acÓrdÃo imposto de renda jofre

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S2-TE0/Fl 124

MINISTRIO DA FAZENDA

CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAISSEGUNDA SEO DE JULGAMENTO

Processo n

10665320154/2007-36

Recurso n Acrdo IV Sesso de Matria Recorrente Recorrida

16L206 Voluntrio 2801-00.293 1" Turma Especial 27 de outubro de 2009 IRPF GUILHERME JOFRE DE RESENDE TERRA 5' TURMA/DRJ/BELO HORIZONTE/MG

Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Fsica IRPF Exerccio: 200.3, 2004, 2005, 2006 Ementa: DESPESAS MDICAS DEDUO Incabvel a deduo de despesas mdicas ou odontolgicas quando os respectivos recibos no preenchem os requisito previstos no 2, III, do artigo 50, da Lei n 9,250/1995. JUROS CALCULADOS PELA SELIC A partir de abril de 1995, os juros moratrias incidentes sobre dbitos tributrios administrados ela Secretaria da Receita Federal so devidos, no perodo de inadimplncia, taxa referencial do Sistema Especial de Liquidao e Custdia SELIC para ttulos federais (Smula n 4, do Primeiro Conselho de contribuintes). Recurso Voluntrio Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. A Conselheira Amarylles Reinaldi e Hemiques Resende declarou-se impedida..

ir Marcelo Magalhes ixa, v

idente em exerccio

Julio Cezar a onseca Furtado - Relator

EDITADO EM:

2

2010

Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcelo Magalhes

Peixoto, Julio Cezar da Fonseca Furtado, Sandra Machado dos Reis, Jos Raimundo Tosta Santos (Conselheiro convocado) e Rubens Mauricio Carvalho (Conselheiro convocado),

RelatrioAdoto, in totum, o relatrio da deciso de primeira instncia, a seguir transcrito,"Contra Guilherme Jofre de Resende Terra, CPD 280.339.226-72, foi lavrado o Auto de Infrao s fls. 02 a 12, relativamente aos exerccios 2003 a 2006, anoscalendrio 2002 a 2005, formalizando a exigncia de imposto suplementar no valor de R$ 11.851,39, com multa de ofcio nos percentuais de 75% e 150% totalizando R$11,133,55 e de juros de mora calculados at 31/0112007. O lanamento reporta-se aos dados informados nas declaraes do interessado (fls. 35 a 48), entre os quais foram alteradas as dedues de despesas mdicas para os seguintes valores: Ex 2003 - > de R$ 11.733,00 para R$ 642,00; Ex 2004 - > de R$ 10.955,00 para R$ 950,00;

Ex 2005 -> de R$ 12,000,00 para R$ 0,00; Ex 2006 -> de R$ 10.000,00 para R$ 0,00,As glosas referem-se aos gastos declarados a seguir identificados: Exerccio 2003, ano-calendrio 2002

Solange Aparecida da Silva, R$ 1.480,00; Lilian Maria Ribeiro Conde, R$ 1,480,00; Caroline Rodrigues Almeida, R$ 1.550,00;Tlio Pereira Duarte, R$ 1.040,00; Rita Paula Gonalves Lopes, R$ 5.000,00; Patrcia Vilela Peloso, R$ 480,00; Marcelo Sonehara, R$ 61,00 Exerccio 2004, ano-calendrio 2003: Caroline Rodrigues Almeida, R$ 3.250,00;

'Plio Pereira Duarte, R$ 2.085,00; Rodrigo Figueiredo Monte-Raso, R$ 1425,00; Mauro Victor D. R, Paisa, R$ 2 180,00; Adriana Fonseca Casseb7le.065,00Exerccio 2005, ano-clend rio 2004:

Processo n 10665.720154/2007-36 Acrdo n. 2801-00293

S2-TE01 Fl 125

Rita Paula Gonalves Lopes, R$ 9.000,00; Rogrio Ferreira Mendes, R$ 3 000,00 Exerccio 2006, ano-calendrio 2005: Rita Paula Gonalves Lopes, R$ 5.875,00; Rogrio Ferreira Mendes, R$ 4.125,00. Sobre o imposto decorrente da glosa, das despesas mdicas relativas aos profissionais Solange Aparecida da Silva (R$ 1.480,00 no ano 2002), Llian Maria Ribeiro Conde (R$ 1.480,00 no ano 2002), Caroline Rodrigues Almeida (R$ 1.550,00 no ano 2002 e R$ 3.250,00 no ano 2003) e Tlio Pereira Duarte (R$ 1.040,00 no ano 2002 e R$ 2.085,00 no ano 2003), foi lanada multa qualificada de 150% e formalizada a representao fiscal para fins penais mediante o processo IV 10665.720155/2007-81, apenso. Conforme descrito pela autoridade lanadora fis, 03, a multa de oficio foi agravada tendo em vista que estes profissionais responderam s intimaes afirmando que no prestaram quaisquer servios mdicos ao contribuinte ou seus dependentes, e que tambm no reconheceram como suas as assinaturas apostas nos recibos apresentados. J com relao ao imposto decorrente da glosa das demais despesas mdicas (R$ 5.541,00 - ex. 2003, R$ 4.670,00 - ex. 2004, R$ 12.000,00 - ex. 2005, R$ 10.000,00 - ex. 2006), foi lanada multa de oficio de 75%, pelo fato dos recibos apresentarem irregularidades, chegando ao extremo de no constar quem foi o responsvel pelo suposto pagamento, bem como por falta de comprovao do efetivo desembolso, conforme descrito pela autoridade lanadora fl. 04. Como enquadramento legal so citados os seguintes dispositivos: art. 11, 3 do Decreto-Lei n 5.844, de 23 de setembro de 1943; arts. 73 e 80 do Decreto nO 3.000, de 26 de maro de 1999, Regulamento do Imposto de Renda - RIR/1999. Ocorrida a cincia em 20/03/2007 (fi, 02), em 19/04/2007, apresenta impugnao s fis, 50 a 53, instruda com os documentos de fis. 54 a 80, na qual se insurge to somente contra a glosa das despesas mdicas no valor de R$ 5.480,00 (Patricia Vilela Peloso, R$ 480,00 e Rita Paula Gonalves Lopes, R$ 5.000,00), R$ 2.490,00 (Rodrigo Figueiredo Monte-Raso, R$ 1.425,00 e Adriana Fonseca Casseb, R$ 1,065,00), R$ 12.000,00 (Rita Paula Gonalves Lopes, R$ 9.000,00 e Rogrio Ferreira Mendes, R$ 3.000,00) e R$ 10.000,00 (Rita Paula Gonalves Lopes, R$ 5.875,00 e Rogrio Ferreira Mendes, R$ 4.125,00), respectivamente nos anos 2002, 2003, 2004 e 2005. No intuito de comprovar que os servios foram prestados e os pagamentos correspondentes efetuados, apresenta declaraes por eles firmadas s fls. 54 a 64."

A Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belo Horizonte/MG, atravs do Acrdo 02-14.472, julgou procedente o lanamento, cujas concluses acham-se resumidas na seguinte EmentaASSUNTO IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA IRPF Exerccio: 2003, 2004 2006FSICA

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DEDUES DA BASE DE CLCULO DO IMPOSTO DESPESAS MDICAS Somente so admitidas as dedues com despesas mdicas, com observncia da legislao tributria e que estejam devidamente comprovadas nos autos, Lanamento Procedente,

Cientificado da deciso, em 06/07/2007, o interessado interps o recurso voluntrio de fls. 98/118, atravs das quais argumenta que no h limite imposto pela legislao tributria acerca de gastos com sade do contribuinte e seu dependentes, podendo, pois, serem abatidas integralmente, renda bruta, e que a comprovao de tais despesas se faz por meio de recibos de pagamentos e declaraes dos profissionais que realizaram os servios, sendo os recibos, com a descrio dos servios prestados, so indiscutivelmente documentos idneos capazes, por si s, de justificarem as despesas havidas. Rebela-se, ainda, contra a cobrana da Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidao e de Custdia Selic como juros de mora e da aplicao da multa confiscatria. o Relatrio.

VotoConselheiro Julio Cezar da Fonseca Furtado, Relator O recurso tempestivo e atende s demais condies de admissibilidade, portanto merece ser conhecido., Conforme relatado, a matria objeto do presente processo relaciona-se com glosas de despesas mdicas indevidamente deduzidas nas Declaraes de Ajuste Anual dos exerccios de 2003 a 2006, anos calendrios 2002, 2003, 2004 e 2005. Tendo em vista que o contribuinte parcelou a parte incontroversa do crdito tributrio, remanescendo como litigioso o imposto suplementar, conforme a seguir apontado: a) Exerccio 2003: R$ 1.506,99 (um mil, quinhentos e seis reais e noventa e nove centavos), multa de oficio de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora, decorrentes dos recibos de RITA PAULA GONALVES LOPES e PATRICIA VILELA PELOS NAVEGA, nos valores de, respectivamente, R$ 5.000,00 e 480,00; b) Exerccio 2004: R$ 684,75 (seiscentos e oitenta e quatro reais e setenta e cinco centavos), c) Exerccio 2006: R$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e cinqenta reais), multa de oficio de 75% (acrescido de multa de oficio de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora, decorrentes dos recibos de RODRIGO FIGUEIREDO MONTE RASO e ADRIANA FONSECA CASSEB, nos valores de, respectivamente, R$ L425,00 e R$ 1.065,00;

d) Exerccio 2005: R$ 3.300,00 (trs mil e trezentos reais), multa de oficio de 75% (setenta e cinco por cento) e jups-4e mora, decorrentes dos recibos emitidos por RITA4

Processo n" W665 720154/2007-36 Acrdo ri " 2801-0(L293

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PAULA GONALVES LOPES e ROGRIO FERREIRA MENDES, nos valores de, respectivamente, R$ 9,000,00 e R$ 3,000,00; e) Exerccio 2006: R$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e cinqenta reais), multa de oficio de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora, decorrentes dos recibos emitidos por RITA PAULA GONALVES LOPES e ROGRIO FERREIRA MENDES, nos valores de, respectivamente, R$ 5.875,00 e R$ 4,125,00, A deciso recorrida julgou procedente o lanamento quanto ao imposto suplementar acima discriminado, sob o fundamento de que no restou comprovada, de forma inequvoca, que foram realizados pagamentos vinculados prestao dos servios, atravs de extratos bancrios que comprovassem saques de valores em datas compatveis com as consignadas nos recibos de modo a corroborar a alegao de que os pagamentos poderiam ter sido feitos em espcie, seno de todos pelo menos de alguns, ou, ainda, documentos que reforassem a convico de que de fato houve a prestao dos servios correspondentes, tais como exames, laudos, radiografias, receitas mdicas, exame laboratoriais, notas fiscais de aquisio de remdios e outras. Isto porque, a legislao, de fato, no exige que o contribuinte comprove o pagamento da despesa mdica nos termos acima apontados. De fato, o RIR/1999, em seu artigo 80, 1,, III, determina, to s, que:"limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicao do nome, endereo e nmero de inscrio no Cadastro de Pessoas Fsicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentao, ser feita indicao do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento,"

Donde se extrai que a expresso na 'falta de documentao" quer dizer na FALTA DE RECIBO ou de NOTA FISCAL, conforme a natureza do prestador do servio, a comprovao poder ser feita atravs de cheque nominativo no valor do servio prestado. Alis, de se esclarecer que at hoje, pelo menos naquilo que do meu conhecimento, no foi expedido pelo Ministro da Fazenda o modelo de RECIBO que retrate as operaes realizadas entre pessoas fisicas, ou entre pessoas fisicas e jurdicas, especialmente naquelas que possam repercutir na esfera do imposto de renda. De fato, assim, dispe a Lei n, 8.846, de 1994:Art. 1"A emisso de nota fiscal, recibo ou documento equivalente, relativo venda de mercadorias, prestao de servios ou operaes de alienao de bens mveis, dever ser efetuada, para efeito da legislao do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, no momento da efetivao da operao, 1" O disposto neste artigo tambm alcana,. a) a locao de bens mveis e imveis; b) quaisquer outras transaes realizadas com bens e servios, praticadas por pe..srosisicas ou jurdicas. s5

2" O Ministro da Fazenda estabelecer, para efeito da legislao do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, os documentos equivalentes nota fiscal ou recibo podendo dispens-los quando os considerar desnecessrios. (destaquei)

Ora, o citado dispositivo legal somente fala em nota fiscal ou recibo como documentos hbeis para regular as transaes realizadas com bens e servios praticadas por pessoas fisicas ou jurdicas, no estabelecendo quaisquer outras condies para comprovar a forma de pagamento da despesa mdica, coincidente em datas e valores por meio de cpias de cheques, extratos bancrios, atravs de exames, laudos, receiturios, ou qualquer documentao probatria, no bastando a mera exibio do recibo, que , repita-se, na forma da Lei n, &846/1994, o documento hbil para regular tais transaes. Conclui-se da que a Fazenda Pblica no aceitando que os pagamentos sejam feitos em moeda corrente para comprovar as despesas realizadas, est fazendo com que terceiros recusem "MOEDA DE CURSO LEGAL NO PAS, cuja prtica constitui CONTRAVENO REFERENTE F PBLICA, nos termos do Decreto-Lei n, 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenes Penais, Contraria, outrossim, o artigo 1, da Lei n 9.069, de junho de 1995, segundo o qual "a partir de 1 de julho de 1994, a unidade do Sistema Nacional passa a ser o REAL (Art. 2 da lei n8.880, de 27 de maio de 1994), que ter curso legal em todo o territrio nacional". Sobre o tema, vale transcrever comentrios de Jos Tadeu de Chiara, Professor da USP, extrados da obra Direito Econmico, obtidos em pesquisa no site do Google:"Ttulo: Direito Econmico Autor: Jos Tadeu de Chiara

O curso legal significa que a moeda no pode ser recusada; recusar o instrumento monetrio nacional contraveno penal. O DL 857 quando diz que nula a estipulao que de qualquer forma restrinja o curso legal da moeda nos d um conceito de direito de nulidade; a lei est a cuidar das relaes jurdicas e no das relaes de fato (pois a nulidade no ocorre na relao de fato, elas so legtimas ou ilegtimas), ) O curso legal se caracteriza pela impossibilidade de legtima e validamente se recusar a unidade monetria definida pelo Estado; o DL quando tutela o curso legal o faz com o seguinte enunciado " nulo, e no sortir nenhum efeito, a estipulao que restrinja ou recuse a moeda nacional"; em paralelo, nas contravenes penais, est tipificado a contraveno da recusa da moeda nacionaL O DL no est a se referir s relaes de fato, pois situaes de fato no so nulas ou anulveis, ser legtimas ou ilegtimas, lcitas ou ilcitas,. Nula a situao de direito; e isto implica que no DL no se trata do curso legal enquanto instrumento fsico; pois este tpico da situao de fato Quando estipulo algo que o direito no reconhece vlido, tenho as' teses de nulidade ou seja, a Az\ situao no pode ser acol (da pqlo sistema de direito.." !i6

Processo 0" 10665 720154/2007-36 Acrdo o 2801-00.29.3

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A propsito, sobre o tema pagamento, transcrevemos trechos da aula do Prof Rafael de Menezes Unicap, sobre o terna EXTINO DAS OBRIGAES: "() 1 Pagamento: a principal forma de extino das obrigaes. O pagamento muito comum e ocorre com freqncia na sociedade, pois toda obrigao nasce para ser satisfeita. A imensa maioria das obrigaes so cumpridas/pagas, de modo que o devedor .fica liberado, S uma minoria das obrigaes que no satisfeitas, pelo que o devedor poder ser judicialmente processado pelo credor.Conceito: num conceito mais simples, pagamento, pagamento a morte natural da obrigao, ou a realizao real da obrigao, mas nem sempre em dinheiro (ex. A paga a B para pintar uma quadro, de modo que a obrigao de .B ser . firzer o quadro, o pagamento de B ser realizar o servio). O leigo tende a achar que todo pagamento em dinheiro, mas nem sempre, pois em linguagem jurdica pagar executar a obrigao, seja essa obrigao de dar uma coisa, de fazer um servio ou de se abster de alguma conduta (no-fazer). Num conceito mais completo, pagamento o ato jurdico formal, unilateral, que corresponde execuo voluntria e exata por parte . do devedor da prestao devida ao credor, imo tempo, modo e lugar previstos no ttulo constitutivo. Vamos comentar este conceito.'

Como se prova o pagamento? J dissemos, com o recibo/quitao. Quitao vem do latim "quietare", que significa aquietr, acalmar, tranqilizar. Quitao o documento escrito em que o credor reconhece ter recebido o pagamento e exonera o devedor da obrigao, (,) nus da prova: quem deve provar que houve pagamento? Se a obrigao positiva, ou seja, de dar e de fazer, o nus da prova do devedor, assim se voc devedor, guarde bem seu recibo. Se a obrigao negativa o nus da prova do credor, cabe ao credor provar que o devedor' descumpriu o dever de absteno, pois no razovel exigir que o devedor prove que se omitiu, e mai .fcil exigir que o credor prove que o devedor deixou de se omitir, fazendo o que no podia, descumprindo aquela obrigao negativa."

Tais consideraes so para demonstrar que este Relator no comunga com as restries do lanamento, no tocante forma de pagamento da prestao de servio, bastando que seja realizado contra recibo, seja em moeda corrente, cheque, transferncia bancria, qualquer que seja a forma adotada, carto de crdito, etc. A Lei n'. 9,250, de 26 de dezembro de 1995, em seu art. 8, inc. II, alnea "a", estabelece que na declarao de ajuste anual, para apurao da base de clculo do imposto, podero ser deduzidos pagamentos efetuados, no ano-calendrio, a mdicos, dentistas,7

psiclogos, fisioterapeutas, forioaudilogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, servios radiolgicos, aparelhos ortopdicos e prteses ortopdicas e dentrias, restringindo-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte relativos ao seu tratamento e ao de seus dependentes. No obstante todas as oportunidade dadas ao interessado para apresentar os documentos hbeis a ampararem seu pleito, no trouxe com o recurso qualquer outro elemento de prova, apenas argumentando, no tocante s despesas mdicas, que os servios foram efetivamente prestados, apresentando tempestivamente os recibos que lhes foram entregues mediante pagamento pelos servios mdicos prestados, segundo prescrito no inciso III, do 2, do artigo 8', da Lei 9150/1995. De acordo com o 2, III, do dispositivo anteriormente citado, a deduo est condicionada ainda a que os pagamentos sejam especificados e comprovados, com indicao do nome, endereo e CPF ou CNP3 de quem os recebeu, podendo, na falta de documentao, ser feita indicao de cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. Embora no concordando com as restries quanto forma de pagamento da prestao dos servios, moeda corrente quitada mediante RECIBOS, entendo que estes, para darem suporte s dedues a que os mesmos se referem, devem preencher os requisitos previstos no 2, III, do artigo 8, da Lei n, 9150/1995. Analisados os recibos, em que pesem as declaraes dos respectivos profissionais anexadas s fls. 54/64, nota-se que tais RECIBOS foram emitidos em desacordo com o dispositivo legal citado, como por exemplo, ausncia do nome de quem pagou, a quem o servio foi prestado (ao prprio ou dependente), no especifica o tipo de tratamento realizado, e no de uma maneira geral segundo a rea de especializao do profissional, falta de endereo, CPF ou CNP." deste. Seno, vejamos: No ano-calendrio de 2002, os recibos (fls. 16v, 17 e 17v) de RITA PAULA GONALVES LOPES, no montante de R$ 5.000,00, no indicam o tipo de tratamento prestado e o endereo do emitente. Ainda, no mesmo ano, aqueles (fls. 16 el 6v) de PATRICIA VILELA PELOS NAVEGA, no valor de R$ 480,00, no mencionam o nome do paciente. No ano-calendrio de 2003, os recibos (fls. 20v e 21) de RODRIGO FIGUEIREDO, no valor de R$ L425,00, igualmente so omissos em relao ao nome do paciente. O mesmo quanto ao recibo (fls. 20) de ADRIANA FONSECA CASSEB, no valor de R$ 1.065,00, No ano-calendrio de 2004, os recibos (fis. 21v e 22), de RITA PAULA GONALVES LOPES, no valor de R$ 9.000,00, bem como os (fis. 23v) de ROGERIO FERREIRA MENDES, no valor de R$ 3.000,00, no especificam o tipo de tratamento realizado e o endereo do emitente. No ano-calendrio de 2005, os recibos (fls. ), de RITA PAULA GONALVES LOPES, no valor de R$ 5.875,00, bem assim o (fis. ), de ROGRIO FERREIRA MENDES, no valor de R$ 4.125,00, no mencionam o tipo de tratamento e o endereo do emitente. Ante o aci recorrida. 8 devem ser mantidas as glosas, consoante a deciso

Processo n 0 10665 720154/2007-36 Acrdo n " 2801-00.293

S2-TE01 Fl 128

Em longas consideraes, insurge-se, ainda, o contribuinte conta a cobrana dos juros calculados pela Taxa SELIC, Ocorre, no entanto, que razo no assiste ao Recorrente pois a cobrana da Taxa SELIC est coerente com o que dispe o CTN, em seu artigo 161, verbis"art. 161 O crdito no integralmente pago no vencimento acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuzo da imposio das penalidades cabveis e da aplicao de quaisquer medidas de garantia prevista nesta Lei ou em lei tributria, 1"- Se a lei no dispuser de modo diverso, os juros de mora so calculados tara de 1% (um por cento) ao ms."

E mais, o pargrafo primeiro do artigo .38, da Lei n 9,069/1995, estabelece que "em nenhuma hiptese os juros de mora previstos no caput deste artigo podero ser inferiores taxa de juros estabelecida no art, 161, pargrafo 1, da Lei n 5.172, de 25 de outubro de 1966, no art. 59 da Lei n8.38.3, de 1991, e no art. 3" da Lei n8.620, de 5 de janeiro de 1993". Essa matria encontra-se devidamente disciplinada pelo legislador ordinrio, estando consolidada no RIR/1999, cujo artigo 95.3 e pargrafos estabelecem:"Art., 9.53: Em relao aos fatos geradores ocorridos a partir de 1" de abril de 1995, os crditos tributrios da Unio no pagos at a data do vencimento sero acrescidos de juros de mora equivalentes variao da tara referencial do Sistema de Liquidao e Custdia SEL1C para ttulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do ms subseqente ao vencimento do prazo at o ms anterior ao do pagamento (Lei n" 8.981, de 1995, art. 84, inciso 1, e 1", Lei n" 9.06.5, de 199.5, art. 13, e Lei n9.430, de 1996, de 1996, 39, 1", No ms em que o dbito for pago, os juros de mora sero de um por cento (Lei. 891, de 1995, art. 84, 2", e Lei 9.430, de 1996, art. 61, . 39. 2.. Os juros de mora no incidem sobre o valor da multa de mora que trata o art. 950 (Decreto-lei n2,323, de 1987, art. 16, pargrafo nico, e Decreto-lei n" 2.331, de 28 de maio de 1987, art. 69.

,y 3" Os juros de mora sero devidos, inclusiva durante o perodoem que a respectiva cobrana houver sido suspensa por deciso administrativa ou judicial (Decreto-lei n" 1.736, de 1979, art. 5').

Dessa forma, existindo previso legal para aplicao da Taxa Selic, e enquanto no for declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no pode deixar de ser aplicada sobre o valor do crdito tributrio exigido via lanamento de oficio. Como em mbito federal h diploma legal prprio tratando da matria (Lei n 9.065/95), deve a lei especfica prevalecer,.. a essa via administrativa avaliar a legalidade do ndice em comento, o quei,impossibilit a anlise quanto ao suposto valor9

exacerbado dos juros moratrios, mesmo porque existe Smula deste Colegiado a esse respeito, como se v dos seguintes enunciados, verbis:"IV -Enunciado n" 4 -A partir de 1" de abril de 1995, os juros moratrias incidentes sobre dbitos tributrios administrados pela Secretaria da Receita Federal so devidos, no perodo de inadimplncia, taxa referencial do Sistema Especial de Liquidao e Custdia -SELIC para ttulos ,federais; "

Dessa forma, existindo previso legal para aplicao da Taxa SELIC, e enquanto no for declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no pode deixar de ser aplicada sobre o valor do crdito tributrio via lanamento de oficio. Por todo o exposto, nego provimento ao recurso. e ir ia onseca Furtado

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