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SÍNTESE
A narrativa da tentação de Jesus enaltece
a importância do estudo sistemático da
Bíblia como alicerce seguro à vida cristã.
1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para
ser tentado pelo diabo.
2 e, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois
teve fome;
3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de
Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de
pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca
de Deus.
5 Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o
sobre o pináculo do templo,
6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;
porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu
respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces
em alguma pedra.
7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o
Senhor, teu Deus.
8 Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e
mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está
escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
11 Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o
serviram.
• A tendência é entendermos que a tentação de
Jesus foi apenas um momento.
• No entanto, a tentação foi um clima que marcou
toda a sua vida e sua missão.
• O meio de resposta de Jesus à tentação foi
sempre foi a Palavra de Deus.
• A Bíblia sustenta e fortalece a fé para a entrega
total nas mãos do Pai e vitória sobre as
tentações que provocam a injustiça e a
desigualdade.
INTRODUÇÃO
• A primeira tentação de Jesus está relacionada
com necessidade básicas de sobrevivência e
confiança em Deus.
• Ela está relacionada diretamente com o impulso
do povo hebreu de infidelidade durante a
caminhada no deserto (Dt 6-8).
Introdução ao tópico
• Todo ser humano tem necessidade básicas de
sobrevivência e pode passar por momentos de
crise.
• Existe uma relação direta entre a narrativa de Mt
4.1-11 e a narrativa da travessia dos hebreus pelo
deserto, em especial três capítulos de
Deuteronômio (Dt 6-8).
• Ver quadro comparativo:
a) A relação de Mateus 4.1-4 com a caminhada dos hebreus no deserto
QUADRO COMPARATIVO
Mt 4.1-11 Dt 6 a 8
“Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1).
Deus conduz o povo ao deserto e o submete à prova (Dt 8.2-32).
“e, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome” (Mt 4.2).
“Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o SENHOR fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi e água não bebi” (Dt 9.9).
“Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4).
“E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem” (Dt 8.3).
“e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra” (Mt 4.6).
“E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem” (Sl 91.11-12).
“Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (Mt 4.7).
“Não tentareis o SENHOR, vosso Deus, como o tentastes em Massá” (Dt 6.16).
“Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles” (Mt 4.8).
“Então, subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está defronte de Jericó; e o SENHOR mostrou-lhe toda a terra, desde Gileade até Dã” (Dt 34.1)
“Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10).
“SENHOR, teu Deus, temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás” (Dt 6.13).
(NEVES, 2017, P. 45-47)
• No êxodo (saída do Egito, lugar de injustiça),
os hebreus saíram com a incumbência de
criarem uma sociedade justa, antes, tiveram de
conviver com o deserto por 40 anos.
• Deserto é lugar de fome (Mt 4.2-4), porém
também é lugar de aliança, purificação e
encontro com Deus (Ex 19.1ss; Os 2,16ss).
• Na caminhada pelo deserto, o povo teve que
demonstrar sua confiança na dependência da
ação divina.
b) A tentação de Israel no deserto por 40 anos
• No entanto, muitos dentre o povo, nestas
condições, colocaram em dúvida a proteção e o
cuidado de Deus, tentando-o.
• No momento da necessidade, duvidaram e
murmuravam contra Deus (Ex 16.3-8), por isso
ficaram pelo caminho.
• Jesus, apesar da tentação no deserto,
demonstrou sua confiança e reconheceu sua
dependência de Deus.
b) A tentação de Israel no deserto por 40 anos
• Mateus narra que Jesus foi levado para ser
tentado logo depois de seu batismo.
• Após a revelação de sua filiação divina e uma
“autorização” para iniciar sua missão.
• Não parece ser desproposital essa sequência,
pois as tentações de Jesus estão diretamente
relacionadas quanto ao modo dele cumprir a sua
missão como resgatador da humanidade.
c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias
• Advertência para que o cristão esteja atento
em relação ao que pode impedir (injustiça e
desigualdade) o reino da justiça e o
cumprimento da missão solidária.
• O Salvador da humanidade precisava se
submeter às mesmas condições que a criatura
a ser libertada (Hb 2.1,18; 4.15; 5.7-9).
• O 40 dias de jejum recordam os 40 anos de
Israel no deserto, antes de entrar na Terra
Prometida.
c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias
• A narrativa do jejum por 40 dias não era uma
inovação (Moisés - Dt 9.9,18; Ex 24.18; 34.28;
Elias -1Rs19.8).
• O ser humano não tem condições de se abster
de alimento e água por 40 dias.
• O número 40 é utilizado várias vezes na Bíblia
(Gn 7.4,12; Ex 24.18; 34.26; Dt 9.9-11; 10.10; Nm
4.33; 32.13; Dt 8.2; 29.4; Mt 4.2; Mc 1.12; Lc 4.2;
At 1.3; Dt 25.3; 2Cor 11.24; entre outras citações).
• Quando se refere a dias ou anos, pode significar
um período necessário e suficiente para
determinada ação.
c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias
• Jesus foi desafiado como Filho de Deus a fazer
uso de seus atributos divinos para satisfazer
suas necessidades de natureza humana.
• Isso comprometeria sua missão.
• Jesus rebate: “Nem só de pão viverá o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”
(Dt 8.3).
• Se for oferecida alternativa para suprir suas
necessidades materiais com violação dos
princípios bíblicos, não ceda!
c) A tentação de Jesus no deserto por 40 dias
PENSE
O povo hebreu e Jesus responderam de
forma diferente quanto à prova do
deserto.
Jovem, e você, como tem se
comportado quando passa pelo
deserto?
PONTO IMPORTANTE
Conhecer as Escrituras foi fundamental
para as respostas de Jesus ao adversário.
A Palavra de Deus continua uma arma
eficiente contra as tentações.
• Impressionante como um lugar considerado
santo pode se tornar um lugar de tentação.
• Infelizmente é isso que acontece ( uso indevido
da Palavra e poder eclesiástico para benefício
próprio).
• Jesus deixa uma advertência: “Não tentarás ao
Senhor teu Deus”!
Introdução ao tópico
• O pináculo demonstra a responsabilidade de estar
no ponto mais alto do poder religioso. Quem
está nessa posição muito pode fazer para o bem
ou para o mal.
• O diabo faz uso da própria Palavra de Deus para
colocar dúvida. Ele cita o Sl 91, em que Deus
promete proteger o justo.
• Infelizmente muitos pregam um relacionamento
mercantil com Deus, o famoso “toma-lá-dá-cá”.
a) A tentação de mercantilizar a religião
• A Bíblia deve ser interpretada como um todo.
• Jesus afirma que todas as pessoas passam por
aflições, mesmo seus discípulos (Jo 16.33).
• A teologia da retribuição, protótipo da atual
teologia da prosperidade, já estava presente no
livro de Jó.
• A sociedade contemporânea é, basicamente, uma
sociedade de consumo, tendo como principais
características o imediatismo e a busca
desenfreada do “TER’.
a) A tentação de mercantilizar a religião
• Características que têm determinado a vida de
algumas pessoas e influenciado as práticas
teológicas.
• A teologia consumista é o oposto da teologia
pregada por Jesus, que privilegiava a
solidariedade, a vida em comunidade, simples
e sem excesso de consumo.
• O diabo propôs a Jesus fazer uso de sua
intimidade com Deus em seu benefício próprio,
porém ele recusou e preferiu se colocar na
dependência de Deus.
a) A tentação de mercantilizar a religião
• Jesus cita Dt 6.16 “não tentarás o Senhor, teu
Deus”, demonstrando a seriedade que é tentar
“manipular” Deus.
• Muitos requerem, como se pudessem, exibição de
Deus. Se comportam como “crianças mimadas”.
• Creem em Deus na teoria, mas são “ateus” na
prática.
b) A tentação de fazer de Deus um instrumento de capricho e ostentação
• A prática de legitimar a autoridade dos discursos
por meio de supostas revelações e visões é
antiga.
• As pessoas que buscam a prosperidade egoísta
alimentam esse processo.
• A educação cristã deve ocupar uma postura
profética contra esta prática.
• Jesus denunciou a prática religiosa opressora e
abusiva.
b) A tentação de fazer de Deus um instrumento de capricho e ostentação
PENSE
As práticas religiosas podem levar as
pessoas para mais perto de Deus ou
distanciá-las, se for para benefício
próprio. Jovem, qual tem sido sua opção?
PONTO IMPORTANTE
Jesus, maior exemplo de quem ajudou a
muitos e tinha autoridade em seus
discursos, nunca usou essas qualificações
para seu benefício próprio.
• O risco de dar lugar ao impulso de desfrutar das
glórias do mundo, em detrimento da adoração
ao Deus verdadeiro.
• Jesus se deparou com vários momentos que
impulsionariam a tomada do poder, mas não
cedeu a essa tentação.
Introdução ao tópico
• A última tentação está relacionada à idolatria.
• O lugar da tentação agora é um monte muito
alto.
• As montanhas altas tinham um significado
especial nas tradições do povo israelita (Gn
22.2-18); 1Rs 19.8; entre outros).
• Do monte escolhido se dá uma visão de todos
os reinos. Não existe um monte com essa
característica (analogia).
a) O poder dos impérios e reinos do mundo
• O texto dá a entender que o adversário do
Reino dos céus domina os reinos do mundo.
• Que mundo é esse? A esfera da vida política,
social, econômica e religiosa quotidiana.
• Embora criado por Deus e objeto dos propósitos
de Deus (Sl 24,1), é reclamado pelo diabo e
com necessidade de salvação (5,14; 13,38;
24,21)”.
• Ditado popular: “Fulano fez um pacto como
diabo”.
a) O poder dos impérios e reinos do mundo
• Cultura judaica da centralidade de Sião estava
relacionada com o centro da adoração de todos
os povos.
• Um poder centralizador assim seria visado por
muitos.
• O ser humano tem tendência pelo gosto do
poder e de ser bajulado. Essa é uma tentação
que precisa ser constantemente monitorada.
b) O poder idolátrico das glórias dos reinos do mundo
• Tentação de “pensar fazer o bem”. Estar
sincronizado com Deus para não ser enganado
pelo mal, pensando fazer o bem.
• Jesus estava consciente do caminho a ser
seguido para cumprir sua missão e atender os
propósitos de Deus.
• Ele chegou á glorificação porque passou pela
cruz.
• A vitória sobre a tentação trouxe a possibilidade
de libertação para toda humanidade.
b) O poder idolátrico das glórias dos reinos do mundo
PENSE
Jovem, reflita sobre o motivo que leva
muitas pessoas que começam bem
intencionadas a obra de Deus, mas como
o aumento do poder, elas se perdem.
PONTO IMPORTANTE
Jesus estava consciente que para cumprir
sua missão e os propósitos de Deus
deveria trilhar pacientemente o caminho
da cruz e não da glória humana.
Nesta lição aprendemos que:
1. A fidelidade à Deus deve preceder a satisfação
pessoal e de bens materiais;
2. Deus não pode ser tentado e seu nome não deve
ser usado em benefício próprio;
3. Não se deve buscar a glória, mas glorificar à
Deus.
4. Todas as pessoas passam pelo modelo das
tentações de Jesus. O caminho da vitória
também é o mesmo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
LIÇÕES BÍBLICAS DE JOVENS. Seu Reino não Terá Fim: vida e obra de Jesus, segundo o Evangelho de Mateus. 1 TRI 2018. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
NEVES, Natalino das. Educação Cristã Libertadora. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.
NEVES, Natalino das. Seu Reino não terá Fim: vida e obra de Jesus, segundo o Evangelho de Mateus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
REFERÊNCIAS
Pr. Natalino das Neves www.natalinodasneves.blogspot.com.br Facebook: www.facebook.com/natalino.neves
Contatos: [email protected] (41) 98409 8094 (TIM)