ação penal -...
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Ação Penal
Art. 121 e 122 CPM
Art. 29 CPPM
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DIREITO PENAL MILITAR
AÇÃO PENAL NOS CRIMES MILITARES
- Art. 121, CPM:
regra: pública incondicionada
- Art. 122, CPM: pública condicionada para os crimes dos art. 136 a 141 do CPM
- Art. 90A da Lei nº 9.099/1995 (JECrim): não-aplicação das previsões da citada lei no âmbito da Justiça Militar.
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AÇÃO PENAL
Conceito de ação penal: o monopólio de distribuição
de justiça e o direito de punir pertencem, exclusivamente,
ao Estado, sendo vedada, via de regra, a autodefesa
autorizada pelo Estado, que não pode estar em todos os
lugares ao mesmo tempo, bem como a transação,
prevista na Lei 9.099/95, forma de auto composição nas
infrações de menor potencial ofensivo.
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Teorias
Surgiram outras concepções:
a) teoria concreta da ação (Wach), estabelecendo que a
ação somente compete a quem tem razão;
b) teoria do direito potestativo (Chiovenda), dizendo que
ação é o poder jurídico de realizar as condições para
atuação da lei;
c) teoria abstrata da ação (Degenkolb e Plóz),
majoritária atualmente, ensinando ser um poder
jurídico, independente de quem tem razão.
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Conceito moderno de ação
Modernamente a ação penal pode ser conceituada
como o direito de agir exercido perante juízes e
tribunais, invocando a prestação jurisdicional, que, na
esfera criminal, é a existência da pretensão punitiva
do Estado.
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AÇÃO PENAL
“Ação é o direito subjetivo de se invocar do
Estado-Juiz a aplicação do direito objetivo
a um caso concreto.” (TOURINHO FILHO)
“Ação penal é o direito subjetivo público de
exigir do Estado a prestação jurisdicional
sobre uma determinada relação de direito
penal.” (JORGE ALBERTO ROMEIRO)
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• Conceito. “[...] uma ação correspondente ao
exercício do direito à jurisdição criminal”, para
reconhecimento ou satisfação, da prevalência,
enfim, do jus puniendi estatal ou do ius
libertatis do ser humano envolvido numa
persecutio criminis (Rogério Lauria Tucci. Teoria
do Direito Processual Penal: jurisdição, ação e
processo penal. São Paulo, Revista dos Tribunais,
2002, p. 82).
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• É a manifestação expressa do Estado, através do
Ministério Público ou do ofendido, com o objetivo
de trazer à esfera judicial o cometimento, em
tese, de uma infração penal e indícios de sua
autoria, após o quê será instaurado um
processo que, em sendo aceito, culmina com a
aplicação de uma sanção penal, absolvição do
acusado ou extinção de sua punibilidade, com
base no contraditório e devido processo legal.
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• São distintos o direito material e o
direito ao processo respectivo. Ainda
segundo Lauria Tucci: “[...] Trata-se,
destarte, e enfim, do exercício de um
direito subjetivo de índole processual,
instrumentalmente conexo a uma
situação concreta.” (Op. cit., p. 84)
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• Elementos: subjetivos e objetivos.
–Subjetivos: Partes. Ministério Público,
querelante e acusado ou querelado. (Sujeito ativo
e passivo)
–Objetivos: Pedido e causa de pedir. É a
utilidade almejada com o seu exercício. No
processo penal, há o pedido de condenação
somente caso haja a presença dos requisitos a
serem analisados no decorrer do feito. Pede-se,
em verdade, o exercício da jurisdição penal.
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• Condições da Ação Penal
1) Possibilidade jurídica do pedido.
–Há discussão acerca de sua natureza. De início,
Liebman a defendeu, como integrando da tríade,
juntamente com interesse e legitimidade. Porém,
reformulou sua teoria enquadrando-a no conceito
de interesse.
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• Condições da Ação Penal
1) Possibilidade jurídica do pedido.
– Tem relação direta com o princípio da
legalidade penal, pois incumbe ao Ministério
Público ao apresentar a denúncia-crime a
classificação do crime (art. 41 CPP). Envolve
a impossibilidade de agravamento de penal em
revisão criminal, condenação formulada em
habeas corpus, etc.
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2) Interesse de agir.
• Diz respeito à necessidade de se recorrer ao Poder
Judiciário para a afirmação de um direito alegado.
• Envolve o conceito de interesse adequação, pois o
instrumento processual há de ser adequado e idôneo à
pretensão de direito material e interesse necessidade,
que, em sede processual penal, é sempre estatal, ante a
proibição de vingança privada, ressalvados os casos de
excludentes e ilicitude.
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3) Justa Causa.
• Consistente na presença de requisitos mínimos de
autoria e materialidade que viabilizam a propositura
de ação penal. O art. 395, III, CPP diz: “Art. 395. A
denúncia ou queixa será rejeitada quando:(...) III
- faltar justa causa para o exercício da ação
penal.”
• No julgamento do HC-RO 106.359/MG; Segunda
Turma; Rel. Min. Ayres Britto; Julg. 22/02/2011;
DJE 10/06/2011, o Supremo Tribunal Federal
decidiu:
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• “[...] 2. Dois são os parâmetros objetivos do
exame da validade da denúncia: Os arts. 41 e 395
do código de processo penal. O art. 41 indica um
necessário conteúdo positivo para a denúncia.
Já o art. 395, esse impõe à peça de defesa um
conteúdo negativo. Se no primeiro (art. 41) há
uma obrigação de fazer por parte do ministério
público, no segundo (art. 395) há uma obrigação de
não fazer; ou seja, a peça de denúncia não pode
incorrer nas impropriedades de que trata o art. 395
do diploma penal adjetivo.”
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• 4) Legitimidade de agir.
– Em casos de delitos de ação penal pública, seja de
natureza incondicionada ou condicionada, o titular é o
Ministério Público, no segundo caso quando autorizando
legalmente por intermédio de representação. Em delitos
de natureza privada, o querelado, ou titular do bem
jurídico respectivo, deve apresentar a queixa-crime,
havendo disponibilidade em seu exercício.
– Terceiros ainda podem ofertar a queixa-crime subsidiária
em caso de inércia do Ministério Público.
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• Eugenio Pacelli de Oliveira destaca a presença de
pressupostos de existência do processo e da
relação jurídica processual e requisitos de
validade de seu regular desenvolvimento
(Curso de Processo Penal. 13ª ed., Rio de Janeiro,
Lumen Juris, 2010, p. 135).
• O art. 363 CPP diz: “Art. 363. O processo terá
completada a sua formação quando realizada a
citação do acusado.”
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• Pressupostos de existência do processo – o
órgão investido de jurisdição;
• Requisito de validade –
• São objetivos(objeto da ação penal – pretensão)
e subjetivos (Juiz e partes).
– Subjetivos – quanto ao juiz: competência e ausência
de hipóteses de suspeição, impedimento e
incompatibilidade; quanto às partes:
a) legitimatio ad processum, passiva e ativa;
b) capacidade postulatória (representação por advogado)
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CLASSIFICAÇÃO
DAS
AÇÕES PENAIS
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A. QUANTO AO PROVIMENTO JURISDICONAL
I – CONHECIMENTO
- CONDENATÓRIA: é dirigida ao reconhecimento da
pretensão punitiva, impondo-se ao imputado a sanção penal de
direito objetivo.
- CONSTITUTIVA: que procura a criação, modificação, ou
extinção de uma situação jurídica (ex. revisão criminal,
homologação de sentença estrangeira).
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
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A.QUANTO AO PROVIMENTO JURISDICONAL
I – CONHECIMENTO
- DECLARATÓRIA: que visa à declaração de um direito
(Habeas- corpus preventivo, pedido de extradição passiva,
toda sentença absolvitória gera sentença declaratória
negativa).
- MANDAMENTAL: que determina a realização ou não
realização de um ato.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
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A.QUANTO AO PROVIMENTO JURISDICONAL
II - AÇÃO PENAL EXECUTÓRIA: encarrega-se da
execução da pena imposta ao condenado.
III - AÇÃO CAUTELAR: antecipa provisoriamente
os efeitos da ação principal, assegurando a
eficácia da decisão final.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
B. QUANTO A LEGITIMAÇÃO ATIVA
I – AÇÃO PÚBLICA: é aquela movida pelo Estado-
administração através do Ministério Público, iniciando-se
por denúncia.
- INCONDICIONADA: sendo esta a regra, e cabe ao MP promovê-la (Art.129, I da CF) independentemente da manifestação de vontade, de quem quer que seja. ( Art. 100, CP)
- CONDICIONADA: é também chamada de semi-plena. Subordina-se à condição de presença da manifestação de vontade, representação, do ofendido, ou requisição do ministro da justiça. ( Art. 100, § 1º. CP)
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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
II – PRIVADA: é aquela em que o direito de acusar
pertence, exclusiva ou subsidiariamente, ao ofendido ou
a quem tenha qualidade para representá-lo.
- EXCLUSIVA: propriamente dita, hipóteses que também
somente procede mediante queixa-crime, ou seja, hipótese
que a iniciativa da ação penal é conferida, com exclusividade
ao particular. ( Art. 24, parágrafo primeiro do CPP)
- PERSONALISSÍMA: sua titularidade é exclusiva do ofendido.
Único caso: induzimento a erro essencial ou ocultação de
impedimento, art. 236 do CP e o de adultério, atualmente
revogado.
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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS
II – PRIVADA: é aquela em que o direito de
acusar pertence, exclusiva ou subsidiariamente,
ao ofendido ou a quem tenha qualidade para
representá-lo.
- SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: em verdade este
ação é uma ação penal pública, embora
denominada de ação penal privada, ou seja, a ação
penal privada subsidiária da pública é uma ação
penal pública, promovida pelo particular, em razão
da inércia do MP. (Art. 5º. Inc LIX da CF e Art. 29 do
CPP)
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À ESPÉCIE DE AÇÃO PENAL É DETERMINADA
PELO CÓDIGO PENAL. SE O LEGISLADOR,
APÓS TIPIFICAR A CONDUTA, NADA DISSER
QUANTO AO EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL,
POR EXCLUSÃO, A AÇÃO PENAL SERÁ
PÚBLICA.
CRITÉRIO DE DETERMINAÇÃO DA ESPÉCIE DE AÇÃO PENAL
vlsr 27
SERÁ AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA QUANDO
MENCIONAR: A AÇÃO “SOMENTE SE PROCEDE
MEDIANTE REPRESENTAÇÃO” OU “SOMENTE SE
PROCEDE MEDIANTE REQUISIÇÃO” , AO FINAL DO
ARTIGO OU DO CAPÍTULO.
SERÁ AÇÃO PRIVADA QUANDO MENCIONAR A
EXPRESSÃO: “SOMENTE SE PROCEDE MEDIANTE
QUEIXA”.
CRITÉRIO DE DETERMINAÇÃO DA ESPÉCIE DE AÇÃO PENAL
vlsr 28
• Classificação da Ação Penal
– De acordo com o órgão legitimado para
apresentá-la, podendo ser:
a) pública;
b) privada e
c) subsidiária da pública.
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• Classificação da Ação Penal
– Não há no sistema jurídico brasileiro, em regra,
a ação penal popular tal como prevista, por
exemplo, no sistema espanhol. Há exceção no
art. 14 da Lei 1.079/50, em relação a crimes de:
“Art. 14. É permitido a qualquer cidadão
denunciar o Presidente da República ou
Ministro de Estado por crime de
responsabilidade, perante a Câmara dos
Deputados.”
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• A ação penal pública será iniciada pelo
Ministério Público Federal ou Estadual, dentro
de suas atribuições, que possuir titularidade
para isso (Art. 129, I, CF/88) através da
DENÚNCIA CRIME.
• A ação penal privada deve ser ofertada pelo
titular do bem jurídico violado. Já a ação penal
subsidiária da pública há de ser ofertada por
interessados diante da ausência de oferta de
denúncia-crime pelo Ministério Público após o
prazo legal.
vlsr 31
• Ação Penal Pública
Princípios. A doutrina traz princípios, isto é, diretrizes para
a sua compreensão, aplicáveis às ações penais públicas
em geral. São eles:
1) Princípio da Obrigatoriedade. Tendo em mãos
documentos suficientes que indiquem a realização de um
crime e sua autoria, o Ministério Público deverá iniciar a
Ação Penal Pública através da Denúncia-crime
Obrigatoriamente. Não podem se recusar a isso por
política criminal, sentimentos pessoais, diante da
relevância de suas atribuições.
vlsr 32
• É discutida a presença de umadiscricionariedade regrada com a publicaçãoda Lei 9.099/95, em seus arts. 76 e 77 e 95quando presentes os requisitos para atransação penal ou suspensão condicionaldo processo.
• Firmou-se no âmbito dos tribunais superioresque a decisão acerca da aplicação dessesinstitutos incumbiria ao Ministério Público. Emcaso de discordância, haveria a aplicação doart. 28 CPP. A súmula 696 STF diz:
vlsr 33
• “Súmula nº 696. Reunidos os pressupostos
legais permissivos da suspensão condicional
do processo, mas se recusando o promotor de
Justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá
a questão ao procurador-geral, aplicando-se
por analogia o art. 28 do Código de Processo
Penal.”
• Ainda no âmbito do STF, destaque-se o HC nº
75.343 – 4/MG:
vlsr 34
• HC 75343 / MG - MINAS GERAISHABEAS CORPUSRelator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTIRelator(a) p/ Acórdão: Min. SEPÚLVEDA PERTENCEJulgamento: 12/11/1997 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
• EMENTA: Suspensão condicional do processo (L. 9.099/95, art.89): natureza consensual: recusa do Promotor: aplicação, mutatismutandis, do art. 28 C. Pr. Penal. A natureza consensual dasuspensão condicional do processo - ainda quando se dispenseque a proposta surja espontaneamente do Ministério Público - nãoprescinde do seu assentimento, embora não deva este sujeitar-seao critério individual do órgão da instituição em cada caso. Porisso, a fórmula capaz de compatibilizar, na suspensão condicionaldo processo, o papel insubstituível do Ministério Público, aindependência funcional dos seus membros e a unidade dainstituição é aquela que - uma vez reunidos os requisitosobjetivos da admissibilidade do sursis processual (art. 89 caput)ad instar do art. 28 C. Pr. Penal - impõe ao Juiz submeter àProcuradoria-Geral a recusa de assentimento do Promotor à suapactuação, que há de ser motivada.
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• Não se confundem com a desistência,
porém, o pedido de arquivamento do
inquérito policial em caso de ausência dos
requisitos básicos para a propositura da
ação penal, ou ainda quando estejam
ausentes elementos claros para a
tipificação penal, por exemplo, princípio
da insignificância.
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2) Princípio da Indisponibilidade:
• Iniciada a ação penal, o Ministério Público não podedesistir dela ou fazer alguma transação com oacusado, exceto nos casos do art. 76 da Lei9.099/95 em que é prevista a figura da transaçãopenal.
• O art. 42 CPP diz: “Art. 42. O Ministério Públiconão poderá desistir da ação penal.” Tal proibiçãoé extensiva ao recurso penal ofertado: “Art. 576. OMinistério Público não poderá desistir derecurso que haja interposto.”
vlsr 37
3) Princípio da Oficialidade:• Os órgãos executores do direito de punir do Estado são
públicos, não se admitindo um Promotor particular ouuma polícia privada.
• São necessariamente autoridades públicos, decorrendodesse princípio o da Autoritariedade.
• Destaque-se o art. 57 da Lei 6.001/73 (Estatuto doÍndio):
• “Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupostribais, de acordo com as instituições próprias, desanções penais ou disciplinares contra os seusmembros, desde que não revistam caráter cruel ouinfamante, proibida em qualquer caso a pena demorte.”
vlsr 38
4) Princípio da Oficiosidade:
• As autoridades que investigam e realizam a
punição criminal não precisam esperar
provocação nos crimes de ação pública,
exceto os casos que precisam de
representação ou queixa-crime.
vlsr 39
Princípio da Divisibilidade:
• Se houver dois indiciados, porém o Ministério
Público entender só haver prova contra um deles e
suspeitas contra o outro, denunciará o primeiro e
investigará com mais cautela o outro.
• Não se admite acusação seletiva, ou escolha de
acusados quando haja provas indiciárias
suficientes contra todos os envolvidos, o que pode
constituir “abuso de direito de acusar.”
vlsr 40
Princípio da Intranscendência:
• A ação penal só é apresentada contra
aquele que realizou o crime, não outras
pessoas. Não há acusação penal contra o
responsável pelo ressarcimento civil, que
deverá ser demando em ação própria.
vlsr 41
Espécies de ação penal:
• A ação penal pública pode ser INCONDICIONADA, isto é,
quando o réu é processado por crimes que não dependem
de qualquer interesse da vítima ou de terceiras pessoas
para a investigação e punição.
• Assim, se houver um roubo, a autoridade policial e o
Ministério Público devem apurar o fato e iniciar a ação
penal sem aguardar manifestação da pessoa lesada.
Basta o conhecimento do caso.
vlsr 42
Pode ainda ser CONDICIONADA, isto é, para ser
iniciada o ofendido ou terceira pessoa devem
manifestar interesse na investigação e na ação
penal, através da REPRESENTAÇÃO ou da
REQUISIÇÃO.
Ressalte-se que elas não vinculam o Ministério
Público que se entender pela inexistência de crime
e apresentar o arquivamento das peças não
proporá a denúncia crime.
vlsr 43
Representação:
• É a manifestação de vontade da vítima ou de seus
representantes legais autorizando o início da
investigação e a futura ação penal.
• Não se exige fórmula sacramental ou formalidade. Por
exemplo, se alguém é ameaçado de morte (Art. 147
CPB), pode procurar a autoridade policial, denunciar o
fato e pedir providências.
• Instaura-se o inquérito e depois a ação penal. Há um
prazo, porém.
vlsr 44
Representação:
• O art. 38 CPP é claro: “Art. 38. Art. 38. Salvo disposição
em contrário, o ofendido, ou seu representante legal,
decairá no direito de queixa ou de representação, se
não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses,
contado do dia em que vier a saber quem é o autor
do crime, ou, no caso do artigo 29, do dia em que se
esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.”
• 06 meses do conhecimento da autoria. Se for após,
haverá a DECADÊNCIA, que é causa de extinção de
punibilidade (Art. 107, IV, CPB).
vlsr 45
• Nos termos do art. 39, ela pode ser feita à
autoridade que realizará o inquérito policial, ao Juiz
ou Promotor que, nesses casos, podem requisitar o
inquérito ao Delegado, após tomar por termo, ou
seja, escrever a representação e o autor a assinar.
• Se o Ministério Público já tiver elementos
suficientes para a denúncia crime poderá fazê-la
desde logo.
vlsr 46
• Ela pode ser feita pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais (Art. 39, §1º
CPP).
• Em morte do ofendido ou declaração judicial de
ausência, o direito de representação passa ao
“cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”
(Art. 24, §1º CPP) nessa ordem.
vlsr 47
• Até ser realizada a denúncia, quem representou pode
desistir (Art. 25 CPP).
• Se a vítima for maior de 18 e menor de 21 anos, a
jurisprudência do STF entende que há 02 PRAZOS, UM
PARA O REPRESENTANTE LEGAL E OUTRO PARA A
VÍTIMA, SÓ COMEÇANDO ESTE QUANDO
COMPLETAR 18 ANOS.
• A súmula 594 do STF diz: “Súmula 594 STF - Os direitos
de queixa e de representação podem ser exercidos,
independentemente, pelo ofendido ou por seu
representante legal”.
vlsr 48
• Requisição do Ministro da Justiça. Há crimes em que oMinistro da Justiça deve requisitar a instauração de inquéritopolicial e a ação penal.
• Por exemplo: “Art. 7º (...) §3º A lei brasileira aplica-setambém ao crime cometido por estrangeiro contrabrasileiro fora do Brasil se, reunidas as condiçõesprevistas no parágrafo anterior:
• a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
• b) houve requisição do Ministro da Justiça”.
• Também nos casos de crimes conta a honra do Presidenteda República ou Chefe de Governo estrangeiro (Art. 145,parágrafo único do Código Penal).
• Não há prazo de 06 (seis) meses para a apresentação darequisição.
vlsr 49
• Crime de Injúria Racial, segundo a Lei 12.034/2009 édelito de ação penal pública condicionada àrepresentação:
• “Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulosomente se procede mediante a queixa, salvoquando, no caso do artigo 140, § 2º, da violênciaresulta lesão corporal.
• Parágrafo único. Procede-se mediante requisição doMinistro da Justiça, no caso do inciso I do caput doart. 141 deste Código, e mediante representação doofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bemcomo no caso do § 3º do art. 140 deste Código.”
vlsr 5050
TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL
CPM
vlsr 51
TÍTULO VII - Da Ação Penal -
Artigos 121 e 122.
vlsr 52
Ação Penal Pública Incondicionada
• ART.121 - A ação penal somente
pode ser promovida por denúncia
do Ministério Público da Justiça
Militar.
vlsr 53
• A ação penal militar é o direito de pedir ao Estado-Juiz a
aplicação do Direito Penal Militar objetivo; é o direito de
invocar-se o Poder Judiciário para aplicar o direito penal
objetivo.
• A ação penal militar é sempre pública (CPPM, art. 29).
• Somente pode ser intentada pelo Ministério Público Militar
(CF, art. 129, inc. I), ressalvada a hipótese da ação
privada subsidiária da pública, nos termos do art. 5º, inc.
LIX, da Carta Magna, em uma aplicação analógica do art.
28 do Código de Processo Penal comum, permitido pelo
art. 3º, letra "e", do Código Processual castrense.
vlsr 54
• Ementa: Ação penal subsidiária. Não cabe a
ação penal privada, prevista no art. 29 da
Código de Processo Penal e no art. 102 §3º do
Código Penal, quando o Ministério Público, não
tendo ficado inerte, haja requerido, no prazo
legal (Código de Processo Penal, art. 46), o
arquivamento do inquérito. (STF - Inquérito
172, 1984 - ReI. Min. Octavio Gallotti, in: RTJ v.
112-02, p. 473 e DJU 19.12.1984, p. 11.913)
vlsr 5555
Ação Penal art. 121→ art. 5º LIX da
CF/88
•“Crimes militares: possibilidade, em tese, quanto a eles,
de ajuizamento de queixa subsidiária. Ausência, no caso,
dos pressupostos autorizadores da utilização da ação
penal privada subsidiária.
• (...) Ausência, no caso, de legitimação ativa ad causam da
associação civil de direito privado que ajuizou a queixa
subsidiária.
• Entidade civil que não se qualifica, no contexto em
exame, como sujeito passivo das condutas delituosas que
imputou aos querelados, achando-se excluída, por isso
mesmo, do rol (que é taxativo) daqueles ativamente
legitimados ao exercício da queixa subsidiária (CPP, art.
29, c/c os arts. 30 e 31, c/c o art. 3º, a, do CPPM).
vlsr 5656
Ação Penal art. 121→ art. 5º LIX da
CF/88
•“[...] A questão do sujeito passivo nos crimes militares e o
tema dos delitos castrenses de dupla subjetividade
passiva. Inaplicabilidade, à espécie, de regras inscritas na
lei da ação civil pública e no Código de Defesa do
Consumidor, para efeito de reconhecer-se, quanto à
Febracta, a sua qualidade para agir em sede de queixa
subsidiária. Inexistência, no ordenamento positivo
brasileiro, da ação penal popular subsidiária.” (Pet 4.281,
Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento
em 10-8-2009, DJE de 17-8-2009.)
vlsr 57
Dependência de requisição
• Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a
141, a ação penal, quando o agente for militar
ou assemelhado, depende da requisição do
Ministério Militar a que aquele estiver
subordinado; no caso do art. 141, quando o
agente for civil e não houver co-autor militar, a
requisição será do Ministério da Justiça.
vlsr 5858
• Primafacie, diga-se que não existe mais a figura do
assemelhado.
• Sendo sempre pública a ação penal militar, em
regra incondicionada, em alguns casos ela
depende (está condicionada) da requisição da
autoridade competente.
• Se o réu for civil, e no único caso do art. 141
(entendimento para gerar conflito ou divergência
com o Brasil), a requisição é do Ministro da
Justiça.
vlsr 59
• Se o réu for militar, nos casos dos arts. 136 a 141
(hostilidade contra país estrangeiro; provocação a país
estrangeiro; ato de jurisdição indevida; violação de
território estrangeiro; entendimento para empenhar o
Brasil a neutralidade ou a guerra, e entendimento para
gerar conflito ou divergência com o Brasil), a requisição
será do Ministro da Defesa, independente da Força a que
dito réu pertencer.
vlsr 60
• Anote-se, entretanto, que a palavra
"requisição" está empregada com o sentido
de representação, caberá ao Ministério
Publico Militar, dominus litis, decidir sobre o
oferecimento ou não da denúncia.
vlsr 61
Lei de Organização
Judiciária Militar
Aprovada pela Lei nº 8.457, de 4 de setembro de 1992 e alterada pelas Leis nº 8.719, de 19 de outubro de 1993; 9.283, de 13 de junho de 1996; 10.333, de 19
de dezembro de 2001 e 10.445, de 7 de maio de 2002
PARTE III
CAPÍTULO ÚNICO
DA ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR EM TEMPO DE GUERRA
vlsr 62
Art. 95. Compete ao Conselho Superior
de Justiça:
• [...] -
• Parágrafo único. O comandante do teatro de
operações responderá a processo perante o
Superior Tribunal Militar, condicionada a
instauração da ação penal à requisição do
Presidente da República.
vlsr 63
JECrim
• Não se aplica à Justiça Militar a Lei nº 9.099/95,
tendo em vista disposição expressa no art. 90-A e,
pelo mesmo motivo, não se aplica a Lei nº
10.259/2001, que trata dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal.
• Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam
no âmbito da Justiça Militar.
vlsr 64
PRINCÍPIOS DA AÇÃO
PENAL PÚBLICA
NO DIREITO PENAL
MILITAR
vlsr 65
Princípio da Oficialidade
• Os arts. 129, I, da CF/88 e 29 do CPPM
dando atribuição privativa para ação penal
pública ao Ministério Público Militar pode
promover a ação penal militar, salvo
privada subsidiária da Pública.
vlsr 66
Art. 129. São funções institucionais do
Ministério Público:
• I - promover, privativamente, a ação penal
pública, na forma da lei;
• “Crime militar. Demanda. A titularidade é do Ministério
Público, a teor do disposto no art. 129 da CF.
Precedente: HC 67.931-5-RS, Tribunal Pleno, decisão
unânime, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 31-8-1990.”
(RHC 68.178, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em
2-10-1990, Segunda Turma, DJ de 19-10-1990.)
vlsr 67
• "A CF deferiu ao Ministério Público o monopólio da
ação penal pública (art. 129, I). O exercício do jus
actionis, em sede processual penal, constitui
inderrogável função institucional do Ministério
Público, a quem compete promover, com absoluta
exclusividade, a ação penal pública.
• A cláusula de reserva, pertinente a titularidade da
ação penal pública, sofre apenas uma exceção,
constitucionalmente autorizada (art. 5º, LIX), na
hipótese singular de inércia do Parquet.
vlsr 68
• Não mais subsistem, em consequência, em face da
irresistível supremacia jurídica de que se reveste a
norma constitucional, as leis editadas sob regimes
constitucionais anteriores, que deferiam a
titularidade do poder de agir, mediante ação penal
pública, a magistrados, a autoridades policiais ou a
outros agentes administrativos.
vlsr 69
• É inválida a sentença penal condenatória, nas
infrações persequíveis mediante ação penal
pública, que tenha sido proferida em procedimento
persecutório instaurado, a partir da Constituição de
1988, por iniciativa de autoridade judiciária, policial
ou militar, ressalvada ao Ministério Público, desde
que inocorrente a prescrição penal, a possibilidade
de oferecer denúncia." (RHC 68.314, Rel.
Min. Celso de Mello, julgamento em 20-9-1990,
Plenário, DJ de 15-3-1991.)
vlsr 70
Promoção da ação penal
• Art. 29. A ação penal é pública e
somente pode ser promovida por
denúncia do Ministério Público Militar.
vlsr 71
Princípio da Obrigatoriedade
• Art. 30. A denúncia deve ser apresentada
sempre que houver:
• a) prova de fato que, em tese, constitua
crime;
• b) indícios de autoria.
vlsr 72
• Havendo crime em tese, aferindo apenas a
tipicidade, prova da materialidade e indícios de
autoria, o Ministério Público Militar está obrigado
a ofertar a denúncia.
• Para o oferecimento da denúncia deve-se
utilizar o indubio pro societatis, sendo o fato
típico, o Ministério Público Militar deverá
oferecer a denúncia.
vlsr 73
Princípio da Indisponibilidade
• Proibição de existência da denúncia
• Art. 32. Apresentada a denúncia, o
Ministério Público não poderá desistir da
ação penal.
vlsr 74
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REFERÊNCIAS