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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda Apostila de Administração Assunto: Noções: Análise Econômica e Orçamentária Conteúdo: 9 - Noções De Análise Econômico-Financeira 9.1 - Noções Básicas De Análise Horizontal E Vertical Das Demonstrações Financeiras; 9.2 - Análise Por Indicadores: Interpretação Dos Principais Índices De Liquidez, Rentabilidade, Lucratividade, Desempenho Operacional E Evolução Patrimonial; 9.3 - Análise Do Retorno Do Investimento. 10 - Noções De Orçamento Empresarial E Projeções Financeiras 10.1 - Noções De Planejamento Estratégico; 10.2 - Orçamento Como Instrumento De Controle; Autor: 1

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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda

Apostila de Administração

Assunto:

Noções: Análise Econômica e Orçamentária

Conteúdo:

9 - Noções De Análise Econômico-Financeira 9.1 - Noções Básicas De Análise Horizontal E Vertical Das Demonstrações Financeiras; 9.2 - Análise Por Indicadores: Interpretação Dos Principais Índices De Liquidez, Rentabilidade, Lucratividade, Desempenho Operacional E Evolução Patrimonial; 9.3 - Análise Do Retorno Do Investimento.

10 - Noções De Orçamento Empresarial E Projeções Financeiras 10.1 - Noções De Planejamento Estratégico; 10.2 - Orçamento Como Instrumento De Controle;

Autor:

Gustavo Arruda e-mail: [email protected]: (0xx81) 3428-2486

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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda

9 - Noções De Análise Econômico-Financeira

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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda

9.1 - Noções Básicas De Análise Horizontal E Vertical Das Demonstrações Financeiras

O QUE É ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A análise das demonstrações financeiras visa relatar, a partir das informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada, e as tendências futuras. Extrai a informação sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa.

OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

- Avaliar a situação econômico-financeira de uma empresa;- Avaliar a capacidade de liquidez de uma empresa;- Verificar a sua capacidade de solvência (se irá ou não falir); - Tomada de decisão de investimentos na empresa;- Tomada de decisões em relação ou não a conceder créditos;- Avaliar como a empresa está sendo administrada;- Avaliar se a empresa é ou tende a ser lucrativa ou não;- Tomada de decisão sobre o futuro da empresa.

USUÁRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

- Dirigentes da empresa;- Acionistas;- Credores;- Fornecedores X Clientes;- Concorrentes;- Órgãos Governamentais;- Empregados, Sindicatos e Comunidade;- Transferência de Controle Acionário, Incorporação e Fusão.

PROCEDIMENTOS PRELIMINARES PARA A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

- Deve-se analisar pelo menos dois anos consecutivos de demonstrações;- Procurar analisar de empresas do mesmo ramo para se ter um paralelo de análise;- Eliminar as distorções provocadas pela inflação;- Reclassificar algumas contas das Demonstrações Financeiras:

. Duplicatas Descontadas: Deverão ser reclassificadas no Passivo Circulante;

. Despesas do Exercício Seguinte: Deverão ser reclassificadas no Patrimônio Líquido;

. Receitas/Despesas Financeiras: Deverão ser reclassificadas em Não-operacionais.

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TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1. Análise Vertical e Horizontal;2. Indicadores Financeiros e Econômicos (Índices);3. Análise da Taxa de Retorno Sobre o Investimento = Margem de Lucro X Giro do Ativo

(Fórmula Du Pont).

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS VERTICAL E HORIZONTAL

a) Análise Vertical

- Identifica a participação percentual de cada componente da demonstração financeira em relação ao seu total;

- A técnica consiste em estabelecer em quanto representa o Balanço Patrimonial do total dos 100% do Ativo e Passivo, e, no DRE da Receita Líquida.

b) Análise Horizontal

- Identifica a evolução dos diversos elementos patrimoniais e de resultados ao longo de determinado período;

- É uma análise temporal do crescimento da empresa;- A técnica consiste em estabelecer o índice (base) 100 para o primeiro ano e fazer a sua

evolução nos anos seguintes.

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9.2 - Análise Por Indicadores: Interpretação Dos Principais Índices De Liquidez, Rentabilidade, Lucratividade, Desempenho Operacional E Evolução Patrimonial

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS POR ÍNDICES

Procura relacionar elementos afins das demonstrações financeiras, de forma a melhor extrair conclusões sobre a situação da empresa. Visando uma comparação inter-empresarial, é possível ainda obter-se, em revistas especializadas, indicadores de empresas concorrentes e padrões do setor de atividade.

a) Índices De Liquidez:

Medem a capacidade de pagamento da empresa:

- Índice de Liquidez Corrente (AC/PC): Mede a capacidade de pagamento a curto prazo da empresa;

- Índice de Liquidez Seco (AC-Estoques/PC): Mede a capacidade de pagamento da empresa supondo que a mesma se desfaça dos estoques;.

- Índice de Liquidez Geral (AC+RLP/PC+ELP): Mede a capacidade geral de pagamento da empresa;

- Índice de Liquidez Imediata (Disponível/PC): Mede a capacidade à vista de pagamento da empresa frente aos seus compromissos de curto prazo.

b) Índices De Endividamento

Mostram como está composto as origens de recursos da empresa:

- Relação do capital de terceiros sobre o próprio (PC+ELP/PL): Revela quanto a empresa possui de dívidas em relação aos recursos pertencentes aos acionistas;

- Composição de Endividamento (PC/PC+ELP): Mostrará a relação de dívidas a curto prazo no total das dívidas;

- Endividamento Geral (PC+ELP/AT): Mostra a dependência de recursos de terceiros no financiamento dos ativos;

- Imobilização do Capital Próprio (AP/PL): Revela quanto do investimento dos acionistas está em investimento de natureza permanente.

c) Índices De Rentabilidade

Mostram o grau de utilização dos recursos na geração de resultados:

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- Margem Bruta (LB/V): Mostra a taxa de acréscimo sobre o custo das vendas para chegar à receita (markup);

- Margem Operacional (LO/V): Mostra o ganho puro das operações da empresa;- Margem Líquida (LL/V): Mostra a proporção do lucro da empresa;- Giro do Ativo (V/ATmedio): Mostra quantas vezes minha atividade superou as minhas

aplicações;- Taxa de Retorno Sobre Investimento (LL/AT médio): Mostra o retorno dos acionistas sobre

o investimento.;- Taxa de Retorno sobre o Capital Próprio (LL/PLmédio): Mostra o retorno dos acionistas

sobre a sua parcela de investimento.

d) Índices De Atividade

Mostram como foi a administração:

- Prazo Médio de Estoques: Estoque Médio x 360/CMV;- Prazo Médio de Pagamento: Fornecedores Médio x 360/Compras;- Prazo Médio de Recebimento: Duplicatas a Receber Média x 360/Vendas Líquidas.

QUADRO-RESUMO DOS ÍNDICES

SÍMBOLO ÍNDICE INDICA INTERPRETAÇÃODO ÍNDICE

1. CT/PL

2. PC/PC+ELP

3. AP/PL

4. AP/PL + ELP

Estrutura de Capital

Participação de Capitais de Terceiros

Composição do Endividamento

Imobilização do Patrimônio Liquido

Imobilização dos Recursos não Correntes

Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capitais próprio.

Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais.

Quantos cruzados a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio liquido.

Que percentual dos recursos não correntes (Patrimônio Líquido e Exigível a Longo prazo) foi destinado ao Ativo Permanente.

Quanto menor, melhor

Quanto menor, melhor

Quanto menor, melhor

Quanto menor, melhor

5. AC+RLP/

Liquidez

Liquidez Geral Quanto a empresa possui de Quanto maior,

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PC+ELP

6. AC/PC

7. AC-ESTOQUES/PC

(LG)

Liquidez Corrente (LC)

Liquidez Seca (LS)

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo para cada $ 1 de dívida total.

Quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada $ 1 de Passivo Circulante.

Quanto a empresa possui de Ativo Liquido para cada $ 1 de Passivo Circulante.

melhor

Quanto maior, melhor

Quanto maior, melhor

8. V/AT

9. LL/V

10. LL/AT

11. LL/PL

Rentabilidade (ou Resultados)

Giro do Ativo

Margem Líquida

Rentabilidade do Ativo

Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total.

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 Vendidos.

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de Investimento total.

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido, em média, no exercício.

Quanto maior, melhor

Quanto maior, melhor

Quanto maior, melhor

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9.3 - Análise do retorno do investimento

O QUE É ANÁLISE DO RETORNO DO INVESTIMENTO (RI)

Para que possa tomar decisões financeiras, uma empresa necessita de um objetivo, um meio de avaliação ou de medida dos investimentos propostos e, também, das oportunidades financeiras e um critério para sua aceitação ou recusa. O mecanismo de avaliação e o critério de aceitação devem ser consistentes, não somente um com o outros, mas também com o objetivo. Se o objetivo da empresa fosse um lucro máximo após os impostos, por exemplo, os investimentos propostas e as oportunidades financeiras deveriam ser escolhidos com base em sua contribuição a esse objetivo, e não a qualquer outro.

Taxa de Retorno Sobre o Investimento = Margem de Lucro X Giro do Ativo (Fórmula Du Pont).

APLICAÇÕES DA ANÁLISE DO RETORNO DO INVESTIMENTO

1. Para a empresa como um todo;

2. Para análises setoriais e de projetos.

a) Comportamento das vendas: O exame do comportamento das vendas conduzirá o administrador à localização de possíveis falhas que poderão estar causando queda da receita. Por outro lado, poderá levá-lo a verificar os motivos pelos quais o faturamento da empresa está aquém das expectativas. De qualquer modo, procurará sempre meios para elevar a taxa de retorno sobre o investimento;

b) Exame do lucro: A observação deste componente do cálculo do RI proporcionará a localização de problemas que poderão estar ocorrendo na “ponte” que separa as vendas do lucro. Basta que o administrador concentre a sua atenção nos custos e nas despesas. Por meio do exame desses elementos, poderão ser diagnosticadas falhas em diversos setores, quer seja no setor de produção, quer seja na parte administrativa. O saneamento dessas falhas produzirá uma redução nos custos e nas despesas e acarretará um aumento na taxa de RI;

c) Composição dos Investimentos: Além da análise descrita no tópico acima, a fórmula analítica do RI conduz o administrador a concentrar sua atenção sobre os componentes do investimento. Almejando a elevação da taxa do RI, ele formulará perguntas como:

- Como estão sendo investidos o capital e os lucros da empresa? - Estarão sendo investidos recursos em bens realmente indispensáveis?- Estará correta a composição do capital de giro da empresa?

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- Seria possível reduzir os nossos investimentos em estoques? E em duplicatas a receber?

- Será que o Disponível da empresa não poderia ser investido em algo rentável, de liquidez a curto prazo?

- Estará alto demais o investimento em ativo fixo? Convirá desmobilizar? Convirá alugar em vez de comprar?

Percebe-se facilmente a utilidade do cálculo de retorno sobre o investimento como ferramenta de análise de resultados.

MÉTODOS MAIS COMUNS DE AVALIAÇÃO DO RETORNO DO INVESTIMENTO

Os investimentos propostos podem ser avaliados pelas mais variadas formas. Algumas delas são:

- O valor do desembolso inicial exigido;- O desembolso dividido pelo retorno anual previsto;- O retorno anual previsto dividido pelo desembolso inicial.

Embora o método mais freqüente usado na avaliação de projetos é, talvez, o da “intuição do administrador”, nossa preocupação se restringe à descrição de alguns dos métodos mais comuns de avaliação de propostas de investimento em termos objetivos:

1. Período De “Payback”

É um método bastante popular de avaliação de projetos. É definido como o desembolso inicial exigido dividido pelo recebimento por período. Isso dá o número de anos (ou outros períodos) necessários à recuperação do desembolso inicial. Por exemplo, se um projeto exige um gasto inicial de $ 5.000,00 e promete um retorno de $ 1.000,00 por ano, indefinitivamente, seu período de “payback” será de 5 anos. O retorno pode ser definido de diversas formas, incluindo lucro após imposto de renda, lucro antes do imposto de renda, qualquer um desses valores mais os encargos de depreciação ou, ainda, o fluxo líquido de caixa. É necessário, naturalmente, que a mesma definição de retorno seja empregada em conexão com todos os projetos submetidos a apreciação.

- Falhas no método de “Payback”

O método de payback é simples, fácil de explicar e foi consagrado pelo uso disseminado. Contudo, possui falhas que o tornam insatisfatório do ponto de vista teórico:

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- Despreza a existência de retornos que ocorram após a expiração do próprio período de “payback”: Peca por não diferenciar entre o Investimento A, que tem um desembolso inicial de $ 1.000,00 seguido por retornos de $ 500,00 anuais durante dois anos, e o Investimento B, com o mesmo gasto inicial., seguido por retornos de $ 500,00 por ano durante dez anos. Ambos têm período de “payback” de dois anos;

- Não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo : Dá peso igual aos retornos de valores iguais, embora eles possam ocorrer em períodos diferentes. Assim, falhar ao diferenciar um Investimento X com um gasto inicial de $ 1.000,00 e retornos de $ 100,00, $ 200,00 e $ 700,00 ao fim de cada um dos próximos três anos, do Investimento Y, com o mesmo gasto inicial de $ 1.000,00 com retornos na ordem inversa, de R$ 700,00, $ 200,00 e $ 100,00. Ambos têm períodos de “payback” de 3 anos, muito embora, intuitivamente, prefiramos o segundo, devido à sua acumulação rápida de fundos;

- Não é consistente com o nosso objeto convencionado de maximizar o valor das ações da empresa: Ele apenas seria consistente com este objetivo se os valores das ações fossem uma função dos períodos de “payback” dos projetos;

2. Taxa de Retorno Ajustada Temporariamente (“taxa de retorno pelo método do investidor”, “retorno efetivo” ou “eficiência marginal do capital”)

Leva em conta o valor do dinheiro no tempo. Qualquer investimento pode ser concedido como sendo um conjunto de fluxos de caixa. Eles compreendem uma saída inicial de caixa, seguida por subseqüentes entradas e, possivelmente, por saídas subseqüentes. O fluxo inicial de caixa deve ser um desembolso para que a série possa ser qualificada pelo termo “ïnvestimento”. Os fluxos de caixa subseqüentes podem ser qualquer combinação de entradas e saídas. O problema de avaliar um investimento proposto, portanto, transforma-se no de avaliar um conjunto de fluxos de caixa, envolvendo, geralmente, diferentes importâncias e épocas. Os fluxos de caixa em questão são os incrementos devidos à aceitação do projeto. Isto é, são medidos pela diferença entre os fluxos de caixa que existiriam se o projeto fosse aceito e os que existiriam se ele fosse rejeitado.

A taxa de retorno de um investimento é definida como a taxa de desconto (taxa de juros) que iguala o valor presente do seu fluxo de entradas de caixa com o valor presente de seu fluxo de saída de caixa. Isto é equivalente a igualar o valor presente de todos os futuros fluxos de caixa ao desembolso inicial do investimento. Devida às extensas equações envolvidas, a taxa de retorno é freqüentemente determinada por tentava e erro: VPe = VPs VPe+s = VI

Falhas no método da taxa de retorno ajustada temporariamente

O método da taxa de retorno é conceitualmente simples e, consequentemente, fácil de visualizar e de explicar. Mais ainda, ao contrário de alguns métodos comuns de avaliação de investimentos, ele prevê o valor do dinheiro no tempo. Contudo, padece de uma série de limitações, decorrentes de seu método de cálculo e dos pressupostos nele contidos:

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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda

- Alguns projetos podem ter mais do que uma taxa de retorno : Isto é, pode haver mais de uma taxa de desconto que iguale os fluxos de entrada e saída de caixa;

- Às vezes pressupõe que as entradas intermediárias de caixa serão reinvestidas a uma taxa de retorno igual àquela calculada para o próprio projeto;

- Pressupõe que saídas intermediárias de caixa, se existirem, são financiadas a um custo igual à taxa de retorno do projeto;

- Não se adapta às taxas de reinvestimento ou aos custos futuros de capital que diferem um do outro ou que variam no tempo: Estabelece-se um problema de semântica quando se diz que o método da taxa de retorno pode pressupor que os fluxos intermediários de caixa são reinvestidos ou financiados à taxa de retorno do próprio projeto. Pela definição de taxa de retorno, um projeto tem determinada taxa de retorno, não importando o que aconteça a seus fluxos intermediários de caixa. É quando a taxa de retorno é usada como um meio de seleção de investimentos que esses podem não ser sempre críticos:

a) Taxa de reinvestimento: É a taxa de retorno do futuro projeto (ou projetos) incremental que pode ser empreendido devido à disponibilidade das entradas intermediárias de caixa geradas pelo projeto sob apreciação e por sua fonte de financiamento;

b) Custo futuro de capital: Custo do futuro incremento exigido pela existência de saídas intermediárias de caixa ligadas ao projeto e à sua fonte de financiamento,

- Pressupõe apenas que a empresa pode gerar entradas intermediárias de caixa para o acionista e/ou reter fundos para entradas intermediárias de caixa junto ao acionista: Isso é verdade se um projeto for financiado por capital próprio e não por empréstimo à medida que estes fluxos de caixa são gerados e continuam a render a taxa indicada de retorno sobre o capital remanescente no projeto. No entanto, há momentos em que os pressupostos do método de taxa de retorno, com relação às taxas de reinvestimento e custos futuros do capital, serão decisivos para a aceitação ou não do projeto.

1. Valor Presente Atual Líquido

Leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. É definido como o valor presente das entradas de caixa menos o valor presente das saídas de caixa. Isto é o mesmo que o valor presente de todas as saídas e entradas futuras de caixa menos o desembolso inicial. Da forma como é usualmente empregado, este método pressupõe que uma única taxa de desconto será aplicada a todos os fluxos de caixa que estão sendo avaliados. Resulta na taxa de desconto que torna o valor presente líquido igual a zero. Pressupõe uma taxa de desconto e a aplica às entradas e saídas de caixa de investimento para chegar ao seu valor presente líquido: Vpe – VPs Vpe+s - VI

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Falhas no método da método do valor presente líquido

Não é um método tão criticado quanto o da taxa de retorno, mas pode também apresentar certas dificuldades quando usado para avaliar propostas de investimentos, originadas dos pressupostos implícitos no seu cálculo:

- Pressupõe que as entradas intermediárias de caixa, serão reinvestidas a uma taxa de retorno igual à do desconto empregada, e que aquelas serão financiadas a esta taxa: Em certas circunstâncias, usando uma taxa única de desconto;

2. Valor Terminal Líquido

Os métodos da taxa de retorno e do valor presente líquido propiciarão a mesma decisão de aceitar ou rejeitar o “custo do capital” de um projeto de padrão “normal” de fluxos de caixa, embora não necessariamente correta – devido aos pressupostos feitos com respeito às taxas de reinvestimento dos custos futuros de capitais, podendo classificar de maneira diferente cada projeto. Assim, o método do valor terminal líquido aparece, combinando os fluxos de caixa de um investimento com os de sua fonte de financiamento. Os valores terminais líquidos de dois projetos são comparados ao final do projeto de vida mais longa.

Falhas no método da método do valor terminal líquido

O método do valor terminal líquido é tecnicamente superior aos métodos da taxa de retorno e valor presente líquido, entretanto:

- Exige a mesma taxa de reinvestimento e custos futuros durante o período em questão: Isso cria problemas formidáveis, uma vez que é muito difícil fazer previsões quanto a essas variáveis.

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10 - Noções de Orçamento Empresarial e Projeções Financeiras

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10.1 - Noções de Planejamento Estratégico

O QUE É PLANEJAMENTO FINANCEIRO (investimentos e financiamentos)

É o efeito integrado das decisões de investimento e de financiamento, cujo resultado final é um plano financeiro.

a) Premissas Do Planejamento Financeiro

As decisões de investimento e de financiamento são interdependentes, e não isoladas; Minimização das possibilidades de surpresas; Deve-se possuir instrumentos de reação às surpresas não identificáveis. Análise do que faz sucesso nos projetos e do que os leva ao fracasso; Impacto das decisões atuais sobre oportunidades futuras; Fixação de objetivos concretos capazes de motivar os acionistas/gestores/mercado e

proporcionar padrões de avaliação de resultado.

b) O Que Envolve O Planejamento Financeiro

Análise de opções de financiamento e de investimento; Projeção do impacto de decisões a partir de vários cenários; Escolha de alternativas a seguir; Avaliação de desempenho.

TIPOS DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

a) Planejamento Financeiro De Curto Prazo

O horizonte raramente vai além dos 12 meses imediatos; Vinculado ao planejamento de longo prazo; Gerenciamento voltado para compromissos (disponibilidades, empréstimos e aplicações

financeiras).

b) Planejamento Financeiro De Longo Prazo

Horizonte habitual de 5 anos; Algumas empresas trabalham com 10 anos ou mais, principalmente quanto se trata de

valor atual de projetos de produtos/serviços com vida útil alta.

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- Planejamento financeiro de longo prazo e enquadramento geral

Evitar submersão em detalhes; Investimento conjunto; Propostas de pequenos investimentos consolidadas e tratadas como um único projeto; Investimentos estratégicos e grandes tratados individualmente.

O PLANEJAMENTO FINANCEIRO É UMA ATIVIDADE CONJUNTA

Desejável : Planos financeiros interligados com planos de atividade; Realidade comum : Planos independentes ou com gaps. Consolidação de informações

desconectadas estrategicamente.

O PLANEJAMENTO FINANCEIRO E OS DADOS

Dados estratégicos e, portanto, mais abstratos ou mutáveis; Interesse dos acionistas; Risco assumido pelos acionistas; Projetos de investimento da concorrência; Ciclo de vida dos projetos remunerado pelo mercado; Política macroeconômica, incluindo a fiscal; Risco internacional; Dados formais contábeis e de demonstrações financeiras para subsídio a um plano (em

moeda constante):- Balanços;- Demonstrações de resultado;- Demonstração de origem e aplicação de recursos;- Demonstração de mutações de patrimônio líquido;- Carga tributária da empresas no país.

Dados formais analíticos e consolidados de investimentos/desinvestimentos:- Investimentos por substituição: Expansão, novos produtos, investimentos obrigatórios ou legais;- Subdivisão por atividade: Considerando análise estratégica de crescimento

agressivo/gradual, redução agressiva/gradual ou liquidação;- Análise do valor agregado de cada atividade para o negócio: “Economic Value Added” – “EVA”

Dados das formas de captação/remuneração da captação; Política de endividamento/taxas reais de juros esperada; Política de retenção dos lucros/dividendos; Tributação sobre encargos de financiamento.

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a) Finalidade Dos Dados

Previsão; Evitar a extrapolação ingênua; Previsões macroeconômicas/modelos econométricos em conjunto com previsões

comerciais e comportamentais da concorrência (conseguiremos manter custo e diferenciação identificáveis, aceitáveis e remuneráveis, ou seja, a série temporal dos projetos é correta?).

b) Qual É O Modelo Econômico E De Estratégia Competitiva Por Detrás Das Previsões?

Superposição de previsões com pressupostos ou visões diferenciadas é fatal (financeira, comercial, de produção);

Disseminação da coerência é tarefa difícil e depende do alinhamento corporativo de missão, visão e estratégia;

O planejador financeiro deve identificas incoerências.

PLANEJAMENTO FINANCEIRO ÓTIMO

Definir um plano em termos contabilísticos ou numéricos não é operacional; Como interligar o plano financeiro com o plano operacional da empresa (via de mão

dupla)?

OBSERVAR O DESENROLAR DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO (controle)

Premissas x resultados; Ações de revisão de premissas e remodelagem do plano; Remodelagem de investimentos/desinvestimentos; captação e remuneração.

O PLANEJAMENTO FINANCEIRO É UMA GESTÃO DE CARTEIRA DE OPÇÕES

Investimentos olhados em si (opção presente de investimento); Investimentos olhados em si e na abertura de opções futuras de investimentos (novos

mercados, novos produtos, novos projetos rentáveis, continuidade da empresa como opção principal);

Como avaliar se uma opção presente gera opção futura? Intimamente ligado à visão estratégica da empresa. Quando as opções futuras serão exercidas? Como acoplar a sua série temporal com a da opção presente?

Quando alienar opções (venda de empresas/venda de ativos/venda de direitos)?

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MODELOS DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Simulação; Ideal: integração com a orçamentação, planejamento operacional e avaliação de

resultados; Utilizam demonstrações financeiras previsionais.

- Fragilidade Das Demonstrações Financeiras Previsionais - A Ausência Da Visão Financeira

Prevalência da visão contabilística do mundo; Ausência de instrumentos de análise financeiras: fluxo de tesouraria; Valor atual; Risco de mercado. Ausência de simulação das decisões financeiras ótimas, principalmente através da

programação linear.

- Exemplo De Programação Linear - O Modelo “Longer” - Objetivos

Otimizar o cálculo do melhor plano financeiro, dadas determinadas premissas e restrições;

Projetar as conseqüências de uma estratégia financeira selecionada.

- Exemplo De Programação Linear - O Modelo Modigliani/Miller - O Valor De Avaliação De Uma Empresa Ou Projeto

Variáveis:

x = valor do investimento no projetov = valor líquido de mercado dos ativos do projetod = disponibilidades financeiras para aplicar de imediato no projeto y = endividamento adicional contraído para o novo investimentotir = taxa interna de retorno do projeto, calculada pelo valor atual de receitas - custos e despesas a serem realizados, inclusive pagamento de juros de financiamento.r = taxa de aplicação do mercado ou mínima de atratividadet = taxa marginal do somatório dos impostos sobre lucros

Limitações definidas/calculadas pela empresa:

x <= 1.000.000y <= 0,40 de xd = 800.000

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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda

tir = 0,09

Limitações definidas pelo mercado/governo:r = 0,10t = 0,50

O valor do projeto ou opção (O) é definido por, pressupondo apuração de lucro na empresa:

O = v + [((0,09/0,10) * x) - 1] - 0,5 * y = v - 0,1x + 0,5y taxa de retorno real

Dado que v é fixo, o problema de programação linear é o de maximizar a quantidade -0,1x + 0,5y, dadas as restrições empresariais:x <= 1.000.000 x <= y + 800.000y <= x * 0,40

A solução ótima é encontrada quando o nível máximo de endividamento do projeto admitido pela empresa é utilizado, porque, embora a sua taxa de retorno real seja negativa, o projeto permite à empresa solicitar um empréstimo maior e o valor da redução de impostos gerada pela dívida mais que compensa a insuficiente rentabilidade real do investimento.

Da mesma forma, podemos, no caso acima, ver a contribuição derivada ou marginal de cada uma das variáveis ao valor da opção, quando, mantidas as demais constantes, calculando a derivada de cada uma e o reflexo no valor final da opção ou projeto. É o que o autor denomina de “preço sombra”. As combinações de efeito conjunto de variáveis combinadas também é possível e o Excel possui recursos de sensibilidade para projeção que permitem definir as combinações no resultado final.

Se considerarmos combinação de todos os projetos da empresa, teríamos um sistema de maximização de equações de várias opções, resolvidos através de programação linear, considerando outras e diversas restrições (política de dividendos etc.) em cada ano da série temporal de longo prazo.

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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda

10.2 - Orçamento como instrumento de controle

UTILIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS NA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

A administração financeira de empresas tem como propósito básico expor e discutir o uso de orçamentos como instrumento de planejamento e controle das atividades de uma empresa. Até certo ponto, todas as empresas planejam e controlam suas atividades. Com um orçamento, porém, essas tarefas são formalizadas e sistematizadas, o que sem dúvida é vantajoso para a empresa e seus funcionários, em diversos sentidos. Na verdade, a formalização e a sistematização do planejamento e do controle administrativos através de orçamentos criam condições para que se progrida no sentido da otimização da ação administrativa, documentando-se planos e programas e permitindo uma aferição mais objetiva do desempenho dos diversos setores da empresa.

Muitos encaram um orçamento e sua implantação em uma empresa como mais uma manobra pela qual a alta administração da entidade procura cercear mais rigorosamente a liberdade de ação dos funcionários e investigar a correção de seus ato em nome da empresa. Ao contrário dessa visão aterradora e negativa, colocamos uma visão mais positiva do uso do orçamento; na verdade, através do próprio processo de elaboração gradativa que será explanado, ele é um instrumento de participação no planejamento das atividades da empresa, especialmente daquelas atividades pelas quais cada funcionário é responsável.

ORÇAMENTOS E PLANEJAMENTO

Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em relação a um período futuro determinado, para que sejam alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades. É lógico que a fixação de objetivos é um passo inicial indispensável a todo o processo, mas essa tarefa em si mesma só tem sentido diante uma espécie de exame prévio de viabilidade, em que a empresa, através de sua administração – particularmente os mais altos executivos encarregados da tarefa de planejar – verifica e procura identificar a existência de oportunidades e restrições tanto no âmbito interno da organização quanto externamente.

Assim, essa avaliação interna e externa antecede, de certo modo, a fixação de objetivos mais específicos, por exemplo, inerentes ao rumo ou tipo de atividade no qual a empresa se encontra envolvida, e a coleta de informações é indispensável para a avaliação adequada. No caso da elaboração e utilização de orçamentos, já que esse tipo de instrumento envolve tanto facetas de planejamento quanto de controle, vários aspectos importantes precisam ser levado sem conta:

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Apostila: Noções: Análise Econômica e Orçamentária – por Gustavo Arruda

No planejamento: A empresa deve contar com um procedimento sistemático regular, tanto quanto o permitam seus recursos, de coleta de informações sobre as condições do ambiente externo que a circunda.

Essas informações não só permitem uma elaboração mais realista de planos como acionam medidas corretivas com maior rapidez com que fossem comunicadas apenas pelos relatórios de controle orçamentário. Assim, por exemplo, se as autoridades monetárias introduzirem ou anunciarem a introdução de medidas tendentes a limitar disponibilidades de recursos financeiros em certas linhas de crédito usadas pela empresa para satisfazer necessidades de capital de giro, é evidente que não será correto, em termos administrativos, esperar até que os relatórios de fluxo de caixa comecem a indicar pressões sobre o financiamento do capital de giro.

Outro caso importante é o das projeções de procura de produtos e serviços da empresa e das vendas que a empresa espera fazer como parte do mercado total estimado. De acordo com o conceito de ambiente de Churchman, o comportamento de vendas é uma das variáveis sobre as quais a empresa exerce menos influência de forma direta e deliberada, embora isso certamente varie de mercado para mercado, particularmente por força de intensidade da concorrência. Assim, as vendas futuras são determinadas mais pelo ambiente do que por forças contidas no sistema empresa. A importância da previsão das vendas, baseada na projeção da procura total, deverá tornar-se evidente em várias instâncias, levando-nos a considerar que deve ser o ponto de partida da elaboração do orçamento de uma empresa; por ora, no qual se refere à necessidade de informações, o mais importante é ressaltar o valor que pode ter uma empresa a utilização de procedimentos sistemáticos e permanentes de acompanhamento de variáveis externas, tendo em vista a elaboração de planos tão precisos e realistas quanto seja possível;

No controle: Destacamos o papel a ser desempenhado pela contabilidade da empresa como mecanismo de registro dos fatos ocorridos.

Em termos de fonte de informações para uso por parte da administração, é necessário que se considere, o que deve ser feito pelo funcionário responsável pelo sistema orçamentário, as finalidades das informações que a contabilidade pode proporcionar, para que ela mesma seja adequadamente estruturada, o que é feito basicamente através da adaptação do plano de contas, isto é, das categorias e dos itens segundo os quais os dados reais devem ser acumulados.

Para projetar esse sistema de informações gerenciais apoiado na contabilidade, e que no caso será representado pelos relatórios de controle orçamentário e por transformações ulteriores dos dados neles contidos, o gerente de orçamento deve saber que tipo de decisões devem ser tomadas e, portanto, que dados são necessários para isso. O alcance global das atribuições do gerente de orçamentos de uma empresa decorre assim dessa posição de gerador de informações para decisão, e principalmente quando o orçamento é integrado (isto é, abranger a empresa como um todo). Assim, o gerente de orçamentos é obrigado a adquirir considerável soma de conhecimentos sobre praticamente todas as funções administrativas da empresa.

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Na execução da tarefa de controle é essencial a existência dessas linhas definidas de responsabilidade. A fonte de dados para o controle é a contabilidade. Mas, estamos falando aqui de uma contabilidade por áreas de responsabilidade. Em outras palavras, o plano de contas adotado para a função de controle deverá ser capaz de permitir que os dados reais para o necessário acompanhamento e a avaliação do desempenho sigam as linhas da elaboração do orçamento, o que, segundo o que propomos, deve ser feito por áreas de autoridade e responsabilidade sobre partes das operações da empresa.

ORÇAMENTOS E CONTROLE

Após a apresentação do papel desempenhado pela elaboração de orçamentos na função geral de planejamento, não podemos deixar de dizer alguma coisa respeito da outra face do processo administrativo mais amplo e do uso do orçamento como instrumento de controle.

Controlar é, essencialmente, acompanhar a execução de atividades da maneira mais rápida possível, e comparar o desempenho efetiva com o planejamento, isto é, o que tenha sido originalmente considerado desejável, satisfatório ou para a empresa e suas sub-unidades. Evidentemente, a função de controle não se esgota no acompanhamento puro e simples, como também envolve a geração de informações para a tomada de decisões de avaliação e eventual correção de desempenho alcançado, proporcionalmente ao seu afastamento em relação ao tido como desejável ou satisfatório.

A elaboração de orçamentos, que identificamos como a parte anual do planejamento das operações, predetermina as unidades que serão responsáveis por certos resultados (receitas, despesas, volumes de atividade, qualidade de atuação etc.) dentro do período sob planejamento.

De nada adiantará apenas planejar e, através do Orçamento, atribuir responsabilidades pela execução, sem ir verificando, pari passu, se as responsabilidades estão sendo apropriadamente cumpridas. Isso é permitido, ao nível das operações anuais, pelos relatórios de controle orçamentário, que devem, para maior utilidade, obedecer o mais fielmente possível à estrutura dos orçamentos elaborados a título de planejamento. Um aspecto importante será a estruturação do planejamento e do controle orçamentários, de acordo com os centros de responsabilidade identificáveis na empresa. A utilidade do controle, a seguir especificada, só se tornará realidade à medida que o preconizado pelo acompanhamento que lhe é inerente apontar claramente as pessoas responsáveis por um ou outro tipo de desempenho efetivo ou de decisão.

Vantagens do Controle

Mais especificamente, através desse acompanhamento das atividades efetivamente realizadas e da identificação de desvios significativos em relação aos planos elaborados (e dos objetivos neles subentendidos) o controle oferece as seguintes vantagens importantes:

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a) Permite indicar necessidades de medidas corretivas, quando o desempenho efetivo não é considerado satisfatório e o processo de execução pode ser direcionado para melhor atender aos objetivos da empresa. O aspecto da identificação do centro relevante de responsabilidade é fundamental neste caso, pois desse modo pode-se saber não só quem teve influência sobre o que ocorreu como também pode-se identificar quem deve tomar as medidas cabíveis para corrigir a situação;

b) Proporciona informações para a avaliação do desempenho de funcionários com responsabilidades administrativas e de operários produtivos, apoiando um eventual sistema de incentivos;

c) Em caso de desempenho mais do que simplesmente satisfatório, aponta oportunidades de aproveitamento de economias ou aumentos de eficiência transferíveis a outras partes da empresa. Esta possibilidade é consolidada pela centralização do processo orçamentário planejamento e controle) ao nível mais alto possível e em termos de assessoramento à alta direção, para que a visão alcançada seja a das operações da empresa como um todo.

PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS ENCONTRADOS NA UTILIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE ORÇAMENTOS

O setor de controle orçamentário (e o seu pessoal) poderá surgir como se fosse o agente de um conjunto de normas, papéis e indivíduos, Cuja tarefa antipática, mas executada em nome do desempenho cada vez melhor da empresa, consiste em investigar a qualidade do desempenho dos outros. Evidentemente, o controle não busca apenas os pontos negativos, mas também os aspectos positivos merecedores de recompensa ou de transferência para outras atividades, mas sua razão de ser é basicamente essa: impedir que despenque de desempenho prejudiquem a empresa. Logo, quanto maiores forem a rapidez e a atenção dedicadas a essa tarefa, tanto melhor para a empresa. Além disso, como ficou claro na seção anterior deste capítulo, é essencial identificar precisamente o administrador responsável pelo desempenho detectado.

Pode-se apenas recomendar toda a sensibilidade ao controlar (ou qualquer que seja o título do executivo responsável pela supervisão do processo de elaboração e utilização de orçamentos). Nesse sentido, são desejáveis as seguintes atitudes, tanto pôr parte do próprio controlar quanto por parte do pessoal a ele subordinado e envolvido na mesma tarefa:

a) Utilizar o sistema orçamentário como um meio de fixar padrões de desempenho, medir resultados reais e orientar toda a administração para uma atuação satisfatória. Não recorrer ao orçamento como um instrumento de pressão sobre as pessoas em busca de maior esforço - Baseado em James L. Peirce, “The Budget Comes of Age”, Harvard Business Review (maio de 1954);

b) Não substituir planos por orçamentos, já que estes são apenas representações numéricas daqueles. A elaboração de orçamentes deve estar apoiada numa clara e inadequada aceitação do valor do planejamento formal para o êxito da empresa;

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c) Através da participação dos diferentes administradores na elaboração de orçamentos, bem como de discussões dos valores orçados com os níveis superiores da administração, fazer com que cada indivíduo acabe utilizando o orçamento como instrumento de autocontrole das tarefas de que se deve desincumbir no seu setor;

d) Insistir em uma definição clara da estrutura organizacional (de linhas e níveis de autoridade e responsabilidade). Ela é indispensável para vários aspectos da administração da empresa, inclusive para que a eficácia do instrumento orçamentário se)a plenamente atingida, pois permite saber claramente quem deve atingir que níveis de desempenho, e a quem se deve prestar contas disso;

e) Os formulários e relatórios do sistema devem basear-se mais nos aspectos operacionais da empresa do que no procedimento de escrituração dos livros contábeis. Este aspecto é importante até mesmo para o esclarecimento dos inevitáveis conflitos a respeito da inclusão de itens raio-controláveis por um setor ou centro de responsabilidade sob a jurisdição desse mesmo setor, acabando assim por ser avaliado com base em algo que não pode influenciar;

f) A tarefa da controladora é implantar, manter e coordenar o funcionamento de um sistema orçamentário, não emitir ordens aos setores operacionais diretos. A equipe é exclusivamente de assessoria, e o seu supervisor manterá a confiança dos demais setores da empresa à medida que evitar a tomada de decisão operacionais.

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Atenção: Este curso tem continuação com a Apostila de “Noções Básicas de Matemática Financeira”, do mesmo autor.

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