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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS ADOLFO LUÍS DOS SANTOS UTILIZAÇÃO DE LODO TÊXTIL NO CULTIVO DE TÍFTON ALFENAS/MG 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

ADOLFO LUÍS DOS SANTOS

UTILIZAÇÃO DE LODO TÊXTIL NO CULTIVO

DE TÍFTON

ALFENAS/MG

2012

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ADOLFO LUÍS DOS SANTOS

UTILIZAÇÃO DE LODO TÊXTIL NO CULTIVO DE

TÍFTON

Dissertação apresentada como parte dos

requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ecologia e Tecnologia Ambiental pela Universidade Federal de

Alfenas.

Orientador: Prof. Dr. Breno Régis Santos.

Coorientador: Prof. Dr. Adauton Vilela de

Rezende

ALFENAS/MG

2012

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ADOLFO LUÍS DOS SANTOS

UTILIZAÇÃO DE LODO TÊXTIL NO CULTIVO DE

TÍFTON

A Banca examinadora abaixo-assinada,

aprova a Dissertação apresentada como

parte dos requisitos para obtenção do

título de Mestre Ecologia e Tecnologia

Ambiental pela Faculdade Federal de

Alfenas.

Aprovada em:

Profº. Dr. Breno Régis Santos __________________

Instituição: UNIFAL Assinatura

Profº. Dr. Adriano Bortolotti da Silva __________________

Instituição: UNIFENAS Assinatura:

Profº. Dr, Marcelo Pólo __________________

Instituição: UNIFAL Assinatura:

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Dedico a Deus, aos meus pais,

amigos e parentes pelo apoio na

realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) e a Universidade José do

Rosário Vellano (UNIFENAS) pela oportunidade oferecida.

Ao Prof. Dr. Breno Régis Santos (orientador), Prof. Dr. Adauton Vilela de Rezende (coorientador), pela dedicação, conhecimentos transmitidos, paciência

e confiança depositada na realização deste trabalho.

A todos que, de alguma forma me ajudaram a realizar este trabalho, minha

eterna gratidão.

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RESUMO

O avanço industrial nas últimas décadas vem contribuindo com a geração de diversos tipos de

resíduos, estes resíduos quando não destinados corretamente causam graves problemas de

contaminação ambiental. Neste sentido, objetivou-se com esta pesquisa avaliar o potencial do

lodo têxtil como alternativa de fertilizante para forrageira do gênero Cynodon sp, utilizando

como planta indicadora o Tífton. O experimento foi realizado em vasos, sob condições de

campo. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com sete tratamentos

(ausência, 1, 2, 3, 5 e 8 t ha-1

de lodo têxtil, também foi realizado um tratamento composto por

solo puro), com quatro repetições. Após 15 dias do plantio foi feito um corte para a

homogeneização das plantas, e para todos os tratamentos foi realizado uma adubação de

cobertura com 40 kg ha-1

de nitrogênio e 40 kg ha-1

de K2O, utilizando 200 kg do adubo

formulado NPK (20-00-20), exceto para o tratamento que foi composto somente de solo. Cada

parcela foi constituída de um vaso totalizando 28 parcelas. Cada vaso recebeu 4 mudas de

Tífton com raiz padronizadas por tamanho e 7 dm3

da mistura: solo + lodo têxtil (densidade

do solo = 1,0 kg.dm3), conforme os tratamentos descritos. Para as avaliações de

desenvolvimento das plantas foram avaliados: a altura da parte aérea, número de perfilhos,

massa seca da parte aérea, alongamento do sistema radicular, e massa seca das raízes. Para as

análises anatômicas foram avaliadas: densidade estomática, índice estomático, funcionalidade

estomática, espessura do mesofilo, espessura da epiderme da face abaxial, espessura da

epiderme da face adaxial, diâmetro do floema, diâmetro do xilema, distância entre os feixes

vasculares, espessura do córtex, espessura da epiderme radicular e área do córtex. Houve

modificações anatômicas nas folhas e raízes do Tífton (Cynodon sp) em todas as variáveis

analisadas, sendo estas modificações consideradas uma forma de adaptação das plantas às

modificações ambientais causadas pelo aumento das concentrações de lodo têxtil. Quanto ao

desenvolvimento das plantas, foi verificada diferença estatística para todas as variáveis

testadas, sendo observada toxidez das plantas quando o lodo foi aplicado em concentrações

acima de 5 t ha-1

, concluindo que, o uso do lodo têxtil em concentração de até 5 t ha-1

consiste

em uma alternativa viável de fertilizante para o cultivo do Tífton (Cynodon sp).

Palavras–chave: Resíduo industrial, Cynodon sp, metais pesados.

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ABSTRAT

The industrial progress in recent decades has contributed to the generation of various types of

waste, this waste if not properly designed can cause major problems of environmental

contamination. In this sense, the aim of this research was to evaluate the potential of textile

sludge as an alternative fertilizer for forage of the genus Cynodon sp, using as indicator plant

Tifton. The experiment was conducted in pots under field conditions. We used a completely

randomized design with seven treatments (0, 1, 2, 3, 5 and 8 t ha-1

textile sludge was also

carried out a treatment consisting of pure soil) with four replications. After 15 days of the

plantation was a cut to the homogenization of plants, and for all treatments was carried out a

dressing with 40 kg ha-1

nitrogen and 40 kg ha-1 K2O, using 200 kg of fertilizer NPK (20-00-

20), except for the treatment consisted only of soil. Each plot consisted of a pot totaling 28

plots. Each pot received four rooted cuttings of Tifton standardized size and 7 dm3 of the

mixture: soil + sludge fiber (bulk density = 1.0 kg.dm3), according to the treatment described.

Evaluations of plant development were evaluated: shoot height, number of tillers, shoot dry

weight, root elongation and root dry mass. For anatomical analyzes were evaluated: stomatal

density, stomatal index, stomatal function, mesophyll thickness, thickness of the epidermis of

the abaxial surface, thickness of the adaxial epidermis, diameter of phloem, xylem diameter,

distance between vascular bundles, thickness of cortex, thickness of root epidermal and

cortical area. There were anatomical changes in leaves and roots of Tifton (Cynodon sp) in all

variables, and these modifications considered a form of plant adaptation to environmental

changes caused by increasing concentrations of textile sludge. How to plant development,

statistical difference was found for all variables tested, observed toxicity of the plants when

the sludge was applied at concentrations above 5 t ha-1

, concluding that the use of textile

sludge in concentrations up to 5 t ha-1

consists of an alternative fertilizer for the cultivation of

Tifton (Cynodon sp.)

Keywords:, Industrial waste, Cynodon sp, heavy metals.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 10

2.1 Efluentes líquidos da indústria têxtil .................................................................... 11

2.2 Tratamento dos efluentes têxteis ........................................................................... 12

2.3 Geração do lodo têxtil...........................................................................................14

2.4 Classificação dos resíduos....................................................................................15

2.5 Utilização de resíduos na agricultura ................................................................... 16

2.6 Tífton (cynodon sp) .................................................................................................. 17

2.7 Anatomia vegetal...................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 20

ARTIGO: LODO TÊXTIL COMO ALTERNATIVA DE FERTILIZANTE

AGRÍCOLA NO CULTIVO DE FORRAGEIRA DO GÊNERO CYNODON

............................................................................................................................. ...25

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 27

2 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 28

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 31

3.1 Desenvolvimento das plantas ................................................................................. 31

3.2 Modificações anatômicas ........................................................................................ 34

3.2.1 Avaliações anatômicas .............................................................................................. 34

4 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 42

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 43

ANEXOS ................................................................................................................... 47

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1 INTRODUÇÃO

Com o grande avanço industrial nas últimas décadas vem aumentando também as

diversas formas de contaminação ambiental. O crescimento industrial vem se intensificando

em razão da necessidade de atender a demanda de população cada vez mais numerosa e

exigente. O desenvolvimento de novas tecnologias, processos de produção e produtos

beneficia a sociedade, ao mesmo tempo em que, contribui com a degradação dos

ecossistemas, introduzindo substâncias nocivas ao ser humano e aos ecossistemas

(ZANELLA et al., 2010).

O setor têxtil está entre as oito maiores atividades industriais, desempenhando um

importante papel no aspecto sócio-econômico do país, porém, sendo o seu potencial poluidor

considerado bastante elevado (CERVANTES et al., 2009).

Devido a escassez de áreas disponíveis próximas aos grandes centros urbanos para o

despejo dos resíduos industriais, associado ao aumento dos custos dos fertilizantes

comerciais, atualmente o uso de resíduos industriais na agricultura tem-se tornado uma boa

alternativa, tanto do ponto de vista ambiental, quanto agrícola (SOBRAL et al., 2011;

MESQUITA et al., 2006).

Dentre as opções de disposição final a reutilização de resíduos é, sem dúvida, a mais

interessante, seja do ponto de vista econômico ou ambiental e, muitas vezes, social (PRADO

et al., 2004). Entretanto, no Brasil a principal destinação de resíduos ainda é feito em aterros

que, na maioria das vezes, não atendem aos padrões ambientais de qualidade (SOBRAL et al.,

2011).

Se por um lado estes resíduos podem contribuir para o aumento da fertilidade do solo,

entretanto, por outro lado levam para o solo, agentes tóxicos que podem prejudicar o

desenvolvimento das plantas. Esses agentes tóxicos podem ser transferidos para a cadeia

alimentar por meio das plantas, pela contaminação das águas ou expressar seu potencial

fitotóxico, chegando a modificar as estruturas internas de folhas e raízes (OLIVEIRA e

MATTIAZO, 2001). As modificações das estruturas internas de folhas e raízes de plantas

podem ajudar a explicar a influência que o ambiente está causando nestas plantas, tornando

assim um indicador das diferentes respostas das plantas a estímulos ambientais (MARQUES

et al., 2011; MEDEIROS et al., 2011; PEREIRA et al., 2011; CASTRO, PEREIRA e PAIVA

(2009) e SOUZA et al., 2009).

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Atualmente, o Tífton (Cynodon sp), vem sendo frequentemente recomendado como

planta forrageira para alimentação de animais em todo o mundo, por possuir boas

características de produção, dentre elas, recuperação rápida após o corte e elevada eficiência

na absorção de nutrientes aplicados no solo (QUEIROZ et al., 2004). Neste sentido, o objetivo

com este trabalho foi avaliar o potencial do lodo têxtil como alternativa de fertilizante no

cultivo desta forrageira. Tífton (Cynodon sp).

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O caráter industrial das atividades têxteis ocorreu no Brasil somente após a década de

80. Inicialmente, mesmo apresentando aspectos meramente artesanais, já se previa a evolução

econômica desta atividade, a qual estava ligada diretamente às culturas de fibras naturais

como o algodão, a juta, orami, o linho, a seda, o sisal, entre outros (ZANELLA et al., 2010)

A indústria têxtil se modernizou com máquinas, equipamentos e, atualmente, encontra-

se entre as oito maiores atividades industriais, desempenhando um importante papel no

aspecto sócio-econômico do país. Existem, no Brasil, mais de 5500 indústrias têxteis, sendo a

maioria das empresas de pequeno e médio porte, embora 80 a 90% do faturamento é a maior

parte da produção do setor seja devido às atividades das indústrias de grande porte

(CERVANTES et al., 2009).

O investimento realizado nesses empreendimentos provém basicamente do capital

nacional, sendo que a região sudeste concentra a maioria dessas indústrias, seguida das

regiões sul e nordeste do país (LEÃO et al., 2002).

O Sul de Minas Gerais é uma das regiões detentoras da maior concentração de

estabelecimentos têxteis do estado. Este status, adquirido a partir do ano 2000, ocorreu em

consequência a um movimento de relocalização de plantas industriais de grande porte, devido

à perda de participação da região Central na produção industrial do estado por problemas

como a falta de áreas adequadas, legislação ambiental, tráfego, poluição, entre outros,

propiciando a migração de indústrias para outras localidades que ofereciam melhores

condições (CERVANTES et al., 2009).

As fibras naturais ou sintéticas são as principais matérias primas do setor, dentre as

fibras naturais, figuram: algodão, lã, linho, entre outros. Por outro lado, as fibras artificiais e

sintéticas são fabricadas a partir de produtos naturais de composição macromolecular

(animal/vegetal) como a viscose, o acetato de celulose, dentre outros (ZANELLA et al.,

2010).

O consumo anual de fibras têxteis no Brasil é de 8 quilos por habitante, sendo que, para

2020, existe uma projeção de consumo de aproximadamente 9 quilos de fibras por

habitante/ano (CERVANTES et al., 2009).

As atividades empregadas pelas indústrias têxteis geram problemas devido à

eliminação de resíduos tóxicos, provenientes dos subprodutos gerados na indústria. Estes,

quando não tratados convenientemente antes de serem lançados em águas naturais, podem

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causar contaminação do meio ambiente, o que leva as empresas se preocuparem em adequar

seus sistemas à legislação vigente, sendo esta também uma preocupação ecológica mais

emergente (IMMICH et al., 2006).

2.1 Efluentes líquidos da indústria têxtil

A indústria têxtil é uma das maiores produtoras de efluentes líquidos, sendo

incontestável que a água é a matéria-prima de maior consumo pelo setor. Na produção de

tecido de algodão, por exemplo, o consumo de água pode variar de 100 a 300 L.kg-1

de tecido,

ressaltando-se que a maior parte deste volume é consumido nos setores de lavagem,

alvejamento, tingimento, estampagem e secagem (IMMICH et al., 2006)

Em geral, os efluentes têxteis apresentam pH variando entre 8 – 11; uma turbidez

coloidal acinzentada; a cor depende do corante usado com predominância; o teor de sólidos

totais varia de 1000 a 1600 mg L-1

; a DBO de 200 – 600 mg O2 L-1

; a alcalinidade total de

300 – 900 mg L-1

; o teor de solidos em suspensao de 30 – 50 mg L-1

; e o teor de cromo, as

vezes, e superior a 3 mg L-1

(ZANELLA, 2010).

Uma das maiores preocupações da sociedade organizada e da própria indústria têxtil é

o seu elevado consumo de água nas etapas de lavagem, tingimento e acabamento, fazendo

com que esse segmento ocupe o 4º lugar mundial entre as indústrias com alto potencial

poluidor (GONÇALVES et al., 1997).

Além dos corantes, pigmentos e produtos auxiliares, o efluente têxtil apresenta grande

quantidade de compostos orgânicos e inorgânicos, fazendo com que este tipo de efluente

apresente toxicidade à vida aquática, pois diminuem o oxigênio dissolvido e modificam as

propriedades e características físicas dos cursos d’água.

O grau de toxicidade dos efluentes têxteis varia em função das instalações e dos

processos empregados (LEÃO et al., 2002). De acordo com os insumos utilizados, a

toxicidade pode apresentar-se em diferentes níveis. Apesar da incerteza quanto à exata

composição ou toxicidade de muitos corantes e auxiliares químicos empregados na indústria

têxtil, grupos genéricos de agentes químicos contribuem para aumentar o problema. Dentre

esses agentes destacam-se: corantes, sais, agentes tensoativos, metais, compostos orgânicos

tóxicos, biocidas e ânions tóxicos (IMMICH et al., 2006).

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Esses efluentes industriais devem ser apropriadamente tratados antes do descarte nos

cursos d’água , pois podem proporcionar impactos evidente ao corpo hídrico. Além da

interferência estética e do fato de dificultar ou encarecer o processo de tratamento de água

para abastecimento publico, podem causar modificações nas atividades fotossintetizantes da

biota aquática (LEÃO et al., 2002).

As águas que servem de habitat para uma infinidade de espécies da microbiota, flora e

fauna aquática devem se ajustar a certos padrões relativos a cor, ou seja, deve apresentar

aspectos físico-químicos necessários a preservação da biota. Isto se faz importante, pois 10%

da luz que se choca com a superfície de uma corrente de água deve chegar à zona

fotossintética, na qual deve-se manter concentrações adequadas de oxigênio em dissolução

(IMMICH et al., 2006).

2.2 Tratamento dos efluentes têxteis

Os efluentes líquidos gerados passam por uma série de tratamentos físicos, químicos e

biológicos, para que o efluente final do tratamento apresente características determinadas

pelos órgãos ambientais, para que possa ser laçado nos corpos d’água minimizando danos ao

meio ambiente. Após essas etapas de tratamento do efluente líquido ocorre a formação do

lodo. Pode-se observar na Figura 1 o caminho percorrido pelo efluente gerado até a formação

do lodo.

Segundo Castro (2010), as etapas de gradeamento, peneiramento, separação de areia,

são todas etapas físicas, nas quais se tem a retirada de materiais, como por exemplo, fibras dos

tecidos, e argilas expandidas, utilizadas na etapa de desengomagem do tecido. No

homogeneizador existe um ajuste do pH, necessário para a etapa posterior do processamento.

No decantador ocorre a remoção de turbidez e eliminação de parte da carga orgânica, para isto

faz-se a decantação dos sólidos suspensos presentes no efluente. Já a cor que é um sólido

solúvel ou coloidal é retirada na etapa de coagulação/floculação e posterior decantação.

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Figura1. Fluxograma do tratamento de efluentes de uma indústria têxtil

FONTE: CASTRO, (2010).

O sobrenadante, ou seja, o líquido clarificado do decantador passa então para as lagoas

de tratamento que é o tratamento secundário. A função desse tratamento é a remoção da

matéria orgânica solúvel (CASTRO, 2010).

Segundo Kunz et al. (2002), as técnicas de tratamento fundamentadas em processos de

coagulação, seguidas de separação por flotação ou sedimentação, apresentam uma elevada

eficiência na remoção de material sólido coloidal ou de pequeno tamanho.

Os processos biológicos utilizados com maior frequência estão representados pelos

sistemas de lodos ativados. Este processo consiste na agitação dos efluentes na presença de

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microrganismos e ar, durante o tempo necessário para metabolizar e flocular uma grande parte

da matéria orgânica. Infelizmente, o processo apresenta o grande inconveniente de ser

bastante susceptível à composição do efluente (cargas de choque), além de produzir um

grande volume de lodo (CASTRO, 2010).

Em geral, na indústria têxtil os processos de tratamento estão fundamentados na

operação de sistemas físico-químicos de precipitação-coagulação, seguidos de tratamento

biológico via sistema de lodos ativados.

Nesse contexto, o processo de lodos ativados apresenta uma eficiência de remoção de

corantes da ordem de 80% (KUNZ et al., 2002). Entretanto, a cor não é destruída durante o

tratamento biológico, mas apenas transferida para o lodo, em razão da elevada capacidade de

adsorção da biomassa (CLAUSEN, TAKASHIMA, 2007).

A eficiência dos tratamentos por lodos ativados é questionada devido a necessidade de

longos tempos de residência dos efluentes (dias, chegando a semanas) e a baixa remoção dos

compostos recalcitrantes e coloridos. Considerando também que, o sistema de lodos ativado

costuma ser sensível às cargas tóxicas e às temperaturas superiores a 40 oC, condições estas

que são bastante comuns nos efluentes de processos de tingimento (ZANELLA et al., 2010).

Um dos principais problemas nos tratamentos de águas residuárias (efluentes líquidos)

é a geração de lodo (quantidade e disposição final). Pois, nestes lodos ocorre a presença de

metais pesados e outros componentes tóxicos, que podem causar grandes problemas de

contaminação ambiental devido à persistência no ambiente (IMMICH et al., 2006).

2.3 Geração do lodo têxtil

O lodo têxtil é oriundo da prensagem do material decantado nas estações de tratamento

de efluentes, e pode conter metais pesados e outros componentes tóxicos, uma vez que, nos

processos têxteis e no tratamento de fluentes são usados produtos como: soda, polímeros,

corantes, sais ácidos, gomas, sulfato de alumínio, sulfato de ferro e cal, entre outros (KUNZ et

al., 2002).

A quantidade de lodo gerado está relacionada com a eficiência do tratamento físico-

químico adotado, e a disposição deste lodo no ambiente deve ser feito afim de evitar ao

máximo problemas de contaminação ambiental (CASTRO, 2010). Segundo o mesmo autor, o

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descarte destes resíduos é sempre um desafio para as indústrias, devido em parte, ao custo das

alternativas de tratamento disponíveis.

2.4 Classificação dos resíduos

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR 10004, define resíduos

sólidos como “resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da

comunidade como: origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e

de varrição, lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, lodos gerados em

equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de

água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor

tecnologia disponível ”.

As pessoas físicas e jurídicas no Brasil estão sujeitas às leis e regulamentações

ambientais nas esferas federal, estadual e municipal. A Lei Federal nº. 9.605 de 1998, “Lei de

Crimes Ambientais”, regulamentada pelo Decreto Federal nº. 3.179, de 21 de setembro de

1999, trouxe um impulso adicional à proteção jurídica do ambiente, estabelecendo sérias

penalidades contra as pessoas físicas e jurídicas que cometerem violações ambientais, sendo

incluídos os impactos causados pelo gerenciamento inadequado de resíduos sólidos

(CASTRO, 2010).

Uma importante forma de classificar o resíduo é quanto à origem (domiciliar, comercial,

de serviços de saúde, público, industriais, agrícolas, construção e demolição e entulhos),

sendo fundamental distinguir os resíduos sólidos industriais de outros tipos de resíduos, por

estes apresentam características próprias de segregação, transporte interno, acondicionamento,

coleta, armazenamento, transporte externo, tratamento e reaproveitamento ou disposição final.

Segundo a mesma norma, os resíduos são classificados em:

a) Classe I – Perigosos: são aqueles que em função de suas propriedades físicas,

químicas ou infecto-contagiosas, podem apresentar risco à saúde pública, provocando

mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices ou riscos ao meio ambiente,

quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada, ou seja, está relacionado com a

periculosidade. Os resíduos perigosos devem apresentar pelo menos uma das características:

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, ou se apresentarem

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constantes nos anexos A ou B da NBR 10004:2004. São exemplos os solventes usados, borra

ácida de processos de refinos de óleos, resíduos e lodo de tinta de pintura industrial, entre

outros.

b) Classe II – Não perigosos:

– Classe II A – Não inertes: são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos

classe I e nem de classe II-B, podendo ter propriedades como combustividade,

biodegradabilidade ou solubilidade em água.

– Classe II B – Inertes: são quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma

representativa, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou

desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados

à concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor,

turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da NBR 10004:2004. Exemplo: Tijolos, vidros,

certos tipos de plásticos e borrachas que não são decompostos prontamente, entre outros.

Segundo Castro (2010) geralmente esta classificação se dá a partir das análises físico-

químicas, sobre o extrato lixiviado obtido a partir da amostra bruta do resíduo. As

concentrações dos elementos detectados nos extratos lixiviados são então comparadas com os

limites máximos estabelecidos nas listagens constantes da NBR 10004:2004, da ABNT.

2.5 Utilização de resíduos na agricultura

Várias alternativas de disposição têm sido estudadas para os resíduos sólidos. As mais

utilizadas atualmente estão descritas a seguir: Disposição em aterros sanitários, muito usada,

porém há necessidade de contínuos monitoramentos, e não é sustentável a longo prazo, devido

à saturação da capacidade dos aterros e aquisição de novas áreas; Incineração, que ocasiona

além da emissão de gases e material particulado, uma pequena quantidade de cinzas, que pode

ser considerada relativamente inerte e a aplicação em solos degradados, para recuperar solos

que sofreram profundas alterações físicas e/ou químicas e, consequentemente, apresentam

condições impróprias ao desenvolvimento de vegetação (ZEITOUNI, 2005).

A elevação do custo dos fertilizantes comerciais e o aumento da poluição ambiental

fazem do uso de resíduos orgânicos na agricultura uma opção viável do ponto de vista

econômico e socio-ambiental, em razão da ciclagem de nutrientes. Esses fatos geram um

aumento na demanda por informações com a finalidade de avaliar a viabilidade técnica e

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econômica para a disposição de alguns resíduos em solos agrícolas (MELO et al., 2008;

SANTOS et al., 2011).

O uso de resíduos em áreas agrícolas pode promover vários benefícios para o solo,

como aumento da matéria orgânica, aumento da capacidade de troca catiônica (CTC), maior

complexação de elementos tóxicos, melhoria da estrutura, maior infiltração e retenção de água

no solo, entre outros (ROCHA et al., 2004; SANTOS et al., 2011). Porém tal prática apresenta

algumas restrições de uso que devem ser investigadas, principalmente aquelas relacionadas à

presença de metais pesados, microorganismos patogênicos e poluentes orgânicos variados que

podem ocasionar riscos sanitários e ambientais (CARVALHO JUNIOR et al., 2011;

PELISSARI et al., 2009).

Para minimizar esses riscos, é necessária a aprovação de uma legislação específica que

discipline o uso de resíduos na agricultura, como ocorre na Europa e nos Estados Unidos

(SILVA et al., 2002).

Atualmente, no Brasil temos a Resolução Nº 375, de 29 de agosto de 2006, onde o

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) define critérios e procedimentos, para o

uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus

produtos derivados. Porém, estes critérios e procedimentos estão limitados apenas para o uso

de lodos de esgoto, não incluindo o uso de resíduos industriais.

O lodo têxtil pode ser utilizado como corretivo do solo, uma vez que este tem a

capacidade de elevar o pH, Ca, Mg, K, P, SB, CTC e V% do solo e diminuir (H+Al)

(CARVALHO JUNIOR et al., 2011).

Entretanto, o lodo têxtil é de composição variável, necessitando assim de mais estudos,

a fim de avaliar o grau de toxicidade deste resíduo antes de ser aplicado ao solo (ALMEIDA

et al., 2007).

2.6 Tífton (cynodon sp)

Atualmente, o gênero Cynodon têm se destacado, sendo frequentemente recomendadas

como forrageiras para alimentação de animais em todo o mundo. Essas gramíneas são de

origem Sul-Africana e são consideradas bem adaptadas às regiões tropicais e subtropicais

(SILVA, 2009; MATOS et al., 2008).

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O capim Tífton 85 (Cynodon ssp), possui características como porte elevado, colmos

compridos, folhas extensas e de coloração verde escura e estolões que se expandem

rapidamente, possuindo rizomas grandes e em menor número do que das outras cultivares

desse gênero (MATOS et al, 2008; BURTON et al., 1993)

O Tífton possui boas características de produção apresentando grande capacidade de

adaptação a diferentes ambientes, fechamento homogêneo e denso, recuperação rápida após o

corte e elevada eficiência na absorção de nutrientes aplicados no solo, resultando num grande

potencial de uso como forrageira nas condições subtropicais e tropicais (MATOS et al.,

2008).

O gênero Cynodon (Poaceae) é conhecido há muito tempo pelo caráter colonizador da

espécie Cynodon dactylon gramínea invasora cosmopolita, encontrada nas regiões tropicais e

subtropicais do globo terrestre (MATOS et al, 2008).

Em condições tropicais, durante o período seco, a temperatura, a umidade e a

luminosidade são inadequadas para se obter um bom desenvolvimento das plantas forrageiras

tropicais; ao contrário, no período chuvoso, esses elementos climáticos são adequados e,

dependendo das condições de manejo, pode-se obter elevada taxa de produção de matéria seca

(MS) das mesmas (PEDREIRA, 2001).

Não há registro de como foi introduzido o gênero Cynodon no Brasil. O fato é que,

possivelmente, isto se deu por iniciativa de produtores e pesquisadores, para realizar

avaliações comportamentais nas condições brasileiras. Embora poucos estudos com essa

gramínea no Brasil, ela já tem demonstrado um bom desempenho, quando avaliada (MATOS

et al., 2008).

Além do Tífton (Cynodon sp) ter num grande potencial de uso como forrageira, o

Tífton se mostra promissor para a revegetação de áreas contaminadas, pois apresenta certa

tolerância a metais pesados como o Cd e Zn (SILVA, 2009; CARNEIRO et al., 2002).

2.7 Anatomia vegetal

As características morfológicas, anatômicas e fisiológicas das plantas podem sofrer

mudanças adaptativas quando geram mecanismos de tolerância à condições ambientais. Essas

adaptações são resultados das relações dos organismos com o seu ambiente e das

características do genótipo dos indivíduos (PEREIRA et al., 2011; MARQUES et al., 2011)

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A determinação genética e os fatores ambientais agem em conjunto no controle do

desenvolvimento do indivíduo. Organismos com plasticidade fenotípica têm vantagens sobre

aqueles que são menos adaptáveis e com isso possuem mais chances de sobrevivência no

ambiente (CASTRO, PEREIRA e PAIVA, 2009).

A anatomia das folhas forrageiras correlaciona tanto com a produção de forragem como

também com o seu valor nutritivo e com o desempenho animal. A digestão dos tecidos

vegetais exibe grandes diferenças, quando avaliada, considerando a associação entre a

proporção de tecidos, medida em secções transversais de folhas e colmos e o valor nutritivo

de gramíneas forrageiras (QUEIROZ et al., 2000; MEDEIROS et al., 2011).

Outra relação importante com a organização estrutural dos vegetais está na nutrição do

vegetal. Evidentemente, a nutrição mineral e/ou orgânica contribui com a composição da

organização estrutural, ou seja, quando a planta recebe ou deixa de receber macro e

micronutrientes evidenciam-se alterações em sua estrutura (MEDEIROS et al., 2011 e SILVA

et al., 2005). A nutrição mineral, por sua vez, pode ter efeito secundário sobre a resistência de

plantas ao ataque de pragas e doenças, ou seja, quando os efeitos da nutrição se realizam nas

características físicas que possibilitam mais resistência (SILVA et al., 2005; ROCHA et al.,

2002).

Além dos nutrientes outras características como, por exemplo, das condições do solo, da

água, da luz, da temperatura, exercem influência sobre as características estruturais do

vegetal. Por exemplo, plantas em solos contaminados com metais pesados, podem sofrer

modificações estomáticas, modificações na espessura da epiderme, espessura do córtex e

mesofilo, sendo que tais modificações são realizadas com o intuito de aumentar sua

adaptabilidade e sobrevivência. (PEREIRA et al., 2011; MARQUES et al., 2011; CASTRO,

PEREIRA e PAIVA, 2009).

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ARTIGO: LODO TÊXTIL COMO ALTERNATIVA DE FERTILIZANTE

AGRÍCOLA NO CULTIVO DE FORRAGEIRA DO GÊNERO cynodon sp

RESUMO: Objetivou-se com esta pesquisa avaliar o potencial do lodo têxtil como alternativa

de fertilizante para forrageira do gênero Cynodon sp, utilizando como planta indicadora o

Tífton. O experimento foi realizado em vasos sob condições de campo, no período de

dezembro/2010 a janeiro/2011. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC),

com sete tratamentos (ausência, 1, 2, 3, 5 e 8 t ha-1

de lodo têxtil, também foi realizado um

tratamento composto por solo puro), com quatro repetições. Foram realizadas avaliações

anatômicas e de desenvolvimento das plantas. Foram observadas modificações anatômicas

nas folhas e raízes do Tífton, sendo estas modificações consideradas uma forma de adaptação

das plantas causadas pelo aumento das concentrações de lodo têxtil. Quanto ao

desenvolvimento das plantas, foi verificada diferença para todas as variáveis testadas, sendo

observada toxidez das plantas quando o lodo foi aplicado em concentrações acima de 5 t ha-1

,

concluindo que, o uso do lodo têxtil até esta concentração consiste em uma alternativa viável

de fertilizante para o cultivo do Tífton (Cynodon sp).

Palavras–chave: metais pesados, tífton, adubação orgânica, plasticidade morfológica.

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TEXTILE SLUDGE AS FERTILIZER FOR ALTERNATIVE

THE CULTURE OF AGRICULTURAL FORAGE OF THE GENDER cynodon sp

ABSTRACT: The objective of this research was to evaluate the potential of textile sludge as

an alternative fertilizer for forage of the genus Cynodon sp, using as indicator plant Tifton.

The experiment was conducted in pots under field conditions, from the December/2010 to

January/2011. We used a randomized design, with seven treatments (0, 1, 2, 3, 5 and 8 t ha-1

textile sludge was also carried out a treatment consisting of pure soil) with four replications.

Evaluations were performed anatomical and plant development. Anatomical changes were

observed in leaves and roots of Tifton, these changes being considered a form of adaptation

caused by increased concentrations of textile sludge. Concerning the development of plants,

difference was found for all variables tested, observed toxicity of the plants when the sludge

was applied at concentrations above 5 t ha-1

, concluding that the use of textile sludge up to

this concentration consists of an alternative viable fertilizer for the cultivation of Tifton

(Cynodon sp).

Keywords: heavy metals, Tifton, organic fertilizer, morphological plasticity.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o crescimento industrial vem se intensificando favorecendo o

desenvolvimento da sociedade, ao mesmo tempo em que, contribui com a degradação dos

ecossistemas, introduzindo substâncias nocivas ao ser humano e ao seu habitat (ARAUJO et

al., 2005).

A indústria têxtil está entre as oito maiores atividades industriais, desempenhando um

importante papel no aspecto sócio-econômico do país, porém, sendo o seu potencial poluidor

considerado bastante elevado (CERVANTES et al., 2009).

Devido à escassez de áreas disponíveis próximas aos grandes centros urbanos, para a

disposição de resíduos, e ao aumento dos custos dos fertilizantes comerciais, atualmente o uso

de resíduos na agricultura tem-se tornado uma boa alternativa, tanto do ponto de vista

ambiental, econômico, social e agrícola (PRADO e NATALE, 2005).

Segundo Carvalho Júnior et al. (2011), o lodo têxtil é um resíduo que tem potencial para

ser utilizado como fonte de nutrientes para plantas e/ou condicionador do solo, pois,

normalmente, possui teores elevados de matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e

micronutrientes. Porém, tal prática apresenta algumas restrições de uso que devem ser

investigadas, principalmente aquelas relacionadas à presença de metais pesados,

microorganismos patogênicos e poluentes orgânicos variados que podem ocasionar riscos

sanitários e ambientais (ARAUJO et al., 2005).

Contudo, para que sua utilização seja recomendada é necessário estudar as possíveis

alterações que podem ocorrer nas propriedades físico-químicas do solo bem como no

crescimento e desenvolvimento das plantas (MARQUES et al., 2002).

Neste sentido, objetivou-se com esta pesquisa avaliar o potencial do lodo têxtil como

uma alternativa viável de fertilizante agrícola no cultivo de forrageira do gênero Cynodon sp,

utilizando como planta indicadora o Tífton.

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2 Material e métodos

O trabalho foi realizado em vasos, sob condições de campo, em uma área experimental

pertencente à Faculdade de Agronomia da Universidade José do Rosário Vellano

(UNIFENAS), Campus de Alfenas, localizada na região Sul de Minas Gerais, cuja

coordenadas geográficas são 21° 25’ de latitude (S) e 45° 57’ de longitude (W), apresentando

uma altitude média de 880 m, clima subtropical úmido (Tipo Cwb) com duas estações

distintas, uma seca, de abril a setembro, e outra chuvosa, de outubro a março. O experimento

foi conduzido no período de dezembro/ 2010 a Janeiro/ 2011, sendo a precipitação

pluviométrica total neste período de aproximadamente 750 mm3 segundo a Agência Nacional

de Águas (ANA).

As amostras de solo utilizadas para a elaboração do experimento foram secas ao ar e à

sombra, destorroadas, peneiradas em 4 mm de abertura de malha e homogeneizadas, não

havendo aplicação de calcário para sua correção. Posteriormente foi realizada a caracterização

química do solo (Tabela 1).

(Mehlich*) Fonte: Laboratório de análise de solos - UNIFENAS

O lodo têxtil utilizado foi colhido (após tratamento físico-químico) na estação de

tratamento de uma indústria têxtil localizada na região Sul de Minas Gerais e submetido aos

mesmos procedimentos de preparo das amostras de solo sendo realizada a caracterização

química (Tabela 2).

Posteriormente o lodo foi misturado ao solo e transferido para os vasos devidamente

identificados com cada tratamento. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado

(DIC), com sete tratamentos (ausência, 1, 2, 3, 5 e 8 t ha-1

de lodo têxtil, também foi realizado

um tratamento composto por solo puro), com quatro repetições. Após 15 dias do plantio foi

feito um corte para a homogeneização das plantas, e para todos os tratamentos foi realizado

uma adubação de cobertura com 40 kg ha-1

de nitrogênio e 40 kg ha-1

de K2O, utilizando 200

kg do adubo formulado NPK (20-00-20), exceto para o tratamento que foi composto somente

Tabela 1. - Características químicas do solo utilizado.

pH M.O P* H+Al K Ca Mg CTC V

H2O dag/kg mg/L cmolc/dm3 %

6,3 1,5 1 1,5 40 4,0 0,7 6,4 76

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de solo. Cada parcela foi constituída de um vaso totalizando 28 parcelas. Cada vaso recebeu 4

mudas de Tífton com raiz padronizadas por tamanho e 7 dm3

da mistura: solo + lodo têxtil

(densidade do solo = 1,0 kg.dm3), conforme os tratamentos descritos.

Tabela 2. Características químicas do lodo têxtil utilizado.

Fonte: Laboratório de Análise Foliar - UFLA

Após 45 dias (30 dias da rebrota), foram realizadas avaliações anatômicas, e de

desenvolvimento das plantas. Para as avaliações de desenvolvimento foram analisadas as

seguintes variáveis: altura da parte aérea das plantas, número de perfilhos, massa seca da parte

aérea, alongamento do sistema radicular, e massa seca das raízes. A obtenção da altura das

plantas foram obtidas com auxílio de uma régua milimetrada medindo-se da superfície do solo

até a inserção da última folha. Para obtenção da massa seca da parte aérea as plantas foram

cortadas rentes ao solo, colhidas e secas em estufa com ventilação forçada , com temperaturas

entre 60 e 65º C por 72 horas . Foi realizado o destorroamento do solo contido em cada vaso

para obtenção das raízes, posteriormente foi realizado a medição do alongamento das raízes.

Após a medição das raízes, estas foram secas em estufa com ventilação forçada , com

temperaturas entre 60 e 65º C por 72 horas para a obtenção da massa seca radicular.

Elementos Conteúdo no lodo têxtil

N (%) 0,71

P (%) 0,21

K (%) -

Ca (%) 8,36

S (%) 0,61

Mg (ppm) 0,68

B (ppm) 27,1

Cu (ppm) 42,2

Mn (ppm) 234,0

Zn (ppm) 75,5

Fe (ppm) 1088,4

Cd (ppm) 6,7

Cr (ppm) 75,2

Pb (ppm) 28,2

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Para a realização das análises anatômicas foram coletadas folhas completamente

expandidas (3ª folha) a partir da folha bandeira. Este material foi fixado em solução de

formaldeído, ácido acético e etanol 70% (F.A.A.70) por um período de 72 horas, sendo

posteriormente estocadas em solução de etanol 70% (KRAUS e ARDUIN, 1997).

Foram obtidas secções paradérmicas da face abaxial e adaxial das folhas com o auxílio

de lâminas de aço. Em seguida, as secções foram clarificadas com hipoclorito de sódio 50%,

lavadas duas vezes em água destilada, coradas com solução de safranina 1% e,

posteriormente, montadas em lâmina e lamínula com glicerina 50% (KRAUS e ARDUIN,

1997).

Para obtenção das secções transversais, foram utilizados fragmentos de 2 cm retirados

da região da nervura central das folhas e fragmentos da região de ramificação das raízes (2 cm

do ápice). As secções foram realizadas com auxílio de micrótomo de mesa tipo LPC, e foram

clarificadas com hipoclorito de sódio 50%, seguida de lavagem em água destilada e coradas

com solução safrablau (safranina 1% e azul de astra 0,1% na proporção de 7:3).

Posteriormente, foram montadas em lâmina e lamínula com glicerina 50% (KRAUS e

ARDUIN, 1997).

Foram avaliadas as seguintes características anatômicas: densidade estomática (DE =

Número de estômatos/ Unidade de área), índice estomático (IE = Nº de estômatos/ Nº de

estômatos + Nº de células epidérmicas x 100), funcionalidade estomática (FE = Diâmetro

polar/ Diâmetro Equatorial), espessura do mesofilo (MF), espessura da epiderme da face

abaxial (EAB), espessura da epiderme da face adaxial (EAD), diâmetro do floema (FL),

diâmetro do xilema (DX), distância entre os feixes vasculares (DFV), espessura do córtex

(CT), espessura da epiderme radicular (ER), área do córtex (AC). Os cálculos da densidade

estomática (DE), índice estomático (IE) e funcionalidade estomática (FE) foram realizadas

segundo (CASTRO, PEREIRA e PAIVA, 2009).

As lâminas foram fotografadas em microscópio Zeiss Scope AX 10 acoplado à câmera

digital Canon Powershot G10. sendo que os melhores campos foram digitalizados para

posterior análise em software UTHSCSA-Imagetool, calibrado com régua microscópica e

fotografada nos mesmos aumentos das fotografias. O delineamento experimental utilizado foi

o inteiramente casualisados (DIC) composto por quatro lâminas por tratamento das quais

foram digitalizados três secções por lâmina e mensurados cinco campos por secção.

Os dados anatômicos e de desenvolvimento das plantas foram submetidos à análise de

variância por meio do software SISVAR®

, empregando-se o teste Skott-knott a 5% de

significância para a comparação entre as médias.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Desenvolvimento das plantas

Por meio da análise de variância, observa-se que houve diferença significativa (p<0,05)

entre os tratamentos para todas as variáveis de desenvolvimento analisadas (anexos 1A, 2A,

3A, 4A e 5A).

Pode-se observar na Figura 1, que, para a variável altura de plantas, o único tratamento

que diferiu dos demais obtendo a menor média foi o tratamento 1, onde foi utilizado somente

o solo. Esta diferença pode ser explicada devida uma menor concentração de nutrientes

fornecidos em relação aos outros tratamentos, já que, os outros tratamentos foram

suplementados com lodo têxtil e a adubo mineral (20-00-20). Segundo Silva (2011), este

resultado pode ser decorrente da presença do lodo juntamente com o adubo mineral, uma vez

que o lodo utilizado possui micronutrientes como Zn, Cu, Fe, Mn e B (Tabela 2), que são

importantes para o bom desenvolvimento das plantas, além de representarem fatores

limitantes à produtividade, sendo que a falta destes podem resultar desde uma pequena

redução até a perda total da produção vegetal.

O adubo mineral utilizado (20-00-20) possui Nitrogênio e Potássio que são

macronutrientes essenciais às plantas. De acordo com Medeiros et al. (2011) e Cecato (2000),

o nitrogênio, é o principal nutriente responsável pela manutenção da produtividade, sendo o

principal constituinte das proteínas que participam ativamente na síntese dos compostos

orgânicos constituintes da estrutura vegetal, e portanto responsável por características ligadas

ao desenvolvimento da planta, tais como tamanho das folhas, colmo e perfilhos, além de

aumentar a qualidade bromatológica das forrageiras.

Já para o número de perfilhos (NP), foi observado que, o tratamento 1 (utilizado

somente solo) e o tratamento 7 (utilizado solo + adubo mineral + 8 t ha-1

de lodo têxtil) foram

diferentes dos demais obtendo as menores médias. A média obtida pelo tratamento 1 pode ser

explicado pela baixa concentração de nutrientes, fazendo com que o déficit de nutrientes

prejudicasse o perfilhamento, pois, Segundo Cecato (2000) e Fernández et al. (1994), a falta

de nutrientes principalmente Nitrogênio pode afetar de maneira negativa o perfilhamento das

plantas.

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A baixa média obtida no tratamento 7, provavelmente é devido a presença de metais

pesados no lodo como o cádmio (Cd), cromo (Cr) e chumbo (Pb) (Tabela 2), o que segundo

Marques et al. (2002), pode ter prejudicado o perfilhamento das plantas, pois, aumentando o

fornecimento do lodo, aumenta-se a suplementação de macro e micronutrientes, ao mesmo

tempo em que, aumenta-se também a concentração de metais, que provavelmente afetou o

desenvolvimento das plantas devido a toxidade.

Figura 1. Efeito dos tratamentos sobre a Altura das plantas (A); Número de perfilhos (B); Massa seca da parte

aérea (C); Alongamento radicular (D); Massa seca radicular (E). Médias seguidas de mesma letra são

estatisticamente iguais entre si pelo teste de Scott-knott a 5% de significância. Solo (S); Adubo mineral (M);

Concentrações de lodo têxtil t ha-1

(1t, 2t, 3t, 5t e 8t).

Quanto a produtividade de massa seca da parte aérea, pode-se observar na Figura 1. que,

os tratamentos 1, 2 e 7 foram iguais entre si, obtendo as menores médias, diferindo dos

demais tratamentos. A aplicação do lodo têxtil aumentou significativamente a produção de

massa seca com aplicação de até 5 t ha-1, sendo verificado um decréscimo da produtividade

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quando foi aplicado 8 t ha-1

do lodo. Resultados semelhantes foram obtidos por Prado e Natale

(2005), aplicando 0, 10, 15, e 30 t ha-1

de lodo têxtil em mudas de maracujazeiro, os autores

observaram que, a produção de massa seca das plantas foi maior quando aplicado 10 t ha-1

do

lodo, em concentrações maiores houve queda da produtividade de massa seca das plantas.

Segundo Marques et al. (2011), a queda da produtividade de massa seca das plantas é um

indicativo de efeitos adversos de substâncias às plantas, indicando que provavelmente o

aumento das concentrações aplicadas do lodo provocou toxidez das plantas devido a presença

de metais pesados presente no lodo como o Pb, Cd e Cr, assim como observado nesta

pesquisa.

Ao trabalhar com o gênero Cynodon sp Carneiro et al. (2002), em misturas de solo com

diferentes graus de contaminação com metais pesados, considerou este gênero como

promissora para revegetação de áreas contaminadas por apresentar tolerância a solos com

diferentes graus de contaminação, porém, o desenvolvimento deste foi prejudicado quando

cultivado em solo com altas concentrações de metais.

Resultados semelhantes ao de Araujo et al. (2005), foram obtidos nesta pesquisa, onde

estes autores ao aplicarem doses equivalentes a 19, 38,76 e 152 t ha-1

de composto de lodo

têxtil em plântulas de soja e trigo, verificaram que, concentrações acima de 19 t ha-1

provocou

queda no desenvolvimento da parte aérea e sistema radicular das plantas. Comportamento

semelhante foi obtido nesta pesquisa, onde o alongamento e a massa seca das raízes obtiveram

queda com a aplicação acima de 5 t ha-1

do lodo.

Segundo Pereira et al. (2011) e CASTRO, PEREIRA e PAIVA (2009), a toxidade por

metais pesados inicia-se na raiz, que é o principal órgão da planta tanto na absorção quanto no

acúmulo desses elementos. Nesta pesquisa, pode-se observar que, provavelmente as plantas

sofreram adaptações e foram tolerantes às baixas concentrações do lodo, porém, nas maiores

concentrações houve um efeito tóxico causando redução no alongamento e massa seca das

raízes, afetando consequentemente a produtividade de massa seca da parte aérea.

De acordo com Marques et al. (2011), alterações na arquitetura e estrutura do sistema

radicular são frequentemente observadas em plantas cultivadas na presença de metais

pesados, podendo ou não afetar o desenvolvimento das plantas, dependendo da capacidade da

espécie vegetal em se adaptar à ambientes estressantes.

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3.2 Modificações anatômicas

3.2.1 Avaliações anatômicas

Por meio da análise de variância, observa-se que houve diferença significativa (p<0,05)

entre os tratamentos para todas as variáveis anatômicas analisadas (anexos 6A, 7A e 8A).

Quanto as características anatômicas da raiz, (FIGURA 2) observa-se que tratamentos nos

quais não tiveram a aplicação do lodo têxtil (S; S+M) obtiveram menores espessuras da

epiderme (EP). Nas menores concentrações do lodo utilizadas (1 e 2 t ha-1

) ocorreu um

aumento da EP e, em concentrações maiores (3, 5 e 8 t ha-1

), ocorreu uma diminuição na EP

(Tabela 3). Segundo Pereira et al. (2011) a epiderme é o primeiro tecido a entrar em contato

com agentes tóxicos no solo sendo um dos primeiros tecidos a sentir os sintomas de estresse

ambiental, o que pode explicar as alteração na espessura da epiderme. A maior E.P observada

quando utilizado menores concentrações do lodo pode ser decorrente de uma ação de defesa

da planta à aplicação do lodo (MARQUES et al., 2011). Porém, a diminuição da E.P nas

maiores concentrações de lodo pode ter ocorrido provavelmente por um efeito tóxico causado

pelo lodo (CASTRO, PEREIRA e PAIVA, 2009).

Tabela 3. Características anatômicas de raízes de tífton (Cynodon sp) em seção transversal,

cultivado em diferentes concentrações de lodo têxtil (t ha-1

).

Variáveis

Tratamentos EP (µm) EC (µm) AC (µm2)

S 13,836 b 154,089 b 260434,010 d

S+M 14,901 b 159,007 b 308705,953 c

S+M+ L (1 t ha-1

) 16,109 a 194,879 a 310724,283 c

S+M+ L (2 t ha-1

) 17,070 a 200,950 a 381179,250 b

S+M+ L (3 t ha-1

) 15,346 b 174,100 a 400334, 777 b

S+M+ L (5 t ha-1

) 15,018 b 209,523 a 440111,390 a

S+M+ L (8 t ha-1

) 15,364 b 159,408 b 300650,023 c

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). Solo (S);

Adubo mineral (M); Concentrações de lodo têxtil t ha-1

(1t, 2t, 3t, 5t e 8t). EP = espessura da epiderme, EC =

espessura do córtex; AC = área total do córtex.

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Trabalho realizado por Marques et al. (2011), apontou um aumento na espessura da

epiderme radicular proporcional ao aumento da concentração de cádmio em mudas de

Eucalyptus camaldulensis. Segundo os mesmos autores, alterações na arquitetura e estrutura

do sistema radicular como modificações na espessura da epiderme e endoderme são

frequentemente observadas em plantas cultivadas na presença de metais pesados, podendo ou

não afetar o desenvolvimento das plantas, dependendo da capacidade da espécie vegetal em se

adaptar à ambientes estressantes.

Houve aumento na espessura do córtex na presença do lodo têxtil, o que segundo

Castro, Pereira e Paiva (2009), reduz consequentemente a condutividade hidráulica. Esta

redução impede o fluxo excessivo de contaminantes do lodo para a parte aérea da planta

protegendo-a. Porém, de acordo com Pereira et al. (2008), este fato afetará a absorção de

nutrientes e a eficiência de processos fisiológicos da planta, como a fotossíntese, afetando

consequentemente o desenvolvimento da planta. Embora neste estudo não tenha sido avaliado

os processos de fotossíntese nos diferentes tratamentos, vários autores dentre eles Ribeiro et

al. (2012) e Pereira et al. (2008), têm demonstrado que, com a redução da condutividade

hidráulica, e da absorção de nutrientes, consequentemente, os processos de fotossíntese das

plantas também serão afetados, prejudicando o desenvolvimento das plantas.

Ocorreu um aumento da área do córtex na presença do lodo com concentrações de até 5

t ha-1

. Isso resulta numa redução da condutividade hidráulica. Este aumento do córtex,

segundo Pereira et al. (2011), permite uma maior quantidade de células para armazenar

contaminantes.

Muitos estudos que comprovam a eficiência de espécies vegetais, (sendo elas terrestre

ou aquática) em absorver e acumular metais pesados, mostram que estas espécies acumulam

maior parte destes metais absorvidos na raiz, mais especificamente nas células do córtex.

(MATOS et al., 2009 e MARQUES et al., 2011). Portanto, de acordo com estes autores, o

aumento do córtex das plantas nesta pesquisa pode ser explicado por possíveis acúmulos de

metais pesados nas raízes.

Ao trabalhar com Eucalyptus camaldulensis Marques et al. (2011), observaram acumulo

de cromo nas raízes, ao aplicar crescentes concentrações deste elemento. Segundo os mesmos

autores, o acúmulo do elemento nas raízes (vacúolos das células do córtex) pode ser tratado

como um mecanismo de defesa da planta para evitar a toxidez, pela diminuição da

translocação destes elementos. Porém, o aumento da concentração destes elementos nas raízes

pode também ser prejudicial a absorção de nutrientes e, consequentemente, o

desenvolvimento da parte aérea da planta.

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Figura 2. Secções transversais de raízes. 2A = Solo puro; 2B = Solo + Adubo mineral; 2C = Solo + Adubo mineral + 1 t ha

-1 de lodo têxtil ; 2D = Solo + Adubo mineral + 2 t ha

-1 de lodo têxtil; 2E = Solo + Adubo

mineral + 3 t ha-1

de lodo têxtil 5; 2F = Solo + Adubo mineral + 5 t ha-1

de lodo têxtil; 2G = Solo + Adubo

mineral + 8 t ha-1

de lodo têxtil. A barra corresponde a 200 μm para secções das raízes.

3.2.2 Características anatômicas paradérmicas da área foliar da forrageira

Por meio da análise de variância, observa-se que houve diferença significativa (p< 0,05)

entre os tratamentos para todas as ariáveis das secções paradérmicas analisadas (anexos 9A,

10A, 11A, 11A, 12A, 13A e 14A).

Tabela 4. Características anatômicas de folhas de tífton (Cynodon sp) em seção paradérmica,

cultivado em diferentes concentrações de lodo têxtil (t ha-1

).

Tratamentos

Variáveis

DE_AD IE_AD

(%)

FE_AD DE_AB IE_AB

(%)

FE_AB

S 199,399 d 6577 d 1,267 c 262,680 c 7,800 c 1,262 a

S+M 230,442 c 6177 d 1,2670 c 268,650 c 7,994 c 1,178 b

S+M+ L (1 t ha-1

) 257,373 a 7833 b 1,321 c 289,545 b 8,890 b 1,196 b

S+M+ L (2 t ha-1

) 260,292 a 8108 b 1,350 b 292,530 b 9,487 a 1,217 b

S+M+ L (3 t ha-1

) 272,232 a 8,70 a 1,382 b 309,246 a 9,700 a 1,183 b

S+M+ L (5 t ha-1

) 246,400 b 7230 c 1,452 a 291,535 b 9,167 b 1,282 a

S+M+ L (8 t ha-1

) 238,800 b 7,67 c 1,378 b 285,565 b 9,165 b 1,331 a

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). . Solo (S);

Adubo mineral (M); Concentrações de lodo têxtil t ha-1

(1t, 2t, 3t, 5t e 8t). DE_AD = densidade estomática da

face adaxial; IE_AD = índice estomático da face adaxial; FE_AD = funcionalidade estomática da face adaxial;

DE_AB = densidade estomática da face abaxial; IE_AB = índice estomático da face abaxial; FE_AB =

funcionalidade estomática da face abaxial.

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Por meio das secções paradérmicas (Figura 3), as folhas do Tífton foram classificadas

como anfi-hipoestomáticas, ou seja, possui maior densidade estomática na face abaxial do que

na face adaxial, e seus estômatos classificados como halteriformes (CASTRO, PEREIRA e

PAIVA, 2009). Em relação a face adaxial da folha (Tabela 4.), foi verificado um aumento de

36,5% na densidade estomática em relação ao tratamento utilizado somente solo, e o

tratamento utilizado 3 t ha-1

do lodo, o qual obteve a maior densidade estomática. Após esta

concentração ocorreu uma queda na densidade estomática, provavelmente por um efeito

tóxico causado pelo lodo.

Quanto ao índice estomático da face adaxial da folha, foi verificado um aumento de

32% em relação ao tratamento utilizando somente o solo e o utilizando 3 t ha-1

do lodo, o qual

obteve o maior índice estomático. Com concentrações maiores que esta, ocorreu uma queda

do índice estomático.

Foi verificado um aumento de 14,6% na funcionalidade estomática, em relação ao

tratamento que foi utilizado somente o solo, e o que foi utilizado 5 t ha-1

do lodo, sendo que,

quando utilizado 5 t ha-1

foi verificado a maior funcionalidade dentre os tratamentos.

Figura 3. Secções paradérmicas da face adaxial das folhas. 3A = Solo puro; 3B = Solo + Adubo mineral; 3C =

Solo + Adubo mineral + 1 t ha-1

de lodo têxtil ; 3D = Solo + Adubo mineral + 2 t ha-1

de lodo têxtil; 3E = Solo +

Adubo mineral + 3 t ha-1

de lodo têxtil 5; 3F = Solo + Adubo mineral + 5 t ha-1

de lodo têxtil; 3G = Solo +

Adubo mineral + 8 t ha-1

de lodo têxtil. A barra corresponde a 50 μm para as secções paradérmicas de folhas.

Quanto a face abaxial das folhas (Figura 4), foi verificado um aumento de 17,7% na

densidade estomática em relação ao tratamento utilizado somente solo, e o utilizado 3 t ha-1

,

o qual obteve a maior densidade estomática. Este aumento na densidade estomática é um fator

favorável para planta, pois melhora eficiência da planta em capturar CO2, aumentando o

processo de fotossíntese, e consequentemente o desenvolvimento da planta.

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Para o índice estomático da face abaxial, houve um aumento de 24% em relação ao

tratamento utilizando somente o solo e o utilizando 3 t ha-1

, o qual obteve o maior índice

estomático. Com concentrações maiores que 3 t ha-1

ocorreu uma diminuição do índice

estomático.

Foi verificado um aumento de 13% na funcionalidade estomática da face abaxial em

relação ao tratamento que foi utilizado somente o solo, e o que foi utilizado 8 t ha-1

do lodo

têxtil, o qual obteve maior funcionalidade.

Segundo Medeiros et al. (2011), modificações nas estruturas foliares das plantas podem

promover uma melhor captação de CO2 e consequentemente potencializar a fotossíntese.

Provavelmente o aumento das concentrações do lodo têxtil provocou estresse às plantas,

o que segundo Ribeiro et al. (2012); Pereira et al. (2011), pode ter resultado em adaptações a

este ambiente, modificando suas características anatômicas, alterando assim a densidade, o

índice e a funcionalidade estomática.

Modificações anatômicas relacionadas com estresse ambiental já foram relatadas em

plantas de mandioca (RIBEIRO et al., 2012), brachiária (MEDEIROS et al., 2011), café

(GRISI et al., 2008), Eucalipto, (MARQUES et al., 2011), milho sob alagamento (PEREIRA

2008) e macrófitas aquáticas (PEREIRA et al., 2011).

Figura 4. Secções paradérmicas da face abaxial das. 4A = Solo puro; 4B = Solo + Adubo mineral; 4C = Solo +

Adubo mineral + 1 t ha-1

de lodo têxtil ; 4D = Solo + Adubo mineral + 2 t ha-1

de lodo têxtil; 4E = Solo + Adubo

mineral + 3 t ha-1

de lodo têxtil 5; 4F = Solo + Adubo mineral + 5 t ha-1

de lodo têxtil; 4G = Solo + Adubo

mineral + 8 t ha-1

de lodo têxtil. A barra corresponde a 50 μm para as secções paradérmicas de folhas.

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3.2.3 Características transversais da área foliar da forrageira

Por meio da análise de variância, observa-se que houve diferença significativa (p<0,05)

entre os tratamentos para todas as variáveis das secções transversais analisadas (anexos 15A,

16A, 17A, 18A e 19A).

Já, nas secções transversais das folhas (Figura 5), verificou-se um aumento na espessura

do mesofilo no tratamento utilizado somente solo e adubo mineral quando comparado com o

utilizado somente solo, sendo este aumento de 13%. Foi verificado um aumento de 20% na

espessura do mesofilo quando comparado o tratamento utilizado somente solo com o

tratamento utilizado 5 t ha-1

, sendo a maior espessura observada neste tratamento. Portanto

pode-se observar um aumento proporcional na espessura do mesofilo ao aumento das

concentrações de lodo têxtil (Tabela 5).

O aumento da espessura do mesofilo verificado nesta pesquisa é uma característica

favorável, pois com este aumento pode ocorrer mais clorênquima, e dessa forma, maior

potencial para fotossíntese (RIBEIRO et al., 2012).

Tabela 5. Características anatômicas de folhas de Tífton (Cynodon sp) em seção transversal,

cultivado em diferentes concentrações de lodo têxtil (t ha-1

).

Tratamentos

Variáveis

MF

(µm)

EAB

(µm)

EAD

(µm)

FL

(µm)

DX

(µm)

DFV

(µm)

S 119,307 c 5, 835 c 5,393 c 17,242 d 12,375 c 63,762 b

S+M 135,380 b 6,060 c 6,497 b 20,270 c 16,771 b 68,930 b

S+M+ L (1 t ha-1

) 139,568 a 6,446 b 6,258 b 21,699 b 17,845 a 72,654 a

S+M+ L (2 t ha-1

) 140,755 a 7,099 a 6,533 b 21,809 b 16,895 b 76,276 a

S+M+ L (3 t ha-1

) 135,545 a 6,514 a 7,237 a 25,732 a 17,260 b 65,518 b

S+M+ L (5 t ha-1

) 144,275 a 6,545 a 6,460 b 22,462 b 16,917 b 74,672 a

S+M+ L (8 t ha-1

) 141,477 a 6,460 a 6,205 b 21,950 b 18,290 a 77,615 a

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p<0,05). MF =

espessura do mesofilo; EAB = espessura da epiderme da face abaxial; EAD = espessura da epiderme da face

adaxial; FL = diâmetro do floema; DX = diâmetro do xilema; DFV = distância dos feixes vasculares. Solo (S);

Adubo mineral (M); Concentrações de lodo têxtil t ha-1

(1t, 2t, 3t, 5t e 8t).

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De acordo com Pereira et al. (2011) e Castro, Pereira e Paiva (2009), maiores espessuras

do mesofilo (MF) provavelmente consistirá em uma maior formação de espaços intercelulares

na folha destinados a reter o CO2 dessa forma, pode ocorrer maior fluxo desse gás e sua

retenção no interior da folha aumentando consequentemente a fotossíntese. As maiores MF

observadas nesta pesquisa pode ter ocorrido como uma forma de compensar as modificações

ocorridas nas raízes, citadas anteriormente, onde a absorção de água e nutrientes foi afetada,

prejudicando assim o desenvolvimento da parte aérea da planta. Sendo assim, as plantas

tentaram compensar o prejuízo ocorrido nas raízes aumentando a espessura do mesofilo e seu

potencial para fotossíntese.

Para a espessura da epiderme da face abaxial (EAB) foi observado foi observado um

aumento proporcional à aplicação do lodo têxtil, sendo verificado um aumento de 12%

quando comparado com o tratamento utilizado somente solo com o utilizado 5 t ha-1

de

lodo têxtil. O aumento da espessura da epiderme segundo Castro, Pereira e Paiva (2009), pode

ser uma característica favorável, pois pode impedir a entrada de patógenos e de excesso de

radiação. Contudo, pode sinalizar um estresse causado pela crescente aplicação do lodo.

Para a epiderme da face adaxial (EAD), foi observado um aumento de 34% quando

comparado o tratamento utilizado somente solo e o utilizado 3 t ha-1

do lodo, sendo que,

acima de 3 t ha-1

houve uma diminuição da EAD.

O aumento da EAD com concentração de até 3 t ha-1

observado nesta pesquisa, segundo

Ribeiro et al. (2012), pode ser decorrente de um mecanismo de proteção das plantas contra o

excesso de radiação, porém, este mecanismo pode restringir a transpiração das plantas.

Contudo, a diminuição da EAD com concentrações superiores a 3 t ha-1

pode ter ocorrido

devido algum efeito tóxico causado pelo lodo têxtil (RIBEIRO et al., 2012). Quanto ao

diâmetro do floema (FL) foi observado um aumento de 17% quando comparado o tratamento

utilizando somente solo com o utilizado somente solo e adubo mineral. Já, quando comparado

o tratamento utilizado somente solo e o que foi utilizado 3 t ha-1

do lodo (maior média), foi

verificado um aumento de 30%. Com concentrações acima de 3 t ha-1

houve uma diminuição

no FL. O aumento do FL de acordo com Ribeiro et al. (2012) e Pereira et al. (2008), pode ser

influenciado por estresses ambientais, podendo ser um fator favorável, pois este aumenta a

capacidade da planta de translocar fotoassimilados das folhas para o restante da planta.

Houve um aumento do diâmetro dos vasos de xilema (DX) com aplicação do lodo,

sendo verificado um aumento de 48% em relação ao tratamento utilizado somente solo e o

que foi utilizado 8 t ha-1

do lodo, o qual obteve maior DX. O aumento do diâmetro do xilema

pode ser explicado por uma provável adaptação das plantas, resultando em uma maior

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condução de água e nutrientes para a parte aérea das plantas, podendo ser um fator positivo,

porém, este aumento também pode favorecer o transporte de metais pesados presentes no lodo

têxtil para a parte aérea das plantas sendo prejudicial (CASTRO, PEREIRA e PAIVA, 2009 e

PEREIRA et al., 2008).

A distância dos feixes vasculares aumentou proporcionalmente à concentrações do lodo,

sendo este aumento de 21% quando comparado o tratamento utilizado somente solo, com o

utilizado 8 t ha-1

do lodo. O aumento da distância entre os feixes vasculares nas folhas

segundo Brito et al. (2004), favorece para uma maior susceptibilidade de ruptura destas, além

de reduzir capacidade de condução. Pode-se observar que este resultado é o posto do que

aconteceu com FL e DX, onde estes aumentaram com a aplicação do lodo. Provavelmente

nesses tecidos ocorreu algum tipo de compensação para manter a condutividade afim de não

afetar o desenvolvimento das plantas (CASTRO, PEREIRA e PAIVA, 2009).

Figura 5. Secções transversais das folhas. 5A = Solo puro; 5B = Solo + Adubo mineral; 5C = Solo + Adubo

mineral + 1 t ha-1

de lodo têxtil ; 5D = Solo + Adubo mineral + 2 t ha-1

de lodo têxtil; 5E = Solo + Adubo

mineral + 3 t ha-1

de lodo têxtil 5; 5F = Solo + Adubo mineral + 5 t ha-1

de lodo têxtil; 5G = Solo + Adubo

mineral + 8 t ha-1

de lodo têxtil.. A barra corresponde a 50 μm para as secções transversais de folhas.

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42

4 CONCLUSÕES

A aplicação do lodo têxtil com concentrações de até 5 t ha-1

consiste em uma alternativa

viável para a utilização como fertilizante no cultivo do Tifton (Cynodon sp).

Concentrações de até 5 t ha-1

afetou de maneira positiva a anatomia foliar e radicular,

apresentando modificações adaptativas visando resistir aos metais pesados presentes no lodo

têxtil.

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ANEXOS

Páginas

TABELA 1A Análise de Variância da variável Altura de plantas....................... 48

TABELA 2A Análise de Variância da variável número de perfilhos.................. 48

TABELA 3A Análise de Variância da variável massa seca da parte aérea......... 48

TABELA 4A Análise de Variância da variável alongamento radicular.............. 48

TABELA 5A Análise de Variância da variável massa seca radicular................. 49

TABELA 6A Análise de Variância da variável área do córtex (AC)................... 49

TABELA 7A Análise de Variância da variável espessura da epiderme (EP) ...... 49

TABELA 8A Análise de Variância da variável espessura do córtex (EC) .......... 49

TABELA 9A Análise de Variância da variável densidade estomática da face

abaxial (DE_AB)............................................................................

50

TABELA 10A Análise de Variância da variável índice estomático da face

abaxial (IE_AB)..............................................................................

50

TABELA 11A Análise de Variância da variável funcionalidade estomática da

face abaxial (FE_AB) ....................................................................

50

TABELA 12A Análise de Variância da variável densidade estomática da face

adaxial (FE_AD) ............................................................................

50

TABELA 13A Variância da variável índice estomático da face adaxial (IE_AD) 51

TABELA 14A Análise de Variância da variável espessura do mesofilo (MF) ...... 51

TABELA 15A Análise de Variância da variável espessura da epiderme da face

abaxial (EAB) ................................................................................

51

TABELA 16A Análise de Variância da variável espessura da epiderme da face

adaxial (EAD) ................................................................................

51

TABELA 17A Análise de Variância da variável diâmetro do floema (FL) ........... 52

TABELA 18A Análise de Variância da variável diâmetro do xilema (XL) .......... 52

TABELA 19A Análise de Variância da variável distância entre os feixes

vasculares (DFV) ...........................................................................

52

FIGURA 6A Secções de raiz e folha de Tífton com indicações das estruturas

avaliadas..........................................................................................

53

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Tabela 1A. Análise de Variância da variável Altura (A)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 57.485850 9.580975 3.92 0.004

erro 21 50.911050 2.424336

Total corrigido 27 108.396900

CV (%) 13.96

Media geral: 11.1550000

Tabela 2A. Análise de Variância da variável Número de perfilhos (NP)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 93.500000 15.583333 2.157 0.082

Erro 21 151.750000 7.226190

Total corrigido 27 245.250000

CV (%) 20.29

Media geral: 13.2500000

Tabela 3A. Análise de Variância da variável Massa seca da parte aérea (MSPA)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 0.980068 0.163345 5.736 0.002

Erro 21 0.598049 0.028479

Total corrigido 27 1.578117

CV (%) 10,50

Media geral: 1.6066071

Tabela 4A. Análise de Variância da variável Alongamento radicular (AR)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 900.214286 150.035714 2.868 0.035

Erro 21 1098.750000 52.321429

Total corrigido 27 1998.964286

CV (%) 11.66

Media geral: 62.0357143

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Tabela 5A. Análise de Variância da variável Massa seca radicular (MSR)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 99.738686 16.623114 4.166 0.005

Erro 21 83.796925 3.990330

Total corrigido 27 183.535611

CV (%) 22.85

Media geral: 8.7432143

Tabela 6A. Análise de Variância da Variável área do córtex (AC)

Fv GL SQ QM FC Pr>F

c

TRATAMENT

O

6 4.7781143E+0010 7.963524E+000

9

22.658 0.000

Erro 413 1.4515687E+0011 351469442.525

Total corrigido 419 1.9293802E+0011

CV (%) 20.97

Media geral: 89395.043214

3

Tabela 7A. Análise de Variância da variável espessura da epiderme (EP)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 367.802133 61.300356 4.829 0.001

Erro 413 5242.987795 12.694886

Total corrigido 419 5610.789928

CV (%) 23.17

Media geral: 15.3778333

Tabela 8A. Análise de Variância da variável espessura do córtex (EC)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 185614.507002 30935.751167 21.72 0.000

Erro 413 588211.929597 1424.241960

Total corrigido 419 773826.436599

CV (%) 21.10

Media geral: 178.8513810

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Tabela 9A. Análise de Variância da variável densidade estomática da face abaxial (DEAB)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 88231.933166 14705.322194 9.595 0.000

Erro 413 632956.247340 1532.581713

Total corrigido 419 721188.180506

CV (%) 13.70

Media geral: 285.6787143

Tabela 10A. Análise de Variância da variável índice estomático da face abaxial (IEAB)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 189.266713 31.544452 20.78 0.000

Erro 413 626.395640 1.516696

Total corrigido 419 815.662353

CV (%) 13.86

Media geral: 8.8863333

Tabela 11A. Análise de Variância da variável funcionalidade estomática da face abaxial

(FEAB)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 1.198590 0.199765 5.216 0.000

Erro 413 15.818007 0.038300

Total corrigido 419 17.016596

CV (%) 15.83

Media geral: 1.2360952

Tabela 12A. Análise de Variância da variável densidade estomática da face adaxial (FEAD)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 76466.362920 12744.393820 3.843 0.000

Erro 413 1369717.803960 3316.508000

Total corrigido 419 1446184.166880

CV (%) 24.20

Media geral: 238.0040000

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Tabela 13A. Análise de Variância da variável índice estomático da face adaxial (IEAD)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 97.950858 16.325143 5.233 0.000

Erro 413 1288.294402 3.119357

Total corrigido 419 1386.245260

CV (%) 24.26

Media geral: 7.2810238

Tabela 14A. Análise de Variância da variável espessura do mesofilo (MF)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 24624.368091 4104.061349 12.503 0.000

Erro 413 135566.815008 328.248947

Total corrigido 419 160191.183100

CV (%) 13.26

Media geral: 136.6156905

Tabela 15A. Análise de Variância da variável espessura da epiderme da face abaxial (EAB)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 57.513598 9.585600 4.538 0.002

Erro 413 872.338427 2.112200

Total corrigido 419 929.852025

CV (%) 22.63

Media geral: 6.4224762

Tabela 16A. Análise de Variância da variável espessura da epiderme da face adaxial (EAD)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 107.756736 17.959456 9.547 0.000

Erro 413 776.901650 1.881118

Total corrigido 419 884.658386

CV (%) 21.53

Media geral: 6.3692857

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Tabela 17A. Análise de Variância da variável diâmetro do floema (FL)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 2325.333879 387.555647 8.107 0.000

Erro 413 19744.634527 47.807832

Total corrigido 419 22069.968406

CV (%) 32.02

Media geral: 21.5937143

Tabela 18A. Análise de Variância da variável diâmetro do xilema (XL)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 1374.006016 229.001003 32.01 0.000

Erro 413 2954.517023 7.153794

Total corrigido 419 4328.523039

CV (%) 16.09

Media geral: 16.6220476

Tabela 19A. Análise de Variância da variável distância entre os feixes vasculares (DFV)

Fv GL SQ QM FC Pr>Fc

TRATAMENTO 6 10421.852655 1736.975442 11.84 0.000

Erro 413 60670.420797 146.901745

Total corrigido 419 71092.273451

CV (%) 16.99

Media geral: 71.3468571

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Figura 6A. Secções de raiz e folha de Tífton com indicações das estruturas avaliadas.