acv sacolas plasticas

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1 Evidence Avaliação do Ciclo de Vida das Sacolas para Transporte de Compras de Supermercado Relatório: SC030148

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    Evidence Avaliao do Ciclo de Vida das Sacolas para Transporte de Compras de Supermercado Relatrio: SC030148

    VAIORealce

  • 2

    A Environment Agency o principal rgo pblico que protege e melhora o ambiente na Inglaterra e no Pas de Gales. nosso trabalho assegurar-nos de que o ar, a terra e a gua sejam cuidados por todas as pessoas da sociedade atual, a fim de que as geraes de amanh possam herdar um mundo mais limpo e mais saudvel. Nosso trabalho inclui o combate a inundaes e incidentes com poluio, reduzindo os impactos da indstria no ambiente, limpando rios, guas costeiras e terra contaminada, e melhorando habitats selvagens. Este relatrio o resultado de uma pesquisa a cargo da Environment Agency e por ela financiada.

    Publicado por: Environment Agency, Horizon House, Deanery Road, Bristol, BS1 5AH www.environment-agency.gov.uk Environment Agency Fevereiro de 2011 Todos os direitos reservados. Este documento pode ser reproduzido com prvio consentimento da Environment Agency. Os pontos de vista expressos neste documento no so necessariamente da Environment Agency. Este relatrio foi impresso em Cyclus Print, 100% reciclado, 100% resduos de ps-consumo e livre de alvejantes. A gua usada tratada e na maioria dos casos devolvida fonte em condio melhor do que quando foi retirada. Cpias adicionais deste relatrio disponveis: The Environment Agencys National Customer Contact Centre por e-mail [email protected] ou pelo teleone 08708 506506.

    Autores: Dr. Chris Edwards Jonna Meyhoff Fry Status de Disseminao: Disponvel Publicamente Palavras-Chave: Sacolas, avaliao de ciclo de vida, LCA Contratante da Pesquisa: Intertek Expert Services Cleeve Road Leatherhead, KT22 7SB Tel 01372 370900 Gerente de Projeto da Environment Agency: Dr Joanna Marchant Environment Agency Kings Meadow House Kings Meadow Road Reading, RG 1 8DQ Tel 0118 9535346 Projeto: SC030148

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    Evidence na Environment Agency A Evidence apia o trabalho da Environment Agency. Ela oferece um entendimento atualizado do mundo ao nosso redor, nos auxilia a desenvolver ferramentas e tcnicas para monitorar e gerenciar nosso ambiente de maneira to eficiente e efetiva quanto possvel, e nos auxilia tambm a entender como o ambiente est mudando e a identificar quais podero ser as presses futuras. O trabalho da Diretoria da Agncia Ambiental Evidence um ingrediente essencial na parceria entre pesquisa, orientao e operaes que permite que a Agncia Ambiental proteja e restaure nosso ambiente. O programa de Pesquisa e Inovao foca em quatro reas principais de atividade: Estabelecimento de agenda, fornecendo evidncia para decises; Manuteno de credibilidade cientfica, assegurando que nossos programas e projetos sejam adequados para seu propsito e executados de acordo com normas internacionais; Investigao, atravs da contratao de organizaes e consultorias de pesquisa, ou realizadas por ns; Informaes, orientao, ferramentas e tcnicas, disponibilizando produtos apropriados. Miranda Kavanagh Diretora da Evidence

  • 4

    Consultoria Consultiva Este projeto foi informado e assistido por uma Consultoria Consultiva estabelecida pela Environment Agency.

    Iris Anderson

    Peter Askew

    Jane Bickerstaffe

    Terry Coleman (Presidente)

    Jeff Cooper

    Julia Faria

    Bob Gordon

    Keith James

    Marlene Jannink

    Charlotte Lee-Woolf

    Joanna Marchant

    Rob Mynard

    Julie Osmond

    Marc Owen

    Gerry Newton-Cross

    Julian Parfitt

    Nigel Smith

    Departamento de Energia e Mudana de Clima (DECC)

    Departamento para Negcios, Inovao e Habilidades (BIS)1

    Conselho da Indstria para Embalagem e o Ambiente (Incpen)

    Environment Agency

    Environment Agency2

    Diviso de Qualidade Ambiental Local, Departamento para

    Assuntos Ambientais, Alimentos e Negcios Rurais (Defra)2

    Consrcio de Varejo Britnico (BRC)3

    Programa de Ao de Gastos e Recursos (WRAP)4

    Departamento para Negcios, Empreendimentos e Reforma

    Regulatria (BERR)5

    Consumo e Produo Sustentvel, Departamento para Assuntos

    Ambientais, Alimentos e Negcios Rurais (Defra)3

    Environment Agency

    Diviso de Estratgia de Gastos, Departamento para Assuntos

    Ambientais, Alimentos e Negcios Rurais (Defra)2

    Governo da Assemblia Galesa3

    Departamento para Assuntos Ambientais, Alimentos e Negcios

    Rurais (Defra)3

    Environment Agency6

    Programa de Ao de Gastos e Recursos (WRAP)7

    Consrcio de Varejo Britnico (BRC)2

    1 Desde janeiro de 2007. 2 At abril de 2007. 3 Desde dezembro de 2009. 4 Desde dezembro de 2006. 5 At dezembro de 2006. 6 At abril de 2007. 7 At novembro de 2006.

  • 5

    Grupo Consultivo formado por Especialistas do Setor Alm da Comisso Consultiva, foi estabelecido um Grupo Consultivo formado por Especialistas do Setor para apoiar o projeto. Foi aberta a oportunidade para que qualquer pessoa interessada pudesse ser Membro do Grupo Consultivo formado por Especialistas do Setor. A finalidade desse grupo era fornecer uma plataforma de comunicao nos dois sentidos, para todas as partes interessadas, incluindo grupos que apresentassem algum interesse especial.

  • 6

    Resumo Executivo

    Este estudo avalia os impactos ambientais do ciclo de vida da produo, uso e descarte de diferentes sacolas para transporte de compras para o Reino Unido. Nos ltimos anos, os impactos ambientais relativos de sacolas leves para transporte de compras e outras opes tem sido debatido. At a primavera de 20098 os principais supermercados haviam diminudo o uso de sacolas de uso nico pela metade. Entretanto, ainda restam questes sobre o significado ambiental de sacolas leves, especialmente no que diz respeito ao crescente debate acerca de aquecimento global. O relatrio considera apenas os tipos de sacola disponveis nos supermercados do Reino Unido9, no examinando bolsas pessoais ou sacolas

    O relatrio considera somente os tipos de sacolas disponveis em supermercados9 do Reino Unido, e no examina bolsas pessoais ou sacolas fornecidas por outros varejistas. O relatrio no considera a introduo de um imposto sobre sacolas para transporte de compra, efeitos do lixo jogado na rua, habilidade e vontade do consumidor de modificar seu comportamento, impactos adversos de polmeros degradveis na corrente de reciclagem, ou impactos potenciais econmicos nos negcios do Reino Unido.

    Foram estudados os seguintes tipos de sacolas para transporte de compras: sacola convencional, leve, produzida em polietileno de alta-densidade (HDPE); sacola leve de HDPE, com aditivo pr-degradante, projetada para causar a quebra do plstico em partes menores; sacola biodegradvel produzida a partir de uma mistura de amido e polister (biopolmero); sacola de papel; sacola para toda a vida produzida com polietileno de baixa densidade (LDPE); sacola mais pesada e mais durvel, frequentemente com encartes enrijecidos, produzidas com polipropileno (PP) no-tecido; e sacola de algodo.

    Cada um desses tipos de sacola projetado para um nmero diferente de usos. Aquelas que se pretendem que durem mais tempo necessitam de mais recursos na sua produo e, portanto, provavelmente produziro impacto maior no ambiente, se comparadas sacola por sacola. Para tornar a comparao justa, consideramos o impacto da quantidade de sacolas necessrias para carregar as compras de um ms em 2006/07.

    Calculamos, ento, quantas vezes cada tipo diferente de sacola teria que ser usado para reduzir seu potencial de aquecimento global a um nmero inferior ao de sacolas convencionais de HDPE, em que cerca de 40% das sacolas foram usadas para forrar cestos de lixo. Finalmente, foram realizadas comparaes para outros impactos: esgotamento de recursos, acidificao, eutroficao, toxicidade humana, ecotoxicidade aqutica de gua doce, ecotoxicidade aqutica marinha, ecotoxicidade terrestre, e oxidao fotoqumica (formao de neblina com fumaa). ______________________________________ 8 Com base em nmeros da base de referncia de 2006.

    9 O estudo incluiu tambm uma sacola de papel, que geralmente no est disponvel em supermercados do Reino

    Unido.

    VAIORealce

  • 7

    O estudo revelou que:

    O impacto ambiental de todos os tipos de sacolas controlado pelo uso de recursos e estgios de produo. Transporte, embalagem secundria e administrao de final de vida geralmente tm uma influncia mnima no seu desempenho. Seja qual for o tipo de sacola utilizada, a chave para reduzir os impactos reutiliz-la tantas vezes quanto possvel, e no sendo possvel sua reutilizao para fazer compras, benfico reutilizar a sacola de outras formas, como por exemplo, para substituir sacos de lixo. A reutilizao de sacolas de HDPE convencional, e de outras sacolas leves para compras e/ou para forrar cestos de lixo, essencial para seu desempenho ambiental, e a reutilizao como saco de lixo produz maiores benefcios do que reciclar as sacolas. Sacolas de amido/polister possuem maior potencial de aquecimento global e depleo abitica do que sacolas de polmero convencional, devido ao aumento de peso do material da sacola e a impactos mais altos de produo de material. Sacolas de papel, LDPE, polipropileno no-tecido, e algodo devem ser reutilizadas ao menos 3, 4, 11 e 131 vezes, respectivamente, para assegurar que possuem potencial de aquecimento global mais baixo do que as sacolas de HDPE convencional que no so reutilizadas. O nmero de vezes que cada uma deveria ser reutilizada quando diferentes propores de sacolas convencionais (HDPE) so reutilizadas mostrado na tabela abaixo: A reciclagem ou a compostagem geralmente produz apenas uma pequena reduo no potencial de aquecimento global e depleo abitica.

    Tipo de sacola

    Sacola de HDPE (sem reutilizao

    secundria)

    Sacola de HDPE (reutilizao de 40.3%

    para forrar cestos de lixo)

    Sacola de HDPE (reutilizao de

    100% para forrar cestos de lixo)

    Sacola de HDPE

    (usada 3 vezes)

    Sacola de papel 3 4 7 9

    Sacola de LDPE 4 5 9 12

    Sacola de PP no-tecido 11 14 26 33

    Sacola de algodo 131 173 327 393

    Quantia de uso primrio exigida para que as sacolas reutilizveis estejam abaixo do potencial de aquecimento global de sacolas de HDPE, com e sem reutilizao secundria.

    VAIORealce

    VAIORealce

  • 8

    Contedo CONTEDO ...............................................................................................................8

    Abreviaturas ...........................................................................................................10

    1 INTRODUO ........................................................................................................11

    1.1 Histrico do Projeto ...........................................................................................11

    1.2 Os diferentes tipos de sacolas para transporte de compras ................................11

    1.2.1 Sacolas para transporte de compras estudadas ............................................... 12

    1.2.2 Outras opes .................................................................................................. 13

    2 DEFINIO DE OBJETIVOS .....................................................................................15

    2.1 Objetivo do estudo .............................................................................................15

    2.2 Reviso crtica ....................................................................................................16

    2.3 Uso do estudo e pblico alvo ..............................................................................16

    3 ESCOPO .................................................................................................................17

    3.1 Funo do sistema do produto e unidade funcional ............................................17

    3.2 Fluxo de referncia .............................................................................................17

    3.3 Limites do sistema .............................................................................................18

    3.3.1 Processos excludos e critrio de corte .............................................................. .21

    3.4 Alocao e expanso do sistema ....................................................................22

    3.5 Requisitos dos dados e qualidade dos dados ......................................................23

    3.5.1 Requisitos dos dados ......................................................................................... 23

    3.5.2 Qualidade dos dados .......................................................................................... 23

    3.6 Modelao e clculo de inventrios e impactos ..................................................24

    3.7 Avaliao de impacto..........................................................................................24

    3.8 Anlise de sensibilidade ....................................................................................25

    3.9 Relatrio ............................................................................................................25

    4 ANLISE DE INVENTRIO .......................................................................................26

    4.1 Extrao/produo de matrias primas ............................................................26

  • 9

    4.2 Processos de produo da sacola ........................................................................27

    4.3 Transporte..........................................................................................................28

    4.4 Reutilizao, reciclagem e final de vida ...............................................................30

    5 AVALIAO DE IMPACTO.......................................................................................32

    5.1 Potencial de aquecimento global ........................................................................33

    5.2 Outras categorias de impacto..............................................................................35

    6 ANLISE DE SENSIBILIDADE....................................................................................46

    6.1 Uso secundrio de sacolas leves ..................................................................46

    6.2 Aumento na reciclagem e compostagem no final de vida ...................................48

    6.3 Mudando o mtodo de avaliao de impacto empregado...................................51

    7 DISCUSSO .........................................................................................................53

    7.1 Comparao com outros estudos .......................................................................53

    7.2 Discusso de resultados .....................................................................................55

    8 CONCLUSES .....................................................................................................59

    8.1 Concluses relacionadas a sacolas individuais ....................................................59

    8.2 Concluses gerais ..............................................................................................60

    9 REFERNCIAS ......................................................................................................62

    ANEXO A - RESUMO DE AVALIAES DE CICLO DE VIDA SELECIONADO DE SACOLAS

    PARA TRANSPORTE DE COMPRAS ............................................................................64

    ANEXO B - ESTUDO DO PESO, VOLUME E CAPACIDADE DE ITENS DE UMA SACOLA 77

    ANEXO C - DESCRIO DE DADOS DE INVENTRIO . .................................................85

    ANEXO D - DESCRIO DE CATEGORIAS DE IMPACTO ...........................................105

    ANEXO E - COMENTRIOS DOS COLEGAS REVISORES .............................................108

  • 10

    Abreviaturas BRC British Retail Consortium (Consrcio de Varejo Britnico)

    DEFRA Department for the Environment, Food and Rural Affairs (Consumo e Produo

    Sustentvel, Departamento de Ambiente, Alimentos e Negcios Rurais)

    GWP Global Warming Potential (Potencial de Aquecimento Global)

    HDPE High density polyethylene (Polietileno de alta densidade)

    IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change (Comit Intergovernamental para

    Mudana no Clima)

    ISO International Organization for Standardization (Organizao Internacional para

    Normatizao)

    LCA Life cycle assessment (Avaliao do ciclo de vida)

    LCI Life cycle inventory (Inventrio do ciclo de vida)

    LCIA Life cycle impact assessment (Avaliao do impacto do ciclo de vida)

    LDPE Low density polyethylene (Polietileno de baixa densidade)

    LLDPE Linear low density polyethylene (Polietileno de baixa densidade linear)

    PA Polyamide (Poliamida)

    PE Polyethylene (Polietileno)

    PET Polyethylene terephthalate (Polietileno tereftalato)

    PLA Polylactic Acid (cido poliltico)

    PP Polypropylene (Polipropileno)

    PVC Polyvinyl chloride (Cloreto de polivinil)

    EfW Energy from Waste (Energia de Lixo)

    WRAP Waste and Resources Action Programme (Programa de Ao de Gastos e Recursos)

    WRATE Waste and Resources Assessment Tool for the Environment (Ferramenta de

    Avaliao de Desperdcio e Recursos para o Ambiente)

  • 11

    1 Introduo

    1.1 Histrico do Projeto

    Este estudo esteve a cargo da Environment Agency, e avalia os impactos ambientais do ciclo de vida da produo, uso e descarte de diferentes sacolas para o Reino Unido. Em 2008, aproximadamente 10 bilhes de sacolas leves foram distribudas no Reino Unido, o que se equipara a cerca de 10 sacolas por semana para cada famlia (DEFRA 2009). Nos ltimos anos, emergiu um debate sobre os impactos ambientais relativos destas sacolas leves e suas alternativas. Este debate surgiu devido a uma combinao de presso do pblico, da mdia e do poder legislativo para que fossem reduzidos os impactos ambientais e sociais da embalagem de alimentos. Em resposta, o governo do Reino Unido, o Consrcio de Varejo Britnico (BRC) e os principais supermercados concordaram em cortar o nmero de sacolas para uso nico em 50% at a primavera de 2009, baseados nos nmeros de referncia de 2006. Em julho de 2009, o Programa de Ao de Gastos e Recursos (WRAP) anunciou que essa iniciativa havia alcanado uma reduo de 48% no Reino Unido (WRAP 2009). Entretanto, as sacolas leves ainda so vistas como uma questo importante na mdia e no legislativo, e ainda permanecem questes sobre seu significado ambiental, especialmente em relao ao debate mais amplo sobre aquecimento global.

    A Avaliao de Ciclo de Vida (LCA) um mtodo padro para comparar os impactos ambientais de fornecer, usar e descartar um produto ou de fornecer um servio por todo seu ciclo de vida (ISO 2006). Em outras palavras, a LCA identifica o uso de material e energia, fluxos de emisses e resduos de um produto, processo ou servio durante todo seu ciclo de vida para determinar seu desempenho ambiental.

    Estudos anteriores em vrios pases observaram os impactos ambientais de diferentes opes de sacolas para transporte de compras. As descobertas so interessantes, mas no so diretamente aplicveis ao Reino Unido por causa da sua cobertura geogrfica e das suposies feitas sobre o uso e o descarte de sacolas por consumidores.

    Este relatrio considera somente as sacolas disponveis nos supermercados do Reino Unido. Ele no examina sacolas pessoais ou sacolas distribudas por outros varejistas. O relatrio no considera as conseqncias de se introduzir um imposto sobre a sacola, os efeitos do lixo descartado, a habilidade e a vontade dos consumidores de mudar de comportamento, qualquer impacto adverso de polmeros degradveis no fluxo de reciclagem, nem considera os impactos econmicos potenciais na indstria do Reino Unido.

    1.2 Os diferentes tipos de sacolas para transporte de compras

    A principal funo da sacola carregar mantimentos e produtos da loja para casa. Portanto, a sacola deve ser suficientemente forte para armazenar certa quantidade de compras, mas ao mesmo tempo oferecer uma opo conveniente para que o consumidor carregue ou transporte as compras para casa. O escopo e as consideraes dos estudos recentes sobre a avaliao do ciclo de vida das sacolas esto resumidos no Anexo A.

  • 12

    1.2.1 Sacolas para transporte de compras de supermercado estudadas As sacolas usadas no Reino Unido foram de modo geral categorizadas como descartveis (isto , para um nico uso) ou reutilizveis. Entretanto, estas descries esto se tornando cada vez mais confundidas, uma vez que se encoraja a reutilizao das sacolas descartveis para transportar compras (reutilizao primria) e para substituir sacos de lixo (reutilizao secundria).

    A maioria dos supermercados do Reino Unido oferece vrios tipos de sacolas para transporte de compras, geralmente incluindo uma sacola convencional, leve, de HDPE9 (com frequncia classificada como descartvel) e uma sacola robusta de LDPE10, geralmente classificada como sacola para toda vida. Essas sacolas variam em termos de peso, capacidade e contedo reciclado. Os supermercados tambm oferecem outras sacolas mais durveis, geralmente fabricadas em tecido, fibras naturais, tais como cnhamo ou algodo. As sacolas que foram registradas como utilizadas nos principais supermercados do Reino Unido e includas neste estudo so mostradas na Tabela 1.1 e so descritas abaixo. Vrias delas no estavam disponveis nos supermercados do Reino Unido durante o perodo de referncia do estudo, mas foram includas devido ao seu uso futuro potencial.

    Sacolas convencionais de polietileno de alta densidade (HDPE) Esta a sacola plstica leve usada em quase todos os supermercados do Reino Unido e com frequncia oferecida sem custo para o cliente. uma sacola tipo camiseta e tem a vantagem de ser fina e leve. Foi classificada como descartvel e de uso nico.

    Sacolas de polietileno de alta densidade (HDPE) com aditivo pr-degradante Este tipo de sacola plstica leve produzido em HDPE com aditivo pr-degradante, que acelera o processo de degradao. Esses polmeros sofrem degradao oxidativa acelerada iniciada por luz diurna natural, calor e/ou estresse mecnico, e se quebram no ambiente e erodem sob a influncia das condies climticas. A sacola parece uma sacola convencional de HDPE, sendo tambm do tipo camiseta, e fina.

    Sacolas de polietileno de baixa densidade (LDPE) So sacolas plsticas grossas ou resistentes, comumente conhecidas como sacolas para toda vida, e esto disponveis na maioria dos supermercados do Reino Unido. A primeira sacola deve ser comprada do varejista, mas pode ser substituda sem custo, ao ser devolvida. As sacolas velhas so recicladas pelo varejista.

    Sacolas de tecido no-tecido (TNT) de polipropileno (PP) Este tipo de sacola fabricado de no-tecido de polipropileno de fiao contnua (spunbonded). Esta sacola mais forte e mais durvel do que a sacola para toda vida e tem o objetivo de ser reutilizada muitas vezes. A fim de oferecer estabilidade para a base da sacola, a sacola vem com um encarte semi-rgido.

    Sacolas de algodo Este tipo de sacola tecido em algodo, com frequncia morim, um algodo no alvejado com menos processamento, e projetada para ser reutilizado muitas vezes. ______________________________ 9 HDPE: polietileno de alta densidade.

    10 LDPE: polietileno de baixa densidade.

  • 13

    Tabela 1.1 Tipos de sacolas utilizadas nos supermercados do Reino Unido includas neste estudo.

    Tipo de sacola Exemplo (foto) Peso*

    (gramas) Capacidade de

    volume* (litros)

    Sacola de HDPE convencional

    7.5 12.6

    17.9 21.8

    HDPE com aditivo pr-degradante

    5.9 8.2

    16 19.6

    Sacola de LDPE resistente (sacola para toda vida)

    27.5 42.5

    19.1 23.9

    Sacola de no-tecido de PP

    107.6 124.1

    17.7 21.8

    Sacola de papel

    55.2

    20.1

    Sacola de biopolmero

    15.8

    18.3

    Sacola de algodo

    78.7 229.1

    17 33.4

    * Alguns supermercados ofereceram dados, outros so baseados em mensuraes dos autores (ver anexo B).

    Sacolas de papel Geralmente no so mais usadas nos supermercados do Reino Unido, embora estejam disponveis em outras lojas de varejo. A sacola de papel foi na verdade a primeira sacola descartvel, mas foi substituda pelas sacolas plsticas nos anos 70, pois as sacolas plsticas foram vistas como uma alternativa perfeita, j que elas no rasgam quando molhadas. Sacolas com biopolmero As sacolas com biopolmero so um desenvolvimento relativamente recente. No Reino Unido elas esto disponveis em apenas alguns supermercados. Os biopolmeros so geralmente compostos de cido poliltico (PLA) feitos de polimerizao de cidos lticos derivados de goma base de plantas, ou so misturas de goma-polister, que combinam gomas produzidas a partir de fontes renovveis tais como milho, batata, mandioca, ou trigo com polisteres manufaturados de hidrocarbonos (Murphy et al 2008). Esses polmeros biodegradveis se decompem em dixido de carbono, metano, gua, compostos inorgnicos ou biomassa (Nolan-ITU 2003). 1.2.2 Outras opes H vrios outros tipos de transportes de compras que no foram considerados neste estudo. Dentre eles esto as sacolas de polipropileno tecido, juta ou cnhamo e as caixas de plstico. A figura 1.1 abaixo, mostra alguns exemplos.

  • 14

    Figura 1.1 Exemplos de caixa formada em vcuo, sacola de PP tecido, sacola de cnhamo e sacola de juta. Caixas de polipropileno (PP) formadas em vcuo Uma alternativa para a sacola uma caixa rgida, fabricada em polipropileno, formada em vcuo, com alas rgidas removveis. Esta caixa utilizada por um supermercado dentro da loja, mas muitos a utilizam para carregar as compras para casa. O objetivo que esta sacola seja reutilizada muitas vezes. Sacolas em polipropileno (PP) tecido Este tipo de sacola produzido com fibras de polipropileno tecidas. Similarmente s sacolas de tecido no tecido de PP e de LDPE, ela forte e durvel, e tem o objetivo de ser reutilizada muitas vezes. No interior da sacola h um encarte semi-rgido que oferece estabilidade para a sua base. Sacolas de juta As sacolas de juta so feitas de fibras de juta fiadas em fios grossos e fortes que formam uma sacola de transporte durvel. O objetivo que a sacola de juta seja reutilizada muitas vezes.

  • 15

    2 Definio de Objetivos A norma internacional de avaliao do ciclo de vida ISO 14040 (ISO 2006) exige que o objetivo de um estudo de avaliao de ciclo de vida declare a aplicao que se pretende fazer, os motivos para realizar o estudo, o pblico-alvo, e se os resultados sero usados em declaraes comparativas que se tenciona revelar ao pblico. 2.1 Objetivo do estudo O objetivo deste estudo avaliar os potenciais impactos ambientais do ciclo de vida de vrias sacolas atuais e potenciais de supermercado no Reino Unido. O objetivo do estudo foi dividido nos seguintes objetivos:

    Compilar um inventrio detalhado do ciclo de vida do nus ambiental associado produo, uso e descarte de sacolas plsticas leves, e de outras trs a cinco opes;

    Usar os dados do inventrio do ciclo de vida para comparar os impactos ambientais oriundos de sacolas plsticas leves e as alternativas sob os vrios cenrios considerados; e

    Comparar os resultados deste estudo com outros estudos importantes sobre ciclo de vida nesta rea, e identificar as principais razes para qualquer diferena significativa.

    Os tipos de sacolas estudados foram acordados pela diretoria do projeto, com base, parcialmente, na representao do mercado em supermercados, e, parcialmente, em novos materiais que estavam recebendo um aumento de ateno. Uma sacola de transporte definida neste estudo como uma sacola com capacidade superior a 15 litros, que poderia ser usada no caixa do supermercado. Portanto, no inclui outras sacolas disponveis nos supermercados, tais como sacolas para lojas de comidas finas (delicatessen)(deli bags). Os seguintes tipos de sacolas para transporte de compras foram estudados:

    sacola convencional de polietileno de alta-densidade (HDPE); sacola de polietileno de alta densidade (HDPE) com aditivo pr-degradante; mistura goma-polister (biopolmero); papel; polietileno de baixa densidade (LDPE); no-tecido de polipropileno (PP); e algodo.

    VAIORealce

    VAIORealce

  • 16

    2.2 Reviso crtica O estudo foi revisado criticamente, de acordo com a ISO 14040. O comit de reviso foi formado pelos seguintes profissionais:

    Mark Goedkoop (presidente), PR Consultants, Amersfoort, Holanda. Keith Elstob (co-revisor), Bunzl Retail, Manchester. Jane Bickerstaffe (co-revisora), INCPEN, Reading.

    O presidente do comit de reviso esteve envolvido no projeto desde o incio, revisando e comentando o objetivo e o escopo. Os co-revisores estiveram envolvidos no final do projeto. O relatrio do comit bem como as respostas dos consultores aos comentrios dos revisores esto includos no Anexo E. Adicionalmente reviso crtica, o projeto foi tambm acompanhado por uma Comisso Consultiva e por um Grupo Consultivo formado por Especialistas do Setor. Membros do Conselho do Projeto foram convidados pela Environment Agency, enquanto o Grupo Consultivo formado por Especialistas do Setor esteve aberto para quem estivesse interessado. Os membros da comisso e o grupo de especialistas foram mantidos informados sobre o projeto a intervalos regulares, e foram convidados a comentar e oferecer informaes.

    2.3 Uso do estudo e pblico alvo Os resultados deste estudo de ciclo de vida tencionavam oferecer uma avaliao independente, imparcial e objetiva dos impactos ambientais de vrias sacolas para transporte de compras, e deveria oferecer evidncia ao governo e aos supermercados para o planejamento de polticas para reduzir os impactos ambientais das sacolas. O estudo oferece tambm um padro potencial para medir o grau de sucesso dos supermercados em reduzir os impactos ambientais das mencionadas sacolas. O pblico alvo para o relatrio composto de:

    Partes interessadas, como supermercados e outros varejistas, organizaes ambientais, organizaes de consumidores, e os prprios consumidores.

    Autoridades pblicas, em particular o Departamento para Assuntos Ambientais, Alimentos e

    Negcios Rurais (DEFRA), responsvel pelas normas nacionais ambientais na Inglaterra, a Assemblia Legislativa Galesa (WAG) que possui responsabilidades paralelas para o Pas de Gales, e o programa WRAP, Ferramenta de Avaliao de Desperdcio e Recursos para o Ambiente.

    VAIORealce

    VAIORealce

  • 17

    3 ESCOPO

    3.1 Funo do sistema do produto e unidade funcional

    Uma comparao dos impactos ambientais do ciclo de vida deve se basear em uma funo comparvel (ou unidade funcional) para permitir uma comparao justa dos resultados. As sacolas estudadas so de diferentes volumes, pesos e qualidades. A Environment Agency comissionou uma pesquisa11 que concluiu que em um perodo de 4 semanas, clientes de supermercados compraram em mdia 446 itens. A unidade funcional foi, portanto, definida como:

    Transporte de um ms de compras (483 itens) do supermercado para a casa no Reino Unido em 2006/07.

    3.2 Fluxo de referncia

    O fluxo de referncia o nmero de sacolas exigido para preencher a unidade funcional (conforme descrito na seo 3.1). Isso depende do volume da sacola, da sua resistncia, e do comportamento do consumidor quando enche e usa as sacolas. O comportamento do consumidor determina quantos itens so colocados dentro de cada sacola, o nmero de vezes que uma sacola reutilizada (reutilizao primria), se a sacola depois utilizada para uma funo alternativa (reutilizao secundria), e em parte, como ela descartada.

    A reutilizao primria12 das sacolas foi excluda do fluxo de referncia devido falta de dados independentes disponveis sobre a reutilizao de cada tipo de sacola. Entretanto, como vrios tipos so projetados para que sejam reutilizados, calculamos a reutilizao primria exigida para reduzir o potencial de aquecimento global de cada sacola reutilizada como sendo menor do que o da sacola HDPE convencional leve. A incluso da reutilizao primria est detalhada na seo 3.7.

    O nmero de sacolas exigido para carregar um ms de compras (483 itens) depende se o peso ou o volume um fator limitante no uso da sacola. A Pira International comparou o volume e a capacidade de peso de vrias sacolas (detalhes no anexo B). Descobrimos que a capacidade de peso das sacolas estudadas era de 18 a 19 quilos, mais do que uma pessoa mdia consegue carregar. Portanto, o fator volume foi selecionado como sendo limitante para o uso da sacola. O volume mdio de uma sacola leve convencional (HDPE) foi de 19.1 litros e o volume mdio de uma sacola para toda a vida (LDPE) foi de 21.5 litros.

    A pesquisa sobre o consumidor, comissionada pela Environment Agency 13 forneceu dados acerca do nmero de itens comprados e do nmero de sacolas necessrio para carregar aqueles itens. Todos os supermercados mais importantes co-operaram com a pesquisa, que mostrou que os consumidores colocaram, em mdia, 5.88 itens na sacola HDPE convencional, e em mdia 7.96 itens na sacola resistente LDPE. ______________________________________ 11

    Com base em pesquisa de 2007 de especialistas da TNS Market Research. 12

    Reutilizao primria neste estudo significa reutilizao para a finalidade original carregar compras do supermercado para a casa. Isso se distingue da reutilizao secundria, que aqui significa reutilizao para substituir outro produto, como por exemplo, um saco de lixo. 13

    ibid

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  • 18

    O peso, volume e capacidade mdia de itens para cada tipo de sacola includo neste estudo foi ento calculado. Os pesos do material das sacolas de pr-degradante HDPE e goma-polister foram ajustados proporcionalmente para combinar com o volume mdio da sacola leve de HDPE convencional (19.1 litros carregando 5.88 itens). Para as sacolas de papel, LDPE, no-tecido de PP e algodo, as capacidades dos itens foram ajustadas de acordo com seus volumes. Essas capacidades revisadas da sacola foram ento usadas para calcular o fluxo de referncia14

    para cada tipo de sacola, conforme mostrado na tabela 3.1. Os fluxos de referncia inicial mostrados no incluem qualquer reutilizao primria de sacolas. Tabela 3.1 O volume, peso e itens presumidos por sacola e fluxo de referncia exigido para cada sacola (excluindo reutilizao primria).

    Tipo de sacola Volume

    por sacola (litros)

    Peso por sacola

    (gramas)

    Itens por sacola

    Reflow - nmero de

    sacolas

    Sacola convencional em polietileno de alta-densidade (HDPE) 19.1 8.12 5.88 82.14

    Sacola de polietileno de alta densidade (HDPE) com aditivo pr-degradante

    19.1

    8.27

    5.88

    82.14

    Sacola de mistura goma-polister 19.1 16.49 5.88 82.14

    Sacola de papel 20.1 55.20 7.43 64.98

    Polietileno de baixa densidade (LDPE) 21.52 34.94 7.96 60.68

    Polipropileno (PP) no-tecido 19.75 115.83 7.30 66.13

    Sacola de algodo 28.65 183.11 10.59 45.59

    As polticas dos supermercados e o comportamento do consumidor mudaram desde o perodo de referncia (2006/07), mas no h evidncia para sugerir que as capacidades das sacolas de HDPE e LDPE tenham mudado de forma significativa. Entretanto, como os dados usados para sacolas mistas de goma e polmero foram fornecidos pelo fabricante desde o perodo de referncia, o peso de algumas dessas sacolas pode ter sido reduzido, e a consequncia disso discutida na seo 7.2. 3.3 Limites do sistema O estudo uma anlise de todo o ciclo de avaliao do ciclo de vida. Portanto, os sistemas de sacolas investigados incluem todos os estgios do ciclo de vida significativo, desde a extrao da matria prima, at a manufatura, distribuio, utilizao e reutilizao at o gerenciamento final da sacola como lixo. Os limites do sistema so definidos a fim de que todas as entradas e as sadas do sistema sejam fluxos elementares15 ou materiais ou energia entrando em outro ciclo de vida de produto atravs da reciclagem ou recuperao de energia, respectivamente. Portanto, o ____________________________________ 14

    O fluxo de referncia o nmero de cada tipo de sacola necessrio para preencher a unidade funcional (483 itens de compras em um ms).

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  • 19

    estudo quantifica toda a energia e materiais usados, rastreando a extrao de recursos e emisses para cada etapa do ciclo de vida, incluindo gesto de resduos. O contedo reciclado, reciclagem e compostagem no final de vida foram excludas dos limites do sistema. Isso foi devido grande proporo de sacolas que continham contedo no reciclado e grande variao na quantidade de reciclagem e compostagem de sacolas. O contedo reciclado nas sacolas aumentou desde o perodo de referncia e, portanto, os resultados desse estudo podem ser piores do que as prticas atuais. A incluso de reciclagem e compostagem no final de vida so consideradas durante a anlise de sensibilidade. A Figura 3.1 mostra um diagrama de fluxo simples que define os limites do sistema para o estudo.

    Traduo da tabela: (Laterais) - Uso de recurso (ex.: leo cru) - Uso de gua - Emisses para o ar - Descargas para gua e solo - Radiao

    (Horizontal) 1 linha: - Extrao, cultivo e produo de matrias primas - Extrao, cultivo e produo de materiais secundrios de embalagem - Reciclagem de embalagem secundria (com produo evitada de papelo) 2 linha: - Transporte (caminho, navio de carga, ferrovia, etc.) - Produo de sacolas para transporte de compras - Transporte (caminho, navio de carga, ferrovia, etc.) - Importador de sacolas - Transporte (caminho, navio de carga, ferrovia, etc.) - Supermercado - Transporte (veculo do consumidor)

    3 linha: - Depsito de resduos - Transporte (coleta municipal de resduos) - Consumidor (reutilizao secundria) - Transporte (veculo do consumidor) - Consumidor (reutilizao primria) 4 linha: - Compostagem (c/produo evitada de fertilizante industrial) - Aterro (com produo evitada de gs natural - Incinerao (com produo evitada de calor e energia - Reciclagem (com produo evitada de materiais primrios) - Uso evitado e produo de sacos de lixo

    Legenda: - Extrao/produo de matrias primas - Processos de produo

    - Transporte - Reciclagem e produtos evitados - Final de vida

    - Processos e materiais excludos - Includo somente em anlise de sensibilidade

    Figura 3.1 Limites do sistema aplicados neste estudo (diagrama de fluxo simplificado). ______________________________________ 15

    Um fluxo elementar material ou energia entrando no sistema sendo estudado que foi extrada do ambiente sem prvia transformao humana, ou material ou energia deixando o sistema estudado, que liberado para o ambiente sem transformao humana subsequente (ISO 14040).

  • 20

    O estudo inclui os seguintes estgios de ciclo de vida: Extrao/produo de matrias primas A extrao de recursos, bem como qualquer silvicultura, agricultura, e o processamento de recursos para produzir materiais como HDPE, LDPE, PP, papel, algodo e mistura goma-polister includos neste estudo. O estudo cobre recursos de material e energia, emisses e resduos. Na falta de disponibilidade de dados de produo, foram estimados fluxos de produtos similares. Embalagem A embalagem primria est includa. Foi excluda alguma embalagem secundria (usada para a distribuio das sacolas do importador para o centro de distribuio do supermercado) porque consignaes, geralmente, so uma mistura de diferentes fornecimentos, dependendo das necessidades do supermercado. Pallets foram tambm excludos devido falta de dados precisos sobre seu material e taxas de reutilizao. Entretanto, devido sua alta reutilizao isto no considerado como tendo qualquer efeito significativo sobre os resultados.

    Processos de produo de sacolas A converso das matrias primas em sacolas est includa no estudo.

    Transporte O transporte de materiais do seu produtor para o fabricante de sacolas, e a distribuio da sacola acabada do fabricante para o importador e depois para o supermercado est includo. O transporte por um veculo de coleta municipal de lixo para uma unidade de gesto de resduos tambm foi includo.

    Final de vida A gesto de resduos est includa no estudo. A escolha do processo de final de vida reflete as opes realistas para cada tipo de sacola. As opes consideradas para cada sacola esto mostradas na tabela 3.2. Reciclagem e compostagem so consideradas na anlise de sensibilidade. A reciclagem de sacolas de algodo no foi includa, j que no foi encontrada evidncia para apoiar isso. A reciclagem de sacolas HDPE com aditivo pr-degradante foi tambm excluda devido ao seu impacto negativo na qualidade de HDPE reciclado.

    Tabela 3.2 Processos de final de vida considerados para as diferentes sacolas investigadas.

    Tipo de sacola Aterro Incinerao Reciclagem mecnica

    Compostagem

    Sacola convencional de polietileno de alta-densidade (HDPE)

    Sacola de polietileno alta densidade (HDPE) com aditivo pr-degradante

    Mistura goma-polister

    Sacola de papel

    Polietileno de baixa densidade (LDPE)

    Polipropileno (PP) no-tecido

    Sacola de algodo

  • 21

    Reciclagem, reutilizao e produtos evitados A expanso dos limites do sistema do estudo para incluir produtos evitados (descritos na seo 3.4) foi usada para modelar reciclagem e utilizao secundria. Se um material reciclado ou reutilizado em outra aplicao, pode-se evitar a produo de materiais virgens. Portanto, o benefcio deste processo mostrado subtraindo-se do inventrio de ciclo de vida a sobrecarga associada quantidade deste produto que evitada por tal reciclagem ou reutilizao.

    Foram includos produtos evitados para materiais que so reciclados durante a produo. Reciclagem em final de vida foi includa na anlise de sensibilidade. Foi tambm presumido que 40 por cento das sacolas leves (isto , sacolas de HDPE, HDPE pr-degradante e goma-polister) so reutilizados em aplicaes secundrias, como forrao de cestos de lixo e, portanto, evita-se a sua produo. Presumiu-se que as sacolas de papel no foram reutilizadas para forrar cestos de lixo, uma vez que no houve evidncia de que elas poderiam ser usadas com sucesso para este fim. Durante o perodo de referncia do estudo no houve evidncia do uso de sacola de papel nos principais supermercados do Reino Unido, mas ns as inclumos por causa do interesse em seu uso como uma alternativa verde a sacolas HDPE convencionais. A reutilizao primria de sacolas de papel foi considerada juntamente com outras sacolas, tais como LDPE, PP no-tecido e algodo que regularmente so reutilizadas para carregar compras. No entanto, a incluso de reutilizao para sacolas de papel tenciona ilustrar quantas vezes uma sacola de papel teria que ser reutilizada para ter um desempenho melhor do que outras sacolas; no uma afirmao de que sua reutilizao ocorra ou de que isto seja vivel. De fato, informaes relacionadas reutilizao primria de sacolas de papel na Repblica da Irlanda indicam que as sacolas de papel no so reutilizadas para fazer compras16. Quando a reutilizao primria de qualquer transportador, como sacolas de compras, foi includa no estudo, o fluxo de referncia exigido (conforme descrito na seo 3.2) foi reduzido correspondentemente. Os dados primrios e secundrios usados para modelar os sistemas considerados neste estudo so discutidos mais detalhadamente no Captulo 4. 3.3.1 Processos excludos e critrio de corte Certos elementos do ciclo de vida foram excludos para assegurar que o escopo do estudo permanea vivel, embora no tenham sido aplicados critrios de corte especficos. Os seguintes materiais e processos foram excludos: Tintas e corantes Esses materiais so utilizados para imprimir o desenho e/ou a marca em cada sacola, e foram excludos do estudo devido falta de informaes sobre as tintas e corantes utilizados e as pequenas quantidades exigidas. Armazenamento das sacolas no varejo Foi excludo qualquer impacto ambiental associado s atividades de armazenamento nas instalaes dos importadores das sacolas e nos supermercados. ______________________________________ 16

    Comunicao pessoal da rede Marks & Spencer para a Environment Agency, mostrando um aumento no nmero de sacolas utilizado na M&S da Irlanda quando as sacolas de HDPE foram substitudas por sacolas de papel.

  • 22

    Transporte do consumidor O transporte do consumidor para o supermercado, e do supermercado para o seu destino, levando as sacolas, foi excludo do estudo porque o peso de uma sacola de transporte tem pouco ou nenhum efeito na emisso de poluentes por veculos, e na eficincia de combustvel.

    Bens de capital Os impactos ambientais ligados construo e demolio de prdios e a fabricao de mquinas, equipamentos e veculos, devem efetivamente ser depreciados aps seu perodo total de uso. Esses impactos anualizados so insignificantes quando comparados ao nus operacional. Portanto, a construo, manuteno e demolio de prdios industriais e a fabricao de mquinas, equipamentos e veculos foram excludos dos dados primrios usados neste estudo.

    3.4 Alocao e expanso do sistema

    Os sistemas de ciclo de vida do produto ocasionalmente produzem outros produtos ou servios, bem como a unidade funcional. A norma internacional ISO 14044 (ISO, 2006) oferece um procedimento gradativo para a alocao de material e fluxo de energia, alm de liberao ambiental quando isso ocorre. De preferncia, a alocao deve ser evitada, ou por um aumento no detalhe do sistema, ou por expanso do sistema, onde o sistema do produto creditado com as cargas evitadas, enviadas por seus co-produtos. Onde o sistema no expandido, a massa deve ser usada para alocar as cargas de processos compartilhados, e materiais para o produto e co-produtos.

    Neste estudo utilizamos expanso de sistema para mostrar os benefcios potenciais de reutilizao secundria, reciclagem, aterro e incinerao. A expanso do sistema , portanto, usada para os seguintes processos:

    Produo evitada de materiais primrios quando materiais com base HDPE, LDPE, PP, papelo e papel so reciclados.

    Produo evitada de qualquer energia produzida devido incinerao, ou aterro de qualquer uma das sacolas.

    Produo evitada de sacos de lixo quando as sacolas leves (isto , sacolas de HDPE, HDPE pr-degradante e goma-polister) so reutilizadas em outras aplicaes.

    Presumimos que a reciclagem de resduos de materiais da produo e final de vida evita o uso de material virgem, que subtrado do sistema. Presumimos tambm que o material evitado o mesmo que o material de entrada, embora na prtica esse no seja sempre o caso. Por exemplo, Schmidt e Strmberg (2006) afirmam que a demanda, e no o fornecimento, que determina a taxa de reciclagem dos plsticos. Portanto, devido ao fornecimento exagerado de plsticos de ps-consumo, o material reciclado usado em aplicaes de baixo grau que evitam o uso de outros materiais, como madeira ou concreto. A quantia de material evitado includa depende da perda de desempenho do processo de reciclagem, detalhado na seo 4.5. No caso de reciclagem de plstico de ps-consumo, a perda do desempenho maior do que a reciclagem ps-industrial, e isso se reflete no estudo.

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  • 23

    Devido falta de dados confiveis sobre contedo reciclado, e por causa do uso da abordagem da carga evitada para a reciclagem, nenhum contedo reciclado foi includo em qualquer um dos tipos de sacola, a fim de evitar a contagem dupla dos benefcios da reciclagem. Apesar de algumas sacolas conterem contedo reciclado durante o perodo de referncia, isto no foi uma proporo significativa do mercado de sacolas para transporte de compras.

    A gerao de eletricidade do aterro e da incinerao so levadas em conta durante a produo de eletricidade. Nenhuma das sacolas consideradas foi produzida usando-se eletricidade do Reino Unido, e, portanto, no houve contagem dupla dos benefcios da energia de incinerao ou de aterro.

    A produo evitada de sacos de lixo foi tambm usada para refletir os benefcios que resultam da reutilizao secundria. Foi presumido que 40 por cento das sacolas leves (isto , sacolas de HDPE, HDPE pr-degradante e de goma-polister) so reutilizadas para forrar cestos de lixo que, portanto, evita-se a produo e o descarte das mesmas.

    Em alguns casos em que so usados dados secundrios, a alocao foi aplicada, e elas esto salientadas no texto.

    3.5 Requisitos dos dados e qualidade dos dados

    3.5.1 Requisitos dos dados

    A avaliao detalhada do ciclo de vida de um produto requer dados primrios sobre materiais, energia, descarte e emisses, especficos para a produo, uso e descarte do produto. Os dados primrios usados neste projeto incluem os tipos e pesos de material para produzir sacolas e embalagem primria, a produo de sacolas, modos de transporte e distncias, e operaes de gesto de resduos. Foram usados dados secundrios para a produo de matrias primas e emisses de resduos (onde no havia disponibilidade de dados especficos), gerao de eletricidade, produo de combustvel, emisses veiculares e outros processos menores. Os dados usados neste estudo esto descritos no captulo 4 e no anexo C.

    3.5.2 Qualidade dos dados

    Fontes dos dados A maior parte dos dados usados neste estudo da Ecoinvent v2. Quaisquer outras fontes esto descritas no texto.

    Cobertura geogrfica O objetivo deste estudo acessar os impactos ambientais do ciclo de vida das sacolas para transporte de compras usadas no Reino Unido. Na maioria dos casos as sacolas so importadas da sia: sacolas de HDPE convencional, HDPE pr-degradante, LDPE e PP so produzidas na China, indonsia, Malsia ou Turquia. A produo de polmeros para essas sacolas normalmente ocorre na mesma regio. Entretanto, no foram identificados conjuntos de dados para a produo de polmeros especficos na sia, e em vez disso foram usados dados com mdias europias para todos os sistemas de sacolas plsticas, adaptando-se a produo de eletricidade para o pas de origem. Mas, a quantidade de eletricidade usada e a eficincia desses processos de produo ainda se baseiam nos dados europeus. Foi presumido que as fibras de papel e as sacolas de papel so produzidas na Europa, devido ao alto custo de importao de pases mais distantes. Elas foram modeladas usando-se um conjunto de dados mdio para a produo de papel. O material usado para as sacolas de biopolmero produzido na Itlia. A maioria da converso de material biopolmero em sacolas ocorre na Noruega, e os dados usados tambm refletem isso. Os dados para o algodo cultivado convencionalmente

    17 na China foram usados para a produo de

    algodo. Isto considerado apropriado, uma vez que a maioria das sacolas de algodo disponveis nos supermercados geralmente produzida na China, ndia, ou outros pases do Extremo Oriente.

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  • 24

    Os dados usados para modelar mtodos de transporte so baseados na eficincia de transporte europia.

    Cobertura relacionada a tempo No incio do projeto uma cobertura relacionada a tempo dos anos 2005/2006 foi estabelecida para conjuntos de dados e suposies essenciais e um perodo de referncia de 10 anos para conjuntos de dados de literatura. Os dados de literatura cobrindo a produo de polmeros do final dos anos 90 at o incio desta dcada. Os conjuntos de dados para a produo de papel Kraft representa os processos de produo em 2003. Os conjuntos de dados para a produo da mistura goma-polister representa os processos de produo em 2006. O conjunto de dados para algodo representa o perodo de 2000 a 2005. Os conjuntos de dados usados para a produo de sacolas so de 2003 a 2006.

    O conjunto de dados referentes a transporte representativo para 2005, para transporte rodovirio, e 2006 para todas as outras formas de transporte. O conjunto de dados para a gerao de energia representa o perodo de 2004/2005. O conjunto de dados para reciclagem, aterro e incinerao foi retirado da base de dados da WRATE e representam as atuais opes de gesto de resduos do Reino Unido, geralmente para o perodo de 2003 a 2006.

    Cobertura tecnolgica Os dados especficos coletados para este estudo refletem configuraes atuais de processo, operao e desempenho. Os dados genricos usados refletem configuraes, operao e desempenho na poca de coleta de dados. No entanto, muitos dos dados genricos utilizados representam tecnologias europias em vez de tecnologias especficas da regio.

    3.6 Modelao e clculo de inventrios e impactos

    Para a modelao, gerao de inventrios e clculo dos impactos ambientais foram usadas as ferramentas de software de avaliao de ciclo de vida SimaPro e WRATE. A SimaPro uma ferramenta de software especificamente projetada para avaliao de ciclo de vida (SimaPro 2009). A WRATE (Ferramenta de Avaliao de Desperdcio e Recursos para o Ambiente) uma ferramenta de software projetada para avaliar o ciclo de vida de opes de gesto de resduos (WRATE 2009).

    3.7 Avaliao de impacto

    A avaliao de impacto est dividida em duas etapas:

    1. Na primeira etapa usamos os fatores de caracterizao IPCC 2007 por um perodo de 100 anos adiante (IPCC, 2007) para calcular o potencial aquecimento global (GWP) para cada sacola sem qualquer reutilizao primria, mas incluindo reutilizao secundria como forrao para ______________________________________ 17

    Isto , no cultivado organicamente

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  • 25

    cestos de lixo para sacolas leves. O mtodo IPCC usado exclui o impacto de dixido de carbono biognico. Portanto, foi designado um fator de caracterizao zero para o potencial aquecimento global do dixido de carbono biognico e do dixido de carbono absorvidos do ar. O potencial de aquecimento global da sacola HDPE convencional foi ento usado como base, e calcularam-se quantas vezes cada sacola durvel teria de ser usada para que seu respectivo potencial de aquecimento global ficasse abaixo desse padro. 2. Para a segunda etapa usamos o mtodo padro CML 2 2000 (CML, 2001) para calcular as seguintes categorias de impacto ambiental:

    Depleo de recursos abiticos; Formao de foto-oxidantes; Eutroficao; Acidificao; Toxicidade humana; e Toxicidade aqutica e terrestre.

    As categorias de impacto includas esto descritas no anexo D. 3.8 Anlise de sensibilidade Uma anlise de sensibilidade permite variveis e suposies essenciais a serem mudadas para testar sua influncia nos resultados da avaliao de impacto. Avaliamos:

    Mudana da reutilizao secundria das sacolas; Aumento na reciclagem e compostagem no final de vida; e Uso de mtodo de avaliao de impacto diferente.

    3.9 Relatrio Este relatrio preenche os requisitos para a norma ISO para o relatrio de uma terceira parte que apia asseres comparativas tencionadas para publicao.

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  • 26

    4 Anlise de inventrio As sees seguintes resumem os dados e suposies usados para modelar materiais, produo, transporte e final de vida das sacolas consideradas. A no ser que afirmado de modo contrrio, os dados do inventrio foram tomados da verso 2 da base de dados ecoinvent. Os ciclos de vida de cada sistema de sacolas esto descritos no anexo C, juntamente com uma descrio detalhada dos dados secundrios utilizados. 4.1 Extrao/produo de matrias primas O peso e a composio da matria prima das sacolas variam conforme as exigncias estabelecidas pelos supermercados e mtodos de processamento usados pelo produtor. O peso da sacola usado aqui para cada tipo de sacola uma mdia baseada em pesos individuais de sacolas para transporte de compras de supermercado, e de cota de mercado (ver anexo B) e tabela 4.1. Tabela 4.1 Volume, peso, itens por sacola e fluxo de referncia requerido (presumido) para cada sacola.

    Tipo de sacola Volume por

    sacola (litros) Peso por sacola

    (gramas)

    Sacola convencional de polietileno de alta-densidade (HDPE)

    19.1

    8.12

    Sacola de polietileno de alta densidade (HDPE) com aditivo pr-degradante

    19.1 8.27

    Mistura goma-polister 19.1 16.49

    Sacola de papel 20.1 55.20

    Polietileno de baixa densidade (LDPE) 21.52 34.94

    Polipropileno (PP) no-tecido 19.75 115.83

    Sacola de algodo 28.65 183.11

    Os materiais usados para cada sacola, e sua embalagem, esto detalhados no anexo C. A composio do material de todas as sacolas de polmero base de leo se baseia na combinao de dados fornecidos pelos produtores de sacolas, e estimativas fornecidas pela Bunzl Retail18. A composio do material da sacola de papel se baseia nos dados da CEPI Eurokraft & Eurosac para sacos de papel (Westrm & Lfgren 2005). A composio do material da sacola mista de goma-polister foi baseada em dados fornecidos pelo produtor da sacola. Os dados de inventrio para a mistura goma-polister foi coletada e compilada por peritos tcnicos dos fabricantes, Novamont S.p.A. ______________________________________ 18

    A Bunzl uma empresa multinacional de distribuio e terceirizao. A Bunzl Retail, uma diviso da Bunzl, uma das maiores fornecedoras de sacolas para o Reino Unido.

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  • 27

    Vrios materiais substitutos foram tambm utilizados quando dados existentes sobre materiais de sacolas no estavam disponveis. Por exemplo, dados sobre calcrio foram substitudos por aqueles de giz e o aditivo pr-degradante foi supostamente o estearato de cobalto com os impactos de 10 por cento de cobalto e 90 por cento de cido esterico. As sacolas so geralmente fornecidas em caixas enrugadas ou, no caso de sacolas HDPE convencionais, em caixas enrugadas, ou filme embalado a vcuo. Estimou-se que cerca de 50 por cento das sacolas HDPE convencionais so fornecidas em caixas enrugadas, e 50 por cento em filmes embalados a vcuo (Elstob 2007). Supe-se que o filme seja composto de dois teros de polietileno (PE) e um tero de poliamida (PA). Os pesos das caixas enrugadas relatadas por produtores de sacolas flutuaram amplamente; alguns produtores reportaram que a caixa mais pesada do que seu contedo. Por isso estimamos o peso da embalagem enrugada em discusses com a Bunzl Retail e a Simpac (Elstob 2007 e Young 2006). Para cada sacola da mescla goma-polister, o peso da caixa enrugada relatado pelo produtor foi usado, embora este fosse mais pesado do que a embalagem da sacola convencional. 4.2 Processos de produo da sacola Todas as sacolas plsticas so produzidas de plstico derretido. Ele geralmente soprado e selado para formar uma sacola, exceo feita sacola de PP no-tecido que produzida de um filamento fundido usando um processo de filamento fiado e ligado. A demanda de energia para esses processos satisfeita principalmente por eletricidade, e esse consumo de energia depende do tipo de polmero, densidade, equipamento de produo e capacidade. O consumo de energia e resduos gerados pela produo de 1000 sacolas mostrado na tabela 4.2. Com base em conversaes com especialistas da indstria, estimamos que 90 por cento das sacolas LDPE sejam produzidas na Turquia e na Alemanha, e 10 por cento na China e na Malsia (Elstob 2007) e que todas as sacolas convencionais de HDPE, HDPE com pr-degradante e PP so importadas do Extremo Oriente. Portanto, os dados sobre HDPE, HDPE com pr-degradante, PP e LDPE em sacolas foi fornecido pelos produtores de sacolas na China e na Turquia, e modelados com base na produo nesses lugares. Os dados sobre a produo da mescla goma-polister em sacolas foi fornecido por um produtor de sacolas da Noruega. Toda eletricidade foi modelada de acordo com o pas relevante ( China, Turquia e Noruega). O calor usado para produzir sacolas de LDPE foi presumidamente gerado por gs natural em uma caldeira no-modulada. Com base em informaes do fornecedor, presumiu-se que o calor utilizado para produzir as sacolas de PP foi gerado por queima de fuelleo pesado em forno industrial. Os resduos gerados durante a produo de sacolas HDPE, HDPE com pr-degradante, goma-polister, LDPE e PP reciclado, e na maioria dos casos teve por base dados fornecidos pelos produtores de sacolas. A modelagem do processo de reciclagem discutida na seo 4.5. Nenhum dos produtores de sacolas de algodo contatado forneceu qualquer dado sobre a produo de sacolas de algodo, e dados sobre a converso de tecido de algodo em sacolas foram estimados. Presumimos que as sacolas foram produzidas na China, usando-se mquinas de costura eltricas, e o uso da eletricidade foi, portanto, baseado em projetos anteriores (ERM 2009), e modelado usando-se dados Ecoinvent. Assumiu-se que toda produo de resduos foi aterrada.

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  • 28

    Tabela 4.2 Consumo de energia e gerao de resduos para sacolas de filme e de algodo (por 1000 sacolas)

    Tipo de sacola Eletricidade Calor

    (de gs natural)

    Calor (de fuelleo

    pesado) Resduo

    Sacola convencional em polietileno de alta-densidade (HDPE)

    6.151 kWh (22.144 MJ)

    (0.758 kWh/kg)

    418.4 g

    Sacola de polietileno de alta densidade (HDPE) com aditivo pr-degradante

    6.392 kWh (23.011 MJ)

    (0.773 kWh/kg)

    426.1 g

    Sacola de mistura goma-polister

    17.24 kWh (62.064 MJ)

    (1.045 kWh/kg)

    94.8 g

    Sacola polietileno de baixa densidade (LDPE) 32.58 kWh

    (117.288 MJ) (0.932 kWh/kg)

    13.953 kWh (50.23 MJ)

    (0.399 kWh/kg)

    171.2 g*

    Sacola de polipropileno (PP) no-tecido

    87.75 kWh (315.9 MJ)

    (0.758 kWh/kg)

    5.850 g

    Sacola de algodo 11 kWh

    (39.6 MJ) (0.06 kWh/kg)

    1.800 g*

    Os dados usados para a converso de papel Kraft em sacolas eram parte de dados de inventrio de papel saco publicados por CEPI Eurokraft e Eurosac (Westrm & Lfgren 2005). Os dados para a produo de papel Kraft e a produo de sacos de papel foram agregados e no puderam ser separados. 4.3 Transporte O transporte de matrias primas para cada local de produo de sacolas, e a remessa da sacola acabada daqueles lugares para os supermercados do Reino Unido, so mostrados nas tabelas 4.3 e 4.4. As distncias de transporte foram baseadas em locais de produo estimados por especialistas da indstria (Elstob 2007). Mais de 98 por cento das sacolas HDPE e PP importadas para o Reino Unido so produzidos nos pases do Extremo Oriente, como China, Indonsia e Malsia. Aproximadamente 90 por cento das sacolas LDPE so produzidas na Turquia e Alemanha, e o restante produzido no Extremo Oriente. Para este estudo presumimos que todas as sacolas de HDPE e de PP foram produzidas no Extremo Oriente, 90 por cento das sacolas de LDPE foram produzidas na Turquia, e o restante na China. O transporte em caminho foi baseado em um veculo de 16-32 toneladas. * Devido falta de dados, essas figuras se baseiam em estimativas da indstria.

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  • 29

    Tabela 4.3 Os cenrios de transporte para sacolas para transporte de compras. Tipo de sacola De Para Modos de

    transporte Distncia

    Sacola convencional em polietileno de alta-densidade (HDPE)

    Produtor de resina de polmero no Extremo Oriente

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Caminho Frete martimo

    100 km 500 km

    Produtor de xido de titnio e giz no Extremo Oriente

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Caminho Frete martimo

    200 km 500 km

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Importador de sacolas no Reino Unido

    Caminho Frete martimo Estrada de ferro

    100 km 15.000 km

    280 km

    Importador de sacolas Supermercado Caminho 200 km

    Sacola de polietileno de alta densidade (HDPE) com aditivo pr-degradante

    Produtor de resina de polmero no Extremo Oriente

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Caminho Frete martimo

    65 km 500 km

    Produtor de xido de titnio e giz no Extremo Oriente

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Caminho Frete martimo

    200 km 500 km

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Importador de sacolas no Reino Unido

    Caminho Frete martimo Estrada de ferro

    100 km 15.000 km

    280 km

    Importador de sacolas Supermercado Caminho 200 km

    Sacola de mistura goma-polister

    Produtor de resina de polmero na Itlia

    Produtor de sacolas na Noruega Caminho 3.500 km

    Produtor de xido de titnio na Europa

    Produtor de sacolas na Noruega Caminho 200 km

    Produtor de sacolas na Noruega

    Importador de sacolas no Reino Unido

    Caminho Frete martimo Estrada de ferro

    100 km 1.200 km

    200 km

    Importador de sacolas Supermercado Caminho 200 km

    Tipo de sacola De Para Modos de transporte

    Distncia

    Sacola de papel

    Produtor de sacolas na Europa

    Importador de sacolas no Reino Unido

    Caminho

    1.000 km

    Importador de sacolas Supermercado Caminho

    200 km

    Sacola de polietileno de baixa densidade (LDPE)

    Produtor de resina de polmero na Europa

    Produtor de sacolas na Turquia Caminho

    300 km

    Produtor de sacolas na Turquia

    Produtor de sacolas no Reino Unido Frete martimo Estrada de ferro

    5.000 km 280 km

    Produtor de resinas no Extremo Oriente

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Caminho Frete martimo

    100 km 500 km

    Produtor de xido de titnio no Extremo Oriente

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Caminho Frete martimo

    200 km 500 km

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Importador de sacolas no Reino Unido

    Caminho Frete martimo Estrada de ferro

    100 km 15.000 km

    280 km

  • 30

    Importador de sacolas Supermercado Caminho 200 km

    Sacola de no-tecido polipropileno (PP)

    Produtor de resina de polmeros no Extremo Oriente

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Caminho

    100 km

    Produtor de sacolas no Extremo Oriente

    Importador de Sacolas no Reino Unido

    Caminho Frete martimo Estrada de ferro

    100 km 15.000 km

    280 km

    Importador de sacolas Supermercado Caminho

    200 km

    Sacola de algodo

    Produtor de txteis na China

    Produtor de sacolas na China Caminho

    100 km

    Produtor de sacolas na China

    Importador de sacolas no Reino Unido

    Caminho Frete martimo Caminho

    100 km 15.000 km

    280 km

    Importador de sacolas Supermercado Caminho

    200 km

    4.4 Reutilizao, reciclagem e fim de vida O uso secundrio de sacolas leves de plstico (isto , sacola de HDPE convencional, sacola de HDPE com pr-degradante e sacola de goma-polister) foi modelado usando-se a produo evitada de sacos de lixo. Um estudo do uso de sacolas leves (WRAP 2005) revelou que 59 por cento dos entrevistados reutilizaram todas as sacolas, 16 por cento reutilizaram a maioria delas, 7 por cento reutilizaram cerca da metade delas, e 7 por cento reutilizaram algumas delas. No total, estimou-se que 76 por cento das sacolas para uso nico foram reutilizadas. O estudo tambm perguntou aos entrevistados como eles reutilizaram as sacolas, e descobriu que 53 por cento dos entrevistados disseram que utilizaram as sacolas como substitutos de sacos de lixo, conforme mostrado na tabela 4.5. Tabela 4.5 A reutilizao de sacolas leves (WRAP 2005).

    Aplicaes quando da reutilizao Porcentagem dos entrevistados que reutilizam

    sacolas de uso nico em cada aplicao

    Uso na cozinha para forrar cesto de lixo 53%

    Uso para forrar cesto de lixo em outros cmodos 26%

    Colocao de lixo dentro da sacola e posterior descarte da mesma 43%

    Para sujeira de cachorros, gatos, animais domsticos 11%

    Resduos de jardim 1%

    Reutilizao para compras no supermercado 8%

    Reutilizao para outras compras 10%

    Para guardar coisas em casa 14%

    Para refeies embaladas 8%

    Para carregar outras coisas ao sair 4%

    Para colocar bola de futebol / botas de borracha 1%

    Doao para lojas de caridade 1%

    Para guardar garrafas e latas para reciclagem 1%

    Outros usos 2%

    No tm um uso / descartam 11%

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  • 31

    Portanto, ns calculamos que 40.3 por cento (53 por cento de 76 por cento) de todas as sacolas leves no foram usadas para forrar cestos de lixo. O volume e o peso de um forro para cesto de lixo foi calculado como sendo de 29.3 litros e 9.3 gramas, usando-se os mesmos mtodos de mensurao aplicados s sacolas neste estudo (ver anexo B). Portanto, para cada 19.1 litros de sacola plstica leve que foi reutilizada, uma carga evitada de 6.1 gramas de forrao para cesto de lixo HDPE foi subtrada do sistema.

    A produo evitada de materiais virgens, atravs da reciclagem durante a produo, foi tambm includa no estudo, ajustada para qualquer perda no desempenho do material devido ao processo de reciclagem19. Na prtica, a perda do desempenho com frequncia compensada pelo uso de uma quantia extra de material reciclado em um produto, tornando-o mais pesado do que um produto somente de materiais virgens. Isto significa que o material virgem evitado menor do que a quantia de material residual que entra no processo de reciclagem. A perda do desempenho para resduo da produo de reciclados foi estimada em 10 por cento para plsticos e 20 por cento para papel. Portanto, 90 por cento do plstico e 80 por cento do papelo que entra no processo de reciclagem est includo como produto evitado e subtrado do sistema. Foi estimado que o resduo reciclado durante a produo de HDPE, LDPE e PP consume 0.6kWh de eletricidade por quilograma reciclado. Foi presumido que o papelo de embalagem primrio foi processado para produzir placa reciclada. A coleta de resduos e cenrios de final de vida para todas as sacolas (incluindo reciclagem e compostagem) foram modeladas usando-se o software WRATE da Environment Agency de avaliao de ciclo de vida. As suposies feitas para processamento de final de vida so dadas no anexo C. Foi presumido que no final de vida 86 por cento de todas as sacolas foram aterradas e que 14 por cento foram incineradas (DEFRA 2008). As estatsticas para reciclagem de papel na Inglaterra (DEFRA 2007) foram tambm usadas para modelar a recuperao de papelo de embalagem primrio em supermercados, presumindo-se que 77.3 por cento do papelo reciclado. Da mesma forma que para as sacolas, foi presumido que o restante do papelo seria dividido entre aterro e incinerao. Desde o perodo de referncia (2006/07), a reciclagem interna dos supermercados aumentou de forma significativa. Entretanto, os nmeros acerca de reciclagem para o perodo foram fornecidos pelo DEFRA, e no foram substancialmente diferentes dos nmeros sobre reciclagem interna geral, declarados em relatrios sobre responsabilidade social corporativa dos supermercados na ocasio.

    A incluso de reciclagem e compostagem (para as sacolas de papel e goma-polister) no final de vida foram tambm estudadas em anlise de sensibilidade detalhada na seo 5.3.2.

    Quando foi includa a reciclagem no final de vida, presumiu-se que todas as sacolas plsticas de transporte coletadas para reciclagem no final de vida tivessem sido exportadas para a China a fim de serem recicladas. No Reino Unido, em 2005, 65 por cento dos filmes plsticos coletados para reciclagem eram exportados para outros pases, principalmente China, e outros pases do Extremo Oriente (BPI 2007). Entretanto, sacolas cuja rota principal de reciclagem atualmente a coleta interna, provavelmente acabaro como resduos de fundo de loja nos supermercados; desses, mais de 95 por cento exportado (Maxwell 2007). A indstria reconhece que a incluso de sacolas de HDPE com aditivo pr-degradante no fluxo de reciclagem de HDPE reduz potencialmente a qualidade do reciclado. Embora a proporo de aditivos pr-degradantes do filme de polietileno reciclado fosse pequena, sua separao do HDPE convencional vista como altamente desejvel, e a reciclagem de sacolas com HDPE pr-degradante em final de vida foi excluda do estudo. ______________________________________ 19

    Isto perda de propriedades fsicas (fora ou outra funo) devido ao uso, coleta e reciclagem de um material.

  • 32

    5 Avaliao de impacto A primeira etapa desta avaliao de impacto usa fatores de caracterizao IPCC 2007 para fornecer o Potencial de Aquecimento Global (GWP ou pegada ecolgica) para cada opo de sacola. Isso avalia o impacto GWP dos ciclos de vida detalhados na anlise de inventrio, e inclui reutilizao secundria (isto , reutilizao de sacolas leves para forrar cestos de lixo), mas exclui reutilizao primria para qualquer sacola. O nmero de vezes que cada sacola durvel deve ser usada para que seu GWP caia abaixo desse nmero padro de referncia para a sacola de HDPE convencional foi ento calculado. Conforme discutido na seo 3.2, parte da reutilizao secundria de sacolas de transporte de HDPE, no havia dados confiveis sobre reutilizao primria de sacolas. Essa abordagem mostra apenas o nmero de vezes que cada sacola durvel teria que ser usada, hipoteticamente, para que seu GWP ficasse abaixo do GWP da sacola convencional. A reutilizao real depende do uso do consumidor, e da resistncia e durabilidade da sacola. Portanto, alguns nmeros referentes reutilizao no so realistas. Por exemplo, as informaes sobre a utilizao de sacos de papel em um importante varejista de alimentos da Repblica da Irlanda, no mostra qualquer evidncia de reutilizao20. A segunda etapa da avaliao de impacto calcula impactos para cada sacola usando o mtodo padro de referncia CML, e est baseado no uso hipottico calculado na etapa um. Todos os resultados e tabelas apresentados se referem unidade funcional, isto , as sacolas necessrias para transportar um ms de compras (483 itens) do supermercado para casa, no Reino Unido, em 2006/07. A maioria dos grficos de barras mostra a contribuio de cada etapa de ciclo de vida para cada tipo de sacola para uma categoria de impacto. Essas etapas de ciclo de vida incluem:

    Extrao/produo de matrias primas (HDPE, LDPE, PP, papel, mistura goma-polister, etc.) Os processos de produo (Uso de energia durante a produo das sacolas) Transporte (O movimento de matrias primas para o local de produo e a sacola acabada no supermercado) Final de vida (Incluindo coleta, aterro e incinerao) Produtos evitados e reciclagem (Evitao de materiais virgens atravs de reutilizao secundria ou reciclagem)

    Valores positivos representam impacto adverso. Valores negativos resultantes de etapas de ciclo de vida de reciclagem e produtos evitados representam um benefcio, e reduzem o impacto global pela quantia mostrada. Uma anlise de sensibilidade foi tambm includa no captulo 6 para determinar a influncia das variveis mais importantes nos resultados de avaliao de impacto. As variveis avaliadas na anlise de sensibilidade so:

    Mudana do comportamento do consumidor com relao ao uso secundrio das sacolas; Aumento na reciclagem e compostagem no final de vida; e Uso de um mtodo diferente de avaliao de impacto.

    ______________________________________ 20

    Comunicao pessoal da rede Marks & Spencer para a Environment Agency

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  • 33

    5.1 Potencial de aquecimento global O GWP (excluindo a reutilizao primria) para cada estgio de ciclo de vida de cada sacola mostrado na figura 5.1. A sacola de algodo no mostrada na figura 5.1, porque seu GWP dez vezes maior do que o de qualquer outra sacola. A Figura 5.2 inclui a sacola de algodo, e mostra os resultados baseados no nmero de vezes em que cada sacola durvel teria de ser usada para reduzir seu GWP para abaixo do GWP da sacola de HDPE convencional. Em nmeros arredondados, isto significa: sacola de papel - 4 vezes, sacola de LDPE - 5 vezes, sacola de PP no-tecido - 14 vezes e sacola de algodo - 173 vezes.

    Traduo da tabela: Potencial de aquecimento global (kg CO2 eq.)

    Sacola de HDPE Sacola de HDPE com aditivo pr-degradante Sacola mista de goma-polister Sacola de papel Sacola de LDPE Sacola de PP

    Produtos evitados e reciclagem Final de vida Transporte Processos de produo Extrao/produo de matrias primas

    Figura 5.1 Impactos do ciclo de vida de cada sacola no potencial de aquecimento global (excluindo reutilizao primria). O GWP de todas as sacolas estudadas dominado por extrao de matria prima e produo que varia de 57 por cento do impacto da sacola goma-polister para 99 por cento para a sacola de algodo. Esse impacto normalmente devido produo do material mais prevalente com 64 por cento do impacto da sacola de HDPE gerado diretamente da extrao e produo de HDPE. A produo evitada de material virgem devido reciclagem de resduo de ps-produo e embalagem primria possui efeito final relativamente pequeno, por causa da baixa proporo de material de sucata reprocessado, e porque os impactos da reciclagem do papelo so semelhantes aos benefcios da produo que foi evitada. Materiais de embalagem geralmente contribuem com 0.4 a 4 por cento do impacto de aquecimento global total para cada tipo de transporte. O GWP da eletricidade usada para produzir sacolas para transporte de compras varia de 38 por cento do impacto total para sacolas de HDPE a

  • 34

    0,4 por cento para a sacola de goma-polister, embora a proporo tenha sido influenciada pelo impacto de outras etapas de ciclo de vida tais como extrao e produo de matria prima, bem como a mistura de eletricidade no pas de origem: a sacola de HDPE, presumidamente produzida na China, que depende grandemente em eletricidade gerada da queima de carvo, enquanto a sacola da mescla goma-polister supostamente produzida na Noruega, onde 99 por cento da eletricidade em rede gerada por hidroeltricas. Geralmente, o impacto do transporte no GWP total de 0.8 por cento a 14 por cento, e depende muito da distncia coberta pelo transporte rodovirio. O transporte da sacola de goma-polister tem o impacto mais alto de todos, e o transporte tambm mais significativo no seu ciclo de vida (21 por cento do impacto total) porque a mistura goma-polister transportada por rodovias, da Itlia para a Noruega, e o produto acabado por rodovia/mar para o Reino Unido. No caso das sacolas de HDPE, HDPE com pr-degradante, PP e algodo, em que as sacolas so enviadas do Extremo Oriente, o impacto dessa remessa de 60 a 70 por cento do impacto causado pelo transporte.

    Traduo da tabela: Potencial de aquecimento global (kg CO2 eq.)

    Sacola de HDPE Sacola de HDPE com aditivo pr-degradante } sacolas de uso nico Sacola mista de goma-polister Sacola de papel Sacola de LDPE } sacolas reutilizveis Sacola de PP

    Produtos evitados e reciclagem Final de vida Transporte Processos de produo Extrao/produo de matrias primas

    Figura 5.2 Impactos potenciais de aquecimento global de cada tipo de sacola, supondo que cada uma reutilizada para superar uma sacola de HDPE convencional sem reutilizao.

    Os impactos de final de vida de todas as sacolas contribuem entre 0.2 e 33 por cento para o GWP global. O final de vida das sacolas plsticas (sacolas convencionais de HDPE, HDPE com pr-degradante, LDPE e PP) geralmente entre 5 e 7 por cento, e deve-se principalmente ao GWP da incinerao do plstico. Entretanto, no final de vida, a sacola de plstico e a sacola de goma-polister so enviadas a um aterro, o que contribui em mais de 18 e 29 por cento, respectivamente, para o impacto global. A incinerao fornece uma reduo de 5 por cento no GWP da sacola de papel devido energia da incinerao de resduos, que compensa o impacto de aquecimento global direto.

  • 35

    A influncia da reutilizao secundria de 40.3 por cento das sacolas leves mostrada na grande reduo criada pela etapa de ciclo de vida dos produtos evitados em ambas as figuras. Essa reutilizao gera uma reduo de 12 por cento para a sacola de mistura goma-polister, 29 por cento para a sacola de HDPE com pr-degradante, e 32 por cento para a sacola de HDPE convencional. A excluso de qualquer reutilizao primria da figura 5.1, mostra que sacolas reutilizveis sem reutilizao primria, possuem um potencial de aquecimento global maior do que sacolas convencionais de HDPE. No entanto, a reutilizao exigida, mostrada na figura 5.2, mostra que este nvel praticvel para sacolas plsticas reutilizveis, embora permanea hipottico para sacolas de papel. 5.2 Outras categorias de impacto O mtodo padro de referncia CML 2 2000 foi usado para calcular outros impactos ambientais para cada sacola plstica que so por sua vez considerados. Os resultados em cada uma das seguintes sees mostram 8 categorias de impacto consideradas, bem como os resultados GWP descritos na seo 5.1. Esses resultados so apresentados em grficos de barras mostrando a contribuio percentual de cada etapa de ciclo de vida para cada impacto. Em alguns casos, as etapas de ciclo de vida de final de vida e de produtos reciclados e evitados tambm reduzem o impacto. Portanto, esses resultados so mostrados como porcentagens negativas nos grficos de barra. 5.2.1 Sacolas de HDPE convencional Os resultados da avaliao de impacto para a sacola de HDPE convencional so mostrados na tabela 5.1, e as contribuies relativas de cada etapa do ciclo de vida so mostradas na figura 5.3. Em cinco das oito categorias de impacto, incluindo acidificao, humanos, toxicidade aqutica e terrestre, o processo de produo da sacola tem o maior impacto de ciclo de vida. Isso resulta da eletricidade em rede chinesa presumida e/ou do descarte das cinzas provenientes da queima de carvo. No entanto, as estatsticas da International Energy Agency (IEA, 2007) mostram que alguns pases que produzem sacolas, como a Malsia, contam menos com o carvo, e, portanto, as sacolas produzidas l teriam um impacto mais baixo nessas categorias. O impacto da construo, manuteno e uso da rede de transmisso usada para enviar eletricidade tambm influencia a ecotoxicidade terrestre da sacola de HDPE. A extrao e a produo de materiais tm o maior impacto nas outras trs das oito categorias de impacto, e influencia em um nmero de outras. Para toxicidade e ecotoxicidade, onde o uso do recurso no a maior influncia, o uso de dixido de titnio tem um impacto significativo sobre a etapa de ciclo de vida de material, apesar de responder apenas por 2 por cento do peso das sacolas. Por exemplo, a liberao de vandio durante a extrao e a produo de dixido de titnio contribui em mais de 19 por cento para a ecotoxicidade da gua doce das sacolas de HDPE. importante notar que o dixido de titnio usado apenas em sacolas opacas e que, portanto, sacolas claras com o mesmo peso teriam um impacto mais baixo nessas categorias.

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    Tabela 5.1 Impacto ambiental da sacola de HDPE

    Mtodo Categoria de impacto Unidade Total

    IPCC 2007 Potencial de aquecimento global kg CO2 eq 1.578

    Padro de referncia CML 2

    Depleo abitica g Sb eq 16.227

    Acidificao g SO2 eq 11.399

    Eutroficao g PO4--eq 0.775

    Toxicidade humana kg 1,4 DB eq 0.211

    Ecotoxicidade aqutica de gua doce g 1,4-DB eq 66.880

    Ecotoxicidade aqutica marinha kg 1,4-DB eq 126.475

    Ecotoxicidade terrestre g 1,4-DB eq 1.690

    Oxidao fotoqumica gC2H4 0.531

    Traduo da tabela: Porcentagem de impacto (%)

    Potencial de aquecimento global Depleo abitica Acidificao Eutroficao Toxicidade humana Ecotoxicidade aqutica de gua doce Ecotoxicidade aqutica marinha Ecotoxicidade terrestre Oxidao fotoqumica

    Produtos evitados devido reutilizao pelo consumidor Processos de resduos Transporte Processos de produo Extrao/produo de matrias primas

    Figura 5.3 Contribuio relativa de diferentes etapas de ciclo de vida para os impactos ambientais de sacolas de HDPE. A distncia e o modo de transporte das sacolas de HDPE da China para o Reino Unido contribuem de forma significativa para os impactos da eutroficao e toxicidade humana, devido emisso de xidos de nitrognio e hidrocarbono aromtico policclico, respectivamente, quando do transporte martimo. O transporte rodovirio de matrias primas para o produtor da sacola e do importador do Reino Unido para o supermercado tem pouca influncia nos resultados, devido s distncias relativamente curtas (entre 100 e 200 km). Em cinco das oito categorias, as etapas de final de vida reduzem o impacto global, principalmente porque os impactos de incinerao so superados pelos impactos evitados por causa da produo da eletricidade: transformao de lixo em energia.

  • 37

    A reutilizao de sacolas de HDPE para forrar cestos de lixo reduz os impactos ambientais entre 13 e 33 por centro. A reduo no impacto resultante da evitao do uso de sacos para forrar cestos de lixo maior em categorias onde o uso da matria prima influncia dominante. Entretanto, em algumas categorias como ecotoxicidade humana, aqutica e terrestre, o benefcio desse produto evitado ocorre mais devido evitao do processo de extruso do que devido ao uso de recurso evitado. 5.2.2 Sacola de HDPE com aditivo pr-degradante Os impactos ambientais das sacolas de HDPE com pr-degradante so mostrados na tabela 5.2 e na figura 5.4. Os impactos para a sacola de HDPE com pr-degradante so muito similares aos da sacola de HDPE. A contribuio da porcentagem de cada etapa do ciclo de vida em cada categoria de impacto quase idntica ao da sacola de HDPE, por causa da similaridade em contedo de material, produo, transporte, reutilizao secundria e final de vida. Em geral, a etapa de extrao de material e o estgio do ciclo de vida de produo tm um impacto maior porque a sacola de HDPE com pr-degradante mais pesada. A reutilizao de sacolas de HDPE com pr-degradante para forrar cestos de lixo reduz seu impacto ambiental geral, similarmente ao uso da sacola de HDPE, embora o efeito relativo da reutilizao secundria seja marginalmente menor. A produo da sacola o fator que mais contribui em cinco das oito categorias de impacto devido s emisses da eletricidade chinesa que utilizada. A etapa de extrao de material e produo importante em categorias nas quais a gerao de energia influencie menos, como na oxidao fotoqumica e na depleo abitica. A produo de aditivo pr-degradante tem um impacto mnimo na maioria das categorias dos ciclos de vida, embora o aditivo contribua 4 por cento para a depleo abitica da sacola devido ao impacto do cido esterico usado. O impacto do transporte no ciclo de vida da sacola de HDPE com pr-degradante somente marginalmente maior do que o da sacola de HDPE (devido sacola mais pesada). Embora a sacola contenha um aditivo pr-degradante, os impactos de final de vida atravs da incinerao e do aterro foram modelados da mesma forma que para a sacola de HDPE, e so, portanto, idnticos. Entretanto, no h evidncia sugerindo que o descarte de sacolas de HDPE com aditivo pr-degradante tenha um impacto ambiental mais baixo do que o do descarte da sacola de HDPE convencional, e de que o aditivo pr-degradante possa realmente aumentar alguns impactos. Tabela 5.2 Impacto ambiental da sacola de HDPE com aditivo pr-degradante

    Mtodo de avaliao Categoria de impacto Unidade Total

    IPCC 2007 Potencial de aquecimento global kg CO2 eq 1.750

    Padro de referncia CML 2

    Depleo abitica g Sb eq 19.331

    Acidificao g SO2 eq 12.276

    Eutroficao g PO4--eq 0.839

    Toxicidade humana kg 1,4 DB eq 0.228

    Ecotoxicidade aqutica de gua doce g 1,4-DB eq 72.146

    Ecotoxicidade aqutica marinha kg 1,4-DB eq 134.264

    Ecotoxicidade terrestre g 1,4-DB eq 1.797

    Oxidao fotoqumica gC2H4 0.581

  • 38

    Traduo da tabela: Porcentagem de impacto (%)

    Potencial de aquecimento global Depleo abitica Acidificao Eutroficao Toxicidade humana Ecotoxicidade aqutica de gua doce Ecotoxicidade aqutica marinha Ecotoxicidade terrestre Oxidao fotoqumica

    Produto