acções nas estruturas2
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FCTUC – Departamento de Engenharia Civil
2007/2008
Betão Armado I Acções nas estruturas- EN 1991-1-1 Fernanda Freitas Segundo as lições da Prof. Helena Barros
Betão Armado I 2
2. Acções nas estruturas- EN 1991-1-1 2
2.1 INTRODUÇÃO
2.2 PESOS PRÓPRIOS E CARGAS IMPOSTAS 6
2.2.1 UTILIZAÇÃO DE CARACTER RESIDENCIAL, SOCIAL,
COMERCIAL E DE ADMINISTRAÇÃO 6
2.2.2 GARAGENS E ÁREAS COM TRÁFEGO 8
2.2.3 COBERTURAS 9
2.2.4 ACÇÕES HORIZONTAIS EM VARANDAS 11
3. DURABILIDADE E RECOBRIMENTO DAS ARMADURAS 12
4. TIPOS DE ESTRUTURAS E ELEMENTOS ESTRUTURAIS 23
5. PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
5.1 BETÃO 24
5.2 AÇO 36
Betão Armado I 3
2. ACÇÕES NAS ESTRUTURAS - EN 1991-1-1
2.1. INTRODUÇÃO
No Eurocódigo EN 1991-1-1 estão descritas as acções utilizadas no
dimensionamento de edifícios e outros tipos de estruturas. Esta descrição
incide sobre os seguintes aspectos:
• Densidades dos materiais de construção e de armazenamento;
• Peso próprio de elementos de construção;
• Cargas impostas em edifícios.
Para tratar estes assuntos, o eurocódigo encontra-se dividido nas
seguintes secções e anexos:
Secção 1- Intrudução. Distinção entre Princípios e Regras de Aplicação.
Por Princípios entende-se afirmações ou definições de caracter
obrigatório e portanto para os quais não é permitida qualquer alternativa.
Estes estão precedidos da letra P. As Regras de Aplicação são regras
geralmente utilizadas e aceites, que estão de acordo com os Princípios.
Secção 2- Classificação das acções. Pesos Próprios e Cargas Impostas.
Secção 3- Situações de Projecto.
Secção 4- Densidades dos Materiais de Construção e de Armazenamento,
aspectos gerais.
Secção 5- Peso próprio dos elementos da construção. Pesos dos
elementos estruturais, não estruturais e equipamentos fixos. Disposições
específicas de pontes.
Secção 6-Cargas impostas. Valores de sobrecargas e forma de as combinar
em lajes, vigas, paredes, pilares e coberturas, em função das categorias de
utilização dos edíficios.
Anexo A- Informativo. Tabelas com densidades de materiais de construção
e de produtos para armazenamento.
Anexo B- Informativo. Acções em barreiras e guarda corpos em parques
de estacionamento.
Betão Armado I 4
Nos pontos seguintes indicam-se os elementos retirados do Eurocódigo
EN 1991-1-1, que serão necessários para o dimensionamento das
estruturas no âmbito da disciplina de betão armado.
2.2 PESOS PRÓPRIOS E CARGAS IMPOSTAS
O peso próprio deve ser considerado como acção permanente. As
cargas impostas ou sobrecargas devem ser consideradas como acções
variáveis.
A Tabela A1 , retirada do eurocódigo, indica os pesos específicos de
betões e argamassas usadas no cálculo do peso próprio das estruturas.
TABELA A.1 PESO ESPECÍFICO DO BETÃO E ARGAMASSA
Materiais Peso Específico � ���/��
Betão (ver EN206)
Leve
Peso Específico Classe LC 1,0 9,0 a 10,01)2)
Peso Específico Classe LC 1,2 10,0 a 12,01)2)
Peso Específico Classe LC 1,4 12,0 a 14,01)2)
Peso Específico Classe LC 1,6 14,0 a 16,01)2)
Peso Específico Classe LC 1,8 16,0 a 18,01)2)
Peso Específico Classe LC 2,0 18,0 a 20,01)2)
Normal 24,01)2)
Pesado >1)2)
Argamassa
Argamassa de cimento 19,0 a 23,0
Argamassa de gesso 12,0 a 18,0
Argamassa de cimento e cal 18,0 a 20,0
Argamassa de cal 12,0 a 18,0
1)
Aumentar em 1 KN/m3 para betão armado pré-esforçado
2) Aumentar em 1 KN/m
3 para betão fresco
Nota: Ver secção 4
2.2.1 UTILIZAÇÃO DE CARACTER RESIDENCIAL, SOCIAL,
COMERCIAL E DE ADMINISTRAÇÃO
Betão Armado I 5
A) CATEGORIAS A Tabela 6.1 especifica as categorias dos edifícios dependente da
respectiva utilização. Diz respeito a ocupações do tipo residencial, social,
comercial e de administração. TABELA 6.1 CATEGORIA DOS EDIFÍCIOS
Categoria Uso Específico Exemplo
A Zona de actividades domésticas e
habitacionais
Quartos em edifícios residenciais e vivendas
individuais; quartos de dormir e alas em
hospitais; quartos de dormir em hotéis e
cozinhas e banhos em hospedarias.
B Zonas de escritórios
C Zonas de congregação de pessoas
(com excepção das zonas definidas
como categoria A, B e D1)
), zonas
públicas
C1: Zonas com mesas, etc., por exemplo, zonas
de escolas, cafés, restaurantes, salões de
jantar, salas de leitura, recepções.
C2: Zonas com lugares fixos, por exemplo,
zonas em igrejas, teatros, cinemas, salas de
conferências, sala de assembleias, salas de
espera, salas de espera em estações caminhos-
de-ferro.
C3: Zonas sem obstáculos para o movimento de
pessoas, por exemplo, zonas em museus, salas
de exposições, etc., e zonas de acesso em
edifícios públicos e da administração, hotéis,
hospitais, antessalas em estações caminhos-de-
ferro.
C4: Zonas com possível actividade física, por
exemplo, salões de dança, salas de ginástica,
palcos.
C5: Zonas susceptíveis de reunir grandes
multidões, por exemplo, em edifícios para
celebrações públicas tal como salas de
concertos, pavilhões desportivos incluindo
plataformas, terraços e zonas de acesso e
plataformas em caminhos-de-ferro.
D Zonas comerciais D1: Zonas de compras em geral
D2: Zonas em grandes Armazéns 1)
Chama-se atenção para 6.3.1.1(2), em particular para C4 e C5. Ver EN 1990 quando tenha que ter em
conta os efeitos dinâmicos. Para a categoria E, ver Tabela 6.3
Nota 1: Dependendo dos usos previstos, zonas que podem ser classificadas como C2, C3, C4 podem
passar a pertencer a categoria C5 por decisão do cliente e/ou pelo anexo Nacional.
Nota 2: O anexo Nacional pode estabelecer subcategorias para A, B, C1 a C5, D1 e D2
Nota 3: Ver 6.3.2 para actividades industriais e de armazenamento
Betão Armado I 6
B) CARGAS IMPOSTAS
As cargas impostas são modeladas através de forças distribuídas ��
ou concentradas �, função da categoria do edifício. A tabela 6.2 aplica-
se a pisos, varandas e escadas de edifícios.
TABELA 6.2 CARGAS IMPOSTAS EM PISOS, VARANDAS E ESCADAS DE EDIFÍCIOS
Categoria de zonas de carga
�� ���/�� �� ���
Categoria A
Pisos 1,5 a 2,0 2,0 a 3,0
Escadas 2,0 a 4,0 2,0 a 4,0
Balcões 2,5 a 4,0 2,0 a 3,0
Categoria B 2,0 a 3,0 1,5 a 4,5
Categoria C
C1 2,0 a 3,0 3,0 a 4,0
C2 3,0 a 4,0 2,5 a 7,0 (4,0)
C3 3,0 a 5,0 4,0 a 7,0
C4 4,5 a 5,0 3,5 a 7,00
C5 5,0 a 7,5 3,5 a 4,50
Categoria D
D1 4,0 a 5,0 3,5 a 7,00 (4,0)
D2 4,0 a 5,0 3,5 a 7,00
C) ARRANJO DE CARGAS
Elementos Horizontais
As cargas distribuídas q� e as concentradas Q� não são aplicadas em
simultâneo. As distribuídas q� destinam-se aos efeitos na estrutura em
geral e as concentradas Q� para o estudo de efeitos localizados aplicando-
as em qualquer zona da estrutura.
Num dado piso as cargas são colocadas na posição mais
desfavorável.
Betão Armado I 7
A carga distribuída q� pode ser reduzida por um factor α� , para as
categorias de A a D, definido por:
�� = 57 �� + !�! ≤ 1,0
e ainda:
�� ≥ 0,6 nas categorias ( e )
com: ! – área carregada *+ !� = 10 *+ �� – coeficiente da tabela A.1.1 da EN 1990, Cap.1, secção 1.5.
Fig. 2.1 a) Viga contínua com vários tramos carregados b) Cálculo
do coeficiente �� em função da área carregada
Na fig.2.1a) representa-se uma viga contínua com vários tramos, onde A
representa a área carregada. A Fig. 2.1b) mostra como varia o factor α�
considerando o coeficiente �� = 0,7 (válido para edifícios em várias
categorias de utilização) para uma área carregada A variável.
O peso de paredes divisórias pode ser considerado como uma carga
adicional distribuída ��, com os seguintes valores:
Betão Armado I 8
A
B
C
D
E
1
� paredes com peso próprio ≤ 1,0 ,-/*+ (metro linear de
parede) �� = 0,5 ,-/*+ � paredes com peso próprio ≤ 2,0 ,-/*+ (metro linear de
parede) �� = 0,8 ,-/*+ � paredes com peso próprio ≤ 3,0 ,-/*+ (metro linear de
parede) �� = 1,2 ,-/*+
Elementos Verticais
Nas categorias de A a D é possível reduzir a carga total que actua
em pilares e paredes resultante das acções impostas nos pisos superiores
multiplicando-a por um factor α1, dado por:
�2 = 32 + 34 − 26��64
com: 4 – nº de pisos 3> 26
�� – coeficiente da tabela A.1.1 da EN 1990, Cap.1, secção 1.5.
TABELA 6.3 EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS
Categoria Uso específico Exemplo
E1 Zonas susceptíveis de
acumulação de mercadorias,
incluindo áreas de acesso.
Zonas para armazenamento incluindo
armazenamento de livros e outros
documentos.
E2 Uso industrial
Cat. �78 98 :; 7<
A 2.0 S1 0.7 1.0 1.0 S1
B 3.0 S2 0.7 1.0 1.0(S1+ S2 )
C1 3.0 S3 0.7 0.9 0.9(S1+ S2+ S3 )
D 5.0 S4 0.7 0.85 0.85(S1+ S2+ S3 + S4)
E 6.0 S5 1.0 0.85(S1+ S2+ S3 + S4) + S5
Betão Armado I 9
2.2.2 GARAGENS E ÁREAS COM TRÁFEGO
A) CATEGORIAS São consideradas nas categorias F e G da Tabela 6.7 e as cargas
respectivas estão indicadas na tabela 6.8 .
As cargas concentradas devem ser aplicadas numa área quadrada
com lado igual a 100mm para a categoria F e 200mm para a categoria G,
tomada na posição mais desfavorável. Nestas categorias deve considerar-
se �� = 1,0 e �2 = 1,0.
TABELA 6.7 CATEGORIAS PARA ZONAS DE ESTACIONAMENTO Categorias de zonas de
tráfego Uso específico Exemplo
F
Zonas de tráfego e estacionamento para
veículos ligeiros (veículos com peso bruto ≤ 30 ,- e número de lugares ≤ 8 não
incluindo o condutor)
Garagens, áreas para
estacionamento, edifícios
para estacionamento
G
Zonas de tráfego e estacionamento para
veículos médios (veículos com peso bruto > 30 ,- ≤ 160,- sobre os dois eixos)
Rotas de acesso, zonas de
carga e descarga, zonas
acessíveis a camiões de
bombeiros (veículos com
peso bruto ≤ 160KN)
Nota 1: O acesso a zona designada como categoria F deverá estar limitado mediante meios físicos
incorporados a estrutura.
Nota 2: As zonas designadas como categoria F e G deverão estar sinalizadas mediante sinais de aviso
apropriados.
B) CARGAS IMPOSTAS TABELA 6.8 CARGAS IMPOSTAS EM ESTACIONAMENTOS
Categorias de zonas de tráfego �� ���/��
�� ���
Categoria F
Peso bruto: ≤ 30 ,-
��
��
Categoria G 30 ,- <peso bruto ≤ 160 ,-
@, ;
��
Nota 1: No acesso as zonas designadas como categoria F, �� deverá ser seleccionado dentro do
intervalo de 1,5 a 2,5 KN/m2 e � ser seleccionado dentro do intervalo de 10 a 20 KN.
Nota 2: Para a categoria G, � deverá ser seleccionado dentro do intervalo de 40 a 90 KN.
Nota 3: Quando é dado um intervalo de valores nas notas 1 e 2, o valor recomendado deve ser
definido pelo anexo Nacional.
Os valores recomendados encontram-se sublinhados.
Betão Armado I
2.2.3. COBERTURASA) CATEGORIAS
As coberturas podem ser classificadas com as categorias H, I ou
indicadas na Tabela 6.9,
aplicar em cada caso estão
coberturas as cargas distribuída e concentrada
consideradas separadamente
As cargas concentradas devem ser aplicadas numa á
com 50mm de lado, tomada
As coberturas devem suportar uma carga concentrada de 150KN
numa área quadrada com 50mm de lado, considerada na posição mais
desfavorável.
Nas coberturas da categoria I , terraços acessíveis,
o factor α� às cargas obtidas de acordo com a sua utilização,
corresponder a uma categoria entre
TABELA 6.9 CATEGORIA
Categoria da zona
carregada
H Coberturas não acessíveis excepto para manutenção e reparação
I Coberturas acessíveis com ocupação de acordo com as categorias A a D
K Coberturas acessíveis para serviços especiais, tal como zonas de
aterragem de helicópteros.
COBERTURAS
podem ser classificadas com as categorias H, I ou
Tabela 6.9, de acordo com a sua acessibilidade
aplicar em cada caso estão indicadas nas Tabelas 6.10 e 6.11
s cargas distribuída e concentrada das tabelas devem ser
consideradas separadamente.
entradas devem ser aplicadas numa á
com 50mm de lado, tomada na posição mais desfavorável.
As coberturas devem suportar uma carga concentrada de 150KN
numa área quadrada com 50mm de lado, considerada na posição mais
da categoria I , terraços acessíveis, pode ser aplicad
às cargas obtidas de acordo com a sua utilização,
corresponder a uma categoria entre a A e D.
TABELA 6.9 CATEGORIAS PARA COBERTURAS
Uso específico
Coberturas não acessíveis excepto para manutenção e reparação
Coberturas acessíveis com ocupação de acordo com as categorias A a D
Coberturas acessíveis para serviços especiais, tal como zonas de
aterragem de helicópteros.
10
podem ser classificadas com as categorias H, I ou K,
de acordo com a sua acessibilidade. As cargas a
6.10 e 6.11. Para as
as tabelas devem ser
entradas devem ser aplicadas numa área quadrada
As coberturas devem suportar uma carga concentrada de 150KN
numa área quadrada com 50mm de lado, considerada na posição mais
pode ser aplicado
às cargas obtidas de acordo com a sua utilização, que pode
Coberturas não acessíveis excepto para manutenção e reparação
Coberturas acessíveis com ocupação de acordo com as categorias A a D
Coberturas acessíveis para serviços especiais, tal como zonas de
Betão Armado I 11
B) CARGAS IMPOSTAS
TABELA 6.10 CARGAS IMPOSTAS EM COBERTURAS DA CATEGORIAS H
Cobertura �� ���/��
�� ���
Categoria H �� ��
Nota 1: para a categoria H, �� pode ser escolhido no intervalo entre 0,00 KN/m2 a
1,0 KN/m2 , � pode ser escolhido no intervalo entre 0,9 KN e 1,5 KN.
Quando é dado um intervalo de valores, este deve ser definido pelo anexo Nacional.
Os valores recomendados são:
�� = 0,4 ,- *+⁄ , � = 1,-
Nota 2: �� poderá modificar no anexo nacional de acordo com a pendente da
cobertura.
Nota 3: Pode-se assumir que �� actua sobre uma área A definida no anexo nacional. O
valor recomendado para A é de 10 m2, com um intervalo de zero até a superfície total
da cobertura.
Nota 4: Ver também 3.3.2(1)
TABELA 6.11 CARGAS IMPOSTAS EM COBERTURAS CATEGORIA K
Classe de Helicóptero
Carga � de descolagem do
helicoptero
Carga �� de descolagem
Dimensão da área carregada 3� × �6
HC1 ≤ 20,- � = 20,- 30,2 × 0,26
HC2 20,- ≤ ≤ 60,- � = 30,- 30,3 × 0,36
Betão Armado I 12
2.2.4. ACÇÕES HORIZONTAIS EM VARANDAS
As acções horizontais a considerar em varandas e guarda corpos são
cargas lineares �� , ver Tabela 6.12, actuando a uma altura não superior a
1.20m.
Em zonas de concentração de público, caso de estádios, salas de
conferências etc., a carga linear deve ser a indicada para a categoria C5.
TABELA 6.12 CARGAS HORIZONTAIS EM VARANDAS
Áreas carregadas �� ���/�
Categoria A ��
Categoria B e C1 ��
Categoria C2 a C4 e D ��
Categoria C5 ��
Categoria E ��
Categoria F Ver anexo Nacional
Categoria G Ver anexo Nacional
Nota 1: Para as categorias A,B e C1, �� poderá ser escolhido no intervalo entre 0,2
KN/m a 1,0 (0,5) KN/m
Nota 2: Para as categorias C2 a C4 e D, �� poderá ser escolhido no intervalo entre 0,8
KN/m a 1,0 KN/m
Nota 3: Para a categoria C5, �� poderá ser escolhido no intervalo entre 3,0 KN/m a 5,0
KN/m
Nota 4: Para a categoria E, �� poderá ser escolhido no intervalo entre 0,8 KN/m a 2,0
KN/m. Para zonas de categoria E as cargas horizontais dependem da ocupação.
Portanto o valor de �� é definido como um valor mínimo e deverá ser verificado para
uma ocupação concreta.
Nota 5: Quando é dado um intervalo de valores nas Notas 1,2,3 e 4, estes devem ser
definidos pelo anexo Nacional. Os valores recomendados encontram-se sublinhados.
Nota 6: O anexo Nacional pode prescrever valores para a carga � e/ou especificações
referentes a impactos para verificações analíticas ou experimentais.
3. DURABILIDADE E RECOBRIMENTO DAS ARMADURAS
Uma estrutura duradoura deve satisfazer durante ao seu período de vida
os necessários requesitos de utilização, resistência e estabilidade.
Betão Armado I 13
a) Condições ambientais
As condições de exposição estão resumidas no quadro 4.1.
b) Recobrimento das armaduras
O recobrimento mínimo deve assegurar:
� a transmissão eficaz das forças de aderência
� a protecção do aço contra a corrosão (durabilidade)
� uma adequada resistência ao fogo
O recobrimento nominal D2EF deve ser especificado nos desenhos,
sendo dado por: D2EF = DFG2 + ∆DIJK
com: DFG2 – recobrimento mínimo ∆DIJK – tolerância de execução
c) Recobrimento mínimo
Recobrimento mínimo DFG2,L para garantir a aderência (Quadro 4.2)
é:
� M ou M2 se NO ≤ 32 **
� M + 5 ** ou M2 + 5 ** se NO > 32 **
com: M – diâmetro do varão M2 – diâmetro equivalente de um agrupamento de varões
NO – dimensão máxima dos inertes
Betão Armado I 14
QUADRO 4.1 CLASSES DE EXPOSIÇÃO EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Designação da classe Descrição do ambiente Exemplos informativos de condições em que podem ocorrer as classes de exposição
1 Nenhum risco de corrosão ou ataque
X0 Para betão sem armadura ou elementos metálicos
embebidos: todas as exposições excepto em situação de
gelo/degelo, abrasão ou ataque químico
Para betão com armadura ou elementos embebidos: muito
seco
Betão no interior de edifícios com uma
humidade do ar ambiente muito baixa
2 Corrosão induzida por carbonatação
XC1 Seco ou permanentemente húmido Betão no interior de edifícios com uma
humidade do ar ambiente baixa
Um grande número de fundações
XC2 Húmido, raramente seco Superfícies de betão sujeitas a contacto
prolongado com água
Um grande número de fundações
XC3 Humidade moderada Betão no interior de edifícios com uma
humidade do ar ambiente moderada ou elevada
Betão exterior protegido da chuva
XC4 Alternadamente húmido e seco Superfícies de betão sujeitas a contacto com
água, não incluídas na classe de exposição XC2
Um grande número de fundações
3 Corrosão induzida por cloretos
XD1 Humidade moderada Superfícies de betão expostas a cloretos
transportados pelo ar
XD2 Húmido, raramente seco Piscinas
Elementos de betão expostos a águas industrias
contendo cloretos
XD3 Alternadamente húmido e seco Elementos de pontes expostos a pulverizações
contendo cloretos
Pavimentos
Lajes de parques de estacionamento
4 Corrosão induzida por cloretos presentes na água do mar
XS1 Exposto ao sal transportado pelo ar mas não em contacto
directo com a água do mar
Estruturas próximas da costa ou na costa
XS2 Permanentemente submerso Elementos de estruturas marítimas
XS3 Zonas sujeitas aos efeitos das marés, da rebentação e da
neblina marítima
Elementos de estruturas marítimas
5 Ataque gelo/degelo Superfícies verticais de betão expostas à chuva e
ao gelo
XF1 Saturação moderada em água, sem produto descongelante Superfícies verticais de betão de estruturas
rodoviárias expostas ao gelo e a produtos
descongelantes transportados pelo ar
XF2 Saturação moderada em água, com produto descongelante Superfícies horizontais de betão expostas à
chuva e ao gelo
XF3 Saturação elevada em água, sem produtos descongelantes Estradas e tabuleiros de pontes expostos a
produtos descongelantes
Superfícies de betão expostas a pulverizações
directas contendo produtos descongelantes e
expostas ao gelo
Zonas sujeitas aos efeitos da rebentação de
estruturas marítimas expostas ao gelo
XF4 Saturação elevada em água, com produtos descongelantes
ou com água do mar
6 Ataque químico
XA1 Ambiente químico ligeiramente agressivo, de acordo com a
EN 206-1, Quadro 2
Terrenos naturais e água no terraço
XA2 Ambiente químico moderadamente agressivo, de acordo
com a EN 206-1, Quadro 2
Terrenos naturais e água no terraço
XA3 Ambiente químico altamente agressivo, de acordo com a
EN 206-1, Quadro 2
Terrenos naturais e água no terraço
Betão Armado I 15
QUADRO 4.3 CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL RECOMENDADA
Classe Estrutural
Critério Classe de Exposição de acordo com o quadro 4.1
X0 XC1 XC2/XC3 XC4 XD1 XD2/XS1 XD3/XS2/XS3
Tempo de vida útil de
projecto de 100 anos
aumentar 2
classes
aumentar 2
classes
aumentar 2
classes
aumentar 2
classes
aumentar 2
classes
aumentar 2
classes
aumentar 2
classes
Classes de resistência 1)2)
≥ (30/37
reduzir 1
classe
≥ (30/37
reduzir 1
classe
≥ (35/45
reduzir 1
classe
≥ (40/50
reduzir 1
classe
≥ (40/50
reduzir 1
classe
≥ (40/50
reduzir 1
classe
≥ (45/55
reduzir 1
classe
Elemento com geometria de
laje (posição das armaduras
não afectada pelo processo
construtivo)
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
Garantia especial de controlo
da qualidade da produção de
betão
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
reduzir 1
classe
QUADRO 4.4N VALORES DO RECOBRIMENTO MÍNIMO, P�8<,QRS REQUESITOS RELATIVOS À
DURABILIDADE DAS ARMADURAS PARA BETÃO ARMADO, DE ACORDO COM A EN 10080
Requisito ambiental para P�8<,QRS3��6
Classe Estrutural Classe de Exposição de acordo com o quadro 4.1
X0 XC1 XC2/XC3 XC4 XD1 XD2/XS1 XD3/XS2/XS3
S1 10 10 10 15 20 25 30
S2 10 10 15 20 25 30 35
S3 10 10 20 25 30 35 40
S4 10 15 25 30 35 40 45
S5 15 20 30 35 40 45 50
S6 20 25 35 40 45 50 55
Nota: S4 classe usual; em função da idade prevista ou do tipo de
utilização, a classe pode ser melhorada ou diminuída.
Betão Armado I 16
Os valores a adoptar no cálculo e a especificar nos desenhos
deverão ser os correspondentes aos recobrimentos nominais.
X0 XC1 XC2/XC3 XC4 XD1/XS1 XD2/XS2 XD3/XS3
Tempo de vida útil
do projecto de 50
anos (classe S4)
Recobrimento
mínimo 10 15 25 30 35 40 45
Recobrimento
nominal 20 25 35 40 45 50 55
Tempo de vida útil
do projecto de 100
anos (classe S6)
Recobrimento
mínimo 20 25 35 40 45 50 55
Recobrimento
nominal 30 35 45 50 55 60 65
Betão Armado I 17
Exemplo1.
Laje de betão armado, espessura 0.20m, para escritório, em betão da classe
C25/30 e aço S400. A viga tem secção transversal de 0.40x1.00m.
a) Calcular a envolvente dos diagramas de esforços para verificação dos ULS (STR).
Cálculo das acções:
Peso próprio da laje_______________0.20x25x5.0=25KN/m Revestimento da laje______________0.09x25x5.0=11.25KN/m Paredes divisórias________________ 1.2x5.0=6.0KN/m
Peso próprio da viga______________ 0.40x0.80x25=25KN/m
Total 50.25 KN/m
Acções permanentes:
T� = 50,25,-/*
(valor característico igual ao valor médio, porque a variabilidade é pequena)
Acção variável:
�� = 3,0,-/*+ (Categoria B)
� = 4,5,- (carga concentrada a aplicar em qualquer posição)
Coeficientes de combinação:
(Categoria B)
�� = 0.7 ; �W = 0.5 ; �+ = 0.3 Carga linear:
�X = 3.0 × 5.0 = 15 ,-/*
Betão Armado I 18
Para obter os momentos positivos máximos no vão central convém primeiro conhecer
a linha de influência do momento numa secção desse vão (meio vão p. Ex.).
Da linha de influência conclui-se que se deve carregar o tramo com o máximo e as
consolas com o mínimo possível. Para esse efeito a acção variável vai ser considerada
como ´Z1 + ´Z2 + ´Z3. Note-se que a acção permanente não é dividida (ver nota
3 do quadro A1.2(B) .
Maior momento no vão : Comb 1: 1.35 T� + 1.5 �� ´�+
: Comb 2: 1.00 T� + 1.5 �� ´�+
com:
�� = 57 30.76 + 1039 × 5.06 = 0.72 ≤ 1.
Menor momento no vão : Comb 3: 1.35 T� + 1.5 ��3 ´�W + ´�\6
: Comb 4: 1.00 T� + 1.5 ��3 ´�W + ´�\6
com:
α� = 57 30.76 + 1034 × 5.06 = 1.00 ≤ 1.
Para saber o carregamento que produz o maior momento negativo nos apoios
convém conhecer a linha de influência do momento na secção do apoio.
Este caso já está contemplado na combinação 3.
Betão Armado I 19
Para o esforço transverso são necessárias as seguintes linhas de influência:
A primeira está contemplada em Combinação 3, a segunda com:
Esforço transverso no apoio (á direita):
Comb 5: 1.35 T� + 1.5 ��3 ´�W + ´�+6
Comb 6: 1.00 T� + 1.5 ��3 ´�W + ´�+6
com:
α� = 57 30.76 + 10311 × 5.06 = 0.68 ≤ 1.0
O resultado final (a calcular) da envolvente de momentos e da envolvente de
esforço transverso:
b) Calcular a menor reacção de apoio de forma a não se dar a perda de equilíbrio da
estrutura (verificação do estado limite último de EQU). Se a reacção do apoio for
dirigida para baixo (levantamento) é necessário colocar dispositivos especiais de
fixação.
A linha de influência da reacção do apoio esquerdo é:
Reacção mínima: Comb 7: 0.90 T�W + 1.10 T�+ + 1.5 �� ´�\
com:
α� = ]^ 30.76 + W�
3_.×].�6 = 1.0 ≤ 1.0
Note-se que neste caso a acção permanente é dividida na parte favorável e na
desfavorável.
Calcular a reacção no apoio esquerdo para a Combinação 7.
Betão Armado I 20
4.00
0.700.15
0.30
S1 S2
10.0 3.0
GK,QKA CB
4.0 4.0 4.0 4.0
10.0
3.0S2
S1
Exemplo2.
Considere a estrutura da figura seguinte:
Materiais: C25/40; A400
Acções:
Peso próprio
Revestimento=2.0 kN/m2
Sobrecarga=3.0 kN/m2
Coeficientes de majoração: de = df = 1.5
Coeficientes de combinação: �W = 0.4 ; �+ = 0.2
Secção da viga: 0.30 × 0.85 *+
Espessura da laje: 0.15 *
a) Determine, para as secções gW e g+ da viga, os valores de cálculo dos esforços.
b) Calcule, para as mesmas secções, os esforços para as combinações rara,
frequente e quase-permanente.
Resolução:
a)
Modelo de cálculo:
Carga Permanente:
Peso próprio: hh = �3i × j6 + 3ℎ × l6dLJmãE = �30.15 × 46 + 30.70 × 0.36 × 25 = 20.3 kN/m
Revestimento: qir = j × � = 4 × 2 = 8 Z-/*
Ts = 20.3 + 8 = 28.3 Z-/*
Sobrecarga: s = �s × j = 3 × 4 = 12 Z-/*
Betão Armado I 21
+-
-
Qsd=56.21kN/m Qsd=38.21kN/m
616.7
-171.9
Qsd=38.21kN/m Qsd=56.21kN/m
-252.95
359.53
Linhas de influência relevantes para w�áy3z {⁄ 6
A linha de influência para |Fá}z , a meio vão:
Para ter um momento máximo na secção gW temos que carregar ao máximo no vão e o
mínimo na consola.
~I�� = 1.35Ts + 1.5 s�� ~I�� = 1.35Ts
A linha de influência para |Fá}{ , em �:
Para ter um momento máximo na secção g+ temos que carregar ao máximo a consola
e o mínimo o vão.
~I�� = 1.35Ts ��� + 1.5 s�� ~I�� = 1.35Ts ���
Betão Armado I 22
-+
- -
Qsd=40.3kN/m Qsd=28.3kN/m
Qsd=28.3kN/m Qsd=20.3kN/m
Qsd=33.1kN/m Qsd=28.3kN/m
Qsd=28.3kN/m Qsd=33.1kN/m
Qsd=30.7kN/m Qsd=28.3kN/m
Qsd=28.3kN/m Qsd=30.7kN/m
Linhas de influência relevantes para �3z {⁄ 6
A linha de influência para �z, no apoio !:
A linha de influência para �z, no apoio ��~�:
b)
Combinações Rara:
|Fá}z 3gW6 ⇒ �N!� = 1.0T,!�( + 1.0 ,!�
|Fá}{ 3g+6 ⇒ �N�( = 1.0T,!�( + 1.0 ,�(
Combinações Frequentes:
|Fá}z 3gW6 ⇒ �N!� = 1.0T,!�( + 0.4 ,!�
|Fá}{ 3g+6 ⇒ �N�( = 1.0T,!�( + 0.4 ,�(
Combinações Quase-Permanentes:
|Fá}z 3gW6 ⇒ �N!� = 1.0T,!�( + 0.2 ,!�
|Fá}{ 3g+6 ⇒ �N�( = 1.0T,!�( + 0.2 ,�(
Betão Armado I 23
4. TIPOS DE ESTRUTURAS E ELEMENTOS ESTRUTURAIS
No Betão Armado I faz-se o dimensionamento de estruturas de betão
que se representam na figura em alçados e cortes:
Enumeram-se os tipos de estruturas e elementos estruturais cujo
dimensionamento pode ser realizado.
Estruturas reticuladas (unidimensionais):
� Pilares
� Vigas
� Pórticos
� Tirantes
� Treliças
Betão Armado I 24
5. PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
5.1. BETÃO
O betão é um material formado pela mistura de inertes (areia, britas
ou godos, etc.) cimento e água. Após o endurecimento da pasta, o betão
constitui uma pedra artificial com as seguintes características (valores
aproximados):
� Peso específico:d = 24 ,-/*\ a d = 26 ,-/*\
� Resistência à compressão: �� ≈ 20|h� a �� ≈ 50|h�
� Resistência à tracção: ��m ≈ 1.5|h� a ��m ≈ 4|h�
� Módulo de elasticidade: �� ≈ 30Th�
� Coeficiente de Poisson: � = 0.2
Estas características referem-se a betões normais ou correntes, existem
no entanto betões especiais, tais como os “betões leves” ou os betões de
“alto desempenho” , que não são objecto da disciplina.
Fluência
A fluência traduz o aumento de deformação ao longo do tempo
mesmo quando o carregamento actuante é constante.
a) No instante do carregamento t0 quando se aplica a tensão ��
tem-se apenas:
� Uma deformação instantânea elástica ��G de valor:
��G3��6 = �D3��6��3��6
b) Num instante posterior � > 3��6 , há duas deformações:
� A elástica ��G (já definida)
� A deformação de fluência de valor crescente que no
instante � vale ��� :
���3�, ��6 = M3�, ��6 ��G3��6 = M3�, ��6 ��3��6��3��6
Betão Armado I 25
com: M3�, ��6 – coeficiente de fluência função do tempo t e da data do
primeiro carregamento �� �� – módulo de elasticidade tangente do betão 3≈ 1.05��F6
Normalmente usa-se o valor final, para 3t = ∞6, que se pode obter
da Figura 3.1 do EC2, função da humidade relativa do ambiente, da idade
de carregamento �� e da espessura equivalente do elemento, ℎ�, dada
por:
ℎ� = 2 !��
Sendo:
!� – área da secção transversal do betão
� – perímetro da parte exposta à secagem
A deformação total resulta da soma das duas parcelas e para � = ∞ é:
)i���*�çã��Em�� = ��G3��6 + ���3∞, ��6
���3∞, ��6 = M3∞, ��6 ��G3��6
Betão Armado I 26
��,J� = ��Wz� é o módulo de elasticidade efectivo.
Note-se que o efeito da fluência é equivalente a uma diminuição do
módulo de elasticidade.
Retracção
A retracção do betão ε� traduz-se na diminuição do comprimento
das peças após a descofragem e é independente das tensões aplicadas.
A extensão de retracção final é dada no EC2, função da humidade, da
classe do betão e da espessura equivalente do elemento.
A deformação de retracção soma-se às anteriores obtendo-se:
)i���*�çã��Em�� = ��G3��6 + ���3∞, ��6 + ��~3�6
Os elementos para o cálculo das extensões de fluência e retração
encontram-se no Anexo B do EC2.
Nota: Em geral a fluência e a retracção são consideradas apenas nos
estados limites de utilização 3g¡g6 (excepção é a encurvadura de pilares).
Betão Armado I 27
Resistência à compressão do betão
O valor característico da resistência à compressão do betão ��� é
determinado através de ensaios de provetes cilíndricos (com 150 mm de
diâmetro e 300 mm de altura) ou em provetes cúbicos (com 150 mm de
aresta).
Por exemplo um betão da classe C25/30 tem:
��� = 25 |h� e ���,�¢LE = 30 |h� (25/30
Valor característico da resistência à compressão em provetes
cúbicos.
Valor característico da resistência à compressão em provetes
cilíndricos.
Os ensaios são efectuados aos 28 dias. O valor médio da resistência
a compressão pode ser relacionado com o valor característico dado pela
relação: ��F = ��� + 8 �|h�
onde: ��I = �DZd|
d£ = 1.5 (para o betão)
com:
��F – resistência média a compressão
��� – resistência à compressão em provete cilíndrico
���,�¢LE – resistência à compressão em provete cúbico
Betão Armado I 28
O valor característico corresponde ao quantilho de 5%, isto é, a
probabilidade de ocorrer um valor inferior ao característico é de 5%.
Resistência à tracção do betão
A resistência à tracção pode ser determinada em ensaios de tracção
pura de provetes prismáticos, ��m ou em ensaios de compressão diametral
de provetes cilíndricos (ensaio brasileiro), ��m,~¤.
Quando a resistência à tracção for determinada como a tensão de
rotura à tracção por compressão diametral, ��m,~¤, pode considerar-se para
valor aproximado da tensão de rotura à tracção simples, ��m.
��m = 0,9��m,~¤
Betão Armado I 29
A resistência a tracção pode ser estimada pela seguinte expressão:
��mF = 0,3���+ \¥
Tensão de rotura à tracção por flexão
A tensão média de rotura à tracção por flexão dos elementos de
betão armado depende da altura da secção transversal da viga, podendo
ser dada por:
��mF,�� = max ¨31.6 − ℎ61000 ��mF; ��mF©
com:
ℎ – a altura em 3**6
��mF – tensão média de rotura do betão à tracção simples
(ver quadro pag. 34 do EC2)
Esta equação também se usa para os valores característicos da
tensão de rotura à tracção.
Betão Armado I 30
QUADRO 3.1 CARACTERISTICAS DE RESISTÊNCIA E DE DEFORMAÇÃO DO BETÃO (EC2)
Classes de resistência do betão Expressão analítica/ Comentários
��� 3|h�6 12 16 20 25 30 35 40 45 50 55 60 70 80 90
���,�¢LE 3|h�6 15 20 25 30 37 45 50 55 60 67 75 85 95 105
��F 3|h�6 20 24 28 33 38 43 48 53 58 63 68 78 88 98
��F = ��� + 8 �|h�
��mF 3|h�6 1,6 1,9 2,2 2,6 2,9 3,2 3,5 3,8 4,1 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0
��mF = 0,30���+ \¥ ≤ (50/60
��mF = 2,12ln ¬1 + ��F10 ®¯ > (50/60
��m� ;�,�] 3|h�6 1,1 1,3 1,5 1,8 2,0 2,2 2,5 2,7 2,9 3,0 3,1 3,2 3,4 3,5
��m� ;�,�] = 0,7 ��mF
quantilho de 5%
��m�; �,±] 3|h�6 2,0 2,5 2,9 3,3 3,8 4,2 4,6 4,9 5,3 5,5 5,7 6,0 6,3 6,6
��m� ;�,±] = 1,3 ��mF
quantilho de 95%
��F 3Th�6 27 29 30 31 33 34 35 36 37 38 39 41 42 44
��F = 22 ²��F10 ®³�,\
(��F em |´�)
��W3‰6 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,25 2,3 2,4 2,45 2,5 2,6 2,7 2,8 2,8 Ver Figura 3.2
��W3‰6 = 0,7��F�,\W < 2,8
��¢W3‰6 3,5 3,2 3,0 2,8 2,8 2,8
Ver Figura 3.2
Para ��� ≥ 50 |h�
��¢W3‰6 = 2,8 + 27 ¶398 − ��F6100 ·_
��+3‰6 2,0 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6
Ver Figura 3.3
Para ��� ≥ 50 |h� ��+3‰6 = 2,0 + 0,0853��� − 506�,]\
��¢+3‰6 3,5 3,1 2,9 2,7 2,6 2,6
Ver Figura 3.3
Para ��� ≥ 50 |h�
��¢+3‰6 = 2,6 + 35 ¶390 − ���6100 ·_
4 2,0 1,75 1,6 1,45 1,4 1,4
Para ��� ≥ 50 |h�
4 = 1,4 + 23,4 ¶390 − ���6100 ·_
��\3‰6 1,75 1,8 1,9 2,0 2,2 2,3
Ver Figura 3.4
Para ��� ≥ 50 |h�
��\3‰6 = 1,75 + 0,55 ¶3��� − 50640 ·
��¢\3‰6 3,5 3,1 2,9 2,7 2,6 2,6
Ver Figura 3.4
Para ��� ≥ 50 |h�
��¢\3‰6 = 2,6 + 35 ¶390 − ���6100 ·_
Betão Armado I 31
Diagrama para análise estrutural
A relação entre a tensão e a deformação do betão para o
carregamento uniaxial de curta duração é:
����F = Z¸ − ¸+
1 + 3Z − 26¸
Com: ¸ = �D�D1
Z = 1.05 ��F ¹º�D1¹º��»
Sendo:
��W – extensão para a tensão máxima
Betão Armado I
Cálculo de secções transversais
Para o cálculo de secções transversais podem ser utilizadas
diferentes relações tensão
conhecido por lei da parábola rectâ
ainda ser considerada uma distribuição rectangular de ten
como o diagrama de bloco rectangular.
a) Diagrama parábola
�� = ��I ²1 5 �� � ��I para
com:
��+ – extensão do betão correspondente à resistência máxima��I – valor de cálculo da resistência à compressão do betão��¢+ – extensão última4 – expoente
Todos estes parâmetros encontram
função da classe do betão.
Representação da equação com valores característicos e valores de
cálculo.
Diagrama de parábola rectângulo idealizado e de cálculo para o betão comprimido
transversais
Para o cálculo de secções transversais podem ser utilizadas
diferentes relações tensão-extensão, o diagrama do betão comprimido,
conhecido por lei da parábola rectângulo, o diagrama bilinear. Poderá
ainda ser considerada uma distribuição rectangular de tensões, conhecida
o diagrama de bloco rectangular.
parábola-rectângulo para o betão comprimido
1 5 �D�D2®2³ para 0 " �� " ��+
para ��+ " �� " ��¢+
extensão do betão correspondente à resistência máxima
valor de cálculo da resistência à compressão do betão
extensão última
expoente
Todos estes parâmetros encontram-se definidos no quadro
função da classe do betão.
Representação da equação com valores característicos e valores de
Diagrama de parábola rectângulo idealizado e de cálculo para o betão comprimido
32
Para o cálculo de secções transversais podem ser utilizadas
extensão, o diagrama do betão comprimido,
o diagrama bilinear. Poderá
sões, conhecida
rectângulo para o betão comprimido
extensão do betão correspondente à resistência máxima
valor de cálculo da resistência à compressão do betão
se definidos no quadro 3.1 em
Representação da equação com valores característicos e valores de
Diagrama de parábola rectângulo idealizado e de cálculo para o betão comprimido
Betão Armado I
Onde:
! – diagrama idealizado� – diagrama de cálculo
b) Diagrama bilinear
O EC2 permite o uso do diagrama bilinear (pag.40 EC2)
Sendo ��\ e ��¢\ definidos no quadro
c) Diagrama de bloco rectangular
O EC2 permite o uso d
consiste num diagrama rectangular de tensões com as seguintes
características.
¼ = 0.8 para ���¼ � 0.8 5 3��½{]�
_��¸ � 1.0 para ���¸ � 1.0 5 3��½{]�
+��
diagrama idealizado
diagrama de cálculo
Diagrama bilinear
O EC2 permite o uso do diagrama bilinear (pag.40 EC2)
definidos no quadro 3.1 em função da classe do betão.
de bloco rectangular
O EC2 permite o uso de um outro diagrama (pag.4
num diagrama rectangular de tensões com as seguintes
�� " 50 |h�
]�6 para 50 |h� ? ��� " 90 |h�
�� " 50 |h�
]�6 para 50 |h� ? ��� " 90 |h�
33
O EC2 permite o uso do diagrama bilinear (pag.40 EC2) seguinte:
em função da classe do betão.
diagrama (pag.41 EC2). Este
num diagrama rectangular de tensões com as seguintes
Betão Armado I
Evolução da resistência
A tensão de rotura do betão à compressão numa idade
do tipo de cimento, da temperatura e as condições de cura, pode ser
estimada por (ver pag. 31 do EC2):
��F3�6 =
com:
� – tempo em dias
onde:
g = 0.20 cimento de classe g � 0.25 cimento de classe g � 0.38 cimento de classe
Diagrama rectangular de tensões
Evolução da resistência à compressão com o tempo
A tensão de rotura do betão à compressão numa idade
do tipo de cimento, da temperatura e as condições de cura, pode ser
estimada por (ver pag. 31 do EC2):
6 ¾��3�6 ��F e ¾��3�6 � i¿~ ¶W{ÀÁÂà ÄÅ Á¥ ·
tempo em dias
cimento de classe q (presa rápida)
cimento de classe - (presa normal)
cimento de classe g (presa lenta)
34
A tensão de rotura do betão à compressão numa idade � depende
do tipo de cimento, da temperatura e as condições de cura, pode ser
¥ Æ
Betão Armado I 35
Módulo de elasticidade do betão
A variação do módulo de elasticidade do betão com o tempo pode
ser estimada por (ver pag. 35 do EC2):
��F3�6 = Ç ��F3�6 ��F È�.\ ��F
Define-se o módulo de elasticidade secante ��F para �� = 0,4 ��F.
Os valores de ��F podem ser estimados por:
��F = 22 ²��F10 ³�.\
com:
��F – valor médio da tensão de rotura do betão à compressão
em MPa.
Betão Armado I 36
5.2. AÇO
O diagrama tensões extensões idealizado e de cálculo para o aço
das armaduras de betão armado (em tracção ou compressão) é o
seguinte:
� = 200Th�
Onde:
! – Diagrama idealizado � – Diagrama de cálculo
Podem ser considerados um dos dois diagramas de cálculo:
� Diagrama elasto-plástico (ramo superior horizontal) sem limitação
da extensão limite;
� Diagrama com endurecimento na fase plástica (ramo superior
inclinado), limitado a uma extensão limite �¢I = 0,9�¢�.
Tensão de cedência do Aço
�ÉI = �ÊZd|
com: d£ = 1.15
onde:
�É� – valor característico da tensão de cedência do aço
�ÉI – valor de cálculo da tensão de cedência do aço
Betão Armado I 37
Para os diferentes tipos de aço podemos obter a seguinte tabela:
Classe ËÌ� ËÌQ ÍÌQ
(MPa) (MPa) ‰
A400 400 348 1,740
A500 500 435 2,175
A600 600 522 2,610
Propriedades das armaduras
No quadro indicam-se as propriedades das armaduras (varões e
fios) compatíveis com a utilização do presente Eurocódigo. As
propriedades são válidas para temperaturas das armaduras na estrutura
acabada entre −40℃ e 100℃ (ver pag. 235 do EC2).
Forma do produto Varões e fios
Classe A B C
Valor característico da tensão de cedência ËÌ� ou Ë;.�� (MPa)
400 a 600
Valor mínimo de � = ÏËÐ ËÌ⁄ Ñ� ≥ 1.05 ≥ 1.08 ≥ 1.15 < 1.35
Valor característico da extensão à tensão máxima, ÍR�3%6
≥ 2.5 ≥ 5.0 ≥ 7.5
Aptidão à dobragem Ensaio de dobragem/desdobragem
Áreas de Secções de varões [cm2]
A(cm2) Número de Varões
Diâmetros 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
6 0,28 0,57 0,85 1,13 1,41 1,70 1,98 2,26 2,54 2,83 3,11 3,39 3,68 3,96 4,24
8 0,50 1,01 1,51 2,01 2,51 3,02 3,52 4,02 4,52 5,03 5,53 6,03 6,53 7,04 7,54
10 0,79 1,57 2,36 3,14 3,93 4,71 5,50 6,28 7,07 7,85 8,64 9,42 10,21 11,00 11,78
12 1,13 2,26 3,39 4,52 5,65 6,79 7,92 9,05 10,18 11,31 12,44 13,57 14,70 15,83 16,96
16 2,01 4,02 6,03 8,04 10,05 12,06 14,07 16,08 18,10 20,11 22,12 24,13 26,14 28,15 30,16
20 3,14 6,28 9,42 12,57 15,71 18,85 21,99 25,13 28,27 31,42 34,56 37,70 40,84 43,98 47,12
25 4,91 9,82 14,73 19,63 24,54 29,45 34,36 39,27 44,18 49,09 54,00 58,90 63,81 68,72 73,63
32 8,04 16,08 24,13 32,17 40,21 48,25 56,30 64,34 72,38 80,42 88,47 96,51 104,55 112,59 120,64
40 12,57 25,13 37,70 50,27 62,83 75,40 87,96 100,53 113,10 125,66 138,23 150,80 163,36 175,93 188,50
52 21,24 42,47 63,71 84,95 106,19 127,42 148,66 169,90 191,13 212,37 233,61 254,85 276,08 297,32 318,56