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ADVOCACIA TRABALHISTA

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ADVOCACIA

TRABALHISTA

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MÓDULO 3: DIREITO INDIVIDUAL DO

TRABALHO II

TEMA 10 – DANO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

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Aula IV – As Teorias do Dano na Justiça

do Trabalho

MODELO

O aluno deverá apresentar reclamatória trabalhista, com pedido de indenização pelos

danos morais sofridos pelo obreiro. Como fundamentos o aluno deverá apontar o art.

5º da CR/88 e os artigos 186 a 188 e 927 e ss. CC/02, destacando o parágrafo único do

art. 927, no sentido de requerer a responsabilização objetiva da empresa.

Abaixo um modelo exemplificativo do tópico correspondente:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA xxxx VARA DO

TRABALHO DE xxxxx

XXXXXXXXXX, brasileiro, xxxx, portador da CTPS nº XXXX, série XXXX MG, CPF nº

XXX.XXX.XXX-XX, carteira de identidade nº M-XX.XXX.XXX e inscrição no PIS sob o nº

XXXXXX.XX.X, residente na Rua XXXXX, nº XXX, Bairro XXXXX, XXXX, Minas Gerais, CEP:

XX.XXX-XXX, vem por suas procuradoras ao final assinadas, apresentar

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA,

Em desfavor de XXXXXX, empresa de direito privado, inscrita no CNPJ nº

XXXXXXXXX/XXXX-XX, com endereço para citação na Avenida XXXXXX XXXX, nº XXX,

Belo Horizonte - MG CEP: XX.XXX-XXX, pelos fatos e direitos a seguir demonstrados:

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I – DOS FATOS

Marcos trabalhou para a empresa “Viação Felicidade” no período de 10/12/2015 a

22/12/2017, desenvolvendo as funções de motorista de transporte público. No curso

do contrato de trabalho, o obreiro sofreu mais de cinco assaltos, sendo que em

determinada situação foi feito de refém contra o corpo policial chamado para atender

o incidente, tendo uma arma apontada contra sua cabeça na ocasião. Após o episódio,

traumatizado, o trabalhador não mais conseguiu retornar ao emprego, pedindo sua

demissão para tratar seus abalos psicológicos com médicos especializados.

II – DO MÉRITO – DOS DANOS MORAIS

Com fincas no artigo 5º, V e X, da CR/88 c/c artigo 186 e 927 do CC/02, aquele que,

por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar

dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, e nesse sentido,

aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a

repará-lo.

No presente caso, no curso do contrato de trabalho, o obreiro foi vítima de assaltos

reiterados, sendo agora necessária a reparação dos danos morais sofridos pelo obreiro.

A empresa deixou de cumprir suas obrigações com o obreiro, não lhe fornecendo a

devida segurança para o desempenho de suas atividades, expondo-o a verdadeiro

risco de morte.

Exa., clara a culpa da empresa para a ocorrência dos assaltos em comento, posto que

o empregado laborou exposto a verdadeiro risco, sendo que mesmo após o primeiro

assalto nada foi feito pela reclamada para melhorar a segurança do transporte, tanto

que o autor foi vítima de outros assaltos.

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Logo, exposto a verdadeiro risco (assaltado a mão armada por duas vezes), que lhe

causaram diversos danos (risco de morte e verdadeiro abalo psicológico e moral), por

culpa da reclamada (que não forneceu meios adequados para que o labor fosse

prestado em total segurança) ou até mesmo em razão de sua responsabilidade objetiva

em razão da atividade preponderante da empresa, tem-se claros os elementos que

ensejam o dever da empresa no pagamento de indenização por dano moral, tendo em

vista os danos causados ao obreiro.

A indenização proveniente do dano moral tem como base os artigos 186 e 187 do CC

de 2002. De igual forma, o art. 5º, incisos V e X da CR/88, assegura o direito a

indenização por dano moral e material, e também, quando sua honra, psicológico, e

imagem são violados.

Além disso, no presente caso trata-se de responsabilidade objetiva do empregador,

porquanto se aplica a teoria do risco, prevista no art. 927, parágrafo único, do Código

Civil, como bem entendido pela jurisprudência trabalhista, vejamos:

Ementa: RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO

EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL E MATERIAL. ACIDENTE DE

TRABALHO. MOTORISTA DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO. RISCO DA

ATIVIDADE DEMONSTRADO. EXPLOSÃO DE BOMBA NO ÔNIBUS

CONDUZIDO PELO AUTOR. DISTÚRBIO PSÍQUICO COMPROVADO. O artigo

7º, XXVIII, da Constituição Federal consagra a responsabilidade subjetiva do

empregador pelos danos decorrentes de acidente de trabalho sofrido pelo

empregado. Tal preceito, todavia, não exclui a aplicação do artigo 927,

parágrafo único, do Código Civil, que admite a responsabilidade objetiva, nos

casos em que a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano

implique risco para o direito alheio. Isso porque há atividades em que é

necessário atribuir-se um tratamento especial, a fim de que sejam

apartadas do regime geral da responsabilidade, em virtude do seu

caráter perigoso, sempre presente na execução cotidiana do trabalho.

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Nesses setores não se pode analisar a controvérsia à luz da Teoria da

Culpa; há risco maior e, por isso mesmo, quem o cria responde por ele.

Não se indaga se houve ou não culpa; atribui-se a responsabilidade em

virtude de haver sido criado o risco, numa atividade habitualmente

exercida. Na hipótese, o autor exercia a função de motorista de

transporte coletivo urbano na ré e é incontroverso que houve a explosão

de uma bomba no ônibus que conduzia. O Tribunal Regional registrou que

o laudo pericial constatou ser ele portador de transtorno ansioso com

episódios depressivos e síndrome do pânico, decorrentes de estresse pós-

traumático em razão do acidente de trabalho sofrido, que gerou

incapacidade definitiva para o exercício da atividade de motorista. Apenas a

título de acréscimo, vale destacar que, no caso, também é possível

reconhecer a culpa da reclamada, a partir do registro fático no sentido de

que ela, - após o evento, nada fez em relação ao obreiro, ou seja, não lhe

prestou (sic) qualquer auxílio psicológico, nem procurou saber do seu estado.

(TST. Processo RR 1533008420095200001. Órgão Julgador7ª Turma.

Publicação DEJT 12/09/2014. Julgamento 3 de Setembro de 2014. Relator:

Cláudio Mascarenhas Brandão, grifos nossos).

RECURSO DE REVISTA. ASSALTOS EM ÔNIBUS. PREJUÍZOS DE MOTORISTAS

E COBRADORES DECORRENTES DE FURTO OU ROUBO. RESPONSABILIDADE

CIVIL OBJETIVA DO EMPREGADOR EM RAZÃO DA ATIVIDADE DE RISCO

DESEMPENHADA NO TRANSPORTE PÚBLICO. 1.1. À proporção em que

assaltos se tornam ocorrências frequentes, adquirem -status- de

previsibilidade para aquele que explora a atividade econômica,

incorporando-se ao risco do negócio (fortuito interno), cujo encargo é

do empregador (art. 2º da CLT). 1.2. A realidade de violência que assola

o transporte público no Brasil atrai para a esfera trabalhista a

responsabilidade civil objetiva da empresa de transporte, em face da

atividade de risco desempenhada pelos seus funcionários, quase que

rotineiramente submetidos a atos violentos de terceiros. Incidência da

cláusula geral de responsabilidade objetiva positivada no parágrafo único do

art. 927 do Código Civil. Recurso de revista conhecido e provido. (TST -

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RECURSO DE REVISTA: RR 80001720095040008 8000-17.2009.5.04.0008.

Órgão Julgador: 3ª Turma. Publicação DEJT 09/08/2013. Julgamento: 7 de

agosto de 2013. Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, grifos

nossos).

Considerando o risco de morte corrido pelo Reclamante e o claro abalo moral,

verdadeiro dano, e ainda considerando que a Reclamada não cumpriu com seu dever

de criar um ambiente seguro de trabalho, considerando ainda a responsabilidade

objetiva da Reclamada, requer-se a condenação da Ré no pagamento de dano moral

pela situação em comento, em importe não inferior a R$ XXXXX.

III – DOS PEDIDOS

Pelo exposto requer a citação da reclamada, para responder a presente demanda, sob

pena de sofrer os efeitos da revelia e a condene ao pagamento do pedido de:

Condenação da reclamada no pagamento de indenização por danos morais, em razão

dos danos sofridos pelo autor, conforme parte expositiva, suporte no art. 186, 187 e

927 do Código Civil, em importe não inferior a R$ XXXXX, ou em quantia a ser arbitrada

por este d. Juízo.

Atribui-se à causa, para fins de custas e definição procedimental, o valor de R$ (xxxx).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local e data

Advogado

OAB/XXX.

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