abelhas jandaira alimentaÇÃo

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ABELHAS JANDAIRA ALIMENTAÇÃO

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SADE E TECNOLOGIA RURAL

    UNIDADE ACADMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL CAMPUS DE PATOS - PB

    A CRIAO DA ABELHA JANDARA (Melipona subnitida) NO SEMI ARIDO PARAIBANO: ALIMENTAO

    ARTIFICIAL E PROBLEMAS NA MANUTENO DAS COLMIAS

    Edinalva Alves de Brito Engenheira Florestal

    Patos Paraba Brasil 2009

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SADE E TECNOLOGIA RURAL

    UNIDADE ACADMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL CAMPUS DE PATOS - PB

    A CRIAO DA ABELHA JANDARA (Melipona subnitida) NO SEMI ARIDO PARAIBANO: ALIMENTAO

    ARTIFICIAL E PROBLEMAS NA MANUTENO DAS COLMIAS

    Edinalva Alves de Brito Orientadora: Prof. Maria de Ftima de Freitas

    Monografia apresentada Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos/PB, para a obteno do Grau de Engenheira Florestal.

    Patos Paraba Brasil 2009

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SADE E TECNOLOGIA RURAL

    UNIDADE ACADMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL CAMPUS DE PATOS - PB

    CERTIFICADO DE APROVAO

    A CRIAO DA ABELHA JANDARA (Melipona subnitida) NO SEMI ARIDO PARAIBANO: ALIMENTAO

    ARTIFICIAL E PROBLEMAS NA MANUTENO DAS COLMIAS

    AUTOR: EDINALVA ALVES DE BRITO ORIENTADORA: Prof. MSc. MARIA DE FTIMA DE FREITAS

    Monografia aprovada como parte das exigncias para a obteno do Grau de Engenheira Florestal pela Comisso Examinadora composta por:

    Prof. MSc. MARIA DE FTIMA DE FREITAS (UAEF/UFCG) Orientadora

    Prof. Dr. FERNANDO CSAR VIEIRA ZANELLA (UACB/UFCG) 1 Examinador

    Prof. Dr. JOEDLA RODRIGUES DE LIMA (UAEF/UFCG) 2 Examinador

    Patos Paraba Brasil 2009

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiro a Deus por tudo de bom na minha vida;

    minha me ROSA MARIA, meu pai EDILMO por acreditar em mim;

    A meu esposo JOS ADRIANO, que sempre me deu apoio;

    As minhas IRMS e meus IRMOS por estarem sempre presentes;

    Aos meus avs: CEZARINA, APRGIO, SEBASTIO E ALZIRA, in memria;

    Aos meus tios, tias em especial tia EUZIR que esteve sempre presente em minha vida desde criana, primos, primas em especial Gloria Maria de S Vasconcelos;

    A minhas cunhadas;

    Aos meus amigas e amigos: MAZA, EMILY e CAIO CSAR;

    Aos colegas de curso, principalmente de 2004.1;

    Aos professores do Curso de ENGENHARIA FLORESTAL, que de forma positiva contriburam para minha formao, em especial a Prof. Maria de Ftima de Freitas Fatinha por sua amizade e pela orientao no projeto PROBEX.

    A todos aqueles que porventura eu tenha esquecido de citar seus nomes e que contriburam, direta ou indiretamente, para a realizao deste trabalho e em minha graduao, meus sinceros agradecimentos.

    OBRIGADA!

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01. Campus de Patos PB 25

    Figura 02. Caixa de criao de abelhas jandara modelo UFPB 25 Figura 03. Meliponrio-pesquisa com colmias de abelhas jandara (M. subnitida)

    26

    Figura 04. Meliponrio-escola com colmias de abelhas jandara (M. subnitida) 26

    Figura 05. Caixa modelo UFPB, em grade sob suporte de PVC 150 com telhado 26

    Figura 06. Alimentador artificial (de vidro) utilizado nos meliponrios do CSTR/UFCG 28

    Figura 07. Colmia de jandara (M. subnitida) apta para multiplicao 29 Figura 08. Colmia de jandara (M. subnitida) multiplicada 29 Figura 09. Colmia de jandara (M. subnitida) com rainha 29 Figura 10. Mangueira (Mangifera indica L.) 30 Figura 11. Favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.)) 30 Figura 12. Angico (Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) v. Reis)

    30

    Figura 13. Pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.) 30 Figura 14. Moror (Bauhinia forficata (Link) 30 Figura 15. Catingueira (Caesalpinia bracteosa Tul) 30 Figura 16. Alimentao artificial na proporo 1:1 31

    Figura 17. Alimentadores tamponados com algodo 31

    Figura 18. Abelhas (M. subnitida) alimentando-se 31 Figura 19. Colmia alimentada 33

    Figura 20. Colmia no-alimentada 33

    Figura 21. Revises trimestrais em colmias de jandara. (M.subnitida) 36

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    Figura 22. Reviso semanal, abelhas sendo atacadas por aranha 36

    Figura 23. Presena de Saraas dentro da colmia 36

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    LISTA DE TABELAS, QUADROS E GRFICOS

    Quadro 01 - Espcies vegetais nativas e exticas utilizadas pelas abelhas sem ferro na busca pelo nctar, plen, e ninho 17

    Tabela 01. Resumo da anlise da varincia referente ao ganho/perda de peso(g) de colmias de jandara (M. subnitida), sob efeito de alimentao artificial com xarope de erva aromtica (Cymbopogon citratus) Patos PB 2009 31

    Tabelas 02. Mdias da anlise da varincia referente ao ganho/perda de peso(g) de colmias de jandara sob efeito de alimentao artificial com xarope de erva aromtica (Cymbopogon citratus) Patos - PB 2009 32

    Grfico 01. Influncia da alimentao artificial em colmias de jandara (M. subnitida) 33

    Quadro 02. Mdias de pesos de colmias de jandara (M. subnitida) no alimentadas e sob efeito de alimentao artificial com xarope de erva aromtica (Cymbopogon citratus) 34

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    Brito, Edinalva Alves de. A criao da abelha jandara (Melipona subnitida) no semi rido paraibano: alimentao artificial e problemas na manuteno das colmias. Monografia (Graduao) Curso de Engenharia Florestal. CSTR/UFCG, Patos - PB, 2009.

    A CRIAO DA ABELHA JANDARA (Melipona subnitida) NO SEMI ARIDO PARAIBANO: ALIMENTAO ARTIFICIAL E PROBLEMAS NA MANUTENO

    DAS COLMIAS

    RESUMO O presente estudo avaliou o efeito da alimentao artificial durante o perodo seco no desenvolvimento de colmias de Jandara (Melipona subnitida), bem como Identificou os agentes biticos (inimigos naturais) e abiticos que interferem na sobrevivncia destas abelhas. Foram selecionadas 40 colmias (20 fracas, com peso mdio de 3,281kg, e 20 fortes, com peso mdio de 4,605kg) para o estudo de alimentao artificial. A obteno de colmias foi realizada atravs do mtodo dois favos. Foi oferecida alimentao artificial (40 ml de xarope da erva aromtica Capim santo Cymbopogon citratus e mel de Apis mellifera adansonii (proporo 1:1, v:v) semanalmente (durante 17 semanas) em alimentadores tipo tubos de ensaio de vidro tamponados com algodo at o nvel do alimento e introduzidos dentro das caixas LP (local de produo) sendo retirados com 3 (trs) dias. Os dados foram coletados a semanalmente, e a cada trs meses as colmias eram pesadas, abertas e revisadas para determinao a produo de mel e batume, quantidade de plen, tamanho da populao de abelhas e de crias, presena de inimigos naturais, etc. Observou-se que a alimentao artificial pode influenciar no desenvolvimento das colmias principalmente as fracas, de acordo com o teste de Tukey (P

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    Brito, Edinalva Alves de. Jandaira bee (Melipona subnitida) in the semiarid region of Paraiba: Artificial feeding and maintenance problems. Monograph (Graduao) Course of Forestry. CSTR / UFCG, Patos - PB, 2009.

    JANDAIRA BEE (MELIPONA SUBNITIDA) IN THE SEMIARID REGION OF PARAIBA: ARTIFICIAL FEEDING AND MAINTENANCE PROBLEMS

    ABSTRACT - This study evaluated the effect of artificial feeding during the drought period on the growth of Jandaira bee (Melipona subnitida) hives, as well as identified the biotic (natural enemies) and abiotic agents interfering with its survivalship. Forty beehives (20 weak, averaging 3,281kg, and 20 strong, averaging 4,605kg) were selected for the study of artificial feeding. Each hive was generated by division of families using the two combs method. Forty ml of syrup made of Capim santo (Cymbopogon citrates) aromatic herb tea and Apis mellifera adonsonii honey (in a 1:1 ratio, v:v) was offered to the bees once each week by means of 40ml tube feeders placed inside the production section of each hive. The feeders remained in the hives during three days in each one of the 17 weekly events of artificial feeding. Data were collected every week, and every three months the hives were weighed, opened and inspected to visualize honey and batume production, stored pollen quantity, population and litter size, presence of natural enemies, etc. It was observed that artificial feeding may influence the development of hives mainly the weak ones, according to a Tukey test (P

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS v LISTA DE TABELAS, QUADROS E GRFICOS vii RESUMO viii ABSTRACT ix 1 INTRODUO 11 2 REVISO DE LITERATURA 13 2.1 Meliponicultura 13 2.2 Classificao e atividades dos Meliponneos 14 2.3 Alimentao natural, nidificao da jandara (Melipona. subnitida) 15 2.4 Alimentao artificial da jandara (M. subnitida) 19 2.5 Problemas na manuteno das abelhas 23 3 MATERIAL E MTODOS 25 3.1 Local de trabalho 25 3.2 Multiplicao de colmias 26 3.3 Estudo da alimentao natural 27 3.4 Estudo da alimentao artificial 27 3.5 Observaes sobre problemas na manuteno das colmias 28 4 RESULTADOS E DISCUSSES 29 4.1 Multiplicao de colmias e estudo da alimentao natural 29 4.2 Estudo da alimentao artificial 30 4.3 Problemas de manuteno das colmias 35 5 CONCLUSO 37 REFERNCIAS 38

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    1 INTRODUO

    Os Meliponneos so abelhas que ocorrem nos trpicos e apresentam grande diversidade na regio neotropical (Amrica do Sul e Central). Na regio semi-rida do Nordeste do Brasil so muito apreciadas e conhecidas pelos nomes populares de jandara, breu, moa branca, canudo, cupira, jat, jata, arapu, uruu mandaaia, tubiba, manduri e outros. Por serem sem ferro e de um modo geral, no agressivas, so bastante aceitas nas propriedades rurais. Segundo relatos populares, outrora, se encontravam facilmente na caatinga, colmias alojadas em tronco de rvores nativas, como cumar, angico, catingueira, marmeleiro, pereiro, imburana e outras. Muitas pessoas caavam e destruam as colmias para retirar o mel. Porm alguns agricultores traziam as colmias para o alpendre de suas casas e mantinham em cortios que forneciam mel de excelente qualidade e que at hoje muito valorizado e encerra no saber popular, vrias propriedades medicinais. Estes fatos aliados reduo de suas populaes na natureza fazem com que o mel seja muito valorizado, atingindo o preo cinco vezes mais do que o mel da abelha africanizada (FREITAS et al., 1996).

    Muitos pesquisadores e produtores rurais da regio semi - rida paraibana praticam a Meliponicultura, com objetivos de promover a perpetuao de espcies vegetais atravs da polinizao e de manejar colmias atravs da criao racional destas abelhas, para obter seus produtos de forma ecologicamente correta. Porm verificou-se em meliponrios, que h dificuldade em manter colmias racionais em certas pocas, ocasionando a perda de muitas delas, que chega a ser at 100%. Esta perda est relacionada aos fatores de manuteno destas abelhas. Segundo o mesmo autor as espcies criadas pelos meliponicultores aqui na regio so: canudo (Scaptotrigona sp.), tubiba (Trigona sp.), jati (Tetragonisca sp.), rajada ou cabea branca (Melipona sp.), moa branca ou amarela (Frieseomellita sp.), breu ou zamboque (Melipona sp.), mandur (Melipona sp.), cupira (Partamona sp.), mosquito (Plebeia sp.) e jandara (Melipona subnitida).

    Quanto alimentao, as abelhas buscam na natureza seus recursos alimentares, retirando plen e nctar das flores para sua alimentao e produzem do mel a gelia real atravs de glndulas. Porm, ocorrem pocas em que h escassez de floradas. No Nordeste, principalmente em pocas de estiagem, este fato se

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    traduz em enfraquecimento e perdas de colmias. Portanto tem-se que lanar mo da alimentao artificial, com tcnicas adequadas para favorecer um melhor desenvolvimento destas colmias.

    Elas tambm se protegem e habitam em cavidades preexistentes de tronco de rvores da caatinga. Algumas se refugiam, quando necessrio em locais difceis de serem capturadas, como matas fechadas, serras, etc. Desta forma se defende de muitos inimigos, principalmente do homem que considerado um dos agentes que contribui para reduo de suas populaes na natureza. De forma direta, atuando como meleiros, de forma indireta destruindo a mata nativa, desta forma contribuem para reduo do alimento e proteo. Portanto precisa-se aperfeioar e estudar tcnicas visando conservao destas abelhas na natureza de forma que o produtor possa estabelecer criaes racionais, proporcionando a elas uma melhor reproduo repovoando a rea de criao.

    O objetivo do presente trabalho constitui no estudo, se o suprimento alimentar durante o perodo de estiagem pode contribuir para melhorar a eficincia e eficcia da criao racional da abelha jandara (Melipona subnitida), bem como detectar agentes biticos (inimigos naturais) e agentes abiticos que interferem na sobrevivncia destas abelhas.

    Os estudos nessa rea contribuem para o resgate e manuteno do conhecimento popular sobre os meliponneos no semi-rido paraibano. Este trabalho aqui apresentado poder servir para novos estudos a serem realizados.

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    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 Meliponicultura

    As abelhas nativas so popularmente chamadas de abelhas sem ferro por possurem o ferro atrofiado, impedindo-as de us-as em sua defesa.

    KERR (1996) cita que das mais de 300 espcies j identificadas em todo mundo, 100 esto em perigo de extino. Segundo o mesmo autor os fatores que determinam este desaparecimento so provavelmente a intensa destruio da Caatinga, a aes dos meleiros (pessoas que destroem as colnias para extrarem o mel) e a expanso da abelha africanizada.

    A criao de abelhas sem ferro (Meliponneos) constitui a Meliponicultura, termo utilizado pela primeira vez pelos professores pesquisadores Paulo Nogueira Neto e Warwick Kerr os incentivadores da criao de abelhas sem ferro no pas.

    A criao de meliponneos uma atividade que contribui para a conservao das abelhas e de seu habitat. Os povos indgenas foram os primeiros a domesticarem as abelhas nativas sociais (KERR, et al., 1996).

    NOGUEIRA NETO (1997) cita que muito importante ao iniciar uma criao de abelhas sem ferro, descobrir as espcies mais comuns na regio onde ser instalado o meliponrio e escolher entre elas uma ou algumas espcies para serem criadas.

    O sucesso da criao destas abelhas depende do uso de prticas corretas, tcnicas especficas e dedicao. O primeiro passo est na escolha da espcie e segundo KERR (1996), vrias espcies de abelhas sem ferro so criadas racionalmente em vrios locais do pas para fins comerciais. Outras so criadas com finalidades de ensino, pesquisa, preservao e polinizao. Ele cita um quadro de sugestes para criao de espcies de acordo com a regio do pas e sugere a abelha jandara (Melipona subnitida), para criao racional nos estados da Paraba, Rio Grande do Norte e Cear.

    ZANELLA (1999) estudou a Apifauna da Caatinga e cita entre outras, dentro da famlia Meliponidae, a (M.subnitida) como a espcie de maior ocorrncia. Apesar da utilidade dos Meliponneos eles esto ficando cada vez mais raros na natureza,

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    chegando a alguns locais at ao desaparecimento de vrias espcies, por exemplo, na regio do Serid do Rio Grande de Norte.

    FREITAS (1996) estudando abelhas sem ferro no semi-rido paraibano, detectou seis espcies criadas racionalmente por meliponicultores sendo a jandara (M. subnitida) a mais vivel para fins lucrativos. Segundo NOGUEIRA-NETO (1970), a verdadeira jandara vive no Nordeste, embora na Amaznia haja diversas outras abelhas denominadas jandara. Provavelmente essa designao devida influncia dos emigrantes nordestinos. De acordo com BRUENING (1990), para no ser extinta a nossa Melipona Nordestina, chamada Jandara, necessita urgentemente de nossa ajuda inteligente e decidida. No caso, ajudar no atrapalhar. Como? Muito simples 1) Preservar a regio, polgono das secas, Nordeste semi-rido do Brasil 2) No esquecer que dentro da casa grande do Nordeste elas preferem o serto, a caatinga, no o agreste nem litoral. O serto a casa social da Jandara. ali que ela se sente em casa e trabalha 3) Cada famlia precisa de sua casa particular: no se contenta com o continental nem com o social. E a casa individual das Jandaras so as rvores, ou antes, os troncos verdes de preferncia imburana e catingueira.

    2.2 Classificao e atividades dos Meliponneos

    Conforme KERR et al (1996) os meliponneos pertencem classe insecta, ordem Hymenoptera, Famlia Meliponidae, subfamlia Meliponinae, Tribos Meliponini e Trigonini.

    NOGUEIRA-NETO (1997) cita que algumas abelhas pertencem aos gneros Melipona, Trigona, Lestrimelitta. As principais abelhas do gnero Melpona so mandaaia, manduri, uruu, jandara, tujuba, tiuba etc. As do gnero Trigona capazes de digerir a protena da carne, so Jatai, Irai, Mandaguari, Timirim, Mirim, Mirim preguia, Moa-branca etc. J as do gnero Lestrimelitta, so ladras e vivem somente dos roubos de outras abelhas.

    Segundo o mesmo autor os meliponneos exercem muitas atividades diferentes. Constrem e mantm os seus ninhos, abastecem os mesmos de alimento, defendem as suas habitaes, etc.

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    Segundo KERR et al (1996) a diviso geral do trabalho realizado pelas operrias de meliponneos se modifica de acordo com a idade e com as necessidades da colnia. Nas primeiras horas de nascimento as abelhas realizam a limpeza corporal, mas a maior parte do tempo permanece imvel sobre os favos de crias.

    Segundo o mesmo autor nos prximos dias subsequentes as operrias manipulam cera raspando as clulas; um mesmo grupo constri clulas de cria, participa no processo de postura e aprovisiona os alvolos de cria. A partir do 14 dia so lixeiras internas e aps o 25 dia so guardas, receptoras de nctar, desidratadoras de nctar, ventilam a colmia e saem para o campo em busca de plen, nctar, barro, resina e, raramente, gua. Dentro do ninho as operrias esto continuamente construindo novas clulas de cria, formando favos horizontais ou, dependendo da espcie, em cachos. A rainha e os machos no tomam parte deste processo. A rainha, alm de sua funo reprodutiva, tambm mantm a coeso da colnia, por meio de atos ritualizados com as operrias e pela liberao de feromnios. A principal funo dos machos de meliponneos, em praticamente todas as espcies estudadas, de copular com as rainhas jovens; em algumas espcies os machos produzem cera e trabalham com ela e em algumas espcies, tambm podem desidratar o nctar. Um dado interessante obtido por WALDSCHMIDT (1995) identificou que a abelha-guarda, alm de sua funo de impedir a entrada de inimigos tambm impede que as abelhas jovens, que ainda no tem musculatura adequada saiam da colmia e morram por no conseguirem voar.

    2.3 Alimentao natural e nidificao da jandara (M. subnitida)

    RODRIGUES (1978) cita que, qualquer animal pode resumir sua vida no cumprimento de duas tarefas: a manuteno da vida (crescimento e sobrevivncia) e perpetuao da espcie (descendncia). A sobrevivncia implica por sua vez na resoluo de trs problemas bsicos: a) alimentao, incluindo a procura do alimento, a captura ou coleta e a transformao do alimento; b) proteo contra os inimigos; c) adaptao ao meio ambiente.

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    Quanto localizao, a regio semi-rida do nordeste privilegiada pela ocorrncia de muitas espcies de Meliponneos, que so adaptadas ao clima quente e luminosidade favorvel. Porm, aqui na regio ocorrem secas prolongadas, que afetam na alimentao destas espcies de abelhas.

    KERR (1996) cita que o alimento retirado da prpria natureza. Ele pode ser suficiente ou no, depende do potencial da florada. Em poca de pouca florada o alimento pode se tornar escasso. Este fato se repete freqentemente na caatinga em decorrncia das secas prolongadas. nesse momento que a alimentao natural deve ser complementada com a alimentao artificial de manuteno, que pode estimular as posturas das abelhas. Contudo deve-se ter o cuidado de retirar a alimentao artificial no momento certo. Portanto, o manejo e a alimentao de colmias so muito importantes principalmente em poca de estiagem quando ocorre o enfraquecimento de colmias por falta de alimentao natural.

    A ausncia de espcies de abelhas, por desmatamento ou extrativismo, acelera a extino de espcies vegetais importantes no ecossistema, promovendo um ciclo de desequilbrio ecolgico entre espcies (AIDAR & CAMPOS, 1994; AIDAR, 1995).

    WALDSCHMIDT (1995) cita que em prolongadas estiagens as jandaras s encontram alimento em rvores de grande porte, refratrias seca, j que possuem reserva dgua nas razes. Tais rvores prestam simultaneamente de moradia e alimento s abelhas. So indispensveis, pois, para a sobrevivncia dos meliponneos. No s as abelhas precisam das rvores, as rvores tambm precisam das abelhas. Em referncia ao desmatamento, precisamos perceber que para as abelhas nativas tem vrios significados negativos: a eliminao do recurso floral (alimentao), a destruio de locais para nidificao e o extermnio das colnias que estavam abrigadas nas rvores cortadas. Enquanto para algumas espcies animais possvel fugir do local onde h destruio da vegetao, no caso das abelhas nativas significa sua eliminao, o extermnio da colnia.

    Segundo o mesmo autor outra ameaa a mercantilizao da ecologia, ou seja, a "necessidade" de dar um valor econmico ou justificativa de lucro para as atividades que envolvam a conservao ambiental. Nas questes relacionadas com meio ambiente, no se deve mensurar apenas valores considerando o aspecto monetrio, necessita-se de contabilizar, os servios ambientais e outros retornos diretos e indiretos para a sociedade, inclusive os scio-culturais. A Imburana ou

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    umburana de cambo, Commiphora leptophloeos (Mart.) uma planta pertencente famlia Burseraceae, tem ampla distribuio no Semi-rido nordestino, no bioma Caatinga. Muitas abelhas nativas dependem de ocos em rvores para fazer seus ninhos. caracterstica da umburana possuir geralmente cavidades (ocos) em seu tronco, razo pela qual constata-se ser uma das rvores mais procuradas pelos meliponneos para nidificarem, fato este comprovado em diversos trabalhos cientficos. Sabe-se que o estabelecimento da colnia de meliponneo em um destes ocos definitivo, ou seja, esta no mais se no desloca deste local. A maioria dos Meliponneos constri os ninhos em ocos de rvores vivas (CAMARGO, 1994).

    Quadro 01 - Espcies vegetais nativas e exticas utilizadas pelas abelhas sem ferro na busca pelo nctar, plen, e ninho.

    PLANTAS NCTAR PLEN NINHO Amarra cachorro (Bromelia sp.) 1 1 Angico (Anadenanthera macrocarpa)

    1, 2 1, 2 1, 2, 3

    Aroeira-preta (Myracrodruon urundeuva Allem.)

    1, 2 1, 2 3

    Ameixa, Ameixa-brava (Ximenia americana L.)

    2 2

    Azeitona-preta (Syzygium jambolanum DC.)

    2 2

    Algaroba (Prosopis juliflora DC.)

    2 2

    Acerola (Malpighia emarginata DC.)

    2 2

    Burra-leiteira (Euphorbia brasiliensis Lam.)

    3

    Catingueira (Caesalpinia pyramidalis)

    1, 2 1, 2 1, 2, 3

    Cajueiro (Anacardium occidentale L.)

    2 2

    Catanduva (Piptadenia 2 2

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    moniliformis Benth.) Coqueiro (Cocos nucifera L.) 2 2 Espinheirinho (Pithecellobium dulce Benth.)

    2 2

    Espinheiro (Pithecellobium diversifolium Benth.)

    2 2

    Feijo-bravo (Capparis flexuosa (L.)

    2 2

    Favela (Cnidoscolus phyllacanthus ( Muell. Arg. ) Pax. & K. Hoffm.)

    1, 2 1, 2 1, 2, 3

    Gurdio (Cayaponia tayuya Cogn.)

    2 2

    Goiabeira (Psidium guajava L.) 2 2 Imburana (Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett)

    1, 2, 3 1, 2, 3 1, 2, 3

    Incenso (Vitex agnus-castus L.)

    2 2 Jitirana-branca (Merremia aegyptia (L.) Urb.)

    2 2

    Jurema-preta (Mimosa hostilis Benth.)

    2 2 3

    Juc (Caesalpinia ferrea Mart.) 2 2 2 Jurema-sarjadeira (Mimosa sp.)

    2 2

    Juazeiro (Ziziphus joazeiro) 1, 2 1, 2 Laranjeira (Citrus aurantium L.) 2 2 Limoeiro (Citrus limon (L.) Burm. f.)

    2 2

    Mangueira (Mangifera indica L.)

    2 2

    Mussamb (Cleome spinosa) 1,2 2 Mata-pasto (Senna spp.), 2 2 Malva-preta (Herissantia sp., Waltheria indica L.)

    2 2

  • xix

    Malva (Sida sp.) 1, 2 1, 2 Mulungu (Erythrina velutina Willd.),

    2 2

    Pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.)

    1, 2 1, 2 3

    Pinho-bravo (Jatropha mollisma Baill.)

    2 2

    Pitomba (Talisia esculenta Radlk.)

    2 2

    Pinho-roxo (Jatropha gossypiifolia L.),

    2 2

    Quixabeira (Sideroxylon obtusifolium ( Roem. & Schult. T. D. Penn.),

    2 2

    Rom (Punica granatum L.). 2 2 Sirigela (Spondias purprea L.),

    2 2

    Urtiga-branca (Cnidoscolus urens (L.) Arthur)

    2 2

    Velame (Croton sp.). 2 2

    Fontes: Autores: 1 - FREITAS (1996); 2 - BRUENING (1990), VILELA, S. L. O. & PEREIRA, F. M. (2002); 3 - NOGUEIRA NETO (1970).

    2.4 Alimentao artificial da jandara (M. subnitida)

    H hoje no Brasil conhecimentos genricos acerca do manejo dos meliponneos, os quais foram desenvolvidos fundamentalmente na regio Sudeste (cf. NOGUEIRA-NETO, 1970). Existe, assim, a necessidade de testar e em alguns casos aperfeioar estas tcnicas s espcies locais e s condies da regio semi-rida. As tcnicas mais importantes para a criao dos meliponneos envolvem o modelo de caixa, a alimentao artificial, a colheita do mel e a transferncia e diviso das colnias (NOGUEIRA-NETO et al., 1986).

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    De acordo com MENEZES et al., (2006), alimentao artificial para meliponneos uma tcnica fundamental para a manuteno das colmias, j que, em geral, a destruio das matas nativas diminuiu consideravelmente a capacidade de suporte alimentar oferecida pela vegetao local. Dessa maneira, se faz necessrio o desenvolvimento de trabalhos voltados para essa realidade como base para um manejo mais eficiente e produtivo dentre os quais se insere o uso da alimentao suplementar verificando at que ponto a alimentao artificial causa influncia no desenvolvimento das colnias.

    A alimentao artificial consiste no fornecimento de substncias aucaradas, e proticas e extremamente importante nos perodos de escassez de nctar para manuteno dos nveis populacionais das colnias, o que resultar em uma maior produo de mel nos perodos mais favorveis.

    necessrio ter conhecimento bsico sobre as necessidades alimentcias (proticas das abelhas) a partir da comeou-se formular solues para alimentao das abelhas.

    Segundo HEBERT (1992), as abelhas, assim como todos os organismos, requerem nutrientes como protenas, carboidratos, sais minerais, vitaminas e lipdios, para um desenvolvimento orgnico normal. Os alimentos podem ser caracterizados como alimento protico e alimento energtico, de acordo com as suas propriedades qumicas e nutricionais para o organismo. A alimentao protica faz-se necessria na dieta porque esta est intimamente relacionada com os processos vitais das clulas e conseqentemente, do organismo e, este por sua vez, no consegue sintetizar aminocidos complexos com rapidez e eficincia para o atendimento das necessidades orgnicas. Aps a digesto das protenas, os aminocidos so absorvidos e utilizados pelo organismo para sntese de suas prprias protenas. Os animais devem receber uma quantidade mnima de protenas para atender s suas necessidades biolgicas. To importante quanto quantidade a qualidade da protena fornecida. Para a maioria das espcies de abelhas, a fonte de protenas exclusivamente plen. Mas, NOGUEIRA NETO (1997) observou que a falta temporria de plen no to importante quanto ausncia do mel. Em uma determinada experincia, numa colmia, verificou que esta pode viver at dois meses sem plen. Nunca, porm, suportariam a falta de reservas de mel na colmia alm de um ou no mximo dois dias. Contudo, isso no quer dizer que o plen seja

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    dispensvel, pois para quase todas as abelhas a sua fonte de protenas. Estas so constitudas por aminocidos, essenciais a todos os seres vivos.

    HEBERT (1992) cita que o nctar fornece s abelhas, os carboidratos, o plen fornece protenas, lipdios, minerais e vitaminas. Como nem sempre h alimento suficiente no campo, por vezes o meliponicultor obrigado a recorrer alimentao artificial de manuteno.

    Segundo KERR et al. (1996) as espcies altamente eussociais nativas (Meliponini), por apresentarem colnias perenes, necessitam de um fluxo relativamente contnuo de plen e nctar. Assim, apesar do comportamento generalista em relao ao plen, possvel que a viabilidade de suas populaes em determinado local seja comprometida, se em alguma poca do ano no houver fontes de alimento disponveis e se as suas reservas no forem suficientes para atravessar o perodo desfavorvel. Ele orienta aos criadores, suspender a alimentao estimulante ou de manuteno aproximadamente 10 dias antes do incio das floradas.

    NOGUEIRA NETO et al (1986) cita que o alimento pode ser servido de quatro formas: Xarope, cndi, mel cristalizado e mel ou acar com uma pastilha teragran. O xarope uma mistura de gua com acar fervidos. A concentrao dessa mistura depender da espcie a ser alimentada. Candi uma pasta cremosa feita de uma mistura de mel com acar na proporo de 2:1 e levada ao fogo brando at dar o ponto. Aps esfriar, cortam-se os pedaos e coloca-se nas colmias, nas regies dos potes. SILVA FILHO (1996) cita que o acar usado no candi o de confeiteiro normalmente utilizado para fazer glac de bolo. O mel cristalizado administrado in natura na regio dos potes. KERR (1996) sugere um tipo de alimentao artificial, constituda de meio litro de mel ou meio quilo de acar em meio litro de gua limpa e uma pastilha de um complexo vitamnico com sais (teragran).

    FRASER (1951) cita que um ou mais autores gregos desconhecidos, cujos trabalhos foram atribudos a Aristteles, j aconselhavam a dar lquidos doces s colnias de abelhas europias que estivessem com pouca comida. Na Austrlia, RAYMENT (1932) escreveu que os Meliponneos, tal como as Apis mellifera, vivem normalmente e at pem ovos quando alimentados com uma mistura de clara de ovo e acar. Deve ser um alimento muito bom para as abelhas, pois a clara rica em protenas, e o acar hidrato de carbono, fonte de energia. VON IHERING

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    (1930) usou torres de acar para alimentar colnias de Meliponneos, principalmente do grupo Trigonini.

    CAMARGO (1974) desenvolveu uma dieta semi-artificial para meliponneos baseando-se na fermentao natural do plen de Thypha dominguesis (taboa), acrescentando mel e uma amostra de plen proveniente da espcie que se deseja alimentar artificialmente. Aps 30 a 40 dias o alimento est pronto para ser fornecido s abelhas. Rainhas de Melipona, recm fecundadas, confinadas com operrias que receberam apenas essa dieta semi-artificial, desenvolveram ovrio e iniciaram postura normalmente, demonstrando no estarem com deficincia nutricional.

    O mesma autora demonstra que a tcnica pode ser utilizada tambm para as Scaptotrigona sp. (Irapu, arapu, abelha cachorro, tubi, tiuba amarela, tiuba vermelha). FERNANDES & ZUCOLOTO (1994) desenvolveram pesquisas para estudar os vrios substitutos alimentares para abelhas. Dentre eles so destacados o levedo de cerveja e plen de outras espcies de abelhas, bem como o sal comum como fonte de sdio e cloro (ZUCOLOTO 1994, AIDAR & CAMPOS, 1994 e AIDAR, 1995). Trigona hypogea (Mombuca carniceira) obtm protena por meio da digesto de tecidos de animais mortos (AIDAR, 1996).

    A alimentao energtica, que representada pelo nctar floral fundamental, pois a quantidade de substncias corporais prontas a fornecerem energia para o organismo sempre pequena. Esta fonte imediata de energia pode ser suprida por acares, sendo o principal para as abelhas a sacarose, que constitui a mais importante fonte imediata de calor para o organismo, e de energia para a realizao de vrios processos de manuteno da temperatura da colnia, para o desenvolvimento das crias (AIDAR, 1996). muito mais prtico dar s abelhas simplesmente gua com acar, ao invs de misturas complexas e difceis de fazer. A alimentao artificial com duas partes em volume de gua e trs partes em volume de acar, oferece bons resultados. Essa proporo equivalente a de alguns nctares. Um xarope com 50% de gua e 50% de acar bem aceito e deve ser preferencial para as GUARUPU (Melipona bicolor) e GUARAIPO (M. bicolor schencki). Durante a evaporao do xarope, as abelhas umedecem mais o ar da colmia. Aconselhvel para os Meliponneos mantidos e criados no Nordeste semi-rido (NOGUEIRA-NETO, 1997).

    AIDAR (1996) estudando abelhas sem ferro diz que em regies onde o nmero de colmias excede a capacidade de suporte oferecida pela vegetao

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    local, a alimentao artificial pode tornar-se ferramenta fundamental na manuteno das abelhas. importante tambm, se o produtor desejar um crescimento rpido das colnias. Para um bom desenvolvimento das colnias de meliponneos criadas em sistema racional intensivo, existe a necessidade de uma alimentao artificial balanceada, principalmente em regies onde as floradas so escassas. Colnias fracas ou iniciais no apresentam um nmero suficiente de campeiras para a coleta de nctar e plen, necessitando de alimento extra at que se desenvolvam e sejam capazes de obter seu prprio alimento no campo (AIDAR & CAMPOS, 1994; AIDAR, 1995).

    Em experimento realizado no meliponrio do Campus da Universidade Federal do Amazonas, que teve incio no ms de agosto de 2004 com finalizao no ms de Abril de 2005. As colnias submetidas alimentao artificial durante o perodo da pesquisa oito meses, apresentaram um desenvolvimento superior s submetidas somente alimentao natural, principalmente no perodo em que as floradas escassearam em razo do incio das chuvas (AIDAR, 1996).

    2.5 Problemas na manuteno das abelhas

    LUNA (1999) cita que as formigas doceiras ou carnvoras so predadores rasteiros que podem eliminar uma colmia inteira. Neste sentido devem-se descartar locais de intensa ocorrncia de formigueiros e lanar mo do uso de isoladores na tentativa de barrar a subida destes inimigos nos suportes e caixas. Em trabalho realizado em meliponrio da UFRRJ utilizaram-se isoladores contendo talco em seu interior, com bons resultados. Nas formigas e demais insetos, a simples impregnao de qualquer substncia aderente em suas antenas causam total perda de controle e direo. Em relao aos predadores voadores infelizmente, no existe mtodo capaz de garantir isolamento contra os problemas causados por marimbondos, vespas, abelhas ladras, fordeos. Por isto o criador deve sempre manter o local prximo s suas caixas limpas de ninhos destes predadores.

    Segundo o mesmo autor existem espcies de abelhas sem ferro que no possuem corbcula, so ladras, pois vivem apenas da pilhagem de outros ninhos (ex.: Lestrimelitta limao). Quanto aos fordeos, mosquinhas brancas que utilizam o

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    plen como substrato para o desenvolvimento de seus inmeros ovos, merecem um destaque especial, tendo em vista a voracidade de suas larvas, que podem exterminar uma famlia de abelhas em pouco tempo de infestao.

    Quanto aos poluentes, s abelhas no devem ser criadas em locais de intenso lanamento de poluentes. Especiais cuidados devem ter com o uso dos pesticidas qumicos, um dos responsveis pela extino de vrias espcies de insetos, como tambm a preveno de furtos no meliponrio. Considerando que mais fcil roubar caixas destas espcies que enxames de abelhas Apis mellifera.

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    3 MATERIAL E MTODOS

    3.1 Local de trabalho

    O trabalho foi desenvolvido na Universidade Federal de Campina Grande-PB no Campus de Patos-PB no perodo de setembro de 2008 a janeiro de 2009 (figura 1). Localizado no serto paraibano, apresenta altitude mdia de 342m, clima quente e seco, temperatura mdia anual 32c, perodo chuvoso, de janeiro a junho. Prximo ao local, h predominncia de mata nativa, jardins, vrias rvores, irrigao e gua abundante. As colmias foram distribudas em dois meliponrios sendo um, com 30 colmias de jandara (Melipona subnitida), acondicionadas em caixas de madeira louro canela (Ocotea spp) de tamanho padro 80 x 11 x 9 cm ( figura 2 a 5) modelo UFPB (modelo e tamanho desenvolvido na unidade de estudo), situadas, individualmente em grade de ferro sob suporte de PVC e cobertas com telhado de PVC 150. O outro meliponrio comporta 70 colmias, acondicionadas em alpendre, tamanho 5 x 11m, em suportes de trs andares, confeccionados com madeira, cada andar comportando trs (3) colmias, acondicionadas em caixas de tamanho padro. A distncia entre as colmias foi de dois metros.

    Fig. 2 Caixa de criao de abelhas jandara modelo UFPB seo 80 x

    Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

    Fig.1 Campus de Patos - PB. Autor: Edinalva Alves de Brito 2009.

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    3.2 Multiplicao de colmias

    A multiplicao foi realizada atravs de diviso de colmias reprodutivas. Adotou-se

    o mtodo artificial dois favos, que consiste numa diviso de colmias aptas. Neste mtodo

    inculos de materiais reprodutivos (favos de crias) e potes com mel, foram colocados em

    caixa padro adotado.

    A cada reviso dos referidos meliponrios, foram selecionadas as colmias de forma que atendam o requisito do padro trs (P3), classificao proposta por FREITAS (1999), que podem ser multiplicadas. Esta verificao realizou-se a cada trs meses, no ato das revises trimestrais, totalizando 04 revises durante o ano. A mesma autora considerou uma colmia boa a partir do padro (P3), em funo desta classificao, procurou-se estabelecer um intervalo de pesos, onde as colmias fracas pesaram de 3.400 kg a 3.685 kg e as boas com pesos variando, de 4.055 kg a 4.800 kg.

    Considera-se uma colmia fraca quando seu peso atinge em mdia 3.281kg, os discos de crias apresentam-se irregulares, poucas abelhas, pouco se verifica a presena da rainha, poucos potes com plen e mel, muitas vezes no h mel, pouca cera e batume, algumas podem chegar extino se no for realizado o manejo

    Fig.5 Caixa modelo UFPB, em grade sob suporte de PVC 150 com telhado.

    Fig.3 Meliponrio-pesquisa com colmias de abelhas jandara (M. subnitida).

    Fig.4 Meliponrio-escola com colmias de abelhas jandara (M. subnitida).

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

    Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

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    adequado. Colmias fracas esto mais susceptveis morte, seu ndice de mortalidade sempre maior.

    Considera-se uma colmia boa quando seu peso atinge em mdia 4.605kg os discos de crias apresentam-se regulares, h muitas abelhas, inclusive, a presena da rainha, potes com plen e mel, cera e betume.

    3.3 Estudo da alimentao natural

    Para se determinar quais as espcies vegetais que as abelhas retiram plen e nctar, realizaram-se observaes atravs do fluxo das abelhas de acordo com as espcies floradas no perodo experimental. Este mtodo consiste em acompanhar ou observar em quais flores so visitadas pelas abelhas. Importante ressaltar que esta verificao apresenta uma limitao em restringir s espcies existentes no local.

    3.4 Estudo da alimentao artificial

    Foram selecionadas 40 colmias (20 fracas e 20 boas) para estudo da alimentao artificial em poca de estiagem. Baseando-se na classificao de FREITAS (1999) considerou-se uma colmia boa a partir do padro (P3), em funo desta, procurou-se estabelecer um intervalo de pesos. Foi considerada a partir dos intervalos de pesos das colmias: Colmias fracas = 3,281 kg; colmias boas = 4,605 kg. Nos pesos que estavam associados a nmero de favos, potes com plen, potes com mel, discos de crias, cera e quantidade de abelhas, inclusive, a rainha. A alimentao artificial consistiu em xarope de erva aromtica Capim Santo (Cymbopogon citratus) e mel de Apis mellifera adansonii (proporo 1:1, v:v) e fornecidas em alimentadores, tipo tubos de ensaio 18 cm de comprimento de vidro (40 ml), tamponados com algodo at o nvel da soluo e introduzidos dentro das

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    caixas no LP (local de produo), sendo retirados com 3 (trs) dias aps as abelhas alimentarem-se (Figura 6). A alimentao foi oferecida uma vez por semana durante os meses de setembro, outubro, novembro, dezembro de 2008 e incio de janeiro de 2009.

    O experimento foi instalado com Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), usando quatro tratamentos, a saber: (T1) Colmias Fracas alimentadas; (T2) Colmias Fracas No-alimentadas; (T3) Colmias Boas alimentadas e (T4) Colmias Boas No-alimentadas, todos com dez (10) repeties, totalizando 40 unidades amostrais, mas, a anlise foi feita com apenas 38 unidades amostrais, pois no tratamento T1 perderam-se 2 colmias por motivos de ataques de saraas ficaram como unidades amostrais perdidas, cada unidade amostral foi constituda por uma colmia.

    Em virtude da ocorrncia dos valores divergirem muito de zero (ganho + 820 gramas e perda de pesos -260 gramas de cada colmia) e valores negativos os dados foram transformados em X + 265, para em seguida realizar a anlise da varincia. As anlises foram realizadas com o auxlio do Programa Estatstico ASSISTAT (SILVA & AZEVEDO, 2002).

    3.5 Observaes sobre problemas na manuteno das colmias

    Figura 6. Alimentador artificial (de vidro) utilizado nos meliponrios do CSTR/UFCG. Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

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    Observou-se a presena de inimigos naturais, por meio de revises semanais, durante a observao do fluxo das abelhas, e trimestrais nas colmias e no entorno dos meliponrios dentro do Campus.

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1 Multiplicao de colmias e estudo da alimentao natural

    As multiplicaes foram bem sucedidas. Aps uma semana, as colmias foram abertas para verificao, decorrido este perodo, observaram-se favos de crias; organizados alguns potes vazios de cera j construdos para colocar o mel e plen. Aps vinte dias da multiplicao artificial das colmias, verificou-se a presena da rainha (Figuras 7 a 9). Este mtodo considerado ecologicamente correto, pois, quando realizado no destri a colmia.

    Durante o perodo experimental nos meses de setembro, outubro, novembro, dezembro de 2008 e incio de janeiro de 2009, foram observadas floraes de algumas espcies (regadas) no local e em proximidades, como cajueiro floresce a partir do ms de junho e prolonga-se at novembro; pereiro, angico florescem a partir do ms novembro; e prolonga-se at janeiro: favela, mangueira,

    Fig. 7 Colmia de jandara (M. subnitida) apta para multiplicao.

    Fig. 9 Colmia de jandara (M. subnitida) com rainha.

    Fig. 8 Colmia de jandara (M. subnitida) multiplicada.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

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    azeitona preta, leucena, catingueira, jurema preta, juazeiro e moror (Figuras 10 a 15). Resultados do fluxo das abelhas.

    4.2 Estudo da alimentao artificial

    Observou-se atravs das revises trimestrais que as abelhas apresentam um bom desenvolvimento at o ms de agosto isto deve est relacionada poca

    Foto: Edinalva Foto: Edinalva

    Foto: Edinalva

    Foto: M.deFtima Foto: Efffffdinalva dinalv Foto:

    Fig. 13 Pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.)

    Fig. 15 Catingueira (Caesalpinia bracteosa Tul).

    Fig. 14 Moror (Bauhinia forficata Link.)

    Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

    Fig. 11 Favela (Cnidoscolus phyllacanthus) (Muell. Arg.).

    Fig. 10 Mangueira (Mangifera indica L.).

    Fig. 12 Angico (Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) v. Reis).

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

    Autor: M. de Ftima de Freitas 2006.

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    que apresenta temperatura mais amena, vegetao apresentando vio. A partir do ms de agosto, a produo, principalmente de mel, torna-se escassa. Foi quando se constatou a importncia da utilizao da alimentao artificial das colmias de jandara Melipona subnitida (Figuras 16 a 18).

    Foram utilizados 25, 84 ml de xarope durante 17 semanas, com um custo de R$ 65,00 (sessenta e cinco reais) na aquisio do mel. Observou-se que algumas colmias no consumiram toda a soluo contida nos tubos de ensaio, em alguns dias, durante o experimento, enquanto outras abelhas alimentaram-se sugando a soluo at o final do tubo. As abelhas fracas se alimentavam com mais frequncia de toda a soluo contida no tubo.

    Na tabela 1, constam os dados obtidos das coletas realizadas no Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC).

    Tabela 1: Resumo da anlise da varincia referente ao ganho/perda de peso(g) de colmias de jandara (M. subnitida), sob efeito de alimentao artificial com xarope de erva aromtica (Cymbopogon citratus) Patos PB 2009.

    FV GL QM Tipos de Colmias 3 397778,9 ** Resduo 34 29923,1 Mdia 373, 5

    Fig. 16 Alimentao artificial na proporo 1:1

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Fig. 17 Alimentadores tamponados com algodo.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Fig. 18 Abelhas (M. subnitida) alimentando-se.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

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    ** Significativo ao nvel de 1% de probabilidade pelo teste F.

    Na tabela 2, constam os dados obtidos das coletas realizadas no Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC).

    Tabela 2: Mdias referentes ao ganho/perda de peso(g) de colmias de jandara sob efeito de alimentao artificial com xarope de erva aromtica (Cymbopogon citratus) Patos - PB 2009.

    *Mdias originais. Mdias seguidas de mesma letra, na coluna, no diferem entre si, pelo teste de Tuckey, ao nvel de 5% de probabilidade.

    A alimentao artificial est relacionada ao suprimento alimentar, necessrio manuteno da qualidade das colmias, contribuindo para manuteno do peso das colmias, da qualidade de favos de crias, potes com mel, potes com plen, nmero de abelhas, cera, prpolis, batume, geoprpolis.

    De acordo com as anlises realizadas, conclui-se que h efeito de tratamentos e que os tratamentos (T1) e (T3) (colmia alimentadas) no diferem entre si ao nvel de 5% de probabilidade. Estes mostraram melhores resultados, houve um aumento de peso(g), em relao aos tratamentos (T2) e (T4) (colmias no-alimentadas), que tambm no difere entre si ao nvel de 5% de probabilidade mostraram piores resultados. As colmias alimentadas apresentaram um bom aspecto do ninho (favos) contendo as crias, potes com mel e muitas abelhas inclusive rainhas, enquanto, as colmias no alimentadas apresentavam-se agitadas, favos de crias irregulares e poucas abelhas adultas (Figuras 19 e 20).

    O grfico 1, mostra o desenvolvimento de colmias fracas e colmias boas submetidas alimentao, assim como as colmias fracas e colmias boas que no receberam a alimentao artificial.

    CV(%) 46,4

    Tipos de Colmias Ganho/Perda (g)* T1(Colmias Fracas alimentadas) 374,4 a T2 (Colmias Fracas No-alimentadas) - 91,5 b T3(Colmias Boas alimentadas) 208,0 a T4(Colmias Boas No-alimentadas) - 5,0 b

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    Fig. 19 Colmia alimentada.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Fig. 20 Colmia no-alimentada Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Ganhos/perdas de peso(g) de colmias da abelha jandara (M. subnitida) em poca de estiagem

    -400

    -200

    0

    200400

    600

    800

    1000

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Nmero de colmias

    Varia

    o

    de

    pe

    sos (g)

    Colmias fracas alimentadas Colmias boas alimentadasColmias fracas no alimentadas Colmias boas no alimentadas

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    Quadro 02. Mdia de pesos de colmias de jandara (M. subnitida) no alimentadas e sob efeito de alimentao artificial com xarope de erva aromtica (Cymbopogon citratus) e mel.

    Observa-se no grfico 1, que as colmias fracas e colmias boas submetidas alimentao com xarope de erva Capim santo (Cymbopogon citratus) e mel no perodo de estiagem mostraram um bom desempenho aumento de peso(g) em mdia aproximadamente 374,4 (g) e 208,0 (g) respectivamente, j, as colmias fracas no-alimentadas e colmias boas no-alimentadas perderam em mdia 91,5 (g) e 5,0 (g) de peso.

    Observou-se que as colmias fracas alimentadas o aumento de peso 374,4(g) foi significativo em relao s colmias fracas no alimentadas que perdem peso -91,5(g). Em relao s colmias boas, alimentadas, o aumento de peso 208,0(g) tambm significante, j as colmias boas, no alimentadas, a perda de peso no to significante, pois perdem apenas em mdia 5g. As colmias fracas so muito mais vulnerveis mortalidade, sendo necessrio um manejo eficiente para que as mesmas no venham a morrer. Para o meliponicultor mais conveniente alimentar as colmias fracas do que as colmias boas por questes

    Repeties

    Tratamentos

    Fracas alimentadas

    Boas-alimentadas

    Fracas no-alimentadas

    Boas no-alimentadas

    01 + 240

    + 120

    -245

    +65

    02 + 820

    + 365

    -260

    -15

    03 +775

    +100

    +330

    -5

    04 +280

    +310

    -150

    -20

    05 +385

    +150

    -95

    +35

    06 +280

    +145

    -220

    +45

    07 +110

    +300

    -20

    -30

    08 +5

    +20

    -240

    -5

    09 perdida

    +280

    +5

    -50

    10 perdida

    +290

    -20

    -70

    MDIA

    374,4(g)

    208,0(g)

    -91,5(g)

    -5,0(g)

    Grfico 1.

    Influncia da alimentao artificial em colmias de jandara (M. subnitida).

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    econmicas, apesar das mesmas no diferirem entre si de acordo com o teste de Tuckey, ao nvel de 5% de probabilidade.

    As colmias fracas alimentadas devem ser alimentadas em poca de estiagem.

    As colmias boas alimentadas e as no alimentadas dependendo das condies econmicas do meliponicultor, estas devem ou no ser alimentadas em poca de estiagem.

    Em observaes prticas ocorridas no meliponrio na poca do DEF-UFPB PATOS PB, uma das colmias de jandara (Melipona subnitida), que estava fraqussima, foi recuperada com soluo de mel de Apis mais infuso de Capim Santo (Cymbopogon citratus Stapf), parece que existe alguma relao com cheiro desta erva, que atrai as abelhas. So observaes prticas que precisam ser investigadas, do ponto de vista cientfico.

    4.3 Problemas de manuteno das colmias

    Foram constatados vrios inconvenientes durante o manejo das colmias e todos eles interferiram nos processos de multiplicao. Um desses inconvenientes o p contido nas caixas recm fabricadas, aps a multiplicao artificial, as abelhas no conseguem habitar em caixas com a presena de p de madeira.

    Foi observado tambm que na estao chuvosa, de janeiro a junho, as colmias no suportam alta umidade, tendo como conseqncia o aparecimento do fungo Monolase lingual, o qual provoca um alto ndice de mortalidade. Portanto, o local de instalao do meliponrio deve ser bem planejado, pois, o mesmo no deve est localizado em ambiente muito mido (FREITAS, 1996).

    A insolao direta sobre as colmias considerada tambm um fator negativo na criao, por isto, estas foram colocadas em ambientes sombreados, ou em suporte individualizados com cobertura de PVC.

    A presena dos inimigos naturais ocorreu com mais freqncia no ms de dezembro (Figuras 21 a 23). As formigas so inimigas, que atacam, desalojando e saqueando os ninhos fracos, consumindo alimento e/ou comendo as abelhas alm de levar microorganismos nocivos para o interior da colmia. Constatou-se que

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    ocorrem com maior freqncia cerca de 70% dos ataques. Se no forem verificados no incio, pode levar ao extermnio da colmia. Outro problema o fungo Monolase lingual que ataca no interior da colmia. Obeservou-se presena de pssaros anum preto (Classe Aves), pequenos lagartos ou chamados de vboras na regio, lagartixas (Classe Reptilia), r de bananeira, sapos, (Classe Amphibia), liblulas (Classe Insecta), aranhas (Classe dos Aracndeos).

    Todas as colmias foram colocadas em caixas confeccionadas com madeira louro canela (Ocotea spp.). Comumente as caixas de madeira, como cumaru, eram usadas anteriormente, mas com a preocupao de preservao desta espcie na regio, utilizou-se, ou melhor, testou-se louro canela, e as colmias se desenvolveram bem. Todas as colmias foram colocadas na mesma direo orifcio de entrada/sada para o nascente, observou-se fluxo das abelhas, principalmente, pela manh.

    Fig. 22 Reviso semanal, abelhas sendo atacadas por aranha.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Fig. 21 Revises trimestrais em colmias de jandara. (M.subnitida). Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

    Fig. 23 Presena de Saraas dentro da colmia.

    Autor: Edinalva Alves de Brito 2008.

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    5 CONCLUSES

    O manejo adequado, principalmente, suprindo as colmias com alimentao artificial, proporciona a elas um bom padro de qualidade e aptas para darem origem a outras colmias.

    As colmias boas no precisam ser alimentadas durante o perodo de estiagem, pois, perdem apenas 5g em poca de estiagem. Desta forma, h economia de recursos humanos e financeiros, na manuteno das mesmas.

    As colmias fracas precisam ser alimentadas, por questo da mortalidade. As multiplicaes de colmias da abelha jandara (M. subnitida) so viveis

    em poca de estiagem na regio semi - rida, pois podero ser multiplicados durante todo ano desde que sejam dadas condies necessrias para o seu desenvolvimento, como alimentao artificial, uma vez por semana, tomando precaues contra inimigos naturais.

    Os inimigos naturais que mais interferem no desenvolvimento das colmias e que causam o maior ndice de mortalidade so as formigas saraas e o fungo Monolase lingual.

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