acao pensao por morte dona florisa

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  • 7/27/2019 Acao Pensao Por Morte Dona Florisa

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    EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADOESPECIAL CIVEL DA SUBSEO JUDICIRIA DE IREC BAHIA.

    IZABEL DA COSTA GOMES DAMASCENO, brasileira, viva,lavradora, portadora da cdula de identidade n16037424 33, inscrito no CPF

    sob o n 055.798.915-98, residente e domiciliada no Povoado Pau Peba ,zonarural de, Utinga-Ba , por seu advogado que a presente subscreve, comescritrio profissional na Av.Orlando Oliveira Pires n33,bairro centro,Jacobina Bahia, local onde recebe intimaes e avisos, vem, muirespeitosamente a presena de Vossa Excelncia propor a presente

    ACAO PREVIDNCIARIA PARA CONCESSO DE PENSAO POR MORTE

    Em face do INSS Instituto Nacional do Seguro Social, autarquiafederal, situada na rua Mato Grosso, s/n, bairro centro,Ruy Barbosa Bahia,pelos motivos fticos e fundamentos jurdicos a seguir aduzidos:

    Que a Requerente foi casada no civil por mais de 16 (dezesseis) anoscom o Sr. Maximino Damasceno,e foi casado no religioso com o falecido,conforme atesta e faz prova a certido de documentos em anexo.

    Ocorre que, o de cujus Maximino Damasceno, ao tempo de sua morte,em 25 de julho de 2012, era segurado da autarquia federal, na qualidade detrabalhador rural, entretanto, o rgo previdencirio negou a concesso depenso por morte a requerente sob a inscrio de Beneficio de n153.561.802-4 no dia 25/07/2012.

    E importante frisar que a requerente tem com o falecido dois filhos,todos memores na poca, conforme documentos.

    Ademais, por ser dependente do falecido Maximino Damasceno, arequerente solicitou o beneficio da penso por morte, o que fora indeferidopelo rgo previdencirio sob o argumento de no ter sido comprovado aqualidade de dependente.

    cedio que os pressupostos para a penso por morte so osseguintes:

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    a) bito do segurado (que para este fim desde que comprovado aqualidade de segurado especial, sempre estar como integrado ao RegimeGeral da Previdncia Social, a teor da Lei federal n 8.123/91);

    b) declarao judicial de morte presumida do segurado;c) condio de dependncia do pretendente.

    Tais requisitos para a penso por morte, como de conhecimento gerale esto insertos no artigo 74 da Lei 8.213/91.

    E para arrematar, de bom alvitre deixar assentado que a penso pormorte dirigida a pessoas que, em bastas vezes, esto beira damarginalizao social, j que foram vitimadas por um acontecimento infausto(falecimento de quem presumidamente sustentava o lar), e acompanhadas

    de uma numerosa prole, na generalidade das ocorrncias, tendo carterestritamente assistencialista.

    Desta feita, tal benefcio dirigido algum que dependente daqueleque, em algum momento de sua vida, era segurado especial da autarquiafederal, filiado ao Regime Geral da Previdncia Social, eis que era lavrador evivia nica e exclusivamente da terra, sendo que o prprio rgo reconheceuessa qualidade quando concedera o benfico sob o n 111.949.738-5. E,ainda mais, a qualidade de segurado especial, como bvio, uma condiopersonalssima, e, em vista disso, como a sua falta poderia atingir outrem,que se encontra no plo de dependente? Como algum poderia ser

    penalizado por um no-agir de outrem ? J se pode transferir condies deinflingncia a terceiros e estranhos relao de segurado?

    Outrossim, desde o passado quando se exigia 12 (doze) contribuiespara se ter direito penso por morte, a jurisprudncia se inclinava nestesentido:

    "Demonstrado que do falecido se descontaram contribuies mensaisem nmero superior a 12 (doze), devida a penso a seusdependentes, pois implementados os requisitos, no prescrevendo obenefcio, - mesmo aps a perda da qualidade de segurado". (Revista

    da Previdncia Social, n 161, abril de 1994, p. 301; sem destaques nafonte).

    Para o preenchimento da carncia prevista no art. 47 da CLPS de 84,no necessrio que as 12 contribuies efetuadas pelo de cujussejam obrigatoriamente as ltimas anteriores sua morte". (RepertrioIOB de Jurisprudncia n. 23/96 - 1. Dezembro - 2/11870).

    J contemporaneamente o entendimento de nossa corte no rumo deque:

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    "A penso por morte, benefcio cuja concesso independe de carncia,e que pode ser concedido mesmo aps a perda da qualidade desegurado, no exige prova do exerccio de atividade laborativa nosltimos trs anos". (Revista Sntese Trabalhista, n 86, agosto de 1996,

    p. 96)."PENSO CARNCIA PERDA DE QUALIDADE DE SEGURADO I.Comprovada a morte por cardiopatia congestiva, inexiste necessidadede 12 (doze) contribuies, por excludos da carncia os casos dedoenas indicadas (CLPS, Dec. 89.312/84, art. 18, 2, a, interpretaoextensiva). II. A partir da vigncia da Lei n 5.890/73, que alterou o art.57 da Lei n 3.807/60, a perda de qualidade de segurado irrelevantepara concesso de penso por morte aos dependentes (CLPS, Dec.89.312/84, art. 98, pargrafo nico). III. Requerido desde a fase decognio o afastamento do prazo de carncia, instruda a inicial com a

    certido de bito que consigna a doena como causa mortis, no hque se falar em inovao da causa petendi na fase recursal. (TRF 1 R. AC 91.01.14.169.4 MG 2 T. Rel. Juiz Jirair A. Meguerian DJU20.11.1995)

    "PENSO POR MORTE COMPROVAO DE ATIVIDADE I. A penso pormorte, benefcio cuja concesso independe de carncia e que pode serconcedido mesmo aps a perda da qualidade de segurado, no exigeprova do exerccio de atividade laborativa nos ltimos trs anos. II.Honorrios advocatcios mantidos em 10% sobre o montante dacondenao. (TRF 3 R. AC 96.03.003571-8 SP 1 T. Rel. Juiz

    Theotnio Costa DJU 23.04.1996)".

    "PENSO POR MORTE PERDA DA CONDIO DE SEGURADO DAPREVIDNCIA SOCIAL PELO FALECIDO INEXISTNCIA DE BICE CONCESSO DO BENEFCIO COMPETNCIA ABSOLUTA DO JUZOESTADUAL INEXISTNCIA 1. competente a Justia Estadual paraconhecer de causa em que se discute a concesso de benefcioprevidencirio a dependente de segurado falecido. Inteligncia do art.109, 3, da Constituio Federal. Preliminar de incompetnciaabsoluta rejeitada. 2. A perda da qualidade de segurado do de cujusno obsta o deferimento da penso por morte a seus dependentes.

    Aplicao do art. 26, I, combinado com o art. 102, ambos da Lei n8.213/91. (TRF 3 R. AC 96.03.006063-1 1 T. Rel. Juiz TheotonioCosta DJU 23.07.1996)".

    DA ANTECIPACAO DA TUTELA:

    Presente no feito est o requisito do "periculum in mora"consubstanciado no fato de que o indeferimento/e ou retardamento do rgoora Requerido privou a Requerente, dependente de seu companheiro j

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    falecido, a receber mensalmente a penso por morte que como dito acima,tem carter totalmente assistencialista.

    Os incisos I e II, do art. 273, do codex instrumental civil, estabelecem

    os pressupostos para a concesso da tutela antecipada, quais sejam:" I haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ou.

    II fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifestopropsito protelatrio do ru."

    Tem-se, dessa forma, um novo instituto que busca atenuar os efeitosnocivos da lentido de nosso Judicirio. O art. 273 do Codex Processual Civil,que refere-se s aes que tenham por objeto o cumprimento da obrigaode dar fazer - no fazer.

    Os requisitos evidncia, esto totalmente caracterizados, face asrazes at ento expedidas, que demonstram a existncia do periculum inmora em relao a Requerente, vez que o Requerido, poder efetuar opagamento mensal a mesma, caso o pleito administrativo, tivesse sidodeferido.

    Presentes ainda, os requisitos essenciais ao pedido antecipatrio, quaissejam: o dano irreparvel ou de difcil reparao (no presente caso, anecessidade do recebimento mensal da penso por morte, de acordo com asdisposies legais citadas), cujo pedido administrativo, foi ferido por ato

    manifestamente protelatrio do rgo Requerido. Deste modo, deconceder-se a tutela antecipada, pelo que se requer.

    Assim, face a tudo o que se exps, e o mais que ser, certamente,suprido pelo notrio saber jurdico de V. Ex. e demonstrado que oretardamento do Requerido, desrespeitou norma constitucional expressa,lesionando desta forma direito constitucional da Requerente, que nacondio de companheira e dependente do de cujus Amilton PachecoRibeiro, est sendo preterida pelo Requerido.

    Requer-se deste modo, seja concedido a Tutela Antecipada na presente

    demanda a fim de determinar que o rgo Requerido efetue mensalmente opagamento mensal da penso por morte a Requerente, a fim de evitar-seprejuzos irreparveis a mesma.

    Ante o exposto requera Vossa Excelncia:

    a) seja concedido a tutela antecipada a Requerente, no sentido deque o rgo Requerido efetue mensalmente o pagamento do valor da pensopor morte a mesma sob o beneficio de n 153.561.802-4, at o deslinde dapresente quaestio, quando ento a referida penso tornar-se- definitiva;

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    b) deferido ou no o pedido acima, seja determinado a citao doRequerido, no endereo indicado preambularmente para contestar querendoa presente ao no prazo legal, sob as penas do art. 359 do CPC.;

    c) seja concedido ao Requerente, o benefcio da Justia Gratuita, nostermos da Lei n. 1060/50, eis que a mesma pessoa pobre e no possuicondies financeiras de arcar com despesas processuais e honorrioadvocatcios sem prejuzo do seu prprio sustento.

    d) ao final, seja julgada procedente a presente ao com a condenaodo Requerido no pagamento da penso mensal por morte ao Requerente,bem como, no pagamento das penses atrasadas desde a data do bito dofalecido, sob o beneficio de n 153.561.802-4,pois a poca de sua mortedeixou dois filhos menores, cujo valor dever ser acrescido de atualizaomonetria e juros legais at a data do devido pagamento;

    e) a condenao do rgo Requerido, no pagamento dos honorriosadvocatcios no percentual equivalente a 20% sobre a condenao, conformepreleciona o art. 20 do Cdigo de Processo Civil.

    Protesta provar por todos os meios de prova em direito permitido, taiscomo, juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas, depoimentopessoal do Representante Legal do rgo Requerido e demais provas emdireito admitidas para o ora alegado.

    D-se causa para fins meramente fiscais, o valor de R$-30.00,00(trinta mil reais).

    N. Termos,P. Deferimento.

    Jacobina, 29 de maio de 2013.

    Geliston da Silva BatistaOAB/BA 27.889