acórdão cargo em comissão 1

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T R I B U N A L D E J U S T I Ç A RS ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA AJALR Nº 70044058980 2011/CÍVEL CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CARGOS EM COMISSÃO. ART. 32, CE/89. ART. 37, V, CF/88. PROVIMENTO EXCLUSIVO DOS CARGOS DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO. LEI MUNICIPAL Nº 5.281/10, DE IJUÍ, E NÃO OCORRÊNCIA DAS HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS. INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO, SEM REDUÇÃO DE TEXTO. RESSALVA DOS CARGOS QUE ATENDEM OS COMANDOS CONSTITUCIONAIS. O Estado de Direito apresenta como princípio fundamental o respeito à igualdade, traduzindo, naquilo que diz respeito aos cargos públicos, na sua livre acessibilidade, o que está posto, com todas as letras, no artigo 20, Constituição Estadual de 1989, em simetria com o que dispõe a Constituição Federal e seu artigo 37, II. Por isso, regra é o provimento dos cargos públicos mediante concurso público, abrindo-se exceção apenas nas hipóteses que a Constituição Estadual, artigo 32, declina em caráter numerus clausus, na esteira do que dispõe o artigo 37, V, da Carta Federal, é dizer, apenas nas hipóteses de direção, chefia e assessoramento, onde presente intensa relação de confiança. Não ocorre isso quanto à maioria dos cargos previstos na Lei Municipal nº 5.281/10, de Ijuí, impondo-se a procedência parcial da demanda para proclamar a inconstitucionalidade de seu art. 1º e respectivos anexos. AÇÃO DIRETA DE ÓRGÃO ESPECIAL 1

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIOTRIBUNAL DE JUSTIÇA

AJALRNº 700440589802011/CÍVEL

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CARGOS EM COMISSÃO. ART. 32, CE/89. ART. 37, V, CF/88. PROVIMENTO EXCLUSIVO DOS CARGOS DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO. LEI MUNICIPAL Nº 5.281/10, DE IJUÍ, E NÃO OCORRÊNCIA DAS HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS. INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO, SEM REDUÇÃO DE TEXTO. RESSALVA DOS CARGOS QUE ATENDEM OS COMANDOS CONSTITUCIONAIS.O Estado de Direito apresenta como princípio fundamental o respeito à igualdade, traduzindo, naquilo que diz respeito aos cargos públicos, na sua livre acessibilidade, o que está posto, com todas as letras, no artigo 20, Constituição Estadual de 1989, em simetria com o que dispõe a Constituição Federal e seu artigo 37, II.Por isso, regra é o provimento dos cargos públicos mediante concurso público, abrindo-se exceção apenas nas hipóteses que a Constituição Estadual, artigo 32, declina em caráter numerus clausus, na esteira do que dispõe o artigo 37, V, da Carta Federal, é dizer, apenas nas hipóteses de direção, chefia e assessoramento, onde presente intensa relação de confiança.Não ocorre isso quanto à maioria dos cargos previstos na Lei Municipal nº 5.281/10, de Ijuí, impondo-se a procedência parcial da demanda para proclamar a inconstitucionalidade de seu art. 1º e respectivos anexos.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

ÓRGÃO ESPECIAL

Nº 70044058980 PORTO ALEGRE

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA REQUERENTE

MUNICÍPIO DE IJUÍ REQUERIDO

CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE IJUÍ

REQUERIDA

PROCURADOR-GERAL DO ESTADO INTERESSADO

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AJALRNº 700440589802011/CÍVEL

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes do Órgão Especial

do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em julgar procedente, em

parte, o pedido, para declarar a inconstitucionalidade de parte do art. 1º e

anexos da Lei nº 5.281/10, do Município de Ijuí, ressalvando, em relação aos

cargos constantes do pedido, aqueles de Diretor de Recursos Humanos;

Coordenador de Desenvolvimento Econômico; Coordenador de Indústria,

Comércio e Turismo; Coordenador Serviços Organização de Eventos;

Coordenador Serviços de Apoio; Coordenador de Desenvolvimento Rural;

Coordenador de Desenvolvimento Urbano; Administrador do Centro de

Referência Regional de Saúde do Trabalhador; Coordenador

Desenvolvimento Socioambiental; Coordenador Especial de Habitação; e

Coordenador Especial de Cultura. Diferida a eficácia da decisão por 06 (seis)

meses, a contar da sua publicação.

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes

Senhores DESEMBARGADORES LEO LIMA (PRESIDENTE), MARCELO

BANDEIRA PEREIRA, MARCO AURÉLIO DOS SANTOS CAMINHA,

GASPAR MARQUES BATISTA, ARNO WERLANG, NEWTON BRASIL DE

LEÃO, SYLVIO BAPTISTA NETO, FRANCISCO JOSÉ MOESCH, IVAN

LEOMAR BRUXEL, LUIZ FELIPE BRASIL SANTOS, MARIA ISABEL DE

AZEVEDO SOUZA, IRINEU MARIANI, AYMORÉ ROQUE POTTES DE

MELLO, RICARDO RAUPP RUSCHEL, MARCO AURÉLIO HEINZ, JOSÉ

AQUINO FLÔRES DE CAMARGO, CARLOS RAFAEL DOS SANTOS

JÚNIOR, LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO, ORLANDO HEEMANN

JÚNIOR, ALEXANDRE MUSSOI MOREIRA, ANDRÉ LUIZ PLANELLA

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AJALRNº 700440589802011/CÍVEL

VILLARINHO, CLÁUDIO BALDINO MACIEL, ANGELO MARANINCHI

GIANNAKOS E TÚLIO DE OLIVEIRA MARTINS.

Porto Alegre, 17 de outubro de 2011.

DES. ARMINIO JOSÉ ABREU LIMA DA ROSA, Relator.

R E L A T Ó R I O

DES. ARMINIO JOSÉ ABREU LIMA DA ROSA (RELATOR) – O

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL propõe ação direta de inconstitucionalidade visando a retirada do

ordenamento jurídico de parte do artigo 1º, do Anexo I e dos demais Anexos

da Lei Municipal nº 5.281, de 22.07.2010, do Município de Ijuí, fls. 48 a 56,

que “Cria o quadro especial de provimento em comissão do Poder Executivo

Municipal; revoga leis que menciona e dá outras providências”,

especificamente em relação aos cargos a seguir relacionados, tal como

constante da emenda ofertada à inicial:

I – Gabinete do Executivo Municipal:

- Coordenador Serviços Recepção (CC3);

- Coordenador Serviços Administrativos (CC4);

- Coordenador Serviços Administrativos da Procuradoria Geral (CC6);

- Coordenador Serviço de Cerimonial (CC7);

II – Secretaria Municipal de Governo e Articulação Institucional:

- Coordenador Serviço de Atendimento ao Consumidor (CC4);

- Coordenador Serviço de Educação ao Consumidor (CC4);3

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AJALRNº 700440589802011/CÍVEL

III – Secretaria Municipal de Administração:

- Diretor de Recursos Humanos (CC2);

- Chefe Núcleo de Folha de Pagamento (CC3);

IV – Secretaria Municipal da Fazenda:

- Administrador de Compras e Materiais (CC1);

- Coordenador de Almoxarifado e Patrimônio (CC2);

- Coordenador de Convênios e Contratos (CC4);

- Coordenador Administrativo ISS (CC4);

- Coordenador Serviços Cobrança Tributos (CC6);

- Chefe Núcleo de Cadastro (CC5);

- Coordenador Serviços de Manutenção Patrimonial (CC6);

- Coordenador Serviços Administrativos COPAM (CC6);

- Coordenador Serviços de Compras (CC6);

V – Secretaria Municipal de Planejamento:

- Coordenador Administrativo (CC2);

- Coordenador de Orçamento e Projetos (CC2);

- Coordenador de Informações, Planejamento e Projetos (CC3);

- Assessor de Projetos (CC3);

VI – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social

- Coordenador Administrativo (CC2);

- Coordenador de Projetos – CRAS (CC4);

- Coordenador de Programas Comunitários – CRAS (CC4);

- Coordenador Plantão Social (CC4);

- Coordenador Clube de Mães (CC4);

- Coordenador Conselhos Municipais (CC5);

- Coordenador Programas Comunitários – CREAS (CC5);

- Coordenador de Projetos – CREAS (CC6);

- Coordenador Serviços de Cadastro (CC6);

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AJALRNº 700440589802011/CÍVEL

- Coordenador Serviços Assistência Social (CC6);

- Coordenador Serviço Administrativo – CRAS (CC6);

- Coordenador Serviços de Auxílios Comunitários (CC5);

- Coordenador Serviços de Abrigagem (CC7);

VII – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e

Turismo:

- Coordenador de Desenvolvimento Econômico (CC2);

- Coordenador de Indústria, Comércio e Turismo (CC2);

- Coordenador Administrativo (CC2);

- Coordenador Serviços de Organização de Eventos (CC3);

- Coordenador Serviços de Pesquisa (CC5);

- Coordenador Serviços de Geração de Trabalho e Renda (CC4);

- Coordenador Divulgação Turística (CC6);

- Coordenador Serviços de Apoio (CC3);

- Coordenador Distritos Industriais (CC5);

VIII – Secretaria Municipal de Educação:

- Coordenador Educação Profissional – IMEAB (CC3);

- Coordenador Programas Educativos (CC3);

- Chefe de Serviços Agrícolas (CC4);

- Coordenador de Serviços de Recepção – SMED (CC4);

- Coordenador Ensino da Arte (CC4);

- Coordenador de Música (CC5);

- Coordenador Serviços Área Vegetal – IMEAB (CC5);

- Coordenador Serviços Área Animal – IMEAB (CC6);

- Coordenador Serviços Transporte Escolar (CC6);

IX – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural:

- Coordenador Administrativo (CC2);

- Coordenador Desenvolvimento Rural (CC2);

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AJALRNº 700440589802011/CÍVEL

- Coordenador Geral da Garagem Municipal (CC2);

- Coordenador Oficina da Garagem Municipal (CC2);

- Coordenador Serviços de Controle e Manutenção de Máquinas (CC4);

- Coordenador Núcleo de Produção Vegetal (CC4);

- Coordenador Equipe Serviços do Meio Rural (CC4);

- Chefe Equipes de Pontes e Boeiros (CC4);

- Coordenador Serviços de Recepção e Encaminhamento (CC6);

X – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano:

- Coordenador de Trânsito (CC2);

- Coordenador Administrativo (CC2);

- Coordenador Desenvolvimento Urbano (CC2);

- Chefe Equipe de Pavimentação (CC3);

- Chefe Núcleo de Limpeza Pública (CC3);

- Chefe Equipe Conservação Espaços Públicos (CC4);

- Coordenador Serviços Educação no Trânsito (CC4);

- Coordenador Serviços de Abastecimento (CC5);

- Chefe Equipe de Ajardinamento (CC6);

- Chefe Equipe de Asfalto (CC4);

- Coordenador da Frota Veículos Municipais (CC4);

- Coordenador Serviços de Pintura e Sinalização Viária (CC6);

- Coordenador dos Cemitérios Municipais (CC6);

- Coordenador de Limpeza de Veículos (CC6);

- Coordenador Limpeza Garagem Municipal (CC6);

- Chefe Serviços da Usina de Asfalto (CC6);

- Chefe Serviços Elétricos de Veículos (CC6);

- Coordenador Movimentação de Veículos – Garagem (CC7);

XI – Secretaria Municipal de Saúde:

- Coordenador Administrativo (CC2);

- Administrador do Centro de Referência Regional de Saúde do Trabalhador (CC2);

- Coordenador de Manutenção (CC2);

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- Coordenador de Suprimento (CC2);

- Administrador da Farmácia Popular (CC3);

- Assessor Farmácia Popular (CC3);

- Chefe Serviço Administrativo (CC4);

- Coordenador Equipe Assistência Social/Saúde (CC4);

- Coordenador Serviços Central de Medicamentos (CC5);

- Coordenador Serviços Encaminhamentos Médicos (CC5);

- Coordenador Serviços de Informações (CC5);

- Coordenador Serviços Especializados (CC6);

- Coordenador Serviços de Almoxarifado (CC6);

- Coordenador Serviços Manutenção de Prédios (CC6);

- Coordenador Serviços de Faturamento (CC6);

- Coordenador Farmácia Popular (CC6);

- Coordenador Serviço Controle de Medicamentos (CC6);

- Coordenador Serviços de Recepção e Encaminhamento (CC6);

- Coordenador Equipe de Recepção (CC6);

- Coordenador Equipe de Atendimento (CC6);

XII – Secretaria Municipal de Meio Ambiente:

- Coordenador Desenvolvimento Socioambiental (CC2);

- Coordenador Serviços Educação Ambiental (CC6);

- Coordenador Serviços Gestão Ambiental (CC6);

- Coordenador Serviços Aterro Sanitário (CC6);

XIII – Coordenadoria Especial de Habitação:

- Coordenador Especial de Habitação (CC2);

- Assessor Coordenador Especial (CC2);

- Coordenador Núcleo Habitação (CC3);

- Coordenador Serviços Melhoramento Habitacional (CC3);

- Coordenador de Projetos Habitacionais (CC4);

- Coordenador Especial de Cultura (CC2);

- Mestre de Música da Banda Municipal (CC3);

- Coordenador Eventos Culturais (CC6);

- Coordenador do Tele Centro (CC6);

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XIV – Coordenadoria Especial de Desporto e Lazer:

- Coordenador Especial de Desporto e Lazer (CC2);

- Chefe Serviço Administrativo (CC4);

- Coordenador Complexo Poliesportivo (CC4);

- Coordenador Lazer Comunitário (CC5);

- Coordenador Serviço Desporto Amador (CC5);

- Coordenador Serviços de Eventos Esportivos (CC6);

- Coordenador Serviços Desporto Comunitário (CC7).

Impugna, ainda, as respectivas atribuições dos cargos em

referência, previstas nos demais Anexos da Lei Municipal nº 5.281/10, por

não corresponderem a funções de direção, chefia ou assessoramento,

padecendo de inconstitucionalidade material, ante afronta aos artigos 20,

caput e § 4º, e 32, caput, CE/89 e art. 37, II e V, CF/88, estes últimos

aplicáveis aos municípios, por força do art. 8º, caput, CE/89.

Não houve pedido de liminar.

Em face de divergência quanto às pautas normativas

constantes da causa de pedir e aquelas relacionadas no pedido, abri prazo

para manifestação do autor, que, então, apresentou aditamento.

Recebido o aditamento e a corrigenda relativamente ao pedido

e a Lei nº 5.281/10 do Município de Ijuí, explicitados os cargos

comissionados objeto da ADI, conforme acima descrito.

Citados, fls. 522, 531v e 532, deixaram de se manifestar o

Município e a Câmara de Vereadores de Ijuí, tendo apenas se pronunciado o

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Procurador-Geral do Estado, apontando inexistir algum tipo de estruturação

hierárquica nos cargos constantes do texto legislado, a par de decorrer das

atribuições de chefia e direção a eles previstas, mesmo na forma menos

pura, com certeza têm a natureza de assessoramento e coordenação – com

poderes de revisão e de gestão –, configuração de nítida hipótese de típicos

cargos em comissão.

Manifestou-se o Ministério Público pela procedência integral da

ação direta de inconstitucionalidade.

É o relatório.

V O T O S

DES. ARMINIO JOSÉ ABREU LIMA DA ROSA (RELATOR) – Assim

discorre o artigo 32, Constituição Estadual, com a redação conferida pela EC

nº 12/95:

Art. 32 - Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e com atribuições definidas de direção, chefia ou assessoramento, são de livre nomeação e exoneração, observados os requisitos gerais de provimento em cargos estaduais.

§ 1º - Os cargos em comissão não serão organizados em carreira.

§ 2º - A lei poderá estabelecer, a par dos gerais, requisitos específicos de escolaridade, habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargos em comissão.

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Também em outro dispositivo a Carta Estadual cuida de

reiterar compromisso com a regra geral, inerente ao Estado de Direito,

quanto à acessibilidade democraticamente conferida a todos, resguardando

a excepcionalidade daqueles cargos destinados à implementação das

diretrizes políticas e ao indispensável assessoramento:

Art. 20 - A investidura em cargo ou emprego público assim como a admissão de empregados na administração indireta e empresas subsidiárias dependerão de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos de provimento em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

(...)

§ 4º - Os cargos em comissão destinam-se à transmissão das diretrizes políticas para a execução administrativa e ao assessoramento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 14.12.95)

Disposições estas que não deixam de corresponder à

incorporação, pelo legislador estadual, de princípios republicanos, para

utilizar expressão em voga, consignados na Constituição Federal, como se

sabe:

Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão

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declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(...)

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Ou seja, proclamado, em alto e bom som, como princípio

básico, o da ampla acessibilidade aos cargos públicos, admitindo-se

restrição apenas excepcionalmente, nas hipóteses elencadas numerus

clausus, de (1) direção; (2) chefia; e (3) assessoramento.

A excepcionalidade decorre de ser a regra geral o provimento

dos cargos públicos mediante concurso, em respeito ao princípio da

igualdade, especificado no denominado princípio da acessibilidade dos

cargos públicos a todos os brasileiros, reconhecendo nosso maior jurista a

existência de um direito público subjetivo aos cargos públicos (PONTES DE

MIRANDA, “Comentários à Constituição de 1967, com a Emenda nº 1, de

1969”, RT, II, p. 467).

Oportuno destacar tanto o cabimento da ação direta, como a

competência deste Tribunal de Justiça, mesmo sendo a norma invocada da

Constituição Estadual reprodução de texto constante da Carta Federal.

Como se sabe, as normas das Constituições Estaduais, em

face daquelas constantes da Constituição Federal, ora podem apresentar-se

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como (1) de reprodução obrigatória; ou (2) reprodução facultativa; ou, (3)

meramente remissivas.

Sabe-se, no ponto, a evolução da jurisprudência do Supremo

Tribunal Federal, vindo a aceitar, no âmbito estadual, o cabimento da ação

direta de inconstitucionalidade e, pois, a competência dos Tribunais

Estaduais, inclusive quanto à última classe de normas jurídicas, como se

pode ver na douta análise procedida pelo Ministro GILMAR MENDES, na Rcl

nº 4.432-TO, de que vale transcrever a parte exponencial da decisão

monocrática:

“A questão versada na presente reclamação diz respeito ao problema dos limites impostos aos Tribunais de Justiça dos Estados para o exercício do controle abstrato de constitucionalidade das leis ou atos normativos estaduais e municipais em face da Constituição estadual, o que implica a interpretação do art. 125, § 2º da Constituição Federal. De forma mais específica, questiona-se, neste caso, se existiriam normas da Constituição do Estado-membro que, por sua natureza peculiar, estariam excluídas da apreciação do Tribunal de Justiça. A questão ganha relevo diante da constatação de que muitas normas presentes nas Constituições estaduais apenas reproduzem dispositivos da Constituição Federal, ou, em outros casos, a eles fazem remissão.

Alega o reclamante que tais normas não podem servir de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade de atos normativos municipais, pois dessa forma estar-se-ia conferindo ao Tribunal de Justiça a competência para exercer a fiscalização abstrata da constitucionalidade de leis ou atos normativos municipais em face da Constituição Federal, o que configuraria afronta à decisão deste Supremo Tribunal Federal na ADI n° 508/MG, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 23.5.2003, a qual possui a seguinte ementa:

'EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU ATO NORMATIVO MUNICIPAL, EM FACE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: CABIMENTO ADMITIDO PELA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, QUE ATRIBUI COMPETÊNCIA AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA PROCESSÁ-LA E JULGÁ-LA. INADMISSIBILIDADE.

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1. O ordenamento constitucional brasileiro admite Ações Diretas de Inconstitucionalidade de leis ou atos normativos municipais, em face da Constituição estadual, a serem processadas e julgadas, originariamente, pelos Tribunais de Justiça dos Estados (artigo 125, parágrafo 2° da C.F.). 2. Não, porém, em face da Constituição Federal. 3. Aliás, nem mesmo o Supremo Tribunal Federal tem competência para Ações dessa espécie, pois o art. 102, I, "a", da C.F. só a prevê para Ações Diretas de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. Não, assim, municipal. 4. De sorte que o controle de constitucionalidade de leis ou atos normativos municipais, diante da Constituição Federal, só se faz, no Brasil, pelo sistema difuso, ou seja no julgamento de casos concretos, com eficácia, "inter partes", não "erga omnes". 5. Precedentes. 6. Ação Direta julgada procedente, pelo S.T.F., para declarar a inconstitucionalidade das expressões "e da Constituição da República" e "em face da Constituição da República", constantes do art. 106, alínea "h", e do parágrafo 1° do art. 118, todos da Constituição de Minas Gerais, por conferirem ao respectivo Tribunal de Justiça competência para o processo e julgamento de A.D.I. de lei ou ato normativo municipal, em face da Constituição Federal. 7. Plenário. Decisão unânime.'

Ressalto, no entanto, que o Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de analisar, em sede de reclamação, a questão relativa à competência de Tribunal de Justiça estadual para conhecer de ação direta de inconstitucionalidade formulada contra lei municipal em face de parâmetro constitucional estadual que, na sua essência, reproduz disposição constitucional federal.

Cuidava-se de controvérsia sobre a legitimidade do IPTU instituído por lei municipal de São Paulo, capital (Lei municipal nº 11.152, de 30.12.91). Concedida a liminar pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, opôs a Prefeitura da capital daquele Estado reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, sustentando que, embora fundada na inobservância de preceitos constitucionais estaduais, a ação direta acabava por submeter à apreciação do Tribunal de Justiça do Estado o contraste entre a lei municipal e normas da Constituição Federal (Rcl. nº 383, Rel. Min. Moreira Alves, julgada em 11.06.1992, DJ de 21.05.1993).

   Anteriormente, julgando a Reclamação nº 370, afirmara o Supremo

Tribunal Federal que faleceria competência aos Tribunais de Justiça estaduais para conhecer de representação de inconstitucionalidade de lei estadual ou municipal em face de parâmetros formalmente estaduais, mas substancialmente integrantes da ordem constitucional federal. Considerou-se então que a reprodução na Constituição estadual de normas constitucionais obrigatórias em todos os níveis da federação "em termos

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estritamente jurídicos" seria "ociosa" (Rcl. nº 370, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgada em 09.04.1992, DJ de 29.06.2001). Asseverou-se que o texto local de reprodução formal ou material, "não obstante a forma de proposição normativa do seu enunciado, vale por simples explicitação da absorção compulsória do preceito federal, essa, a norma verdadeira, que extrai força de sua recepção pelo ordenamento local, exclusivamente, da supremacia hierárquica absoluta da Constituição Federal" (Rcl. nº 370, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgada em 09.04.1992, DJ de 29.06.2001).  

A tese concernente à ociosidade da reprodução de normas constitucionais federais obrigatórias no texto constitucional estadual esbarra já nos chamados princípios sensíveis, que impõem, inequivocamente, aos Estados-membros, a rigorosa observância daqueles estatutos mínimos (CF, art. 34, VII). Nenhuma dúvida subsiste de que a simples omissão da Constituição estadual, quanto à inadequada positivação de um desses postulados, no texto magno estadual, já configuraria ofensa suscetível de provocar a instauração da representação interventiva.

Não é menos certo, por outro lado, que o Estado-membro deve observar outras disposições constitucionais estaduais, de modo que, adotada a orientação esposada inicialmente pelo Supremo Tribunal Federal, ficaria o direito constitucional estadual 'substancial - reduzido, talvez, ao preâmbulo e às cláusulas derrogatórias. Até porque, pelo modelo analítico de Constituição adotado entre nós, nem mesmo o direito tributário estadual pode ser considerado, segundo uma orientação ortodoxa, um direito substancialmente estadual, já que, além dos princípios gerais, aplicáveis à União, aos Estados e Municípios (arts. 145-149), das limitações ao poder de tributar (arts. 150-152), contempla o texto constitucional federal, em seções autônomas, os impostos dos Estados e do Distrito Federal (Seção IV - art. 155) e os impostos municipais (Seção V - art. 156). Como se vê, é por demais estreito o espaço efetivamente vago deixado ao alvedrio do constituinte estadual.

São elucidativas, a propósito, as seguintes passagens do voto do Ministro Moreira Alves na Rcl. nº 383:

 "É petição de princípio dizer-se que as normas das Constituições

estaduais que reproduzem, formal ou materialmente, princípios constitucionais federais obrigatórios para todos os níveis de governo na federação são inócuas, e, por isso mesmo, não são normas jurídicas estaduais, até por não serem jurídicas, já que jurídicas, e por isso eficazes, são as normas da Constituição Federal reproduzidas, razão por que não se pode julgar, com base nelas, no âmbito estadual, ação direta de inconstitucionalidade, inclusive, por identidade de razão, que tenha finalidade interventiva. (...)

Essas observações todas servem para mostrar, pela inadmissibilidade das conseqüências da tese que se examina, que não é

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exato pretender-se que as normas constitucionais estaduais que reproduzem as normas centrais da Constituição Federal (e o mesmo ocorre com as leis federais ou até estaduais que fazem a mesma reprodução) sejam inócuas e, por isso, não possam ser consideradas normas jurídicas. Essas normas são normas jurídicas, e têm eficácia no seu âmbito de atuação, até para permitir a utilização dos meios processuais de tutela desse âmbito (como o recurso especial, no tocante ao artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil, e as ações diretas de inconstitucionalidade em face da Constituição Estadual). Elas não são normas secundárias que correm necessariamente a sorte das normas primárias, como sucede com o regulamento, que caduca quando a lei regulamentada é revogada. Em se tratando de norma ordinária de reprodução ou de norma constitucional estadual da mesma natureza, por terem eficácia no seu âmbito de atuação, se a norma constitucional federal reproduzida for revogada, elas, por terem eficácia no seu âmbito de atuação, persistem como normas jurídicas que nunca deixaram de ser. Os princípios reproduzidos, que, enquanto vigentes, se impunham obrigatoriamente por força apenas da Constituição Federal, quando revogados, permanecem, no âmbito de aplicação das leis ordinárias federais ou constitucionais estaduais, graças à eficácia delas resultante."  (Rcl. nº 383, Rel. Min. Moreira Alves, julgada em 11.06.1992, DJ de 21.05.1993)

 A prevalecer a orientação advogada na Reclamação nº 370, restaria

completamente esvaziada a cláusula contida no art. 125, § 2º, da Constituição, uma vez que, antes de qualquer decisão, deveria o Tribunal de Justiça verificar, como questão preliminar, se a norma constitucional estadual não era mera reprodução do direito constitucional federal.

De resto, não estaria afastada a possibilidade de que, em qualquer

hipótese, fosse chamado o Supremo Tribunal Federal, em reclamação, para dirimir controvérsia sobre o caráter federal ou estadual do parâmetro de controle.

A propósito, anotou, ainda, o Ministro Moreira Alves: "(...) em nosso sistema jurídico de controle constitucional, a ação

direta de inconstitucionalidade tem como causa petendi, não a inconstitucionalidade em face dos dispositivos invocados na inicial como violados, mas a inconstitucionalidade em face de qualquer dispositivo do parâmetro adotado (a Constituição Federal ou a Constituição Estadual). Por isso é que não há necessidade, para a declaração de inconstitucionalidade do ato normativo impugnado, que se forme maioria absoluta quanto ao dispositivo constitucional que leve cada juiz da Corte a declarar a inconstitucionalidade do ato. Ora, para se concluir, em reclamação, que a inconstitucionalidade argüida em face da Constituição Estadual seria uma argüição só admissível em face de princípio de reprodução estadual que, em verdade, seria princípio constitucional federal, mister se faria que se examinasse a argüição formulada perante o Tribunal local não apenas --

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como o parecer da Procuradoria-Geral da República fez no caso presente, no que foi acompanhado pelo eminente Ministro Velloso no voto que proferiu -- em face dos preceitos constitucionais indicados na inicial, mas também, de todos o da Constituição Estadual. E mais, julgada procedente a reclamação, estar-se-ia reconhecendo que a lei municipal ou estadual impugnada não feriria nenhum preceito constitucional estritamente estadual, o que impossibilitaria nova argüição de inconstitucionalidade em face de qualquer desses preceitos, se, na conversão feita por meio da reclamação, a ação direta estadual em face da Constituição Federal fosse julgada improcedente, por não violação de qualquer preceito constitucional federal que não apenas os invocados na inicial. E como, com essa transformação, o Supremo Tribunal Federal não estaria sujeito ao exame da inconstitucionalidade da lei estadual ou municipal em face dos preceitos constitucionais invocados na inicial perante o Tribunal de Justiça, e tidos, na reclamação, como preceitos verdadeiramente federais, mudar-se-ia a causa petendi da ação: de inconstitucionalidade em face da Constituição Estadual para inconstitucionalidade em face da Constituição Federal, sem limitação, evidentemente, aos preceitos invocados na inicial". (Rcl. nº 383, Rel. Min. Moreira Alves, julgada em 11.06.1992, DJ de 21.05.1993)

 A partir da decisão na Rcl. nº 383 assentou-se não configurada a

usurpação de competência quando os Tribunais de Justiça analisam, em controle concentrado, a constitucionalidade de leis municipais ante normas constitucionais estaduais que reproduzem regra da Constituição de observância obrigatória. O acórdão possui a seguinte ementa:

'EMENTA: Reclamação com fundamento na preservação da competência do Supremo Tribunal Federal. Ação direta de inconstitucionalidade proposta perante Tribunal de Justiça na qual se impugna Lei municipal sob a alegação de ofensa a dispositivos constitucionais estaduais que reproduzem dispositivos constitucionais federais de observância obrigatória pelos Estados. Eficácia jurídica desses dispositivos constitucionais estaduais. Jurisdição constitucional dos Estados-membros. - Admissão da propositura da ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça local, com possibilidade de recurso extraordinário se a interpretação da norma constitucional estadual, que reproduz a norma constitucional federal de observância obrigatória pelos Estados, contrariar o sentido e o alcance desta. Reclamação conhecida, mas julgada improcedente.'

No mesmo sentido, cito a decisão proferida na ADI-QO n° 1.529/MT, Rel. Min. Octávio Gallotti (DJ 28.2.1997), assim ementada:

'EMENTA: É competente o Tribunal de Justiça (e não o Supremo Tribunal), para processar e julgar ação direta contra lei estadual contrastada com a norma da Constituição local, mesmo quando venha esta a consubstanciar mera reprodução de regra da Carta

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Federal, cabendo, em tese, recurso extraordinário de decisão que vier a ser proferida sobre a questão.'

A questão também é objeto de análise da doutrina especializada no tema, como se pode verificar nas precisas lições de Leo Ferreira Leoncy (Controle de constitucionalidade estadual. São Paulo: Saraiva, 2006, no prelo):

'A despeito de ter outorgado aos Estados o poder de instituírem suas próprias Constituições, o legislador constituinte federal quase não deixou espaço para que os entes federativos inovassem nas matérias reservadas à sua competência.

Prova disso é o fato de a Constituição Federal ter previamente ordenado, em muitos aspectos, por meio das chamadas normas de observância obrigatória, a atividade do legislador constituinte decorrente, para o qual deixou como única saída, em inúmeras matérias, a mera repetição do discurso constitucional federal, por via da transposição de várias normas constitucionais federais para o texto da Constituição Estadual.

Por outro lado, em matérias nas quais a Constituição Federal outorgou ampla competência para que o constituinte estadual deliberasse a seu talante, com a possibilidade de edição das chamadas normas autônomas, este se limitou a imitar o disciplinamento eventualmente constante do modelo federal, mesmo quando a ele não se encontrava subordinado.

O resultado de tal fenômeno é a convivência, nos textos da Constituição da República e das Constituições Estaduais, de normas formal ou materialmente iguais, a configurar uma identidade normativa entre os parâmetros de controle federal e estadual.

Em vista disso, cabe indagar qual o Tribunal competente para apreciar a ação direta de inconstitucionalidade de norma local que afrontar tais normas constitucionais repetidas, se o guardião da Constituição Federal ou o defensor da Constituição do respectivo Estado-membro. (...)

(...) Tal questão vem a debate na medida em que, à primeira vista, uma vez violada a norma constitucional estadual de repetição, também restaria violada, ipso facto, a norma constitucional federal repetida. Daí o interesse em saber sob que parâmetro de controle se há de questionar a legitimidade do ato inquinado de inconstitucional e, resolvido isto, perante que Tribunal propor a ação direta correspondente.'

 Delimitado o problema, Leo Leoncy, após analisar a jurisprudência

do Supremo Tribunal Federal, assim conclui seu entendimento:

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'Com o entendimento firmado na RCL 383, ficou assente que os parâmetros de controle federal e estadual guardam autonomia entre si, para fins de definir o Tribunal competente para se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo local. Assim, se a ilegitimidade da norma é argüida em face do parâmetro federal, de questão constitucional federal se trata, e o Supremo Tribunal Federal é competente para resolver a questão em sede de controle abstrato; por outro lado, se a ilegitimidade da norma é suscitada em face do parâmetro estadual, de questão constitucional estadual se trata, e o Tribunal de Justiça é que será competente para se pronunciar acerca da questão em sede de controle abstrato de normas.

Nesse sentido, desde que proposta a ação direta em face da Constituição Estadual, será competente o Tribunal de Justiça, que é o guardião do direito constitucional estadual. Com isso, o que parece definir a competência para julgamento de ação direta de inconstitucionalidade é o parâmetro de controle adotado (em outras palavras, a causa de pedir formulada na petição inicial de ação direta), sendo irrelevante se, no caso de controle abstrato em face da Constituição Estadual, o Tribunal de Justiça tiver que declarar a (i)legitimidade de norma perante dispositivos constitucionais estaduais que são mera reprodução de normas constitucionais federais de observância obrigatória para os Estados.

Essa orientação já foi diversas vezes reiterada pelo Tribunal, que tem ressaltado que '[o] § 2° do artigo 125 da Constituição Federal não contempla exceção: define a competência para a ação direta de inconstitucionalidade, a causa de pedir lançada na inicial; sendo esta o conflito da norma atacada com a Carta do Estado, impõe-se concluir pela competência do Tribunal de Justiça, pouco importando que ocorra repetição de preceito da Carta da República de adoção obrigatória' (RE 177.865, Rel. Min. Marco Aurélio, Ementário 1801-13, p. 2509. No mesmo sentido, cf. RCL 588, Rel. Min. Marco Aurélio, Ementário 1863-01, p. 136; RE 154.028, Rel. Min. Marco Aurélio, Ementário 1904-02, p. 415; RE 199293, Rel. Min. Marco Aurélio, Ementário 2158-3, p. 563).

Se assim é em relação às normas de reprodução (normas constitucionais federais de observância obrigatória reproduzidas na Carta local), com maior razão será para as normas de imitação (normas constitucionais federais não obrigatórias imitadas pelo constituinte estadual). Presentes na Constituição do Estado-membro por mera liberalidade do órgão constituinte decorrente, que o faz no exercício e dentro dos limites de sua autonomia constitucional, a impugnação de leis e atos normativos locais em face dessas normas de imitação não serve de pretexto para se deslocar a competência para processar e julgar a ação ao Supremo Tribunal Federal. É que tais normas 'são frutos da autonomia do Estado-membro, da qual deriva a sua validade e, por isso, para todos os efeitos, são normas constitucionais estaduais' (RCL 370, Rel. Min. Octavio Gallotti, Ementário 2037-1, p. 56).'

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Logo, a decisão de Tribunal de Justiça estadual que, em controle abstrato, declara a inconstitucionalidade de lei municipal em face de norma da Constituição do Estado que constitui mera repetição de dispositivo da Constituição Federal, não afronta o que decidido na ADI n° 508/MG, Rel. Min. Sydney Sanches (DJ 23.5.2003), na medida em que o parâmetro de controle, nesse caso, é a própria norma constitucional estadual.

Feitas essas digressões, é preciso deixar claro que, no caso em análise, como se pode aferir nas informações prestadas pelo Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, a ADI n° 1.523 tem como parâmetro de controle o art. 69, caput, da Constituição estadual, que assim dispõe:

'Art. 69. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, aplicam-se ao Estado e aos Municípios as vedações ao poder de tributar, previstas no art. 150 da Constituição Federal.'

O Plenário do Tribunal de Justiça de Tocantins, apreciando o pedido de medida cautelar, entendeu plausíveis as alegações do requerente de que o Decreto n° 353/2005, que trata da taxa de coleta de lixo no Município de Palmas, violaria o referido art. 69, caput, da Constituição do Estado, especificamente, o princípio da legalidade como limite ao poder de tributar.

Como se vê, o art. 69, caput, da Constituição do Estado do Tocantins, representa o que a doutrina denomina de norma constitucional estadual de caráter remissivo, na medida em que, para a disciplina dos limites ao poder de tributar, remete para as disposições constantes do art. 150 da Constituição Federal.

Sobre a problemática da aptidão das normas remissivas para compor o parâmetro de controle em abstrato de constitucionalidade no âmbito do Estado-membro, cito novamente as lições de Leo Leoncy (Controle de constitucionalidade estadual. São Paulo: Saraiva, 2006, no prelo):

'A elevação da Constituição do Estado-membro a parâmetro único e exclusivo do controle abstrato de normas estaduais torna oportuna a discussão acerca das normas constitucionais estaduais que podem ser consideradas idôneas para efeito de se realizar esse controle. O que se quer saber é se tal controle pode ser realizado em face de todas as normas da Constituição Estadual ou se, ao contrário, haveria algum tipo de norma que, em razão da sua natureza, não pudesse servir de parâmetro normativo idôneo.

Nesse sentido, assume especial relevo a discussão acerca das chamadas normas jurídicas remissivas presentes nas diversas Constituições Estaduais.

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Em sua grande maioria, as normas jurídicas trazem elas próprias a regulamentação imediata da matéria a que concernem, merecendo, por isso, a denominação de normas de regulamentação direta ou, em fórmula mais sintética, normas materiais. Por outro lado, em contraposição a estas normas, há outras em que a técnica utilizada para a atribuição de efeitos jurídicos a determinado fato contido na hipótese normativa é indireta, 'consistindo numa remissão para outras normas materiais que ao caso se consideram, por esta via, aplicáveis'. Tais normas podem designar-se normas de regulamentação indireta ou normas per relationem, sendo mais apropriado, entretanto, denominá-las normas remissivas.

Essa classificação das normas jurídicas em geral aplica-se também às normas constitucionais em particular, sendo possível, portanto, proceder à distinção entre normas constitucionais materiais e normas constitucionais remissivas, 'consoante encerram em si a regulamentação ou a devolvem para a regulamentação constante de outras normas'. Como não poderia deixar de ser, fenômeno semelhante ocorre com as normas contidas nas diversas Constituições Estaduais.

É comum o poder constituinte decorrente fazer constar das Constituições Estaduais um significativo número de proposições jurídicas remissivas à Constituição Federal. O uso de tais fórmulas acaba por revelar muitas vezes a intenção daquele constituinte de transpor para o plano constitucional estadual a mesma disciplina normativa existente para uma determinada matéria no plano constitucional federal.

Diante dessa constatação, coloca-se o problema de saber se tais proposições jurídicas remissivas constantes das Constituições Estaduais configuram parâmetro normativo idôneo para o efeito de se proceder, em face delas, ao controle da legitimidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais perante os Tribunais de Justiça dos Estados.

Uma das dificuldades encontradas radica no fato de que, para se revelar o conteúdo normativo da norma estadual de remissão, em face da qual se impugna a lei ou ato normativo local, seria necessário valer-se antes do(s) dispositivo(s) da Constituição Federal mencionado(s) ou remetido(s). Nesses termos, a norma constitucional estadual não possuiria conteúdo próprio, por não revelar sentido normativo autônomo.

(...) Nesta hipótese, a questão que se coloca pode ser assim formulada: seria possível impugnar por meio de ação direta, perante Tribunal de Justiça, lei ou ato normativo local por violação ao princípio da isonomia previsto na Constituição Federal e ao qual, segundo aquela proposição remissiva genérica, a Constituição do Estado-membro faz referência?

O Supremo Tribunal Federal enfrentou essa questão no julgamento do RE n° 213.120/BA, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 2.6.2000, diante de

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norma remissiva constante da Constituição do Estado da Bahia (art. 149), que possui o seguinte teor:

'O sistema tributário estadual obedecerá ao disposto na Constituição Federal, em leis complementares federais, em resoluções do Senado Federal, nesta Constituição e em leis ordinárias'. Na ocasião, o Tribunal entendeu que tal norma não poderia figurar como parâmetro de controle de constitucionalidade perante o Tribunal de Justiça estadual. O julgado está assim ementado:

'EMENTA: CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEI MUNICIPAL. PRESSUPOSTOS. HIPÓTESE DE NORMAS QUE FAZEM MERA REMISSÃO FORMAL AOS PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A simples referência aos princípios estabelecidos na Constituição Federal não autoriza o exercício do controle abstrato da constitucionalidade de lei municipal por este Tribunal. 2. O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade perante esta Corte só é permitido se a causa de pedir consubstanciar norma da Constituição Estadual que reproduza princípios ou dispositivos da Carta da República. 3. A hipótese não se identifica com a jurisprudência desta Corte que admite o controle abstrato de constitucionalidade de ato normativo municipal quando a Constituição Estadual reproduz literalmente os preceitos da Carta Federal. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido para declarar o autor carecedor do direito de ação.'

Porém, esse posicionamento foi superado no julgamento da RCL n° 733/BA, na qual o Tribunal, por unanimidade de votos, seguiu o voto do Ministro Ilmar Galvão, relator, no sentido de que as normas pertencentes à Constituição estadual, que remetem à disciplina de determinada matéria na Constituição Federal, podem servir de parâmetro de controle abstrato de constitucionalidade no âmbito estadual. No caso, tratava-se do art. 5º, caput, da Constituição do Estado do Piauí, que possui o seguinte teor:

'O Estado assegura, no seu território e nos limites de sua competência, a inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais que a Constituição Federal confere aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país'.

Sobre o acerto desse novo posicionamento do Tribunal, Leo Leoncy tece os seguintes comentários, em análise crítica da decisão proferida anteriormente no RE n° 213.120:

'Em face de tal decisão (proferida no RE n° 213.120), convém perguntar se o uso de normas remissivas pelo constituinte estadual, para disciplinar determinada matéria que em outras normas elaboradas pelo

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constituinte federal já teve sua disciplina amplamente formulada, inviabiliza a defesa processual daquelas, em controle abstrato, perante o Tribunal de Justiça. Para resolver essa questão, é preciso desenvolver um pouco mais a noção de norma jurídica remissiva, para, ao final, tecerem-se algumas conclusões a respeito. Para isso, far-se-á uso dos conhecimentos disponíveis em teoria geral do direito.

A remissão por meio de proposições jurídicas é um recurso técnico-legislativo de que o legislador se vale para evitar repetições incômodas. Proposições jurídicas dessa natureza 'remetem, tendo em vista um elemento da previsão normativa ou a conseqüência jurídica, para outra proposição jurídica'. Daí porque tais proposições serem consideradas como proposições jurídicas incompletas.

Consideradas isoladamente, tais proposições carecem de maior significado, apenas o adquirindo em união com outras proposições jurídicas. Daí se afirmar que as proposições jurídicas incompletas são apenas partes de outras proposições normativas.

Para Larenz, 'todas as proposições deste gênero são frases gramaticalmente completas, mas são, enquanto proposições jurídicas, incompletas'. Não obstante, tais normas são válidas, são tidas como direito vigente, recebendo sua força constitutiva, fundamentadora de conseqüências jurídicas, quando em conexão com outras proposições jurídico-normativas.

Esse caráter incompleto das proposições jurídicas remissivas remete ainda a uma outra classificação doutrinária. Nesse sentido, outra dicotomia que merece atenção é a relativa às normas autônomas e às normas não autônomas ou dependentes, 'consoante valem por si, contêm todos os elementos de uma norma jurídica, ou somente valem integradas ou conjugadas com outras'. Desse modo, normas autônomas 'são as que têm por si um sentido [normativo] completo' e não autônomas ou dependentes as que 'exigem a combinação com outras'.

Uma proposição autônoma 'basta-se a si própria, tem nos seus termos todos os elementos necessários para a definição do seu alcance normativo'. Por outro lado, uma proposição não autônoma 'não contém todos esses elementos', devendo ser conexionada com outra proposição jurídica 'para que o comando que nela se contém fique completo'.

Imbricando uma e outra classificação, é possível afirmar que apenas as normas materiais seriam normas autônomas, porquanto as normas remissivas, por carecerem dos elementos de uma outra norma jurídica com a qual ganhariam sentido se e quando conjugadas, constituem-se, em última análise, em normas não autônomas ou dependentes.

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A norma constitucional estadual de remissão, na condição de norma dependente, toma de empréstimo, portanto, um determinado elemento da norma constitucional federal remetida, não se fazendo completa senão em combinação com este componente normativo externo ao texto da Constituição Estadual.

Essa circunstância, todavia, não retira a força normativa das normas constitucionais estaduais de remissão, que, uma vez conjugadas com as normas às quais se referem, gozam de todos os atributos de uma norma jurídica. É o que se extrai da seguinte passagem de Karl Larenz:

 'O serem proposições jurídicas, se bem que incompletas, significa

que comungam do sentido de validade da lei, que não são proposições enunciativas, mas partes de ordenações de vigência. Todavia, a sua força constitutiva, fundamentadora de conseqüências jurídicas, recebem-na só em conexão com outras proposições jurídicas'.

 Com isso, se uma norma estadual ou municipal viola ou não uma

proposição constitucional estadual remissiva, é circunstância que apenas se saberá após a combinação entre norma remissiva e norma remetida, que é o que vai determinar o alcance normativo do parâmetro de controle a ser adotado. Entretanto, uma vez determinado esse alcance, a anulação da norma estadual ou municipal por violação a tal parâmetro nada mais é do que uma conseqüência da supremacia da Constituição Estadual no âmbito do Estado-membro. Em outras palavras, as conseqüências jurídicas decorrentes de eventual violação à proposição remissiva constante da Constituição Estadual derivam da própria posição hierárquico-normativa superior desta no âmbito do ordenamento jurídico do Estado-membro, e não da norma da Constituição Federal a que se faz referência.

Assim, se as proposições remissivas constantes das diversas Constituições Estaduais, apesar de seu caráter dependente e incompleto, mantêm sua condição de proposições jurídicas, não haveria razão para se lhes negar a condição de parâmetro normativo idôneo para se proceder, em face delas, ao controle abstrato de normas perante os Tribunais de Justiça.

Essa parece ser a tese subjacente ao entendimento adotado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, que, no julgamento da RCL 733, por unanimidade de votos, seguiu a orientação do Min. Ilmar Galvão, no sentido de que as normas constitucionais estaduais remissivas à disciplina de determinada matéria prevista na Constituição Federal constituem parâmetro idôneo de controle no âmbito local. (...)'

Portanto, tal qual o entendimento adotado na RCL n° 383 para as hipóteses de normas constitucionais estaduais que reproduzem dispositivos da Constituição Federal, também as normas constitucionais estaduais de caráter remissivo podem compor o parâmetro de controle das ações diretas de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça estadual. Dessa

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forma, também aqui não é possível vislumbrar qualquer afronta à ADI n° 508/MG, Rel. Min. Sydney Sanches (DJ 23.5.2003).”

Orientação esta reiterada naquela Corte. Permito-me, ainda,

transcrever parte da decisão monocrática, na Rcl nº 9.233/RS, AYRES

BRITTO, justamente por cuidar de caso em que a ação direta se fundou

exatamente nos artigos 8º e 11, Constituição Estadual do Rio Grande do Sul,

acórdão da relatoria do Desembargador LEO LIMA, normas estas de caráter

remissivo, em situação bem menos nítida do que aquela relativa ao caso dos

autos e o cabimento da ação direta de inconstitucionalidade perante o

Tribunal de Justiça Estadual:

“2. Este o relatório. Decido. Fazendo-o, pontuo, de saída, que a decisão ora reclamada está motivada na ofensa a dispositivos da Constituição estadual. Confira-se:

Nesta fase de cognição sumária e solução provisória, estou convencido que os arts. 2º, parágrafo único, e 3º da Lei nº 3.120 de 30 de setembro de 2008, do Município de São Gabriel, os quais prevêem respectivamente, o pagamento ao Presidente da Câmara Municipal, de verba de representação, equivalente a 40% do valor do subsídio, bem como a ajuda de custo aos vereadores, correspondente ao valor do subsídio mensal, a ser paga, uma no início e outro no final de cada sessão legislativa, violam frontalmente o disposto nos arts. 8º, caput, e 11, da Constituição Estadual, combinados com os arts. 29, inciso VI, ‘c’, e 39, § 4º, da CF. (grifei)

3. Observa-se, portanto, que a medida liminar na ADI 70032020505 foi concedida com fundamento na Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, pouco importando se tais dispositivos remetem ou reproduzem normas da Constituição Federal. Este é o entendimento pacificado neste Supremo Tribunal Federal (a exemplo: Rcl 2076/MG, RE 199293 e Pet 2788 AgR), o qual a Min. Cármen Lúcia bem sintetizou no RE 529596:

5. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica quanto ao reconhecimento da competência dos Tribunais de Justiça estaduais para o controle abstrato de constitucionalidade, quando norma estadual ou municipal contrariar dispositivo de Constituição estadual, mesmo sendo ela a denominada “norma de reprodução” de dispositivo da Constituição da República, de observância obrigatória pelos Estados-membros. Nesse sentido: [...] “EMENTA: Reclamação. Ação direta de

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inconstitucionalidade julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. - A ação direta de inconstitucionalidade em causa foi, afinal, julgada procedente exclusivamente com base em dispositivos constitucionais estaduais, ainda que de reprodução de dispositivos constitucionais federais de observância obrigatória pelos Estados-membros. - Ora, esta Corte, desde o julgamento da Reclamação 383, por seu Pleno, firmou o entendimento de que é admissível a propositura da ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça local sob a alegação de ofensa a dispositivos constitucionais estaduais que reproduzem dispositivos constitucionais federais de observância obrigatória pelos Estados-membros - e, portanto, por via de conseqüência, seu julgamento por esses Tribunais com base nesses dispositivos constitucionais estaduais -, com possibilidade de recurso extraordinário se a interpretação da norma constitucional estadual que faz essa reprodução contrariar o sentido e o alcance da norma constitucional federal reproduzida. Reclamação julgada improcedente.” (Reclamação n. 358, Relator o Ministro Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJ 8.6.2001). E, ainda: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI MUNICIPAL, PROCESSADA PERANTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CONTRARIEDADE A DISPOSITIVO DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL QUE REPRODUZ NORMA CONSTITUCIONAL FEDERAL. ALEGADA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Desde o julgamento da RCL 383, Rel. Min. Moreira Alves, entende o STF inexistir usurpação de sua competência quando os Tribunais de Justiça analisam, em controle concentrado, a constitucionalidade de leis municipais ante normas constitucionais estaduais que reproduzam regras da Carta da República de observância obrigatória. Reclamação julgada improcedente” (Reclamação n. 2.076, Relator o Ministro Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, 8.11.2002).” (grifos meus)

Com isso, perfeitamente cabível a ação direta de

inconstitucionalidade e, mais, inquestionável a competência deste Tribunal

de Justiça para apreciá-la.

Oportuno, prosseguindo, proceder-se análise geral, quanto ao

cabimento dos cargos comissionados em nossa ordem constitucional.

Desde logo, registro não importar a denominação conferida ao

cargo, sendo fundamental examinar-se seus deveres e respectivas

atribuições funcionais, sob pena de burla ao princípio do ingresso mediante

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concurso público (artigo 37, II, CF/88), obviamente recepcionado pela

Constituição Estadual (artigo 8º, CE/89).

Neste Órgão Especial tem-se, reiteradamente, destacado não

se poder ficar em superficial exame, baseado apenas na nominação

conferida ao cargo.

Vale transcrever, pela completa e erudita análise que encerra,

parte do voto do Desembargador DANÚBIO EDON FRANCO, reportando-se

ao parecer do Procurador-Geral de Justiça, lançado na ADI nº 70037361664:

“De tais conceituações, verifica-se que o cargo em comissão compreende quatro idéias: 1) a de excepcionalidade; 2) de chefia; 3) de confiança; e, 4) de livre nomeação e exoneração.

Excepcionalidade, porque na administração pública a regra é que os servidores ocupem cargos de provimento efetivo, submetendo-se a concurso público para admissão, de modo que somente excepcionalmente, em número e para situações limitadas, podem ser criados e providos cargos em comissão.

Chefia, porque os cargos em comissão devem ser utilizados para funções estratégicas da Administração Pública, de coordenação, direção e assessoramento superior, de modo que o Poder Público possa agir de forma una no cumprimento de suas finalidades, sem desvio das metas e padrões estabelecidos pelos Agentes Políticos incumbidos da escolha dos comissionados.

São, na verdade, verdadeiros representantes dos agentes políticos, que, subordinados às diretrizes e ordens dadas por estes, ficam incumbidos de dirigir a máquina administrativa e os demais funcionários.

Por isso, também é inerente aos cargos em comissão a idéia de confiança do agente político para com o comissionado, bem como a possibilidade de livre nomeação e exoneração, já que, uma vez perdida a confiança ou não sendo bem conduzida a chefia, podem ser livremente demitidos, sem a necessidade de processo administrativo. Tal possibilidade está contemplada no artigo 37, inciso II, parte final, da Constituição Federal, e repetido pelo artigo 32 da Constituição Estadual, acima citado, o qual dispõe que a investidura em cargo ou emprego público depende de

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concurso público, salvo quanto às nomeações para cargos em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Veja-se que a confiança inerente ao cargo em comissão não é aquela comum, exigida de todo o servidor público, mas a especial, essencial para a consecução das diretrizes traçadas pelos agentes políticos. Essa confiança por último tratada é própria dos altos cargos, em que a fidelidade às diretrizes traçadas pelos agentes políticos, o comprometimento político e a lealdade a estes são essenciais para o próprio desempenho da função.

Adilson de Abreu Dallari1, citando Márcio Cammarosano, bem diferencia as situações, explicando:

Não é, portanto, qualquer plexo unitário de competências que reclama seja confiado seu exercício a esta ou àquela pessoa, a dedo escolhida, merecedora da absoluta confiança da autoridade superior, mas apenas aqueles que dada a natureza das atribuições a serem exercidas pelos seus titulares, justificam exigir-se deles não apenas o dever elementar de lealdade às instituições constitucionais e administrativas a que servirem, comum a todos os funcionários, como também um comprometimento político, uma fidelidade às diretrizes estabelecidas pelos agentes políticos, uma lealdade pessoal à autoridade superior.

Celso Antônio Bandeira de Mello2, ao explicar as características dos cargos de provimento efetivo, bem explicita o caráter excepcional dos cargos em comissão, pois, segundo refere, a torrencial maioria dos cargos públicos são os de provimento efetivo, providos por concurso público.

Somente para essas hipóteses excepcionais está autorizada a criação de cargos em comissão, pois estes, sendo de livre nomeação e exoneração, afastam a necessidade do concurso público e da estabilidade, garantias contempladas nas Constituições Federal e Estadual em benefício da comunidade, para permitir o amplo acesso dos cargos públicos às pessoas que preencham os requisitos estabelecidos em lei e a atuação impessoal dos servidores, sujeitos apenas à lei, não a pressões políticas.

Conforme explica Diógenes Gasparini3:

A estabilidade do servidor público é necessária para o pleno desenvolvimento de suas atribuições, sem medo de admoestações ou ameaças de seus superiores quando, por motivos técnicos ou por razões de interesse público, se negar a cumprir suas ordens ou tiver

1 DALLARI, Adilson de Abreu. Regime Constitucional dos Servidores Públicos. 2ed. São Paulo: RT, 1992, p.41.2 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 12ed. São Paulo: Malheiros, 2000, p.270.3

GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 7ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 243.

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que agir contrariamente a seus interesses. Não é, assim, outorgada apenas no interesse do servidor público civil, mas, principalmente, no interesse da instituição.

A possibilidade de criação dos cargos em comissão deve ser, pois, limitada, sendo tal limitação a garantia do direito da comunidade ao amplo acesso aos cargos públicos e à estabilidade, ambos essenciais à impessoalidade da Administração Pública e ao bom funcionamento desta.

A respeito do princípio da impessoalidade, Hely Lopes Meirelles4

observa que:

O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal.Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas (CF, art. 37, § 1º).E a finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo: o interesse público. Todo o ato que se apartar desse objetivo sujeitar-se-á a invalidação por desvio de finalidade, que a nossa lei da ação popular conceituou como o ‘fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência’ do agente (Lei 4.717/65, art. 2º parágrafo único, “e”).Desde que o princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com finalidade pública, o administrador fica impedido de buscar outro objetivo ou de praticá-lo no interesse próprio ou de terceiros. Pode, entretanto, o interesse público coincidir com o de particulares, como ocorre normalmente nos atos administrativos negociais e nos contratos públicos, casos em que é lícito conjugar a pretensão do particular com o interesse coletivo. (Grifo acrescido).

Dessa feita, não basta, para a adequação constitucional, que o nome deste ou daquele cargo remeta a funções que exijam especial confiança: necessário é que as atribuições reflitam essa natureza.

Nesse sentido, os recentes arestos deste Tribunal de Justiça:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 1.023, DE 03 DE JULHO DE 1990, DO MUNICÍPIO DE HUMAITÁ. CARGOS

4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

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EM COMISSÃO. É inconstitucional o art. 19 da Lei n.º 1.023/1990, com redação dada por leis posteriores, no que se refere ao provimento dos cargos de Assessor de Planejamento, Diretor de Departamento, Técnico em Educação e/ou Especialista, Dirigente de Equipe, Secretário da Junta de Serviço Militar, Coordenador de Atividades Culturais, Orientador de Ensino, Chefe de Turma, Técnico de Atividades Culturais, Atendente de Maternal, Atendente da Justiça Eleitoral, Monitor de Atividades Extra Classe e Chefe de Setor sob a forma de Cargos em Comissão, por afronta aos arts. 8º, caput, 20, caput e § 4º, e 32, caput, todos da Constituição Estadual, combinados com o art. 37, incisos II e V, da Constituição Federal. As atribuições desses cargos não são de assessoramento, chefia e direção propriamente ditas, ou seja, funções estratégicas para a Administração Pública, mas sim possuem cunho burocrático, voltadas a questões administrativas e técnicas, próprias de cargos criados para servidores efetivos. Também não se pode depreender a existência do vínculo de confiança entre a autoridade que nomeia e o agente escolhido para a função, característica essa inerente aos cargos em comissão. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade N.º 70029962602, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Francisco José Moesch, Julgado em 19/10/2009). (Grifos acrescidos).

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MUNICÍPIO DE GUAÍBA. LEI MUNICIPAL, QUE DISPÕE SOBRE OS QUADROS DE CARGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS DO MUNICÍPIO. CARGOS EM COMISSÃO. ART. 32 DO CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. São inconstitucionais, por ofensa ao art. 32 da Constituição Estadual, os dispositivos de leis municipais que criam cargos em comissão, para o exercício de funções técnicas, burocráticas e de caráter permanente, cujo desempenho está absolutamente descomprometido com os níveis de direção, chefia e assessoramento, bem como em razão de não especificarem as respectivas atribuições. Vício formal e material de inconstitucionalidade. Precedentes. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade N.º 70030248918, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Silveira Difini, Julgado em 14/09/2009). (Grifos acrescidos).

É justamente o que não se verifica com os cargos em comissão de Diretor de Compras (fl. 199), Diretor de Transporte Escolar (fl. 208), Assessor de Atividades de Educação Infantil (fl. 211), Diretor de Inspetoria Veterinária (fl. 204), Diretor de Obras, Serviços e Saneamento (fl. 205) e Chefe de Oficina (fl. 207), nos quais, sob a nomenclatura de diretor,

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assessor ou chefe foram investidas pessoas em cargos tipicamente burocráticos, cujo ingresso não foi precedido por concurso público

Basta analisar, para tanto, o conjunto das atribuições indicadas para que se perceba que não são compatíveis com a natureza do cargo em comissão e, portanto, padecem de vício material, uma vez que se tratam de atividades permanentes que não se conciliam com o caráter diferenciado do cargo em comissão.”

Cumprindo ao Judiciário evitar que o legislador, por recorrer a

rótulos, maltrate os princípios constitucionais, como destaca voto do

Desembargador LUIZ ARI DE AZAMBUJA RAMOS, na ADI nº

70037396587, a quem não impressionou o mascaramento com rótulos de

Diretor, Chefe, Assessor ou Coordenador:

“No caso, como bem salienta o Ministério Público, não basta que o nome dos cargos comissionados aparentemente remetam a funções que lhes seriam próprias, sendo necessário que ditas atribuições efetivamente reflitam essa natureza.

É o que se flagra na hipótese, onde o legislador municipal, sob a denominação de “Assessor, Diretor, Chefe, Coordenador ou Supervisor”, pretende encobrir o óbice constitucional, como se desprezível fosse o conteúdo ocupacional do respectivo cargo.”

Orientação esta pacificada neste Tribunal de Justiça, a evitar

verdadeira burla ao princípio do competitório, como se pode ver na ADI nº

70039479993, Desembargador ARNO WERLANG:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI MUNICIPAL QUE CRIA CARGOS EM COMISSÃO. MERA NOMENCLATURA DO CARGO EM COMISSÃO SEM ESPECIFICAÇÃO DE  ATRIBUIÇÕES QUE CORRESPONDAM ÀS DE CHEFIA, DIREÇÃO OU ASSESSORAMENTO. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 37, V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ARTIGO 32, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA EM PARTE. É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL NA PARTE QUE CRIA CARGO EM COMISSÃO DE DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO SEM QUE AS

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ATRIBUIÇÕES DO CARGO CORRESPONDAM A TAIS FUNÇÕES, EM VERDADEIRA BURLA À EXIGÊNCIA DO CONCURSO PÚBLICO E AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. CONCESSÃO DE PRAZO DE SEIS MESES PARA QUE O MUNICÍPIO SE AMOLDE À DECISÃO. ARTIGO 27, DA LEI FEDERAL NO. 9.868/1999.REJEITARAM A PRELIMINAR E JULGARAM PROCEDENTE A AÇÃO. UNÂNIME.

Como também, tal qual acima afirmado, ser inegável a opção

constitucional de abrir a excepcionalidade em apenas três hipóteses –

direção, chefia e assessoramento, como consta em o artigo 32, CE/89,

reproduzindo norma do artigo 37, V, CF/88 – em face da especial relação de

confiança inerente a estas relações funcionais, como destacado em obra

clássica (ADILSON DE ABREU DALLARI, “Regime Constitucional dos

Servidores Públicos”, 2ª ed., Malheiros, p. 270).

Magistério similar vai se encontrar em DIÓGENES

GASPARINI, “Direito Administrativo”, 8ª ed., Saraiva, p. 246:

“Os cargos de provimento em comissão são próprios para a direção, comando ou chefia de certos órgãos, para os quais se necessita de um agente que sobre ser de confiança da autoridade nomeante se disponha a seguir sua orientação, ajudando-a a promover a direção superior da Administração.”

E:

“Mas, por certo, não se pode criar somente cargos em comissão, pois outras razões existem contra essa possibilidade. Tal criação, desmedida e descabida, deve ser obstada, a todo custo, quando a intenção evidente é burlar a obrigatoriedade do concurso público para o provimento de cargos efetivos. De sorte que os cargos que não apresentem aquelas características ou algumas peculiaridades do rol de atribuições, como seu titular privar de intimidade administrativa da autoridade nomeante (motorista, copeiro), devem ser de provimento efetivo, pois de outro modo cremos que

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haverá desvio de finalidade na sua criação e, portanto, possibilidade de anulação.”

Extrapolando tais fronteiras, a criação de cargos em comissão

corresponde à forma de driblar a exigência do concurso público como via

óbvia de provimento dos cargos públicos, tal qual discorre decisão do

Supremo Tribunal Federal na ADI nº 3.233-PB, Ministro JOAQUIM

BARBOSA:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS 6.600/1998 (ART. 1º, CAPUT E INCISOS I E II), 7.679/2004 E 7.696/2004 E LEI COMPLEMENTAR 57/2003 (ART. 5º), DO ESTADO DA PARAÍBA. CRIAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO. I - Admissibilidade de aditamento do pedido na ação direta de inconstitucionalidade para declarar inconstitucional norma editada durante o curso da ação. Circunstância em que se constata a alteração da norma impugnada por outra apenas para alterar a denominação de cargos na administração judicial estadual; alteração legislativa que não torna prejudicado o pedido na ação direta. II - Ofende o disposto no art. 37, II, da Constituição Federal norma que cria cargos em comissão cujas atribuições não se harmonizam com o princípio da livre nomeação e exoneração, que informa a investidura em comissão. Necessidade de demonstração efetiva, pelo legislador estadual, da adequação da norma aos fins pretendidos, de modo a justificar a exceção à regra do concurso público para a investidura em cargo público. Precedentes. Ação julgada procedente.

Acórdão em cujo corpo há oportuna alusão de não destoar o

trato constitucional constante na anterior Lei Maior, como se constata das

ADIs nºs 1.368-SP, Ministro MOREIRA ALVES e 1.282-SP, Ministro

OCTÁVIO GALLOTTI.

A ementa do primeiro destes julgados assim está redigida:

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CRIAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO DE AGENTES DE SEGURANÇA JUDICIÁRIA. - OFENSA AO DISPOSTO NO ARTIGO 97 E SEUS PARÁGRAFOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, UMA VEZ QUE A CRIAÇÃO DESSES CARGOS EM COMISSÃO NÃO SE COMPATIBILIZA COM A NATUREZA DA FUNÇÃO DE SEUS OCUPANTES NEM COM AS CARACTERÍSTICAS QUE A LEI ESTADUAL EM CAUSA CONFERE A ELES. REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE QUE SE JULGA PROCEDENTE, PARA DECLARAR-SE A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 291, DE 15 DE JULHO DE 1982, DO ESTADO DE SÃO PAULO.

E no outro acórdão do Supremo Tribunal Federal, nestes

termos destacou o Ministro OCTÁVIO GALLOTTI:

“Assim, a criação de cargos em comissão, em moldes artificiais e não condizentes com as praxes de nosso ordenamento jurídico e administrativo, só pode ser encarada como inaceitável esvaziamento da exigência constitucional do concurso, erigido em pressuposto de acessibilidade aos cargos públicos.”

Por sinal, em doutrina, já se apontava a convivência dos §§ 1º

e 2º do artigo 97 da Carta revogada, assinalando PONTES DE MIRANDA:

“Do art. 97, § 1º, também se tira que os poderes públicos estão inibidos de qualquer nomeação para postos de carreira ou isolados das repartições administrativas, incluídas as repartições administrativas dos corpos legislativo e judiciário, sem o concurso de provas ou o de provas e títulos; a falta de um dos pressupostos faz nula, por inconstitucionalidade, a nomeação.” (Ob. cit., pp. 479-480).

É dizer, a exceção aberta pelo § 2º do artigo 97 não ensejava

ao legislador sair criando cargos de provimento comissionado a seu talante,

tendo de ficar adstrito às limitadas hipóteses em que tal se afigurava viável,

notadamente em resguardo aos cargos de carreira.

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Justamente esta norma moralizadora, vigente na nossa órbita

constitucional de muito tempo, quanto a ser regra o provimento dos cargos

públicos mediante concurso, finca raízes, acima de tudo, no princípio da

igualdade, a que já se atrelava a própria Constituição do Império, não

corresponde, está visto, a qualquer novidade constitucional, tal como

discorre parte da ementa da ADI-MC nº 2.364-AL, Ministro CELSO DE

MELLO:

(...) O CONCURSO PÚBLICO REPRESENTA GARANTIA CONCRETIZADORA DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE. - O respeito efetivo à exigência de prévia aprovação em concurso público qualifica-se, constitucionalmente, como paradigma de legitimação ético-jurídica da investidura de qualquer cidadão em cargos, funções ou empregos públicos, ressalvadas as hipóteses de nomeação para cargos em comissão (CF, art. 37, II). A razão subjacente ao postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade ao princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, vedando-se, desse modo, a prática inaceitável de o Poder Público conceder privilégios a alguns ou de dispensar tratamento discriminatório e arbitrário a outros. Precedentes. Doutrina. (...)

O que não é nenhuma novidade.

Assevera PONTES DE MIRANDA que:

“O povo sempre olhou de soslaio o funcionário público. A verdade é que os defeitos do funcionalismo público são remanescentes do estado despótico, monárquico. A Constituição política do Império do Brasil, art. 179, § 14, andou à frente das práticas constitucionais quando inseriu os princípios de igualdade no tocante ao acesso (...).”

Fiel à orientação do Supremo Tribunal Federal, tem sido esta,

no mais, a reiterada jurisprudência deste Tribunal de Justiça, por intermédio

do seu Órgão Especial.

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Permito-me citar a ADI nº 70039512223, de que fui Relator e

assim está ementada:

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CARGOS EM COMISSÃO. ART. 32, CE/89. ART. 37, V, CF/88. PROVIMENTO EXCLUSIVO DOS CARGOS DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO. LEIS MUNICIPAIS DE SANTA BÁRBARA DO SUL E NÃO OCORRÊNCIA DAS HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS.Sabidamente, a regra geral do provimento dos cargos públicos é o competitório, assegurando igualdade de acesso, sendo excepcional o comissionamento, permitido apenas nas hipóteses de direção, chefia e assessoramento, onde presente intensa relação de confiança.Não ocorre isso quanto à quase totalidade dos cargos previstos no Anexo VI da Lei nº 2.081/01, com a redação das Leis nºs 2.693/06, 3.430/09 e 3.600/10, assim como naquelas hipóteses das Leis nºs

2.495/05, 2.579/05, 2.692/06, impondo-se a procedência parcial da demanda, inclusive quanto às Leis nºs 1.118/90, 1.758/97, 2.470/05 e 2.580/05, estas a evitar efeito repristinatório indesejado, todas do Município de Santa Bárbara do Sul.

Depois, necessário, de resto, a descrição das atribuições do

cargo de provimento comissionado, como posto na ADI nº 4.125-TO,

Ministra CÁRMEN LÚCIA, exatamente porque “(...) a caracterização de

determinado cargo dá-se pelas atribuições que lhes são conferidas”:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EXPRESSÃO “CARGOS EM COMISSÃO” CONSTANTE DO CAPUT DO ART. 5º, DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 5º E DO CAPUT DO ART. 6º; DAS TABELAS II E III DO ANEXO II E DAS TABELAS I, II E III DO ANEXO III À LEI N. 1.950/08; E DAS EXPRESSÕES “ATRIBUIÇÕES”, “DENOMINAÇÕES” E “ESPECIFICAÇÕES” DE CARGOS CONTIDAS NO ART. 8º DA LEI N. 1.950/2008. CRIAÇÃO DE MILHARES DE CARGOS EM COMISSÃO. DESCUMPRIMENTO DOS ARTS. 37, INC. II E V, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE.1. A legislação brasileira não admite desistência de ação direta de inconstitucionalidade (art. 5º da Lei n. 9.868/99). Princípio da Indisponibilidade. Precedentes.

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2. A ausência de aditamento da inicial noticiando as alterações promovidas pelas Leis tocantinenses ns. 2.142/2009 e 2.145/2009 não importa em prejuízo da Ação, pela ausência de comprometimento da essência das normas impugnadas. 3. O número de cargos efetivos (providos e vagos) existentes nos quadros do Poder Executivo tocantinense e o de cargos de provimento em comissão criados pela Lei n. 1.950/2008 evidencia a inobservância do princípio da proporcionalidade. 4. A obrigatoriedade de concurso público, com as exceções constitucionais, é instrumento de efetivação dos princípios da igualdade, da impessoalidade e da moralidade administrativa, garantidores do acesso aos cargos públicos aos cidadãos. A não submissão ao concurso público fez-se regra no Estado do Tocantins: afronta ao art. 37, inc. II, da Constituição da República. Precedentes. 5. A criação de 28.177 cargos, sendo 79 de natureza especial e 28.098 em comissão, não tem respaldo no princípio da moralidade administrativa, pressuposto de legitimação e validade constitucional dos atos estatais. 6. A criação de cargos em comissão para o exercício de atribuições técnicas e operacionais, que dispensam a confiança pessoal da autoridade pública no servidor nomeado, contraria o art. 37, inc. V, da Constituição da República. Precedentes. 7. A delegação de poderes ao Governador para, mediante decreto, dispor sobre “as competências, as atribuições, as denominações das unidades setoriais e as especificações dos cargos, bem como a organização e reorganização administrativa do Estado”, é inconstitucional porque permite, em última análise, sejam criados novos cargos sem a aprovação de lei. 8. Ação julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade do art. 5º, caput, e parágrafo único; art. 6º; das Tabelas II e III do Anexo II e das Tabelas I, II e III do Anexo III; e das expressões “atribuições”, “denominações” e “especificações” de cargos contidas no art. 8º da Lei n. 1.950/2008. 9. Definição do prazo máximo de 12 (doze) meses, contados da data de julgamento da presente ação direta de inconstitucionalidade, para que o Estado faça a substituição de todos os servidores nomeados Aliás, é inerente ao conceito de todo e qualquer cargo público a definição de suas atribuições, como está na clássica lição de HELY LOPES MEIRELLES (“Direito Administrativo Brasileiro”, Malheiros, 30ª ed., p. 419): “cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei.”

Com efeito, notadamente em relação aos cargos de provimento

comissionado, a ausência da descrição das atribuições enseja arbitrária

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criação de cargos comissionados, podendo variar ao sabor de quem detenha

o mando do poder a criação de cargos novos, à medida que variarem as

atribuições a eles conferidas.

Sem falar na própria possibilidade de não se verificar atribuição

alguma, ensejando-se a criação de cargos ocos de todo e qualquer sentido

de razoabilidade.

Tem este Órgão Especial, trilhando a orientação do Supremo

Tribunal Federal, a sua vez, afirmado e reafirmado a necessidade de se

conter na lei criadora dos cargos comissionados mínima descrição das suas

atribuições.

O que pode ser visto no julgamento da ADI nº 70028080869,

Desembargador LEO LIMA:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS MUNICIPAIS. CRIAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO.Mostram-se inconstitucionais disposições de Leis Municipais, do Município de Horizontina, criando e alterando o quadro de cargos em comissão, sem especificar as atribuições de direção, chefia ou assessoramento. Afronta aos arts. 8º, 20 e 32 da Constituição Estadual.AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME.

Ou, dentre tantos outros, na ADI nº 70032608879,

Desembargadora MARIA ISABEL DE AZEVEDO SOUZA:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CARGOS EM COMISSÃO. ATRIBUIÇÕES. INCONSTITUCIONALIDADE. MODULAÇÃO DOS EFEITOS.

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1. É inconstitucional a lei municipal que cria cargos em comissão sem a definição das respectivas atribuições. Violação ao artigo 32 da Constituição Estadual. Precedentes deste Órgão Especial.2. Presentes as razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, deve ser modulada a eficácia da declaração de inconstitucionalidade. Hipótese em que, dado o elevado número de cargos em comissão e a diversidade das secretarias a que estão vinculados, o imediato desligamento dos servidores comprometeria a continuidade do serviço público.AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO. UNÂNIME.

Bem como na ADI nº 70041143157, Desembargador ALZIR

FELIPE SCHMITZ:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PARTE (ITEM) 2 DO ARTIGO 2º DA LEI Nº 947/82, COM REDAÇÃO DADA, SUCESSIVAMENTE, PELAS LEIS MUNICIPAIS Nº 1.068/89, Nº 1.309/93, Nº 1.435/95, Nº 1.545/97, Nº 1.738/01, Nº 1.994/03, Nº 2.226/05, Nº 2.235/05, Nº 2.250/05, Nº 2.271/05, Nº 2.347/06, Nº 2.477/07 E Nº 2.697/10, TODAS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DE PAULA. CRIAÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO. AUSÊNCIA DE ESPECIFICAÇÃO DA ATRIBUIÇÃO. VIOLAÇÃO AO TEXTO CONSTITUCIONAL.A parte da legislação municipal impugnada que cria cargos em comissão sem definir as atribuições que incumbem ao servidor que vier a assumir os cargos, viola o artigo 32, caput, da Constituição Estadual e fere o princípio da legalidade.AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME.

O que não se admite seja sanado mediante a emissão de

decreto do Executivo, uma vez, válida a providência, estar-se-ia a contornar

a necessidade de os cargos comissionados serem vocacionados a

atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Vale lembrar a ADI nº 70032609125, Desembargador

FRANCISCO JOSÉ MOESCH:

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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 704, DE 15 DE ABRIL DE 1997, DO MUNICÍPIO DE RIO PARDO. MOTORISTA DO PREFEITO. CARGO EM COMISSÃO.É inconstitucional a parte do art. 2º da Lei Municipal nº 704/1997, que cria o cargo de Motorista do Prefeito na forma de cargo em comissão, sem especificar as atribuições respectivas. A tentativa da municipalidade de suprir a omissão através de decreto não tem o condão de sanar a inconstitucionalidade. Ademais, é imprescindível que os cargos em comissão se destinem às funções de direção, chefia, ou assessoramento, funções estratégicas para a Administração Pública, das quais se possa depreender a existência do vínculo de confiança entre a autoridade que nomeia e o agente escolhido para a função, sendo vedada a criação de tais cargos para execução de atividade permanente e burocrática. Afronta aos arts. 8º, caput, 19, caput e inciso I, 20, caput e § 4º, e 32, caput, todos da Constituição Estadual, combinados com o art. 37, incisos II e V, da Constituição Federal.AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME.

Oportuno transcrever, uma a uma, as competências, na dicção

da Lei Municipal nº 5.281/10, quanto aos cargos de provimento

comissionado objeto da presente ADI.

(1) Coordenador Serviços de Recepção:

1. Coordenar a recepção do público no âmbito do Gabinete do Executivo Municipal, Secretaria de Governo e Articulação Institucional e dos demais setores alocados no Prédio Central da Prefeitura;

2. Receber, informar e encaminhar as pessoas aos setores competentes, de forma que as pessoas possam ser atendidas cordialmente e corretamente;

3. Cumprir as determinações do Prefeito.

(2) Coordenador Serviços Administrativos:

1. Coordenar os serviços administrativos desenvolvidos no setor; 2. Coordenar a elaboração dos atos administrativos a ser expedidos; 3. Coordenar as pesquisas necessárias ao desenvolvimento das ações administrativas;

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4. Dar encaminhamento aos assuntos administrativos pertinentes ao órgão em que atua;

5. Cumprir as determinações superiores.

(3) Coordenador Serviços Administrativos da Procuradoria Geral:1. Coordenar os serviços administrativos desenvolvidos na Procuradoria Geral do Município;

2. Receber e encaminhar os assuntos administrativos ao Coordenador do Núcleo da Procuradoria;

3. Encaminhar e acompanhar aos prazos das ações judiciais; 4. Coordenar as pesquisas doutrinárias e jurisprudencial necessárias as defesa das ações.

(4) Coordenador Serviço de Cerimonial:

1. Coordenar os serviços de cerimonial da administração municipal;

2. Dirigir o cerimonial dos atos públicos oficiais;

3. Encaminhar e observar todas as formalidades que devem ser seguidas nos atos solenes;

4. Cumprir as determinações superiores.

(5) Coordenador Serviço de Atendimento ao Consumidor:

1. Organizar, controlar e coordenar as atividades de atendimento desenvolvidas pelo PROCON municipal, de modo a garantir sua qualidade e uniformidade;

2. Gerenciar e coordenar a realização de atividades relacionadas à gestão do atendimento;

3. Propor, em conjunto com os responsáveis pelas suas unidades organizacionais, sobre diretrizes, programas, normas e procedimentos relativos à área de atendimento; coordenar as ações realizadas pelos representantes das unidades organizacionais para o atendimento, orientando-os, avaliando seu desempenho e tomando providências para a garantia de sua área;

4. Implantar e controlar instrumentos de permanente controle e avaliação, voltados à gestão dos recursos humanos lotados na unidade de atendimento do consumidor; apoiar o Coordenador e demais Unidades de Serviços e Assessorias nas decisões relativas a sua área de competência;

5. Avaliar o desempenho dos serviços de atendimento por meio de indicadores de resultados, tomando ações corretivas; 6. Implementar e gerenciar o sistema de qualidade de atendimento,

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em colaboração com demais serviços e assessorias de desenvolvimento e relacionamento interno e externo;

7. Acolher, acompanhar, avaliar e apresentar respostas conclusivas a reclamações encaminhadas a Unidade de Serviço de Atendimento;

8. Desenvolver ações de gerenciamento de forma a propor ações e projetos para a formação dos serviços e melhoria dos processos organizacionais, na perspectiva de seu melhor desempenho e qualidade;

9. Exercer outras atribuições inerentes a sua área de atuação e a ela delegadas; executar outras tarefas afins, desenvolvidas pela Coordenadoria.

(6) Coordenador Serviço de Educação ao Consumidor:

1. Organizar e controlar as atividades relacionadas à educação do consumidor;

2. Promover atividades culturais com mensagens específicas voltadas para educar o consumidor;

3. Elaborar e providenciar a impressão de boletins e de relatórios de atividades do PROCON Municipal, objetivando orientação e educação do consumidor quanto a seus direitos;

4. Catalogar e divulgar as notícias publicadas e veiculadas na imprensa diária dos assuntos de interesse do PROCON Municipal que possam orientar e educar o consumidor;

5. Desenvolver ações preventivas que viabilizem rápida informação ao consumidor;

6. Divulgação de pesquisa e levantamento de dados estatísticos à orientação e educação do consumidor;

7. Divulgação de pesquisa e levantamento elaborado pelo PROCON Municipal, visando orientação do consumidor;

8. Elaborar projeto de interesse do PROCON que tenha como finalidade a educação do consumidor;

9. Coordenar a criação e produção de materiais informativos, gráficos audiovisuais, de editoração e de divulgação em apoio às ações do PROCON Municipal quando objetivando orientação e educação do consumidor;

10. Coordenar e supervisionar os procedimentos dos eventos realizados pelo PROCON Municipal quando tiver o condão de criar nova mentalidade nas redações de consumo.

(7) Diretor de Recursos Humanos:

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1. Dirigir as atividades da Secretaria, executando e fazendo executar as determinações do Secretário, bem como representá-lo/substituí-lo em suas ausências;

2. Receber e encaminhar os assuntos da Secretaria ao Secretário;

3. Executar as políticas de recursos humanos, através de propostas elaboradas e discutidas com a Administração Municipal, visando a melhoria da qualidade do trabalho e do desenvolvimento humano, incentivando o comprometimento e a responsabilidade do servidor no desempenho de suas atividades;

4. Efetuar a interlocução entre os gestores municipais, relativo a gestão de pessoas, com o apoio do setor de recursos humanos, objetivando alcançar um desempenho que possa combinar as necessidades individuais das pessoas com às da Administração Municipal;

5. Elaborar e disponibilizar ferramentas para realização de gestão e desenvolvimento de pessoas, com clareza, foco e critério, de acordo com as competências dos cargos públicos municipais;

6. Desenvolver mecanismos de controle, eficiência e organização das atividades administrativas desenvolvidas pela secretaria;

7. Supervisionar a manutenção dos registros funcionais dos servidores atualizados;

8. Supervisionar a elaboração e a aplicação do orçamento da secretaria;

9. Proceder a supervisão do cumprimento da legislação vigente, a ser aplicada aos servidores municipais;

10. Supervisionar a elaboração final da folha de pagamento dos servidores;

11. Encaminhar e supervisionar a elaboração dos projetos de lei, ligados à Secretaria;

12. Supervisionar os prazos de encaminhamento dos processos de concessão dos benefícios previdenciários ao Tribunal de Contas do Estado;

13. Propor a abertura de processo administrativo quando necessário, em questões relativas aos servidores municipais;

14. Supervisionar a legalidade dos atos administrativos emitidos pela Secretaria, antes de serem assinados pelo Secretário e pelo Prefeito;

15. Responsabilizar-se pela administração da equipe de pessoal lotado na secretaria.

Pelo que consta nos itens 1 a 4, justifica-se o provimento

comissionado.

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(8) Chefe Núcleo de Folha de Pagamento:

1. Executar e fazer executar as determinações do Secretário e da Coordenação;

2. Responsabilizar-se pelas atividades inerentes a execução da folha de pagamento dos servidores;

3. Receber e encaminhar os assuntos relativos às atividades da folha de pagamento;

4. Revisar a folha de pagamento com antecedência ao encaminhamento dos empenhos junto à Secretaria Municipal da Fazenda;

5. Cumprir determinações superiores

(9) Administrador de Compras e Materiais:

1. Administrar as atividades da Coordenadoria de Compras, Patrimônio e Materiais, observando as diretrizes, planos e orçamentos, bem como a legislação pertinente, em conformidade com a orientação política do governo;

2. Encaminhar os procedimentos necessários à aquisição de produtos e/ou serviços necessários às atividades da Administração Pública Municipal;

3. Cumprir e fazer cumprir todos os atos que dizem respeito ao funcionamento administrativo, bem como as determinações do Secretário; 4. Despachar, assinar e visar todos os documentos que tramitam pela Coordenadoria;

5. Manter diálogo permanente com os setores afins do conjunto da Administração Municipal.

(10) Coordenador de Almoxarifado e Patrimônio:

1. Coordenar as atividades inerentes ao almoxarifado e ao patrimônio do Município;

2. Receber e encaminhar os assuntos para que sejam tomadas as devidas providências;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário;

4. Manter diálogo permanente com os setores do órgão e da Administração Municipal, objetivando melhorar e aprimorar os serviços; 5. Desenvolver mecanismos de controle do patrimônio;

6. Coordenar os serviços de manutenção do patrimônio público;

7. Responsabilizar-se pela equipe de pessoal lotada do setor.

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(11) Coordenador de Convênios e Contratos:

1. Coordenar o cumprimento dos prazos e da legislação vigente nos Convênios e Contratos firmados pelo Município;

2. Manter cadastro atualizado dos convênios e contratos firmados, bem como a situação administrativo-financeira de cada um;

3. Desenvolver ferramentas objetivando o acompanhamento de cada convênio ou contrato;

4. Realizar avaliações periódicas referente a execução de cada convênio ou contrato;

5. Desenvolver estudos objetivando o aprimoramento das atividades realizadas pela coordenação;

6. Cumprir as determinações superiores.

(12) Coordenador Administrativo ISS:

1. Coordenar os serviços administrativos desenvolvidos no setor; 2. Coordenar a elaboração dos atos administrativos a ser expedidos;

3. Coordenar os serviços de arrecadação de Imposto sobre Serviços;

4. Manter os registros dos pagamentos atualizados;

5. Desenvolver ações que busquem o aumento da arrecadação;

6. Dar encaminhamento aos assuntos administrativos pertinentes ao órgão em que atua;

7. Cumprir as determinações superiores.

(13) Coordenador Serviços de Cobrança Tributos:

1. Coordenar as atividades inerentes a cobrança de tributos municipais;

2. Receber e encaminhar os assuntos para que sejam tomadas as devidas providências;

3. Desenvolver e aplicar mecanismos de busca do pagamento dos tributos pelos contribuintes;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário;

5. Manter atualizado o cadastro de inadimplentes;

6. Encaminhar para Procuradoria, os casos que necessitam de cobrança judicial;

7. Responsabilizar-se pela equipe de pessoal lotado do setor.

(14) Chefe Núcleo de Cadastro:

1. Chefiar as atividades relativas ao cadastro de tributos; 44

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2. Receber e encaminhar os serviços de registro, controle e atualização cadastral;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário;

4. Desenvolver mecanismos de controle, eficiência e organização do cadastro dos contribuintes;

5. Cumprir e fazer cumprir os aspectos legais pertinentes;

6. Responsabilizar-se pela equipe de pessoal lotado do setor.

(15) Coordenador Serviços de Manutenção Patrimonial:

1. Coordenar as atividades referentes a manutenção do patrimônio municipal;

2. Receber e encaminhar os serviços de manutenção aos diversos materiais, equipamentos pertencente ao patrimônio do município;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário;

4. Acompanhar o serviço de manutenção quando efetuado por terceiros;

5. Cumprir os aspectos legais pertinentes;

6. Responsabilizar-se pela equipe de pessoal lotado do setor.

(16) Coordenador Serviços Administrativos (COPAM):

1. Coordenar as atividades administrativas da Coordenadoria de Compras, Patrimônio e Materiais;

2. Coordenar o controle e a conferência dos Editais, Contratos e outros documentos administrativos elaborados pela Coordenadoria;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário e do Administrador;

4. Desenvolver mecanismos de controle, eficiência e organização das atividades administrativas da Coordenadoria;

5. Cumprir e fazer cumprir os aspectos legais pertinentes;

6. Encaminhar o serviço relativo a gestão do pessoal lotado na Coordenadoria.

(17) Coordenador Serviços de Compras:

1. Coordenar os serviços de compras desenvolvido pela Coordenadoria de Compras, Patrimônio e Materiais;

2. Receber e encaminhar as requisições para elaboração dos processos de licitação;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário e do Administrador;

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4. Desenvolver mecanismos de controle, eficiência e organização das atividades relacionadas ao serviço de compras dos produtos necessários à Administração Municipal;

5. Cumprir e fazer cumprir os aspectos legais pertinentes;

(18) Coordenador Administrativo:1. Coordenar as atividades administrativas da Secretaria, executando e fazendo executar as determinações do Secretário, bem como representá-lo em caso de sua ausência;

2. Receber e encaminhar os assuntos da Secretaria ao Secretário;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário;

4. Desenvolver mecanismos de controle, eficiência e organização das atividades administrativas desenvolvidas pela secretaria;

5. Responsabilizar-se pela administração da equipe de pessoal lotado na secretaria.

(19) Coordenador de Orçamentos e Projetos:1. Coordenar as atividades relativas ao orçamento e elaboração dos projetos da administração do município;

2. Receber e encaminhar os assuntos relativos ao orçamento do município;

3. Coordenar o processo de modernização administrativa do Poder Executivo Municipal;

4. Coordenar a elaboração e revisão do Plano Plurianual - PPA, da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, e da Lei Orçamentária anual;

5. Implementar e coordenar ações de participação da população na possibilidade concreta de intervenção de escolha de alocação de recursos orçamentários;

6. Organizar as audiências públicas para avaliação das aplicações orçamentárias; coordenar a elaboração de projetos, fornecendo informações aos colaboradores sobre o conteúdo, forma e grau de detalhe que o projeto deve conter; analisar os projetos quanto a sua formalidade e operacionalização observando a contenção dos principais elementos.

(20) Coordenador de Informações, Planejamento e Projetos:1. Executar as atividades atribuídas pelo Coordenador e Secretário, relativo as informações, planejamento e projetos do município;

2. Exercer as funções de chefia referente as atividades desenvolvidas na secretaria relacionadas aos estudos para implantação da metodologia de planejamento municipal, em conjunto com os demais setores;

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3. Organizar e estabelecer fluxos permanentes de informações entre as secretarias e as unidades pertencentes ao município;

4. Responsabilizar-se pelos serviços de atualização de planos e normas, pelos serviços de elaboração e controle de projetos, acompanhando o andamento dos mesmos;

5. Participar da elaboração e acompanhamento do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento;

6. Desempenhar tarefas afins atribuídas pelo Coordenador e Secretário.

(21) Assessor de Projetos:

1. Assessorar na elaboração dos projetos da administração municipal;

2. Receber e encaminhar à Coordenação superior, as solicitações de projetos enviados pelos órgãos municipais;

3. Providenciar os elementos necessários à análise da viabilidade dos projetos;

4. Efetuar pesquisas relativas a busca de projetos a serem concretizados pela Administração Municipal;

5. Assessorar no encaminhamento dos projetos aos órgãos competentes; acompanhar o andamento dos projetos.

Embora a denominação, está-se diante de atividade puramente

burocrática, ausente relação de confiança.

(22) Coordenador de Projetos - CRAS:1. Coordenar os projetos sociais desenvolvidos junto ao Centro de Referência da Assistência Social;

2. Receber da secretaria a documentação relativa aos projetos e providenciar na aplicabilidade e disponibilidade ao público alvo;

3. Acompanhar o desenvolvimento dos projetos, efetuando avaliação dos resultados dos mesmos;

4. Zelar para que o público participante dos projetos, obtenham o máximo proveito ao seu desenvolvimento humano e social.

(23) Coordenador de Programas Comunitários – CRAS:1. Coordenar os programas comunitários desenvolvidos pelo Centro de Referência da Assistência Social;

2. Receber da secretaria a formatação dos programas e providenciar na aplicabilidade e disponibilidade ao público destinado;

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3. Acompanhar o desenvolvimento dos programas, efetuando avaliação dos resultados dos mesmos;

4. Zelar para que a população participante dos programas, obtenham o máximo proveito ao seu desenvolvimento humano e social e profissional.

(24) Coordenador Plantão Social:1. Coordenar o Plantão Social mantido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;

2. Coordenar o atendimento emergencial às famílias em situação de risco pessoal e social;

3. Coordenar as atividades desenvolvidas pelo Plantão Social, como entrevistas, orientações, visitas domiciliares, inclusão em programas de complementação de renda, atendimentos emergenciais, promoção de estratégias de acesso à moradia, ao trabalho, à saúde, à educação, etc. e os encaminhamentos das pessoas quando necessário;

4. Promover o repasse de informações sobre saúde, educação e direitos sociais;

5. Providenciar e acompanhar o atendimento imediato às pessoas em necessidades eventuais e emergenciais ou em situação de calamidade.

(25) Coordenador Clube de Mães:1. Coordenar as atividades do Clube de Mães mantido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;

2. Planejar as atividades profissionalizantes, através de oficinas, visando a promoção da cultura, da saúde, da informação e do lazer;

3. Acompanhar o desenvolvimento das atividades, instituindo mecanismos de apuração dos resultados;

4. Oferecer aos participantes oportunidade de inserção na sociedade, na busca da dignidade humana.

(26) Coordenador Conselhos Municipais:

1. Coordenar os serviços de manutenção dos Conselhos Municipais, ligados à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;

2. Organizar as reuniões dos Conselhos;

3. Dar conhecimento aos superiores relativo as necessidades para o funcionamento dos Conselhos;

4. Cumprir determinações superiores.

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(27) Coordenador Programas Comunitários – CREAS:1. Coordenar as atividades desenvolvidas pelos programas comunitários do Centro de Referência Especializado da Assistência Social;

2. Acompanhar a execução e o desenvolvimento dos programas implementados pelo Centro;

3. Assegurar o cumprimento dos reais objetivos do programa;

4. Avaliar os resultados dos programas desenvolvidos;

5. Zelar para que a população participantes dos programas, obtenham o máximo proveito ao seu desenvolvimento humano e social e profissional.

(28) Coordenador de Projetos – CREAS:1. Coordenar as atividades desenvolvidas pelos projetos sociais do Centro de Referência Especializado da Assistência Social;

2. Acompanhar a execução e o desenvolvimento dos projetos implementados pelo Centro;

3. Assegurar o cumprimento dos reais objetivos dos projetos;

4. Desenvolver mecanismos para avaliação dos projetos desenvolvidos;

5. Cumprir determinações superiores.

(29) Coordenador Serviços de Cadastro:1. Coordenar os serviços do cadastro único para programas sociais;

2. Implementar mecanismos relativo a coleta de dados e informações objetivando a identificação de todas as famílias de baixa renda do município;

3. Assegurar a atualização dos cadastros;

4. Realizar diagnósticos socioeconômicos das famílias cadastradas;

5. Cumprir determinações superiores.

(30) Coordenador Serviços Assistência Social:1. Coordenar os serviços assistenciais oferecidos pela secretaria;

2. Desenvolver mecanismos de orientação quanto aos critérios de acesso aos serviços assistenciais oferecidos, à população em condição de vulnerabilidade social;

3. Coordenar e encaminhar as soluções referente as reclamações dos assistidos;

4. Emitir relatórios com informações relativos a qualidade e quantidade dos serviços assistenciais realizados pela secretaria;

5. Cumprir as determinações superiores.

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(31) Coordenador Serviço Administrativo – CRAS:1. Coordenar os serviços administrativos desenvolvidos no CRAS - Centro de Referência da Assistência Social;

2. Coordenar a elaboração dos atos administrativos a ser expedidos;

3. Coordenar as pesquisas necessárias ao desenvolvimento das ações administrativas;

4. Dar encaminhamento aos assuntos administrativos pertinentes ao CRAS;

5. Cumprir determinações superiores.

(32) Coordenador Serviços de Auxílios Comunitários:

Não há, nos anexos, descrição das atribuições do cargo que,

de resto, pela sua denominação, não ser revela ser caso de provimento

comissionado.

(33) Coordenador Serviços de Abrigagem:1. Coordenar os serviços de abrigagem mantidos pela Casa de Passagem;

2. Receber e prestar toda assistência necessária às pessoas encaminhadas;

3. Cumprir as determinações da Direção;

4. Responsabilizar-se pela qualidade do atendimento prestado;

5. Cumprir determinações superiores.

(34) Coordenador de Desenvolvimento Econômico:1. Coordenar as atividades relacionadas com o desenvolvimento econômico promovido pela secretaria;

2. Coordenar a formulação e execução de políticas públicas que visem o desenvolvimento econômico no município;

3. Apoiar as iniciativas locais que fortaleçam o associativismo e cooperativismo;

4. Propor e executar políticas para estimular a geração de emprego e renda;

5. Propor e executar políticas para o desenvolvimento da micro, pequena e média empresa no município;

6. Organizar serviço de atendimento especializado voltado ao fomento de empreendimentos econômicos;

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7. Organizar e divulgar documentários sócio-econômicos.

O que consta nos itens 2, 3 e 4, justifica o provimento do cargo

por comissão, notadamente o último, em que se constata a fundamental

atuação político-administrativo do cargo.

(35) Coordenador de Indústria, Comércio e Turismo:1. Coordenar as atividades relacionadas ao desenvolvimento da indústria, comércio e turismo do município;

2. Coordenar a formulação e execução de políticas públicas relativo ao desenvolvimento da indústria, do comércio e do turismo no município;

3. Promover e coordenar a articulação com entidades congêneres locais, estaduais, nacionais e internacionais, visando o desenvolvimento do turismo no município;

4. Levantar, organizar e manter locais, áreas e objetos de valor histórico e cultural no município;

5. Promover a implantação de rede de eventos com objetivo de estimular o turismo, o desenvolvimento social e econômico no município;

6. Coordenar a realização de parcerias e convênios para a promoção de eventos em âmbito local, regional e nacional;

7. Incentivar a organização dos setores produtivos relacionados ao turismo;

8. Definir e executar políticas de incentivo a instalação de empresas no município.

Os itens 2, 3, 5, 7 e 8 traduzem atribuições de definição da

política municipal em setores vitais (indústria, comércio e turismo). Caso

típico de provimento comissionado.

(36) Coordenador Serviços de Organização de Eventos:1. Coordenar os serviços relativo aos eventos desenvolvidos pela secretaria;

2. Promover a implantação de rede de eventos com objetivo de estimular o turismo e o desenvolvimento social e econômico no município;

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3. Buscar a realização de parcerias e convênios para a promoção de eventos, congressos e feiras em âmbito local, regional e nacional;

4. Implantar mecanismos para a organização dos eventos e avaliação dos resultados dos mesmos.

Os itens 2 e 3 autorizam o provimento comissionado, vez

possível visualizar a implantação de política municipal quanto à realização

de eventos, entre eles, congressos e feiras.

(37) Coordenador Serviços de Pesquisa:1. Coordenar os serviços relativo as pesquisas relativas as atribuições da Secretaria;

2. Manter constante interlocução com os demais coordenadores da Secretaria, no intuito de realizar as pesquisas conjuntamente;

3. Propor as diretrizes de pesquisa, objetivando um resultado rápido e de qualidade;

4. Estabelecer formas de acompanhamento das pesquisas realizadas.

(38) Coordenador Serviços de Geração de Trabalho e Renda:1. Coordenar o planejamento, organização e execução dos programas de geração de trabalho, emprego e renda;

2. Coordenar a implementação de programas voltados à qualificação profissional dos trabalhadores;

3. Coordenar a intermediação da administração pública com empresas locais e regionais, buscando a geração e captação de emprego e renda, com vistas à colocação e recolocação do trabalhador no mercado de trabalho;

4. Coordenar o desenvolvimento dos programas efetuados pela Fundação Gaúcha do Trabalho;

5. Cumprir determinações superiores.

(39) Coordenador Divulgação Turística:1. Coordenar os serviços de divulgação turística do município;

2. Promover o levantamento e a divulgação dos locais, áreas e objetos de valor histórico e cultural, objetivando o desenvolvimento do turismo no município

3. Coordenar ações que visem o desenvolvimento do turismo;

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4. Coordenar os serviços de manutenção de dados para fins estatísticos;

5. Cumprir e fazer cumprir as determinações superiores.

(40) Coordenador Serviços de Apoio:1. Coordenar os serviços de apoio a micro, pequena e média empresa;

2. Coordenar a coleta de dados para fins de diagnóstico das empresas que necessitam de apoio;

3. Promover ações que visem apoiar a instalação e a incrementação das empresas do município;

4. Manter registros de dados das empresas para fins estatísticos;

5. Cumprir e fazer cumprir as determinações superiores.

As atribuições dos itens 2 e 3 autorizam o provimento

comissionado deste cargo.

(41) Coordenador Distritos Industriais:1. Coordenar a formulação de políticas de aperfeiçoamento e desenvolvimento dos Distritos Industriais do município;

2. Promover a articulação das pequenas e médias empresas, objetivando a cooperação entre as mesmas;

3. Manter atualizado o cadastro das áreas industriais e das empresas alocadas nas mesmas;

4. Efetuar estudos com vistas à necessidade de novas áreas para instalação de Distritos Industriais;

5. Cumprir as determinações superiores.

(42) Coordenador Educação Profissional – IMEAB:1. Coordenar a elaboração, execução e avaliação da proposta político-pedagógica do IMEAB;

2. Atender os educandos, pais e educadores visando solucionar problemas pertinentes à vida escolar;

3. Aplicar os atos disciplinares aos educandos, conforme prevê o Regimento Escolar;

4. Garantir a acolhida de todos educadores e servidores do IMEAB;

5. Planejar a formação continuada para os educadores, servidores e pais.

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(43) Coordenador Programas Educativos:1. Coordenar os programas educativos desenvolvidos pela Secretaria de Educação;

2. Planejar e organizar os serviços a serem desenvolvidos;

3. Articular com as escolas municipais o desenvolvimento e a implementação dos programas;

4. Desenvolver mecanismos de avaliação dos programas;

5. Acompanhar o desenvolvimento dos programas e avaliar os resultados dos mesmos;

6. Cumprir as determinações superiores.

(44) Chefe de Serviços Agrícolas:1. Chefiar a equipe de servidores que realizam serviços agrícolas junto ao IMEAB, tais como: plantio, colheita, armazenamento, preparação do solo, etc.;

2. Estabelecer normas para execução e controle de tarefas;

3. Administrar os recursos materiais utilizados nas atividades agrícolas;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações superiores.

(45) Coordenador de Serviços de Recepção – SMED:1. Coordenar a recepção central da SMED;

2. Receber, informar e encaminhar as pessoas que procuram a Secretaria Municipal de Educação, aos setores competentes;

3. Organizar os serviços de recepção, de forma que todos usuários sejam atendidos adequadamente;

4. Cumprir as determinações superiores do Secretário.

(46) Coordenador Ensino da Arte:1. Assessorar os profissionais do ensino da arte, no desenvolvimento de suas atividades junto às escolas da rede municipal;

2. Assessorar na elaboração de projetos e na proposta pedagógica do ensino da arte;

3. Orientar os arte-educadores da rede municipal de ensino;

4. Assessorar os eventos culturais promovidos pelas escolas da rede municipal de ensino;

5. Acompanhar professores e alunos na realização de eventos culturais;

6. Organizar os cursos de formação continuada de arte-educadores e na organização e exposições de artes dos alunos das escolas da rede municipal.

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(47) Coordenador de Música:1. Coordenar os projetos de música nas escolas;

2. Organizar e acompanhar o desenvolvimento de grupos de canto coral de ritmos e melodias;

3. Promover encontros dos diversos grupos para que esses apresentem trabalhos desenvolvidos;

4. Realizar encontros individuais com professores dos alunos que compõem os grupos objetivando avaliação dos resultados obtidos por esses alunos no processo ensino-aprendizagem;

(48) Coordenador Serviços Área Vegetal – IMEAB:1. Coordenar as atividades inerentes da área vegetal do IMEAB; 2. Receber e encaminhar as determinações dos superiores; 3. Acompanhar os serviços de plantio e manutenção de árvores e hortaliças; 4. Coordenar a colheita de frutas e hortaliças.

(49) Coordenador Serviços Área Animal – IMEAB:1. Coordenar as atividades inerentes da área animal do IMEAB; 2. Receber e encaminhar para execução, as atividades relativas aos setores de bovinocultura e suinocultura;

3. Acompanhar os servidores no manejo sanitário, reprodutivo e alimentar dos animais;

4. Coordenar o suprimento de alimentos para os animais.

(50) Coordenador Serviços Transporte Escolar:1. Coordenar as atividades inerentes ao transporte escolar;

2. Coordenar a escala de horários para execução do transporte de alunos do interior para o Município e vice-versa;

3. Acompanhar o cumprimento dos itinerários que os transportadores devem realizar;

4. Cumprir as determinações superiores.

(51) Coordenador Desenvolvimento Rural:1. Coordenar a formulação e execução das políticas públicas relativas ao desenvolvimento rural do município;

2. Coordenar a elaboração e execução de programas de agropecuária;

3. Incentivar a fixação do homem no campo;

4. Buscar parcerias com entidades públicas e privadas objetivando o desenvolvimento rural no município;

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5. Coordenar a análise dos projetos rurais;

6. Acompanhar o desenvolvimento dos programas e projetos implantados;

7. Desenvolver mecanismos de apuração dos resultados dos programas e projetos.

Os itens 1, 3 e 4, no que reclamam traço de atuação pessoal e

estabelecem atuação vinculada aos comandos políticos da Administração

Municipal, autorizam o provimento do cargo em comissão.

(52) Coordenador Geral da Garagem Municipal:

Não há descrição das atribuições em algum anexo. De

qualquer forma, a simples denominação do cargo evidencia não ser caso de

provimento em comissão.

(53) Coordenador Oficina da Garagem Municipal:1. Coordenar os serviços de mecânica, soldas, motor, suspensão, freios, etc, desenvolvidos na Oficina da Garagem Municipal;

2. Efetuar controle permanente dos serviços realizados;

3. Desenvolver ferramentas objetivando o acompanhamento dos serviços realizados;

4. Cumprir as determinações superiores.

(54) Coordenador Serviços de Controle e Manutenção de Máquinas:1. Coordenar os serviços de controle e manutenção das máquinas da secretaria;

2. Executar as determinações superiores;

3. Acompanhar e aprimorar as metodologias de controle e manutenção dos equipamentos;

4. Acompanhar os serviços de manutenção quando efetuado por terceiros.

(55) Coordenador Núcleo de Produção Vegetal:

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1. Coordenar as atividades desenvolvidas no Núcleo de Produção Vegetal;

2. Implementar as políticas de fomento ou reflorestamento e preservação do ambiente natural;

3. Promover e organizar programas de assistência técnica e extensão rural na área vegetal em parceria com outras entidades;

4. Promover atividades de orientação à produção vegetal primária;

5. Cumprir as determinações superiores.

(56) Coordenador Equipe Serviços do Meio Rural:1. Coordenar as atividades desenvolvidas no Meio Rural;

2. Promover o intercâmbio e convênios com entidades públicas ou privadas nos assuntos pertinentes a pecuária;

3. Promover e organizar programas de assistência técnica e extensão rural na área animal e vegetal em parceria com outras entidades;

4. Promover atividades de orientação à produção animal e vegetal;

5. Cumprir as determinações superiores.

(57) Chefe Equipes de Pontes e Bueiros:1. Chefiar a equipe que atua nos serviços de construção e manutenção de pontes e bueiros;

2. Receber e encaminhar para execução as atividades determinadas pelos superiores;

3. Responsabilizar-se pelo pessoal que compõe a equipe de trabalho;

4. Manter diálogo permanente com os setores do órgão e da Administração Municipal objetivando a melhoria e o aprimoramento dos serviços;

5. Cumprir as determinações superiores.

(58) Coordenador Serviços de Recepção e Encaminhamento:1. Coordenar a recepção e o encaminhamento do público no âmbito da Secretaria;

2. Receber, informar e encaminhar as pessoas aos setores competentes, de forma que as pessoas possam ser atendidas cordialmente e corretamente;

3. Implementar medidas de controle do fluxo de pessoal, mantendo registros dos assuntos;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário.

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(59) Coordenador de Trânsito:1. Coordenar, gerenciar, fiscalizar e executar em toda área urbana do Município, as atividades do trânsito, nos termos da legislação em vigor;

2. Coordenar os Núcleos e seus respectivos serviços pertencentes a Coordenadoria do Trânsito;

3. Receber e encaminhar os assuntos da Coordenadoria ao Secretário;

4. Cumprir as atividades afins, especialmente as contidas no Código Nacional de Trânsito;

5. Propor estudos relativo aos problemas relacionados com o trânsito;

6. Promover políticas de educação no trânsito;

7. Manter diálogo permanente com os setores do órgão, objetivando melhorar e aprimorar os serviços desenvolvidos na Coordenadoria.

(60) Coordenador Desenvolvimento Urbano:1. Coordenar as atividades relacionadas com o desenvolvimento urbano promovido pela secretaria;

2. Coordenar a formulação e execução de políticas públicas que visem o desenvolvimento urbano do município;

3. Receber e encaminhar os assuntos da Coordenadoria ao Secretário;

4. Promover estudos e pesquisas atinentes ao desenvolvimento urbanístico;

5. Propor e analisar projetos e convênios com a União e/ou Estado para construção ou ampliação de obras e atividades afins;

6. Manter diálogo permanente com os setores do órgão, objetivando melhorar e aprimorar os serviços desenvolvidos na Coordenadoria.

O que consta nos itens 2, 4 e 5, em seu somatório, leva a que

se possa aceitar o provimento comissionado do cargo.

(61) Chefe Equipe de Pavimentação:1. Chefiar as equipes de pavimentação;

2. Receber e encaminhar a execução dos serviços;

3. Organizar os serviços de acordo com a necessidade;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Coordenador e Secretário;

5. Encaminhar aos superiores as necessidades constatadas;58

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6. Cumprir as determinações superiores.

(62) Chefe Núcleo Limpeza Pública:1. Chefiar as atividades do Núcleo de Limpeza Pública da Secretaria;

2. Promover a conscientização das pessoas da necessidade de colaboração da limpeza pública;

3. Organizar os serviços das equipes de acordo com a necessidade;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Coordenador e Secretário;

5. Encaminhar aos superiores as necessidades constatadas;

6. Cumprir as determinações superiores.

(63) Chefe Equipe Conservação Espaços Públicos:1. Chefiar as equipes de serviços de limpeza dos Cemitérios Municipais;

2. Receber e encaminhar a execução dos serviços;

3. Organizar os serviços de limpeza de acordo com a necessidade;

4. Encaminhar aos superiores as necessidades constatadas;

5. Responsabilizar-se pelo pessoal que desenvolve os serviços acima mencionados;

6. Cumprir as determinações superiores.

(64) Coordenador Serviços Educação no Trânsito:1. Coordenar os serviços de educação no trânsito prestados pela Secretaria/Coordenadoria;

2. Efetuar controle permanente dos serviços realizados;

3. Desenvolver ferramentas objetivando o acompanhamento dos serviços realizados;

4. Coordenar a equipe de servidores, sob sua responsabilidade;

5. Cumprir as determinações superiores.

(65) Coordenador Serviços de Abastecimento:1. Coordenar o abastecimento das máquinas pertencentes a secretaria;

2. Receber, verificar e encaminhar os pedidos de abastecimento;

3. Efetuar o controle de abastecimento das máquinas;

4. Responsabilizar-se pelo pessoal que desenvolve os serviços acima mencionados;

5. Cumprir as determinações superiores.

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(66) Coordenador Equipe de Ajardinamento:1. Chefiar a equipe que atua nas atividades de ajardinamento das praças e jardins municipais;

2. Responsabilizar-se pelo pessoal que compõe a equipe;

3. Encaminhar aos superiores a necessidade/quantidade de material;

4. Encaminhar aos superiores as necessidades constatadas;

5. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores.

(67) Chefe Equipe de Asfalto:1. Chefiar as equipes de asfalto;

2. Receber e encaminhar a execução dos serviços;

3. Organizar os serviços de acordo com a necessidade;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Coordenador e Secretário;

5. Efetuar levantamento das necessidades e encaminhar aos superiores;

6. Cumprir as determinações superiores.

(68) Coordenador da Frota Veículos Municipais:1. Coordenar a formulação de políticas de controle da frota de veículos do município;

2. Coordenar a elaboração de planilhas de controle de: saída, retorno, combustível, quilometragem, etc., para cada veículo;

3. Manter uma ficha cadastral para cada veículo;

4. Manter o cadastro dos veículos permanentemente atualizado;

5. Organizar o controle de permissão que somente servidores autorizados possam conduzir os veículos/máquinas;

6. Coordenar o controle permanente da situação do seguro dos veículos;

7. Coordenar o cadastramento dos motoristas e operadores de máquina, com controle do vencimento de sua habilitação;

8. Emitir relatórios de despesas e condições dos veículos;

9. Cumprir as determinações superiores.

(69) Coordenador Serviços de Pintura e Sinalização Viária:1. Coordenar e planejar os serviços de pintura e sinalização viária do município;

2. Receber e encaminhar os assuntos referente as necessidades do serviço do setor aos superiores;

3. Coordenar os estudos para execução da sinalização do trânsito;

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4. Responsabilizar-se pelo pessoal que desenvolve os serviços acima mencionados;

5. Cumprir as determinações superiores.

(70) Coordenador dos Cemitérios Municipais:1. Coordenar os serviços dos cemitérios municipais;

2. Coordenar a aquisição de terreno para construção das sepulturas;

3. Receber, verificar e encaminhar os pedidos de concessão de licenças para sepultamento;

4. Organizar a localização dos locais de construção dos túmulos;

5. Acompanhar os usuários na localização das sepulturas, quando encontrarem dificuldade de encontrá-las;

6. Acompanhar e encaminhar a necessidade de limpeza e conservação dos cemitérios;

7. Responsabilizar-se pelo pessoal que desenvolve os serviços acima mencionados.

(71) Coordenador de Limpeza dos Veículos:1. Coordenar os serviços de limpeza dos veículos do município, como caminhões e máquinas leves e pesadas;

2. Receber e encaminhar os pedidos de limpeza dos veículos;

3. Organizar os serviços de limpeza de acordo com a necessidade;

4. Responsabilizar-se pelo pessoal que desenvolve os serviços acima mencionados;

5. Cumprir as determinações superiores.

(72) Coordenador de Limpeza Garagem Municipal:1. Coordenar os serviços de limpeza da Garagem Municipal;

2. Receber e encaminhar os serviços do setor;

3. Organizar os serviços de limpeza de acordo com a necessidade;

4. Responsabilizar-se pelo pessoal que desenvolve os serviços acima mencionados;

5. Cumprir as determinações superiores.

(73) Chefe Serviços da Usina de Asfalto:1. Chefiar os serviços desenvolvidos através da Usina de Asfalto;

2. Receber e encaminhar para execução o material e os serviços produzidos pela Usina;

3. Manter e conservar a Usina de Asfalto em condições de funcionamento;

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4. Manter a qualidade do produto final da Usina;

5. Cumprir as determinações superiores.

(74) Chefe Serviços Elétricos de Veículos:1. Chefiar os serviços de manutenção elétrica dos veículos da secretaria;

2. Receber e encaminhar a execução dos serviços;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Coordenador e Secretário;

4. Responsabilizar-se pela solicitação e utilização do material utilizado na execução dos serviços;

5. Encaminhar aos superiores as necessidades constatadas;

6. Cumprir as determinações superiores.

(75) Coordenador de Movimentação Veículos – Garagem:1. Coordenar saída e entrada de veículos da Garagem Municipal;

2. Coordenar e organizar os registros de saída e entrada dos veículos;

3. Manter relatório atualizado da movimentação dos veículos;

4. Coordenar o fluxo de informação sobre a movimentação dos veículos;

5. Cumprir as determinações superiores.

(76) Administrador do Centro Referência Regional de Saúde do Trabalhador:1. Administrar o Centro de Referência Regional de Saúde do Trabalhador;

2. Estudar e analisar programas e projetos de forma planejada para o alcance dos resultados;

3. Realizar coordenação conjunta de planejamento das ações e orçamento do serviço;

4. Apresentar planos para realização de cursos, seminários e reuniões;

5. Avaliar o resultado do desenvolvimento de cursos, treinamento, seminário e reunião;

6. Preparar relatório estatístico de custos e de investimentos dos recursos aplicados para prestação de contas;

7. Elaborar planos e programas de trabalho relativos a pessoal;

8. Elaborar projetos de estruturação e reorganização de serviços;

9. Estudar e propor métodos e rotinas de simplificação e racionalização dos serviços e respectivos planos de aplicação

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utilizando organograma, fluxograma e outros recursos, para operacionalizar e agilizar os referidos;

10. Analisar projetos ou planos de organização de serviços para aplicação de processamento eletrônico;

11. Definir e coletar dados que visem a estudos com o objetivo de dinamizar o exercício das atividades organizadas sob a forma de sistemas;

12. Examinar projetos de desenvolvimento de metodologia para aprimoramento dos sistemas administrativos;

13. Examinar fluxogramas, organogramas e demais esquemas ou gráficos de informações, emitindo pareceres;

14. Efetuar estudos sobre a divisão do trabalho e avaliação dos tempos de operação, visando à eficiência dos serviços;

15. Executar trabalhos de natureza técnica para elaboração de normas pertinentes ao processamento orçamentário, bem como planejar novas técnicas para a sua elaboração;

16. Estudar e acompanhar o orçamento;

17. Estudar e propor solução de problemas da administração orçamentária, de modo a assegurar satisfatória concretização das diretrizes do serviço em consonância com a política municipal, regional e estadual;

18. Efetuar estudos visando à padronização, especificação, compra, recebimento, guarda, estocagem e suprimento de material;

19. Adotar medidas com o objetivo de evitar desperdício de material, uso inadequado, conservação e recuperação;

20. Estabelecer normas pertinentes aos trabalhos de concorrência para a compra de materiais;

21. Emitir pareceres sobre matéria de sua competência;

22. Orientar, coordenar e supervisionar trabalhos a serem desenvolvidos por equipes auxiliares.

A ampla gamas de competências, em especial itens 4, 7, 11,

14, 16 e 20, justificam o provimento comissionado.

(77) Coordenador de Manutenção:1. Coordenar as atividades relativas à manutenção geral da secretaria;

2. Coordenar a manutenção do patrimônio da secretaria e dos produtos alocados no almoxarifado;

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3. Coordenar a manutenção dos veículos pertencentes à secretaria, bem como o transporte de pacientes e de servidores no deslocamento a serviço da secretaria;

4. Responsabilizar-se pelos equipamentos de informática; coordenar as atividades de limpeza da secretaria, dos ambulatórios e outras unidades pertencentes a secretaria;

5. Promover a melhoria das instalações físicas dos diversos órgãos da secretaria;

6. Cumprir determinações superiores.

(78) Coordenador de Suprimento:1. Coordenar e planejar a necessidade do suprimento de material e serviços necessários em cada setor do órgão;

2. Coordenar a padronização e especificação dos produtos/materiais de uso corrente nos serviços prestados pelo órgão;

3. Coordenar o encaminhamento dos pedidos de compra dos materiais e serviços para o órgão responsável;

4. Acompanhar a tramitação dos processos de compras;

5. Controlar a entrada e saída dos estoques dos produtos/materiais;

6. Observar as normas legais pertinentes;

7. Acompanhar a validade e a qualidade dos produtos/materiais adquiridos;

(79) Administrador da Farmácia Popular:1. Administrar as atividades do Programa Farmácia Popular do Brasil, de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde;

2. Receber e encaminhar os assuntos de gestão administrativa nas áreas de materiais, contabilidade, recursos humanos e informática;

3. Promover as ações necessárias para a plena implementação da Farmácia;

4. Administrar a execução de mecanismos de controle e acompanhamento do Programa;

5. Acompanhar e avaliar a qualidade dos serviços;

6. Reger o encaminhamento de informações aos órgãos competentes.

(80) Assessor da Farmácia Popular:1. Assessorar tecnicamente as atividades desenvolvidas pelo Programa Farmácia Popular do Brasil, de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde;

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2. Assessorar e supervisionar a execução das ações a serem desenvolvidas pela Farmácia, conforme Convênio celebrado com a Fundação Oswaldo Cruz;

3. Assessorar as ações de atenção ao usuário e as ações de informação ao usuário;

4. Acompanhar e planejar a reposição de estoque de produtos;

5. Assessorar os serviços de manutenção de dados para fins de apuração dos resultados;

6. Assessorar na dispensação de medicamentos e correlatos de acordo com as normas de assistência e atenção farmacêutica.

(81) Chefe Serviço Administrativo:1. Chefiar os serviços relativas as atividades administrativas do setor;

2. Receber e encaminhar as correspondência para atendimento;

3. Chefiar o controle orçamentário da secretaria;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário;

5. Desenvolver mecanismos de controle, eficiência e organização das atividades administrativas;

6. Cumprir e fazer cumprir os aspectos legais pertinentes;

7. Responsabilizar-se pela equipe de pessoal lotado do setor.

(82) Coordenador Equipe Assistência Social/Saúde:1. Coordenar a equipe profissional de assistência social da Secretaria da Saúde;

2. Desenvolver mecanismos de orientação quanto aos critérios de acesso aos serviços assistenciais oferecidos à população;

3. Coordenar a elaboração de ferramentas de avaliação dos resultados dos serviços desenvolvidos;

4. Coordenar e encaminhar as soluções referente as reclamações dos assistidos;

5. Emitir relatórios com informações relativos a qualidade e quantidade dos serviços assistenciais realizados pela secretaria;

6. Cumprir as determinações superiores.

(83) Coordenador Serviços Central de Medicamentos:1. Coordenar as atividades desenvolvidas na Farmácia Central;

2. Coordenar as ações de atenção ao usuário e as ações de informação ao usuário;

3. Acompanhar a necessidade de reposição de estoque de produtos;

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4. Coordenar os serviços de manutenção de dados para fins estatísticos;

5. Cumprir as determinações superiores.

(84) Coordenador Serviços de Encaminhamentos Médicos:1. Coordenar as atividades desenvolvidas no setor de encaminhamento médico;

2. Coordenar a equipe de pessoal na distribuição de fichas para consulta médica;

3. Prestar todas informações necessárias aos usuários;

4. Propor medidas para agilizar a prestação dos serviços médicos;

5. Cumprir as determinações superiores.

(85) Coordenador Serviços de Informações:1. Coordenar os serviços desenvolvidos no setor de informações da secretaria;

2. Prestar todas informações necessárias aos usuários;

3. Coordenar o fluxo de informações da secretaria, de forma que todos tenham conhecimento das mesmas;

4. Propor medidas para que as informações sejam fornecidas com precisão;

5. Cumprir as determinações superiores.

(86) Coordenador Serviços Especializados:1. Coordenar os serviços de autorização e encaminhamento de exames de baixa, média e alta complexidade;

2. Acolher os pedidos de exames e analisar para encaminhamento ao Consorcio Intermunicipal de Saúde;

3. Adotar medidas de controle e registros dos exames autorizados;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores.

(87) Coordenador Serviços de Almoxarifado:1. Coordenar as atividades inerentes ao almoxarifado da secretaria;

2. Receber e registrar todos os produtos adquiridos;

3. Cumprir as determinações superiores

4. Desenvolver mecanismos de controle dos produtos da secretaria;

5. Propor medidas de controle de desperdícios dos produtos.

(88) Coordenador Serviços de Manutenção Prédios:1. Coordenar os serviços de manutenção dos prédios do Município;

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2. Receber e encaminhar para execução, os pedidos de manutenção efetuados pelos superiores;

3. Acompanhar o trabalho de manutenção efetuado pelos servidores da secretaria e quando terceirizado;

4. Adotar medidas de apuração dos resultados das ações desenvolvidas;

5. Promover a melhoria das instalações físicas dos prédios que abrigam os órgãos municipais;

6. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores.

(89) Coordenador Serviços de Faturamento:1. Coordenar as atividades inerentes aos registros da produção efetuada nos ambulatórios de saúde;

2. Coordenar a revisão dos registros, observando que toda produção, baixa e média complexidade seja enviada para o Ministério de Saúde;

3. Cumprir as determinações superiores;

4. Desenvolver mecanismos de controle do trabalho efetuado no setor.

(90) Coordenador Farmácia Popular:1. Coordenar a administração interna do Programa Farmácia Popular do Brasil, de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde;

2. Coordenar a administração de todos os serviços desenvolvidos na farmácia;

3. Coordenar a operacionalização de sistema informatizado ou manual, distribuição de medicamentos aos consumidores, organização de estoques, avaliação da qualidade dos serviços, etc.

(91) Coordenador Serviço de Controle de Medicamentos:1. Coordenar os serviços de controle de recebimento e fornecimento de medicamentos;

2. Adotar medidas de controle para que os medicamentos sejam fornecidos somente mediante receita médica;

3. Acompanhar a necessidade de reposição de estoque de produtos;

4. Coordenar os serviços de manutenção de dados para fins estatísticos;

5. Cumprir e fazer cumprir as determinações superiores.

(92) Coordenador Serviços de Recepção e Encaminhamento:67

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1. Coordenar a recepção e o encaminhamento do público no âmbito da Secretaria;

2. Receber, informar e encaminhar as pessoas aos setores competentes, de forma que as pessoas possam ser atendidas cordialmente e corretamente;

3. Implementar medidas de controle do fluxo de pessoal, mantendo registros dos assuntos;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário.

(93) Coordenador Equipe de Recepção:1. Coordenar os serviços da equipe que efetua a recepção aos usuários que buscam os serviços da secretaria;

2. Coordenar a equipe de recepção de pacientes e encaminhar os usuários aos procedimentos necessários;

3. Implementar medidas de controle do fluxo de pessoal, mantendo registros dos assuntos;

4. Cumprir e fazer cumprir as determinações do Secretário.

(94) Coordenador Equipe de Atendimento:

Não há, em algum anexo, a descrição das atribuições de tal

cargo. Não fosse isso, a simples denominação demonstra não ser caso de

provimento comissionado.

(95) Coordenador Desenvolvimento Socioambiental:1. Coordenar e executar as políticas públicas relativas ao meio ambiente no município;

2. Coordenar a formulação e execução das políticas públicas referente ao meio ambiente no município;

3. Estabelecer as diretrizes e programas de preservação, controle e recuperação do meio ambiente no município;

4. Estabelecer programas de proteção às paisagens notáveis e as áreas verdes do município;

5. Propor a realização de estudos e pesquisas visando a preservação do meio ambiente;

6. Promover e executar ações de educação ambiental; coordenar a formulação e execução de políticas referente à arborização pública municipal;

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7. Acompanhar o Estudo de Impacto Ambiental, análise de risco e licenciamento para instalações e ampliações de obras e atividades no município.

Os itens 3, 4 e 6 autorizam o provimento comissionado do

cargo.

(96) Coordenador Serviços Educação Ambiental:1. Coordenar os serviços referentes à Educação Ambiental;

2. Coordenar a formulação das políticas públicas referente ao meio ambiente no município;

3. Acompanhar a execução das ações desenvolvidas;

4. Implementar mecanismos para apurar os resultados das ações desenvolvidas;

5. Manter o secretário informado das necessidades do setor;

6. Cumprir as determinações superiores.

(97) Coordenador Serviços Gestão Ambiental:

1. Coordenar os serviços referentes à Gestão Ambiental;

2. Coordenar a formulação das políticas de gestão ambiental;

3. Acompanhar a execução das ações desenvolvidas;

4. Implementar mecanismos para apurar os resultados das ações desenvolvidas;

5. Manter o secretário informado das necessidades do setor;

6. Cumprir as determinações superiores.

(98) Coordenador Serviços Aterro Sanitário:1. Coordenar os serviços desenvolvidos no Aterro Sanitário, referente ao recolhimento, triagem e tratamento do lixo doméstico, hospitalar, etc.

2. Efetuar o controle do material utilizado na execução dos serviços;

3. Desenvolver ferramentas objetivando o acompanhamento dos serviços realizados;

4. Cumprir as determinações superiores.

(99) Coordenador Especial de Habitação:69

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1. Administrar todas as atividades desenvolvidas na Coordenadoria Especial de Habitação;

2. Determinar o encaminhamento e a execução de atribuições pertinentes à Coordenadoria;

3. Promover as orientações à formulação e execução de políticas públicas de habitação;

4. Participar das decisões político-administrativas;

5. Editar todos os atos que dizem respeito ao funcionamento administrativo e aos servidores da Coordenadoria;

6. Emitir relatórios semestrais e anuais relativo as atividades desenvolvidas na Coordenadoria;

7. Despachar, assinar e visar todos os documentos que tramitam na Coordenadoria;

8. Coordenar as atividades do pessoal lotado na Coordenadoria, fazendo que os mesmos cumpram as determinações definidas no Regime Jurídico dos Servidores;

Os itens 3 e 4 revelam a intensa carga político-administrativa

do cargo e a inexorável relação de confiança.

(100) Assessor Coordenador Especial:1. Prestar assessoramento jurídico aos Coordenadores Especiais no controle interno da legalidade dos atos emitidos pelas Coordenadorias;

2. Assessorar os Coordenadores Especiais na interpretação e elaboração de atos normativos;

3. Assessorar na elaboração de minutas de atos administrativos, de decretos e de anteprojetos de lei de interesse das respectivas Coordenadorias;

4. Assessorar nas respostas a serem formuladas aos requerimentos encaminhados aos Coordenadores;

5. Assessorar os Coordenadores Especiais na elaboração de informações a serem prestadas aos usuários;

6. Assessorar na elaboração dos pedidos de pareceres à Procuradoria Geral;

7. Atuar na prevenção de situações que, potencialmente, impliquem futuras demandas contra a Administração.

(101) Coordenador Núcleo Habitação:

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1. Coordenar a formulação e execução das políticas públicas de habitação;

2. Coordenar a formulação e execução dos programas de regularização fundiária, urbanização dos espaços sociais de risco e melhoria das unidades habitacionais da população de baixa renda do município;

3. Coordenar a formulação e execução de programas de produção e financiamento de unidades habitacionais;

4. Cumprir as determinações de seus superiores.

(102) Coordenador Serviços Melhoramento Habitacional:1. Coordenar as atividades relativas ao melhoramento habitacional da população necessitada do município;

2. Coordenar os processos de levantamento da situação das residências da população carente;

3. Buscar junto aos órgãos estadual e federal recursos para disponibilização efetiva do melhoramento habitacional;

4. Coordenar programa de conscientização das pessoas relativo a necessidade de conservação das melhorias efetuadas;

5. Implementar mecanismos de apuração dos resultados das ações;

6. Cumprir determinações superiores.

(103) Coordenador de Projetos Habitacionais:1. Coordenar os serviços de projetos habitacionais;

2. Manter atualizadas as pesquisas relativo a busca de recursos para implementação de novos projetos na área da habitação;

3. Desenvolver ferramentas objetivando o acompanhamento dos serviços realizados;

4. Acompanhar a execução dos projetos;

5. Cumprir as determinações superiores.

(104) Coordenador Especial de Cultura:1. Administrar todas as atividades desenvolvidas na Coordenadoria Especial de Cultura;

2. Determinar o encaminhamento e a execução de atribuições pertinentes à Coordenadoria;

3. Promover as orientações à formulação e execução de políticas públicas relativas à cultura do município;

4. Participar das decisões político-administrativas;

5. Editar todos os atos que dizem respeito ao funcionamento administrativo e aos servidores da Coordenadoria;

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6. Emitir relatórios semestrais e anuais relativo às atividades desenvolvidas na Coordenadoria;

7. Despachar, assinar e visar todos os documentos que tramitam na Coordenadoria;

8. Coordenar as atividades do pessoal lotado na Coordenadoria, fazendo que os mesmos cumpram as determinações definidas no Regime Jurídico dos Servidores.

Os itens 3 e 4 revelam o conteúdo administrativo-político do

cargo, passível, pois, de provimento comissionado.

(105) Mestre de Música da Banda Municipal:1. Coordenar, orientar e organizar a Banda Municipal e manter ordenado o seu repertório;

2. Coordenar a execução e cópias de partituras musicais em forma de grade, desdobrando-as em seus respectivos instrumentos;

3. Elaborar as transposições tonais escritas;

4. Cuidar e manter ordenadas as partituras da Banda;

5. Preparar e providenciar na distribuição das partes correspondentes a cada músico;

6. Coordenar a indicação de organização das estantes e cadeiras dos músicos;

7. Responsabilizar-se pela conservação e manutenção dos materiais utilizados pela Banda;

8. Orientar programas musicais nas escolas municipais.

Diferentemente da hipótese de maestro – ADI nº 70039179445,

caso FOSPA, de que fui Relator – já aqui nada justifica escolher-se alguém

estranho aos quadros da própria banda municipal, em face da óbvia

distinção da atuação daquele, que imprime seu selo pessoal à orquestra e

que corresponde a uma definição administrativa quanto ao que se pretende

desta.

Os itens 4, 5, 6 e 7, naquilo em que retratam atuação

exclusivamente burocrática, evidenciam a diferença.

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(106) Coordenador de Eventos Culturais: 1. Coordenar as atividades relativo aos eventos culturais desenvolvidos pela Coordenadoria;

2. Promover a implantação de rede de eventos com objetivo de estimular a cultura da população municipal;

3. Buscar a realização de parcerias e convênios para a promoção de eventos, congressos e feiras em âmbito local, regional e nacional relacionados a cultura;

4. Implantar mecanismos para a organização dos eventos e avaliação dos resultados dos mesmos

5. Cumprir as determinações superiores.

(107) Coordenador do Tele Centro:1. Coordenar as atividades desenvolvidas no Telecentro mantido pelo município;

2. Coordenar a divulgação das atividades do Telecentro, com vistas a inclusão da comunidade ao acesso as informações tecnológicas;

3. Planejar e organizar a utilização diária do telecentro pela comunidade;

4. Assegurar que todas atividades oferecidas pelo telecentro sejam acessíveis à toda comunidade;

5. Manter os equipamentos adequados à utilização;

6. Organizar a distribuição e a recepção de inscrições para as atividades oferecidas pelo telecentro;

7. Organizar os cursos, horários e forma de atendimento dos inscritos;

8. Coordenar a equipe de instrutores/monitores do telecentro;

9. Manter a comunidade informada das atividades do telecentro;

10.Cumprir as determinações superiores.

(108) Coordenador Especial de Desporto e Lazer:1. Administrar todas as atividades desenvolvidas na Coordenadoria Especial de Desporto e Lazer;

2. Determinar o encaminhamento e a execução de atribuições pertinentes à Coordenadoria;

3. Promover as orientações à formulação e execução de políticas públicas relativas ao desporto e lazer do município;

4. Participar das decisões político-administrativas;

5. Editar todos os atos que dizem respeito ao funcionamento administrativo e aos servidores da Coordenadoria;

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6. Emitir relatórios semestrais e anuais relativo às atividades desenvolvidas na Coordenadoria;

7. Despachar, assinar e visar todos os documentos que tramitam na Coordenadoria;

8. Coordenar as atividades do pessoal lotado na Coordenadoria, fazendo que os mesmos cumpram as determinações definidas no Regime Jurídico dos Servidores.

(109) Coordenador Complexo Poliesportivo:1. Coordenar os serviços desenvolvidos no Complexo Poliesportivo;2. Coordenar a formulação e execução das políticas públicas relativas ao desporto e lazer no município;3. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores; 4. Desenvolver mecanismos de controle dos projetos e programas esportivos desenvolvidos; 5. Manter diálogo permanente com os setores do órgão e da Administração Municipal, objetivando melhorar e aprimorar os serviços.

(110) Coordenador Lazer Comunitário :1.Coordenar os serviços desenvolvidos relativo ao lazer comunitário;

2. Coordenar a formulação de políticas voltadas ao lazer comunitário da população;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores;

4. Desenvolver mecanismos de controle e apuração de resultados das ações de lazer desenvolvidas;

5. Manter diálogo permanente com os setores do órgão e da Administração Municipal, objetivando melhorar e aprimorar os serviços.

(111) Coordenador Serviço Desporto Amador :1. Coordenar os serviços desenvolvidos relativo ao desporto amador no município;

2. Desenvolver programas de incentivo a prática do desporto junto à população do município;

3. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores;

4. Desenvolver mecanismos de controle e apuração de resultados dos programas desenvolvidos;

5. Manter diálogo permanente com os setores do órgão e da Administração Municipal, objetivando melhorar e aprimorar os serviços.

(112) Coordenador Serviços de Eventos Esportivos :

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1. Organizar e coordenar os serviços desenvolvidos pela Coordenadoria relativo aos eventos esportivos; 2. Providenciar todo material necessário a execução dos eventos; 3. Responsabilizar-se pelo material utilizado nos eventos;

4. Organizar e observar o calendário esportivo;

5. Acompanhar atividades de escolas esportivas, competições e atividades que envolvam práticas esportivas;

6. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores.

(113) Coordenador Serviços Desporto Comunitário :1. Organizar e coordenar os serviços desenvolvidos pela Coordenadoria relativo ao desporto comunitário;

2. Propor ações voltadas ao desporto comunitário de caráter educativo;

3. Responsabilizar-se pelo material utilizado;

4. Adotar medidas de apuração dos resultados das ações desenvolvidas;

5. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos superiores.

Como se vê, a grande maioria dos cargos comissionados não

representa senão o exercício de funções burocráticas, não impregnadas com

a realização das linhas administrativas fundamentais, quando às quais

representam agentes estrategicamente colocados, como se dá quanto à

chefia e direção, ou, ainda, correspondendo a assessorias exteriorizando

quadro de nítida confiança entre o assessorado e o assessor.

Ressalvo, todavia, os cargos de Diretor de Recursos Humanos

(7); Coordenador de Desenvolvimento Econômico (34); Coordenador de

Indústria, Comércio e Turismo (35); Coordenador Serviços Organização de

Eventos (36); Coordenador Serviços de Apoio (40); Coordenador de

Desenvolvimento Rural (51); Coordenador de Desenvolvimento Urbano (60);

Administrador do Centro de Referência Regional de Saúde do Trabalhador

(76); Coordenador Desenvolvimento Socioambiental (95); Coordenador

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Especial de Habitação (99); Coordenador Especial de Cultura (104), pelas

razões anotadas quando da descrição das atribuições de cada um deles.

Com isso, estou em julgar procedente, em parte, o pedido, para

declarar a inconstitucionalidade de parte do art. 1º e anexos da Lei nº

5.281/10, do Município de Ijuí, ressalvando, em relação aos cargos

constantes do pedido (o que é bom destacar, uma vez não alcançar a ADI a

todos os cargos constantes da citada lei), aqueles de Diretor de Recursos

Humanos; Coordenador de Desenvolvimento Econômico; Coordenador de

Indústria, Comércio e Turismo; Coordenador Serviços Organização de

Eventos; Coordenador Serviços de Apoio; Coordenador de Desenvolvimento

Rural; Coordenador de Desenvolvimento Urbano; Administrador do Centro

de Referência Regional de Saúde do Trabalhador; Coordenador

Desenvolvimento Socioambiental; Coordenador Especial de Habitação; e

Coordenador Especial de Cultura.

Na esteira da orientação firmada por este Órgão Especial,

considerando situações consolidadas, estou em diferir a eficácia da presente

decisão por 06 (seis) meses, a contar da sua publicação.

DES. MARCO AURÉLIO DOS SANTOS CAMINHA (REVISOR) – Revisei e

estou inteiramente de acordo com o eminente Relator.

DES. ANDRÉ LUIZ PLANELLA VILLARINHO – Acompanho o eminente

Relator.

TODOS OS DEMAIS DESEMBARGADORES VOTARAM DE ACORDO

COM O RELATOR.

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DES. LEO LIMA - Presidente - Ação Direta de Inconstitucionalidade nº

70044058980, Comarca de Porto Alegre: "À UNANIMIDADE, JULGARAM

PARCIALMENTE PROCEDENTE A AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE, DIFERINDO A EFICÁCIA DA PRESENTE

DECISÃO POR 6 (SEIS) MESES A CONTAR DE SUA PUBLICAÇÃO."

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