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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA CLAUDIO DOS CLAUDIO DOS PASSOS PASSOS SOUZA SOUZA

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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. CLAUDIO DOS PASSOS SOUZA. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. 1 – A DÍVIDA ATIVA (art. 201 a 204) - PowerPoint PPT Presentation

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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIAADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

CLAUDIO DOS PASSOSCLAUDIO DOS PASSOS

SOUZASOUZA

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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIAADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

• 1 – A DÍVIDA ATIVA (art. 201 a 204) 1 – A DÍVIDA ATIVA (art. 201 a 204)

• Segundo Sabbag a dívida ativa é um crédito público Segundo Sabbag a dívida ativa é um crédito público compreendendo, portanto, todos os valores que a fazenda compreendendo, portanto, todos os valores que a fazenda pública tem a receber de terceiros, independentemente de pública tem a receber de terceiros, independentemente de ser de natureza tributária ou não tributária. Quando o ser de natureza tributária ou não tributária. Quando o crédito é de natureza não tributária, temos a dívida ativa crédito é de natureza não tributária, temos a dívida ativa não tributária e se o crédito for de natureza tributária, não tributária e se o crédito for de natureza tributária, temos a dívida ativa tributária. Esta última é objeto dos temos a dívida ativa tributária. Esta última é objeto dos artigos 201 a 204 do que serão a seguir estudados.artigos 201 a 204 do que serão a seguir estudados.

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ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

• Esgotado os prazos para pagamento do crédito público Esgotado os prazos para pagamento do crédito público e/ou encerrada a discussão no âmbito administrativo, e/ou encerrada a discussão no âmbito administrativo, este deve ser internalizado pelo ato administrativo este deve ser internalizado pelo ato administrativo intitulado “inscrição” nos cadastros de representação intitulado “inscrição” nos cadastros de representação judicial do fisco. A inscrição de um débito tributário na judicial do fisco. A inscrição de um débito tributário na dívida ativa tem como principal objetivo dotar a Fazenda dívida ativa tem como principal objetivo dotar a Fazenda Pública do título executivo extrajudicial (certidão de Pública do título executivo extrajudicial (certidão de inscrição na dívida ativa) necessário para a propositura da inscrição na dívida ativa) necessário para a propositura da ação de execução fiscal, além de se constituir na última ação de execução fiscal, além de se constituir na última oportunidade, no âmbito administrativo, de se controlar a oportunidade, no âmbito administrativo, de se controlar a legalidade do crédito tributário;legalidade do crédito tributário;

• Como foi dito anteriormente, os artigos 201 a 204 do CTN Como foi dito anteriormente, os artigos 201 a 204 do CTN se referem a dívida ativa tributária e serão a seguir se referem a dívida ativa tributária e serão a seguir estudados:estudados:

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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIAADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

• Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.final proferida em processo regular.

• Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

• ComentárioComentário – – Segundo Márcio Rocha, de acordo com este Segundo Márcio Rocha, de acordo com este artigo a divida ativa tributária é o crédito tributário inscrito artigo a divida ativa tributária é o crédito tributário inscrito na repartição administrativa competente, depois de na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo de pagamento fixado pela lei ou por esgotado o prazo de pagamento fixado pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.decisão final proferida em processo regular.

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ADMINISTRAÇÂO ADMINISTRAÇÂO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

A inscrição na dívida ativa não constitui o crédito, pois A inscrição na dívida ativa não constitui o crédito, pois ele já está devidamente constituído e seu valor ele já está devidamente constituído e seu valor líquido ( montante), já foi devidamente apurado, líquido ( montante), já foi devidamente apurado, englobando o principal, multa de mora, juros de englobando o principal, multa de mora, juros de mora e atualização monetária (art. 2. º, § 2. º, da mora e atualização monetária (art. 2. º, § 2. º, da Lei n.º 6830/80, a Lei de Execução Fiscal). Lei n.º 6830/80, a Lei de Execução Fiscal).

Saliente-se que de acordo com o art.201, parágrafo Saliente-se que de acordo com o art.201, parágrafo único, do CTN após a inscrito na dívida ativa, o único, do CTN após a inscrito na dívida ativa, o crédito tributário pode sofrer a incidência de juros crédito tributário pode sofrer a incidência de juros de mora, além da atualização monetária, fato que de mora, além da atualização monetária, fato que não descaracteriza a liquidez que lhe foi atribuída. não descaracteriza a liquidez que lhe foi atribuída.

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ADMINISTRAÇÂO ADMINISTRAÇÂO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

• Esgotado o processo administrativo fiscal e caso não ocorra Esgotado o processo administrativo fiscal e caso não ocorra impugnação, encerrado os prazos para pagamento, o crédito impugnação, encerrado os prazos para pagamento, o crédito tributário deve ser inscrito na dívida ativa, deixando a tributário deve ser inscrito na dívida ativa, deixando a condição de ser somente exigível e passando a ser exeqüível condição de ser somente exigível e passando a ser exeqüível ( passível de execução). ( passível de execução).

• A citada inscrição é uma etapa administrativa e obrigatória, A citada inscrição é uma etapa administrativa e obrigatória, sem a qual o juiz sequer aceitará a ação de execução, já que sem a qual o juiz sequer aceitará a ação de execução, já que esta, como qualquer ação de cobrança, exige a existência de esta, como qualquer ação de cobrança, exige a existência de um título executivo (judicial ou extrajudicial). Após a um título executivo (judicial ou extrajudicial). Após a lavratura do termo de inscrição no livro (manual, mecânico ou lavratura do termo de inscrição no livro (manual, mecânico ou eletrônico) é extraída uma certidão que deverá acompanhar eletrônico) é extraída uma certidão que deverá acompanhar a ação de execução fiscal. A certidão de inscrição na dívida a ação de execução fiscal. A certidão de inscrição na dívida ativa constitui, assim, o título que possibilita a propositura da ativa constitui, assim, o título que possibilita a propositura da ação de execução fiscal.ação de execução fiscal.

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• 1.1 – REQUISITOS DO TERMO E DA CERTIDÃO1.1 – REQUISITOS DO TERMO E DA CERTIDÃO• Os requisitos do termo de inscrição e da certidão da divida ativa e estão Os requisitos do termo de inscrição e da certidão da divida ativa e estão

dispostos nos artigos 202 e 203 do CTN:dispostos nos artigos 202 e 203 do CTN:• Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela

autoridade competente, indicará obrigatoriamente:autoridade competente, indicará obrigatoriamente:• I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como,

sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;• II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;• III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a

disposição da lei em que seja fundado;disposição da lei em que seja fundado;• IV - a data em que foi inscrita;IV - a data em que foi inscrita;• V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o

crédito.crédito.• Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a

indicação do livro e da folha da inscrição.indicação do livro e da folha da inscrição.

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• Comentário Comentário • De acordo com Márcio Rocha o art. 202 define os De acordo com Márcio Rocha o art. 202 define os

requisitos formais do termo de inscrição, numa requisitos formais do termo de inscrição, numa repetição, quase que completa, dos mesmos repetição, quase que completa, dos mesmos exigidos na oportunidade do lançamento. O exigidos na oportunidade do lançamento. O parágrafo único acrescenta que a certidão, que parágrafo único acrescenta que a certidão, que exterioriza o conteúdo do termo de inscrição, além exterioriza o conteúdo do termo de inscrição, além dos mesmos requisitos deste, deverá apontar o livro dos mesmos requisitos deste, deverá apontar o livro e a folha da inscrição. Tanto o termo de inscrição, e a folha da inscrição. Tanto o termo de inscrição, como a certidão poderá ser preparada como a certidão poderá ser preparada manualmente, mecanicamente ou eletronicamente manualmente, mecanicamente ou eletronicamente (art. 2.º, § 7.º, da Lei n.º 6830/80). (art. 2.º, § 7.º, da Lei n.º 6830/80).

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• Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.que somente poderá versar sobre a parte modificada.

•   ComentárioComentário – – A inobservância dos requisitos estabelecidos no A inobservância dos requisitos estabelecidos no art. 202 (CTN) poderá acarretar na nulidade da inscrição e do art. 202 (CTN) poderá acarretar na nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, situação, entretanto, processo de cobrança dela decorrente, situação, entretanto, que poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, que poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante a substituição da certidão nula. Neste caso, é aberto mediante a substituição da certidão nula. Neste caso, é aberto para o sujeito passivo novo prazo de defesa, que só poderá para o sujeito passivo novo prazo de defesa, que só poderá versar sobre o teor modificado.versar sobre o teor modificado.

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• Saliente-se que o art. 203 contempla a Saliente-se que o art. 203 contempla a substituição da certidão, em face da substituição da certidão, em face da ausência dos requisitos essenciais ausência dos requisitos essenciais estabelecidos no artigo anterior. Não se estabelecidos no artigo anterior. Não se admitindo, portanto, que uma certidão admitindo, portanto, que uma certidão seja substituída para a correção de seja substituída para a correção de aspectos materiais do lançamento, como aspectos materiais do lançamento, como alteração da base de cálculo ou da alteração da base de cálculo ou da alíquota, por exemplo.alíquota, por exemplo.

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• 1.2 – PRESUNÇÃO RELATIVA DE LIQUIDEZ E CERTEZA1.2 – PRESUNÇÃO RELATIVA DE LIQUIDEZ E CERTEZA•   • A inscrição do débito na dívida ativa confere-lhe a A inscrição do débito na dívida ativa confere-lhe a

presunção relativa de liquidez e certeza e isto está presunção relativa de liquidez e certeza e isto está disposto no art. 204 do CTN, que será a seguir abordado.disposto no art. 204 do CTN, que será a seguir abordado.

• Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.pré-constituída.

• Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

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• Comentário –Comentário – Segundo Márcio Rocha, a dívida Segundo Márcio Rocha, a dívida regularmente constituída goza da presunção regularmente constituída goza da presunção relativa de certeza (no tocante à legalidade do relativa de certeza (no tocante à legalidade do crédito tributário) e de liquidez (relativa à devida crédito tributário) e de liquidez (relativa à devida apuração do montante). Ou seja, é liquida e certa apuração do montante). Ou seja, é liquida e certa até que se prove o contrário, cabendo ao até que se prove o contrário, cabendo ao devedor, caso alegue que não deve ou que deve devedor, caso alegue que não deve ou que deve menos, provar o alegado. menos, provar o alegado.

• Caso o sujeito passivo apresente uma prova Caso o sujeito passivo apresente uma prova inequívoca (explícita) de que a certidão não é inequívoca (explícita) de que a certidão não é líquida e certa, a inscrição na dívida ativa deverá líquida e certa, a inscrição na dívida ativa deverá ser cancelada. ser cancelada.

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• Ressalte-se que um importante efeito da inscrição da Ressalte-se que um importante efeito da inscrição da dívida ativa é a suspensão do prazo prescricional por dívida ativa é a suspensão do prazo prescricional por 180 dias de acordo com o artigo art. 2.º, § 3.º, da Lei 180 dias de acordo com o artigo art. 2.º, § 3.º, da Lei n.º 6830/80 -LEF). É importante ressalvar, entretanto, n.º 6830/80 -LEF). É importante ressalvar, entretanto, que o STJ considera que essa suspensão se aplica que o STJ considera que essa suspensão se aplica apenas a dívidas não tributárias, em virtude de a LEF apenas a dívidas não tributárias, em virtude de a LEF ser lei ordinária e a CF estabelecer que normas gerais ser lei ordinária e a CF estabelecer que normas gerais sobre legislação tributária tocante a prescrição sobre legislação tributária tocante a prescrição somente podem ser introduzidas mediante lei somente podem ser introduzidas mediante lei complementar (STJ, 2a. Turma, REsp 881.607/MG, complementar (STJ, 2a. Turma, REsp 881.607/MG, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 10/06/2008, DJe Rel. Min. Eliana Calmon, j. 10/06/2008, DJe 30/06/2008)30/06/2008)

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• 2 – CERTIDÃO NEGATIVA (art. 205 a 208) 2 – CERTIDÃO NEGATIVA (art. 205 a 208) •   • De acordo com Luciano Amaro existem certas situações De acordo com Luciano Amaro existem certas situações

em que pode ser necessária a apresentação de prova de em que pode ser necessária a apresentação de prova de quitação de tributos. O próprio contribuinte pode ter quitação de tributos. O próprio contribuinte pode ter interesse em obter prova de que está quite com o Fisco e interesse em obter prova de que está quite com o Fisco e tem direito a certidão, de acordo com o artigo 5º, xxxiv, tem direito a certidão, de acordo com o artigo 5º, xxxiv, “b”, da Constituição Federal. O instrumento hábil para “b”, da Constituição Federal. O instrumento hábil para comprovar a regularidade do pagamento de tributos é a comprovar a regularidade do pagamento de tributos é a certidão negativa que consiste no documento apto a certidão negativa que consiste no documento apto a comprovar a inexistência de débito de determinado comprovar a inexistência de débito de determinado contribuinte, de determinado tributo ou relativo a contribuinte, de determinado tributo ou relativo a determinado período. Ela está disciplinada nos artigos 205 determinado período. Ela está disciplinada nos artigos 205 a 208 do CTN que serão a seguir analisados:a 208 do CTN que serão a seguir analisados:

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• Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.pedido.

•   Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.na repartição.

•   

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• Comentário –Comentário –

• Segundo Sabbag é muito comum no dia a dia do Segundo Sabbag é muito comum no dia a dia do contribuinte, a necessidade de documento que traduza a sua contribuinte, a necessidade de documento que traduza a sua regularidade fiscal, permitindo-lhe participar de licitações, regularidade fiscal, permitindo-lhe participar de licitações, obter empréstimos e financiamentos e principalmente, obter empréstimos e financiamentos e principalmente, manter-se quite com a fazenda. Entretanto, a doutrina tem manter-se quite com a fazenda. Entretanto, a doutrina tem discutido a exigência de certidão negativa de débitos como discutido a exigência de certidão negativa de débitos como requisito essencial para que o contribuinte realize atos requisito essencial para que o contribuinte realize atos jurídicos. Para o STF esta exigência é inconstitucional na jurídicos. Para o STF esta exigência é inconstitucional na hipótese de implicar impedimento absoluto ao exercício da hipótese de implicar impedimento absoluto ao exercício da atividade empresarial. Por outro lado o STF não vislumbra atividade empresarial. Por outro lado o STF não vislumbra inconstitucionalidade se houver impedimento apenas de inconstitucionalidade se houver impedimento apenas de participação em licitação, sem prejuízo ao normal participação em licitação, sem prejuízo ao normal prosseguimento da atividade empresarial.prosseguimento da atividade empresarial.

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• Roger Raupp Rios, entende que na disciplina da atividade Roger Raupp Rios, entende que na disciplina da atividade econômica privada, o ordenamento pode, mediante a ponderação econômica privada, o ordenamento pode, mediante a ponderação de valores constantes no texto Constitucional, estabelecer de valores constantes no texto Constitucional, estabelecer condições para o exercício da autonomia privada, desde que não condições para o exercício da autonomia privada, desde que não suprima por via direta ou indireta, a possibilidade de atuação suprima por via direta ou indireta, a possibilidade de atuação privada. Portanto, segundo o citado autor é admissível a privada. Portanto, segundo o citado autor é admissível a exigência de uma série de certidões negativas para a prática de exigência de uma série de certidões negativas para a prática de inúmeros atos e negócios jurídicos, seja perante a Administração inúmeros atos e negócios jurídicos, seja perante a Administração Pública seja perante a outro sujeito privado. Pública seja perante a outro sujeito privado.

• Desta forma, pode-se concluir que a exigência de certidão Desta forma, pode-se concluir que a exigência de certidão negativa é amparada pela Constituição, na medida em que negativa é amparada pela Constituição, na medida em que estiver vinculada à busca do interesse público, sem necessidade estiver vinculada à busca do interesse público, sem necessidade de se recorrer a dispositivos constitucionais expressos.de se recorrer a dispositivos constitucionais expressos.

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• Ressalte-se que o parágrafo único do artigo em discussão Ressalte-se que o parágrafo único do artigo em discussão estabelece o prazo máximo de 10 (dez) dias para a estabelece o prazo máximo de 10 (dez) dias para a Fazenda Pública expedir a certidão negativa. Em uma Fazenda Pública expedir a certidão negativa. Em uma época em que a emissão de certidões está informatizada, época em que a emissão de certidões está informatizada, podendo até mesmo serem emitidas através da “internet” podendo até mesmo serem emitidas através da “internet” esse prazo pode parecer excessivo. Entretanto, deve-se esse prazo pode parecer excessivo. Entretanto, deve-se ter em mente que a heterogeneidade da estrutura ter em mente que a heterogeneidade da estrutura tecnológica da realidade das diversas Fazendas Públicas tecnológica da realidade das diversas Fazendas Públicas (federal, estaduais, distrital e, principalmente, municipais). (federal, estaduais, distrital e, principalmente, municipais).

• Saliente-se, também, que a redação do parágrafo é a de Saliente-se, também, que a redação do parágrafo é a de origem do CTN, portanto, do ano de 1966 quando a origem do CTN, portanto, do ano de 1966 quando a tecnologia utilizada para a emissão de certidões era bem tecnologia utilizada para a emissão de certidões era bem menos desenvolvida que nos dias atuais. menos desenvolvida que nos dias atuais.

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• Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

•   • Comentário –Comentário – A certidão disposta no citado artigo produzirá os A certidão disposta no citado artigo produzirá os

mesmos efeitos da certidão negativa, uma vez que o contribuinte mesmos efeitos da certidão negativa, uma vez que o contribuinte não está irregular junto ao fisco e pode ser emitida nas seguintes não está irregular junto ao fisco e pode ser emitida nas seguintes situações que foram abordadas por Márcio Rocha, da seguinte situações que foram abordadas por Márcio Rocha, da seguinte forma:forma:

•   • a) se já houve o lançamento, mas o crédito ainda não venceu a) se já houve o lançamento, mas o crédito ainda não venceu

(créditos vincendos); como nos tributos, com pagamento a ser (créditos vincendos); como nos tributos, com pagamento a ser realizado em cotas. realizado em cotas.

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• b) quanto aos créditos em fase de execução judicial em b) quanto aos créditos em fase de execução judicial em que tenha havido a penhoraque tenha havido a penhora de bens; nesse caso, de bens; nesse caso, costuma-se afirmar que o processo está “garantido”, costuma-se afirmar que o processo está “garantido”, pois a pretensão do credor, caso seja vitorioso na lide, pois a pretensão do credor, caso seja vitorioso na lide, estará assegurada.estará assegurada.

•   • c) nas modalidades de suspensão da exigibilidade do c) nas modalidades de suspensão da exigibilidade do

crédito tributário, previstas no art. 151 do CTN. Por crédito tributário, previstas no art. 151 do CTN. Por exemplo se um sujeito passivo tem um débito para o exemplo se um sujeito passivo tem um débito para o qual celebrou um parcelamento junto à respectiva qual celebrou um parcelamento junto à respectiva Fazenda Pública, a certidão apontará o débito, mas Fazenda Pública, a certidão apontará o débito, mas observará que há um parcelamento em curso (e em observará que há um parcelamento em curso (e em dia). dia).

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ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

• 2.1 – POSSIBILIDADE DE DISPENSA DE PROVA 2.1 – POSSIBILIDADE DE DISPENSA DE PROVA DE QUITAÇÃO ( ART. 207 DO CTN)DE QUITAÇÃO ( ART. 207 DO CTN)

• É comum o contribuinte enfrentar situações em que É comum o contribuinte enfrentar situações em que exista a urgência de atos ou negócios que devem exista a urgência de atos ou negócios que devem ser realizados com toda celeridade possível sem ser realizados com toda celeridade possível sem que disponha de tempo hábil para a obtenção da que disponha de tempo hábil para a obtenção da certidão negativa. Para tentar solucionar este certidão negativa. Para tentar solucionar este problema o artigo 207 do CTN (que será objeto de problema o artigo 207 do CTN (que será objeto de análise a seguir) disciplinou a matéria da seguinte análise a seguir) disciplinou a matéria da seguinte forma:forma:

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• Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.

• Comentário – Segundo Márcio Rocha se há a necessidade da prática de um ato que vise impedir a caducidade de um direito, não será exigida a certidão. Por exemplo, se o interessado requereu a certidão em tempo hábil para participar de uma concorrência pública, mas a Fazenda não a expediu no momento limite previsto (art. 205, parágrafo único, CTN) e o prazo para participar da concorrência também está expirando.

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ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

• Portanto, seja qual for a justificativa da administração ( por exemplo greve dos servidores ou problemas no sistema de informática), este contribuinte teria o direito participar do processo licitatório sem que lhe fosse exigida a prova de quitação dos respectivos tributos (referentes àquele ente tributante), sob o fundamento de se estar evitando a caducidade de um direito, qual seja, participar da concorrência.

• Ressalte-se que pela análise do texto legal, ainda que o interessado não agisse com a devida prudência e fizesse a requisição da certidão no dia em que expiraria o prazo para se habilitar numa licitação, ainda assim, o comprovante poderia lhe ser dispensado.

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ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

• O artigo 207 salienta, todavia, que todos os que participaram da O artigo 207 salienta, todavia, que todos os que participaram da situação se responsabilizam pelos tributos eventualmente situação se responsabilizam pelos tributos eventualmente devidos. Além da responsabilidade tributária, o interessado devidos. Além da responsabilidade tributária, o interessado pode perder o direito de participar da referida licitação. pode perder o direito de participar da referida licitação. Entende-se que a expressão “todos os que participaram” se Entende-se que a expressão “todos os que participaram” se refere àquelas pessoas vinculadas ao sujeito passivo refere àquelas pessoas vinculadas ao sujeito passivo (representantes, prepostos etc.), e não, por exemplo, os (representantes, prepostos etc.), e não, por exemplo, os servidores públicos que trabalhem no setor de licitações e que servidores públicos que trabalhem no setor de licitações e que venham a aceitar que o interessado participe do processo venham a aceitar que o interessado participe do processo licitatório sem a prova de quitação. licitatório sem a prova de quitação. 

• Frise-se que o citado artigo prescreve que a dispensa da prova Frise-se que o citado artigo prescreve que a dispensa da prova de quitação independe de lei permissiva. Desta forma, o próprio de quitação independe de lei permissiva. Desta forma, o próprio art. 207 do CTN já é a autorização legal suficiente para que esse art. 207 do CTN já é a autorização legal suficiente para que esse direito seja exercido pelo sujeito passivo.direito seja exercido pelo sujeito passivo.

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ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

• Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.acrescidos.

• Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.criminal e funcional que no caso couber.

• ComentárioComentário – – Segundo Márcio Rocha, este artigo se refere aos Segundo Márcio Rocha, este artigo se refere aos erros na emissão de certidões, cometidos contra a Fazenda erros na emissão de certidões, cometidos contra a Fazenda Pública, oriundos de práticas dolosas ou fraudulentas do servidor Pública, oriundos de práticas dolosas ou fraudulentas do servidor fazendário. Nesta situação sobre o servidor público recai, fazendário. Nesta situação sobre o servidor público recai, pessoalmente, a responsabilidade pelo crédito tributário, acrescido pessoalmente, a responsabilidade pelo crédito tributário, acrescido de juros de mora. Por exemplo, o caso de um servidor, que atua de juros de mora. Por exemplo, o caso de um servidor, que atua no setor que emite as certidões e que tenha dolosamente no setor que emite as certidões e que tenha dolosamente expedido uma certidão negativa no lugar de uma positiva. expedido uma certidão negativa no lugar de uma positiva.

Page 26: ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIATRIBUTÁRIA

• Esta determinação é relevante, uma vez que se refere à Esta determinação é relevante, uma vez que se refere à responsabilidade pessoal. Teoricamente, a Fazenda responsabilidade pessoal. Teoricamente, a Fazenda somente poderia cobrar o débito do servidor envolvido, somente poderia cobrar o débito do servidor envolvido, sendo com isso retirada a obrigação do contribuinte. Um sendo com isso retirada a obrigação do contribuinte. Um quadro que, convenhamos, não é interessante para o quadro que, convenhamos, não é interessante para o Fisco, pois, em muitas ocasiões, estaríamos diante de Fisco, pois, em muitas ocasiões, estaríamos diante de quantias vultosas que evidenciariam a diferença entre a quantias vultosas que evidenciariam a diferença entre a capacidade econômica (e, conseqüentemente, capacidade econômica (e, conseqüentemente, contributiva) do contribuinte e do servidor fazendário. Em contributiva) do contribuinte e do servidor fazendário. Em face dessa diferença (que em muitas ocasiões pode face dessa diferença (que em muitas ocasiões pode ocorrer) entre a capacidade contributiva do contribuinte e ocorrer) entre a capacidade contributiva do contribuinte e a do servidor fazendário, a Fazenda pode se deparar com a do servidor fazendário, a Fazenda pode se deparar com imensos obstáculos quanto à efetivação da cobrança. imensos obstáculos quanto à efetivação da cobrança.