web viewa sefaz – secretaria da fazenda pública estadual deve apresentar até 31...

59
IMPOSTOS EM ESPECIE IMPOSTOS MUNICIPAIS IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Competência - Art. 32 CTN. O imposto de competência privativa dos municípios e do Distrito Federal encerra duas situações tributárias: o terreno e a construção. Por isso, é chamado de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. Art. 32, p. 1 o ., CTN - Para efeito deste imposto entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observando o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, constituído ou mantidos pelo poder público: I = meio fio ou calçamento, com canalização de água pluviais. II = abastecimento de água. III = sistema de esgoto sanitário. IV = rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar. V= escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado. § 2o., art. 32, CTN: Consideram-se também urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos devidamente aprovados, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio.

Upload: phungdieu

Post on 31-Jan-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

IMPOSTOS EM ESPECIE

IMPOSTOS MUNICIPAIS

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

Competência - Art. 32 CTN.

O imposto de competência privativa dos municípios e do Distrito Federal encerra duas situações tributárias: o terreno e a construção. Por isso, é chamado de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.

Art. 32, p. 1o., CTN - Para efeito deste imposto entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observando o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, constituído ou mantidos pelo poder público:

I = meio fio ou calçamento, com canalização de água pluviais.

II = abastecimento de água.

III = sistema de esgoto sanitário.

IV = rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar.

V= escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado.

§ 2o., art. 32, CTN: Consideram-se também urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos devidamente aprovados, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio.

Observação: Em síntese, hoje o critério de localização do imóvel é a regra. O imóvel deve ser considerado urbano ou rural, conforme esteja situado na zona urbana ou for a dela (observando os requisitos descritos acima). Excepcionalmente, um imóvel situado na zona urbana deve ser classificado para fins tributários como imóvel rural em face de sua destinação (por exemplo: terras utilizadas para exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial – aqui incide ITR e não IPTU).

Legislação – art. 156, I, CF, arts. 32 e seguintes do CTN e leis municipais que o instituam.

Sujeito passivo – Art. 34 CTN

É o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil (enfiteuse), ou seu possuidor a qualquer título (usucapião). Podendo ser tanto pessoa física como pessoa jurídica, desde que realize o fato gerador.

Fator Gerador – Art. 32, CTN

A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza (benfeitorias oferecidas ao longo do tempo pela natureza, ex.: árvores, frutos) ou por acessão física (piscina, churrasqueira), como definida na lei civil, localizada na zona urbana do município (art. 32, p. 2o., CTN).

Base de Cálculo – Art. 33 CTN

É o valor venal do imóvel. Segundo Brito (2002, p. 38), valor venal “é aquele que o bem alcançaria se fosse posto à venda, em condições normais. O preço, neste caso, deve ser o correspondente a uma venda à vista, vale dizer, sem incluir qualquer encargo relativo a financiamento”.

Compete à autoridade administrativa apurar o valor venal dos imóveis para fins de apurar o imposto devido, assegurando ao contribuinte o direito de avaliação contraditória, art. 148, CTN.

O valor venal é apurado de acordo com normas técnicas de avaliação, aprovadas pela Lei 10.235/1986 e pela Lei 15.044/2009 – no que refere ao município de São Paulo.

Na composição do valor venal do imóvel, levam-se em consideração elementos:

a) o preço do metro quadrado de cada tipo, a idade e a área, na avaliação da construção;

b) o preço do metro quadrado relativo a cada face do quarteirão, a forma e a área real ou corrigida na avaliação do terreno (...) o valor venal do prédio é constituído pela soma do terreno ou parte ideal deste, com o

valor da construção e dependências, obedecidas as normas para a competente inscrição.1

Quanto ao aspecto temporal, o fato gerador do IPTU é o periódico, verificando-se a cada 1o. de janeiro do ano correspondente.

Alíquota

Irá variar de município para município, normalmente as alíquotas poderão progredir de acordo com a localização do imóvel, uso ou em face do valor do imóvel.

Atualização do IPTU por Decreto – Princípio da legalidade

Os impostos só podem ser majorados através de Lei Ordinária proveniente do Poder Legislativo. Contudo, a atualização do valor venal não é considerada como aumento de imposto, podendo ser procedida por decreto expedido pelo chefe do Poder Executivo.

Observação: Para tanto, a alteração do valor venal deve ser apenas atualização dos valores de acordo com a inflação monetária.

ISS – Imposto sobre serviço de qualquer natureza

Competência e Legislação

Art. 156: “Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

(...)

III – serviço de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.”

Lei Complementar 116/2003 – lista com todos os serviços sobre os quais incide ISS.

Sujeito passivo

1 Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/8812/a-aplicacao-de-aliquotas-progressivas-no-iptu. >. Acesso em: 6/12/2010.

O prestador de serviço, empresa (ex.: um hotel) ou profissional autônomo (ex.: médicos, dentistas, contador, advogado, isto é, vendedores de bens imateriais) quando realizarem o fato gerador descrito na norma.

Portanto, não serão considerados contribuintes:

- os que prestam serviços em relação de emprego;

- os trabalhadores avulsos;

- os diretores e membros de conselho consultivo ou fiscal de sociedades;

- se o serviço for gratuito, ou em benefício do próprio prestador, não incide o ISS.

Lembrete: Não confunda, quem paga ISS é o trabalhador autônomo. O trabalhador avulso e o empregado não são contribuintes!

Fato GeradorÉ a prestação por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços constantes da lista anexada à Lei Complementar nº 116/2003, que enumera, aproximadamente, 230 serviços, divididos em 40 itens.

A lista mencionada acima é taxativa, ou seja, cita todos os tipos de serviço sujeitos a ISS.

Observação: O fato gerador é instituído por lei municipal, mas essa definição há de respeitar os limites fixados pela lei complementar.

Base de cálculo

A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, como tal considerada a receita bruta a ele correspondente, excetuando-se as deduções previstas em legislação pertinente. Vale destacar que se considera “preço” tudo que for cobrado em virtude da prestação do serviço. Na falta de preço, a base de cálculo será apurada observando o valor cobrado dos usuários ou dos contratantes de serviços similares.

Alíquota

Os municípios gozam de autonomia para fixar as alíquotas sobre os serviços, devendo respeitar a alíquota máxima de 5% (art. 8o., LC) e a alíquota mínima de 2% (art. 88, ADCT).

A tributação do ISS é fixa ou proporcional, de acordo com as características do sujeito passivo.

A tributação fixa refere-se a um único valor pago periodicamente pelos profissionais liberais, que executam serviços profissionais (forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte).

Obs.: Sendo o imposto fixo, é impróprio falar em alíquota e base de cálculo, pois não há o que se calcular. Assim, o imposto será fixo, podendo ser diverso em razão da natureza do serviço ou outros fatores pertinentes.

Em se tratando de sociedade de profissionais liberais, deve-se multiplicar o imposto fixo pelo número de profissionais liberais que compõem a sociedade.

A tributação proporcional ad valorem , por sua vez, está adstrita à aplicação de uma alíquota sobre o valor dos serviços prestados (tratando de serviços prestados por empresas).

Recolhimento – qual é o local do recolhimento do ISS?

Segundo o art. 4o., da LC 116/2003: local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica profissional.

A regra geral é no Município onde está o estabelecimento ou o domicílio do prestador, entretanto há entendimento diverso nos tribunais e dos doutrinadores, senão vejamos:

O ISS é devido ao município em que o "serviço é positivamente prestado, ainda que o estabelecimento prestador esteja situado em outro município" (Roque Carrazza). No entanto, cabe ressaltar que a Primeira Seção do STJ pacificou "o entendimento de que, para fins de incidência do ISS, importa o local onde foi concretizado o fato gerador, como critério de fixação de competência e exigibilidade do crédito tributário, ainda que se releve o teor do art. 12, alínea "a", do Decreto-Lei nº 406/68." (AgRg no REsp 334188, DJ 23/6/2003 p. 245). 2

O art. 3o., da LC 116/2003, elenca diversas exceções nas quais o ISS será recolhido para o município no qual for efetivamente prestado o serviço. Exemplos: instalação de andaimes, palcos, execução de obra, demolições, edificações em geral etc.

Art. 3°: O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento pres- tador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos

2 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto_sobre_servi%C3%A7os_de_qualquer_natureza> Acesso em: 6/12/2010.

incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local:

I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1° desta Lei Complementar;

II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;

III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa;

IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;

V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;

VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;

VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imó- veis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa;

VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;

IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;

X – (Vetado)

XI – (Vetado)

XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa;

XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;

XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa;

XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa;

XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa;

XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;

XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;

XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;

XX – do estabelecimento do tomador da mão de obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;

XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organiza- ção e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa;

XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa. (LC 116/2003)

Curiosidades

Dúvidas repetidas de interesse dos contribuintes situadas no site da prefeitura do Município de São Paulo.

1) Os profissionais liberais e autônomos estão isentos do pagamento do Imposto sobre Serviços (ISS) a partir de 2009?

Sim. A Lei 14.864/2008 concede isenção do pagamento do Imposto sobre Serviços (ISS), a partir de 1º de janeiro de 2009, aos profissionais liberais e autônomos, quando prestarem os serviços descritos na lista do “caput” do art. 1º da Lei 13.701/2003, com as alterações posteriores.

2) As cooperativas e sociedades de profissionais estão isentas do pagamento do ISS a partir de 2009?

Não. A isenção do pagamento do ISS a partir de 2009 não se aplica às cooperativas e sociedades de profissionais. Elas devem continuar a recolher o ISS nos termos do regulamento.

3) Os delegatários de serviços de registros públicos, cartorários e notariais, que prestam os serviços descritos no subitem 21.01, constante da lista de serviços do art. 1º da Lei 13.701/2003, estão isentos do pagamento do ISS a partir de 2009?

Não. A isenção de pagamento do ISS prevista na Lei 14.864/2008 não se aplica aos delegatários de serviço público.

4) Quem pode ser considerado profissional liberal ou autônomo?

Profissional liberal ou autônomo é aquele que, possuindo determinadas habilidades manuais, técnicas ou intelectuais, presta serviços de forma pessoal e por conta própria, sem vínculo empregatício ou subordinação hierárquica. O serviço pode ser prestado, habitual ou eventualmente, no estabelecimento ou domicílio do prestador ou no estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço. Destacam-se os seguintes  pressupostos básicos neste tipo de prestação de serviços: a) pessoalidade; b) inexistência de subordinação hierárquica.

O termo “profissional autônomo” é utilizado de forma ampla e busca designar quem trabalha por conta própria e sem vínculo empregatício. O termo “profissional liberal” está normalmente associado a uma profissão regulamentada por uma Ordem ou Conselho Profissional, o que lhe confere exclusividade e responsabilidade legal no exercício da atividade. O profissional liberal geralmente possui nível universitário ou técnico, podendo empregar outra pessoa apenas para exercer atividade de apoio à sua atividade. Entram na lista dos profissionais liberais os médicos, dentistas, advogados, jornalistas, dentre outras categorias profissionais.

5) O profissional liberal ou autônomo precisa solicitar a isenção na Prefeitura?

Não. A concessão da isenção prevista na Lei nº 14.864/2008 será adotada de forma automática pela Prefeitura, com base nos dados constantes no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM), não sendo necessário qualquer requerimento por parte do contribuinte.

6) O profissional liberal ou autônomo precisa atender a algum requisito para beneficiar-se da isenção?

Sim. O requisito básico para a concessão da isenção prevista na Lei 14.864/2008 é a regular inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM).

7) Os profissionais liberais e autônomos estão dispensados da inscrição e atualização de seus dados no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM)?

Não. A Lei 14.864/2008 não exime os profissionais liberais e os autônomos da inscrição e da atualização de dados cadastrais no CCM, nem do cumprimento das demais obrigações acessórias definidas em regulamento.

8) O que acontece se o profissional liberal ou autônomo não providenciar a sua inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM)?

O tomador do serviço fica obrigado à retenção na fonte e recolhimento do ISS, caso não seja fornecido o número da inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM) do profissional liberal ou autônomo.

9) A partir de quando, os profissionais liberais e autônomos estão isentos do pagamento do ISS?

A Lei 14.864/2008 concede isenção do pagamento do ISS aos profissionais liberais e autônomos, que tenham inscrição como pessoa física no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM), a partir de 1º de janeiro de 2009.

10) Como ficam os débitos do ISS relativos aos exercícios anteriores a 2009?

A isenção de que trata a Lei 14.864/2008 não alcança os débitos do ISS anteriores a 2009, ou seja, os débitos devem ser quitados na forma do regulamento.3

ITBI – Imposto sobre transmissão de bens imóveis

Legislação – art. 156, II, da CF e arts. 35 e seguintes do CTN.

Fato gerador

3Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/servicos/iss/index.php?p=5845. Acesso em: 6/12/2010.

O fato gerador desse imposto está definido no artigo 35 do CTN, bem como no art. 156, II, da CF, nos seguintes termos:

Art. 156 da Constituição Federal: Compete aos Municípios instituir imposto sobre:

II - a transmissão, inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por natureza ou acessão física e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.

Observação 1: Há que ser oneroso o ato de transmissão do bem imóvel para que seja devido o ITBI.

Observação 2.: Alguns municípios através das suas leis ordinárias previram outras hipóteses de incidência, como, por exemplo, promessa de compra e venda (isso não caracteriza a transmissão de bem imóvel; portanto, não é constitucional).

Observação 3.: Também se deve ter em mente os artigos 36 e 37, do CTN,

que descrevem situações que não podem ser tributadas pelo ITBI, uma vez

que não caracterizam transmissão de bem imóvel. Exemplo: Quando ocorre

mudança do tipo societário (fusão, cisão etc.), não há transferência de bem

imóvel. Também não podem ser tributados a venda de participações

societárias.

Sujeito ativo

Tem competência tributária para instituir o ITBI o município da situação dos

bens imóveis e diretos a eles relativos, os quais serão transmitidos de forma

onerosa. Por exemplo, se João comprar um imóvel em Passo Fundo RS,

poderá fazer a escritura de compra e venda do imóvel em São Paulo, mas

deverá registrar este imóvel em Passo Fundo e recolher o imposto a este

município. (Art. 156, § 2º, II da CF)

Sujeito passivo

O art. 42 do CTN deixou a critério de cada entidade política a eleição do

contribuinte, que poderá ser qualquer uma das partes na operação tributada.

Em São Paulo, temos a Lei nº. 11.154, de 30 de dezembro de 1991, a qual

considera como contribuinte do imposto o adquirente em relação à transmissão

de bens ou direitos, e o cedente, em relação à cessão de direitos decorrentes

de compromissos de compra e venda. A maioria dos Municípios seguiram a

mesma orientação.

Base da cálculo

Segundo o art. 38 do CTN, a base de cálculo desse imposto é o valor venal

dos bens ou direitos transmitidos. O art. 7º da nossa lei municipal dispõe no

mesmo sentido. Entretanto, o art. 8º da lei impõe a observância de um valor

piso, representado pelo valor venal do imóvel para efeito de lançamento do

IPTU, atualizado desde 1º de janeiro até a data do instrumento de transmissão

ou cessão.

Isso significa que, quando o contribuinte for registrar a escritura de compra e

venda no Registro Público de Imóveis, deverá declarar o valor de transmissão

para o tabelião, e esse valor nunca poderá ser inferior ao valor venal

considerado pelo município para fins de IPTU. Porque afinal é sobre o valor da

trasnmissão do bem que recai a alíquota para cálculo do ITBI.

Alíquota

Cabe ao município determinar a(s) alíquota(s) para fins de cálculo do ITBI. Em

São Paulo, as alíquotas são de 0,5%, no caso de uso de financiamento SFH, e

2% como regra.

Dúvida comum dos contribuintes

Incide o imposto sobre a aquisição da propriedade por usucapião?

Pela doutrina dominante, a transmissão pressupõe uma vinculação

decorrente da vontade ou da lei entre o titular anterior (promitente) e o

novo titular (adquirente). No usucapião não há transmissão, porque não

há um alienante voluntário. Inexiste vínculo entre aquele que perde a

propriedade e o que o adquire. Daí a originalidade da aquisição, isto é, o

direito do usucapiente não se funda no título anterior. Por isso o STF

considera inconstitucionais as leis que exigem o imposto nas aquisições

por usucapião.

IMPOSTOS ESTADUAIS

ITCMD

Competência

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o ITCMD, conforme art. 155, I, CF. O imposto que recai sobre heranças e doações é de competência estadual.

Art. 155, p. 1o., CF:

a) Relativamente a imóveis e direitos a eles inerentes, o imposto pertence aos estados onde os imóveis estiverem localizados.

b) Relativamente aos móveis, títulos e créditos, o imposto pertence ao estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador.

Observação: Se o doador tivesse domicílio no exterior ou se o inventário for processado no exterior, cabe a lei complementar regulamentar.

Local onde será devido o ITCMD

Bens imóveis: pertence ao Estado da situação do bem.

Bens móveis, títulos e créditos: pertence ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador.

Ex.: José faleceu no Rio de Janeiro, seu inventário foi feito em Minas Gerais. Ele possui um apartamento em São Paulo e um automóvel no Rio Grande do Sul. Como ficará o ITCMD recolhido quanto ao carro e ao imóvel?

Recolhe-se o ITCMD para São Paulo quanto ao imóvel e, para Minas Gerais, quanto ao carro.

Observação: O momento do fato gerador se dá no registro da escritura de transmissão, no caso dos imóveis.

Fato Gerador

Esse imposto tem incidência sobre transmissão de bens móveis e imóveis e também sobre transmissão de direitos, a título não oneroso.

O ITCMD incide sobre a transmissão de qualquer bem ou direito havido:

a) por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória;

A formalização dessa transmissão de propriedade ocorre mediante o processo de inventário e, no âmbito desse imposto, é lançado pela autoridade competente e pago pelos interessados (o objeto da transmissão é a herança).

Nota: No caso de aparecimento do ausente, fica assegurada a restituição do imposto recolhido pela sucessão provisória.

b) por doação.

A doação também opera transmissão da propriedade de bens, sejam móveis ou imóveis. Tratando-se dos últimos, a escritura de doação deverá ser registrada no Registro de Imóveis (antes deste se recolhe o ITCMD).

No tocante à vigência e aplicação das normas relativas ao ITCMD, são aplicadas as seguintes regras:

1) Para fins de tributação, será aplicável a lei vigente à época do fato gerador.

No ato do arrolamento de bens, e posterior formal de partilha, e também na Escritura Pública de Doação, os herdeiros ou os doadores deverão se dirigir à Agência de Rendas do Estado Competente, requerer a emissão da Guia de recolhimento do ITCMD. 4

Contribuinte do ITCMD

Na ausência de disposição constitucional a respeito, o legislador estadual tem liberdade para definir o contribuinte desse imposto. Em se tratando de herança, o contribuinte é logicamente os herdeiros ou legatários. Mas tratando-se de doação, poderá ser qualquer uma das partes.

4 Disponível em: < http://www.idtl.com.br/artigos/176.pdf>. Acesso em: 6/12/2010.

a) na transmissão "causa mortis": o herdeiro ou o legatário;b) na doação: o donatário.

Nota: Se o donatário não pagar o imposto, poderá ser responsável o doador pelo tributo devido. 5

Base de cálculo do ITCMD

Regras gerais

A base de cálculo do ITCMD é o valor venal do bem ou direito transmitido, expresso em moeda nacional. Com efeito, considera-se valor venal o valor de mercado do bem ou direito na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação. Compete ao Fisco a verificação da verdade.

Artigo 10 – O valor do bem ou direito na transmissão "causa mortis" é o atribuído na avaliação judicial e homologado pelo Juiz.

§ 1º – Se não couber ou for prescindível a avaliação, o valor será o declarado pelo inventariante, desde que haja expressa anuência da Fazenda.

Bem móvel e demais direitos

No que tange ao bem móvel, a base de cálculo do ITCMD é o valor corrente de mercado do bem, título, crédito ou direito, na data da transmissão ou do ato translativo.

Caso não haja valor correspondente no mercado, o Fisco admite o que for declarado pelo interessado, hipótese em que tal valor fica sujeito à revisão do lançamento pela autoridade competente.

Obs.: Não são dedutíveis na base de cálculo do ITCMD as dívidas do espólio, bem como as despesas para efetivar a transmissão dos bens e direitos. Ou seja, da herança – apura-se os valores dos bens e dessa base de cálculo se aplica a alíquota cabível. Lógico que se deve observar se há possibilidade de alguma isenção.

Alíquota – cálculo do imposto

A alíquota do ITCMD máxima fixada pelo Senado é de 8% – resolução do Senado 9/92.

RESOLUÇÃO Nº 9 – DE 5 DE MAIO DE 1992

Faço saber que o Senado Federal aprovou, nos termos do inciso IV, do §

5 Disponível em: < http://www.xuletas.es/fichá/obrigacao-tributaria>.

1º, do artigo 155 da Constituição, e eu, Mauro Benevides, presidente, promulgo a seguinte Resolução:

Art. 1º A alíquota máxima do Imposto de que trata a alínea "a", inciso I, do art. 155 da Constituição Federal será de oito por cento, a partir de 1º de janeiro de 1992.

Art. 2º As alíquotas dos Impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição Federal.

A alíquota pode ser progressiva, mas deve ter como teto a alíquota máxima fixada pelo Senado. É uma forma de realizar o princípio da capacidade contributiva.

E mais, deverá levar em conta o valor do quinhão, do legado ou dos bens transmitidos, pois a capacidade contributiva a ser considerada é a daqueles a quem se destinam os bens, e não a do autor da herança ou doador.

Observação: No Estado de São Paulo, atualmente, a alíquota é fixa de 4%.

Saiba Mais: dê uma olhada nas informações do site da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo acerca do ITCMD- http://pfe.fazenda.sp.gov.br/itcmd.shtm

ICMS

Legislação – art. 155, II, CF, p. 2o., XII – este inciso aborda diversas situações que deverão ser tratadas por lei complementar – LC 87/96 e LC 114/2002.

Competência e Sujeito Ativo

Estados e Distrito Federal poderão regulamentar o ICMS respeitando os limites já disciplinados pela Constituição Federal.

Sujeito Passivo

Segundo o art. 4o., da LC 87/96 – contribuinte seria qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial operações de circulação de mercadoria ou prestação de serviço de transporte ou de comunicação, ainda que as operações e prestações de serviço iniciem no exterior.

A LC 114/2002, porém, incluiu também pessoas que, mesmo sem habitualidade, importem mercadorias; sejam destinatárias de serviços

prestados no exterior; adquiram produtos em licitação...; e adquiram lubrificantes ou combustíveis para consumo...;

– pessoas que pratiquem operações relativas à circulação de mercadorias;

– importadores de bens de qualquer natureza;

– prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal;

– prestadores de serviços de comunicação.

Observação: Há possibilidade de figurar no polo passivo da relação o responsável tributário.

Fato gerador

O principal fato gerador é a circulação de mercadoria ou prestação de serviços interestadual ou intermunicipal de transporte e de comunicação, ainda que iniciados no exterior.

A LC 87/96 em seu art. 2o. aborda as hipóteses de incidência:

O fato gerador pode constituir:

a) as operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentos e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

Observação: É a mudança de titularidade jurídica do bem que caracteriza a circulação de mercadorias. Não são mercadorias as coisas que o empresário adquire para uso ou consumo próprio, mas somente aquelas adquiridas para revenda ou venda.

b) prestação de serviços de transporte (interestaduais e intermunicipal) por qualquer via, de pessoas, coisas ou valores;

Observação: Prevalece na determinação do local da prestação, para o qual deve haver o recolhimento do tributo, em relação aos serviços de transporte. É simples: vale o local onde tenha início a prestação do transporte.

c) na prestação onerosa de serviço de comunicação (telefone, internet);

d) a entrada de mercadoria ou bens importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto (LC 114/2002).

Qual é o momento em que a obrigação nasce?

Art. 12, da LC 87/96, dispõe que o fato gerador ocorreu no momento:

I- da saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte;II- do início da prestação de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal;III- do ato final de transporte iniciado no exterior;IV- do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do

exterior;V- do recebimento pelo destinatário de serviços prestados no exterior;VI- da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens importados

do exterior e apreendidos ou abandonados;VII- da entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive

lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.

Base de cálculo

A base de cálculo pode ser:

– o valor da operação, em se tratando de operação de circulação de mercadoria;

– o preço do serviço, em se tratando de transporte e de comunicação;

– o valor da mercadoria ou bem importado, constante de documento de importação, convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada para cálculo do imposto de importação e acrescido do IPI, do próprio II, e das despesas aduaneiras.

Alíquotas

Operações Interestaduais: são aquelas em que o vendedor e comprador encontram-se em estados diferentes.

A fixação das alíquotas de ICMS nessas operações compete ao Senado Federal, que deverá promovê-la por meio de Resolução, aprovada por maioria absoluta.

Operações Internas: são aquelas em que o vendedor e o comprador encontram-se no mesmo estado. Nestas o Senado Federal apenas irá fixar alíquotas mínimas e máximas, com intuito de evitar a guerra fiscal.

* Alíquotas internas: utilizadas nas operações internas, isto é, naquelas operações em que o vendedor e o adquirente da mercadoria encontram-se situados no mesmo Estado.6

Normalmente, as alíquotas internas são superiores às alíquotas interestaduais. No entanto, no que tange ao ICMS, temos a aplicação do princípio da seletividade, que permite variar as alíquotas de acordo com a essencialidade do produto (de 7% até 25%).

As alíquotas internas costumam ser 17, 18%, dependendo do estado.

Nas operações interestaduais em que o comprador não seja contribuinte do ICMS, a operação será tributada completamente no estado do vendedor.

Quando a operação ocorre entre estados e tanto o vendedor quanto o comprador são contribuintes do ICMS, a receita será repartida.

Nas operações interestaduais, as alíquotas serão de 7% ou 12%, de acordo com o Estado de origem (onde se localiza o vendedor) e o Estado de destino (onde se situa o comprador).18

* As alíquotas para os estados do Sul e Sudeste são de 12%.

* Para os estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, a alíquota será de 7%.

Vale lembrar que o critério que define a aplicação da alíquota não é o estado de origem, mas o estado do destino.

As alíquotas interestaduais foram estabelecidas com o objetivo de privilegiar as regiões com menor desenvolvimento econômico.

Questões para esclarecer a teoria

a) Se o destinatário da mercadoria não for contribuinte, e sim uma pessoa física, o imposto caberá integralmente ao Estado de origem da operação, devendo ser calculado pela alíquota interna. Ex.: Uma loja de Campinas-SP vende um eletrodoméstico para uma pessoa física de Guaxupé-MG, que custou R$ 1.000,00. Quanto o vendedor deverá recolher de ICMS, sabendo que a alíquota interna do estado de São Paulo é de 18%?

6 Disponível em: http://www.pontodosconcursos.com.br/admin/imagens/upload/4245_D.pdf.>. Acesso em:7/12/2010.

Resposta: Base de cálculo = valor da mercadoria = R$ 1.000,00 X 18% = 180,00.

Explicação: O ICMS será pago pela alíquota interna do estado de origem, nesse caso São Paulo.

b) Se o destinatário da mercadoria for contribuinte, um comerciante, produtor, industrial ou equiparado, o imposto caberá aos estados de origem e de destino, incidindo duas vezes, da seguinte forma:

1º. Cobra-se o imposto no Estado de origem pela alíquota interestadual.

2º. Cobra-se o imposto no Estado de destino pela diferença entre alíquota interna e alíquota interestadual. Ex. Um estabelecimento atacadista na cidade de Campinas vende um lote de aparelhos eletrodomésticos por R$ 100.000,00 a um estabelecimento varejista da cidade de Guaxupé-MG. Calcule o ICMS, sabendo que as alíquotas dos impostos são:

– alíquota interna de SP 18%

– alíquota interna de MG 17%

– alíquota interestadual 12%

Resp.: Para o estado de origem, São Paulo, paga-se o imposto na alíquota de 12%, interestadual, e para Minas Gerais recolhe-se a diferença da alíquota interna para a interestadual, ou seja, 17% - 12% = 5%.

Vejamos:

Base de Cálculo – R$ 100.000,00 Vendedor – SP – recolhe sobre 100.000,00 – alíquota interestadual

– 12% = R$ 12.000,00 O comprador é varejista, quando ele revender a mercadoria, deverá

pagar o ICMS que ficou faltando. Se vender pelo mesmo valor, R$ 100.000,00, recolhe a diferença entre a alíquota interestadual e a interna de seu estado. Nesse caso, a alíquota interna é de 17% em Mina Gerais. 17 - 12 = 5% sobre R$ 100.000,00. Assim, irá recolher 5.000,00 para o estado de Minas Gerais.

Outro exemplo

Vendedor: empresa A – situada no RS.

Comprador: empresa B – situada em SP.

Ambos contribuintes do ICMS.

Valor da operação R$ 1.000.000,00.

Alíquota interestadual aplicável na região Sudeste – 12% (destino).

Alíquota interna aplicável – 18% SP.

Operação interestadual.

ICMS no estado do vendedor – R$ 120.000,00.

Revenda por R$ 1.000.000,00 (hipótese sem lucro).

ICMS, alíquota interna 18%.

ICMS no estado do comprador R$ 180.000,00 - 120.000,00 (que já foi pago no RS).

Será pago R$ 60.000,00 para o estado de São Paulo.

A CF no art. 155, p. 2o., X – elenca hipótese de não incidência do ICMS (imunidades).

Princípio da não cumulatividade

O ICMS é um imposto que incide nas diversas etapas da circulação da mercadoria, sendo não cumulativo. Com isso, em cada etapa de sua circulação, é permitido abater-se o imposto pago nas etapas anteriores.

Será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas etapas anteriores pelo mesmo estado ou outro estado ou DF.

IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

Competência

Art. 155 da CF/88: “Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre:

(...)

III – propriedade de veículos automotores.”

A receita do IPVA é partilhada entre o Estado (50%) e o Município (50%) onde o veículo é licenciado e destina-se ao financiamento de serviços básicos à população (saúde, educação, transporte, segurança, habitação, etc.).

Sujeito Passivo

O contribuinte do imposto é o proprietário de veículo, pessoa física ou jurídica.

Fato gerador

O fato gerador do IPVA é a propriedade do veículo automotor. O imposto incide sobre a propriedade de veículos automotores de qualquer espécie, devendo ser pago anualmente pelo proprietário ou responsável.

Base de Cálculo

A SEFAZ – Secretaria da Fazenda Pública Estadual deve apresentar até 31 de outubro uma tabela com os valores dos veículos automotores, estabelecendo modelo, marca e ano de fabricacão e correspondente valor do veículo, isto se tratando de veículo usado. Estes valores servirão de base de cálculo para o imposto que é lançado todos os dias 1º. de janeiro de cada ano.

Veículo novo

– o valor do documento relativo à aquisição, incluindo opcionais e acessórios;

– o valor do documento de importação, acrescido dos tributos das despesas decorrentes da importação, na importação direta;

– o valor do custo de aquisição ou de fabricação, na incorporação de veículo ao ativo permanente do fabricante ou do revendedor;

– o somatório dos valores relativos à aquisição de parte e peça e do serviço prestado, quando o veículo foi montado pelo próprio consumidor.

Veículo usado

– o valor médio de mercado divulgado em tabela elaborada pela SEFAZ, observando-se, no mínimo, a marca, o modelo, a espécie e o ano de fabricação.

Alíquotas

O Senado Federal, através de resolução, trará as alíquotas mínimas cobradas pelos estados, que o farão através de lei ordinária estadual; nesse caso, não há alíquotas máximas.

O IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e da utilização do veículo, como no caso dos utilitários e dos carros de passeio no Estado de São Paulo (nesse caso, entende-se que a função da progressividade é extrafiscal, assumindo função regulatória).

Há também a isenção de IPVA para veículos utilizados em atividade de interesse socioeconômico específico (agroindústria, transporte público de passageiros, terraplenagem).

Quanto aos veículos das pessoas jurídicas de direito público, dos templos e das instituições de educação e assistência social, não há que se falar em isenção, mas sim em imunidade.

Alíquotas no Estado São Paulo

A tabela deve ser publicada até o dia 31 de dezembro do exercício anterior ao da cobrança do imposto.

• Na impossibilidade da aplicação da tabela, deve-se adotar o valor:

– de veículo similar constante da tabela ou existente no mercado;

– arbitrado pela autoridade administrativa na inviabilidade da aplicação da regra precedente.

• É irrelevante para determinação da base de cálculo o estado de conservação do veículo individualmente considerado.

Artigo 9º – A alíquota do imposto, aplicada sobre a base de cálculo atribuída ao veículo, será de:

I – 1,5% (um inteiro e cinquenta centésimos por cento) para veículos de carga, tipo caminhão;

II – 2% (dois por cento) para:

a) ônibus e micro-ônibus;

b) caminhonetes cabine simples;

c) motocicletas, ciclomotores, motonetas, triciclos e quadriciclos;

d) máquinas de terraplenagem, empilhadeiras, guindastes, locomotivas, tratores e similares;

III – 3% (três por cento) para veículos que utilizarem

motor especificado para funcionar, exclusivamente, com os seguintes combustíveis: álcool, gás natural veicular ou eletricidade, ainda que combinados entre si;

IV – 4% (quatro por cento) para qualquer veículo automotor não incluído nos incisos I a III deste artigo.

(LEI Nº 13.296, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2008)

Observação: é importante atentar-se que as alíquotas podem variar de estado para estado e, ainda que as leis que prevêem tais exações também podem estabelecer isenções fiscais! Verifique a lei de seu Estado!!!!

IMPOSTOS FEDERAIS

IR – Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza

Competência: arts. 153, III, CF e art. 43, CTN.

Compete à União instituir imposto sobre:

III – renda e proventos de qualquer natureza;

Art. 43, CTN: O imposto, de competência da União, sobre renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou de ambos;

I – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

Fato Gerador: é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza.

* Definição de renda: é sempre o resultado/produto do trabalho – ex.: salários, honorários, comissões.

* Renda de capital: aluguel, royalties, participação nos lucros, bonificações.

* Proventos de qualquer natureza: são acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda – ex.: aposentadorias, pensões, ganhos em loteria etc.

Sujeito Passivo

É a pessoa física ou jurídica, titular de renda ou proventos de qualquer natureza – aqueles que têm acréscimo patrimonial. Ainda a pessoa jurídica estrangeira que figura no BR deverá pagar IR sobre os acréscimos patrimoniais.

Base de Cálculo

É a soma de fatores algébricos positivos e negativos que se agregam ao patrimônio, conforme art. 44, CTN.

Art. 44, CTN: A base de cálculo é o montante, real, presumido ou arbitrado, da renda ou proventos tributáveis.

A incidência ocorre sobre o crédito líquido do contribuinte, ou seja, sobre a diferença entre a renda ou proventos brutos auferidos e os encargos admitidos em lei, como gastos com dependentes, planos de saúde etc.

A base de cálculo varia de acordo com o tipo de contribuinte.

* Em se tratando de pessoa física – o imposto incide sobre a renda líquida.

* Em se tratando de pessoa jurídica – a base de cálculo é o lucro. O lucro, por sua vez, poderá ser presumido ou real.

a) LUCRO REAL – Pode ser entendido como o acréscimo real do patrimônio em determinado período. É o lucro contábil, ajustado por meio de adições e exclusões.

O lucro líquido é apurado mediante escrituração contábil, todas as receitas, todos os custos, despesas.

A apuração pelo lucro real é obrigatória para empresas indicadas na Lei 9.718/98.

Pessoas Jurídicas Obrigadas ao Lucro Real

A partir de 1999, estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas (Lei   9.718/1998 , art. 14):

I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses (limite fixado pela Lei 10.637/2002); 

Nota: O limite acima é válido a partir de 1/1/2003.

II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

Período de Apuração

O imposto será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.No caso da apuração com base no lucro real, o contribuinte ainda tem a opção de apurar anualmente o imposto devido, devendo, entretanto, recolher mensalmente o imposto por estimativa.7

OPÇÃO PELO SISTEMA DE APURAÇAO – A opção pelo lucro real anual, lucro real trimestral ou lucro presumido será manifestada pelo pagamento da 1ª quota de qualquer um dos regimes, mediante DARF, sendo que a legislação não permite mudar a forma de tributação durante o ano-calendário (art.13, Lei 9.718/98).

 b) LUCRO PRESUMIDO – Trata-se de um sistema opcional pela pessoa jurídica não obrigada por lei à apuração do lucro real.

Consiste na presunção legal de que o lucro da empresa é aquele por ela estabelecido com base na aplicação de um percentual sobre a receita bruta (faturamento), no respectivo período de apuração (trimestral).

Percentuais aplicados sobre o valor de faturamento

O lucro presumido será determinado aplicando-se sobre a receita bruta de vendas de mercadorias, produtos e/ou da prestação de serviços, apurada em cada trimestre, os percentuais constantes da tabela a seguir, conforme a atividade geradora (RIR/1999, art. 518 e art. 519, parágrafo único; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 3º, §§ 1º e 2º, e art. 36, I).

7 Disponível em: <http://www.maph.com.br/ler_capitulo.php?products_id=48>. Acesso em: 7/12/2010.

Espécies de atividades geradoras de receita

Percentuais aplicáveis sobre a receita  

- Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural  

1,6%  

- Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo)- Transporte de cargas - Serviços hospitalares- Atividade rural – Industrialização - Atividades imobiliárias - Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais próprios, em qualquer quantidade - Qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual especificado - industrialização de produtos em que a matéria-prima, ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização  

8%  

- Serviços de transporte (exceto o de cargas) - Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00

16%  

- Serviços em geral para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os prestados por sociedades civis de profissões regulamentadas (que, de acordo com o Novo Código Civil, passam a ser chamadas de sociedade simples) - Intermediação de negócios - Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza - Serviços de mão de obra de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra  

32%  

8 Disponível em: http://www.cmpcontabil.com.br/lucropresumido.html>.

c) LUCRO ARBITRADO – É aquele apurado pelo Fisco, nos casos previstos em lei, a exemplo de irregularidades na escrita fiscal.

Alíquota do IRPJ – seja para lucro real ou presumido

A alíquota do IRPJ de 15% sobre o lucro, aplicando-se um adicional de 10% sobre o lucro excedente a R$ 240.000,00/ano ou 20.000,00/mês.

As alíquotas aplicadas serão as mesmas independente da forma de apuração. Assim, se o lucro anual da pessoa juridical for de R$ 200.000,00, a alíquota do IR sera de 15%. Entretando, caso o lucro anual dessa empresa seja de R$ 300.000,00, deverá ser aplicada a alíquota de 15% sobre o montante total, aplicando-se ainda alíquota de 10% sobre o que exceder os R$ 240.000,00.

Alíquotas das Pessoas Físicas

As alíquotas são progressivas quando o contribuinte são pessoas físicas, o que significa dizer que as alíquotas variam/progridem de acordo com a capacidade contributiva do sujeito passivo.

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício de 2012, ano-calendário de 2011. *

Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 18.799,32 - -

De 18.799,33 até 28.174,20 7,5 1.409,95

De 28.174,21 até 37.566,12 15,0 3.523,01

De 37.566,13 até 46.939,56 22,5 6.340,47

Acima de 46.939,56 27,5 8.687,45

Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 1º da Lei nº 12.469, de 26 de agosto de 2011.

8

Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/TabProgressiva2012a2015.htm

II – IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS

Competência: art. 153, I, CF – compete à União a sua instituição.

Parágrafo 1o.: Compete ao Poder Executivo, atendidas as condições e limites estabelecidos pela lei, alterar as alíquotas do imposto de importação.

Fato Gerador

O art. 19, do CTN – determina que o fato gerador ocorre com a entrada da mercadoria em território nacional, e a legislação aduaneira estabelece o aspecto temporal como o momento do desembaraço aduaneiro. Este se consuma com a entrada real do produto estrangeiro no território nacional. Ex.: Na prática, é o momento do início do despacho aduaneiro, ou seja, o momento da apresentação ou declaração de importação ou documento similar perante autoridade competente (Receita Federal) para a liberação da mercadoria.

* Para efeitos de cálculo do imposto, os valores em moeda estrangeira devem ser convertidos em moeda nacional, à taxa do câmbio vigente no momento da entrada no País da mercadoria importada.

* O imposto só se aplica às mercadorias importadas que permanecem no Brasil. Por exemplo: mercadorias trazidas ao País para uma feira ou exposição não pagarão imposto de importação.

Sujeito Passivo

Art. 21, CTN – Podem ser sujeitos passivos:

I – o importador (PF ou PJ que promova a entrada de mercadoria estrangeira em território brasileiro a fim de permanecer de forma definitiva);

II – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;

III – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente.

Alíquotas

Existem duas espécies de alíquota no II:

a) Alíquota específica – expressa por uma quantidade específica, em função da unidade de quantificação dos bens importados. Por exemplo: o imposto corresponderá a tantos reais por cada metro ou quilo, ou outra unidade qualquer de medida.

b) Alíquota ad valorem – indicada em porcentagem a ser calculada sobre o valor do bem, percentual sobre o valor da mercadoria. Existem alíquotas variadas para cada produto específico.

Art. 153, p. 1o., CF: O Poder Executivo pode nos limites alterar as alíquotas do II, a fim de ajustá-lo aos objetivos de política cambial e do comércio exterior. A alteração das alíquotas há que ser feita por ato fundamentado.

Base de Cálculo: art. 20, CTN

I- Quando a alíquota for específica, a base de cálculo é a unidade de medida adotada pela lei para o caso (a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida estabelecida).

II- Quando a alíquota for ad valorem, a base de cálculo é o preço normal do produto.

III- Em se tratando de produto abandonado ou apreendido, levado a leilão, a base de cálculo é o preço de arrematação.

Quando falamos em importação, estamos tratando de comércio exterior; então é importante ressaltar que o Brasil é signátario de vários tratados internacionais a fim de estabelecer alíquotas padronizadas. Dessa forma, é possível evitar inúmeros conflitos entre ordenamentos jurídicos diferentes e, inclusive, evitar a bitributação.

Exemplos de tratados que disciplinam o comercio internacional são:

TEC – Tarifa Externa Comum – tratado assinado entre os paises do Mercosul o qual impõem aliquotas para as operações comerciais consagradas entre os signatarios.

GAT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) – acordo fixado na Suíça, no qual o BR é signatário, sendo o GAT caracterizado como pacto que visa estabelecer e administrar regras de procedimento no

comércio internacional. Este também estabelece alíquotas a serem seguidas (abrange um grande numero de países da Europa principalmente).

Lembrete:

Sobre o valor da importação incide o II. Sobre o valor da importação + II, incide o IPI. Sobre o valor da importação + II + IPI, incide o ICMS. E, sobre o valor de todos, passou a incidir o PIS e o COFINS.

IE – Imposto sobre a Exportação para o Exterior de Produtos Nacionais ou Nacionalizados

Competência: da União instituir e cobrar o IE de produtos nacionais e nacionalizados. Art. 153,II, CF, art. 23 e seguintes do CTN.

Parágrafo 1o.: Cabe ao Executivo estabelecer as alíquotas.

Fato Gerador

É a saída do território nacional para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados.

O fato gerador é a saída do território nacional do produto nacional ou nacionalizado indicado em lista aprovada pelo Poder Executivo. Se o produto não estiver na lista, não haverá incidência tributária.

(Decreto 1.578/77, art. 1o., e p. 3o.)

Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da guia de exportação ou documento equivalente.

Observação: Produtos nacionais são aqueles produzidos em território brasileiro, já produtos nacionalizados são aqueles que foram importados e agora serão exportados (ex.: produtos que vêm da China).

Sujeito Passivo: art. 27, CTN, e art. 5o., do DL 1.578/77

O sujeito passivo é o exportador – qualquer pessoa que promova a saída do produto nacional ou nacionalizado do território nacional. Não se faz necessário que o exportador seja empresário, pode ser uma pessoa comum, sem intuito comercial.

Base de cálculo será:

a) a quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida indicada na lei, quando a alíquota for específica. Ex.: Teremos um imposto de R$ 40,00 por tonelada – art. 20, I, CTN.

b) o valor monetário do produto exportado, o preço normal – quando a alíquota for ad valorem.

Alíquotas:

a) específicas – valor em dinheiro que incide sobre a unidade de medida prevista em lei. Por exemplo, R$ 12,00 a tonelada de soja.

b) ad valorem – aplicação de alíquota sobre o valor da mercadoria exportada.

Atualmente, essa alíquota é de 30%, facultado ao Poder Executivo aumentá-la ou reduzi-la, para atender aos interesses da economia nacional. (Lei 9.716/98)

A alíquota máxima não pode ultrapassar a 150% o valor da mercadoria.

As alterações de alíquota fixadas pelo Executivo devem ser justificadas, sob pena de vício de inconstitucionalidade.

ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

Competência: art. 153, VI, CF – União.

Legislação: Lei 9.393/96 e Decreto 4.382/02.

* Art. 153, p. 4o., I, CF – imposto é progressivo, conforme a produtividade ou não da propriedade.

Objetivo – Desestimular propriedades improdutivas.

* II – O imposto não incidirá sobre pequenas glebas rurais (até 50 hectares), definida em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;

III – Cabe ao Município optar pela fiscalização e cobrança do ITR – ficando com 100% da receita arrecadada.

Sujeito Passivo: art. 5o., do Decreto 4.382/02

* o proprietário – aquele que tem o domínio exclusivo/pleno;

* Titular do domínio útil – enfiteuse e usufrutuário;

* Possuidor – aquele que tem a posse, podendo pedir usucapião.

No caso de existirem proprietário e possuidor (arrendamento rural) quem paga é o proprietário.

Fato Gerador

Art. 29, CTN: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município.

Conceito de Bem Imóvel Por Natureza: é o solo nu e seus agregados da própria natureza (vegetação, árvores.) sem considerar o cultivo ou construções, compreendendo as árvores e os frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.

Conceito de zona urbana – art. 32, p. 1o., CTN – é aquela delimitada por lei municipal, sendo necessário para caracterizar a presença de pelo menos dois requisitos entre os mencionados neste artigo.

* meio fio ou calcamento, com canalização de águas pluviais;

* abastecimento de água;

* sistema de esgoto sanitário;

* rede de iluminação pública;

* escola primária ou posto de saúde, a uma distãncia de, no máximo, 3 km do imóvel considerado.

Assim, zona rural é um conceito por exclusão.

Base de cálculo:

Conforme art. 30, CTN c/c art. 8o., da Lei 9.393/96 e art. 32, Dec. 4.382/02:

É o valor fundiário do imóvel, é o valor da terra nua, sem construções, cultivos etc.

Considera-se como tal a diferença entre o valor venal do imóvel e o valor dos bens incorporados ao imóvel, declarados pelo contribuinte e não impugnado pela Administração, ou a própria Administração poderá fazer a avaliação da terra.

Valor de mercado apurado em 1o. de janeiro.

Alíquotas

São proporcionais e progressivas, segundo o grau de utilização da área rural. A fixação das alíquotas é feita baseada na Lei 9.393/96, podendo variar de 0,03% até 20%.

Abaixo, segue um questionário de frequentes perguntas realizadas no site da Receita Federal:

Perguntas e Respostas - Cálculo do Imposto9

BASE DE CÁLCULO

Qual a base de cálculo do ITR?

A base de cálculo do ITR é o Valor da Terra Nua Tributável (VTNT).(Lei nº 9.393, de 1996, art. 11; RITR/2002, arts. 32 e 33; IN SRF nº 256, de 2002, arts. 32 e 33)

CÁLCULO

Como se calcula o valor do ITR?

O valor do ITR a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT pela alíquota correspondente, considerados a área total e o grau de utilização (GU) do imóvel rural.(Lei nº 9.393, de 1996, art. 11; RITR/2002, art. 35; IN SRF nº 256, de 2002, art. 35)

O que é grau de utilização?Grau de utilização é a relação percentual entre a área efetivamente utilizada pela atividade rural e a área aproveitável do imóvel rural; constitui critério,

9Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/itr/2005/pergresp/pr165a182.htm.

juntamente com a área total do imóvel rural, para a determinação das alíquotas do ITR.

(Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, VI; RITR/2002, art. 31; IN SRF nº 256, de 2002, art. 31)

Como será calculado o GU do imóvel na hipótese de inexistência de área aproveitável, após deduzidas as áreas não tributáveis e as áreas ocupadas com benfeitorias úteis e necessárias?Na hipótese de inexistir área aproveitável após excluídas as áreas não tributáveis e as áreas ocupadas com benfeitorias úteis e necessárias, serão aplicadas as alíquotas correspondentes aos imóveis rurais com grau de utilização superior a oitenta por cento, observada a área total do imóvel.(Lei nº 9.393, de 1996, art. 11, § 1º; RITR/2002, art. 35, § 1º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 35, § 1º)

O que se entende por terra nua, para efeito do ITR?Terra nua é o imóvel por natureza ou acessão natural, compreendendo o solo com sua superfície e a respectiva mata nativa, floresta natural e pastagem natural. A legislação do ITR adota o mesmo entendimento da legislação civil.(CC, art. 79)Como determinar o valor da terra nua, para efeito do ITR?O Valor da Terra Nua (VTN) é o valor de mercado do imóvel, excluídos os valores de mercado relativos a:I - construções, instalações e benfeitorias;II - culturas permanentes e temporárias;III - pastagens cultivadas e melhoradas;IV - florestas plantadas.(Lei nº 9.393, de 1996, arts. 8º, §§ 1º e 2º, e 10, §1º, I; RITR/2002, art. 32; IN SRF nº 256, de 2002, art. 32)

O VTN é o valor de mercado do imóvel em que data?O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir a DITR, e será considerado auto-avaliação da terra nua a preço de mercado.(Lei nº 9.393, de 1996, art. 8º, § 2º; RITR/2002, art. 32, § 1º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 32, § 2º)

O contribuinte adquiriu neste exercício uma área de terra que nunca fora declarada pelo vendedor. Qual o valor a ser atribuído à terra nua deste imóvel?O VTN é o preço de mercado da terra nua apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir a DITR.(Lei nº 9.393, de 1996, art.8º, § 2º; RITR/2002, art. 32, § 1º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 32, § 2º)

O que se entende por construções, instalações e benfeitorias para efeito de exclusão do VTN?Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias, para efeito de exclusão do VTN, os prédios, depósitos, galpões, casas de trabalhádores, estábulos, currais, mangueiras, aviários, pocilgas e outras instalações para abrigo ou tratamento de animais, terreiros e similares para secagem de produtos agrícolas, eletrificação rural, abastecimento ou distribuição de águas, barragens, represas, tanques, cercas e, ainda, as benfeitorias não relacionadas com a atividade rural.(RITR/2002, art. 32, § 2º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 32, § 3º)

Como é obtido o valor do imposto a ser pago?O valor do imposto a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT pela alíquota correspondente, considerados a área total e o grau de utilização do imóvel rural.(Lei nº 9.393, de 1996, art. 11; RITR/2002, art. 35; IN SRF nº 256, de 2002, art. 35)

Existe valor mínimo para o ITR?Existe. Em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00 (dez reais).(Lei nº 9.393, de 1996, art. 11, § 2º; RITR/2002, art. 35, § 2º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 35, § 2º)

Quem deve apurar o ITR?A apuração do ITR deve ser efetuada pelo contribuinte ou responsável, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior.(Lei nº 9.393, de 1996, art. 10)

IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou sobre Operações Relativas a Títulos ou Valores Imobiliários

Competência: União – art. 153, V, CF, e art. 63, CTN. Decreto 4.494/2002.

Sujeito Passivo: segundo art. 66, CTN, e Decreto 6.306/07, são contribuintes: quaisquer das partes na operação tributada, ficando a cargo do legislador ordinário essa indicação.

Fato Gerador

Art. 63, CTN – o FG é a operação de crédito, câmbio, seguro ou com títulos e valores mobiliários. Para ocorrer o FG, deve haver umas das operações.

* Operação de Crédito: é uma prestação presente contra uma promessa de prestação futura (por exemplo, entrega do montante da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado).

* Operação de Câmbio: entrega de moeda nacional ou estrangeira ou de documento que a represente (por exemplo, troca de moedas).

* Operação de Seguro: é o contrato pelo qual se garante algo contra risco de eventual dano (por exemplo, emissão da apólice).

* Operação relativa a títulos e valores mobiliários: implica emissão, transferência, pagamento ou resgate de títulos ou valores mobiliários, na forma da lei.

Base de Cálculo: art 64, CTN

* quanto às operações de crédito – o montante da operação + juros;

* quanto às operações de câmbio – o montante da operação em moeda nacional recebido, entregue;

* quanto às operações de seguro – o valor do prêmio;

* quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários

a) na emissão, o valor nominal mais ágil, se houver;

b) na transmissão, o preço ou valor nominal ou valor da cotação em bolsa;

c) no pagamento ou resgate, o respectivo preço.

Alíquotas: a lei que regula a matéria deve fixar os limites das alíquotas – Decreto 6.339/08:

* operações de crédito – máximo de 1,5% ao dia;

* operações de câmbio – máximo de 25%;

* operações de seguro – 25%;

* operações relativas a títulos ou valores mobiliários – máximo de 1,5% ao dia;

* operações com ouro – alíquota de 1%.

Cabe ao Poder Executivo fixar as alíquotas que serão fixadas sobre as operações financeiras, respeitando os limites em lei.

IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

Competência: art. 153, IV, CF, e art. 46, CTN – União.

P. 1o.: possibilidade de o Poder Executivo alterar as alíquotas.

P. 3o.,I: o imposto será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;

III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

Sujeito Passivo: art. 51, CTN

O contribuinte será:

* o importador;

* o industrial;

* o comerciante de produtos sujeito ao imposto;

* o arremantante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Fato Gerador: art. 46, CTN

O IPI tem por fato gerador:

a) o desembaraço aduaneiro, com relação a produtos de procedência estrangeira;

b) a saída destes do estabelecimento do contribuinte, quanto a produtos de produção nacional;

c) a sua arrematação, quando apreendidos e levados a leilão.

Base de Cálculo

a) Produto Industrializado Nacional – valor da operação de saída do produto do estabelecimento do contribuinte (preço do produto + valor do frete + outras despesas – art. 47, II, CTN).

b) Mercadoria Importada – o preço da mercadoria convertida em moeda nacional + imposto de importação + taxas aduaneiras + encargos cambiais – art. 47, I, CTN.

c) Produto leiloado – preço da arrematação.

Alíquotas: sua alíquota varia conforme a grandeza econômica tributada (proporcional).

* seletividade – variando de 0% a 365,3% (cigarro)

Existe uma tabela onde constam as alíquotas conforme o produto desejado – TIPI – Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Princípio da não cumulatividade – art. 153, p. 3o., II, CF

O IPI será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.

Por exemplo:

a) Faz-se o registro, como crédito, do valor do IPI relativo à entrada de matérias-primas, produtos intermediários, materiais de embalagem e outros insumos que tenham sofrido a incidência do imposto ao saírem do estabelecimento de onde vieram.

b) Faz-se o registro, como débito, do valor do IPI calculado sobre os produtos que saírem “industrializados” do estabelecimento.

c) No final do mês, é feita a apuração. Se o débito é maior, o saldo devedor corresponde ao valor a ser recolhido. Se o crédito é maior, o saldo credor é transferido para o mês seguinte.

Questionário

1. O Imposto de Importacão e o Imposto de Exportação estão sujeitos ao princípio da anterioridade? Justifique.

2. Como é concretizada a “seletividade em função da essencialidade do produto”? Fundamente.

Respostas

1. Em nosso sistema jurídico tributário, temos dois princípios da anterioridade, ou seja, o princípio da anterioridade genérica – pelo qual, quando houver alteração da lei de determinado imposto, se deve publicar num ano e os efeitos desta somente iniciam-se no próximo exercício financeiro; e o princípio da anterioridade nonagesimal, pelo qual se faz necessário aguardar 90 dias entre a publicação de uma lei e sua eficácia. No caso dos impostos II e IE, nenhum dos princípios será observado, ou seja, publicadas as leis com supostas alterações, estas valerão a partir da publicação.

2. O IPI respeita o princípio da seletividade, o que significa dizer que as alíquotas irão variar para cima ou para baixo em função da essencialidade do produto. Vejamos, as alíquotas podem começar em 0% e chegar até 365,5%, isso depende do tipo de produto que estiver sendo tributado. Produtos de cesta básica costumam ter alíquotas menores, já cigarros e bebidas alcoolicas têm alíquotas bem elevadas.

ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

Administração Tributária pode ser entendida em dupla acepção, conforme Costa (2009, p. 308).

Em sentido subjetivo, compreende o aparelhamento burocrático mantido pelos autorizados a tributar, composto por múltiplos órgãos, incumbidos de arrecadação e fiscalização de tributos.

Em sentido objetivo, a administração tributária traduz a atividade administrativa destinada a realizar a aplicação da lei fiscal, visando ao atendimento às finalidades de interesse Público consubstanciadas na proteção dos direitos dos contribuintes e na arrecadação tributária.

Podemos entendê-la como toda a parte operacional da máquina tributária, ou seja, é através dela que temos o lançamento tributário (quando necessário), a fiscalização e a arrecadação de tributos, envolvendo ainda atividades como emissão de certidão de regularidade fiscal em nome do contribuinte, orientação e esclarecimentos aos contribuintes para o cumprimento da legislação tributária.

O CTN divide o tópico da Administração Tributária em três títulos: fiscalização, dívida ativa e certidões negativas. Vejamos:

Fiscalização

A fiscalização tributária é um poder-dever do Estado. Sabe-se que o dever de pagar tributos decorre de lei, por este motivo cabe ao Fisco exercer, compulsoriamente, o controle sobre o comportamento dos sujeitos passivos, no sentido de adimplirem suas obrigações.

A atividade fiscalizatória há de ser adequadamente documentada, mediante a lavratura de termos e autos, de acordo com as normas aplicáveis referentes a cada esfera administrativa, a fim de garantir a segurança jurídica.

O CTN regula esta matéria nos arts. 194 a 200.

O art. 195, CTN, dispõe:

“Para efeitos da legislação tributária, não tem aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.”

O art. 145, parágrafo 1o., da CF, faculta “a administração tributária, especialmente para conferir a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”.

Com base nesses artigos, pode-se concluir que os livros e documentos mercantis poderão ser examinados pelas autoridades administrativas, a fim de investigar se as obrigações tributárias estão sendo corretamente cumpridas pelos contribuintes.

O art. 196, do CTN, aborda os aspectos formais da fiscalização, determinando que “a autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento… e que fixará o prazo máximo para a conclusão daquelas”.

A Lei Complementar nº. 105/2001, em seu artigo 6o, determina que “as autoridades e os agentes fiscais da União, dos Estados, do DF e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único: O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere o artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária”.

Há doutrinadores que entendem ser inconstitucional este dispositivo legal, porquanto ofende a intimidade e a privacidade e sem o devido processo legal impõe decisão judicial para a quebra de sigilo bancário. Mas há outra corrente que alega que o art. 145, parágrafo 1o., CF, fundamenta o direito da administração

pública de prosseguir com a quebra de sigilo desde que presentes os requisitos citados na lei.

Por fim, o art. 199, do CTN, determina que as fazendas públicas da União, Estados, DF e Municípios podem prestar-se mutuamente assistência para fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, devendo ser mantido o sigilo entre os órgãos.

Dívida Ativa

O art. 201, do CTN, declara que “constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular”.

A constituição em dívida ativa visa à constituição de título executivo, o qual será destinado à cobrança judicial de créditos não pagos. Com inscrição do crédito não pago no Livro da Dívida Ativa, é possível extrair a Certidão de Dívida Ativa (CDA).

De acordo com o art. 202, do CTN, o termo de inscrição de dívida ativa conterá:

I- o nome do devedor, domicílio e também corresponsáveis, se for o caso;II- quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;III- a origem e a natureza do crédito, fundamento legal;IV- a data da inscrição;V- se for o caso, o número do processo administrativo.

Certidões Negativas

A certidão é ato administrativo enunciativo, segundo Costa (2009, p. 324), e sua obtenção é direito constitucionalmente assegurado, nos termos do art. 5o., XXXIII, CF.

A certidão negativa de débito tributário é documento probatório da regularidade de situação fiscal, requisito exigido para participar de licitações e operações de financiamento.

A certidão positiva com efeitos negativos ou certidão de regularidade fiscal, conforme regula o art. 206, do CTN, considera o contribuinte em situação regular, mesmo havendo débito tributário no órgão público, desde que a obrigação

correspondente esteja com a exigibilidade suspensa, ou em relação a qual haja execução garantida por penhora.

Por fim, é importante mencionar que, segundo o art. 208 do CTN, “a certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos”.

ILÍCITOS TRIBUTÁRIOS

As obrigações tributárias supõem a possibilidade de descumprimento. É possível que o destinatário da norma, por diversas razões, proceda de forma diversa da querida pela norma (AMARO, 2009, p. 431).

Dessa forma, tem-se que infração ou ilícito é uma conduta contrária à norma.

Sanção é o meio pelo qual se vale a ordem jurídica para desestimular o comportamento ilícito. Pode limitar-se a compelir o responsável pela inobservância da norma ao cumprimento de seu dever, e pode consistir num castigo, numa penalidade a este cominada (MACHADO, 2009, p. 488).

A ação de execução é a sanção destinada a obter do responsável pela inobservância da norma o adimplemento de seu dever. A penalidade pode ser pessoal (pena privativa de liberdade) ou patrimonial (multas).

Ilícitos Administrativos

De acordo com Hugo de Brito Machado (2009, p. 487), ilícitos administrativos são os comportamentos que implicam inobservância de norma tributária. Implica inadimplemento de obrigação tributária, seja principal ou acessória.

As leis tributárias geralmente estabelecem penalidades específicas para o descumprimento de obrigação acessória (por exemplo, não emitir nota fiscal), com

valores fixos ou com indicações de valores mínimos e máximos, mas sem vinculação com o imposto. São as chamadas infrações formais.

As multas proporcionais ao valor do tributo somente se justificam naqueles casos em que o dever de pagar o tributo não foi cumprido (obrigação principal). Se o contribuinte não cumpriu nenhuma das obrigações principal e acessória, aí sim cabe a multa proporcional ao valor do tributo acrescido da multa fixa.

Ilícitos penais – Crimes contra a Ordem Tributária – Lei 8.137/1990

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

        I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

        II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

        III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;

        IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;

        V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

        Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

        Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.

        Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:

        I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;

        II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;

        III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;

        IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;

        V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.

        Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Saiba Mais: veja artigo que discorre sobre o Princípio da Insignificância em Crimes Tributários.

http://jus.com.br/revista/texto/21644/aplicacao-do-principio-da-insignificancia-em-crimes-tributarios

Sanção Administrativa e Sanção Penal

Inexiste distinção essencial entre ilícito civil, penal ou administrativo. Por este motivo, também não há distinção sobre as sanções aplicadas. A distinção seria apenas valorativa. A sanção penal ficaria reservada àqueles que cometem condutas mais graves, que ofendem mais seriamente a ordem social, de acordo com os ensinamento de Hugo de Brito Machado (2009, p. 488/489).

Os atos de descumprimento de leis tributárias continuam ensejando as sanções administrativas – as multas. E ensejam também sanções penais quando não constituem puro e simples inadimplemento da obrigação principal, sem qualquer prática tendente a ocultar ou retardar a exteriorização de seu fato gerador.

Extinção da Punibilidade pelo Pagamento

O Supremo Tribunal Federal já consagrou o entendimento segundo o qual, em face da Lei 10.684/2003, o pagamento do débito tributário a qualquer momento extingue a punibilidade de qualquer dos crimes contra a ordem tributária, mesmo depois de recebida a denúncia.

A rigor, a extinção da punibilidade nos crimes contra a ordem tributária opera-se como decorrência de qualquer das causas de extinção do crédito tributário.

No âmbito administrativo, a questão se resolve nos termos do art. 138, do CTN: se o pagamento é feito com a denúncia espontânea da infração, nenhuma penalidade pode ser aplicada. Se, todavia, é feito em face de exigência formalizada em ação fiscal, o pagamento do crédito tributário feito no prazo estabelecido para a impugnação do auto de infração, ou no prazo para recurso administrativo, implica redução do valor da multa, que geralmente vem estabelecido na lei específica de cada tributo.

Essa redução do valor da multa, nas hipóteses em que o contribuinte renuncia ao direito de impugnar ou recorrer, constitui uma forma oblíqua de punir o sucumbente.