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ADÉLIA SEVERINO DA SILVA LIMA

CONTO PEQUENA HISTÓRIA, GRANDES EMOÇÕES

1*

CADERNO PEDAGÓGICO Orientação para a Produção de Texto

5ª série / 6º ano

Agosto 2011

1 ANDRADE, Carlos Drummond de et al. De conto em conto. São Paulo: Ática, 2001.

1

ADÉLIA SEVERINO DA SILVA LIMA

CONTO

PEQUENA HISTÓRIA, GRANDES EMOÇÕES

CADERNO PEDAGÓGICO Orientação para a Produção de Texto

5ª série / 6º ano

Caderno Pedagógico apresentado à UEL – Universidade Estadual de Londrina, pelo Programa de Desenvolvimento Educacional, sob orientação da professora Fabiane Cristina Altino.

Agosto 2011

2

Se se quiser falar ao coração dos homens, há que se contar uma historia. Dessas em que não faltem animais, ou deuses, e muita fantasia. Porque é assim suave e docemente que se despertam consciências.

Jean de La Fontaine

3

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

1 LER E ESCREVER: UM DESAFIO PERMANENTE .............................................. 6

1.1 LER E COMPREENDER ........................................................................................... 7

1.2 ESCREVER E COMUNICAR ....................................................................................... 7

1.3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA: UMA PROPOSTA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DA ESCRITA .... 8

2 INTRODUÇÃO AO GÊNERO ................................................................................. 9

2.1 O QUE É CONTO? ................................................................................................... 9

2.2 MAS O CONTO É UM RELATO DE ACONTECIMENTOS? ................................................ 9

2.3 ENTÃO O CONTO É UMA LENDA, FÁBULA OU PARÁBOLA? ........................................... 9

2.4 O QUE PODEMOS ENTENDER POR CONTO? ............................................................. 9

2.5 QUAL A ORIGEM DO CONTO? .................................................................................. 10

2.6 EXISTE CONTO MODERNO? .................................................................................... 10

2.7 QUE TAL ENRIQUECER AINDA MAIS NOSSO ESTUDO CONVIDANDO UM ESCRITOR

QUE FALA DO CONTO? ........................................................................................... 11

PRIMEIRA OFICINA - A DESCOBERTA DA LEITURA ........................................... 14

SEGUNDA OFICINA - CONTOS QUE ENCANTAM ................................................ 19

TERCEIRA OFICINA - PRODUÇÃO INICIAL DE UM CONTO ................................. 25

QUARTA OFICINA - A ARTE DE ESCREVER COM LYGIA BOJUNGA .................. 27

QUINTA OFICINA - MUITA IMAGINAÇÃO PARA UMA HISTÓRIA .......................... 36

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40

4

APRESENTAÇÃO

Caro colega,

Este caderno pedagógico traz uma sequência didática do gênero conto. É

um material didático-pedagógico elaborado para ser utilizado durante o processo de

implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola.

Cabe à você professor utilizar desse material para trabalhar também com

seus alunos. É uma ótima oportunidade de sucesso para solucionar os desafios que

a escrita oferece.

Desejo, que se assim o fizer, leia antes o material e prepare suas aulas

seguindo as orientações aqui propostas.

Conto com você, professor, para essa conquista.

Um abraço e um ótimo trabalho.

Caro aluno,

Eu convido você para trabalhar com a língua portuguesa de forma mais

atraente. Por isso, escolhi o gênero conto que o levará a percorrer os caminhos da

literatura com escritores talentosos.

Espero que se identifique com os textos e continue lendo outros autores.

Espero também, que goste das escolhas que fiz como estímulo para crescer sendo

pessoa.

Bom... era isso que eu queria falar.

5

INTRODUÇÃO

O que podemos fazer para que nossos alunos encarem com mais

satisfação e compromisso as atividades de produção de texto?

Neste caderno falaremos desta inquietante pergunta de todo professor

que esta na sala de aula. Para isso contamos com leituras e pesquisas de diferentes

teóricos que têm se dedicado com o rumo do ensino no Brasil. Entre eles

destacamos o Prof. Dr. Joaquim Dols criador da sequência didática em que nos

baseamos.

Segundo ele a sequência didática é a principal ferramenta para se ensinar

a escrever sobre o gênero textual. Ela é organizada por meio de atividades de modo

a facilitar a progressão na aprendizagem da escrita.

Inicialmente apresenta de maneira detalhada a tarefa que os alunos

deverão realizar para se chegar à produção final. Em seguida os alunos elaboram

um primeiro texto inicial sobre o gênero para que avaliemos o conhecimento prévio e

façamos as intervenções necessárias, organizadas por meio de uma grande

variedade de atividades que serão selecionadas, adaptadas e transformadas em

função das necessidades dos alunos até chegar à produção final onde permite

avaliar se houve a apropriação pelo gênero textual estudado.

6

1 LER E ESCREVER: UM DESAFIO PERMANENTE

A leitura e a escrita são requisitos mínimos a qualquer cidadão que

participa de uma sociedade letrada. O contexto social exige cada vez mais

envolvimento do individuo no exercício da sua função social. Vejamos por exemplo.

Para participar na liturgia da missa, o cristão necessita saber ler com boa dicção ou

para fazer as preces, ele precisa ter domínio da escrita para escrever representando

os anseios da comunidade. Sem essas habilidades ele torna-se incapaz no preparo

de liturgia.

É a leitura e a escrita que nos capacita para a inserção cidadã e

transformadora na sociedade. Um indivíduo que não consegue ler e escrever

dependerá sempre dos outros, não consegue fazer consultas bancárias ou usar o

celular, por exemplo, sem ajuda. Podemos dizer que o maior flagelo do ser humano

é não saber ler nem escrever. Mesmo aqueles que lêem e escrevem também

enfrentam desafios constantes porque a sociedade apela para novos

conhecimentos. Ser incapaz diminui consideravelmente nossa autoestima e o modo

como nos vemos pode levar ao fracasso.

Situações de fracasso quanto à leitura e à escrita têm servido de pesquisa

a muitas pessoas preocupadas com a qualidade de ensino no Brasil. Devido a isso

eles recomendam que na escola é de suma importância que o professor desenvolva

estratégias de leitura e de escrita para ofertar mais e mais esse conhecimento aos

alunos para que eles não passem anos e anos realizando atividades de pouco valor

e continuem apresentando dificuldades com a língua materna.

Sem o domínio da leitura e da escrita poucos serão as chances de

sucesso para uma das realidades aqui expostas. Ou seja, o domínio da leitura e da

escrita garante a todos nós acesso ao saber e à cultura letrada. Quanto mais

estratégias de leitura tivermos mais garantia de autonomia para estudar e aprender

sozinho, mais conhecimento da língua e dos textos adquirimos e mais chances de

aumentar nossa autoimagem. Tudo isso não pode ser negligenciado por nenhuma

escola aos alunos.

7

1.1 LER E COMPREENDER

Será que basta conhecer o código alfabético para ler? Ler decifrando

palavras ou realizando uma operação mecânica não faz surgir o sentido da obra.

Para que haja uma compreensão segura e eficaz primeiramente o leitor deve-se

entregar para ouvir o que o autor não diz explicitamente. Se o leitor estiver distraído,

cansado, confuso, desatento, a parte implícita, que é aquilo que o autor não diz, mas

que a leitura faz surgir lhe escapará. O texto apela à liberdade do leitor para que

este faça passar a existência objetiva o desenvolvimento que o escritor empreendeu

por meio da linguagem.

Segundo Kleiman (2004) a compreensão de texto é uma tarefa difícil,

porque o próprio objetivo a ser compreendido é complexo demais para uma

percepção rápida, imediata e total.

Dessa forma, precisamos buscar interagir com o texto escrito para

descobrir o que ele possui, encontrar as informações explícitas articuladas com

nosso conhecimento prévio para identificar as características linguísticas-discursivas

que lhe são próprias.

Aprender a ler lendo todos os tipos de texto desenvolve a capacidade

verbal melhorando o conhecimento de língua e do vocabulário possibilitando

observar como os textos se ajustam às situações de comunicação, como eles se

organizam e quais as formas de expressão os caracterizam.

1.2 ESCREVER E COMUNICAR

A operação de escrever não é tão fácil, precisa de muitas práticas. Ter

conhecimento do código escrito ou saber o traçado das letras não basta para

escrever. Além do conhecimento liguístico, do conhecimento enciclopédico e do

conhecimento do mundo, o escritor tem que saber se comunicar. Comunicar é ter

alguma coisa a dizer mas, deve ser dita de forma coerente e coesa para quem a

obra se dirige, uma vez que a criação só pode encontrar sua realização final na

leitura, cabendo ao outro a tarefa de completar aquilo que o escritor iniciou.

―Escrever é, pois, desvendar o mundo e propô-lo como tarefa à

apreciação do leitor‖. (SARTRE, 1989, p. 41).

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Dessa forma parece que escrever é um dom somente aos escritores

renomados ou jornalistas conceituados. Qualquer pessoa que deseja produzir um

texto é capaz, desde que, ela realize um longo processo de trabalho, porque um

bom texto exige aprimoramento.

Na escola, o professor é quem orienta os alunos a tomarem consciência

do valor da escrita para que os mesmos concordem em aprender. Nesse caso,

acreditamos que através de uma sequência didática com o gênero conto criaremos

condições, estímulos e oportunidade de práticas de leitura que despertem nos

alunos um maior interesse em ler e escrever com mais satisfação e compromisso.

É fundamental que o produtor do texto saiba quem são os interlocutores,

tem a clareza do contexto da situação comunicativa (quem escreve, com que

intenção, qual o gênero textual mais adequado, o que se tem a dizer, quem vai ler o

texto, onde ele será publicado). Isso exige uma preparação passo a passo em que a

atuação e a mediação do professor são essenciais.

1.3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA: UMA PROPOSTA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DA ESCRITA

A sequência didática é a principal ferramenta para se ensinar a escrever.

Organizada por meio de oficinas de modo a facilitar a progressão na aprendizagem

da escrita.

É por meio das oficinas que a sequência didática se materializa. Ela é

elaborada para produzir o texto sobre o gênero em estudo. Cada oficina trata de um

tema específico e o conjunto de todas elas é o que garante o domínio sobre o

gênero textual.

O importante nessa prática é o aluno produzir no final um texto coerente,

coeso e interessante no gênero proposto, mas, para se chegar nesta precisão o

aluno precisará ler muitos outros contos, para saber como eles se organizam, quais

são suas características, como é sua linguagem, que tamanho normalmente tem, a

que público se destina e onde circula socialmente.

9

2 INTRODUÇÃO AO GÊNERO

2.1 O QUE É CONTO?

Em qualquer lugar que estivermos com amigos ou desconhecidos sempre

haverá alguém contando casos.

São histórias que podem nos emocionar, fazer rir, pensar... e assim, vão

narrando os acontecimentos da vida.

2.2 MAS O CONTO É UM RELATO DE ACONTECIMENTOS?

O conto não é simplesmente um relatar acontecimentos. Um relato está

associado ao fato acontecido, real. O conto é invento. Inventa-se um modo de

representar a nossa realidade. É a realidade contada literalmente. Daí que nem todo

contador é contista.

2.3 ENTÃO O CONTO É UMA LENDA, FÁBULA OU PARÁBOLA?

Todos apresentam um ponto comum: são modos de se contar alguma

coisa e, enquanto tal, são todas narrativas.

No entanto, há variados modos de narrar, de acordo com algumas

características próprias que delimitam um gênero.

2.4 O QUE PODEMOS ENTENDER POR CONTO?

O conto é um texto ficcional de histórias nascidas da imaginação.

Normalmente de pequena extensão. Tem um número reduzido de personagens que

participam de uma só ação num espaço e tempo restrito. A linguagem é densa, com

economia de palavras. A síntese é sua característica mais importante; as ações

ocorrem em um espaço bem delimitado e em curto espaço de tempo. Por esse

motivo, o autor tem de selecionar o que mais deseja enfatizar, eliminando descrições

detalhadas de personagens e ambientes e longas complicações de enredo, comuns

nos romances, que são narrativas mais extensas.

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O conto apresenta os mesmos elementos de qualquer outro texto

narrativo: fatos em sequência, personagens, espaço, tempo e narrador. Porém, nele,

o desfecho é essencial e sempre traz uma revelação. Privilegia-se o diálogo e possui

linguagem objetiva.

2.5 QUAL A ORIGEM DO CONTO?

O conto originou-se pela transmissão oral em remotíssimos tempos

quando a escrita ainda não existia. Nessa época os mais velhos da tribo ou

sacerdotes repassavam seus conhecimentos através de mitos e ritos e contava

sonhos embutidos de funções mágicas.

Essas primeiras manifestações de relatos orais vão surgindo em cada

época, em cada civilização ou cultura e renovando suas transmissões sem perder as

características ao longo dos séculos.

O conto manteve sua tradição porque a estrutura fundamental é

constituída por partes que na ordem das ações não se alteram. A história se inicia

em uma situação de tranquilidade modificada por uma perda ou por uma falta

cometida por um personagem; apresenta um herói, um vilão e um problema a ser

resolvido. A ação passa num bosque, floresta ou palácio e o tempo é normalmente

indeterminado. A expressão ―Era uma vez‖ indica que a história aconteceu há muito

tempo. A resolução final tem um toque mágico e, quase sempre um final feliz.

Na passagem da oralidade para o registro escrito por volta de século XIX,

muitas criações sofreram modificações para adaptarem-se ao público-leitor. Para

isso, incorporavam às histórias o modo de vida e de pensar da época e do lugar em

que viviam. Com isso surgiam diferentes versões, isto é, narrativas que apresentam

semelhanças e diferenças em relação à narrativa original.

2.6 EXISTE CONTO MODERNO?

Das histórias clássicas para a moderna o conto não perde a essência

literária: contar sobre a condição humana onde tempo, lugar e ação compõe uma

única unidade.

Os contos modernos são os que rompem com a tradição de ênfase aos

acontecimentos, para dar lugar ao retrato e a reflexão sobre a existência cotidiana

11

dos homens, dando mais importância ao desenvolvimento do que ao desfecho da

narrativa. Os contistas contemporâneos preferem experimentar uma variedade de

temas para mostrar como veem o mundo. ―Vão do realismo ao fantástico, da

denúncia social ao clima da alma, das aventuras e desventuras ao relato poético, do

terror das histórias às histórias de amor, do factual ao abstrato‖ ( Revista na Ponta

do Lápis nº12,p.31).

O conto moderno seria um modo moderno de narrar caracterizado por

seu teor fragmentado, de ruptura com o princípio da continuidade lógica.

Alguns teóricos do conto consideram que o ato de impressionar o leitor

flagrando momentos especiais da vida, e que ficará para sempre em sua memória,

com a economia de palavras é que se deve levar em conta.

2.7 QUE TAL ENRIQUECER AINDA MAIS NOSSO ESTUDO CONVIDANDO UM ESCRITOR QUE

FALA DO CONTO?

O conto se apresenta Moacyr Scliar Olá! Não, não adianta olhar ao redor: você não vai me enxergar. Não sou uma

pessoa como você. Sou, vamos dizer assim, uma voz. Uma voz que fala com você ao vivo, como estou fazendo agora. Ou então que lhe fala dos livros que você lê.

Não fique tão surpreso assim: você me conhece. Na verdade, somos até velhos amigos. Você já me ouviu falando de Chapeuzinho Vermelho e do Príncipe Encantado, de reis, de bruxas, do Saci-Pererê. Falo de muitas coisas, conto muitas histórias, mas nunca falei de mim próprio. É o que eu vou fazer agora, em homenagem a você. E começo me apresentando: eu sou o Conto. Sabe o conto de fadas, o conto de mistério? Sou eu. O Conto.

Vejo que você ficou curioso. Quer saber coisas sobre mim. Por exemplo, qual a minha idade?

Devo lhe dizer que sou muito antigo. Porque contar histórias é uma coisa que as pessoas fazem há muito, muito tempo. É uma coisa natural, que brota de dentro da gente. Faça o seguinte: feche os olhos e imagine uma cena, uma cena que se passou há muitos milhares de anos. É de noite e uma tribo dos nossos antepassados, aqueles que viviam nas cavernas, está sentada em redor da fogueira .Eles têm medo do escuro, porque no escuro estão as feras que os ameaçam,aqueles enormes tigres, e outras mais. Então alguém olha para a lua e pergunta: porque é que às vezes a lua desaparece? Todos se voltam para um homem velho, que é uma espécie de guru para eles. Esperam que o homem dê a resposta. Mas ele não sabe o que responder. E então eu apareço. Eu, o Conto. Surjo lá da escuridão e, sem que ninguém note, falo baixinho ao ouvido do velho:

— Conte uma história para eles.

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E ele conta. É uma história sobre um grande tigre que anda pelo céu e quede vez em quando come a lua. E a lua some. Mas a lua não é uma coisa muito boa para comer, de modo que lá pelas tantas o grande tigre bota a lua para fora de novo. E ela aparece no céu, brilhante.

Todos escutam o conto. Todo mundo: homens, mulheres, crianças. Todos estão encantados. E felizes: antes, havia um mistério: por que a lua some? Agora, aquele mistério não existe mais. Existe uma história que fala de coisas que eles conhecem: tigre, lua, comer — mas fala como essas coisas poderiam ser, não como elas são. Existe um conto. As pessoas vão lembrar esse conto por toda a vida. E quando as crianças da tribo crescerem e tiverem seus próprios filhos, vão contar a história para explicar a eles por que a lua some de vez em quando. Aquele conto.

No começo, portanto, é assim que eu existo: quando as pessoas falam em mim, quando as pessoas narram histórias — sobre deuses, sobre monstros, sobre criaturas fantásticas. Histórias que atravessam os tempos, que duram séculos. Como eu.

Aí surge a escrita. Uma grande invenção, a escrita, você não concorda? Com a escrita, eu não existo mais somente como uma voz. Agora estou ali, naqueles sinais chamados letras, que permitem que pessoas se comuniquem, mesmo à distância. E aquelas histórias — sobre deuses, sobre monstros, sobre criaturas fantásticas — vão aparecer em forma de palavra escrita.

E é neste momento que eu tenho uma grande idéia. Uma inspiração, vamos dizer assim. Você sabe o que é inspiração? Inspiração é aquela descoberta que a gente faz de repente, de repente tem uma idéia muito boa. A inspiração não vem de fora, não; não é uma coisa misteriosa que entra na nossa cabeça. A boa idéia já estava dentro de nós; só que a gente não sabia. A gente tem muitas boas idéias, pode crer.

E então, com aquela boa idéia, chego perto de um homem ainda jovem. Ele não me vê. Como você não me vê. Eu me apresento, como me apresentei a você, digo-lhe que estou ali com uma missão especial — com um pedido:

- Escreva uma história. Num primeiro momento, ele fica surpreso, assim como você ficou. Na

verdade, ele já havia pensado nisso, em escrever uma história. Mas tinha dúvidas: ele, escrever uma história? Como aquelas histórias que todas as pessoas contavam e que vinham de um passado? Ele, escrever uma história? E assinar seu próprio nome? Será que pode fazer isso? Dou força:

- Vá em frente, cara. Escreva uma história. Você vai gostar de escrever. E as pessoas vão gostar de ler.

Então ele senta, e escreve uma história. É uma história sobre uma criança, uma história muito bonita. Ele lê o que escreveu. Nota que algumas coisas não ficaram muito bem. Então escreve de novo. E de novo. E mais uma vez. E aí, sim, ele gosta do que escreveu. Mostra para outras pessoas, para os amigos, para a namorada. Todos gostam, todos se emocionam com a história.

E eu vou em frente. Procuro uma moça muito delicada, muito sensível. Mesma coisa: - Escreva uma história. Ela escreve. E assim vão surgindo escritores. Os contos deles aparecem

em jornais, em revistas, em livros.

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Já não são histórias sobre deuses, sobre criaturas fantásticas. Não, são histórias sobre gente comum — porque as histórias sobre as pessoas comuns muitas vezes são mais interessantes do que histórias sobre deuses e criaturas fantásticas: até porque deuses e criaturas fantásticas podem ser inventados por qualquer pessoa. O mundo da nossa imaginação é muito grande. Mas a nossa vida, a vida de cada dia, está cheia de emoções. E onde há emoção, pode haver conto. Onde há gente que sabe usar as palavras para emocionar pessoas, para transmitir idéias, existem escritores (...) Fonte: Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/7074415/Literatura-Em-Minha-Casa-Contos-Varios-Autores-Era-Uma-Vez-Um-Conto. Acesso em: 10 jun. 2011.

Moacyr Jaime Scliar (Porto Alegre RS 1937 - idem 2011). Romancista, cronista, contista e autor de livros infantis e juvenis. Filho de José e Sara Scliar, de família de marceneiros e pequenos comerciantes de ascendência russo-judaica. Sua mãe, professora primária, é quem o alfabetiza aos quatro anos. Em 1962, forma-se em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, especializando-se em saúde pública, no mesmo ano da edição do livro de contos Histórias de um Médico em Formação, baseado em sua experiência como estudante. Em 1968, lança o que considera o seu primeiro livro, O Carnaval dos Animais e quatro anos depois estréia o primeiro romance, A Guerra no Bom Fim. A partir de 1972 colabora intensamente em jornais e revistas brasileiros, publicando contos, crônicas e ensaios. Assume o cargo de diretor do Departamento de Saúde Pública da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, em 1978. Em 1993 e 1997 é professor visitante no Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros da Brown University, nos Estados Unidos. Tem mais de 70 livros publicados nos mais diversos gêneros, trabalhos que o levam, em 2003, a ser eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua obra tem raízes no questionamento da tradição judaico-cristã e passeia pelas fábulas e pelo imaginário fantástico. (Disponível em: www.itaucultural.org.br/literatura>. Acesso em: 7 de junho. 2011)

Professor (a):

Você pode aproveitar o texto ―O conto se apresenta‖ de Moacyr Scliar e

propor à turma que escrevam contos que, por sua vez, será divulgado em um livro

ou gravado em CD-ROM para as demais turmas e arquivado, na biblioteca,

garantindo, deste modo, a função social do gênero, mas antes, vão passar por

oficinas que os prepararão para a escrita do conto.

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PRIMEIRA OFICINA

A DESCOBERTA DA LEITURA

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Primeira Oficina: A descoberta da leitura

Objetivo: Motivar os alunos a querer ouvir histórias.

Material: Computador, pendrive, tv, pendrive,livros de contos.

1ª etapa: “ Encantamento”

Atividades:

Professor (a):

1- Que tal fazer uma apresentação em Power Point das imagens

sugeridas de livros e apresentar aos alunos?

Sugiro:

1- Frederick the literate, de Charles Wysocki (Detroit - Estados

Unidos),1928-2002.

2- A leitora, de Jean Honoré Fragonard (Grasse-França 1732-1808 Paris-

França), em 1870-72.

3- Irmãs e livro, de Iman Maleki (Teerã - Irã,n 1976).

4- O paraíso segundo Borges, de Gabriel Caprav (Buenos Aires-

Argentina, n 1983).

5- Pintura e Jonathan Wolstenholme (Londres – Inglaterra, n 1950).

6- Ilustração de Lorenzo Mattotti (Brescia - Itália, n 1954).

7- Ilustração de David Christiana (Arizona - Estados Unidos) em ―O cão

que comeu o livro‖.

8- Pintura de Giuseppe Mariotti (Todi - Itália).

9- Casa-biblioteca do pedreiro sergipano Evando dos Santos - Biblioteca

Comunitária Tobias Barreto, no Rio de Janeiro.

10-Escritório de Larbaud.

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2 - Observe as imagens e responda:

1- O que essas imagens representam?

2- Essas imagens foram produzidas em uma mesma época?

3- Com qual imagem você mais se identifica?Por quê?

3- Assista o vídeo ”Meu malvado favorito” e responda:

Fonte: Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=20198. Acesso

em: 02 ago. 2011 http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=20197. Acesso

em: 02 ago. 2011

- Quem gosta de histórias?

- Alguém se lembra de alguma história que ouvia quando era criança?

- Do que se tratava?

- Quem contava?

- Os pais devem continuar contando histórias para seus filhos? Por quê?

- Vocês gostariam de ouvir ou ler histórias empolgantes?

- Em qual lugar podemos ter acesso às histórias?

- Querem visitar um desses lugares para conhecer seu acervo?

4- Organize um passeio à Biblioteca Municipal. (Seria interessante

organizar antes uma entrevista a ser feita pelos alunos quando

forem visitar a biblioteca).

Sugestão de perguntas para a entrevista:

Qual é o seu nome?

Há quanto tempo trabalha aqui?

Você recebeu formação específica para esse trabalho?

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Como conseguiu esse emprego?

O que faz?

Como os livros são organizados na prateleira?

Você tem algum livro de que goste muito? Do que se trata?

Quem pode emprestar livros? Como é feito?

Como conservar um livro muito antigo ou muito usado?

5-Procure na biblioteca da sua escola bons livros de contos.

6-Prepare um espaço atraente para organizá-los.

7-Use a criatividade! Depois convide os alunos para ver.

2ª Etapa: Ouça uma bela história

Atividades:

Professor (a):

1- Escolha um conto que encante seus alunos.

2- Prepare a sala para a leitura. (Você pode utilizar o CD, encarte da

revista, Na Ponta do Lápis, nº12 da Olimpíada de Língua

Portuguesa e apreciar a leitura em voz alta). (Se você escolher

“O diamante” de Luís Fernando Veríssimo, por exemplo, pode

colocar num caixinha uma pedra transparente, simbolizando um

diamante e oferecer como presente).

3- Explore inicialmente o título do conto antes de ouvir o CD-ROM,

é uma forma de despertar a atenção para a audição do conto.

(Sugiro algumas questões para responder oralmente).

- Por que o autor escolheu esse título?

- O que ele sugere?

-Pelo título dá para imaginar o assunto do conto?

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- Que situações vocês acham que esse conto vai retratar?

4-Ouça o conto, depois esclareça a mudança de percepção do texto.

5-Peça aos alunos que reflitam sobre a questão abaixo e responda:

- O que você imagina que possa ter acontecido na escola e que tenha

feito Maria sentir que não tinha valor?

- Qual a principal intenção comunicativa do texto?

- O que permite dizer que a história de Maria é um conto?

6-Forneça algumas informações sobre o autor do conto.

7- Aqueça a conversa com algumas perguntas:

- Quem gostou da história ―O diamante‖?

- Você sabe quem escreveu?

- Será que esse autor escreveu outras histórias também?

- Vamos conferir?

Luis Fernando Veríssimo (Porto Alegre RS, 1936). Filho do escritor Érico Veríssimo (1905-1975), inicia sua carreira jornalística em 1966 no jornal Zero Hora, onde trabalha como copidesque, redator e editor antes de assumir uma coluna diária em 1969. No início da carreira, trabalha também como tradutor e redator de textos publicitários. A partir de 1970, inicia colaboração com a Folha da Manhã, mais tarde Folha de S. Paulo. Seu primeiro livro, O Popular, uma coletânea de crônicas e cartuns, é publicado em 1973. Na década de 1980, publica vários livros que se tornaram best-sellers, como O Gigolô das Palavras, (1982) e O Analista de Bagé (1981), que em 1995 chega à centésima edição com mais de 500 mil exemplares vendidos. Na televisão, escreve quadros para o programa humorístico Planeta dos Homens, exibido pela Rede Globo na década de 1970, e, mais recentemente, para a série Comédias da Vida Privada, baseada em histórias de sua autoria. Em 1988 publica O Jardim do Diabo, seu único romance. Ao conjugar o pensamento cristalino com uma escrita ágil e precisa, suas crônicas percorrem temas que vão do comportamento cotidiano à literatura, do esporte à política, em tons que variam do humor ligeiro aos momentos de amargor e desilusão com as iniqüidades da sociedade brasileira. E um dos melhores, mais prolíferos e populares cronistas brasileiros contemporâneos. (Disponível em: www.itaucultural.org.br/literatura>. Acesso em: 7 de junho. 2011)

Lembrete:

Conto é uma história curta em prosa, com um só conflito e ação, e poucas

personagens.

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SEGUNDA OFICINA

CONTOS QUE ENCANTAM

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Segunda oficina: Contos que encantam

Guardamos na memória heróis, vilões, objetos mágicos e forças sobrenaturais que povoaram contos maravilhosos, de aventura, de mistério, lidos e ouvidos ao longo da vida. Os contos fazem pensar, intrigam, trazem descobertas, provocam susto, riso, encantamento. (Revista Na Ponta do Lápis, p.14)

Objetivo: Incentivar a leitura de contos.

Material: Cópias impressas de contos variados; papel kraft; canetas

hidrográficas coloridas; dicionários.

1ª etapa: Reconhecimento do gênero

Atividades:

Professor(a):

1- Sugiro que seja proporcionado, aos alunos, momentos de

identificação e familiarização com o gênero. Para isso você

poderá fazer questionamentos, verificando o conhecimento prévio

dos alunos nesse sentido.

1- Vocês sabem o que é um conto?

2- Onde podemos encontrá-los?

3- Em que veículos circulam?

2- Se os alunos tiverem dificuldades para identificarem o conto

enquanto gênero, sugiro que faça esclarecimentos entre o

conto, a fábula e a lenda. Para isso prepare a leitura dos textos.

3- Descubra a que gênero pertence os três textos abaixo. Caso seja

necessário, após a leitura consulte os verbetes para resolver

esse dilema!

21

Diz que era uma vez um homem que era o mais preguiçoso que já se viu debaixo do céu e acima da terra. Ao nascer nem chorou, e se pudesse falar teria dito: "Choro não. Depois eu choro". Também a culpa não era do pobre. Foi o pai que fez pouco caso quando a parteira ralhou com ele: "Não cruze as pernas, moço. Não presta! Atrasa o menino pra nascer e ele pode crescer na preguiça, manhoso". E a sina se cumpriu. Cresceu o menino na maior preguiça e fastio. Nada de roça, nada de lida, tanto que um dia o moço se viu sozinho no pequeno sítio da família onde já não se plantava nada. O mato foi crescendo em volta da casa e ele já não tinha o que comer. Vai então que ele chama o vizinho, que era também seu compadre, e pede pra ser enterrado ainda vivo. O outro, no começo, não queria atender ao estranho pedido, mas quando se lembrou de que negar favor e desejo de compadre dá sete anos de azar... (...) (Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/lenda-preguicoso-634281.shtml. Acesso em 15 jul. 2011)

Houve um tempo em que os bichos falavam, e eles falavam tanto que Esopo resolveu recolher e contar as histórias deles para todo mundo. sopo era escravo de um rei da Grécia e divertia-se inventando uma moral para as histórias que ouvia dos animais. (...) Um dia, quando limpava o chão da cozinha, Esopo ouviu uns ruídos que vinham de dentro do buraquinho. Os ratinhos estavam muito agitados e preocupados, pois o rei havia colocado um gato grande e forte para tomar conta dos petiscos reais e o tal gato não era de brincar em serviço, já tinha devorado vários ratos. (...) (Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/tempo-bichos-falavam-634274.shtml. Acesso em: 15 jul. 2011)

Ricardinho andava sem sorte. Acho até que, se ele fosse jogar cara-ou-coroa ou par-ou-ímpar dez vezes seguido, perderia todas. O caso é que ele tinha aprendido que "em cima" se escreve separado e "embaixo" se escreve junto. Mas, na hora de escrever suas redações, ele sempre se confundia e acabava fazendo tudo ao contrário. (...) Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/lado-lado-bem-bolado-634297.shtml. Acesso em 15 jul. 2011)

Fábula: Narrativa curta que contém uma lição de moral.

Lenda: Narrativa popular de seres maravilhosos e encantatórios, mas sem

comprovação.

Conto: Narrativa curta em prosa,com um só conflito e ação,e poucos

personagens

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Lembrete:

Todas as narrativas apresentam um ponto comum: são modos de se

contar alguma coisa.

No entanto, há variados modos de narrar, de acordo com algumas

características próprias que delimitam um gênero.

Alguns dizem que o conto é uma narrativa menor que o romance. Outros

destacam que o conto se concentra em uma só ação, com um só conflito e, com

poucos personagens. Uma espécie de retrato de acontecimento real ou não, mas

sempre contado literalmente.

2ª etapa: Aproximação do gênero conto.

Atividades:

Professor(a):

Os contos selecionados para o estudo está voltado para o público

infanto-juvenil.

Obras adequadas à faixa etária atrai a atenção dos alunos e desperta

o interesse pela leitura. Por essa razão sugiro a leitura dos seguintes contos:

―Medo‖, Cora coralina

―O tesouro no quintal‖, Moacyr Scliar

―Elefantes‖, Marcelo Coelho

―Na traseira do caminhão‖ Drauzio Varella

―Acontece para quem acredita‖ Edy Lima

―Nas asas do condor‖ Milton Hatoum

―Festa‖, Wander Piroli

―Negócio de menino com menina‖, Ivan Angelo

―O amigo de Juliana‖, Eva Furnari

―Uma história de futebol‖José Roberto Torero

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1- Divida os alunos em grupos, entregue a cada um deles uma

cópia do conto.

2- Disponibilize espaços adequados para os grupos lerem os

contos.

3- Acompanhe os grupos para investigar se compreenderam a

história.

O que acharam da história?

Ela despertou o interesse de vocês? Por quê?

Quantos personagens haviam?

Tiveram dificuldades de compreensão por causa de palavras difíceis?

O que fizeram para resolver o problema?

Que mensagem o autor conseguiu passar?

3ª etapa: Análise da leitura

Atividades:

Professor(a):

1- Organize um quadro em papel kraft, os campos para preencher

com os alunos.

Dica:

Esse quadro de registro aproxima os alunos do gênero conto,

permitindo analisar resumidamente os componentes básicos que caracterizam

o conto.

Título Autor Personagem Lugar Tempo Assunto Tom

O Diamante

Luís Fernando Veríssimo

Maria e os

pais

Na

casa

de

Maria

Um dia Comportamento

de uma menina

que se sente

igual a outras

pessoas.

Lírico ―

você é

uma

raridade‖

24

2- Apresentação dos contos (antes de cada apresentação sugiro

que cada grupo providencie um ambiente aconchegante,

propício para essa aprendizagem. Se desejarem, poderão

decorar a sala com motivos que envolvam os alunos na leitura).

3- Para que os alunos conheçam melhor o gênero conto e

aprendam a sua linguagem é bom estimulá-los a exercitar-se na

leitura. Uma boa dica é consultar nos sites:

http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/002.shtml

http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/003.shtml

http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/013.shtml

Aqui o conto pode divertir sensibilizar, humanizar e permitir uma

convivência íntima com a palavra. Confira!

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TERCEIRA OFICINA

PRODUÇÃO INICIAL DE UM CONTO

26

Terceira Oficina: Produção inicial de um conto.

Objetivo: Produzir a primeira escrita do conto a fim de diagnosticar aquilo

que o produtor não sabe e precisa aprender.

Material: Caderno; Lápis;

Atividades:

Professor(a): Uma das grandes dificuldades de qualquer escritor é

começar o texto. Para ajudar os alunos a vencer esse desafio escreva no

quadro de giz os elementos que compõe a narrativa.

* Narrador (autor narrador ou autor personagem)

* Personagens (fictícios ou reais)

* Espaço (lugar onde a ação acontece)

* Tempo (quando ocorre a ação)

* Enredo (organização da história-início, meio e fim)

* Desfecho (final)

* Título

Dica: Deixe os alunos bem a vontade para escrever como não é a versão

definitiva ela será melhorada depois.

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QUARTA OFICINA

A ARTE DE ESCREVER COM LYGIA BOJUNGA

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Quarta Oficina: A Arte de Escrever com Lygia Bojunga

Objetivo: Ler um conto de uma grande escritora brasileira

Material: Livro de contos da escritora, denominado ―TCHAU‖

1ª etapa: Leitura do Conto “O Bife e a Pipoca”

Atividades:

Professor(a):

1- Conversar com os alunos o que já sabem sobre a escritora Lygia

Bojunga e se já leram alguma das suas obras.

2- Apresentar, por meio da biografia, a escritora Lygia Bojunga.

Lygia Bojunga Nunes (Pelotas RS 1932). Autora de literatura infantil e juvenil. Aos 8 anos muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Em 1951, torna-se atriz da Companhia de Teatro Os Artistas Unidos, viajando pelo interior do Brasil. Preocupada com o alto índice de analfabetismo no país, funda uma escola para crianças carentes, a Toca, que dirige por cinco anos. Estréia em 1972, com o livro Os Colegas e, já em 1982, torna-se a primeira autora, fora do eixo Estados Unidos - Europa, a receber o Prêmio Hans Christian Andersen, uma das mais relevantes premiações concedida para o gênero infantil e juvenil. Funda, em 2002, a Casa Lygia Bojunga, exclusivamente para editar suas publicações. Pelo conjunto de sua obra, em 2004, ganha o Astrid Lindgren Memorial Award, prêmio criado pelo governo da Suécia, jamais antes outorgado a um autor de literatura infantil e juvenil. Sua produção literária caracteriza-se pela transgressão de fronteiras entre a fantasia e a realidade, e aborda questões sociais contemporâneas com lirismo e humor. (Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5750&cd_item=35&cd_idioma=28555. Acesso em: 07 jun., 2011)

3- Explorar o título do conto “O Bife e a Pipoca” antes de iniciar a

leitura.

Esse título chama a atenção do leitor?

O que ele sugere?

Ele insinua de que personagem o conto irá tratar?

Qual cenário?

Por meio do título da para imaginar o assunto do conto?

Por meio do título da para imaginar se o conto é clássico ou moderno?

Por quê?

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4- Reproduza o capítulo 1 e entregue uma cópia para cada aluno.

Peça que leia o texto silenciosamente.

Carta de amigo OI guilherme! Outro dia eu olhei no mapa para ver onde é que é Pelotas. Puxa! como agente ficou longe de repente, hem? eu não tinha nem pensado que Pelotas era tão lá no finzinho do Brasil(...) Hoje foi o primeiro dia de aula. Achei tão esquisito você não estar lá. Lembra? a gente se conheceu na primeira série. Depois foi junto pra 2ª. E você falou: Será no ano que vem a gente vai junto pra 3ª ? E foi. E então combinou que ia junto pra 4ª. E foi também (…)E aí você vai e se muda pro Rio Grande Do Sul (…) Só você que foi embora: o resto da turma é toda a mesma(...) Ah! mas tem uma novidade: nossa escola agora dá bolsa de estudo pra aluno pobre. E então tem também um garoto novo: bolsista. Ouvi dizer que ele mora na favela;se chama Turíbio Carlos,e sentou no mesmo lugar que você sentava(...) E a escola aí é legal? Um grande abraço do Rodrigo (BOJUNGA, 2010)

5- Essa primeira parte do conto é uma carta. Por isso, seria mais

interessante apresentá-la para os alunos como ela foi escrita no

livro para manter a autoria do produtor.

6- Você terá acesso ao texto completo somente no livro da

escritora.

7- Faça uma avaliação da leitura propondo algumas questões que

ajudem a conhecer o conto.

Você gostou do texto? Por quê?

O texto correspondeu as expectativas levantadas pelo título?

Quem narra? De que jeito?

Qual escola Rodrigo estuda? Justifique sua resposta.

8- Reserve um tempo da aula para apreciação das respostas dos

alunos e se necessário faça a complementação.

2ª Etapa: Leitura da segunda parte do conto “O Bife e a Pipoca”

Professor(a):

1- Providencie o material para a leitura do 2º capítulo do conto.

Peça aos alunos que leiam o texto silenciosamente.

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Na sala de aula O professor de geografia perguntou: - Como é seu nome? -Turíbio Carlos. - Como? - Turíbio Carlos. -Levantou. E levantou também um pouco a voz: -Mas lá em casa eles me chamam de Tuca. - Quem sabe aqui na escola você também fica sendo Tuca? E o Tuca arriscou: - Eu topo. O professor de geografia resolveu: - Então pronto.- E escreveu na ficha: Tuca.(...) Quando a aula acabou, todo mundo saiu pro recreio, mas o Tuca nem se mexeu. O Rodrigo foi comprar um sanduíche e voltou pra acabar um trabalho. Nem prestou atenção no Tuca; debruçou no caderno e começou a escrever. O olho do Tuca foi indo pro sanduíche.(...) O Rodrigo pegou o sanduíche,deu uma dentada e aí viu que o olho do Tuca tinha também mordido o pão.(...) De repente o Rodrigo fez um ar meio distraído e estendeu o sanduíche. - Quer?(...) - Pode comer ele todo - o Rodrigo falou.(...) - Nossa! Nunca vi tanta manteiga e tanto queijo num pão só. Começaram a conversar. Primeiro de idade: o Rodrigo tinha 11 anos e o Tuca já ia fazer 14!(...) - Sabe que eu era o 1º da classe lá na minha escola?(...) Foi por isso que eu ganhei a bolsa de estudo pr'aqui.(...) - Acho que eu não aguentar a barra: o estudo aqui é mais adiantado,é diferente,sei lá,eu só sei que não tá dando.(...) O Rodrigo olhou pro relógio: - Eu tô quase acabando o meu trabalho. Quer que eu depois te dê uma explicação?(...) (BOJUNGA, 2010)

2- Proponha algumas questões de interpretação (individual ou em

grupos).

O conto retrata alguma situação social? Qual

Esse texto fez você pensar? Que idéias vieram a cabeça? E que

sentimentos?

A autora acrescentou outro cenário? Qual?

O texto correspondeu as expectativas levantadas pelo título ou

continua um mistério?

Alguém já viveu ou conheceu alguma situação parecida com o do

personagem Tuca? Isso acontece apenas na ficção?

Como a escritora reproduziu a fala dos personagens? Isso torna a

história mais lenta, aborrecida ou mais viva e dinâmica?

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3- Reserve um tempo da aula para apreciação das respostas dos

alunos. Sugiro que um de cada grupo exponha as respostas.

Desse modo todos podem apresentar.

Lembrete:

Diálogo é a sequência de falas entre duas ou mais pessoas ou

personagens. Chama-se interlocutor cada uma das pessoas ou personagens que

recebem ou respondem às falas de um locutor.

Em um diálogo,quando as personagens são apresentadas pelo

narrador,dizemos que estão no discurso indireto. Quando são apresentadas

diretamente pelas próprias personagens, dizemos que estão no discurso direto.

Nos dois casos, o diálogo pode apresentar diferentes funções:

Tornar as personagens mais reais para o leitor;

Dar às personagens expressão própria para que elas ―falem‖

diretamente com seus interlocutores;

Dar informações ao leitor sem interferência do narrador;

Sugerir ao leitor características dos personagens.

Há ainda o discurso indireto livre, que resulta da conciliação dos

discursos direto e indireto e costuma ser utilizado pelos prosadores da literatura

moderna e contemporânea.

Em geral, num diálogo, as falas das personagens são introduzidas e

separadas da fala do narrador com o uso de travessão ou aspas, abrindo e

fechando cada fala.

Iniciar um novo parágrafo com travessão ou aspas indica mudança de

locutor.

Para indicar as falas das personagens no discurso direto, usa-se o nome

do locutor e verbos próprios para essa função, como perguntar, dizer, responder,

ordenar, arriscar, gritar, etc.

Também se utiliza a pontuação adequada para indicar o tom de cada fala:

ponto de interrogação, de exclamação, reticências, ponto final.

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3ª Etapa: Leitura da terceira parte do conto “O Bife e a Pipoca”

Carta de amigo Alô, Guilherme, tudo bem? Você lembra quando a gente conversava do que ia ser quando crescer?(...) Então eu resolvi que vou professor. E você? Continua mudando de profissão a toda hora? Vê se escreve, viu , cara? Abração do Rodrigo. (BOJUNGA, 2010)

Atividades:

Professor(a):

1- Leve o texto original para não descaracterizar o produtor da

carta.

2- Peça a um aluno que leia o texto em voz alta depois que fizeram

a leitura silenciosa e em seguida discuta.

O texto que acabamos de ler pertence a qual gênero?

Qual a função comunicativa da carta?

Porque a autora do conto escolheu a carta como recurso para

escrever?

O título ainda continua sendo mistério?

4ª Etapa: Leitura da quarta parte do conto “O Bife e a Pipoca”

Fragmentos dos capítulos quarto ao sexto.

Você gosta de pipoca? - O quê? O Tuca cochichou mais alto:(...) - Quer ir comer pipoca lá em casa no sábado? O Rodrigo fez que sim.(...) Naquele dia,quando os dois se despediam,o Tuca resolveu o seguinte: - No sábado,eu venho te encontrar aqui em baixo: você não vai saber subir o morro sozinho. É que eu moro lá no alto,sabe. - Então você se encontra comigo na minha casa: a gente almoça e depois vai.(...) E foi assim. No sábado ao meio dia o Tuca estava chegando na casa do Rodrigo. Ele nunca tinha visado num edifício daqueles:(...) Lá na cozinha do Rodrigo o Tuca tinha se esquecido da vida. Só fazia era olhar pros bifes que a cozinheira temperava(...) (BOJUNGA, 2010)

Atividades:

Professor(a):

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1- Agora que leram as três parte do conto, propõe algumas

questões de interpretação.

A autora acrescentou outro cenário? Qual?

Por quê Tuca ficou envergonhado em levar Rodrigo para sua casa?

Tuca trabalha para ajudar a família. O que você pensa disso?

O que tornou o ―centro de atenção‖ na casa de Rodrigo? O que isso

representa?

5ª Etapa: Leitura da quinta parte do conto “O Bife e a Pipoca”

Fragmentos dos capítulos sétimo ao décimo.

- Mas, e a pipoca? - O Rodrigo perguntou. Não precisou mais nada: a criançada desatou ao falar na pipoca.(...) Era um quarto com uma cama, uma armário velho de porta escancarada e uns colchões no chão. Tinha uma mulher jogada num colchão. Tinha uma panela virada no chão. Tinha pipoca espalhada em tudo. (...) O Rodrigo estava de olho arregalado. (...) - Me solta, Tuca! - Solto! Solto, sim. Mas antes você vai ficar igual a mim. - E botou toda a força que tinha pra derrubar o Rodrigo no lameiro. (...) Na segunda-feira o Tuca resolveu que ia falar com o Rodrigo de qualquer maneira. Ele tinha que explicar que não sabia por que tinha empurrado o Rodrigo no lameiro(...) - Ô cara, me desculpa! foi sem querer.(...) O Rodrigo se abaixou: fingiu que estava amarrando o sapato.(...) - Você sabe pescar? O Rodrigo levantou: Bom, às vezes eu ia lé no Arpoador pescar com um amigo meu, o Guilherme. - Encolheu o ombro. - Mas ele mudou pro Rio Grande do Sul... - Se não chover, a gente podia combinar de ir pescar. - É... Podia. (...) (BOJUNGA, 2010)

Atividades:

Professor (a):

1- Lido o conto inteiro é hora de propor aos alunos análise dos

recursos discursivos e linguísticos utilizados pela autora. Por ter

várias questões seria mais adequado responder em grupos. Dê a

todos a oportunidade de apresentar suas ideias.

O que acharam do conto?

Há algo que ficou difícil de entender?

O título foi sugestivo? Por quê?

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A autora mudou o cenário?

Que linguagem predominou no conto: formal ou informal? Essa

linguagem é adequada à situação de comunicação? Justifique.

Qual o tom do conto? Lírico? Reflexivo? Humorístico? Informal? Por

que acharam isso?

Que aspectos do cotidiano são narrados? De que forma?

Por que Tuca brigou com Rodrigo?

É possível localizar o conflito?

Como é o desfecho? Trouxe solução para o conflito? Ou deixou em

aberto para que o leitor faça a conclusão dele?

Que impressão esse desfecho lhe causou?

Você conhece outros contos em que as crianças têm de enfrentar o

abandono, a fome e a injustiça social como Tuca? Quais?

Lembrete:

A oposição, a luta, o desequilíbrio entre duas forças ou dois personagens

chama-se conflito. Pode ser um choque de interesse, de opiniões, de

comportamento entre duas ou mais personagens. O conflito cria tensão na

narrativa, despertando o interesse do leitor. É por meio do conflito que se estrutura o

enredo.

Clímax é o momento da narrativa em que a sequência de acontecimentos

atinge o maior grau de tensão.

2- Agora compare as ideias dos alunos com a análise que fiz do

conto, lembrando que essa é apenas uma possibilidade.

Sobre “O bife e a pipoca”

O ponto de partida da escritora é uma carta que Rodrigo envia para seu

melhor amigo Guilherme. Lygia já elege a que público leitor o texto se destina. Em

seguida apresenta uma situação comum em sala de aula. Desse modo, o leitor vai

se identificando com o texto. O conflito aparece já no início da narrativa com a

oposição social em que vive dois garotos, até chegar ao clímax quando Tuca toma

35

conhecimento do seu estado de pobreza e se revolta com a vida que tem, o estado

da mãe e o abandono do pai. Essa consciência é o que caracteriza o tom reflexivo

da narrativa.

A escolha do título representado por dois elementos retrata a fartura para

um e a miséria do outro: o milho é a base de alimentação da maioria da população

brasileira.

O que mais chama a atenção no conto é o paralelo que há em toda trama:

dificuldade x solidariedade; luxo x miséria; riqueza x pobreza; abandono x amor;

pobreza x luta e determinação; insegurança x esperança; ausência x amizade.

O conto encerra com um bilhete, sinal que não havia quase nada a dizer,

Rodrigo encontrou um novo amigo.

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QUINTA OFICINA

MUITA IMAGINAÇÃO PARA UMA HISTÓRIA

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Quinta Oficina: Muita imaginação para uma história

Objetivo: Escrever um conto

Material: Canetas hidrocolor; Papel Kraft; Gravuras.

1ª Etapa: Produção do texto.

Atividades:

Professor(a):

1- Escreva no quadro de giz alguns temas retratados nos contos.

Sugiro por exemplo: alcoolismo, criminalidade, desemprego,

sequestro, abandono familiar, medo, bullying, entre outros.

2- Dos temas propostos sugiro que leve várias gravuras

recordadas de várias revistas que possa oferecer para os alunos

o ponto de partida para escrever o conto. (imaginar o que

aconteceu com aquele personagem e escrever a história).

3- Apresentar em papel Kraft os elementos constitutivos da

narrativa.

Foco narrativo (autor personagem ou autor observador)

Personagens (uma ou duas principais)

Tom da narrativa (humor, crítico, informal, lírico, reflexivo)

Espaço (em que parte da cidade, em que cenário, ocorre a situação)

Tempo (há muito tempo, num dia, num domingo)

Assunto (o elemento surpresa, que pode ser tanto um personagem

quanto a descoberta de uma situação inesperada).

Desfecho (surpreendente,conclusivo ou aberto)

Título

4- Dê um tempo para os alunos pensarem e planejar o que vão

escrever.

5- Retome com eles a situação de comunicação (quem fala; de que

lugar; com que objetivo; para quem ler)

Qual o melhor jeito de escrever para se aproximar do leitor? No caso,

os colegas, família e professores?

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6- Escreva o texto de modo que a organização da sequência de

parágrafos não perca a unidade, a coesão e a coerência.

2ª Etapa: “Assim fica melhor”

Atividades:

Professor (a):

1- Peça aos alunos que troquem os textos uns com os outros e

leiam, observando:

A história agradou?

Faltou alguma coisa? O que?

Lembrete:

No conto, a história resulta, pois de como são inventados e manipulados

seus fatores estruturantes básicos.

Em geral, a história surge de uma situação problemática que

desequilibra a vida normal dos personagens. Situação que vai modificando ao longo

da narrativa até sua solução final e a volta ao equilíbrio normal.

2- Peça aos alunos que leiam novamente o conto, agora com olhar

crítico, e assinale tudo o que pretendem melhorar.

3- Revisem o texto considerando:

O conto emociona, diverte ou provoca reflexão?

Os diálogos dos personagens são pontuados corretamente?

Manteve a unidade de ação (início, meio e fim)?

As palavras estão escritas corretamente?

4- Reescreva o texto e passe a limpo.

3ª Etapa: Exposição ao público

Atividades:

Professor (a):

1- Reflita com os alunos os passos realizados para essa conquista.

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2- Escolha a melhor forma de tornar público os textos produzidos.

Em forma de livro, CD-ROM ou outros.

3- Escolha um dia e local para o lançamento.

(Sugiro uma noite de autógrafos).

Bom trabalho!

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Carlos Drummond de et al. De conto em conto: antologia de contos.

São Paulo: Ática, 2001.

BOJUNGA, Lygia. Tchau. 19. ed. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2010.

Disponível em:

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=20198.

Acesso em 02 ago. 2011.

Disponível em:

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=bio

grafias_texto&cd_verbete=5750&cd_item=35&cd_idioma=28555html. Acesso em: 07

jun. 2011.

Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/7074415/Literatura-Em-Minha-Casa-Contos-

Varios-Autores-Era-Uma-Vez-Um-Conto. Acesso em: 10 jun. 2011.

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/003.shtml. Acesso

em 15 jul. 2011

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/013.shtmlado-

634297. Acesso em 15 jul. 2011

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/lado-lado-bem-

bolhttp://revistaescola.abril.com.br/edicoes-especiais/002.shtml. Acesso em 15 jul.

2011

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/lenda-preguicoso-

634281.shtml. Acesso em 15 jul. 2011

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/tempo-bichos-

falavam-634274.shtml. Acesso em 15 jul. 2011

41

Disponível em:

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=20197.

Acesso em 02 ago. 2011.

Disponível em: www.itaucultural.org.br/literatura>. Acesso em: 7 de junho. 2011

GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 5.ed. São Paulo, Pontes 2004.

KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria e prática. 10. ed. São Paulo: Pontes

2004.

LAGINESTRA, Ma; PEREIRA, Ma et al. A ocasião faz o escritor: orientação para

produção de texto. São Paulo: Cenpec, 2010.

NA PONTA DO LÁPIS. Revista A hora e a vez do conto: em pequenas narrativas

cabem grandes histórias. Ano V. n. 12. Dezembro, 2009.

SARTRE, Jean-Paul. Que é a Literatura? São Paulo, Ática, 1989.

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; Gêneros orais e escritos na escola.

Campinas, SP: Mercado de letras, 2010.