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ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR SALVAMENTO TERRESTRE CFSD 2014

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Academia de Bombeiros Militar_Nós e amarrações

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    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR

    SALVAMENTO TERRESTRE

    CFSD 2014

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    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    INTRODUO

    Caros Soldados do Fogo!

    Parabns, vocs agora fazem parte de uma Corporao Centenria, que atravs

    das aes individuais e coletivas de seus militares, goza de grande respeito e

    admirao da sociedade mineira.

    Salvar vidas nossa misso, mas para que cada um de vocs possa sentir o

    prazer de realizar esse feito, ser necessrio alm de coragem e amor ao prximo,

    dedicar-se a seus estudos. O conhecimento nosso maior tesouro e em alguns

    casos a barreira entre a vida e a morte.

    Essa apostila fruto de dedicao de vrios militares que abnegaram de seus

    horrios de folga para escrever cada pgina que vocs estudaro ao longo da

    disciplina, na busca incansavelmente pela melhoria na qualidade do ensino e

    engrandecimento do CBMMG.

    Quando vocs desanimarem, sentirem cansao, saudades de seus familiares,

    sono, fome, etc, lembre-se do tamanho do sacrifcio de fizeram ao longo da vida

    para chegarem at aqui. No existe ningum no mundo que derramou suor e se

    sacrificou que no tenha colhidos os frutos desejados.

    A Corporao espera de vocs, dentre outras coisas: disciplina, respeito

    hierarquia, compromisso com o resultado, honestidade, dedicao exclusiva e

    esprito de equipe, para que no futuro sejamos to respeitados e admirados como

    somos atualmente.

    Convoco a vocs a vestirem essa cala jeans (com vinco), tnis preto, meias

    brancas e camisa vermelha, com muito entusiasmos, como eu fiz h muitos anos

    atrs, acreditando que por trs dessas vestis surgiria uma pessoa que poderia fazer

    a diferena na vida da sociedade.

    Salvar!!!

    Belo Horizonte, 05 de Janeiro de 2014.

    Cap BM Peterson Jos Paiva Monteiro

    Coordenador da Disciplina

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    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    SUMRIO

    1. CONCEITOS INICIAIS.......................................................................................... 7

    1.1 HISTRIA DO SALVAMENTO ....................................................................... 7

    1.2 O QUE SALVAMENTO ? ............................................................................. 8

    1 .3 A GUARNIO DE SALVAMENTO............................................................... 8

    1.4 TIPOS DE OCORRNCIAS ............................................................................ 9

    1.5 . EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL (EPIS) ............................ 9

    1.6 AES QUE PODEM CAUSAR ACIDENTES ............................................. 10

    2.EQUIPAMENTOS / MATERIAIS OPERACIONAIS ............................................... 11

    2.1 DESENCARCERADOR HIDRULICO DE RESGATE (R$___________ ) . 11

    2.1.1 TESOURAS ............................................................................................... 11

    2.1.2 EXPANSOR .............................................................................................. 12

    2.1.3 MULTIUSO ................................................................................................ 12

    2.1.4 EXTENSOR (MACACO DE SEPARAO) ............................................... 13

    2.1.5 BOMBAS HIDRULICAS / GRUPO ENERGTICO .................................. 13

    2.2 SERRA-SABRE ........................................................................................... 14

    2.2.1 INSTRUES DE SEGURANA .............................................................. 15

    2.3 BOMBA DE SUCO .................................................................................. 17

    2.3.1 APLICAES DA MOTOBOMBA.............................................................. 17

    2.3.2 INSTRUES DE SEGURANA .............................................................. 18

    2.3.3 DESCRIO E PRINCIPAIS COMPONENTES ....................................... 19

    2.3.4 INSTALAO ............................................................................................ 19

    2.3.5 OPERAO E SEUS CUIDADOS ............................................................. 20

    2.4 APARELHOS DE ILUMINAO .................................................................. 21

    2.5 TALHA TIFOR / MULTIPLICADOR DE FORA / APARELHO DE

    TRACIONAMENTO ............................................................................................ 23

    2.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI) ............................... 25

    3.INTRODUO AO SISTEMA DE MU LTIPLICAO DE FORAS .................... 27

    3.1 EQUIPAMENTOS ......................................................................................... 28

    3.2 TIPOS DE POLIAS ....................................................................................... 29

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    3.3 VANTAGEM MECNICA .............................................................................. 31

    3.4 EFEITO POLIA ............................................................................................. 32

    3.5 CARGA DE TRABALHO ............................................................................... 33

    3.6 NOMENCLATURAS CONVENCIONAIS ....................................................... 34

    3.7 CONCLUSO ............................................................................................... 36

    4.CONTENO MECNICA DE ANIMAIS/CAPTURA DE INSETOS ..................... 38

    4.1. CONTENO .............................................................................................. 38

    4.1.1 CONTENO MECNICA ........................................................................ 40

    4.1.2 EQUIPAMENTOS / ACESSRIOS UTILIZADOS NA CONTENO

    MECNICA ......................................................................................................... 40

    4.1.2.1 PANOS ................................................................................................... 40

    4.1.2.2 CAMBO ................................................................................................ 41

    4.1.2.3 MORDAAS ........................................................................................... 41

    4.1.2.4 LAOS E CORDAS ................................................................................ 42

    4.1.2.5 ENFORCADORES ou CAMBO ............................................................ 42

    4.1.2.6 CORRENTE, GUIA, CABRESTO E COLEIRA........................................ 42

    4.1.2.7 LUVAS .................................................................................................... 43

    4.1.2.8 REDES E PUS ................................................................................... 44

    4.1.2.9 CAT GRAMPER ...................................................................................... 44

    4.1.3 MTODOS COMUNS UTILIZADOS NA CONTENO MECNICA ........ 45

    4.1.3.1 CONTENO DE CES ........................................................................ 45

    4.1.3.2 CONTENO DE GATOS ...................................................................... 45

    4.1.3.3 CONTENO DE EQINOS .................................................................. 46

    4.1.3.4 CONTENO DE BOVINOS .................................................................. 48

    4.1.3.5 CONTENO DE SUNOS .................................................................... 48

    4.1.3.6 CONTENO DE ANIMAIS SILVESTRES ............................................ 49

    4.1.3.7 CONTENO DE AVES ......................................................................... 49

    4.1.3.8 CONTENO DE COELHOS E CAMUNDONGOS ............................... 50

    4.2 MTODOS DIVERSOS DE CONTENO ................................................... 50

    4.3 CAPTURA DE INSETOS .............................................................................. 52

    Memorando: N 3031/2009 COB/Diviso Operacional ................................ 52

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    5.CORTE DE RVORES .......................................................................................... 55

    5.1 RECONHECIMENTO DA RVORE.............................................................. 56

    5.2 EXECUO DO SERVIO .......................................................................... 56

    5.3 PROCEDIMENTOS ...................................................................................... 57

    5.3.1 NO LOCAL ANALISAR .............................................................................. 61

    5.4 - TCNICA DE DERRUBADA ....................................................................... 65

    5.5 - REMOO DO TRONCO E PILHAS ......................................................... 67

    5.6 MOTOSSERRA ............................................................................................ 68

    5.6.1 CARACTERSTICAS ................................................................................. 69

    5.6.2 CUIDADOS ................................................................................................ 71

    5.6.3 OBSERVAES........................................................................................ 71

    5.7 EQUIPAMENTO OPERACIONAIS/ACESSRIOS ....................................... 73

    5.8 LEGISLAO APLICADA ............................................................................ 74

    6. MACA TIPO ENVELOPE SKED ........................................................................... 75

    6.1 CARACTERSTICAS .................................................................................... 75

    6.2 PREPARAO DA VTIMA .......................................................................... 75

    6.3 PROCEDIMENTOS PARA MONTAGEM DA MACA SKED .......................... 76

    6.4 ENCORDOAMENTO .................................................................................... 77

    6.5 CONFERNCIA PRVIA DO SISTEMA OU MATERIAL MONTADO .......... 77

    7.SALVAMENTO DE VTIMAS EM LOCAL DE DIFCIL ACESSO .......................... 79

    7.1 CONSIDERAES GERAIS ........................................................................ 79

    7.2 ANLISE DO TERRENO .............................................................................. 80

    7.2.1 TERRENO DE BAIXA INCLINAO: AT 15 .......................................... 81

    7.2.2 TERRENO DE BAIXA INCLINAO: ACIMA DE 15 AT 40 ................. 81

    7.2.3 TERRENO DE MDIA INCLINAO: ACIMA DE 40 AT 60 ................ 82

    7.2.4 SALVAMENTO EM TERRENOS DE ALTA INCLINAO: ACIMA DE 60

    ............................................................................................................................ 82

    7.3 TRANSPORTE DE VTIMAS UTILIZANDO MACAS .................................... 82

    7.3.1 REVEZAMENTO DE POSIES DURANTE O TRANSPORTE ............... 83

    7.3.2 GRUPOS DE SALVAMENTO E SUAS FUNES ................................... 84

    7.3.2.1 CARREGADORES (HOMEM MULA) ...................................................... 85

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    7.3.2.2 HOMEM GUIA......................................................................................... 85

    7.3.2.3 HOMEM POLIA ....................................................................................... 86

    7.3.2.4 HOMEM NCORA .................................................................................. 86

    7.4 CONSIDERAES FINAIS ......................................................................... 87

    BIBLIOGRAFIA BSICA .......................................................................................... 88

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    UNIDADE 1

    1. CONCEITOS INICIAIS

    1.1 HISTRIA DO SALVAMENTO

    A histria de salvamento no mundo se mistura com a criao do Corpo de

    Bombeiros romano, pois quase sempre durante o combate as chamas com baldes

    era necessrio salvar vidas e bens.

    Com os sculos, estas organizaes evoluram muito pouco. Durante a Idade

    Mdia, na metade do sculo XVII, os materiais disponveis para combate a incndio

    se reduziam a machados, enxades e outras ferramentas manuais. Foi nessa poca

    que surgiu os sapadores, que tinham como misso SALVAR VIDAS E BENS!!!

    J no sculo XIX os Monges passaram a utilizar ces para encontrar pessoas

    que se perdiam durante as grandes nevascas ou que ficavam soterradas pelas

    avalanches. Ao encontrar as vitimas os ces deitavam-se em redor delas com o

    intuito de aquec-las, enquanto que um deles ia ao encontro dos monges afim de

    indicar o caminho mais perto que dava acesso as vitimas.

    Mas foi durante a 2 Guerra Mundial que o salvamento desenvolveu-se, devido

    aos registros histricos que demonstram a preocupao dos europeus com o

    socorro das vtimas presa sob

    escombros, em conseqncia dos

    freqentes bombardeios que

    assolaram cidades com grande

    densidade demogrfica.

    Todos os anos ocorrem

    milhares de abalos ssmicos por

    todo o mundo, terremotos,

    desabamentos de terras e edifcios,

    incndios e exploses em fbricas,

    obras em construo, minas, catstrofes areas e ferrovirias.... Devido a todas

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    estas situaes que as operaes de socorro e salvamento so desenvolvidas e

    aperfeioadas.

    Atravs de estudos realizados na Alemanha, h alguns anos, constatou-se que

    era necessrio um grupo de vinte homens a trabalhar durante uma hora para

    localizar uma pessoa soterrada a grande profundidade. Depois surgiram ento os

    aparelhos eletrnicos que captam e amplificam os gemidos, os quais vieram reduzir

    consideravelmente esse tempo. O emprego de ces muitas das vezes ou quase

    sempre superam estes aparelhos devido a sua capacidade de trabalho e olfato

    apurado.

    Podemos perceber que as operaes de salvamento vem sofrendo pequenas

    modificaes ao longo dos anos, onde tcnicas e equipamentos so aperfeioados

    e/ou criados, possibilitando assim a diminuio do tempo de salvamento que

    dependendo da situao pode representar a vida ou a morte.

    1.2 O QUE SALVAMENTO ?

    Apesar de ser um conceito amplo, pois tal atividade multidisciplinar, iremos de

    modo genrico definir o salvamento da seguinte maneira: Conjunto de

    aes/intervenes realizadas pelo CBMMG com a finalidade de Localizar, Acessar,

    Estabilizar e/ou Resgatar pessoas, animais, bens...

    Para se realizar um salvamento necessrio o conhecimento prvio dos

    equipamentos e das tcnicas corretas para sua utilizao, visando otimizar o tempo

    de atendimento, diminuio do tempo de exposio dos militares ao risco da

    ocorrncia e conservao do equipamento para empregos futuros.

    O Salvamento Terrestre trs consigo a particularidade de ser realizado

    exclusivamente no solo (cota zero), porm para acessar a vtima poder ser

    necessrio utilizar tcnicas verticais, o que faz dessa disciplina multifacetria.

    1 .3 A GUARNIO DE SALVAMENTO

    A GU de salvamento atualmente composta por: chefe, motorista e 2 armadores.

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    1.4 TIPOS DE OCORRNCIAS

    Importante esclarecer que devido abrangncia dos atendimentos

    executados, podemos classificar as ocorrncias em urgentes e no urgentes.

    Entendemos por ocorrncias urgentes aquelas em que esto envolvidas vidas

    de pessoas, animais, patrimnios valiosos e importantes.

    Consideramos como ocorrncias no urgentes aquelas em que no existe

    presente o perigo vida ou risco iminente de destruio que possa acarretar outros

    acidentes.

    1.5 . EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL (EPIS)

    A atuao do bombeiro militar o expe a diversos fatores perigosos que podem

    comprometer sua integridade fsica. Para que os bombeiros executem suas misses

    de maneira segura necessrio que utilizem EPIs para minimizar o risco de

    sofrerem ferimentos ou contaminaes.

    importante salientar que para cada tipo de atividade desenvolvida

    necessrio utilizar um tipo de EPI adequado ao risco exposto. Caso o bombeiro no

    siga essa regra, certamente ele estar com uma falsa sensao de segurana e

    possivelmente s descobrir seu erro aps ocorrer o acidente.

    Dentre os EPIs mais utilizados pelos bombeiros, citamos:

    Capacetes;

    Luvas (couro, raspa, vaqueta, neoprene, ltex);

    Cadeirinhas de Escalada;

    Abafadores Auriculares;

    Mscaras Faciais;

    Lanternas;

    Botas de Cano Alto;

    culos...

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    1.6 AES QUE PODEM CAUSAR ACIDENTES

    Atitude descuidada com a prpria segurana;

    No utilizao de Equipamentos de Proteo individual (EPI);

    Falta de habilidade no uso dos equipamentos;

    Problemas fsicos que impeam esforos extenuantes;

    Atos inseguros ou inadequados podem causar leses;

    Uso inseguro de equipamentos ou ferramentas;

    No reconhecer mecanismos agressores e riscos no ambiente;

    Levantar objetos pesados de forma inadequada;

    Desativar a segurana de equipamentos e

    No utilizar roupas visveis especialmente em local de trafego intenso.

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    UNIDADE 2

    2.EQUIPAMENTOS / MATERIAIS OPERACIONAIS

    2.1 DESENCARCERADOR HIDRULICO DE RESGATE (R$___________ )

    O desencarcerador um conjunto de equipamentos hidrulicos capaz de

    possibilitar acesso e extrao de vtimas encarceradas, que, devido a um acidente,

    encontra-se incapacitada de sair pelos seus prprios meios, quer devido a leses

    sofridas quer por estar presa pelos materiais envolventes.

    2.1.1 TESOURAS

    - As tesouras empregam-se para

    cortar totalmente os

    componentes dos veculos com a

    finalidade de retirar certas zonas

    do mesmo. Adicionalmente,

    podem ser empregues para

    realizar cortes de alvio que

    permitem o afastamento de

    alguns componentes do veculo

    ou em operaes de

    levantamento do teto.

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    2.1.2 EXPANSOR

    - Os expansores tm trs

    funes principais: comprimir,

    separar e tracionar. Os

    expansores podem apertar ou

    comprimir o metal para criar

    pontos de franzido dbeis ou

    reas para corte, alm disso,

    podem separar componentes

    que no estejam unidos. A

    terceira funo realiza-se usando

    umas pontas com adaptadores

    para correntes os quais

    permitem que o expansor

    aproxime objetos at ao seu

    ponto de fora.

    2.1.3 MULTIUSO

    - O multiuso uma ferramenta

    de ao dupla, permitindo a

    funo de corte e a execuo

    das tcnicas efetuadas com o

    expansor.

    Normalmente esta ferramenta,

    visto ser uma combinao,

    possui uma potncia inferior,

    quer no afastamento quer na

    capacidade de corte.

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    2.1.4 EXTENSOR (MACACO DE SEPARAO)

    O extensor faz uso da sua fora

    mediante potentes pistes

    hidrulicos e aplicam-se

    principalmente para separar

    componentes do veculo ou para

    criar espaos adicionais.

    2.1.5 BOMBAS HIDRULICAS / GRUPO ENERGTICO

    Equipamento fundamental para

    a utilizao das ferramentas

    hidrulica, a bomba hidrulica

    pode ser acionada com

    motores a gasolina, eltricos ou

    a diesel (no CBMMG utiliza-se

    motores a gasolina). Gera

    presso que pode atingir a

    ordem de 700 bar,

    proporcionando um fluxo

    hidrulica capaz de transmitir

    fora de trabalho para as

    ferramentas. Podem operar

    simultaneamente duas ou mais

    ferramentas (conforme o

    modelo).

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    2.2 SERRA-SABRE

    Constitui-se de uma serra eltrica alimentada por uma bateria. Possui lminas para

    corte de metais diversos, vidro laminado e madeira. um equipamento muito eficiente

    para trabalhos de corte em misses que exige rapidez, eficincia e muitas das vezes com

    espaos reduzidos.

    Apesar de no ser um equipamento criado para ser utilizado em operaes de

    bombeiro uma ferramenta de grande utilidade nas operaes devido sua portabilidade e

    leveza.

    O tempo de durao da bateria ir

    variar de acordo com o material que est

    sendo cortado, pois quanto mais duro,

    mais ser exigido da ferramenta. Vamos

    lembrar que se lubrificarmos com

    detergentes, gua, sabo... a superfcie

    que est sendo cortada iremos diminuir o

    Na base dos motores da bomba hidrulica existe um recipiente que funciona como

    reservatrio de leo hidrulico. Tal componente ser injetado no interior das mangueiras de

    presso (geralmente vermelha) no momento do corte. Todo cuidado deve ser redobrado, pois o

    leo que circula no interior dessas mangueiras, alm de estar pressurizado est aquecido, o

    que pode ocasionar srios ferimentos ao operador e aos demais militares que participam da

    ocorrncia. http://soubombeiro.blogspot.com/2010/03/acidente-com-desencarcerador.html

    Outro ponto de bastante ateno est em no arrastar as mangueiras em superfcies

    speras, assim como as conexes. Aps a utilizao efetuar a limpeza com um pano seco.

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    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    atrito e o corte se tornar mais eficiente. Bateria com vida til reduzida tambm

    influenciar na autonomia, por isso o manual de instruo do equipamento deve ser

    seguindo, especialmente no que se refere ao carregamento.

    A amplitude do acionamento do gatilho da ferramenta deve ser invarivel, para

    que a serra mantenha a mesma freqncia do corte, evitando assim o desgaste

    prematuro das lminas.

    Atentar tambm para que no haja movimentos laterais da lmina durante o

    corte, o que pode empen-la.

    2.2.1 INSTRUES DE SEGURANA

    PARA USO SEGURO E OBTENO DE MELHORES RESULTADOS DE

    DESEMPENHO DO PRODUTO, LEIA ATENTAMENTE AS REGRAS ABAIXO:

    Quando do recebimento do servio realizar sempre o funcionamento prvio, da

    ferramenta e verificar se a bateria est carregada;

    Uso de EPI obrigatrio, nas atividades, em que esteja operando a Serra Sabre,

    sendo eles: luvas, culos, capacete, mscaras para poeira e protetores

    auriculares;

    A ferramenta dever estar sempre travada, pelo boto de travamento, quando

    estiver sendo transportada. obrigatria a retirada da bateria quando se realiza

    a incluso, excluso ou troca de qualquer uma das lminas;

    Em caso de duvidas na operao

    solicite assistncia a SAO da Unidade;

    No opere ferramentas eltricas em

    ambientes explosivos, como na

    presena de lquidos, gases ou ps

  • 16

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    inflamveis. As ferramentas de corte produzem fagulhas que podem incendiar o

    p ou vapores;

    Permanea alerta, observe com ateno o que voc est fazendo e use o bom

    senso ao operar uma ferramenta eltrica. No use a ferramenta quando estiver

    cansado ou sob efeito de drogas, lcool ou medicamentos;

    Use tornos ou outra maneira pratica para prender e apoiar a pea a ser

    trabalhada;

    No force a ferramenta. Use a ferramenta adequada sua aplicao. A

    ferramenta adequada far o trabalho melhor e com mais segurana na faixa para a

    qual foi projetada;

    Quando a bateria no estiver em uso, mantenha-a longe de outros objetos de

    metal tais como: clipes de papel,

    moedas, chaves, pregos, parafusos ou

    outros pequenos objetos de metal que

    possam fazer uma conexo de um

    terminal para outro. Causar curto-circuito

    em terminais de baterias pode causar

    fascas, queimaduras ou incndios;

    Utilize somente acessrios que sejam

    recomendados pelo fabricante para o

    modelo de sua ferramenta. Acessrios que podem ser adequados para uma

    ferramenta, podem ser perigosos quando utilizados em outras ferramentas;

    O conserto da ferramenta somente deve ser realizado por pessoal de reparo

    qualificado - o militar responsvel pela SAO ou profissional da assistncia tcnica;

    Segure a ferramenta pelas superfcies isoladas da empunhadura ao executar uma

    atividade na qual a ferramenta de corte possa entrar em contato com cabos

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    escondidos. O contato com um cabo energizado far com que as partes metlicas

    expostas da ferramenta fiquem energizadas e causaro um choque eltrico no

    operador;

    Mantenha suas mos distantes de peas em movimento. Nunca ponha suas

    mos prximas rea de corte;

    Cuidado redobrado ao cortar objetos que se encontrem acima de voc, porm

    no visveis, considere as possveis trajetrias de galhos e outros objetos que

    possam cair e

    No opere esta ferramenta por longos perodos de tempo. As vibraes causadas

    pela operao desta ferramenta podem causar ferimentos permanentes nos dedos,

    mos e braos.

    2.3 BOMBA DE SUCO

    2.3.1 APLICAES DA MOTOBOMBA

    Muitas so as aplicaes deste equipamento, na agricultura, indstrias, minas,

    empresas, construes, comunicao, cabeamento subterrneo, manuteno de

    tubulaes, jardins, pesca, etc. Mas aqui no Corpo de Bombeiros, que assume a

    sua principal funo: liberar vias, casa, compartimentos, que por ventura estejam

    alagados, o que poder trazendo riscos vida e ao bem de terceiros.

    Visando a melhoria do ensino foi copilado parcialmente o manual de operao, o

    qual trar informaes de como operar e manter, de forma segura e eficiente a

    motobomba, quando do atendimento de ocorrncias ou realizao de instruo.

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    2.3.2 INSTRUES DE SEGURANA

    PARA USO SEGURO E OBTENO DE MELHORES RESULTADOS DE

    DESEMPENHO DO PRODUTO, LEIA ATENTAMENTE AS REGRAS ABAIXO:

    Procure sempre verificar na SAO, o histrico das atividades do equipamento,

    seu funcionamento, suas possveis panes, se est abastecido, onde fica o

    combustvel para um possvel reabastecimento, o leo e realizar o funcionamento

    prvio quando do recebimento do servio;

    Uso de EPI obrigatrio, nas atividades, em que esteja operando a

    Motobomba auto-escorvante;

    Use esta bomba em lugar ventilado ou ao ar livre. O sistema de escape do

    motor elimina monxido de carbono, letal para seres humanos e animais;

    Assegure-se de que a bomba esteja sobre uma superfcie estvel e nivelada;

    Mantenha a bomba afastada de chamas, calor intenso e materiais inflamveis

    e reas de risco;

    Nunca ligue a bomba a seco.

    Antes de iniciar

    qualquer trabalho,

    encha o corpo da

    Sim, Senhor !

  • 19

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    2.3.3 DESCRIO E PRINCIPAIS COMPONENTES

    Os principais componentes do conjunto so mostrados nas Figuras.

    2.3.4 INSTALAO

    Coloque a bomba sobre uma superfcie horizontal e plana, o mais prximo

    possvel da captao de gua. Fixe o suporte da bomba sobre superfcie rgida. Uma

    mangueira de suco de 2 cheia de gua que tenha 6 m de comprimento pesa mais

    de 15 kg. Se a bomba no estiver bem presa, a mesma pode se deslocar da sua

    posio correta. Nunca use a bomba em posies elevadas sem fix-la sobre uma

    base rgida.

    Tubulaes devem ter suporte para evitar vibrao e no sobrecarregar o

    suporte da bomba. Antes de oper-la verifique todas as conexes entre a bomba e a

    tubulao. No deixe nenhuma conexo solta e principalmente nenhum vazamento.

    Use bitolas de tubulao igual ou maiores que a bitola da bomba.

    O filtro deve ser mantido a distncia segura da superfcie, encostas e fundo

    de rios. O filtro deve ser afundado ao menos 30 centmetros para evitar a suco de

    ar e mantido pelo menos 30 centmetros do fundo e encostas de rios, evitando

    assim a suco de pedras e razes.

  • 20

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    instala

    Desenho sem escala

    2.3.5 OPERAO E SEUS CUIDADOS

    1. Ligue o motor;

    2. Aps encher o corpo da bomba de gua e ligar o motor, a bomba criar

    vcuo na mangueira de suco;

    3. Depois que todo o ar for evacuado, o fluxo completo de gua ocasionar

    notvel diferena de carga no motor;

    4. A ao de escorvamento da bomba pode chegar a durar at 4 minutos. Isso

    depender da altura de suco e das condies da mangueira e conexes de

    suco e

    Discuta com seu instrutor os inconvenientes dos mangotes de 2 que

    possuem juntas de plsticos e a importncia da vlvula de reteno no

    mangote.

  • 21

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    5. No havendo fluxo de gua depois de 5 minutos, desligue o motor, encha o

    corpo da bomba com gua novamente e d partida no motor.

    ATENO: Evitar oper-lo em gua suja ou que tenha areia fina em suspenso.

    2.4 APARELHOS DE ILUMINAO

    So todos os equipamentos que geram luz artificial para iluminar os locais de

    trabalho. Os mais comuns so:

    Faris:

    So aparelhos dotados de fonte luminosa de grande potncia, alimentados por

    eletricidade. Em nossa Corporao so encontrados na forma de refletores/holofotes

    ou torres de iluminao. Sua alimentao eltrica dar-se-a por geradores portteis.

    Todavia, nunca devemos esquecer que as unidades devem ter lmpadas reservas

    na SAO.

    Lanternas eltricas:

    So aparelhos eltricos portteis de grande segurana para os servios de

    reconhecimento. Podem possuir um ou mais elementos, pilhas ou bateria.

    Gerador porttil:

    Aparelho destinado a converter energia mecnica em energia eltrica em

    forma de corrente contnua ou alternada. Utilizado principalmente em locais

    desprovidos de energia eltrica, como rodovias, locais de difcil acesso, matas...

    Possui baixo consumo de combustvel e alta autonomia, variando de acordo

    com o modelo. Veja:

  • 22

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    Lembre-se: por ser um aparelho bivolt fundamental conferir qual a voltagem

    selecionada antes de ligar algum equipamento em suas tomadas, principalmente

    para evitar surpresas desagradveis que podem transformar uma simples ocorrncia

    em uma grande operao.

    NOTA

    A Corrente Alternada a forma mais eficaz

    de se transmitir uma corrente eltrica por

    longas distncias.

    A Corrente contnua normalmente utilizada para

    alimentar aparelhos eletrnicos (entre 1,2V e 24V)

    e os circuitos digitais de equipamento de

    informtica.

    Modelo 6500CXE

    Grupo Gerador Toyama, Equipado com

    motor Gasolina de 13.0 HP, partida manual

    e eltrica, monofsico, Potncia Mxima

    de 6.0 KVA e Potncia Nominal de

    5.5KVA, BIVOLT 110 e 220 volts, equipado

    com tanque de 25 litros que proporciona

    aproximadamente 12 horas de autonomia.

  • 23

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    2.5 TALHA TIFOR / MULTIPLICADOR DE FORA / APARELHO DE

    TRACIONAMENTO

    O Tirfor, como conhecido no CBMMG, um aparelho muito comum nas

    viaturas de salvamento e tem uma larga rea de atuao em iamentos e

    tracionamentos de cargas. Tal aparelho trabalha em qualquer posio (vertical,

    horizontal, obliquo), sendo que seu posicionamento ir variar de acordo com a

    necessidade imposta pelo teatro de operaes. Dessa forma podemos consider-lo

    muito verstil.

    A talha opera com a ao de dois

    pares de mordentes lisos, de ajuste

    automtico, que no momento do iamento

    ou da descida da carga, esses dois pares

    de mordentes, alternadamente, apertam e

    soltam o cabo, para pux-lo no sentido da

    subida ou ret-lo no sentido da descida,

    sendo que os dois conjuntos de

    mordentes apertam o cabo conforme a

    trao do cabo, ento quanto mais pesada carga, mais forte ser o aperto.

    Sua fora nominal varivel de acordo com o modelo do aparelho, sendo mais

    comuns: 750 Kg, 1600 Kg e 3200 Kg.

    Principais Peas

    1- Corpo do aparelho; 6- Punho de debreagem;

    2- Alas;

    7- Orifcio para admisso do cabo;

    3- Eixo ou gancho de

    ancoragem;

    8- Orifcio para sada do cabo;

    4- Alavanca de avano;

    9- Alavanca de tubo telescpio e

    5- Alavanca de recuo;

    10- Cabo de Ao Especial.

    Obs.: seu dimetro varia de acordo com o

    aparelho.

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    Um ponto muito importante est no manuseio do cabo de ao, que s deve

    ocorrer quando o bombeiro estiver calado de luvas, para evitar que fios de ao

    salientes o perfurem. Pode at parecer uma recomendao bvia, mas o numero de

    militares feridos por negligenciarem a simples utilizao de luvas considervel.

    A limpeza do cabo aps a utilizao fundamental para preservao do

    material e para garantir que sujeiras no acumulem entre os fios tranados de ao,

    as quais com o tempo podem danificar os pares de mordentes e levar o aparelho a

    inutilizao precoce.

    Sua utilizao em conjunto com polias mveis aumenta a capacidade de

    iamento/arrastamento a qual limitada basicamente pela fora muscular do

    operador.

    Obs.: Perda devido ao atrito do cabo com

    a polia de aproximadamente 15%.

  • 25

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    2.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)

    Utilizar um EPI no difcil, mesmo sendo desconfortvel, o problema est em

    conscientizar os militares a efetivamente utiliz-los. Todavia, se perguntarmos a

    tropas sobre a necessidade de utilizarmos esses equipamentos, receberemos

    diversas respostas que iro convergir sempre para a importncias da utilizao.

    Nossa atividade em si j trs consigo riscos potenciais de acidente durante o

    atendimento de ocorrncias, seja elas simples ou complexas. Ento o que fazer para

    minimizar esses riscos?

    A Norma Reguladora N. 6 do Ministrio do Trabalho define EPI, como: todo

    dispositivo de uso individual... destinado proteo de riscos suscetveis de

    ameaar a segurana e a sade no trabalho.

    http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAB536517DE/NR-06%20(atualizada)%202010.pdf

    Alm da conscientizao da importncia do uso constante do EPI, deve-se

    ressaltar outro ponto:

    D NADA ADIANTAR UTILIZAR O EPI

    SE ELE NO FOR CONDIZENTE COM O RISCO!!!

    CASO 1 CASO 2 CASO 3

    ESGOTO

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    Preste ateno no caso hipottico abaixo:

    Uma guarnio do 11 BBM deslocou-se para atender um chamado de risco

    iminente de queda de rvore s 15:30 h. Chegando ao local, observaram que

    tratava-se de uma rvore de pequeno porte, mas que realmente configurava risco.

    No entanto, como aquela era uma guarnio experiente e o tempo para realizar o

    servio era reduzido, j que a noite se aproximava, o chefe resolveu mandar um dos

    militares subir na rvore sem a cala de motosserrista, pois o corte seria feito todo

    no machado, uma vez que a motosserra estava sem combustvel (vazamento do

    reservatrio).

    Aps alguns minutos de trabalho, a guarnio arrumou uma outra motosserra

    e o militar que cortava a rvore pediu aos demais membros da guarnio que

    enviassem para ele o equipamento. Ao acionar a motosserra, prximo a seu corpo, o

    militar no percebeu que a trava da corrente estava inoperante... e ocorreu o que

    ningum esperava, o ACIDENTE!!!.

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    UNIDADE 3

    3.INTRODUO AO SISTEMA DE MU LTIPLICAO DE FORAS1

    O ser humano, no comeo de sua existncia na terra, agia por instinto e, com

    isso, como os outros animais irracionais, se impunha pela fora fsica. Tal situao,

    no entanto, funcionava bem com seus colegas de raa ou com outros animais mais

    fracos.

    Passado o tempo o homem descobriu que para sobressair-se sobre os demais

    habitantes do nosso planeta era preciso algo mais do que msculos e ento passou

    a usar o crebro. A partir de ento dominou o planeta e tem, teoricamente,

    sobrepujado sobre todas as criaturas. Partindo de tal linha de raciocnio passaremos

    a falar sobre os sistemas de reduo de foras aplicados nas operaes de

    salvamento em altura, os quais, pelas caractersticas de leveza e praticidade,

    resumir-se-o em mosquetes, cordas e polias.

    1 ROSA, Willian da Silva. Sistemas de Reduo de Foras. Belo Horizonte: CBMMG, 2005. (Adaptao)

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    3.1 EQUIPAMENTOS

    Para montarmos um sistema de reduo de foras2 utilizaremos basicamente

    cordas, mosquetes e polias. Para sistemas mais complexos poderemos incluir ns

    blocantes ou blocantes mecnicos para atuarem como Dispositivos de Captura

    Progressiva (DCP). Em caso de emergncia e escassez de recursos, as polias

    podero ser substitudas por mosquetes.

    O termo polia ser utilizado genericamente para definir o equipamento

    composto de placas laterais mveis ou fixas, composto de eixo ou rolamento sobre o

    qual gira uma roldana de metal (ao ou duralumnio) ou de nilon.

    J o nome patesca foi muito utilizado no CBMMG, porm, com a introduo

    de novas tcnicas baseadas em bibliografias recentes, o termo polia ganhou fora

    e ocupou seu lugar.

    Existem outros equipamentos com princpios de funcionamento anlogos s

    polias, porm com nomes e formatos diferentes, tais como: Cadernal, Pol, Catrina,

    Moito e a prpria Patesca.

  • 29

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    As cordas a serem utilizadas devem ser de baixa elasticidade, ou seja, semi-

    estticas ou estticas, e o dimetro vai depender das polias, normalmente girando

    em torno de 0 a 13mm.

    Nas instalaes de DCPs devemos dar preferncia para ns auto-blocantes

    confeccionados com cordeletes de 8mm uma vez que os blocantes mecnicos

    normalmente mordem5 muito a corda danificando com cargas superiores a 400

    kgf. Uma exceo regra o Rescucender, o qual no possui garras que

    danifiquem a corda, agindo simplesmente atravs de presso e de acordo com a

    fora de trao. Outra vantagem importante desse aparelho que em caso de

    sobrecarga ou de fora de choque importante, a corda pode deslizar, o que ser um

    indicativo de que o sistema est sendo submetido a uma condio insegura.

    Para o uso especfico de ns auto-blocantes existem polias de base reta que

    facilitam o afrouxamento do n, durante o iamento da carga.

    3.2 TIPOS DE POLIAS

    Existem uma infinidade de modelos de polias das mais variadas marcas, cada

    uma com sua peculiaridade. Algumas vm inclusive conjugadas com funes de

  • 30

    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    outros aparelhos, como o caso da Mini Traxion, que constituda de uma roldana

    e um mordente de ao munido de dentes, o qual substitui um ascensor ou um n

    blocante.

    De um modo geral temos polias de placas laterais fixas ou mveis, com uma

    ou mais roldanas (paralelas ou em tandem), de eixo ou rolamento, com ou sem

    flange de segurana e de roldanas de metal (ao ou duralumnio) ou de nilon (no

    recomendadas para iamento de carga humana ou cargas muito pesadas).

  • 31

    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    importante salientar que em polias de placas laterais fixas deve-se utilizar

    preferencialmente mosqueto oval, para que a fora seja distribuda igualmente nos

    dois orifcios de fixao do mosqueto.

    No caso da polia no possuir o flange de segurana, um mosqueto deve ser

    passado corda e ficar preso ancoragem, funcionando como um backup do

    sistema principal.

    3.3 VANTAGEM MECNICA

    O motivo principal de se utilizar polias reside na vantagem mecnica oferecida

    pelo sistema, o que possibilita mover grandes cargas com um mnimo esforo

    (lembrar do Rei Hieron e Arquimedes). Por vantagem mecnica entendemos a

    relao entre o nmero de polias MVEIS do sistema e a reduo da fora

    necessria para deslocar a carga9. As polias fixas normalmente s direcionam a

    trao, agindo to somente de forma a equilibrar as foras.

  • 32

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    Devido ao atrito, peso da corda e das polias, no conveniente montarmos

    um sistema com mais de quatro polias. Uma exceo o Moito ou Cardenal10, o

    qual possui trs roldanas paralelas em cada pea. Um cuidado especial que se deve

    ter de verificar se a corda que est fixada diretamente na carga tem resistncia

    (CR) suficiente para suportar o peso a ser erguido. Levar em conta s a fora a

    menos que estamos realizando um erro grave que pode causar acidentes.

    Uma ateno especial deve ser dada quanto ao uso do equipamento correto

    de acordo com a carga a ser iada. No caso de seres humanos o uso de polias de

    ao ou mesmo do Moito desaconselhvel, para no dizer, proibido, uma vez que,

    devido ao seu peso, caso venha a cair, pode causar ferimentos graves na vtima

    e/ou lev-la morte. Nesses casos o uso de polias de duralumnio o ideal. J para

    animais, devido ao peso excessivo, o recurso a utilizao de equipamentos mais

    robustos.

    3.4 EFEITO POLIA

    Para a instalao de um sistema de reduo de foras h necessidade de um

    slido ponto de ancoragem, uma vez que ser nele que descarregaremos o peso da

    carga e a fora necessria para i-la.

    Um fato no muito raro, porm incorreto, as pessoas relacionarem a fora que

    est sendo aplicada na ancoragem com a fora que exercem na corda para iar uma

    carga, ou seja, se para elevar 90 kgf aplicam 91 kgf na extremidade livre da corda,

    imaginam que a ancoragem estar recebendo 91 kgf de carga. Isso falso, pois na

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    situao do citado exemplo, a ancoragem estar suportando aproximadamente 181

    kgf. Esse valor, portanto, referese ao efeito polia.

    Tal efeito , ento, o somatrio de foras envolvidas no sistema e aplicado na

    ancoragem. Vale lembrar que, se a polia no estivesse FIXA, ela seria

    movimentada em direo carga recebendo o dobro da fora aplicada na

    extremidade livre da corda (agiria como se fosse uma polia mvel com uma

    vantagem mecnica de 2:1).

    Assim sendo, conclumos que nosso ponto de ancoragem deve suportar, no

    mnimo, duas vezes o peso da carga a ser iada.

    3.5 CARGA DE TRABALHO

    Praticamente tudo que construdo pelo homem tem uma margem de segurana

    denominada tecnicamente como fator de segurana. Assim, desde o tijolo que

    produzido ao clculo dos pilares de sustentao de um prdio, leva-se em

    considerao tal reserva de segurana, com vistas a evitar acidentes no caso da

    estrutura ou equipamento (que o nosso caso) ser exigida alm do que prescreve o

    fabricante.

    No caso especfico das polias, bom seguir as orientaes do fabricante insertas

    no manual que as acompanha. No sendo possvel o acesso a tal manual, o que

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    mais comum do que se imagina, podemos adotar um valor cinco vezes menor do

    que o gravado no corpo do equipamento. Assim, uma polia com carga de ruptura

    (CR) de 3600 kgf (36 kN) ter uma carga de trabalho (CT) de 720 kgf (7,2 kN). Vale

    lembrar que esse valor refere-se ao ponto de fixao da polia ancoragem; em cada

    corda poderemos aplicar apenas metade dessa fora: 360 kgf (3,6 kN). Lembra-se

    do efeito polia?

    Nota Fator de Segurana

    Fator de Segurana (FS): valor usado no clculo da Carga de Trabalho (CT) para

    garantir uma margem de segurana na utilizao dos equipamentos. Divide-se a

    Carga de Ruptura (CR) pelo Fator de Segurana (FS). Segundo a National Fire

    Protection Association (NFPA) 1983, edio 2001, para as atividades de bombeiros

    e salvamentos em alturas diversas, o Fator de Segurana (FS) para carga humana

    15, e para as demais cargas 5. No Brasil, no temos uma doutrina consolidada

    a respeito do assunto. No Manual de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros

    Militar do Estado do Rio de Janeiro o FS 5, no havendo distino entre carga

    humana ou material. Para polias normalmente o FS gira em torno de 5, segundo os

    fabricantes. Quanto maior for a relao entre a carga mxima esperada e a carga de

    ruptura de uma corda, maior ser o fator de segurana.

    3.6 NOMENCLATURAS CONVENCIONAIS

    Para facilitar o entendimento sobre o funcionamento de um sistema de reduo

    de foras, criou-se a proporcionalidade entre a quantidade de corda puxada de um

    lado e a altura que a carga era elevada do lado oposto. Assim, quando puxamos

    1,00m de corda e a carga se eleva em igual altura (1,00m), temos um sistema 1:1,

    ou seja, 1,00m para 1,00m. J quando puxamos 2,00m de corda para iarmos a

    carga em apenas 1,00m teremos um sistema 2:1 e assim sucessivamente. Este o

    sistema convencional.

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    Outra forma de entendermos o sistema convencional contarmos o nmero de

    cordas que sustenta a carga encerrando a contagem na ltima corda que se

    movimenta para cima, ou seja, a ltima polia fixa no interfere no sistema, pois

    como j vimos, ela s direciona a fora no oferecendo vantagem mecnica. Dessa

    forma, se fixarmos uma ponta da corda numa ancoragem, passarmos o seio da

    corda numa polia mvel presa a uma carga e puxarmos a outra extremidade livre

    dessa corda, teremos uma vantagem mecnica de 2:1, tendo em vista que duas

    cordas estaro sustentando o peso (uma ponta na ancoragem e a outra em nossas

    mos o peso fica dividido em 50% entre os dois pontos).

  • 36

    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    Para facilitar o entendimento, seguem abaixo sugestes de montagens de

    sistemas de reduo de foras. Observem que quando realizamos a fora no sentido

    contrrio ao da carga, o trabalho fica mais cmodo. Uma sugesto , sempre que

    possvel, iniciar a montagem de um sistema fixando a corda diretamente na carga.

    Com isso se gasta menos corda e a vantagem mecnica aumenta

    consideravelmente alm de se gastar menos polias (um sistema 3:1 pode ser

    montado com apenas duas polias: lembrar do polipasto em Z).

    3.7 CONCLUSO

    A escolha de um sistema de reduo de foras, adequado atividade que se v

    executar, no tarefa fcil, se considerarmos a agitao normal num local de

    ocorrncia e ao fato de, s vezes, haver um nmero considervel de bombeiros e

    curiosos loucos para fazerem fora ao comando do tradicional e sensacionalista

    Ropeee!!!! O que se espera ento de um profissional dedicado, zeloso, ciente de

    suas obrigaes e responsabilidades, que treine com sua guarnio e,

    principalmente, que ao receber o servio j deixe montado um kit de salvamento em

    altura com uma corda e um sistema de reduo de foras pr-montado, de forma

    que no teatro de operaes baste fixar uma das polias na carga ou na ancoragem e

    realizar o salvamento. No obstante tudo que foi ensinado, no esqueamos jamais

    que o melhor sempre fazer o mais fcil. Portanto, no perca tempo montando

    sistemas complicados e complexos se for mais vivel o emprego de outra tcnica,

  • 37

    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    ainda que esta se constitua do tradicional e sensacionalista (mas agora eficiente)

    Ropeee!!!

  • 38

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    UNIDADE 4

    4.CONTENO MECNICA DE ANIMAIS/CAPTURA DE INSETOS

    Entende-se pela palavra conteno o ato de conter, de manter, de conservar,

    luta, esforo ou contenda.

    A palavra assim como o ato de conter est presente na vida do homem desde

    seus primrdios. A conteno est presente na vida social, poltica e religiosa de

    todos os homens, de maneira to intrincada que passa muitas vezes desapercebida.

    A conteno mecnica hoje em dia empregada pelo CBMMG nas mais diversas

    situaes, tanto em zonas rurais quanto nas cidades, em que s vezes algum se

    depara com uma ona evadida de um circo ou um animal raivoso que deve ser

    capturado.

    Conter um animal significa limitar seus movimentos em diversos graus ou, at

    mesmo, sua completa imobilizao. Desde seus primrdios, o homem procurou

    adaptar os mtodos de conteno s suas necessidades com o propsito de obter

    comodidade e segurana na lida com os animais. Dentre esses princpios, ao se

    lidar com animais domsticos ou silvestres, devem-se reduzir as possibilidades de

    acidentes, utilizando-se mtodos de conteno seguros.

    A sensao de poder cria no homem bem estar e sensao de domnio da

    situao. No entanto quando este no est preparado para administrar esta

    sensao, ocorre o pnico e os acidentes. O acidente nosso grande inimigo

    quando se trabalha com conteno animal, em um dia est se contendo um canrio

    e em outro um elefante. A chance de um acidente previsvel deve ser descartada

    antes de qualquer ao.

    4.1. CONTENO

    A conteno vai da simples diminuio de movimentos at a completa

    imobilizao.

    Existem diversas formas de conteno, sendo que algumas podem oferecer risco

    tanto para o operador como para o animal.

  • 39

    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    Enquanto o animal pode sofrer stress e traumatismos, o operador pode sofrer

    traumatismos causados pelo animal ou durante a fuga.

    Para cada caso e cada animal deve-se saber escolher o melhor mtodo de

    conteno, podendo ser este fsico, farmacolgico ou a associao dos dois

    mtodos.

    O ambiente em que o animal se encontra deve ser minuciosamente estudado,

    assim como locais de possvel abrigo e meios de fuga, tanto para o animal como

    para o operador.

    As caractersticas de cada indivduo devem ser analisadas levando-se em

    considerao a espcie, caractersticas individuais, o grupo, o tipo de domiclio, o

    estado geral do animal e o stress ao qual submetido, antes de quaisquer

    procedimentos.

    O respeito ao animal nunca deve ser negligenciado, mesmo quando o sacrifcio

    for necessrio, deve-se minimizar a dor e o sofrimento.

    As experincias anteriores e pessoas experientes devem ser, sempre que

    possveis consultadas.

    Na maioria das vezes, para desenvolver um bom trabalho, o operador deve se

    colocar no lugar do animal e pensar como ele. As roupas a serem utilizadas pelo

    operador devem ser de cores discretas ou camufladas e permitir movimentos livres.

    Odores podem ser utilizados para diminuir o stress e at atrair o animal. Quando

    na captura de animais livres os odores tem importncia ainda maior; frutas e flores

    de poca da regio podem ser esfregadas nas vestes e calados a fim de minimizar

    o cheiro humano. Cosmticos, xampus perfumados, perfumes e repelentes de inseto

    tem seu uso proibidos em vrios casos de captura da vida livre. Desodorantes

    somente os neutros sem qualquer cheirinho, e repelentes s mesmo os totalmente

    naturais como crisntemo e citronela podem ser usados na caa de espera. Cheiro

    de alimento usado para atrair muitos animais para armadilhas. O som tambm

    utilizado para atrair muitas espcies animais este som est normalmente relacionado

    com alimentao ou reproduo.

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    4.1.1 CONTENO MECNICA

    Dentre os mtodos de conteno, os mecnicos talvez sejam os mais

    importantes, pois com eles realizado o dia-a-dia daqueles que lidam com animais.

    Cercas, seringas de vacinao, bretes (instalaes para manejo), coleiras, cambes

    e outros artifcios limitam os movimentos dos animais e permitem o seu manuseio.

    Cada equipamento tem uma finalidade especfica e visa dar uma condio de

    segurana no trabalho.

    Os mtodos de conteno exigem conhecimento prvio, pois aplic-los de forma

    inadequada pode causar ferimentos aos animais.

    4.1.2 EQUIPAMENTOS / ACESSRIOS UTILIZADOS NA CONTENO

    MECNICA

    4.1.2.1 PANOS

    Podem ser utilizados sacos, toalhas, meias, blusas, etc.

    Os animais pequenos e mdios podem ser acondicionados dentro de saco para

    transporte.

    Os panos podem tambm ser atirados sobre aves e pequenos animais como uma

    rede, para captur-los, e servem para confeco de mordaas, capuzes, pus,

    coleiras e luvas. Os tapa-olhos e capuzes tm a importante funo de minimizar o

    stress visual e evitam bicadas e mordidas. Quando pensamos no uso de panos

    para conteno devemos ter em mente resistncia, peso e porosidade do pano.

    Alm de se proteger, o operador deve preocupar-se com o bem estar do animal.

    Tomar especial cuidado com asfixia, traumas fsicos e psicolgicos.

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    4.1.2.2 CAMBO

    Normalmente so construdos de ferro ou madeira e tiras de borracha, corda,

    pano ou couro. Os cambes tm muita utilidade principalmente na captura de

    carnvoros e serpentes. Deve-se tomar cuidado com asfixia e traumatismo na

    cabea e fratura ou deslocamento de vrtebra cervical. Em candeos deve-se tomar

    cuidado especial com os dentes que podem ser quebrados quando o animal morde

    o cambo; sendo nestes casos essencial revestir a extremidade do cambo com

    espuma ou borracha.

    4.1.2.3 MORDAAS

    Podem ser confeccionadas de corda, couro, fitas

    e esparadrapo. So muito teis para prevenir

    bicadas e mordidas. Bolas de isopor e rolhas podem

    ser usadas para prevenir ou amortecer bicadas.

    Baldes plsticos e cilindros de tela tm utilizao

    teraputica, impedindo que o animal interfira na

    ferida com a boca.

    Botas Toalhas Tapa-olhos

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    4.1.2.4 LAOS E CORDAS

    Cordas, couro tranado e barbante podem ajudar na conteno da maioria das

    espcies. Quando se utiliza cordas deve-se estar atento para a espessura e

    resistncia. Deve-se ter cuidado com cordas fracas, ns frouxos, ns muito

    apertados, cordas finas e uso de fios metlicos para conteno (desaconselhvel).

    Asfixia e traumatismos so acidentes comuns no uso de cordas e devem ser

    evitados a todo custo.

    4.1.2.5 ENFORCADORES ou CAMBO

    So utilizados para o adestramento de carnvoros, conteno de animais indceis

    e violentos. Agem pr deslizamento, estrangulamento ou ferroando o pescoo do

    animal.

    4.1.2.6 CORRENTE, GUIA, CABRESTO E COLEIRA

    Coleira: normalmente confeccionada em couro ou nylon, servem para conter o

    animal pelo tronco ou pescoo. Carnvoros e primatas.

    Correntes: Utilizadas para carnvoros, ruminantes (ex: girafas, bovdeos...) e

    elefantes, podem estar associadas a coleiras, cabresto ou algemas de ferro.

    Associadas ao cadeado as correntes ajudam a trancar jaulas de animais perigosos.

    Cabresto: Normalmente utilizado para herbvoros (animais que se alimentam por

    plantas).

    Coleira

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    4.1.2.7 LUVAS

    Confeccionadas em couro, borracha ou lona. So muito utilizadas na conteno

    de pequenos primatas, aves (rapina e psitacdeos) e pequenos felinos. No caso dos

    felinos as luvas podem ser utilizadas no animal; este perde a estabilidade e a defesa

    das garras. Quando o operador usa luvas deve tomar cuidado para no perder o tato

    e traumatizar o animal, pr compresso ou asfixia. As luvas protegem o operador de

    garras, ferres, espinhos, mordidas e contaminaes.

    Cabresto improvisado

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    4.1.2.8 REDES E PUS

    Pus so fabricados com rede ou pano, um aro e um cabo. So de grande valia

    na lida com aves e pequenos animais, principalmente primatas. A rede geralmente

    de nylon, algodo ou seda. As redes tm vrios tamanhos, formas e malhas. Redes

    estticas (so as que ficam armadas esperando que o animal v ao seu encontro),

    as redes de arremesso (so atiradas sobre os animais, como a tarrafa). As redes

    servem para a captura de vrias espcies (morcegos, felinos, aves, peixes, etc.). O

    tamanho da malha e a resistncia do fio so de extrema importncia e sero

    escolhidos de acordo com o animal a ser contido.

    Rede de lanamento Pu

    4.1.2.9 CAT GRAMPER

    Como o nome indica um grampeador de gatos utilizado como mo mecnica

    que captura os pequenos feldeos pelo pescoo.

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    4.1.3 MTODOS COMUNS UTILIZADOS NA CONTENO MECNICA

    4.1.3.1 CONTENO DE CES

    Os ces possuem uma arma de defesa

    natural, os dentes. Assim, o uso de

    enforcadores e mordaa necessrio quando o

    animal tem o comportamento bravio.

    Como colocar a mordaa:

    MORDAA REFORADA IMOBILIZAO DO ANIMAL DCIL

    4.1.3.2 CONTENO DE GATOS

    Os felinos oferecem riscos com os dentes e as unhas, e deve-se lembrar que

    possuem a pele elstica, de tal forma que podem dar um giro com o corpo de at

    180, quando mal contidos.

    O animal deve ser prensado A toalha enrolada no pescoo

    ajuda a imobiliz-lo

  • 46

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    sobre uma mesa

    4.1.3.3 CONTENO DE EQINOS

    A conteno sempre indicada para qualquer cavalo, at mesmo para aqueles

    considerados mansos. Afinal, nunca se sabe exatamente qual ser a reao do

    animal. O importante que, independente do mtodo, a conteno s seja usada

    quando realmente necessria para evitar o sofrimento e estresse do animal.

    A mordaa imprescindvel

    na conteno de felinos Bota de pano ou esparadrapo

  • 47

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    Cabresto improvisado Tapar os olhos permite

    um manuseio tranquilo

    O cachimbo imobiliza o

    animal, mas no deve ser

    muito apertado

    Imobilizao de membro

    posterior com auxlio da

    cauda

  • 48

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    4.1.3.4 CONTENO DE BOVINOS

    No caso dos bovinos, os mtodos de conteno mais utilizados so aqueles

    destinados preveno de coices e em outras ocasies necessrio que o animal

    seja derrubado para ser contido, isto , amarrado.

    Um derrubamento mal feito, por exemplo, pode resultar em uma fratura ou toro

    nos membros do animal que, devido ao seu grande peso, pode ficar at mesmo sem

    condies de recuperao.

    Cada mtodo deve ser utilizado corretamente e com o auxlio de algum com

    uma boa experincia, para que no aconteam acidentes que venham a

    machucar/ferir o animal ou a prpria pessoa.

    4.1.3.5 CONTENO DE SUNOS

    Abordagem do membro

    posterior Mtodo correto de

    derrubada

    Mtodos para conduzir o

    animal Mtodo para derrubar o animal

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    4.1.3.6 CONTENO DE ANIMAIS SILVESTRES

    Existem diversas formas de conter animais silvestres, porm isso variar de

    animal para animal (tamanho, peso e demais caractersticas fsicas...).

    Os principais cuidados devem ser com as mordidas, unhadas e cabeadas,

    sendo que as duas primeiras situaes podem transmitir doenas para o homem.

    4.1.3.7 CONTENO DE AVES

    Algumas formas para conteno de aves.

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    4.1.3.8 CONTENO DE COELHOS E CAMUNDONGOS

    Algumas formas de imobilizao.

    4.2 MTODOS DIVERSOS DE CONTENO

    SOM:

    Pode atrair ou afugentar o animal. Ex.: Voz do tratador, berrante - "atraem";

    enquanto chicote, bomba - "afugentam"

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    FOGO:

    Causa medo nos animais e serve para deter o ataque ou ajudar na transferncia

    de locais (recintos). mtodo muito estressante e pode causar acidentes graves,

    devendo ser utilizado com responsabilidade e parcimnia.

    GUA:

    Duchas de gua podem ajudar a repelir, ou atrair o animal.

    ALIMENTO:

    Atrair e acalmar o animal; facilitando o manejo.

    DESCARGA ELTRICA:

    Cercas eletrificadas so hoje muito comuns para cercar reas e evitar fuga de

    animais, coleira de choque utilizada para castigar animais durante o adestramento.

    DISTNCIA SOCIAL:

    a distancia mnima que respeita a individualidade do animal, quando violada o

    animal poder atacar ou fugir.

    COR:

    As cores exercem grande influncia sobre os animais e no podem ser

    negligenciadas principalmente nos momentos da conteno. Manter o animal sob o

    mnimo stress uma obrigao do bombeiro e isto facilita muito o trabalho de

    conteno e aumentam as chances do animal contido sair sem leses. O stress

    visual altamente agressivo a algumas espcies que devem ter os olhos vendados

    durante a conteno para no entrarem em Choque, como os Cervdeos (veado e

    alce)

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    4.3 CAPTURA DE INSETOS

    COMANDO OPERACIONAL DE BOMBEIROS

    Memorando: N 3031/2009 COB/Diviso Operacional ASSUNTO: Procedimentos em ocorrncias envolvendo enxame de insetos.

    Belo Horizonte, 09 de Outubro de 2009.

    Srs Cmt do 1 ao 10 BBM, BOA e Chefe do COBOM Sr Coronel Chefe do Estado Maior (conhecimento).

    Considerando o grande nmero de solicitaes e ocorrncias recebidas pelo

    COBOM Centro de Operaes de Bombeiros envolvendo enxame de insetos, na maioria

    das vezes abelhas africanizadas (assassina) e marimbondos;

    Considerando que os documentos vigentes que tratam do assunto no

    recomendam a indicao de apicultor, bem como da APIMIG, tendo em vista vrias

    reclamaes foram recebidas por solicitantes desse servio, devido a cobrana de taxas

    para visita e, ainda, no tem condies de atuar em locais de difcil acesso;

    Considerando a falta de diretrizes mais detalhadas e atualizadas sobre esse

    assunto para melhor atuao BM e orientao populao recomendo:

    1 O solicitante dever ser orientado pelo telefonista a no aproximar-se do

    enxame, no aplicar fumaa, veneno, lcool ou fogo;

    2 - No tentar matar o inseto que se aproximar ou que, porventura, ferroar

    algum, porque o feromnio liberado atrair mais insetos;

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    3 Nunca orientar o solicitante a comprar qualquer tipo de material para o

    extermnio de insetos, pois qualquer recurso empregado para procedimentos em

    ocorrncias de obrigao do Estado e no do solicitante;

    4 Se o enxame estiver localizado em postes da CEMIG, a GU BM dever

    orientar o solicitante a acionar aquele rgo, que possui equipamentos e pessoal

    para a realizao desse servio;

    5 Quando se tratar de enxame itinerante, o solicitante dever ser orientado a

    este respeito. Portanto, nesses casos, no haver necessidade de uma vistoria

    prvia, exceto em caso de ataques;

    6 Se o enxame estiver localizado dentro da residncia ou em empresa com

    funcionamento noturno, haver necessidade de empenho de uma GU BM

    noite, que proceder uma vistoria para verificar a necessidade de atuao;

    Diante do exposto, atuao BM dever seguir os seguintes parmetros:

    a) A GU BM deve estar atenta Legislao Federal vigente (Lei Federal nr

    9.605/98), que classifica o extermnio de abelhas e marimbondos como CRIME

    AMBIENTAL;

    Art. 29. Matar, perseguir, caar, apanhar, utilizar espcimes da fauna

    silvestre, nativos ou em rota migratria, sem a devida permisso, licena ou

    autorizao da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

    Pena - deteno de seis meses a um ano, e multa.

    1. Incorre nas mesmas penas:

    I - quem impede a procriao da fauna, sem licena, autorizao ou

    em desacordo com a obtida;

    II - quem modifica, danifica ou destri ninho, abrigo ou criadouro

    natural (...)

    b) A GU BM somente atuar quando o enxame realmente oferecer risco

    iminente s pessoas. Ex.: enxames fixos ou itinerantes alojados em guarda-roupas,

    armrios ou dentro de edificaes, enxames fixos ou itinerantes alojados em rvores, via

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    pblica ou em rgos pblicos de recepo de pessoas, tais como escolas, hospitais e

    creches;

    c) Em situaes em que a GU BM no atuar por ausncia de risco, o solicitante

    dever ser orientado a procurar um apicultor ou empresa atuante na rea, no catlogo

    telefnico ou site de busca na internet;

    d) O extermnio de enxames caber somente quando no houver possibilidades

    de remoo ou captura dos insetos;

    e) Em casos de enxames fixos localizados entre lajes e telhado da residncia,

    preciso saber se o enxame habita a muitos anos nesses locais, pois somente iro atacar se

    provocados. Neste caso, a GUBM orientar o solicitante a procurar um apicultor ou empresa

    que realiza o servio, conforme alnea C;

    f) A GU BM no atuar em casos de abelhas indgenas, pois elas possuem um

    ferro atrofiado que no utilizado para a defesa, no havendo, portanto, risco de

    intoxicao. Em espcies como abelha arapu, a nica defesa a mordida.

    CELSO NOVAES BORGES, CORONEL BM

    Comandante Operacional de Bombeiros

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    UNIDADE 5

    5.CORTE DE RVORES

    O presente captulo para corte de rvore considera apenas as situaes de

    emprego da guarnio BM nos casos de risco iminente de queda, portanto,

    emergenciais.

    De todas as fontes de consulta pesquisadas (poucas, necessrio registrar, pois

    escasso o material escrito disponvel sobre este tema), sem dvida a que mais

    contribuiu foi experincia aquilatada pelos bombeiros atravs do atendimento de

    ocorrncias dessa natureza, conhecimentos esses adquiridos de maneira emprica.

    O resultado deste trabalho , em sntese, fruto da vivncia pessoal de quem na

    prtica comprovou a necessidade, a importncia e a eficcia de serem observadas

    as etapas de conduta que devem nortear as atividades de uma guarnio, de sorte a

    se ter sempre presentes e respeitados os princpios bsicos de preservao vida e

    a proteo ao patrimnio.

    No ano de 2012 o CBMMG atendeu 334.430 ocorrncias, sendo do grupo de

    Busca e Salvamento 153.017 ocorrncias, o que equivale 45,75% do total.

    Abaixo tais dados so melhores descriminados no que se refere a

    atendimento de ocorrncias envolvendo rvores, veja:

    OCORRNCIA ENVOLVENDO RVORES CBMMG 2012

    GRUPO QUANTIDADE %

    Preveno P - Vistorias 3308 0,99

    Busca e Salvamento S - Queda 2257 0,63

    Busca e Salvamento S -

    Corte/Poda

    3352 1,00

    Total 8917 2,62

    Fonte: CINDS

    Se prestarmos ateno verifica-se que esse tipo de ocorrncia representa

    uma fatia considervel de nosso atendimento/empenhos, principalmente se

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    levarmos em considerao que nossa atuao restringe a risco iminente de queda e

    supresso aps a queda.

    5.1 RECONHECIMENTO DA RVORE

    - tipo de rvore: se ramificada, resinosa como a seringueira, lisa como

    coqueiro, espinhosa, etc...Alm disso: dimetro, altura, ngulo de inclinao, se est

    brocada, lascada, etc...

    - visando a segurana da guarnio, verificar: presena de enxames, lagartas,

    aranhas, formigas, etc...

    A anlise de situao, efetuada atravs dos reconhecimentos citados, nortear a

    tomada de deciso da guarnio quanto ao mtodo de corte a ser empregado, assim

    como possibilitar decidir pela solicitao de apoio de outros rgos pblicos,

    isolamento da rea, abandono das casas da vizinhanas e, ainda, a escolha

    adequada dos equipamentos necessrios execuo do servio, podendo inclusive

    ser solicitado o apoio de viaturas especializadas para auxiliar nos servios.

    Um ponto a se destacar est no reconhecimento e avaliao da condio

    fitossanitria da rvore, ou seja, sua sade. Dentre as caractersticas de uma rvore

    saudvel podemos citar: ausncia de pragas e doenas prejudiciais cultura. Tais

    doenas espalham-se por toda a rvore e raiz, conforme descrito no artigo tcnico

    abaixo.

    http://www.cnpf.embrapa.br/publica/seriedoc/edicoes/doc28.pdf

    5.2 EXECUO DO SERVIO

    Concluda a primeira fase, as respostas aos quesitos abaixo j devem ter sido

    definidas:

    1. Ser efetuado o corte total ou parcialmente?

    2. Qual o lado da queda?

    3. Qual o nmero de cortes?

    4. Qual a tcnica a ser empregada?

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    Alguns conceitos so fundamentais para execuo do servio:

    Emergncia - situao crtica e fortuita que apresente perigo vida, ao

    patrimnio ou ao meio ambiente, decorrente da atividade humana ou de fenmenos

    da natureza que obriguem rpida interveno do servio.

    Risco iminente de queda - a possibilidade real, presente e atual de uma

    rvore vir a cair e que requer uma providncia imediata.

    Balancinho - tcnica de corte que consiste em remover os galhos parcialmente,

    aos pedaos, em vez de abat-los totalmente de um s golpe. Esta tcnica deve ser

    empregada amarrando-se o galho ou a parte da rvore que se vai cortar em ponto

    fixo da prpria rvore ou outro ponto de apoio seguro, efetuando-se em seguida o

    corte. A adoo dessa tcnica evita que a parte cortada caia de uma s vez.

    Entalhe direcional - o entalhe feito para determinar a direo da queda do

    tronco, formado pela mesa (base horizontal) e a boca (corte oblquo) onde se retira

    uma cunha em direo ao centro.

    5.3 PROCEDIMENTOS

    1 POSSIBILIDADE

    O comandante da guarnio em atendimento a uma ocorrncia EMERGNCIAL,

    aps anlise e planejamento, observando que poder efetuar o corte da rvore em

    queda livre, realizar um corte em um lado, denominado corte direcional, (sempre

    mais profundo do que alto) e do outro lado, o corte de abate acima da linha

    daquele, podendo este ser diagonal conferindo uma segurana, conforme

    demonstrado no desenho a seguir.

    C

    o

    r

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    r

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    Para a queda, dependendo da situao e caso necessitar, podero ser utilizados

    materiais auxiliares de trao (Tirfor, guinchos, cabos, moites, cadernais, etc...).

    2 POSSIBILIDADE

    Dever ser utilizado este recurso quando a rvore se encontrar muito

    inclinada, sendo desta forma a segurana ainda maior.

    Detalhe do procedimento para o corte de abate efetuado pelo bombeiro

    operador da motosserra, denominado Corte de cunha.

    e

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    CURSO DE FORMAO DE SOLDADOS BOMBEIROS (CFSD 2014) CBMMG

    Para no prender o sabre da motosserra, quando estiver efetuando o corte,

    tracionar a rvore ou utilizar cunhas.

    Na seqncia, para o procedimento do corte a moto-serra, coloque-a com as

    garras diretamente atrs do filete de ruptura e gire-a em relao a este centro num

    movimento de leque simples.

  • 60

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    Na derrubada de rvores que possuem um dimetro maior que o comprimento

    do sabre da moto-serra, esta precisa ser colocada vrias vezes, sendo necessrio

    trabalhar com o corte em LEQUE MLTPLO (corte de setores mltiplos), como o

    desenho ilustra, sempre tomando cuidado para que o sabre no fique preso.

    O ENTALHE com a ponta do sabre utilizado principalmente nos cortes centrais

    e na derrubada de rvore inclinadas. Para isso serra-se com a ponta no ponto de

    entalhe (1) at que esta entre no tronco aproximadamente o dobro de sua largura. A

    seguir realizado o corte de entalhe (2).

    Sempre que for possvel numa ocorrncia EMERGENCIAL, efetua-se o desgalho

    (poda) para facilitar o trabalho de retirada dos troncos.

  • 61

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    5.3.1 NO LOCAL ANALISAR

    Condies do terreno;

    Vizinhana;

    Tipo de rvore;

    Condies do tempo (vento, chuva, etc...)

    O tipo de corte que ser utilizado.

    Verificamos pelo exemplo acima que nunca podemos executar o servio com

    menos de 03 (trs) homens, observando ainda:

    Condies de segurana;

    Os materiais e equipamentos necessrios (cabo de sisal, polipropileno, moto-

    serra, machado cabo longo, machado cabo curto, serra de galho, faco, tirfor,

    guincho fergon, moites, cadernais, lingas, anilhas, mosquetes, etc...);

    E.P.I. (cinto de segurana, culos, luvas, botas e tnis).

    Tipos de amarrao (lais de guia fixo e de correr, volta do fiel, prussico, etc).

  • 62

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    Para maior segurana do bombeiro, no momento da trao, o mesmo dever

    descer e ajudar os companheiros.

    Na utilizao do cabo fiel, o bombeiro ter a funo de direcionar o galho ao

    local seguro na hora da queda.

  • 63

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    Utilizao do corte em balancinho no prprio tronco liso.

    Direcionamento do galho para local seguro.

    Cuidado com ferramentas de corte, elas podem facilmente causar acidentes.

    Certifique se sua posio est correta, no permita a presena de pessoas prximo

    ao local de trabalho.

  • 64

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    Nunca coloque a motosserra em funcionamento de forma suspensa, pois dessa

    forma poder ferir-se ou ferir a outra pessoa que estiver prxima. Cuidado redobrado

    quando a utilizao do equipamento for feito no alto da rvore devendo o operador

    possuir o conhecimento tcnico e domnio da moto-serra.

    Os acidentes acontecem quando menos se espera. Examine e teste

    sempre as condies de uso dos materiais e equipamentos.

  • 65

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    5.4 - TCNICA DE DERRUBADA

    Os procedimentos para a derrubada (ou o corte) de uma rvore variam muito,

    conforme ela esteja localizada na cidade ou no campo. No 1 caso o trabalho feito,

    em geral, pelo Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura da cidade. No 2

    por funcionrios de uma empresa reflorestadora ou mesmo pelo agricultor treinado,

    operando numa floresta nativa, por exemplo.

    Na cidade, aps a anlise de vrios aspectos (cujos principais so: a

    proximidade de fios energizados; de bens pblicos ou particulares; e a segurana do

    operador e dos transeuntes), deve-se muitas vezes amarrar ou ancorar todos os

    galhos principais a serem cortados; fazer-se um n adequado na corda para, aps o

    corte, desc-lo como no caso de uma roldana at o cho, para s depois cortar-se o

    tronco da rvore.

    Os pedaos ou toras, de 20 a 30 cm cada, tambm devero ser amarrados e

    descidos at o solo, at que o tronco fique com uma altura de 1 a 1,5 m para ento,

    cortarmos o que sobrou.

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    A partir daqui, tudo o que dissermos sobre corte e derrubada de rvores, estar

    referido zona rural.

    Praticamente todas as tcnicas de corte da rvore em p, consistem em

    proferirem-se 2 cortes ou talhos no tronco, com a motosserra. O primeiro consiste na

    retirada de uma cunha (num ngulo de 90 graus e a cerca de 1/4 a 1/3 do dimetro),

    no lado onde se deseja que a rvore caia. O segundo corte feito no lado oposto do

    tronco (cerca de 5 cm acima do corte em V inicial), provoca a queda da rvore.

    Antes disso porm, convem conhecer

    algumas Regras Operacionais

    1 - Aprenda a avaliar a rvore que vai ser abatida: observe o seu tamanho,

    dimetro, estado, posio em relao s vizinhas, etc. Assim, por exemplo, seo seu

    dimetro for cerca de duas vezes maior do que o tamanho da lmina da motosserra,

    isto ir requerer uma tcnica especial de corte.

    2 - Antes do corte, h 12 itens a considerar:

    inclinao do tronco;

    distribuio da copa;

    limpeza em redor da rvore (rea de trabalho);

    escolha da direo de tombamento;

    escola da rota para uma possvel fuga;

    localizao do companheiro de trabalho;

    posio do veculo ou de benfeitorias;

    presena de linhas de energia prximas;

    uso da tcnica de corte apropriada;

    a presena de reas podres ou ocas no tronco;

    velocidade e direo do vento, e

    observar quaisquer objetos (frutos, galhos, etc.) que possam vir de cima.

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    3 - Observe a posio correta da mo esquerda durante o corte, tanto para fixar

    bem a motosserra, como para acionar com o dedo indicador, quando preciso, o

    mecanismo de segurana.

    4 - O equilbrio do operador muito importante, para controlar a mquina e

    mant-la segura com firmeza. H o perigo de ricolchete e mesmo de tombamento do

    homem, devido ao peso da motosserra. Evite cortes acima do ombro.

    5 - Deve-se sempre acelerar a mquina antes do corte.

    6 - Se o operador iniciante e no tem experincia, deve inicialmente

    treinar a derrubada de rvores pequenas, para aprender e praticar, antes de se

    aventurar a cortar as rvores de maior porte.

    5.5 - REMOO DO TRONCO E PILHAS

    Os riscos de acidente no uso da motosserra no param depois que a rvore

    tombada e j se encontra no cho. Uma vez no cho, o tronco deve ser removido,

    ocasio em que a rvore ser desgalhada. O tronco , em geral, dividido em toras,

    que sero devidamente empilhadas ou transportadas.

    As rvores caidas esto, em geral, sob tenso, dependendo do modo como esteja

    apoiada no cho. Via de regra o tronco fica submetido a duas foras de sentidos

    opostos: a tenso numa extremidade e a compresso na extremidade oposta. H,

    portanto, de avaliar previamente essas foras, ante de iniciar a diviso do tronco em

    toras, pois pode haver o perigo de quebra da lmina.

    A foto abaixo mostra a tcnica correta para fracionar o tronco cado. Observa-se

    que o tronco est apoiado sobre roletes formados com galhos de dimetro pequeno

    e, assim, a extremidade do tronco est em balano e, portanto, sob tenso, no

    havendo (no caso), perigo de quebra da lmina da motosserra.

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    5.6 MOTOSSERRA

    A motosserra uma mquina muito perigosa e s deve ser operada por pessoas

    treinadas no seu uso. Cerca de 85% dos acidentes com motosserra so provocados

    pela corrente (elemento cortante) em movimento. Os casos fatais, por outro lado, em

    sua maioria, devem-se queda de rvores, derrubadas sem a devida tcnica. A

    motosserra talvez seja o equipamento mais perigoso para se operar no CBMMG.

    Entretanto, so inegveis os benefcios que ela representa.

    Os riscos na operao de uma motosserra esto associados, principalmente a:

    ferimentos com a lmina;

    rudos e vibraes e

    corte e queda da rvore

    A mquina to perigosa que mereceu um Anexo na Norma NR-12 -

    MQUINAS E EQUIPAMENTOS do Ministrio do Trabalho.

    Entre os Equipamentos de Proteo Individual - EPI recomendados para o

    operador de motosserras esto:

    capacete;

    protetor de ouvidos do tipo concha;

    culos (de preferncia viseira, como a da foto);

    luvas de couro;

    cala de motosserrista e

    botas.

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    A mquina em si, por Norma, dever possuir os seguintes dispositivos de

    segurana:

    a)freio manual de corrente;

    b)pino pega corrente;

    c)protetor de mo direita;

    d)protetor de mo esquerda e

    e) trava de segurana do acelerador.

    Ainda segundo as Normas, todas as motosserras s devero ser

    comercializadas com o relativo MANUAL DE INSTRUES, contendo informaes

    relativas segurana e sade do operador, especialmente:

    a) riscos de segurana e sade ocupacional;

    b) especificaes de rudo e vibrao; e

    c) penalidades e advertncias.

    Para conhecer um pouco mais sobre a montagem e manuseio da motosserra

    acesse: http://www.stihl.com.br/isapi/default.asp?contenturl=/knowhow/onlineratgeber/default.htm

    5.6.1 CARACTERSTICAS

    Existem diversos modelos e marcas de motosserras no mercado, mas todas elas

    apresentam caractersticas de funcionamento semelhante.

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    O motor da motosserra necessita de uma mistura de combustvel composta por

    gasolina e leo de motor para funcionar. A qualidade desses dois combustveis

    muito importante para o funcionamento e o tempo de vida til do motor.

    Por isso, combustveis imprprios ou misturas fora das especificaes podem

    danificar o motor (corroso, desgaste elevado, etc.)

    Recomendados a seguinte proporo de mistura:

    No caso do motor de 2 tempos o leo de motor de dois

    tempos da classificao TC: 1 : 25 => 1 parte de leo + 25

    partes de gasolina pura.

    Durante a mistura, utilize primeiramente um recipiente

    adequado para o leo do motor e, em seguida, para a

    gasolina. Antes de abastecer o tanque com a mistura de

    combustvel, agite tudo em um recipiente.

    2008 ANDREAS STIHL AG & Co. KG, Waiblingen

    J o leo lubrificante da corrente faz com que o trabalho seja realizado sem

    problemas, deslizando a corrente de maneira limpa e sem resistncia sobre o sabre.

    Para a lubrificao automtica e duradoura da corrente de serra e do sabre guia,

    recomenda-se somente o uso de leos lubrificantes de alta qualidade. O uso de um

    leo inapropriado pode influenciar o tempo de vida da corrente de serra e do sabre

    guia.

    Uma forma de observar se est ocorrendo lubrificao da corrente aproximar

    a motosserra/sabre do cho (cerca de 10 cm) em um ngulo de 45 e acionar o

    acelerador. Caso o cho fique com um rastro de leo a corrente est sendo

    lubrificada.

    AVISO:

    Nunca utilize leo queimado!

    O leo queimado pode causar cncer no contato

    repetitivo com a pele e prejudicial ao meio ambiente. Alm

    disso, o leo envelhecido no apresenta mais as

    propriedades lubrificantes necessrias, tornando-se

    imprprio para a lubrificao de correntes. Por exemplo:

    perda da viscosidade (capacidade de escoamento).

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    Lembre-se: a principal caracterstica de um leo a lubrificao dos

    componentes metlicos do equipamento e secundariamente causar o resfriamento

    do motor.

    5.6.2 CUIDADOS

    Nos servios em que as motosserras so usadas

    intensamente (e mesmo nos casos espordicos), deve-se

    examin-la diariamente, para ter certeza de que ela est

    operando eficientemente.

    Deve-se checar a tenso da correia, a lubrificao,

    ventoinha, etc., segundo as recomendaes do Catlogo do

    Fabricante e os Manuais de Operao e Manuteno que

    acompanham o equipamento.

    Cuidado ao abastecer, para evitar incndio.

    Abastecer a motosserra com o motor desligado.

    Manter o reservatrio de combustvel distante no mnimo 3 metros do local de

    operao da motosserra.

    5.6.3 OBSERVAES

    Todas as tcnicas e conhecimentos adquiridos como machado e a serra manual

    so tambm vlidos para a motosserra. Entretanto, tendo em vista o rpido

    desenvolvimento do trabalho aliado alta velocidade da corrente so necessrios

    alguns cuidados adicionais.

    As recomendaes para preveno de acidentes devem obrigatoriamente serem

    observadas. Alm das instrues contidas nos diversos pargrafos das instrues

    de manejo, devem ser observados os seguintes pontos:

    Toda a pessoa que trabalha pela primeira vez com uma motosserra deve

    participar de um curso para operadores de motosserra.

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    No fumar nem derramar combustvel ao abastecer. Se for derramado

    combustvel, limpar imediatamente a mquina e dar o arranque em outro

    lugar.

    A motosserra foi construda para ser manuseada por um s operador.

    proibida a permanncia de qualquer outra pessoa na zona de alcance da

    serra.

    Dar o arranque sempre com a motosserra apoiada sobre um cho plano. A

    corrente no deve tocar nenhum objeto, nem o cho.

    Antes de iniciar o trabalho, testar a motosserra quanto ao seu perfeito estado

    de funcionamento (acelerar, interruptor).