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Page 1: absolutamente NUNCA, esses pretensos redentores do mundo, (Salvadores de Pátrias decaídas por sua própria imprevidência), que outra coisa não são, senão, a expressão lídima

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A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 33.154 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

www.revistaartereal.com.br - [email protected] - Facebook RevistaArteReal - (35) 99198-7175 Whats App.

Exemplares da Edição ImpressaPara os leitores que não tiveram a oportunidade de assinar a edição impressa, ou que desejarem completar sua coleção, estamos disponibilizando exemplares avulsos das 22 edições publicadas. solicite através do e-mail [email protected]

Apenas, R$ 13,00/exemplarfrete incluso

para todo o Brasil

Como de praxe, selecionamos, criteriosamente, matérias que visam o enriquecimento cultural de todos que nos prestigiam a cada edição.

Nesta, por exemplo, destacamos a matéria de nossa lavra, intitulada “De Promissoras Sementes a Frutos em Excelência”, quando apresentamos algumas Lojas maçônicas que foram fundadas, especificamente, por grupos de Irmãos Maçons, em sua enorme maioria, de ex-DeMolays. Na oportunidade, através de pesquisas, tivemos a informação de, apenas, algumas lojas, porém, acreditamos que tal iniciativa não se limita, apenas, às Lojas citadas. Estaremos receptivos à informação de outras Lojas assim fundadas.

Diante da convulsão por que passa a humanidade atual, com a total inversão de valores, falência de instituições, exacerbado materialismo e profunda falta de espiritualidade, vimos como oportuna a publicação da matéria “Novos Rumos”, de autoria do Professor Henrique José de Souza, que em muito deverá elucidar nossos leitores.

A fim de estimular a pesquisa e o estudo, quanto ao surgimento da Ordem Maçônica em terras brasileiras, achamos por bem publicar a matéria do escritor Fábio Mendonça Pedrosa, que retrata o surgimento do movimento academicista brasileiro, formado pelos eruditos da época, em sua totalidade,

formada por filhos de colonizadores, que voltavam da Europa, após a conclusão de seus estudos, e que haviam se contaminado pelo movimento libertário do Iluminismo, sendo, na ocasião, iniciados em Lojas Maçônicas em Portugal e na França, e, quando de seu retorno ao Brasil Colônia, aproveitaram-se do movimento academicista existente, já que na época, ainda, não existia Maçonaria no Brasil, a fim de arquitetarem, no seio das Academias, os planos de libertação da colônia da Coroa Portuguesa, o que foi levado a efeito no início do século seguinte.

A Revista Arte Real vem cumprindo seu altruístico papel de incentivadora da prática da cultura no seio da Maçonaria. Chaga-nos, a todo momento, mensagens de nossos leitores, informando-nos do aproveitamento, em Loja, de matérias publicadas, no Quarto de Hora de Estudos, gerando debates muito produtivos, pesquisas e servindo como fontes para confecção de Peças de Arquitetura, o que nos deixa muito lisonjeados, porém aumentando, consideravelmente, nossas responsabilidades para com as edições futuras.

Nosso trabalho é o de tratar a cultura maçônica com a seriedade que merece!

Boa leitura para todos!

Editorial

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Novos Rumos

Henrique José de Souza

Revista Arte Real nº 72 - Abr/16 - Pg 03

Já tivemos ocasião de dizer: Desgraçado daquele que ousar parar no meio do Caminho para olhar o que ficou atrás! Não nos detenhamos a mirar com

perigosa curiosidade o que deixamos na retaguarda. Um incêndio imenso o devora. Se não prosseguirmos seremos consumidos por suas chamas. Não pensemos, pois, no fogo que deixamos para lá, mui distante de onde nos encontramos! Mas, no vulcão que a tudo vitaliza, o Fogo do Espírito Criador, ou seja, o mesmo que há perto de mil anos, já profetizava Gioacchino da Fiore (abade calabrês – 1130-1202), de quem nos fala Dante, que “passou o reino do Pai; está passando o do Filho e próximo, acha-se o do Espírito Santo”. Com efeito, reinou o Pai durante o apogeu do hinduísmo; o Filho, durante o verdadeiro cristianismo e, hoje, está germinando uma nova civilização, que nos há de conduzir ao Reino do Espírito Santo, cuja energia criadora, cuja inspiração... há de transformar, fatalmente, a face do mundo.

O momento atual da Humanidade é bem semelhante ao que está consubstanciado nas incomparáveis palavras de um Ser elevado, a quem o vulgo prefere chamar de Kut-Humi: “Aqui, os egos retardatários perecem aos milhões. É o momento solene em que os mais aptos sobrevivem e os inaptos são aniquilados. Somente, a matéria (o homem material) é obrigada, por seu próprio peso, a descer até as profundezas do círculo de necessidade e de tomar aí uma forma animal. Quanto ao vencedor desta trajetória, através dos mundos, o ego espiritual subirá de estrela em estrela, de mundo em mundo, encontrando em sua progressão circular, sua antiga condição de Espírito Planetário Puro, porquanto, elevando-se mais alto ainda, atingirá, finalmente, seu ponto de partida e daí imergir-se-á no Mistério. Nenhum Adepto jamais penetrou além do véu da matéria cósmica primitiva. A mais perfeita visão superior é limitada ao Universo da Forma e da Matéria”.

Do mesmo modo, quando tal Ser refere-se ao atual estado da Humanidade: “A cada passo nos acotovelamos nas ruas das cidades com seres não mais possuidores de alma”.

Como já dissemos, “O Universo evolui perpetuamente e, em espiral ascendente, a Humanidade inteira. E se, nessa espiral ascendente procurarmos o nosso aperfeiçoamento, as emoções e os pensamentos brilharão em toda vivíssima luz do Supremo Bem. Nada pode reter a evolução, e quem não a seguir, será vítima de sua desgraçada incompreensão”.

Os tempos esperados já chegaram! Aproxima-se o reino do Templo do Deus sem Nome e sem Culto, que é o da Teosofia, por ser a verdadeira Arca de Salvação da qual se serviram todos os Eons ou Noés, para defender os eleitos contra as águas destruidoras (ou mortais) da ignorância humana, e, em cujo bordo, ainda, hoje, podem-se ocultar, todos os homens de boa vontade , isto é, livres de preconceitos, isentos de ideias separatistas, mas, em ânsias de um ideal da mais pura espiritualidade, ou o único que pode abastecer a sua mente e o seu coração com a Sabedoria e o Amor, que são dons naturais de todos os homens!

Quanto aos demais ideais hoje existentes (referimo-nos aos não espiritualistas) são oriundos dessa mesma confusão estabelecida no fim de um ciclo apodrecido e gasto, para não dizer, formas ridículas do maior de todos os Ideais, que é o da Fraternidade Humana, por isso mesmo, sem distinção de raça, crença, sexo, casta ou cor!

Não faltam, no entanto, pessoas que hajam perdido por completo toda e qualquer ideia de salvação! E, justamente, por possuírem a mente nublada por esse turbilhão de coisas desconexas, confusas, absurdas e repletas de maldade que se manifestam, hoje, na terra,

“O processo de evolução é longo. O estudante de ocultismo não deve sentir urgência na sua própria salvação. Pense ele no dever que assumiu perante a Lei, em ser digno dela. O resto virá com ou sem urgência, mas virá”.

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tenham pensado naquela famosa frase de Enéas (Virgílio, Eneida, II. 354): “Una salus victis, nulla sperare salutem”, isto é, “uma só probabilidade para os vencidos: não esperar salvação alguma”.

No entanto, uma esperança resta, ainda, para todos, desde que não se deixem levar ao desânimo ou falta de confiança em si mesmos: a de buscar a salvação por esforços próprios, embora, guiados pelos esplendores dessa Luz intensíssima, que é mantida nos brandões empunhados pelos Grandes Seres de Compaixão, cujo único papel na Terra, é o de servir de Guias ou Condutores de uma pobre Humanidade, a tatear nas trevas de sua própria ignorância, pelas coisas reais e verdadeiras que são: as do Espírito! Por isso mesmo, Seres que, “a tudo renunciaram pelo bem de todos”...! Mas nunca, absolutamente NUNCA, esses pretensos redentores do mundo, (Salvadores de Pátrias decaídas por sua própria imprevidência), que outra coisa não são, senão, a expressão lídima do fim de um ciclo, que aos poucos se desmorona para o dealbar de outro (ciclo) portador de melhores dias para o mundo!

Quanto aos recursos ou meios de que se serve a Luz à que nos referimos, estão consubstanciados nos três Caminhos e a Teosofia é a primeira a preconizar: o da Sabedoria, o do Amor e o da Ação, já que ela em si mesma possui esse tríplice aspecto: Saber que ilumina; Amor que sublima ou purifica e Ação que constrói ou edifica!

São, ainda, as três sucessivas Aras de que nos fala Filostrato: a da Pobreza, do Aprendiz ou Neófito, que começa; a da Suprema Arte, do Companheiro, que já dominou as ciências profanas e, finalmente, a da Morte, da qual triunfou o Mestre ressuscitando como Jesus, de seu sepulcro, que outro não é, senão, o da carne ou corpo físico!

O nosso maior desejo é que, todos quantos tiveram a dita de nascer nesta parte do Globo, segundo exigiu a própria Lei, possam ter a nítida compreensão do seu dignificante papel (melhor dito, Dever) de trabalhar por esse “amanhã resplandecente”, empregando um instante que seja de sua vida, de modo louvável ou condigno com a sua hierarquia de homem ou ser pensante, evitando a mentira, o ódio e tudo mais quanto possa prejudicar a formação de seu caráter (a sua alma).

Do mesmo modo, cultivando a mente, não só com a leitura e o estudo dos bons livros como, também, por meio de bons pensamentos, principalmente, a favor dos que sofrem, quase, sempre, por ignorância das coisas superiores ou divinas. Como, ainda, defendendo seu corpo físico, como tabernáculo que é, da Alma e do Espírito, para não dizer, o maravilhoso Templo dentro do qual devem consorciar-se ou unir os dois: Alma e Espírito, segundo a fábula grega de “Psyké em busca de seu amante”. Evitando, ainda, todo e qualquer excesso; os vícios tão em voga nesta época de loucuras. Em resumo, acima de tudo, não contrariar a sua Consciência, que nunca mente nem é falível, mas ao contrário, aponta, sempre, o erro ou a falta cometida e a virtude que deve ser praticada todas às vezes em que o homem se encontra só, no silêncio solene de suas paixões abafadas!

Cultivemos, pois, a excelsa Tríade do Bom, do Bem e do Belo para o aprestamento da Era Nova de Paz, Amor, Sabedoria e Justiça entre os homens! Seja a Paz com todos os seres!

O autor, o Professor Henrique José de Souza (1883-1963), é o fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, responsável por trazer um novo estado de consciencia para a humanidade, como preparação para o Advento do Novo Ciclo!

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De Promissoras

Sementes a

Frutos em

Excelência!

Francisco Feitosa

Já deixamos ficar notório, em matérias anteriores, quando nos dirigimos às Ordens Paramaçônicas, o quanto apreciamos o altruístico trabalho

desenvolvido pelos nossos Sobrinhos, Sobrinhas e Cunhadas, apoiados por abnegados Maçons, que dão suporte ao valoroso trabalho realizado em prol de um mundo melhor.

Nossa Revista, em determinada época de sua trajetória, dedicou especial atenção ao tema, criando a coluna “Ordens Paramaçônicas”, quando pudemos publicar matérias sobre a história e o objetivo dessas Ordens. Em especial, referindo-nos à Ordem DeMolay, da qual tive a honra de ser um dos fundadores e o primeiro Consultor do Capítulo DeMolay Cavaleiros de São Lourenço nº 713, no Sul de Minas Gerais, e que, devido ao nosso cotidiano de inúmeros compromissos, lamentavelmente, não mais pudemos acompanhar, de perto, suas atividades.

Como todos sabem, a Ordem DeMolay acolhe nossos Sobrinhos desde muito cedo, dos 12 aos 21 anos, sendo que alguns, desde 2002, no Brasil, ingressaram como Escudeiros da Távola Redonda, aos 7 anos, e pautam suas vidas até a maioridade, através dos princípios da Sabedoria, Verdade e a Justiça, posteriormente, iluminando seus caminhos com as Luzes das Sete Virtudes Cardeais, complementando com os ensinamentos dos Nobres Cavaleiros da Ordem Sagrada dos Soldados Companheiros de Jacques DeMolay – a Ordem de Cavalaria.

A Ordem DeMolay, para os que não tiveram a oportunidade de pesquisar, é uma Fraternidade fraternal-juvenil, que surgiu através do Maçom Frank Sherman Land, há quase um século, mantida e patrocinada pela Ordem Maçônica, e que possui cerca de 8 milhões de membros no mundo, sendo cerca de 200 mil no Brasil.

Inspirada na vida e na morte do nobre militar e cavaleiro francês Tiago de Molay, em francês Jacques, nascido na comuna francesa de nome “Molay”, por isso seu nome Jacques de Molay, tal região está localizada no departamento do Alto Sona, na França, embora, à época, o vilarejo pertencesse ao Condado de Borgonha. Jacques DeMolay, cujo ano de seu nascimento gera controvérsias (1243, 1244, 1249 ou 1250), ingressou na Ordem aos 21 anos de idade, sendo o 23º e último Grão-Mestre (1298) dos Cavaleiros Templários. Em 1307, iniciava uma perseguição, por conta do rei francês Felipe IV, o Belo, aos Templários. Após uma tentativa, sem sucesso, de tentar unir as Ordens dos Templários a dos Hospitalários, tirando-a do poder da Igreja e mantendo sobre seu domínio, a fim de tentar se apoderar do vasto patrimônio dos Templários, o rei Felipe acabou por arquitetar um novo plano sinistro, capturando Jacques DeMolay e alguns de seus Cavaleiros, em Paris, na emblemática sexta-feira, do dia 13 de maio de 1307, fato que deu origem à fatídica sexta-feira 13, oportunidade em que se dirigiam, para a França, a fim de participar de um funeral de um membro feminino da realeza.

Aprisionados nas masmorras por sete longos anos de torturas da absurda “santa” inquisição, o Grão-

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Mestre da Ordem e demais Cavaleiros foram levados a julgamento em 18 de março de 1314, negando todas e quaisquer acusações e, portanto, sendo condenados à morte. Durante sua morte na fogueira inquisicional, na “Ile de la Cité”, Jacques DeMolay convocou seus algozes a comparecerem diante do Tribunal de Deus, o que aconteceu em menos de um ano.

Com isso Tiago ou Jacques de Molay passou a ser conhecido como um símbolo de lealdade e companheirismo, pois preferiu morrer a entregar seus demais companheiros ou faltar com seu juramento. Tais virtudes alicerçam um conjunto de excelsos ensinamentos que estruturam a Ordem DeMolay.

Nossos Sobrinhos, que ingressam para tão nobre Ordem, ao chegarem aos 21 anos, ou seja, a mesma idade em que seu patrono ingressou na Ordem dos Templários, tornam-se DeMolay Seniores, podendo optar em dar continuidade em sua vida iniciática ingressando na Ordem Maçônica, destino muito comum e salutar para os mesmos e, em especial para a Loja Maçônica que os acolhem, pois receberá um neófito virtuoso e com poucas arestas, no eterno desbastar de sua Pedra, já nem tanto bruta.

Bem, mas o que nos despertou atenção, na verdade, é que encontramos, além de diversas Lojas que se orgulha de ter acolhido Sobrinhos que passamos a chamar de Irmãos, encontramos, sem muito esforço de

pesquisa, algumas Lojas Maçônicas que foram fundadas por iniciativa de grupos de DeMolay Seniores.

A exemplo da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Fidelitas nº 47, fundada em 1º de maio de 2009, em João Pessoa, na Paraíba, sob a jurisdição da Grande Loja Maçônica do estado da Paraíba. Esta Oficina fora fundada por Sete Mestres Maçons, todos Seniores DeMolays do Capítulo João Pessoa nº 11 da Ordem DeMolay, oriundos da Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Os Últimos Templários nº 46”, da GLEPB. Sua instalação se deu no dia 05 de agosto de 2009, pelo Sereníssimo Grão-Mestre, Irmão Marcos Antônio de Araújo Leite, adotando o Rito York e reunindo-se às quartas-feiras, no Templo Grande da Muito Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba.

Teve como fundadores os Irmãos DeMolay Seniores Arquimedes Mariano Pereira, Benedito Freire de Araújo Neto, Cassio Cabral Santos, Murilo Cerqueira Doria, Rafael Montenegro Carneiro da Cunha Nóbrega, Rodolfo Dantas de Queiroga e Tiago Bezerra Lima. São, ainda, membros da Loja e considerados como fundadores os Irmãos Marcos Antônio de Araújo, José Reinaldo Camilo de Sousa e Teldson Douetts Sarmento, respectivamente, à época, Sereníssimo Grão-Mestre, Eminente Grão-Mestre Adjunto e Grande 1º Vigilante da GLEPB.

Teve como seu primeiro Venerável Mestre, o Irmão Murilo Cerqueira Doria. A Loja foi criada com o intuito de, em primeiro lugar, acolher o Capítulo “João Pessoa” e o Convento “Cavaleiros do Ocidente”. Quando da comemoração de seu primeiro aniversário, a Loja recebeu do Grande Conselho Estadual-PB as Cartas Constitutivas Permanentes do Capítulo “João Pessoa” Nº 11 e do Convento “Cavaleiros do Ocidente” Nº 05 a Loja “Fidelitas” Nº 47 a qual passou, oficialmente, a patrocinar estas células da Ordem DeMolay e da Ordem da Cavalaria.

Tal iniciativa, estimulou a outros grupos de DeMolay Seniores a adotarem a mesma ideia, a exemplo da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Cavaleiros do Templo Sagrado nº 48, fundada em 09 de março de 2013, no Oriente de Cajazeiras, no estado da Paraíba, sob a jurisdição da GLEPB, sendo instalada no dia 25 de maio daquele mesmo ano. Adotou, também, o Rito de York, funcionando às quintas-feiras, às 19h30.

Em Uberlândia, em Minas Gerais, foi fundada em 07 de julho de 2013, a Augusta e Respeitável Loja União e Amizade Nº 007, filiada à Grande Loja Maçônica de Minas Gerais. Fundada por dezenove membros, dos

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quais nove são DeMolay Seniores, que motivados pela União e Amizade criada na Ordem DeMolay, idealizaram a fundação da Loja.

Segundo o nosso querido Irmão historiador José Maurício Guimarães, 33º, em seu livro “GLMMG, História Fundamentos e Formação”, sob o Decreto 1.996, de 20 de setembro de 2013, a Loja recebe o nº 07, outrora pertencente à Loja Maçônica Guilherme Dias, uma das Lojas fundadoras da GLMMG. Teve como seus fundadores os nove Irmãos Demolays Seniores Antônio Celso de Souza, Clayton Vital da Luz, Clóvis de Almeida, Éder Pereira de Araújo, Fernando Germano Rocha Junior, Gilson Fonseca dos Santos, Hilton Finotti Neto, João Alberto de Souza Prado, João Batista Ferreira, além de outros Irmãos, de outras Lojas, transferidos e outros filiados de outras Potências. Sendo seu primeiro Venerável Mestre o Irmão Maurício Lanjo Dias.

Seguindo os passos anteriores, mais um grupo de DeMolays, esse do Oriente de Cachoeirinhas, no Rio Grande do Sul, oriundos do Capítulo DeMolay “Sentinelas das Virtudes nº 514”, do mesmo Oriente, sob o patrocínio da ARLS Gênesis nº 106, jurisdicionada à Grande Loja Maçônica do Rio Grande do Sul, no dia 18 de março de 2016, composto de quinze Irmãos, sendo desses nove DeMolays Seniores, resolveram fundar mais uma Loja Maçônica.

Os nove DeMolays Seniores fundadores são os Irmãos Israel Bisotto, Roger Francisco Rodrigues Kayser, Jader Klein Dorneles, Eduardo Martins de Oliveira, Lucas Zotti, Marco Antonio Elgues Sffair, Juliano da Silva Monteiro, Geison Antonio Rodrigues Kayser e Wolfrang Marchi dos Santos, complementado pelos Irmãos Ademir Bisotto - seu primeiro Venerável Mestre - Paulo Zairo Da Silva, Paulo da Graça Redó Y’gubaú, Luís Fernando Bueno Marinho, Edgar Lisboa Nóbrega e Luiz Antonio Fioravanzo.

A Loja funciona duas vezes ao mês, na segunda quarta-feira e na segunda sexta-feira, às 20h, no templo localizado na Rua Maria Taval Haussem nº 400 – Cachoeirinhas, RS. Seus trabalhos são realizados no Rito Escocês Antigo e Aceito, e esta novel oficina, assim como as anteriores citadas, está de braços abertos

à visitação dos irmãos que queiram abrilhantar seus trabalhos.

Sabemos que, é bem possível que existam outras Lojas, também, fundadas neste formato, e que não tivemos oportunidade, em nossa pesquisa, de identificá-las, as quais, desde já, solicitamos nossas escusas, porém pedimos que façam contato, para que, em oportunidade futura, possamos publicar outra matéria sobre o tema.

O dístico latino “Spes Mensis in Semine”, lema da Sociedade Brasileira de Eubiose, significando “a esperança da colheita reside na semente”, aqui, encaixe-se perfeitamente. Que estas promissoras sementes encontrem, na Maçonaria, solo fértil, tornando-se frutos em excelência, a fim de reescrever a história de nossa Ordem, neste alvorecer de um Novo Ciclo!

Pelo o que podemos notar, o nobre trabalho das Lojas em patrocinar os Capítulos Demolay retorna em excelência, com a formação de novos líderes e, não obstante, criando uma geração proativa de Maçons, a fim de impulsionar a Ordem, à guisa dos valorosos irmãos do passado, que muito nos orgulham.

O objetivo desta matéria é o de estimular nobres iniciativas como estas e o de revermos a Maçonaria que estamos fazendo hoje, aproveitando o entusiasmo desses novos irmãos que, com certeza, não irão se debruçar na inércia sombria da omissão para, tão somente, admirar os feitos dos Irmãos do passado, deixando de buscar soluções para um país que, ora agoniza, clama e implora por atitudes de verdadeiros Maçons!

Irmãos fundadores da ARLS Sentinelas das Virtudes nº 259 - GLOJARS

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O MOVIMENTO ACADEMICISTA E A ACADEMIA BRASÍLICA

DOS ESQUECIDOSFábio Mendonça Pedrosa

Uma das principais características da atividade intelectual do século XVIII é a reunião de letrados em academias, tanto com objetivos

científicos quanto literários. Deve-se considerar que o termo “Academia” não representa, apenas, a reunião periódica de um determinado grupo com estatutos preformulados, nem mesmo a reunião de alunos sob a batuta de um mestre. A Academia do século XVIII representa, também, a reunião de letrados por um dia, uma tarde, ou mesmo algumas horas.

As Academias se formavam tanto por um grande objetivo, como a redação da História da Nova Lusitânia, quanto por um fato isolado, como, por exemplo, a homenagem devido à chegada de um nobre à Colônia ou à morte de uma princesa, como se observa no ato acadêmico publicado em 1691. O ato se referia às exéquias públicas, por ocasião do falecimento da princesa portuguesa Dona Isabel Luísa Josefa. Este ato é composto, principalmente, pela oração fúnebre recitada pelo vigário de Recife, na cidade de Olinda.

Durante os séculos XVII e XVIII parte dos atos acadêmicos se confundiam com as festas e eventos públicos. Esses atos, apesar de se intitularem acadêmicos, não possuíam semelhança estrutural com a “Academia dos Esquecidos”, nem com as demais academias do final do “Setecentos”, a única semelhança se encontrava na participação de diversos letrados compondo e recitando orações e poesias.

É a partir do Renascimento que se acirra, primeiro na Itália e depois em outros países da Europa, o gosto por associações de homens cultos. Assim, por todo o século XVI e XVII, surgiram academias em quase todas as cidades europeias. No Brasil, pode-se considerar o ano de 1724 como o primeiro ano, ou o ANO I do movimento acadêmico. Não se desconsidera a existência de academias anteriores a dos “esquecidos”, uma vez que essas são referidas pelos próprios acadêmicos. Contudo, foi com a reunião dos “esquecidos” que o movimento acadêmico tomou impulso e se espraiou pelas principais cidades brasílicas.

A Academia Brasílica dos Esquecidos foi formada com o propósito de coligir informações sobre a Nova Lusitânia. Esse material seria enviado para a Corte, a fim de ser anexado à monumental História de Portugal, que estava sendo redigida pela Academia Real de História Portuguesa.

As dificuldades de redação da história brasílica eram imensas, principalmente no tocante às colônias. Para solucionar esse problema, o governo metropolitano correspondia com o vice-rei do Brasil Vasco César de Meneses. D. João V ordenou que o vice-rei do Brasil fizesse “[...] coligir as informações precisas para a composição da História Portuguesa, que encarreguei à Academia Real, na parte relativa ao Brasil”.

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Revista Arte Real nº 72 - Abr/16 - Pg 09

Após a troca de correspondência com a Corte, o vice-rei do Brasil concluiu que a melhor maneira de se reunir informações necessárias seria a fundação de uma academia brasílica. Para tal, ele reuniu, primeiramente, sete ilustres membros da sociedade baiana e fundou, no dia 23 de abril de 1724, em seu Palácio, a Academia Brasílica dos Esquecidos.

A autodenominação de “esquecidos”, provavelmente, provém do fato de que nenhum letrado colonial fora chamado para compor os quadros da Academia de História Portuguesa. Os acadêmicos se consideravam abandonados pela metrópole, consideravam que seus talentos intelectuais deveriam receber uma maior atenção da Corte, como se pode observar no seguinte trecho recitado pelo acadêmico José da Cunha Cardoso, durante o primeiro outeiro: “Neste felicíssimo ocidente nasceu o Sol para a Bahia. Agora, amanhasse-lhe, porque, agora, ver-se-á a Bahia convertida em Atenas. Agora, sairão, à luz, os que o nosso descuido cobria com as sombras do esquecimento, que, por isso, tão entendidos, como modestos se apropriaram o título dos Esquecidos”.

Aos sete primeiros acadêmicos se uniram mais de uma centena de letrados, que foram convocados através de cartas circulares, tendo se reunido por um ano. No dia 4 de fevereiro de 1725, após 18 reuniões quinzenais, as atividades foram suspensas.

No primeiro outeiro, quando foi redigido o estatuto, ficou homologado que os outeiros seriam divididos em duas partes: primeiramente, uma sessão puramente literária, quando após a Oração

Presidencial seriam compostas obras poéticas sobre dois temas previamente escolhidos, sendo, um tema lírico e outro heroico. As obras compostas seriam recitadas e, se necessário, corrigidas por José da Cunha Cardoso, secretário da Academia. A seguir, seriam recitadas as dissertações históricas. Em cada outeiro, os lentes de história se revezariam e, a cada sessão, dois lentes recitariam as dissertações compostas.

Durante os outeiros havia, também, a participação de pessoas que não eram membros da Academia, mas participavam a convite do orador ou do vice-rei. A maior parte das obras era composta em português, havendo, também, muitas em latim e algumas poucas em espanhol.

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Revista Arte Real nº 72 - Abr/16 - Pg 10

Nos moldes da Real Academia Portuguesa de História, os acadêmicos brasílicos do século XVIII eram homens ligados ao estado, à administração pública ou ligados à Igreja. Juízes, ouvidores, padres seculares, jesuítas, capuchinhos, capitães, coronéis e vigários eram os homens que compunham a maioria das academias do século XVIII, portanto, não encontramos na Academia dos Esquecidos, comerciantes, fazendeiros, ou, ainda, artesãos.

Para sua melhor composição à História da Nova Lusitânia foi dividida em quatro temas específicos, sendo cada tema dado a um lente, que foi escolhido na primeira reunião. História militar, eclesiástica, política e natural formavam as quatro divisões da História Brasílica, e essas foram dadas, respectivamente, aos seguintes lentes: ao juiz de fora Dr. Inácio Barbosa Machado (irmão do célebre Diogo Barbosa Machado), ao padre Gonçalo Soares Franca, ao ouvidor-geral do cível Luís Siqueira da Gama e ao desembargador-chanceler Caetano de Brito e Figueiredo.

Herança da tradição acadêmica europeia, a Academia dos Esquecidos se assemelhava às academias europeias setecentistas em vários aspectos. O mecenato, a adoção de temas gongóricos e de assuntos jocosos eram de praxe na maioria das academias europeias. Outra característica importada pelos esquecidos foi a adoção de vulgos satíricos para se identificarem. Ocupado, Vago, Infeliz, Obsequioso, Venturoso, entre outros, eram os termos com os quais os esquecidos assinavam suas composições.

Ao contrário do que uma análise apressada da Academia pode sugerir, a Academia Brasílica dos Esquecidos chamou a atenção dos europeus no momento de sua fundação. Em setembro de 1724, o jornal francês Mercure Historique de France noticiou a existência da primeira douta Academia brasílica: “C’est sans doute la première Academie que les Brèsiliens auront eu; peut-être plus attentif au gain et à la decouverte des mines qu’à la culture des sciences et des arts”. (Esta é, provavelmente, a primeira Academia que os brasileiros tiveram; talvez, mais perto do ganho e da descoberta das minas para o cultivo da ciência e da arte).

Na 68ª Convenção Internacional da Sociedade Brasileira de Eubiose, realizada em São Lourenço-MG, no período de 20 a 24 de

fevereiro de 2016, foi levado a efeito o lançamento do livro “Monumento Eubiose”. Tal obra literária é parte do projeto da construção de um Obelisco, com 11 metros de altura, a ser erigido na cidade de Cuiabá-MT – centro geodésico da América do Sul. Dentre outros mistérios, aquele estado abriga um dos Sistemas Geográfico do planeta, polos de irradiação de energias sutis para a face da Terra e a humanidade. Todos esses assuntos, e muito mais, estão revelados neste importante livro, que te a autoria de um grupo de diversos estudiosos no assunto, no qual me incluo.

Tenho, também, a honra de ser o criador de seu projeto gráfico, da capa e da diagramação. Além de seu valoroso conteúdo, os valores arrecadados, com sua venda, serão direcionados para custear a construção desse Monumento. Saiba mais em www.monumentoeubiose.com.br

Lançamento

Esta coluna “Lançamentos” é destinada, exclusivamente, aos escritores, a fim de que possam divulgar o lançamento de seus Livros. Os interessados, por gentileza, façam contato conosco, pelo

e-mail [email protected] e divulguem sua obra para os nossos mais de 33.000 leitores!

Page 11: absolutamente NUNCA, esses pretensos redentores do mundo, (Salvadores de Pátrias decaídas por sua própria imprevidência), que outra coisa não são, senão, a expressão lídima

Revista Arte Real nº 72 - Abr/16 - Pg 11