ação de internacao compulsoria

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA ESPECIALIZADA DA FAMILIA E DAS SUCESSÕES DA COMARCA DE CUIABÁ – MATO GROSSO URGENTE ! XXXXXXXXXX, brasileira, solteira, do lar, portadora do RG nº e do CPF nº, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua, por seu advogado que esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência requerer MEDIDA PROTETIVA PARA INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA (COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA) em face de XXXXXXXXXXX, brasileiro, solteiro, pintor de paredes, residente e domiciliado também nesta cidade e comarca, no mesmo endereço da Autora, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos. I - DOS FATOS: A Requerente é mãe de XXXXXX, o qual é usuário e dependente de substâncias químicas e/ou entorpecentes, já tendo consumido, entre outras, maconha, cola, “crack” e cocaína. Devido ao quadro dependência química, o requerido, por diversas vezes, furtou bens de valores de sua própria casa para vendê-los a fim de adquirir tóxicos para seu consumo. Também já teve passagens pela polícia, por porte de drogas e prática de pequenos furtos, tendo cumprido pena inclusive. Ademais, nos últimos tempos tem se comportado de forma agressiva agindo com violência contra a sua mãe, irmãos menores que com ele residem e até mesmo contra terceiros. Quando não consegue adquirir drogas e/ou permanecer por breves momentos em abstinência destrói os móveis da casa e ameaça seus familiares. E, quando fora de casa, perturba os vizinhos, fazendo gestos obscenos, coagindo os mesmos a lhe fornecerem alimentos, dinheiro e bebidas alcoólicas. Em razão deste comportamento, sua

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Modelo de Ação de Internação Compulsória.

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA ESPECIALIZADA DA FAMILIA E DAS SUCESSES DA COMARCA DE CUIAB MATO GROSSO

URGENTE !

XXXXXXXXXX, brasileira, solteira, do lar, portadora do RG n e do CPF n, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua, por seu advogado que esta subscreve, vem presena de Vossa Excelncia requerer MEDIDA PROTETIVA PARA INTERNAO INVOLUNTRIA

(COM PEDIDO DE TUTELA DE URGNCIA)

em face de XXXXXXXXXXX, brasileiro, solteiro, pintor de paredes, residente e domiciliado tambm nesta cidade e comarca, no mesmo endereo da Autora, pelos motivos fticos e jurdicos a seguir expostos.

I - DOS FATOS:

A Requerente me de XXXXXX, o qual usurio e dependente de substncias qumicas e/ou entorpecentes, j tendo consumido, entre outras, maconha, cola, crack e cocana.

Devido ao quadro dependncia qumica, o requerido, por diversas vezes, furtou bens de valores de sua prpria casa para vend-los a fim de adquirir txicos para seu consumo. Tambm j teve passagens pela polcia, por porte de drogas e prtica de pequenos furtos, tendo cumprido pena inclusive.

Ademais, nos ltimos tempos tem se comportado de forma agressiva agindo com violncia contra a sua me, irmos menores que com ele residem e at mesmo contra terceiros. Quando no consegue adquirir drogas e/ou permanecer por breves momentos em abstinncia destri os mveis da casa e ameaa seus familiares. E, quando fora de casa, perturba os vizinhos, fazendo gestos obscenos, coagindo os mesmos a lhe fornecerem alimentos, dinheiro e bebidas alcolicas. Em razo deste comportamento, sua me, ora requerente, seus irmos e at os vizinhos vivem em verdadeiro estado de pnico.

Na verdade, apesar deste quadro grave para sua sade fsica e mental, bem como para seu convvio em famlia e na prpria sociedade, o interditando recusa-se a aceitar qualquer proposta de auxlio clnico, tratamentos ou internaes, fato este provado atravs dos documentos anexos.

Malgrado todos os esforos, todas as vezes em que a famlia consegue lev-lo at o nico nosocmio desta Capital (CAPS Adauto Botelho) que atente doentes mentais pelo SUS, o atendimento limitado a internao breve para medicao de urgncia, de modo que o paciente recebe alta sem estar apto para o convvio familiar e social. Tal situao tem redundado em verdadeira negativa de prestar a devida assistncia sade do doente mental, deixando-o aos cuidados exclusivos da famlia, mesmo quando o tratamento domiciliar no se mostra adequado ou efetivo.

II DOS DIREITOS

O reconhecimento de um direito pela norma jurdica de um Estado, especialmente quando se trata de direito fundamental diretamente vinculado com a dignidade da pessoa humana e com a prpria vida, careceria de sentido se no fosse dado ao ser humano igual direito a um provimento judicial que possibilitasse seu efetivo cumprimento em caso de violao ou omisso; nesse sentido, o Sistema Justia assume relevante papel para a efetividade dos direitos reconhecidos pelo sistema legal, e deve, por isso mesmo, atuar no sentido de dar a devida proteo ao cidado titular de tal direito, ainda mais quando se trata de pessoa em estado de vulnerabilidade, como o caso daqueles que necessitam se socorrer da via judiciria para fazer valer seu direito constitucional devida assistncia a sua sade.

Ora, se a Constituio da Repblica afirma que a sade direito de todos e dever do Estado (art. 196 da CF), erigindo tal direito categoria de direito social, fundamental, inalienvel e indisponvel (Art. 6 da CF), imperioso que tal imposio legal implique em conseqncias prticas, sobretudo no que tange sua efetividade.

De fato, o art. 6 da Magna Carta garante o direito sade como postulado fundamental da ordem social brasileira. Os arts. 196 a 200 trazem nsitos os devidos esclarecimentos quanto ao papel reservado ao Estado no que tange ao direto de assistncia sade, cabendo destacar que o art. 198 define o Sistema nico de Sade - SUS. possvel afirmar que se trata do principal direito fundamental social albergado pela nossa Constituio.

Ademais disso, a nossa Constituio Brasileira tutela a "dignidade da pessoa humana" (art.1, III, C.F.) como princpio-mor do ordenamento jurdico ptrio, de modo que a tutela do direito sade deve ser vista, tambm, sob a tica de tal princpio.

No bastasse isto, tal direito encontra guarida na prpria Declarao Universal da Organizao das Naes Unidas (ONU), de 1948, que declara expressamente que a sade e o bem-estar da humanidade so direitos fundamentais do ser humano. No mesmo sentido, nas convenes e nos tratados internacionais, reconhecidos e ratificados pelo Brasil, tambm so encontradas referncias ao direito sade como direito social fundamental.

Destaque-se ainda que os "Princpios para a Proteo de Pessoas Acometidas de Transtomo Mental e para a Melhoria da Assistncia Sade Mental" aprovados em 17.11.91, pela Organizao das Naes Unidas, contemplam a questo em foco, consagrando a necessidade do consentimento esclarecido (consentimento obtido livremente, sem ameaas ou persuaso indevida, aps esclarecimento apropriado com as informaes adequadas e inteligveis) para a administrao de qualquer tratamento, admitindo, porm, entre poucas excees, no caso da recusa irracional do paciente em submeter-se ao tratamento, que o consentimento seja suprido por um representante pessoal ou por uma autoridade independente, em ambas as situaes estando estes de posse das seguintes informaes:

a) avaliao diagnstica;

b) o propsito, mtodo, durao estimada e benefcio esperado do tratamento proposto;

c) os modos alternativos de tratamento, inclusive aqueles menos invasivos;

d) possveis dores ou desconfortos, riscos e efeitos colaterais do tratamento proposto.

Tambm no se pode olvidar de que a lei 10.216/2001 assegura ampla proteo ao doente mental, especialmente no que diz com o seu tratamento mdico. Nesse sentido, vejamos os principais dispositivos da referida lei, in verbis:

Art. 2o Nos atendimentos em sade mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsveis sero formalmente cientificados dos direitos enumerados no pargrafo nico deste artigo.

Pargrafo nico. So direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de sade, consentneo s suas necessidades;

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua sade, visando alcanar sua recuperao pela insero na famlia, no trabalho e na comunidade;

(...)

V - ter direito presena mdica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou no de sua hospitalizao involuntria;

Art. 3o responsabilidade do Estado o desenvolvimento da poltica de sade mental, a assistncia e a promoo de aes de sade aos portadores de transtornos mentais, com a devida participao da sociedade e da famlia, a qual ser prestada em estabelecimento de sade mental, assim entendidas as instituies ou unidades que ofeream assistncia em sade aos portadores de transtornos mentais.

Art. 4o A internao, em qualquer de suas modalidades, s ser indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

1o O tratamento visar, como finalidade permanente, a reinsero social do paciente em seu meio.

2o O tratamento em regime de internao ser estruturado de forma a oferecer assistncia integral pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo servios mdicos, de assistncia social, psicolgicos, ocupacionais, de lazer, e outros.

Art. 5o O paciente h longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situao de grave dependncia institucional, decorrente de seu quadro clnico ou de ausncia de suporte social, ser objeto de poltica especfica de alta planejada e reabilitao psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitria competente e superviso de instncia a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessrio.

Art. 6o A internao psiquitrica somente ser realizada mediante laudo mdico circunstanciado que caracterize os seus motivos.

Pargrafo nico. So considerados os seguintes tipos de internao psiquitrica:

I - internao voluntria: aquela que se d com o consentimento do usurio;

II - internao involuntria: aquela que se d sem o consentimento do usurio e a pedido de terceiro; e

III - internao compulsria: aquela determinada pela Justia.

(...)

Art. 9o A internao compulsria determinada, de acordo com a legislao vigente, pelo juiz competente, que levar em conta as condies de segurana do estabelecimento, quanto salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionrios.

IIII - DA COMPETNCIA DO JUIZO DE FAMILIA

No caso em apreo pede-se a medida protetiva ou autorizao judicial para internao involuntria do requerido em razo de sua atual incapacidade de discernimento para atuar com autonomia de vontade; o requerido nega-se a se submeter ao tratamento mdico necessrio para o restabelecimento de sua sade mental, embora no esteja munido de plena capacidade de tomar tal deciso.

Nesse sentido, vale consignar que o artigo 1.777 do Cdigo Civil traz a possibilidade/dever de se promover a internao do interdito em estabelecimento adequado, at que haja recuperao de sua sade mental que lhe permita voltar ao convvio domstico e social.

Tambm importante asseverar que a profilaxia mental, a assistncia e a proteo pessoa e aos bens dos psicopatas por doena mental, toxicomania ou intoxicao habitual tambm encontra guarida no Decreto n 24.559/34 e no Decreto-Lei n 891/38.

O art. 32 do Decreto-Lei n 891/38 estabelece que a competncia para deliberar sobre a internao do Juzo de rfos, de modo que atualmente tal competncia das Varas de Famlia.

Nesse sentido o Conflito de Competncia n 70007364599 - RS (3.12.03, Rel. Des. Maria Berenice Dias), no h como negar que a demanda principal diz respeito capacidade da pessoa quando se busca, pela via da internao compulsria, sua proteo.

No mesmo TJRI, o Dr. Ney Wiedmann Neto, atuando na 6 Cmara Cvel, em deciso monocrtica (CC 70007999360, 20.1.04), sinalou que a ao que objetiva internao compulsria perquire, direta ou indiretamente, com o estado ou capacidade da pessoa. Em tais condies, considerando que o objetivo da demanda diz com matria afeta ao Direito de Famlia, manifesto-me pela declinao de competncia para uma das Cmaras integrantes do 4 Grupo Cvel.

Quanto possibilidade de internao compulsria ou involuntria, apontamos o seguinte entendimento do Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul:

TIPO DE PROCESSO: APELAO CVEL

NMERO: 70000301093

RELATOR: JOS CARLOS TEIXEIRA GIORGIS

EMENTA: INTERNAO COMPULSRIA DROGADITO. CABIMENTO. E CABIVEL PEDIDO DE INTERNACAO DE ALCOOLISTA, QUE SE REVELA VIOLENTO, DEVIDAMENTE ATESTADO POR MEDICO, QUANDO A FAMILIA SEJA IMPOTENTE PARA FAZE-LO. APELO PROVIDO. (APELAO CVEL N 70000301093, STIMA CMARA CVEL, TRIBUNAL DE JUSTIA DO RS, RELATOR: JOS CARLOS TEIXEIRA GIORGIS, JULGADO EM 01/12/1999)

TRIBUNAL: TRIBUNAL DE JUSTIA DO RS

DATA DE JULGAMENTO: 01/12/1999

RGO JULGADOR: STIMA CMARA CVEL

COMARCA DE ORIGEM: SAPUCAIA DO SUL

SEO: CIVEL

REVISTA DE JURISPRUDNCIA: SEGREDO DE JUSTICA.

IV DA TUTELA DE URGNCIA

A tutela de urgncia tem o sentido de dar resposta rpida s situaes ou demandas com fundamento na urgncia, como ocorre com as aes onde se busca a tutela do direito sade.

Os requisitos para a antecipao, nestes casos, so a relevncia do fundamento da demanda e o receio de ineficcia do provimento final. Nesse sentido, o receio de ineficcia relaciona-se mais diretamente ao perigo na demora na prestao jurisdicional.

A gravidade da situao de sade do Requerido, somado a sua recusa em se submeter ao tratamento mdico necessrio exige providncias imediatas. Diante disso, se impe a efetivao imediata da providncia requerida, por meio de medida judicial de urgncia, autorizando a internao involuntria preferencialmente no Hospital Adauto Botelho ou, no havendo vagas, em qualquer hospital da rede pblica de sade, assim como a nomeao de curador especial para acompanhar a presente ao e a internao involuntria.

V - DOS PEDIDOS

Diante do exposto pede tutela especfica de urgncia, liminarmente, no sentido de autorizar e determinar, como medida protetiva de urgncia, a internao involuntria do requerido no Hospital Adauto Botelho (referncia em tratamento de transtornos mentais) ou, na hiptese de falta de vagas, em qualquer outro Hospital da Rede Pblica de Sade ou Particular, por ser tal internao necessria de acordo com recomendao mdica. Finalmente pede a total procedncia do pedido, no sentido de autorizar, como medida protetiva, a internao do requerido em local apropriado realizao do tratamento mdico demandado, requerendo ainda:

a) A gratuidade das custas processuais, nos termos da lei e da declarao de hipossuficiente inclusa;

b) A nomeao de curador provisrio para o requerido, especialmente para acompanhamento da presente ao e da internao involuntria.

c) A notificao do Hospital Adauto Botelho quanto autorizao de internao involuntria e para que tome as providncias necessrias para tanto;

c) A citao do Requerido, para contestar a presente ao no prazo legal, sob pena de revelia.

Finalmente requer a intimao pessoal do Defensor Pblico que oficia perante este juzo para todos os termos e atos do processo (artigo 128, inciso I, da Lei Complementar Federal 080/94 e art. 5, pargrafo 5, da Lei Federal n 1060/50).

Protesta pela produo de todas as provas admitidas em direito, especialmente pelos documentos inclusos e, se for necessrio, realizao de percia mdica. Atribui causa o valor de R$ 415,00 (quatrocentos e quinze reais).

Termos em que pede e espera deferimento.

Cuiab Mato Grosso, 23 de junho de 2010.

EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DE FAMILIA SO LEOPOLDO/RS.AO DE INTERNAO COMPULSRIACOM PEDIDO DE LIMINARJOANA, brasileira, separada judicialmente, do lar, inscrita no RG sob o n e CPF n, residente e domiciliada na Avenida Albino Timm, quadra, casa 33, Cohab- Feitoria, So Leopoldo, vm, respeitosamente, perante Vossa Excelncia, propor AO DE INTERNAO COMPULSRIA COM PEDIDO DE LIMINAR contra LUCIANO SILVA, brasileiro, solteiro, nascido em 30 de janeiro de 1984, inscrito no RG sob o n 2, desempregado, filho de Antnio e Jaine, residente e domiciliado no mesmo endereo, pelas seguintes razes de fato e de direito que seguem:DOS FATOS:1- A Requerente, alega que seu filho derson usurio e dependente de substncias qumicas e/ou entorpecentes, j tendo consumido, entre outras, maconha, cola, crack e cocana.2- Alega, tambm, que decorrente de sua dependncia qumica, repetidas vezes furtou bens de valores de sua prpria casa para vend-los a fim de adquirir txicos para seu consumo. Salienta-se que, j teve passagens pela polcia por porte de drogas e prtica de pequenos furtos, tendo inclusive, cumprido PSC, decorrentes desta.3- Ademais, tambm se comporta de forma errtica e agressiva agindo com violncia contra a sua me me irmos menores que com ele residem. Quando no consegue adquirir drogas e/ou permanecer por breves momentos em abstinncia destri os mveis da casa e ameaa seus familiares.4- Em razo deste comportamento, a me se v obrigada a trancar, em um quarto, os objetos de maior valor para evitar que ele os venda para sustentar seus vcios. Alm disso, quando dorme em casa, a me, assustada, dorme no sof da sala, com medo que ele agrida os outros irmos menores. E, quando fora de casa, perturba os vizinhos, fazendo gestos obscenos, coagindo os mesmos a lhe fornecerem alimentos, dinheiro e bebidas alcolicas.5 Recentemente, a dependncia dos jovens s drogas, infelizmente, fato comum, tendo tal patologia sendo denominada de Transtornos Anti-Social da Personalidade.6 Apesar deste quadro grave para sua sade fsica e mental, bem como para seu convvio em famlia e na prpria sociedade, o interditado recusa-se a aceitar qualquer proposta de auxlio clnico, tratamentos ou internaes, fato este provado atravs dos documentos em anexo.DO DIREITO7 A profilaxia mental, a assistncia e a proteo pessoa e aos bens dos psicopatas por doena mental, toxicomania ou intoxicao habitual so regulados pelo Decreto n 24.559/34 e pelo Decreto-Lei n 891/38.8 O art. 32 do Decreto-Lei n 891/38 estabelece que a competncia para deliberar sobre a internao do Juzo de rfos. O COJE (art. 73, III, a), confere tal competncia s Varas de Famlia.9 Com proclamado no Conflito de Competncia n 70007364599 (3.12.03, Rel. Des. Maria Berenice Dias), no h como negar que a demanda principal diz respeito capacidade da pessoa quando se busca, pela via da internao compulsria, sua proteo.10 O Dr. Ney Wiedmann Neto, atuando na 6 Cmara Cvel, em deciso monocrtica (CC 70007999360, 20.1.04), sinalou que a ao que objetiva internao compulsria perquire, direta ou indiretamente, com o estado ou capacidade da pessoa.11 Em tais condies, considerando que o objetivo da demanda diz com matria afeta ao Direito de Famlia, manifesto-me pela declinao de competncia para uma das Cmaras integrantes do 4 Grupo Cvel.12 Nesse sentido apontamos o seguinte entendimento do Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul:TIPO DE PROCESSO: APELAO CVELNMERO: 70000301093RELATOR: JOS CARLOS TEIXEIRA GIORGISEMENTA: INTERNAO COMPULSRIA DROGADITO. CABIMENTO. E CABIVEL PEDIDO DE INTERNACAO DE ALCOOLISTA, QUE SE REVELA VIOLENTO, DEVIDAMENTE ATESTADO POR MEDICO, QUANDO A FAMILIA SEJA IMPOTENTE PARA FAZE-LO. APELO PROVIDO. (APELAO CVEL N 70000301093, STIMA CMARA CVEL, TRIBUNAL DE JUSTIA DO RS, RELATOR: JOS CARLOS TEIXEIRA GIORGIS, JULGADO EM 01/12/1999)TRIBUNAL: TRIBUNAL DE JUSTIA DO RSDATA DE JULGAMENTO: 01/12/1999RGO JULGADOR: STIMA CMARA CVELCOMARCA DE ORIGEM: SAPUCAIA DO SULSEO: CIVELREVISTA DE JURISPRUDNCIA: SEGREDO DE JUSTICA. $$FONTE: CD-64, 46, 281 A 285.-DO PEDIDO12 Conforme reza o Decreto n 24.559/34 e Decreto-Lei n 891/38, deve ser julgada procedente a presente Ao de Internao Compulsria, com a internao em local apropriado e sem qualquer nus para a Requerente, de seu filho LUCIANO FONSECA DA SILVA, ora Requerido.ISSO POSTO, requer a esse MM. Juzo:A citao e interrogatrio do Requerido para, querendo, contestar a presente ao, no prazo legal;A procedncia dos pedidos formulados na inicial, conforme reza o Decreto n 24.559/34 e Decreto-Lei n 891/38, com a internao compulsria do Requerido, LUCIANO FONSECA DA SILVA, em local apropriado, considerando o seu problema de sade;A concesso de liminar para a internao compulsria do Requerido, LUCIANO FONSECA DA SILVA, em local apropriado, considerando o seu problema de sade;Produo de todos os meios de provas admitidas em direito, em especial testemunhal (rol em anexo), documental e pericial;A intimao do representante do Ministrio Pblico para acompanhar o presente feito;A concesso do benefcio da Assistncia Judiciria Gratuita, por ser a requerente pessoa sem condies financeiras no sentido legal da palavra, no tendo condies de arcar com as custas e honorrios advocatcios do processo, sem seu prprio sustento e de sua famlia.valor da Causa: R$ 809,50Nestes termos,pede e espera deferimento.So Leopoldo, 06 de abril de 2005.Rol de testemunhas:Eli de Vargas Borges, residente na rua Malta, 111, casa 22, Bairro Feitoria, Cohab, So Leopoldo, RSSetembrino de Assis Bitencourt, residente na Av. Albino Timm, quadra 111, casa 22, Bairro Feitoria, Cohab, So Leopoldo, RS