aborto antigo

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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAO DE GINECOLOGIA OBSTETRICIA SEMINRIO PARCELAR

AUTORES: Subgrupo A, Grupo C 6 Rotao de Estagio ORIENTADORA: Prof. Dra. Manuela Mendes

Luanda, Junho de 2011

1 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAO DE GINECOLOGIA OBSTETRICIA SEMINRIO PARCELAR TEMA: ABORTO

AUTORES: Carlos Antnio Tembua Catarina Dias dos Santos Djanina Tatiana Melgao Baptista

ORIENTADORA: Prof. Dra. Manuela Mendes

Luanda, Junho de 2011 2 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

Sumrio: 1234Introduo Objectivos Metodologia Reviso Bibliogrfica 4.1- Conceito 4.2- Classificao 4.3- Etiologia 4.4- Apresentao clnica 4.5- Diagnstico - Clnico - Laboratorial 4.6- Conduta 4.7- Diagnstico Diferencial 4.8- Complicaes 5- Consideraes Finais 6- Recomendaes 7- Bibliografia Anexos

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1-Introduo A palavra aborto deriva etmologicamente do latim abortus, derivado de aboriri (perecer), composto de ab (distanciamento, a partir de) e oriri (nascer). Nos EUA cuinngham e tal (1997) definem aborto como a interrupo da gravidez antes de estar o feto suficientemente desenvolvido para sobreviver, isto , aborto a interrupo da gravidez antes das 20 semanas de gestao estimada desde o 1 dia da ltima menstruao. O aborto que ocorre em condies de risco causa entre 50.000 e 100.000 mortes anualmente. Em alguns pases, as complicaes do aborto em condies de risco causam a maioria das mortes maternas e, em outros pases, so as causas principais de morte da mulher em idade reprodutiva. Mas segundo a OMS e a federao internacional de ginecologia e obstetrcia (FIGO) aborto a interrupo da gestao antes da vigsima semana de idade gestacional, e com peso fetal menor que 500g. Existem vrios factores que dificultam a determinao precisa de abortos na populao desde as diferenas de mtodos na colheita de dados, comportamentos da populao,como pacientes que abortam e no tm atendimento mdico, pacientes com perdas gestacionais precoces sem o diagnstico prvio de gestao. A Organizao Mundial da Sade calcula que cada ano, at 20 milhes de abortos ocorrem em condies inadequadas e que entre 10% e 50% das mulheres que abortam requerem ateno mdica por complicaes. Ainda, muitas mulheres tambm precisam de ateno depois de um aborto espontneo. Em 86 hospitais de um pas, por exemplo, cada ms cerca de 28.000 mulheres procuram tratamento para as complicaes de abortos em condies inadequadas ou de abortos espontneos. Segundo cdigo penal de Angola seco III Artigo 358: Toda a mulher grvida que abortar: com ou sem o seu consentimento, usando meios: violncia, bebidas ou medicamentos ou outro, com ou sem ajuda de mdicos ou farmacuticos que tiverem voluntariamente concorrido para execuo deste crime sero condenados a pena de priso maior de 2 a 8 anos. EPIDEMIOLOGIA DO ABORTO Segundo a Organizao Mundial de Sade, so realizadas cerca de 46 a 55 milhes de abortos anualmente e aproximadamente 4 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

126.000 abortos por dia. Cerca de 78% de todos os abortos so realizados em pases em desenvolvimento e os restantes 22% em pases desenvolvidos. Cerca de 52% das mulheres tem idade inferior a 25 anos mulheres com idades entre 20 e 24 contabilizam 32% da totalidade de abortos 20% so adolescentes sendo 1,2% raparigas com menos de 15 anos. Quanto ao estado civil, 64,4% de todos os abortos so atribudos a mulheres que nunca se casaram as mulheres casadas contabilizam 18,4% de todos os abortos e as divorciadas 9,4% Os motivos pelos quais acontecem os abortos, apontam se violao ou incesto 1% , potenciais problemas de sade (me ou feto) 6% , razes sociais 93%. Quanto ao periodo de gestao em que o aborto realizado, fazem enfse de que; 52% ocorrem antes da 9 semana, 25% entre 9 e 10 semanas, 12% entre 11 e 12 semanas, 6% entre 13 15 semana , 4% entre 16 20 semana e 1% aps a 20 semana. Segundo a probabilidade de aborto, estima-se que 43% das mulheres iro realizar pelo menos um aborto antes de atingirem os 45 anos de idade e 47% de todos os abortos so realizados em mulheres que j realizaram um aborto previamente. Respeito absoluto pela vida humana desde a concepo. A ningum darei por comprazer, nem remdio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo no darei a nenhuma mulher uma substncia abortiva. (Juramento de Hipcrates de Cs).

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2. OBJECTIVOS Geral: - Revisar as bases tericas sobre o aborto. Especifico: - Definir o aborto - Classificar o aborto - Explicar a etiologia do aborto - Descrever as diferentes formas de apresentao, diagnstico e conduta do aborto - Citar as principais complicaes e diagnstico diferencial

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3. METODOLOGIA Foi realizado um estudo de reviso bibliogrfica sobre o aborto. Informatizado atravs do programa Microsoft PowerPoint 2007. Palavras-chave: aborto, o aborto. A recolha de informao consulta em livros, revistas e sites da Internet, e trabalhos anteriores com o mesmo tema. Para o texto foi utilizado o programa Microsoft Word 2007 e a apresentao ser no programa Microsoft PowerPoint.

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4- REVISO BIBLIOGRAFICA

4.1 CONCEITO Segundo a Organizao Mundial da Sade a interrupo da gestao antes de 20 semanas ou com peso fetal inferior a 500g.

4.2 FACTORES DE RISCO 1.Idade materna avanada o mais importante factor de risco < 35 anos- 15% 35 anos - 20% 40 anos- 40% 45 anos - 80%). 2. Paridade: 5% primparas. 14% multparas. 3.Abortamento prvio. Na 1 gestao (5%) 1 Aborto (20%) 2 Abortos (28%) 3 ou + (43%) 8 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

4.Caritipo anormal do casal: Quando presente o factor de risco mais importante. 5.Tabagismo 6.Alcoolismo. 7. Consumo de drogas ilcitas. 8.ndice de massa corprea < 18,5 Kg/m2 ou > 25 Kg/m2.

4.3 ETIOLOGIA Cromossomopatias As anomalias cromossmicas causam pelo menos metade dos abortamentos. Em gestaes anembrionadas o percentual chega a 90%. Em abortos entre 8- 11 semana de 50%, diminuindo para 38% entre 16 e 19 semana. As mais frequentes alteraes detectadas so: trissomias autossmicas - 52% ( 13, 15, 16, 21,22), monossomia X -19%, poliploidias - 22%, outras - 7%.

Causas uterinas Existem malformaes da cavidade uterina que so incompatveis com a evoluo de uma gravidez. Adquiridas: Miomas, sinquias, incompetncia istmo-cervical , plipos e processos infamatrios Congnitas: tero didelfo, bicorno, septado. O tero didelfo (dois teros formados por dois cornos uterinos e dois colos) 9 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

O tero bicorno (dois corpos uterinos em um s colo) O tero septado (com um fenda na cavidade uterina) Causas imunolgicas a) Alo-imune O feto formado ser um ser com constituio imunolgica diferente do pai e da me. Quando uma gravidez se instala, o feto passa a fazer parte do organismo da me, como um rgo transplantado. Habitualmente, quando o sistema imunolgico entra em contato com um corpo estranho, desenvolve anticorpos especficos. Mas, durante a gravidez, o sistema imune tolera esta situao. E um mecanismo ainda desconhecido faz com que o sistema imunolgico no rejeite a gravidez. Quando o organismo rejeita a gravidez, esse tipo de aborto se chama alo-imune, e o problema deve ser identificado e tratado antes da mulher engravidar.

b) Auto-imune Existem casos em que o indivduo pode desenvolver anticorpos contra os prprios tecidos ou rgos, esta alterao d origem s doenas autoimunes, como o lupus sistmico. Muitas mulheres podem ser assintomticas durante a vida normal, mas no momento de uma gravidez podem exacerbar este problema, vindo a desenvolver uma destas sndromes. As mais comuns, durante a gestao, a que se assemelha ao lupus e outra em que o nvel de anticorpos contra cardiolipina aumenta muito. O mecanismo pelo qual o organismo induziria o aborto se explica pelo acmulo destes factores, causando alteraes da coagulao, trombose das veias da placenta e mau funcionamento do tecido placentrio. Causas Hematolgicas: Algumas mulheres no podem tomar anticoncepcionais hormonais, pois, aumentam sua a fragilidade capilar e hematomas. Durante a gravidez, com a modificao hormonal do corpo, o sistema de coagulao pode se modificar. Se 10 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

uma mulher tem esta tendncia ou deficincia poder desencadear uma trombose placentria, o que levar a um desenvolvimento diminudo do feto ou mesmo morte fetal, com consequente abortamento. Causas Infecciosas: Listria monocytogenes, Toxoplasma gondii, Parvovirus B19, Rubeola, Brucelose Herpes simples, Citomegalovirus Malria

Causas endcrinas Insuficincia de Corpo Lteo, caracterizada por uma produo diminuda de progesterona na segunda fase do ciclo, perodo de implantao, onde tal hormnio tem participao fundamental. Diabetes mellitus se mostra envolvido na etiologia do aborto de repetio desde que esteja descontrolado. Patologias da tireide (hiper e hipotireoidismo) quando bem controladas no se relacionam com aborto de repetio, porm sabido que anticorpos antitireoidianos esto intimamente relacionados com o problema, embora o mecanismo no seja ainda esclarecido.

Drogas Misoprostol Talidomida, Chumbo, Anticoagulantes Cocaina Anti-iflamatrios Antagonistas do cido flico Antiblasticos, Gases anestsicos

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Procedimentos invasivos Bipsia de vilo corial, Amniocentese Causas ambientais sabido o efeito abortivo da radiao, embora no haja determinao de dose especifica. Exerccio fsico parece no estar relacionado como causa de aborto precoce. Microondas, ultra-som e terminais de vdeo parecem no elevar a taxa de aborto. Outras causas descrita uma maior incidncia de abortos espontneos em pessoas com hbito de ingesto excessiva de caf, lcool e tabagismo. Causas idiopticas Apesar do avano da medicina ainda existem situaes, em que no possvel estabelecer a causa de uma perda gestacional repetida. Hoje, contamos com tratamentos eficazes para quase todas as causas de abortamento repetitivo, salvo para as alteraes genticas dos progenitores. Inicialmente, recomendado um aconselhamento gentico.

4.4 CLASSIFICAO 1.Quanto a forma de interrupo: a) Espontneo: quando ocorre sem qualquer interferncia do exterior. Ele determinado por causas intrnsecas, tais como: maternas (defeitos uterinos, molstias, problemas psicolgicos, etc.), paternas e fetais (m-formao do feto).b) Provocado:

quando desencadeado por interferncias exteriores de mdicos, parteiras, curiosas ou pela prpria me. E os motivos apresentados para justificar o aborto so:- Motivo teraputico: considerado como necessrio para salvar a vida

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da gestante quando esta corre perigo.- Motivo eugnico: quando h suspeita de que a criana possa herdar doenas fsicas ou mentais dos genitores ou quando a criana apresenta defeitos graves no perodo fetal, provocados por determinadas enfermidades, ou uso de drogas, como a talidomida, raios X e deficincias oriundas do factor Rh.

2.Quanto a evoluo: a) Precose: quando ocorre at 12 semanas

b) Tardio: 13- 20 semanas de gestao

4.5 FORMAS CLNICAS 13 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

1. AMEAA DE ABORTO uma situao clnica em que a gestante esta em eminncia de uma possvel interrupo da gravidez, isto sinais e sintomas antes de ser desencadeado o aborto.

Fonte: Netter Quadro clnico: Hemorragia vaginal de pequena quantidade, de cor viva ou escura. Dores abdominais so em clica e geralmente sucedem a hemorragia, mas podem acompanha-la, que ocorrem devido as metrossstoles intermitentes. Uma vez instituda a hemorragia, devemos, em primeiro lugar, afastar outras causas de sangramento na primeira metade da gravidez (neoplasia trofoblstica gestacional e gravidez ectpica) Diagnostico: Clnico: pouco esclarecer mas ao toque vaginal colo uterino encontra se fechado. Exames complementares: o Ecografia: um mtodo valioso de avaliao. Demostra a presena dos batimentos cardiofetais, o prognstico bom na grande maioria dos casos. Nas gestaes muito precoces, em que ainda no so identificveis os batimentos cardacos fetais, pode observar se o saco gestacional bem formado, com ecos centrais compatveis com o embrio indica que o produto esta em boas condies. Por outro lado, um saco gestacional vazio, sem ecos embrionrios indica um mau prognstico, com fortes indcios de morte do embrio. o Doseamento das hormonais podem auxiliar muito os exames de imagem na avaliao da viabilidade do produto em uma ameaa de abortamento. 14 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

Dosagem de B-hCG: superior a 1000mUI/ml significa que o saco gestacional esta vivel. A dosagem seriada do B-hCG pode ser til, j que em uma gravidez normal o valor srico deste hormnio deve aumentar cerca de 65% a cada 48h. Dosagem de progesterona: superior a 5mg/ml significa viabilidade fetal. Valores abaixo desses limites raramente so compatveis com uma gravidez intra-uterina vivel. Conduta: Se existe viabilidade fetal: 1. 2. 3. 4. Repouso Tranquilizao Abstinncia aos exercicos fsicos Abstinncia sexual temporria (pela estimulao das contraces pelas prostaglandinas do lquido seminal). 5. Analgesia 6. Tocolticos (tero relaxantes), ex: Salbutamol, Cloridrato de ritrodina Prepar. 7. Hormonoterapia (sem evidncia de grande eficcia), d-se progesterona 50 mg / dia at ao 2 trimestre desde que evidenciada vitalidade, 1 injeco IM/semana . controverso a sua utilizao porque em fetos femininos produzem masculinizao dos rgos genitais externos, h autores que referenciam malformaes cardacas, membros inferiores etc. Se no existe viabilidade fetal: Curetagem para esvaziamento da cavidade uterina. 2. ABORTO EM EVOLUO a situao em que o processo de interrupo da gestao encontrase em desenvolvimento, o ovo j se desprendeu da cavidade uterina, entretanto ainda no foi expulso nos genitais externos. Quase sempre precedido por perodo de ameaa de abortamento

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Fonte: Netter

Quadro Clnico: Dor abdominais tipo clicas persistentes, de intensidade moderada. Hemorragia vaginal abundante, rutilante, acompanhada de contraces uterinas, em geral rtmicas. Diagnostico Clnico: muito til toque vaginal: dilatao progressiva do colo uterino resultando na expulso da totalidade ou parte do produto de feto. O tero apresenta volume proporcional a idade gestacional. Exames complementares o Ecografia evidencia saco gestacional baixo e colo dilatado. o Imunofenotipagem sangunea do casal fundamental, caso a mulher seja Rh negativo e o marido positivo deve se administrar imunoglobulina profiltica.

Conduta: Esvaziamento da cavidade uterina pela pina de winter ou atravs da curetagem. 3. ABORTO COMPLETO a situao clnica caracterizada pela eliminao total de todos os componentes da gravidez. frequente at as 8 semanas de gestao.

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Fonte: Netter Quadro clnico: Baseia-se inicialmente na histria clnica da paciente aps clicas intensas e hemorragia acentuado, eliminou algo, pelos genitais que acredita ser o ovo e, desde ento, o sangramento cessou ou diminuiu significativamente.

Diagnstico: Clnico: Baseia se na historia clnica e ao exame ginecolgico verifica se uma involuo uterina, e ao toque vaginal colo fechado com sangramento discreto, a consistncia, e volume tero de tamanho normal. Conduta: Repouso domiciliar por 24 a 48 horas.

4. ABORTO INCOMPLETO uma situao clnica que ocorre frequentemente depois da 10 semana de gestao porque neste perodo as vilosidades corinicas aderem ao tero, ento a expulso do embrio no total, provocando sangramento vaginal intermitente, volumoso e importante. Quadro clnico: Histria clnica: a doente explica ter perdido uma estrutura carnosa e alguns cogulos. Somente no aborto tardio ela consegue distinguir a placenta e o feto. Dores abdominais tipo clicas medias a intensas. Hemorragia vaginal persistente, o sinal mais constante podendo ser profusa e levando ao choque hipovolmico, principalmente nos abortos mais tardios. 17 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

Diagnostico: Clnico: pela HDA e ao exame ginecolgico verifica-se um tero amolecido e de volume aumentado, entretanto menor que o esperado para a idade gestacional, e o colo uterino entreaberto. Exames complementares: o Exame ecogrfico pode ser til no caso de dvidas em relao a reteno de produtos de concepo. Conduta Evacuao uterina imediata, atravs da curetagem.

5. ABORTO RETIDO definido como a reteno do produto de concepo sem vida, no tero, por vrios dias ou semanas. tambm denominado Missed abortium .

Fonte: Netter Quadro clnico: Ocorre sangramento e clicas uterinas que cessam: o ovo morre mas no expulso. Diagnostico Clnico: ao exame ginecolgico observamos um tero com regresso do seu volume. 18 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

Ecografia: demonstra eco fetal dentro do saco gestacional, porm os batimentos cardacos fetais esto ausentes. O tero deve ser esvaziado.

Conduta: Depende da idade gestacional: Se idade gestacional abaixo de 12 semanas procede-se a dilatao e curetagem. Se idade gestacional superior a 12 semanas procede-se ao amadurecimento do colo uterino com misoprostol, oxitcitos em altas doses e curetagem aps a expulso fetal.

Fonte: Adam 6. ABORTO INFECTADO Decorre da eliminao incompleta do ovo, do embrio ou da placenta, que determina a manuteno da abertura do canal cervical, favorecendo a ascenso das bactrias da flora vaginal e intestinal cavidade uterina. mais comum em abortamentos instrumentais provocados, no exclusivo destes. Clinicamente a doente refere dor hipogstrica e mobilizao do colo uterino, febre e corrimento vaginal com odor ftido. O aborto infectado subdividido em 3 grupos consoante a extenso do processo e gravidade clnica: Tipo 1 localizado apenas na cavidade uterina e decdua, o tero est aumentado de volume por onde flui secreo pio sangunea. O estado geral da paciente est preservado e no existem sinais de resposta inflamatria sistmica nem irritao peritoneal. mas

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Conduta: remoo do foco infeccioso por meio de curetagem uterina, usando antibitico simultaneamente endovenosos, com cobertura para germens mais frequentes nesse tipo de infeco (gram negativos e anaerbios). Recomenda-se: aminoglicosdeo (gentamicina ou amikacina) associado a um anaerbiocida (metronidazol ou clindamicina). Tipo 2 quando a infeco progride para o miomtrio e paramtrios, anexos e peritoneu agravando-se o quadro clnico. A doente apresenta febre, taquicardia, leo paraltico e dor abdominal. O toque vaginal nesta doente extremamente doloroso com empastamento dos paramtrios, h certa defesa abdominal. Conduta: com a propagao para o miomtrio e peritoneo, a curetagem no soluciona o problema, ser necessrio a abordagem cirrgica. Para avaliarmos o grau de comprometimento sistmico, pedimos exames laboratoriais: hemograma, funo renal, e heptica, coagulograma, RX do trax e abdmen e ecografia, o uso de antibiticos est tambm indicado. Tipo 3 Quadro grave e com alta morbilidade e mortalidade, caracterizado por resposta inflamatria sistmica acentuada e sepsis intrabdominal. Conduta: Para alm da abordagem cirrgica necessrio monitorizao e o controle da paciente em UCI.

7. ABORTO HABITUAL Situao clnica em que ocorreu trs ou mais abortos espontneos de forma consecutivas. As causas mais importantes e cientificamente comprovada incluem: Anormalidades cromossmicas no casal. Translocao. Anomalias uterinas. Sndrome de anticorpos antifosfolpidos. Anovulaes crnicas. 20 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

Idade materna acima dos 40 anos 8. INCOMPETNCIA CERVICAL

Responsvel por cerca de 13% dos abortos Decorre de maneira indolor, sem contraces, sem sangramento. Resulta da falncia do sistema oclusivo da matriz uterina, podendo levar a perda gestacional de repetio. As causas podem ser: Congnitas. Adquiridas. Conduta: a cerclagem realizada electivamente entre as 12 e 17 semanas, ou mais tarde em carcter de urgncias quando detectada abertura do canal cervical. As tcnicas mais utilizadas so: a tcnica de Mac Donald e a tcnica de Aquino Sales A tcnica de MAC DONALD consiste na sutura em bolsa de senhora as 12 -3 6 9 horas, com fio inabsorvvel sem atingir o canal cervical sendo retirado as 37 semanas. ou se eventualmente, antes a paciente tiver contraces uterinas para evitar amputaes do colo uterino . A tcnica de AQUINO SALLES consiste na sutura de 3 pontos em U, paralelos entre si atingindo toda a espessura do colo.

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Fonte: Netter

4.6 DIAGNSTICO DIFERENCIAL O aborto faz diagnstico diferencial com as seguintes patologias : - Gravidez ectpica -Mola hidatiforme -Placenta prvia 22 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

-Apendicite -Abdomm agudo - Alteraes menstruais -Infees cervicais - Mioma pedunculado expelido - Neoplasia cervical

4.7 COMPLICAES FREQUENTES NO ABORTO a) Imediatas: Lacerao do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores. 23 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

Perfurao do tero por dilatao e curetagem (as paredes uterinas so macias e pouco delineadas). Hemorragias uterinas: devido a metorragias dos vasos da placenta Hipovolemia: devido a hemorragia profusa Anemia: devido a himorragia profusa e infeces Infeces: devido as manipulaes, pode limitar-se ao tero ou propagar-se para a regio plvica Sepsis: por propagao sistmica da infeco Fstulas Insuficincia renal aguda: ocorre devido ao choque hipovolemico

b) Tardias: Insuficincia ou incapacidade do colo uterino. Partos prematuros Infertilidade Gravidez de alto risco: devido a hemorragias. M insero da placenta nas gravidezes subsequentes Formao de sinquias intra uterinas (sndrome de ASHERMAN ) Histerectomia Isoimunizao em pacientes Rh negativo. Partos complicados Aumento do percentual de abortos espontneos nas pacientes que j abortaram.

5. CONSIDERAES FINAIS

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O aborto tem vrias definies, e a que mais prevalece at aos dias de hoje ditada pela OMS e pela FIGO a interrupo da gestao antes da vigsima semana de idade gestacional, e com peso fetal menor que 500g. O aborto tem varias causas e classificaes, sendo o conhecimento destas muito importante para a conduta a ser feita. As complicaes do aborto so muito abrangentes sendo importante o conhecimento dos seus diagnsticos diferenciais para melhor conduta em cada caso individual. O aborto inseguro uma das principais causas de mortalidade no mundo, principalmente nos pases em desenvolvimento. Segundo cdigo penal de Angola seco III Artigo 358: Toda a mulher grvida que abortar: com ou sem o seu consentimento, usando meios: violncia, bebidas ou medicamentos ou outro, com ou sem ajuda de mdicos ou farmacuticos que tiverem voluntariamente concorrido para execuo deste crime sero condenados a pena de priso maior de 2 a 8 anos

6. RECOMENDAES 25 Seminario Parcelar/ Aborto/ Subgrupo A/ Grupo C/ 6 rotaao/ 2011

Que haja maior sensibilizao as mulheres no sentido de fazerem planeamento familiar. Que se divulgue mais informaes acerca do aborto, riscos e complicaes. Que as pacientes tenham melhor acompanhamento durante uma gestao ps aborto. No caso de abortos de repetio que se faam estudos, para posteriormente fazer se um aconselhamento gentico do casal.

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7. BIBLIOGRAFIA 1. Rezende J, Obstetrcia, 10 edio, Rio de Janeiro, editora Guanabara Koogan 2005, paginas 749 a 771. 2. Smith, R.P; Netter; Ginecologia Obstetrcia, Editora Artmed; Edio 1. 2004, Rio de Janeiro, Paginas 245 3. Current, Decherney H. A. Nathan L. Obstetrcia e Ginecologia diagnstico e tratamento, 9ed.mc graw hill, pags 221226. 4. Aula sobre hemorragias da primeira metade da gravidez para estudantes do 5ano 2009.Elaborado pela Dra. Lgia Alves. Especialista em Ginecologia e Obstetrcia, professora auxiliar da FM da U.A.N. 5. Seminrio sobre aborto elaborado por estudantes do 6 ano, em Maro de 2009 6. Seminrio sobre aborto recorrente elaborado por estudantes do 6 ano, em Julho de 2009 7. Aborto. Disponvel em: www.abortoemdebate.com.br/arquivos/Aborto_Guia_comunicac ao.pdf, acedido 16 de Junho de 2011, pelas 12horas. 8. Prof. Ms. Renata Silva De Oliveira Viviani Ginecologia & Obstetrcia Hemorragias Obsttricas Hemorragias Da 1 Metade Da Gestao E Hemorragias Ps Parto 2006 Disponvel Em: http://dc281.4s.io/img/PsYMIbyy/preview.html data 13.06.2011 9. Guedes C.; Damiani D,; Ratto P.B; Abortamento Ginecologia e Obstetrcia, 2009 Complexo Hospitalar do Mandaqui. Disponvel em: http://www.sistemanervoso.com/pagina.php? secao=8&materia_id=523&materiaver=1&imprimir=1&PHPSES SID=50acaa09485f2f0bb9372dc111bbd10f Acedido aos 14.06.2011 10. FRUM ECO-GAIA Por um Mundo Melhor. Estatsticas surpreendentes sobre o aborto. em: 08 de Fevereiro de 2007, 08:16:26 Disponvel em: http://www.eco-gaia.net/forum-pt. Acedido, aos 19 de Junho de 2011, pelas 19h25. 11. www.providasaude.org/aborto acedido aos7/6/2011 pelas 15h.

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