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1. Ajude-nos a aprender (Help us learn) Um Programa de Treinamento em ABA (Anlise do Comportamento Aplicada) em ritmo auto-estabelecido. Kathy Lear 2. AJUDE-NOS A APRENDER Manual de Treinamento em ABA parte 1 Help Us Learn: A Self-Paced Training Program for ABA Part I: Training Manual Kathy Lear Toronto, Ontario Canada, 2a edio, 2004 Website: www.helpuslearn.com e-mail: [email protected] Comunidade Virtual Autismo no Brasil DISTRIBUIO INTERNA Traduo: Margarida Hofmann Windholz Marialice de Castro Vatavuk Ins de Souza Dias Argemiro de Paula Garcia Filho Ana Villela Esmeraldo 3. Apresentao desta edio Esta traduo fruto do sonho e do esforo de muitas pessoas ligadas Comunidade Virtual Autismo no Brasil, grupo que se rene atravs do site "yahoogrupos" desde 1998. Em primeiro lugar, Mrcia Rocha, me de um garoto autista, que adquiriu o material Help us Learn (www.helpuslearn.com) e sentiu que este, traduzido, seria til a muito mais pessoas. Fez cpias e as distribuiu entre alguns amigos, com o pedido que as traduzissem. Em seguida, uma equipe se formou, com a inteno de traduzi-lo, trazendo-o para mais perto das famlias de pessoas autistas do Brasil e de outros pessoas de lngua portuguesa. Nesse grupo, cada um se responsabilizou pela traduo de um ou mais captulos. Dele participaram: Ana Esmeraldo (RS), fundadora da Associao de Amigos do Autista de Farroupilha; Argemiro Garcia (BA), gelogo e pai de um menino autista; Ins Dias (SP), engenheira florestal e me de um menino autista; Margarida Windholz (SP), psicloga, especialista em autismo e autora do livro "Passo a passo, seu caminho - Guia curricular para o ensino de habilidades bsicas"; e Marialice Vatavuk (SP), psicloga e me de um menino autista. A lista "112 formas de dizer MUITO BEM!" foi resultado de um esforo conjunto da Comunidade Virtual Autismo no Brasil. No ms de janeiro de 2005, seus integrantes bombardearam-se alegremente com as mais variadas formas de dar os parabns a uma criana que acabou de executar com sucesso uma tarefa. O resultado pode ser observado no Captulo 3. Agradecemos aos analistas do comportamento, os Drs. Sonia B. Meyer e Roosevelt Ristum Starling, que participaram da reviso tcnica. Encerrada a tarefa da traduo, o grupo manteve contato com a autora, a Sra. Kathy Lear. Infelizmente, no foi possvel concluir negociaes para que oficializssemos sua publicao, at o momento. Fruto de um sonho, de um trabalho coletivo voluntrio, achamos por bem divulgar gratuitamente este material atravs da internet, internamente nossa comunidade, frente urgncia de melhorar o atendimento de nossas crianas. Queremos, aqui, dar autora os crditos mais do que merecidos, expressando nosso desejo de prosseguir nas negociaes e, assim, transformarmos esse trabalho numa edio oficial. Temos a certeza de que nossa atitude propiciar a muitas crianas autistas de lngua portuguesa um melhor desenvolvimento. Foi essa a nica motivao que nos moveu. De qualquer forma, obrigado, Mrs Lear. Grupo de tradutores da Comunidade Virtual Autismo no Brasil. www.yahoogrupos.com.br/groups/autismo Brasil, fevereiro de 2006. 4. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA Ajude-nos a aprender (Help us learn) 1. Introduo ABA.............................................................................................................1-1 Desafios especiais de aprendizagem ....................................................................................1-2 O que ABA? ......................................................................................................................1-4 Como ABA usada para ensinar crianas com autismo? ....................................................1-5 O que DTT? .......................................................................................................................1-6 Resultados.........................................................................................................................1-7 Catherine Maurice ................................................................................................................1-7 Qual a maneira correta de usar a ABA? ...............................................................................1-7 Comportamento Verbal ........................................................................................................1-8 Generalizao .......................................................................................................................1-8 Tudo o que voc sempre precisou saber?.............................................................................1-9 Quo eficaz este tipo de programa?...................................................................................1-9 Viso geral de um programa de ABA (e o Lingo) .............................................................1-10 Currculo.............................................................................................................................1-10 Exemplo de um programa de ABA ....................................................................................1-12 Como usar o Programa de Treinamento Ajude-nos a aprender......................................1-13 Comeando.........................................................................................................................1-14 Objetivos de Aprendizagem ...............................................................................................1-14 2. Comportamento ................................................................................................................2-1 O que h em um nome? ........................................................................................................2-4 Como manejamos ou alteramos o comportamento?.............................................................2-6 Os ABCs: Antecedente, Comportamento e Conseqncia (ABC Antecedent, Behavior & Consequence) .......................................................................................................................2-6 Observando e medindo comportamentos .............................................................................2-8 3. Reforamento....................................................................................................................3-1 Reforamento positivo..........................................................................................................3-2 Reforamento negativo.........................................................................................................3-2 Reforadores Primrios versus Secundrios ........................................................................3-3 Punio .................................................................................................................................3-3 Idias para reforadores........................................................................................................3-5 Escolhendo reforadores que funcionem com a criana ....................................................3-11 Usando reforamento positivo para ensinar habilidades....................................................3-13 Esquemas de reforamento.................................................................................................3-13 Esquema de Reforamento Contnuo .................................................................................3-14 Esquema de Reforamento Intermitente.............................................................................3-14 Como usar reforadores......................................................................................................3-15 4. Manejo do Comportamento..............................................................................................4-1 Funes do Comportamento.................................................................................................4-2 4 Funes do Comportamento..............................................................................................4-2 Avaliao Funcional.............................................................................................................4-5 Trs Mtodos de Conduzir Avaliaes Funcionais..............................................................4-5 Observao ...........................................................................................................................4-6 Comportamento ................................................................................................................4-7 Antecedentes.....................................................................................................................4-7 Conseqncias ..................................................................................................................4-7 5. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA Lidando com o Comportamento...........................................................................................4-8 Comportamento de fuga de demanda (Reforamento Social Negativo)..............................4-8 Comportamento Auto-Estimulatrio (Reforamento Automtico)......................................4-9 Causas tangveis de Comportamento (Reforamento Negativo)....................................4-10 Comportamento de Busca de Ateno (Reforamento Social Positivo)............................4-11 Extino de Comportamento ..............................................................................................4-12 Utilizando Reforamento Diferencial para Lidar com Comportamentos-problema ..........4-13 5. Ajudas e dicas...................................................................................................................5-1 Tipos de Dicas ......................................................................................................................5-2 Aprendizagem sem erros ......................................................................................................5-3 Esvanecendo a Dica..............................................................................................................5-4 Dica No-No (tambm conhecida como NNP)...............................................................5-4 O que fazer se a criana d a resposta errada.......................................................................5-5 Diretrizes para o uso de dicas...............................................................................................5-6 6. Foco no Comportamento Verbal ......................................................................................6-1 Os operantes verbais:............................................................................................................6-2 Ensinando Mandos: OEs (EOs) ..........................................................................................6-4 Ensinando mandos: Captao e Planejamento em Ambiente Natural..................................6-4 O que Levar em Conta ao Escolher as Primeiras Palavras para Ensinar como Mandos......6-6 Linguagem Receptiva...........................................................................................................6-6 Intraverbal.............................................................................................................................6-7 Textual (Ler).........................................................................................................................6-8 Transcritivo (Escrever).........................................................................................................6-9 Tcnicas de Ensino usadas em Comportamento Verbal.......................................................6-9 Procedimento de Transferncia de Controle de Estmulo Procedimento de Transferncia Rpido) ...............................................................................................................................6-10 Conceito-Chave para Usar o Procedimento de Transferncia de Estmulo .......................6-10 O que fazer se a Resposta Incorreta: Usando o Procedimento de Correo...................6-12 Como Saber a Seqncia para ensinar Comportamento Verbal?.......................................6-13 Uma olhada no ABLLS......................................................................................................6-13 Perfil do Aprendiz Iniciante no ABLLS pgina 1 de 3 ...............................................6-15 Como Aprender Mais sobre Comportamento Verbal.........................................................6-16 7. Currculo...........................................................................................................................7-1 Decida Por Onde Comear ...................................................................................................7-2 A pizza curricular..............................................................................................................7-3 Exemplo de Contedo em Cada Categoria da Pizza Curricular .......................................7-4 Quantos Programas Ensinar de Uma S Vez? .....................................................................7-6 Anlise de Tarefa..................................................................................................................7-6 Montando a Pasta Curricular................................................................................................7-8 Divises na Pasta Curricular ................................................................................................7-8 Folhas a usar para montar sua Pasta Curricular....................................................................7-9 A Folha de Registro de SD ................................................................................................7-9 Como usar a Folha de Registro de SD e a Folha de Registro de Dados..........................7-10 Como usar a Folha de Dados para Mandos....................................................................7-11 Como usar a Folha de Dados para FCC .........................................................................7-12 Como usar o planejamento NET ....................................................................................7-13 Dicas para a Elaborao do Currculo................................................................................7-14 8. Instruo ...........................................................................................................................8-1 Torne o ambiente de aprendizagem reforador....................................................................8-2 6. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA Prepare o ambiente de aprendizado......................................................................................8-2 Intercale e varie demandas de instruo ...........................................................................8-3 Aprendizagem sem erro........................................................................................................8-4 Intercale tarefas fceis e difceis...........................................................................................8-4 Aumente gradualmente o nmero de demandas...................................................................8-4 Ritmo rpido de instruo ....................................................................................................8-4 Ensine fluncia das habilidades............................................................................................8-5 Cartes de dicas para professores.........................................................................................8-5 Algumas palavrinhas sobre contato visual ...........................................................................8-7 Tcnicas comportamentais usadas em ABA ........................................................................8-7 Juntando as coisas: exemplos de um programa de ABA....................................................8-10 Exemplo de Currculo: .......................................................................................................8-10 Exemplo de espao de trabalho:.........................................................................................8-11 Exemplo de Aula:...............................................................................................................8-12 9. Manejo de dados...............................................................................................................9-1 Sondagem de Dados versus Coleta Contnua de dados........................................................9-1 Como fazer uma Sondagem de Dados..................................................................................9-2 Anotando os resultados.........................................................................................................9-2 Exemplo 1 de uma Folha de Registro de SD s, mostrando os dados coletados .................9-3 No melhor ter mais dados? ..............................................................................................9-3 Domnio e Fluncia ..............................................................................................................9-3 Quando um programa considerado dominado e fluente? ..................................................9-4 Exemplo 2 de uma Folha de Registro de SD indicando domnio......................................9-4 Plotando os dados.................................................................................................................9-5 Exemplo 1 de Grfico de Dados.......................................................................................9-5 O que voc aprende a partir de um grfico?.........................................................................9-6 Exemplo 2 de Grfico de Dados.......................................................................................9-6 Exemplo de Folha de Registro de Mandos.......................................................................9-7 Exemplo de Grfico de Mandos.......................................................................................9-8 10. Teste seu Conhecimento.............................................................................................10-1 Dramatizao, Estudos de Caso: Teste Final. ....................................................................10-1 Dramatizao......................................................................................................................10-2 Currculo para Dramatizao..........................................................................................10-2 Montando o Espao de Trabalho....................................................................................10-3 Estudos de Caso................................................................................................................10-12 Teste .................................................................................................................................10-16 Referncias Bibliogrficas................................................................................................10-21 7. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-1 1. Introduo ABA1 O que ABA? O que VB? Esse tipo de programa eficaz? Como posso usar esse programa de treinamento? Objetivos de aprendizagem. O objetivo do Programa em ritmo auto-estabelecido Ajude-nos a aprender (Help Us Learn Self-Paced Training Program for ABA) tornar a metodologia de ensino da Anlise do Comportamento Aplicada (ABA - abreviao de Applied Behavioral Analysis) mais fcil de aprender e de usar; bem como torn-la acessvel a mais pessoas a um custo barato. Foi escrito por uma me para pais; professores, terapeutas, assistentes educacionais, provedores de servios, tias, tios, acompanhantes, monitores de acampamento, babs, avs e qualquer pessoa que tenha a oportunidade de fazer diferena na vida de uma criana com autismo. O programa foi planejado para atender as necessidades de dois diferentes grupos de pessoas: as famlias ou professores que no tm acesso a um consultor ou psiclogo especializados em ABA, no pode pagar pelo servio ou no quer esperar para comear o trabalho; famlias e professores que esto dirigindo um programa de ABA e precisam de um meio eficaz e barato para treinar novos professores de ABA. Se os professores forem bem treinados, as crianas sero bem ensinadas. 1 A ABA ou O ABA? Rigorosamente falando, seria a Anlise do Comportamento Aplicada. Pronuncia- se ei, bi, ei mas j se fala corriqueiramente aba, no Brasil. Quem fala O ABA est se referindo ao mtodo ABA seria uma silepse de gnero? Captulo 1 8. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-2 Desafios especiais de aprendizagem Autismo e TID (Transtornos Invasivos do Desenvolvimento) so rtulos usados para crianas que exibem certos tipos de dficits e excessos comportamentais e de desenvolvimento. Na verdade, autismo um diagnstico observacional dado a um conjunto de comportamentos. Mais recentemente tem sido usado o termo Transtorno do Espectro Autista, reconhecendo-se que as crianas podem ter diferentes graus de comprometimento e, mais importante, que pode ser possvel que as crianas movimentem-se ao longo do espectro, ou seja, que suas habilidades e comportamentos fiquem mais prximos do esperado para sua idade cronolgica. Algumas crianas at saem do espectro. Para ajudar nossas crianas a aprender e progredir, ns precisamos nos dedicar a alguns dos desafios especficos que essas crianas apresentam na escola ou na situao de ensino: Comunicao Podem apresentar pequena ou nenhuma linguagem expressiva (fala) ou receptiva (compreenso), podem ser ecollicas (repetindo palavras ou frases) ou mesmo ter um modo peculiar de falar (podem estar fixados em um assunto ou apresentar tom ou volume de voz estranhos). Habilidades sociais Podem evitar totalmente o contato social ou serem desajeitadas ou inseguras na interao social. As regras sociais podem parecer-lhes muito arbitrrias, complexas e desnorteantes. Habilidades para brincar Deixadas por sua conta, podem no explorar ou brincar com os brinquedos da mesma maneira que faria uma criana com um desenvolvimento tpico. Podem tornar-se obcecadas por um determinado brinquedo ou objeto e perseverar na brincadeira (repetir a mesma coisa sem parar). Normalmente difcil que brinquem com amigos, fator de aprendizado muito importante. Processamento visual e auditivo Esses sentidos podem ser muito pouco reativos, com resposta nula ou pequena a pistas visuais ou auditivas, ou podem ser hiper- sensveis a uma srie de sons e estmulos visuais, que podem ser muito perturbadores para elas. Podem ser capazes de prestar ateno a esses estmulos por um curto perodo. Isso pode tornar as situaes comuns de ensino difceis e perturbadoras para crianas do espectro. Elas podem precisar de uma adaptao muito gradual aos ambientes comuns de ensino, na medida em que sua tolerncia aumentar. Inicialmente pode ser necessrio trabalhar em um ambiente muito controlado, com um mnimo de estmulos visuais e auditivos. Auto-estimulao - Podem se engajar em comportamentos de auto-estimulao, que podem ser reconfortantes e previsveis para elas. O comportamento pode envolver o corpo todo (isto , balanar o corpo, abanar as mos, girar em crculos, etc.), usar brinquedos de forma incomum ou inadequada, ter obsesses como precisar que pessoas e objetos fiquem sempre no mesmo lugar ou que os acontecimentos sigam um padro previsvel. Todos nos engajamos em formas menores de auto-estimulao tamborilar os dedos, girar uma caneta ou balanar o p. Mas para as crianas com autismo, esses comportamentos podem se tornar to intensos e freqentes que interferem com o aprendizado. 9. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-3 Reforadores incomuns Reforadores eficazes para crianas com desenvolvimento tpico, tais como elogios e aprovao, podem no ser eficazes para crianas com autismo. Elas podem necessitar de reforadores altamente idiossincrticos, muito pessoais, com os quais o professor precisar trabalhar para motivar a criana a aprender. Dificuldade em aprender pela observao do outro As crianas com autismo podem no aprender pela observao dos colegas, pais, irmos e professores da maneira com que as crianas tpicas aprendem. Crianas dentro do espectro do autismo normalmente tm dificuldades com o aprendizado incidental ou ambiental. Isso significa que cada habilidade ou comportamento dever ser especificamente trabalhado e sistematicamente ensinado. Aprendizado mais lento Talvez por causa dos muitos desafios que enfrentam para aprender e a competio por sua ateno, o ritmo de aprendizado das crianas com autismo normalmente mais lento que o das crianas com desenvolvimento tpico. A manuteno do foco e da ateno no aprendizado pode ser um grande desafio para a criana com autismo, e usualmente requer uma grande dose de repeties para que os conceitos sejam dominados. Levando em conta todas ou algumas das dificuldades acima, d para entender como pode ser difcil para uma criana autista prestar ateno e aprender da maneira que uma criana com desenvolvimento tpico faz. Imagine chegar em um pas onde voc no entende a lngua e no conhece os costumes e ningum entende o que voc quer ou precisa. Voc, na tentativa de se organizar e entender esse ambiente, provavelmente apresentar comportamentos que os nativos acharo estranhos. Imagine agora que voc tenha sorte e consiga um professor que seja paciente, organizado e motivado a gastar todo o tempo necessrio para trabalhar individualmente com voc e ajud-lo a dominar a lngua e aprender os costumes desse pas estranho. isso que um bom programa de ABA pode fazer. 10. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-4 O que ABA? Anlise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis; abreviando: ABA) um termo advindo do campo cientfico do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a associao entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. Uma vez que um comportamento analisado, um plano de ao pode ser implementado para modificar aquele comportamento.O Behaviorismo concentra-se na anlise objetiva do comportamento observvel e mensurvel em oposio, por exemplo, abordagem psicanaltica, que assume que muito do nosso comportamento deve-se a processos inconscientes. (Lembre-se de Freud!). Ivan Pavlov, John B. Watson, Edward Thorndike e B.F. Skinner foram os pioneiros que pesquisaram e descobriram os princpios cientficos do Behaviorismo. So considerados os Pais do Behaviorismo. O livro de B.F. Skinner, lanado em 1938, The Behavior of Organisms (O comportamento dos organismos), descrevia sua mais importante descoberta, o Condicionamento Operante, que o que usamos atualmente para mudar ou modificar comportamentos e ajudar na aprendizagem. Condicionamento Operante significa que um comportamento seguido por um estmulo reforador resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele comportamento ocorra no futuro. Em portugus claro isso significa que, medida que voc vai levando a vida, vo lhe acontecendo coisas que vo aumentar ou diminuir a probabilidade de que voc adote determinado comportamento no futuro. Por exemplo, se durante seu caminho para o trabalho voc acena e sorri para o motorista do carro ao lado, e ele deixa que voc atravesse na sua frente, voc provavelmente vai tentar a mesma estratgia no dia seguinte. Seu comportamento de acenar e sorrir ficar mais freqente, porque foi reforado pelo outro motorista! Todos ns aprendemos atravs de associaes e nosso comportamento modificado atravs das conseqncias. Tentamos coisas e elas funcionam; ento as fazemos novamente. Tentamos coisas e elas no funcionam; ento menos provvel que as faamos novamente. Nosso comportamento foi modificado pelo resultado ou conseqncia. Ao lado do Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu os termos: SD (Estmulo Discriminativo = Discriminative Stimulus), Reforador (Reinforcer), Controle de Estmulo (Stimulus Control), Extino (Extinction), Esquemas de Reforamento (Schedules of Reinforcement) e Modelagem (Shaping). Todos esses conceitos podem ser aplicados para trabalhar com uma vasta gama de comportamentos humanos. 11. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-5 ABA um termo guarda-chuva, descreve uma abordagem cientfica que pode ser usada para tratar muitas questes diferentes e cobrir muitos tipos diferentes de intervenes. Educao, especificamente Educao Especial para crianas com autismo, uma das aplicaes dessa cincia. Como ABA usada para ensinar crianas com autismo? Para ensinar crianas com autismo, ABA usada como base para instrues intensivas e estruturadas em situao de um-para-um. Embora ABA seja um termo guarda-chuva que englobe muitas aplicaes, as pessoas usam o termo ABA como abreviao, para referir- se apenas metodologia de ensino para crianas com autismo. Um programa de ABA freqentemente comea em casa, quando a criana muito pequena. A interveno precoce importante, mas esse tipo de tcnica tambm pode beneficiar crianas maiores e adultos. A metodologia, tcnicas e currculo do programa tambm podem ser aplicados na escola. A sesso de ABA normalmente individual, em situao de um-para-um, e a maioria das intervenes precoces seguem uma agenda de ensino em perodo integral algo entre 30 a 40 horas semanais. O programa no- aversivo rejeita punies, concentrando-se na premiao do comportamento desejado. O currculo a ser efetivamente seguido depende de cada criana em particular, mas geralmente amplo; cobrindo as habilidades acadmicas, de linguagem, sociais, de cuidados pessoais, motoras e de brincar. O intenso envolvimento da famlia no programa uma grande contribuio para o seu sucesso. Medos e Fobias Adio e Dependncia Qumica Transtornos Comportamentais... de sono, de alimentao Servios de Proteo Criana Parar de Fumar Desenvolvimento da Linguagem Treinamento de Animais Estresse e Relaxamento Educao/ Ed Especial Comportamento Organizacional Aconselhamento de Casal e Famlia 12. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-6 O que DTT? O Ensino por Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching DTT) uma das metodologias de ensino usadas pela ABA. Tem um formato estruturado, comandado pelo professor, e caracteriza-se por dividir seqncias complicadas de aprendizado em passos muito pequenos ou discretos (separados) ensinados um de cada vez durante uma srie de tentativas (trials), junto com o reforamento positivo (prmios) e o grau de ajuda2 (prompting) que for necessrio para que o objetivo seja alcanado. Pense em aprender a jogar futebol voc no comeou colocando um uniforme do seu time e apresentando-se como centro-avante. Provavelmente, comeou aprendendo como chutar e controlar a bola com os ps. Ento, depois que desenvolveu essas habilidades, comeou a chutar a gol. Se foi sortudo, teve algum pai, me, um irmo mais velho que lhe proporcionou muitas oportunidades para praticar (tentativas!), muito encorajamento (reforamento positivo!) e que lhe ajudou a se posicionar corretamente para chutar a bola quantas vezes fosse necessrio (dando ajudas!). importante notar que apesar do termo DTT ser freqentemente usado como sinnimo de ABA, ele no o . A ABA muito mais abrangente e inclui muitos tipos diferentes de intervenes, estratgias de ensino e manejo comportamental. DTT um mtodo dentro do campo da ABA. Quem Ivar Lovaas? Ivar Lovaas um psiclogo que foi a primeira pessoa a aplicar os princpios da ABA e DTT para ensinar crianas com autismo. Por isso muitas pessoas falam do mtodo Lovaas quando se referem sobre o ensino de crianas com autismo. Em 1987, Lovaas publicou os resultados de um estudo de longo prazo sobre o tratamento de modificao comportamental em crianas pequenas com autismo. Os resultados do seguimento destas crianas mostraram que, em um grupo de 19 crianas, 47% dos que receberam tratamento atingiram nveis normais de funcionamento intelectual e educacional, com QIs na faixa do normal e uma performance bem sucedida na 1 srie de escolas pblicas. 40% do grupo tratado foram depois diagnosticados como portadores de retardo leve e freqentaram classes especiais de linguagem, e os 10% remanescentes do grupo tratado foram diagnosticados como portadores de retardo severo. Comparativamente, em um grupo de 40 crianas, somente 2% do grupo controle (aqueles que no receberam o tratamento de ABA usado por Lovaas), atingiram funcionamento 2 Nota dos Tradutores: Os termos to prompt (verbo) e prompt (s) sero traduzidos como ajudar, ajuda ou dica, ao longo do texto, conforme mais indicado em portugus. 13. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-7 educacional e intelectuais normais, 45% foram diagnosticados como portadores de retardo leve e 53% foram diagnosticados como portadores de retardo severo. Estudo de Lovaas 1987: Resultados Recuperados Razoveis Ruins Crianas tratadas com ABA 47% 40% 10% Crianas NO tratadas com ABA 2% 45% 53% Esta tabela mostra um resumo dos dados de seguimento de 19 crianas que receberam interveno intensiva ABA desenvolvida por Lovaas versus dados de seguimento de 40 crianas de um grupo controle que no receberam a interveno ABA desenvolvida por Lovaas. Behavioral treatment and normal and intellectual functioning in young autistic children. Ivar O. Lovaas, Journal of Consulting and Clinical Psychology, 1987, v. 55, n.1, p. 3-9. Catherine Maurice Em 1993, Catherine Maurice escreveu Let Me Hear Your Voice: A Family Triumph Over Autism, publicado pela Fawcett Columbine Books (Quero escutar sua voz: a vitria de uma famlia sobre o autismo ainda sem traduo em portugus). O conhecimento pblico do mtodo ABA deve-se ao relato da sua luta para encontrar um tratamento eficaz pra seus dois filhos com autismo. O sucesso do tratamento seus filhos so considerados recuperados ou indistinguveis dos seus colegas inspirou muitos pais a considerar a ABA como opo de tratamento para seus filhos. Vale a pena ler o livro para entender como ABA funciona dentro de uma famlia real. Tambm uma boa maneira para ajudar amigos e parentes a entender o que voc est se propondo fazer com um programa ABA. Qual a maneira correta de usar a ABA? Apesar de Lovaas ter sido o primeiro a usar as metodologias da ABA para ensinar crianas com autismo, desde ento muitos psiclogos vm fazendo muitas contribuies e refinamentos a essa abordagem. Como com qualquer cincia, a ABA continua a evoluir. Muitas tcnicas tm sido descobertas e tornado o ensino de ABA mais eficiente e efetivo ainda. Essas prticas melhoradas sero incorporadas no Programa Ajude-nos a aprender (Help Us Learn). H muitas escolas, organizaes e indivduos que usam ou oferecem consultoria em metodologias do tipo ABA e cada um tem seu jeito prprio de aplic-las, mas todos usam os mesmos conceitos bsicos (ou deveriam usar!). A cincia que apia a interveno a Anlise do Comportamento Aplicada a mesma; somente a maneira de aplic-la varia! Pense em ABA fazendo uma analogia com tocar piano. Quando voc aprende a tocar, pode tocar rock, msica clssica, blues ou jingles. Os sons podem variar, mas todos eles usam a mesma metodologia bsica e seguem convenes musicais aceitas por todos. 14. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-8 Comportamento Verbal Em 1958, Skinner publicou um livro chamado O Comportamento Verbal (edio brasileira lanada pelas editoras Cultrix/EDUSP, 1978, esgotada), que descreveu a aquisio de linguagem como outro tipo de comportamento humano influenciado pelo reforamento. Skinner acreditava que ns aprendemos linguagem atravs de associaes e reforamento. Por exemplo, um beb que emite sons de balbucio e gorjeio ao acaso, pode emitir o som maa, que ser ento reforado por um sorriso e um abrao da me. Isso serviria para aumentar a probabilidade do beb fazer o som maa de novo, esperando a mesma reao da me. Skinner acreditava que voc associou o item bala com a palavra bala porque quando voc fez aquele determinado som (bala), freqentemente apareceria uma bala reforando, assim, a associao entre o som bala e o objeto concreto. Assim trabalha o Condicionamento Operante. Isso foi uma virada e tanto para a comunidade cientfica, cuja crena at ento era que a linguagem fosse autogerativa e inata. Skinner criou um novo conjunto de termos para descrever as diferentes unidades funcionais da linguagem operantes verbais. (Voc pode ter ouvido alguns desses termos Mando, Tato, Intraverbal, que foram todos cunhados por Skinner). Skinner acreditava que as pessoas precisariam aprender as associaes para palavras em todas as suas categorias funcionais antes que pudessem realmente entender e usar a palavra como parte da sua linguagem. interessante notar que, embora Skinner tenha usado o termo Comportamento Verbal (Verbal Behavior VB), ele tambm aplicvel para pessoas que usam sistemas de linguagem de sinais ou comunicao aumentativa em vez de linguagem vocal. Hoje em dia voc pode ouvir pessoas dizendo que esto fazendo VB, em oposio ABA, como no exemplo a seguir: ns fazamos ABA, mas agora fazemos VB. Por favor, lembre-se que eles no so diferentes. Comportamento Verbal refere-se ao ensino da linguagem seguindo os princpios da Anlise do Comportamento Aplicada. Comportamento Verbal ABA. Jack Michael, Mark Sundberg, James Partington, Vince Carbone e Patrick McGreevy so, atualmente, alguns dos mais respeitados psiclogos e pesquisadores no campo do Comportamento Verbal e ABA. Sundberg e Partington so co- autores do livro Teaching Language to Children with Autism or Other Developmental Disabilities (Ensinando linguagem para crianas com autismo ou outras deficincias de desenvolvimento, ainda sem traduo em portugus), que amplamente usado para orientar pessoas na estruturao de programas de Comportamento Verbal. O suplemento desse livro o ABLLS (pronunciado como ables, em ingls) que a abreviatura de Assessment of Basic Language and Learning Skills (Avaliao de habilidades bsicas de linguagem e aprendizagem). O ABLLS um guia curricular, um mtodo de avaliao e um instrumento para monitorar a aquisio de habilidades. Generalizao A meta do ensino , obviamente, que o aprendizado adquirido na sesso de um-para-um, seja generalizado para situaes mais cotidianas, como as de casa e da escola. Um bom programa de ABA sempre inclui a generalizao do aprendizado. medida que a criana progride pode tornar-se mais capaz de aprender incidentalmente, o que significa simplesmente assimilar linguagem ou conceitos ou habilidades que no so ensinadas 15. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-9 diretamente em sesses individuais. Neste ponto, ele ou ela podem estar prontos para entrar em uma sala de aula ou em uma brincadeira em grupo onde haver contato com outras crianas. Um bom currculo de ABA deve ter algum equilbrio entre as atividades trabalho de mesa, brincar, motora ampla, motora fina, etc; uma variedade de locaes sala de terapia, casa da famlia, quarto de dormir, carro, etc; e uma variedade de professores ou terapeutas. Tudo isso ajudar que a generalizao das habilidades fique mais fcil. Tudo o que voc sempre precisou saber? Planejar todas as diferentes necessidades e situaes que podem surgir quando estiver ensinando uma criana simplesmente impossvel. Voc precisar usar seu bom senso e resolver problemas medida que forem aparecendo nas sesses. Talvez seja necessrio elaborar novos programas ou modificar os j existentes. Voc pode ter que lidar com questes comportamentais no previstas por nenhuma fonte de consulta. Voc s ser capaz de desempenhar esses papis de maneira eficiente se conhecer muito bem os princpios bsicos da ABA. Esse o objetivo do Ajude-nos a aprender. Quo eficaz este tipo de programa? H muitos estudos publicados que comprovam a eficcia da abordagem ABA: Behavioral Treatment and Normal Education and Intellectual Functioning in Young Autistic Children. Ivar O. Lovaas. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 1987. Vol. 55 (1), pginas 3 - 9. Este conhecido estudo mostrou que, de 19 crianas pequenas participantes de um programa de ABA por dois anos, 47% atingiram funcionamento intelectual e escolar normais, com QIs dentro da faixa do normal. No grupo controle (que no recebeu a terapia ABA intensiva), somente 2% das crianas conseguiram atingir funcionamento intelectual e escolar normais. Age at intervention and treatment outcome for autistic children in a comprehensive intervention program. Edward Fenske, Stanley Zalenski, Patricia Krantz, Lynn McClannahan. Analysis and Intervention in Developmental Disabilities, 1985, vol. 5 (1-2), pginas 49-58. Este estudo, realizado no Princeton Child Development Institute, comparou resultados do tratamento em crianas includas em um programa amplo de interveno antes e depois dos 5 anos de idade: 6 das 9 crianas que entraram com menos de 5 anos tiveram resultados positivos, enquanto 1 entre 9 das crianas includas com mais de 5 anos conseguiu o mesmo resultado. Long Term Outcome for Children with Autism Who Received Early Intensive Behavioral Treatment. John McEachin, Tristram Smith, Ivar Lovaas. American Journal on Mental Retardation, 1993, vol. 97 (4), pginas 359-372. Este um seguimento do estudo original de Lovaas (acima), que reporta que o grupo experimental (aqueles que receberam terapia intensiva ABA), manteve seus ganhos sobre o grupo controle (aqueles que no receberam terapia ABA intensiva). Os autores concluem que a interveno comportamental pode produzir ganhos significativos e duradouros para crianas pequenas. 16. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-10 The Murdoch Early Intervention Program After 2 years. J.S. Birnbrauer. David J. Leach. Behavior Change, 1993, vol. 10 (2) pginas 63-74. Este estudo foi planejado para replicar o programa de Lovaas e concluiu que 4 de 9 crianas (44%) com autismo submetidas ao programa de Lovaas estavam se aproximando dos nveis normais de funcionamento, enquanto 1 de 5 crianas (20%) de um grupo controle (que no recebeu a mesma interveno) apresentou os mesmos resultados. Preschool education programs for children with autism. Sandra L. Harris, Jan S. Handleman, 1994. Este livro revisou 10 diferentes programas de educao pr-escolar e mostrou que mais de 50% das crianas com autismo que participaram de um programa pr-escolar de ABA foram integradas com sucesso em classes regulares. Intensive Home-Based Early Intervention with Autistic Children. Stephen R. Anderson, Debra L. Avery, Ellete K. DiPietro, Glynnis L. Edwards et al. Education and Treatment of Children, 1987, vol. 10(4), pginas 352-366. Este trabalho relata a eficcia de um modelo de interveno na casa das crianas. A maioria do grupo tratado (14 crianas com idade de 18 a 64 meses) apresentou ganhos significativos de linguagem, cuidados pessoais, sociais e acadmicos. Viso geral de um programa de ABA (e o Lingo) Apresentamos aqui uma rpida viso geral dos elementos que compem um programa de ABA. O restante do Ajude-nos a Aprender (Help Us Learn) vai explicar e elaborar cada uma dessas partes, com exemplos e exerccios. Currculo O currculo usado ser dividido em uma srie de categorias, ou programas, tais como habilidades de cuidados pessoais, habilidades sociais, habilidades de linguagem, habilidades acadmicas etc, organizadas em nveis de dificuldade, de maneira que voc comece com habilidades bsicas, muito simples, e depois as use para desenvolver as mais complexas. Os programas que voc seleciona para trabalhar formam seu currculo: Currculo = Programa de Linguagem Receptiva Aponta para objetos quando solicitado Segue instrues de um passo Aponta para partes do corpo Programa Habilidades de Imitao Imita aes motoras amplas Imita aes motoras finas Imita aes com objetos Programa Habilidades de Cuidados Pessoais Tira as roupas Usa colher e garfo Usa o toalete Programas 17. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-11 Uma vez selecionados, os programas sero estabelecidos de maneira que todos saibam quais instrues dar, como apresentar os materiais que podem ser usados e qual resposta aceitvel. H uma terminologia que geralmente usada para ajudar nisso: Estmulo / SD Conhecido e chamado de SD ou Estmulo Discriminativo. A instruo inicial, a exigncia, ou comando a ser dado. Tambm conhecido como o antecedente. Especifica a fala e/ou a apresentao dos materiais. Tentativa A seqncia completa de apresentar um SD , obter uma resposta (usando quantas dicas/ajudas forem necessrias) e o reforar da resposta. Unidade bsica de um programa individual, que praticada durante a sesso. Resposta A(s) resposta(s) esperada(s) e aceitvel(is). Reforador Estmulo reforador abreviado para SR + tambm conhecido como reforamento ou conseqncia. A conseqncia que segue imediatamente a resposta da criana. Ajudas/ Dicas Estmulos ou dicas suplementares dadas pelo professor. Usadas antes ou durante a execuo do comportamento. Estmulos Uma lista de palavras ou aes, uma coleo de materiais, itens, etc. que esto sendo usados para determinado programa (por exemplo: figuras de animais, lista de palavras para praticar, conjunto de blocos de montar, cartes de pistas). Aula O tempo de atividade gasto trabalhando com a criana no seu programa. Tambm chamada sesso por pessoas que preferem usar linguagem teraputica. Domnio Os critrios que determinam quando a criana aprendeu a habilidade e est pronta para seguir em frente. A maioria das pessoas est adotando o critrio de fluncia (100% correto e rpido) das pesquisas de Comportamento Verbal. Outras pessoas podem preferir permanecer com o tradicional 80%, ou melhor, em 3 sesses sucessivas de 10 tentativas cada. 18. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-12 Dados Registrar simplesmente como a criana age em cada tentativa. A resposta de uma criana a cada SD pode ser: - correta (indicada por um +ou um ) - incorreta (indicada por - ou um x) - sem resposta (indicada por um NR /SR) - Aproximao muito prxima (indicada por um A ou voc pode encontrar S, para Aproximao Sucessiva) Anotar dados e monitorar o progresso uma parte vital da ABA. Se voc no tiver uma viso clara e acurada de como a criana est, voc pode correr o risco de frustrar e aborrecer a criana e voc no vai saber quando est na hora de mudar para um novo programa. Mtodo Descreve qualquer apresentao especial de material, lugar ou estrutura usada. Exemplo de um programa de ABA Aqui est um exemplo de ensino ABA, usando um programa de imitao de um currculo inicial com um mtodo de aprendizagem sem erro. Professor: Alex, faa isto (Bate palmas.) Alex: (Pega as mos da criana e bate palmas.) Professor: Voc bateu palmas! Legal! (D uma bala para Alex.) O professor refora a execuo bem sucedida da tarefa com um elogio e um presentinho A instruo inicial, chamada o SD , dada verbalmente, com um modelo O professor usa uma dica mo sobre mo, de maneira que a criana consiga executar a tarefa e aprenda 19. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-13 Como usar o Programa de Treinamento Ajude-nos a aprender O programa Help Us Learn tem trs partes: O Manual de Treinamento, o Guia do Coordenador e o Disquete com os formulrios. Parte I - O Manual de Treinamento O Manual de Treinamento foi planejado para pessoas que trabalharo e interagiro diretamente com a criana. um programa nico e de ritmo ajustvel, com uma combinao de informaes e exerccios planejados para oferecer uma compreenso slida dos princpios do ensino no estilo ABA antecedentes (SD s), comportamento (resposta), conseqncias (reforamento), dicas, respostas, manejo de dados e tcnicas de anlise do comportamento aplicada. Parte II - Guia do Coordenador do Programa O Guia do Coordenador do Programa foi planejado para o pai coordenador ou lder da equipe a pessoa que far a contratao, o treinamento e a superviso da equipe de instrutores de ABA e que planejar e coordenar o programa de ABA. Contm uma apresentao passo a passo de como estabelecer um programa em casa, a Chave de Respostas para as perguntas do Manual de Treinamento, informaes e materiais para ajudar o processo de contratao, o material para coordenao do programa, material para coordenao da equipe e formulrios diversos. Parte III - Disquete com Formulrios O Disquete com os Formulrios contm todos os formulrios de coordenao do programa e da equipe usados no Manual de Treinamento. Os formulrios podem ser impressos e podem ser alterados para se adequar s necessidades de cada programa. 20. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA INTRODUO ABA - CAPTULO 1-14 Comeando O Coordenador do Programa vai informar-lhe sobre suas expectativas para o treinamento e o cronograma. Voc dever estudar o Manual de Treinamento sozinho, completando os exerccios. A Chave de Respostas est no Guia do Coordenador do Programa. O Coordenador do Programa decidir se preferir fornecer-lhe as solues ou se preferir corrigi-las pessoalmente. Enquanto estiver estudando Manual, no deixe de discutir todas as perguntas que tiver com o Coordenador do Programa. O programa foi planejado de maneira que cada captulo depende do conhecimento obtido no captulo anterior: muito importante que todos os conceitos estejam bem entendidos antes de passar para o captulo seguinte. Boa sorte. Objetivos de Aprendizagem Ao completarem este manual, os participantes sero capazes de: 1) Entender e descrever a Anlise do Comportamento Aplicada, Comportamento Verbal e Tentativas Discretas de Ensino, de maneira que uma pessoa leiga entenda. 2) Entender e definir os termos: antecedente, estmulo, SD , comportamento, resposta, conseqncia, reforo. 3) Observar, analisar e descrever eventos em termos comportamentais. 4) Entender, descrever e identificar funes de um comportamento. 5) Conduzir uma anlise funcional de comportamento. 6) Descrever e demonstrar o uso correto de vrios reforadores e esquemas de reforamento. 7) Entender e explicar Reforamento Diferencial e suas aplicaes. 8) Entender e demonstrar estratgias para lidar com comportamentos difceis. 9) Entender e explicar Comportamento Verbal e operantes verbais, incluindo Tatos, Mandos, Ecicos, Linguagem Receptiva, FFC, Intraverbais, Imitao, Textual e Transcritivo. 10) Entender, saber descrever e demonstrar uma srie de dicas. 11) Entender e demonstrar tcnicas de aprendizagem sem erro em uma situao de ensino. 12) Entender e usar tcnicas de instruo, tais como misturar e variar instrues, usar um esquema varivel de reforamento, tcnicas de pareamento, instruo rpida, modelagem, momentum comportamental, encadeamento, compresso, esvanecimento, extino, bloqueio, redirecionar, generalizao e aprendizagem incidental. 13) Entender, definir e usar notao comportamental, como SD , SR +, R, +, -, NR e A. 14) Coletar e registrar dados, demonstrar o preenchimento correto das folhas de registro. 15) Entender e descrever domnio e fluncia. 16) Ser capaz de analisar dados e identificar tendncias ou problemas e fazer recomendaes de programas. 17) Demonstrar capacidade de preparar e montar adequadamente uma sesso. 18) Ser capaz de montar e manejar uma Pasta Curricular. 21. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-1 2. Comportamento O que Comportamento? O ABC do Comportamento. Observando e Medindo Comportamento. No mundo da Anlise do Comportamento Aplicada (ABA - Applied Behavior Analysis), o conceito de comportamento crtico. O que, exatamente, um comportamento? Simples: um comportamento o que uma pessoa faz e diz. uma ao (chorar) e no uma caracterstica da pessoa (alta). Aquelas coisas que esto na sua cabea, como pensamentos, intenes, idias, planos, etc., no so comportamentos3 . 3 Nota dos tradutores: A fim de manter o carter cientfico da ABA e a necessria preciso conceitual, os tradutores se vm obrigados a corrigir a afirmao acima. Para a Anlise do Comportamento, da qual a ABA deriva, os eventos que ocorrem por detrs dos olhos so considerados comportamentos como quaisquer outros que ocorrem na frente dos olhos". Imaginar, sentir e pensar (falar consigo mesmo) so coisas que ocorrem "por detrs dos olhos". A nica diferena que a Anlise do Comportamento faz entre um comportamento que ocorre "por detrs dos olhos" e um que ocorre "na frente dos olhos" exatamente esta: no primeiro caso, somente a pessoa que se comportou (imaginou, pensou, sentiu) teve acesso direto ao evento e pode, portanto, falar sobre ele, que , por isso mesmo, chamado de um evento privado ou comportamento encoberto, sendo o outro chamado um comportamento pblico ou aberto. Ao lidarmos com pessoas especiais com problemas de comunicao, reconhecer estes eventos que ocorrem "por detrs dos olhos" como comportamentos - e portanto passveis de aquisio e treinamento - pode fazer uma grande diferena: sem habilidades para comunicar seus eventos privados, pessoas especiais muitas vezes sofrem por no poder pedir aos seus cuidadores uma soluo para seus estados internos, como dor, sensao de fome, etc. Skinner, B.F. - About Behaviorism. New York: Knopf, A., Inc., 1974. Baum, W. - Para compreender o behaviorismo. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1999. Captulo 2 22. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-2 Exemplos de comportamentos: Chorar Ir de bicicleta at o mercado Digitar um e-mail no computador Telefonar para um amigo e falar de um filme Dirigir at o trabalho Coar-se Medir farinha, ovos, manteiga, chocolate em p com uma xcara e misturar tudo em uma tigela. Faa os exerccios abaixo para verificar sua compreenso de comportamento: Exerccio 1 Instrues: Marque com um x na coluna certo ou errado para cada sentena Um comportamento ... Certo Errado 1. A cor dos seus olhos 2. Piscar 3. As roupas que algum est vestindo 4. Vestir-se 5. Sua opinio sobre a violncia na TV 6. Enrubescer quando fica com vergonha 7. Cantar uma msica 8. O comprimento de seus cabelos 9. Brincar de esttua, ficando em p sem se mover 10. Decidir trabalhar em casa hoje, em vez de ir ao escritrio Note que as respostas para os exerccios deste Manual de Treinamento esto no Captulo 2 do Guia do Coordenador do Programa. 23. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-3 Exerccio 2 Instrues: Dentre as opes dadas, escolha a descrio que mais comportamental. Sua resposta 1. a) mostra iniciativa b) realiza tarefas domsticas 2. a) est vestido para ir escola s 8 e meia b) de confiana 3. a) no conclui suas tarefas b) facilmente desencorajado 4. a) d as mos a qualquer um b) faz qualquer coisa para conquistar amigos 5. a) sabe as cores b) separa coisas vermelhas das verdes 6. a) hostil a quem tem a autoridade b) bate nas pessoas 7. a) no fala com seus pares b) tmido e retrado 8. a) hiperativo b) corre demasiadamente em volta da casa 9. a) come espalhando tudo b) mastiga de boca aberta 10. a) seca os cabelos at a gua parar de pingar b) seca os cabelos razoavelmente bem 11. a) chora e foge de gatos b) tem medo de gatos 12. a) diz por favor e obrigado na hora adequada b) tem conscincia da importncia de ser educado 13. a) compreende fatos sobre adio b) tira 100% em um teste com situaes adicionais 14. a) gosta de ver TV b) assistir TV 3 horas por dia 15. a) olha para a pessoa com quem fala b) presta muita ateno 24. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-4 O que h em um nome? Costumamos aplicar rtulos a pessoas e seus comportamentos como um tipo de sntese. Esses rtulos podem ser enganosos e at perigosos. Por exemplo, podemos dizer que algum convencido e passar a evit-lo, quando essa pessoa pode ser, na verdade, tmida e precisar de ns para uma primeira aproximao. Os rtulos que usamos para descrever pessoas podem ser uma reao emocional a uma situao (por exemplo, convencido), uma interpretao de uma atitude (por exemplo, preguioso) ou a tentativa de encontrar uma causa subjacente (por exemplo, ansioso). Adicionalmente, mesmo se houver concordncia com o rtulo, sua definio de babaca provavelmente muito diferente da definio aceita pelo seu vizinho. A forma como rotulamos pessoas tem efeito direto sobre a forma como interagimos com elas. Olhar para uma descrio detalhada do comportamento ao invs de nossa interpretao dele vai ajudar a evitar erros, e ser muito mais efetivo ao lidar com indivduos com atrasos do desenvolvimento. Por exemplo, uma descrio comportamental de uma criana rotulada como mandona pode ser lida como: Em um perodo de 5 minutos, Aldo se aproxima de um grupo de crianas e d seis ordens: diz a elas para arrumar suas tintas; diz professora hora da merenda; diz a todos que esto sendo muito barulhentos e falem para dentro; espera enquanto a professora explica a prxima atividade e ento diz: ouam a professora (duas vezes). Note como os nmeros so usados nmero de ocorrncias dentro de um certo perodo de tempo. Exerccio 3. Instrues: Escreva uma descrio comportamental de uma personagem imaginria que seja: (cuidado para no escrever uma definio da palavra!). 1. Hiperativa 2. Boa 3. Irritante 25. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-5 Exerccio 4. Instrues: reescreva as seguintes afirmativas de forma que elas sejam mais comportamentais 1. Conhece seu caminho pela cidade. 2. Tem pobres hbitos de higiene. 3. Parece no ter conscincia do ambiente sua volta. 4. Coopera com os outros. 5. Compreende o conceito de dinheiro. 6. mandona. 7. Desorganiza as atividades. 8. Tem baixa auto-estima. 9. No se comporta apropriadamente mesa. 10. Compreende o conceito de tempo. 26. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-6 Como manejamos ou alteramos o comportamento? Condicionamento operante o processo que usamos para ajudar a modificar ou trocar um comportamento que indesejvel, ou para reforar um comportamento desejvel. Os princpios do Condicionamento Operante foram descobertos e descritos por B.F. Skinner. A coisa mais importante a se entender : Um comportamento seguido de um estmulo reforador resulta em um aumento da probabilidade daquele comportamento se repetir no futuro. Por exemplo, se voc preparou e serviu um jantar elaborado e todos os seus convidados a elogiam e dizem quanto seu salmo Wellington delicioso, provavelmente voc tornar a faz-lo. Por outro lado, se todos brincarem e disserem que o gosto de papelo salgado cozido em meias velhas, provavelmente voc nunca mais vai voltar a cozinhar um salmo de novo. As conseqncias positivas ou negativas de seu comportamento determinam se voc vai repeti-lo ou no. Os mtodos e tcnicas envolvidos em modificar ou mudar comportamento so o foco deste Programa de Treinamento. Os ABCs: Antecedente, Comportamento e Conseqncia (ABC Antecedent, Behavior & Consequence) O antecedente aquilo que acontece logo antes do comportamento. O comportamento a resposta ao antecedente e a conseqncia o que ocorre logo depois do comportamento. Isso conhecido como os ABCs do Behaviorismo. Os ABCs A = Antecedente (ou SD Estmulo Discriminativo) B = Comportamento (Behavior) ou resposta C = Conseqncia (ou Reforador) O telefone toca (antecedente), voc atende (comportamento) e o operador de telemarketing lhe prende ao telefone, fazendo com que atrase o jantar (conseqncia). A conseqncia poder ser tanto positiva, negativa ou neutra (no caso acima, foi negativa). O tipo de conseqncias determinar se voc repetir o comportamento no futuro. Baseado neste exemplo, voc provavelmente estaria menos afeito a atender ao telefone na hora do jantar, da prxima vez em que tocasse. 27. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-7 A cincia do comportamento visa trocar as condies sob as quais o comportamento ocorre, ou trocar as conseqncias de um comportamento para conseguir efetuar mudana no comportamento. Aqui esto alguns exemplos: Antecedente: Voc assiste a um filme triste. Comportamento: Voc chora. Conseqncia: Voc se sente triste. Voc pra de assistir a filmes tristes. Agora, troque as condies sob as quais o comportamento acontece, ou o antecedente; e voc mudar o comportamento e a conseqncia: Antecedente: Voc assiste a um filme engraado. Comportamento: Voc ri. Conseqncia: Voc fica feliz. Voc assiste a outros filmes engraados. Eis um outro: Antecedente: O sinal ficou amarelo. Comportamento: Voc acelera. Conseqncia: Voc multado. Voc ficar menos propenso a furar o amarelo no futuro. Seu comportamento futuro foi modificado pelas conseqncias desse comportamento. Voc foi multado. No futuro voc estar menos disposto a furar o sinal amarelo. Agora, troque a conseqncia e voc trocar o comportamento subseqente: Antecedente: O sinal ficou amarelo. Comportamento: Voc acelera. Conseqncia: Voc no multado. Voc continua a furar o sinal amarelo. De novo, a conseqncia deste comportamento vai moldar seu comportamento futuro. Neste caso, seu comportamento foi positivamente reforado. E assim voc tender a repeti- lo. 28. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-8 Tente identificar o antecedente, o comportamento e a conseqncia no seguinte exerccio: Exerccio 5. Instrues: Identifique os exemplos seguintes como antecedente, comportamento e conseqncia. 1. Costumes ou defeitos de algum 2. Cuspir no professor 3. Certas pessoas ou falta de pessoas 4. Amarrar seus sapatos 5. Confirmar um encontro depois de preparar o almoo 6. Vestir-se 7. Marcar um X na resposta correta 8. Tom de voz e/ou comando 9. Um lugar 10. Piscar 11. No ser permitido ir ao cinema depois de bater no irmo 12. Ter um aumento depois de dar um presente ao chefe Observando e medindo comportamentos Uma caracterstica chave do comportamento que ele observvel e mensurvel. Comportamento geralmente medido com base em sua: Durao: quanto tempo leva fazer uma coisa por exemplo, levou 3 minutos e meio para Slvio amarrar seus sapatos, ou levou 15 minutos para Sandra fazer seu dever de Matemtica. Freqncia: quo freqentemente ocorre por exemplo, Joo bateu palmas 16 vezes em um perodo de 5 minutos, ou Caio fez 5 pedidos em um perodo de 45 minutos. Intensidade: quanta energia, fora fsica ou intensidade esteve envolvida em realizar o comportamento por exemplo, Zeca carregou 15 quilos de mantimentos, ou os gritos de Rita atingiram 100 decibis. Geralmente, quando voc quer substituir um comportamento, porque considera que h excessos ou dficits nele. A primeira coisa que voc precisa fazer coletar alguns dados para determinar a linha-de-base ou ponto de partida em relao ao qual vai medir mudanas. 29. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-9 H alguns mtodos diferentes de coletar esses dados: 1) Observao direta observar e registrar o comportamento identificado como ele ocorre. Voc pode decidir observar o dia todo e registrar cada vez que o comportamento ocorrer, ou voc pode definir um perodo de tempo tal como o recreio ou a hora de dormir para coletar dados sobre o comportamento visado. 2) Mtodos de contagem Voc pode simplesmente colocar marcas de verificao ( ), ou marcar palitinhos (IIII) em um pedao de papel, ou usar um contador manual. 3) Avaliao indireta entrevistar pais, professores, amigos, ou deixar com eles listas de verificao (checklists), questionrios ou escalas de classificao. 4) Experimentos criar condies para testar o comportamento este deixado para os psiclogos. 30. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA COMPORTAMENTO - CAPTULO 2-10 Exerccio 6 Instrues: Encontre algum cujo comportamento voc possa observar por um intervalo de 5 minutos. Para o propsito deste exerccio, escolha um comportamento de alta freqncia para observar e medir. Pode ser um hbito pessoal como morder um dedo, bater com uma caneta, limpar a garganta, rabiscar garatujas ou tamborilar com os dedos. Mea a freqncia com que aquele comportamento acontece no intervalo de 5 minutos. Comportamento escolhido para ser computado: __________________________________ Data: ________________ Tempo: _______________ s: __________________ Observador: ____________________________________________________________ Contagem: (voc pode usar cada clula abaixo para uma contagem de 5 mude para a clula seguinte ao atingir a contagem de 5 marcas. uma forma muito fcil de totalizar sua contagem ao final. As 15 clulas representam 75 ocorrncias do comportamento). Observaes 31. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-1 3. Reforamento O que reforamento? Reforamento positivo. Reforamento negativo. Punio. Reforadores primrios e secundrios. Idias de reforadores. 112 formas de dizer Muito bem. Escolhendo reforadores para seu filho. Esquemas de reforamento. Como usar reforadores. Todos precisamos de reforamento, e todos trabalhamos por ele. Pode ser o reconhecimento do chefe, um abrao da esposa, uma risada depois de contarmos uma piada, uma boa nota em um exame ou o salrio no fim do ms. O truque para reforar descobrir o que poderoso o suficiente para causar o comportamento desejado acontecer de novo. Reforamento um processo no qual um comportamento fortalecido pela conseqncia imediata que seguramente segue a sua ocorrncia (Miltenberger, 2001). Quando um comportamento fortalecido mais provvel que acontea no futuro. No Captulo 2 voc aprendeu que as conseqncias dos comportamentos podem ser positivas ou negativas. Quando as conseqncias so positivas so chamadas de Reforadoras, porque tendem a reforar o comportamento que seguem. Quando conseqncias so negativas, so chamadas de punio. Ao usar ABA para ensinar crianas com autismo, usamos apenas conseqncias positivas, ou reforadoras. Agora, eis o macete: um mesmo reforador pode ser positivo ou negativo. Captulo 3 32. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-2 Reforamento positivo Um Reforador Positivo (SR+ ) a adio de alguma coisa que resulta no fortalecimento do comportamento. Por exemplo: voc faz um trabalho, e pago por ele. Voc tende a continuar fazendo o trabalho! Voc canta uma msica e todos o aplaudem voc quer fazer de novo; um beb fala da-da e seus pais sorriem e aplaudem assim, o beb repete a gracinha; uma criana escova os dentes sem ningum pedir e ganha um carto em um quadro a criana volta a escovar seus dentes na noite seguinte; um garoto apara seu gramado e recebe R$ 10,00 por isso ele vai querer repetir a tarefa na semana seguinte; voc entra em uma dieta milagrosa e perde cinco quilos em sete dias vai se manter no regime na semana seguinte; uma criana mostra a cor azul quando lhe perguntam e ganha um pequeno chocolate da vez seguinte, vai apontar com mais facilidade quando lhe pedirem. Reforamento negativo Um Reforador Negativo (SR ) a remoo de alguma coisa desagradvel que resulta no fortalecimento de um comportamento. Ele tambm chamado de aversivo. Por exemplo, voc retira a etiqueta de uma camisa nova que est irritando sua nuca. Sua nuca se sente bem e voc retirar todas as etiquetas de suas camisas novas. Ou voc fecha seu guarda-chuva quando est ventando para evitar que ele vire do avesso. Seu guarda-chuva no estraga e, assim, da vez seguinte voc mantm o guarda-chuva fechado quando estiver ventando. Colocar seu cinto-de- segurana pra o barulho irritante do alarme e, assim, voc passa a pr o cinto ao entrar no carro; digitar seu cdigo faz cessar o alarme da sua casa e, ento, voc digita seu cdigo cada vez que entra em casa. Deixar a sala quando algum lhe pede alguma coisa faz com que pare de pedir e, dessa forma, voc tende a sair da sala quando as pessoas pedirem alguma coisa. Lembre-se que, se aparece aqui a palavra REFORADOR, h a tendncia de aumentar o comportamento. Tanto reforadores positivos quanto os negativos tendero a fortalecer ou aumentar o comportamento. Perceba a notao: SR+ e SR . Estas so as notaes usadas para Estmulo Reforador Positivo e Estmulo Reforador Negativo. 33. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-3 Reforadores Primrios versus Secundrios Quando falamos de reforadores, estamos nos referindo a reforadores secundrios, ou seja, coisas de que aprendemos a gostar, de preferncia a reforadores primrios, que so coisas que precisamos para sobreviver, como ar, gua e comida. Nunca negamos reforadores primrios. So reforadores primrios poderosos? Certamente. Sempre trabalharemos para obter os reforadores primrios acima de qualquer coisa. Se no pudermos respirar, faremos de tudo para conseguir oxignio! Se estivermos famintos, a comida se tornar muito motivadora. Se tivermos sede, gua nossa prioridade. Quando usamos comida ou bebida como reforadores, eles so como um brinde extra, uma coisa prazerosa ou reforador secundrio, nunca o sustento necessrio sobrevivncia! Reforadores secundrios so coisas como: Tangveis: bijuterias, brinquedos, livros, figurinhas, etc. Comestveis: doces, frutas, biscoitos, batata frita, guloseimas, etc. (brindes extras). Atividades: um filme, videogame, ciranda-cirandinha, tempo livre, um jogo, tempo no computador, etc. Sociais: um elogio, sorrisos, um aceno de cabea, aplausos, polegar-para-cima, uma piscadinha, etc. Fsicos: ccegas, abraos, beijos, tapinhas nas costa, um toque, um balano, etc. Punio Punio algo que tem um significado especfico entre os termos comportamentais. Punio quer dizer qualquer coisa que tende a enfraquecer o comportamento que segue. No tem o componente adicional de ferir outra pessoa que comumente associamos palavra punio. Por exemplo, no permitir a uma criana que assista a seu programa de TV porque bateu em sua irm seria considerada uma punio se o comportamento de bater fosse enfraquecido como resultado. Se o comportamento de bater NO diminuir, ento, comportamentalmente falando, a retirada da TV no seria considerada uma punio. Mandar algum para a priso por cometer um crime punio se reduzir o comportamento criminoso no futuro. Eis alguns outros exemplos de punio: um homem beija uma mulher e leva um tapa, portanto ele tender a diminuir seu comportamento beijoqueiro ao menos com essa mulher. Uma mulher cheira uma flor e picada por uma abelha e assim ela tender a no mais cheirar flores no futuro. Voc faz um discurso e, se todos na audincia o vaiarem, tender a no falar mais em pblico. Voc come uma salada de batata em um piquenique e adoece no futuro evitar saladas de batata, ao menos em piqueniques. 34. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-4 Obviamente, h uma ampla gama de coisas que as pessoas consideram punio. Entretanto, parte do possvel uso do tempo-fora (time-out) ou retirada de privilgios, a punio no usada em um programa ABA. Exerccio 7 Instrues: identifique o tipo de reforador usado em cada um dos exemplos a seguir. 1. Um beb diz mam... mam. Os pais sorriem e riem, o beb gosta e repete mam de novo. 2. Maria no gosta de lugares fechados. Quando ela se aproxima de um elevador, procura uma escada para evit-lo. No futuro, Maria procurar as escadas e no o elevador. 3. Comida, gua. 4. Figurinhas. 5. Joo faz sua cama toda manh por uma semana e sua me o leva para o cinema no sbado. 6. Comida extra, como pizza, salgadinhos, pipoca. 7. Voc fecha a janela do carro para reduzir o barulho. 8. Uma criana tem uma crise de birra em uma loja. Os pais saem, levando a criana com eles. A criana para a birra. 9. Atividades: participar de um jogo, ir ao parque de diverses. 10. Clia ganha elogios e sorrisos ao olhar nos olhos de uma pessoa da equipe e ento, ela passa a olhar mais freqentemente. 11. Oxignio 12. Calor, inclusive calor humano 13. Abraos, beijos, sorrisos, elogios 14. Estimulao sexual 15. Uma criana leva um tapa na mo aps beliscar a irm. 35. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-5 Idias para reforadores Comestveis Docinhos, como chocolates, balas, jujubas Pipoca Batata frita Sorvete Bolinhos Pizza Castanha de caju Dicas: tenha certeza de que verificou se h dietas especiais ou alergias antes de usar reforadores comestveis. Quebre as coisas grandes em pedacinhos, ou um reforador poder se transformar em uma longa interrupo. Elas devem ser rpidas de consumir. Salgadinhos Brigadeiros Frutas secas Biscoitos Sucrilhos Refrigerante Suco Beiju, Biscoito de polvilho, ... ou qualquer coisa que a criana goste de comer ou beber. 36. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-6 Social Elogios entusiasmados usando uma variedade de frases (Veja a tabela 112 formas de dizer muito bem neste captulo) Sorrir para a criana Fazer o sinal de OK Aplaudir Dar uma piscadela Cantar uma cano de seu agrado Abrir os braos e dizer Viva! Rir bastante Acenar com a cabea Sentar no cho de contente Mandar um beijo Fingir que est surpreso. Dica: Seja muito dramtico e divertido para a criana, exagere seus elogios e aes. 37. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-7 112 Formas de Dizer Muito Bem (98 na edio canadense). 1. Abalou Bangu (Expresso carioca) 2. Admirvel 3. A fuzel 4. A! Muito bem! 5. Animal 6. Arrasou 7. Arrebentou a boca do balo 8. Arrepiou 9. Bacana 10. Brbaro 11. Beleza 12. Beleza pura 13. Belssimo 14. Bem Bolado 15. Bolado 16. Bonito 17. Bravssimo 18. Bravo 19. Brilhante 20. Buenao! 21. Campeo 22. caprichou hem! 23. Certssimo 24. Certo 25. Chocante 26. Chuchu bananeira 27. Chuchu beleza 28. Correto 29. "da hora" 30. Demais 31. Detonou 32. DEZ! 33. Digno de admirao 34. Duca 35. isso a 36. Encantador 37. Encanto 38. Espantoso 39. Espertssimo 40. Exato 41. Excelente 42. Excepcional 43. Extraordinrio 44. Falou 45. Fantstico 46. Fascinante 47. Fechou 48. Fenomenal 49. Fiche (Expr. de Portugal) 50. Ficou daqui, ! 51. Garoto (a) esperto (a)! 52. Genial 53. Good! 54. Gostei 55. Grande 56. Impressionante! 57. Irado! 58. Isso 59. Isso mesmo 60. Jia 61. Joinha 62. Legal 63. Lindo 64. Magnfico 65. Mandou bem 66. Maneirssimo 67. Maneiro 68. Maravilha 69. Maravilhoso 70. Massa! 71. timo 72. Oba! 73. Parabns 74. Perfeito 75. Pra l de bom! 76. Preciso! 77. Que demais 78. Que jia! 79. Matou a pau 80. Mximo 81. Menino (a) esperto (a) 82. Menino (a) inteligente 83. Muito bem 84. Muito bom 85. Muito tri 86. Nota dez! 87. Nota mil! 88. Oba! 89. Odara 90. Ok 91. Que lindo! 92. Que tri! 93. Show de bola 94. Sinistro 95. Super 96. Supimpa (Essa antiga) 97. Surpreendente 98. Surreal 99. "t da pontinha da orelha" 100. t de chamar o vizinho 101.t nota dez 102. t o maior barato 103. t um brinco 104. t um barato 105. Tri bom! 106. Trilegal! (Expr. gacha) 107. Tri massa! 108. Uau! 109. um primor 110.Valeu 111. Voc conseguiu! 112.Voc fera Esta lista foi desenvolvida em janeiro de 2005 por participantes da Comunidade Virtual Autismo no Brasil. A verso original, em ingls, 98 Ways to Say Very Good foi desenvolvida principalmente por pais, num projeto conjunto da Canadian Child Day Care Federation e a Canadian Association of Toy Libraries and Parent Resource Centres. 38. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-8 Atividades Ir ao cinema Ver um vdeo Ir para a natao Jogos de cartas e de tabuleiro Brincar de esconder Montar um quebra-cabea Colorir uma figura Brincar com figurinhas Pintar um quadro Assar um bolo Misturar fermento e vinagre e ver a reao Brincar com massinha de modelar Brincar o jogo das cadeiras Soprar ou falar em um tubo ou caneca Danar Brincar com jogos de armar Fingir que perdeu a criana e procur- la ao achar, dizer Achou! Fazer bolhas de sabo Cantar Brincar no balano Caminhar Cheirar os ps da criana e desabar na cadeira Fingir emoes triste, alegre, surpreso. Cair adormecido nos braos da criana, roncar e despertar repentinamente Fingir que vai jogar algo (gua, suco) na cabea dela Esconder-se sob um cobertor com a criana Transformar a mesa em barraca usando um cobertor sobre ela Encher as bochechas de ar e fazer a criana apert-las. Fingir que pe coisas nos lugares errados (como uma meia na cabea ou na mo) Deixar a criana lhe dar comida Brincar com creme de barbear Brincar com ms Ir s compras (e comprar uma guloseima ou brinquedo) Andar de bicicleta Ir ao parque Visitar uma pessoa querida (me, pai, colega, amigo, etc...). Dica: algumas destas atividades podem pedir que se juntem fichas dirias que sero transformados em um evento, como ir ao cinema ou visitar o zoolgico. Aprendizes muito jovens podem no estar prontos para um sistema de fichas, mas h muitas pequenas atividades que podem ser usadas neste programa. 39. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-9 Brinquedos e brindes (tangveis) Bales Carrinhos Bonecas Brinquedos de corda Caixas-de-msica Pio Tambor Lanterna Figurinhas Bonecas de pano Corneta Livro Espelho Revlver de gua Apito Leques Garrafas plsticas cheias de gua colorida Garrafas plsticas cheias de areia colorida Potinhos cheios de arroz ou feijo Flores para cheirar Barbante de contas Colar Borracha Bolas de amassar Bia ... ou qualquer brinquedo ou coisas que a criana aprecie. 40. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-10 Fsicos Rodopiar (segurar a criana por baixo dos braos e gir-la) Perseguir, fazer ccegas, abraar e beijar Foguetinho (levant-la em uma cadeira) Balanar a criana nas pernas Soprar nela Cantar Plantar bananeira (cabea para baixo), fazer parada de mo Luta de polegares Fazer massagens Dar pancadinhas nas costas Brinquedos de apertar Fingir comer os dedos, orelhas, ps, etc da criana, com som de mastigar (nhoque, nhoque, nhoque!) Fazer a criana rugir e fingir tanto medo que corre ou cai na cadeira Balanar a criana no colo e, de repente, fingir deix-la cair Cobrir partes da criana com seus cabelos Rodar a criana segurando-a alto (cuidado com a segurana!) Pr a criana no colo e simular uma corrida de carro (pra, vai, dirija, bata) Balanar a criana para frente e para trs Fazer serra, serra, serrador Fingir deixar a criana cair com barulho de vento Fazer aviozinho Dizer Mos ao alto e fazer ccegas Deixar a criana cair num colcho ou na cama Pular na cama ou cama elstica Palmas-sanduche (bater palmas com as mos da criana entre as suas) Enrolar a criana em um cobertor Deitar a criana e pr o seu p suavemente sobre a barriga dela Dar tapinhas no peito da criana enquanto falam palavras ou repetem sons Andar de carrinho-de-mo Montar cavalinho Ccegas na barriga Brincar com uma caixa sensorial (tubo com pedrinhas, areia, gua) Soprar na orelha da criana Rastejar pela sala Luta de travesseiros Rolar no cho Fazer um jogo batendo palmas e cantando Segurar a criana de cabea para baixo 41. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-11 Escolhendo reforadores que funcionem com a criana Antes de realmente comear a ensinar a criana, muito til verificar que tipos de coisas so reforadores para ela. Faa uma lista e, antes de tudo, separe estes itens. Voc pode querer separar certos brinquedos e bugigangas especialmente para o horrio de trabalho, para que sejam especiais. Voc pode querer reservar tambm guloseimas favoritas, vdeos, jogos, etc., s para estas horas. Como descobrir quais devem ser estes reforadores? Pergunte Pergunte criana, me, pai, bab, irmos, professores, etc Observe Olhe o que a criana escolhe para brincar por si s. Lembre-se, podero ser coisas pouco usuais que interessam a ela uma caixa de vdeo, um papel brilhante, um barbante, um espelho, um cobertor. No se preocupe, por ora, se estas opes so pouco usuais. Teste Deixe a criana escolher dentre diferentes itens de uma caixa. Troque as escolhas. Pode ser interessante ter uma caixa com vrias coisas legais, assim voc poder dar-lhe trs ou quatro coisas diferentes de cada vez. Lembre-se de apresentar diferentes categorias de reforadores, tais como comida, brinquedos, vdeos, oportunidades de brincar, etc. Force uma escolha D criana a escolha entre dois Voc quer figurinhas ou um biscoito?. Tente coisas diferentes D um reforador diferente a cada vez e observe qual o mais eficaz e convidativo. Use muitos reforadores interessantes e variados medida que voc conhece seu aluno aprender quais os seus interesses particulares brinquedos, carros, quebra-cabeas, vdeos, etc. Mas lembre-se: suas preferncias vo mudar, e sua tarefa ajud-lo a desenvolver novos e variados interesses. 42. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-12 Exerccio 8 Instrues: use alguma ou todas as tcnicas discutidas acima para criar uma lista de reforadores para seu aluno. Voc pode us-la para criar um kit inicial para seu programa. Comestveis Tangveis (brinquedos e brindes) Fsicos Sociais Atividades 43. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-13 Usando reforamento positivo para ensinar habilidades Quando voc for ensinar uma habilidade pela primeira vez, a recompensa deve ser dada depois de cada tentativa bem-sucedida. Isto chamado um esquema de reforamento contnuo. medida que a criana domina cada habilidade, gradualmente reduzimos nosso reforamento, passando de contnuo (toda vez que ela faz alguma coisa), para intermitente (de vez em quando). Pense em uma criana aprendendo a andar a mame e o papai esto to felizes que aplaudem a criana todas as vezes que ela d um passo, o que a encoraja a continuar. Conforme ela vai se tornando um bom caminhante, naturalmente mame e papai diminuem seu reforamento. Algum j ouviu um pai falar MUITO BEM, ANDOU LEGAL para uma criana de dez anos? Por que diminuir o reforamento? Por que NO reforar comportamentos desejados o tempo todo, todo o tempo? Porque no queremos que a criana fique dependente de nosso reforamento para fazer algo. Queremos que ela o queira fazer por si mesma. Reforamento contnuo no um esquema natural e, conseqentemente, precisamos copiar o ambiente natural. Esquemas de reforamento H dois tipos principais de esquemas de reforamento: Contnuo e Intermitente. Contnuo Intermitente 44. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-14 Esquema de Reforamento Contnuo Um esquema de reforamento contnuo usado quando ensinamos um comportamento ou habilidade pela primeira vez (aquisio). Reforamento Positivo que segue imediatamente a cada ocorrncia do comportamento. Uma mquina de vender guloseimas um exemplo de Reforador Contnuo voc obtm alguma coisa a cada vez que puser dinheiro nela. Esquema de Reforamento Intermitente Nem toda a ocorrncia de um comportamento desejado reforada. usado para manter comportamentos adquiridos. Uma mquina de apostas um exemplo de um Reforador Intermitente voc no obtm alguma coisa a cada vez que pe dinheiro nela. Um nmero varivel de comportamentos precisa ocorrer antes do reforador ser dado. o mais sustentvel, e mais prximo do ambiente natural. (Eis porque as loterias so to populares voc nunca sabe quando voc receber um prmio!). H quatro tipos: Razo Fixa (FR) o reforamento dado depois de um nmero fixo de respostas corretas. Por exemplo, uma criana pode receber uma figurinha depois de cada 10 respostas corretas a questes de matemtica, ou um trabalhador recebe o pagamento previsivelmente a cada ms. Razo Varivel (VR) similar a Razo Fixa, mas aqui o reforador dado depois de um nmero mdio de respostas corretas. Por exemplo, se a razo varivel 25, o reforamento pode variar de 10 a 50, mas se voc tomar a mdia, ver que a criana foi reforada para um comportamento positivo, na mdia, a cada 25 vezes. Isto comumente usado em situaes de ensino em que as habilidades j foram aprendidas. Intervalo Fixo (FI) O reforamento dado para a primeira resposta correta depois que um intervalo especfico de tempo tenha se passado. Por exemplo, um professor checa se os alunos esto estudando na biblioteca a cada 30 minutos e d uma estrela na ficha de comportamento por estudarem em silncio. O problema com o padro de Intervalo Fixo de reforamento que os alunos rapidamente aprendero que s precisam dar a resposta correta (estudar em silncio) ao final de cada perodo de 30 minutos. 45. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-15 Intervalo Varivel (VI) similar ao Intervalo Fixo, mas aqui o reforamento ministrado depois de decorrido um intervalo varivel de tempo. Por exemplo, o professor verifica os alunos na biblioteca a intervalos variados de tempo, que seriam imprevisveis. Ele poderia aparecer aps 10 minutos, depois aps 35, ento aps 15 minutos, etc. Porque os alunos no sabem quando ele vir, tendero a estudar mais silenciosamente. Exerccio 9 Instrues: Decida o tipo de esquema de reforamento que est sendo usado em cada um dos exemplos a seguir. 1. Um aluno elogiado a cada vez que identifica corretamente uma cor. 2. Um aluno recebe uma estrela dourada depois de aprender 5 palavras novas. 3. Um professor elogia um aluno na primeira vez em que levanta a sua mo para responder uma questo. Nada diz nas duas vezes seguintes, refora na 4 vez, ento na 5, 7, 10, 13, 20, etc. 4. Um pai ou cuidador cumprimenta entusiasticamente a criana a cada vez que esta urina no vaso sanitrio. 5. Paulo ganha sua mesada se limpar seu quarto 5 dias seguidos. 6. Um professor refora o trabalho de um aluno depois de 10 problemas terem sido completados, depois aps 3 problemas, ento depois de outros 5 problemas, ento mais 2 problemas, etc. 7. Uma mquina de apostas monta a combinao ganhadora baseada na seguinte frmula: depois de 100 vezes, ento 150, depois 207, ento 349, em seguida, 502, etc. 8. As pessoas continuam a comprar bilhetes de loteria apesar de ganhar algo somente de vez em quando. Como usar reforadores 1. Associe a si mesmo com o reforamento positivo. Esta provavelmente a coisa mais importante que voc pode fazer como professor. Para aprender com voc, o aluno precisa estar ligado a voc. Antes mesmo de fazer qualquer coisa como professor, gaste algum tempo com a criana estabelecendo uma relao reforadora positiva. Pareie-se a todas suas coisas favoritas. Se ele gosta de biscoitos, ento voc ser a pessoa a lhe dar os biscoitos. Se o interesse por 46. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-16 quebra-cabeas, seja a pessoa que traz os quebra-cabeas. Lembre-se: parear uma situao sem demandas. Voc no estar pedindo criana para fazer nada alm de ficar perto e gostar de voc. 2. Torne o ambiente de trabalho reforador. Faa do ambiente de trabalho um lugar divertido. Tenha uma atividade favorita sobre a mesa para quando a criana chegar para seu trabalho. No deixe que a recompensa pelo trabalho seja para o no-trabalho (Alguns professores usam uma parada no trabalho como reforador). Embora isto possa parecer uma boa idia, o que voc estar dizendo que o trabalho no divertido e ele deveria ser to divertido quanto possvel. 3. Fixe um esquema inicial ao ensinar e passe logo que possvel a um de Razo Varivel. V de um esquema de Reforamento Contnuo para um Intermitente VR, ou Razo Varivel, com a meta final de fazer o reforador ser como na vida real sem perder a resposta desejada. A idia manter a aprendizagem enquanto se vai esvanecendo a necessidade de reforamento. Isto d condies criana de aprender mais prontamente no ambiente natural, porque este no refora de maneira previsvel. Antes de ensinar, tenha uma idia do esquema VR que usar. Por exemplo, se voc comea com um esquema VR5 voc reforar a uma mdia de cada 5 respostas. Ento, to rpido quanto possvel, amplie o esquema para 10, 15, 25, 50... Voc perceber se est muito alto quando comear a perceber comportamentos negativos na criana. 4. D a recompensa imediatamente aps o comportamento e ns queremos dizer imediatamente! Mesmo um pequeno atraso pode permitir que outro comportamento acontea. Por exemplo, voc pede criana para tocar sua cabea e ela toca. Ento, enquanto voc olha de lado para dar seu reforador, ele toca seus joelhos. Quando voc der o prmio, o que estar reforando? No se surpreenda se da prxima vez que pedir que toque sua cabea ele puser a mo no joelho! Ou ele d a resposta certa, mas introduz um tapa, se voc for lento demais em premi-lo. Voc, sem dvida, no quer reforar comportamentos negativos! 5. Mude seu grau de reforamento de acordo com o nvel de realizao. Isto se chama reforamento diferencial, porque varia de acordo com as circunstncias: Fazer algo certo ao primeiro pedido requer um grande reforador faa uma festa: UAU! VOC O MAIOR! MUITO BEM! GUARDOU SEUS BRINQUEDOS! ASSIM QUE SE FAZ!, junto com um abrao e um pequeno doce, por exemplo. Fazer algo com uma dica recebe um reforamento menor: Bom trabalho! Guardou seus brinquedos!. Uma tarefa que requer ajuda total geralmente recebe apenas uma confirmao do que foi feito: assim que se faz, guardou os brinquedos. A razo para isso que voc quer que a criana responda ao primeiro pedido, ou SD . Se ela recebeu um reforador to grande mesmo quando foi preciso dar-lhe uma dica, no haver motivo para faz-lo prontamente. Ela ficaria, assim, dependente de dica. 6. Mantenha a sua entonao consistente com sua mensagem. Tenha certeza de que seu sim ou muito bem seja positivo e entusiasmado. Quando disser no ou tente de novo no contexto de uma aula, seu tom deve ser absolutamente neutro. Voc quer que sua voz seja consistente com sua mensagem quando est reforando, ela soa positiva, alegre, com vrios graus 47. AJUDE-NOS A APRENDER MANUAL DE TREINAMENTO EM ABA REFORAMENTO - CAPTULO 3-17 de entusiasmo; quando voc no est reforando, sua voz no ter emoo. No e UAU!, devem soar de maneira diferente. Um erro comum falar No com voz pausada, esticada no final: NOOOO. Isto pode soar como positivo a uma criana com pouca linguagem receptiva. Uma boa idia ter certeza que, se algum que no fala sua lngua estivesse ouvindo, entenderia sua mensagem apenas pelo tom de voz. 7. Seja consistente. Tenha certeza de ser consistente no qu voc elogia. Tenha certeza de verificar nas tabelas de SD o que seria uma resposta aceitvel. No reforce umas vezes por dizer u u para em outras aguardar um pedido de gua, por favor. No