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393 Adolescência no contexto da cidadania Arilda Guedes dos Santos Silva 1 Fundação Estadual da Criança e do Adolescente "O verão é a estação das tempestades, das altas temperaturas, ora é o Sol, ora é a chuva. Na juventude também é assim, acontece tempestade de emoções, as paixões são mais ardentes e os sentimentos sofrem constantes oscilações. "São momentos de crise, individual e coletiva, mas também de compromisso entusiástico e sem reservas: e, no fundo, não vamos encontrar os jovens na linha de frente das revoltas e das revoluções"?" (Levi & Schmitt, 1996;12) A sociedade Humana é fruto da existência do homem tendo como princípio da vida a infância e a juventude. Nas últimas décadas produziu-se uma ampla rede de 1 Técnica de Nivel Superior da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (FUNDAC\RN); ar ar ar ar aril il il il ilda5 da5 da5 da5 da51@ho 1@ho 1@ho 1@ho [email protected] tmail.com tmail.com tmail.com tmail.com Resumo Resumo Resumo Resumo Resumo O presente texto trata da problemática da adolescência no contexto da educação e da cidadania, considerando, a evolução sócio-histórica da Adolescência e da Cidadania, a luz das políticas públicas e da legislação brasileira. O enfoque recai sobre a dura realidade vivida pelos adolescentes em meio a violência que tem se alastrado ao longo da história da infância e juventude no Brasil. Perspectivado neste texto o papel da família e da escola em um mundo em contínuas mudanças. Apresenta um caso de intervenção comunitária e aponta ainda algumas perspectivas e desafios na superação da problemática. Palavras-chave Palavras-chave Palavras-chave Palavras-chave Palavras-chave Adolescência, Educação, Cidadania, Políticas públicas.

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Adolescência no contexto da cidadania

Arilda Guedes dos SantosSilva1

Fundação Estadual da Criançae do Adolescente

"O verão é a estação das tempestades, das altas temperaturas, ora é o Sol, ora é achuva. Na juventude também é assim, acontece tempestade de emoções, as paixões sãomais ardentes e os sentimentos sofrem constantes oscilações. "São momentos de crise,individual e coletiva, mas também de compromisso entusiástico e sem reservas: e, nofundo, não vamos encontrar os jovens na linha de frente das revoltas e das revoluções"?"(Levi & Schmitt, 1996;12)

A sociedade Humana é fruto da existência do homem tendo como princípio da

vida a infância e a juventude. Nas últimas décadas produziu-se uma ampla rede de

1 Técnica de Nivel Superior da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (FUNDAC\RN);arararararilililililda5da5da5da5da51@ho1@ho1@ho1@[email protected]

ResumoResumoResumoResumoResumoO presente texto trata da problemática da adolescência no contexto da educação

e da cidadania, considerando, a evolução sócio-histórica da Adolescência e da

Cidadania, a luz das políticas públicas e da legislação brasileira. O enfoque recaisobre a dura realidade vivida pelos adolescentes em meio a violência que tem se

alastrado ao longo da história da infância e juventude no Brasil. Perspectivado

neste texto o papel da família e da escola em um mundo em contínuas mudanças.Apresenta um caso de intervenção comunitária e aponta ainda algumas perspectivas

e desafios na superação da problemática.

Palavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chave

Adolescência, Educação, Cidadania, Políticas públicas.

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Arilda dos Santos Silva

conceitos em torno da adolescência, entretanto o conceito emerge no contexto

histórico das mudanças ocorridas a partir do século XIX, com a Revolução Industrial, e

das transformações no seio da sociedade e da família. A medida em que essas mudanças

foram ocorrendo o conceito foi se alterando emoldurando o que é nos dias atuais a

família moderna.

A violência no mundo atual, tem sido palco de manchetes e jornais, a cada dia

nos surpreendemos com as estatísticas desse antro que tem assolado o mundo atual.

A violência que vem se instalando nas últimas décadas, tem deixado marcas profundas,

na família, e na sociedade contemporânea, sobretudo comprometendo a paz e a

segurança.

Nesse contexto estão crianças e adolescentes envolvidos nesse antro. Com base

no exposto, algumas questões merecem a seguinte reflexão: para onde caminha a

nossa juventude? Que conceitos têm de vida, de mundo e de sociedade? Qual é o

papel da educação e da família enquanto instituição social no mundo em contínuas

mudanças? Como é sabido, a adolescência é investida de outros valores, dentre os

quais estão a educação e a cidadania. Não dá para tratar as questões fora deste

contexto.

A adolescência é uma fase do desenvolvimento considerada por alguns estudiosos

como um período de crises. Segundo César (apud.19982): Maldonado (2000) ressalta

os estudos de Caplan (1967), Erikson (1959), Bribing (1961) e Benedek (1959), estes

afirmam que essas crises são pontos decisivos para o crescimento emocional do ser

humano e podem determinar, em parte, o estado de saúde ou doença mental.

Este artigo não tem a pretensão de esgotar o assunto, haja vista, a vastas

bibliografia de grandes teóricos sobre o assunto, mas contribuir para ampliar a dis-

cussão sobre a temática. A realidade aqui tratada é uma pequena síntese sobre a

adolescência no Brasil (nomeadamente os adolescentes em conflito com a lei em

Brasília no Distrito Federal).

As “reformas higienistas” no Século XIX,”· ocorridas na Europa e no Brasil foram

responsáveis pelo aparecimento de pessoas as quais se encontravam alijadas da ordem

burguesa. Eram as famílias disfuncionais, os delinquentes juvenis e as jovens prostitutas.

As famílias operárias e famílias pobres, além da carência de recursos materiais, faltavam-

lhes recursos morais e intelectuais, o que dificultava a educação dos filhos. Hardt

2 http://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://wwwhttp://www.r.r.r.r.redepsi.com.br/poredepsi.com.br/poredepsi.com.br/poredepsi.com.br/poredepsi.com.br/portttttal/modulal/modulal/modulal/modulal/modules/soapboes/soapboes/soapboes/soapboes/soapbox/prx/prx/prx/prx/print.php?arint.php?arint.php?arint.php?arint.php?articlticlticlticlticleID=25eID=25eID=25eID=25eID=2511111.

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(2005, p.13), refere-se, a classe operária como sendo todos os trabalhadores assa-

lariados, diferenciando-os dos pobres que prestam serviços domésticos sem

remuneração e de todos os demais que não recebem salário.

A questão do gênero e a sexualidade caracterizavam as desordens sociais, criando

assim, a imagem da delinquência juvenil. No caso dos rapazes eram: furtos, bebidas

alcoólicas, cigarro, ociosidade e a prática do onanismo. Entretanto, para as garotas

era a prática da “sexualidade ilícita”.

A adolescência é uma fase do desenvolvimento que se caracteriza pelas

transformações físicas (puberdade), psicoafetivas e sociais que emergem para a de-

finição da identidade do adolescente. A biologia divide a juventude em duas fases: a

pré-adolescência (de 10 a 14 anos) e a adolescência (de 15 a 19 anos). Para a Sociologia,

a juventude começa aos 15 e termina aos 24 anos.

Hipoteticamente a falta de maturidade e políticas públicas efetivas, de lazer,

cultura, desporto e outros bens culturais, são geradores da ociosidade na vida dos

adolescentes, tornando-os vulneráveis à pressão de grupos, acesso fácil as droga e

consequentemente a delinquência juvenil, o que significa uma ameaça do ponto de

vista pessoal e social (Silva, 2002, p.8).

Costa (1998, p.4) define a “adolescência como um segundo nascimento do

indivíduo e atribui como tarefas básicas deste período a construção da identidade

pessoal/social.

O que isto quer dizer? Tentando ampliar o entendimento deste conceito, Silva

(2003) afirma que a construção da identidade ocorre a partir do momento em que

possibilitamos ao adolescente desenvolver uma consciência crítica do eueueueueu, do outrooutrooutrooutrooutro e

do meiomeiomeiomeiomeio, ou seja do quemquemquemquemquem sou eu? Como eueueueueu me vejo? Como o outro outro outro outro outro me vê? É com

base nessa reflexão que o adolescente vai situar-se no contexto social mais amplo e a

partir daí construir sua identidade conforme o seu imaginário social. (ideais de

mudança). Na concepção da autora, o indivíduo é portador de duas identidades.

Uma biológica expressa. A segunda é a identidade pessoal, essa identidade vai sendo

construída na relação com o outro e com o meio (sentido antropológico), a medida

em que este vai construindo seu projeto de vida, vai alcançando projeçoes em sua

trajetória de conquistas. É nessa perspectiva que a identidade vai ganhando novo

tom, ou seja, enquanto a identidade biológica é permanente, a identidade pessoal

ganha notoriedade conforme o crescimento e desenvolvimento pessoal e intelectual

do sujeito. Corroborando com Silva , Knobel (1999, p.60-62):

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Arilda dos Santos Silva

enfatiza que o adolescente busca a sua identidade adulta; no entanto assinala aidentidade não como fenômeno próprio apenas do adulto, mas que a cada momento dodesenvolvimento o indivíduo tem uma identidade própria, fruto das identificações eexperiências vitais (interação mundo interno-externo).

Violência Juvenil: a dura realidadeViolência Juvenil: a dura realidadeViolência Juvenil: a dura realidadeViolência Juvenil: a dura realidadeViolência Juvenil: a dura realidade

O Programa de Proteção a Criança e Adolescente Ameaçados de Morte (PPCAAM),

foi instituído no ano de 2003, como uma estratégia do Governo Federal, no en-

frentamento ao crescimento de homicídios entre jovens, adolescentes e crianças no

Brasil. O estudo epidemiológico sobre os padrões de mortalidade juvenil no Brasil

(Mapa da Violência 2006), indica que a população adolescente é especialmente

vitimizada no que se refere as mortes violentas por causas externas, que correspondem

a 72,1% do total dos óbitos ocorridos na faixa etária entre 15 e 24 anos, sendo res-

ponsável por 39,7% do total de mortes em 2004 de jovens e adolescentes do sexo

masculino, residentes nas periferias das grandes metrópoles, afro descendentes e sem

escolarização são o alvo prioritário, embora não exclusivo, da violência letal.

Segundo dados divulgado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH)

da Presidência da República, o número de adolescentes infratores que cumprem me-

dida privativa de liberdade em todo o país cresceu 363% nos últimos dez anos. A

estatística da violência envolvendo crianças e adolescentes ainda é alarmante, em

1997 15.426 jovens em unidades de internação, enquanto em 1996 eram 4.245.

Os dados fazem parte da pesquisa Política de Atendimento a Adolescentes em

Conflito com a Lei. Essa problemática tem merecido, uma atenção maior por parte de

cientistas sociais, políticos, professores, pais e profissionais interessados na questão. O

Distrito Federal, está no ranking das estatísticas da violência juvenil, segundo o Ministério

Público do Distrito Federal e Territórios, as escolas da Asa Sul e Asa Norte, represen-

tam o maior foco de risco de violência infanto-juvenil. O acesso a educação secundária,

é de apenas 33% dos adolescentes de 15 a 19 anos. Segundo a Coordenadoria de

Planejamento (CODEPLAN) 20% da população local é de jovens adolescentes, 25%

das gestações são de adolescentes entre 10 e 19 anos.

Tentando dar resposta ao quadro de violência infanto-juvenil, a Secretaria Especial

dos Direitos Humanos (SEDH), através da Subsecretaria de Promoção dos Direitos da

Criança e do Adolescente (SPDCA) implementou o Programa de Proteção a Crianças

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e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), com o objetivo de preservar a vida

destes, além de incidir na elaboração de estudos e na construção de políticas públicas

para prevenção deste em conflito com a lei.

Lidar com a fase conturbada da adolescência, tem exigido dos pais e professores

um esforço muito maior, sobretudo sensibilidade e habilidade para lidar com essa

fase do desenvolvimento. A família e a escola encontram-se submersas numa crise de

valores sem precedentes, principalmente a família no papel de educar os filhos

e prepará-los para vida futura, num mundo conturbado, pela desintegração da

civilidade e da segurança, fruto de uma modernidade desvirtuada de padrões éticos,

morais, e espirituais.

Antes a educação dos filhos era moldada de dentro para fora, hoje sofre

influências externas: meios de comunicação, consumismo exacerbado, a prevalência

do TTTTTer sobe o SSSSSer, pressão de grupos, o meio, acesso fácil as drogas, busca de identidade,

são geradores de comportamento desviante, entende-se comportamento desviante

a incapacidade do indivíduo de adaptar-se as normas e regras sociais.

Percebe-se também, a prevalência dos aspectos materiais em detrimento dos

aspectos moral, emocional e espiritual, valores estes essenciais na formação do caráter

e da personalidade dos filhos. Quando bem trabalhados pela família e pela escola,

podem prevenir os distúrbios de comportamento e dirimir a vulnerabilidade de riscos.

Portanto, ou educamos e formamos cidadãos críticos, éticos e produtivos, ou vamos

continuar formando “monstrinhos” para aterrorizar a sociedade, ameaçar a segurança

pública e o que é pior, quando não são mortos entre gangues, ou troca de tiro com a

polícia, são confinados em instituições carcerárias, que não oferece a mínima estrutura

de reeducação e ressocialização destes, ao convívio em sociedade, restando-lhes

portanto, se especializar no mundo do crime.

A escola por sua vez, encontra-se despreparada para atender aos interesses de

seus educandos em suas especificidades, carência afetiva, angústias, frustrações,

conflitos, insegurança, ociosidade. Nesse contexto, os adolescentes encontram-se

desorientados e sem parâmetros para refletirem sobre suas práticas. Hipoteticamente

esses problemas podem estar associados a fatores emocionais uma vez que não tendo

maturidade suficiente, não conseguem administrar, seus problemas, o que pode se

atribuir a falta de uma educação integrada ao contexto da “inteligência emocional”.

Platão (apud) Bolívar: Educar, é propiciar a saída da obscuridade para a luz,

romper as cadeias da ignorância e das paixões que nos escravizam e nos impedem de

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ver a vida com lucidez. “Somente se crescermos emocional e intelectualmente

poderemos descobrir e compreender nosso universo interno. Só assim poderemos ter

saúde psicológica”. Na concepçãp da autora um dos objetivos da educação deveria

ser formar seres adultos independentes, capazes de romper com o paternalismo

protecionista foi o caso da América Latina, que se manteve na pobreza, atraso e

subdesenvolvimento.

O que vem corroborar com Gardner (apud Bergo, 2002 p.37), quando afirma

que a inteligência emocional envolve talentos com capacidade de motivar e persistir

diante de frustrações; controlar impulsos e adiar a satisfação; regular o próprio estado

de espírito e impedir que a aflição invada a capacidade de pensar; criar empatia e

esperar, com o objetivo de assegurar uma vida bem sucedida.

Educação e cidadaniaEducação e cidadaniaEducação e cidadaniaEducação e cidadaniaEducação e cidadania

“ A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito ecorpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade social, espiri-tualidade. Todo ser humano deve ser preparado especialmente graças a educação querecebe na juventude, para elaborar pensamentos autónomos e críticos e para formularseus próprios juízo de valor, de modo a poder decidir por si mesmo nas diferençascircunstanciais da vida” (Relatório da ONU)

Educação para cidadania é um campo teórico e prático onde se traduzem, em

acordos e desacordos, as nossas concepções de vida social e política, a definição dos

direitos, liberdades e obrigações que julgamos legítimas para nós e para os outros.

Também as nossas formas de pensamento em relação aos conflitos e a sua resolução,

as nossas concepções sobre educação, o papel da família, da escola e outras instituições

susceptíveis de intervir na instrução, na educação e na socialização. O lugar que tem

os conhecimentos ou experiência na construção coletiva das competências. Freitas

(apud) Audigier (1999, p.5).

Afinal, o que é educação e que conceito de educação mais se adequa a realidade

de um mundo em contínuas mudanças? Convém aqui a assinalar a contribuição de

Libâneo, sobre o conceito de educação:

“A educação corresponde a toda modalidade de influências e inter-relações queconvergem para a formação de traços de personalidade social e do caráter implicandouma concepção de mundo, ideais, valores, modos de agir, que se traduzem em convicções

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ideológicas, morais, políticas, princípios de ação frente a situações reais e desafios davida prática”. (Libâneo,1994).

Para Leontiev (1978) não há aptidões e características especificamente humanas

que tenham sido transmitidas por hereditariedade, todas foram adquiridas. O homem

não nasce, portanto, dotado das aptidões e habilidades históricas, houveram

conquistas e estas foram criadas. Cabe aqui retomarmos a citação do autor:

“Quanto mais progride a humanidade, mais rica é a prática sócio-histórica acumuladapor ela, mais cresce o papel específico da educação e mais complexa é a sua tarefa.Razão por que toda a etapa nova no desenvolvimento da humanidade, bem como nosdiferentes povos, apela forçosamente para uma nova etapa no desenvolvimento daeducação: o tempo que a sociedade consagra à educação das gerações aumenta; criam-se estabelecimentos de ensino, a instrução toma formas especializadas, diferencia-se otrabalho do educador do professor; os programas de estudo enriquecem-se, os métodospedagógicos aperfeiçoam-se, desenvolve-se a ciência pedagógica. Esta relação entre oprogresso histórico e o progresso da educação é tão estreita que se pode sem risco deerrar julgar o nível geral do desenvolvimento histórico da sociedade pelo nível dedesenvolvimento do seu sistema educativo e inversamente”. (Leontiev, 1978, p. 273).

Costa (apud) Figueiredo (1998, p.4) emoldura a juventude de hoje no contexto

de uma economia globalizada, no trabalho pós-industrial e na cultura pós-moderna.

E configura o quadro liberal do mundo atual como carente de utopias, esvaziado de

valores éticos e saturado de exclusão social. Na sua definição de protagonismo juvenil,

considera que “o grande desafio da educação nos dias atuais é fazer com que os jovens

identifiquem, incorporem e vivenciem valores positivos”. O autor define valor como a

“força capaz de tirar o indivíduo da sua indiferença, e valores positivos como aqueles

relacionados ao bem-estar, ao desejo e à auto-realização”.

Portanto, a família e a escola precisa refletir sobre formas de mediar as

possibilidades de vivências, experiências juntos aos adolescentes, que promova a au-

tonomia, auto-estima, auto-disciplina auto-aceitação, auto-responsabilidade para que

estes possam desenvolver suas habilidades para lidar com os conflitos e inseguranças.

É nesta perspectiva que o Projeto: “Formando Multiplicadores”, tem como proposta

formar protagonistas da prevenção na escola e na comunidade. Segundo o dicionário

Silveira Bueno (1996, p.535), a palavra protagonista vem do grego protagonistés, o

principal, lutador, principal personagem de uma peça dramática, pessoa que

desempenha ou ocupa o primeiro lugar em um acontecimento.

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Arilda dos Santos Silva

Adolescência e cidadaniaAdolescência e cidadaniaAdolescência e cidadaniaAdolescência e cidadaniaAdolescência e cidadania

Embora nos últimos anos tenhamos assistido no Brasil ao avanço de estudos e

implementação de políticas direcionados para a infância e juventude vulnerabilizadas,

ainda estamos longe na solução da problemática. É sabido que a cidadania teve suas

bases no contexto histórico das revoluções inglesas, americana e francesa. Após estes

acontecimentos o conceito de cidadania desenvolveu-se conforme a evolução da

sociedade (direitos sociais, luta das mulheres e das minorias, meio ambiente, etc.).

A Revolução Inglesa (1640-1688) assinalou uma mudança nas relações de poder

na sociedade, ficando esse poder nas mãos de uma nova classe social, abrindo caminho

para o livre desenvolvimento do modo de produção capitalista. Inicia-se assim, uma

preocupação com “[...] a inclusão dos despossuídos e o tratamento dos iguais com

igualdade e dos desiguais com desigualdade” (Mondaini, 2003, p.131). ocorrendo

portanto, uma mudança de paradigma da era dos deveres para a era dos direitos.

Sabemos que a Revolução Americana (1776) foi a pioneira na formulação dos

direitos humanos. A declaração da independência americana trouxe um contributo

significativo para as questões de cidadania, como sendo: o direito à vida, à liberdade,

à felicidade e à igualdade entre os homens. A liberdade, conforme Karnal (2003,

p.140), “[...] passou a ser constituída como fator de integração nacional e de invenção

do novo Estado”.

A Revolução Francesa (1789) foi um marco na evolução do conceito de cidadania,

tomando como base os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, mentora

dos direitos civis e também um marco na Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão.

Segundo Freita3 (apud Fernandes, 1998) identifica três aspectos importantes na

definição do conceito de cidadania. A participação ativa e o envolvimento na vida de

uma comunidade que sustenta e contribui para a produção do conhecimento, para a

responsabilização; a partilha de culturas e o desenvolvimento da identidade dos

sujeitos; o direito de participação na vida política, econômica e social. “A cidadania

ativa decorre do sentimento de pertença dos indivíduos e dos grupos à sociedade em

3 Professor de Teoria, Filosofia Política e Direitos Humanos junto ao Centro de Humanidades daUniversidade Federal de Campina Grande; professor do Curso de Especialização em DireitosHumanos do CCHLA da UFPB; membro da Comissão de Direitos Humanos da UFPB.

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que se inserem e, por isso, depende também da promoção de condições de inclusão,

assim como também do desenvolvimento de atitudes e valores”.

A Cidadania a luz da Constituição Federal e do Estatuto da CriançaA Cidadania a luz da Constituição Federal e do Estatuto da CriançaA Cidadania a luz da Constituição Federal e do Estatuto da CriançaA Cidadania a luz da Constituição Federal e do Estatuto da CriançaA Cidadania a luz da Constituição Federal e do Estatuto da Criança

e do Adolescentee do Adolescentee do Adolescentee do Adolescentee do Adolescente

“Na teoria constitucional moderna, cidadão é o indivíduo que tem um vínculo

jurídico com o Estado. É o portador de direitos e deveres fixados por uma determinada

estrutura legal (Constituição, leis) que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos

são, em tese, livres e iguais perante a lei, porém súditos do Estado. Nos regimes

democráticos, entende-se que os cidadãos participaram ou aceitaram o pacto fundente

da nação ou uma de nova ordem jurídica.”

Segundo (apud) Benevides, (1994) Cidadania representa o conhecimento de

direitos e deveres, contidos no art. 5º da Constituição da República. “A cidadania no

Estado democrático de direito, desde que efetivada, oferece aos cidadãos, condições

iguais de existência; o gozo actual de direitos e a obrigação do cumprimento de deveres,

os quais: exercício de direitos fundamentais e participação; e os deveres de colaboração

e solidariedade”. No Brasil, foi a partir da Constituição de 1988, com a abertura política

e a campanha das “directas já”; é que se concretizou as bases para a formação de um

Estado Democrático de Direito.

Com a Constituição Federal, as crianças e os adolescentes passaram a usufruir

todos os direitos que garantem as pessoas maiores de 18 anos. Passaram da situação

de menor para a condição de criança cidadã e adolescente cidadão. Direitos estes

consagrados no artigo 227 da Constituição Federal: Art. 227: É dever da família, da

sociedade e do Estado, assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade,

o direito à vida, à saúde, à alimentação; à educação, ao lazer, à profissionalização, à

cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,

além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, exploração, violência,

crueldade e opressão.

Em 1990, entrou em vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente, lei 8.069\90, o

que representou um marco para as “relações entre pais e filhos, inclusive os adotados,

passaram a terem seus direitos amplamente protegidos e respeitados. O Brasil ainda

é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (ONU, 1989),

recebendo o status de direito fundamental em nosso sistema constitucional.

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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), apesar de ser considerada uma

legislação avançadas, embora uma prática atrasada, se comparada as outras que a

antecederam, conseguiu romper com o passado de discriminação e violência de

crianças e adolescentes colocando-os como prioridade absoluta, conforme estabelece

a lei. Se reportarmos sinteticamente ao passado vamos perceber na evolução histórica

da criança e do adolescente, diferentes formas de percepção.

No século XIII eram desprezadas por seus pais, que o abandonavam sem qualquer

sentimento de culpa. Com a entrada da família burguesa, essas crianças passaram a

ser incorporadas a família já de forma fraternal, embora continuassem expostas

como diferente, e marginalizada. A partir das últimas décadas é que passaram a ser

reconhecidas no seu desenvolvimento psicossocial e reconhecidas como sujeitos de

direitos. Essa mudança provocou nova forma de organização familiar, refletindo no

que se pode chamar hoje família moderna.

A mudança de paradigma no trato da infância e adolescênciaA mudança de paradigma no trato da infância e adolescênciaA mudança de paradigma no trato da infância e adolescênciaA mudança de paradigma no trato da infância e adolescênciaA mudança de paradigma no trato da infância e adolescência

e a garantia de direitos no ECAe a garantia de direitos no ECAe a garantia de direitos no ECAe a garantia de direitos no ECAe a garantia de direitos no ECA

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Arilda dos Santos Silva

UUUUUm caso prm caso prm caso prm caso prm caso prático de intático de intático de intático de intático de intererererervvvvvenção comunitenção comunitenção comunitenção comunitenção comunitáráráráráriaiaiaiaia

O Projecto: “Desenvolvimento Social: formando multiplicadores” foi elaboradocom base nos resultados positivos de um projeto que o antecedeu: “Adolescência e

Protagonismo Juvenil” desenvolvido entre Agosto/Dezembro de 2002, em duas EscolasPúblicas do Ensino fundamental no Brasil.

A proposta surgiu como alternativas para dar resposta aos sérios problemasde indisciplina, drogas e violência juvenil. O projeto teve como objetivo central:objetivo central:objetivo central:objetivo central:objetivo central:Capacitar os adolescentes para serem protagonistas da informação e prevenção naescola e na comunidade; promover a participação destes, em suas comunidades no

sentido de possibilitar uma convivência saudável, harmônica e responsável. A

MeMeMeMeMetttttaaaaa foi contemplar no primeiro momento 60 adolescentes de 13 e 18 anos, entre osperíodos Agosto/Dezembro de 2002. Já em Natal, a realidade foi bem diferente, ameta era contemplar 60 adolescentes, mas tendo em vista a problemática destestivemos que abranger um número muito maior, 256 adolescentes, permanecendono projecto apenas 153. A população alva era constituída por adolescentes de 13 e 19anos em situação de risco.

A escola nesse período, estava enfrentando um quadro preocupante de desordemsocial, drogas, indisciplina e vandalismo. Até os frisos cromados das cadeiras da sala deaula eram arrancados, vendidos ou trocados por drogas. Eram alunos egressos deinstituições de atendimento ao adolescente de risco, e por se encontrarem, fora dafaixa escolar eram atendidos no Programa, de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Asatividades temáticas desenvolvidas durante o curso: adolescência: construção social,

identidade, valores, auto-estima; Educação ética – o caráter conta; Dependênciaquímica e toxicologia; Sexualidade na adolescência; Oficina de arte; visita a umainstituição; Projeto pessoal de vida.

O projeto procurou envolver a comunidade escolar (professores, pais e alunos),o que não foi tarefa fácil. A metodologiametodologiametodologiametodologiametodologia utilizada foi interactiva, em que os adolescentescontribuíam com suas vivências e experiências, enquanto os instrutores (oficineiros),

desenvolviam oficinas juntos com os adolescentes, visando atender os interesses enecessidade dos adolescentes. A avaliaçãoA avaliaçãoA avaliaçãoA avaliaçãoA avaliação aconteceu de forma parcial a cada unidadetrabalhada e ao final avaliação geral de todas as atividades desenvolvidas. Os resultadostiveram impacto bastante positivo. Houve considerável mudança de comportamento

e atitude dos adolescentes, sobretudo motivados a dar continuidade ao projeto.

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Adolescência no Contexto da Cidadania

Parcerias: Parcerias: Parcerias: Parcerias: Parcerias: Secretaria de Educação; Secretaria de Saúde; Departamento da Criança e

do Adolescente; apoio logístico da Escola laboratório, voluntários dos Partners ofPartners ofPartners ofPartners ofPartners of

AmérAmérAmérAmérAméricanicanicanicanican Comité Brasília|Washington. Apoio Financeiro: Partners of American.

O resultado mais surpreendente foi exatamente com o público-alvo de Natal

em 2003. Seis meses depois, tivemos informações, que dos 153 alunos trabalhados

pelo projecto, 50% já estavam no mercado de trabalho. A mudança de compor-

tamento e atitude foi bastante perceptível e a escola teve a sua funcionalidade com

mais tranquilidade e segurança.

ConclusãoConclusãoConclusãoConclusãoConclusão

Como se vê, adolescência e cidadania tiveram um longo percurso na evolução

dos conceitos conseguindo expressar no sentido amplo da palavra, a efetivação dos

direitos civis, políticos e sociais, embora seja um tema bastante questionável, uma vez

que não responde ao quadro de exclusão e injustiça social, onde milhões de vidas

humanas vivendo uma vida sub-humana, sem pão, sem teto, sem esperança, restando-

lhes apenas as rua como espaço de sobrevivência.

Neste contexto crianças e adolescentes a mendigar o pão, expostos a toda sorte

de violência. Como sobreviver em um contexto, onde o mais básico dos direitos, o

alimento lhes são tirados?

Educação e cidadania caminham juntas. Educar para a cidadania é, sobretudo

aprimorar o “indivíduo” como pessoa no sentido amplo da palavra, mente, corpo, e

espírito. Já dizia Aristóles: O conhecimento ministrado em sala de aula, de nada adianta

se não estiver contido o contexto social, político e cultural, onde o indivíduo se perceba

como construtor de sua história e da história. Do contrário, vamos continuar formando

construtores da violência e da desordem social.

Compete então a escola identificar as necessidades de seus educandos e adequar

a metodologia tendo como instrumento fundamental a “informação, dos saberes,

das competências e capacidades” possibilitando a estes, uma compreensão critica da

realidade, visão de mundo e de sociedade. Para além disto, Governo, Organizações

não Governamentais e outros actores institucionais, de forma integrada precisam

encontrar mecanismos capazes de viabilizar projectos que possam contribuírem para

atitudes positivas dos jovens em relação ao exercício de suas capacidades, autonomia

e construção de seus projetos de vida.

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Arilda dos Santos Silva

Dentre estes desafios para o novo milênio, está o de elevar o nível de participação

e conquistas da população desassistida, especialmente dos jovens adolescentes

vulneráveis as mazelas sociais, garantindo-lhes o direito a vida e liberdade de

oportunidade.

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