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A VERDADE Newsletter de informação Nº 3 - Janeiro / 2008 Editorial: Crise? Qual crise? Imagine que tinha conseguido um emprego em que lhe pagavam um salário de 300 000,00 € por ano, lhe atribuíam um potente BMW 530D com motorista para passear, e o Estado ainda lhe concedia crédito bonificado para comprar casa! Era caso para perguntar: Crise? Qual crise? Perguntará o leitor onde é que existem empregos desses. Pois a verdade é que esses empregos existem mesmo. Aqui em Portugal! Enquanto a maioria aperta o cinto, um pequeno grupo de privilegiados consegue levar uma autêntica vida de nababo! Este número d’A VERDADE vai-lhe revelar quem são, o que fazem, e quem paga os salários destes portugueses

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   A  VERDADE Newsletter de informação

Nº 3  ­ Janeiro / 2008

Editorial: Crise? Qual crise?

Imagine  que  tinha conseguido um  emprego  em  que  lhepagavam um salário de 300 000,00 € por ano, lhe atribuíam umpotente BMW 530D com motorista para passear, e o Estado aindalhe concedia crédito bonificado para comprar casa!

Era caso para perguntar: Crise? Qual crise?

Perguntará o leitor onde é que existem empregos desses.

Pois a verdade é que esses empregos existem mesmo. Aqui emPortugal!

Enquanto  a  maioria  aperta  o  cinto,  um  pequeno  grupo  deprivilegiados consegue levar uma autêntica vida de nababo!

Este número d’A VERDADE vai­lhe revelar quem são, o que fazem,e quem paga os salários destes portugueses

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Pagos a peso de ouro!

O Banco de Portugal

Fig. 1 ­ Filial do Banco de Portugal na Praça da Liberdade, no Porto.

História e funções

O Banco  de  Portugal  é  o  bancocentral da República Portuguesa. Foi fundadoem  19  de  Novembro  de  1846,  em  Lisboa,onde é a sua sede. Surgiu da fusão do Bancode  Lisboa  e  da  Companhia  ConfiançaNacional.  Fundado  com  o  estatuto  desociedade anónima, até à sua nacionalização,em 1974, era maioritariamente privado.

Foi  o  banco  emissor  de  notasdenominadas na moeda nacional ­ o real até1911, o escudo de 1911 até 1998 e o eurodesde 1999.  Integra o Sistema Europeu  deBancos Centrais que foi fundado em Junhode 1998.

De acordo com a sua Lei Orgânica, oBanco de Portugal prossegue os objectivos eparticipa  no  desempenho  das  atribuiçõescometidas ao SEBC.

Compete  ao  Banco  a  supervisãoprudencial das  instituições de crédito e dassociedades financeiras.

O Banco emite notas de euro e põeem circulação as moedas metálicas, embora oBCE detenha o direito exclusivo de autorizara sua emissão.

Compete­lhe ainda regular, fiscalizare  promover  o  bom  funcionamento  dossistemas  de  pagamentos,  gerir  asdisponibilidades externas do País e agir comointermediário  das  relações  monetáriasinternacionais  do  Estado,  bem  comoaconselhar  o  Governo  nos  domínioseconómico e financeiro.

Cabe ao Banco a recolha e elaboraçãodas  estatísticas  monetárias,  financeiras,cambiais e da balança de pagamentos.

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Administração

O  actual  Governador  é  VítorConstâncio, os Vice­Governadores são Joséde  Matos  e Pedro  Duarte  Neves,  sãoadministradores José  Silveira  Godinho,Manuel Sebastião e Vítor Pessoa.

 O Governador

Fig.  2  ­ Vítor Constâncio, Governadordo Banco de Portugal

Vítor Manuel Ribeiro Constâncio(Lisboa,  12  de  Outubro  de  1943)  é  umpolítico e economista português.

Foi  secretário­geral  do  PartidoSocialista  de  1986  a  1989.  Foi  candidatoderrotado a primeiro­ministro.

Foi  governador  do  Banco  dePortugal,  entre  1985  e  1986,  tendo  sidodepois renomeado para as mesma funções emFevereiro de 2000.

Vítor  Constâncio  é  licenciado  emEconomia pelo Instituto Superior de CiênciasEconómicas e Financeiras de Lisboa.

Foi  secretário  de  Estado  doPlaneamento  nos  dois  primeiros  GovernosProvisórios,  entre  1974  e  1975.  Foi  aindaSecretário  de  Estado  do  Orçamento  e  doPlano no VI Governo Provisório em 1976.Em 1976,  foi eleito deputado à Assembleiada República, tendo sido também eleito em1980 e 1987. Em 1977, subiu à presidênciada  Comissão  para  a  Integração  Europeia,cargo que voltaria a ocupar em 1979. MárioSoares fez dele seu ministro das Finanças edo Plano, no II Governo Constitucional em1978.

No Banco de Portugal, foi director deEstatística e Estudos Económicos em 1975.Em  1977,  é  vice­governador,  cargo  queocupou também em 1979, e de 1981 a 1984.

Entre  1995  e  2000,  trabalhou  nosector  privado,  como  administrador  doBanco  Português  de  Investimento  e  daElectricidade de Portugal (actual EDP).

Academicamente,  ficou  célebre  pornunca ter terminado o doutoramento quecomeçou,  mas  chegou  a  professorcatedrático convidado do Instituto Superiorde Economia e Gestão em 1989. (Afinal nãoé só o Sócrates!)

Quanto ganham os membros do Conselho de Administração

O conselho de administração do Banco de Portugal custa mais de 1,5 milhões de euros porano. Administradores acumulam pensões do Banco de Portugal.

Apenas cinco nomes, onde se inclui o do próprio Constâncio, conseguem arrecadar 1,532milhões de euros em salários durante um ano de trabalho no Banco de Portugal (BdP).

Traduzindo em escudos, trata­se de qualquer coisa acima de 305 mil contos por cada anocivil. Tudo permitido por lei. Vítor Constâncio lidera um dos conselhos de administração mais bempagos do país.

Da  próxima  vez  que  Vítor  Constâncio  à  saída  de  qualquer  encontro,  com  qualquerPresidente  da  República,  invocar  os  conhecidos  "chavões"  de  contenção  salarial  e  reformaestrutural das negociações salariais, haja algum repórter que lhe lance na cara estes números.

Acresce ainda que todos têm direito a carro de alta cilindrada e a motorista próprio.Sempre que foi instado a revelar os valores exactos auferidos o  Governo remeteu­se ao

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silêncio quanto aos faraónicos vencimentos e reformas do conselho de administração do Bancode Portugal.

O Banco de Portugal remete para o Ministério das Finanças. Do Ministério das Finanças,a resposta é que é o próprio Banco de Portugal quem deve esclarecer a questão. Ambos, emseparado, limitam­se a remeter para a lei que criou a comissão de fixação de vencimentos. Não épossível, sequer, saber quem são, em concreto, os actuais membros dessa comissão.

Escusas, no seu conjunto, como se esta fosse uma matéria reservada ao segredo dos deuses,que só adensam os motivos de preocupação e agravam o escândalo relativo às mordomias de quebeneficiam o governador do Banco de Portugal e seus pares com assento na administração.

Em comparação, nos EUA, o salário do presidente da Reserva Federal é público e estádisponível  no  ‘site’  da  instituição,  ao  alcance  de  qualquer  internauta.  Basta  um  clique  emhttp://www.federalreserve.gov/generalinfo/faq/faqbog.htm.  Em  Portugal,  os  vencimentos  dosdirigentes do Banco de Portugal não são públicos. Por essa razão, há mesmo abusos escandalosose uma total falta de transparência.

Vítor Constâncio ganhou mais de 280mil euros só em 2006!

Os rendimentos  do  trabalhodependente de Vítor Constâncio totalizaramos 280 889,91 euros em 2005. Neste ano, sóem aplicações  financeiras  e contasbancárias,  o  governador  do  Banco  dePortugal    declarou  um  montante  global  de570 454,00 euros.

Estes são alguns dos números que sepodem  retirar  da  declaração  que  ogovernador  do  banco  central  entregou  noTribunal  Constitucional  (TC),  relativas  aosanos de 2005 e 2004.

Vítor  Constâncio  é  ainda  titular,nalguns casos a meias com a sua mulher, deuma habitação em Oeiras, 25% de um outroapartamento e de quatro prédios urbanosna zona de Estremoz.

Em comparação com 2004, a situaçãoeconómica  do  governador  não  se  alterousignificativamente:    ganhou      nessa    altura272 628,08 euros,  não  tendo modificado acarteira patrimonial ao nível imobiliário.

As instituições financeiras nas quaisVítor Constâncio mais confia  são o BancoPortuguês de Investimento, a Caixa Geralde Depósitos e o Banco Espírito Santo.

Aparente adepto de não pôr todos osovos no mesmo cesto, Constâncio colocouno BPI  a  fatia maior das suas poupanças:192  180,00    euros        num      fundo          deinvestimento; 50  256,00  euros  num  planopoupança­reforma (PPR); 204 454,00 eurosnuma aplicação de capitalização; 16 664,00euros   numa   carteira   de  títulos  e  ainda

65 810,00 euros em produtos derivados debolsa.

Na CGD, o governador do Banco dePortugal  tem  um  depósito   a  prazo   de119  222,00  euros  e 86  680,90  euros  numfundo de investimento.

O BES é responsável pela gestão deum  outro  fundo  de  investimento  maismodesto, no valor de 21 868,00 euros.

O rendimento anual do governador doBdP aumentou em 2006, ascendendo nesteano  a  um  valor  de 282  191,00  euros,  umacréscimo  de    0,46   por  cento  face  aos280 889,91 euros ganhos em 2005.

A  consulta  da  declaração  derendimentos entregue por Vítor Constânciono  Tribunal  Constitucional  revela  que  ogovernador  do  BdP  contava  também,  emconjunto  com  a  mulher,  em  30  de  Junhodeste  ano,  com  uma  avultada  carteira  deactivos  financeiros:  209  637  euros  emaplicações de  capitalização;  198  239  eurosem fundos de  investimento; 114 438 eurosem  depósitos  a  prazo;  60  775  euros numacarteira  de  derivados;  50  690  euros  emplanos  de  poupança,  entre  outros.  Porcomparação,  em  2005,  os  fundos  deinvestimento ascendiam a 192 180 euros.

A  fazer  fé  na  declaração  de  2005,Vítor  Constâncio  não  tem  dívidas,  tendoliquidado no ano anterior o remanescente deum crédito imobiliário.

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José Agostinho Martins de Matos

A  consulta  das  declarações  derendimentos de 2005 permitiu ainda concluirque  o  vice­governador,  José  AgostinhoMartins de Matos ganhou 244 536,00 euros.

Do  ponto  de  vista  de  aplicaçõesfinanceiras,  Martins  de  Matos  tinhainvestidos mais de 142 000,00 euros, no finalde 2005,

Pedro Duarte Neves

Já  Pedro  Duarte  Neves,  que  foinomeado  vice­governador  em  2006,  ganha254 586,00 euros.

Pedro  Duarte  Neves  que  foipresidente  da  Anacom  entre  Setembro  de2004  e  Junho  de  2006,  tem   mais     de331 000,00 euros em aplicações financeiras.

José Silveira Godinho

O recordista dos rendimentos brutosdo  trabalho  dependente  no  Banco  dePortugal  é  um  dos  administradores:  JoséSilveira Godinho.Entre  os  restantes  três  administradoresverifica­se que José Silveira Godinho é o quetem mais dinheiro investido. Tem  perto  de1 200 000,00  euros distribuídos por váriosbancos em depósitos, aplicações financeiras,seguros e aplicações de capitalização. Numaempresa  de  gestão  de  activos,  oadministrador tem ainda um património totalsuperior  a 80  000,00  euros dos quais umafatia  está  investida  em  “Football  PlayersSporting”.

Este  ex­membro  do  conselho  deadministração do então Banco Espírito Santoe  Comercial  de  Lisboa  (BESCL)  foi,  noentanto,  o que menos ganhou do ponto devista      salarial,      tendo      auferido apenas224 634,00 euros em 2005.

Convém  referir  que  José  SilveiraGodinho, antigo ministro da AdministraçãoInterna  dos  governos  de  Cavaco  Silvareformou­se  do  Banco  de  Portugal  nacategoria profissional de director e acumulao  seu  salário  com  uma    pensão    anual    de139 550,00 euros como reformado do Banco

de Portugal.A  soma  dos  dois  dá 364  184,00

euros!Sem dívidas ao banco está igualmente

Silveira Godinho.

Manuel Sousa Sebastião

Com  um  rendimento  declarado  de226 081,00 euros, Manuel Sousa Sebastiãochegou a investir mais de 386 000,00 eurosnesse ano.

Manuel  Sebastião  pediu  umempréstimo ao BPI, mas este administradorapenas declara a situação líquida, pelo que AVERDADE  não contabilizou o dinheiro emfalta.

Vítor Manuel Pessoa

Vítor  Manuel Pessoa,  apesar de  tersido  entre  os  seis  responsáveis  do  bancocentral com menos rendimentos (225 240,00euros)  e  um  dos  com  o  menor  volumede      aplicações      financeiras      declaradas(218 225,00 euros), foi o que apresentou omais  vasto  património  imobiliário  eautomobilístico:  com dez  imóveis  e seisviaturas.

Acrescente­se a isto que Vítor Pessoatambém é reformado recebendo 30 101,00euros de pensão, que neste caso não é pagapelo fundo de pensões do Banco de Portugal,e que acumula com o ordenado.

O total é de 255 341,00 euros ano!

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Os complementos remunerativos

No pacote de regalias dos membros,do  conselho  de  administração  estáestabelecida,  desde  1998,  uma reformamilionária do Fundo de Pensões do Bancode  Portugal,  estabelecida  num  regimeespecial: o chamado Plano III.

Só  para  quem  ainda  não  recebepensão  e  consiga  terminar  um  mandato  decinco anos. Geralmente, os administradoresfazem mais um ano para aprovar as contas.

Os  cargos  de  governador,  vice­governador e administrador do BdP são inamovíveis.E basta terminar um mandato para ter direitoà pensão.

Um dos ilustres e jovens reformadosdo Fundo de Pensões do Banco de Portugal,é    o    ex­ministro    das    Finanças, LuísCampos e Cunha. que recebe uma pensãode 114 000,00 euros anuais.

O  Presidente  da  República CavacoSilva  também está reformado do Banco dePortugal por limite de idade e tem direito auma pensão de 2 679,00 euros.

Num momento em que acabaram osjuros  bonificados  para  os  pobres  quepretendiam  comprar  casa,  estes  autênticosnababos do conselho de administração  têmainda a possibilidade de contrair empréstimoscom  taxas  de  juro  mais  baixas  do  que  aspraticadas no mercado. Como o leitor vê, ataxa  bonificada  foi  retirada  aos  pobres  epassou a ser concedida aos ricos. É esta ajustiça social que o  regime PS/PSD  trouxepara  a  melhoria  da  vida  (de  alguns)portugueses.

Têm ainda o CA a possibilidade legalde determinar os aumentos dos escalões devencimento dos funcionários, bem como doscomplementos  remunerativos:  Basta  ver  agrelha  dos  administradores,  que  podemganhar,  a  título  de complemento,  mais  de800 contos por mês.

As  necessidades  de  contratação  derecursos humanos e a escolha de consultoresdo Banco de Portugal são outros dos poderesdo conselho de administração.

Por exemplo, num momento em queas  admissões  na  função  pública  estãocongeladas, os novos técnicos do Banco, sãocriteriosamente seleccionados.

Uma  vez  admitidos  podem  ser

promovidos e progredidos em cada semestreaté  quatro  vezes  consecutivas.  Não  poracaso, a comissão de trabalhadores do Bancode Portugal detecta que cada vez que mudaum conselho de administração no BdP, entragente nova. Que fica e permanece além dosmandatos dos seus contratadores.

A mesma comissão reivindica há anosa criação de um regime de incompatibilidadesainda hoje inexistente.

É que grande parte dos homens quesão politicamente nomeados para o conselhode  administração  do  Banco  de  Portugalpassam e  regressam à banca privada e  semperíodo de nojo. Sendo o banco central umaentidade de supervisão do sistema bancário,há  quem  sustente  a  pouca  clareza  nestastransferências de lugares.

De  resto,  o  BdP  é  um  conhecidoponto  de  passagem  da  classe  políticaportuguesa.  Cavaco  Silva,  Miguel  Beleza,Bagão Félix, Tavares Moreira, entre muitosoutros nomes, passaram no Banco de Portugal.

Entre  as  medidas  de  austeridadeanunciadas pelo ministro das Finanças, LuísCampos  e  Cunha,  nenhuma  delas  diziarespeito ao Banco de Portugal.

O banco é uma entidade autónoma.Menos naquele ponto em que uma "comissãode vencimentos", que integra o ministro dasFinanças ou um seu representante, define oshonorários do conselho de administração doBanco de Portugal.

Finalmente, em Março de 2004, umalei  assinada  por  Manuela  Ferreira  Leitepermitiu a criação de uma "reserva especial"com  as  mais­valias  do  ouro  transacionadopelo  Banco  de  Portugal.  Na  prática,  aalienação  do  ouro  deixou  de  ser  taxada.  Eencontra­se numa reserva de provisão.

Nunca nenhuma das perguntas que osjornalistas  dirigiram  ao  BdP  e  a  VítorConstâncio foi respondida concretamente.

Sempre  que  lhe  colocam  questõesembaraçosas, o porta­voz do Banco limita­sea apontar a legislação aplicável e a garantirque  Vítor  Constâncio  não  recebe  nenhumapensão.  (Coitadinho  do  Vítor  Constâncio,digo eu!)

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Os pópós de alta cilindrada!

O seu carro é um chasso? Está a cair de podre? Precisava de comprar outro e não temdinheiro? Pois se é essa a sua situação, o mesmo não se passa com a administração do Bancode Portugal. Andam todos bem montados em pópós de luxo e ainda com um motorista paraos passear. E tudo isto sem despenderem um cêntimo! Quem paga é o contribuinte.

Com  tanto cavalo debaixo do capot a queimar combustível, vê­se bem que  poupançae preocupações ecológicas não é com eles!

Fig. 3 ­ Um potente BMW 530 D foi comprado para o Dr. Vítor Constâncio se pavonear.

O banco central, de resto, leva a sérioa qualidade de vida dos seus servidores. Sóno último ano e meio, o banco comprou, 26viaturas por 1,2 milhões de euros.

Toda  a  administração  tem  aindadireito a carros de alta cilindrada, novinhosem folha, e a motorista próprio.

As  marcas  e  modelos,  esses,provavelmente variam segundo os refinadosgostos de cada, indo, do potente BMW 530D de Vítor Constâncio (no valor de 13.400contos)  até  ao  não  menos  potente  Saab

Sport Sedan 2.2 (no valor de 7400 contos),passando pelo Volvo V40 1.9 D, no valor de7363 contos, todos eles atribuídos a outrosadministradores.

E  até  o motorista  pessoal  deConstâncio teve direito a um Peugeot 206. Éo  único  motorista  do  banco  com  direito  aviatura própria.

E  isto  num  país  com  2  milhões  depobres e onde se pedem sacrifícios a toda apopulação!

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Fig. 4 ­ Outro dos carros comprados para a Administração do Banco de Portugal foi oluxuoso SAAB Sport Sedan 2.2

Fig. 5 ­ Mais um pópó da Administração o VOLVO V40

Fig.  6  ­  Esta  administração  é  um  forró  completo:  até  o motorista  pessoal  do Dr.Constâncio  teve  direito  a  um  Peugeot  206  para uso  particular.  É  o  únicomotorista do banco com direito a viatura própria.

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Os créditos

O tratamento de favor

Aos  membros  do  conselho  deadministração  do  Banco  de  Portugalconferida é, por outro lado, a possibilidadede  contraírem  empréstimos  com taxas  dejuro  mais baixas  do  que  as praticadas nomercado,  sendo­lhes  ainda  dada  aprerrogativa  de  poderem  determinar  osaumentos dos escalões de vencimentos dosfuncionários,  bem  como  os  complementosremunerativos.

Três  administradores  do  Banco  dePortugal (BdP) têm créditos desta entidadepública de supervisão bancária para a comprade  habitação. José  Agostinho  Matos  ePedro  Duarte  Neves,  vice­governadores,obtiveram,  segundo  o  BdP,  empréstimosquando eram directores do BdP, mas VictorManuel  Pessoa,  administrador  do  BdP,beneficiou  de  um  crédito  para  compra  desegunda habitação na qualidade de membrodo conselho de administração.

Na  consulta  das  declarações  derendimentos  dos  membros  do  conselho  deadministração  do  BdP  depositadas  noTribunal  Constitucional,  desde  2001,constata­se a existência de três empréstimosconcretos:  estavam  em  dívida  ao  BdPcréditos de José Agostinho Matos, no valorde 72 775,00 euros; Pedro Duarte Neves, nomontante  de  70  664,00  euros;  e  VictorManuel Pessoa, no valor de 43 670,00 euros.

O  BdP  diz  que Agostinho  Matos  eDuarte  Neves,  funcionários  do  BdP  desde1979  e  1994,  obtiveram  os  créditos  comoempregados,  mas  reconhece  que  ManuelPessoa  conseguiu  o  empréstimo  comoadministrador.

O  Ministério  das  Finanças,  cujoministro  é  presidente  da  comissão  devencimentos  do  BdP,  diz  que  “osempréstimos  bancários  para  aquisição  dehabitação  e  para  aquisição  de  materialinformático concedidos pelo BdP são umaprerrogativa reconhecida aos trabalhadoresdo BdP”. E sublinha que “o artigo 40.º, n.º 1,b), da Lei Orgânica do BdP, mostra que osmembros do conselho de administração doBdP gozam dos benefícios sociais atribuídosaos próprios trabalhadores, nos termos que

venham a ser concretizados pela comissãode vencimentos”.

O Ministério das Finanças frisa aindaque “o BdP não é uma instituição de créditomas sim uma entidade pública, autoridademonetária e de supervisão financeira, peloque  a proibição  resultante  do  RGICSF[Regime Geral das Instituições de Crédito eSociedades  Financeiras]  de  os  bancosc o n c e d e r e m  c r é d i t o   a o s   s e u sadministradores não se aplica ao BdP”.

Os responsáveis que têm créditos

JOSÉ AGOSTINHO MATOS(Vice­governador)

Valor do crédito (Jun/2007): 72 775,00 €

Rendimento anual em 2006: 244 457,00 €

Agostinho  de  Matos  é  vice­governador  desde  2002.  A  declaração  derendimentos  desse  ano  dada  ao  TC  referedívida ao BdP de 95 896 euros, dos quais 94806 euros para compra de casa e 361 eurospara equipamento informático. Em Junho de2007, a dívida estava em 72 775 euros. Em2002, o rendimento foi 164 mil euros e, em2006, de 244 mil.

PEDRO DUARTE NEVES(Vice­governador)

Valor do crédito (Julho/2007): 70 664,00 €

Rendimento anual em 2006: 291 762,00 €

Duarte  Neves  é  vice­governadordesde  Maio  de  2006.  A  declaração  derendimentos entregue no TC menciona umadívida ao BdP de 74 560 euros, com data de

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vencimento em Julho de 2021. A declaraçãode rendimentos entregue em Julho de 2007refere que a dívida desse crédito estava em70 664 euros. Em 2006, o rendimento anualrondou 292 mil euros.

VÍTOR MANUEL PESSOA( Administrador )

Valor do crédito (Jul/2007): 43 670,00 €

Rendimento anual em 2006: 225 216,00 €

Manuel  Pessoa  é  administrador  doBdP desde Fevereiro de 2000. A declaraçãode rendimentos entregue no TC referente a2001 menciona uma dívida de 81 208 euros.A  declaração  de  recondução  no  cargo,  demeados de 2007, diz que o valor do crédito

estava  em  43  670,00  euros.  Em  2001,  orendimento anual foi de 209 000,00 euros e,em 2006, de 225 000,00.

Taxa de juro e montante máximo

A  taxa  de  juro  dos  empréstimos  àhabitação será igual a 65% da taxa mínima deproposta aplicável às operações principais derefinanciamento pelo Banco Central Europeu(BCE). O montante máximo é de 166 165,00euros.

O Acordo Colectivo de Trabalho doSector Bancário fixa as condições do créditoà  habitação  para  empregados  eadministradores do BdP

Foi  a  partir  de  1998  que  osadministradores do BdP também passaram ater  acesso  ao  crédito  à  habitação  queoriginalmente  só  podia  ser  concedido  aosfuncionários do BdP

A comparação com o caso americano

Os políticos portugueses queixam­se frequentemente de ser mal pagos em relação aosseus colegas do estrangeiro. Mas será verdade? Será que o Governador do Banco de Portugalestá mesmo mal pago?

Para responder a esta questão, recorramos ao exemplo da maior economia do mundo,e vejamos quanto ganha o presidente da Federal Reserve Board, que é o equivalente nosEstados Unidos da América ao nosso Banco de Portugal.

O Presidente

Fig. 7 ­ Ben S. Bernancke, presidente            do Federal Reserve Board

O  presidente  da  Reserva  FederalAmericana chama­se Ben Shalom Bernanke,nasceu  a  13  de  Dezembro  de  1953  emAugusta, na Georgia, e cresceu em Dillon, naCarolina do Sul. É o mais velho de três filhos,com uma irmã e um irmão mais novos. O seupai  era  farmacêutico  e  gerente  teatral  empart­time, e, a sua mãe era professora. Vejaaqui o seu curriculum:

• Terminou  o  ensino  secundário  em1972 e entrou para a Universidadede  Harvard,  onde  se  licenciou  emEconomia no ano de 1975 com a notamáxima, Muito Bom com Distinção(summa cum laude).

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• Doutorou­se em Economia em 1979no Massachusetts  Institute  ofTechnology.  (Este  senhor  sim,  émesmo doutorado!)

• O  Dr.  Bernanke  Leccionou  naUniversidade  de  Stanford naGraduate School of Business de 1979até  1985, primeiro como ProfessorAssistente da disciplina de Economia(1979­83) e posteriormente ProfessorAssociado  da  mesma  disciplina(1983­85).

• Foi  professor  visitante  doMassachusetts  Inst itute  ofTechnology (1989­90), mais uma vezda disciplina de Economia.

• Foi professor visitante da New YorkUniversity onde leccionou também adisciplina de Economia (1993).

• Foi  professor  da  disciplina  deEconomics  and  Public  Affairs  naPrinceton University desde 1985 até2002 .   Chefiou  t ambém  oDepartamento  de  Economia  damesma universidade desde 1996 atéSetembro 2002, quando ingressou noserviço público.

• Leccionou vários cursos na LondonSchool of Economics sobre teoria epolítica monetárias.

• O  Dr.  Bernanke  publicou  muitosartigos sobre uma variedade de temaseconómicos,  incluindo  políticamonetária e macroeconomia e é autorde  vários  manuais  escolares,nomeadamente  três  livros  de  textosobre macroeconomia    e um sobremicroeconomia.

• Em  Julho  de  2001,  foi  nomeadoeditor  da American  EconomicReview.

• Antes  da  sua  nomeação  paraPresidente  da  Reserva  FederalAmericana, o Dr. Bernanke chefiavao Conselho de Peritos Económicos

do presidente desde Junho de 2005 aJaneiro de 2006.

• O  Dr.  Bernanke  serviu  também  oSistema  de  Reserva  Federal  emvárias  funções.  Foi  membro  doConselho  de  Governadores  doSistema de Reserva Federal de 2002a  2005;  visitante  académico  dosBancos  da  Reserva  Federal  deFiladélfia  (1987­89), Boston  (1989­90), e Nova Iorque (1990­91, 1994­96); e membro do Painel ConsultivoAcadémico  do  Banco  da  ReservaFederal de Nova Iorque (1990­2002).

• O Dr. Bernanke exerceu também asfunções de Director do Programa deEconomia  Monetária  do GabineteNacional  de  Pesquisa  Económica(NBER  ­    National  Bureau  ofEconomic Research) e como membrodo  Comité  de  Calendarização  dosCiclos Económicos do NBER.

• É sócio honorário do Guggenheim eda  Sloan  e  é  sócio  da  SociedadeEconométrica  e  da  AcademiaAmericana de Artes e Ciências.

• O Dr. Ben S. Bernanke foi nomeadoem  1  de  Fevereiro  de  2006presidente  da  Reserva  FederalAmericana. Acumula esse cargo como de Presidente do Comité Federal deMercado Aberto, a principal entidadede política monetária.

É autor, entre outras, das publicaçõesseguintes:

• Ben Bernanke (2005). Essays on theGreat  Depression.  PrincetonUniversity Press.

• Ben  Bernanke,  Thomas  Laubach,Frederic  Mishkin,  and  Adam  Posen(2005). Inflation Targeting: Lessonsfrom  the  International  Experience.Princeton University Press.

• Ben  Bernanke  and  Alan  Blinder(1992).  "The  Federal  Funds  Rateand  the  Channels  of  Monetary

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Transmission". Economic Review 82,no. 4: 901–921.

• Andrew  B.  Abel,  Ben  S.  Bernanke(2001). "Macroeconomics". AddisonWesley.

• Ben  S.  Bernanke,  Robert  H.  Frank(2007).  "Principles  of  MacroEconomics". McGraw Hill.

• Ben  S.  Bernanke,  Robert  H.  Frank(2007).  "Principles  of  MicroEconomics". McGraw Hill.

IMPRESSIONANTE, NÃO?

Compare­o  agora  com  o  curriculum  doDr. Vítor Constâncio!

Quanto ganha o Dr. Bernanke?

Atendendo  à  diferença  de  curriculaentre  o  Dr.  Bernanke  e  o  Dr.  VítorConstâncio,  o  primeiro  pensamento  queteríamos era que os americanos lhe teriam depagar uma fortuna para conseguir tê­lo comopresidente da  Reserva Federal! Certamenteganharia um ordenado várias vezes superiorao do Presidente do Banco de Portugal!

Para esclarecer essa questão, fomosespreitar o site da Reserva Federal Americanae,  surpresa das surpresas,  os ordenados daAdministração são públicos!

É verdade meus amigos!Ao contrário dos nossos governantes

que ocultam quanto é que as sanguessugas àfrente do Banco de Portugal custam ao povoportuguês, os ordenados da administração daReserva  Federal  Americana  estão  lápublicados para toda a gente saber:

Salário anual do presidente: $186,600.

Salário anual dos restantes membros daadministração (incluindo  o  Vice­Presidente): $168,000.

Ou seja, expresso em euros:

Salário do Presidente: 126 938,80€

Salário do Vice­Presidente: 114 285,70 €

Ou  seja,  em  termos  nominais  o  Dr.Vítor Constâncio ganha duas vezes e meiamais  que  o  presidente  da  Reserva  FederalAmericana!

Veja  os  gráficos  abaixo  para  ternoção completa da diferença de vencimentos:

Dr Constâncio Dr. Bernanke

Mas para avaliarmos a diferença realde  vencimentos,  é  necessário  comparar  aparidade  do  poder  de  compra  dos  doissalários,  ajustando­os  ao  nível  de  vida  dopaís.  Dividindo  então  os  vencimentos  dosdois presidentes pelo produto per capita dePortugal e dos USA que são respectivamentede  12  316,00€  e  28  515,00€,  resulta  umadiferença ainda mais abissal de vencimentos:

Dr Constâncio Dr. Bernanke

Ou  seja,  afinado  pelo  rendimentomédio  do  país,  o  salário  do  Dr.  VítorConstâncio bate o do Dr. Bernanke por KO.Veja só:

• O  Dr.  Bernanke  ganha 4,5  vezesmais que o americano médio.

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• O  Dr.  Vítor  Constâncio  ganha  23vezes mais que o português médio, e,5 vezes mais que o Dr. Bernanke!

Simplesmente ESCANDALOSO!

O presidente do Banco Central do

país mais pobre da União Europeia, ganhacinco vezes mais que o presidente do BancoCentral do país mais rico do mundo!

Só  falta  saber  se  o  Dr.  Bernanketambém tem um BMW 530D com motoristaparticular,  mas  a  esse  respeito  o  site  daReserva Federal não esclarece.

Vencimentos de luxo no Banco de Portugal: Uma obscenidade!

Sendo dos funcionários públicos maisbem pagos do país, e tendo igualmente umacarreira sólida quer na política quer na gestãoprivada e pública, os seis administradores doBanco de Portugal fazem parte de um gruporestrito  de  pessoas,  cujo  património  estáreservado apenas à elite económica.

Comparando  as  situações  existemdiferenças significativas entre as práticas daReserva Federal Americana e do Banco dePortugal.

1ª Diferença: a TRANSPARÊNCIA

Na  Reserva  Federal  Americana,  ainformação  relativa  aos  vencimentos  doselementos  da  administração  é pública.Qualquer  pessoa  em  qualquer  parte  domundo pode aceder ao site  e  saber quantoganham os elementos da Administração.

Em  Portugal  essa  informação  éocultada.  Mesmo  quando  é  instado  pelosjornalistas ou  pelos deputados  a  esclarecerquanto  ganham  os  elementos  daAdministração  do  Banco  de  Portugal,  oMinistro das Finanças recusa­se a revelar ovalor  dos  salários  pagos.  Essa  ocultaçãonão  é  inocente.  Há  interesse  da  parte  dospolíticos em que a população seja mantida naignorância sobre os montantes que estão aser pagos aos marmanjos instalados no Bancode Portugal.

2ª Diferença: os CRITÉRIOS

A selecção do Presidente da ReservaFederal  Americana  obedece  a  critériosinstitucionais e tem regras bem definidas eexplicitadas na sua página da internet

Em Portugal, o Governador do Banco

de  Portugal  t em  sido  nomeadoarbitrariamente  pelo  partido  do  Governo  aseu  bel­prazer.  A  prática  corrente  é  a  decolocar um amiguinho do partido para auferirde  um ordenado  milionário, carro  emotorista, crédito bonificado, e, vir emboraao  fim  de  5  anos  com  uma reformachoruda!

3ª Diferença: a MEDIOCRIDADE PAGAA PESO DE OURO

Uma  das mentiras  propaladas  commais  frequência  é  a  de  que  “é  necessáriopagar  bons  ordenados,  se  não,  não  seconseguem  contratar  pessoas  competentespara  os  cargos  públicos”.  Esta  afirmaçãorelativamente ao Banco de Portugal é mentiraporque:

1) O  Dr.  Vítor  Constâncio  não  é  acompetência  que  nos  querem  fazercrer.  O  seu  curriculum  é  dumamediocridade  atroz  (nem  odoutoramento  conseguiu  terminar)quando  comparado  com  o  do  Dr.Bernanke.

2) O salário que lhe está a ser pago nãoé um bom salário. Um bom salárioseria o equivalente a 5 ou 6 vezes orendimento per capita nacional,  talcomo é a prática na Reserva FederalAmericana. Ou seja, entre 61 580,00€e 73 896,00 € por ano.

3) Um  salário 23  vezes  superior  aorendimento per capita nacional, não éum  bom  salário: é  um  assalto  aodinheiro dos contribuintes!

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4) O secretismo em relação aos saláriosda administração do BdP e a recusana  sua  divulgação  está  assimjustificado:  Tal como os ladrões queescondem  o  produto  do  roubo,também os administradores do Bancode  Portugal  tentam  esconder  aosjornalistas  e  aos  cidadãos o assaltoque estão a fazer ao erário público.

5) Os  contribuintes  portugueses nãomandataram  a  Comissão  deVencimentos do Banco de Portugalpara  lhes  andar  a desbaratar  odinheiro  do  BdP  em  salários  deadministração  principescos.  Porconsequência, é seu dever zelar pelosinteresses  dos  contribuintesportugueses, estabelecendo saláriosmais baixos para a administração doBdP,  consentâneos  com  a  realidadedo  país.  Querem  tudo  bem,  nãoquerem vão procurar trabalho noutrolado!

6) No país existem milhares de pessoastão ou mais competentes que o Dr.Vítor Constâncio e restantes colegasda  administração,  perfeitamentecapazes  de  os  substituir,  e  queaceitariam  integrar  a  administraçãodo  Banco  de  Portugal  por  saláriosbem mais modestos

7) Com o ordenado que está a ser pagoao  Dr.  Vítor  Constâncio,  seria  fácilao  Banco  de  Portugal  contratargestores internacionais da craveira doDr.  Bernanke,  na  medida  em  queteriam  um aumento  de  150%relativamente  ao  salário  que  aadministração americana lhes paga.

8) Quando  os  juros  bonificadosterminaram para os cidadãos pobresdeste  país,  o  Estado  não  podecontinuar a mantê­los para cidadãosprivilegiados que ganham centenasde  milhares  de  euros  por  ano.  Éinjusto, é desumano e é um insultoàs  dificuldades  por  que  muitaspessoas de recursos reduzidos estãoa passar neste momento.

O que é A VERDADE?

A newsletter A VERDADE é umprojecto  editorial  que  surgiu  com  oobjectivo  de  dar  voz  a  um  Portugalque  sofre  em  silêncio,  sujeito  aarbitrariedades da parte dos agentesde  autoridade  do  Estado,  asfixiadofinanceiramente  pela  imposição  delegislação  de  favor,  e  que  viveamordaçado  com  rece io   derepresálias.

A situação de pobreza de umap a r t e   d a   p o p u l a ç ã o   ésubstancialmente mais grave do queaquilo  que  os  nossos  governantesquerem fazer crer à opinião pública.Só  no  ano  de  2006,  100  000portugueses foram forçados a emigrarpor não terem trabalho cá.

A estes  infelizes contrapõe­seuma  minoria  sem  qualquer  méritoque está cada vez mais rica fazendonegócios  com  o  Estado,  sob  aprotecção do Estado, ou favorecidospelo Estado (vide empresas de obraspúblicas, telecomunicações, energia,banca, etc.), usufruindo de um regimede  monopólio  ou  quase  que  lhespermite  cobrar  preços  exorbitantesaos consumidores que não têm outraalternativa que não seja serem seusclientes.

Ninguém é inocente em relaçãoao descalabro a que as coisas estão achegar,  mas  alguns  serão  maisculpados que outros.

Ao longo dos próximos númerosd’A VERDADE pretendemos denunciarsituações,  analisar  legislação  edebater  soluções,  tudo  duma  formaanónima a fim de garantir a segurançados envolvidos.

A  VERDADE  será  sempre  ummeio  de  todos  os  que  não  têm  voznoutro local poderem ser ouvidos.

Lisboa, 15/Jan/2008

Manuel Rodrigues Cunha

[email protected]