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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 14 - Nº178 ABRIL 2015 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE P 27 P 11 P 27 P 13 a 15 P 8 e 9 Mundialito de futebol reúne 4000 jogadores de meia centena de países Município alvo de experiência piloto na área da saúde «Festival de Caminhadas» pretende marcar cenário natural ALCOUTIM CASTRO MARIM VRSA O que sabem os jovens sobre a «Revolução dos Cravos»? Carlos Brito defende que este tema deveria ser mais estudado nas escolas Livro de Jorge Queiroz sobre a Dieta Mediterrânicade recebe apoio de cardiologistas e nutricionistas Depois de a UNESCO ter declarado a Dieta Mediterrânica Património Material e Imaterial da Humanidade Jorge Queiroz escreveu livro sobre este estilo de vida. O Sociólogo esgotou primeira edição e a segunda já recebeu apoio das entidades nacionais de Cardiologia e Nutrição. Conheça, também, o legado mediterrânico no Baixo Guadiana.

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Notícias do Algarve com especial enfoque nos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 14 - Nº178

ABRIL 2015

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

P 27

P 11

P 27

P 13 a 15

P 8 e 9

Mundialito de futebol reúne 4000 jogadores de meia centena de países

Município alvo de experiência piloto na

área da saúde

«Festival de Caminhadas» pretende marcar cenário natural

ALCOUTIM

CASTRO MARIM

VRSA

O que sabem os jovens sobre a «Revolução dos Cravos»?Carlos Brito defende que este tema deveria ser mais estudado nas escolas

Livro de Jorge Queiroz sobre a Dieta Mediterrânicade recebe apoio de cardiologistas e nutricionistas Depois de a UNESCO ter declarado a Dieta Mediterrânica Património Material e Imaterial da Humanidade Jorge Queiroz escreveu livro sobre este estilo de vida. O Sociólogo esgotou primeira edição e a segunda já recebeu apoio das entidades nacionais de Cardiologia e Nutrição. Conheça, também, o legado mediterrânico no Baixo Guadiana.

2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

JBGJornal do Baixo Guadiana

O País aproxima-se da conclu-são de um novo ciclo polí-tico marcado por eleições

legislativas em fins de Setembro ou inícios de Outubro e presidenciais no inicio do próximo ano. Concluído assim fica mais uma etapa da longa caminha do regime democrático iniciado com a Revolução de Abril de 74 e da qual se comemoram este ano 40 anos do texto constitucional aprovado, com excepção do CDS, na Assembleia Constituinte, num processo político que em síntese, desses anos de brasa, nos dá conta na sua crónica Carlos Brito com o rigor e o distanciamento de quem os viveu intensamente.

Os últimos quatro anos são fortemente marcados pela crise financeira em que o País se viu envolvido, com consequências mar-cantes na economia com o encer-ramento de milhares de empresas e no plano social com crescentes níveis de desemprego e nova vaga de emigração, só comparáveis aos

da década de sessenta do seculo passado. Andamos para trás no desempenho dos serviços públicos, com a educação, a saúde e a justiça, a não apresentarem o que destes sectores se poderia esperar para garantir o que no plano constitu-cional era obrigação cumprir.

Em finais de percurso fica a sensa-ção de que mais uma vez, por muito que se apele ao cumprimento de tal necessidade, ficaram por cumprir reformas estruturais que desde há muito, de vários quadrantes polí-ticos, vêm sendo prometidas como imperativas para tornar possível um Estado mais eficiente ao serviço do País e dos seus cidadãos.

Destaco dessas reformas, na Justiça, na Educação, nas políticas sociais, nos compromissos inter geracionais, a que poderia cor-responder a uma efectiva descen-tralização da administração pública central para as regiões através de órgãos eleitos, com direcção própria, estrutura que absorveria toda a administração desconcen-trada existente e cujo processo poderia, numa primeira instân-cia, ser iniciado através da eleição desse órgão pelas Assembleias Municipais, ganhando-se assim outra legitimidade democrática

para o seu exercício e as opções a tomar quanto ao desenvolvimento de cada região. Tratava-se de um primeiro passo num caminho que à luz da experiência feita nestes 41 anos de democracia se tem vindo a revelar como essencial.

Em finais de legislatura é pois uma das reformas essenciais que fica adiada sem a qual não haverá, por muito motivadoras que sejam à partida, ser substituída por medidas avulso.

Porque também por mais uma vez fica claro que, por muito confortá-veis que sejam as transferências do Orçamento para zonas do interior, sem políticas susceptíveis de atrair investimento que alterem a estru-tura económica existente, o Interior continuará o seu ritmo de enve-lhecimento e abandono. Modificar este panorama leva tempo que não se esgota numa legislatura exige reformas estruturais sendo que, experiência feita, o ajuste das solu-ções carece do contributo activo de quem lhe está próximo.

As notícias dão conta da emi-nência do encerramento da Litográfica do Sul em Vila Real de Santo António, empresa emblemá-tica na qual se formaram gerações de talentosos artistas gráficos. O

Município continua empenhado, nas limitações legais que o contêm, fora do alcance das decisões finais embora, com toda a solidariedade, esteja empenhado em contribuir para abrir caminho a soluções que não passem pelo seu encerramento. Aqui estamos perante um processo em que a visão estratégica colocada ao serviços do desenvolvimento da região justificaria medidas atempa-das de forma a evitar, tanto quanto possível, o seu encerramento, porque a diversificação da base produtiva do Algarve é essencial para assegurar o futuro da região no plano económico e social

É admissível imaginar que com um poder regional eleito os caminhos fossem trilhados de outra forma, independentemente do Governo que estivesse em funções.

Carlos Luis [email protected]

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Alexandra GonçalvesAna Amorim DiasCarlos BrásEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosJosé CruzNuno Miguel AntónioPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:FIG - Indústrias GráficasRua Adriano Lucas,3020-265 Coimbra,Tel: 239 499 922

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Vox Pop

R: Torna-se muito difícil retomar a «espe-rança de Abril» com uma classe política que nos levou ao estado em que nos encontramos!

R: Olho para o país com algum pessimismo actualmente, mas também com alguma esperança de que as coisas hão-de melho-rar, se todos se empenharem nisso e não seguirem apenas pela política constante do «bota abaixo».

Nome: Vítor PinheiroProfissão: Guia Intérprete

R: Isto está péssimo. Lembro-me muito bem dos ideais de Abril e muitos deles não se cumpriram ainda. Deixa-me triste.

Nome: Angélica CorreiaProfissão: Reformada

Nome: João Caldeira RomãoProfissão: Presidente da Liga dos Amigos Manuel Cabanas R: Olho com desalento. Era para estarmos

melhor nesta altura. Quando se fez a Revo-lução penso que foi para nos desenvolver-mos mais e não vejo isso, em alguns casos vejo o contrário. Não podemos falar bem de Governo nenhum, seja ele qual for.

Nome: António DomingosProfissão: Reformado

Em mês de celebrações de Abril como olha para o seu país 41 anos depois?

Editorial

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 3

CRÓNICAS

Um século depois do lançamento da Revista Orpheu em Portugal, uma publicação literária com periodicidade trimestral, de que foram apenas editados dois números, devido a problemas financeiros, mas que constituiu um exemplo de modernidade da literatura portuguesa e na qual colaboraram uma plêiade de escritores e artistas como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, José Almada Negreiros ou o pintor Santa Rita, e no mês em que se cumprem 41 anos do 25 de Abril, gostaria de partilhar uma reflexão com os nossos leitores acerca da Revolução que instaurou a democracia no país. Em Abril de 1974, quando o Estado Novo agonizava, os militares levaram a cabo um Golpe de Estado que derrubou a ditadura do Governo de Marcello Caetano e implantou

a democracia, provocando profundas transformações na sociedade portuguesa. A partir de então, o Movimento das Forças Armadas (MFA) conferiu o poder a uma Junta de Salvação Nacional até à realização de eleições livres e à Constituição de 1976. Pelo meio ficou a política dos 3 D’s (Descolonização, Democratização e Desenvolvimento), o 11 de Março de 1975 e o Processo Revolucionário em Curso (PREC), que terminou com o Golpe militar do 25 de Novembro desse mesmo ano, pondo fim à acção da esquerda militar radical de má memória para o país. Com a consciência que não há revoluções perfeitas e que o seu aprofundamento e aperfeiçoamento é uma exigência constante, o 25 de Abril trouxe alterações decisivas

ao funcionamento do estado de direito e das instituições, conferindo liberdades e garantias aos cidadãos. Há duas conquistas fundamentais para o desenvolvimento do país que se devem à Revolução dos Cravos: o Poder Local e a adesão à CEE (actual União Europeia). Nos últimos quarenta anos, o poder local democrático travou uma batalha que originou profundas transformações ao nível do crescimento e desenvolvimento dos municípios portugueses, permitindo dotar o território nacional de infra-estruturas (água, esgotos, vias de comunicação, equipamentos), mas também o desenvolvimento de políticas sociais, suprindo muitas vezes as insuficiências do Estado Central, que são essenciais à qualidade de vida das populações.

Mais tarde, a adesão de Portugal à Europa permitiu a vinda de fundos comunitários, que nem sempre foram bem aplicados, mas que foram responsáveis pelo desenvolvimento da agricultura, da modernização da indústria, do emprego e formação profissional, da criação de infra-estruturas viárias e do desenvolvimento educativo. Todavia, manda o sentido da responsabilidade e o dever de cidadania que não façamos um aproveitamento indevido e torpe do espírito de Abril. Estou certo que não foi o 25 de Abril, muito menos a Constituição da República, que perpetrou os desmandos levados a cabo na governação nos últimos 40 anos, obrigando a que tivéssemos de pedir três resgastes financeiros e a consequente perda de soberania financeira, a falência de bancos,

a perda de competitividade da economia, o insucesso escolar ou a precaridade do mercado de emprego. Importa por isso que façamos uma leitura justa e perfeita dos princípios dos quais emana o 25 de Abril, com o devido enquadramento do tempo presente, pouco ou nada servindo potenciar ruidosas manifestações, vaias e apupos ao poder político num clamor ao espírito da Revolução ou ao Tribunal Constitucional. Sem uma política que consiga compaginar qualificação e exigência com empreendedorismo e modernidade, não haverá qualquer revolução que nos traga progresso e desenvolvimento!

Vítor Madeira

Tema privilegiado de canções e de provér-bios, o primaveril mês de Abril tornou-se também, depois do 25 de Abril, o nome por excelência da Revolução dos Cravos, das suas transformações e conquistas.

Dizemos Revolução de Abril e ninguém tem dúvidas que estamos a falar do acto revolucionário histórico que derrubou a ditadura fascista em 25 de Abril de 1974.

Evocá-lo neste Abril de 2015, traz à lem-brança que foi há 40 anos se realizaram as primeiras eleições livres em Portugal, depois de 48 anos de regime opressor e liberticida.

Foram as eleições para a Assembleia Constituinte.

Realizaram-se num clima de grande

41 anos de democracia e parece que não aprendemos muito. O modelo democrá-tico português precisa urgentemente de uma nova dinâmica, de algo que traga de volta o poder ao povo – de onde

titucional.Aos olhos da esquerda, os resultados

eleitorais não auguravam perspectivas muito seguras para esta nova batalha. O PS ganhou as eleições, elegendo 116 deputados, o segundo foi o PPD, com 81, seguindo-se o PCP com 30, o CDS com 16, o MDP, com 5, a UDP, com 1 e a ADIM (Macau), com 1 também.

Havia, como se vê, uma larga maioria de esquerda, mas duvidava-se sobre qual seria a posição do PS e que alianças procu-raria, dadas as posições pouco claras que tomara no 11 de Março e a ainda mais após a sua vitória nas eleições.

A resposta a esta questão só foi dada de forma cabal um ano depois quando a Assembleia Constituinte apresentou às forças políticas e ao país o resultado dos seus trabalhos – o texto da futura Cons-tituição da República.

Foram esclarecedoras as reacções dos principais partidos e líderes partidários. Freitas do Amaral disse dela o pior e o CDS

partidário e deste formato de democra-cia representativa, nunca são apuradas responsabilidades nem são conhecidos responsáveis. É urgente provocar as mudanças necessárias para fomentar a caminhada no sentido de uma democra-cia participativa plena. As pessoas, os Homens e Mulheres desta nação, devem eleger diretamente os seus representan-tes, não votar em atores escondidos por detrás das capas dos partidos políticos,

votou contra. Sá Carneiro chamou-lhe «uma constituição marxista» e lançou uma campanha para impedir a sua aprovação, mas o PPD votou a favor. Mário Soares louvando-a, não deixou de dizer que «a Constituição não é perfeita» e sublinhou «as restrições do PS a alguns artigos»; Álvaro Cunhal que tinha sido um dos prin-cipais críticos da Constituinte, tornou-se o principal apologista da Constituição.

O que se tinha passado então?Enquanto no país, as forças do avanço,

da contenção e do retrocesso do processo revolucionário travavam uma violenta confrontação, que chegou a ser militar, os deputados constituintes concentraram-se na tarefa patriótica de elaborar uma cons-tituição que correspondesse aos anseios, às aspirações e à esperança manifestadas pelo povo logo que pôde e como pôde afirmar a sua vontade em liberdade.

Não deixaram de sentir a influência daquelas confrontações, que também repercutiam no interior da Assembleia,

apenas desta forma será possível que os eleitores tenham a chance de chamar à responsabilidade aqueles que escolheram como seus representantes, perante aquilo que se propuseram a fazer. Por outro lado, os representantes dos Homens e Mulhe-res desta nação não se podem esconder nas armaduras do poder e guardar para eles o que deve ser todos, a capacidade de influenciar a forma como a sociedade se organiza.

Este modelo democrático de represen-tatividade está reduzido à sua dimensão

mas foram avante na sua tarefa.Como nenhum partido tinha a maioria,

os deputados constituintes tiveram que saber dialogar e chegar a compromis-sos para obterem a maioria necessária à aprovação de cada artigo e a um grande compromisso geral, especialmente entre a esquerda e o centro esquerda, para conse-guirem a aprovação da Constituição.

Já lá vão 39 anos, a maior longevi-dade das constituições democráticas no nosso país. Apesar de todas as revisões, a Constituição aí está a defender os direi-tos e interesses dos portugueses contra os cortes e abusos austeros e autoritários do Governo de direita.

O exemplo dos constituintes, a sua capacidade de diálogo e de assumpção de compromissos, é fortemente motivador nos dias que correm. Também agora, o imperativo de uma alternativa para pôr termo à austeridade exige a convergên-cia e o compromisso, entre esquerda e o centro esquerda, ou não haverá.

eleitoral. Num país em que cerca de 80% da população nunca pertenceu a um partido politico, e que se encontra cada vez mais descrente da classe politica, é urgente que se tomem em consideração processos de democracia participativa, que aproximem as pessoas dos focos de decisão, que façam das pessoas parte das soluções e não fonte dos problemas. Não é a democracia que está esgotada, as pessoas é que estão cansadas deste modelo.

euforia e tensão política. Com a derrota do golpe reaccionário spinolista de 11 de Março, o processo revolucionário foi ace-lerado com decisões importantes sobre o reforço do MFA, a realização da Reforma Agrária, o arranque das nacionalizações. Ficou igualmente aberto o caminho para as eleições, o que não teria acontecido se fosse Spínola a triunfar.

Mas surgiram também correntes de esquerda a defender o adiamento das eleições por não estarem reunidas as con-dições para a sua realização em liberdade, em várias zonas do país, especialmente no Norte, dominadas por caciques da direita, muitos afectos ao

regime fascista.No entanto, no MFA prevaleceu o res-

peito pelo compromisso de honra que tinha assumido com o país de promover a eleição da Assembleia Constituinte um ano depois do derrubamento da ditadura.

As eleições realizaram-se a 25 de Abril de 1975. Iniciou-se, então, a batalha cons-

nunca devia ter saído, em suma de uma nova chama que coloque as populações a participar nas suas comunidades. O modelo de democracia representativa está nitidamente esgotado, do mesmo modo que o modelo partidário está clara-mente poluído e desprovido de qualquer moral para impor o que quer que seja às populações.

Vivemos numa sociedade em que, escondidos por detrás deste esquema

Nuno Miguel António

Carlos Brito

O Insubmisso

Modelo democrático esgotado!

25 de Abril - O Exemplo dos Constituintes

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

25 de Abril, 41 anos depois – Uma Revolução fundada nos valores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, que importa adequar ao tempo presente

[email protected]

4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

Jovens de Monte Gordo e Cacela visitaram Marinha Grande

(Re) pensar a Educação

EDUCAÇÃO

Pensar a educação, é uma ação com vontade de mudar. Embora, com frequência, pensemos em Escola quando falamos de edu-

cação, a verdade é que abordar este tema é mais do pensar em pedagogia, em professores, pais ou alunos. Educar é, em si mesmo, um processo e um resultado, fruto de inúmeros atores uns mais visíveis do que outros.

Qual de nós nunca disse ou ouviu a frase ‘’a educação começa em casa’’. Antes de chegar à escola, a criança traz consigo um curriculo de saberes e faze-res, pelo que não se estranhará conside-rar que a família é a primeira escola. É neste contexto, mais ou menos tradicio-nal, que a criança encontra as suas refe-rências e onde espera que respeitem as suas idiossincracias.

Foi precisamente para refletir sobre o tema da Educação que, no passado dia 6 de março, se realizou mais uma tertúlia mensal na Casa dos Condes em Alcou-tim, iniciativa da Biblioteca Municipal e inserida no projeto «A palavra Sexta à Noite». Conduzida pela Drª Celina Arroz, professora e investigadora na área da Gestão de Conflitos e elemento ativo do Centro Cultural Emmerico Nunes, de Sines, os presentes puderam debater questões relacionadas com as famílias, os professores, o sistema edu-cativo, os afetos, o papel das artes na educação, entre outros que foram sur-gindo de inúmeras inquietações.

Como é sabido, a família sofreu uma enorme transformação e, hoje em dia, apesar de aparentemente já não ter o poder de outrora, como a decisão sobre o casamento ou a profissão dos filhos, a verdade é que a família detém o maior dos poderes: o de dar o exemplo. É na dinâmica familiar que a criança aprende a falar e a comer, a amar e respeitar. Até prova em contrário, o núcleo familiar continua a ser o local privilegiado e insubstituível de aprendizagem, onde todos aprendem com cada um.

O tempo de qualidade é uma arma para quebrar o afastamento a que, por vezes, os filhos estão votados devido aos afazeres profissionais dos pais. Con-tudo, este é um problema mais sentido nos meios urbanos, do que propria-mente nos meios rurais como Alcoutim, onde a disponibilidade dos pais para estar com os filhos dependerá, sobre-tudo, da vontade mútua.

Por sua vez, o papel da escola é o de ensinar a aprender. Mais do que instruir na leitura, na escrita ou no cál-culo, a escola deverá assumir-se, sem complexos, como mais um educador capaz de desocultar em cada aluno, uma criança ou um jovem. De criar jus-tiça, no acesso a todos os meios, para que cada um possa concretizar as suas oportunidades. Caberá ao professor dar a conhecer à criança tudo o que a humanidade descobriu sobre si própria, o que inventou e/ou criou para o bem comum. Este património cultural é um dos tesouros que a Escola transporta e

transmite. Simultaneamente, reclama dos professores uma responsabilidade acrescida de exigência, pois requere orgulho no que se é, dignidade no que se representa e curiosidade genuína pelo Mundo.

UNESCO dá prioridade aos pro-fessores

Entre as principais prioridades da Unesco para o século XXI estão os professores, a sua formação e recru-tamento, o seu status e as suas con-dições de trabalho. A Diretora Geral desta organização internacional, Irina Bokova, descreve os professores como «a força mais influente e poderosa para a equidade, acesso e qualidade na edu-cação». Não se espera que haja tensão entre estes dois núcleos de aprendiza-gem, família e escola, mas que cada um cumpra o seu papel. Não é por acaso que ao referirmos os intervenientes no ato educativo este é designado por comunidade: comunidade educativa, tal como diz o velho provérbio africano «é necessário toda uma aldeia para educar uma criança». A ideia de comunidade deverá estar mais presente na noção de território educativo. Em tempo de glo-balização, este não pode ser uma mera construção geográfica mas antes um espaço identitário de práticas e ideais comuns, capaz de se afirmar pela dife-rença autónoma e positiva, perante os problemas e anseios da comunidade. Os conselhos locais de educação são estruturas das quais se espera prota-gonismo ativo e deles deverão advir dinâmicas esclarecidas e cooperativas. Quanto maior for a responsabilidade da comunidade no seu próprio desen-volvimento, mais duradouros serão os resultados e mais profundo o reco-nhecimento da importância da educa-ção. Esta potencia a saída dos ciclos de pobreza e impede a sua perpetuação de geração em geração. Contudo, sem perspetivas de trabalho ou em situação de desemprego é dificil perceber os benefícios da educação.

25 de Abril: Progressos na Edu-cação nem sempre foram acom-panhados de qualidade

Este é um dos dilemas da família e da escola. Transmitir a mensagem do prazer de aprender. Trata-se de tarefa difícil num tempo em que mais do que cidadãos somos utentes ou clientes. Mas, os passos em frente foram gigan-tescos com a revolução do 25 de abril: a democratização da escola e a assunção dos direitos das crianças tornaram-se premissas constitucionais. Porém, tal como referiu Celina Arroz, o ter foi ganhando terreno ao ser e os enormes progressos a nível da educação nem sempre foram acompanhados de uma qualidade correspondente. Importa não apenas alargar o acesso à educação mas aumentar a igualdade na oportunidade de aprender. Atualmente, esta equi-dade encontra-se muito comprometida. As famílias debatem-se com questões básicas de sobrevivência, vivendo não acima das possibilidades mas abaixo das suas necessidades.

É nos momentos de crise profunda que é mais importante falar de Educa-ção. A escola é feita para pensar, ques-tionar e não para dar respostas cabais a problemas sociais complexos. Essa é a responsabilidade das estruturas, mais ou menos formalizadas mas, em teoria, profissionalmente capacitadas para agir diretamente sobre o social. Esta afirma-ção não exclui, naturalmente, o trabalho em rede dos vários parceiros educativos fundamental para uma educação inte-grada e inclusiva. Não podemos espe-

rar que medidas indiretas impostas pela tutela e/ou tomadas pela escola consi-gam derimir diretamente fragilidades sociais. Aliás, historicamente, a escola não traz no seu ADN a promoção da igualdade social e, na Europa, apenas a partir do fim da segunda guerra mun-dial se assiste à criação de uma institui-ção menos elitista.

Apenas um sistema educativo base-ado em princípios de efetiva justiça, alocando meios financeiros adequados, gerido com talento e conhecimento profundo da Pedagogia, poderá respon-der às necessidades de todos.

É dificil fazer desaparecer a dispa-ridade nas aprendizagens e, é sabido que, mesmo nos países mais desenvol-vidos como o Reino Unido e a Noruega, existem taxas significativas da popula-ção escolar que não conseguem atingir os níveis mínimos de aprendizagem. De acordo com dados da Unesco, um aluno pobre num país em vias de desenvolvimento apresenta as mesmas, poucas, probabilidades de alcançar os níveis mínimos de aprendizagem, que um outro igualmente pobre, num país desenvolvido.

Em Portugal, o desafio é levar mais longe a conquista do igual acesso à edu-cação. Trata-se, agora, de impedir que um retrocesso evidente na equidade não crie raízes e não impeça de nos batermos pela qualidade na educação, como um desígnio nacional.

Agrupamento de escolas de Alcoutim pela valorização de rea-lização das crianças e jovens

Esse tem sido, desde há mais de duas décadas, o objetivo da escola pública em Alcoutim. Trazer mais qualidade ao serviço educativo que é prestado a esta comunidade, numa perspetiva de valo-rização da realização das crianças e dos jovens e e não no sentido meramente tecnicista e/ou empresarial de treino de capacidades.

A pequena dimensão das escolas do Agrupamento de Alcoutim tem per-mitido trabalhar o espaço da relação no processo educativo. Como diz Rui Canário, o professor é um profissional da relação. E é nesse espaço de afetos e de proximidade potenciada pela escala humana das duas escolas que temos construído as perguntas e procurado as respostas, de preferência aquelas que ainda não sabemos.

Nesta tertúlia, entre tantas outras coisas inspiradoras, ouviu-se o nome do grande humanista João dos Santos, um pedagogo português que deixou um legado inesquecível de boas práticas. Interpelava-nos ele: se não sabe porque é que pergunta?. Não queremos que a escola despreze o que se aprende fora das suas paredes. Não queiramos ouvir as respostas que já sabemos. A educação é, também, a arte de utilizar o saber, de comunicar, de transgredir.

Uma das crianças mais cultas que conheci não ia à escola… Viajava com os seus pais e irmã, num barco que passou por Alcoutim. À bolina da descoberta tinham partido da Austrá-lia fazia já 3 anos. Essa breve escala fez-me conhecer esta família, cuja filha mais velha ‘’frequentava’’ uma escola no Canadá… Todas as semanas, frente ao computador, navegava até ao outro lado do oceano. E assim, numa turma distante ancorava uma aluna virtual. O que mais me impressionou é que a achei mais feliz do que qualquer um dos meus alunos. E isso deixou-me a pensar. Sobre educação.

Nos dias 10 e 11 de março, na Marinha Grande, os alunos do 3.º H (EB Monte Gordo) juntamente com uma turma de 2.º ano da EB Manuel Cabanas, participaram nas comemorações da elevação do Fundão, Marinha Grande, Montemor-o-Novo e Vila Real de Santo António a cidades.

Estas localidades passaram à categoria de cidades a 11 de março de 1988 e estabeleceram uma geminação entre si, que inclui o projeto educativo “À descoberta das 4 cidades”.

Nos dias 8 e 9 de junho, as turmas das outras três cidades irmãs inseridas no referido projeto visitarão Vila Real de Santo António, Monte Gordo e Vila Nova de Cacela.

No próximo ano letivo as comemorações do 11 de março serão em Vila Real de Santo António com visitas ao Fundão e a(s) escola(s) de Alcaria e/ou Castelejo.

Ao longo de vários dias os alunos desenvolveram um conjunto de atividades. A viagem decorreu no âmbito da elevação de VRSA a cidade

Prof.ª Cristina Crista

Comemorações do 11 de março

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 5

Dias Culturais do Agrupamento de Escolas de Castro Marim assume-se no panorama educacional

Escola Secundária promoveu a «Semana da Leitura»

EDUCAÇÃO

A Semana Cultural deste agrupamento de escolas dirigido por José Nunes está a ganhar terreno e a singrar no panorama cultural do território do Baixo Guadiana. A mobilização de meios humanos e materiais é grande, no entanto, perto do ambiente vivido percebe-se que tudo flui com grande naturalidade e, acima de tudo, e muito importante, com grande amor à causa. Neste caso a causa é a arte, a cultura. São envolvidas as crianças desde o pré-escolar até ao terceiro ciclo. Com o apoio da câmara municipal de Castro Marim, para além do espaço escola são ocupados os edifícios municipais e os técnicos da edilidade interagem com este acontecimento que granjeia cada vez maior empatia na comunidade. Afinal de contas falamos da relação

Decorreu entre 16 e 20 de Março na Escola Secundária de Vila Real de Santo António a «Semana da Leitura». Foi dedicada aos livros num envolvimento entre toda a comunidade escolar e os vários con-vidados. Promover a leitura foi o grande objetivo, sendo que contou com exposições, um encontro sobre a Oralidade com a Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade, uma conversa com o escritor Sandro William Junqueira, um outro com Maria José Fraqueza, dedicado à poesia. Já os «Poetas do Guadiana», pela mão de Ana Francisco, José Cruz, António Cabrita e Pedro Tavares levaram a cabo uma tertúlia. Luís Horta tocou diversas músicas. Da parte da tarde a jovem Ana Francisco levou a cabo o seu espetáculo poético «À Mesa com Pessoa».

Foi uma semana intensa com sala cheia.

estreita entre a escola e os cidadãos. Formam-se públicos, ganham-se novas plateias, revelam-se artistas, promovem-se conhecimentos ecléticos, somam-se valores acrescentados a uma esfera que tem em conta a formação dos homens e mulheres de amanhã.

Em declarações ao Jornal do Baixo Guadiana, o director José Nunes mos-trou-se “muito orgulhoso” com esta pro-dução e relevou “o trabalho de todos, dentro da escola e no município que de forma altruísta todos os anos, e cada vez mais, dão o melhor de si”.

Ano dedicado ao Património

Este ano o tema da Semana Cultural foi «O Património» e todas as iniciativas

desenrolaram-se em correlação com esta temática, de resto, completamente enquadrável, por um vasto conjunto material e imaterial presente e quoti-diano na vida das crianças e jovens.

Dança, teatro, cinema, workshops, jogos tradicionais, manualidades, exposições, jogos, música, poesia, entre outras manifestações fizeram parte desta Semana que envolveu também entidades locais como são exemplo disso as Juntas de Freguesia do concelho.

Houve também lugar para os jovens contactarem com «A Escola de Outros Tempos», uma exposição itinerante de Jorge Aquilino. Esta exposição granjeou a curiosidade e simpatia de públicos de todas as idades pela recriação fiel de uma sala de aula «à moda antiga».

Jogo da Glória produzido pelo 1.º ciclo

No âmbito dos Dias Culturais, a autarquia castromarinense entregou aos alunos o Jogo da Glória «Mouros, reis, tesouros e encantamentos de outros tempos». O Jogo da Glória é um projeto desenvolvido pelo 1º ciclo do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, cuja produção foi apoiada pela autarquia castromarinense, com o obje-tivo de transmitir às novas gerações o património imaterial do território, referente a contos, estórias, provérbios, orações, entre outros.

De acordo com nota camarária “na base deste jogo está a lenda dos “Sete Encantes”, património castromarinense

trazido aos Dias Culturais pelo Sr. Antó-nio Salvador” . E conta a lenda que nas noites de sexta-feira 13 os sete encantes de Castro Marim, figuras encantadas e misteriosas, vindas sabe-se lá de onde nem porquê, deambulam pelas ruas e ruelas da Vila até chegarem ao Largo da Ribeira, onde se reuniam em confe-rência durante toda a noite…

Agrupamento com 608 alunos

Atualmente com 608 alunos, o Agru-

pamento de Escolas de Castro Marim integra a Escola Básica de Castro Marim (Sede do Agrupamento), a Escola E.B.1 de Castro Marim, o Jardim de Infância de Castro Marim, a Escola E.B. 1/JI de Altura e aEscola E.B. 1 de Odeleite.

Foram vários os convidados para este certame que pretendeu promover a leitura junto dos jovens . Esta é uma semana de leitura que ganha novos adeptos da literatura, nomeadamente, portuguesa

Foram quatro dias intensos, de muita cultura, arte, num apelo aos sentidos, ao conhecimento e à partilha de saberes. O envolvimento tem crescido de ano para ano e os jovens estão cada vez mais sensibilizados para a cultura.

6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Mi Fukushima en la Eurocidade del Guadiana

Obra «Los que miran distinto»

Ya se pueden visitar las exposicio-nes que de manera conjunta han sido abiertas en las ciudades que conforman la Eurociudad en el Bajo Guadiana, y que son un homenaje a la ciudad japonesa sometida a las embestidas de la radiación tras el tsunami que la arrasó. La primera de las puertas se abrió en Villa Real de San Antonio, donde obras de artistas de todo el mundo conviven en una muestra única. Para ensal-zar el acto se contó con la presencia del trabajo en vivo del graffitero, David Mota, que fue completando

Han pasado unos días, parece casi una eternidad, desde la última vez que escuchaba atentamente las expli-caciones de un protagonista, ya fuera pintor, poeta, músico o lo que usted quiera imaginarse, frente a un café y con un cuaderno cerca, por mi parte, y una atención especial más cerca toda-vía, también por mi parte Y hoy, de nuevo, me siento frente a una mujer que es noticia estos días porque ter-mina de presentar su primera obra, su primer libro, “ Los que miran distinto”, 31 relatos cortos, 31 aventuras pro-ducto de su imaginación, 31 lección de buen hacer y buen saber. Me estoy refiriendo a Fátima Javier, Fati, como dice su hermano, el hombre que se expresa igualmente de fluido frente a un micrófono.

Fátima Javier cuenta a la velocidad del sonido, aquellas cosas que deben estar presentes en una conversación intensa como esta. Bueno más que conversación, monologo y además recuerda perfectamente que su primer relato lo escribió con 18 años, mes abajo mes arriba. “Es hora de soñar”, es su título y es el número catorce de esta primera publicación. Y además,

un magnifico mural en el interior del Centro Cultural Antonio Aleixo. A la misma vez que Dança Splah ofrecía una bella coreografía y Ana Dacosta mostraba una performance de canto junto a José Joao y su didgeridoo.

A continuación era la Casa Grande en Ayamonte quien se abría como escenario en una con-tinuación de la misma exposición, amén de repetir los mismos actos que ya viéramos en la otra orilla del Guadiana. Y se finalizaba en la histórica Castro Marín, en el recién

fue primer premio en un certamen que convocó el ayuntamiento allá por mil novecientos noventa y tantos.

Y mientras Fátima va recordando, o reviviendo, o imaginando como a ella le gusta sumergirse, para luego escribir el relato, yo me la estoy imaginando en el escenario del Centro Cultural Casa Grande, modu-lando mucho más, recreán-dose aún más y disimulando los nervios muchísimo más todavía. Y el aforo del audi-torio repleto de entusiastas y curiosos, de amigos, fami-liares y com-pañeros de trabajo ansio-sos por empe-zar a leer esta primera obra, o esta primera entrega porque Fátima Javier está dando liber-tad a la imaginación para su nueva obra, seguro.

inaugurado espacio cultural de La Sal, donde del mismo modo se repetía la escenografía de músicos, escenógrafos, cantos y el extraordi-nario saxo de Bruno Correia, amén del sonido típico del acordeón de Joao Pereira.

Palabras de apertura por parte de las autoridades en cada uno de los recintos. Numeroso público, mucho más en territorio portugués que en el español. Gran ambiente y de nuevo, la presencia de los Poetas del Guadiana que se sumaban a estos actos dentro de la dramatiza-

Ha tardado veinticinco años en publicar, en un libro y en una edito-rial importante, pero a Fátima Javier le hemos leído algunos de sus relatos en la añorada Gaceta de Ayamonte. Treinta y un relatos son los presenta-dos. Me resulta difícil cuadrar la velo-cidad con la que habla y la velocidad

con la que escribe con la lentitud en su publicación, pero quizás más de uno encuentre la respuesta rápido, Fátima tuvo que superar el miedo escénico

de que el público tuviera acceso a sus relatos. Hoy ese miedo está superado, hoy los relatos ya no son suyos. Y así es como hoy, hemos podido tener acceso a la información de su secreto mejor guardado, la de su colección de relatos extraídos de la vida misma. Porque no son relatos vinculados entre sí, no guar-

dan relación de parentesco, nada que ver los perso-najes, ni las his-torias ni siquiera las sensaciones o emociones de cada uno. Distinto incluso hasta el formato, con fina-les abiertos y otros cerrados, con per-sonajes amables y cariñosos o malva-dos y tenebrosos. Con un lenguaje muchas veces claro y directo y otras,

mas barroco cargado de adverbios o adjetivos. Así interpreta sus sueños, así da vida a su imaginación.

Y se nos va el tiempo pero esta mujer

no cesa en su deseo de desvelar las entrañas de muchos de ellos. “El ser eterna”… que pasaría si nos quedára-mos sin agua?. “La Baranda del cielo” ese triángulo amoroso que aparece cuando llegan los personajes al cielo. Y qué decir de “ La leyenda de José Capitán”, su bisabuelo metido a prin-cipios del siglo XIX como campesino y que de la noche a la mañana cambia su vida y da ocasión a pensar en todo : golpe de suerte, contrabando, robo o el hallazgo de un gran tesoro.

Y mientras ella habla y yo escucho, Helena, su hija de 8 años escucha y escribe. Seguro que dando forma sin saberlo al próximo relato de su madre. Y allá en la lejanía, Fernando, su marido, estará ilustrando los nuevos relatos que su mente está ya intuyendo, porque Fernando es el autor de las ilus-traciones de cada uno de estos cortos, que quizás algún día se conviertan en largometrajes. Un matrimonio en lugar de con cifras y letras con letras y dibujos.

Se acaba la tarde, se nos escapan los minutos y como dice Fátima, “ Había pagado el precio del olvido”. Felicida-des amiga y vamos a por el segundo.

ción poética de “Minha Fukushima” con el poeta japonés Taro Aizu. Se leyeron de sus haikus, escritos ex profeso para este acontecimiento internacional por parte de los poetas del Guadiana en cada una de las sedes, y a continuación, las versiones que sobre los mismos hicieron varios de ellos. La prensa del Baixo Guadiana, en su último número presentado en las jorna-das, ofrecía un apartado especial a los poemas creados especialmente para la ocasión.

Las palabras de Antonio Cabrita,

Pedro Tavares, José Cruz o Ana Francisco, junto a la de los españo-les Diego Mesa, Rúa Nácher o Eladio Orta se dejaron secuestrar por los asistentes al acto, y provo-caron una atmosfera de respeto y solidaridad con los afectados por la tragedia, que desgraciadamente se prolongará en el tiempo.

La Eurociudad vuelve a reflejarse de nuevo en las tranquilas aguas de este Guadiana que convierte lo cotidiano en acontecimiento. Las exposiciones podrán visitarse hasta el 5 de abril.

Las exposiciones podrán visitarse hasta el 5 de abril

Fátima Javier cuenta a la velocidad del sonido, aquellas cosas que deben estar presentes en una conversación intensa como esta

José Luis Rúa

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 7

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Renovacion de los contenedores de recogida selectiva en Ayamonte e Isla Cristina

El director ejecutivo de Giahsa, Manuel Domínguez Limón, y los primeros ediles deAyamonte e Isla Cristina, Anto-nio Rodríguez Castillo y María Luisa Faneca, han presentado este jueves en las instalaciones de la Estación Depu-radora de Aguas Residuales (EDAR) de la localidad fronteriza el operativo que renueva y refuerza el servicio de recogida de residuos sólidos urbanos (RSU) en ambos municipios y en sus respectivos núcleos costeros y los sitúa en vanguardia en materia de gestión, tratamiento y reciclaje en las tres tipo-logías, orgánica, envases ligeros y papel / cartón.

La inversión total rebasa los 2,3 millones, “una cifra importante que se ha destinado a un total de 719 contenedores Easy, para las fracciones de orgánica, envases ligeros y papel/cartón, y seis nuevos vehículos de reco-gida”. Domínguez anunció que “éste es tan solo un primer paso, pero un

La noche hizo acto de presencia vestida de fiesta. El patio de la Casa Grande como centro cultural de la ciudad, se embriagó de un per-fume especial. El silencio dejó asomar a paso lento conversaciones miles, respetuosas todas. Y al final de la espera el numeroso público presente fue acomodándose en la Sala de las Tinajas, en los pasillos, en el patio, donde físi-camente podían ver o escuchar las palabras de presentación y que daban por inaugurada la exposición poético pictórica “ Versos de color” del autor ayamontino, José Luis Rúa.

Rúa fue el primero en dirigirse al público presente para esbozar a grande rasgos el sig-nificado de esta muestra colectiva. Fue un constante agradecimiento a pintores, patro-cinadores, público y concejalía de cultura. 32 poemas suyos ilustrados por otros tantos pintores de nuestra provincia y básicamente de la ciudad. Estilos distintos, interpreta-ciones distintas, técnicas distintas, pero un denominador común: amistad y dominio del pincel. Ángel Cabel y sus compañeros del taller “ la Escalera”, Arturo García, Sánchez Ruda, Fátima Concepción y sus compañe-ras del taller “ El rellano”; Carmen Arroyo y compañeros del Ateneo de Ayamonte, Rafa Pérez, Enrique Ali, Ana Feu o los Hermanos Moreno, entre otros. Pintores aficionados, autodidactas, academicistas, profesores de secundaria, profesionales, todo un mundo capaz de sorprender y no poner límites a la creación. Rúa se lo agradeció una y mil veces,

solidaridad a raudales por las paredes de la magnífica sala. Solidaridad más allá de los muros de la Casa Grande.

En la pared las 32 obras resultado de un trabajo lleno de cariño, interés y sapiencia. Coloridos tan distintos pero capaces de hacer un todo capaz de sorprender al aficionado más exigente. Y la magia de la noche dejando embrujado a todos y cada uno de los asisten-tes, a quienes sorprendía el juego tan inmenso que habían dado de si estos 32 cuadros. Y si además se tiene muy presente, que el global de las ventas va destinado a las Hermanas de la Cruz de la ciudad, el mérito se hace mayor, el comentario se vuelve infinito.

Marta Navarro, concejala de cultura del ayuntamiento se deshizo en elogios hacia los autores, hacia la figura del poeta, su viejo profesor de “gimnasia”, hacia los presentes y hacía una clara invitación a colaborar en la adquisición de las obras que tenían el mejor destino posible. Una noche mágica, que la hacía mayor aun sabiendo que la ciudad se encontraba rebosando de actividades propias de la semana mayor que ha escuchado el pistoletazo de salida.

Una copa de vino invitó a continuación a la conversación, al comentario positivo y a la frase de esperanza en el éxito de la muestra. La exposición permanecerá abierta hasta el próximo día 10 de abril en horario de funcio-namiento del propio Centro Cultural. Que las visitas se dejen sorprender y enamorar.

La aerolínea realizará tres vuelos sema-nales al aeropuerto del sur de Portugal y estará operativa del 1 de junio al 30 de septiembre.

Air Nostrum, la aerolínea franqui-ciada de Iberia para vuelos regiona-les, conectará Madrid con la localidad portuguesa de Faro el próximo verano desde 55 euros por trayecto, todo incluido.

La compañía operará esta nueva ruta a la capital del Algarve con tres vuelos semanales en cada sentido desde el 1 de junio hasta el 30 de septiembre.

El programa de esta nueva ruta del Grupo Iberia está planteado para favorecer escapadas de fin de semana y viajes vacacionales de mayor duración a la región más visitada de Portugal. Además, se ha diseñado un horario que permite la conectividad con vuelos de la red doméstica, con los enlaces europeos y con las rutas de largo radio.

Los meses de junio, julio y septiem-

paso firme que conlleva un notable esfuerzo técnico y económico” y recordó que la filosofía que emana de los presupuestos actuales de Giahsa se basan en una apuesta estratégica por el liderazgo en innovación (I+D+i) “en todas las actuaciones del ciclo integral del agua y, muy especialmente, de los residuos sólidos urbanos”.

Este operativo que van a comenzar a disfrutar los usuarios de Ayamonte e Isla Cristina y sus núcleos costeros, y con el que ya venían contando en Punta Umbría, “podrán palparlo en breve en una época, esta de Semana Santa especialmente propicia en el terreno turístico para las localidades costeras, y de manera pro-gresiva, todos los ciudadanos del resto de municpios a los que les prestamos el servicio de recogida de RSU”, aseguró.

bre, la operación se desarrollará los lunes, viernes y domingos, y será aten-dida indistintamente por CRJ 1000 y CRJ 900, los aviones de mayor número de plazas de la compañía. En las sema-nas centrales del verano, del 22 de julio al 1 de septiembre, será un CRJ 200, de 50 plazas, el que volará a Faro los martes, jueves y viernes. En todos los casos, el vuelo dura una hora y quince minutos.

Cada año a más de nueve millones de turistas de toda Europa acuden al Algarve atraídos por sus bellas playas, que se alternan con rocosos litorales, sus espléndidos paisajes naturales y los pintorescos pueblos de pescadores que todavía conservan el encanto del siglo pasado.

Faro se encuentra a 66 kilómetros de las playas de Ayamonte por lo su aeropuerto también es utilizado como punto de conexión de quienes quieren acudir a la costa onubense.

Renovacion de los contenedores de recogida selectiva en Ayamonte e Isla Cristina

«Versos de color» del autor ayamontino,José Luis Rúa

Air Nostrum volará este verano de Madrid al Algarve desde 55 euros por trayecto

Resultados elecciones

José Luis Rúa

Ayamonte

San Lucar del Guadiana

Isla Cristina

8 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

Esgotada a primeira edição não é difícil sentir que a Dieta Mediter-rânica escancara-nos o território do Baixo Guadiana no que toca às suas potencialidades tanto no campo alimentar como no clima, modos de vida e condições para uma vida saudável.

Jorge Queiróz na sua apresen-tação em Vila Real de Santo Antó-nio fez questão de sublinhar de que modo é que podemos ter uma vida saudável recorrendo à nossa cultura. “Aliás, a dieta mediterrâ-nica não é apenas comida, é toda uma cultura milenar que é impor-tante preservar”. Num espírito de partilha e conhecimento surge esta obra que tem tido uma grande aceita-ção. O seu autor foi o coordena-dor técnico da candidatura da Dieta mediter-rânica a Patri-mónio Cultural e Imaterial da Humanidade , encabeçada pela câmara munici-pal de Tavira e com parceria da Escola de Hote-laria e Turismo de Vila Real de Santo António, e diz-se “satis-feito” com a preservação que encontra ainda deste estilo de vida. “O que este livro pretende é chamar a atenção para o potencial e, nome-adamente, uma forte expressão portuguesa no que diz respeito ao consumo de peixe e sopas, ao clima, às festividades...”. Sendo que “este livro não pretende esgo-tar o tema”, o autor, e sociólogo, conta-nos, também, que à volta da mesa conseguimos resolver muitos problemas. Para a dieta mediterrânica a mesa é um lugar privilegiado.

Trata-se de uma história mile-nar aquela que hoje, e segundo Jorge Queiroz tende a ser valori-zada. “As pessoas preocupam-se cada vez mais com a alimentação,

com hábitos de vida saudáveis, que incluem o desporto, nome-adamente”. O sociólogo, conta-nos que “ ao longo de mais de três milénios, gentes do oriente e ocidente mediterrânicos constru-íram extraordinárias civilizações, estudadas com detalhe em todos os compêndios e enciclopédias de História Universal. Elas foram a nossa identidade primordial, a certidão da origem do que hoje somos como país e como nação, o que fez de Portugal um «cais do velho mundo». Neste sentido recorda que “sobre este mundo antigo escreveram-se milhares de livros, muitos mais se irão escre-

ver. O conhecimento do passado é e continuará a ser uma fonte inesgotável de conhecimentos indispensáveis ao entendimento dos problemas atuais e ao pro-gresso do mundo”.

Há uma reconciliação com o passado cultural

De acordo com Jorge Queiroz “as pessoas estão a regressar a modos de vida que tinham antes. Estão de volta os produtos bioló-gicos, os mercados, o consumo de produtos da época”. Neste con-texto o autor salienta que este seu livro, “que não pretende

ser uma obra literária sobre a candidatura da Dieta Mediter-rânica à UNESCO, tem agora na sua segunda edição um apoio muitíssimo importante da Asso-ciação Nacional de Cardiologia e de Nutrição”.

Os textos dos 16 capítulos do livro são “acessíveis a todos, partem de interrogações, dúvi-das e problemáticas levantadas pela complexidade das temáticas que integram o que designare-mos por «DIETA mediterrânica». Partimos em busca de um uni-verso simbólico e vivencial pro-curando encontrar respostas para os naturais questionamentos que

a actualidade nos coloca, com a noção de que muitos dos problemas ainda não têm resposta com-pleta (...)”, explica de forma introdu-tória o autor.

De acordo com Jorge Queiroz na Dieta Mediter-rânica existe um padrão comum de alimentação, transmissão de conhecimento de geração em geração. Tudo se passa à volta da mesa, desde as refei-

ções, aos negócios e namoros, mesmo as relações que se esta-belecem entre as pessoas muitas vezes têm a mesa no centro. E todas estas evidências foram potenciadas pelos países parcei-ros nesta candidatura.

Questionado pelo JBG sobre aquilo que é a prática da dieta mediterrânica por cá, o autor res-ponde-nos que “nós [portugue-ses] estamos num caminho que é o comum nos vários países e que é o da globalização; dos com-portamentos únicos, da língua única, da supremacia do finan-ceiro e do consumo sobre os valo-res humanos e das economias”.

Garante-nos que a biodiversidade é preservada se respeitarmos a endogeneidade dos lugares, as suas tradições, lembrando que “as civilizações nunca morrem, elas renascem”.

O perigo da massificação

De acordo com este sociólogo há um grande desconhecimento sobre a nossa cultura. “Impor-tamos festividades nos dias de hoje quando temos manifesta-ções culturais riquíssimas, mas os media e as indústrias culturais da massificação têm grande peso sobre os jovens e crianças. Nunca é positivo se encararmos a nossa cultura inferior a outra, mas a globalização tem feito, infeliz-mente, esse papel”.

Apoio de Cardiologistas e Nutricionistas

Para o autor o apoio nesta segunda edição do livro dado por entidades ligadas à saúde é muito importante. Representa “a credibilização do trabalho por parte da ordem dos nutricionistas e Associação Portuguesa de car-diologia e a Fundação Portuguesa de Cardiologia que defendem que esta obra deve ser vista com valor científico”. O autor garante “que não escreveu a obra para um corpus universitário nem aca-démicos, mas sim para as pes-soas porque são estas que estão em causa neste momento, para que este seja um livro acessível a todos”.

Saiba como a Dieta Mediterrânica faz parte da sua vida

Susana H. de Sousa

O ano 2014 foi determinante para a Dieta Mediterrânica, tendo sido eleita património cultural imaterial da humanidade. Muito se tem escrito sobre a temática, nomeadamente, tem sido feito um caminho de desmistificação do que é, afinal, isto da «Dieta Mediterrânica». Não é apenas comida, lembra-nos Jorge Queirós autor do livro «Dieta Mediterrânica – Uma herança milenar para a humanidade» que esteve em Vila Real de Santo António a apresentar esta obra que recebeu na segunda edição o apoio de entidades Associação Nacional de Cardiologia e Associação Portuguesa de Nutricionistas. Descubra, agora, como este modo de vida tem um palco privilegiado no Baixo Guadiana.

GRANDE PLANO

Jorge Queiróz na sua apresentação em Vila Real de Santo António fez questão de sublinhar de que modo é que podemos ter uma vida saudável recorrendo à nossa cultura

SPC

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 9

Saiba como a Dieta Mediterrânica faz parte da sua vidaConheça melhor a Dieta Mediterrânica elogiada no mundo

Baixo Guadiana é o território mais oriental do Algarve e mais próximo da mediterraneidade

GRANDE PLANO

A Dieta Mediterrânica teve a sua origem nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo ou que por ele são influenciados . Este padrão alimentar começou a ser descrito nos anos 50 e 60 do Século XX , sobretudo à luz do que se praticava em Creta, em outras regiões da Grécia e no sul de Itália. A palavra “dieta” deriva do termo grego “diaita” que significa estilo de vida equilibrado. A Dieta Mediterrânica é precisamente isso: um estilo de vida marcado pela diversidade e conjugado com as características seguintes:

• Consumo elevado de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e frescas e frutos secos e oleoginosos); • Consumo de produtos frescos , pouco processados e locais, res-peitando a sua sazonalidade;• Utilização do azeite como principal gordura para cozinhar ou temperar alimentos; • Consumo baixo a moderado de lacticínios; • Consumo frequente de pescado e baixo e pouco frequente de carnes vermelhas; • Consumo de água como a bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as refeições principais; • Realização de confecções culinárias simples e com os ingredientes nas proporções certas; • Prática de actividade física diária;• Fazer as refeições em família ou entre amigos, promovendo a convivência entre as pessoas à mesa.

Ancel Keys foi o investigador americano responsável pela divulgação da Dieta Mediterrânica, após realização de um estudo em diversos países do Mediterrâneo nos anos 50 (século XX), onde verificou que o aumento do aparecimento de doença coronária estava relacionado com um aumento do consumo de gorduras, sobretudo de gorduras saturadas. A excepção verificou-se na bacia do Mediterrâneo onde, apesar do consumo elevado de gordura, o surgimento de enfartes do miocárdio era menor. Esta relação despertou o interesse doinvestigador, tendo concluído que se deveria ao facto de o tipo de alimentação e, entre outros aspectos, a gordura consumida nestes países ser o azeite.

Fonte: Associação Portuguesa de Nutricionistas

O JBG questionou o jovem histo-riador Pedro Pires, colaborador assíduo das nossas edições, sobre as influências mediterrânicas evi-dentes no territorio do Baixo Gua-diana. Este, sumariamente, explica que apesar de geograficamente se situar no Atlântico, a matriz cultu-ral algarvia é mediterrânica, uma herança das colonizações e rela-ções marítimas com as principais civilizações mediterrânicas desde a Antiguidade, como os fenícios, romanos, gregos, ou árabes. Ora, o Baixo Guadiana, como território

mais oriental da província e mais pró-ximo da região mediterrânica, rece-beu nitidamente essa influência. Por exemplo, foram essas civilizações que introduziram as principais espécies do pomar algarvio, e que perduram até hoje, como as figueiras, alfarro-beiras, oliveiras, amendoeiras ou as laranjeiras. Mas não só. Na região do Baixo Guadiana, a agricultura é ainda maioritariamente uma agricultura de subsistência, de proximidade, para consumo doméstico. As espécies hor-tícolas, cultivadas e colhidas na época própria, ainda obedecem ao calen-

dário agrícola antigo, muitas vezes associado às festividades cíclicas, como a Páscoa, os Santos Populares, os santos padroeiros, entre outros, cele-brados nos dias que correm por todo este território. O pão, um dos pilares da Dieta, junto com o vinho e o azeite, continua a ser a base da alimentação e estes, ainda fazem parte da alimenta-ção das gentes da região. O peixe é con-sumido frequentemente, sobretudo no litoral. As receitas tradicionais do Baixo Guadiana são simples e protegem os nutrientes, como a sopa de fedeus de Odeleite, os cozidos de grão, a açorda

de galinha, e as caldeiradas de peixe. A própria convivialidade à mesa, tão mediterrânica, é habitual nas mesas do baixo guadiana, seja no seio familiar, ou num convívio entre amigos.

Contudo, para aprofundar esta ques-tão, que foi aqui abordada de forma genérica, seria necessário proceder a um estudo pormenorizado dos hábitos ali-mentares dos habitantes do Baixo Gua-diana, bem como a um levantamento das formas ancestrais e contemporâneas de confecção de alimentos no territó-rio litoral e serrano, e consequente investigação arqueológica, histórica,

sociológica e antropológica da comu-nidade”, explica Pedro Pires.

De registar na sequência desta questão alimentar que os concelhos de Alcoutim e Castro Marim [Ode-leite] são em Abril palco de festival e roteiro, respetivamente, gastro-nómicos onde é possível atestar as práticas gastronómicas que Pedro Pires correlacionou com esta Dieta Medierrânica, sendo que pelo cariz dos eventos marcará também pontos na convivialidade entre as pessoas. Fica a sugestão.

10 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

LOCAL

De acordo com a organização este evento pretende “ser uma montra da gastronomia local e promover a restauração que se dedica aos saberes e sabores mais autênti-cos da serra, rio e mar. Este ano o roteiro conta com especialidades confecionadas a partir de produ-tos locais e iguarias da serra e do rio, desde os saborosos ensopa-dos de enguia, cabrito e borrego, entre outros petiscos”. Depois do sucesso da primeira edição esta segunda contempla “mais iguarias típicas desta freguesia serrana no concelho de Castro

Marim”, garantem as entidades organizadoras.Odeleite é uma aldeia típica ser-rana do Baixo Guadiana que é ponto de passagem dos trilhos pedestres do território, com des-taque para a recente Grande Rota do Guadiana (GR15) uma forma de descobrir o interior serrano, e em simultâneo descobrir uma multiplicidade de paisagens, de património, de fauna e flora, de passear pelos recantos das aldeias mais típicas do interior e degustar os petiscos mais saborosos de um algarve diferente.

«Primavera com Gostos» é uma iniciativa cuja organização está a cargo da Junta de Freguesia de Odeleite e da Associação Social da localidade, com o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim.

Aldeia Florida

Simultaneamente, está a decor-rer na aldeia de Odeleite mais uma edição do concurso «Aldeia Florida», que vem trazer maior beleza a esta aldeia durante a Primavera.

O Festival Gastronómico do Con-celho de Alcoutim «Sabores da Serra ao Rio» a decorrer entre os dias 3 e 26 de abril de 2015, nos restaurantes de Alcoutim, dedi-ca-se aos sabores de Primavera. “Nesta edição são apresentadas especialidades do nosso muni-cípio e desta época do ano: os pratos de peixe como enguias fritas, ensopados de enguias, caldeiradas de peixe do rio, a lampreia, e também sabores da serra como as sopas de tomate, as favas com chouriço, as migas e os cozidos de grão e feijão, entre outros; também estarão em des-taque os doces regionais, com a edição, na sexta feira e sábado de páscoa, da Feira doas Doces d’ Avó, na vila de Alcoutim”, diz a divisão de turismo em comuni-cado à redação do JBG.O Festival contará com dois fins de semana temáticos, o da

Páscoa, 3, 4 e 5 de abril, dedi-cado ao borrego e à doçaria, e o de 25 e 26 de abril, dedicado aos jantares de grão e ao peixe do rio.

Festival ao longo de três datas

• 8 de abril

Apresentação do livro « O que comiam os nossos avós», por Catarina Oliveira, do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela10.30 h - Escola Básica Integrada de Martim Longo15.20 h - Escola Básica Integrada de Alcoutim • 16 de abril

Apresentação do livro « Dieta Mediterrânica - Uma Herança

para a Humanidade», por Jorge QueirozCasa dos Condes, Alcoutim, 18.00h • 24 de abril

Apresentação do livro Portuguese Travel cookbook, de Nelson Car-valheiro, pelo fotógrafo Ema-nuele SiracusaCasa dos Condes, Alcoutim, 18.00h As ementas e o programa de atividades complementares ao Festival estão disponíveis no facebook e site da autarquia. De referir que a edição de Outono terá lugar no mês de Novembro e será mais dedicada aos pratos de caça e arrancará no dia 7 desse mês, na Feira da Perdiz, na aldeia de Martim Longo.

«Primavera com Gostos» regressa à aldeia de Odeleite

Festival Gastronómico de Alcoutim com sabores da serra ao rio

Entre 3 e 26 de Abril

Até 5 de Abril

Cartaz promocional do evento gastronómico

Cartaz promocional do evento gastronómico

Trata-se da segunda edição de um festival gastronómico na Primavera e que decorre em Alcoutim. Chama-se «Sabores da Serra ao Rio» e acontecerá até 26 de Abril.

Na aldeia-presépio de Odeleite está a decorrer o Roteiro Gastronómico «Primavera com Gostos». Trata-se de um certame que vai já na segunda edição e cujo grande objetivo é atrair turistas e habitantes pelos cheiros e sabores.

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 11

LOCAL

De acordo com uma nota enviada às redações, Castro Marim, dirigido pelo médico e autarca com maior longevidade nas lides municipais, vai ser município-piloto no que diz respeito à transferência de compe-tências e meios para os municípios na área da Saúde.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, e o presidente da ARS Algarve, Moura Reis, reuni-ram a 18 de Março no gabinete de Francisco Amaral.

De acordo com informações ofi-ciais, Castro Marim foi escolhido para município piloto, dado o per-curso do atual autarca, ex-autarca de Alcoutim, com várias ações pioneiras, mais tarde seguidas por

Cerca de 100 pessoas manifestaram-se no dia 27 de Março pelas 12h à porta da Litográfica do Sul num autêntico grito de revolta e já de desespero de algumas famílias para quem esta empresa representa a única fonte de rendimento. Ao que o JBG conseguiu apurar no local existem dois casais que trabalham juntos naquele mesmo local. Mas são muitas as famílias que poderão, claramente, ficar afetadas por um processo que se adivinha difícil. Ao que nos foi possível apurar no dia 2 de Abril vai decorrer uma reunião com os trabalhadores onde vai ser comunicado se a empresa vai ser ou não ser alvo de um processo de insolvência. No dia 27 a administradora judicial reuniu-se pelas 15h com os trabalhadores e o JBG sabe que lhes foi comunicado para aguarda-rem até “quinta-feira [2 de Abril] em casa e que havia uma luz ao fundo do túnel”, contou-nos uma trabalhadora que pediu o anonimato. Outro traba-lhador garantiu-nos que ele e os colegas “vão-se apresentar ao serviço” como força de protesto e de tentativa para que a empresa não feche.

Para António Hilário, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Trans-formadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul) “esta é tudo menos uma situação normal, e que não assegura os direitos dos trabalhado-

outros municípios. Na mesa estão, entre outras medidas, a reabertura das extensões de saúde, a Unidade Móvel de Saúde com médico, já a funcionar no concelho de Castro Marim, o transporte de doentes e o alargamento do horário de funcio-namento do centro de saúde local. Analisadas foram também outras ações na promoção da saúde, como a campanha de cessação tabágica, já na rua. O contrato de transferên-cia de competências será assinado ainda no próximo mês.

Contactado pelo JBG o médico-autarca não quis adiantar mais pormenores sobre o contrato em causa, ficando por esclarecer quais as transferências a efetivar e verbas associadas. O JBG contactou, ainda,

res”, disse ao JBG enquanto aguardava a reunião com a mesma administradora judicial. Uma reunião que estaria supos-tamente agendada para sexta-feira, mas que não chegou a acontecer naquele

dia, contra as expectativas do sindicato que acusou na ocasião a administradora de “faltar à palavar”.

Salários de Março não vão ser pagos

os municípios de Alcoutim e Vila Real de Santo António e obteve res-posta do edil alcoutenejo Osvaldo Gonçalves, que disse ao nosso jornal que já tinha sido contactado pelo Governo no mesmo sentido, mas esta “é uma questão para a qual ainda não temos qualquer decisão tomada.

Assembleia Municipal de Castro Marim aprova moção contra

Entretanto, a Assembleia Muni-cipal de Castro Marim com maioria Socialista, e cujo presidente é José Luís Domingos, aprovou por maio-ria uma moção apresentada pelo PS onde os deputados socialistas

Uma trabalhadora, que pediu para não ser identificada, contou, entretanto, à agência à Lusa que, na reunião com os trabalhadores, a administração disse que “não havia condições para

pagar salários no fim do mês e, se as negociações que estão em curso com um investidor falhassem, a empresa fecharia e os trabalhadores seriam alvo de despedimento coletivo”.

A funcionária disse ainda que ela e muitos colegas seus não vão permane-

se mostram em desacordo com o diploma do Governo que prevê a transferência de competênciasda adminitração central para a admi-nistração local.

Para os socialistas “uma verda-deira reforma para a descentraliza-ção de poderes deve ser assumida com um amplo processo de auscul-tação de autarcas e as suas asso-ciações representativas”. Para os socialistas esta descentralização deve passar por “uma reforma administrativa regional, através das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional”.

O que diz o Decreto –Lei 30/2015?

cer em casa e vão continuar a cumprir horários, como têm feito nos últimos três meses, mesmo sem trabalho.

Da parte do sindicato ficou o conse-lho para que os trabalhadores cumpris-

sem os seus horários de trabalho, até para “garantirem que não é retirada nenhuma maquinaria da empresa”.

Trabalhadores com mais de 40 anos de casa

Recorde-se que na origem destas transferências de competência está o Decreto-Lei n.º 30/2015 que vem estabelecer o regime de delegação de competências nos municípios e entidades intermunicipais no domínio de funções sociais. De forma faseado e organizada sob a forma de projetos-piloto, o governo legislou no sentido de conferir um numero crescente de competên-cias na área social aos municípios e associações municipais existentes. Educação, Saúde, Segurança Social e Cultura serão as áreas visadas, nalguns casos profundamente, em termos de delegação de competên-cias que se encontram detalhadas nos artigos 8º a 11º do referido decreto-lei.

Existem todas as razões para uma grande inquietação da parte dos 44 tra-balhadores, a maioria com mais de 40 anos de casa. “Uma vida de dedicação”, afirmaram muitos em declarações ao JBG. Há três meses “e de um momento para o outro” a Litográfica do Sul come-çou a ser palco de uma grande insta-bilidade. Os trabalhadores chegaram a estar com dois meses de ordenados em atraso no início do ano.

Situação “estranha” porque “nunca faltaram encomendas”

Tanto sindicato como funcionários da empresa estranham toda a situação, pois garantem que “nunca faltaram encomendas” e garantem que “o que está em falta é a matéria-prima para trabalhar”, alegadamente, “devido a incumprimento da empresa para com fornecedores”.

A Litográfica do Sul foi criada em 1948 e especializou-se na impressão em papel, nomeadamente de rótulos, livros, revistas, cartazes e folhetos publicitários. Atualmente pertence a um grupo empresarial, sediado na zona de Setúbal, a Higifarma, que integra mais seis empresas, quatro delas em Portugal , uma em Espanha e outra na Tunísia.

Castro Marim vai ser experiência-piloto a nível nacional na delegação de competências

Litográfica do Sul poderá provocar o surgimento de mais 44 desempregados

No dia 2 de Abril vai decorrer uma reunião com os trabalhadores onde vai ser comunicado se a empresa vai ser ou não alvo de um processo de insolvência

No passado dia 18 de Março esteve em Castro Marim reunido com o presidente da câmara municipal, Francisco Amaral, o secretário de Estado da saúde. Ao que tudo indica este município será alvo de uma experiência-piloto do Governo para a transferência de competências na área da saúde.

A Litográfica do Sul poderá criar mais 44 desempregados no concelho de Vila Real de Santo António. A empresa está a atravessar um Processo Especial de Revitalização (PER) e não se adivinham negociações fáceis no seio desta empresa, sendo que aos trabalhadores foi já comunicado que não vão receber o mês de Março.

Susana H. de Sousa

12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

LOCAL

Lucrécia Rita Pereira, natural e residente na localidade de Balurcos, concelho de Alcoutim, comemorou o seu centésimo ani-versário a 19 de março. Associando-se ao evento, o Município de Alcoutim convidou todos os familiares, amigos e população a participarem na cerimónia comemorativa, a decorrer no edifício da antiga escola pri-mária de Balurcos (Sede da Associação de Solidariedade Social, Cultura, Desporto e Arte dos Balurcos)

A centenária é a única filha viva dos quatro descendentes de Manuel Pereira Barão e Maria Rita. Casou aos 20 anos com Inocêncio Guerreiro de quem teve oito filhos, três dos quais falecidos ainda crianças. Tem 11 netos, 21 bisnetos e 4 trisnetos cujos nomes tem dificuldade em decorar. “A minha cabeça já não é o que era”, diz com um sorriso nos lábios.

A cerimónia comemorativa contou com a atuação do Grupo de Cantares Tradicio-nais dos Balurcos e um lanche convívio.

Em comunicado às redações Francisco Xavier informou que “deu entrada no Tribunal de Vila Real de Santo António, dia 10 de Março de 2015, um processo de impugnação de todos os atos relacionados com o processo eleitoral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim, interposto por Fran-cisco Xavier, em representação dos membros da Lista A”. Tendo encabeçado uma lista para eleições num ato que foi anulado e que aqui já demos conta este cidadão e sócio da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim que os sócios que o acompanharam neste processo eleitoral foram “confrontados com atropelos de toda à ordem aos Estatutos desta Associação e à Lei, os quais fomos denun-ciando ao longo de todo este processo”.

Para Francisco Xavier “todas essas tropelias culminaram com o afastamento ilegal” da Lista encabeçada por si que, insiste, “foi votada em Assembleia Geral Extraordinária, como a única lista que estava em condições de ser submetida a sufrágio nas eleições do dia 9 de fevereiro de

2015 e com a designação de Lista A”.“À revelia da vontade dos sócios, depois

de afixada e publicitada pela associação, desde o dia 9 de Janeiro até ao dia das elei-ções, viu-se esta lista afastada e impedida de ser submetida a sufrágio, no próprio dia das eleições e substituída à boca das urnas por uma lista fantasma, sem quais-quer explicação, de forma antidemocrática, atropelando os estatutos e a Lei, enganando os próprios sócios que pensavam ir votar numa lista e acabaram por votar numa outra “Lista A”, encabeçada por Francisco Brás”, diz este cidadão. Francisco Xavier conclui, explicando que aos representantes da Lista liderada por si não restava outra hipótese, embora a contra gosto, que não fosse recorrer para a via judicial, a fim de impugnar as eleições ilegalmente levadas a efeito e todos os atos nefastos do pro-cesso, que na devida altura denunciámos e divulgámos através dos meios de comu-nicação social”.

De acordo com nota enviada às redações, foi formalmente oficializado, com a presença da porta-voz nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e da deputada eleita pela região, Cecília Honório, o núcleo de Castro Marim. Esta nova formação trará um reforço à atividade do Bloco no Algarve. Ramiro Gonçalves, um dos aderentes promotores desta nova formação, é peremptório em afirmar que a a constituição do núcleo de Castro Marim “é um sinal de esperança para o concelho e para todos os que acreditam numa construção social diferente”.

“Os aderentes do partido em Castro Marim têm participado nas lutas pela defesa dos serviços públicos e, sobretudo, no combate por mais e melhor mobilidade para o Algarve, exigindo a urgente requa-lificação da linha ferroviária e na suspensão imediata das portagens na Via do Infante”, conta o partido em comunicado. “A luta contra as portagens na Via do Infante tem sido desenvolvida num trabalho comum com o PODEMOS e a Izquierda Unida”, precisa Ramiro e acrescenta que “este trabalho tem permitido criar compromissos com as forças políticas da esquerda espanhola que se pretende que venham a ser alargados às questões sociais e ecológicas. O trabalho conjunto traz essa esperança”, remata.

O órgão coordenador do recém constituído núcleo é formado com, pelo menos, um representante oriundo de cada uma das freguesias do concelho de Castro Marim: Altura, Castro Marim, Azinhal e Odeleite. Na sua reunião de formalização, onde participou Catarina Martins e Cecília Honório, foi apresentado o plano de atividades, sendo este sobretudo dirigido para a urgente intervenção local: “Nestes 16 anos, sob executivos de direita, este concelho estagnou!”, afirmou Ramiro, apontando para a questão dos investimentos rea-lizados, pouco compreendidos pela população, e denunciando a falta aos compromissos estabelecidos, por parte do atual executivo, para com, por exemplo, as associações desportivas que, com poucos recursos, promovem a prática desportiva entre os jovens.

100 anos de vida de Lucrécia Rita Pereira juntou população

Francisco Xavier quer que eleições dos Bombeiros de Alcoutim sejam impugnadas

Bloco de Esquerda cria núcleo em Castro Marim

Município de Alcoutim convidou todos os familiares, amigos e população a participarem na cerimónia comemorativa

Catarina Martins marcou presença na inauguração

Alcoutim

Desde o início do ano que temos noticiado o desenvolvimento das polémicas eleições na Associação Humanitária dos Bombeiros de Alcoutim. Depois de na edição de Março termos dado conta da vitória de Francisco Brás, que encabeçou a única lista em eleição, este mês contamos-lhe que Francisco Xavier quer que estas eleições sejam impugnadas.

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 13

14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

ESPECIAL 25 DE ABRIL

O histórico do PCP Carlos Brito [na pág. ao lado] tem ao longo dos anos levado às escolas a história da repressão salazarista. Aos mais jovens conta como se lutou para derrubar a ditadura, de que forma foi possível executar uma Revolução de Cravos Verme-lhos quase imaculada de sangue e a importância da Constituição para assegurar uma Democracia em Portugal. Nas escolas encontrou sempre, conta-nos, “um grande desconhecimento da parte dos jovens sobre a temática. “Com exceção dos professores que têm maior interesse por este período da nossa his-tória grande parte não aprofunda a matéria e os estudantes acabam por não ter um grande conhe-cimento sobre os acontecimentos antes, durante e pós 25 de Abril”. Este comba-tente anti-f a s c i s t a , tantas vezes torturado, perseguido e preso pela PIDE, d e f e n d e que o 25 de Abril de 1974 e tudo o que representa na nossa H i s t ó r i a deveria ser “muito mais a b o r d a d o nas escolas para formar maior cons-ciência nos e s t u d a n -tes”

O Jornal do Baixo G u a d i a n a foi à escola secundária de Vila Real de Santo A n t ó n i o , e com o auxílio da professora Ana Paula Chagas, que lecciona História e que dedica uma parte das suas aulas para ensinar também a história do tema da ditadura salazarista, a guerra colonial e o 25 de Abril, entrevistámos membros de dois grupos dife-rentes que trabalharam temas distintos, mas que se interrelacionam com o golpe de Estado de 25 de Abril do ano de 74 do século passado. Falar em «século passado» faz parecer que é tudo muito dis-tante, mas na verdade passaram apenas 41 anos. No

As histórias que lá em casa os mais velhos contam sobre a Repressão e o Dia da Liberdade

Recuámos no nosso encontro mais de 40 anos na História do país. Nenhum deles consegue imaginar o que seria a sua vida sem a liberdade de se sentarem em roda de uma mesa para falar sobre as suas inquie-

tações sem receio de serem ouvi-dos por outros e sem que isso lhes causasse um medo ater-rador. “Os meus avós c o s t u m a m dizer que eu se vivesse nesse tempo logo veria o que é ter uma vida difícil! …”. Miguel admite que antes do tra-balho que desenvolveu sob a tutela da professora Ana Paula Chagas [ a p ro f e s so ra destes quatro a l u n o s ] pouco sabia sobre o 25 de Abril. “ C o n h e c i a as músicas da interven-ção”, graças aos pais. Dos quatro

apenas Micaela e Ana sabiam algo mais. Os avôs destas jovens foram os grandes responsáveis pelo conheci-mento adquirido porque ambos participaram na guerra colonial. No caso de Micaela o avô, conta-nos, “veio revoltado com tudo o que viu e decidiu ter uma vida política mais ativa”. A jovem já tinha ouvido histó-rias em que o avô participava em grupos clandesti-nos da resistência. “Ele chegava a estar a trabalhar na conserveira e a ser ameaçado pela PIDE [Polícia

entanto, é o suficiente para aos olhos dos jovens ser um passado longínquo que lhes é difícil imaginar. Constatámos que, tal como o resistente Carlos Brito nos havia dito, existe um grande desconhecimento a este nível entre os estudantes. Os grupos escolhidos pelo JBG frequentam o 12.º ano. Escolhemos estes por serem os mais velhos e por terem realizado tra-balhos neste ano letivo sobre o período «Da Revo-lução à estabilização da Democracia» e «A política colonial do Estado Novo do segundo pós-guerra até à descolonização».

Na biblioteca da escola sentados à mesma mesa estivemos ao longo da tarde numa conversa que nos levou desde a década de 60 do século XX até aos dias de hoje, sendo que alinhavámos um pouco do

futuro. Quisemos perceber o que sabiam, mas também o que os distancia sobre uma data tão importante da história contemporânea portuguesa. São Ana, Marta, Micaela e Miguel, maiores de idade, prestes a concluir a escolaridade obrigatória e a seguir com as suas vidas em frente, uns para a Universidade outros para uma formação mais profissional em áreas que já definiram como determinantes.

Jovens admitem saber pouco sobre 25 de Abril, mas assinalam data com reflexão sobre a Democracia

Susana H. de Sousa

(Da esquerda para a direita) Ana, Micaela , Marta e Miguel

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 15

ESPECIAL 25 DE ABRIL

Internacional de Defesa do Estado]”, conta-nos Micaela. Estudar, agora, aos 18 anos o tema do 25 de Abril foi acima de tudo reconhecer aquela que é também a história do seu avô. “Sem dúvida que enquanto estudei vinham-me à lembrança os vários momentos que já tinha ouvido o meu avô contar e a sensação é especial”, fazendo perceber que de outra forma tudo parece mais distante e abstrato”.

Por sua vez Ana, que tratou o tema da descolonização, também nos confirma que iden-tificou muito daquilo que lá em casa já se dizia. Também o avô “se apercebeu na Guerra Colonial que o que era dito na metrópole sobre as colónias não correspondia”. Os traumas deixados fizeram sempre com que o avô não gostasse de falar sobre esta guerra, mas a sua neta sente que pode, agora, ligar as peças deste puzzle e compreender melhor a sua revolta.

Marta e Miguel testemunham-nos que o seu desconhecimento sobre guerra colonial e 25 de Abril é muito grande. Marta assume que, antes de estudar o tema na aula da professora Ana Paula Chagas, pensava que tudo tinha acontecido de forma muito instantânea. “Quando falavam de liberdade eu pensava que tinha acontecido de uma forma automática, de um dia para o outro!...”. Hoje sorri, percebendo o quanto nada sabia desta parte da História de Portugal que dentro de dias está a ser alvo das mais diversas manifestações.

Também Miguel o assume. “Os meus pais falavam da Revolução, mas eu não tinha a noção do enorme processo que esteve por detrás”.

Descobrir o 25 de Abril e perceber a sua importância nos dias de hoje

Nunca é tarde para aprender, muito menos para clarificar as ideias que se tem sobre a história tão recente e que ainda afetou diretamente alguns membros da nossa família. Marta após estudar o 25 de Abril de 74 gostou de perceber que “para além da figura de Salazar existem outras, como o general Spínola que escreveu o livro «Portugal e o Futuro»”. Esta aluna elenca também as datas que, para além de 25 de Abril de 1974, foram importan-tes. “Tivemos o 28 de Setembro de 1974 [tentativa de contra-revolução], o 11 de Março de 1975 [tentativa de Golpe Militar chefiado por Spínola] e 25 de Novembro de 1975 [Golpe Militar]. Já Micaela mostrou-se surpreendida com toda a organização para o dia 25. de Abril de 1974 acontecer e libertar um país inteiro de uma ditadura. Fascinou-a “no Movimento das Forças Armadas, o facto de abranger todas as patentes e o facto de ter sido possível planear de forma clandestina todo o Golpe”.

A ponte entre passado, presente e futuroQuestionámos Ana, Marta, Micaela e Miguel sobre o que muda depois de trabalharem

o tema 25 de Abril na escola. Rapidamente afirmam que “muda muito porque agora há mais noção sobre a importância que é ter esta vida e não ter uma outra com repressão, com medo de falar, de agir…”. Miguel considera, essencialmente, que “para as mulheres houve uma evolução que não teria havido se tudo continuasse na mesma”. Esta sua opi-nião é influenciada por um facto social evidente. Os rapazes estão em minoria nas salas de aula enquanto elas estão claramente em maioria. “Elas não mandam mais, mas são mais e isso marca a diferença!”. Juntos gracejam com este facto que também os faz refletir num outro. Porque será que são muito mais os homens que conseguem atingir topo de carreira, nomeadamente em Portugal, se até são elas que em maior número concluem os estudos universitários? Serão estas ainda reminiscências de um atraso social provocado por uma ditadura de quase 50 anos!? São questões que os colocam a pensar, sendo que acreditam que “ainda não há uma Democracia plena, com igualdade de direitos entres todos os homens e mulheres”. As várias reflexões que se podem fazer unindo o antes e o depois de 25 de Abril de 1974 são muitas. E talvez seja esta a forma mais fácil para abordar aquelas que são as temáticas que por vezes se mostram distantes da vida dos mais jovens. É curioso verificar que no que toca a liberdades os jovens pouco falam da «Liberdade Política», aliás a política diz-lhes muito pouco. Conhecem pouco. Motiva-os quase nada. Mas já no que diz respeito à liberdade de comportamentos são várias as considerações e preocupações. Ana, Marta, Micaela e Miguel alertam para o facto de “os jovens começarem cedo demais as consumir drogas e a ter relações sexuais”. Marta afirma-o com a concordância dos cole-gas: “há liberdade a mais”. Por outro lado aplaudem a emancipação feminina, a igualdade entre os sexos e são contra a discriminação homossexual e a favor da adoção de crianças por casais do mesmo sexo. “São cada vez mais os casos de relações homossexuais na escola”. Marta acredita que isso se deve “à cada vez menor discriminação”. Neste campo, estes jovens não têm dúvidas ao afirmar que se trata da “afirmação e consolidação da democracia” . O futuro? Está perto. Medos? Não têm importância significativa. Prometem enfrentar o desemprego e a crise de forma convicta, sem pensar em emigrar. Micaela quer ser professora do 1.º Ciclo e Ana advogada. Já Miguel promete perseguir o sonho de ser futebolista e Marta o de maquilhadora. A crise sentem-na, mas, garantem, que o que mais aprenderam até os dias de hoje é que o futuro está nas suas mãos.

Jovens admitem saber pouco sobre 25 de Abril, mas assinalam data com reflexão sobre a Democracia

“Foi há 40 anos se realizaram as primeiras eleições livres em Portugal, depois de 48 anos de regime opressor e liber-ticida. Foram as eleições para a Assembleia Constituinte. Realizaram-se num clima de grande euforia e tensão polí-tica. Com a derrota do golpe reaccionário spinolista de 11 de Março, o processo revolucionário foi acelerado com decisões importantes sobre o reforço do MFA, a realização da Reforma Agrária, o arranque das nacionalizações. Ficou igualmente aberto o caminho para as eleições, o que não teria acontecido se fosse Spínola a triunfar. Mas surgiram também correntes de esquerda a defender o adiamento das eleições por não estarem reunidas as condições para a sua realização em liberdade, em várias zonas do país, especial-mente no Norte, dominadas por caciques da direita, muitos afectos ao regime fascista”. Carlos Brito, escreve-nos isto e muito mais na sua crónica deste mês [ler página 3] num texto que dedica à Constituição da República. Este é aliás um tema “de extrema importância”, lembra ao JBG este líder histórico do PCP e combatente anti-fascista. Recorda que “tem sido graças à nossa Constituição que esta aliança de Direita não tem conseguido destruir direitos fundamen-tais adquiridos com a nossa Democracia”. Questionado sobre o futuro da Constituição Carlos Brito diz que “tudo depende da correlação de forças que vigorarem no país”. Esta crise já demonstrou que o sistema capitalista não tem uma resposta para a humanidade.

Quanto aos jovens, Carlos Brito deixa o recado: “É pre-ciso não desistir de querer um mundo melhor; na huma-nidade houve sempre crises, mas os dias de hoje não têm comparação com os que se viviam durante a repressão salazarista”.

A Constituição Portuguesa: Carlos Brito sublinha a sua “importância fundamental”

16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

DESENVOLVIMENTO

Odiana quer ajudar a reativar o pomar de amendoal no Baixo Guadiana

ACRAL lança marca Produto Algarve

Odiana acolheu sessão de esclarecimentos sobre apoios à agricultura

Governo aprova constituição de mercados locais de produtores

A Odiana participou, dia 3 de Março, numa visita aos novos pomares de amendoeira de Gerena, localidade situada nas proximidades de Sevilha – Espanha. A visita foi promovida pela Associação Terras do Baixo Guadiana (ATBG) e, para além da Odiana, contou com a parti-cipação de outras associações de desenvolvimento do território.

O objetivo consistiu em visitar os novos pomares de amendoeira que começam a surgir nesta e noutras zonas de Andaluzia. De acordo com os empresários e

A associação empresarial ACRAL apre-sentou na Odiana uma nova marca destinada a fomentar a valorização dos recursos e produtos endógenos do Algarve.

Denominada «Produto Algarve», a nova marca assume a forma de marca comunitária certificada, e terá expressão através de um selo criado para aplica-ção nos produtos certificados. A ACRAL apresentou a imagem do selo que estará disponível para utilização pelos agentes económicos certificados.

A marca Produto Algarve assenta numa estratégia de valorização dos recursos e produtos criados / produzi-dos ou transformados na região através do uso de recursos, produtos e técnicas endógenos do Algarve.

“Acrescentar valor aos produtos e recursos do Algarve quer ao nível regio-nal, quer ao nível nacional e interna-cional é o objectivo desta marca que vai ser a face mais visível do projecto “Algarve Positivo”, refere Victor Guer-reiro, presidente da ACRAL.

O Governo aprovou A 19 de Março em Conselho de Ministros o regime jurídico aplicável aos mercados locais de produtores, uma legislação que pretende promover “o desenvol-vimento dos produtos locais e do consumo local”.

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, presente na habitual conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, afirmou que os mercados locais “podem ser constituídos por autarquias, organizações de produtores, ou mistos”, visando “criar um espaço onde os produtores vendam diretamente aos consumidores e sem intermediários”.

Para Assunção Cristas, a aprovação deste regime jurídico “cria cadeias curtas na dis-tribuição dos produtos”, uma vez que “não havia um enquadramento legislativo para os mercados de proximidade local”.

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2014 como o Ano Inter-nacional da Agricultura Familiar, apontando o seu papel na erradicação da fome e pobreza, no fornecimento de alimentos, na melhoria das condições de vida, na gestão de recursos naturais, na proteção do meio ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável.

No âmbito do PDR 2020 [Programa de Desenvolvimento Rural] encontram-se atualmente abertas candidaturas para obtenção de apoio financeiro para investimento na área agrícola e instalação de jovens agricultores. Como tal, a Odiana vai realizar uma sessão de esclarecimentos no território do Baixo Guadiana cujo objetivo é elucidar os empresários e direcioná-los para as ações concretas. Para já estão abertas as Ações 3.2.1 Investimento na Exploração Agrícola; 3.2.1. Investimento, Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas; 3.1.1. Jovens Agricultores; e 3.2.1 Investimento na Exploração Agrícola + Jovens Agricultores. Entre os prazos para candidatura constam Abril e Junho de 2015.

Recorde que a Odiana, enquanto associação de desenvolvimento do território detém um Gabinete de Apoio ao Empresárioque está disponível para esclarecer os empresários sobre este e outros apoios. Para agendar a sua reunião contacte os números em rodapé. Recorde que o programa PDR é um instrumento estratégico e de apoio ao desenvolvimento rural do continente, cofinanciado pelo FEADER – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural.

agricultores espanhóis, estamos a assistir a um processo de valori-zação da amêndoa, impulsionado essencialmente pelo aumento da procura por parte de Países como a China e a India.

Resultado desta visita, a Odiana está atenta a esta nova realidade, que representa uma potenciali-dade e uma nova oportunidade de investimento no Baixo Gua-diana e no Algarve. Para além da vertente económica, representa também uma oportunidade de voltar a prestigiar o Pomar de Sequeiro Algarvio. Recorde que

O Projecto Algarve Positivo repre-senta uma iniciativa transversal a toda a região e a todos os sectores da eco-nomia regional, bem como pretende abranger todos os agentes económicos e actores fundamentais na geração de valor acrescentado para a economia da região.

Três eixos fundamentais

O projecto, co-financiado pelo Pro-

grama Operacional Algarve21 (PO Algarve21), assenta em três eixos fundamentais: A criação de uma rede activa de produtores, intermediários e comercializadores de produtos regio-nais, fomentando a criação de sinergias e a integração e partilha de know-how no ciclo económico. A valorização dos produtores e produtos regionais através de um conjunto de ferramen-tas de comunicação e de informação actualizadas e sustentáveis, garantindo facilidade de acesso à informação por parte de todos, e de uma marca “Pro-

a amendoeira sempre esteve pre-sente na vida das gentes do Baixo Guadiana, sobretudo no barro-cal e serra, sendo uma marca do Algarve, não apenas a nível de doçaria, como a nível cultural e etnográfico.

Assim, a Odiana acredita que será possível revitalizar alguns dos pomares já existentes e criar novos, não apenas de amêndoa, mas também a par de outros frutos secos como a alfarroba e o figo, nomeadamente através de medidas de apoio agrícola dispo-níveis. Recorde que no âmbito do

duto Algarve” destinada a identificar os produtos e produtores integrados neste sistema de certificação comuni-tária. (ver info anexa sobre a edição de guias temáticos) A criação de um portal web e mobile app onde constem os produtores regionais, os produtos regionais e as lojas de tradição, de forma a permitir um aceso facilitado de todos os agentes do ciclo econó-mico, do comerciante ao revendedor e ao importador de outros países, até ao consumidor final, às informações sobre quem produz, onde, como e o quê no Algarve. Este portal terá três grandes áreas, uma destinada a produtos e pro-dutores, uma destinada a lojas tradição e outra destinada à exportação.

“O desafio é imenso e estamos no terreno a criar a rede de agentes eco-nómicos, desde os produtores até aos distribuidores finais que permite criar o portal e iniciar a implementação do selo Produto Algarve”, diz Victor Guer-reiro.

“Temos neste momento uma forte

PDR 2020 [Programa de Desen-volvimento Rural] encontram-se atualmente abertas candidaturas para obtenção de apoio finan-ceiro para investimento na área agrícola e instalação de jovens agricultores.

A salientar que a Odiana quer informar e elucidar os empresá-rios do Baixo Guadiana sobre as candidaturas abertas, sendo que decorre uma sessão de esclareci-mentos no dia 20 de Março pelas 18h na sede da associação.

Ações abertas:

campanha de sensibilização de pro-dutores e intermediários através de sessões de esclarecimento, contactos directos, showrooms, e workshops que estão a decorrer em todo o Algarve, como está a acontecer hoje, aqui no mercado municipal”, refere o presi-dente da ACRAL.

O modelo de certificação (marca comunitária) está escolhido, com base

Ação 3.2.1 - Investimento na exploração agrícola

Ação 3.3.1 - Investimento Transformação e comercialização de produtos agrícolas

Ação 3.1.1 - Jovens Agricul-tores

Ação 3.2.1 - Investimento na exploração agrícola + Jovens Agricultores

Para consultar os avisos de abertura, e outros documentos relativos às candidaturas, con-sulte: https://balcao.pdr-2020.pt/balcao/inicio/auth/login

num estudo desenvolvido com recurso a entidades especializadas na área e asse-gura uma ponderação custo/benefício muito positiva, em que a certificação obedece a regras precisas e auditadas por uma entidade externa, mas cujo processo foi simplificado de forma a que os agentes económicos não se afundem em processos de certificação tão com-plexos que não compensam.

Denominada “Produto Algarve”, a nova marca assume a forma de marca comu-nitária certificada

A Associação Odiana visitou em Andaluzia os novos pomares de amendoeira que começam a surgir em força nesta Região. O objetivo foi estabelecer contactos e recolher informação sobre novos investimentos ligados ao setor dos frutos secos, sendo que podem representar uma nova oportunidade de negócio no Baixo Guadiana, no âmbito das medidas de apoio do PDR2020.

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 17

DESENVOLVIMENTO

RTA assinalou 45.º aniversário com debate

Castro Marim Golfe & Country Club inaugurou novo restaurante

Criada Plataforma «Algarve Livre de Petróleo»

O presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), Desidério Silva, garantiu que o turismo algarvio contribui com 4,5 mil milhões de euros para o PIB nacional e foi com base nesse pressuposto e nos bons resultados alcançados pelo destino turístico em 2014 que reivindicou ao Governo contrapartidas de inves-timento na região. A declaração foi proferida perante o primeiro-minis-tro, Pedro Passos Coelho, que assis-tia ao debate «Turismo no Algarve: passado, presente e futuro», pro-movido em Almancil pela entidade regional, no dia em que celebrou o seu 45.º aniversário.

«Em termos promocionais vimos alargada a possibilidade de atuação que recentemente passou a incluir Espanha. Retomámos o conceito de mercado interno alargado, porém, isso não se refletiu numa maior dotação orçamental», referiu com alguma preocupação Desidério Silva, já que o mercado espanhol representa cerca de 30 por cento das dormidas oficiais da região.

Os casuísticos cortes e cativações orçamentais que vieram reduzir a

Decorreu a 24 de Março a inaugu-ração do novo restaurante «Quinta do Guadiana», com a presença pre-sidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, do proprietário do Castro Marim Golfe & Country Club, Willem van Kooten, e do diretor-geral do empre-endimento, Ricardo Cipriano, entre outras figuras locais e regionais.

O novo restaurante, localizado no primeiro piso do recentemente inaugurado Clubhouse aberto com-pletamente renovado em Setembro 2014, depois de um investimento de cerca de 1 milhão de euros - tem

Em fecho de edição chegou à nossa redação um comunicado que nos dava conta da recém-criada Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP). Trata-se de um movimento criado este em Março na sequência da iniciativa de um conjunto de cidadãos e entidades da região do Algarve. Neste momento fazem parte da PALP entidades tão diversas como a Glocal Faro, o Movimento Algarve Livre de Petróleo, a Quer-cus - ANCN, a Almargem, a New Loops, a SPEA - Sociedade Portu-guesa para o Estudo das Aves e a Peace and Art Society. Este con-junto de cidadãos “que se posi-ciona em defesa de um Algarve sustentável informa que vai soli-citar aos presidentes de todas as câmaras municipais da região esclarecimentos sobre todas as decisões já tomadas no âmbito da exploração de hidrocarbonetos no Algarve; sobre as condições esti-puladas no contrato de explora-ção entre o Estado e as empresas petrolíferas e sobre o posiciona-mento político dos responsáveis

capacidade de atuação e intervenção da RTA, bem como as urgentes inter-venções na EN 125, a eletrificação da linha ferroviária do Algarve e a melhoria dos portos comerciais de Faro e Portimão foram outros dos temas abordados por Desidério Silva na sessão de abertura do debate que juntou mais de 300 empresários, investidores, profissionais do setor, autarcas, associações empresariais, entidades oficiais, escolas de hote-laria e membros do Governo.

Entre o painel de oradores convi-dados para este debate em formato de prós e contras, onde também se ouviram as opiniões da plateia, esteve o empresário André Jordan, o ex-secretário de Estado do Turismo Vítor Neto, o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figuei-redo, e o diretor do Aeroporto de Faro, António Correia Mendes. Todos eles conduzidos pelo diretor-adjunto da Lusa, Ricardo Jorge Pinto, e pelo diretor-adjunto do Expresso, Nico-lau Santos, que moderaram durante mais de duas horas um encontro onde ainda se discutiram as perspe-tivas futuras para o maior destino

capacidade para 80 pessoas e dispõe de maravilhosas vistas para o Oceâ-nico Atlântico a sul, Rio Guadiana/Ayamonte a este, sempre integradas no verdejante ambiente do campo de golfe.

“O «Quinta do Guadiana» inse-re-se na política de desenvolvimento estratégico do empreendimento, levada a cabo nos últimos cinco anos, e pretende ser uma referên-cia na restauração do concelho de Castro Marim e do Sotavento Algar-vio, que pela qualidade da comida servida, quer pelo serviço prestado por este empreendimento de 4 estre-

dos municípios algarvios sobre a exploração de petróleo e gás natural no Algarve”.

De acordo com a PALP “está aberta a participação e ao envol-vimento de todos os cidadãos da região e do país que queiram juntar-se na defesa de um Algarve Sustentável e contra a explora-ção de petróleo na região. Esta plataforma, pretende, nesta sua primeira comunicação pública, alertar toda a população da região do Algarve para os riscos ineren-tes à exploração de hidrocarbone-tos na costa algarvia”, lembrando que não houve qualquer debate público sobre as consequências para a região de uma tomada de decisão desta natureza, nem há conhecimento de qualquer estudo de impacto social e ambiental. Nada se conhece do contrato entre o Estado e as empresas de exploração petrolífera. O silêncio e o secretismo político à escala governamental, regional e local sobre este assunto é ensurdece-dor. Os algarvios foram postos à margem neste processo.

turístico nacional. A promoção do Algarve em Por-

tugal e no estrangeiro, a criação de mais atrações turísticas para com-bater a sazonalidade (como um calendário forte de eventos e uma oferta cultural genuína), a renta-

las”, explica Ricardo Cipriano, direc-tor daquele empreendimento.

Do novo menu, agora apresen-tado, destacam-se vários pratos regionais com forte ligação ao mar e à serra, numa relação direta à Dieta Mediterrânica, assim como diversos pratos nacionais e internacionais.

O restaurante está aberto ao público em geral, diariamente, das 12h00 às 15h00 para serviço de almoço, e das 19h00 às 22h00 para serviço de jantar. Organi-zam-se aqui casamentos, batiza-dos e serviços para grupos e festas especiais.

bilização do ativo que representa o aeroporto de Faro para a região e o desenvolvimento do mercado residencial estiveram no centro das atenções dos oradores que expressa-ram diferentes pontos de vista sobre o turismo algarvio.

O debate «Turismo no Algarve: passado, presente e futuro» decor-reu no Ria Park Hotel & Spa, em Almancil, assinalando o arranque das comemorações dos 45 anos da Região de Turismo do Algarve, criada a 18 de março de 1970.

Presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), Desidério Silva, garantiu que o turismo algarvio contribui com 4,5 mil milhões de euros para o PIB nacional. Passos Coelho marcou presença no debate

O restaurante «Quinta do Guadiana» insere-se na política de desenvolvimento estratégico do empreendimento

Primeiro-ministro presente

João Dinis

18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

DESENVOLVIMENTO

Investimento de 5 milhões de euros no Centro Hospitalar do Algarve

Almargem denuncia amianto na Ria Formosa

Ministro do Ambiente considera normal a morte de Kayakweru, um dos seis linces ibéricos libertados em Portugal

A Associação Almargem expressou publicamente o seu desacordo pela forma como foram planeadas as ope-rações de demolição de casas na Ria Formosa.

“Na Praia de Faro, privilegiar o derrube de casas de construção mais modesta e deixar de pé construções com 2 ou 3 andares, não faz qualquer sentido do ponto de vista ambiental.

Por seu lado, na Ilha da Culatra, arra-sar, pela mesma razão, os Hangares, um dos locais menos em risco da ilha, e poupar as construções mais expostas da ponta do Farol, também vem compro-var a forma ligeira e injusta como todo o processo vem sendo conduzido.

Mas, agora que as demolições avan-çam, outras questões se levantam”, denuncia a associação ambientalista em comunicado às redações.

A Almargem acredita que “tal como aconteceu há alguns anos atrás, embora numa escala bem mais reduzida, tudo indica que os cuidados que estão a ser tidos no que respeita o manuseamento e encaminhamento dos entulhos, deixam muito a desejar”.

Kayakweru criada no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves, e libertada, a 25 de fevereiro perto de Mértola foi encontrada morta.

Não tendo chegado a sobreviver naquele meio durante um mês, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que monitorizava o animal, tinha examinado o espécime por volta das 19 horas.

Em comunicado, a entidade, tutelada pelo Ministério do

O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) quer investir cinco milhões de euros em obras de remodelação do bloco operatório do hospital de Faro e na ampliação da unidade de cuidados intensivos coronários, disse esta terça-feira o administrador. Em declarações à Lusa, o seu adminis-trador Pedro Nunes adiantou que o projeto prevê deslocar o bloco ope-ratório de ambulatório para junto do bloco operatório central e também aumentar a capacidade da unidade de cuidados intensivos coronários de seis para 10 camas, além da aquisição de novo equipamento para ambos os serviços. Segundo o presidente do conselho de administração do CHA, o bloco de ambulatório vai ficar no terceiro piso do edifício central do hospital de Faro, um piso abaixo do local onde já funciona o bloco cen-tral, ficando ambos ligados através de um acesso interior, para potenciar os recursos humanos e aumentar a

segurança no transporte dos doen-tes. Os projetos de alteração já estão feitos há mais de dois anos, mas a administração do centro aguarda ainda a aprovação do ministério da Saúde para avançar, embora Pedro Nunes esteja confiante de que deverá haver luz verde do Governo para se conseguir lançar as obras ainda este ano. “Este investimento só é possí-vel no Algarve na medida em que os hospitais estão articulados e já se faz uma gestão conjunta”, argumentou, sublinhando que as poupanças decor-rentes da criação do centro hospita-lar, há um ano e meio, e, sobretudo, a injeção de capital por parte do minis-tério em 2014, permitiram liquidar uma dívida de 120 milhões de euros. “Com o último aumento de capital social, de 24 milhões de euros, no final de 2014, e mais dez milhões de euros do orçamento do hospital, conseguimos pagar a dívida”, afir-mou aquele responsável, ressalvando

que a administração conseguiu normalizar a situação financeira do centro no ano passado e que atualmente “não gasta mais do que o orçamento”. Segundo Pedro Nunes, o orçamento do CHA para este ano ainda não está fixado, mas o orçamento anual é de aproximadamente 180 milhões de euros, pelo que, mesmo que se avançasse com a obra do Hospital Central do Algarve, cinco milhões de euros representariam apenas um pequeno investimento.

“A forma como está a ser feito o derrube das casas, com auxílio de maquinaria pesada, garante certa-mente uma maior celeridade de pro-cessos mas implica a produção de uma enorme quantidade de entulho miúdo que não chega a ser recolhido, ficando espalhado pela areia.

E o mais grave de tudo, é que parte desse entulho contem amianto, cujo processamento obriga a cuidados extre-mos, tendo em conta a sua perigosidade para o ambiente e a saúde humana.

Assim, tendo em conta as ilegalida-des ambientais e as injustiças sociais que estão a ser criadas pelo processo de demolições em curso, bem como o perigo, presente e futuro, para a saúde dos cidadãos devido ao manu-seamento inadequado de toneladas de amianto, a Associação Almargem vem apelar ao Ministro do Ambiente que ordene a suspensão imediata das operações de demolição na Ria For-mosa e a realização de uma avaliação das operações já realizadas de modo a evitar danos maiores”, pode ler-se no comunicado.

Ambiente, afirma que ainda não era conhecida a causa de morte do animal. O instituto, porém, ressalva que Kayakweru, aquando da monitorização pre-sencial, apresentava “os compor-tamentos normais da espécie”. O ICNF informou que o corpo do lince será “encaminhado” para o Instituto Nacional de Inves-tigação Agrária e Veterinária (INIAV), para “realização de necropsia” e “apuramento” das causas da morte.

A Associação Almargem expressou publicamente o seu desacordo pela forma como foram planeadas as operações de demolição de casas na Ria Formosa

O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) quer INVESTIR cinco milhões de euros em obras de remodelação do bloco operatório do hospital de Faro e na ampliação da unidade de cuidados intensivos coronários

Não chegou a sobreviver durante um mês na natureza. Kayakweru, fêmea de Lince-Ibérico criada em cativeiro

Cláudia Semedo, embaixadora do AED, referiu na cerimónia de lançamento do AED: “Tive a sorte de nascer numa família multicultural, o que faz com que olhe para cada ser humano como se olhasse para um espelho. Ao respeitar-mos o outro como igual, queremos que ele seja livre - e para se ser livre tem de se ser inteiro, não se pode ter fome, medo, ou falta de casa”.

A coordenação do programa português está a cargo do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, cuja presidente, Ana Paula Labori-nho, apelou, em discurso, à “abertura a todos os cidadãos” do programa comunitário que visa a redução e, a longo prazo, a erradicação da pobreza a nível mundial, de acordo com o Jornal Oficial da União Europeia.

Ana Paula Laborinho, Presidente do Camões I.P. referiu ainda que “No ano de fim da vigência dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio e de aprovação da nova Agenda de Desenvol-vimento Global dos Objetivos de Desenvolvi-mento Sustentável, assente no estabelecimento de metas universais, urge aprofundar o conhe-cimento e impulsionar o debate sobre o lugar de Portugal e o papel da Europa face aos novos desafios de desenvolvimento e mecanismos de governação globais que nos interpelam. Com a celebração do Ano Europeu para o Desenvolvi-mento em Portugal, aspiramos a contribuir para informar e promover a participação e o pensa-mento crítico dos cidadãos portugueses no que se refere às políticas de desenvolvimento. (...) O Ano Europeu constitui ainda uma admirável oportunidade para promovermos, em con-junto, a cidadania global e a sensibilização para as questões do desenvolvimento, num Mundo cada vez mais interdependente”.

Jorge Sampaio, que discursou na cerimónia, defendeu que se deve ultrapassar a pobreza, promover o desenvolvimento e, para isso, uma palavra-chave: solidariedade. Jorge Sampaio está convencido de que mesmo em tempos de crise, os portugueses não perderam o sentido de ajuda. Por isso, há que aproveitar essa dis-ponibilidade e há que agilizar os organismos no terreno: «É necessário uma nova visão que cruze ajuda pública e privada ao desenvolvi-mento, que faça da cooperação um domínio em que governos, setor privado e sociedade civil se podem aliar e serem vencedores em partes iguais».

O Secretário de Estado dos Negócios Estran-geiros e da Cooperação, Luís Campos Ferreira, também presente na cerimónia, vai contribuir nesse esforço ao nível da União Europeia para “explicar aos cidadãos europeus como funciona a ajuda ao desenvolvimento”.

Para o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a “honra” de albergar o arranque do Ano Europeu para o Desenvolvimento prendeu-se ainda com a “questão ideológica” da iniciativa, que visará “outros valores para além do sacrossanto PIB [Produto Interno Bruto]”. Segundo o autarca, os objetivos do apoio ao desenvolvimento internacional e de questões humanitárias constituem iniciativas políticas que devem “prevalecer sobre a técnica e sobre os técnicos”. “Hoje, de forma inaceitá-vel, alguns técnicos ou agentes internacionais acham-se, relativamente aos agentes políticos, mais competentes e autorizados para interpre-tar e - porque não? - definir o interesse público”, observou Rui Moreira, considerando tratar-se de “uma reivindicação profundamente antide-mocrática, disfarçada nas vestes enganadoras da competência e eficiência”.

Ano Europeu para o Desenvolvimento abertura oficial em Portugal

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

«Perto daEuropa»

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 19

CULTURA

«Apontamentos da Margem» junta 23 poetas do Baixo Guadiana

Ana Amorim Dias apresentou novo livro «Quatro»

«Semana da Paixão» em exposição no Castelo de Castro Marim

Folares, artesanato e música na Feirinha da Páscoa em Altura

Páscoa Doce em Castro Marim com muita animação

Já foi apresentado a coletânea poética «Apontamentos da Margem» escrita por 23 poetas do Baixo Guadiana.

A apresentação teve lugar a 21 de Março, Dia Mundial da Poesia e a Casa do Sal em Castro Marim foi pequena para acolher todos aqueles que quiseram assistir a uma tarde de poesia e música no «Chá com Letras».

O escritor espanhol Diogo Mesa, a quem coube fazer a apresentação dos «Apontamentos da Margem», mostrou-se surpreendido pela união dos poetas do Guadiana,

A 13 de Março Ana Amorim Dias, perante uma plateia interessada e que encheu a Casa do Sal, em Castro Marim, apresentou o seu mais recente livro. Chama-se «Quatro» e é um romance que narra a história improvável de amizades inespera-das em torno das relações huma-nas e de um passado que teima em persistir, cujo denominador comum é o número “Quatro”, “Uma acom-panhante. Uma assassina. Um her-deiro. Um viúvo.”

Segundo a autora, “Mais do que as palavras, são as pessoas o meu barro”. Apaixonada pelo ser humano, pela intensidade e por emocionantes vivências, faz da escrita um prazer que diariamente

tendo referido que o livro é uma homenagem à poesia que irá fazer história na literatura do Baixo Guadiana.

Ao longo da tarde, ecoou na Casa do Sal a música de Paco Barrera e do Grupo Coral da Uni-versidade do Algarve e as palavras dos poetas através da leitura de poemas do livro “Apontamentos da Margem”, em cuja contracapa João Pereira escreveu “Um dia o Guadiana beijou o mar e nunca mais dele se separou”. É ainda de salientar o trabalho de ilustração da capa do livro pelo jovem Nuno

Rufino.No Dia Mundial da Poesia, numa saudação à chegada da primavera, o

«Chá com Letras» iniciou-se com a música do violinista Paco Barrera e

a intervenção da vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra que, agradecendo a participação dos poetas do Guadiana e demais convidados no evento, enalteceu a importância da edição do livro “Apontamentos da Margem”, para afirmar que a Casa do Sal “procura ser um ponto de encontro de vontades e um lugar onde queremos acrescentar uma pitada de sal à nossa vida no sen-tido mais poético da palavra”.

O jovem ayamontino DJ Perro Andaluz passou música do mundo.

partilha na busca constante de des-pertar nos outros aquilo que mais ambiciona para si: emoções.

Ana Amorim Dias, escritora, advogada e empresária, conta já com cinco romances, entre eles «Histórias do «(A)Mar» e «Zoia» e a biografia «Olho Ubíquo, A vida de Eric Lobo». É, ainda, de sublinhar o facto de já ter escrito mais de um milhar de crónicas publicadas em jornais, entre eles o JBG, revistas e plataformas digitais.

Questionada pelo JBG também sobre a importância dos media na divulgação da sua escrita a escritora observou que “são de grande impor-tância pela plataforma de leitura e divulgação que representam”.

A coletânea «Apontamentos da Margem» junta 23 poetas do Baixo Guadiana

Foi uma plateia interessada aquela que assistiu à apresentação do livro “Quatro” de Ana Amorim Dias

Nesta exposição o visitante é convidado a descobrir os ritos da Semana Santa

«Perto daEuropa»

A Associação Cultural das Amen-doeiras em Flor, com a colaboração da Câmara Municipal de Castro Marim, apresenta, de 29 de março a 12 de abril, a “Semana da Paixão” - exposição Martírios do Senhor - na Igreja do Castelo da vila.Nesta exposição, o visitante é convidado a descobrir os ritos da Semana Santa, período compreen-dido entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa, através de uma maquete com mais de três mil peças de cerâmica pintada à mão que recria a paixão de Cristo, quando Jesus se entrega, volun-tariamente, para ser crucificado a fim de pagar pelos pecados do seu povo.Com o propósito de valorizar a exposição “Semana da Paixão”, cuja inauguração está marcada para o dia 29 de março, às 16.00

horas, na Igreja do Castelo, haverá, ainda, uma mostra de arte sacra, que inclui diversas peças ligadas à religião cristã.A exposição, com a maquete da

via-sacra, tem os apoios da Direção Regional de Cultura do Algarve, da Paróquia de São Tiago de Castro Marim e da Santa Casa da Miseri-córdia de Castro Marim.

Numa organização da Junta de Fre-guesia de Altura, com a colaboração da Câmara Municipal de Castro Marim, decorre, dias 4 e 5 de abril, a Feirinha da Páscoa, em Altura.No fim-de-semana da Páscoa, a partir das 10 da manhã, duas dezenas de expositores vão estar no Parque de Estacionamento de Altura, a vender o tradicional e delicioso folar da Páscoa, bem como doces regionais, artesanato e outros produtos da terra. Também os mais pequenos não foram esquecidos nesta festa pascal, colocando para o efeito as mãos na massa, através da

Dia 5 de Abril, domingo de Páscoa, mercadinho e muita animação na Praça 1º de Maio em Castro Marim, com Zé Aníbal e a atuação do Rancho Folclórico de Santa Catarina da Fonte do Bispo. Workshop de folares e cup-cakes.Á noite, 21:30h, o concerto de Páscoa com a Banda CastroMarinense Castro Marim na Casa do Sal.

realização de workshops de folares e pintura de ovos da Páscoa, de acordo com a sua criatividade e imaginação.Outra das fortes componentes da Feiri-nha da Páscoa, em Altura, é a música, que estará em palco com o grupo “Mato Bravo” e o grupo etnográfico da Associação das Amendoeiras em Flor.Eventos festivos desta natureza ajudam à promoção dos produtos da terra e a alavancar a economia local, afirmando Castro Marim na época baixa, quando a procura turística no concelho é reduzida.

20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

CULTURA&AGENDA

Grupo de teatro estreou o novo espetáculo no Dia Mundial de Teatro e contou com casa cheia. Biblioteca municipal de Castro Marim recebe esta peça novamente dias 11, 12, 18 e 19 de Abril

Atores de Castro Marim fazem sucesso com Teatro de Revista «Mau Tempo no Sapal» Decorreu a 27 de Março, na Biblioteca Municipal de Castro Marim, a estreia da nova peça do grupo de teatro do Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Câmara Municipal de Castro Marim - “Mau Tempo no Sapal”, com encenação de Francisco Brás.Naquele que foi o Dia Mundial do Teatro, a casa foi pequena para acolher o entusiasmado público, que desfrutou de um teatro revista de duas horas, marcado pela comédia, música e poesia.«O Horácio ‘tá preso», «Monó-logo do Ovo», «Doenças», «A Bêbada», «Clube dos Donos de Casa», foram algumas das rábulas apresentadas.Estão já a ser produzidos novos espetáculos. As datas são 11 e 18 às 21h e 12 e 19 às 16h, na bilioteca municipal de Castro Marim.

A G E N D A

livro “Viagem ao Algarve” de

Diego Mesa

Casa do Sal – Castro Marim

21h00

18 de abril | Encontro de Bebés

na Piscina

Piscina Municipal de Castro Marim

/ 10h30

19 de abril | Peddy Paper da

Alta Mora

Alta Mora / Hora: a definir

21 a 24 de abril | VATe (Vamos

Apanhar o Teatro)

Agrupamento de Escolas de Castro

Marim

25 de abril | Comemorações do

Castro Marim / Hora: a definir

25 de abril | Workshop de

Defesa Pessoal

Pavilhão Municipal de Castro Marim

/ Hora: a definir

26 de abril | Feira do Campo

Furnazinhas / Hora: a definir

BAILES E SERÕES DE

ACORDEÃO

4 a 26 de abril

VRSA

Exposição «A escola da nossa

memória»

10 abril > 31 maio 9h30 > 13h00

| 14h00 > 16h45Arquivo Histórico

Municipal António Rosa Mendes

Arquivo entre Histórias «Os

500 anos do ataque português

a Marraquexe»

Por Fernando Pessanha

9 abril - 18h00 - Arquivo Histórico

Municipal António Rosa Mendes

Sinónimos de Leitura

Data: 16 > 24 abril

Local: Biblioteca Municipal Vicente

Campinas| VRSA

Feira do Livro

Oficinas de expressão plástica e

manualidades

Clube de Leitura

Tema: Haruki Murakami

30 abril - 18h00

Biblioteca Mun. Vicente Campinas

Exposição dos originais da

ilustração do livro «Selva

molhada» de Carla Mourão

6 > 30 abril - segunda a sexta - 9h15

> 19h45 | sábado - 14h00 > 19h45

Biblioteca Mun. Vicente Campinas

Exposição Mail Art a partir da

obra «Levantado do Chão» de

José Saramago

6 > 30 abril - segunda a sexta - 9h15

> 19h45 | sábado - 14h00 > 19h45

Biblioteca Mun. Vicente Campinas

II Fórum Geral Associativo

Contexto e perspetivas com

três painéis temáticos: Cultura,

Desporto, Educação e Juventude

11 abril - 9h30 - Biblioteca

Municipal Vicente Campinas

«AL MOURARIA»

Fado | Tango - 4 abril

21h30. Centro Cultural António

Aleixo | VRSA

Espetáculo Comemorativo do X

Aniversário da Companhia de

Dança Splash

11 abril . 21h30 - Centro Cultural

António Aleixo | VRSA

Kizomba Solidária

Som de Ângelo Correia e aula com

Lino Nunes

18 abril - 16h00 > 18h00

Centro Cultural António Aleixo

Visita-jogo - «Desenterrar o

passado. Fazer falar pedras,

ossos e cacos no túmulo

Megalítico de Santa Rita»

Público-alvo – Turma do 2º / 3º ciclo

17 abril 9h30 > 12h30

Santa Rita

«Entusiasmos»

Exposição de Trapologia

contemporânea de Teresa

Patrício

até 30 abril - 9h00 > 13h00 | 14h00

> 17h00 - CIIPC - Antiga Escola

Primária de Santa Rita

International Sports Meeting

1 > 4 abril - Monte Gordo

22ª Edição - «Mundialito de

futebol 7»

até 5 abril

Complexo Desportivo | VRSA >

Campo Beira-mar | Monte Gordo >

Campo Lusitano | VRSA > Campo

Ayamonte | Ayamonte

II Edição da Semana do

Desporto

até 5 abril - 10h00 > 19h30 Praça

Marquês de Pombal

Raid BTT

26 de abril - Mina de São Domingos

– Vila Real de Santo António

Andebol

Concentração de Bambis

12 abril - 9h30 > 12h00

Pavilhão José Ilídio Setúbal

Taça do Algarve Andebol Minis

Masculinos

Náutico x CC Loulé / Náutico x

Lagoa A

19 abril - 9h30 > 12h00

Pavilhão José Ilídio Setúbal

Campeonato Regional Andebol

Infantis Masculinos

Náutico x CC Loulé

26 abril - 11h00 - Pavilhão José

Ilídio Setúbal

Páscoa nos Mercados

1 > 4 abril - 9h00 > 13h00

Mercado Municipal de VRSA |

Monte Gordo | Vila Nova de Cacela

Festival da Primavera

até 10 abril - segunda a sexta das

9h00 > 21h00 - Universidade dos

Tempos Livres

Castro Marim

21 de março a 5 de abril | 2ª

Edição Primavera com Gostos

Odeleite

29 de março a 12 de abril |

“Semana da Paixão”- exposição

Martírios do Senhor

Igreja do Castelo de Castro Marim /

Todos os dias, entre as 09h00 - 19h00

8 a 30 de abril | Exposição de

Pintura Carla Mourão

Casa do Sal – Castro Marim

De terça-feira a sábado

4 e 5 de abril | Feirinha da

Páscoa

Altura / 15h00

6 de março a 5 de abril |

Exposição “Fukushima”

Casa do Sal – Castro Marim

De terça-feira a sábado

3 a 05 de abril | Challenge

Alturense

Castro Marim e Altura

11 de abril | Encontro de

Hidroginástica

Piscina Municipal de Castro Marim

/ 16h00

12 de abril | 2ª Jornada

do Campeonato de Pesca

Desportiva no Rio Guadiana

17 de abril | Apresentação do

POR CÁ ACONTECE

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 21

CULTURA

«Sinónimos de Leitura» traz a Vila Real de Santo António grandes nomes da literatura

Criados «Guias (Re)Descobrir: Alcoutim na Rota do Algarve Medieval»

Afonso Reis Cabral, Prémio Leya 2014, Sérgio Godinho e Mário Zambu-jal são alguns dos nomes do «Sinónimos de Leitura» 2015

Imagem do pack que contempla guia, T-shirt e outro merchandisig alusivo

Sérgio Godinho, Mário Zambujal, Carlos Reis, Freitas do Amaral, Pilar del Rio, Afonso Reis Cabral encabeçam o cartaz da edição do certame «Sinónimos de Leitura», com a apresentação das suas mais recentes obras de literatura. Para além de livros e de nomes nacio-nais, vão constar outras artes, como é o caso da dança e do teatro. A poesia e os contos infantis, bem como uma feira do livro prometem impregnar qualidade ao evento. Trata-se de mais uma edição dos «Sinónimos de Leitura», organi-zado pela Biblioteca Municipal Vicente Campinas, de Vila Real de Santo António, que ao longo dos anos tem vindo a crescer e este ano promete atrair ainda mais público com a quantidade e a qualidade do cartaz. Neste quarto ano consecu-tivo do certame o público vai ter oportunidade de assistir a apresen-tação de livros que foram publica-dos recentemente e também vai haver lugar para escutar de perto o «Prémio Leya 2014» Afonso Reis Cabral.

Ao longo dos dias vão ter lugar diversas atividades para todas as idades. Sessões de conto com

Cristina Taquelim, Antonella Gilardi, Margarida Gomes e António Fontinha; Dança com Ana Borges; visita guiada à exposição de Mail Art a partir do livro «Levantado do Chão» de José Saramago, por Diego Mesa; oficina de música com Fernando Malão; Encontro com a ilustradora Danuta Wojcie-chowska e Documentário sobre o 25 de abril de 1974, entre outros.

Autores locais

« Nacionalismos espanhóis – tensão e conflitualidade» de Filipe Vasconcelos Romão, autor vilarealense vai ser também um dos momentos, a que se juntam os artistas locais Carla Mourão, ilustradora, e José Guedes, que a quatro mãos vão apresentar «Selva molhada». Do lado da poesia os «Poetas do Guadiana» vão também enriquecer este certame. O Jornal do Baixo Guadiana vai dar o seu con-tributo com a tertúlia «O 25 de abril de 1974 nos Media do século XXI ».

Através da edição de um conjunto de pequenos livros portáteis, encon-tra-se em curso uma renovada des-coberta sobre o património medieval do Algarve. O projeto teve início em 2013 com o Guia de Castro Marim: decifrar a organização dos arruamen-tos no interior da muralha medieval, ilustrar estruturas desaparecidas como a monumental torre de menagem do Castelo, comentar a paisagem em redor durante a Idade Média consti-tuem algumas das 14 Paragens propos-tas. Em 2014 foi a vez de desvendar os segredos de Loulé e Salir. Através de um percurso no interior e no exte-rior da antiga muralha medieval de Loulé, eis algumas das perguntas a que demos resposta: que modelos tinham as portas de acesso à urbe? Como se organizavam os banhos islâ-micos? Onde era a antiga mesquita? Ainda neste guia, o visitante poderá interpretar a muralha islâmica de Salir e compreender o seu posiciona-mento territorial -uma defesa face ao “mundo” cristão que se aproximava do Norte. Na Primavera de 2015 edita-se o Guia de Alcoutim, lançado simboli-camente no dia 31 de Março, dia em que se comemoram as Pazes de Alcou-tim (31 de Março de 1371) entre o rei português e o rei espanhol.

A primeira das 12 Paragens posi-

ciona o visitante na Porta principal do Castelo da Vila, onde poderá comparar a mesma com o desenho mais antigo de Alcoutim, elaborado em 1509 por Duarte de Armas. Seguem-se dois espaços museológicos, onde o Guia seleciona algumas peças arqueológi-cas da Idade Média. As modificações que o cas-telo medieval sofreu durante as Guerras das Restauração no século XVII são analisadas nas Paragens 5 e 7. Nesta última, foi simulada uma ponte de barcas a atravessar o Guadiana ilus-trando a tenta-tiva de invasão espanhola do Algarve em 1338. Saindo do Castelo, o Guia propõe que se desça até ao Cais, onde poderá observar também a Igreja Matriz de S. Salvador. Comparando o local com

as vistas do início do século XVI, pode visualizar-se o intenso trafego mercan-til entre as duas margens do rio e ainda o facto da igreja que hoje vemos não corresponder à que existia em 1509. Poderá o visitante terminar a visita à Vila, subindo até à Ermida da Con-

ceição através da antiga Rua Direita, a mais importante da época. O guia con-vida ainda a visitar o Cas-telo Velho, i s l â m i c o , fundado no século VIII. Aqui poderá compreen-der onde se localizava a Entrada, a pequena M e s q u i t a e circular pelas casas de habitação. Não poderá deixar de

observar a cisterna, essencial para o quotidiano mas também em caso de ataque.

Cada Paragem chama a atenção para os aspetos históricos e artís-ticos mais relevantes, na forma de um pequeno texto bilingue ilustrado com montagens grá-ficas que permitem imaginar o passado. O guia é acompanhado por uma t-shirt e um magnético alusivos ao Algarve Medieval. Embalado em Forma de presente, é um pack que poderá ser imedia-tamente usufruído ou oferecido para uma futura visita. Os Guias (Re)Descobrir são fruto de uma parceria entre a NERVE, Atelier de Design, o Centro de Estudos, Património, Ambiente e Constru-ção da Universidade do Algarve (CEPAC/UALG), responsável pela investigação científica e autor dos textos desde 2014 e os Municípios que acolhem este produto para oferecer aos seus Concelhos e a quem os visita. O objetivo será concluir a totalidade da Rota, per-mitindo ao visitante iniciar o(s) passeio(s) em Alcoutim e terminar em Aljezur, passando por Castro Marim, Cacela Velha, Tavira, Faro, Loulé, Albufeira/Paderne, Portimão/Alvor, Silves, Lagos e Guadalupe. Mais informações em: https://www.facebook.com/rediscovery.guides

Nuno Fernandes de Ataíde

– Alcaide-mor de Alvor e capitão de Safim

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

No mês em que passam exactamente 500 anos sobre o ataque português a Marraquexe, torna-se pertinente recordarmos quem foi Nuno Fernandes de Ataíde, o comandante desta arrojada ofensiva militar contra a mítica cidade marroquina. Ora, Nuno Fernandes de Ataíde é tradicionalmente conhecido como um dos mais brilhantes cavaleiros da guerra portuguesa nos Algarves Dalém-mar. Era o filho primogénito de Álvaro de Ataíde (Senhor de Penacova), fidalgo que recebeu em 1461 os direitos e rendas da Coroa, em Alvor, que haviam pertencido ao Infante D. Henrique. Em 1495, quando o rei D. João II procurou recuperar a saúde nas termas de Monchique, acabou por falecer exactamente na casa de Álvaro de Ataíde. Nuno Fernandes de Ataíde, que estava presente aquando do falecimento do monarca, tornou-se fidalgo da Casa Real, em 1497. Serviu como fronteiro em Arzila, onde se “portou briosamente”, sendo-lhe então doado o monopólio da venda de sal no termo de Sagres, de modo a “galardoar os seus feitos no Algarve dalém mar”.

Em 1510, D. Manuel I nomeou-o capitão de Safim e foi então que se evidenciou como um dos mais brilhantes e aguerridos militares de toda a História da presença portuguesa em Marrocos. Diz-nos Damião de Góis que Nuno Fernandes de Ataíde era tão astuto e incansável nos negócios da guerra que tanto cristãos como muçulmanos lhe chamavam “o que nunca está quedo”. Foi um autêntico pesadelo para os mouros inimigos, pois chegou a submeter as populações mouras num raio de 150 quilómetros em redor da praça e a levar as armas portuguesas até ao Atlas. Mas o ataque a Marraquexe foi apenas uma das muitas aventuras deste capitão. Aliás, poucos anos antes, em 1512, já Nuno Fernandes de Ataíde e o alcaide Bentafufa tinham atacado o acampamento do rei de Marraquexe, que quase foi capturado. Segundo D. Jerónimo Osório, em Da Vida e Feitos de El-Rei D. Manuel, os portugueses tomaram a tenda e uma das mancebas principais do rei de Marraquexe, juntamente com muitas mulheres nobres. O despojo foi enorme: gado, cavalos, camelos, para além de 400 cativos. Poucos dias depois vieram 300 cavaleiros mouros correr Safim, como represália. Porém, o adail Lopo Barriga desbaratou esta força e matou o xeque deles. A sua cabeça foi espetada numa das portas da cidade para servir de exemplo a quem se atrevesse a atacar Safim.

Nuno Fernandes de Ataíde acabou por falecer com uma zagaia que lhe atravessou o pescoço, durante num combate que teve lugar em 1516. Porém, os seus feitos ficaram nos anais da memória e a sua capitania resultou no período mais assombroso da História de Portugal em Marrocos. É caso para dizer que era, realmente, um algarvio marafado…

Fernando PessanhaHistoriador

22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

CULTURA

Jornal do Baixo Guadiana: Comemorar 10 anos é também fazer balanços. Qual o que é o vosso?

Anna Avramenko: Nos últi-mos 10 anos houve muito esforço, muita dedicação, muita evolução e também muito sucesso. Um “grupi-nho” de trêsalunas transformou-se numa escola com aproximadamente 100 alunos. As primeiras atuações começaram nas discotecas e desde aí houve muitos espetáculos gran-des em Portugal e no estrangeiro. Das duas vezes que fomos à Ucrânia [2011 e 2013] ganhamos o 1º lugar e o prémio da simpatia do público, em 2014 ganhamos 1º lugar de Hip-Hop Avançado e 1º lugar de Contempo-râneo Intermédio. Organizamos o Festival Internacional de dança “Arte Sem Fronteiras” que tem crescido em quantidade dos participantes e em qualidade. Este ano vai decorrer a 4a edição de 7 a 14 de Maio. O balanço em geral é muito positivo, embora problemas existam sempre, o resultado final compensa.

JBG: Como caracteriza a vossa evolução?

AA: Os alunos têm uma evolução muito grande. Antes apenas prati-cavam hip-hop. Neste momento os

nossos alunos praticam: hip-hop, contemporâneo, ballet clássico, danças tradicionais e danças latinas. Trabalham com três professores dife-rentes e vão tendo workshops ocm professores convidados para com-pletar a sua evolução. Também foi uma grande ajuda foi termos o nosso espaço próprio, neste momento con-seguimos dar mais aulas por semana e ter mais horas de ensaio. E por essa oportunidade não podemos deixar de agradecer a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António...

JBG: Qual o momento mais marcante da vossa carreira?

AA: O momento mais marcante, penso que foi a viagem à Ucrânia. Além de conseguirmos mostrar aos nossos alunos um pais novo e ainda por cima um pais onde a dança é tão desenvolvida conseguimos o 1º lugar, o que foi um grande orgulho.JBG: Esperavam alcançar tudo o que conseguiram até hoje?

AA: Esperávamos chegar onde chegámos, porque damos sempre o nosso melhor e trabalhamos muito. Estamos muito felizes pelo facto dos nossos alunos aceitarem bem os desafios que lhes colocamos e de não terem medo do trabalho duro, porque os nossos objectivos são os mesmo, queremos chegar longe!

JBG: Com o passar do tempo constituíram-se numa associa-ção juvenil. Como caracteriza

a vossa dinâmica?AA: Atualmente somos uma asso-

ciação que trabalha com jovens e para jovens, muito dinâmica, com muitos projectos e com muita ener-gia positiva.Transformar-se em uma associação juvenil foi uma boa opção, porque acabámos por conhecer muitas outras associações juvenis com quais neste momento temos vindo a desenvolver os pro-jectos. E também podermos contar com o apoio do IPDJ [Instituto Por-tuguês do Desporto] também é muito positivo.

JBG: A organização de um festiva de dança anual é um dos v/ grandes desafios?

AA: A organização do Festival Internacional de Dança “Arte Sem Fronteiras” que decorre todos os anos é um grande desafio para nós. Princi-palmente porque o pais encontra-se, infelizmente, em crise e o festival dá muita despesa. Mas temos vindo a fazer um grande esforço para con-seguir manter o festival, para poder-mos oferecer às pessoas magníficos espectáculos onde participam bai-larinos profissionais e amadores, nacionais e internacionais. Posso dizer que vamos continuar a dar tudo por tudo, que o festival vai con-tinuar a crescer e este ano vão ter muitas surpresas...

JBG: Aqui é notória a disci-plina e exigência. Isso marca a diferença na hora de com-petir!?

AA: Quando nós tomamos a deci-são de participar em alguma com-petição, os nossos alunos sabem que isso vai implicar muito traba-lho. Temos vindo a conseguir bons resultados graças ao trabalho árduo, principalmente nos meses antes da competição e graças à grande paci-ência dos alunos, pais e professores. Os ensaios de preparação não só são

cansativos como são demorados e os pais neste aspecto também têm mostrado a com-preensão e esperam o tempo necessário. Pois sem esforço da parte de todos, nunca seria possível estes resul-tados. E acho que também o que nos permite chegar cada vez mais longe é que não somos apenas uma escola de dança, somos uma família!

JBG: Portugal é já a v/ segunda pátria?

AA: Portugal é sem dúvida a nossa segunda pátria, sen-timo-nos completa-mente em casa. Alias, já temos a naciona-lidade portuguesa. Sempre tivemos muita sorte, com as pessoas que nos rodeiam. Foi bom terem acreditado em nós e darem a oportunidade de mostrarmos o nosso trabalho. Nunca sentimos descrimi-nação, o que é ótimo. Portugal é um bom país, onde pretendemos ficar durante muitos anos e dar tudo do melhor que temos.

JBG: Encontraram em VRSA o apoio que precisavam?

AA: Sem dúvida! Não sei se seria possível vir de outro país para outra localidade e conseguir abrir uma escola de dança (o que sempre foi o nosso sonho). Claro que trabalhamos muito. Queremos ter uma boa escola de dança, que seja referência para muitos, tanto ao nível da infra-estru-tura, como ao nível do ensino. Quere-mos que VRSA será conhecido como local onde a dança está bem desen-volvida e onde decorre um Festival

Internacional de Dança. Temos muito apoio dos nossos alunos e também o apoio dos pais. Com esforço, apoio e dedicação vamos conseguir concreti-zar todos os nossos objectivos.

JBG: Quais os planos para os próximos 10 anos?!

AA: Os planos para os próximos 10 anos são tantos que até assusta! Antes de mais melhorar a infra-es-trutura e preparar o plano de ensino para os nossos alunos evoluírem sempre mais. Tornar o «Arte Sem Fronteiras» um Festival de referên-cia ao nível nacional e internacional, levar os nossos alunos mais vezes à televisão, participar (e ganhar!) mais concursos e festivais nacionais e inter-nacionais, organizar mais viagens e intercâmbios, participar em projec-tos interessantes, evoluir, crescer em quantidade e em qualidade ao nível dos alunos e professores também!

Premiada companhia de dança Splash comemora 10 anos na cidade pombalina

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia cinco de Março de dois mil e quinze foi lavrada neste Cartório, de folhas noventa e dois a folhas noventa e três verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número trinta e um - A, uma escritura de justificação, na qual compareceu:Manuel António Leonardo, solteiro, maior, natural da freguesia e concelho de Castro Marim, onde reside, em Pisa Barro de Cima, portador do bilhete de identidade 4749873, emitido vitaliciamente a 14 de Setembro de 1981, pelo Centro de Identificação Civil e Criminal de Lisboa, contribuinte fiscal número 113 145 870. Que declarou ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, do prédio urbano, sito em Pisa Barro de Cima, Ribeiro, na freguesia e concelho de Castro Marim, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, composto por uma morada de casas térreas com vários compartimentos e logradouro, destinada a habitação, confrontando a Norte com Estrada Municipal, a Sul com José António Gonçalves Lopes, a Nascente com Manuel António Leonardo e a poente com Rita Gonçalves Leonardo, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 8231, com o valor patrimonial tributável de vinte e quatro mil oitocentos e cinquenta euros, igual ao atribuído.Que o referido prédio entrou na posse do primeiro outorgante ainda como terreno para construção, em data imprecisa do ano de mil novecentos e cinquenta, por doação verbal e nunca reduzida a escrito, feita por seus pais António Leonardo e Catarina da Conceição, casados sob o regime da comunhão geral e residentes no Sítio de Pisa Barro de Cima, na freguesia e concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado o justificante na posse do referido prédio, tendo nele construído o edifício acima identificado, o qual é utilizado, desde então, como sua habitação própria permanente, cuidando da sua manutenção, fazendo obras de conservação e reparação, pagando suas contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que o justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 5 de Março de 2015.

A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/5, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 08.01.2015, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 19/03 Factura / Recibo n.º 4789

1 de abril de 2015Jornal do Baixo Guadiana

São 10 anos de vida com muitos prémios, mas também muito trabalho e convição. Anna e Natalia Avramenko dão a cara por esta companhia de dança que já formou centenas de jovens no concelho de Vila Real de Santo António. O espetáculo do 10.º Aniversário da Escola de Dança SPLASH vai decorrer no dia 11 de Abril pelas 21h no Centro Cultural António Aleixo.

Susana H. de Sousa

Anna e Natalia Avramenko dão a cara por esta companhia de dança que já formou centenas de jovens

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 23

PATRIMÓNIO&PSICOLOGIA

No Baixo Guadiana, a produção de mel, de raiz milenar, é praticada com base no saber acumulado há inúmeras gerações, inevitavel-mente adaptando-se à moderni-zação de materiais e processos. O mel, de longa conservação e rico em minerais, é utilizado como adoçante natural desde o “outro tempo”, quando o açúcar era um bem acessível a poucos.

A colmeia, construída pelo homem, alberga o enxame e per-mite controlar a produção de mel e cera de abelha. Tradicionalmente utiliza-se para esse efeito o cor-tiço, arredondado, feito a partir da cortiça extraída do caule principal do sobreiro. No seu interior, os favos são construídos pelas abe-lhas nas varas de esteva colocadas

pelo apicultor. As colmeias mais modernas – caixas –, economica-mente mais rentáveis, são feitas em madeira e possuem favos artificiais interiores – quadros – que facilitam a produção de mel pelas abelhas, bem como a sua extracção. Possuem alças e meias alças, consoante a dimen-são das caixas, que são colocadas prima-riamente para a ins-talação e reprodução do enxame e acres-centadas consoante a produção de mel. A colmeia pode ser deslocada para obter maior produção.

No início da pri-mavera dá-se a enxaminação, com a colocação da colmeia numa zona soalheira e abrigada dos ventos e chuvas da estação. O apicultor pode transferir directamente a colónia para uma nova colmeia, ou esfregar o interior da colmeia com um ramo de rosmaninho ou de outra flor de cheiro intenso para atrair o enxame. De Março a Maio, as abelhas produzem o

O mel e os seus usos no Baixo GuadianaRUBRICA DE PATRIMÓNIO

mel a partir do pólen recolhido nas flores em redor da col-meia, que irá determinar o seu aroma. O mel de rosmaninho é o mais produzido na região, mas também há de tomilho, flor de laranjeira, flor de medro-

nho, entre outros.A partir de Junho, o apicul-

tor retira os favos para extrair o mel, devidamente protegido na cabeça com o peneiro, fato, botas e luvas resistentes às picadas. Para afugentar e tran-quilizar as abelhas recorria ao fumo, através de trapos a arder ou de um fole.

Tradicionalmente, a extracção do mel era feita manualmente: com uma crestadeira – espécie de vara em ferro – separavam o favo – cresta – das paredes do cortiço, colocando-os depois em alguidares. Com as mãos,

espremiam os rolinhos de cera para uma peneira que iria separar as impurezas do mel. A cera era então lavada para reti-rar os restos de mel. É a partir dessa água, já fer-vida, que se faz a água-mel, de cor castanha escura e que não cristaliza. A cera é moldada à mão em rebolos

e vendida. Com a moderni-zação do processo, utiliza-se uma prensa, colocando-se os favos no extractor, depois de desoperculados, para extrair o mel através de centrifuga-ção. Terminado o processo, o mel escorre pela torneira até aos reservatórios, em plástico ou vidro, que recolhem o mel

pronto para consumir. Em média, obtêm-se entre 10Kg a 15Kg por colmeia.

Na doçaria local, cujas recei-tas resistem ao passar das gera-ções, o mel é utilizado nas filhós – embebidas em mel “arfelado” –, no nógado – amassado em mel depois da fritura –, ou nos bolinhóis – fritos em mel. Mas também se conhece o costume de untar o pão com a água-mel, ou o hábito de comer queijo fresco ou requeijão com mel. Popularmente é também utili-zado em mezinhas ou tomado ao natural, para alívio dos brônquios durante as consti-pações.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural |

Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património,

Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

“…O Tiago tem 8 anos de idade e frequenta o 3º ano de escolaridade. Foi expulso três vezes da sala de aula na mesma semana. O professor refere que é muito agressivo com os colegas. Nunca está calado, quando não está a falar ou a gritar, faz barulho de qualquer maneira para chamar a atenção. Se tiver algo a dizer interrompe os colegas, sem esperar a sua vez. Os pais não sabem o que esperar quando vão buscá-lo à escola, pois quase todos os dias recebem queixas por parte do professor, por vezes, perguntam-se o que fizeram de errado para estarem a lidar com esta situação. Sentem-se culpados…”

Grande parte dos pais ou tutores, questionam-se sobre a capacidade de educar os filhos, sentindo-se por vezes, inseguros nas suas competências parentais. - “Será hiperativo?” - “Onde errei?” - “Dizem que é insuportável!”

Estas são algumas das mais frequentes dúvidas que os pais das crianças com hiperatividade, enfrentam diariamente. Na sua maioria, quem lida com esta perturbação, é colocado à prova constantemente e tem a difícil tarefa de gerir os comportamentos associados a esta desordem. Afim de suprir algumas dificuldades, os pais devem tentar informar-se o melhor possível acerca da perturbação do seu filho.

Nesta tarefa, o papel dos técnicos responsáveis é determinante na “educação” de todos os agentes que interferem direta ou indiretamente no desenvolvimento destas crianças, de modo a aconselhar em aspetos como a comunicação, disciplina ou sucesso escolar.

A notícia de que os filhos podem ter uma perturbação (de qualquer ordem), nem sempre é bem recebida, e os pais para ultrapassarem esta situação de forma ponderada e organizada, devem saber reconhecer os sinais afim de se realizar uma avaliação especializada rapidamente. Por norma, este é um processo moroso que requer habituação e persistência.

O desempenho escolar dos filhos é outra das preocupações, tendo a escola um papel importante a desempenhar na procura de estratégias adequadas e exequíveis às necessidades e envolvimento dos encarregados de educação e técnicos neste processo.

Segundo esta perturbação, pode ser identificados alguns sinais de alerta: “Não presta muita atenção aos pormenores ou comete erros por descuido nas tarefas escolares, nos

trabalhos ou noutras atividades lúdicas; dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades; dificuldade em seguir instruções e não conclui os trabalhos escolares, as tarefas ou os deveres; distraí-se com facilidade e frequência de estímulos irrelevantes; mexe excessivamente as mãos e os pés, ou contorce-se na cadeira; na sala de aula ou noutras situações em que se espera que permaneça sentada, levanta-se muitas vezes da cadeira; corre de um lado para outro ou trepa coisas de forma excessiva e em situações em que tal é inadequado; fala muitas vezes excessivamente ; responde

a questões, antes de estas terem sido concluídas; tem com frequência dificuldade em esperar a sua vez, por exemplo em situações de grupo; interrompe os outros ou incomoda-os (por exemplo, intrometendo-se em conversas ou em jogos). Os sintomas surgem, normalmente, em simultâneo com a entrada no 1º ciclo do ensino básico, ao serem comprovadas estas manifestações em dois ou mais contextos (escola, casa ou em situações sociais).

A fim de realizar uma correta avaliação, deve ser identificadas provas evidentes de interferências no comportamento social e escolar, que alterem significativamente o funcionamento da criança, sem que sejam também diagnosticadas outras perturbações de foro psiquiátrico. É importante perceber que este é um problema do desenvolvimento de cada um, e

progride com a incapacidade de focar a atenção necessária em determinadas tarefas, e em alguns casos, com episódios de excessiva impulsividade ou hiperatividade. Para chegar a um diagnóstico, é fundamental a concretização de uma avaliação que envolva necessariamente a recolha de informação com a criança, pais e professores. O diagnóstico deve ser completado com uma avaliação médica, psicológica e psicopedagógica. As terapêuticas a utilizar, serão indicadas pelos profissionais, a partir desta avaliação.

Hiperatividade Infantil

NEIP (Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica) – Adelaide Ruivinho, Ana Ximenes, Catarina Clemente, Dorisa Peres, Fabrí-cia Gonçalves, Inês Morais, Patrícia Santos, Pedro Costa, Sílvia

Cardoso. Colaboração: Jorge Hilário, Juliana Martins

www.facebook.com/[email protected]

“Não é um problema de moda,

nem uma questão de imaturidade

ou de má-educação”Ana Rodrigues e Nuno Lobo Antunes

24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

COLABORADORES

UM ALMOÇO EM FAMÍLIA, NA PRAIA DE MONTE GORDO, NO MEU OCTOGÉSIMO ANIVERSÁRIO

Oitenta velas acesas, num sopro vou apagar;estrelinhas indefesas, que vão deixar de brilhar.

Perdoem-me, velinhas queridas, a maldade tão atroz,que põe termo às vossas vidas, para regozijo de nós.

Oitenta, são muitos anos, e já por eles passei;pesquisei, tracei planos, por tal passagem nem dei.Porém, se Deus quiser, muitos mais hei-de contar

e, até me aborrecer, eu vou por aqui andar.Cheguei na primeira metade do século que já findou;

recordo com saudade esse tempo, que não voltou.Pedaços de mim deixei pelas altas cumeadas,

nos atalhos que rasguei e na rudeza das estradas.De macadame engendradas, já nem me lembro, nem sei,

os pares de botas cardadas que por ali estafei.Então, acelerei a passada na terra morena, algarvia;

da falésia alcantilada, ouvi o mar que bramia.Era o rugir do “leão”, na noite escura a urrar;

não há rocha ou paredão que vença a força do mar.Não este, que dorme aqui, no seu leito em areal;outro mais dócil não vi, nas praias de Portugal. Neste cenário da raia, onde o céu o mar beijou,

nasceu a lenda da praia que uma fada me contou.Baía de rara beleza, outra mais bela não vi;

e tenho quase a certeza que Deus passou por aqui.A transbordar alegria, nessa noite de luar,

a lua cheia sorria por sobre as ondas do mar.Até as estrelas distantes, lá no céu, incandescentes,

os seus raios de luz, brilhantes, banham nestas águas quentes.E, já alta a madrugada, o cheiro da maresia,

perfuma a praia dourada, que a maré deixou vazia. Por esse Mundo perdido, o Sol, ninguém o viu;

teve um dia preenchido e toda a noite dormiu.Nas tuas asas, gaivota, quero pelas alturas voar;

espero-te à minha porta, quando lá quiseres passar.Por esse céu infinito é mais belo o teu voar;

nesse Mundo tão bonito, quero dormir e sonhar.E sonhei; no espaço a navegar vi Mundos que nunca vi;queria não parar de sonhar mas, acordei e, estou aqui.

Diante do mar salgado, azul, em pano de fundo,para vos dizer: OBRIGADO!Estou muito feliz, e é tudo!

Manuel Palma

Em meu nome e de minha esposa,Dedico estes simples versos às minhas filhas e a meus cinco netos

IEsta moldura dá-me alegria,

Com minhas filhas a meu lado!Fico deveras tão babado,Quando olho a fotografia

IITenho-as aqui a meu lado.

De frente a olhar p`ra mim,P`la lembrança muito obrigado,

Sinto-me melhor assim!...

IIIComo sois tão queridas e belas,O que sempre desejei e quis…Perco horas a olhar para elas

Pois fico assim tão feliz!...

IVFilhas, meu tesouro tão desejadoComo as 5 jóias que recebi de vós

Por esta linda oferta muito obrigado,Para os meus 5 netos muito amor dos avós.

V«2+5» = igual a sete (7)

O meu tesouro tão desejadoAcontece a quem investe…

Foi o que eu fiz no passado…«2 filhas e 5 netos»

Relógio

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 25

PASSATEMPOS&LAZER

Se a prestação da sua casa está indexada à Euribor a 3 meses, pode estar prestes a enfrentar uma situação insólita. A taxa tem vindo a descer e aproxima-se cada vez mais de terreno negativo. A questão que se coloca é saber como fará o banco o cálculo da sua prestação se a Euribor cair efectivamente para valores abaixo de zero.

A questão poderá ainda colocar-se para as casas contratadas com crédito indexado à Euribor a 6 meses. Esta taxa segue já abaixo dos 0,1% e poderá chegar também a valores negativos.

Para calcular a prestação mensal da sua casa, o banco aplica-lhe uma taxa de financiamento indexada à Euribor e adiciona-lhe a sua margem (o spread). Perante este cenário de iminência de indexantes negativos para o crédito à habitação, o Millennium bcp, o Montepio e o Santander Totta anunciaram já que uma eventual taxa Euribor negativa será sempre arredondada para zero. Nesse caso, estes bancos apenas aplicarão aos clientes a taxa referente ao spread.

Por exemplo, num crédito de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 0,3% e indexado à Euribor a 3 meses já negativa, a presta-ção da casa estacionaria nos €435,75 mensais, que seria o valor a cobrar se a Euribor fosse igual a zero.

A DECO não concorda com esta forma de cálculo e considera que a eventual descida da Euribor para valores negativos deve influenciar a variação da prestação do crédito à habitação. Neste caso, a Euri-bor negativa deveria ser reflectida na taxa dos contratos, absorvendo parte do spread até ao limite do seu valor.

No mesmo exemplo, naquele crédito com um spread de 0,3% e indexado à Euribor a 3 meses que descesse até aos -0,3%, a presta-ção mensal baixaria até aos €416,37. Só aí o valor da taxa ficaria em 0%, para não desvirtuar o conceito subjacente ao crédito.

Até ao momento, não é conhecida qualquer recomendação oficial do Banco de Portugal sobre esta matéria.

Susana Correia

Carlos Brás

jurista

“As notícias dão conta da descida da Euribor. Que consequências pode ter esta situação na prestação do meu crédito à

habitação?”

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

Quadratim - n.º128

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Jogo da Paciência n.º 134

«Museus de Portugal - III»

Algumas pessoas não atendem telefonemas quanto não estejam identificados com o n.º do telefone de quem está a ligar - desconhecido, n.º privado, etc. Lembro que quando não havia mostradores de chamadas nos aparelhos, todas as ligações eram atendidas, fossem de quem fossem e eram mais civilizados esses atendimentos. Não existiam telemóveis, tablet`s, redes sociais, etc. Éramos mais calmos e tinhamos tempo para jornais, livros, conviver saudavelmente com amigos e familiares. Hoje com tanta tecnologia não há tempo para tudo e andamos sempre a correr, com ansiedade, pressão, se agradar continua-se a falar, caso contrário, despedimo-nos com cortesia e acabou a conversa e a ligação, fácil, simples e correcto. Pode acontecer um acidente a um familiar e este pedir a um deconhecido que informe alguém do sucedido e o desconhecido pode ter o telefone em privado e o destinatário da ligação que não gosta de atender não identificados fica sem saber o que aconteceu. Quando chega a casa ou a locais de encontro verifica que a pessoa não parece e se for ao fim do dia, estará em pânico e ansiedade toda a noite sem saber o que poderá ter acontecido à esposa/esposo, mãe/pai, filhos, etc. Só e apenas porque não quis atender uma chamada não identificada e mesmo que estivesse não sabia quem era um deconhecido. Só porque identificava, embora desconhecido - já atendia. Não identificado, continuava a ser um desconhecido, mas mesmo assim não atendia - Absurdo, totalmente absurdo. Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encontro de - ATENDA O TELEFONSE SEMPRE.

Soluções Jogo da Paciência - n.º133

(Municipal de V.F. de) Xira1. (Municipal de) Santarém2. (Municipal de) Loures (Conventinho)3. (Municipal) Leonel Trindade (T. Vedras)4. (Municipal de) Coruche 5. (Municipal) Carlos Reis (T. Novas)6. (Dr. António Gabriel Ferreira) Lourenço (Benavente)7. (Municipal de) Alcochete8. (de) José Malhoa (Caldas da Rainha) 9. (Ferreira de) Castro (Sintra)10.

Anjos Teixeira (Rio do Porto / Sintra)11. (da Villa Romana do) Rabaçal (Penela)12. (da) Pedra (Cantanhede)13. (de) Machado (De Castro - Coimbra)14. Monográfico (de Conímbriga - Condeixa-a-Velha)15. (de) Laníficios (Covilhã)16. (José Luciano de Castro) - Anadia17. (da) Imagem (Em Movimento) (Leiria)18. (da) Guarda19. Grão Vasco (Viseu)20.

Comida no microondas

Mais uma colectividade a lembrar-se de ajudar os animais abandonados.Desta vez são os Leões do Sul que promovem um WorkShop sobre Defesa Pessoal, no qual serão angar-iados alimentos ou outro tipo de donativos para os animais abandonados.Data: 25 Abril Horário: 10:00 às 12:30 Local: Pavilhão Municipal de Castro Marim.

Obrigada pelo apoio!

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900–283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e 927167755 (12:30 às 14:00)NIB - 0035 0234 0000 6692 13002

[email protected]/http://associacaoguadi.blogspot com FACEBOOK

GUADI

O microondas é um eletrodoméstico bastante útil, simples e prático de utilizar. Ter um aparelho destes em casa, deixa-nos a apenas a 1 ou 2 minutos de uma refeição quente.

Muitas são as notícias publicadas nos meios de comunicação social relativos a este tema. Depois de uma pequena pesquisa e ler várias notícias, constata-se que apesar da maioria deles faze-rem referencias a supostos “estudos”, estas não geram consenso chegando a contradizer-se, e ficando o leitor com mais dúvidas que certezas.Vamos então a factos.

As microondas são ondas eletromagnéticas que “agitam” as moléculas de água existentes no alimento. A constante fricção entre moléculas vai aumentar a sua temperatura. Apesar deste ser um método rápido (potência máxima), o aquecimento não é uniforme. Deve-se então reduzir a potência e aumentar o tempo, ou homogeneizar (“mexer”) a refeição, para que esta no final do processo se encontre toda à mesma temperatura.

Não é necessário adicionar água aos alimentos para serem aquecidos no microondas, apesar destes, desidratarem mais rapi-damente devido ao tipo de aquecimento.

Qualquer que seja o alimento durante a confeção ou reaqueci-mento, perde sempre nutrientes independentemente do aparelho em que seja confecionado (fogão, microondas, forno).

Deve-se utilizar preferencialmente recipientes de vidro pró-prios para o efeito, por se tratar de um material inerte. Podem no entanto, também ser utilizados recipientes de cerâmica (não porosos) ou recipientes de plástico, resistentes às altas tempera-turas. No caso dos recipientes de plástico deve-se ter em atenção o seu estado de conservação. Estes não devem ser utilizados no microondas caso se encontrem desgastados, pois existe o perigo de migração de substâncias prejudiciais à saúde existentes no plástico para a comida.

Após a utilização do micro-ondas a porta deve ficar aberta para eliminar os odores.

Por questões de higiene, o aparelho deve encontrar-se sempre limpo. Pontualmente deve-se verificar eventuais sinais de degrada-ção (pontos de ferrugem, fissuras ou algum outro tipo de imperfei-ções), que estes sim podem ser prejudiciais para a saúde humana no caso de fugas de radiação.

Carlos BrásEng. Alimentar

Ideias a Conservar

26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

DESPORTO

Agrupamento D. José promoveu Caminhada e passeio BTT contra a obesidade

Alcoutim acolhe campeonato nacional de esperanças – canoagem

Atletas de Padel de VRSAdestacam-se em torneio infantil

São cada vez mais os amigos e naturais de Castro Marim a fazer cicloturismo

Alturense sagrou-se vice-campeão Nacional de Júniores em Judo

Na manhã do dia 20 de março, pelas 9:30h, o Agrupamento de Escolas D. José I de Vila Real de Santo António, realizou a sua «IV Caminhada e Pas-seio BTT Escola Activa 2015». Esta atividade, anual, tem como objetivo, alertar a comunidade para o grave problema da obesidade infantil (afeta cerca de 30% da população) e divulgar os meios de combate a este problema de saúde.

Participam anualmente nesta caminhada cerca de 2500 pessoas, entre alunos, pais, familiares, pro-fessores e auxiliares de ação edu-cativa.

É uma ação de impacto, mobili-zadora de toda a população escolar do concelho de Vila Real de Santo

Alcoutim vai acolher, no dia 19 de abril, o Campeonato Nacional de Esperanças na modalidade de canoagem. Esta prova do calendário nacional 2015, com início marcado para as 10h30, terá lugar no rio Guadiana e contará com a participação de aproximadamente 500 atletas, com idades compreendidas entre os 8 e os 16 anos, provenientes de cerca de 50 clubes de norte a sul do país.

O Grupo Desportivo de Alcoutim (GDA), uma das entidades orga-nizadoras do evento, está a angariar voluntários de todas as idades para colaboração em diversas áreas, designadamente na montagem do local do evento, nos barcos de apoio, nos acessos às marinas, ajuda aos árbitros, na confeção do almoço, assim como nos esta-cionamentos.

Os interessados deverão contactar o GDA através do telefone: 281 546 535, do email: [email protected] ou por mensagem privada na página do facebook:

No fim-de-semana de 13 a 15 de Março o Padel Clube de Vila Real de Santo António destacou-se no 1º Tor-neio Juvenil da Federação Portuguesa de Padel, alcançando excelentes resul-tados nas seguintes categorias: Sub 12 Femininos - Margarida Salvador / Rute Correia - 1ªs Classificadas, Sub 16 Femininos – Barbara Barão / Magda correia - 1ªs Classificadas, Sub 16 Masculinos – Nuno André / Vasco Martins – 1ºs Classificados e Sub 18 Masculinos – João Sousa / António Mascarenhas – 1ºs Classi-ficados.

“Todo o esforço e dedicação prova apos prova é notável, mais uma vez os jogadores do nosso clube fizeram uma brilhante exibição. Tais resulta-dos não eram possíveis sem o esforço e dedicação de cada um e assim, desta esta forma, toda a equipa do Padel Clube dá as maiores felicitações a estes dois atletas pela sua prestação e pela constante melhoria que têm apresentado ao longo do tempo!”, diz-nos a direção deste clube de Padel de VRSA em comunicado.

O grupo de Ciclismo de amigos e Naturais de Castro Marim organizou no passado dia 1 de Março mais um Passeio Internacional e ligou as localidades de Castro Marim à cidade Onubense do país vizi-nho num total de 120 quilómetros percorridos. A fama destes encontros ultrapassa fronteiras, sendo já vários os amigos espanhóis que contactam este grupo para participar nestes passeios. De acordo com a organização estes passeios são “muito dife-rentes dos usuais passeios de cicloturismo pelo grau de dificuldade e extensão”.

Está já agendado novo Passeio Internacional para dia 2 de Maio, num total de 67 quilómetros e que vai passar pelas localidades de Mértola, Poma-rão, el Granado, Villa Blanca até chegar a Castro Marim. “O desafio está lançado a todos quantos queiram participar”, garante João Veia da orga-nização que agradece “a colaboração do clube do

No dia 28 de Fevereiro de 2015 realizou-se no Pavilhão Multiusos de Odivelas o Campeonato Nacional de Juniores, no qual participaram atle-tas do Clube Recreativo Alturense. O atleta João Palma na categoria + 100 kg classificou-se em segundo lugar, sagrando-se, assim, vice-campeão nacional. Por seu turno Beatriz Fernandes na categoria – 52kg obteve medalha de bronze.

Alturense pela cedência da viatura, bem como da câmara municipal pela cedência das instalações desportivas”.

António (Algarve) que todos os anos, leva até à praia desta localidade um grande número de pessoas.

Neste ano letivo os alunos das escolas do Pré-escolar do conce-lho, formaram no areal da praia um logótipo gigante do projeto “Escola Ativa”.

Contaram também com a presença de alunos de várias escolas de Aya-monte (localidade Espanhola junto à fronteira), tendo sido esta também uma jornada de confraternização escolar, ativa e transfronteiriça.

Devido à dimensão o evento contou com a colaboração da autar-quia de Vila Real de Santo António, PSP, Policia Marítima, GNR e Prote-ção Civil.

Há quem chame ao mel “ouro da natureza” ou mesmo o “elixir dos deuses”. Pois bem numa fusão perfeita do néctar da serra Algarvia, maioritariamente rosmaninho, e uma mão-de-obra exime por parte das abelhas, dá origem a este mel, colhido por apicultores da região de Tavira, de uma forma artesanal. Mel este, denominado “Cantinho do Mel” que foi apadrinhado pelo ciclista profissional, Ricardo Mestre. Ricardo Mestre, mais uma vez abraça um projeto fora das duas rodas e dá a cara pelos produtos da sua região. “É sempre um prazer poder dar a cara por ideias novas, pela região e ainda mais quando o projeto é de um amigo” referiu o natural da Cortelha, Castro Marim.Com o regresso de Ricardo Mestre á equipa de ciclismo que o viu nascer, Team Tavira, surgiu também a ideia de criar uma edição limitada de frascos de mel, assinada e numerada pelo mesmo. Lançado na 5ª Feira Apiocasião em Macedo de Cavaleiros o “Cantinho do Mel” foi levado ao concurso nacional de mel organizado pela «Confraria Nacional de Mel» em parceria com a Universidade de Trás os Montes. Já que é de ouro que estamos a falar foi de ouro a cor da medalha ganha pelo mel apadrinhado pelo ciclista profissional. Temos assim, a serra de Castro Marim e de Tavira, de parabéns por produzir este néctar que agora sustenta este cobiçado prémio. Produzido em pequenas quantidades, este mel apenas pode ser encontrado, de momento à venda em dois locais, na Mercearia a Colmeia em Tavira e na praça Marques de Pombal em Vila Real de Santo António, pelas mãos do Sr. Manuel António. Mesmo com um ano apícola que de boas notícias não tem sido amigo, estes apicultores põe um sorriso na cara com este prémio e vêm assim o seu trabalho e investimento reconhecido, tendo assim eles, a região e Ricardo Mestre um exemplar seu exposto no museu nacional do mel em Macedo de Cavaleiros.

Humberto Fernandes

No fim-de-semana de 13 a 15 de Março o Padel Clube de Vila Real de Santo António destacou-se no 1º Torneio Juvenil da Federação Portuguesa de Padel

Próximo passeio está marcado para o dia 2 de Maio

“Cantinho do Mel” apadrinhado por Ricardo Mestre vence Concurso Nacional de melhor mel

Júniores

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2015 | 27

DESPORTO

Mundialito de futebol reúne em 4000 jogadores de meia centena de países em VRSA e Ayamonte

2º Festival de Caminhadas promete marcar cenário natural de Alcoutim Taça do

Algarve de BTT – XCO

Escolinha de Guarda-Redes organiza VI edição do Campus de Guarda-Redes

Challenge Algarve 2015 em Altura

Associação de Pesca de Castro Marim deu início a campeonato

Vila Real de Santo António e Ayamonte recebem, uma vez mais, o Mundialito, o maior torneio de futebol infantil do mundo. Em 2015, a prova volta a bater recordes, ao registar a participação de 4.000 crianças de mais de 50 naciona-lidades e cerca de 300 equipas de 200 clubes que irão disputar perto de 750 jogos.

“Durante o evento, que decorrerá até 5 de abril, a taxa de ocupação hoteleira nos municípios de VRSA e Ayamonte atingirá os 100 por cento, gerando um retorno económico de dois milhões de euros para as duas cidades”, garantem,

Organizada pela Câmara Municipal, em colaboração com diversas associações e clubes desportivos do município e da região do Algarve , a iniciativa pro-porcionará três dias de caminhadas temáticas, observação e interpretação da natureza, observação de aves, pas-seios de barco, observação astronómica, concertos, cinema e muita animação.

Este evento é um valor acrescido na estruturação da oferta turística do ter-ritório, dado o aumento significativo na procura de atividades de turismo ativo no panorama turístico nacional e inter-nacional. Com a realização do Festival, a autarquia de Alcoutim pretende ofe-recer um vasto leque de atividades que conciliam o enorme potencial natural de todo o Algarve Natural com todo o património cultural local e com a comunidade local, e

Valorizar a cultura, a história, as gentes, a economia e as paisagens fantásticas que a região oferece

Ao longo dos três dias haverá cami-nhadas com os mais diversos temas. O dia 8 será o dia para as populações esco-lares do município, com caminhadas ao longo de etapas da Via Algarviana e com jogos e atividades para os mais

A Associação Escolinha de Guarda-Redes de Futebol Luis Rodrigues vai organizar entre os dias 14 e 20 de Junho de 2015 a VI edição do Campus de Guarda-Redes no Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António e Parque de Cam-pismo de Monte Gordo.

Este evento tem como convidado especial e padrinho, o Hugo Oliveira, treinador de Guarda-Redes do plantel sénior do Sport Lisboa e Benfica e como colaboradores o Miguel Miranda e Ricardo Pereira, ambos treinadores de Guarda-Redes da Formação do Sport Lisboa e Benfica.

Em simultâneo também vamos realizar a VI edição da Clinic de Treinadores de Guarda-Redes, que tem como objec-tivo que todos os treinadores inscritos na Clinic participem activamente nos treinos do Campus de Guarda-Redes.Para mais informações e inscrições no website:www.escolinhaguardaredes.comemail: [email protected]óvel do responsável Luis Rodrigues 962791767.

O Munícipio de Castro Marim, com a parceria da Xistarca e do Clube Recreativo Altu-rense organizam no fim-de-semana da Páscoa uma prova de meia-maratona denomi-nada por ” Meia Maratona de Castro Marim”, uma “Corrida na praia” e uma “Corrida de corta-mato”. Acontece a 3, 4 e 5 de Abril. Serão 5,5Km Cross – 5km Praia – 21097km Meia Maratona. Quanto aos tipos de prova vai haver Piso plano em estrada, areia na praia e terra batida.Mais informações em: http://www.challenge-algarve.com/

Já teve início a 22 de Março o campeo-nato de pesca desportiva no rio Guadiana de barco por equipas. No total são cinco jornadas. As próximas estão agendadas para 12 de Abril, 3 de Maio, 7 de junho e 12 de Julho. A organização é da Asso-ciação de Pesca de Castro Marim

Confira aqui os resultados:

municípios envolvidos.Ao nível das novidades, o Mundia-

lito 2015 apostou forte na cerimónia de abertura, que contará com um cole-tivo de 400 figurantes,coordenada pelo coreógrafo Israel Reyes, conhecido pela produção de diversos musicais no país vizinho.

Também em termos de inovação, o Mundialito 2015 divide-se, este ano, em cinco grupos. Além das forma-ções habituais (7/8 anos, 9/10 anos e Querubins), a classe dos 11 e 12 anos será desdobrada, dando origem a dois grupos autónomos, o que elevará o nível

competitivo.Ao nível de equipas, destaca-se a parti-

cipação dos melhores clubes do mundo, como são os casos do Barcelona, Sevi-lha, Betis, Inter de Milão, Ajax, Juventus, Liverpool, entre muitos outos.

Além dos «nacionais» Benfica, Porto e Sporting, a competição traz ainda emblemas como o Flu Recreio (Brasil), o Eljaish School Club (Qatar) ou o Soccer Club (Kenia).

O Mundialito é uma prova reconhe-cida pela FIFA por onde já passaram muitas das atuais estrelas do futebol europeu.

Aconteceu no passado dia 29 de Março a 1º prova da Taça do Algarve de BTT – XCO. Tratou-se de uma organização conjunta do Núcleo Sportinguista de Vila Real de Santo António e da Rodactiva, sediada em Castro Marim.

Teve lugar no Forte de São Sebastião em Castro Marim e contou com a participação de atletas de várias idades, vindos de várias partes do Algarve, entre eles, Silves, Loule, S. Bartolomeu de Messines, Faro, Tavira, Castro Marim, VRSA. Foi marcante a presença do atletas vizinhos espanhóis. Subiram ao pódio vários atletas do núcleo sportinguista de VRSA e um atleta do BTT Baixo Guadiana.

pequenos, guiados pela Associação Almargem, assim como da parte da tarde decorrerá “ A Rota da Felicidade”, percurso motivacional para os funcio-nários das várias instituições locais, orientado pelo Clube da Amizade.

No fim de semana haverá percur-sos que tiveram grande sucesso na 1ª edição do Festival, em 2014, como as “ Manhãs com o pastor”, em que os grupos acompanharão o pastor com as suas cabras e poderão degustar um pequeno almoço serrano, ou para os mais valentes o percurso “Algarve, com aroma a Alentejo e Espanha”, que com um trajeto desde o Pomarão, em Mértola, até Sanlúcar de Guadiana, em Espanha, oferece ao caminhante cenários de três regiões com o Rio Guadiana como pano de fundo, e ainda a caminhada noturna dedicada à astronomia, que este ano se realizará na zona do monte das Cortes Pereiras, com o nome “Olhar o Céu, Gravar na Pedra”, e que tratará o tema da arque-oastronomia.

Haverão também caminhadas rela-cionadas com os temas do contrabando e da guarda-fiscal, da arquitetura local, das plantas aromáticas, do porco preto,

entre outros.

Atividades diversas

O festival terá ainda atividades no programa como a exposição “My Fukushima” no cais da vila, um concerto pelo Quarteto Concordis no sábado à tarde, projeções de cinema, o 8º grande prémio de atletismo do Centro de Apoio aos Trabalha-dores da Câmara Municipal de Alcoutim, degustação de produtos, e contará com a colaboração do Ayuntamiento de Sanlúcar de Guadiana, das Associações Odiana, Almargem, Cumeadas, Alcance, Amigos dos Farelos e Clarines, Grito d’ Alegria, Grupo Desportivo de Alcoutim, Clube Desportivo de Vaqueiros, Bombeiros Voluntários de Alcoutim, Clube do Optismo e Centro de Apoio aos Trabalhadores da Câmara Municipal de Alcoutim.

Torneio da Paz «Mundialito de Futebol» conta este ano com mais 40 equipas num total de 50 países

Iniciativa proporcionará três dias de caminhadas temáticas, observação e interpretação da natureza

5 jornadas

28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2015

Conheça com maior responsabilidade a legislação no que diz respeito às energias renováveis. Saiba como pode investir nesta área. Se vive no Baixo Guadiana lembre-se que produção energética a partir do Sol neste território é otimizada pela maior durabilidade diária deste elemento magnífico da natureza!

O concelho de Vila Real de Santo António vai ter o maior pas-sadiço pedonal do Sotavento e um dos maiores da região do Algarve, ligando as praias da Manta Rota e da Lota, ao longo de cerca de dois quilómetros.

A implantação desta estrutura pedonal em madeira (sobre-levada em mais de 1,2 quilómetros) irá unir a zona final do parque nascente da Manta Rota (junto aos campos de ténis) à passadeira da praia da Lota, de onde prosseguirá até à Ribeira do Álamo, na fronteira com o concelho de Castro Marim.

A ponte permitirá também a ligação à já existente rede de passadeiras e passadiços da praia da Manta Rota, criando uma rota pedonal continua com mais de dois quilómetros sempre junto à linha de mar, com espetaculares vistas sobre o areal e apta à prática de Birdwatching.

O percurso integra diversas zonas de lazer e descanso, con-templa um prolongamento à zona nascente daManta Rota e termina na foz da Ribeira do Álamo, junto ao areal. Em termos de mobilidade, irá interligar as duas zonas balneares sem necessidade de recorrer a viaturas motorizadas, otimizando as bolsas de estacionamento das praias.

A nova estrutura encontra-se, neste momento, em fase de obra, devendo estar terminada até ao final de março. Foi utli-zada na sua construção madeira de pinho tratada, de forma a possuir uma maior durabilidade e um perfeito enquadramento paisagístico com o local de implantação.

A construção deste novo passadiço está orçamentada em 307.125,32 euros e é financiada a 70 por cento pelo PO Algarve21. A execução está a cargo da empresa Alberto Couto Alves, SA.

Para Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, «esta intervenção dá seguimento ao projeto de requalificação da praia da Manta Rota, iniciado pela Câmara Municipal de VRSA em 2005, no qual foram investidos mais de dois milhões de euros e transformou a praia numa referência em termos de acessibilidade e qualidade ambiental».

Esta obra garantiu igualmente àquela zona balnear o galar-dão de Praia Mais Acessível, distinção que continuará a ser assegurada com este novo circuito ambientalmente sustentá-vel.

ECOdica

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Reabertura de Sala de Cinema do Glória aumenta oferta cultural em VRSA

25 de Abril assinalado no JBG ouvindo os jovens e histórico resistente anti-fascista Carlos Brito

Encerramento da Litográfica do Sul poderá originar 44 desempregados

Praia da Manta Rota vai ter um dos maiores passadiços do Algarve

-DR

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