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Page 1: Administração e Finanças - Turma 2011 · PDF fileAdministração e Finanças Página 4 Teoria Clássica da Administração A Teoria Clássica caracterizava-se pela ênfase na estrutura

Administração e Finanças

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Profa. Fernanda Pereira Caetano

Evolução da Administração

Administração Científica

A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a ênfase nas tarefas.

Objetivo: Busca da eficiência das organizações por meio da racionalização do trabalho do operário e no

somatório da eficiência individual.

A escola da Administração científica foi iniciada no começo deste século pelo engenheiro americano

Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna TGA.

Taylor teve inúmeros seguidores (como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth e outros) e provocou

verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial da sua época.

Os principais vultos da Administração Científica

Sua preocupação original foi tentar eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas

indústrias americanas e elevar o nível de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas

da engenharia industrial.

Aumentar a eficiência no níveo operacional – nível dos operários.

1º. Período de Taylor Corresponde à época da publicação do seu livro Shop Management (Administração de Oficinas, 1903). O trabalho de Taylor se deu no chão de fábrica junto ao operariado, voltado para a sua tarefa. Preocupou-se exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho do operário através do estudo dos tempos e movimentos. Taylor começou por baixo, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo seus movimentos e processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente. Taylor verificou que um operário médio produzia menos do que era potencialmente capaz com o equipamento disponível. Conclui-se que o operário não produzia mais, pois seu colega também não produzia. Daí surgiu a necessidade de criar condições de pagar mais ao operário que produz mais.

2º. Período de Taylor

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Corresponde à época da publicação do seu livro Princípios da Administração Científica (1911). Na segunda fase do trabalho de Taylor ele concluiu que a racionalização do trabalho do operário deveria ser acompanhado de uma estruturação geral da empresa. Esta empresa padecia de três tipos de problemas:

1- Vadiagem sistemática por parte dos operários a) O engano, que vem da época imemorial e quase universalmente disseminado entre os

trabalhadores de que um rendimento maior do homem e da máquina terá como resultante o desemprego de grande número de operários.

b) O sistema defeituoso de administração, comumente em uso, que força os operários à ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses.

c) Os métodos empíricos ineficientes utilizados nas empresas que fazem o operário desperdiçar grande parte do seu esforço e do seu tempo.

2- Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização. 3- Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho.

Para sanar esses três problemas, idealizou um sistema de Administração que denominou Scientific Management (Também chamado de: Sistema de Taylor, Gerência Científica, Organização científica no Trabalho e o Organização Racional do Trabalho (ORT) criando alguns aspectos que permanecem até os dias de hoje) Seleção Cientifica do Trabalhador – O trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compatível com suas aptidões. A maestria da tarefa, resultado de muito treino, é importante para o funcionário (que é valorizado) e para a empresa (que aumenta sua produtividade). Tempo-padrão – O trabalhador deve atingir no mínimo a produção estabelecida pela gerência. É muito importante contar com parâmetros de controle da produtividade, porque o ser humano é naturalmente preguiçoso. Se o seu salário estiver garantido, ele certamente produzirá o menos possível. Plano de incentivo Salarial – A remuneração dos funcionários deve ser proporcional ao número de unidades produzidas. Essa determinação se baseia no conceito do Homo economicus, que considera as recompensas e sanções financeiras as mais significativas para o trabalhador. Trabalho em Conjunto – Os interesses dos funcionários (altos salários) e da administração (baixo custo de produção) podem ser conciliados, através da busca do maior grau de eficiência e produtividade. Quando o trabalhador produz muito, sua remuneração aumenta e a produtividade da empresa também. Gerentes planejam, Operários executam – O planejamento deve ser de responsabilidade exclusiva da gerência, enquanto a execução cabe aos operários e seus supervisores. Divisão do Trabalho especialização do operário – Uma tarefa deve ser dividida ao maior número possível de subtarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa, maior será a habilidade do operário em desempenhá-la. Ao realizar um movimento simples repetidas vezes, o funcionário ganha velocidade na sua atividade, aumentando o número de unidades produzidas e elevando seu salário de forma proporcional ao seu esforço. Supervisão – Deve ser funcional, ou seja, especializada por áreas. A função básica do supervisor, como o próprio nome indica, é controlar o trabalho dos funcionários, verificando o número de unidades produzidas e o cumprimento da produção padrão mínima. Aqui um operário tem vários supervisores de acordo com a especialidade.

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Ênfase na Eficiência – Existe uma única maneira certa de executar uma tarefa (the best way). Para descobri-la, a administração deve empreender um estudo de tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores. Homo economicus – Toda pessoa é profundamente influenciada por recompensas salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura trabalho não porque goste dele, mas como um meio de ganhar a vida através do salário que o trabalho proporciona. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela necessidade de dinheiro para viver. Condições de Trabalho – Taylor verificou que as condições do trabalho interferiam nos resultados do trabalho. Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho para minimizar esforço e perda de tempo na execução do trabalho. Melhoria do ambiente físico de trabalho, diminuição do ruído, melhor ventilação e iluminação. Padronização – (Aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir custos) Taylor através dos seus estudos preocupou-se com a padronização dos métodos e processos de trabalho, máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias primas e componentes, para eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.

A administração Científica, fundada por Taylor e seus seguidores, constitui a primeira tentativa da Teoria

da Administração. A preocupação em criar uma Ciência da Administração começou com a experiência

concreta e imediata do trabalho de operários e com a ênfase nas tarefas. No primeiro período de sua

obra, Taylor voltou-se exclusivamente para a racionalização do trabalho dos operários, estendendo-se

no segundo período à definição de princípios de Administração aplicáveis a todas as situações da

empresa. A organização racional do trabalho fundamenta-se na análise do trabalho operário, no estudo

dos tempos e movimentos, na fragmentação das tarefas e na especialização do trabalhador. Buscava-se

a eliminação do desperdício e da ociosidade operária e a redução dos custos de produção. A única

forma de obter a colaboração dos operários foi o apelo aos planos de incentivos salariais e de prêmios

de produção, com base no tempo padrão (eficiência = 100%) e na convicção de que o salário constitui a

única fonte de motivação para o trabalhador (homem econômico). O desenho de cargos e tarefas

enfatizava o trabalho simples e repetitivo das linhas de produção e montagem, a padronização e as

condições de trabalho que assegurassem eficiência. Verificou-se que não adiantava racionalizar o

trabalho do operário se o supervisor, o chefe, o gerente, o diretor continuavam a trabalhar sob o

mesmo empirismo anterior. Para resolver esses escalões mais elevados, os engenheiros da

Administração Científica passaram a se preocupar com os princípios de Administração capazes de balizar

o comportamento dos gerentes e chefes. Contudo, inúmeras críticas podem ser feitas à Administração

Científica: o mecanicismo de sua abordagem, que lhe garante o nome de teoria da máquina, a

superespecialização que robotiza o operário, a visão microscópica do homem tomado isoladamente e

como um apêndice da maquinaria industrial, a ausência de qualquer comprovação científica de suas

afirmações e princípios, a abordagem incompleta envolvendo apenas a organização formal, a limitação

do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida de uma empresa, a abordagem

eminentemente prescritiva e normativa e tipicamente de sistema fechado. Contudo, estas limitações e

restrições não apagam o fato de que a Administração Científica foi o primeiro passo na busca de uma

teoria administrativa. E um passo pioneiro e irreversível.

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Teoria Clássica da Administração A Teoria Clássica caracterizava-se pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser

eficiente.

Objetivo: Busca da eficiência das organizações partindo do todo organizacional e da sua estrutura para

garantir “eficiência” a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como seções, departamentos,

etc.) ou pessoas (como ocupantes de cargos e executores de tarefas).

Surgiu na França espraiando-se rapidamente pela Europa tendo como fundador o engenheiro francês

Henri Fayol (1841-1925).

Os principais vultos da Teoria Clássica

A preocupação dessa teoria era aumentar a eficiência da empresa por meio da disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos). Ao lado de Taylor, o engenheiro francês Fayol é um dos contribuintes mais importantes do desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. De acordo com Fayol, a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios, governo), que sempre exigem algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Portanto, todos deveriam estudá-la, o que exigiria uma teoria geral da administração que pudesse ser ensinada. Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que a administração deveria ser vista como uma função separada das demais funções da empresa. O maior impacto dessa idéia esta na identificação do trabalho dos gerentes como sendo distinto das operações técnicas da empresa. Os gerentes que não conseguem perceber essa distinção envolvem-se com os detalhes técnicos da produção e prestação de serviços, negligenciando as funções de administrar toda a empresa. Ao apontar essa distinção, Fayol ajudou a tomar mais nítido o papel dos executivos - os administradores de nível mais alto na hierarquia da organização. O papel do dirigente O trabalho do dirigente consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretriz e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa seqüência 1ogica. Uma vez organizada uma empresa, seus colaboradores necessitam de ordens para saber o que fazer, e suas ações precisam de coordenação e controle gerencial. Combater o excesso de regulamentos e a burocracia e a papelada também, de acordo com Fayol, são responsabilidades do gerente. As 6 funções essenciais da Empresa Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções: 1. Funções técnicas - relacionadas com a produção de bens ou serviços da empresa.

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2. Funções comerciais - relacionadas com a compra, venda ou permutação. 3. Funções financeiras - relacionadas com a procura e gerência de capitais. 4. Funções de segurança - relacionadas com a prevenção e proteção dos bens e das pessoas. 5. Funções contábeis - relacionadas com inventários, registros, balanços e custos. 6. Funções administrativas - relacionadas com a integração da cúpula das outras cinco funções.

Fayol afirma que administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. As funções

administrativas englobam os elementos da Administração, isto é, as funções do administrador:

Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação. Envolve a avaliação do futuro e aprovisionamento em função dele. Unidade, continuidade, flexibilidade e

precisão são os aspectos principais de um bom plano de ação

Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa. Proporciona todas as coisas úteis ao funcionamento da empresa e pode ser dividida em organização

material e organização social.

Comandar: dirigir e orientar o pessoal. Leva a organização a funcionar. Seu objetivo é alcançar o máximo retorno de todos os empregados no

interesse dos aspectos globais.

Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. Harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu trabalho e seu sucesso. Ela sincroniza coisas e

ações em suas proporções certas e adapta os meios aos fins.

Controlar: verificar que tudo ocorra com as regras estabelecidas e as ordens dadas. Consiste na verificação para certificar se todas as coisas ocorrem em conformidade com o plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros a fim de retificá-los e prevenir a recorrência. Princípios gerais da Administração segundo Fayol

1. Divisão do trabalho. 2. Autoridade e Responsabilidade. 3. Disciplina. 4. Unidade de Comando. 5. Unidade de direção. 6. Subordinação do interesse individual ao interesse geral da organização. 7. Remuneração dos funcionários. 8. Centralização. 9. Hierarquia. 10. Ordem. 11. Equidade. 12. Estabilidade dos funcionários.

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13. Iniciativa. 14. União dos funcionários

O pioneiro da Teoria Clássica, Henry Fayol, é considerado, juntamente com Taylor, um dos fundadores

da moderna Administração. Preocupou-se em definir as funções essenciais da empresa, o conceito de

Administração (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar), bem como os chamados princípios

gerais de administração como procedimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de

organização ou empresa. Para Fayol, existem uma proporcionalidade da função administrativa que se

reparte proporcionalmente por todos os níveis da empresa.

A Teoria Clássica formulou uma Teoria da Organização, tendo por base a Administração como uma

disposição das partes (órgãos) que a constituem, sua forma e o inter-relacionamento entre essas partes.

Essa teoria da organização restringe-se exclusivamente à organização formal. Para tratar racionalmente

a organização, esta deve caracterizar-se por uma divisão do trabalho e correspondente especialização

das partes (órgãos) que a constituem. A divisão do trabalho pode dar-se verticalmente (níveis de

autoridade) e horizontalmente (departamentalização). Porém, à medida que ocorre divisão de trabalho

e especialização, deve ocorrer coordenação para garantir a perfeita harmonia do conjunto e,

conseqüentemente, a eficiência da organização. Além do mais, existem órgãos de linha (autoridade

linear) e órgãos de staff (autoridade de staff para prestação de serviços e consultoria).

Para melhor conceituar o que é Administração, os autores utilizam o conceito de elementos da

Administração (ou funções do administrador), que formam o chamado processo administrativo.

A abordagem normativa e prescritiva da Teoria Clássica é mais bem visualizada por meio dos princípios

de administração, uma espécie de receituário de como o administrador deve proceder em determinadas

situações.

Entretanto, várias críticas podem ser atribuídas à Teoria Clássica: a abordagem extremamente

simplificada da organização formal, deixando de lado a organização informal; a ausência de trabalhos

experimentais capazes de dar base científica às suas afirmações e princípios; o mecanismo de sua

abordagem, que também lhe valeu o nome de teoria da máquina; a abordagem incompleta da

organização; e a visualização da organização como se esta fosse um sistema fechado. Contudo, todas as

críticas feitas à Teoria Clássica não chegam a empanar o fato de que a ela devemos as bases da moderna

teoria administrativa.

Confronto das teorias de Taylor e Fayol TAYLOR ���� Administração Científica � Ênfase nas Tarefas � Aumentar a eficiência da empresa pelo aumento de eficiência no nível operacional. FAYOL ���� Teoria Clássica � Ênfase na Estrutura � Aumentar a eficiência da empresa pela forma e disposição dos órgãos componentes da organização e das suas inter-relações estruturais.

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Abordagem Humanística da Administração

Ocorre com o aparecimento da Teoria das Relações Humanas, nos Estados Unidos, a partir da década de 30. Seu surgimento somente foi possível com o desenvolvimento das ciências sociais, notadamente a Psicologia, e, em particular, a Psicologia do Trabalho. Esta surgiu na primeira década deste século e estava voltada principalmente para dois assuntos básicos que ocuparam duas etapas do seu desenvolvimento: * A análise do trabalho e a adaptação do trabalhador ao trabalho * A adaptação do trabalho ao trabalhador - Ênfase nas pessoas que trabalham ou que participam da Administração

Teoria das Relações Humanas A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como conseqüência imediata das conclusões obtidas na Experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração. A Experiência de Hawthorne A Western Eletric Company, uma companhia norte-americana fabricante de equipamentos e componentes telefônicos, poderia ser considerada, um exemplo de conduta para com seus funcionários: pagava bons salários, oferecia assistência médica e dentária, bem como um conjunto de benefícios que a destacavam do padrão do mercado na época. Apesar de não registrar qualquer greve ou manifestação trabalhista ao longo de 20 anos, a Western Eletric sofria com os baixos níveis de produtividade e com a alta rotatividade de seus trabalhadores. Para resolver tais problemas, a empresa se esforçava ao máximo para aperfeiçoar a organização das tarefas na fábrica, aplicando os métodos de administração científica de Frederick Taylor, visando eliminar desperdícios e tornar mais produtivo o trabalho dos operários. Os resultados, contudo, não eram satisfatórios, e a Western Eletric solicitou ao Departamento de Investigações Industriais da Universidade de Harvard uma pesquisa para detectar os problemas que comprometiam o desempenho da empresa. Uma equipe de pesquisadores de Harvard, liderada pelo psicólogo industrial Elton Mayo, conduziu, entre os anos de 1927 e 1932, uma série de experiências em uma das fábricas da Western Eletric, a Hawthorne Plant, localizada em Chicago. A experiência de Hawthorne, como ficou conhecida, objetivava inicialmente testar os efeitos da fadiga e dos fatores ambientais (como iluminação, temperatura e nível de ruído) sobre a produtividade dos trabalhadores. Os testes, contudo, começaram a apresentar resultados que não podiam ser explicados pelas teorias de administração conhecidas na época, já que os níveis de produtividade dos trabalhadores submetidos às experiências, aparentemente não apresentavam nenhuma relação com aspectos físicos do ambiente. A pesquisa tomou então novos rumos e alguns fatores, até então desconsiderados pela administração, foram identificados como poderosas influências sobre o desempenho dos trabalhadores. Estes fatores tinham relação com o ambiente social da fábrica, indicando que o indivíduo não deveria mais ser tratado na organização como um ser isolado, pois estabelece relações sociais que influenciam suas atitudes. Principais conclusões da experiência de Hawthorne 1. Nível de Produção é Resultante da Integração Social Quanto mais integrado socialmente no grupo de trabalho, tanto maior a sua disposição de produzir.

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2. Comportamento Social dos Empregados se apóiam totalmente no grupo. Os trabalhadores não reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros do grupo. O grupo que define a quota de produção. O grupo pune o indivíduo que sai das normas grupais. 3. As Relações Humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos. Os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantêm-se uma constante interação social. Relações Humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos. 4. A importância do Conteúdo do Cargo. Foi observado que os operários trocavam de posição para variar a monotonia, contrariando a política da empresa. Essas trocas eram negativas na produção, mas elevava o moral do grupo. 5. Ênfase nos aspectos emocionais. Os elementos emocionais, não planejados e mesmo irracionais do comportamento humano passam a merecer atenção especial por parte de quase todas as grandes figuras da Teoria das Relações Humanas. Para a Teoria das Relações Humanas, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades sociais dos grupos sociais nos quais convivem. Comparação entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas

Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas

Trata a organização como uma máquina Trata a organização como grupo de pessoas

Enfatiza as tarefas ou a tecnologia Enfatiza as pessoas

Inspirada em sistemas de engenharia Inspirada em sistemas de psicologia

Autoridade centralizada Delegação plena de autoridade

Linhas claras de autoridade Autonomia do empregado

Especialização e competência técnica Confiança e abertura

Acentuada divisão do trabalho Ênfase nas relações humanas entre os empregados

Confiança nas regras e nos regulamentos Confiança nas pessoas

Clara separação entre linha e staff Dinâmica grupal e interpessoal

Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração, São Paulo: Campus, 1997.