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ACIDENTE DO TRABALHO QUESTÕES Atuais e Controvertidas José Affonso Dallegrave Neto Escola Judicial do TRT, IX Região Foz do Iguaçu otal acidentes acidentes-tipos de trajeto doenças mo 465.700 375.171 60.335 30.194 2.839 491.711 393.921 67.456 30.334 2.708

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Page 1: ACIDENTE DO TRABALHO QUESTÕES Atuais e Controvertidas José Affonso Dallegrave Neto Escola Judicial do TRT, IX Região Foz do Iguaçu Anototal acidentesacidentes-tiposde

ACIDENTE DO TRABALHO

QUESTÕES Atuais e Controvertidas

José Affonso Dallegrave Neto

Escola Judicial do TRT, IX Região

Foz do Iguaçu

Ano total acidentes acidentes-tipos de trajeto doenças morte2004 465.700 375.171 60.335 30.194 2.8392005 491.711 393.921 67.456 30.334 2.708

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RESPONSABILIDADE CIVIL NO ACIDENTE DE TRABALHO:

I - Previsão constitucional

“Art. 7º.: - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVIII: Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”

Observações:

A) Liberação do SAT pelo INSS = independe de culpa;

B) Responsabilidade da empresa (além do SAT) = - dolo ou culpa (regra geral)- independente de culpa nos casos de lei (927,CC)

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1ª. Controvérsia: É possível a compensação das 1ª. Controvérsia: É possível a compensação das parcelas? parcelas?

SAT = 1 benefício previdenciário; - cobre tão-somente os riscos normais do empreendimento (fatalidades); - não é indenização por ato ilícito;

“ (...) O benefício previdenciário percebido atualmente não exclui a pensão civil reivindicada pelo autor, pois ela tem como fundamento ato ilícito praticado pelo reclamado, ao passo que os valores pagos pelo INSS decorrem das contribuições pagas pelo empregado e pelo empregador no curso do contrato. As duas parcelas são distintas e não se compensam, pois, consoante o artigo 7º, XXVIII, da CF, o seguro social contra acidentes do trabalho não exclui a indenização civil devida pelo empregador, quando incorrer em dolo ou culpa. No mesmo sentido é a Súmula 229 do Excelso STF” (TRT-3ª R., RO 00484-2004-076-03-00-1, 7ª T, Alice M. de Barros, DJMG, 25.01.05).

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Seguro de acidentes pessoais e de RCSeguro de acidentes pessoais e de RC (art. 757,CC)(art. 757,CC)::

Seguro de RCSeguro de RC: protege a empresa (segurado) contra : protege a empresa (segurado) contra indenizações judiciais por culpa sua (involuntária) ou de seus indenizações judiciais por culpa sua (involuntária) ou de seus prepostos. prepostos.

Seguro de APSeguro de AP: protege o empregado (segurado) contra : protege o empregado (segurado) contra acidente do trabalho liberando prêmio à vítima ou aos seus acidente do trabalho liberando prêmio à vítima ou aos seus beneficiários.beneficiários.

Compensação na indenização por acidente do Compensação na indenização por acidente do

trabalho: trabalho: a) SAT (não); b) Seguro de AP ou Vida (não); Seguro de RC a) SAT (não); b) Seguro de AP ou Vida (não); Seguro de RC

(sim)(sim)

Integração na lide trabalhista: Integração na lide trabalhista: Art. 70, III, CPC (ação de regresso) + Art. 114, VI Art. 70, III, CPC (ação de regresso) + Art. 114, VI

(“indenização decorrente da relação de trabalho”)(“indenização decorrente da relação de trabalho”)

““Não se pode interpretar a norma de modo que impeça o Não se pode interpretar a norma de modo que impeça o resultado útil da jurisdição”resultado útil da jurisdição” – – Leonardo Borges – Rev. LTr, março Leonardo Borges – Rev. LTr, março 2007)2007)

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““É da competência da Justiça Estadual o julgamento de ações de É da competência da Justiça Estadual o julgamento de ações de indenização cujo objeto é a indenização decorrente de contrato de indenização cujo objeto é a indenização decorrente de contrato de seguro de vida em grupo firmado entre a seguradora e o empregador. seguro de vida em grupo firmado entre a seguradora e o empregador. Trata-se de matéria de direito comum não fundada na relação de Trata-se de matéria de direito comum não fundada na relação de trabalho. Preliminar de incompetência material da Justiça de trabalho. Preliminar de incompetência material da Justiça de Trabalho, argüida de ofício que se acolhe.”Trabalho, argüida de ofício que se acolhe.” (TRT-PR-98402-2006-089-09-(TRT-PR-98402-2006-089-09-00-6-ACO-12499-2007, DJPR:-18-05-2007).00-6-ACO-12499-2007, DJPR:-18-05-2007).

Denunciação à lide da SeguradoraDenunciação à lide da Seguradora – Sentença: Luciano Coelho (VT – Sentença: Luciano Coelho (VT Araucária)Araucária)

““Retirando-se da lide a seguradora, a conciliação, objetivo primeiro Retirando-se da lide a seguradora, a conciliação, objetivo primeiro do processo do trabalho, resta imensamente prejudicada, uma vez do processo do trabalho, resta imensamente prejudicada, uma vez que que em caso de conciliação a seguradora não paga o seguro, em em caso de conciliação a seguradora não paga o seguro, em regra, exigindo para isso sentença condenatóriaregra, exigindo para isso sentença condenatória. .

Ora, se a seguradora não participar da lide, sabendo de antemão que Ora, se a seguradora não participar da lide, sabendo de antemão que

o empregador deverá manejar ação cível, mais custosa e demorada, o empregador deverá manejar ação cível, mais custosa e demorada, o interesse na conciliação diminui sensivelmenteo interesse na conciliação diminui sensivelmente, e é isso que tenho , e é isso que tenho sentido na prática diária com as seguradoras. sentido na prática diária com as seguradoras. A não aceitaçãoA não aceitação pela pela Justiça do Trabalho dessa competência Justiça do Trabalho dessa competência traria ao empregador perigoso traria ao empregador perigoso desestímulo para fazer o segurodesestímulo para fazer o seguro, eis que deveria aguardar sentença , eis que deveria aguardar sentença condenatória para apenas então discutir a responsabilidade condenatória para apenas então discutir a responsabilidade securitária. securitária.

Ora, nesse caso a Ora, nesse caso a unidade de convicçãounidade de convicção restaria prejudicada, pois restaria prejudicada, pois

novamente os fatos seriam discutidos no cível correndo-se inclusive novamente os fatos seriam discutidos no cível correndo-se inclusive risco de decisão contraditória.”risco de decisão contraditória.”

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“De fato, a análise da cobertura prevista no contrato de seguro ressoa como matéria estranha à relação de trabalho. Mas por outro lado, não deixa de ter se

originado em processo que visava à pacificação social no bojo de ação indenizatória de acidente de trabalho.

(...) O jurisdicionado não pode ser a vítima de alterações constitucionais de competência que visam, sobretudo, à melhoria da prestação jurisdicional. Ainda que possa causar espécie, sob nossa modesta ótica traduz uma solução mais adequada à pacificação social, que é um dos magnos escopos da jurisdição.

Neste passo, declaramos a competência material da Justiça do Trabalho para conhecimento e julgamento dos presentes recursos.”

(TRT-PR-99528-2006-002-09-00-5-ACO-04252-2007, Ana Carolina Zaina, DJPR: (TRT-PR-99528-2006-002-09-00-5-ACO-04252-2007, Ana Carolina Zaina, DJPR: 23/02/07). 23/02/07).

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Dano em exame pré-admissional:Dano em exame pré-admissional:

““Conflito de competência. Justiças cível.E trabalhista. Conflito de competência. Justiças cível.E trabalhista. Ação de indenização por danos morais. Lesão de Ação de indenização por danos morais. Lesão de tímpano provocada durante a realização de exame tímpano provocada durante a realização de exame admissional. Alterações promovidas pela EC n.admissional. Alterações promovidas pela EC n.45/2004. Inaplicabilidade. Relação jurídica de direito 45/2004. Inaplicabilidade. Relação jurídica de direito civil. Caracterização. Competência do Juízo Estadual.”civil. Caracterização. Competência do Juízo Estadual.” (STJ, CC n. 82.800-SP, Min. Massami Uyeda, julgado em 04/09/2007).(STJ, CC n. 82.800-SP, Min. Massami Uyeda, julgado em 04/09/2007).

Voto:Voto: “A hipótese dos autos é de Ação indenizatória por “A hipótese dos autos é de Ação indenizatória por erro médicoerro médico, , tendo em vista lesão sofrida pelo autor durante procedimento de tendo em vista lesão sofrida pelo autor durante procedimento de lavagem do ouvido, quando da realização de exame audiométrico, lavagem do ouvido, quando da realização de exame audiométrico, sendo desinfluente o fato de que o referido exame visava habilitar o sendo desinfluente o fato de que o referido exame visava habilitar o autor para possível CTautor para possível CT, o qual nem mesmo se efetivou.”, o qual nem mesmo se efetivou.”

Art. 932, CC:Art. 932, CC: São também responsáveis pela reparação civil: São também responsáveis pela reparação civil: IIIIII - o empregador ou comitente, por seus empregados, - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;competir, ou em razão dele;

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““Ora, o que é o prestador de serviços terceirizados, Ora, o que é o prestador de serviços terceirizados, senão um preposto do tomador para a consecução senão um preposto do tomador para a consecução de uma determinada atividade?”de uma determinada atividade?”

(Pablo Gagliano e R. (Pablo Gagliano e R. Pamplona)Pamplona)

NR-4 NR-4 (itens 04.5; 04.5.1 e 04.5.2):(itens 04.5; 04.5.1 e 04.5.2): A tomadora deve estender seus serviços de segurança A tomadora deve estender seus serviços de segurança do trabalho aos empregados da empresa prestadora de do trabalho aos empregados da empresa prestadora de serviços. serviços.

““Em acidente de trabalho provocado por veículo de Em acidente de trabalho provocado por veículo de empresa terceirizada contra funcionário de empresa empresa terceirizada contra funcionário de empresa contratante que exercia suas funções laborais no contratante que exercia suas funções laborais no momento do acidente, e uma vez reconhecida a momento do acidente, e uma vez reconhecida a culpa da primeira pelo acidente, a segunda culpa da primeira pelo acidente, a segunda responde de forma solidária pela reparação dos responde de forma solidária pela reparação dos danos causados a seu empregador por culpa danos causados a seu empregador por culpa in in eligendoeligendo, já que não foi diligente o suficiente na , já que não foi diligente o suficiente na escolha de preposto que bem se desincumbisse o escolha de preposto que bem se desincumbisse o seu mister”.seu mister”.

(TJRO, 1ª. Câmara Cível, Ap. n. 97.001751-0, José Pedro Couto, julg. em (TJRO, 1ª. Câmara Cível, Ap. n. 97.001751-0, José Pedro Couto, julg. em 6/04/2002) 6/04/2002)

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Súm. 229, STF: “A indenização acidentária não exclui a do direito comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador”.

– Antes CF/88: dolo ou culpa grave (Súm. 229, STF) – Pós CF/88: dolo ou culpa (leve ou levíssima)

In lege aquilia, et levíssima culpa venitIn lege aquilia, et levíssima culpa venit(mesmo se a culpa for levíssima já há o dever de indenizar)(mesmo se a culpa for levíssima já há o dever de indenizar)

““A caracterização da culpa prevista no art. 7º, XXVIII, da CF/88, A caracterização da culpa prevista no art. 7º, XXVIII, da CF/88, independe do grau com que esta se verifique. Em outras palavras, independe do grau com que esta se verifique. Em outras palavras, o o empregador responde por ato omissivo ou comissivo, tenha ele empregador responde por ato omissivo ou comissivo, tenha ele concorrido com culpa grave, leve ou levíssimaconcorrido com culpa grave, leve ou levíssima. No presente caso, a . No presente caso, a reclamada não promoveu o treinamento adequado e ainda permitiu reclamada não promoveu o treinamento adequado e ainda permitiu que a máquina empregada na compactação do lixo, fosse utilizada que a máquina empregada na compactação do lixo, fosse utilizada de forma inadequada, o que certamente deu causa ao infortúnio de forma inadequada, o que certamente deu causa ao infortúnio experimentado pelo reclamante.”experimentado pelo reclamante.” (TRT, 8ª. R., 4ª. T., RO 1826-2005-010-8-00-2)(TRT, 8ª. R., 4ª. T., RO 1826-2005-010-8-00-2)

Culpa :Culpa : “é a inobservância de um dever que o “é a inobservância de um dever que o agente devia conhecer e observar”.agente devia conhecer e observar”. (Silvio Venosa, (Silvio Venosa, Resp. CivilResp. Civil. . 7. ed. Atlas, 2007. p.273) 7. ed. Atlas, 2007. p.273)

* * imputabilidade dos efeitosimputabilidade dos efeitos

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- Aonde reside a culpa do empregador?

1) Na violação das normas de segurança e saúde do trabalho.

Art. 157, I, CLT: dever do empregador de cumprir e fazer cumprir as normas de segurança do trabalho;

(*) eventual recusa do empregado: falta grave (158, pg único)

“O empregador que não adota medidas adequadas para a prevenção de acidentes do trabalho, deixando de instruir os empregados acerca das normas de higiene, saúde e segurança no trabalho, além de não lhes fornecer equipamentos de segurança individual adequados ao risco da atividade, incorre na violação aos artigos 157, inciso II, 162 e 166 da CLT. O descumprimento da conduta legalmente prescrita já é a confirmação da negligência do empregador, caracterizando a culpa contra a legalidade.”

(TRT,3ª.R, 2ª T, Sebastião G. de Oliveira, Proc:01465-2005-048-03-00-4-RO, DJ:18/8/06)

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Normas de segurança e saúde do trabalho

Art. 7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, Art. 7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além outros que visem à melhoria de sua condição social: além outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXII: Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de XXII: Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; normas de saúde, higiene e segurança;

– CLT: artigos 154 a 200 (normas de segurança)

Força normativa das NRs (Portaria n. 3214/78)

Art. 200, CLT: Cabe ao MTb estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:

I: medidas de prevenção de acidentes (...).”

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OJ SDI-I n. 345: reconhece a força normativa das NRs

Sum. 194 do STF: “é competente o MTE para especificações das atividades insalubres”.

A Constituição assegura aos trabalhadores a "redução A Constituição assegura aos trabalhadores a "redução dos riscos inerentes ao trabalho por normas de saúde, dos riscos inerentes ao trabalho por normas de saúde, higiene e segurança" (art. 7°, XXII). higiene e segurança" (art. 7°, XXII). As Normas As Normas Regulamentares traçam as medidas mínimas de Regulamentares traçam as medidas mínimas de proteçãoproteção individuais e coletivas que devem ser individuais e coletivas que devem ser observadas pelo empregador para, quando menos, observadas pelo empregador para, quando menos, atenuar os riscos aos quais se expõem para que se atenuar os riscos aos quais se expõem para que se atinjam os fins colimados pela empresa. Sendo assim, atinjam os fins colimados pela empresa. Sendo assim, se se as normas são descumpridas, revela-se a culpa em as normas são descumpridas, revela-se a culpa em potencial que se qualifica quando o dano físico é potencial que se qualifica quando o dano físico é revelado, como no caso presenterevelado, como no caso presente. De tal modo, por força . De tal modo, por força da regra do artigo 159 do Código Civil, deve o da regra do artigo 159 do Código Civil, deve o empregador reparar o dano sofrido pelo empregado, ao empregador reparar o dano sofrido pelo empregado, ao qual culposamente deu causa.”qual culposamente deu causa.”

(TRT - 2ª Reg. - 20010153017/01 - 8ª T. - Ac. 20020279960 - (TRT - 2ª Reg. - 20010153017/01 - 8ª T. - Ac. 20020279960 - Rev. Maria Luíza Freitas - DJSP 14/05/02)Rev. Maria Luíza Freitas - DJSP 14/05/02)

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- Aonde reside a culpa do empregador? ( 1) Na violação das normas de segurança e saúde do trabalho. )

2) Na violação do dever geral de cautela e prevenção

““A constatação de culpa resulta de um processo comparativo do comportamento do empregador que acarretou o infortúnio, com a conduta esperada de uma empresa que zela adequadamente pela segurança e saúde do trabalhador. É importante assinalar que assinalar que a conduta exigida do empregador vai além daquela esperada do homem médio nos atos da vida civil (bonus pater famílias), uma vez que a empresa tem o dever legal de adotar as medidas preventivas a empresa tem o dever legal de adotar as medidas preventivas cabíveis cabíveis para afastar os riscos inerentes ao trabalho, aplicando os para afastar os riscos inerentes ao trabalho, aplicando os conhecimentos técnicos até então disponíveis para eliminar as conhecimentos técnicos até então disponíveis para eliminar as possibilidades de acidentes ou doenças ocupacionais. (...)” possibilidades de acidentes ou doenças ocupacionais. (...)”

(TRT, 3ª. R. Proc 01349-2004-037-03-00-0-RO – Sebastião G. de Oliveira, (TRT, 3ª. R. Proc 01349-2004-037-03-00-0-RO – Sebastião G. de Oliveira, DJ/MG: 22/9/2005).DJ/MG: 22/9/2005).

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Graduação de culpa:A) Culpa grave – negligência grosseira; proceder muito abaixo do habitualmente praticado;

B) Culpa leve – evitável por pessoa normalmente diligente (homem-médio); proceder apenas abaixo do modo habitual praticado;

C) Culpa levíssima – evitável apenas por pessoa excepcionalmente diligente ou se tivesse sido mais diligente do que de costume.

A pergunta a ser feita é:-Se a empresa fosse excepcionalmente diligente e cumprisse rigorosamente as normas de segurança, ainda assim haveria o acidente?

- Não (então houve culpa patronal)- Sim (ausência de culpa patronal)

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Presunção de culpa patronal porPresunção de culpa patronal por::

a) descumprir norma legal;a) descumprir norma legal;b) descumprir obrigação de resultado b) descumprir obrigação de resultado

(assegurar incolumidade física do empregado)(assegurar incolumidade física do empregado);;c) princípio da aptidão da prova, inverte o ônusc) princípio da aptidão da prova, inverte o ônus (art. 359, II, CPC) (art. 359, II, CPC)

““Na apuração da responsabilidade civil em decorrência do Na apuração da responsabilidade civil em decorrência do acidente de trabalho, acidente de trabalho, o ônus da prova recai sobre o o ônus da prova recai sobre o empregadorempregador, que deve comprovar a inexistência da , que deve comprovar a inexistência da conduta culposa. Entretanto, não se desonerando do conduta culposa. Entretanto, não se desonerando do encargo que milita em seu desfavor, presume-se a culpa, encargo que milita em seu desfavor, presume-se a culpa, surgindo o conseqüente dever de indenizar o trabalhador surgindo o conseqüente dever de indenizar o trabalhador pelo prejuízo sofridopelo prejuízo sofrido.” .” (TST, 3ª.T.,RR 84.813/2003-900-03-00.2, Maria Cristina Peduzzi, DJ (TST, 3ª.T.,RR 84.813/2003-900-03-00.2, Maria Cristina Peduzzi, DJ 15/9/06) 15/9/06)

Ementa em sentido contrário: Ementa em sentido contrário:

““A ausência de prova cabal da culpa contributiva do empregador A ausência de prova cabal da culpa contributiva do empregador afasta a sua responsabilidade subjetiva, frustrando a pretensão afasta a sua responsabilidade subjetiva, frustrando a pretensão obreira de indenização por danos morais.”obreira de indenização por danos morais.” (TRT, SC, 3ª. T. 03661/06, (TRT, SC, 3ª. T. 03661/06, DJ/SC 28.03.06 - P. 387)DJ/SC 28.03.06 - P. 387)

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Princípio da reparação integral da vítima (restitutio in integrum)

Art. 944 do CC: “A indenização mede-se pela extensão do dano.”

Pg. único: “Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da

culpa e o dano, poderá o juiz reduzir eqüitativamente a indenização”

Enunciado 46 do CEJ do CJF: “A possibilidade de redução do montante de indenização em face do

grau de culpa do agente, estabelecida no pg único do art. 944 do novo CC, deve ser interpretada restritivamente, por representar uma exceção ao princípio da reparação integral do dano.”

Culpa concorrente Art. 945: Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

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““Em princípio, cuidando-se de acidente de trabalho, bastante Em princípio, cuidando-se de acidente de trabalho, bastante ao empregado a prova do nexo causal entre o exercício da ao empregado a prova do nexo causal entre o exercício da atividade laboral e o evento danoso, atividade laboral e o evento danoso, cabendo ao empregadorcabendo ao empregador, , em contrapartida, em contrapartida, demonstrar o fato impeditivodemonstrar o fato impeditivo, modificativo , modificativo ou extintivo do direito do autor, qual seja, a inexistência de ou extintivo do direito do autor, qual seja, a inexistência de culpa integral sua ou a existência de culpa concorrente da culpa integral sua ou a existência de culpa concorrente da vítima, esta também admitida pela Turma como circunstância vítima, esta também admitida pela Turma como circunstância eventualmente atenuadora da responsabilidade civil” eventualmente atenuadora da responsabilidade civil” (STJ, 4ª. T., REsp n. 621.825/MG, Aldir Passarinho Júnior, DJ (STJ, 4ª. T., REsp n. 621.825/MG, Aldir Passarinho Júnior, DJ 12/12/2005)12/12/2005)

Em sumaEm suma::

a)a) A vítima prova o fato constitutivo: que o dano decorreu A vítima prova o fato constitutivo: que o dano decorreu da execução do contrato de trabalho;da execução do contrato de trabalho;

b)b) À empresa caberá provarÀ empresa caberá provar: - a inexistência integral de sua : - a inexistência integral de sua culpaculpa

- a culpa integral ou - a culpa integral ou concorrente da vítimaconcorrente da vítima

c) Em caso de culpa concorrente, o juiz reduzirá a indenização na proporção da culpa de cada parte;

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Culpa exclusiva como excludente da Culpa exclusiva como excludente da RCRC

““Ocorre quando a causa única do acidente do Ocorre quando a causa única do acidente do trabalho tiver sido a sua conduta, sem qualquer trabalho tiver sido a sua conduta, sem qualquer ligação com o descumprimento das normas legais, ligação com o descumprimento das normas legais, contratuais, convencionais, regulamentares, contratuais, convencionais, regulamentares, técnicas ou do dever geral de cautela por parte do técnicas ou do dever geral de cautela por parte do empregador.”empregador.” (Sebastião G. de Oliveira)(Sebastião G. de Oliveira)

““Comprovada nos autos a entrega e fiscalização do uso Comprovada nos autos a entrega e fiscalização do uso de equipamentos individuais de segurança, bem como o de equipamentos individuais de segurança, bem como o fato do autor estar embriagado no momento do fato do autor estar embriagado no momento do acidente, não há que se falar em responsabilidade do acidente, não há que se falar em responsabilidade do empregador. O acidente de trabalho ocorreu por empregador. O acidente de trabalho ocorreu por exclusiva culpa do empregado, não fazendo jus à exclusiva culpa do empregado, não fazendo jus à indenização postulada.” indenização postulada.” (TRT-PR-99513-2006-661-09-00-3-ACO-15828-2006 – 4a. T, DJPR: (TRT-PR-99513-2006-661-09-00-3-ACO-15828-2006 – 4a. T, DJPR: 30/5/06)30/5/06)

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Força Maior: Força Maior: Art. 393, CC X Art. 501, CLTArt. 393, CC X Art. 501, CLT

““Na lição de Clóvis, caso fortuito é ‘o acidente Na lição de Clóvis, caso fortuito é ‘o acidente produzido por força física ininteligente, em condições produzido por força física ininteligente, em condições que não podiam ser previstas pelas partes’, que não podiam ser previstas pelas partes’, enquanto a força maior é ‘o fato de terceiro, que enquanto a força maior é ‘o fato de terceiro, que criou para a inexecução da obrigação, um obstáculo, criou para a inexecução da obrigação, um obstáculo, que a boa vontade do devedor não pode vencer’, que a boa vontade do devedor não pode vencer’, com a observação de que com a observação de que o traço que os caracteriza o traço que os caracteriza não é a imprevisibilidade, mas a inevitabilidadenão é a imprevisibilidade, mas a inevitabilidade.” .” (STJ. (STJ. 4ª T., Sálvio de Figueiredo, REspecial 264.589/RJ, julgado em 4ª T., Sálvio de Figueiredo, REspecial 264.589/RJ, julgado em 14.11.2000)14.11.2000)

““A queda de árvore decorrente de forte chuva de verão A queda de árvore decorrente de forte chuva de verão denota a imprevisibilidade característica do caso fortuito denota a imprevisibilidade característica do caso fortuito de forma a quebrar o nexo de causalidade entre o fato e o de forma a quebrar o nexo de causalidade entre o fato e o resultado havidos, e, por via de arrastamento, apresenta-resultado havidos, e, por via de arrastamento, apresenta-se como excludente de responsabilidade do dever de se como excludente de responsabilidade do dever de indenizar.”indenizar.” (TRT 23ª R. – RO n. 00228.2005.066.23.00-9 – Paulo Brescovici – (TRT 23ª R. – RO n. 00228.2005.066.23.00-9 – Paulo Brescovici – DJMT: 02.02.2006 – p. 26)DJMT: 02.02.2006 – p. 26)

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Acidente do Trabalho: Lei 8213/91Acidente do Trabalho: Lei 8213/91

a)a) Acidente-tipoAcidente-tipo: (art. 19) decorrente do trabalho a serviço da empresa : (art. 19) decorrente do trabalho a serviço da empresa que cause morte ou incapacidade (parcial ou total, temporária ou que cause morte ou incapacidade (parcial ou total, temporária ou permanente);permanente);

b)b) Doenças ocupacionais:Doenças ocupacionais:

- doença profissional (20, I): desencadeada pelo trabalho peculiar a - doença profissional (20, I): desencadeada pelo trabalho peculiar a determinada atividade constante de relação oficial do MPS determinada atividade constante de relação oficial do MPS (juris et de (juris et de jure)jure)

- doença do trabalho (20,II): desencadeada por condições especiais - doença do trabalho (20,II): desencadeada por condições especiais (irregulares) em que o trabalho é realizado (irregulares) em que o trabalho é realizado (juris tantum) (juris tantum)

- doença com NTEP (21-A): nexo técnico epidemiológico (- doença com NTEP (21-A): nexo técnico epidemiológico (juris tantum)juris tantum)

c)c) Acidentes por concausa:Acidentes por concausa: (art 21,I) tem no trabalho sua causa direta (art 21,I) tem no trabalho sua causa direta (não exclusiva, mas concorrente)(não exclusiva, mas concorrente)

d)d) Acidentes por causa indireta:Acidentes por causa indireta: (21, II, IV e § 1º): a execução do (21, II, IV e § 1º): a execução do trabalho não é causa direta do acidente; logo falta o elemento nexo trabalho não é causa direta do acidente; logo falta o elemento nexo causal da RC; Ex: acidentes de trajetocausal da RC; Ex: acidentes de trajeto

*Em todos eles libera-se o SAT;*Em todos eles libera-se o SAT;* Somente nos três primeiros haverá RC do empregador* Somente nos três primeiros haverá RC do empregador

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““O acidente de trajeto, ou acidente O acidente de trajeto, ou acidente in itinerein itinere, é , é equiparado a acidente do trabalho para fins equiparado a acidente do trabalho para fins previdenciários, nos termos do artigo 21, inciso IV, previdenciários, nos termos do artigo 21, inciso IV, dd, da , da Lei nº. 8.213/91, estando plenamente coberto pelo seguro Lei nº. 8.213/91, estando plenamente coberto pelo seguro acidentário, que tem um caráter marcadamente social acidentário, que tem um caráter marcadamente social fundado na teoria da responsabilidade objetiva. Ou seja, a fundado na teoria da responsabilidade objetiva. Ou seja, a lei concedeu uma amplitude maior ao nexo causal para lei concedeu uma amplitude maior ao nexo causal para efeitos do seguro acidentário, considerando a sua efeitos do seguro acidentário, considerando a sua natureza social, incluindo situações não relacionadas natureza social, incluindo situações não relacionadas diretamente ao trabalho, como é o caso dos acidentes de diretamente ao trabalho, como é o caso dos acidentes de trajeto. trajeto.

No entanto, na esfera da responsabilidade civil, em que o No entanto, na esfera da responsabilidade civil, em que o interesse tutelado é individual, só há obrigação de interesse tutelado é individual, só há obrigação de indenizar quando há nexo causal ou concausal ligando o indenizar quando há nexo causal ou concausal ligando o acidente ou doença com o exercício do trabalho a serviço acidente ou doença com o exercício do trabalho a serviço da empresa. As hipóteses de causalidade indireta da empresa. As hipóteses de causalidade indireta admitidas na cobertura acidentária, arroladas no artigo admitidas na cobertura acidentária, arroladas no artigo 21, incisos II e IV, da Lei nº. 8.213/91, não caracterizam o 21, incisos II e IV, da Lei nº. 8.213/91, não caracterizam o nexo causal adotado como pressuposto da indenização nexo causal adotado como pressuposto da indenização civil.” civil.”

(TRT – 3ª. R., 2ª T., Sebastião G. de Oliveira, DJMG: (TRT – 3ª. R., 2ª T., Sebastião G. de Oliveira, DJMG: 17/05/2006).17/05/2006).

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Caso o acidente Caso o acidente in itinerein itinere seja provocado por seja provocado por ato culposo do empregador, haverá dever de ato culposo do empregador, haverá dever de indenizar:indenizar:

““Ao assumir o risco de transportar trabalhadores para Ao assumir o risco de transportar trabalhadores para o local da prestação de serviços, em lugar de difícil o local da prestação de serviços, em lugar de difícil acesso não servido por transporte público regular acesso não servido por transporte público regular (Súmula 90 do TST), o empregador arca com a (Súmula 90 do TST), o empregador arca com a obrigação de proporcionar segurança aos seus obrigação de proporcionar segurança aos seus empregados, por meio da adoção medidas relativas à empregados, por meio da adoção medidas relativas à adequada manutenção do veículo de transporte. adequada manutenção do veículo de transporte. Assim, se o transporte de trabalhadores é realizado Assim, se o transporte de trabalhadores é realizado em um veículo em péssimo estado de conservação e em um veículo em péssimo estado de conservação e sem autorização do poder público, encontra-se sem autorização do poder público, encontra-se caracterizada a caracterizada a culpa patronalculpa patronal contra a legalidade, por contra a legalidade, por violação ao artigo 230, inciso II, do Código de Trânsito violação ao artigo 230, inciso II, do Código de Trânsito Brasileiro, que veda o transporte de passageiros em Brasileiro, que veda o transporte de passageiros em compartimento de carga, e ao artigo 132, parágrafo compartimento de carga, e ao artigo 132, parágrafo único, do Código Penal, no qual se encontra tipificado único, do Código Penal, no qual se encontra tipificado o crime de perigo para a vida ou a saúde de outrem.” o crime de perigo para a vida ou a saúde de outrem.”

((TRT – 3ª. Região, 2ª Turma, Rel: Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira, TRT – 3ª. Região, 2ª Turma, Rel: Juiz Sebastião Geraldo de Oliveira, julgadojulgado em 20/06/2006, DJ de 05/07/2006).em 20/06/2006, DJ de 05/07/2006).

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Acidentes configurados por concausa:Acidentes configurados por concausa:

Art. 21Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, . Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: para efeitos desta Lei:

II - o acidente ligado ao trabalho que, embora - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha não tenha sido a causa únicasido a causa única, haja , haja contribuído diretamentecontribuído diretamente para a para a morte do segurado, para redução ou perda da sua morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;atenção médica para a sua recuperação;

A = C + T (A = C + T (AAcidente = cidente = CConcausa + oncausa + TTrabalho)rabalho)C + T = C + T = causas concorrentes que provocam a morte ou causas concorrentes que provocam a morte ou incapacidadeincapacidade

““A concausa é outra causa que, juntando-se à principal, A concausa é outra causa que, juntando-se à principal, concorre para o resultado.” concorre para o resultado.” (ok)(ok)

““Ela não inicia e nem interrompe o processo causal, Ela não inicia e nem interrompe o processo causal, apenas o reforça, tal qual um rio menor que deságua em apenas o reforça, tal qual um rio menor que deságua em outro maior, aumentando-se o caudaloutro maior, aumentando-se o caudal.” .” (?)(?)(Sérgio Cavalieri Filho, Programa de Respons. Civil. 7. ed. SP:Atlas, 2007. p. (Sérgio Cavalieri Filho, Programa de Respons. Civil. 7. ed. SP:Atlas, 2007. p. 58)58)

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Ementas:Ementas:

““O fato de o acidente do trabalho ou doença O fato de o acidente do trabalho ou doença equivalente equivalente decorrer de outros fatores além dos decorrer de outros fatores além dos laborativoslaborativos, devidamente comprovados nos autos e , devidamente comprovados nos autos e negligenciados pelo empregador, negligenciados pelo empregador, não elide a sua não elide a sua caracterizaçãocaracterização bem como o reconhecimento da bem como o reconhecimento da responsabilidade empresária, eis que a concausa responsabilidade empresária, eis que a concausa (contingência adjacente) está prevista na legislação (contingência adjacente) está prevista na legislação pátria. Inteligência do art. 21, inciso I, da Lei no pátria. Inteligência do art. 21, inciso I, da Lei no 8.213/91.” 8.213/91.” (TRT, 3a R, 2a T, RO n. 2635/2003, José M. Caldeira, DJMG 9.4.03 – p. 12)(TRT, 3a R, 2a T, RO n. 2635/2003, José M. Caldeira, DJMG 9.4.03 – p. 12)

““Tenossinovite. Incapacidade. Local de trabalho com Tenossinovite. Incapacidade. Local de trabalho com boas condições de higiene, segurança e luminosidade boas condições de higiene, segurança e luminosidade e aeração. e aeração. Ausência de atos da empregadoraAusência de atos da empregadora que que pudessem ter comprometido a situação de saúde pudessem ter comprometido a situação de saúde laborativa da autora. Ação improcedente”. laborativa da autora. Ação improcedente”.

(2o. TACivSP, Ap. civ. 270.571-1, Rel. (2o. TACivSP, Ap. civ. 270.571-1, Rel. Osvaldo Caron)Osvaldo Caron)

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NTEP – Nexo Técnico EpidemiológicoNTEP – Nexo Técnico Epidemiológico

Lei 11.430/2006 inseriu o art. 21-A na Lei 8213/91:Lei 11.430/2006 inseriu o art. 21-A na Lei 8213/91:

Art. 21-A: A perícia médica do INSS considerará Art. 21-A: A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. conformidade com o que dispuser o regulamento.

§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o § 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. do nexo de que trata o caput deste artigo.

Observações:Observações:

a)a) “Sistema de presunção legal relativa” da doença “Sistema de presunção legal relativa” da doença profissionalprofissional (art. 212, IV, CC); (art. 212, IV, CC);

b)b) NTEP: Doença ocupacional = CID x CNAENTEP: Doença ocupacional = CID x CNAE

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c)c) A fixação do nexo técnico cabe aos peritos do A fixação do nexo técnico cabe aos peritos do INSSINSS (art. 337, Dec 3048/99 (art. 337, Dec 3048/99););

d)d) Haverá casos que além do exame clínico, o Haverá casos que além do exame clínico, o perito terá que fazer inspeção na empresa;perito terá que fazer inspeção na empresa;

e)e) Ex: LER em bancário Ex: LER em bancário (há NTEP em face do risco (há NTEP em face do risco potencial da atividade, cf estatística)potencial da atividade, cf estatística)

f)f) Há casos especiais e fundamentados que o Há casos especiais e fundamentados que o perito poderá fixar o NEXO CAUSAL de forma perito poderá fixar o NEXO CAUSAL de forma diversa do NTEPdiversa do NTEP (seja em prol da empresa ou do (seja em prol da empresa ou do trabalhador: art. 2º.,§ 6º e 4º, trabalhador: art. 2º.,§ 6º e 4º, IN INSS/PRES n. 16/2007IN INSS/PRES n. 16/2007))

g)g) Além do NEXO CAUSAL, o perito deverá Além do NEXO CAUSAL, o perito deverá reconhecer a incapacidade (dano) da vítimareconhecer a incapacidade (dano) da vítima (art. (art. 3º, IN 16);3º, IN 16);

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Pontos positivos do NTEPPontos positivos do NTEP::

- Redução das sub-notificações de doenças ocupacionais;- Redução das sub-notificações de doenças ocupacionais;- Facilitação da concessão do auxílio-doença acidentário (B91), aposentadoria - Facilitação da concessão do auxílio-doença acidentário (B91), aposentadoria

por invalidez e estabilidade (art. 118); por invalidez e estabilidade (art. 118); - Estímulo às empresas a investirem em prevenção com posssibilidade de Estímulo às empresas a investirem em prevenção com posssibilidade de

redução do SAT, através do FAT;redução do SAT, através do FAT;- O NTEP cria presunção relativa, cabendo ao interessado a prova em sentido O NTEP cria presunção relativa, cabendo ao interessado a prova em sentido

contrário;contrário;- A caracterização do AT pelo critério do NTEP repercutirá na prova do A caracterização do AT pelo critério do NTEP repercutirá na prova do

acidente e da culpa patronal para fins de RC;acidente e da culpa patronal para fins de RC;

Críticas das empresasCríticas das empresas::

- A presunção de doença ocupacional, por mera dedução estatística, abre - A presunção de doença ocupacional, por mera dedução estatística, abre perigoso precedente, vez que ignora as pré-disposições genéticas da pessoa.perigoso precedente, vez que ignora as pré-disposições genéticas da pessoa.

- O aumento de custos com encargos e prevenções estimula a empresa a - O aumento de custos com encargos e prevenções estimula a empresa a substituir o trabalho humano pela automação.substituir o trabalho humano pela automação.

Dallegrave
Antes do NTEP, as empresas pagavam exatamente a mesma alíquota do SAT (1, 2 ou 3%). Agora com base em dados anuais do MPS, será editado o FAT (fator de acidente do trabalho) que poderá aumentar (em 100%) ou reduzir (em 50%) as alíquotas do SAT de acordo com a performance de cada empresa.
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Caso dos empregados domésticosCaso dos empregados domésticos

Não faz jus ao SAT nem ao auxílio-doença-acidentário; Não faz jus ao SAT nem ao auxílio-doença-acidentário;

Exegese do artigo 18, § 1º, da Lei nº 8.213/91; art. 104, Exegese do artigo 18, § 1º, da Lei nº 8.213/91; art. 104, do Dec n. 3048/99; art. 7º, pg único da CF.do Dec n. 3048/99; art. 7º, pg único da CF.

Eventual afastamento por doença ou acidente do Eventual afastamento por doença ou acidente do trabalho, o doméstico perceberá apenas auxílio-doença.trabalho, o doméstico perceberá apenas auxílio-doença.

Art. 61 da L. 8213/91 (*alterado pela L. 9032/95), consta: Art. 61 da L. 8213/91 (*alterado pela L. 9032/95), consta:

““O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91% do salário-consistirá numa renda mensal correspondente a 91% do salário-de-benefício”. de-benefício”.

Havendo acidente do trabalho por culpa patronal Havendo acidente do trabalho por culpa patronal incidirá a regra do art. 927 do CC (dano, nexo e culpa)incidirá a regra do art. 927 do CC (dano, nexo e culpa)

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II - Previsão legal: Código Civil

Art. 927: “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Parágrafo único: “haverá obrigação de reparar o dano, independente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

A) Subjetiva - Atividade ordinária (sem risco especial)- Art. 927, caput:

B) Objetiva - Atividade “normal de risco” e casos de lei - Pg. Único, art. 927 do NCCB:

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2ª. Controvérsia: O que é “atividade normal de 2ª. Controvérsia: O que é “atividade normal de risco”?risco”?

Enunciado n. 38 do CEJ do CJF

“A responsabilidade fundada no risco da atividade, como prevista na segunda parte do pg. único do art.

927 do novo CC, configura-se quando a atividade, normalmente desenvolvida pelo autor do dano,

causar à pessoa determinada um ônus maior do que aos demais membros da coletividade.”

Atividade de risco (CCB) X atividade perigosa (CCP, CCI)Atividade perigosa = risco acentuado (193, CLT)

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Critério objetivo: tabela de notificação acidentária INSS: Ramo de atividade x Tipo de acidente

““Se existe nexo de causalidade entre a atividade Se existe nexo de causalidade entre a atividade de risco e o efetivo dano, o empregador deve de risco e o efetivo dano, o empregador deve responder pelos prejuízos causados à saúde do responder pelos prejuízos causados à saúde do empregado, tendo em vista que a sua própria empregado, tendo em vista que a sua própria atividade econômica já implica situação de risco atividade econômica já implica situação de risco para o trabalhador. Assim, constatada a atividade para o trabalhador. Assim, constatada a atividade de risco exercida pelo autor, não há como se de risco exercida pelo autor, não há como se eliminar a responsabilidade do empregador, pois a eliminar a responsabilidade do empregador, pois a atividade por ele desenvolvida causou dano ao atividade por ele desenvolvida causou dano ao empregado, que lhe emprestou a força de empregado, que lhe emprestou a força de trabalho.” trabalho.”

(TST, 6ª. T., RR 155/2003-045-03-00.1, Aloysio Veiga, DJ (TST, 6ª. T., RR 155/2003-045-03-00.1, Aloysio Veiga, DJ 8/6/07)8/6/07)

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3ª. Controvérsia: O pg. único do art. 927 do CC/02 3ª. Controvérsia: O pg. único do art. 927 do CC/02 ofende o art. 7o, XXVIII, da CF?ofende o art. 7o, XXVIII, da CF?

- Exegese sistêmica: caput do art. 7o. + Art. 225, § 3o, CF;

“... o acidente de trabalho é regulado, em última análise, para assegurar a dignidade do trabalhador no momento em que não possui capacidade efetiva de trabalho. Concluiu-se que o rol de garantias do art. 7º da CF não esgota a proteção aos direitos sociais, e que o art. 118 não cria novo direito, mas apenas especifica o que a Constituição já prevê ao tratar das garantias referentes ao acidente de trabalho.”(STF, ADI n. 639/DF, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 2.6.2005)

Enunciado 377 do CEJCJ:

“O art. 7º., XXVIII da Constituição Federal não é impedimento para a aplicação do disposto no art. 927, pg único do CC quando se tratar de atividade de risco”

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III - Ações Acidentárias:

Empregado em face do INSS;

- Justiça Comum (Vara de Acidentes) – - Art. 109, pg. 3o., CF e Súmula 501 do STF;

Art. 129 da Lei n. 8213/91: “Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho serão apreciados:

I: na esfera administrativa pelos órgãos da Previdência Social, segundo as regras e prazos aplicáveis às demais prestações, com prioridade para conclusão; e

II – na via judicial, pela Justiça dos Estados e do DF, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses, mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento à Previdência Social, através da CAT;

Súm. 89, STJ: A ação acidentária prescinde do exaurimento da via administrativa

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Prescrição da Ação PrevidenciáriaPrescrição da Ação Previdenciária

ArtArt. . 104, L. 8213/91:104, L. 8213/91:““As ações referentes à prestação por As ações referentes à prestação por acidente do acidente do trabalhotrabalho prescrevem em 5 (cinco) anosprescrevem em 5 (cinco) anos, observado o , observado o disposto no art. 103 desta Lei, disposto no art. 103 desta Lei, contados da datacontados da data::

I - I - do acidentedo acidente, quando dele resultar a morte ou a , quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da Previdência Social; ou médica a cargo da Previdência Social; ou

II - II - em que for reconhecidaem que for reconhecida pela Previdência Social, a pela Previdência Social, a incapacidade permanenteincapacidade permanente ou o agravamentoou o agravamento das das seqüelas do acidente.”seqüelas do acidente.”

Súm. 230, STFSúm. 230, STF: A prescrição da ação de acidente do : A prescrição da ação de acidente do trabalho trabalho conta-se do exame pericialconta-se do exame pericial que comprovar a que comprovar a enfermidade ou verificar a natureza da incapacidade.enfermidade ou verificar a natureza da incapacidade.

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B) INSS em face da empresa (ação de regresso);

Art. 120 da Lei n. 8213/91: “Nos casos de negligência quanto às normas-padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis”.

- Competência material: Justiça Federal: art. 109, I, CF;

“O INSS possui indiscutível legitimidade para propor ação regressiva objetivando o ressarcimento dos valores referentes aos benefícios que desembolsou em caso de acidente de trabalho causado por negligência do empregador, eis que o pagamento destas prestações pela Previdência Social não exclui a responsabilidade civil do causador do infortúnio, tendo em vista o disposto no art. 120 e 121, da Lei 8.23/91 ”

(TRF, 1a. R. – REO – DJU 16.05.2002, p. 199 – Juris Sintese Millenium, CD 39, v. 1333000919).

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Funções da Ação de RegressoFunções da Ação de Regresso::

(1) devolver aos cofres públicos a verba que o Poder Público (1) devolver aos cofres públicos a verba que o Poder Público não deveria ter gasto se as empresas cumprissem o dever não deveria ter gasto se as empresas cumprissem o dever que a lei lhes impõe. que a lei lhes impõe.

(2) função preventiva. (2) função preventiva. ((A ação regressiva proposta pelo INSSA ação regressiva proposta pelo INSS.. Sandro Cabral Silveira. In: Sandro Cabral Silveira. In:

www.escritorioonline.comwww.escritorioonline.com))

PrescriçãoPrescrição: 3 anos, art. 206, pg 3º, V, do CC/02: 3 anos, art. 206, pg 3º, V, do CC/02

C) Empregado em face da Empresa;

Art. 121 da Lei nº 8.213/91: “O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem”

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- Competência da Justiça do Trabalho: art. 114, VI, da CF;

- CC n. 7.204-1. Rel. Min. Carlos Ayres Brito – julgado em 29/06/2005

“O Tribunal, por unanimidade, conheceu do conflito e definiu a competência da justiça trabalhista a partir da EC n. 45/2004, para julgamento das ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho (...)”.

- Art. 87, CPC perpetuatio jurisdicionis X política judiciária

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Constituição Federal (redação pós EC n. 45/04):

Compete à JT processar e julgar:

VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

-Competência da JUSTIÇA DO TRABALHO: - dano resultante da execução de CT (lato sensu): RT (relação de trabalho) + RE (relação de emprego)

- RT = versa sobre prestação de trabalho intuito personae (subordinada ou autônoma)- RE = versa sobre prestação de trabalho subordinado;

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IV - Elementos da Responsabilidade Civil nas ações acidentárias

A) Dano (material e/ou moral);

B) Culpa ou Atividade especial de risco;

C) Nexo causal;

DANO:

- Material: suscetíveis de valoração econômica;Ex: despesas com remédios, tratamento,

acompanhante, funeral, etc.

- Moral: não suscetível de valoração econômica; decorre da simples violação de um direito da personalidade

Ex: dor presumida da incapacidade, morte, aleijão, etc.

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A) Indenização no caso de morte da vítima (art. 948, CC);

Art. 948: No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:

I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;

II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima;

- Duração provável da vida da vítima:

aplica-se analogicamente os arts. 29, §§ 7º e 8º, da L. 8213/91 e arts. 1º e 2º, do Decreto 3.266/99 (tábua de mortalidade do IBGE

“A sobrevida da pessoa adulta não é a mesma do recém-nascido, porque aquele já passou por riscos de mortalidade que este ainda não enfrentou; a tabela do IBGE, a respeito, reflete esse princípio, e prefere o critério da sobrevida média, aproveitado por outros precedentes judiciais. Recurso especial conhecido, mas não provido” (REsp 119649/RJ; 3a. T., REsp n. 1997/0010531-8. Rel. Ari Pargendler. DJ: 02.05.2000, p. 137).

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Dependentes do acidentado falecido:

- Titulares da pensão: não são os herdeiros civis, mas os dependentes econômicos da vítima;

- Via de regra: filhos, viúva ou companheira de união estável.

- Tais pessoas geralmente estão na declaração de dependência do INSS (presunção juris tantum).

- Rateio: aplica-se por analogia a Lei 8213/91:

Art. 77: A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais. Parágrafo primeiro: Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar.

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- Prole da vítima: STJ: pensão até o filho completar 25 anos, (presunção de dependência econômica);

“Presumindo-se que a vítima teria de despender parte de sua remuneração com gastos próprios, a pensão deve ser fixada em 2/3 da renda até quando o de cujus completaria 25 anos, reduzida para 1/3 a partir de então, limitada à sobrevida provável, se a tanto sobreviverem os autores. (...).” (REsp. 577897/SC, n. 2003/0130785-1, 4a. T., DJ 24/05/2004, p. 283).

*Acima dessa idade, deve comprovar a dependência econômica.

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Constituição de capital como garantia da Constituição de capital como garantia da pensãopensão

Art. 475-Q, CPC: Quando a indenização por ato ilícito incluir Art. 475-Q, CPC: Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz, quanto a esta parte, poderá prestação de alimentos, o juiz, quanto a esta parte, poderá ordenar ao devedor ordenar ao devedor constituição de capitalconstituição de capital, cuja renda , cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensãoassegure o pagamento do valor mensal da pensão. .

§ 1º Este capital, representado por imóveis, títulos da dívida § 1º Este capital, representado por imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigaçãoimpenhorável enquanto durar a obrigação do do devedor.devedor.

§ 2º O juiz poderá § 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital a constituição do capital pela pela inclusão inclusão do beneficiário da prestaçãodo beneficiário da prestação em folha de em folha de pagamentopagamento de entidade de direito público ou de empresa de de entidade de direito público ou de empresa de direito privado de notória capacidade econômica, ou, a direito privado de notória capacidade econômica, ou, a requerimento do devedor, por requerimento do devedor, por fiança bancária ou garantia fiança bancária ou garantia realreal, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz., em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.

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Art. 475-Q, § 3º: Se sobrevier modificação nas condições Art. 475-Q, § 3º: Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.circunstâncias, redução ou aumento da prestação.

• Exegese sistêmica: Exegese sistêmica: a revisão da prestação refere-se ao a revisão da prestação refere-se ao gravame sobre o bem dado em garantia e não o valor da gravame sobre o bem dado em garantia e não o valor da pensão mensal.pensão mensal.

Súm. 313, STJ:Súm. 313, STJ: Em ação de indenização, procedente o Em ação de indenização, procedente o pedido, pedido, é necessária a constituição de capitalé necessária a constituição de capital ou caução ou caução fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, fidejussória para a garantia de pagamento da pensão, independentemente da situação financeira do independentemente da situação financeira do demandado.demandado.

A constituição de garantia é obrigatória, o que é possível de A constituição de garantia é obrigatória, o que é possível de modulação é o modo da garantia.modulação é o modo da garantia.

Quanto maior o risco de insolvência, maior deverá ser a Quanto maior o risco de insolvência, maior deverá ser a garantia.garantia.

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Modificações supervenientes no estado de saúde do Modificações supervenientes no estado de saúde do lesadolesado

Art. 471, CPC: Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, Art. 471, CPC: Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, relativas à mesma lide, salvosalvo::

I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio sobreveio modificação no estado de fatomodificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;

Tempus regit actus Tempus regit actus (o juiz leva em conta o estado de saúde ao tempo da sentença)(o juiz leva em conta o estado de saúde ao tempo da sentença)

O novo pedido serve para: ampliar, reduzir ou suprimir o valor da O novo pedido serve para: ampliar, reduzir ou suprimir o valor da pensão mensal.pensão mensal.

As modificações alcançam a estabilidadeAs modificações alcançam a estabilidade (art. 118, (art. 118, L.8213/91):L.8213/91):““Sendo incontroverso que a demissão ocorreu quando o Sendo incontroverso que a demissão ocorreu quando o trabalhador estava acometido de doença profissional, esta torna-trabalhador estava acometido de doença profissional, esta torna-se ilegal, mesmo quando a se ilegal, mesmo quando a doença se manifesta após a extinção doença se manifesta após a extinção do contrato do contrato de trabalho”, (RR 6823/2002-900-02-00.1, Brito de trabalho”, (RR 6823/2002-900-02-00.1, Brito Pereira) (*) Idem: Sum. 378, II, TSTPereira) (*) Idem: Sum. 378, II, TST

A prescrição da nova ação leva em conta a teoria da A prescrição da nova ação leva em conta a teoria da actio nataactio nata

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B) Indenização pela incapacidade temporária

-incapacidade temporária ocorre durante o tratamento e desaparece pela convalescença ou consolidação das lesões, sem seqüelas incapacitantes; (lesões corporais leves)

-incapacidade permanente decorre de acidentes mais graves que deixam seqüelas incapacitantes, total ou parcial, após o tratamento.

- Art. 949 do CC: “No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido”

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C) Indenização pela incapacidade permanente

Aplica-se o art. 950 do CC:

“Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.”

- Não há compensação do valor indenizatório com o SAT, cf art. 7o, XXVIII, da CF;

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(*) O legislador considerou o “próprio ofício” ou “profissão praticada” para aferir o grau de incapacidade e fixar o valor da pensão.

“Ficando o ofendido incapacitado para a profissão que exercia, a indenização compreenderá, em princípio, pensão correspondente ao valor do que deixou de receber em virtude da inabilitação. Não justifica seja reduzida apenas pela consideração, meramente hipotética, de que poderia exercer outro trabalho..” (STJ, Resp 233.610-RJ, 3ª. T., DJ de 26/06/00).

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Distinção:

- Aposentadoria por invalidez: o segurado é considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta a subsistência (após exame médico-pericial, art 42, L. 8213/91).

- Indenização a cargo do empregador: basta que ofendido não possa mais exercer o seu “ofício normal ou profissão” (art. 950 do Código Civil)

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Valor da pensão na incapacidade parcial

- Havendo perda parcial, a pensão mensal será proporcional

“Funcionário que, ao manusear uma serra circular, teve um dos dedos da mão esquerda amputado e lesões em outros dois - ausência de equipamentos de segurança em bom estado e de treinamento dos funcionários - ocorrendo o acidente do trabalho incumbe ao patrão a prova de que o dever de segurança foi satisfatoriamente cumprido - culpa do empregador caracterizada - Redução da capacidade laborativa em 42,75% - pensão fixada em 42,75% dos ganhos do autor na época do evento danoso, desde a data do acidente, de forma vitalícia – (...)” (TA/PR - Apelação Cível 0209765-6 - 1ª Câm. Cível - Ac. 16195 - Rev. Juiz Marcus Vinícius de Lacerda Costa - DJ 06/12/02)

- O percentual de incapacidade é o patamar mínimo de incidência sobre a remuneração.

- Constatado que a lesão implicou outros prejuízos pessoais, vg: dificuldade de obter emprego em outra função ou progressão da doença, o valor deverá ser majorado.

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Pagamento de uma só vezPagamento de uma só vezArt. 950, pg único, CC: “O prejudicado, se preferir, Art. 950, pg único, CC: “O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez”.de uma só vez”.

- Duas correntes:Duas correntes:

- A) aplicação restritiva ao art. 950, CC: “incapacidade A) aplicação restritiva ao art. 950, CC: “incapacidade

permanente do acidentado em vida”permanente do acidentado em vida” (Sebastião Geraldo)(Sebastião Geraldo);;

- B) aplicação extensiva a todas as indenizações B) aplicação extensiva a todas as indenizações satisfeitas satisfeitas

por prestações periódicas por prestações periódicas (Sílvio Rodrigues)(Sílvio Rodrigues);;

* eventual transação envolverá crédito patrimonial * eventual transação envolverá crédito patrimonial disponíveldisponível

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DANO MORAL ACIDENTÁRIO

Dano moral = ofensa a direito de personalidade

"O dano moral exsurge do fato de a autora ter que conviver com o defeito físico oriundo do acidente, sem possibilidade de recuperação, e impedida, igualmente, de desenvolver as costumeiras tarefas diárias, por mais singelas que sejam, necessitando de ajuda externa.” (STF, RE 431977/PR, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ: 08/09/2004)

- Acumulação: material + moral = Súmula 37 do STJ

- Comprovação em juízo: (presunção hominis)

(...) Assim, provada a existência de fato que normalmente ofende a pessoa em seu âmago, atingindo-lhe o direito que tem de viver em harmonia, na plenitude de sua capacidade física e psíquica, presume-se o dano moral.” (TRT 3ª R. – RO 00754-2003-086-03-00-0 – 8ª T. – DJMG 28.08.2004 – p. 18)

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Parâmetros para o arbitramento:

"Na fixação da indenização do dano moral, deve o juiz se nortear por dois vetores: a reparação do dano causado e a prevenção da reincidência patronal. Vale dizer que, além de estimar o valor indenizatório, tendo em conta a situação econômica do ofensor, esse deve servir como inibidor de futuras ações lesivas à honra e boa fama dos empregados.” (TST, 4a. T., RR n. 641.571, Barros Levenhagen, DJU: 21/02/2003)

- Valor em do dano moral em caso de morte da vítima:

“ (...) Admite o STJ a redução do quantum indenizatório, quando se mostrar desarrazoado, o que não sucede na espécie, em que houve morte decorrente de acidente de trânsito, dado que as Quarta e Terceira Turmas desta Corte têm fixado a indenização por danos morais no valor equivalente a 500 salários mínimos, conforme vários julgados.” (STJ, 4ª. T. Recurso Especial n. 2005/0134134-2, DJ 17.10.05, p. 315)

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Legitimidade para Ação de Dano Moral Legitimidade para Ação de Dano Moral em caso de óbito do acidentadoem caso de óbito do acidentado

“Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar pedido de indenização por danos morais e patrimoniais, decorrentes de acidente do trabalho, nos termos da redação originária do artigo 114 c/c inciso I do art 109 da Lei Maior. Precedente: CC 7.204. Competência que remanesce ainda quando a ação é ajuizada ou assumida pelos dependentes do trabalhador falecido, pois a causa do pedido de indenização continua sendo o acidente sofrido pelo trabalhador. Agravo regimental desprovido.”

(STF, 1ª T., RE-AgR 503043/SP, Carlos Ayres Britto, DJ: 01.06.07)

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Cobrar o penalty pela 4ª. vez e fazer o golCobrar o penalty pela 4ª. vez e fazer o gol

Ganhar da ArgentinaGanhar da Argentina

Calar a Arena da Calar a Arena da

BaixadaBaixada