acto - casos

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Direito Administrativo II

Regime do Acto Administrativo: execuo, revogao, suspenso, rectificao e sanao

Execuo do acto administrativo

1. Noo

a. Possibilidade de executar os seus prprios actos sem necessidade de deciso ou processo judicial.b. A aco declarativa e o processo executivo cveis, relativamente a partes privadas. Necessidade de um processo para fazer valer um direito. Impossibilidade de actuar pela fora sem prvia deciso judicial.c. Artigo 149.-2 CPA: necessidade de seguir as formas e termos previstas na lei.d. Ligao ao privilgio da execuo prvia j estudado.

2. Regime

a. Condies para executar um acto. Quais so?

i. Existncia de um acto administrativo (artigo 151.-1 CPA), que tem funo de ttulo executivo.ii. Execuo tem de ser manter dentro dos limites do contedo do acto (artigo 151.-3 CPA).iii. Realizar a execuo atravs das formas previstas na lei (artigo 149.-2 CPA).iv. Necessidade de notificar o executado da execuo (artigo 152.-1 CPA).- Desnecessidade de notificao autnoma em relao ao acto (artigo 152.-2 CPA).

b. O que se visa com a execuo do acto? Formas de execuo (artigo 154. CPA)

i. Pagamento de quantiaEx: Algum recebeu uma prestao de subsdio de desemprego em excesso. praticado acto onde se determina a devoluo do montante recebido excessivamente. preciso, depois, executar esse acto, se o montante no for devolvido.Ex: Empresa privada recebeu um financiamento comunitrio atribudo por uma autoridade de gesto nacional, mas no cumpriu parte do projecto a que se props. praticado acto determinando a devoluo de parte desse investimento. Agora preciso executar esse acto, se o valor no for devolvido.

- seguido o processo tributrio (artigo 155.-1 CPA). Remete para artigos 148. e segs. CPPT.- Processo judicial executivo, mas bastante abreviado e simplificado;- uma excepo ao princpio da execuo prvia.

- Como a tramitao bsica do processo tributrio?- emitida uma certido de dvida, que enviada repartio de finanas para promover a execuo (artigo 155.-2 CPA);- Depois, Administrao fiscal avana com citao e penhora. Processo no se inicia no tribunal;- Depois da penhora pode haver pagamento ou venda do bem pela Administrao;- Tribunal pode intervir se interessado apresentar oposio.

ii. Entrega de coisa

Ex: Servido administrativa fixada, para permitir a passagem de conduta de gs natural num terreno privado. Caso seja necessrio, Administrao pode tomar posse do imvel para instalar a conduta, atravs de uma execuo para entrega de coisa, sem processo judicial (artigo 156. CPA).

iii. Prestao de facto. Vrias situaes diferentes:

1. Prestao positiva de facto fungvel

Ex: Ordem para demolir uma construo de 4 andares, que excedeu os limites da licena, prevista apenas para 3 andares.

- Administrao notifica para particular cumprir (artigo 157.-1 CPA).- Se no cumprir, Administrao efectua a prestao directamente ou contrata terceiro para o efeito. Executado responsvel por todas as despesas (artigo 157.-2 CPA).

2. Prestao positiva de facto infungvel

Ex: Requisio civil para nico mdico especialista numa determinada rea mdica trabalhar em dia de greve, em cumprimento de servios mnimos.

- Administrao pode utilizar coaco directa, mas i) s nos casos previstos na lei e ii) com observncia dos Direitos Fundamentais (artigo 157.-3 CPA).

- H quem entenda que artigo 157.-3 CPA inconstitucional.

3. Prestao negativa de facto fungvel

Ex: Embargo de obra em realizao, por no respeitar condies para as quais tinha sido licenciada, pois ocupava mais rea do que o previsto.

- Administrao notifica para particular cumprir (artigo 157.-1 CPA).- Se no cumprir, Administrao efectua a prestao directamente ou contrata terceiro para o efeito. Executado responsvel por todas as despesas (artigo 157.-2 CPA).

4. Prestao negativa de facto infungvel

Ex: Acto determina a uma empresa privada que no utilize um certo tipo de contentores de recolha de entulho em obras.

- Ausncia de resposta expressa na CPA.- Aplicao de soluo do artigo 157.-3 CPA?

iv. A existncia frequente de coimas quando seja necessrio executar um acto administrativo.

3. Reaco contenciosa

a. Como impedir que o acto seja executado? Providncias cautelares e suspenso da eficcia do acto.Ex: Execuo de ordem de demolio deliberada pela Cmara Municipal. Providncias cautelares. A suspenso da execuo do acto acto, em especial (artigo 112. CPTA).b. A reaco judicial deve ser contra o acto de execuo ou contra o acto executado?

- Se o acto de execuo exceder o acto executado, claro que pode ser objecto de reaco atravs de uma aco administrativa especial/pedido de impugnao do acto (artigos 151.-3 CPA, 46.-2-a) e 53. CPTA). No acto meramente confirmativo.- Se no execeder, um acto meramente confirmativo. Nesses casos, tudo depende de saber se estamos nalguma das condies do artigo 53. CPTA. Se estivermos, acto no pode ser objecto de reaco contenciosa.

Revogao

1. Formas de cessao dos efeitos do acto

a. Actos de execuo instantneab. Final do prazo de vignciac. Actos com termo finald. Actos com condio resolutivae. Revogao

2. Noo de revogao

- Acto destinado a fazer cessar efeitos de outro, no todo ou em parte.- um acto secundrio.

3. Distines

a. Actos administrativos de contedo contrrio

- Competncia dieferente. Na revogao, a competncia a mesma.

Ex: Demisso de dirigente anteriormente nomeado.

b. Suspenso

- Paralisao temporria de efeitos.

c. Rectificao de erros

- Correco de erros ou imprecises e no eliminao de efeitos.

d. Alterao e substituio

- Novo acto regula de forma diferente situao da vida;- Envolve algo de revogao;- CPA manda aplicar regras da revogao (artigo 147. CPA).

4. Tipos de revogaoa. Total/parcial

b. Espontnea/provocada

c. Pelo autor do acto/Por outro rgo

d. Por ilegalidade/por inconvenincia/Enquanto sano administrativa

e. So produz efeitos para futuro (ab-rogatria)/tem efeitos retroactivos (anulatria)

5. Quando pode um acto administrativo ser revogado?

a. Actos que, por natureza, no podem ser revogados

i. Actos inexistentes/nulos (artigo 139.-1-a) CPA)ii. Actos cujos efeitos j tenham sido destrudos (artigo 139.-1-b) e c)iii. Actos cujos efeitos tenham caducado ou cujos efeitos se tenham esgotado (artigo 139.-2). - Revogao no faz sentido quanto a revogao com efeitos apenas para futuro.- Faz sentido se for anulatria.

b. Revogao de actos vlidos

i. Livremente revogveis (artigo 140.-1 CPA)

ii. Proibies de revogao (artigo 140.-1-a) e c) CPA)- Actos praticados no exerccio de poderes vinculados;- Actos vlidos de que resultem para o autor obrigaes legais ou direitos irrenunciveisiii. Revogaes condicionadas: actos constitutivos de direitos

- O que so? Actos que atribuem vantagem (direito ou interesse), a ampliam ou retiram restrio. - S podem ser revogados na parte em que forem desfavorveis ou se interessados derem consentimento (artigo 140.-2 a) e b) CPA).- Poder haver revogao de actos constitutivos de direitos mediante o pagamento de uma indemnizao?

c. Revogao de actos invlidos/anulveis

i. Revogaes em caso de anulabilidade e no nulidade

ii. Competncia (artigo 142. CPA)

- Autor;- SH;- Problema de compatibilizao e interpretao do 142.-1 e 174.: SH pode revogar actos do subalterno em casos de competncia exclusiva deste?- Soluo 1: SH pode revogar quando particulares tenham iniciativa.- Soluo 2: SH s pode revogar com fundamento em invalidade.- rgao delegante;- rgo tutelar, quando previsto;- rgo originariamente competente (h quem ache que no tem competncia para revogar, mesmo quando sua competncia tenha sido utilizada por outro rgo).

iii. Prazo (artigo 141. CPA e 58. CPTA)- Mais longo prazo para impugnao contenciosa em aco administrativa especial: 1 ano;- Leitura do CPA deve fazer-se luz da nova terminologia do CPTA. J no existe recurso contencioso de anulao.

6. Forma e formalidades da revogao (artigos 143. e 144. CPA)

a. Formalidades

- Paralelismo de formalidades;- Segue-se forma do acto a revogar.

b. Forma: forma legalmente devida.

7. Efeitos da revogao (artigo 145. CPA)

a. Efeitos para o futuro: revogao por convenincia.

b. Efeitos retroactivos: revogao anulatria.

c. Efeitos repristinatrios (artigo 146. CPA): s se a lei ou o acto o determinarem.

8. Obrigatoriedade de revogar?

Suspenso

1. Noo

- Paralisao temporria de efeitos.

2. Competncia- rgo a quem lei conceda poder;- rgos competentes para revogar (artigo 150.-2 CPA)- rgos tutelares, quando lei preveja (artigo 150.-2 CPA)

Rectificao

1. Noo

- acto que emenda erros materiais ou de clculo.

2. Regime

a. Erros manifestos: regime expedito do artigo 148. CPA

i. Rectificados pelo rgo competente para revogar;ii. A todo o tempo;iii. Oficiosamente ou a pedido;iv. Efeitos retroactivos;v. Mesma forma e publicidade que para acto rectificado.

b. Erros no manifestos: tratados como se fossem revogaes

Sanao (ratificao, reforma e converso)

1. Noes

a. Ratificao

- rgo competente sana vcio de acto anterior.

b. Reforma

- Conserva-se acto anterior, retirando parte viciada.

c. Converso

- Aproveita-se parte no viciada de um acto para produzir um novo acto.

2. Regime (artigo 137. CPA)

a. Actos nulos no podem ser ratificados, reformados ou objecto de converso (artigo 137.-1 CPA);b. Normas de competncia e prazo so as da revogao anulatria (artigo 137.-2 CPA);c. Eficcia retroactiva (artigos 145.-2 e 137.-2 CPA)