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AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone 517 700 Fax : 517844 CONSELHO EXECUTIVO Décima-oitava Sessão Ordinária 24-28 de Janeiro de 2010 Adis Abeba, Etiópia EX.CL/632 (XVIII) Original: Inglês RELATÓRIO DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO COMÉRCIO 29 DE OUTUBRO – 2 DE NOVEMBRO DE 2010, KIGALI, RUANDA

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AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone 517 700 Fax : 517844 CONSELHO EXECUTIVO Décima-oitava Sessão Ordinária 24-28 de Janeiro de 2010 Adis Abeba, Etiópia

EX.CL/632 (XVIII) Original: Inglês

RELATÓRIO DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO COMÉRCIO

29 DE OUTUBRO – 2 DE NOVEMBRO DE 2010, KIGALI, RUANDA

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RELATÓRIO DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO COMÉRCIO

29 DE OUTUBRO – 2 DE NOVEMBRO DE 2010 KIGALI, RUANDA

INTRODUCÇÃO 1. A Sexta Sessão Ordinária da Conferência da União Africana (UA) dos Ministros do Comércio reuniu-se a nível Ministerial, de 1 a 2 de Novembro de 2010, no Hotel Serena, Kigali, Ruanda. A reunião foi declarada aberta por S.E. Sr. Bernard Makuza, Primeiro-Ministro da República do Ruanda. Foram proferidos discursos por S.E. Sr. Erastus Mwencha, Vice-Presidente da CUA, S.E Sr. Pascal Lamy, Director Geral da OMC e também S.E. Sr. Rob Davies, Ministro do Comércio e Industria da África do Sul, Presidente cessante. A alocução de boas vindas foi proferida por S.E. Sra. Monique Nsanzabaganwa, Ministra do Comércio e Industria do Ruanda. PARTICIPAÇÃO

2. A reunião contou com a presença dos seguintes Estados Membros: Argélia, Angola, Botswana, Burkina Faso, Burundi, Camarões, República Centro Africana, Chade, Congo (República), Côte D’Ivoire, República Democrática do Congo, Egipto, Gabão, Gâmbia, Ghana, Quénia, Lesto, Líbia, Malawi, Mali, Maurícias, Namíbia, Níger, Nigéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, África do Sul, Sudão, Suazilândia, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbabwe. 3. Participaram da reunião as seguintes Comunidades Económicas Regionais (CERs) e organizações parceiras: CEN-SAD, COMESA, EAC, CEEAC, CEDEAO, SADC, AERC, AFREXIMBANK, East African Business Council (EABC), ECDPM, ILEAP, ITC, OIF, Centro Sul, Third World Network, ECA, CNUCED, PNUD, Banco Mundial, OMC. A lista completa dos participantes encontra-se no Anexo 1. DELIBERAÇÕES Ponto 1 da Agenda: Abertura da Reunião Discurso proferido pelo Ministro do Comércio da República do Ruanda 4. Em seu discurso de boas-vindas aos Ministros e delegados à 6ª Sessão Ordinária da Conferência da União Africana dos Ministros do Comércio, a Ministra do Comércio e Industria da República do Ruanda, sublinhou o papel fundamental do comércio e do investimento como principais pilares de desenvolvimento, ela explicou que a Conferência Ministerial tem o duplo objectivo de reunir os Ministros Africanos do Comércio para proceder a análise crítica e a avaliação dos desafios do comércio intra-africano. Ela observou ainda que a conferência deste ano procurou levar o sector privado a participar nos debates, a fim dos Estados Membros beneficiarem da experiência do sector, assente numa análise baseada em evidências. O segundo

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objectivo da Conferência foi de reflectir sobre questões fundamentais no domínio do comércio internacional, com vista a harmonizar a posição de África sobre uma série de questões, especialmente as negociações no âmbito da OMC e as relativas aos APE, e garantir que a agenda de desenvolvimento continue a ser o centro das negociações. Ela salientou a necessidade desses processos garantirem uma situação benéfica para ambas as partes. Em conclusão, ela agradeceu os Estados Membros da UA pela oportunidade dada ao Ruanda, de acolher a 6 ª Conferência Ministerial, e expressou suas condolências à Sra. Elisabeth Tankeu, Comissária da UA para o Comércio e Indústria, pelo seu recente desaparecimento físico. Discurso do Vice-Presidente da Comissão da União Africana 5. No seu discurso, o Vice-Presidente da Comissão União Africana agradeceu ao Governo da República do Ruanda por ter aceitado acolher a 6ª Conferência da União Africana dos Ministros do Comércio. Ele exortou os Ministros a dar orientações políticas e tomar decisões sobre as questões comerciais que são fundamentais para o desenvolvimento de África. Estas questões dizem respeito ao aprofundamento da integração do mercado africano, através do aumento do comércio intra e inter-regional, bem como o reforço do comércio com outros parceiros. Ele afirmou que África enfrenta um grande desafio, de aumentar o tamanho e qualidade dos seus fluxos comerciais e de investimento. Neste sentido, indicou que a CUA espera que a Conferência formule recomendações fortes sobre o comércio intra-africano e um plano de acção para acelerar a integração do mercado africano. 6. O Vice-Presidente assinalou ainda o impacto da crise financeira mundial em África devido à debilidade dos seus mercados nacionais e regionais e a predominância de matérias-primas e produtos de base nas suas estruturas de exportação. Quanto ao reforço da integração regional em África, o Vice-Presidente elogiou os esforços do COMESA, EAC e dos Estados Membros da SADC, com vista o estabelecimento dos Acordos de Comércio Livre (ACL) Tripartido e encorajou as outras regiões a reflectir sobre a aplicação de tais iniciativas. Sobre as relações África - China, ele observou o interesse que tem estado a gerar o crescente envolvimento da China em muitas economias de África e sublinhou a necessidade de assegurar que as relações comerciais sejam compatíveis com as aspirações de desenvolvimento de África e sejam mutuamente benéficas.

7. No âmbito das negociações dos APE, ele exortou que as deliberações desta Conferência devem contribuir para enriquecer a próxima Cimeira África – EU, a ter lugar na Líbia, de modo a permitir a intervenção política, ao mais alto nível. Sobre a AGOA, ele enfatizou a importância de enviar uma mensagem clara aos decisores políticos dos EUA sobre as opções pós-AGOA e sobre as reformas de preferências comerciais dos EUA para garantir que os interesses dos países africanos sejam tidos em conta. Em conclusão, ele agradeceu os parceiros de desenvolvimento pela assistência técnica e financeira à Conferência.

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Discurso do Director Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) 8. No seu discurso de abertura, o Director Geral (DG) da OMC observou que a Conferência Ministerial é realizada num contexto de relançamento económico de África, e que o crescimento do continente deverá ultrapassar 6,5%. O DG também observou que, para conferir ao comércio o lugar que lhe é devido e ser o motor do crescimento e desenvolvimento económico, a carteira comercial africana deve se expandir através da diversificação das exportações. Há necessidade de reduzir a dependência sobre as exportações de produtos de base primários e do sector extractivo e ampliar os mercados de exportação para além dos tradicionais, concentrando-se em outros destinos como a Ásia e América Latina. 9. O Director Geral informou aos presentes que, a Ajuda ao Comércio pode ajudar a superar os principais entraves ao comércio intra-africano, e que a OMC está a trabalhar para a Terceira Revisão de Ajuda Global ao Comércio, a fim de orientar melhor as necessidades sobre a ajuda ao comércio. O Director Geral salientou que a OMC tem ajudado a proteger o comércio do proteccionismo como resposta à crise económica mundial, e reiterou a sua determinação para a conclusão da Ronda de Doha. Em nota final, o DG também apontou que a África está a sair da crise como resultado do rápido crescimento da região, que deve continuar a lutar por um sistema comercial aberto e regulamentado, para superar as suas persistentes limitações ligadas a oferta, e ressaltou que a OMC continua a ser o principal instrumento para o continente alcançar este objectivo. Discurso do Ministro do Comércio e Industria da República da África do Sul 10. O Presidente cessante expressou, de antemão, a sua gratidão pelas condições de acolhimento disponibilizadas pelo governo de Ruanda. Ele lembrou que a Conferência Ministerial realizada em Adis Abeba, no ano passado, realizou-se no rescaldo da crise económica mundial, que também afectou negativamente as economias africanas. Embora tenha já se registado alguma recuperação, essa recuperação tem sido irregular e ainda frágil. O Presidente observou também que o centro de gravidade da economia mundial está a se deslocar para o sul e leste, visto que as economias mais dinâmicas, como da China, Índia e Brasil assumem a liderança. 11. O Presidente destacou que esta Conferência ministerial proporciona a oportunidade para reflectir sobre as realizações do passado e como enfrentar os novos desafios, a fim de priorizar o comércio intra-africano e a agenda de integração regional. Ele também expressou a necessidade de promover esforços de integração inter-regional, apoiando iniciativas como o estabelecimento da ACL Tripartido entre os países do COMESA, EAC e SADC, como um trampolim para a integração continental. 12. O Presidente afirmou que é essencial a conclusão rápida e bem-sucedida da Ronda de Doha, e que as negociações no domínio da agricultura devem ser muito

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ambiciosas e rápidas para África, a fim de reduzir os subsídios internos que distorcem o comércio e, assim, abrir os mercados para os exportadores africanos. Sobre a Ajuda ao Comércio, o Presidente salientou a necessidade de continuar a insistir sobre a adicionalidade de recursos para África. É muito importante que a África fale a só voz sobre este e outros assuntos de comércio a nível regional e mundial. Discurso Programático do Convidado de Honra, o Excelentíssimo Sr. Primeiro-Ministro da República do Ruanda 13. O Senhor Primeiro Ministro da República do Ruanda proferiu ao seu discurso, começou por desejar as boas vindas à Ruanda, em nome do seu Governo, aos Ministros e aos participantes. Ele afirmou que visto que Conferência centrava-se no tema crucial do comércio intra-africano, era importante rever os pontos da agenda e apresentar decisões de grande alcance para melhorar a situação. Ele enfatizou a importância do comércio, como motor do crescimento e sobre seu potencial para ajudar a aliviar a pobreza e alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) em África. Portanto, era encorajador ver que os países africanos estavam a progredir para a integração do comércio, bem como a integração regional nas suas políticas e planos nacionais. No entanto, ele salientou que, ao longo das últimas três décadas a posição de África no comércio mundial continuou em trajectória descendente. 14. Ele observou que é, portanto, imperativo à Conferência abordar também a questão da integração das economias de África com vista a criar maior espaço económico e de mercado continental, relevante para a atracção de maiores investimentos para o continente. Nesse contexto, os países africanos precisam trabalhar no desenvolvimento de redes de infra-estruturas viáveis, capacidade produtiva, bem como na competitividade. Sobre a ajuda ao comércio, ele enfatizou a necessidade desta iniciativa não ser vista como um substituto para as ofertas de acesso ao mercado para África. O orador afirmou ser imperativo que os parceiros desenvolvidos de África abram mais os seus mercados às exportações africanas e eliminem as barreiras ao comércio para África, a medida que a Ajuda o Comércio serve como um instrumento viável para apoiar o desenvolvimento da capacidade produtiva e infra-estruturas a nível continental. Ponto 2 da Agenda: ELEIÇÃO DA MESA 15. A reunião elegeu a Mesa seguinte:

Presidente : Ruanda (África Oriental) 1o Vice-Presidente : Gabão (África Central) 2o Vice-Presidente : Tunísia (África do Norte) 3rd Vice-Presidente : Mali (África Ocidental) Relator : Zâmbia (África Austral)

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Ponto 3 da Agenda: Análise e Adopção da Agenda 16. A Reunião analisou e adoptou a sua Agenda sem emendas. Ponto 4 da Agenda: Organização dos Trabalhos 17. A Reunião adoptou o seguinte horário de trabalho

Manha 09:00 - 13:00 Tarde 14:30 - 18:00

Ponto 5 da Agenda: Apresentação do Relatório dos Altos Funcionários e Analise das Recomendações. 18. O Relatório de Altos Funcionários foi apresentado pelo Presidente da Reunião de Altos Funcionários. Ele deteve-se sobretudo nas recomendações formuladas pelos Altos Funcionários e submeteu aos Ministros para apreciação.

19. A Conferência tomou nota do Relatório em geral e formulou as seguintes observações e recomendações em cada ponto: Comércio Intra-Africano

20. A Conferência tomou nota da avaliação pelas CERs e pelo CNUCED dos progressos feitos na implementação de acordos de comércio livre e das uniões aduaneiras nas diferentes CER. Também observou as conclusões de um estudo sobre a avaliação da integração regional em África, ARIA IV. Além disso, analisou as conclusões de um workshop sobre a Facilitação do Comércio, bem como as preocupações do sector privado.

21. Para o efeito, a Conferência recomendou que:

a) A criação de um ACL africano deve ser acelerada;

b) Neste contexto, a CUA e a ECA devem desenvolver estratégias para analisar os desafios e as oportunidades de um acordo de comércio livre em concertação com as CER.

c) É necessário elaborar um programa de integração do desenvolvimento que vai para além do quadro de integração do mercado e se concentra em outras questões como o desenvolvimento de mercados regionais, o desenvolvimento de infra-estruturas e coordenação de políticas que visam a construção e o reforço das capacidades produtivas;

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d) Um grupo de trabalho Multi-Sectorial sobre o Mercado Comum Africano

e a Comunidade Económica pode ser constituído para propor recomendações aos peritos, aos Ministros do Comércio da UA e à Conferência dos Ministros Africanos Responsáveis pela Integração sobre o avanço da implementação rápida do Tratado de Abuja;

e) A Comissão da UA, em colaboração com as CER, tendo em conta os programas existentes em matéria de facilitação do comércio, deve elaborar um programa sobre a facilitação do comércio e a eliminação de obstáculos ao comércio, com vista a melhorar o comércio intra-africano;

f) O conceito Posto Fronteiriço de Uma Só Paragem deve ser promovido como forma de reforçar a facilitação do comércio e acabar com as práticas de corrupção;

g) Como parte do processo geral de coordenação entre a UA e as CERs, a coordenação e as consultas com relação à facilitação do comércio devem ser reforçadas;

h) Dadas as implicações da pirataria ao comércio, as autoridades governamentais competentes devem analisar a possibilidade de criar uma força da Guarda Costeira para conter a ameaça da pirataria;

i) Esta iniciativa deve ser seguida pela aplicação total das leis das Nações Unidas sobre águas internacionais, bem como o processamento judicial dos piratas;

j) A Comissão da UA deve envolver todos os principais órgãos que representam o sector privado em África de modo a alcançar uma plataforma consensual da participação do sector privado

Mercado Comum Africano para Produtos Agrícolas: 22. A Conferência foi informada sobre as conclusões e recomendações de um estudo global realizado em 2006 a pedido da CUA como um seguimento da Resolução da Cimeira de Abuja sobre Segurança Alimentar. As conclusões indicam que não há um modelo a seguir para o estabelecimento de um mercado comum. As conclusões ressaltam ainda que, entre os produtos estratégicos africanos, o arroz e o milho são os que têm um potencial de comércio intra-africano elevado ou muito elevado na expansão do comércio intra-africano no seio da CEDEAO, CEN-SAD, COMESA e SADC.

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23. O estudo sublinha a necessidade de se lançar uma organização regional de agricultores que funciona em autogestão, em consulta com as CER e que levará à adopção de um quadro consensual e juridicamente vinculativo, pela Iniciativa de um Mercado Comum Africano de Produtos Agrícolas (ACMAPI) e das Directrizes sobre a expansão do comércio intra-africano, o crescimento da produtividade e da competitividade, melhoria do valor agregado e sua retenção em África, e as garantias dos direitos de propriedade e dos meios de subsistência.

24. Neste contexto, a Conferência recomendou que:

a) Análises mais aprofundadas devem ser realizadas pela CUA/CEA sobre as implicações da proposta de criação de um Mercado Comum Africano para os produtos agrícolas antes da tomada de qualquer decisão sobre a proposta, tendo em conta as normas já em vigor do Tratado de Abuja;

b) A Comissão da UA deve explorar, no quadro das suas iniciativas de Parceria, as possibilidades para uma cooperação reforçada no domínio da agricultura e do investimento agrícola.

Parceria Comercial

Comércio África-China 25. A Conferência formulou as seguintes observações:

- Nas negociações sobre as relações comerciais com a China, é necessário ter

em conta as preocupações para a protecção do ambiente, a terciarização, a transferência de tecnologia e as condições de emprego;

- Essas questões podem ser abordadas no âmbito dos oito compromissos assumidos pela China durante a Conferência Ministerial do FOCAC (Fórum de Cooperação China-Africa), realizada em Sharm El Sheikh, Egipto, em Novembro de 2009, nomeadamente:

i) Parceria sobre a alterações climáticas; ii) Cooperação em Ciência e Tecnologia; iii) Reforço de Capacidades; iv) Agricultura; v) Assistência Médica e Saúde; vi) Desenvolvimento dos Recursos Humanos e Ensino; vii) Intercâmbio cultural entre as pessoas; e viii)Abertura dos mercados chineses aos produtos africanos.

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26. Para o efeito, a Conferência recomendou que:

a) Os países africanos devem explorar a possibilidade de desenvolver uma estratégia colectiva para orientar as suas relações comerciais com a China, tanto de uma perspectiva regional como continental, com vista a maximizar as oportunidades;

b) A China, que se comprometeu em fóruns África-China, inclusive na última Cimeira de Sharm El Sheikh, em Novembro de 2009, deve apoiar a África em áreas como da capacitação, agricultura, acesso ao mercado, especialmente para os produtos manufacturados e no investimento. Esforços devem ser feitos para garantir que os compromissos feitos pela China sejam reforçados e traduzidos numa iniciativa de longo prazo, com vista a atingir maiores níveis de acesso ao mercado, em particular de produtos manufacturados.

AGOA 27. A Conferência tomou nota das apresentações do relatório sobre o 9 º Fórum da AGOA, um estudo sobre uma década de Comércio África-EUA no âmbito da AGOA e um briefing sobre a AGOA feito pela CUA, ECA e o Grupo Africano em Washington, respectivamente. O Fórum destacou a importância de preservar os objectivos iniciais da AGOA, que prorroga para além de 2012, as disposições da AGOA sobre o tecido de terceiros países, dando prioridade aos produtos agrícolas cuja exportação apresenta interesse para África, reconhecendo as CER e a integração regional no processo da AGOA, e levar a cabo programas de sensibilização visando o sector privado americano. A avaliação da AGOA tem demonstrado o seu horizonte de curto prazo, o aumento da concorrência desde o termo do acordo multi-fibras, baixas exportações agrícolas devido às subvenções dos EUA e as quotas restritivas, a falta de uma abordagem regional para tirar vantagem da AGOA, e uma logística de comércio pouco concorrencial em África. As opções e cenários de um período de pós-2015 também foram destacados. Finalmente, as implicações da extensão das preferências AGOA aos países como Bangladesh e Camboja, bem como as consequências de uma eventual mudança de poder no Senado e na Câmara dos Deputados após as eleições intercalares nos EUA foram destacados. 28. Para este efeito,

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a) Os dirigentes políticos e o Grupo Africano em Washington devem exercer uma pressão sobre o governo americano com vista a extensão da AGOA para além de 2015, incluindo a extensão das disposições relativas aos tecidos de terceiros países para além de 2012;

b) Os objectivos iniciais da AGOA que visam promover o desenvolvimento económico através do comércio e do reforço de capacidade devem ser preservados;

c) É necessário desenvolver estratégias nacionais, sub-regionais e continentais claras para aumentar as exportações e os investimentos estrangeiros directos entre os EUA e a África;

d) A gama de produtos coberta pela AGOA deve ser alargada para incluir produtos de base em que África dispõe de vantagem comparativa;

e) A ajuda ao comércio dos EUA deve ser alargada e direccionada à resolução ou a eliminação dos constrangimentos enfrentados pelos países africanos nos seus esforços de diversificação das suas economias e do reforço da sua participação no comércio mundial, incluindo o comércio no quadro da AGOA;

f) O apoio dos Estados Unidos deve igualmente procurar reforçar as medidas sanitárias e fitossanitárias e as normas técnicas, a fim de aproveitar o acesso ao mercado nos Estados Unidos;

g) É necessário reforçar a integração regional e a promoção do comércio intra-africano como uma plataforma para uma maior competitividade de África na economia mundial e estar à altura dos desafios na era pós-AGOA.

h) É necessário tornar operacional um mecanismo de avaliação e acompanhamento da AGOA envolvendo a CUA, a ECA e as CERs.

i) É necessário encorajar as relações de parcerias entre o sector privado em África e o dos Estados Unidos.

j) É necessário encorajar os EUA a ter em conta os efeitos adversos das medidas administrativas tomadas contra um determinado país beneficiário da AGOA, inter alia, as economias nacionais de outros

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países beneficiários da AGOA e de processos de integração, e encontrar soluções;

k) Os países beneficiários da AGOA e os EUA devem implementar as recomendações e resoluções da AGOA, emitidas por ocasião de cada Fórum AGOA. Isto inclui a concepção de um mecanismo de acompanhamento ou plano de execução até 31 de Janeiro de 2011.

l) Uma Declaração que inclui as recomendações acima deve ser preparada.

Análise da Negociações Comerciais Multilaterais OMC 29. A Conferência foi informada sobre a situação da Agenda de Desenvolvimento de Doha (ADD) na OMC. Reiterou-se que pouco ou nenhum progresso foi feito sobre as questões de importância para a economia africana, particularmente o algodão. Foi salientado que o sistema comercial multilateral, na sequência da crise económica e financeira mundial, tem sido uma apólice de seguro contra pressões proteccionistas. Foi solicitada à Conferência a apelar ao G20 que envie sinais políticos necessários que traduzam os seus compromissos comerciais em medidas flexíveis visando facilitar as negociações em Genebra. O Grupo Africano, por sua vez, de forma consistente, reafirmou a posição de que o êxito da conclusão da Ronda de Desenvolvimento de Doha, com a dimensão do desenvolvimento como tema central, continua a ser um imperativo. 30. A Conferência em seguida analisou um projecto de Declaração sobre as Negociações da OMC e o adoptou. Negociações APE 31. Os Ministros tomaram nota e se apropriaram do Relatório da Reunião do Comité Ministerial ACP-UE, realizada em Bruxelas em 22 de Outubro de 2010, incluindo a evolução da reunião, que destacou o compromisso da CE de mostrar flexibilidade nas negociações dos APE. A Conferência foi de opinião que a conclusão e a aplicação dos acordos de parceria económica abrangentes e equilibrados que contribuirão para acelerar o desenvolvimento sustentável dos Estados ACP e reforçar a integração regional, deve continuar a ser um objectivo comum e partilhado pelos ACP e a UE. Também seria apropriado que os critérios objectivos que se inscrevem no quadro dos objectivos políticos acordados no plano multilateral pela comunidade internacional, possam ser usados para determinar os parâmetros que permitem chegar a uma conclusão dos APE. Para este efeito, os critérios indicativos relacionados aos domínios seguintes foram propostos:

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i. Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM); ii. A produção industrial, em particular os produtos manufacturados; iii. A produção agrícola; iv. O nível de transformação dos produtos exportados; v. O comércio intra-regional; vi. O comércio intra-ACP; vii. O comércio ACP-UE; viii. O preço das matérias-primas agrícolas e minerais; ix. A paridade de moedas de transacção; x. O nível da ajuda pública ao desenvolvimento; xi. O nível de investimentos directos estrangeiros.

32. Os indicadores associados a estes critérios serão avaliados a intervalos regulares para determinar o nível de liberalização dos APE. Como resultado, não será mais necessária a fixação de prazos para a conclusão dos APE, somente o seguimento destes critérios irá determinar o momento em que essas negociações devem estar concluídas. 33. Posteriormente, a Conferência:

a) Tomou a devida nota da posição comum do Documento preparado em Lusaka, Zâmbia, durante a última reunião de coordenação UA-CER como uma possível base para o engajamento político com a UE;

b) Sublinhou a necessidade de levar a cabo um diálogo, ao mais alto nível, a fim de influenciar o processo de negociação para desbloquear a situação actual;

c) Apelar o Presidente da Comissão da UA, em colaboração com o Secretariado ACP, a trabalhar no plano político com a CE, antes da Cimeira África-Europa;

d) Analisou e adoptou a Declaração sobre as APE.

Convenção Quadro sobre o Controlo do Tabaco 34. A Conferência foi informada sobre a existência de um projecto de Convenção Quadro sobre o Controle do Tabaco a ser negociado sob os auspícios da Organização Mundial de Saúde (OMS) que visa proteger as pessoas contra os efeitos nocivos do consumo do tabaco para a saúde. As Directrizes da referida

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convenção recomendam a proibição do uso de ingredientes e aromatizantes na indústria do tabaco. As mesmas directrizes também recomendam aos governos que "devem limitar as políticas que promovem a produção do tabaco", mudando para culturas alternativas, que teria um impacto negativo sobre as economias dos países produtores de tabaco. 35. À luz do que precede, a Conferência foi de opinião que havia uma necessidade de dispor de mais tempo para proceder às consultas adequadas, e adoptou uma Declaração para esse efeito. Ajuda ao Comércio 36. A Conferência foi informada sobre os principais desenvolvimentos na iniciativa sobre a Ajuda ao Comércio. Para além disso, ela observou a correlação existente entre a ajuda ao comércio, por um lado, e a diversificação, o custo das exportações e o comércio transfronteiriço, por outro lado. Também enfatizou a necessidade de ajuda ao comércio para dar maior ênfase no reforço da capacidade produtiva em África, nomeadamente atacando as restrições ligadas a oferta e a diversificação da económica de África, em geral. A Conferência reiterou a importância da ajuda ao comércio para apoiar a agenda de integração regional em África bem como a necessidade de diferenciar à ajuda publica para o desenvolvimento e ajuda destinada ao reforço das capacidades comerciais de África. 37. Para esse efeito, a Conferência:

(a) Sublinhou a necessidade da ajuda ao comércio dar maior ênfase no reforço da capacidade produtiva em África, nomeadamente atacando as restrições ligadas a oferta e a diversificação da económica de África;

(b) Exortou sobre a necessidade de obter um aumento substancial dos recursos financeiros do Quadro Integrado Reforçado face os desafios encontrados pelos países menos desenvolvidos na sequência da crise económica e financeira mundial. Tais contribuições financeiras devem ser adequadas, adicionais, previsíveis, sustentáveis e com mínimas condicionalidades;

(c) Destacou a consolidação dos fundos e das iniciativas existentes

para os PMA e advertiu contra qualquer proliferação desnecessária de novos fundos e iniciativas que possam levar à uma simples reorganização dos recursos existentes;

(d) Exortou sobre a coordenação e a participação efectiva dos Estados

Membros e das CERs na terceira revisão global de ajuda ao comércio a ter lugar em Genebra, na Suíça, em Julho de 2011;

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(e) Exortou ainda à ECA/ATPC, CUA e o BAD a apoiar os Estados Membros e as CERs no preenchimento dos questionários sobre a Ajuda ao Comércio e a preparar os seus estudos de casos;

(f) Apelou para uma distinção clara entre ajuda ao comércio e as

outras formas de ajuda pública ao desenvolvimento; Relatório da CNUCED sobre os PMA 38. A Conferência foi informada de que o Relatório da CNUCED sobre os PMA indica que os países menos desenvolvidos passaram por um período de expansão para um período de contracção com o surgimento da crise económica mundial, pois o período de expansão não foi aproveitado para colmatar as deficiências fundamentais das suas economias, ou seja, deficiências estruturais e as vulnerabilidades externas. Esta situação se explica pelas políticas nacionais e internacionais inadequadas que não foram favoráveis ao desenvolvimento das capacidades produtivas. Para inverter esta tendência, era necessária uma nova Arquitectura de Desenvolvimento Internacional para os PMA, que inclui tanto a mudança no sistema económico mundial no domínio das finanças, comércio, produtos, tecnologia e mudança climática, bem como uma nova gama de medidas de acompanhamento a nível internacional para responder as circunstâncias e as necessidades dos PMA. 39. A Conferência tomou nota do Relatório enquanto se aguarda a sua publicação oficial em 25 de Novembro de 2010 IV Conferência sobre os PMA 40. A Conferência foi informada que a IV Conferência sobre os PMA será realizada de 30 de Maio a 03 de Junho de 2011, em Istambul, na Turquia. Uma série de reuniões foram já realizadas em preparação para a conferência e outras reuniões serão também realizadas antes da Conferência. Além disso, um estudo elaborado pelo PNUD sobre Integração Regional para o Desenvolvimento Humano será apresentado na Conferência dos PMA. 41. Para esse efeito, a Conferência:

a) Tomou nota da IV Conferência dos PMA, que terá lugar em Istambul, na Turquia, de 30 de Maio a 03 de Junho de 2011;

b) Exortou os Estados Membros a assegurar os preparativos e uma participação adequada da IV Conferência dos PMA, incluindo a organização das reuniões preparatórias com vista a coordenar as suas posições;

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c) Exortou à CNUCED e outras agências de desenvolvimento a assegurar que as actividades preparatórias sejam transparentes e inclusivas;

d) Apelou os parceiros de desenvolvimento a garantir a APD de forma

previsível e sem condicionalismos para o apoio orçamental aos países menos avançados, face as suas capacidades limitadas na mobilização de recursos a nível nacional.

Ponto 6 da Agenda: Painel de discussão sobre “O caminho a seguir na

promoção do comércio intra-africano” 42. Sob este ponto da agenda, um painel de discussão, subornado ao tema “A VIA A SEGUIR NA PROMOÇÃO DO COMÉRCIO INTRA-AFRICANO”, moderada por S.E Sra. Presidente Monique NSANZABAGANWA, contou com a participação do Vice-Presidente da Comissão da UA, Sr. Erastus O. MWENCHA, o Director Geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal LAMY, Ministros, representantes do BAD, da ECA e do Sector Privado. Em suas observações preliminares, a Sra. Presidente enfatizou a importância do comércio intra-africano, informou o objectivo deste ponto da agenda, e, posteriormente, apresentou os membros dos painéis. 43. O Vice-Presidente da CUA no início, baseou a sua apresentação nas disposições do Tratado de Abuja que Estabelece a Comunidade Económica Africana e ressaltou que progressos significativos foram feitos em algumas CERs, enquanto outras foram ficando para trás. Incidindo na importância do Comércio e em alguns dos seus vínculos, ou seja, valor agregado, redução do desemprego e da pobreza, alcance de maior concorrência global, ele também falou sobre a dependência de África em mercados estrangeiros para as suas exportações e sua forte dependência das preferências comerciais que hoje é claramente insuficiente para promover a industrialização. 44. Ele esclareceu alguns equívocos em relação à rivalidade dos países africanos em produzir os mesmos produtos, a multiplicidade das CERs e o problema resultante no facto de um país membro pertencer a duas ou mais uniões aduaneiras. Obstáculos Técnicos ao Comércio (OTC) constituem barreiras não tarifárias (NTB) mais graves, contudo o maior obstáculo ao comércio em África é a falta de infra-estruturas de transportes. Em conclusão, ele indicou o caminho a seguir, que passa pela criação de uma Zona de Comércio Livre em África e a utilização do mercado interno para alargar o desenvolvimento. 45. O Director Geral da OMC destacou que a África tem os mesmos desafios e fraquezas que os outros países, mas também algumas especificidades. O contexto de integração regional tanto pode ser político, económico ou ambos. Baseando-se em dados, ele referiu-se a certas especificidades de África, nomeadamente a pobreza, a dispersão na distribuição geográfica da população, o nível elevado de países sem litoral, afastamento dos mercados mais ricos e baixa participação do sector privado. No entanto, África também tem alguns pontos fortes que podem

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transformar as suas limitações em oportunidades, tais como a proximidade dos mercados. 46. As seguintes recomendações foram sugeridas pelo DG, como forma de enfrentar os desafios de África:

O envolvimento de todos os intervenientes no processo político; Especialização Regional; Maior atenção ao comércio de serviços; Resolução das questões relativas às infra-estruturas; A necessidade dos parceiros de desenvolvimento de privilegiarem mais a

dimensão regional.

47. Em conclusão, ele lembrou aos participantes que os dois primeiros acordos de integração regional, nomeadamente a SACU e a EAC foram fundados em África. 48. Os Ministros também fizeram algumas intervenções, a maioria concordou que o maior obstáculo ao comércio em África é o nível deficiente das infra-estruturas de transporte. No entanto, a forte dependência das exportações de produtos primários, as redes deficientes de informação e distribuição, os diferentes padrões, a falta de capacidade industrial adequada, a pobre interconectividade e o baixo nível de consumo também são responsáveis pelo baixo desempenho comercial. 49. A visão da integração continental, consagrada no Tratado de Abuja está longe de ser alcançada, embora alguns progressos tenham sido registados nas regiões. Há necessidade de integrar as economias africanas através da criação de um ambiente empresarial mais atractivo, harmonização das políticas de comércio, uma maior vontade política e o desenvolvimento de uma cultura de parceria do sector público e privado. O investimento dos parceiros em valores agregados dos produtos primários de África é também importante para o desenvolvimento de África, contudo, os factores determinantes para tais investimentos são muitos e complexos dentro de um sistema de livre mercado. Os participantes na reunião também foram informados de que não obstante o índice de 10% do comércio intra-africano parece alarmante, o nível do comércio informal é bastante elevado. Além disso, há regiões no mundo onde o nível de comércio intra-regional é menor do que nas regiões africanas. 50. Em conclusão a Sra. Presidente apelou para uma maior determinação na promoção do comércio e do programa de integração. Ponto 7 da Agenda: Painel de discussão sobre a participação de África no

comércio mundial e nas negociações comerciais internacionais

51. O Director Geral da OMC procedeu a introdução do painel de discussão sobre a participação de África no comércio mundial e nas negociações internacionais, salientando a importância da conclusão da Ronda de Doha para a África. Ele

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observou que não é o Grupo Africano, que está a atrasar a conclusão da Ronda de Desenvolvimento de Doha, pois é evidente que a África beneficiaria muito da mesma. O DG sublinhou que perdeu-se muito tempo nas negociações sobre as barreiras tarifárias e que estas devem necessariamente baixar no futuro. Uma vez que a Ronda termine, a prioridade deverá ser sobre as normas técnicas e o financiamento do comércio internacional, entre outros assuntos. Ele também observou que as normas actualmente em desenvolvimento pelos países desenvolvidos podem constituir uma barreira ao comércio e recomendou aos países africanos a aumentar a sua participação no desenvolvimento dessas normas para que seus interesses sejam levados em conta. Assim sendo, é necessário concentrar a atenção em questões como regras de origem para garantir mais flexibilidade necessária para a cumulação regional e horizontal dos países em desenvolvimento. O DG finalizou sua intervenção por referir que o uso inteligente das regras de origem pelos países asiáticos permitiu-lhes colher os benefícios da liberalização do comércio no sector têxtil. 52. Na sequência desta intervenção, as discussões entre os Ministros e os Altos Funcionários incidiram sobre as seguintes questões:

i. Os obstáculos ao comércio constituem as principais barreiras ao comércio dos produtos agrícolas. A duplicidade de critérios no acesso aos mercados agrícolas impede África de participar efectivamente nas negociações do comércio mundial e integrar ainda mais no comércio global, com maior capacidade;

ii. Há ainda um elevado nível de proteccionismo de países desenvolvidos, que impedem a participação de África e inclusive a realização dos objectivos de desenvolvimento;

iii. O representante da Organização Mundial das Alfândegas (OMA) observou

que a comunidade internacional promove o comércio aduaneiro, liga os mercados e contribui para a recuperação da economia mundial. Ele também observou que a adopção do Protocolo de Quioto revisto irá simplificar e facilitar o comércio aduaneiro. Nesse sentido, ele exortou os ministros e representantes de alto nível a considerar a adopção da Convenção de Quioto revisto e ser solidário com os esforços de facilitação do comércio da OMC;

iv. O representante do Centro Sul afirmou que o comércio intra-africano é

muito mais positivo do que se tem geralmente descrito. Ele ressaltou que o desenvolvimento do comércio requer um plano de desenvolvimento industrial. Ele observou que os Programas de Ajustamento Estrutural, implementados pelos países africanos, em meados da década de 1980 têm dificultado a entrada em vigor desses planos e há necessidade de apoio do Estado aos produtores para habilitá-los a subir na cadeia de valor e ajudar o continente a se industrializar. Ele observou que as reduções

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tarifárias nos programas de liberalização, como proposto nas negociações dos APE não irão oferecer para a África o espaço político necessário para a sua industrialização. O mesmo acontece com as negociações dos APE sobre os serviços, se os países concordarem com a liberalização dos serviços, tal irá prejudicar as perspectivas da África em dispor de poder para negociação de serviços no âmbito do GATS. Ele salientou que há muitas maneiras em que as preferências não recíprocas podem ser aplicadas, tais como isenção de não-reciprocidade da Moldávia concedida pela UE, as preferências da AGOA, ou a mais recente isenção para o Paquistão por causa das enchentes. Ele elogiou o Documento de Posição da CUA e das CERs sobre os APE;

v. O representante do Banco Mundial, por sua vez falou sobre os serviços como uma oportunidade de diversificação para a África. Ele observou que a abertura dos serviços é mais difícil do que a dos produtos, por causa das questões regulamentares. A reforma da regulamentação é uma questão crucial e não implica, necessariamente, a desregulamentação. Ele também observou que os países não estão ainda dispostos a negociar sobre estas questões, devido ao receio de perda de espaço político. Comentando sobre Regras de Origem, ele recomendou a escolha das regras de origem simples e previsíveis, indicando que a medida que as tarifas baixam, o custo de conformidade com frequência sobe. O acordo internacional sobre o certificado de regras de origem é uma ferramenta útil que pode ser usada em qualquer lugar;

vi. O representante da ECA informou aos Ministros sobre o papel do Centro

Africano de Políticas Comerciais (CAPC), que foi criado para se dedicar no reforço de capacidade institucional para as CERs, bem como para os Estados Membros relativamente à análise da política comercial. No que respeita às questões da OMC, foi assinalado que há necessidade de se concentrar sobre o cenário pós-Doha, indo além da questão das subvenções;

vii. O representante do PNUD apresentou o projecto do PNUD sobre o

Reforço de Capacidade sobre África em relação à Globalização e Integração Regional, um esforço conjunto com a CUA e a ECA. As quatro áreas de trabalho em toda a África, visando os países e as CERs incluem: negociações comerciais, o desenvolvimento de capacidades, a análise da política comercial, bem como a questão de género e comércio;

viii. O representante do sector privado que fazia parte da equipe observou que

o envolvimento do sector privado é muito importante e que não há estratégia adequada de engajamento do sector privado em África. Ele observou que a qualidade das normas e o custo da actividade empresarial constitui um grande problema e dificulta o desempenho económico. Ele encorajou o sector privado e os governos a melhor esclarecer as suas expectativas das negociações dos APE;

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EX.CL/632 (XVIII) Pág. 18

ix. O representante do CNUCED expressou algumas ideias sobre as

negociações comerciais internacionais e as estratégias de desenvolvimento.

53. O DG concluiu revelando que o espaço político será mais benéfico se for usado para promover as boas políticas. Ponto 8 da Agenda: Data e Local da 6ª Sessão da Conferência da UA dos

Ministros do Comércio 54. O representante da Tunísia expressou, em nome de seu Governo, o desejo da Tunísia, de acolher a 7 ª Sessão Ordinária da Conferência dos Ministros do Comércio. A Conferência aceitou a oferta com agradecimento. Ponto 9 da Agenda: Diversos 55. Nenhuma questão foi levantada neste ponto. Ponto 10 da Agenda: Analise e adopção das Declarações e do Relatório da

Conferência 56. A Conferência analisou o Relatório e as Declarações sobre a OMC, APE e a AGOA e a Convenção Quadro sobre as Directrizes do Controlo do Tabaco e adoptou os mesmos, com alterações. Estas declarações estão apensas aos Anexos II, III, IV e V, respectivamente. Ponto da Agenda 11: Encerramento da Reunião 57. A Sra. Presidente, S.E. Monique Nsanzabaganwa, Ministra do Comércio e Indústria da República do Ruanda, encerrou a Conferência após agradecer os Ministros e todos os participantes pelos seus contributos no êxito da conferência.

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EX.CL/632 (XVIII) Anexo 1

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE UM QUADRO ESTRATÉGICO PARA O REFORÇO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS EUA/ÁFRICA,

2010 E ALÉM

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AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone 517 700 Fax: +251-1-517844

CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO COMÉRCIO 6ª SESSÃO ORDINÁRIA 29 DE OUTUBRO – 2 DE NOVEMBRO DE 2010 KIGALI, RUANDA

AU/ EXP/TD/Decln/3 (VI) Original: Inglês

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE UM QUADRO ESTRATÉGICO PARA O REFORÇO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS EUA/ÁFRICA,

2010 E ALÉM

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AU/ EXP/TD/Decln/3 (VI) Pág. 1

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE UM QUADRO ESTRATÉGICO PARA O REFORÇO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS EUA/ÁFRICA, 2010 E ALÉM

Nós, os Ministros do Comércio dos Estados Membros da União Africana, reunidos em Kigali, Ruanda, nos dias 1 e 2 de Novembro de 2010. Tendo analisado a posição comum de África em relação às actuais tendências do comércio e investimentos e, em particular, as Relações Comerciais e de Investimento EUA/África, no contexto da Lei de Crescimento e Oportunidade para África (AGOA);

Saudando o resultado positivo do 9º Fórum no âmbito da AGOA, realizado de 2 a 6 de Agosto de 2010 em Washington DC e Kansas City, testemunhado por um compromisso renovado da Administração dos EUA de estabelecer uma parceria mais coesa e com benefícios mútuos entre os Estados Unidos e África, destinada a reforçar as relações comerciais e de investimento;

Observando, com satisfação, a nova ordenação na abordagem dos EUA para alargar a esfera de acção da AGOA a fim de incluir tanto a integração agrícola como a integração regional em conformidade com as realidades e prioridades, capacidade produtiva de África, assistência técnica relacionada com o comércio, desenvolvimento do sector privado, financiamento de pequenas e médias empresas (PME);

Reiterando as preocupações destacadas em relação ao futuro da AGOA com o início iminente da Revisão pelo Congresso dos programas de preferência comercial e, em particular, as implicações gerais das reformas propostas no contexto de uma possível extensão de uma ordenação similar a outros países mais competitivos não africanos, o que irá reduzir o impacto e tornar a AGOA comercialmente irrelevante, e anular assim os objectivos iniciais e fundamentais da AGOA; Reafirmando o compromisso do Grupo Consultivo Ministerial Africano sobre a AGOA de reforçar a capacidade de África de modo a ter uma liderança reforçada, ousada e pró-activa, bem como apropriar-se do processo AGOA a fim de assegurar que a AGOA materialize os seus principais objectivos proporcionando os benefícios desejados a todo o continente; Reafirmando ainda as recomendações emanadas da reunião do Grupo Consultivo Ministerial Africano sobre a AGOA, realizada no dia 1 de Agosto de 2010 em Washington DC, destinada a apoiar a Iniciativa AGOA no âmbito da visão continental mais ampla de promover o desenvolvimento económico e o comércio, sob a égide das Comunidades Económicas Regionais Africanas como a força motriz para a aceleração da integração económica do continente e promoção do comércio intra-África;

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AU/ EXP/TD/Decln/3 (VI) Pág. 2

Nós, os Ministros do Comércio adoptamos a seguinte Posição de Consenso que é, doravante, designada “Declaração de Kigali sobre um Quadro Estratégico para o Reforço das Relações EUA/África, 2010 e Além”, e pela presente:

1. Orientamos o Grupo Africano em Washington DC para exercer pressão para a prorrogação da AGOA para além de 2015 e a prorrogação da cláusula relativa a tecidos de terceiros países para além de 2012;

2. Apelamos os EUA para considerarem um aumento significativo da sua

ajuda ao comércio a fim de fazer face ou eliminar os constrangimentos enfrentados pelos países africanos nos seus esforços para diversificar as suas economias e aumentar a sua quota no comércio global, incluindo no âmbito da AGOA;

3. Reiteramos o apelo aos EUA para prestarem apoio para o

desenvolvimento de normas sanitárias e fitossanitárias (SPS) e padrões técnicos para que a África possa tirar vantagem do acesso ao mercado nos EUA;

4. Elogiamos o Grupo Africano em Washington DC pelo seu contínuo

envolvimento pró-activo com os EUA para a promoção dos objectivos da AGOA através de esforços concertados reflectidos no relatório apresentado à presente 6ª Sessão Ordinária da Conferência dos Ministros da UA do Comércio;

5. Saudamos a oferta da República da Zâmbia de acolher o próximo

Fórum da AGOA entre Maio e Junho de 2011, e apelamos para uma participação activa dos Estados Membros, CER, e para a garantia de um mecanismo para facilitar a participação activa dos Representantes do sector privado e da sociedade civil tanto de África como dos EUA;

6. Observamos, com satisfação, o MDE recentemente celebrado entre a

Comissão da União Africana e o Conselho Empresarial sobre África como um passo positivo rumo ao estabelecimento de ligações entre o Sector Privado dos EUA e Africano, que são muito cruciais para o reforço das oportunidades de comércio e de investimento, sobretudo através de investimentos directos estrangeiros, entre os EUA e África;

7. Apelamos aos EUA para assegurarem a salvaguarda dos objectivos

iniciais da AGOA destinados a promover o desenvolvimento económico de África através do comércio e reforço de capacidades, particularmente

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AU/ EXP/TD/Decln/3 (VI) Pág. 3

das PEM, a fim de aumentar a cobertura dos produtos previstos na AGOA para incluir produtos de base que ofereçam uma vantagem competitiva para África;

8. Apelamos igualmente a Administração dos EUA, no espírito do seu

compromisso renovado com a África, para considerar uma diligência conjunta com o Grupo Africano em Washington DC para envolver e sensibilizar o Congresso dos EUA e outros principais intervenientes baseados nos EUA com vista a considerar opções sobre a via a seguir para África, antes da expiração do actual regime de preferências no âmbito da AGOA.

9. Exortamos, neste sentido, para que a Administração dos EUA

considere com seriedade o conteúdo e as recomendações do Relatório da Comissão, de Junho de 2003, sobre os Fluxos de Capitais para África, bem como o Plano de Acção Africano UA/NEPAD 2010-2015: Promoção da Integração Regional em África, com base no qual poder-se-ia desenvolver uma Estratégia de Comércio e de Investimento EUA-África mais liberal tendo em conta outras iniciativas relevantes de e dirigidas por África, bem como as recentes Políticas e Abordagens dos EUA relacionadas com o apoio ao desenvolvimento socioeconómico do Continente.

10. Solicitamos que a Comissão da União Africana trabalhe em estreita

colaboração com o Grupo Africano em Washington DC, com a UNECA e as CER, para tomar medidas urgentes com vista a organizar uma Reunião Conjunta de Avaliação e Revisão com os EUA, como o primeiro passo para institucionalizar um processo intercalar de avaliação e revisão antes de cada Fórum no âmbito da AGOA tanto em Washington como em África;

11. Reafirmamos firmemente as recomendações emanadas da reunião do

Grupo Consultivo Ministerial Africano sobre a AGOA realizada em Washington no contexto do 9º Fórum da AGOA, incluindo todas as recomendações das anteriores Reuniões do Grupo Consultivo Ministerial Africano, e apelamos a CUA para acelerar a implementação, com ênfase particular sobre a necessidade de formular um projecto de nota conceptual e um documento de estratégia sobre a Cimeira EUA-África proposta até 31 de Janeiro de 2011;

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AU/ EXP/TD/Decln/3 (VI) Pág. 4

12. Reafirmamos o nosso compromisso de acompanhar activamente a questão que conduzirá a um novo paradigma para o estabelecimento de uma parceria comercial e de desenvolvimento económico com benefícios mútuos entre os EUA e África, baseada nas actuais realidades globais e antecedentes históricos.

Feito em Kigali, aos 2 de Novembro de 2010

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EX.CL/632 (XVIII) Anexo 2

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE QUESTÕES ATINENTES À OMC

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AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone +251115- 517700 Fax: +251115- 517844 Website: www.africa-union.org

CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO COMÉRCIO 6ª SESSÃO ORDINÁRIA 29 DE OUTUBRO - 2 DE NOVEMBRO DE 2010 KIGALI, RUANDA

AU/EXP/TD/Decln/1 (VI) Original: Inglês

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE QUESTÕES ATINENTES À OMC

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AU/EXP/TD/Decln/1 (VI) Pág. 1

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE QUESTÕES ATINENTES À OMC

Nós, Ministros do Comércio dos Estados Membros da União Africana, reunidos a 1 e 2 de Novembro de 2010 em Kigali, Ruanda, após ter analisado o estado de evolução da Agenda de Desenvolvimento de Doha (DDA) desde a nossa última reunião em Genebra, a 30 de Novembro de 2009;

1. Reafirmamos as nossas posições anteriores e as preocupações, como consta do Comunicado do Cairo (30 de Novembro de 2009), das Declarações de Adis Abeba (de 20 de Março de 2009), (de 3 de Abril de 2008) e (de 15 e 16 de Janeiro de 2007), da Declaração Ministerial de Nairobi (12 a 14 de Abril de 2006), dos Indicadores de Desenvolvimento de Arusha (21 a 24 de Novembro de 2005), do Roteiro do Cairo sobre o Programa de Trabalho de Doha (5 a 9 de Junho de 2005) e do Consenso de Kigali (27 a 28 de Maio de 2004); 2. Reafirmamos também o nosso comunicado sobre o impacto da crise económica e financeira mundial sobre o comércio e o desenvolvimento em África, exarado durante a Quinta Sessão Ordinária da Conferência dos Ministros do Comércio, realizada em Adis Abeba, Etiópia, de 16 a 20 de Março de 2009. Ao mesmo tempo que constatamos a recuperação em alguns países, estamos profundamente preocupados pelo facto da economia global em geral continuar débil, repercutindo-se negativamente sobre as exportações africanas, empregos e transferências de emigrantes. Assim, apelamos ao G-20 a empreender acções concertadas para apoiar a recuperação e implementar políticas com o objectivo geral de alcançar um crescimento forte e sustentável e assegurar um crescimento equilibrado de todos, bem como diminuir o fosso do desenvolvimento e reduzir a pobreza;

3. Estamos profundamente preocupados com os efeitos das múltiplas crises (económica, dos combustíveis, financeira e dos alimentos) no crescimento económico africano e na implementação dos planos nacionais de desenvolvimento. Neste contexto, é importante que os países desenvolvidos e países emergentes em desenvolvimento corrijam e melhorem esses efeitos, continuando empenhados em ajudar os países de baixo rendimento a resolver os problemas sociais e económicos mais prementes com que se deparam, com ênfase sobre os importadores de alimentos; 4. Congratulamo-nos com as declarações políticas que emanam das Cimeiras e das reuniões ministeriais regionais desde 2008 - mais recentemente da Cimeira do G20 realizada em Junho de 2010 no Canadá – que visam uma conclusão ambiciosa e equilibrada da Ronda de Desenvolvimento da OMC, em Doha, o mais rápido possível, compatível com o mandato e com base nos progressos já realizados. Contudo, reiteramos a nossa preocupação de que estas declarações ainda não foram traduzidas em acções concretas nas negociações. Portanto, consideramos que a conclusão da Ronda dependerá da tradução dessas declarações políticas em acções concretas, sem perder de vista os aspectos da Ronda relativos ao desenvolvimento;

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AU/EXP/TD/Decln/1 (VI) Pág. 2

5. Congratulamo-nos com o compromisso assumido pelo G-20 na sua Cimeira deste ano, de reduzir o fosso do desenvolvimento e, especialmente, o compromisso de que os países do G-20 levariam em conta o impacto das suas políticas nos países de baixo rendimento. Congratulamo-nos também com o lançamento do Programa Mundial de Agricultura e Segurança Alimentar pelo G-20 na concretização do compromisso de São Petersburgo de 2009 sobre a segurança alimentar, e saudamos o seu compromisso de explorar mecanismos inovadores, baseados em resultados, para aproveitar as sinergias do sector privado para a inovação da agricultura. 6. Reiteramos o nosso apelo aos principais parceiros comerciais, sobretudo os países desenvolvidos, a demonstrarem a liderança necessária para avançar as negociações com base nos mandatos acordados (na Declaração Ministerial de Doha, no Quadro de Julho de 2004 e a Declaração Ministerial de Hong Kong). A Este respeito, prevenimos contra qualquer tentativa de se reinterpretar ou alterar os mandatos existentes e que se afastem dos princípios acordados nas negociações. Continuamos também preocupados com qualquer forma selectiva de um novo sequenciamento das questões ou a reabertura das modalidades acordadas. Realçamos que as negociações devem preservar e consolidar os progressos alcançados até agora;

7. Salientamos que a conclusão com êxito da Ronda de Doha, com a componente de desenvolvimento no seu centro, continua a ser um imperativo tanto para os países africanos, como para todos os membros da OMC, uma vez que continuará a apoiar a sua integração no sistema de comércio multilateral e contribuir para restaurar a confiança nos actuais mercados mundiais frágeis;

8. Salientamos que para os países africanos, os resultados em termos de desenvolvimento em cada um dos processos de negociação continuam a ser o principal motivo da Ronda de Doha. Isso significa que o conteúdo em termos de desenvolvimento palpável deve ser evidente dentro de cada processo de negociação e no resultado geral. Reiteramos o nosso firme compromisso de contribuir de forma positiva em todos os esforços conducentes à conclusão da Ronda com êxito. A este respeito, salientamos que as questões de interesse para o desenvolvimento de África devem ser objecto de um tratamento adequado e não postas de parte;

9. Voltamos a realçar que o processo de negociação deve continuar a ser multilateral e totalmente transparente, com uma abordagem ascendente. Consideramos que as consultas bilaterais e plurilaterais informais podem ser úteis na melhoria da compreensão mútua. No entanto, essas consultas não devem substituir um processo multilateral inclusivo, nem afectar o consenso alcançado no contexto multilateral. Realçamos também a necessidade da plena participação de África em todos os processos de negociação com base numa agenda equilibrada e consensualmente acordada. Tendo em conta o apoio que foi fornecido até agora para aumentar a nossa participação efectiva nas negociações da OMC, apelamos os membros e outros doadores a intensificarem esse apoio.

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10. Continuamos preocupados por não ter havido qualquer progresso significativo em torno de questões fundamentais de interesse para África e, por isso, apelamos uma vez mais aos membros da OMC para darem prioridade à resolução de todas as questões de interesse crucial para a África em geral, e os países menos desenvolvidos, em particular. Apelamos ainda aos membros da OMC a centrarem-se numa "colheita antecipada" dos problemas dos países menos desenvolvidos, tais como: a implementação dos compromissos assumidos de conceder isenção de direitos e de acesso ao mercado livre de quotas, simplificar e tornar transparentes as regras de origem preferencial (Anexo F da Declaração Ministerial de Hong Kong), criar um ambiente favorável ao comércio preferencial de serviços para os países menos desenvolvidos, através da adopção de uma isenção de obrigações dos membros, nos termos do artigo IIº.1 do Acordo Geral sobre Serviços (GATS) (de acordo com a sequência estipulada pelo Anexo C da Declaração Ministerial de Hong Kong), e alcançar resultados específicos ambiciosos, rápidos, para os aspectos relacionados com o comércio do algodão, com base na abordagem defendida pelo Grupo C-4, bem como a aplicação efectiva do Art. 66,2º do Acordo Comercial sobre os Aspectos de Propriedade Intelectual. 11. Tomamos nota da assinatura, em 15 de Dezembro de 2009, de Acordo entre as partes intervenientes na questão da banana e a adopção em Estrasburgo, em 20 e 21 de Outubro de 2010, dos projectos alterados da Comissão sobre "Desenvolvimento" e "Orçamento", pela qual o Parlamento Europeu concordou com a aplicação das Medidas de Acompanhamento do Sector da Banana (BAM), e reiteramos que estas medidas devem entrar em vigor antes do final deste ano, em conformidade com os compromissos assumidos.

12. Salientamos a importância do reforço do quadro integrado e das iniciativas sobre Ajuda ao Comércio para fazer face aos constrangimentos da capacidade no lado da oferta, entre os quais as infra-estruturas relacionadas com o comércio, especialmente para os países africanos. Ao mesmo tempo que nos congratulamos com os esforços feitos pelo G-20 neste contexto, apelamos aos nossos parceiros de desenvolvimento e organizações internacionais a honrarem as suas obrigações com os países africanos, para permitir-lhes superar as suas limitações e desenvolver suas próprias capacidades produtivas nacionais. O desenvolvimento das capacidades produtivas nacionais e o crescimento da procura interna, regional e internacional deve reforçar-se mutuamente e, para este fim, alcançar um crescimento económico sustentável.

13. Tomamos nota da decisão de realizar a Terceira Avaliação Global da Ajuda ao Comércio em Julho de 2011; sublinhamos a necessidade de manter a dinâmica na captação de recursos adicionais, previsíveis e sustentáveis; e reiteramos a importância de se assegurar que a oferta corresponda à procura. Voltamos igualmente a salientar a necessidade de melhorar o mecanismo de fornecimento de ajuda, ao mesmo tempo reforçar a sua monitorização e avaliação, a fim de maximizar a eficácia e o impacto da Ajuda ao Comércio;

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14. Comprometemo-nos a trabalhar no apoio e na manutenção de todas as iniciativas e esforços que promovam e defendam os interesses de África, e reiteramos a nossa determinação em prosseguir um papel pró-activo e eficaz nas instâncias económicas e comerciais internacionais. Estamos decididos a colaborar e intensificar a nossa coordenação e engajamento nos novos blocos internacionais de governação económica e nos processos mundiais pertinentes de tomada de decisão e apelamos para uma representação adequada e permanente da África nessas instâncias, nomeadamente no G-20, nas instituições de Bretton Woods e em outros fóruns mundiais;

15. Exprimimos a nossa total solidariedade com os países africanos no processo de adesão à OMC, e encorajamos os membros a agilizarem e a facilitarem a sua adesão. Apelamos aos membros para se absterem de subjugar os países africanos aderentes a condicionalismos que sejam incompatíveis com os seus níveis de desenvolvimento e que ultrapassem os compromissos assumidos pelos membros existentes com o mesmo nível de desenvolvimento. Do mesmo modo, exortamos os membros da OMC a cumprirem com as orientações sobre a adesão dos países menos avançados, documento adoptado em 10/12/2002 para adesão dos PMAs africanos. Apelamos também aos diversos parceiros de desenvolvimento a continuarem a prestar a assistência técnica necessária para completar o processo de adesão dos países africanos à OMC, antes, durante e após a sua adesão.

16. Exortamos o Conselho Geral a acelerar as acções em torno do processo para avaliar e recomendar formas de levar a cabo as reformas necessárias para esclarecer o artigo XIIº do Acordo de Marraqueche, que institui a OMC, e melhorar a transparência sistémica do processo de adesão. Além disso, salientamos que o processo de adesão deve cingir-se principalmente nas políticas e práticas comerciais dos países aderentes, ao invés de outras apreciações alheias ao assunto.

Feito em Kigali, em 2 de Novembro de 2010

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EX.CL/632 (XVIII) Anexo 3

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE AS NEGOCIAÇÕES DOS

ACORDOS DE PARCERIA ECONÓMICA

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TI3817

AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone 517 700 Fax: +251-1-517844

CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO COMÉRCIO 6ª SESSÃO ORDINÁRIA 29 DE OUTUBRO – 02 DE NOVEMBRO DE 2010 KIGALI, RUANDA

AU/ EXP/TD/Decln/2 (VI) Original: Inglês

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE AS NEGOCIAÇÕES DOS ACORDOS DE PARCERIA ECONÓMICA

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AU/ EXP/TD/Decln/2 (VI) Pág. 1

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE AS NEGOCIAÇÕES DOS ACORDOS DE PARCERIA ECONÓMICA

Nós, os Ministros de Comércio dos Estados Membros da União Africana, reunidos no período de 1 a 2 de Novembro de 2010, na Sexta Sessão Ordinária da Conferência dos Ministros do Comércio, em Kigali, República do Ruanda; Tendo empreendido uma revisão e avaliação crítica do estado actual do Acordo de Parceria Económica (APE) entre os vários grupos africanos de negociação e a Comissão Europeia; Reafirmando as Decisões e Declarações adoptadas sobre as negociações do APE nas sessões anteriores da nossa Conferência e da Conferência da UA dos Chefes de Estado e de Governo; Reafirmando igualmente o princípio de que nenhum país ficará em pior situação uma vez concluídas as negociações do APE; Recordando Igualmente os objectivos definidos para os APEs, no Acordo de Parceria de Cotonou (CPA), nomeadamente a concretização do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, o reforço das iniciativas de integração regional dos países ACP e a integração progressiva dos países na economia mundial; Saudando o Relatório da Reunião de Coordenação da CUA-CERs sobre as negociações do APE, realizada em Lusaka, Zâmbia, no período de 7 a 8 de Outubro de 2010, bem como o Documento de Posição sobre os APEs, que foi elaborado pela Reunião de Coordenação; Tendo em conta a quantidade significativa de recursos (tempo, finanças e humanos) que foram despendidos pelos países africanos sobre as negociações dos APE; Tomando nota das conclusões da Reunião Ministerial Conjunta ACP/EU do Comité do Comércio, em Bruxelas, em 22 de Outubro de 2010, em particular a necessidade de acelerar os processos de negociações, com vista à conclusão do Acordo favorável ao desenvolvimento, com a maior brevidade possível; Tendo em mente que a Terceira Cimeira UE-África, prevista para 29 a 30 de Novembro de 2010, em Tripoli, na Líbia, oferece uma boa oportunidade para a África e Europa reforçarem o diálogo político ao mais alto nível e, juntos, encontrarem soluções para as preocupações comuns sobre os APEs; Pela presente:

1. Expressamos nossa preocupação pela perda de dinamismo que se verifica presentemente nas negociações dos APE, devido à falta de progressos na

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AU/ EXP/TD/Decln/2 (VI) Pág. 2

resolução das diferenças entre as partes sobre uma série de questões controversas;

2. Reafirmamos que a construção do regime de comércio nos APEs deve

respeitar os objectivos por estes definidos na CPA. 3. Reiteramos o nosso compromisso de concluir a elaboração dos APEs

favoráveis ao desenvolvimento, de modo a contribuir significativamente para a redução e a erradicação da pobreza nos nossos países. Neste sentido, exortamos a UE a dedicar recursos adicionais, previsíveis e sustentáveis, especificamente para financiar as infra-estruturas, resolver o ajustamento dos custos relacionados com os EPA e desenvolver a capacidade de fornecimento;

4. Tomamos nota do compromisso da CE, aquando da última Reunião

Ministerial Conjunta do Comité do Comércio, de 20 a 21 de Outubro de 2010, em Bruxelas, que visa demonstrar flexibilidade nas negociações do APE e aguardamos com expectativa pelas propostas concretas dos negociadores da CE nesta matéria;

5. Reafirmamos igualmente a nossa convicção de que os APEs podem servir

como instrumentos para o crescimento e a promoção do desenvolvimento dos países africanos, caso as questões controversas das negociações sejam tratadas de forma satisfatória;

6. Reafirmamos ainda o nosso compromisso para com as propostas do Grupo

ACP, segundo as quais, os critérios objectivos, que fazem parte dos objectivos políticos acordados pela comunidade internacional, a nível multilateral, são aplicados para determinar os parâmetros que permitem a conclusão dos APEs.

7. Apelamos a parte da UE a manifestar claramente maior reconhecimento a

esta questão e preocupação central de África e, portanto, mostrar mais senso de compreensão e flexibilidade nas negociações do APE, para que os APEs possam atingir os objectivos de desenvolvimento, incluindo a manutenção de um espaço político adequado, a necessidade de manter e aprofundar a integração regional e à não-aceitação de compromissos para além dos assumidos no quadro da OMC;

8. Exortamos a UE a alargar e a manter o Regulamento n.º 1528 com todos os

países que estão a negociar os APEs, até a conclusão das negociações dos APEs e sua implementação, de modo a garantir que não haja interrupção do comércio;

9. Expressamos a nossa profunda preocupação com relação a pressão exercida

pela Comissão Europeia em alguns países e regiões para assinar os APE provisórios, prejudicando assim os progressos realizados no processo de negociação;

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AU/ EXP/TD/Decln/2 (VI) Pág. 3

10. Felicitamos a Reunião de Coordenação entre a CUA e as CERs pela elaboração do Documento de Posição que trata dos APEs e concordamos em levar em conta as Recomendações e Opções do Documento de Posição para África sobre os APEs, como base para o engajamento político com a UE, ao mais alto nível;

11. Solicitamos ao Presidente da Comissão da UA que, em colaboração com o

Secretariado ACP, se envolva politicamente, ao mais alto nível, com a CE, antes da Cimeira África-Europa; e

12. Solicitamos igualmente aos nossos Chefes de Estado e de Governo a

utilizarem as suas influências individuais e colectivas para resolver o impasse sobre as negociações dos APEs.

Feito em Kigali, 2 de Novembro de 2010

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EX.CL/632 (XVIII) Anexo 4

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE A CONVENÇÃO-QUADRO DA

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE PARA A LUTA ANTI-TABACO

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6a SESSÃO ORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO COMÉRCIO 29 DE OUTUBRO – 02 DE NOVEMBRO DE 2010 KIGALI, RUANDA

TI/MIN/Decln/4(VI)

Original : Inglês

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE A CONVENÇÃO-QUADRO DA

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE PARA A LUTA ANTI-TABACO

AFRICAN UNION

UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone 517 700 Fax: +251-1-517844 www.africa-union.org

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TI/MIN/Decln/4(VI) Pág. 1

DECLARAÇÃO DE KIGALI SOBRE A CONVENÇÃO-QUADRO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE PARA A LUTA

ANTI-TABACO

Nós, os Ministros de Comércio dos Estados Membros da União Africana, reunidos no período de 1 a 2 de Novembro de 2010, na Sexta Sessão Ordinária da Conferência da União Africana dos Ministros de Comércio em Kigali, República do Ruanda: TENDO NOTADO com preocupação que algumas das orientações propostas da Convenção-Quadro para a Luta Anti-Tabaco (CQLAT), se adoptadas, terão um impacto negativo sobre as economias dos países produtores e consumidores do tabaco;

NOTANDO IGUALMENTE que a 4ª Conferência das Partes (COP 4), a ter lugar em Punta del Este, Uruguai, de 15 a 20 de Novembro de 2010, discutirá e aprovará o Projecto de Orientações da CQLAT; CONSIDERANDO que algumas disposições do Projecto de Orientações baseiam-se na Lei canadiana de 2009 que "Restringe a Comercialização do Tabaco junto da Juventude", e foi contestada por vários países africanos nas reuniões do Comité sobre Obstáculos Técnicos ao Comércio (TBT) da Organização Mundial do Comércio (OMC), como sendo muito mais restritiva do que necessário para atingir os objectivos definidos;

RECONHECENDO que algumas das disposições do Projecto de Orientações da Convenção-Quadro contêm medidas restritivas não formuladas e apresentadas com base em abordagens fundamentadas em dados concretos apoiados em decisões científicas e políticas firmes; RECONHECENDO TAMBÉM as interligações entre o processo da CQLAT e a OMC, bem como os objectivos de desenvolvimento agrícola e rural de muitos países africanos; CIENTES dos compromissos, direitos e obrigações dos Estados Membros da UA na Organização Mundial de Saúde (OMS/CQLAT), na OMC e noutros tratados regionais e internacionais e convenções;

Pela presente:

1. REAFIRMAMOS o nosso apoio aos objectivos da CQLAT;

2. REAFIRMAMOS AINDA as posições e Decisões da Decima Quarta Cimeira

da Autoridade do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), realizada na Suazilândia de 31 de Agosto a 1 de Setembro de 2010; o resultado da reunião dos onze países africanos produtores de tabaco, realizada em Lusaka, Zâmbia, em 7 de Outubro de 2010; e as conclusões da

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TI/MIN/Decln/4(VI) Pág. 2

14ª reunião do Comité Ministerial ACP para as questões Comerciais, realizada em Bruxelas de 18 a 22 de Outubro de 2010;

3. EXORTAMOS a OMS e as Partes que irão participar na 4ª Conferência das Partes (COP 4) a adiarem a aprovação do projecto de orientações proposta para a próxima sessão da COP, a fim de permitir mais tempo para consultas e garantir a coerência entre os direitos e as obrigações dos Estados Membros na OMC e na OMS, bem como seus objectivos de desenvolvimento agrícola e rural;

4. MANDATAMOS os competentes Grupos de Trabalho a prosseguirem as consultas abrangentes e transparentes, incidindo nas implicações das orientações propostas sobre os direitos e as obrigações dos membros ao abrigo do Acordo da OMC sobre obstáculos técnicos ao comércio; e

5. SOLICITAMOS a Delegação da União Africana para a CQLAT/COP4 a tomar nota destas questões e preocupações, e a empreender as necessárias contribuições em nome dos Estados Membros da UA.

Kigali, Ruanda, 2 de Novembro de 2010