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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 06 a 08 de novembro de 2006

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Orçamento Empresarial: Orçamento Empresarial Realizado na

Empresa Beta Monitoramentos Ltda

Alexandre de Melo Abicht (ULBRA-SM) [email protected]

Jacsson Massing (ULBRA-SM) [email protected]

Beatriz Machri de Pellegrini (ULBRA-SM) [email protected]

Jader Tomazetti da Cunha (ULBRA-SM) [email protected]

Resumo: O trabalho foi realizado em uma empresa de monitoramento de alarmes, tendo como problemática a criação de um orçamento empresarial para o ano de 2006, baseado no ano anterior, com um acréscimo de 15% nas vendas, gerando um aumento do mesmo percentual em sua lucratividade. Foram demonstrados os cinco tipos de orçamentos: Orçamento de Vendas, Orçamento do Custo do Produto Vendido, Orçamento de Despesas Operacionais, Orçamento de Fluxo de Caixa e Demonstração de Resultados do Exercício. Também sugere a aplicação da grande parte da sobra de caixa em instituições financeiras, permanecendo apenas um pequeno residual. Por fim foi alcançado o seu objetivo, mostrando de uma forma sistêmica a composição orçamentária de uma empresa em um determinado período. Palavras-chave: 1. Orçamento; 2. Monitoramento; 3. Cliente; 4. Empresa Privada.

1. Introdução

O Orçamento Empresarial desenvolvido neste trabalho foi realizado na empresa Beta Monitoramentos Ltda., especializada em sistemas de monitoramento e segurança.

O Orçamento Empresarial é conceituado como uma potente ferramenta de construção das operações financeiras e administrativas, capaz de orientar os administradores quanto às metas e objetivos a serem executados num dado período de tempo futuro. São projeções efetuadas, a ser cumpridas por toda a organização, que espelham as expectativas de realização de determinados resultados operacionais, baseadas em avaliações dos cenários econômicos possíveis de ocorrer num dado período. Por outro lado, é comum o uso de uma base de dados orçamentária passada para orientar na preparação de novos orçamentos. Os resultados de exercícios anteriores também são utilizados para determinadas reflexões sobre como se montar um futuro projeto orçamentário. Geralmente os orçamentos são projetados, em sua plenitude, para um período de doze meses, que representará o exercício fiscal do próximo exercício, (FERNANDES, 2001).

Este trabalho tem como objetivo demonstrar de uma forma sistemática toda a composição orçamentária da empresa em um determinado período, tendo como meta o crescimento de 15 % nas vendas.

Para sua realização, foram necessárias diversas coletas de dados efetuadas na contabilidade e no setor financeiro da empresa. Também foram realizadas entrevistas com os gerentes de setores, com o intuito de obter detalhes sobre a operacionalização da empresa, para então essa poder ser aplicada à taxa de aumento nas vendas. Segundo Fernandes (2001):


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O Orçamento Empresarial no seu formato básico é dividido em dois tipos: - Orçamentos Operacionais, abrangendo atividades como vendas, compras e produção; - Orçamentos Financeiros, tais como balanço patrimonial, demonstração de resultados e demonstrações de fluxo de caixa, que identificam as conseqüências financeiras esperadas das atividades resumidas no orçamento operacional.

O trabalho refere-se exclusivamente as receitas do serviço de monitoramento da sua matriz e de sua filial de Itaara.

O Orçamento Empresarial que expôs o objetivo deste trabalho está divido em cinco etapas: Orçamento de Vendas, Orçamento do Custo do Serviço Prestado, Orçamento das Despesas Operacionais, Orçamento de Fluxo de Caixa e, por fim, a Demonstração de Resultados do Exercício.

Ainda, como meta, tem como pretensão provar a verdadeira demonstração da taxa de crescimento nas vendas em uma determinada empresa, indo muito além dessa projeção, mostrando todos os passos para a obtenção do lucro, na mesma proporção do aumento das vendas, fator de grande dificuldade para as organizações.

2. Desenvolvimento

A Beta Monitoramentos Ltda. é integrante do Grupo BEO. Sua matriz está localizada em Santa Maria – RS, o seu principal negócio é a prestação de serviços do monitoramento eletrônico de alarmes e instalação de sistemas de segurança.

Está inserida no mercado desde o ano de 1994 e atualmente possui duas filiais, em São Gabriel e Itaara. Em Santa Maria, além de sua matriz, conta ainda com dois empreendimentos no ramo de Estacionamentos Monitorados, tendo como características estacionamentos informatizados e cobertos com um sistema fechado de televisão, garantindo uma maior segurança aos clientes que deixam o seu carro aos cuidados do estacionamento.

Possui um quadro funcional geral de 57 pessoas, composto de ajudantes, instaladores, atendentes, agentes, técnicos, gerentes e diretores.

Como visão, a empresa almeja ser uma empresa de prestação de serviços de monitoramento, visando à qualidade dos serviços que presta, voltada sempre ao cliente, utilizando para isso, recursos humanos e tecnológicos que assegurem segurança e confiabilidade.

A sua missão é: “segurança em tudo que faz.” Possui o slogan: “A nossa preocupação é a sua tranqüilidade.” Os seus objetivos para são: prestar serviços de monitoramento eletrônico de alarmes a

empresas de pequeno, médio e grande porte, residências, estabelecimentos comerciais; realizar a instalação de equipamentos eletrônicos de segurança, visando sempre à tranqüilidade do cliente e à funcionalidade dos equipamentos instalados.

Tem como metas: - pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de baixo custo para a transmissão das informações da central de alarme do cliente à empresa, principalmente nas cidades que necessitam de DDD (discagem direta à distância) para realizar essa comunicação; - ampliar o uso de alarmes monitorados para as classes A e B no âmbito residencial; - utilizar mais de uma tecnologia de equipamentos eletrônicos de segurança, difundindo as marcas mais utilizadas e de melhor custo/benefício; - agregar valor ao serviço de monitoramento com rondas, controle de acesso, botão de pânico móvel, emergência médica, assalto e incêndio. A curto prazo, suas metas são: - desenvolvimento e inserção de mercado para os produtos ALFA no interior do estado;


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- a auto-suficiência da nova empresa GAMA TECNOLOGIAS, que está sendo criada até o final do ano; - realização de um plano para aumentar a lucratividade da filial do ALFA PARKING, estacionamento do grupo Beta Monitoramentos, localizado em Santa Maria. A empresa não é líder de mercado, porém é a que possui melhor qualidade, tanto em

instalação, quanto no atendimento 24h. Como diferenciais, a Beta Monitoramentos possui um crescimento com base sólida, utilizado sempre para sua Diretoria, tanto internamente, quanto externamente.

Para uma solidificação no mercado, a empresa precisa, primordialmente, planejar o rumo a ser seguido. Por isso é imprescindível o desenvolvimento de um Orçamento Empresarial.

Para Frezatti (2000):

Planejar é decidir antecipadamente e, decidir implica optar por uma alternativa de ação em detrimento de outras disponíveis, em função de preferências, disponibilidades, grau de aceitação do risco, etc. Enfim, decidir antecipadamente, constitui-se em controlar o seu próprio futuro. Ainda é conceituado como quase uma necessidade intrínseca, como o alimentar-se para o ser humano. Não se alimentar, significa enfraquecimento e o mesmo ocorre com a organização, caso o planejamento não afete o seu dia-a-dia dentro do seu horizonte de longo prazo.

Seu objetivo de crescimento para o ano de 2006 é ter um acréscimo de 15 % nas vendas, pois, em 2005, obteve 35% de aumento. Considera-se assim uma projeção de crescimento bem mais modesta que no período passado. Tal retração da organização é causada pela crise econômica e política no país. Além disso, na sua região de atuação, ocorre também crise no setor primário, fortalecendo ainda mais os ideais de sua Diretoria, que prima pelo desenvolvimento da empresa com base sólida.

A Beta Monitoramentos identifica como oportunidades de mercado: aumento da violência urbana, desgaste dos órgãos públicos de segurança, tecnologia que está baixando o preço dos equipamentos, a procura por segurança em todas as classes e níveis sociais.

Tem como ameaças, empresas pequenas que realizam a instalação de alarmes não monitorados e, muitas vezes, dificultam as negociações com os futuros clientes, e a atual possibilidade de monitorar remotamente pela Internet ou pelo próprio celular.

Os seus pontos fortes são: possuir qualidade no atendimento e instalação, grande diferencial em localização e frota, pessoal altamente treinado e qualificado, fazer parte de um grupo forte em todo o Estado (PRT) e ser representante da marca mundial ALFA.

Seus pontos fracos são: não possuir financiamento para a venda de equipamentos e não vender produtos diferenciados (seguir somente uma marca de produtos).

2.1 Orçamento de Vendas

“O orçamento de vendas é a peça básica de elaboração do orçamento, condicionando todo o processo” (MOREIRA, 2002).

Para Sanvicente e Santos (1983):


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O orçamento de vendas constitui um plano de vendas futuras da empresa, para determinado período de tempo. Sua função principal é a determinação do nível de atividades futuras da empresa. Todos os demais orçamentos parciais são desenvolvidos em função do orçamento de vendas, ou seja, tendo-se determinado o que será vendido, em que quantidades e quando e conta-se com as informações principais para a determinação dos recursos necessários para o atendimento dessas vendas em quantidade, qualidade e por período de tempo.

A receita de vendas é exclusivamente composta de mensalidades dos serviços de monitoramento prestados a seus clientes. Não é comercializado mais produto algum, nem mesmo outro tipo de serviço prestado. O alarme, objeto do monitoramento, é comercializado por outra empresa. A instalação do alarme e a sua manutenção são realizadas pelos técnicos da Beta Monitoramentos, sendo esse custo integrante da mensalidade.

Os clientes da Beta Monitoramentos são divididos em quatro tipos: A – clientes residenciais – monitoramento de residências; B – clientes residenciais e comerciais – monitoramento de residências e de empresas, escritórios ou consultórios de um mesmo cliente; C – cliente comercial – monitoramento de empresas, escritórios ou consultórios; D – cliente comercial com mais de uma loja – monitoramento de empresas, escritórios ou consultórios, possuindo alguma filial além de sua matriz; E – outros – clientes que não se enquadram nas características acima. Cada tipo desses clientes possui particularidades nos serviços prestados, ou seja, há

diferenciação nos custos, conseqüentemente também em sua mensalidade. Para realização deste orçamento, foram utilizadas as vendas do período de janeiro a

dezembro do ano de 2005, divididas por tipos de clientes e, após, aplicado o aumento de 15 % para o próximo ano.

São considerados neste orçamento os clientes da matriz localizada em Santa Maria e da filial em Itaara, pois a contabilidade da organização é unificada entre elas. As outras empresas do grupo, inclusive a filial de São Gabriel, não são consideradas no trabalho.

A quantidade disposta refere-se ao número de clientes atuais da empresa, de que são geradas as receitas da organização que possuem monitoramento.

Há uma diversidade de clientes mais antigos, que pagam valores diferentes dos novos, já que seus contratos de monitoramento são corrigidos anualmente. Para ser viabilizado este orçamento, foi realizado o cálculo do valor médio das mensalidades de cada tipo de cliente.

Portanto, no final do período, é encontrada a receita total esperada e o número de clientes que se deseja atingir.

2.2 Orçamento do Custo do Serviço Prestado

Esse orçamento refere-se ao que cada tipo de produto ou cliente custa à empresa em um determinado período. São despesas provenientes dos setores técnicos e operacionais da organização e compostas por: salários, encargos sociais, materiais de escritório, aluguel, água, luz, telefone, combustível, assinatura de revistas e treinamentos.

O orçamento de produção visa a informar às unidades organizacionais, relacionadas diferentemente com o processo produtivo, as quantidades a serem produzidas para atender às necessidades de vendas e da política de estoques de produtos acabados, sendo base para a elaboração dos orçamentos relacionados com o custo de produção, (MOREIRA, 2002).

Após a obtenção do total, os custos são submetidos a um rateio entre os tipos de clientes. Não se consegue ter um CSP diferente de um produto ao outro, pois na organização, os setores da produção são contabilizados juntos.


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Para 2006, foram utilizados os valores do ano de 2005, tendo apenas nos custos variáveis, um acréscimo de 15%. Nos custos fixos são aplicados os reajustes anuais de salários, conforme o dissídio coletivo da categoria. Porém, nesse caso, não ocorreu o reajuste, pois desde 2004 permanecem os mesmos. O 13º salário está contabilizado no mês de dezembro e as férias no mês de janeiro. O aluguel para o ano de 2006 foi reajustado em 10 %, a água também teve o mesmo percentual. A luz teve 15 % de reajuste. Para a mensuração mensal da água e de luz, foi obtido um cálculo geral, anual e, após, realizada a divisão mês a mês.

Os combustíveis e telefones, além do aumento orçamentário de 15%, sofreram ainda um reajuste anual de 8% e 10%, respectivamente.

Todo e qualquer custo referente a materiais de reposição, de manutenção, é repassado diretamente ao cliente, não gerando custo algum à empresa.

Como esse orçamento empresarial foi realizado em uma empresa exclusivamente prestadora de serviços, o cálculo do custo de produção é realizado através da soma de todos os custos necessários à execução do serviço.

Enfim, ao término do orçamento, é demonstrado, além do total, o custo do serviço prestado a cada tipo de cliente.

2.3 Orçamento das Despesas Operacionais

As despesas administrativas incluem todas as despesas necessárias para a gestão das operações de uma empresa e também os itens relativos a pessoal, viagens, telefonemas, telegramas, material de escritório, depreciação, seguros, taxas, energia elétrica, serviços prestados por terceiros, (SANVICENTE E SANTOS, 1983).

Moreira (2002) reforça ainda mais a idéia, comentando que o “Orçamento de Despesas Comerciais e Administrativas envolve o planejamento dos valores a serem despendidos na comercialização e nas funções de apoio às atividades operativas.”

O orçamento é composto pelas despesas financeiras, administrativas e de vendas da empresa, que são oriundas dos setores financeiro e comercial, sendo compostas por: salários, encargos sociais, pró-labore, materiais de escritório, luz, telefone, aluguel, água, combustível, viagens, despesas com serviços terceirizados, assinatura de jornais e revistas e treinamentos. Com tudo isso se chega ao total das Despesas Operacionais. As despesas com serviços terceirizados são realizadas ocasionalmente, por isso, há meses em que não há esse custo.

Na prática, os orçamentos de despesas são preparados por diferentes gerentes. O gerente de vendas elabora o orçamento de despesas de vendas e o gerente de administração é responsável pelo orçamento de administração, e assim sucessivamente para os demais departamentos, (LUNKES, 2003).

A projeção é baseada nos valores de 2005, aplicando-se os reajustes anuais de salários, conforme seu o dissídio, que, não ocorreu o reajuste do salário. As férias foram calculadas no mês de janeiro e 13º salário no mês de dezembro. No aluguel, ocorreu um reajuste de 10 %, juntamente com a água. Houve um reajuste de 15 % na luz. Para a obtenção dos valores de água e de luz, foram somados todos os meses de 2005, aplicados os reajustes e divididos mês a mês. Tanto os combustíveis, quanto os telefones, foram reajustados em 8% e 10%, respectivamente. Finalizando assim o período, tendo o total de despesas operacionais realizadas pela empresa.


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2.4 Orçamento de Caixa

O vocábulo CAIXA, em sentido restrito, refere-se apenas ao numerário existente nas dependências da empresa (entendendo-se como numerário o dinheiro e os cheques recebidos que estiverem liberados para depósito imediato). Neste orçamento, porem, o vocábulo CAIXA é empregado a acepção mais ampla, abrangendo também os saldos bancários de livre movimentação, incluindo o numerário em trânsito entre diversas agências, (SOBANSKI, 2000).

Segundo Moreira (2002):

O orçamento de caixa é a peça orçamentária que consolida todas as movimentações de caixa, relacionados os diversos tipos de receitas e despesas, incluindo os aportes de capital e as aplicações de fundos que visam à execução dos projetos de expansão das atividades da empresa. Possibilita antever a necessidade de disponibilidade para suprimento e aplicações de recursos, a fim de evitar altos custos com a tomada de recursos em situação de emergência, como também maximizar as receitas que fundos disponíveis geram se forem bem aplicados.

O orçamento de caixa é composto por outros dois orçamentos: o orçamento de entradas da caixa e o orçamento de saídas de caixa. Segundo Sanvicente e Santos (1983):

A consideração dos valores das entradas e das saídas para a determinação dos saldos de caixa é tão somente a primeira fase do planejamento. A projeção dos saldos de caixa poderá demonstrar que, em determinado mês, o saldo será negativo, ou que haverá excessos de caixa; quando isso acontece, é função do tesoureiro verificar as fontes alternativas para a obtenção dos fundos adicionais exigidos, e tomar as primeiras providências que se fizerem necessárias, ou, no caso de superávits excessivos, recomendar as melhores formas de aplicação desses recursos.

No orçamento de entradas de caixa são dispostas as receitas projetadas para cada mês, conforme disposto no orçamento de vendas e também o seu prazo de recebimento. Na Beta Monitoramentos, o prazo de recebimento é de 30 dias para os clientes que adquiriram o monitoramento. Também é realizada uma subtração das receitas pela previsão de inadimplência, que na empresa é 2 %. Conclui-se esse orçamento com o resultado das entradas operacionais, a realização dos ajustes de saldos do ano anterior e também a disponibilidade de saldo restante para o próximo exercício.

No orçamento de saídas de caixa são disponibilizadas as despesas projetadas mês a mês dos quatro setores da empresa. Esses valores são extraídos dos Orçamentos de Despesas Operacionais e da origem do Orçamento do Custo do Serviço Prestado. Finaliza-se o orçamento com os resultados totais das saídas de caixa mensais e anuais.

Com a mensuração dos dois orçamentos acima citados, torna-se possível o cálculo do Orçamento de Caixa. Acrescenta Sobanski (2000):

Ao planejar o caixa, estabelecem-se os valores mínimos desejados como saldos. Desse modo, o orçamento não é feito para se apurar o saldo de caixa, que já foi determinado anteriormente; o orçamento permite, sim, verificar se as movimentações de numerário geram excessos ou insuficiências em relação àqueles saldos. Geralmente, na mecânica do orçamento, as insuficiências de numerário são cobertas pela previsão de empréstimos pagáveis a curto prazo, e os excessos são destinados a aplicações financeiras.

O Orçamento de Caixa é composto por duas fases: Na primeira fase determina-se o saldo inicial de cada mês; no 1º mês, é estabelecido um saldo inicial de R$ 20.000,00, que são somados com as entradas de caixa, valores obtidos no Orçamento de Entradas de Caixa e, subtraídos das saídas de caixa, que estão estabelecidas no Orçamento de Saídas de Caixa. Chega-se assim ao saldo final, que é transposto para o saldo inicial do próximo mês. No final de dezembro, chega-se ao Saldo Final do Caixa do período.

Chegando à segunda fase, é analisado em cada mês, o saldo final de caixa, para checar a necessidade de serem realizados empréstimos ou se houver sobras, aplicam-se esses valores


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em instituições financeiras. Para haver uma “folga” no caixa da empresa é sugerido que seja mantido um valor referente às saídas de caixa do próximo mês, além disso, possuir uma folga, em torno de mil reais, para mais alguma eventualidade. Para o restante do dinheiro sugere-se a aplicação em Bancos. No cálculo de orçamento de caixa, não foi considerada nenhuma rentabilidade financeira. Por existir muita variação no mercado financeiro, cabe à empresa decidir qual a melhor forma de aplicação. Por fim, conseguiu-se gerar uma aplicação para o final do ano orçamentário, no valor de R$ 170.500,00, considerando as aplicações realizadas desde o mês de março.

2.5 Demonstração dos Resultados no Exercício (DRE)

Quando todos os orçamentos estiverem preparados, pode-se elaborar o orçamento geral, determinando o lucro do período. Todas as receitas e despesas geradas em cada peça orçamentária são reunidas para projetar o resultado. Essa projeção permite a análise e a avaliação dos resultados que foram alcançados mediante o planejamento, (LUNKES, 2003).

Para Moreira (2003), a DRE “é de fundamental importância no planejamento e controle do lucro, porque apresenta o resultado final das operações.”

A DRE é o ultimo passo para chegar ao objeto do Orçamento Empresarial, é composta pela união de todos os orçamentos, ou seja, é iniciada com a projeção das vendas, obtida no Orçamento de Vendas, de que se subtrai o Custo do Serviço Prestado, conforme o Orçamento do Custo do Serviço Prestado, resultando o Lucro Bruto.

Desse são subtraídas as despesas operacionais, localizadas no Orçamento de Despesas Operacionais, atingindo-se assim, o resultado do Lucro Operacional.

Como próxima etapa, há a subtração desse pela Previsão de Inadimplência, retirada do Orçamento de Entradas de Caixa, encontrando o Lucro Antes do Imposto de Renda.

A empresa Beta Monitoramentos é optante pelo sistema SIMPLES da Receita Federal, que estipula como taxa de Imposto de Renda um percentual de 4,5 %.

Assim, é calculado então o Lucro Líquido da Empresa, através da subtração do LAIR pelo Imposto de Renda.

Por fim, para a obtenção da DRE, é necessário que os orçamentos anteriormente citados estejam finalizados, senão, não se terá a precisão necessária para tal demonstrativo.

3. Conclusão

O orçamento é a forma de controle do resultado final. Planejar, sem controlar, é uma falácia e desperdício de tempo e energia. Significaria que energia foi despendida pelos executivos decidindo o futuro, sem que se possa saber se os objetivos estão sendo atingidos. O controle é fundamental para o entendimento do grau de desempenho atingido e quão próximo o resultado almejado se situou em relação ao planejado.

O controle orçamentário é a forma de realimentar o sistema de planejamento, dependendo do grau e sofisticação desse último, ele pode ser estruturado de maneira flexível ou rígida, ou complexa ou simplificado centralizado ou participativo (FREZATTI, 2000).


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A realização do Orçamento Empresarial para a empresa Beta Monitoramentos, teve uma relevante importância para o seu planejamento. Muitas organizações, melhor dizendo, a grande maioria, não possuem sequer um planejamento de vendas, quanto mais um planejamento global.

A união da literatura técnica com a prática concordante proporciona um aperfeiçoamento de elevado grau ao planejamento orçamentário.

Nesse mundo globalizado, as empresas que não tiverem todas as diretrizes planejadas acabarão desaparecendo em pouco tempo, pois a concorrência a cada dia que passa é maior. Também o aperfeiçoamento tecnológico tem que ser cada vez mais veloz dentro das organizações.

O Orçamento Empresarial apresentado obteve êxito, no seu objetivo principal: demonstrar, de uma forma sistemática, toda a composição orçamentária da empresa em um determinado período, tendo como meta um crescimento nas vendas. As cinco etapas do orçamento também foram geradas e anexadas, conseguindo realizar uma análise de resultados e seu modo das aplicações financeiras dos lucros, a fim de aperfeiçoar o caixa da empresa.

Por fim, com o orçamento de uma forma completa, conseguiu-se também provar a verdadeira demonstração do crescimento nas vendas, mostrando todos os passos à obtenção do lucro, na mesma proporção em que a organização desejava aumentar suas vendas.

4. Referências Bibliográficas

FERNANDES, Rogério Mário. A Integração entre o orçamento empresarial e o ERP: A criação de um simulador orçamentário. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2001.

FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e Controle Gerencial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

LUNKES, Rogério João. Manual do Orçamento. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MOREIRA, José Carlos. Orçamento Empresarial: Manual de Elaboração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SANVICENTE, Antonio Zoratto; SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na Administração de Empresas: Planejamento e Controle. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1983.

SOBANSKI, Jaert J. Prática de Orçamento Empresarial: Um Exercício Programado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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