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_______________________________________________________________________________________ Mini curriculum Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil. Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis Relativização ou Flexibilização da Coisa Julgada. Coisa Julgada Formal (processual) doutrina conceitua, por ter passado o prazo de recorrer. Coisa Julgada Material, art. 502 CPC (bem da vida=mérito). A coisa julgada, firmada no inciso XXXVI do artigo 5º da CF (a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;), tem como objetivo principal dar segurança jurídica às decisões, as quais não podem ser desconstituídas a não ser em casos especiais, através da ação rescisória. Art. 884, § 5º da CLT - Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal. Interpretação Restritiva, entende que o § 5º somente poderia ser acionado quando a sentença houvesse deliberadamente utilizado como fundamento uma lei já declarada inconstitucional pelo STF. Neste caso, a sentença produziria um título executivo inexigível, porque viciada desde o princípio. Prof. Homero Batista Mateus da Silva. Jurisprudência: VOTO DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. COISA JULGADA O agravante se insurge contra a decisão de primeiro grau, que sob o fundamento de inconstitucionalidade da coisa julgada, declarou a inexigibilidade parcial do título judicial no qual se funda a execução, no que tange à majoração dos salários do exequente em 27% devido às promoções verticais entre classes previstas na Lei Municipal nº 2.272/88. Argumenta o agravante que a determinação contida na decisão em comento viola a coisa julgada e o princípio da segurança jurídica. Assiste-lhe razão.

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Page 1: Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo … · 2017-12-15 · ... porque viciada desde o princípio. Prof. Homero Batista Mateus da Silva. Jurisprudência:

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Mini curriculum

Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil.

Contatos: E‐mail: [email protected] Facebook: b.com/custodio.nogueira Site: custodionogueira.com.br 2ª Fase OAB - 100% GRATUITO digite no you tube: custodio nogueira 2ª fase grátis

Relativização ou Flexibilização da Coisa Julgada.

Coisa Julgada Formal (processual) doutrina conceitua, por ter passado o prazo de recorrer. Coisa Julgada Material, art. 502 CPC (bem da vida=mérito). A coisa julgada, firmada no inciso XXXVI do artigo 5º da CF (a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;), tem como objetivo principal dar segurança jurídica às decisões, as quais não podem ser desconstituídas a não ser em casos especiais, através da ação rescisória.

Art. 884, § 5º da CLT - Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal.

Interpretação Restritiva, entende que o § 5º somente poderia ser acionado quando a sentença houvesse deliberadamente utilizado como fundamento uma lei já declarada inconstitucional pelo STF. Neste caso, a sentença produziria um título executivo inexigível, porque viciada desde o princípio. Prof. Homero Batista Mateus da Silva.

Jurisprudência:

VOTO DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. COISA JULGADA O agravante se insurge contra a decisão de primeiro grau, que sob o fundamento de inconstitucionalidade da coisa julgada, declarou a inexigibilidade parcial do título judicial no qual se funda a execução, no que tange à majoração dos salários do exequente em 27% devido às promoções verticais entre classes previstas na Lei Municipal nº 2.272/88. Argumenta o agravante que a determinação contida na decisão em comento viola a coisa julgada e o princípio da segurança jurídica. Assiste-lhe razão.

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Não resta dúvida que a hipótese é de coisa julgada, considerando que a questão pertinente às diferenças salariais decorrentes dos interstícios de 27% entre classes, foi resolvida na fase de conhecimento, quando a sentença de primeiro grau julgou procedente em parte a reclamação trabalhista, para deferir ao obreiro: “diferenças salariais pela não observação da estrutura salarial, determinada pela lei municipal nº. 2.272/88, de 27% de intervalo entre classes e 9% entre níveis, a partir de setembro/2008 e até janeiro/2010...” (fls.178/183). Não houve interposição de recurso ordinário pelas partes, conforme certificado à fl.194, transitando em julgado o decisum. Em sendo assim, a questão resta irretocável, visto que se encontra sob a proteção da coisa julgada, não podendo ser modificada nesta fase processual, nos termos do § 1º do art. 879 da CLT, verbis: “Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal”. No que tange a inovação doutrinaria e legislativa denominada relativização da coisa julgada, por atentar contra o preceito constitucional do respeito à coisa julgada (art. 5º, XXXVI, da CF), carece de prudência em sua aplicação. Com efeito, qualquer interpretação ampliativa do art. 884, § 5º da CLT, confronta com a Carta Magna e com a proteção à coisa julgada. Portanto, cumpre reformar a sentença, a fim de que seja restabelecida a exigibilidade integral e imediata do título executivo judicial. TRT-5 - Inteiro Teor. Agravo de Petição: AP 6570620105050493 BA 0000657-06.2010.5.05.0493 Data de publicação: 02/06/2015

Outro Posicionamento: Quando Decisão do STF reconhecer obrigação em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo próprio STF. Interpretação extensiva, entende que o § 5º do art. 884da CLT será sempre aplicado. E mais, veja os §§ abaixo: Na execução poderá o Executado alegar na impugnação:

Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

Art. 525, § 12 do CPC - Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.

§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. (do caso concreto)

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Decisão do STF ANTES do trânsito em julgado da decisão exequenda, os 2 anos da rescisória serão contados do trânsito em julgado da decisão que se quer rescindir.

E se a decisão do STF for DEPOIS do Trânsito em Julgado da Decisão Exequenda!

Art. 525, § 15, CPC - Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

E agora?....rescisória....a contar de quando? Os 2 anos da Ação Rescisória serão contados do trânsito em julgado da decisão do STF que declarou a lei ou ato normativo inconstitucional e, alcançara TODOS os processos já transitados em julgado. Na realidade o CPC revogou parcialmente a coisa julgada, pois, a qualquer momento que o STF decidir de forma contrária à coisa julgada, esta poderá ser objeto de ação rescisória, mesmo após os dois anos decadenciais que lhe davam a garantia constitucional de não ser mais alterada, uma vez que esses dois anos serão contados do trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF e, não da decisão do caso em concreto. Aplicável na JT?

Art. 3° IN 39 do TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: XII - arts. 536 a 538 (cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar coisa);

Art. 536, § 4º CPC - No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber

Interessante – Súmula TRT 10ª Região: Súmula 8 (12/04/2004), para rechaçar a aplicabilidade do § 5º do art. 844 da CLT:

“São inconstitucionais o § 5º, do art. 884 da CLT, e parágrafo único, do art. 741 do CPC, com redação dada pela MedProv 2.180-35, de 24.08.2001, que nas respectivas frações finais consideram inexigível o título judicial, cujo conteúdo ostenta desconformidade interpretativa com a Constituição Federal, segundo o Supremo Tribunal Federal”.

Jurisprudência:

DA INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 118-A, DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE FRANCA - SEXTA-PARTE COM VENCIMENTOS INTEGRAIS Sustenta o autor (Municipalidade) que o artigo 118-A, da Lei Orgânica municipal, com a redação dada pela Emenda nº 58 de 11 de novembro de 2011 foi julgada

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inconstitucional pelo Órgão Especial do TJSP, não havendo substrato legal para o deferimento da sextaparte com base nos vencimentos integrais, conforme a decisão que se busca a rescindir. Fundamenta seu pleito rescisório na violação da lei, nos termos do artigo 966, V, do CPC. Extrai-se dos autos que o Município de Franca foi condenado pela sentença ao pagamento da verba intitulada sexta-parte sobre o vencimento integral do réu. De tal decisão, recorreu o Município, sendo mantida a condenação pela 9ª Câmara da 5ª Turma deste E. TRT. Dessa decisão, o autor interpôs Recurso de Revista que teve denegado seu seguimento (id 1d670ae). Interpôs Agravo de Instrumento que teve negado seu seguimento (id 7f3a02d). Verifica-se, ainda, que o trânsito em julgado do v. acórdão, ocorreu em 16/3/2017 (id 4bf5cb4). Convém destacar, por último, que não se trata de revolvimento da matéria fática, pois a questão atinente à inconstitucionalidade de lei é matéria de ordem pública, que se sobrepõe às demais questões processuais, devendo ser apreciada a qualquer tempo, sob pena de vulneração do inciso LV, do artigo 5º, da Constituição Federal. Entende-se, assim, que não deve subsistir o v. acórdão prolatado, diante do quanto restou demonstrado sobre a inconstitucionalidade superveniente da lei municipal, encontrando arrimo o pedido nos artigos 966, inciso V, c/c 525, § 15, do CPC/2015. Portanto, nos termos acima expostos, entendo que razão assiste ao autor, sendo forçoso reconhecer a inconstitucionalidade superveniente do artigo 118-A, da Lei Orgânica do Município de Franca, motivo pelo qual acolho a presente ação rescisória para rescindir o v. acórdão prolatado pela 9ª Câmara da 5ª Turma deste Egrégio, nos autos da reclamação trabalhista nº 0012304-67.2014.5.15.007, no tocante ao cálculo da sexta-parte sobre os vendimentos integral, com fulcro, no inciso V, do artigo 966, c/c art. 525, § 15, do CPC/2015. TRT-15 - Inteiro Teor. ACAO RESCISORIA: AR 64822920175150000 0006482-29.2017.5.15.0000 Data de publicação: 31/10/2017

EXECUÇÃO TRABALHISTA O que é? Liebman: “a atividade desenvolvida pelos órgãos judiciários para dar atuação à sanção recebe o nome de execução; em especial, execução civil é aquela que tem por finalidade conseguir, por meio do processo, e sem o concurso da vontade do obrigado, o resultado prático que tendia a regra jurídica que não foi obedecida”. A execução, portanto, é atividade jurisdicional que tem por finalidade o cumprimento de uma obrigação que, em princípio, não admite discussões. Orientação Geral.

1 - Toda execução é real; 2 - Toda execução tende apenas à satisfação do direito do credor; 3 - Toda execução deve ser útil ao credor; 4 - Toda execução deve ser econômica; 5 - A execução deve ser específica; 6 - A execução deve ocorrer às expensas do devedor; 7 - A execução deve respeitar a dignidade humana do devedor, e

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8 - O credor tem a livre disponibilidade da execução. CONTEXTUALIZAÇÃO LEGAL NA EXECUÇÃO

NCPC na Execução Trabalhista, temos os seguintes dispositivos: O clássico art. 769 da CLT (subsidiária). O art. 889 que trata da aplicação na Execução (LEF – lei 6.830/1980). Art. 15 do NCPC (supletiva).

“Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”. “Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.” “Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”

Execução na CLT - Capítulo V do Título X da CLT. (artigos 876 até 892 da CLT). Considerações: A Execução é uma Ação Autônoma ou é uma Fase Processual?

Se o Título Executivo for Judicial, é apenas uma Fase Processual.

Se o Título Executivo for Extrajudicial é uma Ação Autônoma. Títulos Executivos:

• JUDICIAL

Competência:

Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.

Sentença condenatória, transitada em julgado ou não (execução provisória);

Acordo homologado em dissídio individual, inclusive art. 855-B até E da CLT,

NOVIDADE NA CLT – AUTOCOMPOSIÇÃO DAS PARTES

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.

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Enunciado Anamatra:

HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. RECURSO. ANÁLISE PELO TRIBUNAL. NO CASO DE RECURSO DA DECISÃO QUE NÃO HOMOLOGAR DE FORMA FUNDAMENTADA O ACORDO EXTRAJUDICIAL, O TRIBUNAL NÃO PODERÁ RETORNAR O PROCESSO PARA QUE O JUIZ DE PRIMEIRO GRAU O HOMOLOGUE.

Compentência: PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. I - A COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL SEGUE A SISTEMÁTICA DO ART. 651 DA CLT. II - APLICA-SE ANALOGICAMENTE O ART. 63, § 3º, DO CPC, PERMITINDO QUE O JUIZ REPUTE INEFICAZ DE OFÍCIO A ELEIÇÃO DE FORO DIFERENTE DO ESTABELECIDO NO ART. 651 DA CLT, REMETENDO OS AUTOS PARA O JUÍZO NATURAL E TERRITORIALMENTE COMPETENTE.

Sentença arbitral, dissídio individual (art. 507-A da CLT) e coletivo (art. 114, §§ 1º

e 2º da CF).

NOVIDADE NA CLT

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996

Enunciado Anamatra:

CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM NAS RELAÇÕES DE TRABALHO. ART. 507-A DA CLT. IMPOSSIBILIDADE DE SER INSTITUÍDA EM SE TRATANDO DE CRÉDITOS DECORRENTES DA RELAÇÃO DE TRABALHO, À LUZ DO ARTIGO 1º DA LEI 9.307/96, ART. 100 DA CF/88, ART. 1707 DO CC E ART. 844, § 4º, II DA CLT. CARÁTER ALIMENTAR DO CRÉDITO TRABALHISTA. INDISPONIBILIDADE E INDERROGABILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS

Jurisprudência:

COMPROMISSO ARBITRAL. SOLUÇÃO DE CONFLITOS INDIVIDUAIS. CABIMENTO. CARACTERIZAÇÃO DE COISA JULGADA. Pugna o Recorrente pela reforma do decisum proferido pelo MM. a quo, que extinguiu sem resolução do mérito os pleitos articulados na incoativa sob o fundamento de que se operara coisa julgada no feito, em virtude do compromisso arbitral celebrado entre as partes litigantes. Se não há nos autos prova passível de demonstrar que o Reclamante optou pelo compromisso arbitral em virtude de coação, não há que se falar na fraude alegada, confirmando-se, no particular, a r. sentença recorrida. TRT-5 - RECURSO ORDINARIO RO 465004320065050037 BA 0046500-43.2006.5.05.0037 (TRT-5)

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Data de publicação: 09/10/2007

• EXTRAJUDICIAL

Competência:

Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.

Termo de Ajuste de Conduta (TAC);

Jurisprudência:

EXECUÇÃO DE TIÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. TAC. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESNECESSIDADE. Tratando-se de execução, cujo objeto é um título executivo extrajudicial, cabe apenas verificar se o mesmo se reveste dos requisitos legais de liquidez, certeza e exigibilidade, os quais são aferíveis documentalmente, sendo desnecessária a dilação probatória pretendida. TRT-1 - AGRAVO DE PETIÇÃO AP 00106700420135010321 RJ (TRT-1) Data de publicação: 06/07/2015

Termo de Conciliação na CCP;

Certidões de Dívida Ativa (CDA) - decorrentes das multas aplicadas aos

empregadores pelos órgãos de fiscalização do trabalho.

Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇÃO DA EXECUTADA. CERTEZA E LIQUIDEZ DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA. VALIDADE. A certidão de dívida ativa que fundamenta a execução frui da presunção de certeza e liquidez estabelecida no artigo 3º da Lei nº 6.830/80, inexistindo razão para questionar a precisão do seu conteúdo. A propositura de ação de execução fiscal de dívida ativa prescinde da instrução com cópia do processo administrativo, nos termos do art. 2º, §5º, da Lei 6.380/80, cabendo à parte agravante comprovar possíveis vícios que o contaminem. Agravo desprovido. TRT-19 - Inteiro Teor. AGRAVO DE PETIÇÃO: AP 10909620145190002 0001090-96.2014.5.19.0002 Data de publicação: 17/12/2015

Termo de Quitação Anual de Obrigações Trabalhistas (art. 507-B) da CLT),

NOVIDADE NA CLT – AUTOCOMPOSIÇÃO DAS PARTES

Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridasmensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.

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Enunciado Anamatra:

QUITAÇÃO ANUAL. INVALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO PARA ALCANÇAR DIREITOS INDISPONÍVEIS QUITAÇÃO ANUAL. INVALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO PARA ALCANÇAR DIREITOS INDISPONÍVEIS. I - É INVÁLIDA A QUITAÇÃO ANUAL MESMO COM A ASSISTÊNCIA DO SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 5º, XXXV E 8º, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL; II - DIREITOS INDISPONÍVEIS INERENTES À RELAÇÃO DE EMPREGO NÃO PODERÃO SER TRANSACIONADOS, SENDO NULO O TERMO DE QUITAÇÃO COM ESSE OBJETIVO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 9º DA CLT C/C O ARTIGO 166, VI, DO CÓDIGO CIVIL.

Termo de Quitação do Contrato de Trabalho (art. 484-A) da CLT), Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:

I – por metade:

a) o aviso prévio, se indenizado; e

b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990;

II – na integralidade, as demais verbas trabalhistas.

§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.

§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.

Enunciado Anamatra:

RESCISÃO CONTRATUAL POR MÚTUO CONSENTIMENTO E SEM ASSISTÊNCIA SINDICAL: ÔNUS DA PROVA. NEGANDO O TRABALHADOR QUE A RUPTURA CONTRATUAL OCORREU POR MÚTUO CONSENTIMENTO (ART.484-A), É DO EMPREGADOR O ÔNUS DA PROVA, TENDO EM VISTA A REVOGAÇÃO DO § 1º DO 477 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (ASSISTÊNCIA/FISCALIZAÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA) E EM FACE DOS PRINCÍPIOS DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO E DA PRIMAZIA DA REALIDADE, ASSUMINDO MAIOR RELEVÂNCIA A ORIENTAÇÃO DA SÚMULA 212 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.

Enunciado Anamatra:

EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR MÚTUO CONSENTIMENTO.

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OBSERVÂNCIA AOS REQUISITOS FORMAIS E SUBSTANCIAIS DE VALIDADE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR MÚTUO CONSENTIMENTO. OBSERVÂNCIA AOS REQUISITOS FORMAIS E SUBSTANCIAIS DE VALIDADE. A EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR MÚTUO CONSENTIMENTO PREVISTA NO ARTIGO 484-A DA CLT SE ENCONTRA SUBMETIDA AO ESCRUTÍNIO QUANTO À VALIDADE FORMAL E SUBSTANCIAL DO TERMO DE RESCISÃO, À LUZ DOS ARTIGOS 138 A 188 DO CÓDIGO CIVIL C/C O ARTIGO 8º, § 1º, DA CLT E DO ARTIGO 9º DA CLT.

PDV – PDI – DISPENSA INDIVIDUAL, PLURIMA OU COLETIVA

Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

Enunciado Anamatra.

EFEITOS DE PAGAMENTOS EFETUADOS FORA DA ESFERA JUDICIAL. INDECLINABILIDADE DE JURISDIÇÃO. ART. 5º, XXXV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARBITRAGEM INDIVIDUAL. QUITAÇÃO PERIÓDICA, DISTRATO. PROGRAMA DE DEMISSÃO INCENTIVADA. ARTS. DA CLT 507-A, 507-B, 484-A E 477-B. EFEITOS LIMITADOS AOS VALORES PAGOS. AUSÊNCIA DE QUITAÇÃO GERAL. QUITAÇÃO LIMITADA A VALORES. DIREITO DE ACIONAMENTO DO JUDICIÁRIO TRABALHISTA PARA RESGUARDO DE LESÕES. Os pagamentos efetuados por conta de termo de compromisso arbitral, quitação anual de obrigações trabalhistas, extinção do contrato por mútuo acordo e plano de demissão voluntária ou incentivada podem produzir eficácia liberatória limitada aos valores efetivamente adimplidos. Em aplicação à garantia constitucional de acesso à jurisdição (art. 5º, XXXV), mantém-se pleno direito de acesso ao Judiciário para solucionar situações conflituosas, inclusive para satisfação de diferenças sobre rubricas parcialmente pagas.

Extensão dos Demais Títulos (art. 784, CPC/2015)?

Art. 13 da IN 39 do TST - Por aplicação supletiva do art. 784, I (art. 15 do CPC), o cheque e a nota promissória emitidos em reconhecimento de dívida inequivocamente de natureza trabalhista também são títulos extrajudiciais para efeito de execução perante a Justiça do Trabalho, na forma do art. 876 e segs. da CLT.

Art. 784 do CPC - São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

Características do Titulo Executivo:

• CERTEZA: característica do título executivo que atribui a uma das partes o direito de forma inquestionável e induvidoso e, de igual sorte, atribui à parte contrária obrigação de mesma qualidade e equivalente.

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• LIQUIDEZ: característica do título executivo que delimita a extensão do direito atribuído à parte e, por conseqüência, da obrigação atribuída à parte contrária.

• EXIBIBILIDADE: O cumprimento da obrigação não está sujeito a condição ou termo ou, estando, tal já ocorreu.

FASE DE LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA (art. 876 e seguintes CLT)

Situa-se entre o trânsito em julgado do conhecimento e o início da Execução. No Rito Sumaríssimo: Épossível sentença ilíquida? O Presidente da República vetou e, o Congresso Nacional não o derrubou o veto: Art. 852- I, § 2º da CLT - (VETADO)

não admite sentença condenatória por quantia ilíquida, o que poderá, na prática, atrasar a prolação das sentenças, já que se impõe ao juiz a obrigação de elaborar cálculos, o que nem sempre é simples de se realizar em audiência. Seria prudente vetar o dispositivo em relevo, já que a liquidação por simples cálculo se dará na fase de execução da sentença, que, aliás, poderá sofrer modificações na fase recursal.

Jurisprudência:

PROCESSO SUMARÍSSIMO – SENTENÇA ILÍQUIDA – ARGUIÇÃO DE NULIDADE DO JULGADO PELO RECLAMADO – NÃO CABIMENTO. A faculdade de proferir sentença líquida insere-se dentro do poder diretivo do Magistrado, segundo preconiza o artigo 765 do Texto Consolidado. Se não houve convencimento do mesmo quanto aos valores apontados pelo reclamante, perfeitamente possível o deferimento de verbas, diferindo a apuração do quantum debeatur para a fase de liquidação de sentença. Ressalte-se que o artigo 852, I da CLT, cujo texto continha a proibição suscitada pelo reclamado foi vetado e, ainda, eventual argüição de vício do julgado caberia somente ao autor e não ao réu, consoante entendimento jurisprudencial sumulado – Súmula 318, do C. STJ. Preliminar rejeitada. Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região TRT-15 – Recurso Ordinário: RO 75488 SP 075488/2010

No Rito Ordinário:

Art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.

REFORMA TRABALHISTA REDAÇÃO ANTERIOR

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Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido.

NOVA REDAÇÃO

Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar.

Art. 195 da CF - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

Na Liquidação de Sentença não se poderá alterar a Decisão do Conhecimento Transitada em julgado:

Art. 879 - § 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal.

QUAL OBJETIVO DA FASE DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA, o ACERTAMENTO DE CONTAS face ao DIREITO MATERIAL transitado em julgado. O Juízo INTERPRETARÁ O COMANDO DECISÓRIO QUE TRANSITOU EM JULGADO para alcançar a real dimensão da decisão e seu valor. Exemplo sentença transitou em julgado nos seguintes termos:

... JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA NA FORMA DA LEI...

Qual índice? TR, IPCA, INPC... ...HORAS EXTRAS CONFORME CARTÃO DE PONTO...

Na inicial o RCTE limita o período das 08 as 19h. Em certo dia o cartão aponta jornada das 08 às 20h. E agora, cartão ou inicial? COMO SE DÁ A LIQUIDAÇÃO DA DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO:

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Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.

Liquidação por Cálculos: os elementos já estão nos autos, devendo apenas se fazer o cálculo aritmético para se chegar ao quantum devido.

Art. 879 § 1º-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.

E se não for possível liquidar a sentença transitada em julgado por cálculos? Liquidação por Artigos: Fora dos autos: Necessidade de provar fato novo, qual seja, o valor do bem jurídico concedido ao exequente no título executivo e não o direito material em si. Admite todos os meios de prova (documental, testemunhal). Fato novo é aquele “reconhecido na decisão transitada em julgado do conhecimento de forma genérica”, e que, portanto, necessita de detalhamento após o trânsito em julgado, na fase de liquidação. Exemplo: Condenação em 2 horas extras por dia sem parâmetros de liquidação, sem indicar o divisor, o percentual incidente e os reflexos, ou seja, na fase de liquidação de sentença será apurado os elementos para fazer a liquidação do valor. Jurisprudência:

FATO NOVO. ARTIGOS DE LIQUIDAÇÃO. NECESSIDADE. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo, ... É de se ver que o acórdão de fls. 1271/1274-V, reformando a sentença de conhecimento, deferiu ao autor as diferenças perseguidas no item “e”, da exordial, relativamente ao desvio de função, determinando o seu enquadramento na função de Gerente executivo (Gerex). Acontece que nos autos não há prova dos valores recebidos por um empregado exercente da função de Gerente executivo. Sendo assim, entendo que os autos devem ser remetidos a artigos de liquidação, quando o reclamante terá a oportunidade de provar a variação salarial recebida pelo Gerente executivo (Gerex) para, somente após tal definição, passar-se à apuração do julgado. TRT-5 - Agravo de Petição AP 00012440620105050371 BA 0001244-

06.2010.5.05.0371 (TRT-5) Data de publicação: 02/09/2014

Liquidação por Arbitramento: os elementos para a liquidação não estão nos autos nem fora dos autos, sendo necessário um conhecimento técnico para obtê-lo. A execução será feita por um valor estimado, a ser apurado de acordo com critérios arbitrados pelo Juiz. Exemplo: Reconhecido o vínculo de emprego em juízo, mas sem a indicação do salário,

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daí, na execução será designado um árbitro para pesquisar o valor do salário do exequente. Jurisprudência:

LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO. Quanto à forma de liquidação do julgado, assiste razão à Ré. A sentença, diante das dificuldades que já antevia para a apuração das diferenças salariais, determinou que a liquidação ocorresse por arbitramento. Transcreve-se:

A ascensão funcional está também prevista no Regulamento Interno (Art. 37, 1) fazendo jus o autor às promoções a que teria direito se tivesse reconhecida a relação de emprego desde o início da prestação dos serviços. O levantamento dos cargos e respectivos níveis de remuneração, bem como as diferenças salariais daí decorrentes, serão também objeto de levantamento em liquidação de sentença. Dada a natureza estritamente contábil da condenação, a liquidação de sentença far-se-á por arbitramento, às expensas do reclamado, ...

O comando, todavia, foi ignorado na fase liquidação, tendo o Autor apresentado cálculos nos quais se inseriu no último nível salarial, alegando que uma decisão da diretoria da Ré teria reenquadrado todos os funcionários no último nível de cada categoria profissional. No entanto, o documento de fl. 484, que comprovaria a alegação do Autor, revela-se incompleto, pois corresponde a apenas uma página da suposta norma interna. Aquela folha não permite saber quem editou a norma, se de fato pertence à Ré e seu real alcance. Logo, diante da inexistência de elementos nos autos que permitam apurar a correta ascensão funcional do trabalhador, assim como a enorme disparidade entre os valores apontados pelas partes (Autor: R$572.092,30 ± fl. 483; Ré: R$150.821,49 ± fl. 530), considera-se necessária a realização de perícia para liquidar o julgado. Concede-se, pois, provimento ao recurso para determinar que a liquidação se faça por arbitramento, como estabelecido pela sentença transitada em julgado. TRT-1 - Agravo de Peticao AGVPET 1820008119905010028 RJ (TRT-1) Data de publicação: 19/10/2012

CARÁTER INTERLOCUTÓRIO DA SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO - Irrecorrível de imediato!

Art. 879 - § 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

Jurisprudência:

DECISÃO EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. CARÁTER INTERLOCUTÓRIO. IRRECORRIBILIDADE. Da decisão que julga as impugnações das partes em momento anterior à homologação dos cálculos e início da execução, não cabe recurso, diante de sua natureza interlocutória. Se a parte não se conformar com o decidido, deverá aguardar a oportunidade para renovar sua discordância em embargos à execução ou impugnação aos cálculos e somente desse novo julgado é que caberá a interposição de agravo de petição. Agravo de petição não conhecido. Agravo de instrumento a que se nega provimento.

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TRT-12 - AIAP 03139200705012013 SC 03139-2007-050-12-01-3 (TRT-12) Data de publicação: 19/11/2009.

Antes da reforma, se o juízo não concedesse prazo, somente nos embargos é que as partes impugnarão.

Art. 884 - § 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo.

REFORMA TRABALHISTA

Art. 879 - § 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 879 - § 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

Agora caberá agravo de Petição? Quem tem LEGITIMIDADE ATIVA para promover a execução?

Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, OU ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 878 - A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal APENAS nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.

Enunciado Anamatra:

EXECUÇÃO DE OFÍCIO E ART. 878 DA CLT EM RAZÃO DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DA EFETIVIDADE (CF, ART. 5º, XXXV), DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO (CF, ART. 5º, LXXVIII) E EM FACE DA DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DA EXECUÇÃO DE OFÍCIO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS, PARCELAS ESTAS ACESSÓRIAS DAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS (CF, ART. 114, VIII), O ART. 878 DA CLT DEVE SER INTERPRETADO CONFORME A CONSTITUIÇÃO, DE MODO A PERMITIR A EXECUÇÃO DE OFÍCIO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS, AINDA QUE A PARTE ESTEJA ASSISTIDA POR ADVOGADO.

ex officio? Interesse do Estado em ver executada suas decisões, e não a, hipossuficiência do trabalhador. Quanto aos Créditos Previdenciários. Conflito:

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Art. 876, Parágrafo único da CLT - A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar.

Orientação Anamatra:

EXECUÇÃO DE OFÍCIO. LIMITAÇÃO DECORRENTE DO ART. 878, "CAPUT" DA CLT (LEI 13.467/17). POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DE OFÍCIO, NO ENTANTO, QUANTO ÀS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, CONFORME ART. 876, PARÁGRAFO ÚNICO DA CLT (LEI 13.467/17). TRATAMENTO DIFERENCIADO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO SUPLETIVA DO ARTIGO 139, IV DO NCPC. Viola o princípio da isonomia o tratamento diferenciado constante nos artigos 876, parágrafo único da CLT e artigo 878, “caput” da CLT (ambos com redações conferidas pela Lei 13.467/17), pelo o que deve ser reputada por inconstitucional no sentido da restrição emanada deste último dispositivo. Ademais, deve ser aplicado supletivamente o artigo 139, IV do NCPC (artigo 15 do NCPC), permitindo-se ampla execução de ofício.

Art. 139 do CPC - O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe (...) IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

Credor (Reclamante) e seus Sucessores causa mortis.

Art. 1º - Lei 6.858/80 - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento.

Jurisprudência: No caso de falecimento do empregado ou substituído, os valores decorrentes dos processos trabalhistas somente deverão ser pagos a quem de direito, dependentes ou sucessores, relacionados com o titular do contrato de trabalho, desde que apresentada comprovação de dependente habilitado pela Previdência Social (INSS), de acordo com o disposto no art. 1º da Lei nº 6.858 /80, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00004587720125010055 RJ (TRT-1) Data de publicação: 21/08/2014

Certidão negativa do INSS, juntar certidão de inexistência de dependentes no INSS e regularizar o polo ativo, nos termos do CPC:

Art. 75, CPC - Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

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VII - o espólio, pelo inventariante; União Estável? Provocar no juízo cível o reconhecimento e posterior habilitação na RT. Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas.

Art. 3º da EC 45/2004 - A lei criará o Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas, integrado pelas multas decorrentes de condenações trabalhistas e administrativas oriundas da fiscalização do trabalho, além de outras receitas.

O dispositivo constitucional, entretanto, ainda não foi regulamentado, dependendo da aprovação de lei nesse sentido, por se tratar de norma de eficácia limitada, vale dizer, que não é autoaplicável. Jurisprudência:

MANDADO DE INJUNÇÃO. FUNDO DE GARANTIA DAS EXECUÇÕES TRABALHISTAS. INADIMPLÊNCIA DE CRÉDITO TRABALHISTA RECONHECIDO JUDICIALMENTE. 1. O Plenário desta Corte já assentou que o art. 3º da EC nº 45/2004 não assegura o pagamento de crédito trabalhista reconhecido judicialmente, mas apenas remete ao legislador ordinário a criação do Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas. 2. A parte impetrante não apresenta a condição jurídica de pessoa cujo direito esteja inviabilizado pela ausência de norma regulamentadora de direito constitucionalmente assegurado (MI 6.052, Rel. Min. Cármen Lúcia). 3. Writ a que se nega seguimento. STF - MANDADO DE INJUNÇÃO MI 6342 BA BAHIA 9959227-57.2014.1.00.0000 (STF) Data de publicação: 31/03/2015

Execução Provisória. Depósito Recursal. Os artigos 520 e 521 do CPC são aplicáveis ao Processo do Trabalho.

Art. 520 do CPC - O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.

Possibilidade de Dispensa da Caução?

Art. 521 do CPC - A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;

Art. 475-O, § 2º, I do CPC (1973) – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exequente demonstrar situação de necessidade;

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Face a omissão da CLT quanto ao previsto no CPC, aplicável o art. 769 da CLT e art. 15 do CPC. Jurisprudência:

EXECUÇÃO PROVISÓRIA - LIBERAÇÃO DE ATÉ 60 SALÁRIOS MÍNIMOS AO EMPREGADO. A liberação de depósitos judiciais em favor do Exequente, em valor de até sessenta salários mínimos encontra respaldo no artigo 475-O do CPC, norma que prestigia os Princípios da Efetividade da Prestação Jurisdicional, Razoável Duração do Processo e Equânime Distribuição entre os Litigantes do Ônus da Demora do Processo. Nos termos do disposto no artigo 4º, da Lei de Introdução ao Código Civil, quando a lei for omissa, o Juiz decidirá o caso, dentre outros, com os princípios gerais do direito. Se o dispositivo civilista traz concretude a princípios constitucionais processuais, não há porque negar-lhe aplicação na seara trabalhista. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região TRT-3 - AGRAVO DE PETICAO: AP 00489201502403008 0000489-34.2015.5.03.0024 - Inteiro Teor

BNDT – Banco Nacional de Devedores Trabalhistas

Art. 17 da IN 39 do TST - Sem prejuízo da inclusão do devedor no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (CLT, art. 642-A), aplicam-se à execução trabalhista as normas dos artigos 495, 517 e 782, §§ 3º, 4º e 5º do CPC, que tratam respectivamente da hipoteca judiciária, do protesto de decisão judicial e da inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.

Art. 642-A da CLT - É instituída a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), expedida gratuita e eletronicamente, para comprovar a inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho.

Art. 517 do CPC - A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.

Art. 523 do CPC - No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

Protesto no Cível em 15 dias da intimação para pagamento. REFORMA TRABALHISTA NOVIDADE:

Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois

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de transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia do juízo.

Orientação Anamatra:

EXECUÇÃO. MEDIDAS EXECUTIVAS INDIRETAS. PRAZO PARA IMPLEMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS POSTULADOS DA ISONOMIA E DA RAZOABILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. A exigência do elastecido prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para protesto da sentença, inscrição do executado em órgãos de proteção ao crédito e/ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas fere os postulados constitucionais da isonomia e da razoabilidade por promover distinção injustificada entre o credor trabalhista e o comum, além de violar os princípios da duração razoável do processo e da dignidade humana consagrados na Carta Magna.

Da Hipoteca Judiciária:

Art. 17 da IN 39 do TST - Sem prejuízo da inclusão do devedor no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (CLT, art. 642-A), aplicam-se à execução trabalhista as normas dos artigos 495, 517 e 782, §§ 3º, 4º e 5º do CPC, que tratam respectivamente da hipoteca judiciária, do protesto de decisão judicial e da inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes. Art. 495 do CPC - A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. § 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. § 3o No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. § 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. § 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.

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Jurisprudência:

Hipoteca judiciária: A hipoteca judiciária prevista no artigo 466 do CPC, trata-se de um dos efeitos da sentença e visa garantir o efetivo cumprimento da decisão, com o pagamento da condenação imposta à ré, impedindo a dilapidação dos bens eventualmente existentes em seu nome. Referida norma expressamente consigna que: A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Publicos, o que demonstra a possibilidade de aplicação inclusive ex officio do instituto em apreço. Ainda, depreende-se do seu parágrafo único, que: A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária: (…) III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença (grifo nosso). Portanto, a aplicação do dispositivo acima transcrito perante a Justiça do Trabalho, ainda que represente prática não muito disseminada nesta Justiça Especializada, encontra-se perfeitamente compatibilizada com os princípios basilares desta, inclusive diante da natureza alimentar das verbas reconhecidas em juízo, posto que respeitada a ampla defesa e o contraditório, cuja aplicação do dispositivo ocorre de forma subsidiária, nos moldes do artigo 769 da CLT. Frise-se, ademais, que a hipoteca judiciária deve ser aplicada inclusive quanto a empresas supostamente de “porte”, ou seja, que aparentemente gozam de solvibilidade e liquidez, posto que a lei não excepciona esta hipótese, ou sequer limita a possibilidade de aplicação do instituto, conquanto objetiva evitar a fraude à execução, a proteção de terceiros de boa-fé, e a eficácia da execução. Com efeito, levando-se em consideração a duração média dos processos trabalhistas, perfeitamente possível que empresas até então solúveis na fase de conhecimento, diante da nova realidade econômica e comercial, possam se tornar ao final do processo trabalhista (execução definitiva), empresas com dificuldades financeiras ou inadimplentes. TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00012630320125020443 SP 00012630320125020443 A28 (TRT-2) Data de publicação: 28/09/2015

Quem tem LEGITIMIDADE PASSIVA para execução? Devedor. Assim definido no título executivo que, podem ser: 1º-) Sucessores: Pessoa Física – Lei Civil. (herdeiros, no limite do quinhão) Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) SÓCIOS – ESTUDAREMOS APARTADO. 2º-) Empresa pertencente ao mesmo Grupo Econômico (art. 2º, § 2º e 3 º da CLT) 3º-) Tomador de Serviços (Lei 13.429/17 e Súmula 331 do TST)

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Vamos as possibilidades: 1º-) Sucessores: Pessoa Física – Lei Civil. (herdeiros, no limite do quinhão) Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) 1ª Hipótese: Pessoa Física – Lei Civil. (herdeiros, no limite do quinhão)

Art. 779 do CPC - A execução pode ser promovida contra: II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;

Jurisprudência:

EMPREGADOR PESSOA FÍSICA. FALECIMENTO. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. AUSÊNCIA DE SUCESSÃO PELO ESPÓLIO. Com a morte do empregador pessoa física, extingue-se o contrato de trabalho, não havendo como se pretender tenha este continuidade relativamente aos herdeiros. O que pode haver é o estabelecimento de novo vínculo contratual. Recurso do reclamante a que se nega provimento. TRT-6 - Recurso Ordinário RO 00015766020125060181 (TRT-6) Data de publicação: 08/04/2014

2ª Hipótese: Pessoa Jurídica - (art. 448 e 448-A da CLT) Sucessão de Empregadores – Raciocínio do Reclamante. Pessoa Jurídica:

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

NOVIDADE – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na transferência.

Orientação Anamatra:

SUCESSÃO TRABALHISTA. A teor do art. 1.146 do Código Civil, aplicável ao Direito do Trabalho (CLT, art. 8º), é solidária a responsabilidade do sucedido e do sucessor pelos créditos trabalhistas constituídos antes do trespasse do estabelecimento, independentemente da caracterização de fraude.

Art. 1.146 do CCB - O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo

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prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

Adquirente = (novo empregador) é solidariamente responsável pelas dívidas anteriores à transferência, desde que contabilizados. Alienante (retirante=empregador original) é solidariamente responsável pelas dívidas vencidas e VINCENDAS, existentes na empresa no momento da averbação do trespasse, pelo prazo de 01 (um) contados da seguinte forma: Dívidas JÁ Vencidas na Alienação – A partir da publicação da alienação na Junta Comercial. Dívidas NÃO Vencidas na Alienação – A partir dos respectivos vencimentos. Contrato de Trabalho é obrigação que se renova no tempo! Jurisprudência:

SUCESSÃO EMPRESARIAL APÓS O TÉRMINO DO CONTRATO DE TRABALHO. Demonstrada a sucessão empresarial após o encerramento do contrato de trabalho, a sucessora passa a ser devedora originária da dívida. A sucedida responde solidariamente pelos valores devidos no prazo de 1 ano após a publicação do fato, nos termos do art. 1.146 do CC, sendo ônus de tal parte demonstrar o requisito temporal para não ser responsabilizada pela dívida, nos termos do art. 373, II, do NCPC. Recurso da autora provido, no aspecto, para reconhecer a sucessão empresarial, condenando a segunda reclamada como devedora principal e a primeira reclamada como devedora solidaria de todas as verbas devidas. TRT-4 - Recurso Ordinário RO 00014031520125040303 (TRT-4) Data de publicação: 14/07/2016

Mais Fundamentação Legal para configuração da Responsabilidade da Sucedida:

Art. 124 do CTN - São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; Art. 233 Lei 6.404/76 (S.A.) - Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. Enuciado 4 da Anamatra (2007) - SUCESSÃO TRABALHISTA. Aplicação subsidiária do Direito Comum ao Direito do Trabalho (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, art. 8º, parágrafo único). Responsabilidade solidária do sucedido e do sucessor pelos créditos trabalhistas constituídos antes do trespasse do estabelecimento (CLT, arts. 10 e 448, c/c Código Civil, art. 1.146)

Jurisprudência:

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SUCESSÃO TRABALHISTA. NECESSÁRIA RESPONSABILIZAÇÃO DA EMPRESA SUCEDIDA PELO ADIMPLEMENTO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS DECORRENTES DO CONTRATO DE TRABALHO CONSTITUÍDOS ANTES DO TRESPASSE DO ESTABELECIMENTO. Considerando que o julgador deve se orientar com base no espírito da norma a ser aplicada, atentando-se às necessidades socioeconômicas que o cercam, nos termos do art. 5º da LINDB, agregando-se a isto a interpretação teleológica dos artigos 10 e 448 da CLT, destinados à ampliação da solvabilidade do crédito trabalhista, em aplicação combinada dos artigos 100, parágrafo 1º, da CRFB, e 186 do CTN, que caracterizam a natureza alimentar da parcela trabalhista, devendo ser acobertada pelas mais diversificadas garantias da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponibilidade em benefício do empregado, é inevitável asseverar que o instituto da sucessão trabalhista permite ao empregado voltar-se, simultaneamente, contra a empresa sucedida e sucessora. Reforçando essa linha de entendimento, invoca-se o art. 124, I, do CTN, aplicável à seara trabalhista por força dos art. 8º da CLT, segundo o qual "são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal". Portanto, a imputação de responsabilidade solidária ao sucedido pelos créditos em questão tem amparo expresso na norma legal em apreço, pois que patente o interesse comum da sucedida e sucessora em relação à prestação dos serviços do empregado, que constitui, no Direito do Trabalho, o fato gerador dos créditos trabalhistas. Outra norma legal que imputa explicitamente a responsabilidade da sucedida é a prevista no art. 233, da Lei n. 6.404/76 (Dispõe sobre as Sociedades por Ações). Desse modo, ao disciplinar uma das formas de sucessão empresarial (cisão), o comando legal retro citado atribui à companhia cindida a responsabilidade pelo adimplemento de todas as obrigações legais, incluindo-se as trabalhistas. Em suma, com supedâneo na visão conglobante, sistêmica e teleológica do ordenamento jurídico, havendo a sucessão de empregadores, a responsabilização pelo passivo trabalhista é solidária as empresas envolvidas. Nesse sentido, segue o Enunciado n. 4 da 1ª Jornada Nacional sobre execução na Justiça do Trabalho. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2 – RECURSO ORDINÁRIO: RO 00026037920135020076 SP 00026037920135020076

Tese Principal – Pedir a aplicação da lei conforme CF. Tese Subsidiária - Controle de Constitucionalidade na Via Difusa.

TESE CONSTITUCIONAL – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NA VIA DIFUSA

Art. 448-A da CLT

X

Art. 1.146 do CCB, Art. 124 do CTN e Art. 233 Lei 6.404/76 (S.A.) TESE PRINCIPAL, Controle de Constitucionalidade na Via Difusa:

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Qual é a Norma mais Favorável ao empregado?

Art. 5º CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito

O direito Material do Trabalho é marcado pela desigualdade entre as partes, daí o princípio protetivo na vertente NORMA MAIS FAVORÁVEL, servir para equilibrar a relação de Direito Material.

Controle de Constitucionalidade na Via Difusa

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

2ª Hipótese: Sucessão de Empregadores. Raciocínio da Reclamada Ideia de NÃO Continuidade. Provar que a empresa nova NÃO mantém a mesma atividade OU que NÃO mantém TODO o patrimônio da sucedida (equipamentos = corpóreo / mesmo nome fantasia = incorpóreo). Jurisprudência:

SUCESSÃO EMPRESARIAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. No caso concreto, convenço-me de que não ocorreu qualquer tipo de sucessão da Trattoria Delicatessen Ltda. pela ora agravante, seja por fusão, incorporação, cisão ou qualquer outro meio. Os elementos probatórios trazidos à colação, inclusive o contrato de locação juntado às fls. 156-9, demonstram que não houve transferência do estabelecimento da primeira executada para a ora agravante, incluída no pólo passivo da demanda já na fase de execução. A segunda não se beneficiou dos bens corpóreos ou incorpóreos da primeira empresa. Aliás, é importante destacar que houve solução de continuidade no exercício da atividade econômica, porquanto, a despeito de a empregadora do exequente ter encerrado suas atividades em novembro de 2007, conforme certidão da fl. 130, verso, a ora agravante somente em 26-03-2008, como se verifica do conteúdo da alteração contratual acostada às fls. 151-5, por meio da qual a sociedade empresária ora agravante constituiu uma filial. Para que exista a sucessão de empregadores, dois são os requisitos indispensáveis:

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- que um estabelecimento, como unidade econômico-jurídica, passe de um para outro titular; - que a prestação de serviço pelos empregadores não sofra solução de continuidade. Por fim, entendo cabível uma digressão. É certo que o intuito do Direito do Trabalho, que é pautado em princípios protetivos, é preservar o trabalhador e seus créditos, das variações na estrutura jurídico-administrativa das sociedades empresárias para as quais presta seus serviços. Isso fica claro da leitura dos arts. 10 e 448 da CLT. Contudo, entendo que o espírito da lei não é avançar sobre o patrimônio de empresários que nenhuma relação mantêm com os empregadores desse trabalhador; que não compraram o ponto comercial, assim entendido o estabelecimento com seu aviamento ou fundo de comércio. Assim fosse, imóveis localizados em pontos estratégicos, uma vez ocupados por uma sociedade empresária que explorava determinada atividade econômica, jamais poderiam ser locados por outras sociedades empresárias que desejassem desenvolver atividades relacionadas. Entendo que a finalidade da lei é evitar que o trabalhador, continue ele ou não a prestar serviços para a sociedade empresária que aliena um estabelecimento, tenha a percepção de seus créditos prejudicada, ou que sofra prejuízo em seu contrato de trabalho, porque, nesse caso, a empresa que compra o estabelecimento, adquire não somente o ativo como também o passivo do vendedor. Porém, isso, de fato, não se verifica no caso presente, em que as duas empresas mencionadas apenas locaram o mesmo imóvel. Diante tais argumentos, dou provimento ao agravo para determinar a exclusão da empresa Restaurante El Mexicano do pólo passivo da execução. Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região TRT-12 - AGRAVO DE PETICAO: AP 06859200703612001 SC 06859-2007-036-12-001

2º-) Empresa pertencente ao mesmo Grupo Econômico (art. 2º, § 2º e 3 º da CLT)

REDAÇÃO ANTERIOR

Grupo Econômico: Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

A redação legal estabelece que a caracterização do Grupo Econômico se dá quando: …”

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estiverem sob a direção, controle ou administração de outra...” Como provar? E o Grupo Econômico de Fato? Jurisprudência:

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO ECONÔMICO. Para a configuração do grupo econômico não é necessário o controle de uma empresa por outra, de forma direta e hierárquica, havendo a possibilidade de grupo econômico por coordenação, ou rede, onde não se verifica o controle, mas sim ligação entre as empresas, por vezes, por sócios comuns e afinidade de objetivos. Os documentos colacionados aos autos comprovam a comunhão de interesses e a administração conjunta das duas reclamadas, ainda que mediante relações de coordenação entre as empresas, especialmente considerando que a gestão das atividades empresariais era realizada através da instauração de um “Comitê”, denotando a existência do grupo econômico, ainda que estabelecido de fato. Pois bem. O doc. 51, juntado ao volume em apartado, noticia a Ata da Reunião ocorrida em 16/04/2007 , pelo então denominado “ Comitê Central ”, com a presença dos Diretores de diversas empresas coligadas , entre eles, Denílson Tadeu Santana e Sylvio Caldeira Brazão - diga-se, diretores da 1ª e 2ª reclamadas - com deliberação de vários assuntos naquela ocasião, procedendo-se à “análise comercial” e o “controle de produção” da 1ª reclamada, inclusive decidindo-se acerca da imposição de metas e análise do faturamento, além de discussões relativas aos empregados Os documentos colacionados, portanto, sem sombra de dúvida, comprovam a comunhão de interesses e a administração conjunta das duas demandadas, ainda que mediante relações de coordenação entre as empresas, especialmente considerando que a gestão das atividades empresariais era realizada através da instauração de um “Comitê”, denotando a existência do grupo econômico , ainda que estabelecido de fato. Esclareça-se, por oportuno, que o conceito de grupo econômico admitido nesta Especializada é mais amplo que aquele do Direito Civil, sendo inclusive aceita ampliação do quanto conceitua o § 2º do art. 2º da CLT, para admitir também o grupo por coordenação, ou seja, aquele no qual não há controle direto de uma ou mais empresas por outra, que funcionaria como holding. Até porque o requisito do controle da atividade por uma das empresas não é essencial, sendo a existência de uma holding requisito meramente acessório, podendo haver a configuração de grupo por coordenação de empresas, como ocorreu na hipótese. Recurso Ordinário obreiro provido. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2 – RECURSO ORDINÁRIO: RO 00006841420145020434 SP 00006841420145020434

Grupo Econômico Identidade de Atividades. Grupo Econômico Vertical. Jurisprudência:

GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDARIEDADE. A exploração da atividade comum de transporte coletivo de passageiros e a identidade societária

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afigura-se suficiente para a caracterização de grupo econômico para fins trabalhistas, donde se conclui pela configuração do nexo relacional capaz de ensejar a afirmativa de grupo econômico de fato formado por coordenação, coligação, onde haveria uma direção unificada, com interferências recíprocas. A doutrina tem evoluído no sentido de considerar também a possibilidade de reconhecimento do mencionado grupo no plano horizontal, quando demonstrada uma relação de coordenação entre as sociedades empresárias, sendo estas solidariamente responsáveis para os efeitos da relação de emprego, portanto sem haver necessariamente uma sujeição de uma empresa à outra. (vertical) No caso sob análise não restou evidenciada a configuração do empregador único por subordinação, mas o fato de existirem acionistas e sócios em comum, como confessado pelos réus em suas contestações, bem como identidade de objeto social, são elementos convincentes para a caracterização de um grupo. Por conseguinte, conclui-se pela configuração do nexo relacional capaz de ensejar a afirmativa de grupo econômico de fato formado por coordenação, coligação, onde haveria uma direção unificada, com interferências recíprocas. Por conseguinte, reformo a sentença de primeiro grau, para declarar que os reclamados integram o mesmo grupo econômico, o que dá ensejo a condenação solidária dos reclamados no pagamento das verbas deferidas no julgado. Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região TRT-1 - Recurso Ordinário: RO 00013406120125010080 RJ - Inteiro Teor

Modelo para Peça Inicial.

I) DA RESPONSABILIDADE DAS RECLAMADAS.

A inclusão no polo passivo da demanda de 04 (quarto) pessoas jurídicas justifica-se pelo fato do Reclamante ter sido

contratado, remunerado e recebido ordens da 1ª reclamada (TRANSCOOPER – COOPERATIVA DE TRANSPORTES). Todavia, o seu

labor se deu em favor da 2ª, 3ª e 4ª Reclamadas, as quais como

tomadoras e beneficiárias dos serviços prestados pelo obreiro, devem responder solidariamente por tudo o quanto for deferido em sentença,

de acordo com o art. 2º § 2º da CLT.

No presente caso, verifica-se a identidade do objeto social entre as Reclamadas, ou seja, os serviços prestados pelo

Reclamante eram referentes a atividade fim da 2ª, 3ª e 4ª Reclamadas, quais sejam, cobrador de micro-ônibus, auxiliar técnico de

monitoramento de veículos, fiscal de trafego e, por último, motorista de micro-ônibus circunstâncias que justificam a formação do grupo

econômico por coordenação, ensejando pois, a responsabilização solidária pelos créditos decorrentes da presente, o que desde já resta

requerido.

Nesse sentido, embora cada empresa tenha

personalidade jurídica própria diferente uma das outras, todas elas exerciam a mesma atividade perante o Cadastro Nacional da Pessoal

Jurídica, emitido pela Receita Federal, ora em anexo.

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Vejamos:

TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) TRANSCOOPER CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 49.21301 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME DE FANTASIA) COOPSUPORTE CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 52.29099 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificadas anteriormente NOME EMPRESARIAL R.F. CONTROLES E SERVICOS LIMITADA EPP CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 82.19999 Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS 45.20003 Serviços de manutenção e reparação elétrica de veículos automotores 45.20006 Serviços de borracharia para veículos automotores 45.20005 Serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos automotores 45.20001 Serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores NOME EMPRESARIAL NORTE BUSS TRANSPORTES S.A CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL 49.21302 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em região metropolitana CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS 49.21301 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal 52.29099 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificadas anteriormente

Ademais, se observamos, a ficha cadastral das 1ª e 3ª reclamadas, verificaremos que as duas tem o mesmo endereço,

ou seja, Av. Antonelo da Messina, 1726. ( doc anexos)

Insta consignar também que alguns sócios da 1ª e 4ª reclamada são os mesmos, basta observamos as fichas

cadastrais, ora anexadas. Ou seja, Guilherme Correa Filho, Jeremias José Pereira, Luis Fernando Silva Dos Santos e Paulo

Sato, restando incontroverso a caracterização do Grupo econômico.

Desta forma, e tendo em vista que a 2ª, 3ª e 4ª

foram as tomadoras dos serviços da 1ª Reclamada, eis que detinha o poder sobre as demais, nada mais justo do que reconhecer o grupo

econômico, nos termos do art. 2º, § 2º da CLT.

Nesse sentido, registre-se o Enunciado 10,

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aprovado na 1ª Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho, realizada no TST:

"TERCEIRIZAÇÃO. LIMITES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. A terceirização somente será admitida na prestação de serviços especializados, de caráter transitório, desvinculados das necessidades permanentes da empresa, mantendo-se, de todo modo, a responsabilidade solidária entre as empresas.”

Assim sendo, requer sejam as Reclamadas

condenadas à suportarem os pedidos da presente demanda na modalidade solidária, bem como que junte na defesa o contrato de

prestação de serviços com a 1ª Reclamada, esclarecendo que o pedido de juntada dos documentos acima é no sentido de que este d. Juízo

determine que a 1ª Reclamada junte-os, sob pena de não o fazendo ser aplicado os artigos 400 até 403 do nCPC, requerendo seja apontado tal

condição na notificação que se expedir a empregadora. Revogação da Súmula 205 do C. TST?

Súmula nº 205 do TST - GRUPO ECONÔMICO. EXECUÇÃO. SOLIDARIEDADE (cancelada) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.

Empregador Único:

Súmula nº 129 do TST - CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

A questão é - as empresas do Grupo Econômico compõem empregador único? Se positivo é Grupo Econômico, do contrário, todas serão chamada no conhecimento, pois poderá ser hipótese de Grupo Econômico de Fato que, deve ser provado. Grupo Econômico – Identidade de Sócios:

Art. 2º, § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Do Ônus da Prova. É o Reclamante quem terá de provar?

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Orientação Anamatra.

ART. 2º, §§2º E 3º DA CLT. GRUPO ECONÔMICO TRABALHISTA. I- A Lei nº 13.467/17 reconheceu expressamente a figura do grupo econômico trabalhista por coordenação (art. 2º, §2º) e estabeleceu requisitos subjetivos (interesse integrado e comum) e objetivos (atuação conjunta) para a caracterização do grupo, a serem verificados no caso concreto, pelo Juízo (art. 2º, §3º). II- A mera identidade de sócios entre as empresas integrantes, embora não baste à caracterização do grupo econômico, constitui indício que autoriza a inversão ou redistribuição do ônus da prova, nos termos do art. 373 do CPC c/c art. 818 da CLT, com redação dada pela Lei nº 13.467/17;

Art. 818, §1º da CLT - Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído

NÃO CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO. Jurisprudência:

GRUPO ECONÔMICO. NÃO CONFIGURAÇÃO. Insuficiente para a caracterização de grupo econômico, o fato de duas empresas, pertencentes o mesmo ramo principal de atividade econômica, possuírem um sócio em comum, mormente porque não restou comprovada, em nenhum momento dos autos, a comunhão de interesses a indicar a existência de uma aliança operacional entre elas. Sustenta o agravante que merece reforma a r. decisão que considerou exauridos os meios de execução da ré originária e dos réus derivados, suspendendo a execução até que sejam localizados ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, a teor do art. 40 da Lei 6.830/80. Afirma estar comprovado o grau de parentesco entre dois sócios da ré-agravada (João Monteiro que seria casado com Valerlucia que por sua vez seria irmã de Vander) e da V&R Construções e Participações Ltda., o mesmo ramo de atividades e objeto social, a atuação no mesmo endereço, além da existência de um sócio em comum das duas empresas, o qual possui conta conjunta com uma das sócias da V&R Construções e Participações Ltda., restando configurada a formação de grupo econômico. Por conseguinte, entende que deva ser determinada a inclusão desta última empresa no polo passivo da ação, seguida da sua despersonalização jurídica. Sem razão o agravante. Baseado nas próprias alegações do agravante, verifica-se que o fato da executada (Versátil Construção Civil Ltda.) e da empresa V&R Construções e Participações Ltda., ambas atuantes no setor da construção civil, possuírem um sócio em comum (Sr. João Monteiro da Silva – sócio gerente da Versátil), por si só, não é elemento suficiente para a configuração, no caso vertente, de um grupo econômico, mormente porque não foi comprovada em nenhum momento dos autos a existência de uma aliança operacional entre as referidas empresas, com vistas a atender interesses e atingir benefícios comuns.

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Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região TRT-1 - Agravo de Peticao: AGVPET 35006819965010032 RJ - Inteiro Teor

3º-) Tomador de Serviços (Lei 13.429/17 e Súmula 331, IV e V do TST) Casos de Terceirização = Responsabilidade Subsidiária do Tomador dos Serviços. Obrigatoriedade do Tomador/Contratante ser notificado no processo do conhecimento.

Súmula 331, IV do TST - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

Lei Terceirização. Lei 13.429/2017.

Prestadora dos Serviços: Reforma Trabalhista alterou dispositivos também da Lei de Terceirização: Como afastar a Terceirização – 1ª Hipótese.

Art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

Como afastar a Terceirização – 2ª Hipótese. § 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

Súmula 331 do TST – III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

Quarteirização:

§ 1º A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

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§ 2º Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.

Tomadora/Contratante:

Reforma Trabalhista alterou dispositivos também da Lei de Terceirização:

Art. 5º-A – Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.

Como afastar a Terceirização – 3ª Hipótese. § 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. § 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.

Orientação Anamatra: Desta forma a Terceirização É Grupo Econômico!

ART. 2º, §§2º E 3º DA CLT. GRUPO ECONÔMICO TRABALHISTA. III- A terceirização de atividade-fim também constitui indício de formação de grupo econômico, dada a conexão do objeto social das empresas e atuação em sistema de colaboração, o que autoriza a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso II.

Benefício de Ordem na Execução – Tese para enfrentar a 2ª Reclamada-Executada. Art. 794, § 1º do CPC e art. 3º, XIII da IN 39 do TST

Art. 794 do CPC - O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora. § 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor.

Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. LIMITES. BENEFÍCIO DE ORDEM. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. 1. O benefício de ordem deve observar os requisitos legais constantes do artigo 596, parágrafo 1º, do CPC, aplicado analogicamente, devendo ser comprovada a existência de bens do devedor principal, que sejam livres, suficientes e situados no

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foro da execução. 2. A responsabilidade subsidiária permite ao co-responsável a garantia de exigir o benefício de ordem, caso nomeie bens livres e desembaraçados do devedor principal, suficientes para solver o débito, nos termos do disposto nos art. 4º, parágrafo 3º, da Lei nº 6.830/80 e art. 595, do Código de Processo Civil, ambos aplicados subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força dos arts. 769 e 889, da Consolidação das Leis do Trabalho. 3. Aplicação dos princípios constitucionais da duração razoável (art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal), da Inafastabilidade da Jurisdição e novos contornos admitidos ao Direito de Ação. (TRT/SP - 02687004420035020071 (02687200307102005) - AP - Ac. 8ªT 20110064040 - Rel. CELSO RICARDO PEEL FURTADO DE OLIVEIRA - DOE 07/02/2011)

Jurisprudência:

EXECUÇÃO. RESPONSÁVEL SUBSIDIÁRIO. BENEFÍCIO DE ORDEM. No processo de execução, compete ao responsável subsidiário, e não ao credor trabalhista, diligenciar no sentido de localizar os bens do devedor principal a serem penhorados, já que, não o fazendo, a inadimplência deste é o quanto basta para que seja chamado ao cumprimento do título judicial. O devedor subsidiário atua como garantidor do crédito exequendo, somente podendo se ver livre dos ônus de cumprimento do comando judicial quando indica bens do devedor principal, livres e desembaraçados, de forma suficiente a solver o débito, nos termos do § 3º do art. 4º da Lei 6.830 /80, art. 595 do CPC e art. 827, parágrafo único, do CCB, aplicáveis à execução trabalhista consoante os artigos 8º e 769, ambos da CLT. TRT-3 - AGRAVO DE PETICAO AP 00434201103003006 0000434-07.2011.5.03.0030 (TRT-3) Data de publicação: 06/11/2015

RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS

REFORMA TRABALHISTA Atual Redação:

Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

Responsabilidade dos SÓCIOS na REFORMA TRABALHISTA:

Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência: I – a empresa devedora; II – os sócios atuais; e III – os sócios retirantes. Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

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Enunciado Anamatra:

GRUPO ECONÔMICO TRABALHISTA. DISTRIBUIÇÃO RACIONAL DO ÔNUS DA PROVA A LEI 13.467/2017 RECONHECEU EXPRESSAMENTE A FIGURA DO GRUPO ECONÔMICO TRABALHISTA POR COORDENAÇÃO (ART. 2º, §2º) E ESTABELECEU REQUISITOS SUBJETIVOS (INTERESSE INTEGRADO E COMUM) E OBJETIVOS (ATUAÇÃO CONJUNTA) PARA A CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO, A SEREM VERIFICADOS NO CASO CONCRETO PELO JUÍZO (ART. 2º, §3º); II- NAS HIPÓTESES RESTRITAS DE APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO 3º DO ARTIGO 2º DA CLT, A MERA IDENTIDADE DE SÓCIOS ENTRE AS EMPRESAS INTEGRANTES, EMBORA NÃO BASTE À CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO, CONSTITUI INDÍCIO QUE AUTORIZA A INVERSÃO OU REDISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA, NOS TERMOS DO ART. 818 § 1º DA CLT, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI 13.467/2017. INCUMBE ENTÃO AO EMPREGADOR O ÔNUS DE COMPROVAR A AUSÊNCIA DE INTERESSES INTEGRADOS, DA COMUNHÃO DE INTERESSES E/OU DA ATUAÇÃO CONJUNTA DAS EMPRESAS. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA APTIDÃO PARA A PROVA E DA PARIDADE DE ARMAS EM CONCRETO (ISONOMIA PROCESSUAL)

DA DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA

REFORMA TRABALHISTA - NOVO ART. 818 DA CLT

Art. 818. O ônus da prova incumbe:

I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante.

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

§ 3º A decisão referida no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

O processo do trabalho conta com amplo espaço para a adoção da tese da distribuição dinâmica do ônus da prova, especialmente pelo fato de que nas demandas judiciais é justamente o empregador, e não o empregado, que se encontra em melhor condição de produzir a prova.

Na peça inicial:

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Na peça inicial, deverá protestar pelas provas que pretende produzir (art. 845 e 787 da CLT c/c 319, VI e 330 do NCPC). Súmula 74, I do c. TST MODELO - Tese Inicial:

DAS PROVAS Requer seja a Reclamada compelida a juntar toda a documentação pertinente ao Reclamante, sendo:

Holerites;

Fichas de entrega de EPIs com as especificações dos equipamentos, datas de trocas, higienização e devoluções, do certificado de aprovação dos equipamentos entregues, com a data de expedição e validade, bem como do comprovante de treinamento da Reclamante, com oposição de assinatura da obreira, sempre dentro do prazo de validade indicado pelo fornecedor do equipamento, juntando aos autos 01 (uma) amostra do EPI que fornecia, o que desde já se requer.

o PPP (Perfil Profissional Profissiográfico),

o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais),

o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional),

o LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho) e ainda,

o laudo de que trata o artigo 160 da CLT. Deverá ainda a Reclamada demonstrar que cumpriu integralmente as obrigações do artigo 157 da CLT, notadamente pela juntada das ordens de serviços para comprovar ter oferecido orientação ao Reclamante sobre o fiel cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho, sem prejuízo de outros que se fizerem necessários ao deslinde da causa. Referido pedido é para que este d. Juízo determine que a Reclamada junte a lista de documentos acima referida, sob pena de não o fazendo ser aplicado o artigo 400 do CPC, requerendo seja apontado tal condição na notificação que se expedir a empregadora. Fundamenta ainda, no art. 3º, VII da IN 39 do TST, requerendo aplicação do art. 373, § 1º do nCPC (art. 818, § 1º da CLT) eis que a distribuição dinâmica do ônus da prova, revela-se mais eficaz, já que a excessiva dificuldade do obreiro cumprir o encargo nos termos do caput, bem como à maior facilidade de obtenção da prova, já referenciada acima, pela Reclamada. Protestando ainda, por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal da Reclamada sob pena de confissão e sem prejuízo de aplicação da Súmula 74, I do Colendo TST, e ainda inquirição de testemunhas, perícia técnica, juntada das provas emprestadas e outras que se fizerem necessárias no decorrer do processo.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Distinção entre Despersonalização e Desconsideração da PJ

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Despersonalização – quando a PJ perde a personalidade. Caso de Falência, perde a personalidade e torna-se massa falida. Desconsideração – Não considera a personalidade jurídica, mas mantém a existência, daí, desconsiderar a personalidade jurídica é afastar/desconsiderar a personalidade. É que a PJ é uma ficção jurídica, enquanto a PF que a representa existe e deve responder pelas dívidas. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 889 – CLT – Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal”. Lei 6.830/80, Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra: V – o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias, ou não, de pessoa físicas ou pessoas jurídicas de direito privado (continua) Art. 135 – CTN - São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: III- Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil. § 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta Consolidação; II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III – cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal. § 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC.

PASSO A PASSO DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PJ

IN 39/TST - Art. 6º Aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica regulado no Código de Processo Civil (arts. 133 a 137), assegurada a iniciativa também do juiz do trabalho na fase de execução (CLT, art. 878). § 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do art. 893, § 1º da CLT;

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Na inicial é possível pedir a desconsideração da PJ para tornar Réu o sócio desde o início. Vantagem – Fraude à Execução. Sócio enquanto tramita a RT ‘pode’ alienar bens. Todavia, se citado na inicial não poderá aliená-los.

II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III – cabe agravo interno se proferida pelo Relator, em incidente instaurado originariamente no tribunal (CPC, art. 932, inciso VI). §2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC.

Iniciativa do Incidente: Da parte ou do MPT quando couber a este intervir no processo (Art. 133, CPC);

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.

Do Juiz, ex officio, na execução SOMENTE quando de RT sem patrocínio de advogado(a) (Art. 878, CLT e art. 6º da IN 39). Pressupostos previstos em Lei: FRAUDE, QUE DEVE SER FUNDAMENTADA NA INFRAÇÃO DE LEI: Se requerida na Petição Inicial não haverá incidente. Instaurado o incidente comunica-se de imediato o distribuidor para fazer constar o sócio como réu (questão da fraude à execução). Suspende o processo. Também na JT? Sim, mas admite Tutela Provisória. (Efetividade da medida). Subsidiária:

Art. 795 – CPC - Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. § 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. § 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.

Solidária:

Art. 942 – CCB - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de

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outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.

É POSSÍVEL EXECUTAR O SÓCIO DA UMA SOCIEDADE FALIDA Muita polêmica e divergência jurisprudencial. Conflitos de competência entre Juiz do Trabalho e Juiz de Direito são dirimidos pelo C. STJ. Jurisprudência:

AGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZOS DA FALÊNCIA E DO TRABALHO. PROSSEGUIMENTO DAS EXECUÇÕES CONTRA GARANTES, COOBRIGADOS OU DEVEDORES SUBSIDIÁRIOS. POSSIBILIDADE. SUSPENSÃO INDEFERIDA. AGRAVO DESPROVIDO. Não é cabível a suspensão de execução trabalhista que, após a desconsideração da personalidade jurídica de sociedade falida, prosseguiu contra os sócios de responsabilidade limitada, pois, em regra, a suspensão atinge somente o devedor em regime de falência ou recuperação judicial, prosseguindo contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso, nos termos do art. 49, § 1º, da Lei. 11.101/2005, podendo o credor trabalhista habilitar seu crédito na falência e, ao mesmo tempo, executar os sócios (STJ, AgRg no CC 115696, SP, Rel. Paulo de Tarso Sanseverino, DJ 25.05.2011.

Orientação Anamatra:

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 28 DO CDC. Por aplicação analógica do art. 28 do CDC, o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando houver a decretação da recuperação judicial da empresa. Deve ser aplicado analogicamente o art. 28 do CDC, para que seja desconsiderada a personalidade jurídica da sociedade, em caso de decretação da recuperação judicial da empresa, por se tratar de hipótese de insuficiência econômica, tal como na insolvência e na falência.

Art. 28 do CDC - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

É POSSÍVEL EXECUTAR EMPRESAS DO GRUPO ECONÔMICO DE UMA SOCIEDADE FALIDA?

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. ÓBICE DO ART. 896, § 2º, DA CLT, C/C SÚMULA 266 DO TST. DECISÃO DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. O entendimento predominante no TST é de que extrapola a

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competência da Justiça do Trabalho a execução de créditos trabalhistas das decisões proferidas diante da massa falida, que deve se processar no juízo universal. Contudo, a hipótese dos autos não versa acerca de execução apenas contra a massa falida, e, sim, contra todas as empresas do grupo econômico, consideradas devedoras solidárias. Nesse caso, remanesce a competência desta Justiça Especializada (TST-AIRR 106540-96.2004.5.10.0012, Rel. Ministro Maurício Godinho

Gonçalves, DJ 17/10/2012).

É POSSÍVEL EXECUTAR O SÓCIO DA UMA SOCIEDADE EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL?

Súmula 480, STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.

Então, é competente a JT. Jurisprudência:

EXECUTADA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. REDIRECIONAMENTO CONTRA OS SÓCIOS. POSSIBILIDADE. Em se tratando de empresa falida ou em recuperação judicial, o mais recente entendimento do Col. STJ é que pode ser redirecionada a execução trabalhista contra o sócio ou contra as empresas do mesmo grupo econômico se a devedora principal não possuir patrimônio suficiente para garantia da execução. Demonstrada a inexistência de bens da Executada (pessoa jurídica), mormente considerando que fora deferido o processamento da recuperação judicial, o que evidencia, por si só, o seu estado de insolvência, há se deferir o pedido de desconsideração da personalidade jurídica. Conclusão, Acordam os Desembargadores da 3ª Turma do TRT da 10ª Região, no mérito, dar-lhe provimento para, ao desconsiderar a personalidade jurídica da Reclamada, determinar o redirecionamento da execução contra os sócios Executada. TRT-10 - Inteiro Teor. Agravo de Petição: AP 70200100210005 DF 00070-2001-002-10-

00-5 AP Data de publicação: 16/05/2014

SÁBADO 16/12

CONCLUIDA A FASE DE LIQUIDAÇÃO INICIA-SE A EXECUÇÃO DEFINITIVA

PRIMEIROS PASSOS DA EXECUÇÃO 1º-) Da Liberação dos Depósitos Recursais: Com o trânsito em julgado da decisão e antes mesmo de dar início à fase de liquidação de sentença, compete ao Juiz liberar o depósito recursal imediatamente à parte vencedora nos termos do art. 899, 1º da CLT e, ainda, o art. 66, I da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho:

Art. 899, 1º da CLT - § 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vêzes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o

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extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz. Art. 66 CPCGJT - Cabe ao juiz na fase de execução: I - ordenar a pronta liberação do depósito recursal, em favor do reclamante, de ofício ou a requerimento do interessado, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, desde que o valor do crédito trabalhista seja inequivocamente superior ao do depósito recursal, prosseguindo a execução depois pela diferença;

2º-) DA CITAÇÃO (CLT) E INTIMAÇÃO (CPC) DO EXECUTADO – CLT X CPC

O Art. 880 da CLT trata da ciência do executado como citação, sendo que o mais apropriado é a intimação do executado, inclusive em nome do advogado(a).

Art. 880 - Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora.

Pior! A citação é na pessoa do Executado:

Art. 880 - § 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência.

Art. 523, CPC - No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.

Observar o art. 880, § 3º da CLT. É imperativo!

§ 3º - Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5 (cinco) dias.

Não é o credor que tem de procurar o devedor se este mudar de endereço. O devedor não tem direito de esconder-se! 3º-) Do Pagamento:

Art. 880 CLT - .....para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob pena de penhora SÚMULA Nº 1 – TRT 2ª Região - EXECUÇÃO TRABALHISTA DEFINITIVA. CUMPRIMENTO DA DECISÃO. O cumprimento da decisão se dará com o pagamento do valor incontroverso em 48 horas, restando assim pendente apenas o controvertido saldo remanescente, que

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deverá ser garantido com a penhora.

3.1) Nomeação de Bens à Penhora: Observar o art. 835 do CPC, conforme art. 882 da CLT.

Art. 882 - O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da mesma, atualizada e acrescida das despesas processuais, ou nomeando bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 655 do Código Processual Civil.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA. Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil.

Art. 3º IN 39 – TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: XVI - art. 835, incisos e §§ 1º e 2º (ordem preferencial de penhora);

Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos. § 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. § 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA Não será exigida garantia.

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Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação. § 6º A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.

3.2) Penhora Livre Penhora on line Bacen Jud, Arisp e Renajud.

Súmula nº 417 do TST MANDADO DE SEGURANÇA. PENHORA EM DINHEIRO (alterado o item I, atualizado o item II e cancelado o item III, modulando-se os efeitos da presente redação de forma a atingir unicamente as penhoras em dinheiro em execução provisória efetivadas a partir de 18.03.2016, data de vigência do CPC de 2015) - Res. 212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016 I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973). II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC de 1973). (ex-OJ nº 61 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000). ITEM III – CANCELADO III - Em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC.

4º-) PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE REFORMA TRABALHISTA:

SITUAÇÃO ANTERIOR: (Súmula 327 do STF X Súmula 114 do C. TST) Súmula nº 327 do STF - O direito trabalhista admite a prescrição intercorrente. Súmula nº 114 do TST - É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente.

Impossível inércia do Exequente se a execução é de ex officio. E mais, se o devedor não indica bens à penhora, ele que é o inerte! NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABALHISTA.

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Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos. § 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. § 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.

AÇÃO DECLARATÓRIA. PRESCRIÇÃO: O § 1º do art. 11 da CLT não sofreu alteração:

Art. 11, § 1º da CLT - O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998)

5º-) Exceção de Pré Executividade. (Defesa Antes da Garantia do Juízo) Entre a citação/intimação e a penhora, neste intervalo, o devedor pode apresentar a Exceção. Depois da penhora, a depender da matéria caberá Embargos a Execução, ainda que a penhora seja parcial ou então a Exceção de Pré Executividade.

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CABIMENTO. A exceção de pré-executividade tem por escopo evitar, em situações especiais, a exigência da prévia garantia patrimonial do Juízo da execução como pressuposto para a apreciação de matérias relativas a pagamento, prescrição ou novação da dívida, como também na ausência de pressupostos processuais ou de condições da ação executiva. Sendo assim, é perfeitamente cabível a exceção de pré-executividade apresentada pela executada após a expedição de Mandado de Citação, contra ela, para garantia da presente execução com bens de sua propriedade. TRT-3 - AGRAVO DE PETICAO AP 00809200701603005 0080900-69.2007.5.03.0016 (TRT-3) Data de publicação: 13/02/2012

Característica de defesa do devedor. Antes da garantia do Juízo. Matérias de ordem pública. Matérias que demandam provocação da parte. Não suspende a execução. DA PENHORA É “a afetação de um bem do devedor para pagamento do crédito da execução”. Efeitos da Penhora: Indisponibilidade sobre o bem.

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Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

Elementos da Penhora: Auto de Penhora 1º-) Arrolamento (constrição) - o Oficial de Justiça deve descrever minuciosamente e individualizada os bens penhorados. Do contrário surge possibilidade de impugnação. Penhora de 20 mesas e cadeiras. E a descrição específica? 2º-) Avaliação – Verificar se o valor indicado pelo Oficial de Justiça equivale aos bens penhorados no mercado. BENS IMPENHORÁVEIS – Impenhorabilidade = Dignidade Humana do Devedor

Art. 3° IN 39 – TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: XV - art. 833, incisos e parágrafos (bens impenhoráveis); Art. 833 – CPC - São impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. § 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.

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É possível penhorar salário do executado para pagamento de crédito trabalhista? SIM § 2o O disposto nos incisos IV e X do caput NÃO SE APLICA à hipótese de penhora para pagamento de PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.

Prestação Alimentícia é diferente de Pensão Alimentícia. Art. 100, § 1º - CF - Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.

Jurisprudência:

PENHORA. SALÁRIOS. CRÉDITOS TRABALHISTAS. NATUREZA ALIMENTAR. A jurisprudência deste Regional posiciona- se na linha de que, à luz do disposto no art. 100, § 1º, da CF, os créditos trabalhistas, por terem caráter alimentar, incluem-se na exceção do § 2º do art. 649 do CPC. Assim, a determinação de penhora parcial de salário para pagamento de execução trabalhista não configura violação do inciso IV do art. 649 do CPC. TRT-10 - MANDADO DE SEGURANCA MS 255200800010003 00255-2008-000-10-00-3 (TRT-10) Data de publicação: 20/11/2008

Por outro lado:

OJ SDI- II nº 153 do TST - MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. ORDEM DE PENHORA SOBRE VALORES EXISTENTES EM CONTA SALÁRIO. ART. 649, IV, DO CPC DE 1973. ILEGALIDADE. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 220/2017, DEJT divulgado em 21, 22 e 25.09.2017. Ofende direito líquido e certo decisão que determina o bloqueio de numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança, visto que o art. 649, IV, do CPC de 1973 contém norma imperativa que não admite interpretação ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC de 1973 espécie e não gênero de crédito de natureza alimentícia, não englobando o crédito trabalhista.

Jurisprudência:

IMPENHORABILIDADE DE SALÁRIOS. Na mesma linha do entendimento jurisprudencial predominante, tem-se que o salário é impenhorável. Registre-se que, embora seja cogitada a hipótese de flexibilização do disposto no art. 833, § 2º, do CPC, entende-se que a penhora de salário ofende direito líquido e certo, conforme dispõe a OJ 153 da SDI-2 do TST. TRT-4 - Agravo De Petição AP 00005142620105040402 (TRT-4) Data de publicação: 06/11/2017

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Continuação do § 2º do art. 833 do CPC:

§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput NÃO SE APLICA à hipótese de penhora para pagamento de PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.

BEM COMO = ALÉM DE, ou seja, qualquer crédito que excede a 50 salários mínimos mensais. O valor que exceder a 50 salários mínimos mensais, para dívida de qualquer natureza. Jurisprudência:

PENHORA. CADERNETA DE POUPANÇA. CRÉDITO ALIMENTAR. POSSIBILIDADE. Na forma do art. 833, § 2º, do CPC, não se aplica ao crédito alimentar a regra geral de impenhorabilidade dos depósitos em caderneta de poupança estabelecida no inciso X do mesmo dispositivo legal. TRT-12 - AGRAVO DE PETICAO AP 02658200101812850 SC 02658-2001-018-12-85-0 (TRT-12) Data de publicação: 29/03/2017

SE A PENHORA FOR PARCIAL E NÃO HOUVER OUTROS BENS? Ordenamento jurídico não indica solução. Opções: 1º - Paralisa a execução até encontrar outros bens; 2º - Apresenta os embargos com a garantia parcial discutindo o valor INTEGRAL da execução, pois no futuro haverá preclusão consumativa;

Art. 218, § 4o nCPC - Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇAO. EMBARGOS À EXECUÇAO. PENHORA PARCIAL. PRAZO A CONTAR DA GARANTIA DO JUÍZO. O prazo para a interposição dos embargos à execução conta-se a partir da garantia integral do juízo, por inteligência do art. 884, da CLT. Nada obsta, contudo, que o embargante se antecipe a tal prazo e ofereça os embargos, como ocorreu nos presentes autos. Desse modo, considerando que a penhora efetivada não foi suficiente para garantir o juízo, tem-se que o prazo dos embargos à execução ainda não teve início. Destarte, não há falar em intempestividade dos embargos à execução, pelo que deve o processo retornar à origem, para que a magistrada de primeiro grau aprecie o mérito dos embargos, como entender de direito. TRT-14 - AP 12100 RO 0012100 (TRT-14) Data de publicação: 15/07/2011

3º - Procede a alienação do bem e/ou a liberação do numerário sem permitir os

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embargos, já que cabe ao devedor garantir integralmente a execução. Ou então, permite embargar dando efetividade a execução. Executado poderá embargar a execução, caso improcedente, interpor Agravo de Petição. BENS PENHORÁVEIS: BEM DE FAMÍLIA – Se protege a família art. 6º e 226 e da CF e não o Executado! São dois tipos de bem de família: Voluntário e Legal. Voluntário: requisitos 1º-) É regido pelos artigos 1.711 e seguintes do Código Civil.

Art. 1.711 - Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.

2º-) Exige expressa manifestação de vontade do instituidor e exige registro da escritura no Cartório de Registro de Imóveis. 3º-) Causa impenhorabilidade e inalienabilidade. 4º-) Não pode ultrapassar 1/3 do patrimônio existente à época de sua constituição. 5º-) Não alcança dívidas já existentes quando da sua constituição. Legal: requisitos

1º-) Foi instituído pela Lei 8.009/90: 2º-) Tem por escopo proteger a moradia como forma de agregar a família. 3º-) Não exige qualquer ato do beneficiário. 4º-) Não produz inalienabilidade. 5º-) Alcança qualquer dívida, ainda que pretérita, com as exceções da própria lei. Conclusão: O que se objetiva é a moradia. Somente se houver mais de uma moradia é que são utilizados os critérios de “desempate”. EXEMPLO:

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EMPRESA “Y”

DÍVIDA R$ 500.000,00

SÓCIO “C”

IMÓVEL “A”...............................IMÓVEL “B”.............................IMÓVEL “C” Residencial do Executado.......................Alugado...................................Alugado Valor R$ 800.000,00...................Valor R$ 250.000,00................... Valor R$ 200.000,00 O imóvel “A” é impenhorável, pois o objeto da lei é garantir a dignidade da família e NÃO proteger o executado!

Art. 5º, Lei 8.009/90 - Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência UM ÚNICO imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar PARA MORADIA PERMANENTE.

Pois é UM (01) E ÚNICO imóvel utilizado pela entidade familiar como moradia permanente! O exemplo se resolve no caput, e o imóvel “A” é impenhorável, podendo penhorar os demais imóveis e continuar a execução pela diferença. Porque se protege a moradia. Jurisprudência:

BEM DE FAMÍLIA. CARACTERIZAÇÃO. Artigos 1º e 5º da Lei nº 8.009/1990 permitem concluir que a lei não exige averbação da condição de bem de família impenhorável no Registro de Imóvel, nem que seja o único imóvel do patrimônio do casal ou entidade familiar. São requisitos para enquadramento na cláusula de impenhorabilidade do bem de família: que o imóvel sirva de moradia para o devedor e que seja o único bem utilizado para esta finalidade. Não há dúvida quanto ao caráter privilegiado dos créditos trabalhistas. Porém, não se pode olvidar também, que a Constituição Federal, em seu artigo 6º, elevou o direito à moradia ao status constitucional, atribuindo-lhe a mesma natureza de direito fundamental da pessoa humana. Diante de dois direitos fundamentais, eventuais excepcionalidades devem ser interpretadas restritivamente. No caso da constrição do bem de família somente admite-se a penhora nas situações elencadas no artigo 3º da Lei 8009/90, o que não se verificou no presente caso. Agravo de Petição interposto pelo executado que se provê, para determinar a desconstituição da penhora que recaiu em bem reputado por lei como impenhorável. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO AP 00001477220105020041 SP 00001477220105020041 A28 (TRT-2)

Quando o Executado é possuidor de vários imóveis utilizados como Residência:

Art. 5º, Lei 8.009/90 - Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar,

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ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.

Jurisprudência:

IMÓVEL UTILIZADO COMO MORADIA DA FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. Pela regra do caput do art. 226 da Constituição Federal é concedida especial proteção do Estado à família e a Lei nº 8.009/90 disciplina essa proteção, tornando impenhorável o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, sendo que esta proteção visa a família do devedor e não a pessoa deste. Não importa que o devedor possua outros imóveis que possam ser penhorados, evidentemente, sendo objeto de proteção aquele de menor valor, usado para a moradia, como consta do parágrafo único do art. 5º Lei 8.009 /90. TRT-3 - AGRAVO DE PETICAO AP 00225199910303000 0022500-73.1999.5.03.0103 (TRT-3)

Exceções a Impenhorabilidade do Bem de Família:

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias; (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015) II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; III -- pelo credor de pensão alimentícia; III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)

Jurisprudência: BEM DE FAMÍLIA – IMPENHORABILIDADE. Como se constata, o crédito exequendo, apesar de sua natureza alimentar, não se confunde com pensão alimentícia a que se refere o inciso III do artigo acima transcrito. Logo, não há que se falar em concurso de interesse de natureza alimentar capaz de comportar exceção à impenhorabilidade do bem de família, no caso em questão. Assim, reforma-se a decisão recorrida, para reconhecer a impenhorabilidade do imóvel de propriedade dos agravantes, registrado sob a matrícula 94.007, no 7º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo, por tratar-se de bem de família e, por conseguinte, determina-se o levantamento da constrição que recaiu sobre ele, no presente processo. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2: 00027216320135020041

São Paulo - SP Jurisprudência: (STJ)

RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. TÍTULO EXTRAJUDICIAL. IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. DESCARACTERIZAÇÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO. JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. DISSONÂNCIA. PENHORA. FRAÇÃO IDEAL DE COPROPRIETÁRIO.

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POSSIBILIDADE. 1. Cinge-se a controvérsia a definir se é possível a penhora de fração ideal dos recorridos sobre o imóvel que se encontra em condomínio e servindo de residência para sua genitora. 2. A jurisprudência desta Corte consolidou o entendimento de ser possível a penhora de fração ideal de imóvel caracterizado como bem de família. 3. A fração ideal de bem indivisível pertencente a terceiro não pode ser levada à hasta pública, devendo a constrição judicial incidir apenas sobre as frações ideais de propriedade dos executados. 4. Recurso especial conhecido em parte e provido. (STJ Terceira Turma -RECURSO ESPECIAL Nº 1.457.491 SP Ministro Relator: Ricardo Villas Bôas Cueva j. 08 de setembro de 2015). Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Apelação: APL 10097411620158260004

Continua a Lei:

IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)

E quando for um único imóvel de alto valor? Jurisprudência:

BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. IMÓVEL DE ALTO VALOR. A proteção ao bem de família está regulamentada na Lei nº 8.009/90, sendo que o artigo 3º elenca rol taxativo das exceções a sua impenhorabilidade. Com efeito, o fato de o imóvel residencial dos executados ser de alto valor, situado em bairro nobre da cidade, não afasta a proteção legal conferida ao bem do casal utilizado como moradia permanente. Por ausência de previsão legal em sentido diverso, a proteção ao bem de família é absoluta, independentemente do valor do imóvel. TRT-3 - Inteiro Teor. AGRAVO DE PETICAO: AP 1472200900203002 0147200-84.2009.5.03.0002 Data de publicação: 26/06/2013

Jurisprudência: sentido contrário

MÉRITO. BEM DE FAMÍLIA. No caso, o imóvel de propriedade do executado foi avaliado em $ 700.000,00 (setecentos mil reais) e o montante executado, como visto, é de R$ 9.341,23 (nove mil, trezentos e quarenta e um reais e vinte e três centavos), ou seja, equivalente a um pouco mais de 01% (um por cento) do valor do bem. Sendo assim, tendo em vista a grande diferença entre a quantia executada e o valor do imóvel, ainda que ocorra a penhora do bem, que garante a satisfação do crédito trabalhista, com saldo remanescente o executado tem a possibilidade de comprar outro imóvel equivalente, garantido seu direito a uma moradia digna. Peço vênia para citar arestos no mesmo sentido: AGRAVO DE PETIÇÃO. PENHORA. BEM DE FAMÍLIA. POSSIBILIDADE 1) É assegurado pelo ordenamento jurídico pátrio o direito à moradia e impenhorabilidade do bem de família. Entretanto, tal garantia refere-se à moradia digna e adequada, não se revelando razoável

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admitir que os devedores permaneçam com seu padrão de vida, enquanto o ex-empregado tem violados seus direitos trabalhistas fundamentais e continue na busca infrutífera para a satisfação dos créditos alimentares decorrentes da relação de trabalho. IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. A garantia constitucional do direito à moradia não exclui ponderações concernentes ao seu valor econômico se em causa a satisfação de direito com idêntica dignidade jusfundamental social. Natureza alimentícia do crédito do exequente e longa duração da execução sem satisfação que atenta contra o primado da dignidade da pesso humana (art. 1o, III, da CF/88). Ponderação dos direitos fundamentais envolvidos que autoriza a relativização da garantia legal à impenhorabilidade do bem de família. Precedente do Tribunal. Recurso do exequente provido. Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região TRT-1 - Agravo de Peticao: AP 00234009220095010028 RJ

E quando a edificação for fracionada (puxadinho): Jurisprudência:

BEM DE FAMÍLIA. EXISTÊNCIA DE DOIS IMÓVEIS EDIFICADOS SOBRE TERRENO DE PROPRIEDADE DO EXECUTADO. POSSIBILIDADE DE PENHORA DE UM DOS BENS. APLICAÇÃO DA LEI 8.009/90. Para os efeitos da impenhorabilidade do bem de família legal, "considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente" (art. 5º, Lei n.º 8.009 /90). A prova documental demonstra que foram edificados dois imóveis na propriedade do Executado, sendo descrito no boleto de IPTU a destinação residencial à apenas um deles. A certidão do Oficial de Justiça indica que ambos os imóveis, consistentes em casa térrea e sobrado, atualmente têm destinação residencial, um para abrigo do Executado e sua esposa, e o outro bem, para residência da família de um de seus filhos. Nada obstante, na prática, ambas as edificações do lote de terreno do Réu serem utilizadas para fins residenciais, certo que a propriedade encontra-se dividida, o que permite a penhora sobre uma das casas, eis que a lei é clara ao descrever como bem de família um único imóvel residencial do Executado, protegido de constrição judicial. Uma vez que o Agravado, proprietário de ambas as edificações, alterou voluntariamente a estrutura do terreno, fracionando-o para abrigar também a família do seu filho, o estado de bem de família de que trata a Lei nº 8.009 /90 não é mais conferido à sua integralidade, de modo que a impenhorabilidade resta limitada à fração que manteve a finalidade defendida pela Lei 8.009 /90. TRT-9 - 752200312902 PR 752-2003-12-9-0-2 (TRT-9)

E quando o sócio executado falecer e deixar bem de família: Jurisprudência:

ÚNICO IMÓVEL DO FALECIDO SÓCIO-EXECUTADO DEIXADO PARA A VIÚVA E FILHAS, LOCAL ONDE JÁ RESIDIAM ANTES DE FALECER. BEM DE FAMÍLIA CONFIGURADO. A garantia constitucional visa a moradia digna ao devedor e sua família, quando se trata do único imóvel, utilizado como residência, sendo exatamente esta a hipótese no caso concreto. Resvala no absurdo a pretensão do agravante de enquadrar a transmissão do imóvel, na ação de inventário, para a viúva e filhas do falecido sócio em fraude à execução, sob o argumento de que com

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ela se casou após a propositura da demanda, eis que certamente inconcebível que o de cujus tenha se casado, gerado duas filhas e até mesmo falecido apenas para furtar-se ao pagamento da dívida do processo. A fraude pressupõe má-fé e o que ocorreu no caso concreto foi a regular transmissão do único imóvel, que já era utilizado como residência pelo falecido e sua família, para sua viúva e duas filhas menores, através de ação de inventário, o que em hipótese alguma configura fraude à execução, já que a garantia de impenhorabilidade é, exatamente, para garantir ao devedor a moradia, apesar dos débitos existentes. Agravo de petição obreiro ao qual se nega provimento. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO EM EMBARGOS DE TERCEIRO AP 00015096820135020441 SP 00015096820135020441 A28 (TRT-2)

PENHORA DE ESTABELECIMENTO – não tendo outro meio eficaz, não que seja o último meio!

Art. 865. A penhora de que trata esta Subseção somente será determinada se não houver outro meio eficaz para a efetivação do crédito.

Previsto no art. 862 até 865 do CPC. Não é penhora de faturamento e sim, penhora da administração do negócio, penhora on line infrutífera – patrimônio também, provavelmente a empresa está operando por meio de conta de terceiros. Daí, pedir a penhora no estabelecimento, na administração do estabelecimento!

Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifícios em construção, o juiz nomeará administrador-depositário, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias o plano de administração.

O administrador judiciário apresentará um plano de administração da empresa e alocar previsão para pagamento da execução e dos honorários do próprio administrador. Jurisprudência:

PENHORA DO ESTABELECIMENTO. POSSIBILIDADE. O n. Juiz a quo indeferiu o pedido do exeqüente para que fosse penhorado o estabelecimento da agravada por "falta de amparo legal" (fl. 611), com o que não se conforma o agravante. E com absoluta razão, tendo em vista que o art. 677 da CLT estabelece que a penhora pode sim recair sobre o estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, oportunidade em que o Juiz nomeará um depositário. De outra banda, os autos noticiam que o agravante vem, desde julho de 1993, data em que a sentença exeqüenda transitou em julgado, conforme se vê à fl. 196, enfrentando uma verdadeira via crucis para fazer valer seu direito de receber o crédito devido. Decerto. Foram, inicialmente, penhorados um veículo marca/modelo VW/Santana, placa UD 5454 e 60 (sessenta) metros lineares de torre para balança de obras, cujos montantes das arrematações não ultrapassaram a quantia de R$2.000,00 (dois mil reais), como se verifica às fls. 334/335 e 346.

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Como o valor remanescente excedia R$30.000,00 (trinta mil reais) e os bens que guarneciam a sede da empresa perfaziam o valor de R$1.000,00 (mil reais), o exeqüente requereu que a execução fosse dirigida contra os sócios da agravada. Sem embargo de o requerimento ter sido deferido, o agravante não logrou êxito no seu intento, uma vez que não foram encontrados valores nas contas-correntes dos sócios, o mesmo ocorrendo em relação à conta da empresa ré. Por outro lado, apesar de a execução remontar mais de R$60.000,00 (sessenta mil reais) a executada, ao ingressar com um dos inúmeros embargos à execução, indicou à penhora um motor trifásico orçado no ínfimo valor de R$4.000,00 (quatro mil reais), como se vê à fl. 527, demonstrando, assim, a sua falta de interesse em quitar o débito. Posteriormente, o agravante indicou à penhora o apartamento de número de porta 1.004-C localizado no Edifício The Palm Spring House, situado na Rua B-5, módulo N-10, Loteamento Vela Branca, Pituba, nesta Capital, imóvel que não pôde, entretanto, ser levado à hasta pública, uma vez que fora adjudicado nos autos da reclamação de nº 00196-1994-016-05-00-0 RT, como se observa às fls. 515/519 e 608/610. Assim, seja porque não há a menor dúvida de que o exeqüente, desde o trânsito em julgado da sentença exeqüenda vem enfrentando uma verdadeira via crucis para fazer valer seu direito, em face das inúmeras tentativas infrutíferas de localizar bens da executada e de seus sócios. Seja porque, diversamente do que sustenta o n. magistrado a quo, o pedido do exeqüente está lastreado no art. 677 do Código de Processo Civil, de aplicação supletiva ao Processo Trabalhista, DOU PROVIMENTO ao agravo de petição para determinar que a penhora recaia sobre o estabelecimento comercial da empresa agravada. Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região TRT-5 - AGRAVO DE PETICAO: AP 2873001019925050009 BA

Não é possível nova penhora por outro juízo, que deverá requerer ao juízo da primeira penhora que determine ao administrador a inclusão do segundo crédito no plano de pagamento e assim por diante. PENHORA DE FATURAMENTO

Da Penhora de Percentual de Faturamento de Empresa

Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento de empresa. § 1o O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial. § 2o O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação judicial a forma de sua atuação e prestará contas mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida.

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§ 3o Na penhora de percentual de faturamento de empresa, observar-se-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.

OJ SDI-II Nº 93 do TST - MANDADO DE SEGURANÇA. POSSIBILIDADE DA PENHORA SOBRE PARTE DA RENDA DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL. É admissível a penhora sobre a renda mensal ou faturamento de empresa, limitada a determinado percentual, desde que não comprometa o desenvolvimento regular de suas atividades.

Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇÃO. PENHORA DO FATURAMENTO DA EMPRESA. EXCESSO DE PENHORA. Afirma o executado que há evidente excesso de penhora, quanto à determinação de penhora de 30% do faturamento da empresa até o integral pagamento da dívida, na medida em que já há penhora nestes autos (motocicleta) e que se deixou de deduzir do crédito devido ao exequente, conforme valor sacado mediante alvará da fl. 472. Em 13-12-2010, foi penhorado 30% (trinta por cento) do faturamento mensal bruto da executada, até o limite da dívida de R$ 69.220,44 (sessenta e nove mil, duzentos e vinte reais e quarenta e quatro centavos), tendo constado do auto de penhora, avaliação e depósito (fl. 845) que os valores deverão ser depositados mensalmente na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil e a empresa deve comprovar o faturamento mensal, ... Entretanto e, considerando os documentos das fls. 590/622 (caixa do mês e planilha de gastos fixos do mês de abril de 2009); 628/632 (contrato social); 636/639 (movimentação bancária do CFC); 641/658 (empréstimos bancários), entende-se que a manutenção da penhora sobre o faturamento bruto do executado pode causar a inviabilidade de sua atividade econômica em função da penhora realizada nestes autos. Desta forma, a penhora deverá recair sobre o faturamento ldo executado, reduzido o percentual para 20% Mencione-se ainda ser regular a penhora sobre o faturamento da empresa, independentemente do percentual a incidir, desde que não comprometa o desenvolvimento da atividade econômica, conforme dispõe a Orientação Jurisprudencial nº 93 da SBDI-2 do TST. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - Agravo De Petição: AP 00821008820065040026 RS

Aqui o administrador judiciário fica limitado ao faturamento da executada, elaborando relatório de prestação de contas garantindo a satisfação da execução parcelada e também os honorários. Equilíbrio entre o pagamento parcelado e a continuação das atividades da executada. DA AVALIAÇÃO Oficial de Justiça Avaliador:

Art. 4o Lei 11.416/06 - As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, observado o seguinte:

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§ 1o Os ocupantes do cargo de Analista Judiciário - área judiciária cujas atribuições estejam relacionadas com a execução de mandados e atos processuais de natureza externa, na forma estabelecida pela legislação processual civil, penal, trabalhista e demais leis especiais, serão enquadrados na especialidade de Oficial de Justiça Avaliador Federal.

Não mais aplicável o art. 886, § 2º da CLT que tratava da avaliação do bem e o § 1º do art. 887 que trata da designação de avaliador. Impugnação à Avaliação: Não está prevista na CLT, então vamos para LEF. LEF (Lei 6.830/80), art. 13, § 1º, quando então o Juiz nomeará livremente o avaliador.

Art. 13 - 0 termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos bens penhorados, efetuada por quem o lavrar. § 1º - Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública, antes de publicado o edital de leilão, o Juiz, ouvida a outra parte, nomeará avaliador oficial para proceder a nova avaliação dos bens penhorados.

Avaliação de quadro, escultura, tapeçaria, pode fugir ao conhecimento por se tratar de obras de arte. Possibilidade de reavaliação de valores dos bens penhorados antes do leilão, pois entre a avaliação e o leilão pode ocorrer alteração no valor do bem. (boom imobiliário). DO DEPÓSITO - “Depósito é o ato pelo qual os bens penhorados são confiados à guarda de alguém”. Encargo: Manter o bem disponível e conservado (imóvel = deterioração).

Art. 840 – CPC - Serão preferencialmente depositados: ...II – os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário judicial;

Subsidiariamente:

§ 2º Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente.

Bem de difícil remoção = Máquina de porte. Quando anuir o exequente = Outros bens que não de difícil remoção. O depositário, pode exigir o pagamento de remuneração (art. 160) e das despesas daí decorrentes (Art. 161, CPC/2015). Onera a execução. Praxe: Nomear o próprio devedor.

Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução.

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Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário ou do administrador. Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça.

Não é mais possível a Prisão Civil do Depositário Fiel:

Súmula Vinculante nº 25 do STF - É ILÍCITA A PRISÃO CIVIL DE DEPOSITÁRIO INFIEL, QUALQUER QUE SEJA A MODALIDADE DO DEPÓSITO

A decisão coloca em risco as execuções presentes, posto que a praxe na JT é a nomeação do próprio devedor como depositário. Tal circunstância implica em mudança de procedimento nas execuções presentes e futuras, com a penhora seguida da remoção de bens. Ideal brigar pelo depósito judicial com a consequente alienação do bem, mesmo fora do leilão, com o depósito do valor em conta judicial garantindo a continuação da execução protegendo as duas partes.

Art. 789-A, VIII CLT - despesa de armazenagem em depósito judicial – por dia: 0,1% (um décimo por cento) do valor da avaliação;

FRAUDE À EXECUÇÃO 1º) IMÓVEIS E VEÍCULOS, bens passíveis de registro, alienado ao tempo da ação (processo do conhecimento) será hipótese de Fraude à Execução, quando não realizado o registro?

Art. 3º - IN 39 TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: XIII - arts. 789 a 796 (responsabilidade patrimonial); Art. 792 – CPC - A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;

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Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.

Súmula 375 do STJ - O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Art. 792, § 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.

Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. FRAUDE À EXECUÇÃO NÃO CONFIGURADA. O § 3º do art. 792 do CPC/2015 estabelece que "Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica -se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar". Se não configurada essa hipótese, os sócios dispõem livremente do seu patrimônio, e eventual venda de bem de sua propriedade não configura fraude à execução trabalhista. TRT-12 - AGRAVO DE PETICAO AP 02587200705112003 SC 02587-2007-051-12-00-3 (TRT-12)

2º) OUTROS BENS, deverá o adquirente (Terceiro) provar que foi diligente, com a juntada de certidões de distribuição de feitos pertinentes do domicílio do vendedor e do local onde se encontra o bem, para verificação de distribuição de ações.

Art. 792, § 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.

IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;

Fraude contra Credores é instituto de Direito Material:

Art. 161 – CCB - A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé. Art. 158 - Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

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Não é pacífica a Jurisprudência Trabalhista: AGRAVO DE PETIÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO X FRAUDE CONTRA CREDORES. De acordo com o atual entendimento do STJ, consagrado pela edição do enunciado nº 375 de sua Súmula de jurisprudência, o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. Assim, diante do conflito existente entre os interesses de satisfação do crédito certificado em título executivo judicial e de tutela do patrimônio do adquirente de boa-fé de imóvel penhorado em Juízo, a Corte Especial inclinou-se por conceder especial proteção ao patrimônio do adquirente de boa-fé. No caso particular destes autos, restou comprovado que, no momento da alienação do imóvel aos agravantes, não havia ainda prenotação de penhora nem constavam quaisquer outras restrições ou gravames incidentes sobre o indigitado imóvel à margem dos registros públicos constantes do cartório imobiliário, o que impede o reconhecimento da ocorrência de fraude à execução, em consonância com entendimento consagrado na Súmula nº 375 do STJ, porquanto os interesses de satisfação do crédito perseguido na execução de fundo deve ceder à tutela do patrimônio dos adquirentes de boa-fé. TRT-1 - Agravo de Peticao AP 00000360720145010064 RJ (TRT-1) Data de publicação: 16/03/2016

Em outro sentido – Jurisprudência:

FRAUDE À EXECUÇÃO - MARCO INICIAL - DISTRIBUIÇÃO DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - IMÓVEL DE PROPRIEDADE DE SÓCIO. O direito do trabalho adota a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica da empresa, sendo certo que a mera demonstração de inaptidão financeira é suficiente para atingir o patrimônio do sócio. Inteligência do artigo 28, do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990). Nessa esteira, o marco para consideração da fraude, na alienação patrimonial tanto de bens da empresa quanto dos sócios, é a distribuição da reclamação trabalhista. Ocorrida a cessão do patrimônio depois da propositura da ação pelo empregado, resta evidenciada a fraude à execução. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO AP 00196002119925020482 SP 00196002119925020482 A20 (TRT-2) Data de publicação: 10/06/2015

Como evitar a Fraude a Execução? O credor deve promover a Hipoteca Judiciária com base na Sentença do Conhecimento: Daí a importância de se requerer a Desconsideração da PJ na peça inicial.

Art. 495 CPC - A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.

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Art. 792, III do CPC - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;

Ordem de preferência do pagamento:

Art. 495, § 3o do CPC - No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.

Se houver reforma no TRT:

Art. 495, § 5o do CPC - Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.

Do Registro da Execução no Cartório Competente: O credor pode promover o registro desde o início da execução, antes mesmo de qualquer penhora.

Art. 828 do CPC - O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.

Iniciando a execução com o despacho de intimação para pagamento, poderá pedir na secretaria que seja emitida certidão com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos Comunicação ao juízo da execução sobre a averbação:

Art. 828, § 1o do CPC - No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas.

Sobrevindo penhora que garanta a execução, deverá o Exequente:

Art. 828, § 2o do CPC - Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados.

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Natureza Jurídica: Ação cognitiva constitutiva negativa incidental à execução. Prazo: 05 dias. Há termo inicial. Art. 884, CLT (título judicial)

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Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias (da citação=CLT) para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.

INTIMAÇÃO DA PENHORA NA PESSOA DO EXECUTADO OU DO ADVOGADO, terá a parte 05 dias contados da garantia da execução ou da penhora de bens para apresentar os embargos à execução. Indispensável a citação (CLT) ou intimação (CPC) ou mesmo ciência inequívoca da garantia ou penhora com esta finalidade para iniciar o cômputo dos 05 dias dos Embargos a Execução. Jurisprudência: Intimação para pgto é diferente de intimação da penhora!

EMBARGOS À EXECUÇÃO. PRAZO. INTIMAÇÃO DA PENHORA ... que a embargante não foi intimada pessoalmente da penhora em sua conta bancária, vindo a tomar ciência da constrição apenas em 02/03/2015 quando realizou a consulta de seu extrato bancário. Pugna pela nulidade do ato de intimação, vez que efetivada por intermédio de seu advogado. Em que pesem os argumentos da agravante, não lhe assiste razão. No presente caso, se trata de devedor que foi devidamente citado pessoalmente para pagamento do débito, conforme preceitua o artigo 880 da CLT (citação as fls. 204). Encontra-se em discussão a forma da intimação da ciência da penhora realizada na conta bancária, mas não há qualquer dispositivo celetista que determine que a intimação seja de forma pessoal. Nesse sentido, o artigo 884 da CLT:

"884- Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação."

Nem mesmo na Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho existe determinação de que a ciência da penhora não possa ser efetivada na pessoa do advogado regularmente constituído:

"Art. 89. O juiz, ao receber as respostas das instituições financeiras, emitirá ordem judicial eletrônica de transferência do valor da condenação para conta judicial, em estabelecimento oficial de crédito, ou providenciará o desbloqueio do valor. Parágrafo único. O termo inicial do prazo para oposição de embargos à execução é a data da intimação da parte, pelo juiz, de que se efetivou bloqueio de numerário em sua conta."

Assim, perfeitamente válida a intimação da executada efetivada na pessoa do advogado regularmente constituído (f. 244) e diante da inequívoca ciência acerca da penhora. Portanto, forçoso reconhecer a intempestividade dos embargos à execução, eis que a 3ª executada foi devidamente intimada aos cuidados do procurador em 20/02/2015 (f.256), mas ajuizou os embargos somente em 02/03/2015. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO AP 00046005019965020252 SP 00046005019965020252 A20 (TRT-2) Data de publicação: 17/12/2015

Prazo da Fazenda Pública:

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Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.

Prazo da Massa Falida: Citado o administrador da massa falida, inicia-se a contagem do prazo de cinco dias para os embargos à execução. Como não haverá penhora sobre os bens arrecadados. Não há controvérsia sobre esse prazo. A dúvida surge, quando a empresa vem falir após citação em execução, e os bens não foram suficientes para complementar a penhora. E agora? a-) O juízo passa imediatamente a estar “garantido” pela falência. b-) Será intimado o administrador, a fim de que ele: fique ciente de que a executada já houvera sido citada e (b) fique ciente de que o prazo de cinco dias para os embargos à execução começa a fluir agora. MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA. Tanto no plano infra como no constitucional são reconhecidas como não preclusivas, tendo em vista que se trata de normas imperativas e alheias a vontade das partes.

Quitação (pagamento); Do Parcelamento:

Art. 3° IN 39 TST - Sem prejuízo de outros, APLICAM-SE AO PROCESSO DO TRABALHO, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: XXI - art. 916 e parágrafos (parcelamento do crédito exequendo); Art. 916 nCPC - No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.

Cumprimento da Obrigação;

Jurisprudência:

Astreintes. Assinado pelo juiz da execução prazo para o cumprimento de obrigação de fazer, sob pena de multa diária, e transcorrido esse em completo silêncio da obrigada, correta a execução da multa, a ela não se podendo opor dificuldade técnica não noticiada no prazo assinado. AGRAVO DE PETIÇÃO em face da decisão de procedência parcial dos embargos à execução opostos pela reclamada Petros, à fl. 805/805v. TRT-1 - Agravo de Peticao AP 00003353420115010049 RJ (TRT-1) Data de

publicação: 10/12/2015

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IMPUGNAÇÃO À CONTA DE LIQUIDAÇÃO, DESDE QUE NÃO TENHA HAVIDO A PRECLUSÃO DO ART. 879, § 2º DA CLT.

Art. 879 - § 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 879 - § 2º Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

Antes da reforma, se o juízo não concedesse prazo, somente nos embargos é que as partes impugnarão.

Art. 884 - § 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo.

Oportunidade de, nos embargos a execução, discutir a sentença de liquidação, arguindo: Índice de correção monetária; juros de mora; descontos previdenciários (INSS); descontos fiscais (IR) e honorários periciais. Correção Monetária, o Executado pode alegar que o índice de correção é o do mês subsequente ao da prestação de serviços (artigo 459, parágrafo único da CLT e Súmula 381 do TST). Exemplo: Horas extras feitas em março são corrigidas, em execução trabalhista, a partir dos índices de abril. E as parcelas que não são pagas mensalmente, como o décimo terceiro salário e a multa pelo atraso na quitação (art. 477, § 8º, da CLT), serão também corrigidas pelo índice do mês subsequente.

REFORMA TRABALHISTA – INOVOU

Art. 634, § 2º da CLT - Os valores das multas administrativas expressos em moeda corrente serão reajustados anualmente pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, ou pelo índice que vier a substituí-lo. Art. 879, § 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991.

Súmula nº 381 do TST CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 124 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1º. (ex-OJ nº 124 da SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)

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Qual fator de correção monetária é aplicável na JT?

OJ 300 SDI-1 TST EXECUÇÃO TRABALHISTA. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS. LEI Nº 8.177/91, ART. 39, E LEI Nº 10.192/01, ART. 15 (nova redação) - DJ 20.04.2005. Não viola norma constitucional (art. 5°, II e XXXVI) a determinação de aplicação da TRD, como fator de correção monetária dos débitos trabalhistas, cumulada com juros de mora, previstos no artigo 39 da Lei nº 8.177/91 e convalidado pelo artigo 15 da Lei nº 10.192/01.

Decisão STF

Plenário do STF define teses sobre índices de correção e juros em condenações contra Fazenda Pública Ao concluir, na sessão desta quarta-feira (20), o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 870947, em que se discutem os índices de correção monetária e os juros de mora a serem aplicados nos casos de condenações impostas contra a Fazenda Pública, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu ... A maioria dos ministros seguiu o voto do relator, ministro Luiz Fux, segundo o qual foi afastado o uso da Taxa Referencial (TR) como índice de correção monetária dos débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo no período da dívida anterior à expedição do precatório. O entendimento acompanha o já definido pelo STF quanto à correção no período posterior à expedição do precatório. Em seu lugar, o índice de correção monetária adotado foi o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), considerado mais adequado para recompor a perda de poder de compra.

Juros de Mora são de 1% desde o ajuizamento da ação (artigo 883 da CLT e artigo 39, §1º da Lei 8.177/91).

Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.

De quanto serão os juros na JT? Art. 39, § 1º Lei 8.177/91 - Aos débitos trabalhistas constantes de condenação pela Justiça do Trabalho ou decorrentes dos acordos feitos em reclamatória trabalhista, quando não cumpridos nas condições homologadas ou constantes do termo de conciliação, serão acrescidos, nos juros de mora previstos no caput, juros de um por cento ao mês, contados do ajuizamento da reclamatória e aplicados pro rata die, ainda que não explicitados na sentença ou no termo de conciliação.

Indenização por Danos Morais a atualização monetária é devida a partir da data da decisão de arbitramento ou de alteração do valor. Os juros de mora incidem desde o ajuizamento da ação (Súmula 439 do TST).

Súmula nº 439 do TST DANOS MORAIS. JUROS DE MORA E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. Nas condenações por dano

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moral, a atualização monetária é devida a partir da data da decisão de arbitramento ou de alteração do valor. Os juros incidem desde o ajuizamento da ação, nos termos do art. 883 da CLT.

Descontos de INSS e Imposto de Renda o Executado alegará que devem ser efetuados os descontos fiscais e previdenciários mês a mês e, não, sobre a soma total da condenação. (artigo 114, inciso VIII, da CF; artigo 876, parágrafo único da CLT e Súmula 368, II e III do TST).

Art. 876, Parágrafo único - Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido. Súmula nº 368 do TST DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012. II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010. III - Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, § 4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição.

Honorários Periciais são pagos pelo vencido no objeto da perícia (artigo 790-B, da CLT e artigo 6º da instrução normativa nº 27 do TST).

REFORMA TRABALHISTA – SUCUMBÊNCIA NA PERÍCIA

DISPOSIÇÃO REVOGADA:

Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, SALVO se beneficiária de justiça gratuita.

NOVA REDAÇÃO:

Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, AINDA que beneficiária da justiça gratuita.

Art. 98 CPC, § 3o - Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

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poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Art. 790-B, § 4º - Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo.

Súmula recente do TST:

Súmula nº 457 do TST HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PELO PAGAMENTO. RESOLUÇÃO Nº 66/2010 DO CSJT. OBSERVÂNCIA. A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º 66/2010 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT.

Art. 2º da Resolução nº 66/2010 do CSJT - A responsabilidade da União pelo pagamento de honorários periciais, em caso de concessão do benefício da justiça gratuita, está condicionada ao atendimento simultâneo dos seguintes requisitos: I – fixação judicial de honorários periciais; II – sucumbência da parte na pretensão objeto da perícia; III – trânsito em julgado da decisão.

As fLs. 13 da petição inicial da PGR na ADIN 5766, temos:

O §4º do art. 790-B da CLT - Desconsidera a condição de insuficiência de recursos que justificou o benefício. As fLs. 15 da petição inicial da PGR na ADIN 5766, temos:

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As fLs. 17 da petição inicial da PGR na ADIN 5766, temos:

São estes os fundamentos constitucionais que a PGR utilizou na ADIN 5766 face a sucumbência quanto aos honorários periciais.

Art. 790-B, § 4º da CLT X

Art. 98, § 3º do CPC TESE PRINCIPAL, interpretação conforme CF. 1ª TESE SUBSIDIÁRIA, Controle de Constitucionalidade na Via Difusa: Qual é a Norma Mais Favorável ao empregado? Art. 98, §3º do CPC.

Art. 5º CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

O direito Material do Trabalho é marcado pela desigualdade entre as partes, daí o princípio protetivo na vertente NORMA MAIS FAVORÁVEL, servir para equilibrar a relação de Direito Material.

Controle de Constitucionalidade na Via Difusa

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Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

2ª TESE SUBSIDIÁRIA, requerer a aplicação do art. 98, § 1º, V e VI do CPC, pois a CLT é omissa quanto ao que compreende os benefícios da JG.

DA OMISSÃO DA CLT QUANTO AO QUE COMPREENDE A JG

Art. 98 - CPC - A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. § 1o A gratuidade da justiça compreende: V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais; VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;

Na omissão da CLT:

Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. Art. 15 CPC - Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

E os processos em andamento? …

Ainda Quanto aos Honorários Periciais:

Art. 790-B da CLT, § 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. § 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.

RESOLUÇÃO Nº 66/2010 do CSJT - Regulamenta, no âmbito da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, a responsabilidade pelo pagamento e antecipação de honorários do perito, do tradutor e do intérprete, no caso de

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concessão à parte do benefício de justiça gratuita. Art. 3º Em caso de concessão do benefício da justiça gratuita, o valor dos honorários periciais, observado o limite de R$ 1.000,00 (um mil reais), será fixado pelo juiz, atendidos:

Art. 790-B da CLT, § 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.

OJ 98 da SBDI-2 - MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS. É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia, independentemente do depósito.

E a concessão da JG na JT?

REFORMA TRABALHISTA – JUSTIÇA GRATUITA!!!!!

DISPOSIÇÃO REVOGADA:

Art. 790, § 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, OU declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.

R$ 937,00 x 2 = R$ 1.874,00 NOVA REDAÇÃO

Art. 790, § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

40% do teto do INSS = R$ 2.212,52

§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que COMPROVAR insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

GRATUIDADE DA JUSTIÇA = JUSTIÇA GRATUITA

JUSTIÇA GRATUITA ≠ ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA, instituição que dá às pessoas pobres os meios de pleitear em juízo.

Art. 5º, LXXIV, CF - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que

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comprovarem insuficiência de recursos; JUSTIÇA GRATUITA, prevista no art. 98 e 99 do CPC, refere-se à isenção do recolhimento de custas e despesas processuais. Podemos entender que a Assistência Jurídica prevista na CF é gênero que engloba a espécie Justiça Gratuita. Segundo a PGR, é possível entender que, aquele que receba até 40% teto (INSS) tem garantido a JG por simples pedido e quem receba + 40% teto (INSS = R$ 2.212,52) deverá comprovar. As fLs. 42 da petição inicial da PGR na ADIN 5766, temos:

REFORMA TRABALHISTA Da Exigência de Comprovação do Estado de Pobreza àqueles que percebam SALÁRIO

superior a 40% do teto dos benefícios do INSS NOVA REDAÇÃO

Art. 790, § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que COMPROVAR insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.

O CPC NÃO EXIGE A COMPROVAÇÃO DO ESTADO DE POBREZA!

Art. 99 – CPC - O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. § 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. § 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.

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Art. 790, § 4º da CLT X

Art. 99, § 3º do CPC TESE PRINCIPAL, interpretação conforme CF. 1ª TESE SUBSIDIÁRIA, Controle de Constitucionalidade na Via Difusa: Qual é a Norma mais Favorável ao empregado? Art 99, §3º do CPC.

Art. 5º CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

O direito Material do Trabalho é marcado pela desigualdade entre as partes, daí o princípio protetivo na vertente NORMA MAIS FAVORÁVEL, servir para equilibrar a relação de Direito Material.

Controle de Constitucionalidade na Via Difusa

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

2ª TESE SUBSIDIÁRIA, requerer a aplicação do art. 99, § 2º do CPC, pois a CLT é omissa quanto a possibilidade da parte apresentar mais documentos para comprovar o pedido.

QUANTO AO INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE JG, O CPC PREVÊ

Art. 99 – CPC - O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. § 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.

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A CLT é omissa, na omissão da CLT:

Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. Art. 15 CPC - Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

E os processos que estão em andamento? …

REFORMA TRABALHISTA - HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIA NOVIDADE NA CLT

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Art. 791-A, § 4º, CLT - Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Art. 98 CPC - § 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

As fLs. 19 da petição inicial da PGR na ADIN 5766, temos:

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O §4º do art. 791-A da CLT desconsidera a condição de insuficiência de recursos que justificou o benefício. As fLs. 15 e 17 da petição inicial da PGR na ADIN 5766, temos:

Art. 791-A, § 4º da CLT X

Art. 98, § 3º do CPC TESE PRINCIPAL, interpretação conforme CF. 1ª TESE SUBSIDIÁRIA, Controle de Constitucionalidade na Via Difusa: Qual é a Norma Mais Favorável ao empregado? Art. 98, §3º do CPC.

Art. 5º CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

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garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito

O direito Material do Trabalho é marcado pela desigualdade entre as partes, daí o princípio protetivo na vertente NORMA MAIS FAVORÁVEL, servir para equilibrar a relação de Direito Material.

Controle de Constitucionalidade na Via Difusa

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Procedência Parcial do Pedido OU Procedência Parcial da Ação?

Art. 791-A, § 3º, CLT - Na hipótese de procedência parcial (do que?), o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.

Orientação Anamatra:

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PROCEDÊNCIA PARCIAL. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. SOMENTE OCORRE SUCUMBÊNCIA PELO RECLAMANTE QUANDO O PEDIDO POR ELE FORMULADO É REJEITADO. O ACOLHIMENTO DO PEDIDO, COM QUANTIFICAÇÃO INFERIOR AO POSTULADO NÃO CARACTERIZA SUCUMBÊNCIA PARCIAL, POIS A VERBA POSTULADA RESTOU ACOLHIDA. Assim, quando o legislador mencionou “sucumbência parcial”, referiu-se ao acolhimento de parte dos pedidos formulados na inicial, o que não se confunde com acolhimento de pedido, porém em quantificação inferior ao que se postulou.

2ª TESE SUBSIDIÁRIA, requerer a aplicação do art. 98, § 1º, VI do CPC, pois a CLT é omissa quanto ao que compreende os benefícios da JG.

DA OMISSÃO DA CLT QUANTO AO QUE COMPREENDE A JG

Art. 98 - CPC - A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

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§ 1o A gratuidade da justiça compreende: VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;

Na omissão da CLT:

Art. 769 CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. Art. 15 CPC - Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

E os Processos que estão em andamento? Orientação Anamatra:

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. INAPLICABILIDADE AOS PROCESSOS EM CURSO. PRINCÍPIOS DA CAUSALIDADE, DA VEDAÇÃO DA DECISÃO SURPRESA E DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Não se pode aplicar a teoria do isolamento dos atos processuais quanto à condenação em honorários de sucumbência no processo do trabalho, por conta da sucumbência recíproca e principalmente pela possibilidade de “compensação” do crédito do trabalhador. Deve ser aplicado o princípio da causalidade, segundo o qual quem deu causa ao processo deve arcar com os honorários de sucumbência. Contudo, o momento de a parte sopesar os riscos do processo é o do ajuizamento da ação. Observância, ainda, do princípio da vedação da decisão surpresa, da garantia inerente ao mínimo existencial e do princípio da dignidade humana. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL. GARANTIA DE NÃO SURPRESA. Em razão da natureza híbrida dos honorários advocatícios (material e processual), a condenação à verba sucumbencial só poderá ser imposta nos processos iniciados após a entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, haja vista a garantia de não surpresa, corolário do princípio constitucional da segurança jurídica;

CUSTAS PROCESSUAIS, serão pagas ao final, segundo o artigo 789-A da CLT, sempre de responsabilidade do executado:

Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela: V – embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos) VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e cinco centavos);

EXCESSO DE PENHORA OU ERRO DE AVALIAÇÃO

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Hipóteses mais comuns, alegação de que o oficial de justiça penhorou mais do que o necessário ou fez penhoras subavaliadas. No mais, é indispensável que a penhora supere o valor homologado de 20% a 50%, pelo menos, por vários motivos: a) enquanto o processo caminha, antes, durante e depois da penhora, os juros seguem marchando; b) a penhora deve abarcar, também, as despesas processuais; c) a hasta pública d) os bens tendem a ficar obsoletos ao longo do processo,

§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.

NOVOS EMBARGOS A EXECUÇÃO NOS MESMO AUTOS Exemplos: 1-) Depois de sacar o dinheiro depositado, comparece novamente nos autos para postular a diferença entre o valor que seria devido com a correção monetária e os juros trabalhistas e o valor que o banco creditou com a correção monetária dos índices oficiais. Esse pedido, ensejará novos cálculos de liquidação e novo mandado de citação, penhora e avaliação, o que significa que proporciona desde logo a possibilidade de novos embargos à execução. 2-) Também pode haver novos embargos à execução quando acionada a tomadora de serviços, em sede de responsabilidade subsidiária, ou, de qualquer forma, quando redirecionada a execução para terceiros (membros do grupo econômico, sucessão empresarial, sócio de empresa cuja personalidade jurídica foi desconsiderada etc.).

O DESAFIO DE OUVIR TESTEMUNHAS EM EMBARGOS À EXECUÇÃO Dispõe o art. 884, § 2.º, da CLT: “Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias”. Há necessidade de prova testemunhal: 1-) Para provar a existência ou inexistência de sucessão empresarial após o ajuizamento da ação;

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2-) Provar possível agrupamento econômico formado supervenientemente ao início do processo. A sucessão pode ser comprovada (ou demolida) pela análise da clientela, assim como o grupo econômico pode precisar de demonstração sobre o comportamento dos proprietários ou, ainda, sobre a existência de sócios omitidos que se valem de testas de ferro.

Execução Título Extrajudicial Artigo 876 da CLT incorporou dois títulos executivos extrajudiciais, que vêm a ser o termo de ajuste de conduta perante o Ministério Público do Trabalho e o acordo (não fraudulento) celebrado perante a Comissão de Conciliação Prévia.

EMBARGOS DE TERCEIRO Embargos de Terceiro. Art. 674 do CPC-2015.

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.

Como se viu, é ação destinada àquele que não é parte. De caráter preventivo! Não se presta a defender a ilegitimidade de parte porque, até para ser ilegítima, é preciso, antes, ser parte. A ilegitimidade de parte deve ser discutida com os embargos à execução. Legitimidade Ativa (Art. 674, CPC):

art. 674 § 2º - Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: art. 674, § 2º, I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;

Cônjuge que não é sócio:

Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem. § 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência na arrematação do bem em igualdade de condições.

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1ª Tese para o Terceiro: Não havia esta previsão no CPC 1973.

§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.

O valor auferido deve alcançar a quota-parte do 3º (ver R.I.) calculado sobre o valor da avaliação. STJ Súmula nº 134:

Intimação - Penhora - Cônjuges - Embargos de Terceiro – Meação. Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação.

2ª Tese para o Terceiro: Coproprietário ou cônjuge não sócio, para neutralizar completamente a penhora e não apenas defender sua meação, é levantar o tema do bem de família, o que forçará o juiz, caso aceite o argumento, a acobertar toda a propriedade. O bem se torna absolutamente impenhorável. O cabimento do bem de família em sede de embargos de terceiro é aceito pela jurisprudência – REsp 621.399 do STJ. Tese para o Reclamante - Sustentar que a parte do cônjuge não sócio também deverá suportar a execução, pois teria este se beneficiado direta ou indiretamente dos frutos do trabalho assalariado do empregado. Jurisprudência:

RESPONSABILIDADE DO SÓCIO MEEIRO PELAS DÍVIDAS CONTRAÍDAS PELO CÔNJUGE. Um cônjuge será responsável por dívida assumida pelo outro, sempre que dela resultar benefício à família. Afastar essa responsabilidade, é o desafio daquele que pretende opor Embargos de Terceiro para defender sua meação. Recurso não provido. TRT-15 - Agravo de Petição AP 3801820125150080 SP 002842/2013-PATR (TRT-15) Data de publicação: 18/01/2013

art. 674, § 2º, II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;

Terceiro que adquire bens do empregador no curso do processo. Jurisprudência:

FRAUDE À EXECUÇÃO. VENDA DE IMÓVEL DO SÓCIO EXECUTADO NO CURSO DE EXECUÇÃO TRABALHISTA. A lei não veda que o devedor venda ou onere seus bens. Todavia, se dispõe de seus bens quando já corre contra ele ação capaz de torná-lo

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insolvente, incidirá em fraude à execução. Registre-se, que qualquer alienação realizada a partir da distribuição da ação está sujeita à declaração de fraude à execução, resultando na ineficácia do negócio jurídico, inclusive quanto aos sócios, ante sua responsabilidade, nos termos dos artigos 592, II do CPC e 1001 e 1023 do Código Civil. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO 00689009719965020065 SP 00689009719965020065 A20 (TRT-2)

art. 674, § 2º, III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;

Ausência de contraditório, legitima o terceiro agir em embargos de terceiro.

NOVA REDAÇÃO – REFORMA TRABAHISTA.

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil. § 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente: I – na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta Consolidação; II – na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo; III – cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal. § 2º A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 do CPC.

O sócio alegará que não houve a desconsideração da personalidade jurídica da empresa. Deve alegar que o patrimônio da sociedade não foi esgotado ou de que o patrimônio atingido dispunha de alguma proteção jurídica. Porém, caso tenha havido a desconsideração da personalidade jurídica, verifica-se o fenômeno do redirecionamento da execução, momento em que o patrimônio do sócio está efetivamente ligado ao processo principal, dentro do conceito largo de responsabilidade subsidiária que ocorre em torno da formação das sociedades comerciais. Jurisprudência:

AGRAVO DE PETIÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. LEGITIMIDADE "AD CAUSAM" CONFIGURADA. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO E CITAÇÃO DOS SÓCIOS PARA PAGAMENTO OU GARANTIA DO JUÍZO. INOBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO DE INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE (ARTS. 133 A 137, DO CPC). AFRONTA AO ART. 5º, LVI, DA CARTA MAGNA. INCIDÊNCIA DO INCISO III DO § 2º DO ART. 674 DO CPC. RETORNO DOS AUTOS. I - Em obediência à nova ordem processual e à Instrução Normativa nº 39/2016, do C. TST, constitui dever do Juízo instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, observando o procedimento estabelecido nos arts. 133 a 137, do CPC, sob pena de afronta ao art. 5º, LIV, da Constituição Federal ("ninguém

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será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal"). A ausência do procedimento obrigatório torna legítima a intervenção dos sócios executados, por meio da ação incidental de Embargos de Terceiro. II - A espécie se enquadra na hipótese do inciso III do § 2º do artigo 674 do CPC, que, dispondo sobre o rol de legitimados para opor embargos de terceiro, inclui aqueles que sofrem "constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte". III-Apelo provido para, reconhecendo a legitimidade ativa dos agravantes para oposição de Embargos de Terceiro, determinar o retorno dos autos à Vara de origem, a fim de que prossiga no julgamento do feito, como entender de direito. (Processo: AP - 0001477-09.2016.5.06.0001, Redator: Mayard de Franca Saboya Albuquerque, Data de julgamento: 31/08/2017, Primeira Turma, Data da assinatura: 04/09/2017) TRT-6 - Agravo de Petição AP 00014770920165060001 (TRT-6) Data de publicação: 31/08/2017

art. 674, § 2º, IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

Ausência de contraditório, legitima o terceiro agir em embargos de terceiro. Casos em que instituições financeiras alegam que o executado trabalhista havia dado aquele bem em garantia de um financiamento bancário. Todavia, o artigo em tela é bastante objetivo, só mesmo a falta de intimação, fundamenta os embargos de terceiro. A jurisprudência já se inclinou favoravelmente à prioridade do crédito trabalhista sobre o crédito provido dessa garantia real, por diversos argumentos, inclusive a aplicação do art. 186 do CTN e do art. 83 da Lei de Falência (Lei 11.101/2005). Jurisprudência:

CRÉDITO HIPOTECÁRIO E IMPENHORABILIDADE DO BEM. A hipoteca atribui ao credor hipotecário um direito real sobre a coisa dada em garantia, o que não significa impenhorabilidade sobre o bem. Sendo levado à hasta pública, o credor hipotecário tem direito ao que restar, após pago o crédito trabalhista. Considere-se, ainda, que uma vez adjudicado ou arrematado o imóvel, a hipoteca, como direito real de garantia, segue com o adjudicante ou o arrematante, sem qualquer prejuízo ao credor hipotecário, em respeito ao contrato firmado anteriormente. Resta ainda dizer que os créditos trabalhistas, dado o seu caráter alimentar, gozam de privilégio especial não remanescendo qualquer dúvida que os bens gravados com ônus real decorrente de cédula hipotecária, são passíveis de constrição judicial. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO AGVPET 1991200708502001 SP 01991-2007-085-02-00-1 (TRT-2) Data de publicação: 09/12/2008

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Prazo: Na Fase do Conhecimento e na Fase da Execução.

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

No conhecimento, caso de arresto determinado com receio da executada dilapidar o patrimônio e a penhora recair sobre bens de terceiros. Neste caso, os embargos podem ser opostos a qualquer tempo, MAS antes do trânsito em julgado. Na Execução, o termo final que é de até 05 dias da alienação judicial do bem, mas antes da assinatura da respectiva carta, art. 675 CPC:

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

Este prazo pode variar de poucos dias até muitos anos. A penhora realizada num ano pode proporcionar a marcação de praça e leilão somente no ano seguinte (ou mais). Enquanto a hasta pública não for realizada, é como se o prazo dos embargos de terceiro estivesse suspensos, impedidos de serem computados. O terceiro poderá assistir calado o desenvolvimento da execução. Os editais de praça e leilão estão sendo confeccionados, os arrematantes oferecendo seus lances, ou mesmo o credor pedindo adjudicação e, somente então, quando tudo parece resolvido, é apresentado os embargos de terceiro, sem que o juiz possa invocar a preclusão ou a perda do prazo. Para compensar, 02 saídas: 1ª-) Art. 675, parágrafo único do CPC:

Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.

2ª-) Art. 792, § 4.º, do CPC:

Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.

Adjudicação: É o ato judicial por meio do qual o reclamante recebe o bem penhorado (móvel ou imóvel) como forma de pagamento de seu crédito. Importante salientar que

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só será cabível tal ato quando na praça ou leilão não houver nenhum licitante. Arrematação: É o ato de transferência dos bens penhorados, em que um leiloeiro (também chamado de pregoeiro em nossa seara forense) apregoa e um licitante (arrematante) os adquire, pelo maior lance. É a execução forçada, onde ocorre a conversão dos bens penhorados em dinheiro, para satisfação de um crédito Alienação por iniciativa particular: O entendimento de Didier é de que o executado poderá requerer a alienação por iniciativa particular, desde que a venda não seja realizada pelo exequente. Esta tarefa caberá ao próprio executado ou ao corretor credenciado. Remição: É o ato ou efeito de remir-se, ou seja, de fazer um pagamento. Remição de dívida dá-se pelo seu pagamento ou então por seu resgate. Remissão: É o ato ou ação de perdoar e redimir. Jurisprudência:

VOTO Conheço do agravo, já que preenchidos os pressupostos legais de admissibilidade. No mérito, dou razão ao agravante. A r. decisão de origem não admitiu os embargos de terceiro, por intempestivos, nos seguintes termos, em síntese:

“De fato, da análise dos autos constata-se que a embargante, em 30.08.2012 outorgou procuração aos advogados indicados às fls. 15, sendo que a interposição dos presentes embargos de terceiro deu-se 21.02.2013. ...

Todavia, o início da fluência do referido prazo deve ser apreciado levando se em consideração as peculiaridades do caso ‘sub judice’. Com efeito, havendo confirmação irrefutável de que aquele que se apresenta como terceiro teve conhecimento da constrição anteriormente aos momentos elencados na norma processual, forçoso concluir, em homenagem aos princípios da celeridade e da utilidade dos prazos, que, a partir da referida ciência, começa a fluir o prazo para a oposição de embargos. Nesse compasso, considerando a data em que a procuração de fls. 15 foi outorgada pela embargante, resta evidente que a ciência da penhora deu-se, pelo menos, naquela oportunidade, o que impõe seja reconhecido que o ajuizamento da presente medida deu-se de forma intempestiva, posto que a petição inicial foi protocolizada em data muito posterior” (fls. 116/117). O Código de Processo Civil possui regras específicas a respeito do cabimento, prazo e demais trâmites dos embargos de terceiro, o que não ocorre com o processo do trabalho. A CLT não trata do tema dos embargos de terceiro, de forma especial. Em decorrência disto, o prazo dos embargos de terceiro é aquele previsto no CPC, aplicável subsidiariamente. Assim, até mesmo como ressaltou o Juízo de origem, aplicável ao processo do trabalho o art. 1.048 do CPC. E tal dispositivo não especifica o início do prazo para a oposição dos embargos de terceiro a contar da ciência do embargante quanto à penhora que recaiu sobre o seu bem, mas apenas impõe termo final, "até cinco dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta".

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A norma é clara e os embargos são cabíveis a qualquer tempo no processo de execução, desde que não ultrapassem 5 dias do ato de alienação (arrematação, adjudicação ou remição), mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Não tem aplicabilidade, in casu, o prazo dos embargos à execução previsto pelo artigo 884 da CLT, independentemente de a penhora ter sido realizada com ciência do terceiro embargante. No caso em apreço, admitese que o agravante de fato já tinha ciência da penhora do imóvel à época da outorga da procuração de fls. 15 (em 30/08/2012) com poderes específicos para defender os interesses do espólio em relação ao imóvel localizado na R. Lefosse, 168, apto 41, nesta Capital, objeto da penhora. De se ressaltar que os embargos de terceiro ajuizados por Cristina Stok mencionados nas razões do agravo foram opostos posteriormente, em 21/09/2012, conforme consulta ao sitio deste Regional. Tampouco há nos autos prova de que o agravante tenha sido cientificado pessoalmente da penhora. (...) Ante o exposto, nos termos do artigo 1048, do CPC, a data da ciência da penhora ou da outorga da procuração não marcou o início da contagem de prazo para a oposição de embargos de terceiro. Por esses fundamentos, concluo que os embargos de terceiro são tempestivos. Não cabe, no caso, o imediato enfrentamento do mérito pelo órgão revisor, sob pena de supressão de instância. Reformo a decisão recorrida, para ter por tempestivos os embargos de terceiro e determinar a baixa dos autos à origem, para julgamento do mérito. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO EM EMBARGOS DE TERCEIRO AGVPET 5478420135020 SP 00005478420135020040 A28 (TRT-2) Data de publicação: 20/09/2013

HASTA PÚBLICA: PRAÇA (imóveis) - LEILÃO (móveis).

CPC/1973 – Art. 686 – Não requerida a adjudicação e não realizada a alienação particular do bem penhorado, será expedido o edital de HASTA PÚBLICA, que conterá:

O CPC de 2015 acabou com esta dicotomia, agora é só LEILÃO:

Art. 730 CPC - Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os interessados sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz, de ofício ou a requerimento dos interessados ou do depositário, MANDARÁ ALIENÁ-LO EM LEILÃO, observando-se o disposto na Seção I deste Capítulo e, no que couber, o disposto nos arts. 879 a 903.

Também é o que se conclui da leitura do art. 881 do CPC:

Art. 881 do CPC - A ALIENAÇÃO FAR-SE-Á EM LEILÃO JUDICIAL se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular.

Mas a CLT mantém a Hasta Pública, (art. 888 da CLT praça/leilão), APENAS quanto ao momento do lance do arrematante, se acima da avaliação hasta pública, se lances livres Leilão.

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Publicação do Edital da Hasta Pública com Antecedência de 20 dias (art. 888 CLT):

Art. 888 - Concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.

Publicação do Edital do Leilão com Antecedência de 05 dias pelo (art. 887 do CPC): Art. 887 nCPC - O leiloeiro público designado adotará providências para a ampla divulgação da alienação. § 1.º A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes da data marcada para o leilão. § 2.º O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio designado pelo juízo da execução, e conterá descrição detalhada e, sempre que possível, ilustrada dos bens, informando expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou presencial. § 3.º Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores ou considerando o juiz, em atenção às condições da sede do juízo, que esse modo de divulgação é insuficiente ou inadequado, o edital será afixado em local de costume e publicado, em resumo, pelo menos uma vez em jornal de ampla circulação local.

REQUISITOS DO EDITAL. (Tese para Executado) A CLT não prevê os requisitos do Edital. O CPC, ao contrário, apresenta amplo rol de exigências quanto a seu conteúdo. O edital conterá a descrição dos bens penhorados, residindo neste item numerosas alegações de nulidade processual, sob o fundamento de que o edital deixou de constar alguma imperfeição, avarias, riscos ou manchas.

Art. 886 - O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá: I - a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros; II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado; III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se de créditos ou direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados; IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão, salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização; V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não haver interessado no primeiro; VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens a serem leiloados.

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Parágrafo único. No caso de títulos da dívida pública e de títulos negociados em bolsa, constará do edital o valor da última cotação.

Jurisprudência:

EDITAL DE LEILÃO, INCLUSIVE ELETRÔNICO. INVÁLIDO QUANDO DESCUMPRE O ART. 686 DO CPC – (equivalente ao 886 CPC/15). Os requisitos estabelecidos pelo artigo 686 do CPC, notadamente o constante do inciso V, devem ser observados pelo edital de leilão, inclusive eletrônico. Quando deixa de consignar a existência de causa pendente e ônus que recaem sobre o bem a ser leiloado, padece de invalidade e assim vicia o procedimento expropriatório. A publicidade dos atos processuais integra o devido processo legal, constitucionalmente garantido (art. 5º, LIV, CF/88). Quanto ao processo 00760-2002-084-15-00-9, que tramita na 4ª Vara do Trabalho de São José dos Campos, os impetrantes apontam a existência de diversas irregularidades no edital do referido leilão eletrônico, notadamente a omissão quanto à existência de registros de penhora e indisponibilidade, decretadas, respectivamente, pelos Juízos da 3a e 5a Vara do Trabalho da mesma localidade, bem como no que se refere à existência de dívidas de IPTU, taxas e multas, que deixaram de constar como deveriam. A prova documental demonstra que o edital do leilão (fls. 334), designado para 25/06/2008, divulgado no jornal Folha de São Paulo e também via internet, nada menciona quanto à existência de penhora do mesmo bem em outro processo que tramita perante a 3a Vara do Trabalho local, datada de 15/01/07 (fls. 139), nem mesmo consigna a indisponibilidade prenotada na matrícula do imóvel em 14/06/2005, por determinação da 5ª Vara do Trabalho local, ou, ainda, a existência de débitos referentes ao IPTU, taxas e multas, embora conste informação exarada pelo Oficial de Justiça (fls. 410) no sentido de que “há aproximadamente 01 (uma) década não são pagos os impostos, taxas e multas incidentes sobre a propriedade”, o que deve onerar de forma significativa o imóvel. Essas circunstâncias, por si só, indicam que, novamente, quanto às especificações do edital, houve afronta ao disposto no caput e incisos I e V do artigo 686 do CPC, no que se refere à descrição da existência de ônus sobre o bem a ser leiloado. Por tais razões, decido conceder parcialmente a segurança para, tornando definitiva a liminar já deferida, e diante das irregularidades mencionadas, declarar nulo o edital expedido no processo 00760-2002-084-15-00-9 da 4ª Vara de São José dos Campos, que deverá ser retificado com a devida observância dos requisitos legais e regular processamento dos atos de expropriação, inclusive no que se refere à correta identificação dos titulares dos créditos exeqüendos, a fim de que seja garantido o devido processo legal, agasalhado como direito fundamental pela Constituição Federal em vigor (art. 5º, LIV). Face à gravidade dos fatos, oficie-se à Corregedoria deste Regional, com cópia deste Acórdão e do constante de fls. 492, para as providências devidas. TRT-15 - Mandado de Segurança: MS 90

QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE O LANCE AVILTANTE (PREÇO VIL). Há uma liberdade ampla, mas não total, no tocante à oferta dos lances em leilão trabalhista.

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Quer o juízo tenha divulgado os patamares mínimos para aquela arrematação, quer ele tenha deixado passar em branco esse assunto, surge uma tormentosa questão a respeito do que deveria ser considerado preço aviltante. No processo do trabalho essa discussão nem deveria existir, porque o art. 888 da CLT nada menciona a respeito do preço vil. E agora, aplica o CPC? A quem o preço vil mais prejudica? Empregado ou Empregador? É que o executado poderia alienar o bem com valores adequados à realidade do mercado por livre iniciativa, o que teria evitado as despesas processuais e o retardamento na satisfação do crédito. A alienação forçada em juízo, assume os riscos do preço achatado. O QUE É PREÇO VIL? A falta de previsão legal, faz cair no caso a caso a interpretação do preço vil, entendendo como preço vil entre 1% ou de 5% do valor da avaliação. Na ausência de previsão legal, permite os executados apresentarem embargos a arrematação para alegar que lhes parece aviltante, mesmo com lances de 30% ou 50% do valor da avaliação.

Art. 891, parágrafo único, do CPC - Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.

Jurisprudência:

AVALIAÇAO DO IMÓVEL PENHORADO. PREÇO VIL. INEXISTÊNCIA. Nos termos do que dispõe o parágrafo primeiro do artigo 888, da Consolidação das Leis do Trabalho, que cuida da arrematação e adjudicação de bens penhorados, não há, a rigor, nenhuma restrição quanto a preço vil. E, ainda que se reclame a aplicação subsidiária do artigo 692, caput, do Código de Processo Civil, a apreciação de preço vil ficará ao douto critério do Juízo da execução, valendo, todavia, mencionar que o lance mínimo fixado valor correspondente a 40% do valor do bem penhorado, não implica em preço aviltante. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO EM EMBARGOS DE TERCEIRO AP 1245200802902000 SP 01245-2008-029-02-00-0 (TRT-2) Data de publicação: 05/06/2009

SUSPEITOS EM LANÇAR A CLT é omissa quanto à proibição que recai sobre alguns interessados de oferecer lances, dada a suspeição que poderia pairar sobre eles. Daí, a aplicação subsidiária do CPC, art. 890 do CPC.

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Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com exceção: I – dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes, quanto aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade; II – dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados; III – do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de alienação na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade; IV – dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; V – dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados; VI – dos advogados de qualquer das partes.

Jurisprudência:

Inconformada com a decisão de f.282/283, que rejeitou seus embargos à adjudicação, agrava de petição a reclamada, conforme razões de fs.286/292, aduzindo simulação no ato de aquisição dos bens pelo reclamante, bem como, preço vil a eles atribuído. V O T O Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade, conheço do agravo. A insurgência da agravante volta-se contra o ato de adjudicação do reclamante, sobre os bens penhorados, por inobservância dos institutos legais que regulamentam praceamento e leilão públicos. Com todo o respeito, divirjo da decisão de f. 282, pois, vislumbra-se do ato praticado pela pretendente à arrematação, inegável intenção de facilitar ao exeqüente a adjudicação do bem por valor inferior ao da avaliação. Veja-se que, estranhamente, a única pretensa arrematante, presente ao praceamento do bem em questão, guarda em seu nome similaridade com o patronímico da advogada do reclamante. Ora, forçoso reconhecer que não se trata de comum o nome de família "Melillo", tudo fazendo crer, portanto, que a Sra. Maria Melillo Lourenço não detinha o ânimo de arrematar qualquer bem, mas, induzir o exeqüente à adjudicação pelo preço do único lance declarado. Assim, entende-se não ter havido lance propriamente dito, razão pela qual, não se constatou a previsão do parágrafo primeiro do artigo 888 da CLT, a justificar que a adjudicação se desse pelo valor do maior lance, posto que não existiu. Logo, é caso de se socorrer do Código de Processo Civil, em artigo 714 "caput", que nos parece mais próximo da situação de fato. Finda a Praça, sem qualquer arrematante, não poderia o exeqüente oferecer valor inferior àquele constante do edital. Nem se alegue que lance ofertado refere-se ao de maior monta, porque, repise-se, o pseudo lance não deve ser considerado como tal, dada a suspeição do ato praticado por pessoa desinteressada na arrematação, pelas razões já expostas. Assim, imperioso decretar a nulidade do ato de adjudicação, retornando-se ao "status quo" anterior, com emissão de edital de Praça e Leilão, sendo certo que, se desejar, o exeqüente, poderá pleitear os bens, desde que observe os ditames legais, já aqui expostos, prosseguindo-se, após, a execução, pelo valor remanescente.

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Pelo exposto, dou provimento ao agravo interposto pela ré, decretando nulo o ato de adjudicação. Baixem os autos, para designação de nova data para praceamento dos bens descritos nos autos de f.227. TRT-2 - Inteiro Teor. 1065200103302001 SP (TRT-2) Data de publicação: 13/05/2005

Garantia do Lance do Arrematante - SINAL O arrematante garantirá o lance por meio de um sinal. O sinal tem aparência de simplicidade, mas gera algumas questões controvertidas. No processo do trabalho:

Art. 888, § 2º, da CLT - O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20% (vinte por cento) do seu valor.

O art. nada diz a forma de como o sinal será entregue ao juízo. A regra é que necessariamente, o sinal, será depositado em conta vinculada, à disposição do juízo, nos bancos oficiais detentores desse tipo de encargo. Deslealdade do Arrematante e Perda do Sinal.

Art. 888, § 4º da CLT - Se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de 24 (vinte e quatro) horas o preço da arrematação, perderá, em benefício da execução, o sinal de que trata o § 2º deste artigo, voltando à praça os bens executados.

Contagem do prazo de 24 horas O prazo será computado na forma da lei processual trabalhista (arts. 774 e 775 da CLT), excluindo-se o dia do início – até porque foi o dia em que o sinal foi depositado – e incluindo-se o dia do encerramento. Natureza preclusiva do prazo de 24 horas. Não prevaleceu tampouco a tese de que o prazo de 24 horas pudesse ser dilatado por consenso entre as partes ou não havendo oposição expressa. Punição para o caso de ausência do depósito do sinal. A CLT aplica punição para o arrematante que não complementa o depósito equivalente a 80% do valor do lance, mas silencia sobre a hipótese (talvez ainda mais grave) do arrematante que deixa de depositar qualquer valor. O arrematante pega a guia de depósito junto ao leiloeiro ou servidor judicial e desaparece, no caminho entre o átrio do fórum e a agência bancária. Possível enquadrar a conduta do arrematante como ato atentatório ao exercício da jurisdição, na forma do art. 774 do CPC.

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Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que: II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; III – dificulta ou embaraça a realização da penhora;

Jurisprudência:

Realizado o leilão em 2/5/2012 destinado à alienação do imóvel penhorado, a sociedade Mirage Empreendimentos Imobiliários Ltda., que oferecera lanço de R$ 2.000.000,00, comprovou o pagamento, mediante depósito bancário, apenas do sinal (R$ 505.000,00). Diante disso, o MM. Juízo de primeiro grau não homologou a arrematação, e, inicialmente, determinou o pagamento da comissão ao leiloeiro e a restituição do saldo remanescente a quem oferecera o maior lanço (no caso, Mirage Empreendimentos Imobiliários Ltda.), conforme ato à fl. 1.638. Notificadas as partes e a sociedade Mirage Empreendimentos Imobiliários Ltda. da aludida decisão acostada à fl. 1.638, a credora, Renata Bertin Pimentel, peticionou requerendo a liberação, em seu favor, do valor do sinal, o que resultou indeferido na decisão à fl. 1.649. Cabe reforçar: neste momento foi prolatada a decisão pela qual o MM. Juízo a quo decretou a perda do sinal pela agravante. A notificação à sociedade Mirage Empreendimentos Imobiliários Ltda., para ciência da nova decisão, foi direcionada ao endereço por ela informado ao leiloeiro (fl. 1.640), sua sede (fl. 1.662), e postada em 4/6/2012, segunda-feira, conforme peça à fl. 1.650, o que faz presumir sua entrega nas 48 horas subsequentes, é dizer, em 6/6/2012, daí decorrendo a inevitável conclusão de que o prazo recursal, de 8 dias (CLT, art. 897, alínea a), fluiu de 7 a 14 seguintes, diante do entendimento firmado na súmula nº 16 do Col. TST e do contido nos arts. 774 e 775 do Texto Consolidado. Acontece que em vez de interpor recurso (cabe dizer, Agravo de Petição), destinado à reforma da aludida decisão acostada à fl. 1.649/verso, a sociedade Mirage Empreendimentos Imobiliários Ltda., cabe rememorar, que oferecera o maior lanço, mas comprovara o pagamento apenas do sinal equivalente a 20%, mais a comissão do leiloeiro, totalizando R$ 505.000,00, optou por peticionar ao MM. Juízo de primeiro grau, peça datada e protocolada em 12/6/2012, para manifestar sua desistência da arrematação e requerer a restituição do valor depositado em sua integralidade, pelas razões aduzidas à fl. 1.652. Conclusos os autos para exame do requerimento da Mirage Empreendimentos Imobiliários Ltda., o MM. Juízo de primeiro grau, pelos motivos expostos à fl. 1.653, em apertada suma, limitou-se a manter o posicionamento dele, cabe rememorar, pelo qual reconhecera a perda do sinal dado pelo maior lançador (é dizer, a sociedade Mirage Empreendimentos Imobiliários Ltda.). Ora, diante da legislação em vigor, os fatos descritos nos 2 parágrafos antecedentes não interromperam, nem suspenderam o prazo recursal em relação à primeira decisão pela qual fora decretada a perda do sinal. A agravante, por sua conta e risco, tentou reverter, junto ao mesmo órgão julgador, decisão já proferida pelo MM. Juízo de primeiro grau, e, apenas depois do insucesso, interpôs recurso. Nesse contexto, interposto o Agravo de Petição em 12/7/2012 (fl. 1.668), mas expirado o prazo em 14 de junho anterior, impõe-se acolher a preliminar. Não conheço.

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TRT-1 - Agravo de Peticao AGVPET 758003620045010262 RJ (TRT-1) Data de publicação: 18/04/2013