ação de prestação de contas contra instituição financeira

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-------------------------------------------------------- Ação de Prestação de Contas Contra Instituição Financeira EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA CIVIL DA COMARCA DE______ XXXXXXXXXX, Pessoa Física, casado, Micro Empresário, residente e domiciliado à Rua XXXXX, n. XX Apt-B- Bairro XXXXXXX, XXXXX-MG, com RG XXXXXXX, inscrito pelo CPFXXXXXXXXX, vem por seus procuradores, infra-assinados, com instrumento de mandato incluso (doc.1), vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 914 E 915 do CPC combinados com o artigo 273 do Cód. processo civil; e artigos 6º, incisos e VIII, e 39, inciso V, 42, 46, 47, 51, inciso IV, todos da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) e art. 668 do Cód. Civil, promover, AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS, COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA em face da Instituição Financeira XXXXXXXXXXXXXXX S/A, inscrita no CNPJ sob o nº. XXXXXXXXXXXXXXX com sede à Av. XXXXXXXXXXXXXXXX, São Paulo - Capital., na pessoa de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: I - DOS FATOS O Requerente é titular de conta-corrente de n.ºC/C: XXXXXX na, retro citada, instituição financeira, AG. XXXX, deste de Junho de 2007. Por motivos de falta de liquidez financeira vem sendo pressionado pela requerida a fim de que refinanciasse suas

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Ação de Prestação de Contas Contra Instituição Financeira

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Ao de Prestao de Contas Contra Instituio Financeira

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CIVIL DA COMARCA DE______

XXXXXXXXXX, Pessoa Fsica, casado, Micro Empresrio, residente e domiciliado Rua XXXXX, n. XX Apt-B- Bairro XXXXXXX, XXXXX-MG, com RG XXXXXXX, inscrito pelo CPFXXXXXXXXX, vem por seus procuradores, infra-assinados, com instrumento de mandato incluso (doc.1), vem, mui respeitosamente presena de Vossa Excelncia, com fulcro nos artigos 914 E 915 do CPC combinados com o artigo 273 do Cd. processo civil; e artigos 6, incisos e VIII, e 39, inciso V, 42, 46, 47, 51, inciso IV, todos da Lei 8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor) e art. 668 do Cd. Civil, promover,

AO DE PRESTAO DE CONTAS, COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face da Instituio Financeira XXXXXXXXXXXXXXX S/A, inscrita no CNPJ sob o n. XXXXXXXXXXXXXXX com sede Av. XXXXXXXXXXXXXXXX, So Paulo - Capital., na pessoa de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I - DOS FATOS

O Requerente titular de conta-corrente de n.C/C: XXXXXX na, retro citada, instituio financeira, AG. XXXX, deste de Junho de 2007.

Por motivos de falta de liquidez financeira vem sendo pressionado pela requerida a fim de que refinanciasse suas dvidas, quais sejam: Contrato de Capital de Giro, Desconto de Duplicatas e cheques, Cheque Especial, Financiamento de Conta Garantida e outros.

Diante da existncia de dvida acerca dos ndices aplicados sua conta corrente e em decorrncia da divergncia entre as disposies legais e os ndices de correo que os bancos aplicam, e por ter o requerente tentado por diversas vezes obter da Instituio Bancria Requerida s prestaes de contas relativas s suas contas correntes, contratos, cheque especial, descontos de cheques e duplicatas e capital de giro, a fim de se esclarecer qual as taxas praticadas pela mesma, mas a Instituio Bancria Requerida nega-se a prestar as devidas informaes ao Requerente que por diversas vezes procurou o gerente Geral Sr. XXXXXXX, para solucionar tais dvidas mas o mesmo s prope, composio por acordo com taxas fora da realidade, assim no restando a este consumidor parte hipossuficiente, seno a propositura da presente ao.

Ocorre que, em flagrante violao de Texto Legal, o requerido, quando realizava estas operaes de refinanciamento inclua juros sobre o valor renegociado; "esquecendo-se", contudo que sobre as operaes primrias j haviam sido cobrados juros.

Anatocismo o termo que melhor define o caso em tela. O BANCO xxxxxxxxxxxxxx S/A, ora requerido, cobrou juros sobre juros sobre o saldo devido pela requerente, o que vedado pelo nosso ordenamento jurdico, e ser melhor abordado no tpico "Direito" desta exordial.

H que se frisar que a dvida original para com o Banco, ora requerido, era de valores pequenos. No obstante, por uma reiterada prtica de anatocismo do requerido, esta dvida, atravs de sucessivos refinanciamentos, saltou para valores surpreendentes e hoje completamente desgovernados, estando totalmente controlado somente pelo Banco suplicado, ficando os valores incertos para o requerente.

Ocorre que, a parte requerente questionou o banco, pelos valores e taxas que esto sendo debitados em sua conta corrente, e diante das informaes negadas e sem qualquer comunicao ao cliente e como o banco at a presente data nada explicou parte autora, esta vem r. presena do nclito(a) Julgador(a) para pedir uma prestao de contas em relao a isso tudo.

Ante a todas essas incertezas, e face s novas notcias veiculadas nos meios de comunicao dia-a-dia, dando conta das diversas arbitrariedades e irregularidades praticadas no "meio bancrio" que ocasiona sempre o enriquecimento indevido destas Instituies em detrimento do patrimnio do correntista devedor, a parte requerente quer saber os motivos do banco para ter um aumento to acentuado das suas dvidas, perdendo o controle devido a tantos encargos debitados nesta conta, forando sempre um novo emprstimo, para pagar outro, ficando refm do banco conforme, se nota pelos contratos que iniciam, sempre no fim do outro.

Sendo assim, no tendo em momento algum tentado 'fugir' das eventuais responsabilidades, em tese, apenas sendo vtima, como centenas de outros cidados / consumidores, encontra-se a merc dos caprichos da instituio financeira ora r.

Para por fim a tal desmando e provar que a lei reconhece que deve haver o equilbrio na relao negocial entre as partes, o autor exige prestao de contas para saber as razes dos fatos do crescimento da sua dvida, haja vista que vem sendo cobrados taxas e juros abusivos, de forma que no se consegue ser esclarecido pela instituio financeira. O autor precisa saber ainda, se ficou ou no, devendo algum dinheiro ao banco / ru.

A necessidade de obter cpia dos contratos de conta corrente, que no lhe foi entregue pelo ru na ocasio da sua assinatura, outrossim, fundamental para que consiga enxergar onde est tamanha diferena entre os valores contratados e os atuais.

Tudo isso, para permitir a satisfao do conhecimento de eventual dbito em tese, sem que isso importe em enriquecimento desmedido e injustificado da instituio financeira, assim buscando saber, qual a taxa de juros cobrada anualmente do autor e meses restantes proporcionais; encargos contratuais; correo monetria aplicada; etc.

II - DO DIREITO

Dispe o artigo 668 do Cdigo Civil que:

"Art. 668. O mandatrio obrigado a dar contas de sua gerncia ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer ttulo que seja."

De outro lado, a ao de prestao de contas compete a quem tem o direito de exigi-las, tal como preceitua o art. 914 do Cdigo de Processo Civil:

"Art. 914. A ao de prestao de contas competir a quem tiver:

I - o direito de exigi-las;II - a obrigao de prest-las."

Assim, e uma vez que a Instituio bancria Requerida administra bens de terceiro, no caso, do Requerente, possui obrigao legal de prestar contas de sua gerncia, de forma clara e pormenorizada. o que se depreende das disposies do art. 917 do diploma processual civil, o qual determina que as contas devero ser apresentadas em forma mercantil, especificando-se as receitas e a aplicao das despesas, bem como o respectivo saldo, inclusive devendo ser instrudas com documentos justificativos. Sobre o assunto, entende o Superior Tribunal de Justia de maneira unnime que o correntista tem direito de solicitar informaes acerca dos lanamentos realizados unilateralmente pelo Banco em sua conta, inclusive independentemente do envio regular de extratos bancrios. Vejamos: "RECURSO ESPECIAL N 258.744 - SP (2000/0045476-1) RELATOR: MINISTRO JORGE SCARTEZZINI EMENTA PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - AO DE PRESTAO DE CONTAS - LANAMENTOS EM CONTA-CORRENTE - DIREITO DO CORRENTISTA SOLICITAR JUDICIALMENTE INFORMAES AO BANCO ACERCA DOS VALORES LANADOS - LEGITIMIDADE E INTERESSE DE AGIR. 1 - Esta Corte de Uniformizao Infraconstitucional firmou entendimento no sentido de que o correntista tem direito de solicitar informaes acerca dos lanamentos realizados unilateralmente pelo banco em sua conta-corrente, a fim de verificar a taxas e juros praticados . O titular da conta tem, portanto, legitimidade e interesse para ajuizar ao de prestao de contas contra a instituio financeira, sendo esta obrigada a prest-las, independentemente do envio regular de extratos bancrios. 2 - Precedentes (REsp. ns 231.361/MS, 238.162/RJ, 435.332/MG; e AgRg no AgRg no Ag n 402.420/SE). 3 - Recurso no conhecido. ACRDO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, em no conhecer do recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, com quem votaram de acordo os Srs. Ministros BARROS MONTEIRO, CSAR ASFOR ROCHA e FERNANDO GONALVES. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro ALDIR PASSARINHO JNIOR. Braslia, DF, 11 de outubro de 2005 (data do julgamento). MINISTRO JORGE SCARTEZZINI, Relator" Alis, insta considerar que o Superior Tribunal de Justia at mesmo sumulou a questo em seu Verbete n 259: "A ao de prestao de contas pode ser proposta pelo titular de conta corrente bancria." AO DE PRESTAO DE CONTAS - A nova Smula 259 do Superior Tribunal de Justia estabelece que a ao de prestao de contas pode ser proposta pelo titular de conta corrente bancria. Apelo provido. (TJRS - APC 70001761055 - 15 C.Cv. - Rel. Des. Vicente Barrco de Vasconcellos - J. 20.02.2002). PRESTAO DE CONTAS. CONTA CORRENTE BANCRIA. INTERESSE DE AGIR. SMULA 259, DO S.T.J. Embargos Infringentes. Deciso colegiada que reconheceu o alegado direito do correntista em propor a devida ao de prestao de contas junto ao banco. Interesse de agir garantido pela norma processual civil. Artigo 914 do CPC. Inconformismo. Razes da instituio bancria positivada na circunstncia de que o cliente parcelou a dvida e que isso se funda numa verdadeira tica de admisso das contas. Afirmao tambm pautada para a concepo de que houve novao de dvida. Argumentos sem plano de fundo legal capaz de desnaturar o posicionamento judicial. Smula 259 do STJ. Embargos no providos. Deciso confirmada. A apresentao pela entidade bancria de extratos mensais, encaminhado ao endereo indicado pelo correntista, embora se perceba que tenha havido de fato o cumprimento satisfatrio por parte do banco no tocante a sua obrigao, que se resume em prestar contas, em verdade, a mesma torna-se mitigada diante do legtimo interesse de agir do correntista em exigir que essas contas se faam prestadas, toda vez que se verificar uma discordncia ou ausncia de entendimento apto a levar compreenso aos lanamentos impressos nesses extratos. Obs.: Apelao Cvel n. 2006.001.51002. (TJRJ. EMBARGOS INFRINGENTES - 2007.005.00206. JULGADO EM 25/09/2007. DCIMA NONA CMARA CVEL - Unnime. RELATOR: DESEMBARGADOR MARCUS TULLIUS ALVES.

Ademais, por se tratar de relao de consumo, o contrato de conta corrente, avenado entre as partes deve respeitar as leis consumeristas, especialmente quanto ao direito informao adequada e clara, previsto no art. 6, inciso III da Lei 8.078/90 (Cdigo de Defesa do Consumidor), o qual transcreve-se a seguir, com vnia de praxe: "Art. 6. So direitos bsicos do consumidor:

III - a informao adequada e clara sobre os diferentes produtos e servios, com especificao correta de quantidade, caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como sobre os riscos que apresentem;"

Portanto o Requerente possui fundadas dvidas acerca das taxas e juros utilizados pela Instituio Bancria Requerida para os contratos, limites de cheques especial, capital de giro e descontos de cheques e duplicatas.

III - DA TUTELA ANTECIPADA

Por todo o exposto nesta pea inaugural, temos que da inteleco dos textos legais citados abusiva a cobrana pretendida pelo XXXXXXXXXXXXXXXXX S/A.

Isto posto, e tendo em vista a verossimilhana do direito alegado, bem como a grande possibilidade de xito do autor, pelo menos no que pertine ao anatocismo, a presente para requerer, at mesmo pelo fato da questo encontrar-se sub judice, a concesso de tutela antecipada, nos termos da Lei Adjetiva Civil, a fim de o requerido se exima da prtica de protestar o contrato firmado com o requerente ou enviar seu nome (o do autor) e seus avalistas a rgos de proteo e restrio creditcia.

Reza ainda o artigo 287 do mesmo Diploma Legal, que se o autor pedir a condenao do ru a abster-se da prtica de algum ato, constar do pedido a cominao de pena pecuniria para o descumprimento da sentena.

Assim, entendemos que uma parte da sentena deva-se constituir numa cominao ao Banco para que se exima da prtica do envio do nome da requerente a cartrio de protesto ou que faa apontamentos desabonadores contra si (a requerente) em rgos como SSSS e afins.

Requer, ainda, nos termos do artigo 644 do CPC, seja fixada multa, sem prejuzo das sanes penais cabveis, (a ser prudentemente arbitrada por V. Exa.) pelo descumprimento desta parte da sentena.

Nos termos do art. 84, 3 do Cdigo de Defesa do Consumidor, c.c., o artigo 273 do CPC, uma vez que a autora, no pode correr o risco, devido aos seus compromissos, de ficar sujeita a protesto indevido ou ser, tambm indevidamente, lanada em rgos de proteo creditcia.

Clarsimo, destarte, o "fundado receio de dano irreparvel", seja concedida, liminarmente, a TUTELA ANTECIPADA, com a consequente imposio de multa para seu descumprimento, a fim de que sejaliminarmentecominado ao XXXXXXXXXXXXXXXXXXX obrigao de no fazer, ou seja, de abster-se de fazer apontamentos desabonadores contra a requerente, bem como de protestar seu contrato.

Exaustivamente expostos os fundamentos de fato e de direito, passa-se, ento, formulao dos pedidos.

IV - DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto requer:

a) a citao, por carta com aviso de recebimento (AR), com os benefcios do artigo 172, 2 do CPC, da Instituio Financeira Requerida, na pessoa de seu representante legal, para que no prazo legal preste as contas devidas a Requerente, relativamente conta corrente de n. C/C: xxxxxx, junto Agncia de n. xxxxx da cidade de xxxxxxxx-MG, de forma a esclarecer quais as taxas e juros praticados nos contratos, e em todas as operaes que o mesmo utilizou, ou para que apresente sua defesa a presente ao, sob pena de decretao dos efeitos da confisso e da revelia; b) ao final, a consignao em juzo dos valores eventualmente apurados pela percia devidos r, e/ou a repetio em dobro do que for demonstrado crdito, com as devidas compensaes. E, em qualquer caso a declarao judicial de quitao do contrato em tela; c) A Condenao da parte r em custas de lei e verba advocatcia em 15% (quinze por cento) sobre o valor da presente ao judicial e pedidos; d) Que seja a presente ao julgada PROCEDENTE, e a parte contrria compelida a apresentar as contas no prazo de 05 (cinco) dias, ou contestar a presente, artigo 915, do CPC, sob pena de no o fazendo, se os pedidos feitos por esta exordial, julgados procedentes, e a parte contrria, condenada a prestar as contas no prazo de 48:00h, sob pena de no lhe ser licito impugnar as contas que a parte autora apresentar em Juzo, artigo 915, pargrafo segundo, do CPC, com a condenao da parte r, no pagamento das custas de estilo. Em tempo, compelida a parte adversa a apresentar documentos nos termos dos artigos 358 e 359, do CPC;

e) A concesso dos benefcios da gratuidade da justia, nos termos da Lei, uma vez que a requerente Micro Empresrio, e na atual conjuntura econmica, no ter meios de arcar com os custos desta demanda, que necessariamente, resultar numa percia tcnico-contbil;

Por fim, protesta-se provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente por percia. Requer JUSTIA!

D-se causa, unicamente para fins de alada, o valor de R$ 5.000,00 (Cinco mil reais).

xxxxxxxxx, 23 de Dezembro de 2008

Termos em que,Pede deferimento,

Local e data

Advogado - OAB