privilegiado nesta Suprema Corte (art. 102, inciso I, alíneas “d” e “i”, da Constituição Federal). Anote-se, que este Supremo Tribunal, em julgamento plenário do HC nº 86.834/SP, DJ de 9/3/07, que implicou no cancelamento da Súmula nº 690/STF, firmou entendimento no sentido de que a competência para processar e julgar habeas corpus no qual figure, como autoridade coatora, Turma Recursal dos Juizados Especiais Criminais, é do Tribunal de Justiça local.” Relator Ministro MENEZES DIREITO

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Súmula do STF

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verbete peca por vício de lógica: “O Tribunal se vê na obrigação de admitir o exame prévio do mérito, para, depois, afirmar a admissibilidade do recurso” (AgRg-HC 89025-3 SP). O enunciado tem tido aplicação mitigada no STF. ●STF HC-MC 97173-SP349 (DJe 18.12.2008); STJ HC 110534-SP350 (DJe 13.10.2008)

692. Não se conhece de “habeas corpus” contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.

●STF HC 95134-DF (DJe 24.11.2008) e HC 96105-SC (DJe 24.11.2008)

693. Não cabe “habeas corpus” contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

●STF HC 89441-SP (DJ 28.08.2006); STJ HC 83015-SP351 (DJ 05.11.2007)

349 “8. Feito este breve relato da causa, decido. Fazendo-o, acentuo que é pacífica a jurisprudência deste STF no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o julgamento definitivo do writ anteriormente impetrado (cf. HC 79.776, Rel. Min. Moreira Alves; HC 76.347-QO, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.238, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.748, Rel. Min. Celso de Mello; e HC 79.775, Rel. Min. Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que foi sumulada no verbete nº 691, segundo o qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”. 9. Não menos certo é que esse entendimento jurisprudencial comporta relativização, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). 10. No caso, tenho como presentes os requisitos para o deferimento da medida cautelar, não obstante o enunciado da Súmula 691/STF. Motivo pelo qual defiro a liminar requestada. O que faço para suspender o julgamento da Apelação 990.08.002748-4 pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, até o julgamento final deste writ (cujo mérito se restringe à demora na prestação jurisdicional no Superior Tribunal de Justiça). Oportunidade em que farei um mais detido exame da causa.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 350 “1. Esta Corte Superior assentou o entendimento de que a decisão do Tribunal de origem que indefere medida liminar pleiteada em habeas corpus não pode ser atacada no Superior Tribunal de Justiça por meio de outro writ. 2. "Incide a vedação da Súmula nº 691/STF, nesta Corte, quando o habeas corpus, relativo à prisão civil decorrente de alienação fiduciária, atacar o indeferimento de liminar em outro writ pelo Tribunal local." (HC 58.339/SP, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 09.08.2006) 3. O habeas corpus deve limitar-se à apreciação da legalidade ou não do decreto de prisão, não se revelando instrumento hábil para o exame aprofundado de provas e verificação de justificativas fáticas apresentadas pelo paciente. 4. Habeas corpus não conhecido.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS 351 “I - Não se presta a via do habeas corpus para a apreciação de questões que não digam respeito a eventual violação à liberdade de locomoção do indivíduo, como no caso dos autos, em que se requer a anulação de processo em que o paciente foi condenado, por sentença transitada em julgado, unicamente ao pagamento de multa, que não pode ser convertida em pena privativa de liberdade. (Súmula nº 693/STF e Precedentes). II - Ademais, na linha dos

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694. Não cabe “habeas corpus” contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.

●STF HC 94920-CE352 (DJe 23.06.2008); STJ HC 66091-RN353 (DJ 03.12.2007)

695. Não cabe “habeas corpus” quando já extinta a pena privativa de liberdade.

●STF HC 91079-SP354 (DJe 16.08.2007); STJ Pet-HC 94490-SP355 (DJe 04.08.2008)

precedentes desta Corte e do Pretório Excelso, fica prejudicado o pleito à suspensão condicional do processo se já foi proferida a sentença penal condenatória, notadamente quando tal decisão já transitou em julgado. Writ não conhecido.” Relator Ministro FELIX FISCHER 352 “O impetrante alega que a decisão do Superior Tribunal de Justiça que indeferiu liminarmente a inicial do Habeas Corpus nº105699, está eivada de ilegalidade na medida em que o habeas lá impetrado não se insurgia contra o mérito da decisão do TJCE, mas sim contra suposta nulidade decorrente do fato de não ter o paciente sido conduzido à sessão do julgamento. O presente habeas corpus não deve ser conhecido. O verbete nº 694 da Súmula desta Corte, mencionado pela eminente ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do HC nº 105.699-CE, é claro ao asseverar que não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda da patente ou de função pública. Embora a impetração não aborde o mérito da decisão acerca da perda da patente ou da função publica do paciente, o fato é que a suposta nulidade alegada refere-se unicamente ao processo de Perda da Patente ou Posto de Oficialato nº 2007.0019.5455-3/0-Comarca de Fortaleza, não produzindo efeito direto sobre a liberdade de locomoção do paciente. Com efeito, a transferência do paciente de um estabelecimento penal militar, para um estabelecimento penal civil, por si só, não se constitui em ofensa à sua liberdade de locomoção. Ademais, enquanto o paciente estiver submetido à prisão cautelar, mesmo nas dependências de estabelecimento penal civil, continuará a gozar do benefício da prisão especial, nos termos dos §§ 1º a 5º do artigo 295 do Código de Processo Penal. É o que se depreende manifestação formulada pelo Ministério Público do Estado do Ceará nos autos do Processo Penal ao qual o paciente responde pela suposta infração ao art. 121, §2º, II, c/c, art. 29 do Código Penal: “ O Ministério Público, através do Promotor de Justiça que subscreve, no uso de suas atribuições legais, vem requerer que seja determinada a dispensa da testemunha arrolada pela Defesa HORÁCIO CARLOS DE ALMEIDA, bem como que o acusado DANIEL GOMES BEZERRA, já qualificado nos autos, seja transferido para um presídio comum em razão de haver sido excluído dos quadros da Polícia Militar do Estado do Ceará. Para fundamentar juridicamente o pedido passa a expor as razões que se seguem. (...) Em função da explanação apresentada, vem o Ministério Público requerer que seja determinada a transferência do acusado para uma prisão comum, pois mesmo sendo ele detentor de diploma de nível superior não tem direito a prisão especial em estabelecimento militar. Mesmo verificando-se a situação de não ser possível a manutenção do acusado em presídio militar, reiteramos que sejam observadas as normas dos art. 295, §§1º a 5º do CPP.”(fls. 12-15) Do exposto, nego seguimento ao presente habeas corpus, em face da sua manifesta inadmissibilidade (RISTF §1º, art. 21).” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 353 “1. A ação de Habeas Corpus não é instrumento idôneo para declarar a nulidade de procedimento administrativo que decreta a perda do cargo e da patente de Policial Militar, por indignidade para o Oficialato, em razão de condenação anterior por crime de homicídio duplamente qualificado, uma vez que não há ofensa à liberdade de locomoção.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

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Súmula do STF

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696. Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.

●STF RE 514529-SP356 (DJ 28.06.2007); STJ HC 84608-SP357 (DJe 12.05.2008)

354 “1. Declarada extinta a pena em razão do seu integral cumprimento, não há se falar de constrangimento à liberdade de locomoção do Paciente a ser protegido pela garantia constitucional do habeas corpus: Incidência da Súmula 695 deste Supremo Tribunal Federal ("Não cabe 'habeas corpus' quando já extinta a pena privativa de liberdade"). Precedentes. 2. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal não admite a impetração de habeas corpus como sucedâneo de recurso ou revisão criminal. Precedentes. 3. Habeas corpus não conhecido.” Relatora Ministra CÁRMEM LÚCIA 355 “1. Não obstante a jurisprudência deste Tribunal Superior no sentido de que a inobservância do rito procedimental previsto no art. 38 da Lei 10.409/2002 implica em nulidade absoluta do processo, a teor da Súmula 695 do Supremo Tribunal Federal, inviável o seu reconhecimento na via do habeas corpus, quando já extinta a sanção privativa de liberdade pelo seu total cumprimento. 2. Writ não conhecido.” Relator Ministro JORGE MUSSI 356 “4. Razão assiste ao Recorrente. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 468.161, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, o Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a transação penal homologada em audiência realizada sem a presença do Ministério Público ofende o art. 129, inc. I da Constituição da República. Tem-se daquele julgado: "Transação penal homologada em audiência realizada sem a presença do Ministério Público: nulidade: violação do art. 129, I, da Constituição Federal. 1. É da jurisprudência do Supremo Tribunal - que a fundamentação do leading case da Súmula 696 evidencia: HC 75.343, 12.11.97, Pertence, RTJ 177/1293 -, que a imprescindibilidade do assentimento do Ministério Público quer à suspensão condicional do processo, quer à transação penal, está conectada estreitamente à titularidade da ação penal pública, que a Constituição lhe confiou privativamente (CF, art. 129, I). 2. Daí que a transação penal - bem como a suspensão condicional do processo - pressupõe o acordo entre as partes, cuja iniciativa da proposta, na ação penal pública, é do Ministério Público" (RE 468.161, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 14.3.2006). Confira-se, ainda sobre o tema, excerto do voto do eminente Ministro Néri da Silveira no julgamento do Recurso Extraordinário n. 296.185: "De fato, o MP é o titular da ação penal pública incondicionada. A lei reserva ao MP a iniciativa de propor a transação com a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas a ser especificada na proposta. Se aceita pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz, a teor do art. 76 e seu § 3º, da Lei nº 9.099/95. Acolhendo a proposta do MP, aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, consoante o § 4º do mesmo art. 76. Bem de ver, assim, que não se reserva, aí, espaço a transação sem participação do MP. Procedem as razões do recurso..." (RE 296.185, Rel. Min. Neri da Silveira, DJ 22.2.2002). 5. Pelo exposto, dou provimento ao Recurso Extraordinário (art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), para cassar acórdão impugnado e determinar a remessa dos autos ao juízo da Comarca de Apiaí-SP, permitindo ao órgão ministerial oficiante a análise sobre a possibilidade de oferecimento de proposta de transação penal, se ainda não extinta a punibilidade, a ser verificada naquele Juízo.” Relatora Ministra CÁRMEM LÚCIA 357 “1. Para efeito da suspensão condicional do processo, é de ser considerada a causa de diminuição da pena prevista no art. 14, II do CPB (crime tentado), aplicando-se, neste caso, a redução máxima (2/3) a fim de averiguar a pena mínima em abstrato. 2. Em que pese já haver sentença penal condenatória, não é de se considerar preclusa a alegação defensiva; primeiro

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Súmula do STF

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697. A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.

●STF HC-MC 93912-SP358 (DJe 03.03.2008); STJ HC 99823-SP359 (DJe 06.10.2008)

698. Não se estende aos demais crimes hediondos a admissibilidade de progressão no regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura.

►Merece cancelamento. O enunciado está desconforme não só com o entendimento jurisprudencial reformulado pelo STF em 2006 (HC 82959-SP, Relator Min. MARCO AURÉLIO, DJ 01.09.2006), como também com a própria Lei 8.072/90, com a nova redação do art. 2º, introduzida pela Lei 11464/2007: “Art. 2º Os crimes hediondos, a

porque o não oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo foi impugnado desde o começo da ação; segundo, verificou-se, posteriormente, serem infundados os argumentos utilizados pelo representante do Parquet. 3. Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal (Súmula 696/STF). 4. Ordem concedida, para desconstituir a sentença condenatória e determinar a remessa dos autos ao Procurador-Geral, nos termos do art. 28 do CPP, em conformidade com o parecer ministerial.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 358 “O indiciado ou o réu, quando configurado excesso irrazoável na duração de sua prisão cautelar, não podem permanecer expostos a tal situação de evidente abusividade, ainda que se cuide de pessoas acusadas da suposta prática de crime hediondo (Súmula 697/STF), sob pena de o instrumento processual da tutela cautelar penal transmudar-se, mediante subversão dos fins que o legitimam, em inaceitável (e inconstitucional) meio de antecipação executória da própria sanção penal. Precedentes.” (RTJ 195/212-213, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) As informações oficiais existentes nos autos tornam evidente que a não-apresentação do paciente, que está preso, em diversas audiências (Apenso, fls. 83, 89, 99, 104 e 122) decorreu de falta de escolta militar (que deveria ter sido providenciada pelo Estado), e não de ato protelatório da defesa. Sendo assim, em face das razões expostas, defiro o pedido de medida liminar, em ordem a determinar a imediata soltura do ora paciente, se por al não estiver preso, relativamente à Ação Penal nº 197.01.2006.002597-5, em tramitação perante a 1ª Vara Criminal da comarca de Francisco Morato/SP. A presente medida liminar não impede o normal prosseguimento da Ação Penal nº 197.01.2006.002597-5.” Relator Ministro CELSO DE MELLO 359 “1. É vedada a concessão de soltura clausulada a réu preso em flagrante pelo cometimento do crime de tráfico de entorpecentes, em atenção à regra do art. 44 da Lei de Tóxicos. AÇÃO PENAL. EXCESSO DE PRAZO. INSTRUÇÃO PROCESSUAL FINDA. EXAME DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA. AGUARDO DE MANIFESTAÇÃO DA DEFESA. IMINÊNCIA DA SENTENÇA. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. 1. O prazo para a formação da culpa não é peremptório, podendo ser dilatado, em atenção ao princípio da razoabilidade e dentro de seus limites, de acordo com as peculiaridades do caso concreto. 2. Não se pode falar em coação ilegal decorrente da demora processual quando o processo crime a que responde o paciente está na iminência de ser sentenciado, aguardando-se tão-somente a manifestação da defesa quanto ao incidente de dependência toxicológica. 3. Ordem denegada.” Relator Ministro JORGE MUSSI

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Súmula do STF

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prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; II - fiança. § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. § 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.” ●STF AI 705702-SP360 (DJe 17.06.2008); STJ HC 92904-RS361 (DJe 29.09.2008)

699. O prazo para interposição de agravo, em processo penal, é de cinco dias, de acordo com a Lei 8.038/90, não se aplicando o disposto a respeito nas alterações da Lei 8.950/94 ao Código de Processo Civil.

●STF HC-AgR 96127-GO362 (DJe 04.11.2008); STJ AgRg-Ag 990349-RS363 (DJe 01.09.2008)

360 “Conflita com a garantia da individualização da pena - artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal - a imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente fechado. Nova inteligência do princípio da individualização da pena, em evolução jurisprudencial, assentada a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.” Ademais, observo que a questão foi superada pela edição da Lei n° 11.464, DOU de 29.03.2007, que deu nova redação ao art. 2°, § 1°, da Lei n° 8.072/90, para determinar que a pena por crime hediondo será cumprida inicialmente, e não mais integralmente, em regime fechado. 5. Isto posto, nos termos do que decidiu a Primeira Turma, em 07.03.2006, na apreciação da Questão de Ordem por mim suscitada no julgamento do HC nº 86.224 (Rel. Min. CARLOS BRITTO), concedo a ordem de ofício e determino o afastamento do óbice representado pelo § 1o do art. 2o da Lei nº 8.072/90, declarado inconstitucional, sem prejuízo da apreciação, in casu, pelo magistrado competente, nos termos do art. 66, inc. III, alínea b, da LEP, dos demais requisitos de admissibilidade de progressão de regime prisional.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 361 “Tráfico de entorpecentes (crime equiparado a hediondo). Pena privativa de liberdade (regime inicial). Substituição da pena (possibilidade). Art. 44 do Cód. Penal (incidência). 1. A capitulação do crime como equiparado a hediondo, por si só, não impede a fixação de regime menos rigoroso. 2. O Superior Tribunal já decidiu que não são incompatíveis a disciplina da Lei nº 8.072/90 e o disposto no Cód. Penal, art. 44. 3. Na hipótese, foi a pena definitivamente fixada abaixo do mínimo legal, daí que nada há que impeça a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. 4. Ordem concedida, de um lado, para se fixar o regime aberto, de outro, para se proceder à substituição conforme critério do Juiz da execução.” Relator Ministro NILSON NAVES 362 “O entendimento consagrado nesta Casa é de que a intimação nos Tribunais Superiores se dá, em regra, por meio de publicação na imprensa oficial. Nesse sentido, o AI-AgR 601.642, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, cujo decisum restou assim ementado: ‘I. Agravo de instrumento, em matéria criminal: intempestividade: incidência da Súmula 699 (‘O prazo para interposição de

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Súmula do STF

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700. É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal.

►O enunciado reafirma o disposto no art. 586 do CPP, afastando a nova disciplina legal do agravo prevista no CPC. ●STF RHC 80563-MG (DJ 02.03.2001); STJ HC 043056-MG (DJ 27.04.2005)

701. No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.

►Merece cancelamento. Conquanto predomine na doutrina e jurisprudência brasileira entendimento na linha do enunciado, é tecnicamente inviável a formação de litisconsórcio passivo em mandado de segurança, por tratar-se de ação judicial atípica, sem réu, menos ainda, pluralidade de réus. Ainda que impetrado contra ato jurisdicional criminal não se transmuta em sucedâneo recursal, e não perde sua natureza de ação civil constitucional. Como cediço, o juiz impetrado não é réu, sendo estreme de dúvida que litisconsórcio passivo necessário só se dá entre réus (art. 47, CPC). ►O controverso entendimento decorreu da interpretação do art. 19 da revogada Lei 1.533/51, que dispunha: “Aplicam-se ao processo do mandado de segurança os artigos do Código de Processo Civil que regulam o litisconsórcio”, norma voltada à possibilidade de diversas pessoas prejudicadas por um mesmo ato ilegal, comissivo ou omissivo, praticado por autoridade, formarem litisconsórcio ativo para fins de impugnação de tal ato, hipótese em que deverão ser aplicadas as disposições do CPC pertinentes ao referido instituto. A regra foi reproduzida na atual LMS (n° 12016 de 7 de agosto de 2009): “Art. 24.

agravo em processo penal, é de cinco dias, de acordo com a Lei 8.038/90, não se aplicando o disposto a respeito nas alterações da Lei 8.950/94 ao Código de Processo Civil’). II. Intimação: é da jurisprudência do Supremo Tribunal que, regra geral, da qual o caso não é exceção, nas instâncias superiores a intimação é feita pela publicação na imprensa oficial: precedentes. III. Agravo de instrumento: traslado deficiente: ausência de peça que demonstre a data da efetiva circulação do Diário da Justiça, como se alega, cuja comprovação é ônus exclusivo do agravante, quando da formação do instrumento do agravo. IV. Prazo: termo inicial: não há como considerar a data da intimação pessoal do defensor, se, além de só alegada e comprovada no agravo regimental, é posterior à interposição do agravo de instrumento, o que faz prova inequívoca da prévia ciência pela advogada da decisão então agravada’.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 363 “2. Em se tratando de matéria criminal, o prazo para a interposição de Agravo de Instrumento contra decisão denegatória de Recurso Especial é de 5 dias, de acordo com o art. 28, caput da Lei 8.038/90. 3. De acordo com o art. 544, § 1º do CPC, não se conhece do Agravo cujo instrumento não contém as peças obrigatórias a que alude o mencionado dispositivo.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

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Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.” ►Em relação à ação mandamental, cuja natureza é civil, os acusados na ação penal podem ostentar a condição de autores ou terceiros. Como terceiros interessados (art. 50, CPC), poderiam, em tese, ingressar na lide como assistentes simples, contudo o rito sumário e especial do mandamus não admite tal espécie de intervenção. ►Nesse sentido, observa o prof. LÚCIO SANTORO DE CONSTANTINO: “Ora, sendo a ação de mandado de segurança de natureza predominantemente mandamental, com procedimento sumaríssimo, conectada com questão líquida e certa, o que delimita o acional, a inexistência de controvérsia é evidente. Desta forma, curiosa a afirmação sobre possibilidade de intervenção de terceiros em ação mandamus que não conta com o contraditório.” (in ‘RECURSOS CRIMINAIS, SUCEDÂNEOS RECURSAIS CRIMINAIS E AÇÕES IMPUGNATIVAS AUTÔNOMAS CRIMINAIS’, 3ª ed. revista, atualizada e ampliada, Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007. ●STJ HC 60637-RJ364 (DJe 23.06.2008)

702. A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.

●STF Rcl-MC 6383-SP (DJe 27.08.2008); STJ HC 86218-DF365 (DJ 19.11.2007)

703. A extinção do mandato do Prefeito não impede a pela prática dos crimes previstos no art. 1º do DL 201/67.

●STF Rcl-MC 6383-SP (DJe 27.08.2008)

364 “Depreende-se das informações complementares enviadas pelo Tribunal de origem que o mandado de segurança em comento foi recebido, processado e julgado sem que tenha sido realizada a citação dos réus. [...] Dessa forma, resta evidenciada a afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, razão pela qual o processo deve ser declarado nulo, a teor da Súmula 701 do Supremo Tribunal Federal, verbis : [...] Ante o exposto, concedo parcialmente a ordem para, ressalvado o direito de ação, já que exercido oportunamente, anular o processo (MS 72/05-78) desde o início, condicionando o novo e regular processamento à citação dos réus, conforme já devidamente postulado na exordial.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 365 “1 - Tendo em vista que o foro por prerrogativa de função visa a proteger o cargo e não seu ocupante eventual, aquele sim a ser amparado pela garantia legal, e tratando-se de delitos da alçada da Justiça Federal, a competência é do Tribunal Federal com jurisdição sobre a unidade da Federação onde o cargo com prerrogativa de foro é exercido. 2 - O Secretário de Estado em Pernambuco, que praticou crime no Distrito Federal em detrimento de bens ou interesse da União, deve ser processado e julgado pelo Tribunal Federal da 5ª Região. 3 - Habeas corpus concedido.” Relator Ministro PAULO GALLOTTI

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Súmula do STF

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704. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.

●STF HC-MC 96667-MT366 (DJe 20.11.2008); STJ QO-APn 331-PI367 (DJe 18.08.2008)

705. A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.

●STF HC-MC 92536-GO368 (DJe 01.10.2007); STJ HC 96001-SP369 (DJe 24.03.2008)

366 “2. Não é caso de liminar. A Segunda Turma desta Corte tem decidido, conforme bem exposto pelo acórdão impugnado, que carece interesse jurídico ao postulante a ver-se processado perante órgão jurisdicional inferior. Afirmei, nesse sentido, quando do julgamento do HC nº 91.437 (Rel. Min. CEZAR PELUSO, LEX-JSTF 351/387), o quanto segue: “Se a jurisdição especial, por prerrogativa de função, do Superior Tribunal de Justiça, é garantia constitucional de mais justo julgamento em relação ao Tribunal de Justiça, então vê-se, logo, que o paciente não tem, sob nenhum argumento nem pretexto, interesse jurídico em renunciar a esse favor constitucional - ainda que a prerrogativa tenha sido ditada por regra de conexão incontroversa, invocável no caso. A prerrogativa, não instituída no interesse pessoal do ocupante do cargo, mas no interesse público de seu bom exercício, integra os predicados objetivos do devido processo legal, de sorte que o paciente não tem como nem por onde renunciar a tal direito, para ser julgado por órgão de menor categoria. Ademais, outro entendimento tornaria inconstitucionais, por ofensa à garantia do juízo natural, que compõe o princípio do due process of law, todas as normas que, com exceção das regras constitucionais originárias ou primárias, prevêem foro especial por prerrogativa de função, pois sempre poderiam os titulares dos cargos ou funções alegar que seu juiz natural haveria de ser o órgão que, de menor categoria, fora o competente para julgá-los, se não existissem ou não fossem válidas as normas - inclusive as constitucionais derivadas - que lhes asseguram tal prerrogativa processual, que se não confunde com privilégio. A prerrogativa concerne ao cargo e, como tal, é irrenunciável”. Além disso, não vejo, a princípio, condições de se verificar a conveniência da separação dos processos relativos ao paciente e aos outros denunciados, incluindo aquele submisso à competência penal originária daquela Corte. Em tal sentido, é o que colho do acórdão impugnado: “No caso concreto, não é possível vislumbrar, pelo menos nesse momento, em que sequer ocorreu o juízo de recebimento da denúncia, razões suficientes para se proceder ao desmembramento das ações. Ainda não há número definitivo de réus estabelecido, nem se procedeu à verificação das provas que fundamentam a denúncia, podendo-se presumir, nesse momento, que a celeridade decorrerá da manutenção da reunião do julgamento” (fl. 87). Por fim, o deferimento do quanto requerido teria caráter satisfativo, que não quadra a decisão liminar. 3. Ante ao exposto, indefiro a liminar.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 367 “I - O Superior Tribunal de Justiça é competente para julgar Promotor de Justiça em crimes conexos com os praticados por Desembargador. II - Não se configura excesso de prazo, quando a demora no julgamento da ação penal é plenamente justificada pelas peculiaridades do caso, como a complexidade dos fatos, elevado número de réus e atitudes protelatórias da defesa.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR 368 “Decido. Trata-se de paciente condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pela prática de latrocínio (fls. 44 a 50). O termo de apelação foi apresentado em 4/7/05 (fl. 16), mas, como no dia 13/10/05 ainda não houvessem sido colacionadas as razões respectivas, o

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706. É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.

●STF HC 93177-BA370 (DJe 31.07.2008); STJ EDcl-EDcl-REsp 703953-GO371 (DJe 29.09.2008)

Desembargador Relator determinou a intimação do paciente "para cientificá-lo da desídia de sua defensora e ensejar-lhe a oportunidade da constituição de novo advogado para a apresentação das razões do recurso de apelação, ou havendo omissão de sua parte, seja-lhe nomeado defensor dativo" (fl. 17). No dia 15/12/05, a então advogada do paciente, atravessou a petição de fls. 18/19, datada de 1º/12/05, comunicando que não apresentara as razões de apelação porque o seu cliente havia "desistido do recurso". Essa petição fez-se acompanhar de uma declaração assinada pelo réu (fl. 20), datada de 13/12/05. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás homologou o pedido, afirmando, na oportunidade, a irretratabilidade da desistência manifestada pelo réu em termo próprio e com a assistência de procurador munido de poderes especiais, regularmente constituído (fls. 25 a 27). No habeas corpus que se seguiu (fls. 11 a 15), alegou-se a invalidade do pedido de desistência, porque o réu não teria querido verdadeiramente desistir do apelo e, ainda, a nulidade do processo porque colidentes as defesas apresentadas em benefício do paciente e de outro co-réu, pela mesma advogada. O Superior Tribunal de Justiça denegou a ordem. Asseverou que o pedido de desistência era regular e assumiu, expressamente, que a defensora agira em conformidade com o desejo expresso do réu. Não enfrentou de forma direta, porém, o argüido conflito entre as defesas dos co-réus Marcelo e Emerson formuladas pela advogada comum. No caso dos autos não consta cópia da defesa prévia e, a partir das alegações finais de defesa que se tem reproduzidas às fls. 65 a 76, não é possível extrair, ao menos neste juízo de cognição sumária, uma conclusão afirmativa sobre a existência da alegada nulidade. Ressalte-se que o impetrante não indica nas razões do writ em que consistiria essa contradição, o que, nos termos da jurisprudência desta Corte, seria imprescindível para o reconhecimento da respectiva invalidez (RHC nº 83.625/RJ, Segunda Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 30/4/04; RE nº 215.805, Primeira Turma, Relator o Ministro Octávio Gallotti, DJ de 27/3/98). O impetrante também não declina a forma pela qual esse vício teria repercutido negativamente na órbita jurídica do paciente, sendo certo que, na linha dos precedentes deste Tribunal, não é possível reconhecer nulidade decorrente da colidência de defesas sem a comprovação do respectivo prejuízo - pas de nullitès sans grief (HC nº 85.017/MG, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 3/8/07; HC nº 74.499/ES, Primeira Turma, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ de 28/2/97). Ante o exposto, indefiro a liminar.” Relator Ministro MENEZES DIREITO [HC parcialmente concedido em 27.11.2007] 369 “I - O Superior Tribunal de Justiça é competente para julgar Promotor de Justiça em crimes conexos com os praticados por Desembargador. II - Não se configura excesso de prazo, quando a demora no julgamento da ação penal é plenamente justificada pelas peculiaridades do caso, como a complexidade dos fatos, elevado número de réus e atitudes protelatórias da defesa.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR 370 “EMENTA: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PREVENÇÃO. NULIDADE RELATIVA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. A Súmula n. 706 desta Corte estabelece que "É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção". Hipótese em que os impetrantes não lograram demonstrar que a distribuição por prevenção causou prejuízo ao paciente. Ordem denegada.” Relator Ministro EROS GRAU 371 “1. A exegese do art. 71, caput e § 4º, do RISTJ, revela que a prevenção ocorre com a distribuição do recurso e somente poderá ser argüida até o início do julgamento. 2. A regra atinente à prevenção de órgão julgador, estabelecida em regimento interno de Tribunal, quando descumprida, não enseja a decretação de nulidade do julgado prima facie, ao revés,

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Súmula do STF

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707. Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.

●STF HC 87926-SP372 (DJe 24.04.2008); STJ AgRg-REsp 695473-RS373 (DJ 06.08.2007)

708. É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.

●STF HC-MC 92536-GO (DJe 01.10.2007); STJ HC 59441-SP374 (DJ 27.08.2007)

exige a comprovação de efetivo prejuízo para as partes ou para a apuração da verdade substancial da questio iuris, à luz do princípio pas de nullitès sans grief. 3. A inobservância da prevenção regimental não implica em nulidade absoluta, mas relativa, ante a ratio da Súmula 706 do STF. Precedentes do STJ: HC 57045/PB, DJ 12.06.2006 e HC 44166/SP, Relator Ministro, DJ 24.10.2005. 4. In casu, o recurso especial, inicialmente distribuído à Ministra Eliana Calmon, por prevenção ao AG 603.942/GO, distribuído em 29.07.2004, foi redistribuído a este Relator, em decorrência de prevenção firmada pela distribuição do AG 591.445/GO, em 18.06.2004, consoante se infere das informações prestadas pela Subsecretaria de Autuação, Classificação e Encaminhamento - SACE (fl. 514), fato que, evidentemente, rechaça eventual nulidade do julgado. 5. Embargos de declaração rejeitados.” Relator Ministro LUIZ FUX 372 “EMENTA: AÇÃO PENAL. Recurso. Apelação exclusiva do Ministério Público. Sustentações orais. Inversão na ordem. Inadmissibilidade. Sustentação oral da defesa após a do representante do Ministério Público. Provimento ao recurso. Condenação do réu. Ofensa às regras do contraditório e da ampla defesa, elementares do devido processo legal. Nulidade reconhecida. HC concedido. Precedente. Inteligência dos arts. 5º, LIV e LV, da CF, 610, § único, do CPP, e 143, § 2º, do RI do TRF da 3ª Região. No processo criminal, a sustentação oral do representante do Ministério Público, sobretudo quando seja recorrente único, deve sempre preceder à da defesa, sob pena de nulidade do julgamento.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 373 “1. A teor do verbete sumular n.º 707, do Supremo Tribunal Federal: ‘Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.’ 2. Dessa forma, a intimação para que o Recorrido apresente suas contra-razões ao recurso especial, conforme pretendido pelo ora Agravante, apresenta-se desnecessária, tendo em vista o reconhecimento da existência de nulidade pela ausência de intimação para oferecimento de contra-razões ao recurso em sentido estrito. 3. Agravo regimental desprovido.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 374 “1. Padece de nulidade absoluta o julgamento de Apelação após a renúncia do Advogado dativo, sem a intimação do réu constituir novo defensor. A renúncia do Advogado nomeado para defender o paciente ocorreu muito antes do julgamento do recurso de Apelação pelo Tribunal. 2. Ainda que a renúncia tenha sido protocolizada no primeiro grau, era dever do Juízo intimar o réu para constituir novo defensor ou nomear-lhe outro; o fato é que o recurso de Apelação foi julgado sem que o réu estivesse, à época, assistido por defesa técnica própria. 3. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor (art. 261 do CPP). 4. É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro (Súmula 708/STF). 5 Parecer do MPF pela denegação da ordem. 6. Ordem concedida, para anular o julgamento do recurso de Apelação, determinando-se a intimação do réu para constituir novo defensor ou, em

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Súmula do STF

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709. Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.

●STF RHC 86950-MG375 (DJ 10.08.2006); STJ HC 42338-MG376 (DJ 22.08.2005)

710. No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.

●STF HC-AgR 92618-SP377 (DJe 03.10.2008); STJ HC 99232-MG (DJe 23.06.2008)

caso de inércia, a nomeação de Advogado dativo pelo Relator, prosseguindo-se nos demais termos do processo, como se entender de direito.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 375 “EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PRESCRIÇÃO ANTECIPADA OU PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. REJEIÇÃO. A tese dos autos já foi apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, cuja orientação é no sentido de refutar o instituto ante a falta de previsão legal. Precedentes. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA PELO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. ALEGADA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. SÚMULA 709 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Inocorrência de supressão de instância, nos termos da Súmula 709 do Supremo Tribunal Federal, que preceitua: "Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela". Recurso ordinário em habeas corpus a que se nega provimento.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 376 “1. A extinção da punibilidade pela prescrição regula-se, antes de transitar em julgado a sentença, pelo máximo da pena prevista para o crime (CP, art. 109) ou pela pena efetivamente aplicada, depois do trânsito em julgado para a acusação (CP, art. 110), conforme expressa previsão legal. Portanto, não existe norma legal que autorize a extinção da punibilidade pela prescrição em perspectiva. 2. Nos termos da Súmula 709/STF, "Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela", o que afasta a alegada supressão de instância. 3. Ordem denegada.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 377 “5. Como já decidiu esta Corte, “resultando positivo o juízo de admissibilidade, a exceptio veritatis deverá ser processada perante o órgão judiciário inferior, que nela promoverá a instrução probatória pertinente, eis que a esta Corte cabe, tão-somente, o julgamento dessa verdadeira ação declaratória incidental” (AP-QO 305/DF, rel. Min. Celso de Mello, Pleno, DJ 10.09.1993). Assim, a hipótese seria efetivamente de manter o processamento da exceção da verdade perante a autoridade coatora. Contudo, diante da argumentação de que é manifesta a intempestividade da apresentação da exceção da verdade, realmente a hipótese é de cabimento do habeas corpus, na linha da manifestação do Ministério Público Federal. 6. A impetração deste writ se baseia no disposto no art. 102, I, d, da Constituição Federal, eis que o paciente é membro do Congresso Nacional. Desse modo, com base no juízo de retratação ínsito ao agravo regimental, a hipótese é de reconsideração da decisão para o fim de dar prosseguimento ao habeas corpus. 7. Relativamente ao pedido de liminar – consistente na determinação de suspensão do procedimento da exceção da verdade -, considero presentes os requisitos para sua concessão. Deve-se levar em conta a orientação contida na Súmula 710, do Supremo Tribunal Federal, consoante a qual, “no processo penal, contam-se os prazos da data de intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou carta precatória ou de ordem”. Como a autoridade impetrada observou outra orientação quanto ao início da contagem do prazo para oposição da exceção da verdade, é de rigor a concessão da liminar. 8. Ante o exposto, dou provimento ao agravo regimental e, desse modo, reconsidero a decisão de fls, 14/21, determinando o prosseguimento deste habeas

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Súmula do STF

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711. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

●STF RHC 83437-SP378 (DJe 17.04.2008); STJ HC 27353-SP (DJ 16.08.2004)

712. É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do Júri sem audiência da defesa.

●STF HC 80882-SP (DJ 11.10.2001); STJ HC 43138-PI (DJ 07.11.2005)

713. O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição.

●STF HC-MC 96784-BA379 (DJe 25.11.2008); STJ HC 72484-RJ380 (DJe 04.08.2008)

corpus. E, levando em consideração a presença dos requisitos para tanto, defiro o pedido de liminar, determinando o sobrestamento do procedimento referente à exceção da verdade.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 378 “1. A conduta imputada ao paciente é a de impedir o nascimento de nova vegetação (art. 48 da Lei 9.605/1998), e não a de meramente destruir a flora em local de preservação ambiental (art. 38 da Lei Ambiental). A consumação não se dá instantaneamente, mas, ao contrário, se protrai no tempo, pois o bem jurídico tutelado é violado de forma contínua e duradoura, renovando-se, a cada momento, a consumação do delito. Trata-se, portanto, de crime permanente. 2. Não houve violação ao princípio da legalidade ou tipicidade, pois a conduta do paciente já era prevista como crime pelo Código Florestal, anterior à Lei n° 9.605/98. Houve, apenas, uma sucessão de leis no tempo, perfeitamente legítima, nos termos da Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal. 3. Tratando-se de crime permanente, o lapso prescricional somente começa a fluir a partir do momento em que cessa a permanência. Prescrição não consumada. 4. Recurso desprovido.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 379 “Inicialmente, cumpre ressaltar que, conforme já dito por ocasião do indeferimento da liminar, o apelo das decisões emanadas do Tribunal do Júri não possui ampla devolutividade, razão pela qual não é possível o exame, por ora, da questão referente ao reconhecimento da consunção do crime de porte ilegal de arma de fogo, o que poderia configurar supressão de instância, posto que não houve manifestação do Tribunal a quo a respeito. Neste sentido está a Súmula 713, do Supremo Tribunal Federal: O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição. Assim, conheço do presente habeas corpus apenas no tocante à possibilidade de reconhecimento da continuidade delitiva entre os delitos contra a vida.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 380 “5. No que se refere à apelação interposta contra as decisões do Tribunal do Júri, tal procedimento é vedado, porque o efeito devolutivo da apelação nesses casos é restrito aos fundamentos de sua interposição, não devolvendo à instância recursal o conhecimento pleno da matéria. 6. No caso, insurge-se o impetrante contra acórdão proferido em sede de apelação interposta exclusivamente pela acusação contra decisão do Júri, no qual o Tribunal de origem não enfrentou, à exceção da dosimetria da pena, as demais questões levantadas na exordial deste writ, de modo que, não tendo sido a controvérsia debatida na instância a quo, impõe-se o não-conhecimento, no ponto, do pedido de habeas corpus.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA

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Súmula do STF

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714. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.

●STF AI 404567-MG381 (DJ 03.10.2006); STJ Apn 490-RS (DJe 25.09.2008)

715. A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.

●STF HC 84766-SP382 (DJe 24.04.2008); STJ HC 94124-SP (DJe 29.09.2008)

716. Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

●STF HC-MC 96657-SP383 (DJe 04.11.2008); STJ RHC 24347-SP384 (DJe 13.10.2008)

381 “Em razão de reiteradas decisões nesse sentido, em 09 de outubro de 2003, o Plenário aprovou o enunciado da Súmula 714: [...] A referência legislativa do enunciado repousa sobre as disposições contidas na letra "b" do inc. I do art. 40 da lei nº 5.250/67 e do parágrafo único do art. 145 do Código Penal, em face do inc. X do art. 5º da Constituição Federal. Asseverou-se que o bem jurídico tutelado por essas disposições legais é a honra do ofendido, e, em regra, o instrumento para a persecução penal é a queixa-crime. Concluiu-se que, apesar de essa regra estar excepcionada quando o prestígio da Administração Pública for violado em conexão com a honra do servidor, a exceção, por não ser absoluta, não tem o condão de derrogar a regra geral (RHC 82.549, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 24.08.2004). Evidente, assim, que o caso em apreço se acomoda às hipóteses que comportam o reconhecimento da legitimação alternativa, uma vez que o delito descrito no art. 139 do Código Penal confere ao ofendido a faculdade de propor a ação penal privada. 3. Do exposto, valendo-me do art. 544, §§ 3º e 4º, do CPC, com a redação dada pela Lei nº 9.756/98 e pela Lei nº 8.950/94, acolho o agravo e, desde logo, conheço do recurso extraordinário e dou-lhe provimento, para julgar improcedente a ação, invertidos os ônus da sucumbência.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 382 “A unificação penal autorizada pela norma inscrita no art. 75 do Código Penal justifica-se como conseqüência direta e imediata do preceito constitucional que veda (CF, art. 5º, XLVII, "b"), de modo absoluto, a existência, no sistema jurídico brasileiro, de sanções penais de caráter perpétuo. Em decorrência dessa cláusula constitucional, o máximo penal legalmente exeqüível, no ordenamento positivo nacional, é de trinta (30) anos, a significar, portanto, que o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior àquele limite imposto pelo art. 75, "caput", do Código Penal. - A pena resultante da unificação (CP, art. 75, § 1º) há de ser considerada, unicamente, para efeito de cumprimento do limite temporal máximo de trinta (30) anos, não se prestando ao cálculo de outros benefícios legais (RTJ 118/497 - RTJ 137/1204 - RTJ 147/637), tais como a remição, o livramento condicional, o indulto, a comutação e a progressão para regime de execução penal mais favorável. Precedentes. Súmula 715/STF.” Relator Ministro CELSO DE MELLO

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Súmula do STF

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717. Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.

►Enunciado na linha do verbete 716. ●STF HC-MC 96657-SP (DJe 04.11.2008); STJ HC 97319-RJ385 (DJe 01.09.2008)

718. A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.

●STF THC 89000-MS386 (DJe 14.08.2008); STJ HC 106196-SP387 (DJe 20.10.2008)

383 “Registre-se, também, por necessário, que, sem o cumprimento do mínimo penal estabelecido no art. 112 da Lei de Execução Penal, torna-se inviável a outorga, em favor do condenado (que sequer se recolheu à prisão), do benefício da progressão de regime. O cumprimento desse mínimo legal constitui requisito objetivo – essencial e insuprimível – que condiciona o acesso ao benefício da progressão. O Supremo Tribunal Federal, sem dispensar a satisfação desse requisito legal pertinente ao cumprimento de um mínimo da pena, tem admitido, até mesmo antes do trânsito em julgado da condenação criminal (Súmula 716/STF), a possibilidade da progressão de regime, ainda que o réu condenado se encontre em prisão especial (Súmula 717/STF). Não tem sentido, contudo, beneficiar-se o condenado da progressão, “per saltum”, para regime menos gravoso, sem antes haver cumprido o mínimo da pena que lhe foi imposta.” Relator Ministro CELSO DE MELLO 384 “1. A condenação transitou em julgado para a Defesa, portanto, como bem ponderou o acórdão recorrido, não se concebe a possibilidade de o condenado aguardar em liberdade o julgamento de recurso de apelação do Ministério Público, com a finalidade de agravar sua pena. 2. A pendência de julgamento do recurso de apelação interposto pelo Ministério Público, entretanto, não obsta a progressão de regime prisional. Enunciado da Súmula n.º 716 do Supremo Tribunal Federal. 3. O Recorrente já cumpriu, em regime fechado, mais de 1/4 da reprimenda que ser-lhe-ia imposta com o provimento do recurso ministerial, e quase a totalidade de pena fixada pela sentença condenatória, objeto de recurso de apelação do Ministério Público. 4. Não pode o condenado cumprir sua pena privativa de liberdade integralmente em regime fechado, em virtude da pendência de julgamento de recurso acusatório. 5. Recurso provido para determinar a expedição de alvará de soltura em favor do Recorrente, se por outro motivo não estiver preso, para que aguarde em liberdade a decisão colegiada a ser tomada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no julgamento do recurso de apelação.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 385 “1. Segundo o que dispõe a Lei 7.172/83, "é extensiva aos professores do ensino de 1º e 2º graus a regalia concedida pelo art. 295 do Código de Processo Penal". 2. [...] Súmula 717/STF. 3. Ordem concedida para, anulando o acórdão impugnado, determinar que o paciente permaneça no estabelecimento carcerário compatível com a condição de preso especial, até o trânsito em julgado da sentença condenatória, competindo ao Juízo das Execuções Criminais a análise dos requisitos objetivos e subjetivos para a progressão de regime prisional.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 386 “1. Paciente condenado à pena corporal de 3 (três) anos, de reclusão, em regime fechado, devido às circunstâncias judiciais desfavoráveis (CP, art. 59). 2. Sentença fundamentada nos maus antecedentes (condenações transitadas em julgado), personalidade votada ao crime e péssima conduta social. 3. Recurso improvido.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE

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Súmula do STF

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719. A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.

●STF HC-MC 88857-GO (DJ 02.06.2006); STJ HC 83997-SP388 (DJe 20.10.2008)

720. O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias terrestres.

387 “1. Fixada a pena-base no mínimo ao delito cominado presumi-se ser favorável ao agente a análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal. 2. A necessidade de apreensão da arma de fogo para a implementação da causa de aumento de pena do inciso I, do § 2. º, do art. 157, do Código Penal, tem a mesma raiz exegética presente na revogação da Súmula n. 174, deste Sodalício. 3. Sem a apreensão e perícia na arma, nos casos em que não é possível aferir a sua eficácia por outros meios de prova, não há como se apurar a sua lesividade e, portanto, o maior risco para o bem jurídico integridade física (precedentes). 4. O excessivo número de agentes na prática conjunta do crime de roubo constitui motivação idônea à aplicação da fração de aumento prevista no parágrafo 2º do artigo 157 do Código Penal em quantum superior ao mínimo, sempre tendo por norte a necessidade de repressão e prevenção do crime. 5. Configurada está a continuação delitiva entre dois crimes de roubo, cometidos contra vítimas diferentes no mesmo dia, numa mesma cidade e com o mesmo modo de execução. 6. O regime de cumprimento de pena deve ser fixado conforme a análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código penal e o quantitativo de pena, não pela gravidade abstrata do ilícito praticado. 7. Ordem parcialmente concedida para decotar a causa de aumento do uso de arma de fogo, sem redução da fração de 3/8, aplicar a continuidade delitiva entre os delitos de roubo e modificar o regime de cumprimento de pena para o inicial semi-aberto.” Relatora Ministra JANE SILVA 388 “6. 1. Ainda que todas as questões suscitadas não tenham sido analisadas pelo Tribunal Paulista no HC originário, ao fundamento de impropriedade do mandamus, tendo sido regularmente submetidas à apreciação, tanto na impetração quanto no recurso de Apelação, é possível e desejável o conhecimento do writ, para sanar eventual constrangimento ilegal, evitando-se a reiteração desnecessárias de pedidos. Precedentes do STF e STJ. 2. Em consulta ao endereço eletrônico do Tribunal Paulista, constatou-se que foi julgado o recurso de Apelação da defesa, razão pela qual resta prejudicado o pedido na parte em que postula o direito de o paciente aguardar em liberdade o resultado do referido julgamento. 3. No tocante à elevação da pena em metade, em face da incidência de duas causas de aumento, eventual constrangimento ilegal já foi sanado pelo Tribunal Estadual, que reduziu a majoração para 1/3, mínimo admitido legalmente (art. 157, § 2o.); dessa forma, neste ponto, a presente impetração também perdeu o objeto. 4. In casu, o paciente não confessou o crime pelo qual foi condenado, afirmando, ao contrário, que teria tentado praticar um furto; dest'arte, inviável o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea. 5. A agravante do art. 61, I, alínea h do CPB (crime cometido contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida), é objetiva, bastando que a pessoa atingida se encontre em uma dessas situações para a sua incidência, sendo desnecessária qualquer consideração a respeito das condições físicas da vítima. 6. As doutas Cortes Superiores do País (STF e STJ) já assentaram, em inúmeros precedentes, que, fixada a pena-base no mínimo legal e reconhecidas as circunstâncias judiciais favoráveis ao réu, é incabível o regime prisional mais gravoso, (Súmulas 718 e 719 do STF). Ressalva do ponto de vista do Relator. 7. Parecer do MPF pela concessão parcial da ordem. 8. HC parcialmente prejudicado. Ordem parcialmente concedida, apenas e tão-somente para fixar o regime semi-aberto para o início do cumprimento da pena.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

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Súmula do STF

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●STF RHC 80362-SP389 (DJ 04.10.2002); STJ EDcl-HC 23164-SP390 (DJ 09.02.2004)

721. A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.

●STF RE 464935-RJ391 (DJe 26.06.2008); STJ HC 57340-RJ392 (DJ 14.05.2007)

722. São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

●STF ADI 1879-RO (DJ 11.03.2005); STJ RMS25406-MG393 (DJe 15.05.2008)

389 “Se é certo que não houve revogação expressa do dispositivo em apreço e, também, que, em tese, não seria ele incompatível com o disposto no art. 309 do CTB, a sua derrogação, na parte indicada, decorreu de haver o CTB, como é próprio das codificações, tratado de todas as infrações penais comissíveis na condução de veículos automotores, o que, de resto, ficou expressamente declarado no art. 161. Habeas corpus deferido.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 390 “A novatio legis, que acrescentou a elementar do perigo de dano à direção sem habilitação, revogou o artigo 32 da LCP. (Enunciado n.º 720 da Súmula do Pretório Excelso). Embargos acolhidos.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 391 “EMENTA: COMPETÊNCIA CRIMINAL. Originária. Ação penal. Crime comum. Réu então vereador. Feito da competência do Tribunal de Justiça. Art. 161, IV, "d", nº 3, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Foro especial por prerrogativa de função. Constitucionalidade reconhecida. Precedentes do Supremo. Processo anulado. Recurso extraordinário improvido. Réu que perdeu o cargo de vereador. Retorno dos autos ao juízo de primeiro grau. Prejuízo do recurso neste ponto. Inteligência dos arts. 22, I, e 125, § 1º, do art. 22, I, da CF. Não afronta a Constituição da República, a norma de Constituição estadual que, disciplinando competência originária do Tribunal de Justiça, lha atribui para processar e julgar vereador.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 392 “1. "A Constituição estadual pode atribuir competência ao respectivo tribunal de justiça para processar e julgar, originariamente, vereador, por ser agente político, ocupante de cargo eletivo, integrante do Legislativo municipal, o qual encontra simetria com os cargos de deputados estaduais, federais e senadores, sendo que estes, por força do disposto na própria Constituição Federal (art. 102, inc. I, letra b), têm foro por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal Federal, e aqueles perante os respectivos tribunais de justiça, conforme Cartas estaduais, tendo em vista, inclusive, a regra que se contém no art. 25, parte final, da Carta da República." (HC 40.388/RJ, 5ª Turma, Rel. p/ acórdão Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, DJ de 10/10/2005). 2. No presente caso, sendo o ora Paciente exercente do cargo de vereador, não poderia, ter sido processado e julgado pelo Juízo de primeiro grau, diante da previsão de prerrogativa de foro constante na Constituição Estadual do Rio de Janeiro, o que enseja o reconhecimento da nulidade do processo. 3. Ordem concedida para declarar a nulidade da ação penal movida em desfavor do ora Paciente, desde a denúncia, determinando, assim, a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, órgão competente para processar e julgar o feito, a teor do disposto no art. 161, IV, d, da Constituição Estadual do Rio de Janeiro.” Relatora Ministra LAURITA VAZ

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Súmula do STF

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723. Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

●STF AI-ED 527773-DF394 (DJe 14.08.2008); STJ REsp 399867-MG (DJe 15.10.2008)

724. Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

●STF AO 650630-SP395 (DJe 26.09.2008); STJ REsp 896622-CE (DJ 19.12.2007)

725. É constitucional o § 2º do art. 6º da L. 8.024/90, resultante da conversão da MPr 168/90, que fixou o BTN fiscal como índice de correção monetária aplicável aos depósitos bloqueados pelo Plano Collor I.

●STF AI-ED 458028-MG396 (DJe 29.08.2008); STJ REsp 989143-RJ397 (DJe 28.03.2008)

393 “1. A teor da Súmula 722 do STF "são da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento". 2. De acordo com o rito previsto no art. 5º do Decreto-Lei 201/67 (que prevalece sobre eventual disposição normativa local em outro sentido), na sessão de julgamento da infração político-administrativa pela Casa Legislativa a votação deve ser nominal. 3. Recurso ordinário a que se nega provimento.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 394 “3. Inviabilidade da concessão, de ofício, de ordem de habeas corpus, já que o decidido pelo Tribunal a quo está de acordo com o entendimento desta Corte firmado em vários julgados e consolidado na Súmula STF nº 723. 4. Agravo regimental improvido.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 395 “O acórdão recorrido guarda perfeita consonância com a jurisprudência deste Supremo Tribunal firmada no sentido de que “A norma inserta no art. 150, inciso VI, alínea c, da Constituição Federal prevê a imunidade fiscal das instituições de assistência social, de modo a impedir a obrigação tributária, quando satisfeitos os requisitos legais. Tratando-se de imunidade constitucional, que cobre patrimônio, rendas e serviços, não importa se os imóveis de propriedade da instituição de assistência social são de uso direto ou se são locados" (RE 257.700, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 29.9.00). Nesse sentido, foi enunciada a Súmula 724 [...]” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 396 “2. Diante da sedimentação do entendimento, e ressalvando a convicção pessoal, acolho o pedido formulado neste agravo, consignando o enquadramento do extraordinário no permissivo da alínea “a” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. Ante o teor do citado Verbete, aciono o disposto nos artigos 544, §§ 3º e 4º, e 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e julgo, desde logo, o extraordinário, conhecendo-o e provendo-o para assentar que a correção monetária dos valores depositados em poupança na ocasião da superveniência do Plano Collor I deve ser feita de acordo com o BTN fiscal”. Relator Ministro MARCO AURÉLIO 397 “1. Inexiste contradição em acórdão que, consoante jurisprudência desta Corte, entende que é o BACEN legitimado a responder pela correção monetária dos cruzados novos bloqueados - ativos retidos - que lhe foram transferidos por força da MP 168/90, convertida na Lei 8.024/90

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Súmula do STF

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726. Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula.

●STF RE 539842-SP398 (DJe 16.06.2008); STJ RMS 3696-RS (DJ 30.10.2006)

727. Não pode o magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o agravo de instrumento interposto da decisão que não admite recurso extraordinário, ainda que referente à causa instaurada no âmbito dos juizados especiais.

●STF Rcl 64309-SP399 (DJe 17.10.2008); Rcl-MC 6770-AL (DJe 16.10.2008)

728. É de três dias o prazo para a interposição de recurso extraordinário contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral, contado, quando for o caso, a partir da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 12 da Lei 6.055/74, que não foi revogado pela Lei 8.950/94.

●STF RE-AgR 587797-DF400 (DJe 13.11.2008); AI-AgR 616654-SP (06.12.2007)

(período de abril de 1990 a fevereiro de 1991), e determina que seja observada a correção das contas de poupança dos autores pelo BNTF.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 398 “Posteriormente, apreciando outra Ação Direta de Inconstitucionalidade, a de nº 755, o Pleno reafirmou essa tese, ao consignar: A expressão “efetivo exercício em funções de magistério” contém a exigência de que o direito à aposentadoria especial dos professores só se aperfeiçoa quando cumprido totalmente este especial requisito temporal no exercício das específicas funções de magistério, excluída qualquer outra. Não é permitido ao constituinte estadual nem à lei complementar federal fundir normas que regem a contagem do tempo de serviço para a aposentadorias sob regimes diferentes, contando proporcionalmente o tempo de serviço exercido em funções diversas. Em data mais recente, o Supremo pacificou a matéria, aprovando o Verbete nº 726 da Súmula:”. Relator Ministro MARCO AURÉLIO 399 “3. A via estreita da reclamação (Constituição, art. 102, I, l) pressupõe o descumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal, a ocorrência de usurpação de sua competência originária ou a desobediência a súmula vinculante desta Casa. Logo, seu objeto é, e só pode ser, a verificação de uma dessas hipóteses, para se sanar imediatamente o abuso, acaso verificado. No presente caso, houve a ocorrência de usurpação da competência desta Suprema Corte, dado que a decisão impugnada obstou o processamento de agravo de instrumento interposto, com fundamento no art. 544 do Código de Processo Civil, de decisão que não admitira recurso extraordinário. [...] Assevere-se, finalmente, que não mais subsiste qualquer dúvida quanto ao entendimento acima externado, tendo em vista a superveniente edição da Súmula STF nº 727, que expressamente dispõe, verbis; [...] 4. Ante o exposto, com fundamento nos arts. 17 da Lei 8.038/90, e 161, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, julgo procedente a presente reclamação para determinar que o Juízo de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Porto Feliz/SP cumpra o que dispõe o art. 544, § 2º, do Código de Processo Civil, intimando o agravado para oferecer resposta, e remeta, após, os autos do agravo de instrumento em questão a esta Corte." Relatora Ministra ELLEN GRACIE

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Súmula do STF

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729. A decisão na ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária.

●STF Rcl 4360-ES401 (DJe 09.05.2008); AgRg-REsp 856670-PE402 (DJe 07.04.2008)

400 “1. Recurso extraordinário, via fac-símile, transmitido ao Tribunal Superior Eleitoral, em data anterior ao término do prazo legal de 3 dias (às 19:06 hs.), porém protocolado naquela Corte apenas no dia seguinte, após o transcurso desse prazo. 2. Segundo a jurisprudência desta Corte afere-se a tempestividade do recurso pelo protocolo deste no Tribunal de origem. Precedente. Revela-se, portanto, intempestivo o apelo extremo (Súmula STF nº 728) 3. Agravo regimental improvido." Relatora Ministra ELLEN GRACIE 401 “Por ocasião do julgamento da mencionada ação declaratória de constitucionalidade, esta Suprema Corte deferiu medida cautelar para suspender ex nunc, e com efeito vinculante, a concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública, “que tenha por pressuposto a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº 9.494, de 10.09.97, sustando-se, igualmente 'ex nunc', os efeitos futuros das decisões já proferidas, nesse sentido”. O art. 1º da Lei 9.494/1997 possui a seguinte redação: “Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei nº 5.021, de 9 de junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992.” Bem examinados os autos, verifico, no entanto, que parte dos processos que foram objeto da presente reclamação cuida de matéria de natureza previdenciária, em que se discute a incidência de uma determinada gratificação (Gratificação de Função de Chefia) sobre os proventos dos autores das respectivas ações (Delegados de Polícia aposentados). Conforme já ressaltou a Procuradoria-Geral da República em seu parecer, “as vedações impostas pela Lei nº 9.494/97, no seu art. 1º, somente se referem à proibição de concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública em ação movida por servidor público, objetivando 'reclassificação ou equiparação' ou 'aumento ou extensão de vantagens' (Lei nº 4.348/64, art. 5º) ou 'pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias' (Lei nº 5.021/66, art. 1º). Nesse contexto, é forçoso concluir que as decisões reclamadas não se subsumem àquelas hipóteses, uma vez que se atêm a discutir a incidência de uma determinada gratificação sobre as parcelas que compõem os benefícios previdenciários percebidos pelos respectivos autores” (fl. 1731). No mesmo sentido já decidiu esta Corte na análise do RE 401.483/MG, Rel. Min. Carlos Brito, do qual transcrevo trecho que elucida a questão em debate: “(...) não assiste razão à recorrente. É que o Supremo Tribunal Federal, na Sessão Administrativa de 18 de dezembro de 2002, concluiu pela inconstitucionalidade da incidência da contribuição social sobre funções comissionadas, por considerá-las estranhas aos cálculos dos proventos da aposentadoria. 5. Confira-se, nesse sentido, o AI 453.182, Relator Ministro Marco Aurélio. Assim, frente ao art. 557, caput, do CPC e ao art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento ao recurso”. Aplica-se, assim, a Súmula 729/STF, segundo a qual “a decisão na ação direta de constitucionalidade 4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária”. Nesse sentido é o entendimento pacífico deste Supremo Tribunal: “SERVIDOR PÚBLICO. Inativo. Pensionista. Remuneração. Vencimentos ou proventos. Pensão. Vantagem pecuniária. Incorporação da gratificação conhecida como "quintos". Antecipação de tutela concedida. Ofensa à autoridade da decisão proferida na ADC nº 4. Não ocorrência. Benefício de caráter previdencial. Reclamação julgada improcedente. Agravo improvido. Inteligência da súmula 729. Precedentes inaplicáveis. Em se tratando de benefícios previdenciários, como proventos e pensões, não se lhes aplica o decidido na ADC nº 4” (Rcl 4.233-AgR/CE, Rel. Min. Cezar Peluso). Desse modo, o fato de a alteração legislativa vedar a incorporação de vantagens ou seu computo para fins de aposentadoria não retira da gratificação da função de chefia sua natureza previdenciária. Ressalto, entretanto, que tal medida se aplica

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Súmula do STF

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730. A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

●STF AI 730833-SP (DJe 18.12.2008); AgRg-Ag 954349-DF (DJe 10.03.2008)

731. Para fim da competência originária do Supremo Tribunal Federal, é de interesse geral da magistratura a questão de saber se, em face da LOMAN, os juízes têm direito à licença-prêmio.

●STF AO 1477-MA403 (DJe 21.11.2008) e AO 1539-MA (DJe 29.10.2008)

732. É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96.

●STF RE 550676-SP404 (DJe 17.09.2008); STJ REsp Ag 1093358-SP (DJe 14.11.2008)

apenas aos servidores públicos que comprovaram sua aposentadoria, pois somente eles se enquadram na situação descrita pela Súmula 729/STF. Isso posto, julgo parcialmente procedente a presente reclamação para cassar as decisões proferidas em sede de antecipação de tutela pelo Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Vitória/ES, tão somente quanto aos servidores públicos que não possuem situação funcional de inativos, de tal modo que caberá ao Juiz singular a aferição dessa situação funcional. Restam, pois, prejudicados os agravos regimentais interpostos em sede de medida liminar " Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 402 “1. O Supremo Tribunal Federal, no enunciado nº 729 da sua Súmula, decidiu que a decisão proferida na ADC-4, que veda a concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública, não se aplica em causa de natureza previdenciária, aí incluídos os benefícios de natureza assistencial.” Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO 403 “7. O Supremo examinou questão idêntica à presente o AgR-Rcl n. 1.952, Relatora a Ministra ELLEN GRACIE, então definindo o quanto segue: “A ação que o agravante pretende seja julgada por esta Corte tem como objeto a restituição de valores retidos a título de imposto de renda de magistrados estaduais incidente sobre a verba de licença prêmio. É matéria que evidentemente também interessa a outros servidores”. 8. No mesmo sentido, o AgR-AO n. 1.473, Relator o Ministro CARLOS BRITTO, DJe de 11.4.08: EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL. INCOMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ALÍNEA "N" DO INCISO I DO ART. 102 DA MAGNA CARTA. RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. INTERESSE NÃO EXCLUSIVO DA MAGISTRATURA. 1. Não se discute o direito à licença-prêmio (Súmula 731/STF), nem à conversão, em pecúnia, de licença-prêmio não gozada, mas, sim, a legalidade do desconto do Imposto de Renda sobre tal parcela. 2. Matéria que, em tese, interessa a todos os servidores públicos. 3. Agravo regimental desprovido. 9. A competência originária definida na alínea “n” do inciso I do art. 102 da Constituição aplica-se apenas quando a matéria respeita a interesse único e privativo da magistratura, sem abranger outros servidores públicos. Nego seguimento à presente ação com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF. Remetam-se os autos ao Tribunal de Justiça do Maranhão, para que proceda como entender de direito." Relator Ministro EROS GRAU

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Súmula do STF

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733. Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatórios.

●STF Inq 2605-SP405 (DJe 24.04.2008); AgRg-REsp 932144-AL (DJe 15.09.2008)

734. Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.

●STF Rcl 5307-TO406 (DJe 03.11.2008); STJ Rcl 2661-MS (DJe 09.06.2008)

404 “O Pleno desta Corte, no julgamento do RE 290.079 (rel. min. Ilmar Galvão, DJ de 04.04.2003) e do RE 272.872 (rel. para o acórdão min. Nelson Jobim, DJ de 10.10.2003), decidiu que o salário-educação, que era compatível com a Emenda Constitucional 1/1969, o é também com a Constituição de 1988, tendo, aliás, sido mantido expressamente por ela, permanecendo nos moldes fixados pelo Decreto-Lei 1.422/1975, com as alíquotas estabelecidas pelo Decreto 76.923/1975 e reiteradas pelo Decreto 87.043/1982. Decidiu, ainda, ser o salário-educação compatível com a Constituição de 1988 mesmo em face do art. 25 do ADCT, que não revogou os atos praticados por delegação, até sua nova disciplina pela Lei 9.424/1996, cujo art. 15 foi declarado constitucional, com efeito vinculante, pelo julgamento de procedência da ADC 3, em 02.12.1999. Confira-se, nesse sentido, o teor da Súmula 732 desta Corte: [...] " Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 405 “EMENTA Inquérito. Recurso em sentido estrito. Sentença que não recebe a denúncia. Ex-Prefeito. Não-pagamento de precatório. Descumprimento de ordem judicial. Art. 1º, inciso XIV, segunda parte, do Decreto-Lei nº 201/67. 1. Eleito o denunciado como Deputado Federal durante o processamento do feito criminal, compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público estadual contra a sentença de 1º grau que, antes da posse do novo parlamentar, não recebeu a denúncia. 2. Na linha da firme jurisprudência desta Corte, os atos praticados por Presidentes de Tribunais no tocante ao processamento e pagamento de precatório judicial têm natureza administrativa, não jurisdicional. 3. A expressão "ordem judicial", referida no inciso XIV do art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67, não deve ser interpretada lato sensu, isto é, como qualquer ordem dada por Magistrado, mas, sem dúvida, como uma ordem decorrente, necessariamente, da atividade jurisdicional do Magistrado, vinculada a sua competência constitucional de atuar como julgador. 4. Cuidando os autos de eventual descumprimento de ordem emanada de atividade administrativa do Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, relativa ao pagamento de precatório judicial, não está tipificado o crime definido no art. 1º, inciso XIV, segunda parte, do Decreto-Lei nº 201/67. 5. Recurso em sentido estrito desprovido. " Relator Ministro MENEZES DIREITO 406 “6. Feito este aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, não merecer seguimento a presente reclamação. É que, segundo as informações do reclamado (fls. 162/164), o processo objeto desta reclamação já transitou em julgado. E a jurisprudência desta Corte Máxima vem reconhecendo o total descabimento de reclamação quando: a) “(...) já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado a decisão do Supremo Tribunal Federal” (Súmula 734); b) “(...) utilizadas como instrumentos processuais típicos do processo de execução ou instrumento de resolução judicial de incidentes no processo de execução” (Rcl 2.680, Rel. Min. Gilmar Mendes). Sendo assim, os atos judiciais do referido processo são insuscetíveis de impugnação nesta via estreita. De outro modo, estar-se-ia a manejar a reclamação constitucional como sucedâneo de ação rescisória, o que esta nossa Corte já assentou descabido (Rcl 671-AgR, Rel. Min. Eros Grau). 7. Ante o exposto, nego

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Súmula do STF

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735. Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar.

●STF AI 724308-RJ (DJe 02.12.2008); STJ AgRg 704993-MS407 (DJe 23.04.2008)

736. Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.

►Merece revisão. O entendimento não é consentâneo com a repartição das competências jurisdicionais estabelecidas na CF. O constituinte reformador cogitou incluir dentre as novas competências da Justiça do Trabalho inciso com o seguinte teor: “IV – as ações relativas a acidentes de trabalho, doença profissional e de adequação ambiental para resguardo da saúde e da segurança do trabalhador”. Contudo, na votação dos destaques da PEC 96/92, a proposição foi afastada, segundo a Relatora, “para dar vazão a que as ações relativas a acidente de trabalho continuem sendo julgadas na Justiça Estadual”.

seguimento à reclamação, o que faço com fundamento no § 1º do art. 21 do RI/STF. " Relator Ministro CARLOS BRITTO 407 “4. Outrossim, é lícito afirmar que a concessão de medidas de urgência, como configurado no caso dos autos (liminar em ação civil pública), está condicionada à comprovação de requisitos específicos, especialmente a plausibilidade do direito invocado e a possibilidade de risco jurídico de difícil reparação, os quais foram expressamente reconhecidos na hipótese examinada. Portanto, o recurso especial interposto contra aresto que julgou a antecipação de tutela ou liminar deve limitar-se à análise dos dispositivos relacionados aos requisitos da tutela de urgência, de modo que é equivocado analisar a suposta violação de normas infraconstitucionais relacionadas ao mérito da ação principal. É importante consignar que, por se tratar de decisão concedida em juízo provisório, não houve decisão definitiva sobre o tema nas instâncias ordinárias, o que afastaria o próprio cabimento do recurso especial. Também é manifesto que não cabe ao Superior Tribunal de Justiça substituir o juízo ordinário na análise dos pressupostos relativos ao art. 273 do Código de Processo Civil. Nesse sentido, a orientação da Súmula 735/STF: "Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar". Sobre o tema, destaca-se o seguinte precedente desta Corte Superior: REsp 664.224/RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 1º.3.2007, p. 230. 5. A análise da alegada inexistência da presença dos requisitos necessários para a concessão de tutela antecipada - os quais foram reconhecidos pelas instâncias ordinárias -, com a conseqüente reversão do entendimento exposto pelo Tribunal de origem, exigiria, necessariamente, o reexame da matéria fático-probatória dos autos, o que é inviável em sede de recurso especial, ante o óbice contido na Súmula 7/STJ. [...] 6. Por fim, é necessário consignar que a simples existência de precedentes favoráveis à tese da agravante, julgados em sede de recurso especial interposto contra apelação, portanto, em decisão definitiva do Tribunal de origem, não afasta as conclusões expostas na presente decisão agravada. Outrossim, não há falar em julgamento da controvérsia em face da concessão de liminar em medida cautelar vinculada ao presente recurso especial, a qual foi proferida em cognição sumária e não possui autonomia em relação ao processo principal (recurso especial).” Relatora Ministra DENISE ARRUDA

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Súmula do STF

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►Em se tratando de ações acidentárias, movidas contra o INSS, a competência da Justiça Estadual está expressamente prevista no art. 109, I, da CF. Quanto às ações civis indenizatórias decorrentes de acidentes do trabalho e doenças profissionalizantes movidas contra empregadores, tendo em vista que o constituinte reformador decidiu não atribuir tal competência à Justiça do Trabalho, permanece imperando a competência residual da Justiça comum estadual, a teor do art. 125, I, da CF, c/c Constituições dos Estados membros e suas respectivas leis de organização judiciária, todas estabelecendo como competente para decidir tais causas o Juiz de Direito. Isso, independentemente do fundamento jurídico, já que não cabe ao intérprete fazer distinção, para efeito de competência, entre ação submetida à Lei de Infortunística, e aquela assentada na responsabilidade civil aquiliana do empregador, que a lei não distinguiu. ●STF AI-AgR 663583-GO (DJe 18.11.2008); STJ CC 56934-ES408 (DJ 08.10.2007)

408 “1. O Pleno da Suprema Corte, no Julgamento do Conflito de Competência nº 7.204-1 - MG, da relatoria do nobre Ministro CARLOS BRITTO, revendo o seu posicionamento majoritário anteriormente adotado, assentou que a Carta Magna de 1988, antes mesmo das alterações engendradas pela Emenda Constitucional de nº 45/2004, já previa a competência da Justiça Obreira para processar e julgar litígios envolvendo empregado e empregador no âmago da relação empregatícia; orientação essa que se tornou mais evidente com a ampliação da competência da Justiça Trabalhista, em decorrência da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004. 2. In casu, os autos principais versam indenização por dano material e moral decorrentes de acidente de trabalho sofrido por trabalhador contratado por município indevidamente sem concurso público e mediante contrato temporário. Dessarte, subjaz que as indenizações perquiridas resultaram de relação de trabalho; isso porque, sem que houvesse o vínculo empregatício, sequer existiria o acidente de trabalho, ou seja, o acidente deu-se em razão da execução do próprio labor. 3. Diante desse contexto, sobreleva notar que, para se aferir os elementos típicos do ato ilícito, como por exemplo o nexo causal e a culpa, é imprescindível que se esteja o mais próximo do dia-a-dia da complexa relação laboral. Aspecto denotador da especialização que reveste os órgãos trabalhistas judicantes, o que induz a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar demanda versando indenização por dano moral e material, proposta pelo empregado contra o empregador, oriundos de más condições de trabalho. 4. Consoante assente na jurisprudência perfilhada por este STJ, prevalece a competência da justiça laboral para decidir sobre a indenização do acidente de trabalho de servidor público, admitido indevidamente sem concurso público, através de contrato de caráter celetista.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do Superior Tribunal de Justiça - STJ Após enunciados seguem notas e mais recentes aplicações no STJ e STF

1. O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente

para a ação de investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos.

●STJ CC 51061-GO409 (DJ 19.12.2005) 2. Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, lXXII, letra "a") se não houve

recusa de informações por parte da autoridade administrativa. ●STJ HD 147-DF410 (DJ 28.02.2008); STF HD 75-DF411 (DJ 19.10.2006)

409 “Conflito de competência. Inventário já encerrado. Ação de investigação de paternidade, cumulada com petição de herança e de alimentos. Domicílio do alimentando. 1. A regra especial prevalece sobre a regra geral de competência, daí que, segundo dispõe a Súmula nº 1/STJ, ‘o foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos’.” Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO 410 “1. A autoridade coatora, ao receber o pedido administrativo da impetrante e encaminhá-lo ao Comando da Aeronáutica, obrigou-se a responder o pleito. Ademais, ao prestar informações, não se limitou a alegar sua ilegitimidade, mas defendeu o mérito do ato impugnado, requerendo a denegação da segurança, assumindo a legitimatio ad causam passiva. Aplicação da teoria da encampação. Precedentes. 2. É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido. 3. O habeas data configura remédio jurídico-processual, de natureza constitucional, que se destina a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em seu tríplice aspecto: (a) direito de acesso aos registros existentes; (b) direito de retificação dos registros errôneos e (c) direito de complementação dos registros insuficientes ou incompletos. 4. Sua utilização está diretamente relacionada à existência de uma pretensão resistida, consubstanciada na recusa da autoridade em responder ao pedido de informações, seja de forma explícita ou implícita (por omissão ou retardamento no fazê-lo). 5. Hipótese em que a demora da autoridade impetrada em atender o pedido formulado administrativamente pela impetrante – mais de um ano – não pode ser considerada razoável, ainda mais considerando-se a idade avançada da impetrante. 6. Ordem concedida.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 411 “O modelo político-jurídico, plasmado na nova ordem constitucional, rejeita o poder que oculta e não tolera o poder que se oculta. Com essa vedação, o constituinte pretendeu tornar efetivamente legítima, em face dos destinatários do poder, a prática das instituições do Estado. O ‘habeas data’ configura remédio jurídico-processual, de natureza constitucional, que se destina a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em seu tríplice aspecto: (a) direito de acesso aos registros existentes; (b) direito de retificação dos registros errôneos e (c) direito de complementação dos registros insuficientes ou incompletos. - Trata-se de relevante instrumento de ativação da jurisdição constitucional das liberdades, que representa, no plano institucional, a mais expressiva reação jurídica do Estado às situações que lesem, efetiva ou potencialmente, os direitos fundamentais da pessoa, quaisquer que sejam as dimensões em que estes se projetem. [...] É princípio axiomático do nosso direito que só pode postular em juízo quem tem 'interesse de agir' (CPC, arts. 3º e 267, VI), traduzido pela exigência de que só se pode invocar a prestação da tutela jurisdicional diante

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3. Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência verificado, na respectiva região, entre juiz federal e juiz estadual investido de jurisdição federal.

●STJ CC 93065-SP412 (DJe 06.10.2008) 4. Compete à Justiça Estadual julgar causa decorrente do processo

eleitoral sindical. ●STJ AgRg-CC 48372-MA413 (DJ 23.05.2005); STF RE 177223-SP (DJ 18.04.2002)

5. A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial.

●STJ AgRg-Ag 779362-RS414 (DJe 23.10.2008) 6. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar delito decorrente

de acidente de trânsito envolvendo viatura de policia militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.

●STJ CC 38655-SP (DJ 06.10.2003); STF HC 70359-DF (DJ 27.08.1993)

7. A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. ►Conquanto largamente invocado para recusa de recursos especiais, o verbete é afastado em hipóteses excepcionais, como quando as questões controvertidas digam respeito a teses jurídicas, que por razão de ordem

de uma pretensão resistida, salvo as exceções expressamente previstas. 3. Recurso de 'habeas-data' não provido. (RHD 24/DF, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA - grifei). Essa orientação jurisprudencial, além de prevalecente no âmbito do Supremo Tribunal Federal (HD 53/PR, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - HD 60/SP, Rel. Min. CARLOS BRITTO, v.g.), tem o beneplácito do E. Superior Tribunal de Justiça, consoante resulta do enunciado inscrito na Súmula 2/STJ.” Relator Ministro CELSO DE MELLO 412 “1. Eventual divergência que surge acerca da extensão das atribuições de juízes federais e de juízes de direito investidos de jurisdição federal (art. 109, inc. I e § 3º, da Constituição Federal de 1988) deve ser dirimida pelo Tribunal Regional Federal competente, nos termos da Súmula n. 3 desta Corte Superior. 2. Conflito de competência não-conhecido.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 413 “1. Mantém-se a decisão concessiva da liminar, permanecendo a cargo da Justiça estadual a competência provisória para solucionar possíveis questões urgentes, até que apreciado o alcance do disposto no art. 114, inciso III, da CF, conforme texto introduzido pela EC n. 45/2004, frente à jurisprudência do STJ, uniformizada na Súmula nº 4 – ‘Compete à Justiça Estadual julgar causa decorrente do processo eleitoral sindical’.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 414 “I - De acordo com a jurisprudência pacífica deste Tribunal a Taxa Referencial pode ser utilizada como índice de correção monetária se previamente pactuada entre as partes. II - Para aferir se as partes convencionaram a TR como indexador, há necessidade de interpretar as cláusulas do contrato celebrado, o que é vedado em âmbito de especial, a teor da Súmula 5 desta Corte. II- Agravo improvido.” Relator Ministro SIDNEI BENETI

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lógica incidem, necessariamente, sobre substrato fático. Também é afastado quando se trata de valoração ou qualificação jurídica da prova. ●STJ REsp 898184-RJ415 (DJe 04.08.2008) e AgRg-REsp 903972-SP416 (DJe 28.10.2008)

8. Aplica-se a correção monetária aos créditos habilitados em concordata preventiva, salvo durante o período compreendido entre as datas de vigência da lei 7.274, de 10-12-84, e do Decreto-lei 2.283, de 27-02-86.

●STJ REsp 500008-MG (DJ 27.09.2005); STF AI-AgR 149846-RS (DJ 03.09.1993)

9. A exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a garantia constitucional da presunção de inocência.

●STJ HC 91108-PR417 (DJe 20.10.2008); STF HC-MC 86164-RO (DJ 24.06.2005)

10. Instalada a Junta de Conciliação e Julgamento, cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas.

►O princípio inspirador do enunciado permanece válido. ●STJ CC 32535-RJ418 (DJ 16.12.2002)

415 “2. Estando delineada nos autos a situação fática e não tendo a recorrente pretendido nenhum reexame da questão sob o ponto de vista probatório, é de se afastar a aplicação das Súmulas 5 e 7/STJ, notadamente porque as questões controvertidas no presente recurso especial dizem respeito tão somente a teses jurídicas, que têm, por lógico, um substrato fático ensejador de aplicação da norma jurídica, como sói acontecer com toda pretensão jurídica lançada a conhecimento do Poder Judiciário. Precedentes.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 416 “1. Esta Corte já firmou o entendimento de que o exame da existência de início de prova material de trabalho rural não passa pelo reexame de matéria fático probatória, mas sim pela simples valoração das provas carreadas aos autos, a afastar o raciocínio expendido na Súmula 7 desta Corte.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 417 “3. Sobrevindo sentença penal condenatória, a manutenção da custódia do réu para apelar, mormente porque esteve preso durante toda a instrução criminal por força de decisão judicial motivada, não ofende a garantia constitucional da presunção da inocência e nada mais é do que efeito de sua condenação. Aplicação, no caso, da Súmula 09, desta Corte Superior (HC 73.652/PR, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU 28.04.08).” Relator Ministro NUNES MAIA FILHO 418 “Abarca o ordenamento jurídico pátrio o princípio da perpetuatio jurisdictiones. Entrementes, este não se aplica, nas hipóteses em que estiver envolvida questão de competência de natureza absoluta, observável, in casu, porque respeitante à competência federal delegada. Com o instalar de Vara Federal na comarca de Niterói, resta extinta a competência delegada, carecendo, pois, o r. Juízo de Direito da 6ª Vara Cível de Niterói de competência para processar e julgar causa versando sobre interesse da União, ex vi do art. 109, inc. I, da Carta da República. Incidência, na espécie, por analogia, a Súmula n. 10 deste egrégio Sodalício. Conflito conhecido, declarando-se competente o r. Juízo Federal, o suscitante.” Relator Ministro PAULO MEDINA

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11. A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competência do foro da situação do imóvel.

●STJ CC 097327-RJ (DJe 09.10.2008) 12. Em desapropriação, são cumuláveis juros compensatórios e

moratórios. ►Vide súmulas STJ 69, 70, 113, 114 e STF 164. ●STJ REsp 779310-SP419 (DJe 16.10.2008); STF RE 580982-RN (DJe 19.09.2008)

419 “6. Os juros compensatórios destinam-se a compensar o que o desapropriado deixou de ganhar com a perda antecipada do imóvel, ressarcir o impedimento do uso e gozo econômico do bem, ou o que deixou de lucrar, motivo pelo qual incidem a partir da imissão na posse do imóvel expropriado, consoante o disposto no verbete sumular n.º 69 desta Corte ("Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.). 7. Os juros compensatórios são devidos mesmo quando o imóvel desapropriado for improdutivo, justificando-se a imposição pela frustração da "expectativa de renda", considerando a possibilidade do imóvel "ser aproveitado a qualquer momento de forma racional e adequada, ou até ser vendido com o recebimento do seu valor à vista" (Eresp 453.823/MA, relator para o acórdão Min. Castro Meira, DJ de 17.05.2004). 8. Os juros compensatórios fundam-se no fato do desapossamento do imóvel e não na sua produtividade, consoante o teor das Súmulas n.ºs 12, 69, 113, 114, do STJ e 164 e 345, do STF. Precedentes: EREsp 519365/SP, DJ 27.11.2006; ERESP 453.823/MA, DJ de 17.05.2004, RESP 692773/MG, desta relatoria, DJ de 29.08.2005. 9. Com efeito, os juros compensatórios incidem ainda que o imóvel seja improdutivo, mas suscetível de produção. 10. A análise da viabilidade futura de exploração econômica do imóvel expropriado importa sindicar matéria fático-probatória, insuscetível nesta via especial. Incidência da súmula 07/STJ. 11. Em assim sendo devem ser fixados segundo a lei vigente à data da imissão na posse do imóvel ou do apossamento administrativo. 12. Os §§ 11 e 12, do art. 62, da Constituição Federal, introduzidos pela EC n.º 32/2001, atendendo ao reclamo da segurança jurídica e da presunção de legitimidade dos atos legislativos, manteve hígidas as relações reguladas por Medida Provisória, ainda que extirpadas do cenário jurídico, ratione materiae. 13. Sob esse enfoque determina a Lei n.º 9.868/99, que regula o procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o STF, em seu art. 11, § 1º, que as decisões liminares proferidas em sede de ADIN serão dotadas de efeitos ex nunc, verbis: “Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. § 1º. A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeitos 'ex nunc', salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.” 14. A teor do art. 11, § 1º, Lei 9868/99, a vigência da MP n.º 1.577/97, e suas reedições, permaneceram íntegras até a data da publicação da medida liminar concedida na ADIN n.º 2.332 (DJU de 13.09.2001), sustando a eficácia da expressão de “até seis por cento ao ano”, constante do art. 15-A, do Decreto-lei n.º 3.365/41. 15. Consectariamente, os juros compensatórios fixados à luz do princípio tempus regit actum, nos termos da jurisprudência predominante do STJ, à taxa de juros de 6% (seis por cento) ao ano, prevista na MP n.º 1.577/97, e suas reedições, só se aplicam às situações ocorridas após a sua vigência. 16. Assim é que ocorrida a imissão na posse do imóvel desapropriado: a) em data anterior à vigência da MP n.º 1.577/97, os juros compensatórios devem ser fixados no limite de

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Súmula do STJ

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13. A divergência entre julgados do mesmo tribunal não enseja recurso especial.

●STJ REsp 1064242-RS (DJe 23.10.2008); STF RE 229227-SP (DJ 28.05.1999)

14. Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento.

►Se fixados em quantia certa, a correção incide a partir da data da sentença ou acórdão que os concedeu. ●STJ REsp 866642-MG420 (DJe 16.09.2008); STF ACO-ED 492-DF (DJ 16.12.2004)

15. Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.

►Merece ser mantida. A orientação é consentânea com a repartição de competências estabelecida na CF. Conquanto, por razões de política judiciária, o STF tenha decidido, no julgamento do Conflito de Competência nº 7204-MG, que a Justiça comum estadual é competente apenas para prosseguir no julgamento dos processos em que já houver sido prolatada sentença, mesmo que ajuizado antes da EC 45/04, e, ainda, sumulado a matéria em sentido contrário ao verbete. Vide súmula STF 736.

12% (doze por cento) ao ano, nos termos da Súmula n.º 618/STF; ou b) após a vigência da MP n.º 1.577/97 e reedições, e em data anterior à liminar deferida na ADIN 2.332/DF, de 13.09.2001, os juros serão arbitrados no limite de 6% ao ano entre a data do apossamento ou imissão na posse até 13.09.2001. Precedentes do STJ: ERESP 606562, desta relatoria, publicado no DJ de 27.06.2006; RESP 737.160/SP, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 18.04.2006; RESP 587.474/SC, Rel.ª Min.ª Denise Arruda, DJ de 25.05.2006 e RESP 789.391/RO, Rel. Min. Teori Albino Zavaski, DJ de 02.05.2006.” Relator Ministro LUIZ FUX 420 “Preliminarmente, excluo o conhecimento do recurso com fulcro na alínea "c"do inciso III do artigo 105 da Constituição Federal de 1988. É que, neste caso, não houve o expresso confronto da decisão atacada com as decisões que serviram de fundamento para a edição do enunciado nº 14 da Súmula do STJ, não havendo a demonstração analítica da divergência jurisprudencial. No mais, parece-me que o teor da decisão de primeiro grau, confirmada pelo Tribunal a quo, não destoou do enunciado sumular ao condenar a embargada a pagar honorários arbitrados em "[...] 10% (dez por cento) do valor cobrado referente à CDA [...]" em execução (fls.189). Isto porque o valor da causa nos embargos à execução fiscal é, de regra, igual ao valor da dívida constante da certidão de dívida ativa, com os respectivos encargos legais, já estando aí embutida a sua atualização até a data do ajuizamento dos embargos. Desta forma, tenho que a correção monetária deve ter por base o valor da certidão de dívida ativa, já atualizada com os seus respectivos encargos legais, na data do ajuizamento da ação de embargos do devedor. Isto é, somente a partir da data do ajuizamento dos embargos do devedor é que a correção, na forma do §2º do art. 1º da Lei nº 6.899/81, se inicia. Antes, a atualização deve ser a do próprio valor em execução fiscal. Contudo, o entendimento do Tribunal a quo não é de ser alterado, tendo em vista o princípio da non reformatio in pejus.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES

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Súmula do STJ

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●STJ AgRg-REsp 847995-RS421 (DJe 03.10.2008); STF CC 7204-MG422 (DJe 09.12.2005)

16. A legislação ordinária sobre crédito rural não veda a incidência da correção monetária.

●STJ REsp 905211-DF (DJ 11.06.2007); STF AI-AgR 304838-MA (DJe 03.05.2007)

17. Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.

●STJ HC 101077-GO423 (DJe 04.08.2008); STF HC 89178-SP (DJ 29.05.2007)

421 “1.- Segundo entendimento da Segunda Seção desta Corte compete à Justiça do Trabalho o julgamento das ações de indenização decorrentes de acidente de trabalho, ressalvando, contudo, a competência da Justiça Comum Estadual para prosseguir no julgamento dos processos em que já tenha sido proferida sentença. 2.- Em tendo sido proferida sentença após a edição da Emenda Constitucional 45/04, o Juiz prolator já era incompetente para processar e julgar o feito, motivo pelo qual é nula a decisão e prevalece a competência da Justiça do Trabalho, por ter tal emenda aplicação imediata. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 422 “Numa primeira interpretação do inciso I do art. 109 da Carta de Outubro, o Supremo Tribunal Federal entendeu que as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho, ainda que movidas pelo empregado contra seu (ex-)empregador, eram da competência da Justiça comum dos Estados-Membros. 2. Revisando a matéria, porém, o Plenário concluiu que a Lei Republicana de 1988 conferiu tal competência à Justiça do Trabalho. Seja porque o art. 114, já em sua redação originária, assim deixava transparecer, seja porque aquela primeira interpretação do mencionado inciso I do art. 109 estava, em boa verdade, influenciada pela jurisprudência que se firmou na Corte sob a égide das Constituições anteriores. 3. Nada obstante, como imperativo de política judiciária -- haja vista o significativo número de ações que já tramitaram e ainda tramitam nas instâncias ordinárias, bem como o relevante interesse social em causa --, o Plenário decidiu, por maioria, que o marco temporal da competência da Justiça trabalhista é o advento da EC 45/04. Emenda que explicitou a competência da Justiça Laboral na matéria em apreço. 4. A nova orientação alcança os processos em trâmite pela Justiça comum estadual, desde que pendentes de julgamento de mérito. É dizer: as ações que tramitam perante a Justiça comum dos Estados, com sentença de mérito anterior à promulgação da EC 45/04, lá continuam até o trânsito em julgado e correspondente execução. Quanto àquelas cujo mérito ainda não foi apreciado, hão de ser remetidas à Justiça do Trabalho, no estado em que se encontram, com total aproveitamento dos atos praticados até então. A medida se impõe, em razão das características que distinguem a Justiça comum estadual e a Justiça do Trabalho, cujos sistemas recursais, órgãos e instâncias não guardam exata correlação. 5. O Supremo Tribunal Federal, guardião-mor da Constituição Republicana, pode e deve, em prol da segurança jurídica, atribuir eficácia prospectiva às suas decisões, com a delimitação precisa dos respectivos efeitos, toda vez que proceder a revisões de jurisprudência definidora de competência ex ratione materiae. O escopo é preservar os jurisdicionados de alterações jurisprudenciais que ocorram sem mudança formal do Magno Texto.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 423 “1. A real periculosidade da ré, evidenciada no modus operandi (fazer se passar por herdeira do de cujus e assim transferir todo o patrimônio deste para o seu nome, falsificando documentos públicos), além de tentar evadir-se do distrito da culpa, é motivação idônea, capaz

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18. A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

●STJ EDcl-Ag 748381-MG424 (DJ 23.10.2006); STF Inq 1528-PR (DJ 09.06.2003)

19. A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.

►Quanto à fixação do tempo máximo de permanência de clientes nas filas, compete ao município legislar. ●STJ REsp 711918-RS425 (DJ 13.02.2008); STF RE 392700-PB (DJ 06.06.2005)

20. A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o similar nacional.

●STJ AgRg-Ag 551068-RJ426 (DJe 23.10.2008); STF AI 694992-RS (DJe 31.03.2008)

de justificar o decreto constritivo, por demonstrar a necessidade de se resguardar a ordem pública e garantir a instrução criminal. Precedentes do STF e do STJ. [...]6. A falsificação do documento serviu para a prática de mais de um delito (arts. 171, caput, por duas vezes, e 171, I, ambos do CPB), razão pela qual não há que se falar em exaurimento do falso ou sua absorção pelo crime de estelionato, pois a potencialidade lesiva da falsidade persistiu mesmo após o seu uso.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 424 “1. Condenada a embargante à pena de 2 (dois) anos de reclusão pela prática do delito de apropriação indébita previdenciária, o magistrado deixou de lhe aplicar a sanção, com base no art. 168-A, § 3º, do CP. 2. O legislador, em respeito ao princípio da intervenção mínima, criou no § 3º do art. 168-A do Código Penal, uma espécie de perdão judicial, ao permitir que o juiz deixe de aplicar a reprimenda, nos casos em que o valor do débito (contribuições e acessórios) não seja superior ao mínimo exigido pela própria previdência social para o ajuizamento de execução fiscal. 3. Dessa forma, concedido perdão judicial à ré, incide, no caso, o enunciado sumular 18 desta Corte, que assim dispõe: "A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório". 4. Assim, não se vislumbra o interesse recursal da defesa em pugnar pelo reconhecimento da prescrição superveniente da pretensão punitiva do Estado, por já ter sido declarada a extinção da punibilidade quanto ao delito a ela imputado. 5. Embargos declaratórios não conhecidos.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 425 “1. Compete ao Município legislar sobre a fixação do período máximo de permanência de clientes nas filas de agências bancárias. 2. Inaplicabilidade da Súmula n. 19/STJ ao caso dos autos. 3. Recurso especial improvido.” Relator p/ acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 426 “1. A Primeira Seção desta Corte, na assentada de 24.10.2007, adotou entendimento segundo o qual ‘para a melhor solução da controvérsia em exame deve-se registrar que a isenção do ICMS sobre a entrada do bacalhau no Brasil é condicionada ao fato de o produto similar (peixe seco e salgado) gozar do mesmo benefício. É uma condição genérica. Peixe seco e salgado é espécie do gênero pescado’. 2. Não prevalece o argumento de que os enunciados 575 da Súmula do STF e 71 da Súmula do STJ foram editados na vigência de legislação tributária revogada, ‘uma vez que o enunciado levou em consideração a legislação nacional da época’. 3. Forçoso concluir que, a partir de 1º de maio de 1999, data em que expiraram as cláusulas do Convênio 60/91, os Estados não mais estão autorizados a conceder isenção de ICMS sobre as operações internas com pescado. Na hipótese dos autos, o mandado de

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Súmula do STJ

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21. Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução.

●STJ HC 96422-SP427 (DJe 20.10.2008); STF HC-MC 96987-RJ (DJe 10.12.2008)

22. Não há conflito de competência entre o tribunal de justiça e tribunal de alçada do mesmo estado-membro.

●STJ HC 58997-PR428 (DJe 04.08.2008); STF CC 7081-MG (DJ 27.09.2002)

23. O Banco Central do Brasil é parte legítima nas ações fundadas na resolução 1154/86.

●STJ AgRg-Ag 7775999-SP429 (DJ 09.08.2007) 24. Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima entidade

autárquica da Previdência Social, a qualificadora do § 3º, do art. 171 do Código Penal.

●STJ HC 55508-SC430 (DJ 22.05.2006)

segurança foi impetrado em fevereiro de 1999, antes, portanto, de expirado o prazo do Convênio, devendo ser aplicada a isenção na importação de bacalhau. 4. Não procede também a alegação da recorrente de que é necessária a apresentação do documento de isenção no momento do desembaraço aduaneiro pois é entendimento desta Corte que descabe tal exigência quando houver a isenção tributária. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 427 “1. Os prazos para a submissão a julgamento popular não são peremptórios, podendo, dentro dos limites da razoabilidade, ser maleáveis diante das peculiaridades do caso concreto, razão pelas quais a hipótese, em que houve exaustiva fundamentação na decisão da pronúncia referente à necessidade da manutenção da custódia cautelar, decorrente de prisão em flagrante de paciente pela suposta prática de três homicídios e provocação de aborto, inviabiliza a flexibilização do enunciado 21 desta Corte. 2. Ordem parcialmente concedida apenas para anular o processo a partir do julgamento do recurso em sentido estrito, inclusive, determinando-se que outro seja realizado, com observância da prévia intimação pessoal do Defensor Público, sem o desentranhamento do acórdão objurgado, pois a decisão cassada não poderá ser utilizada durante eventual apreciação perante o Tribunal do Júri em prejuízo do paciente; mantido o seu seqüestro corporal.” Relator Ministro JORGE MUSSI 428 “1. ‘Não há conflito de competência entre o Tribunal de Justiça e Tribunal de Alçada do mesmo Estado-membro’ (Súmula n.º 22 do STJ). 2. Inexiste, portanto, nulidade do acórdão proferido em sede de recurso de apelação pelo Tribunal de Alçada, que se deu em razão de decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, determinando ao referido Tribunal a apreciação do recurso. 3. Ordem denegada.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 429 “1. A ilegitimidade passiva da União nas ações de repetição do indébito relativo ao empréstimo compulsório de 25% incidente sobre o valor de compra em moeda estrangeira de passagens aéreas, é questão pacificada pelo STJ, no verbete sumular n.° 23, verbis: O Banco Central é parte legítima nas ações fundadas na Resolução n. 1.154/86. Precedentes.” Relator Ministro LUIZ FUX 430 “I - Para efeito de apreciação em sede de writ, a decisão condenatória reprochada está suficientemente fundamentada, uma vez que, não obstante tenha estabelecido a pena acima do mínimo legal, o fez com a devida fundamentação. II - O crime de estelionato praticado contra

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Súmula do STJ

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25. Nas ações da lei de falências o prazo para a interposição de recurso conta-se da intimação da parte.

►O verbete é compatível com a Lei nº 11.101/05, que atualmente regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, cujo art. 189, dita: “Aplica-se a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, no que couber, aos procedimentos previstos nesta Lei. O CPC, por sua vez, no art. 242, traz a regra geral: “O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão. § 1o Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença. § 2º Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação.” ●STJ Ag 633047-PE (DJ 20.04.2005)

26. O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.

●STJ REsp 199058431 (DJ 10.12.2007) 27. Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos

ao mesmo negócio. ●STJ REsp 988397-SP432 (DJe 01.09.2008)

autarquia da Previdência Social está previsto no art. 155, IV, "a", da Lei nº 3.807/60, sendo aplicável a qualificadora prevista no § 3º do art. 171 do Código Penal (Súmula nº 24/STJ). Writ denegado.” Relator Ministro FELIX FISCHER 431 “1. O acórdão guerreado não possui vício a ser sanado por meio de embargos de declaração; em verdade, o aresto não padece de omissão, contradição ou obscuridade, uma vez que o Tribunal a quo se manifestou acerca de todas as questões relevantes para a solução da controvérsia, tal como lhe fora posta e submetida. 2. Na espécie em exame, não trouxe o v. acórdão, no seu corpo, qualquer indicação objetiva que pudesse revelar a existência de solidariedade; assim, acaso mantido o acórdão objurgado, estar-se-ia decidindo contrariamente ao enunciado sumular nº 26/STJ, que determina, expressamente, a responsabilidade do avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo, quanto às obrigações pactuadas, somente quando figurar na avença como devedor solidário. 3. Recurso especial conhecido e provido.” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA 432 “1. Presentes a identidade de devedor e de procedimento, além da competência do magistrado para todas as execuções, possível a cumulação de títulos executivos num mesmo processo de execução. Inteligência da Súmula 27/STJ. 2. A reunião num mesmo feito executivo de várias CDAs contendo tributos diversos, porém decorrentes de um mesmo fato jurídico, v.g. a omissão de rendimentos, facilita a defesa do executado, na medida em que desconstituído o lançamento matriz, a conclusão se estende aos lançamentos reflexos. 3. Favorece o princípio da menor onerosidade a concentração de CDAs numa mesma execução porque o executado submete seu patrimônio a uma única penhora, concentra sua defesa em único embargo à execução e, se sucumbente, pagará apenas uma verba de sucumbência. 4. A

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Súmula do STJ

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28. O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor.

●STJ AgRg-REsp 862893-SC433 (DJe 03.10.2008) 29. No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção

monetária, juros e honorários de advogado. ●STJ REsp 231562-PA434 (DJe 08.04.2008); STF AI 165470-SP (DJ 20.02.1998)

30. A comissão de permanência e a correção monetária são inacumuláveis. ►Vide súmulas STJ 294 e 296 ●STJ AgRg-Ag 869284-RS435 (DJe 28.10.2008); STF RE 503024-RS (DJe 12.03.2008)

31. A aquisição, pelo segurado, de mais de um imóvel financiado pelo sistema financeiro da habitação, situados na mesma localidade, não exime a seguradora da obrigação de pagamento dos seguros.

►O enunciado tem aplicação restrita às hipóteses de duplo financiamento contratados em data anterior à vigência da Lei 10.150/01. A orientação contida no verbete tornou-se incompatível com o que dispõe a Lei 8.100/90, art. 3º, com redação dada pela referida Lei

concentração de títulos executivos numa mesma execução fiscal, ademais, otimiza a utilização da mão-de-obra judiciária, dispensando-a da prática de atos processuais repetitivos de idêntica finalidade. 5. Recurso especial provido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 433 “4.- A jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido de que a alienação fiduciária é regida por lei própria e não se confunde com o instituto do pacto comissório, sendo possível a sua utilização para cumprimento de obrigações contratuais, inclusive para garantia de outras dívidas, tendo por objeto bem já integrante do patrimônio do devedor (Súmula 28/STJ).” Relator Ministro SIDNEI BENETI 434 “Constata-se que o entendimento adotado pelo Tribunal local diverge do posicionamento perfilhado por esta Corte Superior no sentido de que o depósito elisivo da falência deve ser integral, vale dizer, além do valor principal da dívida representativa do título que instrui o processo executivo, deve incluir, também, a correção monetária, os juros de mora e a verba honorária (ut REsp 125444/SP, Relator Ministro Aldir Passarinho Júnior, Quarta Turma, DJ 10/10/2000; REsp 131827/SP, Relator Ministro Cesar Asfor Rocha, Quarta Turma, DJ 01/01/1999); A matéria é, inclusive, objeto do enunciado da Súmula n. 29/STJ, in verbis: "No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e honorários de advogado." Assim sendo, com amparo no artigo 557, § 1º-A, do CPC, dá-se provimento ao recurso especial.” Relator Ministro MASSAMI UYEDA 435 “3. É lícita a cobrança de comissão de permanência após o vencimento da dívida, devendo a mesma observar a taxa média dos juros de mercado, apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa de juros contratada para o período da normalidade. 4. Não pode a comissão de permanência ser cumulada com a correção monetária nem com os juros remuneratórios, nos termos das Súmulas 30, 294 e 296 do STJ. De igual modo, a cobrança da comissão de permanência não pode coligir com os encargos decorrentes da mora, como os juros moratórios e a multa contratual (Precedente: AgRg no REsp n° 712.801/RS, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito).” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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Súmula do STJ

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10.150/01: “Art. 3o O Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS quitará somente um saldo devedor remanescente por mutuário ao final do contrato, exceto aqueles relativos aos contratos firmados até 5 de dezembro de 1990, ao amparo da legislação do SFH, independentemente da data de ocorrência do evento caracterizador da obrigação do FCVS. § 1° No caso de mutuários que tenham contribuído para o FCVS em mais de um financiamento, desde que não sejam referentes a imóveis na mesma localidade, fica assegurada a cobertura do fundo, a qualquer tempo, somente para quitações efetuadas na forma estabelecida no caput do art. 5º da Lei nº 8.004, de 14 de março de 1990. § 2° Ocorrendo a hipótese de um mutuário figurar como co-devedor em contrato celebrado anteriormente, não será considerado como tendo mais de um financiamento. §§ 3º e 4º omissis” ●STJ REsp 770560-RS436 (DJe 11.09.2008)

32. Compete à Justiça Federal processar justificações judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela tem exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II da lei 5010/66.

►Dispõe a referida Lei 5.010/66: “Art. 15. Nas Comarcas do interior onde não funcionar Vara da Justiça Federal (artigo 12), os Juízes Estaduais são competentes para processar e julgar: I - os executivos fiscais da União e de suas autarquias, ajuizados contra devedores domiciliados nas respectivas Comarcas; II - as vistorias e justificações destinadas a fazer prova perante a administração federal, centralizada ou autárquica, quando o requerente for domiciliado na Comarca;” Quanto à matéria, dispõe a CF: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou

436 “ADMINISTRATIVO. "CONTRATO DE GAVETA". FCVS. PAGAMENTO INTEGRAL DAS PARCELAS. QUITAÇÃO. 1. O STJ reconhece ao mutuário com mais de um imóvel financiado pelo SFH numa mesma localidade, cujo contrato conte com a cobertura do FCVS, o direito de obter o termo de quitação do financiamento e levantamento da hipoteca incidente sobre o imóvel, após o pagamento da totalidade das prestações devidas no período de amortização, conforme a Lei 10.150/2000. Precedentes. [...] 2. Somente após as alterações introduzidas pela Lei 10.150/2000, estabeleceu-se que, no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação, o descumprimento do preceito legal que veda a duplicidade de financiamento dá ensejo à perda da cobertura do saldo devedor residual pelo FCVS de um dos financiamentos. 3. Não se pode estender ao mutuário, que obteve duplo financiamento pelo Sistema Financeiro de Habitação em data anterior à edição da Lei 10.150/2000, penalidade pelo descumprimento das obrigações assumidas que não aquelas avençadas no contrato firmado e na legislação então em vigor. Diante disso, tem-se por inaplicável a norma superveniente, restritiva da concessão do benefício à quitação de um único contrato de financiamento pelo FCVS. Precedentes: REsp 614.053/RS, 1ª T., Min. José Delgado, DJ de 05.08.2004; AGREsp 611.325/AM, 2ª T., Min. Franciulli Netto, DJ de 06.03.2006. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não-provido" (REsp 902.117/AL, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJU de 1º.10.07);” Relator Ministro CASTRO MEIRA

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Súmula do STJ

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empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; [...] § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. §§ 4º e 5º omissis” ►Vide súmula STJ 15 e respectiva anotação. ●STJ CC 097242-MG437 (DJe 02.12.2008) e CC 74867-RJ438 (DJe 29.09.2008)

33. A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. ●STJ CC 94729-SC439 (DJe 06.10.2008)

34. Compete à Justiça Estadual processar e julgar causa relativa à mensalidade escolar, cobrada por estabelecimento particular de ensino.

●STJ CC 089194-PI (DJe 01.02.2008)

437 “Vale ressaltar que a este Tribunal foi atribuída a missão constitucional de uniformizar a jurisprudência ao interpretar a lei federal, além de velar por sua higidez. Destarte, revendo posicionamento anterior, adoto a nova orientação da Seção no sentido de fixar a competência da Justiça Federal para processar e julgar as ações objetivando a revisão de benefícios de pensão por morte, bem como a sua concessão, independentemente da circunstância que motivou o óbito. Ademais, a regra geral é que a competência para o julgamento das ações propostas contra a autarquia previdenciária é da Justiça Federal. Assim, o dispositivo constitucional que define a competência da Justiça Estadual para julgamento das ações acidentárias deve ser interpretado restritivamente.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 438 “1. A competência para processar e julgar ação de justificação ajuizada por servidora do Cartório de Registro Civil da 2.ª Circunscrição da Comarca de Nova Iguaçu - RJ, regida por regime celetista, no afã de comprovar o seu tempo de serviço, é da Justiça Estadual. Incidência, a contrario sensu, da Súmula n.º 32 deste STJ, no sentido de que: Compete à Justiça Federal processar e julgar justificações judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei n.º 5.010, de 1966 (Precedente: AgRg no CC 31.965 - RJ, Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR, Segunda Seção, DJ de 04 de abril de 2002). 2. In casu, (i) a pretensão deduzida pela autora do feito principal não se refere ao reconhecimento de vínculo empregatício, até porque já o obteve; mas, antes, efetivamente provar o seu tempo de serviço, a fim de futuramente requerer a sua aposentadoria, e (ii) o objeto mediato do pedido não é voltado contra o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, que não ocupa qualquer dos pólos subjetivos da demanda (art. 109, I, da Carta Magna).” Relator Ministro LUIZ FUX 439 “1. O art. 578 do CPC preceitua que a execução fiscal será ajuizada no foro do domicílio do réu. Não obstante isso, tem-se que a competência territorial é relativa, só podendo a incompetência ser argüida por meio de exceção (CPC, art. 112). 2. Realizada a escolha e ajuizada a ação, restou definida a competência do Juízo Federal da Vara Agrária e Ambiental (CPC, art. 87), não podendo ser reconhecida ex officio eventual incompetência do juízo, conforme enunciado da Súmula 33/STJ.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES

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Súmula do STJ

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35. Incide correção monetária sobre as prestações pagas, quando de sua restituição, em virtude da retirada ou exclusão do participante de plano de consórcio.

►O STJ firmou o entendimento de que a restituição das parcelas corrigidas monetariamente deve ocorrer em até trinta dias do prazo previsto contratualmente para o encerramento do plano, a partir de então incidem juros moratórios. ●STJ REsp 1084778-MG440 (DJe 19.12.2008); STF RE 175161-SP (DJ 14.05.1999)

36. A correção monetária integra o valor da restituição, em caso de adiantamento de câmbio, requerida em concordata ou falência.

●STJ REsp 1091478-RS441 (DJe 12.12.2008) 37. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral

oriundos do mesmo fato. ●STJ REsp 938847-SC442 (DJe 13.11.2008); STF AI 651207-RS (DJe 12.06.2008)

38. Compete à Justiça Estadual comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.

●STJ REsp 817689-RS443 (DJe 29.10.2008) 39. Prescreve em vinte anos a ação para haver indenização, por

responsabilidade civil, de sociedade de economia mista. 440 “1. Consorciado excluído ou desistente tem direito à devolução das prestações pagas à administradora devidamente corrigidas, mas não de forma imediata, e sim somente após o prazo de 30 (trinta) dias do encerramento do grupo de consórcio, com juros de mora a partir dessa mesma data.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 441 “De outra parte, o recurso merece prosperar, porquanto as Turmas integrantes da 2ª Seção desta Corte há muito consolidaram o entendimento de que, em falência, as restituições decorrentes de adiantamentos de contratos de câmbio preferem a todos os créditos, inclusive os trabalhistas, por se tratar de dinheiro de terceiro em poder do falido, não sujeito à execução concursal e, ademais, devem ser corrigidas monetariamente nos termos da súmula 36/STJ.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES 442 “Comprovado o nexo causal entre o dano e o ato omissivo do agente público, é devida a indenização a título de reparação dos prejuízos materiais e/ou morais, na proporção do dano causado, nos moldes do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, e Súmula n. 37 do STJ, aplicando-se a teoria do risco administrativo. A indenização deve ser fixada em patamar moderado, sem, todavia, ser inexpressiva, a ponto de desprezar as seqüelas do dano, ou excessiva, a ponto de promover o enriquecimento injustificado da parte.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN 443 “1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que compete à Justiça Estadual processar e julgar ações que questionam a exploração de máquinas caça-níqueis, videopôquer, videobingo e equivalentes.” Relatora Ministra ELIANA CALMON

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Súmula do STJ

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►Merece revisão. O vigente Código Civil fixa o prazo prescricional em dez anos (art. 205). ●STJ REsp 916293-MA444 (DJe 17.11.2008); STF AI 540456-RS (DJ 01.07.2005)

40. Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado.

●STJ HC 89176-RJ445 (DJe 31.03.2008) 41. O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e

julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos respectivos órgãos.

●STJ MS 014035-SP446 (DJe 16.12.2008); STF RMS 25603-DF (DJe 14.06.2007)

42. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.

●STJ CC 100853-BA447 (DJe 19.12.2008); STF RE 327142-RS (DJ 07.02.2002)

444 “3. As sociedades de economia mista têm inequívoca natureza jurídica de direito privado, aplicando-se-lhes a prescrição vintenária atribuída às ações pessoais, consoante o disposto no art. 177 do Código Civil. Incidência do enunciado de Súmula 39 desta Corte” Relator Ministro LUIZ FUX 445 “I - Não há qualquer ilegalidade a ser sanada via habeas corpus na r. decisão que, em sede de execução penal, indefere pedido de saída temporária, consistente na visita à família (art. 122, inciso I, da LEP), levando-se em consideração o fato do paciente, réu reincidente, não preencher o requisito objetivo previsto no art. 123, inciso II, in fine, da LEP, consistente no cumprimento mínimo de 1/4 (um quarto) da reprimenda imposta. II - Não deve ser concedido o benefício do trabalho externo ao paciente, cuja atividade a ser desenvolvida não possibilita a fiscalização pelo Poder Público (Precedentes).” Relator Ministro FELIX FISCHER 446 “A teor do disposto no art. 105, inciso I, alínea b, da Constituição Federal, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, os mandados de segurança contra atos de Ministros de Estado, Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal. E este mandamus se dirige contra ato de Juíza Federal convocada para o respectivo Tribunal Regional Federal, autoridade não compreendida no rol indicado pela Carta Magna.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 447 “2. Esta Corte já se posicionou no sentido de que o pedido de expedição de alvará para levantamento de importâncias relacionadas ao PIS/PASEP é procedimento de jurisdição voluntária, e a competência é da Justiça Estadual. Neste sentido o seguinte precedente: ‘PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO (NEGATIVO) DE COMPETÊNCIA. FGTS. ALVARÁ JUDICIAL. PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. INEXISTÊNCIA DE CONFLITO DE INTERESSES. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. A orientação da Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que, não havendo conflito de interesses, compete à Justiça Estadual autorizar o levantamento dos valores relativos ao FGTS e PIS/PASEP nos procedimentos de jurisdição voluntária. Aplica-se, analogicamente, o disposto na Súmula 161/STJ: 'É da competência da Justiça Estadual autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta.' 2. Conflito conhecido para

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Súmula do STJ

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43. Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.

►Vide súmula STF 562. ●STJ REsp 1003055-RJ448 (DJe 19.12.2008); STF AI 725158-RJ (DJe 07.11.2008)

44. A definição, em ato regulamentar, de grau mínimo de disacusia, não exclui, por si só, a concessão do benefício previdenciário.

●STJ AgRg-REsp 282267-SP449 (DJ 23.06.2008) 45. No reexame necessário, é defeso, ao tribunal, agravar a condenação

imposta à Fazenda Pública. ●STJ REsp 940367-BA450 (DJe 02.10.2008); STF Rcl 4700-SC (DJ 17.10.2006)

declarar a competência do Juízo de Direito da 1ª Vara de Andradina, o suscitado’ (CC 92053/SP, 1ª Seção, Min. Denise Arruda, DJe 04/08/2008) Ademais, no caso dos autos, os valores a serem levantados encontram-se depositados no Banco do Brasil, que é sociedade de economia mista, sendo aplicável, portanto, o teor da Súmula 42/STJ: [...].” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 448 “1. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso em caso de responsabilidade extracontratual (Súmula 54/STJ). Precedentes: REsp 771926/SC, DJ 23.04.2007; REsp 771926/SC, DJ 23.04.2007;REsp 489439/RJ, DJ 18.08.2006; REsp 768992/PB, DJ 28.06.2006. 2. Os juros hão de ser calculados, a partir do evento danoso (Súmula 54/STJ) à base de 0,5% ao mês, ex vi artigo 1.062 do Código Civil de 1916 até a entrada em vigor do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2001). 3. A partir da vigência do Novo Código Civil (Lei nº 10.406/2001) os juros moratórios deverão observar a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional (artigo 406). Taxa esta que, como de sabença, é a SELIC, nos expressos termos da Lei nº 9.250/95. Precedentes: […] 4. Deveras, é cediço na Corte que o fato gerador do direito a juros moratórios não é o ajuizamento da ação, tampouco a condenação judicial, mas, sim, o inadimplemento da obrigação. 5. Desta feita, tratando-se de fato gerador que se protrai no tempo, a definição legal dos juros de mora deve observância ao princípio do direito intertemporal segundo o qual tempus regit actum. 6. Consectariamente, aplica-se à mora relativa ao período anterior à vigência do novo Código Civil as disposições insertas no revogado Código Civil de 1916, regendo-se o período posterior pelo diploma civil superveniente (REsp 745825/RS, DJ 20.02.2006). 7. Os juros, bem como a correção monetária, integram o pedido de forma implícita, sendo desnecessária sua menção expressa no pedido formulado em juízo, a teor do que dispõe o art. 293 do CPC.” Relator Ministro LUIZ FUX 449 “1. O julgamento do recurso especial interposto contra aresto que indefere pedido de benefício de auxílio-acidente porque o grau de disacusia se situa abaixo do indicado na Tabela de Fowler, em contrariedade ao disposto na Súmula 44/STJ, não incorre em reexame de matéria fático-probatória, mas apenas em valoração do conjunto probatório existente nos autos. Precedentes. 2. Demonstrados o nexo causal, a redução da capacidade laborativa e a deficiência auditiva, faz jus o agravado à reparação infortunística. 3. Agravo regimental improvido.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 450 “PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. REMESSA NECESSÁRIA. REFORMATIO IN PEJUS. SÚMULA 45 DO STJ. TERMO A QUO DOS JUROS MORATÓRIOS. DATA DA CITAÇÃO. 1. O Sistema Processual Brasileiro veda a reformatio in pejus

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Súmula do STJ

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46. Na execução por carta, os embargos do devedor serão decididos no juízo deprecante, salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação dos bens.

►Segundo firme jurisprudência do STJ, ainda que versem apenas vícios ou defeitos da penhora os embargos também serão decididos no juízo deprecante quando a União figurar como autora ou ré, em decorrência da competência ratione personae (art. 109, I, CF). ●STJ CC 055972-RS451 (DJe 05.09.2008)

em detrimento do único recorrente. 2. In casu, o Tribunal a quo, ao examinar a remessa necessária, decidiu: ‘(...) O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento (Resp n. 764560/PR) de que a fixação, em remessa oficial, de correção monetária e de juros de mora, não implica em reformatio in pejus, nos termos do art. 293 do Código de Processo Civil. Assim, a correção monetária e os juros de mora devem ser contados da data do evento danoso (Súmula n. 54/STJ), sendo estes fixados em 0,5% ao mês, até o advento da Lei n. 10.406/2002, que entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003, observando-se, a partir daí, o disposto no art. 406 do novo Código Civil.’ 3. A remessa obrigatória assemelha-se ao recurso quanto à possibilidade de alteração da decisão em “detrimento” da parte beneficiada pelo reexame oficial. Assim é que, em duplo grau obrigatório, não se admite que o tribunal, revendo a decisão prejudique, por exemplo, a Fazenda Pública, piorando-lhe a situação contida na sentença remetida de ofício, mas que não sofreu impugnação voluntária da parte adversa. Trata-se de “vedação da reformatio in pejus”, instituto intimamente ligado à idéia de recurso voluntário. Esse fenômeno ocorre, justamente, quando a decisão “para pior” é proferida pelo órgão revisor contra o único recorrente. (in Curso de Direito Processual Civil, Rio de Janeiro, Forense, 2001) 4. O reexame necessário previsto no art. 475 do CPC não pode ser utilizado como mecanismo prejudicial à entidade de direito público que dele beneficiar-se-ia, porquanto manifestação do princípio inquisitório que tem como conseqüência o efeito translativo, que nada tem a ver com reformatio in Pejus, que é manifestação do princípio do efeito devolutivo do recurso (princípio dispositivo). Precedentes: Resp 17023, DJ 1.6.1992; REsp 302464/ES, DJ 18.03.2002; REsp 256153/RS, DJ 04.09.2000;REsp 713.609/MT, DJ 01.06.2006;AR 1.428/SP, DJ 01.02.2008. 5. A parte vencedora, que no primeiro grau de jurisdição deixou de recorrer conformou-se in totum com o julgamento, restando vedado valer-se da remessa oficial, cujo interesse tutelado é público. 6. Recurso especial provido para anular em parte o acórdão recorrido, apenas no que se refere à fixação do termo a quo dos juros moratórios, que devem ser aplicados a partir da citação, nos moldes assentados na sentença de fls.133/137, mantendo-se incólume a decisão de fls. 146/152 no seu teor remanescente.” Relator Ministro LUIZ FUX 451 “Inicialmente, ressalto que este Tribunal Superior possui entendimento dominante no sentido de que compete ao Juízo em que se praticou o ato executivo a competência para processar e julgar as causas tendentes a desconstituí-lo. […] Todavia, por se tratar de demanda autônoma, na qual figura como ré a União, vigora a regra da competência ratione personae, prevista no art. 109, I, da Constituição Federal, que assim dispõe: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de Trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. Desta forma, tratando-se de ação movida por ente federal, em conformidade com o mencionado artigo, a competência para seu julgamento é da Justiça Federal. Essa tese encontra respaldo em outros precedentes oriundos desta Corte: […]” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN

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Súmula do STJ

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47. Compete à Justiça Militar processar e julgar crime cometido por militar contra civil, com emprego de arma pertencente À corporação, mesmo não estando em serviço.

►Merece cancelamento. A orientação tornou-se incompatível com o Código Penal Militar (Dec-Lei 1001/69), desde o advento da Lei 9.299/96, que revogou a alínea ‘f’, do inciso II, do art. 9º, que considerava como crime militar, em tempos de paz: “II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados: […] f) por militar em situação de atividade ou assemelhado que, embora não estando em serviço, use armamento de propriedade militar ou qualquer material bélico, sob guarda, fiscalização ou administração militar, para a prática de ato ilegal;”. ●STJ CC 14305-SP (DJ 22.04.1996)

48. Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.

●STJ CC 033869-DF452 (DJ 10.11.2006) 49. Na exportação de café em grão, não se inclui na base de cálculo do

ICM a quota de contribuição, a que e refere o art. 2º do decreto-lei 2.295, de 21.11.86.

●STJ REsp 511036-MG453 (DJ 06.03.2007) 50. O adicional de tarifa portuária incide apenas nas operações realizadas

com mercadorias importadas ou exportadas, objeto do comércio de navegação de longo curso.

●STJ REsp 858812-SP454 (DJe 21.10.2008) 452 “Constato que a obtenção ilícita de vantagem por meio de artifício fraudulento, enquadrada no artigo 171 do Código Penal, ocorreu, principalmente, na cidade de Formosa, estado de Goiás. A infração penal em investigação consuma-se no instante e local em que é obtida a vantagem ilícita. Desta forma, incide sobre a hipótese o estatuído no art. 70 do Código de Processo Penal, que fixa a regra geral de competência no lugar onde consumado o delito. Não se aplica, na hipótese, o comando literal do enunciado nº 521 do STF, pelo estelionato somente ter sido consumado no momento da obtenção da vantagem, ou seja, no momento em que foi sacado o numerário obtido por depósito de cheque sem fundos.” Relator Ministro PAULO MEDINA 453 “1. Viola de forma direta o preceito normativo insculpido no art. 2º, § 8º, do Decreto-Lei n. 406/68 decisão que determina o acréscimo do valor da cota de contribuição para o IBC na base de cálculo do ICMS cobrado na saída de mercadorias. 2. Nas operações comerciais que envolvem produto cujo preço é fixado com base nas cotações das bolsas internacionais e às quais se aplica a regra universal da desoneração das exportações, há de se pressupor a impossibilidade prática do repasse do valor do tributo recolhido, sob pena de perda de competitividade do produto no mercado internacional. 3. Recurso especial provido.” Relator JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 454 “TRIBUTÁRIO – ADICIONAL DE TARIFA PORTUÁRIA – NÃO-INCIDÊNCIA SOBRE AS OPERAÇÕES PREVISTAS NOS ITENS "A", "B", "J", "K", "L" E "M" DA TABELA PORTUÁRIA. 1. Nos termos do art.

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Súmula do STJ

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51. A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da identificação do "apostador" ou do "banqueiro".

●STJ REsp 208037-SP (DJe 18.09.2000) 52. Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de

constrangimento por excesso de prazo. ►O excesso de prazo irrazoável é repelido pela jurisprudência tanto do STJ quanto do STF. ●STJ RHC 22755-PI455 (DJe 28.10.2008); STF HC 966629-PI456 (DJe 01.12.2008)

53. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.

●STJ HC 62100-SP457 (DJe 04.08.2008)

1º, § 1º, da Lei 7.700/1988, o Adicional de Tarifa Portuária - ATP não incide sobre as operações previstas nos itens "A", "B", "J", "K", "L" e "M" do art. 5º do Decreto 24.508/34. Precedentes. 2. Recurso especial provido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 455 “1. Ainda que o entendimento jurisprudencial seja pacífico no sentido de ser possível, diante das peculiaridades do caso concreto, dilatar os prazos para a conclusão da instrução processual, a delonga deve observar os limites da razoabilidade, sob pena de constituir coação ilegal. 2. Não se mostra razoável que o paciente, preso em flagrante pelo roubo de um aparelho de telefonia celular, aguarde custodiado cautelarmente há quase 2 (dois) anos sem que tenha sido sentenciada a ação penal, estando o processo inerte por 1 (um) ano após requerimento ministerial na fase do art. 499, do CPP. 3. Havendo desídia do Estado-Juiz na condução do feito em fase posterior à formação da culpa, sem perspectiva de que o mesmo venha a ser julgado, impõe-se a flexibilização do enunciado da Súmula n. 52, deste Tribunal Superior. 4. Recurso provido.” Relator Ministro JORGE MUSSI 456 “O quadro exposto nos presentes autos registra que o ora paciente está internado há mais de 150 dias, sem que, nesse período, tenha sido ele julgado. O excesso verificado – porque irrazoável – revela-se inaceitável (RTJ 187/933-934), ainda mais porque essa situação anômala não foi provocada pelo ora paciente, mas, isso sim, pelo aparelho de Estado, o que impõe, em conseqüência, o acolhimento deste pedido de reconsideração. Assinale-se, por relevante, que esse entendimento encontra pleno apoio na jurisprudência que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria em exame, tanto que se registrou, nesta Corte, em diversas decisões, a concessão de ordens de “habeas corpus”, em situações nas quais o excesso de prazo - reconhecido em tais julgamentos - foi reputado abusivo por este Tribunal (RTJ 181/1064, Rel. Min. ILMAR GALVÃO).” Relator Ministro CELSO DE MELLO 457 “1. Ao contrário do que sucede com a Justiça Militar da União, cujo âmbito de incidência, por expressa previsão constitucional – art. 124, caput, da CF/88 – abrange também os civis, a competência da Justiça Militar Estadual abrange apenas os policiais e os bombeiros militares. 2. Sobre a questão, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça editou o Enunciado Sumular 53 do seguinte teor: "Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais". 3. A Lei Federal 10.029 de 20/10/00 possibilitou, aos Estados e ao Distrito Federal, a instituição da "prestação voluntária de serviços administrativos e de serviços auxiliares de saúde e de defesa civil nas Polícias Militares e nos Corpos de Bombeiros Militares", sendo o Serviço Auxiliar Voluntário instituído pela Lei 11.064 de 8/2/02 no âmbito da Polícia Militar do Estado de São Paulo. 4. O Soldado PM temporário, nos termos da legislação do Estado de São Paulo, presta serviços

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Súmula do STJ

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54. Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.

●STJ AgRg-Ag 1000762-RJ (DJe 23.10.2008); STF AI 725158-RJ (DJe 07.11.2008)

55. Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal.

●STJ CC 95683-SP458 (DJe 13.10.2008) 56. Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os

juros compensatórios pela limitação de uso da propriedade. ●STJ REsp 951533-MG459 (DJe 05.03.2008)

administrativos e auxiliares de saúde e de defesa civil, não sendo, portanto, policial militar, mas civil, de modo que não pode ser processado e julgado pela Justiça Militar Estadual. 5. Habeas corpus concedido para anular o Processo 35.535/03 da 1ª Auditoria da Justiça Militar do Estado de São Paulo desde o recebimento da denúncia, inclusive, expedindo-se alvará de soltura em seu favor, se por outro motivo não estiver preso.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 458 “1. Hipótese em que se discute a competência para julgamento de apelação interposta contra sentença proferida em ação de consignação em pagamento de prestações relativas a contrato de mútuo firmado de acordo com as normas ditadas pelo Sistema Financeiro de Habitação, ajuizada somente contra o BANCO NOSSA CAIXA S/A. 2. No caso, a ação foi ajuizada perante a Justiça Estadual, tendo como parte demandada apenas o BANCO NOSSA CAIXA S/A, empresa pública estadual. O Juízo Estadual julgou procedente o pedido e declarou extintas as obrigações relativas às prestações depositadas. 3. Ao analisar o subseqüente recurso de apelação, o Tribunal suscitado, entendendo ser obrigatória a intervenção da Caixa Econômica Federal - CEF - no feito, na qualidade de sucessora do Banco Nacional da Habitação, determinou a remessa dos autos à Justiça Federal. 4. Entretanto, entendendo a Corte Estadual que a competência para processar e julgar a ação era da Justiça Federal — em decorrência de eventual interesse da CEF na demanda —, ao invés de encaminhar os autos ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, deveria ter anulado a decisão do Juízo Estadual e determinado a remessa dos autos à Justiça Federal de primeira instância. 5. Conforme estabelece a Súmula 55/STJ, "Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal". 6. Ressalta-se, ademais, que não cabe a esta Corte Superior, em sede de conflito de competência, decidir a respeito de legitimidade de parte. 7. Agravo regimental desprovido.” Ministra Relatora DENISE ARRUDA 459 “PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDÃO. REDE DE ENERGIA ELÉTRICA. VALORIZAÇÃO DA ÁREA REMANESCENTE. ABATIMENTO. 1. ‘Na desapropriação, direta ou indireta, quando há valorização da área remanescente não desapropriada em decorrência de obra ou serviço público, dispõe o Estado de três instrumentos legais para evitar que a mais valia, decorrente da iniciativa estatal, locuplete sem justa causa o patrimônio de um ou de poucos: a desapropriação por zona ou extensiva, a cobrança de contribuição de melhoria e o abatimento proporcional, na indenização a ser paga, da valorização trazida ao imóvel’ (REsp 795.580/SC, DJU de 01.02.07). 2. A valorização imobiliária decorrente da obra ou serviço público pode ser geral, quando beneficia indistintamente um grupo considerável de administrados, ou especial, que ocorre quando o benefício se restringe a um ou alguns particulares identificados ou, pelo menos, identificáveis. 3. A mais valia geral subdivide-se em ordinária e extraordinária. A primeira tem lugar quando todos os imóveis lindeiros à obra pública se valorizam em proporção semelhante. A segunda, diferentemente, toma parte quando algum ou alguns imóveis se valorizam mais que outros, atingidos pela mais valia ordinária. 4. Na hipótese de valorização

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Súmula do STJ

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57. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar ação de cumprimento fundada em acordo ou convenção coletiva não homologados pela Justiça do Trabalho.

►Merece cancelamento. Orientação incompatível com a Lei nº 8.945/95, cujo art. 1º dispõe: “Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios que tenham origem no cumprimento de convenções coletivas de trabalho ou acordos coletivos de trabalho, mesmo quando ocorram entre sindicatos ou entre sindicato de trabalhadores e empregador.” ●STJ CC 26102-SP460 (DJ 10.10.2001)

58. Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio do executado não desloca a competência já fixada.

►Se a mudança de domicílio ocorreu antes da propositura da execução fiscal é afastada a incidência do verbete. ●STJ REsp 517851-SE461 (DJ 14.06.2007)

geral ordinária, dispõe o Poder Público da contribuição de melhoria como instrumento legal apto a "diluir", entre os proprietários beneficiados com a obra, o custo de sua realização. 5. No caso de valorização geral extraordinária, pode o Estado valer-se da desapropriação por zona ou extensiva, prevista no art. 4º do Decreto-Lei 3.365/41. Havendo valorização exorbitante de uma área, pode o Estado incluí-la no plano de desapropriação e, com a revenda futura dos imóveis ali abrangidos, socializar o benefício a toda coletividade, evitando que apenas um ou alguns proprietários venham a ser beneficiados com a extraordinária mais valia. 6. Por fim, tratando-se de valorização específica, e somente nessa hipótese, poderá o Estado abater, do valor a ser indenizado, a valorização experimentada pela área remanescente, não desapropriada, nos termos do art. 27 do Decreto-Lei 3.365/41. 7. No caso, a área remanescente valorizou em decorrência da construção de rede de energia elétrica. A valorização experimentada pelo imóvel não é especial, mas genérica, atingindo em patamares semelhantes todos os imóveis da região, o que torna inviável compensá-la com a eventual depreciação do imóvel. 8. Reconhecida pelo perito a necessidade de despesas para instalação de meios para evitar acidentes, cabe incluí-las no montante final a ser indenizado, não sendo suficiente o argumento de que não é da prática da região adotar tais procedimentos. 9. Aplicação da Súmula 56/STJ: "Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros compensatórios pela limitação de uso da propriedade". 10. Recurso especial provido.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 460 “Segundo jurisprudência pacífica da Segunda Seção desta Corte, com o advento da Lei n. ° 8.984/95, a competência para o julgamento de dissídios que tenham origem em acordo ou convenção coletiva de trabalho, ainda quando não homologados, é da Justiça Trabalhista, estando revogado o enunciado contido na Súmula 57/STJ.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 461 “1. É certo que a jurisprudência desta Corte, sumulada no enunciado 58, pacificou o entendimento de que a competência para o ajuizamento da execução fiscal é fixada no momento da propositura da ação, de maneira que a mudança de domicílio do executado, posteriormente a sua propositura, não desloca a competência já estabelecida, conforme o disposto no art. 87 do Código de Processo Civil. 2. A Primeira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, no julgamento dos EREsp 178.233/SE, de relatoria do Ministro Luiz Fux, consagrou orientação no sentido de que "a mudança de domicílio da empresa, antes da propositura da execução fiscal não enseja a aplicação da Súmula 58 do STJ" (DJ de 15.9.2003, grifou-se). Na ocasião, entendeu-se que a alteração do domicílio da empresa em data anterior à propositura do

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Súmula do STJ

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59. Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado, proferida por um dos juízos conflitantes.

►A orientação não se aplica às ações extintas sem apreciação do mérito, com fundamento exclusivo na incompetência do juízo. “Nessas hipóteses, a repropositura da ação permite que o novo juízo a quem ela venha a ser distribuída suscite conflito de competência.” Ministra NANCY ANDRIGHI (CC 81.759-CE, DJ 28.06.2007) ●STJ AgRg-CC 82521-SP462 (DJ 13.06.2007); STF HC 80487-RJ (DJ 06.03.2001)

60. É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste.

●STJ AgRg-REsp 1025797-RS463 (DJe 20.06.2008); STF RE 380514-DF (DJ 19.05.2005)

61. O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado. ►Vide súmula STF 105. ●STJ EDcl-AgRg-Ag 545475-MG464 (DJe 03.11.2008); REsp 685413-BA465 (DJ 26.06.2006)

executivo fiscal impõe a aplicação da regra geral constante do caput do art. 58 do CPC.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 462 “1. Havendo julgamento da ação cautelar que tramitou na Justiça Federal - sentença às fls. 116/125 -, é inviável o conhecimento do conflito de competência, haja vista o disposto na Súmula 59/STJ, no sentido de que "não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado, proferida por um dos juízos conflitantes". 2. Também em razão da sentença prolatada na ação cautelar em comento, sequer seria possível a reunião desta com a ação civil pública em trâmite no Juízo Estadual, em virtude da impossibilidade do reconhecimento de eventual conexão. Corrobora esse entendimento o enunciado da Súmula 235/STJ. 3. A ação civil pública e a decisão liminar contra as quais se insurge o suscitante devem ser impugnadas pelas vias processuais próprias, não podendo o conflito de competência ser utilizado como sucedâneo de recurso.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 463 “RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCÁRIO. EMISSÃO DE TÍTULO DE CRÉDITO. ABUSIVIDADE. SÚMULA 60/STJ. A orientação desta Corte é no sentido de que a cláusula contratual que permite a emissão da nota promissória em favor do banco caracteriza-se como abusiva, porque violadora do princípio da boa-fé, consagrado no artigo 51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor. Aplicação da Súmula 60/STJ. Agravo improvido.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 464 “1. "O suicídio não premeditado à época da contratação do seguro deve ser considerado abrangido pelo conceito de acidente para fins de seguro" (REsp 472.236/RS, 3ª Turma, Min. Nancy Andrighi, DJ de 23.06.2003). 2. Tendo em conta que, na hipótese vertente, a seguradora não fez prova de que o marido da autora já havia premeditado o suicídio quando realizou o contrato de seguro, deve ser aplicado irrestritamente o Enunciado 61 da Súmula do STJ, in verbis: "O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado". 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para conhecer do agravo de instrumento e, desde logo, dar provimento ao recurso especial, restabelecendo a sentença.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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Súmula do STJ

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62. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído à empresa privada.

►Se a conduta é potencialmente lesiva a bens, serviços ou interesses da União a competência é da Justiça Federal, afastando-se a aplicação do verbete. ●STJ CC 090048-SP466 (DJe 22.10.2008)

465 “RECURSO ESPECIAL. SEGURO. EMBRIAGUEZ. SINISTRO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO. EXCLUSÃO DA COBERTURA IMPOSSIBILIDADE. - A circunstância de o segurado, no momento em que aconteceu o sinistro apresentar dosagem etílica superior àquela admitida na legislação de trânsito não basta para excluir a responsabilidade da seguradora, pela indenização prevista no contrato. - Para livrar-se da obrigação securitária, a seguradora deve provar que a embriaguez causou, efetivamente, o sinistro.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 466 “Da análise dos autos, verifico que os delitos praticados atentaram contra os direitos individuais trabalhistas como também contra os interesses da Previdência Social. Foram imputadas ao réu as condutas criminosas de inserção de declaração falsa na Carteira de Trabalho dos empregados, praticadas com o objetivo de evitar o pagamento de direitos trabalhistas e o recolhimento de contribuições devidas à Previdência Social, previstas no art. 297, § § 3º, II e 4º do CP. Este dispositivo tem por objetivo maior assegurar a arrecadação das contribuições devidas à Previdência Social, uma vez que as anotações na CTPS tem valor probatório perante a Previdência quanto aos dados e valores que efetivamente deveriam ter sido pagos ao trabalhador e recolhidos em favor da Previdência Social. A omissão de informação referente ao contrato de trabalho na CTPS é forma de ludibriar a fiscalização e arrecadação da Previdência Social. A CTPS é documento obrigatório de todo empregado que passa a ser automaticamente filiado à Previdência Social, quando trabalha com a carteira devidamente assinada pelo empregador, que deve proceder às devidas anotações e efetuar as contribuições à Previdência Social. O sujeito passivo principal do delito é o Estado, mais precisamente a Previdência Social, restando, secundariamente, na condição de vítima o empregado, que deixa de aferir os benefícios relativos ao correto registro de dados em sua carteira de trabalho. Os §§ 3º, II e 4.º do art. 297, acrescentado ao Código Penal pela Lei nº 9.983/2000, demonstra a preocupação do legislador em proteger os interesses da Previdência Social e apenas subsidiariamente os interesses do trabalhador, individualmente considerado. As sanções impostas são as mesmas do crime de falsificação de documento público. Neste sentido: ‘CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PENAL. ART. 297, § 4.º, DO CÓDIGO PENAL. OMISSÃO DE LANÇAMENTO DE REGISTRO. CARTEIRAS DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL. INTERESSE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. JUSTIÇA FEDERAL. 1. O agente que omite dados na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atentando contra interesse da Autarquia Previdenciária, estará incurso nas mesmas sanções do crime de falsificação de documento público, nos termos do § 4.º do art. 297 do Código Penal, sendo a competência da Justiça Federal para processar e julgar o delito, consoante o art. 109, inciso IV, da Constituição Federal. 2. Competência da Justiça Federal." (CC 58443/PR, rel. Min. Laurita Vaz, 3ª Seção, p. no DJU de 27-02-2008), com destaques. No presente caso, as inscrições falsas na CTPS têm potencialidade lesiva, podendo ser utilizadas, no mínimo, para contagem de tempo de serviço no requerimento de benefícios junto ao INSS ou a outras entidades federais, sem contar a falta de recolhimento da contribuição social, ocasionando, assim, lesão a bens, serviços ou interesses da União Federal. Não se aplica, in casu, o teor da Súmula nº 62 desta Corte, uma vez que a conduta do representante legal da empresa era potencialmente lesiva a bens, serviços ou interesses da Previdência Social. Diante de tais considerações, havendo interesse da União, mais

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Súmula do STJ

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63. São devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de músicas em estabelecimentos comerciais.

●STJ REsp 1022072-PB467 (DJe 02.02.2009); AgRg-EDcl-Ag 938715-RJ468 (DJe 23.05.2008)

64. Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.

►Vide súmula STJ 52. ●STJ HC 105065-MG469 (DJe 19.12.2008); STF HC 96789-SP (DJe 26.11.2008)

65. O cancelamento, previsto no art. 29 do decreto-lei 2.303, de 21.11.86, não alcança os débitos previdenciários.

●STJ REsp 162826-SP (DJe 13.03.2000) 66. Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal

promovida por conselho de fiscalização profissional. ●STJ AgRg-CC 80665-MG470 (DJe 22.09.2008)

especificamente da Previdência Social, que integra diretamente a Seguridade Social, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal, evidencia-se a competência da Justiça Federal para processar e julgar o feito.” Relator Ministro OG FERNANDES 467 “DIREITOS AUTORAIS. COBRANÇA. ECAD. LEGITIMIDADE. TRANSMISSÃO RADIOFÔNICA EM BARES E RESTAURANTES. EXIGIBILIDADE. LEI N. 9.610/98. 1. O ECAD é parte legítima para cobrar direitos autorais. 2. Na vigência da Lei n. 9.610/98, a sonorização ambiental de bares e restaurantes constitui hipótese que enseja o recolhimento de direitos autorais. Precedentes. 3. Recurso especial não-conhecido.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 468 “- A Segunda Secção deste Tribunal já decidiu serem devidos direitos autorais pela instalação de televisores dentro de quartos de hotéis ou motéis (REsp nº 556.340/MG). - O que motivou esse julgamento foi o fato de que a Lei nº 9.610/98 não considera mais relevante aferir lucro direto ou indireto pela exibição de obra, mas tão somente a circunstância de se ter promovido sua exibição pública em local de freqüência coletiva. - O mesmo raciocínio, portanto, deve ser estendido a restaurantes, já que nenhuma peculiaridade justificaria tratamento diferenciado para estas hipóteses. - A aplicação da multa prevista no artigo 109 da Lei n.° 9.610/98 demanda a existência de má-fé e intenção ilícita de usurpar os direitos autorais. - A divulgação ao público de obra musical, sem prévia autorização, não pode ser equiparada a uma declaração de vontade segundo a qual o exibidor aceita pagar o que o ECAD estabelece ser devido. Trata-se de ilícito extracontratual e o valor da liquidação sujeita-se a liquidação por arbitramento. Negado provimento ao agravo no agravo de instrumento" Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 469 “1. A concessão de Habeas Corpus em razão da configuração de excesso de prazo é medida de todo excepcional, somente admitida nos casos em que a dilação (A) seja decorrência exclusiva de diligências suscitadas pela acusação; (B) resulte da inércia do próprio aparato judicial, em obediência ao princípio da razoável duração do processo, previsto no art. 5o., LXXVIII da Constituição Federal; ou (C) implique em ofensa ao princípio da razoabilidade. 2. Na hipótese, a instrução criminal vem se desenvolvendo em ritmo compatível com a complexidade do feito, inexistindo qualquer desídia do Juízo processante. O alongamento da instrução criminal pode ser atribuído, entre outras causas, ao pedido de realização de exame de dependência toxicológica formulado pela defesa. Inafastável, assim, a incidência da Súmula 64 do STJ, segundo a qual, não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa. 3. Parecer do MPF pela denegação da ordem. 4. Ordem denegada.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

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Súmula do STJ

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67. Na desapropriação, cabe a atualização monetária, ainda que por mais de uma vez, independente do decurso de prazo superior a um ano entre o cálculo e o efetivo pagamento da indenização.

►Vide súmula STJ 43 e STF 561. ●STJ REsp 1101419-MG471 (DJe 25.11.2008)

470 “1. Na hipótese vertente, discute-se a competência para processamento e julgamento de execução fiscal ajuizada por conselho profissional, tendo em vista crédito decorrente de multa aplicada, durante ato fiscalizatório, por infração ao disposto no art. 54 da Lei 3.857/60. 2. Permanece incólume a Súmula 66/STJ ("Compete à justiça federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de fiscalização profissional"), embora a Emenda Constitucional 45/2004, ao dar nova redação ao art. 114 da Constituição Federal, tenha ampliado a competência da Justiça do Trabalho, de maneira expressiva, passando a estabelecer, inclusive, nos incisos I e VII do citado dispositivo, que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar "as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios" e "as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho". 3. A Primeira Seção desta Corte de Justiça orienta-se no sentido de que a atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais, decorrente da delegação do poder de polícia, está inserida no âmbito do direito administrativo, não podendo ser considerada relação de trabalho e, de conseqüência, não está incluída na esfera de competência da Justiça Trabalhista. 4. O Supremo Tribunal Federal, ao declarar a inconstitucionalidade do art. 58, §§ 1º, 2º, 4º, 5º, 7º e 8º, da Lei 9.649/98, no julgamento da ADI 1.717/DF (Pleno, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de 28.3.2003), entendeu que os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas constituem atividade típica de Estado, preservando, assim, a natureza de autarquias federais dos conselhos de fiscalização profissional. Destarte, "mantida a condição de autarquias federais dos Conselhos de Fiscalização Profissional, permanece inalterada a competência da Justiça Federal para os casos a eles referentes" (CC 72.703, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 4.12.2006). 5. O suscitado - Juízo de Direito de Campanha/MG, investido de jurisdição federal, nos termos do art. 109, § 3º, da Constituição Federal -, deve ser considerado o juízo competente para o julgamento da demanda. 6. Agravo regimental desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 471 “Há que se atentar para o fato de que o Supremo Tribunal Federal por ocasião do julgamento do RE 106.788/ SP, Relator Min. CORDEIRO GUERRA, Órgão Julgador: TRIBUNAL PLENO, Publicação: DJ 02-05-1986), já se manifestou acerca dessa matéria, entendendo ser legítima a aplicação da Lei 6.899/81, a partir de sua vigência, também aos processos de desapropriação, dando-se a correção monetária a partir do laudo, e não após a dilação de um ano, por entender revogado o artigo 26, § 2º, do Decreto-lei 3.365/41, pelo art. 1º c/c o art. 5º da Lei 6.899/81. Este fundamento também restou adotado no RE-embargos 114139 / SP, Relator Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicação: DJ 01-06-2001, senão vejamos a sua ementa: EMENTA: Desapropriação: correção monetária: incidência na L. 6.899/81, que revogou o art. 26, § 2º, do Dl. 3.365/41 (cf. L. 4.686/56), de modo a tornar devida a correção monetária da indenização desde a data do laudo até o pagamento, eliminada a exigência de que, entre a primeira e a da sentença, haja decorrido tempo superior a um ano. Ademais, a doutrina corrobora o nosso entendimento e do STF, inferindo que a correção monetária incide a partir do laudo de avaliação. Observemos: Ademais, a correção monetária é devida a partir da data da avaliação (...) a correção monetária deve ser feita a partir da emissão do laudo pericial e não da sua juntada aos autos, '' para que os expropriados não sofram qualquer tipo de prejuízo''. ( José Carlos de Moraes Salles, in A Desapropriação à luz da doutrina e da jurisprudência, 5ª edição, Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006, pág.: 568). Cabe

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Súmula do STJ

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68. A parcela relativa ao ICM inclui-se na base de cálculo do PIS. ►O verbete refere-se à “parcela relativa ao ICMS”, não se aplicando a “crédito de ICMS”, conceito distinto. É ilegítima a inclusão na base de cálculo do PIS e da COFINS dos valores provenientes do creditamento do ICMS, recolhidos nas operações anteriores, que tenham sido transferidos a outros contribuintes do mesmo Estado, consoante permitido pela Lei Complementar nº 87/96 (art. 25, § 2º, inciso II). ●STJ Ag 1074403-RS472 (DJe 04.12.2008); STF RE-AgR 178361-SP (DJ 25.10.1996)

correção monetária do valor da indenização (...) contado a partir do laudo de avaliação de bem, antes do efetivo pagamento dela. (...) ( Celso Antônio Bandeira de Mello, in Curso de Direito Administrativo, 20ª edição, Malheiros Editores, 2005, pág.: 834)." No mesmo sentido, colho também o seguinte precedente: "PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – DESAPROPRIAÇÃO – TERMO A QUO DA CORREÇÃO MONETÁRIA – JUROS COMPENSATÓRIOS. 1. Incide correção monetária, nas ações expropriatórias, a partir do laudo de avaliação do bem expropriado. Precedentes desta Corte e do STF. 2. Fixação dos juros compensatórios na alíquota de 12% (doze por cento) ao ano de acordo com a jurisprudência do STJ, que adotou o entendimento preconizado no verbete da Súmula 618/STF para as hipóteses de desapropriação direta ou indireta. 3. Recurso especial improvido" (REsp nº 683.257/MG, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJ de 23.05.2006, p. 139). Frente ao exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao presente recurso, para determinar a aplicação do artigo 15-B do Decreto-Lei nº 3.365/4, no sentido de que os juros moratórios fixados pela instância ordinária incidam a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, seguindo-se o entendimento jurisprudencial desta eg. Corte de Justiça.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 472 “Consigno, desde logo, a inaplicabilidade da Súmula 68 do STJ ('A parcela relativa ao ICM inclui-se na base de cálculo do PIS') ao caso em exame, que não refere à parcela relativa ao ICMS, mas ao crédito de ICMS, os quais, obviamente, são conceitos e entidades distintos. A legislação complementar que dispõe sobre o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias regulamentou a eficácia material da imunidade contida no art. 155, § 2º, X, da Constituição Federal, que previu a não-incidência do ICMS sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, assegurando a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações anteriores. O benefício previsto tanto na Constituição Federal de 1988, quanto em legislação complementar tem por objetivo desonerar o setor exportador a fim de permitir maior competitividade internacional, trazendo importante reflexo no âmbito da balança comercial. O artigo 6º da Lei 10.833/03 e o artigo 5º da Lei 10.637/02 não restringiram a não incidência do PIS e da COFINS ao resultado dos produtos exportados, ao contrário, indicaram que a não-incidência das aludidas contribuições decorre das receitas decorrentes das operações de exportações. Por operação deve-se entender não simplesmente o produto da venda ao exterior, mas todo conjunto e resultado proveniente do complexo mecanismo de exportação, inclusive os eventuais créditos de ICMS incidentes nas operações anteriores. Consequentemente, tanto a legislação concernente à COFINS quanto à do PIS preconizam a não-incidência dessas contribuições sobre as receitas decorrentes das operações de exportações de mercadorias para o exterior. A receita proveniente do crédito de ICMS decorrente da operação de exportação deve ser considerado receita proveniente de operação de exportações de mercadorias para o exterior e, em razão disso, imune ao campo de incidência do PIS e da COFINS, seja por determinação constitucional, seja por previsão legal.” Relator Ministro CASTRO MEIRA

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Súmula do STJ

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69. Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.

►Vide súmulas STJ 12, 70 e 114, e STF 618 ●STJ EDcl-REsp 1055418-MT473 (DJe 04.12.2008)

70. Os juros moratórios, na desapropriação direta ou indireta, contam-se desde o trânsito em julgado da sentença.

►Merece revisão. A orientação está desconforme com o disposto no art. 15-B do Decreto-lei 3365/41, com a redação dada pela Medida Provisória 1.901-30 (24.09.1999), que dita serem devidos os juros moratórios a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser efetuado. ►Em atenção ao princípio tempus regit actum, a orientação contida no verbete é válida para as ações propostas anteriormente à referida MP. ●STJ REsp 961513-GO474 (DJe 03.02.2009)

473 “1. A Primeira Seção desta Corte, na assentada do dia 8.2.2006, encerrou o julgamento do REsp 437.577/SP, de relatoria do eminente Ministro Castro Meira, adotando o entendimento, à luz do princípio tempus regit actum, de que: (a) as alterações promovidas pela MP 1.577/97, sucessivamente reeditada, não alcançam as situações já ocorridas ao tempo de sua vigência; (b) para as situações posteriores à vigência das referidas medidas provisórias devem prevalecer as novas regras ali definidas, até a publicação do acórdão proferido no julgamento da MC na ADI 2.332-2/DF (13.9.2001), que suspendeu, entre outras coisas, a eficácia da expressão "de até seis por cento ao ano", contida no art. 15-A do Decreto-Lei 3.365/41. 2. Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel, nos exatos termos da Súmula 69/STJ. A data da imissão na posse, no caso da desapropriação direta, ou a ocupação, na indireta, deverá, portanto, ser posterior à vigência da MP 1.577/97 para que as novas regras ali definidas, em relação aos juros compensatórios, sejam aplicáveis. 3. Ajuizada a ação em novembro/97, e efetivada a imissão na posse em dezembro/1997, quando já vigia a MP 1.577/97, publicada no DOU de 12.6.1997, incide, na hipótese, o novo percentual dos juros compensatórios de que trata o art. 15-A do Decreto-Lei 3.365/41, inserido por intermédio das mencionadas medidas provisórias, desde a imissão na posse até a decisão proferida no julgamento da MC na ADI 2.332-2/DF (13.9.2001). A partir daí, volta a incidir, em conseqüência da suspensão da sua eficácia com efeitos ex nunc, o percentual de 12% ao ano, conforme o disposto na Súmula 618/STF, assim redigida: ‘Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano’." Relatora Ministra DENISE ARRUDA 474 “8. Com efeito, os juros moratórios nas desapropriações serão devidos a partir de 1º de janeiro do exercício financeiro seguinte àquele em que o pagamento deveria ser efetuado caso vigente, à época da prolação da sentença, a Medida Provisória nº 1.901-30, de 24 de setembro de 1999, e que modificou o art. 15-B, do Decreto-lei n.º 3.365/41. Observe-se que apesar da MP 1.901-30/99 originar-se da MP 1.577/97, somente com o advento daquela é que introduziu-se o art. 15-B ao DL 3.365/41. Precedentes da 1ª e 2ª Turma: (AgRg no Resp. 782168/RJ, DJ. 29.06.2007; Resp. 873449/RJ, DJ. 02.02.2007; EDcl no Resp. 549707/CE, DJ. 28.02.2007; REsp 821.443/RJ, DJ 14.09.2006). 9. In casu, proferida a sentença em 15.07.2004 (fl. 667), ou seja, após a vigência da MP nº 1.901-30, de 24 de setembro de 1999, incidem os novos preceitos estabelecidos pela novel redação do art. 15-B, do Decreto-Lei

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Súmula do STJ

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71. O bacalhau importado de pais signatário do GATT é isento do ICM. ►Merece cancelamento. A partir de 30 de abril de 1999, quando expirou o Convênio Interestadual 60/91, os estados-membros não estão mais autorizados a conceder isenção nas operações internas com pescados. ●STJ AgRg-Ag 551068-RJ475 (DJe 23.10.2008)

72. A comprovação da mora e imprescindível à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente.

●STJ Ag 1080910-RS476 (DJe 02.02.2009) 73. A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em

tese, o crime de estelionato, da competência da justiça estadual. ●STJ CC 100651-MG477 (DJe 02.02.2009)

3.365/41, motivo pelo qual é de ser afastada a incidência da Súmula n.º 70/STJ”. Relator Ministro LUIZ FUX 475 “3. Forçoso concluir que, a partir de 1º de maio de 1999, data em que expiraram as cláusulas do Convênio 60/91, os Estados não mais estão autorizados a conceder isenção de ICMS sobre as operações internas com pescado. Na hipótese dos autos, o mandado de segurança foi impetrado em fevereiro de 1999, antes, portanto, de expirado o prazo do Convênio, devendo ser aplicada a isenção na importação de bacalhau.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 476 “De há muito decidiu esta Corte que a constituição em mora do devedor fiduciário é condição para se intentar ação de busca e apreensão do bem financiado. A saber: ‘CIVIL. BUSCA E APREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. DECRETO-LEI 911/69, ART. 2º, § 2º E 3º. MORA. NOTIFICAÇÃO. EXPEDIÇÃO DA INTIMAÇÃO PELO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS. INDISPENSABILIDADE DA DEMONSTRAÇÃO DE RECEBIMENTO POR PARTE DO DEVEDOR. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO DO PROCESSO. PRECEDENTES DO TRIBUNAL E DA SUPREMA CORTE. RECURSO PROVIDO. I - Nos termos do enunciado da Súm. 72/STJ, a comprovação da mora é requisito indispensável para a ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente. Tem-se por imprescindível, por outro lado, a prova de que a notificação expedida pelo Cartório de Títulos e Documentos tenha sido entregue ao devedor. II - O escopo da lei (art. 2º, § 2º e 3º do DEL 911/69), ao exigir a comprovação documental da mora para o aforamento da ação de busca e apreensão, é essencialmente prevenir que o alienante venha a ser surpreendido com a subtração repentina dos bens dados em garantia sem, antes, inequivocamente cientificado, ter oportunidade de, desejando, saldar a dívida." (4ª Turma, REsp n. 109.278/RS, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, unânime, DJU de 21/09/1998)” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR 477 “Verifica-se que o cerne da questão objeto deste conflito limita-se a saber se a cédula apreendida pode ser considerada falsificação grosseira, ou se realmente é apta a enganar pessoa de conhecimento comum. Consta dos autos, que realizada a perícia técnico-científica nas moedas apreendidas, os peritos foram acordes em afirmar que o material apresenta aspecto grosseiro (fls. 12 e 13). Desta forma, realizado o exame pericial consoante determinação legal e constatado que as moedas não são aptas a enganar pessoa de conhecimento comum, já que perceptível primo ictu oculi, resta descaracterizado o delito do art. 289, § 1º, do CP, configurando o crime de estelionato, de competência do Juízo Estadual. Acerca da questão, foi sumulado o entendimento desta Corte Especial no enunciado n. 73, que assim dita: [...].” Relator Ministro JORGE MUSSI

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Súmula do STJ

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74. Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil.

●STJ HC 57734-RJ478 (DJe 22.04.2008) 75. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar o policial militar

por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.

●STJ CC 094730-MG479 (DJe 30.05.2008) 76. A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não

dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor. ●STJ REsp 697689-RS480 (DJ 19.03.2007)

77. A Caixa Econômica Federal é parte ilegítima para figurar no pólo passivo das ações relativas Às contribuições para o fundo PIS/PASEP.

►Merece revisão. O verbete foi editado na perspectiva da CEF ser parte ilegítima nas ações de repetição ou liberação das contribuições para o PIS/PASEP, por tratar-se de mera arrecadadora. Tal entendimento não prevalece. Versando a lide sobre levantamento de valores constantes em conta vinculado do PIS, a CEF é parte legítima ●STJ REsp 1020956-AL481 (DJe 18.12.2008)

478 “HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. QUADRILHA ARMADA. MENORIDADE. PROVA BASTANTE. ATENUANTE. INCIDÊNCIA. 1. "Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil." (Súmula/STJ, Enunciado nº 74). 2. Restando inequívoco do auto de prisão em flagrante, do interrogatório do acusado, da carteira de identidade e da certidão de casamento que o agente era menor de 21 anos na data do fato, faz-se imperativa a incidência da atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal. 3. Ordem concedida.” Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO 479 “4. Com razão o douto representante do Parquet Federal, pois é insuficiente a condição de Policial Militar do acusado para atrair a competência da Justiça Castrense, uma vez que a fuga dos detentos ocorreu em Cadeia Pública (estabelecimento civil) e não em instituição sujeita à administração militar. 5. Incide, ao caso, o enunciado da Súmula 75/STJ, segundo a qual compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 480 “Contrato de promessa de compra e venda de gleba de terra. Art. 1° do Decreto-Lei n° 745/69. Súmula n° 76. Precedentes da Corte. 1. A interpelação a que se refere o art. 1° do Decreto-Lei n° 745/69 é indispensável para constituição do devedor em mora. 2. Recurso especial conhecido e provido.” Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO 481 “2. A Súmula 77 do STJ (A Caixa Econômica Federal é parte ilegítima para figurar no pólo passivo das ações relativas às contribuições para o fundo PIS/PASEP) não possui guarida na hipótese dos autos. Observe-se que a presente demanda não tem como escopo sanar conflito de interesses acerca de contribuições para o PIS/PASEP, mas versa sobre a pretensão de levantamento do montante depositado em conta vinculada do PIS, que está sob a responsabilidade (administração) da apelante. Portanto, possui plena legitimidade a CEF para figurar na presente demanda. Precedentes do STJ.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA

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Súmula do STJ

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78. Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa.

●STJ CC 11018-SP (DJ 12.06.1995) 79. Os bancos comerciais não estão sujeitos a registro nos conselhos

regionais de economia. ►Como também os hospitais, embora prestem serviços de enfermagem, não estão sujeitos a registro no respectivo Conselho, por não ser esta a sua principal atividade (conf. REsp 262090-PE, DJ 25.09.2000). ●STJ REsp 10113230-RJ (DJe 15.12.2008)

80. A taxa de melhoramento dos portos não se inclui na base de cálculo do ICMS.

●STJ REsp 7126-SP (DJ 06.03.1995) 81. Não se concede fiança quando, em concurso material, a soma das

penas mínimas cominadas for superior a dois anos de reclusão. ●STJ HC 105171-SE482 (DJe 08.09.2008); STF HC 79376-RJ (DJ 22.10.2004)

82. Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS.

●STJ CC 69458-SP483 (DJe 30.06.2008)

482 “1. A liberdade provisória é instituto próprio da prisão em flagrante delito, não sendo cabível quando se trata de prisão preventiva. 2. Ademais, ainda que assim não fosse, a soma das penas mínimas dos delitos atribuídos ao paciente ultrapassa dois anos de reclusão, circunstância que impede a concessão de fiança. 3. “Não se concede fiança quando, em concurso material, a soma das penas mínimas cominadas for superior a dois anos de reclusão” (Súm. 81/STJ). 4. Deve ser mantida a decisão que determinou a prisão preventiva do paciente fundada em fatores concretos dando conta de que ele estaria, em conjunto com co-réu, pressionando testemunhas a fim de mudarem seus depoimentos para favorecê-los, resguardando-se, assim, a conveniência da instrução criminal. Precedentes. 5. Presentes os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal no caso concreto, tão-só as supostas primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita do paciente, ainda que comprovados estivessem, não são aptos a garantir-lhe a revogação da prisão preventiva. Precedentes. 6. Ordem denegada.” Relatora Ministra JANE SILVA 483 “1. Nos termos do art. 109, I, da CF/88, compete à Justiça Federal processar e julgar "as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho". 2. Ao dar nova redação ao art. 114 da CF/88, a EC 45/2004 aumentou de maneira expressiva a competência da Justiça do Trabalho. No entanto, o direito de saque do FGTS é condicionado às hipóteses previstas na lei. Assim, a relação jurídica existente entre o ex-empregado — que pretende movimentar os valores depositados na conta vinculada — e o fundo em comento decorre da lei, e não da relação de trabalho. Conseqüentemente, demandas dessa natureza não têm natureza trabalhista. 3. Na

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Súmula do STJ

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83. Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.

●STJ REsp 1088379-DF484 (DJe 29.10.2008); STF HC-MC 96919-RS (DJe 01.12.2008)

84. É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro.

●STJ REsp 866520-AL485 (DJe 21.10.2008); STF RE 536821-SC (DJe 10.03.2008)

85. Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior a propositura da ação.

hipótese, trata-se de mandado de segurança impetrado contra ato do Diretor Regional da Caixa Econômica Federal que supostamente violou direito líquido e certo ao entender que a sentença arbitral não constitui documento hábil para a liberação dos valores retidos no fundo. 4. Constata-se, portanto, que é da Justiça Federal a competência para processar e julgar a causa, mesmo após as inovações advindas no texto constitucional, por meio da EC 45/2004. Ressalte-se que a orientação desta Corte é pacífica no sentido de que "compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos a movimentação do FGTS" (Súmula 82/STJ).” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 484 “IV - Ainda que se alegue que a lesão foi retirada e que o paciente não apresenta sinais de persistência ou recidiva a doença, o entendimento dominante nesta Corte é no sentido de que a isenção do imposto de renda, em favor dos inativos portadores de moléstia grave, tem como objetivo diminuir o sacrifício do aposentado, aliviando os encargos financeiros relativos ao acompanhamento médico e medicações ministradas. Precedente: REsp 734.541/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2.2.2006, DJ 20.2.2006 (REsp nº 967.693/DF, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJ de 18/09/2007). V - Recurso especial improvido.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 485 “1. Jurisprudência da Corte segundo a qual se reconhece a validade de contrato de compra e venda, embora não efetuada a transcrição no registro imobiliário (Súmula 84/STJ), para efeito de preservação do direito da posse do terceiro adquirente de boa-fé. 2. No caso de alienação de bens imóveis, na forma da legislação processual civil (art. 659, § 4º, do CPC, desde a redação da Lei 8.953/94), apenas a inscrição de penhora ou arresto no competente cartório torna absoluta a assertiva de que a constrição é conhecida por terceiros e invalida a alegação de boa-fé do adquirente da propriedade. 3. Ausente o registro de penhora ou arresto efetuado sobre o imóvel, não se pode supor que as partes contratantes agiram em consilium fraudis. Para tanto, é necessária a demonstração, por parte do credor, de que o comprador tinha conhecimento da existência de execução fiscal contra o alienante ou agiu em conluio com o devedor-vendedor, sendo insuficiente o argumento de que a venda foi realizada após a citação do executado. 4. Assim, em relação ao terceiro, somente se presume fraudulenta a alienação de bem imóvel realizada posteriormente ao registro de penhora ou arresto. 5. Recurso especial não provido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON

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Súmula do STJ

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►Merece revisão. É a violação do direito que faz nascer para o titular a pretensão que se extingue, pela prescrição, nos prazos legais, consoante dispõe o art. 189 do Código Civil. O termo inicial do prazo prescricional é a data da violação. Se ela prolonga-se no tempo, refletindo-se em cada pagamento (prestação de trato sucessivo), a prescrição atinge apenas a pretensão às prestações vencidas antes do qüinqüênio que antecedeu à propositura da ação, tenha ou não havido expressa negação do direito. ●STJ Ag 911279-SP486 (DJe 05.09.2008); STF AI 666172-PR (DJe 11.12.2008)

86. Cabe recurso especial contra acórdão proferido no julgamento de agravo de instrumento.

●STJ AgRg-REsp 1054530-RS487 (DJe 04.09.2008); STF RE 153831-SP488 (DJ 14.03.2003)

87. A isenção do ICMS relativa à rações balanceadas para animais abrange o concentrado e o suplemento.

●STJ REsp 625820-RS489 (DJ 16.05.2006)

486 “Com efeito, no caso dos autos se postulam diferenças salariais relativas a vantagens não incorporadas pela Administração, as quais são indiscutivelmente parcelas de trato sucessivo, que se renovam mês a mês, não alcançando a prescrição do fundo de direito da autora. Aplicável à espécie a Súmula 85 do STJ. 5. Sendo assim, no presente caso, a prescrição atinge tão-somente as parcelas anteriores aos 5 (cinco) anos que antecederam a data da propositura da ação, nos termos da Súmula 85 deste Tribunal, tendo em vista que a relação jurídica existente é de trato sucessivo, a qual se renova mês a mês.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 487 “PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. BLOQUEIO DE VERBAS PÚBLICAS. RECURSO ESPECIAL. IMPUGNAÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSIBILIDADE. SÚMULA 86/STJ. I - Em sendo de última instância a decisão colegiada proferida em sede de agravo de instrumento, é cabível recurso especial interposto para impugná-la, nos termos da súmula 86 desta Corte. II - Agravo regimental improvido.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 488 “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE INADMITE RECURSO ESPECIAL. CABIMENTO. HIPÓTESE EXCEPCIONAL. 1. Admite-se recurso extraordinário contra decisão do Superior Tribunal de Justiça que, no exame do cabimento de recurso especial, assenta proposição contrária em tese ao disposto no art. 105, III e alíneas da Constituição Federal. 2. Acórdão do Superior Tribunal de Justiça que entendeu não caber recurso especial contra acórdão de Tribunal de Justiça proferido em agravo de instrumento. O termo "causa" empregado no art. 105, III, da Constituição compreende qualquer questão federal resolvida em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, Distrito Federal e Territórios, ainda que mediante decisão interlocutória. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 489 “PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – ICMS – ISENÇÃO PARCIAL – SÚMULA 87/STJ – RAÇÃO BALANCEADA. 1. Não se conhece de recurso especial pela alínea "c", se não há cotejo do acórdão impugnado com os paradigmas. 2. O Tribunal bem decidiu a controvérsia, o que afasta a aplicação do art. 535 do CPC. 3. A interpretação dada pelo Tribunal embasou-se em entendimento sedimentado na jurisprudência do STJ, estratificado na Súmula 87/STJ, sem

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Súmula do STJ

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88. São admissíveis embargos infringentes em processo falimentar. ►A orientação é compatível com a atual Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, cujo art. 189 dispõe, expressamente, que se aplica o CPC, no que couber, aos procedimentos nela previstos. ●STJ AgRg-REsp 10953-MG490 (DJ 20.08.2001)

89. A ação acidentária prescinde do exaurimento da via administrativa. ●STJ Ag 1031132-PR (DJe 02.05.2008)

90. Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo aquele.

●STJ CC 93594-MS491 (DJe 26.08.2008); STF HC 92912-RS492 (DJ 20.11.2007)

91. Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna.

►Cancelada 92. A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada

no certificado de registro do veículo automotor. ●STJ AgRg-Ag 901502-RS493 (DJe 26.09.2008)

incursionar na legislação estadual, o que vedaria ou impossibilitaria a via do recurso especial. 4. Recurso especial improvido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 490 “Agravo em recurso especial. Processual civil. Processo falimentar. Embargos infringentes. Cabimento. São admissíveis embargos infringentes em processo falimentar (Súmula 88 do STJ). É inadmissível o recurso especial na hipótese em que o acórdão recorrido não é impugnado por meio de cabíveis embargos infringentes (Súmula 207 do STJ).” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 491 “1. O fato dos réus estarem sendo processados, ao mesmo tempo, pela Justiça Castrense e pela Justiça Comum, por si só, não indica a ocorrência de conflito positivo de competência, já que, em tese, a conduta prevista no estatuto do desarmamento foi simultaneamente praticada com as previstas no Código Penal Militar. Aplicação do enunciado da Súmula n. 90 desta Corte. 2. Eventual alegação de bis in idem deve ser apreciada nas instâncias ordinárias, na medida do interesse da defesa dos réus, não sendo este incidente o mais adequado para a sua verificação. 3. Conflito de competência não conhecido.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 492 “1. Eventual reconhecimento da coisa julgada ou da extinção da punibilidade do crime de abuso de autoridade na Justiça comum não teria o condão de impedir o processamento do Paciente na Justiça Castrense pelos crimes de lesão corporal leve e violação de domicílio. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que, por não estar inserido no Código Penal Militar, o crime de abuso de autoridade seria da competência da Justiça comum, e os crimes de lesão corporal e de violação de domicílio, por estarem estabelecidos nos arts. 209 e 226 do Código Penal Militar, seriam da competência da Justiça Castrense. Precedentes. 3. Ausência da plausibilidade jurídica dos fundamentos apresentados na inicial. 4. Habeas corpus indeferido.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 493 “II- Desnecessário o registro da alienação fiduciária em Cartório de Títulos e Documentos para que tal seja oposta a terceiro, sendo suficiente a anotação no certificado de propriedade do veículo automotor, nos termos da Súmula 92/STJ.” Relator Ministro SIDNEI BENETI

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Súmula do STJ

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93. A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros.

●STJ AgRg-REsp 875420-MS494 (DJe 15.09.2008); STF AI-AgR 170940-GO495 (DJ 26.04.1996)

94. A parcela relativa ao ICMS inclui-se na base de cálculo do Finsocial. ●STJ AgRg-Ag 1006265-RS496 (DJe 19.12.2008)

95. A redução da alíquota do imposto sobre produtos industrializados ou do imposto de importação não implica redução do ICMS.

●STJ REsp 63437-RJ (DJ 22.04.2003) 96. O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da

vantagem indevida. ●STJ HC 86127-RJ497 (DJe 17.03.2008); STF HC 83292-RS498 (DJ 23.04.2004)

494 “5. Quanto à capitalização mensal de juros, o entendimento prevalecente nesta Corte era no sentido de que esta somente seria admitida em casos específicos, previstos em lei (cédulas de crédito rural, comercial e industrial), conforme a Súmula n° 93/STJ. Com a edição da MP 1.963-17, de 30.03.2000 (atualmente reeditada sob o nº 2.170-36/2001), passou-se a admitir a capitalização mensal nos contratos firmados posteriormente à sua entrada em vigor, desde que haja previsão contratual.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS 495 “RECURSO EXTRAORDINÁRIO - OBJETO - NORMAS LEGAIS. O recurso extraordinário não é o meio hábil ao exame do alcance de normas estritamente legais. Se de um lado é certo que o princípio da legalidade esta sob a guarda do Supremo Tribunal Federal, de outro não menos correto é que o cabimento do extraordinário a partir de alegação de infringência a ele, pressupõe quadro extravagante. Não é crível que órgão investido do oficio judicante admita a existência de norma em um certo sentido e conclua de maneira diametralmente oposta. Os provimentos judiciais decorrem de atividade interpretativa. Cumpre ao Supremo Tribunal Federal, caso a caso, sopesar a observância do aludido princípio. Não o transgride provimento judicial que, a partir de enunciado da Súmula - de n. 93 - do Superior Tribunal de Justiça, implica conclusão sobre a capitalização dos juros nos financiamentos rurais.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO 496 “TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DA PARCELA RELATIVA AO ICMS. SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência pacífica no sentido de que deve ser incluída a parcela relativa ao ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, consoante disposto nas Súmulas 68 e 94 do STJ. 2. Agravo Regimental não provido.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN 497 “1. Os crimes de roubo e de extorsão mediante seqüestro diferenciam-se porque, no segundo exige-se a participação ativa da vítima, que deve fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa; destarte, a conduta admitida pelo próprio impetrante/paciente de restringir a liberdade da vítima e obrigá-la a fornecer o cartão do banco e a respectiva senha, para obtenção de vantagem ilícita exigida como condição para a sua libertação, caracteriza o crime de extorsão mediante seqüestro e não roubo. 2. Para a concretização do crime do art. 159 do CPB é dispensável que a privação da liberdade da vítima seja superior a 24 horas. Tal só se exige para a incidência da qualificadora do § 1º do referido artigo; todavia, na hipótese, a referida qualificadora foi aplicada porque a vítima era maior de 60 anos e não em razão do tempo de duração do seqüestro. 3. Cuidando-se de crime formal, seqüestrada a vítima e exigido o resgate, ocorre a consumação, ainda que não se tenha conseguido a vantagem

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Súmula do STJ

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97. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regime jurídico único.

●STJ CC 97685-DF499 (DJe 02.10.2008); MS-MC 26965-DF (DJe 06.11.2007)

98. Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não tem caráter protelatório.

●STJ REsp 1001553-RJ500 (DJ 06.10.2008); STF AI 711047-PB (DJe 04.08.2008)

99. O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte.

►Conquanto o art. 499 do Código de Processo Civil autorize o Ministério Público a recorrer nos processos em que tenha figurado como custos legis, entendimento consolidado no verbete em tela, sua

econômica almejada (Súmula 96/STJ). 4. Ordem denegada, em consonância com o parecer ministerial.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 498 “EMENTA: AÇÃO PENAL. Denúncia e condenação por tentativa de extorsão. Recurso do assistente da acusação. Provimento pelo STJ. Condenação por delito consumado. Admissibilidade. Mera requalificação jurídica dos mesmos fatos reconhecidos na instância de origem. Nulidade inexistente. Voto vencido. Não é nulo acórdão do Superior Tribunal de Justiça que, sem rever nem rediscutir os fatos da causa, lhes confere, nos exatos termos e limites proclamados na instância de origem, nova qualificação jurídica, condenando o réu pelo delito de extorsão consumada, posto denunciado e condenado por tentativa.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO 499 “Compulsando os autos, constata-se que os Autores pleiteiam diferenças de vencimentos decorrentes de enquadramento funcional realizado de forma irregular em 1987. Assim, buscam os Autores diferenças relativas a período que abarca tanto o tempo em que estiveram submetidos ao regime celetista como ao estatutário. Diante desse contexto, a despeito de os Autores, quando do ajuizamento da presente demanda, já estarem vinculados à Administração Pública pelo regime estatutário, as parcelas devidas no período em que eram celetista devem ser buscada na Justiça Laboral, conforme bem destacado pela magistrada da 14.ª Vara do Trabalho de Brasília - DF, e corroborado pelo Ministério Público Federal em sua manifestação. Assim, incide, na espécie, a orientação sufragada na Súmula n.º 170/STJ, in verbis: ‘COMPETE AO JUÍZO ONDE PRIMEIRO FOR INTENTADA A AÇÃO ENVOLVENDO ACUMULAÇÃO DE PEDIDOS, TRABALHISTA E ESTATUTÁRIO, DECIDI-LA NOS LIMITES DA SUA JURISDIÇÃO, SEM PREJUÍZO DO AJUIZAMENTO DE NOVA CAUSA, COM O PEDIDO REMANESCENTE, NO JUÍZO PRÓPRIO.’ Ante o exposto, com fulcro no art. 120, parágrafo único, do Código de Processo Civil, CONHEÇO do conflito para declarar a competência do JUÍZO FEDERAL DA 15.ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL, ora Suscitado, para o conhecimento e processamento do feito.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 500 “RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ARTIGO 538, DO CPC. PRÉ-QUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA DE CARÁTER PROCRASTINATÓRIO. MULTA. DESCABIMENTO 1. Os embargos de declaração opostos com intuito de prequestionamento não são considerados protelatórios, conforme Súmula 98/STJ. Afastamento da multa do art. 538 do CPC. 2. Recurso Especial provido.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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legitimidade recursal depende da compatibilização dessa disposição com as hipóteses de intervenção do art. 82 do mesmo Código. ●STJ REsp 982410-DF501 (DJ 17.12.2007)

100. É devido o adicional ao frete para renovação da marinha mercante na importação sob o regime de benefícios fiscais a exportação (Befiex).

●STJ REsp 050626-SP502 (DJ 14.05.2001) 101. A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora

prescreve em um ano. ►O advento do sinistro faz nascer para o segurado o direito de receber o seguro. Não de forma imediata ou incondicional, mas após a realização do procedimento administrativo denominado de regulação. Havendo recusa por parte da seguradora nasce a pretensão e, consequentemente, passa a correr o prazo prescricional. ►Vide art. 189 do Código Civil e súmula STJ 229. ●STJ REsp 1018726-DF503 (DJe 03.02.2009); TJRJ UJ 200601800008504 (DO 11.10.2007)

501 “RECURSO ESPECIAL. EXONERAÇÃO AUTOMÁTICA. ALIMENTOS. MAIORIDADE DO ALIMENTANDO. ILEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA RECORRER. 1. Carece ao Ministério Público legitimidade para recorrer contra decisão que extingue o dever de prestar alimentos em razão do alimentando ter alcançado a maioridade, mormente se este tem advogado constituído nos autos. 2. Recurso especial não conhecido.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES 502 “A matéria vertida nos autos não enseja mais discussão, vez que pacificada no âmbito desta Corte, em sentido contrário ao que decidiu o acórdão hostilizado. Confira-se, a propósito, o seguinte o julgado: "TRIBUTÁRIO - BEFIEX - DRAW-BACK - DISTINÇÕES - ISENÇÃO - CTN, ART. 111, II, LEI N. 5.025/66 (ART. 55) - DECRETO-LEI 24/66 - DECRETO-LEI N. 37/66 (ART. 78) - DECRETO-LEI N. 1.219/72. SÚMULA 100/STJ. 1. BEFIEX E DRAW-BACK, SUBSTANCIALMENTE, SÃO REGIMES ADUANEIROS DISTINTOS, DESTOANDO CONSIDERÁ-LOS EQUIVALENTES PARA O BENEFÍCIO FISCAL DA ISENÇÃO. 2. A ISENÇÃO É AVESSA ÀS INTERPRETAÇÕES AMPLIATIVAS, NÃO SE ACOMODANDO À FILIAÇÃO ANALÓGICA (ART. 111, II, CTN). 3. A CUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS DEPARA-SE, NO CASO, COM VEDAÇÃO EXPLICITADA (DECRETO-LEI N. 1.219/72, ART. 15). 4. JURISPRUDÊNCIA CRISTALIZADA NA SÚMULA 100/STJ. 5. RECURSO PROVIDO (ART. 105, III, "C", CF)." (REsp 82.826-SP, DJ 01.07.96, Rel. Min. Milton Luiz Pereira) Tal entendimento veio a ser sedimentado com a edição da Súmula 100 deste Superior Tribunal, do seguinte teor: [...]” Relator Ministro CASTRO MEIRA 503 “1. O prazo prescricional ânuo para ação contra seguradora tem como termo inicial a data em que o segurado tem ciência inequívoca de sua incapacidade. Precedentes.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 504 "Uniformização de jurisprudência. Contrato de seguro em grupo. Lapso temporal prescricional. Divergência, em órgãos fracionários integrantes do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sobre o prazo prescricional em matéria securitária. Incidente admitido. Ação indenizatória baseada em contrato de seguro em grupo prescreve em um ano, com termo inicial na data em que o segurado for cientificado da recusa de pagamento da indenização pela seguradora, aplicando-se o disposto no art. 206, § 1º, inc. II, al. "b", do Código Civil." Relatora Desembargadora TELMA MUSSE DIUANA

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Súmula do STJ

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102. A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações expropriatórias, não constitui anatocismo vedado em lei.

►Vide súmula STJ 12. ●STJ REsp 1007774-CE505 (DJe 29.10.2008); STF RE 580982-RN (DJe 19.09.2008)

103. Incluem-se entre os imóveis funcionais que podem ser vendidos os administrados pelas forças armadas e ocupados pelos servidores civis.

●STJ AR 513-DF506 (DJ 05.06.2006); STF RMS 23069-DF (DJ 03.10.2006)

104. Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.

●STJ CC 14897-RJ (DJ 12.05.1997) 105. Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em

honorários advocatícios. ►Merece revisão, conquanto o novel diploma regente (Lei 12016/2009) tenha mantido a disposição: “Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.” ►A Comissão Nacional de Legislação da Ordem dos Advogados do Brasil aprovou, em 19.10.2008, proposta de projeto de lei de autoria do advogado MARCO ANTONIO INNOCENTI (OAB-SP), prevendo honorários de sucumbência na fase de liquidação de mandado de segurança concedido a servidor público. A proposição fundamenta-se no fato de que a sentença proferida em mandado de segurança

505 “VII - Em desapropriação é possível a cumulação de juros moratórios e compensatórios. Súmulas 12 e 102/STJ.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 506 “1. Segundo dispõe o art. 1º, § 2º, I da Lei nº 8.025/90 e os arts. 1º e 5º, § 1º, do Decreto nº 99.266/90, os imóveis administrados pelas Forças Armados e entregues à ocupação de militares não podem ser alienados pelo Poder Executivo. O fato de os ocupantes de imóveis passarem para a reserva remunerada e ingressarem no serviço público civil não lhes assegura o direito de adquirir as unidades residenciais que ocupavam. Pelo contrário, torna irregular a ocupação, já que cessada a causa que a legitimava. 2. Nenhum precedente que ensejou a Súmula nº 103 desta Corte (incluem-se entre os imóveis funcionais que podem ser vendidos os administrados pelas Forças Armadas e ocupados pelos servidores civis) admitiu a alienação de unidade residencial administrada pela Aeronáutica e entregue à ocupação de militar. Em todos os casos, a ocupação foi deferida a civis, denotando que tais imóveis não eram destinados a militares. Somente nessa restrita hipótese é que a jurisprudência admitia a alienação de imóvel administrado pelas Forças Armadas. Inaplicabilidade da Súmula nº 343 do STF. 3. Procedência do pedido para rescindir o acórdão atacado e, em novo julgamento da causa, denegar a ordem.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI

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Súmula do STJ

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concessiva de vantagens ou de diferenças remuneratórias postuladas por servidores públicos é dotada também de conteúdo condenatório, apto a desencadear a liquidação e execução das vantagens patrimoniais vencidas a partir do ajuizamento do writ, conforme previsto na Lei nº 5.021/66. Portanto, conquanto se entenda incabível a condenação em honorários advocatícios em mandado de segurança, são devidos, quanto ao remanescente conteúdo condenatório da respectiva sentença, devendo incidir sobre os efeitos patrimoniais apurados na forma da Lei nº 5.021/66, em decorrência da aplicação da regra geral disposta no art. 20 do Código de Processo Civil. ●STJ REsp 1080135-SP (DJe 03.02.2009); STF AI-AgR 539806-SC (DJ 15.02.2007)

106. Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição ou decadência.

►Merece revisão. Devido à ausência de ressalva, o verbete - inaplicável à execução fiscal - tem sido inadequadamente utilizado em favor da Fazenda Pública. A referência legislativa e os nove (9) precedentes que deram origem ao enunciado não tratam de processo executivo fiscal. Ainda, a partir da LC 118/05, a demora na citação não mais dá ensejo à prescrição da ação para cobrança do crédito tributário, eis que o marco interruptivo passou a ser o despacho que a determina (art. 174, I, CTN). ●STJ AgRg-REsp 1067283-SP (DJe 06.10.2008)

107. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.

●STJ CC 092262-ES507 (DJe 04.02.2009); STF RE 464269-SC (DJ 15.02.2007)

507 “Conforme se infere pelos documentos acostados aos autos, que culminaram com a denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal (f. 04/06), a suposta conduta delitiva do agente se resumiu à falsificação de Certidão Negativa de Débitos Federais perante a Companhia de Docas do Espírito Santo para fins de participar de processo licitatório estadual. Este Tribunal, com respeito a essa matéria, possui entendimento pacífico conforme consta na Súmula 107, in verbis: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorre lesão à autarquia federal. Portanto, ainda que não estejamos diante de eventual delito de estelionato, pelo menos diante dos elementos de convicção até então colacionados aos autos, o cerne da questão está em saber se o Fisco Federal suportou ou não algum prejuízo com a conduta supostamente delitiva atribuída ao denunciado. Segundo consta nos autos, a atitude dos agentes se resumiu em apresentar a certidão falsa à empresa em questão para o fim de se

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Súmula do STJ

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108. A aplicação de medidas sócio-educativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz.

►No procedimento afeto à apuração de ato infracional cometido por adolescente, regulado pela Lei 8.069/90, a competência conferida ao Ministério Público para conceder a remissão, como forma de exclusão do processo (art. 127), não se confunde com a competência para aplicar medida sócio-educativa, esta reservada ao Juiz, detentor do poder jurisdicional, nos termos dos artigos 146 e 148 do ECA. ●STJ REsp 599657-RS508 (DJ 03.06.2006)

109. O reconhecimento do direito à indenização, por falta de mercadoria transportada via marítima, independe de vistoria.

●STJ AgRg-Ag 676980-RS509 (DJe 11.09.2008) 110. A isenção do pagamento de honorários advocatícios, nas ações

acidentárias, é restrita ao segurado. ●STJ EDcl-EDcl-EDcl-REsp 493376-SP510 (DJe 05.11.2007)

111. Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença.

habilitaram à participação em licitação, não havendo sequer notícias dando a entender que a Fazenda Federal teria suportado eventual prejuízo. Logo, pelo menos diante das provas até então colhidas, não há que se falar em interesse da União para o deslinde do feito.” Relatora Ministra JANE SILVA 508 “A questão, ao que se tem, está na possibilidade de concessão da remissão pelo Ministério Público, cumulada com a aplicação de medida sócio-educativa ao adolescente. A matéria, no entanto, não mais comporta divergência nesta Corte, que, por reiteradas vezes, pacificou entendimento de que a remissão concedida pelo Ministério Público pode ser cumulada com medida sócio-educativa que não implique restrição ou privação de liberdade, valendo conferir, a propósito, os seguintes precedentes: ‘CRIMINAL. RHC. ECA. REMISSÃO. APLICAÇÃO DE MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA. CUMULAÇÃO POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. É possível a cumulação da remissão do processo, concedida pelo Ministério Público, com a aplicação, pelo Julgador monocrático, da medida sócio-educativa de liberdade assistida, nos termos do art. 127 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Precedentes. Recurso desprovido.’ (RHC nº 13.111/SP, Relator Ministro Gilson Dipp, in DJ 10/3/2003).” Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO 509 “I. Os dispositivos legais tidos por violados e a Súmula 109/STJ não fazem qualquer distinção entre vistoria judicial e vistoria aduaneira.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 510 “PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. OCORRÊNCIA. AÇÃO ACIDENTÁRIA. CONDENAÇÃO DO SEGURADO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. VEDAÇÃO LEGAL. ENUNCIADO SUMULAR 110/STJ. EMBARGOS ACOLHIDOS. 1. Os embargos de declaração, a teor do disposto no art. 535 do Código de Processo Civil, consubstanciam instrumento processual apto a suprir, quando existente, omissão do julgado ou dele excluir qualquer obscuridade ou contradição, sendo ainda possível corrigir-se erro material. 2. Consoante dispõem o art. 129, parágrafo único, da Lei 8.213/91 e o enunciado sumular 110/STJ, é vedada a condenação do segurado, nas demandas acidentárias, nas custas e nos demais encargos sucumbenciais, aí incluídos os honorários advocatícios. 3. Embargos acolhidos.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA

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Súmula do STJ

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►Merece nova revisão, esclarecendo que os honorários advocatícios não devem incidir sobre as prestações vencidas após o trânsito em julgado da sentença. Interposto recurso considera-se “sentença” a decisão final do processo proferida pelo tribunal. Na forma como o verbete vem sendo entendido e aplicado resulta em fomento à interposição de recursos protelatórios, prejudicando os segurados e os advogados previdenciários que seguem trabalhando no processo e tem na verba honorária os seus alimentos. ●STJ AgRg-REsp 866116/SP511 (DJe 01.09.2008)

112. O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.

►Merece revisão. A Fazenda Pública, respaldada no verbete, ao retardar o ajuizamento da execução fiscal acaba impedindo o contribuinte de oferecer bens à penhora para fins de obtenção da certidão de que trata o art. 206 do CTN. Decisões da Justiça Federal de primeiro e segundo grau, por essa razão, tem afastado a aplicação do enunciado, aceitando a fiança bancária, por tratar-se de meio altamente idôneo de garantia. ●STJ AG 1093318-SP512 (DJe 03.20.2009); TRF3 20050300031097-5-SP513 (DJF3 17.07.2008)

113. Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da imissão na posse, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.

511 “2. O enunciado nº 111 da Súmula deste Superior Tribunal de Justiça exclui, do valor da condenação, as prestações vincendas, para fins de cálculo dos honorários advocatícios nas ações previdenciárias, incluidamente as acidentárias. 3. As prestações vincendas excluídas não devem ser outras senão as que venham a vencer após o tempo da prolação da sentença. 4. Agravo regimental parcialmente provido.” Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO 512 “4. ‘O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro’ (súmula 112/STJ). Embora não seja condição para o ajuizamento de demanda judicial pelo contribuinte, o depósito em dinheiro foi também erigido por lei como requisito de garantia indispensável para inibir a execução do crédito pela Fazenda (art. 38 da Lei 6.830/80).” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 513 “1. A demora no ajuizamento da execução impede o devedor de oferecer bens à penhora para usufruir os efeitos assegurados pelo indigitado art. 206. 2. Pendente do aforamento a ação de execução, deve ser assegurado ao contribuinte o direito de, antecipando-se, valer-se da prerrogativa de pagar a dívida ou garantir a execução tal como lhe seria permitido se executado fosse, nos termos do artigo 8º da Lei 6.830/80. 3. A fiança bancária constitui título idôneo e plenamente eficaz para a garantia e satisfação do crédito, encontrando-se, inclusive, em posição hierarquicamente privilegiada em relação aos demais meios de garantia relacionados pelo artigo 9º da Lei 6.830/80. 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.” Desembargador Federal ERIK GRAMSTRUP

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Súmula do STJ

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●STJ REsp 779310-SP514 (DJe 16.10.2008); STF RE 586598-CE (DJe 24.10.2008)

114. Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.

►Vide súmula STJ 113. ●STJ REsp 922998-PR (DJe 11.09.2008)

115. Na instância especial é inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos autos.

●STJ AgRg-Ag 921791-RS515 (DJe 18.12.2008); STF HC-MC 94282-GO (DJe 12.05.20080)

116. A Fazenda Pública e o Ministério Público tem prazo em dobro para interpor agravo regimental no Superior Tribunal de Justiça.

●STJ REsp 796359-MS516 (DJ 06.02.2006) 514 “6. Os juros compensatórios destinam-se a compensar o que o desapropriado deixou de ganhar com a perda antecipada do imóvel, ressarcir o impedimento do uso e gozo econômico do bem, ou o que deixou de lucrar, motivo pelo qual incidem a partir da imissão na posse do imóvel expropriado, consoante o disposto no verbete sumular n.º 69 desta Corte ("Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.). 7. Os juros compensatórios são devidos mesmo quando o imóvel desapropriado for improdutivo, justificando-se a imposição pela frustração da ‘expectativa de renda’, considerando a possibilidade do imóvel ‘ser aproveitado a qualquer momento de forma racional e adequada, ou até ser vendido com o recebimento do seu valor à vista’ (EREsp 453.823/MA, relator para o acórdão Min. Castro Meira, DJ de 17.05.2004). [...] 16. Assim é que ocorrida a imissão na posse do imóvel desapropriado: a) em data anterior à vigência da MP n.º 1.577/97, os juros compensatórios devem ser fixados no limite de 12% (doze por cento) ao ano, nos termos da Súmula n.º 618/STF; ou b) após a vigência da MP n.º 1.577/97 e reedições, e em data anterior à liminar deferida na ADIN 2.332/DF, de 13.09.2001, os juros serão arbitrados no limite de 6% ao ano entre a data do apossamento ou imissão na posse até 13.09.2001. Precedentes do STJ: ERESP 606562, desta relatoria, publicado no DJ de 27.06.2006; RESP 737.160/SP, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 18.04.2006; RESP 587.474/SC, Rel.ª Min.ª Denise Arruda, DJ de 25.05.2006 e RESP 789.391/RO, Rel. Min. Teori Albino Zavaski, DJ de 02.05.2006.” Relator Ministro LUIZ FUX 515 “1. Inadmissível o agravo de instrumento deficiente quanto ao traslado da procuração outorgada ao advogado do agravante. 2. É indispensável que a parte junte aos autos a procuração conferindo poderes ao advogado substabelecente, sem a qual não se pode aferir a regularidade da representação. 3. Incidência da súmula 115 do STJ: "na instância especial é inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos autos". 4. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO 516 “2. A controvérsia trazida no recurso especial cinge-se à aplicabilidade do art. 188 do CPC, que está assim redigido: ‘Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público". Assim, a Fazenda Pública dispõe de prazo em dobro para interpor quaisquer dos recursos previstos no Código de Processo Civil, dentre estes, o agravo contra decisão monocrática de relator que nega seguimento a recurso (arts. 496, II, e 557, §1º, do CPC). A existência de norma regimental do Tribunal de origem determinando que, nesses casos, o prazo deve ser simples (cinco dias), não

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Súmula do STJ

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117. A inobservância do prazo de 48 horas, entre a publicação de pauta e o julgamento sem a presença das partes, acarreta nulidade.

►O verbete é aplicável somente aos feitos em que obrigatória a publicação de pauta. Contudo, qualquer recurso levado a julgamento perante colegiado requer inclusão em pauta. Normas legais e regimentais que vedam ou dispensam a publicação de pauta não se coadunam com os princípios constitucionais da publicidade e da ampla defesa. Diante da realidade dos julgamentos “em lista” ou “por relação”, a não-inclusão em pauta de embargos declaratórios e de agravos internos e regimentais, além de ofenderem frontalmente o princípio da publicidade, violam a garantia constitucional da ampla defesa, na medida em que inviabilizam a apresentação de memoriais, que, no impedimento de sustentação oral, torna-se o único meio de chamar a atenção dos demais membros do colegiado para eventuais equívocos do relator. ►Ao que consta, das três Seções do STJ apenas 1ª Seção inclui em pauta, regularmente, todos os processos levados a julgamento, incluindo embargos declaratórios e agravos regimentais, sem com isso descumprir o Regimento Interno, que não veda a inclusão, apenas diz não ser obrigatória. ●STJ RMS 022691-SE517 (DJ 17.10.2007)

118. O agravo de instrumento é o recurso cabível da decisão que homologa a atualização do cálculo da liquidação.

●STJ REsp 936662-RJ518 (DJe 09.12.2008) 119. A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos.

tem o condão de impedir a aplicação das citadas normas processuais, previstas em lei federal. Registre-se que, quanto ao tema, esta Corte editou a Súmula 116, que incide, por analogia, à hipótese dos autos.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 517 “In casu, a pauta foi publicada numa segunda-feira e a seção de julgamento foi iniciada na quarta-feira seguinte, sem a presença do advogado da ora recorrente, o que prejudicou a realização de uma possível sustentação oral. Evidente, portanto, a afronta ao devido processo legal, a gerar a nulidade ora pretendida. Isto posto, DOU PROVIMENTO ao recurso ordinário, com esteio no artigo 557, §1-A, do Código de Processo Civil, para anular o acórdão a quo, determinando a re-publicação do processo na pauta de julgamentos, observado o prazo legal de quarenta e oito horas para o seu julgamento.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 518 “1. Hipótese de interposição de apelação contra decisão de simples homologação de conta destinada ao pagamento de precatório complementar. 2. Verificando-se que a decisão recorrida não pôs fim ao processo de execução, torna-se plenamente aplicável a jurisprudência desta Corte, firmada com a edição da Súmula 118/STJ, no sentido de que "o agravo de instrumento é o recurso cabível da decisão que homologa a atualização do cálculo da liquidação". 3. Recurso especial a que se nega seguimento.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI

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Súmula do STJ

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►Merece revisão. Conforme dispõe o vigente Código Civil (art. 205) a prescrição se dá em dez (10) anos. ●STJ REsp 871379-PR (DJe 21.10.2008); STF RE 329437-PR (31.10.2001)

120. O oficial de farmácia, inscrito no Conselho Regional de Farmácia, pode ser responsável técnico por drogaria.

●STJ AgRg-Ag 1002427-SP519 (DJe 12.09.2008) 121. Na execução fiscal o devedor deverá ser intimado, pessoalmente, do

dia e hora da realização do leilão. ●STJ AgRg-REsp 640909-PR520 (DJ 23.10.2007)

122. Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.

●STJ CC 98440-MG521 (DJe 12.11.2008); STF HC 90205-RS522 (DJ 16.02.2007)

519 “1. Permitiu o legislador, em caráter excepcional, o registro de profissionais não-farmacêuticos em quadros distintos do Conselho, incluindo-se os oficiais de farmácia, bem como os responsáveis ou auxiliares técnicos de laboratórios industriais farmacêuticos, de análises clínicas e de controle e pesquisas relativas a alimentos, drogas, tóxicos e medicamentos. 2. O oficial de farmácia, devidamente inscrito no respectivo Conselho Regional, hipótese ventilada no recurso, pode ser o responsável técnico por drogaria. 3. Agravo regimental não provido.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 520 “1. A expressão devedor inscrita no art. 687, § 5º, do CPC, assim como na Súmula n. 121/STJ, abrange não apenas o executado propriamente dito, mas também aqueles que tenham responsabilidade subsidiária, solidária e de terceiro e que, em razão disso, tenham seus bens constritos para o pagamento de dívidas. 2. Uma vez consignado no acórdão proferido pela Corte a quo que, no caso, não houve intimação do co-proprietário de imóvel para a realização de leilão, não há como, na via do recurso especial, alterar o contexto fático em que transcorreu a controvérsia ao argumento de que houve expedição de edital para a realização do ato judicial de execução. 3. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 521 “1. Não há conexão a justificar a reunião dos processos perante a Justiça Federal se suposta receptação de cigarros contrabandeados (art. 334, § 1o., alínea d do CPB), de competência da Justiça Federal, e os crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 da Lei 10.826/03) e embriaguez ao volante (art. 306 do CTB), de competência da Justiça Estadual, não guardam liame circunstancial algum, seja subjetivo, material ou instrumental. 2. O simples fato de ter sido a apuração dos referidos crimes iniciada a partir da mesma diligência, qual seja, a prisão em flagrante e a busca realizada em seu carro, não os insere no caso de conexão probatória, esta, na realidade, só se dá quando a prova de uma infração ou de qualquer circunstância influir direta e necessariamente na prova de outra. 3. O MPF manifestou-se pelo conhecimento do conflito e pela declaração da competência da Justiça Estadual. 4. Conflito conhecido para, reconhecendo a ausência de conexão, declarar a competência do Juízo de Direito de Minas Novas/MG, o suscitado, para o processamento e julgamento do feito referente aos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e embriaguez ao volante.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

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Súmula do STJ

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123. A decisão que admite, ou não, o recurso especial deve ser fundamentada, com o exame dos seus pressupostos gerais e constitucionais.

●STJ AgRg-Rcl 2663-PR523 (DJe 17.03.2008) 124. A taxa de melhoramento dos portos tem base de cálculo diversa do

imposto de importação, sendo legítima a sua cobrança sobre a importação de mercadorias de países signatários do GATT, da ALALC ou ALADI.

●STJ REsp 20613-SP (DJ 18.12.1995) 125. O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não

está sujeito À incidência do imposto de renda. ●STJ REsp 985223-SP524 (DJe 16.05.2008); STF AO 1479-MA (DJe 05.09.2007)

126. É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.

522 “1. Não há conexão entre a ação penal oriunda da Justiça Estadual, que se processa por crime de sonegação de ICMS, tributo estadual, estando o bem jurídico tutelado diretamente relacionado à Fazenda estadual do Rio Grande do Sul, e aquel'outra em trâmite na Vara Federal Criminal de Bauru-SP, sendo apurados os crimes de sonegação de IPI (imposto sobre produtos industrializados), PIS (Contribuição para o Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), todos tributos de natureza federal, sendo o fisco federal lesado. 2. Os bens jurídicos tutelados são diversos e a violação a eles atinge distintas esferas do Poder Público, devendo cada crime ser apurado no juízo respectivo, de acordo com as regras de competência, processualmente previstas. 3. Habeas corpus denegado.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 523 “3. Ressalte-se que "a decisão que admite, ou não, o recurso especial deve ser fundamentada, com o exame dos seus pressupostos gerais e constitucionais" (Súmula 123/STJ). Há incontáveis julgados deste Tribunal no sentido de que é possível, no juízo de admissibilidade realizado na origem, adentrar o mérito do recurso especial, pois o exame de admissibilidade pela alínea ‘a’ do permissivo constitucional envolve o próprio mérito da controvérsia (AgRg no Ag 524.671/RS, 6ª Turma, Rel. Min. Paulo Medina, DJ de 17.11.2003; AgRg no Ag 68.804/PR, 4ª Turma, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 2.10.1995).” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 524 “1. Os valores pagos a título de férias vencidas e não gozadas, ainda que simples ou proporcionais, inclusive os respectivos acréscimos de 1/3, quando decorrente de rescisão do contrato de trabalho, não estão sujeitas a incidência do Imposto de Renda. Precedentes. 2. Recurso especial do autor provido. 3. As verbas auferidas por ocasião da rescisão de contrato de trabalho a título de "indenização especial" (gratificação paga por liberalidade do empregador) são passíveis de incidência de Imposto de Renda. 4. Recursos especial da Fazenda Nacional provido para, em relação ao pedido de não-incidência do Imposto de Renda sobre a importância paga a título de "indenização por liberalidade do empregador", extinguir o processo, sem resolução do mérito, denegando, nesses limites, a segurança pleiteada.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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Súmula do STJ

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●STJ AgRg-REsp 1053488-SP525 (DJe 20.10.2008); STF HC-QO 93698-MG526 (DJe 29.05.2008)

127. É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado.

●STJ AgRg-REsp 922733-RS527 (DJe 16.06.2008)

525 “1. Afasta-se a incidência da Súmula 126/STJ, uma vez que na presente hipótese o argumento utilizado pelo acórdão recorrido relativo à ausência de fonte de custeio para a majoração do benefício não constitui fundamento constitucional suficiente para a manutenção do aresto hostilizado. 2. A análise de matéria de cunho constitucional é, por força do art. 102, III da Carta Maior, exclusiva da Suprema Corte, sendo, portanto, vedado a este Superior Tribunal de Justiça conhecer da suposta infringência, ainda que para fins de prequestionamento. 3. Permanece o entendimento do STJ de que o aumento do percentual do auxílio-acidente, estabelecido pela Lei 9.032/95, que alterou o § 1o., do art. 86 da Lei 8.213/91, por ser norma de ordem pública, tem aplicação imediata indistintamente a todos os beneficiários que estiverem na mesma situação, incidindo, inclusive, sobre os benefícios em manutenção, bem como sobre os casos pendentes de concessão. 4. Ressalte-se que eventuais aumentos no percentual dos benefícios não importam em retroatividade da lei, visto que sua aplicação somente terá validade a partir da vigência da lei nova mais benéfica, vedada, inclusive, sua aplicação a períodos anteriores. 5. Precedentes desta Corte: [...] 6. Agravo Regimental do INSS desprovido.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 526 “1. Não tem condições de ensejar a reforma do julgado o recurso que se dirige contra apenas um ou alguns dos seus fundamentos, deixando-se de impugnar outros suficientes e independentes para a manutenção da decisão: Precedentes.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 527 “1. Súmula 312/STJ: ‘No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração’. 2. Sobressai inequívoco do CTB (art. 280, caput) que à lavratura do auto de infração segue-se a primeira notificação in faciem (art. 280, VI) ou, se detectada a falta à distância, mediante comunicação documental (art. 281, parágrafo único, do CTB), ambas propiciadoras da primeira defesa, cuja previsão resta encartada no artigo 314, parágrafo único, do CTB em consonância com as Resoluções 568/80 e 829/92 (art. 2º e 1º, respectivamente, do CONTRAN). 3. Superada a fase acima e concluindo-se nesse estágio do procedimento pela imputação da sanção, nova notificação deve ser expedida para satisfação da contraprestação ao cometimento do ilícito administrativo ou oferecimento de recurso (art. 282, do CTB). Nessa última hipótese, a instância administrativa somente se encerra nos termos dos artigos 288 e 290, do CTB. 4. Revelando-se procedente a imputação da penalidade, após obedecido o devido processo legal, a autoridade administrativa recolherá, sob o pálio da legalidade, a famigerada multa pretendida abocanhar açodadamente. 5. A ausência de notificação do infrator no prazo máximo de 30 (trinta) dias da infração, implica na decadência do direito de punir do Estado, consoante entendimento consolidado pela Primeira Seção desta Corte Superior, segundo o qual: "O comando constante do art. 281, parágrafo único, II, do CTB, é no sentido de que, uma vez não havendo notificação do infrator para defesa dentro do lapso de trinta dias, opera-se a decadência do direito de punir do Estado" (EREsp n.º 803.487/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 6.11.2006). 6. O auto de infração, em ocorrendo a decadência supra, deve ser arquivado e seu registro julgado insubsistente, consoante o preceito do Art. 281, parágrafo único, III, do Código de Trânsito, sendo, portanto, nulo o respectivo procedimento administrativo. 7. A notificação endereçada ao proprietário do veículo ou ao motorista infrator objetiva permitir o recolhimento da multa com o desconto previsto no art. 284 do CTB. É pacífico o entendimento desta Corte de que a penalidade de multa por infração de trânsito deverá ser precedida da devida notificação do infrator, sob pena de ferimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa. O

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Súmula do STJ

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proprietário do veículo responde solidariamente com o condutor do veículo. Em outras palavras, a responsabilidade do dono da coisa é presumida, invertendo-se, em razão disso, o ônus da prova. 8. Ademais, é cediço na Corte que: "Da análise dos dispositivos do Código de Trânsito Brasileiro que se referem ao processo administrativo, constata-se que, após a lavratura do auto de infração, haverá indispensável duas notificações, ou seja, a primeira quando da lavratura do auto de infração, se a autuação ocorrer em flagrante, ou, por meio do correio, quando a autuação se dê à distância ou por equipamentos eletrônicos. A segunda notificação deverá ocorrer após julgado o auto de infração com a imposição da penalidade. Na espécie, ainda que a infração de trânsito tenha sido cometida por condutor, autuado em flagrante, que não o proprietário do veículo, deve-se considerar como notificação válida sua assinatura no auto de infração. Com efeito, o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 280, VI, determina que deverá constar do auto de infração a assinatura do infrator, sem fazer qualquer distinção entre proprietário ou condutor do veículo. Do exame dos artigos 281 e 282 do CTB, conclui-se que somente se exige a notificação do proprietário em relação à penalidade de multa, devido a sua responsabilidade por seu pagamento. Como bem asseverou o ilustre Ministro Teori Albino Zavascki, quando do julgamento do REsp 567.038/RS, "a defesa quanto à consistência do auto de infração cabe ao condutor do veículo no momento da constatação da irregularidade, pois é ele que conhece as circunstâncias em que o fato ocorreu. Portanto, a notificação da autuação foi realizada no prazo fixado em lei, vez que não se exige neste caso, também, a notificação do proprietário" (DJ 01.07.2004). Diante do exposto, na hipótese, as duas notificações foram realizadas em conformidade com os dispositivos do Código de Trânsito Brasileiro, uma vez que a primeira ocorreu quando da autuação em flagrante do condutor e a segunda foi enviada ao proprietário do veículo, responsável pelo pagamento da multa. (...)" (REsp 689785/RS, Relator Ministro FRANCIULLI NETTO, DJ de 02.05.2005). 9. Deveras, não obstante superada a questão atinente à validade da primeira notificação feita em flagrante ao condutor do veículo, notadamente porque o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 280, VI, determina que deverá constar do auto de infração a assinatura do infrator, sem fazer qualquer distinção entre proprietário ou condutor do veículo, esta Corte, à luz da exegese do art. 257, §§ 1º, 2º, 3º e 7º do CTB c/c art. 2º e 3º da Resolução 149/2003/CONTRAN, concluiu que: "(...) nova notificação de autuação deve ser expedida, mesmo em caso de notificação in faciem, quando a infração for relativa ao veículo e, portanto, de responsabilidade do proprietário que não estava na condução do veículo." (RESP 824.437/RS, Relatora Ministra Eliana Calmon) 10. A análise do thema, à luz da novel jurisprudência desta Corte e da legislação atinente à matéria, conduz à seguinte conclusão: a) a notificação in faciem do condutor em flagrante, mediante a assinatura do auto de infração, valerá como notificação da autuação quando a infração for de responsabilidade do condutor e sendo a infração de responsabilidade do proprietário este estiver conduzindo o veículo; b) no caso de a infração ser de responsabilidade do proprietário e este não estiver conduzindo o veículo, a autoridade de trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do cometimento da infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do veículo, na qual deverão constar, no mínimo, os dados definidos no art. 280 do CTB e em regulamentação específica (art. 3º da Resolução 149/2003 do CONTRAN). Precedentes do STJ: RESp 921443/RS, 2ª Turma, DJ 29.05.2007 e REsp 820434/DF, 2ª Turma, DJ de 2.08.2006. 11. O pagamento voluntário da multa de trânsito não convalida a eventual nulidade do procedimento administrativo ensejador da aplicação da penalidade que, acaso julgada insubsistente, impõe à Administração o ressarcimento da importância paga atualizada em UFIR, ou por índice legal de correção dos débitos fiscais, conforme preceitua o art. 286, § 2º, do Código de Trânsito Brasileiro, verbis: "se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais". Precedentes do STJ: (REsp 757448/RS, DJ de 11.09.2007 e AgRg no Ag 831796/SP, DJ de 03.05.2007) 12. É legítima a imposição, pelo Poder Público, do pagamento referente a multas, tributos e despesas

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Súmula do STJ

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128. Na execução fiscal haverá segundo leilão, se no primeiro não houve lanço superior a avaliação.

●STJ REsp 1057831-SP528 (DJe 14.10.2008) 129. O exportador adquire o direito de transferência de crédito do ICMS

quando realiza a exportação do produto e não ao estocar a matéria-prima.

●STJ REsp 1003156-RS (DJe 21.02.2008) 130. A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto

de veículo ocorridos em seu estacionamento. ●STJ REsp 310953-SP529 (DJ 07.05.2007); STF AI 563220-DF (DJ 21.05.2005)

131. Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas.

●STJ REsp 591935-RJ530 (DJ 03.04.2007)

com remoção e estada de veículo no depósito como condição para a liberação de veículo apreendido. Precedentes desta Corte: REsp 838961/MG, DJ 14.06.2007; REsp 886.336/RS, DJ 12.04.2007; REsp 896.486/AL, DJ 24.09.2007 e REsp 895.284/RS, DJ 20.04.2007. 13. In casu, a remoção do veículo pela autoridade de trânsito decorreu da prática de conduta prevista no art. 244, I (condução de motocicleta sem equipamento) e no art. 210 (transpor, sem autorização, bloqueio viário policial), do CTB (Lei 9503/97). 14. Inaplicável, na hipótese vertente, o enunciado 127 do STJ, tendo em vista que a autuação do veículo foi válida e eficaz, porquanto deu-se em flagrante, vigorando o inc. VI, do art. 280, que prevê que a assinatura do infrator no próprio auto de infração vale como notificação do cometimento da infração. 15. Reconhecimento da legalidade da exigência de prévio pagamento das multas, tributos e despesas com remoção e estada no depósito, para fins de liberação de veículo apreendido. Distribuição e compensação proporcional, entre os litigantes, das despesas processuais e dos honorários advocatícios, nos termos do art. 21, caput, do CPC. 16. Agravo regimental desprovido.” Relator Ministro LUIZ FUX 528 “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. ARREMATAÇÃO. PREÇO VIL. NULIDADE. 1. Na ausência de critério legal sobre "preço vil", o STJ firmou o entendimento de que se caracteriza vil o lance que não alcançar, ao menos, a metade do valor da avaliação. No caso, os bens foram arrematados por 33,33% do valor de avaliação. 2. Recurso especial provido.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 529 “I. Não padece de nulidade o acórdão estadual que enfrenta, suficientemente, as questões essenciais ao julgamento da lide, apenas que com conclusões desfavoráveis à parte. II. Inexistindo expressa previsão estatutária, não é a entidade sócio-recreativa, assim como por igual acontece nos condomínios, responsável pelo furto de veículos ocorrido em suas dependências, dada a natureza comunitária entre os filiados, sem caráter lucrativo. III. Recurso especial conhecido em parte e provido. Ação Improcedente.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR 530 “2. A Primeira Seção desta Corte, em decisão prolatada no dia 8/2/2006, encerrou o julgamento do REsp 437.577/SP, de relatoria do eminente Ministro Castro Meira, adotou o entendimento à luz do princípio tempus regit actum. 3. Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos a partir da efetiva ocupação do imóvel, nos exatos termos da

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Súmula do STJ

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132. A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo proprietário por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.

●STJ REsp 218689-RS531 (DJ 20.06.2005) 133. A restituição da importância adiantada, à conta de contrato de câmbio,

independe de ter sido a antecipação efetuada nos quinze dias anteriores ao requerimento da concordata.

●STJ REsp 1091478-RS532 (DJe 12.12.2008)

Súmula 69/STJ. Ajuizada a ação em outubro/1999, e efetivada a imissão na posse em fevereiro/2001, quando já vigia a MP 1.577/97, publicada no DOU de 12/6/1997, incide, na hipótese, o percentual dos juros compensatórios de que trata o art. 15-A do Decreto-Lei 3.365/41, inserido por intermédio da Medida Provisória 1.577/97, desde a imissão na posse até a decisão proferida no julgamento da Medida Cautelar na ADIn 2.332-2/DF (13/9/2001), de 6% (seis por cento) ao ano. 4. A partir daí (13/9/2001), volta a incidir, em conseqüência da suspensão de sua eficácia com efeitos ex nunc, o percentual de 12% ao ano, a teor do disposto na Súmula 618/STF, assim redigida: "Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano." 5. A fixação dos honorários advocatícios rege-se pela lei vigente ao tempo em que prolatada a sentença que os impõe. Proferida a sentença em 27 de julho de 2001, deve o percentual dos honorários advocatícios amoldar-se aos limites estabelecidos pela nova redação do art. 27, § 1º, do Decreto-Lei 3.365/41, de (meio a cinco por cento) da diferença entre o valor ofertado e o determinado judicialmente. 6. Recurso Especial conhecido e provido para aplicar os artigos 15-A e 27, § 1º, do Decreto-Lei 3.365/41, nos termos da jurisprudência consolidada por esta Corte (juros compensatórios de 6% durante a vigência da MP 1.577/97 e 12% após a suspensão dessa norma por decisão do STF) e fixação dos honorários advocatícios em 5% da diferença entre o valor ofertado e o determinado judicialmente.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN 531 “RECURSO ESPECIAL. ILEGITIMIDADE PASSIVA. VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO. 1. Na condição de alienante, mediante contrato de promessa de compra e venda com reserva de domínio, pela empresa foi argüida ilegitimidade passiva, em ação de responsabilidade civil proposta pelos filhos das vítimas, falecidas em acidente automobilístico, causado pelo adquirente. A argüição foi rejeitada no saneador. Na audiência de instrução e julgamento houve reiteração da preliminar, afastada sob o fundamento de fora do prazo o pedido de reconsideração. 2. Tirado agravo de instrumento, o Tribunal de origem, dele não conhecendo, em sede de embargos de declaração opostos veio a fixar a possibilidade do reexame da prejudicial na sentença. Desta houve apelação, sendo, no entanto, mantida a decisão de primeiro grau. Nestas circunstâncias, tem-se por violada a regra do § 3º, do art. 267 do Código de Processo Civil, porquanto, a par de irrecorrido o saneador, a matéria foi novamente decidida no julgamento da apelação. 3. Recurso especial conhecido e provido.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES 532 “Ademais, o acórdão recorrido não destoa do entendimento desta Corte ao afirmar que "em se tratando de restituição de adiantamento de contrato de câmbio, cabe, tão-somente, a devolução do valor principal corrigido monetariamente pelo índice oficial que melhor reflita a recomposição da moeda, nos termos da Súmula nº 36, do STJ" (fls. 152). Ante o exposto, nos termos do art. 557 do CPC, conheço do recurso e lhe dou parcial provimento para autorizar a restituição de adiantamento de contrato de câmbio nos moldes expendidos.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES

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Súmula do STJ

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134. Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação.

►Conquanto, a teor do recente art. 655-B do CPC, os embargos não mais possam desconstituir o ato constritivo que recaia sobre fração ideal, servem para impedir a alienação do bem indivisível se o preço oferecido representar prejuízo. O referido artigo, introduzido no CPC pela Lei 11382/2006, é de constitucionalidade duvidosa, por reduzir a fração ideal de um dado bem imóvel à dimensão estritamente pecuniária, em afronta ao direito de propriedade. ►A despeito de decisões contrárias, o cônjuge que figurou, na qualidade de litisconsorte, no pólo passivo de execução em que foi determinada penhora sobre bem de propriedade do casal (parte em sentido formal), detém plena legitimidade para apresentar embargos de terceiros, na defesa de sua meação, contra o ato de constrição, com o propósito provar não ser responsável pelo débito, ou seja, negando sua condição de parte em sentido material, isso com fulcro no art. 1046, § 3º, do CPC. ●STJ REsp 814542-RS533 (DJ 23.08.2007) e AgRg-Ag 727.564-MG534 (DJ 11.06.2007)

135. O ICMS não incide na gravação e distribuição de filmes e videoteipes. ►O enunciado “aplica-se, tão-só, à venda de fitas de vídeo produzidas por encomenda, de forma personalizada para um cliente, quando é devido o ISS, ante a caracterização da prestação de serviço”. ►Vide súmula STF 662. ●STJ REsp 1019453-RS (DJe 11.03.2008)

136. O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao imposto de renda.

533 “1. Os bens indivisíveis, de propriedade comum decorrente do regime de comunhão no casamento, podem ser levados à hasta pública por inteiro, reservando-se ao cônjuge a metade do preço alcançado. Precedentes: (REsp 200.251/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, Corte Especial, DJU de 29/04/2002; Resp. n.º 508.267/PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ. 06.03.2007; REsp n. 259.055/RS, Rel. Ministro Garcia Vieira, DJ de 30.10.2000). 2. Deveras, a novel reforma do Processo Civil Brasileiro, na esteira da jurisprudência desta Corte, consagrou na execução extrajudicial que "Tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem". ( CPC, art. 655-B). 3. Recurso especial provido.” Relator Ministro LUIZ FUX 534 “2. O cônjuge que figurou, na qualidade de litisconsorte, no pólo passivo de execução em que foi determinada penhora sobre bem de propriedade do casal não detém legitimidade para apresentar embargos de terceiro, na defesa de sua meação, contra tal ato de constrição. 3. Agravo regimental improvido.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS

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►A jurisprudência firmou-se no sentido de que mesmo que não decorra de necessidade de serviço não incide IR sobre a verba advinda de licença-prêmio não gozada. ●STJ AgRg-REsp 983056-SE535 (DJe 13.11.2008)

137. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário.

●STJ CC 72852-BA536 (DJe 05.05.2008) 138. O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.

►Aplicação controvertida no âmbito do STJ. O verbete consolidou entendimento no sentido de que incide o imposto sobre serviços em uma atividade que não é prestação de serviços. Como a matéria é de índole constitucional o STF deverá dar a palavra final. ●STJ REsp 912.388-SC537 (DJe 07.08.2008); REsp 1098130-SC538 (DJe 12.12.2008); REsp 980217-SC539 (DJe 14.10.2008)

535 “5. As verbas advindas da conversão em pecúnia das ausências permitidas ao trabalho (APIP's) têm natureza indenizatória, a exemplo do pagamento decorrente da conversão de licença-prêmio não gozada (Súm. 136/STJ) e das férias não gozadas (Súm.125/STJ), razão pela qual encontram-se isentas de imposto de renda. (Precedentes: REsp 727.079/SE, DJ 11.10.2007; REsp 688.929/AL, DJ 14.09.2007) 6. Agravo regimental desprovido.” Relator Ministro LUIZ FUX 536 “1. É válida a conversão do regime celetista para o estatutário feita para servidor público que ingressou na carreira há mais de cinco anos antes da promulgação da atual Carta Política, nos moldes do artigo 19 do ADCT. Precedentes. 2. “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário” (Súmula 137/STJ). 3. A alteração conferida à competência da Justiça Trabalhista por meio da Emenda Constitucional 45/2004, que lhe permitiria processar e julgar “ações oriundas de relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”, foi suspensa nos autos da ADI 3.395. 4. Competência da Justiça Comum Estadual.” Relatora Ministra JANE SILVA 537 “1. O ISS na sua configuração constitucional incide sobre uma prestação de serviço, cujo conceito pressuposto pela Carta Magna eclipsa ad substantia obligatio in faciendo, inconfundível com a denominada obrigação de dar. 2. Outrossim, a Constituição utiliza os conceitos de direito no seu sentido próprio, com que implícita a norma do artigo 110, do CTN, que interdita a alteração da categorização dos institutos. 3. Consectariamente, qualificar como serviço a atividade que não ostenta essa categoria jurídica implica em violação bifronte ao preceito constitucional, porquanto o texto maior a utiliza não só no sentido próprio, como também o faz para o fim de repartição tributária-constitucional (RE 116121/SP). 4. Sob esse enfoque, é impositiva a regra do artigo 156, III, da Constituição Federal de 1988, verbis: "Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (...)" 5. A dicção constitucional, como evidente, não autoriza que a lei complementar inclua no seu bojo atividade que não represente serviço e, a fortiori, obrigação de fazer, porque a isso corresponderia franquear a modificação de competência tributária por lei complementar,

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com violação do pacto federativo, inalterável sequer pelo poder constituinte, posto blindado por cláusula pétrea. 6. O conceito pressuposto pela Constituição Federal de serviço e de obrigação de fazer corresponde aquele emprestado pela teoria geral do direito, segundo o qual o objeto da prestação é uma conduta do obrigado, que em nada se assemelha ao dare, cujo antecedente necessário é o repasse a outrem de um bem preexistente, a qualquer título, consoante a homogeneidade da doutrina nacional e alienígena, quer de Direito Privado, quer de Direito Público. 7. Envolvendo a atividade, bens e serviços, a realidade econômica que interessa ao Direito Tributário impõe aferir o desígnio final pretendido pelo sujeito passivo tributário, distinguindo-se a atividade meio, da atividade fim, esta última o substrato da hipótese de incidência. 8. "A adulteração dos conceitos incorporados pelo Constituinte na criação da regra-matriz de incidência de cada exação fiscal é matéria constitucional, visto que viola as regras de repartição constitucional da competência tributária e, por conseqüência, atenta contra a organização federativa do Estado, que pressupõe a autonomia legislativa dos entes federados" (Parecer da lavra de Luiz Rodrigues Wambier, datado de 20.07.2006). 9. As proposições acima conduzem à inequívoca inconstitucionalidade do item 79 e do subitem 15.09, da relação anexa ao Decreto-Lei 406/68, com a redação dada, respectivamente, pelas Leis Complementares 56/87 e 116/03, que prevêem a incidência do ISS sobre o arrendamento mercantil, por isso que se conjura a incompetência imediata do STJ para a análise de recurso que contenha essa antinomia como essência em face da repartição constitucional que fixa os lindes entre esta E. Corte e a Corte Suprema. 10. Acórdão cuja conclusão alicerça-se em fundamento constitucional, qual seja, a violação do artigo 156, III, da Constituição Federal de 1988, e a inconstitucionalidade das listas constantes do Decreto-Lei 406/68 e da Lei Complementar 116/03, revela-se de integral competência do STF, máxime quando se sustenta um fundamento autônomo a exigir, na forma do verbete sumular, a interposição simultânea de ambos os apelos extremos (Precedentes da Primeira Turma: AgRg no REsp 684021/RS, desta relatoria, DJ de 22.08.2005; AgRg no REsp 697335/RS, desta relatoria, DJ de 29.08.2005; REsp 631547/MG, Relator Ministro José Delgado, DJ de 05.08.2004; e AgRg no AgRg no Ag 659539/MG, desta relatoria, DJ de 20.02.2006. Decisões monocráticas: RESP 628211/BA, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 15.12.2004, e no REsp 822631/RS, Relator Ministro José Delgado, DJ de 31.03.2006). 11. Deveras, a conceituação de serviços encarta-se na mesma competência que restou exercida pela Corte Suprema na análise prejudicial dos conceitos de faturamento e administradores e autônomos para os fins de aferir hipóteses de incidência, mercê de a discussão travar-se em torno da legislação infraconstitucional que contemplava essas categorizações, reproduzindo as que constavam do texto maior. 12. Aliás não é por outra razão que o CPC dispõe no artigo 543 que: "Art. 543. Admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. (...) § 2º Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial àquele, em decisão irrecorrível sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para o julgamento do recurso extraordinário. (...)" 13. A Súmula 138, do E. STJ, não se aplica in casu, por isso que, analisando sua ratio essendi e os arestos que lhe serviram de gênese, inafastável concluir que a mesma foi editada para o fim de defender-se a aplicação do Decreto-Lei 406/68, após a edição da Lei Complementar 56/87, porquanto, anteriormente, a tributação municipal do leasing era engendrada via aplicação analógica do primeiro diploma legal. Nada obstante, em nenhuma passagem dos arestos geradores da súmula restou posta a questão constitucional ora enfrentada. 14. Sobressai, desta sorte, imprescindível a manifestação da Corte Suprema sobre o thema iudicandum, suscitado de forma explícita ou implícita em todas as causas que versam sobre a competência tributária municipal, essência manifesta das decisões que tem acudido ao E. STJ. 15. In casu, o aresto objurgado decidiu que: "APELAÇÃO. ARRENDAMENTO MERCANTIL. ISS. INEXIGIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. A inclusão na Lista de Serviço de fatos que não configuram prestação de serviço, por afastada a idéia de trabalho, de esforço humano, de um "facere", afronta o disposto no artigo 156, III da Constituição Federal. Assim se

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dá na locação de bens móveis, como já proclamou o Supremo Tribunal Federal. Assim também e por identidade de razões no arrendamento mercantil. É que não importa esteja listado o serviço; importa, sim, se o fato que lá está descrito se caracteriza como tal. A Lista não é critério ou não é o único critério para descrever o fato gerador do ISS, até porque não define o tipo, não conceitua o que seja prestação de serviço. É ou ao menos deveria ser exemplificativa, jamais definidora do tipo. Na verdade, a noção de serviço, traço essencial do ISSQN, não dispensa a idéia de trabalho, de esforço humano, tal como disciplinado no Código Civil, ao qual há de socorrer-se o intérprete em obediência ao que dispõe o artigo 110 do CTN, ante o vazio normativo tributário. Apelo provido." (Apelação Cível nº 70009640657, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Relator Desembargador Genaro José Baroni Borges, Julgado em 03.11.2004). 16. As conclusões e premissas de índole notadamente constitucional, sem as quais não sobreviveria o aresto recorrido impõem timbrar seu fundamento constitucional para, na forma da jurisprudência cediça na Corte, não conhecer do especial (Precedentes: [...]). 17. Nesse sentido, restou pacificada a jurisprudência desta Corte por ocasião do julgamento do Resp 805317/RS, Relator para acórdão Min. Luiz Fux, DJ de 21/09/2006. 18. Recurso especial não conhecido, divergindo do E. Relator.” Relator p/ acórdão Ministro LUIZ FUX 538 “17) De fato, muito embora a questão versada nos autos seja de incidência de ISS sobre contratos de arrendamento mercantil, entendo que as características dos institutos jurídicos do financiamento, da compra e venda e da locação estão nitidamente presentes nessa espécie de contrato, com grande destaque para esta última. Ao modificar a consolidada sistemática de tributação do Município sobre os contratos de locação de bens móveis, a decisão da Suprema Corte trouxe algumas incertezas e deixou margem a dúvidas quanto à conceituação jurídico-constitucional de serviços, que constitui o elemento principal da hipótese de incidência do imposto sobre os serviços de qualquer natureza - ISS, como, por exemplo, no que diz respeito à hipótese dos contratos de arrendamento mercantil, cuja previsão na lista de serviços anexa ao DL 406/68 situava-se no mesmo item dos contratos de locação, como espécie deste gênero. Tais incertezas estão a causar reflexos, inclusive e principalmente, sobre a jurisprudência consolidada desta Corte Superior, que tem entendimento já antigo quanto à incidência do ISS sobre os contratos de leasing sobre coisas móveis, o qual está estratificado na Súmula 138/STJ. Em situação semelhante à dos presentes autos, trouxe o Ministro Luiz Fux, em longos e judiciosos votos-vista proferidos nos REsp's 797.948/SC e 805.317/RS, importantes argumentos quanto à necessidade de manifestação da Excelsa Corte em relação às regras de competência tributária envolvidas pela "adulteração" dos conceitos constitucionais previstos para essa espécie tributária pela legislação infraconstitucional. [...] Ao contrário do ocorrido nesse julgamento paradigmático, em que ausente a interposição de recurso extraordinário apto a modificar o fundamento constitucional autônomo adotado pelo acórdão de origem, há, na presente hipótese, recurso extraordinário interposto que, muito embora inadmitido na origem, foi impugnado através do agravo de instrumento previsto no art. 544 do CPC, ainda pendente de análise pelo E. STF. Assim, diante da prejudicialidade do exame da questão constitucional contida no recurso extraordinário, nos termos do art. 543, § 2º, do CPC, SOBRESTO O JULGAMENTO DO RECURSO ESPECIAL, determinando a remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 539 “1. É pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, bem como do Supremo Tribunal Federal, no sentido da incidência do ISSQN na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. A controvérsia foi objeto da edição Súmula n. 138 nesta Corte Superior ("O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis"). Precedentes. 2. Recurso especial provido.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES

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Súmula do STJ

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139. Cabe a Procuradoria da Fazenda Nacional propor execução fiscal para cobrança de crédito relativo ao ITR.

●STJ REsp 221062-RJ540 (DJe 28.02.2005) 140. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar crime em que o

indígena figure como autor ou vítima. ●STJ HC 32214-RS541 (DJe 07.02.2008); STF AI 563403-BA542 (DJe 22.04.2008)

141. Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença entre a indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.

►Vide súmulas STF 378 e 617. ●STJ REsp 852697-RS543 (DJe 22.09.2008)

142. Prescreve em vinte anos a ação para exigir a abstenção do uso de marca comercial.

►Cancelada.

540 “1. Acórdão do STF que entendeu ser admissível a delegação, pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional à Procuradoria Jurídica do INCRA, da prerrogativa de execução da dívida ativa desta autarquia, com base no art. 29 do ADCT. 2. O entendimento desta Corte pacificou-se no sentido de que "cabe à Procuradoria da Fazenda Nacional propor execução fiscal para cobrança de crédito relativo ao ITR" - Súmula 139/STJ. 3. Posição do STJ que melhor retrata as formas de arrecadação e de cobrança previstas na legislação em vigor para o ITR, considerando-se a transitoriedade da delegação prevista no ADCT. 4. Deve a execução fiscal prosseguir sob o patrocínio do Representante da Fazenda Nacional. 5. Recurso especial conhecido e provido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 541 “1. A jurisprudência desta Corte, por meio da Súmula 140, consolidou o entendimento de que "compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima". Refogem à aplicação desse verbete os casos em que o delito perpetrado decorra de "disputa sobre direitos indígenas" (art. 109, inciso XI, da Constituição da República), situação que desloca a competência para a Justiça Federal. 2. Inexistindo evidências de que a morte do indígena tenha sido provocada com o objetivo de violar direitos de sua comunidade étnica ou para dela tomar território, cabe à Justiça Estadual o julgamento da ação penal. 3. Ordem denegada.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 542 “Como se percebe, a denúncia narra tão-somente o crime de porte ilegal de arma, a qual supostamente teria sido usada para constranger indígenas. Logo, não há disputa sobre direitos indígenas, o que forçosamente afasta a competência da Justiça Federal para o processo e julgamento da ação penal. O acórdão recorrido, proferido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, não diverge do entendimento adotado por esta Corte.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 543 “1. Os honorários advocatícios devem ser fixados entre meio e cinco por cento sobre o valor da diferença entre o preço oferecido pelo expropriado na petição inicial e a indenização fixada na sentença, a teor do art. 27, § 1º, do Decreto-lei n.º 3.365/41. 2. Recurso especial provido, para fixar os honorários advocatícios em 2% arbitrados no acórdão hostilizado, mas apurados a partir da diferença entre o valor da oferta inicial e o valor final da indenização fixada pelo juízo.” Relator Ministro LUIZ FUX

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Súmula do STJ

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143. Prescreve em cinco anos a ação de perdas e danos pelo uso da marca comercial.

►Merece revisão. A orientação não é consentânea com o vigente Código Civil que fixa o prazo de três (3) anos para a pretensão de reparação civil (art. 206, § 3º) ●STJ Ag 549602-SC (DJ 12.12.2003)

144. Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa.

●STJ REsp 670842-RJ (DJ 13.06.2005); STF RE 160872-SP544 (DJ 25.11.2005)

145. No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.

►Merece revisão. O verbete, editado sob a égide do Código Civil de 1916, pressupunha a existência de contrato, e, por conseqüência, responsabilidade objetiva do transportador benévolo, que restou expressamente afastada no vigente CC: “Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia. Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas.”

544 “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o alcance da norma inscrita no 'caput' do art. 100 da Constituição, firmou-se no sentido de considerar imprescindível, mesmo tratando-se de crédito de natureza alimentícia, a expedição de precatório, ainda que reconhecendo, para efeito de pagamento do débito fazendário, a absoluta prioridade da prestação de caráter alimentar sobre os créditos ordinários de índole comum. Precedentes. - O processo de execução por quantia certa contra a Fazenda Pública rege-se, nos termos do que prescreve a própria Constituição, por normas especiais que se estendem a todas as pessoas jurídicas de direito público interno, inclusive às entidades autárquicas. - O sentido teleológico da norma inscrita no caput do art. 100 da Carta Política - cuja gênese reside, no que concerne aos seus aspectos essenciais, na Constituição Federal de 1934 (art. 182) - objetiva viabilizar, na concreção do seu alcance, a submissão incondicional do Poder Público ao dever de respeitar o princípio que confere preferência jurídica a quem dispuser de precedência cronológica ('prior in tempore, potior in jure')." (RTJ 172/270, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Cabe registrar, finalmente, que essa diretriz jurisprudencial acha-se consubstanciada, presentemente, na Súmula 655/STF, que possui o seguinte enunciado: "A exceção prevista no art. 100, 'caput', da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza." (grifei) Esse mesmo entendimento, por sua vez, foi também sumulado pelo E. Superior Tribunal de Justiça, em enunciado - Súmula 144/STJ - que tem o seguinte conteúdo: [...].” Relator Ministro CELSO DE MELLO

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Súmula do STJ

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►Legalmente afastada a responsabilidade objetiva, assim descabendo a diferenciação da culpa para fins de responsabilização civil, incidem os artigos 186 e 927 do Codex vigente: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”; “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” ►Insta observar, a propósito do REsp 577902-DF, que entre amigos que viajam em automóvel de propriedade de um deles, alternando-se na condução do veículo, não se vislumbra as figuras de transportador e transportado. ●STJ REsp 577902-DF545 (DJe 28.08.2006)

146. O segurado, vítima de novo infortúnio, faz jus a um único benefício somado ao salário de contribuição vigente no dia do acidente.

►Embora inacumuláveis o auxílio-suplementar com o auxílio-acidente, no cálculo do novo benefício deve-se somar o valor do auxílio-suplementar com o salário-de-contribuição da data do segundo acidente. ●STJ REsp 1060394-SP546 (DJe 30.09.2008)

545 “- Em matéria de acidente automobilístico, o proprietário do veículo responde objetiva e solidariamente pelos atos culposos de terceiro que o conduz e que provoca o acidente, pouco importando que o motorista não seja seu empregado ou preposto, ou que o transporte seja gratuito ou oneroso, uma vez que sendo o automóvel um veículo perigoso, o seu mau uso cria a responsabilidade pelos danos causados a terceiros. - Provada a responsabilidade do condutor, o proprietário do veículo fica solidariamente responsável pela reparação do dano, como criador do risco para os seus semelhantes. Recurso especial provido.” Relatora p/ acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI 546 “A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que, embora inacumuláveis os benefícios de auxílio-suplementar com auxílio-acidente, deverá ser levado em conta o percentual que o segurado vinha recebendo a título de auxílio-suplementar, a fim de seja o mesmo somado ao salário-de-contribuição do segurado quando da data do acidente. Nesse sentido: "PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-SUPLEMENTAR E AUXÍLIO-ACIDENTE. CUMULAÇÃO. Embora inacumuláveis o auxílio-suplementar com o auxílio-acidente, no cálculo do novo benefício deve-se somar o valor do auxílio-suplementar com o salário-de-contribuição da data do segundo acidente. Recurso conhecido em parte e, nessa, provido". (REsp 203073/SP, Relator Ministro GILSON DIPP, DJ 15.05.2000) "PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-SUPLEMENTAR. AUXÍLIO-ACIDENTE. CUMULAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 146/STJ. - O segurado que recebe auxílio-acidente e vem sofrer novo infortúnio deve ter seu benefício recalculado, somando-se o valor do auxílio-acidente ao do salário de contribuição vigente na data do infortúnio (art. 41, parágrafo único, III, do Decreto 79.037/76). - Precedentes. - Recurso conhecido e parcialmente provido". (REsp 165247/SP, Relator Ministro FELIX FISCHER, DJ 12.04.1999) Dou parcial provimento ao recurso especial, apenas para determinar que seja somado o percentual que o segurado vinha recebendo a título de auxílio-suplementar ao salário-de-contribuição do segurado quando da data do acidente.” Relator Ministro OG FERNANDES

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Súmula do STJ

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147. Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.

●STJ CC 88262-SE547 (DJe 17.10.2008); STF HC 80383-DF548 (DJ 20.04.2001)

148. Os débitos relativos a benefício previdenciário, vencidos e cobrados em Juízo após a vigência da lei nº 6.899/81, devem ser corrigidos monetariamente na forma prevista nesse diploma legal.

●STJ REsp 905149-RS549 (DJe 01.09.2008); STF AI 565742-RS (DJe 29.05.2008)

149. A prova exclusivamente testemunhal não basta a comprovação da atividade rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário.

●STJ AgRg-REsp 270150-SP550 (DJe 13.10.2008)

547 “1. Inaplicável a Súmula 147 desta Corte, quando o crime tenha sido perpetrado contra funcionário público federal aposentado. Precedente. 2. Conflito conhecido para determinar competente o suscitado, Juízo de Direito do Juizado Especial Cível e Criminal de São Cristóvão/SE.” Relator Ministro OG FERNANDES 548 “1. Os acórdãos do T.R.F. e do S.T.J., bem como o parecer do Ministério Público federal, estão corretos enquanto recusaram competência à Justiça estadual. Não, porém, no ponto em que assentaram a competência da Justiça federal. 2. É que os termos da denúncia evidenciam tratar- se, em tese, do crime eleitoral previsto no art. 324 e seu parágrafo 1º do Código Eleitoral, pois os fatos se passaram durante a campanha eleitoral, às vésperas da eleição de 03.10.1998, envolvendo nomes e condutas de candidatos, e tendo por objetivo manifesto o de influir no resultado do pleito. 3. Ora, em se tratando, em tese, de crime eleitoral, a denúncia deveria ter sido apresentada pelo Ministério Público Eleitoral a Juiz Eleitoral (de 1º grau) - e não pelo Ministério Público federal e a Juiz Federal, como ocorreu, no caso. 4. "Habeas corpus" deferido, em parte, para se anular o processo criminal instaurado contra o paciente e co-réus, perante o Juiz Federal da 12ª Vara na Seção Judiciária no Distrito Federal, desde a denúncia, inclusive e se determinar que os autos respectivos sejam remetidos ao Juízo Eleitoral de São Paulo, a que for o feito distribuído, para encaminhamento ao Ministério Público Eleitoral, a fim de que adote as providências que lhe parecerem cabíveis.” Relator Ministro SYDNEY SANCHES 549 “5. Nas dívidas de valor da Fazenda Pública, dotadas de caráter alimentar, a correção monetária incide desde o vencimento de cada parcela, devendo a aplicação da Lei 6.899/81 ser compatibilizada com as Súmulas 43 e 148/STJ. Precedente do STJ. 6. No pagamento de parcelas atrasadas, de caráter alimentar, inclusive as derivadas de pensão, quando ajuizada a demanda antes da edição da MP 2.180-35/01, que introduziu o art. 1º-F à Lei 9.494/97, devem os juros moratórios ser fixados 12% ao ano, nos termos do art. 3º do Decreto-Lei 2.322/87. Precedente do STJ.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 550 “1. Não merece prosperar o argumento do INSS de que a discussão dos presentes autos se restringiria à inviabilidade de se provar o trabalho rural pela prova exclusivamente testemunhal, uma vez que, tendo o Tribunal Regional conferido ao Certificado de Dispensa do Serviço Militar o atributo de início de prova material, a cassação da aposentadoria deferida encontra inegável óbice na Súmula 7/STJ. 2. Estando o entendimento do Tribunal Regional em consonância com os inúmeros precedentes desta Corte de que o início da prova material do trabalho rurícola pode ser analisado sem o rigorismo habitual imposto às demais categorias laborais, não há a aludida

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Súmula do STJ

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150. Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas.

●STJ CC 097185-SC551 (DJe 06.02.2009); STF ACO 1121-SP552 (DJe 10.10.2008)

151. A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens.

●STJ HC 76249-SP553 (DJe 07.02.2008); STF HC 81125-SC (DJ 14.12.2001)

ofensa à Sumula 149/STJ. 3. Agravo regimental improvido.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 551 “Cinge-se o feito objeto do presente conflito à ação securitária, cuja relação jurídica de direito material subjacente à demanda envolve apenas os autores e a seguradora, uma vez que se trata de feito que envolve pedido de indenização de cunho estritamente privado, tendo por objeto contrato de seguro adjeto ao mútuo hipotecário. O MM Juízo Federal suscitante consignou em seu decisum inexistir evidência concreta de que o Fundo de Compensação da Variação Salarial – FCVS será afetado em caso de procedência da demanda. Ressalte-se, ainda, que o aludido Juízo suscitante, ao reconhecer a ilegitimidade passiva da CEF, evidenciou não existir interesse jurídico concreto a justificar a atuação no feito daquela empresa pública, seja na qualidade de litisconsorte ou assistente da ré. Ora, é sabido que compete à Justiça Federal decidir sobre a existência, ou não, de interesse de ente federal na lide, nos termos do Súmula 150/STJ, in verbis: "Compete a Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou empresas públicas." Consequentemente, tendo o MM Juízo Federal decidido que inexiste interesse jurídico da União, entidade autárquica ou empresa pública federal, in casu, evidencia-se a competência da Justiça Estadual para apreciar a aludida demanda.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS 552 “10. O conflito de atribuições inicialmente promovido pelo Ministério Público, resultou, com a manifestação dos respectivos juízos estadual e federal, em verdadeiro conflito de competência, cujo deslinde compete ao Superior Tribunal de Justiça, em conformidade ao disposto no art. 105, inc. I, alínea “d”, da Constituição Federal. 11. Razão pela qual há que se acolher a questão preliminar suscitada no parecer da Procuradoria-Geral da República, reconhecendo-se, na hipótese dos autos, a ocorrência de conflito virtual de competência, verbis: “(...) 13. Dessarte, considerando que ambos os juízos se manifestaram no sentido de sua incompetência para processar o feito, o caso é de conflito de competência. 14. Com efeito, o juízo estadual acolheu os argumentos do Ministério Público do Estado de São Paulo no sentido de que a análise do feito cabe à Justiça Federal. O magistrado federal, por sua vez, decidiu que não havia interesse público da União na hipótese e devolveu os autos ao juízo estadual. 15. Caracterizada a ocorrência de conflito negativo de competência entre Juízo de Direito da 3ª. Vara da Comarca de Mirassol e a 3ª. Vara Federal da Subseção Judiciária de São José do Rio Preto impõe-se a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça para dirimi-lo. (...)” 12. Em face do exposto, não conheço do presente conflito, frente à competência do egrégio Superior Tribunal de Justiça. Encaminhem-se os autos ao Superior Tribunal de Justiça, para que o julgue como entender de direito.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE 553 “Hipótese em que a questão relativa à incompetência do Juízo Federal para julgar os feitos a ele atribuídos não foi submetida ao Tribunal Regional Federal. Evidenciado que a questão relativa à incompetência do Juízo Federal para julgar os feitos a ele atribuídos não foi, ainda,

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152. Na venda pelo segurador, de bens salvados de sinistros, incide o ICMS.

►Cancelada. 153. A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos,

não exime o exeqüente dos encargos da sucumbência. ►O acolhimento de exceção de pré-executividade também não exime a Fazenda Pública do ônus da sucumbência. ●STJ AgRg-Ag 1055567-SP554 (DJe 21.10.2008)

154. Os optantes pelo FGTS, nos termos da lei nº 5.958, de 1973, tem direito à taxa progressiva dos juros, na forma do art. 4º da lei nº 5.107, de 1966.

●STJ REsp 984121-PE555 (DJe 29.05.2008); STF AI 719740-RJ (DJe 12.09.2008)

155. O ICMS incide na importação de aeronave, por pessoa física, para uso próprio.

►Merece revisão. Dispõe o art. 3º, da Lei Complementar 87/96: “O imposto não incide sobre: VIII - operações de arrendamento mercantil não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário”. A

apreciado pelo Tribunal a quo, deixa-se de apreciar o mérito do habeas corpus, nesta parte, sob pena de indevida supressão de instância. Embora se reconheça a ligação aparente entre os diversos crimes pelos quais o Paciente está sendo acusado, não há que se aplicar as regras da conexão, no presente caso, devendo ser mantida a distribuição dos feitos tal como está, pois atende aos preceitos e peculiaridades da Lei de Lavagem de Dinheiro. Havendo conexão de delitos, estabelecido o concurso entre jurisdições da mesma categoria, prevalece a do local do crime cuja pena cominada é a mais grave. Antecedentes.” Relatora Ministra JANE SILVA 554 “TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. VERBA HONORÁRIA. CABIMENTO. 1. É cabível o arbitramento de honorários advocatícios contra a Fazenda Pública quando acolhida a exceção de pré-executividade e extinta a execução fiscal por ela manejada. 2. A extinção da execução fiscal depois de citado o devedor, desde que tenha sido constituído advogado e este tenha realizado atos no processo, impõe a condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários advocatícios, notadamente quando for apresentada exceção de pré-executividade. 3. Agravo regimental não provido.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 555 “2. No que tange à prescrição dos juros progressivos, firmou-se jurisprudência, no Supremo Tribunal Federal e nesta Corte Superior, no sentido de que os depósitos para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço possuem caráter de contribuição social, sendo trintenário o prazo prescricional das ações respectivas, nos termos do disposto na Súmula 210/STJ. 3. Cuidando-se de obrigação de trato sucessivo, como é o caso dos juros progressivos, renovável mês a mês, a prescrição incide tão-só sobre os créditos constituídos antes dos trinta anos antecedentes à propositura da ação. 4. "Os optantes pelo FGTS, nos termos da Lei nº 5.958, de 1973, têm direito à taxa progressiva de juros na forma do art. 4º da Lei nº 5.107/66". (Súmula 194/STJ). 5. Tratando-se de feito ajuizado após a edição do Código Civil, incidem juros de mora pela taxa SELIC a partir da citação, a qual não pode ser cumulada com qualquer outro índice de correção monetária.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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Súmula do STJ

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simples entrada de aeronave no território nacional não é fato gerador de ICMS, já que a incidência pressupõe a ocorrência de operação mercantil (compra e venda de mercadoria), o que exclui as operações de arrendamento (leasing). Mesmos nos casos em que tenha ocorrido operação de compra e venda o verbete só terá aplicação nas hipóteses de importação posterior à Emenda Constitucional 33/2001, e conseqüente alteração da LC 87/96, cujo art. 2º, § 1º, inciso I, com redação dada pela Lei Complementar 114/02, passou a dispor que o ICMS incide: “I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade”; Vide súmula STF 660. ●STJ REsp 1032611-RS556 (DJe 15.12.2008); REsp 507885-RJ557 (DJ 07.02.2007)

156. A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS.

●STJ REsp 732496-RS558 (DJe 25.09.2008); STF AI 324597-SP559 (DJ 27.10.2006)

556 “1. O ICMS não incide sobre a entrada de bens ou mercadorias importadas, independentemente da natureza do contrato internacional do qual decorra a importação, senão sobre os ingressos que sejam servis às operações relativas à circulação dos referidos bens. 2. É que, em 30.05.2007, o E. Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, julgou o RE n.º 461.968 interposto contra decisão proferida pela E. Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça e, por unanimidade, negou-lhe provimento. Em seu voto, o Exmo. Sr. Ministro Eros Grau, relator do feito, ressaltou que ‘a circulação tal como constitucionalmente estabelecido (art. 155, I, 'b') há de ser jurídica, vale dizer, aquela na qual ocorre a efetiva transmissão dos direitos de disposição sobre a mercadoria, de forma tal que transmitido passe a ter poderes de disposição sobre a coisa (mercadoria)’.” Relator Ministro LUIZ FUX 557 “1. O Supremo Tribunal Federal consolidou jurisprudência no sentido da inexigibilidade do ICMS na importação de bem por pessoa física ou por entidade prestadora de serviço, uma vez que o fato gerador do tributo é operação de natureza mercantil ou assemelhada. Tal entendimento tem aplicação nas hipóteses em que a importação foi realizada antes do advento da Emenda Constitucional n. 33/2001. 2. Em decorrência do entendimento firmado pelo STF acerca da matéria, inclusive com a edição da Súmula n. 660, restou mitigada a aplicação das Súmulas n. 155 e 198 do STJ.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 558 “1. Segundo decorre do sistema normativo específico (art. 155, II, § 2º, IX, b e 156, III da CF, art. 2º, IV, da LC 87/96 e art. 1º, § 2º, da LC 116/03), a delimitação dos campos de competência tributária entre Estados e Municípios, relativamente à incidência de ICMS e de ISSQN, está submetida aos seguintes critérios: (a) sobre operações de circulação de mercadoria e sobre serviços de transporte interestadual e internacional e de comunicações incide ICMS; (b) sobre operações de prestação de serviços compreendidos na lista de que trata a LC 116/03 (que sucedeu ao DL 406/68), incide ISSQN; e (c) sobre operações mistas, assim entendidas as que agregam mercadorias e serviços, incide o ISSQN sempre que o serviço agregado estiver compreendido na lista de que trata a LC 116/03 e incide ICMS sempre que o serviço agregado

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Súmula do STJ

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157. É ilegítima a cobrança de taxa, pelo município, na renovação de licença para localização de estabelecimento comercial ou industrial.

►Cancelada. 158. Não se presta a justificar embargos de divergência o dissídio com

acórdão de Turma ou Seção que não mais tenha competência para a matéria neles versada.

●STJ AgRg-EAg 8-RJ560 (DJ 08.10.2007)

não estiver previsto na referida lista. Precedentes de ambas as Turmas do STF. 2. As atividades de composição gráfica, como no caso de impressão de serviços personalizados e sob encomenda, descritas na lista de serviços do art. 8º do Decreto-Lei 406/68, ficam sujeitas apenas ao ISS, não incidindo o ICMS. Aplicação, na hipótese, da Súmula 156/STJ, que preceitua: "A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS." 3. Recurso especial provido.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 559 “Decido. Certo, é de âmbito infraconstitucional o exame da inclusão da atividade exercida pelo contribuinte na lista de serviços para a incidência do ISS, conforme se afirmou no julgamento dos RREE 198.385 e 196.123, 1ª T, 02.06.1998, Moreira e Ilmar, respectivamente, oportunidade em que acentuei: ‘Ora, segundo o regime constitucional tributário, nas operações mistas, ou incide o ISS, nas hipóteses enumeradas naquela lista, ou o ICMS, nos demais casos. Ora, afirmada a incidência do ISS, para desmenti-la, terei de reinterpretar o Decreto-Lei 406 para aferir da sua aplicabilidade ao caso concreto. Se concluísse, com o recorrente, que se aplicou indevidamente o Decreto-lei, dessa violação desse diploma, de hierarquia infraconstitucional, é que decorreria a usurpação da competência estadual para o ICMS: questão de legalidade ou, se se quiser, de inconstitucionalidade mediata ou reflexa, por violação da norma interposta (cf. meu voto na ADIn MC 1.793).’ No entanto, a questão se torna constitucional quando se examina a inclusão do produto resultante da atividade do recorrido no conceito constitucional de mercadoria, contido no art. 155, II, da Constituição, nos termos da orientação firmada no julgamento do RE 176.626, Pertence, RTJ 168/305. No julgamento do RE 191.454, 1ª T, 08.06.1999, Pertence, após invocar os fundamentos do RE 176.626, afirmei: ‘ora, tal como sucede em relação aos programas de computador, a fita gravada pode ser o produto final de um serviço realizado para atender à demanda específica de determinado consumidor - hipótese em que se sujeita à competência tributária dos Municípios -, ou o exemplar de uma obra oferecida ao público em geral, e nesse caso não seria lícito negar-lhe o qualificativo de mercadoria.’ É essa a orientação que deve ser aplicada no caso e, assentado pelo acórdão recorrido - à luz das provas contidas nos autos - que ‘a autora dedica-se a produção de material gráfico personalizado, destinado a consumidor final que os encomenda, insusceptíveis de se tornarem objeto de circulação de mercadoria’, não há falar em incidência do ICMS. No mesmo sentido, RREE 182.781, Pertence, RTJ 176/1.342, e 199.464, Ilmar, RTJ 169/376. Na linha dos precedentes, nego provimento ao agravo.” Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE 560 “I - Desde a Emenda Regimental n. 2, de 1992, não detém mais a Primeira Seção competência para julgar as questões relativas a servidores públicos, datando os acórdãos das Primeira e Segunda Turmas invocados de 1990 e 1991. II - Incidente, na espécie, a Súmula n. 158: "Não se presta a justificar embargos de divergência o dissídio com acórdão de Turma ou Seção que não mais tenha competência para a matéria neles versada." III - Firmada a incompetência da colenda Corte Especial para o julgamento dos embargos de divergência, determina-se a redistribuição do processo a Ministro componente da Terceira Seção, única

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Súmula do STJ

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159. O benefício acidentário, no caso de contribuinte que perceba remuneração variável, deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos doze meses de contribuição.

●STJ AR 1741-SP561 (DJe 28.03.2008) 160. É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em

percentual superior ao índice oficial de correção monetária. ●STJ Ag 1083808-RS562 (DJe 06.02.2009)

161. É da competência da Justiça Estadual autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS-PASEP E FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta.

●STJ RMS 26540-SP563 (DJe 05.09.2008) 162. Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir

do pagamento indevido. ●STJ REsp 891602-PR564 (DJe 21.08.2008)

competente para apreciar suposta divergência ocorrente entre suas Turmas (art. 266, RISTJ). IV- Agravo regimental improvido.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 561 “1. Afronta literal disposição de lei (arts. 128 e 460 do CPC), dando ensejo ao ajuizamento da ação rescisória, o acórdão que condenou a Autarquia Previdenciária em objeto diverso do demandado. 2. Tratando-se de remuneração variável, o cálculo do benefício deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, e não apenas daquele relativo à data do acidente. 3. Ação julgada procedente para, em judicium rescindens, cassar o acórdão rescindendo e, em judicium rescisorium, negar provimento ao recurso especial interposto pela Segurada.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 562 “1. O ônus da prova, de que os valores relativos à atualização da base de cálculo do IPTU foram fixados em limite superior aos índices oficiais de inflação, é do contribuinte, haja vista que a Certidão de Dívida Ativa goza da presunção relativa de liquidez e certeza. 2. Agravo de instrumento desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 563 “1. A competência para a execução de sentença condenatória de alimentos é da Justiça Estadual, sendo irrelevante para transferi-la para a Justiça Federal a intervenção da CEF. 2. Na execução de alimentos travada entre o trabalhador e seus dependentes, a CEF é terceira interessada. 3. A impenhorabilidade das contas vinculadas do FGTS e do PIS frente à execução de alimentos deve ser mitigada pela colisão de princípios, resolvendo-se o conflito para prestigiar os alimentos, bem de status constitucional, que autoriza, inclusive, a prisão civil do devedor. 4. O princípio da proporcionalidade autoriza recaia a penhora sobre os créditos do FGTS e PIS. 5. Recurso ordinário não provido.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 564 “5. Nos casos de repetição de indébito tributário ou compensação, a orientação prevalente no âmbito da 1ª Seção quanto aos juros pode ser sintetizada da seguinte forma: (a) antes do advento da Lei 9.250/95, incidia a correção monetária desde o pagamento indevido até a restituição ou compensação (Súmula 162/STJ), acrescida de juros de mora a partir do trânsito em julgado (Súmula 188/STJ), nos termos do art. 167, parágrafo único, do CTN; (b) após a edição da Lei 9.250/95, aplica-se a taxa SELIC desde o recolhimento indevido, ou, se for o caso, a partir de 1º.01.1996, não podendo ser cumulada, porém, com qualquer outro índice, seja de atualização monetária, seja de juros, porque a SELIC inclui, a um só tempo, o índice de inflação do período e a taxa de juros real.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI

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Súmula do STJ

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163. O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação.

►Merece cancelamento. A orientação expressa no verbete parte de premissa fático-jurídica inválida, pois não há fornecimento de mercadoria simultâneo à prestação de serviços de alimentação (não há operação mista), tratando-se de estrita prestação de serviços cuja competência tributária é dos municípios. Os ingredientes indispensáveis à preparação de refeições não se confundem com mercadorias, ou seja, não são bens preexistentes e não-personalizados, objeto de comércio, que integram estoque comercial ou industrial, comprados e revendidos sem que sofram alteração significativa em sua substância. ►Na prestação de serviço de alimentação não ocorre negócio jurídico de compra e venda mercantil, em que as partes transferem a propriedade de coisa móvel qualificada de “mercadoria”. Nesse sentido a súmula STJ 167. Na gênese do enunciado, está presente a não-diferenciação entre as obrigações de dar e de fazer, de extrema relevância para apartar os fatos tributáveis pelos estados dos graváveis pelos municípios. Na lição de Washington de Barros Monteiro, “O substractum da diferenciação está em verificar se o dar ou o entregar é ou não conseqüência do fazer. Assim, se o devedor tem de dar ou de entregar alguma coisa, não tendo, porém, de fazê-la previamente, a obrigação é de dar; todavia, se, primeiramente, tem ele de confeccionar a coisa para depois entregá-la, se tem ele de realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar, tecnicamente a obrigação é de fazer.” ►O verbete legitima indevida tributação pelos estados e induz os municípios à renúncia tácita de receita tributária a que teriam direito, prática vedada pela LC 101/00 (art. 14). A tributação pelos estados da prestação de serviços de alimentação a um só tempo viola a competência tributária estabelecida na CF/88 e o disposto no artigo 8º do Código Tributário Nacional: “O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.” ●STJ 246688-PE565 (DJ 06.03.2006); REsp 1077431-SP566 (DJe 13.11.2008)

565 “1. Nas operações de fornecimento de alimentação e bebidas por bares, restaurantes e similares, a existência de legislação estadual estabelecendo o fato gerador e a base de cálculo do tributo legitima sua cobrança sobre o valor total da operação. Incidência da Súmula n. 163/STJ. 2. Precedentes jurisprudenciais iterativos do STJ. 3. Recurso especial provido.” Relator JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 566 “Finalmente, discute-se também a incidência do ICMS sobre os serviços prestados pelos restaurantes, matéria absolutamente pacificada nos termos da Súmula 163/STJ: ‘O

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Súmula do STJ

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164. O prefeito municipal, após a extinção do mandato, continua sujeito a processo por crime previsto no art. 1º do DEC. lei nº 201, de 27/02/67.

►Vide súmula STF 703. ●STJ HC 88588-PE567 (DJe 04.08.2008); STF Rcl-MC 6383-SP (DJe 27.08.2008)

165. Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista.

►A Justiça Laboral não possui competência em matéria penal, restringindo-se aos temas capitulados no artigo 114 da Constituição da República. Apenas na hipótese de habeas corpus tratando de matéria afeta à sua competência é que o Tribunal de 2º Grau Trabalhista está autorizado a atuar, como, por exemplo, em prisão civil no âmbito trabalhista. ●STJ CC 79754-RR568 (DJe 03.02.2009)

166. Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.

●STJ AgRg-REsp 809752-RJ569 (DJe 06.10.2008); STF AI-AgR 596559-RJ (DJe 30.04.2008)

167. O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção CIVIL, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se apenas a incidência do ISS.

►Incide o ISS sobre o valor total, sem abatimento dos insumos. ●STJ Ag 1086060-SC570 (DJe 16.12.2008); STF RE 534396-RS (DJe 24.04.2008)

fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação’.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN 567 “1. Não é fundamento idôneo para a exasperação da pena-base acima do mínimo legal a existência de ações penais em curso contra o paciente ou a motivação do crime própria do tipo penal. 2. A imposição de perda do cargo depende de adequada motivação, não podendo ser aplicada irrefletidamente, como efeito automático da condenação. No caso, irrazoável se mostra a aplicação da perda do cargo passados mais de 13 anos do término do mandato no qual ocorreram os fatos delituosos.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 568 “I. ‘Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista’ (Súm. 165/STJ). II. A Justiça Trabalhista é desprovida de competência em matéria penal. III. Competência da Justiça Comum Federal.” Relatora Ministra JANE SILVA 569 “- Não se conhece do recurso em cujas violações não houve debate na instância de origem. Súmula 282/STF. - Não constitui fato gerador do ICMS o deslocamento de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, haja vista a ausência de caráter mercantil da operação. Consagrando esse posicionamento, foi editada a Súmula 166 do STJ: "Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte." - Agravo regimental não-provido.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES

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Súmula do STJ

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168. Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado.

●STJ AgRg-EREsp 955769-RS571 (DJe 19.12.2008); STF RE 585522-DF (DJe 29.09.2008)

169. São inadmissíveis embargos infringentes no processo de mandado de segurança.

►O novel diploma regente (Lei 12016 de 7 de agosto de 2009) dispôs nesse sentido, convalidando o verbete: “Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.” ►Mesmo tendo sido editado à luz do Código de Processo Civil de 1973, o entendimento é contrário à norma processual geral, e só agora passou a contar com respaldo na lei especial. Dispõe o art. 530 do CPC: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.” ►A partir do momento em que passou a ser possível o recurso de apelação da sentença em mandado de segurança (inexistente no sistema do Código anterior, que previa apenas o agravo de petição), deixou de existir óbice à interposição de embargos de divergência da decisão não

570 “Deveras, se as empresas de construção civil não são contribuintes do ICMS, imposto estadual incidente sobre a circulação de mercadorias, conceito que não se ajusta aos insumos utilizados para a construção de edifícios e outros, os materiais adquiridos com essa finalidade devem compor a base de cálculo do ISS. O mesmo diga-se em relação ao pagamento efetuado a terceiros, in casu, as subempreitadas. Consoante explicita Bernardo Ribeiro de Moraes, "subempreitada é denominação que se oferece à empreitada menor, isto é, à empreitada secundária. Por meio de subempreitadas são executados trabalhos parcelados, contratados pelo empreiteiro construtor. (...). Em referência ao ISS, é irrelevante saber se o empreiteiro maior executa pessoalmente a obra pactuada ou se incumbe a terceiros para realizá-la. Ambas as formas de serviços (empreitada maior ou empreitada menor) são alcançadas pelo ISS" (in "Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços", Revista dos Tribunais, São Paulo, 1975).” Relatora Ministra ELIANA CALMON 571 “1. Diferentemente do que sustentam os agravantes, o acórdão embargado não excluiu a RAV da incidência do reajuste de 28,86%, apenas negou o bis in idem que ocorreria se tivesse sido aplicado o reajuste na base de cálculo da RAV e novamente sobre o montante então encontrado, tema não enfrentado pelos arestos apontados como paradigmas. 2. Não restaram evidenciados, na espécie, os requisitos de admissibilidade dos Embargos de Divergência, porquanto o entendimento firmado pelo acórdão embargado encontra-se em consonância com a atual jurisprudência desta Corte. Incide, na espécie, o enunciado da Súmula 168 do STJ, que dispõe que não cabem Embargos de Divergência quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado. 3. Agravo Regimental desprovido.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

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Súmula do STJ

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unânime que reformava a sentença de mérito. Afinal, não há qualquer diferença substancial entre apelação em mandado de segurança e em outras ações. ●STJ AgRg-Ag 1001896-SP572 (DJe 16.06.2008); STF AI 471769-RS573 (DJ 02.12.2005)

170. Compete ao juízo onde primeiro for intentada a ação envolvendo acumulação de pedidos, trabalhista e estatutário, decidi-la nos limites da sua jurisdição, sem prejuízo do ajuizamento de nova causa, com o pedido remanescente, no Juízo próprio.

●STJ CC 68559-SP574 (DJe 17.09.2008)

572 “1. ‘São inadmissíveis embargos infringentes no processo de mandado de segurança.’ (Súmula 169/STJ). 2. A interposição de recurso incabível não suspende ou interrompe o prazo recursal para a interposição de recurso próprio. 3. Agravo regimental improvido.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 573 “DECISÃO MANDADO DE SEGURANÇA - APELAÇÃO - ARTIGO 530 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - INAPLICABILIDADE - PRECEDENTE - VERBETE Nº 597 DA SÚMULA DO SUPREMO. 1. Por meio da decisão de folha 133 a 135, obstou-se o trânsito do recurso extraordinário, ante os seguintes fundamentos (folha 134): Vê-se ter o recorrente deixado de observar condição indispensável à interposição dos recursos, porquanto não se está diante da decisão de única ou última instância a que alude o art. 102, inc. III, da Constituição Federal, assim compreendida a irrecorrível no plano dos recursos ordinários. Contudo, como tal provimento judicial, neste caso, não se caracteriza como de última instância, impunha-se ao recorrente a interposição dos embargos infringentes de que cuida o art. 530 do Código de Processo Civil, provocando, assim, manifestação do Primeiro Grupo de Câmaras Cíveis, em decisão, esta sim, passível de ser hostilizada via recurso extraordinário, nos termos da norma constitucional precitada. Por isso que, como assim não procedeu o insurgente, está a obstar o trânsito da inconformidade a Súmula do Supremo Tribunal Federal, verbete nº 281 (é inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada). [...] O óbice vislumbrado pelo Juízo primeiro de admissibilidade discrepa do Verbete nº 597 da Súmula do Supremo: Não cabem embargos infringentes de acórdão que, em mandado de segurança, decidiu, por maioria de votos, a apelação. Ante o texto do enunciado, ressalvo o entendimento pessoal sobre a matéria e provejo este agravo.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO 574 “1. Somente após a procedência do primeiro pedido formulado pelos Reclamantes – reconhecimento da ilegalidade dos contratos por prazo determinado firmados pela União sob a égide da CLT – , nasce o interesse de agir para os Reclamantes de buscar o pronunciamento judicial a propósito dos pedidos de índole estatutária, demonstrando, assim, a relação de prejudicialidade entre este primeiro pedido formulado pelos Reclamantes e os demais. 2. É da Justiça Trabalhista a competência para a análise do primeiro pedido dos Reclamantes, relativo à validade dos contratos por prazo determinado celebrados pelos Reclamantes de acordo com as normas trabalhistas, uma vez que a presente demanda foi ajuizada somente em 1995, ou seja, após o advento da Carta Magna de 1988, não sendo caso da incidência da competência residual da Justiça Federal para o processamento de causas trabalhistas. 3. O exame do pedido não implica a prorrogação da competência da Justiça Laboral para a análise dos demais, pois, segundo o entendimento pacificado neste Superior Tribunal de Justiça, materializado na Súmula n.º 170/STJ, "Compete ao juízo onde primeiro for intentada a ação envolvendo acumulação de pedidos, trabalhista e estatutário, decidi-la nos limites da sua jurisdição, sem prejuízo do ajuizamento de nova causa, com o pedido remanescente, no juízo próprio". 4.

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Súmula do STJ

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171. Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.

●STJ REsp 863619-SP575 (DJe 09.05.2008) 172. Compete à Justiça comum processar e julgar militar por crime de

abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. ●STJ RMS 24328-PR576 (DJe 10.03.2008)

173. Compete à Justiça Federal processar e julgar o pedido de reintegração de em cargo público federal, ainda que o servidor tenha sido dispensado antes da instituição do regime jurídico único.

●STJ REsp 875182-RJ577 (DJe 29.10.2008)

Conflito de competência conhecido para declarar a competência da Justiça do Trabalho para o conhecimento e julgamento do feito.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 575 “O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que: Dá-se, por esses motivos, provimento parcial ao recurso de Claudemir Albertini Machado, para reduzir a pena para um ano de detenção e dez dias-multa, substituindo-se a pena corporal por dez dias-multa, fixando-se a pena final em vinte dias-multa e mantendo-se, no mais, a sentença. Conclui-se, portanto, que o Tribunal, ao substituir a pena privativa de liberdade, de um ano, por restritiva de direitos, entendeu por bem aplicar a pena de multa. Contudo, entendo que não é possível a aplicação de pena de multa, em substituição a privativa de liberdade, quando já houve a cominação cumulativa de multa. Neste sentido se encontra a Súmula 171, desta Corte, que diz que: Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.” Relatora Ministra JANE SILVA 576 “I - Da decisão judicial que, acolhendo manifestação do Ministério Público, ordena o arquivamento de inquérito policial, não cabe recurso. (Precedentes) II - Contudo, no presente caso, verifica-se que a controvérsia reside no fato de tal decisão homologatória de arquivamento ter sido proferida por Juízo incompetente. Por conseguinte, cabível, à espécie, em tese, correção por meio de mandado de segurança. III - De fato, em se tratando de eventual prática de delito de abuso de autoridade cometido por policiais militares, é competente para julgamento a Justiça Comum, conforme o comando contido no enunciado da Súmula nº 172/STJ ("O abuso de autoridade cometido em serviço, por policial militar, deve ser julgado pela Justiça Comum."). In casu, restou evidenciada a incompetência do Juízo Militar acerca da homologação de arquivamento de inquérito policial quanto ao delito de abuso de autoridade. IV - Na hipótese, portanto, restando consignado na sindicância para apuração de infração disciplinar militar a existência de indícios da prática de crime de abuso de autoridade, não poderia o Juízo Auditor Militar determinar o arquivamento do inquérito policial militar, tornando-se imperioso o envio dos autos da sindicância ao Juízo comum competente, a fim de que o órgão ministerial possa analisar a ocorrência ou não do delito previsto na Lei 4.898/65, qual seja, o abuso de autoridade. Recurso provido.” Relator Ministro FELIX FISCHER 577 “Decido. De início, cumpre ressaltar que a competência ratione materiae é definida em função da natureza da pretensão deduzida em juízo, determinada pelo pedido e pela causa de pedir. Na hipótese dos autos, ao contrário do afirmado pelo DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM - DNER, nas razões do agravo de instrumento interposto na origem, o Autor não pleiteia a sua reintegração, em razão do disposto no art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Com efeito, depreende-se, da petição inicial da ‘ação de readmissão’ ajuizada pelo Autor, que a sua pretensão está fundada no disposto no art. 168, inciso II, da Consolidação das Leis do Trabalho e nas disposições da NR-7, da Portaria n.º 3.214/78, do Ministério do Trabalho. Afirma, em suma, que a rescisão de seu contrato é nula de

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Súmula do STJ

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174. No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento de pena.

►Cancelada. “1. Em razão do cancelamento da Súmula n. 174 deste Tribunal, para o reconhecimento da presença da causa de aumento de pena prevista no art. 157, § 2º, I, do Código Penal, mostra-se indispensável a apreensão da arma de fogo e a realização de exame pericial para atestar a sua potencialidade lesiva, quando ausentes outros elementos probatórios que levem a essa conclusão. Precedentes do STJ.” Ministro JORGE MUSSI (REsp 1052780-RS, DJe 06.10.2008)

175. Descabe o depósito prévio nas ações rescisórias propostas pelo INSS. ►A aplicação analógica do enunciado às demais autarquias e fundações, antes da Medida Provisória 2180-35/2001, pressupõe que haja lei assegurando às entidades os mesmos privilégios da Fazenda Pública. A referida MP introduziu na Lei 9028/95 o art. 24-A, que dita: “A União, suas autarquias e fundações, são isentas de custas e emolumentos e demais taxas judiciárias, bem como de depósito prévio e multa em ação rescisória, em quaisquer foros e instâncias. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo a todos os processos administrativos e judiciais em que for parte o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, seja no pólo ativo ou passivo, extensiva a isenção à pessoa jurídica que o representar em Juízo ou fora dele.” ●STJ REsp 749714-DF578 (DJ 14.11.2005)

pleno direito, por não ter sido precedida da realização de exame médico demissional. [...] Nesse contexto, tendo sido o Autor admitido com base na Consolidação das Leis do Trabalho e tendo sido rescindido o seu contrato nos termos do mesmo regramento, além de serem o pedido e a causa de pedir de natureza eminentemente trabalhista, evidencia-se a competência da Justiça Laboral para o processamento e julgamento do feito, não se aplicando à hipótese o disposto no enunciado n.º 173 da Súmula deste Tribunal.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 578 “I - O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência uniforme, cristalizada no verbete sumular 175, no sentido de que, nas ações rescisórias propostas pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, é incabível o recolhimento do depósito previsto no art. 488, II do Código de Processo Civil, tendo em vista que a Lei nº 8.620/90 estendeu à autarquia os mesmos privilégios assegurados à Fazenda Pública. II - Esta Corte, por aplicação analógica da Súmula 175/STJ, tem se manifestado no sentido de que as Autarquias e Fundações devem ser dispensadas do depósito prévio em sede de ação rescisória, desde que haja lei assegurando aos Órgãos os mesmos privilégios da Fazenda Pública. Precedentes. III - Na presente hipótese não há lei que assegure à Fundação Universidade Federal de Mato Grosso - autora da rescisória - os mesmos privilégios concedidos à Fazenda Pública. Com efeito, na Lei nº 5.647/70 - que autorizou a instituição da referida Fundação - bem como no Decreto nº 69.370/71 - que aprovou o Estatuto da Fundação - não há qualquer dispositivo neste sentido. IV - O fato de a União integrar a lide como assistente litisconsorcial - o que só ocorreu na fase de alegações finais - não é motivo suficiente para a isentar a Universidade do recolhimento do depósito prévio. V - A Medida Provisória nº 2180-35/2001 - que isentou as Fundações do depósito em comento - não pode ser aplicada ao caso dos autos, já que a ação rescisória foi proposta em abril de 1996, oportunidade em que não havia lei concedendo o privilégio à Fundação. VI - Recurso

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Súmula do STJ

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176. É nula a cláusula contratual que sujeita o devedor à taxa de juros divulgada pela ANBID/CETIP.

●STJ AgRg-REsp 832657-SP579 (DJe 19.12.2008) 177. O STJ é incompetente para processar e julgar, originalmente, mandado

de segurança contra ato de órgão colegiado presidido por ministro de Estado.

●STJ MS 8527-DF580 (DJe 03.06.2008); STF RMS 25479-DF (DJ 25.11.2005)

178. O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios, propostas na Justiça Estadual.

►Salvo no âmbito do Poder Judiciário do Distrito Federal. ►A matéria está posta ao crivo do STF no RE 594116-SP, com relatoria do Ministro MENEZES DIREITO. ●STJ REsp 1039752-DF581 (DJe 25.08.2008); STF AI 673582-SP582 (DJe 23.10.2007)

parcialmente conhecido e, nesta extensão, provido para indeferir a petição inicial, ante o não recolhimento do depósito prévio, nos termos do art. 490, II do Código de Processo Civil.” Relator p/ acórdão Ministro GILSON DIPP 579 “RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO REVISIONAL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. JUROS. TAXA ANBID. INADMISSIBILIDADE. - "É nula a cláusula contratual que sujeita o devedor à taxa de juros divulgada pela ANBID/CETIP" (Súmula 176/STJ). Agravo improvido.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 580 “1. Conforme já decidido por este Superior Tribunal de Justiça, a Portaria Interministerial que determina a anulação de decisão da Subcomissão Setorial concessiva de anistia não constitui ato praticado por órgão colegiado, mas sim pelas Autoridades Impetradas em conjunto, em razão das conclusões obtidas pela Comissão Interministerial, nos termos do art. 3.º do Decreto n.º 3.363/2000. Por essa razão, resta afastada a aplicação da Súmula n.º 177 desta Corte. Precedente. 2. Cabendo às Autoridades Impetradas, por força de Decreto (n.º 3.363/00), o ônus de decidir sobre os atos de revisão originados de órgão colegiado, descabe falar em ilegitimidade passiva para o mandamus.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 581 “1. Esta Corte Superior, partindo da premissa de que a lei federal somente tem o condão de isentar o INSS das custas federais, sumulou o entendimento de que, não havendo lei local em sentido contrário, o INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios, propostas na Justiça Estadual (Súmula 178/STJ). 2. Entretanto, tal entendimento não tem incidência no âmbito do Poder Judiciário do Distrito Federal, custeado por recursos orçamentários do Tesouro Nacional e regulamentado por normas federais. 3. Dessa forma, deve ser aplicada a Lei federal 8.620/93, que garante a isenção do pagamento de custas para o INSS, às ações em trâmite perante à Justiça do Distrito Federal, como no caso. 4. Recurso Especial do INSS conhecido e provido.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 582 DECISÃO: PROCESSUAL CIVIL: APLICAÇÃO DO ART. 511, § 1º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL. ISENÇÃO DE PAGAMENTO DE PORTE DE REMESSA E RETORNO. AGRAVO PROVIDO PARA DETERMINAR A SUBIDA DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. [...] A discussão a respeito da aplicabilidade dessa lei federal para isentar a

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Súmula do STJ

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autarquia federal do recolhimento do preparo já foi bastante desenvolvida e resultou na edição da Súmula 178 do Colendo Superior Tribunal de Justiça com o seguinte enunciado: ''O INSS NÃO GOZA DE ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE CUSTAS E EMOLUMENTOS, NAS AÇÕES ACIDENTÁRIAS E DE BENEFÍCIOS, PROPOSTAS NA JUSTIÇA ESTADUAL''" (fl. 77, grifos no original). Apesar de concluído o acórdão impugnado, com base na Lei estadual n. 11.608/2003, pela necessidade de comprovação do pagamento do porte de remessa e retorno pelo Agravante, a questão referente à dispensa de preparo em favor das autarquias que compõem a administração indireta da União tem regulamentação federal. O art. 511, § 1º, do Código de Processo Civil dispõe textualmente: "Art. 511. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 1º São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal". Ao analisar da isenção legal conferida pelo art. 511, § 1º, do Código de Processo Civil ao Instituto Nacional de Seguro Social-INSS, no julgamento do Agravo Regimental nos Embargos de Divergência nos Embargos de Declaração no Recurso Extraordinário n. 238.556/RJ, o Ministro Cezar Peluso decidiu: "DECISÃO: 1. Trata-se de agravo regimental contra decisão que não admitiu os embargos de divergência interpostos pela recorrente, por falta de comprovação do preparo, nos termos do art. 511, § 2º, do Código de Processo Civil. A agravante sustenta que ''a exigência do preparo não se aplica à Fazenda do Estado'', uma vez que faz jus à isenção prevista no mesmo diploma legal. 2. Consistente o agravo. O agravante está dispensado de preparo (art. 511, § 1º, do CPC). 3. Do exposto, dou provimento ao agravo regimental, para admitir o processamento dos embargos de divergência e determinar a abertura de prazo, nos termos do § 2º do art. 335 do RISTF c/c art. 508 do CPC" (DJ 23.6.2006). Na assentada de 25.4.2002, no julgamento da Questão de Ordem no Agravo de Instrumento n. 351.360/PA, de relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, ao tratar da exegese do art. 511, § 1º, do Código de Processo Civil, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu: "EMENTA: Recurso extraordinário: preparo: isenção do art. 511 CPrCiv: validade, cuidando-se de recurso da competência de órgão da Justiça da União: compreensão no âmbito da isenção das despesas de porte de remessa e retorno dos autos" (DJ 7.6.2002). Em seu voto, o Ministro Sepúlveda Pertence assim tratou da questão: "Os autores distinguem das custas - remuneração tributária do serviço judiciário - as demais despesas processuais, como resulta do art. 20, § 2º, C. Pr. Civil. Entre as primeiras, mais precisamente seria de enquadra-se o preparo, custas relativas ao processamento dos recursos, na instância de origem e no Tribunal ad quem. Já o porte de remessa e retorno é típica despesa de um serviço postal, prestado por empresa pública monopolística e, assim, remunerado mediante tarifas e preço público. Por isso, no Superior Tribunal de Justiça - que, pelo art. 112 do Regimento Interno - isentou do preparo o recurso especial, consolidou-se, na Súm. 187/STJ, o entendimento de que a dispensa não abrange as despesas postais de subida e baixa de autos. ''Despesas'' - acentua o leading case o em. Ministro Sálvio de Figueiredo - ''são gênero, de que as custas são a espécie. E essa é a sistemática do CPC, como se vê da seção onde inseridos os arts. 19 e 35. O recurso especial pode estar isento de custas, o que, porém, não exclui o porte de remessa e retorno, pelas quais deve arcar o recorrente, não se me afigurando atribuir tal ônus aos cofres públicos, federais e estaduais, e muito menos determinar diligências para suprir a inércia do interessado, onerando e retardando a prestação jurisdicional''. Sucede que o caput do art. 511 C. Pr. Civ. Expressamente inclui no ''preparo (...), sob pena de deserção, o porte de remessa e retorno'' - recolhidas - segundo o art. 41-b da L.8038/90 - ''de conformidade com instruções e tabela expendidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça''. Parece claro, no entanto, da dicção do art. 511, caput - que reclama, na interposição, do recurso, a comprovação do ''preparo, inclusive porte de remessa e retorno'', que o adiantamento dessas despesas postais ficou compreendido no âmbito da dispensa do

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179. O estabelecimento de crédito que recebe dinheiro, em depósito judicial, responde pelo pagamento da correção monetária relativa aos valores recolhidos.

●STJ REsp 1055418-MT583 (DJe 10.09.2008); STF AI 659564-SP (DJe 17.10.2007)

180. Na lide trabalhista, compete ao TRT dirimir conflito de competência verificado, na respectiva região, entre juiz estadual e junta de conciliação e julgamento.

●STJ CC 39179-GO584 (DJ 13.02.2007); STF CC 7072-CE585 (DJ 14.12.2001)

preparo, que o § 1º outorga às pessoas de direito público interno e aos que gozam de isenção legal. A interpretação é coerente, por outro lado, com o art. 27 do Código no qual se prescreve, sem distinções: ''Art. 27. As despesas dos atos processuais efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda Pública serão pagas a final pelo vencido''" (DJ 7.6.2002, grifos no original). 4. Pelo exposto, dou provimento ao agravo para determinar a subida do recurso extraordinário (art. 544, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, inc. VI, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 583 “7. Havendo, por outro lado, no início da demanda, o depósito integral da indenização fixada, a instituição financeira depositária é quem deve responder por eventuais diferenças de correção monetária, nos termos da Súmula 179/STJ, assim redigida: "O estabelecimento de crédito que recebe dinheiro, em depósito judicial, responde pelo pagamento da correção monetária relativa aos valores recolhidos." 8. "A partir da data do depósito, a correção monetária e os juros serão pagos pela instituição financeira depositária, não sendo eles (correção e juros) imputáveis ao expropriante. Súmula 179/STJ." (REsp 214.996/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, DJ de 11.3.2002). 9. Recurso especial parcialmente provido, para determinar a incidência dos juros compensatórios apenas sobre os vinte por cento (20%) do preço ofertado em juízo, bem como para afastar a responsabilidade do recorrente pelo pagamento de eventuais diferenças de correção monetária.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 584 “In casu, porém, peculiarmente, há que se considerar a existência de Conflito Negativo de Competência previamente suscitado, neste mesmos autos, pelo d. Juízo da 1ª Vara do Trabalho de Anápolis/GO perante o d. Juízo de Direito de Orizona/GO, devidamente apreciado pelo e. Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, nos termos do v. aresto de fls. 323/326, transitado em julgado, que concluiu ser "impositiva a declaração da competência do d. Juízo de Direito da Comarca de Orizona para conhecer e processar a ação trabalhista correspondente ao presente incidente." Ora, inadmissível ao d. Juízo de Direito de Orizona/GO, enquanto investido de jurisdição laboral, insurgir-se contra as determinações do e. Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região ao qual vinculado; outrossim, tampouco vislumbra-se a reedição, no mesmo processo, de Conflito de Competência perante o d. Juízo da 1ª Vara do Trabalho de Anápolis/GO, haja vista a ausência de nova manifestação negativa deste, imprescindível nos termos do art. 115, II, do CPC. Destarte, ante o exposto, impõe-se a remessa dos autos ao d. Juízo de Direito de Orizona/GO, para cumprimento do v. acórdão de fls. 323/326, é dizer, para ultimar o julgamento da Execução da r. sentença que prolatara a fls. 154/156, em atenção à competência funcional prevista no art. 575, II, do CPC ("A execução, fundada em título judicial, processar-se-á perante (...) o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;"). Por tais fundamentos, nos termos dos arts. 120, parágrafo único, do CPC; 34, XVIII, do RISTJ, e 38, da Lei nº 8.038/90, não conheço deste Conflito de Competência. Oficie-se às partes, dando-lhes ciência. Após, findo o

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Súmula do STJ

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181. É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual.

●STJ Ag 937351-SP586 (DJ 31.10.2007) 182. É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar

especialmente os fundamentos da decisão agravada. ●STJ AgRg-Ag 1047222-SP587 (DJe 16.10.2008); STF AI 706635-RO (DJe 17.06.2008)

183. Compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União figure no processo.

►Cancelada. prazo legal, devidamente certificado, encaminhem-se os autos ao D. JUÍZO DE DIREITO DE ORIZONA - GO.” Relator Ministro JORGE SCARTEZZINI 585 “EMENTA:- Conflito de competência trabalhista. Juiz de Direito e Junta de Conciliação e Julgamento. 2. O STJ assentou ser da competência do TRT o julgamento de conflito entre Juiz de Direito a quem se atribui jurisdição trabalhista e JCJ, alusivo a limites territoriais. 3. Conflito negativo suscitado pelo TRT da 7ª Região, entendendo não possuir poder hierárquico ou legal sobre Juiz de Direito para forçá-lo a admitir a jurisdição trabalhista. 4. Parecer da P.G.R. pelo conhecimento do conflito. 5. Cabe ao TRT, com jurisdição onde atuam o Juízo da Vara do Trabalho e o Juízo de Direito em litígio, dirimir eventual conflito de jurisdição. 6. Conflito conhecido e julgado improcedente para declarar a competência do TRT-7ª Região.” Relator Ministro NÉRI DA SILVEIRA 586 “Ademais, a Súmula representa o entendimento pacificado no Tribunal acerca de uma determinada matéria, e como texto geral e abstrato, deve ser interpretado para incidir sobre inúmeras situações jurídicas. Impossível, pois, perquirir sobre a similitude fática do caso sub examen e àqueles que deram origem à Súmula n. 181-STJ.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR 587 “TRIBUTÁRIO. COFINS E PIS. LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO PARA DETERMINAR A SUA CONVERSÃO EM RECURSO ESPECIAL. NÃO-APLICAÇÃO DA SÚMULA 182/STJ. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Sem razão a agravante. A decisão que inadmitiu o recurso especial o fez ao argumento de que (a) inexiste ofensa ao art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos e (b) o acórdão recorrido encontra-se de acordo com o entendimento firmado pelo STJ. Ora, as razões do agravo de instrumento combatem os fundamentos da decisão, ao aduzir, em breve síntese, que (a) o juízo de admissibilidade extrapolou a sua competência, ultrapassando os limites relativos aos pressupostos de cabimento do recurso especial ao adentrar no mérito do recurso especial; (b) ao Tribunal de apelação cabe apenas a análise dos pressupostos genéricos e específicos do apelo nobre; (c) a aferição da adequada fundamentação do acórdão recorrido e de sua compatibilidade com os textos de lei federal não está sob a alçada da segunda instância; (d) a procedência ou improcedência do conteúdo do recurso especial não é requisito de admissibilidade, mas de mérito; e (e) com relação às alíneas "a" e "c", III, do art. 105 da Constituição Federal, restou plenamente demonstrada a contrariedade aos dispositivos indicados e a divergência jurisprudencial. Destarte, a não-aplicação, por analogia, do disposto na Súmula 182/STJ demonstrou-se correta, não havendo se falar em reforma da decisão recorrida. 2. Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental. É o voto.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI

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Súmula do STJ

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184. A microempresa de representação comercial é isenta do imposto de renda.

►São insubsistentes normas ditadas pela Receita Federal pretendendo assemelhar empresa de representação comercial com corretagem, com o intuito de trazer para o campo de incidência tributária contribuintes que legalmente gozam de isenção, já que extrapolam o poder regulamentar. ●STJ REsp 1050749-SP (DJe 13.05.2008)

185. Nos depósitos judiciais, não incide o imposto sobre operações financeiras.

●STJ Ag 254804-SP (DJ 05.12.2002) 186. Nas indenizações por ato ilícito, os juros compostos somente são

devidos por aquele que praticou o crime. ●STJ REsp 945367-RJ588 (DJe 11.11.2008)

187. É deserto o recurso interposto para o STJ, quando o recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas de remessa e de retorno dos autos.

●STJ EDcl-AgRg-Ag 1002507-RS589 (DJe 29.10.2008); STF AI 660211-SP (DJe 20.10.2007)

588 “(c) Quanto à incidência dos juros compostos, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que esses não podem incidir sobre o responsável civil que não seja concomitantemente responsável penal, tendo em vista que a pena se restringe à pessoa do condenado e que os juros compostos decorrem de punição pelo crime. Nesse contexto, foi editada a Súmula 186/STJ: "Nas indenizações por ato ilícito, os juros compostos somente são devidos por aquele que praticou o crime." A respeito do tema, José Aguiar Dias leciona que os juros compostos apenas incidem sobre o autor do delito, porquanto "seu caráter é de punição e só deve ser aplicado a criminosos, como tal reconhecidos em sentença criminal. A agravação dos juros abrange autores e cúmplices, convencidos no juízo criminal. Não pode ferir os preponentes, nem ser invocado em matéria contratual. Nada mais claro. A pena se restringe à pessoa do delinqüente e os juros compostos só o são a título de punição pelo crime, não podendo, pois, acrescentar sanção penal ao responsável civil que não seja também responsável penal" (in Da Responsabilidade Civil. Vol. II. 7º ed. Rio de Janeiro: Forense, 1984, p. 867). Desse modo, em ação de reparação de danos ajuizada contra o Estado, considerando sua responsabilidade objetiva, não é devida a incidência de juros compostos em sua condenação.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 589 PROCESSUAL CIVIL – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO – RECOLHIMENTO DO PORTE DE REMESSA E RETORNO – DESERÇÃO – LEI 11.636/07 – SÚMULA 187/STJ. 1. O fato de a Lei 11.636/07, que dispõe sobre as custas judiciais devidas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, ter sido elaborada em data posterior à protocolização do instrumento não invalida o entendimento de que deve a parte, no momento da interposição do recurso, comprovar o pagamento do preparo, incluindo porte de remessa e retorno, nos termos do estabelecido pela Súmula 187/STJ. 2. Embargos de declaração acolhidos, sem efeitos modificativos, apenas para prestar esclarecimentos.” Relatora Ministra ELIANA CALMON

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Súmula do STJ

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188. Os juros moratórios, na repetição do indébito, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença.

●STJ REsp 1086935-SP590 (DJe 24.11.2008); STF RE 576443-RS591 (DJe 20.11.2008)

189. É desnecessária a intervenção do Ministério Público nas execuções fiscais.

●STJ AgRg-REsp 972700-SC (DJe 29.09.2008) 190. Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre a

Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.

●STJ REsp 964319-GO592 (DJe 24.04.2008) 191. A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o tribunal do

júri venha a desclassificar o crime. ●STJ REsp 223412-RS593 (DJe 01.06.2006)

590 “TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. NATUREZA TRIBUTÁRIA. JUROS MORATÓRIOS. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. 1. Nos termos do art. 167, parágrafo único do CTN e da Súmula 188/STJ, "Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença". Tal regime é aplicável à repetição de indébito de contribuições previdenciárias, que também têm natureza tributária. 2. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 591 “Da leitura dos autos, observo que o Tribunal de origem, lastreando-se no artigo 167 do Código Tributário Nacional e na Súmula nº 188 daquela Corte Superior, estabeleceu como termo inicial para contagem dos juros de mora a data do trânsito em julgado da decisão que determinara a respectiva inclusão. 3. Pois bem, a parte recorrente sustenta ofensa aos incisos XXXV, LIV e LV do art. 5º, ao inciso IX do art. 93, e ao inciso II do artigo 195, todos da Carta Magna. 4. Tenho que o recurso não merece acolhida. Isso porque as ofensas à Constituição Republicana, se existentes, ocorreriam de modo indireto ou reflexo, o que impede a abertura da via extraordinária. 5. Precedentes: AIs 632.644-AgR, sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; 650.375-AgR, sob a relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; e 658.206-AgR, sob a relatoria do ministro Eros Grau. 6. À derradeira, ressalto que a decisão recorrida está devidamente fundamentada, embora em sentido contrário aos interesses da parte recorrente. Pelo que não há falar de ofensa ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.” Relator Ministro CARLOS BRITTO 592 “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. SÚMULA N. 190/STJ. 1. De acordo com a Súmula 190 do STJ, ‘na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça’. 2. Incabível a exigência de depósito prévio, a título de preparo da execução fiscal, por parte do juiz estadual, para atender as possíveis despesas de locomoção do oficial de justiça. 3. A Fazenda Nacional só está obrigada a arcar com as despesas de condução quando a diligência for determinada. 4. Impossível, em face da regra do art. 257 do CPC, decretar-se a extinção do processo sem a oitiva da parte contrária. 5. As despesas processuais para o cumprimento de diligências a serem feitas por oficial de justiça não são custas. O não-atendimento dessas despesas não conduz a que se decrete a extinção do processo. 6. Recurso especial provido.” Relator Ministro JOSÉ DELGADO

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Súmula do STJ

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192. Compete ao juízo das execuções penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual.

●STJ HC 106367-SP594 (DJe 22.09.2008) 193. O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido por usucapião.

●STJ REsp 94590-SP (DJ 13.12.2004) 194. Prescreve em vinte anos a ação para obter, do construtor, indenização

por defeitos da obra. ►Merece revisão. Conforme dispõe o art. 205 do vigente Código Civil o prazo prescricional é de 10 (dez) anos. ●STJ AgRg-Ag 991883-SP595 (DJe 04.08.2008)

195. Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores.

►O verbete alude à fraude regulada na lei civil (arts. 158, 165 e 171, II, CC), cuja anulação reclama o ajuizamento de ação própria com a

593 “Razão assiste ao recorrente, porquanto nos termos do enunciado sumular 191 desta Corte: "A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime". Contudo, verifica-se dos autos que, condenado o réu à pena de 1 (um) ano e 6 (seis) meses de reclusão, pela prática do delito tipificado no art. 121, § 3º, do Código Penal, já transcorreu o lapso prescricional de 4 (quatro) anos (art. 109, V, do CP), entre o último marco interruptivo, consubstanciado pela publicação da sentença condenatória, em 10/11/1997 (fl. 293), e a presente data, motivo pelo qual se impõe o reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição. Ante o exposto, declaro, de ofício, a extinção da punibilidade estatal quanto ao crime imputado ao acusado, em face da prescrição da pretensão punitiva, nos termos dos arts. 107, inciso IV, c/c o art. 109, inciso V, e 110, § 1º, todos do Código Penal.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES 594 “1. Uma vez tendo o réu que cumprir pena imposta pela Justiça Federal, em estabelecimento prisional sujeito à administração estadual, é da competência da Vara das Execuções Penais do Estado o processamento e julgamento dos incidentes da execução. A competência da Justiça Comum Estadual, nesse caso, é ordinária – originária e recursal –, não sendo caso de delegação de competência federal. Incidência da Súmula n.º 192/STJ. 2. O pedido de livramento condicional, que não foi conhecido pela Tribunal Estadual, por ocasião da impetração originária, diante do reconhecimento de sua incompetência, não pode ser analisado por esta Corte, no presente momento, sob pena de supressão de instância. 3. Ordem parcialmente concedida para cassar o acórdão que não conheceu do habeas corpus n.º 01173728.3/3, determinando que outro seja proferido com a análise do mérito, da forma como entender de direito.” Relatora MINISTRA LAURITA VAZ 595 “I. Na linha da jurisprudência sumulada desta Corte (Enunciado 194), 'prescreve em vinte anos a ação para obter, do construtor, indenização por defeitos na obra'. II. O prazo estabelecido no art. 618 do Código Civil vigente é de garantia, e, não, prescricional ou decadencial. III. O evento danoso, para caracterizar a responsabilidade da construtora, deve ocorrer dentro dos 5 (cinco) anos previstos no art. 618 do Código Civil. Uma vez caracterizada tal hipótese, o construtor poderá ser acionado no prazo prescricional de vinte (20) anos. Precedentes. IV. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR

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Súmula do STJ

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participação de todos os envolvidos na transação questionada, distinta da fraude à execução prevista no CPC (art. 593, II), cuja configuração pressupõe a existência de processo de execução com citação válida. ●STJ REsp 443865-PR596 (DJe 15.09.2008); STF RE 536821-SC (DJe 10.03.2008)

196. Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.

●STJ REsp 771860-RJ597 (DJe 08.10.2008) 197. O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos

bens. ●STJ REsp 998504-RN598 (DJe 03.09.2008)

198. Na importação de veículo por pessoa física, destinado a uso próprio, incide o ICMS.

●STJ REsp 507885-RJ599 (DJ 07.02.2007); STF RE-AgR 255682-RS600 (DJ 10.02.3006)

596 “II. Possível à promissária compradora de imóveis, ainda que titular de instrumento particular não registrado firmado com empresa promitente vendedora, a oposição de embargos de terceiro para defender seus direitos contra a credora hipotecária de mútuo feito à construtora alienante, que, ao tempo daquela avença, ainda não promovera a execução judicial do seu crédito. III. "É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro" (Súmula n. 84-STJ). IV. "Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores" (Súmula n. 195-STJ).” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR 597 “2. A interpretação teleológica do disposto no art. 9º, II, do CPC presta-se a resguardar os interesses do devedor citado por edital, tanto no processo de conhecimento quanto no de execução, ante os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da Constituição da República). 3. "Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos" (Súmula 196/STJ). Entendimento que pode ser estendido à exceção de preexecutividade. Precedentes.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 598 “O Tribunal manteve a sentença ao fundamento de que, além de a matéria contar com entendimento pacífico deste Tribunal – Súmula n. 197, a premissa de que a partilha deve ser homologada na oportunidade do divórcio está ultrapassada, bastando verificar o disposto nos artigos 1.580 e 1.581 do Código Civil de 2002. Observo que as disposições do artigo 460 do CPC não foram violadas. As instâncias ordinárias deferiram o pedido inicial e decretaram o divórcio. O fato de a partilha de bens ficar para ser decidida em sede de execução de sentença não indica negativa de prestação jurisdicional, apenas posterga tal prestação por inteiro. De outro lado, libera os cônjuges do vínculo matrimonial que os prendia. Finalmente, o recurso não merece conhecimento no que tange à alínea “c” do permissivo constitucional, em face do disposto na Súmula n. 197/STJ;” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 599 “1. O Supremo Tribunal Federal consolidou jurisprudência no sentido da inexigibilidade do ICMS na importação de bem por pessoa física ou por entidade prestadora de serviço, uma vez que o fato gerador do tributo é operação de natureza mercantil ou assemelhada. Tal entendimento tem aplicação nas hipóteses em que a importação foi realizada antes do advento

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Súmula do STJ

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199. Na execução hipotecária de crédito vinculado ao sistema financeiro da habitação, nos termos da Lei nº 5.741/71, a petição inicial deve ser instruída com, pelo menos, dois avisos de cobrança.

●STJ AgRg-REsp 847306-RS601 (DJe 13.10.2008) 200. O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de

uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou. ●STJ RHC 22197-RJ602 (DJe 26.10.2007)

201. Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salários-mínimos.

●STJ REsp 684187-PR603 (DJe 11.11.2008) 202. A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se

condiciona à interposição de recurso. ●STJ RMS 23638-DF604 (DJe 10.11.2008); STF MS 26230-DF605 (DJ 22.11.2006)

da Emenda Constitucional n. 33/2001. 2. Em decorrência do entendimento firmado pelo STF acerca da matéria, inclusive com a edição da Súmula n. 660, restou mitigada a aplicação das Súmulas n. 155 e 198 do STJ. 3. Recurso especial provido.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO NORONHA 600 “I. - Veículo importado por pessoa física que não é comerciante nem empresário, destinado ao uso próprio: não-incidência do IPI: aplicabilidade do princípio da não-cumulatividade: CF, art. 153, § 3º, II. Precedentes do STF relativamente ao ICMS, anteriormente à EC 33/2001: RE 203.075/DF, Min. Maurício Corrêa, Plenário, "DJ" de 29.10.1999; RE 191.346/RS, Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, "DJ" de 20.11.1998; RE 298.630/SP, Min. Moreira Alves, 1ª Turma, "DJ" de 09.11.2001. II. - RE conhecido e provido. Agravo não provido.” Relator Ministro CARLOS VELLOSO 601 “Não se pode concluir como adequada à norma - segundo a qual a petição inicial da execução hipotecária será instruída com avisos regulamentares reclamando o pagamento da dívida - o envio de publicação em jornal que circule na comarca da situação do imóvel, sem que haja anterior tentativa de notificação pessoal dos executados. Agravo improvido.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 602 “No mérito, ad argumentandum, a decisão atacada merece ser mantida por seus próprios fundamentos, por se encontrar em consonância com a jurisprudência dessa Egrégia Corte Superior de Justiça. Eis que, em se tratando de crimes conexos de falsificação e de uso de documento falso, o entendimento pretoriano, de fato, tem se orientado no sentido da fixação da competência do local do uso, não obstante conhecido o local da contrafação, inteligência da Súmula 200/STJ.” Relator Ministro NILSON NAVES 603 “De fato, diversamente do consignado no voto do acórdão recorrido, de acordo com a Súmula 201 do STJ, não é possível que os honorários advocatícios sejam fixados em salários mínimos. Aliás, o Ministério Público Federal bem afirmou que, "conforme muito bem asseverado pelo Exmo. Sr. Desembargador Presidente do Eg. TJPR, quando da admissibilidade do recurso em apreço, in verbis: 'A fixação dos honorários advocatícios, pelo acórdão recorrido, em salários-mínimos (fls. 185), credencia o recurso em epígrafe, restrito a esse tema, a transitar na instância especial.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 604 “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TERCEIRO INTERESSADO. IMPETRAÇÃO CONTRA ATO JUDICIAL. CABIMENTO. SÚMULA N. 202 DO STJ. 1. "A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se condiciona à interposição de

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Súmula do STJ

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203. Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados especiais.

●STJ AgRg-REsp 761038-PR606 (DJe 01.09.2008); STF MS-ED 24778-MG607 (DJ 10.03.2004)

204. Os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida.

●STJ AgRg-REsp 1043159-SP608 (DJe 04.08.2008)

recurso" – Súmula n. 202 do STJ. 2. Recurso provido para determinar que o Tribunal a quo examine o mérito da impetração.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 605 “7. É certo que a espécie ora apreciada cuida de situação pouco comum, pois a decisão proferida nos autos de processo não integrado pelos Impetrantes produziu efeitos pretensamente gravosos ao que supõem eles ser seu direito líquido e certo, a dizer, a) quanto ao primeiro, o de ver mantida a totalização inicialmente divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e, b) quando ao segundo, o de não concorrer nas eleições para o cargo de deputado federal com candidato que reputa inelegível. 8. Todavia, para situações como a relatada pelos Impetrantes, a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral faz incidir a Súmula 202 do Superior Tribunal de Justiça, admitindo o cabimento do mandado de segurança, no próprio Tribunal, contra decisão por ele proferida e de natureza jurisdicional, na hipótese de o impetrante ser terceiro interessado (Acórdão 3.185 do Tribunal Superior Eleitoral, publicado em sessão de 14.9.2004, Relator o Ministro Humberto Gomes de Barros). Naquela decisão se concluiu que: "a jurisprudência do TSE não admite mandado de segurança originário contra suas próprias decisões de natureza jurisdicional...Ressalva-se a hipótese de o impetrante ser terceiro interessado (Súmula n. 202/STF). No caso a ressalva incide" (Agr no MS 3.185 - MG - Rel. Min. Humberto Gomes de Barros). 9. Assim, reconhecida a incompetência deste Supremo Tribunal para processar e julgar, originariamente, o presente Mandado de Segurança, dele não conheço, ficando prejudicado o pedido de concessão de liminar. Arquive-se.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA 606 “1. É incabível a interposição de recurso do especial contra decisões dos órgãos de segundo grau dos Juizados especiais, conforme enunciado sumular 203/STJ. 2. Hipótese em que não é aplicável o princípio da fungibilidade para acolher o recurso especial como pedido de uniformização de interpretação de lei federal, porquanto constitui erro grosseiro. 3. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES 607 “8. No que concerne aos argumentos da embargante, entretanto, estes apresentam-se absolutamente improcedentes. Com efeito, o primeiro fundamento da decisão embargada subsiste em toda a sua inteireza. Embora o Superior Tribunal de Justiça já tenha decidido pela impossibilidade da interposição de recurso especial contra os julgados das Turmas Recursais dos Juizados Especiais (Súmula 203), o STF também sumulou a matéria, restando assentado, de acordo com a Súmula 640 desta Corte, o cabimento do recurso extraordinário nesta hipótese. Assim, no caso em exame, a impetrante haveria de se desincumbir do ônus da apresentação do correspondente recurso extraordinário, o que lhe daria acesso então à instância superior, devolvendo a matéria à apreciação do Supremo Tribunal Federal. Portanto, não se presta mesmo o mandado de segurança aos fins recursais pretendidos. 9. Ademais, não houve impugnação ao segundo fundamento da decisão embargada, o que por si só bastaria à sua manutenção. De fato, afigura-se incompetente o Supremo Tribunal Federal para apreciar mandado de segurança contra ato de Turma do Juizado Especial, por não estar abrangida tal atribuição no âmbito do artigo 102, I, d, da Constituição da República. 10. Ante o exposto, nego seguimento ao presente agravo regimental. Arquive-se.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO

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Súmula do STJ

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205. A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência. ●STJ AgRg-REsp 292907-RS609 (DJ 12.09.2005)

206. A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante das leis de processo.

●STJ REsp 986588-MT610 (DJe 11.02.2008) 207. É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes

contra o acórdão proferido no tribunal de origem. ●STJ AgRg-REsp 1063055-SP611 (DJe 29.10.2008)

608 “1. Nas ações previdenciárias, para fins de cálculo da verba honorária, excluem-se do valor da condenação as prestações vencidas após a prolação da sentença. 2. Nas dívidas de natureza previdenciária, os juros de mora incidem a partir da citação válida. Aplicação da Súmula n.º 204 do STJ. 3. Agravo regimental desprovido.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 609 “1. Antes da arrematação, a alegação de impenhorabilidade do bem de família pode ser feita a qualquer tempo e não sofre os efeitos da preclusão.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 610 “PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. FORO COMPETENTE. ART. 578 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE DERROGAÇÃO POR NORMAS DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO. 1. A exegese do art. 578 do CPC sugere a prevalência do caput sobre o parágrafo único (EREsp 178.233/SE, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 15.09.2003). 2. Hipótese em que não foi observada nenhuma das possibilidades disciplinadas na lei processual, havendo a competência sido fixada no foro da capital do Estado-Membro, em virtude da existência de vara especializada. 3. "A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante das leis de processo" (Súmula 206/STJ). 4. Recurso especial provido.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 611 “I - Acórdão do TRF da 3ª Região que, por maioria de votos, reformou sentença de primeiro grau, entendendo pela possibilidade do art. 56 da Lei 9.430/96 revogar o benefício contido no art. 6º da Lei Complementar n. 70/91, uma vez que ausente hierarquia entre Lei Complementar e Lei Ordinária, por atuarem em âmbitos diversos. II - A não-interposição de embargos infringentes em face de decisão prolatada por maioria e que reformou a sentença de mérito faz incidir a Súmula nº 207/STJ, a qual dispõe que “é inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem". III - Ademais, o Supremo Tribunal Federal, em vários pronunciamentos, tem declarado que o conflito entre lei complementar e lei ordinária não é resolvido pelo princípio da hierarquia, mas sim em função da reserva de competência, concluindo que a COFINS poderia ser disciplinada por lei ordinária (RE nº 451.988-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 17.03.2006 e ADC 1, Rel. Min. Moreira Alves, RTJ 156/721). IV - Tal tema mereceu enfrentamento pela Primeira Seção, no julgamento do AgRg no REsp nº 728.754/SP, de relatoria da Ministra Eliana Calmon. Naquela oportunidade restou definido que este Sodalício não conheceria dos recursos quando o acórdão recorrido tivesse centrado fundamentação na tese da revogação da lei complementar por lei ordinária, uma vez que se estaria usurpando a competência do STF. V - O acórdão recorrido, ao decidir a questão, louvou-se em decisões do STF para decidir pela constitucionalidade do artigo 56 da Lei nº 9.430/1996, para revogar isenção conferida em lei complementar. Assim, apresentada a questão como uma daquelas situações definidas pelo Supremo Tribunal Federal como de sua competência, tem-se como inviabilizada a apreciação da matéria por este Superior Tribunal de Justiça, sob pena de usurpação da competência do Excelso Pretório. VI - Precedentes: REsp nº 419.139/RS, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJe de 20.08.2008; AgRgRD no REsp nº 832.444/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 01.03.2007. VII - Agravo Regimental improvido.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO

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Súmula do STJ

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208. Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

●STJ HC 48856-MS612 (DJe 09.09.2008); STF HC 91342-SP613 (DJe 25.10.2007)

209. Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.

●STJ HC 48856-MS614 (DJe 08.09.2006); STF HC 94836-RJ (DJe 02.06.2008)

210. A ação de cobrança das contribuições para FGTS prescreve em trinta (30) anos.

612 “1. O arquivamento, incluída a modalidade implícita, é decisão judicial. Havendo apenas o pedido de membro do Ministério Público Estadual, seguido de decisão declinatória em favor do juízo federal, não se está a tratar de arquivamento, submetido à disciplina do art. 18 do Código de Processo Penal. 2. É competente a Justiça Federal para julgar ação penal, quando verbas federais transferidas a Município submetam-se a regime de fiscalização do ente federal, inteligência da Súmula 209 desta Corte. O fato de ter sido ajuizada, pelos mesmos fatos, ação civil pública perante a Justiça Estadual para esta não atrai a competência da ação penal. 3. Não se colhe nulidade quando trecho de decisum de recebimento de denúncia comete certo exagero de linguagem, quando se pode, tão-só, determinar que se risque o trecho inapropriado. 4. Ordem concedida, em parte, apenas para determinar que se risque do acórdão o trecho dotado de certo exagero de linguagem.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 613 “1. Paciente condenado por estupro e atentado violento ao pudor, em concurso material. Apelação provida, por maioria, reconhecendo a continuidade delitiva, com redução da pena. 2. Recurso especial do Ministério Público Estadual que restabeleceu o concurso material imposto na sentença. 3. Habeas corpus impetrado sob o argumento de constrangimento ilegal, decorrente do conhecimento de recurso especial interposto contra acórdão ainda passível de embargos infringentes (Súmula 207/STJ). 4. Inocorrência de constrangimento ilegal: o parágrafo único do art. 609 do CPP estabelece que "quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de dez dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à material objeto da divergência". 5. A decisão majoritária proferida na apelação foi, no caso concreto, favorável ao réu. Ao prever o cabimento de embargos infringentes exclusivamente quando a decisão for desfavorável ao réu, o preceito processual conferiu legitimidade recursal somente a ele. 6. É correta a decisão que admitiu recurso especial do Ministério Público Estadual, que não tinha legitimidade para interpor embargos infringentes na apelação. Ordem denegada.” Relator Ministro EROS GRAU 614 “1. O arquivamento, incluída a modalidade implícita, é decisão judicial. Havendo apenas o pedido de membro do Ministério Público Estadual, seguido de decisão declinatória em favor do juízo federal, não se está a tratar de arquivamento, submetido à disciplina do art. 18 do Código de Processo Penal. 2. É competente a Justiça Federal para julgar ação penal, quando verbas federais transferidas a Município submetam-se a regime de fiscalização do ente federal, inteligência da Súmula 209 desta Corte. O fato de ter sido ajuizada, pelos mesmos fatos, ação civil pública perante a Justiça Estadual para esta não atrai a competência da ação penal. 3. Não se colhe nulidade quando trecho de decisum de recebimento de denúncia comete certo exagero de linguagem, quando se pode, tão-só, determinar que se risque o trecho inapropriado. 4. Ordem concedida, em parte, apenas para determinar que se risque do acórdão o trecho dotado de certo exagero de linguagem.” Relatora Ministra THEREZA DE ASSIS MOURA

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Súmula do STJ

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►O prazo, à evidência, exagerado, está previsto no art. 23, § 5º, da Lei 8.036/90. Como com propriedade observou o Prof. Roberto Rosas, no clássico ‘Direito Sumular’ (Malheiros, 13ª ed.), “É prazo excessivo, ainda que haja interesse público, pois um direito não pode eternizar-se, obrigando qualquer devedor do FGTS a guardar montanhas de papéis durante 30 anos”. ●STJ REsp 1098376-RJ (DJe 06.02.2009)

211. Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal "a quo".

●STJ Ag 1082886-RS615 (DJ 10.02.2009); STF AI 646840-BA (DJe 07.11.2008)

212. A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar, cautelar ou antecipatória.

●STJ REsp 914804-SP (DJe 20.10.2008); STF Pet 2259-SP (DJe 16.02.2001)

213. O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.

●STJ RMS 24569-MG616 (DJe 29.10.2008); STF Rcl-MC 6162-AL617 (DJe 06.08.2008)

615 “As matérias jurídicas versadas nos arts. [...], tidos por violados não foram debatidas pelo Tribunal de origem, da forma como apresentada em sede de recurso especial, estando ausente, portanto, o prequestionamento, requisito de admissibilidade do recurso especial. Incide, pois, a Súmula 211 do STJ.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 616 “1. É certo que "o mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária" (Súmula 213/STJ). Contudo, a declaração do direito é condicionada à comprovação de sua própria existência, ou seja, se o contribuinte não comprova no momento da impetração a existência dos créditos que pretende compensar, impõe-se a denegação da segurança. No caso concreto, os documentos juntados aos autos (fls. 40/44), que se referem a algumas operações, ou seja, a casos isolados, nas quais a base de cálculo do recolhimento antecipado do ICMS supostamente é maior do que aquela efetivamente praticada, não comprovam de modo inequívoco que a contribuinte, em função do regime de substituição tributária, sujeitou-se ao recolhimento antecipado a maior do ICMS, no período pleiteado na inicial (dez anos anteriores à impetração). 2. Na lição de Hely Lopes Meirelles, "direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração". Assim, "se sua existência for duvidosa; se sua extensão ainda não estiver delimitada; se seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendido por outros meios judiciais". 3. Desse modo, tratando-se de mandado de segurança, cuja finalidade é a proteção de direito líquido e certo, não se admite dilação probatória, porquanto não comporta a fase instrutória, de modo que é necessária a juntada de prova pré-constituída apta a demonstrar, de plano, o direito alegado. 4. Ademais, ainda que superado tal óbice, nos termos do art. 10 da LC 87/96, "é assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força da substituição tributária,

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Súmula do STJ

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214. O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu.

►O verbete vinha sendo aplicado de forma distorcida, no sentido da exoneração do fiador quando prorrogado automaticamente o contrato (§ 1º, art. 56, Lei 8.245/91), circunstância que, contudo, não se confunde com aditamento contratual sem anuência. A partir do julgamento dos Embargos de Divergência nº 566633-CE, em 22.11.2006, a Terceira Seção resgatou o real sentido da súmula e desde então o STJ tem reconhecido que “continuam os fiadores responsáveis pelos débitos locatícios posteriores à prorrogação legal do contrato se anuíram expressamente a essa possibilidade e não se exoneraram nas formas dos artigos 1.500 do CC/16 ou 835 do CC/02, a depender da época que firmaram a avença.” ●STJ REsp 880028-SP618 (DJe 09.12.2008); STF AI 687692-RS (DJe 13.09.2007)

correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar". Esse preceito legal funda-se no art. 150, § 7º, da CF/88, segundo o qual "a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido". Esta Corte, seguindo orientação do STF (ADI 1.851/AL, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 22.11.2002), firmou entendimento no sentido de que, na hipótese de pagamento antecipado feito a maior, inexiste direito à restituição. Ressalte-se que a pendência de julgamento das ADIs 2.675/PE e 2.777/SP, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, não afasta o efeito vinculante da decisão proferida na ADI 1.851/AL. 5. Recurso ordinário desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 617 “O Plenário deste Tribunal, em 19 de abril de 2008, reconheceu a existência de repercussão geral no RE 577.302, Rel. Ricardo Lewandowski, cuja matéria é a mesma do recurso extraordinário retido nos autos do REsp 833.438, qual seja, a extinção, ou não, em 4 de outubro de 1990, do benefício do crédito-prêmio do IPI em razão do disposto no art. 41, § 1º, do ADCT. Trata-se, portanto, de matéria de índole constitucional, cuja orientação será fixada por esta Corte no julgamento do mérito do RE 577.302. Não parece difícil vislumbrar, portanto, que a decisão reclamada, em verdade, reconheceu a extinção do crédito-prêmio do IPI em 4 de outubro de 1990 com base no que dispõe o § 1º do art. 41 do ADCT, matéria objeto do recurso extraordinário que está retido nos autos do REsp 883.438, o que faz transparecer, ao menos nesse juízo preliminar, a usurpação da competência deste Supremo Tribunal Federal prevista no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal. Ante o exposto, defiro o pedido de medida liminar, para suspender os efeitos das decisões proferidas pelo Ministro Herman Benjamin e pela 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, nos autos do Recurso Especial 883.438, até decisão final nesta reclamação. Comunique-se. Publique-se. Junte-se aos autos a Petição nº 102.597/2008, para apreciação em momento oportuno.” Ministro Presidente GILMAR MENDES 618 “No caso concreto, a partir do exame dos autos, verifica-se que a locação tinha prazo certo: 1º de agosto de 1995 a 31 de julho de 1997. Operou-se, todavia, a prorrogação do contrato por prazo indeterminado (arts. 46, § 1º, e 47 da Lei do Inquilinato) até a entrega das chaves pelo locatário em agosto de 2001. Nos termos da cláusula nona do pacto locatício, a parte fiadora manifestamente concordava com a ampliação da garantia até a devolução do imóvel. Por fim, não se tem notícia no processo de aditamentos ao contrato, tampouco de exoneração da fiança,

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Súmula do STJ

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215. A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda.

►A súmula se refere não apenas a pagamentos efetuados por pessoas jurídicas de direito público a servidores públicos civis, a título de incentivo à adesão a programas de desligamento voluntário do serviço público (art. 14 da Lei 9.468/97), mas também a indenizações por adesão de empregados a programas de demissão voluntária instituídos por norma de caráter coletivo (art. 6º, V, da Lei 7.713/88). ●STJ EDcl-REsp 968433-SP619 (DJe 29.09.2008)

pela recorrente, após a dilação automática do ajuste, conforme assentado pelo aresto recorrido. Diante de tais circunstâncias, considerada a recente jurisprudência fixada pela 3ª Seção desta Corte e a regra do art. 39 da Lei 8.245/91, a parte recorrente continua responsável pelos débitos relativos ao período entre o término do contrato e a entrega das chaves, pois expressamente anuiu a essa possibilidade quando firmou a avença em apreço, não incidindo, na espécie, a Súmula 214/STJ, na medida em que a orientação nela contida se aplica tão-somente às hipóteses de aditamento ao ajuste. O aresto atacado, ao ter por válido o prolongamento da garantia fidejussória no contrato de locação em tela, não divergiu do entendimento pacificado nesta Corte Superior de Justiça, devendo, pois, ser mantido. Diante do exposto, com fundamento no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao recurso especial.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 619 “2. Esta Turma, ao julgar o REsp 876.446/RJ (Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 26.11.2007, p. 123), firmou o seguinte entendimento: "(...) relativamente às indenizações pagas em razão de extinção do contrato de trabalho, estão isentas de imposto de renda não apenas as previstas em lei em sentido estrito, mas também as impostas por convenção ou acordo coletivo do trabalho, dada a força normativa desses atos no direito trabalhista. Portanto, incluem-se entre as indenizações isentas por força do art. 6º, inciso V, da Lei 7.713/88 e do art. 39, inciso XX, do RIR/99 (Decreto 3000/99), também as que decorrem de programa de demissão voluntária de pessoas jurídicas de direito privado, instituído em cumprimento de acordo ou convenção coletiva. Nessa compreensão é que deve também ser interpretada a súmula 215/STJ, segundo a qual 'a indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda'. Ao assim dispor, a súmula se refere não apenas a 'pagamentos efetuados por pessoas jurídicas de direito público a servidores públicos civis, a título de incentivo à adesão a programas de desligamento voluntário' do serviço público (isenção prevista no art. 14 da Lei 9.468/97), mas também a indenizações por adesão de empregados a programas de demissão voluntária instituídos por norma de caráter coletivo (isenção compreendida no art. 6º, V da Lei 7.713/88)." 3. No caso, o pagamento da indenização denominada "Livre" decorre de expressa previsão em acordo coletivo de trabalho, fato admitido pela própria autoridade impetrada, ao prestar as informações no mandado de segurança. Partindo-se da premissa de que a mencionada verba tem natureza indenizatória – conforme já definido pelo Tribunal de origem, que, aliás, é soberano no exame de matéria fático-probatória –, e uma vez conhecido o recurso especial, impunha-se o julgamento da causa, aplicando-se o direito à espécie (art. 257 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça), com o exame acerca do preenchimento, ou não, dos requisitos exigidos para o gozo da isenção tributária. Diante de tais circunstâncias, não houve contrariedade à Súmula 7/STJ quando, na decisão que negou seguimento ao recurso especial, ficou consignado que a indenização decorre de acordo coletivo. 4. Agravo regimental desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA

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Súmula do STJ

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216. A tempestividade de recurso interposto no Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo da Secretaria e não pela data da entrega na agência do correio.

●STJ EDcl-AgRg-EDcl-Pet 6144-MG620 (DJe 23.20.2008); STF RE 525133-MG (DJe 07.10.2008)

217. Não cabe agravo de decisão que indefere o pedido de suspensão da execução da liminar, ou da sentença em mandado de segurança.

►Cancelada. ►O § 2º, do art. 25 da Lei 8038/90 prevê a hipótese de agravo: “Art. 25. Salvo quando a causa tiver por fundamento matéria constitucional, compete ao Presidente do Superior Tribunal de Justiça, a requerimento do Procurador-Geral da República ou da pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, suspender, em despacho fundamentado, a execução de liminar ou de decisão concessiva de mandado de segurança, proferida, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal. § 1º O Presidente pode ouvir o impetrante, em cinco dias, e o Procurador-Geral quando não for o requerente, em igual prazo. § 2º Do despacho que conceder a suspensão caberá agravo regimental. § 3º A suspensão de segurança vigorará enquanto pender o recurso, ficando sem efeito, se a decisão concessiva for mantida pelo Superior Tribunal de Justiça ou transitar em julgado.”

218. Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão.

●STJ CC 79459-RJ621 (DJe 08.10.2007)

620 “- O prazo para apresentação dos originais enviados anteriormente por 'fax' é de cinco dias, contados a partir do termo final do prazo para a apresentação do recurso (AgRg no EResp 640.803/RS, Min. Teori Albino Zavascki, Corte Especial). - O que define a tempestividade do recurso interposto junto a esta Corte é a entrega, dentro do prazo, da petição no respectivo protocolo. Pouco releva que o serviço afeto aos Correios não se tenha efetuado com a necessária rapidez, em razão da greve de seus funcionários. No caso, o risco por eventual impontualidade ou outro defeito no serviço prestado pela empresa corre por conta do usuário. Embargos de declaração rejeitados.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 621 “1. Tratando-se de pedido formulado por servidor público municipal, nomeado para o exercício de cargo em comissão na Secretaria Municipal de Governo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, submetido ao regime estatutário, compete à justiça estadual comum processar e julgar a causa, nos termos da Súmula nº 218/STJ. 2. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Nova Iguaçu/RJ.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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Súmula do STJ

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219. Os créditos decorrentes de serviços prestados à massa falida, inclusive a remuneração do síndico, gozam dos privilégios próprios dos trabalhistas.

●STJ REsp 166430-MG622 (DJ 19.06.2006) 220. A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.

●STJ HC 111419-PR623 (DJ 06.11.2008); STF HC-MC 89695-SP (DJ 06.10.2006)

221. São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação.

●STJ REsp 595287-PB624 (DJe 06.02.2009); STF Rcl-MC 3112-RS (DJ 20.03.2006)

222. Compete à Justiça comum processar e julgar as ações relativas à contribuição sindical prevista no art. 578 da CLT.

►Merece cancelamento. A orientação é incompatível com a Constituição pós Emenda Constitucional nº 45/2004. ●STJ REsp 859724-PR625 (DJe 06.05.2008)

622 “ - Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que ‘os créditos decorrentes de serviços prestados à massa falida, inclusive a remuneração do síndico, gozam dos privilégios próprios dos trabalhistas’ (Súmula 219/STJ). Destarte, entendendo a remuneração do síndico como crédito trabalhista, aquela tem preferência sobre os créditos tributários e, portanto, deve ser atendida antes destes. Com efeito, de acordo com o art. 186 do CTN, ‘o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho’.” Relator Ministro JORGE SCARTEZZINI 623 “A matéria é, inclusive sumulada, constando do enunciado nº 220 da Súmula desta Corte, segundo o qual "a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva." Na hipótese, como visto, a Corte de origem, reconhecendo o transcurso de período superior a 5 anos e 4 meses de reclusão (4 anos acrescidos de um terço), declarou extinta a punibilidade com relação aos delitos de posse de entorpecente e falsidade ideológica. É de rigor, também, o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva quanto aos delitos de furto cometidos em 29 de maio de 1986, para os quais se aplicou pena de 4 anos e 8 meses de reclusão, aumentada de 1/6 pela continuidade delitiva, perfazendo 5 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão. Assim, a prescrição se operaria em 12 anos, nos termos do art. 109, III, do Código Penal, que devem ser reduzidos de metade por ser o paciente menor de 21 anos na data do fato, a teor do art. 115 do mesmo diploma legal, desconsiderado o acréscimo de um terço pela reincidência. Transcorridos mais de seis anos entre o recebimento da denúncia, 20/8/1986 (fl. 61) e a publicação da sentença de pronúncia, 17/12/1992 (fl. 130), operou-se a prescrição da pretensão punitiva com relação aos delitos de furto cometidos em 29/5/1986. Diante do exposto, concedo o habeas corpus para declarar extinta a punibilidade no tocante aos crimes de furto cometidos em 29/5/1986, pelo reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva. Dê-se ciência ao impetrante, ao Tribunal de origem e ao Juiz de primeiro grau.” Relator Ministro PAULO GALLOTTI 624 “1. A jurisprudência desta Corte permite que o autor da ofensa, desde que passível de identificação, componha o pólo passivo da ação, respondendo por suas afirmações. 2. Recurso Especial de que não se conhece.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS

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Súmula do STJ

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223. A certidão de intimação do acórdão recorrido constitui peça obrigatória do instrumento de agravo.

●STJ AgRg-Ag 1026185-MG626 (DJe 20.10.2008); STF HC-MC 91574-MG (DJ 12.06.2007)

224. Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o juiz estadual a declinar da competência, deve o juiz federal restituir os autos e não suscitar conflito.

►Vide súmula STJ 150. ●STJ CC 91809-SC627 (DJe 03.10.2008)

225. Compete ao Tribunal Regional do Trabalho apreciar recurso contra sentença proferida por órgão de primeiro grau da Justiça Trabalhista, ainda que para declarar-lhe a nulidade em virtude de incompetência.

●STJ CC 78108-SP628 (DJe 04.08.2008)

625 “2. Na espécie, o Juízo de Direito estadual prolatou a sentença em data anterior à vigência da EC 45/2004, logo há de ser preservada a competência da justiça comum para processar e julgar o feito.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 626 “PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. INSTRUÇÃO DEFICIENTE. ART. 544, § 1º, CPC. AUSÊNCIA DA CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO PESSOAL. 1. A regular formação do instrumento é ônus exclusivo do agravante, que deve zelar pela fiscalização e pelo correto processamento do agravo, instruindo-o com cópias íntegras das peças elencadas no artigo 544, parágrafo 1º, do Código de Processo Civil. 2. A ausência da certidão de intimação pessoal do Ministério Público enseja o não conhecimento do recurso, além de impossibilitar aferir-se a tempestividade do Recurso Especial. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 627 “2. A questão já se encontra pacificada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, sendo-lhe aplicável os enunciados sumulares de nºs 150, 224 e 254. Tendo sido reconhecida a ausência de interesse jurídico de ente federal na lide (Súmula 150/STJ), descabe à Justiça Estadual reexaminar a decisão proferida pela Justiça Federal (Súmula 254/STJ). Destarte, nos termos do disposto na Súmula 224 desta Corte ‘excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito de competência’. Esta Corte em precedente idêntico ao dos autos, da relatoria do Eminente Ministro Humberto Gomes de Barros, declarou a competência da Justiça Comum Estadual (CC nº 63.934/SC, DJ de 22/02/07). 3. Ante o exposto, nos termos do art. 120, parágrafo único, do CPC, introduzido pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998, não conheço do conflito e determino sejam os autos encaminhados o Juízo de Direito da 1ª Vara de Indaial/SC.” Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO 628 “2. A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais, decorrente da delegação do poder de polícia, está inserida no âmbito do direito administrativo, não podendo ser considerada relação de trabalho e, por conseqüência, não está incluída na esfera de competência da Justiça Trabalhista. Portanto, não havendo relação de trabalho entre o conselho fiscalizador e os profissionais e estabelecimentos comerciais fiscalizados, a competência para julgar o mandado de segurança, bem como os recursos a ele atinentes, é da Justiça Federal, nos termos do art. 109, VIII, da Constituição Federal. 3. Todavia, no caso em apreço, já foi proferida sentença de mérito pelo Juízo Trabalhista, encontrando-se a demanda em fase de apelação. Essa circunstância impede a alteração da competência para análise da causa, pois, cabe ao Tribunal Regional do Trabalho apreciar os recursos advindos de decisão regularmente proferida por juiz a ele vinculado,

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Súmula do STJ

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226. O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por advogado.

►A legitimidade do MP para recorrer em sede de ação acidentária pressupõe sua atuação no processo como custos legis, já que não detém legitimidade para propor ação objetivando a concessão de benefício previdenciário, por tratar-se de direito individual disponível. ●STJ REsp 1026351-RS629 (DJe 05.02.2009)

227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. ►Quanto à matéria, dita o Código Civil: Art. 52. “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção aos direitos de personalidade”. ●STJ AI 1086620-RJ630 (DJe 02.02.2009)

ainda que seja para anular a r. sentença, por incompetência absoluta, e remeter os autos ao juízo competente. 4. A Primeira Seção deste Tribunal Superior consagra entendimento no sentido de que "cumpre distinguir a competência para o julgamento da causa da competência para o julgamento do recurso (...). No caso, porém, o que está em questão não é a competência para a causa, mas sim para o julgamento do recurso interposto contra decisão proferida por Juiz de Direito a quem a causa foi distribuída. Ora, ainda que incompetente para a causa o prolator da decisão recorrida, é certo que o recurso deve ser julgado pelo Tribunal ao qual se encontra vinculado o juiz que proferiu a decisão. É o sentido da Súmula 55/STJ: 'Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão de juiz estadual não investido de jurisdição federal'. Assim, cabe ao Tribunal de Justiça, e não ao Tribunal Regional do Trabalho, julgar agravo de instrumento de decisão proferida por Juiz de Direito a ele vinculado, ainda que seja para anular a decisão recorrida, por incompetência absoluta, e remeter os autos à Justiça competente" (CC 58.029/MS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 10.4.2006). 5. Desse modo, à hipótese em exame deve ser aplicada a Súmula 225/STJ, segundo a qual ‘compete ao Tribunal Regional do Trabalho apreciar recurso contra sentença proferida por órgão de primeiro grau da Justiça trabalhista, ainda que para declarar-lhe a nulidade em virtude de incompetência’. 6. Conflito conhecido, para declarar a competência do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, o ora suscitante, para o julgamento do recurso de apelação interposto por Sumer Comércio de Piscinas Ltda - microempresa - e Outros.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 629 “Com efeito, a orientação jurisprudencial firmada nas turmas que compõem a Terceira Seção desta Corte é no sentido de que tratando-se de benefício previdenciário, em que não há interesse individual indisponível, mas sim, direito patrimonial disponível, suscetível de renúncia pelo respectivo titular, bem como não sendo relação de consumo, o Ministério Público não detém legitimidade ativa ad causam para propor ação civil pública em defesa de tal direito.” Relatora Ministra JANE SILVA 630 “Ainda que o quantum indenizatório fixado na instância ordinária submeta-se ao controle do Superior Tribunal de Justiça, tal providência somente se faz necessária na hipótese em que o valor da condenação seja irrisório ou exorbitante, distanciando-se, assim, das finalidades legais e da devida prestação jurisdicional frente ao caso concreto. No caso em apreço, concluiu o Tribunal de origem pela condenação do ora recorrente ao pagamento de indenização a título de danos morais em R$ 20.750,00 (vinte mil e setecentos e cinqüenta reais). Verifica-se a impossibilidade de, relativamente aos acórdãos confrontados, estabelecer-se juízo de valor acerca da relevância e semelhança dos pressupostos fáticos inerentes a cada uma das situações que, ali retratadas, acabaram por determinar a aplicação do direito à espécie. Ocorre que, em se tratando de dano moral, cada caso reveste-se de peculiaridades que lhes são muito

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Súmula do STJ

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228. É inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral. ●STJ REsp 94458-PR (DJ 09.04.2001)

229. O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão.

►Merece cancelamento. A orientação não é consentânea com o que dispõe o Código Civil: “Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.” ►O advento do sinistro faz nascer para o segurado o direito de receber o seguro. Não de forma imediata ou incondicional, mas após a realização do procedimento administrativo denominado de regulação. Havendo recusa por parte da seguradora nasce a pretensão e, consequentemente, passa a correr o prazo prescricional. ●STJ AgRg-EDcl-REsp 976719-MG631 (DJe 28.05.2008); TJRJ UJ 200601800008632 (DO 11.10.2007)

230. Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação movida por trabalhador avulso portuário, em que se impugna ato do órgão gestor de mão-de-obra de que resulte óbice ao exercício de sua profissão.

►Cancelada. 231. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução

da pena abaixo do mínimo legal.

próprias, tais como circunstâncias em que o fato ocorreu, condições do ofensor e do ofendido, além do grau de repercussão do fato no âmbito moral da vítima. Dessa forma, ainda que haja uma grande semelhança nas características externas e objetivas dos acórdãos, no aspecto subjetivo serão sempre distintos, tornando incabível a análise do recurso com base na divergência pretoriana. Cumpre esclarecer que a Corte Especial deste Tribunal firmou entendimento de não mais conhecer de embargos de divergência quando a discrepância reside em disparidade de valores, em condenações por dano moral, por fatos objetivamente, na aparência, iguais. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: AgRg nos EREsp n. 881.323/RN, relatora Ministra Nancy Andrighi, DJ de 6.11.2008; e AgRg nos EREsp n. 1.023.240/CE, relator Ministro Hamilton Carvalhido, DJ de 20.10.2008. Ante o exposto, nego provimento ao agravo de instrumento.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 631 “- A prescrição ânua da ação do segurado contra a seguradora flui a partir da data em que aquele toma ciência inequívoca da incapacidade. - O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão (Súmula 229 do STJ). Agravo não provido.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 632 "Uniformização de jurisprudência. Contrato de seguro em grupo. Lapso temporal prescricional. Divergência, em órgãos fracionários integrantes do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sobre o prazo prescricional em matéria securitária. Incidente admitido. Ação indenizatória baseada em contrato de seguro em grupo prescreve em um ano, com termo inicial na data em que o segurado for cientificado da recusa de pagamento da indenização pela seguradora, aplicando-se o disposto no art. 206, § 1º, inc. II, al. "b", do Código Civil." Relatora Desembargadora TELMA MUSSE DIUANA

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Súmula do STJ

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●STJ REsp 1094862-RS633 (DJe 10.02.2009); HC 93187-RS634 (DJe 18.09.2008)

232. A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorários do perito.

●STJ REsp 771665-RS (DJe 22.08.2008) 233. O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato

da conta-corrente, não é título executivo. ►Merece cancelamento. A orientação discrepa do disposto na Lei 10931/04: “Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o. [...] § 2o Sempre que necessário, a apuração do valor exato da obrigação, ou de seu saldo devedor, representado pela Cédula de Crédito Bancário, será feita pelo credor, por meio de planilha de cálculo e, quando for o caso, de extrato emitido pela instituição financeira, em favor da qual a Cédula de Crédito Bancário foi originalmente emitida, documentos esses que integrarão a Cédula, observado que: I - os cálculos realizados deverão evidenciar de modo claro, preciso e de fácil entendimento e compreensão, o valor principal da dívida, seus encargos e despesas contratuais devidos, a parcela de juros e os critérios de sua incidência, a parcela de atualização monetária ou cambial, a parcela correspondente a multas e demais penalidades contratuais, as despesas de cobrança e de honorários advocatícios devidos até a data do cálculo e, por fim, o valor total da dívida; e II - a Cédula de Crédito Bancário representativa de dívida oriunda de contrato de abertura de crédito bancário em conta corrente será emitida pelo valor total do crédito posto à disposição do emitente, competindo ao credor, nos termos deste parágrafo, discriminar nos extratos da conta corrente ou nas planilhas de cálculo, que serão anexados à Cédula, as

633 “2. Alega-se, em síntese, que o Tribunal a quo, ao prover parcialmente a Apelação do ora recorrido e fixar a pena-provisória para o delito de falsidade ideológica aquém do mínimo legal, após a incidência da atenuante da confissão espontânea, divergiu da orientação desta Corte [...] 8. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça possui entendimento consolidado de que as penas, por força das agravantes ou atenuantes genéricas, não podem ser fixadas abaixo do mínimo ou acima do máximo cominado abstratamente pela norma penal incriminadora (Súmula 231/STJ).” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 634 “I - A segurança jurídica penal não se revela apenas na segura descrição do tipo, mas também na previsibilidade das sanções. II - Impossibilidade de que a pena venha a ser fixada, por conta de reconhecimento de circunstância atenuante, em patamar inferior ao mínimo legal. III - Função preventiva da pena, que se encontra expressa no art. 59, caput, in fine, do Código Penal. IV - Habeas corpus conhecido, ordem denegada.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

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Súmula do STJ

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parcelas utilizadas do crédito aberto, os aumentos do limite do crédito inicialmente concedido, as eventuais amortizações da dívida e a incidência dos encargos nos vários períodos de utilização do crédito aberto.” ●STJ AgRg-Ag 979.166-SP635 (DJe 16.06.2008); TJMG AC 1.0439.07.074691-2/001636 (DJ 03.09.2008)

234. A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

►Segundo firme entendimento do STJ, “O Ministério Público tem legitimidade para instaurar procedimento investigativo com o fim de apurar eventual prática de ilícito penal”, Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO ●STJ RHC 24323-SP637 (DJe 02.10.2008); STF HC-MC 89746-SC (DJ 18.10.2006)

635 “I - Os títulos executivos estão elencados na lei, sendo, por isso, incabível o exeqüente se valer de outra fonte de direito, que não a lei, para instruir sua causa de pedir. II - A alteração jurisprudencial sobre o caráter do contrato de abertura de crédito, culminando com a edição da Súmula 233 deste Tribunal, não constitui fato superveniente, motivo pelo qual mantém-se a decisão agravada. Agravo regimental improvido.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 636 “A cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial nos termos da Lei n. 10.931/04. Os avalistas obrigam-se solidariamente com o devedor principal ao pagamento total da dívida advinda da Cédula de Crédito Bancário". (TJMG - Ap. n. 1.0335.05.002545-1/001 - Décima Quarta Câmara Cível - Rel. Des. Valdez Leite Machado - DJ 15/03/2008) . Não obstante, constata-se que os documentos colacionados pelo Apelante não atendem aos requisitos impostos pelo §2º do art. 28 da Lei n. 10.931/04, não estando, portanto, a cédula de crédito bancário revestida de liquidez. Ora, a planilha de cálculos de f. 101/102 não evidencia de maneira clara, precisa e fácil, os itens descritos no inciso I do §2º do art. 28 da Lei n. 10.931/04. Sendo assim, a cédula de crédito bancário de f. 105/106 não pode ser considerada como título executivo, devendo a presente execução ser extinta por inépcia da inicial.” Relator Desembargador ROGÉRIO MEDEIROS 637 “No que diz respeito ao inquérito civil, venho escrevendo que há entendimento, e bom, no sentido de que as polícias não têm o exclusivo direito à investigação criminal – por exemplo, a teor do art. 58, § 3º, da Constituição, as comissões parlamentares de inquérito desfrutam de poderes de investigação. Com relação à possibilidade de o Ministério Público investigar, venho ementando assim (RHC-16.659, DJ de 5.9.05): ‘Ministério Público (funções). Infrações penais (apuração). Investigação (possibilidade). Excesso (preocupação). Judiciário (atuação). 1. Promover a ação penal é função institucional do Ministério Público. É uma de suas várias e relevantes funções disciplinadas seja por normas constitucionais, seja por disposições infraconstitucionais. 2. Conseqüentemente, é lícito entender que o Ministério Público, embora as investigações sejam destinadas à polícia nas áreas federal e estadual (apuração de infrações penais), pode, também e concomitantemente, delas se incumbir. Se não há, em tal direção, expresso texto normativo, também não existe expresso texto normativo em sentido oposto. 3. Apurar infrações penais ou exercer a supervisão da investigação criminal é tarefa cujo desempenho, entretanto, requer de quem exerce a função discrição e serenidade, isso em decorrência dos eternos princípios da presunção de inocência e da inviolabilidade da intimidade,

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Súmula do STJ

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235. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.

●STJ AgRg-MC 14385-RJ (DJe 05.08.2008) 236. Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de

competência entre juízes trabalhistas vinculados a Tribunais do Trabalho diversos.

●STJ CC 037548-RJ (DJ 30.04.2003) 237. Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao

financiamento não são considerados no cálculo do ICMS. ●STJ EREsp 215849-SP638 (DJe 12.08.2008)

238. A avaliação da indenização devida ao proprietário do solo, em razão de alvará de pesquisa mineral, é processada no Juízo Estadual da situação do imóvel.

●STJ CC 50374-SP (DJ 17.04.2006) 239. O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do

compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. ●STJ REsp 648468-SP639 (DJ 23.04.2007)

240. A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu.

●STJ REsp 244828-SP640 (DJ 06.10.2008)

da vida privada, etc. 4. Compete ao Judiciário – se e quando necessário – a correção de desacertos, de violências e desatinos. 5. Recurso ordinário improvido’.” Relator Ministro NILSON NAVES 638 “1. A ‘venda financiada’ e a ‘venda a prazo’ são figuras distintas para o fim de encerrar a base de cálculo de incidência do ICMS. 2. A ‘venda a prazo’ revela modalidade de negócio jurídico único, cognominado compra e venda, no qual o vendedor oferece ao comprador o pagamento parcelado do produto, acrescendo-lhe um plus ao preço final, razão pela qual o valor desta operação constitui a base de cálculo do ICMS, na qual se incorpora, assim, o preço ‘normal’ da mercadoria (preço de venda a vista) e o acréscimo decorrente do parcelamento (Precedentes desta Corte e do Eg. STF: AgR no RE n.º 228.242/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 22/10/2004; EREsp 421781 / SP, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 12/02/2007; EREsp n.º 435.161/SP, Primeira Seção, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 13/06/2005; e AgRg no REsp n.º 300.722/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 16/05/2005).” Relator Ministro LUIZ FUX 639 “1. Na ação de adjudicação compulsória é desnecessária a presença dos cedentes como litisconsortes, sendo corretamente ajuizada a ação contra o promitente vendedor.” Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO 640 “O abandono da causa pelo autor pressupõe a demonstração inequívoca do ânimo de abandonar o processo, ante a inércia manifestada quando, intimado pessoalmente, permanece silente quanto ao intento de prosseguir no feito, circunstância que não se revela na espécie dos autos. Ademais, pacificado nesta Corte o entendimento que “"a extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu." (Súmula 240/STJ). Recurso não conhecido.” Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO

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Súmula do STJ

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241. A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.

►É entendimento firme do STJ que “o afastamento da reincidência, quando presente, constitui afronta ao artigo 61, inciso I, do Código Penal”, Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA. ●STJ REsp 730893-RS641 (DJe 14.10.2008)

242. Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins previdenciários.

●STJ AgRg-Ag 770078-SP642 (DJ 05.03.2007) 243. O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às

infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.

●STJ REsp 399867-MG (DJe 15.10.2008); STF HC-MC-AgR 84523-PE643 (DJ 17.06.2005)

244. Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.

►Segundo entendimento firmado tanto no STF quanto no STJ, o enunciado é inaplicável na hipótese de cheque emitido como garantia de dívida, conhecido como ‘cheque pré-datado’. Vide súmulas STJ 48 e STF 521. ●STJ CC 20880-CE644 (DJ 17.02.2009)

641 “O artigo. 61, I, do Código Penal, é expresso ao determinar que a reincidência é circunstância que sempre agrava a pena, quando não constitui ou qualifica o crime, embora se entenda que a legislação deva ser alterada, talvez para ela seja considerada como circunstância judicial, conforme, ao que consta, faz parte de projeto em tramitação, mas até que tal ocorra ela deve ser aplicada. O simples reconhecimento da reincidência não importa em bis in idem, tornando-se, por isso, inconstitucional, porquanto tão-só visa reconhecer maior censurabilidade à conduta de quem reitera a prática infracional, após o trânsito em julgado da sentença em que anteriormente foi condenado. A pena é agravada ante a dificuldade do agente ativo em aceitar a ordem legal estabelecida, não hesitando em reiterar a prática criminosa e colocar em maior risco a ordem social. Vários são os precedentes desta Casa: [...]” Relatora Ministra JANE SILVA 642 “II - Inaplicável o Enunciado n.º 242 da Súmula desta Corte à hipótese dos autos, tendo em vista que não se pleiteia o reconhecimento de tempo de serviço para fins previdenciários, mas sim o direito à complementação de aposentadoria que ainda não se efetivou. Precedentes. Agravo regimental desprovido.” Relator Ministro FELIX FISCHER 643 “SURSIS PROCESSUAL. LEI 9099/95. CONCURSO MATERIAL. Inadmissível, na hipótese de concurso material, a consideração da pena mínima de cada um dos delitos, isoladamente. Se a soma das penas mínimas ultrapassar o limite de um ano, não há cogitar do sursis processual (Súmula STJ nº 243). A Lei 10.259/0l alterou a concepção de infração de menor potencial ofensivo, mas não afetou o patamar para o sursis processual. Habeas corpus indeferido. Agravo regimental prejudicado.” Relatora Ministra ELLEN GRACIE

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Súmula do STJ

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245. A notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a indicação do valor do débito.

●STJ REsp 594777-RS645 (DJ 29.04.2004) 246. O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização

judicialmente fixada. ●STJ REsp 797963-GO646 (DJe 05.03.2008)

247. O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.

644 “Segundo o comando expresso na súmula 521, do Supremo Tribunal Federal, o foro competente para processar e julgar crime de estelionato, sob a forma de emissão de cheque sem provisão de fundos, é o local onde ocorreu a recusa do pagamento pelo sacado.” Relator Ministro VICENTE LEAL 645 “I - Constitui-se a mora "ex re" pela notificação, mediante carta registrada, recebida no domicílio do devedor, sendo dispensável sua intimação pessoal. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. II - “A notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a indicação do valor do débito.” (Súmula 245/STJ). III - Segundo entendimento sumulado do Tribunal (enunciado 28), o contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bens já integrantes do patrimônio do devedor. Recurso especial provido.” Relator Ministro CASTRO FILHO 646 “- O Ministério Público tem legitimidade processual extraordinária para, em substituição às vítimas de acidentes, pleitear o ressarcimento de indenizações devidas pelo sistema do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais – DPVAT, mas pagas a menor. - A alegada origem comum a violar direitos pertencentes a um número determinado de pessoas, ligadas por esta circunstância de fato, revela o caráter homogêneo dos interesses individuais em jogo. Inteligência do art. 81, CDC. - Os interesses individuais homogêneos são considerados relevantes por si mesmos, sendo desnecessária a comprovação desta relevância. Precedentes. - Pedido, ademais, cumulado com o de ressarcimento de danos morais coletivos, figura que, em cognição sumária não exauriente, revela a pretensão a tutela de direito difuso em relação à qual o Ministério Público tem notórios interesse e legitimidade processual. Recurso Especial conhecido e provido.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI “Trata-se de seguro obrigatório, é verdade, estipulado a favor de terceiro. Mas isso não desqualifica da condição de consumidor aquele que suporta o pagamento do respectivo prêmio, que faz as vezes do estipulante do seguro. Mesmo à vista do art. 2º do Código de Defesa do Consumidor, não há dificuldade em identificar como consumidor esse terceiro, beneficiário do seguro. A situação dele não difere daquela que se vê nos demais seguros em que há estipulação a favor de terceiro. Como quer que seja, é induvidoso que, sob o prisma de quem paga o seguro obrigatório, e que adquire o produto ou serviço (fora de toda dúvida, consumidor), a presente ação civil pública trará proveito, se procedente o pedido. É que, nos termos da Súmula nº 246 do Superior Tribunal de Justiça, o valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada. Quanto maior for esse montante, menor será a obrigação do responsável pela indenização. O fundo instituído para a cobertura desse seguro obrigatório não se inclui dentre aqueles aludidos no art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 7.347, de 1985. O pressuposto da aludida norma é o de que os beneficiários possam ser individualmente determinados. Quer dizer, deve haver uma vinculação originária entre fundo e beneficiários. Aqui isso só acontece após o sinistro.” Voto-vista Ministro ARI PARGENDLER

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Súmula do STJ

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►Merece cancelamento. A teor do disposto no art. 28 da Lei 10931/04 “A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o.” V. súmula STJ 233. ●STJ Ag 934039-RJ647 (DJe 03.02.2009)

248. Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência.

►A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que “A duplicata sem aceite reclama protesto e prova da prestação do serviço ou entrega de mercadoria para configurar título executivo extrajudicial, ante a ratio essendi da Súmula 248/STJ.” ●STJ REsp 898852-SP (DJe 04.08.2008)

249. A Caixa Econômica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute correção monetária do FGTS.

●STJ REsp 825347-SP (DJe 03.09.2008) 250. É legítima a cobrança de multa fiscal de empresa em regime de

concordata. ●STJ REsp 672576-SP648 (DJe 16.09.2008)

251. A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal.

●STJ REsp 987552-PR649 (DJe 24.10.2008)

647 “2. Decido. A insatisfação não merece guarida. Não há falar em violação do art. 1102.a do Código de Processo Civil, ainda mais quando o acórdão recorrido se pronunciou no mesmo sentido da jurisprudência pacífica desta Corte, onde a questão encontra-se inclusive já sumulada: Súmula 247/STJ ‘O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória’." Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO 648 “TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EMPRESA CONCORDATÁRIA. NÃO EXCLUSÃO DA MULTA FISCAL. SÚMULA 250/STJ. 1. Esta Corte possui entendimento segundo o qual ‘é legítima a cobrança de multa fiscal de empresa em regime de concordata’, nos termos da Súmula 250/STJ. Isso porque não existe no ordenamento jurídico norma legal que exclua os encargos da multa e dos juros moratórios quando a empresa for concordatária. 2. Precedentes: REsp 692.997/SC, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJ de 17.05.2007; REsp 500.008/MG, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ de 17.10.2005; REsp 436.926/MG, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ de 09.05.2005. 3. Recurso especial provido.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 649 “1. Em execução fiscal, há de se resguardar a meação da esposa, exceto quando comprovado que do objeto da execução houve benefício para o casal. Cabe ao credor a comprovação desse fato. Súmula 251/STJ. 2. Recurso especial não provido.” Relator CASTRO MEIRA

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Súmula do STJ

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252. Os saldos das contas do FGTS, pela legislação infraconstitucional, são corrigidos em 42,72% (IPC) quanto às perdas de janeiro de 1989 e 44,80% (IPC) quanto às de abril de 1990, acolhidos pelo STJ os índices de 18,02% (LBC) quanto às perdas de junho de 1987, de 5,38% (BTN) para maio de 1990 e 7,00% (TR) para fevereiro de 1991, de acordo com o entendimento do STF (RE 226.855-7-RS).

►“Por ser específica para os casos de FGTS, a Súmula 252/STJ não se aplica às hipóteses de previdência privada.” Ministro SIDNEI BENETI ●STJ AgRg-Ag 744995-DF (DJe 03.10.2008); STF AI 694123-RJ (DJe 09.12.2008)

253. O art. 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança o reexame necessário.

●STJ AgRg-REsp 433984-PE (DJe 29.09.2008) 254. A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente

federal não pode ser reexaminada no Juízo Estadual. ●STJ CC 85115-RR650 (DJe 01.08.2008)

255. Cabem embargos infringentes contra acórdão, proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matéria de mérito.

►O art. 530 do CPC na redação dada pela Lei 10352/2001, em sintonia com o verbete, dita: “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.” Se o acórdão que decide agravo de instrumento, retido ou regimental, a) não é unânime, b) reforma, e c) decide mérito, cabem os infringentes. Nesse sentido a Corte Especial já deixou assente: “que o conteúdo da matéria decidida e não a natureza do recurso, é que define o cabimento dos embargos” (EREsp 276107-GO, Relator Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJ 25.08.2003) ●STJ REsp 770895-SC651 (DJe 02.04.2007)

650 “- A existência, conexa à ação possessória, de ação de oposição ajuizada por Autarquia Federal, torna o Juízo Estadual absolutamente incompetente para decidir toda questão. - A decisão do Juízo Federal que não tomou em consideração a existência da referida oposição, é passível de revisão, não se aplicando, à hipótese, as orientações contidas nas Súmulas 150 e 254/STJ. Conflito conhecido e provido, para o fim de declarar a competência do Juízo Federal, ora suscitado.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 651 “Não assiste razão aos autores no que concerne à possibilidade de interposição de embargos infringentes contra acórdão proferido em sede de agravo de instrumento, uma vez que estes reformaram apenas decisão interlocutória proferida em processo de execução, sem tratar de matéria de mérito. Realmente, cabem embargos infringentes em sede de agravo de instrumento quando a decisão do agravo de instrumento versa matéria de mérito ou extingue

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Súmula do STJ

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256. O sistema de "protocolo integrado" não se aplica aos recursos dirigidos ao Superior Tribunal de Justiça.

►Cancelada. “A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, no dia 21 de maio de 2008, no julgamento do AgRg no Ag nº 792.846/SP, Relator para o acórdão o Ministro LUIZ FUX, decidiu que a Lei 10.352/2001, que alterou o parágrafo único do art. 547 do CPC, quis permitir que, em todos os recursos, não só no agravo de instrumento (art. 525, § 2º, do CPC), pudesse a parte interpor sua irresignação por meio do protocolo integrado ou descentralizado (Informativo 356/STJ), cancelando, por conseguinte, o disposto na Súmula nº 256 desta Corte.” Ministro PAULO GALLOTTI

257. A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da indenização.

●STJ REsp 621962-RJ652 (DJ 04.10.2004) 258. A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não

goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. ►O preceito sumular não é consentâneo com os princípios do direito cambiário: cartularidade, autonomia, abstração, literalidade e inoponibilidade. Contudo, a orientação perde relevo diante do disposto na Lei 10931/04, que confere ao próprio contrato de abertura de crédito o status de título executivo: “Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o.” ●STJ REsp 422403-SP653 (DJ 09.04.2007)

o processo de origem. Ademais, é entendimento pacificado pela eg. Corte Especial, em sessão de 01.08.2001, quando foi editada a Súmula nº 255, que assim dispõe: "Cabem embargos infringentes contra acórdão proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matéria de mérito." Ocorre que, in casu, o agravo de instrumento foi manifestado contra o despacho (fls. 50) do MM. Juiz de 1º grau que indeferiu o requerimento de fixação de honorários advocatícios em processo de execução de título judicial. Ressalte-se que a questão posta no agravo, ainda que decorrente do direito material vindicado, não adentrou em matéria de mérito, mas tão-somente no pleito posterior, qual seja o direito à fixação de honorários advocatícios em processo de execução de título judicial.” Relator Ministro LUIZ FUX 652 “A indenização devida a pessoa vitimada, decorrente do chamado Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), pode ser cobrada mesmo tendo ocorrido o acidente previamente à modificação da Lei 6.194/74 pela Lei 8.441/92 e antes da formação do consórcio de seguradoras. Precedentes. O fato de a vítima ser o dono do veículo não inviabiliza o pagamento da indenização. Recurso conhecido e provido.” Relator Ministro CESAR ASFOR ROCHA

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Súmula do STJ

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259. A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular de conta-corrente bancária.

►“Ressalte-se que a jurisprudência do STJ orienta-se no sentido de que não é possível exigir do cliente do banco uma pormenorização rigorosa dos pontos que se lhe apresentam duvidosos, durante a relação jurídica mantida”, Ministra NANCY ANDRIGHI ●STJ AgRg-Ag 851427-PR654 (DJ 04.06.2007)

260. A convenção de condomínio aprovada, ainda que sem registro, é eficaz para regular as relações entre os condôminos.

●STJ AgRg-Ag 648781-SP655 (DJ 22.10.2007) 261. A cobrança de direitos autorais pela retransmissão radiofônica de

músicas, em estabelecimentos hoteleiros, deve ser feita conforme a taxa média de utilização do equipamento, apurada em liquidação.

●STJ REsp 542112-RJ656 (DJ 17.10.2005) 262. Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras

realizadas pelas cooperativas. ●STJ REsp 298041-RS657 (DJ 29.03.2007)

263. A cobrança antecipada do valor residual (VRG) descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a prestação.

►Cancelada.

653 “3. A nota promissória perde sua autonomia quando vinculada a contrato de abertura de crédito, em razão da iliquidez do título que a originou.” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA 654 “Ao correntista que, recebendo extratos bancários, discorde dos lançamentos deles constantes, assiste legítimo interesse para intentar a ação de prestação de contas, visando a obter pronunciamento judicial acerca da correção ou incorreção de tais lançamentos. Precedentes.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 655 “Embora a convenção de condomínio aprovada, mas não registrada, seja eficaz para regular as relações entre os condôminos (Súmula 260), as obrigações assumidas pelos que espontaneamente se associaram para ratear as despesas comuns não alcançam terceiros que a elas não aderiram.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 656 “Consoante a Lei n. 9.610, de 19.1.1998, a disponibilização de aparelhos de rádio e de TV em quartos de hotel, lugares de freqüência coletiva, sujeita o estabelecimento comercial ao pagamento dos direitos autorais. Precedente da Segunda Seção: Resp n. 556.340-MG.” Relator Ministro BARROS MONTEIRO 657 “1. A isenção prevista na Lei nº 5.764/71 só alcança os negócios jurídicos diretamente vinculados à atividade fim das cooperativas, não sendo, portanto, atos cooperativos, na essência, as aplicações financeiras em razão das sobras de caixa. A especulação financeira é fenômeno autônomo que não pode ser confundido com atos negociais específicos e com finalidade de fomentar transações comerciais em regime de solidariedade, como são os efetuados pelas cooperativas.Precedentes. 2. "Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas" (Súmula 262/STJ).” Relator Ministro CASTRO MEIRA

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Súmula do STJ

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264. É irrecorrível o ato judicial que apenas manda processar a concordata preventiva.

►Merece cancelamento. A orientação sumular inspirou-se na revogada Lei de Falências.

265. É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida sócio-educativa.

●STJ RHC 21633-PR658 (DJe 09.06.2008); STF HC-MC 88788-SP659 (DJ 31.05.2006)

658 “1. A exigência anunciada pelo verbete 265 desta Corte, de que é necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socioeducativa, é resultado dos princípios do contraditório e ampla defesa. 2. A necessidade de se garantir oportunidade de defesa ao menor decorre da disposição prevista no inciso III do art. 122 do ECA, que impõe como elemento autorizador da aplicação de internação-sanção e, conseqüentemente, da posterior regressão da medida, que o descumprimento da medida anteriormente imposta tenha se dado de forma injustificada. 3. Dest'arte, esta fase processual, de nítido caráter instrumental, tem por escopo proporcionar ao adolescente a oportunidade de apresentar motivos justificadores de sua conduta que poderão, a critério do Juiz, escusá-lo da falta cometida; razão pela qual sua não observância acarreta a nulidade da decisão. 4. À luz dos arts. 99, 100 e 113 do ECA, é cabível a substituição de medida anteriormente imposta em sentença transitada em julgado, quando verificada sua insuficiência à ressocialização do adolescente, tendo em vista que o Magistrado deve estar atendo às condutas supervenientes dos menores, respeitando-se, como já explanado, os postulados da ampla defesa e do contraditório. 5. Parecer do Ministério Público Federal pelo provimento do recurso. 6. Recurso provido para anular a decisão que determinou a regressão do adolescente para a medida de internação, a fim de que outra seja proferida com a prévia oitiva do paciente, restabelecendo-se, enquanto isso, a liberdade assistida.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 659 “Decido. Parece-me inegável que os atos infracionais praticados por adolescente são passíveis de prescrição. Isto em razão do caráter protetivo do Estatuto da Criança e do Adolescente, que não poderia ser mais gravoso do que o próprio Código Penal. Não é admissível, do ponto de vista teleológico, e do próprio princípio da igualdade - mesmo meramente formal -, que os atos praticados por adolescentes sejam imprescritíveis, e não o sejam aqueles praticados pelos penalmente imputáveis. Entretanto, não existe um quantum concreto a ser considerado para efeito de prescrição. O art. 118 da Lei n° 8.069/90 não prevê um tempo limite de duração para a medida violada pelo adolescente (liberdade assistida). Sabe-se que as medidas sócio-educativas se aplicam aos adolescentes, assim considerada a pessoa com idade entre doze e dezoito anos. Assim, em regra, a medida aplicada poderia se estender até os dezoito anos (no caso da internação, até os vinte e um, como prevê o art. 121, §5º, ECA). Todavia, considerar a idade para calcular a prescrição apresenta um inconveniente: quanto mais o adolescente se aproxima da idade de dezoito anos, mais rapidamente a pretensão executória prescreveria, o que não se justifica em nosso ordenamento. O Superior Tribunal de Justiça considerou, como parâmetro da prescrição, a pena máxima em abstrato cominada ao tipo, ao qual o ato do adolescente se adéqua. Ocorre que, a rigor, tal parâmetro se revela injustificável, já que o adolescente não será submetido à pena em questão. Como ressalta a doutrina: (...) é incabível a aplicação pura e simples dos prazos prescricionais do Código Penal aos atos infracionais, pela incompatibilidade das penas com as medidas socioeducativas quanto à vinculação à quantidade de pena. A mera transliteração das regras prescricionais do sistema penal para o sub-sistema infracional (que integra o sistema do direito da infância e da

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Súmula do STJ

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266. O diploma de habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.

►Aplicabilidade severamente comprometida. O verbete consolidou o entendimento lógico que os requisitos para investidura em cargo público devem ser exigidos por ocasião da investidura no cargo, não na inscrição para concurso público. Contudo, para ingresso nas carreiras da Magistratura, do Ministério Público e da Advocacia da União, impera outra lógica, respaldada em entendimento do STF (v. ADI 3460-DF) o que afasta a aplicação do enunciado, em tais hipóteses. ●STJ REsp 984193-SC660 (DJe 12.09.2008); STF MS 26648-DF661 (DJ 29.05.2007)

juventude) revela-se inadequada e inadmissível (...). Nesta primeira análise, considero mais coerente com nosso sistema jurídico-legal a seguinte conclusão: Parece-me mais adequada a utilização dos prazos máximos definidos dentro do próprio Estatuto. Dessa forma, a prescrição máxima deve ser de 8 anos quando determinada a internação, pois essa tem prazo máximo de duração de três anos (aplicando-se subsidiariamente o art. 109, IV, do Código Penal). E nas demais medidas socioeducativas, o prazo prescricional deve ser de dois anos, considerando o tempo de seis meses de cumprimento das medidas e o artigo 109, VI, do Código Penal. Entendo não poder ser aplicada a redução o prazo prescricional previsto no artigo 115 do Código Penal, referente à menoridade, haja vista que os adolescentes obviamente possuem menos de 21 anos ao praticar o ato infracional. Realmente, deve ser considerado que o ECA, ao determinar os prazos de duração das medidas sócio-educativas, já havia considerado que o sujeito das mesmas seria pessoa menor de 18 anos. Assim, a diferença de tratamento pretendida já foi concretizada pela Lei n° 8.069/90, não subsistindo o motivo que ensejou a previsão do art. 115 do CP. Por esta razão, parece-me, nesta análise preliminar, inaplicável a redução do prazo prescricional prevista no CP. Com isto, considerando possível a aplicação do instituto da prescrição às medidas sócio-educativas, e, ainda, que o prazo mínimo imposto para sua duração (6 meses) pode servir como parâmetro para o cálculo da prescrição, ainda assim a medida imposta ao adolescente não estaria prescrita. Isto porque a conversão da liberdade assistida em internação se deu após o lapso de 1 (um) ano, e a prescrição somente se verificaria passados 2 (dois) anos (art. 109, VI, CP). Assim, deixando de fazer outras considerações para não adentrar o mérito do writ, indefiro a liminar. Por constar dos autos cópia integral do acórdão impugnado, dispenso as informações. Abra-se vista à Procuradoria-Geral da República.” Relator Ministro JOAQUIM BARBOSA 660 “1. "Na expressão 'lei federal' [...] não se incluem a portaria, a instrução normativa, a circular, o ato normativo, o regimento interno dos Tribunais e o provimento da OAB." (AgRg no Ag 21.337/DF, Rel. Min. Garcia Vieira, Primeira Turma, DJU 3.8.1992) 2. Não se pode exigir que o preenchimento dos requisitos elencados no art. 8º da Lei n. 8.906/94 se dê no momento das inscrições em quaisquer das fases do certame. 3. Tal exigência só pode ser feita por conta da inscrição final nos quadros do conselho profissional. Incidência, com adaptações, da Súmula n. 266 desta Corte. 4. Recurso especial em parte conhecido e, nessa parte, provido.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 661 “Em segundo, quanto ao pleito de liminar, deve-se assegurar campo propício à eficácia de possível concessão da segurança e isso não se verificará caso venha a persistir o obstáculo à continuidade do concurso. Os reiterados pronunciamentos do Judiciário, como um grande todo, são no sentido de haver a comprovação da exigência da qualificação quando da posse do candidato. 3. Defiro a medida acauteladora, viabilizando a seqüência pretendida.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO

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Súmula do STJ

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267. A interposição de recurso, sem efeito suspensivo, contra decisão condenatória não obsta a expedição de mandado de prisão.

►Conquanto ainda largamente aplicado no âmbito do STJ, o verbete há tempo vem sendo afastado pelo STF, que culminou por assentar em decisão Plenária (05.02.2009), por maioria, que impedir o condenado de recorrer em liberdade contraria o art. 5º da Constituição. ►“A interposição de recurso não obsta mandado de prisão, desde que, obviamente, a autoridade judiciária competente justifique a prisão, tal como acontece, por exemplo, com a preventiva.” Ministro NILSON NAVES ●STJ HC 104974-SP662 (DJe 13.02.2009); STF HC 91183-SP663 (DJe 28.06.2007)

662 “Decido. Em relação ao direito de aguardar, em liberdade, o recurso de índole extraordinária – recurso especial e recurso extraordinário –, o entendimento da 6ª Turma é o de que o cumprimento da pena privativa de liberdade está condicionado ao trânsito em julgado da sentença penal condenatória, salvo na hipótese de prisão provisória devidamente fundamentada, o que, no caso, não ocorreu. Aliás, a propósito do tema, escrevi – já algumas vezes – o seguinte (entre outros, HC-33.340, DJ de 6.6.05): "Antes de sentença penal condenatória transitada em julgado, a prisão dela decorrente tem a natureza de medida cautelar, a saber, de prisão provisória – classe de que são espécies a prisão em flagrante, a temporária, a preventiva, etc. Em casos tais, requer-se se fundamente a sua imposição; por exemplo, quanto à preventiva, reza o art. 315 da lei processual que o despacho (ou a decisão) que a decrete ou a denegue 'seja sempre fundamentado'. Outra não tem sido a nossa jurisprudência quanto ao procedimento a ser adotado em relação ao flagrante, à vista do disposto no parágrafo único do art. 310. De outra banda, presume-se que toda pessoa é inocente, isto é, não será considerada culpada até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, princípio que, de tão eterno e de tão inevitável, prescindiria de norma escrita para tê-lo inscrito no ordenamento jurídico. Em qualquer lugar, a qualquer momento, aqui, ali e acolá, esse princípio é convocado em nome da dignidade da pessoa humana." Ora, presume-se que toda pessoa é inocente, isto é, não será considerada culpada até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Em caso semelhante, ementei, em feito de minha relatoria, da seguinte maneira (HC-51.004, DJ de 12.6.06): "Prisão (recolhimento). Réu (em liberdade). Apelação improvida (expedição de mandado). Prisão (caráter provisório). Sentença (trânsito em julgado). 1. Antes de a sentença penal condenatória transitar em julgado, a prisão dela decorrente tem a natureza de medida cautelar, a saber, de prisão provisória – classe de que são espécies a prisão em flagrante, a temporária, a preventiva, etc. 2. O ato que determina a expedição de mandado de prisão – oriundo de juiz ou proveniente de tribunal (do relator de apelação, por exemplo) – há de ser sempre fundamentado. 3. Presume-se que toda pessoa é inocente, isto é, não será considerada culpada até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, princípio que, de tão eterno e de tão inevitável, prescindiria de norma escrita para tê-lo inscrito no ordenamento jurídico. 4. Em tese, só se justifica prisão após o trânsito em julgado. 5. É da jurisprudência do Superior Tribunal que o réu, já em liberdade, em liberdade permanecerá até que se esgotem os recursos de índole ordinária. 6. De igual sorte, quanto aos recursos de índole extraordinária. 7. Conforme a Súmula 267/STJ, porém, a interposição de recurso não obsta mandado de prisão, desde que, obviamente, a autoridade judiciária competente justifique a prisão, tal como acontece, por exemplo, com a preventiva (art. 315 do Cód. de Pr. Penal). 8. É ilícita a expedição de mandado de prisão sem fundamentação do

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Súmula do STJ

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268. O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado.

►“A falta de citação do fiador para o processo de despejo por falta de pagamento que o locador moveu contra a locatária, isenta o garante da responsabilidade pelas custas e demais despesas judiciais decorrentes daquela ação, julgada procedente contra a afiançada, sem, entretanto, desobrigá-lo dos encargos decorrentes do contrato de fiança.” Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA ●STJ EDcl-AgRg-REsp 866293-SP664 (DJe 15.09.2008)

269. É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

●STJ HC 118331-SP665 (DJe 10.02.2009); STF HC 94045-SP666 (DJe 04.12.2008)

respectivo ato. 9. Ordem concedida a fim de se garantir liberdade ao paciente até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória." Ratifico, pois, a liminar e, em definitivo, concedo a ordem a fim de que os pacientes, soltos, em liberdade permaneçam até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (é claro, se ainda não ocorreu o trânsito). Estendo os efeitos, em iguais termos, a [...].” Relator Ministro NILSON NAVES 663 “I - Viabiliza-se a superação do teor da Súmula 691 do STF quando o indeferimento liminar fundamenta-se em Verbete do STJ que esteja em confronto com a orientação jurisprudencial desta Corte relativa aos direitos fundamentais. II - É incompatível com o art. 5º, LVII, da Constituição Federal, a segregação cautelar baseada, exclusivamente, na disposição legal que prevê efeitos meramente devolutivos aos recursos excepcionais. III - Ordem concedida.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 664 “2. Versando a execução exclusivamente sobre contrato locatício e, não, sobre sentença em ação de despejo por falta de pagamento, para a qual os fiadores foram notificados, induvidosa a sua legitimidade passiva ad causam e a sua responsabilidade pelos débitos devidos.” Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO 665 “7. O regime imposto para o início do cumprimento da reprimenda foi o fechado, muito embora a pena concretizada ter sido fixada em 2 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão. 8. Com a devida vênia dos respeitáveis posicionamentos em contrário, o Magistrado não está vinculado, de forma absoluta, à pena-base aplicada ao crime (medida da culpabilidade do agente), quando opera a fixação do regime inicial de cumprimento da sanção penal, podendo impor regime diverso do aberto ou semi-aberto, segundo a sua avaliação criteriosa e fundamentada, com base nas circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do CPB; os propósitos da pena e do regime prisional são distintos e inconfundíveis, embora calcados ambos no art. 59 do CPB e ambos integrando o processo de individualização da pena. 9. Entretanto, sobre o tema, as doutas Cortes Superiores do País (STF e STJ) já assentaram, em inúmeros precedentes, que, fixada a pena-base no mínimo legal e reconhecidas as circunstâncias judiciais favoráveis ao réu, é incabível o regime prisional mais gravoso, (Súmulas 718 e 719 do STF). 10. Com efeito, vários são os julgados deste Superior Tribunal a consignar que se o paciente preenche os requisitos para o cumprimento da pena em regime semi-aberto, em função da quantidade de pena imposta e diante do reconhecimento da presença de circunstâncias judiciais favoráveis na própria dosimetria da reprimenda, como a primariedade e a ausência de maus antecedentes, não cabe a imposição de regime fechado com fundamento exclusivo na gravidade do delito

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Súmula do STJ

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270. O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.

●STJ CC 96703-SP667 (DJe 11.09.2008) 271. A correção monetária dos depósitos judiciais independe de ação

específica contra o banco depositário. ●STJ REsp 717208-AL668 (DJe 23.09.2008); STF AI 659564-SP (DJe 17.10.2007)

praticado e na suposta periculosidade do agente (HC 68.654/SP, Rel. Min. GILSON DIPP, DJU 12.03.2007). 11. Por outro lado, nos termos da Súmula 269 desta Corte, é admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 12. Assim, na hipótese vertente, o regime intermediário encontra-se devidamente justificado pelo fato de a pena-base ter sido estipulada acima do mínimo legal, porém, consoante a orientação prevalecente neste Tribunal uniformizador de jurisprudência o regime fechado mostra-se desproporcional em face da pequena pena imposta. Nesse sentido, os seguintes precedentes: [...] 13. Dest'arte, ressalvo, com o maior respeito, o meu ponto de vista pessoal, para acompanhar a jurisprudência já pacificada acerca da matéria. 14. Por tais fundamentos, não se conhece do writ, mas concede-se a ordem, de ofício, para fixar o regime semi-aberto para o início do cumprimento da reprimenda.” Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 666 “EMENTA: EXECUÇÃO. Criminal. Pena. Prisão. Reclusão por tempo inferior a 4 (quatro) anos. Regime inicial de cumprimento. Determinação de regime fechado. Decisão baseada apenas no fato da reincidência. Inadmissibilidade. Motivação inidônea. Inexistência de circunstâncias judiciais desfavoráveis. HC concedido. Aplicação da súmula 719. A só reincidência não constitui razão suficiente para imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada autorize.” Relator Ministro CEZAR PELUSO 667 “Com efeito, escorreitas as bem lançadas palavras do douto Parquet Federal, cujos fundamentos adoto como razão de decidir. Nesse sentido, confiram-se trechos do referido parecer, verbis: ‘Consta dos autos que o veículo penhorado foi arrematado em regular leilão judicial. Este bem havia sido dado como garantia pignoratícia em operação de crédito, tomada junto ao Banco Central do Brasil, sendo tal crédito, por força da Medida Provisória nº 2.196/01, cedido à União Federal. Nos autos do Agravo de Instrumento interposto pela União, cujo objeto é a anulação da arrematação por ausência de intimação do credor pignoratício, o E. Tribunal de Justiça entendeu por remeter os autos à Justiça Federal. Todavia, com o devido respeito àquela c. Corte, não se mostra correto tal entendimento, visto que a manifestação da União cingiu-se tão-somente quanto á arrematação ocorrida, sem qualquer envolvimento na relação de direito material envolvendo credor (Fazenda do Estado de São Paulo) e devedor (Comercial Couros Farias Ltda), de tal modo que não se justifica a competência federal in casu. A propósito, o E. STJ já firmou entendimento externado pela Súmula 270, verbis: ‘O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal’. A propósito, oportuno registrar que, sequer a União questionou a competência da Justiça Estadual para decidir o incidente em questão. Ao contrário, manifestou entendimento de que a competência para o processamento da Ação de Execução Fiscal é da Justiça Estadual’.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 668 “1. Mandado de segurança preventivo para fins de evitar a incidência do imposto de renda no recebimento de quinhões em liquidação. Liminar concedida determinando o depósito do imposto à disposição do Juízo em conta judicial na Caixa Econômica Federal – CEF. Como os recursos da entidade em liquidação estavam depositados no Banco do Brasil, após os primeiros

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Súmula do STJ

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272. O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo de serviço se recolher contribuições facultativas.

►“Embora o reconhecimento do período de labor independa de prova do recolhimento de quaisquer contribuições, o deferimento de benefícios previdenciários que exijam carência fica condicionado ao aludido recolhimento, nos termos do art. 55, parágrafo 2º, da Lei nº 8.213/1991.” Ministro PAULO GALLOTTI ●STJ EDcl-EDcl-REsp 208131-RS669 (DJ 17.12.2007)

273. Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado.

►Vide súmula STF 155. ●STJ Ag 1072028-SP670 (DJe 06.02.2009); STF AP-AgR 470-MG671 (DJe 13.03.2008)

depósitos realizados na CEF aquele banco, por meio de liminares, captou os novos depósitos judiciais. 2. A responsabilidade do Banco do Brasil, além de legal, é objetiva. Se ele captou o depósito judicial, que tem regra jurídica especifica, não há como se furtar ao integral cumprimento de suas normas. 3. O art. 1º, § 3°, I, da Lei nº 9.703/98, estabelece que o valor do depósito será acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4°, do art. 39, da Lei nº 9.250/95, ou seja, pelos juros equivalentes a Taxa SELIC para títulos federais. 4. O contribuinte não deve ser desfalcado da correção monetária de valores que foram, por ordem judicial, depositados em instituição bancária, mesmo que essa não esteja relacionada como apta a receber a atualização legal. 5. Não cabe distinguir o depósito judicial efetuado no Banco do Brasil daquele efetuado na CEF se ambos se referem a tributos federais. 6. Incidência das Súmulas nºs 179 e 271 do STJ, respectivamente: “O estabelecimento de crédito que recebe dinheiro, em depósito judicial, responde pelo pagamento da correção monetária relativa aos valores recolhidos”; e “a correção monetária dos depósitos judiciais independe de ação específica contra o banco depositário”. 8. Recurso especial provido.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 669 “1. Constatado erro na decisão embargada, cumpre o acolhimento dos embargos, com efeitos modificativos para sanar o defeito processual. 2. A autora, produtora rural, ao comercializar os seus produtos, via incidir sobre a sua receita bruta um percentual, recolhido a título de contribuição obrigatória, que poderia lhe garantir, tão-somente, a percepção de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão. Tal contribuição em muito difere da contribuição facultativa calculada sobre o salário-base dos segurados e que, nos termos do art. 39, inciso II, da Lei 8.213/91, é requisito para a aposentadoria por tempo de serviço ora pleiteada. 3. Para os segurados especiais referidos na Lei 8.213/91, art. 11, inciso VII, fica garantida a concessão de aposentadoria por tempo de serviço, desde que tenham 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se mulher, e 30 (trinta) anos, se homem, bem como seja atendido o período de carência de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais. 4. Omissão verificada. Embargos acolhidos. Recurso especial a que se nega provimento.” Relatora Ministra THEREZA DE ASSIS MOURA 670 “De início, quanto à nulidade processual, verifica-se que a conclusão adotada pelo Corte de origem está em harmonia com a jurisprudência desta Corte, bem como do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que é suficiente a intimação das partes da expedição da carta precatória,

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Súmula do STJ

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274. O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares.

●STJ EDcl-RE-EDcl-AGRg-Ag 780272-SP (DJe 27.06.2008) 275. O auxiliar de farmácia não pode ser responsável técnico por farmácia

ou drogaria. ►A 1ª Seção, no julgamento do ERESP 543.889/MG, Relator o Ministro LUIZ FUX, DJ de 29.05.2006, decidiu pela possibilidade de inscrição do técnico em farmácia junto ao Conselho de Farmácia respectivo, autorizando-o a assumir a responsabilidade técnica por "drogaria". ●STJ REsp 1009779-SP672 (DJe 13.02.2009)

ficando a cargo dos interessados diligenciar no juízo deprecado a data da realização da audiência. A esse respeito, este Superior Tribunal editou o enunciado sumular 273, que dispõe: "Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado". Sobre a matéria, confiram-se, entre muitos, os seguintes precedentes: [...] ” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 671 “Este Tribunal possui jurisprudência reiterada no sentido da desnecessidade da intimação dos defensores do réu pelo juízo deprecado, quando da oitiva de testemunhas por carta precatória, bastando que a defesa seja intimada da expedição da carta. Precedentes citados.” Relator Ministro EROS GRAU 672 “1. O Brasil é um Estado Democrático de Direito fundado, dentre outros valores, na dignidade e na valorização do trabalho humano. Esses princípios, consoante os pós-positivistas, influem na exegese da legislação infraconstitucional, porquanto em torno deles gravita todo o ordenamento jurídico, composto por normas inferiores que provêm destas normas qualificadas como soem ser as regras principiológicas. 2. Consectariamente, nas questões inerentes à inscrição nos Conselhos Profissionais, esses cânones devem informar a atuação dos aplicadores do Direito, máxime porque dessa legitimação profissional exsurge a possibilidade do trabalho, valorizado constitucionalmente. 3. Engendrando ponderação de bens entre a valorização do trabalho, que a fortiori é um consectário da dignidade da pessoa humana e a saúde pública, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça tem admitido a inscrição dos Técnicos em Farmácia, mercê de limitar-lhes a atuação às drogarias [...] 7. Esse Decreto regulamentador [Decreto n.º 74.170/74], com nova redação, conferiu a possibilidade de inscrição do técnico, com formação de segundo grau, no Conselho de Farmácia, desde que atendidas as exigências dos artigos 22 e 23 da Lei n. 5.692/71, que estabelecem a carga horária de 2.200 ou 2.900 horas de trabalho escolar efetivo. Também é exigido que o técnico tenha formação que o habilite ao prosseguimento de estudos em grau superior. Assim, aos técnicos em farmácia, formados em segundo grau, com diploma registrado no Ministério da Educação e Cultura, com possibilidade de ingresso em universidade, foi permitida a inscrição no Conselho Regional de Farmácia, desde que cumpridos os demais requisitos previstos em lei. 8. Impõe-se a diferenciação entre a inscrição do auxiliar referido pela Súmula n.º 275/STJ ("O auxiliar de farmácia não pode ser responsável técnico por farmácia ou drogaria") e o Técnico de Farmácia, entendimento que aliás, revela-se evidente nos julgados que deram origem ao referido verbete sumular; destacando-se o Resp 143337/AL, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 11.03.2002. 9. Deveras, a excepcionalidade a que se refere o art. 28 do Decreto citado não é referente à inscrição do técnico no Conselho, senão a sua possibilidade de ser responsável pela farmácia, o que é pacífico na jurisprudência do E. Superior STJ. 10. A suposta lacuna da legislação existente resolve-se pela máxima legix dixit minus

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Súmula do STJ

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276. As sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas de Cofins, irrelevante o regime tributário adotado.

►Cancelada. ►Projeto de conversão da MP 449/2008, de autoria do Deputado Federal TADEU FILIPELLI, prevê parcelamento para o atrasado. ●STJ Ag 1070060-MG673 (DJe 11.02.2009); STF ADI 4071-DF674 (DJe 13.10.2008)

quam voluit, tanto mais que não supera o valor da razoabilidade, admitir-se a inscrição de práticos e "outros" interditando o registro do Técnico em Farmácia, cuja atuação, repita-se, limita-se às drogarias. Precedentes do STJ: [...] 11. Dessarte, a 1ª Seção, no julgamento do ERESP 543.889/MG, Relator Ministro Luiz Fux, DJ de 29.05.2006, decidiu pela possibilidade de inscrição do técnico em farmácia junto ao Conselho de Farmácia respectivo, autorizando-o a assumir a responsabilidade técnica por "drogaria". 12. Recurso especial provido para determinar a inscrição do Recorrente, técnico em farmácia, diplomado em curso de segundo grau, junto ao Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, autorizando-o a assumir a responsabilidade técnica por "drogaria". ” Relator Ministro LUIZ FUX 673 “1. O art. 56 da Lei nº 9.430/96 revogou o art. 6º, II da LC 7/70, restou recepcionado pela Constituição Federal como de lei ordinária, tornando lícita a incidência da Cofins sobre as atividades de sociedades civis de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada, registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas e constituídas exclusivamente por pessoas físicas domiciliadas no País, dispostas no art. 1º do Decreto-lei 2.397/87 2. O Supremo Tribunal Federal, na sessão plenária de 17.09.2008, ao julgar o RE 377.457/PR e o RE 381.964/MG, de relatoria do eminente Ministro GILMAR MENDES, assentou a constitucionalidade do art. 56 da Lei 9.430/96 e, a fortiori, válida a revogação do art. 6º, II da LC 70/91, que isentava as sociedades civis de profissão regulamentada do pagamento da Cofins, reafirmando o decidido na ADC n.º 1/DF. Naquela sessão de julgamento, ainda, o Plenário rejeitou a possibilidade de atribuição de efeitos prospectivos à decisão, por não vislumbrar razões de segurança jurídica suficientes para a eventual modulação. 3. Deveras, a ADI 4.071/DF restou indeferida liminarmente sendo certo que foi conferido efeito vinculante à decisão, por força do art. 102, § 2º da Constituição Federal. 4. O princípio segundo o qual lex posterius derrogat priori, consagrado no art. 2º, § 1º da LICC, fundamenta a legalidade da revogação da isenção prevista no art. 6º, II, da LC 70, promovida pelo art. 56 da Lei 9.430/96, porquanto este ato normativo possui o mesmo grau hierárquico legislativo da LC nº 70/91. 5. Consectariamente, impõe-se a submissão desta Corte ao julgado proferido pelo plenário do STF que proclamou a constitucionalidade da norma jurídica em tela, como técnica de uniformização jurisprudencial, instrumento oriundo do Sistema da Common Law e que tem como desígnio a consagração da Isonomia Fiscal no caso sub examine, para reconhecer a revogação do art. 6º, II da LC 70/91 pela art. 56 da Lei 9.430/96. 6. Agravo de instrumento CONHECIDO para, no merito causae, DAR PROVIMENTO ao recurso especial.” Relator Ministro LUIZ FUX 674 “Decido. A questão objeto da presente ação direta de inconstitucionalidade foi recentemente decidida pelo Plenário deste Supremo Tribunal Federal, em 17/9/2008, no julgamento dos recursos extraordinários de nºs 377.457 e 381.964, ambos da relatoria do Ministro Gilmar Mendes. Naquela oportunidade, firmou-se o entendimento de que o conflito aparente entre lei ordinária e lei complementar não deveria ser resolvido pelo critério hierárquico, mas pela natureza da matéria regrada, de acordo com o que dispõe a Constituição Federal. Nesta linha, entendeu a Corte que a isenção prevista na Lei Complementar nº 70/91 configurava norma de natureza materialmente ordinária, razão pela qual, muito embora aprovada sob a forma de lei

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Súmula do STJ

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277. Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação.

●STJ AgRg-Ag 778187-PR675 (DJe 12.12.2008) 278. O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data

em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral. ►Merece cancelamento. A orientação não é consentânea com o que dispõe o Código Civil: “Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.” ►A ciência inequívoca da incapacidade laboral faz nascer, para o segurado, o direito de ser indenizado. ●STJ AgRg-EDcl-REsp 976719-MG676 (DJe 28.05.2008); TJRJ UJ 200601800008677 (DO 11.10.2007)

279. É cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública. ●STJ Ag 1099077-SP (DJe 13.02.2009)

complementar, com quorum qualificado de votação no Congresso Nacional, considerou válida a sua revogação por lei ordinária, determinada pelo art. 56 da Lei nº 9.430/96. Na mesma sessão de julgamento, o Plenário rejeitou a possibilidade de atribuição de efeitos prospectivos àquela decisão, mediante a aplicação analógica do art. 27 da Lei nº 9.868/99, por não vislumbrar razões de segurança jurídica suficientes para a pretendida modulação. Anoto que fiquei vencido no que se refere à modulação, considerando que a matéria estava pacificada na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, havendo, como salientou o eminente Ministro Celso de Mello, decisões da Suprema Corte na configuração da matéria como infraconstitucional. Todavia, o entendimento sobre a modulação ficou vencido diante da ausência do quorum necessário previsto no art. 27 da Lei nº 9.868/99. Claro, portanto, que a matéria objeto desta ação direta de inconstitucionalidade já foi inteiramente julgada pelo Plenário, contrariamente à pretensão do requerente, o que revela a manifesta improcedência da demanda. Ante o exposto, com fulcro no art. 4º da Lei nº 9.868/99, indefiro a petição inicial.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 675 “I - Mesmo quando ausente pedido expresso de alimentos, são eles devidos em decorrência da procedência de ação de investigação de paternidade, nos termos da jurisprudência assente desta Corte, desde a data da citação (Súmula 277/STJ).” Relator Ministro SIDNEI BENETI 676 “- A prescrição ânua da ação do segurado contra a seguradora flui a partir da data em que aquele toma ciência inequívoca da incapacidade. - O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão (Súmula 229 do STJ). Agravo não provido.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 677 "Uniformização de jurisprudência. Contrato de seguro em grupo. Lapso temporal prescricional. Divergência, em órgãos fracionários integrantes do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sobre o prazo prescricional em matéria securitária. Incidente admitido. Ação indenizatória baseada em contrato de seguro em grupo prescreve em um ano, com termo inicial na data em que o segurado for cientificado da recusa de pagamento da indenização pela seguradora, aplicando-se o disposto no art. 206, § 1º, inc. II, al. "b", do Código Civil." Relatora Desembargadora TELMA MUSSE DIUANA

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Súmula do STJ

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280. O artigo 35 do Decreto-lei 7.661/1945, que estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do artigo 5º da Constituição Federal de 1988.

●STJ HC 89086-MT (DJ 17.12.2007) 281. A indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na

Lei de Imprensa. ●STJ REsp 783139-ES678 (DJe 18.02.2008)

282. Cabe a citação por edital em ação monitória. ●STJ REsp 373656-RJ679 (DJ 25.05.2007)

283. As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura.

►Vide súmula STF 596. ●STJ REsp 1059039-PR680 (DJe 01.12.2008)

678 “I - A liberdade de informação e de manifestação do pensamento não constituem direitos absolutos, sendo relativizados quando colidirem com o direito à proteção da honra e da imagem dos indivíduos, bem como ofenderem o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. II - A revisão do entendimento do Tribunal a quo acerca da não veracidade das informações publicadas e da existência de dolo na conduta da empresa jornalística, obviamente, demandaria revolvimento dessas provas, o que é inviável em sede de recurso especial, a teor do disposto na Súmula 07/STJ. III - É certo que esta Corte Superior de Justiça pode rever o valor fixado a título de reparação por danos morais, quando se tratar de valor exorbitante ou ínfimo. IV - Recurso especial parcialmente provido.” Relator Ministro MASSAMI UYEDA 679 “Decido. Uma vez satisfeitos os pressupostos de admissibilidade, inclusive no que tange ao prequestionamento, passo a examinar o recurso. A possibilidade de citação do réu por edital em sede de ação monitória é tema que, não obstante significativa oscilação doutrinária e jurisprudencial, inclusive no âmbito da Egrégia Segunda Seção desta Corte Superior, restou pacificado desde o advento do Enunciado Sumular nº 282/STJ, que assim dispõe: "Cabe a citação por edital em ação monitória". Ademais, no caso em desate sequer se pode aventar a hipótese de gravame ao réu, ora recorrente, porquanto já houve, inclusive, a nomeação de curador especial para atuar no feito, encargo desempenhado pela laboriosa Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. Diante do exposto, com fundamento no art. 557, do Código de Processo Civil, nego provimento ao recurso especial.” Relator Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA 680 “Em referência aos juros remuneratórios, a Segunda Seção deste egrégio Superior Tribunal entende que não incide a limitação a 12% ao ano, prevista no Decreto nº 22.626/33, salvo hipóteses legais específicas, visto que as instituições financeiras, integrantes do Sistema Financeiro Nacional, são regidas pela Lei nº 4.595/64. Nota-se que cabe ao Conselho Monetário Nacional limitar tais encargos, aplicando-se a Súmula nº 596 do STF. Veja-se, mais, que este entendimento não foi alterado após a vigência do Código de Defesa do Consumidor, cujas normas também se aplicam aos contratos firmados por instituições bancárias. E a fim de se harmonizarem os referidos diplomas legais, aquele Órgão Julgador consagrou a manutenção dos juros no percentual avençado pelas partes, desde que não reste sobejamente demonstrada a exorbitância do encargo (v.g. AgRg REsp nº 590.573/SC, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, DJU 25.05.2004). Oportuno assinalar, entretanto, que, recentemente, a 2ª Seção desta Corte, quando do julgamento do REsp n° 715.894/PR, Rel.

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Súmula do STJ

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284. A purga da mora, nos contratos de alienação fiduciária, só é permitida quando já pagos pelo menos 40% (quarenta por cento) do valor financiado.

●STJ REsp 1005689-SP (DJe 13.02.2008) 285. Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do

Consumidor incide a multa moratória nele prevista. ●STJ REsp 895374-RS681 (DJe 06.02.2009)

Ministra Nancy Andrighi, sessão do dia 26.04.2006, firmou o entendimento de que, nos contratos bancários, quando não houver previsão da taxa de juros, se aplicará a taxa média de juros do mercado em coerência com as Súmulas n°s 294 e 296 deste Tribunal. In casu, conforme assentado pelas Instâncias ordinárias, não havendo estipulação contratual acerca do índice dos juros remuneratórios (fl. 426), em observância à nova orientação adotada por esta Corte, limita-se, não ao percentual fixado na Lei de Usura, mas à taxa média do mercado à época da contratação. Este é o entendimento assente nesta c. Corte, que assim já decidiu: "Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão que, em ação revisional, limitou em 6% ao ano a incidência dos juros remuneratórios previstos em contrato de abertura de crédito em conta corrente, com fundamento no Código Civil, por impossibilidade de verificação da pactuação do percentual [...] quanto à limitação dos juros remuneratórios, posicionou-se esta Corte no rumo de que com o advento da Lei n. 4.595/1964, diploma que disciplina de forma especial o Sistema Financeiro Nacional e suas instituições, restou afastada a incidência da Lei de Usura, tendo ficado delegado ao Conselho Monetário Nacional poderes normativos para limitar as referidas taxas, salvo as exceções legais. A propósito, aplicável a Súmula n. 596/STF. Por outro lado, a 2ª Seção, no julgamento do REsp n. 715.894/PR (Rel. Min. Nancy Andrighi, por maioria, julgado em 26.04.2006) entendeu que a ausência do percentual contratado, contraposta pela inequívoca incidência de juros remuneratórios no contrato, autoriza a aplicação da taxa média de mercado para operações da espécie, à época da firmatura do ajuste. [...]" (REsp 833935 Relator Ministro Aldir Passarinho Junior Data da Publicação DJ 30.06.2006). E ainda: "No caso 'sub judice', não constando dos autos cópia do contrato revisado, a fim de se verificar a prévia estipulação dos juros remuneratórios, seguindo a nova orientação adotada por esta Corte, limito o juros remuneratórios não ao percentual fixado na Lei de Usura, mas à taxa média do mercado. Cumpre ainda esclarecer que tendo sido o ônus invertido, nos termos do despacho de fls. 82, caberia à instituição financeira a apresentação do referido documento." (REsp 742113 Relator Ministro Jorge Scartezzini, Data da Publicação DJ 14.06.2006) Assim, com fundamento no artigo 557, caput, do CPC, nega-se seguimento ao recurso especial.” Relator Ministro MASSAMI UYEDA 681 “Consoante entendimento pacificado da Segunda Seção (EREsp 163.884/RS), a cobrança de encargos indevidos importa na descaracterização da mora. O acórdão recorrido destoa da orientação firmada neste Tribunal no sentido de que, não havendo cobrança da comissão de permanência para o período posterior ao vencimento, devem ser deferidos os juros remuneratórios contratados, que podem ser cumulados com os moratórios. Confiram-se os seguintes precedentes: REsp 194.262-PR (DJ 18/12/00), por mim relatado, REsp 402.483-RS (DJ 05/05/03), relatado pelo em. Ministro Castro Filho e REsp 703.139-SP (DJ 02/05/05), relatado pelo em. Ministro Aldir Passarinho Junior. Por fim, há equívoco na redução da multa para 2%, pois a cédula de crédito industrial é anterior à edição da Lei nº 9.298 de 1º/08/1996, que alterou o CDC (Súmula 285/STJ), devendo ser mantido o percentual contratado. Ante o exposto, nos termos do art. 557 do CPC, conheço do recurso e lhe dou parcial provimento para permitir a cobrança cumulada dos juros remuneratórios com os moratórios e manter a multa moratória em 10%.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES

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Súmula do STJ

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286. A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.

●STJ Ag 10750160MS682 (DJe 17.02.2009) 287. A Taxa Básica Financeira (TBF) não pode ser utilizada como

indexador de correção monetária nos contratos bancários. ●STJ REsp 506740-RS683 (DJe 02.12.2008)

682 “Anote-se, ainda, que o entendimento esposado pelo Tribunal de origem se coaduna com o posicionamento perfilhado por esta e. Corte no sentido da viabilidade de se revisar os contratos e suas cláusulas, com o escopo de afastar eventuais ilegalidades, a despeito de sua quitação ou novação, em atenção à continuidade negocial. A matéria é, inclusive, objeto do enunciado nº 286/STJ. Nesse sentido: REsp 684.481/RS, Relatora Ministra Nancy Andrighi, DJ 20.09.2005; REsp 763.339/RS, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 02.05.06 e REsp 565.235/RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 09.02.2005. Assinala-se que a questão relativa ao prazo de quatro anos para anulação do negócio jurídico não foi objeto de debate ou deliberação pelo Tribunal de origem, restando ausente, assim, o requisito indispensável do prequestionamento da matéria, incidindo, dessa forma, o teor da Súmula nº 211 do STJ. Ressalta-se que o tribunal a quo tratou da questão acerca das obrigações nulas, vale dizer eivadas de nulidade, não serem suscetíveis de confirmação e nem mesmo convalescem pelo tempo. Todavia, nas razões recursais a parte se insurgiu em face do decurso do prazo de quatro anos para se pleitear a anulação do negócio jurídico, ou seja, em obrigações anuláveis. Da análise do apelo especial, constata-se que o alegado dissídio jurisprudencial, com relação à impossibilidade de se rever contratos já extintos, não foi comprovado nem demonstrado nos moldes exigidos pelos artigos 541, parágrafo único, do CPC; e 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ. Na espécie, o conhecimento do recurso especial pela divergência exige a comprovação, juntando-se cópias integrais dos julgados citados ou indicando-se o repositório oficial, além de transcrição dos trechos dos acórdãos impugnado e paradigma, evidenciando-se, de forma clara e objetiva, o suposto dissídio jurisprudencial, não sendo suficiente a simples transcrição de ementas ou votos, sem a exposição das circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. Nega-se, portanto, provimento ao recurso.” Relator Ministro MASSAMY UYEDA 683 “A irresignação merece parcial acolhida. A repetição de indébito é admitida, em tese, e independentemente da prova do erro (súmula 322/STJ), ficando relegado às instâncias ordinárias o cálculo do montante, a ser apurado, se houver (REsp nº 440718/RS). Nos termos da súmula 287/STJ, "A Taxa Básica Financeira (TBF) não pode ser utilizada como indexador de correção monetária nos contratos bancários". Quanto aos juros remuneratórios, a Segunda Seção desta Corte (Resp 407.097/RS) pacificou o entendimento no sentido de que, com a edição da Lei 4.595/64, não se aplica a limitação de 12% ao ano aos contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, ut súmula 596/STF, salvo nas hipóteses previstas em legislação específica. A comissão de permanência, calculada pela taxa média dos juros de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil e tendo como limite máximo a taxa do contrato (súmula 294/STJ), é devida para o período de inadimplência, desde que não cumulada com correção monetária (súmula 30/STJ), juros remuneratórios, moratórios ou multa contratual (AgREsp 712.801/RS). Ante o exposto, nos termos do art. 557 do CPC, conheço do recurso e lhe dou parcial provimento para afastar a limitação dos juros remuneratórios de 12% ao ano e firmar a incidência da comissão de permanência nos moldes preconizados.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES

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Súmula do STJ

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288. A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pode ser utilizada como indexador de correção monetária nos contratos bancários.

●STJ EDcl-REsp 904098-MG684 (DJe 13.02.2009) 289. A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve

ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda.

●STJ Ag 981760-MG685 (DJe 17.02.2009); STF AI 733208-RS (DJe 04.12.2009)

290. Nos planos de previdência privada, não cabe ao beneficiário a devolução da contribuição efetuada pelo patrocinador.

●STJ Ag 1088903-SP (DJe 28.11.2008); STF AI 723926-RS686 (DJe 04.09.2008)

684 “De início, quanto aos juros remuneratórios, a Segunda Seção desta Corte (REsp 407.097/RS) pacificou o entendimento no sentido de que, com a edição da Lei 4.595/64, não se aplica a limitação de juros aos contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, ut Súmula 596/STF, salvo nas hipóteses previstas em legislação específica. Do mesmo modo, esta Corte tem entendimento assente no sentido da possibilidade de utilização da Taxa de Juros a Longo Prazo (TJLP) como indexador de correção monetária nos contratos bancários (Súmula 288/STJ). Por sua vez, a repetição de indébito é admitida em tese, na forma simples, independentemente da prova do erro (Súmula 322/STJ), ficando relegado às instâncias ordinárias o cálculo do montante a ser apurado, se houver (REsp nº 440718/RS). Por outro lado, no tocante a possibilidade de cumulação da comissão de permanência com outros encargos, merece provimento o recurso especial. Com efeito, a comissão de permanência, calculada pela taxa média dos juros de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil e tendo como limite máximo a taxa do contrato (Súmula 294/STJ), é devida para o período de inadimplência, desde que não cumulada com correção monetária (Súmula 30/STJ), juros remuneratórios, moratórios e multa contratual (AgREsp 712.801/RS). Embargos de declaração acolhidos com efeito modificativo, para conhecer em parte do recurso especial e, nesta extensão, dar-lhe provimento a fim de firmar a incidência da comissão de permanência nos moldes preconizados.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES 685 “O cerne da controvérsia existente no presente recurso centra-se na aplicação, ou não, dos índices previstos no estatuto da entidade de previdência privada para correção monetária e recomposição da moeda. A irresignação não merece prosperar. Com efeito, é firme o posicionamento desta Corte no reconhecimento de que os valores resgatados pelos participantes de plano de benefícios de previdência privada devem ser corrigidos de acordo com índices de correção monetária que reflitam a real inflação ocorrida no período, ainda que o estatuto da entidade estabeleça critério de reajuste diverso, tendo este Superior Tribunal de Justiça editado a Súmula 289, que dispõe: ‘A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda’.” Ministro VASCO DELLA GIUSTINA 686 “Por fim, descabida a alegação de ofensa ao art. 195, § 5º, da Carta Magna, pois o dispositivo não diz respeito ao regime previdenciário privado, conforme decidiu esta Corte no julgamento do AI nº 530.944/RS (Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 5.8.2005). Consta da ementa: “(...) 3. Recurso extraordinário: invocação impertinente do art. 195, § 5º, da CF, que diz respeito apenas à seguridade social financiada por toda a sociedade.” Relator Ministro CEZAR PELUSO

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Súmula do STJ

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291. A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco anos.

►Quanto à prescrição, a vigente lei de regência (LC 109/2001) dispõe: “Art. 75. Sem prejuízo do benefício, prescreve em cinco anos o direito às prestações não pagas nem reclamadas na época própria, resguardados os direitos dos menores dependentes, dos incapazes ou dos ausentes, na forma do Código Civil.” O termo inicial do prazo qüinqüenal conta-se da violação do direito (art. 189, CC), ou seja, o não-pagamento da prestação devida ou pagamento a menor. Daí se extinguir, pela prescrição, a pretensão às prestações não-pagas, ou pagas a menor, há mais de cinco anos. ►Como em matéria de prescrição a interpretação é sempre restritiva, o prazo a que alude o referido art. 75 refere-se, estritamente, às “prestações não pagas”, ou seja, benefícios. Não se refere ao direito pessoal de receber a devolução das contribuições ao deixar o plano, cuja violação enseja pretensão que prescreve em dez anos (art. 205, CC) ou em vinte anos, se a hipótese for regida pelo Código Civil de 1916. ●STJ Ag 1074172-RS687 (DJe 20.02.2009); STF AI 733208-RS (DJe 04.02.2009)

292. A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário.

●STJ REsp 730262-PR (DJ 02.06.2005) 293. A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não

descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. ●STJ REsp 1041956-RS688 (DJe 03.02.2009); STF AI 600052-SP (DJe 26.09.2007)

687 “- Da prescrição. Nos termos da Súmula 291 do STJ, ‘a ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco anos’, do que se conclui que o entendimento do Tribunal de origem está em consonância com a jurisprudência pacificada neste Tribunal. A prescrição, na hipótese dos autos, só atingiria a pretensão da recorrida em relação aos valores dos benefícios de aposentadoria recebidos a menor anteriores ao referido prazo.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 688 “1. Não cabe ao Tribunal de origem revisar de ofício cláusulas contratuais tidas por abusivas em face do Código de Defesa do Consumidor. 2. O pagamento parcelado e antecipado do valor residual de garantia (VRG) não descaracteriza a natureza do contrato de arrendamento mercantil convolando-o em compra e venda. Aplicação da Súmula n. 293/STJ. 3. Uma vez decotadas do acórdão recorrido às disposições de ofício, resta prejudicada a análise dos temas correlatos deduzidos no especial. 4. Recurso especial provido.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA

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Súmula do STJ

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294. Não é potestativa a cláusula contratual que prevê a comissão de permanência, calculada pela taxa média de mercado, apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa do contrato.

●STJ REsp 1069582-RS689 (DJe 20.02.2009); STF RE 503024-RS (DJe 12.03.2008)

295. A Taxa Referencial (TR) é indexador válido para contratos posteriores à lei nº 8.177/91, desde que pactuada.

●STJ REsp 1037677-MG (DJe 13.02.2009); STF AI 689681-SP (DJe 14.05.2008)

296. Os juros remuneratórios, não cumuláveis com a comissão de permanência, são devidos no período de inadimplência à taxa média de mercado estipulada pelo Banco Central do Brasil, limitada ao percentual contratado.

●STJ REsp 1064050-RS690 (DJe 20.02.3009); STF AI 671663-RS (DJe 07.08.2008)

297. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

689 “COMISSÃO DE PERMANÊNCIA No que se refere à comissão de permanência, já admitiu esta Corte Superior a legalidade de sua cobrança, em caso de inadimplemento, desde que não cumulada com a correção monetária ou com os juros remuneratórios (Súmulas 30 e 296/STJ). A eg. Segunda Seção decidiu, ainda, no julgamento do AgRg no REsp 712.801/RS, relatado pelo Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, e do AgRg no REsp 706.638/RS, relatora a Ministra Nancy Andrighi, ser vedada a cobrança cumulada da comissão de permanência com juros moratórios e remuneratórios, bem como com a multa contratual. Por outro lado, esse encargo pode ser calculado à base da taxa média dos juros no mercado, desde que não exceda a taxa do contrato, convencionada pelas partes (Súmula 294/STJ). Ante a cobrança de comissão de permanência, ficam prejudicadas as questões referentes à correção monetária, à multa contratual e aos juros de mora.” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS 690 “No concernente à comissão de permanência, o entendimento predominante neste Tribunal é no sentido de ser lícita a sua cobrança após o vencimento da dívida. A comissão deve observar a taxa média dos juros de mercado, apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa de juros contratada para o período da normalidade, não podendo, entretanto, ser cumulada com a correção monetária nem com os juros remuneratórios, nos termos das Súmulas 30, 294 e 296 do STJ. De acordo com entendimento desta Seção, ainda, a cobrança da comissão de permanência não pode ser acrescida dos encargos decorrentes da mora, como os juros moratórios e a multa contratual (c.f. AgRg no REsp n° 712.801/RS, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 04.05.2005 e AgRg no REsp 791.172/RS, Rel. Ministro Hélio Quaglia Barbosa, DJ 22.08.2006). Presente a incidência de quaisquer desses encargos após a caracterização da mora, devem ser afastados, mantendo-se tão-somente a comissão de permanência (ut AgRg no REsp n.º 805.874/RS, relator Ministro Aldir Passarinho Júnior, DJ de 19.6.2006 e AgRg no REsp n.º 828.290/RS, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJ de 26.6.2006). Dessa forma, resta prejudicada a análise das questões relativas a quaisquer destes encargos.” Relator Ministro MASSAMI UYEDA

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Súmula do STJ

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►“1. As instituições financeiras estão, todas elas, alcançadas pela incidência das normas veiculadas pelo Código de Defesa do Consumidor. 2. ‘Consumidor’, para os efeitos do Código de Defesa do Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica que utiliza, como destinatário final, atividade bancária, financeira e de crédito.” Ministro EROS GRAU (ADI-ED 2591-DF, DJe 13.04.2007) ●STJ REsp 468200-MT (DJe 10.02.2009); STF AI 670901-SP (DJe 10.06.2008)

298. O alongamento de dívida originada de crédito rural não constitui faculdade da instituição financeira, mas direito do devedor, nos termos da lei.

●STJ REsp 905404-SP691 (DJe 03.03.2008) 299. É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

●STJ REsp 978396-SP (DJe 22.09.2008) 300. O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato

de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial. ●STJ REsp 242604-SC692 (DJe 13.02.2009)

691 “- O Governo, por intermédio da Lei nº 9.138/95, implementou um programa de securitização de dívidas oriundas de operações rurais. O Programa Especial de Saneamento de Ativos – PESA constitui a segunda etapa desse programa de securitização, tendo sido instituído pela Resolução nº 2.471 do CMN e posteriormente ampliado pela Lei nº 9.866/99, que alterou a redação de diversos dispositivos da Lei nº 9.138/95. - Para concretizar a primeira etapa do programa e garantir as operações de alongamento, o art. 6º da Lei nº 9.138/95 autorizou o Tesouro Nacional a emitir títulos, até o montante de R$7.000.000.000,00. No PESA a garantia do alongamento não mais eram os R$7.000.000.000,00 em títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, até porque já esgotados, mas sim novos títulos, igualmente emitidos pelo Tesouro Nacional, mas adquiridos diretamente pelo devedor e entregues à instituição financeira credora, além de outras garantias acessórias. - Nos termos da Súmula nº 298/STJ, “o alongamento de dívida originada de crédito rural não constitui faculdade da instituição financeira, mas, direito do devedor nos termos da lei”, mas a renegociação somente será obrigatória se forem atendidos os requisitos legais. - A Súmula nº 298/STJ se estende ao PESA, ou seja, também há o direito subjetivo do produtor rural de obter o alongamento dos débitos agrícolas sujeitos ao PESA. - Entre os requisitos para formalização da renegociação com base no PESA está a aquisição, pelo devedor, de títulos do Tesouro Nacional para entrega ao credor em garantia do principal, mas esta condição deve ser cumprida após a aceitação do alongamento pela instituição financeira. Recurso especial conhecido e provido.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 692 “Somente seria possível afastar a exigibilidade do título caso as instâncias ordinárias houvessem reconhecido o descumprimento, ou ao menos a não-demonstração de cumprimento, de contraprestação ínsita ao título, o que, de fato, não ocorreu. Com efeito, não poderá este Superior Tribunal fazê-lo, sob pena de violação dos verbetes sumulares de número 5 e 7. Fixadas tais premissas, mostra-se inarredável a aplicação, por analogia, da Súmula n. 300/STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial. De resto, a exceptio non adimplenti contractus, alegada pelo recorrido, em tese, não obstaria o cumprimento da obrigação que lhe cabia, se assim o quisesse. Como bem observa Nelson Nery Júnior, "mesmo que o credor não cumpra sua parte na

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Súmula do STJ

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301. Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção “juris tantum” de paternidade.

►O enunciado deriva da interpretação conjunta dos artigos 231 e 232 do Código Civil, respectivamente: "Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa" e "A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame"; e do inciso IV do artigo 334 do Código de Processo Civil, que dispensa de prova os fatos "em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade". Há projeto de lei nesse sentido. ●STJ Ag 1038014-RJ693 (DJe 31.10.2008)

302. É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado.

●STJ REsp 183719-SP694 (DJe 13.10.2008) 303. Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve

arcar com os honorários advocatícios. ●STJ Ag 1062673-PR695 (DJe 17.02.2009)

304. É ilegal a decretação da prisão civil daquele que não assume expressamente o encargo de depositário judicial.

●STJ Ag 1082521-PR696 (DJe 06.02.2009)

avença, o devedor pode cumprir a obrigação, dela desonerando-se, cabendo ao juiz não admitir que o credor receba a obrigação, sem que cumpra sua parte no contrato" (In. Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante. Ed. RT, 10ª edição, p. 983). 3. Diante do exposto, nos termos do art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao recurso especial.” Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO 693 “Quanto à presunção de paternidade decorrente da recusa na realização do exame de DNA, o acórdão se alinha com a Súmula 301 do STJ: "Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade." Ademais, a controvérsia recai, reflexamente, no reexame de matéria fática dos autos, o que esbarra no verbete sumular nº 7 do STJ.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR 694 “1. As duas Turmas que compõem a Segunda Seção tem traçado orientação no sentido de considerar abusiva cláusulas que limitam os direitos dos consumidores de plano ou seguro-saúde. (Resp n. 434699/RS). 2. Tal entendimento cristalizou-se com a edição da Súmula 302/STJ, assim redigida: “É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado”. 3. A exclusão de cobertura de determinado procedimento médico/hospitalar, quando essencial para garantir a saúde e, em algumas vezes, a vida do segurado, vulnera a finalidade básica do contrato. 4. A saúde é direito constitucionalmente assegurado, de relevância social e individual. Recurso conhecido, em parte, e provido.” Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO 695 “O dissídio pretoriano apontado pelo agravante não se verifica, tendo em vista que o comando da Súmula n. 303 do STJ é afastado quando o embargado investe contra o mérito dos embargos de terceiro, sendo de rigor, nesses casos, que a sucumbência seja arcada pelo vencido na demanda.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO NORONHA

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Súmula do STJ

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305. É descabida a prisão civil do depositário quando, decretada a falência da empresa, sobrevém a arrecadação do bem pelo síndico.

►Merece revisão. A prisão civil do depositário infiel é descabida em qualquer hipótese. Em 03.12.2008 o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, por votação unânime, negou provimento ao RE 466343-SP (DJe 12.12.2008), assentando que é ilegal a prisão do depositário infiel, implicando no cancelamento do verbete nº 691/STF. ●STJ RHC 20751-RS697 (DJ 12.04.2007); STJ HC 85729-SP698 (DJ 09.08.2007)

306. Os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo, sem excluir a legitimidade da própria parte.

696 “A partir de precedente da Colenda Corte Especial, de que foi relator o eminente Ministro Ruy Rosado de Aguiar (EREsp n. 149.518/GO, unânime, DJU de 28.02.2000), restou pacificada no Superior Tribunal de Justiça a impossibilidade da prisão em casos que tais, considerando-se, entre outros argumentos, que aquela cominação, quando derivada da alienação fiduciária em garantia, constitui simples forma de coagir o devedor inadimplente a pagar a dívida, portanto diferenciando-se e refugindo a real condição de depositário, que se obriga a restituir o bem na forma e condições avençadas ou quando solicitado, enquanto, na espécie em comento, se admite o pagamento do preço e a manutenção da coisa em seu poder e titularidade.” Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR 697 “I - A Convenção Americana sobre Direitos Humanos e do Pacto de São José da Costa Rica não revogou a possibilidade de se decretar a prisão civil do depositário infiel. Precedentes: RHC nº 19.766/PR, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 13/11/06, p. 225. II - Nos termos do firme posicionamento jurisprudencial desta eg. Corte de Justiça, somente incide a Súmula 305/STJ, no tocante ao afastamento da prisão civil de depositário, desde que efetivamente comprovada a arrecadação dos bens pelo síndico da massa falida, o que não se verifica na hipótese. Precedentes: RHC nº 19.975/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 05/10/2006, RHC nº.19.574/MG, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ de 17/08/2006. III - Recurso ordinário improvido.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 698 “A prisão civil da paciente foi decretada em face do descumprimento da determinação para que apresentasse bens penhorados sob sua guarda. Assim, conforme se depreende dos elementos existentes no processo, encontra-se o posicionamento do TJSP, na espécie, em harmonia com o entendimento firmado no STJ a respeito da possibilidade de decretação de prisão em decorrência de descumprimento de depósito judicial. Dentre vários outros precedentes a respeito do tema, registre-se o seguinte julgado, com a ementa transcrita quanto ao ponto: "Instado a restituir os bens objeto de penhora pelos quais ficou o depositário judicial responsável, deve este fazê-lo prontamente, sob pena de ser considerado depositário infiel, sujeito à pena de prisão civil. Legalidade do decreto prisional." HC 26.964/SP, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, DJ: 07/06/2004 Tampouco há que se discutir a respeito da validade do referido acordo já homologado, o que deve ser feito em via própria. E, ainda que assim se pretenda, a anulação importaria no restabelecimento da situação anterior à transação, com a devolução dos bens à credora, providência que, ao que dos autos consta, foi recusada pelo paciente/impetrante. Conclui-se, a princípio, portanto, pela licitude do decreto de prisão exarado contra a paciente, eis que em consonância com a jurisprudência assente no STJ. Forte em tais razões, INDEFIRO a liminar pleiteada.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI

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Súmula do STJ

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►Merece cancelamento. A orientação no sentido de que deve haver compensação de honorários sucumbenciais está desconforme com a legislação vigente. “Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado”, nos precisos termos do art. 23 da Lei 8906/94, que derrogou parcialmente o art. 21 da Lei 5869/73, que previa a compensação já que tal verba, antes do advento do EOAB, pertencia ao litigante vencedor, a título ressarcitório. Só há espaço para compensação “se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra” (art. 373, CC); o advogado é apenas credor de verba honorária, hoje, inclusive, reconhecida como de caráter alimentar. ►Ora tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei nº 4327/2008, proposição encaminhada pelo Presidente da OAB-RS, CLÁUDIO PACHECO PRATES LAMACHIA, que visa alterar o art. 21 do CPC, não deixando margem a qualquer dúvida ao vedar expressamente a compensação, mediante a seguinte redação: "Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos entre eles os honorários e as despesas, sendo vedada a compensação de honorários". ●STJ EREsp 854535/RS699 (DJe 18.04.2008); REsp 1070469-SC700 (DJe 20.02.2009)

307. A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito.

●STJ REsp 1047458-RS701 (DJe 05.12.2008)

699 “EXECUÇÃO FISCAL - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS - NATUREZA ALIMENTAR - PRECEDENTES. 1. A Corte Especial, na sessão do dia 20 de fevereiro de 2008, no julgamento do EREsp 706.331/PR, de relatoria do Min. Humberto Gomes de Barros, decidiu, por maioria de votos, que os honorários advocatícios, inclusive os de sucumbência, têm natureza alimentar. 2. O advogado tem direito autônomo sobre a verba que lhe é devida pelo trabalho prestado. Havendo sentença transitada em julgado, não se deve obstar o pagamento dos honorários ao patrono da parte. A circunstância de o crédito da parte ser objeto de penhora em processo de execução fiscal não possui a faculdade de impedir o recebimento da verba advocatícia pelo patrono, que trouxe aos autos cópia de seu contrato de honorários. 3. O Supremo Tribunal Federal, também, reconheceu a natureza alimentar dos honorários pertencentes ao profissional advogado, independentemente de serem originados em relação contratual ou em sucumbência judicial. (RE 470407/DF, DJ 13.10.2006, Rel. Min. Marco Aurélio) Embargos de divergência improvidos.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 700 “Forte em tais razões, CONHEÇO E DOU PROVIMENTO ao recurso especial, com fulcro no art. 557, 1º-A, do CPC, para admitir a cobrança da multa contratual nos termos desta decisão. Em razão da sucumbência recíproca nos embargos do devedor, condeno as partes ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, estes fixados em 10% do valor da causa pelo Juízo de primeiro grau, que serão reciprocamente distribuídos, suportados na proporção de 50% pelo recorrente e 50% pelo recorrido, devidamente compensados, conforme Súmula 306/STJ.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI

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Súmula do STJ

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308. A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel.

●STJ REsp 957322-MG702 (DJe 20.02.2009) 309. O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que

compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.

►Julgando o HC 53.068-MS (DJ 05.04.2006) a Segunda Seção deliberou pela revisão deste verbete, alterando a redação anterior que era assim vazada: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo.” ●STJ RHC 24332-SP703 (DJe 20.10.2008); STF HC-MC 96278-SP704 (DJe 09.10.2008)

310. O auxílio-creche não integra o salário de contribuição. ●STJ REsp 1079212-SP705 (DJe 11.11.2008)

701 “No entanto, no tocante à restituição dos valores adiantados em contrato de câmbio, melhor sorte assiste ao recorrente. Com efeito, de acordo com o entendimento da 2ª Seção desta Corte, as restituições, caso das decorrentes de adiantamento de contrato de câmbio, devem efetivar-se antes do pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista, pois os bens a que se referem não integram o patrimônio da falida.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES 702 “Decido. - Da validade da hipoteca. A jurisprudência deste Tribunal firmou-se no sentido de que a garantia hipotecária do financiamento concedido para construção de imóveis não atinge o terceiro adquirente da unidade, consolidando-se, com a publicação da Súmula 308 do STJ, redigida nos seguintes termos: "A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel." O promissário comprador, em tais hipóteses, somente seria responsável pelo pagamento integral da dívida relativa ao imóvel que adquiriu, não podendo sofrer constrição patrimonial em razão do inadimplemento da empresa construtora perante o financiador, portanto, o acórdão recorrido se apresenta em dissonância com o entendimento do STJ. Forte em tais razões, CONHEÇO do recurso especial e a ele DOU PROVIMENTO para declarar a ineficácia da hipoteca.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 703 “1. Não se mostra suficiente a quitação das três últimas parcelas anteriores ao ajuizamento da ação para o afastamento do decreto de prisão, sendo necessário o pagamento das prestações vencidas no curso do processo. Incidência da súmula 309/STJ. 2. O fato de o valor da pensão ter sido reduzido em ação de exoneração de alimentos não torna o decreto de prisão anterior ilegal. 3. Recurso desprovido.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES 704 “Não há como ter-se por desprovida de fundamentação ou teratológica a decisão que entende não haver elementos suficientes para a concessão da ordem, fundada, principalmente, na necessidade do reexame do quadro fático-probatório, impróprio na via do habeas corpus, pois relacionados à capacidade econômico-financeira do paciente, bem como às necessidades dos alimentandos e ao pagamento de despesas equivalentes ao débito alimentar. Ademais, anote-se que, à primeira vista, a decisão do Superior Tribunal de Justiça está em consonância com a jurisprudência desta Suprema Corte, fixada no sentido de que “o habeas-corpus não é o meio adequado a provar-se que o inadimplemento mostra-se escusável” (HC nº 75.515/RJ, Relator o Ministro Marco Aurélio , Primeira Turma, DJ de 20/4/01 ).” Relator Ministro MENEZES DIREITO

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Súmula do STJ

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311. Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional.

●STJ RMS 26073-SP706 (DJe 29.10.2008); STF Inq 2605-SP707 (DJe 24.04.2008)

705 “2. O auxílio-creche constitui-se numa indenização pelo fato de a empresa não manter em funcionamento uma creche em seu próprio estabelecimento e não integra a base de cálculo da contribuição previdenciária em razão de sua natureza indenizatória.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 706 “1. ‘Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional’ (Súmula 311/STJ). 2. O erro de cálculo, caracterizado pela omissão ou equívoco na inclusão de parcelas indevidas ou na exclusão de valores devidos, não faz coisa julgada, podendo ser corrigido até mesmo de ofício, conforme o disposto no art. 463, I, do Código de Processo Civil. 3. Atualmente, o art. 1º-E da Lei 9.494/97, incluído pela Medida Provisória 2.180-35/2001, permite ao Presidente do Tribunal, de ofício ou a requerimento das partes, proceder à revisão das contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagamento ao credor. 4. Entretanto, o erro de cálculo que não faz coisa julgada, corrigível até mesmo de ofício, é tão-somente o erro aritmético, configurado pela omissão ou equívoco na inclusão de parcelas indevidas ou na exclusão de valores devidos. 5. Quando se trata da incidência de juros moratórios e compensatórios em cálculo de execução de sentença proferida em ação de desapropriação, é preciso fazer a distinção entre os juros cuja incidência fora determinada no título executivo judicial — os quais, efetivamente, devem integrar o cálculo inicial destinado à expedição do primeiro precatório —, daqueles que, por absoluta impropriedade técnica, são incluídos de modo continuado nas contas relativas a precatórios complementares e precatórios submetidos à moratória prevista nos arts. 33 e 78 do ADCT. 6. Na primeira hipótese, a incidência dos juros, tanto os compensatórios como os moratórios, constitui questão jurídica, acobertada, inclusive, pela coisa julgada formada no título judicial exeqüendo, que não pode ser modificada, senão pela via da ação rescisória. 7. Hipótese em que não se pode falar em alteração de critério jurídico, mas em simples correção de erro existente em cálculo apresentado pela Contadoria do Tribunal de origem que, ao invés de efetuar simples atualização monetária para fins de apuração do valor da próxima parcela a ser paga mediante seqüestro — que já incorpora os juros cuja incidência fora determinada no título exeqüendo —, fez incidir novo percentual de juros moratórios e compensatórios no período que intermedeia a data do pagamento da última parcela paga e a da confecção dos novos cálculos. 8. Esse erro, que não guarda nenhum vínculo com os critérios jurídicos definidos no título exeqüendo, é corrigível a qualquer tempo, inclusive por decisão administrativa do Presidente do Tribunal, valendo-se da prerrogativa definida no art. 1º-E da Lei 9.494/97. 9. Com efeito, no regime da moratória constitucional prevista no art. 78 do ADCT, o montante apurado no início da execução — repita-se: devidamente acrescido dos juros moratórios e compensatórios eventualmente fixados no título judicial exeqüendo —, será decomposto em, no máximo, dez parcelas anuais e, no momento de se efetuar o pagamento de cada uma dessas parcelas, não incide um novo percentual de juros compensatórios ou moratórios, salvo, quanto aos últimos, se não for realizado o pagamento dentro do prazo constitucional estabelecido. 10. Recurso ordinário em mandado de segurança desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 707 “1. Eleito o denunciado como Deputado Federal durante o processamento do feito criminal, compete ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público estadual contra a sentença de 1º grau que, antes da posse do novo parlamentar, não recebeu a denúncia. 2. Na linha da firme jurisprudência desta Corte, os atos praticados por Presidentes de Tribunais no tocante ao processamento e pagamento de precatório judicial têm natureza administrativa, não jurisdicional. 3. A expressão "ordem judicial",

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Súmula do STJ

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312. No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.

●STJ REsp 755001-RS708 (DJe 13.10.2008); AI 726898-RS709 (DJe 18.12.2008)

313. Em ação de indenização, procedente o pedido, é necessária a constituição de capital ou caução fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, independentemente da situação financeira do demandado.

►Merece cancelamento. A revogação do artigo 602 do CPC, pela Lei 11232/2005, retirou a base legal que sustentava o verbete. A matéria está regulada no CPC em artigo introduzido pela referida Lei, nos

referida no inciso XIV do art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67, não deve ser interpretada lato sensu, isto é, como qualquer ordem dada por Magistrado, mas, sem dúvida, como uma ordem decorrente, necessariamente, da atividade jurisdicional do Magistrado, vinculada a sua competência constitucional de atuar como julgador. 4. Cuidando os autos de eventual descumprimento de ordem emanada de atividade administrativa do Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, relativa ao pagamento de precatório judicial, não está tipificado o crime definido no art. 1º, inciso XIV, segunda parte, do Decreto-Lei nº 201/67. 5. Recurso em sentido estrito desprovido.” Relator Ministro MENEZES DIREITO 708 “1. O acórdão do Tribunal de origem partiu de equivocada premissa ao concluir que o pagamento de multa convalida o procedimento administrativo. Contudo, a orientação desta Corte é no sentido de que o simples pagamento da multa aplicada em razão de infração de trânsito não implica aceitação, nem tampouco convalida o procedimento administrativo quando eivado de vício. Precedente: REsp 759.406/RS, Rel. Min. Carlos Fernando Mathias - Juiz convocado do TRF 1ª Região, DJ de 17.4.2008. 2. Com relação à necessidade de dupla notificação, a Jurisprudência deste Sodalício é perene ao entender que "é indispensável a efetivação de duas notificações no procedimento administrativo adotado para a imposição de multas de trânsito: a) a primeira poderá ser feita pelo correio, quando for o caso de autuação à distância ou por equipamento eletrônico, correspondendo à notificação relativa à lavratura do auto de infração (art. 280, caput e inciso VI, do CTB), exceto nas hipóteses de flagrante, quando a notificação do infrator se realiza em sua presença (art. 280, VI, § 3º, c/c o art. 281, II, do CTB); b) a segunda deverá ocorrer após julgada a subsistência do auto de infração, com a imposição da penalidade (art. 282, do CTB)"(REsp 892.297/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ de 3.10.2007). A matéria encontra-se, inclusive, sumulada (n. 312/STJ). 3. No particular, uma vez não realizada a notificação da autuação no prazo de 30 dias, para que o suposto infrator pudesse apresentar defesa prévia, em flagrante ofensa ao art. 281, parágrafo único, II, do CTN, opera-se a decadência do próprio direito de punir do Estado. Mostra-se descabida, portanto, a renovação ou reinício do procedimento administrativo de notificação, já que eivado de vício. 4. Recurso especial provido.” Relator Ministro MAURO CAMBELL MARQUES 709 “2. A decisão recorrida está em consonância com a jurisprudência desta Corte. O Pleno do Supremo apreciou a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.374 e proclamou que a exigência da notificação prévia, antecedendo à imposição de multa, atende às noções do devido processo legal, viabilizando a defesa. Confiram com o que veiculado no Informativo nº 364, considerado o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.374, relatada pelo ministro Gilmar Mendes, em 6 de outubro de 2004. 3. Ante o precedente, conheço do agravo e o desprovejo. 4. Publiquem.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO

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Súmula do STJ

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seguintes termos: “Art. 475-Q. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz, quanto a esta parte, poderá ordenar ao devedor constituição de capital, cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. § 1º Este capital, representado por imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do devedor. § 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do beneficiário da prestação em folha de pagamento de entidade de direito público ou de empresa de direito privado de notória capacidade econômica, ou, a requerimento do devedor, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. § 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. § 4º Os alimentos podem ser fixados tomando por base o salário-mínimo. § 5º Cessada a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.” ●STJ Ag 1099327-SP (DJe 02.02.2009)

314. Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.

►Quanto à ouvida da Fazenda Pública a qual alude o § 4º do artigo 40 da Lei 6830/80, “esta regra limita-se a exigir a intimação da Fazenda nos casos em que a prescrição intercorrente estiver na iminência de ser decretada pelo juiz, para que a Fazenda exerça o contraditório a respeito da constatada prescrição, e não na hipótese do despacho que ordena o arquivamento, que ocorre após um ano de suspensão da execução sem que seja localizado o devedor ou encontrado bens penhoráveis (§ 2º do mesmo artigo).” Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI ●STJ REsp 1081761-PE710 (DJe 19.02.2009); STF RE-AgR 509804-SP (DJe 15.05.2008)

710 “1. O Superior Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido da possibilidade de se caracterizar a prescrição intercorrente do crédito em sede de execução fiscal, tendo em vista que o art. 174 do Código Tributário Nacional deve prevalecer sobre os arts. 8º, § 2º, e 40, da Lei de Execuções Fiscais. No entanto, tal prescrição, por envolver direitos patrimoniais, não poderia ser decretada de ofício. Precedentes. 2. Todavia, a partir da edição da Lei 11.051, de 30 de dezembro de 2004, a qual introduziu o § 4º no art. 40 da Lei 6.830/80, passou-se a admitir a decretação de ofício da prescrição intercorrente, depois da prévia oitiva da Fazenda Pública, para que esta possa suscitar eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazo prescricional, o que, como demonstrado, ocorreu no caso dos autos. Precedentes. 3. A lei supramencionada deve ser aplicada imediatamente, na medida em que se trata de norma que

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Súmula do STJ

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315. Não cabem embargos de divergência no âmbito do agravo de instrumento que não admite recurso especial.

●STJ EAg 1036803-SP711 (DJe 26.02.2009) 316. Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agravo

regimental, decide recurso especial. ●STJ EREsp 1060164-SP712 (DJe 12.1.2009); STF RE-AgR-ED-EDv-AgR 283240-RS713 (DJe 13.03.2008)

317. É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos.

►Merece cancelamento. A orientação é contrária ao disposto no art. 587 do CPC, com redação conferida pela Lei 11382/2006: “Art. 587. É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739).” Segundo dispõe o parágrafo 1º do art. 739-A, do CPC: “O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa causar ao executado

dispõe sobre matéria processual, alcançando inclusive os processos em curso. 4. Recurso especial desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 711 “O art. 266 do RISTJ, com amparo no art. 546, I e seu parágrafo único, do CPC, estabelece que, "das decisões da Turma, em recurso especial, poderão, em quinze dias, ser interpostos embargos de divergência, que serão julgados pela Seção competente, ...". Conclui-se daí que somente as decisões colegiadas proferidas por Turma ou Seção no julgamento de recurso especial são passíveis de impugnação pelo recurso de embargos de divergência. Em síntese, o recurso aviado, embargos de divergência, mostra-se inadequado para impugnar a decisão ora hostilizada, visto que proferida singularmente pelo relator, e não pela Turma. Ademais, ainda que ultrapassado o óbice acima, o recurso não alcançaria melhor resultado, visto que interposto de decisum exarado em sede de agravo de instrumento que manteve a decisão do Tribunal a quo que trancou a subida do recurso especial, não ultrapassando o juízo de admissibilidade. O art. 546 do CPC é taxativo ao estabelecer que, no âmbito deste Tribunal, os embargos de divergência são oponíveis em face de acórdão exarado em recurso especial desde que atendidos os demais requisitos. Da mesma forma, o art. 266 do RISTJ, com fundamento no parágrafo único do art. 546 do CPC, menciona que, "das decisões da Turma, em recurso especial, poderão, ... ser interpostos embargos de divergência ..." para consolidar tal entendimento, este Superior Tribunal de Justiça, por sua Corte Especial, editou a Súmula n. 315, com o seguinte teor: [...]” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 712 “Segundo o art. 266 do RISTJ, somente são cabíveis embargos de divergência contra decisões de Turma em recurso especial, sendo inadmissíveis contra decisão proferida isoladamente pelo Relator, sem que a tese seja devolvida ao órgão delegante, através da interposição do agravo regimental.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 713 “Conforme o disposto no artigo 546 do Código de Processo Civil, interpretado presente o objetivo da norma, mostram-se cabíveis os embargos de divergência quando o acórdão atacado por meio deles implica pronunciamento quanto a recurso extraordinário.” Relator Ministro MARCO AURÉLIO

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Súmula do STJ

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grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.” ●STJ REsp 956546-RS714 (DJe 11.02.2009); STF AI 688003-RS (DJe 19.11.2007)

318. Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em argüir o vício da sentença ilíquida.

●STJ REsp 846460-PR715 (DJe 27.08.2007) 319. O encargo de depositário de bens penhorados pode ser expressamente

Recusado. ●STJ RHC 25230-RS716 (DJe 12.02.2009)

714 “1. A execução pendente recurso interposto contra sentença de improcedência dos embargos opostos pelo executado é definitiva (Precedentes da Corte: ERESP 399.618/RJ, Primeira Seção, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 08/09/2003; [...]). 2. O título base é que confere definitividade à execução. Assim, se a execução inicia-se com fulcro em título executivo extrajudicial e os embargos oferecidos são julgados improcedentes, havendo interposição pelo executado de apelação sem efeito suspensivo, prossegue-se, na execução, tal como ela era; vale dizer: definitiva, posto fundada em título extrajudicial. Ademais, neste caso, não se está executando a sentença dos embargos senão o título mesmo que foi impugnado por aquela oposição do devedor. 3. Rejeição da tese da não-definitividade da execução com embargos rejeitados e recorrida a decisão, em razão do grau de prejudicialidade que o provimento do recurso interposto da decisão denegatória pode encerrar. 4. Deveras, a lei prevê indenização para a hipótese de execução provisória, com muito mais razão deve conceber esta responsabilidade gerada pela execução definitiva, cuja obrigação vem a ser declarada inexistente. Desta sorte, pendendo o recurso de decisão que julgou os embargos improcedentes, o exequente poderá optar entre seguir com a execução definitiva, tal como procedia antes da interposição dos embargos, sujeitando-se ao disposto no artigo 574, do CPC, ou aguardar solução definitiva do juízo ad quem. 5. À luz do verbete sumular nº 317/STJ: "É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos." 6. Recurso especial a que se dá provimento (CPC, art. 557, § 1º-A).” Relator Ministro LUIZ FUX 715 “1. Não merece acolhida o pedido do réu que pretende extirpar da sentença condenatória a parte ilíquida e manter apenas a parte líquida, deixando sem indenização prejuízo declarado pela sentença. 2. ‘Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em argüir o vício da sentença ilíquida’ (Súmula 318). 3. O acórdão que, indevidamente, acolhe apelação do réu para tornar líquida sentença ilíquida, fixando a condenação no valor postulado pelo autor, possibilita reformatio in pejus, porque o valor identificado na liquidação pode, em tese, ser menor que o pleiteado na inicial. 4. Desnecessária a anulação do acórdão, até porque, o longo tempo de litígio entre as partes - treze anos - autoriza a adoção de solução pragmática. 5. Corrige-se a possibilidade de reformatio in pejus com o restabelecimento da sentença ilíquida vinculado à limitação da condenação ao valor postulado na inicial.” Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS 716 “A Ministra Nancy Andrighi, ao conceder monocraticamente o Habeas Corpus 124.295/RS, adotou a seguinte motivação: ‘Foram ultimados os julgamentos do HC 87.585/TO e dos RE 349.703/RS e 466.343/SP, no dia 03 de dezembro de 2008, pelo STF, nos quais se fixou o entendimento de que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, aos quais o Brasil aderiu, gozam status de norma supralegal. Tal posicionamento tem reflexo imediato nas discussões relativas à possibilidade de prisão civil de depositário infiel, e, por esta

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Súmula do STJ

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320. A questão federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do prequestionamento.

●STJ REsp 734125-DF717 (DJe 26.02.2009); STF HC-MC 96287-SP (DJe 17.11.2008)

321. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.

●STJ Ag 1053939-SP718 (DJe 20.02.2009) 322. Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em

conta-corrente, não se exige a prova do erro. ●STJ REsp 820994-RS719 (DJe 17.02.2009)

323. A inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por, no máximo, cinco anos.

►Merece revisão. A OAB-SP, por seu Presidente LUIZ FLÁVIO BORGES D’URSO, encaminhou ao STJ ofício (nº CDB 549/06) solicitando providências no sentido de compatibilizar a redação do aludido enunciado aos fundamentos dos precedentes que ensejaram a sua elaboração, pleito acolhido em sede de questão de ordem suscitada

razão, deve ser expedido, em definitivo, salvo-conduto em favor do paciente. Forte em tais razões, CONCEDO a ordem.’ (DJe de 2.2.2009) Acrescente-se que o recorrente recusou o encargo de depositário, conforme consta do documento de fl. 95 (auto de penhora e depósito), o que atrai a incidência das Súmulas 304 e 319 desta Corte [...]”. Relatora Ministra DENISE ARRUDA 717 “Ao enfrentar a questão atinente à suposta ilegitimidade passiva ad causam do Distrito Federal, o voto vencedor - único hábil a atender o requisito do prequestionamento, conforme a Súmula 320/STJ - restringiu-se a declinar a seguinte motivação: "Afasto a preliminar, adotando a fundamentação apresentada pelo Des. Getúlio Moraes Oliveira, no julgamento da apelação que cassou a primeira sentença proferida nestes autos: 'Acredito que deverão figurar ambos os litigantes, ou seja, o Distrito Federal porque teria criado a incerteza jurídica, o que resultou a lide, e a Terracap, por ser a sucessora de imóveis da Novacap, portanto, gestora do patrimônio público' - " (fls. 699). Como se vê, não houve discussão acerca da suposta inexistência de interesse do Distrito Federal na matéria em tela, focando-se a fundamentação adotada pela Corte de origem somente na situação de incerteza criada pelo recorrente. Neste particular, a parte insurgente limita-se a asseverar que não foi responsável pelo surgimento de eventual dúvida quanto à propriedade do imóvel e que sequer estaria configurada situação de incerteza. Portanto, torna-se induvidoso que o acolhimento da pretensão recursal exigiria o revolvimento e posterior desconstituição das premissas fático-probatórias lançadas pelo Tribunal a quo, procedimento cognitivo vedado na instância especial, consoante a Súmula 07/STJ.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 718 “Registre-se, outrossim, que também já se posicionou esta Corte no sentido de ser aplicável o Código de Defesa do Consumidor à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes, teor da Súmula 321/STJ e, assim sendo, protegida a relação pelas leis consumeristas, deve-se ter em conta a hipossuficiência do associado.” Relator Ministro VASCO DELLA GIUSTINA 719 “Por fim, a repetição de indébito é admitida em tese e independentemente da prova do erro (Súmula 322/STJ), ficando relegado às instâncias ordinárias o cálculo do montante a ser apurado, se houver (REsp nº 440.718/RS).” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES

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Súmula do STJ

353

pela Ministra NANCY ANDRIGHI no julgamento do REsp 873690-RS (DJe 10.10.2008). A proposta de nova redação do verbete, ora submetida à apreciação da Comissão de Jurisprudência do STJ está assim vazada: “A inscrição de inadimplemento pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por, no máximo, cinco anos, salvo se prescrita, em prazo menor, a pretensão de cobrança.” ●STJ REsp 1087813-RS720 (DJe 16.12.2008)

324. Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa a Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica federal, supervisionada pelo Ministério do Exército.

●STJ CC 71970-PE721 (DJ 05.02.2007)

720 “Decido. O recurso merece ser acolhido. De fato, a tese defendida pela recorrente quanto ao prazo de manutenção dos registros encontra-se em sintonia com a jurisprudência desta Corte, expressa no enunciado da Súmula 323/STJ e na interpretação adotada no sentido de que permanece o nome do devedor no órgão de proteção ao crédito, ainda que a via executiva não possa mais ser exercida, pelo lapso qüinqüenal previsto no art. 43, § 1º, do CDC ou até ocorrer a prescrição da ação de cobrança em momento anterior a esse prazo. No caso em análise, esse lapso temporal foi implementado no curso da ação, configurando fato superveniente. Dessa forma, de acordo com o princípio da causalidade, responde pelas verbas sucumbenciais quem injuridicamente deu causa à ação e seria perdedor caso o mérito fosse julgado antes de ocorrida a superveniência. Este é, aliás, o entendimento adotado nos seguintes julgados: REsp n. 906.831-RS, relator Min. Cesar Asfor Rocha; AgRg no REsp n. 688.152-RS, relator Min. Barros Monteiro; e REsp n. 151.040-SP, relator Min. Adhemar Maciel. Dessa forma, assiste razão à recorrente ao pugnar pela condenação da recorrida ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios. Ante o exposto, dou provimento ao recurso especial para, nos termos da fundamentação retro, inverter as verbas sucumbenciais, observando-se a assistência judiciária gratuita deferida na origem.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 721 “O conflito não é de ser conhecido. Com efeito. O busílis da quaestio aqui agitada é saber qual é a Justiça competente para processar e julgar execução hipotecária em que, tendo sido pleiteada a inclusão de entidade autárquica federal na demanda, esta foi indeferida pela Justiça Federal. É oportuno observar que a determinação da competência para julgar presente demanda deve ser definida de acordo com (i) a categoria dos juízos em conflito e com (ii) a categoria das partes que efetivamente participam do conflito. Verifica-se, da análise dos autos, não existir interesse do ente público federal na solução da controvérsia tratada nos autos. No presente caso, com a exclusão da Fundação Habitacional do Exército (FHE) da demanda pelo r. Juízo de Direito Federal, deixou de figurar no processo ente federal. Desse modo, não se verifica mais o requisito necessário à configuração da competência da Justiça Federal. Nos termos das súmulas 150 e 224 do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: "Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou empresas públicas". "Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar o conflito". Dessa forma, embora já se tenha decidido pelo conhecimento do conflito de competência para se declarar competente a Justiça estadual (CC n.º 41295 - Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, Min. Rel. Teori Albino Zavascki, DJU de 19/09/2005), a jurisprudência dominante deste Superior Tribunal de Justiça tem sido a de acompanhar o preceituado pela Súmula n.º 224/STJ. Portanto, afastado o interesse do ente

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Súmula do STJ

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325. A remessa oficial devolve ao tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado.

●STJ REsp 982337-PE722 (DJe 15.05.2008) 326. Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante

inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca. ●STJ AgRg-Ag 946457-RJ723 (DJe 13.10.2008)

327. Nas ações referentes ao Sistema Financeiro da Habitação, a Caixa Econômica Federal tem legitimidade como sucessora do Banco Nacional da Habitação.

●STJ REsp 942796-PR724 (DJe 12.12.2008) 328. Na execução contra instituição financeira, é penhorável o numerário

disponível, excluídas as reservas bancárias mantidas no Banco Central. ●STJ Ag 1096235-SP (DJe 14.11.2008)

329. O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público.

►Não para propor ACP com finalidade tributária. ●STJ REsp 724383-DF725 (DJe 13.02.2008)

federal na solução do litígio, cabe à Justiça Federal remeter os autos ao Juízo estadual competente, e não suscitar o conflito de competência.” Relator Ministro MASSAMI UYEDA 722 “PROCESSUAL CIVIL. REEXAME NECESSÁRIO. DEVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO DE TODA A MATÉRIA. SÚMULA 325/2TJ. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO CARACTERIZADA. 1. Caracteriza omissão do julgado a recusa do Tribunal de origem em se manifestar, no julgamento da remessa necessária, sobre parcela da condenação suportada pela Fazenda Pública. Aplicação da Súmula 325/STJ. Violação ao art. 535, II, do CPC configurada. 2. Recurso especial a que se dá provimento.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 723 “3. Com relação à interposição pela alínea "c" do permissivo constitucional alega a agravante que houve sucumbência recíproca em razão da redução do valor da condenação a título de danos morais, apresentando a pretensão à compensação de honorários advocatícios, o que não encontra respaldo na jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, que tem considerado o valor indicado na peça inicial apenas estimativo, não estando a ele vinculado o magistrado. Incide, no caso, o enunciado sumular 326 do STJ, in verbis: [...].” Relator Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS 724 “Ressalta-se, de outra parte, que a Caixa Econômica Federal - CEF, como sucessora dos direitos e obrigações do extinto Banco Nacional da Habitação - BNH, deve integrar a relação processual em ações dessa natureza, a teor do disposto no art. 5º do Decreto-Lei 2.291/86 — "Nas relações processuais já instauradas, em que o BNH seja parte, assistente ou opoente, ficam suspensos os prazos nos respectivos processos, até que a CEF venha a ser intimada por mandado, de ofício pelo Juiz, ou a requerimento das partes, ou do Ministério Público". Outra não é a orientação da Súmula 327/STJ, recentemente editada: Súmula 327/STJ: [...]”. Relatora Ministra DENISE ARRUDA 725 “Sendo assim, assiste razão ao recorrente, que pleiteia a reforma do acórdão recorrido para se reconhecer a ilegitimidade ativa do Ministério Público nas ações civis públicas referentes ao TARE. Diante do exposto, com fundamento no art. 557, § 1º, do CPC, dou provimento ao Recurso

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Súmula do STJ

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330. É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.

►Merece cancelamento. A orientação é contrária à expressa disposição contida no art. 514 do CPP, preconiza violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, e, ainda, discrepa da jurisprudência recentemente consolidada no âmbito do STF. Como observou o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE no julgamento do HC 85779-RJ, “não há razões dogmáticas nem, menos ainda, constitucionais para persistir na orientação anteriormente firmada”. Esse julgamento, sob relatoria do Ministro GILMAR MENDES, marcou virada jurisprudencial, restando assentado pelo Plenário do STF, “que o fato de a denúncia se ter respaldado em elementos de informação colhidos no inquérito policial, não dispensa a obrigatoriedade da notificação prévia”. No julgamento do HC 89686-RJ, relator o Ministro PERTENCE, o entendimento foi verticalizado e consolidado. Na oportunidade o Ministro esclareceu: “Vale dizer, a forma de obtenção dos elementos de informação nada tem a ver com a defesa preliminar prevista no art. 514 do C.Pr.Penal. Assim, a interpretação correta é que, havendo inquérito, dispensam-se os elementos de informação mencionados no art. 513: nada mais do que isso”. ●STJ HC 108385-SP726 (DJe 25.06.2008); STF HC-MC 95969-SP727 (DJe 08.09.2008)

Especial do Distrito Federal e, com base no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao Recurso Especial” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN 726 “A análise dos autos, nos limites da cognição in limine, não permite a constatação de indícios suficientes para a configuração do fumus boni iuris, não restando configurado, de plano, a flagrante ilegalidade, devendo a quaestio, portanto, ser apreciada pelo Colegiado. Com efeito, na linha de precedentes desta Corte, a inobservância ao disposto no art. 514 do CPP, para configurar nulidade, exige o protesto oportuno e a demonstração de prejuízo daí decorrente. Além do mais, a defesa preliminar não é indispensável quando a acusação está supedaneada em inquérito. A quaestio encontra-se, inclusive, sumulada: Súmula 330/STJ: [...] Denego, pois, a liminar.” Relator Ministro FELIX FISCHER 727 “Decido. Em um primeiro exame dos autos, tenho como presentes os pressupostos viabilizadores para o deferimento da medida liminar deduzida. A Primeira Turma desta Suprema Corte, ao julgar o HC 89.686/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, assentou entendimento, com base em precedente do Plenário (HC 85.779/RJ, Redatora para o acórdão a Min. Cármen Lúcia), de que a denúncia respaldada em elementos colhidos do inquérito policial não dispensa a obrigatoriedade da notificação prévia do acusado, nos termos do art. 514, do Código de Processo Penal. Destaco, por oportuno, trecho da ementa desse julgado: “(...) 3. Ao julgar o HC 85.779, Gilmar, Inf. STF 457, o plenário do Supremo Tribunal, abandonando entendimento anterior da jurisprudência, assentou, como obter dictum, que o fato de a denúncia se ter respaldado em elementos de informação colhidos no inquérito policial, não dispensa a obrigatoriedade da notificação prévia (CPP, art. 514) do acusado. 4. Habeas corpus deferido, em parte, para, tão-somente quanto ao paciente, anular o processo a partir da decisão que recebeu

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Súmula do STJ

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331. A apelação interposta contra sentença que julga embargos à arrematação tem efeito meramente devolutivo.

●STJ REsp 672087-SP (DJe 21.11.2008) 332. A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a

ineficácia total da garantia. ●STJ Ag 1092192-SP (DJe 18.02.2009)

333. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

►Sendo a sociedade de economia mista federal a competência é da Justiça Federal. “No que se refere a mandado de segurança, compete à Justiça Federal processá-lo e julgá-lo quando a autoridade apontada como coatora for autoridade federal, considerando-se como tal também o agente de entidade particular investido de delegação pela União. Nesse último caso, é logicamente inconcebível hipótese de competência estadual, já que, de duas uma: ou o ato é de autoridade (caso em que se tratará de autoridade federal delegada, sujeita à competência federal), ou o ato é de particular, e não ato de autoridade (caso em que o mandado de segurança será incabível), e só quem pode decidir a respeito é o juiz federal (súmula 60/TFR)" Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI (CC 37900-RN) ●STJ CC 097234-RJ (DJe 16.12.2008)

334. O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet. ●STJ REsp 674188-PR728 (DJe 10.09.2008)

a denúncia, inclusive, a fim de que se obedeça ao procedimento previsto nos arts. 514 e ss. Do C.Pr.Penal e, em caso de novo recebimento da denúncia, que o seja apenas pelo delito de concussão” (DJ 17/8/2007). Nesse mesmo sentido cito o HC 91.760/PI, Rel. Min. Cármen Lúcia, e o HC 95.542/SP, decisão do Presidente no período de férias coletivas. Isso posto, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, justifica-se, por ora, a suspensão da ação penal, razão pela qual defiro a medida liminar e suspendo o trâmite da Ação Penal 2050/2006, em curso perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Piracicaba/SP, até o julgamento final deste writ.” Relator Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 728 “1. A incidência de ISS pressupõe o não-cabimento de ICMS, por força de expressa previsão constitucional (art. 156, III). Assim, afastada a incidência de ICMS sobre os serviços prestados pelos provedores de acesso à internet, cabe analisar se esses se enquadram nos serviços de qualquer natureza, disciplinados no Decreto-Lei 406/68, com as alterações introduzidas pela Lei Complementar 56/87, para fins de incidência de ISS. 2. O Superior Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de que a lista de serviços anexa ao referido decreto-lei possui um rol taxativo e exaustivo, de modo que é apenas possível uma interpretação extensiva dos itens nela contidos, para o enquadramento de serviços idênticos aos ali expressamente previstos, mas com nomenclatura diversa. 3. Os provedores de acesso à internet executam serviço de valor adicionado, isto é, atividade de monitoramento do acesso de usuários e de provedores de informações à rede mundial de computadores, colocando à sua disposição os dados ali existentes. Desse modo, o serviço prestado pelo provedor é apenas o fornecimento da infra-estrutura para que o usuário possa acessar a internet e, por conseguinte, as informações nela

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Súmula do STJ

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335. Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.

●STJ REsp 1014672-MS (DJe 19.06.2008) 336. A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem

direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.

►Até porque, “a pensão por morte nada mais é do que os alimentos a que se obrigam reciprocamente os cônjuges, quando em vida (CF/88, art. 201, inciso V)”. Ministro HAMILTON CARVALHIDO (REsp nº 176.185-SP) ●STJ REsp 877345-SP (DJe 13.08.2008)

337. É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.

●STJ REsp 982901-PR729 (DJe 18.08.2008)

contidas. 4. Não há previsão no Decreto-Lei 406/68, com suas alterações posteriores, em que se possa incluir os serviços prestados pelos provedores de acesso à internet entre aqueles sujeitos à incidência de ISS. Isso, porque, conforme anteriormente salientado, esta Corte de Justiça, no julgamento dos EREsp 456.650/PR, consignou que a atividade realizada pelo provedor de acesso à internet é serviço de valor adicionado, constituindo um acréscimo ao serviço de telecomunicações. No entanto, a lista de que trata o decreto-lei supramencionado não incluiu, em seu rol taxativo, os referidos serviços de valor adicionado; além disso, não há nenhuma identidade entre esse serviço e os demais nela expressamente previstos. 5. Não se cogita, conforme pretende o recorrente, sua inclusão nos itens 24 e 50 do referido decreto-lei. Isso, porque o item 24 prevê, em síntese, a incidência de ISS sobre os serviços de "análises, inclusive de sistemas, exames, pesquisas e informações, coleta e processamento de dados de qualquer natureza ", enquanto o item 50 dispõe que essa exação relaciona-se aos serviços de "agenciamento, corretagem ou intermediação de bens móveis e imóveis não abrangidos nos itens 45, 46, 47 e 48". 6. Da análise do item 24, conclui-se que não se constata nenhuma identidade entre o serviço prestado pelo provedor (fornecimento de infra-estrutura para o acesso à rede internet) e os serviços de análise de sistemas (estudo de processos para aplicação de tecnologia de informação e de comunicação), de coleta e processamento de dados (organização de dados em computador a fim de obter informação sistematizada) e de informações - na hipótese, os provedores apenas possibilitam o acesso dos usuários às informações constantes da internet. Assim, eles apenas as recebem da rede e as retransmitem ao usuário conectado. Por outro lado, também não se enquadra nas hipóteses previstas no item 50, o qual, mesmo se interpretado extensivamente, está totalmente dissociado da atividade exercida pelos provedores de acesso à internet. 7. Mesmo após a edição da Lei Complementar 116/2003, não se cogita a incidência de ISS sobre o serviço prestado pelos provedores de acesso à internet, porquanto não se equipara aos serviços de informática e congêneres previstos no item 1 anexo à referida lei - os quais se referem a desenvolvimento, análise e processamento de dados. 8. Recurso especial desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 729 “PENAL. RECURSO ESPECIAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA DENÚNCIA. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. POSSIBILIDADE. É viável a suspensão condicional do processo no caso de procedência parcial da denúncia, se a nova hipótese se enquadrar no art. 89 da Lei nº 9.099/95 (Súmula nº 337 dessa Corte: "É cabível a suspensão condicional do processo na

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Súmula do STJ

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338. A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas. ●STJ HC 95228-RJ730 (DJe 11.02.2009); STF HC-MC 95982-RS731 (DJe 15.09.2008)

339. É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. ●STJ REsp 838757-RS (DJe 13.11.2008)

desclassificação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva"). Recurso desprovido.” Relator Ministro FELIX FISCHER 730 “Decido. A presente ordem não merece prosperar. Verifica-se, desde logo, que não ocorreu a alegada prescrição da medida socioeducativa aplicada ao adolescente. O entendimento desta Casa é pacífico no sentido de que se aplica às medidas socioeducativas o instituto da prescrição, na forma prevista no Código Penal, inclusive no que diz respeito à redução do respectivo prazo em razão da menoridade, a teor do contido no art. 115 desse diploma. Neste sentido: HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. APLICAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. 1. As medidas sócio-educativas, induvidosamente protetivas, são também de natureza retributiva e repressiva, como na boa doutrina, não havendo razão para excluí-las do campo da prescrição, até porque, em sede de reeducação, a imersão do fato infracional no tempo reduz a um nada a tardia resposta estatal. 2. O instituto da prescrição responde aos anseios de segurança, sendo induvidosamente cabível relativamente a medidas impostas coercitivamente pelo Estado, enquanto importam em restrições à liberdade. 3. Tendo caráter também retributivo e repressivo, não há porque aviventar a resposta do Estado que ficou defasada no tempo. Tem-se, pois, que o instituto da prescrição penal é perfeitamente aplicável aos atos infracionais praticados por menores. 2. Ordem concedida. (HC nº 33.473/RJ, Relator Ministro HAMILTON CARVALHIDO, DJU de 6/2/2006, com destaques). No caso, a sentença impôs a medida sem prazo determinado (fls. 28/29). Assim, "far-se-á uso do prazo máximo em abstrato de duração da medida de internação, que, à luz do disposto no art. 121, § 3º, do ECA, é de 3 anos" (HC nº 85.988/RJ, Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe de 17/3/2008). Dessa forma, o prazo prescricional, que, a teor do artigo 109, inciso IV, do Código Penal, seria de 8 (oito) anos, é reduzido pela metade, permanecendo em 4 (quatro) anos, conforme dispõe o artigo 115 do estatuto repressivo. Depreende-se dos autos que a sentença, a qual determinou o cumprimento da medida de semiliberdade foi prolatada no dia 23 de março de 2006, sendo que o paciente evadiu-se no dia 14 de abril de 2006, ou seja, menos de um mês após a decisão, ficando claro que, até este momento, não foi ultrapassado o referido lapso temporal de 4 (quatro) anos. [...] Desse modo, reitere-se, em se tratando de medida imposta sem termo – considerando-se que o prazo máximo é de três anos –, a prescrição da pretensão punitiva ocorrerá somente após o transcurso de 4 (quatro) anos após o seu descumprimento, fato ainda não consumado, não merecendo guarida o pedido. Pelo exposto, com fundamento no artigo 34, XVIII, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, nego seguimento ao presente habeas corpus.” Relator Ministro OG FERNANDES 731 “4. Não se verifica, de plano, plausibilidade jurídica dos fundamentos apresentados na inicial, especialmente quanto à alegação de extinção da punibilidade da medida sócio-educativa. 5. O acórdão objeto da presente impetração parece estar em consonância com a jurisprudência predominante deste Supremo Tribunal, no sentido de que a pena máxima em abstrato do tipo penal correspondente ao ato infracional praticado pela criança ou pelo adolescente - reduzida pela metade por força do art. 115 do Código Penal - deve ser considerada como critério determinante da prescrição das medidas sócio-educativas.” Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA

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Súmula do STJ

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340. A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado.

●STJ REsp 830774-SP732 (DJe 27.02.2009) 341. A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do

tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto. ●STJ HC 124876-SP733 (DJe 05.02.2009)

342. No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.

●STJ HC 117615-SP734 (DJe 26.11.2008)

732 “Decido. Verifica-se do autos que o instituidor da pensão faleceu em 22/8/93 (fl. 10). E, nos termos do verbete sumular 340/STJ "A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado". Preliminarmente, portanto, a norma de regência do caso concreto é a Lei 8.213/91, afastando-se, desde já, a incidência dos Decretos 83.080/79 e 89.312/84. Quanto à pensão por morte, dispunha a Lei de Benefícios da Previdência Social antes das alterações introduzidas pela Lei 9.032/95: [...] Logo, a legislação, à data do falecimento do instituidor, já exigia a presença de dois requisitos alternativos para a concessão de pensão por morte à pessoa designada: idade menor que 21 (vinte e um) anos ou invalidez. In casu, a recorrente, já na data do óbito do segurado em 1993, contava 38 (trinta e oito) anos. Ademais, não há nos autos nenhuma alegação ou comprovação de invalidez, sendo de rigor, portanto, a manutenção do acórdão recorrido.” Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA 733 “Em princípio, a decisão do Juízo da Execução está em consonância com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça "de que 'a freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto', sedimentado no verbete sumular 341 desta Corte Superior" (HC n. 94.835/SP, DJ de 17/03/2008, Quinta Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz). Nesse sentido: "HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO. POSSIBILIDADE. ART. 126 DA LEP. SÚMULA 341/STJ. RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO. ORDEM CONCEDIDA. 1- A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou-se no sentido de que a freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto (Súmula 341/STJ). 2- A interpretação extensiva ou analógica do vocábulo "trabalho" para englobar o tempo de estudo não afronta o art. 126 da Lei de Execução Penal, em razão da necessidade de se ampliar o alcance da lei, uma vez que a atividade estudantil adequa-se perfeitamente à finalidade do instituto da remição, qual seja, a ressocialização do apenado. 3- Ordem concedida para determinar que seja considerado, para fins de remição, o tempo de atividade educacional cumprido pela paciente". (HC 94.841/SP, DJ de 05/05/2008, Sexta Turma, Relatora Ministra Jane Silva - Desembargadora convocada do TJ/MG). [...] Ante o exposto, defiro o pedido liminar para suspender a execução do acórdão proferido nos autos do Agravo em Execução n. 00886591.3/9-0000-000 até o julgamento do presente habeas corpus.” Ministro Presidente CESAR ASFOR ROCHA 734 “A jurisprudência desta Casa a respeito desse tema é tão mansa que resultou na edição da Súmula 342, segundo a qual “no procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente”. Logo, deve o feito ser anulado desde a audiência de apresentação do menor, inclusive, devendo a fase instrutória prosseguir regularmente até a prolação de final sentença, oportunizando às partes a produção das provas que entender cabíveis. No que se refere à medida de internação ela deve ser mantida, eis que resultou não somente da conversão da medida de semiliberdade em internação, em torno do que não teceremos comentários ante a declaração de nulidade do

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Súmula do STJ

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343. É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar.

►Merece cancelamento. O entendimento é contrário ao preconizado na súmula vinculante nº 5. ●STJ REsp 1049212-RS735 (DJe 19.11.2008); STF RE 434059-DF (DJe 11.09.2008)

344. A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.

►“A coisa julgada somente torna imutável a forma de liquidação depois do trânsito em julgado da sentença proferida no processo de liquidação e não do trânsito em julgado da sentença proferida no processo de conhecimento”. Ministra NANCY ANDRIGHI (REsp 657476-MS) ●STJ REsp 1095369-SP736 (DJe 20.11.2008)

processo relativo a essa medida, mas também porque o menor já vinha cumprindo medida de internação em relação a outros atos infracionais, a qual, conforme artigo 121, § 2º do ECA dura por período indeterminado, até o máximo de três anos, sendo realizada avaliação a cada seis meses. No fim dos primeiros seis meses a reavaliação da equipe técnica conclui que o paciente não reúne condições de voltar para a casa e que mesmo a sua família ainda não está preparada para recebê-lo. Sua própria mãe afirmou que o melhor para o adolescente seria persistir internado por mais um período, eis que ele sempre retorna para o mundo do crime e das drogas. Nada há de irregular na prorrogação da medida de internação, desde que não ultrapasse o máximo de três anos; aliás, esse é o escopo do Estatuto menorista, proceder à tomada de todas as providências legais para que o menor seja retirado da delinqüência. Simplesmente colocá-lo em liberdade não contribuirá para que ele encontre o caminho da adolescência sadia física e moralmente. Ante tais fundamentos, denego a ordem impetrada, todavia, concedo habeas corpus de ofício para declarar a nulidade do processo nº 015.07.8725-8 desde a audiência de apresentação do menor, inclusive, devendo o feito prosseguir regularmente até a prolação final de sentença, cabendo ao menor permanecer em medida de internação em virtude da prorrogação da medida imposta por outro ato infracional.” Relatora Ministra JANE SILVA 735 “A teor da referida Súmula, em respeito às garantias do contraditório e da ampla defesa, deve-se assegurar ao servidor público indiciado em processo administrativo disciplinar a chamada defesa técnica, a ser exercida por meio de advogado legalmente constituído, ou, na sua falta, por defensor dativo, designado pela própria Administração. Ocorre que o enunciado da Súmula Vinculante nº 5 do c. STF, aprovada na sessão plenária de 07/05/2008 e publicada no DJe em 16/05/2008, veio se opor ao entendimento esposado na Súmula nº 343 desta e. Corte, de forma que esta última não mais tem aplicabilidade em casos em que se alega violação ao devido processo legal, em decorrência da ausência de defesa técnica em processo administrativo disciplinar. Eis o teor da mencionada Súmula Vinculante: "A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição". Desta forma, não mais se entende indispensável, no procedimento administrativo disciplinar, a presença de advogado constituído ou, na ausência deste, a nomeação de defensor dativo pela Administração, devendo ser afastada a aplicação da Súmula nº 343 deste e. STJ.” Relator Ministro FELIX FISCHER 736 “Insurge-se a recorrente contra a declaração de nulidade da execução, sob a alegação de que a forma de liquidação de sentença determinada na fase de conhecimento não faz coisa

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Súmula do STJ

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345. São devidos os honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas.

●STJ Ag 1071283-PR737 (DJe 12.02.2009) 346. Militares temporários não podem contar em dobro férias e licenças não

gozadas para fins de estabilidade. ●STJ REsp 541067-RS738 (DJe 05.02.2009)

347. O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.

●STJ HC 108174-SP739 (DJe 11.02.2009); STF AI 734238-PR (DJe 16.12.2008)

julgada, e pode ser modificada. Com efeito, a jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido da possibilidade de alteração da forma de liquidação de sentença, o que deu ensejo à edição da Súmula 344/STJ: "A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada". Ocorre que, segundo se extrai do acórdão recorrido este não se pautou na existência de coisa julgada para manter a forma de liquidação de sentença determinada na fase de conhecimento, mas sim por considerá-la a modalidade mais apropriada à apuração do quantum debeatur. É o que se infere da leitura do seguinte excerto do voto condutor do acórdão recorrido (fl. 168): "Ora, liquidação por cálculo de contador não mais é prevista em nosso Estatuto Processual e há divergência a respeito do "quantum" a ser restituído, o que não dá segurança suficiente para afirmar-se que a diferença restringe-se à aplicação de índices de atualização monetária. Mais prudente, no caso em apreço, é seguir-se o determinado pela sentença e pelo texto da lei (artigo 610 do Código de Processo Civil)." Não merece reforma, portanto, o entendimento firmado pelo Tribunal de origem.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 737 “No mérito, a Corte Especial deste Superior Tribunal de Justiça, cuja missão constitucional é uniformizar a interpretação da lei federal, pacificou seu entendimento no sentido de que, tratando-se de processo de execução de sentença proferida em ação coletiva lato sensu – ação civil pública ou ação de classe – movida contra a Fazenda Pública, na tutela de direito individual homogêneo, devem ser fixados os honorários advocatícios, ainda que iniciado após a vigência da Medida Provisória n.º 2.180/2001, em face das peculiaridades inerentes à execução de sentença genérica. Aliás, essa orientação passou a ser objeto da Súmula n.º 345 desta Corte, que assim preconiza, litteris: [...]". Relatora Ministra LAURITA VAZ 738 “A controvérsia em tela gira em torno da possibilidade de contagem em dobro do período de férias adquiridas e não-gozadas e licença especial para fins de estabilidade do militar temporário. Tal celeuma, entretanto, não comporta maiores discussões no âmbito deste Superior Tribunal de Justiça. Com efeito, a Terceira Seção desta Corte já pacificou o entendimento no sentido de que a Lei nº 6.880/80 estabelece que a contagem ficta de tempo de serviço, seja pelo cômputo em dobro de férias e licenças não-gozadas, seja pelo arredondamento de fração de tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias computando-a como se fosse 1 (um) ano para todos os efeitos legais, somente pode ser realizada quando o militar passar para a inatividade, hipótese diversa do licenciamento do praça temporário.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 739 “1- Independe do recolhimento do condenado o conhecimento do apelo interposto, nos termos da Súmula 347 desta Corte. 2- Se a paciente foi presa em flagrante e, posteriormente, teve sua custódia relaxada, tendo o Juízo singular determinado a expedição de mandado prisional no momento da sentença condenatória, sem, contudo, demonstrar a presença dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, aptos a justificar a custódia cautelar. 3-É

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Súmula do STJ

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348. Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal, ainda que da mesma seção judiciária.

●STJ CC 101586-RS740 (DJe 27.02.2009) 349. Compete à Justiça Federal ou aos juízes com competência delegada o

julgamento das execuções fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao FGTS.

●STJ CC 102478-SP741 (DJe 27.02.2009) 350. O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.

●STJ REsp 731592-SP742 (DJ 01.09.2008)

indispensável a apresentação de concreta fundamentação para o óbice ao direito de apelar em liberdade, com base nos pressupostos exigidos para a prisão cautelar, na hipótese de o réu ter permanecido solto durante a instrução processual, sem ter criado qualquer obstáculo ao regular andamento do feito. 4- A gravidade abstrata do crime e o fato de a ré ser reincidente não justifica, por si só, a negativa do direito de apelar em liberdade, por não caracterizar fundamentação cautelar, sendo que a regra do art. 594 do Código de Processo Penal deve ser interpretada em conjunto com o art. 312 do CPP, pela própria excepcionalidade da custódia provisória e por se tratar de paciente que permaneceu solto durante parte da instrução. 5- Ordem concedida.” Relatora Ministra JANE SILVA 740 “O conflito merece ser conhecido posto que, com vistas no disposto no art. 105, I, "d", da CF/88, firmou-se nesta Corte o entendimento de que os conflitos de competência instaurados entre Juízo Comum Federal e Juízo de Juizado Especial Federal devem ser conhecidos pelo Superior Tribunal de Justiça porque os Juizados Especiais Federais se vinculam apenas administrativamente aos Tribunais Regionais Federais, estando os seus provimentos jurisdicionais sujeitos à revisão por parte da Turma Recursal. Eis escólio a respeito: "1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que juízo de juizado especial não está vinculado jurisdicionalmente ao tribunal com quem tem vínculo administrativo, razão pela qual o conflito entre ele e juízo comum caracteriza-se como conflito entre juízos não vinculados ao mesmo tribunal, o que determina a competência do STJ para dirimi-lo, nos termos do art. 105, I, d, da Constituição. Precedentes." (CC 75.314/MA, Rel. Min. Teori Albino Zavaski, DJ de 27.08.07) A Súmula 348, do STJ, cristalizou esse entendimento: "Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal, ainda que da mesma seção judiciária". Ao mais, é tranqüilo o posicionamento sobre a matéria nesta Corte, de que os Juizados Especiais Federais não têm competência para processar e julgar, nos termos do art. 3º, § 1º, III, da Lei 10259/2001, as ações em que se discute ‘anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal’. Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 741 “É tranqüilo o posicionamento sobre a matéria nesta Corte, que já se pronunciou em outras oportunidades e fixou a competência da Justiça Federal para julgar ações de execução fiscal para cobrança de dívidas atinentes ao valor principal do FGTS, por se tratar de tema absolutamente dissociado dos objetivos da Justiça do Trabalho. No caso, trata-se de ação promovida junto à Justiça Estadual, que exerce competência federal por delegação, aplicando-se idêntico raciocínio.” Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES 742 “Decido. A discussão quanto à incidência do ICMS sobre a habilitação de telefone celular já se pacificou nesta Corte (Súmula 350/STJ), inclusive quanto à legitimidade processual do consumidor, objeto do presente Recurso: PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. LC Nº 87/96. HABILITAÇÃO. TELEFONIA MÓVEL CELULAR. LEGITIMIDADE.

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Súmula do STJ

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351. A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.

●STJ REsp 1096282-SP743 (DJe 17.12.2008) 352. A obtenção ou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de

Assistência Social (Cebas) não exime a entidade do cumprimento dos requisitos legais supervenientes.

●STJ MS 10384-DF744 (DJe 19.12.2008)

ADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. É cabível mandado de segurança contra norma tributária de aplicabilidade imediata capaz de produzir efeitos concretos na esfera patrimonial dos contribuintes. 2. A impetração prescinde de ato administrativo concreto, principalmente se voltar-se contra tributo lançado por homologação, que impõe o pagamento antecipado da exação, antes mesmo de qualquer ato ou procedimento da autoridade fiscal competente. 3. O consumidor, como contribuinte de fato, tem legitimidade para mover ação objetivando afastar a exigência da exação. Não há como negar-lhe a via do mandado de segurança preventivo. 4. As atividades meramente preparatórias ou de acesso aos serviços de comunicação não podem ser entendidas como "serviço de telecomunicação" propriamente dito, de modo que estão fora da incidência tributária do ICMS. Não tem amparo, portanto, na Lei Complementar nº 87/96 a cláusula primeira do Convênio nº 69/98, que inclui as referidas atividades preparatórias na base de cálculo do ICMS-comunicação. Precedentes. 5. Recurso especial improvido. (REsp 694.429/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 15.08.2006, DJ 25.08.2006 p. 322, grifei) Assim, o acórdão recorrido harmoniza-se com a jurisprudência do STJ, devendo ser mantido.” Relator Ministro HERMAN BENJAMIN 743 “3. É orientação assentada no âmbito da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça aquela segundo a qual não há ofensa ao princípio da legalidade, posto no art. 97 do CTN, pela legislação que institui o SAT - Seguro de Acidente do Trabalho. Assim se decidiu, entre outros, nos seguintes precedentes: REsp 985354/SP, 1ª Turma, Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 05.05.2008; AgRg no REsp 412735/PR, 2ª Turma, Min. Humberto Martins, DJ de 15.05.2008; AgRg nos EREsp 772738/SP, 1ª Seção, Min. José Delgado, DJ de 09.06.2008. 4. Quanto à necessidade, ou não, de inscrição de cada estabelecimento da empresa em CNPJ próprio, o STJ editou a Súmula 351, segundo a qual "a alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro". Assim, o atendimento da pretensão deduzida na demanda, para reduzir a alíquota da contribuição, dependeria da demonstração (a) da existência de inscrição individual de cada estabelecimento a ser aferido e (b) de que o resultado da aferição conduz à redução do grau de risco atualmente considerado para fins de cálculo do tributo, matéria de fato insuscetível de ser investigada em recurso especial, por óbice da Súmula 7 desta Corte.” Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI 744 “1. ‘A obtenção ou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) não exime a entidade do cumprimento dos requisitos legais supervenientes.’ (Súmula 352/STJ). 2. O Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos é ‘mero reconhecimento, pelo Poder Público, do preenchimento das condições de constituição e funcionamento, que devem ser atendidas para que a entidade receba o benefício constitucional, não ofende os arts. 146, II, e 195, § 7º, da Constituição Federal a exigência de emissão e renovação periódica prevista no art. 55, II, da Lei n. 8.212/91’. (STF, AgR no RE 428.815/AM, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,

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Súmula do STJ

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353. As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS.

●STJ AgRg-Ag 932969-SP745 (DJe 03.11.2008) 354. A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório

para fins de reforma agrária. ●STJ REsp 1057870-MA746 (DJe 10.09.2008)

Primeira Turma, DJU 7.6.2005). 3. Não há direito líquido e certo a regime jurídico tributário; com isso, a renovação do CEBAS cria para o interessado uma situação jurídica rebus sic stantibus (assim permanecendo as coisas). Como decorrência, inexiste vedação a que a lei estabeleça supervenientemente requisitos para o gozo de imunidade e obtenção do CEBAS. 4. De um modo geral, a via eleita para se discutir o direito à renovação automática do CEBAS, o mandado de segurança, é inadequada, porque somente pelo confronto é que se torna possível demonstrar "o direito do impetrante à renovação do Cebas, já que, para se concluir de forma diversa, se faz necessário analisar se houve o cumprimento dos requisitos exigidos por lei para a isenção, notadamente em relação à aplicação anual, em gratuidade, de pelo menos 20% da receita bruta proveniente da venda de serviços, acrescida da receita decorrente de aplicações financeiras, de locação de bens, de venda de bens não integrantes do ativo imobilizado e de doações particulares, cujo montante nunca será inferior à isenção de contribuições sociais usufruída." (AgRg no MS 11.409/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 23.4.2008, DJe 12.5.2008). Mandado de segurança extinto, sem resolução do mérito.” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS 745 “1. A divergência notória entre a orientação adotada pelo acórdão recorrido e a jurisprudência predominante impõe dispensar-se o rigor formal na demonstração do dissídio. Precedentes (AERESP 280619/MG, Corte Especial, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJ 19/12/2003). 2. A exceção de pré-executividade é servil à suscitação de questões que devam ser conhecidas de ofício pelo juiz, como as atinentes à liquidez do título executivo, os pressupostos processuais e as condições da ação executiva. 3. O espectro das matérias suscitáveis através da exceção tem sido ampliado por força da exegese jurisprudencial mais recente, admitindo-se a argüição de prescrição e de ilegitimidade passiva do executado, desde que não demande dilação probatória (exceção secundum eventus probationis). 4. A ilegitimidade passiva, por ser causa extintiva do direito exeqüente, é possível sua veiculação em exceção de pré-executividade. 5. Consectariamente, é admissível a veiculação de ilegitimidade passiva de pré-executividade. Precedentes: REsp 577.613/RS, DJ de 08/11/2004; REsp 537.617/PR, DJ de 08/03/2004 e REsp 388.000/RS, DJ de 18/03/2002. 6. O redirecionamento da execução fiscal, e seus consectários legais, para o sócio-gerente da empresa, somente é cabível quando reste demonstrado que este agiu com excesso de poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na hipótese de dissolução irregular da empresa. Precedentes da Corte: [...]. 7. As contribuições para o FGTS não têm natureza tributária, por isso são inaplicáveis as disposições do Código Tributário Nacional às execuções fiscais destinadas à cobrança dessas contribuições. Precedentes da Corte: [...] 8. Agravo regimental desprovido.” Relator Ministro LUIZ FUX 746 “2. A MP 2.027-38, de 4 de maio de 2000, publicada no DOU de 5 de maio de 2000, introduziu o § 6º no art. 2º da Lei 8.629/93, dispondo que "o imóvel rural objeto de esbulho possessório ou invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo não seria vistoriado nos dois anos seguintes à desocupação do imóvel". Daí seria possível concluir que, se a vistoria administrativa já estivesse concluída anteriormente ao esbulho, ficaria afastada a aplicação da aludida regra. 3. Ocorre, contudo, que a MP 2.109-52, de 24 de maio de 2001, publicada no DOU de 25 de maio de 2001, atualmente reeditada como MP 2.183-56/2001, modificou a redação do aludido preceito legal, passando a dispor que "o imóvel rural de domínio

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Súmula do STJ

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355. É válida a notificação do ato de exclusão do programa de recuperação fiscal do Refis pelo Diário Oficial ou pela Internet.

●STJ REsp 974298-DF747 (DJe 21.11.2008) 356. É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de

telefonia fixa. ●STJ REsp 1098201-PB748 (DJe 27.02.2009)

público ou particular objeto de esbulho possessório ou invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo não será vistoriado, avaliado ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação, ou no dobro desse prazo, em caso de reincidência". 4. Não se desconhece a existência de julgados da Corte Suprema no sentido de que as invasões hábeis a ensejar a aplicação do § 6º do art. 2º da Lei 8.629/93 são aquelas ocorridas durante a vistoria administrativa ou antes dela, a ponto de alterar os graus de utilização da terra e de eficiência em sua exploração, comprometendo os índices fixados em lei (MS 25.186/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Carlos Britto, DJ de 2.3.2007; MS 25.022/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 16.12.2005; MS 25.360/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Eros Grau, DJ de 25.11.2005). 5. Entretanto, diante da clareza da aludida norma, proibindo a vistoria, a avaliação ou a desapropriação nos dois anos seguintes à sua desocupação, ou no dobro desse prazo em caso de reincidência, não se pode interpretá-la de outra forma senão aquela que constitui a verdadeira vontade da lei, destinada a coibir as reiteradas invasões da propriedade alheia. 6. A reforma agrária, conforme ressaltado pelo eminente Ministro Celso de Mello no julgamento da MC na ADI 2.213-0/DF, "supõe, para regularmente efetivar-se, o estrito cumprimento das formas e dos requisitos previstos nas leis e na Constituição da República". 7. Ademais, a comprovação da produtividade do imóvel expropriado, conquanto não se possa efetivar dentro do feito expropriatório, pode ser buscada pelas vias ordinárias. Conclui-se, daí, que eventuais invasões motivadas por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo podem, sim, alterar o resultado das demandas dessa natureza, mesmo após concluída a vistoria administrativa, em prejuízo do direito que tem a parte expropriada de comprovar que a sua propriedade é produtiva, insuscetível, portanto, de desapropriação para fins de reforma agrária, nos termos do art. 185, II, da Constituição Federal. 8. Tal orientação, inclusive, deu origem à recente Súmula 354/STJ, que assim dispõe: "A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório para fins de reforma agrária." 9. Não há óbice, outrossim, a que o pedido de suspensão do feito, com fundamento no § 6º do art. 2º da Lei 8.629/93, seja formulado nos próprios autos da desapropriação, desde que o esbulho possessório ou a invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo seja comprovado de plano, tal como ocorreu na presente hipótese. 10. Recurso especial desprovido.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 747 “A controvérsia dos autos reside em saber se é legítima a exclusão do contribuinte que aderiu ao REFIS e tornou-se inadimplente, mediante publicação da Portaria no Diário Oficial da União e na rede mundial de computadores – internet, ou se seria imprescindível a notificação pessoal. Na linha da jurisprudência sumulada desta Corte (Enunciado 355), "é válida a notificação do ato de exclusão do programa de recuperação fiscal do Refis pelo Diário Oficial ou pela Internet." Ademais, o art. 69 da Lei n. 9.784/99 reza que "os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei". In casu, existe a legislação específica do REFIS, qual seja, a Lei n. 9.964/00, norma especial que afasta aquela geral, cujo art. 9º, III, determina que o procedimento de exclusão do programa será disciplinado por normas regulamentares. Por sua vez, o art. 5º da Resolução n. 20/2001 do Comitê Gestor do Programa estabelece a notificação da exclusão do REFIS por meio de publicação no Diário Oficial ou pela internet. A corroborar tal entendimento, precedentes deste Tribunal: [...]” Relator Ministro HUMBERTO MARTINS

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Súmula do STJ

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357. A pedido do assinante, que responderá pelos custos, é obrigatória, a partir de 1º de janeiro de 2006, a discriminação de pulsos excedentes e ligações de telefone fixo para celular.

►Cancelada. O STJ editará uma nova súmula sobre o tema, constando que o detalhamento incide sobre as chamadas medidas em unidades de tempo (não mais em pulso), que a fatura é gratuita e que passou a ser obrigatória a partir de 1º de agosto de 2007. ●STJ REsp 1004853-MG749 (DJe 26.06.2009); STF RE 571572-BA750 (DJe 12.02.2009)

748 “A Primeira Seção do STJ já havia pacificado que seria descabido o chamamento ao processo da Anatel para atuar em feito que dirime questão estritamente consumerista, como na ação declaratória cumulada com repetição de indébito, a qual deu origem ao presente recurso. O Colegiado também afirmara a legitimidade da cobrança da assinatura básica mensal de linha telefônica. Na assentada de 22.10.08, o posicionamento foi ratificado e estampado no REsp 1.068.944/PB, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, submetido ao Colegiado pelo regime da Lei nº 11.672/08 (Lei dos Recursos Repetitivos), que introduziu o art. 543-C do CPC”. Relator Ministro CASTRO MEIRA 749 “I - O Estado, com a edição do Decreto nº 4.733/2003, entre outras medidas necessárias para a alteração do sistema de tarifação de pulsos para tempo de utilização, determinou o detalhamento de todas as ligações locais e de longa distância. II - O prazo para a conversão do sistema, inicialmente previsto para 31 de julho de 2006 pela Resolução 423/2005, foi ampliado em doze meses pela Resolução 432/2006, para não prejudicar os usuários da internet discada, os quais, neste prazo, foram atendidos com plano alternativo apresentado na Resolução 450/2006. III - Assim, a partir de 01 de Agosto de 2007, data da implementação total do sistema, passou a ser exigido das concessionárias o detalhamento de todas as ligações na modalidade local, independentemente de ser dentro ou fora da franquia contratada, por inexistir qualquer restrição a respeito, conforme se observa do constante do artigo 83 do anexo à Resolução 426/2005, que regulamentou o sistema de telefonia fixa. IV - Também no artigo 83 do anexo à Resolução 426/2005, restou reafirmada a determinação para que a concessionária forneça, mediante solicitação do assinante, documento de cobrança contendo o detalhamento das chamadas locais, entretanto ficou consignado que o fornecimento do detalhamento seria gratuito para o assinante, modificando, neste ponto, o constante do artigo 7º, X, do Decreto nº 4.733/2003. V - A solicitação do fornecimento das faturas discriminadas, sem ônus para o assinante, basta ser feita uma única vez, marcando para a concessionária o momento a partir do qual o consumidor pretende obter suas faturas com detalhamento.” Relatora Ministra ELIANA CALMON 750 “1. Por não figurar na relação jurídica de consumo, a Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL carece de legitimidade para compor o pólo passivo de ação movida pelo particular, usuário do serviço de telefonia móvel, contra a concessionária. 2. Ausente participação da autarquia federal, sob qualquer das hipóteses previstas no art. 109, I, da Constituição, a competência é da Justiça Estadual. 3. Em se tratando de demanda que se resolve pela análise de matéria exclusivamente de direito, a dispensar instrução complexa, cabível seu processamento no Juizado Especial. 4. Reveste-se de natureza infraconstitucional a matéria relacionada à relação de consumo e ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão. 5. Recurso conhecido em parte e, nesta extensão, desprovido.” Relator Ministro GILMAR MENDES

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Súmula do STJ

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358. O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.

►Merece revisão. O Código Civil diz que cessa o dever de sustento da prole (art. 1.566) ante o advento da maioridade, quando cessa o poder familiar (art. 1.630). Interpretando tais disposições legais, concluiu o STJ que não cessa, ao contrário, subsiste, só que com outro fundamento legal (dever de solidariedade recíproca entre parentes, art. 1.694). Tem-se assim, em afronta à garantia fundamental de que trata o art. 5º, II, da Constituição da República, obrigação não criada por lei, mas por jurisprudência. ►Sobre o tema escreveu o autor “A impropriedade da nova súmula 358 do STJ”, publicado na ADV Advocacia Dinâmica – v. 28, n.36, set. 2008, São Paulo: COAD, p. 613-612.751 ●STJ AgRg-REsp 945426-PR752 (DJe 13.10.2008)

359. Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.

●STJ EDcl-REsp 1069292-RS753 (DJe 27.02.2009)

751 Artigo também publicado na Revista eletrônica JUS NAVIGANDI, disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11687> 752 “1. Esta Corte Superior de Justiça possui jurisprudência no sentido de que, ante a ausência de previsão legal – uma vez que a Lei n.º 8.112/90 é taxativa ao determinar que, após completados de 21 anos de idade, somente o(a) filho(a) inválido(a) tem o direito de continuar percebendo a pensão – é impossível a prorrogação do benefício aos que, não possuindo invalidez, ultrapassaram o mencionado marco temporal, ainda que estudantes universitários. 2. A propósito da alegada incidência analógica da Súmula 358 desta Corte, entendo desarrazoada a pretensão, pois a lide de natureza previdenciária admite apenas interpretação da própria lei de regência, sendo incabível julgar a controvérsia com alicerce em exegeses analógicas de leis – ou mesmo súmulas de tribunais – estranhas ao âmbito da previdência social. 3. Agravo regimental desprovido.” Relatora Ministra LAURITA VAZ 753 “Decido. 2. O dispositivo do acórdão embargado restou consignado nos seguintes termos: 4. Diante do exposto, com fundamento no artigo 557, § 1º - A, do CPC, dou provimento ao recurso especial para condenar a recorrida a pagar ao autor a importância de R$3.000,00, atualizados monetariamente a partir desta data e acrescido de juros desde o evento danoso (enunciado 54, da Súmula do STJ). Invertidos os ônus sucumbenciais. De fato, cumpre esclarecer que a responsabilidade pela comunicação prévia antes da negativação do nome do consumidor, nos termos do artigo 43, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor, é apenas da entidade mantenedora do registro de inadimplentes. Outra não é a orientação desta Corte, conforme se extrai da Súmula 359/STJ: "Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição". Dessa forma, o dispositivo da referida decisão deve passar a conter a seguinte redação: 4. Diante do exposto, com fundamento no artigo 557, § 1º - A, do CPC, dou parcial provimento ao recurso especial para condenar a recorrida Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre - CDL a pagar ao autor a importância de R$3.000,00, atualizados monetariamente a partir desta data e acrescido de juros desde o evento danoso (enunciado 54, da Súmula do STJ). Condeno as ré CDL a pagar as custas

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Súmula do STJ

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360. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

●STJ AgRg-REsp 1060015-RS754 (DJe 27.02.2009) 361. A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa

devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu. ●STJ Ag 842571-SP755 (DJe 25.11.2008)

362. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento.

●STJ REsp 1082684-MG756 (DJe 12.02.2009)

processuais do autor e honorários advocatícios fixados em R$ 700,00 (setecentos reais). 3. Ante o exposto, acolho os embargos de declaração Publique-se. Intimem-se” Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO 754 “1. Configura-se a denúncia espontânea com o ato do contribuinte de efetuar o pagamento integral, ao Fisco, do débito principal, corrigido monetariamente e acompanhado de juros moratórios, antes de iniciado qualquer procedimento fiscal com o intuito de apurar, lançar ou cobrar o referido montante, tanto mais quando esse débito resulta de diferença de PIS e Cofins, tributos sujeitos a lançamento por homologação, que não fizeram parte de sua correspondente Declaração de Contribuições e Tributos Federais-DCTF. 2. A regra do artigo 138 do CTN não estabelece distinção entre multa moratória e punitiva com o fito de excluir apenas esta última em caso de denúncia espontânea. Precedentes. 3. Agravo regimental provido. Recurso especial não provido.” Relator Ministro CASTRO MEIRA 755 “A irresignação não merece acolhida. Com efeito, o acórdão recorrido, ao reconhecer a necessidade da "identificação da pessoa que recebeu a notificação do protesto, sob pena de inviabilizar o pedido de falência" (fls. 314/315), alinha-se ao entendimento iterativo desta Corte acerca da matéria, consoante se colhe dos seguintes precedentes: "COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PEDIDO DE FALÊNCIA. PROTESTO. CHEQUE. INTIMAÇÃO FEITA A PESSOA NÃO IDENTIFICADA. IRREGULARIDADE DO ATO. DECRETO-LEI N. 7.661/1945, ART. 11. EXEGESE. CARÊNCIA DA AÇÃO. EXTINÇÃO. CPC, ART. 267, VI. I. Inválido é o protesto de título cuja intimação foi feita no endereço da devedora, porém a pessoa não identificada, de sorte que constituindo tal ato requisito indispensável ao pedido de quebra, o requerente é dele carecedor por falta de possibilidade jurídica, nos termos do art. 267, VI, do CPC. II. Embargos de divergência conhecidos e providos." (EREsp 248.143/PR, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, Segunda Seção, DJ de 23.08.2007) "EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROTESTO. FALÊNCIA. IRREGULARIDADE. 1. Omissis. 2. O acórdão impugnado não destoa da orientação firmada pela 2ª Seção acerca da invalidade do protesto, para fins de falência, quando ausente a indicação da pessoa que recebeu a intimação. 3. A perfeita regularidade do protesto, consoante orientação desta Corte, constitui requisito indispensável ao pedido de falência, passível de ensejar a extinção do processo sem exame de mérito, pelo que não há empecilho à apreciação da questão, ainda que já em segundo grau de jurisdição. 4. Agravo regimental desprovido." (EDcl no Ag 669.227/RS, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, Quarta Turma, DJ de 22.10.2007) A Segunda Seção desta Corte, a propósito, editou, na assentada de 10.09.2008, a Súmula 361/STJ, verbis: "A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu." Nego provimento ao agravo.” Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES

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Súmula do STJ

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363. Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.

►“Mesmo com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho em decorrência da alteração da expressão ‘relação de emprego’ para ‘relação de trabalho’, a Emenda Constitucional nº 45/04 não retirou a atribuição da Justiça estadual para processar e julgar ação alusiva a relações contratuais de caráter eminentemente civil, diversa da relação de trabalho.” Ministro CASTRO MEIRA (CC 65.575-MG) ●STJ CC 102782-MT757 (DJe 27.02.2009)

364. O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.

►“A entidade familiar, deduzido dos arts. 1º da Lei 8.009/90 e 226, § 4º da CF/88, agasalha, segundo a aplicação da interpretação teleológica, a pessoa que, como na hipótese, é separada e vive sozinha, devendo o manto da impenhorabilidade, dessarte, proteger os bens móveis guarnecedores de sua residência.” Ministro LUIZ FUX (REsp 859937-SP) ●STJ Rcl 003330-DF (DJe 02.02.2009)

365. A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.

●STJ CC 91406-RS758 (DJe 04.02.2009)

756 “III - Correção monetária No que diz respeito ao dies a quo da correção monetária, o recurso especial veio fundamentado exclusivamente na divergência jurisprudencial. Em que pese a mera transcrição de ementas, trata-se de divergência notória, à medida que a matéria já se encontra Sumulada no âmbito deste Superior Tribunal de Justiça. Assim, é possível conhecer do recurso. Assiste razão ao recorrente. A Súmula 362/STJ disciplina que "a correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento". Ao determinar sua incidência a partir do ato ilícito, portanto, o Tribunal contrariou essa orientação, de modo que fica, neste aspecto, reformado o acórdão recorrido.” Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI 757 “A matéria sub examen já obteve o deslinde necessário perante esta Corte, tendo a jurisprudência se firmado no sentido de que compete ao Juízo Estadual processar e julgar ação em que o advogado postula o pagamento de honorários advocatícios, advindos da prestação de serviços profissionais, não havendo de se falar, no caso, em vínculo trabalhista.” Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO 758 “É certo que "compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento", conforme dispõe a Súmula 42/STJ. Contudo, por força do art. 1º da Lei 11.483/2007 (conversão da Medida Provisória 353/2007), foi "encerrado o processo de liquidação e extinta a Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA". E, de acordo com seu art. 2º, I, ficou determinado que "a União sucederá a extinta RFFSA nos direitos, obrigações e ações judiciais em que esta seja autora, ré, assistente, opoente ou terceira interessada", ressalvadas as demandas de natureza trabalhista. Nesse contexto, a orientação da Primeira Seção desta Corte firmou-se no sentido de que a competência da Justiça Federal tem como critério definidor, em regra, a natureza das pessoas

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Súmula do STJ

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366. Compete à Justiça estadual processar e julgar ação indenizatória proposta por viúva e filhos de empregado falecido em acidente de trabalho.

►Como anotou o Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, “a natureza da lide é exclusivamente cível e o causador dos danos, seja quem for, deverá indenizar os prejuízos causados a quem de direito, não se enquadrando o feito na regra do art. 114 da Constituição Federal ou no precedente firmado no julgamento do Conflito de Competência nº 7.204-1/MG, pelo Supremo Tribunal Federal, relativo à demanda proposta por empregado contra empregador.” (CC 54210-RO) ●STJ CC 102.720-PE759 (DJe 19.02.2009)

367. A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados.

●STJ CC 84003-SP760 (DJe 27.02.2009); STF CC 7505-SP (DJe 09.12.2008)

envolvidas no processo, de modo que a ela cabe processar e julgar "as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho" (art. 109, I, da CF/88). Assim, considerando a legitimidade da União para atuar no presente feito, porquanto sucessora processual da extinta RFFSA, é imperioso concluir que a hipótese amolda-se na esfera de competência da Justiça Federal.” Relatora Ministra DENISE ARRUDA 759 “Como se pode observar, não há disputa entre empregador e empregado. Os autores, assim, pedem indenização pelos danos que teriam decorrido da morte do marido e pai, sendo irrelevante a circunstância do infortúnio ser conseqüência de ato ou omissão praticado pelo empregador ou por terceiro. Não há pretensão deduzida pelos autores como trabalhadores, mas como cidadãos que, em tese, sofreram prejuízos materiais e morais, afastada para segundo plano a discussão sobre haver, ou não, acidente do trabalho. Enfim, a natureza da lide é exclusivamente cível e o causador dos danos, seja quem for, deverá indenizar os prejuízos causados a quem de direito, não se enquadrando o feito na regra do art. 114 da Constituição Federal ou no precedente firmado no julgamento do Conflito de Competência nº 7.204-1/MG, pelo Supremo Tribunal Federal, relativo à demanda proposta por empregado contra empregador. É importante salientar, igualmente, que se estando diante de circunstância peculiar, deve-se retornar ao dispositivo que rege a competência originária da Justiça do Trabalho, segundo o qual compete à Justiça do Trabalho processar e julgar 'as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho' (art. 114, inciso VI, da Constituição Federal, Emenda Constitucional nº 45/04). No caso em debate, os direitos não são pleiteados pelo trabalhador ou, tampouco, por pessoas na condição de herdeiros ou sucessores destes direitos. Os autores postulam direitos próprios em virtude de danos, também, próprios, ausente relação de trabalho entre estes e o réu.” Relator Ministro SIDNEI BENETI 760 “O Excelso Tribunal, confirmando a competência da Justiça Obreira em caso semelhante ao dos presentes autos, ressaltou, ainda, que a nova orientação não alcança os processos em trâmite na Justiça comum estadual quando já foi proferida sentença de mérito, em razão dos diferentes sistemas recursais adotados. Esse entendimento coaduna-se com a jurisprudência uniforme desta Corte, atualmente sumulado pelo Enunciado 367/STJ, verbis: "A competência

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Súmula do STJ

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368. Compete à Justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de retificação de dados cadastrais da Justiça Eleitoral.

●STJ CC 56932-PB761 (DJe 19.05.2008) - precedente 369. No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja

cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora.

●STJ REsp 1115219-MS762 (DJe 18.06.2009) 370. Caracteriza dano moral a apresentação antecipada do cheque pré-

datado. ►A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que não é relevante se o cheque emitido tem fundos ou não. O depósito antecipado causa dano automaticamente e, portanto, a obrigação de indenizar. ●STJ Ag 1123220-SP763 (DJe 08.05.2009)

371. Nos contratos de participação financeira para aquisição de linha telefônica, o valor patrimonial da ação (VPA) é apurado com base no balancete do mês da integralização.

►Merece revisão. O entendimento cristalizado no verbete, que resultou de guinada jurisprudencial, parece não atender aos fins sociais e às exigências do bem comum, postulados inarredáveis na aplicação da lei, preconizados no art. 5º da LIC. No abalizado dizer do jurista Modesto Carvalhosa “O balancete simplesmente não existe no mundo jurídico”. ●STJ REsp 1025755-RS764 (DJe 24.04.2009)

estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados." Compulsando-se os autos, verifica-se que não foi proferida sentença, restando patente a competência da Justiça Laboral.” Relator Ministro PAULO FURTADO 761 “1. É da competência da Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de justificação que objetiva alteração de dado cadastral de eleitor perante cartório eleitoral. Exegese do art. 35 da Lei 4.737/65, cujo rol taxativo não contempla a hipótese versada nos autos. (Precedentes: CC 56.905 - PB, Relatora Ministra DENISE ARRUDA, Primeira Seção, DJ de 23 de outubro de 2.006; CC 56.901 - PB, Relator Ministro CASTRO MEIRA, Primeira Seção, DJ de 15 de maio de 2.006; CC 58.087 - PB, Relator Ministra ELIANA CALMON, Primeira Seção, DJ de 26 de junho de 2.006).” Relator Ministro LUIZ FUX 762 “4.- Quanto à notificação do devedor, é assente neste Tribunal o entendimento segundo o qual no contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora (Súmula 369/STJ). Todavia, precedentes das Turmas que compõem a Segunda Seção desta Corte apontam para a desnecessidade da indicação do valor atualizado do débito na referida notificação. Confira-se, a respeito, os seguintes julgados: (...)” Relator Ministro SIDNEI BENETI 763 “A apresentação do cheque pré-datado antes do prazo avençado gera o dever de indenizar, presente, como no caso, a conseqüência da devolução do mesmo por ausência de provisão de fundos.” Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO 764 “Quanto ao critério para a apuração da quantidade de ações devidas, a jurisprudência do STJ é uníssona no sentido de que nos contratos de participação financeira destinados a

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Súmula do STJ

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372. Na ação de exibição de documentos, não cabe a aplicação de multa cominatória.

●STJ REsp 1104083-SP (DJe 15.04.2009) 373. É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de

recurso administrativo. ●STJ Ag 1136462-SP765 (DJe 08.05.2009)

374. Declara a Justiça Eleitoral competente para processar e julgar ação para anular débito decorrente de multa eleitoral.

●STJ CC 77503-MS (DJ 10.12.2007) - precedente 375. O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da

penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. ►Não obstante o § 4º do art. 659 do CPC, com a redação dada pela Lei 11.382/2006, preconize a ‘averbação’ da penhora, o STJ consolidou entendimento consentâneo com o disposto na vigente Lei de Registro Públicos (n° 6.015/73), no sentido do ‘registro’ da penhora: “Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. I - o registro: [...] 5) das penhoras, arrestos e seqüestros de imóveis; Art. 239 - As penhoras, arrestos e seqüestros de imóveis serão registrados depois de pagas as custas do registro pela parte interessada [...] Art. 240 - O registro da penhora faz prova quanto à fraude de qualquer transação posterior.” ●STJ REsp 996658-SP766 (DJe 14.05.2009)

habilitar os aderentes ao uso de linha telefônica, o valor patrimonial da ação deve ser fixado no mês da integralização, com base em balancete mensal a ele correspondente. Tal critério há de ser observado também no cálculo dos valores devidos a título de dobra acionária da telefonia celular. Ressalte-se ainda que esse entendimento foi recentemente Sumulado por esta Corte Superior nos seguintes termos:Súmula n. 371 do STJ:[...].” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA 765 “Sobre a questão do depósito prévio de 30% (trinta por cento) da exigência fiscal, consigne-se o que STF, revendo posicionamento anterior, no julgamento dos Recursos Extraordinários nº 389.383/SP e nº 390513/SP, declarou a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do artigo 126 da Lei nº 8.213/91, redação dada pela MP nº 1.608-14/98, convertida na Lei nº 9.639/98. Tal entendimento foi corroborado por esta Corte ao editar a Súmula 373/STJ: [...]” Relator Ministro CASTRO MEIRA 766 “A fraude à execução inocorre quando a alienação do bem opera-se antes de ajuizada a execução fiscal e, a fortiori, precedentemente à penhora. Precedentes da Corte. (REsp 211118/MG, DJ 16.11.2004; REsp 811898/CE, DJ 15.10.2006; AgRg no Ag 480706/MG, 26.09.2006, DJ 26.10.2006). 4. A novel exigência do registro da penhora, muito embora não produza efeitos infirmadores da regra prior in tempore prior in jure, exsurgiu com o escopo de conferir à mesma efeitos erga omnes para o fim de caracterizar a fraude à execução. 5. Aquele que não adquire do penhorado não fica sujeito à fraude in re ipsa, senão pelo conhecimento erga omnes produzido pelo registro da penhora. Sobre o tema, sustentamos: "Hodiernamente, a lei exige o registro da penhora, quando imóvel o bem transcrito. A novel exigência visa à proteção do terceiro de boa-fé, e não é ato essencial à formalização da constrição judicial; por

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Súmula do STJ

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376. Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial.

►Merece revisão. O enunciado é contrário à Constituição e à legislação infraconstitucional. Turma Recursal, como deflui do próprio nome, tem competência estritamente recursal, não julga ações originárias. A competência para julgar, em sede de mandado de segurança, atos reputados ilegais praticados por juízes de 1º grau, independentemente de onde exerçam a judicatura (pois a competência é fixada em razão da autoridade e não da matéria), é dos Tribunais aos quais os magistrados estejam vinculados, conforme estabelece a LOMAN: Juiz Federal, Tribunais Regionais Federais (art. 89, § 5º, d); Juiz de Direito, Tribunais de Justiça (art. 101, d). ●STJ CC 39950-BA (DJe 06.03.2008) – precedente

377. o portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes.

●STJ Ag 1122618-DF (DJe 13.05.2009) 378. Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferenças

salariais decorrentes. ●STJ REsp 961671-RS767 (DJe 05.06.2009)

379. Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios poderão ser fixados em até 1% ao mês.

●STJ REsp 1026680-RS768 (DJe 16.06.2009)

isso o registro não cria prioridade na fase de pagamento. Entretanto, a moderna exigência do registro altera a tradicional concepção da fraude de execução; razão pela qual, somente a alienação posterior ao registro é que caracteriza a figura em exame. Trata-se de uma exceção criada pela própria lei, sem que se possa argumentar que a execução em si seja uma demanda capaz de reduzir o devedor à insolvência e, por isso, a hipótese estaria enquadrada no inciso II do art. 593 do CPC. A referida exegese esbarraria na inequívoca ratio legis que exsurgiu com o nítido objetivo de proteger terceiros adquirentes. Assim, não se pode mais afirmar que quem compra do penhorado o faz em fraude de execução. 'É preciso verificar se a aquisição precedeu ou sucedeu o registro da penhora'. Neste passo, a reforma consagrou, no nosso sistema, aquilo que de há muito se preconiza nos nossos matizes europeus." (Curso de Direito Processual Civil, Luiz Fux, 2ª Ed., pp. 1298/1299). 6. Dessarte, a Corte Especial, em 18 de março de 2009, aprovou a Súmula 375 que pacifica a jurisprudência, no seguinte sentido: [...]” Relator Ministro LUIZ FUX 767 “Consoante entendimento pacífico desta Corte, na hipótese de desvio de função, conquanto não tenha o servidor direito a ser promovido ou reenquadrado no cargo ocupado, tem ele direito às diferenças vencimentais devidas em decorrência do desempenho de cargo diverso daquele para o qual foi nomeado.” Relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA 768 “Os juros moratórios, na esteira do artigo 52, II, do Código de Defesa do Consumidor e da Súmula 379 do STJ, podem ser cobrados no percentual máximo de 12% (doze por cento) ao ano, equivalente a 1% (um por cento) ao mês, desde que previstos contratualmente.” Relator Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA

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Súmula do STJ

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380. A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do autor.

►Merece revisão. A prevalecer o entendimento o consumidor deverá sujeitar-se à disposições contratuais abusivas, ilegais, sob pena de incorrer em mora, o que implica na fragilização da garantia de que trata o art. 4º, inciso I, do CDC. ●STJ REsp 872697-SE (DJe 12.05.2009)

381. Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.

►Merece revisão. Até recentemente entendia o STJ que “Não haverá julgamento extra petita quando o juiz ou tribunal pronunciar-se de ofício sobre matérias de ordem pública, entre as quais se incluem as cláusulas contratuais consideradas abusivas (arts. 1º e 51 do CDC)” (REsp 1013562-SC). Parece inexistir substrato lógico-jurídico que respalde a guinada jurisprudencial verificada. ●STJ REsp 1049703-SC (DJe 22.06.2009)

382. A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade.

►Merece revisão. A súmula preconiza que as instituições financeiras não estão sujeitas às limitações impostas pelo Código Civil contidas nos artigos 406 e 591. O entendimento acaba servindo de espécie de alvará para a cobrança de taxas até mesmo superiores a 12% ao mês, que se estiverem enquadradas na média praticada pelo cartelizado mercado, inviabiliza a demonstração da abusividade pelo consumidor/vítima. ●STJ REsp 936652-RS769 (DJe 29.06.2009)

769 “Em referência aos juros remuneratórios, a Segunda Seção deste egrégio Superior Tribunal entende que não incide a limitação a 12% ao ano, prevista no Decreto nº 22.626/33, salvo hipóteses legais específicas, visto que as instituições financeiras, integrantes do Sistema Financeiro Nacional, são regidas pela Lei nº 4.595/64. Nota-se que cabe ao Conselho Monetário Nacional limitar tais encargos, aplicando-se a Súmula nº 596 do STF. Veja-se, mais, que este entendimento não foi alterado após a vigência do Código de Defesa do Consumidor, cujas normas também se aplicam aos contratos firmados por instituições bancárias. E a fim de se harmonizarem os referidos diplomas legais, aquele Órgão Julgador consagrou a manutenção dos juros no percentual avençado pelas partes, desde que não reste sobejamente demonstrada a exorbitância do encargo (ut AgRg no REsp 987.697/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi, DJ de 12.12.2007). Ademais, a autorização do Conselho Monetário Nacional para a livre contratação dos juros remuneratórios só se faz necessária em hipóteses específicas, decorrentes de expressa exigência legal, tais como nas cédulas de crédito rural, industrial ou comercial. Assim, resta dispensada a prova de prévia autorização do CMN para fixar a taxa de juros além do patamar legal no caso em concreto (v.g. AgRg nos EDcl no Resp 492.936/RS, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, DJ 22.11.2004). A questão restou consolidada com a edição da Súmula 382 do STJ, [...].Relator Ministro MASSAMI UYEDA

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Súmula do STJ

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383. A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.

●STJ AgRg-CC 94250-MG (DJe 22.08.2008) – precedente 384. Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda

extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia. ●STJ REsp 647002-PR (DJ 26.02.2007) – precedente

385. Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.

►Merece revisão. O entendimento sumulado está em franco descompasso com a consolidada jurisprudência do STF e do próprio STJ, que reconhecem caráter dúplice ao dano moral: compensatório e punitivo (mais precisamente, o caráter é tríplice, pois há, também, a função pedagógica). A súmula estabelece um insólito critério objetivo de ausência de moral do cidadão. Ainda, preconiza hipótese de ato ilícito insuscetível de punição, apenas de cancelamento. E, finalmente, presta-se à função antipedagógica de desestimular o imprescindível zelo com que deveriam agir os órgãos de proteção ao crédito. ●STJ REsp 1062336-RS (DJe 12.05.2009) – precedente

386. São isentos de imposto de renda as indenizações de férias propor-cionais e respectivo adicional.

●STJ REsp 885722-SP (DJe 30.06.2008) - precedente 387. É possível a acumulação das indenizações de dano estético e moral.

●STJ REsp 254445-PR (DJ 23.06.2003) - precedente 388. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral,

independentemente de prova do prejuízo sofrido pela vítima. ●STJ REsp 434518-MG (DJ 12.08.2003) - precedente

389. A comprovação do pagamento do custo do serviço referente ao fornecimento de certidão de assentamento constantes dos livros da companhia é requisito de procedibilidade da ação de exibição em face da sociedade anônima.

●STJ REsp 920221-RS (DJ 26.10.2007) - precedente

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Súmula do STJ

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