acta ortopédica brasileira - osteoporosis

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    Acta Ortopdica BrasileiraOn-line versionISSN 1809-4406

    Acta ortop. bras. vol.9 no.2 So Paulo Apr./June 2001

    http://dx.doi.org/10.1590/S1413-78522001000200007

    ARTIGO DE REVISO

    Osteoporose

    Julio Cesar Gali

    Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de SoPauloMdico do Servio de Ortopedia e Traumatologia do Centro de CinciasMdicas e Biolgicas da PUC-SP

    Endereo para correspondncia

    RESUMO

    A osteoporose uma doena steo-metablica que atinge especialmentemulheres aps a menopausa. Segundo a Organizao Mundial de Sade 1/3das mulheres brancas acima dos 65 anos so portadoras de osteoporose.Entretanto estima-se que um homem branco de 60 anos tenha 25 % de chance de ter uma fraturaosteoportica. O diagnstico e planejamento teraputico so baseados na densitometria ssea e na dosagemlaboratorial dos marcadores de formao e reabsoro ssea. A densitometria tambm o melhor preditor defraturas. Os medicamentos atualmente disponveis atuam mais na inibio da reabsoro ssea. A principalforma de tratamento da osteoporose a preveno: deve-se evitar o fumo lcool e caf devem ser

    consumidos com moderao a atividade fsica e ingesto adequada de clcio so fundamentais o treinamentoproprioceptivo pode colaborar para prevenir quedas e, conseqentemente, as fraturas.

    Descritores: Osteoporose

    CONCEITO

    A osteoporose uma doena sistmica progressiva caracterizada por diminuio da massa ssea e deterioraoda microarquitetura, levando fragilidade do osso e aumentando o risco de fraturas. Existe pouco osso, porm

    quando presente normal.

    Fisiologicamente o osso continuamente depositado por osteoblastos e absorvido nos locais onde ososteoclastos esto ativos. Normalmente, a no ser nos ossos em crescimento, h equilbrio entre deposio eabsoro ssea na osteoporose existe desproporo entre atividade osteoblstica e osteoclstica, compredomnio da ltima.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1413-7852&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?lng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-785220010002&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522001000200006&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&index=AU&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&index=KW&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1413-7852&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_alphabetic&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?lng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-785220010002&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522001000200006&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&index=AU&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&index=KW&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1413-7852&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_alphabetic&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522001000200007&lng=en&nrm=iso&tlng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413-785220010002&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scieloOrg/php/articleXML.php?pid=S1413-78522001000200007&lang=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522001000200006&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&index=AU&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://www.scielo.br/readcube/epdf.php?doi=10.1590/S1413-78522001000200007&pid=S1413-78522001000200007&pdf_path=aob/v9n2/v9n2a07.pdfhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1413-7852&lng=en&nrm=isohttp://lattes.cnpq.br/0482547788779099http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_alphabetic&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S1413-78522001000200007&lng=en&nrm=iso&tlng=enhttp://www.addthis.com/bookmark.php?v=250&username=xa-4c347ee4422c56dfhttp://www.scielo.br/scielo.php?lng=enhttp://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edaob&index=KW&format=iso.pft&lang=i&limit=1413-7852http://-/?-http://www.altmetric.com/details.php?domain=www.scielo.br&doi=10.1590/s1413-78522001000200007http://www.addthis.com/bookmark.php?v=250&username=xa-4c347ee4422c56dfhttp://www.mendeley.com/import/?url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext%26pid=S1413-78522001000200007%26lng=en%26nrm=iso%26tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1413-7852&lng=en&nrm=iso
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    O esqueleto acumula osso at a faixa dos 30 anos, sendo a massa ssea maior no homem do que na mulher.Da por diante perde 0,3 % ao ano. Na mulher a perda maior nos 10 primeiros anos ps-menopausa, podendo

    chegar a 3% ao ano, e maior na mulher sedentria 7.

    A osteoporose condio comum. De acordo com critrios da Organizao Mundial de Sade, 1/3 das mulheres

    brancas acima dos 65 anos so portadoras de osteoporose 21 estima-se que cerca de 50% das mulheres com

    mais de 75 anos venham a sofrer alguma fratura osteoportica 20.

    Apesar da osteoporose ser menos comum no homem do que na mulher, estimado que entre 1/5 a 1/3 dasfraturas do quadril ocorram em homens e que um homem branco de 60 anos tem 25 % de chance de ter uma

    fratura osteoportica 12.

    CLASSIFICAO

    A osteoporose pode ser primria (idioptica) ou secundria. A forma primria classificada em tipo I e tipo II.

    No tipo I, tambm conhecida por tipo ps-menopausa, existe rpida perda ssea e ocorre na mulherrecentemente menopausada. Predominantemente atinge o osso trabecular e associada a fraturas dasvrtebras e do rdio distal.

    A tipo II, ou senil, relacionada ao envelhecimento e aparece por deficincia crnica de clcio, aumento da

    atividade do paratormnio e diminuio da formao ssea 18.

    A osteoporose secundria decorrente de processos inflamatrios, como a artrite reumatide alteraesendcrinas, como hipertireoidismo e desordens adrenais mieloma mltiplo por desuso por uso de drogascomo heparina, lcool, vitamina A e corticides.

    Os corticides inibem a absoro intestinal do clcio e aumentam sua eliminao urinria, diminuem a formao

    osteoblstica e aumentam a reabsoro osteoclstica 8.

    Fatores de Risco

    Os riscos que influenciam a manifestao da osteoporose podem ser relativos pessoa (individuais) ou doambiente que ela vive (ambientais).

    So considerados fatores de risco individuais a histria de casos de osteoporose na famlia, mulher branca,presena de escoliose, indivduos magros, tipo constitucional pequeno e aparecimento prematuro de cabelosbrancos.

    Representam fatores ambientais o lcool e o cigarro (inibidores da multiplicao dos osteoblastos) cafena(aumenta excreo de clcio) inatividade, m nutrio, dieta rica em fibras, protenas e sdio (diminuem aabsoro de clcio) nuliparidade amenorria por exerccios menopausa precoce e endocrinopatias.

    DIAGNSTICO

    Como em outras patologias, o diagnstico da osteoporose feito pela histria clnica, exame fsico e examessubsidirios.

    Geralmente a osteoporose pouco sintomtica, s vezes s se manifesta por uma fratura. A dor dorsolombar queixa comum o espasmo muscular a principal causa dos sintomas, que tambm podem ser pormicrofraturas em muitos casos, conseqente a uma fratura por compresso.

    Na histria deve ser inquirida a idade da menopausa, presena de fator familiar, hbitos alimentares, atividadefsica, uso de caf, cigarro ou lcool.

    No exame fsico pode-se verificar deformidade da coluna deve-se incluir dados de peso e altura, paraacompanhamento.

    Os exames subsidirios utilizados so os laboratoriais e de imagem os primeiros geralmente so normais naosteoporose primria.

    Rotineiramente solicitamos o hemograma, VHS, eletroforese de protenas, provas de funo renal, dosagens declcio e fsforo, fosfatase alcalina e calciria de 24 horas. O nvel de clcio endgeno excretado diretamenterelacionado ao aparecimento da osteoporose.

    Solicitamos, sempre que necessrio, os marcadores de formao e de reabsoro ssea.

    So considerados marcadores de formao a fosfatase alcalina ssea, a osteocalcina e o pr-colgeno tipo I C-

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    Terminal Peptdeo (PICP).

    A fosfatase alcalina aumenta na formao ssea. O valor da fosfatase alcalina total inclui fosfatases produzidasnos rins, fgado, intestino e ossos portanto, mais fiel a dosagem da fostatase alcalina ssea.

    A osteocalcina (BGP ou Bone Gla Protein) d idia da atividade osteoblstica o pr-colgeno tipo I C-TerminalPeptdeo (PICP) a forma mais comum do colgeno presente nos ossos, apesar de existir em outros tecidos.

    So considerados marcadores de reabsoro ssea a hidroxiprolina, piridinolina, desoxipiridinolina e o Ntx.

    A hidroxiprolina um produto da degradao do colgeno como a maior fonte deste o osso, a hidroxiprolina

    indica, de certo modo, a reabsoro ssea. Entretanto influenciada pela dieta alimentar.

    A piridinolina e desoxipiridinolina so dosadas na urina como esto presentes nas ligaes do colgeno, soindicadoras do catabolismo sseo. No tm influncia da dieta.

    O Ntx, tambm dosado na urina, resduo de telopeptdeos originados da ruptura do colgeno tipo I.

    Existem, ainda, exames especiais como a dosagem da 25 OH vitamina D e da 1,25 di OH vitamina D.

    No diagnstico por imagens, utilizamos as radiografias e a densitometria ssea.

    O exame radiogrfico pode mostrar diminuio da densidade ssea, porm pode existir variao de at 30 %.

    Alm do mais, as radiografias no do quantificao da perda ssea 5.

    Podemos encontrar, ao raio-X, colapso vertebral ou acunhamento, compresso bicncava dos discos, ndulos deSchrmol e afinamento das corticais.

    A densitometria ssea utilizada para estudo seriado, para determinar a extenso da perda e para verificar aeficcia da preveno ou tratamento.

    Existem diferentes tipos de equipamentos para a densitometria : os chamados centrais avaliam a massa sseado quadril, coluna e corpo todo os perifricos avaliam a massa ssea nos dedos, punhos, patela, tbia ecalcneo.

    Pode ser efetuada por aparelhos de fton nico, duplo fton (2 picos de energia), dupla energia de raio-X(DXA), por tomografia quantitativa e por ultra-som. Em nosso meio a DXA a mais utilizada.

    A densitometria o melhor preditor de fraturas no importa o stio avaliado, quanto maior a osteoporose

    maior o risco de fratura do quadril 4.

    TRATAMENTO

    A principal forma de tratamento da osteoporose a preveno so elementos crticos o pico de massa ssea ea preveno da reabsoro ps-menopausa.

    O pico de massa ssea dependente do aporte calrico, da ingesto de clcio e vitamina D, da funomenstrual normal e da atividade fsica a maioria dos agentes teraputicos atuam na reabsoro ssea, comoanti-reabsortivos.

    Clcio

    O consumo de clcio aumenta com a atividade fsica e tambm maior na gravidez e lactao. As necessidadesdirias variam de acordo com a faixa etria : no adolescente cerca de 1200 mg/dia no adulto, 800 mg/diana perimenopausa, 1000 mg/dia na ps-menopausa, 1500 mg/dia na gravidez aumenta para cerca de 1500mg/dia e, na lactao, aumenta para 1500 a 2000 mg/dia.

    A principal fonte de clcio na dieta o leite e seus derivados, mas existe tambm em vegetais como espinafre,agrio, brcolis e couve-manteiga. Muitas vezes difcil obter a quantia necessria apenas da dieta alimentar,nesses casos pode estar indicada a suplementao.

    Os suplementos mais comumente utilizados so de carbonato de clcio. Estes contm 40% de clcio elementare precisam de meio cido para ser solubilizado, portanto, devem ser ingerido s refeies. A presena do

    magnsio associado no influencia a absoro, mas melhora a tendncia a obstipao 8.

    Suplementos com citrato de clcio so indicados para indivduos com acloridria e reduzem os riscos de clculos

    renais 6.

    Teoricamente a suplementao isolada do clcio pode reduzir os riscos de fratura em 10% a suplementao declcio em mulheres entre 35 e 43 anos previne a perda ssea e permite a entrada na menopausa com massa

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    ssea maior 13.

    Vitamina D

    A vitamina D sintetizada na pele pela ao dos raios solares ultravioleta e sofre transformaes no fgado erins para tornar-se ativa favorece a formao ssea e facilita a absoro intestinal do clcio.

    Nos indivduos deficientes dessa vitamina, a suplementao aumenta a massa ssea e diminui o risco de

    fraturas nesses casos recomendada suplementao de 400 a 800 UI/dia 8.

    Os efeitos colaterais que podem ocorrer da suplementao com vitamina D so hipercalcemia e hipercalciria4

    .

    Reposio Hormonal

    Estrgenos

    A perda ssea acelerada aps a menopausa. Por um mecanismo no bem entendido, os estrgenos inibem areabsoro ssea e, possivelmente, possam atuar na formao, tambm.

    Melhoram o perfil lipdico, protegem os dentes e o crebro, diminuem o risco de Alzheimer 4.

    A administrao de estrgenos bloqueia a perda acelerada de osso medular que se verifica nos primeiros anosaps a menopausa. Podem diminuir a incidncia de fraturas da coluna em at 50% e do quadril, em menor

    escala 6.

    Os estrgenos podem ser administrados por via oral, sublingual, transdrmica, percutnea, subcutnea ouintravaginal.

    A dose deve ser ajustada paciente 20% das mulheres que recebem a dose convencional continuam a perdermassa ssea mulheres que fumam podem necessitar de dose maior, obesas podem necessitar de dose menor9.

    Lane e Nydick 8 relatam que dez anos de tratamento com estrgeno pode aumentar em at 43% a chance de

    ocorrer cncer de mama. Por outro lado, Tosi 20 diz que o risco de fratura do quadril igual soma dos riscosde cncer de mama, tero e ovrio.

    A administrao de estrgenos conjugados diminui a incidncia de cncer endometrial relacionado hormnios,mas no diminui relacionada ao cncer da mama.

    A reposio hormonal est indicada no incio da menopausa e depois, quando a mulher est prxima aos 70anos, quando o risco de cncer mamrio diminui e os efeitos no esquelticos do tratamento so marcantes.So contra-indicados quando existe grande tendncia familiar de cncer de mama ou histria pessoal de

    tromboflebite ou acidente vascular cerebral 8.

    Moduladores Seletivos dos Receptores de estrgeno (SERMs)

    Produzem agonismo estrognico em alvos desejados, como ossos e fgado e antagonismo (ou agonismomnimo) nas mamas e tero. As drogas mais utilizadas so o tamoxifeno e o raloxifeno.

    O tamoxifeno apresenta cerca de 70% da ao do estrgeno, em termos do aumento da massa ssea 8.

    Um estudo multicntrico com 7705 mulheres ps-menopausa mostrou que o raloxifeno pode diminuir aincidncia de fraturas da coluna, mas no diminui a incidncia de fraturas de quadril 13.

    Calcitonina

    A calcitonina um hormnio produzido pelas clulas C (parafoliculares) da tireide. Sua fisiologia exata controversa sua capacidade de modular os nveis sricos de clcio e fsforo significante.

    Como teraputica, utiliza-se mais freqentemente a calcitonina de salmo, na forma de spray nasal. Pode serantignica e produzir resistncia, se usada por tempo prolongado. Sua principal ao inibir a reabsoroosteoclstica a ao analgsica significativa.

    Estudo prospectivo sugere que seu uso pode diminuir a incidncia de fraturas da coluna vertebral em 37%,

    porm no tende a alterar as taxas de fraturas do quadril 19.

    Bisfosfonatos

    Apresentam quimiotactismo pela superfcie do osso, diminuem a reabsoro e podem aumentar a formaossea.

    Atualmente os mais frequentemente utilizados no tratamento da osteoporose so os alendronatos.

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    Num estudo ao acaso, a administrao de 10 mg de alendronato/dia por um ano produziu aumento de 5% damassa ssea dos corpos vertebrais e de 2,3% , no colo femoral, alm de proporcionar uma reduo de 47% na

    incidncia de fraturas no vertebrais 16.

    Podem causar esofagite em at 30% dos casos, portanto, deve-se tomar as precaues da administrao.

    O pamidronato, administrado por via intravenosa, usado para tratamento da ostelise secundria tumores.

    O tratamento com residronato em mulheres ps-menopausa, mostrou reduo de fraturas da coluna em 41% e

    de at 39%, em outros stios 13.

    Ipriflavona

    Inibe a reabsoro ssea e possivelmente possa atuar na formao.

    Fluoreto de sdio

    Aumenta a mineralizao do osso trabecular. A vitamina D potencializa sua ao nos osteoblastos.

    Atividade fsica

    A massa ssea relacionada ao da musculatura sobre o osso, portanto exerccios gravitacionais so maisefetivos.

    Um programa ideal de atividade fsica deve ter exerccios aerbios de baixo impacto, exerccios de

    fortalecimento muscular e para melhora da propriocepo, a fim de diminuir a incidncia de quedas 1.

    Os exerccios aerbios de baixo impacto, como caminhadas, estimulam a formao osteoblstica e previnem areabsoro exerccios com pesos leves aumentam a massa muscular e a fora dos msculos esquelticos. A

    diminuio da fora do quadrceps um risco para ocorrncia de fraturas do quadril 7.

    O treinamento proprioceptivo visa melhorar o padro da marcha, o equilbrio e reflexos, sempre para prevenirquedas, j que as fraturas so muito relacionadas estas.

    Indivduos que praticam tai-chi-chuan tem uma diminuio de 47% de quedas e 1/4 da taxa de fraturas de

    quadril comparados no praticantes 17.

    A natao pode ser utilizada mais para relaxamento global e manuteno da amplitude de movimentos do que

    para estimular a produo ssea 15.

    O benefcio primrio da atividade fsica pode ser evitar perda ssea que ocorre com a inatividade, o que decerta maneira pode reduzir o risco de fraturas. Entretanto no pode ser recomendada como substituta dotratamento medicamentoso apropriado.

    FRATURAS OSTEOPORTICAS

    As fraturas e suas complicaes so relevantes seqelas clnicas da osteoporose quase todas as fraturas emidosos so devidas, em parte, baixa densidade ssea. Podem ocorrer em qualquer osso, porm maisfrequentemente acometem os ossos do quadril, coluna, punho e costelas.

    Na presena de uma fratura de suma importncia investigar sua causa. A histria clnica, o exame fsico eexames laboratoriais devem afastar outras causas como osteomalcia, hiperparatireoidismo e neoplasias.

    Nas situaes onde o diagnstico etiolgico no pode ser esclarecido deve-se realizar bipsia ou colheita domaterial para antomo-patolgico, nos casos com exposio do foco para reduo cirrgica.

    Baixo peso corpreo, perda recente de peso, histria de fraturas anteriores por fragilidade ssea ou casos defraturas osteoporticas na famlia e ainda o hbito de fumar so considerados altos fatores de risco para aocorrncia de fraturas.

    Pessoas com qualquer um desses fatores tm um risco maior de fratura, independentemente da massa ssea. Aausncia de qualquer desses elementos de risco diminui o risco de fratura por fragilidade do osso. Todos locaisde fraturas, como falanges, corpos vertebrais e ossos longos parecem ter a mesma chance para novas fraturas

    osteoporticas 3.

    A consolidao ssea no parece ser afetada no idoso com osteoporose idioptica, desde que exista reduo

    aceitvel e grau de estabilizao apropriada 11.

    Geralmente a fratura de quadril mais grave : uma mdia de 24% dos pacientes com fraturas de quadril e commais de 50 anos de idade morrem dentro de um ano aps a fratura 25% dos pacientes com fratura do quadril

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    requerem cuidados especiais por longo prazo e somente um tero recupera inteiramente o nvel deindependncia de antes da fratura.

    A freqncia de fraturas de quadril de 2 a 3 vezes maior nas mulheres do que nos homens, porm amortalidade aps uma fratura de quadril cerca de duas vezes maior nos homens do que nas mulheres.

    A dor, limitao fsica e mudana no estilo de vida associadas s fraturas do quadril e das vrtebras podemcausar sintomas psicolgicos, como depresso, ansiedade, medo ou at mesmo ira, que tambm atrapalham a

    recuperao 14.

    Fraturas da Coluna

    As fraturas vertebrais podem causar complicaes importantes, como dor residual, diminuio da altura doscorpos vertebrais e cifose.

    Mltiplas fraturas torcicas podem resultar em doena pulmonar crnica fraturas de vrtebras da colunalombar podem alterar a anatomia do abdomen e levar obstipao, dor e distenso abdominal, reduo doapetite e sensao de saciedade precoce.

    Segundo Boden 2, 27% das mulheres com mais de 65 anos tm alguma fraturas vertebral cerca de 33% seriamdevidas quedas, entre 10 a 20% ocorreriam ao levantar um peso e por volta de 50% seriam espontneas.

    As radiografias para estudo de uma fratura vertebral devem ser realizadas nas incidncias ntero-posterior eperfil, com o paciente em p se existe diminuio da altura da coluna anterior de um corpo vertebral maior

    que 50% ou qualquer diminuio da altura da coluna posterior, est indicada uma avaliao por tomografia.

    Na presena de dficit neurolgico deve-se realizar tomografia ou ressonncia magntica para avaliao dos

    elementos neurolgicos na suspeita de fratura patolgica deve-se realizar uma ressonncia magntica 2.

    A maioria das fraturas vertebrais so estveis, portanto no necessitam de estabilizao cirrgica 11.

    Eventualmente pode ser utilizada uma rtese temporria para reduo do espasmo muscular e dor , entretantoo uso acima de T8 difcil. Deve-se evitar repouso no leito porque pode produzir perda semanal de 1% da

    massa ssea 2.

    Progresso da deformidade e dor, fratura com dficit neurolgico, estenose do canal vertebral ou instabilidadedecorrente da fratura so indicaes para tratamento cirrgico. Deve-se reconstruir a coluna anterior, sempreque possvel. Existe, entretanto, vrios problemas com essas fraturas, como a dificuldade de fixao, risco de

    fratura adjacente fuso, dificuldade de avaliar a fuso e mltiplos problemas clnicos associados 2.

    A cifoplastia um novo procedimento indicado para fraturas vertebrais agudas ou sub-agudas causadas porcompresso. Um balo introduzido na vrtebra fraturada que , em seguida, preenchida commetilmetacrilato.

    Lane et al.10 mostraram que, nos primeiros 30 pacientes avaliados aps este procedimento, houve restauraode 45% da altura da poro anterior do corpo vertebral, de 71% da poro mdia e de 54% da poroposterior, alm de haver 96% de alvio rpido da dor.

    Fraturas de Ossos Longos

    Se a fratura for estvel, com indicao de tratamento no cirrgico, deve-se evitar repouso prolongado, j quepodem ocorrer complicaes como pneumonia, insuficincia cardaca congestiva, doena tromboemblica,

    lceras de decbito e deteriorao msculo-esqueltica.

    A imobilizao gessada deve ser bem acolchoada por causa da m qualidade da pele que em geral os idososapresentam, especialmente na presena de neuropatia ou doenas vasculares.

    A maioria das fraturas dos ossos longos so melhores tratadas com estabilizao cirrgica precoce que

    proporcione rpido apoio dos membros inferiores ou restabelecimento funcional dos membros superiores 11.

    CONSIDERAES FINAIS

    A osteoporose reflete acmulo inadequado de massa ssea durante crescimento e maturidade, perda excessivaou ambos. Como no h nenhuma medida efetiva para se reconstruir o esqueleto, a preveno se constitui naestratgia primordial.

    Como as fraturas em geral ocorrem por quedas, deve-se usar calados com sola de borracha procurar apoio debengala, quando for preciso melhorar a estabilidade da marcha tomar cuidado com pisos e caladosescorregadios evitar andar de meias usar barras de apoio e tapetes de borracha, no banheiro utilizarpequenas luzes de orientao para auxiliar a locomoo dentro de casa, noite evitar tapetes e outros objetos

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    que proporcionem tropeos melhorar as condies da viso.

    Para qualquer idade deve-se evitar o fumo lcool e caf devem ser consumidos com moderao a atividadefsica e ingesto adequada de clcio fundamental.

    Na peri e ps menopausa, se h histria familiar, deve-se fazer um controle anual com densitometria ssea.Eventualmente deve-se proceder reposio hormonal e, para idosos, importante a suplementao comclcio e vitamina D.

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