abaixo assinado chacara primavera taquaral mudar propostas luos em cps

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Página 1 de 2 Campinas, 7 de novembro de 2015 Senhor Prefeito do município de Campinas, SP Jonas Donizette Senhor Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano Fernando Pupo Senhor Presidente da Câmara Municipal Rafael Fernando Zimbaudi Senhores Promotores Rodrigo Sanches Garcia, Geraldo Navarro Cabañas e Tatiana Barreto Serra (CAO) Os moradores da região dos bairros Taquaral, Alto do Taquaral, Chácara Primavera e outros bairros de Campinas abaixo assinados vêm esclarecer a opinião pública e solicitar às autoridades mudanças no conteúdo e no processo da revisão da legislação urbana, em especial no que trata a Proposta de Estruturação Territorial do Município e das Bases da Regulamentação do Solo - Produto P5A – conforme apresentação em 70 slides disponibilizada para o Grupo Revisor da Legislação Urbanística e para Comissão Geral Participativa da Revisão da Legislação Urbanística – CGP, pelo que se segue: 1. As diretrizes de adensamento propostas para a região compreendida entre a rodovia D. Pedro, rodovia Mogi- Campinas, rodovia Zeferino Vaz e av. Orozimbo Maia, área que influencia sobremaneira os bairros em questão, não estão articuladas a propostas de mobilidade urbana de alta capacidade, conforme o slide 12, que mostra que apenas uma linha de BRT está efetivamente planejada. A mudança de zoneamento prevendo maior adensamento não foi precedida, portanto, do plano de mobilidade exigido para municípios com mais de 500000 habitantes pela Lei federal denominada Estatuto da Cidade; 2. As ruas e avenidas envolvidas com as áreas de verticalização – para uso residencial, comercial e de serviços já se apresentam congestionadas, sendo desaconselhável estimular sua saturação sem outras medidas relacionadas à mobilidade; 3. Há uma quantidade enorme em área classificadas como zonas C2 e C4, cortando diversos bairros predominantemente residenciais, sendo que conforme o slide 22 a zona “C” é uma zona de centralidade, que “almeja reconhecer ou promover áreas com predominância de usos não residenciais e mistos. Permite incomodo sonoro mais alto que a mista e usos noturnos”. 4. A proposta de mudança do uso e da ocupação do solo em nossos bairros, se implantada, afetará grandemente a qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores, pois a ventilação e insolação entre os imóveis ficará comprometida, conforme pudemos verificar na apresentação do produto P5A; Para a ZC2 prevê-se uso misto ou comercial com altura máxima de 20 (vinte) metros (caso de trecho da av. Heitor Penteado ao longo da lagoa do Taquaral, por exemplo) e para a ZC4 não há limite de altura (por exemplo o caso da av. Heitor Penteado continuando na av. Vital Brasil e na outra extremidade na praça N. S. das Graças). 5. A louvável e urgente proposta de implementação do coeficiente de aproveitamento (CA) básico igual a 1, e de venda de potencial construtivo segundo as regras do novo zoneamento proposto, perderá a sua essência - de gerar recursos para que a Prefeitura passe a incentivar, seja pela indução da iniciativa privada ou por investimentos próprios, uma cidade mais inclusiva e saudável - ficará obscurecida pelo comprometimento de diversas quadras com novos prédios espalhados por bairros hoje predominantemente residenciais, compostos por vilas, condomínios horizontais de pequeno porte e sobrados. Com tanta oferta de potencial construtivo comercializável (devido ao alto gabarito ofertado), o valor a ser auferido no mercado tende a ser baixo. 6. Como instrumentos para reduzir a vacância imobiliária e fundiária – presentes na região em tela- com muitos lotes ainda vagos, causando transtornos e insegurança aos moradores, e muitas residência vagas, pois o tipo de construção –grandes residências - não se adequam mais ao uso residencial atual – famílias menores e pessoas que vivem sós, inclusive idosos – é proposto o IPTU progressivo no tempo apenas para terrenos com metragem superior a

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Campinas, 7 de novembro de 2015

Senhor Prefeito do município de Campinas, SP Jonas Donizette

Senhor Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano Fernando Pupo

Senhor Presidente da Câmara Municipal Rafael Fernando Zimbaudi

Senhores Promotores Rodrigo Sanches Garcia, Geraldo Navarro Cabañas e Tatiana Barreto Serra (CAO)

Os moradores da região dos bairros Taquaral, Alto do Taquaral, Chácara Primavera e outros bairros de

Campinas abaixo assinados vêm esclarecer a opinião pública e solicitar às autoridades mudanças no conteúdo

e no processo da revisão da legislação urbana, em especial no que trata a Proposta de Estruturação Territorial do

Município e das Bases da Regulamentação do Solo - Produto P5A – conforme apresentação em 70 slides

disponibilizada para o Grupo Revisor da Legislação Urbanística e para Comissão Geral Participativa da Revisão da

Legislação Urbanística – CGP, pelo que se segue:

1. As diretrizes de adensamento propostas para a região compreendida entre a rodovia D. Pedro, rodovia Mogi-

Campinas, rodovia Zeferino Vaz e av. Orozimbo Maia, área que influencia sobremaneira os bairros em questão, não

estão articuladas a propostas de mobilidade urbana de alta capacidade, conforme o slide 12, que mostra que apenas

uma linha de BRT está efetivamente planejada. A mudança de zoneamento prevendo maior adensamento não foi

precedida, portanto, do plano de mobilidade exigido para municípios com mais de 500000 habitantes pela Lei

federal denominada Estatuto da Cidade;

2. As ruas e avenidas envolvidas com as áreas de verticalização – para uso residencial, comercial e de serviços já

se apresentam congestionadas, sendo desaconselhável estimular sua saturação sem outras medidas relacionadas à

mobilidade;

3. Há uma quantidade enorme em área classificadas como zonas C2 e C4, cortando diversos bairros

predominantemente residenciais, sendo que conforme o slide 22 a zona “C” é uma zona de centralidade, que

“almeja reconhecer ou promover áreas com predominância de usos não residenciais e mistos. Permite

incomodo sonoro mais alto que a mista e usos noturnos”.

4. A proposta de mudança do uso e da ocupação do solo em nossos bairros, se implantada, afetará grandemente a

qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores, pois a ventilação e insolação entre os imóveis ficará

comprometida, conforme pudemos verificar na apresentação do produto P5A; Para a ZC2 prevê-se uso misto ou

comercial com altura máxima de 20 (vinte) metros (caso de trecho da av. Heitor Penteado ao longo da lagoa do

Taquaral, por exemplo) e para a ZC4 não há limite de altura (por exemplo o caso da av. Heitor Penteado continuando

na av. Vital Brasil e na outra extremidade na praça N. S. das Graças).

5. A louvável e urgente proposta de implementação do coeficiente de aproveitamento (CA) básico igual a 1, e de venda

de potencial construtivo segundo as regras do novo zoneamento proposto, perderá a sua essência - de gerar recursos

para que a Prefeitura passe a incentivar, seja pela indução da iniciativa privada ou por investimentos próprios, uma

cidade mais inclusiva e saudável - ficará obscurecida pelo comprometimento de diversas quadras com novos prédios

espalhados por bairros hoje predominantemente residenciais, compostos por vilas, condomínios horizontais de

pequeno porte e sobrados. Com tanta oferta de potencial construtivo comercializável (devido ao alto gabarito

ofertado), o valor a ser auferido no mercado tende a ser baixo.

6. Como instrumentos para reduzir a vacância imobiliária e fundiária – presentes na região em tela- com muitos lotes

ainda vagos, causando transtornos e insegurança aos moradores, e muitas residência vagas, pois o tipo de construção

–grandes residências - não se adequam mais ao uso residencial atual – famílias menores e pessoas que vivem sós,

inclusive idosos – é proposto o IPTU progressivo no tempo apenas para terrenos com metragem superior a

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2000m2 , enquanto que parte importante dos lotes vagos possui metragem inferior, constituindo-se um mosaico

de lotes com excelente infraestrutura e serviços, sem nenhuma utilização.

Assim, solicitamos que:

1. os trabalhos relacionados à LUOS sejam subordinados a processo de elaboração do novo Plano

Diretor 2016.

2. as propostas citadas e constantes do P5A sejam revistas;

3. as apresentações e discussões realizadas com os limitados fóruns - Grupo Revisor da Legislação

Urbanística e Comissão Geral Participativa da Revisão da Legislação Urbanística – CGP sejam

ampliadas e acessíveis à população em geral e às associações de moradores e não apenas algumas

entidades e indicados pelo Poder Público;

4. toda a documentação produzida até aqui tanto pela citada consultoria quanto nas reuniões realizadas

pela Secretaria de Planejamento, seja publicizada no site da Prefeitura;

5. seja prorrogado o prazo de apresentação de sugestões para pelo menos 60 dias após a divulgação

deste material.

ABAIXO ASSINADOS:

NOME ASSINATURA RG