aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

19
Introdução Introdução..................................................... 2 1. Contrato de compra e venda..................................3 1.1. Forma do contrato compra e venda..........................4 1.2. Efeitos essenciais........................................4 1.2.1. O efeito real..........................................4 1.2.2. Os efeitos obrigacionais...............................5 1.2.2.1. O dever de entrega da coisa..........................5 1.2.2.2. O dever de pagar o preço.............................7 1.3. Objecto do Contrato de Compra e Venda.....................7 1.4. Modalidades............................................... 9 1.4.1. Venda com reserva de propriedade.......................9 1.4.2. Venda a retro..........................................9 1.4.3. Venda a prestações....................................10 1.4.4. Venda de bens alheios.................................10 1.4.5. Venda de bens onerados................................11 1.4.6. Venda de coisas defeituosas...........................11 Conclusão..................................................... 13 1

Upload: afelexadones

Post on 24-Dec-2015

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

Introdução

Introdução........................................................................................................................................2

1. Contrato de compra e venda........................................................................................................3

1.1. Forma do contrato compra e venda..........................................................................................4

1.2. Efeitos essenciais......................................................................................................................4

1.2.1. O efeito real........................................................................................................................4

1.2.2. Os efeitos obrigacionais.....................................................................................................5

1.2.2.1. O dever de entrega da coisa............................................................................................5

1.2.2.2. O dever de pagar o preço................................................................................................7

1.3. Objecto do Contrato de Compra e Venda.................................................................................7

1.4. Modalidades..............................................................................................................................9

1.4.1. Venda com reserva de propriedade....................................................................................9

1.4.2. Venda a retro......................................................................................................................9

1.4.3. Venda a prestações...........................................................................................................10

1.4.4. Venda de bens alheios......................................................................................................10

1.4.5. Venda de bens onerados...................................................................................................11

1.4.6. Venda de coisas defeituosas.............................................................................................11

Conclusão......................................................................................................................................13

Bibliografia....................................................................................................................................14

1

Page 2: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

Introdução

Quando em cede de direito alguém celebra um contrato, onde transmite um bem para a esfera

jurídica do outrem, faz-se com base no contrato compra e venda. Neste trabalho aborda-se sobre

este tema de compra e venda, que o mesmo vem subdividido em títulos e subtítulos tais quais, a

forma do contrato, os seus efeitos, as suas modalidades e outros.

O seu objectivo geral assim como especifico é de levar ao estudante ao profundo conhecimento

do tema, na perspetiva de estudo investigativo cujo mesmo também reveste de caracter

avaliativo. A sua elaboração foi com base nos manuais portugueses, revistas e documentos

eletrónicos retirados em formato de PDF na internet com a devida citação e autor, e ainda

conjugado com a realidade do nosso ordenamento jurídico moçambicano.

2

Page 3: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

1. Contrato de compra e venda

Noção do contrato compra e venda:

Em geral esta modalidade de contrato e dentre todos os contratos, aquele que desempenha maior

importância na função económica, vem regulado e definido nos artigos 875 e seguintes.

Segundo o preceituado no diploma legal “… contrato pelo qual se transmite a propriedade de

uma coisa, ou direito, mediante um preço.”

Segundo CORDEIRO1 esta definição é tida como rigorosa pela doutrina, isto porque, porque a

enumeração dos efeitos da compre e venda não tem levantado quaisquer dificuldades. Os autores

mostram unânimes a este respeito, como bem se compreende face ao disposto no art. 897do CC2.

A partir dela, e possível identificar com clareza os seguintes efeitos essências da compra e venda.

- um efeito real a transferência da titularidade de um direito;

- dois efeitos obrigacionais;

a) a obrigação que recai sobre o vendedor de entregar a coisa vendida;

b) a obrigação para o comprador de pagar o correlativo preço.

Para além dos efeitos ela reveste de várias características fundamentais devidamente assinaladas

pela doutrina.

Trata-se de um contrato translativo, oneroso (o que tem importância nomeadamente para efeitos

de aplicação do art. 612 do CC), bilateral ou sinalagmático (vd. art. 428 e SS.), com

reciprocidade de prestações (qualquer das partes de uma compra e venda pode ceder a sua

posição contratual, conquanto a outra consista (v art. 424) em geral certas e iguais. 3

1 CORDEIRO António Menezes Direito das Obrigações vol. III contrato em especial compra e venda pág. 12.

2 …Em caso de boa-fé do comprador, o vendedor é obrigado a sanar a nulidade da venda, adquirindo a propriedade

da coisa ou o direito vendido…3 Op. cit. por CORDEIRO, Estas características vêm desenvolvidas na obra de Baptista Lopes, do contrato…. Pág.

69; e Pires de Lima e Antunes Varela, código…., V. II, comentário ao art. 875., pág. 168.3

Page 4: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

1.1. Forma do contrato compra e venda

Em regra os contratos celebrados pelos particulares são consensuais. Formam-se mediante o

simples acordo dos contraentes.4

Segundo CORDEIRO, Esta regra não faz excepção a compra e venda. Ela pode ser celebrada

através de qualquer das formas admitidas, por lei, para a declaração negocial (art. 217 a 220 do

CC).

Apenas em alguns casos pontuais foram estabelecidas pelo legislador certas exigências de forma.

Dentre esses casos destaca-se a compra e venda de bens imóveis, sujeita a escritura publica como

vem tipificado no art. 875 do CC “…código de notariado…” só depois de realizado esta

formalidade se deve considerar concluído o contrato compra e venda de bens imóveis. Sem esta

formalidade o contrato e nulo.

Afirma ainda, Que não basta a celebração de escritura pública para que fiquem cumpridas todas

as formalidades relativas a compra e venda de bens imóveis. O código de registo predial torna

indispensável, enquanto condição de eficácia face a terceiros, o registo dos factos jurídicos que

determinem a aquisição da propriedade sobre bens imóveis. Deste modo, para a compra e venda

de imóveis poder produzir efeitos a terceiros terá de se registar o respectivo contrato.

1.2. Efeitos essenciais

1.2.1. O efeito real

Distinguem-se tradicionalmente dois tipos de venda: a venda obrigatória e a venda real.

Nos ordenamentos que conferem simples carácter obrigatório de compra e venda, entre vender e

comprador apenas se cria e produzem relações de créditos. Cada um dos contraentes apenas tem

direito exigir do outro uma prestação5:

1º Ao vendedor cabe o direito de exigir do comprador o preço;

2º Ao comprador cabe o direito de reclamar a transmissão ou alienação do objecto vendido.

4 CORDEIRO António Menezes Direito das Obrigações vol. III contrato em especial compra e venda pág. 135 Idem

4

Page 5: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

Antes do acto de entrega da coisa o vendedor, não obstante a venda continua proprietário: não

aliena, obriga-se a alienar. Conforme refere o Prof. Inocêncio Galvão Telles apud Cordeiro6 a

propriedade só se transfere quando o vendedor através de um acto ou declaração de vontade

posterior ao contrato de compra e venda a transmite ao comprador.

Na compra e venda real, a transmissão da propriedade é gerada pelo próprio contrato. Não

depende de qualquer acto posterior: vender e alienar.

Nos artigos 408º, 874º, 879º, todos do CC7. decorre a eficácia real. Os artigos. 874º e 879º do

CC, referem-se especificamente à compra e venda, o art. 408º CC, consagra em termos gerais a

eficácia real dos contratos.

O contrato de compra e venda como contrato de alienação de coisa determinada art. 408º/1 do

CC reveste da natureza real. A transmissão da propriedade da coisa vendida, ou a transmissão do

direito alienado, tem como causa o próprio contrato, embora esses efeitos possam ficar

dependentes de um facto futuro. Algumas situações estão previstas no art. 408º/2 do CC,

referindo-se o artigo 409º do CC, à reserva de propriedade, que é uma outra hipótese em que a

transmissão, tendo embora por causa a compra e venda se protela para um momento posterior.

Quem compra uma coisa sujeita ao direito de preferência fica, enquanto não decorrer o prazo de

exercício desse direito, em situação análoga à de quem contrata sob condição resolutiva.

1.2.2. Os efeitos obrigacionais

1.2.2.1. O dever de entrega da coisa

Trata-se da transferência da titularidade da coisa ou do direito vendido. Além desse direito real a

compra e venda produz dois outros efeitos essenciais, de carácter obrigacional:

1)     A obrigação que recai sobre o vendedor de entregar a coisa;

2)    A obrigação que impende sobre o comprador de pagar o correlativo preço.

6 CORDEIRO, António Menezes direito das obrigações vol. III contrato em especial compra e venda pág. 19 de

19917 CC, código civil, dos efeitos reais dos contratos; exclusivo da compra e venda.

5

Page 6: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

O Código Civil contém um artigo relativo à obrigação de entrega da coisa – o artigo. 882º do

CC. A obrigação por parte do vendedor de entregar a coisa, está expressa no artigo. 879º-b do

CC, importa para o vendedor o dever de investir o comprador na posse efectiva dos direitos

transmitidos para que o adquirente os possa fruir plenamente artigos. 1263º-b; 1264º ambos do

CC.

A obrigação de entrega é normalmente contemporânea da transmissão do direito ou posterior a

ela; mas pode, excepcionalmente, ser anterior, como na venda com reserva de propriedade (art.

409º do CC). O art. 882º/1 do CC, procura resolver os problemas do deferimento ou protelar no

tempo da obrigação de entrega da coisa. É que, não sendo entregue no momento da celebração

do contrato o seu estado pode variar até à altura da respetiva entrega, decorre do art. 882º/1 do

CC:

a)  Se a coisa adquirir vícios ou perder qualidades entre o momento da venda e o da entrega,

são aplicáveis as regras relativas ao não cumprimento das obrigações (art. 790º CC);

b)  O vendedor tem obrigação de guardar a coisa, o que implica o dever de abstenção de tudo

o que é inconciliável com a prestação.

A obrigação de entregar a coisa no estado em que se encontrava no tempo da venda envolve,

implicitamente, a obrigação de guardar a coisa que neste caso aparece com a obrigação

instrumental e não como obrigação fundamental ou autónoma. Este dever de custódia do

vendedor tem se ser cumprido com o mesmo grau de diligência, quer a entrega se faça dentro do

prazo convencionado, quer se faça posteriormente, ainda que a solicitação do comprador que não

tenha possibilidade, se não mais tarde, de levantar ou retirar a coisa.

No art. 882º/2 CC, o legislador procurou fixar no âmbito da obrigação de entrega; por força deste

preceito essa obrigação abrange, salvo estipulações em contrário as partes integrantes, os frutos

pendentes e os documentos relativos à coisa ou direito vendido.

Extraem-se as seguintes conclusões do art. 882º/2 CC:

6

Page 7: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

-     O momento relevante para a fixação do âmbito da obrigação é o correspondente à data de

venda;

-    Deste modo, abrangidos pela obrigação de entrega são apenas as partes integrantes ou

frutos pendentes ao termo da venda;

-    Excluem-se as partes integrantes ligadas à coisa em momento ulterior ao da venda. O

mesmo vale para os frutos produzidos depois desta data.

1.2.2.2. O dever de pagar o preço

Preço é por definição a expressão do valor em dinheiro, ou, “a medida de valor expressa, típica

e exclusivamente em dinheiro”. Isto não basta, obviamente, a que o comprador, com o acordo do

vendedor, pague em bens diferentes de dinheiro.

O modo de realização do pagamento cabe no âmbito da autonomia da vontade das partes.

De acordo com as regras do art. 883º CC, relevará em primeiro lugar o preço fixado por entidade

pública, na falta dele recorre-se sucessivamente:

-  Ao preço normalmente praticado pelo vendedor à data da conclusão do contrato;

-   Ao preço do mercado ou bolsa no momento do contrato e no lugar em que o comprador

deve cumprir;

-   Ao tribunal.

Uma vez fixado o preço importa apurar qual o lugar do seu pagamento (art. 885º CC).

Se a venda ficar, por força do art. 292º CC, ou qualquer outro preceito legal limitada a parte do

seu objecto, o preço respeitante à parte válida do contrato será o que neste figurar, se houver sido

descriminado como parcela do preço global (art. 884º/1 CC).

1.3. Objecto do Contrato de Compra e Venda

7

Page 8: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

O contrato de compra e venda desempenha uma função económica primordial e indiscutível em

qualquer sociedade, inclusive na mais rudimentar. É o negócio paradigmático de todos os

contratos onerosos, sobretudo os de alienação de bens.8

Segundo o art. 874º9, a compra e venda é o contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma

coisa, ou outro direito, mediante uma contrapartida monetária – o preço. Este é o elemento que

distingue a compra e venda da doação, da permuta e de outros contratos de alienação de bens.

Desta noção depreende-se que o objecto da compra e venda é sempre um direito. Normalmente,

fala-se em alienação de coisas, mas na verdade o que se aliena é a propriedade da coisa. A venda

pode ainda ter como objecto outro direito real, direitos de créditos, de autor, etc.

Por uma questão de simplificação, a alusão, neste texto, à coisa refere-se à propriedade da

mesma ou qualquer outro direito passível de ser vendido.

O direito transmissível pode incidir sobre coisas corpóreas ou incorpóreas, móveis ou imóveis,

presentes ou futuras, fungíveis ou infungíveis, singulares ou universalidades – artigos. 203º. Do

CC

Tal princípio decorre do artigo 202º do CC, segundo o qual podem ser objectos de compra e

venda todos os bens que não estão fora do comércio.

No entanto, há direitos que são inalienáveis, tais como os direitos de personalidade, os de

domínio público, o direito de uso e habitação.10

O CC estabelece ainda um conjunto de limites relativos ao objecto das relações jurídicas e,

consequentemente, da compra e venda. Por força do art. 280º, não podem ser objectos de venda

coisas fisicamente ou legalmente impossíveis11, assim como objectos contrários à lei, à ordem

pública ou ofensivos dos bons costumes.8 MIRANDA Yara, A venda de coisa alheia Lisboa 2004 pág.6

9 A referência a artigos sem a respectiva fonte diz respeito aos preceitos do Código Civil português vigente.

10 Vide a lista de direitos inalienáveis elaborados por Baptista Lopes in Do contrato da compra e venda no direito

civil, comercial e fiscal, 2ª ed., Lisboa, 1996, pág. 16 e segs. 11 Se a existência da coisa for incerta, mas tal incerteza for mencionada no contrato, este pode ser válido, ex vi do art.

881º.8

Page 9: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

O contrato em fraude à lei equipara-se ao contrato contra legem12. Assim, deve ser considerado

igualmente nulo o acordo através do qual as partes, utilizando meios jurídicos aparentemente

lícitos, tentam alcançar um resultado proibido pela lei, violando o espírito da mesma.

1.4. Modalidades

Segundo o professor doutor Cordeiro ob. cit. Por

1.4.1. Venda com reserva de propriedade

O art. 409º/1 CC. permite porém, ao vendedor reservar para si a propriedade da coisa até ao

cumprimento total ou parcial das obrigações da outra parte ou até a verificação de qualquer outro

evento.

Com este artigo (art. 409º CC) pretende-se que o credor do preço fique numa situação

privilegiada. Se não houvesse a reserva, no caso de não pagamento, o devedor poderia apenas

executar o património do comprador tendo de suportar na execução a concorrência dos outros

credores.

É nula a cláusula de reserva de propriedade de uma coisa que se vai tomar parte constitutiva de

outra coisa.

A venda com reserva de propriedade é uma alienação sob condição suspensiva; suspende-se o

efeito translativo mas os outros efeitos do negócio produzem-se imediatamente. O evento futuro

de que depende a transferência da propriedade será em regra, o cumprimento total ou parcial das

obrigações da outra parte.

1.4.2. Venda a retro

O vendedor reserva para si o direito de reaver a propriedade da coisa ou direito vendido mediante

a restituição do preço. Na venda a retro o vendedor tem a possibilidade de resolver o contrato de

compra e venda (art. 927º CC).

O exercício deste direito do vendedor tem como consequência a aplicação do disposto nos arts.

432º seguintes CC. Em tudo quanto não for afastado pelo regime específico da venda a retro.

12 Baptista Lopes, Do contrato da compra e venda no direito civil, ob. cit., pág. 30.9

Page 10: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

O art. 928º/2 CC, proíbe o comprador de exigir o reembolso de uma quantia superior à paga por

ele próprio. No excesso é que poderiam ocultar-se juros usurários, deste modo proibidos.

A existência de um prazo imperativo (art. 929º do CC) para o exercício do direito de resolução

não impede as partes de, dentro desse prazo resolutivo, fixarem um prazo suspensivo, de modo

apenas permitir a resolução do contrato decorrido certo período.

Em regra a resolução dos contratos ou negócios jurídicos não prejudica os direitos adquiridos por

terceiros (art. 435º/1 CC).

1.4.3. Venda a prestações

Como forma de tornar mais activa a circulação de bens e de permitir o gozo dos benefícios por

eles proporcionados ao maior número possível de pessoas o nosso legislador consagrou a venda a

prestações – artigos. 934º Seguintes do CC.

O princípio geral regulador das dívidas cuja liquidação pode ser fraccionada consta do art. 781º

CC. Por força deste preceito, se uma obrigação puder ser liquidada em duas ou mais prestações,

a não realização de uma delas importa o vencimento de todas. Existem porem regras especiais na

compra e venda. Trata-se dos artigos. 886º, 934º e 935º CC. O art. 886º CC, aplica-se de uma

forma geral a todos os casos de não pagamento de preço pelo comprador e estabelece que,

transmitida a propriedade da coisa, e feita a sua entrega, o vendedor não pode via de regra,

resolver o contrato por falta de pagamento. O art. 934º CC, aplica-se especificamente aos casos

de falta de pagamento de uma das prestações em contratos de compra e venda a prestações.

1.4.4. Venda de bens alheios

O Código Civil Português não apresenta um conceito de venda de coisa alheia. Entretanto, tendo

presente a noção de compra e venda e conjugando-a com as normas dos arts. 892º e 904º,

podemos definir a venda de coisa alheia como o contrato pelo qual uma das partes aliena como

próprio, sem que para tal tenha legitimidade, um direito de outrem, mediante o pagamento de um

preço.13

13 CORDEIRO, António Menezes direito das obrigações vol. III contrato em especial compra e venda pág. 34 de

199110

Page 11: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

Nos termos do art. 904º, o regime em análise só é aplicável à venda de coisa alheia como própria.

A aplicação das regras dos arts. 892º e segs. requer a boa fé de pelo menos um dos contraentes,

isto é, que uma das partes não conheça a alienidade do bem no momento da celebração do

contrato.

1.4.5. Venda de bens onerados

Encontram-se situações nas quais, apesar de o direito ter sido transferido para o comprador por

efeito da venda, ele não corresponde contudo, na sua configuração concreta ao interesse do

comprador. O vício de direito revela como tal em sede de venda de bens onerados sempre que se

traduza na sujeição deste “a alguns ónus ou limitações que excedam os limites inerentes aos

direitos da mesma categoria” (art. 905º CC). Cabem no âmbito da venda de bens onerados tanto

a constituição sobre o bem de direitos reais de gozo de natureza controvertida, são no entanto

eficazes em relação ao comprador.14

1.4.6. Venda de coisas defeituosas

O regime da venda de coisas defeituosas visa essencialmente definir os termos e a medida em

que o comprador pode alijar de si o risco do desvalor da coisa que lhe exclui ou diminui a

utilizabilidade.

Os artigos. 913º Seguintes do CC não se aplicam pois automaticamente àquelas situações em que

estão em causa danos ulteriores causados pelo defeito de que o bem padecia. O tratamento destas

espécies gravita, segundo os autores, em torno de três orientações. A primeira propende para a

aplicação das regras comuns do cumprimento defeituoso. Outra mais recente, enquadra estes

casos na responsabilidade aquiliana (arts. 483º segs. CC), por considerar que os danos

subsequentes não estão incluídos no perímetro do contrato. Finalmente, a última advoga que

sobre o vendedor impendem determinados “deveres de protecção”, de origem não-negocial,

destinados a proteger o património ou a saúde do comprador na medida em que possam ser

afectados pelo contrato, e por cuja violação o vendedor responde nos moldes da responsabilidade

contratual.

14 CORDEIRO, António Menezes direito das obrigações vol. III contrato em especial compra e venda pág. 38 de

199111

Page 12: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

Conclusão

No rácio da conclusão do trabalho ocorrido, que tem como tema o contrato de compra e venda,

que se aborda concretamente na ordem portuguesa e especificamente na moçambicano, apos o

longo percurso da pesquisa, o fundamento do contrato compra venda é considerado como sendo

em todo a transferência do poder de um bem para outro mediante pagamento de um valor

monetário. Esta modalidade de contrato em regras subsiste da forma de efeitos reais e

obrigacionais.

O trabalho não se tem como terminado, ainda carece de investigações profundas na doutrina

assim como na legislação aplicável.

12

Page 13: aaaa immmmprimirrrrrrrr.doc

Bibliografia

Doutrina

CORDEIRO, António Menezes - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES vol. iii contrato em especial,

compra e venda 1991;

MIRANDA Yara, A VENDA DE COISA ALHEIA Lisboa 2004.

Legislação

CÓDIGO CIVIL. Moçambique, Escolar Editora

13